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DIREITO CIVIL I

Prof. MS Vanderlei Ferreira de Lima

1. Da Pessoa Jurídica (art 44/69 C/C art 966/1195 CC)


1.1 Conceito
Trata-se de um grupo de pessoas ou um conjunto de bem que se unem para atingir determiado
fim que não seria alcançado se as pessoas ou os bens atuassem de forma individualizada. A esse grupo
de pessoas ou conjunto de bens a lei atribui personalidade jurídica.
A pessoa jurídica tem existência própria, patrimônio próprio totalmente distinto de seus sócios.
As obrigações assumidas pela pessoa jurídica atingem apenas o seu patrimônio. É o denominado
princípio da autonomia da pessoa jurídica.
Em face dessa autonomia, somente os bens da pessoa jurídica são chamados para responder
por suas obrigações.

1.2 Requisitos para a Constituição


Para a formação de uma pessoa jurídica, são necessários a presença dos seguintes requisitos:
a) Vontade humana, que consiste na intenção das pessoas de formarem uma pessoa jurídica. É o
denominado affectio societatis. Essa vontade humana é formalizada no ato constitutivo da
pessoa jurídica.
b) Ato constitutivo, que é um documento formal consistente em: 1 - contrato social para as
empresas; 2 - estatuto para as associações; 3 - escritura pública ou testamento para as
fundações privadas.
c) Objeto lícito. Em face do princípio da legalidade inscrito no art. 5º, inc. II, pode-se criar uma
pessoa jurídica tendo todo e qualquer objeto ou finalidade, desde que seja lícito (art. 104, inc. II
CC), ou seja, desde que este objeto ou finalidade não atente contra a lei, contra a moral e os
bons costumes.

1.3 Começo da existência legal da Pessoa Jurídica


A personalidade da pessoa jurídica inicia-se a partir do registro do seu ato constitutivo no órgão
competente (art. 45 CC). A partir desse momento, os atos praticados pelos administradores ou sócios da
pessoa jurídica dentro da lei e nos limites dos poderes constantes no ato constitutivo somente obrigam
o patrimônio da pessoa jurídica (art. 47 CC).
Se a pessoa jurídica for sociedade empresarial, seu ato constitutivo denomina-se contrato social
e deve ser registrado na junta comercial do Estado onde se situar; se for associação, seu ato constitutivo
denomina-se estatuto social e deve ser registrado no cartório de registro de pessoas jurídicas; se o ato
constitutivo de uma fundação privada trata-se de uma escritura pública ou testamento, também deve
ser registrada no cartório de registro de pessoas jurídicas.

1.4 Sociedade irregular ou de fato


Trata-se de pessoa jurídica que não possui ato constitutivo (sociedade de fato), ou possuindo
ato constitutivo, o mesmo não foi levado a registro no órgão competente (sociedade irregular). O
principal efeito jurídico dessa espécie de sociedade consiste em que o patrimônio dos sócios responde
de forma solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade (art. 990 do CC).
Embora a sociedade irregular ou de fato não possua personalidade jurídica, a lei atribui a ela a
capacidade para figurar no polo ativo ou passivo de ação judicial (art. 12, inc. VII C/C art. 100, inc. VI,
alínea c do CC).

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1.5 Entes ou Grupos despersonalizados


São a universalidade de bens ou direitos que não possuem personalidade jurídica, todavia a lei
processual – Código de Processo Civil lhes atribui capacidade para figurar no polo ativo ou passivo de
uma ação judicial.
São entes ou grupos despersonalizados (art. 12, inc. III, IV, V, VII e IX do CPC).
Massa falida
Trata-se do conjunto de bens pertencentes à sociedade empresarial cuja falência foi decretada.
Neste caso, o juiz nomeia um síndico que arrecada os bens da sociedade e convoca os credores dessa
sociedade para apresentar seus créditos. Após, este síndico elabora o quadro geral de credores e, com
os bens arrecadados, inicia os respectivos pagamentos.
Herança jacente ou vacante
Ocorre quando a pessoa falece sem deixar herdeiros legítimos ou testamentos conhecidos.
Neste caso, o juiz nomeia um curador que arrecada os bens do falecido e publica editais chamando os
herdeiros para se apresentarem e receberem suas cotas na herança. Se nenhum herdeiro comparecer, o
juiz declara a herança vacante e a transfere ao município.
Espólio
Trata-se do conjunto de bens e obrigações deixados pelo falecido. Neste caso, o juiz nomeia um
inventariante que arrecada os bens do de cujus e realiza a partilha desses bens aos herdeiros do
mesmo.
Sociedade sem personalidade jurídica
São as sociedades irregulares ou de fato. Conforme já estudado, a mesma não possui
personalidade jurídica, mas possui capacidade para figurar no polo ativo ou passivo de uma ação
judicial.
Condomínio
Que se apresenta em duas espécies:
a) Condomínio comum ou tradicional, trata-se de uma forma anômala de exercício do direito de
propriedade na qual existem várias pessoas sendo proprietárias de um bem ao mesmo tempo,
de forma que, o exercício do direito de propriedade por uma delas não exclui o direito de
propriedade das outras;
b) Condomínio edilício, nesta espécie de condomínio existe a propriedade particular que recai
sobre as unidades autônomas (apartamentos, garagens, salas de escritórios, etc); bem como a
propriedade coletiva, que é aquela que recai sobre as escadarias, elevadores, áreas de lazer, etc.
As áreas comuns – propriedade coletiva – embora pertencente a todos os condôminos, é
propriedade privada.
Obs: Existem os loteamentos fechados que são impropriamente chamados de condomínio.
Neste caso, o município autoriza o fechamento de um perímetro urbano e os moradores passam
a executar todas as obras e serviços públicos no perímetro fechado através do recebimento de
taxa condominial. O município cobra o IPTU mas não realiza qualquer serviço publico no
perímetro fechado.

1.6 Classificação das Pessoas Jurídicas (art. 40 e segts CC)


1.6.1 Estrangeiras
1.6.1.1 De Direito Público (Externo)
São os países tais como a República Federativa do Brasil, os Estados Unidos da América, a República da
Costa Rica, etc.; bem como os organismos internacionais tais como a ONU, OTAN, FMI, etc.

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1.6.1.2 De Direito Privado (Externo)
São as grandes empresas que possuem estabelecimentos em diversos países e são denominadas de
multinacionais, ex.: GM, Wolkswagen.
1.6.2 Nacionais
1.6.2.1 De Direito Público (Interno)
São a União, os Estados Membros (26), o Distrito Federal (1), os municípios, as autarquias (INSS é
autarquia federal, o DAE é uma autarquia municipal), as fundações públicas, as agências reguladoras
(art. 41 CC, ex: NAC, NEEL, ANVISA, NATEL).
1.6.2.2 De Direito Privado (Interno)
São as empresas privadas cujo capital e patrimônio pertence a pessoas particulares. São elas:
a) Associações, que trata-se de um grupo de pessoas que se reúne para alcançar um objetivo
comum em benefício dos associados. Este objetivo pode ser de fins culturais, educacional,
desportivos, etc.
As associações não produzem lucro. Ex: BTC, Associação de moradores, Associação dos Fiscais
de Renda do Estado de São Paulo.
b) Sociedades, que podem ser simples quando constituídas de profissionais liberais tais como
médicos, engenheiros, advogados, etc.; ou sociedade empresarial, que é aquela destinada à
prática de atos empresariais, tais como atos de comércio ou prestação de serviços.
A sociedade tem por finalidade produzir lucros a seus sócios.
c) Fundações privadas, trata-se de um conjunto de bens que os eu instituidor destina para que os
mesmos sejam aplicados na execução de uma atividade de natureza cultural, religiosa,
educacional, ou assistencial, em benefício da coletividade. O Ministério público tem como
atribuição a de velar/fiscalizar a regularidade do funcionamento de uma fundação privada,
podendo inclusive pedir a sua extinção judicial. Ex.: Fundação Roberto Marinho, Fundação Gol
de Letra.
d) Organizações religiosas, são pessoas jurídicas de direito privado que tem finalidades espirituais
bem como a realização de cultos religiosos.
e) Partidos políticos, trata-se de agrupamento de pessoas que se reúnem em torno de uma
ideologia e, através do voto tentam implantar essa ideologia no país. (art. 17 da CF c/c lei
9096/95). O partido político deve registrar seu estatuto no Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas e no Tribunal Superior Eleitoral.
Embora não esteja arrolado no art. 44 do CC, os sindicatos também são pessoas jurídicas de
direito privado cujo estatuto deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e
Ministério do Trabalho.

Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica (art. 50 CC)


Disregard of legal entity
Conforme já estudado, a pessoa jurídica tem existência e patrimônio próprios, distinto de seus
sócios. Assim, somente o patrimônio da pessoa jurídica responde por suas obrigações. Trata-se da
aplicabilidade do princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
Ocorre que, pessoas de má índole utilizavam-se de pessoas jurídicas para fraudar a lei, para
causar danos a terceiros, ou agem com abuso de poder ou provocam a confusão entre o patrimônio dos
da pessoa jurídica e de seus sócios. Neste caso, o juiz poderá desconsiderar a personalidade da pessoa
jurídica e fazer com que as obrigações desta pessoa jurídica passem a onerar diretamente o patrimônio
dos sócios. Trata-se da aplicação da teoria da desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, que

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somente pode ocorrer quando a pessoa jurídica for utilizada para fraudar a lei, para lesionar terceiros,
ou quando houver confusão entre o patrimônio dos sócios e o patrimônio da pessoa jurídica (art. 50 CC).
Inicialmente, essa teoria foi preconizada no direito anglo-americano com o nome de disregard
of legal entity.
No ordenamento jurídico pátrio, ela foi inserida inicialmente no art. 135 do CTN (Código
Tributário Nacional) para as relações tributárias e após, no art. 28 da lei 8078/90 para as relações de
consumo, e no art. 4º da lei 9605/98 para danos ambientais, e, finalmente no art. 50 do CC para toda e
qualquer relação jurídica.

Responsabilidade Civil
1. Conceito
Trata-se do dever genérico imposto pela lei a todas as pessoas de não causarem danos a outrem sob
pena de serem obrigadas a indenizar (arts. 186, 927 e 389 do CC).
2. Requisitos essenciais da responsabilidade civil
2.1 Conduta
Que se traduz em uma ação (conduta comissiva), ou em uma omissão (conduta omissiva).
 Comissiva ex.: imprudência
 Omissiva ex.: negligência
2.2 Dano (art. 402 CC)
 Patrimonial
O Dano pode ser patrimonial, que consiste nos danos emergentes (prejuízo efetivo da vítima), e os
lucros cessantes (tudo aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar/auferir).
*Danos emergentes
-é aquilo que a vítima gastou para reparar o dano.
*Lucros cessantes é tudo aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar.
 Moral
É o abalo psicológico sofrido pela vítima em razão da conduta do autor. Este dano não reduz o
patrimônio da vítima, todavia, causa-lhe sofrimento psicológico.
Para aferir o valor do dano moral, a lei utiliza o critério do arbitramento, ou seja, a lei atribui ao juiz o
dever de arbitrar o valor econômico do dano moral sofrido pela vítima.
2.3 Nexo de Causalidade entre a conduta e o dano
É a relação que liga o dano causado à conduta do agente, ou seja, sem a conduta do agente não
haveria o dano. Desta forma, a culpa exclusiva da vítima, a força maior, e o caso fortuito excluem a
responsabilidade de indenizar.
3. Espécies de Responsabilidade Civil
1.1 Extracontratual ou Aquiliana (art. 186/187 c/c 927 segs. CC)
Esta espécie de responsabilidade civil decorre do dever genérico imposto pela lei a todas as pessoas
para não causarem dano a outrem sob pena de serem obrigadas a indenizá-lo. Entre as partes, autor e
vítima do dano, não existe qualquer vínculo contratual.
1.2 Contratual (art. 389 CC)
Neste caso, existe um contrato entre o autor e a vítima dos danos. Os danos decorrem do
descumprimento do contrato. Assim, aquele que deu causa ao descumprimento do contrato, fica

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obrigado a indenizar os danos causados pelo seu inadimplemento, ou seja, em face de ter deixado de
cumprir o contrato.
1.3 Subjetiva ou Teoria da Culpa
Nesta espécie de responsabilidade civil a vítima deverá provar seus requisitos essenciais (conduta,
dano e nexo de causalidade), bem como deverá provar que o autor do dano agiu com culpa lato sensu,
que abrange a culpa strictu sensu (negligência e imprudência) e o dolo.
Esta espécie de responsabilidade civil é a regra em nosso ordenamento jurídico.
 Culpa lato sensu
Culpa strictu sensu (negligência e imprudência) (culposo)
Dolo (doloso)
1.4 Objetiva ou sem culpa
Nesta espécie de responsabilidade civil, a vítima tem que provar os requisitos essenciais (conduta,
dano, e nexo de causalidade), todavia, ela não precisa provar que o agente agiu com culpa lato sensu, ou
seja, esta teoria dispensa a prova da culpa do agente.
São casos de responsabilidade civil objetiva: por danos causados ao meio ambiente, por danos
causados aos consumidores, por acidente de trabalho, por danos causados pela Administração Pública
(parágrafo 6º do art. 37 da CF/88).
Embora esta teoria dispense a prova da culpa, não é sempre que o autor da conduta é chamado a
indenizar. Ele pode excluir a sua responsabilidade civil se provar a presença/existência de alguma
excludente de responsabilidade civil. São elas:
a) Culpa exclusiva da vítima;
b) Força maior. O dano decorreu de evento da natureza tais como incêndio,
inundação, terremoto, etc.
c) Caso fortuito. O evento decorre de ato humano praticado por terceiro, tais
como tumulto, vandalismo, etc.

2. Responsabilidade Civil das Pessoas Jurídicas


2.1 De Direito privado
a) Extracontratual
A pessoa jurídica responde por todos os danos que causar a terceiros independentemente de existir
contrato entre ela e o lesado. Trata-se da responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, que
consiste no dever genérico imposto pela lei a todas as pessoas de não causar danos a outrem sob pena
de serem obrigadas a indenizar. O fundamento legal dessa espécie de responsabilidade civil está no art.
186, 187 c/c 927/954 do CC.
As pessoas jurídicas de direito privado também respondem por todos os danos que seus prepostos
(empregados e representantes) que causarem a terceiros (art. 932, III do CC). Todavia, poderá a pessoa
jurídica ajuizar ação regressiva contra o seu preposto para reaver o valor despendido com a indenização
paga a terceiro (art. 934 CC).
b) Contratual
A pessoa jurídica também responde por todos os danos decorrentes do descumprimento de um
contrato por ela causado (art. 389 CC).
c) Subjetiva
Em regra, quando a pessoa jurídica é chamada a indenizar os danos causados a terceiros, a vítima do
dano deverá provar os requisitos essenciais (conduta, dano e nexo de causalidade), bem como deverá

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provar a culpa lato sensu da pessoa jurídica (culpa strictu sensu que consiste na negligência e
imprudência; e o dolo). Trata-se da aplicação da teoria da responsabilidade civil subjetiva ou aquiliana.
d) Objetiva
Existem alguns casos em que a pessoa jurídica é chamada a indenizar os danos causados a terceiros
independentemente de a vítima ter que provar dolo ou culpa. Trata-se da aplicação da teoria da
responsabilidade objetiva ou sem culpa. São exemplos de aplicação dessa espécie de responsabilidade
civil: danos ao meio ambiente, danos aos consumidores, danos decorrentes de acidentes de trabalho,
etc. decorrentes de acidentes.

2.2 De Direito público


2.2.1 Histórico
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público passou por três fases históricas. São elas:
a) Fase da irresponsabilidade civil
Nesta fase, a Administração Pública nunca era chamada a indenizar os danos que causasse aos
administrados. Esta fase vigorou durante as monarquias, principalmente nas absolutistas.
b) Fase da responsabilidade civil subjetiva ou civilista
Nesta fase, o Estado passou a ser chamado a indenizar os danos que causasse a terceiros, todavia, a
vítima tinha que provar a conduta do agente, o dano, e o nexo de causalidade, bem como deveria provar
o dolo e a culpa.
c) Fase da responsabilidade civil objetiva -> Modalidade do risco Administrativo
Nesta fase, a Administração Pública passou a ser chamada a indenizar todos os danos causados aos
administradores independentemente de culpa ou dolo (1ª parte do par. 6º do art. 37 da CF/88) .
Uma vez tendo que indenizar o administrado, a administração pública poderá ajuizar a ação regressiva
contra o seu servidor para reaver o valor despendido com a indenização, mas, terá que provar neste
caso que o seu servidor agiu com dolo ou culpa (2ª parte do par. 6º do art. 37 da CF/88).
A legislação atual aplica à pessoa jurídica de Direito público a teoria da responsabilidade civil objetiva na
modalidade do risco administrativo, o que permite que a administração fique isenta de indenizar se
provar a existência das excludentes de responsabilidade civil objetiva, consistente em: a) culpa exclusiva
da vítima; b) força maior; c) caso fortuito. Provadas estas excludentes, a administração pública não será
obrigada a indenizar.
Ao lado da responsabilidade civil objetiva na modalidade do risco Administrativo, existe a
responsabilidade civil objetiva na modalidade do risco integral. Nessa modalidade, a administração
sempre é chamada a indenizar o dano causado, havendo ou não as excludentes de responsabilidade civil
objetiva. Esta modalidade de responsabilidade civil objetiva não foi adotada pelo nosso ordenamento
jurídico.

Risco administrativo
 Admite excludentes
a) Culpa exclusiva da vítima
b) Força maior
c) Caso fortuito
Responsabilidade civil objetiva
Risco integral
 Sempre é chamado a indenizar

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*Nós adotamos apenas a modalidade do risco administrativo!

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