Você está na página 1de 26

Sumário

Introdução......................................................................................................................1
1 Histórico......................................................................................................................2
1.1 Uma Área em Risco de Extinção.........................................................................2
2. Como Orientar os Exames de Sexologia Forense...................................................4
2.1. Considerações específicas.................................................................................5
3 A Criminalidade Sexual............................................................................................11
3.1 Característica da vítima.....................................................................................12
3.2 Idade..................................................................................................................12
3.3 Alterações emocionais da vítima de violência sexual.......................................13
3.4 O choque imediato.............................................................................................13
3.5 A recuperação...................................................................................................13
3.6 As lesões produzidas.........................................................................................14
4 A História dos Trantornos Sexuais...........................................................................15
5 Tipos de Transtornos Sexuais.................................................................................16
5.1 Disfunções Sexuais...........................................................................................16
5.2 Parafilias............................................................................................................16
5.3 Transtornos de Identidade de Gênero..............................................................16
6 Crimes Sexuais Caracterizados como Crimes contra os Costumes.......................20
6.1 O Abuso Sexual.................................................................................................20
6.2 Exploração Sexual.............................................................................................22
6.3 Violação Sexual.................................................................................................23
Referências Bibliográficas...........................................................................................24
1

SEXOLOGIA FORENSE

INTRODUÇÃO

Neste trabalho nos empenhamos em abordar um pouco de tudo que se


relacione com a sexologia forense. Desde o principio da história no século XVII, com
o aparecimento de casos que mobilizava a opinião publica.

Muitos foram os autores que exploraram o assunto em suas obras,


aproveitando-se de situações e casos acontecidos para lançar novas idéias e
opiniões.

Mas nos dias de hoje, com todo o advento da ciência encontramos um vasto
material e nos foi bastante difícil seleciona-lo.

O tema na área jurídica é bastante polemico e com muitos pontos


divergentes, por esse motivo a nossa preocupação em elaborar um trabalho que
abrangesse não só a ótica jurídica, mas, também a médica no sentido do corpo
físico, a psicológica, a emocional das vítimas.

Começamos com um pouco da história da sexologia forense, e passamos a


discorrer cada tema em separado para se ter um melhor entendimento sobre o
assunto.
2

1 HISTÓRICO

1.1 Uma Área em Risco de Extinção

A prática da Medicina Legal iniciou-se na França, no século XVII. A opinião


médica na resolução de questões judiciais tornou-se formalmente importante nesta
época. E, ao contrário do que parece, não foram grandes crimes ou desastres que
provocaram o maior número de pedidos de auxílio, feitos pelas autoridades judiciais,
àqueles versados no conhecimento do corpo humano.

Agressões de natureza sexual, partos ocorridos às ocultas, abortos


criminosos ou para ocultar desonra, estupros com violência presumida ou explícita e
outros fatos dessa natureza, ocupavam os Magistrados diuturnamente, levando-os a
procurar ajuda, inicialmente das matronas tidas e havidas como experientes no
assunto e depois de médicos, que apenas iniciavam o conhecimento da anatomia e
fisiologia das genitálias, feminina e masculina, até então envoltas em mitos e tabus,
ainda pouco afeitos às associações das lesões de importância médico-legais em
quadros dessa natureza.

Georges Vigarello, em seu livro "História do estupro", afirma que:

"Até meados do século XVIII os relatos visam diretamente o estado


das partes naturais, a presença de sangue, a inflamação" das partes
", a ruptura de vasos, mas os sinais vagamente supersticiosos, se
não mágicos, ainda não mencionados nos tratados médicos, sinais
que a Medicina Legal, durante tanto tempo incerta, pensou poder
tirar dos mais estranhos indícios corporais: a forma do pescoço, o
odor da pele, o som da voz, que Pepys parece descobrir, como
londrino curioso e esclarecido, quando compara em 1660, várias
dimensões do rosto, antes e depois da defloração, julgando que
estes são "bons meios de saber se uma mulher é virgem ou não". O
Tratado de Zacchias, regularmente editado e citado no século XVII,
menciona um atestado detalhado de virgindade, fundamentado no
"odor do corpo, na secura das mucosas genitais, na ausência de
mudança da voz".

Vários são os autores que discutem a existência do himem, durante os


séculos XVI e XVII, como Ambróise Pare, Vesálio, Falópio, De Graaf, entre outros
anatomistas clássicos. Em meados do século XVIII, os tratados e relatórios de
Medicina Legal passam a compreender e descrever o himem em acordo com os
anatomistas. Os termos do conhecimento ainda eram parcos, mas havia consenso
com relação ao seu papel nos casos de desvirginamento. Apesar deste progresso,
faltava ainda aos relatórios a descrição de lesões periféricas, pesquisa da presença
de líquidos vaginais, anais, manchas nas roupas, enfim uma série de dados que,
apenas com o evoluir da ciência Médico-legal, principalmente a partir de Orfila, em
1829, passou a imprimir maior confiabilidade nas provas materiais. A ampliação do
limite da precisão dos exames Médico-Legais, ainda segundo Vigarello, "... está na
profissionalização do perito, pois todo médico podia ser declarado perito até 1839". ¹
3

Tomando como ponto de partida esse processo histórico, que poderia


estender-se por mais laudas e laudas, com relatos de fatos que aos nossos olhos
parecem pitorescos, a proposta deste artigo é chamar a atenção para o retrocesso
que estamos iniciando no Brasil, no que tange a Medicina Legal, mais
especificamente à área da Sexologia Forense. Contrária a maré da história, a
Perícia Médico-Legal no nosso País, por razões que precisamos urgentemente nos
capacitar a entender, vem perdendo qualidade, em verdadeiro retrocesso.

Em conseqüência, o respeito pelo seu valor no bojo das questões criminais,


como auxiliar da Justiça, é cada vez menor, a ponto de surgirem, aqui e ali, Projetos
de Lei ou meias-medidas, pretendendo alijar o Perito Médico Legal na produção da
prova material, como se fora, simples questão de vontade pessoal de políticos ou
representantes de entidades "defensoras" de mulheres ou crianças desprotegidas e
desrespeitadas nos seus direitos individuais.

A questão envolve todas as áreas da Medicina Legal, porém é mais gritante


com relação à área de Sexologia Forense. Muito provavelmente por ser esta a área
que mobiliza o sentimento público de defesa da mais individual das liberdades. Com
exceção do Direito a vida, o Direito à liberdade sexual, ou seja, o uso do seu corpo
como templo sagrado, onde o acesso só pode se dar com permissão explícita do
desejo individual, é o mais pessoal dos Direitos. E nenhuma outra questão, depois
do homicídio, traz tanta comoção aos indivíduos, nem provoca tanto o clamor
coletivo.

Mas, não é o julgamento do mérito a proposta em curso. Preocupa fortemente


a todo Médico Legista cioso do seu papel e de quanta experiência se precisa para
realizar exames em sexologia, as várias tentativas de banalização do exame
sexológico no País.

No início desse artigo, não foi sem propósito a demonstração de quantos


séculos decorreram até que os exames periciais fossem de fato dignos de crédito,
pela melhoria na sua qualidade. Quem milita na área de sexologia forense sabe,
quantas vezes, mesmo com experiência de muitos anos de exercício da profissão,
ficamos em dúvida diante de determinadas situações, lançando mão do auxílio de
outros colegas na discussão de casos. É área tão delicada e difícil, que são poucos
os Peritos Médicos que a ela se dedicam de fato, preferindo a Tanatologia ou a
Clínica Médico-Legal, onde os fatos geralmente se apresentam com maior
positividade e clareza.

Eis que chegam então, pessoas pouco afeitas aos meandros da Perícia ou da
Medicina, encontrando soluções mágicas para as dificuldades de se realizar perícias
Médico-legais, por falta de profissionais nos quadros oficiais ou por questões de foro
íntimo da vítima de violência sexual, e tiram coelhos da cartola, que agradam ao
público que assiste ao espetáculo: Vamos determinar que qualquer médico possa
fazer perícias em sexologia, precisamos resolver o problema da vítima, um laudo
médico deve ter sempre o mesmo valor......, e por aí vão as declarações bem
intencionadas e bombásticas, promovendo a alegria do sanatório geral e a
preocupação de quem leva a sério o auxílio a justiça.
4

2. COMO ORIENTAR OS EXAMES DE SEXOLOGIA FORENSE

Proceder a um exame médico-legal em Sexologia, o que pode parecer algo


simples e corriqueiro em um Serviço apropriado, como se encontra nos grandes
centros, pode se transformar em um trabalho hercúleo para o legista que
desempenha seu mister no interior.

Com efeito, nas condições habitualmente precárias dos pequenos gabinetes


emprestados aos IMLs, nas cidades menores e no interior dos Estados, o legista se
vê em "palpos de aranha" ao ter que decidir entre o que deve fazer e o que pode
fazer. De pouco adianta fazer cursos, acompanhar sofisticadas apresentações, se
não se têm condições de discernir de tudo isso o que, realmente, poderá de fato
fazer no seu local de trabalho.

Assim sendo, e antes de oferecermos qualquer "roteiro" para a realização de


citados exames, algumas premissas carecem ficar bem definidas, de modo a evitar
arrependimentos ineficazes futuros, tais como:

 O exame médico-legal em sexologia forense


 É um ato médico único e irrepetível;
 Os vestígios, indícios e evidências que se possam obter, na vítima ou no
local, são perecíveis;
 O exame deve ser realizado com rapidez e eficiência, de uma só vez,
para evitar o sofrimento reiterado da vítima;
 Os procedimentos para a realização do(s) exame(s) – do jeito que
possam ser realizados em cada local de trabalho – devem de ser
conhecidos pelo médico legista antes dos fatos acontecerem e encontrar-
se ao seu alcance fácil;
 As rotinas para a colheita, conservação, arquivamento e/ou transporte dos
materiais que não possam ser processados localmente, devem ser
perfeitamente conhecidas tanto pelo médico legista, quanto pelo(a)
funcionário(a) que o assiste;
 Deve dar-se preferência aos envelopes de papel para a colheita,
conservação, arquivamento e/ou transporte dos materiais secos colhidos
(e.g. pelos, unhas, cotonetes etc.), evitando sempre envelopes plásticos
[porquanto mantêm a umidade e facilitam a];
 Deve dar-se preferência aos recipientes de plástico para a colheita e
transporte dos materiais líquidos e/ou úmidos (sangue, fluído vaginal,
cotonetes úmidos etc.), evitando recipientes de vidro [porquanto quebram
com facilidade e com maior facilidade quando a amostra é importante e
não pode ser perdida...];
 Examinar à vítima, quando menor, sempre na presença de, pelo menos,
uma auxiliar e do familiar mais próximo que a tenha acompanhado;
5

2.1. Considerações específicas

Primeiro contacto com a vítima:

 Ponderar sobre a urgência da realização do exame médico-legal;


 Avaliar procedimentos e condutas que possam ter promovido a destruição
ou modificação de vestígios;
 Informar médicos, pessoal de enfermagem e familiares, quando
solicitado,sobre procedimentos e condutas que promovam a preservação
de vestígios.
 Condições para a realização do exame:
 Mesmo na ausência de queixa ou de denúncia até aos 14 anos
(exclusive), bastando a suspeita de abuso; obter consentimento por
escrito da vítima (se capaz para tal), para a realização do exame e da
fotodocumentação;
 Apenas se existir queixa (anterior ou apresentada ao perito) em maiores
de 13 anos; obter consentimento, por escrito, da vítima ou do seu
representante legal, para a realização do exame e da fotodocumentação.

Colheita da informação (antecedentes e evento):

 Se num hospital, em conjunto com o profissional de enfermagem ou


médico que vai auxiliar no exame físico;
 se numa dependência do IML, em conjunto com o 2º perito ou profissional
de enfermagem que vai auxiliar no exame físico;
 Se numa Delegacia, em conjunto com o perito ou o profissional de
enfermagem que vai auxiliar no exame físico, no caso dos adultos; no
caso dos menores, idealmente com a Assistente Social e, se possível,
com o Psicólogo, que colaborarão também no exame físico;
 No caso dos menores, é sempre recomendável a remoção e prática do
exame em ambiente hospitalar.

Despir e preservar vestuário:

 Sacudir cada peça em cima de um papel que facilite a ulterior captação


(papel de filtro branco), de modo a colher pelos soltos, fibras, fragmentos
de vegetais etc.;
 Preservar peças de roupa com manchas ou rasgões, bem como
absorventes e outros vestígios, cada um num saco de papel,
adequadamente selado e identificado;
 fornecer bata à vítima de forma a evitar, ao máximo, a exposição corporal
e a salvaguarda, na medida do possível, da sua intimidade.
6

Cabelos:

 Inspeção, corte de madeixas empastadas e penteado para colheita de


cabelos soltos;
 Arrancar em torno de 9-12 cabelos, cuidando que todos tenham o bulbo
piloso (raiz);
 Recolher e guardar em envelope de papel, adequadamente selado e
identificado.

Mãos:

 Inspeção e recolher cotonetes subungueais (umedecidos com água


destilada); deixar secar e acondicionar devidamente identificadas (anotar
referências ao local da colheita).

Superfície corporal em geral:

 Inspeção, descrição e fotodocumentação de lesões ou seqüelas de


lesões, notadamente as que evidenciem violência;
 Cotonetes(s) [umedecido(s) com água destilada] de zonas com
mordeduras ou chupadelas, bem como de zonas onde a vítima informe ter
havido contacto da boca do agressor; deixar secar e acondicionar
devidamente identificadas (referência ao local da colheita).

Boca:

 Inspeção, descrição e fotodocumentação de lesões ou seqüelas de


lesões;
 2 cotonetes da região peri-oral (umedecidos com água destilada) e da
cavidade oral (secas), se suspeita de coito oral até 8 horas antes do
exame; deixar secar e acondicionar devidamente identificadas (fazer
referência ao local da colheita).

Região anal:

 Inspeção na posição genu-peitoral descrição e fotodocumentação de


lesões ou seqüelas de lesões;
 Cotonetes obtidos da região peri-anal (umedecidos com água destilada) e
do ânus (secos ou úmidos), se há suspeita de coito anal até 24 horas
antes do exame; deixar secar e acondicionar devidamente identificadas
(com referência ao local da colheita);
 Esfregaço, em 2 lâminas;
 Usar colposcópio, se disponível;
7

 Existindo dificuldade para verificar a presença de rágades, pincelar a


região suspeita com solução aquosa a 1% de azul de tolouidina e, 2
minutos depois, tirar o excesso de corante com solução de ácido acético a
2% (vinagre diluído pela metade com água), somente as rágades
aparecerão em azul escuro.

Região genital feminina

 Exame na posição ginecológica e em posição genu-peitoral, descrição e


fotodocumentação de lesões ou seqüelas de lesões;
 Usar colposcópio, se disponível;
 Diferenciar claramente entalhes de raptoras [ver tabela diferencial no fim
deste trabalho];
 Existindo dificuldade para verificar a presença de rupturas do hímen,
pincelar a membrana com solução aquosa a 1% de azul de tolouidina e, 2
minutos depois, tirar o excesso de corante com solução de ácido acético a
2% (vinagre diluído pela metade com água), somente as rupturas
recentes aparecerão em azul escuro;
 Penteado dos pêlos pubianos para colheita de pêlos soltos e retirada, por
corte, de pêlos empastados;
 2 cotonetes da região perineal (umedecidos com água destilada), vulvar e
vaginal (secas), se houver suspeita de coito vestibular ou vaginal até 48
horas antes do exame; deixar secar e acondicionar devidamente
identificados (com referência ao local da colheita);
 Esfregaço em 2 lâminas.

Região genital masculina

 Inspeção, descrição e fotodocumentação de lesões ou seqüelas de


lesões;
 Penteado de pelos pubianos para colheita de pelos soltos e corte de pelos
empastados;
 Cotonetes (umedecidos com água ou salina) da glande, haste do pênis,
base do pênis e/ou saco escrotal (consoante as circunstâncias); deixar
secar e acondicionar devidamente identificadas (referência ao local da
colheita);
 Esfregaços, em 2 lâminas.
 Amostras de referência:
 Arrancar em torno de 9 cabelos, cuidando de que estejam íntegros,
contendo o bulbo piloso (raiz);
 Arrancar em torno de 9 pelos pubianos íntegros (com raiz);
 Colher gotas de sangue (3 ou 4 gotas), formando uma mancha em papel
de filtro ou mata-borrão; deixar secar e acondicionar, devidamente
identificada, (com referência a dia, hora e local).
8

Exames microbiológicos (complementares):

 Colher sangue da vítima, no mesmo dia do exame, para estudo de


marcadores de SIDA (HIV 1 e HIV2), Hepatite B e C, e Sífilis (VDRL);
 Cotonetes para pesquisa de gonorréia e outras DSTs (doenças
sexualmente transmissíveis); em sendo impossível sugerir esse estudo o
mais rapidamente possível ao Médico Assistente da vítima;
 Solicitar ao Médico Assistente a repetição destes exames na vítima, 3, 6 e
12 meses após, se negativos da primeira feita;
 Solicitar a realização destes mesmos exames ao suspeito agressor,
quando for possível.

Exames toxicológicos e imunológicos (gravidez):

 Colher sangue, urina ou outros produtos, se o exame clínico o sugerir;


 Acompanhamento por psicóloga
 Em todos os casos de menores, para valorização da informação e para
acompanhamento;
 Nos adultos, se por estes solicitados;
 Nos IMLs, diretamente ou através dos serviços hospitalares (se
protocolo), ou através da Delegacia respectiva.

Denúncia e envio de relatório

 No caso de menor, se não houver queixa ou denúncia prévia comunicar,


obrigatoriamente, ao Ministério Público e dar conhecimento à Vara da
Infância e Juventude e ao Conselho Tutelar local;
 Enviar o relatório (preliminar ou final) para todas essas repartições;
 Incluir as conclusões dos exames de Genética e Biologia Forense, de
Psicologia ou outros, no relatório final.

Roturas x Entalhes

 O hímen, em algumas pessoas, pode apresentar entalhes congênitos, ou


seja, irregularidades na sua borda livre, que se podem assemelhar com
roturas.
 Todavia, mister lembrar que os entalhes são irregularidades congênitas,
sob a forma de pequenas reentrâncias, que se observam na borda livre
da orla himenal, e que não resultam de qualquer traumatismo, antes de
processos embrionários de reabsorção diferencial da membrana
vestibular.
 Já as roturas são lesões, resultando da ação local de energias mecânicas
que, de forma proposital ou acidental, laceram a orla himenal sofrendo, a
posteriori e como é cediço, um processo de reparação natural, por
cicatrização.
9

Segue-se, daí, que é preciso fazer-se o diagnóstico diferencial entre ambos -


roturas e entalhes - usando alguns critérios práticos como:

 Não haver, nos entalhes congênitos, as modificações decorrentes do


trauma, isto é,
 congestão,
 edema,
 hemorragia,
 espessamento das bordas,
 reparação em andamento,
 cicatrizes;
 Não se obter boa coaptação das bordas dos entalhes, uma vez que não
estavam anteriormente juntas, sendo que as suas margens soem ser, via
de regra, arredondadas.

O diagnóstico diferencial entre entalhe, congênito, e rotura, traumática, é feito


com base nas observações clássicas de HOFMANN, como se vê no quadro abaixo:

Entalhe Rotura
1. Pouco profundo. Não atinge a borda 1. Profunda, em geral, atingindo a borda
incerta (aderente) da membrana. incerta da membrana.
2. Borda regular com ângulos abertos. 2. Borda irregular com ângulos agudos.
3. Bordas revestidos por epitélio igual ao 3. Bordas cobertos por tecido cicatricial,
que reveste a membrana. esbranquiçado.
4. Bordas da mesma espessura do resto 4. Bordas mais espessas (em cordão
da membrana. fibroso) que o do resto da membrana.
5. Disposição irregular, não simétrica, 5. Disposição em 42,9 % dos casos,
ocorrendo ao acaso. simétrica.
6. Localização indiferente, tanto em partes 6. Localização preferencial em partes
delgadas, como espessas, da membrana. delgadas da membrana himenal.
7. Justaposição incompleta ou impossível 7. Justaposição completa e perfeita das
das bordas. bordas.
8. Não se observa infecção local e, 8. Podem observar-se sinais de infecção
quando há, é de origem vulvo-vaginal. nos locais onde há processo cicatricial em
evolução.

Todavia, nem sempre o diagnóstico é fácil, exigindo uma boa experiência do


examinador.

A utilização dos raios ultravioletas filtrados (lâmpada de Wood) pode ajudar a


diferenciar entalhes de roturas e cicatrizes. Isto porque a presença da congestão
torna a mucosa, vizinha à rotura, arroxeada, tanto quanto a própria borda. Uma vez
ocorrida a cicatrização, enquanto a cicatriz é recente e vascularizada, as nuanças
arroxeadas poderão se manter, assumindo, ao depois, um colorido amarelo-
nacarado, na medida em que a vascularização se reduz e a cicatriz é cada vez mais
fibrosa, colágena.
10

Vale fazer uma derradeira referência, ao uso do colposcópio, aparelho que


pode facilitar, em muito, uma observação adequada, já que os ângulos da rotura,
notadamente quando recente, são mais agudos e, ainda, os retalhos podem-se
coaptar, quando se diminui a tração exercida pela mão do examinador.

Recordar sempre que ninguém se torna um observador perspicaz fazendo


exames eventuais e esporádicos. É o dia a dia da rotina prática e da leitura metódica
a que contribuirá para que o médico legista possa fazer exames mais seguros, em
benefício da verdade real do acontecido com as vítimas.
11

3 A CRIMINALIDADE SEXUAL

A análise médico-legal dos delitos sexuais, como em todos os outros tipos de


delitos, procura relacionar o tipo ação com a personalidade do delinqüente e, como
sempre, avaliar se, por ocasião do delito, o delinqüente tinha plena capacidade de
compreensão do ato, bem como de auto determinar-se.

Para facilitar a análise, excetuando-se a Deficiência Mental, a Demência


Grave, os Surtos Psicóticos Agudos e os Estados Crepusculares, pode-se dizer que
em todos os demais casos de transtornos psico-sexuais a compreensão do ato está
preservada. Deve-se ressaltar ainda, a preservação ou noção de ilegalidade,
imoralidade ou maldade do ato, mesmo nos casos de intoxicação por drogas e
álcool, partindo da afirmação, mais do que aceita na psicopatologia, de que essas
substâncias nada mais fazem do que aflorar traços de personalidade pré-existentes.
Excetua-se nesse último caso, como dissemos, a embriagues Patológica
(solidamente constatada por antecedentes pessoais).

Apesar de alguns estudos mostrarem que portadores de Parafilia que


chegaram ao delito, o fizeram conduzidos por uma compulsão capaz de corromper
seu arbítrio (ou vontade), devemos ressaltar que essa ocorrência é extremamente
rara e não reflete, de forma alguma, a expressiva maioria dos delitos sexuais.

Mas vamos analisar essa questão da "compulsão" mais detidamente. Quando


se fala do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), estamos nos referindo à
Obsessão e à Compulsão (não necessariamente a impulsos) que caracterizam esta
neurose e a conduta dela decorrente.

As Obsessões são definidas como idéias, pensamentos, imagens ou desejos


persistentes e recorrentes, involuntários, que invadem a consciência. A pessoa não
consegue ignorar ou suprimir tais pensamentos com êxito, sendo sempre acometido
por severa angústia.

As compulsões, por sua vez, são atitudes que se obrigam como resultado da
angústia produzida pela idéias obsessivas e não costumam ser dominadas
facilmente pela vontade do indivíduo. Normalmente as compulsões são
acompanhadas tanto de uma sensação de impulso irracional para efetuar alguma
ação, como por uma luta ou desejo em resistir a ele. Com freqüência esse impulso
pode permanecer simplesmente como impulso, não executado pelo individuo, já que
este tem medo e pavor de "perder o controle" de sua conduta.

Quando esses impulsos resultam na ação compulsiva, eles provocam grande


ansiedade, obrigando o portador desse transtorno a evitar novas situações capazes
de provocar a tal obsessão e, conseqüentemente, o tal impulso.Tanto as obsessões
como as compulsões são sempre egodistônicas, ou seja, são ansiosamente
reprovadas pela pessoa que delas padece. Somente em certas formas excepcionais,
notadamente quando esse transtorno se sobrepõe a outros transtornos de
personalidade, se observa que as obsessões podem despertar a concordância do
paciente. É o caso, por exemplo, de alguns pacientes com cleptomania e não
angustiados por isso, ou ainda da piromania ou jogo patológico.
12

Para que se caracterize uma idéia patologicamente obsessiva, ela deve se


manifestar como uma atitude repentina, impossível de controlar e executada sem
nenhuma prevenção ou cálculo premeditado. Sendo esse impulso muito forte e, às
vezes, aleatório, ele pode se manifestar repentinamente, mesmo na presença de
terceiros ou até publicamente. Essa espontaneidade, falta de planejamento,
manifestação diante de terceiros e fortuidade podem ajudar a diferenciar uma atitude
neurótica de uma psicopática.

As situações onde se atesta a inimputabilidade do delinqüente sexual são


excepcionalmente raras. O habitual não é que essas atitudes delinqüentes sejam
frutos de verdadeiros Transtornos Obsessivo-Compulsivos com comportamentos
automáticos, mas sim que se tratem de impulsos psicopáticos conscientes e
premeditados.

Diferentemente da obsessão ou compulsão, os impulsos ou pulsões se


observam com freqüência nas condutas psicopáticas e nos Transtornos Anti-sociais
da Personalidade (ou Dissociais). Essas pessoas não são alienadas nem psicóticas
por carência absoluta de sinais e sintomas necessários à classificação, e obtém
gratificação e prazer na transgressão, no sofrimento dos demais e na agressão.

Depois do ato delituoso, se este foi motivado por uma atitude psicopática, não
aparece o arrependimento ou culpa, tão habitual das atitudes obsessivo-
compulsivas. A delinqüência sociopática (ou psicopática) é, por isso, considerada
egosincrônica, ou seja, não desperta nele alguma crítica desfavorável. A
delinqüência sexual dos sociopatas ou psicopatas correspondem à uma atuação
teatral premeditada (longe de ser tão impulsiva como alegam), consciente e
precisamente dirigida à um objetivo prazeroso. Não se trata, absolutamente, de uma
atitude compulsiva, incontrolável, irrefreável ou um reflexo automático em resposta à
uma idéia obsessivamente patológica.

3.1 Característica da vítima

Não se tem detectado condições físicas genéricas e estigmatizadas nas


vítimas dos criminosos seriais. As características físicas das vítimas dependem da
psicodinâmica delinqüencial de cada autor. É habitual tratar-se de mulheres jovens,
não necessariamente belas, com certas particularidades que se enquadram dentro
do ritual do agressor. Assim as vítimas podem ser meninas ou meninos, púberes,
grávidas, prostitutas.

3.2 Idade

A idade não pode ser determinante para ser vítima de um criminoso Serial,
tanto o quanto esta cumpra com as expectativas e motivações que requer o
agressor. No Serviço de Atenção Integral à Mulher Sexualmente Vitimada, do
Hospital Pérola Byington, em São Paulo, tem-se constatado o predomínio dos
crimes sexuais entre adolescentes com idades entre 15 e 19 anos e entre adultas
jovens, com menos de 24 anos (Aspectos Biopsicossociais da Violência Sexual,
Jefferson Drezett).
13

3.3 Alterações emocionais da vítima de violência sexual

Como dissemos ao tratar do tema Violência e Saúde (veja), o sofrimento


imposto pelo criminoso à sua vítima não se limita ao momento desse crime. Embora
seja difícil sistematizar um padrão de reação das pessoas diante de uma agressão
sexual, bem como de seus efeitos emocionais, tendo em vista a grande variação da
natureza, do tipo e das circunstâncias da agressão, a expressiva maioria das vítimas
de um crime sexual apresentará reflexos de uma experiência traumática duradoura
O sofrimento emocional começa a partir do momento em que se dá um ataque
sexual, com ou sem lesões físicas decorrentes do ataque. Durante e depois da
agressão surge o medo e uma grande ansiedade. Algumas vítimas, até por
mecanismo de defesa, conseguem manter-se relativamente serenas durante a
agressão mas, mais cedo ou mais tarde, haverá um rompante emocional das
tensões reprimidas.

3.4 O choque imediato

Logo depois da agressão sexual a vítima apresenta um estado emocional


compatível com uma confusão moderada, sentindo-se desorientada quanto ao que
fazer e um dos agravantes é a preocupação com as conseqüências da revelação da
agressão. Essas preocupações, que podem ser de ordem moral, ética e mesmo de
pavor da vingança por parte do agressor, logo se transformam em grande
constrangimento. Esse constrangimento é o responsável pelo silêncio que grande
número de vítimas mantém depois da violência sexual. Algumas vezes a vítima pode
recorrer à um Mecanismo de Defesa chamado Negação, onde sua consciência se
recusa a acreditar que isto tenha acontecido com ela. Outras vezes sente culpa e
fica ruminando a seqüência dos acontecimentos para avaliar se poderia ou não ter
evitado que as coisas tomassem o rumo que tomaram.

3.5 A recuperação

Na fase da recuperação a vítima começa a se adaptar novamente à sua


realidade, agora uma realidade completamente diferente daquela anterior à
agressão.É comum, no início da recuperação que os sentimentos sejam revividos de
tempos a tempos, com intensidade cada vez mais atenuada. Há crises de choro,
medo, cisma sensação de que algo de ruim está para acontecer, impressão de que
comentam a seu respeito. Essa pseudo-paranóia é mais ou menos freqüente no
início da fase de recuperação mas deve, obrigatoriamente, desaparecer depois de
algumas semanas. 

Caso persistam essas revivências ou caso a intensidade dos sentimentos


ainda sejam intensos depois de algumas semanas, caso persistam as idéias
paranóides, acompanhadas de isolamento e recusa em sair de casa, enfatizamos
novamente, há possibilidade de estarmos diante de um quadro de Estresse Pós-
Traumático ou, mais grave, diante do desenvolvimento de um Transtorno Delirante
Agudo e Transitório, antiga Psicose Reativa Breve.
14
15

3.6 As lesões produzidas

As lesões que se observam na violência sexual podem ser:

a) intimidatórias destinadas a calar a vítima ou a submetê-la (contusões em


geral);

b) motivacionais do ato violento para satisfazer as necessidades agressivas


(que vão desde golpes, violações, até homicídios, etc.) através de feridas,
traumatismos, mordeduras, contusões, estrangulamento, etc.

c) de ensandecimento como lesões perfuro-cortantes múltiplas, golpes de


crânio, esquartejamento, etc, assim como marcas ou legendas que são como a
assinatura identificatória do autor, em franco desafio intelectual com os
investigadores, ou como forma onipotente de poder delinqüencial.

Nos casos em que se observam lesões genitais, para-genitais e extragenitais,


se pode pensar na motivação sexual da agressão ou em lesões específicas de
atentados contra a liberdade sexual (delitos sexuais ou contra a honestidade).
16

4 A HISTÓRIA DOS TRANTORNOS SEXUAIS

Relatos de comportamento sexual incomum existem desde a Antigüidade. Na


mitologia grega há casos de adultério, incesto e promiscuidade. Na Roma Antiga,
rituais orgiásticos faziam parte do calendário religioso. Com o decorrer dos séculos,
a percepção do sexo, "desviante" ou não, era determinada pela moral. Foi apenas
no século 19 que desvios sexuais tornaram-se tema da medicina, deixando de ser
uma "imoralidade" e passando a ser uma "doença".

O pioneiro na compilação e classificação "científica" dos comportamentos


sexuais anormais foi o psiquiatra e neurologista alemão/austríaco Richard von Krafft-
Ebing (1840-1902). Sua principal obra, Psychopathia Sexualis (editada no Brasil pela
Martins Fontes), lançada em 1886, traz 237 relatos de atos sexuais "aberrantes".
Esses foram classificados pela primeira vez em categorias como necrofilia,
bestialismo, sadomasoquismo, exibicionismo e fetichismo, entre outros. O
homossexualismo era uma das "aberrações sexuais" que mais preocupavam o
médico, que apontava como causa principal a degeneração hereditária, ou também
masturbação e promiscuidade. Por mais moralista ou ultrapassada que pareça, sua
classificação foi uma tentativa de ordenar o insipiente campo da psiquiatria.

O trabalho de Krafft-Ebing foi retomado pelo austríaco que revolucionaria a


compreensão da sexualidade. Sigmund Freud citou-o várias vezes em seu famoso
livro Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, de 1905 (editado no Brasil pela
Imago). Freud considerava esse livro um dos pilares da psicanálise, pois continha
suas idéias sobre sexualidade infantil, sobre o bissexualismo inerente aos humanos,
sobre o complexo de Édipo e sobre o nosso assunto: a diferença tênue entre
práticas sexuais normais e anormais. Para o pai da psicanálise, desejos sexuais
travam conflitos entre si, com as convenções sociais e principalmente com a
realidade.

Em sua teoria, esses desejos são fundamentais, mesmo nunca sendo


totalmente satisfeitos. O homem deseja o que não tem ou o que perdeu, e esses
desejos não satisfeitos podem expressar-se de formas surpreendentes ou até
perturbadoras. Dessa forma, os distúrbios sexuais ganham o campo da psicologia
nas décadas de 1930 e 1940 e começam a despertar a atenção da psiquiatria, que
se organiza melhor como disciplina em meados do século, acompanhando o avanço
da farmacologia. Surgem as psicocirurgias (lobotomia), os tratamentos com
hormônios e medicações específicas para problemas mentais, como o lítio. Mas é
apenas nos anos 70 que o estudo dos distúrbios sexuais passa a ser de fato um
tema da psiquiatria.

Começa a tentativa de criar medicamentos mais específicos, que eliminem o


desejo sexual excedente, sem tantos efeitos colaterais. Nos anos 80,
antidepressivos começam a ser aplicados nesses casos, com alguns resultados.
Mesmo assim, a psicoterapia continua sendo a base dos tratamentos da compulsão
sexual e de outros distúrbios semelhantes.
17

5 TIPOS DE TRANSTORNOS SEXUAIS

Os problemas sexuais são conhecidos como Transtornos Sexuais na


linguagem médica. Dividem-se em três grandes grupos:

5.1 Disfunções Sexuais

A Disfunção Sexual é um problema que pode afetar o desejo sexual e/ou


alterar as respostas psicofisiológicas do corpo frente aos estímulos sexuais,
causando sofrimento e insatisfação não só na pessoa, como também no seu par. As
disfunções sexuais são freqüentes e relativamente fáceis de se tratar com ajuda
especializada, principalmente as que acometem as fases de excitação ou de
orgasmo.

5.2 Parafilias

A parafilia antigamente era chamada de Desvio Sexual ou Perversão. É


caracterizada pela presença de fantasias ou vontades sexuais estimulantes e
persistentes relacionadas com objetos não humanos, humilhação de si mesmo ou de
parceiros, com crianças ou pessoas que não estão consentindo com o ato sexual. O
tratamento básico para esses tipos de problema sexual é a psicoterapia

5.3 Transtornos de Identidade de Gênero

O Transtorno de Identidade de Gênero caracteriza-se pela pessoa acreditar


ou querer ser do sexo oposto, tendo um sofrimento e uma estranheza muito grande
com seu próprio sexo e com o seu papel social. O tratamento desse transtorno é
mais difícil de ser feito. Por vezes, essas pessoas mudam de sexo através de uma
série de cirurgias plásticas reconstrutivas. É indispensável que a pessoa procure
atendimento psiquiátrico para, através de psicoterapia e apoio, poder enfrentar as
dificuldades para assumir nova identidade e lidar com possíveis frustrações.

Erotomania: É a crença de estar sendo amada (síndrome mais comum em


mulheres) por uma determinada pessoa geralmente de um status superior. Apesar
da aparente puerilidade desse delírio suas conseqüências podem ser tão danosas
quanto à do delírio de perseguição a partir do momento em que esses pacientes
intervêem diretamente na vida daqueles que acreditam estarem apaixonados por
ele. Por exemplo, uma fã achar que é amada pelo seu ídolo e começar a intervir na
vida pessoal dele para que declare seu amor por ela.

Lubricidade Senil: Manifestação sexual exagerada em pessoas idosas, na


qual se incluem toques lúbricos na genitália, especialmente de pessoas mais jovens,
e prática de atos obscenos em logradouros públicos.

Zoofilia: Praticar sexo com animais é o que dá prazer aos praticantes da


zoofilia. Assistir cópulas de animais também pode ser fator de excitação para eles.
18

Em algumas regiões, principalmente nas rurais, é comum pessoas que


mantém relacionamento com animais. A prática desaparece quando o indivíduo
inicia um relacionamento com humanos.

"As lhamas nos Andes chegam a causar ciúme nas esposas e é comum a
iniciação sexual dos adolescentes nesses animais".

Incesto (Edipismo): Relação sexual entre parentes de sangue ou afins. Pode


ser entre filho e mãe (Matrincesto), com o pai (Patrolagnia) e entre irmãos
(Fratrilagnia ou Sororilagnia).

Necrofilia: Os necrófilos são tidos, quase sempre, como psicóticos e sofrem


desse distúrbio considerado grave. Eles só alcançam o prazer ao manter relações
sexuais com cadáveres. As relações sexuais normais não interessam a eles. É o
caso do maníaco do parque, que seduzia suas vítimas e as matava para depois ter a
relação sexual.

Pedofilia: Pedófilos são aqueles que se excitam com crianças ou pré-


adolescentes. Essa excitação pode ter natureza homossexual ou heterossexual.
Geralmente, são homens tímidos que não se satisfazem com mulheres adultas, mas
com crianças eles se sentem no controle da situação. Pedófilos também têm
problemas com álcool e, quando casados, quase sempre têm problemas no
casamento. É raro mulheres pedófilas.

Exibicionismo: O exibicionista, contrariando a regra, geralmente, são homens


tímidos que têm medo de contato sexual. Os praticantes expõem seus órgãos
genitais a pessoas do outro sexo nas ocasiões mais impróprias. Assim, eles
despertam seus desejos sexuais e alcançam o prazer, podendo se masturbar
durante ou depois a exposição. O objetivo dos homens - que são a maioria dos
praticantes - é chocar mulheres desconhecidas, causando desgosto.

Fetichismo: Muitas coisas podem ser consideradas objetos de fetiche, como


salto alto, meias, lingerie. Pés, mãos e qualquer outra parte do corpo, sem ser as
diretamente relacionadas com sexo, como seios, vagina, pênis, bumbum, também
podem ser objeto que despertem os praticantes - que, geralmente, são homens
tímidos com dificuldades de comunicação. A prática do fetiche pode ser durante a
masturbação ou na relação a dois. O fetichismo não é considerado disfunção sexual
na medida em que os objetos que provocam interesse erótico e não causem dano a
ninguém.

Voyeurismo: É a excitação sexual conseguida mediante a visualização dos


órgãos genitais da criança e do adolescente. A experiência pode perturbar e
assustar a criança e o adolescente.

Vampirismo: Do ponto de vista digamos, "científico" há uma possibilidade de


explicar o vampirismo, pela teoria da porfiria, que é uma doença rara do fígado, que
provoca a retração das gengivas (daí os dentes expostos), a carência de glóbulos
vermelhos do sangue (daí a necessidade orgânica de repor esse sangue), e
fotofobia (a luz do sol incomoda tremendamente).
19

Imagine você, na Antigüidade, ou mesmo na Idade Média, um indivíduo, com


esses sintomas, absolutamente ignorante sobre as causas do seu mal, e sem os
meios mínimos de fazer por exemplo, transfusões regulares de sangue, ou
tratamento medicamentoso. Aos poucos ele vai descobrindo, que se comer um bife
sangrando, começa a se sentir melhor. Daí para beber o sangue in natura, e depois
o sangue humano, é uma passo.

Sodomia: É uma palavra de origem bíblica, usada para designar o sexo anal
entre homossexuais ou hererosexuais. Tem origem na descricão bíblica de Sodoma
e Gomorra. A bíblia narra que Deus enviou 2 anjos para analisarem estas cidades
que seriam origem de diversos pecados entre os quais a prática de relações sexuais
entre homens.

Clismafilia: Exitação erótica provocada pela injeção de alguma substância no


reto, geralmente água ou solução medicamentosa.

Donjuanismo: Dom Juan de Marco é tido como símbolo da libertinagem. É um


personagem literário que surgiu a partir do filme Dom Juan de Marco. Trata-se de
um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada,
inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para conquistar uma mulher.
Forte compulsão para sedução.

Dolismo: Ocorre atração por bonecas e manequins. Utiliza-se vaginas


artificiais de bonecas infláveis aptas para a cópula.

Mixoscopia: O indivíduo atinge o orgasmo ao observar o parceiro participando


de relações sexuais com outro.

Cromo-Inversão: É a manifestação erótica por pessoas de cor da pele


diferente. Pode ocorrer também a etno-inversão, que consiste na manifestação
erótica por pessoas de etnia diferente.

Anafrodisia: Trata-se de uma inibição da excitação sexual de forma geral.


Apresenta-se por uma falta de sentimentos eróticos, sendo que o ato sexual para as
mulheres com esse distúrbio passa a representar um castigo. A situação provoca
insatisfação e depressão na mulher, que está sempre formulando desculpas para
evitar uma relação sexual. As causas são fundamentalmente de origem psicológica:
negação ao sucesso, ao prazer e ao amor; medo de abandono por parte do
companheiro, dificuldades para manifestar seus desejos sexuais, conflitos internos,
etc.

Frigidez : A frigidez caracteriza-se pela falta de desejo e de qualquer resposta


sexual. Essa terminologia tem sido empregada para definir mulheres que não
demonstram nenhum interesse em sexo ou que ficam completamente "geladas" ao
toque erótico.

Satiríase e Ninfomania: A ninfomania, significa um desejo excessivo ou


patológico pelo coito, em uma mulher e uma outra denominação de Satiríase seria o
Don Juanismo.
20

Masoquismo: O masoquismo constitui a obtenção de prazer sexual ao ser


fisicamente magoado, ameaçado e submetido a abusos. O sadismo, o oposto do
masoquismo, é o prazer sexual de uma pessoa ao infligir sofrimento físico ou
psicológico ao parceiro sexual. Um certo grau de sadismo e de masoquismo tem
lugar nas relações sexuais de pessoas saudáveis, e os membros mutuamente
adaptados de um casal procuram-no frequentemente um no outro. Por exemplo, o
uso de lenços de seda para simular ligaduras e de palmadas suaves durante a
atividade sexual são práticas freqüentes entre casais consentidores e não são
considerados sadomasoquistas.

Transexualismo: O transexualismo é uma perturbação característica da


identidade de gênero. As pessoas com esta perturbação acreditam que são vítimas
de um acidente biológico (ocorrido antes de nascer) e que estão cruelmente
aprisionadas num corpo incompatível com a sua verdadeira identidade de gênero.
Regra geral, os transexuais são biologicamente homens que se identificam a si
próprios como mulheres na sua primeira infância e olham com repugnância os seus
órgãos genitais e as suas características masculinas. O transexualismo parece ser
menos freqüente nas mulheres biológicas.

Travestismo: No travestismo, um homem prefere de modo ocasional vestir-se


com roupas de mulher ou, menos frequentemente, uma mulher prefere vestir-se com
roupas de homem. Em qualquer caso, no entanto, o desejo da pessoa nunca é
mudar de sexo, como no caso dos transexuais. A troca de roupas nem sempre é
considerada como uma perturbação mental e pode não afetar de forma adversa as
relações sexuais do casal. O travestismo só é considerado como uma perturbação
se provocar sofrimento, deterioração de algum tipo ou um comportamento insensato
que possa conduzir a lesões, à perda do trabalho ou à prisão. Os travestidos trocam
também as suas roupas por razões diferentes da estimulação sexual, por exemplo,
para reduzir a ansiedade, para relaxar ou para experimentar o lado feminino das
suas personalidades, em tudo o mais masculinas.

Homossexualismo: Tendência a se relacionar com pessoas do mesmo sexo.


O homossexualismo feminino é chamado de lesbianismo, e safismo, porque, na ilha
de Lesbos, a poetisa Safo, estimulava o homossexualismo entre suas alunas de
arte.

Riparofilia ou Misofilia: Interesse sexual por pessoa suja ou anti-higiênica.


Isso inclui também o uso de roupas sujas, mulher menstruada e sem asseio.

Frotteurismo: É a excitação sexual resultante do roçar dos órgãos genitais no


corpo de uma pessoa completamente vestida, no meio de outras pessoas, como nos
trens, ônibus e elevadores.

Narcisismo: Amor mórbido por si mesmo.

Masturbação: É o ato da auto-estimulação dos órgãos genitais, ou


manualmente ou por meio de objectos, com o objectivo de obter prazer sexual,
seguido ou não de orgasmo.
21

6 CRIMES SEXUAIS CARACTERIZADOS COMO CRIMES CONTRA


OS COSTUMES

6.1 O Abuso Sexual

O termo abuso sexual é talvez o mais difundido e popularizado para


denominar as situações de violência sexual contra crianças e adolescentes,
principalmente as que se referem à violência intrafamiliar, designada também como
abuso sexual doméstico, violência sexual doméstica, abuso sexual incestuoso,
incesto.

Etimologicamente, abuso indica afastamento do uso ("us") normal. O abuso é,


ao mesmo tempo, mau uso e uso excessivo. Significa, pois, ultrapassar os limites e,
portanto, transgredir.

O que caracteriza o abuso sexual contra crianças e adolescentes é


essencialmente o fato de que essa experiência vai além do que eles estão prontos
para consentir e para viver.

Em síntese, o abuso sexual deve ser entendido como uma situação de


ultrapassagem (além, excessiva) de limites: de direitos humanos, legais, de poder,
de papéis, do nível de desenvolvimento da vítima, do que esta sabe e compreende,
do que o abusado pode consentir, fazer e viver, de regras sociais e familiares e de
tabus. E que as situações de abuso infringem maus tratos às vítimas.

O abuso sexual tem a ver, sobretudo, com o contexto da relação. Por


aproximações sucessivas é possível ir qualificando este tipo de relação: trata-se de
uma relação de caráter sexual, não mediatizada pelo comércio, sem fins de lucro, ou
seja, é um relacionamento interpessoal.

6.1.1 Tipos de Abuso Sexual

a) Abuso sexual sem contato físico

Assédio sexual: Caracteriza-se por propostas de relações sexuais. Baseia-se,


na maioria das vezes, na posição de poder do agente sobre a vítima, que é
chantageada ou ameaçada pelo agressor.

Abuso sexual verbal: Pode ser definido por conversas abertas sobre
atividades sexuais destinadas a despertar o interesse da criança ou do adolescente
ou chocá-los.

Telefonemas obscenos: A maioria deles é feita por adultos, especialmente do


sexo masculino. Eles podem gerar muita ansiedade na criança, no adolescente e na
família.
22

Apresentação forçada de imagens pornográficas: A vítima é exposta às


imagens de cunho pornográfico. A tentativa do abusador é tentar obter alguma
vantagem sexual.

b) Abuso sexual com contato físico

Atentado violento ao pudor: Consiste em constranger alguém a praticar atos


libidinosos, utilizando violência grave ou ameaça. Aqui, seria forçar a criança ou o
adolescente a praticar tais atos ou forçá-los a permitir a prática de tais atos. Eles
podem ser masturbações e/ou toque em partes íntimas, sexo anal e oral. Dessa
categoria devem fazer parte todos os tipos e formas de violência sexual praticadas
contra crianças e adolescentes do sexo masculino, que incluam penetração. Quando
praticados contra mulheres de qualquer idade com penetração vaginal é
denominado estupro.

Corrupção: É um ato de abuso sexual considerado crime hediondo quando


um indivíduo corrompe ou facilita a corrupção de um adolescente maior de 14 e
menor de 18 anos, independente do sexo, mantendo com ele qualquer ato de
libidinagem (sem penetração) ou induzindo-o a praticá-lo ou a presenciá-lo.

Estupro: É forçar alguém a manter relações sexuais sob estado de


inconsciência ou por meio violento, impossibilitando qualquer tipo de reação. Aqui,
diferentemente do que ocorre na coação sexual, implica no ato do sujeito ativo
contra o sujeito passivo, sem intervenção ou participação de outrem.

O estupro subsiste com a efetiva cópula vagínica e está previsto na parte de


crimes contra os costumes do Código Penal, tendo como conseqüência pena de
reclusão variando de seis a dez anos. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez,
eleva esse delito à forma de crime hediondo. Contudo, estudiosos na área,
defendem que, ao envolver sexo, o estupro não pode ser tratado somente como
crime que ataca o moral e bons costumes da sociedade e sim, considerá-lo,
também, ato delituoso causador de prejuízos à saúde e integridade mental e física
da vítima. É esse tipo de violência que, na prática, pode resultar em lesões
corporais, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada bem como
quadros de ansiedade, depressão, sentimento de culpa, dificuldades de
relacionamento com o sexo oposto, medo, autodepreciação, entre outros transtornos
psíquicos comprometedores no cotidiano da vida da vítima.

6.1.2 Conseqüências do Abuso Sexual

Crianças e adolescentes vítimas do abuso sexual podem ter uma visão muito
diferente do mundo, ao contrário daquelas que cresceram em um ambiente familiar,
amoroso e protetor.

Meninos e meninas vítimas, sentem-se traídos e têm dificuldade em confiar


nas pessoas ao seu redor. Com isso podem ter graves problemas de relacionamento
social e sexual quando adulto:
23

Conseqüência do Abuso Sexual para a criança

Conseqüência do Abuso Sexual para a sociedadeConseqüência do Abuso


Sexual para a criança

- Sentimento de culpa e vergonha

- Sentimento de ser má, suja e de pouco valor

- Perda de confiança em outras pessoas

- Medo constante de sofrer novo abuso

- Depressão

- Na vida adulta: dificuldades de relacionamento social e de conquistas


profissionais, impotência sexual e frigidez, depressão,suicídio.

6.1.3 O Conseqüência do Abuso Sexual para a sociedade

Como a maioria dos casos não são denunciados, os agressores não são
punidos. Com isso podem praticar mais crimesSENTINELA – Um órgão em defesa
da Violência Sexual

No MDS, o Sentinela atua no combate ao abuso ou violência sexual contra


estas crianças e adolescentes. Através de uma série de ações sociais
especializadas, o programa visa garantir os direitos fundamentais da vida, assim
como o fortalecimento da auto-estima e o restabelecimento da convivência familiar.

Como funciona: Sua atuação ocorre por intermédio de Centros ou Serviços de


Referência que são espaços onde as ações do Sentinela são desenvolvidas, tais
como abordagem educativa, atendimento multiprofissional especializado, apoio
psicossocial e jurídico, acompanhamento permanente, abrigamento por 24 horas
(quando for o caso) e oferta de retaguarda ao sistema de garantia de direitos.

6.2 Exploração Sexual

A violência sexual causa sérios impactos não só na vida das crianças mas
também no cotidiano nas famílias.as crianças ou adolescentes vitimados acabam
perdendo a referencia dos papeis desempenhados por quem cuida e por quem
merece cuidado.

Muitos meninos e meninas passam a sustentar suas famílias com o dinheiro


ganhado no mercado do sexo, a CPMI da exploração sexual ofereceu em seu
relatório final, um conjunto de sugestões para aprimorar as políticas publicas na área
da infância e alterações legislativas que procuram resguardar os direitos das vitimas
e propicia o enquadramento criminal dos culpados.
24

Essa estratégia de prteçao das crianças e enfrentamento de da impunidade


compreendeu acréscimos e mudanças de vários dispositivos do código penal do
Estatuto da criança e do adolescente (ECA) do código de processo penal e da lei de
crimes hediondos.

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a exploração sexual


comercial de crianças e adolescentes é uma das piores formas de trabalho infantil e
precisa ser elimina rápida e completamente. Para tal, a OIT, por meio do Programa
Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC) e pelo Programa de
Combate ao Tráfico de Pessoas (TIP) tem mantido diversas atividades de
cooperação técnica para fortalecer as ações e políticas de seus Estados-membros e,
sobretudo, apoiar as ações do Governo Federal.

Há vários anos, a OIT vêm desenvolvendo programas de ação com governos,


sociedade civil, organizações de empregadores e de trabalhadores no combate e
enfrentamento da exploração sexual comercial no país.

6.3 Violação Sexual

A violação sexual é comprovada com o exame de conjunção carnal. Verifica-


se a conjunção carnal pelos sinais empíricos, duvidosos ou certeza.

Os sinais empíricos são: a maneira de andar, aspecto do nariz, aspecto dos


olhos, estudo da voz, estudo dos seios, dimensão do pescoço, cheiro, composição e
modo de emissão da urina e etc.

Os sinais duvidosos são: hemorragias, dor, sinais de violência e


contaminação venérea.

Já os sinais de certeza abrangem: a ruptura do hímem quanto a extensão


(completa ou incompleta), quanto ao numero (única ou múltiplas) e quanto ao tempo
(recentes ou antigas); outros sinais de certeza se dão com a verificação de esperma
na vagina e gravidez.

A perícia é feita da seguinte forma:

a) Paciente em posição ginecológica (foco de iluminação)

b) Com polegar e indicador de cada mão funcionando como pinças, puxar os


grandes lábios em direção ao peito.

c) Examinar a orla himenal: forma, espessura, consistência, inserção,


entalhes, roturas, tamanho do óstio etc.

d) Descrever minuciosamente as roturas, informando a respeito de suas


localizações, completas ou incompletas, cicatrizadas ou não, o número delas, etc.
25

e) Colher material para confeccionar lâminas, a fim de constatar ou não,


presença de esperma ou contaminação venérea.

Deve ser verificado:

a) Se a paciente é virgem
b) Se há vestígio de desvirginamento recente
c) Se há vestígio de conjunção carnal recente
d) Se há vestígio de violência... qual meio...
e) Se da violência resultou para a vítima...
f) Se a vítima é alienada ou débil mental
g) Se houve outra causa... que a impossibilitasse...

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREIRA, Gerson Odilon, GUSMÃO, Luis Carlos B. Apostila de Medicina Legal


Parte 5 de 5.
Disponível em:http://www.medstudents.com.br/artigo_conteudo.asp?
mnu=3&esp=81&regid=400#estupro> Acessado em: 04/06/06
GOMES, Luiz Flávio. Estupro e atentado violento ao pudor: são crimes hediondos?
Disponível em: <www.lfg.com.br/public_html/article.php?
story=20041008094210389> Acesso em: 03 jun. 2006.
ROLANDO, Edna. MAZONI, Lenira da Silveira. et all.
Violência sexual – uma questão de saúde e direitos humanos.
Disponível em:
<http://www.mulheres.org.br/violencia/documentos/violencia_sexual_saude.pdf>
Acesso em: 03 jun. 2006
DELMANTO, Celso. Delmanto, Roberto. Et all. Código Penal Comentado. 5 ed. Rio
de Janeiro: Renovar, 2000.
FRANÇA, G.V de – Medicina Legal. 7ª ed, Rio de Janeiro : Guanabara-Koogan,
2004
CALABIUG, Gilbert J. - Medicina Legal & Toxicologia, 6ª ed, Valencia; Masson, 2004
VARELL, Paulete j - Sexologia Forense, 1ª ed, Montes Claros (MG) UNIMONTES,
2001.
VARELL, Paulete j. e Borborema, ML - Vademecum de Medicina e Odontologia
Legais , 1ª ed, Leme (SP): LED, 2006.

Você também pode gostar