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O lenhador

Há muito tempo uma floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de


águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que
trabalhava muito para sustentar a família. Ele também se esforçava muito para
ajudar quem pudesse. Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta
adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre com muito
entusiasmo e estava sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto
tivesse saúde e seu fiel machado, conseguia ganhar o suficiente para comprar
todo o pão que a família precisava e podia sempre ajudar a quem precisasse.
Este lenhador era muito bom e só cortava árvores que tinha certeza que não
serviam de moradia para nenhum animalzinho ou insetos e, além disto, a cada
árvore cortada por ele, ele plantava 5 outras árvores, para não agredir tanto a
natureza. Ele tinha muita gratidão a Deus e à natureza.
Um dia, estava ele cortando uma enorme árvore perto do rio. As lascas voavam
longe e o barulho do machado ecoava pela floresta com tanta força que parecia
haver uma dúzia de lenhadores trabalhando. Passado algum tempo, resolveu
descansar um pouco. Ia recostar o machado na árvore para se sentar, mas
tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado
caiu pela ribanceira abaixo, indo parar dentro no rio!
O pobre lenhador olhou para as águas tentando ver o machado, mas aquele
trecho era fundo demais e, o rio continuava correndo, com a mesma tranquilidade
de sempre, ocultando o seu machado perdido.
– O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos?
– lamentou o lenhador.
– Meu Deus, por favor, me ajude - clamou.
Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho uma bela mulher, era a fada do
rio que viera até a superfície ao ouvir o lamento.
– Porque você esta sofrendo tanto? – perguntou, em um tom amável, o lenhador
contou o que aconteceu e ela mergulhou em seguida, tornando aparecer na
superfície segundos depois com um machado feito todo de jade, verde como as
árvores que o lenhador tinha plantado.
– É este o machado que você perdeu? – perguntou a fada.
O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos
com todo aquele jade, mas o machado não era dele, então balançou a cabeça,
dizendo:
– Meu machado não é esse, o meu é menos precioso.
A fada das águas colocou o machado de jade sobre a margem do rio e tornou a
mergulhar, voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
– Talvez este seja o seu machado então! A fada trouxe um machado feito de rubi,
vermelho como o pôr do sol da hora em que o lenhador voltava para casa depois
de trabalhar tanto.
– Não, este vale muito mais do que o meu, que é mais simples! disse o lenhador.
A fada das águas colocou o machado de rubis sobre a margem do rio, mergulhou
mais uma vez, tornou a subir à tona e, desta vez trouxe um machado feito de
diamante branco, o diamante mais raro do mundo.
O lenhador olhou para aquele machado tão belo, mas tornou a falar:
– Não, minha fada, lamento fazer a senhora mergulhar tantas vezes, mas o meu
machado é simples, feito de aço, já bem usado.
A fada colocou o machado de diamantes na margem e mergulhou rapidamente;
desta vez, trouxe o machado do lenhador.
– Esse é o meu! É o meu sim, sem dúvida! Muito grato mesmo, por ter me trazido
o meu machado; agora vou poder continuar a alimentar a minha família! Que
felicidade!
A fada das águas entregou o machado de aço para o lenhador dizendo:
– Aqui está o seu machado, nobre lenhador, e agora também são seus os outros
três machados; um presente de Deus e do rio por você ter sido sincero e dito a
verdade.
E a noitinha, o lenhador voltou para casa e, antes de mostrar à sua família os
presentes que tinha recebido, todos se sentaram à mesa, para orar, para
agradecer à Deus por tudo de bom que eles tinham e por estar continuamente
dando forças para eles continuarem no caminho do Bem.
Enquanto o lenhador rezava, pensava em como poderia ajudar outras famílias
também, com os presentes que recebeu.
Esta história fala de três tesouros, um machado feito de jade, um de rubi e um de
diamante branco, que representam as eras verde, vermelha e branca, onde, no
final, se conseguir se manter sincero e se esforçar bastante, todos conseguirão
receber.

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