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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

SUPERINTENDÊNCIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE

PROGRAMA ACOLHE MS

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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE

GOVERNADOR
EDUARDO CORRÊA RIEDEL

VICE-GOVERNADOR
JOSÉ CARLOS BARBOSA

SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE


MAURÍCIO SIMÕES CORRÊA

SECRETÁRIA ADJUNTA DE ESTADO DE SAÚDE


CRHISTINNE CAVALHEIRO MAYMONE GONÇALVES

SUPERINTENDENCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE


KARINE CAVALCANTE COSTA

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ELABORAÇÃO

Coordenadora de Promoção em Saúde


Geani Almeida

Gerência de Equidade em Saúde


Amanda Vilela de Almeida
Aparecida Queiroz Zacarias Silva
Raquel Silva Barretto

Gerência de Alimentação e Nutrição


Maria Aparecida de Almeida Cruz

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Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................5
JUSTIFICATIVA...................................................................................................................................7
OBJETIVO GERAL.............................................................................................................................7
METODOLOGIA..................................................................................................................................8
Competência Secretaria de Estado de Saúde (SES).................................................................8
Competência das Secretarias Municipais de Saúde (SMS)......................................................8
DESENVOLVIMENTO........................................................................................................................9
POPULAÇÃO POVOS ORIGINÁRIOS.......................................................................................10
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.....................................................................................12
POPULAÇÃO NEGRA..................................................................................................................13
Hipertensão arterial...................................................................................................................13
Quilombolas................................................................................................................................14
Anemia Falciforme.....................................................................................................................15
POPULAÇÃO LGBTQIANP+.......................................................................................................17
POPULAÇÃO COM ALBINISMO................................................................................................18
POPULAÇÃO DE CAMPO, FLORESTA E ÁGUA....................................................................19
POPULAÇÃO DE MIGRANTES, REFUGIADOS E APÁTRIDAS...........................................21
POPULAÇÃO CIGANA / ROMANI..............................................................................................22
CONCLUSÃO....................................................................................................................................24
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................25
ANEXO I – SUGESTÕES DE AÇÃO CONFORME AS ESPECIFICIDADES DE CADA
POPULAÇÃO.....................................................................................................................................29
POPULAÇÃO DE POVOS ORIGINÁRIOS................................................................................29
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.....................................................................................29
POPULAÇÃO NEGRA..................................................................................................................30
POPULAÇÃO LGBTQIANP+.......................................................................................................31
POPULAÇÃO COM ALBINISMO................................................................................................33
POPULAÇÃO DO CAMPO, FLORESTA E ÁGUA....................................................................33
POPULAÇÃO MIGRANTES, REFUGIADOS E APÁTRIDAS.................................................34
POPULAÇÃO CIGANA / ROMANI..............................................................................................35
ANEXO II – PLANILHA PARA PREENCHIMENTO DO PLANO DE AÇÃO.............................37

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APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem o intuito de contribuir para a


organização do Sistema Único de Saúde (SUS) do seu estado, desde traçar
diretrizes para elaboração de planos de saúde, examinar propostas e queixas, emitir
pareceres e fiscalizar o desenvolvimento das ações elaboradas e propostas, bem
como a articulação de ações intra e intersetoriais entre seus municípios.

A área da saúde nacional é regida pelo SUS, no qual é um sistema de saúde


pública, atende todo e qualquer cidadão brasileiro. Ele possui embasamento em
cinco princípios: universalização, equidade, integralidade, descentralização e
participação popular, sendo todos esses responsáveis por nortearem o
desenvolvimento de ações específicas conforme necessidade Política Estadual de
Promoção da Equidade em Saúde de Mato Grosso do Sul de cada estado.

A Política Estadual de Promoção da Equidade em Saúde de Mato Grosso


do Sul foi publicada no Diário Oficial Eletrônico n. 10.798, de 6 de março de 2022 –
Resolução Nº 23/SES/MS, considerando que as políticas de saúde pública brasileira
são orientadas pelo princípio da equidade, em reconhecimento às necessidades e
diferenças nas condições de vida e saúde e nas necessidades das pessoas. A
Política ressalta que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve
atender a diversidade, proporcionando mais atenção aqueles que necessitam.

São consideradas populações em situação de vulnerabilidade neste contexto:


Populações do Campo, Floresta e Águas, Povo Cigano, População em Situação de
Rua, Comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais +
(LGBT+), Pessoas com Albinismo, População Negra, Povos Indígenas, Migrantes,
Refugiados e Apátridas, Pessoas Privadas de Liberdade.

Para promover a equidade na saúde com qualidade, é preciso, antes de


qualquer ação, compreender os conceitos dessas populações em seus reais

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significados. Além disso, é essencial adotar métricas para avaliar se os serviços
prestados, bem como se os procedimentos, conseguem agregar valor.

Compreende-se a necessidade de enfatizar as populações citadas acima,


agregando-as nas linhas de Rede de Atenção à Saúde por meio das Linhas de
Cuidado, proporcionando um atendimento integral. Desta forma, deve-se fomentar a
todos um atendimento humanizado envolto na promoção da equidade, dado que
“ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de
acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde
passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade [...]” (BRASIL,
2017).

As condições de desigualdade estão sujeitas à mudança e para reduzir o


impacto das diferenças sociais e assim ampliar o acesso destas populações ao
SUS, a Secretaria de Estado de Saúde, norteada pela Política Estadual de
Promoção da Equidade em Saúde, institui o Programa ACOLHE MS.

O Programa ACOHE MS tem como premissa dar resolutividade das ações de


saúde, no Estado de Mato Grosso do Sul, na organização do atendimento, processo
de trabalho em tempo oportuno, por meio de qualificação dos trabalhadores da
saúde que atuam na rede do Sistema Único de Saúde, de forma equânime, com
ações de saúde direcionadas as pessoas em situação de vulnerabilidade, no
combate ao racismo, homofobia, xenofobia ou quaisquer outros tipos de
discriminação, que é a base para se instituir o atendimento humanizado.

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JUSTIFICATIVA

O Brasil possui um Sistema Único de Saúde (SUS), que abrange toda a sua
territorialidade de forma integral e gratuita, contudo, possui uma grande massa
populacional composta por inúmeras diversidades culturais, desde o caráter religioso
e cultural à cor de pele. Sendo um país de grandes dimensões, não possui uma
distribuição igualitária de renda, o que marca situações de vulnerabilidade social.

Além de haver a situação de desigualdade econômica, existe um cenário de


fortes desigualdades sociais, que repercutem em preconceitos enfrentados
diariamente, por uma parcela da população.

Face ao exposto, o Estado de Mato Grosso do Sul está desenvolvendo o


Programa ACOLHE MS, cuja proposta é projetar ações de saúde que visam a
melhoria da qualidade de vida, buscando contribuir no acesso à saúde
principalmente aos grupos populacionais específicos e em situação de
vulnerabilidade, sendo eles: Populações do Campo, Floresta e Águas, do Povo
Cigano, da População em Situação de Rua, da Comunidade de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais + (LGBT+), das Pessoas com Albinismo,
População Negra, dos Povos Indígenas, da População Migrantes, Refugiados e
Apátridas, das Pessoas Privadas de Liberdade.

OBJETIVO GERAL

Ampliar a resolutividade das ações de saúde no Estado de Mato Grosso do


Sul, na organização do atendimento e no processo de trabalho, por meio de
qualificação dos trabalhadores da saúde que atuam na rede do Sistema Único de
Saúde, através de ações de saúde direcionadas as pessoas em situação de
vulnerabilidade, por meio do combate ao racismo, homofobia, xenofobia ou
quaisquer outros tipos de discriminação.

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METODOLOGIA

Estabelecer as competências de cada instituição a fim de indicar o


direcionamento de ações propostas, sendo estas alicerçadas na Política Estadual de
Promoção da Equidade de Saúde no Estado de Mato Grosso do Sul do ano de
2022.

Competência Secretaria de Estado de Saúde (SES)

● Implementar o programa ACOLHE MS em âmbito estadual;

● Identificar o diagnóstico situacional das populações vulneráveis no Estado;

● Promover a inclusão das populações em situação de vulnerabilidade nos

processos de trabalho desenvolvidos pela Rede de Atenção à Saúde – RAS;

● Assegurar a efetividade da integração das áreas da RAS na elaboração das

ações de saúde direcionadas às populações em situação de vulnerabilidade;

● Apoiar a criação e elaboração de materiais de divulgação visando a

disseminação de informações e ações de promoção da saúde.

● Fomentar a realização de pesquisas com o objetivo de melhorar o acesso das

populações específicos aos serviços de saúde;

● Estabelecer o Plano de Ação;

● Garantir o acesso à atenção especializada e hospitalar;

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Competência das Secretarias Municipais de Saúde (SMS)

● Implementar o programa ACOLHE MS em âmbito municipal;

● Realizar o levantamento e monitoramento situacional de saúde das populações

em vulnerabilidade nos municípios, sendo elas;


● População do Campo, Floresta e Águas (ribeirinha/assentados/rurais);
● População Cigano/Romani;
● População em Situação de Rua;
● População LGBT+;
● População de Pessoas com Albinismo;
● População Negra (quilombola e anemia falciforme);
● População dos Povos Originários;
● População Migrantes, Refugiados e Apátridas;
● População de Pessoas Privadas de Liberdade;

● Estimular as ações comunitárias nos territórios, promovendo e incentivando o

controle social municipal;

● Promover a inclusão das populações em situação de vulnerabilidade nos

processos de trabalho desenvolvidos pela Rede de Atenção à Saúde – RAS;

● Assegurar a efetividade da integração das áreas da RAS na elaboração das

ações de saúde direcionadas às populações em situação de vulnerabilidade;

● Fortalecer a Atenção Primária de Saúde em todos os ciclos de vida, sem

distinção.

● Apoiar a realização e implementação de pesquisas com o objetivo de melhorar o

acesso das populações específicas aos serviços de saúde;

● Garantir a atenção à saúde em todos os níveis: primário, especializado e

hospitalar;

● Desenvolver o Plano de Ação baseado nas necessidades municipais;

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DESENVOLVIMENTO

Ao tratar da promoção da equidade em saúde, temos um conjunto de políticas


e programas instituídos no âmbito do SUS, que abordam o princípio da equidade e
contribuem para promover o respeito à diversidade e garantir o atendimento integral
às populações em situação de vulnerabilidade e desigualdade social (Fortes, 2017).

A equidade trata de populações em situação de vulnerabilidade, reiterando a


individualidade de cada uma delas, sendo necessário estudar, conhecer e adequar-
se aos modos de produzir saúde dentro das suas especificidades. Só assim é
possível promover um atendimento adequado e com qualidade.

POPULAÇÃO POVOS ORIGINÁRIOS

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) é atualmente a responsável


por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos
Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena (SasiSUS), sendo este o organizador das atividades para tal grupo no
âmbito dos serviços de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) tem como unidade


gestora descentralizada o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que presta
serviços à população indígena nos Polos Base de Saúde. O Subsistema consolida-
se como um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-
cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado, que
contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e
qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e
das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-gerenciais
necessárias à prestação da assistência, com o Controle Social (BRASIL, 2021).

A figura abaixo detalha a localização das aldeias indígena no Estado de Mato


Grosso do Sul:
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Figura 1. Etnias e serviços por município. Fonte: SESAI.

Os povos indígenas são diretamente impactados pelas condições


inadequadas de habitação, incluindo a falta de água potável e de saneamento
básico, ocasionando a insalubridade local e a propagação de doenças
infectoparasitárias e outros agravos epidemiológicos (Raupp, 2019).

Além das doenças infectocontagiosas, estão presentes nas populações


indígenas no Brasil, as doenças sexualmente transmissíveis (IST) e as doenças
crônicas não transmissíveis, como a diabetes mellitus, hipertensão arterial,
neoplasias, alcoolismo, violência e a obesidade (COIMBRA et al, 2003; MALTA
et al, 2017).

Portanto, a parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde, DSEI e


Secretarias Municipais de Saúde, é de extrema importância para que as ações
sejam planejadas de forma ampla e descentralizada.

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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Segundo o Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que institui a


Política Nacional para a População em Situação de Rua, trata-se de: “grupo
populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos
familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional
regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço
de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as
unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”
(BRASIL, 2009).

Na constituição brasileira de 1988, o artigo 196 enfatiza que “A saúde é direito


de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. ”
(BRASIL, 1988).

A desigualdade social tem sido uma das características predominantes no


desenvolvimento histórico do Brasil, mesmo considerando apenas o período
republicano. Os âmbitos regionais e rurais da desigualdade social nunca foram
superados e o desenvolvimento industrial concentrador não conseguiu relegá-la a
um passado (ESCOREL, 1999).

De acordo com Silva (2006), existem inúmeros fatores motivadores para a


existência de pessoas em situação de rua, por exemplo os estruturais (ausência de
moradia, desemprego, mudança econômica) e os biográficos (consumo de droga,
alcoolismo, doenças mentais e crônicas, rompimento de vínculo familiar, desastres
naturais, etc). Apesar de haver pesquisas sobre as principais motivações, não se
deve observar por uma única perspectiva, dado que são múltiplas as causas e
motivações. (SILVA, 2006).

A presente população sofre de inúmeras formas de discriminação, desde o


impedimento de entrar em lugares públicos e privados (transporte coletivo, redes de
saúde, restaurantes, etc.) à hostilidade por parte da população local Ocasionando

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desta forma, a negligência ao acesso à Atenção Primária de Saúde (APS), não
havendo o atendimento e o tratamento de doenças crônicas e agudas (BRASIL,
2009).

Portanto, faz-se necessário a inclusão dessa população em projetos visando


atendimento humanizado desde a atenção primária à especializada, promovendo o
monitoramento deste público, assim como a redução da discriminação e da
morbidade atual.

POPULAÇÃO NEGRA

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) tem


como compromisso o combate às desigualdades no SUS e a promoção da saúde
da população negra de forma integral, considerando os determinantes sociais que
são influenciadores para a situação de vulnerabilidade, e os processos
socioeconômicos e culturais que corroboram com a morbimortalidade dessa
população (BRASIL, 2017).

Com base no texto exposto, a Secretaria de Estado de Saúde, articulada com


áreas técnicas e outras instituições, procura desenvolver um conjunto de estratégias
que resgatam a visão integral do sujeito, avaliando a sua participação no processo
de construção das respostas para as suas necessidades, como doenças patológicas
(hipertensão, diabetes, colesterol alto, Doenças homeopáticas) e transmissíveis
(Tuberculose, Sífilis), demandas de gênero e orientação sexual, racismo e outros.

Hipertensão arterial
Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial, denominada
popularmente de “pressão alta” é uma doença crônica caracterizada pelos níveis
elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das
pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg. (BRASIL,
s.d.).

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De acordo com a cardiologista Ana Catarina Periotto, a hipertensão é mais
comum e mais severa em pacientes negros, devido às questões étnicas e genéticas.
Em termos de exigências fisiológicas, o coração tem que exercer um esforço maior
do que o normal, aumentando desta forma, os fatores de risco para a ocorrência de
acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
(CUIDADOS PELA VIDA, 2023).

Em mulheres com hipertensão arterial, a avaliação médica antes e durante a

gestação, permite a exclusão de hipertensão arterial secundária, aferição dos níveis

pressóricos, discussão dos riscos de pré-eclâmpsia e orientações sobre

necessidade de mudanças de medicações no primeiro trimestre. (JAMES, NELSON-

PIERCY, 2004).

Quilombolas
As comunidades remanescentes de quilombos integram os grupos étnicos-
raciais que constituem os Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana no
Brasil. De acordo com o Decreto nº 4.887/2003, são consideradas remanescentes
de quilombos as comunidades que mantém uma trajetória histórica própria, dotadas
de relações territoriais específicas e relacionadas a uma ancestralidade negra que
resistiu à opressão histórica sofrida no período escravista ou no período pós-
abolição.

Atualmente, são 22 comunidades quilombolas em Mato Grosso do Sul


reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares (FCP), atuantes por políticas
públicas de reparação e que carregam a memória da diáspora africana em nosso
estado. Na figura 1é possível identificar e localizar as 22 comunidades
remanescentes de quilombos de Mato Grosso do Sul. Destas, 17 comunidades se
encontram na zona rural, enquanto 5 estão localizadas em áreas urbanas, como é o
caso da Comunidade Quilombola Tia Eva.

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Figura 1 – Localização das comunidades quilombolas em Mato Grosso do
Sul.

Fonte: INCRA (2014) . Organizado por Souza, J.B.A; Ribeiro, A.F.N, 2019.

Anemia Falciforme

Acometendo a população negra, a anemia falciforme está inserida em um


grupo de doenças de origem genética e de herança recessiva, em que mutações nos
genes que codificam a molécula de hemoglobina levam a alterações estruturais
(variantes da hemoglobina), redução ou ausência de síntese de hemoglobina. Nas
variantes da hemoglobina as mutações genéticas mudam a estrutura da
hemoglobina e podem alterar seu comportamento, velocidade de produção ou
estabilidade (BRASIL, 2022).

A mais frequente é representada pela HbS, enquanto as outras


hemoglobinopatias mais raras são representadas pelas HbC, HbE e HbD, dentre
outras. As alterações de produção, que diminuem a síntese de hemoglobina ou
ausência dessa síntese, são representadas pelas talassemias com graus variados
de anemia. As mais frequentes são as talassemias do tipo alfa e do tipo beta.
Também são descritas as talassemias do tipo delta-beta, delta e gama-delta-beta,
porém são muito raros esses tipos de talassemia. (BRASIL, 2022).

A HbS em combinação com outras variantes de hemoglobina e com as


talassemias constituem o grupo denominado Doença Falciforme. A Anemia
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Falciforme é detectada no teste do pezinho, realizado pelo Instituto de Pesquisas,
Ensino e Diagnóstico da APAE, e de acordo com o referido instituto, ao receber o
diagnóstico o paciente passa por acompanhamento multiprofissional a fim de
promover a estabilização e uma possível melhora nos sintomas.

De acordo com a Portaria n. 1.999, de 06 de agosto de 2020, o estado de


Mato Grosso do Sul foi habilitado a receber recursos destinados à aquisição de
equipamento Doppler Transcraniano, para o Hospital Regional de Mato Grosso do
Sul (HRMS), para atendimento a pacientes com hemoglobinopatias, dentre elas
anemia falciforme, entre 2 anos até os 15 anos de idade, cujo diagnóstico precoce e
educação em saúde para a família possibilita a introdução da profilaxia e terapêutica
necessária.

Conforme quadro abaixo, mostra o quantitativo de pessoas no estado de Mato


Grosso do Sul que possuem Anemia Falciforme, sendo diagnosticadas 132 pessoas.

Segundo o levantamento realizado pelo Sistema de Informações Hospitalares


em parceria com o DATASUS (SIH/DATASUS), foram quantificados entre os anos
de 2018 a 2022, o número de 374 internações por transtornos falciformes.

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O número de óbitos por Anemia Falciforme e Talassemia foi de 63 entre os
anos de 2000 a 2021, predominando na população entre 20 e 50 anos de idade.
(SIH/DATASUS,2021)

Portanto, os dados apontam para a necessidade de estabelecer projetos


voltados a esse público, a fim de diminuir situações de sofrimentos referentes a essa
doença.

POPULAÇÃO LGBTQIANP+

A Política Nacional de Saúde Integral LGBT, instituída pela Portaria n° 2.836,


de 1° de dezembro de 2011, tem o objetivo de promover a saúde integral da
população LGBT+, de forma a garantir o atendimento não discriminatório do grupo
nos serviços públicos de saúde e o enfrentamento das iniquidades para o pleno
exercício da democracia e do controle social. (BRASIL, 2011)

Reitera-se que nesse sentido, a orientação sexual e a identidade sexual são


conceitos diferentes, mas, complementares e abarcados pelas políticas.

A orientação sexual é a capacidade que a pessoa tem de experimentar


atração afetiva, emocional ou sexual por pessoas de gênero diferente, mesmo
gênero ou mais de um gênero. As orientações sexuais mais comuns são:
homossexualidade (atração emocional, afetiva ou sexual por pessoa do mesmo
gênero), heterossexualidade (atração emocional, afetiva ou sexual por pessoa de
gênero diferente), bissexualidade (atração emocional, afetiva ou sexual por pessoas
dos dois gêneros) e assexualidade (ausência de atração sexual por pessoas de
ambos os gêneros) (REIS, 2018).

Já a identidade sexual é a experiência interna individual em relação ao


gênero, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído no nascimento, e que inclui
expressões de gênero como o sentimento pessoal do corpo e o modo de vestir-se e
falar. Em relação à identidade de gênero há os transgêneros, que são as pessoas
que se identificam com gênero distinto do seu sexo biológico, podendo ser
heterossexuais, bissexuais e homossexuais. Já o termo cisgênero agrupa as
pessoas que se identificam ao sexo atribuído no nascimento, independentemente da
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orientação sexual. Por sua vez, as travestis são pessoas que vivenciam papéis de
gênero feminino, não se reconhecendo como homens ou mulheres, mas como
membros de um terceiro gênero ou de um não gênero (JESUS, 2012, p. 7).

Anterior à Política Nacional, o processo transsexualizador já era uma


realidade no país, todavia, sua oferta pelo Sistema Único de Saúde ocorreu de modo
mais tardio se comparada aos Estados Unidos ou alguns países da Europa. Em
meio às exigências dos grupos que lutavam pelos direitos das pessoas trans e de
toda a comunidade LGBT+, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 1.707, de
18 de agosto de 2008 instituiu de forma gratuita, o acesso ao tratamento hormonal e
ao procedimento cirúrgico (SOUZA., BERNARDES., 2020).

No entanto, verifica-se que um dos desafios no Estado é a instalação de


ambulatórios para que esses processos ocorram. Atualmente, apenas a
Macrorregião de Campo Grande possui esse serviço em fase de credenciamento e
habilitação junto ao Ministério da Saúde e o Hospital Universitário. Reitera-se que há
a necessidade de cobertura em todas as Macrorregiões, podendo ocorrer a
implantação em qualquer município pertencente às mesmas. Nesse sentido, o
Estado por meio da Secretaria de Saúde tem como premissa a oferta de
informações, capacitação e o apoio para que os serviços possam ser replicados,
garantindo o atendimento integral.

POPULAÇÃO DE PESSOAS COM ALBINISMO

O albinismo pode acometer todas as raças, independentemente de sexo,


etnia e classe social e está presente em praticamente todos os países do mundo,
com prevalências variadas. Trata-se de uma condição rara, não contagiosa, herdada
geneticamente, que interfere na produção e distribuição de melanina na pele, pelos
e olhos, causando vulnerabilidade à exposição solar. (BRASIL, 2022)

Pode-se identificar se uma criança será albina enquanto ainda está em fase
de gestação através do estudo dos genes, contudo, na maioria dos casos é
detectado logo após o nascimento ou apenas no momento em que se procura
auxílio em casos extremos de adoecimento devido à grande variação fenotípica

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estando predispostos a desenvolver câncer de diversos tipos, deficiência visual,
entre outros agravos, acarretando no encaminhamento direto para a Atenção
Especializada. (BRASIL, 2022)

Além disso, a pessoa albina sofre com a invisibilidade social e com o


preconceito, o que demanda atenção e cuidado integral na Atenção Primária à
Saúde (APS). Todavia, há um déficit relacionado aos dados sobre o albinismo no
Brasil. Em 2021 estimava-se cerca de 21 mil pessoas com albinismo no país, sendo
que os registros da Atenção Básica referentes ao ano anterior, contabilizavam
apenas 1.711 atendimentos, revelando que a porta de entrada para essas pessoas
não se dá na APS e sim na Atenção Especializada, quando há complicações de
saúde (BRASIL, 2021).

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a expectativa de vida


para pessoas com albinismo é de 33 anos de idade. Para fazer frente a isso, a APS
tem atuado por meio de estratégias para intervenção precoce, que favoreçam o
diagnóstico e o tratamento, além da prevenção nos mais diversos cuidados em
saúde das pessoas com albinismo. (ONU, 2019)

POPULAÇÃO DE CAMPO, FLORESTA E ÁGUA

A população brasileira expressa a sua composição na diversidade e


pluralidade. Nessa multiplicidade estão incluídas as populações do campo, floresta e
águas, cujas construções sociais de vida e de trabalho são diretamente impactadas
pelos ambientes onde vivem (BRASIL, 2023).

Pertencem a tais populações: os povos e comunidades tradicionais, como


ribeirinhos e quilombolas, os agricultores familiares, os assentados, os acampados
ou assalariados, que residem ou não no campo, totalizando 28 nomenclaturas /
grupos específicos, que podem ser considerados no eSUSAB, conforme
estabelecido no I do art. 3º do Decreto 6.040, de 7 de fevereiro de 2007.

A APS além de significar importante porta de entrada, tem como


responsabilidade sanitária um conjunto de práticas que compreendem as dinâmicas
territoriais e consideram a situação de saúde, a autonomia, os determinantes e
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condicionantes de saúde desses grupos, ofertando então ações capazes de
abranger a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da
saúde.

Existem 04 Agravos / situações de saúde que tem demandado respostas


rápidas do setor, quando se fala desses grupos, sendo elas: I. a saúde mental, que
tem ficado fragilizada com o aumento do consumo de álcool, a depressão e a
ansiedade; II. As violências em suas diversas facetas; III. Doenças crônicas, sendo
mais comuns: a hipertensão e diabetes; as doenças diarréicas; as doenças
respiratórias e o câncer de pele; IV. Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2023).

O Ministério da Saúde situa como um dos principais desafios para a


efetivação e aprimoramento dos serviços ofertados a tais populações, a
inconsistência dos registros dos dados nos Sistemas de Informação em Saúde,
principalmente aqueles provenientes do acompanhamento nos Serviços de Atenção
Primária. A ausência dessas informações inviabiliza a análise da situação de saúde
a nível nacional, o que interfere na proposta e no planejamento de Políticas Públicas
destinadas a tais (BRASIL, 2021).

Face ao exposto, em 2023 o Guia de diretrizes para a atenção integral à


saúde das populações do campo, floresta e águas (CFA) e povos e comunidades
tradicionais (PCTs) incorporou ações que visam garantir a equidade, o acesso e o
cuidado em saúde desses grupos, sendo elas: a capacitação dos profissionais; o
mapeamento dessas populações (principalmente das mais vulneráveis) nos Estados
e Municípios, assim como das suas necessidades em saúde; a promoção de
campanhas publicitárias dentro dos órgãos estaduais e municipais para combater a
discriminação e outras formas de violência; o desenvolvimento de ações de
saneamento ambiental; a integração com as Renast com fins de conhecer e intervir
nas condições de trabalho dessas populações.

No ano de 2020, por meio da Portaria GM/MS Nº 3.396, de 11 de dezembro


de 2020, já havia sido estabelecido um incentivo federal para o custeio do
fortalecimento de ações de equidade na APS, considerando o cadastro dos povos e
comunidades tradicionais.

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POPULAÇÃO DE MIGRANTES, REFUGIADOS E APÁTRIDAS

A mudança do ciclo migratório evidenciou que em meados do século XX


ocorreu uma maior tendência no fluxo de pessoas provenientes do hemisfério Sul.
Por migrantes, compreende-se um fenômeno total, de pessoas que deixam os seus
países e vão para outros, por motivos variados que contemplam a busca pela
redução da violência ou a fuga de cenários marcados por conflitos armados e o
desejo de estabelecer melhores condições de vida para si e para os seus familiares
(DIAS, 2020).

O Estado do Mato Grosso do Sul ganha relevância quanto à


contemporaneidade do tema; por possuir 05 (cinco) municípios fronteiriços
(Dourados, Porto Murtinho, Corumbá, Ponta Porã e Mundo Novo), onde ocorre um
fluxo razoável de pessoas entre Brasil, Bolívia e Paraguai ou ainda pela ascensão
do Corredor Bioceânico.

Entre 2018 e 2021, segundo o Sistema de Registro Nacional Migratório da


Polícia Federal, 9.509 migrantes internacionais solicitaram residência no Estado do
Mato Grosso do Sul. Os municípios que configuraram as maiores solicitações foram:
Campo Grande, Dourados, Corumbá, Ponta Porã, Porto Murtinho, Bela Vista e Três
Lagoas. Dourados ficou no topo das solicitações, tendo as maiores taxas em 2019 e
2021, seguido por Ponta Porã, que registrou as maiores taxas no mesmo período e,
em terceiro lugar, ficou a capital Campo Grande. Entre as nacionalidades mais
comuns, estão os bolivianos, venezuelanos, paraguaios e haitianos, porém,
indianos, coreanos, angolanos, senegaleses, chineses, peruanos, entre outras,
também figuraram nessa base. A entrada ocorreu majoritariamente por vias
terrestres. Percebe-se uma dupla migração por parte daqueles que vêm de países
não fronteiriços e cruzam as fronteiras pelas vias terrestres.

Em 2015, o IPEA fez uma pesquisa sobre os imigrantes em MS e verificou


que as principais dificuldades estão na insuficiência de recursos humanos aptos ao
trabalho com esses públicos, na ausência da abordagem pautada nos direitos
humanos por parte das instituições públicas e na dificuldade de compreensão da
importância do tema e de ações direcionadas a ele; os imigrantes veem como
entraves a dificuldade para obter a documentação, as violências sofridas (tendo

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como exemplo a discriminação) e o acesso ao sistema de saúde em todos os níveis
de complexidade.

Portanto, a ênfase deve iniciar com a APS no sentido de garantir que a


legislação seja cumprida e todos sejam atendidos, independente da nacionalidade,
por conseguinte, são necessários trabalhos que conscientizem tais grupos sobre a
importância das portas de entrada ocorrerem na Atenção Básica, minimizando
possíveis agravos em saúde. Reitera-se também a essencialidade de reduzir os
estigmas e os obstáculos com a conscientização dos profissionais de saúde.

POPULAÇÃO DE POVOS CIGANOS / ROMANI

No Brasil, os ciganos se diferenciam em três grandes grupos: Rom, Calon e


Sinti. Cada grupo tem identidade, costumes e língua próprios, e, por vezes, sua
cultura é transpassada por meio da oralidade.

Para falar de cuidados e atenção à saúde dos povos ciganos, é necessário,


antes de tudo, respeitar a diversidade cultural e os modos de vida dessa população,
que apresenta costumes e singularidades próprias, desde a vacinação, o
planejamento familiar e a doenças contagiosas até os programas de educação.
(ROTHENBURG; STROPPA, 2020).

O trabalho desenvolvido na comunidade deve ser de acordo com as


especificidades de cada etnia cigana. Em algumas comunidades, as mulheres são
orientadas a não irem ao hospital sozinhas, assim como a não serem atendidas por
médicos homens, enquanto em outras não existe essa restrição. Em função dessas
diferenças, faz-se necessário que os gestores e os profissionais de saúde conheçam
e reconheçam cada população adscrita (BRASIL, 2022).

Um importante mecanismo de levantamento de dados é o Cadastro Único


(CadÚnico), responsável pelos dados de famílias em situação de vulnerabilidade e
utilizado pelo governo federal, estados e municípios para implementação de políticas
públicas capazes de promover a melhoria da qualidade de vida dessas famílias
(BRASIL, 2022).

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É de suma importância identificar a localização dos acampamentos ciganos,


dado que na maioria deles, não possuem o mínimo de saneamento básico, como
água encanada, luz elétrica ou rede de esgoto, havendo um aumento na
contaminação de água, ocasionando crescimento nos casos de doenças infecciosas
(JUNIOR, 2020).

Além dos quadros de doenças infectocontagiosas, está presente também nos


acampamentos, dificuldades em tratarem das doenças crônicas, como diabetes,
hipertensão arterial e hipercolesterolemia Assim como acompanhamento em
exames de rotina relacionados à saúde da mulher e da gestante, saúde da criança e
saúde do idoso (JUNIOR, 2020).

Portanto, é necessário desenvolver uma linguagem acessível a fim de


proporcionar o acesso aos serviços de saúde, com ênfase na Atenção primária para
promoção, prevenção e diagnóstico.

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CONCLUSÃO
Portanto, cabe a cada município aderir ao Programa ACOLHE MS no intuito
de promoverem de forma equânime: I. Ações de saúde direcionadas às pessoas em
situação de vulnerabilidade; II. Ações de combate ao racismo, homofobia, xenofobia
ou quaisquer outros tipos de discriminação, instituindo um atendimento humanizado.

REFERÊNCIAS

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CUNHA, R. M.; ALVES, P. V. B.; ALVES P. T. B. Doenças e agravos mais prevalentes em
uma comunidade indígena em Boa Vista-RR: relato de experiência. Revista Eletrônica
Acervo Saúde, n. 26, p. e673, 18 jul. 2019.
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1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 2 Set. 2023.
BRASIL. Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para
identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por
remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília, DF, 2003.
BRASIL. Decreto 6.040, de 07 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.. Brasília, DF, 2007.
BRASIL. Política Nacional para População de Rua. Decreto Nº 7.053, de 23 de dezembro de
2009.Brasília (DF), 2009.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Rua: Aprendendo a
contar: Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Brasília, DF: MDS, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Hipertensão (Pressão Alta). [Online]. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao [s.d.]. . Acesso em:
10 Nov. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.836, de 01 de dezembro de 2011. Institui, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral
LGBT). Brasília, DF, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.4.384, de 28 de dezembro de 2018. Altera a


Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para instituir, no âmbito
do Sistema Único de Saúde - SUS, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Povo
Cigano/Romani. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. e,


Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão
Participativa e ao Controle Social. – 3. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2017.

BRASIL. Portaria GM/MS Nº 3.396, de 11 de dezembro de 2020. Dispõe sobre a


transferência de incentivo financeiro federal de custeio para o fortalecimento das ações de
equidade na Atenção Primária à Saúde considerando o cadastro de povos e comunidades
tradicionais. Diário Oficial da União, n. 238, seção 1, p.76, de 14 de dezembro de 2020.
Brasília, DF.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. NOTA TÉCNICA Nº


4/2021-COGE/CGGAP/DESF/SAPS/MS.Departamento de Saúde da Família. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Saúde da Família. Ações estratégicas de cuidado em saúde para pessoas com albinismo:
orientações técnicas para gestores e trabalhadores da Atenção Primária à Saúde [recurso
eletrônico] / Departamento de Saúde da Família. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. 52
p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Saúde da Família. Guia orientador para a atenção integral à saúde do povo cigano [recurso
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


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ANEXO I – SUGESTÕES DE AÇÃO CONFORME AS ESPECIFICIDADES DE


CADA POPULAÇÃO

POPULAÇÃO DE POVOS ORIGINÁRIOS


 Realizar o levantamento das populações e etnias vulneráveis no âmbito
municipal;
 Conhecer a localização das etnias por bairros (em Campo Grande);
 Mapear as populações aldeadas e não aldeadas;
 Monitorar a situação de saúde;
 Implementar ações conjuntas com os DSEIs;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Estabelecer um plano focado no combate e na redução da mortalidade
materna e infantil, promovendo a comunicação e o encaminhamento voltados
para o acompanhamento pré-natal e o parto hospitalar assistido, quando se
fizer necessário;
 Garantir o acesso ao pré-natal e aos LARCS;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo e suicídio dos povos originários;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA


 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;

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 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Implementar ações conjuntas com as equipes do Consultório na Rua;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Promover a redução dos casos de violência (reduzir o índice de IST,
promover o planejamento reprodutivo e a redução de gravidez na
adolescência e gestações indesejadas);

POPULAÇÃO NEGRA
 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;

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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Realizar busca ativa do público com Hipertensão;
 Promover ações educativas nas UBS voltadas a prevenção da Hipertensão;
 Promover a redução dos casos de violência (reduzir o índice de IST,
promover o planejamento reprodutivo e a redução de gravidez na adolescência e
gestações indesejadas);
 Enfatizar a importância do pré-natal para a gestante;
 Promover orientação e discussão sobre os riscos de pré-eclâmpsia;
 Realizar levantamento por área das comunidades quilombolas no município;
 Enfatizar a importância do teste do pezinho para rastrear doenças genéticas;
 Entender sintomas, prevenção, riscos e tratamentos relacionados a doença
da Anemia Falciforme;
 Prestar acompanhamento multiprofissional as pessoas diagnosticadas com
Anemia Falciforme;
 Conhecer a Portaria n. 1.999, de 06 de agosto de 2020, sobre a realização do
exame Doppler Transcraniano no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS),
voltado a pacientes com hemoglobinopatias, com idades entre 2 anos até os 15
anos;
 Realizar projetos voltados ao público com hemoglobinopatias;

POPULAÇÃO LGBTQIANP+
 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;
 Analisar o preenchimento do cadastro, referente a orientação sexual e
identidade de gênero;

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 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Desenvolver um atendimento humano, livre de discriminação e preconceito;
 Implementar ações conjuntas com as equipes multiprofissionais;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados a ansiedade e depressão;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Promover a redução dos casos de violência;
 Facilitar o acesso a assistência sexual e reprodutiva (reduzir o índice de IST,
promover o planejamento sexual e reprodutivo);
 Articular em parceria com a comunidade palestras sobre a população
LGBTQIANP+
 Fornecer informações e apoio aos usuários e aos municípios, referente ao
processo de transexualização;

POPULAÇÃO COM ALBINISMO

 Compreender a condição genética de pessoas com Albinismo;


 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;

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GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;
 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Promover o acesso aos materiais e recursos que essa população possui
necessidade, afim de proporcionar qualidade de vida;
 Investigar a existência de deficiências visuais para realizar encaminhamento à
Atenção Especializada.

POPULAÇÃO DO CAMPO, FLORESTA E ÁGUA


 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;
 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Realizar levantamento sobre doenças sazonais;
 Realizar levantamento sobre morbidades;
 Realizar catalogação e numeração dos 28 grupos específicos dentro dessa
população;

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 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Compreender o estado sanitário onde moram;
 Implementar ações conjuntas com as equipes do Consultório na Rua;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Promover a assistência no âmbito da saúde da mulher;
 Verificar as condições sanitárias onde moram;

POPULAÇÃO MIGRANTES, REFUGIADOS E APÁTRIDAS


 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Realizar levantamento da população fronteiriça (Dourados, Porto Murtinho,
Corumbá, Ponta Porã e Mundo Novo).
 Garantir o acompanhamento da população migrante pelos agentes de saúde.
 Facilitar o acesso ao cartão SUS;
 Incentivar a procura e a oferta dos serviços de Atenção Primária à essa
população;
 Promover a redução dos casos de violência física e xenofóbica.
 Analisar o preenchimento do cadastro, referente a nacionalidade;
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;

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SUPERINTENDÊNCIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE
 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Reduzir o índice de IST, promover o planejamento reprodutivo e a redução de
gravidez na adolescência e gestações indesejadas;

POPULAÇÃO CIGANA / ROMANI


 Realizar levantamento das populações vulneráveis no âmbito municipal;
 Identificar a localização dos acampamentos ciganos;
 Conhecer os três principais grupos ciganos e respeitar as suas
singularidades;
 Verificar se estão cadastrados nos serviços de saúde, se possuem
documentos e cartão SUS, se são acompanhados por algum ACS;
 Averiguar se frequentam alguma unidade de saúde e, se são Diabéticos,
hipertensos ou se possuem alguma doença crônica;
 Mapear as populações segundo os territórios atendidos pelas APS;
 Monitorar a situação de saúde desses grupos;
 Assegurar o acesso das populações específicas às políticas e aos programas
que contemplem ações de cuidado, atenção e proteção voltadas às doenças

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COORDENADORIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
GERÊNCIA DE EQUIDADE EM SAÚDE
mais prevalentes nesse grupo;
 Promover ações formativas para os profissionais atuantes nos serviços de
saúde;
 Promover ações de educação em saúde para a comunidade;
 Viabilizar o acesso à saúde mental (adulto e juvenil) com problemas
relacionados ao álcool, drogas, tabagismo;
 Estimular as ações no âmbito da vigilância em saúde;
 Garantir a integralidade do acesso aos serviços de saúde;
 Trabalhar a redução dos estigmas, da discriminação e do preconceito
envolvendo a assistência a tais grupos;
 Promover a redução dos casos de violência
 Garantir o acesso à saúde sexual e reprodutiva;

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ANEXO II – PLANILHA PARA PREENCHIMENTO DO PLANO DE AÇÃO

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