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Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA

Centro de ciências sociais aplicadas e humanas- CCSAH


Departamento de ciências humanas- DCH
Curso Interdisciplinar de Ciência e Tecnologia
Disciplina: Sociologia
Docente: Dr Ângelo Magalhães Silva

3° AVALIAÇÃO Data: 22/10/2021

Discente: Maira Gleice Torres De Oliveira; Matricula: 2019010170.

1- O que podemos considerar enquanto uma sociedade em rede? o que é a


sociedade em rede?

Podemos dizer que o mundo atual vive uma sociedade em rede, onde seu
funcionamento advém de uma estrutura social baseada em um sistema de
interações, comportamentos mutuamente dirigidos e referidos uns aos outros,
formando uma rede de relações de produção, consumo e experiências, que
depende dos valores e dos interesses subjacentes em cada país e organização. Isto
não quer dizer, que existe apenas uma rede, pelo contrário há varias redes
existentes, podendo estas ser de diferentes núcleos étnicos, culturais, políticos ou
religiosos, que compartilham de gostos, ideias ou costumes e essas redes por sua
vez, mantem um relacionamento e uma interdependência, já que, os seus
componentes podem fazer parte de duas ou mais redes.
Outra característica da sociedade em rede é que se desenvolve a partir de um
espaço virtual, que possibilita cada vez mais a transcendência tanto no tempo
quanto no espaço, possibilitando outra individualidade da sociedade em rede, o
imediatismo. Essa forma de socialização se deu através da interação das pessoas
pela internet após seu surgimento, e a tem como principal meio de interação social.

2- É possível afirmar que a sociedade em rede é uma consequência da sociedade


capitalista? Justifique

Sim, com o seu desenvolvimento, o capitalismo passou por um processo de


profunda reestruturação caracterizado por maior flexibilidade de gerenciamento;
descentralização das empresas e sua organização em redes tanto internamente
quanto em suas relações com outras empresas. Além disso, o surgimento de novos
sistemas de comunicação digital promoveu a integração global da produção e
distribuição de palavras, sons e imagens personalizados ao gosto dos indivíduos.
O crescimento das redes interativas de computadores, criaram novas formas e
canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por
ela. Tudo isso possibilitou o crescimento e desenvolvimento da sociedade em rede
atual.

3- Por que a sociedade em rede não pode ser considerada uma sociedade
determinada pelo paradigma tecnológico?

O paradigma tecnológico introduzido pelo informacionalismo surgiu de uma


evolução social, que se derivou do uso e da capitalização feita das tecnologias de
informação e de comunicação. A sociedade em rede por sua vez, é uma estrutura
social, que pauta relações de produção, consumo e experiência, que vão além das
variáveis citadas anteriormente. Portanto não podemos dizer que a sociedade em
rede é considerada uma sociedade determinada pelo paradigma tecnológico, já
que as redes sociais existem há muito tempo, isso se evidencia na história política,
social, económica e cultural da humanidade. As novas tecnologias permitiram
apenas uma coordenação diferenciada, transportando as redes sociais para um
espaço online, que dissipa a importância do conceito do tempo, e que se vão
reconfigurando conforme os proveitos e os benefícios que trazem para os
integrantes da sociedade.

4- Podemos considerar que a sociedade em rede impactou nas antigas formas


de fazer política? Por que?

Sim, tal como afirma Pierre Lévy (1996) não se poderá reinventar os instrumentos
de comunicação sem reinventar também a democracia: deve-se primar por uma
democracia compartilhada, “ativa e molecular”. Só assim, acredita Lévy, a
humanidade poderá reestruturar o seu futuro. O espaço virtual deverá assumir,
cada vez mais, funções de espaço político.
Nesse sentido a internet atualmente se tornou o instrumento mais utilizado para
os protestos sociais e permite que a comunicação suceda de forma interativa,
bidirecional. A comunicação em rede oferece enormes possibilidade de
incrementar a participação cidadã ao invés de reduzir a democracia a um voto
midiatizado a cada quatro anos e permite que a sociedade se expresse através de
suas formas autônomas de debate, organização e manifestação, online e nas ruas.
Este lugar de trocas alarga as possibilidades de discussão e luta pelo exercício
pleno da cidadania. Diante disso, a comunicação em rede está revitalizando a
democracia mediante a crítica aos partidos burocratizados e aos políticos
corruptos.

5- A sociedade em rede é uma sociedade para uma nova economia?

Sim, a evolução social e tecnológica da sociedade abre espaço para novas


economias, as ferramentas tecnológicas de sucesso utilizadas para gerar impacto
em massa, de forma rápida, ajudam muito a disseminar alguns conceitos
modernos e soluções para as questões ambientais, como o da economia circular,
que gera recursos a longo prazo num processo contínuo de reaproveitamento,
promovendo o reaproveitamento de recursos em um novo ciclo de produção, uma
vez que deixam de ser somente explorados e descartados como “lixo”. Não se
trata de reciclar, mas sim de encontrar destinações futuras já durante o processo
de concepção. A integração das cadeias de produção e de serviços (globalização),
a tecnologia e a ultra conectividade – conceitos da Economia em rede: atual
economia e também viabilizada por meio da sociedade em rede – viabilizam a
economia circular.
Ou seja, existe muita semelhança entre a proposta da economia circular e as
premissas da Economia em rede, também chamada de economia colaborativa,
onde a proposta é comercializar e consumir produtos ou serviços em que o
consumidor não adquire a posse dos bens e sim o seu acesso temporário. Ambas
defendem o dinamismo, a não-linearidade e as relações horizontais, que ecoam
em uma sociedade integrada e em rede, permitindo acelerar a moldagem de uma
política na qual a eficiência da cadeia, somada a profundos aspectos éticos, atua
como eixo da sustentabilidade e assim formando novos modelos de economia.

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