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Brahman Paramatma Bhagavan

Brahman, Paramatma, Bhagavan


Por Jayadvaita Swami

Primeiro Estágio
No primeiro estágio, realizamos o Supremo como uma realidade que tudo
penetra, além de palavras, além da mente, além da matéria, além de todas as
dualidades. Usamos termos como “A Unidade”, “Luz”, “O Absoluto”, “Deus”,
“A Força”, etc. Esse Supremo, nessa visão, é tudo que existe. Na literatura
Védica, esse Supremo é conhecido como Brahman.

Segundo Estágio
No segundo estágio, percebemos que o Supremo não só penetra tudo, mas
também está presente em nosso coração de forma localizada. Qual é a fonte
última dentro de nós de aonde obtemos inspiração, intuição e orientação?
Através da meditação podemos realizar que essa fonte é Deus, ou o Supremo
Absoluto. Os escritos Védicos chamam esse aspecto de Deus de Paramatma,
ou Superalma. Os sábios védicos fazem uma distinção entre a Superalma e a
alma individual. Ambos residem no coração, mas um é infinito e o outro
infinitesimal. A alma, a diminuta faísca de consciência individual, é meu
verdadeiro “eu”. É por natureza eterna, cheio de conhecimento e bem-
aventurança. Mas, por ser pequena, pode se iludir e se enredar na vida
material. Mas a Superalma, poderosa e infinita, está sempre acima da ilusão.
Então é nessa Superalma que a alma diminuta se dirige, sabendo que é o
Supremo.

Terceiro Estágio
No terceiro estágio, realizamos que o mesmo Supremo Absoluto, o mesmo
Deus que tudo permeia e que reside no nosso coração, existe também como a
suprema pessoa individual. Da mesma forma que eu, a alma, aquela
diminuta faísca de consciência, existo como uma pessoa, um indivíduo
consciente, assim também existe a consciência suprema, o Absoluto. Da
mesma forma que eu tenho pensamentos, sentimentos, intenções, o
Supremo também os tem. E da mesma forma que eu tenho qualidades e
atividades específicas, o Supremo, de novo, também os tem. O Supremo, no
aspecto pessoal, tem todos os atributos encontrados e outros seres vivos –
mas Seus atributos são infinitos, ilimitados, irrestritos por condições
materiais. Aquele Supremo, a Personalidade de Deus, existe em Sua própria
realidade, além das dualidades e ilusões. Na literatura Védica, esse aspecto
pessoal do Absoluto é chamado de Bhagavan.
Os mestres védicos explicam esses três estágios de realização com um
exemplo. Quando olhamos à nossa volta vemos o sol na forma da luz que
tudo permeia. Quando olhamos para o céu, vemos a fonte dessa luz, o globo
solar, o Sol, brilhante e poderoso. E se pudéssemos ir ao Sol, poderíamos ver
o deus do Sol, a pessoa que controla as atividades do Sol. Aquele que apenas
vê os raios solares, ainda não viu o Sol em si, e aquele que vê apenas o Sol,
ainda não viu o deus do Sol. Da mesma forma, quem realiza apenas o
Brahman ainda precisa realizar o Paramatma, e quem realiza apenas o
Paramatma ainda precisa realizar Bhagavan. Mas quem realizou Bhagavan
atingiu a plena perfeição, pois conhece os três aspectos do Absoluto.

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