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www.2ab.com.br
Produção de ebook: S2 Books
S927v
Strunck, Gilberto.
Viver de Design / Gilberto Strunck - Rio de Janeiro: 2AB, 2010 (6ª
edição, ampliada).
176p. : il.; 14 cm x 21 cm. - (Série Oficina)
ISBN 978-85-86695-52-0
1. Design-Administração. 2. Design-Aspectos Econômicos. 3. Desenho
industrial. 4. Desenho (Projetos) - Administração. 5. Desenho (Projetos)-
Aspectos Econômicos. I. Título. II. Série.
CDD - 745.4
Nós, designers, somos prestadores de serviços.
Como tal, devemos tudo fazer para satisfazer as necessidades das pessoas que
acreditam em nossas ideias, nos contratando para ajudá-las a resolver seus
problemas. Essas pessoas são tão fundamentais em todo o processo que
resolvi grafar seus nomes sempre com a inicial maiúscula neste livro:
Clientes!
Ele não custa tão caro assim e sua venda irá propiciar o merecido retorno
financeiro ao livreiro, que o expôs ao público, à editora, que acreditou no
trabalho, e ao autor, que teve a ideia, reenergizando toda a cadeia de
produção, proporcionando as condições necessárias para que outros livros
específicos sobre as experiências de mercado brasileiras sejam publicados.
Dedicatória
Gilberto Strunck
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Dedicatória
Sumário
O designer empresário
Design? É... design!
Design. Como é que eu vivo disso?
Nossa mercadoria
Vivendo numa aldeia global
O Caçador e o Fazendeiro
Relações com os Clientes
“Caçando” (prospectando) Clientes
Exercícios de caça
Amor à primeira vista
A arte de seduzir
A conquista de um castelo
Portfólio
Currículo
Cartão de visitas
Trabalhando por conta própria
Como se registrar
Simulações de recebimentos de honorários
Organize sua contabilidade
Tornando-se um empresário
Dez qualidades que você deve ter para abrir
seu próprio negócio
O capital
De empregado a patrão
Cooperativas
Planejando seu futuro
Batizando seu negócio
Quanto ganha e quanto custa um funcionário
Encargos Sociais
Classificação funcional dos designers
Contratando seu pessoal
Cuidando do seu time de designers
Briefing. Não saia do Cliente sem ele!
Detalhando o briefing
Modelo de briefing
Público-alvo
Contratando serviços de terceiros
Produtores
Precificação. Quanto valem os meus serviços?
Cálculo da hora técnica
Uso da hora técnica
Formulário de controle de horas técnicas - HT
Política de preços
Copyright
Como proteger suas criações
Registro de propriedade
Negociar é uma arte
Um basta à especulação
O que toda proposta de trabalho deve conter
Autopromoção
Clientes, corações & mentes
Como um Cliente escolhe você?
Ser ou não ser fiel a um Cliente
Perdas & danos
Por que as empresas perdem Clientes:
Separando o joio do trigo
Como terminar uma relação
Dias de cão
Pensando estrategicamente
Conheça mais o negócio do seu Cliente
A regulamentação da profissão
Trabalhando com o coração
Vá à luta!...
Anexos
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO
DESIGNER GRÁFICO
O designer empresário
N trinta anos, a grande maioria das pessoas não tinha sequer ouvido falar
em telefonia global, clonagem de órgãos humanos e vegetais transgênicos. A
criação do chip, que revolucionou nosso modo de vida, deu-se somente há 51
anos (em1959)!
É impressionante como a maioria das escolas de 3.º grau prepara seus alunos
para se tornarem profissionais – procurem um emprego, mas não para viverem
à custa de sua profissão. Quase nenhuma informação lhes é passada de como
devem agir para ganhar dinheiro.
Ora, num mundo cada vez mais voltado para a obtenção de melhores
resultados, no menor prazo possível, isto é pecado capital! Como investir anos
na formação de nossos jovens, se ao final do período acadêmico eles não
estiverem preparados para, no mínimo, sustentarem-se com o seu trabalho?
Este livro é minha resposta a essas lacunas. Anos como professor do Curso de
Design da Escola de Belas Artes da UFRJ e como convidado de várias outras
instituições me mostraram as dúvidas mais comuns dos alunos. Anos de
prática profissional, de intensa relação com os mais diversos segmentos do
mercado, me trouxeram a experiência que transmito aqui.
Nossa língua é rica, mas infelizmente não tem uma palavra que traduza
exatamente o que fazemos. Nossa missão relaciona-se à concepção, à criação
de conceitos que, formalizados, possam fazer a informação circular com a
maior eficácia possível, e isto sem abrir mão do prazer estético que é próprio
dos seres humanos.
O filólogo Antonio Houaiss certa vez sugeriu “projética”, mas, como tantas
outras coisas no Brasil, o termo não pegou, e assim, durante muitos anos,
fomos desenhistas industriais. Mas esta designação não é boa porque a palavra
desenho refere-se a um meio de expressão e não à concepção e, quando
acrescida da palavra industrial, leva logo à confusão com desenho técnico.
Briefing, copyright, layout, home page, print, marketing, merchandising...
S
endo este um livro que mostra como viver de design, é bom que logo no
começo seja apresentada a figura mais importante neste processo de
pesquisar o mercado, criar projetos que venham a atender os desejos do
público que se pretende conquistar e produzir nossas criações:
o C LI E N T E
Mas projetar sem Cliente é como futebol sem bola, escola de samba sem
bateria ou filme de King Kong sem o gorila. O Cliente é peça fundamental
nessa relação. Sem ele, não existe projeto. É ele quem investe em nosso
trabalho. Quem nos dá o crédito de confiança no início de um processo que
ainda vai demandar muita vontade, tempo e dinheiro, até se transformar em um
produto que, vendido, lhe garanta o merecido lucro, realimentando assim toda
a cadeia produtiva de nossos serviços.
S O LUÇ Õ E S
Sim, isto mesmo, não vendemos ideias ou projetos. O que temos a oferecer são
soluções para as necessidades de vida das pessoas.
Nesse contexto, um dos profissionais que mais tiveram o seu ciclo produtivo
transformado foi o designer, principalmente o gráfico. Antes de a
informatização se banalizar, era necessário um mínimo de talento/adestramento
para representar com desenhos e formas nossas ideias.
De forma brincalhona, podemos dizer que, para dar certo, uma empresa tem
que ter, no mínimo, uma dupla formada por um Caçador e um Fazendeiro.
O Caçador é aquele que vai ao mercado buscar os serviços, que cuida dos
aspectos financeiros no negócio. O Fazendeiro é quem dá foco na realização
dos projetos, no que tange a conceituação da solução e sua transformação em
produtos. Se uma dessas figuras não está presente, temos uma firma com
talento que não consegue se impor no mercado, ou uma firma que consegue
muitos serviços, mas que não consegue entregá-los satisfatoriamente.
Cuidado ao contratar seu Caçador. Ele irá representar sua empresa junto aos
Clientes, ou seja, ele terá que transmitir corretamente a sua imagem, os seus
valores. Além de vender seus serviços, ele deverá ser capaz de estabelecer
uma estratégia de marketing, precificar os projetos, preparar propostas e
cuidar da satisfação dos Clientes.
. Contrate um Caçador.
. Cuidado, ele vai representar sua firma perante os Clientes.
. Um Caçador deve saber vender, negociar e ter
conhecimentos de marketing e de política de preços.
Relações com os Clientes
A tarefa de “dar uma cara” aos designers vem sendo trabalhada há anos, mas,
como já vimos, a informatização da sociedade propiciou a entrada no mercado
de muita gente sem formação específica na área. Essas pessoas geralmente
praticam uma concorrência predatória e inconsequente, que confunde a cabeça
de nossos Clientes (você vai buscar a cura com um curandeiro ou com um
médico?).
Arranjar Clientes não é uma tarefa fácil (estas dicas servem também para você
buscar um emprego). Lembre-se de que, quando você começou a se aventurar
fora de casa sozinho, sua mãe dizia sempre: “Não fale com estranhos”. O que
aprendemos quando somos jovens, principalmente quando é dito por alguém
que amamos, dificilmente é esquecido. Quando vamos provocar um primeiro
contato com um provável futuro Cliente, somos inteiramente desconhecidos,
devendo fazer um esforço muito maior para quebrar as barreiras naturais
existentes (“Não fale com estranhos...”).
A pior é aquela em que você sai do zero. Nesse caso, são várias as táticas:
Primeiro, faça uma lista com 30/50 empresas. Procure dividi-las por tamanho
e tipo de segmento de mercado onde atuam. Depois, ligue para cada uma e
pergunte o nome de quem cuida (diretor, gerente, etc.) das áreas de marketing,
produtos, comunicação, publicidade, embalagem, merchandising – estas são
algumas palavras-chave. Depois, envie-lhe um e-mail ou um “mimo” –
atenção, esta deve ser uma peça diferenciada, que traduza visualmente o que
você é, e que apresente sucintamente no texto o que pode fazer por ele. Logo
em seguida, telefone e tente marcar uma entrevista para apresentar o que você
já fez.
Conseguindo uma entrevista, faça o seu dever de casa. É bom ter uma ideia
geral do tipo de negócio da empresa, o que faz ou produz, mercado,
concorrência, etc. Em se tratando de produtos de consumo, uma visita a um
bom supermercado pode ser muito útil.
Como essas coisas certamente irão acontecer com você, discipline-se para
dedicar, no mínimo, 5% de suas 40 horas semanais de trabalho para buscar
novos negócios. Essas duas horas, que podem ser usadas nas leituras de
pesquisa a novos Clientes, tentativas de contatos telefônicos, visitas para a
apresentação de portfólio, ou mesmo no planejamento e produção de suas
peças de venda, devem passar a fazer parte de sua rotina se você quer
permanecer ativo no mercado. Tenha permanentemente uma boa lista de
prováveis Clientes, os quais você tentará seduzir para trabalhar com você.
Faça uma ficha de acompanhamento para cada um deles. Anote seus dados,
datas dos telefonemas, do envio de materiais, das entrevistas, o que foi
conversado, perspectivas de projetos.
Dessa forma, a cada novo contato você terá uma fonte segura para retomar a
conversa no ponto em que ela foi abandonada, passando sempre à pessoa uma
sensação de que você está realmente superinteressado nela e no seu negócio.
Seja coerente entre o que você diz e o que apresenta. Não coloque na sua pasta
projetos pelos quais você tem que se desculpar. Faça outros, refaça...
substitua. É melhor mostrar qualidade em poucas peças do que muita
quantidade de itens pouco relevantes. Lembre-se de que as folhas do portfólio
podem ser acrescidas ou suprimidas, dependendo do tipo de pessoa que você
for visitar. Só coloque muitos trabalhos de um único segmento de mercado se
isto for vantajoso para você. Quanto a portfólios digitais, tome um certo
cuidado. Os Clientes ainda não estão tão informatizados como nós. Nem
sempre a pessoa com quem você vai se encontrar tem os equipamentos
necessários para apreciá-los. Garanta-se levando seu notebook, se você tiver
um.
Se você está no início de sua carreira, o normal é que o seu currículo ainda
não seja muito extenso. Se esse é o seu caso, aconselho que ele tenha no
máximo duas a três páginas, assim divididas:
Dados Pessoais
Objetivo
Qualificação
Experiência Profissional
Formação Acadêmica
Dados Pessoais: Devem constar nome, idade e dados para contato (telefone, e-
mail e endereço). Não coloque sua filiação ou números de documentos.
Objetivo: Qual é o cargo ou função desejada?
Qualificação: Apresente seus predicados, suas realizações. Mencione seus
conhecimentos de softwares e de idiomas. Não é necessário apresentar nomes
de escolas, datas, etc. Se você ganhou prêmios, expôs ou publicou trabalhos,
coloque aqui.
Experiência Profissional: Se você tem alguma, comece da mais recente para as
mais antigas. Cite o nome das empresas, período em que você esteve em cada
uma, além das atividades desenvolvidas e resultados.
Formação Acadêmica: O importante é da sua graduação para a frente.
Discrimine o nome das escolas e anos de conclusão. Cursos de extensão,
seminários e congressos só devem ser citados se forem realmente importantes.
Denise Bakana
Qualificação Sou formada em programação visual há três meses, onde fui excelente aluna. Durante o
curso, fiz dois estágios de seis meses cada um.
Domino perfeitamente os softwares Word, Excell, CorelDraw, PageMaker na plataforma
PC e Quark Xpress, Illustrator e Photoshop na plataforma Mac.
Sou fluente em inglês e domino razoavelmente o espanhol.
Duração de 3 meses.
Marca e Mercado.
Atenciosamente,
Denise Bakana
Rio de Janeiro, maio de 2010
Antonio Bandeirante
Objetivo Durante 10 anos atuei em escritórios de design e agências de propaganda. Tenho vasta
experiência na conceituação, criação, finalização e produção de todo o tipo de projeto ligado à
comunicação.
Sou fluente em inglês e possuo bons conhecimentos de alemão. Ao longo de minha carreira
fiz vários cursos de extensão e ganhei vários prêmios. Tenho hoje o cargo de Diretor de Arte
em uma agência de publicidade de um grupo multinacional, posto mais alto que posso atingir
na atual estrutura da organização, à qual pertenço há 4 anos.
Buscando novos desafios, estou à procura de uma empresa que permita ampliar meus
conhecimentos e crescer mais profissionalmente.
Experiência
2006-2010 Daytona Propaganda Ltda. São Paulo – SP
Designer Pleno
Designer Júnior
Formação
1998-2001 ESDI – Escola Superior de
Desenho Industrial/RJ.
Cursos de
• CCAA (Inglês) 6 anos.
Extensão
• Planejamento de Embalagens. PUC –
duração de 3 meses.
duração.
infantil, 2004.
designers, 1999.
Interesses
Pessoais
Meus amigos dizem que toco violão muito
de fim de semana.
Solicito uma entrevista onde irei apresentar com mais detalhes meu trabalho.
Sinceramente,
Antonio Bandeirante
São Paulo, 11 de junho de 2010
Trabalhando por conta própria
Isso é necessário porque os honorários que você irá receber têm que ter a
contrapartida de um recibo, contabilmente válido. Caso contrário, a
importância continuará teoricamente no caixa da empresa para a qual você
prestou serviços, que pagará sobre ela o imposto sobre a renda.
O ponto negativo desse relacionamento é que, pelas leis trabalhistas, você não
poderá passar recibos para uma mesma empresa por mais de três meses
seguidos, pois, para o governo, isto iria se configurar como um emprego
regular disfarçado, sobre o qual incidiriam todos os encargos sociais (+
106,98%! Veja mais à frente).
Dessa forma, as empresas se acautelam para que isto não aconteça, pois, se
você entrar na Justiça do Trabalho contra elas, exigindo equiparação com os
empregados, certamente irá ganhar.
Como se registrar
Existem dois tipos de autônomos. Os localizados ou estabelecidos, que
trabalham em locais determinados, e os não localizados ou não estabelecidos.
Aqui valem a pena algumas observações. Normalmente, o autônomo não
localizado trabalha em casa. Até certo tempo atrás, isto era visto pelo
mercado como instabilidade e falta de profissionalismo. Mas, com a tendência
internacional de incremento no trabalho domiciliar, esta percepção começa a
mudar.
Como você deve estar iniciando sua vida profissional e não necessita ainda
manter um escritório com placa na porta, o melhor é, num primeiro momento,
optar por ser não localizado – e inscrever-se somente junto ao INSS. Para
isso, acesse o site www.previdenciasocial.gov.br, você receberá na hora o
número da sua inscrição ou caso tenha alguma dúvida, ligue para o número
135, diariamente, das 7 às 22 h. Depois, é só comprar o Bloco de Guias de
Recolhimento do Contribuinte Individual e começar a pagar suas contribuições
num banco, até o dia 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil anterior à data de
vencimento, nos casos de feriados bancários ou finais de semana.
Atenção, você terá de recolher esse dinheiro mesmo que não tenha dado
nenhum recibo no mês.
Antes de acessar o site, tenha à mão:
- Carteira de Identidade, ou Certidão de nascimento/casamento, ou
- CPF obrigatório.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para
pagamento de remuneração a partir de 1.º de janeiro de 2010
1.ª Competência Jan/2010 Pagamento Fev/2010
Salário de contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)
Se, por acaso, em um mês você não receber qualquer importância, deverá
efetuar seu recolhimento sobre o seu Salário de Contribuição, para não
interromper a contagem de seu tempo para a aposentadoria.
Além disso, ela deverá recolher, em seu nome, mais 11% (retenção sobre a
fonte pagadora) sobre o mesmo valor, até o limite máximo de R$ 3.416,54.
Neste caso, se esta importância não alcançar o seu recolhimento mensal, você
completará a diferença.
Exemplo: Você optou por contribuir mensalmente sobre R$ 1.000,00. Deve
recolher R$ 200,00 ao INSS. Prestou serviços de R$ 800,00. A empresa
contratante recolhe R$ 160,00 (20%) e desconta e recolhe em seu nome 11%
sobre os R$ 800,00, ou seja, R$ 88,00. Você completa depois com os R$
112,00 restantes.
Caso você preste serviços a várias empresas em um único mês e o total das
retenções atinjam os R$ 200,00, com os quais você contribui, cabe a você
informar que já alcançou o limite máximo de contribuição, mediante a
apresentação dos comprovantes de pagamento.
Você deverá entregar à empresa, que irá arquivar por 10 anos, cópia do
comprovante do recolhimento da contribuição previdenciária referente à
competência vencida imediatamente anterior à data do serviço prestado (ainda
que paga em atraso), bem como cópia de sua inscrição como autônomo junto
ao INSS.
O valor líquido que você irá receber ao prestar serviços como autônomo irá
variar, dependendo de uma tabela do Imposto de Renda (IR). Aí vão três
exemplos:
Esse Imposto de Renda irá ser recolhido em seu nome. No início do ano
seguinte, as empresas que fizeram essas retenções irão lhe enviar um
comprovante, que você deverá anexar à sua declaração anual de renda.
Dependendo dos cálculos, entre o que recebeu no período, despesas
dedutíveis e recolhimentos efetuados, você poderá pedir uma restituição sobre
o imposto recolhido.
Organize sua contabilidade
Outro ponto importante é que, para não pagar muito imposto de renda na sua
declaração anual, você deve se aproveitar dos benefícios da lei que permite
serem lançados como despesas todos os gastos que você teve ao longo do ano,
para exercer sua profissão. Assim, despesas como o aluguel de uma sala, as
contas de luz, gás e telefone, custos de transporte e refeições com os Clientes,
cursos e outros mais podem mensalmente ser deduzidos de suas receitas,
desde que você as contabilize em um livro caixa e guarde os comprovantes
por cinco anos. Para iniciar esse processo, recomendo que você consulte um
contador, que irá orientá-lo sobre esses procedimentos.
Uma boa dica para quem está iniciando um negócio é optar pela sua inscrição
no SIMPLES NACIONAL, que consiste no pagamento mensal unificado de
vários impostos (Imposto de Renda, PIS, COFINS, Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido e Contribuições para a Seguridade Social a cargo do
empregador, além do ISS – Imposto sobre Serviços.
O SIMPLES facilita e barateia muito a vida das jovens empresas e, como os
outros casos, tem uma legislação específica que, entre outras coisas,
especifica que a receita bruta anual dos optantes
pelo SIMPLES NACIONAL não poderá ultrapassar R$ 240.000,00, no caso
das microempresas, e R$ 2.400.000,00, no caso das empresas de pequeno
porte. Você pode tirar todas as suas dúvidas no site
www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional.
Tornar viável uma firma requer paciência, tempo e capital. Se você pretende
tratar pessoalmente do assunto, meu conselho é de que procure o SEBRAE –
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no seu estado, que está
fazendo um excelente trabalho sobre o empreendedorismo, ou contrate um
profissional especializado na área, normalmente um advogado ou um contador.
Entendo ser esse o melhor caminho, o que deixará seu tempo livre para
trabalhar e ganhar o dinheiro que você irá necessitar, enquanto pessoas da área
cuidam dos procedimentos legais e da enorme burocracia existente.
Dez qualidades que você deve ter
para abrir seu próprio negócio
Se você não tiver pelo menos sete destes predicados, não se arrisque, ou
arranje sócios que possam complementar suas qualidades.
A montagem do seu escritório não precisa ser feita de uma só vez. Você pode
fazer um plano de investimentos e ir comprando ou fazendo leasing (forma de
aluguel com opção de compra no fim de período predeterminado) dos
equipamentos aos poucos, mas pense que é recomendável que você tenha
disponível a quantia necessária para cobrir suas despesas por um mínimo de 4
a 6 meses, sem receber um tostão de seus Clientes. Esse será o seu capital de
giro, o oxigênio do seu negócio, uma espécie de seguro para evitar sua
mortalidade precoce.
Forma de gestão Cada pessoa Número de ações ou cotas Cada pessoa tem um voto
tem um voto (autogestionada)
Que tipo de designer você é? Daqueles que têm um enorme talento ou dos que
conquistam logo os Clientes, estabelecendo com eles um relacionamento todo
especial? Que tipo de serviços você pretende prestar? Embalagens ou
identidades corporativas? Merchandising ou marketing direto? Folheterias ou
web-sites? Embora no início seja normal as pessoas prestarem todos os tipos
de serviços que aparecerem, quanto mais cedo você determinar sua área de
atuação, mais rapidamente sua empresa será reconhecida pelo mercado, além
do que, com a quantidade de novas informações disponíveis a cada dia, você
terá mais facilidade para estudar e se manter atualizado no nicho que escolher.
Que tipo de estrutura você pretende montar? Irá trabalhar sempre com poucas
pessoas, recorrendo a freelancers quando for necessário, ou no futuro você
quer ter uma empresa grande, para poder tocar sem problemas grandes
projetos, cuja duração e complexidade irão demandar muitos profissionais?
Nas empresas maiores, e já podemos considerar assim aquelas que têm mais
de doze profissionais fixos, as estruturas devem ser mais departamentalizadas,
com a existência de um designer sênior, capaz de desenvolver projetos sem
supervisores e dirigir o trabalho de outros profissionais. Nelas já se antevê um
plano de carreira, com os designers iniciando como juniores e passando a
plenos com o tempo.
A Marca. O nome de sua empresa (razão social) deverá ser fácil de ser
entendido ao ser dito, por exemplo, ao telefone, fácil de ser escrito e
memorizável. Cuidado com a armadilha da palavra design. Usada por 99%
das empresas do ramo após seus nomes, ela é difícil de ser entendida e escrita
pela maioria dos brasileiros e, apesar de ser intensivamente usada na mídia,
quase ninguém sabe explicar direito o que é design.
O Registro da Marca. Você pretende que o seu negócio tenha uma longa e
vitoriosa história, não é? Então, não basta fazer uma busca prévia de sua
marca somente na junta comercial do lugar onde você mora. Um registro
nacional somente será obtido junto ao INPI – Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (www.inpi.gov.br). Lá, você poderá registrar somente
o nome da sua empresa – registro de marca nominativa, sua grafia especial,
seu logotipo –, registro de marca figurativa ou o logotipo e o símbolo –
registro de marca mista.
Outro ponto é que a marca, ou parte dela, possa ter o domínio registrado para
o seu site. Para isto, faça uma consulta ao site www.registro.br, onde você
encontrará as instruções necessárias.
e você pretende ter sua própria firma, é muito importante que seja
. Total 35%
. Total 49,18%
. Total 22,8%
Descontos e Acréscimos
Salário de R$ 1.000,00
INSS (% varia segundo faixas de salário) R$ 80,00
Imposto de Renda na Fonte – isento
Salário líquido R$ 980,00
Encargos Sociais (+106,98%) R$ 1.048,40
Custo total para a empresa R$ 2.048,40
Salário de R$ 2.000,00
INSS R$ 220,00
Imposto de Renda na Fonte R$ 21,07
Salário líquido R$ 1.758,93
Encargos Sociais (+106,98%) R$ 2.139,60
Custo total para a empresa R$ 4.139,60
Salário de R$ 3.500,00
INSS R$ 375,82
Imposto de Renda na Fonte R$ 197,32
Salário líquido R$ 2.926,86
Encargos Sociais (+106,98%) R$ 3.744,30
Custo total para a empresa R$ 7.244,30
Observações:
1. O empregado pode optar por ganhar o vale-transporte. Cálculo feito caso a
caso e custo acrescido ao total (parte empregado e parte empresa).
Assim que for possível, contrate um plano de saúde para seus empregados, de
forma a propiciar-lhes uma assistência médica de bom nível. Forme um banco
de dados com profissionais que possam ajudá-lo a cumprir eventuais prazos
apertados demais para a sua estrutura ou na cobertura de férias ou doenças de
seu pessoal. Mantenha sua equipe motivada e informada sobre sua visão de
futuro para o negócio.
Por outro lado, se um profissional que você contratou está aquém das suas
expectativas, converse seriamente com ele, tente descobrir se existe algum
motivo específico para o fraco desempenho. Caso o problema perdure, não
hesite em substituí-lo. O aculturamento de pessoas ao tipo e modo de trabalhar
de cada empresa leva tempo, custa muito dinheiro. Se a relação não anda boa
no início, ou ela é redirecionada com sucesso ou o melhor é cortar o mal pela
raiz.
Cuidando do seu time de designers
Via de regra, as pessoas que trabalham com criação são mais sensíveis do que
aquelas que têm outras funções. Designers fazem questão de detalhes
relacionados ao entrelinhamento de mais meio ponto em um texto, ou na exata
tonalidade de determinada cor.
O
s resultados de nossos projetos variam na razão direta da qualidade
das informações de que dispomos para trabalhar. Quando
desconhecemos um assunto, ou nossos Clientes não disponibilizam
informações precisas sobre o problema a ser resolvido, podemos antever uma
solução “sem alma”, bonitinha mas que não vai funcionar, ou uma sucessão de
refações de ideias, até que possamos contemplar totalmente as necessidades
existentes.
Por isso, o caminho mais direto e menos demorado para acertar sempre é não
sair de uma reunião de início de projeto sem um briefing. O briefing é um
direcionamento preciso para o trabalho a ser realizado. Nele, devem estar
listados dados sem os quais as possibilidades de erro são enormes.
O briefing deve ser fornecido, por escrito, pelo Cliente, mas é raro isso
acontecer. É muito comum sermos chamados para uma reunião, recebermos
verbalmente dados insuficientes e o Cliente nos considerar “brifados”. Esse
problema é ainda maior em empresas pequenas ou com Clientes que nunca se
relacionaram com designers. Dessa forma, sugiro que você vá às reuniões de
passagem de trabalho com o modelo de briefing que apresento aqui (com o
uso, você irá adaptá-lo melhor às suas necessidades específicas) e que passe
cada item com seu interlocutor.
Outro ponto importante é que se um projeto vier a ser trabalhado por várias
pessoas, seu briefing servirá de registro preciso das tarefas a serem
executadas, agilizando todo o processo.
Na reunião seguinte, quando for apresentar sua criação, comece por reler o
briefing com o Cliente. Assim, você terá um argumento poderoso para
reforçar que a solução que está propondo satisfaz plenamente as necessidades
apresentadas. Caso sua ideia não seja aceita, ou você errou redondamente não
obedecendo ao briefing, ou o Cliente o está alterando, possibilitando uma
renegociação de honorários e prazos sobre o trabalho extra que terá de ser
feito. Veja à frente um modelo de briefing.
Detalhando o briefing
Se for o primeiro trabalho que você vai fazer para o Cliente, anote seu nome
e/ou o da sua empresa e endereço completo, número do CNPJ (Cadastro
Nacional das Pessoas Jurídicas) e da Inscrição (às vezes é Municipal, às
vezes, Estadual).
Pergunte também como é a forma de pagamento usual. Algumas empresas só
aceitam pagar em trinta dias após o recebimento da cobrança, outras só pagam
em determinados dias do mês. Agindo assim, você irá evitar telefonemas
solicitando o adiantamento de suas cobranças, etc.
· Código de Controle. É o código que você vai dar. Uma abreviatura para
facilitar a monitoração do projeto.
· Serviço. Se o projeto não tem um nome, batize-o. Não escreva somente
identidade visual, folheto ou embalagem, pois provavelmente você irá fazer
dezenas deles.
· Objetivo/Problema a ser resolvido. Tente saber exatamente qual é o seu
desafio. Com um foco bem definido é muito mais fácil acertar. Pergunte como
o consumidor visado vê o produto ou serviço e qual é o comportamento que
devemos despertar nele. Questione seu Cliente. Muitas vezes ele solicita uma
determinada peça ou ação que pode não ser a mais indicada para alcançar os
resultados pretendidos. Cabe a você discutir isto com ele.
· Principal diferencial a ser explorado. Esse ponto é muito importante. Às
vezes, temos mais de um diferencial, e o problema é hierarquizá-los e,
eventualmente, fazer uma seleção. Outras vezes não nos é fornecido nenhum
“gancho”. Nesses casos, temos que ser criativos para apresentar o produto ou
serviço a ser trabalhado de uma forma nova, original.
·Público-alvo (Quem compra/Quem consome). Num mercado crescentemente
segmentado, em que as empresas visam a nichos de consumidores, produtos e
serviços são criados para tipos especiais de pessoas.
As empresas que trabalham com pesquisas e bancos de dados classificam o
público conforme seu perfil socioeconômico, que você vai encontrar
detalhadamente a seguir. Saber qual o tipo de gente com o qual devemos nos
comunicar/seduzir é um fator crítico para direcionar a linguagem a ser
empregada.
· Concorrência direta e indireta. Na maioria das vezes, o próprio Cliente tem
essa informação (se não tiver, é mais um tempo extra que você vai ter que
despender), ou por estar há algum tempo no mercado, ou porque já a
identificou, ao pensar em um negócio novo. Investigar os concorrentes e os
cenários onde atuar é básico. Só assim podemos ter certeza de propor uma
ideia que irá funcionar no nicho visado, com a dose correta de inovação.
· Instruções específicas/obrigatoriedades. É sempre bom lembrar este assunto
porque para os Clientes alguns tópicos são tão usuais que eles pressupõem que
nós os saibamos.
Para outros, principalmente os menos experientes, o desconhecimento pode ser
total. Por exemplo, dados técnicos ou legais que devam constar
obrigatoriamente em uma embalagem, restrições quanto a materiais ou
processos de produção, formatos ou tamanhos que devam ser obedecidos.
Indague, pergunte, esgote o assunto.
· Tipo de apresentação. Como sua ideia será apresentada ao Cliente? Basta
uma print? Com que nível de detalhamento/resolução? Ela deverá ser
montada? Será necessário um modelo tridimensional? Como será dada a saída
para a finalização do trabalho? Arquivos em alta ou baixa resolução? Abertos
ou fechados?
· Observações. Anote aqui tudo o que for necessário saber sobre o projeto e
não se relacionar diretamente a um dos tópicos anteriores.
·Tiragens. Muitas vezes a quantidade de itens a serem produzidos é
fundamental no direcionamento da criação. É também muito comum o Cliente
querer saber o preço da produção para mais de uma quantidade.
· Dimensões/formatos. Se já estiverem predefinidos, anote. Caso contrário,
deixe em branco.
· Tipo de impressão ou produção. Idem
· Numero de cores. É normal o Cliente já especificar isso ou você, em função
da expectativa de investimento ou sofisticação do projeto, decidir isto na hora.
· Cor obrigatória. Muitas vezes ela existe e nós não sabemos. Indague.
· Quem aprova (Nomes/funções). Esta informação é muito importante para
termos conhecimento das prováveis etapas de decisão sobre nossos trabalhos.
Se as pessoas que decidem são as responsáveis pela passagem do briefing e se
for possível reuni-las em cada fase de aprovação, o projeto irá fluir bem. Se,
ao contrário, você for apresentar suas ideias para intermediários, aumente seus
honorários, pois irá gastar muito mais tempo para chegar a um resultado final.
· Data limite para apresentação da primeira fase. Este é um dado crítico. Todo
mundo quer tudo para ontem, e, como muitas vezes há um desconhecimento dos
processos, somos confrontados com desafios quase impossíveis de serem
vencidos.
· Datas das fases seguintes. Após a aprovação de cada etapa, vá anotando os
prazos para as que se seguem.
· Arquivos. Registra os arquivos que foram criados no
desenvolvimento/finalização do projeto.
Código de Controle
Modelo de briefing
Instruções específicas/Obrigatoriedades
Tipo de apresentação
Observações
Tiragens Dimensões/Formatos
Sistema de pontos
Bens e Serviços Não tem Tem
0 1 2 3 4 ou +
Televisão em cores 0 1 2 3 4
Rádio 0 1 2 3 4
Banheiro 0 4 5 6 7
Automóvel 0 4 7 9 9
Empregada mensalista 0 3 4 4 4
Máquina de lavar 0 2 2 2 2
Geladeira 0 4 4 4 4
AI 42 - 45 14.250
A2 35 - 41 7.557
B1 29 - 34 3.944
B2 23 - 28 2.256
C 14 - 17 861
D 8 - 13 573
E 0-7 329
A1 1% 0,7%
A2 4% 3,9%
B1 7% 9,0%
B2 12% 19,3%
C1 31% 23,0%
C2 ----- 22,8%
D 33% 19,5%
E 12% 1,8%
Saber a verba é bom porque evita que uma ideia inteiramente inviável, do
ponto de vista financeiro, seja apresentada, resultando em frustração e em
tempo extra de trabalho.
· Vão ser necessárias ilustrações ou fotografias? Elas já estão disponíveis?
Serão compradas em banco de imagens ou produzidas especialmente? Bancos
de imagens disponibilizam seu material em dezenas de sites e DVDs,
classificados por assuntos. O preço dessas imagens varia em função do uso
(item, tempo de exposição, tiragem, circulação geográfica e exclusividade).
Com estes dados será possível apresentar ao Cliente uma estimativa, quando o
modelo exato do projeto ainda não está definido, ou orçamento, se os dados
são precisos.
É claro que o tempo e os custos que você irá despender para acompanhar a
produção de 100 cartões de visitas serão basicamente os mesmos necessários
para a supervisão de execução de 1.000.000 de folhetos.
Os produtores são pessoas que, na maioria das vezes, não têm uma formação
acadêmica específica (embora o SENAI tenha excelentes cursos técnicos na
área de impressão). São pessoas que de uma forma ou de outra têm
experiência com o universo das gráficas (empresas de acabamento, manuseio,
etc.). A função do produtor vai desde aconselhá-lo na fase de criação, em
relação à sua melhor ideia que fique dentro da verba e do prazo estipulados
pelo Cliente, até levantar e negociar preços com vários fornecedores para
cada tipo de operação necessária à produção do seu projeto. Além disso, é ele
quem deve acompanhar dentro dos fornecedores a execução de cada etapa do
trabalho, de forma a garantir sua qualidade final.
Um bom produtor evita esse desgaste, mas é um profissional que tem que ser
escolhido com muito critério. É só fazer as contas e verificar que, na maior
parte dos trabalhos, a comparação entre o preço do projeto e o da sua
produção faz com que o produtor seja a pessoa responsável pela
administração da maior parte da verba e, é claro, pela entrega do produto final
que o Cliente está comprando.
stabelecer o quanto cobrar talvez seja uma das maiores dificuldades dos
Precificar corretamente é uma tarefa capital. Os preços que você irá praticar,
incluindo sua margem de lucro, é que irão determinar se sua empresa irá
permanecer no mercado ou falir. Isso pode parecer exagerado, mas é a mais
pura verdade. Mais do que a criatividade, é a lucratividade do seu negócio
que irá determinar o futuro da sua vida profissional.
Para começar, consulte os colegas que já estão no mercado para saber quanto
cobrar por determinado tipo de serviço. Estabeleça os preços médios e
determine se você quer manter-se neles, ou um pouco abaixo, ou acima. Neste
último caso, é bom que você tenha algo extra a oferecer aos seus Clientes que
seus concorrentes não têm.
· Talento é uma qualidade nata. Não dá para se aprender numa escola. Nasce-
se com ele.
· Experiência ganha-se com a vida. Aprendemos estudando e,
principalmente, com nossos erros e acertos.
· Tempo é um recurso não renovável. Cada minuto que vivemos é único, não
volta mais.
Digamos que, no nosso exemplo, 30% do tempo são gastos nessas atividades.
Assim teríamos uma média de 123,2 horas realmente trabalhadas, por mês,
para arredondar, 120 horas/mês.
Essas deverão remunerar suas despesas e deixar um lucro, dinheiro que você
vai usar para viver, criar um capital de giro e reinvestir no seu negócio.
Agora calcule seu custo. Faça uma lista das despesas básicas mensais que
você terá ao montar e manter uma estrutura para trabalhar, suas despesas fixas
indiretas.
Condomínio 430,00
Luz 150,00
Gás 30,00
Telefone/Fax 250,00
Administração 1.200,00
Mensageiro 510,00
Contador 600,00
Seguros 220,00
Extras/Diversos 700,00
* Todos que não anotarem diariamente suas Horas Técnicas (veja mais à
frente).
* Como proprietário de uma empresa, seus encargos não são os mesmos dos seus funcionários. Você não
tem direito a FGTS nem a outros benefícios.
- Nome do Cliente
- Tipo de serviço
- Número de horas técnicas trabalhadas
- Materiais ou gastos extras
Preencher essa folha de controle é fundamental para a qualidade das
informações que você deve ter sobre o negócio. Assim, faça-o todos os dias e
cobre isso das pessoas que trabalham com você. Agindo dessa forma, em
alguns meses você terá uma boa visibilidade do tempo gasto em cada projeto,
obtendo uma base segura para saber o quanto cobrar por seus serviços.
Vamos exemplificar:
Digamos que em suas diversas fases, um projeto de embalagem requereu os
profissionais e horas técnicas abaixo relacionados:
Existem, porém, certos dados no nosso sistema tributário que você deve
passar a conhecer. Sobre todos os valores que você recebe de um Cliente,
alguns impostos devem ser imediatamente recolhidos. Dessa forma, acrescente
4,90% para o conjunto: PIS (0,65%), COFINS (3%), Contribuição Social
(1%) e mais 5% sobre os 5% do ISS* (0,25%), sem falar no Imposto de
Renda, que será calculado sobre o lucro mensal. Mas isso é outra história,
consulte seu contador.
* O ISS – Imposto Sobre Serviços é um tributo do município onde sua empresa está registrada. Ele não é
fixo e incide sobre o valor total da nota fiscal da sua empresa. O ISS é pago pelos seus Clientes. No
exemplo foi utilizada a porcentagem de 5%, que é a mais alta que conheço.
Se você teve que comissionar alguém, digamos com 10%, para conseguir o
serviço (isto é bastante comum, principalmente se você não tiver um Caçador
fixo, trabalhando só para a sua empresa), considere aqui esta porcentagem.
Logo, neste exemplo, teremos um acréscimo de 14,90% com despesas de
comercialização e impostos.
O lucro é o oxigênio dos negócios. É ele que irá permitir formar um capital de
giro, uma poupança para tempos difíceis, investir no crescimento ou na
modernização de sua estrutura.
Feito isto, confira os seus números com os que você obteve na sua consulta
prévia com os colegas.
Dependendo do resultado, você pode descobrir que seus custos estão
altíssimos ou até que pode aumentar sua margem de lucro e manter-se com
preços bem competitivos. Ajuste o que for necessário, mas lembre-se: sem
uma margem de lucro, não há negócio que sobreviva.
Se você tiver uma cultura de informática bem forte em seu negócio, sugiro que
desenvolva um programa que coloque o formulário na tela de cada micro, não
permitindo que os usuários os desliguem sem preenchê-lo. Neste caso, o
programa deverá consolidar imediatamente todos os dados, fazendo com que
seu controle seja diário.
Quando você tiver uma quantidade de informação suficiente, faça uma Tabela
de Preços de Serviços. De tempos em tempos cheque seus valores. Você irá
descobrir que um mesmo tipo de serviço, feito para empresas diferentes, não
demanda sempre o mesmo número de horas técnicas. Além disso, quanto mais
experiência você for adquirindo num tipo de projeto, mais rapidamente irá
realizá-lo. Isso nos leva a pensar em outro assunto.
Existem vários softwares que podem ser usados na administração geral da sua
empresa. Alguns deles oferecem ferramentas para o registro automático das
horas técnicas trabalhadas em cada projeto. Eles podem ser comprados,
alugados e, eventualmente, alterados parcialmente em função de necessidades
específicas.
Considere implantar um sistema desses assim que seu capital permitir.
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Projeto:
Cliente:
Política de preços
Você pode estar com sua capacidade de horas esgotada. Para realizar um novo
projeto, terá que trabalhar fora do expediente ou em finais de semana. Cobre
mais do que o normal, aumente sua margem de lucro.
Devo cobrar sempre a mesma importância para fazer o mesmo projeto para
Clientes de tamanhos diferentes? Não. Cada Cliente tem sua escala e uma
dinâmica de negócios toda própria. Clientes pequenos esperam de você preços
pequenos. Clientes grandes também querem pagar o menor preço possível,
mas o menor deles é sempre maior do que os cobrado dos pequenos.
Com o passar do tempo, você irá aumentando o E do TET. Vai ficar mais
conhecido e consequentemente valorizado no mercado. Assim, para Clientes
novos, pratique uma nova tabela, onde sua margem de lucro é maior. Isso é
normal, pois Clientes novos exigem um maior investimento no conhecimento
de seus negócios. Para Clientes antigos, trabalha-se mais rápido, pois
tornaram-se amigos, dos quais tudo sabemos.
Outra dica: Se você começar a ter muitos Clientes que lhe demandem uma
grande quantidade de projetos desinteressantes, que lhe tomam o tempo todo,
talvez seja a hora de arriscar e aumentar seus preços, fazendo uma filtragem
natural daqueles mais lucrativos e abrindo espaços para novos Clientes.
Mas... cuidado: mesmo que sua estrutura cresça e seus custos indiretos
aumentem, você tem que ficar sempre atento a eles. Existe uma relação entre o
preço ideal que você gostaria de praticar e aquele que o mercado está
disposto a pagar por um serviço. Assim, monitore constantemente seus custos,
não os deixe crescer exageradamente para não inviabilizar o seu negócio.
Para finalizar, lembre-se de que em concorrências que não sejam para o
serviço público, quase sempre um preço muito baixo, em relação à média de
outros apresentados, é descartado. As empresas não compram necessariamente
dos escritórios ou profissionais mais baratos. A regra é comprar o melhor
conjunto de TET x preço que atenda às suas necessidades.
. TET = Talento + Experiência + Tempo.
. Estabeleça uma política de preços.
. Tenha a necessária flexibilidade para estabelecer seu lucro
caso a caso.
Copyright
- Vendê-lo
- Fazer cópias
- Ser o primeiro a expô-lo publicamente
- Adaptá-lo
No Brasil, a legislação sobre o copyright© foi alterada de forma a alinhar-se
com a praticada pela maior parte das nações ditas desenvolvidas. O Governo
promulgou, em 19/2/98, a Lei do Direito Autoral, n.º 9.610, que entrou em
vigor em 21/6/98.
Você pode ter a Lei do Direito Autoral, na íntegra, consultando na Internet o
site www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L9610.htm
Outra coisa que você precisa saber é que ideias, pensamentos, não têm direito
pode ser comercializado pela empresa, que terá o copyright©. Nesse caso, não
adianta exigir um pagamento extra, mesmo que você venha a se desligar da
firma no futuro. Você já recebeu honorários pelo tempo que disponibilizou
para a empresa.
(Veja no final do capítulo o modelo de CONTRATO DE TRABALHO POR
PRAZO INDETERMINADO, que deve ser assinado entre as empresas e o seu
pessoal de criação.)
Outro ponto importante, quase nunca respeitado, é que no futuro o Cliente não
poderá alterar ou adaptar sua criação sem seu prévio conhecimento e
autorização. Isto seria atentar contra a integridade da sua obra. Lembra-se do
caso do Sambódromo, no Rio, quando o governo quis introduzir algumas
edificações no complexo para abrigar os jurados? Deu o maior tititi.
Oscar Niemeyer, autor do projeto, embargou tudo, e a coisa só teve um
desfecho feliz quando o contrataram para fazer a expansão. Como você ainda
não é um Niemeyer do design, pelo menos pense nisso e não concorde em
redesenhar a criação de um colega, sem antes alertar seu Cliente de que não é
ético, nem legal, fazê-lo sem a devida autorização.
Como proteger suas criações
É muito comum, principalmente no início de nossas carreiras, termos medo de
que um Cliente desconhecido use nossas ideias sem pagar. Se você cobra um
sinal para iniciar o serviço, pelo menos minimiza o problema. Se não o faz, e
tem uma intuição de que pode ser lesado, existem três maneiras de se proteger.
Primeiro, é bom esclarecer que quem faz esse registro são as empresas para as
quais você vende seus projetos. (Atenção, confira sempre com seus Clientes
se eles já fizeram uma busca prévia do nome a ser trabalhado, marca da
empresa, do seu produto ou serviço, antes de iniciar o trabalho.) Existem 41
classes de registro de marcas junto ao INPI, dependendo do tipo de negócio, e,
uma vez concluído o processo inicial, seu proprietário pode renová-lo
indefinidamente, desde que pague por isto a cada dez anos.
Local e data.
a) Empregadora
b) Empregado(a)
Testemunhas:
a) (Nome/RG)
b) (Nome/RG)
urante sua vida profissional, mil vezes você ouvirá: Quero um projeto
Dessa forma, é muito importante que, desde o início, seu relacionamento com
um novo Cliente se desenvolva sempre seguindo dez pontos capitais:
2. Uma boa relação com Clientes depende diretamente da forma pela qual
você souber atender às suas expectativas. Design é uma palavra aplicada e
entendida de muitas formas. Por isso, desde os primeiros contatos, transmita-
lhes, do modo mais claro possível, quais os serviços que presta, que tipos de
problemas você e sua estrutura estarão aptos a resolver. Isso ajudará a
delimitar sua área de atuação, evitando mal-entendidos e frustrações futuras.
3. Com jeito, procure fazer com que todas as pessoas que irão decidir sobre o
andamento do projeto estejam presentes na ocasião da passagem das
informações para a sua realização. Para isso, muna-se de um modelo de
briefing e procure fazer com que a qualidade das informações seja a melhor
possível. Tenha certeza de que o sucesso de seu projeto, em termos de
resultado para o Cliente e de rentabilidade para você, irá depender disso.
Caso ache necessário, prepare um contrabriefing e o aprove, antes de seguir
adiante.
4. Não concorde em participar de processos ESPECULATIVOS, casos em
que o Cliente solicita a você e normalmente a outros profissionais que
realizem o projeto sem remuneração garantida, para que somente um seja
escolhido (este ponto é tão importante que merece uma atenção especial mais
à frente). Esta prática, predatória e inconsequente, vem se tornando hábito
entre as empresas, à medida que jovens profissionais, forçando sua entrada no
mercado, aceitam trabalhar correndo todos os riscos. Você conhece médicos
que aceitem dar consultas de graça a um doente, para que ele escolha, e pague,
somente o diagnóstico que achar melhor? Você conhece advogados que se
disponham a preparar, no risco, a defesa de um processo para que o Cliente
escolha, e pague, somente um?
Você conhece engenheiros que se disponibilizem fazer o cálculo estrutural de
sua casa, sem a promessa de ganharem por isso, para que você escolha o que
lhe aprouver? Então, por que os designers, que realizam projetos únicos,
exclusivos para seus Clientes, se propõem trabalhar dessa forma? Este é um
comportamento mortal para a nossa classe.
5. Não inicie nenhum projeto sem aprovar uma proposta com o Cliente. Se,
por acaso, acontecer algum problema, ele não for honesto e se recusar a pagar,
esse documento será o mínimo que seu advogado irá exigir para iniciar um
processo. Não hesite em suspender o projeto caso o Cliente falhe em pagar.
Atenção ao redigir sua proposta. Ela deve ser muito clara, fácil de entender. É
comum que a pessoa com quem você está tratando tenha de apresentá-la e
explicá-la para o chefe.
Um dos grandes dilemas que você vai enfrentar em sua carreira está ligado aos
projetos especulativos. Esse tipo de relação, em que o Cliente nos solicita
serviços sem uma remuneração garantida, além de ser aético, é predatório e
pode, a médio prazo, inviabilizar o seu negócio e também os dos seus colegas.
Sei que as pressões são enormes. Dos Clientes que lhe acenam com a
possibilidade de fazer grandes projetos no futuro – que lhe dizem que se você
não quiser participar não faz mal, pois eles têm uma dúzia de pessoas que
topam –, dos concorrentes micreiros, sem formação acadêmica na área, e até
mesmo de suas fases de poucos projetos x compromissos financeiros no final
de cada mês, mas, mesmo com sacrifícios, temos de estruturar o nosso jovem e
promissor mercado, resistir a esses convites, propor uma remuneração mínima
para todos os concorrentes.
Quando o Cliente sabe que vai pagar por um serviço, ele fica mais exigente
consigo mesmo. Melhora a qualidade das informações envolvidas no
processo. Esta é a primeira condição para que bons resultados sejam
alcançados.
Não inicie um trabalho sem antes acertar seus aspectos comerciais. Lembre-se
de que nossos projetos são feitos sob medida. Se o Cliente não paga por eles,
você não poderá vendê-los para outros.
Para facilitar sua vida, aqui vão algumas observações sobre o roteiro básico
das propostas de trabalho.
1. Local e data:
Destinatário (nome da empresa e nome de uma pessoa na empresa e seu cargo,
se for o caso). Endereçamento completo.
2. Apresentação sucinta do escopo do projeto. Objetivos, benefícios que o
Cliente terá, bem como o que será apresentado como resultado final com sua
contratação.
3. Serviços cobertos pela proposta. O mais interessante é especificar fases e o
que vai ser entregue em cada uma. As fases mínimas de um projeto são:
· Geração de ideias ou conceitos criativos. Possíveis soluções para o
problema a ser resolvido, sem muito detalhamento.
Você não precisa usar a foto ou ilustração exata, ou todo o texto de uma peça,
bastam os títulos. Normalmente você apresenta prints de baixa resolução ou na
própria tela do micro (neste caso, cuidado com o Cliente-Diretor de Arte, que
começa a “criar” a seu lado).
Quanto mais “do ramo” for seu Cliente, menos detalhadas serão suas ideias
nesta fase, pois ele será capaz de entender seus esboços.
· Anteprojeto. É um layout superbem-acabado da solução escolhida para ser
desenvolvida. Deverá aproximar-se ao máximo do resultado a ser alcançado,
quando o projeto for produzido. Para as duas etapas, acerte antes quantas
ideias e layouts serão fornecidos.
· Projeto ou detalhamento final. Compreende os originais e
especificações para a produção do serviço contratado.
· Se você for supervisionar os serviços de terceiros, acrescente
esta fase.
Desdobre essas etapas em quantas outras as especificidades do seu projeto
venham a requerer.
4. Serviços excluídos da proposta.
Colocar aqui o que o Cliente pode pensar que é parte do trabalho,
mas, na verdade, não é você quem faz (fornecimento de textos,
fotos, ilustrações, impressões, custos relativos a viagens, etc.).
5. Prazos necessários ao cumprimento de cada etapa. É mais aconselhável que
sejam apresentados junto a cada fase do item 3.
6. Honorários, impostos e forma de pagamento. Especificar quanto você vai
cobrar. Tentar sempre pedir um sinal (20%/30%). Você verá como os Clientes
ficam mais interessados e participativos quando adiantam algum dinheiro. Fica
mais fácil para as partes relacionar os pagamentos às entregas das diversas
etapas.
Mas, atenção, contra as entregas e não contra as aprovações, pois estas
podem depender de problemas internos do Cliente como diretores com
agendas apertadas ou viajando, sendo adiadas por semanas.
Se você tem uma empresa, costuma-se cobrar o ISS (Imposto sobre Serviços)
do Cliente. Coloque também quanto tempo o Cliente terá para lhe pagar, após
o recebimento de sua cobrança, e quais serão multa e juros sobre pagamentos
realizados com atraso.
7. Condições gerais.
Aqui devem entrar os assuntos que não justificam um artigo só para si, como:
direitos autorais (itens, tiragens, prazos, etc.). Isso é muito importante!
Também cláusulas de confidencialidade, de sua parte, e da equipe que irá
participar do projeto, se for o caso. Ainda a validade dos preços
apresentados, validade da proposta, etc. Para a aprovação da proposta, o
Cliente deve lhe devolver uma via assinada. Finalize com as palavras “De
acordo”, o nome da cidade, espaço para ele completar o dia, mês e ano em
que ele está acordando, e o nome da empresa dele, acima do qual ele deverá
assinar. A proposta deve ser feita em duas vias para serem enviadas ao
Cliente, das quais ele devolverá uma aprovada.
Outro ponto importante, que vale a pena ser lembrado, é que, ao visitar
empresas maiores, você deve deixar mais de uma peça, ou CD, com a sua
apresentação, pois é comum que seu interlocutor possa encaminhá-las para os
colegas, mostrar ao chefe, enfim, fazer circular os projetos que você fez.
Se você for enviar uma mensagem direta, tente fazer com que o destinatário se
mova, ou seja, force-o a agir. Apresente-se e aos seus trabalhos e termine
oferecendo alguma vantagem, desconto, bônus em serviço etc. para quem
responder num prazo predeterminado. Outra ideia é que a peça apresente no
final um texto, com opções mais ou menos assim:
Considere também que detalhes fazem uma boa diferença. Assim, para
pequenas tiragens, pense na possibilidade de acabar suas peças artesanalmente
nas horas ociosas que você tiver. Imprima você mesmo cartões ou adesivos.
Empregue cortes, vincos e dobras, feitos com faca Olfa. Use clipes
diferenciados.
Se, por outro lado, sua boa ideia exigir uma produção mais cara, um dinheiro
que você não tem, não desista. Encomende as fotos com aquele ótimo
profissional em troca de seus serviços para ele. Converse com o pessoal da
gráfica. Lembre que suas peças irão também gerar trabalhos para eles.
Coloque créditos para eles nos impressos. Negocie...
Para alcançar esse resultado, aconselho que você faça sempre o exercício de
“sentar na cadeira” do Cliente. Coloque-se na posição dele, tente ver o mundo
com seus olhos, seu mercado, seus problemas, suas pressões por melhores
resultados, seus comprometimentos políticos com a carreira. Desta
perspectiva, você estará dando o primeiro passo para manter seu Cliente fiel.
Muitas vezes temos a percepção, errada, de que ele irá optar sempre por
aquele que apresentar o menor preço. Isso não é verdade... se a diferença entre
eles não for enorme. O que acontece é que ele irá se decidir pelo designer que
demonstrar a maior iniciativa, o maior interesse em conhecer o seu negócio.
Um misto de empatia por você e no tesão que você demonstrar pelo problema
dele serão decisivos na escolha. Por isso, não seja tímido, mostre todo o seu
entusiasmo pelo projeto, sinalize que você estará sempre presente para ouvi-
lo, atendê-lo, aconselhá-lo. Mostre paixão.
Por outro lado, se sua intuição avisar que aquele negócio potencialmente
incrível vai dar errado, pule fora antes que muito tempo seja investido.
Confie no seu coração...
Outro fato importante é posicionar-se como um profissional que irá atendê-lo
em todo o processo. Projetar, mas também ser capaz de dirigir o fotógrafo,
coordenar os serviços de impressão, mantendo-se dentro dos prazos e verbas
acordados, tirando dos ombros dele a responsabilidade por esse trabalho.
Não somos agências de propaganda, que têm contas. Via de regra, trabalhamos
por projeto. Seria muito cômodo para um Cliente fazer conosco um serviço e,
a partir daí, querer que fiquemos disponíveis para atendê-lo num futuro
incerto, sem nenhum comprometimento com o pagamento de nossas obrigações
ao final de cada mês.
Isso é muito importante de ser explicado, porque, à medida que tenhamos
alcançado bons resultados em determinado mercado, como, por exemplo,
moda, restaurantes, finanças, medicamentos, etc., formaremos um bom
portfólio e ficaremos conhecidos como experts nessa área, havendo uma
tendência natural a sermos procurados pelos concorrentes das empresas para
as quais tenhamos trabalhado, em busca de nossa expertise.
3% Se mudam
- Telefonistas e recepcionistas
- Mensageiros
- Representantes/Vendedores
- Gerentes
- Diretores
- Pessoas que não tratam os Clientes com educação, deixam-nos esperando ao telefone, não dão
retorno às suas solicitações ou vivem em reuniões, não sendo acessíveis.
Cada Cliente insatisfeito costuma falar sobre a experiência ruim que teve, com
um enorme efeito multiplicador. Pesquisa conduzida no Brasil pela Arthur
Andersen, divulgada em fevereiro de 99, mostra que apenas 4% dos Clientes
insatisfeitos se dão ao trabalho de reclamar das empresas. Os outros 96% que
não reclamam, relatam, em média, sua experiência negativa para oito ou dez
pessoas.
Mas não são só os Clientes que nos deixam. Devemos também estar
preparados para deixá-los. Temos que exercitar continuamente o processo de
só trabalhar com os melhores, mais rentáveis financeiramente, ou que nos
propiciem a maior satisfação profissional. Nesse sentido, examine no mínimo
uma vez por ano sua lista de Clientes e elimine os 10% piores. Pode dar um
certo receio, ao pensar que estaremos trocando o certo pelo desconhecido,
mas isto é como podar uma árvore: só irá nos oxigenar, abrir um espaço em
nossas vidas corridas para buscar novos desafios.
Separando o joio do trigo
Para facilitar sua tarefa de escolher de que Clientes abrir mão, vão aqui
algumas situações bem comuns:
. O Cliente “gracinha”, que adora tudo que você faz, mas que não cresceu junto
com você, continuando a encomendar trabalhos muito pequenos, que estão fora
de sua escala atual.
. Aquele Megacliente, que você tanto investiu para conquistar, mas que na
prática revelou-se um fanático por reuniões e solicitações de trabalhos que
sempre acabam sendo suspensos. Sobra trabalho, falta faturamento.
. O Cliente que, após receber um layout, começa a alterá-lo indefinidamente.
Faltam informações, sobram refações. Nunca gosta do que você lhe propõe e
vira um “Diretor de Arte”.
. O Cliente que lhe dá sempre um trabalhão para lhe pagar. Atrasa, reclama
dos preços, pede descontos...
Como terminar uma relação
Nunca se sabe o dia de amanhã. Assim, o melhor a fazer é “dar o fora” com
toda a educação e dignidade. Encerre uma etapa ou todo um projeto. Convide
seu Cliente para almoçar. Diga que você esteve analisando sua relação e que
provavelmente os problemas que vocês vêm enfrentando devem-se mais a
você do que a ele...
Coloque tudo como sendo o melhor para ele. Ofereça-se para recomendar um
colega, com perfil mais próximo do que você ache o adequado... Mas atenção:
se o Cliente for realmente um “mala”, não faça isso. Você vai transformar o
colega num inimigo!
Estas fórmulas farão com que você encerre a relação sem muitos traumas,
permitindo-lhe inclusive receber algum dinheiro que porventura tenha ficado
pendente, e a voltar a prestar-lhe serviços no futuro, se for o caso.
Dias de cão
Ao longo de anos, você vai perceber que nem tudo são flores no dia a dia de
um escritório de design. Uma percepção distorcida que costumo presenciar
entre os designers é que, com o crescimento de suas estruturas, seus problemas
irão desaparecer. Isso não é verdade.
Nossos problemas costumam ter uma relação direta com o nosso tamanho.
Para pequenas estruturas, pequenos problemas. Para grandes estruturas,
grandes problemas. Para ajudá-lo, vai aqui uma pequena lista de “pepinos” e
“abacaxis”, que você deve estar preparado para “descascar”.
Para quebrar essa postura, é importante que seu posicionamento vise a fazer
seus Clientes inseri-lo nos projetos na fase estratégica, quando ainda estão
sendo estabelecidas as linhas mestras do trabalho a ser realizado. Quando
você consegue isso, cria um forte diferencial em relação aos seus
competidores. Passa a trabalhar de uma posição mais confortável que a deles,
pois começa a ser visto como um resolvedor de problemas, que alcança
sempre excelentes resultados e resultado é tudo o que os Clientes querem.
Criatividade é uma obrigação. Seus Clientes não se importarão de pagar mais
por seus serviços, porque você é “fora de série”.
Conheça mais o negócio do seu Cliente
Para pensar estrategicamente, é fundamental você ter fortes conhecimentos de
como funciona a cadeia de
produção/vendas/distribuição/exposição/compra/consumo do produto ou
serviço que você irá trabalhar.
Nossos Clientes vivem sob pressão. Seu tempo é cada vez menor, para
cumprir mais tarefas. Raramente têm umas horas livres para visitar seus
pontos de venda. Assim, cabe a você praticar o que chamo de TBC, sigla para
“Tirar a Bunda da Cadeira”, indo conhecer o mercado foco do seu projeto,
muito além do que o Google possa lhe dar.
Em qualquer projeto, você deverá dedicar um bom tempo para conversar com
todas as pessoas que participam de alguma forma dessas atividades, na
empresa que é sua Cliente e nas que compram dela. Saber o que elas realmente
querem, quais seus problemas e expectativas.
Tenha certeza de que o TBC lhe trará uma visão muito mais rica e profunda do
mercado, além de muni-lo de informações superatuais que provavelmente seu
Cliente não tem.
ma das questões que mais ouço serem formuladas por alunos ou jovens
Por outro lado, a regulamentação iria ser um divisor de águas entre os que
fizeram um curso de nível técnico em design (que já são muitos e estão criando
uma boa confusão no mercado), os cursos superiores de curta duração (que
duram cerca de 4 períodos e dão direito a certificados no lugar de diplomas),
ministrados nas escolas superiores, e os que investiram num curso superior.
Iria também dirimir dúvidas quanto à classificação profissional dos designers
que trabalham no serviço público, propiciando-lhes um piso salarial mais
adequado ao nível de sua formação acadêmica, além de permitir a realização
de concursos públicos fechados só para a nossa categoria profissional, no
lugar dos terríveis e conhecidos processos onde concorremos com um monte
de gente que se acha “criativa” e “gosta de desenhar”.
Agora, o mais importante: esse tipo de trabalho tem que ser feito com o
coração. Só o realize se acreditar realmente nas causas que a instituição
abraça, pois sua remuneração será a enorme satisfação de doar-se.
Vá à luta!...
Novos softwares permitem que qualquer pessoa “faça” design. Por isso, temos
que aprofundar nossos estudos de matérias como teoria da comunicação,
psicologia e antropologia, de modo a criarmos diferenciais consistentes e
sermos realmente eficientes em nossas propostas. Temos, enfim, que nos
transformar em intérpretes da nossa rica cultura.
Seja otimista. O mercado de design no Brasil é hoje muito maior do que há dez
anos e certamente muito menor do que será no futuro.
Artigo 2.º – Incumbe ao Designer Gráfico dignificar a profissão como seu alto
título de honra, tendo sempre em vista a elevação moral e profissional,
expressa através de seus atos.
Artigo 15.º – Este Código de Ética Profissional entra em vigor na data de sua
aprovação em Assembléia-Geral da ADG – Associação dos Designers
Gráficos.
Pedido de registro
1. O pedido de registro deverá ser feito em formulário próprio da Escola de
Belas Artes/UFRJ, sendo o requerente inteiramente responsável pelas
informações prestadas, tais como autoria, originalidade, dados pessoais, etc.
1.1 Será exigido um formulário para cada pedido, devidamente preenchido, ou
seja:
1.1.1 do item 2 ao item 14 – registro concedido ao autor.
1.1.2 do item 15 ao item 33 – caso haja cessão de Direitos Patrimoniais.
2. Cada pedido deverá ser acompanhado de duas produções legíveis da obra,
assinadas pelo autor, no tamanho mínimo de 10 cm e máximo de 20 cm, caso
essas reproduções sejam feitas em cópias xerográficas. Fica sob total
responsabilidade do requerente o eventual esmaecimento da impressão gráfica
pela ação do tempo sobre a obra.
2.1 O pedido de registro deverá ser enviado por correio ou entregue
pessoalmente na sala 723 do Prédio da Reitoria – Cidade Universitária – Rio
de Janeiro, RJ.
2.2 Os registros concedidos são devolvidos por correio, registrados, ou
podem ser retirados no mesmo local de entrega.
3. Cada pedido de registro deverá ser acompanhado de cheque nominal à
Fundação Universitária José Bonifácio, ou depósito bancário em nome da
mesma na conta: 957.333-X, agência 2234-9, do Banco do Brasil (001);
código da apostila: 7033-5.
4. Caso haja cessão de direitos patrimoniais deverá haver um contrato de
cessão com assinatura do cedente (com firma reconhecida), assinatura do
cessionário e assinatura e dados de duas testemunhas (nome completo e CPF).
5. No caso de requerimento de registro, feito por procuração, esta só será
aceita com firma reconhecida do outorgante, bem como carimbo do
procurador, caso ele assine o formulário.
6. No caso de o requerente ser estrangeiro e não tiver seu CIC, deverá
apresentar o do seu agente ou representante no Brasil, que ficará responsável
pelo registro.
7. Quando no processo de registro houver documentação em língua estrangeira
será necessária a tradução para língua nacional (português) por tradutor
juramentado (tradução juramentada).
8. Em caso de o autor ser menor de 18 anos, será assistido por responsável
que assinará o requerimento, anotando o nome legível, dados da carteira de
identidade e o CIC.
9. Em caso de indeferimento não haverá devolução de valores.
10. Caso não sejam cumpridas as exigências no prazo de 60 dias a RVD será
automaticamente cancelada e a documentação será arquivada.
11. Qualquer empresa que fizer parte do pedido de registro deverá apresentar
cópia do estatuto ou Contrato Social (última alteração).
OBSERVAÇÃO: Não se esquecer de preencher o final do formulário, bem
como seu verso, pois na falta de qualquer informação o registro será
devolvido para que se possa proceder aos acertos necessários.
Emolumentos
PORTARIA Nº 01 DE 15 DE ABRIL DE 2004.
A Diretora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, no uso de suas atribuições RESOLVE estabelecer os valores abaixo
relacionados, cobrados de acordo com o que prevê o artigo 20 da Lei 9.610,
de 19 de fevereiro de 1998, com recolhimento através de depósito ou cheque
nominal a favor da Fundação Universitária José Bonifácio – FUJB, sendo
vetado o pagamento ou recebimento de qualquer valor em espécie.
4. Averbação------------------------------------ R$ 110,00
Informações
Segundo a lei, obras de “desenho (joias, personagens, logomarcas, etc.),
fotografia, pintura, aquarelas, gravura, escultura e litografia” podem ser
registradas como obras de arte. Arte aplicada também pode ser registrada,
“desde que seu valor artístico possa dissociar-se do caráter industrial do
objeto a que estiverem sobrepostas”. Ou seja, aqui não podem ser feitos
registros de propriedade industrial, que são regidas por outras leis, as de
marcas e patentes.
Papéis
Que documentação deve ser enviada?
O formulário disponível para download, devidamente preenchido, deve ser
anexado a duas cópias em papel, ou fotografias, da obra a ser registrada,
devidamente assinadas pelos autores. A maior dimensão das cópias não pode
exceder 20 cm, e a menor dimensão será de 10 cm.