Você está na página 1de 2

Maternidade Jesus, José e Maria pede socorro

Referência no atendimento de partos de alto risco e de bebês que necessitam de recuperação em


UTI Neonatal, a Maternidade Jesus José e Maria (MJJM), que é administrada por uma instituição
beneficente e depende 100% de recursos públicos para fazer os cerca de 600 partos gratuitos por
mês (cerca de metade dos partos realizado na cidade), todos via SUS, está com déficit mensal de
R$ 350 mil em seu caixa. De acordo com o presidente do conselho da maternidade, Luis Roberto
Mesquita, não há recursos para comprar novos insumos e nem para pagar o 13° dos funcionários.
“Se continuar assim não sobreviveremos até o fim deste ano”, alerta.

Funcionários da maternidade divulgaram uma carta aberta à população de Guarulhos, na qual


alertam que “não há dinheiro suficiente para manter a maternidade funcionando até o fim do
ano”.

Mesquita explica que o Sistema Único de Saúde (SUS) arca com 40% das despesas (R$ 1,8 mi) e a
Prefeitura de Guarulhos com o restante (R$ 4,5 mi), porém o montante não é suficiente para
cobrir todos os custos, que giram em torno de R$ 10 mi. “Desde o ano passado o prefeito Guti
prometeu suplementar o subsídio, em aproximadamente R$ 2,5 mi, mas isso não foi feito. Por três
vezes nós pedimos ajuda este ano. Da última vez, agora em novembro, solicitamos R$ 3,2 mi para
cobrir o rombo, mas isso também nos foi negado”, desabafou.

O aumento da demanda entre 2017 a 2019 foi 47%, isso só no atendimento a bebês na UTI
Neonatal, um dos serviços mais custosos. Além disso, a maternidade, que é a 2ª no estado em
número de partos, também faz 2.900 atendimentos relacionados à saúde da mulher nas áreas de
enfermagem, consulta pré-anestésica, cirurgia ginecológica, mastologia, ultrassonografia,
mamografia, entre outras. “A assistência básica de saúde na cidade não está boa, por isso muitas
futuras mães chegam até nós sem ter feito ao menos um pré-natal nas UBSs. Isso impacta muito o
nosso atendimento e consequente custo mensal”, aponta Mesquita.

Diante da negativa do prefeito em aumentar os recursos e da carta aberta dos funcionários,


Mesquita tem recebido a visita de deputados, federais e estaduais, vinculados à cidade. “Há uma
grande mobilização; recorreremos ao governo do Estado e ao Governo Federal. Estamos buscando
ajuda para manter o atendimento, que é reconhecido como de qualidade pelos próprios usuários”,
disse.

“Há um rombo de aproximadamente 300 a 350 mil reais por mês. A maternidade cumpre um
papel (de atendimento à saúde) que é do município. Fazemos atendimento básico, de partos. Se
não existíssemos a Prefeitura teria que fazer o que fazemos”, desabafou. “Esse montante de R$
3,2 milhões é o mínimo, isso ainda negociando, parcelando com fornecedores", complementou
Mesquita.

Graças à mobilização e grande repercussão do caso, o Prefeito Guti, que a princípio se limitou a
escrever nas redes sociais “que os repasses da prefeitura estavam em dia”, gravou na tarde desta
quinta-feira um vídeo, informando que vai repassar mais dinheiro à maternidade.

"A gente vai conseguir recurso. A Câmara vai economizar e devolver esse valor à Prefeitura. Nós
vamos suplementar esse dinheiro para a JJM, que tanto precisa para fechar as contas até o final do
ano. Essa é a solução que nós encontramos", explicou o prefeito, que informou que o pagamento
deve ser feito até a primeira semana de dezembro.
Uma vaquinha virtual foi aberta na internet. Para doar dinheiro à Maternidade Jesus José e Maria
clique aqui.

Você também pode gostar