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 DESAFIO - SCR

Dentro da matéria de Eletrônica de Potencia, do curso de engenharia


elétrica da Faculdade Anhanguera, campus de Jundiaí, o mestre Marcos solicitou
uma pesquisa referendada quanto a importante componente, o SCR.

O SCR, SILICON CONTROLLED RECTIFIER, é muito usado na


eletrônica de potência para o controle de réles, em circuitos de retardo, fontes de
potência regulada, chaves estática, controles de motores, choppers, inversores,
cicloconversores, carregadores de bateria, circuitos de proteção, controles de
aquecedores e controle de fase.

O retificador controlado de silício é o mais comum controlador elétrico de


potência. A ação rápida de chaveamento, pequeno porte e aos seus elevados
valores nominais de corrente e tensão somam características que tornaram os
SCR’s muito difundidos na eletrônica de potência.

 DESCRIÇÃO GERAL DOS RETIFICADORES CONTROLADOS

O SCR é um componente de três terminais sendo eles: o ânodo (A) e o


catodo (K) e o terminal gate (G). O ânodo e o catodo são terminais de potência já a
porta é o de controle.

Genericamente o SCR pode ser descrito como um diodo controlado, ou


seja, a condução da corrente entre o ânodo e catodo é determinada por um sinal de
controle inserido na porta (G).

O SCR está no status ligado quando ele é diretamente polarizado (ânodo


é positivo em relação ao cátodo) e uma tensão positiva (com relação ao cátodo) é
aplicada na porta (G), funcionando assim, como um diodo. Entretanto, não é a porta
que interrompe a corrente que circula no SCR. Ela é interrompida quando a corrente
do ânodo cai abaixo de um determinado valor chamado de corrente de sustentação.
De forma similar ao que ocorre com um diodo, o SCR bloqueia a corrente na direção
inversa quando inversamente polarizado.

 MODO DE DISPARO DE UM SCR

A pergunta é como ocorre o disparo do SCR? A resposta é que um SCR é


disparado ou entra em condução quando ocorre um aumento da circulação de
corrente no ânodo (Ia). O disparo pode ocorrer de seis maneiras diferentes, sendo
elas:

 Corrente de gate Igk.

 Corrente de retenção e corrente de manutenção.

 Sobretemperatura.

 Sobre tensão.

 Degrau de Tensão dv/dt.

 Luz ou radiação.

Entre o gatilho e cátodo há uma junção PN e assim como um diodo


teremos uma tensão de 0,7V, entre os dois terminais. Com analise do circuito da
figura 2 podemos determinar a tensão de disparo requisitada.

Figura 2 - Condição de disparo

Assim, tensão Vdisparo necessária para proporcionar a corrente de


disparo Ig através da resistência limitadora Rg pode ser dado por:
 Polarização Direta de um SCR

Na ilustração da figura temos o circuito de polarização direta de um SCR, nela


podemos verificar:

 Tensão do ânodo positiva em relação ao cátodo

 J1 e J3 polarizadas diretamente.

 J2 polarizado inversamente apresentando uma maior barreia de potencial.

 Existe uma pequena corrente de fuga direta do ânodo para o cátodo, If


(Forward Current).

 Bloqueio direto – Desligado.

 Polarização reversa de um SCR

Na ilustração da figura temos o circuito de polarização reversa de um


SCR, nela podemos verificar:

 Tensão de cátodo positiva em relação ao ânodo.

 J2 diretamente polarizada

 J1 e J3 inversamente polarizadas: apresentam maiores barreiras de


potencial
 Flui uma pequena corrente de fuga reversa de cátodo para ânodo, Ir
(Reverse Current)

Figura 3b - SCR inversamente polarizado [3]

 CURVA CARACTERÍSTICA DE UM SCR

Na figura abaixo podemos observar uma curva característica de um SCR


de forma geral. Quando o SCR está diretamente polarizado podemos notar uma
corrente direta de fuga If (Forward Current). Essa região e conhecida como região
de bloqueio direto. Porem se a tensão de polarização direta for aumentando até que
alcance um limite critico chamada de tensão de disparo direta Vfbo, o SCR passa
para o estado ligado e a tensão entre o ânodo e cátodo do SCR cai para um valor
mais baixo (1-3V) e a corrente de condução aumenta no mesmo instante.
Entretanto, o valor da tensão de disparo direta V fbo pode ser controlada
pelo nível da corrente de porta I g. Se a junção porta-cátodo estiver polarizada, o
SCR passará para o estado ligado com uma tensão em um nível mais baixo de
disparo em relação a porta aberta (Ig=0). À medida que a corrente de disparo da
porta aumenta, a tensão de disparo diminui e as características do SCR se
aproximam de um diodo.

Nota-se que o disparo com Ig=0 não é uma característica desejável do


SCR. Na pratica, o SCR deve ser disparado somente com um sinal na porta.

 DESBLOQUEIO OU COMUTAÇÃO DO SCR

O desbloqueio de um SCR ocorre quando a corrente de condução direta


cai abaixo do valor da corrente de sustentação. Quando isso ocorre o SCR passa
ser novamente uma chave aberta e necessita de um novo sinal na porta (G) para
disparar.  As formas de bloqueios ou comutação são melhores discutidas no artigo
SCR - Retificador Controlado de Silício: Disparo e Interrupção do SCR.

 INTERRUPÇÃO DO SCR

Um SCR não pode ser desligado simplesmente com a remoção do sinal


da porta (G), apenas alguns podem ser desligados aplicando-se um pulso negativo
ao terminal da porta. Os dois métodos para desligar um SCR são classificados como
interrupção da corrente do ânodo e técnica de comutação forçada [2].
Em aplicações CC a interrupção do retificador controlado de silício é feita
por intermédio de um circuito externo. Nas figuras 1a e 1b temos as duas
possibilidades para a interrupção de corrente. Na figura 1a a corrente Ia é levada a
zero quando a chave em série é aberta. Já na figura 1b a mesma condição é obtida
quando uma chave paralela ao SCR é fechada. Na verdade o SCR é interrompido
ou sai do estado de “ligado” quando a corrente de condução cai abaixo do valor da
corrente de sustentação. Outra forma de interromper um SCR é utilizando um
capacitor de comutação.

Figura 1 - Desbloqueio de um SCR [1].

Porem, nas aplicações em corrente alternada o bloqueio do dispositivo


ocorre de forma natural devido a inversão do sentido da corrente nos semiciclos
negativos da fonte. Portanto não é necessária a utilização de circuitos adicionais
para desligar o componente.

 Dispara do SCR com Sinais DC

Na figura 2a temos um circuito simples que proporciona um sinal CC para


disparo a partir de uma fonte externa (Eg). A chave S é acionada para levar o SCR
ao estado de condução, O valor de Rg pode ser obtido pela formula: Rg=(Eg-0,7)/Ig.
Onde Ig é dado pelo fabricante no datasheet.
Figura 2a - Disparo de um SCR com sinal CC [2].

Um circuito alternativo para disparar o SCR sem a utilização de uma fonte externa é
apresentada na figura 2b, o sinal é obtido da fonte principal.

Figura 2b - Disparo de um SCR com sinal CC [2].

O resistor RL representa uma carga do circuito como uma lâmpada, por


exemplo. A presença do diodo D ligado entre a porta (G) e o cátodo (K) serve para
proteger o SCR contra sinais negativos na porta. Em certos casos a aplicação de um
sinal CC de disparo não é desejável, por causa da dissipação de energia que
ocorreria durante todo o período de tempo.
 Disparo do SCR com Sinais Pulsados

Para reduzir a dissipação de potência na porta, os circuitos de disparo do


SCR podem gerar um único pulso, ou uma sequencia de pulsos, em vez de um sinal
CC. Com o acionamento por pulso é fácil fornecer isolamento elétrico entre o circuito
de comando e o SCR além de minimizar os sinais indesejáveis (ruídos) que
poderiam disparar o SCR indevidamente. Na figura 3a e 3b temos os circuitos mais
comuns usados para acionar o SCR com um oscilador a transistor de unijunção
(unijunction transistor – UJT).

Figura 3 - Circuito de disparo com oscilador a transistor de unijunção [2].

Circuito de acionamento com acoplamento óptico também pode ser


usado. O disparo com acoplador óptico também evita o acionamento falso a partir de
ruídos e de transitórios. Na figura 4 apresenta um exemplo de circuito.
Figura 4 - Circuito de disparo a acoplador óptico.

 Disparo do SCR com Sinais AC

A maneira mais comum de controlar um SCR em aplicações AC é utilizar


o sinal de disparo a partir da mesma fonte AC, pois o domínio do ponto de
acionamento está no semi-ciculo positivo (quando o SCR está diretamente
polarizado) [2][1]. Um circuito de comando é apresentado nas figuras 5a e 5b.

Figura 5 - Controle de fase com SCR, Dimmer [2]

Na figura 5 o SCR está no estado ligado durante o semi-ciclo positivo. Em


um determinado valor de Vs, a corrente que circulará para a porta (G) será alta o
bastante para disparar o tiristor. O momento exato do disparo é controlado pelo
reostato R2. O diodo D permite somente que uma corrente positiva seja aplicada a
porta.
Os circuitos da figura 5 é conhecido como controle de fase e é muito
aplicado ao controle de potência entregue a cargas, pois esse circuito é capaz de
estabelecer um ângulo de condução entre 0° a 90° da senoide da rede elétrica
(figura 5a, 6 e 7). Ângulos de disparo maiores podem ser obtidos com a utilização de
um capacitor que acrescenta um desacoplamento de 90°+ teta, onde teta esta em
função da constante RC do circuito (figura 5b e 7) .Portanto é possível obter um
controle de meia onda da energia entregue a carga, esse controle é popularmente
conhecido como dimmer. 

Figura 6 - Controle de fase com SCR


Figura 7 - Disparo do SCR em fase.

BIBLIOGRAFIA

http://eletronicaemcasa.blogspot.com.br

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