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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

Curso: Engenharia Ambiental – 5º período


Disciplina: Saúde Pública – 2020-1
Prof. Fábio Carvalho
Discente: Samara de Jesus Carmo

Lista de Exercícios 1
Tópico: Vigilância Epidemiológica; Vigilância Sanitária; Vigilância Ambiental

01. Tomando por base o texto “Indicadores de vigilância ambiental em saúde”, de Maciel-
Filho e colaboradores (1999)*:
(a) Explique o que é vigilância ambiental em saúde.
R: Considera-se como o processo contínuo de coleta de dados e análise de
informação sobre saúde e ambiente, com intuito de direcionar a execução de ações
de controle de fatores ambientais que interferem na saúde e contribuem para a
ocorrência de doenças e agravos.
(b) Um modelo conceitual para a vigilância ambiental em saúde é baseado em uma
estrutura de causa-efeito, contendo os seguintes elementos: força motriz, pressão,
situação, exposição, efeito e ações. Explique o que é cada um destes conceitos.
R: Força motriz são os fatores que influenciam os vários processos ambientais que
podem afetar a saúde humana. Esses fatores estabelecem vínculos fracos e menos
diretos entre os riscos ambientais e efeitos reais de saúde. Podem ser dados como
exemplos de forças motrizes: o crescimento da população, o desenvolvimento
econômico, o desenvolvimento tecnológico, a pobreza e a rapidez da industrialização
e da urbanização.
Pressões são consequências das diversas forças motrizes e são fatores que
influenciam em uma escala ampla e que apresentam vínculos indiretos entre os riscos
ambientais e efeitos reais de saúde das populações. Essas pressões são geradas pelas
diferentes atividades econômicas como: indústria, agricultura, transporte e energia.
Em todas as atividades humanas podem surgir pressões sobre o meio ambiente e a
saúde. Como exemplo de pressões tem: produção, consumo, disposição de resíduos.
Situação As mudanças do meio ambiente podem ser complexas e amplas e podem
ter consequências em escala local, regional, estadual e nacional. São decorrentes das
pressões e podem representar um aumento na frequência e magnitude do risco
natural. Os recursos naturais podem ser negativamente afetados, seja a qualidade do
ar, da água e do solo, por causa da poluição. Podem ocorrer modificações
secundárias: uma mudança pode afetar outras áreas. Cada instância pode gerar novos
riscos para a saúde, porém, nem todos os aspectos do ambiente podem influenciar a
saúde, nem se conhecer com clareza a relação com a saúde. Tome-se como exemplo
de situação: riscos naturais, disponibilidade de recursos, níveis de poluição.
Exposição é a condição indispensável para que a saúde individual ou coletiva seja
afetada pelas causas adversas do meio ambiente. Muitos fatores determinam se um
indivíduo será exposto, como: a poluição do meio, quantidade de poluentes, tempo
de permanência em ambientes contaminados, bem como a forma de contato. Estes
fatores estabelecem vínculos fortes e diretos entre os riscos ambientais e os efeitos
reais de novos riscos para a saúde. Como exemplo, podemos citar: exposição externa,
dose de absorção, dose orgânica.
Efeitos podem variar em função do tipo, magnitude e intensidade, dependendo do
nível de risco, do nível de exposição, da situação de saúde da pessoa, idade e
formação genética, etc. Também podem ser agudos ou crônicos. Podem ocorrer
diferentes relações de efeito/exposição para diferentes subconjuntos da população;
podem ser pequenos e devem ser diferenciados dos efeitos de outros fatores.
Exemplos de efeitos: intoxicação, envenenamento, prejuízo ao bem-estar, morbidade,
mortalidade.
Ações podem ser de curto prazo e de caráter reparador, outras a longo prazo e
preventivas. Diversas ações podem ser tomadas, baseadas na natureza dos riscos, sua
receptividade ao controle e da percepção pública dos riscos. As ações podem ser
implementadas em diferentes níveis de gestão, como, por exemplo, em nível das
forças motrizes, das pressões, da situação, de exposição ou dos verdadeiros efeitos
sobre a saúde.

02. A Vigilância Ambiental é organizada em alguns programas específicos. Por exemplo, o


programa relacionado à qualidade da água para o consumo humano (VIGIÁGUA) ou o
programa para a qualidade do ar (VIGIAR). Dentro desse contexto, explique
resumidamente o que são os programas abaixo e seus principais objetivos:
(a) VIGIDESASTRES. Explique também o que é considerado desastre natural e sua
importância para a saúde pública.
R: Desastres naturais afetam a saúde pública e podem causar um número inesperado
de mortes ou enfermidades. O Vigidesastres é um programa sob a responsabilidade
da Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, do Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, da Secretaria de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde. Seu objetivo é desenvolver um conjunto de ações a
serem adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para reduzir o
risco da exposição da população e dos profissionais de saúde, reduzir doenças e
agravos decorrentes deles bem como os danos à infraestrutura de saúde. São
considerados desastres naturais Inundações, deslizamentos, secas e incêndios
florestais. Sua organização propõe uma atuação baseada na gestão do risco,
contemplando ações de redução do risco, manejo dos desastres e recuperação dos
seus efeitos. Além disso, atua na articulação das agendas de mudanças climáticas e
seus efeitos à saúde humana.
(b) VIGISOLO
R: Identificar populações expostas ou sob risco de exposição a solo contaminado e
prevenção e controle dos fatores de risco relacionados às doenças e agravos
decorrentes da contaminação do solo por substâncias químicas. Com principais
objetivos: Implementar metodologias de avaliação de risco à saúde humana; Manter
um sistema de informação de vigilância em saúde de populações expostas a áreas
com solo contaminado – SISSOLO; Informar a sociedade sobre os riscos decorrentes
da exposição humana a solos contaminados.
(c) VIGIQUIM
R: Detecção, conhecimento, mapeamento e monitoramento de populações expostas
a substâncias químicas de reconhecido interesse à saúde. Tem como objetivo o
desenvolvimento de ações de vigilância em saúde de forma a adotar medidas de
promoção, prevenção contra doenças e agravos e atenção integral à saúde das
populações expostas a contaminantes químicos.

03. A OMS define algumas atribuições para a vigilância em saúde ambiental. Cite quatro
destas atribuições.
 Monitorar as condições de saúde e ambiente, assegurando a descentralização das
ações e as prioridades locais;
 Utilizar indicadores que relacionem saúde e condições de vida, produzindo
estimativas da contribuição de diferentes fatores ambientais e socioeconômicos
para problemas de saúde;
 Promover a ênfase nas questões de saúde e ambiente, junto às agências,
organizações públicas e privadas, e comunidades, em todos os níveis, para
inclusão nos seus trabalhos, planos e programas das questões referentes à
vigilância ambiental;
 Apoiar a execução de pesquisas visando a melhor compreensão, avaliação e
gerenciamento de riscos ambientais;

04. Explique a diferença entre Vigilância Ambiental, Vigilância Sanitária e Vigilância


Epidemiológica.
R: A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória
e investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. As ações de vigilância
sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e serviços que oferecem
riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e
medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como
escolas, hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam
os processos produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao
meio ambiente. A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico,
psicológico e social na saúde.

05. De acordo com a Lei 8080 de 1990, defina o que é Vigilância Epidemiológica, suas
funções, objetivos e tipos de dados necessários para se atingir estes objetivos.

R: Vigilância Epidemiológica é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a


detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar
as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Com as seguintes funções:
Coleta, processamento, análise e interpretação dos dados; Recomendação das medidas
de controle apropriadas; Promoção das ações de controle indicadas; Avaliação da eficácia
e efetividade das medidas adotadas; Divulgação das informações. E com tipos de dados
demográficos, ambientais, socioeconômicos, dados de morbidade e dados de
mortalidade.

*Maciel-Filho, A.A. et al., 1999. Indicadores de vigilância ambiental em saúde. Informe


Epidemiológico do SUS, 8(3): 59-66.

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