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VOL TA REDONDA - RJ
2011
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BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que ilumina meu caminho, a
Prof.a Ana Paula Todaro que sempre acreditou
em mim e aos meus familiares e amigos que
me deram suporte durante todo esse tempo.
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo investigar a percepção dos alunos do curso de Adminis-
tração da Universidade Federal Fluminense, Pólo de Volta Redonda sobre a importância da Psi-
cologia Organizacional. Para tal, procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica e de campo. A coleta
dos dados ocorreu através da aplicação de 89 questionários com perguntas abertas nas turmas de
3°, 4° e 8° períodos do curso supracitado. O tratamento se deu por análise de conteúdo, seguida de
uma discussão sobre os resultados encontrados. Os resultados indicam que os alunos reproduzem
uma espécie de "estereótipo" do Psicólogo Organizacional, como o profissional da área de Re-
cursos Humanos que promove o alinhamento de perfis ao contratar "a pessoa certa para o cargo
certo" e que procura mediar os conflitos entre indivíduos, grupos e organização. O estudo sugere
que tais percepções sejam fruto da própria racionalidade instrumental dominante na sociedade
contemporânea da qual deriva, por sua vez, a negligência dos próprios psicólogos com a área
organizacional, da obsolescência da maioria dos cursos de Psicologia e de certo distanciamento
do psicólogo em relação à dinâmica organizacional. Finalmente, pode-se concluir que o modelo
econômico vigente na sociedade brasileira se faz refletir tanto na concepção quanto na prática do
psicólogo organizacional, o que acaba por gerar uma visão utilitarista e instrumental da profissão.
Sendo assim, verificou-se que os alunos já trazem esse modelo antes de iniciarem os estudos da
disciplina, projetando a imagem do profissional que modela os trabalhadores de acordo com os
desígnios da empresa e como cuidador benevolente dos mesmos.
Palavras-chaves: Psicologia Organizacional; Trabalho; Percepção
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RESUMEN
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO, f. 9
2. REFERENCIAL TEÓRICO, f. 11
2.1. A CONSTRUÇÃO DA LÓGICA MODERNA, f. 11
2.2. HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NO BRASIL, f. 13
2.3. PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA ÁREA ORGANIZACIONAL, f. 15
2.4. ATRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL, f. 17
3. METODOLOGIA, f.20
3.1. QUANTO AOS FINS, f.20
3.2. QUANTO AOS MEIOS, f. 20
4. A PESQUISA, f. 21
4.1. PARTICIPANTES DA PESQUISA, f.21
4.2. COLETA DE DADOS, f. 21
4.3. TRATAMENTO DE DADOS, f.21
,
4.4. ANALISE DE DADOS, f. 22
4.5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, f.25
5. CONCLUSÃO, f. 28
6. BIBLIOGRAFIA, f. 30
7. ANEXOS, f. 31
7
LISTA DE TABELAS
Ed. Editora
et aI E outros
MEC Ministério da Educação
UFF Universidade Federal Fluminense
USAID United States Agency for Intemational Development
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1. Introdução
psicólogo ou a falta dele por parte dos alunos. A pesquisa de campo também está dividida em três
partes: na coleta de dados através dos questionários abertos, no tratamento que consistiu na
análise de conteúdo e na discussão dos resultados que delineou o quadro apresentado pelos
grupos pesquisados. A metodologia é classificada quanto aos fins, pois trata-se de uma pesquisa
descritiva e quanto aos meios, por ser uma investigação bibliográfica e de campo.
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2. Referencial Teórico
chamada Científica sob a lógica taylorista. De acordo com Ramos, as pessoas tem emprego e
trabalham mais do que se ocupam porque o trabalho pode ser definido como um esforço
subordinado para as necessidades de produção e a ocupação envolve esforços que o indivíduo faz
voluntariamente para satisfação pessoal. Mas o emprego "se constitui em um posto de trabalho
formal junto a uma organização ou a uma pessoa, dentro do escopo do mercado. Essa relação
formal se estabelece entre organizações e pessoas, e, nela, estas são detentoras de um emprego.
Os efeitos que o emprego exerce sobre a vida humana em geral são alienantes, transformando o
ser humano em 'vítima patológica da sociedade centrada no mercado'" (Ramos, 1981, p. 98-108).
A isonomia envolve o exercício mais igualitário de vivência orientado à ocupação, po-
dendo também ter a orientação econômica como um de seus fins. O conceito de ocupação nessa
categoria pode ser ligado ao de trabalho sendo ambos fontes de realização pessoal. A competição
nesse modelo dá lugar à cooperação.
A fenonomia permite a busca pela realização pessoal, por algo que possa preencher a la-
cuna da existência e dar sentido à vida como atividades que possam proporcionar o bem comum.
As pessoas que não possuem senso social nem vida pessoal estão sob a anomia, que signi-
fica falta de lei. Tais pessoas são marginais ao sistema social, para elas a vida não possui nenhum
sentido. A horda coletiviza a anomia, sendo um conjunto de pessoas cujas vidas não têm rumo ou
"utilidade". Portanto, uma sociedade sem representatividade é uma horda.
Sob o paradigma paraeconômico, Ramos vai também delinear uma tipologia sobre o ho-
mem. No espaço da economia, o "homem operacional" é o tipo mais recorrente. Este, segundo
Ramos, procura satisfazer as necessidades básicas de subsistência e as sociais mais primárias. São
típicas do modelo de homem operacional a passividade, o ajustamento por treinamento, o
trabalho com o objetivo exclusivo de recompensa material, falta de ética e de liberdade pessoal e
a satisfação postergada.
O "homem reativo" ou "organizacional" possui uma percepção mais apurada que o ho-
mem operacional. Ele vive mais frequentemente no espectro da economia, mas também passa aos
,
espaços da isonomia. E oriundo de uma mudança na compreensão da motivação e da percepção
de que sentimentos e valores são importantes na produção econômica e organizacional. O homem
reativo se adapta às normas do sistema social e esta é sua principal característica, ele se subordina
ao grupo informal e se adapta ao meio.
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o "homem parentético" é o ser humano na plenitude da razão. Esse homem possui cons-
ciência crítica acerca dos valores organizacionais, compreende da razão substantiva além dos
padrões de comportamentos externos à sua subjetividade, tem a percepção consciente sobre o
tempo e espaço em que vive, porém é capaz de romper com suas raízes podendo colocar-se fora
do sistema social para entendê-lo. Este tipo de homem se compromete com a construção da vida
pessoal e social de acordo com valores éticos e dá significado à sua existência com autoestima e
autoconfiança. O homem parentético pode agir plenamente em espaços fenomênicos e isonômi-
cos.
instituições de ensino particulares. A partir de 1964, o governo militar passou a privilegiar a par-
ticipação de empresas estrangeiras no cenário nacional. Juntamente com as estatais, as multina-
cionais impulsionaram o rápido crescimento da economia. O acordo MEC-USAID (siglas dos
ministérios da Educação do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente) firmado nessa época
deu às escolas de ensino superior um caráter empresarial e o Estado Brasileiro garantiu o espaço
para a hegemonia da iniciativa privada.
No final da década de 1960 e no início da década de 1970, as faculdades particulares se
multiplicaram. A predominância era de cursos de Ciências Humanas devido à grande procura,
facilidade de instalação e funcionamento em período noturno. Tal instalação, especialmente de
cursos de Psicologia e Administração, se mostrou rentável, pois não necessitam de grandes dis-
pêndios financeiros e possuem alta demanda. No entanto, essa prática não priorizou a qualidade
do ensino criando profissionais com ensino superior muito aquém do que deveriam ser. As insti-
tuições públicas sofreram um revés com a perda de qualidade progressiva e a crônica escassez de
verbas destinadas à educação (Zanelli, 2002).
Essa mudança no cenário educacional ocorreu por força de um novo modelo produtivo
que passou a ser implementado na indústria: o Toyotismo. Zanelli et aI (2004), definem tal mo-
delo como um sistema no qual se explora as contribuições cognitivas do trabalhador para dar
maior competitividade à empresa. As empresas japonesas davam um novo delineamento no cená-
rio competitivo mundial, pois essas contribuições cognitivas diminuíram a estrutura de custos e
preços dos produtos dessas organizações e elas passaram a possuir uma parcela significativa do
mercado mundial. Sennett (2004) demonstra que a flexibilidade das empresas, característica da
década de 1970 em diante, é incorporada pelas pessoas através da chamada "rotina dinâmica", na
qual a mudança é contínua.
Ainda conforme Zanelli (2002), a expansão do ensino superior, feita de forma de-
sestruturada, deteriorou a qualificação dos profissionais de ensino superior. No caso da Psicolo-
gia, a precariedade da formação de profissionais da categoria vem desde a regulamentação da
profissão e da implantação de escolas desse curso, em 1962 e 1964, respectivamente. As práticas
são ultrapassadas, as alternativas de atuação profissional restritas e os conhecimentos insuficien-
tes. O ensino de Psicologia, conforme alerta Zanelli, vem piorando ao longo do tempo, e o mais
grave é que a maioria das estruturas dos cursos permanece a mesma desde 1964.
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Com uma estrutura precária, aliada à falta de qualidade e o desajuste entre o ensino e a
atividade profissional, foram criados muitos cursos de Psicologia durante a década de 1970. Em
relação à Psicologia Organizacional, a situação é ainda mais grave, pois ela sempre esteve à mar-
gem dos outros ramos da Psicologia. A produção acadêmica é restrita, assim como o diálogo do
meio acadêmico com o organizacional, de forma que a produção de conhecimento desses meios
não possui um ponto de intersecção.
Zanelli et aI (2004) descrevem um movimento de "modernização" iniciado a partir da dé-
cada de 1980, com a inclusão de atividades do psicólogo como: planejamento e execução de
projetos, diagnósticos situacionais e funções de assessoria e consultoria. Os psicólogos mais qua-
lificados tendem a executar essas atividades.
Ainda segundo os autores supracitados, ocorre uma tendência de diminuição de atividades
técnicas, tais como recrutamento e seleção, e o aumento de atividades administrativas, de plane-
jamento, consultoria, supervisão e assessoria.
3. Metodologia
Neste item, utilizou-se a taxonomia proposta por Vergara (2009). Dessa maneira, a pes-
quisa foi classificada segundo dois critérios básicos:
4. A Pesquisa
Teoricamente, esses alunos tiveram menos tempo para desenvolver a disciplina de Psicologia
Organizacional, além de ter um conteúdo mais enxuto dessa disciplina. Outrossim, esses alunos
já haviam cursado disciplinas que são conectadas à Psicologia Organizacional como Gestão de
Pessoas e Comportamento Organizacional.
Os alunos do 4° período foram escolhidos como sujeitos da pesquisa por terem sido a úl-
tima turma a ter concluído a disciplina no momento em que a pesquisa iniciou. Já os alunos do 3°
período do 1° semestre de 2010 estavam em pleno curso da disciplina de Psicologia Organizacio-
nal e contavam com um programa de monitoria (o que não havia acontecido com as turmas de 8°
e 4° períodos). Contudo, os alunos do 3° período do 1° semestre só responderam ao questionário
no último dia de aula da disciplina.
Uma vez terminada essa rodada, optou-se por utilizar os dados coletados de modo a fazer
modificações na estrutura da disciplina no semestre seguinte. Dessa forma, a turma do 3° período
do 2° semestre de 2010 também foi envolvida na pesquisa ao final do curso, pois buscava-se sa-
ber se alguma alteração poderia ser percebida com as mudanças na condução da disciplina.
Os dados foram tratados por meio da análise do conteúdo, pois foram obtidas respostas
abertas e que remetiam às percepções dos estudantes sobre a importância da Psicologia Organiza-
cional.
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Obs: Não houve nenhuma resposta relativa à atuação em Ergonomia, em nenhuma turma, logo,
conclui-se que os alunos desconhecem essa atribuição do psicólogo organizacional.
ambiente saudável e, por fim, realiza avaliação psicológica, tratamento de neuroses e compreen-
são das relações interpessoais dos empregados. Aqui, assim como no 3° período 1/2010, também
existe a questão do alinhamento de perfis.
O 8° período demonstra que o comportamento humano deve ser compreendido, sem falar
em modificações; que o trabalho do psicólogo ocorre ao longo de toda a vida funcional do indiví-
duo na empresa e que uma de suas prioridades é a busca do equilíbrio organizacional que passa
pela promoção da qualidade de vida no trabalho. Essa turma ainda destaca que a atuação incide
principalmente em evitar, minimizar ou mediar os conflitos de ordem hierárquica ou entre pares;
na assistência psicológica aos funcionários.
Conforme descrito no referencial teórico, é função do psicólogo buscar o equilíbrio nas
relações interpessoais, de forma a trazer uma solução que seja salutar ao indivíduo e à organiza-
ção. A mediação é válida, porém evitar e minimizar conflitos podem ser formas de adiar, por
conveniência, leniência e outros motivos, a solução de um determinado problema. A assistência
psicológica é também uma forma do psicólogo atuar positivamente na organização, no entanto há
que se cuidar para que se busque a origem dos problemas, seja na organização, na sociedade, ou
mesmo no próprio histórico do indivíduo.
Ao comparar as respostas sobre a atuação do psicólogo organizacional, pode-se verificar
que existem opiniões convergentes. Essa "convergência" parece demonstrar que as opiniões se-
guem uma espécie de "estereótipo", fruto da percepção social sobre a atividade do psicólogo or-
ganizacional. Tratam-se, predominantemente, de percepções sobre um profissional que atua no
setor de Recursos Humanos; alinha o perfil do candidato ao da organização; escolhe "a pessoa
certa para o cargo certo" e procura mediar os conflitos entre indivíduos, grupos e organização.
Finalmente, o entendimento das funções e da atuação do psicólogo organizacional nos
grupos pesquisados aumentou em complexidade conforme o andamento do curso. No 8° período,
tem-se uma turma com uma compreensão mais ampla, seguido pelo 4° e pelo 3° período 1/2010.
Embora os alunos do 8° período tenham cursado a disciplina de Psicologia com uma carga horá-
ria 50% menor, tiveram, por outro lado, acesso a outras disciplinas na mesma área - como Gestão
de Pessoas e Comportamento Organizacional. Acredita-se, dessa forma, que o aluno tenha tido
tempo e novas oportunidades para consolidar um conhecimento que iniciou no 3° período. O
amadurecimento necessário para uma boa compreensão da disciplina não se esgota nela mesma,
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mas se multiplica na medida em que o aluno tem acesso a outras disciplinas complementares na
área organizacional.
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5. Conclusão
A pesquisa aqui apresentada cumpriu seu objetivo principal, que era conhecer e tentar
compreender as percepções dos alunos de Administração sobre a importância da Psicologia Or-
ganizacional. Verificou-se, por meio da pesquisa bibliográfica e de campo, que tais percepções se
constroem antes mesmo que o aluno inicie a disciplina. Esse fato se deve à forma pela qual a pró-
pria Psicologia Organizacional se desenvolveu no Brasil. Filhote de uma sociedade capitalista e
paternalista, os psicólogos organizacionais estão ligados, no Brasil, à figura de sujeitos que mo-
delam o comportamento do trabalhador à imagem e semelhança das organizações. Mais recente-
mente, criou-se, ainda a função adicional de cuidador benevolente dos trabalhadores. Dessa
forma, pode-se perceber que os alunos participantes da pesquisa compartilham uma imagem do
psicólogo organizacional como um sujeito que lida não com homens, mas com homúnculos. São
homens produzidos para atender às demandas da organização - sem conflitos; gozam de boa sa-
úde física e mental; sentem-se motivados e têm boas relações interpessoais. E o grande responsá-
vel pela passagem do homem para o homúnculo organizacional seria o psicólogo: o especialista
do comportamento.
A distorção do pensamento dos estudantes faz ressonância com o modelo de Psicologia
Organizacional que vigora no país. Negligenciada pelos próprios psicólogos, não raro os cursos
de Psicologia relegam a área ao segundo plano em um nítido movimento de desqualificação. Por
outro lado, os profissionais de áreas correlatas, como administradores, engenheiros de produção,
economistas, médicos do trabalho, etc., que costumam ter contato com a área durante a gradua-
ção, acabam por fazer um uso utilitarista e instrumental de seus pressupostos básicos.
Este uso utilitarista por sua vez deriva da racionalidade instrumental, já mencionada no re-
ferencial teórico, presente na sociedade contemporânea, centrada no mercado. O modelo pre-
sente, no qual a economia ocupa o espaço mais importante, ajuda a reforçar os estereótipos que
os alunos trazem da sua vida social para o curso de Administração. O curso pouco influencia para
mudar a consciência dos alunos para a racionalidade substantiva que é mais abrangente que a
instrumental. A formação de homens parentéticos é o resultado da mudança de racionalidade. Tal
mudança é difícil, pois implica uma desconstrução de uma racionalidade para a construção de
uma nova; sendo que a realidade competitiva à volta desse aluno prega justo o contrário e não
permite que o homem parentético aja em sua plenitude.
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Assim, acredita-se que os resultados da pesquisa serão de grande importância para a refle-
xão dos professores envolvidos com a mesma, o que irá se refletir nos conteúdos e na metodolo-
gia da disciplina Psicologia Organizacional. Indo além, espera-se que a pesquisa deflagre outras
tantas de modo a impulsionar, cada vez mais, essa área de estudo.
Esta pesquisa não se encerra em si mesma, pois novos estudos poderiam ser feitos
posteriormente para analisar a percepção dos alunos desses períodos, ou com um grupo maior
seja da instituição de ensino estudada nessa pesquisa ou em outras. Com mais alunos o resultado
da pesquisa pode ser mais consistente.
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6. Bibliografia
7. Anexo
No anexo desta monografia, segue o questionário que foi aplicado nas turmas a fim de
compreender a percepção dos alunos acerca da Psicologia.