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A Ocupação Recente da Amazônia:

O processo contemporâneo de ocupação da Amazônia foi concebido


pelo Regime Militar de 1964, com os objetivos
de:
• integração do território nacional,
• controle geopolítico das fronteiras norte e
noroeste,
• adiamento de uma possível reforma agrária,
• inserção do Brasil no mercado internacional
através da exportação de recursos minerais.
OCUPAÇÃO RECENTE DA
AMAZÔNIA
FASE DE OCUPAÇÃO

ABERTURA DE ESTRADAS
DESMATAMENTO
PASTAGENS
OCUPAÇÃO PELO GADO
FORMAÇÃO DE VILAREJOS
GRANDE CENTRO URBANO.
Para efetivar esses objetivos foram criados:
• Superintendência para o Desenvolvimento da
Amazônia (1966). A SUDAM ficou responsável pela
ocupação econômica e produtiva da região como um
todo, utilizando-se de uma política de incentivos
fiscais e creditícios, a fim de atrair investidores para a
Amazônia.
• o Banco da Amazônia (1966)
• Superintendência Para a Zona Franca de Manaus
(1967). A SUFRAMA também utilizou-se do mesmo
modelo, associado com a venda de terrenos por
preços simbólicos, a fim de promover a instalação de
um parque industrial em Manaus, onde existia uma
política especial para as importações.
• Para efetivar o conhecimento do ambiente natural e
dos recursos disponíveis na região foi realizado o
projeto Radar da Amazônia (RADAM – 1970).
Para facilitar a ocupação humana e produtiva foi
idealizado o Plano de Integração Nacional (PIN –
1970), que previa a construção de uma malha
rodoviária complementar aos principais eixos
hidroviários; para a atração das “populações sem
terra do Nordeste”.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), promoveu a venda de pequenas
propriedades de terra a preços simbólicos à
margem das grandes rodovias.
Os Projetos Agropecuários
• A atuação da SUDAM foi • Dos projetos aprovados pela
marcada, nos anos 70, pelo SUDAM na época, apenas 25%
estímulo à implantação de foram efetivados; os outros 75%
grandes projetos transformaram-se num tipo
agropecuários e de extração especial de golpe contra os
de madeireira, junto dos recursos públicos: a área do
principais eixos de possível projeto era desmatada,
ocupação, como a rodovia a madeira comercializada por
Belém-Brasília. A atração preços elevados e os recursos
dos investidores era da SUDAM desviados para a
realizada a partir das especulação no mercado
possibilidades de isenções financeiro, sem que a pecuária
fiscais e de financiamento fosse realmente introduzida.
pela SUDAM.
• Mesmo assim, houve a valorização das terras
na região, o que levou à intensificação dos
conflitos fundiários e transformou a Amazônia
na região onde a violência no campo é
constante. Como saldo dessa questão
também observam-se a devastação da
floresta, invasão de terras indígenas e o
envolvimento desses povos nos violentos
conflitos fundiários.
Os Sistemas de Produção Mineral
Programa Grande Carajás
• O Programa Grande • A prospecção de minério
Carajás foi lançado em na Serra dos Carajás, no
1979 com o objetivo de leste do Pará, começou em
produzir minérios em 1966 com a participação
de empresas
escala industrial para o transnacionais. Em 1970
abastecimento do mercado os minérios já tinham sido
internacional. Esse localizados e constituiu-se
programa tem como base a a Amazônia Mineração
Serra dos Carajás, uma S.A., que associava
grande província empresas estrangeiras
mineralógica que contém a com a Companhia Vale do
maior reserva mundial de Rio Doce. No final dos
minério de ferro de alto anos 70 a CVRD pagou
uma vultuosa indenização
teor, além de importantes às suas parceiras, assumiu
reservas de manganês, o controle total do
cobre, ouro e minérios empreendimento e lançou
raros. o Programa Grande
Carajás.
• Para a consolidação
desse ambicioso
projeto, foi implantada
uma importante infra-
estrutura, que inclui a
Usina Hidroelétrica de
Tucurui, a Estrada de
Ferro Carajás-Itaqui e
o Porto de Ponta da
Madeira, localizado
em Itaqui (MA).
HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ
ESTRADA DE FERRO CARAJÁS -
ITAQUÍ
O PROJETO TROMBETAS
• O Projeto Carajás está • A bauxita de Oriximiná é
articulado ao Projeto destinada ao abastecimento
Trombetas, com a extração de do complexo industrial
bauxita na Serra de Oriximiná, Alunorte- Albrás, onde a
junto ao Vale do Rio bauxita é transformada em
Trombetas, no noroeste do alumínio e alumina, sendo
Pará. A empresa controladora depois exportada para o
• desse segundo projeto chama- mercado japonês. É
se Mineração Rio do Norte, importante lembrar que o
constituída a partir da complexo industrial em
associação da questão está localizado em
• Companhia Vale do Rio Doce Barcarena, uma das cidades
com um grupo de empresas que compõem a Região
nacionais e estrangeiras. Metropolitana de Belém.
O Plano Colômbia 2001 e a Amazônia
Brasileira
• A Amazônia tem sido o foco da preocupação da sociedade brasileira por
diferentes razões, como a devastação e a derrubada da floresta, a
invasão e degradação ambiental das terras indígenas, os conflitos
fundiários, a biopirataria e a questão do narcotráfico.

Atualmente, a principal questão geopolitica que


envolve essa grande região diz respeito ao Plano
Colômbia, que consiste numa grande ajuda econômica e
militar dada pelos Estados Unidos da América para que
a Colômbia utilize no combate ao narcotráfico e no
estabelecimento da paz com os grupos guerrilheiros da
FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e
do ELN (Exército de Libertação Nacional), que
controlam cerca de 40% do território desse país.
• Diante de pressões norte- • Mesmo assim, existem
americanas para que temores por parte das
também participasse autoridades brasileiras
desse projeto, o governo diante desse ambicioso
brasileiro rejeitou a plano: a repressão aos
proposta, destacando cartéis do narcotráfico
que a Constituição colombianos pode levá-
brasileira não permite a los a transferir suas
intervenção nos assuntos operações para a
internos de outro país e Amazônia brasileira; a
que o combate ao utilização de armas
narcotráfico seria biológicas nas
conduzido segundo os plantações de cocaína
preceitos democráticos, daquele país colocaria
utilizando-se da em risco o ambiente da
cooperação no campo da Amazônia brasileira,
inteligência e da ação levando a contaminação
policial na repressão ao dos solos, dos rios e do
tráfico e no controle do lençol freático.
comércio ilegal de armas.
PROJETO CALHA NORTE
• fiscalizar o tráfego aéreo e
fluvial na região de fronteira;
• combater as atividades ilegais
vinculadas ao contrabando de
ouro e pedras preciosas e ao
narcotráfico;
• controlar invasões de reservas
indígenas;
• dar assistência às populações
indígenas; e evitar conflitos
entre grupos nativos, posseiros
e garimpeiros.
• assegurar a soberania e a
integridade nacional;
O Controle do Espaço Amazônico
O Projeto Calha Norte
• A preocupação brasileira diante do Plano Colômbia
levou à retomada do Projeto Calha Norte, formulado em
1985, com o objetivo de controlar as fronteiras norte e
noroeste do país. Esse projeto partiu de uma concepção
militar e previu, inicialmente, a instalação de 84 fortes
militares, sob o comando do exército, nessa região.
Como em 1985 o país estava passando pelo processo
de redemocratização depois do Regime Militar, o Calha
Norte recebeu muitas críticas da sociedade, que
levantavam os seguintes pontos: a criação de rodovias,
de infra-estrutura e a própria ocupação dessa área
poderia favorecer a penetração de empresas de
mineração, que cobiçam as riquezas existentes nas
terras indígenas da região. Assim, as nações indigenas
seriam colocadas em situação de risco.
• O Programa Calha Norte atualmente conta
com o apoio de setores democráticos da
sociedade brasileira. Dessa vez ele destaca a
preocupação com o meio ambiente, sem
prejuízo das minorias étnicas e oferecendo
condições de vida à população local através
da abertura de postos de saúde e escolas, da
implantação de sistemas de energia elétrica,
de abastecimento com água potável e de
saneamento.
O Projeto SIVAM
PROJETO SIVAM
• controle de todo o tráfego aéreo regional empresas
comerciais;
• combate às atividades ilícitas, como o contrabando de
ouro e pedras preciosas;
• detecção de áreas de plantio ou de industrializaç
vinculadas ao narcotráfico;
• controle de vôos e de aeroportos clandestinos;
mapeamento de recursos naturais existentes região;
• controle de enchentes;
• proteção ambiental;
• verificação de desmatamento;
• combate a incêndios florestais; e
• controle de grupos armados, nacionais ou estrangeiros.
A QUESTÃO AMBIENTAL NA AMAZÔNIA

• 1981 – POLÍTICA NACIONAL DE MEIO


AMBIENTE.
• 1989 – CRIAÇÃO DO INSTITUTO
BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E
DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS (IBAMA)
• 1992 – MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE.
• 2000 – CONSOLIDAÇÃO DAS
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.
UNIDADES DE PROTEÇÃO
INTEGRAL
OBJETIVO – preservação da biodiversidade, a
realização de pesquisas científicas e o lazer, sendo
admitido apenas o uso indireto de seus recursos
naturais.
UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL.

Estação ecológica – destina-se à pesquisa cientifica.


Reserva biológica – destina-se à preservação integral dos atributos
naturais existentes em seus limites sem interferência humana
direta.
Parque (nacional, estadual ou municipal) - destina-se à preservação
de ecossistemas naturais, a pesquisa cientifica,à realização de
atividade de educação ambiental, turismo e lazer.
Refúgio da vida silvestre – assegura a existência e a reprodução de
espécies da flora e da fauna.
UNIDADE DE USO SUSTENTADO

• Área de proteção ambiental – assegurar a


sustentabilidade
• Área de relevante interesse ecológico – manter os
ecossistemas naturais em áreas relativamente reduzida.
• Flona – exploração florestal em área de cobertura nativa
• Reserva extrativista – exploração extrativista por
populações tradicionais e à proteção dos modos de vida
e cultura dessas populações.
• Reserva de desenvolvimento sustentável
• Reserva particular do patrimônio natural.

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