Você está na página 1de 6

Policia Rodoviária Federal

Junta Administrativa de Recursos de Infrações


JARI - PRF
REQUERIMENTO A JUNTA ADMNISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇOES - JARI

LUIZ CEZAR ASSIS DE ANDRADE JUNIOR RODRIGUES CPF Nº:


530.033.902-44 - BRASILEIRA – AV EPAMINONDAS JACOME– Nº:
1534BAIRRO: CADEIA VELHA CIDADE: RIO BRANCO CEP: 69.905-232
UF/AC.

 VEICULO/PLACA : QLX 2048


 RENAVAM: 01170896291
 MARCA/MODELO : VW/ VIRTUS HL AD
 AUTO de INFRAÇÁO de TRÁNSITO AIT N° T159051576

 EMAIL – quase@live.com – TEL.: 68 9 9947-9017

 Solicito que, qualquer movimentação neste processo, que seja


notificado no endereço eletrônico ou telefone supracitado.

Venho através deste, apresentar DEFESA CONTRA AUTUAÇÃO POR


INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, nos termos que adiante se seguem:

DOS FATOS

No dia 16/02/2019, as 21:59, o condutor transitava a BR-364 KM-134 UF-AC -


RIO BRANCO / AC, quando foi notificado de uma forma indefinido, que desperta
dúvida, por dirigir sob a influência de álcool, quando na verdade houve
somente a recusa em realizar o teste.
Em primeiro momento, é sobremodo importante assinalar que, O auto de
infração transcrito não deve prevalecer, visto que, as declarações do agente da
autoridade de transito confrontam com a verdade dos fatos, ocorre que, o
agente da autoridade de transito não é formado em medicina ou perito para
afirmar sem provas técnicas que um civil está dirigindo sob a influência de
álcool, ainda que possua fé pública, dessa forma, quando existir a recusa em
realizar o teste do etilometrô, o agente deve notificar (enquadrar) O
DISPOSITIVO DE LEI NA FORMA ESTABELECIDA PELO ART. 277 – 165 – A
(RECUSAR-SE A SER SUBMETIDO A TESTE ...)
Vale lembrar, houve um equívoco por parte do agente da autoridade de trânsito
tornando o auto ambíguo, sendo assim, invoco o dispositivo de lei do ART. 281
do CTB.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida
neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:
Policia Rodoviária Federal
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JARI - PRF
I - Se considerado inconsistente ou irregular; (...)

É preciso insistir também no fato de que, o condutor não estava na condução


veicular sob a influência de qualquer substancia que comprometa a direção Art.
165 do CTB, mister se faz ressaltar, não a prova pericial, testemunhal ou por
meio de equipamento que seja capaz de certificar a influência de álcool ou de
qualquer substancia psic.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto


de infração, do qual constará:

2º A infração deverá ser comprovada por aparelho eletrônico ou por


equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio
tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.

Por isso, me sentindo injustiçado é que venho a esta Junta Administrativa.


Pois, recusar-se a ser submetido ao teste, exame clinico, pericia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substancia
psicoativa, é PREVISTO na forma estabelecida pelo art. 277, e não no art. 165
do CTB.
Oportuno nota dizer que, o mesmo artigo prever Infração - gravíssima; Pontos-
7 Penalidade- multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)
meses.
Inadequado seria esquecer, o condutor estava com odor alcoólico, isso em
virtude da quantidade de álcool que utilizou durante todo dia, passando nas
mãos, braços e até mesmo no rosto, isso devido a pandemia, olhos
avermelhados, pois até aquele momento encontrava-se trabalhando, exausto,
cansado, fadigado e com sono.

DOS FUNDAMENTOS

O Agente da autoridade de trânsito equivocou-se ao aplicar art. 165 COD. 516-


9, sendo que o mesmo afirma que ouve a RECUSA, marcando no campo em
(X) RECUSOU-SE, portanto no auto existe o campo para especificação dessa
tipificação de infração, ou seja, havendo a recusa o agende deve autuar Art.
277 COD. 757-9 é não no art. 165 COD. 516-9 do CTB.
Desta forma, havendo um erro, este auto não deve prevalecer, pois conta
como irregular, uma vez que o condutor não se envolveu em acidente, tinha
ciência de onde estava, data e hora, ter ciência de seu endereço e lembrar os
atos cometidos, de fato estas não são características de quem estava sobre a
Policia Rodoviária Federal
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JARI - PRF

influência de álcool, e mesmo tendo o agente a FÉ Pública, o agente da


autoridade não é MEDICO ou PERITO e não pode afirmar tal ato, salvo por
equipamentos, instrumentos mecânicos, o qual não foi feito por motivos de
força maior.
Com tudo, ainda que, a recente modificação da legislação indique que a
simples recusa em efetuar o teste constitui infração, não deve prevalecer este
entendimento, uma vez que incompatível com a legislação vigente. Não é
razoável punir o condutor se, após verificação pessoal do agente de trânsito,
restar comprovado que o condutor não apresentar sinais de ter utilizado bebida
alcoólica.
É cediço que a interpretação literal, aplicada isoladamente, é insuficiente
para atingir o “espirito da Lei”.
Pelo princípio da universalidade do direito ao trânsito seguro, previsto no art. 1º
2º, CTB c/c art. 144, § 10, I, II, da Constituição Federal, o agente autuador,
através da fiscalização, um dos tripés que norteiam este ramo do Direito
(educação-engenharia-fiscalização) deve trabalhar para que haja a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio. Todavia, não se pode chegar ao exagero de punir quem não
oferece nenhum risco, como no caso em tese.
Apesar de a autuação constituir um ato administrativo vinculado, é necessário
que sejas observado o caso concreto para determinar a presença ou não do
risco que o condutor ofereça naquele determinado momento.
A jurisprudência já se pronunciou no sentido de que a qualidade irrelevante de
álcool, incapaz de atingir a capacidade psicomotora do indivíduo, não devem
ser punidas. Neste sentido:

APELAÇÃO CIVEL. MANDATO DE SEGURANÇA INFRAÇÃO DE


TRÂNSITO RECUSA EM REALIZAR TESTE DE ALCOOLEMIA
(BAFÔMETRO).
APLICAÇÃO DE MULTA E SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR.
SENTENÇA QUE DENEGOU A SEGURANÇA. IRRESIGNAÇÃO DO
IMTERPRETANTE: O impetrante foi autuado em fiscalização conhecida
como Lei Seca por estar por estar conduzindo veículo e ter-se negado a
realização do teste de alcoolemia. Denegada a segurança, sob o
fundamento de falta de provas capazes de elidir a presunção de
legalidade e legitimidade que gozam os atos administrativos, apelou o
autor.
Policia Rodoviária Federal
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JARI - PRF
A recusa em submeter-se ao teste barométrico não implica, por si
só, em inexorável reconhecimento ao estado de embriaguez, sob
pena

de violação vedação a autoincriminação, do direito ao silêncio, da


ampla defesa e do princípio da presunção de inocência. Se o
indivíduo não poder ser compelido a se auto incriminar, nemo
tenetur se detegere, não pode ser obrigado a efetuar o referido
teste do bafômetro, competindo a autoridade fiscalizadora provar a
embriaguez por outros meios, de modo a aplicar as sanções
previstas pelo artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro. Com
isso havendo a recusa o agente autuador não pode notificar as
sanções prevista no art, 165, tendo ele o mecanismo a sua
disposição do art. 277/165-A, assim não deixando dúvidas quanto
ao ato infracional.
Portanto havendo equívocos o auto não se sustenta e deve ser
cancelado. Concessão da segurança ao impetram ora recorrente, para
que o impetrado se abstenha de apreender a sua carteira de habilitação,
devolvendo-lhe o prazo legal para apresentação de recurso, com o
devido contraditório e ampla defesa. CONCESSAO DA ORDEM.
RECURSO CONHECIDO e PROVIDO (0417843-17.2014.8.19.0001 -
APELAÇAO; Des. (A). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA –
Julgamento: 14/02/2017 – OITAVA CÂMARA CIVEL).

Importante a observação de que a não autoincriminação está prevista no Pacto


de São José da Costa Rica, que possui status de supra legalidade, devendo
prevalecer sobre legislação ordinária que o contrarie.
Oportuna a menção de que o Manual Brasileiro de fiscalização de trânsito
determina que no campo de observações deve ser pormenorizada a situação,
com os elementos que demonstrem o verdadeiro estado em que se encontrava
o condutor: se apresentava sinais de embriaguez na fala, andar, de
consciência bem como outros elementos que conduzam ao entendimento de
que a capacidade psicomotora se encontrava atingida, o que não ocorreu no
caso em tela.
Não e outro o entendimento da Resolução 432/13 do CONTRAN:
Art. 5º Aos sinais de alteração da capacidade psicomotora poderão ser
verificados por;
I- Exame clinico com laudo conclusivo e firmado por medico perito;
ou
II- Constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, dos sinais
de alteração da capacidade psicomotora nãos termos do Anexo
II.
Policia Rodoviária Federal
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JARI - PRF
§ 1º Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo
agente da Autoridade de Trânsito, deverá ser considerado não
somente um sinal, mas um conjunto de sinais que comprovem a
situação do condutor.

Frisa-se, ainda, que os sinais de alteração devem ser mencionados no campo


de observação do auto de infração e corresponder aqueles enumerados no
anexo II Resolução 432/13, o que não ocorreu.
Resolução 432/13. Art. 5º, § 2º. Os sinais de alteração da capacidade
psicomotora de que trata o inciso II deverão ser descritos no auto de infração
em termo especifico que contenha as informações mínimas indicadas no anexo
o qual deverá acompanhar o auto de infração.
Por fim, porém não menos importante, ressalta-se que não houve, no momento
abordagem e realização do teste, a apresentação do certificado de calibração
do equipamento de aferição, sendo impossível verificar seu exato
funcionamento. Tal fato, por si, capaz de justificar a recusa ao teste do
bafômetro. Assim caminha a melhor jurisprudência:
...Além dos fatores já mencionados, é também admissível que a recusa do
motorista possa estar lastreada no receio quanto á exatidão do aparelho. A
preocupação merece guarida, tanto que a própria Resolução Contran 432, e
seu artigo 4º., assim estabelece:

“ Art. 4º. O etilômetro deve atender aos seguintes requisitos:


I- Ter seu modelo aprovado pelo INMETRO;
II- Ser aprovado na verificação metrológica inicial, eventual, em
serviço e anual realizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia-INMETRO ou por órgão da Rede Brasil
de Metrologia Legal e Qualidade RBMLQ;

Parágrafo único. Do resultado do etilômetro (medição realizada) deverá ser


descontada margem de tolerância, que será o erro máximo admissível,
conforme legislação metrológica, de acordo com a “Tabela de Valores
Referenciais para etilômetro” constante no Anexo I”.
De tal sorte, a desconfiança de que o aparelho apresentado para a realização
do exame não preencha todos os requisitos de segurança exigidos, pode sim,
gera comportamento negativo por parte do condutor.
Entretanto, nada impede a autoridade local, responsável pela abordagem, na
rua, de obter outros modos de aferição da embriaguez, ou simples ingestão de
Policia Rodoviária Federal
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JARI - PRF
bebida alcoólica, conforme já mencionado anteriormente... (PELAÇAO CIVIL
0319040-96.2014.8.19.001).

DO PEDIDO

Pelos argumentos aqui apresentados, pela veracidade dos fatos é que não se
deve prevalecer a penalidade pela suposta infração cometida.
Diante de todo o exposto, por haver um equívoco do agente da autoridade de
transito, venho a esta, requerer:
O deferimento do presente recurso por se tratar de multa irregular, pois
havendo a recusa deve-se autuar nos termos do art. 277 do CTB e não no art.
165 dirigir sob a influência de álcool, com consequente cancelamento da multa
indevidamente imposta, bem como restabelecimento dos pontos
acrescentados em minha CNH, assim como desconsideração da suspensão do
direito de dirigir.

Nestes termos peço deferimento.

LUIZ CEZAR ASSIS DE ANDRADE JUNIOR RODRIGUES


CPF Nº: 530.033.902-44
Parte legitima

Você também pode gostar