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Pediatria

Tutoria 2
Aluna: Taygla rodriguês

A lactação apresenta três fases:

 Mamogênese
 Lactogênese e lactopoese
 Ejeção de leite

Mamogênese:

Ocorre durante todo o período gestacional e se refere ao crescimento e desenvolvimento


da glândula mamária, que torna a mulher capaz de produzir leite. É importante ressaltar
que o crescimento das glândulas mamárias também acontece durante a
puberdade( Estágios de Tarner) pela ação de diversos hormônios, como o estrogênio,
progesterona, GH e insulina, deixando de ser uma mama imatura para se tornar uma
mama adulta não gestante.

Durante a gestação, há o aumento do tecido adiposo, da vascularização das mamas, da


rede de células mioepiteliais que envolvem os alvéolos e também os lóbulos (formado
pelo aumento da rede de ductos e alvéolos).

Além da atuação do estrogênio e progesterona, a prolactina também entra em ação,


sendo ela a responsável pela produção do leite nas células alveolares. É importante
saber a principal atuação de cada hormônio nesse momento:

 Estrogênio: desenvolvimento dos ductos galactóforos.


 Progesterona: desenvolvimento dos alvéolos.
 Prolactina: produção de leite (síntese e secreção).
 Ocitocina: ejeção de leite.

Deve-se lembrar que, devido a ação da prolactina, a mulher pode produzir o


colostro a partir da 16ª semana gestacional. Em alguns casos a sua
produção é tão grande que pode ocorrer o extravasamento antes mesmo de
ser ejetado pela ocitocina.

Embora a atuação dos hormônios esteroides, estrogênio e progesterona,


sejam essenciais para o desenvolvimento físico das mamas, ambos
exercem papel inibitório da ejeção do leite, ou seja, inibirão a produção de
ocitocina. Fisiologicamente, durante o trabalho de parto, ocorrerá aumento da
concentração de ocitocina, que é responsável pela contração uterina, e
concomitantemente há uma queda brusca de estrogênio e progesterona
(param de ser secretados pela placenta e o corpo lúteo).

Lactogênese:

Se refere à síntese de leite pelas células alveolares e sua secreção no lúmen do


alvéolo. Sabe-se que a mama lactante é constituída por uma camada única de células
cuboidais alveolares produtoras de leite, formando o alvéolo. Esse alvéolo é envolto
por células mioepiteliais (musculo liso) com função contrátil. Um alvéolo está dentro
de um lóbulo, com outros alvéolos, e esses lóbulos estão conectados por ductos
lactíferos. Os ductos se iniciam nos lóbulos com um calibre mais fino e vão
aumentando, formando ampolas – locais onde o leite fica armazenado.

com a queda abrupta de estrogênio e progesterona, a ação da prolactina permite o


início da produção de leite nas próximas 48 horas pós-parto

- Inicialmente, nos primeiros dias, trata-se do colostro, uma secreção amarelada e


mais espessa, rica em proteínas, vitaminas lipossolúveis e imunoglobulinas (IgG,
considerada como a primeira vacina devido à alta carga dos fatores de defesa.

- À medida que os dias vão passando, o leite vai se tornando mais gorduroso, com uma alta
quantidade de lactose, tornando-o mais calórico e com menor valor imunológico do que o
colostro.

- Após essa transição, finalmente o leite se torna MADURO uma solução aquosa que contém
água, lactose, gordura (como principal fonte energética), aminoácidos, proteínas, vitaminas e
minerais, essenciais para o pleno desenvolvimento do bebê.

Via da exocitose/secretória: proteínas, açúcares e imunoglobulinas.


 As proteínas do leite são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e
empacotadas pelo complexo de Golgi, para, então, serem exocitadas.

 Já as imunoglobulinas são captadas pela membrana basal das células


alveolares por endocitose para, então, o complexo de IgA-receptor se
internalizar em vesículas e ser transportado até a membrana apical para ser
exocitado.

Lactopoese:
 Diz respeito à manutenção da lactação já estabelecida e depende da duração e
frequência da amamentação. Nessa fase, a sucção e a pega adequada são
essenciais, tendo em vista que, com o aleitamento, as concentrações de
prolactina se manterão elevadas durante as primeiras 8 a 12 semanas.

 Com o passar do tempo, a concentração da prolactina já não se mantém mais


tão elevada, no entanto, ainda continua sendo essencial para a manutenção da
síntese de leite.

Ejeção do leite:
 Passagem do leite do lúmen alveolar para o sistema de ductos, até ductos maiores e
ampola, culminando na liberação do leite pelos mamilos. Nesse momento, além da
sucção induzir a produção de prolactina, ela também induz a ocitocina para a ejeção
do leite.
 A ocitocina será produzida nos neurônios magnocelulares do núcleo paraventricular
(PNV) e supraóptico (SON) do hipotálamo. São secretados em vesículas, descendo por
meio do axônio até serem armazenados na neuro-hipófise, para depois serem
liberados na corrente sanguínea, processo desencadeado principalmente pelo
estímulo da sucção.
 A ocitocina também pode ser liberada mediante a estímulos condicionados, tais como
a visão, olfato e escutar o choro de uma criança; além disso, fatores de ordem
emocional podem ser fatores que estimulam (motivação, autoconfiança e
tranquilidade) ou desestimulam (estresse físico e psicológico, ansiedade, medo,
insegurança) a liberação de ocitocina – nesses casos, acontece a produção de
prolactina, portanto há a produção do leite, no entanto ele não consegue ser ejetado
devido à inibição do hormônio responsável por esse processo.

Reflexo neuroendócrino na lactação:


 Durante a sucção, os mecanorreceptores no mamilo sofrem uma deformação, de
maneira que, assim que o estímulo chega à medúla (por meio dos nervos torácicos IV,
V e VI), esses sinais chegam ao hipotálamo e apresentam três projeções neurais.

 Projeção 1: nos núcleos PVN e SON, acarretando a secreção de ocitocina na corrente


sanguínea para, então, ligar-se à receptores de membrana das células mioepiteliais,
que levam à contração muscular involuntária e, assim sendo, ocorre a ejeção do leite.

 Projeção 2: nos neurônios dopaminérgicos do núcleo arqueado, que inibem a


liberação de dopamina na eminência mediana, para que ocorra a síntese de leite. É
importante ressaltar o controle neuroendócrino da prolactina, sintetizada e liberada
na adeno-hipófise, e produzido exclusivamente durante a amamentação. Sabendo
disso, existem hormônios que são capazes de inibir sua síntese e secreção pelos
lactotrofos, PRH (hormônio inibidor da prolactina), como a dopamina. Durante a
amamentação, quando ocorrem os picos de prolactina, ocorre a ação do hormônio
liberador de prolactina, sendo assim, os hormônios inibitórios param de agir para dar
lugar aos hormônios liberadores.

 Projeção 3: Nos neurônios que produzem fatores liberadores de prolactina. Sem a


dopamina, os lactotrofos são capazes de produzir prolactina, que tem sua ação nas
células alveolares sintetizando e secretando o leite.

 O ministério da saúde orienta o aleitamento materno exclusivo até os 6 MESES


 COMPOSIÇÃO do leite Materno
Leite Anterior: + GLICÍDIO (Leite doce, para matar a sede do RN)
Leite Posterior: + LIPÍDIO (Leite mais grosso, fazer a engor
da RN)
Obs: Por isso, recomenda-se dar um lado do peito e depois trocar, para o bebê não
ficar apenas no leite anterior e com isso não ter o leite posterior o engorda.
COLOSTRO: + PROTEÍNA & - GORDURA  Fitness

 Possui igA: Declina rapidamente e se estabiliza


 Lisozima: Cliva a parede de bactérias e de fungos
 Lactoferrina: Que se liga as bactérias e impede a sua proliferação
Obs: Lactose é o carboidrato principal ( O mais energético pro bebê)

 Derivados da lactose:
Fatores Bifidogênicos: São Carboidratos que servem para inibir a proliferação de
outros MO que não são da flora intestinal normal, como se fosse um meio de cultura
para que cresça bactérias que são atuantes no nosso organismo e impede que haja o
crescimento de bactérias que são patógenas ao intestino.
Lipídeos LCPUFAS: Principal lipídeo da criança, Lipídeo da inteligência, muito
importante (As indústrias não conseguiram até agora simular esse lipídeo para colocar
na fórmula láctea que não seja o leite materno. Permiti a mielinização adequada da
bainha de mielina, desenvolvimento neurológico normal, e está relacionado a maior
inteligência até o final dos 2 anos
VITK & VITD: São baixas no leite materno e por isso devem suplementar.
Lactoalbumina: Proteína do leite Materno
 TIPOS DE LEITE
 A mãe também se beneficia
 IMPORTÂNCIA
- Amamentar diminui os riscos de ter câncer de mama. Durante o período de
aleitamento, as taxas de determinados hormônios que favorecem o
desenvolvimento desse tipo de câncer caem na mulher.

- Chances de engravidar reduzidas. Nessas condições a mulher pode demorar a


ovular, já que a sucção da mama estimula a produção de Prolactina, hormônio
responsável pela produção de leite e que ao mesmo tempo suprime(acaba) a
atividade ovariana

- Protege contra o diabetes tipo 2 O organismo feminino, para produzir o leite,


diariamente, retira da corrente sanguínea aproximadamente 50 gramas de
açúcar. Junto a esse processo, há um grande esforço do próprio organismo para
gastar cerca de 300 calorias/dia para conseguir dar conta da demanda que a
amamentação exige.

Como o diabetes do tipo 2 conta com a obesidade sendo um dos fatores de


risco, o fato de perder tecido adiposo, ou seja, gordura, também ajuda a
amenizar o perigo.

Além disso, a mulher, ao dar de mamar, conta com excesso de prolactina


circulando em todo o seu organismo. Esse hormônio é responsável por
estimular a produção do leite, e há estudos que acreditam que ele preserve a
massa das células beta-pancreáticas, aquelas responsáveis em sintetizar e
eliminar o hormônio da insulina.

– ajuda a mulher a perder peso após o parto;

– Auxilia no retorno do útero ao tamanho normal após o parto;


– Reduz o risco da mãe apresentar hemorragias e anemias após o parto;

– Reduz riscos da mulher desenvolver câncer de mama, ovários e diabetes;

– Aumenta a relação afetiva com o bebê

Para o bebê:
menos chance das crianças se tornarem obesas ou com sobrepeso no futuro;

– Melhora o desenvolvimento cognitivo da criança;

– Protege contra diarreia;

– Prevenção de alergias;

– Prevenção de anemias;

– Prevenção de infecções respiratórias;

– Diminui riscos de desenvolver pressão alta, colesterol alto e diabetes tipo 2.

CASOS DE CONTRAINDICAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO


 Cytomegalovírus , HIV, PARVOVÍRUS, Herpes mamaria
 Mãe com tuberculose bacilífera ( 2 semanas de tratamento e ai sim pode
amamentar de máscara e fazer a profilaxia do bebê)

 Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou


até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as
lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber Imunoglobulina
Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), disponível nos Centros de Referência
de Imunobiológicos Especiais (CRIES) (BRASIL, 2006a), que deve ser
administrada em até 96 horas do nascimento, aplicada o mais precocemente
possível;

 Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento


mamilar evidente;

 Consumo de drogas de abuso: recomenda-se interrupção temporária do


aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. O
tempo recomendado de interrupção da amamentação varia dependendo
da droga
Nas seguintes condições maternas, o aleitamento materno não
deve ser
contra-indicado:
 Hanseníase: por se tratar de doença cuja transmissão depende de contato
prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e considerando que
a primeira dose de Rifampicina é suficiente para que a mãe não seja mais
bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe;

 Hepatite B: a vacina e a administração de imunoglobulina específica (HBIG)


após o nascimento praticamente eliminam qualquer risco teórico de
transmissão da doença via leite materno;

 Hepatite C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas


é importante, uma vez que não se sabe se o contato da criança com sangue
materno favorece a transmissão da doença;
 Dengue: não há contra-indicação da amamentação em mães que contraem
dengue, pois há no leite materno um fator antidengue que protege a
criança;
 Consumo de cigarros e Álcool: acredita-se que os benefícios do leite materno
para
a criança superem os possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite
materno. Por isso, o cigarro não é uma contra-indicação à amamentação.

Classes de medicamentos:
 ANTINEOPLÁSICOS

TÉCNICAS PARA AMAMENTAÇÃO


Posição
 -Rosto do bebê de frente para a mama
 -Corpo bebê e mamãe próximos
 -Bebê com a cabeça e tronco alinhados
 -Bebê bem apoiado

Pega
-Mais aréola visível acima da boca do bebê
-Boca bem aberta
-Lábio inferior virado para fora
-Queixo tocando a mama

Alimentação e importância nutricional


 A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses de idade deve
complementar as numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve
ser mantido preferencialmente até os dois anos de vida ou mais. Além de suprir
as necessidades nutricionais, a partir dos seis meses a introdução da
alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos
alimentares de quem cuida dela e exige todo um
esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são
apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e saberes.

 Além disso, no sexto mês de vida a criança já tem desenvolvidos os reflexos


necessários para a deglutição, como o reflexo lingual, já manifesta excitação à
visão do alimento, já sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por
colher, e tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na
mastigação
 A alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de água,
energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos
seguros, culturalmente aceitos, economicamente acessíveis e que sejam
agradáveis à criança.

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a estratégia global para


alimentação de lactentes e crianças pequenas, que visa a revitalizar os esforços
no sentido de promover, proteger e apoiar adequadamente a alimentação das
crianças.

 Deve-se sempre pesquisar a história familiar de reações alérgicas antes da


introdução de novos alimentares

ETAPAS
 O leite materno deve ser oferecido em livre demanda, porém o intervalo entre
a
mamada que antecede as principais refeições deve ser espaçado, respeitando
assim os
sinais de fome e saciedade da criança.
Volume e número de refeições lácteas por faixa etária no primeiro
ano de vida para as crianças que não podem ser amamentadas
Anemia Ferropriva
 A anemia por deficiência de ferro, ou anemia ferropriva, é a mais comum de
todas as anemias, independentemente do estrato socioeconômico do
indivíduo. O ferro é um nutriente essencial ao organismo, associado à produção
de glóbulos vermelhos e ao transporte de oxigênio dos pulmões para todas as
células do corpo.

 Ela pode instalar-se por carência nutricional, parasitoses intestinais, ou durante


a gravidez, o parto e a amamentação. Pode também ocorrer por perdas
expressivas de sangue, em virtude de hemorragias agudas ou crônicas por via
gastrintestinal ou como consequência de menstruações abundantes.

 Os alimentos constituem as principais fontes de ferro e podem oferecer dois


tipos diferentes desse nutriente: o ferro heme e o ferro não heme.

 O Ferro Heme: encontrado especialmente na carne vermelha e no fígado de


todos os animais, assim como na carne das aves, peixes e nos ovos, é mais
aproveitado pelo organismo.

 O Ferro Não heme: existente nas verduras de folhas escuras (espinafre,


brócolis, couve, salsa e etc), leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico,
ervilhas, etc.); frutas (uvas, maçãs, nozes, amêndoas, castanhas, etc.) é menor e
menos eficiente.

METABOLISMO DO FERRO
 O corpo controla seus estoques de ferro de modo preciso, mantendo-o sempre
estável. Quando estamos com o estoque completo, o intestino para de
absorver o ferro dos alimentos, deixando-o ser excretado nas fezes. Se os níveis
de ferro baixam, o intestino delgado volta a absorver o ferro dos alimentos,
repondo nossos estoques.

 O ferro absorvido no intestino é estocado no fígado, “empacotado” em uma


proteína chamada ferritina. Quando temos níveis baixos de ferritina, significa
que os nossos estoques de ferro estão baixos

 Geralmente, da quantidade total de ferro existente no nosso corpo, metade


fica dentro das hemácias e metade estocada em forma de ferritina. Ainda há
uma pequena fração ligada à transferrina, uma proteína que transporta o ferro
dos estoques em direção à medula óssea, onde são produzidas as novas
hemácias.

 Geralmente, adultos saudáveis não precisam de muito ferro na dieta, pois o


ferro já presente no organismo é constantemente reciclado. Quando uma
hemácia torna-se velha e é destruída (mais ou menos com 120 dias de vida), o
seu ferro é captado pela transferrina e levado de volta à medula óssea, sendo
reaproveitado na formação de uma nova hemácia. Portanto, são precisos
muitos anos com uma baixa absorção de ferro para que haja uma deficiência
nos estoques corporais.

 O grande risco de uma alimentação pobre em ferro se dá naqueles indivíduos


que estão precisando de mais ferro do que o existente nos estoques.

 Dois exemplos fáceis de se entender são as crianças e as grávidas. O primeiro


grupo está constantemente em crescimento e, portanto, necessitando de
quantidades cada vez maiores de ferro. As crianças de 6 meses a 3 anos são as
mais propensas a desenvolverem carência de ferro, pois apresentam grande
demanda e ainda não tiveram tempo para criarem seus estoques.

 As grávidas geralmente apresentam bons estoques de ferro, todavia, passam a


gastá-lo de forma rápida na formação de um novo ser. Nestes dois grupos, uma
dieta rica em ferro é essencial para se manter os estoques em níveis
adequados.

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