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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MAPUTO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E


ARTES

Cadeira de Psicologia Geral


Curso: Ensino da Língua Inglesa
1° Ano

Francisco Xavier Mavaieie


Luísa Samuel Guilengue
Muamenche Francisco Matola
Natércia Manuel Mangane
Salomão Eugénio

Gestalt

Maputo, Julho de 2021


Francisco Xavier Mavaieie
Luísa Samuel Guilengue
Muamenche Francisco Matola
Natércia Manuel Mangane
Salomão Eugénio

Gestalt

Trabalho de Psicologia Geral, a ser apresentado como


Avaliação.

Docente: Dra. Bessie Calisto

Maputo, Julho 2021

II
Índice
RESUMO ............................................................................................................................................... IV
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... V
A Psicologia da Gestalt ............................................................................................................................6
Definição etimológica ..............................................................................................................................7
Definição da Gestalt .................................................................................................................................7
A idéia de “forma” ...................................................................................................................................7
Antecedentes da Psicologia da Forma ..................................................................................................8
Fundadores da Psicologia de Forma.................................................................................................. 10
Os Princípios da Psicologia da Forma............................................................................................... 10
Princípios Basicos da Gestalt ................................................................................................................ 11
Relação Figura – Fundo ........................................................................................................................ 12
Leis da Gestalt ....................................................................................................................................... 12
1. Lei da Unidade:. ................................................................................................................................ 13
2. Lei da Segregação: ............................................................................................................................ 13
3. Lei da Unificação: ............................................................................................................................. 13
4. Lei do Fechamento:. .......................................................................................................................... 13
5. Lei da Continuidade: ......................................................................................................................... 14
6. Lei da Proximidade:. ......................................................................................................................... 14
7. Lei da Semelhança:. .......................................................................................................................... 14
8. Lei da Pregnância: ............................................................................................................................. 15
Conclusão .............................................................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 17

III
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo apresentar a Gestalt desde a sua origem, etimologia e
seus antecedentes. O trabalho pretende discutir a construção da Gestalt que surgiu através de
um estudo mais aprofundado em 1910, segundo uma proposta experimental que se tornou, ao
longo do tempo, uma grande referência de prática clínica e teórica. Assim, da leitura de sua
estruturação clássica até ao surgimento das perspectivas atuais, esta linha fenomenológica
existencial propiciou um grande progresso sobre a percepção do sujeito, além da criação de
novos sentidos para se pensar o ser humano e suas questões subjectivas.

Palavras-chave: Forma, disciplina, Gestalt-Terapia, processo, psicologia.

IV
INTRODUÇÃO

O termo Gestalt surgiu muito antes de sua criação para a Psicologia. Segundo Carrijo et al.
(2012) a palavra tem origem alemã e surgiu em 1523 de uma tradução da Bíblia, significando
"o que é colocado diante dos olhos, exposto aos olhares". Porém, foi através de uma situação
que ocorreu com Psicólogo Max Wertheimer (1910), ao observar a disposição das luzes que
apagavam e acendiam alternativamente em um vagão de trem que estava, ele e as pessoas do
vagão tinham impressão que existia apenas uma luz que acendia e apagava. A partir desta
observação de ilusão de movimentos, Wertheimer, decidiu fazer experimentos.

De acordo com Engelmann (2002 ,p.1) ao estudar a história da Gestalt: ''Se a luz se acendesse
e se apagasse numa figura e posteriormente se acendesse e apagasse na outra, com intervalo
entre eles de mais ou menos 60 milissegundos, enxergava-se apenas a figura indo de um lugar
para outro.''

Marx ao publicar um artigo em 1912, discutiu as teorias que poderiam ser utilizadas para
explicar o movimento fi. De acordo com Engelmann (2002), Wertheimer chegou a conclusão
que não seria apenas uma ilusão de óptica e sim tratava-se de um processo contínuo visto
como uma Gestalt. Para o estudioso a percepção dos objectos individuais eram Gestalten e a
percepção do relacionamento entre os inúmeros objectos individuais percebidos era uma
Gesltalt ou seja, uma forma. Segundo (HOUAISS; VILLAR; FRANCO, 2001, p. 1449), '' A
Gestalt considera os fenómenos psicológicos como totalidades organizadas, indivisíveis,
articuladas, isto é, como configurações.''

A princípio, as Gestalten podem ser compostas em partes. Essas partes são pedaços que
compõem a Gestalt (a forma) completa. Ao fazer uma analogia, é possível associar a Gesltalt
como um copo de vidro e a Gestalten como cacos que se despedaçaram pelo chão. Comete um
erro quem diz que ''o todo é mais do que a soma de suas partes.'' Pois a Psicologia da Gestalt
fala da soma destes elementos despedaçados. Para se perceber o copo de vidro, e compreendê-
lo é preciso conhecer os cacos, ou seja as suas partes.

A chamada Gestalt-Terapia surgiu no início da década de 50, a partir das reflexões de


Friederich Perls, um psicanalista nascido em Berlim em 1893, que emigrou durante a década
de 40 para a África do Sul e posteriormente para os Estados Unidos da América, onde
V
juntamente com um grupo de intelectuais norte americanos desenvolveu esta nova
abordagem.

Hoje, adoptada no mundo inteiro, significa um processo de dar forma ou configuração.


Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma das mesmas num todo. Este
campo vem quebrando grandes paradigmas no contexto académico tanto pela suavidade
quanto pela intensidade de suas intervenções.

A partir do progresso nos estudos sobre a área, a Gestalt foi utilizada em um enfoque
psicoterapêutico tornando-se Gestalt-terapia, com objectivo de entrar em contacto com os
fenómenos, com as pessoas, de forma activa e dinâmica mostrando-se eficaz no processo de
ressignificação da vida. Para desenvolver este estudo, o artigo apresenta a história da Gestalt
como ponto de partida para melhor compreensão e apresenta a subjectividade, a construção
desta teoria em sua aplicação prática além de algumas técnicas utilizadas pelos terapeutas.

VI
A Psicologia da Gestalt

A Psicologia da Gestalt originou-se na Alemanha, entre 1910 e 1912. É uma das tendências
teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Seus articuladores se preocuparam
em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base metodológica forte, que
garantisse a consistência teórica.

No fim do século XIX vários estudiosos buscavam compreender o fenómeno psicológico e


suas características naturais principalmente no sentido da mensuração destas particularidades.
A psicofísica era um assunto bastante explorado na época. Ernst Mach (1838-1916), físico, e
Chrinstiam von Ehrenfels(1859-1932), psicólogo e filósofo, ampliavam uma psicofísica com
estudos sobre as sensações de espaço-forma (formato psicológico) e tempo-forma ( formato
físico) e podem ser considerados como os mais directos precursores da Psicologia da Gestalt.

Porém esta maneira de ver o mundo não é somente empírica, mas também prática. Em um
artigo de crítica a Benussi, Koffka (1915/1938) alarga o que se pode entender por Gestalt.
Koffka propõe que em Gestalt não é apenas a experiência, mas também nas acções dos
indivíduos. Cantar, escrever, desenhar, andar são Gestalts tanto quanto a consciência de ouvir
ou de olhar. “O ato motor é um processo-de-todo organizado; os muitos movimentos
individuais podem ser compreendidos somente como partes do processo que os abraça.”
(ASH, 1995; KOFFKA, 1915/1938.) Os correlatos fisiológicos da percepção e da acção, não
são excitações individuais mas eventos unificados. São, como Wertheimer o ressaltou,
Gestalten.

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Definição etimológica
Não existe uma tradução precisa para Gestalt, mas uma das palavras mais utlizadas é
“Forma”.

A gestalt (guès) (do alemão Gestalt, "forma"), também conhecida como gestaltismo (gues).

Definição da Gestalt
Gestalt, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma doutrina da psicologia baseada na idéia da
compreensão da totalidade para que haja a percepção das partes ou é uma doutrina que
defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo. Refere-se a
um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao
olhar". A palavra gestalt tem o significado "de uma entidade concreta, individual e
característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como
um de seus atributos". De acordo com a teoria gestáltica, não se pode ter conhecimento do
"todo" por meio de suas partes, pois o todo é outro, que não a soma de suas partes: "(...) 'A+B'
não é simplesmente '(A+B)', mas sim, um terceiro elemento 'C', que possui características
próprias".

A idéia de “forma”
A idéia de forma é apresentada na enciclopédia logos de filosofia como um termo polivalente,
com acepcoes na lógica, na matemática, na psicologia, nas artes, na física e na filosofia.
Interessa – nos, particularmente, como essa noção ganha força na psicologia. Nesse contexto,
′′o conceito de forma refere – se as estruturas de coensciência e dos seus fenômenos: actos
psíquicos e conteúdos vividos ou pensados′′. Com uma história que remonta aos escolásticos,
passando por São Tomas e Kant, chega-nos, através dos gestaltistas, como um conceito que
remete a um complexo unitário, ou a uma unidade total do acto psíquico. É nesse contexto
que se enquadra a noção alemã de Gestalt, definida por Penna como uma entidade organizada
ou como um todo em que suas partes sao indistinguiveis, ꞌꞌcujas partes tem certas
caracteristicas decorrentes de sua inclusão no todo, e o todo tem ceras características que não
pertencem a nenhuma das partesꞌꞌ.

7
A psicologia da Gestalt sofreu com o seu nome, dado que não especifica a sua natureza. A
melhor maneira de caracterizar a psicologia da Gestalt é dizer que ela lida com todos e que
seus dados sao fenômenos. Além disso, outras distinções são importadas. Ao se falar em
gestalt, está -se referindo a um princípio, em torno do qual se organizou uma escola,
denominada ora de escola gestaltista (a Escola de Berlim), ora de movimento gestaltista (ou
gestaltismo) ou simplismente Psicologia da Gestalt (Gestalt Psychologie). E comum ainda
encontrarmos este movimento denominado como ꞌꞌPsicologia da Formaꞌꞌ.

Antecedentes da Psicologia da Forma


Os antecedentes do movimento gestaltista remontam a Aristóteles (284-322 a.C.) e a Kant
(1724-1804): Aristóteles já afrmava que o todo de ser considerado diferentimente da simples
união de elementos, enqunto Kant enfantizava a unidade do acto perceptivo (a percepção,
mais do que uma combinação passiva de elementos sensoriais, é uma “organização activa
desses elementos numa experiência consciente”), ou seja, a mente organiza e confere forma a
experiência sensorial.

O atomismo e elementarismo de Wilhelm Wundt (1832 1920) foi um dos principais pontos
de partida para o desenvolvimento do sistema gestaltista, a partir da sua crítica, embora se
reconheça que, com o conceito wundtiano de “princípio e síntese criadora”, e foi um dos
primeiros a apontar a diferença entre o todo e a soma de suas partes. “Segundo Wundt, a
associação de elementos básicos não é um processo mecânico e meramente adictivo. Há a
emergência de um producto novo e irreductivel a suas partes constituintes ” . Ogestaltismo
ainda tem como antecedentes a figura de John Stuart Mill (1806-1873) e a sua química
mental, que reconhece a emergência de novas características da combinação de elementos em
todos.

Mas um dos mais importantes precursores da idéia gestaltista foi Ernst Mach (1838-1916),
que insistiu em afirmar que as sensações formam a base de qualquer ciência, ou seja, toda
ciência é observacional, e os dados primários são sensoriais. Mach foi um físico que
posteriormente entrou na psicologia. Nos anos 1860, publicou pesquisas sobre a percepção
vsiual dos espaço e, em 1875, um estudo sobre a percepção da rotação. Seu mais importante
trabalho foi o Analise der Empfindungem,de 1886, cujas elaborações epistemológicas forma
mais tarde elaboradas em Erkenntnis und Irrtum ( Conhecimento e Engano), a de “forma
espacial” (referente às formas geométricas) e a sensação de “forma temporal” (como no caso
8
da melódia, p.ex). No tocante a essas formas de sensação, Mach afirmou que elas são
independentes de seus elementos, ou seja, os círculos podem ser vermelhos ou grandes, sem
que isto afecte a sua circularidade. Além disso, afirmou que uma mesa permanece tal qual a
percebemos, mesmo se a olhamos de lado ou de cima; ou uma série de sons tambem e
percebido como o mesmo se e tocada mais rápido ou mais devagar.

Mas é em Christian Von Ehrenfels (1859-1932) que podemos encontrar o real “precursor
intelectual” da Gestalt, a partir de suas elaborações teóricas, associadas as idéias de Mach, que
levou o nome de Gestaltqualitat: certas qualidades de experiência nao podem ser explicadas a
partir de combinações de sensações, ou seja, a estrutura da percepção é um conjunto não
adictivo. Trata se de um princípio que gerou a escola de Graz (Austria), a partir das figuras
dele, de Alexius Von Benussi (1878-1927) e Stephan Witasek (1870-1915).

Nesse contexto, começa a se desenvolver a noção de “estrutura”, como chave para o estudo da
experiência psicológica, ou seja, ja não se tratava de definir a experiência a partir das
sensações, mas de descreve – la a partir das relações enre sensações. É nesse cenário que Von
Ehrenfels chama atenção para uma característica da percepção, apontando para os limites da
noção de “sensacao”. Tomando o exemplo da melodia – para lidar com a complexidade de
percepção – observa que a identidade da percepção de uma melódia, quando seus elementos
variam, nao pode advir apenas desses elementos, mas de suas qualidades estruturais, ou seja,
de suas relações. Em outras palavras, dos experimentos de Von Ehrenfel, vem a idéia de que
a percepção se dá por relações, não os elementos isoladamente.

Em 1890 – data que pode ser considerada como do “nascimento” do movimento gestaltista –
Von Ehrenfels publica um artigo no qual insiste bo facto de que a psicologia wundtiana
esqueceu um elemento muito importante – a “qualidade da forma” ou a Gestaltqualitat -, que
é um elemento acima dos elementos que compõem um conjunto. Voltemos ao exemplo da
melodia. Ao se mudar as relações entre os elementos, o todo se modificará. Outro exemplo
dessa qualidade “é a imprecisão ou falta de nitidez de contorno de objectos vistos num canto
escuro”. Wertheimer foi seu aluno em Praga e reconhce sua obra como impulso importante ao
movimento.

Outra figura Lacunar é Carl Stumpf (1848-1936) que, embora tenha sido mestre de todos os
fundadores do gestaltismo, negou qualquer tipo de influencia sobre a Gestalt. Todavia, a
psicologia de Stumpf representa “uma certa concesão à fenomenoligica”

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Fundadores da Psicologia de Forma
O marco oficial do movimento gestaltista foi a publicação de um texto de Max Wertheimer,
em 1912, intitulado “Estudos Experimentais sobre a Percepção Visual do Movimento”.
Posteriormente elabora o “princípio da determinação racional”, onde coloca que:

...as propriedades das partes dependem da relação entre as partes e o todo; as qualidades
das partes dependem do lugar, papel e função que tem no todo. Todos afirmaram, tambem,
que, que, na maior parte das cofigurações, o todo nao é igual à soma de suas partes.

Max Wertheimer (1880 1943), originário de Praga, estudou filosofa e psicologia em Berlim,
e assistiu a palestras de Von Ehrenfels.

Kurt Koffka (1886 1941) nasceu em Berlim, tendo estudado psicologia e se doutorado com
Carl Stumpf, em 1909. Publicou Princípios da Psicologia da Gestalt, em 1936, além de ajudar
a fundar a revista Investigação Psicologia, junto com Kohler e Wertheimer, em 1921. Em
1922, publica um artigo no Psychological Bulletin que vai ser decisivo para o conhecimento
da gestalt pela cominidade científica americana.

Wolfgang Kohler (1887 1967) nasceu em reval – tallin na epoca, hoje Estonia – tendo
estudado em Tubingen, Bonn e Berlim, onde se doutorou em 1909.

Os Princípios da Psicologia da Forma


A distinção entre a idéia de “todo” e de “partes” nao é recente. Encontramos menções desde a
filosofia pre – socrática (em especial no pensamento Heraclito) até a filosofia oriental, como
em Lao – Tsé, por exemplo. Todavia, as elaborações que tornam o movmento gestaltista
particularmente importante para a Psicologia nascem – oficialmente – em 1912, a partir dos
estudos de Max Wertheimer acerca do movimento estroboscópico ou sobre o “movimento
aparente”. Anterior a essas formulações, como apontamos anteriormente, estão as idéias de
Chritsian Von Ehrenfels. Como Assinala Wertheimer:

Ehrenfels dissera que o todo é mais do que a soma de suas partes; os psicologos gestaltistas
forma alem, e sustentaram que todo e diferente da soma de suas partes .

A qualidade do todo não é apenas mais um elemento que adicciona.

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As qualidades do todo determinam as características das partes. Uma parte sera detreminada
pelo seu lugar, papel e função dentro do todo, o que leva a “Lei da Pregnância”, da clareza, do
equilíbrio e da harmonía, qu diz que a organização de qualquer todo será tão boa quanto a
condições vigentes. Portanto, está errado afirmar que os gestaltistas defendem uma posição
equivalente ao somatório de elementos. Dito de outra forma, a “soma” de um condjunto de
lemntos não forma um “todo”, dai a afimativa correcta ser a de que “o todo é diferente da
soma de suas partes”.

Princípios Basicos da Gestalt


Para a Gestalt, os dados reais da experiência são extensos e organizados, o que quer dizer que
não se encontram elementos específicos, quer na consciência, quer no comportamento. Em
outras palvras, nos dados sensoriais, ha certo grau de ordenação. Para os teóricos da Gestalt,
as experiências unitarias são Gestalten, são “todos” ou “configuração” (“formas”), e a Gestalt
estuda a organização dessas experiências unitarias de forma a designar a maneira como se
processam suas leis. Para Gestalt, a maior dos actos são organizados “de dentro para fora”, ou
seja, tem sentido, são significativos, dado que a natureza das partes é determinada pelo todo.

O que Wertheimer assinala é que a nossa percepção está estruturada, em certa medida, e que,
essa estrutura, ta qual a estruturas de um casa (por exemplo), é importante . além disso, “ a
experiência, enquanto estruturada, tem um carácter estrutural que é único para uma estrutura
particular e se a experiência for estruturada de algum outro modo, será inteiramente
diferente”.

Como exemplos dessa relação todo – parte temos os quadrados de orbison (onde as figuras
são smilares, embora percebidas diferentimente, porque são partes to todo), ou a água, cujas
qualidades emergem da combinação de seus elementos.

[...] existem duas concepções externas do mundo físico e do papel nele desempenhado pelos
sistemas. Uma concepção é que o mundo compões – se de partes aditivas
independentimentes, cujo total constitui a realidade. A outra concepção e que todas as coisas
se relacionam com todas as outras coisas e nao existem sistemas independentes.

Essas duas concepscoes divergentes representam, em si, dois modos de se perceber o mundo.
Podemos ora interpretar o mundo pela otica de inter – relação, ora pela otica da

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independência. Embora os gestaltistas não defendam abertamente uma posição ou outra,
tendem mais para a segunda.

...Kohler sustentava que as posições “ortodoxas” em psicologia – assim se referia ao


introspeccionismo (isto é, o estruturalismo) e ao behaviorismo – estão erradas ao supor
“conexões – e” no comportamento e no cérebro. Relações entre as partes são condicionadas
pelas propriedades das partes e não são ligações vazias, ou conexões em forma de nos, tais
como implícitas no uso das palavras “mais” ou “e”.

O modelo dinâmico da Gestalt afirma que as forcas físicas, deixadas por si mesmas, não
produxem o caos, mas uma organização internamente determinada. Segundo os gestaltistas, a
determinação de um sistema isolado, ou as concepções elementaristas (como no
estruturalismo ou no behaviorismo), destrõem as relações significativas existentes.

A relação “todo – parte” é fundamental para a compreensão da Psicologia da Forma. Quando


nos deparamos com alguma coisa, percebemos primieramente o todo e – posteriormente –
decompomos esse todo em partes. Assim, podemos afrmar que o todo é interior as partes, o
que leva a conclusão que a decomposição de um todo em suas partes altera completamente
seu

significado.

Relação Figura – Fundo


Toda “gestalt” existe numa relação de “figura” que se destaca sobre um “fundo” mais geral.
Um exemplo disso são os desenhos ambíguos, como nas xilogravuras de M.C.Escher ou nas
pinturas dialéticas de Rene Magritte. A figura se forma mais claramente do que o fundo, isto
é, possui uma estrutura mais perfeita e é mais resistente a mudança.

Esta noção foi introduzida em 1915, por Edgar Rubin (1886-1951), a partir de suas
observações de que a percepção é selectiva e nem todos os estímulos são percebidos com a
mesma clareza. Aqueles que são organizados num todo são percebidos com melhor clareza, e
recebem a denomnacao de “figuras”. Trata – se, portanto, de um princípio de organização
pereceptual, onde uma figura é segregada de seu “todo” , mantendo intríseca relação, contudo,
com esse todo.

Leis da Gestalt

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A Gestalt aplicada na percepção de objectos possui oito leis básicas. Inclusive, é possível que
você já as tenha utilizado em alguma criação gráfica sem nem ter idéia dos seus reais
significados.

1. Lei da Unidade: lei da unidade consiste em afirmar que a percepção de um elemento pode
ser construído por uma ou até mesmo várias partes que constroem o todo. Sendo assim, uma
unidade é percebida como um elemento único.
Essa lei se faz presente em diversas criações publicitárias famosas. Uma delas é o logo da
Adidas. A disposição de faixas retangulares cortadas do símbolo é um exemplo fiel de como
uma composição original pode ser feita a partir de pequenas unidades já existentes.

2. Lei da Segregação: Essa lei foca na capacidade perceptiva de isolar, evidenciar ou


identificar objectos, ainda que sobrepostos, dentro de uma composição. Isso acontece por
causa da variação estética (cor, textura, sombra, brilho, etc) que um elemento possui em
relação ao outro.
Na construção de anúncios, pôsteres e identidade visual de marcas é muito comum o uso de
contrastes para obtenção de uma leitura visual impactante e melhor entendimento pelo
público. Também é possível estabelecer “níveis” de segregação, hierarquizando os objectos na
imagem para valorizar uma parte mais importante em relação à outra.

3. Lei da Unificação: A unificação pode ser definida pela igualdade ou equilíbrio de estímulos
em todos os elementos de uma determinada composição. Desta forma, tem-se um objecto
coerente e harmonizado.
Eles utilizam uma proporção balanceada de proximidade e semelhança para criar a imagem
de um todo harmônico e agradável aos olhos.

4. Lei do Fechamento: Esta é uma das mais aplicadas leis da gestalt. É possível encontrá-la
em diversos logotipos famosos, tais como: Carrefour, NBC e Johnnie Walker, entre outros. A

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lei do fechamento parte do princípio de que o nosso cérebro “fecha” a formação de imagens
completas quando vemos apenas formas inacabadas ou silhuetas.
Isso significa que, ao deixar a mente se guiar pela continuidade de uma forma, ela já é capaz
de prever toda a sua estrutura sozinha.

5. Lei da Continuidade: A continuidade diz respeito à forma como a sucessão de elementos


e o fluxo de informações funciona em nosso cérebro. Ela representa, ainda, a tendência de que
objectos acompanhem outros no sentido de alcançar uma forma, seja pelo uso de cores,
volumes, texturas e formas estruturalmente estáveis.
Muito presente na arquitetura de edifícios grandes, escalas de cores e diagramação de textos, a
continuidade procura estabelecer a melhor percepção possível aos olhos.

6. Lei da Proximidade: Elementos distintos que se posicionam de formas muito próximas


uns dos outros tendem a ser percebidos juntos. Consequentemente, também são interpretados
como apenas uma unidade. Essa impressão é ainda mais forte quando esses elementos são
semelhantes.
Vários publicitários e arquitetos usam esta estratégia para unificar formas. Os exemplos então
tanto em algumas logos famosas (como IBM e Unilever) quanto em detalhes de construções
como cúpulas de igrejas ou grandes edifícios com janelas padronizadas e paralelas.

7. Lei da Semelhança: Aqueles objectos que possuem formas, cores ou aparência geral
semelhante também tendem a ser interpretados como uma só unidade. Na publicidade, essa lei
geralmente é utilizada para criar releituras a partir do agrupamento de outras formas que são
iguais ou parecidas entre si.

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8. Lei da Pregnância: Essa lei (também conhecida como “boa forma”) nada mais é do que o
princípio básico da percepção visual da Gestalt. Sempre enxergamos a composição visual
geral como um todo antes de nos aprofundarmos nos seus elementos mais complexos.
Assim, existem composições que seu cérebro consegue ler rapidamente e com clareza, pois
são homogêneas e harmônicas. Os objetos que possuem essas características são classificados
como de alta pregnância.

Por outro lado, um objeto de baixa pregnância tende a ter uma organização visual complicada
e confusa. Sendo assim, é possível afirmar que quanto maior for a pregnância da forma, mais
eficiente será a comunicação com o seu receptor.

Conclusão
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria, para os
gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra – se o
processo de percepção. O estudo do processo perceptivo pode levar – nos a concluir que cada
um de nós cria seu mundo próprio de realidade, e que esse mundo próprio da realidade, tal
como os sentimentos, inclui nossos medos e esperanças, nossas frustrações e aspirações,
nossas ansiedades.

O que o indivíduo percebe são dados importantes para a comprensão do comportamento


humano

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A Gestalt compartilha o questionamento sobre o que é a vida para o sujeito, como se formam
as suas escolhas, abrindo um leque de possibilidades para que o indivíduo possa se auto-
regular. Na Gestalt, tudo acontece a partir do encontro genuíno, ''se não, não há nada a fazer.''
(Perls,1969).

A abordagem evidencia como o sujeito reage diante de alguma questão que possa bloquear a
sua capacidade de fazer contacto com o mundo externo ou inibir a construção de seu
ajustamento criativo. Cada situação vivenciada pelo indivíduo depende de como foi
estruturado o seu mundo interno e o que ele vai fazer com esta gama de experiências
adquiridas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 CARRIJO, A. R. et al. (2012). Corpo em Terapia. Faef Revistas Científicas


Eletrônicas. Recuperado em Julho de 2021,
de:http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos
_destaque/fHNn4dxLqGPClEa_2013-5-13-16-24-19.pdf>
 ENGELMANN, A. (2002). A psicologia da gestalt e a ciência empírica
contemporânea. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 18,n. 1,p. 1-16, .Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722002000100002
 GUILLAUME, P. Psicologia da forma. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
1996
 PERLS, F. (1969). Gestalt Terapia Explicada. São Paulo, Summus Editorial.

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