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Nacionalidade

Direito Constitucional
Nacionalidade é o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a uma
certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um componente do povo, da
dimensão pessoal deste Estado, capacitando-o a exigir sua proteção e
sujeitando-o ao cumprimento de deveres impostos.
Aluísio Dardeau de Carvalho aponta a falta de juridicidade do termo
nacionalidade, que, partindo da ideia de nação, englobaria somente os
indivíduos que pertencessem a determinado grupo ligado pela raça, Religião,
hábitos e costumes.
Porém, igualmente aponta que essa terminologia encontra-se generalizada
em diversos ordenamentos jurídicos.
Alguns conceitos estão relacionados com o estudo do direito de
nacionalidade ponto são os conceitos de povo, população, nação e cidadão.
Povo: É o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado, é seu
elemento humano. O povo está unido ao estado pelo vinculo jurídico da
nacionalidade.
População: É o conjunto de habitantes de um território, de um país, de
uma região, de uma cidade. esse conceito é mais extenso que o anterior (povo),

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pois engloba os nacionais e os estrangeiros, desde que habitantes de um mesmo
território .
Como salientado por Marcelo Caetano:

“o termo população tem um significado econômico, que corresponde ao


sentido vulgar, e que abrange conjunto de pessoas residentes em um território,
quer se trate nacionais quer de estrangeiros. Ora elemento humano do estado é
constituído unicamente pelos que a Ele estão ligados pelo vínculo jurídico que
hoje chamamos de nacionalidade”.

Nação: Agrupamento humano, em geral numeroso, cujos membros, fixados


em um território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e
linguísticos conforme ensina A. Dardeau de Carvalho:

“A complexidade do fenômeno nação, sem dúvida, resulta da multiplicidade de


fatores que entram na sua composição, de natureza objetiva, outros de
natureza subjetiva. A raça, a religião, a língua, os hábitos e costumes, são os
fatores objetivos que permitem distinguir as nações entre si. A consciência
coletiva, o sentimento da comunidade de origem, é o fator subjetivo da
distinção”.

Cidadão: É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo os direitos


políticos e participantes da vida do Estado;

Espécies de nacionalidade

A competência para legislar sobre nacionalidade é exclusiva do próprio


Estado, sendo incontroversa a total impossibilidade de ingerência normativa de
direito estrangeiro.
Doutrinariamente, distinguem-se duas espécies de nacionalidade, a
primária e a secundária.

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A nacionalidade primária, também conhecida por originária, ou de origem,
resulta do nascimento a partir do qual, através de critérios sanguíneos,
territoriais ou mistos será estabelecida.
A nacionalidade secundária ou adquirida é a que se adquire por vontade
própria, após o nascimento e, em regra, pela naturalização.
A Constituição Federal manteve o modelo de enunciar separadamente
quais os casos de aquisição de nacionalidade originária e quais as hipóteses de
aquisição secundária, como fora feito pela Constituição anterior, em rompimento
com a tradição constitucional brasileira, que enumerava todas as formas de
aquisição da nacionalidade em uma só sequência.

MORAES, A. D. Direito Constitucional. Atlas, 2020. 9788597011296. 666 p.

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