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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE UNAÍ – FACISA

GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

CÁSSIA POLIANA GOMES RODRIGUES

TRANSPLANTE

Unaí
2021
CÁSSIA POLIANA GOMES RODRIGUES

TRANSPLANTE

Trabalho apresentado a disciplina de


Imunologia Clínica, do curso de Graduação
em Farmácia da Faculdade de Ciências da
Saúde de Unaí – FACISA.

Professora: Eliane Pereira Baia.

Unaí
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
2 RELAÇÃO ENTRE DOADOR E RECEPTOR.................................................................6
3 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS RESPONSÁVEIS PELA REJEIÇÃO E TIPOS
DE REJEIÇÃO.........................................................................................................................6
4 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO........................................................7
5 TESTES LABORATORIAIS UTILIZADOS DURANTE O PROCESSO DE
TRANPLANTE.........................................................................................................................9
REFERÊNCIAS......................................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

A doação de órgãos ainda gera uma grande curiosidade sobre o processo a ser
perseguido, o que significa e como funciona as suas etapas. O transplante tem como definição
básica a retirada e troca de um órgão não funcionante ou que possui algum defeito por um
outro saudável, o que parece um processo simples visto por esse ângulo, mas, que abrange um
longo e extenso caminho desempenhado por profissionais capacitados. A insuficiência do
órgão em desempenhar o seu papel pode estar ligada a múltiplos fatores como patológicos,
físico/orgânico, trauma, entre outros. Através da substituição do mesmo se eleva as chances
de vida do paciente receptor, bem como a qualidade desta (QUINTANA; ARPINI, 2009).
Atualmente o Brasil tem um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo,
mas como todo sistema, enfrenta algumas dificuldades, como: burocracia e falta de
infraestrutura, sendo a primeira um grande problema a ser enfrentado, por parte do doador e
de quem vai receber o órgão, já a segunda, deveria ser algo proporcionado pelos governantes,
mas que não acontece. Por isso a importância de desmembrar e desmitificar esse processo
para que fique evidente cada etapa e a sua relevância para a sociedade bem como para o meio
a qual está inserida ou seja, na área da saúde assim como toda a sua abrangência (SOARES et
al., 2020).
Muitas pessoas, acabam vindo a óbito por falta de leitos ou transportes para levar o
órgão doado, esse tema tornou-se bastante recorrente, principalmente ela necessidade de
conscientização da população bem como os profissionais de enfermagem sobre a importância
da doação de órgãos, como funciona os procedimentos, como fazer para ser um doador e
identificar um doador em potencial, trazendo informação para quem é leigo no assunto bem
como para o profissional do meio. Desta forma esse tema assim como, as campanhas são de
suma importância, mostrando que mesmo após a morte ainda podemos ajudar a salvar
inúmeras vidas. Esse tema se torna pertinente devido ao grande número de pessoas que estão
na espera de um transplante a anos, e que dependem para ter uma qualidade de vida melhor
(LEITE et al., 2019).
É importante salientar que para ocorrer o transplante, são necessárias várias etapas,
essas muitas vezes burocráticas, além do tempo que é primordial, para que tudo ocorra bem.
O processo de espera na fila é demorado, sendo o Brasil uma referência internacional em
relação aos transplantes de órgãos, tem um longo percurso a percorrer, no que se refere a
infraestrutura, a falta de aparelhagem, transportes como aviões e helicópteros, que são
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fundamentais para a agilização do processo, além da espera da autorização dos familiares por,
isso a enfermagem tem um papel muito importante e relevante neste meio, pois, atua nas fases
de pré, intra e pós-transplante, seja com o possível doador, o receptor ou mesmo a família de
ambos. Podendo atuar em nível ambulatorial, clinico e cirúrgico esse papel será evidenciado
para melhor assimilação e entendimento dos processos percorridos.
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2 RELAÇÃO ENTRE DOADOR E RECEPTOR

Pacientes que precisam de transplante (chamados de receptores) são encaminhados


para exame a pedido de sua equipe de transplante (em princípio, definida por sua área
residencial) para determinar a necessidade de tratamento e transplante. Os dados do potencial
receptor do seu órgão ou tecido são organizados em um programa de computador, que é
gerenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes e gerenciado pela Central Nacional de
Transplantes. O sistema informatizado registra e fornece os resultados dos exames de
doadores e receptores de órgãos. Os resultados processados podem ser usados pelo sistema
para classificar os destinatários em uma única lista (LAZZARETTI, 2007).
O sistema informatizado cruza os dados de doadores e receptores e fornece as opções
mais compatíveis - uma lista exclusiva de destinatários será gerada para cada doador
disponível. Autorizar laboratórios a realizar exames de comprovação de compatibilidade, para
que os receptores determinem quais órgãos serão doados. Os destinatários listados em cada
lista serão submetidos à avaliação de sua equipe para determinar as condições de recebimento
dos órgãos e os órgãos mais adequados compatíveis com os doadores disponíveis
(QUINTANA; ARPINI, 2009).
A equipe de transplante que acompanha o quadro clínico do receptor aceita o órgão. O
órgão é encaminhado da central de transplante para o hospital onde será implantado no
receptor. Os destinatários podem negar os órgãos doados e passar para o próximo paciente
compatível em na lista. Os familiares do doador receberam informações sobre o sexo e a
idade do receptor por meio da Central de Transplantes RS, além de uma carta de
agradecimento pela solidariedade demonstrada pela doação de órgãos e tecidos (SOUZA et
al., 2019).

3 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS RESPONSÁVEIS PELA REJEIÇÃO E TIPOS


DE REJEIÇÃO

No transplante clínico, três tipos principais de rejeição podem ocorrer: hiperaguda,


aguda e crônica. Independentemente do tipo de rejeição, os sinais de perigo incluem febre,
sintomas febris, pressão alta, edema ou aumento súbito de peso, alterações da frequência
cardíaca, falta de ar e dor e sensibilidade no local do transplante (BELTRAO; TAVARES;
SOARES, 2006).
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A rejeição hiperaguda que ocorre minutos ou dias após o transplante é devido à


reação de anticorpos IgG contra HLA classe I no órgão transplantado. Devido à
deposição de anticorpos, ativação do complemento e destruição dos vasos sanguíneos, a
função do órgão é perdida. O transplante de rim está muito sujeito à rejeição hiperaguda.
Atualmente, esse tipo de rejeição pode ser evitado por um simples cruzamento de
anticorpos de detecção antes do transplante (SOARES et al., 2020).
A rejeição aguda é a mais comum e geralmente ocorre nos primeiros 6 meses após
o transplante. Após 6 meses, o corpo se ajusta aos novos órgãos e a possibilidade de
rejeição aguda é menor. Esse tipo de rejeição é mediado por linfócitos T, que se infiltram
no alograft, sofrem expansão clonal e causam destruição do tecido. Os medicamentos
imunossupressores são muito eficazes na prevenção dessa reação de rejeição
(QUINTANA; ARPINI, 2009).
Rejeição crônica é um termo usado quando a função do alograft se deteriora
lentamente e há evidências histológicas de hipertrofia e fibrose. Pode ocorrer em todos os
tipos de transplantes de órgãos. No transplante cardíaco, manifesta-se como doença
arterial coronariana, transplante pulmonar, como bronquiolite obliterante, e transplante
renal, como fibrose intersticial progressiva, atrofia tubular renal e isquemia glomerular. O
fígado parece ser menos afetado pela rejeição crônica, mas assim que ocorrer, o epitélio
biliar será perdido, levando à hiperbilirrubinemia e falha do transplante (LEITE et al.,
2019).
A causa da rejeição crônica não é clara. Há evidências de que essa rejeição pode
representar rejeição aguda de baixo grau. Em todos os órgãos, a fisiopatologia é
semelhante: hipertrofia progressiva das artérias pequenas e médias, que eventualmente
leva à fibrose intersticial, atrofia e eventual falha do transplante. Embora a rejeição
crônica geralmente ocorra tarde após o transplante, ela pode se desenvolver 6 a 12 meses
após o transplante. Infelizmente, não existe um tratamento padrão para a rejeição crônica
(SOUZA et al., 2019).

4 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO

O objetivo da terapia imunossupressora após o transplante é evitar que o alograft seja


reconhecido como um non-self e a destruição subsequente do tecido transplantado.
Atualmente, quatro tipos principais de terapias imunossupressoras gerais são usados:
antimetabólitos, corticosteróides, metabólitos fúngicos e raios-X. Outros tratamentos mais
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específicos incluem anticorpos monoclonais e bloqueio de sinais coestimuladores de


linfócitos específicos. Ao contrário das terapias gerais, essas terapias não prejudicam o estado
imunológico do paciente porque não afetam todo o sistema imunológico. Idealmente, o que é
necessário é um imunossupressor específico para o antígeno que possa reduzir a resposta
imune a antígenos alogênicos transplantados enquanto mantém a resposta a outros antígenos.
Outra terapia que pode ser mais ou menos específica é a terapia anti-linfócitos, que pode ser
usada com anticorpos policlonais ou monoclonais (BELTRAO; TAVARES; SOARES, 2006).
Antimetabólitos e inibidores mitóticos, esses medicamentos são usados para
imunossupressão crônica. Os dois principais antimetabólitos usados em casos clínicos são
a azatioprina e o micofenolato de mofetil. Os corticosteroides são agentes
antiinflamatórios que afetam diferentes níveis de resposta imune. Usados desde o início
da década de 1960, acredita-se que eles previnam a produção de IL-1 e IL-6 por células
apresentadoras de antígenos (LEITE et al., 2019).
Metabólitos fúngicos como imunossupressores a ciclosporina e o tacrolimus
(conhecida como FK-506) são ambos derivados de fungos. A ciclosporina é um polipéptido
cíclico produzido por um fungo encontrado na Noruega (Beauvaria nivea), enquanto que
tacrolimus é um antibiótico isolado a partir de Streptomyces tsukubaensis, um fungo
encontrado no solo japonês (SOUZA et al., 2019).
Terapia de combinação Cyclosporina e tacrolimus têm sido empregues como
monoterapia (em investigação), sendo que muitos centros usam e avaliam combinações de
todas as drogas mencionadas anteriormente. Os inibidores de calcineurina têm sido
combinados com prednisona. A adição de azatioprina ou mofetilo micofenolato aumenta a
eficácia terapêutica, mas podem ser causa de efeitos nocivos. Em geral, o uso de muitas
drogas imunossupressoras requer um balanço entre o risco de perda do órgão transplantado e
os níveis de toxicidade (QUINTANA; ARPINI, 2009).
Radiação devido à elevada sensibilidade dos linfócitos aos raios-x, a irradiação com
estes raios poderá ser utilizada para eliminá-los. Desta forma, antes do transplante, são
irradiados os nódulos linfáticos, o timo e o baço, resultando na eliminação dos linfócitos do
receptor (SOARES et al., 2020).
Terapia antilinfócito os terapias antilinfócito disponíveis incluem a g-globulina
(gamma) antitimócito do anticorpo policlonal (ATGAM) e os anticorpos monoclonais OKT3,
daclizumab e basiliximab. Os anticorpos policlonais como os ATGAM são anticorpos dos
tecidos linfáticos humanos que foram desenvolvidos noutros animais. Os anticorpos
monoclonais são produzidos a partir de hibridomas de linhas celulares. Daclizumab e
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basiliximab são anticorpos humanizados que se mostram efectivos na prevenção de rejeições


agudas, ligando-se a um receptor IL-2 (QUINTANA; ARPINI, 2009).
Bloqueio de sinais co-estimulatórios a activação dos linfócitos TH requer uma
sinalização co-estimulatória para além do sinal mediado pelo receptor dos linfócitos T (TCR).
Este tipo de sinalização pode provir da interacção entre a molécula B7 da membrana das APC
e a molécula CD28 ou CTLA-4 dos linfócitos T (LEITE et al., 2019).

5 TESTES LABORATORIAIS UTILIZADOS DURANTE O PROCESSO DE


TRANPLANTE

Os testes laboratoriais consiste em Tipagem sanguínea; Eletrólitos; Função renal;


Hemograma completo; Função renal, Hemograma completo, Função pulmonar, Função
pancreática, Sorologia Função cardíaca, Função hepática e Culturas microbiológicas. Após o
transplante e necessário observar função pulmonar; Função pancreática; Sorologia, Função
hematológica; Função; Função respiratória, Função endócrino-metabólica, Função hepática,
Cuidados gerais, Função renal, Cuidados com as córneas, Equilíbrio dos eletrólitos, Controle
de infecção e Temperatura corporal (BELTRAO; TAVARES; SOARES, 2006).
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REFERÊNCIAS

BELTRAO, Ana Cristina Simões; TAVARES, Gesiane Fernandes; SOARES, Jéssica de


Souza. Clínica e epidemiologia de pacientes submetidos ao transplante de medula óssea. Rev.
Para. Med.,  Belém ,  v. 20, n. 3, p. 27-31,  set.  2006 .   Disponível em:
<http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
59072006000300006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:  04  jun.  2021.

LAZZARETTI, Claire Terezinha. Dádiva da contemporaneidade: doação de órgãos em


transplante intervivos. Epistemo-somática, Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 50-61, jul.  2007.  
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-
20052007000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em: 04 jun. 2021.

LEITE, Alana Mirelle Coelho et al. Fatores relacionados à qualidade de vida de pacientes
transplantados. Rev Cuid, Bucaramanga, v. 10, n. 2, e715, ago. 2019. Disponível em:
<http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2216-
09732019000200209&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 03 jun. 2021.

QUINTANA, Alberto Manuel; ARPINI, Dorian Mônica. Doação de órgãos: possíveis


elementos de resistência e aceitação. Bol. psicol, São Paulo, v. 59, n. 130, p. 91-102, jun.
2009 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-
59432009000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 04 jun. 2021.

SOARES, Letícia Santana da Silva et al. Transplantes de órgãos sólidos no Brasil: estudo
descritivo sobre desigualdades na distribuição e acesso no território brasileiro, 2001-2017.
Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 29, n. 1, e2018512, mar. 2020. Disponível em:
<http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742020000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 jun. 2021.

SOUZA, Cindy Bahr Esposito de et al. Representações sociais sobre doação de órgãos. Bol. -
Acad. Paul. Psicol., São Paulo, v. 39, n. 97, p. 207-216, dez. 2019. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
711X2019000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 04 jun. 2021.

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