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Homem, 30 anos.
Embora esse caso seja o de um paciente que interrompeu seu tratamento, considero importante apresentá-lo pela conhecida razão de que os erros
costumam deixar grandes ensinamentos.
Consultou-me porque há cinco meses tem uma úlcera duodenal, razão pela qual sofreu um sério episódio de hematêmese, que afortunadamente
cedeu com tratamento clínico. Sendo a úlcera duodenal um clássico quadro de medicina psicossomática, seu médico clínico, muito criteriosamente,
encaminhou-o a um psicanalista. Compareceu a meia dúzia de sessões e logo abandonou o tratamento "porque não tinha vontade de pensar",
segundo me disse. Um colega o encaminhou para que se tratasse com o sistema Bach.
Antes de vê-lo, registrei nele o estado mental correspondente a Impatiens, já que sua impaciência o levou a entrar em meu consultório antes que o
chamasse, enquanto eu ainda estava ocupada com outro paciente.
Na consulta, me diz que sofre de insônia. Adormece e em dez minutos acorda angustiado e inquieto. Toma regularmente psicofármacos, além da
medicação prescrita para sua úlcera. Há dez dias que anda deprimido. Quando lhe perguntei qual poderia ser a causa de sua depressão, respondeu:
"Não sei, me nego a pensar.“
Durante seu relato faz piadas e ri de seus sintomas (Agrimony). Quando lhe pergunto sobre sua infância, diz que foi normal. Ao pedir-lhe que me dê
mais detalhes, conta que seu pai faleceu quando ele tinha 7 anos. Sua mãe casou-se novamente em pouco tempo e nunca foi muito afetuosa com
ele. Na infância e adolescência passou por vários colégios; em alguns esteve interno. Quando adulto, viveu em vários países, exercendo diversas
profissões e sem ter muito claro o porquê de tantas mudanças.
Sempre foi muito ansioso e não tolera a solidão. Por algum tempo fumou maconha assiduamente (Agrimony).Trabalha atualmente em uma empresa
importante, mas está planejando ir novamente viver em outro país e fazer outra coisa.
A impaciência que eu já havia diagnosticado assim que o paciente chegou confirmouse na consulta. A insônia que descreve é uma típica insônia de
Agrimony, remédio que corresponde também aos seus antecedentes: haver fumado muita maconha, pouca tolerância à solidão e suas piadas sobre
seus sintomas durante a entrevista. Além disso, me disse que é muito sensível à influência dos outros e que capta todas as suas emoções: "Sou uma
esponja" (Walnut).
Prescrevo uma fórmula composta de Agrimony, Impatiens e Walnut, para que tome 4 gotas a cada 3 horas, mais ou menos, ou seja, 6 vezes ao dia, e
marco nova consulta para o mês seguinte. Pouco antes da data da segunda consulta fico sabendo, pelo colega que o encaminhou, que o paciente
anda muito bem. Dorme bem, abandonou os psicofármacos e diminuiu sua medicação anti-ulcerosa. Digo-lhe que ele não deve abandonar sua
medicação e nem faltar à segunda consulta. O paciente não compareceu à segunda consulta. Novamente fico sabendo, por meu colega, que ao
terminar a medicação voltaram a aparecer suas angústias, sua insônia e seus sintomas de úlcera. Não voltei a vê-lo.
Ao refletir sobre esse tratamento frustrado, me dei conta do erro que cometi. Não
registrei no paciente o estado mental Chestnut Bud apesar de, relendo minhas
anotações, perceber que aparecia com bastante clareza. Efetivamente, o primeiro
dado que me levou a pensarem Chestnut Bud foi a resistência do paciente a pensar.
Abandonou o tratamento psicanalítico "porque não queria pensar". Quando lhe pedi
que refletisse sobre sua depressão, respondeu-me: "Não sei, me nego a pensar".
Interpretei essas respostas como uma característica de Agrimony, quando na
realidade eram de Chestnut Bud. O segundo dado que deveria ter-me orientado era a
história prévia do paciente, em que o vemos mudando permanentemente de moradia e
de trabalho, não porque estivesse insatisfeito e buscasse novos horizontes, como Wild
Oat, mas porque vivia agitado e queria passar de uma experiência a outra sem
contactar-se com o presente na sua totalidade, correndo, por assim dizer, atrás de um
futuro ilusório. Finalmente, ao não comparecer à segunda consulta, depois de um mês
de tratamento bem-sucedido, mostra a dificuldade de aproveitar uma experiência
positiva, e isto confirma inteiramente o diagnóstico do medicamento.
Este caso mostra a importância de um interrogatório cuidadoso a fim de se fazer o
diagnóstico diferencial do medicamento, que em alguns casos é tão simples, e em
outros tão complicado. (PASTORINO, 1992)
6.2. Clematis
(Clematis
Vitalba)
A essência floral Clematis é
preparada pelo método solar,
floresce de julho a setembro.
Clematis é uma trepadeira
silvestre que enrosca-se nas
árvores próximas e floresce no
meio delas.
As flores perfumadas são
circundadas por 4 sépalas
penugentas,
branco-esverdeadas.
A virtude de Clematis é o
ancoramento no tempo
presente.
As pessoas que necessitam
de Clematis são muito
criativas e inteligentes,
porém encontram dificuldade
de concretizar seus sonhos,
porque estão em constante
devaneio, vivendo o futuro
em pensamento.
Sintomas devidos ao bloqueio de
energia:
Nas pessoas no estado negativo de CLEMATIS é freqüente encontrarmos um olhar
vago e perdido, indiferença, desatenção, preocupação, tendência ao devaneio e
sonolência. Dormem muito e têm uma palidez marcante, são sonhadoras e
desligadas, vivem mais em seus pensamentos do que nas ações.
Falta-lhes concentração, pois seu interesse pelas coisas do presente, e muitas
vezes pela própria vida, é apenas parcial, evitam as dificuldades ou as coisas
desagradáveis deixando vagar sua atenção e refugiando-se num mundo ilusório e
irreal, quando atravessam momentos difíceis, fecham-se mentalmente em um
mundo de fantasias e preferem ficar sozinhas com seus pensamentos. Quando
adoecem esforçam-se muito pouco para melhorar, tem um fraco interesse pela
vida.
São alunos de memória fraca, que “viajam na maionese”, olham para o professor
mas não o vêem estão com o pensamento distante, raramente se incomodam em
escutar ou lembrar o que foi dito. Podem até mesmo passar por um amigo na rua
sem reconhecê-lo, quando perdidas nos próprios sonhos.
A falta de atenção pode somatizar distúrbios nos olhos e os ouvidos, pois esses
órgãos estão sendo utilizados apenas para ver e ouvir internamente. O indivíduo
do tipo Clematis é muito sensível e sujeito a sofrer influências desfavoráveis do
meio, tem a “aura porosa”, podem sentir e absorver energias negativas do
ambiente. “Clematis é o remédio para a perda dos sentidos, para estados de coma
ou para qualquer tipo de inconsciência, pois todas essas condições indicam uma
"perda de interesse", imposta ou não pelas circunstâncias, em relação ao
presente.” (CHANCELLOR, 1995).
Características
que chamam a
atenção:
• Perdido nos seus
pensamentos, distraído,
sonha acordado, é
fantasioso.
• Nenhum interesse agudo
pela situação presente,
vive mais em seu próprio
mundo de fantasia.
• Idealista, deseja um futuro melhor,
mas como o interesse pelo presente é
indiferente, tem muita dificuldade em
realizar os sonhos e atingir seus
objetivos.
• Reage com a mesma indiferença às
boas e más notícias.
• Experimenta facilmente a sensação de
mãos e pés frios ou "mortos", ou a
sensação de vazio na cabeça, sensação
de flutuação, não raro sentindo-se
dopado, como anestesiado. Desfalece
com facilidade, tendência para
desmaiar.
• Memória fraca, não tem o sentido do
pormenor, porque, desinteressado, não
se esforça para prestar a devida
atenção.
• São muito criativos e tem dons
artísticos, mas pela dificuldade em lidar
com o lado prático da vida, acabam
exercendo atividades comuns, apenas
para subsistência.
Transformação
potencial:
• Tornam-se pessoas com vivo
interesse por tudo, com mentes
sensíveis e inspiradas.
• Decidem dar à criatividade
uma expressão material, sendo
escritores, artistas, atores,
curadores, com grande
entusiasmo pela vida do
dia-a-dia, por conseguir apreciar
o grande propósito que existe
por trás dela.
Afirmações:
“Minha missão relaciona-se
com o aqui e agora concreto”
Indicou-se Honeysuckle + Star of Bethlehem para a perda do pai. Após um mês, foi
possível trabalhar seu passado e ele se sentiu tão bem como há muito tempo.
(BARTOLO, 1993)
6.4. Mustard
(Sinapsis arvensis)
É uma planta anual, de 30 a 60 cm
de altura, de flores amarelas que
florescem em espigas, de maio a
junho.
A essência floral é preparada pelo
método da fervura.
As virtudes de Mustard são a
alegria e a serenidade.
• Enfrentam as dificuldades
da vida com espírito de luta,
passam a enxergar as
oportunidades buscando as
mudanças.
Afirmações
“Estou desenvolvendo
programas novos e positivos”