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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA PARAÍBA

CURSO: PSICOLOGIA TURNO: M

COMPONENTE PRÁTICA INTEGRATIVA SUPERVISIONADA III


CURRICULAR:
PERÍODO: 4º SEMESTRE: 2021.1
PROFESSOR: LUCIENE COSTA ARAÚJO MORAIS

DIÁRIO DE CAMPO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Grupo Observador: Ingrid Marinho, Izabel Maria van Reemen, Letícia


Rocha, Maria de Fátima Guimarães, Sara Virginia Oliveira, Silvana Dantas
Crisanto
Grupo Observado: Grupo no Whatsapp com estudantes do Primeiro Ano
do Ensino Médio.
Quantidade de Participantes: 45
Fenômeno Observado: Falta de interação ou comunicação

1. Fundamentação Teórica

A intervenção psicossocial na instituição de ensino tem a perspectiva de


contextualizar a educação no processo de socialização, conscientização e
transformação social. Baremblit (1992), afirma que a intervenção na instituição
de ensino tem como principal propósito de apoiar, deflagrar nas comunidades,
nos coletivos, nos grupos de pessoas e nos processos de auto-análise e auto-
gestão.

Sánchez- Vidal (1991) diz que o conceito de Kelly sobre a intervenção social é
um conjunto de influências que pode ser planejada com o objetivo de promover
bem-estar para comunidade, diminuindo sua desorganização social e pessoal.
Vidal (1991), fala também que a intervenção social se constitui num processo
de interferência ou influência de buscar mudança.

Este relato de experiência é produto de uma atividade prática, realizado


em um grupo de alunos do Ensino Médio, no qual, visou analisar a resposta ao
estímulo de interação em um grupo de “Whatsapp” em meio à pandemia de
Covid-19. Onde a sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de
sistematização do conhecimento e o professor um guia na aquisição e
desenvolvimento do saber e essa distância física que passa a ser por interação
“online” pode ampliar ou não a falta de socialização dos estudantes. Tais
mudanças em escala global tem impacto na forma de pensar, sentir e agir dos
estudantes.

A interação social é a influência mútua das pessoas entre si e a ação


conjunta. Na ciência: “uma forma de concretizar laços e relações sociais num
sistema que pressupõe a presença de pelo menos dois sujeitos, o próprio
processo de interação, bem como as condições e fatores para a sua
concretização.

Segundo Vygotsky, concebe o desenvolvimento humano a partir das


relações sociais que a pessoa estabelece no curso da vida. Nesse referencial,
o processo de ensino-aprendizagem também se constitui dentro de interações
que vão se dando nos diversos contextossociais.

Essa perspectiva considera que são múltiplos os fatores constituintes do


desenvolvimento humano, ou seja, entende o sujeito como ser ativo e interativo
no mundo, com diversas influências em sua trajetória. Por conseguinte, é o ser
que constrói e é construído na permanente interação dos aspectos biológicos
com o meio no qual está inserido. Tal concepção tem estado presente no
âmbito educacional brasileiro, a partir difusão das ideias de Piaget, Vigotski e
Wallon.

É de se esperar que o autoconceito inclua ou reflita essas diferenças,


dando lugar a uma imagem de si mesmo composta por múltiplas
características, algumas vezes até conflitantes entre si. Nesse caso, o
estudante pode se comportar e expressar-se com valores distintos na escola,
na família, no grupo de amigos etc.

Para Vigostsky (1896-1934), a interação social possui um papel muito


importante no desenvolvimento dos seres humanos. Ele afirma que “O
comportamento do homem é formado por peculiaridades e condições
biológicas e sociais do seu crescimento”.

Para Piaget, o ser humano (ser social), é influenciado pelas relações


sociais que desenvolve durante sua vida. É a partir dessas relações que são
desenvolvidos os comportamentos sociais. Conforme observa Piaget, o
processo de socialização é desenvolvido em vários estágios: criança,
adolescente, adultos.

Na abordagem Vygotskyana, são abordados os aspectos relacionados


ao ambiente social e posteriormente à prática do meio escolar, a qual promove
uma variedade de relações interpessoais cuja importância está em
proporcionar a formação e o desenvolvimento das funções psicológicas que
compõem o ser humano.

2. Dados da Observação

 Dia 22

No dia 22 de março de 2021, iniciamos a observação no grupo, já no


primeiro dia identificamos que os participantes não eram muito
comunicativos entre si. Em geral suas conversas, além de serem muito
curtas e às vezes inexistentes, eram voltadas a assuntos do tipo, “se o
professor tinha colocado a nota no sistema”. A principio achamos que a
comunicação do grupo estaria diminuída, por ser final de semana de
provas e por seus participantes estarem em recesso, porém ao
entrarmos em contato com um dos participantes do grupo eles nos
revelou que comunicação do grupo sempre esteve assim, escarça, e que
isso se devia ao fato de que quando foram estudar juntos, no presencial,
pouco mais de um mês depois foram forçados a irem para o online e que
por isso não tinha muita intimidade para estarem se comunicando.

 Dia 23

Na terça feira dia 23, iniciamos a observação as 13:00 horas e ao


decorrer do dia reunião a noite para discutirmos assuntos relacionados
ao trabalho e decidimos mandar uma mensagem para estimular o grupo
a interagir mais, combinamos que uma de nossas integrantes iria enviar
essa mensagem, que no caso seria no dia 24.

 Dia 24

Na manhã do dia 24 a integrante que ficou responsável por enviar a


mensagem, nos enviou para que pudéssemos avaliar se ela estava
adequada ou não, apois modificações ela enviou a mensagem as 10:00
da manhã, a mensagem dizia o seguinte: “A gente quer saber de vocês,
como foi esse processo de se enturmarem com a turma durante a
pandemia. Se vocês sentiram dificuldades, e quais foram os desafios”.
Ao decorrer do dia fomos observando o comportamento dos
participantes do grupo. Na quarta-feira de 45 participantes sala de que
ele nunca tinha conversado, que inclusive nem conhecia as pessoas
falou que foi se adaptar ao “novo normal”.

 Dia 25

No dia 25 os participantes não nos deram nenhum retorno quanto as


questões que levantamos, porém se comunicaram entre si sobre as
provas, perguntando quem tinha ficado na final e se informando sobre
coisas relacionadas as provas.

 Dia 26
No dia 26 foi quando realizamos nossa ultima observação, pois os
participantes do grupo deste então não tem se comunicado no grupo. A
única mensagem que recebemos foi a de um dos integrantes
respondendo ao nosso questionamento da quarta-feira, dia 24. Ele nos
falou que sempre tentou manter contato com seus colegas mais
próximos, e com os demais, que antes não tinha intimidade acabou
criando uma certa proximidade.

 Dia 31

Neste dia, pela manhã, por volta das 11h05min, foi enviada ao grupo
uma mensagem sugerindo que os alunos nos informassem sua data de
nascimento e idade. Os alunos enviaram nos informando o que foi
sugerido, e podemos observar que a faixa etária da classe está entre 15
à 17 anos de idade.

 Dia 01

Foi enviada, pela manhã, por volta das 14h34min, ao grupo a pergunta:
“Pra vocês qual está sendo a diferença do início da pandemia e a fase
que estamos hoje?” seguidamente, uma aluna respondeu a pergunta:
“Pra mim, a diferença é que no início a gente ainda estava aprendendo a
como lidar com tudo que estava se passando, e agora já estamos
habituados com esse novo normal.”

 Dia 02

Foi enviado para o grupo por um aluno da turma, um link da internet com
conteúdo do instagram. Ninguém respondeu ao conteúdo do link e mais
nenhuma interação foi realizada neste dia.

 Dia 04

Uma aluna interagiu no grupo, perguntou aos colegas de turma a lista


com o grupo dos alunos. Seguidamente uma integrante do grupo
respondeu a pergunta, enviando a fotografia da lista de alunos. Após
estas mensagens ouve agradecimentos e mais nenhuma interação foi
feita neste dia.
 Dia 05

Os alunos interagiram sobre o link da aula e as disciplinas abordadas.


Todavia, podemos observar que a comunicação entre os participantes
do grupo é mínima. Mesmo sugerindo perguntas, poucos participantes
respondem e interagem com o grupo.

3. Referências Bibliográficas

 Coutinho, L. G. (2005). A adolescência na contemporaneidade: ideal cultural


ou sintoma social. Pulsional Revista de Psicanálise, 181(3), 16-24.

 Ferreira Neto, J. L. (2008). Intervenção psicossocial em saúde e formação


do psicólogo. Psicologia & Sociedade, 20(1), 62-69.

 Zanella, A. V. (1994). Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de


um conceito em algumas situações variadas. Temas em Psicologia, 2(2),
97-110.
 SILVA, Alessandra; ANA, Xavier; BELÉM, Ignez; et al. Psicologia do
Desenvolvimento. [s.l.]: , [s.d.]. Disponível em:
<https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/431892/2/Livro_Psicologia
%20do%20Desenvolvimento.pdf>.
 DIANA, Daniela. O que é Interação Social? Toda Matéria. Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/o-que-e-interacao-social/>. Acesso em:
9 Apr. 2021.

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