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INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA DO

TRABALHO

PROFESSOR: EDUARDO CONCEPCIÓN BATIZ, Dr. Eng.


DISCIPLINAS DE BASE DA ERGONOMIA

MEDICINA (CIÊNCIAS DA SAÚDE)


(particularmente a medicina do trabalho):
condições de trabalho adversas e suas
conseqüências no trabalhador;

CIÊNCIAS FÍSICAS E DISCIPLINAS


TECNOLÓGICAS: condições nas que se
desenvolve o trabalho, características dos
processos tecnológicos, das máquinas, etc.;
DISCIPLINAS DE BASE DA ERGONOMIA

PSICOLOGIA: funcionamento do sistema


nervoso, mecanismos das sensações e
processamento da informação;

ANATOMIA E FISIOLOGIA:
estrutura e funcionamento do corpo
humano.
ERGONOMIA

ERGO TRABALHO

NOMOS LEIS, REGRAS

Ciência que estuda as leis ou regras do


PORTANTO
trabalho
Fisiologia do grego physis = natureza

logos = estudo

Fisiologia = Estudo da natureza


FISIOLOGIA HUMANA

ESTUDO DA NATUREZA HUMANA

=
O ESTUDO DOS FENÔMENOS
DO CORPO HUMANO
FISIOLOGIA DO TRABALHO

O estudo dos fenômenos do corpo humano nas


situações de trabalho
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C. Algumas referências no século V (460-377 a.C.) na


Grécia clássica em alguns escritos da coleção
Século XVI
Hipocrática.
Século XVII
Descreve o quadro clínico da doença conhecida
Século XVIII como saturnismo (intoxicação pelo chumbo).
Século XIX
Os principais achados clínicos do Saturnismo são:
Século XX
a) cólica;
b) anemia;
e) tremor;
f) linha gengival azul.
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
Século XVI A fisiologia moderna nasceu no século XVI.

Século XVII A primeira contribuição se deve a MIGUEL


Século XVIII SERVET (1511-1553) que estudou a circulação
pulmonar.
Século XIX
Século XX
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
Médico Belga, um dos fundadores da fisiologia
Século XVI moderna.
Século XVII
Vesálio (1514-1564), juntamente com Servet
Século XVIII demonstraram que não há mistura de sangue entre
Século XIX os dois ventrículos,
Século XX como Galeno havia admitido.
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
Século XVI Com a descrição da circulação sanguínea no
Século XVII século XVII, o anatomista britânico WILLIAM

Século XVIII HARVEY iniciou a Fisiologia


Experimental.
Século XIX
Século XX
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
Século XVI BERNARDINO RAMAZZINI célebre médico italiano.
Século XVII Em 1700 (século XVIII) em Modena, na Itália,
publicou a primeira edição de seu livro “As
Século XVIII
Doenças dos Trabalhadores” (De Morbis Artificum
Século XIX Diatriba).
Século XX
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
Século XVI A fisiologia moderna consumou-se no século XIX
Século XVII com os trabalhos de CLAUDE BERNARD
relacionados a fisiologia do sistema nervoso,
Século XVIII nutrição, função do suco pancreático na
Século XIX digestão, etc.

Século XX
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Século V a.C.
PER-OLOF ÅSTRAND é um dos fundadores
Século XVI da moderna fisiologia do exercício.
Século XVII Nasceu em 1922 (século XX). Formou-se na Faculdade
Século XVIII de Educação Física, Estocolmo (1946), e no
Instituto Médico-Escola Karolinska, em Estocolmo,
Século XIX Suécia (1952).
Século XX
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: condições de trabalho muito


precárias, máquinas barulhentas, pesadas e de difícil
manuseio, muita sujeira, jornadas sem limites.

Surgimento de muitos Acidentes do Trabalho, Doenças Profissionais.

Necessidade de estabelecimento de medidas,


regras, parâmetros que garantam uma segurança.
HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO TRABALHO

Necessidade de Aparece o conceito de


definição de
limites aceitáveis
CARGA DE
para o trabalho TRABALHO

Conjunto de requerimentos PSICOFÍSICOS aos que se vê


submetido o trabalhador ao longo da jornada laboral.
CARGA DE TRABALHO

Que motiva uma


Surgimento da FADIGA
Carga de trabalho
excessiva?

Diminuição da capacidade
FÍSICA e MENTAL

Determinada por esforços físicos, pelas


posturas de trabalho inadequadas, os
movimentos e a manipulação de cargas
realizadas de forma incorreta, entre outros.
Exigência excessiva da capacidade de atenção, análises e controle do
trabalhador, pela quantidade de informação que recebe e a que depois
de analisá-la e interpretá-la, deve dar resposta. A sobrecarga mental se
traduz em estresse laboral.
FADIGA

Esta figura mostra o


necessário que é para a
vida normal manter o
equilíbrio entre a carga
total suportada pelo
organismo e a somatória
das possibilidades de
descanso.

Desde as pausas curtas


durante o trabalho até o
sono noturno.
Esvaziar o barril Fonte: Grandjean. Enciclopédia da OIT, 2001.
representa o
descanso
CARGA DE TRABALHO
Relação típica entre eficiência do trabalhador e as horas
durante trabalho diurno

Fonte: http://148.202.148.5/cursos/id209/mzaragoza/unidad5/unidad5tres.html
TRABALHO-DESCANSO

60 s de trabalho
120 s de descanso Resumo

5 minutos de trabalho
5 ciclos
10 minutos de descanso

30 s de trabalho
60 s de descanso

5 minutos de trabalho
10 ciclos
10 minutos de descanso

10 s de trabalho
20 s de descanso

5 minutos de trabalho
… 30 ciclos
10 minutos de descanso

Fonte: Viña, S. e E. Gregory, 1990


CONSEQUÊNCIAS DO TRABALHO
NOTURNO
MUDANÇAS RESULTANTES DA PRIVAÇÃO PROLONGADA DE SONO

Duração do sono (horas)

Devido a influência
circadiana, o sono diurno
é forçosamente curto.

O ritmo circadiano (do latín


circa dies, que significa
aproximadamente um día) é
o ciclo de sono-vigília que se
repete como uma constante
em nossas vidas, que abarca
Horário de dormir
24 horas, divididas em oito
para o sono e 16 para a
vigília.

Fonte: Knauth y Rutenfranz, 1981; Kogi, 1985


A MELATONINA É SECRETADA DURANTE A
NOITE, ESTIMULANDO O SONO
Fatores que influem no Trabalho Noturno

Ritmo circadiano;

Diferenças individuais;

Tipo de atividade;

Desempenho;

Saúde;

Consequências sociais.

Fonte: Iida, 2005


Consequências do Trabalho Noturno

Existem diversos estudos que avaliam as consequências do trabalho


noturno, principalmente quanto a:

Influências no desempenho;

Aumento do Tempo do Reação;

Erros e riscos de acidentes.

Fonte: Iida, 2005


CONSEQUÊNCIAS DO TRABALHO NOTURNO

Desempenho

Tempo de reação (ms)

Fonte: Iida, 2005


CONSEQUÊNCIAS DO TRABALHO NOTURNO

Desempenho

Influência dos
horários na
quantidade total de
erros cometidos por
controladores de
uma usina de gás.
Berjner, Holm e
Swensson, 1955

Fonte: Iida, 2005


O Cochilo é bom para a saúde e o
trabalho?
Dormir depois do almoço pode salvar sua vida

Quem nunca sentiu uma vontade incontrolável de cochilar depois do


almoço?

Se no Brasil, tirar uma soneca pode ainda ser visto como uma
prática preguiçosa, médicos especialistas no sono computam
esses minutinhos a mais com o travesseiro como um tempo preciso
no seu dia.

Fonte: Pamela Domingues, do R7, 3/9/2012


A sesta (Cochilo), tradição europeia:

(1) fortalece a memória

(2) aumenta a concentração

(3) melhora a parte motora

Evitando acidentes de trabalho

Fonte: Pamela Domingues, do R7, 3/9/2012


A ciência também aprova o cochilo. Uma pesquisa da
universidade americana de Harvard mostra que quem dorme
30 minutos por dia pelo menos três vezes por
semana:

(4) reduz em 37% as chances de


ter doenças no coração.

Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1250388-16022,00-
COCHILO+DEPOIS+DO+ALMOCO+REDUZ+A+CHANCE+DE+PROBLEMAS+CARDIACOS.html
Com a soneca pós-almoço você aumenta em até:

(5) 50% a capacidade de tomar


uma decisão acertada

(6) produtividade no trabalho


aumenta em até 30%.

Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1250388-16022,00-
COCHILO+DEPOIS+DO+ALMOCO+REDUZ+A+CHANCE+DE+PROBLEMAS+CARDIACOS.html
Vivemos em uma sociedade que nos priva do sono,
dormimos menos do que deveríamos.
Repousar após o almoço recarrega as energias e nos torna
mais produtivos.

Contudo, é importante estar atento à duração deste


descanso vespertino. O excesso de cansaço pode
significar que a qualidade do sono noturno não
anda bem.

O ideal é que o cochilo não ultrapasse os 40 minutos, pois


nessa fase o sono é leve. A sesta não substitui uma
noite de sono.

Fonte: Pamela Domingues, do R7, 3/9/2012


??? Que são os limites aceitáveis para o trabalho???

Como definir os limites aceitáveis para o trabalho???


???

Qual é a importância dos limites aceitáveis para o trabalho e


??? Ergonomia???

Como medir objetivamente a CARGA DE


???
TRABALHO???

Para resolver estas interrogantes e muitas outras é


necessário:
O estudo fisiológico de corpo humano

Aparece a FISIOLOGIA DO TRABALHO


FISIOLOGIA DO TRABALHO
SISTEMA CIRCULATÓRIO - RESPIRATÓRIO
O sistema circulatório está formado por 3
componentes:

Bomba: coração

Sistema de canais: vasos sanguíneos

Meio líquido: sangue


Funcionam como bombas de escorvas (auxiliares) que forçam a
passagem do sangue adicional para os ventrículos antes de
acontecer a contração destes.

ÁTRIO ESQUERDO
ÁTRIO DIREITO

Imediatamente os ventrículos se contraem com grande força e


bombeiam o sangue para os pulmões ou para a circulação
sistêmica, por isso os ventrículos são chamados de
BOMBAS DE FORÇA
Coração direito Sangue para os pulmões
Coração esquerdo Sangue para o corpo

Fonte: http://educacao.globo.com/biologia/assunto/fisiologia-humana/circulacao.html
FUNÇAO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Levar OXIGÊNIO e
NUTRIENTES a todos os
músculos e órgãos do corpo

assim como a eliminação de RESÍDUOS


DÉBITO Quantidade de sangue que é bombeado
CARDÍACO pelo coração de uma pessoa normal.

1 Em repouso é de aproximadamente 5 l/min

Durante o exercício muito intenso pode


2
aumentar de 6-8 vezes (25-35 l/min)
PRESSÃO SANGUÍNEA

Função da
pressão É a força que faz o SANGUE FLUIR POR
sanguínea: TODA A CIRCULAÇÃO

A PRESSÃO E RESISTÊNCIA são antagonistas em quanto a seu


efeito sobre o FLUXO SANGUÍNEO, a pressão intentando aumentar
o fluxo em quanto a resistência intenta diminuí-lo.
RITMO CARDÍACO

Requerem de forma geral um RITMO


CARDÍACO MAIOR que os homens para uma
MESMA CARGA DE TRABALHO.

Devido a:

1 Que geralmente têm um tamanho menor do coração;

2 Que o conteúdo de hemoglobina em sangue é menor.


SISTEMA
RESPIRATÓRIO

PARTICIPA

METABOLISMO

CÉLULAS

PRECISAM DE

OXIGÊNIO
O 2
QUE PRECISAM CÉLULAS TRANSPORTADO

SANGUE

UTILIZAM PARA:

Produzir a queima dos alimentos que tem absorvido.

PARA GARANTIR A ENERGIA QUE O ORGANISMO HUMANO


PRECISA PARA TODAS SUAS ATIVIDADES, ENTRE ELAS A
MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA INTERNA DO
ORGANISMO.
Suprir oxigênio para todos os tecidos.

Função fundamental
do aparato
respiratório

Remover o gás carbônico.


Em condições
de repouso
CÉLULAS Consumem  200 mlO2/min

Em condições
especiais
CÉLULAS Consumem ATÉ 30 VEZES

Exercício Aumenta consumo de oxigênio

PORTANTO

Quantidades equivalentes de dióxido de carbono são simultaneamente


eliminadas.
Respiração normal

A pessoa respira 17 Aproximadamente


vezes por minuto 5-6 l/min de ar

O número de inspirações depende de diferentes fatores como o


exercício, a idade, etc.
Sistema circulatório
Quantidade de sangue que é
Resumo
bombeado pelo coração de
Em condições de uma pessoa normal.
repouso
 5 l/min

Em exercício Até 6-8 vezes mais 25-35 l/min


intenso

Sistema respiratório

Células consomem
Em condições de A pessoa respira
repouso
 200 mlO2/min 17 vezes/min
Aproximadamente
5-6 l/min de ar

Células consomem

Em exercício Até 30 vezes


intenso mais
TRABALHO DINÂMICO

Aumento da Aumento do
Aumento da Contração e relaxamento
ventilação fluxo
frequência do músculo esquelético
pulmonar sanguíneo e do
cardíaca e
(respirações aporte de
da pressão
mais profundas oxigênio aos
sanguínea
músculos
ativos;
diminuição do
fluxo as áreas
inativas

Fonte: Enciclopédia da OIT, 2001.


TRABALHO ESTÁTICO

A frequência
A ventilação Aumenta a O aporte de
cardíaca e o gasto
pulmonar pressão no oxigênio e nutrientes
cardíaco
permanece estável interior do ao músculo se
permanecem
músculo obstaculiza e se
estáveis
produz a fadiga

Fonte: Enciclopédia da OIT, 2001.


TRABALHO DINÂMICO TRABALHO ESTÁTICO

Aumento da Aumento Aumento Contração e A A frequência Aumenta a O aporte


ventilação da do fluxo relaxamento ventilação cardíaca e o pressão no de oxigênio
pulmonar frequência sanguíneo do músculo pulmonar gasto interior do e
(respirações cardíaca e e do aporte esquelético permanece cardíaco músculo nutrientes
mais da pressão de oxigênio estável permanecem ao músculo
profundas sanguínea aos estáveis se
músculos obstaculiza
ativos; e se
diminuição produz a
do fluxo as fadiga
áreas
inativas

Fonte: Enciclopédia da OIT, 2001.


PROFESSOR: EDUARDO CONCEPCIÓN BATIZ, Dr. Eng.

email: eduardo.batiz@unisociesc.org.br

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