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Departamento de Física

1. T6 ANÁLISE DO ESCOAMENTO DE UM LÍQUIDO E DETERMINAÇÃO DO


COEFICIENTE DE VISCOSIDADE DA ÁGUA

1.1 Objetivos

Determinação experimental do coeficiente de viscosidade de um fluido


Determinar a velocidade máxima de escoamento da água num tubo.

Na experiencia analisamos o escoamento de água através de um tubo de secção


constante. A água origina de um reservatório (grande, a direita) passa pelo tubo
horizontal (os tubos verticais indicam a pressão na água nas respetivas posições)
e a água sai do tubo num jato horizontal.

Fig.1

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1.2 Fundamento teórico

Para que um líquido real, i.e. com viscosidade não nula, flua
dentro de um tubo, é necessário manter uma diferença de
pressão entre as extremidades do tubo. Caso contrário o
líquido não flui. Este facto deve-se às forças de atrito entre o
líquido e as paredes do tubo bem como às forças de atrito
interno do líquido. No regime laminar as forças de atrito interno
surgem quando camadas adjacentes do líquido adquirem
velocidade relativa entre elas até atingirem a velocidade
máxima no centro do tubo e a velocidade zero na parede do
tubo.. Este comportamento é descrito pela equação de
Poiseuille:

𝜋(𝑝 −𝑝 )
𝑄̇ = 81ℎ 𝑙 2 𝑅 4 (1)

em que (p1 – p2) é a perda de pressão (ou carga) por


unidade de comprimento. l, h é a viscosidade do líquido e R é o raio do tubo. A
velocidade máxima está relacionada com o caudal de líquido no tubo, Q, por:
Q = 2 vmáx A e Q = vmédio A (2)
em que A é a área da secção transversal do tubo.

Outros aspetos da física dos fluidos são postos em evidência nesta experiência:
um deles é a conservação da massa que flui em qualquer ponto do circuito, desde
que não haja fugas. Traduz-se na equação da continuidade que diz que mesmo
que ao longo do circuito hidráulico haja variações na secção dos tubos que o
constituem, permanece, no entanto, constante o produto da velocidade pela área
da secção transversal:
v1A1 = v2A2 (3)

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Sabe-se também que a pressão hidrostática num ponto no
interior de um líquido é igual à pressão sobre a superfície
livre do líquido mais o peso da coluna de líquido que se
encontra acima do ponto considerado:

p = p0 + ρgh (4)

A equação 4 e um caso especial (hidrostática) da equação de Bernoulli que traduz


a conservação da energia:

1
𝑝0 + 𝜌 𝑔 ℎ + 𝜌 𝑣 2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (5)
2

No escoamento para o “exterior” do tubo , o líquido sai


com a velocidade v

2 (𝑝−𝑝0 )
𝑣= √ 𝜌
(6)

Em que p é a pressão na ponta do tubo e po a pressão atmosférica. O jato de água


descreve semelhante ao “lançamento” horizontal uma parábola.

3. Procedimento Experimental Utilize a montagem experimental que se


encontra em cima da bancada semelhante a figura 1 em cima. .

1. Meça o diâmetro interno d do tubo horizontal


2. Abre a torneira e enche o reservatório grande aproximadamente até o nível
indicado na fig. 1. Regula o caudal na torneira em maneira que o nível se
mantém constante.
3. Deixe a água a correr no tubo e, usando uma tina graduada e um
cronómetro meça o volume de água que corre no tubo num intervalo de
tempo definido. Calcule o caudal Q [m3/s] e a velocidade vo na saída do
tubo.
4. Tire uma fotografia da instalação experimental com a água a correr,
incluído o reservatório e o jato de água a sair do tubo. Tente minimizar
erros de paralaxe. Transfere a fotografia numa folha de Excel.

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5. Meça as alturas h1, h2 e h3 a partir do centro do tubo até à superfície livre
da água (na folha de Excel)
6. Calcule a s perdas de pressão p ao longo do percurso e apresente p =
f(l).
7. Determine a viscosidade da água .
8. Analise o jato da água a sair do tubo por sobreposição da fotografia com
uma equação de segundo grau y = a x2 + b x + c

9. Em conformidade com o trabalho 2, a trajetória pode se descrever por


1𝑔 2
𝑦 = 𝑦0 ± ∙𝑥
2 𝑣02

Determine vo e yo.

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TRABALHO T6 –

Análise do escoamento de um líquido e determinação do


coeficiente de viscosidade da água

FOLHA DE RESULTADOS

Grupo:…2….; data 08/ 03/2019


MIEBIOL
Alunos: Ana Dias………………………………… NºA88371
Laboratório Integrado
Paulo Ferreira……………………………NºA88387
Física
Rúben Freitas……………………………NºA90344

Tabelas de Resultados

Dados :

✓ Tempo que demorou a encher a tina = (9,79 ± 0,01) s



Volume de água = (4,45x10-4 ± 2,56x10-7)m3
✓ Diâmetro interno do tubo horizontal: d= (6,80x10-3 ± 5,00x 10-4) m

1. Caudal na saída do tubo: Q = v / t


Q = 4,45x10-4 / 9,79 = (4,55x10-5 ± 2,56x10-7) m³/s

Cálculos auxiliares ( Calculo da incerteza associada ) :

∆𝑄/𝑄 = ∆𝑉/𝑉  ∆𝑄 = (𝑄 ∗ ∆𝑉)/𝑉

4,55x10-5 * 2,5x10-6 / 4,45x10-4 = 2,56x10-7 m³/s

2- Cálculo da Área do tubo

Área do tubo = Πr2

A = Π x ( 6,80x10-3/ 2 )2 = (3,63x10-5± 1,06x10-5) m²

Cálculos Auxiliares ( Cálculo da incerteza associada)


∆A ∆𝑟 𝐴 ∗2∗ ∆𝑟
=2∗  ∆A = = 3,63x10-5 x 2 x 5,00x 10-4 / 3,4x10-3 = 1,06x10-5 m²
A 𝑟 𝑟

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Cálculo do Vo
𝑄
Q = Vo * A  Vo = = 4,55x10-5 / 3,63x10-5 = (1,25 ± 0,372) m/s
𝐴

Cálculo auxiliar ( Cálculo da incerteza associada) :

∆Vo ∆Q ∆A ∆Q ∆A
= +  ∆Vo = Vo * ( + ) = 1,25 x (2,56x10-7/ 4,55x10-5) + (
Vo Q A Q A

1,06x10-5/3,63x10-5) = 0,372 m/s

2- Fotografia da experiencia mostrando os níveis do reservatório e dos tubos

verticais e o jato de água e análise do gráfico:

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ho (reservatório) = (25,00 ± 0,050) cm

h1 = (3,50 ± 0,50)cm h2 = (7,10 ± 0,50)cm

h3= (10,0± 0,50)cm h4 = ( 12,70±0,50)cm

3- Gráfico p = f(l)

∆p
300000

250000

y = 460387x - 19519
200000

150000

100000

50000

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

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4.Determinar a viscosidade do fluido água, a partir do gráfico.

Nota: l = (46,8 ∗ 10¯2 ± 5*10−4 ) m,

𝜋(𝑝1 −𝑝2 ) 𝜋(𝑝1 −𝑝2 )


𝑄= 𝑅4  h = 𝑅4 = 𝜋 x 460387 /
8ℎ𝑙 8𝑄𝑙

((8 x 4,55x10-5 x 46,8x10-2 )) x (3,4x10-3)4 = (8,24x10-2±10−3 ) Pa/ s


∆h ∆Q ∆l 4∆r
Cálculos auxiliares: = + + 
h Q l r

 ∆h= (8,24x10-2±10−3 ) x ( (4,55x10-5/ 2,56x10-7) + (46,8 𝑥 10¯2 /5,0x10-4) +

( 5,0x10-4/ 3,4x10-3) = 5,18 ∗ 10−3 Pa/s

5. Entre o 1º e o 4º tubo, a pressão varia de uma forma linear, ho é bastante


mais elevado. Tem uma explicação?
Podemos observar que a pressão varia linearmente entre o os tubos 1 e 4 .
A altura do reservatório, ho, é bastante mais elevado pelo facto de entre a
altura do reservatório e o início do tubo horizontal existe um aumento da
pressão.

6. Fotografia da experiência mostrando apenas o jato de água e sobreposição


com uma equação de 2º grau:

y = a x2 + b x + c, a=-0,3676; b=0,1189; c=8,8929

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7. Calcule Vo do gráfico em cima e compare com vmédio de escoamento

−1 𝑔 𝑔
−0,3676 = ∗ 2 <=> 𝑉𝑜 = √ <=> 𝑉𝑜 = 3,65𝑚/𝑠
2 𝑉𝑜 2 ∗ 0,3676

Sabendo que o valor tabelado para a velocidade média de escoamento 2,56 m/s,
podemos concluir que o valor da velocidade inicial que obtemos é 1,43 vezes
superior. Isto deve-se ao facto de, para além dos erros sistemáticos e aleatórios
associados a esta experiência, a água estar a sair por um tubo o que faz aumentar
a velocidade. Mas também, porque o fluxo de água é contínuo, logo quanto mais
água no reservatório com maior velocidade ela vai passar pelo tubo.

Análise crítica dos resultados:

1. Discuta os erros sistemáticos e os erros acidentais quantitativamente

Os erros acidentais são maioritariamente erros de paralaxe, falhas nos movimentos


realizados, as fotografias utilizadas ao na experiência ou erros nas medições. Os
erros sistemáticos devem-se principalmente a possíveis más calibrações dos
equipamentos utilizados na experiência.

2. Discuta a influência dos erros sobre o resultado final (viscosidade água)

O resultado obtido excede ou fica a baixo do valor real, ficando menos preciso
e exato, devido aos erros referidos na pergunta anterior.

Assim, ղágua = 5,18*10-3 Pa/s

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