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Marinalva Rodrigues dos Santos

OAB/GO 39.697

Advocacia e Consultoria Jurídica

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIAS – GO

Referência: AÇÃO DE EXECUÇÃO fundada em título extrajudicial


Origem: Comarca de Goiânia-Go – 3º Juizado Especial Civil
Protocolo n.º: 5401687.81.2017.8.09.0051
Agravante: ANTÔNIO SILVA MACHADO, e, RAFAEL ANDRADE AIRES
Agravada: EDILAMAR RIBEIRO

ANTÔNIO SILVA MACHADO, padeiro, brasileiro, inscrito sob o


CPF nº 025.356.983-10, residente e domiciliado à Rua MB-04, QD. 05, LT.
36, Casa 2, Residencial Morada do Bosque, e,RAFAEL ANDRADE
AIRES,padeiro, brasileio, inscrito sob o CPF nº 982.351.331-72,
residente e domiciliado a VA-05, QD. 12, LT. 28, Vilage Atalaia-
Goiânia-Go, inconformados com a decisão do evento 34 que deferiu a
condenação dos agravantes ao pagamento em 3 dias (Novo CPC 829), na
AÇÃO DE EXECUÇÃO fundada em título extra judicial -da comarca de
Goiânia-Go- 3º Juizado Especial Civil, proposta em desfavor dos mesmos
por EDILAMAR RIBEIRO, brasileira, portadora do C.P.F. n° 280.186.561-
34, residente e domiciliada na Rua R-14, quadra 12, lote 23, setor
Vila Itatiaia, CEP 74.690-390, Goiânia – GO, vem, tempestivamente, por
sua advogada, com fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Código de
Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em razão das
justificativas abaixo evidenciadas.
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I – DO PREPARO

Os Agravantes deixam de efetuar o preparo, uma vez que no


evento 17 foi requerido o benefício da Justiça Gratuita pelos
Agravantes ao Juiz “a quo “, assim sendo o mesmo se manteve inerte,
desta forma os agravantes postula novamente ao Nobre Julgador o
requerimento do benefício da Justiça Gratuita.

Neste contexto, os postulantes que momentaneamente não


possuí rendimentos suficientes para custear os encargos processuais
sem que este afete o sustento destes e ajuda mensal para com suas
famílias. Razão pela qual, pensando em casos como os dos postulantes o
legislador ao criar, editar, votar e promulgar a Lei 1.060/50, buscou
garantir o acesso à justiça a todo aquele que tenha sofrido ameaça ou
lesão ao seu direito.

E para tanto, na referida lei, mas precisamente em seu


art. 4º o legislador é taxativo ao afirmar que para que seja concedida
a benesse da gratuidade basta que a parte formule no bojo de sua
inicial a afirmação que é pobre tanto na acepção da palavra e ou não
pode ainda momentaneamente arcar com as custas e taxas sem afetar
sustento próprio e de sua família.

Nota-se nobre julgador, que o legislador não exige


comprovação tão extensa da hipossuficiência da parte. Isto claro, sem
mencionamos as decisões do Supremo Tribunal Federal atualizadas e
proferidas pós Constituição de 1988, que há muito tempo já consolidou
o Advocacia e Consultoria Jurídica entendimento de que se mostra
suficiente para a obtenção da assistência judiciária gratuita, a
simples afirmação feita pelo interessado de que não dispõe de situação

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econômica que lhe permita arcar com as custas do processo. Nesse


sentido, anote-se:

“CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM


AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO JUSTIÇA GRATUITA.
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO
IMPROVIDO. I - É pacífico o entendimento da Corte de que
para a obtenção de assistência jurídica gratuita, basta a
declaração, feita pelo próprio interessado, de que sua
situação econômica não lhe permite ir a Juízo sem
prejudicar sua manutenção ou de sua família. Precedentes.
II - Agravo regimental improvido” (AI nº 649.283/SP–AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ
de 19/9/08).

Ressalte-se, por oportuno que a Suprema Corte enfrentou a


questão acerca da existência de repercussão geral da matéria ora em
análise, respondendo negativamente à indagação, por meio de decisão
que assim restou ementada:

“RECURSO. Extraordinário. Incognoscibilidade Gratuidade de


justiça. Declaração de hipossuficiência. Questão
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão
geral. Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta
repercussão geral o recurso extraordinário que, tendo por
objeto questão relativa à declaração de hipossuficiência,
para obtenção de gratuidade de justiça, versa sobre
matéria infraconstitucional” (AI nº 759.421-RG/ RJ,
Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 13/11/09).

Porém, há que se ponderar que essa decisão foi proferida


em autos em que houve efetiva discussão acerca de reunir, a parte
postulante do benefício, as condições que lhe permitiriam fazer jus à
sua concessão, o que se depreende da análise do seguinte trecho de sua
fundamentação:

“Com efeito, o juízo ‘a quo’ indeferiu o benefício da


justiça gratuita, com base na legislação
infraconstitucional (arts. 1º e 2º da Lei nº 1.060/50) e

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na situação de fato evidenciada nos autos. Ora, não se


discute que basta à concessão da justiça gratuita,
prevista na Lei nº 1.060/50, a só declaração do próprio
interessado no sentido da impossibilidade de arcar com as
custas do processo, sem prejuízo seu ou da família. Mas
tal presunção de hipossuficiência é relativa, de modo que
não prevalece ante as razões factuais opostas pelo
acórdão”

Fácil constatar-se, destarte, que o referido tema pode


surgir em duas situações substancialmente diversas, a saber: se o
pleito de gratuidade judiciária é analisado apenas em face da referida
declaração de gratuidade, com a imposição, ao postulante, da
comprovação da alegada hipossuficiência, por entender-se que mera
declaração de pobreza a tanto não bastaria, ou se as efetivas
condições pessoais da parte postulante do benefício são analisadas,
para justificar, ou não, sua concessão.

No caso presente, então, tem-se que deve ser deferido sem


maiores procrastinações o pedido de gratuidade judiciária com
fundamento na situação fática pessoal dos postulantes, vem demostrando
claramente que não possui meios, ainda que momentaneamente, de arcar
com as custas processuais.

II – DA TEMPESTIVIDADE

O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que


a publicação de intimação da decisão do evento 34 ocorreu em
11/11/2019, todavia, houve a interrupção da contagem do prazo pela
apresentação dos Embargos de Declaração aposto no evento 39 no dia
18/11/2019, cuja decisão foi dia 05/12/2019 evento 41, desta feita o
novo prazo começou a correr dia 09/12/2019 após a publicação da nova
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decisão prolatada no evento 41, doc anexo, assim sendo o termino do


prazo está previsto para 27/01/2020 segunda-feira.

Assim o prazo de 15 dias úteis para interposição do


recurso é tempestivo.

Destarte, demonstrada a tempestividade do presente


Recurso, requer-se que o mesmo seja conhecido.

III - DA DECISÃO AGRAVADA

Trata-se de ação de execução de título extrajudicial,


ajuizada perante ao 3º Juizado Especial Civil da Comarca da Capital,
proposta pela agravada em face dos agravantes em que objetiva a
agravada o recebimento, decorrente de SUPOSTA dívida fundada em um
título de crédito, líquido e exigível, o qual anexa a inicial, bem como
de despesas acessórias, perfazendo um total de R$ 17.857,86 (dezessete
mil oitocentos e cinquenta e sete reais e oitenta e seis centavos).

Desta feita, o magistrado de primeiro grau deferiu o


pagamento em 3 dias (Novo CPC 829), por entender que o TÍTULO EXTRA
JUDICIAL sem assinatura dos agravantes tem o lastro para SER EXECUTADO,
vejamos:

“(...) DECISÃO DESPACHO -Expeça-se Carta de Citação para


pagamento em 3 dias (Novo CPC 829) ou para formulação de
pedido de moratória (Novo CPC 916), sob pena de penhora e
avaliação de bens, observando-se naturalmente o art. 212, §
2º do Novo CPC. Caso a parte executada seja devidamente
citada, proceda a Penhora Online, bem como, a busca de
veículos pelo sistema RENAJUD. Realizada a penhora Designe
Audiência de Conciliação (Art. 53 § 1º Lei 9099/95).
Goiânia, 8 de novembro de 2019. SALOMÃO AFIUNE Juiz de
Direito, grifamos.
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Ocorre, V. Excelências, que o entendimento sufragado pelo


magistrado não merece prosperar, uma vez que viola a Constituição
Federal, dispositivo literal de lei federal, doutrina e Jurisprudência,
conforme expor-se-á a seguir. Portanto, merece reforma a decisão, como
se verá.

IV - DO CABIMENTO DO AGRAVO

O artigo 1.015 do CPC dispõe que o Agravo de Instrumento


será cabível das decisões interlocutórias (art. 203, § 2° do CPC), em
hipóteses prevista em lei.

No caso concreto a petição inicial teve o mérito baseado


em um DOCUMENTO sem assinatura das partes, ou seja sem os requisitos
dos art. 783 c/c art. 803, inc. I do CPC, assim sendo está previsto no
inciso II e parágrafo único do art. 1.015 do CPC, vejamos:

(...)
II - mérito do processo;
(...)
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário,
grifamos.

Desta forma, plenamente cabível o presente recurso


interposto dentro do prazo legal (art. 1.003, § 5° do CPC), bem como

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justifica- se o não recolhimento e preparo em razão do pedido de


gratuidade (art. 1.007 do CPC) no evento 17.

V - DAS RAZOES PARA REFORMA:

V.1 - AUSÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (CPC, 783 c/c


art. 803, inc. I).
Relatou o Ilustre magistrado na decisão contra qual se
insurge, in verbis, que a exequente ora agravada tem seu direito pleno
consubstanciado em um título de obrigação certa, líquida e exigível.

No entanto, a execução proposta pela exequente em face dos


ora agravantes. (DOC I – ANEXO), é fundada em um suposto TÍTULO EXTRA
JUDICIAL sem assinatura das partes, ou seja, sem os requisitos dos art.
783 c/c art. 803, inc. I do CPC.

V.2. DA INEXISTÊNCIA DE TÍTULO (CPC, 783 C/C ART. 803, INC. I),
ASSINADO PELA PARTES.

Vê-se na Ação Executiva que o Excepto executou um


imaginário título executivo (nominado “documento de confissão de
dívida-distrato Unilateral”). Em verdade, não passa de mero “documento
sem lastro para execução”.

Nesse importe, não há qualquer ato jurídico que implique


Execução de Título Extrajudicial, nada obstante tão só um trivial ato
que se submeteu a exequente unilateralmente, para melhor entendimento
segue a ordem cronológica dos fatos aposto pelos agravantes no evento
25 o qual não foi apreciado pelo Nobre Julgador “a quo”:

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a) Evento 01 protocolo no dia 26/10/2017, o qual a base para o


valor da cobrança é um DISTRATO UNILATERAL, que não atende os
requisitos do artigo 784 do CPC/2015, ou seja não há assinatura
dos requeridos, tão pouco há testemunhas, além disso não há
lastro de executividade;
b) Evento 08, APÓS QUASE LONGOS 05 (cinco) meses 02/03/2018,
foi marcada audiência de conciliação para o dia 11/04/2018;
c) Evento 15, ATA DA AUDIÊNCIA o qual não obteve acordo, o qual
dar ciência aos requeridos apresentar defesa no prazo de 15
dias;
d) Evento 17, É APRESENTADA A DEFESA NOS moldes do despacho do
evento 15, o qual até o presente momento não foi analisada,
sendo que nesta peça interventiva do evento 17 demonstra de
forma clara que não EXISTE UM TITULO EXTRAJUDICIAL;
e) Evento 20, dia 23/07/2018, foi expedido certidão que o
processo foi protocolado por equivoco pelo rito não apropriado,
ou seja, após longos 09 (nove) meses;
f) Evento 22, o Nobre Magistrado despacha chamado o feito a
ordem, para adequar o rito.

Nobre julgador, na inicial foi anexado no evento 01, dois


(02) documentos sendo: o Contrato de Aluguel e o Distrato unilateral,
CONTUDO O SEGUNDO DOCUMENTO (DISTRATO) que foi a base fundamental para
o valor de R$ 17.857,86, contudo este NÃO ATENDE AOS REQUISITOS DO
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL, tendo em vista, que o mesmo é apenas um
documento sem os preceitos legais do artigo 784 do código de processo
civil, isto é, não tem assinatura

Neste contexto, o processo já nasceu viciado, seja por


equivoco, seja por erro humano, contudo tal fato não pode prejudicar os

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requeridos ora agravantes, ou seja, os mesmos não deram causa a este


erro grosseiro.

Além disso, o maior absurdo jurídico, foi cometido no


evento 20, isto é, dia 23/07/2018, foi expedido certidão que o processo
foi protocolado por equivoco pelo rito não apropriado, ou seja, após
longos 09 (nove) meses, os servidores do 3º juizado percebem um erro no
Rito do processo! vale ressaltar que JÁ HAVIA ACONTECIDO AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO NA DATA 11/04/2018 tudo fundamentado em uma Ação de
Cobrança no rito de um processo de conhecimento.

Neste contexto, após este fato do evento 20 o Juiz “a


quo”, despacha outro entendimento, ou seja, após longos 9 (nove) meses
CHAMA O FEITO A ORDEM, determinando que o rito do processo de
conhecimento o qual a lide tramita será milagrosamente passada para o
rito da Execução, vale ressaltar que não existe TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL que ATENDE AOS REQUISITOS DO artigo 784 do código de
processo civil.

Além disso, o Juízo “a quo” ao mudar o rito processual


prejudicou os requeridos ora agravantes, em outras palavras, os mesmos
não tiveram a contestação do evento 17 apreciada pelo julgador de
primeiro grau, desta forma houve o cerceamento de direitos, e preceitos
constitucionais não foram levados em conta.

Ademais, os agravantes no evento 25 peticionaram ao Juiz


“a quo” o chamamento do FEITO A ORDEM, no sentido que o ATO do evento
17 deveria ser analisado, bem como que o processo teria que ser
apreciado respeitando o artigo 785 do NCPC/2015, para que as fases
processuais não restassem negligenciadas e, em consequência, não

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restasse ferido o princípio do devido processo legal, corolário do


contraditório e da ampla defesa, todavia tal fato não ocorreu, ferido
os preceitos constitucionais dos agravantes.

Os Agravantes têm o direito de ter um processo justo e


dentro dos preceitos constitucionais. Portanto a decisão merece ser
reformada, tendo em conta, que o Nobre Julgador “a quo” não levou em
conta todas as provas apresentadas pelos agravantes nos eventos 17 e
25, apenas se limitou a decidir sobre um documento sem lastro para
execução.

Ora Nobre Julgador, os agravantes são pessoas humildes e


sem posses, as profissões destes é padeiro, além disso os agravantes
estão desempregados, sendo: um (agravante) vivendo de bicos e outro
recebendo seguro desemprego, sendo que com esta renda os mesmos tem
que manter o sustento próprio e de sua família, como estes poderão
cumprir a decisão do evento 34!! Isto é, tem mês que não conseguem
auferir o salário mínimo vigente, E O VALOR EXECUTADO É QUASE 18 MIL
REAIS, além disto é uma execução viciada cujo documento não é um
título extrajudicial.

Corroborando com a pretensão dos Agravantes, colaciona-se


julgados de Tribunais Superiores que demonstram que, Execução Fundada
em Documento sem assinatura não tem força executiva, vejamos:

AÇÃO DE EMBARGOS DE DEVEDOR. EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL. AUSÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO EM FACE DA EMPRESA
EMBARGANTE. NULIDADE DA EXECUÇÃO (NULLA EXECUTIO SINE
TITULO). SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE
EMBARGADA. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO. A
SOLUÇÃO DA CONTROVÉRSIA PRESCINDE DA PRODUÇÃO DE PROVA
ORAL. EXECUÇÃO FUNDADA EM CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE
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SERVIÇOS. FORÇA EXECUTIVA DO TÍTULO MACULADA PELA AUSÊNCIA


DAS ASSINATURAS DE DUAS TESTEMUNHAS. INOBSERVÂNCIA DA
REGRA DISPOSTA NO ART. 784, INCISO III DO CPC/15. PARTE
EMBARGANTE QUE NÃO FIGURA COMO DEVEDORA NO TÍTULO
EXECUTIVO. DESPROVIMENTO DO APELO. (TJ-RJ - APL:
04350687920168190001, Relator: Des(a). SERGIO RICARDO DE
ARRUDA FERNANDES, Data de Julgamento: 02/07/2019, PRIMEIRA
CÂMARA CÍVEL), grifamos.

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FUNDADA EM TITULO SEM


ASSINATURA. NULIDADE DOS EMBARGOS E DA EXECUÇÃO. - A
EXECUÇÃO ACOMPANHADA DE TITULO SEM ASSINATURA E NULA.
CUMPRIA, POREM, AO JULGADOR DETERMINAR A CORREÇÃO DO LAPSO
NO PRAZO DE DEZ DIAS, NOS TERMOS DO ART. 616 DO CPC C.C.
ART. PRIMEIRO DA LEI 6825/80, POUCO IMPORTANDO QUE A PARTE
TENHA ESTADO DE POSSE DOS AUTOS SEM ADOTAR A MEDIDA
SANEADORA. - A OMISSÃO CARACTERIZA 'ERROR IN PROCEDENDO'
PELO QUE SE DECRETA A NULIDADE DOS EMBARGOS E DA EXECUÇÃO
PARA OBSERVANCIA DA REGRA PROCESSUAL. (TRF-5 - AC: 7526 PE
90.05.06281-9, Relator: Desembargador Federal Castro
Meira, Data de Julgamento: 25/10/1990, Primeira Turma,
Data de Publicação: DJ DATA-30/11/1990 PÁGINA-29008),
grifamos.

“PROCESSUAL CIVIL – CONTRATO DE CRÉDITO EM CONTA-CORRENTE


(CHEQUE ESPECIAL) – CONFISSÃO DE DÍVIDA – TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL. I – Em rigor o contrato de crédito em conta-
corrente não possui executoriedade. Mas, se o cliente
devedor firma com o Banco escritura pública de confissão de
dívida, não há mais se discutir o antigo contrato, eis que
presente aos autos instrumento hábil a ensejar o
procedimento executório. II – Apenas em se tratando de
documento particular é que a assinatura de duas testemunhas
torna-se condição de validade do título executivo. O
documento público de confissão de dívida, devidamente
assinado pelo devedor e registrado em cartório de títulos e
documentos, dispensa tal formalidade. Inteligência do art.
585, II, do CPC. (APC n° 50023/98, Rel. Des. Welington
Medeiros, DJ 30/06/98, pág. 52), grifamos.

APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO RETIDO -FIRMA INDIVIDUAL QUE SE FAZ


REPRESENTAR EM AUDIÊNCIA POR PREPOSTO COM PODERES PARA
TRANSIGIR (CPC, ART. 277, § 3º)- POSSIBILIDADE - PENA DE
CONFISSÃO MAL APLICADA - RECURSO PROVIDO - DECISÃO
REFORMADA. AÇÃO MONITÓRIA AJUIZADA A PARTIR DE "PEDIDOS
COMERCIAIS" ELABORADOS UNILATERALMENTE PELA CREDORA,
DESACOMPANHADOS DE NOTA FISCAL, FATURA OU DUPLICATA -
DEVEDOR QUE NÃO RECONHECE COMO SUA A ASSINATURA NELES
APOSTA - PROVA ESCRITA DEFICIENTE E INSUFICIENTE (CPC, ART.
1.102a) - AUSÊNCIA DE REQUISITO ESSENCIAL DA AÇÃO -
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO

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ARTIGO 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Apelo e agravo


retido providos. 1. (...) Não faz prova escrita da
obrigação devida ou assumida pela devedora a prova
documental (...), ou ainda outro documento com assinatura
do devedor capaz de comprovar a obrigação contraída. Ante a
inadequação da ação utilizada, extingue-se o processo
monitório, sem resolução do mérito, nos termos do artigo
267, VI, do Código de Processo Civil. (TJ-PR - AC: 6041661
PR 0604166-1, Relator: Ivan Bortoleto, Data de Julgamento:
13/10/2009, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 255),
grifamos.

Embargos do devedor – Execução de título extrajudicial –


Instrumento particular de confissão de dívida e outras
avenças – Sentença de nulidade da execução, ante o
reconhecimento de que a confissão de dívida tem origem em
negócio de “factoring” – Contrato, entretanto, sem a
assinatura das duas testemunhas instrumentárias – Falta de
título executivo extrajudicial – Exegese do art. 585,
inciso II, do CPC de 1973 – Nulidade “pleno jure” – Art.
618, inciso I, do estatuto processual vigente à época –
Procedência da pretensão mantida, por fundamento diverso –
Recurso desprovido. (Relator(a): Cerqueira Leite; Comarca:
São Paulo; Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Privado;
Data do julgamento: 27/05/2016; Data de registro:
27/05/2016), grifamos.

No mesmo sentido o art. 784 do Código de Processo Civil,


o qual disciplina sobre assinatura aposta em documento particular,
vejamos:

(...)
Artigo 784, III, do CPC/2015: “São títulos
executivos extrajudiciais:
(...)
III - o documento particular assinado pelo
devedor e por duas testemunhas;”.
(...)

Portanto Nobre Julgador, o documento que enseja a


presente ação nada mais é do que uma cópia de uma folha elaborada
unilateralmente pela Autora, além do mais não há assinatura ou sequer
indicação de que os agravantes pactuaram os valores aposto
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unilateralmente pela autora, frisa-se que não há rubrica de testemunha


no documento tendencioso elaborado pela autora contra os agravantes.

Ora, como frisado nesta peça, o documento acostado aos


autos não é título extrajudicial, assim não encontrado respaldo na
norma processual civil, de forma que não serve ao fim para o qual foi
criado.

Neste contexto, os agravantes INSURGEM-SE APENAS E TÃO


SOMENTE COM O DOCUMENTO QUE DÁ AZO AO PROCESSO EXECUTIVO é
inexistente, ou seja, ação que era de conhecimento foi transformada em
execução prejudicando os agravantes, tendo em conta, que o Nobre Juiz
“a quo” não apreciou a peça do evento 17, bem como a do evento 25,
prejudicando o direito dos agravantes

Veja-se, com isso, há equívoco da decisão do juiz “a quo”


no evento 34, existindo motivos para a propositura do presente Agravo,
tal como a cassação da decisão em comento, por ser medida da mais pura
e lídima justiça.

Portanto Nobre Julgador, SE NÃO HÁ TÍTULO


EXTRAJUDICIAL, É NULA DE PLENO DIREITO A AÇÃO NO SEU TODO,
isto é, o JUIZ DE PRIMEIRO GRAU TRANSFORMOU O RITO DO PROCESSO PARA
EXECUÇÃO, todavia inexistente um título, certo, liquido e exigível de
acordo com a legislação processual civil.

Com todo o acatamento, tal situação viola qualquer


garantia individual dos agravantes, notadamente o direito ao devido
processo legal.

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VI - DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL

PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DE QUE TRATA O ART.


1.019, inc. I, do CPC.

As questões destacadas no presente recurso de


Agravo de Instrumento são de gravidade extremada e reclama,
sem sombra de dúvidas, a concessão da tutela recursal (CPC,
art. 1.019, inc. I).

Ademais, no presente caso há probabilidade , porque


o próprio dispositivo processual Art. 784, III, do CPC/2015
disciplina o que são títulos executivos extrajudiciais, assim
sendo o documento que culminou a decisão do Evento 34 está em
desacordo com a Lei p rocessual civil, ou seja, não há título
com lastro para execução.

Desta feita, caracterizado está o PERICULUM IN


MORA porque se a decisão prolatada for mantida produzirá
efeitos irreversíveis , haja vista, que foi decretada a
penhora, todavia a mesma foi negativa no evento 41, tendo em
conta, que os agravantes estão desempregados vivendo de
bicos, além disso os mesmos moram de aluguel e dependem do
dinheiro do seu labor , tal como este numerário são essenciais
para o sustento dos seus familiares.

O FUMUS BONI IURIS se evidencia porque a concessão


de liminar prolatada pela MM Juiz foi baseada em uma
confissão de Dívida sem assinatura dos agravantes, pois
voltemos a reafirmar que a autora redigiu o presente

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documento unilateralmente sem a ciência dos agravantes , além


do mais ao analisar todo o arcabouço dos autos, esta
demonstrado que o presente processo jamais poderá seguir pelo
rito da execução , haja vista, não haver um título
extrajudicial.

Podemos constatar que, pela existência de


verossimilhança da alegação, a decisão agravada deve ser
suspensa, e este Egrégio Tribunal deve conceder imediatamente
a liminar pleiteada, até o julgamento final do presente
Agravo, para se evitar graves e irreparáveis prejuízos ao s
Agravantes, por força da equivocada decisão singel a do evento
34.

Tais argumentos já autorizam o recebimento do


presente agravo no seu efeito suspensivo. Desta forma,
preenchidos os requisitos para concessão da antecipação da
tutela recursal.

VII - DOS PEDIDOS E INFORMAÇÕES


DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto requer:

a) -A concessão da tutela antecipada recursal para fim


de conceder a gratuidade até o julgamento do agravo;
b) –O deferimento do efeito suspensivo ao presente
recurso, visto estarem cumpridos os requisitos
legais, até a apreciação final, determinando-se a
imediata desconstituição das constrições efetivadas
junto ao sistema BACENJUD, RENAJUD e Penhora Online;
c) No mérito, requer provimento no sentido de revogar a
medida liminar concedida, desconstituindo-se todas
as constrições então realizadas.
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INFORMAÇÕES:

a) -A informação, nos termos do art. 1.016, IV do CPC,


dos nomes e endereços dos advogados das partes:

Advogada dos Agravantes: MARINALVA RODRIGUES DOS SANTOS,


inscrita na OAB/GO sob o nº 39.697, residente e
domiciliada na Rua VA-05, Qd. 07, Lt. 03, Setor Village
Atalaia, CEP: 74692-154 – Goiânia- GO –
mrsadvocacia.jus@gmail.com;

Advogado(a) da Agravada: deixa de juntar por não ter


constituído advogado(a) até a presente data.

b) -Os Agravantes deixa de juntar as peças obrigatórias


e facultativas prevista nos art. 1.017, I e III do
CPC, por se tratar que os autos do processo n°
5401687.81.2017.8.09.0051 é eletrônicos, como prevê
o art. 1.017, § 5° do CPC dispensa as peças
obrigatórias e facultativas;
c) -A informação de que os Agravantes deixa de juntar o
preparo em razão do pedido de gratuidade judiciaria
no evento 17, bem como no presente recurso;
d) -A informação de que os Agravantes deixa de cumpri o
disposto no art. 1.018, § 2° por se tratar de autos
eletrônicos;
e) -A intimação da Agravada para que responda o recurso
no prazo legal (art. 1.019, II do CPC).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Goiânia- GO, 20 de janeiro de 2020.

Assinado Eletronicamente
Dra. MARINALVA RODRIGUES DOS SANTOS
OAB-GO 39.697

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