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Uso da Pesquisa narrativa autobiográfica


Descrição de uma experiência em formação inicial docente1 2
Por
Ilich Silva-Peña
Universidad Católica del Maule

Só se trata de viver
Essa é a história
Com o sorriso em uma fenda
Com a tolice e a cordura de
Todos os dias,
Quem sabe dá certo.
“La vida es una moneda”
Fito Páez

Como ponto de partida, creio necessário explicar como cheguei à experiência que
posteriormente relato. Na breve história que tenho como acadêmico já formei dezenas de
professores e professoras em exercício, e também os de cursos de pré-grau, em
pesquisas. A busca por novas formas de relação com a pesquisa tem me levado a
diferentes experiências. O enfoque que me guia está muito bem resumido em um
interessante prólogo que Santos Guerra (2002) escreveu para um livro de Sagastizabal e
Perlo (2002). Santos Guerra visitou a Universidade de Norwich e assinala que os alunos e
alunas de Stenhouse plantaram uma árvore e colocaram uma placa com um pensamento-
chave de sua vida e de sua obra: "No final das contas, são os professores os que vão
transformar o mundo da escola, compreendendo-o" (p.5). Essa citação, que já utilizei em
incontáveis ocasiões, tem guiado o meu caminho como professor pesquisador.

1 Su versão original em espanhol foi publicada em "Docencia Universitaria. Reflexión desde la


práctica ". Ediciones Universidad Católica Silva Henríquez. Santiago: Chile.
2 Tradução Adriana Casarotti
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Esta visão do significado de ser docente me levou a pensar na importância do


desenvolvimento de metodologias de pesquisas que permitam recopilar, de um modo
sistemático, o trabalho em sala de aula e a experiência vivida por professores e
professoras. É desta forma que tenho transitado pelo amplo mundo da pesquisa feita por
docentes, dando passos na pesquisa-ação (Salgado, Silva-Peña, 2009; Silva-Peña, 2012;
Silva-Peña, Salgado e Sandoval, 2013), bem como também em aproximações ao self-
study (Silva-Peña et al., 2017). Há alguns anos, nesse caminho conheci a pesquisa
narrativa (Narrative Inquiry)(Clandinin & Connelly, 2000). Esta forma de pesquisa permite
a aproximação de modo sistemático à experiência docente. Esta metodologia considera
uma epistemologia e ontologia baseada na compreensão do mundo a partir da própria
experiência.

A pesquisa narrativa e o estudo da experiência

A escola narrativa é parte de uma das tradições/escolas da pesquisa qualitativa


que tem menos desenvolvimento em Ibero América. Ainda que a perspectiva biográfica e
autobiográfica na formação do professorado tem certa trajetória no mundo hispano-
português (Gijón, 2010; Johnson, 2010; Passeggi, Souza, & Vicentini, 2011; Clementino
de Souza, Serrano, & Ramos, 2014 ), o olhar específico da pesquisa narrativa é muito
mais recente (Sarasa, 2014).

Clandinin (2013) proporciona argumentos sobre a pesquisa narrativa (narrative


inquiry) que mostram a diferença epistemológica e ontológica com outras formas da
pesquisa narrativa. A postura a partir da pesquisa narrativa reúne o legado de Dewey
(1938) em torno da relação experiência e educação. O que conta é a experiência das
pessoas e as relações que se vão tecendo através da narração. Esta proposta aproxima a
relação entre pesquisador/participante. A pesquisa narrativa se trata das relações e,
portanto, o diálogo ocupa um espaço central em um sentido bidirecional. Tanto o
pesquisador quanto quem participa da pesquisa formam parte da rede que se constrói. A
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concepção de uma ciência desprendida de valores e de caráter objetivo se afasta mais


que outras metodologias nas orientações básicas da pesquisa narrativa.
Já no caso da pesquisa narrativa autobiográfica, o que temos à nossa frente é o
próprio diálogo do autor ou autora com as suas histórias. É o relato das próprias
experiências. Tais experiências expressadas de modo narrativo são analisadas, também,
narrativamente. Tanto as histórias quanto alguns objetos ou textos (poemas, canções,
fotografias, etc.) servirão para a reconstrução de suas experiências em um novo texto que
finalmente dará como resultado um novo conto narrativo (narrative account)
(Clandinin,2013).
Neste caso, se teve como objetivo considerar a experiência autobiográfica como
uma pedagogia narrativa (Huber, Caine, Huber, & Steeves, 2013) no contexto da
formação inicial docente. Um dos elementos mais importantes que este tipo de trabalho
proporciona é a possibilidade de viver, contar, recontar e reviver a partir das experiências.
“Estamos feitos de histórias”, diria o falecido autor uruguaio Eduardo Galeano.

A Experiência Docente

Na formação de Metodologia da pesquisa que realizei durante anos, sempre


organizei o processo considerando a ordem dada pelos manuais de pesquisa mais
reconhecidos no mundo de fala espanhola. Em geral, as diferenciações de paradigmas
que podemos encontrar são de maneira sucessiva. A organização começa com o
paradigma positivista, seguido pelo construtivista e no final o crítico (Latorre, del Rincón
Igea, & Arnal, 1996). A esta diferença, Guba e Lincoln (1994) acrescentam a
diferenciação pós-positivista no começo e, posteriormente, o paradigma participativo
(Lincoln, Lynham, & Guba, 2011). Seguir esta lógica de organização faz com que o ensino
comece pelos paradigmas dominantes, aqueles que, além de tudo, possuem uma maior
quantidade de anos de desenvolvimento. Baseando-me principalmente em Lincoln e
Guba, começava com o paradigma positivista e, posteriormente, passava ao
interpretativo, crítico para, finalmente, terminar com o participativo. Nessa linha,
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considerando o uso dos tempos no final do semestre, quando o estresse aumenta e as


entregas de todos os cursos geram maior tormento, é difícil poder vivenciar uma
aproximação a partir de um paradigma diferente.
No caso desta experiência, uma das inovações foi realizar uma mudança na
ordem da apresentação dos paradigmas de pesquisa. Considerei que inverter a sequência
tradicional atenderia a uma aproximação mais experiencial à pesquisa. A partir deste
ponto de vista, optei pela pesquisa narrativa autobiográfica realizada como uma maneira
sistemática de organizar este trabalho.
A organização de uma atividade final que desse conta de todo o material
recopilado, me levou a solicitar um relatório que pudesse expor as experiências que
originaram a escolha da pedagogia.

Contando, recontando e revivendo a motivação pela docência

A experiência que vou relatar foi vivida com um grupo de 28 estudantes


provenientes de diversos cursos. Corresponde a um curso de pesquisa educacional que é
parte do currículo comum da formação pedagógica na universidade. No início apresentei
uma introdução acerca dos diversos paradigmas que existem na pesquisa educativa e,
então, começamos com a realização da pesquisa narrativa autobiográfica seguindo o
processo indicado por alguns dos seus máximos expoentes (Clandinin & Connelly, 2000;
Clandinin, 2013; Huber et al., 2013).
Em uma primeira sessão, perguntei aos/às estudantes acerca de sua motivação
para estudar o curso de educação. Quais haviam sido os motivos pelos que haviam
ingressado e como se havia originado tal trajeto. Então, lhes pedi que fizessem uma linha
do tempo que destacasse os principais eventos nas suas vidas em relação ao que se
havia perguntado, como uma maneira de mapear esse trajeto realizado até o momento da
escolha do curso. Solicitei que o gráfico fosse organizado de uma maneira mais próxima à
experiência vivida e não necessariamente de uma maneira tão linear. Isto significava que
mais que uma cronologia, terminava sendo um esquema de ida e volta em vários
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aspectos da vida do docente em formação. Este primeiro desenvolvimento revelava o


trajeto em função do que havia sido a escolha pelo curso mais do que uma lista de fatos.
Isto, paradoxalmente, nem sempre resultava tão linear quanto uma “linha de tempo”.
Cada um desses eventos foi descrito através de um relato que incorporou a
tridimensionalidade da pesquisa narrativa (espacial, social e temporal). Os relatos foram
entregues uma vez por semana cuidando o detalhe dos significados sobre a sua própria
escolha do ser docente. Os textos elaborados pelos/as estudantes de pedagogia tinham
uma extensão aproximada de 2 ou 3 páginas, não existia uma quantidade fixa de páginas.
Além disso, toda semana se discutiam aspectos característicos do paradigma participativo
e, com um enfoque especial na pesquisa narrativa. A partir das entregas, em cada sessão
se fazia a devolução dos trabalhos, uma retroalimentação do que foi escrito. Essas
devoluções eram sem qualificação, mas continham pequenas notas que dialogavam com
os textos dos/as estudantes. Esta retroalimentação tinha o sentido de focalizar mais no
relato, solicitar maior descrição ou gerar reflexão sobre o expressado no texto. Em menor
medida, também sugeri leituras que permitissem maior aprofundamento nos seus relatos.
Tanto seus escritos quanto as retroalimentações foram compartilhadas em pequenos
grupos durante as classes. Isto permitiu manter um diálogo permanente.
No total solicitei três histórias a partir dos fatos expostos na primeira entrega do
gráfico temporal construído. Também pedi que escolhessem um objeto que pudessem
levar na aula e que narrassem como este objeto se relacionava com as motivações para
estudar o curso do qual provêm. A ideia era levar qualquer tipo de objeto, uma fotografia,
um desenho, que pudesse representar uma situação vivida. O trabalho final foi um novo
conto narrativo, uma história que tecesse todos os escritos ou parte deles. Estes escritos
finais contaram com a minha retroalimentação, isto permitiu avançar em novas reflexões
realizadas também em contraste com alguns elementos teóricos.
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Escrevendo a partir da própria experiência. Avançando a uma nova compreensão.

Este trabalho significou começar com uma reflexão sobre a visão de ser docente,
compreender o porquê da escolha da docência como profissão e, deste modo, discutir o
papel da pesquisa educativa nesse contexto. A experiência se enquadrou dentro do
campo da socialização do professorado, especificamente na reflexão que os/as
próprios/as docentes fazem de si mesmos/as.
Assumo que até o momento falta uma análise mais profunda dos resultados do
curso. No entanto, é possível notar uma clara aprendizagem em termos da compreensão
(pelo menos a um nível inicial) de novos paradigmas investigativos. Os/as estudantes
foram capazes de construir textos de caráter narrativo, escritos em primeira pessoa,
baseados em sua própria experiência.
Agora, considerando minhas aprendizagens anteriores em pesquisa e docência
universitária, poderia assinalar que o nível dos textos produzidos foi de alta qualidade.
Apesar de ser necessário um processo de revisão de pares que acredite essa qualidade,
é possível notar um grande avanço no modo de escrever e de apresentar suas reflexões,
especialmente em torno à construção da sua própria identidade como estudante de
pedagogia e futuro/a docente.

Aprendizagens da experiência docente

A pesquisa narrativa autobiográfica se enfoca como uma via para a construção da


profissão docente, bem como também para a sua compreensão. Tal como já foi expresso
em alguns trabalhos (Lortie, 1975; Zeichner & Gore, 1990), a construção de ser docente
não começa com a entrada na universidade. Neste sentido, a pesquisa narrativa
autobiográfica se constitui como uma metodologia que permite compreender a biografia
dos/as candidatos/as a docentes projetando-se ao futuro. A pesquisa narrativa possui
essa condição de se mover para trás e para frente, a partir de um presente momentâneo.
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Apesar de existir uma série de manuais onde é possível encontrar apoios para o
ensino da pesquisa, ensinar a partir de uma perspectiva epistemológica diferente faz com
que o trabalho seja muito mais difícil. Neste caso, avançar de um ponto de vista narrativo
no qual a experiência é o centro, se afasta a concepção de verdade, da necessidade de
uma hipótese e das lógicas de comprovação que existem na ciência tradicional. Isto, sem
dúvida, gera uma confusão quando a visão hegemônica científica explica que existe
somente um método. Quem sabe este ponto proporciona um dado acerca da falta de
discussão epistemológica no campo educativo. Acredito que seja necessário incorporar as
contribuições das novas perspectivas do que é ciência, especialmente o desenvolvimento
feito por Khun (1971) com a sua concepção de paradigma e como esta se desenvolve no
contexto das comunidades científicas. Apesar de serem os seus últimos escritos (Kuhn,
1996) onde fala do conceito de matriz disciplinar que podem oferecer uma contribuição
mais apropriada para o debate na pesquisa educativa. Também acredito que retomar os
textos de Feyerabend (1991; 1986) poderia nos ajudar a repensar os processos de
construção científica na educação a partir de uma perspectiva experiencial. Isto daria um
espaço para aqueles que sentem que estão falhando ao método científico (como se
houvesse somente um, intocável, inexpugnável).
A experiência relatada me foi dada por algumas aprendizagens acerca das
relações entre docente e estudantes. A possibilidade de interagir com cada uma das
narrativas dos/as estudantes me permitiu uma maior compreensão de quem são e desde
onde se situam as suas reflexões, os seus interesses. As vivências de cada um e a
postura de compreensão que é possível assumir em relação às experiências, nos permite
aproximar-nos a conhecer que os/as estudantes de pedagogia possuem uma visão
particular. A relação através dos seus trabalhos me permitiu aproximar-me ainda mais
dessa visão de mundo, especialmente aos que optaram pela pedagogia logo após terem
experimentado, de forma breve, em outras áreas.
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Aprendizagem sobre a construção da identidade docente

O relato de alguns/as estudantes sobre as mudanças na escolha dos cursos e de


como a docência lhes atraiu, permite entender que o ser docente se vai construindo a
partir de uma série de interações, não somente cognitivas como também emocionais. A
emoção é um aspecto que é deixado de lado nos processos de formação, está ausente
nos programas e fica, de modo oculto, somente para as relações pessoais estudantes-
docentes. Neste curso foi possível develar o aspecto emocional, sistematizá-lo e relevá-lo
como um elemento-chave da socialização docente. Não é possível tornar-se docente sem
sentir a necessidade de sê-lo e isto é um ponto que se obtém ao construir suas pesquisas
narrativas autobiográficas.

Talvez uma passagem que pode resumir o que assinalei seja o seguinte recorte
obtido a partir de um dos trabalhos entregues:

“estes relatos de minha vida ou, melhor dito, as narrativas autobiográficas,


resultaram ser uma alternativa de mediação entre a minha história individual e a
social, pessoal e profissional. O que resulta ser uma ferramenta extremamente
significativa em função de meu futuro trabalho como professora, já que o ensino é
um ofício que implica interações pessoais com outros, onde os sentimentos,
emoções, histórias pessoais, ou seja, o eu e a vida do professorado está
intimamente unido a seus estudantes e ao seu trabalho educativo.” (Estudante de
pedagogia em Artes)

Mostro esta citação como um exemplo dos diferentes trabalhos que foram
entregues. Apesar de ser somente um exemplo, vários dos trabalhos iam pelo mesmo
caminho. Sua escrita permite apreciar o modo em que a reconstrução autobiográfica
através da narração faz tomar consciência sobre as decisões que levaram a escolher este
curso. Esta revisão do passado permite recontá-lo e revivê-lo no presente. Como mostro
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aos meus estudantes: “Não podemos mudar o nosso passado, mas é possível vê-lo a
partir de uma nova perspectiva para viver de melhor maneira o presente e projetá-lo ao
futuro”.

Palavras finais

Ser docente é bem mais que ter um documento que o endosse. Como formador de
professores e professoras penso nisso a cada dia, a cada aula. Como formadores de
formadores temos à nossa frente aqueles que estarão encarregados da educação de
várias gerações. É uma enorme responsabilidade se pensarmos na transcendência de
nossos ensinamentos e da replicabilidade de nossos erros. Também é verdade que
trabalhamos com pessoas adultas que possuem voz e decisão próprias. No entanto, os e
as estudantes de pedagogia têm aprendido o ofício de ser aluno (Baeza, 2001), essa
aprendizagem compreende a necessidade de adaptação que, às vezes, aparece sem
críticas. Os/as futuros/as docentes, da mesma forma que nós como formadores deles
somos o resultado de um sistema educativo tradicional e, por este motivo, a construção
de um novo tipo de relações é sempre um desafio nos processos de formação do
professorado. Esta mudança é difícil, mas absolutamente necessária.
Como disse anteriormente, a pesquisa narrativa trata de relações. Por esta razão
emerge como uma metodologia através da qual construímos relações de confiança entre
professores/as e estudantes. É neste contexto no qual se desenvolve esta experiência,
convidando a uma visão diferente do que é uma pesquisa. Neste caso foi possível
visualizar que a partir das próprias experiências, a partir do próprio desenvolvimento da
narração e dos motivos pelos quais se escolheu o curso atual é possível entender uma
nova forma de pedagogia.
O caminho percorrido junto aos/às estudantes me permite confirmar a necessidade
de implementar mais metodologias de pesquisa acordes com a prática docente. É labor
das instituições de formação pensar em métodos de pesquisa que estejam diretamente
relacionados com a tarefa docente na sala, na escola e na comunidade onde o docente
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está inserido. É importante pensar como se avança na construção da teoria a partir da


prática, valorizando o conhecimento experiencial que os docentes possuem. A proposta
implica avançar na formação de professores que se constroem como profissionais
considerando as contribuições teóricas da pesquisa, mas que o fazem à luz de suas
próprias práticas e através de um diálogo com os que lhes rodeiam, especialmente seus
estudantes.

Agradecimentos
Este trabalho se enquadra no contexto dos projetos Fondecyt 1150533 “Trayectorias
motivacionales en la formación pedagógica: Motivación y desmotivación en la Formación
Inicial Docente (FID) de futuros profesores de Educación Básica” e Fondecyt 1151447
“Alfabetización micropolítica de docentes principiantes que se desempeñan en contextos
de pobreza”. Além disso, contou com o apoio de BECAS Chile para estudos de pós-
doutorado na Universidade de Alberta, Canadá. Agradece-se aos/às estudantes que
participaram da experiência.
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