Você está na página 1de 74

22/08/2021

Cadeia de Valor
do Gás Natural

Walmir Gomes dos Santos

Objetivo

Apresentar as atividades da cadeia produtiva de gás


natural, com foco nas perspectivas e especificidades do
mercado brasileiro de gás natural.

Objetivo específico:

Explicitar o papel de cada agente participante da cadeia de valor do


gás natural;

1
22/08/2021

Agenda

• Formação do gás natural;


• Origem da utilização do gás natural;
• Produção de gás natural;
• Operações de condicionamento de gás natural;
• Processamento de gás natural;
• Mercado de gás natural;
• Regulação do mercado brasileiro de gás natural;
• Transporte de gás natural;
• Distribuição de gás natural;
• Desafios & Oportunidades para o mercado brasileiro.

Visão geral da cadeia de valor do gás natural


Regulação do
mercado

Condicionamento
de gás natural

Gás oriundo
dos Processamento
reservatórios de gás natural
Produção
Entrada de gás natural

Comercialização Transporte
de gás natural de gás natural

Saída Distribuição
de gás
Entrega do gás natural Importação Gás da Bolívia
para os clientes de gás natural GNL
finais
Armazenamento
de gás natural

Fundamentos
do gás natural

2
22/08/2021

Formação do gás natural

O gás natural é encontrado em formações rochosas subterrâneas, associado a depósitos de carvão ou


em jazidas de hidrocarbonetos, acumulado em rochas porosas, isoladas por rochas impermeáveis.

É originado pela degradação da matéria orgânica por bactérias anaeróbias em camadas muito
profundas da crosta terrestre.

A maior parte do gás natural


acumulado foi formado por
dois mecanismos geradores:

Processo termogênico
&
Processo biogênico

Processo termogênico
O gás natural de origem termogênica é formado a partir de material orgânico
soterrado em grandes profundidades, com altas pressões e altas temperaturas.

Acumulação de
• A matéria proveniente de vegetais, de gás natural
natureza seca, alcança maiores
profundidades, sofre maior aquecimento e
é submetida a maiores pressões,
transformando-se em carvão, xisto e Gás
natural
metano.
Carvão

3
22/08/2021

Processo biogênico
O gás natural de origem biogênica é formado a partir de micro-organismos
metanogênicos em pântanos ou aterros sanitários.

Matéria
• Algas e animais, de natureza Orgânica de
origem animal
gordurosa, não passam por esse
cozimento e originam o petróleo.

• Nos estágios finais de degradação, o Sedimentação


petróleo transforma-se em
hidrocarbonetos voláteis e gasosos,
entre os quais predomina o metano. Querogêneo
Gorduroso

Origem da utilização do gás natural


Assim como o petróleo, o gás natural é conhecido pela humanidade desde os tempos
da Antiguidade.
• Em lugares onde o gás era expelido naturalmente para a superfície, persas, babilônicos e
gregos construíam templos onde mantinham aceso o "fogo eterno".
• Um dos primeiros registros de aproveitamento do gás natural, ocorre na China, no século
XVIII, quando os chineses utilizaram locais de liberação de gás para construir alto-fornos
destinados à cerâmica e metalurgia.

Nova Zelândia
Azerbaijão
Cratera de Darvaza - Turcomenistão
- em 1971, um grupo de geólogos soviéticos foi ao deserto em busca de campos de petróleo....

4
22/08/2021

Origem da utilização do gás natural


• Até o século XIX, o gás natural era considerado um subproduto da produção de petróleo e
sua produção indesejada era um grande problema para descarte.

• O gás natural só passou a ser utilizado na Europa no final do século XIX, com a invenção do
queimador Bunsen e com a construção de equipamentos e gasodutos à prova de
vazamentos.

Tubos soldados em lugar da antiga


conexão “ponta e bolsa”

Utilização do gás natural


Uma questão de segurança operacional

O início da utilização do gás natural como combustível em larga escala só foi


possível com o desenvolvimento de equipamentos térmicos e de vasos de
contenção mais seguros.

“Tanques de Combustível”

5
22/08/2021

Origem da utilização do gás natural


• Embora conhecido pela humanidade desde tempos
antigos, o seu manuseio seguro só ocorreu bem depois
(fim do século XIX);
• Foi quando o homem aprendeu a transportar e utilizar o
gás com mais segurança.

Produção de gás natural


• Etapas de desenvolvimento da produção;
• Obtenção de dados sísmicos;
• Mecanismo de drenagem dos reservatórios;
• Construção e tipos de poços de produção;
• Operações de testemunho;
• Perfil de poços de produção;
• Cimentação de poços;
• Completação de poços;
• Equipamentos utilizados na produção off shore.

6
22/08/2021

Etapas de desenvolvimento de uma região produtora

Esquemático da obtenção de dados sísmicos marítimos


Como tudo começa .... Desenvolvimento de novas áreas de produção

Sísmica no mar – ambiente offshore Sísmica na terra – ambiente onshore

Linha de
detonação geofones

reservatório

7
22/08/2021

Estrutura geológica de acumulação de


hidrocarbonetos

produção

líquidos gás natural


Influxo de fluídos na
coluna de produção

rocha
capeadora

falha
geológica rocha
calcário reservatório

rocha
geradora
Processo natural de migração

Mecanismos de drenagem do reservatório

A redução de pressão do
reservatório ocasionada pela
produção de óleo pode ser
parcialmente compensada pela
descompressão da água e do
gás.

8
22/08/2021

Tipos de poços de produção de


hidrocarbonetos

Aspectos
construtivos

Os diversos formatos de reservatórios exigem a perfuração de


tipos de poços mais adequados à estrutura geológica.

Construção de poços

Tipos de poços

• Poços pioneiros
• Poços delimitadores
• Poços injetores
Cimentação da coluna

9
22/08/2021

Operações de testemunho

Tipo de broca para


operação de
testemunho
Análise de laboratório
Caracterização da porosidade do reservatório

Perfil dos poços

Diversas seções
com diâmetros
diferenciados

10
22/08/2021

Cimentação de poços
Designa-se cimentação o processo realizado em um
poço de petróleo com o intuito de preencher o
espaço anular entre o revestimento e a fim de dar
aderência entre a parede externa do revestimento e
a formação rochosa, de modo a fixar a tubulação e
evitar que haja migração de fluidos entre as
diversas zonas permeáveis atravessadas pelo poço
(THOMAS, 2004).

Camada protetora de cimento entre o tubo da coluna


de produção e a formação rochosa

Esquemático da cimentação de poços


Furo
Pasta de
cimento

Seção
do
poço

coluna
anular

11
22/08/2021

Completação de poços
Consiste no conjunto de serviços efetuados no poço para que o mesmo possa
entrar em operação produzindo hidrocarbonetos com controle e segurança.

Preparação do poço para entrar em produção

• Canhoneio
• Instalação das válvulas de gas lift
• Instalação de equipamentos de segurança para controle do poço
• Instalação da BAP (Base Adaptadora de Produção)
• Condicionamento da coluna (substituição da lama de perfuração)
• Avaliação da qualidade da cimentação
• Instalação da árvore de natal
• Instalação do gravel pack (contenção de areia da formação)

Tipos de plataformas de produção

a) semissubmersível;
b) perna tracionada;
c) tipo bóia;
d) auto-elevatória;
e) fixa por gravidade;
f) tipo jaqueta;
g) trípoda de aço;
h) torre articulada;
i) torre estaiada

Fonte: Revista escola de Minas, Ouro Preto.

12
22/08/2021

Tipos mais utilizados de plataformas de produção


Tipo auto elevável

Tipo FPSO (Floating, Production, Tipo boia


Storage and Offloading)

Tipo semisubmerssível

Tipo fixa por


gravidade
(concreto)

Tipo fixa

Sistema de produção offshore

Riser

ANM
Unidade flutuante de produção

Flow Arranjo
lines submarino
Manifold de
produção

poços

13
22/08/2021

Tipos de árvores de natal utilizadas

Árvore de natal seca

Operações de Condicionamento
de Gás Natural

Tratamento do gás natural no ambiente offshore

14
22/08/2021

Objetivo do condicionamento
Garantir as condições de qualidade mínimas do gás, visando realizar a
transferência do mesmo de forma eficiente e segura, das áreas de
produção até os centros processadores, evitando problemas como
formação de hidratos, corrosão, ação de compostos agressivos e
perigosos ao contato humano.

Também chamado de processamento primário de gás natural.

Etapas do condicionamento de gás natural

 Separação primária
 Depuração
 Remoção de Hg
 Remoção de CO2
 Dessulfurização (remoção de compostos sulfurosos)
 Compressão
 Desidratação
 Injeção de produtos químicos

15
22/08/2021

Separação de Fluidos no ambiente offshore


planta de processamento primário
Vazões de saída
• Petróleo para exportação
• Gás para exportação
• Água para injeção
• Água para descarte
• Sólidos para descarte

Captação de
água do mar
Poço de
Poço de produção
injeção
reservatório (hidrocarbonetos +
contaminantes+ água)

Etapa Separação de Fases


Separação primária dos
Módulo de separação fluidos produzidos

Processamento Gás para


Primário de Exportação,
shoke
Manifold gás gás lift e
de consumo
produção

Separador
primário

Aquecedor Processamento Óleo para


de produção Primário de exportação
óleo

Poços
produtores

Processamento
Primário de Água para
água descarte

16
22/08/2021

Condicionamento de gás natural

Separação Remoção Dessulfurização Compressão Desidratação


primária Depuração de Hg Remoção CO2

produção Remoção de contaminantes


Módulo de
separação Injeção
de fases Gás condicionado Prod.
químicos

disponibilização do gás
para o mercado
Consumo interno ou
Escoamento de gás
Manipulação Exportação
Reservatório gás lift local
natural
utilização
convencional
(dutos de transferência)
LGN
e. elétrica (escoamento
injeção de gás comb. líquidos via gasoduto)
gás comp.

consumo da
unidade de Processamento Gás
produção (Entrega ao mercado) (UPGN)
especificado

Vaso de expansão de água quente


Selagem do vaso
Gás
combustível Gases quentes exaustos
PV
das turbinas Processo de
(geradores e
compressores) cogeração
Vaso de
expansão

TIC

10 kgf/cm2
TT
Água
fria TI
Água
quente
Aquecimento da
produção 180°C Petróleo
Petróleo quente
frio
PRODUÇÃO
TV Aquecedor
de
produção

17
22/08/2021

Separação Primária de Fases

separador de produção trifásico


Gás
úmido

produção
Gás
+
Óleo
+
água

óleo

Água
oleosa

Separadores primários

Separadores de uma unidade


de produção em terra

Separador de um FPSO

18
22/08/2021

Eliminadores de Névoa – TP Vane

TIPO VANE

Uso no vaso separador trifásico


Para separação primária de fases

Vaso depurador
Controle Gás
de
pressão depurado

Eliminador de Seção
névoa crescimento

Seção
entrada
Seção
Gás precipitação
úmido
Placa
defletora
Controle
Seção de nível

drenagem
líquido

19
22/08/2021

Seções do vaso depurador

1) Seção de separação primária


separar a porção principal de liquido livre da corrente de entrada

2) Seção de decantação de gotículas (separação secundária)


atuação da força gravitacional, velocidade baixa e pouco turbulenta

3) Seção de depuração do gás (eliminação de névoa)


Seção de coalescência, remove as partículas pequenas de líquido

4) Seção de drenagem de líquido


Seção de fundo, de eliminação do líquido separado

Eliminadores de Névoa – Wire mesh

conjunto constituído por um colchão de tela fio


metálico, enrolado ou disposto em camadas,
com espessuras de 4” a 6”

Uso no vaso depurador para separação


de gotículas de líquido do gás natural.
Operação de “polimento da separação”

20
22/08/2021

Dispositivos Ciclônicos de Separação Primária

Remoção de mercúrio (Hg)

 Contaminação por mercúrio


 Limite de exposição
 Problemas causados pelo mercúrio
 Remoção de mercúrio do gás natural
 Permutadores a placas

21
22/08/2021

Contaminação por mercúrio (Hg)

O mercúrio metálico se condensa em hidrocarbonetos ou produtos químicos em fase líquida:


 condensado
 água produzida
 rejeitos do sistema de glicol (regeneração em altas temperaturas e descarte para a
atmosfera)
 solubilidade de 2 ppm no óleo e 0,05 ppm na água

O Hg se acumula especialmente:
 separadores
 sistema de remoção de H2S/CO2
 sistema de desidratação de gás
 elementos filtrantes e tubulações.

Limite de exposição humana:


 0.05 mg/Nm3 (50 micrograma por metro cúbico) no ar para 8 horas de trabalho

Caixa Fria de UPGN (contaminação por Hg)

Saída P-02
Saída P-02
Chapa rompida

22
22/08/2021

Remoção de mercúrio de gás natural


• Quimissorção em carvão ativo saturado com enxofre

Formação de => HgS (Sulfeto de Mercúrio)

Problema: descarte do leito saturado

Gás natural
+ Hg

Leito: carvão
Leito
ativado
acumula
saturado em
HgS
sulfetos

Gás
natural
tratado

Remoção de mercúrio de gás natural

Outras tecnologias utilizadas para remoção de mercúrio do gás natural:


 Peneiras moleculares,
 Óxido de zinco tratado com enxofre,
 Leitos de sulfetos metálicos ou alumina

O mercúrio é um poderoso contaminante para vários catalisadores utilizados no refino


de petróleo

23
22/08/2021

Planta de remoção de mercúrio de gás natural


(Bolívia)

Remoção de gases ácidos


DEFINIÇÃO

CO2
gases ácidos
H2 S

 CO2 : presente na composição do gás


 H2S : presente na composição do gás e gerado por ação de
bactérias sulfato-redutoras

EFEITO INDESEJADO

 CO2, H2S => corrosão (em presença de umidade)

 H2S => tóxico

24
22/08/2021

Etapa Dessulfurização
O processo de dessulfurização de gás natural no condicionamento tem como objetivos principais:

• Segurança operacional
• Segurança de manuseio (proteção pessoal)
• Proteção dos equipamentos

ppm vol EFEITOS DO H2S


de H2S

0,01 – 0,15 Limite da detecção do odor

10 Máxima concentração permitida para exposição prolongada

100 – 150 Pode causar enjôos e fraqueza após 1 hora

> 200 Perigoso após 1 hora

> 600 Fatal após 30 minutos

> 1000 Morte imediata

O H2S é quase duas vezes mais tóxico que o CO e quase tão tóxico quanto o HCN

REMOÇÃO DE CO2 E DESSULFURIZAÇÃO COM MEA

 É o processo de absorção química que utiliza a monoetanolamina (MEA)


como solvente.
 É o processo mais utilizado para tratamento de gás natural, principalmente
se o mesmo tiver altos teores de gases ácidos.
 Tem como características principais, a necessidade de baixas taxas de
circulação de solvente, fácil remoção de H2S, devido a sua grande afinidade
com o mesmo e boa eficiência do processo (mesmo quando submetido a
baixas pressões).

OBS: Este processo utilizado para dessulfurização também serve para remoção
de CO2

25
22/08/2021

REAÇÕES DE NEUTRALIZAÇÃO DOS COMPOSTOS ÁCIDOS

Reações de neutralização dos compostos ácidos do gás natural

Neutralização do H2S: 2 (HOC2H4NH2) + H2S ↔ (HOC2H4NH3)2S

Neutralização do CO2: 2 (HOC2H4NH2) + CO2 + H2O ↔ (HOC2H4NH3)2CO3

MEA Compostos
Regra da química: (base)
+ ácidos do GN
= Sais instáveis

Reações reversíveis por ação de calor

Vantagens da neutralização com aminas reversibilidade das reações

Etapa de Dessulfurização – Esquemático

Gás dessulfurizado
Solução de MEA “doce”
regenerada

Vapores com Lavagem do gás com solução de


recheio
H2S & CO2 monoetanolamina em ciclo fechado
O calor regenera a MEA

Regeneração
calor
da MEA
Gás
ácido
H2S & CO2

MEA + prod.
neutralizados

150

26
22/08/2021

Sistema de remoção de gases ácidos


utilizando aminas condensador
H2S + CO2

gás doce vaso


refluxo

amina pobre
tocha amina

torre torre
contactora “stripping”
gás ác.
depurador reboiler
entrada

amina rica

resfriador vaso
amina pobre separador
vaso acumulador
amina

Filtros
trocador
amina pobre x rica

Formação de Hidratos

Principal problema acorrido durante a transferência e


Processamento do gás natural:

Formação de Hidratos

Mas... O que é Hidrato ??

27
22/08/2021

Descrição do Hidrato
• Processo de solidificação (congelamento)
Descrição física:
• Moléculas de água dão rigidez à estrutura

Moléculas de metano ficam


presas nas “armadilhas” ou
cavidades (chamadas traps)
formadas pela estrutura rígida
de água na fase sólida

Fator de encolhimento: igual ao GNL


Efeito de redução das forças de
repulsão intermoleculares (efeito
“parede”)

Trap

Hidrato: gelo que “queima”

Lembrando...

Faixa de inflamabilidade
do gás natural:
5% a 15%

Experiência com queima de hidrato


(combustão do metano preso na
estrutura do hidrato)

28
22/08/2021

Formação de hidrato no ambiente de


produção offshore

Fatores relevantes para a formação


de Hidratos

Fatores que favorecem a formação de hidratos:

 Baixa temperatura
 Alta pressão
 Presença de água (separada ou em equilíbrio)
 Baixo teor de pesados
 Presença de sólidos particulados

29
22/08/2021

Local provável de formação

• Pontos de mudança de fluxo das tubulações


• Pontos de instalação de acessórios (válvulas)

gás Acúmulo de
cristais
“sementes”

Exercício - Movimentação de Gás Natural


Plataforma A Transferência Plataforma B
de Gás
saturado
Temp. 40 °C

Pressão 7850 kPa


(~80 kgf/cm2)

Resposta:
Condições de Ábaco de J J Maketta
transferência

Temp. 4 °C

Pressão 7850 kPa


(~80 kgf/cm2)
gasoduto
Leito marinho

30
22/08/2021

Quant. Água
(mg/m3 gás) ÁBACO J. J.
Isóbaras
(kPa)
MACKETTA

Diferença:
860 litros
de água por
106 m3 de
gás

1000 7850 kPa


mg/m3
~80 kgf/cm2
7850 kPa
~80 kgf/cm2
140
mg/m3

40 oC

4 oC
Temperatura
(°C)

Exercício - Movimentação de Gás Natural


Plataforma A Plataforma B
Gás saturado

Temp. 40
°C
Pressão 7850 kPa
(~80 kgf/cm2)

860 litros de
água por milhão
de metros
cúbicos de gás
escoado no duto

Provável formação de hidratos

Temp. 4 °C

Pressão 7850 kPa


(~80 kgf/cm2)

Leito marinho

31
22/08/2021

Medidas Preventivas

Injeção de inibidores
• Tem melhor efeito quando injetado antes do início da formação do hidrato

• Melhor forma de se evitar a formação de hidratos é escoar e processar apenas gás


seco com ponto de orvalho especificado para as condições operacionais do sistema.
(ponto de orvalho abaixo da menor temperatura que o gás será submetido na unidade)

• O inibidor de hidratos se combina com a água livre, diminuindo a temperatura em


que o hidrato se forma
• Deve ser injetado na corrente gasosa, antes que seja atingida a temperatura de
formação de hidrato

• O ponto de injeção deve permitir a maior dispersão possível no gás, com a utilização
de bicos nebulizadores

Injeção de Álcool
instalação de bico nebulizador

ETANOL

BICO
NEBULIZADOR
CANETA
REMOVÍVEL
TUBULAÇÃO

GÁS

CONE
CHEIO

32
22/08/2021

Exemplo de ocorrência de Hidratos


GASODUTOS

Exemplo de ocorrência de Hidratos


UNIDADES DE PROCESSAMENTO

Ocorrência de hidrato na válvula de controle de nível

33
22/08/2021

Métodos de remoção de Hidratos

Processo de aquecimento: Mais eficiente e mais usado em unidades de


processamento de gás. Baseia-se no aumento da temperatura até valores
acima da formação do hidrato.

Processo de descompressão: Utilizada para decompor hidrato formado em


gasodutos, não é uma prática usual em unidades de processamento de gás.
Baseia-se no abaixamento da pressão até atingir valores inferiores a pressão de
formação do hidrato.

Após a utilização de qualquer dos métodos, torna-se necessário o uso de


inibidor de formação de hidrato para a retirada da água líquida, do contrário,
o hidrato poderá vir a formar-se novamente.

Etapa de Desidratação

Finalidade da desidratação:

A função da desidratação do gás natural é especificar o teor de umidade do gás


tratado para fins de escoamento para terra, gás lift e gás combustível, evitando a
formação de hidratos nestes sistemas.

O gás natural oriundo de qualquer formação encontra-se saturado com vapor


d’água.

Utilização de um agente desidratante por contato físico entre as fases.

34
22/08/2021

Etapa de Desidratação - Esquemático

Gás seco
Solução de TEG
regenerada

Lavagem do gás com TEG


Vapores
para retirada de água
de H2O recheio
processo de adsorção física

Regeneração
calor
do TEG
Gás Vapor
d’água em
úmido equilíbrio

TEG + água
absorvida

Diagrama da Unidade (*) Vent para lugar


seguro

Vapor d’água
tocha Gás stripping
Gás seco

Teg rico serpentina


condensador
Teg pobre hot TEG

regeneradora
absorvedora
Gás recheio
recheio comb. refervedor
resistência
Cold
separador TEG
FT
2º. estágio
Gás
úmido stripping

surge
Gás comb.
condensado
água FT
sump
condensado

35
22/08/2021

Recheio Estruturado

Recheios metálicos

Gempak

Flexipak

Mellapak

Recheio Randômico

Recheios
randômicos
cerâmicos

Anel de
Raschig

Sela Berl

Interlox

36
22/08/2021

Processamento de Gás Natural


[ A garantia da qualidade do gás natural ]

 Especificação do gás natural para venda;


 Estrutura das unidades de processamento;
 Produtos gerados;
 Processos termodinâmicos usados para especificação de gás natural;
 Efeito Joule-Thomson;
 Processo de Refrigeração Simples;
 Processo Absorção Refrigerada;
 Processo Turbo-Expansão;
 Unidades de processamento de condensado de gás natural;
 Tratamento de produtos gerados pelo processamento.

Processamento de Gás Natural


OBJETIVO

 Especificar o gás natural para venda, conforme a Resolução


nº16 da ANP.

OBS: A Resolução nº16 substituiu a Portaria nº104 em 17/06/2008.

37
22/08/2021

Analogia com o Refino de Petróleo


REFINARIA DE PETRÓLEO

Produção
&
Separação Petróleo

Gás
Fase do
Midstream

Produtos especificados para


consumo

Atendimento ao mercado
UPGN

Produtos Gerados
COMPONENTES PROCESSAMENTO
GÁS NATURAL (SEPARAÇÃO) FRAÇÕES PRODUTOS

H2O N2
N2 CO2 .........GÁS ESPECIFICADO
CO2 H2S CO2 C1
C1
C2 .........ETANO PETROQUÍMICO
C2
C3 C3
C4 C4 .........GÁS LIQUEFEITO DE
PROCESSAMENTO
C5 PETRÓLEO (GLP)
C6
C7 C5
C8 C6
. C7
H2O Hg
. C8
.
. ............GASOLINA NATURAL
Cn . (C5+)
.
Separação dos não
hidrocarbonetos Cn

38
22/08/2021

Dados do processamento de gás natural


• Capacidade nominal de processamento de gás natural: 107 milhões de m3/d;
• Gás natural processado em 2019: 61,4 milhões de m3/d;
• 14 polos de processamento;
• Principais polos de processamento:
• Cabiúnas, Cacimbas, Caraguatatuba, Urucu.

Produção: (2019)

• GLP: 3,3 milhões de m3;


• C5+: 1,2 milhão de m3;
• Etano: 283 milhões de m3;
• Propano: 783 mil m3;
• Gás especificado para venda: 21 bilhões de m3.
Fonte: ANP, 2020

Tecnologias utilizadas para


processamento de gás Natural
Processos termodinâmicos utilizados em unidades de processamento de
gás natural:

• Efeito Joule-Thomson
• Refrigeração simples
• Absorção refrigerada
• Turbo-Expansão
• Processos combinados

39
22/08/2021

Processo Joule-Thomson

Gás
GN especificado
para venda
Compressão Separação
inicial Resfriamento Expansão
de fases
(opcional) (válvula de
controle de
pressão)
LGN para
estabilização

A redução de temperatura gera uma fase líquida, formada pelos componentes mais pesados
do gás natural (LGN);

Este líquido é separado em um vaso separador:


O gás é entregue aos clientes
O líquido precisa ser estabilizado, antes da destinação final

Processo Refrigeração Simples


Gás
especificado
para venda
GN

Injeção Refrigeração Separação Separação


Resfriamento
de MEG a propano de MEG de fases

MEG

LGN

C3+
C3/C4 (GLP)

Fracionamento

C5+

40
22/08/2021

Processo Absorção Refrigerada


Gás
especificado
para venda

Injeção Refrigeração Separação Absorção


GN Resfriamento a propano
de MEG de MEG Fração C3+

MEG

LGN etanizado + óleo de absorção

C3/C4 (GLP)
C3+

Desetanização Fracionamento Desbutanização

C5+
C2

Processo Turbo-Expansão - Diagrama de blocos


Compressão
final
Dois trens específicos nem sempre juntos no mesmo site
Primeiro: separação de C1 e LGN etanizado C1
GN Compressão
inicial Segundo: fracionamento do LGN

entrada Recuperação de líquido

GN Dessulfurização Desidratação Refrigeração Expansão Desmetanização

Energia

Compressão LGN
Regeneração Ciclo propano Inicial ou
peneiras final
Sistemas auxiliares
C5+
Fracionamento de líquido

Deisopentanização Desbutanização Despropanização Desetanização


(opcional)

iC5 C4 C3 C2

41
22/08/2021

Tratamento de produtos gerados a partir do processamento


do gás natural
Processo sulfatreat®  Remoção de compostos de enxofre

LEITOS DE SULFATREAT® Gás tratado

água

Gás saturado

Gás
natural

água Leitos formados por óxidos sintéticos de ferro

Odoração de Gás Natural

Reservatórios de Pontos de injeção


odorante

42
22/08/2021

Tratamento Cáustico de GLP

NaOH NaOH H2O SÍLICA

GLP GLP
CORROSIVO TRATADO

Armazenamento de Gás Natural

• Balanço entre produção e consumo;


• Tipos de reservatórios de gás;
• Oscilações de consumo – Peak shaving;
• Construção de reservatórios “não naturais”.

43
22/08/2021

Uso do GNA para garantia do abastecimento do


mercado consumidor
O GNA é usado para Balanço da produção x consumo, sem a utilização de
armazenamento de gás natural.

PRODUÇÃO
GA
= CONSUMO
O GNA modula e
ajusta a relação
PRODUÇÃO Ajuste de produção/consumo
GNA vazão

O GNA confere a garantia de abastecimento do mercado de gás natural.

Armazenamento de gás natural

PRODUÇÃO = CONSUMO
O armazenamento
+ modula e ajusta a
relação
produção/consumo
ARMAZENAMENTO

Tipos de reservatórios mais usuais usados para armazenamento de gás natural:

• Cavernas salinas;
• Reservatórios de petróleo depletados;
• Aquíferos insalubres.

44
22/08/2021

Armazenamento de gás natural


Oscilações de consumo:
- Dia-noite;
- Horários de pico;
Vazão - Dia útil-final de semana;
de gás - Verão-inverno.
Peak
(consumo) Shaving

Vazão
nominal de
consumo
Períodos de
armazenamento
Peak Shaving  Picos de
demanda
Tempo

A função Armazenamento funciona como um “capacitor” do sistema, absorvendo flutuações de


consumo.

Armazenamento de gás natural

Tipos de reservatórios utilizados: (naturais adaptados)

• Cavernas salinas;
• Reservatórios de petróleo depletados;
• Aquíferos insalubres.

Menos comum: (artificial)

 Cavernas escavadas na rocha impermeável ou depósitos de sal

45
22/08/2021

Construção de reservatórios “não naturais”


para gás natural
Locais escolhidos: normalmente próximos ao litoral, com geologia favorável.

Distância
crítica
Solução salina em alta
concentração.
Água
do
mar

Camadas
salinas

Transporte de gás natural

• Escolha do modal de transporte mais adequado;


• Modal de transporte dutoviário de gás natural;
• Conceito de Rede integrada de movimentação de gás natural;
• Gasodutos da Malha brasileira de transporte de gás natural;
• Estações de compressão de gás natural;
• Estações de transferência de custódia (PEs);
• Módulos dos Pontos de Entrega;
• Centro integrado de controle de operações;

46
22/08/2021

Transporte de gás natural


Milhões Escolha do modal mais adequado
de m3/d
Condições ótimas
para transporte:
1500
Grandes
Vazão de gás PIPELINE LNG quantidades
movimentada 300 por grandes
distâncias.
165
GAS TO LIQUIDS
Dois fatores
importantes para a
33
escolha:
Vazão movimentada
NÃO ECONÔMICO
Distância
16 ELECTRICITY Pequenas quantidades
GTW a grandes distâncias

1000 2000 3000 4000 5000 km


Distância do mercado consumidor

Transporte de gás natural


Conceituação da atividade de transporte dutoviário de gás natural

Consiste da movimentação do gás natural ESPECIFICADO para venda oriundo de Pontos de


Recebimento (saída das UPGNs ou da fronteira, no caso de importação) até os pontos de entrega do
gasoduto de transporte.

A infraestrutura brasileira para transporte de gás natural é bastante incipiente:


• Extensão total da malha de transporte: cerca de 9.409 km (considerando o GASBOL);
• Cerca de 187 Pontos de Entrega de gás (PE) para companhias distribuidoras estaduais de gás;
• Cerca de 30 Pontos de recebimento de gás;
• Cerca de 33 Estações de Compressão de Gás Natural (ECOMP);
• Cerca de 70 Gasodutos e ramais de maior porte e suas faixas de passagem;
• Três Terminais de revaporização de gás;
• Centro de controle remoto das operações;
• Estações de PIGs, de válvulas, de distribuição;
Dados: EPE, agosto/2019

47
22/08/2021

Rede integrada de movimentação de gás natural


Importação
via gasoduto Estação de Ramal
distribuição de para
gás entrega

clientes PE
Transporte marítimo E
de GNL D PE clientes
Terminal clientes G
PE
PE clientes
GNL
Estação de armazenamento
Gasoduto de Gasoduto de compressão
transporte distribuição
GN +-
Gás
UPGN PR PR PR
nacional

Ramal Gasodutos de
para transporte
clientes entrega clientes
PE
PE PE clientes

Interconexão
(outras redes)
clientes Redes de
clientes
distribuição

Gasodutos da malha de transporte de gás natural no Brasil

Características principais:

Gasodutos localizados apenas no


litoral;

Malha norte isolada (grande injeção


de gás);

Interligações de redes:
Interligação sudeste-nordeste
Interligação com Bolívia –Brasil.

48
22/08/2021

Estações de compressão de gás natural - ECOMPs

ECOMP Campo Grande – MS


Gasoduto Bolívia-Brasil

Estações de compressão de gás natural

• As Estações de compressão são utilizadas para proporcionarem a elevação da


pressão do gás natural durante seu escoamento através do gasoduto;
• Basicamente, restabelecem a energia de pressão que é reduzida pela perda de carga
inerente ao escoamento;

• Um gasoduto de grande extensão pode ter várias estações de compressão ao logo do


seu comprimento.

ECOMPs

ECOMPs
gasoduto

49
22/08/2021

Estações de compressão de gás natural

• As ECOMPs Podem ser requeridas para as mais variadas condições de operação, de


modo que toda a sua sistemática de especificação, projeto, operação e manutenção,
depende da sua aplicação;

• Utilizam como equipamentos principais, conjuntos de compressores de gás natural e


acionadores, normalmente turbinas a gás.

Gás
natural

Equipamentos principais das estações de compressão


de gás natural
• Os compressores das ECOMPs são normalmente acionados por turbinas a gás, que consumem
gás do gasoduto (chamado de Gás de Uso do Sistema – GUS);

• Este gás normalmente é fornecido por contrato pelo carregador ao transportador;

• O GUS é medido e o seu valor é informado ao carregador, para controle e balanço de massa
no gasoduto.

Exemplo de equipamentos utilizados


Turbina Solar
Taurus 70

Compressor
C334EL

50
22/08/2021

Interligação da ECOMP com o gasoduto

Entrada Saída
(Sucção) (Descarga)
Gasoduto de By pass
transporte

Recuperam a energia de pressão


AR
perdida pela resistência ao fluxo do gás
(perda de carga, devido ao fluxo).

turbina compressor

Operação contínua ou intermitente, em função da vazão de gás transportada;

Estações de transferência de
custódia de gás natural
PE exclusivo

Pontos de Entrega
- PE

Ponto de Entrega de gás natural


da UTE Mário Lago – RJ.

51
22/08/2021

Estações de transferência de custódia

• Permitem a entrega do gás natural pelo transportador ao distribuidor de forma segura e


controlada;

• É o ponto físico de transferência de custódia entre as atividades de transporte e


distribuição de gás natural;

• Possui vários skids de equipamentos, cada um com uma função específica;

• Permite a adequação da diferença de pressão de operação entre os dutos de transporte


(alta pressão) e de distribuição (baixa pressão);

• Permite a mensuração das vazões e da qualidade do gás natural entregues ao distribuidor,


visando o faturamento da comercialização do produto.

Estações de transferência de custódia

Fronteira entre as atividades de transporte e distribuição de gás natural.

Ponto de entrega

52
22/08/2021

Equipamentos utilizados nos PEs

Aquecedor de gás natural Filtros de gás natural

Estações de distribuição de gás natural

As Estações de Distribuição de Gás Natural (EDGs) têm a finalidade de concentrar


em um mesmo local físico, a flexibilidade operacional da distribuição de gás para
malhas de distribuição distintas, inclusive com atendimento de diferentes requisitos
em termos de vazão, pressão e especificação do produto.

• Seria uma espécie de distribuidor no “atacado”, porém no entanto, ainda dentro da


atividade de transporte de gás natural;

• Pode ser entendida como um ponto de despacho de gás natural.

53
22/08/2021

Estações de distribuição de gás natural

medições
Scrappers Malha de distribuição “A”
P1
ERP-1

Malha de distribuição “B”


Malha de distribuição “C”
Gasoduto de P2
transporte ERP-2

Malha de distribuição “D”


Malha de distribuição “E”
P3
ERP-3

Malha de distribuição “F”

EDG

Centro Integrado de Controle Operacional

• O centro de controle opera os equipamentos e


instrumentos instalados nas áreas operacionais de
forma remota, a partir da central de controle, sem
a necessidade de interferência humana (em
condições normais de operação);

• Obviamente, as manutenções preventivas e


corretivas continuam sendo necessárias;

• Inspeções periódicas para a garantia da


integridade dos equipamentos e sistemas também.

54
22/08/2021

Principais atividades do Centro


Integrado de Controle Operacional
• Monitora todo o sistema de transporte;
• Controla os estoques dos gasodutos;
• Controla volumes de gás entregue e recebido;
• Controla o valor das variáveis de processo;
• Opera equipamentos de forma remota (inclusive equipamentos de segurança);
• Recebe dados do campo (pressão, vazão, temperatura, posição de válvulas e
equipamentos,...);
• Envia comandos para o campo;
• Liga/desliga equipamentos;
• Abre/fecha válvulas;
• Faz registros das entregas e recebimentos de gás natural;
• Faz registros das informações sobre a qualidade do gás natural.

Comunicações do Centro Integrado de Transmissão de dados:


Controle Operacional com o campo - vazão
- Pressão
- Temperatura
-Posição atuadores
- Indicações L/D; A/F
- ...

Transmissão
das variáveis
Ativos da Malha de controle
de transporte e sinais de
comando
Centro
Integrado de
Controle
Recebe: Envia:
Sinais de comando Sinais de comando

55
22/08/2021

Distribuição de gás natural


• Conceituação da atividade de distribuição de gás natural;
• Redes de distribuição de gás natural;
• Equipamentos usados nas redes de distribuição;
• Companhias de distribuição de gás natural - CDLs;
• Dados das companhias de distribuição;
• Modelo de composição das companhias distribuidoras;
• Agencias reguladoras estaduais.

Distribuição de gás natural

• A atividade de distribuição de gás natural consiste na entrega do produto ao


cliente final, de forma pulverizada e abrangente;

• É a última etapa física da cadeia do gás natural e aquela que finaliza o processo
de transformação do gás em valor para a sociedade;

• Esta etapa da cadeia é realizada pelas CDLs, Companhias de Distribuição de Gás


canalizado, que operam sob concessão dos Estados em que se localizam.

56
22/08/2021

Redes de distribuição de gás natural


• As redes de distribuição transportam volumes menores de gás natural a menores pressões,
com tubulações de diâmetros menores que do gasoduto;

• Recebe o gás dos gasodutos de transporte e o leva até as indústrias, centros urbanos e por
fim, até as residências;

• A rede de distribuição de gás natural é tão importante quanto as redes de energia elétrica,
telefone ou água e contribuem para facilitar a vida das pessoas e impulsionar o comércio e as
indústrias.

• As redes de gás natural contam com diversos sistemas de segurança, entre os quais, válvulas
de corte por excesso de fluxo e válvulas de corte por baixa pressão.

• A operação das redes tem supervisão 24 h/d a partir de um centro de controle de distribuição,
a exemplo da malha de transporte.

Características das redes de distribuição


• Baixa pressão –operam com pressões mais baixas do que os dutos de transporte, por
questões de segurança (localizadas dentro de cidades e áreas densamente povoadas);

• Baixa vazão de gás – ramais são distribuídos em uma região, com tubos de pequenos
diâmetros (mais seguros). Visam não interromper o fornecimento de gás de muitos
consumidores quando ocorre bloqueio de um ramal específico;

• Forma de anel – redes são construídas em forma de anel, possibilitando alimentação por
mais de um ponto  garantia de continuidade do abastecimento;

• Reforço estrutural em pontos notáveis - travessias de estradas, rios, linhas férreas e


outros, utilizam reforço estrutural:

São utilizados tubos camisa, instalados na passagem;

 tubulação de gás passa por dentro do tubo camisa.

57
22/08/2021

Modelo rede de distribuição de gás natural

Companhias de distribuição de gás natural

Estados sem distribuidoras


Fonte: ABEGAS
Estados sem distribuição de gás

58
22/08/2021

Modelo de composição das Cias Distribuidoras

• Década de 90, estados instituíram suas distribuidoras de gás canalizado, habilitadas a


distribuir gás aos consumidores finais, mediante concessão;

• A garantia da exclusividade na comercialização permite às vencedoras da licitação


investirem na ampliação das malhas de distribuição;

• Modelo de composição acionária das distribuidoras  padrão tripartite:

• Governo estadual controla a distribuidora : 51% do capital;

• Gaspetro (subsidiária da Petrobras, em processo de venda): 24,5%;

• Iniciativa privada: 24,5% restantes.

• Excetuam-se a essa regra o Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São
Paulo  composição acionária das distribuidoras não obedece a esse modelo.

Constituição das Agências reguladoras

Agência reguladora: entidade jurídica de direito público interno, constituída


sob a forma de uma autarquia especial da administração indireta.

 finalidade de regular e fiscalizar as atividades de serviços públicos executados


por empresas privadas,

Mediante concessão, permissão ou autorização

(setores de energia elétrica, telecomunicações, petróleo & gás e outros).

59
22/08/2021

Atuação das Agências reguladoras


Regulam a atividade de distribuição Agencia
Arbitram conflitos entre
/comercialização de gás natural dentro reguladora
estadual “distribuidora”e clientes
de cada estado

cliente cliente cliente cliente

Custódia da Custódia da
transportadora distribuidora

PE cliente

cliente cliente cliente


Aqui temos a distribuidora no
papel da comercializadora

Comercialização de gás natural


• Conceituação da atividade de comercialização de gás natural;
• Regulação da comercialização de gás natural;
• Modalidades contratuais;
• Cláusulas contratuais básicas;
• Contrato de importação de gás da Bolívia;
• A cláusula take-or-pay;
• Suprimento de gás para térmicas do PPT;
• Precificação do gás natural no Brasil.

60
22/08/2021

Conceituação da atividade de
comercialização de gás natural

• A comercialização de gás natural envolve a compra da molécula nos produtores


ou importadores e a venda da mesma ao consumidor final, através do
comercializador varejista;

• Os comercializadores utilizam as instalações dos transportadores e distribuidores


para entregar o gás aos seus clientes finais, pagando pela utilização dos ativos de
transporte e distribuição e obtendo seus lucros com a atividade de
comercialização.

Conceituação da atividade de comercialização


de gás natural
Atuação da ANP Atuação das
como agente agencias estaduais
regulador como agentes
reguladores

Ambiente Transferência de Ambiente


federal custódia do gás estadual

Gasoduto de Gasoduto de
transporte distribuição
PE Por questões de porte do
mercado brasileiro, a
distribuidora acumula a função
- Operação da - Operação da da comercialização do gás nos
transportadora; distribuidora; estados.
- “posse” fiscal - “posse” fiscal do
do gás do gás do
carregador. comercializador
estadual.

61
22/08/2021

Modelo brasileiro de comercialização


de gás natural
• Modelo estabelecido pela ANP  atividades de distribuição e
comercialização de GN são distintas;

• Na prática , não funciona assim: Companhias Distribuidoras Locais de gás


canalizado ( CDLs) exercem as duas atividades;

• Diferença entre essas atividades:

• A primeira contempla a construção, operação e manutenção das redes de


gasodutos de distribuição de gás canalizado;

• A segunda considera a compra de gás de um carregador, e sua venda posterior


aos consumidores finais (comercialização, propriamente dita).

Modalidades contratuais
Firme Inflexível: Suprimento de gás natural não pode ser interrompido;

Firme Flexível: Fornecedor pode interromper o fornecimento de gás, mas deve oferecer outro
combustível (mesmo preço do gás) em substituição ao gás não entregue (prazo para aviso: 120
dias);

Interruptível: Suprimento pode ser interrompido pelo fornecedor, em função do despacho


térmico. Cabe ao cliente substituir o combustível. O gás é oferecido com menor preço;

Preferencial: o consumidor é que detém a prerrogativa de interromper o fornecimento. É


interruptível apenas pelo cliente, estando o fornecedor obrigado a providenciar o suprimento de
gás quando demandado.

 Deve predominantemente ser destinado ao consumo termelétrico;

Contrato de Curto Prazo: (Leilões de curto prazo, motivados pela sobra do gás térmico).
Lotes mensais até 180 dias. Desconto no preço do gás.

62
22/08/2021

Cláusulas Contratuais Básicas dos


Contratos de Gás Natural
Cláusulas comuns a todos os contratos (contrato padrão regulamentado).

• Partes Contratantes; • Preço;


• Definições; • Faturamento e Forma de
• Objeto do contrato; Pagamento;
• Quantidade e Compromisso; • Garantia de Pagamento;
• Pagamento mínimo; • Medição;
• Início do Fornecimento; • Força Maior;
• Especificações do Gás; • Rescisão Contratual;
• Ponto de Entrega; • Vigência e Prorrogação;
• Condições de Entrega do • Domicílio Legal e Notificações;
Gás; • Solução de controvérsias.

Contrato de importação de gás da Bolívia

• Os contratos de fornecimento de gás boliviano com validade até 2019, (a maior


parte) foram validados até o final deste ano;
• O contrato prevê o fornecimento de até 30 milhões de m3/d, com uma cláusula
de take or pay, que obriga o importador a pagar no mínimo 80% da
quantidade máxima do contrato (24 milhões de m3/d) (mesmo não utilizando
todo o gás);
• A companhia Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) é a
responsável pela operação do trecho brasileiro desse gasoduto;

• Todo o gás até então consumido nos estados da região sul do país é proveniente
da Bolívia e movimentado pelo GASBOL.

63
22/08/2021

O contrato Take or pay


• Estabelece a obrigatoriedade de compra de uma quantidade mínima de gás,
independentemente deste consumo se realizar;

• Mesmo que o comprador tenha programado quantidades inferiores ao


estabelecido no contrato, este se compromete a pagar um volume mínimo de
gás naquele período, (tendo a possibilidade de retirá-lo posteriormente);

• Em geral, esse compromisso fica na faixa de 70% a 80% do valor nominal


diário do contrato;

• É previsto o repasse dos compromissos assumidos ao longo da cadeia do gás


natural até a sua chegada ao consumidor final;

• Dessa forma, é garantido o retorno do investimento de todos os atores da


cadeia de gás natural.

Contratos de suprimento de gás para


Termelétricas

• O preço do gás para as usinas termelétricas do Programa Prioritário de


Termeletricidade - PPT do MME foi diferenciado, conforme estabelecido pela
Portaria MME/MF 176/2001;

• Segundo esta, o preço a ser cobrado seria único em todo o País,


independentemente de sua origem (um valor bem abaixo do preço médio
nacional, em torno de US$4/MMBTU).

Preço do Gás Natural - Programa Prioritário Termelétrico (PPT)


[US$/Milhão BTU]
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
4,55 4,53 3,96 3,94 4,18 4,22 4,16 4,25
Fonte: Boletim do gás natural

64
22/08/2021

Precificação atual do gás natural no Brasil

• Até 1999,  Portaria DNC 24/1994 estabelecia um valor máximo para o preço do gás,
equivalente a 75% do preço do óleo combustível tipo A1;

• 2000  Portaria Interministerial do MME/MF n. 003;


• Define preços máximos de venda do gás nacional para concessionárias de gás
canalizado conforme a seguinte equação:

Pm = Pgt + Tref

Pm: preço máximo;


Pgt: preço referencial do gás natural na entrada do gasoduto de transporte;
Tref: tarifa de transporte de referência entre os pontos de recepção e entrega.

Divide o preço do gás em 2 partes: commodity e transporte.

Precificação atual do gás natural no Brasil

Commodity – Parcela destinada a remunerar o produtor.


 inclui todos os custos e a remuneração referentes à produção, transferência e
processamento do gás natural até a entrada do gasoduto de transporte;
 Corrigida trimestralmente em função da variação de uma cesta de óleos combustíveis
com cotações na Europa e no US Gulf e da variação do câmbio.

Transporte – Cabe à ANP estabelecer o preço desta parcela.


 inclui todos os custos e a remuneração dessa atividade;
 Tem como base o valor estimado dos ativos de transporte, de acordo com o custo de
reposição da malha de transporte;
 A composição dessa parcela considera a distância entre produtor e consumidor.

65
22/08/2021

Precificação atual do gás natural no Brasil


Fontes Mercados
diversas distintos
Composição de
preços do gás
nacional
Gás domestico Energia elétrica

Energia térmica
Gás boliviano DEMANDA Energia motriz

GNL NACIONAL Fertilizantes

Produtos
petroquímicos

Preços no Brasil: Conversões


Gás boliviano cesta de óleos;
Principal restrição para projetos no mercado
GNL influenciado pelo mercado SPOT;
petroquímico  shale gas americano a US$ 4/MMBTU
Gás nacional dependente do custo de produção.

Preço do gás (US$/MMBTU) para consumidores


industriais (sem impostos)

Fonte: EPE

Dados recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) reportam preço médio de US$ 11,00 /MMBTU para
consumidores industriais no país em 2018 frente a US$ 3,90 nos Estados Unidos e US$ 7,50 no Reino Unido.

66
22/08/2021

Composição média do preço ao


consumidor final

Molécula Transporte Distribuição Impostos


46% 13% 17% 24%

Fonte: EPE

Regulação do mercado
brasileiro de gás natural
• Atividades da cadeia produtiva de gás natural;
• Modelo do mercado brasileiro;
• Definição dos atores da cadeia produtiva do gás natural;
• O papel do regulador;
• A Lei do Gás;
• Programa “Gás para Crescer”;
• Programa “Novo Mercado de Gás”;
• Programa de desinvestimento do player dominante do mercado
brasileiro.

67
22/08/2021

Regulação do mercado
brasileiro de gás natural

Etapas da movimentação de gás natural


O caminho do gás do reservatório até a sua utilização final.

Gasodutos de
Área de produção transferência
Produção Condicionamento Transferência
do gás do gás natural do gás
natural natural
Propósito
específico
Entrega aos Gasodutos de
reservatório
Consumidores transporte UPGNs
Transferência Transferência
Transferência
de custódia de custódia
de custódia
Distribuição Transporte
utilização do gás P do gás Processamento
E do gás natural
natural natural
Gasodutos de
CLIENTE
Propósito Geral

68
22/08/2021

Modelo do mercado brasileiro


Agente ANP
Agente Carregador regulador
comercializador
[Dono dos contratos]

Armazenador
Gás
Produtor Processador especificado
Condiciona- p/ venda
mento
transferência Transportador
transporte Redes de
Relacionamento entre os atores transporte
da cadeia de gás natural
Concessão PE
federal
Agente
Distribuidor regulador
Reservatório
Concessão Redes de
Principais aspectos regulatórios estadual distribuição Agencias
estaduais
Consumidor
final

Definição dos atores da cadeia produtiva


de gás natural
Conforme Resolução n.16 da ANP

Produtor: Pessoa jurídica que possui a concessão do Estado para exploração para produzir
gás natural em um campo produtor;

Carregador: Pessoa jurídica que detém o controle do gás natural, contrata o transportador
para o serviço de transporte e negocia a venda deste junto às companhias distribuidoras de
gás (CDLs);

Transportador: Pessoa jurídica autorizada pela ANP a operar as instalações de transporte de


gás natural;

Processador: Pessoa jurídica autorizada pela ANP a processar o gás natural, visando a sua
especificação para venda;

Distribuidor: Pessoa jurídica que tem a concessão do Estado para comercializar e distribuir
o gás natural junto aos consumidores finais;

Regulador: Figura reguladora da União, representada pela ANP.

69
22/08/2021

O papel do agente regulador


Atuação da ANP no mercado brasileiro

O exercício da regulação exige o conhecimento de normas setoriais e de indústrias afins,


bem como o conhecimento do funcionamento das indústrias reguladas em outros países,
com diferentes estruturas de mercado ou experiências regulatórias.

• A Constituição Federal estabelece que os Estados da Federação são responsáveis por


explorar os serviços locais de gás canalizado;

• A responsabilidade pelo comércio internacional e pela outorga da autorização de


importação e exportação é do Ministério de Minas e Energia;

Cabe à ANP regular as demais atividades da cadeia de valor do gás natural, como
exploração, produção, processamento, liquefação, transporte, regaseificação, estocagem,
(armazenamento) e comercialização do gás natural na esfera de competência da União
(antes de o produto ser entregue às companhias estaduais de distribuição).

A Lei do Gás [11.909/2009]:


• A Lei do Gás promulgada em março de 2009, foi substituída pela promulgação
da Lei 14.134/2021;

• Teve como marco principal a remoção dos monopólios estatais nas atividades da
cadeia produtiva do gás natural no mercado brasileiro;

• A Lei dispôs sobre as atividades de transporte, tratamento, estocagem,


processamento, liquefação, regaseificação, importação e comercialização de gás
natural;

• A Lei do Gás de 2009 já previa a atividade de estocagem de gás natural, muito


embora esta até hoje não tenha se tornado uma realidade no mercado brasileiro.

70
22/08/2021

O Programa “Gás para Crescer”


Lançado em junho/2016 pelo MME, o programa agrega um conjunto de ações e medidas
governamentais que visam a abertura do mercado para novos agentes produtores,
transportadores, comercializadores.

OBJETIVO: “elaborar propostas para manter o adequado funcionamento do setor de gás,


diante de um cenário de redução da participação da Petrobras.
Criar oportunidades de diversificação dos agentes do setor e aumento da competição.”

Em síntese, o programa visa:

A restruturação da cadeia produtiva de gás natural.

tornando-a mais competitiva...

Programa “Novo Mercado de Gás”


O que é??

A iniciativa governamental batizada de “Novo Mercado de Gás” revisitou a Lei do


Gás de 2009 (apresentação em jun/2019).

O governo apresentou as diretrizes para abertura do mercado de gás.


As diretrizes objetivam intensificar a desverticalização em toda a cadeia de gás natural;

Questões fundamentais para o setor:

Aumento da produção do pré-sal brasileiro => Espera-se que a exploração do pré-sal dobre a
oferta de gás nacional nos próximos anos (mais de 200 milhões m3/d).

71
22/08/2021

Expectativa futura do mercado

MMm3/d
Previsão de dobra da oferta de gás nacional na próxima
década (>200 milhões m3/d).

Fonte: EPE, 2019

Programa “Novo Mercado de Gás”


O Conselho de Política Energética recomendou que a Petrobras indique a capacidade
dos gasodutos de transporte utilizada em cada ponto de entrada e saída de gás;

A ideia é que a capacidade ociosa seja usada por outros agentes;

O governo recomendou ações para incentivar os Estados a abrirem mão do


monopólio na distribuição de gás, privatizando as empresas distribuidoras e a
implementação de uma regulamentação do mercado livre de gás;

A abertura do mercado permitirá que agentes comprem o gás diretamente do produtor;


Na regulamentação atual, a venda só pode ser feita por uma distribuidora (CDL).

72
22/08/2021

Programa “Novo Mercado de Gás”

Uma das questões tratadas nas diretrizes é a falta de acesso à infraestrutura de


gasodutos;

Em análise proposta de criação de fundo financeiro para expandir a rede de dutos


no país;

Acesso obrigatório:

 Facilitação para entrada de novos atores;


 Maior utilização da infra-estrutura existente;
 Incentivo à expansão da infra-estrutura para movimentação do produto.

E o que se esperar do gás boliviano??


 Oferta pública (2019) para carregamento de 18 MMm3/d.
 Chamada pública para contratação de capacidade disponível

Programa de desinvestimento na área de gás natural do player


dominante do mercado brasileiro
Termo de Compromisso de Cessação de Prática (jul/19)  acordo entre Petrobras e CADE
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica)

O acordo Petrobras-Cade prevê a saída da Petrobras de várias atividades da cadeia de gás natural
(transporte, distribuição, comercialização ao consumidor final);

Significa a venda de ativos de transporte e distribuição:


gasodutos, estações de compressão, pontos de entrega, estações de distribuição (Hubs),
participação em companhias de distribuição (Gaspetro);

Significa acesso a ativos de processamento e de transferência de gás:


Estuda-se o livre acesso a unidades de processamento e dutos de propósito especifico (dutos de
transferência);

Arrendamento do Terminal de regaseificação da Bahia de Todos os Santos

73
22/08/2021

Obrigado(a)!
Descubra a UnIBP
unibp.com.br

Educação que Avenida Almirante Barroso, 52 - 21º


andar - Centro, Rio de Janeiro - RJ, Brasil
gera energia | +55 (21) 2112-9000

74

Você também pode gostar