Você está na página 1de 11

Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

2o ano do curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e


Faunísticos

Trabalho Individual

Cadeira: Fundamentos de Teologia Católica

Tema: Breve Historial da Teologia

Discente:
Samira António Nacura

Docente:
Pe. Agostinho Rosario

Lichinga, Novembro de 2020


Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Gestão de Recursos
Florestais e Faunísticos

2o ano do curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e


Faunísticos
Trabalho Individual

Cadeira: Fundamentos de Teologia Católica

Tema: Breve Historial da Teologia

Discente:
Samira António Nacura

Referente a cadeira de Fundamentos de


Teologia Católica orientado pelo Pe.
Agostinho Rosário

Lichinga, Outubro de 2020


Índice

I. Introdução......................................................................................................................4
1.1.1. Objectivos............................................................................................................4
1.1.2. Geral....................................................................................................................4
1.1.3. Específicos...........................................................................................................4
II. Metodologia..................................................................................................................5
III. Revisão Bibliográfica..................................................................................................6
3.3.1. História do Termo Teologia................................................................................6
3.3.2. Objecto da Teologia................................................................................................6
3.3.3. Objecto material..................................................................................................6
3.3.3. Objecto formal.....................................................................................................6
4. As fontes da Teologia....................................................................................................6
4.4.1. A Sagrada Escritura.............................................................................................7
4.4.2. A Tradição da Igreja............................................................................................7
4.4.3. Magistério............................................................................................................7
5. Diferentes estilos de reflexão teológica.........................................................................7
6. Síntese da Teologia da época Patrística.........................................................................8
7. A teologia escolástica medieval....................................................................................8
7.7.1. Fase I (VIII - X)...................................................................................................8
7.7.2. Fase II (X - XII)...................................................................................................8
7.7.3. Fase III (XIII - XVI)............................................................................................8
8. Teologia anti-moderna da Idade Média até Vaticano II cinco (5) séculos....................9
8.8.2. Fundamental........................................................................................................9
8.8.3. Moral...................................................................................................................9
8.8.4. Dogmática............................................................................................................9
9. A teologia hoje..............................................................................................................9
X. Conclusão...................................................................................................................10
XI. Referências Bibliográficas........................................................................................11
I. Introdução

Teologia é o nome dado ao estudo de Deus e coisas relacionadas a ele, assim como sua
relação com a vida humana, costumes e o universo. E quem estuda teologia é chamado
de teólogo este que analisa, entre outras coisas, a influência da fé na vida humana e a
presença do pensamento sobre Deus, sua crença em existência e poder, além dos
escritos bíblicos.

Fazendo uma análise sobre a teologia na antiguidade e na actualidade vê-se que esta,
passou por um processo de evolução, os conceitos foram mudando consoante a época, a
teologia antigamente era entendida como o discurso sobre a palavra de Deus, as pessoas
da antiguidade não procuravam saber ou conhecer que é Deus, eles apenas procuravam
adorar Deus e glorificar.

E actualmente a teologia, mais que o discurso sobre a palavra de Deus, ela procura
compreender e aprofundar as falsas interpretações através da razão iluminada pela fé.

Nesta vertente o presente trabalho visa abordar de forma clara e objectiva sobre a breve
historial da teologia.

1.1.1. Objectivos

1.1.2. Geral

 Debruçar sobre o historial da teologia.

1.1.3. Específicos

 Identificar o objecto e método da Teologia;


 Caracterizar as fontes da teologia;
 Classificar os diferentes estilos de reflexão teológica;
 Abordar sobre a síntese da Teologia da Época Patrística;
 Explicar a Teologia escolástica medieval;
 Caracterizar a Teologia anti-moderna da idade média até Vaticano II cinco (5)
Séculos;
 Falar sobre a Teologia na actualidade.

4
II. Metodologia

Para a execução deste trabalho, realizou-se um enorme exercício de buscas e pesquisas


de artigos técnico-científicos em bases de dados virtuais e em bibliotecas disponíveis e
ao alcance dos elementos do grupo. Para garantir a fiabilidade dos dados patentes neste
trabalho, são citados os autores das obras literárias usadas na realização do trabalho.

5
III. Revisão Bibliográfica

3.3.1. História do Termo Teologia

Segundo Boff (2014), “o termo Teologia é de origem grego, e etimologicamente


significa: tratado, ciência de Deus. O termo começa a ser utilizado pelos cristãos a partir
de Eusébio de Cesaréia” (p.9).

Segundo Sapato (2016), “na antiguidade a teologia era entendida como um hino, onde
Deus era glorificado mais que do que explicado pelo espírito humano. Era o ato mesmo
de louvar a Deus” (p.6)

Segundo Sapato (2016), defende que:

Antes da Idade Média latina a teologia era concebida, particularmente na ordem


monástica, não como uma ciência propriamente dita das coisas divinas, mas como
meditação dos mistérios. A Teologia nessa altura é considerada importante apenas pelo
apelo que faz à razão para afastar as falsas interpretações preparar a contemplação onde
a razão é simplesmente ultrapassada. (p.7).

Para Sapato (2016), diz que:

S. Alberto Magno no século XIII e S. Tomás de Aquino definem a Teologia como a


ciência sagrada, que coloca o conjunto das verdades da fé num sistema racional, à partir
de um reconhecimento mais claro das verdades propriamente sobrenaturais, e como tais
recebidas da revelação unicamente, por oposição às verdades sobre Deus que podem ser
atingidas pela razão sozinha. (p.8).

3.3.2. Objecto da Teologia

Segundo Boff (2014), “o interesse da Teologia se centra em Deus e na sua atividade


salvadora em Cristo. É por definição uma ciência teocêntrica e trata a Deus sob a razão
de deidade” (p.14).

3.3.3. Objecto material – é a realidade da que propriamente se ocupa a Teologia. O


objeto é Deus e todas as realidades por Ele criadas e governadas por seu desígnio
salvador (Boff, 2014, p.14).

3.3.3. Objecto formal - indica o ponto de vista. Um é o objeto formal “quod”: o que é
próprio de Deus. “Deus sub ratione Deitatis” e o objeto formal “quo” designa a luz
intelectual sob a que o objeto é considerado (Boff, 2014, p.14).

4. As fontes da Teologia

As fontes da Teologia são a Sagrada Escritura, a Tradição da Igreja e o Magistério


autêntico.

6
4.4.1. A Sagrada Escritura

Para Boff (2014), “a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, enquanto escrita por
inspiração do Espírito Santo. “A Escritura deve ser a alma da Teologia” e é a base das
afirmações teológicas. Por isso a exegese torna possível um aprofundamento e um
rejuvenescimento da Teologia” (p.16).

4.4.2. A Tradição da Igreja

Para Boff (2014) “a Tradição reflete a vida intelectual, orante e litúrgica da Igreja. É
anterior à Escritura mesma e mantêm com ela una profunda relação. Está formada por
um conjunto de testemunhos que dão a razão da fé da Igreja” (p.16)

4.4.3. Magistério

Para Boff (2014) “ao Magistério foi conferido o ofício de interpretar autenticamente a
Palavra de Deus, oral a escrita, e o exerce em nome de Jesus Cristo” (p.16).

Em virtude do mandado recebido de Cristo e por um dom especial do E.S, o Magistério


tem a missão de conservar o depósito da fé em toda sua integridade

5. Diferentes estilos de reflexão teológica

Segundo Sapato (2016), “existem diferentes estilos de reflexão teológica, tanto no que
se refere ao conteúdo, como ao género literário. Assim, podemos distinguir diferentes
estilos de acordo com a época” (p.8).

No primeiro século do cristianismo podemos encontrar 3 estilos principais: a Teologia


narrativa dos evangelhos, a literatura epistolar e a apocalíptica. Esta teologia é:

Pneumática (embebida pelo espírito que suscita a continuidade dos seguidores de


Jesus)

Eclesial, nascida no seio de uma comunidade •

Missionária, destinada a transmitir e recriar fé crista

Vivencial, repleta de sentimentos, conotações afectivas e força convocatória,


proveniente da experiência do seguimento do ressuscitado

Para Sapato (2016), refere que:

Na época patrística que abarca o período de seis séculos, compreendendo desde a


geração imediatamente posterior aos apóstolos até a dos que prepararam a teologia
medieval, encontramos um outro estilo de teologia devido ao objectivo do discurso:
esclarecer a identidade da fé cristã no seu encontro com as culturas, helénica, romana e
mesmo a judaica (p.9).

7
6. Síntese da Teologia da época Patrística

Ponto de partida, a experiência intensa do mistério proclamado, celebrado e vivido,


exercitada na leitura do texto sagrado e das realidades mundanas (Sapato, 2016, p.10).

Quem faz teologia? – Bispos, sacerdotes e leigos (homilias, textos litúrgicos,


comentários de textos de escritura, catequese...). No início do século III, formam-se
“escolas teológicas” (Sapato, 2016, p.10).

7. A teologia escolástica medieval

A teologia escolástica medieval atravessou oito (8) séculos, três (3) fases importantes:
A dialéctica (Sto. Anselmo) a grande escolástica e a escolástica tardia (Sapato, 2016,
p.11).

7.7.1. Fase I (VIII - X)

A teologia se limita a leitura e comentário da Palavra de Deus. Pouco a pouco (VIII –


X) esta maneira de fazer teologia é influenciada pelas mudanças significativas
verificadas na sociedade e na igreja (Sapato, 2016, p.11).

O surgimento de associações, corporações, ordens religiosas, movimento das ordens


mendicantes e também universidades vai influenciar positivamente a maneira de fazer
teologia (Sapato, 2016, p.11).

7.7.2. Fase II (X - XII)

O pensamento de Aristóteles é redescoberto e sua metodologia é posta em relevo, usa-se


a sua dialéctica (“Sicet nom”) recolhem-se argumentos aparentemente contraditórios,
discute-se a questão e depois se tiram conclusões (Sapato, 2016, p.11).

Santo Anselmo (1033- 1109) une a teologia monástica agostiniana, favorável a absoluta
suficiência de fé, ao pensamento especulativo dialéctico. Trabalha para transformar a
verdade criada em verdade sabida, pensada e expressa (Sapato, 2016, p.11).

Em 1054, temos o primeiro grande cisma Ocidente/ Oriente com Miguel Cerulário. A
teologia Oriental não assimila a dialética, ela conserva o aspeto contemplativo e
simbólico, privilegiando a dimensão apofática, misteriosa, o silêncio da teologia
(Sapato, 2016, p.12).

7.7.3. Fase III (XIII - XVI)

A figura mais alta da escolástica é Tomás de Aquino combina rigor teórico, criatividade
e ousadia. Desenvolve uma teologia obediente à revelação que responde às exigências
da epistemologia de Aristóteles e, por conseguinte ela é chamada ciência (Sapato, 2016,
p.12).

8
Segundo Sapato (2016), “com Tomás de Aquino saímos do credere- crer para
compreender (da patrística) e passamos ao crer e compreender. A elaboração
sistematizante do pensamento é feito por via da relação afirmação, negação e síntese, o
movimento de pensamento é uma elipse e não um círculo (p.12).

8. Teologia anti-moderna da Idade Média até Vaticano II cinco (5) séculos

Época de mudanças sócias rápidas e profundas, capitalismo mercantil, trocas culturais, a


formação da supremacia da razão e do individualismo racional, desenvolvimento da arte
e do humanismo. Crescente separação entre império e papado, entre a Igreja e a política
(Sapato, 2016, p.12).

8.8.1. Três áreas de desenvolvimento da teologia

8.8.2. Fundamental - A área da Teologia Fundamental ocupa-se da Apologética


(suscitar e testemunhar a fé) (Sapato, 2016, p.12).

8.8.3. Moral - A Teologia Moral oferece estrutura da vida humana a partir da lei
(divina, natural e positiva) (Sapato, 2016, p.12).

8.8.4. Dogmática - A Teologia Dogmática, graças ao seu método regre apresenta os


pilares da fé Cristã. A partir de uma tese, busca argumentos racionais que iluminados
pela Sagrada Escritura permitem justificar e fundamentar a fé cristã. É uma Teologia
rigorosa, conceptual, objetiva e uniforme (Sapato, 2016, p.12).

9. A teologia hoje

Segundo Sapato (20016), “a teologia mais do que um discurso sobre Deus torna-se um
discurso sobre a Palavra de Deus, cujo objetivo é compreender, aprofundar o seu
sentido valendo-se de instrumentos de compreensão de que o homem dispõe. Mas dado
que tais instrumentos mudam de uma época para a outra, de um continente para o outro
segue-se logicamente a formação de uma grande variedade de discursos sobre Deus, isto
é de teologias” (p.13).

Para Sapato (2016), “nos nossos dias a Teologia tem em conta um marco importante na
Igreja Católica: o Concílio ecuménico Vaticano II (11/10/1962 – 8/12/1965). A
Teologia, valoriza os esforços, aquisições e orientações deste Concílio, que concebe a fé
como dom recebido e orienta o estudo das realidades divinas à luz da fé, soba
orientação do Magistério, fazendo da Sagrada Escritura a alma da Teologia” (p.13).

9
X. Conclusão

Concluiu-se no presente trabalho que a teologia antigamente era percebida como sendo
um hino sobre Deus, ou seja, um discurso sobre Deus. Antigamente Deus era
glorificado de um jeito inexplicável, pois ele é inexplicável.

Antes da idade média (Séc. V - XV), a teologia era concebida como meditação dos
mistérios, ou seja, teologia apelo à razão para afastar das falsas interpretações. A
teologia prepara o homem para a contemplação.

Na idade Média, Santo Agostinho (1033 -1109), na sua obra sobre a fé que busca a
razão, foi o primeiro a fazer o mais rigoroso uso do pensamento dialético em teologia.

Pedro Abelardo (Séc. XII), tende a racionalizar completamente a teologia, daqui em


diante haverá uma continuidade em fazer conceitos a partir de uma construção
racionalizada das verdades de fé num sistema ordenado.

S. Alberto Magno e S. Tomás de Aquino (Séc. XIII), definem a teologia como a ciência
sagrada.

E hoje a teologia tornou-se num discurso sobre a palavra de Deus, com o objectivo de
compreender e aprofundar a palavra de Deus no seu contexto teológico.

A Teologia trata de compreender e aprofundar nas verdades reveladas à luz da razão


iluminada pela fé.

10
XI. Referências Bibliográficas

Sapato, R. (2016). Fundamentos de Teologia Católica.

Boff, C. (2014). Teoria do Método Teológico. Petrópolis: Vozes.

Beira, Moçambique.

11

Você também pode gostar