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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Direito 1o ano

Trabalho Individual

Cadeira: Filosofia do Direito

Tema: Justiça como igualdade & Justiça comutativa

Discente:
Luís Paulo Matanda Luís

Docente:
Pe. Adelino Lopes

Lichinga, Outubro de 2021


Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Objectivos....................................................................................................................................3

Geral.........................................................................................................................................3

Específicos................................................................................................................................3

Metodologia.....................................................................................................................................3

Contextualização..............................................................................................................................4

Justiça como igualdade................................................................................................................4

Justiça comutativa........................................................................................................................6

Conclusão........................................................................................................................................8

Referências Bibliográficas...............................................................................................................9
Introdução

O presente trabalho tem como tema a justiça como igualdade e justiça comutativa, portanto
percebe-se que a justiça como igualdade é aquela em que não há desvios de direitos entrei dois
ou mais indivíduos, ou seja todos os indivíduos devem ser olhados pela justiça de forma igual,
sem nenhuma disparidade. Enquanto a justiça comutativa, é entendida como aquele tipo de
justiça em que as pessoas são tratadas conforme o princípio da igualdade no sentido absoluto da
palavra. No entanto todas às partes envolvidas na justiça comutativa são iguais, visto que esta
modalidade de justiça se derige ao objecto, á situação da pessoa envolvida e não á pessoa
individualmente considerada, como acontece na justiça distributiva.

Objectivos

Geral

Abordar sobre a justiça.

Específicos

Descrever a justiça como igualdade;

Apresentar a justiça comutativa.

Metodologia

O presente trabalho foi elaborado com base na pesquisa, e todas as fontes consultadas
encontram-se devidamente referenciadas e citadas no texto.

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Contextualização

1
John Rawls, filósofo americano, dedicou toda a sua vida a pensar na justiça, na equidade e na
desigualdade. Partindo de sua experiência na cidade onde cresceu (Baltimore), com uma grande
segregação racial, como também no exército dos Estados Unidos, Rawls dedicou-se a buscar a
estrutura de princípios morais onde fosse possível fazer julgamentos morais individuais.
Entende o filósofo, que princípios morais gerais só podem ser justificados pelo uso de
procedimentos aceitos na busca de soluções, seriam esses procedimentos, a chave para a
democracia. Assim, o processo de debate e deliberação antes da eleição é o que dá a democracia
o seu verdadeiro valor, e não o próprio voto.

Justiça como igualdade

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Na visão de Rawls, para que haja justiça, ela precisa ser considerada justa de acordo com alguns
princípios de igualdade. Na sua teoria da justiça como equidade o filósofo apresenta dois
princípios de justiça fundamentais: a liberdade e a igualdade.

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No primeiro princípio, o da liberdade, todas as pessoas tem as mesmas demandas para
liberdades básicas. O segundo o da igualdade, as desigualdades sociais e econômicas devem ser
ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo consideradas como vantajosas para todos
dentro dos limites do razoável (princípio da diferença), e vinculadas a posições e cargos
acessíveis a todos (princípio da igualdade de oportunidades).

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Para ele o primeiro princípio é mais importante, visto que, conforme melhoram as condições
econômicas, pelo avanço da civilização, as questões da liberdade se tornam mais significativas.
Tais princípios exercem o papel de critérios de julgamento sobre a justiça das instituições básicas

1
Rawls, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

2
Rawls, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

3
Singer, Peter. Ética Prática. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. 2. Ed., São Paulo: Martins
Fontes, 1998.

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Singer, Peter. Ética Prática. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. 2. Ed., São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
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da sociedade, que regulam a distribuição de direitos, deveres e demais bens sociais. Eles podem
ser aplicados (em diferentes estágios) para o julgamento da constituição política, das leis
ordinárias e das decisões dos tribunais.

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Rawls entende que os princípios de redistribuição de renda precisariam ser escolhidos sob a
proteção do que ele chamou de “véu da ignorância” seria o ponto de partida, a posição original.
O filosofo imaginou uma situação hipotética onde se decidiria a estrutura de uma sociedade ideal
sem que nenhum de seus envolvidos conhecesse seu papel nessa sociedade, ou seja, sua doutrina
pessoal, posição social, orientação sexual e etc. Por trás do “véu da ignorância”, para o filósofo,
é preciso um contrato social para ajudar os membros mais fracos da sociedade, já que todos
temem ficar pobres e se empenham em construir instituições sociais para se protegerem. É
possível que as diferenças na sociedade ainda continuem, segundo ele, mas um princípio
equânime de justiça ofereceria o maior beneficio para os membros menos favorecidos da
sociedade.

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A justiça com equidade não e uma doutrina religiosa, filosófica ou moral abrangente que se
aplique a todos os temas e abarque todos os valores. Doutrinas morais abrangentes como, por
exemplo, o utilitarismo ou o intuicionismo, possuem um tipo de moral que dita o que é “bom” e
“mau”. Rawls pretende com a justiça como equidade falar de uma noção razoável de justiça, que
nos permita mediar a convivência política através do contrato (fazendo acordos mútuos entre as
pessoas em iguais condições). Na justiça como equidade o conceito do certo vem antes do
conceito de bom.

A confiança que Rawls depositou no liberalismo gerou muitas críticas a sua teoria da justiça,
porém independente disso, sua obra Uma Teoria da Justiça se mantém como uma das obras
contemporâneas mais influentes na teoria política, como também suas ideias tem instigado uma
série de debates na reestruturação do sistema de bem estar moderno ajudando a reviver a fé na
própria democracia.

5
Singer, Peter. Ética Prática.Tradução: Jefferson Luiz Camargo. 2.Ed., Sã Paulo: Martins Fontes,
1998.

6
Singer, Peter. Ética Prática.Tradução: efferson Luiz Camargo. 2.Ed., São Paulo: Martins Fontes,
1998.
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Justiça comutativa

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A justiça comutativa tem sido modernamente a mais desconhecida e mais injuriada das justiças.
Os juristas a identificam como o campo dos contratos alguns afirmam que o que é contratual é
justo, sendo mesmo contrários ao respeito à dignidade humana. Ela é considerada a justiça das
injustiças o que é uma perspectiva falsa. A justiça comutativa é chamada também de corretiva ou
sinalagmática. Comutativa do latim commutare que significa trocas e corretiva porque seu
objectivo é calcular a igualdade entre particulares e sinalagmática porque é bilateral. Ela é
princípio das relações entre particulares, ela impõe deveres que vão desde o respeito à vida, à
dignidade humana até a exigência de preços mais retorno no mercado internacional.

8
A justiça consiste em dar ao outro o que Ihe é devido, mas essa característica na justiça
comutativa é diferente, nela a pluralidade de pessoas se realiza sob a forma de uma relação entre
particulares (alteritas), e o debitum se apresenta como um devido rigoroso e estrito e a igualdade
é absoluta. A relação existente na justiça comutativa não é somente uma relação dos hóspedes,
mas sim todas as relações de um determinado particular. A definição de particular engloba como
pessoas fisicas, as jurídicas, o Estado como particular e o Estado como entidade Internacional.
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As pessoas físicas definidas a relação de indivíduo a indivíduo e quando se entende por
particularidades definidas como instituições, fundações, associações. O Estado aparece como
particular ao ser um inquilino, quando se localiza um prédio para residir alguma repartição do
mesmo.

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O Estado e suas relações internacionais é considerado como particular ao formar contratos ou
acordos. Na justiça o devido é muito rigoroso, pois deve um direito a uma pessoa que já é própria
da mes ma, ela versa sobre o que é de cada pessoa por direito próprio. Na justiça comutativa

7
Silva, Moacyr Motta da. Direito, justiça, virtude moral & razão Curitiba: Juruá, 2004.

8
Aristóteles. Ética a Nicômacos. Tradução de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília.

9
Silva, Moacyr Motta da. Direito, justiça, virtude moral & razão. Curitiba: Juruá, 2004
10
Aristóteles. Ética a Nicômacos. Tradução de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília.
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existe um devido exigível imposto pela própria legislação. O devido na justiça comutativa atinge
dois campos, o respeito à pessoa e o cumprimento das obrigações, o primeiro é considerado
negativo por não poder ofender a outra pessoa e não desrespeitar seus direitos e o segundo é
positivo, pois consiste em ações concretas como pagar uma dívida . Essas obrigações de pagar
algo tem sua origem em contratos, que chamam-se obrigações contratuais ou em declarações
unilaterais da vontade, não nasce do acordo dos contratantes e sim da declaração de uma única
vontade, de um delito que se nomeia obrigações delituais.

Conclusão

O presente trabalho abordou aspectos relacionados com a justiça como igualdade e justiça
comutativa, portanto percebeu-se que a justice como igualdade é aquela que deve ser aplicada de
forma individual para dois ou mais pessoas, sem que haja disparidade de ambas partes, e a justiça
comutativa a justiça comutativa não se preocupa com a qualidade das pessoas em questão, mas
sim com o dano efectivamente causado. Nestas condições, sendo o justo corretivo / comutativa

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uma forma de igualdade decorrente das transações particulares, o injusto consiste em uma
desigualdade que “o juiz se esforça para igualar por meio da penalidade.

Referências Bibliográficas

Rawls, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

Singer, Peter. Ética Prática. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. 2. Ed., São Paulo: Martins
Fontes, 1998.

Silva, Moacyr Motta da. Direito, justiça, virtude moral & razão. Curitiba: Juruá, 2004.

8
Aristóteles. Ética a Nicômacos. Tradução de Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília.

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