A divisão de vozes em um coro ou em grupo de backing vocal
certamente traz um brilho incrível ao conjunto. Contudo, a tarefa de dividi-las não é das mais fáceis.
Abaixo veremos dois conceito básicos da divisão de vozes que podem
nos ajudar a faze-la de maneira correta.
O primeiro conceito está ligado à estrutura do acorde. Funciona da
seguinte maneira: peguemos uma canção cujo primeiro acorde do trecho cantado seja o Ré maior. O acorde de Ré maior é formado pelas notas D, F # e A.
Para uma divisão básica devemos primeiramente identificar a nota que
corresponde à melodia. Por exemplo, no louvor Vem, do Ministério Vineyard de Piratininga, a frase cantada se inicia pela palavra vem. A nota que corresponde à melodia, ou seja, a voz principal e mais marcante da canção é o F#. Portanto, a nota que corresponde a uma terça abaixo nos dará o contralto e, da mesma maneira, a terça acima da melodia nos dará o tenor.
Ficaria assim:
D F# A Contralto Soprano (melodia) Tenor
Então, se cantarmos vem com essa estrutura, estaremos fazendo o
início da divisão de vozes para esta canção. Depois o só seguir o mesmo padrão para os outros trechos que sofrerão a divisão. Pode ser que haja trecho na música em que a estrutura harmônica sofra alterações e não mais aceite o padrão citado acima. Há ainda casos onde o contralto da música tenha uma tendência a seguir o padrão do canto chão, no canto gregoriano, que é uma estrutura grave e praticamente reta, enquanto as outras vozes passeiam pelos intervalos.
Vale lembrar que a divisão de vozes é um ornamento à canção, ou seja,
um enfeite para trazer mais brilho. Portanto, não é interessante trabalhar com a estrutura de divisão na música toda, a menos que isto seja intencional.
O segundo conceito da divisão de vozes está muito mais relacionado à
experiência do músico do que a um sistema “engessado” como é o primeiro. Nesta segunda opção, o que determina a divisão é o ouvido do músico. Este ao entoar uma determinada parte cantada é capaz de ouvir vozes em sua mente. Pode parecer engraçado, mas é assim mesmo que funciona. Ou seja, ao cantar a melodia de uma canção, o outras vozes (ex.: contralto e tenor) surgirão naturalmente ainda que o música não esteja ao piano fazendo a divisão do acorde. Para se chegar a este nível é necessário certo tempo de dedicação ao estudo e prática da divisão de vozes.
Que tal praticarmos um pouco? Vamos analisar e cantar um trecho do
louvor Liberdade, do Ministério de Louvor Atmosfera de Adoração.