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JUDICIÁRIA COMPETENTE
MARIA SOUZA, nacionalidade ..., profissão ..., estado civil ..., inscrito no CPF nº ...,
com endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP ...,
Cidade ..., Estado ... por seu advogado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade...,
Estado..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V e 287 do CPC C, com fundamento
no artigo 5º, inciso LXIX E LXX, CF/88 e Lei nº 12016/09, propor
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Afirma a parte autora ser pessoa hipossuficiente, não podendo custear as despesas
advindas do presente processo sem por em risco a subsistência sua e de sua família, razão
pela qual requer o deferimento da gratuidade de justiça, conforme arts. 98 e seguintes do
Código de Processo Civil.
II – DOS FATOS
A Autora, foi atacada em sala de aula por um dos seus alunos, Marcos Silva, que,
com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota
que lhe foi atribuída em uma disciplina do curso de graduação. Sendo assim, com o
propósito de repelir a iminente agressão, a professora conseguiu desarmar e derrubar o
aluno, que, na queda, quebrou um braço.
Diante do acontecimento, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar
(PAD), para apurar eventuais responsabilidades da professora. Concomitantemente, ela
foi denunciada pelo crime de lesão corporal.
Na esfera criminal, a Autora foi absolvida, tendo em vista que restou provado ter
agido em legítima defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo
administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão
nomeada entendeu que ela já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da
imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela
condenação da servidora à pena de demissão.
O PED foi encaminhado para autoridade competente para a decisão final, que
sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela comissão, aplicou a pena de
demissão a Autora, afirmando, ainda que a esfera administrativa é autônoma em relação
a criminal.
V – DO MÉRITO
No mesmo sentido, o artigo 143 c/c o artigo 161, § 1º da lei 8.112/90 declara que
o PAD ou sindicância que se preste a averiguar conduta ilícita de servidor público deve
garantir ao mesmo o devido processo legal.
Contudo, como já mencionado nos fatos a tratativa dada a parte autora, a mesma
só tomou ciência de que estava sendo submetida à uma PAD quando fora publicado no
Diário Oficial, após o ato de sua demissão.
No mesmo sentido, o art. 65 do Código de Processo Penal c/c os arts. 125 e 126
da lei 8.112/90 são claros em definir que decisão penal vincula o conteúdo da decisão em
seara administrativa.
Aplicando o texto ao caso concreto e sabendo que a decisão penal absolveu a parte autora
do que lhe foi imputado, pede-se, na luz da legalidade o arquivamento do PAD, pois,
como já dito, a seara penal vincula a seara administrativa.
VI – DA TUTELA DE URGENCIA
O art. 300 do NCPC, define quais os requisitos para o pedido de antecipação de
tutela a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.”
d) a confirmação da tutela de urgência, com a anulação do ato que demitiu a parte autora,
condenando-se a parte Ré a reintegrar a parte autora ao quadro de servidores ativos da
autarquia federal bem como ao pagamento dos valores e vantagens que faria jus caso
estivesse no cargo;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia de mês de ano.
Advogado/OAB