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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA


Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
Objetivo da aula:
• Conhecer o perfil epidemiológico da saúde da mulher;
• Conhecer a linha do tempo das políticas públicas das mulheres no Brasil.

Observações do docente:
• Em saúde muitas vezes se faz investimentos em equipamentos altos e o resultado vai ser pequeno. E na verdade
o que a grande maioria das pessoas precisam é de coisas simples, acessíveis para que possamos dar um acesso de
qualidade a todo mundo.
• Se a gente conseguisse atender todo mundo na atenção básica (AB), naquilo que é fundamental e barato, de forma
adequada, nós teríamos muito pouca gente nos hospitais terciários.
• Nessa aula nós vamos ver os avanços, as conquistas das mulheres no campo da saúde, o que nós temos disponível
hoje para as mulheres no campo da saúde no Brasil e o porquê temos tanta dificuldade e qual o papel de médicos,
enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos etc na equipe de saúde, qual a responsabilidade no
sucesso ou no fracasso dessas políticas de saúde.

Demografia
• Brasil:
o 2019: população masculina – 103.881.980 – 49,1%.
o 2019: população feminina – 106.777.032 – 50,09%.
o Em 2019 nós temos uma população de 210 milhões de habitantes.
o 2030: população masculina – 109.628.293.
o 2030: população feminina – 113.498.624.
o Mulheres em idade reprodutiva – 79%.
o De 10 a 49 anos de idade.
o A partir de 2030, essa população de mulher em idade reprodutiva vai diminuir e
vai aumentar a população de mulheres com mais de 50 anos.
o Em 2050, teremos mais pessoas com mais de 60 anos do que pessoas com menos de 30 anos.
• Rondônia:
o 2019: população masculina – 936.767 – 50,9%.
o 2019: população feminina – 904.375 – 49,1%.
o 2030: população masculina – 1.010.274 – 50,6%.
o 2030: população feminina – 987.343 – 49,4%.
o Mulheres em idade reprodutiva – 67,9%.
o Rondônia é o único estado do Brasil com mais homens do que mulheres e em RO temos também uma
população relativamente menor de mulheres em idade reprodutiva.

Taxa de fecundidade (filhos por mulher)


• A taxa de fecundidade caiu 72,3% entre 1960 e 2014, passando de 6,28 para 1,74 filhos por mulher. A projeção
é que essa relação caia para 1,5 até 2034.
• A taxa de fecundidade é realizada através de uma pesquisa e uma
avaliação: “quantos filhos uma mulher pode ter até o final da sua
idade reprodutiva?”. Isso é diferente da taxa de natalidade que é
quantos filhos as mulheres tiveram efetivamente durante um
determinado período.
• Até 1970, a taxa de fecundidade era alta e de repente ela caiu
abruptamente, devido:
o Surgimento do anticoncepcional;
▪ Surgiu no mundo na década de 50. Nessa época
o anticoncepcional tinha altíssimas doses e as mulheres tiveram problemas com isso.
o Inserção da mulher no mercado de trabalho;
o Urbanização das cidades;
o Acesso mais fácil à saúde.
• Para 2060, a projeção da taxa de fecundidade é de 1,5 por mulher, abaixo da taxa de reposição. A taxa de
fecundidade da região Norte não caiu como no restante do país.

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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
• Taxa de fecundidade por região

Expectativa de vida
• Refere-se ao tempo médio de esperança de vida que uma pessoa tem ao nascer em determinado país.
• A expectativa de vida em cada estado do país é
desigual.
• Existem três indicadores de saúde de uma população
considerados no mundo todo (indicadores da
qualidade de assistência em saúde):
o Mortalidade infantil;
o Expectativa de vida ao nascer;
o Mortalidade materna.
• Expectativa de vida por Região:
o Em Rondônia:
▪ A expectativa de vida é baixa
considerando o restante do Brasil.
▪ O que puxa a expectativa para baixo
são os assassinatos de jovens, sendo
a 1ª causa de morte. A 2ª causa de
morte é o trânsito.
▪ A expectativa de vida geral na região norte é 70 em homens, mas nas mulheres em Rondônia
é 75.

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Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
Evolução da mortalidade materna e iniciativas para redução da mortalidade materna
• Antes da década de 70, a mortalidade materna era de 300 por 100.000 nascidos vivos. O risco da mulher no
parto era grande.
• Onde a mortalidade materna é alta, significa que a qualidade de assistência é péssima. E a primeira causa de
morte é hemorragia.
• Na década de 90, a mortalidade materna estava 150 por 100.000 nascidos vivos. Em 2000, ela cai mais, quando
mundo e o Brasil assinaram a meta do milênio que era reduzir para 35 por 100.000 nascidos vivos, mas o Brasil
não alcançou, mas atingiu para mortalidade infantil, só que da mortalidade neonatal precoce não atingiu.
• O Brasil alcançou a meta de colocar as crianças na escola, agora a próxima meta é segurá-las na escola.
• Depois de 2015, subiu a mortalidade materna.
• Entre as políticas públicas estão: planejamento familiar, método contraceptivo eficaz e seguro para todas as
mulheres; metade das gestações nesse país ainda não são planejadas. O Brasil disponibiliza para todo país de
graça injeção de mês, injeção trimestral, comprimidos e camisinhas.
• A 1ª estratégia é reduzir a gravidez não planejada no país.
o Os estudos mostram que o aumento de 1% no uso de anticoncepcional de maneira efetiva tem o
potencial de reduzir 8 óbitos maternos.
o Essa é a principal estratégia para reduzir morte materna no país nesse momento.
• Outra estratégia é fazer uma consulta pré-concepcional para redução de sífilis congênita, transmissão de HIV
e de hepatites. Deve-se fazer também pré-natal, o parto deve ter assistência.
• A mortalidade materna é multifatorial.

Saúde da mulher: Uma trajetória de DESAFIOS


• 1946
o Criação da Comissão do Status da Mulher (CSW); 1948 – Declaração universal dos direitos humanos
(DUDH);
• 1975
o Ano internacional da mulher; I Conferência Mundial da Mulher sob o lema “Igualdade,
Desenvolvimento e Paz”, (México);
• 1980
o II Conferência Mundial da mulher sob o lema “Educação, Emprego e Saúde”, (Copenhague); 1985 – III
Conferência Mundial sobre a mulher com tema central “Estratégias Orientadas ao Futuro, para o
Desenvolvimento da Mulher até o ano 2000”, (Nairóbi); 1979 – Convenção para eliminação de todas
as formas de violência contra mulher; (CEDAW)
• Anos 1990

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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
o Conferências de direitos humanos, (Viena); 1994 – Conferências internacional de população e
desenvolvimento, (Cairo); 1995 – Conferência de Beijing.

Ano 2000 – Objetivos de desenvolvimento do milênio


• O 2º objetivo o Brasil conseguiu atingir.
• Em 2015, os países se reuniram e avaliaram o desempenho dos objetivos do milênio, e criaram o ODS (Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável), onde os objetivos foram segmentados.
• Aqui, o que mais nos interessa, é reduzir a mortalidade materna, mas outros também importam como o
planejamento familiar e promover igualdade de gênero (acesso a educação, a emprego etc.).
• A meta do Brasil para mortalidade materna é 30%, o restante é estratégia.

Linha do tempo
• O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher: criado em 1983 no contexto da redemocratização do
país e na esteira da Conferência de Alma-Ata (1978).

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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
o Os movimentos sociais e os movimentos
de mulheres, principalmente o
movimento feminista, influenciaram a
construção do programa.
o Nessa década no Brasil, muita coisa se
construiu.
o A reforma sanitária foi consolidada na
constituição de 1988, antes só tinha
saúde no país para quem tinha emprego
formal (carteira assinada) que pagava a
previdência.
• Paralelamente, no âmbito do movimento
sanitário, se concebia o SUS.
o A implementação do Programa nos anos
90 foi influenciada pelas características
dessa nova política de saúde:
integralidade e equidade da atenção.
• Em 2004, o Programa foi transformado na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher. O objetivo
da política é promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres por meio dia:
o (I) garantia de direitos;
o (II) ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da
saúde.
o Tudo isso foi feito com base no documento Alma Ata.
• O objetivo da política é promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres por meio da garantia de
direitos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde.

A política nacional de atenção integral a saúde da mulher


• A política nacional de atenção integral à saúde da mulher visa atender à população feminina brasileira acima de
10 anos de idade, em suas necessidades de saúde, em todas as fases de sua vida, de acordo com as características
apresentadas em cada fase.
• Desde 2004, o Ministério da Saúde fornece 100% dos métodos contraceptivos para todos os municípios brasileiros.

Linhas de cuidado prioritárias


• Saúde integral da mulher:

Lei número 9.263 de 12 de janeiro de 1996


• Regula o § 7º do artigo 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades
e dá outras providencias. Artigo 1º O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto nesta
Lei.

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RESUMO DE SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 01 – Saúde da Mulher
Observações:
• Para as ISTs, o Brasil disponibilizou para todos os estados testes rápidos para HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, a
custo zero para cada município.
• Quais são os desafios?
o Gravidez não planejada;
o Gravidez na adolescência;
o Mortalidade materna;
o Mortalidade infantil;
o ISTs;
o Atendimento das populações em áreas remotas;
o Comprometimento das equipes.

Saúde materna – Paradoxo perinatal brasileiro


• Mortalidade infantil e materna elevadas
o Causas evitáveis por ações de
saúde;
o Asfixia intraparto: grande
porcentagem dos óbitos infantis.
o No geral, nos países, quando cai a
taxa de natalidade também reduz
a mortalidade materna; nós
temos uma taxa de natalidade
bem baixa de 1º mundo e a
mortalidade materna é de 3º
mundo, porque ela é acima de
dois dígitos, isso é um paradoxo.
o As mulheres que mais morrem
são as com pouca escolaridade.
• Intensa medicalização do nascimento
o 98% partos hospitalares;
o 88% por médicos;
o 55,7% cesariana (Brasil, 2012).
• Avanços tecnológicos, porém, práticas sem respaldo científico
o Banalização da cesariana;
o Parto com intervenções desnecessárias que comprometem sua fisiologia.

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Assunto: Aula 02 – Saúde da mulher
2º Conferência Nacional de Saúde das Mulheres

Objetivo da aula:
• Conhecer os avanços e desafios para garantir o protagonismo das mulheres
na saúde – eixos e diretrizes.

Espaço de valorização das mulheres para promoção da saúde integral


• Interlocução com movimentos para a garantia e fortalecimento de participação e controle social nas políticas de
atenção integral à saúde da mulher.
• Essa é a segunda conferência, que acontece 30 anos depois da primeira, que foi em 1986.

Política nacional de atenção integral à saúde da mulher


• Elaborada em 2004, é um marco na saúde das mulheres, superando a abordagem somente da saúde materno-
infantil.
• Criando outros olhares e abordagens sobre a saúde das mulheres.
• Está dividida em 6 eixos prioritários.
• Eixos:
1. Fortalecimento da saúde sexual e reprodutiva;
2. Prevenção das IST/Aids;
3. Atenção obstétrica;
4. Atenção às mulheres em situação de violências;
5. Populações especificas e vulnerabilizadas;
6. Assistência para a população do campo e da floresta.
• OBS: De todo o estado de Rondônia, apenas Ariquemes conseguiu instalar a casa de parto após a conferência.

1 – Fortalecimento da saúde sexual e reprodutiva.


• 55% das mulheres não planejam a gravidez.
• Nas adolescentes, esse percentual é ainda maior, 66,6%.
• Apenas 33% das mulheres utilizam contraceptivos.
• Observações docente:
o Em Vilhena, segundo pesquisa de 90 partos, 82 foram cesárias. Dos 8 vaginais, 1 foi indígena.
o Engravida-se, hoje, por descuido (“porque quer engravidar”), pois há muitos métodos contraceptivos
disponíveis no SUS.

2 – Prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e AIDS


• No Brasil, a maior concentração dos casos de Aids entre mulheres está na faixa etária de 25 e 39 anos.
• Corresponde a 49,4% do total de casos registrados de 1980 a junho de
2016.
• Queda de 36% da taxa de transmissão vertical do HIV, nos últimos 6
anos.
• Em 2015, foram notificados 33.365 casos de sífilis em gestantes.
• A projeção dos índios das DSTs não diminuiu, porque não se usa
preservativos e estes são disponíveis em grandes quantidades nos
municípios. A mulher tem que exigir o uso de preservativo.
• Avanços:
o Ampliação da faixa etária de vacina do HPV, de 9 a 26 anos, para mulheres vivendo com HIV.
o Lançamento da agenda de ações estratégicas para a redução da sífilis congênita no Brasil (2016).
o Ampliação das testagens rápidas para HIV e sífilis de gestantes durante o pré-natal e o início do tratamento
a partir do diagnóstico positivo.

3 – Atenção obstétrica
• 1,8 milhões de partos são realizados no SUS por ano.
• Morte materna por causas evitáveis é um desafio a ser superado.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 02 – Saúde da mulher

• 180 mil curetagens realizadas ao ano.


• Aborto é uma das principais causas de morte materna no país.
o Com o uso de misoprostol, as mulheres deixaram de morrer tanto.

• Avanços obtidos na atenção obstétrica:


o Abertura de centros de parto normal;
o Maternidades de boas práticas de atenção ao parto e nascimento;
o Casas de gestante, bebê e puérpera;
o Distribuição de misoprostol, para qualificação da atenção obstétrica;
o Qualificação de hospitais de ensino para atenção ao parto e nascimento e abortamento;
o Material para AMIU (aspiração manual intrauterina).

4 – Atenção às mulheres em situação de violências


• Serviços de referência para atenção integral às pessoas em situação de violência sexual.
• Criação de procedimento específico para atenção à violência sexual e para coleta de vestígios (não foi implantado
em Rondônia).
• Capacitação de profissionais em saúde para coleta de vestígios de violência sexual (não foi implantado em
Rondônia).

5 – Atenção oncológica
• Câncer de mama é o mais comum entre as mulheres.
• Câncer de colo de útero é o terceiro mais comum.
• Oferta da vacina HPV para meninas na faixa de 9 a 15
anos.
• Observação segundo docente:
o Como avaliar câncer de mama (história familiar):
mãe, irmãs, filhas e paciente. Para câncer de
próstata também é assim.
• Atenção ginecológica e climatério:
o Ações recentes do Ministério da Saúde para
qualificar o cuidado;
o Publicação de protocolo de atenção à saúde da mulher na AB;
o Elaboração e disponibilização de 2 cursos EAD (educação a distância) sobre saúde das mulheres.

6 – Populações específicas e vulnerabilizadas


• 6.1 – População negra:
o Implantação do quesito raça/cor em todos os sistemas de informação do SUS;
o Publicação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
o A politica nacional de saúde integral da população negra é um
compromisso firmado pelo ministério da Saúde no combate às
desigualdades no SUS e na promoção de saúde da população negra de
forma integral, considerando que as iniquidades em saúde são

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 02 – Saúde da mulher
resultados de injustos processos socioeconômicos e culturas – em destaque, o vigente racismo – que
corroboram com a morbimortalidade das populações negras brasileiras.
o Este documento tem por finalidade orientar a implementação da política nacional de saúde integral da
população negra por meio de conteúdo informativo que contribua para a operacionalização da política,
considerando as especificidades e necessidades regionais.
• 6.2 – Assistência para a população do campo e da floresta:
o Criação de unidades básicas de saúde (UBS) fluviais e estratégia de saúde da família (ESF) para as
populações ribeirinhas.
o Inclusão do programa mais médicos.
o Instituição de centros de referência em saúde do trabalhador rural (CEREST), nos estados do CE, GO, MG,
MS, MT, PI, RO e RR.
• 6.3 – População em situação de rua:
o Instituição em 2011 do consultório na rua (não foi implantado em Rondônia).
o Hoje são 104 consultórios, desses 34 são novos.
o Realização de oficinas de sensibilização que atuam com a população de rua.
• 6.4 – Saúde indígena:
o V Conferência Nacional de Saúde Indígena, em 2013, onde foram aprovadas propostas para maior
participação das mulheres indígenas nas instâncias do controle social.
o I conferência livre de saúde das mulheres indígenas, realizada nos dias 23 e 24 de abril de 2017.

Diretrizes
• Ministério da saúde publica pela primeira vez diretrizes para o parto normal.
• Portaria número 353, de 14 de fevereiro de 2017.
• Valorizar o protagonismo da mulher:
o Reduzir as altas taxas de intervenções desnecessárias no parto;
o Orientações a profissionais de saúde e mais informações às gestantes;
o Padronizar as práticas mais utilizadas;
o Compreender o parto não só como um conjunto de técnicas, mas como um momento fundamental entre
mãe e filho.
o Mulheres devem ser informadas sobre os benefícios e riscos dos locais de parto.
o O parto de baixo risco pode ser realizado pelo médico obstetra, enfermeiros obstetra e obstetriz;
o Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso às informações e serem
incluídas na tomada de decisão.
o Todas as gestantes no parto devem ter apoio contínuo e individualizado, incluindo pessoa que não seja
membro da maternidade;
o Mulheres em trabalho de parto podem ingerir líquidos e dieta livre;
o Métodos não farmacológicos de alívio de dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de
métodos farmacológicos.
o As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem posições diferentes da deitada;
o Garantir o contato pele-a-pele imediato da mãe e do bebê após o nascimento e estímulo à amamentação;
o Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito.
o O maior índice de laceração perineal é na posição de litotomia.
• Maior acesso ao DIU de cobre no SUS – método é o mais utilizado no mundo:
o Todas as maternidades do Brasil poderão ofertar o DIU de cobre em duas situações:
▪ Pós-parto e pós-abortamento.
o O Ministério da Saúde já oferta nas unidades básicas de saúde método prático
e altamente eficaz, livre de hormônio;
o Duração de até 10 anos e índice de segurança maior que 99%.
• DIU de cobre é distribuído aos estados e municípios:
o Até 2018, foram investidas mais de 12 milhões na oferta;
o Expectativa é aumentar a prevalência do DIU para 10% entre os métodos
contraceptivos até 2020;
o Garantir a decisão da mulher e o planejamento reprodutivo.
o O DIU não é abortivo.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 02 – Saúde da mulher
• Outros métodos já são ofertados pelo SUS:
o Pílula combinada;
o Anticoncepção de emergência;
o Minipílula;
o Anticoncepcional injetável mensal e trimensal;
o Preservativo feminino e masculino.
o OBS: a minipílula + anticoncepcional injetável mensal e trimestral + DIU = é indicado para gestantes.

Questões de provas passadas

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 03 – Saúde da mulher
Objetivo da aula
• Competências das esferas governamentais e profissionais na estratégia saúde da família na saúde da mulher.

Processo de ensino
• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que assegura ao ensino superior, flexibilidade na
organização curricular dos cursos, diretrizes curriculares nacionais (DCN), como linhas gerais, estabelecimento do
perfil profissional para cada área, conjunto de competências e o rol de conteúdos que deverão ser ministrados.

• Não precisa você se formar como médico e esperar passar em um concurso para atuar numa unidade básica de
saúde.

Processo de trabalho em saúde


• O departamento de gestão da educação na saúde, da secretaria de gestão do trabalho e da educação na saúde, e
o departamento de atenção básica da secretaria de saúde elaboraram um documento que subsidia a discussão
acerca das competências profissionais em saúde da família da universidade aberta do SUS.

Competências na esfera federal


• Presidente, senadores e deputados federais, eles cabem medidas e funções que serão aplicadas em todo o
território nacional.
• É o Governo Federal quem financia e organiza o sistema única de saúde (SUS).
• Cabe a união fazer o repasse dos recursos destinados à saúde aos estados e municípios.

Competências na Esfera Estadual


• Governador e os deputados estaduais enquanto agentes políticos.
• Na área da saúde é o Governo do Estado quem coordena ações do SUS e repassa recursos da união aos municípios.
• É função do estado criar políticas de saúde a apoiar a execução das políticas nacionais e municipais.
• As ações de vacinação são a nível municipal. A união manda as vacinas para os estados e estes distribuem para os
municípios.

Competências na Esfera Municipal


• Por último a esfera do governo mais localizada e talvez a mais próxima de nós cidadãos. Prefeito e vereadores.
• O município é o encarregado pela saúde pública, necessita garantir serviços de atenção básica à saúde,
responsável pelas unidades básicas de saúde, postos de saúde.
• Ele deve criar suas próprias políticas públicas e aplicar as políticas da união e do estado.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 03 – Saúde da mulher
Competências profissionais na estratégia saúde da família

• As competências estão estabelecidas na portaria número 648/GM de 28/03/06, que aprova a Política Nacional de
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para organização da atenção básica para o
Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
• Todas as categorias profissionais integrantes da ESF participam deste processo, cada qual com sua atribuição
específica, a construção deste processo só ocorre mediante a participação de toda a equipe nas reuniões semanais,
para a organização e discussão do próprio processo.
• Quem faz parte da organização?
o Médico, enfermeiro, técnico, agente comunitário, dentista e o auxiliar bucal. Toda essa equipe se reúne
toda semana para estar discutindo o processo que atua durante a semana.

Características especificas do processo de trabalho


• Cadastramento;
• Definição precisa do território (cada rua tem o seu agente comunitário);
• Critérios de risco (“aquele bairro tem risco para contaminação?”);
• Cuidado familiar ampliado (tratamento de tuberculose);
• Trabalho interdisciplinar e em equipe;
• Ações inter setoriais;
• Criação de vínculos de confiança da comunidade e da equipe de saúde;
• Participação da comunidade.
• Como é feito o processo na UBS?
o Começa pelo cadastramento, você delimita as famílias e cada agente comunitário é responsável por 100
famílias.

Aspectos importantes do processo de trabalho


• Sobre a confiança, para refletir:

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 03 – Saúde da mulher
• Sobre a dignidade, para refletir:

O papel de cada membro da equipe da saúde da família


• Agente comunitário de saúde (ACS)
o O agente comunitário de saúde tem um papel muito importante no
acolhimento, pois é membro da equipe que faz parte da comunidade,
permite a criação de vínculos mais facilmente, propiciando o contato direto
com a equipe.
o Muitas vezes ele é morador daquele bairro. Leva a demanda para os
técnicos.

• Técnico de enfermagem
o Participa das atividades de assistência básica na unidade de saúde familiar (USF) e, quando necessário, no
domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.);
o Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco, conforme
planejamento da equipe;
o Participa do gerenciamento dos insumos necessários para adequado funcionamento da USF.
• Enfermeiro
o Assumir uma posição de liderança no trabalho em equipe multiprofissional, o que implica:
▪ Compromisso;
▪ Responsabilidade;
▪ Empatia;
▪ Habilidade em comunicação;
▪ Tomada de decisão.
o OBS 1: primeiro a consulta da comunidade é com a enfermagem (triagem) e depois com o médico. São
cadastrados 12 pacientes para o médico na AB.
o OBS 2: o líder da equipe da saúde da família é o enfermeiro, ele é responsável pela ESF, o médico é
responsável pelo paciente.
• Médico na equipe da saúde da família
o Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
tratamento, reabilitação e manutenção da saúde da mulher);
o Realizar consultas;
o Realizar atividades de demanda espontânea;
o Encaminhar, quando necessário, aos serviços de média e alta complexidade;
o Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos ACS, equipe de enfermagem.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 03 – Saúde da mulher
o Para mulher pode-se fazer pré-natal, coleta de preventivo, assistir no puerpério e à menopausa. O pré-
natal possui consultas intercaladas, a primeira passa pela enfermagem, onde se solicita todos os exames,
a segunda é com o médico. Há essa alternância entre médico e enfermeiro no pré-natal.
• Participar de uma equipe de saúde da família significa se responsabilizar por uma determinada população e
acompanhá-la ao longo do tempo, por todo o seu percurso de vida. A unidade de saúde pode ser assim entendida
como um espaço de construção da cidadania.

Interação com outros profissionais


• Entende-se o apoio matricial institucional criado para promover uma interlocução entre os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) e as Unidades de Saúde (US), numa tentativa de organizar o serviço e o processo de trabalho,
de modo a tornar horizontais as especialidades e estas permearem todo o campo das equipes de saúde (GOMES
et al., 2006).
• A estratégia saúde da família apresenta grande potencialidade de se tornar um sistema eficaz para o
enfrentamento da saúde da mulher; um grande desafio é o de superar o processo de trabalho no qual foram
estabelecidos, por isso, necessitamos exercitar as competências no âmbito de nossa prática.

Questões de provas passadas

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 03 – Saúde da mulher

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher
Objetivo da aula:
• Conhecer o esquema vacinal no contexto na saúde da mulher.

Conceitos
• Imunizar:
o Tornar NÃO suscetível a uma determinada doença.
• Vacina:
o Produto farmacológico que contém agentes imunizantes capazes de induzir a imunização ativa.

Imunização

História do Programa Nacional de Imunização


• Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com
o objetivo de coordenar as ações de imunizações.
• O governo Federal manda as vacinas para os Estados, estes distribuem para os municípios e todas as redes. E os
municípios vão aplicar as vacinas.
• O êxito das campanhas de vacinação, mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença.
• Em 1994, o Brasil e os países da região das américas, recebeu da Comissão Internacional para a Certificação da
Ausência de Circulação do Poliovírus Selvagem nas Américas, foram eliminados de nosso continente.
• Ao longo do tempo, a atuação do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional. As metas mais recentes,
erradicação do sarampo e a eliminação tétano neonatal.
• O principal objetivo do programa, ao longo desses 33 anos, tem sido controlar, eliminar e/ou erradicar doenças
como a poliomielite, o sarampo, a difteria, o tétano, a coqueluche, a febre amarela, a hepatite B, a rubéola
congênita e as formas graves da tuberculose, mediante a imunização sistemática da população.

Calendário da criança

• Hepatite B monovalente pode ser realizada até 30 dias de vida da criança. A BCG também.
• Criança prematura não faz, só faz a vacina acima de 2 kg.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

• A meningo C pode ser dada até 5 anos de vida.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

• A hepatite A entrou no calendário vacinal em 2014, antes só tomava ela quem tinha indicação.

• A varicela entrou no calendário vacinal recentemente também.

Calendário do adolescente – considerar história vacinal


• A caderneta de vacinação deve ser frequentemente atualizada. Algumas vacinas só são administradas na
adolescência. Outras precisam de reforço nessa faixa-etária. Além disso, doses atrasadas também podem ser
colocadas em dia. Veja as vacinas recomendadas a adolescentes:

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

Calendário do adulto – considerar história vacinal


• É muito importante que os adultos mantenham suas vacinas em dia. Além de se proteger, a vacina também evita
a transmissão para outras pessoas que não podem ser vacinadas. Imunizados, familiares podem oferecer proteção
indireta a bebês que ainda não estão na idade indicada para receber algumas vacinas, além de outras pessoas que
não estão protegidas. Veja lista de vacinas disponibilizadas a adultos de 20 a 59 anos:

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

Calendário da gestante
• A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir doenças para si e para o bebê. Elas não podem tomar
as mesmas vacinas que qualquer adulto e, portanto, têm um esquema vacinal diferenciado. Veja as vacinas
indicadas para gestantes.

• A vacina da influenza é sazonal: período da campanha nacional entre os meses de abril e maio = vacinação
trivalente (cepa vigente devido a possível mutação viral).

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher
Profilaxia de tétano em caso de ferimentos
• Só aplicar vacina se tiverem decorrido mais de 10 anos da última dose.

Imunoprofilaxia pós-exposição Hepatite B

OBS: se você tomar as vacinas da hepatite B e não ficar imune, você tem que tomar imunoglobulina.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher
Vacinação simultânea
• As vacinas podem ser administradas simultaneamente, exceto a vacina febre amarela e tríplice viral em crianças
< 2 anos.
• Neste caso, estas vacinas devem ser administradas com intervalo mínimo de 30 dias.

Motivos para adiar vacinação


• Presença de febre moderada à grave – evitar associação de um possível EAPV.
• Uso de corticoide: superior a 2 semanas em crianças com peso menor de 10 kg – aguardar 1 mês após o término
da Corticoterapia.

OBS: a tetravalente causa na criança febre, enjoo etc.

Uso de antitérmico profilático


• Uso do paracetamol profilático desencadeia uma redução do título de anticorpos das vacinas administradas.
• O uso desta medicação deverá ocorrer mediante orientação médica e atrelada à história familiar de convulsão
e/ou ocorrência de eventos adversos pós-vacinas associados à ocorrência de febre moderada/grave.

OBS: não usa mais álcool no algodão, pois inativa a vacina. Vacinas só são aplicadas no braço ou no vasto lateral da
coxa. Já para uma medicação no glúteo pode-se usar o algodão e não se faz medicação no braço, só no glúteo. A vacina
da febre amarela é subcutânea (seringa de insulina).

Contraindicações FALSAS
• Doenças infecciosas ou alérgicas do trato respiratório superior (tosse, coriza);
• Desnutrição, diarreia, febre leve/moderada;
• Prematuro, exceto a BCG que tem peso mínimo de 2000 g;
• Uso de corticoide em doses diárias baixas (uso prolongado com baixas
doses/com dias alternados);
• Reação local a dose anterior; tomar a vacina no outro lado.
• OBS: não se deve vacinar em cima de tatuagem, se puder evitar, evite.
• Pessoas com escabiose/doenças de pele;
• Pessoas com história familiar de morte súbita;
• Uso de antibióticos;
• Alérgicas não relacionadas aos componentes das vacinas;
• Tratamento antirrábico em curso;
• História pregressa de doença imunoprevinivel;
• Aleitamento materno exceto vacina contra febre amarela.

Contraindicações VERDADEIRAS
• Existem vacinas que grávidas não podem tomar;
• Altas doses de corticoides, mais de 30 dias;
• Neoplasias malignas;
• Quimioterapia e radioterapia.

Passo a passo para manusear vacinas


• Conferir se a câmara e a caixa térmica estão com temperaturas adequadas (entre 2 a 8 °C).
• Conferir o nome completo do usuário.
• Realizar anamnese individualizada (estado de saúde, febre, EAPVs anteriores, uso de medicações “corticoide”,
alergias a componentes específicos.
• Conferir registros vacinais (avaliação da caderneta/cartão).
• Conferir a data de nascimento e idade.
• Conferir o rótulo certificando o nome de cada vacina.
• Conferir o rótulo certificando a validade do lote (diluente).
• Conferir a compatibilidade entre seringa agulhada e via de administração.
• Conferir se a dose é D1, D2, D3 ou reforço.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher
• Conferir se o volume aspirado está de acordo com o preconizado pelo PNI considerando também faixa etária do
usuário.
• Conferir a via de administração (oral, intradérmica, subcutânea e intramuscular).
• Conferir se o sítio de aplicação está de acordo com a padronização preconizada.
• Conferir se o ângulo está de acordo com a técnica de via de administração.

Vigilância de eventos adversos e erros de imunização


• EAPV grave (EAG):
o Hospitalização no mínimo de 24 ou prolongamentos;
o Causa de disfunção significativa ou incapacidade persistente;
o Causa risco morte ou morte (exemplo: anafilaxia);
o Dentre outras gravidades.
• EAPV não grave (EANG):
o Eventos sistêmicos ou locais (moderados ou intensos);
o Quando necessita ou não de um tratamento médico ambulatorial e exames complementares.
o Que não esteja nos critérios de EAG.

OBS: os eventos adversos têm que ser notificados.

Emergência na sala de vacinas


• Choque anafilático: depois de minutos até 2 horas após vacinação;
• Sinais e sintomas:
o Diminuição ou abolição do tônus muscular;
o Palidez;
o Cianose;
o Resposta diminuída ou ausente aos estímulos;
o Depressão ou perda da consciência;
o Hipotensão ou choque.
• Toda sala deve estar munida de um kit de emergência.
• Ampola de adrenalina.
• Hidrocortisona.

Imunização
• No decorrer dos anos com a vacinação, conseguimos:
o 1942 – Erradicação da febre amarela urbana;
o 1972 – Erradicação da varíola;
o 1981 – Erradicação da poliomielite;
o Controle do sarampo;
o Controle do tétano neonatal;
o Controle das formas graves de tuberculose em crianças;
o Controle da síndrome da rubéola congênita;
o Diminuição significativa das meningites Haemophilus influenzae tipo B;
o Diminuição significativa da influenza em idosos e suas complicações, bem como das infecções
pneumocócicas;
o Controle da pandemia de influenza H1N1.
• Desafios atuais:
o Implantação da vacina HPV;
o Implantação da vacina Hepatite A (segundo semestre de 2014);
o Implantação da vacina Tríplice bacteriana acelular adulto (2015);
o Substituição da vacina pentavalente pela Hexavalente.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher
A partir de 12 de agosto de 2019:

• Cidadãos com 60 anos ou mais não precisam ser vacinados.


• Pessoas sem comprovação de vacina prévia deverão ser vacinados.

Questão de provas passadas

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 04 – Saúde da mulher

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher
Objetivo da aula:
• Conhecer e preencher a ficha de agravos de violência contra a mulher.

O “VIVA” – Vigilância de violência e acidentes


• O que é?
o Sistema possibilita conhecer melhor a
dimensão dos acidentes em geral
(transito, domestico, trabalho, etc), e
identificar a violência domestica e sexual,
principalmente os maus tratos contra
crianças e adolescentes, violência contra
mulheres e pessoas idosas e, ao longo do
tempo, inclui outros segmentos sociais em
vulnerabilidade (LGBT, população de
campo e floresta, etc).
o Esses outros segmentos sociais em
vulnerabilidade foram inseridos agora na
notificação, não tinham antes.
• Objetivo geral
o Conhecer a magnitude e a gravidade das
violências por meio da produção e difusão
de informações epidemiológicas e definir
políticas públicas de enfrentamento como
estratégias e ações de intervenção,
prevenção, atenção e proteção às pessoas
em situação de violência.
o Por isso é importante fazer notificação,
pois com base nela é feito a epidemiologia,
onde é feita as intervenções, as ações.
• Justificativa
o Por que fazer vigilância de violências e acidentes?
▪ 1 - Conhecer o perfil das vítimas e autores/as da agressão;
▪ 2 - Dimensionar a demanda por atendimentos de urgência e outros serviços;
▪ 3 - Caracterizar as lesões de menor gravidade;
▪ 4 - Revelar a violência doméstica, silenciada e “camuflada” nos lares;
▪ 5 - Revelar todas as formas de violências (interpessoais e autoprovocadas, tanto urbana quanto
intrafamiliar).

Alterações na ficha de notificações de violência – SINAN versão 5.0 (versão 06.11.2014)


• Considerando a política nacional de saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, ampliou-
se o objeto de notificação, incorporando as violências por motivação homo/lesbo/transfóbica.
o Foi incluído esse novo item na notificação.

Notificação intersetorial de violências


• Necessário pactuação: (MS, Conass e Conasems).
• As diretrizes para o fluxo de encaminhamento dos casos à rede de atenção e proteção nos municípios, estados e
DF e a comunicação ao Conselho Tutelar deverá ser instituída por meio de um ato normativo.
• Por isso é importante a notificação, para ser encaminhada. Em cima da notificação já consegue saber todos os
agravos e acidentes, não é preciso encaminhar para o boletim de ocorrência para ser feita a notificação.
• Entre outras providencias, estabelece a notificação imediata (em menos de 24 horas) para violência sexual e
tentativa de suicídio, em âmbito municipal.
• As demais violências interpessoais são de notificação semanal (atualizada pela Portaria 204 de 17 de fevereiro de
2016).

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher
• Violência sexual:
o Agilizar o atendimento a vítima e seu acesso à contracepção de emergência e às medidas profiláticas
resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes (Ministério da Saúde, 2011) em até 72
horas da agressão (mais precocemente possível).
• Tentativa de suicídio:
o Tomada rápida de decisão, como encaminhamento e vinculação do paciente aos serviços de atenção
psicossocial, de modo a impedir que um caso de tentativa de suicídio se concretize.

Ficha de notificação/investigação individual

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher
Questão de provas passadas

Dicas
1. Haverá uma questão de imunização sobre mulher (gestante).
2. Uma das questões abertas possivelmente será mortalidade materna (Aula 1) e sobre aquela palestra que todos
fomos que valia 0,5 ponto na média.
3. Das propostas para a declaração do milênio as mais importantes para a gente são a 3 (promover a igualdade entre
os sexos e a autonomia das mulheres) e o 5 (melhorar a saúde materna).
4. Ver sobre mortalidade materna em 2015.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aula 05 – Saúde da mulher
5. Quem fez o pré e pós-teste naquele dia da OFICINA, docente falou que vai se sair bem.
6. Avanços das mulheres no SUS, avanços das casas de parto, misoprostol, atenção obstétrica com a mãe e pai da
criança.
7. Norma técnica do MS da prevenção e tratamento dos agravos resultante da violência contra a mulher.
8. Lei do planejamento familiar (segundo docente foi falado muito na prática).
9. Política nacional de saúde da mulher.
10. Aula de eixos e diretrizes (olhar isso).
11. Atribuição de cada integrante da equipe de saúde da família.
12. Isso é tudo pessoal.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
Objetivo da aula:
• Desenvolver as práticas educativas relativas ao planejamento familiar e reprodutivo.

Direitos, saúde sexual e saúde reprodutiva: marcos legais e políticos


• Os direitos sexuais e os direitos reprodutivos são direitos humanos já reconhecidos em leis nacionais e
documentos internacionais.
• Os direitos, a saúde sexual e a saúde reprodutiva são conceitos desenvolvidos recentemente e representam uma
conquista histórica, fruto da luta pela cidadania e pelos direitos humanos.

Marcos referenciais internacionais


• Definem os direitos sexuais e os direitos reprodutivos, destacam-se duas conferências promovidas pela
Organização das Nações Unidas (ONU):
o Conferência internacional sobre população e desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo, em 1994.
▪ A partir da CIPD, as políticas e os programas de população deixaram de centrar-se no controle do
crescimento populacional como condição para a melhoria da situação econômica e social dos
países, e passaram a reconhecer o pleno exercício dos direitos humanos e a ampliação dos meios
de ação da mulher como fatores determinantes da qualidade de vida dos indivíduos.
o IV Conferência Mundial sobre a mulher, realizada em Beijing, Pequim, em 1995.
▪ A Plataforma de Ação de Pequim consagrou três inovações dotadas de grande potencial
transformador na luta pela promoção da situação e dos direitos da mulher: o conceito de gênero,
a noção de empoderamento e o enfoque da transversalidade.

Marcos referenciais nacionais


• Programa de assistência integral à saúde da mulher – PAISM/MS/1984.
• Constituição Federal de 1988.
o Instituído os direitos dos trabalhadores.
• Lei número 9.263/1996, que regulamenta o planejamento familiar (pode cair na prova)

• Política nacional de atenção integral à saúde da mulher/MS/2004.


• Política nacional dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos/MS/2005.
• Século XX, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde, mas os programas implementados
voltados exclusivamente para a assistência aos aspectos referentes à gestação e ao parto.
• A atenção em saúde sexual e em saúde reprodutiva é uma das áreas de atuação prioritárias de Atenção Básica
à saúde.
o Desde a criança com a vacinação, depois com a atenção a mulher jovem, a mulher na idade fértil,
climatério e por último na menopausa.
• Deve ser ofertada observando-se como princípio o respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos.
• Depois tem a atenção secundária:
o Exemplo, se essa mulher na atenção básica, ela na idade fértil vai lá e faz um preventivo e deu alteração
no colo do útero, essa mulher é encaminhada para atenção secundária/para o tratamento secundário.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
o Mesma coisa acontece com o paciente na atenção básica diagnosticado com hipertensão, é encaminhado
para atenção secundária para o tratamento.
• No Brasil, o Pacto pela saúde, firmado entre os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de 2006,
também inclui, entre suas prioridades a saúde sexual e com a saúde reprodutiva:
o Redução da mortalidade infantil e materna, controle do câncer de colo de útero e da mama, saúde do
idoso, promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
• Contextualizando a priorização da saúde sexual e da saúde reprodutiva na Atenção Básica:
o Ressaltar que entre os oito objetivos de desenvolvimento do milênio definidos na Conferência do Milênio,
realizada pela ONU em setembro de 2000, quatro possuem relação direta com a saúde sexual e com a
saúde reprodutiva: a promoção de igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres.
o O Brasil não atingiu a meta. A razão da mortalidade materna em 2015 foi 62%. E qual a razão para 2030?
30%. Em 2000 era de 35%.
• Ministério da Saúde (2005), lançou a Política Nacional dos Direitos sexuais e dos Direitos reprodutivos:
o Diretrizes e ações propostas por essa política:
▪ Ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis no SUS;
• Quais os métodos anticoncepcionais reversíveis no SUS? Resposta: DIU de cobre,
anticoncepcionais injetáveis e orais.

▪ Ampliação do acesso à esterilização cirúrgica voluntaria (laqueadura tubária e vasectomia) no SUS;


▪ Implantação e implementação de redes integradas para atenção às mulheres e aos adolescentes
em situação de violência doméstica e sexual;
▪ Ampliação dos serviços de referência para a realização do aborto previsto em lei;
▪ Garantia de atenção humanizada e qualificada às mulheres em situação de abortamento.

O que os adolescentes e os jovens têm a ver com direitos, saúde sexual e saúde reprodutiva?
• A adolescência e a juventude são etapas fundamentais do desenvolvimento humano, assim como as demais etapas
da vida.
• A atenção em planejamento familiar implica não só a oferta de métodos e técnicas para a concepção e
anticoncepção, mas também a oferta de informações e acompanhamento, num contexto de escolha livre e
informada.
• A abordagem ao adolescente é difícil, é necessário conquistar essa adolescente, perguntando o nome dela, onde
mora, se estuda, onde estuda, qual matéria mais gosta etc.

• Tempestade de ideias:
o Adolescência;
o Sexualidade;
o Planejamento familiar;
o Gravidez na adolescência;
o Infecções sexualmente transmissíveis.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
Adolescência e transformações no corpo
• Passagem da infância à idade adulta.
• Problemáticas.
• A orientação sexual tem que começar em casa. Na escola, vai abordar
os assuntos das consequências dessa relação sexual.
• Alterações da puberdade nas meninas:
o Os quadris ficam mais largos;
o Surgem pelos pubianos;
o Aparecem pelos nas axilas;
o Os mamilos escurecem;
o A mama aumenta;
o Ocorre a menstruação.

Responsabilidade sexual
• Ter responsabilidade sexual é:
o Saber respeitar os meus sentimentos e o meu corpo e saber respeitar os sentimentos e o corpo do outro;
o Pensar e tomar providencias quanto à possibilidade de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis
(IST’s).

Gravidez na adolescência
• Inúmeras questões;
• Muitas desvantagens;
• Imaturidade física;
• Imaturidade psicológica.
• Em muitos casos, a gravidez na adolescência está relacionada com a situação
de vulnerabilidade social, bem como com a falta de informações e acesso aos
serviços de saúde, e ao baixo status de adolescentes mulheres nas relações
sociais vigentes, sobretudo das pobres e negras.

Planejamento familiar
• É o conjunto de cuidados de saúde que visa ajudar as mulheres e os homens a
planejarem o nascimento dos seus filhos e viverem a sua sexualidade de uma forma gratificante e sem o receio de
uma gravidez que, naquele momento, não desejam.
• Objetivos:
o Promover a vivência da sexualidade de forma saudável e segura;
o Regular a fecundidade segundo o desejo do casal;
o Preparar para uma maternidade e paternidade responsáveis;
o Reduzir a incidência das IST’s e as suas consequências;
o Melhorar a saúde e o bem-estar da família.
• O que é ser pai presente?
o Reconhecimento da paternidade.
o 30% da população brasileira não tem o nome do pai na certidão de
nascimento.

Métodos contraceptivos
• Os métodos contraceptivos possibilitam uma vida sexual “sem medos”, permitindo evitar uma gravidez
indesejável.
• Profissional de Saúde, auxilie na escolha do método mais adequado para o seu caso, bem como para te fornecer
todas as informações necessárias.
• Reversíveis:
o Métodos que ao deixarem de ser utilizados permitem uma gravidez.
• Irreversíveis:
o Destinam-se essencialmente a casais que não desejam ter mais filhos.
o A sua eficácia é praticamente total.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
o Exige uma intervenção cirúrgica que pode envolver uma
anestesia geral ou local.
o Até 2 anos após realização da laqueadura ou vasectomia há
como fazer a reversão. Na verdade, há 50% de chance de dar
certo a reversão e 50% de chance de dar errado. O SUS não faz a reversão e é um procedimento muito
caro.
o Orientações sobre vasectomia ou laqueadura:
▪ Depois de feita a vasectomia tem que ejacular 25 vezes, porque naquele percurso contém
espermatozoide, portanto, se tiver uma relação sexual desprotegida a mulher pode engravidar.
▪ Após as 25 ejaculações, deve-se fazer o espermograma para confirmar se não há mais presença
de espermatozoide pelo percurso. Depois de 2/3 anos é recomendado fazer o espermograma.
▪ A laqueadura/vasectomia só podem ser realizadas 60 dias após as orientações. Não se deve
marcar cesariana para fazer laqueadura. A mulher que vai ter um parto normal, depois de 60 dias
das orientações ela estará apta a realizar a laqueadura.
▪ Se 60 dias antes do parto a mulher já tiver toda a documentação pronta para fazer a laqueadura
e se no caso ela fosse fazer parto vaginal, mas evoluiu para cesariana, ela já pode fazer a
laqueadura pois tem toda a documentação pronta (60 dias antes ela já teve toda a orientação).

• Quem deve usar métodos contraceptivos?


o Qualquer pessoa que tenha iniciado a sua vida sexual e que não deseja engravidar no momento.

A gravidez é uma preocupação só das mulheres?


• O homem tem igual responsabilidade e deve assumir o seu papel paternal.
• Deve estar igualmente informado sobre os métodos contraceptivos existentes para a evitar, de forma que possa
ser feita uma escola conjunta, do método que oferece mais segurança a ambos.
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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
Métodos reversíveis
• Métodos naturais:
o São métodos que se baseiam no conhecimento do período fértil da mulher (período durante o qual pode
ocorrer a fecundação) e na abstenção de relações sexuais durante esse período.
o São menos eficazes que os métodos não naturais.
o Método do calendário ou de Ogino, tenta determinar o período fértil da mulher conhecendo a data da
próxima menstruação. Este método é relativamente eficaz se a mulher for regular.
▪ O ápice é nos dias 12, 13, 14, 15.

• Métodos não naturais:


o São métodos que impedem a fecundação através da utilização de dispositivos adequados, enquanto
outros se baseiam no uso de substâncias.

Contracepção hormonal
• Contracepção oral hormonal – pílula.
o É seguro e eficaz, quando usado correta e consistentemente.
o Além disso, mantém ciclos menstruais regulares, alivia a dismenorreia, tem efeito protetor sobre o
endométrio e o ovário, reduz doenças benignas da mama, reduz o crescimento de miomas uterinos,
menor incidência e recidiva de endometriose, evidências de ação profilática na osteoporose, entre outros.
• Contracepção hormonal injetável.
o O injetável mensal pode ser usado na mulher climatérica, desde que sejam observadas as suas
contraindicações. A primeira opção deve recair sobre os injetáveis mensais que contenham 5 mg de
estrogênio.
o O injetável trimestral tem como vantagem poder ser usado quando for contraindicado o uso de estrógeno
e a facilidade do seu uso e sua alta eficácia.
• Contracepção hormonal – implante.
o Os implantes subcutâneos apresentam alta eficácia contraceptiva e proteção endometrial.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
• Anel vaginal.
o Composto de estrogênio e progesterona, envoltos por uma camada de silástico microperfurada, com
liberação constante e controlada dos hormônios para a corrente sanguínea, representa alternativa de
contracepção importante no climatério, em razão de sua praticidade de uso e de sua eficácia comprovada.
o Promove bom controle do ciclo, embora tenha dosagens baixas.

• Adesivo contraceptivo.
o Contém dois hormônios, estrogênio e progestogênio, que são absorvidos por
meio da pele.
o Pode ser uma escolha apropriada em casos de intolerância gástrica ou da
dificuldade de uso das pílulas anticoncepcionais pela ocorrência de
esquecimentos frequentes.
o Possui também alta eficácia, sendo claramente, opção confortável a qualquer
faixa etária.
• Dispositivo intra-uterino (DIU).
o O DIU de cobre é um excelente método para ser usado na pré-menopausa, desde que a mulher não
apresente nenhuma condição que contraindique o seu uso. Apresenta elevada eficácia, tem poucos
efeitos colaterais, longa duração e ausência de efeitos metabólicos.
o Entre as suas desvantagens, destacam-se a possibilidade de aumento do fluxo menstrual, a maior
incidência de dismenorréia e a maior taxa de expulsão

Como iniciar a pílula?


• A pílula deve ser iniciada no 1º dia da menstruação;
• Tomar diariamente e à mesma hora;
• Recomeçar nova embalagem no final dos dias de interrupção.
• Efeitos colaterais:
o Náusea e vômitos;
o Alteração do peso;
o Mastodínia (dor nas mamas);
o Alteração do fluxo menstrual;
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
o Depressão;
o Irregularidades menstruais.
• Vantagens da pílula:
o Tem elevada eficácia contraceptiva;
o Não interfere com a relação sexual;
o Regulariza os ciclos menstruais;
o Melhora a tensão pré-menstrual e as
dores menstruais;
o Previne e controla a anemia;
o Contribui para a prevenção de algumas
doenças;
o Não altera a fertilidade, após a
suspensão do método.
• Desvantagens da pílula:
o Exige o empenho da mulher para a toma diária da pílula;
o não protege contra as IST’s.

Preservativo
• É um invólucro de látex que evita gravidez e protege contra as infecções sexualmente
transmissíveis (IST’s).
• Protege contra as IST’s.
• Envolve o homem na contracepção e na prevenção das IST’s.
• Se não for usado corretamente, pode rasgar ou ficar dentro da vagina.
• Evita gravidez.

Pílula do dia seguinte


• Quando se deve utilizar:
o Quando se rompe o preservativo;
o Quando se esquece de tomar a pílula;
o Em qualquer outra situação de relação sexual não protegida.
• A pílula do dia seguinte só deve ser utilizada em caso de emergência.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Planejamento familiar e reprodutivo
Temas que cairão na prova da N2 segundo docente:
• Planejamento reprodutivo/familiar;
• Métodos contraceptivos;
• Aleitamento materno: políticas públicas de aleitamento materno;
• Políticas públicas do pré-natal;
• Políticas públicas das IST’s;
• Pré-natal.

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RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
Objetivo da aula:
• Conhecer a linha de cuidado nas IST’s e discutir seus indicadores.

Introdução
• As doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde
pública mais comuns no Brasil e em todo o mundo, sendo atualmente consideradas o
principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV.
• Por que esse número vem se alastrando cada vez mais?
o Não é por falta de orientação, é por falta de conscientização, as pessoas não
têm conscientização de fazer a prevenção, porque material tem, é divulgado, o
material de prevenção é distribuído para toda a população de graça.
• As IST’s são causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos e
protozoários), sendo transmitidas, principalmente, por contato sexual e, de forma
eventual, por via sanguínea.
• A transmissão de uma IST ainda pode acontecer da mãe para a criança durante a
gestação, o parto ou a amamentação.
• Quais as doenças por vírus?
o HPV, HIV, hepatites e herpes.
• A partir do momento que a imunidade baixa, essas doenças vão aparecer.
• Obs: Todos os bebês que nascem de parto vaginal recebem uma gota de nitrato de prata no olho. Então quando
a mãe recebe aquele bebê com os olhos amarelados pode ser devido a isso.
o No Brasil, desde 1977, é obrigatória a aplicação de uma solução de nitrato de prata a 1% em cada um dos
olhos do recém-nascido no prazo de uma hora após o nascimento.
o A prática é realizada para a prevenção da conjuntivite gonocócica, causada pela bactéria gonococo, que
pode ser transmitida pela mãe durante o nascimento, por contato vaginal. O Nitrato de Prata é indicado
na prevenção de infecções nos olhos dos recém-nascidos.
• Obs: gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase são curáveis.

Informações relevantes sobre as IST’s no mundo


• Segundo estimativas da OMS (2013), mais de um milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente.
• A cada ano, estima-se que 500 milhões de pessoas adquirem uma das IST’s curáveis (gonorreia, clamídia, sífilis e
tricomoníase).
• 530 milhões de pessoas estejam infectadas com o vírus do herpes genital;
• 290 milhões de mulheres estejam infectadas pelo HPV;
• 530.000 casos de câncer de colo uterino;
o O câncer de colo de útero é adquirido pela relação sexual sem camisinha pelo vírus HPV.
• 275.000 mortes por essa doença/ano;
• 300.000 sífilis, na gravidez e mortes fetais e neonatais/ano.
• 215.000 recém-nascidos (RN) sob o risco de morte prematura, baixo peso ao nascimento ou sífilis congênita.

Classificação das IST’s/AIDS


• Doenças que apresentam corrimentos;
• Doenças que apresentam feridas;
• Doenças que apresentam verrugas.

Histórico
• No século XVI, as IST’s eram disseminadas na Europa, nessa época elas eram chamadas de doenças venéreas.
(Sacerdotisas dos templos de Vênus, Deusa do amor).
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
• OMS estima que ocorram, no mundo, cerca de 500 milhões de casos de IST’s por ano.
• Os casos de IST’s não diminuem porque há alta resistência em se usar o preservativo.

Doenças que apresentam corrimentos

Tricomoníase
• Corrimento amarelado ou esverdeado.
• Prurido.
• Dor no ato sexual.
• OBS: os parceiros, mesmo não apresentando sintomas, também necessitam fazer o tratamento.

Vaginose bacteriana
• Corrimento branco-amarelado não muito intenso.
• Mal cheiro (odor de peixe podre) principalmente depois do ato sexual ou no final da menstruação.

Candidíase
• Corrimento de cor branca, tipo leite coalhado.
• Prurido intenso.
• Ardência durante o ato sexual.
• Irritação nos órgãos genitais.
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)

Gonorreia
• Corrimento amarelado no canal da urina.
• Ardência ao urinar.
• Pode contaminar o bebê na hora do parto.
• É uma doença bem característica de adolescente (entre 15 e 18
anos).
• Tem cura.

Clamídia
• Na maioria das mulheres infectadas não apresentam sintomas, podendo ter corrimento vaginal sem cheiro e sem
prurido.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
A falta de tratamento pode causar:
• Infecção nas trompas e ovários.
• Nas gestantes, pode ser transmitido no parto, causando cegueira no bebê.
• Obs: tanto a gonorreia quanto a clamídia podem causar esterilidade.

Doenças que apresentam feridas

Cancro mole
• Feridas dolorosas e com pus nos órgãos genitais, podem aparecer caroços na virilha que rompem e soltam pus.
• É mais comum nos homens.

Linfogranuloma venéreo
• Ferida nos órgãos genitais que muitas vezes não é percebida e desaparece sem tratamento.
• Depois surgem caroços na virilha que se rompem e soltam pus.

Donovanose
• Começa com caroço, em seguida forma uma ferida que cresce em volume e extensão.
• Não dói e não tem íngua (muitas vezes é confundido com íngua genital).
• “estraga todo o órgão sexual”.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
Herpes genital
• Ardência e vermelhidão, seguida e pequenas
bolhas agrupadas que rompem e formam feridas
dolorosas nos órgãos genitais.

• As férias podem durar de uma a três semanas e


desaparecem, mesmo sem tratamento.
• Mesmo após o desaparecimento das feridas a
pessoa continua infectada.
• Os sintomas podem reaparecer por causa de
problemas emocionais ou quaisquer outros fatores
que diminuem a resistência do organismo.
• Algumas pessoas podem estar infectadas sem apresentar sintomas.
• Causa muita dor.
• Aconselha-se fazer chá de camomila gelado, pois ajuda a aliviar o ardor, mas não trata.
• Uma vez adquirida, está no seu corpo, não tem cura. Há períodos de melhora e piora.
• Dados epidemiológicos
o números aumentados devido a migração por conta das usinas.

Sífilis
• A sífilis é uma doença infecciosa de transmissão sexual ou materno-fetal, sistêmica, de evolução crônica, sujeita a
surtos de agudização e períodos de latência clínica de menor ou maior tempo de duração.
• A ocorrência de casos de sífilis congênita revela falhas graves no sistema de saúde.
• A sífilis congênita é considerada, portanto, um indicador para avaliação da qualidade da assistência à gestante.
• 1ª fase:
o Ferida indolor nos órgãos genitais,
acompanhada de íngua na virilha.
o Os sintomas surgem de 1 a 12 semanas
após o contágio.
o Pessoas infectadas podem não
apresentar sintomas.
• 2ª fase:
o Os sintomas surgem até 6 meses após o
contágio.
o Manchas no corpo, principalmente nas
palmas das mãos e nas plantas dos pés.
• 3ª fase:
o Ocorre vários anos após o contágio.
o Podem ser afetados coração, ossos, cérebro, podendo levar à morte.
• Breve história:
o A sífilis era considerada como a AIDS da época (século XVI);
o A cura foi obtida apenas na segunda metade do século XX (Penicilina).

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
• Dados epidemiológicos:

Sífilis congênita
• Transmitida ao bebê durante a gravidez, ele pode morrer (aborto ou parto prematuro) ou nascer com defeitos
físicos.
• Dados epidemiológicos:

Doenças que apresentam verrugas

Condiloma acuminado (HPV)


• Doença infecciosa, de transmissão freqüentemente sexual, também conhecida como
condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo.
• Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais e/ou
ânus e boca.
• Lesão em couve flor é lesão mais avançada.
• Crescem mais rapidamente durante a gravidez em paciente com imunidade deprimida.
• A falta de tratamento adequado pode predispor ao câncer do colo uterino ou do pênis.
• OBS: algumas pessoas podem estar infectadas e não apresentar as verrugas.
• Há vacinas para o HPV de 9 aos 13 anos para as meninas. Também há vacinas para os meninos.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
• Dados epidemiológicos:

História da AIDS
• 1977-78: primeiros casos nos EUA, Haiti, África Central.
• 1980:
o Primeiro caso no Brasil (São Paulo).
• 1982:
o Adoção do nome da doença dos 5 H (homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos – usuários de
heroínas, hookers (profissionais do sexo).
• 1986:
o Criação do Programa Nacional de DST e AIDS.
• 1988:
o Ministério da Saúde passa a adotar dia 1 de dezembro como “Dia Mundial de Luta contra a AIDS”.
o Primeiro diagnosticado na população indígena; (total de casos notificados 4.535).
• 1989:
o Morre Lauro Corona.
• 1990:
o Morre cantor Cazuza aos 32 anos.
• 1991:
o Distribuição gratuita de antirretrovirais (10 anos depois da AIDS ser identificada).
o Total de casos notificados 11.805.
• 1997:
o Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes com HIV, realização
de exames de carga viral e contagem das células CD4; total de casos notificados: 22.593.
• 2003:
o II Fórum em HIV-AIDS da América Latina, Havana e Cuba. O Brasil recebe o premio de US$ 1 milhão, como
reconhecimento às ações e prevenção e assistência no país.
o Total de casos notificados 310.310.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
• 2007:
o O programa nacional de DST-AIDS instituiu Banco de Dados de violações dos direitos das pessoas
portadoras de HIV.
• De 1980 à 2007 foram notificados no Brasil 474.273 casos de AIDS.
• Sudeste (289.074), Sul (89.250), Nordeste (53.089), Centro Oeste (26.757), Norte (16.103).
• Total de óbitos identificados no Brasil: 192.709;
o A maioria Sudeste (131.840), Sul (28.784), Nordeste (18;378), Centro Oeste (8.738) e Norte (4.968).
• De acordo com Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, em 2016 e 2017
foram notificados 991 novos casos de HIV positivo em Rondônia.
• Somente no município de Porto Velho foram 509.
• Nesse mesmo período, 82 mulheres gravidas foram diagnosticadas com a doença no estado.
• No total, nos últimos dez anos, de 2007 a 2017, o Sinan notificou em Porto Velho, 2.401 pessoas vivendo com
HIV/AIDS, na faixa etária de 20 a 39 anos de idade.
• Desse total, 1.682 são heterossexuais, 502 homossexuais e 86 ignorados.
• Os casos de AIDS são 1.980, sendo 1.265 masculino e 715 feminino. A quantidade de crianças foram 27, sendo 17
masculino e 10 feminino.
o Em relação a essas crianças, ou já nasceram congênita ou foram violentadas.

Dados epidemiológicos
• Distribuição dos casos de HIV/AIDS, segundo o ano de diagnóstico e o sexo – PVH 2016:

• Distribuição dos casos de HIV/AIDS, segundo a faixa etária e o ano de diagnóstico – PVH 2016:
o Dúvida: qual a primeira manifestação de doença num paciente soro positivo para HIV?
▪ Tuberculose (doença oportunista).

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
• Distribuição dos casos de HIV/AIDS, segundo o ano de diagnóstico e evolução – PVH 2016:

• Distribuição dos casos de gestantes/HIV +, segundo a faixa etária e o ano de notificação – PVH 2016:

Saiba como se pega a AIDS


• Assim pega:
o Sexo na boca;
o Sexo na vagina;
o Sexo anal;
o Uso de seringas por mais de uma pessoa;
o Transfusão de sangue contaminado;
o De mãe contaminada para seu filho durante a
gravidez ou no parto;
o Instrumentos que furam ou cortam não
esterilizados.
• Assim NÃO pega:
o Suor;
o Beijo no rosto;
o Aperto de mão/abraço;
o Sabonete/toalha;
o Talheres/toalha;
o Picada de insetos;
o Assento de ônibus;
o Piscina;
o Banheiro;
o Doação de sangue;
o Pelo ar.

Curiosidade: o vírus do HIV é menos resistente que o da hepatite.

Hepatites
• O que é?

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
o A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e
outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Em alguns casos, são
doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas.
• O que causa hepatite?
o As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A,
B, C, D (Delta) e E.
o No Brasil, mais de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da
Hepatite B (21,8%) e A (1,7%).
o O país registrou 40.198 casos novos de hepatites virais em 2017.
o O SUS oferece tratamento para todos independente do grau de lesão do fígado.
• Quais são os sintomas?
o As hepatites são doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes
podem ser:

• Como é feito o diagnóstico?


o O diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar a evolução da doença para cirrose ou câncer de
fígado. Por isso, é tão importante fazer os exames. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos que dão
o resultado em uma hora. Também existem exames feitos em laboratório.
o Testes Rápidos – Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos serviços públicos de saúde
para todas as pessoas. Se você tiver mais de 40 anos, é muito importante fazer o teste de hepatite C. Você
pode ter sido exposto a esse vírus na juventude. Em 2017, foram distribuídos 12 milhões de testes rápidos
de hepatite B e C em todo o país.
o Pré-natal – O exame de hepatite B também faz parte do rol de exames do pré-natal. A gestante deve ser
diagnosticada e será tratada, se houver indicação, ainda durante a gravidez.
• Prevenção:
o Vacina – A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B, entretanto quem se vacina
para o tipo B, se protege também para hepatite D, e está disponível gratuitamente no SUS. Para os demais
tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.
• Como se transmite a hepatite?
o Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos
(hepatite A e E);
o Transmissão por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de
barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D). Ambientes médicos,
laboratoriais, hospitalares e odontológicos, devem atender as normas de uso de materiais descartáveis,
esterilizações de materiais e equipamentos para o controle de transmissão de infecções, dentre as quais
se encontram as hepatites virais;
o Transmissão vertical: pode ocorrer durante a gravidez e o parto (hepatite B, C e Delta) A amamentação
não está contraindicada caso sejam realizadas ações de prevenção tais como a profilaxia para o recém-
nascido: 1º dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida e completar o esquema com
as demais doses para prevenção da hepatite B e D. Com relação à hepatite C, não existem evidências de
que a transmissão possa ser evitada com a contraindicação à amamentação (PCDT Transmissão vertical
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Infecções sexualmente transmissíveis (IST)
do HIV, Sífilis e Hepatite B e C, 2018). Transmissão sexual: relação sexual desprotegida (hepatite A, B, C e
Delta);
o A transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é
atualmente considerada rara. Isso se dá pelo fato de atualmente haver um maior controle, com a melhoria
das tecnologias de triagem de doadores e sistemas de controle de qualidade mais eficientes.

• Tratamento:
o A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As
hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.
o A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em
algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites
virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
Objetivo da aula:
• Sistematizar e Analisar a assistência a saúde da mulher no processo gravídico e puerperal.

Introdução
• O Ministério da Saúde, com os objetivos de qualificar as redes de atenção materno-infantil em todo o país e reduzir
a taxa, ainda elevada, de morbimortalidade materno-infantil no Brasil, institui a Rede Cegonha.
• É uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida
e bem estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de
vida.
• Foi quando houve a reunião de toda a estratégia da saúde da família (ESF) com os liderantes instituindo a Rede
Cegonha.
• A proposta qualifica:
o Sistema único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no
parto e no puerpério (28 dias após o parto).
o Quando a mulher engravida, ela está no período gravídico desde a gestação até os 28 dias pós-parto. Por
isso essa mulher depois de parir, tem que retornar a unidade de saúde para fazer o fechamento do cartão
do pré-natal. E também tem aquela consulta da ESF, a primeira consulta do puerpério, nesses 28 dias pós-
parto.
• Cenário atual do Brasil:
o Altas taxas de cesáreas (40% público e 80% na saúde suplementar);
o Mortalidade materna alta;
o Taxa de prematuridade alta (12,4%).

O que é Rede Cegonha?


• Estratégia do Ministério da Saúde que visa organizar uma rede de cuidados que assegure:
o Às mulheres: o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
puerpério.
o Às crianças: o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
Sobre a imagem acima:
• Captação precoce até a 12ª semana de gestação. Quem faz a captação?
o O agente comunitário, por isso a importância que ele seja contrato da comunidade. Assim, ele faz a
captação, encaminhando-as para a unidade de saúde.
• Para onde é encaminhada gestação de risco?
o Para o centro de representação da mulher.
• Acesso ao pré-natal de alto risco: HAS, diabetes gestacional, obesidade, adolescente etc.).
• Realização de exames e resultados em tempo oportuno:
o Isso está sendo um problema muito grande na nossa rede, porque Porto Velho não está realizando
exames, encaminhando para o Oswaldo Cruz, onde demora muito mais tempo para ser realizado.
• Gestão da informação da sis pré-natal: toda paciente que faz no serviço público, ela tem que ser cadastrada no
sistema sis pré-natal.
• Estratégias de comunicação e programas educativos:
o Rodas de conversas no centro de referência da mulher.

Sobre essa outra imagem acima:


• Promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável:
o Pode amamentar até os 2 anos de idade e aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade.
• Visita domiciliar na primeira semana de vida:
o O agente comunitário faz isso com o médico ou com o enfermeiro.
• Métodos contraceptivos:
o Que método oferecer para a mulher no puerpério?
▪ Progesterona oral e trimestral (injetável) para não interferir no aleitamento materno; DIU
também pode ser ofertado.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
Principais objetivos da Rede Cegonha

Princípios da Rede Cegonha


• Humanização do parto e do nascimento, com ampliação das boas práticas baseadas em evidência.
o Parto humanizado tem direito a acompanhante, escolha do acompanhante, a posição que lhe deseja etc.
• Organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de atenção à saúde (RAS).
• Acolhimento da gestante e do bebê, com classificação de risco em todos os pontos de atenção.
• Vinculação da gestante à maternidade.
o Se for paciente de alto risco é vinculada ao hospital de base;
o Se for de baixo risco vincula para a maternidade municipal.
• Gestante não peregrina.
o ou seja, a garantia de sempre haver vaga para gestantes e recém-nascidos nas unidades de saúde
• Realização de exames de rotina com resultados em tempo oportuno.
o No pré-natal, na 1ª consulta, solicita uma bateria de exames: VDRL, HIV, sífilis, toxoplasmose, rubéola,
HBsAg (hepatite), tipagem sanguínea etc. No 2º trimestre não precisa repetir tipagem sanguínea,
toxoplasmose e rubéola, os demais repete todos.

Diretrizes
• Garantia do acolhimento com avaliação e
classificação de risco e vulnerabilidade,
ampliação do acesso e melhoria da
qualidade do pré-natal.
• Garantia de vinculação da gestante à
unidade de referência e ao transporte
seguro.
• Garantia das boas práticas e segurança na
atenção ao parto e nascimento.
• Garantia da atenção à saúde das crianças
de 0 a 24 meses com qualidade e
resolutividade.
• Garantia de acesso às ações do
planejamento reprodutivo.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
Componentes

Objetivo do plano estadual da Rede Cegonha


• Reduzir a mortalidade materna e neonatal.
• Articular redes de atenção de forma a garantir acesso, vinculação, acolhimento e melhoria da resolutividade.
• Implementar um modelo de atenção integral à saúde da criança visando uma infância saudável.
• Implementar um modelo de atenção ao parto e ao nascimento com base em evidências cientificas e nos princípios
da humanização.
• Segundo MS a meta no Brasil é reduzir a mortalidade materna para 30/100 mil nascidos vivos até 2030.

Estratégias Rede Cegonha


• Vinculação da gestante, desde o pré-natal ao local de parto (mapa de vinculação pactuado), em uma rede
integrada de cuidados:
o “gestante não peregrina”... “Vaga sempre”.
• Acesso e qualidade do cuidado – Acolhimento com classificação do risco em rede, boas práticas de atenção ao
parto e nascimento, com ambiência adequada.
• Garantia do direito a acompanhante de livre escolha da mulher.
o O que é a Lei do acompanhante?

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
o O pai do bebê não é visita, ele não precisa de horário para entrar, pode entrar em qualquer hora, mas é
importante saber as regras da instituição. O pai tem livre acesso a sala de parto, só não no centro cirúrgico,
porque é um lugar pequeno, cheio de materiais.
• Núcleos de vigilância de óbito materno e infantil.
• Grupo condutor municipal ou regional para deliberação de ações de combate à mortalidade materna e
estruturação da rede.
• Aplicação da ferramenta CAUSA RAIZ na investigação de óbitos maternos.

Desafios ampliação Rede Cegonha

Mortalidade materna
• Uma tragédia evitável.

Ações para qualificação do pré-natal


• Vinculação da gestante no pré-natal e ao serviço que atenderá ao parto.
• Identificação das gestantes de risco e referência resolutiva.
• Estimular a busca ativa de gestantes faltosas/monitoramento.
• Ações de suporte social para gestante de risco.

Ações para qualificação do parto


• Assegurar o direito ao acompanhante participante no pré-parto, parto e pós parto.
• Regionalização de assistência ao parto, de forma hierarquizada.
• Qualificação de maternidades e hospitais – critérios mínimos para o funcionamento de maternidade.
• Cumprimento da resolução ANVISA RCD 36/2008 – regulamenta os serviços de atenção obstétrica e neonatal.
• Inclusão nos novos contratos de gestão com hospitais a adesão das boas práticas na atenção obstétrica e política
nacional de humanização (MS, OMS) – e sua monitorização.
• Garantia da qualidade e ampliação de serviços de atenção ao abortamento legal.
• Campanhas estaduais na mídia de incentivo ao parto normal.
• Criação do centros de partos normais.
• Contratação de enfermeiros obstetras pelo estado e município.

Ações para qualificação do atendimento às urgências obstétricas


• Garantia de leitos de UTI, e transferência em situação de risco gestacional e puerperal.
• Expansão da rede de hemoderivados.
• Utilização de protocolos de assistência padronizados.
• Reavaliação dos hospitais qualificados como referência para gravidez de alto risco.
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
• Cumprimento de critérios de referência regional.

Ações para qualificação do puerpério


• Intensificação do cuidado hospitalar e domiciliar do recém-nascido e da puérpera na primeira semana após o
parto;
• Vigilância e busca ativa sistemática da puérpera e do RN de risco;
• Implementação de ações de contracepção, estabelecendo protocolos de atendimento efetivo;
• Garantir a oferta de métodos contraceptivos;
o No pré-natal é falado já em métodos contraceptivos e aleitamento materno.
o Orientar de forma correta o uso do método contraceptivo, os benefícios e malefícios que possam vir a
ocorrer.
• Atividades educativas para utilização correta do método escolhido.

Ações para qualificação de recursos humanos


• Formação universitária compatível com as iniciativas do Ministério da Saúde;
• Educação permanente dos profissionais envolvidos com atenção obstétrica e neonatal;
• Ampliar a formação de enfermeiros obstetras;
• Qualificação de doulas;
o Doula: assistente de parto; não precisa ser da área da saúde, mas precisa entender um pouco de parto (no
mínimo né).
• Capacitação de recursos humanos para atenção as urgências obstétricas e neonatais.

Ações para qualificação das informações


• Fortalecimento das comitês de vigilância de morte materna – municipais e hospitalares;
• Implementação e agilização de serviços de verificação do óbito em todas as rede de serviços;
• Readequação do sistema de vigilância dos óbitos maternos de acordo com a resolução 1119 de 05 de junho de
2008;
• Campanha sobre preenchimento adequado da declaração de óbito corrigindo as subnotificações.

Hospital Amigo da Criança – benefícios para a mulher


• A Rede Cegonha contempla o Hospital Amigo da Criança.
• Oferecer, no momento do parto, métodos alternativos para o alívio da dor (massagens, banheira e bola de pilates);
• Evitar situações como episiotomias (corte do períneo), indução do parto e parto cesariano;
• Garantir o acesso dos pais ao bebê recém-nascido, durante as 24 horas, estando a criança na unidade de
tratamento intensivo (UTI) neonatal ou não.
• Incentivar a mulher para que escolha a posição para parir;
• Permitir o acompanhamento da doula durante o parto.
o Um trabalho de parto dura em média de 8 a 12 horas.

Modelo na assistência ao parto e nascimento


• Hospitalização do nascimento;
• Medicalização da assistência;
• Aumento da morbimortalidade materna e perinatal;
• Movimento internacional de humanização da assistência ao parto e nascimento.
o Desde os anos 60 as mulheres lutam pelo direito a um parto com segurança sem a utilização de tecnologia
desnecessária.
▪ Modelo tecnocrático:
• Visão de risco;
• Centrado no médico;
• Predominância do uso da tecnologia;
• Corpo da mulher é perigoso e incapaz.
▪ Modelo holístico:
• Respeito a fisiologia;
• Centrado na mulher e na família;

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
• Uso apropriado da tecnologia;
• Apoio emocional e “cuidado” como formas de emponderar a mulher em trabalho de
parto.
• Importante lembrar que:
o Parto é, fundamentalmente, uma questão de saúde, e a escolha do modelo deve ser pelo método mais
adequado para cada caso e o mais seguro para a mãe e o bebê.
• Hoje o partograma foi implantado em todas as maternidades do Brasil, para acompanhar toda a evolução do
trabalho de parto e evitar intervenções desnecessárias.

Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal


• Objetivo:
o Articular ações de governo e da sociedade civil, envolvendo diferentes atores sociais na qualificação da
atenção à mulheres e recém-nascido, visando a redução da mortalidade materna e neonatal.
• Principais causas da mortalidade materna:
o Hipertensão;
o Hemorragia;
o Aborto;
o Infecção puerperal;
o Doenças do aparelho circulatório.

• Principais causas da mortalidade neonatal:


o Problemas respiratórios e circulatórios;
o Prematuridade e baixo peso;
o Infecção perinatais;
o Hemorragias.
• Principais determinantes:
o Baixa qualidade da assistência prestada;
o Oferta insuficiente de profissionais capacitados para atuar na atenção obstétrica e neonatal;
o Reconhecimento restrito da magnitude da questão enquanto problema de saúde pública;
o Precárias condições sócio-econômicas.
o Construção do pacto;
o Articulação com gestores, sociedades cientificas, conselhos profissionais, centrais sindicais, entidades de
classe e movimentos sociais;
o Realização do seminário nacional de atenção obstétrica e neonatal;
o Apresentação do pacto na reunião tripartite.
• 1. Efetivar pactos municipais e estaduais;
• 2. Qualificação e humanização da atenção à saúde da mulher e da criança;
• 2.1 Acolhimento ao parto;
• 2.2 Assegurar o direito ao acompanhante e ao alojamento conjunto;
• 2.3 Tomar resolutiva a atenção ao parto e ao nascimento;
• 2.4 Atenção humanizada ao abortamento;

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Assistência à mulher no pré-parto, parto e pós-parto
• 2.5 Organização do acesso e adequação da oferta de serviços;
• 2.6 Qualificação do atendimento as urgências/Emergências;
• 2.7 Rede hospitalar e centros de parto normal.
• 3. Expansão da atenção à saúde da mulher e da criança;
• 4. Ampliar as ações de planejamento familiar;
• 5. Redução da transmissão vertical do HIV/AIDS;
• 6. Saúde da mulher trabalhadora;
• 7. Saúde das mulheres e recém-nascidos negros e indígenas.
• 8. Educação permanente dos profissionais envolvidos com atenção obstétrica e neonatal;
• 9. Vigilância ao óbito materno e infantil;
• 10. Fortalecimento de projetos de premiação de serviços exemplares.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno
Objetivo da aula:
• Conhecer as políticas sobre os direitos das mulheres no aleitamento materno.

Política Nacional de Aleitamento Materno


• Pacto Estadual pela vida:
o Firmado em 2006, visando a conjugação de esforços voltados à promoção de ações que resultem na
redução da mortalidade materna e infantil.
o Estímulo ao aleitamento materno, por meio da mobilização de profissionais da atenção primária, da rede
hospitalar de referência (IHAC) e da implantação de Bancos de Leite Humano.

Oficina de trabalho na UBS


• Discutir a prática do aleitamento materno no contexto do processo de trabalho das unidades de saúde.
• Pactuar ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno de acordo com a realidade de cada unidade
de saúde.
• Estimular a construção das relações de cooperação entre
a equipe e os diferentes níveis de atenção, por meio do
apoio matricial e da construção de linhas de ação.
• Realizada na unidade de saúde com toda a equipe com
duração de 6 a 8 horas.
• O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz criaram
a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano em 1998
com a missão de promover, proteger e apoiar o
aleitamento materno, coletar e distribuir leite humano
com qualidade certificada e contribuir para a diminuição
da mortalidade infantil.
o Aqui em Rondônia o banco de leite se encontra
no Hospital de Base (único banco de leite de
coleta do estado).
o O próprio Hospital busca na casa da mulher o leite. Ela só precisa ir uma única vez lá para fazer o
cadastramento.
• Na orientação, sobre a coleta do leite consta o não aconselhamento do uso de bombas tira-leite pois estas, além
de desconfortáveis e potencialmente lesivas à mama, são de difícil higienização, podendo contaminar o leite
retirado.
o A ordenha é manual.

Morfologia
• A mama madura:
o 15 a 20 lobos
o 10 a 100 alvéolos, ocupando a
região central e superior da mama.
▪ O leite se encontra nos
alvéolos.
▪ Mama dura e cheia
dificuldade o aleitamento.
▪ Obs: uma mamada demora
em torno de 40 minutos.
o Alvéolos: células B basais – células
mioepiteliais e células A superficiais,
que respondem pela síntese e
secreção láctea.

Controle hormonal
• Divide-se em várias partes:
• Mamogênese:
o Desenvolvimento da glândula mamária que se inicia na puberdade e se completa no período gestacional.
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno
o Hiperplasia e hipertrofia glandular as custas de células produtoras de prolactina.

• Lactogênese.
o Início da produção láctea, que não ocorre durante a
gestação.
o Colostro:
▪ Secreção mamaria dos primeiros dias pós-parto,
segue-se por 1 ou 2 semanas de leite de transição,
para então iniciar a produção do chamado leite
maduro.
▪ Baixa concentração de vitamina, gordura e
lactose, rico em proteínas.
o Duas semanas pós-parto: aumento de gordura e lactose.

• Galactopoiese.
o Manutenção da produção láctea e depende, diretamente, da secreção de prolactina.
o Para manter níveis elevados no pós-parto é necessário que haja a sucção da mama pelo RN.
o 7 a 8 vezes de sucção por dia.

• Galactocinese.
o Sequência de eventos que ocorre a remoção do leite durante a sucção (ejeção do leite).
o O estresse inibe imediatamente a produção de leite.
o Há necessidade de contração das células mioepiteliais que envolvem as estruturas mamárias, forçando a
movimentação do leite em direção ao sistemas de ductos, para ocorrer a ejeção.
o Ocitocina: hormônio promotor do estímulo fisiológico para ativação das células mioepiteliais.

Distúrbio da amamentação
• Rachaduras e Fissuras:
o Rachaduras: lesões superficiais.
o Fissuras: lesão da derme, são predisponentes na primiparidade, anomalias do mamilo e pele de cor clara.
o O que leva a mulher a ter rachaduras e fissuras é a pega incorreta.
o Cremes de lanolina, vitamina A e D não se mostram efetivos.
o Uso de adaptadores são eficazes mas podem diminuir a produção de leite.
o Orientar essa mulher a pegar sol na mama, pois ajuda na cicatrização
das fissuras. Orientar a não deixar de dar leite do peito para essa
criança, continuar amamentando.
o Pode evoluir para uma mastite ou para um abscesso mamário.
o Mastite:
▪ Lesões mamilares; restrição ao fluxo de leite.
▪ Técnica inadequada;

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno
▪ Obstrução dos ductos; nódulos; extravasamento;
▪ Sinais inflamatórios;
▪ Infecção bacteriana; Staphylococcus
aureus.
• Ingurgitamento mamário:
o Ocorre no segundo a quarto dia pós-parto.
o Leite não removido, ocorre estase, ultrapassa a
capacidade de armazenamento, rotura e atrofia
das células secretoras – mamas dolorosas.
o Conduta: compressas frias entre as mamadas,
sucção eficiente em regime irrestrito, extração
manual e mecânica do leite.
▪ Não colocar compressas mornas (dilata
mais ainda e o leite não sai).

Recomendações
• Manter mamilos secos;
o Mamilo úmido demora a cicatrização no caso de fissuras.
• Técnica adequada de sucção;
• Prevenção do ingurgitamento;
• Repouso da mama com ordenha mecânica;
• Conduta expectante.

Supressão da amamentação
• Indicações:
o Doenças maternas graves;
o Óbito do concepto;
• Conduta:
o Medidas hormonais e não hormonais.
o Enfaixamento das mamas por 10 dias.
o Uso de compressas frias.
o Restrição hídrica nas primeiras 24 horas e analgésicos (inibição do reflexo de ejeção, diminuição dos níveis
de prolactina).
o Medidas hormonais: uso de estrogênio e bromocripitina (atua na adeno-hipófise).

Assistência à lactação
• Aprendizado do ato de amamentar.
• RNs não devem receber água.
o O leite tem tudo que o bebê necessita até os 6 meses de idade.
• Estimular sucção frequente e vigorosa.
• Avaliar a necessidade de drogas e avaliar se é seguro.
• Alertar aos possíveis sinais tóxicos.

Introdução do aleitamento
• Todo o recém-nascido hígido está apto a sugar já ao nascimento, cabendo à equipe de saúde o aconselhamento e
a facilitação da amamentação.
• Para amamentar é necessário:
o Um peito que produza e libere leite.
o Um bebê capaz de retirar leite do peito por meio de sucção eficiente.
• O que é amamentar?
o É criar vínculo. “Olhos nos olhos a primeira lição do amor”.
▪ O que mais atrapalha o aleitamento materno é o uso de celular pela mãe.
o É construir saúde.
• Por que amamentar?
o Porque somos mamíferos.
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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno
• Como aconselhar uma nutriz?
o Os cursos preparatórios destes profissionais tem poucas horas dedicadas às técnicas de amamentação ou
às habilidades de aconselhamento, que visam apoiar as mulheres na manutenção da sua lactação.
o Esse curso aborda principalmente duas coisas: ouvir e aprender.
o Habilidades de ouvir e aprender
▪ Usar comunicação:
• Mantenha a cabeça no mesmo nível;
• Preste atenção; tomar conduta de acorda com suas necessidades;
• Remova barreiras;
• Dedique tempo;
• Toque de forma apropriada;
▪ Fazer perguntas abertas.
▪ Refletir o que a mãe diz.
▪ Usar expressões/gestos que demonstrem interesse.
▪ Evitar palavras que demonstrem julgamento.
• Por que as mães se distanciam da amamentação?
o Trabalho da mulher fora de casa.
o Evolução da indústria do leite.
• O que é o leite humano?
o Melhor fonte de nutrientes.
o É específico.
o É uma substância viva de grande complexidade biológica.

As orientações no pré-natal devem abordar


• Vantagens do aleitamento materno;
o Benefícios para a mãe: vínculo materno; custo benefício; involução uterina; prevenção de câncer de
mama; volta ao peso normal;
o Benefícios para o bebê: proteção imunológica; vínculo materno; alergias, diarreias, infecções;
o Benefícios para o pai do bebê: financeiras;
o Benefícios para a sociedade: menos doenças, consequente: menos gastos públicos com doenças.
• Início precoce da amamentação;
o Aleitamento materno na primeira hora e sem demora.
• Importância do alojamento conjunto;
o Bebê sai junto com a mãe da sala do parto.
• Importância da amamentação sob livre demanda;
o Qualquer hora do dia.
o Não deixar o bebê sem mamar por mais de 3 horas. Acordar ele se necessário.
• Como ter leite suficiente;
• Importância do aleitamento materno exclusivo.
o Exclusivo até os 6 meses.
• Riscos de alimentação artificial e do uso de mamadeiras, bicos e chupetas.

O que está sendo feito para promover, apoiar e proteger a amamentação?


• Em 1991 o UNICEF e a OMS lançaram a iniciativa Hospital Amigo da Criança, que visa a melhoria dos serviços
prestados pelas maternidades, para que apoiem, protejam e promovam o aleitamento materno através da
implementação dos “10 passos para o sucesso da amamentação”.

Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)


• Visa oferecer a todos os bebês o melhor começo de vida possível ao criar um ambiente de atendimento à saúde
que tenha como norma o apoio ao aleitamento materno.
• Faz parte da estratégia global para a alimentação de lactentes e crianças de primeira infância da organização
mundial da saúde e do UNICEF – Declaração conjunta OMS/UNICEF (1989).
• Objetivos:
o Implementar os dez passos.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno
o Por fim à prática de distribuição gratuita ou a baixo custo de substitutos de leite materno a unidades de
saúde.

Como é implementado no Brasil?


• No Brasil, a IHAC foi implementada através do Programa Nacional de Incentivo ao aleitamento materno, em
articulação aos estados, municípios, sociedade brasileira de pediatria, ONGs de apoio à amamentação, OMS, OPAS
e UNICEF, desde 1992.

Conhecendo suas dificuldades


• Por que querem amamentar? Por que não querem amamentar?
• O que dificulta a amamentação?
o Posicionamento e pega incorretas;
o Peito cheio;
o Bicos invertidos ou pseudo-invertidos;
o Colocação do dedo indicador da mãe sobre a aréola
(para o bebê respirar).
• Qual o tratamento atual dos traumas mamilares?
o É não chegar a eles.

Posicionamento
• Bebê olhando para a mama, com o nariz oposto ao mamilo.
• Corpo do bebê próximo ao da mãe;
• Cabeça e corpo do bebê alinhados;
• Nadegas do bebê apoiadas.

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O Circo
RESUMO SAÚDE COLETIVA
Assunto: Aleitamento materno

• Gêmeos – orientar a mãe:


o Conseguir ajuda para as tarefas domésticas;
o Descansar entre as mamadas;
o Amamentar os dois ao mesmo tempo;
o Alternar os peitos para cada bebê.

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