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Nilton Ussete, 1º ano, UEM – Licenciatura Em História

RESUMO

“Uma ciência não se define somente por seu objecto,


mas também pelo seu visado – sua “intencionalidade
científica” e seu método, que deve permitir explicar os
fenómenos observados” - CHEVALLIER

Introduço á História

História

A História é o estudo das acções humanas no passado e no presente. Ou como defende


Marc Bloch, a ciência dos homens no tempo e espaço.

Objecto de estudo

O objecto de estudo da história é o homem no tempo, num sentido mais amplo, a


história estuda o pensamento dos homens, suas acções e o reflexo disso.

São várias definições propostas, vejamos algumas:

Métodos de estudo da História

Tal como outras ciências, a História apresenta o seu método de estudo como vista a
aprender o objecto. Para se tornar ciência e se reconhecer como tal, ela teve que passar
pela elaboração de métodos que fossem universais e os passos por ela seguidos fossem
aceites pelos demais historiadores. Este método é chamado de crítica histórica.

A Crítica Histórica,  é segundo A. Da Silvarego a etapa da Ciência Histórica que tem


por finalidade determinar o valor dos documentos e dos seus testemunhos. Por outras
palavras, a Crítica Histórica é a operação cuja finalidade é a depuração das fontes a
fim de que o Historiador possa delas se basear para o conhecimento do passado
humano. A crítica Histórica compreende duas operações fundamentais a saber: uma de
análise e a outra de síntese.

A Análise Histórica é a fase de investigação histórica que abrange a recolha, ordenação


e avaliação dos documentos históricos. A análise histórica compreende por sua vez
quatro operações distintas a saber: A Heurística; a Crítica Externa ou de autenticidade; a
Crítica interna ou de Credibilidade e a Hermenêutica.

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A Heurística:
RESUMO é a operação pela qual se procede a recolha das fontes de informação
necessárias á análise histórica. Como qualquer outro acto, a análise histórica pressupõe
um sujeito e um objecto. Ao escolher o objecto da sua análise, já o sujeito deve ter
acerca do mesmo, um conhecimento de nível correspondente ao anteriormente atingido
pela investigação. Por outras palavras, o investigador deve partir daquilo que já é sabido
para aquilo que se desconhece.

Foi no século XVII com o triunfo da dúvida metódica sobre a credulidade ingénua e
sobre a dúvida sistemática que nasce a crítica histórica. A partir daí, as fontes escritas
passaram a ser submetidas a dois tipos de crítica: crítica externa e crítica interna,
destinadas a averiguar a autenticidade e a credibilidade dos documentos escritos.

A crítica externa ou de autenticidade: dirige-se aos aspectos materiais e formais do


texto. Nessa modalidade ela procura responder as seguintes questões: trata-se de um
documento original ou de uma cópia? É um documento fiel ou apresenta falsidades? É
um documento falso? Ela compreende duas operações principais:

 A crítica de proveniência que procura responder questões como: quem redigiu


o documento, quando, onde e como foi ele redigido, e finalmente que vias
percorreu antes de chegar as nossas mãos.
 A crítica de restituição:  consiste na restituição do documento á sua forma
original, mediante a eliminação das alterações nela introduzidas pelos copistas.

Crítica interna ou de credibilidade: dirige-se ao conteúdo do texto. O historiador faz a


triagem entre o verdadeiro e o que não se pode considerar como tal. A crítica interna
analisa o conteúdo do trabalho do autor e compreende as cinco (5) operações a saber:

 Crítica interna de interpretação literária do texto: tem a finalidade de


averiguar o exacto sentido do pensamento do autor, isto é, não só aquilo que
efectivamente diz, mas aquilo que pretendia dizer.
 Crítica da competência: se preocupa em averiguar o grau de conhecimento que
o autor tem do acontecimento ou do assunto tratado, do princípio ao fim.
 A crítica da intencionalidade ou de sinceridade: se preocupa em averiguar o
grau de isenção do autor, isto é, em que medida ele se teria deixado influenciar
pelo interesse próprio, do outrem ou pela simpatia ou antipatia que lhe merecem

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as pessoas, as instituições, a classe, ao partido, a religião ou as ideias acerca das
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quais testemunha.
 A crítica de exactidão ou rigor:  se preocupa em averiguar o grau de
exactidão ou de rigor do testemunho, isto é, em que medida é que o
relato corresponde ao que se passou.
 A crítica comparativa:  que se preocupa em avaliar o grau de
credibilidade dum testemunho, mediante a comparação da informação
por ele fornecida com as informações fornecidas por outros
testemunhos.

Hermenêutica:  é a operação pela qual de procede à interpretação dos documentos em


termos de saber-se em que medida é que a informação fornecida por estes responde as
questões inicialmente colocadas.

A Síntese Histórica:  visa a reconstituição do passado histórico através de um texto,


livro, artigo de revista, etc. A síntese histórica é sempre relativa porque o historiador
tenta explicar, construir, uma visão do passado dos homens, estabelecendo uma cadeia
corrente no tempo e no espaço, do presente e ao passado, através dos indícios, dos restos
do seu passado permanecerão até ao presente e só quando eles forem captados pelo
espírito do historiador. O que resulta é sempre uma perspectiva entre muitas “uma”
leitura possível dos documentos. É sempre uma perspectiva incompleta,  embora
objectiva, ela é relativa,  na medida em que é impossível a mente do historiador recriar
o passado dos homens na sua íntegra.

História como ciência dos Homens

O homem analise a história através da cultura e civilização. Pela afirmativa (ciência dos
homens no tempo e no espaço) o Homem é capaz de estudar e analisar a história, pois
somente a cultura é criada pelo Homem.

No que diz respeito ao tempo, os registos culturais e até arqueológicos podem servir de
base para estudos. Por isso, a Historia é ciência dos homens no tempo e no espaço, pois
ele, pode estudar e analisar a história de uma civilização ou cultura e até recriá-la, mas o
tempo é do historiador.

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Fontes Históricas
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É obviamente impossível a abordagem directa do passado. O historiador recorre


indiferentemente a toda a sorte de vestígios desde que de qualquer modo vinculem
informação acerca do passado e possam ser considerados fontes históricas de
conhecimento deste.

Conceito

Podemos definir fontes como sendo tudo aquilo que o Historiador utiliza para
reconstituir o passado de uma comunidade. As fontes servem de intermediário entre o
passado e a época do historiador, ou por outra, as fontes são o espelho da verdade
histórica, segundo Piere Salman. Assim entendidas, as fontes históricas podem ser
dívidas em três tipos a saber: Orais, Materiais ou arqueológicas e escritas.

As fontes materiais ou arqueológicas, são actualmente bastante válidas graças a


técnica da datação pelo carbono.

Fontes epigráficas são aquelas que se encontram gravadas em materiais duros como


pedra, bronze, cerâmica, etc. São geralmente textos curtos e com fins comemorativos ou
funerários.

Fontes orais são informações transmitidas de geração em geração por via oral. Fazem
parte deste grupo as genealogias, tradição oral, recordações, entrevistas, depoimentos,
etc. Frequentemente único meio de descrever a história imediata e clandestina, muito
importante no referente a sociedades atrasadas ou rurais onde a população total ou
predominante são analfabetos.

As fontes podem ser deformador da verdade histórica, no caso de documento histórico,


porque depende do passado que o produziu, que o conservou ou deteriorou, como do
engenho e capacidade do historiador. O historiador homem do presente, selecciona as
fontes segundo o seu ponto de vista e não raras vezes a visão do passado está sempre
condicionada a experiência do presente, daí a necessidade de submeter as fontes a uma
crítica histórica.

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