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Gestão de OPME:

Órteses, Próteses e
Materiais Especiais

UNIDADE 1 – Conceitos
introdutórios de gestão
de OPME: Órteses,
Próteses e Materiais
Especiais

1.
OBJETIVOS

J Conceitos Introdutórios;
J Classificação de OPME;
J Utilização do Sistema de Gerenciamento
da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e
OPME do SUS – SIGTAP;
J Legislação Aplicável.

A Unidade 1 tratará dos Conceitos Introdutórios


necessários à gestão eficiente de OPME
nas Unidades de Saúde.
Gestão de OPME – Órteses, Próteses e
Materiais Especiais
Prezado aluno(a), vamos iniciar a primeira unidade. Você irá conhecer as definições básicas necessárias à
gestão de OPME: conceitos introdutórios, classificação, aprender a operar a tabela SIGTAP e as legislações
aplicáveis. Atente-se para a Biblioteca, que possui os itens necessários para o aprofundamento de sua
leitura básica e complementar. Lá você irá encontrar todas as legislações. Bons estudos!

Antes de iniciarmos a discussão desse módulo, temos que recapitular algumas abreviaturas que serão
utilizadas ao longo desse estudo.

JJ AIH – Autorização de Internação Hospitalar


JJ AMB – Associação Médica Brasileira
JJ ANS – Agência Nacional de Saúde
JJ ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
JJ BPA-I – Boletim de procedimento ambulatorial individualizado
JJ CME – Centro de Material e Esterilização
JJ INEA – Instituto Estadual do Ambiente
JJ OPME – Órteses, Próteses e Materiais Especiais
JJ PLS – Plano de Logística Sustentável
JJ POP – Procedimento Operacional Padrão
JJ RN – Resolução Normativa
JJ SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira
JJ SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPME do SUS

Algumas definições importantes


Iniciando o nosso estudo, vamos apresentar algumas definições importantes para a melhor compreensão
assimilação dos conceitos da Gestão de OPME. Assim, propomos a seguinte divisão em grupos:

Grupo 1 – SETORES
(Todas podem existir ou não dependendo da estrutura da instituição)
São os locais/setores dentro dos estabelecimentos de saúde por onde passaram as OPMEs, tais como:
Almoxarifado Central; Almoxarifado Satélite; Centro de Material e Esterilização; Unidades Satélites.
SERVIÇOS DE REDE: Oficina Ortopédica e Centro Especializado em Reabilitação (CER).

Grupo 2 – PROCESSOS
Diz respeito a todos os processos para compra, solicitação, distribuição e acompanhamento das OPMEs,
bem como os padrões de cada produtos e as práticas de racionalização relacionadas à OPME, tais como:
Compra Compartilhada; Controle de Qualidade do Processamento dos Produtos para Saúde; Padronização
de Produtos; Práticas de Racionalização; Rastreabilidade.



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Grupo 3 – MATERIAIS
Diz respeito às informações pertinentes aos produtos das OPMEs e suas definições, tais como: Inventário
Físico; Implante; Materiais Especiais; Material de Consumo; Material Permanente; Órtese; Prótese.

Grupo 4 – OUTROS
Refere-se a outras definições importantes que fazem parte do cotidiano das OPMEs, mas que não estão
diretamente ligadas a nenhum dos outros grupos, tais como: Data limite de uso do produto esterilizado;
Termo de Referência.

Definições referentes ao Grupo 1


A seguir vamos apresentar as definições referentes ao Grupo 1 –SETORES que compreendem os espaços
administrativos necessários à gestão de OPME nas Unidades de Saúde. É importante destacar que cabe
ao gestor definir qual estrutura e organização de sua unidade de acordo com a realidade na qual ele
está inserido.

O Almoxarifado Central é um local fechado e coberto destinado à guarda e conservação de materiais,


adequado à natureza dos mesmos. A localização deste espaço, bem como a disposição interna, é regu-
lada pela política geral das unidades de saúde.

O Almoxarifado Satélite é um local destinado à guarda e conservação de materiais, no centro de diag-


nóstico ou cirúrgico das unidades de saúde. Ele é adequado para o armazenamento estoque mínimo
de cada item dos diversos produtos para saúde. A localização deste espaço, bem como a disposição
interna, é regulada pela política administrativa do almoxarifado central.

O Centro de Material e Esterilização - CME é uma unidade de apoio técnico, que tem como finalidade o
fornecimento de materiais médico-hospitalares adequadamente processados, proporcionando, assim,
condições para o atendimento direto e assistência à saúde dos indivíduos enfermos e sadios.

O Centro Cirúrgico é um setor da unidade de saúde constituído pelo conjunto de elementos destinados
às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

Já o Setor de Reabilitação é o local destinado para o atendimento de pacientes encaminhados por


outros serviços de saúde, articulado com as equipes da Estratégia de Saúde da Família- ESF, bem como,
rede ambulatorial. Tem o intuito de proporcionar a reabilitação funcional, motora e cognitiva.

Por fim, temos o Setor de confecção/dispensação de órteses, próteses e meios auxiliares de


locomoção; e o Setor de Faturamento que são importantes para a infraestrutura administra-
tiva do serviço de saúde.



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Atingindo objetivos na gestão de OPME
Considerando as diferenças entre as unidades de saúde acredita-se que fazer Gestão de OPME é um papel
que pode ser desempenhada por qualquer profissional ou grupo de profissionais que compartilhem a fun-
ção de planejar, controlar, analisar os problemas a serem enfrentados, monitorar e tomar decisões precisas
possibilitando o uso racional e ideal desses materiais e equipamentos.

Para que se consiga contemplar todos os objetivos da Gestão de OPME se faz necessária a organização da
unidade e o controle dos materiais utilizados, evitando assim a falta de materiais quando solicitados. Além
disso, é importante manter um estoque mínimo dentro da organização, uma vez que os materiais especiais
demandam um alto fluxo de caixa.

Outra grande preocupação que deve existir é com a logística praticada pelos distribuidores desses itens, que
por vezes compromete todo o plano de abastecimento, gerando insatisfação dos clientes internos: médicos,
gerentes de unidades, coordenadores e a alta direção, bem como dos clientes externos: pacientes.

Há também a necessidade da implantação de rígidos controles no uso, porque pode haver uma tendência a
consumir mais, determinado item, somente porque o mesmo está disponível para uso.

Definições referentes ao Grupo 2


Neste sentido, vejamos a seguir algumas definições referentes ao “Grupo 2 – Processos” as quais são
necessárias para obtenção, manutenção, controle e solicitação dos materiais especiais entre outros.

A Compra Compartilhada refere-se à contratação para um grupo de participantes previamente estabeleci-


dos, na qual a responsabilidade pela condução do processo licitatório e gerenciamento da ata de registro
de preços será de um órgão ou entidade da Administração Pública Federal.

O Controle de qualidade do processamento dos itens para saúde é o processo de avaliação sistemática e
documentada da estrutura, do processo de trabalho e da avaliação dos resultados de todas as etapas do
processamento de itens para saúde.

A Data limite de uso do produto esterilizado é o prazo estabelecido em cada instituição, baseado em um
plano de avaliação da integridade das embalagens, fundamentado na resistência das embalagens, eventos
relacionados ao seu manuseio (estocagem em gavetas, empilhamento de pacotes, dobras das embalagens),
condições de umidade e temperatura, segurança da selagem e rotatividade do estoque armazenado.

O Inventário Físico é relação de materiais que compõem o estoque onde figura a quantidade física de
cada bem.

Definições referentes ao Grupo 3


Agora que vimos quais os processos associados à Gestão de OPMEs passemos ao “Grupo 3 – Materiais” que
se refere aos diversos materiais que compõem os OPMEs.

O Implante é o dispositivo implantado cirurgicamente no corpo, total ou parcialmente, temporária ou per-


manentemente, conforme NBR ISO 8828, de 1997.



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Os Materiais Especiais são quaisquer materiais ou dispositivos utilizados que auxiliam no procedimento
diagnóstico ou terapêutico, os quais não se enquadram nas especificações de órteses ou próteses, implantá-
veis ou não, de uso individual, podendo sofrer processamento conforme regras determinadas pela ANVISA.
Alguns exemplos desses tipos são: Marcapassos, Tubo endotraqueal ou orotraqueal, Stents, etc.

O Material de Consumo é todo material que, em razão de sua utilização, perde normalmente sua identidade
física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos, tais como gaze ou luva, por exemplo.

O Material Permanente é todo o bem e material que, em razão de sua utilização, não perde sua identidade
física, mesmo quando incorporado a outros bens, tendo durabilidade superior a dois anos, tais como cadeira
ou maca, por exemplo.

Órtese: peça ou aparelho de correção ou complementação de membros ou órgãos do corpo. Também defi-
nida como qualquer item permanente ou transitório que auxilie as funções de um membro, órgão ou tecido,
sendo não ligados ao ato cirúrgico os itens cuja colocação ou remoção não requeiram a realização de ato
cirúrgico. (Resolução Normativa da ANS – RN nº 338, de 21 de outubro de 2013, publicada na seção 1, do
DOU de 22 de outubro de 2013).

Prótese: peça ou aparelho de substituição dos membros ou órgãos do corpo. Compreende qualquer item
permanente ou transitório que substitua total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido. (Resolução
Normativa da ANS – RN nº 338, de 21 de outubro de 2013, publicada na seção 1, do DOU de 22 de outubro
de 2013).

Definições referentes ao Grupo 4


Criamos o “Grupo 4 – Outros” porque algumas das definições não se enquadram em nenhum dos grupos
previamente apresentados. Vejamos quais são a seguir.

A Padronização de Produtos é inclusão de material de uso regular no rol de itens necessários ao atendimen-
to das demandas assistenciais.

As Práticas de Racionalização são ações que tem como objetivo a melhoria da qualidade do gasto público e
contínua primazia na gestão dos processos.

Rastreabilidade: capacidade de traçar o histórico, a aplicação ou a localização de um item por meio de infor-
mações previamente registradas.

O Termo de Referência é o documento que expressa as informações diversas levantadas em torno de um


dado objeto ou serviço e que servirá de fonte para guiar a aquisição ou a contratação desse objeto ou serviço.

Setores Satélites: são setores das unidades de saúde que realizam uma ou mais etapas do processamento
de itens para saúde. Localizam-se fora da estrutura física do CME e se subordinam a este em relação aos
procedimentos operacionais.



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Órteses, Próteses e Materiais Especiais
Agora que conhecemos um pouco mais sobre as definições básicas pertinentes aos processos, setores e
materiais relacionados as OPMEs, vamos ampliar nosso aprendizado entendendo um pouco mais sobre os
conceitos de Órteses, Próteses e Materiais Especiais.

A órtese é um dispositivo permanente ou transitório, utilizado para auxiliar as funções de


um membro, órgão ou tecido, evitando deformidades ou sua progressão e/ou compensando
insuficiências funcionais.

Podem ser classificadas em: Interna ou implantada; Externa ou não implantada; Para incapacidades tem-
porárias; Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo; Auxiliar para locomoção.

Veja alguns exemplos de modelos de órteses para sua compreensão.

Órteses internas
As órteses internas são materiais que serão implantados no paciente por procedimento cirúrgico como
sutura, estabilizadores como os parafusos utilizados em fraturas ou fusão de coluna, entre outros. Exemplo:
Material de osteossíntese: material que realiza a união das extremidades dos fragmentos ósseos fratura-
dos e sua manutenção em posição anatómica correta.

Órteses externas
As órteses externas ou não implantadas diferente das internas não serão implantadas no paciente, mas
servirão de estabilizador, melhora de acuidade visual e auditiva, ou melhora da mobilidade temporária
ou permanente. São exemplos: bengalas, muletas, coletes cervicais, óculos, lentes de contato, aparelhos
auditivos, entre outros.

Órteses para incapacidades temporárias


As órteses para incapacidades temporárias tem seu tempo de uso determinado pela proposta terapêutica
e/ou tempo de cicatrização/consolidação das estruturas que estão sendo tratadas. Assim, são destinadas
a pacientes com incapacidade temporária ou passando por tratamentos como consolidação de fraturas
ou lesões articulares, seja pós processo cirúrgico ou não. Além disso, elas podem ser confeccionadas sob
medida ou pré-fabricadas.

Órteses implantadas
Existem também as órteses Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo. São exemplos
dessas os fixadores externos, stents, drenos, etc.

Órteses auxiliares de locomoção


As órteses auxiliares de locomoção são um grupo que compreende as cadeiras de rodas, muletas, ben-
galas e andadores. Está inserido neste grupo ainda calçados e palmilhas ortopédicas, dispositivos para
adequação postural em cadeiras de rodas e os serviços de adaptação e manutenção destes itens.



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A prótese é um dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou parcialmente um
membro, órgão ou tecido.

Podem ser classificadas em:

JJ Interna ou implantada;
JJ Externa ou não implantada;
JJ Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo;
JJ Estética.

Próteses internas
As próteses internas são dispositivos que serão implantados no paciente por procedimento cirúrgico.
Seguem alguns exemplos: Prótese articular, Prótese não convencional para substituição de tumor, coração
artificial, válvula cardíaca, etc.

Próteses externas
As próteses externas, diferente das internas, não serão implantadas no paciente, apresentam-se externas
ao indivíduo. São exemplos: prótese para membro amputado.

Próteses implantadas
As próteses Implantadas total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo são dispositivos que serão
implantados no paciente por procedimento cirúrgico ou percutâneo muito utilizado na área odontológica.
Por exemplo: Implante dentário.

Próteses estéticas
As próteses estéticas só serão definidas quando mantém apenas a forma e a estética como exemplo as
próteses oculares, próteses mamárias.
As próteses oculares e as lentes esclerais são indicadas para recomposição estética da anatomia da fenda
palpebral ou do globo ocular.

Materiais especiais
Os Materiais Especiais são materiais e dispositivos utilizados em procedimentos diagnósticos e terapêuti-
cos que não se enquadram nas especificações anteriores. Por exemplo, “Shaver” e ponteira para radiofre-
quência usado em artroscopia; Cimento ortopédico; Espaçador de tendão.

Agora que vimos o que são Órteses e Próteses, quais as principais diferenças entre os dois?
Ora, a diferença entre as próteses e órteses consistem na funcionalidade. As próteses subs-
tituem algum membro órgão ou tecido enquanto as órteses auxiliam as funções de algum
membro, órgão ou tecido.



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Existe uma série de instrumentos legais, leis, instruções normativas, portarias e decretos que norteiam os
trabalhos da Gestão de OPMEs. Para tanto, consulte o material existente na biblioteca e realize um estudo
dos mesmos.



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