MANUELINAS
LIVRO V
REINO DE PORTUGAL.
PARTE!.
DA L E G IS LAÇA Õ A N T I G A.
SENHOR REY
D. MANU EL.
LIVRO V.
COIMBRA :
N/1 REAL IMPRENSA DA UNIPERSJDADE.
ANNO DE MDCCLXXXXVII.
TAVOADA
D O Q_U I N TO L I V R O.
O Q_U I N-
O QUINTO LIVRO
DAS
O R D E NA C O É S. 5
T I T U L O P R I M E I R O.
Da ordem que o Julguador terá nos feitos crimes.
T I TU L O II.
Dor Hereges e Apojlatas.
---------- -------
T 1 T U L O III.
Da !eJa ,Wagejlade, e dos que cometem traiçam contra o
Rey, ou.feu Real Ejlado, ou faz em outros crimes alrai-
çoadamente.
3
18 O ~TNTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. III.
T I T U L O IIII.
Dos que dizem mal d'E!Rey.
Liv. P. D TI ..
26 Ü ~INTO LIVRO DAS ÓRDEN. TIT. V.
T I T U L O V.
Como pa!fará falha dos que forem prefos
por feito crime.
TI-
Dos Q.UE FAZEM MOEDA FALSA IT e. 29
TI TU LO VI.
T I TU L O VII.
4
34 O ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. VII.
degradad o pera fempre pera a Ilha de Sam Thome,
e perca roda fua faz enda, a metade pera quem o acu-
far, e a outra pera Noffa Camara, e pola tal Efcri-
ptura nom fe fará obra algüa, nem ferá de e fe él:o
alguü, poíl:o que fem malicia foífe 1eixado de poer.
2 Ü u TRO s1 todo aquelle que falfar , ou mandar
falfar final d'alguü Noffo Oefembarg uador no que
a feu Officio pertencer, ou feio d'algüa Cidade, Vil-
la, ou Concelho, ou outro qualqu er feio autenti-
co, ou emader, ou diminuir, ou mudar algüa coufa
defpois da Carta aílinada , ou affellada , por que fe
mude em a\gua parte a tençam della , ou falfar por
qualquer maneira algüa Efcriptura pubrica, ou final
pubrico de alguü Tabaliam, ou Efcriuam, que Noffa
auétoridade renha pera fa zer final pubrico, feja de-
gradado pera fempre pera a Ilha de Sam Thome,
e perca os bens pera a Coroa dos Noffos Reynos , fe
defcendentes, ou afcendentes lidimos nom teuer.
3 E o QYE fa!far final de qualquer outro Julgua-
dor em coufa que a feu Officio pertencer, ou alguü
Aluará , a qu e fegundo Noffas Ordenaçoes fe deueria
dar fee, fe verdadeiro fofre, como a Efcriptura pu-
brica , fej a degradado dez annos pera a Cidade de
Cepta, e perca os bens pera a dica Coroa.
4 E os Tabaliaes que fezerem Efcriptura falfa,
Mandamos que mouram morte natural, e percam
todos feus bens pera Cor~a de Nofros Reynos, e eíla.
mefma pena auerá o Efc riuam judicial que fezer al-
gu ü Auto falfo. E neíles cafos poilo que de Nós
ªJªm
DA PEN A QYE A \'ERA' O QYE FALSAR SINAL ETC. 35
ajam perdam , nom lhe fcrá guardado, porque o
Auem os p or fur rc pticio.
5 E o Q.1' E ordenar que alguü Tabaliam, ou F!"cri-
uam fa ça Ercriptura falfà., ora o Taha\Í ;lm íeja d ei lo
fabedor, ora nom, fe a Eícriprura for de qualidade
que fe poderia por ella ncguociar valia de huü marco
de pnta, e di pera cima, poílo qu e fe nom neg uo-
cee, morrerá mane natural, e perderá feus ben~;
e fendo de menor qu ,1 lidadc, fer:í deg radado pera a
Ilha de S;im Thomc pera fempre , e perderá os bens.
E a teílernunha, ou teíl:emunhas, que ao fazer da
dit:i. Efc riptura inrcruierem, fabendo que fr faz falfa,
encorrcram nas ·me[mas penas.
T I T U L O VIII.
TI TU LO IX.
T 1-
38 O ~TNTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. X.
TI TV LO X.
Do que mata ou fere na Corte, ou em qual<1uer parte do
Reyno, ou tira arma na Corte. E do que tira com
heejla , e do efcrauo que arranca arma contra Jeu
Jenhor.
TI TU LO XI.
T I TU L O XII.
T l T U L O XIII.
Dos que dormem com faas parentas, e ajfiis, e cunhadas.
T I-
52 o ~rnTo L1vRo oAs ORDEN. T1T. xnn.
T l T U L O XIIII.
TITULO XVI.
Do que matou Jua molber pola achar em adulterio.
T 1-
Do QYE CASA OU DORME COM PARENTA ETC. 65
T I T U L O XVIII.
-6
66 O QEINTo LtvRo DAS On.oEN. TIT. XIX.
TI T U LO XIX.
--------------------
TITULO XX.
.T I-
70 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. XXI.
TI TU LO XXI.
TI..
Do QYE ENTRA EM MoEsT. ou TIRA FREIRA. 71
T I T U L O XXII.
T I T U L O XXIII.
Do que dorme com moça virgem , ou viuua honejla por fua
vontade, ou entra em cafa doutrem pera com cada hüa
de/las dormir , ou com efcraua branca de guarda. E do
que dorme com m?lber, que anda no Paaço.
T J.,
76 O ~INTo LrvRo DAS ÜRDEN'. TIT. XXIV.
T I T U L O XXIV.
~ue nom tragr1a ninhuü homem barreguã na Corte.
TI T U LO XXV.
Liv. V. L TI-
82 0 ~INTO LIVRO DAS ÜROEN. TIT. XXVI.
T l T U L O XXVI.
T I T U L O XXVII.
--------
T I T U L O XXVJII.
Das barreguás que fogem a aquel/es com que viue,11,
e lhe leuam ofiu.
T 1-
DAS ALCOUV[TEIR/\S, E ALCOUVJTEJROS .ET C, 87
T 1 T U L O XXIX.
TITULO XXX.
Dos Rejiaes.
-----------------
T I T U T O X XXI.
Do homem que Je vejle em trajos de molher, ou molher
em trajos de homem, e dos que trazem ma/caras.
T 1-
Do QYE CASA COM MOLHER VIRGEM ET e. 9r
T I T U L O XXXII.
T I T U L O XXXIIII.
Dos que arreneguam , e blasfemam de Deos ,
e dosf eus San/os.
TI..
100 Ü ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. T1T. XXXV.
T I T U L O XXXV.
T 1-
102 O ~INTo LrvRo DAS ÜRDEN. Tn. XXXVI.
T I T U L O X XX VI.
TI-
Dos ruRTos, E Q1TE NOM TRAG. GAZUL. ET e. 109
T I T U L O XXX VII.
T I T U L O XXXVIII.
TI T U LO XXXIX.
-------------------
TI TV LO XL.
Das pef!oas que fam efcufas d'auer pena d•ar;outes, ou
outras penas viis. E dos cefos em que o nom deuem
feer.
TI TU LO XLI.
T l T U L O XLII.
'º
130 O ~INTo L1vRo DAS ÜR.DEN. TrT. XLII.
T 1-
Dos <UJE <UJERELAO MALICIOSAMENTE n e. 143
T I T U L O XLIII.
TI•
144 O OErNTo LrvR.o DAS ÜRDEN.TIT. XLIIII.
T I T U L O XLIIlI.
li
146 o ~I\fTO LIVRO DAS ÜRDEN'. T1T. XLIV.
os ditos malfeitores derem , apellaram pera Nós por
parte da Jufüça, fe os Julguadores que affi os fen-
tenciarem nom teuerem alçada fobre o tal maleficio.
3 E A NTEs que mandem as apellaçoes faram poer
huü Aluará de editos de oito dias, por que lhe noti-
ficam como a dita fentença he dada no dito feito, e
apellada , que a certo termo, que lhe loguo no dito
Aluará ferá aíli limirado, vaa feguir a dita apellaçam;
e poílos affi os ditos editos nom ferá neceílario os
Juizes da moor alçada poerem outros editos, os quaes
Juizes que da apellaçam conhecerem deípachararn
o dito feito finalmente, condenando, ou abfoluendo
o dito acufado, fegundo acharem que he Dereito.
4 E QY A N To aos outros maleficios onde proua-.
dos nom cabe pena de morte natural , ou ciuel , e a
Juíliça pode auer luguar fegundo fórma de Noffas
Ordenaçoes , ~eremos , e Mandamos que fe os
ditos malfeitores fe acoutarem a cafa de alguüs po-
derofos , ou fe abfentarem em tal maneira, que ligei-
ra mente, e fem muita dificuldade nom poffam feer
preíos, nem citados em peffoa, pera fe delles fazer
comprimento de Juíl:iça , e as partes injuriadas, ou
danificadas quiferem demandar emenda , e corre-
gimento, e fuas injurias, e dãnos, fejam a ello re-
cebidas, e fejam-lhe dadas Cartas de editos na fór-
ma emcima declarada ; e fe nom vierem eíles mal-
feitores liurar-fe dos excdfos que lhes forem poíl:os
ao tempo contheudo nos ditos editos , proceda-fe
contra elles em fua abfencia atee definiciua ; e fabi-
da
EM (U1E CASOS SE PROCEDERA' POR EDITOS ETC. 147
T 1-
156 O ~INTO L1vRo DAS ÜR.DEN. TrT. XLV.
TITULO XLV.
T 1-
Dos EXCOMUNGUADOS APEL LADOS. 159
T I T V L O XL VII.
T J..
] 60 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. XL VIII.
T I T U L O XLVIII.
12
162 O ~INTO L1vRo o.As ÜRDEN. Tn. XLVIII.
gradado dez annos pera a Ilha de Sam Thorne ;
e fendo piam aa!em dello ferá açoucado pubrica-
rnenre.
6 E os que em os fobreditos cafos de joguar
cartas , ou dados forem culpados, poderam feer ci-
tados , e acu fa dos , ou d emandados do dia que co-
meterem cada huú dos ditos maleficios atee quatro
mefes primeiros feguinres ; e os que em os outros
cafos fobredicos de fazer cartas , ou vender , ou tra-
zer , ou joguar com cartas , ou dados falfos , ou por
terem tauolagem como dito he , poderam feer acu-
fados atee huú anno, e mais nom •.
7 DAs quacs penas fobrcditas de dinheiro, con-
theudas em toda eíla Ordenaçam , ametade ferá pe-
ra quem os acufar, e a outra metade pera Nofià Ca-
mara. E quanto ao dinheiro, ou ouro, ou prata que
for achado no joguo, ferá ametade do que o achar .,
e a outra metade do Alcaide Moor do Luguar, on-
de affi for achado joguando , fegundo no Titulo
D os Alcaides Moores no Liuro primeiro he dito. As
quaes penas de dinheiro fe nom entenderam . nos
efcrauos catiuos, mas em luguar da pena do dinhei ...
ro feram açoutadcs ao pee do pelourinho , onde lhe
feram dados vinte açoutes ; faluo fe o fenhor do
efcrauo quifer paguar a dita pena de dinheiro por
elles.
TI-
~E NOM D&l!M CART. DE S~GUR. EM CASO DE l"ERID. I6J
T I T U L O XLIX.
---------·---------
TITULO L.
T l TU LO LII.
Dos Coutos ordenados pera fe coutarem os homiz i'ados,
e dos cafos de q_ue em elles deuem Jeer defefos.
13
r78 O ~INTo L1vRo DAS ÜRDEN.TrT. LIII.
em elle pareceo, e defpois defemparou a dita acufa-
çam, nom a querendo profeguir em diante.
9 E SE a]guü for prefo fóra do Luguar do Couto,
e fe chamar ao Couto , moíl:rando Joguo como for
prefo licença dos Juízes do dito Couto porque affi
fahio delle , Mandamos , que feja leuado prefo ao
Luguar do Couto, e os Juízes do dito Couto , pro-
cedam como emcima dito he, e nom a moil:rando
loguo ferá ouuido polos Juízes do Luguar, em que
a!Ii for prefo , pera fe veer fe lhe valerá o dito Cou-
to, ou nom.
1o E TODO o que dito he nos fobreditos Coutos
do Reyno , Mandamos que aja luguar nos que fe
coutarem a cada huü dos Noífos Luguares d' Alem
em Africa, e em outra maneira lhe nom fejam guar-
dados, nem lhe valham aos homiziados, fenom da
maneira fobredita.
T I T U L O LIII.
T 1-
Do ALc. ou CARCER. QYE SOLTA o PRESO ET e. 18r
T I T U L O LIIII.
T I T U L O LV.
TI TU LO LVI.
T I T U L O LVII.
1-+
194 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. LVIII.
taees poderam efcreuer, e falar, como poderiam fa-
zer por fi mefmos, fem a parte por que fe aíTi fezer
auer pena algüa , com tanto que quando lhe affi fa-
larem por as taees peíloas feja em luguares pubri-
cos, e nom vam a cafa dos ditos Defembarguadores
falar por elles.
1 E SE a parte nom quifer dar proua , ou a nom
teuer pera prouar como a dita carta , ou roguo foi
feito por confentimento , ou aazo da outra parte , e
requerer que feja dado juramento aa dita parte con-
traira, fer-lhe-ha dado, e ferá conílrangido a jurar
como a dita carta , ou roguo , nom foi dada por feu
coníentimento ; e nom querendo jurar, ferá conde-
nado como fe contra elle foíle prouado , que por feu
confentimento fe fez. Porem no cafo que requerer o
diro juramento, nom poderá a parte que o affi re-
querer dar mais proua pera aquello que requerer•
que a dita parte jure.
--------
T I T U LO LVIII.
Dos De(embarguadores, e Julguadores, que nom guar-
dam as Ordenaçoes, ou as inlerpretam. E que tomam
conhecimento dosfdlos que lhe nom pertencem.
TI TU LO LIX.
Da pena que aueram os Officiaes, que !euam mais
do contheudo em Jeu Regimento.
TI TU LO LX~
Dentro de quanto tempo Je /aram as execuçoes das penas
corporaes, e que os condenados fijam primeiro con-
fejfados.
TI-
Dos ALMox. RENO. E JuR. Q!Ji FA7.. AVENÇAS. 201
TITULO LXI.
TI•
~E os CoRREG. E JuIZES NOM CONSTRANG. [TC. 103
T I T U L O LXIII .
T I T U L O LXIV.
Dos tormentos, e e11t que cafos.feram dados aos Fidalguos,
e Caualeiros.
TITULO LXV.
Dos Bulroes , •e lnliradores.
Lrv. P. Dd T 1-
15
210 Q QulNTO LIVRO DAS ÜRDEN. T1T. LXVI.
T I T U L O LXVI.
T I T U L O LXVII.
Liv. Y. Ee T J..
218 0 ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN.TJT. LXIX.
T I T U L O LXIX.
T l TU LO LXX.
T I T U L O LXXI.
T 1 T U L O LXXII.
Dos vaadios.
--------
TITULO LXXIU.
Se o que foi acujado por alguú crime, e liure por fenten ..
fª ou perdam , /e Jerá mais acefado por el!e.
16
226 o 0EINTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. LXXIII.
onde o que fc affi liurou citaffe alguü Tutor, ou Cu-
rador d'alguü orfaõ, a que pertençia a dita acufaçam,
o qual Tutor , ou Curador o nom acufaffe , e defpois
o dito orfaõ o quife!fe acufar ; ou quando algüa pef-
foa ouuelTe de Nós perdam por lhe perdoar o Tutor
d'alguü orfam, a que a acufaçam pertencia, Manda-
mos , que nos ditos cafos os ditos parentes , que affi
nom foram citados, e bem afTi os ditos orfaõs, conuem
a faber ,as machos atee hidade de vinte e quatro an-
nos, e as femeas atee hidade de vinte e dous annos,
o~ poffam acufar nouamente, como que nunca foram
liures , ou como que nunca ouueram perdam , com
tanto que querelem primeiro ; porem nom feram
prefos por ninhíia guifa polo dito cafo, de que affi
fam liures, pofto que delles feja querelado nouarnen-
te : mas os que aíli os quifcrem acufar lhe foram no-
tificar por Noffas Juftiças, como os querem acufar,
e do dia da dita notificaçam, que lhe affi for feita•
a feffenta dias poderá tomar Carta de feguro pola
dita morte , ou fe poer em cobro ; e paffado o dito
tempo nom tendo tomada Carta de feguro poderam
feer prefos por a dita querela nouamente dada , ou
achada. E paffados os ditos feílenta dias , fe o dito
querelado nom for prefo por a dita querela , o que-
relofo o fará citar por editos dentro de termo d'ou-
tros feffenta dias , e profeguiram a acufaçam aa fua
reuelia atee fentença definitiua ; e nom citando den.
tro dos ditos fefienta dias , ou nom proíleguindo a
dita acufaçam, ferá lançado, e nom ferá mais ouuido
[o_
SE O QyE l'OT ACUS. POR ALG. CRIM. E LIV'. ET e. 227
TI T U L O LXXIV.
D'aqudles, quedam aa prijam os malfeilores•.
T I T U L O LXXV.
Do que aleuanta volta em Juízo perante a Jujliça ,
ou arranca em Igreja , ou Precijfam.
TI-
Do HOMEM QyE HE FERIDO DE NOITE ET e. 233
T I T U L O LXXVI.
------------------
T I T U L O LXXVII.
T I T U L O LXXVIII.
~ue nom confentam aos moradores de Caflella, que ve-
nham em ajfuadas a ~f}es Reynos pera malfazer.
TI T U LO LXXIX.
T I T U L O LXXX.
T I TU LO LXXXI.
Das cou_fas que .fam deft:.fas • que nom leuem a 'ferra de
Mouros. E bem aj/i que ninhuü Chrijlaõ vaa ao Rey-
no de Fez fem No/Ja licença , e que os Mouros fe nom
forrem com dinheiro do Reyno.
J7
242 O QprNTo L1vRo o.As ÜRDEN •. T1T. LXXXI.
2 OuTRO s1 Defendemos, que ninhüa peffoa de
qualquer condiçam que feja , affi dos Nofios Natu-
raes J. como Eftrangeiros, leue a Terra de Mouros
imiguos da Noíla Sané'ta Fee Carholica , e Noffos,
pam, vinho, azeite, fal, cera, mel, feuo, nem mer-
cadoria algüa , durando a dita guerra , fegundo pa-
las Conftituiçoês dos Padres Sanétos he determina-
do; e aqu elle que o contrairo fezer, fe for Eíl-rangci-
ro , por elfe mefn o feito perca toda a mercadoria
que affi leuar, e os bens que teuer cm Noílos Rey-
nos , e Senhorios , e affi fe perca o nauio em que for
carreguada; e fe o mercador, ou fenhor do nauio for
Noffo Subdito, ou Natural, aalem de perder a mer-
cadoria , perca todos feus bens ,, e fejam pera a Co-
roa de Noífos Reynos.
3 PERO Auemos por bem, que os Noífos Subdi-
tos, e Naturaes, poífam leuar pam , vinho, azeite,
e as mercadorias contheudas em eíle precedente ca-
pitolo, a Terra de Mouros, foomente pera tirarem ,
e remirem catiuos Chriftãos que laa jouuerem. E eíl:o
Mandamos, que poífam affi fazer por Noífa auélori-
dade, e mandado eípecial , porque em outra guifa,
nom feram releuados da dita pena, poíl:o que di-
guam que leuam as ditas coufas pera remirem Chri-
ftãos, fe pera ello nom mofirarem No!To mandado
efpecial.
4 ÜuTRo s1 Defendemos, que daqui em diante
ninhuu Chriílaõ Noffo Natural , nem Efhan-geiro,
que eftante feja em Noífos Reynos, e Senhorios, de
qual-
DAs cous. QlJE SAM DEFEs. uv. A TER. DE MouR. '143
qualquer condiçam, e qualidade que feja, poíl:o que
feja alfaqueque , nom vaa a ninhüa Cidade, Villa ,
nem Luguar de Terra de Mouros dos Reynos de
Fez; faluo com Noífa licença, e efpecial mandado 1
que pera iífo lhe Mandarmos dar por Nós aílinado 1
ou de cada huú dos Capitaes d' Alem I em cujo Lu-
guar eíl:euer, quando forem por cauía de feruiço de
Deos, ou Noffo, fob pena, de quem o contraira fe-
zer , perder toda fua fazenda , affi mouel, como de
raiz, a metade pera Naifa Camara , e a outra pera
quem o acufar, e mais feja degradado pera a Ilha
de Sam Thome atee Noífa Merce.
5 E BEM Assr Mandamos, que ninhüa peffoa
nom forre Mouro, nem Moura, que teuer catiuo,
por ouro , nem prata, nem dinheiro, que em Noffos
Reynos aja , nem por tempo cerro que aja de íeruir
com fegurança ; faluo por preço de dinheiro, que o
dito Mouro, ou Moura aja de fóra de Noffos Reynos,
ou por refguate que fe de11e faça por outro Ch.riftão,
ou Chriílaã , que catiuo feja em Terra de Mouros ,
ou por caualos , e mercadorias que de Terra de
Mouros trouxer. E qualquer que o contraira fezer ,
e lhe for prouado , o Mouro , ou Moura que fe affi
forrar, fc perca pera Nós; e iífo mefmo fe perca.
qualquer dinheiro, ou coufa que o dono , e fenhor
delle aja , ou tenha recebido pola dita rendiçam.
6 E EsTo que dito he , nom auerá luguar nos
Mouros, e Mouras catiuos, que ouuerem Noífa li-
cença ., pera em Noífos Reynos viuerem, e morarem,
Hh 2 por
244 O ~INTO L1vRo DAS On.DEN. Trr. LXXXII.
T I T U L O LXXXII.
T I T U L O LXXXIII.
li 2
252 O ~INTO L1v, DAS ÜRDEN. Tn. LXXXIIII.
T I T U L O LXXXIIII.
------·------------
T I T U L O LXXXV. ·
Dos daninho,.
T I T U L O LXXX VI.
T I T U L O LXXX VII.
T I T U L O LXXXVIII.
~ue nom /n:;em pera fóra do Reyno pam, nem fari-
nha , nem guados, nem couros, nem pe!les, nem ouro,
nem prata, nem caualos, nem armas, nem vam fa ..
zer nem vender carauelas fóra do Rey110.
18
258 O ~rnTo L1v. DAS ÜRDEN.TrT. LXXXVIII.
mais certo remedio, Mandamos que daqui em dian-
te ninhúa peffoa de qualquer condiçam qúe feja nom
tire, nem mande tirar por fi, nem por outrem ,
deíles Noílos Reynos, e Senhorios, pera fora delles,
por mar nem por terra fem Noífa licença ninhuus
guados, nem trigo , nem farinha, ceuada, milho,
nem outro pam de qualquer natura que feja, nem
couros vacüs, nem pelles cabrüas. E quem quer que
o contraira fczer, e com as dicas coufas defefas , ou
cada hua dellas for achado em luguar defefo ; ou lhe
for prouado que as paflou, encorrerá em perdimento
de todos feus bens e fazenda , ametade pera quem
o acufar , e a outra metade pera Noffa Camara, e
alem deílo feja degradado pera todo fempre pera a
Ilha de Sam Thome ; refaluando porem Alcaides
Moores de Fortalezas e Ffdalguos , que Auemos
por bem que foomente paguem anoueado, o que affi
das dicas coufas palfarem , ou mandarem paífar, e
fejam degradados dous annos pera Cepta. E nas di..
tas penas de perdimenros de fazendas , e degredos
pera a dita Ilha, ~eremos que encorram quaefquer
Juizes, e Alcaides das facas, ou outros quaefquer
Noffos Officiaes , que a efto derem confentimento •
fauor, e ajuda, ou fabendo-o nom defenderem, nem
contradiíferem a tirada e leuada das ditas coufas ,
poíl:o que ao tirar dellas outro confentimento nom
dem. E bem affi quaefquer meftres , ou fenhorios
de nauios, que femelhante pam , ou guado leuarem
fem Noífa licença.
I E
~ E NOM U:V, PERA FÓRA DO REYNO PAM ET e. 259
Liv. Y. T 1-
~66 O ~INTO L1v. DAS ÜRDEN. TIT. LXXXIX.
T 1 T U L O LXXXIX.
TI T U LO XC.
!f.?_,ue os Prelados, e Fidalguos 110m acoutem os malfeito-
res em Jeus coutos, e honras , e bairros, nem caJas.
E dos deuedrJres que Je acolhem a e/las.
por que o aja loguo por citado, que atee oito dias pe-
remptoriamente pareça perante elle pera feer ouuido
com aquelle ou com aquellcs, que o querem deman-
dar, que affi o ha por citado pera todos os autos ju-
diciaes, e pera veer jurar as teíl:emunhas, e fe neceíla-
rio for pera ouuir fentença, e pera execuçam della 1
e arremataçam de feus bens fe condenado for; a qual
ciraçam Auemos por boa e valiofa , poílo que feja
certo o luguar onde eílá; e por ella proceda o Jul-
guador no feito , e o determine como achar que he
Dereiro , e mande fazer penhora, e arremataçam
aos tempos ordenados , fem pera iíTo feer neceffaria
outra citaçam , nem requerimento da parte condena-
da; os quaes Aluaraes fe poeram na dica Cidade aa
porta da Rolaçam, e nos outros Luguares, onde Nós
Eíl:euermos , aa porta do Paaço.
6 E sE o cafo por que fe affi acoutar a cafa de
cada huü dos fobreditos for crime, e paílado o dito
termo da citaçam dos editos, que polo dito modo
deue feer feira, fe nom vier liurar, e poer a dereito,
Mandamos que fe proceda contra elle aa fua reuelia 1
e aalem da pena que por Dereito merecer, polo ma-
leficio que teuer cometido, fe nom for pena de mor-
te natural, ou ciuel, paguará mais dous mil reaes pera
o Morador, ou Alcaide que o acufar; o que fe nelle
executará, poíto que polo maleficio principal nom
feja condenado.
T 1-
286 O ~INTo L1vRo DAS ÜRDEN. Tn. XCI.
TITULO XCI.
~te nom Jeja dado fobre fiança prtfo por feito crime ,
ante que jeja condenado.
TITULO XCII.
20
~90 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. T1T. XCIII.
ditas Ordens for remetido , por effe mefmo feito fe
perca a fiança pera o Efprital de todos os Sanétos.
3 E MANDA Mos , que quando algüa peíloa for
dada fobre fiança, pera fe liurar atee certo tempo, e
e defpois por alguüs refpeél:os lhe Reformamos mais
alguü tempo , ora lho Reformemos hüa vez, ora
muitas, fempre a fiança ficará obriguada como d'an-
tes era , fem os fiadores , nem abonadores poderem
aleguar, que nom fiaram mais que atee certo tempo;
o que iffo mefmo auerá luguar em quaefquer fianças
que forem feitas pera quaefquer Noílos contraél:os,
ou rendas Noffas. E poflo que os fiadores nas fian-
ças diguam, que fiam com contraira condiçam , fem
embarguo defla Ordenaçam .• a tal claufula nom va-
lerá coufa algüa.
T I T U L O XCIII.
T J..
2.92 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. XClIII.
T I T U L O XCIIII.
TITULO XCV.
TI T U LO XCVI.
~,ú pejfoa algüa tire ôuro , nem prata , nem outras
110,n
T I T U L O XCVII.
Dos que compram co!meas pera matar as abelhas de!!as.
Pp2 T 1-
300 o ~INTO LIVRO- DAS ÜRDEN. T1T. XCIX.
T I T U L O XCIX.
T l TU LO C.
Da pena qut auerá o que malar hjlas, ou cortar aruo-
res de/rui/o, E que tanto que oguadofa decepar
/e esfole loguo.
Q U ALQYER peffoa que matar beíla de qual-
quer forte que íeja, ou boi , ou vaca alhea por ma-
licia , fe for na Villa , o em qualquer cafa , pague a
extimaçam em dobro, e fe for no campo pague-a
em tresdobro, e todo pera feu dono. E o que cortar
qualquer aruore de fruito em qualquer parte que
efteuer, paguará a extimaçam della a íeu dono em
trefdobro , e aalem dello íe o dãno que affi fezer ,
quer nas beflas, ou guado, quer nas amores, for de
valia de quatro mil reaes , ferá açoutado, e mais ferá
degradado quatro annos pera Alem. E íe for de va-
lia de trinta cruzados, e di pera cima , feja degrada-
do pera fempre pera a Ilha de Sam Thome.
1 E Tooo carniceiro, e peífoa que guado matar,
loguo tanto que o decepar o degole, e mate, e esfo-
le, e alimpe de fcus debulhos , e ares fique de todo
lim..
301 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDtN. TIT. CI.
limpa fem e!l-ar decepada ninhuü tempo, pouco, nem
muito; fob pena que prouando-fe que defpois de
decepada eíleue alguü tempo viua por pouco que
feja, encorra aquelle que o fezcr em pena de perder
a res , ou refes em que lhe for prouado que o fez, e
mais paguar por cada hüa dous mil reaes ; conuem
a faber, ametade do dito dinheiro e refes pera a ren-
diçam dos catiuos , e a outra metade pera quem o
acuíar. E iffo mefmo Defendemos fob as ditas pe-
nas, que a res, que ouuerem de matar pera vender,
nom a corram affi no curral, como fóra delle, acinte
fem neceffidade; porque Aµemos por informaçam
que do tal correr fe apoílema a carne , e que o fa_
zem por mais pefar ; as quaes penas neíle parrafo
contheudas ~eremos que nom fejam demandadas
paffados quatro mefes, defpois que nellas encorrerem.
TI T U LO CI.
Í?<_ue nom aja hi alfeloeiros.
T 1 TU L O CII.
Das coufas que fam defefas, que Je 110,n traguam por doo.
TI TU LO CHI.
Dos que faz.em muficas de noute.
------·--- --------
T I T U L O CII li.
TI TU LO CV.
Como os Ef i:riuaes , e Meirinhos, e outros Ojficiaes ham
de teer armas , e caualos, e que os p riuitegiados te-
nham lanças.
21
306 o G.EINTO LIVRO DAS ÜRD,EN. TIT. CV.
--------
T I T U L O CVIII.
-------·----------
T l Tu Lo ex.
Da maneira que Je lerá com os prefos, que nom poderem
paguar aas partes as contias, em que forem conde-
nados.
-------------------
TI TU LO CXI.
~ue ni11híia pe[loa faça coutadas.
22
322 o ~INTO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. CXI.
tes , e terras, de porcos moncefes , veados , coelhos ,
perdizes, e paftos ; como nos rios , e lagoas, de pei-
xes , e aues •.
1 Üul'RO sr nom façam coutadas nos matos ma-
ninhos, e cbarnecas , porque defendam que nom
cortem lenha, nem tirem cortiça , nem arranquem
cepa fem lhe paguar alguü tributo ; e fazendo-as,
Mandamos que fejam ninhüas , e mais o Senhor
de Terras , ou peífoa , que as ditas coutadas ou ca-
da hüa dellas fezer, ou mandar fazer, feja fufpenfo
da jurifdiçam que teuer na Vilia, ou Luguar, e feu
Termo , em que affi fezer as ditas coutadas; e o
Official , que por elles teuer cai:reguo de executar as
ditas penas das coutadas, por cada, vez que deman-
dar, ou executar algüa pena por razam das ditas
coutadas, ferá degradado dous annos pera Alem , e
paguará vinre cruzados, amctade pera quem o acu-
far, e a outra metade pera aquelle que affi foi de-
mandado ou executado.
2 E DEFENDEMOS, e Mandamos aas Noíl'as Ju-
füças que as nom guardem, nem julguem por ellas
taees tributos e coimas , nem penas algúas , nem
confentam fazer penhora por ellas , e alcem loguo
taces coutadas, e defefai..
3 E Q1JANTO aas Noífas coutadas feitas por Nós,
ou polos Reys Noífos Anteceífores, que por Nós nom
fejam reuoguadas , Mandamos que fe guardem e
cumpram , fegundo he contehudo em NolTos Regi-
mentos fobre ello feitos ; e as outras coutadas e de-
fefas,
~ f : NTNHUMA PESSOA FAÇA COUTADAS. J2J
23
338 O ~INTO L1v. DAS ÜRDEN. Tn. CXII.
ram , nem outra algua vafilha, que de dous fundos
feja, fob pena que fendo-lhe prouado que o leuou
perca todo feu ordenado da viage,m . E fendo peífoa
em que caiba açoutes feja açoutado pubricamente. E
nom fendo pera açoutes ferá degradado por dous
annos pera cada huü dos Luguares d' Alem.
:20 E DAQYI em diante ninhüa peiToa de qual-
quer qualidade e condiçam que feja nom fe lance
com os negros em ninhúa parte de Guinee, nem fe
Jeixe laa ficar com os ditos negros por ninhua necef-
fidade, nem razam que pera ello po!fa aleguar, fob
pena,que fazendo-o moura por ello morte natural, e
P-erca todos Jeus bens moueis e de raiz pera Nós, e
o Capitam do nauio, ou Meíl:re , ou Piloto, que
a gouernança do tal nauio teuer , nom auendo hi
proprio Capitam , que o cal leixar ficar, ou o con ..
fentir, como lhe for prouado que o podéra refifür ,
ou auer aas maõs, e nom o fezer , encorra na mef-
ma pena.
~I ITEM Declaramos, e Nos praz, que aquellas
peffoas que defcobrirem , e fezerem certo das cou-
fas , e culpas acima contheudas , e por fua deligen-
cia alguús forem condenados, ou com prendidos nas
penas deftas Noífas Ordenaçoes, ajam o terço de
todo aquello que pera Nós fe ouuer , e arrecadar , e
elles teuerem defcubcrto, e folicicado. E Mandamos
ao Juiz. dos feitos de Guinee, que lho faça loguo dar,
e entregar , conuem a fabcr, o terço do que fe arre-
cadar, e vier a lume. E Praz-Nos que pera as acufa.
çoês
DA PEN. Q.!1! AVIR. os Q!7E SEM uç. n'EtREY ET e. 339
çoes dos cuJpados, nas coufas neílas Noífas Ordena-
çoés contheudas, nom aja tempo limitado, mas que
em todo tempo poíTam todo-los fobreditos culpados
feer requeridos, acufados , e punidos , fegundo fór ..
ma deitas Noífas Ordenaçoés.
22 E DESCOBRINDO algüa peffoa em fegredo ao
Nofio Juiz , e Procurador das coufas de Guinee, al~
güa coufa , per que algúa peíloa loguo feja com-
prend ido nas ditas coufas, e culpas , e penas dei-
las , nefie cafo Damos poder aos fobreditos que de
todo o que fe arrecadar per tal defcobrimento feito
em fegredo, elles lhe pofiam dar, e dem fecretamen-
te o feu terço fem mais pera ello frer neceifario ou-
tra mais pubricaçam nem aucroridade de Juftiça ; e
nefte cafo lhe Damos pera ello inteiro poder, fazen-
do-fe porem recadaçam no liuro do Recebedor das
taees coufas das ditas condenaçoês da parre, que foi
dada a aquellc que affi em fegredo o defcobrio , po-
fto que no tal aífento feu nome do ·defcobridor fc
nom declare. Porem quando efie terço fe affi ouuer
de dar ao tal defcobridor, ferá com fabedoria do
Noífo Feitor de Guinee, e com fua auétoridade fe
lhe dará, e o dito Feitor com o dito Juiz e Procu-
rador affinaram no affento do liuro do Efcriuam, pera
fempre fe poder faber como fe fez affi por todos
tres , e em outra maneira íe nom fará.
23 E TODAS as fobreditas Ordenaçoês aqui decla-
radas, e cada hüa de lias por fi fe entendam , cum-
pram, e guardem nas minas, e trautos de Çofala , e
Vv .1 aíli
340 O ~rNTo Ltvtto DAS 0RDF.N. TrT. CXII.
TI-
Cl!!E l'ES. ALGUMA NOM T!NHA CONCHAS ETC. 343
T l T U L O CXIII.
Fim.
EDIÇÕES DA rl.!NDAÇÀO
CALOUSTE GULBENK IAN
Manuais Universitários
J75 volumes publicados
Próximas publicações:
Textos Clássicos
Esta ed ição "fac-símile"
10 volumes publicados
das Ü!IDENAÇÕES MANUELINAS - Livro V
foi impressa em offset e encadernada, '
para a Fundação Calouste Gulbenkian
nas oficinas da Gráfica de Coimbra. Próxima publicação:
A tiragem é de 3.000 exemplares.
Dezembro de 1984 Crítica da Razão Pura - Kant
Depósito Legal n.0 7056/ 84
Cultura Portuguesa
10 volumes publicados
Próxima public~ção:
Aparecendo embora depois de outras, talvez que esta série -do Plano
de Edições da Fundação Calouste Gulbenkian possa considerar-se
anterior às que a precederam : pois não foi sempre na Cultura Portu-
guesa que se pensou ao projectar e fazer tudo quanto já existe no
referido Plano ? Agora e aqui trata-se apenas de explicitar, criando
um lugar próprio reservado . aos testemunhos válidos da singularidade
e da autenticidade da nossa cultura, seja qual for o quadrante onde
se localizem. Interessa-nos documentar o que somos e temos sido no
campo das letras e das artes, da reflexão e do saber ; procuramos
atingir a realidade colectiva nacional, que se criou pensando e agindo,
aprendendo e inventando, conhecendo ou descobrindo os outros, mas
sentindo-se sempre diferente deles. Uma realidade que é viva e se
interroga à medida que vive: o clássico e indecifrado enigma histórico
de tudo o que é humano e existe no tempo.