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VOLTA

REDONDA
ONTEM E HOJE
Edição Comemorativa 50 anos

Alkindar Costa
ALKINDAR COSTA

VOLTA REDONDA
ONTEM E HOJE
Visão Histórica e Estática

Edição 2004

Alkindar Costa
DEDICATÓRIAS

"In Memoriam"

J.B. de Athayde
Historiador pioneiro, falecido em 9 de novembro de 1974, que por
seu esforço e dedicação não deixou que se perdessem, no tempo, lances
que haverão de conduzir nossa mocidade a querer e amar, com respeito,
esta Cidade de Volta Redonda.

ESPECIAIS

Aos meus filhos ALEXANDRE e JADER, pois serão eles a


continuação de uma luta para que Volta Redonda não perca, nunca, a
sua posição altaneira do progresso.
Aos meus netos, REBECA , LUCAS e PAULA , que
representam uma nova geração na busca pela história, responsável
pelos dias de paz que todos nós desejamos que seja sempre uma
realidade.
À LÉIA, minha mulher, em reconhecimento aos incentivos que
nunca faltaram e que fazem dela a verdadeira autora desta obra.

UMA MENSAGEM DE FÉ E ESPERANÇA

"Registrar a história é mais que escrever algumas palavras; é


também relembrar o suor de muita gente..."
Jader Furtado da Costa - meu filho

Alkindar Costa
PREFÁCIO

“Meus Senhores,
Durante o último conflito armada que arrastou, de uma ou de outra forma,
toda a humanidade, um tipo de homem destacou-se no desenrolar dos combates,
por sua missão singular - o Correspondente de Guerra. Muitos, encerrada a 2ª Guerra
Mundial, puderam acomodar suas cabeças sobre os louros colhidos pelo brilhante
desempenho como testemunhas da própria História. Observadores argutos, atentos
e silenciosos, eles viveram o terrível drama do confronto sangrento, não apenas
como espectadores privilegiados: sofreram a sede e a fome, o frio e o calor, o
bombardeiro e a metralha, com a mesma intensidade daqueles que, por dever,
interviam diretamente nas ações bélicas. Além de tudo, na convivência da trincheira
ou dos raros momentos de descanso, aprenderam, muito cedo, a solidaredade de
irmãos em armas, choraram as suas lágrimas, sorriam o seu sorriso e
compartilharam, enfim, dos seus temores, das suas dúvidas e, sempre, de sua
esperança.
Porém, seus despachos, enviados diretamente do “front” raramente traíam o
envolvimento profundo e pessoal, do correspondente de guerra. Antes, constituiam
relatos eficientes e concisos das operações bélicas por eles presenciada. Na verdade,
o Mundo, poucas vezes conheceu e certamente jamais saberá, em sua verdadeira
extensão, a interveniência direta desses homens em muitas operações de guerra.
Quantos deles, a despeito de sua missão pacífica, não terão tido uma palavra de
alento para o soldado que se deixara tomar pelo medo? Quantos feridos socorreram
no decurso das batalhas que testemunharam? E mais, quantas vezes não terão,
eles mesmos, tomado em suas mãos as armas que o seu vizinho silenciara, ao
cair morto, e prosseguiam para concluir a tarefa interrompida?
Jamais saberemos.
A História não registrou o grau verdadeiro de participação desses homens
nos conflitos armados que se propunham a observar.
ALKINDAR CÂNDIDO DA COSTA, em considerável medida, é a própria
História de Volta Redonda. Funcionário de incontestável eficiência da Secretaria da
Câmara Municipal de Volta Redonda, valeu-se sobejamente, do seu admirável senso
de organização, de sua argúcia em perceber a real profundidade dos
acontecimentos, de sua sensibilidade de poeta e de sua facilidade em correr a pena
como verdadeiro cronista parar brindar-nos com sua obra.
No trabalho paciente da busca, da pesquisa e do registro, como que seguindo
os passos do nosso saudoso José Botelho de Athayde, Alkindar vê recompensados
os seus esforços, a sua vigília e, mais que tudo, a sua perseverança.
O seu livro é, sem duvida, um prêmio para o autor. Entretanto, para nós,
representa um verdadeiro legado às novas gerações, por constituir-se, entre muitos
atributos, em uma preciosa fonte de consulta e de estudo.

Alkindar Costa
Gostaria, contudo, de falar mais do autor que da obra. Alkindar, mais do que
testemunha, é personagem viva e atuante, decisiva em alguns aspectos, dos fatos
que ele registrou. Como o correspondente de guerra que vos falei, Alkindar, muitas
vezes, socorreu os soldados das batalhas travadas em Volta Redonda, dirigiu-lhes
uma palavra de ânimo e de orientação e, em não raras ocasiões, tomou em suas
mãos as armas do tirocínio, do dever e do amor, para concluir missões que outrem
abandonara em meio à caminhada.
Com quase meio século de Volta redonda, de envolvimento em suas trajédias
e vitórias, autorizam-me a vos afirmar que, exatamente assim, aconteceu, e em
vários eventos que eu mesmo presenciei, testemunha que fui e que sou também,
da história da Cidade do Aço. Se Alkindar agiu assim, fê-lo por amor entranhado a
Volta Redonda, jamais pela vaidade. Hoje, destacado para apresenta-lo como autor,
num preito de gratidão e justiça que é, paradoxalmente, uma moção de leve censura,
quero louvar e, ao mesmo tempo lamentar que Alkindar Cândido da Costa, a exemplo
dos correspondentes de guerra, não tenha registrado sua valiosa participação nos
eventos que adotou. E nisto, ele se parece com José Botelho de Athayde, cronista
e soldado de nossa emancipação política.
Sua modéstia, Alkindar, somente é superada pela modéstia do título que você
escolheu para sua obra, por ser incompatível com a grandeza do presente que
você nos brindou.
Parabéns a Alkindar, parabéns a Volta Redonda, “Cidade do Aço”.
Meu saudoso Mestre e Amigo, J.B. de Athayde, nós que acreditamos na
eternidade da alma, estamos certos de que está sorrindo ao verificar que trilha
aberta por você, existe outro caminhante, empunhanmdo a sua bandeira.
Seu nome:
ALKINDAR CÂNDIDO DA COSTA

Waldir Amaral Bedê

Discurso pronunciado pelo Professor Waldyr Amaral Bedê, por ocasião da noite de autógrafos do Livro
“Volta Redonda Fragmentos de História” de Alkindar Costa, na Câmara Municipal em 17/07/1978.

Volta Redonda Ontem e Hoje


A IMAGEM DE UMA LIDERANÇA

"...VOLTA REDONDA, quando você acordar no dia 17 de julho,


envolta no carinho do seu povo, eu quero estar acordando, mais uma
vez, com você, aproveitando a sombra de tanto afeto.
Eu me aconchegarei ao seu seio generoso e forte, buscando e
agradecendo a guarida que você me deu há mais de cinquenta anos,
ininterruptos.
Eu me reverei na mocidade dos meus filhos, cheios de entusiasmo
por você, e me sentirei projetado para mais longe, em meus netos e
bisnetos, aos quais ensinaremos a amar você e a lutar por sua grandeza,
que será também de tantos obreiros, arigós eternos da liberdade, arigós
eternos da igualdade, e arigós eternos da fraternidade."

Dr. Jamil Wadih Rizkalla


Presidente do Centro Cívico Pró-Emancipação (1952)

Quem é o DR. JAMIL WADIH RIZKALLA?

Advogado, foi Chefe da Consultoria Jamil Riskalla em


Jurídica da Câmara de Vereadores de Volta discurso na Câmara
Redonda Municipal de Barra
Mansa, quando da
Foi vereador à Câmara Municipal de Diplomação dos
Vereadores na 1ª
Vereadores de 1955 a 1958, sendo seu Legislatura em 1955.
Presidente no ano de 1956. Acervo Alkindar Costa

Militante no Forum da Comarca, foi o


1º Presidente da Sub-Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil cargo que ocupou por
três anos e seu membro atuante.
Figura de destaque no movimento
emancipacionista, foi integrante da
Sociedade dos Amigos de Volta Redonda e
Presidente do Centro Cívico Lucas
Evangelista também chamado Centro Cívico
Pró-Emancipação.
Alkindar Costa
Sua participação na vida comunitária é exemplo a ser seguido.
Como advogado é personalidade admirada e respeitada nas lides
forenses, pelo seu equilíbrio e descortino.
Como político notabilizou-se pelas suas posições e atuações em
prol do desenvolvimento e consolidação de nossa Comunidade.
Como munícipe sua atuação ímpar é reconhecida por toda
Comunidade, destacando o seu trabalho pela nossa emancipação. É
Sócio Honorário da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de
Volta Redonda. Foi do labor, da perseverança, da dedicação e do
desprendimento de homens como Dr. Jamil que nasceu o Município de
Volta Redonda.
Jamil Wadih Rizkalla é fluminense por naturalidade, mineiro por
formação, Voltarredondense por adoção e por cidadania concedida por
unanimidade do Legislativo, eis que presta o concurso de sua atividade
há quarenta e sete anos no município.
Do advogado - É o decano dos advogados e foi o 1º Delegado da
OAB local. Da vida pública - Foi Presidente do Centro Cívico Pró-
Emancipação de Volta Redonda, tendo redigido com Lucas Evangelista
o MEMORIAL que formalizou a Emancipação, movimento que defendeu
junto à Câmara de Barra Mansa. Pelos órgãos oficiais e entidades de
classe recebeu inúmeros diplomas e medalhas. Na literatura - Cronista
e poeta, editou um livro, “Baú do Mascate”, cuja edição foi doada ao
S.O.S. de Volta Redonda, obra que mereceu capa do consagrado artista
barramansense Clécio Penedo, prefaciado pelo renomado José Augusto
Amado. Incursionou, com êxito, no campo musical. Em parceria com a
esposa, Nadyr, fez um compacto intitulado "gente, conservatória é
assim..." Este disco recebeu a interpretação de Alkindar Costa, revelando-
se além de cronista, cantor. Os autores doaram o disco ao Lar dos
velhinhos de Conservatória e à Banda Euterpe Comercial de Barra do
Piraí.

Volta Redonda Ontem e Hoje


NOTA DO AUTOR

Nas pesquisas apresentadas e nas informações coletadas, procurou-


se falar de uma cidade a merecer respeito, carinho e a defesa de quantos
residam em seu território.
Volta Redonda, nos últimos tempos chegou a ser apresentada por alguns,
exclusivamente de forma negativa, enquanto que valores, recordes, marcas
excepcionais se apresentam aos olhos de todos, demonstrando que a Cidade
do Aço e da Esperança progrediu, melhorou e cresceu.
Procuramos fazer nossa parte, conscientes de que temos uma
responsabilidade a ser considerada, na luta a ser encetada para que exista
em nosso território, Ordem e Progresso. Nossas pesquisas partidas desde
os tempos mais remotos, foram concluídas até dezembro de 2003, com
algumas inserções já no ano de 2004. Todavia, sabemos que a história continua
e que outros fatos serão registrados.
Prosseguiremos a anotar, pesquisar e a lutar para que o nosso futuro
seja claro e progressista, dispensando-se, sempre, a ação de alienígenas
que nada fazem e que, sem surpresa, até se apresentam como os donos da
nossa terra.
Fica a certeza de que não estaremos gritando só e que ao nosso lado,
destemidamente, estarão outras vozes também valentes.
Mantemos a esperança na juventude, nos estudantes, nas mentes
esclarecidas de homens e mulheres, naqueles que farão o dia de amanhã.
Resta a certeza de que poderemos sempre, queiram ou não queiram, na
passagem dos ventos do tempo que se vai, relembrar pessoas como Jamil
Riskalla, Alan Cruz, Manoelino da Silva, Sávio Gama, Miguel da Fonseca Rego
entre outros, que lutaram para uma emancipação que chega a marca dos
cinqüenta anos, cabendo-nos a responsabilidade de mantê-la em todos os
sentidos.
É a caminhada que ninguém pode deter, da nossa Cidade do Aço e da
Esperança em direção ao futuro.

EU ACREDITO EM VOLTA REDONDA.

Alkindar Costa

Alkindar Costa - Nota do Autor


N_1
LEI Nº 229 de 05 de janeiro de 1979

Concede a título de “CIDADE DO AÇO E DA ESPERANÇA” à Cidade


de Volta Redonda.
A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro resolve:

Artigo 1º - É concedido à Cidade de Volta Redonda o título de “CIDADE


DO AÇO E DA ESPERANÇA”.

Parágrafo Único – O Governo (Poder Legislativo e Executivo) usará o


título de que trata este artigo em todos os documentos oficiais.

Artigo 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, 05/01/1979.

a) – Cláudio Moacyr (Presidente)

DORJ – II de 09/01/1979 e DORJ – I de 11/01/1979

N_2 Volta Redonda Ontem e Hoje - Nota do Autor


NOTA DO EDITOR

Tenho um grande privilégio de poder compartilhar com meu pai o prazer


de ver esse sonho de cuidar da história deVolta Redonda tornar-se real.
Durante vários meses estivemos empenhados diariamente em revisar cada
parte do livro original, escolher as fotos que seriam incluídas no livro e preparar
com muito carinho essa versão digital do Livro “Volta Redonda, Ontem e Hoje”.
Cresci vendo a dedicação de meu pai a essa preservação da história
da Cidade do Aço, ouvindo histórias, conhecendo gente que construiu essa
cidade. Tive o privilégio de ouvir os fatos daqueles que viveram uma época
que muitos de nós só conhecem por livros, outros ainda descobrirão os fatos
a que me refiro.
Ao preparar essa edição comemorativa aos 50 Anos de Volta Redonda,
optamos por distribuir um arquivo em formato digial, seguindo o padrão do
livro impresso, com fotos e índice interativo em um arquivo “PDF”para permitir
a você utilizar os recursos de seu computador em pesquisas e trabalhos
escolares. Otimizamos esse arquivo para que seja bem visualizado em tela,
preferindo reduzir seu tamanho para dar mais velocidade em seu acesso.
Sabemos que melhorias ainda terão que ser feitas para tornar esse
trabalho uma obra completa. A própria história é contínua e acrescenta na
“linha do tempo” novos fatos a cada dia. Hoje somos parta desse linha do
tempo; vocês, meu pai e eu. Juntos estaremos construindo uma base para
que nossos filhos possam também ter orgulho dessa terra e cuidar para fazer
dela um marco na história do país.
Hoje eu desafio você a continuar conosco essa caminhada, buscando
novos fatos, novas ações, palavras e idéias para fazer de Volta Redonda uma
cidade que forja pessoas com caráter de Aço, de Esperança e de muitas
vitórias.
Um abraço a todos.

Jader Costa
Editor e Filho de Alkindar Costa

Alkindar Costa - Nota do Editor


N_3
SOBRE O AUTOR

ALKINDAR CÂNDIDO DA COSTA


Membro da Sociedade Pró-Memória de Volta Redonda
Grêmio Literário de Autores Novos - GLAN/VR
Academia de História de Barra Mansa

LIVROS PUBLICADOS
"Crônicas da minha Saudade" - crônicas poéticas - 18/07/1970
"Volta Redonda - Fragmentos de História" - 09/081975
"Volta Redonda - Ontem e hoje" - 1ª Edição - 1978 - 2ª Edição - 1979 - 3ª Edição - 1992
"Oração de Poeta" - crônicas poéticas - 13/06/1984
"Clube dos Funcionários da CSN - 45 anos de História" - 20/12/1988
"Rotary Clube de Volta Redonda LESTE - História de um Clube de Serviço" - 06/05/1988
"Rotary Club Volta Redonda-Oeste – O Clube que deu certo" - 08/07/1999.
Participante com a publicação de Crônicas Poéticas nas Coletâneas do Grêmio Literário
de Autores Novos – GLAN-VR: I Coletânea – 1984; Coletânea 1985; Coletânea 1986;
VII Coletânea 1987; VIII Coletânea 1988; IX Coletânea 1989; X Coletânea 1990/91;
XII Coletânea 1994; XIII Coletânea de Contos e Poesias 1996; XVI Coletânea de
Contos e Poesias 1998.

EM PREPARO
"Devaneios" – Crônicas Poéticas
"Solar de Minha Eternidade" – Crônicas Poéticas
"Um nome nas ruas de Volta Redonda"
"ACIAP-VR – Uma História de Lutas" - levantamento histórico da Associação Comercial, Industrial e
Agro-Pastoril de Volta Redonda.
"Pensando em Você" – Crônicas Poéticas
"Rotary Club Volta Redonda-Norte – Recordações Históricas"
"O Poder Legislativo de Volta Redonda"

MONOGRAFIAS PUBLICADAS
Vereadores e Prefeitos de Volta Redonda - 1983
"Câmara Municipal de Volta Redonda - Compêndios" - 1983

Alkindar Costa
Antecedentes Históricos

Alkindar Costa
EB
ERA UMA VEZ... O DESBRAVAMENTO

O homem, preocupado na busca de informações sobre o surgimento da vida e do


próprio mundo, procura, sempre que possível, estabelecer uma linha que defina como
tudo começou.
Integrantes que somos da terra fluminense, embarcamos nos mesmos propósitos
e tentamos conhecer quando se formou a terra em que vivemos.
A 2ª edição de “HISTÓRIA FLUMINENSE”, de autoria de Antônio Figueira de Almeida,
editado por Jacinto Ribeiro dos Santos, em 1930, informa que: “a notícia mais remota que
se tem da terra fluminense data do ano de 1502”, destacando que não existe rigorosa
certeza em relação a quem comandou a única expedição exploradora determinada na-
quela época pelo Rei D. Manoel - O Venturoso.
Se por um lado Vernhagen afirma que foi D. Nuno Manoel, Capristano - apoiado nas
“Lendas da Índia” de Gaspar Corrêa, na lista das expedições mandadas por Portugal, diz
que foi André Gonçalves.
Sabe-se, apenas, que essa expedição, em fins de 1501 e início de 1502, esteve no
Cabo de São Thomé, em Cabo Frio, penetrando a 1º de janeiro em uma enseada “que os
naturaes chamavam Guanabara ou Nictheroy”, passando depois por Angra dos Reis, em
demanda de Cananor ou Cananéa, em São Paulo.
Como curiosidade, deve-se registrar as considerações de Alberto Lamêgo:
“A propósito de Guanabara e Nictheroy: os naturaes chamavam
Iguaámbará, de Iguaá, enseada do rio e mbará-mar. Foi Lery que primei-
ro chamou Guanabara e Nyteroy de I-i-teroi - água que se esconde, dan-
do o metaplasmo de I-i por hy, como diz Baptista Caetano (Ephemerides
- Rio Branco).”
Já no último mês de 1503 e no primeiro de 1504, Américo Vespúcio, na segunda
viagem feita ao Brasil, fundou o primeiro espaço fluminense que foi também o primeiro
estabelecimento europeu criado em Santa Cruz. Depois de cinco meses em Cabo Frio,
regressou para Portugal, deixando “24 homens e 12 peças”.
Ficamos, então, diante de uma realidade, definindo que o Brasil começou pela terra
fluminense.
É Antônio Figueira de Almeida, na obra já citada, que informa que os nomes do
Brasil foram: Santa Cruz, Vera Cruz, Terra dos Papagaios e Brasil.
Em 1532, D. João III não escondia a sua preocupação diante das atenções que os
franceses davam ao comércio com o Brasil, vendo-se obrigado a adotar o plano de colonizá-
lo. O caminho encontrado foi o de ceder essas terras para a guarda, cultivo e povoação
de colonos europeus, fazendo surgir o sistema das capitanias.
O território fluminense se estendia através das capitanias de São Vicente (de São
Vicente até a barra do Rio Macaé) e de São Thomé, que se projetava até o Rio Itapemirim.
Gabriel Soares, in “Roteiro do Brasil”, descrevia o litoral do Brasil conhecido nos
primeiros tempos e compreendido nos seguintes limites:
“Do Tapemirim a Managé (Rio Itabapoana); de Managé ao Rio de
Parahyba; desde o rio ao Cabo de S. Thomé; deste cabo até onde corre

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o limite dos Guaytacazes; dahi à ilha de Sant’Anna e desta ilha à bahia
do Salvador; da bahia do Salvador à bahia Formosa, e da bahia Formo-
sa ao Cabo Frio, perfazendo tudo 20 léguas.”
Em 1560, Mem de Sá, ao derrotar os franceses no Rio de Janeiro, retirando-se para
a Bahia, deixou seu sobrinho Estácio de Sá, que fundou na Praia Vermelha, a primeira
povoação, sendo seu 1º Governador.
No correr dos tempos, em razão de ir se ampliando a autoridade do Governador do
Rio, a sua jurisdição foi se estendendo ao longo do litoral sul fluminense até Angra dos
Reis e Paraty.
Em 9 de novembro de 1709, São Paulo e Minas foram separados do Rio e os limites
entre o Rio e São Paulo ficaram tacitamente estabelecidos porque já era, pelo costume,
reconhecido ao longo do litoral, até esses limites, a autoridade e jurisdição do Governador
do Rio.
A fundação de aldeias determinava o crescimento e definia as necessidades de
comunicações.
A própria natureza contribuía para o retardamento da marcha da civilização e a
capitania do Rio de Janeiro, detinha-se diante da barreira geográfica da Serra do Mar.
“Após a subida penosa da Serra do Mar, o grande obstáculo já não era a montanha e sim
a floresta.”
A partir de 1724 a união entre o Rio e São Paulo era feita por Paraty, e com o
aumento populacional e a descoberta de riquezas, o caminho se tornava oneroso, demo-
rado e perigoso, fatos que se fortaleciam com a ousadia dos corsários franceses que
assolavam o litoral.
O Governador da Capitania de São Paulo, Antônio da Silva Caldeira Pimentel,
representou ao Rei de Portugal sobre a conveniência da abertura de uma estrada que,
ligando a Província de São Paulo ao Rio de Janeiro, evitasse o risco do mar e dos piratas,
para que, com segurança, pudessem mandar os quintos de ouro.
D. João, atendendo ao pedido daquele Governador, mandou como resposta, em 5
de novembro de 1728, uma carta ao Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Luiz Vaía
Monteiro, na qual ordenava ao governante que fizesse no Distrito de sua jurisdição a
estrada tão conveniente.
Luiz Ascendino Dantas, in “São João Marcos e Rio Claro”, edição de 1936, informa
que houve, também, a ordem no sentido de ser impedida a ação dos índios da aldeia de
Itaguay, (então dirigida pelos Padres da Companhia de Jesus), que se opunham à
construção de dito caminho.
O Historiador referido, em relação ao assunto, observa:
“Ao que respondeu este Governador dizendo já ter promovido o inte-
resse na factura daquela estrada. Para facilitar a feitura da estrada
então ordenada, foram concedidas várias sesmarias com a obrigação
dos sismeiros cultivarem a terra e ajudarem no caminho. Algumas
dessas sesmarias foram concedidas a José Tavares de Siqueira, em 13
de setembro de 1739, no Campo da Bocaina, caminho novo de São
Paulo para Rio de Janeiro (districto de Guaratinguetá); idem a
Francisco da Silva Valle, a 20 de julho de 1754, no Ribeirão das Três
Passagens (Passa Três) caminho de São Paulo; idem a Manoel Alves

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da Silva Barros, em 14 de março de 1760 na Freguesia Velha, caminho
de São Paulo, freguesia de São João Marcos; idem a Cosme Rodrigues
de Mattos, em 12 de setembro de 1761, na Serra da Bôa Vista, caminho
de São Paulo, Freguesia de São João Marcos; idem a André Pereira
Maciel, em 28 de março de 1764, no caminho novo de São Paulo, Serra
de Itaguahy; idem a Lourenço Alves de Barros, 26 de fevereiro de 1766,
caminho novo de São Paulo, Freguesia de São João Marcos, e a João
Cardoso Mendonça e Lemos em 27 de agosto de 1800, no Ribeirão das
Lages. Freguesia de São João Marcos; a Braz Gonçalves Portugal, a
José Gonçalves Portugal e Manoel Gonçalves Portugal, respectivamen-
te, em 1775 - 1779 -1792 - no Ribeirão das Lages e Capivary.’’

Em 1733, João Machado Pereira se instalou em terras que por seis anos foram
tratadas e desenvolvidas, dando condição ao surgimento em 1739, ao povoado de São
João Marcos. Havia desbravado a Serra de Itaguahy, pelo lado do Sul, com a abertura de
caminhos em surgimento pela praia de Mangaratiba, para a floresta virgem, estabelecen-
do a localização num sítio distante de Campo Alegre para mais de 10 léguas, no local
onde o Rio da Cachoeira formava uma pequena queda. Pretendia ficar mais perto do mar
e da metrópole e por serem os terrenos de grande fertilidade.
Já em 1744, o coronel paulista Simão da Cunha Gago e o Padre Felipe Teixeira
Leite, juntamente com outros aventureiros e que haviam partido de Aiuruoca, rompiam o
lado oposto à Serra da Mantiqueira, fixando-se no local conhecido pelos índios Puris pelo
nome de “Timburibá”, e deram início ao povoado de Nossa Senhora da Conceição de
Campo Alegre da Paraíba Nova, posteriormente elevada à categoria de Vila, com o nome
de Resende.
O nome Paraíba Nova não demorou a correr pela região em contraposição a Paraíba
do Sul (anteriormente povoação de Nossa Senhora da Conceição da Santa Virgem e dos
Apóstolos São Pedro e São Paulo e depois Paraíba do Sul, em 1683), fundada por Garcia
Rodrigues Paes Leme, com o erguimento de uma capela à margem do Paraibuna.
As terras, onde um dia surgiria Volta Redonda, continuaram esquecidas até 1744,
quando começaram a ser desbravadas por forasteiros vindo de Nossa Senhora da
Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova, e que se constituía na única via de
penetração. As incursões nada produziram de positivo uma vez que eram realizadas
com o único propósito de procurar ouro e pedras preciosas ou, ainda, da simples caça de
animais para alimentação.
Em 30 de agosto de 1764, Francisco Gonçalves de Carvalho, conseguiu do
Vice-Rei - D. Antônio Álvares da Cunha - Conde da Cunha, uma sesmaria com “uma
légua de terra”, entre o Rio Paraíba e o Rio Bananal, onde se achava “um córrego
chamado Barra Seca (ou Mansa)”, e que fazia barra no Rio Paraíba.
A sesmaria foi confirmada pelo Rei - D. José I, de Portugal em 17 de janeiro de
1765.

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O PRIMEIRO HABITANTE

O Dr. JOSÉ ALBERTO MONTEIRO, morador da cidade do Rio de Janeiro, foi o


primeiro a se aventurar na fixação de residência na localidade ainda denominada de ser-
tão bravio.
Em 1765, conseguiu do Vice-Rei do Brasil, Capitão-general e Governador da
Capitania do Rio de Janeiro também denominado “Conde da Cunha”, uma “sesmaria
com uma légua de terras de testada por outra de fundos, na margem do Rio Paraíba, no
lugar de Volta Redonda, começando a medição de suas terras onde findasse a de Fran-
cisco Gonçalves de Carvalho”. Era o local hoje conhecido por Santa Cecília e onde, mais
tarde, haveria de ser formada a Companhia Siderúrgica Nacional.
A confirmação desta doação foi passada em Lisboa, a 17 de novembro de 1766
pelo poderoso D. José, “por graça de Deus, Rei de Portugal, e dos Algarves daquem e
dalem, Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, navegação, Comércio da Etiópia,
Arábia, Pérsia e da Índia.” (Codice 64 - Livro 17 - Original nº 1 de 1769-1777 - folha 64. V.
Arquivo Nacional).
Outra sesmaria nasceu, em 18 de dezembro de 1784, em terras doadas a MATEUS
PEREIRA DE ARAÚJO E OLIVEIRA, um paulista de Mogi das Cruzes, radicado em Cam-
po Alegre da Paraíba Nova, no governo do Vice-Rei - Luis de Vasconcelos e Souza.
Essa área seria denominada “Treis Posses” nome alterado posteriormente, para
“Três Poços”.
No governo do Vice-Rei - D. José Luiz de Castro (Conde de Resende), surge em 11
de abril de 1801 a sesmaria de Domingos José Pereira Guimarães, no Sítio de Volta
Redonda.
O território de Volta Redonda, em 1822, pertencendo ao termo da Vila de São José
do Príncipe (cuja divisa com a Vila de Resende era pelo Rio Barra Mansa, desde suas
nascentes até a barra no Paraíba, prosseguindo deste ponto em diante, em linha reta, até
o Rio Preto), registrava na margem esquerda do Paraíba as fazendas (no lugar hoje
conhecido pelo nome de Retiro), do Cel. José Pedro Vieira Ferraz (nas imediações do
Bairro São Luiz), do Cap. Antônio da Silva Monteiro, e na margem direita as fazendas do
Brandão (englobando Santa Cecília e São Lucas), de Braz Carneiro Leão, homônimo do
potentado da cidade do Rio de Janeiro; (na área atual do centro comercial da cidade) do
guarda-mor Francisco Pereira da Silva; Manoel de Souza Azevedo e Treis Posses
(posteriormente Três Poços), de Manoel José de Araújo Lima.
Já em 1870, as pesquisas realizadas pelo Historiador J.B. de Athayde, informam a
existência das fazendas: Bom Jardim - do Com. Bernardo José Vieira Ferraz; Santiago
de Boaventura Nogueira da Silva; Santa Tereza - do Cel. Júlio César de Miranda Monteiro
de Barros; Santa Rita, do Cel. José Caetano Alves de Oliveira; União e Boa Vista - de
Manoel Vieira da Cunha Brandão; Santa Cecília, de Antônio Augusto Monteiro de
Barros; Cajueiros, de Luiz José de Araújo; Volta Redonda, de Carlos Augusto Monteiro de
Barros; São João Batista, do Cap. Manoel Carlos Vieira Ferraz; e Ponte Alta,
provavelmente de Sebastião José de Oliveira.
Em todas elas predominava a cultura do café.

6 Volta Redonda Ontem e Hoje


OS ÍNDIOS NA REGIÃO

O desbravamento da região representou um contato, no princípio nada amigável,


entre os colonizadores e os índios que eram os verdadeiros senhores da terra.
Nas pesquisas realizadas, vamos encontrar os Puris repartindo o domínio de
Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova com os Coroados que,
em São João Marcos, eram absolutos. Nas Os Puris, como os
Botocudos,
fraldas da Mantiqueira, na parte divisória descendiam dos
com São Paulo, cabia o domínio aos Puris. antigos Aimorés.
Entre os Rios Paraíba e Preto, na parte em Já os índios Coroados
eram remanescentes
que este servia, como hoje, de limite com dos Guarus ou
Minas Gerais, predominavam os Coroados. Guarulhos, que
também habitavam a
O Barão de Schwege, Debret e freguesia de Nossa
Senhora da Piedade
Rodolfo Garcia eram de opinião que os de Iguaçu, em 1716,
Puris tiveram origem comum com os conforme documentos
Coroados e pertenciam à nação chamada que constam dos
arquivos do bispado
de "Tapuia". da Barra do Piraí.
Historiadores apresentam os índios
Araris, encontrados na região, confundindo-
se com os índios Coroados.
Em razão dos constantes ataques
dos Botocudos, os Puris estabeleceram-se
na margem setentrional do Paraíba, a
cinco léguas de Campo Alegre da Paraíba
Nova, no sítio depois conhecido por
Minhocal, nas abas da Serra de Tunifel e à
margem do Ribeirão São Luiz, confluente
do Rio Preto.
Em conseqüência de constantes ata-
ques, o Vice-Rei D. Luís de Vasconcelos e Souza, ordenou o aldeamento dos índios, em
23 de junho de 1788, enviando o Sargento-Mor Joaquim Xavier Curado (depois General e
Conde das Duas Barras) para atender ao determinado, nos sertões entre os rios Preto e
Paraíba. Após uma série de lutas, onde a vitória sobre os Índios se fez sentir, na localida-
de depois conhecida por Falcão, foi fundada em 2 de outubro de 1788, uma aldeia com o
nome de São Luiz Beltrão, em homenagem ao Vice-Rei. Os trabalhos de aldeamento
foram entregues ao Cap. Henrique José de Carvalho. A este sucederam o Padre Francisco
Xavier de Toledo (1788-1821) e o Padre Jacinto Júlio de Queiroz. A parte militar da aldeia
foi entregue ao comando de Joaquim de Araújo Sampaio.
Em 1801, o Vice-Rei - D. Fernando José de Portugal (depois Marquês de Aguiar)
designou o Cap. Inácio de Souza Werneck, o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, senhor
da Fazenda de Ubá, e o Padre Manoel Gomes Leal para catequizarem e aldearem Puris
e Araris. Em cumprimento às ordens recebidas, penetraram no território dos Coroados,
no local onde hoje se ergue a cidade de Valença, à qual deram o nome de Nossa Senhora
da Glória de Valença. Logo em seguida, no local hoje conhecido por Conservatória, foi
fundada uma aldeia dos índios Araris.

Alkindar Costa
7
A melhor descrição dos habitantes indígenas consta de "A IGREJA MATRIZ DE
SÃO SEBASTIÃO DE BARRA MANSA" de J.B. de Athayde, páginas 50, 51 e 52, onde se
observa:
"Os Coroados eram de pequena estatura, cabeça grande, achatada no
alto, e enfiada dentro dos largos ombros. Falavam pela garganta e pelo
nariz, aspirando muito, e mal abrindo a boca, dando pouco movimento
aos órgãos da voz e apoiando-se freqüentemente na última sílaba. As
suas casas eram "grandes, feitas de madeira e barros, mui compridas,
cobertas de feno ou de cascas d'árvores, com uma só porta sem janela,
sustentadas sobre grande número de esteios a que prendem as suas
maças". "Acomodam-se às cinqüenta, e ainda oitenta ou cem famílias
em cada uma". Ordinariamente cada casa é uma aldeia; raras vezes se
encontram duas juntas".
Usavam o banho mesmo que, ao se levantarem, estivesse chovendo;
os casamentos representavam grandes festas e as mulheres, no mo-
mento das dores do parto retiravam-se para a mata e davam à luz os
filhos sem assistência alguma. Seus mortos eram enterrados assenta-
dos.
"Os Puris eram pequenos e bronzeados. Eram de corpo apoquentado;
mas valorosos, velhacos, e pérfidos."
Não gostavam da agricultura e viviam em contínua guerra como todo
gênero de irracionais, de que faziam seu principal sustento. Eram gran-
des inimigos dos Coroados; usavam "d'arco e flecha arpoada" e tinham
grande estima a qualquer instrumento de ferro e sobre todos o macha-
do. Em razão da falta de comunicação, desconhecemos suas principais
doenças e os meios usados de cura.
"Na sua língua a residência era denominada cuari, e se constituía no
seguinte: sua estrutura sustentava uma camada interior de folhas de
patioba recoberta por várias camadas de folhas de palmeira. A rede era
feita de fibra de embira".
"Os Araris quase não apresentavam diferença dos Puris. Eram apenas
"mais claros, desembaraçados e mais numerosos. Habitavam também
Amparo, Conservatória, Volta Redonda e Piraí.''
A influência dessa cabilda coroada é digna de nota. Nunca será demais
recordar que a mãe do Barão de Guapi era índia Arari, nascida em Piraí,
e o 1º Barão de Amparo, bem como os seus filhos - o 2º Barão de Ampa-
ro, Barão do Rio Negro e o Barão e depois Visconde da Barra Mansa -
escolheram cabeças de índios, com turbantes de penas de cores, para
seus respectivos "Escudos de Armas", nos quais as ditas cabeças apa-
recem esquartelando no 1º e no 4º."
Em 1808 o perigo de ataques de indígenas ainda era grande, principalmente em
Volta Redonda, vindo desaparecer em razão do trabalho do Capitão José Tomaz da Silva
"que usando método diverso, conquistou a amizade e a confiança dos silvícolas, a ponto
de muitos dos que haviam sido aldeados, inclusive em Valença, deixarem o aldeamento
para refugiar-se em sua propriedade, onde passaram a viver e a trabalhar pacificamente."

8 Volta Redonda Ontem e Hoje


AS TERRAS QUE FORMARAM VOLTA REDONDA

A curva do Rio Paraíba


do Sul que deu origem
ao nome de Volta
Redonda, somente foi
As terras que conhecida em 1744.
haveriam de formar
Volta Redonda (nome
oriundo do acidente
geográfico do Rio
Paraíba conhecido
em 1744) foram, no
ano de 1820, anexa-

Foto: Calino - 1999


das às Vilas de São
João do Príncipe e de
N.S. da Glória de
Valença.

Leonor Barreira Cravo, em sua Publicação “Volta Redonda, quem te


viu, quem te vê” (A Estação, O Povoado, As Fazendas e os Fazendeiros),
em sua página 21 esclarece que “O nome redundante Volta Redonda,
origina-se de um acidente geográfico formado pelo Rio Paraíba do Sul.
O Rio ao contornar a península da fazenda São João Batista, onde se
localizaria mais tarde o Aeroporto, descreve curva quase circular...”

Já em 1822 a situação do território de Volta Redonda, segundo o Historiador J.B. de


Athayde, assim se apresentava:
"O território de Volta Redonda em 1822 fazia parte do têrmo da Vila de
São João do Príncipe (cuja divisa com a Vila de Resende era pelo Rio de
Barra Mansa, desde sua nascente até a barra no Paraíba, prosseguindo
deste ponto em diante, em linha reta até o Rio Preto). Na margem es-
querda do Paraíba encontravam-se as Fazendas Jararaca e Belmonte,
(no lugar hoje conhecido pelo nome de Retiro), do Cel. José Pedro Vieira
Ferraz - e Boa Vista ou Boa Vista da Glória (nas imediações do Bairro
São Luiz), do Cap. Antônio da Silva Monteiro; e na margem direita as
Fazendas do Brandão (englobando Santa Cecília e São Lucas), de Braz
Carneiro Leão, homônimo do grande potentado da cidade do Rio de
Janeiro), Guarda-Mor ou Volta Redonda (na área atual do Centro Co-
mercial da cidade), do Guarda-Mor Francisco Pereira da Silva; - Volta
Grande do Cap. Manoel de Souza Azevedo e Três Poços, de Manoel
José Araújo Lima. A economia repousava na agricultura
(correspondendo lavouras diversas), pecuária - limitada à pequena cri-
ação de animais e na indústria do açúcar, cujos fundamentos remonta-
vam ao último quarto do século anterior.
As principais culturas eram a da cana-de-açúcar (a primeira desde os
tempos coloniais, até 1825 aproximadamente) e do café, ainda em seu

Alkindar Costa
9
estágio inicial, mas já prenunciando o grande futuro que lhe estava re-
servado na economia local. A segurança da população estava confiada
às Tropas de Milícias e de Ordenanças (consideradas forças auxiliares
do Exército). O Corpo de Cavalaria de Milícia fazia parte do 1º Regimen-
to, então denominado de "Campo de Brandão" - antes com a numera-
ção de 4º Regimento. No seu comando encontravam-se os Capitães
Manoel Gomes de Carvalho (depois 1º Barão de Amparo), nas terras da
margem esquerda do Paraíba; e José Tomás da Silva, na margem direi-
ta do mesmo rio. O Corpo de Ordenanças estava sob as ordens de Jo-
aquim Anselmo de Souza, Capitão-Mor da Vila de São João do Príncipe,
secundado pelo Major João de Souza Breves, velho desbravador dos
sertões de Arrozal, onde se afazendara. Alguns oficiais do Corpo de
Cavalaria de Milícias em 1822, passaram a fazer parte de um outro Cor-
po regular de Cavalaria, criado pelo Decreto Imperial de S.M. o Impera-
dor. Dele veio a fazer parte o fazendeiro José Pedro Vieira Ferraz com o
posto de tenente, servindo na 2ª Companhia do 1º Esquadrão cuja
Companhia tinha sede na Vila de Resende".

O Coronel Custódio Ferreira Leite, Capitão José Pedro Vieira, Padre Manuel José
de Castro e Capitão Antônio Marcondes do Amaral, em memorial dirigido, em 1831, à
Assembléia Geral Legislativa do Império, pleitearam a criação de uma Vila do povoado
que ficava à beira da Estrada Real no ponto que confluía para a de Angra dos Reis, na
margem direita do Paraíba, e quase em frente à sede da Fazenda Ano Bom, sem que à tal
iniciativa se opusessem às Câmaras das Vilas de Resende, Valença e São João do Prín-
cipe, quando ouvidas a respeito. J.B. de Athayde em sua obra "Barra Mansa e seus Admi-
nistradores" explica que "indo de encontro com as aspirações gerais de todos os habitan-
tes, a Regência Trina - que era composta do General - Francisco de Lima e Silva, José da
Costa Carvalho e João Bráulio Muniz, houve por bem sancionar em nome do Imperador
D. Pedro II, a Resolução da Assembléia Geral Legislativa do Império, em 03 de outubro de
1832, criando uma Vila na povoação do curato de São Sebastião da Posse, já com o
nome de São Sebastião da Barra Mansa, com terras desmembradas das Vilas de Resende,
Valença e São João do Príncipe. Sua instalação deu-se a 16 de fevereiro de 1833, com a
posse da 1ª Câmara Municipal, tendo como Presidente o Ten. Domiciano de Oliveira
Arruda."
Em 1832 as terras de Volta Redonda foram anexadas as da Vila criada na povoação
de São Sebastião da Barra Mansa, em ambas as margens do Rio Paraíba.
Muitos trabalhadores e fazendeiros da região limítrofe de Minas Gerais começaram
a povoar a localidade, passando muitos deles a adquirir as velhas fazendas de café,
algumas já decadentes e outras quase arruinadas.
Sem desprezar de todo a agricultura, partiram para a pecuária, em cujos ramos já
se apresentavam grandes experiências. Desse modo conseguiram em pouco tempo ele-
var a localidade à posição destacada de grande centro agro-pastoril.

10 Volta Redonda Ontem e Hoje


SUBORDINAÇÃO DAS TERRAS

As terras de Volta Redonda pertenceram, sucessivamente aos termos da cidade


de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565 - 1801), da Vila Resende (1801 - 1813 ), da Vila
de São Príncipe (1813 - 1820), das Vilas de São Príncipe de Nossa Senhora da Glória de
Valença (1820 - 1932) e da Vila de São Sebastião de Barra Mansa (1932 a 1954).
A Lei 2.028 de 23 de outubro de 1926, restabelecendo o Distrito de Volta Redonda,
determinava conforme notas de J.B. de Athayde, in Volta Redonda - A Cidade do Aço.
" A este seguirá a margem direita e esquerda do Rio Paraíba com o
Municipio de Piraí; ao Norte, com a Fazenda da Caeira e Roseira, de
propriedade dos Srs. JOSÉ FORTES & ROCHA, Fazenda da Cachoeira
, de propriedade de Dª MARIA R. DE B. AMORIM, Fazenda de Santa
Tereza e Três Barras, com a Fazenda de S. Tiago, do Sr. DONATO PE-
REIRA LEITE, Sítio dos Carvalhos de propriedade do Sr. MAXIMINIANO
CAVASSONI, Fazenda do Jardim de propriedade do Dr. MÁRIO DE OLI-
VEIRA RAMOS, e Fazenda do Retiro, de propriedade do Dr. ALBERTO
ROESCH; ao Sul, com a Fazenda Ponte Alta, de Propriedade do Sr.
MANOEL BARBOSA, Fazenda S. Lucas, de propriedade do Dr. CARLOS
HAASIS, Fazenda Santa Cecília, de propriedade do Cel. JOSÉ ANDRADE
JUNQUEIRA, e Fazenda do Guarda Mor, de propriedade do Sr. SÉRGIO
TEIXEIRA."

Segundo as divisões administrativas do ano de 1933 e territorial de 31/12/1936 e 31/


12/1937, bem como o quadro anexo ao Decreto - Lei Estadual nº 392-A, de 31 de março
de 1936, o Distrito de Volta Redonda pertenceu ao Município de Barra Mansa, assim per-
manecendo nos quadros fixados para os quinquênios 1939/1943 e 1944/1948, pelos De-
cretos Estaduais nºs 641 de 15 de dezembro de 1938 e 1.056 de 31 de dezembro de
1943, respectivamente.
O Decreto-Lei Estadual nº 1.063 de 28 de janeiro de 1944, ordenou o Distrito de
Volta Redonda como o 8º do Município de Barra Mansa.

É, ainda, J.B. de Athayde na publicação já citada que informa:


"O Distrito de Volta Redonda, segundo a última divisão administativa e
territorial do Estado, limita-se com os Municípios de Barra do Piraí, e
com os Distritos de Amparo e Barra Mansa. Os limites entre os Distri-
tos de Volta Redonda e Barra Mansa são os seguintes:
Começa no marco existente na serra do Amparo (na reta que parte da
confluência do Ribeirão das Pedras com o Ribeirão Turvo), segue em
retas sucessivas, definidas por marcos, até o Rio Paraíba e por este
desce em uma extensão de 3.200 metros, onde atinge a sua confluência
com o Ribeirão do Brandão; daí, sobe o dito ribeirão até a sua confluên-
cia com o córrego João Alves, pouco acima da Fazenda da Picada de
onde, em linha reta, vai atigir, na linha de vertentes que dá para o Ribei-
rão de Três Poços, o ponto fronteiro e mais próximo da nascente prin-
cipal desse ribeirão, no limite com o Município de Piraí."

Alkindar Costa
11
E os limites entre os Distritos de Volta Tedonda e N. S. do Amparo são descritos da
maneira que se segue:
" Começa no marco existente na Serra do Amparo (na reta que parte da
confluência do Ribeirão da Pedra do Turvo) e em prolongamento dessa
reta, na direção de leste, vai atingir, na linha de vertente que dá para o
ribeirão do inferno, um ponto fronteiro e mais próximo da nascente
deste ribeirão e no limite com o Município de Barra do Piraí."

A PONTE SOBRE O RIO PARAÍBA E O "PEDÁGIO"

No início de 1860 foi propalada pela direção da Estrada de Ferro Dom Pedro II (de-
pois Central do Brasil e hoje Rede Ferroviária Federal) a possibilidade de construção de
uma estação na cidade de Barra Mansa, sendo que Volta Redonda não seria incluída
entre as localidades que receberiam idêntico melhoramento, onde só existiam algumas
fazendas de café.
Passados os primeiros momentos de pânico e indecisão, foi formada uma comis-
são tendo como líder o Com. Bernardo José Vieira Ferraz, com o objetivo de pleitear do
Ministério dos Negócios da Agricultura e Obras Públicas e da direção da E. F. Dom Pedro
II a construção da estação pretendida.
O melhoramento ficou em estudo de possibilidade de atendimento, caso se cons-
truísse, também, uma ponte de madeira sobre o Rio Paraíba. O argumento era o de
"facilitar as comunicações com a futura estação, que se localizaria na margem direita,
distante dois ou três quilômetros do local em que haveria de surgir o povoado.''
Como todo movimento pioneiro, as desistências aconteceram, o que não contribuiu
para impedir que, por volta de 1862, fosse organizada uma sociedade que se denominou
de "COMPANHIA DA PONTE", tendo como Presidente o Comendador BERNARDO JOSÉ
VIEIRA FERRAZ, cujo objetivo era o de construir a ponte de madeira sobre o Rio Paraíba
e explorá-la, cobrando uma taxa de passagem ou um "PEDÁGIO".
A constru-
Ponte de madeira
construída sobre o Rio ção da ponte foi
Paraíba do Sul iniciada em 1863,
Acervo Alkindar Costa
sendo concluída
em 1864, quando
foi aberta ao trân-
sito das tropas
procedentes das
Freguesias de
N.S. do Amparo e
do Patriarca São
Joaquim de Barra
Mansa, Vargem
Grande e São
Vicente Ferrer, do
Município de
Resende, "e até das mais remotas do sul da província de Minas Gerais".

12 Volta Redonda Ontem e Hoje


A controvérsia fixada em torno do denominado "pedágio", não constituiu novidade
para Volta Redonda, uma vez que a medida já foi adotada em seu território e sobre a
ponte de madeira construída por particulares.
As pesquisas realizadas por J.B. de Athayde constante de "Volta Redonda - A Cida-
de do Aço (notícias Históricas) - 1954, página 12, tornou possível informar-se que os
índices do "pedágio" foram os seguintes:
Cavaleiros ........................................................................................ $060
Animal carregado ............................................................................. $060
Animal sem carga ............................................................................ $040
Cabeça de gado vacum (vacas, bois e novilhos) ............................ $060
Cabeça de gado cerdum (cerdo - porco, suino) .............................. $020
Cabeça de gado ovelhum (ovelhas, carneiros e cordeiros) ............ $005
Carros com eixo fixo, e carregados além dos animais.................... $120
Carros com eixo fixo, vazios ............................................................ $060
Carros com eixo móvel, carregados, além dos animais ................. $240
Carros com eixo móvel, vazios ....................................................... $120
Carruagens, seges(*) e carrinhos .................................................. $120
(*) coche fora de uso, com duas rodas e um só assento, fechado com cortinas na parte dianteira.

Posteriormente ficou patente que a travessia apresentava-se altamente onerosa


para o público e o comércio. Em razão de tal fato, a Assembléia Legislativa Provincial em
1883, autorizou uma desapropriação de até 50:000$000 (cinqüenta mil réis), que se con-
cretizou com a iniciativa do Deputado Dr. ANTÔNIO LEITE RIBEIRO DE ALMEIDA de
Barra Mansa, e as facilidades concedidas pelo então Presidente da Companhia da Ponte
- Coronel José Caetano Alves de Oliveira.
No princípio de 1947 a ponte de madeira já vinha sendo danificada pelo tempo, e
perdeu um lanço; para substituí-la o Governador do Estado - Cel. Edmundo de Macedo
Soares e Silva, em 1949 deu início à construção de uma ponte metálica no mesmo local,
com pilastras e lastro de concreto armado, cuja montagem se iniciou em princípio de
1950, com aço fabricado
A ponte de
pela Usina da Companhia madeira sobre o
Siderúrgica Nacional e tra- Rio Paraíba do Sul,
balhado pela Fábrica de já desgastada pelo
tempo, perde um
Vagões, em Cruzeiro. lance.
Acervo Alkindar Costa

A ponte de
madeira
sofreu
várias
reformas
nos anos de
1876, 1902
e 1918.

Alkindar Costa
13
Com a queda de parte da ponte em 1947 o Rio Paraíba recebeu até 1949 uma
passagem provisória e os mais antigos se lembram da conhecida "pinguela" sobre o Rio
Paraíba.
Leonor Barreira Cravo, em “Volta Redonda quem te viu, quem te vê”, página 27 a
30, considera:

“O povoado ligava-se à margem direita do Rio Paraíba, por grande


ponte, toda de madeira, com cerca de 200 metros de comprimento. Exigia
periódicos reparos, constante conservação e limpeza dos balcedos que
encalhavam suas pilastras de madeira. Os reparos eram feitos pelos
fazendeiros, que liderados por Dr. Alberto Roesch, Aprígio Barreira
Cravo e Arthur Luís Correia (este representando o Amparo) coletavam
a importância entre os outros fazendeiros, completavam-na por sua
conta, procediam as reformas recebendo posteriormente do Estado.
Os reparos não admitiam delongas. Da ponte dependiam as fazendas
de Volta Redonda e o Amparo. A madeira para reconstituição da ponte
vinha da serra do Amparo,em carros puxados por vinte juntas de bois
(informação de Silvio Corrêa).
Em 1944, retirado Alberto Roesch, falecido Aprígio Cravo, a ponte
deteriorou-se e ruiu trecho de uns trinta metros. A ponte nova seria
reconstruida, já com estrutura metálica da CSN e inaugurada a 28 de
setembro de 1949. Era então presidente da CSN o General Silvio Raulino
de Oliveira, e governador do Estado , o Coronel Edmundo Macedo
Soares.
Hoje, esta ponte liga a Praça Santos Dumont à Avenida Paulo de Frontin.
Naqueles cinco anos, para atender ao povo em situação calamitosa, o
recurso foi retornar à primitiva balsa para travessia do rio . Confundiam-
se simultaneamente, na balsa: pedestres, por vezes ambulância, carro
funerário, ou simplesmente o caixão de mal pregadas tábuas com o
defunto, burros com latões de leite, gado em trânsito para o matadouro,
caminhões de lenha...
Na manhã de domingo do dia 18 de agosto de 1944, enfrentando a
proibição do Engenheiro Dr. Leonísio Sócrates Batista, que afirmava
serem as ruínas da ponte intocáveis, por tratar-se de propriedade
estadual, um grupo de populares construiu uma passarela nos trinta
metros interrompidos, quase de mão armada.
Tomaram parte no episódio, sob orientação do construtor Isaias
Carneiro, dando contribuição pessoal e pecuniária: Dr. Arnaldo Barreira
Cravo, Dr. João Pio de Abreu, Dr. Caetano Arcuri Spinelli, Francisco
Lau, irmãos Teixeira, Albertino Thomaz de Souza e os filhos Sinval,
Amâncio, Albino e outros. Enquanto no sermão da missa paroquial
padre Eugênio fazia admoestações severas sobre trabalho braçal em
dia santificado.
Atravessar a estreita passarela balouçante, tábuas sustentadas por
cabos de aço era um susto. No tempo das cheias a correnteza passava
sob as tábuas forte e ruidosa. No tempo da seca, o leito do rio afundava,
ficando a pinguela suspensa a grande altura.
14 Volta Redonda Ontem e Hoje
Como alternativa de comunicação entre Volta Redonda e Barra Mansa,
na margem esquerda, foi construída pelo prefeito de Barra Mansa,
Francis Vilela, uma estrada de terra ligando diretamente Volta Redonda
à Barra Mansa. A ligação Volta Redonda - Barra Mansa pela margem
esquerda é considerada estratégica.”

A INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO

Em 1864, ficou marcada a inauguração do trecho ferroviário da E. F. Dom Pedro II,


até ao nascente povoado de Barra do Piraí, trazendo grande movimento à região.
No entanto, a ligação entre a nossa área e Barra do Piraí, se fazia pelos barcos com
capacidade de 700 arrobas, que desciam o Paraíba, transportando o café das fazendas
ribeirinhas. De Barra do Piraí em diante, prosseguiam pela Estrada de Ferro.

A foto de
12/02/1943,
cedida por
Braz de Oliveira
Coura, mostra a
estação ferroviária
em Volta Redonda

Em nossa localidade, junto à Ponte na margem do Paraíba, foram levantadas as


primeiras edificações destinadas ao pouso das tropas, comércio e residências, dando-se
princípio ao povoado de Santo Antônio de Volta Redonda.
Leonor Barreira Cravo em “Volta Redonda quem te viu, quem te vê”, página 26,
informa:
“Situado na margem esquerda do rio, encravado na fazenda São João
Batista, era o Arraial típico. Dele originou-se o atual Bairro
Niterói.Compunha-se de:

Alkindar Costa
15
IGREJA:
sob a égide de Santo Antônio, infelizmente a igreginha antiga estilo
colonial, com um sol na fachada, foi demolida, dando lugar a uma
modernosa construção, atual paróquia de Santo Antônio.
ESCOLA:
Funcionava em casa de propriedade da família Fontenelle, sendo àquela
época professora Dona Olga.
CADEIA:
Os presos capinavam as ruas. Por falta de presos foi transformada em
Posto de saúde “Dr. Alfredo Neves”. Aprígio Barreira Cravo foi quem
conseguiu da Secretaria de Saúde do Estado a transformação da cadeia
em posto de saúde, em imóvel por ele cedido em comodato e por ele
mobiliado. Sucessivamente foi Subcoletoria Estadual, Escola Arraial de
Volta Redonda, Polícia, Bombeiros e sede do CODIVAP (órgão de
integração do Vale do Paraíba)
AGÊNCIA DO CORREIO:
A agente era Dona Ernesta (Dona Esnestoca), tia das lindas meninas
Cotrim.
BAR DO CAMILLO - na cabeceira da ponte.
PADARIA - do Juca Bastos.
FERRARIA - do Zé de Lima.
ARMAZÉNS - das famílias Goulard e Luis Gomes.
UMA DEZENA DE CASAS - sendo as melhores as residências da família
Macedo Pinto na rua São Pedro, e a do Sr. Hildebrando de Oliveira
Ferraz, na atual Praça Aprígio Cravo, esquinada Avenida Nossa Senhora
do Amparo.
UM ÚNICO SOBRADO - pertencentes a herdeiros de João do Amorim.
A família Galinheiro, quinzenalmente encarregava-se do abate de uma
rês.”

Muito embora inaugurado o trecho ferroviário até a povoação de Barra do Piraí e


prosseguirem os trabalhos do seu prolongamento em direção a Minas Gerais, o trecho do
ramal de São Paulo, estudado pelo Engº Teodoro Moreno, continuava esquecido. No en-
tanto, a partir de 1867, a Câmara Municipal de Barra Mansa, então presidida pelo Dr. José
Gomes Varela Lessa, passou a dedicar-se na busca de uma solução para o problema do
prolongamento da estrada.
Das inúmeras comissões fizeram parte, entre outros, o Barão de Guapi - Major
Joaquim Ribeiro de Almeida, Dr. José Gomes Varela Lessa, Com. João Gomes de Carva-
lho (depois Barão e Visconde de Barra Mansa) e o Doutor Manoel Ferreira de Matos.
Porque fosse justo atender a pretensão, ou porque julgasse necessário e inadiável
mesmo a ligação da Corte com a capital da província de São Paulo, pouco depois de ter
o Com. Mariano Procópio Ferreira Lage assumido a direção da estrada, se iniciavam as
obras de sua construção, em ritmo acelerado.
16 Volta Redonda Ontem e Hoje
Nos planos estabelecidos não estava prevista a construção da estação na localida-
de de Volta Redonda.
A luta encetada pelo Comendador Bernardo Vieira Ferraz tornou-se vitoriosa, e no
dia 16 de setembro de 1871 foi inaugurado o trecho ferroviário até Barra Mansa, incluindo-
se a estação de Volta Redonda.
A Estação de Volta
Redonda, ficava ao
lado da chaminé, hoje
ainda existente no
viaduto N.S.das
Graças. Foi demolida,
sendo reconstruída na
mesma área, um pouco
mais a frente, em
direção à Barra Mansa.
1940. Fotos cedidas
por Braz de Oliveira
Coura.

O trecho construído entre Pinheiro (atual Pinheiral) e Barra Mansa foi franqueado ao
tráfego a partir de 06 de agosto de 1871.
A inauguração, com a presença da Princesa Isabel, então Regente do Império, e o
Conde D’Eu, implantou uma nova etapa de realizações, fazendo com que Volta Redonda
se transformasse no denominado entreposto comercial de vasta zona geo-econômica.
As mercadorias chegavam dos mais diversos pontos e eram enviadas à Corte pelo Rio
Paraíba, então navegável até Barra do Piraí, de onde prosseguiam pela Estrada de Ferro.
Vamos encontrar em “Volta Redonda quem te viu, quem te vê” de Leonor Barreira
Cravo em páginas 21,22 ,23 e 24, um detalhamento sobre a Estação, que merece ser
transcrito:

“A estação era modesta parada de trens da Estrada de Ferro Central do


Brasil, no ramal de São Paulo. Indicava distância 144 quilômetros (do
Rio de Janeiro), altitude 375 metros, localizada na margem direita do
Rio Paraíba.
Além de suas funções normais de cais de embarque e desembarque de
passageiros, recepção e expedição de encomendas e cargas. era
detentora do único meio rápido de comunicação: o telégrafo.
Por telegrama se expediam e recebiam notícias de vida ou morte, alegrias
e dramas, aniversários, avisos e negócios.
Posteriormente, por exigência do presidente da Companhia Siderúrgica,
Coronel Macedo Soares, foi a estação mudada para o quilômetro 145,
onde permanece inacabada. Apenas estação de carga foi construída.
Dissenção entre a diretoria da Central e a CSN, que exigia revistar, as
cargas e encomendas, posto que o quilômetro 145 adentrava o perímetro
da usina, causou interrupção das obras. Até hoje inexiste a Estação de
passageiros.

Alkindar Costa
17
Pela plataforma e armazéns da estação escoavam-se as produções das
fazendas de Volta Redonda e do Amparo: café, açúcar, arroz, capoeiras
de frangos vivos (não havia abatedouros de frangos), gado, suínos,
tijolos, telhas e latões de leite.
O leite era diariamente embarcado “in natura” para a Usina Bruno de
Barra Mansa. O leite vinha das fazendas em lombo de burro, às vezes
perdia o trem, outra tantas ao chegar à usina, era condenado por alto
grau de acidez. O leite era vendido a um tostão o litro.
Os suínos eram vendidos á firma Martuscelo, de Barra do Piraí, ancestral
das Indústrias Bel Prato.
Face a modéstia da estação o rápido Paulista, melhor trem do ramal, só
parava quando efetivamente houvesse passageiros. Para tornar
obrigatória a parada diária do Rápido, o Sr. Flávio Peixoto, dono da
fazenda Santa Cecília, recomendava ao chefe da estação que, em não
havendo passageiros, carimbasse uma passagem por sua conta.
Os outros fazendeiros reuniram-se, construíram uma caixa d’água,
doando-a à Central . Assim às vezes até o noturnos, passaram a se
abastecer em Volta Redonda, diariamente.
A vinda dos passageiros das fazendas para a estação fazia-se em “trole”
ou a cavalo. Havia um quarto no armazém do Seu “Euclides” em frente
à estação, onde se podia trocar de roupa, deixar botas e arreios.
Posteriormente, apesar da precariedade das estradas, quase
impraticáveis na estação chuvosa, o trajeto fazenda-estação era feito
por automóveis. Época dos inesquecíveis Forde de Bigode por volta e
1925.
A falta da parada do Rápido em Volta Redonda obrigava os passageiros
a irem apanhá-lo em Barra Mansa ou Barra do Piraí.
Os trens andavam sempre atrasados, o que só melhorou bem mais tarde,
com o advento das locomotivas diesel, ao tempo da Administração
Alencastro Guimarães, na Central.
Os chefes da estação eram cordiais, davam assistência aos passageiros,
abrigo em sua sala nos dias de chuva, ofereciam merendas às crianças.
Entre aqueles chefes devem ser lembrados os Srs. Oscar, Pedro de
Andrade Silva (sogro do Sr. Roberto Neri Stelling) e o Sr. Reduzindo
Miranda.”

NAVEGAÇÃO NO RIO PARAÍBA

O nosso Rio Paraíba, hoje tão poluído, já apresentou características bem diferentes
das atuais, permitindo, inclusive a navegação.
No arquivo de Itamar Bopp, ficha nº 4.062, pesquisado por J.B. de Athayde, o pre-

18 cursor da navegação no Rio Paraíba foi José de Souza Azevedo.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Coube a um filho de Volta Redonda, demonstrar a possibilidade da navegação do
Rio Paraíba. Chamava-se José de Souza Azevedo, membro da família Araújo, dos
Cajueiros. Enfrentando a incredulidade geral, “empreendeu pela primeira vez a navegação
no Rio Paraíba em um barco de fundo raso com 11 metros de pôpa e 3 de largura, em 20
de janeiro de 1860 e demonstrou assim a praticabilidade da navegação, que se reputava
naquela época impossível. Solicitou, então privilégio à Assembléia Provincial, sendo inde-
ferida sua pretensão, pelo que se desgostou e, em 1866, faleceu em plena miséria.”
Posteriormente, o espírito esclarecido e a grande visão que possuía, ofereceu con-
dições ao Comendador Bernardo José Vieira Ferraz e José de Souza Azevedo, em 1862,
para exploração do Rio Paraíba, entre Campo Belo e o povoado de Ipiranga, logo adiante
de Barra do Piraí, numa extensão de 115 km, visando ao estabelecimento da linha de
navegação fluvial.
A Assembléia Legislativa Provincial
entendendo a extensão da medida, votou Balsa fazendo
o transporte de cargas
uma Lei em 1860, autorizando o Presidente e veículos sobre o
da Província a contratar com qualquer Com- Rio Paraíba do Sul
panhia a desobstrução e canalização do Rio, Foto cedida por
Edésio Laranjeira Borsatto
de modo que viesse permitir a navegação
de barcos de pequeno calado, e movidos a
vela, vara ou vapor. A Lei previa, inclusive, a
cobrança de taxa de $010 a $030 por “arroba
de carga transportada”.
Nenhuma companhia foi formada,
apesar dos esforços dos interessados na
medida, em especial o Barão de Bela Vista - Tenente Coronel Joaquim Gomes Jardim -
Barão de Guapi e Major Joaquim Leite Ribeiro de Almeida.
A navegação no Rio Paraíba tomou “notável incremento e as barcas, com capaci-
dade de 700 arrobas, desciam o Rio Paraíba com destino à povoação de Barra do Piraí,
transportando o café das fazendas ribeirinhas que daquele ponto em diante prosseguia
pela Estrada de Ferro; e voltavam carregadas, trazendo as mais diversas mercadorias
procedentes da Corte.”
Nessa ocasião, trafegavam de 35 a 40 barcos, calando de 2 a 3 palmos, e com
lotação variando de 200 a 700 arrobas.
Além dos barcos de Antônio Ferreira de Souza, Barreto & Bitencourt, Manoel Car-
doso, Joaquim José Martins & Filhos e outros, citam-se o “Minerva”, de Batista & Freitas,
e “Faraó”, de João Batista Marcondes do Amaral. Quanto ao Piraí, o trecho entre Piraí e
Sant’Anna foi o percurso mais navegado. As principais barcas que trafegavam entre Piraí
e Barra do Piraí eram de propriedade de Antônio Ferreira d’Eça, Domingos da Silva Ribei-
ro e João Antônio Machado.
Ao que parece, no Piraí, chegaram até a trafegar possantes barcos a vapor. É certo,
porém, que Antônio Ferreira d’Eça, em 1866, requereu e obteve do Governo do Império o
privilégio por 10 anos, para estabelecer a navegação a vapor no Rio Piraí - agora transfor-
mado num mísero córrego...
Concluímos por informar, que a navegação no Rio Paraíba desenvolveu-se até o
ano de 1872.

Alkindar Costa
19
LINHA DE BONDE DE TRAÇÃO ANIMAL

Aos negociantes Pedro e Joaquim José Teixeira foi concedida em 1874, primeiro
pela Câmara Municipal de Barra Mansa e depois pelo Governo da Província, autorização
para construírem uma linha de bondes à tração animal, entre a estação de Volta Redonda
e o centro do povoado.
Na foto cedida por Em “1883, José Carlos Vieira
José Eduardo Ramos Ferraz & Filhos obtinham concessão da
Quaglia, observa-se
no centro os trilhos Câmara Municipal para construir, outra
que serviam a linha de linha de bonde entre o povoado e a
bonde de tração
animal, na ponte sobre
Fazenda do Retiro cujos veículos, no
o Rio Paraíba do Sul. trecho até a estação, trafegavam na
Foto tirada nas mesma linha da empresa antes
margens do atual
bairro Aterrado, em
mencionada.”
direção à Niterói.
O serviço passou pelas mãos de
diversos donos, inclusive Manoel
Ourique, sendo suprimido em 1918.

AGÊNCIA DE CORREIOS, E ESCOLAS

As constantes tentativas visando ao progresso e as lutas encetadas na área para


implantação de serviços públicos, possibilitou a entrega ao povo, em 1871, pelo Agente
Floriano Pereira da Silva, da Agência dos Correios de Volta Redonda, criado nesse mes-
mo ano pelo Governo do Império.
Em seguida, duas escolas foram inauguradas em 1874 - “uma para o sexo mascu-
lino e outra para o feminino, regidas, respectivamente, pelos professores Fortunato José
de Abreu Lima e Luiz Adelaide de Abreu Lima”. A essas duas escolas seguiram-se ou-
tras, anos depois “criadas e mantidas pela Câmara Municipal de Barra Mansa. Destas
inauguradas, uma em 1883, na Fazenda do Paraíso do Cel. José Caetano Alves de Oli-
veira, tendo como Profº José da Silva Nogueira, e outra em 1899, na estação de Jorge
Rademacker, da qual foi primeiro mestre o Professor Luís Rodrigues Soares.”

O DISTRITO DE PAZ

Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889 e o conseqüente


banimento da família Imperial para a Europa, subiu ao poder no Estado do Rio de Janeiro,
o Dr. Francisco Portela que, por deliberação de 26 de dezembro de 1890, criou o Distrito
de Paz de Volta Redonda e, segundo J.B. de Athayde, in Volta Redonda - A Cidade do Aço
- (Notícias Históricas) página 30, foi constituído das Fazendas de:

“Dª ISABEL MARIA DA SILVA, do Dr. CARLOS THEODORO DE


BUSTAMANTE, de MENEZES & IRMÃOS, de Dª CECÍLIA DE MORAES
20 Volta Redonda Ontem e Hoje
MONTEIRO DE BARROS, dos herdeiros de MANOEL VIEIRA DA CU-
NHA BRANDÃO, de JOSÉ CAETANO ALVES DE OLIVEIRA, de Dª
LUCINDA DE OLIVEIRA CAMPOS E SILVA, dos CARVALHOS de JOSÉ
CARLOS VIEIRA FERRAZ & IRMÃOS, sendo a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 9ª, 10ª e
11ª, tiradas da freguesia de São Sebastião, e a 6ª, 7ª e 8ª da Freguesia do
Amparo.”

O despreparo dos que assumiram o poder, redundou em desatinos, refletindo, tam-


bém, nos destinos de Volta Redonda. Daí a razão da supressão do distrito por força dos
Decretos nºs 1 e 1-A, respectivamente de 08 de maio e 03 de junho de 1892. Pela Lei nº
1.820 de 04 de dezembro de 1922 foi restabelecido o Distrito e, novamente suprimido
pelo Decreto Federal nº 15.923 de 10 de janeiro de 1923. Território desmembrado de
Barra Mansa e São Joaquim.
Na sessão de 16 de agosto de 1926, o Deputado Estadual por Barra Mansa - Dr.
Honorato Leite apresentou o projeto de restauração do Distrito definitivo, transformado,
posteriormente na Lei nº 2.028 de 23 de outubro de 1926 e sancionada pelo Presidente de
Estado - Cel. Engº FELICIANO PIRES DE ABREU SODRÉ.

O DISTRITO POLICIAL

A evolução e o desenvolvimento da área, onde se localizava Volta Redonda, repre-


sentava antes de tudo, novos compromissos e uma ação mais destemida para preserva-
ção dos residentes. A criação do Distrito de Paz redundou em outras medidas comuns
ao meio onde residem seres humanos - o policiamento.
Em 23 de janeiro de 1891 outras deliberações vinham completar o Distrito de Paz,
criando-se o Distrito Policial, onde os limites eram os mesmos estabelecidos para o pri-
meiro.
Mas recentemente, foi a Delegacia de Polícia de Volta Redonda estruturada como
DELEGACIA ESPECIAL, pelo Decreto-Lei nº 1.311 de dezembro do ano de 1944, com
jurisdição no então 8º Distrito do Município de Barra Mansa compreendido os seus limites
os especificados no Decreto-Lei nº 1.242 de 12 de outubro de 1944.

A CONSTRUÇÃO DO CEMITÉRIO

“O grande número de mortes provocadas pelas constantes epidemias, surgidas


depois de 1873, levou a população à construção de um cemitério na localidade.” Todavia,
somente em 1895, coube ao Fazendeiro Francisco Gonçalves de Moraes Carvalho, doar
o terreno em que a Câmara Municipal de Barra Mansa construiu o Cemitério na localida-
de, sendo as obras entregues a Bernardino da Silva Bastos que as empreitou com a
Municipalidade, pela quantia de 2.000$000. Em 1910, o fazendeiro Dr. Randolfo Pena
doou uma área contígua de terras, permitindo a ampliação do “Campo Santo”. Seguiu-se
a construção do muro de pedras circulando-o, melhoramento motivado por indicação do
Vereador Manuel d’Avila da Costa Aguiar.

Alkindar Costa
21
O cemitério se localizava na Fazenda São João Batista e a sua duplicação se tornou
possível com a doação de área de terra por Aprígio Barreira Cravo, segundo informações
fornecidas por Leonor Barreira Cravo.

OS PRIMÓRDIOS COMERCIAIS

A economia, no território de Volta Redonda em 1822, “repousava na agricultura,


(com lavouras diversas) pecuária (limitada à pequena criação de animais) e na indústria
do açúcar, cujos fundamentos remontavam ao último quarto do século anterior.” As prin-
cipais culturas eram a cana-de-açúcar (a principal desde os tempos coloniais até o ano
de 1825, aproximadamente) e do café, ainda em seu estágio inicial, mas já prenunciado o
grande futuro que lhe estava reservado na economia nacional.
O surgimento de edificações, em 1864, principiando o povoado de Santo Antônio de
Volta Redonda, a construção da ponte de madeira sobre o Rio Paraíba, o estabelecimen-
to das culturas de trigo, fumo e algodão (onde se destacou o fazendeiro Carlos Augusto
1945 - Vista parcial da
praça da ponte, bairro
Niterói. Local onde
tropeiros deixavam
cargas destinadas aos
armazens da Corte,
para serem
transportadas nos
barcos que trafegavam
no Rio Paraíba, até o
povoado de Barra do
Piraí, de onde
prosseguiam pela

Reprodução
estrada de ferro.
Acervo J.B.de Athayde

Monteiro de Barros, da Fazenda Volta Redonda), fatos que aliados ao trânsito das tropas
procedentes das freguesias de N. S. do Amparo e do Patriarca São Joaquim, do Município
de Barra Mansa, de Vargem Grande e São Vicente Ferrer, do município de Resende e, até
das mais remotas do sul da província de Minas Gerais, fez com que o comércio surgisse
na localidade em franco desenvolvimento.
Em 1870 o comércio florescia, representado por quase uma dezena de estabeleci-
mentos os mais variados, compreendendo armazéns de secos e molhados, tabernas,
farmácia e hospedaria.
Dentre os mais importantes mencionam-se os de Antônio José Dias Ferreira, Gulape
Antonio da Silva, Joaquim José Teixeira, Paulo Augusto Garcia & Cia., Pedro José Teixeira,
Alexandre Alves Costa, Antônio da Rosa Sanches de Figueiredo e Geraldo Pinto de Amorim,
os dois últimos, proprietários, respectivamente, da farmácia e hospedaria.
A extinção do cativeiro, em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, representou
conseqüências trágicas para os “Senhores de fazendas”. “O trabalhador escravo,
desajustado para a liberdade, quase em massa, abandonou os campos. A lavoura desor-
ganizou-se, trazendo, como resultado, a ruína para dezenas de fazendeiros.”
O soerguimento, embora lento, do povoado, e das fazendas de Volta Redonda, foi

22 representado pela inauguração do trecho ferroviário da E. F. Oeste de Minas.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Fazendeiros de Andrelândia, Lavras, Aiuruoca, Lima Duarte e outras localidades
mineiras, passaram a adquirir as velhas fazendas de café, algumas decadentes, e outras
já abandonadas, enveredando pela pecuária, conseguindo, em pouco tempo, elevar, não
só a localidade, mas todo o município, à posição destacada de um grande centro agrícola
pastoril.
No correr dos anos, em razão da inauguração da Estação da E. F. Dom Pedro II, em
16 de setembro de 1871, pela Princesa Isabel, em sua proximidade foi iniciado o proces-
so de crescimento do comércio.
No início de 1942, quando se erguia no povoado alguns alojamentos para os operá-
rios da Companhia Siderúrgica Nacional, (em número aproximado de oitocentos), casas
de madeira e um refeitório, a denominada Estação Velha, impulsionava o comércio. O
alojamento de operários, em um prédio às margens da estrada que mais tarde se trans-
formaria na Avenida Amaral Peixoto, dava frente para a chamada Rua da Estação, hoje
denominada Nelson Godoy. Daí para frente a efetivação comercial na área foi inevitável.
Em 1952, quando da remessa do memorial à Assembléia Legislativa, na tentativa
de emancipação, Volta Redonda registrava a área comercial composta de:
- 18 Açougues; 3 Hotéis; 56 Barbearias; 5 Padarias;
- 6 Bancos; 156 Cafés e Bares; 12 Sapatarias;
- 98 Armarinhos; 19 Farmácias; 4 Cinemas e 65 Barracas fixas para a venda de
legumes, verduras e frutas; no atendimento de uma população de 36.847 habi-
tantes.

A PRIMEIRA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

A área de Volta Redonda desenvolvia-se A iluminação pública


em Volta Redonda,
mercê dos esforços de prósperos fazendeiros, surgiu em 1901 e era
sendo que alguns deles vislumbravam grandes feita com lampiões a
dias no futuro. querosene, como os
da ilustração ao lado.
Em 1900 circulava o 1º exemplar da
publicação “Almanack Encyclopédico”, edita-
do pela Tipografia de “O Cometa”, de Manoel
Ourique.
O Dr. JOSÉ RODRIGUES PEIXOTO,
construiu e fez funcionar o Engenho de Açú-
car e Aguardente em 1903, onde nos dias atu-
ais existe, como monumento histórico, a cha-
miné ao lado do Viaduto N. S. das Graças, hoje
tombado pelo Poder Público através do
Decreto Executivo nº 2.105 de 19 de dezem-
bro de 1985, e pela Lei Municipal nº 2.203 de
03 de junho de 1987 de autoria do Vereador
Iram Natividade Pinto.
As referidas instalações do Engenho de Açúcar, foram mais tarde, adquiridas pelo
Cel. APRÍGIO CRAVO para a instalação de laticínio, a Usina de Leite de Santa Cecília
Ltda., tendo como sócio Nelson Godoi (50%).

Alkindar Costa
23
“Após o falecimento de Aprígio Barreira Cravo, Nelson requereu a
dissolução da sociedade e consequente liquidação em Praça, dos bens.
Os bens foram arrematados pelas Legatárias do Espólio de Aprígio
Barreira Cravo: Júlia e Leonor Barreira Cravo, conforme Carta de
Arrematação registrada no Cartório Moraes Rattes - Comarca de Barra
Mansa - Folhas 78-Livro “3”, nº 378 - em 30 de setembro de 1944”
(in “Volta Redonda, quem te viu quem te vê” - Leonor Barreira Cravo.)

No local, anos mais tarde, funcionou a Loja Maçônica Independência e Luz II e a


Funerária.
Já os que comandavam a região, sentiam a necessidade da realização de obras no
local, caminho encontrado para o combate aos anseios separatistas que não haviam
desaparecido completamente.
O Vereador - Ten. Cel. QUINTINO JOSÉ DE MEDEIROS defende a idéia de que a
área de Volta Redonda, já carecia de iluminação pública. Usou seu prestígio, e potencial
de trabalho para alcançar seu objetivo, e viu sua luta e empenho transformadas em reali-
dade - Volta Redonda recebeu iluminação pública, constando de quatro lampiões a quero-
sene, colocados nos lugares mais centralizados do povoado, em 1901. Tal sistema de
iluminação foi mantido, pela Câmara Municipal de Barra Mansa até o ano de 1932.

A CAPTAÇÃO E CANALIZAÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL

As reivindicações comunitárias prosseguiram, fazendo surgir e crescer líderes, que


defendiam as aspirações populares.
Em 1906 sentia-se a necessidade do serviço de captação e canalização de água
potável. O problema só encontrou solução em 1921, graças à iniciativa particular, sendo
todo serviço por ela construído.
Era mais um serviço prestado por pessoas, cujas figuras o tempo não consome.
Entre eles o idealismo do Cel. APRÍGIO CRAVO, Cel. ALFREDO DIAS DE OLIVEIRA,
Major MANUEL D’AVILA DA COSTA AGUIAR, Cap. JOSÉ DA SILVA BASTOS e LUÍS
GOMES VIEIRA.
Os problemas conseqüentes dos encargos assumidos se avolumaram e o serviço
explorado, passou a ser mantido com dificuldade. Em 1926, seus proprietários
resolveram doá-lo com todas as instalações e equipamentos à Prefeitura Municipal de
Barra Mansa.
Como fatos complementares ao progresso, em 1924 surgiu a Fábrica de Produtos
Cerâmicos da firma A. Barreiros & Cia. Ltda., hoje extinta.
Em 30 de junho de 1926, WALTER THIERS, ÁLVARO GOULART, SEBASTIÃO
GUIMARÃES e PLÁCIDO CUNHA BATISTA, entre outros, fundaram o Volta Redonda Foot
Ball Clube.

24 Volta Redonda Ontem e Hoje


TELEFONES E ILUMINAÇÃO ELÉTRICA

O ano de 1931 marca uma nova etapa do progresso de Volta Redonda, no campo
dos serviços públicos.
O Prefeito Interventor do Município - Dr. IZIMBARDO RODRIGUES PEIXOTO
(1931-1943) - dotou a localidade de iluminação elétrica, pública e particular, inaugurada
em outubro de 1932.
Por iniciativa da mesma autoridade, ano anterior (1931), foi inaugurado o serviço
telefônico local, melhorando o que havia sido introduzido na sede do Município em 1912.

OS PRIMEIROS IMIGRANTES

O Historiador pioneiro de Volta Redonda, J.B. de Athayde, definiu, com perfeição, o


aspecto inicial da imigração no território, destacando:

“Ao Com. JOAQUIM LEITE RIBEIRO DE ALMEIDA coube introduzir, em


1887, a primeira leva de colonos açorianos em terras do Município.
Entre os anos de 1890 e 1900, diversos fazendeiros dirigiram-se à
Câmara local, pedindo a sua mediação junto ao Governo, para facilitar
a entrada no município, de imigrantes procedentes da Espanha e da
Ásia.
Tais pedidos, ao que tudo indica, não lograram nenhum resultado
prático, apesar dos esforços desenvolvidos, em 1893, pelo Com.
RAIMUNDO BREVES DE OLIVEIRA ROXO e outros fazendeiros de Vol-
ta Redonda, empenhados em introduzir nas suas fazendas, imigrantes
procedentes da China.”

Corrido o tempo, a participação de imigrantes das mais diversas partes do mundo,


se fez sentir, fruto das exigências do próprio trabalho na Companhia Siderúrgica
Nacional. Hoje, o IBGE, em levantamento de 1996, indica em Volta Redonda, correntes
migratórias de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

O DESCOBRIMENTO DOS MINÉRIOS

A partir de 1554, Anchieta anunciou à Coroa de Portugal, a descoberta de minério


de ferro, ao mesmo tempo que a prata. Em 1556 outro jesuíta, Mateus Nogueira,
estabeleceu ’’ um forja destinada à produção de anzóis, cunhas, pás e outros implementos

Alkindar Costa
25
rudimentares. Em 1587 o ferreiro paulista Affonso Sardinha instalava pequena fábrica de
ferro, com forno de refino, à margem do ribeirão Jaribatuba, afluente do rio Pinheiros, na
antiga freguesia de Santo Amaro; e mais tarde 2 fornos para “fabricação de ferro e aço”
na serra de Aracoiaba na comarca de Sorocaba.”
Em 1603, o Governador Geral Dom Antônio de Souza, “autorizou fundidores
alemães para que se instalassem, em Ubatã, nas vizinhanças das terras de Sardinha,
uma forja de ferro.” Em 1608, o jesuíta, Padre João Antônio Andreoni, encontrava minas
de ferro, ouro e prata.

UM GRANDE ENGENHO NO MEIO DO SERTÃO BRAVIO

No século XVIII, D. Rodrigo José de Menezes, mais tarde Conde de Cavaleiros,


escreveu em 1780 ao Governador da Metrópole, propondo o estabelecimento de uma
fábrica de ferro no território, sob sua administração, e afirmava então: “... se em toda
parte do mundo há esse metal necessário, em nenhuma o há mais que nestas Minas”.
Neste ponto devemos dar conhecimento de uma pesquisa efetuada por J.B. de
Athayde, no campo industrial, presa aos últimos anos do século XVIII, quando Volta Re-
donda viu surgir o seu primeiro engenho, em pleno “sertão bravio”, ainda dominado pelos
índios puris e araris. A transformação havida, decorreu da evolução natural da sua econo-
mia, passando sucessivamente da indústria do açúcar para a do aço, com escala pelo
café e pela pecuária.
Di-lo Mons. José de Souza e Azevedo Pizarro, em suas “Memórias Históricas da
Capitania do Rio de Janeiro”, que “caminhando o rio Paraíba abaixo, desde o lugar da
Igreja (Resende), encontravam-se quatro fábricas sempre no serviço do açúcar.” Umas
vezes moíam “as canas doces para o açúcar ou rapadura, e noutras para aguardente”.
Uma delas era o engenho de açúcar que o sargento-mor Manuel Joaquim da Silva
Castro e seu sócio padre José da Silva Brandão “tinham feito levantar”, em 1790, em sua
fazenda, mais tarde denominada Santa Cecília, em Volta Redonda, cuja propriedade, por
coincidência, pertence à Cia. Siderúrgica Nacional.
Era uma fábrica de grande labutação e numerosa escravaria como eles próprios
declararam, para cujo funcionamento necessitavam de muita lenha. Pelo que se
observa, seus proprietários foram possuidores de grandes cabedais, pois nessa época,
só mesmo quem dispunha de imensos recursos, podia dedicar-se ao rendoso negócio
de beneficiamento da cana-de-açúcar.
Um grande engenho como esse, exigia de 100 a 200 escravos, para diversos
serviços. Sua manutenção requeria grandes canaviais, lenha abundante o que, aliás, não
faltava, pois tudo em volta ainda continuava sertão, boiada capaz, tropa numerosa,
moendas, cobre, formas, e pessoal adestrado para o preparo do açúcar.
Uma vez fabricado, o açúcar era ensacado, para ser transportado pelos ásperos
caminhos, no lombo de animais, ao porto da Ilha Grande (Angra dos Reis), onde, depois
de encaixotado, prosseguia por mar até a cidade do Rio de Janeiro.
Este engenho, que foi a primeira iniciativa de natureza industrial surgida na
localidade, era um centro de intensa vida, com os trabalhos da roça, das moendas, do
preparo do açúcar, do transporte aos mercados, e outras atividades correlatas atraindo a
26 Volta Redonda Ontem e Hoje
curiosidade geral, mais parecendo a uma Volta Redonda em miniatura dos nossos dias,
em plena floresta dos últimos anos do século XVIII
A linha de migração tem como correntes consideradas principais Minas Gerais e
áreas do Nordeste, trazidos para a região, especialmente em função da construção da
Companhia Siderúrgica Nacional.

OS PRIMEIROS ALTOS FORNOS

Em 1785, D. Maria I - Rainha de Portugal, proibia, terminantemente, a existência de


fábricas na colônia, fato que só foi alterado quando D. João VI, assumiu a regência, che-
gando mesmo a abolir o imposto sobre a exportação do metal, fato que foi anunciado pelo
Governador Geral do Brasil, Luiz Pinto de Souza, a 27 de março de 1795.

“Em 1800, João Manço Pereira escolhe o local onde viria a se instalar a
Real Fábrica de Ferro de S. João do Ipanema, aí construindo-se o pri-
meiro alto-forno do Brasil a carvão de madeira. Em 1808, D. João VI
autoriza ao Intendente da Administração dos Diamantes Manoel Ferreira
da Câmara Bittencourt e Sá, o Intendente Câmara, “a despender a quantia
de 10:000$000 para instalar grande usina siderúrgica com três altos-
fornos e doze fornos de refino, a fim de abastecer de ferro o Brasil e
uma parte dos países estrangeiros.”

O Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva, em sua conferência, proferida no audi-


tório do Ministério da Fazenda, em 06/09/1945, destacou:

“Dois nomes de brasileiros se acham nessa época ligados à exploração


industrial de nossa riqueza siderúrgica: o Dr. José Vieira do Couto, na-
turalista de renome, antigo Lente de Coimbra, residente em Tijuco (atu-
al Diamantina), que já falava na necessidade da construção de grandes
usinas e de se fazer a ligação da zona de minérios aos rios Doce,
Jequitinhonha e São Francisco; e Manoel Ferreira da Câmara Bittencourt
e Sá, o famoso “Intendente Câmara”, que sustentou projetos idênticos
aos de Vieira Couto, visando o estabelecimento de uma siderurgia na
Bahia e em Minas Gerais. D. João VI, aqui chegando, cuidou logo de
mandar montar duas usinas importantes para a época, uma em Ipanema
(próximo a Sorocaba, em São Paulo) e outra em Minas, no Morro do
Pilar.”

Em 1º de novembro de 1818, Ipanema confiada a Varnhagen metalurgista alemão a


serviço de Portugal, obteve, em terra brasileira, a primeira corrida de gusa em escala
industrial.
O Barão Wilhelm Von Eschwege, mineralogista alemão, “liderou a construção de
usinas pioneiras na região de Congonhas do Campo.

Alkindar Costa
27
O engenheiro francês Jean Antoine de Monlevade aparece no Brasil em 1815, mon-
tando um alto-forno em Caeté, Minas Gerais, juntamente com o brasileiro Luiz
Soares de Gouveia, “instalando mais tarde, em 1825, algumas forjas catalões em S.
Miguel de Piracicaba, berço do que seria hoje a grande usina da Companhia Belgo
Mineira.”
O local, no Vale do Rio Doce, hoje tem o seu nome.
No ciclo siderúrgico, cabe ressaltar uma figura que engrandeceria nas lutas pela
independência.
JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADE E SILVA que além “de servir como secretário da
Real Academia de Ciências de Portugal, descobriu várias espécies mineralógicas e
desempenhou os mais altos cargos da técnica metalúrgica. Foi Intendente Geral das
Minas e Metais do Reino, nomeado por carta régia de 18 de maio de 1801. Instalou e foi
professor em Coimbra de Metalurgia. Exerceu as funções de administrador das
Fundições de Ferro de Figueiró dos Vinhos e de Avelar. Mais tarde foi nomeado Diretor do
Real Laboratório da Casa da Moeda de Lisboa.

O DESENVOLVIMENTO DA SIDERURGIA

O desenvolvimento da siderurgia, pode ser, assim destacado:


1848 - Decreto concede auxílio a Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá
para a instalação de uma fundição de ferro na Ponta da Areia, em Niterói
com algum sentido de escala de produção;
1876 - Organizada a Escola de Minas de Ouro Preto, tendo a frente o especialista
francês Henri Gorceix;
1888 - Os industriais - Joseph Gerspacher, Amaro da Silveira e Carlos da Costa
Wigg fundaram a Usina Esperança, perto de Itabira do Campo, à margem da
bitola estreita da E.F.C.B.; em Burnder, no entroncamento da linha do Centro
da E.F.C.B., com o ramal de Ouro Preto, foi construído um forno, pela Cia.
Dr. J. Queiroz;
1892 - A Companhia Forjas e Estaleiros, adquiriu a antiga fábrica de Monlevade em
São José do Piracicaba e nela instalou martelos-pilões para duas
toneladas de ferro por dia;
1910 - O Governo Nilo Peçanha, estabeleceu concessões para a criação de
indústria siderúrgica em grande escala, começando então, a exploração do
minério de manganês, através da Metalúrgica Alberto Pecorari, em São Pau-
lo;
1911 - Surgiu o projeto apresentado pelo incansável pioneiro Trajano de Medeiros;
1912 - A Cia. Siderúrgica Mineira estabeleceu um alto-forno a carvão de madeira
em Sabará. Mais tarde, associando-se a capitais europeus transformou-se
na atual Cia. Siderúrgica Belgo Mineira, com as maiores instalações do mundo
para produzir aço à base de carvão vegetal;
28 Volta Redonda Ontem e Hoje
1918 - Voltamos nossas vistas para os carvões do Sul, já estudados por White
Gonzaga de Campos e Euzébio de Oliveira;
1919 - Instala-se a Fábrica de Aço Paulista, que dispunha dos primeiros fornos elé-
tricos, com capacidade para 1.000 e 500 quilos;

Em 1924 construiu-se em Gagé (Conselheiro Lafaiete - MG), um forno de 50


toneladas. Em 1930, o Presidente Getúlio Vargas já sonhava com o estabelecimento de
um surto industrial para o Brasil e, em discurso proferido na Esplanada do Castelo, no Rio
de Janeiro, chegou a colocar em destaque que tal só seria possível de acontecer quando
o país estivesse habilitado a fabricar a maior parte das máquinas que lhe fossem indis-
pensáveis.
Em 1937 vieram as usinas de Sabará, de Monlevade e a Belgo Mineira construiu
fornos de 100 toneladas. Em 1938, o Sr. Ministro da Viação - General João de Mendonça
Lima, enviou à Europa o Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva, para realizar estudos
referentes à siderurgia, com aplicação de matérias primas nacionais, (Decreto de 30 de
dezembro de 1938), e a verificação das possibilidades de colocação de minérios
brasileiros na Inglaterra, Bélgica e Alemanha, investigando a viabilidade do emprego, no
Brasil, de um novo método para a redução do minério de ferro, anunciado por uma
sociedade inglesa (processo Thermoloy).

COMO SURGIU A COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Um deslocamento para Nova York, em fins de abril de 1939, redundou em contato


com a “United States Steel Corporation”, interessada em colaborar na construção de
nossa primeira usina com coque. O então Ministro do Exterior Dr. Oswaldo Aranha, havia
conseguido em março nos Estados Unidos, um crédito de US$ 60.000.000 para diversos
empreendimentos, entre os quais o financiamento da aquisição de maquinaria para essa
usina.
“Em 04 de agosto de 1939, Getúlio Vargas nomeia a Comissão de
Siderurgia, chamada de Comissão Preparatória do Plano Siderúrgico
Nacional, constituída por Edmundo de Macedo Soares (Presidente) e
os Engenheiros Joaquim Miguel Arrojado Lisboa, João Batista da
Costa e Plínio Cantanhede.
Em 30 de outubro de 1939, Getúlio Vargas concede audiência ao
Engenheiro Heitor Freire de Carvalho, a quem chamou de São Paulo,
para constituir uma espécie de assistência dos acionistas nacionais jun-
to aos americanos da United States Steel Corporation na organização
da siderurgia brasileira.”
(in GETÚLIO VARGAS - Diário - Volume II - 1937/1942 - apresentação de Celina Vargas do Amaral Peixoto - Edição de Leda Soares - Siciliano -
Fundação Getúlio Vargas Editora)

Em razão das negociações a “United States Steel Corporation” enviou ao Brasil


uma comissão de técnicos, a que se juntaram quatro engenheiros brasileiros, sendo um
geólogo, um metalurgista, um ferroviário e um versado em assuntos econômicos e
financeiros.
Alkindar Costa
29
A ESCOLHA DO LOCAL PARA IMPLANTAR A INDÚSTRIA

A Comissão formada e denominada “Conjunta” trabalhou de junho a outubro de


1939, tendo percorrido os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e
Santa Catarina.
Foram estudados, segundo as declarações de Edmundo de Macedo Soares e
Silva, os pontos:
- o suprimento de matérias primas;
- o mercado nacional;
- as condições de obtenção de matérias primas e
- localizações possíveis de uma usina com coque metalúrgico.

Foram as seguintes as conclusões consideradas principais no Relatório da


Comissão:
a) Recomendamos que seja construída uma Usina Siderúrgica no Brasil e que
ela pertença a uma Companhia Brasileira (Sociedade Anônima), que a
explorará e cuja organização, disposições financeiras e direção serão
discutidas entre as partes interessadas, a saber, o governo brasileiro,
capital brasileiro e a ‘United States Steel Corporation.
b) Em nossos estudos reconhecemos a necessidade de empregar o carvão
nacional para o coque de alto-forno. Fizemos realizar, por isso, experiências
e estudos em pequena escala, no Brasil e nos laboratórios da empresa “United
States Steel Corporation” nos Estados Unidos. Em conseqüência e estudos
pode-se afirmar que o carvão de Santa Catarina dá coque. As experiências
também indicaram que, quando coqueficado, o carvão de Santa Catarina
produz subprodutos comparáveis, em qualidade e quantidade, aos que são
recuperados de carvão importado.
Como não houve experiência alguma de emprego do carvão de Santa Catarina no
funcionamento de alto-forno, é recomendável que a nova usina comece seu funciona-
mento utilizando carvão importado. O carvão de Santa Catarina deverá ser, no entanto,
misturado com o carvão importado em quantidades crescentes, como for ditado pela
experiência, na coqueria e no alto-forno. Os fornos de coque e os altos-fornos serão
projetados e construídos para utilizar carvão e coque brasileiros, a maneira que acaba de
ser indicada. O objetivo deve ser substituir completamente o carvão importado pelo
carvão nacional, e, se o resultado do emprego justificar, será usado exclusivamente
carvão nacional.
c) A escolha do tipo de minério, como foi acima indicado, fixa sua localização
econômica perto da cidade do Rio de Janeiro, nas proximidades:
1º das linhas da E.F.C.B.;
2º do aparelhamento marítimo para carga e descarga de navios;
3º do suprimento adequado de água doce;
4º de área conveniente de terreno, suficientemente elevada acima do
nível do mar e com convenientes condições para fundações. Acredita-
mos que esse terreno se encontra nas proximidades de Santa Cruz, no

30 Distrito Federal.
Volta Redonda Ontem e Hoje
Em nossa estimativa do custo da usina nada foi incluído para a dragagem do canal,
porque consideramos que esse trabalho deverá ser levado a efeito com recursos do
governo.
d) Consideramos sempre em nossos estudos que o governo continuará a
política seguida atualmente em matéria de direitos sobre o aço importado.
e) A usina que recomendamos, quando estiver produzindo as tonelagens
indicadas e vendendo a um preço médio de agosto de 1939, dará, segundo
estimamos, um benefício líquido sobre o capital investido (700 mil contos de
réis) de cerca de 14% ao ano, disponível para o pagamento de juros e
dividendos.

“No dia 1º de novembro, entre as audiências, Getúlio recebe o Sr.


Greenwood, acompanhado pelo Major Macedo Soares. É o diretor da
United States Steel Corporation, que veio despedir-se. Segue para os
Estados Unidos onde vai tratar de obter recursos para a organização da
siderurgia no Brasil, de acordo com o relatório já apresentado.
Em 16 de janeiro de 1940, Getúlio Vargas teve aquilo a que chamou de
uma má notícia: a United States Steel Corporation negou cooperação
financeira ao plano brasileiro de siderurgia, ligando isso ao reatamento
do pagamento das dívidas, assunto que já estava sendo negociado
independente do outro.
Em 18 de janeiro de 1940, Getúlio Vargas recebe comunicação do seu
embaixador em Washington, dizendo que o governo americano se
interessava pela colaboração dos capitais do seu país na solução do
problema siderúrgico brasileiro. O Presidente Roosevelt encarregaria
o administrador dos empréstimos federais do Ministério do Comércio
norte-americano, Jesse Jones, de promover o reatamento de negocia-
ções com a United States Steel Corporation, que se recusara a financiar
a construção da usina siderúrgica brasileira.”
(in GETÚLIO VARGAS - Diário - Volume II - 1937/1942 - apresentação de Celina Vargas do Amaral Peixoto - Edição de Leda Soares - Siciliano -
Fundação Getúlio Vargas Editora.)

Destaque-se que da Comissão da “United States Steel Corporation” faziam parte


dois metalurgistas, um ferroviário, um geólogo, um economista, um contador de custos e
um engenheiro que havia residido 16 anos no Brasil.

A COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO SIDERÚRGICO NACIONAL

Em 4 de março de 1940, foi editado pela Presidência da República, o Decreto-Lei nº


2.064, que instituía a “Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional” e que teria
como pontos principais “realizar os estudos técnicos finais para a construção de uma
usina siderúrgica destinada à produção de trilhos, perfis comerciais e chapas”, e “
organizar uma companhia nacional, com participação de capitais do Estado e de
particulares, para a construção e exploração da usina”, sendo ainda, tal comissão

Alkindar Costa
31
considerada autônoma, funcionando “sob a dependência direta do Presidente da
República”.
Em 7 de março de 1940, o Presidente da República nomeava para presidente da
Comissão, o Dr. GUILHERME GUINLE, banqueiro, proprietário do Banco Boavista e
Presidente da Companhia das Docas de Santos. E como membros da Comissão os Drs.
Oscar Weinschernck, Ary Frederico Torres, Heitor Freire de Carvalho, o Ten. Edmundo
Soares e Silva, e Cap. Ten. Adolfo Martins de Noronha Torrezão.
A pretensão era de que o incremento da indústria siderúrgica viria “contribuir para
desenvolver a exploração comercial das bacias carboníferas, dos minérios de ferro e de
muitos outros produtos minerais trazendo o progresso a várias regiões do país, e bem
assim que a utilização do carvão mineral o dotaria de uma série de subproduto do mais
alto valor para o desenvolvimento das indústrias de química e farmacêuticas e, em
conseqüência, de grande interesse para o seu progresso econômico e organização de
defesa militar”.

“Em 05 de abril de 1940, Getúlio Vargas concede audiência a Guilherme


Guinle, presidente da Comissão de Siderurgia, a quem chamou para
dar conhecimento das propostas de financiamento de firmas america-
nas, trasmitidas por seu embaixador em Washington, que recomenda-
va especialmente a firma Brassert.
Em 24 de maio de 1940, Getúlio Vargas recebe Guilherme Guinle e
Macedo Soares, trazendo o Sr. Brassert, técnico americano.
Em 30 de agosto de 1940, Getúlio Vargas mostra ao seu Ministro da
Viação o telegrama de seu embaixador em Washington, informando que
fora concedido, em boas condições, o crédito de 20 milhões para a
siderurgia, pelo Export and Import Bank.
Em 28 de outubro de 1940, Getúlio recebe Guilherme Guinle em audiên-
cia, de regresso dos Estados Unidos, e com quem esteve tratando de
sua missão e da organização da Companhia Siderúrgica e seus
estatutos.
Em 08 de novembro de 1940, em audiência com Getúlio Vargas,
despede-se o tenente-coronel Macedo Soares, voltando aos Estados
Unidos para executar a montagem da usina siderúrgica - estudos,
desenhos, aquisição de material - ficando Guilherme Guinle para
organização da Companhia.
Em 30 de novembro, Getúlio recebe o Marquês dos Reis que regressou
de sua viagem aos Estados Unidos, onde negociou o crédito de 25
milhões com o Banco do Brasil e o Export and Import Bank.
Em 15 de janeiro de 1941, Guilherme Guinle apresenta a Getúlio os
estatutos da Companhia Siderúrgica Nacional, de autoria de Daniel de
Carvalho e que foram adaptados à nova lei de Sociedade por Ações e
ao contrato realizado nos Estados Unidos, considerado aprovado pelo
Presidente em 29 do mesmo mês.”

32 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em seu diário, Getúlio anota em 09 de abril de 1941:

“... à tarde, despacho com a Fazenda, o último com o Estelita, pelo


próximo regresso do ministro, mais o Trabalho e Prefeitura. Não veio o
Presidente do Banco do Brasil, porque deve presidir à Sessão de
instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, que continua
despertando grande interesse e mesmo entusiasmo.”
(in GETÚLIO VARGAS - Diário - Volume II - 1937/1942 - apresentação de Celina Vargas do Amaral
Peixoto - Edição de Leda Soares - Siciliano - Fundação Getúlio Vargas Editora.)

Em agosto de 1941, Guilherme Guinle, Presidente da Comissão Executiva do


Plano Siderúrgico Nacional, em documento remetido ao Presidente Vargas, referindo-se
a localização da usina, destacava:

“A) Escolher um local onde as matérias primas cheguem por um preço


razoável e de onde os produtos acabados partam para os mercados
consumidores em condições que sejam as melhores;
B) Evitar grandes despesas que se tenham de somar às da construção da
usina.
De acordo com esse critério, nem a localização da Usina em Vitória ou
em Antonina, nem tampouco a sua localização na região de Lafaiete, no
Estado de Minas Gerais, satisfaria as condições ditadas por um
imperativo.
O melhor centro para a localização da usina, dentro desse critério, seria
o Distrito Federal. Mas essa localização de um porto em Santa Cruz, de
elevado custo, e trabalhos de drenagem, construção de uma adutora de
água doce seria para suprir a usina de água industrial para resfriamento
e a reconstrução do ramal de Santa Cruz a Austin (40 Km).
Além disso, ter-se-ia de despender importante soma para organizar a
defesa militar da usina instalada em Santa Cruz.
Dando preferência à localização da usina no Vale do Paraíba, no trecho
Barra do Piraí - Barra Mansa, considerou a Comissão que os operários
terão ali, a 400 m de altitude, melhores condições de vida; que a média
do preço da mão de obra é muito mais baixa do que no Rio de Janeiro,
que a água doce existe em abundância e que a Estrada de Ferro Central
do Brasil encontrará a compensação de um bom frete de retorno.
Colocada atrás da Serra do Mar, a usina necessitará apenas de defesa
anti-aérea, ficando inteiramente ao abrigo da artilharia naval.
Concomitantemente estudou a Comissão Executiva os problemas de
transportes para a usina siderúrgica, examinando as condições
materiais da Estrada de Ferro Central do Brasil, das instalações
portuárias do Rio de Janeiro, da Estrada de Ferro Tereza Cristina, das
instalações do porto carvoeiro de Santa Catarina e da navegação
marítima nacional.

Alkindar Costa
33
Fixado o tipo da usina a construir e o seu programa de produção, a
Comissão Executiva estimou o custo de construção e instalação, para
estabelecer o plano de financiamento em função da capacidade
remunerada da usina.”

Os estudos de organização da usina e problemas de transporte foram examinados


pelos engenheiros e consultoria ARTHUR G. MCKEE & COMPANY, de Cleveland - Ohio
nos Estados Unidos, “especialistas de renome internacional em projetos e construções
de usinas metalúrgicas.”
O Decreto de 18 de julho de 1940 da Presidência da República, determinou que
Guilherme Guinle, Ary Frederico Torres e Ten. Edmundo de Macedo Soares e Silva
negociassem, nos Estados Unidos, o financiamento para a aquisição de maquinários a
importar para a usina. Os designados seguiram para Washington em 24 de julho de 1940
e concluíram as conversações de caráter financeiro com os Srs. Jesse Jones (“Federal
Loan Administration”), e Warren Lee Pierson, Presidente do Export-Import Bank de
Washington, assegurando um primeiro empréstimo de 20 milhões de dólares, a juros de
4% ao ano, e amortização em 10 anos, a iniciar-se, três anos depois da data dos
primeiros contratos com as fábricas fornecedoras de material. Tal importância foi,
posteriormente, aumentada para 25 milhões de dólares, em começos de dezembro de
1941, e finalmente, para 45 milhões de dólares.
Natalino Cauduro, em suas Histórias da Criação de uma Grande Siderúrgica no
Brasil, observa que tais favoritismos não estavam sendo colocados de graça, ou mesmo
sem algumas esperanças.
O presidente americano Roosevelt reconhecia que o “Brasil era e teria de ser o
aliado mais importante do hemisfério. Não apenas as matérias-primas que forneçamos,
mas a possibilidade da concessão de bases militares ao inimigo, seria um golpe mortal a
estratégia da guerra que, aquela altura, já era mundial. Assim, a usina brasileira foi
considerada pela economia norte-americana, também um esforço de guerra.”
Acervo CSN
Foto tomada O General Edmundo de
durante a assinatura Macedo Soares e Silva em
do empréstimo,
vendo-se da esquerda entrevista ao JORNAL DO
para a direita, o BRASIL, edição de 16/07/
Dr. Guilherme Guinle,
Presidente da
1977 - 1º caderno, página 18
Comissão do Plano - lembrou que quando o
Siderúrgico, o Presidente dos Estados
Sr. Jesse Jones,
então Administrador Unidos da América Franklin
dos empréstimos Roosevelt esteve em Natal,
Federais Americanos com o então Presidente
e o Embaixador do
Brasil nos EUA, Getúlio Vargas, em 1944,
Carlos Martins Pereira todos os contratos para o
de Souza em 24 de
julho de 1940.
fornecimento da usina
haviam sido assinados e
estavam chegando os
equipamentos necessários para a sua montagem. “Getúlio não trocaria sangue brasileiro
por uma usina de aço, e isso é obra da imaginação”, afirmou Macedo Soares, dizendo
ainda, não acreditar que o Presidente Vargas tenha concordado com o fato de os Estados
Unidos instalarem na Cidade de Natal uma base aérea para obter a Usina Siderúrgica de

34 Volta Redonda. “Se o Vargas, concordou que os Estados Unidos instalassem uma base
Volta Redonda Ontem e Hoje
aérea em território brasileiro, foi porque a Guerra Mundial se tornou também uma guerra
do Brasil, com o afundamento de navios nossos e pelos nossos interesses com aquele
país.”
Cesar Souza, em seu livro “Você é do tamanho dos seus sonhos” - Editora Gente,
página 64, informa:
“Ao Assumir a presidência da República em 1930, Getúlio Vargas
sonhava introduzir o país na era da industrialização. Para isso, planejava
fabricar aço, construindo uma siderúrgica, uma industria de grande
porte. O mundo estava às vésperas da Segunda Guerra Mundial. A
tendência inicial de Vargas, parecia ser, aliar-se aos Alemães, no entanto,
os americanos, interessados em ter bases no Brasil, para suprimento
de suas tropas no teatro operacional da Guerra, começaram a cortejá-
lo. Durante um bom tempo, o presidente fez o jogo duplo, chamado nos
círculos diplomatico de “balancing act”, ou seja, “ficou em cima do
muro”. Até que os americanos fizeram uma proposta irrecusável.
Financiariam a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, com
doações e juros quase insignificantes, se o Brasil entrasse na Guerra,
apoiando as forças aliadas.
No começo dos anos de 1940, nascia a CSN, marco inicial da era
industrial no Brasil.”

O Jornal “O Globo” em sua edição de 06/04/2003, em reportagem assinada por


Gustavo Vilella, considera:
“O Governo Getúlio Vargas, em plena ditadura do Estado Novo (1937-
1945) e num momento decisivo da Segunda Guerra Mundial, explorou a
rivalidade entre os Estados Unidos e a Alemanha, para obter dos
americanos um financiamento de US$ 20 milhões, que permitiu a
construção da CSN. A empresa, inaugurada em 09 de abril de 1941,
entrava para a história, como símbolo do Estado intervencionista e
desenvolvimentista.
Com o Aço da Companhia foi possível montar a base do novo parque
industrial do país. Instalada num distrito de Barra Mansa, a CSN nasceu
antes de Volta Redonda. O município só foi fundado em 1954.
..........................................................................................................................
Após acenar com apoio aos alemães, Getúlio obteve um empréstimo
dos EUA em 1941. No ano seguinte o Brasil rompia relações com a
Alemanha de Hitler.

Após concorrência realizada entre as firmas de Engenheiros Consultores foi


assinado o contrato com a Empresa Arthur G. Mckee & Co., de Cleveland para elabora-
ção de um projeto definitivo da Usina.
Cabe ressaltar que a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional,
constituída por Decreto de 7 de março de 1940, foi instalada no dia 27, no 5º andar do
Edifício do Ministério da Viação, posto a sua disposição pelo Titular daquela pasta, Gen.
JOÃO DE MENDONÇA LIMA.

Alkindar Costa
35
É no próprio relatório da Comissão que encontramos as seguintes informações:
“Na 1ª Sessão Ordinária, realizada em 27 de março de 1940, a Comissão
Executiva aprovou o seu Regimento Interno, ficando subdividida da seguinte forma:

a) SUB-COMISSÃO DE SIDERURGIA
Encarregada dos estudos finais para o projeto da usina, inclusive os
referentes à escolha das matérias primas, constituída pelos Srs. Tenente
Coronel Edmundo de Macedo Soares e Silva, Dr. Ary Frederico Torres e
Capitão-Tenente Adolfo Martins de Noronha Torrezão, e secretariada pelo Dr.
José Edwin Murray;
b) SUB-COMISSÃO DE TRANSPORTES
Incumbida dos estudos finais para os produtos acabados, constituída pelos
Srs. Drs. Oscar Weinschenck e Heitor Freire de Carvalho.
c) SUB-COMISSÃO DE ESTUDOS COMERCIAIS E FINANCEIROS
Tendo a seu cargo de estudos do plano financeiro, da organização
comercial da usina, dos mercados internos e externos e da incorporação da
Companhia, constituída pelos Srs. Drs. Guilherme Guinle e Heitor Freire de
Carvalho.”

A SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL NA FORMAÇÃO DA CSN

Subscritos os 500.000.000$000 do capital social da Companhia autorizada a ser


criada pelo Decreto-Lei nº 3.002 e realizada a primeira entrada correspondente a 20% do
valor nominal (100.000.000$000) foi constituída a SOCIEDADE ANÔNIMA COMPANHIA
SIDERÚRGICA NACIONAL, em Assembléia Geral, no dia 09 de abril de 1941, no Salão
Nobre da Câmara Sindical dos Corretores de Fundos Públicos, às 16 horas no Rio de
Janeiro.
Acervo CSN
Em 09 de abril de
1941, o Dr. João
Marques dos Reis,
então Presidente do
Banco do Brasil
S.A.assina a Ata de
constituição da CSN .
Estão presentes ainda
o Dr. Trajano Furtado
Reis, então Secretário
da Comissão de Plano
Siderúrgico, Dr. Plínio
Catanhede, então
Presidente do IAPI, o
Sr. Fernando Portela e
a Srª Ceres Torres
Teixeira dos Santos,
então funcionária da
Comissão.

36 Volta Redonda Ontem e Hoje


APROVAÇÃO DOS ESTATUTOS DA CSN

“Aprovado os Estatutos pela Assembléia Geral, na forma da lei, procedeu-se a elei-


ção da Diretoria, após a leitura do Decreto da mesma data”, pelo qual o Presidente da
República investia na Presidência o Dr. Guilherme Guinle.
Os atos praticados pela Comissão Executiva foram, ainda na mesma data
aprovados pela Assembléia Geral referentes à organização da Companhia e à
construção da usina em Volta Redonda, documentos estes que foram arquivados,
posteriormente (05 de maio) no Departamento Nacional da Indústria e Comércio.
A Companhia criada tinha o caráter de pessoa de direito privado, por pertencer à
categoria das sociedades de economia mista, em que, “ao lado do capital da atividade
dos acionistas particulares, se encontra a participação da União Federal na constituição e
administração da sociedade.”

A DESAPROPRIAÇÃO DAS FAZENDAS SANTA CECÍLIA E


RETIRO

O Sr. Secretário de Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado do Rio de


Janeiro - Hélio de Macedo Soares e Silva - em 17 de março de 1941, remeteu a Nelson
Marcondes Godoy, ofício estabelecendo a avaliação para a desapropriação das fazendas
Santa Cecília e Retiro.

Em 25 de março de 1941, o Decreto-Lei nº 237, do Governo do Estado do Rio de


Janeiro, e que apresentava a assinatura do Governador Ernani do Amaral Peixoto
estabelecia em seu artigo 1º:

“Ficam desapropriadas por Utilidade Pública os terrenos e as


benfeitorias descritas nas palavras anexas, rubricadas pelo Secretário
de Viação e Obras Públicas, cuja propriedade é atribuída aos Senhores
NELSON MARCONDES GODOY e CARLOS AUGUSTO RASSIS (sic),
destinados à instalação da Usina Siderúrgica de Volta Redonda, Vila
Operária conexa, logradouros públicos, construção de edifícios públicos
e organização de serviços públicos, previstas ainda a sua expansão
futura.”

Eram medidas que encontravam apoio na pessoa do Comandante Ernani do Amaral


Peixoto, Interventor Federal no Estado do Rio de Janeiro e a quem se deve destacados
serviços, desde a luta para localização da usina e a aquisição da Fazenda Santa Cecília.

Alkindar Costa
37
A reprodução do
documento oficial,
mostra os valores
estabelecidos para a
desapropriação das
Fazendas Santa
Cecília e Retiro.

Acervo Alkindar Costa.

38 Volta Redonda Ontem e Hoje


QUEM FORAM OS DONOS DAS TERRAS DA FAZENDA SANTA
CECÍLIA

Os terrenos da antiga Fazenda Santa Cecília, foram propriedades do Dr. José


Rodrigues Peixoto e Dª Cornélia Rodrigues Peixoto, transferidos em 14/11/1924 ao
Coronel José Andrade Junqueira e Dª Maria Clara de Andrade Junqueira, vendidos em 24/
05/1932 à Nelson Marcondes e Dª Ruth Lília de Oliveira Godoy, e em 1º/09/1941 entre-
gues à Companhia Siderúrgica Nacional, após ato de desapropriação, conforme Decre-
to-Lei nº 237 do Governo do Estado do Rio de Janeiro, segundo informações relatadas
por Dauro Peixoto Aragão.
A história registra como proprietário das referidas terras em 1870, Antônio Augusto
Monteiro de Ramos.

A ESCRITURA E O PAGAMENTO DA DESAPROPRIAÇÃO

Muito embora o Decreto-Lei Estadual nº 237 em seu artigo 1º se refira a “Carlos


Augusto Rassis”, a escritura lavrada no Cartório do 2º Ofício do Tabelião Mozart Lago, na
Rua do Carmo nº 60, Rio de Janeiro, no livro 38, às Folhas 18-V, consta o nome, apenas,
de Nelson Marcondes Godoy e sua mulher Ruth Lília de Oliveira Godoy. A Companhia
Siderúrgica Nacional, com sede na Avenida Nilo Peçanha nº 31 - Rio de Janeiro, foi repre-
sentada por seu Presidente, Dr. Guilherme Guinle e como Interveniente - o Estado do Rio
de Janeiro, representado pelo Secretário de Viação e Obras Públicas Major
HÉLIO DE MACEDO SOARES E SILVA. A transação se referia à Fazenda Santa Cecília
com cerca de 370,8 (trezentos e setenta e oito décimos) alqueires geométricos e a
Fazenda Retiro, também denominada “Três Poços”, com área de 113,9 (cento e treze e
nove décimos) alqueires geométricos e os lotes que foram denominados A, B e C,
respectivamente com 500 m2, 1.170 m2 e 1.252 m2, no preço de Rs. 3.500:000$000,
sendo que o Governo do Estado do Rio de Janeiro, contribuiu com a importância de
500:000$000.
Apenas para efeitos históricos, destaca-se que o pagamento foi atendido da
seguinte maneira:
“Um cheque de Rs. 3.000:000$000 , emitido pela Companhia Siderúrgica Nacional,
em data de 1º de setembro, contra o Banco Boavista, de número 247.950 e um cheque de
Rs. 500:000$000 , emitido pelo Tesouro do Estado do Rio de Janeiro, contra o Banco de
Comércio e Indústria de Minas Gerais, agência Niterói, a favor da Companhia Siderúrgica
Nacional e por esta endossado aos vendedores sob nº 345.640 Série O, em 29 de agosto
de 1941.
Cabe, ainda, ressaltar que as referidas propriedades adquiridas continham, em
conjunto as seguintes benfeitorias, inclusive semoventes:

“39 casas de tijolos e telhas para colonos; casa de residência na sede


com todas as benfeitorias; 01 casa para o administrador, 09 retiros
cobertos com telhas e de madeira de lei; galpão paiol, baias, cocheiras,

Alkindar Costa
39
estrumeiras, chiqueiros, depósitos, galinheiros, pombais, abrigos de
porcos e de pintos, banheiros carrapaticidas, lavanderia, cerca de
arame farpado com quatro fios, aproximadamente de 35.000 m de
extensão; instalação de água, luz e telefone; 40 alqueires de matas, apro-
ximadamente 542 vacas de criar, 145 novilhos, 25 touros, 51 bois de
carros, 417 bois invernando, 136 bezerros, 27 burros, 04 éguas, 03 cava-
los de campo e 02 cavalos de sela, laranjal com cerca de 28 mil pés e
demais benfeitorias existentes.”

A COMPOSIÇÃO DO ESCRITÓRIO TÉCNICO NA CONSTRUÇÃO


DA VILA OPERÁRIA E DA USINA

Ficou a cargo de Ary Torres, a montagem dos escritórios da CSN em Volta


Redonda e na sede, no Rio de Janeiro.
Nos trabalhos de construção da Usina e Vila Operária, a composição do pessoal do
Escritório Técnico do Rio de Janeiro, ficou assim estabelecida:
Acervo CSN

Escritório de madeira
construído na Vila
Santa Cecília - 1942
Ao alto, na esquerda
da foto, as casas da
Vila Santa Cecília, na
altura da rua 33. Mais
abaixo, a passagem
superior, entrada
principal para a Usina
Presidente Vargas.

Projeto da Vila Operária:


Engº Paulo Martins
Arq. Atílio Corrêa Lima (Autor do Plano Urbanistico de Vila Operária)
Arq. Roberto Lacombe
Arq. Gilberto Murylaert Tinoco
40 Volta Redonda Ontem e Hoje
Em 09/06/1946, o
Acervo Renato Azevedo

Diretor Industrial da
CSN, Paulo Cesar
Gomes Martins,
acende o Alto Forno 1.

Cálculo de Estruturas: Acervo Renato Azevedo O presidente da


República Getúlio
Engº Paulo Rodrigues Fragoso Vargas assina o
relatório de turno,
Engº Nahul Benevolo entregue pelo
Engenheiro Renato
Frota Rodrigues de
Azevedo, no dia do
Obras: acendimento do Alto
Forno 2.
Engº Paulo Osório J. de Brito (20/02/1954).
Engº Pedro França Pinto Ao fundo o Gal. Silvio
Engº Bento Santos de Almeida Raulino de Oliveira,
presidente da CSN
Engº José Chrysantho S. Fagundes na época.
Engº João Batista Gurgel do Amaral
Arq. Antônio Pinto dos Santos
Des. Apollo A. Pereira de Amorim Fº
Des. João Batista Lamarão

Ligações Ferroviárias:
Engº João Batista da Costa Pinto

Secretaria do Escritório Técnico:


Dr. José Edwin Murray
Sr. Nerino Teixeira Baltar

Em fins de novembro de 1941, Macedo Soares passou a chefia da Comissão que


presidia ao Cel. Silvio Raulino de Oliveira e regressou ao Brasil.
Ao Cel. Raulino coube a difícil tarefa de durante o período da guerra, terminar as
aquisições de material, conclusão do projeto, expedição do equipamento para o Brasil e,
representar a Companhia junto ao Banco de Exportação e Importação, enfim, atender às
mil incumbências de uma tarefa envolvendo algumas dezenas de milhões de dólares,
160.000 toneladas de equipamentos e cerca de 30.000 desenhos.

Alkindar Costa
41
No Brasil, como se licenciasse da Companhia em abril de 1942 e dela se retirasse
definitivamente em julho do mesmo ano, o Profº Ary Torres,
assumiu a Direção dos serviços de construção e montagem em Volta
Redonda e Santa Catarina - Edmundo de Macedo Soares e Silva.
Os trabalhos consistiam em receber os dados gerais contidos nos desenhos dos
consultores e em projetar todos os edifícios, instalações mecânicas, elétricas redes de
água e esgoto, fundações, estradas, ruas e pátio ferroviário.
O equipamento humano chegou a alcançar 120 engenheiros, outros
tantos desenhistas e mais de 16.000 homens trabalhando em Volta
Redonda e 11 engenheiros um total de 3.000 homens em Santa Catarina.
Na fase inicial de construção da CSN, com atividades no exterior, destacou-se a
figura do Engenheiro Renato Frota Rodrigues de Azevedo, que na página 43 do livro “CSN,
um sonho feito de aço e ousadia”, considera:
“... O escritório de Nova York, ficou bastante pequeno, enquando que o
de Cleveland, desenvolveu-se. Foi aí que nós fomos para Cleveland.
Um grupo foi em janeiro de 1941. O então Tenente Cel. Macedo já
estava lá, quando foram o Saldanha da Gama, o Torrezão, o Larrabure.
Em fevereiro fomos eu e o Santiago.”

OS ORÇAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DA USINA EM


VOLTA REDONDA

O custo das instalações de Volta Redonda, foi orçado por várias firmas especialis-
tas de renome mundial.
Tais orçamentos podem ser, assim, demonstrados:

Nº Firmas e Datas Orçamento Observações


das Estimativas (Material/Importar em US$)

1 Brassert (Londres) 20.022.250 Não incluido Folha de


Março de 1939 Flandres
2 Demag 19.496.752 Não incluido Folha de
Março de 1939 Flandres
3 Gutehoffnungshuette 20.413.500 Não incluido Folha de
Abril de 1939 Flandres
4 U.S. Steel 21.470.000 Incluido Folha de
Outubro de 1939 Flandres
5 Comissão Executiva 22.500.000 Incluido Folha de
do Plano Siderúrgico Flandres
Julho de 1940
6 Arthur G. Mickee 22.028.000 Não incluido Folha de
- Flandres
7 Brassert (Nova York) 25.980.000 Não incluido Folha de
Setembro de 1940 Flandres
42 Volta Redonda Ontem e Hoje
“As despesas do Brasil, com edifícios da Usina foram estipuladas em
cerca de Cr$ 250.000.000 e a Usina completa, pronta para funcionar era
orçada na importância de Cr$ 800.000.000, sejam cerca de Cr$ 2.650,00
por tonelada de lingote a produzir. A rentabilidade do empreendimento,
calculada pela Comissão da U.S. Steel Corp. pelos Engenheiros de Arthur
Mckee, pela Comissão Executiva e pelo Banco de Exportação e
Importação, foi julgada satisfatória.”

Edmundo de Macedo Soares e Silva, na Conferência já destacada, informa ainda,


que as despesas com a construção do alto-forno de Volta Redonda, no Brasil, foram
orçadas em Cr$ 36.000.000, e as despesas com a instalação de águas e esgotos (não
incluído a cidade) foram avaliadas em Cr$ 51.000.000, com instalações elétricas passou
para Cr$ 56.000.000 e com oficinas e depósitos em Cr$ 32.000.000.
A construção da cidade com água tratada, e luz, esgoto, 3.200 casas, hotéis,
escolas e etc..., recebeu um orçamento de Cr$ 200.000.000.
O Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva na ocasião, informou que a previsão de
custo da Usina de Volta Redonda seria da ordem de Cr$ 1.410.000.000,00 correspondendo
a Cr$ 3.525,00 por tonelada de lingote.
Segundo relatório da CSN, de abril de 1942, o Plano Urbanístico inicial de Volta
Redonda, foi concebido pelo arquiteto Atílio Correia Lima, falecido prematuramente.
Em 1953 a Diretoria da CSN solicitou e o arquiteto Hélio Modesto cuidou da
elaboração de um projeto para reurbanização do centro da Vila e da área contida entre as
ruas 2 e 4, desde o Escritório Central até a rua 249. Tal projeto não foi executado.
A Companhia Siderúrgica Nacional passou a impulsionar o desenvolvimento,
fazendo nascer nas grandes áreas planas da margem direita do Rio Paraíba,
construções de madeira destinadas a escritórios, alojamentos, casas e comércio.

1946 - Acampamento
Central - O bairro
desaparecido em
razão da expansão da
CSN. Volta Redonda
nunca mais terá outro
igual. As casas de
madeira, abrigavam
moradores num clima
de total entendimento
e cordialidade. Se
alguém, ao sair,
deixasse a janela
aberta, o vizinho
tomava conta da
propriedade. O
lotação, a um simples
sinal, esperava até
que o passageiro
chegasse, para não
perder a condução.
Acervo CSN

Alkindar Costa
43
O DESENVOLVIMENTO DE VOLTA REDONDA VISTO PELO
JORNALISTA WALTER NAVES.

Walter Naves, jornalista dos mais renomados em Volta Redonda (falecido em


08/10/2000), relembrando o passado, destacava:
“Com uma velocidade vertiginosa começaram a surgir grandes
aglomerados de barracos de madeira: Acampamento Central, Vila do
Sapo, Águas Cruas, Laminação, Vila dos Índios, Eucaliptal e Porto de
Areia. Concomitantemente, eram construídos os primeiros bairros de
casa de alvenaria, cujo estilo lembrava os bairros da cidade de Cleveland,
nos Estados Unidos: Vila Santa Cecília, Jardim Paraíba, Conforto,
Rústico, Santa Tereza, Tangerinal, Sessenta, Monte Castelo, Bela Vista
e Laranjal, este último reservado para engenheiros.
Na época, excetuando-se o saudoso e acanhado Cine Santa Cecília, er-
guido em madeira na então Vila Operária e os jogos de futebol aos do-
mingos, não havia outros entretenimentos. A maioria dos operários
consumiram suas horas de lazer, que não eram muitas, em animados
“bate-papos”, jogos de damas e baralhos, ou simplesmente passeando
em torno de uma espécie de praça perdida entre barracos, onde os
vendedores de doces, cachorro-quente, café e salgadinhos competiam
com o Bar do Baiano.
Surgiu na margem
Acervo CSN

esquerda do Rio
Brandão, uma
construção de madeira
em 1942, acomodando
o Serviço de Saúde da
CSN sob a direção do
Dr. Silvio de Queiroz
Ferreira, ilustre
médico paulista. O
hospital localizado
entre o extinto bairro
Acampamento Central
e o ainda existente
Jardim Paraíba, teve
um papel de grande
importância no
atendimento dos
metalúrgicos, inclusive
com o funcionamento
de um Serviço Social
com participação ativa.
Foto de R. Brandão
Junior - RJ.

Fora dos terrenos da CSN, o quadro era tímido. Na Avenida Paulo de


Frontin, existiam algumas lojinhas perdidas entre as barracas dos
vendedores ambulantes. Na Avenida Amaral Peixoto, cujo leito se trans-
formava numa lama na época das chuvas, existiam o Bar Botafogo, a
sede dos Correios e Telégrafos e alguns pequenos estabelecimentos
comerciais.
44 Volta Redonda Ontem e Hoje
1946 - Clube Nautico e
Recreativo Santa
Cecília, no bairro
Acampamento Central.
Construção em
madeira.
Acervo Clube Náutico

A Rua Nelson Godoy abrigava o ponto de ônibus da empresa do “Zé”


de Matos, que faziam a linha VR-BM. As filas eram intermináveis, pois o
número de carros não atendia à demanda crescente de passageiros. A
estação ferroviária, um duplex construído de madeira, ocupava a área,
onde está hoje o Viaduto Nossa Senhora das Graças.
A Companhia Siderúrgica Nacional, por circunstância óbvias, regia a
vida do Distrito. A Prefeitura era o Departamento de Serviços da
Cidade, comandado pelo engenheiro Ravache. A Delegacia era o
Núcleo 100, que tinha no Policial Especial Queiroz o seu nome mais
temido. O Hospital todo construído de madeira, pertencia à estatal e
atendia a toda a comunidade do Distrito. Para facilitar a vida dos seus
empregados, a CSN abriu diversos armazéns e entrepostos, que
forneciam gêneros alimentícios, pão, leite, carne e até roupas.”

O dinheiro que circulava era o vale - mais conhecido como “boró” -, cedido pela
Empresa. Em suma tudo girava em torno da CSN, que construía casas para os seus
empregados e mantinha refeitórios - RA, RU e RC no interior da Usina, para atender aos
seus operários. A violência, apesar da heterogeneidade da população, era controlada
pela polícia da própria empresa.
Na fase de desenvolvimento da CSN, muitos fatos marcaram a época. Alguns hila-
riantes, outros deprimentes e condenáveis, justificando-se as suas atitudes em razão do
material utilizado, oriundo das mais diversas partes do país e, ainda, não lapidados.
Os mais antigos se lembram, no início da construção da cidade nova, da “D.T.”
(Direção Técnica) e a “D.O.” (Direção de Obras). Enquanto a primeira recebia sempre as
regalias, a segunda sofria, sempre, as restrições.
Em qualquer lugar primeiro recebia-se a DT e, se sobrasse lugar, poderiam ser
atendido os da DO. A correção das distorções de tratamento se deve a ação do “Cap.

Alkindar Costa
45
Magalhães” - EDGARD MAGALHÃES DA SILVA - unindo as duas áreas a partir de
outubro de 1942.
Outro fato de destaque, no início das atividades da Companhia Siderúrgica
Nacional, já destacado pelo jornalista Walter Naves, foi o famoso local conhecido como
“NÚCLEO 100”, área policial localizada no Acampamento Central .
Ali se localizava a famosa “Delegacia do Coronel Luiz Fonseca”, cercada de arame
farpado e guardada pelos denominados “Cabeças de Tomate”, apelido dado pelos
operários aos guardas que se obrigavam a um trabalho altamente perigoso em razão da
“clientela” da qual cuidava.
O “Coronel Fonseca”, mantinha a “clientela” sempre ocupada, movimentando-se
durante todo o dia e as vezes carregando pedras de um lado para o outro, para que, ao
ficarem cansados, não pudessem criar tumultos internos.
Essa foi a forma encontrada naquela época de se fazer a polícia interna da C.S.N.,
punindo assim os infratores, quando cometiam alguma espécie de agitação dentro dos
limites da Usina.
Outro fato, foi a denominação dada na ocasião de “ARIGÓ”, ao operário da C.S.N.,
e que significa curiosamente “Ave de Arribação (ficam pouco tempo em um lugar,
retirando-se logo em seguida para outras paragens).
Os próprios operários se encarregaram de fazer a separação entre o pessoal de
campo e dos escritórios, chamando os segundos de “ARIGÓS DE PENACHO”.
Desde então, a COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL vem registrando marcas
históricas, sendo a responsável pela posição destacada do Brasil em todo o mundo.

MARCAS DA CSN

Entre tantas marcas, estas não devem ser jamais esquecidas:

• 09 DE ABRIL DE 1941 - Foi constituída em Assembléia Geral, a “Sociedade


Anônima Companhia Siderúrgica Nacional’’.
• 25 DE ABRIL DE 1946 - Às 14 horas, o primeiro desenfornamento de coque.
• 11 DE JUNHO DE 1946 - A uma hora precisamente, abriam-se os batentes
do Alto-Forno nº 1, para a primeira corrida de ferro gusa. Eram 150 toneladas
de ferro líquido separado pelas canaletas, em busca dos panelões que o
levaria para os conservadores da Aciaria. Na ocasião foi registrada a pre-
sença do Presidente da República, Mal. Eurico Gaspar Dutra.
• 26 DE JUNHO DE 1946 - A primeira corrida de aço.
• 12 DE OUTUBRO DE 1946 - A laminação inicia o seu funcionamento.
• MAIO DE 1947 - Início da fabricação de trilhos.
• MAIO DE 1948 - Início da linha de produção de folhas de flandres.
• 21/02/1954 - Inauguração do o 2º Alto Forno.
• 01/05/1976 - Inauguração do 3º Alto Forno.
46 Volta Redonda Ontem e Hoje
Em 1961, a Usina da CSN passou a ser denominada “USINA PRESIDENTE
VARGAS”. Em 07 de janeiro de 1971, o Presidente da República inaugurou a Fábrica de
Perfis Soldados “Presidente Costa e Silva”, marco do nosso orgulho e da soberania.
O Jornal “Diário do Vale” em sua edição de 08 e 09 de abril de 1995 (Suplemento
Especial), com o título “A História que os livros não contaram”, teceu os seguintes
comentários:

“No dia 12 de Outubro de 1946 a Usina Presidente Vargas era inaugura-


da em Volta Redonda, com toda a pompa: presentes o Presidente da
República, Eurico Gaspar Dutra, e todo o séquito de ministros, além de
personalidades de destaque do País. Mas nenhuma daquelas presen-
ças foi tão marcante quanto uma ausência: a de Getúlio Vargas, que
fundou a CSN em 09 de abril de 1941, realizou a maior parte das obras
da usina e havia deixado o poder um ano antes.

Vargas sequer foi convidado para a inauguração da Usina de Volta


Redonda. Dutra havia rompido com ele, depois de ter recebido um
decisivo apoio de Getúlio para se eleger. Mesmo ausente, o ex-presi-
dente parecia estar em todos os cantos da Usina que estava sendo
inaugurada. Tanto que, ao discursar, o Ministro da Viação e Obras,
Edmundo de Macedo Soares e Silva - que no governo Vargas foi quem
tocou o projeto da CSN - não escondeu seu constrangimento. Teve medo
até de pronunciar o nome de Getúlio Vargas e referiu-se ao governo
anterior “como se estivesse pinças desinfetantes na voz”, conforme
depoimento de Alzira Vargas a Paulo Brandi.”

A obra do Hospital
da CSN, com área
Acervo CSN

inicial construída de
5.340,00 m2, foi
iniciada em 1946, por
conta da Sociedade
Hospitalar de Volta
Redonda, fundada no
mesmo ano na cidade
do Rio de Janeiro e
paralizada em 1950.

Em fevereiro de 1952,
a CSN assumiu a
responsabilidade da
obra, que foi
inaugurada em
1º de maio de 1953
pelo presidente
Getúlio Vargas,
tendo como diretor
do hospital o Dr. José
Lino Soares Couto.

Alkindar Costa
47
AS DIRETORIAS DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

O primeiro presidente
da CSN - Guilherme
Guinle - 1941 1941

Acervo CSN
Considerando a grande importância
da CSN na vida da comunidade, e no de-
senvolvimento de Volta Redonda, fazemos
um demonstrativo do levantamento
realizado pelo Gabinete Administrativo da
Empresa, informando as suas Diretorias,
desde a primeira, com o Engº GUILHERME
GUINLE na Presidênci a, informações que
refutamos da maior importância para
pesquisadores e historiadores.
Em 09 de abril de 1941, o Presidente
da República nomeou o Engº Guilherme
Guinle para exercer o cargo de Presidente,
e a Assembléia Geral aprovou por
aclamação a seguinte Diretoria:

PRESIDENTE ............................................ Engº GUILHERME GUINLE


VICE-PRESIDENTE .................................. Engº ARY FREDERICO TORRES
DIRETOR TÉCNICO .................................. Ten. Cel. EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA
DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº OSCAR WEINSCHENK
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Dr. ALFREDO DE SOUZA REIS JR.

1942/1946
PRESIDENTE ............................................ Engº GUILHERME GUINLE

“Seu trabalho à frente da CSN foi notável quanto a organização do sistema


econômico e financeiro da nova Empresa. Durante a sua gestão foi inaugurada a ETPC.”

VICE-PRESIDENTE .................................. Engº ARY FREDERICO TORRES


Em razão de renúncia em 29/04/1943, assumiu o Cel. Sylvio Raulino de Oliveira.

DIRETOR TÉCNICO .................................. Ten. Cel. EDMUNDO DE MACEDO S. E SILVA


DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº OSCAR WEINSCHENK
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Dr. DANIEL SERAPIÃO DE CARVALHO

48
Em razão da renúncia em 28/04/1944, assumiu o Engº Benjamin do Monte.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Acervo CSN
A Escola Técnica
Pandiá-Calógeras,
teve sua sede,
construída na Vila
Santa Cecília.
A foto de 1946, mostra
detalhes da constru-
ção da Escola que se
tornou uma referência
em ensino
profissionalizante.

1946/1950
PRESIDENTE ............................................ Cel. SYLVIO RAULINO DE OLIVEIRA
Deixou o cargo em 1948, assumindo interinamente Oscar Weinschenk

VICE-PRESIDENTE .................................. Engº OSCAR WEINSCHENK


Faleceu em 09.10.1949. Assumiu cumulativamente com suas funções de Secretário, Mario
Gomes da Silva.

DIRETOR TESOUREIRO .......................... Dr. ARMANDO VIDAL LEITE RIBEIRO


DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº PAULO CÉSAR GOMES MARTINS
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Ten. Cel. MÁRIO GOMES DA SILVA

1950/1954

PRESIDENTE ............................................ Cel. SYLVIO RAULINO DE OLIVEIRA


VICE-PRESIDENTE .................................. Engº PAULO CÉSAR GOMES MARTINS
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cel. MÁRIO GOMES DA SILVA
Respondeu pela Secretaria, em razão de licença do titular.

DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Engº LEONY DE OLIVEIRA MACHADO


Faleceu em 1952. Nomeado Márcio de Mello Franco Alves.

DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº CYRO ALVES BORGES

“O trabalho de Cel. Silvio Raulino de Oliveira ultrapassou os simples limites da fábri-


ca, responsabilizando-se pela construção da cidade que surgia ao redor da usina e que,
pela sua instalação, passou de 12 mil para 40 mil habitantes. Promoveu a
construção de moradias e toda a infra-estrutura de serviços. Inauguração dos Altos
Fornos 1 e 2. A CSN começou a abastecer de trilhos o parque ferroviário nacional.
Inauguração do Hospital da CSN com 140 leitos. Em sua administração foi instituida a
“Girafa”. Construção e inauguração do Recreio do Trabalhador e do Estádio Sylvio Raulino.”

Alkindar Costa
49
1954/1958
Em 8 anos de operação, ocorre o primeiro acidente fatal com operário. É inaugura-
da a nova linha de Estanhamento Eletrolítico nº 1.

PRESIDENTE ............................................ Gal. SYLVIO RAULINO DE OLIVEIRA


Demitido a pedido em 1954

VICE-PRESIDENTE .................................. Engº GERALDO SÉRGIO OLIVA DA FONSECA


DIRETOR TESOUREIRO .......................... Engº MÁRCIO DE MELLO FRANCO ALVES
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Major CYRO ALVES BORGES
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Gal. JOSÉ FERRUGEM DE MELLO MATTOS

Em 21/09/1954 - aconteceu a renúncia dos demais Diretores.


Realizada nova eleição - Foram eleitos:

PRESIDENTE ............................................ Gal. EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA


“Seu nome está ligado a implantação da siderurgia no País.”

VICE-PRESIDENTE .................................. Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA


DIRETOR TESOUREIRO .......................... ADÃO PEREIRA DE FREITAS
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº RENATO FROTA RODRIGUES DE AZEVEDO
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Dr. PAULO MONTEIRO MENDES

Acervo CSN
No início da
construção da CSN,
os operários eram
acomodados em
barracas. Ao fundo a
plantação de laranjas
que deu origem ao
nome do bairro
Laranjal.

1958/1962

“Começa a produção de Aço Cor-Ten, mais resistente à oxidação. Feita a primeira


expansão da FEM. Inaugurada a 4ª Bateria de Fornos de Coque. Início da Construção da
Fábrica de Oxigênio. Instalação do Laminador de Tiras a Frio. Fornecimento das
primeiras chapas à indústria automobilística, recém instalada no Brasil. Em 1962 foram
lançadas as fundações do novo prédio do Escritório Central de Volta Redonda.”
50 Volta Redonda Ontem e Hoje
PRESIDENTE ............................................ Gal. EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA
Demitido em 1960.

Engº JOÃO KUBITSCHEK DE FIGUEIREDO


Exerceu de 23/01/1961 a 30/01/1961, quando foi exonerado a pedido.

Engº PAULO JOSÉ DE LIMA VIEIRA


Exerceu de 19/04/1961 a 20/11/1961

Alm. LÚCIO MARTINS MEIRA


A partir de 21/11/1961

VICE-PRESIDENTE .................................. Engº JOÃO KUBITSCHEK DE FIGUEIREDO


Em 23/01/1961 renunciou à Vice-Presidência e passou a responder apenas pela Presidência.

Gal. ISMAR DE GÓES MONTEIRO


Indicado em 23/01/1961

DIRETOR TESOUREIRO .......................... Maj. GERALDO MAGELA PIRES DE MELLO


DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Eng. RENATO FROTA RODRIGUES DE AZEVEDO
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Dr. PAULO MONTEIRO MENDES
DIRETOR COMERCIAL ............................. Cel. FREDERICO M. C. MONTEIRO
A partir de 10/09/1959

Em 25 de maio de 1961 foi criado o Cargo de Diretor de Serviços Sociais, sendo


nomeado o Dr. José Joaquim de Figueiredo Filho.
Em razão das diversas renúncias apresentadas pelo DT, DI e DS, a Diretoria ficou
então constituída por:
Acervo CSN

Serviço de transporte
coletivo na saída da
Usina da CSN - 1945

Alkindar Costa
51
PRESIDENTE ............................................ Alm. LÚCIO MARTINS MEIRA
VICE-PRESIDENTE .................................. Dr. HERIBERTO HÜLSE
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº RENATO FROTA RODRIGUES DE AZEVEDO
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Dr. MOACIR ARAÚJO PEREIRA
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... Dr. ALBERTO VALLADARES DA SILVA
DIRETOR COMERCIAL ............................. Dr. ARMANDO DE ABREU SODRÉ
DIR. DE SERVIÇOS SOCIAIS ................... Dr. JOSÉ JOAQUIM DE FIGUEIREDO FILHO
Em maio de 1962 a Assembléia elegeu a seguinte Diretoria:
PRESIDENTE ............................................ Alm. LÚCIO MARTINS MEIRA
VICE-PRESIDENTE .................................. Gal. OSWALDO PINTO DA VEIGA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Cel. CYRO ALVES BORGES
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cmt. BENVINDO TAQUES HORTA
DIRETOR COMERCIAL ............................. Dr. JOAQUIM MENDES DE SOUZA
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... WANDIR DE CARVALHO
DIR. DE SERVIÇOS SOCIAIS ................... OTHON REIS FERNANDES

A partir de 12 de maio de 1962 a Diretoria ficou assim constituída:


PRESIDENTE ............................................ Alm. LÚCIO MARTINS MEIRA
VICE-PRES. ECONÔMICO ........................ Gal. MÁRIO GOMES DA SILVA
VICE-PRES. INDUSTRIAL ......................... Cel. CYRO ALVES BORGES
VICE-PRES. MAT. PRIMAS ....................... Gal. OSWALDO PINTO DA VEIGA
DIRETOR DE VENDAS ............................. Dr. JESUS SOARES PEREIRA
DIRETOR DE COMPRAS .......................... Dr. JOAQUIM MENDES DE SOUZA
DIRETOR DE TRANSPORTES ................. Dr. MOACIR ARAÚJO PEREIRA
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cmt. BENVINDO TAQUES HORTA
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... WANDIR DE CARVALHO
DIR. DE SERVIÇOS SOCIAIS ................... OTHON REIS FERNANDES

1963

Em 27 de abril de 1963 a Assembléia Geral elegeu a Diretoria para o período se-


guinte, que ficou assim constituída:

PRESIDENTE ............................................ Alm. LÚCIO MARTINS MEIRA


VICE-PRESIDENTE .................................. Gal. MÁRIO GOMES DA SILVA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº MAURO MARIANO DA SILVA

52 DIRETOR DE MAT. PRIMAS ..................... MAURO RAMOS

Volta Redonda Ontem e Hoje


DIRETOR DE VENDAS ............................. Dr. JESUS SOARES PEREIRA
DIRETOR DE COMPRAS .......................... Dr. JOAQUIM MENDES DE SOUZA
DIRETOR DE TRANSPORTES ................. Dr. MOACIR ARAÚJO PEREIRA
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cmt. BENVINDO TAQUES HORTA
DIRETOR SECRETÁRIO ........................... WANDIR DE CARVALHO
DIR. DE SERVIÇOS SOCIAIS ................... OTHON REIS FERNANDES

1964/1965

Em 25 de abril de 1964 a Assembléia Geral elegeu a seguinte Diretoria:

PRESIDENTE ............................................ Engº OSWALDO PINTO DA VEIGA


VICE-PRESIDENTE .................................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº MAURO MARIANO DA SILVA
DIR. DE MATÉRIAS PRIMAS .................... MAURO RAMOS
DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº ARNALDO CLARO SÃO THIAGO FILHO
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cmt. BENVINDO TAQUES HORTA
até 26/04/65

JOÃO DE CASTRO MOREIRA


a partir de 26/04/65

DIR. DE PESSOAL E DE
SERVIÇOS SOCIAIS ................................. Engº NEWTON COIMBRA DE BITTENCOURT COTRIM

1966

“O aço entra na pauta das exportações e conquista novos mercados. A CSN paga
ao Eximbank a última prestação do empréstimo que lhe foi concedido em 1941, no valor
de 45 milhões de dólares para a construção da Usina. Inaugurado um equipamento -
“Forno de Reaquecimento de Placas” - pela primeira vez projetado e montado pela enge-
nharia brasileira. É inaugurada a maior hidrelétrica da América Latina, Furnas. Entra em
operação um Computador Elétrico IBM, 1401, no Escritório Central, recém-inaugurado. A
CBS começa a funcionar. “
Em 25 de abril de 1966 a Assembléia Geral elegeu a seguinte Diretoria:

PRESIDENTE ............................................ Engº OSWALDO PINTO DA VEIGA


VICE-PRESIDENTE .................................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº MAURO MARIANO DA SILVA

Alkindar Costa
53
DIR. DE MATÉRIAS PRIMAS .................... Engº TARCISO JOSÉ VILLELA
DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº ARNALDO CLARO SÃO THIAGO FILHO
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Cont. HERMÍNIO CORRÊA DE MIRANDA
DIR. DE PESSOAL E DE
SERVIÇOS SOCIAIS ................................. Engº NEWTON C. DE BITTENCOURT COTRIM

1967/1971

Em 24 de abril de 1967 a Assembléia Geral elegeu a seguinte Diretoria:

PRESIDENTE ............................................ Gal. ALFREDO AMÉRICO DA SILVA


DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA
DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº ARNALDO CLARO SÃO THIAGO FILHO
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Engº PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA
DIR. DE PROJETOS E OBRAS ................. Engº MAURO MARIANO DA SILVA
DIR. DE MATÉRIAS PRIMAS .................... Engº ALOYSIO DA SILVA MOURA
DIRETOR DE PESSOAL E DE
SERVIÇOS SOCIAIS ................................. Dr. JORGE DA SILVA MAFRA FILHO

1971/1974

“Macedo Soares inaugura a Linha 2 de Estanhamento Eletrolítico. É envasada em


folhas de flandres, pela primeira vez no Brasil a popular cerveja, pelas indústrias Matarazzo.
A CSN começa a produzir chapas zincadas, um produto novo no País. A CSN adota
símbolo definitivo. Anunciadas as instalações de novos equipamentos: um novo Alto For-
no, o nº 3, Sinterização nº 3, nova Aciaria LD, Expansão da Coqueria, lingotamento Con-
tínuo, Decapagem Contínua nº 3, nova Fábrica de Oxigênio. Criada a SIDERBRAS.”

Em 26 de abril de 1971 a Assembléia Geral elegeu a seguinte Diretoria:

PRESIDENTE ............................................ Engº ALFREDO AMÉRICO DA SILVA


VICE-PRESIDENTE .................................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. Engº ADHEMAR PINTO
DIRETOR TESOUREIRO .......................... Engº PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA

54 DIRETOR DE OBRAS ............................... Engº MAURO MARIANO DA SILVA

Volta Redonda Ontem e Hoje


DIRETOR COMERCIAL ............................. Engº JOUBERT COSCARELLI DINIZ
DIRETOR DE PESSOAL E DE
SERVIÇOS SOCIAIS ................................. Dr. JORGE DA SILVA MAFRA FILHO
DIR. DE MATÉRIAS PRIMAS .................... Engº ALOYSIO DA SILVA MOURA

Em 1974 o Engº Adhemar Pinto foi nomeado Presidente e em 08 de março de 1974,


a Assembléia Geral elegeu para a vaga de Diretor Industrial o Engº Mário Lúcio Hasek
para completar o mandato até a Assembléia Geral Extraordinária de 02 de julho de 1974,
quando a Diretoria ficou assim constituída:

PRESIDENTE ............................................ Engº ADHEMAR PINTO


(e Vice-Pres. Executivo)

DIRETOR .................................................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA


(Vice-Pres. de Engenharia)

DIRETOR .................................................. Engº CYRO ALVES BORGES


(Vice-Pres. de Planejamento)

DIRETOR .................................................. Engº PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA


(Vice-Pres. de Finanças)

DIRETOR .................................................. Engº JOUBERT COSCARELLI DINIZ


(Vice-Pres. Comercial)

DIRETOR .................................................. Engº HÉDIO WEBER


(Vice-Pres. de Subsidiárias)

EXECUTIVOS DE ALTO NÍVEL

Vice-Presidente de Controle ..................... Dr. HERMÍNIO CORRÊA DE MIRANDA


Vice-Presidente de Serviços ..................... Dr. JORGE DA SILVA MAFRA FILHO
Vice-Presidente Industrial ......................... Engº MÁRIO LÚCIO HASEK
Vice-Presidente de Abast. ......................... Engº MÁRIO VITOR CARDOSO MONTEIRO

As construções na
rua 33, no início
da implantação da
vila operária pela
Companhia
Siderúrgica Nacional
em 1942
Acervo CSN

Alkindar Costa
55
Acervo Renato Azevedo
Início da operação do
Alto Forno 1 da CSN
em 11 de junho 1946

1975/1977

Em 30 de maio de 1975 em razão de alterações na Diretoria, devidamente aprova-


das, a mesma ficou assim constituída:

PRESIDENTE ............................................ Engº PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA


DIR. VICE-PRES. EXECUTIVO ................. Engº JOUBERT COSCARELLI DINIZ
VICE-PRES. DE ENGENHARIA ................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA
VICE-PRES. DE PLANEJ. ......................... Engº CYRO ALVES BORGES
VICE-PRES. INDUSTRIAL ......................... Engº SÉRGIO DE MORAES
VICE-PRES. DE FINANÇAS ...................... Dr. RUY MESQUITA BELLO

EXECUTIVOS DE ALTO NÍVEL

VICE-PRES. COMERCIAL ......................... Engº HÉLIO SÉRGIO DE O. VILAÇA


VICE-PRES. DE SERVIÇOS ..................... Dr. JORGE DA SILVA MAFRA FILHO
VICE-PRES. DE SUBSIDIÁRIAS ............... Engº CARLOS MÁRIO TABERT

56 VICE-PRES. DE ABASTECIMENTO.. ....... Engº ODYR PONTES VIEIRA

Volta Redonda Ontem e Hoje


“O Alto-Forno nº 3 é inaugurado pelo Presidente da República Ernesto Geisel,
seguido da Sinterização nº 3 e de uma nova Bateria de Fornos de Coque. Entra em ope-
ração, a Aciaria LD. Entram em operação, a Corrida Contínua, a Bateria de Fornos da
Coqueria e a Linha de Estanhamento Eletrolício nº 3.
Em 29 de julho de 1976 em razão de alterações aprovadas, a Diretoria passou a ter
a seguinte constituição:

PRESIDENTE ............................................ Engº PLÍNIO REIS DE C. ALMEIDA


VICE-PRES. EXECUTIVO ......................... Engº JOUBERT COSCARELLI DINIZ
Renunciou em 06/09/76

Engº BENJAMIN MÁRIO BAPTISTA


A partir de 06/09/76

VICE-PRES. INDUSTRIAL ......................... Engº SÉRGIO DE MORAES


Renunciou em 06/09/76

Engº PEDRO CARLOS HENRIQUE DIAS DE SOUZA


A partir de 06/09/76

VICE-PRES. DE ENGENHARIA ................. Engº ANTÔNIO CARLOS GONÇALVES PENNA


Renunciou em 06/09/76

Engº HÉLIO MOTTA HAYDT


A partir de 06/09/76

VICE-PRES. DE COMERC. ....................... Engº CYRO ALVES BORGES


VICE-PRES. DE FINANÇAS ...................... Engº GILBERTO MOREIRA GALVÃO
EXECUTIVOS DE ALTO NÍVEL

VICE-PRES. DE CONTROLE .................... Engº MÁRIO VITOR CARDOSO MONTEIRO


VICE-PRES. DE SERVIÇOS ..................... Profº ALUÍZIO DE CAMPOS COSTA
VICE-PRES. DE PLANEJ. ......................... Engº ODYR PONTES VIEIRA
VICE-PRES. DE SUBSIDIÁRIAS ............... Engº CARLOS MÁRIO TABERT
VICE-PRES. DE ABAST. ........................... Engº HÉLIO SÉRGIO O. VILAÇA

1978

Em 27 de janeiro de 1978 modificações nos Estatutos determinaram uma nova


eleição, ficando assim constituída a diretoria:

PRESIDENTE ............................................ ENGº PLINIO REIS DE C. ALMEIDA


DIRETOR DE ENGENHARIA ..................... ENGº PEDRO CARLOS H. D.SOUZA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. ENGº HÉLIO MOTTA HAYDT

Alkindar Costa
57
DIRETOR FINANCEIRO ............................ ENGº GILBERTO MOREIRA GALVÃO
DIRETOR COMERCIAL ............................. ENGº CYRO ALVES BORGES
DIR. VICE-PRES.EXECUTIVO .................. ENGº BENJAMIN MARIO BAPTISTA

EXECUTIVOS DE ALTO NÍVEL

VICE-PRES. DE CONTROLE .................... ENGº OLYNTHO MEIRELES DE MIRANDA


VICE-PRES. DE SERVIÇOS ..................... PROF. ALUIZIO DE CAMPOS COSTA
VICE-PRES. DE PLANEJAMENTO ........... ENGº ODYR PONTES VIEIRA
VICE-PRES. DE SUBSIDIÁRIAS ............... ENGº CARLOS MÁRIO TABERT
VICE-PRES. DE ABASTECIMENTO ......... ENGº MÁRIO VICTOR CARDOZO MONTEIRO

Em 12 de junho de 1978, foram designados os seguintes Executivos:

VICE-DIR. DE EMPR. CONTROLADAS .... ENGº CARLOS MÁRIO TABERT


VICE-DIR. DE ABASTECIMENTO ............. ENGº HÉLIO SÉRGIO DE O. VILAÇA
VICE-DIRE. DE CONTROLE ..................... ENGº MÁRIO VITOR CARDOZO MONTEIRO
VICE-DIR. DE PLANEJAMENTO ............... ENGº ODYR PONTES VIEIRA
VICE-DIR. DE REL.HUM.E SERV.SOC ..... PROF. ALUIZIO DE CAMPOS COSTA

1979/1982
Em 30 de março de 1979 em razão da comunicação de vacância de cargos, foram
eleitos:

PRESIDENTE ............................................ ENGº BENJAMIN MÁRIO BAPTISTA


VICE-PRES. EXECUTIVO ......................... ENGº BENJAMIN MÁRIO BAPTISTA
DIRETOR DE ENGENHARIA ..................... ENGº PEDRO CARLOS H.D. SOUZA
DIRETOR INDUSTRIAL ............................. ENGº HÉLIO MOTTA HAYDT
DIRETOR FINANCEIRO ............................ ENGº GILVAN DE OLIVEIRA AZEVEDO
DIRETOR COMERCIAL ............................. ENGº SILENO FERREIRA DA COSTA

Em 11 de maio de 1979, em razão da criação de alguns cargos e extinção de


outros, o quadro de Executivos de Alto Nível, ficou assim constituido:

SECRETÁRIO GERAL .............................. ENGº ODYR PONTE VIEIRA


SEC. DE PLANEJAMENTO ....................... ENGº OLYNTHO M. DE MIRANDA
VICE-DIR. DE ABASTECIMENTO ............. ENGº MÁRIO VICTOR CARDOZOMONTEIRO
58 Volta Redonda Ontem e Hoje
SECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO
DAS EMPRESAS CONTROLADAS ........... ENGº CARLOS MÁRIO TABERT
SEC. DE ABASTECIMENTO
E TRANSPORTE ....................................... ENGº MÁRIO VICTOR CARDOZO MONTEIRO
Em 06 de junho de 1980

A Aciaria LD bate recordes. A Usina acende a Bateria de Fornos nº 4-A da Coqueria.


Despede-se para sempre a Aciaria Siemens-Martin que é desativada. Alto-Forno nº 3
bate recordes. A Usina acende a Bateria de Fornos nº 4. Começa a operar o LTQ-2. É
dada a partida para a instalação do Estágio III. A CSN passa a ocupar o 7º lugar no mundo,
na produção de folhas metálicas. Entra em operação o Laminador de Tiras a Frio. Acesa
a Bateria 5 da Coqueria. CSN sofre a primeira grande greve. Inauguradas as Linhas de
Zincagem Contínua nº 3 e a Linha de Recozimento Contínuo nº 4. CSN inaugura Estação
de Tratamento d’Água.
A CSN renova a Coqueria, elimina vazamentos e humaniza condições de trabalho.
Empresa reclama do Governo preço real para o aço. Inaugurada a Linha de Recozimento
Contínuo para Chapas nº 1. Incêndio destrói a Sala de Controle do Alto-Forno nº 3. CSN
assume a liderança na produção de aço no País. É inaugurada a nova Linha de
Estanhamento Eletrolítico nº 5. Inaugurada nova Cozinha Industrial. Totalmente
reconstruída, nova Bateria de Fornos de Coque nº 1, volta a operar, assim como, após 12
meses, a sala de controle do Alto-Forno nº 3. Inauguradas as Linhas de Estanhamento
Eletrolítico nº 6 e a de Recozimento Contínuo nº 2. Morrem 3 operários na usina, em
movimento grevista. Novo acidente no Alto-Forno nº 3; explode o regenerador nº 1 e o
equipamento opera com 3 regeneradores. Morre o Gen. Macedo Soares (1989).
DE 1982 A 1991 A DIRETORIA REGISTROU:

PRESIDENTE ............................................ ENGº BENJAMIN MÁRIO BAPTISTA


De 30/03/1979 a 29/04/1985

PRESIDENTE ............................................ JUVENAL OSÓRIO GOMES


De 29/04/1985 a 18/04/1990

DIRETOR DE ENGENHARIA ..................... PEDRO CARLOS HENRIQUE DIAS DE SOUZA


Até 20/04/1982

DIRETOR FINANCEIRO ............................ GILVAN DE OLIVEIRA AZEVEDO


Até 31/01/1983

GLAUCO JOSÉ CORTE


De 27/04/1983 a 29/04/1985

ALEXANDRE HENRIQUES LEAL FILHO


De 29/04/1985 a 18/04/1990

DIRETOR COMERCIAL ............................. SILENO FERREIRA DA COSTA


Até 22/04/1982

DIRETOR INDUSTRIAL ............................. GEORGES LEONARDOS


Até 22/04/1982

DIRETOR DE OPERAÇÕES ..................... PEDRO CARLOS HENRIQUES D. DE SOUZA


De 22/04/1982 a 29/04/1985

Alkindar Costa
59
DIRETOR DE OPERAÇÕES ..................... FRANCISCO ARY SOUTO
De 29/04/1985 a 18/04/1990

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO ......... HÉLIO SÉRGIO DE OLIVEIRA VILAÇA


De 22/04/1982 a 29/04/1985

JOSÉ GUSMÃO CAMPELO LIMA


De 29/04/1985 a 18/04/1990

DIRETOR ADMINISTRATIVO ................... HÉLIO MOTTA HAYDT


Até 29/04/1985

ANDRÉ MARTINS DE ANDRADE JUNIOR


De 29/04/1985 a 18/04/1990

DIRETOR DE COORDENAÇÃO ................ SÁVIO COTTA DE ALMEIDA GAMA


Até 19/12/1983

DIRETOR DE SERVIÇOS SOCIAIS .......... SÁVIO COTTA DE ALMEIDA GAMA


De 12/12/1983 a 29/04/1985

ODUWALDO ANTÔNIO FERREIRA


De 29/04/1985 a 25/09/87

WANDYR CARVALHO JUNIOR


De 21/01/88 a 18/04/1990

GIBRALTAR PEDRO DE OLIVEIRA VIDAL


De Julho de 1989 a Março de 1990

DIRETOR DE PATRIMÔNIO ...................... JOSÉ MARIA DE CARVALHO JUNIOR


De 19/12/1983 a 28/04/1988

A CSN enxuga seu quadro de pessoal. Reformula contratos de compra e venda


de serviços. Altera a política comercial, eliminando as tradicionais cotas de aço. A CSN
sofre greve de 31 dias e enfrenta Sindicato. É dada ênfase às exportações. TQC é
considerado prioridade dentro da empresa. É lançado um novo desafio: A CSN teria que
viver por suas próprias pernas, sem proteção.

PRESIDENTE ............................................ ROBERTO PROCÓPIO LIMA NETO


DIRETOR ADMIN. E FINANCEIRO ............ WILSON NOGUEIRA RODRIGUES
DIRETOR DE PLANEJ. E CONTROLE ..... FÁBIO PEREIRA BRANDÃO
DIRETOR DE OPERAÇÕES ..................... SEBASTIÃO FARIA DE SOUZA
DIRETOR COMERCIAL ............................. PAULO YASHIDA

1992
PRESIDENTE ............................................ SEBASTIÃO FARIA DE SOUZA
Acumulou as diretorias administrativa e financeira e a diretoria comercial.

DIRETOR DE OPERAÇÕES ..................... WALCIR DE SOUZA RODRIGUES


DIRETOR DE PLANEJ. E CONTROLE ..... WALTER BAERE DE ARAÚJO

60 Volta Redonda Ontem e Hoje


1993
PRESIDENTE ............................................ ROBERTO PROCÓPIO LIMA NETO
23/04/93 a 22/02/94

DIRETOR INDUSTRIAL ............................. SYLVIO NOBREGA COUTINHO


DIRETOR COMERCIAL ............................. EDUARDO DUARTE PRADO
DIRETOR FINANCEIRO ............................ MARCOS DE AGUIAR JACOBSEM
DIRETOR ADMINISTRATIVO ................... LUIZ CHAVIER
23/04/93

DIRETOR DE MINAS ................................ ELIAS DAVID NIGRI


15/06/93 A 12/05/95

1994
PRESIDENTE ............................................ SYLVIO NOBREGA COUTINHO
22/02/94

DIRETOR INDUSTRIAL ............................. SYLVIO NOBREGA COUTINHO


DIRETOR FINANCEIRO ............................ MARCOS DE AGUIAR JACOBSEN
DIRETOR ADMINISTRATIVO ................... LUIZ CHAVIER
DIRETOR COMERCIAL ............................. EDUARDO DUARTE PRADO
22/02/94 a 12/05/95

DIRETOR DE MINAS ................................ ELIAS DAVID NIGRI

1995
PRESIDENTE ............................................ SYLVIO NOBREGA COUTINHO
12/05/95 A 12/11/96

DIRETORES .............................................. NADIM ABDALA SAREYED-DIM


MOISÉS PINSKY
LUIZ XAVIER
ONOFRE PEREZ NETTO

1996
PRESIDENTE ............................................ SYLVIO NOBREGA COUTINHO
12/05/95 A 12/11/96

DIRETORES SUPERINTENDENTES
SETOR ENERGIA ..................................... ARIVAIR GUIDO DALL’STELLA 29/10/96
SETOR AÇO ............................................. JOSÉ CARLOS MARTINS
CENTRO CORPORATIVO ......................... MARIA SILVIA BASTOS MARQUES
20/05/96

SETOR INFRA-ESTRUTURA .................... MOZART KRAEMER LITWINSKI


SUPERINTENDÊNCIA GERAL
DE RELAÇÕES COM O MERCADO .......... JOSÉ MARCOS TREIGER

Alkindar Costa
61
1997
PRESIDENTE ............................................ BENJAMIN STEINBRUCH
DIRETORES SUPERINTENDENTES
SETOR ENERGIA ..................................... ARIVAIR GUIDO DALL’STELLA12/11/96
SETOR AÇO ............................................. JOSÉ CARLOS MARTINS31/01/97
SETOR INFRA-ESTRUTURA .................... JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES
CENTRO CORPORATIVO ......................... MARIA SILVIA BASTOS MARQUES
SUPERINTENDÊNCIA GERAL
DE RELAÇÕES COM O MERCADO .......... JOSÉ MARCOS TREIGER

1998
PRESIDENTE ............................................ BENJAMIN STEINBRUCH
DIRETORES SUPERINTENDENTES
INFRA-ESTRUTURA ................................. JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES
SETOR AÇO ............................................. JOSÉ CARLOS MARTINS
INFRA –ESTRUTURA ............................... JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES
CENTRO CORPORATIVO ......................... MARIA SILVIA BASTOS MARQUES
20/05/98

NOVOS NEGÓCIOS .................................. JOSÉ CARLOS MARTINS

1999
DIRETORA PRESIDENTE ......................... MARIA SILVIA BASTOS MARQUES 29/04/99
DIRETORES EXECUTIVOS
NOVOS NEGÓCIOS .................................. JOSÉ CARLOS MARTINS 16/04/99 A 17/06/99
SETOR AÇO ............................................. ALBANO CHAGAS VIEIRA 16/04/99
CENTRO CORPORATIVO ......................... JOÃO LUIZ TENREIRO BARROS
17/06/99

RELAÇÕES COM O MERCADO ............... JOÃO LUIZ TENREIRO BARROS


17/06/99

INFRA ESTRUTURA E ENERGIA ............. JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES


17/06/99

NOVOS NEGÓCIOS .................................. JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES


17/06/99

A partir de 15/12/2000 a CSN separou o controle das atividades comercais e indus-


triais, entrando em funcionamento a Diretoria Executiva Comercial. Em consequencia
observou-se:

62 Volta Redonda Ontem e Hoje


PRESIDENTE ............................................ MARIA SILVIA BASTOS MARQUES
DIRETORES EXECUTIVOS
OPERAÇÕES ............................................ ALBANO CHAGAS VIEIRA
CENTRO CORPORATIVO E
RELAÇÕES COM INVESTIDORES ........... JOÃO LUIZ TENREIRO BARROSO, ANTÔNIO MARY ULRICH(08/02/2002)
INFRA ESTRUTURA, ENERGIA E
NOVOS NEGÓCIOS .................................. JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA ALVES
COMERCIAL ............................................. VASCO AUGUSTO DIAS JR

“Em 24 de abril de 2001, foi aprovada nas Assembléias Gerais Ordinária


eExtraordinária, a alteração do Estatuto Social da Companhia, relativa
a composição do Conselho de Administração, que passou a ser
composto por 9 membros (em lugar de 11), entre os quais um é
presidente e outro vice-presidente.
O prazo de gestão do
Conselho de Admi_ Quando a capacidade
nistração foi alterado derruba barreiras.
Maria Silvia Bastos
de dois para um ano,
Marques - a primeira
sendo permitida a mulher presidente
reeleição. Nenhum na Companhia
Siderúrgica Nacional
dos Conselheiros é
membro da Diretoria
Executiva. A Com_
panhia também possui
um Código de Étgica.”
(In CSN - Relatório Anual 2001)

Antes a empresa contava


com 3 Diretorias Executivas:
Aço, Centro Corporativo e Infra
Estrutura e Energia e Novos
Negócios.
Acervo CSN

Alkindar Costa
63
VOLTA REDONDA CRESCE EM TORNO DA C.S.N.

Em função da Companhia Siderúrgica Nacional, a cidade começou a se formar e


crescer, sendo dotada dos melhoramentos mais sensíveis, conseqüência de um regime
patriarcal implantando pela própria empresa.
Já em 1942, passou a funcionar o Corpo de Bombeiros, o Hospital Provisório (sob
a direção do Dr. SÍLVIO DE QUEIROZ FERREIRA), e a Banda de Música, composta na
sua totalidade de operários da siderúrgica, fruto do trabalho do Maestro e Desenhista
HERNANI DA CUNHA FERREIRA.
Tanto o Corpo de Bombeiros, como o Hospital Provisório e a Banda de
Música, eram de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional.
O Banco Industrial Brasileiro S.A., foi o primeiro estabelecimento bancário inaugu-
rado na localidade, com agência na Av. Paulo de Frontin. Seguiu-se logo após a instala-
ção das agências dos Bancos Comércio e Indústria de Minas Gerais S.A. e Ribeiro
Junqueira S.A.
A Senhora Alcina de Macedo Soares e Silva, instalou sob os auspícios da Senhora
Alzira Vargas do Amaral Peixoto, a filial da Legião Brasileira de Assistência em Volta Re-
donda e a Companhia Siderúrgica Nacional funda a primeira Biblioteca.
Em 1943 foi inaugurado o Hotel Bela Vista, de propriedade da CSN. Fundado o Aero
Clube de Volta Redonda, por iniciativa do Ten. Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva,
Engº Paulo César Gomes Martins, Cap. Edgard Magalhães da Silva e Major José Varonil
de Albuquerque Lima, com o apoio de Paulo Lobo Moura, José Werneck de Freitas, Gastão
Nunes dos Santos Brun, Chermont de Miranda, Engº Guilherme Leão de Moura, José
Coelho dos Santos, Paulo Aníbal Pereira e Guilherme Anderson Queiroz e mais 220
serventuários de diversas categorias da C.S.N.
Antônio Nascimento da Silva e o Padre Geraldo Fernandes Magalhães fizeram sur-
gir a Associação dos Escoteiros de Volta Redonda, hoje denominado Grupo Escoteiro
São Judas Tadeu. Em 1944 funciona o Mercado permanente na Avenida Paulo de Frontin;
fundada a Cooperativa dos Empregados da Companhia Siderúrgica Nacional, iniciativa
do Cel. Edmundo de
O Corpo de Bombeiros Macedo Soares e Silva,
da CSN prestava Engº Hernani da Mota
relevantes serviços
tanto internamente na
Resende, Alexandre Gurgel
CSN como também do Amaral, Cap. Edgard
atendendo toda a Magalhães da Silva, Engº
cidade - 1942
Paulo de Brito, Juarez
Goulart e Paulo de Carvalho.
Em conseqüência da
fundação da Cooperativa, foi
interrompido o fornecimento
de gêneros alimentícios pela
CSN aos seus empregados
e que havia sido instituído no
ano de 1942.
Acervo CSN

64 Volta Redonda Ontem e Hoje


No mesmo ano, Agrício da Silva Thó, fundou a Associação Beneficente Operária,
composta exclusivamente do serventuários da CSN. Em 1945, no dia 2 de fevereiro foi
fundado o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Ma-
terial Elétrico de Barra Mansa.
O hotel Bela Vista
ainda em construção
em 1942, representou
um marco na hotelaria
da região.

Acervo CSN
Em 1946, o Padre Leopoldo Bretano se empenhou no trabalho, e fundou o Círculo
Operário de Volta Redonda, empossado a seguir sua primeira Diretoria constituída por:
Cap. Dante Vilela - Presidente: Leonel Dacol - Vice-Presidente; Benevidez Coutinho -
Secretário; José Claro da Silva - 1º Tesoureiro; e Rui Barbosa de Oliveira - 2º Tesoureiro.
O Círculo Operário de Volta Redonda passou a ter denominação de Círculo dos
Trabalhadores Cristãos de Volta Redonda.
Em 1947 a velha repartição onde funcionava os Correios, depois transformada em
Correios e Telégrafos, foi transferida do bairro da Estação Velha para o da Vila ou Santa
Cecília, em prédio adaptado para tal fim, pela Companhia Siderúrgica Nacional.
A história registra que Macedo Soares, em conversa com Mr. Leighton interpelou:
“Quando teremos Lojas Americanas em Volta Redonda?” ao que lhe foi respondido
prontamente: “Quando tivermos instalações”. Macedo Soares tomou então as providências
cabíveis, fazendo construir um edifício e em 1947, em um novo encontro, deixou uma
sentença no ar: “As instalações esperadas estão prontas. Já podemos inaugurar Lojas
Americanas em Volta Redonda” , o que foi feito em razão da palavra empenhada.
Uma filial das lojas Americanas S.A. foi instalada em Volta Redonda, então 8º Distrito
de Barra Mansa, graças aos esforços do Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva e Mr.
Leighton F. Korb - junto aos Drs. Miran Latif e Júlio César de Miranda Monteiro de Barros
Latif, funcionando ainda no mesmo local.
O comércio crescia, e já estavam em pleno funcionamento as casas comerciais:
Auto Mecânica Comercial de Volta Redonda, Confeitaria e Panificação Mollica, Casas
Prazeres, Casa Nagib e Casa Tropical.
Na época, foi inaugurada na cidade, a Agência da Caixa Econômica
Federal.

Alkindar Costa
65
Inaugurada, ainda, a primeira Feira Livre na Vila Santa Cecília, realizada aos domin-
gos, e as instalações do Hotel Brasil, também na Vila, prédio onde atualmente se expan-
diram as instalações das lojas Americanas.
Em 1948, no dia 15 de outubro foi fundada a Loja Maçônica Independência e Luz II,
a Biblioteca Edmundo Macedo Soares e Silva, pelo Departamento Cultural do GACEMSS
(Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva) dirigido pelo Engº Rosauro
Mariano da Silva.
César Cândido Lemos fundou no Bairro de Santa Cecília a Associação dos Ciclis-
tas de Volta Redonda e a C.S.N., recebe a visita de Luís Batle Berres - Presidente da
República do Uruguai.
17 de maio de 1948, marca a data de circulação de “O TRILHO”, órgão oficial do
Círculo Operário de Volta Redonda. Em 20 de junho de 1949, circula “O GUARANI” órgão
oficial dos alunos da Escola Técnica de Comércio de Volta Redonda.
Fábrica de Cimento Tupi foi fundada em 1949 - Direção do Major Antônio João Dutra.
Indústria Privada Nacional.
“O COMÉRCIO DE VOLTA REDONDA”, de Júlio Ribeiro, começou a circular em 15
de janeiro de 1950, e em 02 de outubro do mesmo ano circulou “A TRIBUNA DE VOLTA
REDONDA” de propriedade de Ten. Bernardino Irineu Flórido.
Após 1942, um após
A inauguração de
uma filial de Lojas outro, foram surgindo os
Americanas, deu um diversos Bairros residenciais
novo impulso ao
desenvolvimento do
em Volta Redonda, utilizados
comércio local - 1947 para operários da Com_
Acervo Alkindar Costa panhia Siderúrgica Nacional,
recebendo as denomi_
nações de Acampamento
Central, Vila ou Santa Cecília,
Porto de Areia, Acampamen-
to Rústico, Conforto,
Laranjal, Acampamento dos
Índios (na Rua 60), Pedreira
da 2ª Frente (Três Poços),
Tangerinal, Fazenda, Cicuta,
Bela Vista, Monte Castelo,
Jardim Paraíba, Mangueira,
Laminação.
Na margem esquerda do Rio Paraíba, a velha povoação de Santo Antônio de Volta
Redonda, foi rebatizada pelos próprios serventuários da C.S.N., com o nome de Niterói,
extendendo-se até a Fazenda do Retiro, com o loteamento das suas terras.
O Bairro da Estação Velha, na margem direita do Rio Paraíba, também seguiu-lhe
os passos.
Nas terras situadas no estreito vale do Ribeirão São Lucas, desmembradas da
Fazenda de igual nome do Dr. Carlos Haasis, junto aos terrenos da C.S.N., surgiu depois
de 1945, o importante Bairro São Lucas, obra onde se destacou a figura do Engº Isaías
Salgado Pereira.

66 Volta Redonda Ontem e Hoje


Com o loteamento das terras da Fazenda da Ponte Alta, ao extremo do Bairro
Conforto, foram surgindo os Bairros do Português, no fim da Rua 249 e da Ponte Alta, nas
abas do morro junto a sede da fazenda e fronteira ao brejo aterrado para passagem da
estrada “Presidente Roosevelt”.
Exclusivamente em razão do surgimento da Companhia Siderúrgica Nacional, os
bairros, ruas e as praças, foram se multiplicando, sempre dotados dos serviços de
infra-estrutura. Assim foi durante todo o tempo em que a Companhia Siderúrgica
Nacional cuidou da Cidade que havia construído, a denominada “Volta Redonda Nova”
Os Bairros tinham suas ruas divididas harmoniosamente, com identificação por
números, o que se tornou uma característica das áreas residenciais que foram construídas
pela administração da C.S.N.
As casas acompanhavam modelo tipicamente americano, com divisões
planejadas, para o atendimento de famílias de porte médio, sem no entanto, contarem
com áreas destinadas a garagem, (isto acontecendo apenas nos locais onde residiram
funcionários mais graduados da empresa com possibilidades de adquirirem veículos mais
tarde), já que na época, bem poucos privilegiados possuíam carros.

O bairro Vila Santa


Cecília em construção.
Nota-se os hoteis na
rua 33 ao centro da
foto. Na parte inferior, a
área onde, posterior-
mente, foi construído o
Recreio do Trabalha-
dor. Ao fundo a
plantação de laranjas
que deu nome ao
bairro do Laranjal -
1942
Acervo CSN

Ainda seguindo a tendência de construções usuais nos Estados Unidos, os jardins,


que avançavam à frente das residências, permaneciam em aberto, sem muros ou
cercas, que ainda podem ser vistos na forma original em algumas ruas do Bairro Vila
Santa Cecília e Laranjal.
Com o crescimento da cidade, e o surgimento de novos loteamentos, o problema
referente às denominações de logradouros, foi se complicando, à medida em que
existiam duplicidade de nomes ou números em ruas da cidade.

Alkindar Costa
67
Procurando resolver o problema, a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito
sancionou projeto de autoria do Vereador Ettore Dalboni da Cunha, que recebeu o
número de Lei Municipal 1.330, regulamentando a forma de denominações, e determi-
nando no Parágrafo Único do Artigo 4º a manutenção das denominações por números
nas áreas da Companhia Siderúrgica Nacional, para preservar a tal característica de
nossa cidade.
Ampliando tal medida, o Vereador Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal, propôs e
obteve a aprovação da Lei de sua autoria de número 1.416, de 18 de abril de 1977,
determinando a manutenção dos números e a conseqüente revogação de nomes dados
às ruas do Bairro de Santa Cecília, retornando desta forma o que foi instituído, desde a
criação do Bairro.
Mais uma vez, o Poder Legislativo se pronunciou aprovando Lei, desta vez de
autoria do então Vereador Jonas de Carvalho, de número 1.450 de 28 de julho de 1977,
determinando a manutenção da forma original de denominação por números no Bairro
Laranjal, e conseqüentemente a revogação de qualquer outro nome dado às ruas daquele
Bairro.
Durante muito tempo, a manutenção de ruas, praças, e das próprias residências,
eram feitas através da Companhia Siderúrgica Nacional, abrangendo serviços de
limpeza de ruas, ajardinamento, policiamento, atendimento pelo Corpo de Bombeiros,
serviços de pintura, reparos gerais, e todo o tipo de atendimento necessário aos
moradores das residências de empregados da C.S.N. isto, abrangendo, até mesmo os
barracos construídos no Bairro Acampamento Central e demais áreas, que embora
fossem construções mais simples, eram cuidados com a mesma atenção.
Só mais tarde, os serviços públicos, até então cuidados pela C.S.N., foram
transferidos à Prefeitura Municipal, deixando a empresa esses encargos ao Poder
Público, que infelizmente não prestou à população um atendimento à altura do que até
então era oferecido.

Acervo CSN

Na direita da foto, as
instalações do Hotal
Brasil em 19/07/1946
erguido pela CSN no
bairro da Vila
Operária, hoje Vila
Santa Cecília. Na
esquerda da foto,
dependências
destinadas às Lojas
Americanas, que
permitiram sua
instalação, quando
Volta Redonda ainda
se apresentava como
o 8º Distrito de Barra
Mansa.

68 Volta Redonda Ontem e Hoje


Além do atendimento das necessidades de serviços da população siderúrgica, o
próprio lazer era cuidado pela empresa, oferecendo todo tipo de divertimento, incluindo a
prática de esportes, no Recreio do Trabalhador, a realização de festas com apresentação
de artistas de fama internacional, torneios esportivos, maratonas estudantis,
comemorações diversas, com visitantes ilustres, e a participação integral da população
em geral, que aplaudia as realizações dedicadas sempre ao atendimento da preferência
popular.
Foi sempre muito discutível, e com posicionamentos diversos, o denominado por
muitos como “paternalismo” da empresa em relação à vida da cidade em geral, pois, em
tudo se via a participação da C.S.N., de uma forma ou de outra. No entanto, grandes
realizações se efetivaram, naquela época, e seria insensato dizer que não foi bom para o
desenvolvimento e progresso da cidade; tudo foi válido, e deixou saudade.
Reabertura do Hotel Brasil - CSN e seu restaurante e do “Big-Bar” às 17:30 horas
do dia 31 de maio de 1958.
Inauguração das instalações do Hotel Embaixador Ltda, na Travessia Luiz A. Felix,
36, no dia 04/04/1967 às 16 horas.
Inauguração das dependências da Confeitaria Central Ltda. às 16 horas do dia
04/05/1967, na rua 16 nº 266.
Inauguração do Edifício Sede do INPS - Superintendência Regional - RJ - Agência
em Volta Redonda, à Avenida Getúlio Vargas, esquina com a rua Lucas Contrim, às
14 horas do dia 1º de maio de 1970.
A CSN e a Imobiliária Santa Cecília S/A - CECISA, inauguraram o Conjunto
Habitacional Casa de Pedra (420 casas), no dia 17 de novembro de 1971 às 16 horas.
Rua 758 - esquina da rua 760.
Conjunto residencial Barreira Cravo - Bairro Voldac de Valéria - Construções,
Comércio e Indústria Ltda, inaugurou o Conjunto Residencial Barreira Cravo, no dia 16 de
abril de 1972 às 11 horas, contando com 99 unidades residenciais, com um investimento
de Cr$ 2.000.000,00 com financiamento pelo Banco Nacional da Habitação.
A Cruz Vermelha Brasileira inaugurou a filial da Cruz Vermelha Brasileira em Volta
Redonda. Em 20 de maio de 1972, às 10 horas, com solenidade atendida na ACIAP - VR.
Em 15/08/1972 - no Clube Foto Filatélico e Numismático de Volta Redonda, 20
horas, entrega de prêmio ao vencedor do concurso do símbolo da 1ª Feira da Primavera
de Volta Redonda, promoção do NAC - VR.
O Clube Náutico e Recreativo Santa Cecília e o ator Salim Jabour (completando
10 anos de teatro) atendem a pré-estréia de gala da peça de Pedro Bloch “Morre um gato
na China” em 24/08/1972 às 21 horas, no clube.
1ª Feira da Primavera de Volta Redonda, promoção do Núcleo de Ação Comunitária
(NAC), foi instalada em 1º de setembro de 1972 às 18 horas. Realizada nos dias 1, 2 e 3
de setembro de 1972 na Vila Santa Cecília. Participação de 31 entidades.
A Estação Rodoviária Municipal “Francisco Fontes Torres” - PMVR foi inaugurada
em 20 de dezembro de 1972 às 17 horas. Administração Iram Natividade Pinto.
Em 01/05/1976 às 9 horas - Inauguração da Estrada do Aço (Rodovia Tancredo
Neves) acesso a Volta Redonda no Km 95 da via Dutra, pelo Exmo. Sr. Presidente da
República - Ernesto Geisel. Administração Nelson Gonçalves.

Alkindar Costa
69
Em 01/05/1976 às 14:45 horas - Inauguração do Viaduto Heitor Leite Franco. Com
360m de extensão por 14 de largura, todo em concreto protegido, iniciando no final da
Rua Gustavo Lira e terminando no Aterrado - com presença do Exmo. Sr. Presidente da
República, Ernesto Geisel. Administração Nelson Gonçalves.
Em 01/05/1976 às 15 horas - Inauguração do Pronto Socorro Municipal, ocupando
uma área de 8 mil e 200m2. Projetado anexo o Hospital Municipal de seis pavimentos, 150
leitos, duas salas de cirurgia, maternidade, unidade de Raios-X e área para a Escola de
Medicina (atendimento p/uma população de 500.000 habitantes), com presença do Exmo.
Sr. Presidente da República, Ernesto Geisel. Administração Nelson Gonçalves. O Hospital
não foi construído conforme planejado.
Em 12/11/1976, na administração do prefeito Nelson Gonçalves, foram inaugura-
das as obras:
- Via Almirante Adalberto Nunes, à margem esquerda do Paraíba, desde
Niterói até Belmonte, na altura do elevado Presidente Castelo Branco.
- Elevado Presidente Castelo Branco - Conforto.

CSN - MODERNIZAÇÃO E CRISE

A modernização na Companhia Siderúrgica se processa, segundo as técnicas mais


modernas.
Em 07 de janeiro de 1977 entra em funcionamento a Aciaria LD, significando o fim
da antiga aciaria Siemens Martins (original da fundação da CSN) e o ingresso da Usina
Presidente Vargas na era da moderna tecnologia.
Em junho de 1989, com a presença do novo diretor de operações, Sebastião Faria
de Souza, e do Superintendente da Usina Presidente Vargas, Sylvio Nóbrega Coutinho, foi
inaugurada a sua primeira estação de homogeneização do aço.
Em 11 de outubro de 1989 começou a operar, por volta do meio-dia, a nova bateria
de Fornos de Coque nº 01 da Usina Presidente Vargas, inaugurada pelo Presidente da
empresa, economista Juvenal Osório.
Pioneira na fabricação de coque no Brasil, a Bateria nº 01 foi construída em 1946 e
funcionou durante 38 anos ininterruptos. Em 1972 sofreu um reparo a quente, o que lhe
assegurou uma significativa sobrevida. Desativada em 1984, a Bateria nº 01 foi totalmen-
te reconstruída, de acordo com a mais moderna tecnologia. O projeto de engenharia,
cem por cento nacional, aumentou o número de fornos de 55 para 75 e introduziu itens
altamente sofisticados, como as novas portas tipo diafragma, que vedam a passagem de
gases e garantem, assim, melhores condições ambientais, conforto e segurança para os
empregados.
Funcionando a pleno vapor, a nova bateria passou a produzir até 1.314 toneladas/
dia de coque, contra as 950 anteriores à reconstrução.
A solenidade contou com a participação do Bispo Diocesano D. Waldyr Calheiros
de Novaes. O Sindicalista Luís de Oliveira foi convidado para acender um dos fornos da

70 bateria.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Em maio de 1989, a direção da empresa entendeu oportuno informar ao público em
geral a real situação, ocasião em que teceu os seguintes comentários:

“1 - O QUE É A CSN

Todos dizem e todos sabem que a CSN foi o marco inicial da industria-
lização do País. Foi fundada em 1941 para construir a primeira usina
siderúrgica de grande porte no Brasil.
A Usina foi montada em Volta Redonda, durante a II Grande Guerra,
com muita dificuldade, mas em 1946 já acendia o seu Alto-Forno. Como
a empresa é antiga, não são poucos aqueles que pensam que a nossa
usina, em Volta Redonda, é antiquada, obsoleta, ineficiente. É preciso
que seja desfeita essa impressão. Em Volta Redonda o Brasil tem a
maior e mais moderna Usina do país e, seguramente, uma das 10 mais
modernas do mundo.
Em 23/05/1944,
uma Usina Siderúrgica
era erguida em
Volta Redonda. A foto
dos arquivos da CSN
registra um aspecto da
construção do Alto
Forno Nº01.
Começava a
industrialização
no Brasil.

A Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, é o principal estabeleci-


mento da CSN, mas não é o único.
A CSN explora minério de ferro em Congonhas, Minas Gerais, onde a
sua mina de Casa de Pedra produz e prepara todo o minério consumido
em Volta Redonda, perto de 6 milhões de toneladas por ano.
Em Arcos, também em Minas, a CSN tem a mineração de calcário e
dolomita que abastece todas a necessidades da Usina. Em Lafaiete, em
Minas Gerais, a CSN explora manganês para atender também às neces-
sidades da Usina.
Finalmente, em Santa Catarina, a CSN tem suas minas de carvão e tem
o Lavador de Capivari, que beneficia o carvão das minas próprias da
CSN e de todas as minas da região.
Alkindar Costa
71
A CSN é portanto uma empresa integrada. Na verdade, de todas as
empresas siderúrgicas brasileiras, ela é a mais integrada, tanto a
montante quanto à jusante, já que é a única que faz chapas e folhas
revestidas.
Muita gente pensa que é preciso manter a CSN funcionando porque a
cidade de Volta Redonda depende dela. De fato, a cidade de Volta
Redonda depende da CSN, mas seria uma submissão imperdoável
avaliar a importância da CSN apenas em função da sobrevivência de
Volta Redonda.
A importância da CSN na economia Nacional tem que ser medida pelas
centenas de indústrias, cujo funcionamento depende da matéria-prima
produzida em Volta Redonda; tem que ser aquilatada em função das
centenas de fornecedores de matéria-prima, de peças e de serviços que
tem na CSN o seu principal cliente e que teriam suas atividades
abaladas se a CSN deixasse de comprar ou contratar.
A CSN é o maior cliente da LIGHT e responde por 30% da receita de
frete da RFFSA. Os portos de Sepetiba e de Angra dos Reis ficariam
ociosos sem as cargas que a CSN aí movimenta.
Se o Brasil fosse importar os produtos siderúrgicos que a CSN
produziu em Volta Redonda, em 1988, iríamos gastar mais de 2 bilhões
de dólares e os clientes que consomem o aço da CSN iriam ter que
pagar pelo aço importado o dobro do preço que efetivamente pagaram.
Acervo CSN

O Coque é a principal
matéria prima na
preparação do Aço
na Companhia
Siderúrgica Nacional.
Na foto de 25/04/1946,
vê-se os fornos de
coque carregando os
vagões de transporte
para dentro da Usina.

A CSN é a única produtora no país de folhas de flandres, de chapa


galvanizada, de trilhos e de perfis pesados. No caso específico das folhas
metálicas, da qual depende toda a indústria de latas e de conservas do
país, seria muito difícil conseguir suprimento no mercado mundial para
substituir a produção da CSN, já que ela ocupa a 3ª posição, no mundo,

72 nessa linha.
Volta Redonda Ontem e Hoje
A CSN, portanto, é um complexo industrial que em 1988 deu ocupação
na sua indústria e nas suas minas há cerca de 28.000 pessoas, entre
empregados próprios e empregados de empreiteiras.
É um complexo industrial cujo custo de reposição não seria inferior a
8 bilhões de dólares.
É, finalmente, um complexo industrial que gerou, em 1988, uma
produção equivalente a 2 bilhões e 200 milhões de dólares, se esta
produção for medida a preço do mercado internacional.

PRODUÇÃO E RENDIMENTO NAS PRINCIPAIS UNIDADES

Quadro I

% de
Discriminação 1984 1985 1986 1987 1988 aumento
88/89

Produção de Aço Líquido 2.594 3.520 3.746 4.074 4.005 54,39


(1.000 t)

Produção da Corrida Contínua 1.526 2.216 2.649 3.295 3.260 113,63


(1.000 t)

Produção do Laminador de 1.969 2.280 2.837 3.001 2.887 46,62


Tiras a Quente II (1.000 t)

Produção dos Laminadores de


1.055 1.199 1.649 1.884 1.801 70,71
Tiras a Frio LTF’s (1.000 t)

N.º Empregados em exercício 21.307 21.035 20.892 21.047 20.260 -4,91

Rendimento MetálicoAciaria 90,8 90,9 91,9 93,5 92,2 -


LD (%)

Rendimento Placa/AçoLíquido 93,5 96,5 96,2 97,6 98,0 -


(%)

Rendimento Integral Aço Bruto/


Produto Final (%) 83,0 86,4 87,8 88,5 89,7 -

Direta ou indiretamente, através de seus fornecedores, a CSN contribuiu, em 1988,


com uma geração de renda de 1 bilhão e 600 milhões de dólares, isto é, 0,3 % do PIB.

Alkindar Costa
73
2 - DESEMPENHO OPERACIONAL

Nos últimos 5 anos a CSN conseguiu resultados muito satisfatórios


nas suas linhas de produção. Os dados alinhados no quadro seguinte
são bastantes sugestivos a este respeito:
É de registrar-se o aumento expressivo na produção de aço, de 54%, no
período, conseguido exclusivamente com melhorias operacionais, já
que não houve expansão de capacidade.
No lingotamento contínuo de aço, sistema moderno que, ao eliminar
várias operações e melhorar o rendimento, propicia redução de custo
substancial, conseguindo-se avanço ainda mais expressivo, tendo a
produção de placas via corrida contínua aumentado de 114%.
Nas linhas de laminação a quente, a frio e nas linhas de revestimento de
chapas a produção aumentou em proporção semelhante.
É de notar-se ainda que esta expansão foi feita basicamente com
melhoria de operação de equipamentos já existentes e que, enquanto
aumentava a produção o quadro de pessoal da Companhia
apresentava-se em declínio.
Os avanços conseguidos tanto no que se refere à quantidade
produzida, quanto aos rendimentos operacionais, infelizmente não se
traduziram em índices econômico-financeiros no mesmo sentido. Neste
período a CSN teve o dissabor de encerrar balanços sempre com
prejuízos vultosos, que culminaram, em 1988, com um resultado
negativo de NCz$ 403 milhões.
Em face desses resultados, a viabilidade da empresa e da Usina tem
sido questionada até pelo público interno. Comenta-se que a empresa
eficiente é a USIMINAS, que encerrou o balanço de 1988 com lucro de
NCz$ 39 milhões. Mas este lucro reverte para um prejuízo de NCz$ 350
milhões na hipótese de ter aquela empresa uma estrutura patrimonial
endividado, com a da CSN. É o que mostra o QUADRO II, anexo.
A explicação para este quadro contraditório, em que o desempenho
físico excelente convive com resultados econômicos e financeiros
desastrosos, reside no endividamento da empresa e na grande
defasagem que ela tem sofrido nos seus preços de venda no mercado
interno. É o que se procura demonstrar a seguir.

3 - A GÊNESE DA CRISE

Desde a década passada a CSN acumulou dívidas com os investimen-


tos do seu Plano de Expansão. Na década atual não teve a Empresa
condição de resgatar essa dívida por ter se sujeitado a uma política
perversa de preço do aço desde 1980.
Em 1986 a situação financeira da CSN e de outras empresas do Grupo
SIDERBRÁS, já era muito grave, dando origem aos estudos que
74 Volta Redonda Ontem e Hoje
redundaram no Plano de Saneamento, que foi finalmente aprovado no
início de 1987.
A premissa do Plano de Saneamento era de que, a partir dele, seria
adotada uma política realista de preços para o aço. Por isso, como a
CSN era, das 4 empresas, aquela que tinha maior potencial de
produção e de faturamento, a sua cota no saneamento foi menor entre
as empresas relacionadas.
Acontece que a política de preço justo para o aço não pode ser
cumprida e, já em 1988, as empresas encontravam-se novamente em
situação financeira difícil, quando foi providenciado o reforço de
saneamento, através da operação de debêntures implementada no 2º
semestre de 1988. A aplicação do programa de saneamento, no biênio,
foi a seguinte:

Quadro II

Vr. da Dívida Vr. do Saneamento Vr. da Dívida


EMPRESAS Dez/1986 (Período 87/88) Dez/1988
US$ milhões US$ milhões US$ milhões

CSN 2.651 914 2.017

COSIPA 2.853 1.872 1.549

CST 2.942 1.872 922

AÇOMINAS 3.976 3.943 393

No programa de saneamento, conforme se observa acima, a CSN era a


empresa que tinha dívida inicial menor, recebeu a partir de recursos
menor e ficou com dívida remanescente maior. Não obstante, até a
greve de novembro do ano passado, que resultou em prejuízo de 77
milhões de dólares, a situação não era tranqüila, mas administrável.
A partir da greve, a Usina não conseguiu retomar, de imediato, o seu
ritmo de produção anterior, o que ocasionou mais perda de faturamento.
Em janeiro, a situação ficou difícil, mas ainda administrável.
Com o Plano Verão, a partir do dia 15 de janeiro, o aço teve seu preço
congelado e o peso dos juros no faturamento, que era de 28% passou
para 62% em fevereiro, 90% em março e 84% em abril. A CSN
contabilizou um agravamento de sua posição financeira de 340 milhões
de dólares à conta da política de juros altos do Plano Verão, a conta de
juros da CSN aumentou para um nível acima de US$ 80 milhões/mês
em fevereiro, março e abril. (Vide Quadro II, anexo)
A este respeito, o Quadro I, anexo, também é ilustrativo.
Em dezembro de 1988, as despesas financeiras pesavam com US$ 78,00
por tonelada de aço. Em março este valor se elevou para US$ 205,00 e
em abril para US$ 305,00.

Alkindar Costa
75
4 - O PREÇO DO AÇO

Ao longo dos últimos 8 anos o preço do aço tem sido fixado,


sistematicamente, abaixo do que devia ser em face da evolução de custo,
o que ocasionou a chamada defasagem dos preços de aço. Esta
defasagem tornou-se crônica e hoje os técnicos já se perdem nas
planilhas de custo e nos cálculos dos índices e relações no passado,
que já não tem muito a ver com a realidade de hoje.
Como resultado dessa política de reajustes percentuais, que sempre
vem com atraso, a defasagem de preços do aço foi se alargando, e hoje
a situação é insustentável.
No quadro adiante confronta-se o preço de importação para o aço
desembaraçado no porto sem tarifa e sem ICMS, com o preço de tabela
CSN posto na Usina, também sem impostos, posição sem impostos,
posição de meados de maio.

Importados CSN US$/t FOB/Usina US$/t

Bobina a Quente 463 205

Bobina a Frio 568 250

Bobina Galvanizada 713 354

Bobina de Flandres 727 440

Por aí se verifica que a CSN, assim como as demais Usinas de produtos


planos, vendem o aço por menos da metade do preço do mercado in-
ternacional, que por sua vez, já é mais baixo que o preço vigente no
mercado interno dos países grandes produtores de aço.
O efeito da compressão dos preços foi desastroso para as finanças da
CSN. Em 1988, por exemplo, ela encerrou o exercício com um prejuízo
de NCz$ 400 milhões. Se não fosse a defasagem interna de preço, ela
poderia ter fechado o balanço com lucro de NCz$ 100 milhões. E se lhe
fosse dado vender seu aço pelo preço do mercado internacional menci-
onado anteriormente, fecharia suas contas com cerca de US$ 500 mi-
lhões de lucro antes do imposto de renda. E lucro que não é absurdo,
pois representa menos de 10% do custo de reposição do ativo da CSN.
Só se avalia o quão irrisório é o preço do aço plano no Brasil quando se
toma o preço por kg. Pois bem, o produto mais nobre da CSN, a folha
de flandres, tem seu preço fixado em NCz$ 0,45/kg, e a bobina a quente,
que é o produto mais barato, é vendida (maio) a NCz$ 0,22/kg.

76 Volta Redonda Ontem e Hoje


5 - A CONCLUSÃO

Com preços defasados e congelados, carregando uma dívida de curto


prazo, que já não era pequena relativamente ao seu volume de negóci-
os, a CSN, depois de 4 meses de juros altos ficou exaurida financeira-
mente e começou a atrasar perigosamente seus pagamentos, já que,
como empresa estatal, não pode tomar empréstimo bancário sem co-
bertura de duplicatas. O atraso de pagamento a fornecedores e de ou-
tros compromissos já está atingindo o limite de sua potencialidade. É
por isso que a CSN precisa urgentemente de autorização para um em-
préstimo de pelo menos 400 milhões de dólares, a juros de mercado
internacional, para tornar a sua situação financeira administrável. Este
valor corresponde aproximadamente ao agravamento da posição finan-
ceira em decorrência dos juros do Plano Verão. No período crítico do
Plano Verão, a CSN suportou uma carga de US$ 2,8 milhões por dia.
Como este período durou cerca de 120 dias, é fácil entender a sangria
que ocorreu.
O empréstimo é necessário para a empresa recuperar o fôlego, para
sustentar suas atividades por mais 3 meses, quando, fatalmente, entra-
rá em nova crise financeira se persistirem os juros altos e se ela não
conseguir autorização para praticar preços realistas no mercado inter-
no. Para que a situação seja contornada agora e não volte a agravar-se
em futuro próximo, é preciso mudar radicalmente o critério e a política
de fixação de preço do aço produzido pela CSN.
A CSN não está doente, não está pedindo socorro. Ela está exaurida
financeiramente pelos juros altos do Plano Verão e pela defasagem crô-
nica nas tabelas do preço do seu produto. Não está pedindo liberação
de verbas públicas federais. Esta pedindo autorização para realizar ope-
ração de crédito bancário para liquidar posições devedoras já assumi-
das, operação que, portanto, não vai resultar em expansão de crédito.
Isto é, não é o tipo de operação que a Resolução nº 1.469 visou limitar.”

A foto de 15/10/1943,
marca uma fase da
construção da Usina
da Companhia
Siderúrgica Nacional.
Acervo CSN

Alkindar Costa
77
GREVES - A PRIMEIRA NA CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional, empresa de economia mista, criada em 09 de


abril de 1941, constituída para “operar usina de tipo integrado, abrangendo também a
extração, o beneficiamento, o transporte das matérias-primas e o aproveitamento dos
sub-produtos de carvão”, 43 anos depois de sua criação e a partir de 20 de junho de 1984,
viu-se envolvida por um movimento paredista com a decretação de Greve Geral, com
uma estimativa de 30 bilhões de prejuízos.
O movimento iniciou em 20 e terminou em 24/06/1984.
Em 14 de junho de 1984 e Empresa dava conhecimento das negociações, em
documentos nos seguintes termos:

“Realizou-se, na última quarta-feira, perante o Delegado Regional do


Trabalho, a primeira reunião de negociações efetivas entre a CSN e o
Sindicato dos Metalúrgicos.
A contra-proposta oferecida pela CSN atende a 25 (vinte e cinco) das
reivindicações feitas, algumas na íntegra, outras com a proposta
alternativas viáveis, a exemplo da garantia de emprego ou salário por
90 (noventa) dias para a gestante, em substituição à reivindicação de
licença.
Durante a reunião, para atender o Sindicato, a CSN concordou em
alterar 6 (seis) itens de sua contra-proposta.
Quanto às reivindicações não atendidas, estão disciplinadas ou
limitadas pela legislação vigente a que a CSN está subordinada.
A CSN está divulgando, em separado, o conjunto de reivindicações
atendidas.
A próxima reunião foi convocada pelo Delegado Regional do Trabalho
para o próximo dia 19, às oito horas da manhã.”

O movimento perdurou por seis dias. No quinto dia uma passeata foi organizada
por cerca de mil mulheres, saindo do portão da entrada da CSN, para o lado do Jardim
Paraíba, em direção à Avenida Amaral Peixoto. No domingo, às 16:00 horas, os metalúrgicos
resolvem declarar encerrado o movimento, voltando a cidade à sua normalidade tradicio-
nal.
No decorrer dos tempos ficou uma estatística - as tropas do Exército ocuparam a
usina de Volta Redonda em sete ocasiões diferentes.
Pela relevância dos acontecimentos, focalizaremos um movimento, de onde de-
sastrosamente registrou-se o falecimento de três metalúrgicos.

78 Volta Redonda Ontem e Hoje


CSN - A GREVE DOS 17 DIAS

A conclamação feita por Juarez Antunes em uma Assembléia Geral, promovida


pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, em 04 de novembro de 1988,
redundou na paralisação dos trabalhos da Companhia Siderúrgica Nacional em 07 do
mesmo mês e ano, dando início a um longo movimento paredista da empresa, com
conseqüências trágicas e divulgação internacional.
A CSN anunciou a liberação do URP de julho, reivindicada pelos grevistas, com
pagamento no mês de novembro. Todavia, Juarez Antunes já orientava que os portões da
Usina “fossem fechados antes mesmo da entrada dos funcionários, que se
aglomeravam em frente à passagem superior, ao lado do Escritório Central da CSN.”
A advertência feita era no sentido de que o “Tribunal Superior do Trabalho só votaria
os 26,06% devidos desde a implantação do Plano Bresser, em novembro de 87, se a
greve persistisse.”
Este foi o primeiro passo para o surgimento de um processo de ocupação da
Empresa e conflito no pátio da fábrica, entre os grevistas e soldados da Polícia Militar.
Duas ocupações se processaram: a primeira às 08:00 horas, quando três mil
trabalhadores, liderados por Juarez Antunes, presidente licenciado do Sindicato dos
Metalúrgicos, Deputado Federal e candidato a Prefeito de Volta Redonda, entraram pelo
portão principal da Usina, com expulsão dos agentes da guarda especial da empresa,
conflitos entre os ativistas e chefes de seção e um dos 12 refeitórios da Companhia
totalmente destruídos; a segunda ocorreu à tarde, antes da primeira assembléia de
avaliação da greve.
“A ordem da CSN era impedir a entrada dos grevistas no pátio da
Superintendência de Oficinas Mecânicas (SOM), onde pretendiam se
reunir, mas os dez soldados da força de choque da 6ª Companhia
Independente da PM não tiveram como enfrentar os trabalhadores.
Houve confronto e um tenente chegou a atirar para o alto. Na confusão,
o soldado Márcio perdeu seu revólver e o capitão Valadares ficou sem
uma pulseira de ouro. Os grevistas arrastaram uma patrulha da guarda
municipal, que estava estacionada do lado de dentro, em frente ao portão
e empurraram o caminhão de som do Sindicato até o pátio da SOM e
fizeram Assembléia”. (O GLOBO - 08/11/1988 - página 23)”.

Já no início do movimento havia a decisão de enfrentar o reforço comentado da


Polícia Militar e que, “se fosse preciso, os trabalhadores deviam enfrentar até o Exército”.

A OCUPAÇÃO PELO EXÉRCITO

Em 09 de novembro os órgãos de informação anunciavam que tropas do Exército


preparavam-se para intervir na CSN, cujas instalações estavam controladas pelos
trabalhadores, tendo o Ministro Chefe do SNI, Ivan de Souza Mendes explicado que “a
intervenção do Exército na CSN não exige autorização do Planalto”.

Alkindar Costa
79
Atendendo solicitação da empresa, o Juiz Roberto de Abreu e Silva, expediu ordem
no sentido de que a Polícia Militar cuidasse da desocupação da Usina.
Diante da declaração da PM da impossibilidade de atender ao fixado, o Juiz Moisés
Cohen, da Vara Cível da Comarca de Volta Redonda, solicitou a participação de tropas
federais, iniciada com a ocupação pelo 22º Batalhão de Infantaria Motorizado, sediado em
Barra Mansa.

A foto de Oscar
Cabral, publicada
na Revista Veja
(1060 - 20/12/1988),
mostra a ação do
Exército no interior da
Usina Presidente
Vargas, fazendo frente
aos grevistas.

Em 09 de novembro, duas Assembléias foram realizadas, sendo uma no interior e


outra no exterior da Companhia Siderúrgica Nacional, com a participação de cerca de dez
mil funcionários.
No Escritório Central da CSN foi realizada uma reunião, contando com a participa-
ção do Coronel Orlando Ferreira da Mota, Comandante do 22º BIMTz, o Presidente
licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos, Juarez Antunes, o General José Luiz Lopes da
Silva, Comandante da 1ª Brigada de Infantaria Motorizada de Petrópolis e o Presidente da

80 CSN, Juvenal Osório.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Os efeitos começaram a ser sentidos, desde às 12:30 horas de 09 de novembro,
quando cerca de 200 soldados do Exército cercaram o prédio central da CSN. O fotógrafo
de “O DIA”, Oswaldo Prado teve o braço quebrado.
Às 19:00 horas, do lado de fora da Usina, soldados dispararam bombas de efeito
moral contra os manifestantes.
Na ação os “batalhões do Exército presentes na CSN, em um contingente que
chega a dois mil soldados, são o 22º Batalhão de Infantaria Motorizado (Barra Mansa), o
1º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Valença), a 9ª Brigada de Infantaria Motorizado
da Vila Militar (Realengo), todos sob o comando do General José Luiz Lopes da Silva”, da
1ª Brigada de Infantaria Motorizada de Petrópolis.

“Às 18:30 horas, após a prisão de um metalúrgico pelo Exército, houve


o primeiro confronto. Os carros de combate Cascavel, mantidos no
interior da CSN, viraram seus canhões na direção dos manifestantes e
da aciaria, cujos ocupantes respondiam com pedras. Às 19:30 horas,
quando a situação na parte externa da CSN parecia ter se acalmado,
teve início uma verdadeira batalha campal dentro da siderúrgica, que
durou cerca de meia hora. Uma tropa do Batalhão de Choque, além de
policiais federais, comandados pelo Delegado Wellington, foram
mobilizados. Os tiros deixaram de ser de festim, mas não se tem, ainda
notícia de vítimas. Soldados do Exército dispararam vários projéteis
(de ar) dos carros Cascavel na direção dos manifestantes.” (‘’O GLOBO’’
- 20/11/1988).

Soldados do Exército
em posição de guerra,
no interior da Usina
Presidente Vargas.
Foto de Oscar Cabral,
publicada na Revista
Veja de 20/12/1988.

Grevistas chegaram a apedrejar soldados e a cada nova investida da tropa as luzes


eram cortadas. Um jeep do Exército foi arrastado pelos ativistas e chocou-se num vagão
de trem, verificando-se a existência de coquetéis “Molotov”. Um veículo da Rede Globo foi
destruído pelos grevistas.
O confronto destruiu parte do posto de gasolina “9 de Abril” e transformou a CSN e
a Vila Santa Cecília em uma praça de guerra.

Alkindar Costa
81
A intervenção de tropas militares foi pedida ao Executivo, pela CSN, pelo Ministério
da Indústria e Comércio, Ministério do Exército, pelo Presidente da CSN, Juvenal Osório
Gomes e pelo Juiz da Comarca de Volta Redonda, Dr. Moisés Cohen, que pretendia com
seu ato “evitar o confronto e permitir a retirada dos grevistas de dentro da Usina.”
Diante dos acontecimentos, o Presidente da República cogitou da convocação do
Conselho de Defesa Nacional.
No teatro de operações, o General José Luiz Lopes da Silva destacou que a presen-
ça do Exército no local, tinha por objetivo “restabelecer a ordem e assegurar a integridade
do patrimônio da Companhia”, e que a sua função era garantir a execução da liminar
concedida pelo Juiz Moisés Cohen, ao mandado de reintegração da posse encaminhado
pela CSN.
A decisão do Exército de ocupar a Companhia Siderúrgica Nacional, foi tomada de
comum acordo pelos Ministros-Chefes do Gabinete Militar, General Rubem Denys, e do
SNI, General Ivan Mendes, e pelo Ministro do Exército, General Leônidas Pires Gonçalves,
com a “aprovação do Presidente José Sarney”.
Durante o tumulto foi “detido o advogado do Sindicato, João Neri Campanário que
tentou forçar a entrada na empresa. Acabou com o terno de linho rasgado por uma
baioneta e só foi liberado às 4:30 horas de quarta-feira”.
“O Coronel Mota deu garantias ao Diretor do Sindicato dos Metalúrgicos,
Luiz Antônio Vieira Albano, de que ele poderia deixar o local de
ocupações e negociar. De fato, ele fez o que pôde para não quebrar sua
palavra. Evitou inclusive, que o oficial de justiça Vitorino de Jesus
entregasse a Albano uma citação. ‘Pelo amor de Deus, não faça isso.
Os soldados serão agredidos lá embaixo’, apelou um assessor jurídico
do Exército puxando o funcionário da justiça pelo braço. Se Albano
tivesse sido citado, não restaria ao Exército outra alternativa senão
prender o sindicalista”.
“Pedaços de ferro e de chumbo , pedras e até extintores vazios, contra
balas que eram de festim e acabaram sendo de verdade”, assim os
órgãos de informações anunciaram a batalha travada no interior da
Usina.
Enquanto o Exército ocupava as dependências da CSN, os trabalhadores fizeram
trincheiras na área de aciaria e a superintendência de lingotamento contínuo, dois prédios
interligados que formam um imenso conjunto, onde gigantescas caldeiras processam o
aço, bloqueando as passarelas com caçambas e tudo o que era possível. Municiaram-se
de pedaços de metais, entre eles grandes “tarugos” e até mesmo vergalhões, utilizando-
se, ainda, de garrafas com “tíner e óleo”, enquanto que a mão no registro de gás de
coqueria, que é venenoso, ficou preparada. Já havia a notícia de que três operários
estavam mortos e mais de 30 feridos.
Os operários contaram várias passagens em que disparos de fuzil e mesmo “do
canhão de um carro blindado”, eram claramente de festim (o do “canhão” produzia uma
espécie de halo luminoso). Depois, quando Exército e a Polícia Militar, com cerca de dois
mil homens, dissiparam com violência uma concentração à porta da empresa, as coisas
mudaram.
Isolados, os grevistas burlavam a vigilância do Exército estabelecendo um caminho
com o refeitório, de modo que foi passada aos entrincheirados da aciaria uma ração de

82 laranja, pão e leite.


Volta Redonda Ontem e Hoje
Sob o efeito de bombas de gás lacrimogêneo, lançados pelo Exército, os grevistas
levavam à boca um pedaço de pano embebido em água, para minorar os efeitos do gás,
enquanto que outros atiravam jatos de água com uma mangueira, nos soldados, para
impedir que lançassem a bomba e outros atirassem baldes de cal sobre os militares.
Em 10 de novembro o Centro de Comunicação Social do Exército divulga nota
oficial relatando os acontecimentos, onde o General de Brigada José Ary Lacombe,
destaca entre outras coisas:
“No cumprimento da ordem de desocupação e para defender-se da
violência das agressões, as tropas viram-se compelidas a enfrentar os
agressores de modo também violento.
As vítimas resultantes são, em verdade, vítimas daqueles que lideran-
do arruaceiros profissionais e insuflando trabalhadores urdiram e
executaram um plano em que o choque - por eles mesmos desejado e
provocado - é apenas uma fase. A próxima será, sem dúvida, a da
exploração dos acontecimentos com versões tendenciosas em que os
provocadores vão se apresentar como líderes trabalhistas que não são,
denunciando as violências que desejaram, planejaram e promoveram.
O episódio, dos mais lamentáveis, só poderia ser evitado se aqueles
que o provocaram tivessem buscando a consecução de seus
propósitos pela via democrática, pelo respeito à Lei e aos bens públicos”.

O movimento que assumiu proporções internacionais, já registrava:


Mortos:
- Carlos Augusto Barroso
- Walmir Freitas Monteiro - CSN
- William Fernandes Leite - FEM

Internados:
- José Otávio Fues - 27 anos - SEC
No Jornal “O DIA” - José Otávio Feres
- Helvécio Goulart Alves - 33 anos - CSN
No Jornal “O DIA” - Hervênio
- Dinaldo Andrade Bandeira - 40 anos - CSN
No Jornal “O DIA” - Divaldo
- Adilson de Oliveira Lanchein - 28 anos - CSN
- Eduardo Lacerda Silva - 18 anos - Militar
- Gladson Costa Souza - 21 anos - CSN
- Hamilton Rodrigues Carvalho - 30 anos - CSN
- André de Sá Antônio - 19 anos
- Cosmo Possidônio Nior da Silva - Militar

Alkindar Costa
83
Atendidos e liberados:

- Paulo Antônio Barbosa - FEM


- Luiz Carlos Costa Salamargo - CSN
No Jornal “O DIA” - Luiz Carlos Costa Solamarja
- Kleidisson Sá Silva Souza - Militar
- Marco Antônio Moreira Leal - PM
- Elias de Oliveira Souza
- Edson Luiz Gonçalves - CSN
- Marcos Robson Barbosa - ETPC (menor)
- Vicente Araújo Neves - CSN
- Paulo César Silvestre
- José Rodrigues Filho - FEM
- Jonias Vieira Duarte - REPOL
- Elson Silva Santos - PM
No Jornal “O DIA” - Elcio
- Nelson Oliveira Filho - CSN
No Jornal “O DIA” - Nelson Oliveira Silva
- Gerson Marques Fonseca - CSN
- Paulo César Campos - CSN
- Oswaldo Luiz Prado Ramos - Jornalista
- Joacyr Marques T. Filho
No Jornal “O DIA” - Joamir
- Antônio Silva Nascimento - CSN
- Pedro Paulo Souza Santos - CSN
- João Augustinho S. Júnior - FEM
- Francisco Magno Silva - CSN
No Jornal “O DIA” - Francisco Mansur Silva
- José Canuto Moreira - Aposentado
- José Braz de Souza - CSN
- Austri Alves Moreira - Menor
No Jornal “O DIA” - Austin
- Fernando José Guimarães - CSN
- Onésio A. da Silva
No Jornal “O DIA” - Onesil A. da Silva Ribeiro

84 Volta Redonda Ontem e Hoje


- Fernando Luiz Souza Ribeiro - CSN
- Oswaldo Luiz de Oliveira - CSN
- Maria Damasceno - (No Jornal “O DIA”)
- Jamil Ribeiro Duarte - (No Jornal “O DIA”)
- Gladstone da Silva - (No Jornal “O DIA”)
- Erik Oliveira Souza - (No Jornal “O DIA”)
- Edgard Luiz Gonçalves - (No Jornal “O DIA”)
FONTE: JORNAL “A FOLHA DA CIDADE” - 19/11/1988 - JORNAL “ O DIA”

Representações políticas e sindicais dos mais diversos pontos do país estampa-


vam nos jornais, opiniões sobre o movimento e o resultado do confronto entre grevistas,
polícia militar e Exército.
O Ministro da Justiça, Paulo Brossard, em cadeia nacional de rádio e televisão,
acusou os grevistas da CSN de terem promovido “uma verdadeira rebelião em nome
do direito de greve”, acrescentando existirem “setores extremados que andam à
cata de mortos para facilitar a sua ação anti-democrática, porque um cadáver é
importante elemento de combustão psicológica e social”, afirmando que existe um
plano para “lançar nas trevas o Brasil, mediante a paralisação do complexo elétrico
do País, com vistas à destruição progressiva da autoridade democrática”.
Processou-se a desocupação da aciaria da CSN pelos grevistas e a retirada das
tropas do Exército, mas a greve continuou.
O Juiz Eleitoral, Dr. Antônio Carlos dos Santos Bitencourt, demonstrou sua preocu-
pação em relação ao desenvolvimento normal do processo eleitoral. Os serviços no Fórum
foram paralisados, sendo suspensas as atividades e audiências marcadas, como garan-
tia, diante de ameaças de depredação e invasão pelos grevistas, ficando a segurança do
prédio sob a responsabilidade da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar.O Bispo
Diocesano de Volta Redonda, Dom Waldyr Calheiros de Novaes se pronuncia e declara:
“Malditas são as mãos que jogaram as três balas nos nossos irmãos.
Eles se foram, mas continuaremos lutando. A greve continua e o Exér-
cito recuará. Os operários estavam sitiados na aciaria, com fome e,
portanto, com vocação suicida. Eles não devem ser responsabilizados”.
Boatos de que a sede administrativa da CSN, no edifício Darke na Avenida 13 de
Maio, Rio de Janeiro, seria ocupada por manifestantes, redundou no reforço do policia-
mento no centro da Cidade.
A imprensa noticia que coquetéis “molotov”, armas improvisadas, barricadas com
cápsulas de acetileno, pedaços de ferro, pedras, fios eletrificados, tijolos refratários,
estiletes, bloqueio com máquinas pesadas, bolas refratárias com núcleo de aço e reves-
timento de concreto (que tem 20 centímetros de diâmetro e pesam 80 quilos cada uma),
lingotes de alumínio, combustível destinado às máquinas, demonstradores da temperatu-
ra de aço, que têm a forma de bastões e que foram reforçados com vergalhões para
serem usados como cassetetes ou serrados pelas pontas, para servirem como coque-
téis “molotov”, foram os caminhos seguidos pelos grevistas na luta travada.

Alkindar Costa
85
Um guindaste teve todo o óleo diesel vazado a fim de provocar uma explosão e um
trator foi empurrado contra um vagão de trem para bloquear as tropas.
Profundos conhecedores do local, auxiliados ou não por colegas de outras regiões,
os metalúrgicos tinham absoluto controle do prédio, denunciando que uma tentativa de
invasão pelos militares, representaria um verdadeiro massacre para ambos os lados.
“Uma empilhadeira, utilizada para o transporte interno de materiais, que
funcionaria como uma gigantesca bomba”, fora “estrategicamente dei-
xada com a ignição acionada junto a um peitoril, ao lado de um pátio
interno. De acordo com os peritos, bastaria um dos grevistas dar parti-
da na máquina e atirar um coquetel “molotov” junto ao querosene para
que ela caísse e explodisse sobre os militares”.
O Presidente do Superior Tribunal do Trabalho, Ministro Marcelo Pimentel, na
edição de 11 de novembro, por jornais declarou:
“Não tem jeito. Não vou julgar sob pressão dos grevistas”.
Por outro lado, o Governador Moreira Franco atribuiu à atuação do Conselho
Interministerial de Salários das Estatais, a responsabilidade pelos incidentes de Volta
Redonda.
O Prefeito Marino Clinger decretou luto por três dias, em razão da morte de três
metalúrgicos.
Em 10 de novembro, por volta das 08:00 horas, os grevistas deixaram a empresa e
meia hora depois, o General José Luiz Lopes da Silva anunciou que a missão do Exército
de manter a ordem estava cumprida e aguardaria apenas determinações do Comando
Militar do Leste para retirar os soldados das dependências da CSN.
No mercado financeiro, em São Paulo, o índice Bovespa fechou em queda de 3,1%
e no Rio a desvalorização foi de 2,3% na média e 1,3% no fechamento.
Na CSN, negociações haviam sido feitas entre o General José Luiz Lopes da Silva,
comandante das forças de intervenção do Exército e o Presidente licenciado do Sindicato
dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Juarez Antunes, levaram ao acordo pelo qual os
operários se retirariam em troca do fim da ação repressiva.
No Rio de Janeiro, o Governador Moreira Franco procurou intermediar as negocia-
ções entre os metalúrgicos da CSN e o Governo Federal para a retirada das tropas do
Exército em Volta Redonda, reunindo-se com o presidente da Central Única dos Traba-
lhadores (CUT), Jair Meneguelli, sindicalistas e políticos, que lhe pediram para intervir
junto às autoridades.
O Governador manteve contatos com o Ministro-Chefe do SNI, Ivan de Souza Men-
des, o presidente da Companhia, Juvenal Osório e o Chefe do Comando Militar do Leste,
General Wilberto Lima.
Na madrugada do dia 10, em uma sala no Hotel Bela Vista se reuniram o Bispo
Diocesano, Dom Waldyr Calheiros de Novaes, o Presidente licenciado do Sindicato dos
Metalúrgicos de Volta Redonda, Deputado Federal Juarez Antunes, o Prefeito da Cidade
do Aço, Marino Clinger Toledo Netto, o Presidente da CSN, Juvenal Osório, o Deputado
Federal Edmilson Martins e o General José Luiz Lopes da Silva, procurando resolver o
problemas do conflito entre grevistas e militares.
O General se mantinha irredutível na proposta de só retirar as tropas das ruas se os

86 grevistas abandonassem a CSN, deixando apenas os operários dos setores essenciais.


Volta Redonda Ontem e Hoje
Em duas horas de reunião nada sendo resolvido, os metalúrgicos foram para a
sede do sindicato da categoria, onde se encontravam dirigentes dos metalúrgicos de São
Paulo, telefônicos de Minas Gerais, bancários do Rio, etc.
Nova reunião foi feita e às 06:00 horas, saía a decisão dos trabalhadores: um
comando percorreria o Município mobilizando moradores para acompanhar o velório dos
operários mortos; um outro grupo promoveria manifestações de solidariedade em outros
Estados e, por fim, entregar a CSN para os militares, desocupando todos os setores da
Companhia.
Por volta das três da manhã, o presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos
foi detido e algemado por policiais federais, quando chegava ao Hospital da CSN, levando
o metalúrgico ferido, Gladson Costa Souza.
Já em 12 de novembro prosseguiam os trabalhos de abafamento nos altos-fornos 2
e 3, objetivando evitar a queda de temperatura. Engenheiros advertiam que depois de 10
dias, em sistema de abafamento, a temperatura poderia cair abruptamente na zona de
combustão dos altos-fornos e solidificar o gusa dentro do equipamento. Neste caso o
único jeito seria destruir o alto-forno e montar outro no local, ao preço de aproximadamen-
te US$ 100 milhões.
O Sindicato dos Engenheiros, em nota divulgada em 11 de novembro desmentiu
que equipamentos vitais e sistemas de controle de computação da CSN teriam sido
danificados pelos grevistas que ficaram sitiados na aciaria da empresa. “O respeito ao
patrimônio da CSN durante a greve foi de tal ordem que até os escritórios dos
gerentes permaneceram intactos”, diz a nota.
A movimentação dos metalúrgicos passou a ser atendida em frente à Prefeitura,
local escolhido para a vigília e as assembléias da categoria, enquanto que a vida da
cidade retornou a uma aparente normalidade.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar continuou de prontidão em torno do prédio
da administração da Siderúrgica.
Em 12 de novembro o jornal “O Dia” publica nota do Sindicato dos Metalúrgicos de
Volta Redonda, onde destaca em certo ponto:
“Não nos intimidamos. Nem mesmo o fuzil e a baioneta, nem mesmo a
aberta provocação consumada na violenta agressão perpetrada contra
o Povo de Volta Redonda foi capaz de nos fazer recuar na defesa de
nossos direitos. A greve de Volta Redonda é um fato nacional. Do seu
lado estão aqueles que defendem a democracia e os direitos dos
trabalhadores. Contra, estão os golpistas, os fascistas e os assassinos
de operários. Cabe a cada cidadão brasileiro tomar a sua posição”.

Também em 12 de novembro os jornais anunciam que o Sindicato apresentaria


relação de desaparecidos: Oswaldo Gomes Alves, Maurício Prata, José Carlos dos
Santos, Sebastião Francisco Teixeira, Paulo de Oliveira, Jorge Gonçalves de Oliveira (no
JB denominado Walter) na relação do Jornal “O Dia” e José Francisco Almeida, Paulo
Roberto Ferreira, José Geraldo da Silva e Richard Nunes, acrescentados na relação do
Jornal do Brasil, e ambos destacando dois trabalhadores, identificados por seus
companheiros de trabalho como Marcelo Dias e Olivar.
Nos meios militares circulou a notícia de 20 soldados feridos.

Alkindar Costa
87
Em declaração ao Jornal “O Dia”, o Juiz Moisés Cohen que no primeiro dia de
ocupação da CSN pelos metalúrgicos, concedeu uma liminar de manutenção de posse à
Empresa, destacou que o oficial de Justiça que foi no dia seguinte à Siderúrgica intimar
os grevistas a se retirarem, constatou que o número de policiais que o acompanharam
era insuficiente. Ao tomar conhecimento do fato, o Juiz procurou o Comandante da 6ª
Companhia Independente da Polícia Militar, sediada em Volta Redonda, que disse só
possuir 12 soldados. Com isto resolveu ele pedir reforço ao Exército e destacou:
“Eu não poderia permitir que o poder Judiciário deixasse de ter uma
decisão cumprida”.

Enfatizou que, se o direito ao poder de justiça fosse negado, o próprio povo ficaria
desassistido e sem segurança.
Por volta das 11:00 horas de 12 de novembro, aproximadamente 100 mulheres
realizaram uma passeata pelo centro da Cidade, em protesto contra a violência
registrada nos conflitos entre metalúrgicos e soldados do Exército.
O Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro
(CREMERJ), Laert Andrade Vaz de Melo, visitou três operários internados no Hospital da
CSN e demonstrou sua preocupação diante da situação de Elvécio Goulart Alves,
baleado na mão direita e ameaçado, segundo o médico, de perder os movimentos; Dinaldo
Andrade Bandeira, com traumatismo no olho esquerdo e afundamento do crânio; e Adilson
de Oliveira Lancheim, com um tiro no fêmur da perna esquerda e submetido a duas
cirurgias, ficando a possibilidade de sofrer atrofia.
Os engenheiros que trabalhavam na CSN foram os mais ameaçados pelo coman-
do de greve dos operários. O Jornal “O Globo” publica declarações atribuídas a um dos
líderes do movimento, nos seguintes termos:
“Cuidado. Nós não estamos pensando em violência. Mas aqueles que
pedem proteção para suas casas e vêm trabalhar, como alguns
engenheiros da Companhia, devem tomar suas precauções. Podem ter
proteção em suas casas mas vão precisar dela na hora de fazer compras
no supermercado ou na hora de levar seus filhos ao colégio. É preciso
que pensem nisso. Cuidado”.

Juarez Antunes declarava-se confiante na vitória de sua candidatura a Prefeito de


Volta Redonda.
Em 13 de novembro, Gleidson Costa de Souza, 22 anos, mecânico da
Superintendência de Manutenção da Laminação a Frio e há 4 anos trabalhando na CSN,
descreve para o Jornal “O Dia”, como ocorreu o movimento de tomada da Usina, pelos
metalúrgicos e pelos militares.
O Sindicato dos Metalúrgicos já apregoava o seu desejo que o conflito verificado
fosse julgado pela ONU e a OAB e o Conselho Regional de Medicina declaravam que
abririam processos para apurar as responsabilidades do General José Luiz Lopes da
Silva, como responsável pela morte dos operários.
No inquérito aberto pela Divisão da Polícia Federal de Nova Iguaçu (nº 120/88),
presidido pelo Delegado Laior Pina Severino para apurar a invasão da CSN, figuraram os
nomes de 13 manifestantes, com possibilidades de serem indiciados por crime contra a
88 Volta Redonda Ontem e Hoje
organização do trabalho, sendo a listagem encabeçada pelo Deputado Federal José Juarez
Antunes, seguindo-se Marcelo Felício, Wagner Barcelos de Souza, Ronaldo Barbosa da
Silva, Miguel Agostinho Manoel, Mauro de Oliveira Marques, Vanderley Barcelos de
Souza, Edimar Lima Pereira, Isaque Fonseca, Maurício Nogueira Barros, João Neri
Campanário, Geraldo Pedrosa e Octacílio José Cerqueira.
Paralelamente, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) informava estar
preparando dossiê sobre o conflito, no qual seriam ouvidos não só os operários que se
encontravam no interior da aciaria, mas também dos feridos, familiares dos trabalhadores
mortos e as autoridades da Cidade.
O Diretor de Operações da CSN, Francisco Ari Souto informou que o Alto Forno nº
1 ficaria irremediavelmente perdido se não voltasse a operar nos próximos dias.
Reconstruí-lo exigiria cerca de US$ 70 milhões e para recuperar o nº 3, o mais novo,
seriam necessários US$ 100 milhões, caso fosse mantido abafado por mais uma semana.
O Sindicato liberou uma equipe de 176 operários por turno de 12 horas para manter
em funcionamento os equipamentos essenciais que não foram afetados - o alto-forno nº
2 e a coqueria. “Apesar do passe livre dado pelo Sindicato, a primeira turma não entrou
completa para render os que estavam trabalhando há mais de 50 horas sem folga”.
Tropas do Exército continuavam no interior da Usina.
O Jornal “O GLOBO” anunciava: “uma corrente dentro do Sindicato, no
entanto, joga com a estratégia de manter a paralisação até quarta-feira, um dia
após a eleição municipal, por entender que a greve traz dividendos políticos para
Juarez Antunes, que lidera as pesquisas na disputa pela Prefeitura de Volta
Redonda”.
O Presidente da República examina projetos que restringem o exercício da greve
nas atividades consideradas essenciais e nos serviços públicos. Surgem os
comentários de privatização da CSN.
Em 14 de novembro, já com uma semana de paralisação, o Sindicato dos
Metalúrgicos divulga nota na qual recusa a contra-proposta da empresa e o movimento
continua.
A imprensa noticia que o “diário americano Herald Internacional Tribune do
último dia 11 ocupou quase a metade de sua primeira página com foto e texto
sobre a intervenção do Exército Brasileiro na greve da CSN, em Volta Redonda”.
O Presidente da CSN anuncia que o prejuízo em razão da paralisação, já se
situava na ordem de US$ 35 milhões, por ter deixado de produzir 90 mil toneladas de aço.
O Jornal “O DIA” anuncia que Luciene Brandão Monteiro compareceu ao Sindicato
para denunciar haver sido procurada por um assistente social da CSN para pedir que ela
não assinasse nada no Sindicato ou desse entrevistas. “Com isto, segundo ela, a viú-
va receberia uma pensão como se seu marido tivesse falecido em um acidente de
trabalho”.
O movimento já havia registrado o falecimento de Carlos Augusto Barroso, Walmir
Freitas Monteiro e William Fernandes Leite.
Em 15 de novembro a direção da CSN anuncia o projeto de recrutar trabalhadores
de fora de seus quadros para garantir o funcionamento das unidades paradas, enquanto
que o Ministro da Indústria e Comércio, Roberto Cardoso Alves informa que o Governo
demitiria os funcionários em greve.

Alkindar Costa
89
O Governo Federal anuncia, ainda, estudos para desativação da CSN, reunindo em
15 de novembro os principais assessores.
O Secretário Estadual de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Hélio Saboya, no
dia anterior, visitou Volta Redonda e garantiu que as eleições municipais seriam
realizadas em clima de tranqüilidade.
Assembléia Geral em 16 de novembro faz opção pela continuação do movimento.
“Enquanto os metalúrgicos paralisados ocupavam ruas e praças de Volta
Redonda, mantendo-se em sua maioria do lado de fora da CSN, um mil
e cem militares transformaram o lado de dentro da Usina em um verda-
deiro quartel. Eram Regimentos de Infantaria, abrigando a oito dias, cinco
companhias de fuzileiros, duas companhias do 2º BIP e um esquadrão
de cavalaria motorizado, comandados pelo Coronel Carlos Eduardo
Jansen”.
Em 17 de novembro, oitenta e cinco trabalhadores, entre mecânicos, maçariqueiros,
soldadores, canaleiros e chefes de equipe, ofereceram-se como voluntários para
recuperar o alto-forno nº 1 da CSN. No dia anterior, uma comissão formada por técnicos
da siderúrgica e representantes dos Sindicatos dos Engenheiros e Metalúrgicos de Volta
Redonda esteve na Usina para examinar o estado dos equipamentos, concluindo que o
Alto-Forno nº 1 corria o risco de esfriar nos próximos dias, passando a ficar fora de
atividade por três meses.
Em 18 de novembro o Engenheiro Ari Souto, diretor de Operações da CSN
informava que o resfriamento causado pelo longo abafamento no alto-forno nº 1, havia
causado trincas que, chegavam a 25 metros e que uma delas atingiu a largura de 20
centímetros e que tais trincas chegaram a couraça externa de aço do forno.
Em 19 de novembro o Jornal “A Folha de Volta Redonda” destaca que “o Coman-
dante da 1ª Brigada de Infantaria Motorizado, General José Luiz da Silva, disse
que “foram usadas táticas de guerrilha urbana por ativistas sindicais da Usina”.
Na entrevista coletiva que concedeu à imprensa, ele disse que o Sindicato dos
Metalúrgicos está “com profissionais especialistas em guerrilha, com formação e
grande competência nesta área.” O General disse que as estratégias utilizadas pelos
grevistas que resistiram à entrada do Exército na Usina foram cuidadosamente
coordenadas: “Eles avançavam, recuavam e depois um grupo atacava pela
retaguarda. Estavam bem instruídos. Para saber usar um coquetel “molotov” (bomba
incendiária) tem que ter instrução”, disse o General. Foi destacado também pela
autoridade que o Exército encontrou, após os confrontos, vários cartuchos já disparados
de balas calibres 765, além de cartuchos de fulminato (um tipo de bala que causa
queimaduras). “Isto são grevistas ou guerrilheiros?” disparou o General.
O mesmo jornal enumera oito exemplos de excessos na greve: “Utilização de
pedaços de madeira e vergalhões como arma (informação do Exército e de Sindicalistas);
utilização de coquetéis “molotov” (garrafas com gasolina e uma bucha que serve de
estopim) que incendiaram um caminhão do Exército (informação do Exército); utilização
de armas calibre 22 com cartuchos de fulminato, substância que não mata, mas produz
queimaduras (informação do Exército); abalroamento de um veículo do Exército por um
vagão torpedo, empurrado por ativistas dentro da Usina (informação do Exército e
confirmada pelo presidente licenciado do Sindicato); ataques com pedras aos soldados
do Exército e da PM nas ruas da Vila Santa Cecília (Obs.: neste caso os manifestantes
não eram metalúrgicos. Eram homens que usavam bermuda e trajavam camiseta ou
90 Volta Redonda Ontem e Hoje
estavam sem camisa) - (informação presenciada pela Imprensa); quebra, com pedras,
das vidraças da CBS, do Escritório Central, do Banco Real, do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica, além de outras lojas na Vila (Obs.: no caso anterior, não eram
metalúrgicos - informação presenciada pela Imprensa); ferimentos em cerca de mais de
dez soldados.
O Jornal apresenta, também, oito exemplos de excessos na repressão: “utilização
de armamentos de guerra em uma operação de greve, desde fuzis até tanque Urutu, e
ataques à bala na USINA (informação presenciada pela Imprensa); quebra de vidraça do
Clube dos Funcionários (informação presenciada pela Imprensa); lançamento
indiscriminado de bombas de gás-lacrimogêneo no Centro da Cidade (informação
presenciada pela Imprensa); distribuição de cacetadas, na Vila, sem distinção de idade
ou sexo (informação presenciada pela Imprensa); soldados espalhados por toda a Vila
Santa Cecília, criando um clima de terror (informação presenciada pela Imprensa);
depredação de uma carro da CUT e de um candidato a Vereador (informação do Sindicato);
ferimento em cerca de 40 metalúrgicos, três vítimas fatais”.
Mais de 80 operários, em 36 horas de trabalho, em turnos de até 11 horas,
conseguiram manter em operação o Alto Forno nº 1 da CSN e a primeira corrida (saída do
gusa através do furo na base do forno, forçada por uma injeção de ar quente) aconteceu
às 08:10 horas de 19/11.
O Sindicato dos Metalúrgicos anunciou a confecção de diploma para os trabalhado-
res que, “voluntariamente, se revezaram em turnos de mais de 80 pessoas, alguns de
mais de doze horas de trabalho, para salvar o alto-forno. No diploma seria escrito: “Eu
ajudei a salvar o alto-forno nº 1 da CSN”.
Foi anunciado o salvamento do Alto-Forno nº 3, em um trabalho desenvolvido por 46
operários divididos em dois turnos de 12 horas, iniciado em 19/11 por volta das 16:30
horas e concluído às 08:10 horas de 20/11. A primeira corrida de gusa se deu às 14:30
horas.
A principal decisão da única assembléia dos grevistas da CSN, em 20/11, às 16:00
horas, foi a de um abraço à usina, tendo a medida se completado a partir das 18:00 horas
de 21/11. O cordão humano em torno da Usina Siderúrgica Presidente Vargas, com cerca
de 12 mil pessoas se fechou.
A manifestação foi promovida pela Frente Popular e Sindical do Município, que
reuniu associações de moradores, sindicatos e entidades populares, contando com a
participação de operários, velhos, mulheres, crianças, trabalhadores de outras
categorias e comerciantes. Em 22/11 a decisão da continuação da greve. O Sindicato
dos Metalúrgicos programou para 28/11 o Show “Volta por Cima”, com a participação de
Fagner, Elba Ramalho, Jards Macalé, Carlos Eduardo Dolabela, Lúcia Alves e Lídia Brondi.
O sindicalista e Prefeito eleito de Volta Redonda, Juarez Antunes faz um discurso
apaziguador, na Assembléia Geral. “Ele não atacou a empresa nem o governo e
também pela primeira vez não puxou o coro de “greve, greve” nem usou a frase
“a greve continua”, com a qual costumava pontuar seus discursos”. Todavia o
movimento continuou.
Em 23 de novembro de 1988 “depois de 17 dias de greve, três operários mortos em
conflitos com o Exército e um prejuízo de Cz$ 34,6 bilhões, a CSN voltou a funcionar às
16:00 horas. Os trabalhadores decidiram o fim do movimento em assembléia pela
manhã, aceitando a proposta da empresa, que “significaria” mais 15% sobre a “folha de
pagamento”.

Alkindar Costa
91
Cerca de 7 mil trabalhadores decidiram, quase por unanimidade, chegaram a 30 os
que votaram contra, aceitar a proposta patronal, defendida pelo Sindicato dos Metalúrgicos.
Para o retorno ao trabalho os grevistas impuseram como condição que saíssem da
Usina as tropas do Exército comandadas pelo General José Luiz Lopes da Silva, assim
como os policiais militares e federais, antes da entrada dos trabalhadores no turno das
16:00 horas.
O Exército começou a deixar a Usina exatamente às 13:40 “quando uma Veraneio
cheia de oficiais cruzou os portões da entrada leste da empresa, no bairro Jardim Paraíba.
A seguir passaram 71 veículos, entre caminhões, jeeps, ambulâncias e camionetas, além
de oito tanques. Às 13:45 horas o último veículo deixou a empresa”. A Veraneio tinha a
placa AS-1660.
O Juiz Moisés Cohen, que expediu o mandado que resultou na ocupação da Usina
pelas tropas, declarou não haver impedimento burocrático para a desocupação.
O comboio dividiu-se em dois - os blindados seguiram para Valença, com alguns
veículos e o resto tomou a direção de Barra Mansa.
A revista “VEJA”, de 30 de novembro de 1988, observa:
“Dias depois de o Ministério do Exército divulgar uma nota oficial infor-
mando que os grevistas empregavam táticas de guerrilha urbana, os
metalúrgicos voltaram ao trabalho com o bolso cheio de dinheiro. Em
média, eles conseguiram aumentos de 85% em seus vencimentos - hou-
ve gente que até dobrou seu salário. Uma outra vitória foi a readmissão
de 117 trabalhadores que haviam sido despedidos em greves anterio-
res”.

Um ano depois, o “JORNAL DO BRASIL”, edição de 29/10/1989 publica uma repor-


tagem de Roni Lima, relembrando os acontecimentos.
A Diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda, encomendou um vídeo “Volta Redon-
da, Memorial da Greve” que foi dirigido por Eduardo Coutinho e Sérgio Goldenberg, con-
tando a história do Município e a luta dos operários da Usina.
O lançamento se deu no Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, no Museu
da Imagem e do Som de São Paulo e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
O órgão de informação noticia que Adilson Lanchein, 29 anos, havia sofrido a tercei-
ra cirurgia para tentar recuperar o movimento de perna direita; Helvécio Goulart Alves, 34
anos, perdeu toda a articulação do punho direito, atingido por um tiro; Evaldo Pontes da
Silva, 39 anos, relembrou ter ficado três horas escondido em sua área de trabalho, no
escuro, para não ser localizado e Marcelo Galdino Gomes, descreveu a sensação senti-
da quando se viu diante de um dos grevistas, o seu próprio pai, o metalúrgico Carlos
Galdino Gomes, de 44 anos. Marcelo era um dos soldados do 22º Batalhão de Infantaria
Motorizado, tendo destacado que “o temido confronto não ocorreu”.
O anjo da guarda de Marcelo Galdino foi o Coronel Mota, que comandava os solda-
dos do Batalhão. “Ele ficou o tempo todo segurando a gente. Dizia que estávamos
ali para defender um patrimônio público, mas que tínhamos que lembrar que todos
éramos irmãos”.
E Marcelo concluiu sua entrevista declarando, depois de destacar que nenhum tiro

92 foi disparado pelo 22º BIMTz e sim pela 1ª Brigada de Infantaria Motorizada de Petrópolis,
Volta Redonda Ontem e Hoje
mesmo diante dos pedaços de ferro e pedras jogados por grevistas nos soldados de
Barros:
“Chegaram a jogar cal virgem na minha cara, mas mesmo assim não
reagimos”.
E ficou ainda a afirmativa de que os agressores não eram parentes dos soldados:
“Era um pessoal de fora, que nunca vi na Usina”.
A edição nº 1.101 do jornal “OPÇÃO” de outubro de 1989, informa em sua página
número 15:
“O promotor Nilo Caio Lamarão Branta apresentou ao Juiz da 1ª Vara
Criminal, José Nilo Ferreira, a íntegra do processo que apurou a inva-
são do Exército à CSN no dia 9 de novembro de 1988, em uma ação que
visava desocupar a empresa, que estava ocupada por metalúrgicos em
greve. O promotor, no processo, pede a citação do general José Luiz
Lopes que comandou a operação”.

O Juiz, que tinha prazos para aceitar ou não a denúncia do promotor, acentuou
também que o processo era extenso e complexo (possuia dois grandes volumes) e teria
que ser estudado com profundidade. O promotor que presidiu o inquérito judicial, Nilo
Caio, atuou na 1ª Vara Criminal de Volta Redonda até dois meses, quando foi transferido
para a 20ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
O mesmo jornal, em sua edição 1.119, de março de 1990, informa em sua página
14 que “o Juiz da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda, José Nilo Ferreira, rejeitou na quinta-
feira, dia 22 a denúncia feita pelo promotor Nilo Caio contra o General de Brigada José
Luiz Lopes da Silva. O Promotor acusou o General de abuso de autoridade e violência
arbitrária no episódio de desocupação da Usina Presidente Vargas, em 9 de Novembro de
1988, quando grevistas da CSN e soldados do Exército se confrontaram e três metalúrgicos
morreram com tiros disparados e atribuídos aos militares. A denúncia do promotor,
todavia, não se referia ao assassinato nem à desocupação da Usina em si (neste caso o
julgamento seria através da Justiça Militar). Ele denunciou o general por causa das
manobras que ocorreram nas ruas da Vila Santa Cecília precedendo a invasão, quando o
Exército investiu contra os civis que estavam nas ruas. Para o promotor o fato caracterizou
a violência arbitrária e o abuso de autoridade quando do cumprimento da ordem judicial
de evacuar a Usina.
Na sua decisão de rejeitar a denúncia o Juiz José Nilo destacou que havia
resistência para a entrada do Exército na Usina, “tanto que o oficial de Justiça
encarregado da diligência inicialmente, com o pequeno contingente da polícia
estadual, mostrou-se incapaz para executar a ordem”. Estava claro, segundo o Juiz,
que não seria fácil aos militares atingir a área da usina, “pois se o fossem os próprios
oficiais de Justiça teriam desempenhado seu mister.”
O Juiz, neste caso, questiona o Promotor por este não ter ouvido os policiais
militares e o oficial de justiça, “sendo certo que tais depoimentos seriam da mais alta
relevância, pois trariam subsídios esclarecedores para o fato que ensejou a requisição de
forças federais.” O Juiz considerou a denúncia do promotor “precipitada” por não conter
“um átimo de prova sequer”.
Além disso, ele afirma que o General José Luiz Lopes, que comandou a operação,
não podia ser responsabilizado por tudo o que tenha ocorrido:
Alkindar Costa
93
“- Se algum militar, dentro daquele clima de incontestável tensão,
extrapolou os limites de sua ação, há de ser responsabilizado, sob o
ponto de vista penal, individualmente, não podendo, por isso, o coman-
dante das tropas responder por atos de seus subordinados”.
Na denúncia o promotor frisa a inexistência de armas em poder dos grevistas, mas
o Juiz contesta afirmando que nada, “absolutamente nada”, foi feito para averiguar esta
declaração e salienta que “o soldado num campo de batalha não pode levar consigo
uma balancinha de ourives para medir a extensão dos seus atos, sob pena de ser
considerado negligente e omisso”. O Juiz também cobra, do promotor, o fato de não
ter sido tomada nenhuma providência, com relação a outros inquéritos sobre o mesmo
acontecimento (há inquéritos em que grevistas são acusados de terem provocado os
militares inicialmente instalados na Usina).
Mas a decisão do Juiz José Nilo também faz uma crítica contundente ao fato do
Exército não ter permitido que nenhum dos militares envolvidos na operação de 9 de
novembro fosse ouvido pela Justiça comum. Ele disse que não concordava com o fato do
Ministro do Exército ter dito que os militares não seriam instados a depor em qualquer
inquérito policial, “já que acima de tudo estão as instituições legalmente constituídas”.
Basicamente, o Juiz disse, no processo, que “rejeitava a denúncia por falta de provas.”

CSN - UMA GREVE COM TRÊS MORTES

Os órgãos de divulgação do dia 10 de novembro de 1988 noticiavam “Exército e


grevistas se enfrentam em Volta Redonda”, referindo-se ao movimento coordenado pelo
Sindicato dos Metalúrgicos na noite anterior.
Tropas militares atendendo a determinações oficiais, apresentaram-se na Usina
com o objetivo de fazer cumprir a liminar concedida pelo Juiz Moisés Cohen, ao mandado
de reintegração de posse encaminhado pela CSN.

“A decisão do Exército de ocupar a Companhia Siderúrgica Nacional,


em Volta Redonda, foi tomada de comum acordo pelos Ministros-Che-
fes do Gabinete Militar, General Rubem Denys, e do SNI, General Ivan
Mendes e pelo Ministro do Exército, General Leônidas Pires Gonçal-
ves, com a “aprovação” do Presidente José Sarney. Ao dar a informa-
ção, um assessor do Presidente da República explicou que, em qual-
quer greve que venha a prejudicar um serviço essencial ao país, como
o de Volta Redonda, o Exército será acionado. De acordo com o mesmo
assessor, o governo, com a medida tomada na Siderúrgica, espera que
haja um retrocesso nos movimentos grevistas previstos para este ano
em setores essenciais”. As considerações emitidas pelo “JORNAL DO
BRASIL”, na quinta-feira, de 10/11/1988 descrevia o início de um processo
com um resultado até então fora de cogitação - a existência de mortes.

94 Volta Redonda Ontem e Hoje


Perdidos no meio da multidão, feridos sucumbiram William Fernandes Leite, 22
anos; Walmir Freitas Monteiro, 27 anos e Carlos Augusto Barroso o “Guto”, 19 anos.
O conflito iniciado por volta das 19:15 horas de 09/11/1988, deu sinais de retorno à
calma a partir das 23:00 horas.
Essa é a
consequência
daqueles que não
querem bons
resultados.
Sobre a pedra
fria do mármore,
Barroso (19anos),
Walmir (27anos)
e Willian (22anos).
Quase sempre,
quem comanda o grito
de “A praça é nossa”
está diante de um
microfone e a
1 km de distância
do alcance das balas.
Foto de
Zulmair Rocha,
O Dia - 10/11/1988

Já a 00:00 hora desenvolvia-se reunião entre o comandante das operações milita-


res contra os ocupantes da Usina, com a participação do General José Luiz Lopes da
Silva, o Presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Juvenal Osório Gomes, o Prefei-
to Marino Clinger, o Coronel Motta, do 22º BIMtz, o presidente licenciado do Sindicato dos
Metalúrgicos de Volta Redonda, Deputado Juarez Antunes, um diretor do Sindicato, Luiz
Albano e o Bispo Waldyr Calheiros. Trinta e cinco minutos depois fica acertado que o
Exército não tentaria desocupar a aciaria durante a madrugada e, em contrapartida, os
operários não hostilizariam os soldados e que pela manhã abandonariam a aciaria. Às
06:10 horas, Juarez Antunes procura convencer os grevistas que a partir das 08:10 ho-
ras, encapuzados, de mãos dadas e erguidas, iniciem a retirada.
A Assembléia realizada às 08:40 horas aprova a continuação da greve, “agora do
lado de fora” e o deslocamento para a Praça Sávio Gama, em frente à Prefeitura, onde
permaneceriam em concentração permanente.
Às 09:30 horas nova Assembléia em frente à Prefeitura para decidir onde seriam
velados os corpos dos três mortos, com decisão de que o velório seria na mesma praça,
decisão esta alterada mais tarde a pedido dos familiares dos desaparecidos.
Às 10:00 horas, a deputada Jandira Feghali (PC do B), Godofredo Pinto (PSB) e
Wlademir Palmeira (PT) discursam em apoio ao movimento.
O deslocamento de tropas militares pela Avenida Lucas Evangelista de Oliveira
(Exército e Polícia Militar) quase transforma a Praça Sávio Gama em área de guerra.
Os seis caminhões da 1ª Brigada de Infantaria Motorizado do Exército (Petrópolis)
seguiam em direção ao bairro Retiro, quando na altura da praça foram recebidos pelos

Alkindar Costa
95
grevistas. Idêntica medida foi adotada por volta das 10:40 horas, na passagem de mais
três carros do Exército.
Às 10:45 horas um comboio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, no mesmo
local, os grevistas partiram para cima dos três caminhões e dos micro-ônibus que esta-
vam sendo escoltados por quatro batedores, com pedras e pedaços de pau, obrigando a
uma ação imediata do comando de greve.
Às 11:30 horas foi anunciada a decretação de luto oficial pelo Prefeito Marino Clinger,
por três dias, em razão das disposições do Decreto nº 2.873 de 10/11/1988.
À tarde, centenas de motociclistas, buzinando, abriram a passeata de aproximada-
mente 30 mil pessoas, entre grevistas e outros habitantes da Cidade, partindo da Praça
Sávio Gama, em frente à Prefeitura com destino ao Cemitério Bom Jardim, para o sepul-
tamento do corpo do operário Walmir Freitas Monteiro, morto com um tiro no pulmão, no
pátio da CSN, durante o confronto com policiais, soldados do Exército e grevistas.
O laudo cadavérico definia a morte como um homicídio, com hemorragia aguda e
um ferimento transfixiante no pulmão direito, provocado por um projétil de arma de fogo.
Liderando a passeata o ecologista Fernando Gabeira, o Presidente do Sindicato
dos Bancários do Rio, Ciro Garcia; o Presidente da CUT, Jair Meneguelli; o Presidente do
Sindicato dos Ferroviários do Rio, Carlos Augusto Santana; o Presidente licenciado do
Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Deputado Federal (PDT) Juarez Antunes e
a Deputada Federal Benedita da Silva (PT/RJ). O caixão estava coberto com as bandei-
ras da CUT e da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Sindicato dos Metalúrgicos.
Preocupada em não passar em frente ao quartel da Companhia do 10º Batalhão de
Polícia Militar, a diretoria do Sindicato modificou o percurso da passeata que percorreu
cerca de sete quilômetros.
Todo o percurso foi feito em silêncio, interrompido apenas por palmas e por apelos
dos sindicalistas para que ninguém aceitasse provocações.
Já no Cemitério Bom Jardim, o corpo foi encomendado pelo Bispo Dom Waldyr
Calheiros de Novaes e os Padres Bernardo, Luciano, Jorge e Arlindo, oficiando a missa
em frente à Capela.
A família do metalúrgico morto mal teve espaço para ver pela última vez o corpo,
enterrado na aléia 23, sepultura 47, após às 18:00 horas.
Por volta das 17:00 horas um helicóptero da TV Globo sobrevoou o local.
O corpo de William Fernandes Leite, outro metalúrgico morto em conseqüência do
movimento, foi trasladado para Muriaé (MG), onde foi sepultado no Cemitério São Paulo,
às 09:00 horas de 11/11/1988.
Durante o sepultamento de Walmir, o Bispo Dom Waldyr Calheiros anunciou a iden-
tificação do 3º morto - Carlos Augusto Barroso.
Após mais de 20 horas de velório, às 10:40 horas do dia 11/11/88, no Cemitério
Bom Jardim, em Volta Redonda, foi sepultado Carlos Augusto Barroso. O Bispo Dom
Waldyr Calheiros de Novaes celebrou a missa campal frente à capela mortuária.
Segundo o legista Dilson Lima, Barroso fora morto em conseqüência de um
traumatismo crânio-encefálico, de causa ignorada.
O caixão de Barroso foi coberto com a bandeira do Humaitá Futebol Clube, do qual

96 o pai de Carlos era um dos diretores.

Volta Redonda Ontem e Hoje


No dia 13/11, o Sindicato dos Metalúrgicos denunciou o desaparecimento “dos uni-
formes usados pelos operários William Fernandes e Carlos Augusto Barroso na noite em
que foram mortos” e que estavam no carro de seu diretor Luiz Albano Vieira, roubado por
volta das 03:00 horas e encontrado pela Polícia, seis horas depois.
O advogado do Sindicato, João Campanário, complementou que o roubo ocorreu
cerca de uma hora após a tentativa de arrombamento da casa do sindicalista Wanderley
Barcelos e que as roupas seriam mostradas por ocasião da missa campal programada
para a tarde do mesmo dia.
Às 16:30 horas começaram a chegar as caravanas à Praça Brasil para a realiza-
ção da missa campal e que reuniu mais de 20 mil pessoas, organizada pela Diocese de
Volta Redonda e pelo Sindicato dos Metalúrgicos, contando com a participação dos Bis-
pos Dom Waldyr Calheiros de Novaes (anfitrião); Dom Mauro Morelli (Duque de Caxias);
Dom Adriano Hipólito (Nova Iguaçu); Dom Vital Wilderink (Itaguaí) e Dom Amauri Casta-
nho (Valença).
Uma cruz com quatro metros de altura foi fincada no coreto, ornada com um unifor-
me de um dos metalúrgicos mortos.

A GREVE MAIS RÁPIDA DA HISTÓRIA DE VOLTA REDONDA

O jornal “A Folha da Cidade”, edição nº 197, de 11 a 18 de novembro de 1989,


publicou um interessante comentário sobre a mais rápida greve da história de Volta Re-
donda.
Tal publicação tem o seguinte texto:
“Terminou a greve mais rápida da história do movimento sindical de
Volta Redonda. Os 10 mil operários da Construção Civil que prestam
trabalho às empreiteiras contratadas pela CSN entraram em greve, na
segunda-feira, dia 6 e cerca de 12 horas depois conseguiram suas rei-
vindicações e o movimento terminou. A reivindicação dos operários da
Construção Civil era de 72,96% de aumento de salário, envolvendo IPC
e reposição salarial e conseguiram 65,71%, o que era o mínimo que a
categoria iria aceitar.
A movimentação dos operários em relação à greve começou desde o
dia 4 de outubro, quando fizeram sua primeira assembléia. Baseando-
se numa inflação de 70,28% os operários reivindicavam a reposição
salarial e também melhores condições de trabalho. Depois de outras
três assembléias, a categoria decidiu pelo estado de greve e, mesmo
assim, os donos das empreiteiras não começaram a negociar com os
representantes dos funcionários da construção civil.
Foi a declaração da greve feita na sexta-feira, dia 3, que começou a agi-
tar os donos das prestadoras de serviços à CSN. Segundo informações
do Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil,
Dejair Martins, já na sexta-feira, os proprietários das empreiteiras co-
meçaram a procurar o sindicato para a negociação e tiveram que espe-

Alkindar Costa
97
rar que a CSN liberasse o repasse de verba para que as empreiteiras
pudessem pagar o aumento reivindicado pelos operários.
Dejair fala do processo de negociação e do ganho real que os trabalha-
dores conquistaram: “Foi só após a decretação da greve, com um pra-
zo de mais de 72 horas, como exige a lei, que os patrões resolveram
negociar. Não era a nossa data-base, mas sempre fazemos negociação
três vezes por ano, para que os salários não fiquem tão defasados. Com
o fim da greve, os trabalhadores conquistaram 20,41% de aumento real
e isto já é uma vitória”.
Para Dejair a rapidez com que a negociação aconteceu, pode ser explicada pelo
interesse das empreiteiras em receber um aumento da CSN. “Os donos das empreiteiras,
embora tenham interesse no aumento, se utilizam da repressão e da intimidação para
conter os trabalhadores. Mas, por outro lado, se utilizam do movimento dos trabalhadores
para ganhar mais. É só imaginar o que significam estes 20,41% nos contratos destas
firmas com a CSN. Mas a nossa luta não termina aí. Reivindicamos a equiparação com o
pessoal da CSN e da FEM e forçamos a contratação dos empregados das empreiteiras
pela CSN. Se a estatal pode pagar às empreiteiras para fazerem um serviço é porque
tem condições de contratar os funcionários das empreiteiras”, disparou Dejair Martins”.

A MAIS LONGA GREVE NA HISTÓRIA DA CSN

11 de julho de 1990, 18:50 horas. Comandados pelo Sindicato, os metalúrgicos de


Volta Redonda iniciam uma nova greve e que haveria de se construir no mais longo movi-
mento contra a empresa.
As pretensões iniciadas definiam uma solicitação do pagamento de 26% conquista-
dos na Justiça como perdas relativas ao Plano Bresser, 52% retroativos a maio de 1989
e 166% de perdas com o Plano Collor.
Jogar fora toda a produção de ferro gusa seria uma das medidas a ser atendida
pelos grevistas.
O Presidente da CSN, Roberto Procópio de Lima Netto reagia: “Isso é loucura,
uma irresponsabilidade. Logo agora que as coisas começaram a melhorar, eles
resolvem afundar a CSN. Só posso entender isso como uma atitude política. Eles
não querem que um homem de Collor salve a CSN.”
O trabalho encetado pelo novo Presidente da empresa já representava como medi-
da de contenção, 1.372 trabalhadores colocados em disponibilidade.
Destacava ainda o Presidente da CSN que a paralisação de setores essenciais,
como a laminação contínua, a CSN correria o risco de se transformar numa pequena
empresa de laminação, com apenas um terço dos seus 25 mil empregados, que se veria
obrigada a comprar placas da Açominas e de Tubarão. E concluía: “A CUT resolveu
fazer política em cima do salário dos 25 mil empregados e dos 13 mil aposenta-
dos.”

98 Volta Redonda Ontem e Hoje


Lima Neto anunciou que não recorreria à polícia para desocupar a Usina e que não
negociaria enquanto os grevistas não voltassem ao trabalho. “Pago salários com
faturamento e, se não há milho, não há pipoca” - destacou.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda já responsabilizava a direção da
CSN em caso de eventual avaria no alto forno nº 3, que seria abafado. Isto significa que a
temperatura de 1.500 graus baixaria para 1.000, constituindo-se em uma operação arris-
cada, conforme destacava o Diretor Sebastião Faria.
O prejuízo inicial anunciado ficava por volta de US$ 5,5 milhões por dia.
Os metalúrgicos, além das solicitações financeiras, pediam a readmissão de 1.372
trabalhadores postos em disponibilidade em abril e dos 1.500 demitidos na mina de car-
vão da Companhia em Criciúma - SC.
O Presidente do Sindicato, Wagner Barcelos afirmava que os 22 mil funcionários
da Companhia Siderúrgica Nacional não acatariam qualquer decisão tomada pelo Tribu-
nal Superior do Trabalho, se a Companhia insistisse em negociar o dissídio com a Confe-
deração Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, ligada à Central Geral dos Trabalha-
dores (CGT).
Embora os sindicalistas tenham tentado as negociações no TRT, a Companhia
instaurou o dissídio no TST sob o argumento de que tem funcionários também em outros
dois Estados.
O Sindicato já havia decidido não paralisar a Coqueria, gasômetro, aciaria, a fábrica
de oxigênio, altos fornos, laminação, sinterização, energia e água, setores considerados
essenciais para o funcionamento da Companhia.
Todavia, após a realização de uma Assembléia considerada como a mais concorri-
da desde a greve de novembro de 88, o “arrastão”, determinou a ocupação da Usina
Presidente Vargas e o primeiro setor paralisado foi a laminação e sem ela a Empresa não
teria como fazer o acabamento dos produtos que vende.
Luiz Lopes, presidente da CGT em Volta Redonda, área de oposição à CUT, desta-
cava: “Esta greve é um ato de desespero porque o Sindicato está sem saída e sem
credibilidade para resolver o impasse do reajuste de salários”.
O Presidente do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda, Lásaro Coutinho,
argumentava que Lima Netto não havia apresentado nada de concreto para resolver a
situação da CSN e que a essência do problema estava na falta de verba para a manuten-
ção da empresa e sentenciava: “É impossível a salvação da estatal sem a liberação
de recursos, porque o Governo deixou um rombo financeiro nas finanças e agora
não quer saldá-los.”
O Sindicato dos Engenheiros destacava que Lima Netto havia cumprido a promes-
sa de acabar com os cartéis de aço.
Lima Netto por sua vez cruzava os braços, dando destaque que não chamaria
policiais militares, e nem o Exército para resguardar o patrimônio da União e completava:
“A usina passa a ser responsabilidade do Sindicato.”
Os grevistas depois da paralisação das atividades da Usina iniciaram a interrupção
do trabalho do setor administrativo. No dia 12 de julho, por volta do meio-dia, um grupo de
metalúrgicos ocupou a entrada do Escritório Central, impedindo o acesso dos trabalha-
dores que voltavam do almoço.

Alkindar Costa
99
No mesmo dia uma manifestação denominada Ato de Resistência foi atendida,
reunindo apenas cerca de 600 pessoas, enquanto que a Cidade se via diante de uma
paralisação do setor de transporte coletivo.
Os primeiros políticos apareceram e os discursos se sucederam. Estiveram pre-
sentes os deputados Nilton Temer (PT), Edmilson Valentin (PC do B), Paulo Ramos (PDT)
e Lysâneas Maciel (PDT).
Em 14 de julho o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, recebia informações de
Ulisses Riedel de que o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Metalurgia e da Confederação Geral dos Trabalhadores, Luiz Antônio de Medeiros, havia
se afastado das negociações com o Tribunal Superior do Trabalho, sobre a greve da
CSN.
Em 15 de julho Roberto Procópio Lima Netto, em entrevista a “O GLOBO” desta-
cou que “A CSN foi quebrada pela irrealidade dos preços do aço em governos
anteriores; foi quebrada por uma série de omissões e erros no passado; e foi que-
brada pelo sindicalismo politiqueiro e desonesto. Porque é desonesto se instalar
para defender direitos do trabalhador e sair defendendo seus interesses políti-
cos.”
Demonstrando não se abalar com a segunda greve de sua gestão (“a primeira,
menos de um mês após sua posse, durou apenas 12 horas”) destacou que antes de
assumir conversou com o Bispo de Volta Redonda, informando entender que o Sindicato
estava fraco e precisava se reerguer e que sugeria que entrassem em estado de greve,
mas se ocupassem a Usina não negociaria.
Na entrevista o presidente Lima Netto deixa em evidência: “Se eles quiserem
quebrar a CSN, acabar com o emprego de 25 mil porque a política da CUT exige
isso, então vamos lá. Não negocio em greve.”

A multidão de
trabalhadores se
comprimia na Vila
Santa Cecília, em
frente ao Escritório
Central da CSN,
quando da realização
de Assembléia Geral,
durante a greve de
1988. Ao alto e a
direita o prédio do
Gacemss.
Foto dos arquivos do
Sindicato dos Metalúrgicos

100 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em assembléia de 15 de julho, os grevistas decidem manter paralisada a aciaria
LD, que transforma em aço as sete mil toneladas de ferro gusa produzidas diariamente
pelo alto forno 3.
Segundo o Diretor de Operações da CSN, Sebastião Faria, a empresa recusou a
proposta formulada pelo Sindicato no sentido de que fosse procedido o repouso de trinta
horas para o alto forno 3, sob a alegação de que os trabalhadores relacionados para fazer
a operação “não são do setor e não tem base técnica para julgar a questão.”
Por seu lado, a assembléia dos Metalúrgicos decidiu que quem entrasse de serviço
30 minutos após o encerramento da assembléia que decidisse pelo fim da greve, não
teria os dias parados abonados, caso a CSN concordasse em não descontá-los. A medi-
da foi tomada contra os grevistas que não estavam comparecendo às assembléias e
nem em seus setores de trabalhos.
Em 16 de julho a direção da CSN decide abafar o alto forno nº 3, enquanto que o
outro, o nº 1, que produz por dia duas mil toneladas de gusa, continuaria funcionando.
O Sindicato eximiu-se de responsabilidade pela operação iniciada em 15 de julho a
partir das 15:45 horas.
A audiência de 16/07 no Tribunal Superior do Trabalho, presidida pelo Ministro Mar-
celo Pimentel, configurou a determinação de desocupação da Companhia Siderúrgica
Nacional pelos metalúrgicos que não fizessem parte dos turnos de trabalhadores que
operassem equipamentos essenciais da empresa e que não podiam ser danificados,
como os altos-fornos.
A CSN faz nova proposta que é recusada pelos metalúrgicos e o Ministro da Infra-
estrutura, Ozires Silva orientou ao presidente Lima Netto que ingressasse com uma ação
para a reintegração de posse da usina, concluindo: “ A CSN não pertence aos emprega-
dos.”
Às 05:05 horas de 16/07 foi concluído, com êxito, o abafamento do alto forno nº 3 e
a direção da empresa anuncia um prejuízo já acumulado de US$ 27 milhões, represen-
tando um sexto do faturamento mensal. Informa que o abafamento do alto forno nº 3, a
1.550° C poderá mantê-lo aquecido por seis meses, através de uma carga de 500 tonela-
das de carvão coque destilado que foi colocado em seu interior.
Pela manhã o Sindicato organizou uma passeata pelas ruas da Cidade, com uma
participação calculada em torno de 10 mil pessoas.
Na ocasião alguns comerciantes, com medo de confusão, e traumatizados com os
incidentes ocorridos na greve de 1988, quando três operários foram mortos - fecharam
suas lojas.
O candidato do PT ao Governo do Estado do Rio, Jorge Bittar, rebatendo as alega-
ções do Presidente Lima Netto na entrevista ao JORNAL DO BRASIL, destacou: “Perto
da maracutaia da operação de privatizar a Companhia Siderúrgica Nacional, tudo o
que se fazia antes vira coisa de ladrão pé-de-chinelo”.
A CUT divulga nota oficial protestando contra o abafamento do alto forno nº 3.
Na audiência de 17/07 o ministro Marcelo Pimentel no Tribunal Superior do Traba-
lho determinou que a CSN apresentasse provas de que se encontrava em estado de
insolvência, ao mesmo tempo que destacou: “Que os empregados tenham o bom
senso de tornar navegável esse barco em que todos estamos até para que a em-
presa tenha condições de pagar seus salários.”

Alkindar Costa
101
O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, declara: “Temos
vários dados evidenciadores de que a empresa não está em situação pré-falimentar,
porém mal administrada. Porque ela só faturou US$ 178 milhões em junho, quando
em outras épocas faturava US$ 200 milhões. A CSN terá que admitir que seu pro-
blema é administrativo.”
Na audiência, questionada a desocupação ou não da empresa conforme determi-
nado pelo TST, as verificações foram feitas: só 350 grevistas escalados pelo Sindicato,
de acordo com a CSN, continuaram na Usina, para manter em funcionamento os equipa-
mentos essenciais da área de metalurgia, com revezamento em turno de seis horas.
Jair Meneguelli, presidente da CUT declara que a decisão da diretoria da CSN em
abafar o alto forno nº 3 da usina, faz parte de uma estratégia do Governo para provocar a
falência e acelerar o processo de privatização da empresa e o que objetivava “creditar a
culpa ao Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, caso ocorra qualquer avaria no
equipamento.”
O Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda publica nota esclarecedora sobre o
abafamento do alto forno.
Em 18/07 o presidente do Tribunal de Contas da União, Adhemar Ghisi pediu a CSN
informações sobre possíveis danos causados à empresa pela greve dos metalúrgicos e
o montante dos prejuízos.
O comércio da cidade se mantém aberto mas, no entanto, tenso, com o trânsito
complicado pelo isolamento de diversas ruas.
O advogado do Sindicato dos Metalúrgicos, João Campanário, denuncia que a Polí-
cia Federal e o Exército estariam intimidando Diretores do órgão.
Um protocolo de intenção política apresentado pela CSN começa a ser elaborado,
onde constam: “O Sindicato dos Metalúrgicos admite que a CSN atravessa dificul-
dades financeiras; nada tem a dizer contra a atual diretoria da empresa; e concor-
da com trégua de um ano, período no qual qualquer greve deverá ser precedida
de estado de greve durante sete dias. Após este período, se não houver acordo,
os metalúrgicos comprometem-se a não fazer novas invasões nem piquetes e a
manter em funcionamento os altos fornos e a aciaria.”
Presentes à Reunião o Diretor Administrativo Financeiro da CSN, Wilson Nogueira
Rodrigues, o Assessor Geral de Relações Sindicais, Airton Ciorton, e advogados da em-
presa. Não participaram da reunião, o presidente da CSN e o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Volta Redonda.
A imprensa noticia em 20/07 que o Sindicato e a direção da CSN não chegaram a
um acordo em 19/07 na terceira e última audiência de conciliação realizada pelo Tribunal
Superior do Trabalho e o seu presidente, ministro Marcelo Pimentel desabafa: “Agora,
só Deus será mediador desse caso.”
O JORNAL DO BRASIL de 20 de julho de 1990, em sua primeira página publica:
“O TRIUNFO FINAL É DO GOVERNO

O vale-tudo em que vai se transformando a greve da Companhia Side-


rúrgica Nacional não tem apenas lances como a tentativa de arrastar
toda a cidade de Volta Redonda para o movimento, parando seu comér-

102 cio, ou até fazê-lo atravessar para fora dela, interditando a Via Dutra.
Volta Redonda Ontem e Hoje
Tem também uma tentativa de criar uma ilusão de ótica - especialidade
do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Wagner Barcelos.
Barcelos tem afirmado, reiteradamente, que a empresa não está
ocupada. “Qualquer companheiro que estiver impedindo a entrada será
expulso do sindicato”, afirmou, ontem, em Brasília. No entanto, qualquer
um que se aproxime do local pode constatar que quem detém o poder
sobre as instalações da CSN é o Sindicato, tanto que tomou a si a tarefa
de emitir senhas sem as quais é impossível penetrar nelas.
O mais amargo para os operários, no entanto, é a evidência cada vez
mais forte de que, por mais que desdobrem suas formas de luta, a
vantagem irremediavelmente estará do outro lado. Desta vez há claros
sinais de que o governo, convencido de que a CSN lhe traz mais
problemas do que resolve, tem um trunfo definitivo na mão
simplesmente, em última instância, dizer “danem-se” e desinteressar-
se da empresa.”
O TST decidiu que a questão entre a CSN e os metalúrgicos só seria definida em
dissídio coletivo, a ser realizado no mês de agosto.
Wagner Barcelos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, após
destacar que o prejuízo de US$ 5,5 milhões da CSN se devia à intransigência da
empresa, destaca: “Eu garanto uma produtividade 20% maior do que a de junho se
a CSN oferecer 70% do reajuste salarial já e reduzir o prazo de reposição das
perdas salariais de 50 para 10 meses.”
O advogado do Sindicato, Ulisses Riedel acusou a CSN de privilegiar os
fornecedores reajustando seus contratos com base no IPC, enquanto se eximia de
conceder 166% de reposição salarial e de pagar os 26,06% do Plano Bresser e 52% do
resíduo da última data-base. Foi contestado pelo Ministro Marcelo Pimentel, alegando que
a empresa tinha um déficit de US$ 4 bilhões.
O secretário de Minas e Metalurgia do Ministério da Infra-estrutura, Luís André Rico
Vicente informou que a CSN estava perdendo vendas para a Cosipa e Usiminas.
A presidência da CSN determina a gravação de pronunciamentos nas Assembléias
dos Metalúrgicos e demonstra que o movimento paredista é político. São divulgados
pronunciamentos de Luiz Antônio Coelho Farla, ex-empregado da CSN, do ativista do
Sindicato dos Metalúrgicos de Santos (SP), Edgar dos Santos, “Toquinho, vice-presiden-
te do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, do presidente da CUT
estadual, Jaime Santiago, do deputado Lisâneas Maciel (PDT-RJ), Wagner Barcelos,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, do deputado federal Edmilson
Valentim (PC do B-RJ), do ativista do Sindicato dos Metalúrgicos, Cláudio José da Silva
Cruz, o “Baianinho”, de Carlos Santana, presidente do Sindicato dos Ferroviários do Rio e
do ativista do Sindicato dos Metalúrgicos Jorge Monção Ferreira.
A direção da CSN em documento com oito páginas, em 19/07 demonstrou ao
Tribunal Superior do Trabalho uma dívida estimada em US$ 2,6 bilhões e com uma parcela
de US$ 1,4 bilhão já vencida. O maior credor era o Governo do Rio (US$ 225 milhões), o
segundo o Banco do Brasil (US$ 132 milhões). A Light registra um crédito de cerca de
US$ 50 milhões e o próprio IAPAS que era o Governo Federal, US$ 75,8 milhões.
O documento que escala três grupos, apresentou como segundo maior credor o
BNDES (que já teria de ter recebido US$ 95,1 milhões e tinha a receber outros US$ 312,2
milhões).
Alkindar Costa
103
Por último, no terceiro grupo, as dívidas a pagar com receitas próprias era o caso
dos seus próprios funcionários, onde a CSN já tinha sido condenada a pagar US$ 130,4
milhões.
Em 20/07, cinqüenta grevistas da CSN foram escalados para atender a duas or-
dens de serviço da Fábrica de Estruturas Metálicas (FEM), subsidiária da Companhia
instalada no interior da Usina Presidente Vargas, para evitar que a fábrica pudesse falir.
Com a greve deflagrada a FEM teve de interromper 13 contratos de serviços cujos prazos
de entrega estavam esgotados.
O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda declarou então que
salvar a FEM era uma questão de sobrevivência, concluindo: “Temos que salvar a
FEM, que entrou agora no setor de estacas de aço substituindo as de cimento, nas
bases dos prédios, fazendo com que o Ermírio de Morais criasse um caso com a
CSN. A FEM rompeu com os cartéis de cimento.”
Todavia ficou determinado que os 50 metalúrgicos que trabalhariam na FEM seriam
administrados por integrantes do comando de greve, não permitindo a entrada no local de
chefes e engenheiros.
Em 20/07 reunião de Assembléia resolveu paralisar as atividades comerciais da
cidade, como forma de pressionar a direção da CSN a ceder às reivindicações dos
trabalhadores. A Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redonda
declarou que os comerciantes não deveriam participar do protesto dos metalúrgicos e o
Sindicato dos Empregados do Comércio declarou-se favorável ao movimento.
O JORNAL DO BRASIL, edição 21/07/1990, na página 8 do primeiro caderno,
publicou “Ilusão Revolucionária”, onde considerava:
“...Por trás do confronto, a CUT faz o investimento político de risco e
aposta as sua fichas num incidente com sangue e tiros. A teoria
revolucionária que empolga a CUT precisa criar um fato que envolva
todo o país. Já para o governo federal a situação é mais cômoda: não
precisa ser um protagonista direto, como aconteceu no governo
passado, quando da outra ocupação da usina. A situação se resolverá
sozinha, sem que o governo se intrometer, pelo lado pior. Volta Redonda
vai acabar fechada pelos grevistas: o prejuízo crescente trará a solução.
.................................................................................
Mas a questão é mais ampla do que a visão do confronto. Para o Estado
do Rio, é uma verdadeira calamidade o descalabro da CSN, que é o
marco de fundação da indústria pesada brasileira, nos anos quarenta.
Volta Redonda é segundo recolhedor de ICMS no estado, só perdendo
para a Petrobrás. A sua importância não garante ao sindicato dos
metalúrgicos a impunidade para insistir em pleitear mais do que a em-
presa tem condições de oferecer, dada a situação a que chegou por ter
excesso de empregados. Não se conhece qualquer protesto da CUT
pela interferência política na gestão da usina, nem contra o excesso de
gastos.”
.................................................................................
“O sindicalismo de ecos quer atordoar os metalúrgicos com o
irracionalismo de palavras de ordem que tem o objetivo de deflagrar
uma revolução pela greve, a partir de Volta Redonda.”
104 Volta Redonda Ontem e Hoje
.................................................................................
“A solução passa a depender dos empregados da CSN, se entenderem
a tempo que estão sendo levados a uma aventura que reserva dificulda-
des para eles e, para alguns espertos, os votos na eleição deste ano.
Volta Redonda tem mais a perder com essa dança imprudente à beira
do abismo.”

E o movimento de uma greve muito mais radical do que a de novembro de 1988


continuou. A adesão dos funcionários apresentou-se total.
Surge o movimento denominado “consciência da barriga”.
Dom Waldyr Calheiros de Novaes, Bispo Diocesano, declara ao Jornal do Brasil,
em sua edição de 22/07.

“Nos 24 anos em que estou aqui, é a primeira vez que vejo esse clima
de insegurança e intranqüilidade. Embora considere a impunidade a
grande causadora do aumento de violência. A política não apura, não
prende ninguém. O mais doloroso é que os responsáveis pela CSN apre-
goam a privatização da usina sem sequer ter a certeza de que ela será
concretizada.”
O candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, deputado Ronaldo Cezar
Coelho em 22 de julho, em São João de Meriti declara:
“Não permitirei que façam de Volta Redonda o palco de mais um con-
fronto. Pretendo ir até lá para evitar que interditem a estrada. Eles estão
atrás de mais um cadáver, querem a intervenção do Exército, pois pro-
curam outra tragédia com objetivo eleitoral.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, juntamente com a CUT, fizeram


circular uma publicação onde enfocavam: “Porque lutamos, Os nossos atrasados,
Campanha Salarial 90, O histórico do movimento passo a passo, Como endividaram a
CSN, Nossa greve é contra a política de Miséria”; e agora?... CUT!
Em 21/07/1990 a CSN “comunica a todos os seus empregados que a
programação da folha de pagamento somente será feita a partir do retorno das
operações da empresa, e após o levantamento nos dias não trabalhados, para o
respectivo desconto.”
E o comércio fechou em Volta Redonda, no momento em que uma passeata se
realizava pelas ruas da Cidade, com os Metalúrgicos carregando uma grande chave onde
estava escrito: “Democracia - Esta chave é de todos.”
Em 23/07 o Governador Moreira Franco determinava ao Secretário de Fazenda,
Herbert Pimentel estudar as possibilidades de anistiar as dívidas da Companhia Siderúr-
gica Nacional, em razão do pedido formulado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
de Volta Redonda, Wagner Barcelos, recebido em audiência.
O ministro da Infra-estrutura anunciava que o Governo não usaria dinheiro do Te-
souro para resolver o problema da CSN.

Alkindar Costa
105
A Empresa anunciou que não efetuaria o pagamento dos metalúrgicos enquanto a
greve persistisse. Além de estar com o prédio do Escritório Central interditado por pique-
tes, os três dos últimos 50 bancos que ainda compravam as duplicatas dos clientes da
CSN, se recusavam a fazer a transação devido a paralisação.
Ronaldo Cezar Coelho tenta em contato telefônico com o Presidente da CSN e
com o Bispo Dom Waldyr Calheiros de Novaes, pleiteando ao último intermediar uma
solução para a greve. Nelson Carneiro declara a pretensão do seu banco para solucionar
a crise.
Grevistas deliberam sobre a paralisação das atividades do comércio, por um dia e
Luiz Alberto Leite, Secretário Municipal de Finanças licenciado e candidato a deputado
federal, lança manifesto contestando a ação da CUT e conclamando a Comunidade a
examinar a situação. Destacando que a população estava com medo e do treinamento de
segurança na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no bairro Retiro, Luiz Alberto Leite
proclama: “Ou acabamos com a CUT ou a CUT acaba com Volta Redonda.”
O articulista Walter Naves na edição de 24 de julho do Jornal do Vale, faz considera-
ções sobre a entrevista do presidente da CSN no Jornal do Brasil, na matéria com o título
“CSN e a irresponsabilidade da CUT”.
Um grupo denominado “Parlamentar Siderúrgico”, integrado pelos deputados fede-
rais Bocayuva Cunha, Israel Pinheiro Filho e Ronaro Correa, reunidos no Rio de Janeiro,
examinaram a situação.
Em 25/07 os órgão de informação detalham denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos
de Volta Redonda que no dia 21/07 (sábado) um “homem descalço e maltrapilho inva-
diu a Sub-estação de Energia Oeste da CSN e desligou a chave de força, fugindo
antes que os metalúrgicos de plantão pudessem alcançá-lo.”
Em 25 de julho o comércio de Volta Redonda fechou.
Nos jornais a informação de que o comércio havia aderido ao movimento, fechando
as suas portas. Todavia a situação foi bem outra.
Os que se aventuraram a abrir as portas, foram forçados a fechá-las sob ameaças.
Na Avenida Amaral Peixoto, no começo da manhã, um pequeno grupo, inclusive com a
participação de mulheres, gritava pelo fechamento de portas comerciais, enquanto que
os políticos que comandavam o movimento alertavam: “Estamos indo, mas se souber-
mos que alguém está funcionando, voltaremos.”
O povo amedrontado se recolheu e o comércio foi fechado à força. A Prefeitura
Municipal de Volta Redonda se constitui em uma trincheira contra o fechamento, manten-
do suas portas abertas.
No entanto dois telefonemas anunciavam que uma bomba explodiria no prédio que
foi, por determinação do Prefeito Wanildo de Carvalho, esvaziado. Por volta das 17 horas
policiais militares, bombeiros e guardas patrimoniais da Prefeitura, após uma completa
vistoria, deixaram o prédio com uma caixa de isopor lacrada com fita crepe que, ao ser
aberta, estava vazia.
O objeto foi deixado numa das caixas de incêndio do segundo andar, próximo à
porta do Gabinete do Prefeito.
O número reduzido de ônibus em circulação contribuiu para que a cidade ficasse
praticamente deserta.

106 Volta Redonda Ontem e Hoje


Às 18 horas, Assembléia realizada em frente à entrada da CSN, deixava evidente
pelo pequeno número de participantes, que a grande maioria dos metalúrgicos não se
fazia presente.
Com a manutenção do movimento, com a mudança da tática, adotada até então,
com a tentativa do contato direto com a Presidência da República, um novo problema é
anunciado. No dia 31 de julho estava prevista a chegada de um navio japonês, “Mariaia”,
para buscar 11.700 toneladas de bobina quente produzidas pela CSN, com a atracação
prevista ao Porto de Angra dos Reis. O não atendimento do compromisso representaria
uma multa diária pela retenção do navio, a “derrubage”, calculada em dólares.
O Diretor de Operações da CSN, Sebastião Faria, declara:
“São os clientes mais difíceis de conseguir e os mais rigorosos com
datas de entregas.”
E o JORNAL DO BRASIL publica “CSN, sem SNI, é só usina”, onde considera, em
27 de julho de 1990:
“Pesa sobre a greve dos metalúrgicos de Volta Redonda um perigo
imprevisto. Desta vez, por mais que seus líderes malhem a têmpera
política do movimento, a crise na CSN mal conseguiu vaga na agenda
do Palácio do Planalto. Segundo o porta-voz Cláudio Humberto Rosa e
Silva, até ontem, passados 16 dias de tensão na porta da usina, o presi-
dente Fernando Collor praticamente só se debruça sobre o caso quan-
do recebe, de manhã cedo, na Casa da Dinda, o resumo diário dos jor-
nais ou escuta os relatórios feitos pelo ministro da Infra-estrutura, Ozires
Silva.
Ozires, por sua vez, passa para cima o que recolhe da diretoria da em-
presa. E ambos, por enquanto, acham que o problema pertence ao Pre-
sidente da CSN, Roberto Lima Netto, e não ao da República. Para Collor,
ali existe uma estatal falida, que ele gostaria de privatizar, se houvesse
comprador, ou vender aos empregados, se o movimento tomasse tal
rumo, desde que o governo não tenha despesas com isso. A greve não
mereceu, afirma Cláudio Humberto, um dossiê da Secretaria de Assun-
tos Estratégicos, que ocupa no palácio a vaga deixada pelo extinto Ser-
viço Nacional de Informações. E paradoxalmente, é esse tal risco inédi-
to para os grevistas da CSN: formados sob a doutrina de que tudo na
usina era um problema incandescente para a segurança nacional, eles
não se deram conta de que agora falta no governo uma agência especi-
alizada em dizer essas coisas ao presidente. Em Brasília, por chocante
que pareça, Volta Redonda ficou órfã do SNI.”
Em 27/08 a notícia destacada foi que Volta Redonda perdeu a posição até então
ocupada de 1º lugar, excluindo o Rio, em arrecadação no Estado e caiu para uma 18ª
posição. Em primeiro lugar passaram a figurar Duque de Caxias, seguido de Nova Iguaçu,
Niterói e São Gonçalo.
Luiz Alberto Leite passou a vincular na Imprensa denúncias contra a CUT, chegan-
do a destacar:
“O medo que cega, emudece e mata, não deixa viver. E o resultado é a
morte. A CUT quer um reinado de terror, instituído pela atemorização
física e moral de cidadãos pacíficos. Volta Redonda é uma cidade ocu-
pada, tomada por uma quadrilha de pelegos cutistas vindos do Rio e de
Alkindar Costa
107
São Paulo, tornando-se a nova
Meca da anarquia. Eles estão
ávidos por mais cadáveres, sobre
A foto do os quais erguerão sua plataforma
Sindicato dos
Metalúrgicos de eleitoreira.”
Volta Redonda,
demonstra o momento
em que José Juarez
Antunes, discursa Em 27/07 uma comissão de engenheiros
durante a Assembléia já havia informado que os equipamentos produti-
quando do movimento vos da CSN estavam em boas condições e os
paredista de
novembro de 1988. metalúrgicos fizeram uma limpeza na indústria,
utilizando para tal cem vassouras.
No dia seguinte Ronaldo Cezar Coelho en-
frentou problemas, depois de propor uma trégua
na greve, onde os metalúrgicos negociariam a
recuperação da empresa com a interferência pes-
soal do Bispo Dom Waldyr Calheiros de Novaes.
O comércio registra uma baixa de mais de
40% nas vendas e oito composições, com um
total de 140 vagões de bitola estreita da Rede
Ferroviária Federal, dos ramais de Volta Redon-
da-Angra dos Reis (RJ) e Volta Redonda-Arcos
(MG), além de 50 ferroviários, completavam 15
dias parados, em conseqüência da greve.
Com frio e chuva metalúrgicos realizaram um ato público em 28/07, onde as pre-
senças confirmadas de Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, não compareceram.
O Bispo Dom Waldyr declarava que os metalúrgicos não tinham culpa pelo
descalabro administrativo da CSN e que a responsabilidade vinha de governos anterio-
res.
1.400 operários da Fábrica de Estruturas Metálicas trabalhavam a todo vapor, para
não perder um excelente contrato, configurado na entrega de um lote de 650 toneladas de
perfis soldados para as firmas Christian Nilsen e L.C. Branco, ambas do Rio de Janeiro,
lote este destinado a ser usado na passarela subterrânea em frente ao Shopping Rio Sul,
na zona sul da cidade maravilhosa.
O JORNAL DO BRASIL de 31/07/90 anuncia as comunicações do senador Mário
Covas, o ex-governador Miguel Arraes e Leonel Brizola, seguindo-se Luiz Inácio Lula da
Silva de que não compareceriam ao comício em Volta Redonda.
Em 30/07/90 o jornal ‘’O DIA’’ anuncia que “o último vagão de uma das locomoti-
vas que trafegam no interior da Usina Presidente Vargas descarrilhou na madru-
gada de 27/07'’ e “destruiu a corrente T-12 a principal transportadora de carvão
para os silos, e por pouco não paralisou as atividades da coqueria, um dos setores
essenciais da siderúrgica.”
Em 1º de agosto de 1990 o JORNAL DO BRASIL publica o artigo “O PRESIDENTE
DA CSN É INTRANSIGENTE ?”, assinado por Roberto Lima Netto, com considerações
aos ataques recebidos e as providências adotadas, onde conclui:
“Já está sobejamente demonstrado que a greve é salarial para os traba-
lhadores, mas é política para a CUT. O próprio JORNAL DO BRASIL já
108 Volta Redonda Ontem e Hoje
publicou, em artigo de 20/07/90, extrato dos documentos de sindicalis-
tas e políticos, colocando a greve como uma guerra para derrubada do
governo Collor. E eu que sou intransigente?
Enquanto esta greve se arrasta por 21 dias, a empresa perdendo clien-
tes e com seus créditos cortados, mais uma ameaça paira sobre a CSN.
O carvão metalúrgico que será usado em setembro/outubro exige um
prazo para compra e entrega de, no mínimo, 40 dias. Se falta carvão, a
CSN fecha. E aí, minha gente...”
Ainda em 1º de agosto uma passeata se realiza com a participação de metalúrgicos,
com a presença de esposas e filhos.
“Um gerente-geral da companhia levou um tapa e teve o relógio quebrado
durante uma operação arrastão realizada pelos grevistas no prédio do escritório
central”, informa o JORNAL DO BRASIL destacando que “o episódio irritou o presidente
da CSN, Roberto Lima Netto, que passou o dia em Brasília e chegou à noite a Volta
Redonda”. “Chega. Essa cidade vive em estado de sítio por causa do sindicato e
não podemos mais permitir isso”, disse.
Em 02 de agosto a CUT divulgou ofício em que, juntamente com três diretores do
Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, pede audiência ao Presidente Collor, des-
tacando resolver em 15 dias os problemas econômicos trabalhistas e financeiros da CSN.
Na mesma data 106 empregados da firma Transcort fizeram uma carreata pelas
ruas de Volta Redonda nos 60 caminhões da empresa, para protestar contra a falta de
definição da greve dos metalúrgicos da CSN, alegando ter deixado de faturar a empreiteira
Cr$ 7,5 milhões em julho e que não tinha dinheiro para pagar seus empregados, presta-
ção de caminhões e combustível.
A Associação dos Aposentados e Pensionistas de VR declara-se prejudicada pela
greve, uma vez que a CSN não faz repasse a Cr$ 113 milhões recolhidos em julho.
Roberto Procópio Lima Neto, presidente da CSN considerou exauridos todos os
canais de entendimentos e declarou:
“Sem milho não se faz pipoca e meu milho é limitado”
Explicava que não tinha condições de oferecer mais nada além do que já tinha
prometido informalmente: 17,38% de antecipação e pagamento da dívida com os empre-
gados (US$ 110 milhões) de forma escalonada, em até 12 meses.
Começa uma coleta de mantimentos destinados aos metalúrgicos em greve.
Com a paralisação de mais de 20 dias, FEEMA e o Departamento Anti-Poluição da
CSN anunciou a melhoria do ar de Volta Redonda.
Os Juízes Eleitorais Drs. José Nilo e Antônio Carlos Bittencourt declaram que
greve não atrapalha o processo eleitoral.
Reunião do Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de VR com o Presidente do
Tribunal Superior do Trabalho, evidencia que a categoria voltaria ao trabalho se a CSN
concedesse aumento de 80% para os salários mais baixos e intermediários e de 20%
nos salários maiores.
Em 05 de agosto de 1990 o JORNAL DO BRASIL publica entrevista com o Presi-
dente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Vagner Barcelos onde o sindica-
lista examina pontos diversos e declara no final o estudo de cotização para trazer ao

Alkindar Costa
109
Brasil “uma daquelas estátuas do Lênin que foram derrubadas”. Em 16/08/1990 Márcio
Moreira Alves no artigo publicado no JB sob o título “Livro Guiness de Recordes, categoria
besteirol”, onde declara, referindo-se ao fato:
“Wagner desperdiçou a sua chance. Declarou-se trotskista, opção
ideológica tão excêntrica como se optasse pelo antropofagismo, propôs
uma coleta na cidade para importar uma das estátuas de Lenin que
andam sendo derrubadas na Europa do Leste, um investimento de
duvidoso retorno e, finalmente, disse que o resultado da greve não lhe
interessa. O que lhe interessava era desmascarar o governo Collor. Essa
declaração, além de ser uma gigantesca besteira, é uma falta de
respeito para com o sofrimento dos seus companheiros de trabalho e
uma demonstração de desinteresse pela CSN, demonstração
frontalmente contraditória com a sua condição de líder sindical.”
Em 06 de agosto o Jornal O DIA anuncia que mantimentos foram doados aos
metalúrgicos, registrando 5 toneladas de macarrão da Prefeitura de São Fidelis, 1,5
tonelada de feijão da Prefeitura de Ipatinga e 480 latas de leite de São José dos Campos,
fora os donativos que chegaram do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e do Rio.
Em 07 de agosto a imprensa noticia que em razão da greve na CSN a Nestlé, uma
das maiores empresas do setor alimentício, iria importar folhas de flandres, utilizadas
para a confecção de embalagens de seus produtos. Por outro lado a Usiminas anuncia
estar operando com sua capacidade máxima, também em razão da greve na CSN.
O Presidente da CUT, Jair Meneguelli pediu aos metalúrgicos da CSN que
mantivessem a greve, prometendo-lhes todo o apoio.
Em 07 de agosto, os metalúrgicos apresentaram em Brasília, o plano de
saneamento financeiro da CSN à Comissão Econômica do Congresso e ao Tribunal
Superior do Trabalho, elaborado pelo Deputado César Maia e auxiliado por Aluízio
Mercadante, embrionário do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Engenheiros.
O porto de Angra dos Reis registra uma queda de cerca de 80% de suas
exportações, refletindo no comércio local.
Em 08 de agosto o Tribunal Superior do Trabalho julga abusiva a greve dos 22 mil
metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional e aprova, por sete votos contra dois,
proposta de reajuste de Cr$ 6 mil a Cr$ 12 mil de acordo com a faixa salarial, sem
reposição de perdas anteriores ao Plano Collor.
“O TST recusou, pela primeira vez, a reivindicação de 166% pedida por
um sindicato, referente à reposição de perdas salariais do IPC acumula-
do de março e abril deste ano.”
O Ministro Marcelo Pimentel foi incisivo nas questões de abuso e ilegalidade da
greve, dos danos à maquinaria e prejuízos causados à empresa. Alegou irresponsabilidade
e selvageria praticada pelos grevistas e posicionou-se contra a reposição salarial pelo
IPC acumulado, como queriam os metalúrgicos.
“O voto de Pimentel foi seguido por seis ministros: o presidente do
TST, Marco Aurélio Prates de Macedo, Wagner Pimenta, Hylo Bezerra
Gurgel, Antônio Amaral (classista que representa os empregadores),
Almir Pazzianoto e Guimarães Falcão. Os dois ministros dissidentes
foram Norberto Silveira (classista que representa os empregados) e
Orlando Teixeira da Costa. A votação foi a mesma tanto para julgar a
110 Volta Redonda Ontem e Hoje
ilegalidade e abuso do direito de greve quanto para a questão salarial”.
A decisão que quebrou uma tradição de 47 anos, deixou evidente que para futuro, o
trabalhador só receberá o que estiver no limite da realidade econômica da empresa.
Tomando conhecimento da decisão, os metalúrgicos deliberaram continuar a gre-
ve, enquanto que a direção da CSN anuncia que os dias parados serão descontados.
O ministro Marcelo Pimentel considera que a decisão do TST dá poderes à direção
da empresa para demitir até os trabalhadores que fazem parte da direção do Sindicato
dos Metalúrgicos de Volta Redonda, sem aguardar a publicação da certidão ou acórdão
do julgamento.
O Jornal “FOLHA DE SÃO PAULO”, de 11/08/90 considerou condenável a decisão
dos trabalhadores da CSN em permanecerem em greve, representando um desrespeito
à decisão do Tribunal. Destacou que “não há conduta civilizada possível se os pode-
res constituídos passam a ser respeitados apenas, quando satisfaçam integral-
mente as reivindicações apresentadas”, o que representaria uma desordem jurídica
incompatível com o fortalecimento de instituições democráticas.
O presidente da CSN, em 09/08/
90 garante que abriria inquérito para
apurar “os excessos e abusos”
A foto de
cometidos durante o movimento e que João R. Ripper,
poderia punir os responsáveis, inclusive registra o
momento da
dirigentes sindicais, com demissão. ocupação da
Companhia
O jornal “O GLOBO” edição de Siderúrgica
11/08/90 informa que “Assembléia de Nacional pelos
grevistas da CSN acaba em pancada- metalúrgicos na
greve de 1988.
ria” e que o Sindicato dos Metalúrgicos
de Volta Redonda perdeu o controle da
Assembléia e operários agrediram as
equipes de reportagem que estavam no
local, entre eles um fotógrafo de O
GLOBO, um cinegrafista e dois auxili-
ares da TV Manchete, que ficaram hos-
pitalizados.
Em 11 de agosto de 1990, numa
Assembléia de pouco mais de 15 mi-
nutos, os metalúrgicos decidiram vol-
tar ao trabalho. 31 dias haviam se pas-
sado e registrando um prejuízo de US$
50 milhões ou 3,6 bilhões de cruzeiros
e uma perda de faturamento de US$
170 milhões ou 12,2 bilhões de cruzei-
ros, além de 2/3 de clientes que pas-
saram a requisitar os serviços da
Usiminas e Cosipa.
A imprensa noticia que “foi uma
derrota para os sindicalistas de Vol-
ta Redonda, que liderados pela Cen-
tral Única dos Trabalhadores (CUT)

Alkindar Costa
111
pensaram em dobrar a empresa com uma greve de até seis meses. Foi um fim
patético com metalúrgicos chorando ao som do Hino Nacional e do Hino
Internacional Socialista.”
Na ocasião o Diretor do Sindicato Luiz Albano admitia a derrota mas dizia que a
categoria não aceitaria perseguições”
“A empresa tem todo o direito de nos derrotar, mas não tem o direito
de nos humilhar.”

Ficavam com a afirmação, no passado, o fechamento obrigatório do comércio de


Volta Redonda, agressões a funcionários que desejavam trabalhar, a válvula de extintores
aberta na face das jovens que chegavam no raiar do dia ao Escritório Central tentando
alcançar a mesa de trabalho, a população quieta diante do número de “metalúrgicos” que
chegaram em Volta Redonda para alimentar a greve.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda considerou uma “vi-
tória” o reajuste escalonado e a redução do prazo para pagamento dos atrasados.
Em 22 de agosto de 1990 a direção da CSN demite, por justa causa, 55 funcionári-
os, incluindo 12 metalúrgicos do Sindicato de Volta Redonda. Entre os punidos estavam:

Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos


- Luiz Carlos de Souza
- Alfredo Luiz Bastos
- Vicente Araújo
- Gildásio C. de Melo
- Bartolomeu Citelli
- Luiz Carlos Máximo
- Marcelo Felício
- Isaque Fonseca
- Antônio Ferreira
- Maria Cristina Vasconcelos
- Waldemiro de Souza Coelho

Membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


- Manoel Isaac Moura Araújo
- Haroldo Silva Tavares
- Nilson Carneiro Sales
- Carlos Augusto dos Santos
- Geraldo Vagner de Morais
- José Maurício Baptista
- Carlos Alexandre Honorato

112 Fonte: Jornal do Vale - 25/08/1990

Volta Redonda Ontem e Hoje


Em 25/08 o Jornal do Retiro noticia a tentativa de um boicote no refeitório da CSN,
onde os trabalhadores almoçariam sem os vales, como forma de protestar contra a de-
missão dos 52 funcionários.
O Juiz da 4ª Vara Cível de Volta Redonda deferiu o pedido da CSN, tendo em vista a
ameaça dos trabalhadores, não sendo o movimento realizado.
O Jornal do Retiro publica em sua edição de 25/08/1990 na página 5, a carta de Alba
Maria T. Rodrigues, com a qual encerramos as considerações sobre a greve de 31 dias
na CSN:

“Sobre a última e famigerada greve na Companhia Siderúrgica Nacio-


nal gostaria de apresentar publicamente o meu protesto pela maneira
como são feitas certas coisas aqui em Volta Redonda. Sou mulher de
um metalúrgico, com quem tenho três filhos, um dos quais doente.
Durante boa parte dessa greve, passamos sérias dificuldades, sem di-
nheiro para nada. Cerca de 60 por cento do que meu marido ganha nós
gastamos com o nosso filho doente (ele faz hemodiálise, precisa fazer
um transplante e toma alguns medicamentos caros, que o INPS não
fornece).
Com a greve, meu marido foi obrigado a parar. Ele não queria, mas foi
obrigado. Com isso, nada recebeu. Ou melhor, recebeu apenas o sufici-
ente para pagar as compras de uma quinzena (mantimentos). Não pa-
gou aluguel, as contas de água e luz estão vencidas e, o que é pior, não
temos dinheiro para comprar os remédios de meu filho, que já estão
acabando.
Como meu marido não pode contar com a CUT, nem com o Sindicato
para resolver esse problema, e como seus companheiros e colegas de
trabalho também estão na mesma situação, tentamos um empréstimo
de pelo menos 10 mil cruzeiros com dois ou três agiotas da cidade, mas
nada feito. O que pediu menos queria juros de 100 por cento por mês.
Uma barbaridade!
Diante disso, pergunto: “onde estão agora os defensores da classe ope-
rária? Por que os dirigentes sindicais daqui são tão insensíveis aos pro-
blemas maiores e mais graves da família metalúrgica? Será que agora
eles estão satisfeitos com “a grande vitória” conseguida? Será que vale
a pena o sacrifício de gente humilde e trabalhadora, como meu marido
e outros que estão aí, para satisfazer o capricho de pessoas
inescrupulosas como os tais líderes sindicais? E para terminar, será
que esses líderes sindicais pensam conseguir alguma coisa de um go-
verno como esse, do Collor, que está se lixando para a CUT, Sindicatos
e outros grupos que “pintavam e bordavam” com o Sarney?
Acho que os sindicalistas de Volta Redonda precisam de uma mudança
urgente. Principalmente uma mudança de mentalidade.
E, se possível, que mudem de cidade também. Tenho certeza que deixa-
rão muita gente feliz por aqui.”

Alkindar Costa
113
MEMORIAL “9 DE NOVEMBRO - CONSTRUÇÃO, EXPLOSÃO E
REERGUIMENTO

Em 15 de março de 1989, o JORNAL DO BRASIL - Caderno B, página 2, publicou a


matéria “Memorial Operário”, onde Oscar Niemeyer declara:
“Foi com o maior empenho que recebi do Sindicato dos Metalúrgicos
de Volta Redonda a incumbência de projetar esse monumento. Como
ocorreu ao desenhar o monumento contra a tortura, procurei caracterizá-
lo pela violência. Violência que durante anos pesou sobre nosso país e
agora se repetia com a morte de três bravos trabalhadores, naquele
revoltante episódio de novembro de 88'’.

O Monumento “9 de
Novembro” antes da
explosão em
1º de maio de 1989.
Foto de Oscar Cabral

A idéia concebida foi a de uma placa de concreto de 2,50 m de altura, que seria
afixada sobre a lâmina vertical de 3 metros de altura, também de concreto, que configura
o monumento. Nessa placa seriam gravados três corpos na vertical, que seriam trespas-
sados por uma lança de 6,76 m. No ponto onde ela atravessaria o coração de um dos
corpos, haveria uma forma triangular vermelha sugerindo sangue. Por cima dos corpos,
uma faixa azul, sinuosa, bem no estilo das formas ondulantes e abstratas que caracteri-
zariam a obra. O monumento ficaria dentro de um espelho d’água, outra característica
para refletir seus contornos.
Ao concluir o projeto, Oscar Niemeyer assinou:
“A William, Walmir e Barroso. Nossos companheiros assassinados na
greve de novembro de 1988.”
A praça onde o monumento seria erguido, registra cerca de 4 mil metros quadra-
dos, com urbanização e adequada para concentrações: uma parte com as característi-
cas típicas de uma praça e o resto reservado a uma grande área aberta, com tribuna fixa
em concreto para quem desejar falar.

114 Volta Redonda Ontem e Hoje


E o planejamento estabelecido foi atendido, por ocasião das comemorações do
1º de maio em Volta Redonda, no ano de 1989, quando o monumento foi inaugurado.
Cerca de três mil pessoas na “Praça Prefeito Juarez Antunes - o Metalúrgico” viram
a placa ser descerrada pelo Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jair
Meneguelli e pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Marcelo
Felício, às 18:00 horas.
Sob uma chuva fina, discursou o ex-senador Luiz Carlos Prestes.
Durante todo o dia a praça ficou tomada pela população que às 10:40 horas assistiu
a apresentação da banda da Prefeitura, com um repertório que ia desde a Internacional
Socialista, até música popular brasileira.
Ninguém podia avaliar o que o futuro preparava para a Cidade e para o próprio
monumento.
Exatamente 09:20 horas depois de ter sido inaugurado, o monumento foi destruído
por uma bomba, podendo a explosão ser ouvida a uma distância de 3 quilômetros,
reduzindo a estilhaços os vidros dos prédios situados num raio de 300 metros. Não houve
vítimas, mas, sob o impacto, até as portas do edifício da CSN, situado na praça, foram
arrancadas ou ficaram empenadas. Os relógios marcavam 3:20 horas.
O monumento com um custo estabelecido em NCz$ 69 mil, com 15 toneladas e
seis metros de altura, foi decepado em sua base e tombou sobre o espelho d’água no
local onde se erguia.
O deslocamento de ar provocado pela explosão estilhaçou vidraças, lâmpadas e
letreiros do edifício da CSN, Posto de Gasolina Nove de Abril, Edifício Shopping da Vila e
o Edifício do GACEMSS, com oito andares.
O vigia do posto, José Geraldo Pereira declarou que nada viu e que só acordou com
o estrondo. O Delegado de Polícia, Dr. João Alves Pereira e o perito Waldomiro Dias
chegaram ao local 20 minutos depois da explosão, tendo o último declarado que a bomba
colocada por pessoa ou pessoas especializadas, era do tipo mecânico e de efeito
retardado.

O monumento foi
explodido em
02/05/1989.
Logo em seguida,
surgiram as
pichações, sob a
alegação que
representavam
protestos.
Revista Veja
Foto Antônio Milena

Alkindar Costa
115
Por determinação do Delegado, a área do monumento foi cercada com cordas
pelos bombeiros. No entanto, as saídas da cidade não foram fechadas nem foram feitas
revistas em carros considerados suspeitos.
O Secretário de Polícia Civil, Hélio Saboya avisado do acontecimento, determinou o
Delegado Juremir Batista, da Coordenadoria de Apoio Operacional (CAO) e dois peritos
do Serviço de Recursos Especiais para fazerem a perícia e acompanharem as
investigações.
Enquanto isso, o Presidente Regional da CUT e do Sindicato da Construção Civil,
Dejair Martins e o Diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Luiz Antônio
Vieira Albano atribuíam o acontecimento à extrema-direita.
Os peritos da Coordenadoria de Apoio Operacional da Polícia Civil, depois de
analisarem o material encontrado, constataram tratar-se de uma carga de dez quilos de
explosivo (uma espécie de lama plástica usada nas pedreiras) encontrada intacta sob o
monumento. Informaram que eram duas cargas, cada uma de dez quilos, mas apenas
uma delas detonou.
O perito Paulo Alberto Malaz de Sá, da Seção de Desativação de Explosivos da
Coordenadoria de Apoio Operacional da Secretaria de Polícia Civil, declarou que o traba-
lho foi feito por especialistas, que tiveram o cuidado de colocar cordas de nailon e cordel
detonante, coisa que não ocorre nas bombas de fabricação caseira.
A segunda bomba só foi descoberta quando o lago foi esvaziado. Entre os
fragmentos foram recolhidos no local tiras de tecido verde-oliva, de nailon, três arruelas e
o resto de uma mola, correias de alças de bolsas, também em tecidos verdes camuflados,
plásticos de cor preta e estilhaços de metais, pedaços de papel manilha com a inscrição
Imbel e uma sacola contendo 7,15 quilos de material plástico de cor azul escura e preta
envolto em cerca de três metros de fio na cor amarela, além de três pedaços de cordas
de espessuras diferentes que fixavam o conjunto do artefato explosivo.
As principais autoridades do país se pronunciaram sobre a explosão do
monumento “9 de Novembro”. O Conselho seccional da OAB/RJ divulgou nota pública
repudiando o acontecido.
As famílias dos metalúrgicos homenageados no Monumento se pronunciaram e a
mãe do operário Walmir declarou:
“ Construíram o Memorial sem nos perguntar. Eu não queria porque ia
ficar lembrando tudo o que aconteceu. Primeiro eu achava que era um
busto do Walmir e aí me preocupava porque não ia mais querer passar
na praça.”
O arquiteto Oscar Niemeyer ao tomar conhecimento da explosão do Monumento
por ele concebido, reagiu com um sonoro palavrão.
Ele pegou um papel timbrado do Carlton Hotel, onde estava hospedado, e
desenhou o que imaginou ter restado do Monumento: lápides derrubadas e o sangue dos
três operários mortos derramado no chão. Embaixo escreveu: “O Monumento aos mortos
na greve de 88 ficará na memória do povo brasileiro como prova do que a
ignorância e o reacionarismo são capazes”.
O Delegado Juremir Batista, Diretor da Divisão de Recursos Especiais garantiu
que o material usado na exploração era de produção industrial e esclareceu que somente
fábricas licenciadas poderiam produzir o artefato.

116 Volta Redonda Ontem e Hoje


Testemunhas ouvidas pelas autoridades policiais declararam que havia dois ho-
mens na praça e que um deles, com cerca de 1,70 metros de altura, estava na calçada
com uma vassoura na mão. O outro, mais alto, claro e de cabelos cumpridos, estava
mergulhado no lago que cercava o monumento. O aloirado vestia uma calça jeans e uma
camiseta amarela, tipo pólo, enquanto o outro usava uma bermuda e estava sem camisa.
Outra declarou que na praça estava estacionado um carro Fiat, modelo Uno, cuja placa
tinha no final o algarismo 73 e que após dobrar uma esquina, ouviu o estrondo.

Esboço de Oscar
Niemeyer ao tomar
conhecimento da
explosão.

Em 15 de maio de 1989 o Jornal O GLOBO noticia que foram quatro e não duas,
como a Polícia divulgava inicialmente, as bombas colocadas no memorial “9 de
Novembro”. Das quatro, três explodiram e uma foi encontrada intacta sob a base do
monumento e que todas foram confeccionadas com um tipo de explosivo denominado
Plastex, fabricado exclusivamente pela fábrica Presidente Vargas da Indústria de Material
Bélico do Brasil (Imbel), controlada pelo Exército.
O laudo apresentado constou de 27 páginas, divulgadas em 14 de maio de 1989
pela Secretaria de Polícia Civil, assinado pelos peritos Tomás Medeiros de Mello, César
Tadeu Pereira e Carlos Alberto Maulaz de Sá que sugeriram que a Imbel fosse “solicitada
oficialmente” a informar para quem fornece o Plastex.
Antônio Acácio Assis Rabelo, com antecedentes criminais registrados na DP de
Volta Redonda, segundo o Jornal O GLOBO, de 19/05/89 declarou que os envolvidos na
explosão do monumento eram militares. Seu depoimento não foi considerado em razão
do descrédito que lhe foi atribuído.
Jorge Calabri tentou vender uma informação ao JORNAL DO BRASIL, fato que
apurado, levou-o a descrédito. Outro nome, o de Nei Mohn foi apontado, sendo afastado
posteriormente nas investigações.

Alkindar Costa
117
Em 05 de agosto de 1989 uma carta foi noticiada nos jornais da Cidade, com
autoria atribuída a Flávio Pereira (nome provavelmente fictício) e foi postada em São Paulo.
O documento constatado posteriormente como anônimo, era ameaçador, destacando
que o monumento seria explodido novamente, se reerguido.
Em 9 de agosto de 1989 o JORNAL DO BRASIL anunciava as providências de
reerguimento do memorial.
O memorial, depois de 5 horas trabalho, das 12:20 às 17:30 horas, foi reerguido ao
som do Hino da Internacional Socialista, em operação testemunhada por cerca de 500
pessoas. O Presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos, Vagner Barcelos declarou
que ficaria acampado por 30 dias junto ao monumento. O serviço de montagem foi
realizado pela firma Servi-Sá, por uma importância declarada de NCz$ 3.300 à vista.
Em 12 de agosto de 1989 o memorial foi reinaugurado às 15:00 horas, sob a
proteção de forte, mas discreto, aparato policial, com 140 homens da Polícia Civil além de
10 agentes da Polícia Federal e mais 120 metalúrgicos que participaram da operação
montada pelo Sindicato. Cerca de 2.000 pessoas compareceram ao ato de reinauguração,
registrando a presença de Luiz Carlos Prestes e Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 23 de setembro de 1989, o número 827 do Jornal do Vale apresentou
declarações de que a família do metalúrgico Walmir de Freitas Monteiro não queria que a
rua em que morava o rapaz fosse rebatizada com o seu nome e a tia Maria Denilza
Freitas, deixava patente:
“Se tinham que fazer alguma coisa pelo Walmir era enquanto ele estava
vivo. Homenagear depois de morto é conversa fiada.”
Em 9 de novembro de 1989 foi lançada a produção de Eduardo Coutinho, “Volta
Redonda/Memorial da Greve”.
E o monumento ganhou uma nova placa:
“Nada, nem a bomba que destruiu este monumento, conseguirá deter
os que lutam por justiça e liberdade social.”
E o busto do General Edmundo de Macedo Soares e Silva, que havia sido retirada
da praça em 15 de julho de 1989, passou a ser vista em frente ao escritório central da
CSN, sob a responsabilidade da empresa.
O ato constou com a presença do homenageado, então com 88 anos de idade. Os
ex-funcionários foram representados pelo veterano Antônio Carlos Gonçalves Pena.
O busto foi erguido num pedestal de aço cor-ten, resistente à corrosão e à tensão.
Para descerrar a placa comemorativa, foi convidada a esposa de Macedo Soares, Alcina
Macedo Soares, também ex-funcionária da empresa e seu filho Edmundo agradeceu em
nome da família

MILITAR APONTA CULPADOS

Em 14 de março de 1999, o Jornal do Brasil surpreende o País, o Estado do Rio de


Janeiro e em especial a cidade de Volta Redonda, publicando entrevista do Capitão Dalton

118 Roberto de Melo Franco.


Volta Redonda Ontem e Hoje
A reportagem referia-se ao Monumento criado por Oscar Niemeyer em homena-
gem a Willian Fernandes Leite, Walmir Freitas Monteiro e Carlos Augusto Barroso, mor-
tos quando da greve iniciada em 07 de novembro de 1988, na CSN.
Diz a reportagem:
“A dinamite foi dada pelos bicheiros do Rio e tirada de pedreiras da
Baixada Fluminense; a dinamite usada na explosão foi acondicionada
em mochilas camufladas que

Marcelo Caneiro
pertenciam ao NOBISTOR, navio O Capitão Militar
de bandeira panamenha Dalton, deu um
apreendido em Niterói, em 1986 depoimento inusitado
ao Jornal do Brasil, em
( o navio vinha da Argentina com 14/03/1999, imputando
armamento que iria para o ao Exército Brasileiro
a destruição do
governo de Gana, na África, mas monumento erguido em
que ficou com o Exército. As Volta Redonda.
mochilas, levadas para o
Batalhão de Forças Especiais,
eram usadas para enchimento
para explosivos)”.

Afirmando que os explosivos eram civis e das pedreiras do Rio de Janeiro,


destacou que “a idéia era usar o dia da inauguração (do monumento).
De madrugada, como seria o dia da festa, não chamaria a atenção de
ninguém a presença de pessoas próximas ao monumento...”
Esclareceu, também, que “numa explosão deste tipo, faz-se o cálculo da
carga necessária para destruir o concreto. Depois, define-se onde será
colocada a carga que é ligada ao cordel detonante, fazendo a explosão
de outro cordel. A velocidade é tão grande que detona todas as cargas
quase ao mesmo instante. Mas uma ligação falhou e uma das cargas
não explodiu. Ela foi encontrada na demolição, numa mochila.”

Em 15 de março de 1999, o Jornal do Brasil publica que o Secretário de Direitos


Humanos, José Gregori, disse que as revelações feitas pelo ex-capitão Dalton Roberto
de Melo Franco, devem ser apuradas. “Se esta denúncia for comprovada houve um crime
que não está prescrito nem está contemplado pela Lei da Anistia”, complementou.
Já no dia seguinte, o mesmo jornal noticiava que “o ministro do Exército, Gleuber
Vieira, determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar para apurar” as declarações
do ex-capitão.
“O pedido de abertura do inquérito foi feito pelo procurador-geral da Justiça Militar,
Kleber de Carvalho Coelho”.
Foi designado para condução do Inquérito Policial Militar, o general Manoel Luis
Valdevez Castro e seria dirigido no Comando Militar do Leste, com sede no Rio de
Janeiro.
Um outro inquérito passou a ser cuidado, desta vez em Volta Redonda, a cargo do
procurador Wanderley Dantas.

Alkindar Costa
119
O promotor João Rodrigues Arruda, indicado para acompanhar o IPM de Volta
Redonda, declarou na edição de 22/03/1999 do Jornal do Brasil: “Este IPM não repetirá a
fraude do IPM do Riocentro.”
A Câmara dos Deputados e a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
tomaram providências para criação de comissões para acompanhar o inquérito sobre
explosão do monumento de Volta Redonda. Em Brasilia, a iniciativa foi do Deputado
Federal Paulo César Baltazar da Nóbrega e na Assembléia Legislativa, do Deputado
Estadual Nelson dos Santos Gonçalves.

TERRORISMO ESPALHA BOATOS EM VOLTA REDONDA

A posse de Wanildo de Carvalho, Vice-Prefeito de Volta Redonda na chefia do


Executivo Municipal, representou um período de intranqüilidade na Cidade, em razão dos
atos consumados por aqueles que o aceitaram para figurar na chapa de Juarez Antunes,
mas não concordaram com a sua posse no cargo de Prefeito, em razão do desastre que
fulminou o titular.
A cidade que não conhecia guerrilha, terrorismo e outras medidas do gênero,
passou a ser assaltada pelos “boatos”, inclusive da colocação de bombas na Prefeitura
Municipal, Colégio Getúlio Vargas e na Escola Técnica Pandiá Calógeras.
Em 27 de abril de 1989 um telefonema alarmou quantos trabalhavam no Palácio 17
de Julho, sede da Prefeitura Municipal.
O fato foi assim noticiado pelo Jornal do Vale, edição nº 764:

“Um telefonema anônimo recebido na manhã de quinta-feira por uma


das telefonistas da Prefeitura causou pânico entre os servidores que
estavam no prédio e interrompeu o expediente. Através do número 156,
reservado para as queixas da população, uma pessoa advertiu que uma
bomba explodiria no Palácio. O clima de tensão só foi desfeito à tarde,
quando técnicos da Polícia Civil negaram a existência do explosivo. O
alerta obrigou a 6ª Companhia Independente da PM a evacuar o imóvel
e a cercar a área em torno da Prefeitura. O sub-grupamento de Incêndio
do Corpo de Bombeiros também foi acionado, mas limitou-se ficar de
prontidão. Nesses casos, o CB só atua no socorro às vítimas, na
hipótese de uma explosão.
Cinco carros da corporacão permaneceram na praça até o fim da
vistoria.
A evacuação do prédio foi iniciada antes mesmo da chegada da PM
pelo funcionário da EPD (Empresa de Processamento de Dados),
Franklin. No momento, a fila em frente ao posto do BANERJ era
grande, já que ontem os servidores públicos começaram a ser pagos.
No início da tarde, o tenente PM, Berg, autorizou que a gerente do banco
transferisse o dinheiro dos caixas para a agência do BANERJ, na

120 Avenida Amaral Peixoto.


Volta Redonda Ontem e Hoje
Até o fim da vistoria, às 16 horas, ninguém mais teve permissão para
entrar no prédio e dezenas de curiosos se aglomeraram na praça para
observar o trabalho da PM, que com apenas 10 homens, se limitou a
manter a área evacuada. O técnico da Divisão de Operações Especiais
da Polícia Civil. Maulaitin, só iniciou o trabalho de buscas com a chegada
do Secretário de Governo, Vicente Paluma, e do Procurador-Geral do
Município, Luís Carlos Correa de Miranda. Com outros três peritos, o
policial percorreu todas as salas da Prefeitura, mas nada encontrou.
A inspeção não demorou mais do que uma hora e se ateve, principal-
mente, na sala do prefeito. Wanildo de Carvalho, que no entanto, não
apareceu no Palácio para acompanhar a equipe da Polícia Civil.
Terminando o trabalho, os curiosos foram pouco a pouco se
dispersando, mas o expediente não foi retomado”.
Já em 03 de maio de 1989 foi a vez da Escola Técnica Pandiá Calógeras, com um
telefonema anônimo na parte da manhã.
À tarde, misteriosamente, explodiu um dos quatro regeneradores do alto forno nº 3
na Companhia Siderúrgica Nacional.
A situação da Escola Técnica, noticiada pelo Jornal do Vale, edição de nº 767, deta-
lhou o acontecimento desta maneira:

“Alarme Falso na Escola Técnica

Um telefonema anônimo, recebido na manhã de quarta-feira pela tele-


fonista da Escola Técnica Pandiá Calógeras, trouxe o pânico mais uma
vez a Volta Redonda. Há menos de 48 horas da explosão que destruiu o
memorial de 9 de Novembro, uma pessoa, que não quis se identificar,
alertou que às 10 horas e 30 minutos uma bomba colocaria no chão o
imóvel de três andares. A Escola foi evacuada às pressas pelos bom-
beiros da C.S.N., mas as ameaças não foram cumpridas.
Em menos de uma semana foi o segundo alarme falso no Município. O
primeiro, na quinta-feira passada, teve como alvo a Prefeitura. Uma
equipe da CAO (Coordenadoria de Apoio Operacional) da Polícia Civil
vistoriou o prédio, mas nada encontrou. O mesmo aconteceu na quar-
ta-feira. No início da tarde, três técnicos chegaram à Escola Técnica e
ficaram apenas 10 minutos. Nenhuma bomba foi descoberta e no dia
seguinte as aulas voltaram ao normal. Pelo menos outros cinco estabe-
lecimentos de ensino receberam telefonemas parecidos e preferiram
dispensar os alunos.
Para exaltar ainda mais os ânimos, o homem que ligou para a Escola
Técnica voltou a telefonar 15 minutos antes do horário anunciado para
a explosão e foi atendido pela secretária do diretor Jessé de Holanda
Cordeiro. Sem se identificar, ele alertou que todos deixassem o prédio
até às 10 horas e 30 minutos. No momento, cerca de mil pessoas, entre
alunos e funcionários, estavam no local.
Segundo Jessé de Holanda Cordeiro, esse tipo de ameaça nunca havia
sido feito à escola. “Estão querendo tumultuar ainda mais o ambiente”,
acusou o professor.

Alkindar Costa
121
O gerente geral de recursos humanos da CSN, Luiz Xavier, é da mesma
opinião. Para ele, isso pode ser obra de algum irresponsável que esteja
aproveitando para brincar com uma situação, que já é tensa.
Um embrulho encontrado no térreo pelos bombeiros e que chegou a
assustar os funcionários, nada mais era do que uma caixa de luz em-
brulhada num papel pardo. Segundo Xavier, a pessoa que ligou para a
Escola sequer conhecia o imóvel, pois afirmou que a bomba estaria no
segundo andar, enquanto o prédio não tem lances muitos definidos.
Suas salas estão localizadas em diferentes níveis”.

O tempo passou, mas em 09 de outubro de 2001, no Colégio Plural, na Rua


17A - Bela Vista, um falso aviso mobilizou bombeiros do quartel do aterrado, depois que
um homem telefonou que uma bomba explodiria por volta das 14:00hs. Era um trote.

EXPLOSÃO NO ALTO FORNO 3 ALARMA VOLTA REDONDA

Na tarde de 03 de maio de 1989, a cidade de Volta Redonda que já havia sido


sacudida com a derrubada de um monumento construído ao lado do Escritório Central,
na madrugada do dia 02 do mesmo mês, voltou a ser alarmada com uma explosão,
seguida de dois estrondos no interior da Usina da Companhia Nacional.
Um dos quatro regeneradores do alto forno nº 3 havia sido explodido fazendo o
motor do equipamento voar a uma distância de 100 metros, apesar de seu peso,
estimado em 200 quilos.
O fato ocorreu por volta das 16:30 horas, deixando os funcionários da empresa e os
moradores das imediações aterrorizados.
O incêndio provocado pela explosão só foi apagado por volta das 20:00 horas e
uma nuvem preta cobriu o céu e as chamas chegaram a cinco metros de altura.
O Sindicato dos Metalúrgicos desfechou acusações à direção da empresa,
destacando que a situação dos equipamentos não suportavam a carga de produção
exigida. A entidade já havia entrada em juízo com uma medida cautelar, exigindo a indicação
de um técnico para vistoriar todos os equipamentos.
À noite, a direção da Empresa divulgou um comunicado sobre a explosão,
informando que só após um criterioso levantamento da área atingida seria possível a
avaliação dos prejuízos, a causa do acidente e o período em que o forno ficaria parado.
Foi o Sindicato dos Metalúrgicos que declarou estar afastada a possibilidade de
sabotagem. Cinco funcionários da empresa saíram feridos, sendo o caso mais grave o
do Engenheiro Koiti Kobachi, com queimaduras generalizadas pelo corpo (queimaduras
de 1º grau no rosto e de 1º e 2º graus nos antebraços e coxas).
Foram declarados feridos: Dejair Francisco da Silva, Marcionílio Correia de Moraes,
Henrique Tolomelli e Olavo de Souza Sobrinho.
Na explosão, milhares de tijolos refratários foram lançados, quebrando paredes,
vidros e veículos que estavam próximos ao local do acidente.
122 Volta Redonda Ontem e Hoje
Às 11 horas do dia 05 de maio, os corpos dos dois metalúrgicos que estavam pró-
ximos ao alto forno nº 3 no momento da exploração foram encontrados. Eram Jorge Nunes
e Antônio Araújo que ficaram sob os destroços do quinto piso do regenerador incendiado.
O Diretor de Operações da CSN, engenheiro Ari Souto destacou que o “acidente”
no regenerador do alto forno nº 3 não tem precedentes na história da siderurgia.
Posteriormente, os órgãos de informação destacaram que o “regenerador” de gás
do alto forno III da CSN foi avariado pelo explosão de uma bomba. Essa informação do
governo, segundo apurou a equipe de reportagem do Jornal do Comércio, que circulou na
quarta-feira - 10/05 com esta notícia. As investigações “não levaram à identificação dos
responsáveis pela explosão, mas a Polícia Federal” procurou realizar “diligências para
apurar os autores”. Foi destacado também que, segundo a polícia, existiu um suspeito:
uma pessoa que tentou apagar as pistas do atentado ao alto forno. O alto forno avariado
foi abafado e o “trabalho de escoramento do regenerador incendiado” prolongado pelas
24 horas do dia.
Cerca de 500 funcionários da CSN, da FEM e de empreiteiras como a Montreal e
Tenenge foram mobilizados. “Inicialmente, tentou-se retirar a cúpula do equipamento com
um guindaste cedido pela empresa Superpesa. A operação foi suspensa, pois colocaria
em risco a própria estrutura do forno. Para escorar a cúpula, a CSN construiu uma plata-
forma de estrutura metálica, apta a suportar 350 toneladas do equipamento danificado. O
trabalho foi coordenado pelo Engenheiro Bariquelo e exigiu muita cautela. O sistema hi-
dráulico do regenerador exigiu reparos e os cabos que ligam a casa de controle ao alto
forno foram substituídos”, ficando previsto cortar toda a cúpula destruída com maçarico.
No dia 16 de maio de 1989, às 10:40 horas, a primeira corrida no alto forno nº 3
indicava que o mesmo passava a ser considerado salvo. As quatro primeiras corridas
foram difíceis, já que serviram simplesmente para limpar o alto forno.
Do acidente ficou apenas uma marca: em uma cidade que a todo instante se apre-
goa nomes de metalúrgicos desaparecidos, do acidente do alto forno nº 3, ninguém mais
relembrou os nomes de Jorge Nunes e Antônio Araújo, mortes do local e o próprio desas-
tre caiu no esquecimento.

CSN - LUTAS e SABOTAGENS

A posse do Presidente Collor representou para aqueles que aprenderam a fazer da


Companhia Siderúrgica Nacional um trampolim político e, em determinadas situações,
com claros aproveitamentos pessoais, um período de reflexão e de reordenação dos
planos fixados.
A notícia de que a CSN seria privatizada surgiu logo em seguida, considerando-se
que a empresa havia conquistado espaço em todos os órgãos de informações, nacionais
e internacionais, como um foco de agitações comprometendo a imagem do metalúrgico
voltarredondense que sempre foi a de trabalho e de defesa da soberania nacional.
Em 15 de março de 1990, o Diário Oficial da União publicou a Medida Provisória nº
151 do Presidente Fernando Collor, estabelecendo, no Artigo 1º, IV, a extinção: e) Siderúr-
gica Brasileira S.A. (SIDERBRÁS) e g) Companhia Brasileira de Projetos Industriais -
COBRAPI.

Alkindar Costa
123
A determinação de extinção da Siderbrás representava o primeiro passo para a
privatização das siderúrgicas estatais.
Em Volta Redonda as ameaças do Sindicato dos Metalúrgicos no sentido de ocupar
a CSN, ganhavam corpo.
O Presidente da CSN, Roberto Procópio de Lima Neto procurava colocar em dia o
pagamento dos servidores da empresa.
A decretação do Plano Collor já representava o cancelamento de 80% das
encomendas de aço da CSN e os pátios da empresa ficavam com o estoque no limite de
200 toneladas em Volta Redonda.
A direção da empresa resolveu paralisar diversos equipamentos, antecipando a
manutenção, representando a colocação de cerca de 2.500 empregados em “cursos”
para serviços ou até mesmo mandados para casa.
Parados o laminador de tiras a quente 2, duas linhas de decapagem, os laminadores
de tiras a frio 2 e 3, as linhas de zincagem contínua 2 e 3, três linhas de recozimento
contínuo, uma linha de preparação de bobinas e as três linhas de estanhamento eletrolítico.
A comunidade discutia a crise na Siderúrgica, estabelecendo um “Forum de Deba-
tes”, reunindo-se extraordinariamente na noite de 03 de abril de 1990 na Cúria Diocesana.
O Presidente da CSN anunciou que 1.300 funcionários ligados às empreiteiras fo-
ram demitidos e que esse número deveria chegar a 5.000, atingindo em maiores propor-
ções os escritórios de Volta Redonda e Rio, com previsão do fechamento das minas de
carvão de Santa Catarina.
A FEM ficou na expectativa, enquanto que o Hospital da CSN entrou nas cogitações
de passar para a Prefeitura Municipal.
O Presidente Lima Neto, uma semana depois de empossado, enumerou o que
chamou de os três primeiros problemas que seriam atacados pela Diretoria:
1 - enxugamento da estatal;
2 - regularização da comercialização, e
3 - dissolução do cartel do transporte do aço.
Paralelamente declarava a Imprensa:
“Eu temo que a CSN esteja sendo vista como um pião nacional” onde prevale-
ciam os interesses de políticos interessados no fechamento da estatal, como forma de
beneficiamento nas eleições previstas para outubro.
Ficava também a denúncia de que a Companhia Siderúrgica Nacional, “transferiu,
em dez anos, US$ 10 bilhões a grupos privados nacionais e internacionais através
da defasagem fabricada por autoridades do governo no preço do aço” (Opção nº
1.128)
Diante das promessas de greve com ocupação da Usina por parte do Sindicato dos
Metalúrgicos, o presidente Lima Neto destacou que ele e os demais diretores iriam para o
Rio, só voltando quando a Empresa estivesse desocupada, prometendo que não chama-
ria força policial para tirar ninguém.
O Presidente da CGT de Volta Redonda, Luiz Lopes Netto comunicou que após
trabalho de especialistas em geologia, que as minas de ferro que a CSN estava fechando
em Santa Catarina, apresentavam farelos de ouro que, se aproveitados trariam um
124 Volta Redonda Ontem e Hoje
faturamento de US$ 80 milhões. Na ocasião entregou ao presidente da CSN um dossiê
contendo casos de corrupção na Empresa.
O Presidente da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redon-
da, Edir Maurício Moreira, em 30 de abril de 1990 encontra-se com o Presidente da CSN,
às 14 horas no Escritório do Rio, quando discutem sobre os impactos na economia do
município em razão das medidas adotadas pela Siderúrgica.
Edir Maurício enfocou que a “CSN não dá preferência à firmas de Volta Redon-
da” e que em 1989 as compras da Companhia de material de consumo atingiram NCz$
900 milhões e que deste valor, apenas NCz$ 50 milhões foram gastos na Cidade do Aço.
Disse que só em ICM, a CSN enviou para São Paulo no ano de 1989, o equivalente a 30
orçamentos de Volta Redonda.
Em 1º de maio de 1990, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola pregou a
mobilização contra a privatização da CSN.
Em 4 de maio de 1990 a CSN terminou de pagar seus funcionários em Volta Redon-
da, totalizando uma folha de Cr$ 1,3 bilhão, incluindo encargos, o que foi conseguido sem
nenhum empréstimo bancário e através da exportação de produtos que estavam enca-
lhados nos pátios da Empresa.
A CSN já reativava a Laminação de Tiras a Quente.
A imprensa noticiava que as demissões seriam em torno de 5.600 empregados.
O Jornal Opção nº 1.129, publicou em sua página 15, as declarações do metalúrgico
Maurício de Almeida, quando destacou:
“Os políticos incharam a empresa, ganharam votos, se enriqueceram
cada dia mais e quem paga a conta por esses desmando são os traba-
lhadores.”
O Jornal do Vale, nº 920 de 19 de maio de 1990 publicou o plano de saneamento da
CSN e que foi apresentado ao Sindicato que já havia promovido um movimento de ocupa-
ção da Empresa.
Entrega do Hospital da Siderúrgica Nacional à Fundação General Edmundo Macedo
Soares, a venda das minas de ferro, localizadas em Minas Gerais, a transferência da
Escola Técnica para o Senai e o repasse de ações da Empresa, como forma de paga-
mento da Girafa e do Plano Bresser, foram alguns dos pontos enfocados.
Em 15 de maio de 1990, liderados pelo Departamento dos Aposentados do Sindica-
to dos Metalúrgicos e com o apoio da CUT, aposentados de Volta Redonda ocuparam o
prédio da Caixa Beneficente dos Empregados da CSN, como forma de demonstração de
revolta diante do atraso do pagamento dos benefícios do mês de abril. O movimento se
estenderia ao fechamento do Sider Shopping, o que foi contornado posteriormente.
A ocupação da CSN verificou-se em 14 de maio de 1990, a partir das 5 horas da
manhã, com a presença do Sindicato, associações de moradores e ativistas nas quatro
entradas da usina.
Como conseqüência, o número de demitidos foi reduzido de 2.400 para 1.375.
A partir de 24 de maio de 1990, os funcionários licenciados na CSN anunciaram que
iriam armar acampamento em frente ao Escritório Central, como forma de pressionar
contra as demissões anunciadas para dentro de 30 dias. A decisão inicial foi a de
acampar “próximo ao Escritório”, no entanto o que se verificou posteriormente, foi o

Alkindar Costa
125
“acampamento usando a própria avenida”, o que representou sérios transtornos para o
trânsito da Cidade, sem que se verificasse qualquer providência por parte das autorida-
des legais.
Na mesma ocasião, cerca de 1.200 funcionários da empreiteira Montec, em greve
comprometiam as obras de recuperação do alto-forno 2 da CSN.
Os jornais anunciavam que a empreiteira já havia recebido um adiantamento de
US$ 45 milhões.
O Presidente Roberto Procópio de Lima Neto, afirmou ao jornal “Opção” nº 1.132,
que o processo de demissões na empresa estava terminado:
“Demitimos 2 mil pessoas em Santa Catarina; entre Volta Redonda e
Rio, 1.375 de funcionários da CSN e mais quase 1.500 de pessoal de
empreiteira, o que dá 4.900 aproximadamente.”

Na mesma ocasião o presidente da Empresa destacou que as necessidades de


compra de aço da CSN, podiam ser atendidas junto à área comercial da Companhia.
Como reflexos da ocupação da Usina, foram anunciados o recuo do banco do
Brasil no financiamento pactuado, recuo das empresas exportadores que iriam adiantar
dinheiro a título de pré-pagamento, uma trading (exportadora) coreana foi barrada na
porta por um piquete, e ela iria comprar US$ 50 milhões.
Em 25 de maio de 1990, Vagner Barcelos, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos,
evitou que a Usina Presidente Vargas entrasse em colapso, convencendo os ferroviários
a não suspenderem o carvão consumidos nos altos fornos da empresa, uma vez que a
categoria estava em greve.
Foi anunciado o cancelamento do contrato entre a CSN e o consórcio Tenenge, que
reúne as empreiteiras Montreal e Montec.
“A decisão da estatal deveu-se ao fato do consórcio estar impossibilita-
do de cumprir o prazo estipulado para a execução dos serviços, que era
de 135 dias, cujo valor acertado foi de US$ 50 milhões. Depois de 46
dias de trabalho, com diversas interrupções, o contratado não conse-
guiu executar sequer um terço do previsto pelo organograma” (Jornal do
Vale nº 924)

A greve a partir de 17 de maio de 1990 complicou a situação e os piquetes funciona-


ram com eficiência, impedindo o acesso dos trabalhadores ao canteiro de obras, incluin-
do o pessoal de supervisão.
O próprio consórcio admitiu que não teria condições de cumprir o contrato.
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos, em Brasília, pede ao Governo as chaves
da CSN, destacando que os próprio trabalhadores têm condições de administrar a
Empresa. E o acampamento em frente ao Escritório Central, dificultando o trânsito da
Cidade permanecia.
Em Volta Redonda, 1375 empregados tiveram suas “licenças remuneradas” pror-
rogadas por mais 30 dias.
Em 06 de junho de 1990 o Escritório Central amanhece pichado.
126 Volta Redonda Ontem e Hoje
“A parede dianteira do imóvel foi ocupada com convocações para a
greve geral do próximo dia 12. Nem o busto do fundador da empresa
escapou ileso. Os pichadores desenharam uma suástica, símbolo do
nazismo, na escultura do general Edmundo de Macedo Soares e, ainda,
chegaram a escrever a palavra “fascista”, logo em seguida, tapada.”

O fato gerou protestos e ninguém soube identificar o autor da proeza, muito embora
a avenida em frente ao Escritório Central estivesse ocupada por inúmeras barracas.
Em 07 de junho o Governador Moreira Franco visita Volta Redonda, nas comemora-
ções da Semana do Meio-Ambiente e encontra-se com o Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos, destacando serem aliados na luta contra a privatização da CSN.
O acampamento em frente ao Escritório Central, abrigando 40 famílias, passou a
gerar protestos e a requerer a atenção das autoridades competentes. A partir de 19 de
Junho o acampamento começou a ser desarmado.
A CSN decide cortar 48 cargos de gerência da empresa e aprova o fechamento do
Escritório em Nova York.
Em 1º de setembro de 1990 o Presidente Lima Neto comparece ao auditório da
Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redonda, onde relatou a
situação da CSN e o processo de privatização.
Relembrou na ocasião o seu pronunciamento sobre a ação do Sindicato dos
Metalúrgicos e a posição da Igreja, considerando:
“Depois de passar 19 séculos defendendo os ricos ela agora defende
os pobres. A igreja fala o que é pobreza mas não apresenta soluções
para se sair da pobreza.”

Na ocasião mais de 200 pessoas ouviram as explanações.


Presente Paulo César Ximenez, Secretário Executivo do Ministério da Infra-Estrutu-
ra que, em relação à CSN declarou: “Ela é fantástica e moderna, além de ter um parque
industrial imenso”, depois de ter destacado que não tinha o menor conhecimento do que
era a Cidade e nem a CSN.
“A juíza Regina Célia de Miranda Jordão, da 1ª Junta de Conciliação e
Julgamento da Justiça do Trabalho, indeferiu a ação cautelar inominada movida
pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda contra a CSN”. O objetivo da
ação era o de conseguir a anulação das 52 demissões efetuadas pela Empresa.
No dia 23 de agosto quando da realização de audiência na 4ª Vara Cível da Comarca,
o juiz Celso Luiz de Matos Perez, indeferiu a liminar requerida pela CSN no interdito
proibitório contra o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Jadir Batista de Oliveira, a fim de
proibir a entrada desse dirigente sindical na usina, por entender ausente os pressupostos
necessários à concessão.
Em 28 de agosto, o apelo do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda para que
os operários da CSN comparecessem em massa à Assembléia Geral, não foi ouvido e
menos de 100 pessoas chegaram à Praça Juarez Antunes. O objetivo da Assembléia
seria mobilizar a categoria contra as 54 demissões anunciadas.

Alkindar Costa
127
A Companhia anuncia o desejo de manter fechadas as duas minas de carvão de
Criciúma, em Santa Catarina e de não vender as minas de Congonhas e de Lafayete para
a Companhia Vale do Rio Doce.
Paulo Yoshida, Diretor Comercial da CSN altera a programação até então atendida
entre a empresa e as transportadoras e distribuidores de aço e aumento do faturamento
da siderúrgica.
Depois da alteração dos planos “qualquer pessoa pode comprar aço direta-
mente da CSN, desde que adquira uma quantidade mínima que viabilize a produ-
ção; o distribuidor primeiro tem que pagar pelo aço à CSN para depois recebê-lo
em 60 dias; o distribuidor continua revendendo a chapa zincada a 1.404 dólares,
mas a CSN joga um aumento de 50%, forçando o distribuidor a comprá-la por 1.053
dólares.”
A partir de 03 de setembro os funcionários que estavam de licença remunerada
começaram a receber suas cartas de demissões, em uma listagem fixada em 1.256
servidores.
Em 05 de setembro o Deputado Federal Francisco Dornelles, na solenidade de
entrega de carteiras de novos advogados, em Volta Redonda, acusou os governos fede-
ral e estadual e a CUT pela crise financeira da CSN, informando que como forma de
sanear a empresa dava destaque a expulsão dos ativistas das portas da Usina e, diante
de uma nova greve, a mobilização da população para impedir qualquer tipo de paralisa-
ção.
Em 12 de setembro, a juíza da 2ª Junta de Conciliação e Julgamento do Ministério
do Trabalho, concedeu liminar reintegrando os doze membros da CIPA da CSN, fazendo
retornar às atividades: Carlos Alexandre Honorato, Carlos Augusto dos Santos, Geraldo
Wagner de Morais, Daniel Rodrigues, Jorge Monção Ferreira, José Maurício Baptista, Luiz
Carlos Andrade Vieira, Nilson Carneiro Sales, Sebastião Machado, Manoel Isaac Moura,
Haroldo Tavares e Tarcísio Xavier Pereira.
Em 17 de setembro, a direção da CSN apresenta à Comissão de Desestatização
do Banco Nacional de Desenvolvimento Social, o plano de privatização da estatal.
Empregados da COBRAPI se dividem quanto a compra da empresa.
Em 09 de novembro o Sindicato dos Metalúrgicos não consegue público na Praça
Juarez Antunes junto ao monumento em homenagem a William, Valmir e Barroso, passa-
dos dois anos de falecimentos. O Sindicato não conseguiu alugar um telão para exibir
vídeos sobre a luta dos metalúrgicos em Volta Redonda e o culto ecumênico programado
não foi realizado.
A proposta do deputado federal César Maia (PDT) de trocar a dívida passada da
CSN, pela execução da Linha Vermelha, uma via paralela à Avenida Brasil no Rio de
Janeiro, não foi recebida com agrado pelo Governador Moreira Franco.
Em 27 de novembro de 1990, por volta das 14 horas, um incêndio começou nas
linhas três e quatro do setor de recapagem da Usina Presidente Vargas (CSN), destruin-
do-as parcialmente e representando um prejuízo de US$ 200 milhões. O fogo queimou
toda a parte elétrica e o sistema de computação da seção de saída das duas linhas.
O fato representava 360 mil toneladas de folhas de flandres e laminados que deixa-
riam de ser produzidas. O incêndio só foi controlado cerca de sete horas depois, por
dezenas de soldados do Corpo de Bombeiros de Volta Redonda e Barra Mansa.

128 Volta Redonda Ontem e Hoje


O prazo de recuperação do equipamento foi contestado pelo Presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos Vagner Barcelos.
A imprensa noticia a demissão de funcionários do Hospital da CSN, Escola Técnica
Pandiá Calógeras e Recreio do Trabalhador Getúlio Vargas.
Em 29 de novembro a CSN nomeia comissão para apurar as causas do incêndio,
coordenada pelo Engenheiro Nelson Geraldo Silva da Cunha (SGEN), enquanto que o
presidente da CIPA, José Vanderlei destaca que mesmo não fazendo parte da Comissão,
iria acompanhar os trabalhos.
Luiz Xavier, Gerente Geral da Assistência do Empregado e Serviços da CSN,
destaca na edição nº 1001 do Jornal do Vale que, em 23 de novembro foram transferidos
para a Fundação Edmundo de Macedo Soares e Silva, a Escola Técnica Pandiá Calógeras
e o Recreio do Trabalhador Getúlio Vargas, enfocando que o próximo passo seria a
transferência do Hospital da Siderúrgica Nacional para a mesma fundação.
A Fundação Edmundo de Macedo Soares e Silva foi criada em 1961, com sede em
Congonhas (MG). Posteriormente sua sede foi transferida para Volta Redonda, sendo
seus diretores: Jessé de Hollanda Cordeiro (diretor da Escola Técnica Pandiá Calógeras),
Paulo Pinho Luz, Agostinho Teixeira de Almeida e Lécio Pereira Moreira, tendo na
presidência, Roberto Procópio de Lima Neto (presidente da CSN), respondendo pela
direção executiva, Luiz Xavier.
Em 30 de novembro de 1990 novo incêndio se verifica em área da CSN. Foi na
Divisão de Seleção que funciona na Rua 21, em frente ao Vila Shopping.
O fogo teve início às 17 horas e às 18 horas já estava completamente controlado,
tendo sido considerado criminoso.
“Do Centro de Pesquisas, na mesma tarde, foram roubados um terminal, um
micro e uma impressora” (Jornal do Vale nº 1001).
A direção da CSN anuncia que a linha de decapagem, destruída por um incêndio,
voltaria a funcionar, o que aconteceu em 30/12/90 às 03:55 horas.
O Sindicato dos Metalúrgicos e dos Engenheiros unem forças, para juntos
combaterem o que chamam de inimigo comum: “o Governo Federal através do Presidente
da CSN, Roberto Procópio de Lima Neto e apresentam uma carta intitulada: “CSN:
insistindo no cinismo”.
Por outro lado, Vagner Barcelos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos declara
a disposição de fechar a Companhia Siderúrgica Nacional, caso o Governo Federal
insistisse na intenção de privatizar a empresa, gerando um mal estar entre os diretores
da entidade.
Lima Neto desenvolve um programa para trocar por debêntures a dívida interna da
empresa junto a 28 bancos privados e estaduais. Garantindo que o acordo seria fechado
no mês de dezembro de 1990, informava que a operação só seria realizada em abril de
1991. A imprensa noticia que a direção da CSN denunciava sabotagem tentada em 22 de
dezembro, no interior da Usina, em duas etapas, a saber:
“As válvulas de drenagem de óleo dos transformadores das caldeiras
R2 e VR-1 do laminador de tiras a quente nº 2 foram abertas, o que
representaria a destruição dos transformadores, acarretando grandes
prejuízos à CSN. As válvulas foram abertas às 12:30 horas e o incidente
só foi descoberto devido ao alarme;

Alkindar Costa
129
As seis válvulas de emergência na Bateria de Coque nº 5, foram fecha-
das, provocando um resfriamento da unidade.”
O Jornal do Vale, edição nº 1.011 de 05 de janeiro de 1991, anuncia que “Homens
renderam guardas durante incêndio na usina.”
“No momento em que a equipe de combate de incêndio da CSN tentava
debelar o fogo que atingia a linha de decapagem da Usina Presidente
Vargas, no dia 27, três homens são suspeitos de terem sido os provoca-
dores do incêndio.”
Dois usavam uniformes da empresa e “chegaram ao almoxarifado no momento
em que uma equipe de combate a incêndios foi buscar filtros novos para as másca-
ras contra gases dos bombeiros. Toda a equipe foi rendida, juntamente com os
guardas que vigiavam o local.
Não se sabe com exatidão o que os três homens armados pretendiam fazer
no almoxarifado, pois logo em seguida uma patrulha da Guarda Patrimonial da CSN
se aproximou do local e os três homens fugiram da usina, levando as armas dos
guardas que foram rendidos”.
Na mesma edição o jornal informa que uma nova sabotagem foi apurada.
“O fato ocorreu pouco antes da entrada em funcionamento da linha de
decapagem que foi atingida por um incêndio no dia 27 de novembro.
Durante uma vistoria para verificar as condições da linha de decapagem
que havia sido recuperada, no dia 29 de dezembro, técnicos da CSN
constataram que alguns cabos elétricos foram cortados
deliberadamente.”
Novo fato foi trazido ao conhecimento público: em 04/12, às 16:30 hs, um intruso
tentou atingir o topo da caixa d’água do Escritório Central e fugiu ao ser descoberto. Tra-
java uniforme e ficou patente a tentativa de colocação de veneno no local.
A diretoria da CSN anunciou o oferecimento de uma recompensa de Cr$ 1 milhão
para quem prestar informações que levem à identificação e à prisão dos responsáveis
pelas sabotagens na Usina.
O Governo Federal inclui em janeiro de 1991, a Companhia Siderúrgica Naci-
onal na lista das empresas que serão privatizadas em 1991 e 1992. O Presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Vagner Barcelos inicia as medidas de re-
sistência para enfrentar as medidas governamentais e que vão desde a ação popular até
nova ocupação da Usina.
O Governador Moreira Franco condenou o ato do Governo Federal.
O Presidente da CSN propôs ao BNDES que destine 20% das ações aos emprega-
dos da empresa, acreditando que elas serão adquiridas.
As manchetes dos jornais em Volta Redonda destacam que “Wagner renuncia se
CSN for privatizada” e “Sabotagem apressa privatização da CSN”. O Sindicato dos
Engenheiros deixa em relevo que a “democratização administrativa da Companhia Side-
rúrgica Nacional, através de uma nova composição acionária, reunindo trabalhadores,
empresários ligados ao setor, o Estado e a própria União é a saída.”
A guerra do Golfo Pérsico trouxe, como era de esperar, sérios problemas à CSN,
além de uma greve dos portuários.
130 Volta Redonda Ontem e Hoje
O Governador eleito do Estado do Rio de Janeiro, Leonel Brizola endossa a
proposta apresentada pelo Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda de democratizar
o capital da CSN. A decretação de novas normas econômicas pelo Governo Collor
aumenta os problemas da CSN, especialmente no que diz respeito à dívida com a Light,
diante de um aumento de 59% nas tarifas, e que na área industrial chega a 70%.
Em 1º de fevereiro de 1991 cerca de 20 entidades sindicais, representando mais de
10 milhões de trabalhadores (metalúrgicos, petroquímicos, petroleiros, estivadores,
ferroviários, portuários e oficiais de náutica) estiveram reunidos na sub-sede do Sindicato
dos Metalúrgicos, no bairro do Retiro, em Volta Redonda, contra a privatização.
Os jornais informam que após a decretação da nova edição do Plano Collor, a CSN
passou a ter que vender o aço a um preço abaixo do custo de produção, para o mercado
interno.
No encerramento das apreciações feitas em relação à CSN e considerando-se o
congelamento fixado pelo Governo Federal, a situação da Empresa, em fevereiro de 1991,
além dos problemas internos, tinha ainda que enfrentar 59,5% de energia elétrica, 60% do
gás, 30% a mais de despesas portuárias e 36% a mais no transporte ferroviário, além do
reajustamento aos próprios metalúrgicos.
Como solução, a direção da CSN prepara-se para colocar 100% de sua produção
no mercado externo.
A folha de salário da Empresa atinge US$ 51 milhões, o que representa quase que
a metade do faturamento.
Segundo Paulo Yoshida, diretor Comercial, em relação ao mercado interno, as
vendas no exterior proporcionam preços superiores 35% no laminado quente; 27% no
laminado frio; 15% na folha zincada e 8% na de flandres.
As exportações teriam como meta o Irã, Japão, Índia, Estados Unidos, Comunidade
Econômica Européia, Sudeste Asiático e América Latina.
O Presidente Roberto Procópio de Lima Neto, por outro lado, em fevereiro de 1991
denuncia a Cia. Paraibuna de Metais e a Magnesita, fornecedoras de insumos para Usina
por estarem recusando pedidos caso não haja reajuste de preço, tudo em plena vigência
do congelamento fixado pelo Governo Federal.
A Companhia anuncia uma despesa, diante novas tarifas estabelecidas pelo
próprio governo, acrescidas de US$ 5 milhões com energia elétrica, US$ 1 milhão com
combustíveis, US$ 1 milhão com tarifas portuárias.
Por outro lado, a Light entra na Justiça em 31 de janeiro de 1991, cobrando US$ 150
milhões de dívidas vencidas da CSN (abril a setembro do ano passado).
No final, uma boa notícia: a partir de 23-02-1991, voltou a funcionar o Alto Forno nº 2,
depois de uma paralisação de quase um ano.

Alkindar Costa
131
A PRIVATIZAÇÃO DA CSN

As notícias au-
mentavam a importância
da Companhia Siderúr-
Abraçado a um gica Nacional, com o
corretor, Sebastião
Faria, o último destaque de que em
presidente da CSN 1992 a empresa havia
antes da privatização, registrado um “lucro
chega à Bolsa.
Na direita da foto, líquido de US$ 125
Fernando Almeida. milhões - 23% a mais do
Foto Ricardo Leone -
OGLOBO - 03/04/1993
que o resultado registra-
do em 1991 - e uma
produção recorde de
4,465 milhões de tonela-
das de aço.”
Considerações
se faziam da confirma-
ção do “valor máximo a
ser fixado para a empre-
sa, de US$ 1.588 bilhão (Cr$ 33,3 trilhões ao câmbio comercial), mesmo valor estipulado
em dezembro, quando o leilão da empresa foi adiado e resultou na demissão de Roberto
Procópio Lima Neto da presidência da empresa.”
Eram as informações jornalísticas de 9 de março de 1993.
Em 02 de abril de 1993 a Companhia Siderúrgica Nacional foi privatizada.
Miriam Leitão em seu Panorama Econômico, na edição de 03 de abril de 1993 de
O GLOBO, considerava:
“Todos os olhares estavam ontem voltados para a Bolsa de Valores do
Rio, na Praça XV, onde foi vendida a mais famosa das siderúrgicas
brasileiras e um símbolo da industrialização brasileira e do getulismo.
Na verdade, tudo estava acontecendo um pouco mais adiante, no 17º
andar do número 400 da Presidente Vargas, ocupado pela corretora
Graphus, onde às 11h30min foi selado e assinado um pré-acordo de
acionistas unindo o grupo que entrou na disputa com força para
comprar: Vicunha, Bamerindus, Vale do Rio Doce (através da Docenave)
e Clube dos Funcionários. O grupo já tinha inclusive a nova diretoria
pronta, liderada pelo ex-presidente da empresa Roberto Procópio Lima
Neto.
Representantes de todas as empresas estavam lá. Estavam
também os representantes dos empregados e com eles o presidente da
Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. “Era um pedacinho do
Brasil”, conta um dirigente da corretora. Os representantes de cada
instituição passaram horas tensas nos telefonemas para os operado-
res e para os dirigentes de cada empresa. De Londres, por exemplo, o
Presidente do Bamerindus, Maurício Schulmann ligou diversas vezes.

132 Volta Redonda Ontem e Hoje


Apesar de terem entrado com força para ganhar, o ambiente não foi
nada calmo. A cada momento chegavam recados do Banco Bozano e
da Caraíba Metais que eles tinham conseguido reunir investidores para
comprar o controle: “Estavam blefando”, conta um dos compradores.
Outros compradores independentes mantinham freqüentes contatos
com este QG. Eram o Bradesco, Real e Itaú que não entraram no pré-
acordo, mas admitiam aderir posteriormente.
..........................................................................
Pelo pré-acordo de acionistas, firmado entre os compradores, o
Bamerindus fica com a presidência do Conselho de Administração da
CSN no primeiro mandato e o grupo Vicunha no segundo.”
Vencendo uma batalha judicial, o BNDES conseguiu vender, em 02 de abril de 1993,
pelo preço mínimo, 35,9 bilhões de ações ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional,
equivalendo a 60% do lote ofertado de 51,2 bilhões de ações e a 45,5% do capital da
empresa. O assunto não estava encerrado e um novo encontro deveria ser realizado dois
dias depois.

A CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS JUDICIAIS

O Jornal “O GLOBO” de 03/04/1993 em sua página 24, publica a seguinte cronolo-


gia dos acontecimentos, envolvendo ações judiciais, durante 10 horas.
“Uma Confusão Que Durou Dez Horas.
08:00 - A juíza Marilena Soares Reis Franco chega à 13ª Vara para exa-
minar as quatro ações que deram entrada na tarde e na noite de Quinta-
feira.
10:00 - Dá entrada na 13ª Vara a quinta ação pedindo a suspensão do
leilão.
10:30 - A juíza concede liminar suspendendo o leilão, com base em três
das cinco ações.
11:15 - O presidente da Comissão Diretora do Programa de
Desestatização, André Franco Montoro Filho, chega à Bolsa de Valores
do Rio, dizendo-se confiante na realização do leilão às 14h.
12:00 - Cogita-se na bolsa, de transferir o leilão para as 15h30min. O
BNDES alegava aguardar o reinício dos trabalhos na Justiça às 13h,
para tomar medidas necessárias à realização do leilão ainda às 14h.
13:50 - Até este horário, não havia chegado à Bolsa o ofício comunican-
do a suspensão do leilão. Mesmo assim, a Comissão Diretora resolveu
transferir o leilão para as 16h30min.
14:30 - Um grupo de advogados do BNDES chega ao Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, onde aguarda até as 16h30min, para ser recebido
pela Desembargadora Julieta Lídia Lunz.

Alkindar Costa
133
15:00 - O movimento na Bolsa do Rio oscila bruscamente, passando,
em poucos minutos, de uma alta de 1,3% para uma queda de 2,6%, vol-
tando a subir, dez minutos depois, para 1,4%.
16:35 - A Comissão adia novamente o leilão, sem marcar novo horário.
17:00 - A desembargadora Julieta Lunz cassa todas as liminares contra
o leilão.
17:30 - Finalmente, começa o leilão da CSN.
17:40 - Um grupo de deputados federais tenta entrar no pregão para
impedir o leilão, provocando tumulto. São barrados pela segurança.
17:53 - Termina o leilão, com a venda de 70% das ações pelo preço míni-
mo.”

Os resultados demonstravam que “um grande consórcio formado pelos bancos


Nacional, Bamerindus, Bradesco e Itaú, o grupo Vicunha, a Docenave e a trading Emesa”,
passaram a deter 45% do controle da CSN. Para o dia 5 de abril ficaram sete bilhões de
ações avaliadas em US$ 130 milhões.
Os funcionários da CSN, com direito a 20% do capital da Companhia e a Caixa
Beneficente dos Empregados da CSN, também participaram do acordo.
Foi indicado pelos acionistas, Roberto Procópio Lima Neto (ex-presidente da CSN),
para Presidente e Maurício Schulmann, do Bamerindus, para a presidência do Conselho
de Administração.
O grande articulador da operação foi o Banco Graphus.

AS TENTATIVAS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO

“Por volta das 11h30min, a juíza de plantão da 13ª Vara Federal, Marilena
Franco, concedia liminar suspendendo o leilão sob a alegação de que a
venda era “altamente lesiva aos interesses públicos”. O despacho da
Juíza atendia a diversas ações impetradas na véspera: a da Ordem dos
Advogados do Brasil, de Volta Redonda; a do prefeito de Volta Redon-
da, Paulo Balthazar; e a do deputado Aldo Rebello (PC do B-SP).
O Vereador de Volta Redonda Cláudio Corrêa de Castro (PT) também
entrou com ação para barrar a venda, assim como o acionista
minoritário da CSN, Ari Gonçalves Aguiar. As duas ações não obtive-
ram liminar.
Pouco antes das 14h, o BNDES, mantinha a realização do leilão. Por
volta das 17h, chegava à Bolsa um grupo de Deputados com a liminar
concedida pela juíza da 7ª Vara Federal, Salete Maccalóz, à ação popular
impetrada, entre outros, pelo presidente da Associação Brasileira de

134 Imprensa (ABI), Barbosa Lima Sobrinho.


Volta Redonda Ontem e Hoje
Pouco depois o procurador regional da Advocacia Geral da União,
Olympio Pereira Junior, pediu à presidência do Tribunal Regional
Federal que suspendesse todas as liminares que visavam a barrar o
leilão.
Só então, a presidente do TRF da 2ª Região, Julieta Lídia Lunz, expediu
o comunicado ao presidente da Bolsa do Rio, Carlos Reis, garantindo
que todas as liminares estariam suspensas, inclusive a da Maccalóz.”
Alegando que os funcionários que se declaravam dispostos a viajar ao Rio de
Janeiro, queriam se deslocar de “ponto aberto” e que a Companhia deveria permanecer
em funcionamento, o presidente da CSN, Sebastião Faria, indeferiu a pretensão.
Cerca de 300 pessoas que se diziam contra a privatização da CSN, marcaram
presença na Praça Quinze. Tal grupo caiu para 150 no final do dia.
“Sem assunto para ocupar oito horas de protesto, o microfone do
carro de som foi liberado, permitindo que representantes do Sindicato
das Lavadeiras de São Paulo, da Associação dos Moradores de São
Cristóvão e do grêmio do Colégio Guanabara, entre outras entidades,
dessem seus recados.
..........................................................................

Policiais militares,
guardam a entrada
da Bolsa de Valores na
manifestação contra
a privatização da CSN
- Rio de Janeiro -1993.
Acervo Sindicato dos
Metalúrgicos

Alkindar Costa
135
A turma do contra esperou o dia inteiro, a chegada de metalúrgicos de
Volta Redonda ligados à Força Sindical que apoiava a venda da CSN.
Mas vieram apenas manifestantes do movimento contra o leilão.”

No dia 5 de abril foi consumada a privatização da Companhia Siderúrgica Nacional


(CSN), com a venda de 11,5 milhões de lotes de ações dos 15,34 milhões que restavam
do leilão de Sexta-feira. O controle passou para um consórcio formado por empregados
da usina e um grupo de empresas liderado por Bamerindus, Vicunha, Docenave e Emesa.
Na ocasião, o sindicalista Luiz Antônio de Medeiros declarou que o modelo de
privatização da CSN é o ideal.

JORNAL DO BRASIL NOTICIA O FIM DA PRIVATIZAÇÃO

Em 06 de abril de 1993, uma terça-feira, o Jornal do Brasil noticiava o fim da luta


pela privatização da CSN.
“Depois de um fim de semana de grande expectativa, o gover-
no conseguiu terminar ontem a privatização da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN). O consórcio formado pela Docenave (subsidiária da
Vale do Rio Doce, na área de Navegação), Banco Bamerindus, grupo
Vicunha, pela Trading Emesa e pelos empregados da siderúrgica ga-
rantiram 60,52% do controle acionário. Outros quatro importantes aci-
onistas, que preferiram ficar de fora do consórcio, são os bancos
Bradesco, Itaú, Nacional e Real. O presidente Itamar Franco fez questão
de cumprimentar os novos controladores da CSN, após o fechamento
da operação, através de telefonema ao Vice-Presidente do BNDES, Alexis
Stepenenko, fazendo-o interromper entrevista à imprensa na qual esta-
va avaliando a venda da siderúrgica.
Com a privatização da CSN o Governo arrecadou Cr$ 28,6 trilhões (ou
US$ 1,05 bilhão), com as ações vendidas ao preço mínimo de Cr$ 605,66. Desse
montante, 3,8% terão que ser pagos em cruzeiros - isto é, Cr$ 1,09 trilhão (US$ 40,1
milhões) – na liqüidação financeira marcada para o próximo dia 12 de abril. Foram
necessários, porém, dois dias para a conclusão da venda. No leilão da última sexta-feira,
o mercado absorveu apenas 70% do total de 51,2 milhões de lotes ofertados. Ontem,
foram vendidos mais 11,5 milhões de lotes. Houve sobra de 3,8 bilhões de ações (4,9%
do capital total), que serão incluídas na oferta ao público, em maio.”
No final ficou definido que, individualmente, o Clube de Investimentos dos funcio-
nários da CSN foi o maior acionista da empresa com 20% do capital. Logo atrás a
Docenave, com 9,4%; o Bamerindus e o grupo Vicunha, cada um com 9,1%; o Bradesco,
com 7,6%; o Itaú, com 7,3%; o Nacional com 3% e a trading Emesa, com 2%. Os inves-
tidores estrangeiros ficaram com apenas 1,4% do capital total. Os fundos de pensão
ficaram com pouco mais de 2%.

136 Volta Redonda Ontem e Hoje


10 ANOS DE PRIVATIZAÇÃO DA CSN

O Jornal “O Globo” em reportagem assinada por Gustavo Vilela, em sua edição de


06 de abril de 2003, tece considerações sobre os dez anos de privatização da CSN,
destacando:
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que completou ontem dez
anos de gestão privada, ganhou fôlego novo na década e viu Volta
Redonda, cidade símbolo da empresa do Sul Fluminense, melhorar seus
indicadores sociais, mas aumentar a concentração de renda. O Índice
de Desenvolvimento Humano do município (IDH-M), que leva em conta
educação, esperança de vida e renda per capita , passou de 0,769 em
1991, antes da venda da estatal, para 0,815 em 2000 (quanto mais perto
de um, maior o desenvolvimento).
Só que essa melhoria foi puxada mais pela educação e menos pela renda.
No início dos anos 90, mostra o Censo do IBGE, os 20% mais ricos da
população da Cidade do Aço ganhavam 10,39 vezes mais que os 40%
mais pobres. Em 2000, a proporção pulou a 12,3 vezes.
Também piorou no município o Índice de Gini (que mede a desigualdade
econômica, calculada de zero a l, sendo l a pior situação). Este indicador
passou de 0,52 para 0,55, na contramão do índice nacional, que caiu de
0,637 para 0,609 entre 91 e 2000. As conclusões são de estudo baseado
em dados ainda não divulgados do “Novo Atlas do Desenvolvimento
Humano do Brasil”, apresentado em dezembro e cujo software para
detalhar os números será lançado este mês.
Posição no ranking do IDH caiu de 109º para 297°
O trabalho é fruto de parceria entre Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento Humano (Pnud), Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro (FJP), de Minas Gerais.
Está havendo concentração de renda. As pessoas não se apropriam da
riqueza da cidade: esperava uma renda per capita mais alta (subiu de
R$ 242 a R$ 348, de 91 para 2000), mas está abaixo dos melhores
municípios do pais, de cerca de R$ 700 — disse o economista Olinto
Nogueira, coordenador da FJP.
Ele destaca que, na cidade, o que melhorou mais foi a alfabetização. O
salto, acrescenta, acompanhou a revolução por que passou a educação
no pais nos 90, mas ainda é pouco. Nogueira explica que no município
ainda há 18,8% da população que são analfabetos funcionais (pessoas
com mais de 25 anos com menos de quatro anos de estudo). E o total
de pessoas com essa idade que têm menos de oito anos de estudo é
maioria: 50,38%. Estudar ao menos oito anos é o padrão de produtividade
da força de trabalho dos países de-senvolvidos, diz o economista:
— A cidade melhorou muito em educação, mas por que não melhorou
mais? Ela tem muito pela frente ainda. No mundo globalizado, da internet,
oito anos de estudo é pouco. Isso tem impacto na má distribuição da
renda: para melhorar a renda, tem que ter mais estudo.

Alkindar Costa
137
Em 1991, a cidade ocupava a 109a posição no ranking do IDH nacional.
Em 2000, caiu para 297a. Apesar da melhoria dos indicadores, Volta
Redonda foi ultrapassada. Mas, no estado, manteve a terceira posição,
perdendo só para Rio e Niterói, primeira colocada.
Em 2000, segundo o IBGE, a cidade tinha uma taxa de desocupados
(pessoas sem trabalho) de 19,29% da População Economicamente Ativa
(PEA). Das 110.620 pessoas ativas (trabalhando ou procurando emprego),
21.339 estavam sem trabalho. A taxa de desocupados era maior do que
as médias do estado (17 em cada cem pes-soas procuravam trabalho) e
nacional (15%) naquele ano.
— Com a privatização, houve demissões. Mas o desemprego é geral no
país. O fato é que Volta Redonda deu a volta por cima e o desemprego
está ao menos na média estadual — diz o prefeito António Francisco
Neto (PSB).
Salário extra também explica renda mais concentrada

Para Carlos Henrique Perrut, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos


de Volta Redonda e Região Sul Fluminense (Força Sindical), as
demissões na CSN foram o ônus da privatização. O sindicalista, que foi
a favor da venda da estatal, diz que hoje circula muito dinheiro na cidade,
mas o desemprego é alto. Mesmo após chegarem à região novas
empresas como Volkswagen, Peugeot e Galvasud:
— É alto porque as empresas não empregam muito. A tecnologia
arrebenta. Para o trabalhador que sobreviveu ao enxugamento da
companhia, há motivos para comemorar. Este ano a CSN fará novo
pagamento de salários extras aos. empregados — o 14° e até 15° salário
— pela Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Será o sexto ano
consecutivo de PLR. Ao todo, terão sido pagos ao menos R$ 168,5
milhões aos seus funcionários desde 1997.
O ganho extra também explica a concentração de renda. Menos pessoas
ganham mais, já que a CSN cortou à metade o quadro de funcionários
desde a privatização: passou de 17.768 funcionários para 8.657 (nos anos
80, chegou a 23 mil).
— A CSN estatal era do povo, mas não tínhamos ações dela, e hoje os
empregados têm. Já compramos até casas com os retornos das ações.
Ideologia não enche a barriga de ninguém — disse Perrut.

E o Jornal O GLOBO, ainda em sua edição de 06/04/2003, complementa:


Hoje, a cidade é a quarta maior arrecadadora de impostos do estado. A
prefeitura, que emprega 11.457 pessoas (mais do que a CSN) faz parcerias
com a empresa. Como na área de educação, que recebe doação anual
de 80 mil camisas para uniforme escolar.
— O relacionamento hoje com a empresa é bom. O povo se orgulha de
ter a CSN na cidade — disse o prefeito António Francisco Neto (PSB),
eleito em 1996 e no seu se-gundo mandato.
138 Volta Redonda Ontem e Hoje
A saúde financeira da companhia começou a ser recuperada quando
Roberto Procópio Lima Netto assumiu a sua presidência, em abril de
1990. Ele iniciou um saneamento da empresa antes da privatização. No
ano seguinte, após uma década no vermelho, a CSN deu lucro.
A ex-presidente da empresa, Maria Silvia Bastos Marques, é taxativa:
— Se não privatizasse, quebrava.
A executiva foi para a siderúrgica em maio de 1996 e saiu no ano
passado. Ela conta que o saneamento da empresa trouxe surpresas,
como a descoberta de que a siderúrgica gastava rios de dinheiro em
atividades que nada tinham a ver com a produção de aço.
— A siderúrgica bancava motoristas do judiciário, lâmpadas da cidade
e até o Corpo de Bombeiros. Mas não pagava impostos — afirma.

“CSN ENTRA EM CENA EM WALL STREET

As ações da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN já estão listadas no pregão


da maior Bolsa de Valores do Mundo, a New York Sctock Exchange (NYSE), desde o dia
14 de novembro de 1993. O momento que registrou o início das operações foi cercado de
grande emoção: o presidente do Conselho de Administração, Benjamin Steinbruch, ao
lado de diretores da empresa, tocou o sino de abertura do pregão, ao mesmo tempo em
que os mais de 1.500 operadores da bolsa recebiam da CSN uma lata com chocolates.
A cerimônia foi destacada pelas cadeias de TV CNN e CBN e por jornalistas
americanos e brasileiros. Havia razões para o entusiasmo: era o Brasil que chegava a
Wall Street – o templo da economia mundial, de mais de 200 anos de existência – através
de sua maior empresa siderúrgica e a líder no mercado latino americano, a CSN, num
momento de turbulência no cenário das bolsas a nível internacional. Uma grande de-
monstração de confiança e do espírito guerreiro de uma empresa brasileira. O Presidente
da Bolsa americana, Richard Grasso, com entusiasmo, assim destacou o feito: “Temos
grande confiança no futuro do Brasil e no da CSN. Apesar da turbulência das bol-
sas dos últimos dias, não há espaço para pessimismo.”
O Presidente do Conselho de Administração da CSN, Benjamin Steinbruch,
destacou que o Brasil atravessa um bom momento já que a crise não afetou somente o
país, mas todo o mundo. “Ninguém quer importar crises. O Brasil tem plenas condi-
ções de atravessar esse momento crítico. É um bom momento para se aprovar as
reformas”, disse ele.
Maria Silvia Bastos Marques, que concluía naquele dia, uma peregrinação por várias
cidades dos Estados Unidos (San Diego, Los Angeles, Denver, Boston, Nova York), para
apresentar a empresa a investidores institucionais, declarava: “Senti muito interesse
dos investidores pela situação do Brasil: e em relação à CSN a maioria tem uma
impressão positiva. As companhias devem ser administradas com uma visão de
longo prazo, desprendidas dessas relações com o mercado e de eventuais crises.”
Dois outros diretores, José Carlos Martins e Arivair Guido Dall’Stella, também se
reuniram com investidores em Nova York.
Alkindar Costa
139
Para melhor entender o que representa a entrada da CSN no grupo de empresas
que compõe a principal bolsa dos Estados Unidos e a maior do mundo, eis algumas
informações: nela estão listadas 3.028 empresas, sendo 338 estrangeiras, pertencentes
a 42 países, respondendo por 10% da movimentação diária de títulos no pregão. As mai-
ores siderúrgicas do mundo estão ali listadas e agora a CSN entra para este seleto grupo.
E o que é que a CSN quer com isto? Criar demanda adicional para as ações da empresa;
dar maior acesso aos investidores institucionais americanos; atrair acompanhamento
rotineiro das instituições estrangeiras; e facilitar a captação de financiamento no exterior.

A REPERCUSSÃO EM VOLTA REDONDA

Os jornalistas da região sul fluminense viram, durante a listagem das ações da


CSN, um verdadeiro dia em Wall Street. Reunidos no Escritório Central, eles acompa-
nharam o evento que acontecia na NYSE por teleconferência, diretamente de Volta Re-
donda, participando da entrevista coletiva que Maria Silva e Benjamin Steinbruch deram
em Nova York.
Antes da transmissão simultânea, Nova York – Volta Redonda, os profissionais da
imprensa e os diretores das unidades de negócios assistiram a uma palestra feita pelo
Superintendente-Geral de Planejamento Estratégico da CSN, Vagner Laerte Ardeo. Tanto
a palestra como a entrevista foram acompanhadas pelos diretores da CSN – Rubens
Mário Alberto Wachhoiz (DG), Juarez Fernando Gevaerd Sigwalt (DM), Francisco José de
Lima (DL) e Edmar Lopes (DS).

OS AVANÇOS DA CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional é a única empresa siderúrgica brasileira que


se beneficia do fato de possuir suas próprias minas, que suprem suas necessidades de
minério de ferro, calcário e dolomita.
As reservas de minério de ferro da mina de Casa de Pedra (MG), antes estimadas
em 240 milhões de toneladas, foram reavaliadas em 1994, para 340 milhões de toneladas.
No campo ambiental, em 1993, a CSN destacou as seguintes realizações:
1– Instalação de novos desidratadores de Iama (centrífugas) na Estação de
Tratamento de Efluentes Químicos (ETEQ), reduzindo a geração de resídu-
os de 20.000 t/mês para 2.400 t/mês.
2– Eliminação dos diques de lama da Estação de Tratamento de Efluentes Quí-
micos e eliminação de resíduos carboquímicos;
3– Redução da Disposição de resíduos em aterros, de 30.000 t/mês para 7.000
t/mês;
4– Reciclagem da grande maioria dos resíduos gerados na UPV via Sinterizações
e fornos de coque, gerando uma economia de US$ 11 milhões/ano;
5– Realização de 36 pequenas obras na área ambiental, com dispêndio de US$

140 300 mil.


Volta Redonda Ontem e Hoje
Com o objetivo de monitorar a água da região sob influência da usina, a CSN
firmou um Convênio com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para
promover o repovoamento de peixes no Rio Paraíba do Sul.
A criação de alevinos é feita em tanques situados no campus universitário, em
Itaguaí.
Com a privatização, a empresa adotou novas políticas na área de contratação de
tecnologia e fornecimento de equipamentos, buscando parcerias na execução dos
empreendimentos, redução dos custos e prazos de implantação.
Em abril de 1993,a CSN foi credenciada pela ABS (American Bureau of Shipping)
como produtora de produtos siderúrgicos segundo a norma ISO 9002.
O ano de 1993 foi decisivo na implantação do Programa de Qualidade Total (TQC),
sobretudo em razão das Auditorias Internas, através das quais se procurou conhecer a
real situação da implementação do programa em toda a empresa.
Em 1993, a CSN assinou através da antiga FUGEMSS (hoje Fundação CSN), um
convênio com a Universidade Federal Fluminense. Este convênio contemplou a implanta-
ção de um Programa de Mestrado com ênfase em Processos Siderúrgicos, no
Departamento de Metalurgia da Universidade, em Volta Redonda.
A Empresa também assumiu a Administração do Colégio Macedo Soares, em
Volta Redonda, com 3.500 alunos cursando primeiro e segundo graus. O Macedo Soares,
sem fins lucrativos, está entre os maiores colégios particulares do Estado do Rio de
Janeiro, em número de alunos.
A CSN participa do Conselho da Fundação Oswaldo Aranha.
Em 07 de julho de 1993, o Conselho de Administração da Bolsa de Valores do Rio
de Janeiro, aprovou o registro que permitiu que as ações da CSN passassem a ser
negociadas no pregão da entidade.
Em 17 de novembro de 1993, a CSN lançou ADR’s Nível 1 no mercado norte-
americano e em 31 de dezembro do mesmo ano, a participação desses papéis no total
das ações da empresa, estava em torno de 1%.
Por atender a normas e procedimentos de qualidade requeridos pela American
Bureau of Shipping – Quality Evaluation, a CSN recebeu em 1994, o certificado ISO 9001.
Outras certificações foram conferidas à Empresa, pelo IBON e pela NUCLEN, institui-
ções brasileiras que atestam qualidade.
No dia 22 de dezembro de 1995, a CSN firmou com o sistema BNDES uma
operação de financiamento de US$ 379 milhões, destinada a obras de modernização da
Usina Presidente Vargas, redução de custos e investimentos voltados a preservação
ambiental e que no total somaram US$ 580 milhões.
Em 1996 a CSN registrou a redução de mais de 10.000 t/ano na emissão de
particulados, com a entrada em operação de quatro precipitadores eletrostáticos (o novo
sistema permite, inclusive, a reutilização dos particulados recolhidos no processo de pro-
dução).
A eliminação, por incineração feita por firma especializada, de 200 t de resíduos
contaminados e óleo PCB (Ascarel) e a automação da coleta de amostras de efluentes
líquidos no emissário principal da Usina.

Alkindar Costa
141
Voltou a CSN em 27 de agosto de 1997 a firmar convênio com a Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), para repovoamento do rio Paraíba do Sul, com
peixes originais da região, representando mais um passo que reforça o investimento
ambiental por parte da empresa.
Em 21 de março de 1997, a CSN conquista o “Prêmio Procel 1997”, iniciativa do
Ministério das Minas e Energia, com o apoio da Confederação Nacional das Indústrias,
pelo reconhecimento anual como empresa que mais se destaca na redução de energia.
Em 16 de dezembro de 1997, a CSN obtém mais uma importante certificação: o
QS 9000, que agrupa um conjunto de requisitos específicos para o setor automotivo, e
que aperfeiçoa alguns dos requisitos da ISO 9000, por demanda de um mercado cada
vez mais exigente e competitivo.
Em 23 de dezembro de 1997, a mineração Casa de Pedra também recebe a
Certificação ISO 9002, conferida pela American Bureau of Shipping (ABS) coroando os
esforços na busca pela excelência da qualidade.
Em 27 de junho de 1997 foi a vez da assinatura de contrato para construção da
usina termoelétrica no complexo industrial de Volta Redonda.
Em 05 de julho de 1997, a Empresa adquiriu parte do controle da Malha Ferroviária
do Nordeste da RFFSA.
Em 08 de agosto de 1997, a CSN assume a concessão do Terminal de Carvão do
Porto de Sepetiba, por onde a empresa recebe todo o carvão e coque necessário ao seu
processo de produção.
Em julho de 1997, a Usina Presidente Vargas atinge a marca histórica e inédita na
América Latina de 100 milhões de toneladas de aço líquido, produzidas desde sua entrada
em operação. O recorde é comemorado com um concerto na Usina, com a participação
da bailarina Ana Botafogo e da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Em 22 de dezembro de 1997, a CSN alcança pela primeira vez, a marca de 1
milhão de toneladas de folhas metálicas revestidas produzidas em um ano e em uma
mesma planta industrial, feito sem precedentes no mundo.
A CSN é líder no setor siderúrgico brasileiro, respondendo por 18% da produção
brasileira de aço bruto. Localizada no Município de Volta Redonda, registra uma área total
da Usina de 3,76km2 e uma área construída de 2,12km2, representando a maior planta
siderúrgica integrada da América Latina.
Seus principais produtos são os laminados a quente para tubos e cilindros, rodas,
estruturas e indústria automotiva; laminados a frio para indústria automotiva, construção
civil, eletrodomésticos e estruturas; galvanizados para indústria automotiva, eletrodomés-
ticos e construção civil; e folhas metálicas para embalagens e tampas.
A composição acionária da CSN em 31/12/1997 era a seguinte:
“Grupo Vicunha (14,5%); Previ (10,5%); Bradesco (15,0%); Fundo de
Pensão da CSN (8,1%), Docenave-CVRD (9,9%); Clube de Investimento
dos Empregados (9,0)%; ADRs (7,3%); Emesa (1,1%); outros (24,6%).”
A Administração da Empresa compreende um Centro Corporativo, Setor Aço, Setor
Energia, Setor Infra-Estrutura e que podem ser, assim, definidos:

142 Volta Redonda Ontem e Hoje


Centro Corporativo – Compreende as áreas de finanças, jurídico, relações com o
mercado, controladoria, comunicação corporativa, planejamento estratégi-
co, recursos humanos corporativos, o fundo de pensão dos empregados
(Caixa Beneficente dos Empregados da CSN) e a Fundação General
Edmundo de Macedo Soares e Silva.

Setor Aço – Administra a operação da Usina Presidente Vargas, em Volta Redon-


da. É formado por quatro unidades de negócio e uma unidade de serviços
que possuem autonomia para comprar, produzir, vender e gerar resultados.
As unidades são: Redução, Metalurgia e Laminados a Quente, Laminados a
Frio e Galvanizados, Embalagens e Serviços Operacionais.

Setor Energia – Representa a CSN nos empreendimentos relacionados com a


geração e distribuição de energia – participação na LIGHT, nas hidrelétricas
de Itá e Igarapava e coordenação do projeto da central termoelétrica da
Usina. Administra também a FEM e a participação da CSN na fábrica de
cimento de Ribeirão Grande.

Setor Infra-Estrutura – Gerencia atualmente as atividades referentes a transpor-


tes ferroviários (inclusive as participações acionárias da CSN nas empresas
concessionárias de ferrovias.) É responsável, também, pela administração
das minas e do patrimônio imobiliário da CSN.

Em 09/04/1990, o
presidente da CSN,
Sebastião Faria,
ergueu o Certificado
de Qualidade com a
norma ISO 9002,
diante dos convidados
no Restaurante
Central, após
recebe-lo das mãos
do representante da
American Bureau of
Shipping - ABS.

Reprodução -
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
143
CENTRAL TERMOELÉTRICA II - UMA NOVA ERA PARA A CSN

A inauguração da Central Termoelétrica, no dia 22 de dezembro de 1999, represen-


tou um dos marcos na história da CSN pós-privatização. A CTE deu início a autosuficiência
em 60% das necessidades de consumo de energia elétrica da Usina Presidente Vargas,
agregando valor aos produtos da CSN e melhorando ainda mais a produtividade da
empresa.
Acervo CSN

No detalhe, o registro da
presença do Presidente da
República, Fernando
Henrique Cardoso, ao lado da
Presidente da CSN, Maria
Silvia Bastos Marques e
do Presidente do Conselho
de Administração da CSN,
Benjamin Steinbruch, quando
da inauguração da Usina
Termoelétrica CTE II, em 22
de dezembro de 1999.

Acervo CSN

A visão aéra da Central Termoelétrica II

O Presidente da República, Fernando Henrique


Cardoso, inaugurou as instalações da CTE,
acompanhado de ministros, prefeitos, empresários e
autoridades diversas.
O controle da Termoelétrica é totalmente informatizado, monitorado e pode ser
visto através de dois telões. Possui um sistema de diagnóstico com soluções sugeridas
pelo próprio computador, que interage com as sugestões dos operadores, selecionando
o procedimento ideal para cada situação.
A economia gerada pela CSN é de US$ 33 milhões por ano. Representou um
investimento de US$ 300 milhões nos dois anos de sua construção. A obra representa
3.000 toneladas de tubulações implantadas; 300 Km de cabos elétricos instalados; 176
empresas nacionais e estrangeiras participando da construção, sendo a coordenação da
obra realizada pelas equipes da CSN e SIEMENS AG.
No que diz respeito aos benefícios para o meio ambiente, o avanço, deixará pratica-
mente inoperantes, 3 queimadores de gases industriais; o gás resultante da usina,
passou a ser queimado nas caldeiras e transformado em vapor para produzir energia
elétrica e ainda servir às linhas de Laminação, Aciaria, Alto-forno, Coqueria e Aquecimen-
to.
144 Volta Redonda Ontem e Hoje
O gás resultante da queima nas caldeiras vem sendo eliminado por uma chaminé
de 110 metros de altura, seguindo os padrões internacionais de dispersão de gases. A
capatação de água do Rio Paraíba do Sul, caiu de 42 m3/s para 35m3/s.
“Transformar gases gerados no processo siderúrgico em energia para Usina
Presidente Vargas é o segredo do sucesso da Central Termoelétrica (CTE-2). Além de
reduzir custos de produção e beneficiar o meio ambiente, a CTE trás melhorias
operacionais para a CSN, sem falar que amplia a oferta de energia elétrica no País e
fortalece o Sistema Elétrico integrado, melhorando assim a qualidade do suprimento de
energia, sobretudo na região Sudeste”.

OS INVESTIMENSTOS DA CSN EM VOLTA REDONDA

“Nos dez anos anteriores a privatização (1983-1992), a CSN pagou R$


313 milhões de tributos. Mas o tesouro nacional nestes mesmos 10 anos,
teve de socorrer a empresa, através de aportes de capital que somaram
R$ 3 bilhões e 662 mil. Portanto, a CSN custou ao país, liquidamente,
nesse período, R$ 3 bilhões e 349 milhões. Desde a privatização, em
1993, a CSN deu uma contribuição líquida à sociedade brasileira de R$
1 bilhão e 761 milhões sob a forma de tributos ao poder público em
todas as suas esferas”.
IN BALANÇO SOCIAL CSN - 1998

O Centro de Saúde Oral – Iniciativa pioneira da CSN – oferece completa


assistência dentária a todos os funcionários da empresa em Volta Redonda e seus
dependentes diretos (mais de 85 mil atendimentos/ano e constantes campanhas
preventivas). O Padrão de excelência é reconhecido inclusive pela Organização Mundial
de Saúde.
O Hospital Santa Cecília, vinculado à Fundação CSN, passou por ampla reforma
física e administrativa. Em 18 de outubro de 1999 inaugurou o Centro de Diagnóstico por
Imagem (um investimento de R$ 6 milhões, em parceria com uma empresa especializa-
da). É o melhor da região sul fluminense e os números de suas atividades em 1998 são
eloqüentes: 4 mil internações, 80 mil atendimentos de emergência, 4.600 cirurgias, 153
mil exames.
Na área da comunicação, além de um jornal mensal, a TV-Aço – um programa de
televisão produzido em Volta Redonda a cada 20 dias e transmitido por circuito interno –
informa, educa, treina e promove iniciativas de interesse social. Um boletim ‘”Chama
Urgente – circula em toda a organização imediatamente após qualquer acontecimento
que afete a vida dos empregados.
As escolas industriais da Fundação CSN – Macedo Soares e Pandiá Calógeras –
estão entre as mais respeitadas do país. Quase 2.500 alunos freqüentam seus cursos,
sempre atualizados e recebendo os equipamentos mais modernos. Em 1998 foi criado o
curso de Telecomunicação, que é oferecido aos jovens brasileiros, juntamente com Meta-
lurgia, Mecânica, Eletrônica, Processamento de Dados, Química e outros.

Alkindar Costa
145
Em parceria com o SESI, a CSN oferece a seus empregados um curso Supletivo
de 2º grau, em dois anos. Aulas são dadas semanalmente nas dependências da empre-
sa, que sonha ser a primeira siderúrgica do Brasil – e provavelmente em toda a América
Latina – a ter a todos os empregados com escolaridade mínima de segundo grau.

As reformas no
antigo hospital da
CSN, tornaram-no
um dos mais
avançados centros
de saúde da região,
com equipamentos
de útima geração.
Desde 01/03/2000,
sendo administrado
pela empresa
especializada em
administração
hospitalar
HOSPITALIUM,
recebendo a
denominação oficial
de Hospital VITA.

Foto Digital Jader Costa


A floresta da Cicuta, ao sul de Volta Redonda, divisa com Barra Mansa. É a última
amostra intacta de Mata Atlântica no Vale do Paraíba do Sul. A Fundação CSN é a respon-
sável pela sua preservação e investe para torna-la acessível a toda a comunidade, trans-
formando-a em centro de eventos culturais e educação ambiental. Um Plano de Uso
permitirá a utilização racional do entorno, com atividades científicas, ecológicas e
educativas.
Em 27 de janeiro de 2000 a Companhia Siderúrgica Nacional assinou um Termo de
Compromisso Ambiental, com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, as 11 horas, no
Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro.
“Os investimentos da CSN em meio ambiente de 1996 até 2002 chegaram a 280
milhões de reais. Este valor ultrapassava os investimentos totais feitos pela empresa em
sistemas de proteção ambiental até a data de sua privatização. O Objetivo da CSN é
atingir um padrão ambiental comparável ao das maiores e melhores siderúrgicas do
mundo, tornando-se assim uma empresa verde.
Este é o compromisso da CSN com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, com a FEEMA, com seus empregados, fornecedo-
res, clientes, com a população de Volta Redonda e todo o Estado do Rio de Janei-
ro”
146 Volta Redonda Ontem e Hoje
Investimentos da CSN em meio ambiente desde a privatização, controlando a emis-
são de poluentes na atmosfera e nas águas do Rio Paraíba do Sul: Já realizados – R$ 98
milhões; Contratos em execução – 142 milhões; Contratos em fase de negociação –
R$ 40 milhões, com um total de R$ 280 milhões, era o anunciado em janeiro de 2000. o
seu lema passava a ser: “A CSN é azul, mas pensa verde”
Em 23 de fevereiro de 2000, o Presidente da Fundação CSN, Matheus Costa de
Carvalho, anunciou a venda do Hospital Santa Cecília, para o Grupo Vita Participações.
Em 01 de março de
O Governador do
2000 o Hospital Santa Cecília Estado do Rio de
passou a ser administrado Janeiro, Antony
pela empresa especializada Garotinho e a
presidente da CSN,
em gestão hospitalar VITA Maria Silvia Bastos
PARTICIPAÇÕES, controlada Marques, assinam
o Termo de Compro-
pela IHC HOSPITALIUM. A misso Ambiental em
transferência foi oficializada 27/01/2000, na sede
entre o Presidente da do Palácio Guanabara
- Rio de Janeiro
Fundação CSN, Matheus
Acervo CSN
Costa de Carvalho e o
presidente da Vita, Edson
Santos. No Hospital Vita
Santa Cecília, ficou o registro
da ação do seu superintendente, Dr. José Mauro Resende.
Em 21 de Junho de 2000 o Alto Forno n.º 3, apresentou ruptura numa de suas
paredes, ficando parado por 5 dias, voltando a funcionar em 26 do mesmo mês.
Em 24 de outubro de 2000, a CSN foi reconhecida como auto-suficiente em energia
elétrica com a inauguração da Usina Hidrelétrica de Ita, localizada na divisa dos Estados
de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A economia programada para a CSN foi de
U$$ 40 milhões.
Em 21 de dezembro de 2000, a CSN inaugurou a Estação de Tratamento Biológico
(tratamento dos efluentes líquidos da Coqueria e Carboquímico). Investimento de
U$$ 27,2 milhões. Inauguração pela Presidente da CSN, Maria Silva Bastos Marques.
Com a medida o Rio Paraíba do Sul deixou de receber os dejetos químicos que eram
despejados pela CSN.
Em 08 de fevereiro de 2001 a CSN inaugurou o “Espaço Caminhoneiro”, destinado
aos caminhoneiros que transportam cargas da empresa. Investimentos da ordem de
R$ 500 mil, sendo R$ 300 mil da CSN e R$ 200 mil das transportadoras que prestam
serviços para a CSN. O espaço tem mil metros de área construída, com cabinas para as
transportadoras, loja de conveniência com restaurantes, ambulatórios médicos, sala de
treinamento, telefone público, banco 24 horas, fraudário, sala de entretenimento com tele-
visão, banheiros e ala feminina (para as acompanhantes dos motoristas). Ao todo são 18
mil metros quadrados, incluindo o pátio usado pelos caminhoneiros.
Em 19 de fevereiro de 2001, a CSN inaugurou a Rede termoelétrica de monitoração
da qualidade do ar. Formada por três estações instaladas em pontos estratégicos – Re-
creio do Trabalhador e CIEPS do Belmonte e Retiro que terão responsabilidade do forne-
cimento de boletins diários sobre a poluição do ar. Foram, também, inaugurados dois
sistemas de controle de emissão de poeira, que atende as stock houses 2 e 2 da Usina
Presidente Vargas e que eliminaram a emissão para a atmosfera de partículas geradas

Alkindar Costa
147
no processo de beneficiamento de matérias-primas para os Altos Fornos 2 e 3. uma
outra obra foi inaugurada – a do controle de poluição do Rio Paraíba do Sul,formado por
novos tanques da unidade de recuperação de ácidos de decapagem e a nova sede de
esgoto ácido/alcalino de área de Laminação. Outra obra considerada importante pela
população é a Estação de Tratamento de efluentes do Pátio de Escória de Volta Grande
evitando que a água da chuva leve a escória para o rio.
Em 01 de maio de 2001, o Alto Forno nº 03 começou a ser reformado. Após a
reforma a capacidade de produção da CSN foi alterada de 5 para 6 milhões de toneladas
de aço líquido por ano. A obra representou, no pico dos serviços, a contratação de 3.000
operários, entre os meses de junho e julho.

O Alto Forno 3, com


capacidade para
produção de 6 milhões
de toneladas/ano,
utiliza tecnologia de
última geração e
garante mais
competitividade
à CSN.
Foto Calino

148 Volta Redonda Ontem e Hoje


Na área ambiental em Volta Redonda, entre outros projetos a CSN mantém:
- Reserva Florestal da Cicuta (131 hectares)
- Encostas Urbanas de Volta Redonda (28,4 hectares) recuperação e
plantio
- Mata Ciliar do Rio Paraíba do Sul na altura do pátio de Volta Grande
(500 metros lineares) recuperação e replantio.

CSN ARREMATA HEARTLAND STEEL INC.

A revista Exame, de 11 de julho de 2001 destaca:


“Desde Abril do ano passado, uma dezena de executivos passou a tra-
balhar num projeto batizado de Pégasus (em alusão ao mitológico ca-
valo alado) sob a chefia de José Paulo Alves, Diretor de Novos Negóci-
os.
Com o apoio de consultores americanos, que funcionaram como
olheiros, a equipe passou a esquadrinhar oportunidades de negócios.
A princípio, buscavam um daqueles “mamutes”, usinas integradas, que
processam do minério ao produto acabado. Logo concluiram, ser
inviável: o passivo trabalhista e de planos de saúde das grandes
Siderúrgicas Americanas, hoje em difi_culdades, chega a superar o valor
de seus equipamentos.
A equipe então se voltou para as chamadas “minimills”. Surgidas a 10
anos, essas Siderúrgicas, usam sucata em vez de minérios e forno elé-
trico em vez de alto forno. A maioria não trabalha com mão de obra
sindicalizada.

A oportunidade se re- A HEARTLAND


velaria na localidade de STEEL, em Indiana
Terre Haute, no estado nos Estados Unidos,
é uma porta para as
americano de Indiana, atividades da CSN no
onde equipamentos hermético mercado
com apenas 1 ano de americano

uso da concordatária Acervo CSN

Heartland Steel iriam a


leilão. Entre as
empresas na disputa,
estava a francesa
Usinor. Mas foi a brasi-
leira CSN que no dia 19
de julho arrematou por
50 milhões de dólares, mais um passivo fnanceiro de 19 milhões a ser
pago em mais de 20 anos. “Compramos na bacia das almas”, diz Alves.
“Uma usina dessas não sai por menos de 300 milhões de Dólares”.

Alkindar Costa
149
A idéia é levar placas produzidas a baixo custo no Brasil, para serem
beneficiadas nos Estados Unidos, com isso, a CSN dá a partida em seu
processe de internacionalização”.

A Heartland Steel INC. é uma usina de processamento de Aço Laminado em


TERRE HAUTE, Indiana - USA.

A CSN CONTINUA ESCREVENDO HISTÓRIA

Em 01 de maio de 2001 foi iniciada a reforma do Alto Forno nº 03, com previsão de
obras durante 93 dias, objetivando elevar a produção de 5 para 6 milhões de toneladas de
aço líquido por ano.
Em 14 de maio de 2001 o Diretor Executivo do Centro Coorporativo e de Relações
com Investidores da CSN, João Luís Tenreiro declara que a empresa é auto-eficiente em
energia, podendo no futuro, vir a negociar seus ativos na área.
Grevistas reivindicando um reajuste salarial de 10% paralisou, a partir da meia noite
de 25 de maio de 2001, as obras de reforma do alto-forno nº 03 da CSN.
A presidente da CSN, Maria Silvia Bastos Marques assumiu em 30 de maio de
2001, a presidência do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS).
Em 21 de junho de 2001, a CSN anuncia a compra pr US$ 50 milhões, da siderúrgica
Heartland Steel, que fica em Terre Haute, no Estado de Indiana, Estados Unidos.
Em 05 de julho de 2001 três operários, por volta das 18 horas, foram encontrados
mortos no interior da CSN, na área da Aciaria. Trata-se de Ronaldo Ferreira de Ávila, Luiz
Roberto dos Reis e Elson de Oliveira Lima.
Foram apontados como causa duas hipóteses: intoxicação pelo gás OG ou por
uma grande concentração de nitrogênio.
Em 04 de setembro de 2001 a CSN anuncia a venda de sua participação na ITASA,
tendo sido para tal autorizada pelo seu Conselho de Administração.
Em 24 de setembro de 2001, o Centro de Informações da Gazeta Mercantil, anuncia
que a CSN aparece numa posição de destaque no ranking das 200 empresas mais
dinâmicas do país.
Em 26 de setembro de 2001 a presidente da CSN, Maria Silvia Bastos Marques
anunciou a geração de mais de US$ 2 bilhões para a balança comercial.
Em 14 de novembro de 2001 a CSN anunciou que obteve, nos três primeiros
trimestres do ano, um lucro líquido de R$ 426.9 bilhões, superior em 85% ao conseguido
em igual período no ano anterior.
A Força Sindical lançou em 06 de dezembro de 2001 o protótipo de uma casa a ser
construida com aço galvanizado da CSN. O modelo foi denominado Sistema Modular
Misto.
150 Volta Redonda Ontem e Hoje
Em 16 de janeiro de 2002, O Diretor Executivo do Centro Coorporativo e de Relações
com Investidores da CSN, João Luís Tenreiro Barroso pediu renúncia dos cargos. Foi
indicado para substituí-lo Antônio Mary Ulrich , que era da Companhia Brasileira de Petróleo
Ipiranga.
Em 07 de fevereiro de 2002 jantar marcou a homenagem prestada por empresários
e políticos ao Ex-Diretor da CSN João Luiz Tenreiro Barroso em sua despedida e boas
vindas ao novo titular Antônio Ulrich.
Em 30 de abril de 2002 a SANKYU S.A informa comunidade de Volta Redonda e
região que assumiu o contrato de Manutenção da Metalurgia , Utilidades e Pontes Rolantes,
na Companhia Siderúrgica Nacional , em substituição a empresa FEM. Começou em 29
de abril o processo de extinção da Fábrica de Estruturas Metálicas – FEM – subsidiária da
CSN. O anúncio foi feito pelo diretor da CSN Aço, Albano Vieira ao presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Carlos Henrique Perrut.
Em 30 de abril de 2002 os membros do Conselho de Administração decidiram aceitar
aos ponderações apresentadas por Maria Silvia Bastos Marques, presidente da empresa
em retirar-se da direção. Ficou determinado que o empresário Benjamin Steinbruch
substituiria inteiramente a executiva, acumuando a presidência do Conselho de
Administração da CSN. Maria Silvia presidiu a CSN por três anos.
21/05/2002 – Diretor de Recursos Humanos – João Ricardo Cavalcanti – CSN.
Em 31 de maio de 2002 a FEM em processo de extinção começou a demissão de
servidores, previsto para atingir 2000 empregados da empresa, 650 operários foram
admitidos pelas empreiteiras AABB e Ormec , face ao acordo firmado pelo Sindicato dos
metalúrgicos e a direção da FEM.
Em 13 de junho de 2002 Vagner Ardeo renunciou ao cargo de Presidente da CSN
Invest, ficando em seu lugar Antônio Francisco dos Santos, o Toninho que fazia parte do
Conselho Deliberativo do CSN Invest. Rodrigo Moura que fazia parte do Conselho
Deliberativo do CSN Invest também deixou o cargo.
Em 04 de julho de 2002 a CSN confirmou negociações com a anglo-holandesa
Corus e diversas empresas, que têm como objetivo a estratégia de internacionalização.
Na diretoria Infra-estrutura e Energia da CSN – sai Fernando Perrone , cargo que vinha
ocupado acumulativamente por José Paulo Oliveira Alves, que também dirigia a área de
Novos Negócios da Empresa.
Em 13 de julho de 2002 o Jornal Diário do Vale noticia que o acordo entre a Vicunha
Siderúrgica, controladora da CSN, a anglo-holandesa Corus , para sair do papel dependia
do aval de cinco instituições: além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), maior credor do grupo nacional, os bancos Unibanco, BBA e Bradesco
e o fundo de pensão Previ.
Em 17 de julho de 2002 o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch confirmou a
fusão da CSN com a Corus. A união, criando a CSN – Corus possibilitaria a construção
de uma nova unidade para fabricação de placas e que poderia ser o alto-forno n º 04 em
Volta Redonda, ou a Usina II em Itaguaí.
Em 19 de julho de 2002 o Presidente da CSN explica o processo de fusão CSN –
Corus ao prefeito Antônio Francisco Neto, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos,
Carlos Perrut e a cerca de 150 gerentes da CSN.
Perrut informou que irá a Londres colher maiores informações sobre o caso, reunindo-
se com sindicalistas londrinos. Tal viagem foi posteriormente adiada.
Alkindar Costa
151
Em 30 de julho de 2002 o presidente da CSN, realizou no Rio de Janeiro, a
apresentação do projeto da fusão CSN e o grupo anglo-holandes, apostando na sua
aprovação pelo BNDES e outros interessados na transação.
Em 21 de agosto de 2002, o diretor –presidente da CSN, Benjamin Steinbruch e o
presidente da siderúrgica anglo-holandesa Corus, Tony Pedder, reuniram-se com Eduardo
Gentil, diretor de Mercado de Capitais do banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) para fazerem uma apresentação do processo de fusão entre as duas
empresas.
Em 06 de setembro de 2002 o Governo brasileiro anuncia a intenção de contratar
um escritório inglês de advocacia para avaliar se daria ou não apoio a operação de fusão
entre a CSN e a anglo-holandesa Corus.
Em 10 de setembro de 2002 a CSN iniciou o programa de demissões voluntárias.
Em 12 de setembro de 2002 o diretor da Área de Indústria, Comércio e Serviços do
BNDES, Wallin Vasconcelos informou que o acordo de fusão entre a CSN e a Corus, não
seria fechado no ano de 2002.
Em 13 de novembro de 2002 foi feito o comunicado do rompimento do acordo entre
a CSN e a Corus. Em relação a CSN a vantagem seria o acesso a crédito mais barato no
mercado internacional. A Corus por sua vez, teria acesso ao minério da Casa de Pedro
(MG) que pertence a CSN.
Em 04 de dezembro de 2002 a CSN informou que havia decidido desfazer da usina
termelétrica (CTE) e a venda de sua participação na Hidroelétrica de Itá, no Sul do país.
Previsto para assumir provisoriamente a NewCo, que passaria a ser responsável
pelos ativos e dividas da CTE. A CSN em 13 de janeiro de 2003 suspendeu a venda da
Central Termelétrica (CTE II).
Em 27 de março de 2003 a direção da CSN confirmou projetos da expansão para
a Usina Presidente Vargas . A implantação do Alto-forno 4 e a produção de placas estariam
previstas no projeto.
Em 18 de abril de 2003 verifica-se na diretoria de Exportação da CSN a presença de
Luis Ernesto Migliora. Em 04 de julho de 2003, um encontro realizado no Gabinete do
Prefeito Antônio Francisco Neto, estabeleceu a Quarta rodada de negociações entre a
Prefeitura, o Governo Estadual e CSN, visando definir o pacote de incentivos fiscais que
garantiria a implantação do Estágio IV na expansão da CSN na cidade.
Em 16 de agosto de 2003 o gerente geral de Relações industriais da CSN – Leonardo
Vinci projeta-se na empresa.
A CSN apresentou em 09/09/2003, na Feira Internacional da Industria da Construção,
soluções em aço para a construção civil: o aço pré-pintado e o CSN Galvalume, destacando
que 420 mil toneladas anuais serão produzidas em forma de bobinas e chapas na unidade
da CSN Paraná.
Em 12/09/2003 o Prefeito Antônio Francisco Neto informou que o alto-forno nº 4 da
CSN vai ser construido em Volta Redonda. A decisão foi tomada depois que a CSN e o
Governo do Estado, com a articulação da Prefeitura fecharam um acordo de financiamento
para os investimentos por meio do Programa Rio Invest.
Em 29/09/2003 a ALERJ aprovou mensagem do Governo do Estado prevendo
incentivos fiscais para projetos da CSN, incluindo a construção do Alto-forno nº 04 em

152 Volta Redonda.


Volta Redonda Ontem e Hoje
QUEM FOI EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA

Os que hoje habitam as terras de Volta Redonda pouco sabem sobre uma figura,
que por todos os serviços prestados ao Município, ao Estado e ao País, deveria merecer
o respeito devido - EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA.
Filho de Sebastião Edmundo Mariano da Silva e Elisa Macedo Soares e Silva,
nasceu no Rio de Janeiro (então Distrito Federal) em 09 de junho de 1901.
Cursou o Colégio Militar do Rio de Janeiro e se formou em Engenharia pela Escola
Militar de Realengo em 1920.
Participou da revolta de 05 de julho de 1922 e foi preso e, mesmo assim, foi
promovido a primeiro-tenente.
Fugiu do presídio da Ilha Grande em 1925 e se exilou na Europa durante seis anos.
Especializou-se em Metalurgia na França e, quando retornou ao Brasil, integrou, sempre
como membro principal, as comissões do governo do presidente Getúlio Vargas que
resultaram no planejamento e construção Macedo Soares, foi
da Companhia Siderúrgica Nacional, uma figura respeitável
instalada em Volta Redonda, tornando-se desde o início da
construção da CSN,
seu primeiro Diretor Técnico. sendo inclusive, o seu
presidente em 1954.
Remodelou a Acesita (Companhia
Acervo CSN
de Aços Especiais Itabira, 1952-1956) e foi
Superintendente geral da Cosipa
(Companhia Siderúrgica Paulista) durante
a sua implantação de 1957 a 1961.
Foi instrutor de engenharia na Escola
Militar, na Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, na Escola de
Engenharia da PUC - Rio, na Escola
Técnica do Exército, na Escola Politécnica
do Rio de Janeiro.
No Governo Dutra ocupou o
Ministério de Viação e Obras Públicas, de
31 de janeiro a 25 de outubro de 1946,
quando se descompatibilizou para candidatar-se ao governo do antigo Estado do Rio de
Janeiro, pela coligação PSD-PTB-UDN. Eleito com 250 mil votos num eleitorado de 280
mil, governou o Estado de 24/02/1947 a 30/01/1951.
Em, 1952 foi promovido a general-de-brigada, passando então para a reserva.
Em 1954, o general Juarez Távora, que chefiava a Casa Militar do presidente Café
Filho, convidou-o para presidir a Companhia Siderúrgica Nacional, cargo que exerceu de
21/09/1954 a 1960.
De 1964 a 1967 foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de 15/
03/1967 a 31/08/1969 foi Ministro da Indústria e Comércio, no governo do general Arthur
da Costa e Silva.
De 1969 a 1970 dirigiu a Mercedes Benz do Brasil, onde já havia sido presidente de
1960 a 1967.

Alkindar Costa
153
Foi Diretor do Centro de Indústrias do Estado de São Paulo, presidente do Sindicato
da Indústria de Ferro e conselheiro do Instituto Brasileiro de Siderurgia e da Associação
Brasileira de Metais.
Era membro da Academia Brasileira de Ciências e do Instituto Histórico e Geográ-
fico Brasileiro.
Recebeu o título de “doutor honoris causa” da Escola de Minas de Ouro Preto,
então da Universidade do Brasil, e da antiga Escola de Engenharia da Universidade de
São Paulo.
Escreveu cerca de 100 trabalhos sobre economia, indústria e metalurgia e realizou
mais de 20 Conferências na Escola Superior de Guerra, a cujo quadro pertencia.
Na década de 80 dirigiu a Polimetal. Foi presidente do Conselho Consultivo da
Mannesmann S.A.
Foi o relator da Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional, criado pelo
Decreto-Lei nº 2.054 de 04/03/1940.
Faleceu em 10/08/1989, com 89 anos completos, na Clínica Sorocaba, em Botafogo
no Rio de Janeiro, em conseqüência de complicações respiratórias, sendo velado no
Cemitério São Francisco Xavier (Caju) na Capela “A”. Foi sepultado às 10:00 horas do dia
11/08/89.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, pelo Decreto nº 13.311 de 10/08/1989 fixou
luto estadual por três dias, o mesmo acontecendo em Volta Redonda, onde o Prefeito
Wanildo de Carvalho, determinou o luto pelo Decreto nº 3.186.
O GACEMSS (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva) foi
desde o primeiro instante de sua criação, a configuração da homenagem e do respeito ao
cidadão que muito lutou, defendendo sempre o progresso de Volta Redonda, fazendo
com que, inclusive, existisse uma filial de Lojas Americanas S.A., quando a localidade
ainda não era Cidade. Todavia, os conceitos de mérito e de respeito se alteram em razão
do passar dos tempos.

GUILHERME GUINLE, segundo José Honório Rodrigues

“Nasceu em 27 de janeiro de 1882 na Rua Dona Mariana (Rio de Janeiro). Filho de


Eduardo Palassin Guinle e Guilhermina Coutinho Guinle. Seu pai era gaúcho de ascen-
dência francesa, e sua mãe era também gaúcha de pai uruguaio e mãe brasileira.
Foi o terceiro de nove filhos. Quando nasceu, seu pai já fizera sólida fortuna, inicia-
da em casa de fazendas, associado a Cândido Gaffrée, gaúcho de Bagé, e depois cons-
trutores de estradas de ferro no Nordeste. Com a experiência obtida e os recursos de que
dispunham conseguiram novas empreitadas diretas no Rio de Janeiro e São Paulo.
Quando Guilherme nasceu em casa alugada na Rua Dona Mariana, seu pai cons-
truía o palacete em que viria morar na Rua São Clemente nº 193. Educou-se no Colégio
Kople em Petrópolis.
154 Volta Redonda Ontem e Hoje
Terminado o curso
ginasial, Guilherme ingres- Guilherme Guinle em
sou na Escola Naval, onde foto publicada na
ficou apenas um ano. Dela Revista “Domingo” do
Jornal do Brasil, em
desligou-se para entrar na 16/09/2001.
Escola Politécnica, sendo o
juízo de Eugênio Gudin, que
aí foi seu colega, para
atender às necessidades
do Grupo Guinle, que preci-
sava de uma geração de
técnicos e administradores.
Formado em enge-
nharia, Guilherme Guinle
passou o ano
de 1906 especializando-se
em empresas fabricadoras
de material elétrico, pois
desde 1905 os projetos de
eletrificação dos Guinle já
se haviam adiantado e o
grupo obtivera concessões
no Rio de Janeiro, São Pau-
lo e Bahia, muito antes da
Light & Power. Guilherme
Guinle foi fundador do
Banco Boa Vista S.A., onde

Foto Jornal do Brasil


assumiu a presidência aos
30 de abril de 1930, e nela
permaneceu até seu
falecimento em maio de
1960.
Nos fins de semana, subia a Petrópolis, onde, em sua propriedade da rua Barão de
Águas Claras, cultivava orquídeas, antúrios e plantas ornamentais em estufas. Deve-lhe
o Rio, os hotéis Copacabana Palace e o Glória, que foram, à sua época, dos melhores
hotéis da cidade.
Morreu na madrugada de 20 de maio de 1960, aos 78 anos de uma vida extraordiná-
ria de realizações materiais e de uma enorme generosidade, que se expressava tanto
através de doações materiais como pela atenção dada a todos, poderosos ou humildes.”
Guilherme Guinle foi o primeiro presidente da C.S.N.

Alkindar Costa
155
A foto de 20/07/1944,
marca a construção do
Alto Forno Nº1 na CSN
Acervo CSN

156 Volta Redonda Ontem e Hoje


Emancipação
de
Volta Redonda

Alkindar Costa
1946
Enchentes no Bairro
Acampamento Central
(já extinto) em razão
da cheia do Rio
Paraíba do Sul.
Acervo Alkindar Costa

1963
Enchente no Bairro
Vila Mury. Nota-se a
Av. Almirante
Adalberto Nunes.
Acervo Alkindar Costa

1967
Enchente no Bairro
Vila Mury. Nota-se a
Av. Almirante
Adalberto Nunes.
Acervo Alkindar Costa

158 Volta Redonda Ontem e Hoje


O PRIMEIRO DESEJO DE LIBERDADE

Os anseios de liberdade sempre existiram e se sucederam através dos tempos,


fazendo nascer novas páginas de história.No caso específico de Volta Redonda, os seus
moradores pleiteavam a eleveção do povoado à categoria de “Freguesia”, então equiva-
lente a “Distrito” no ano de 1874.
Como era de se esperar, a representação endereçada ao Governo da província em
1875, recebeu paracer contrário da Câmara Municipal de Barra Mansa, sob a alegação
de que o povoado não preenchia as condições fixadas em lei. Por este ou aquele motivo,
os destacados melhoramentos não foram realizados e a representação reativada em
1878 não prosperou.
O relator da matéria, vereador Dr. Joaquim de Oiveira Machado, chegou a colocar
em relevo:
“... O Povoado não está no caso de merecer a criação em paróquia,
enquanto os seus habitantes não construirem às sua expenças, Casa
de detenção e Cemitério fechado.”
O movimento que nasceu originado das necessidades religiosas, deixou como fato
positivo a construção no povoado de Santo Antônio de Volta Redonda, de uma capela
dedicada a Santo Antônio. Possivelmente levantada em 1870 pelo Capitão José Carlos
Vieira Ferraz, em terras ainda por ele doadas ao referido santo.
Em 16 de dezembro de 1879, em Barra Mansa, “o casal Pedro José Teixeira e
Belarmina José Ferraz Teixeira, doava “meio alqueire geométrico de terras” para
patrimônio da capela de Santo Antônio de Volta Redonda, confrontando ao sul
com o Rio Paraíba, ao norte, ao nascente e ao poente com terras do Dr. Randolfo
Pena”. Belarmina Ferraz Teixeira era uma das herdeiras do Capitão José Carlos Vieira
Ferraz, que atendeu ao desejo manifestado pelo doador em 1870.

O INÍCIO DA BUSCA DE EMANCIPAÇÃO

Os primeiros desejos de autonomia de Volta Redonda, surgiram em 1874, quando


os moradores da localidade pleitearam a elevação do povoado à categoria de freguesia,
não equivalente a Distrito, e que não logrou êxito, uma vez que em 1878, o então Vereador
Dr. Joaquim de Oliveira Machado orientou o Governador no indeferimento da pretensão.
A inexperiência político-administrativa, o desprezo por tudo quanto seria planeja-
mento, foram causas que ocorreram para criar o clima favorável ao aparecimento do
movimento emancipador de Volta Redonda.
Mais tarde os Prefeitos Flávio de Miranda Gonçalves e João Chiesse Filho, tenta-
ram salvar a situação elaborando e apresentando diversas obras.
Entretanto, por mais que fizessem, ficou desde então evidente que nada ou quase
nada significava em relação ao muito que ainda era preciso fazer.

Alkindar Costa
159
Em julho de 1948, por ocasião da festa de inauguração do Posto Shell, na Avenida
Amaral Peixoto, nas proximidades da Light, MIGUEL DA FONSECA REGO e o Dr. JOÃO
PAULO PIO DE ABREU, em conversa, deixaram claro que o Distrito não vinha recebendo
a devida atenção por parte do Município de Barra Mansa, muito embora o progresso de
Volta Redonda já fosse marcante, com o funcionamento da C.S.N.
Por outro lado, MANOEL TAVARES ALLEMAND e HEITOR LEITE FRANCO, em
uma noite na Farmácia Santa Cecília, na passagem de linha da antiga estação da Estra-
da de Ferro, também, defendiam necessidade da emancipação.
Na troca de idéias surgiu entre Miguel da Fonseca Rego e João Paulo Pio de Abreu
a manifestação da emancipação, tendo Miguel logo em seguida, mantido contato com o
então Prefeito da Cidade de Barra Mansa - Flávio Miranda Gonçalves - ocasião em que
alegou que a Municipalidade não aplicava no 8º Distrito os 30% da renda municipal, con-
forme determinava a Lei Orgânica das Municipalidades.
Evidente ficou que algo deveria surgir, ainda que provisoriamente, para impedir a
separação.
O calçamento de rua no Distrito e o estudo sobre o abastecimento água, foram
conseqüências naturais.
As idéias e planos isolados de emancipação, passaram a ser coordenadas e, em
1950 Lucas Evangelista de Oliveira Franco, em uma reunião da Loja Maçônica Indepen-
dência e Luz II, destacou a necessidade do desmembramento de Volta Redonda, tornan-
do-a uma cidade progressiva, liberta da categoria de Distrito de Barra Mansa.

OS PRIMEIROS PROJETOS

No princípio de janeiro de 1951, por ocasião da presença do Deputado Moacir de


Paula Lobo em Volta Redonda, Lucas Evangelista aproveitou para solicitar e conseguir o
seu apoio à causa emancipacionista.
Em 09 de janeiro de 1951, o Deputado Moacir de Paula Lobo apresentou o seguinte
projeto:

“A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RESOLVE:

“Art. 1º - Fica criado o Município de Volta Redonda, que será constituí-


do de dois Distritos: Volta Redonda e Amparo, ambos atualmente dis-
tritos do Município de Barra Mansa.
Art. 2º - A presente lei entrará em execução hoje, após a sua promulga-
ção.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões, 9 de janeiro de 1951.
MOACIR DE PAULA LOBO”

160 Volta Redonda Ontem e Hoje


Na Assembléia Legislativa, o Projeto recebeu o nº 8, sendo, posteriormente arqui-
vado, por força do Artigo 1º da Resolução nº 11.
Nos esclarecimentos prestados por Miguel Rego, ficou evidente que a medida se
deveu à proibição da Constituição, que só admitia revisão territorial durante os anos de
milésimos 3 e 8.
Em agosto de 1951 o Deputado Pedro Gomes da Silva, representante de Paraíba
do Sul, cuidou da apresentação de um Projeto, tornando sem efeito aquele dispositivo
constitucional. Permitia, portanto, que as revisões territoriais pudessem ser feitas a qual-
quer tempo.
Começaram a surgir “interessados” na apresentação do projeto de emancipação
de Volta Redonda, porém, atendendo unicamente aos interesses eleitorais, já que 10.000
habitantes torciam pelo desligamento de Barra Mansa.
Sabendo Miguel Rego que o Deputado Paulo Monteiro Mendes, da União Democrá-
tica Nacional (UDN) providenciava a apresentação de projeto de emancipação de Volta
Redonda, entendeu-se telefonicamente com o Deputado Vasconcellos Torres, do Partido
Social Democrático (PSD) requerendo medidas urgentes já que não podia o PSD ser
derrubado pelas forças da UDN, com sérios prejuízos partidários.
O deputado João Batista de Vasconcellos Torres, no dia seguinte, 22, dava entrada
no projeto, mesmo sem as necessárias justificativas que Miguel Rego levaria posterior-
mente.
O segundo projeto, subscrito também por Vasconcellos Torres, representante de
Niterói, foi apresentado na sessão realizada em 30 de agosto de 1951, com o integral
apoio do Deputado Macário Picanço, de Conceição de Macabu.
A Câmara Municipal de Barra Mansa trabalhava no sentido de impedir a ação dos
Deputados. Tentou, inclusive avançar as divisas do 1º Distrito (sede), constituído da cida-
de propriamente dita, pela margem direita do Rio Paraíba, até a Fazenda Três Poços. Se
concretizada a medida, deitaria por terra os planos de emancipação.
Entre os que se levantaram contra, o merecido destaque deve ser dado aos Verea-
dores Wladyr de Castro Ferraz e Wilson de Paiva, ferrenhos defensores das aspirações
de emancipação do povo de Volta Redonda.
Em outubro de 1951, o Partido Social Democrático enviou documento à Assem-
bléia Legislativa Fluminense, solicitando aprovação do Projeto do Deputado Vasconcellos
Torres. Assinavam o documento os integrantes do Diretório: Sávio Cotta de Almeida Gama;
Dr. João Paulo Pio de Abreu; José Haugen; Dr. Jamil Wadih Rizkalla; Genolfo Vieira Affonso;
Norival de Freitas; Lucas Evangelista de Oliveira Franco; Ubaldo de Oliveira Fonseca;
Heitor Leite Franco; Dr. Mário Ferreira Netto; Wilson Cópio; Luiz Cotrim Moreira e Olívio
Schocair.

PINHEIRAL TENTA UNIR-SE A VOLTA REDONDA

Pinheiral, distrito do Município de Piraí, vislumbra na movimentação de Volta Redon-


da, a possibilidade de melhores dias no futuro. Tenta desligar-se do município-sede e
unir-se ao território que, também, queria libertar-se de Barra Mansa.

Alkindar Costa
161
A liderança consolida-se em mãos do Dr. Remy Barbosa Vianna, eminente homem
público, mais tarde (12/10/62), representante do Ministério Público em Volta Redonda.
Graças aos seus esforços e ao conhecimento de que a anexação de Pinheiral a
Volta Redonda representava progresso certo, dentro de pouco tempo recebia adesões,
onde se destacaram, entre outros colaboradores, Manoel Rodrigues Dias de Souza Júnior,
Sebastião Machado da Silva, Antônio José Pereira de Carvalho; Rubens Geraldo Macedo;
José Rodrigues Fortes; Ary Torres Ferreira; José Alves Ferreira, José de Souza Lima;
Edes dos Santos; Walter Garrat; Mário Viana; Alberto da Cunha Andrade; Lourival Batista;
Dionísio Pimenta.
A Comissão em 1º de setembro de 1951 preparou o documento a ser enviado à
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o qual foi lido na reunião de 22 de
outubro do mesmo ano. A publicação do memorial de Pinheiral consta do Diário da As-
sembléia Legislativa nº 1.203 de 12 de dezembro de 1952 (sexta-feira).

REFORMA CONSTITUCIONAL PARA IMPEDIR A EMANCIPAÇÃO

Existe um capítulo muito bem definido pelo Historiador Pioneiro de Volta Redonda -
José Botelho de Athayde, em sua obra “Volta Redonda e a Campanha Emancipacionista”
- Editora Fluminense. Era mais um lance tentado para impedir a emancipação de Volta
Redonda.
“Todas estas iniciativas, entretanto, acabaram malogradas, porque a
Assembléia Legislativa Fluminense, esquecida de suas gloriosas tradi-
ções, que vinham desde os tempos do Império, cedeu facilmente às
maquinações políticas dos partidos e até de grupos, lançando mão de
todos os expediente possíveis e imaginários, a fim de impedir a eman-
cipação político-administrativa de Volta Redonda.
O alvo predileto era a Constituição, do Estado, que foi por mais de uma
vez atingida com sucesso. Coube ao Deputado Nelson Martins desferir
o primeiro golpe contra a indefesa Constituição, em agosto do ano de
1951, quando apresentou um projeto de reforma constitucional exigin-
do a renda mínima de 10 milhões de cruzeiros e uma população de 30
mil habitantes como condição essencial para qualquer distrito emanci-
par-se. Finalmente, em novembro - e ainda em 1951 - a Assembléia al-
cançava seu objetivo ao aprovar o projeto de reforma constitucional,
suprimindo o parágrafo 3º do Artigo 84 da Constituição, que assegura-
va a emancipação automática de Volta Redonda. Embora vetado pelo
Governador Amaral Peixoto, foi entretanto, promulgado pelo próprio
Presidente da Assembléia, obedecendo a orientação do Governador e
onde o PSD era maioria. Deste modo, o projeto do Deputado
Vasconcellos Torres ficava totalmente prejudicado, perdendo sua fina-
lidade. Novas, diferentes e difíceis condições passaram a ser exigidas
para a elevação a município, de qualquer distrito fluminense. Agora já
exigido, o pronunciamento do eleitorado do distrito a ser elevado a
município, mediante plebiscito. Volta-se à estaca zero e a luta reinicia,
mais intensa, tomando proporções drásticas, tanto de um como de outro
lado.”
162 Volta Redonda Ontem e Hoje
Existe a afirmativa de Miguel Rego de que o projeto Vasconcellos Torres continuou,
não mais como emancipação automática, mas sim por solicitação do eleitorado que se
manifestaria através de plebiscito, o que mais tarde aconteceu em relação a Volta Redon-
da.

A SOCIEDADE DOS AMIGOS DE VOLTA REDONDA

As esperanças emancipacionistas, mesmo que embrionárias, nunca deixaram de


existir. O distrito já havia contado com a existência de uma sociedade, denominada AMI-
GOS DE VOLTA REDONDA - criada em princípio de 1950, e que pretendia conseguir
todos os melhoramentos de que o distrito carecia. As reuniões iniciais foram realizadas
na residência de Walter Machado, localizada sobre o Banco Ribeiro Junqueira S.A., na
Avenida Amaral Peixoto.
Nas pesquisas realizadas, alguns nomes surgiram e ficam catalogados na tentati-
va que fazemos do restabelecimento dos fatos. São eles: Lucas Evangelista de Oliveira
Franco, Miguel da Fonseca Rego, Antônio Eduardo, Celso Fortes de Castro, Dr. Jamil
Wadih Rizkalla, Heitor Leite Franco, Dr. Mário Ferreira Netto, Olívio Schocair, Dr. João
Paulo Pio de Abreu, Dr. Guilherme Ellis, Dr. Caetano Arcuri Spinelli, Cristóvão Moreira,
Walter Machado, Dr. Manoel Tavares Allemand, Antônio Elias Cury, Carlos Sarkis, José
Cury, Luiz Felix, Wilson Cópio, Carlos Soares Maia, César Cândido Lemos, José Ferreira
dos Santos, José Marco Ferreira de Souza, Francisco Antônio Faxas e Lucas Cotrim,
entre outros.
Com reuniões também na residência do Dr. Guilherme Ellis, foi eleito Presidente
por aclamação, o Dr. Jamil Rizkalla e para Vice-Presidente Heitor Leite Franco. Tendo se
licenciado Jamil Rizkalla, o movimento ficou entregue às providências do Vice-Presiden-
te.
A imprensa continuava sua luta por um lugar ao sol. Em 7 de setembro de 1952
surgiu o Jornal “A Voz do Brasil”, de Manoel Botelho e o Boletim da Superintendência dos
Serviços Sociais da Companhia Siderúrgica Nacional, tornado público em 15/09/1951.

NASCE O CENTRO CÍVICO PRÓ-EMANCIPAÇÃO

Desanimado, Miguel Rego retornando da Assembléia Legislativa a Volta Redonda,


após a manobra política com fins inconfessáveis que acontecera, comentou com seu
colega de repartição - Lucas Evangelista - que estava no propósito de jamais lutar pela
emancipação, causa ingrata que interesses políticos modificaram “a seu talante”.
Com palavras contundentes de reprovação que “não concordava que um soldado
deixasse a guerra em meio a uma batalha”, dando um soco na mesa disse Lucas
Evangelista - “pois agora é comigo!”
E aí aparecia o gigante da emancipação, fundando sob a Presidência de Dr. Jamil
Rizkalla, também já calejado pela luta inglória de quase cinco anos, o Centro Cívico Pró-

Alkindar Costa
163
Emancipação e dando o início à coleta de assinaturas que acompanhariam o Memorial, a
ser enviado à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Lucas comprou uma
bicicleta com esta finalidade e pagava do seu próprio bolso pelas assinaturas, que eram
colhidas por um rapaz contratado para tal.
Foi esta tarefa dificílima, pois, com a dispensa de empregados na CSN, quando
terminava a construção da Usina (1947), uma grande parte dos eleitores inscritos já havia
se mudado para outras regiões do país e os 6.000 eleitores necessários, constituíam
quase que os 100% dos residentes da época. O Centro Cívico Pró-Emancipação, nasci-
do em janeiro de 1952, realizou sua primeira reunião no dia 30, em um cômodo da Rua
São João, ocupado por Cleso Paiva.
Devido a sua modéstia, e não desejando ocupar a Presidência, principalmente por
sua condição de funcionário público estadual Lucas Evangelista de Oliveira Franco, mentor
do movimento, indicou o Dr. Jamil Wadih Rizkalla, entusiasta da causa emancipacionista,
sendo a Vice-Presidência confiada ao Dr. João Paulo Pio de Abreu que, posteriormente,
licenciou-se do posto, ficando a direção a cargo do Dr. Manoel Tavares Allemand. A
secretaria estava entregue à integridade moral de Heitor Leite Franco.
Lucas Evangelista e Jamil Rizkalla tentavam, por todos os meios, garantir o suces-
so do movimento e cuidavam da redação de um memorial a ser enviado para a
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, requerendo a realização de um
plebiscito. As assinaturas passaram a ser colhidas, sendo constatada a receptividade da
medida. Já perfeitamente integrado ao movimento, o pedessista Sávio Cotta de Almeida
Gama, atendia aos compromissos financeiros do movimento, além de usar a sua condi-
ção social para os contatos com autoridades do Estado.
Muitos participaram do movimento, e alguns com maior destaque, permitindo, nos
dias atuais, a lembrança de seus nomes. São eles: Lucas Evangelista de Oliveira Franco
(continuador da idéia que foi levantada em uma reunião da Maçonaria), Dr. Jamil Wadih
Rizkalla, Cleso Paiva, Dr. João Pio de Abreu, José Lino Soares Gomes, Heitor Leite Fran-
co, Mário Netto, Norival de Freitas, Rufino Kôlle - que propôs a constituição de uma ala
feminina, e que não chegou a funcionar por absoluta falta de condições, Miguel da Fonse-
ca Rêgo, Nery Miglioli, Silvio Fernandes de Oliveira, Wladyr de Castro Ferraz, Wilson de
Paiva, Sinval Santos, Aristoclides Ribeiro, Manoel Tavares Allemand, José Botelho de
Athayde (que colocou à disposição do movimento o seu Jornal “Reverbero Autonomista
Voltarredondense” em 19/09/53), Jayme de Souza Martins, Sávio Cotta de Almeida Gama,
Edmundo Rodrigues Campello, Carlos Soares Maia (Baianinho), Jarbas Ribeiro da Silva,
Milton Luiz Franco, Moacir Pires Lima, Ely Coutinho, Artemiro de Araújo, José de Freitas,
Hamilton Pinaud, João Gomes de Miranda, Ozório da Costa Pureza Filho, Luiz Gonzaga
de Souza Clímaco, Dermerval Pereira da Silva, entre outros.
Com referência à figura de Sávio Gama, deve-se destacar que atendeu compro-
missos financeiros inclusive, segundo as pesquisas feitas, os de “bastidores”.
As reuniões do Centro Cívico ser realizavam em diversos locais, em sua maioria na
Avenida Amaral Peixoto, no escritório de advocacia do Dr. Jamil Wadih Rizkalla e, prefe-
rencialmente, na residência de Lucas Evangelista de Oliveira Franco.
O distrito já contava com a circulação do Jornal “A DEFESA” do Prof. Jayme de
Souza Martins, da revista “A ONDA” de César Cândido Lemos (02/04/1953) e o “LINGO-
TE” (23/03/53), informativo da Companhia Siderúrgica Nacional. A imprensa em geral,
apoiava o movimento de emancipação, noticiando as medidas que estavam se proces-
sando para torná-lo vitorioso.
164 Volta Redonda Ontem e Hoje
MEMORIAL PEDE REALIZAÇÃO DE PLEBISCITO

Após uma série de medidas e contatos resolve o Centro Cívico Pró-Emancipação


remeter à Assembléia Legislativa Fluminense, um memorial requerendo a realização de
plebiscito em Volta Redonda, objetivando sentir a vontade popular no que concernia à
emancipação.
Feito o Memorial, foi entregue por Miguel da Fonseca Rego e Dr. Remy Barbosa
Vianna, ao Deputado Vasconcellos Torres, que o encaminhou no dia seguinte à Assem-
bléia.
O documento foi preparado por Lucas Evangelista de Oliveira Franco e Dr. Jamil
Wadih Rizkalla, ficando concluído em 06 de julho de 1952, quando foi datilografado por
Manoelino da Silva, no escritório contábil de José Campos de Oliveira, pela importância
de Cr$ 250 cruzeiros (cifra da época).
O Memorial do Centro Cívico Pró-Emancipação registra uma curiosidade contada
pelos participantes do movimento. O documento em questão, que originou o processo nº
2470-52, foi remetido pela Comissão de Constituição, Interior e Justiça em 19 de novem-
bro de 1952 ao então Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Vasconcellos Tor-
res, para publicação, sendo o pedido deferido na mesma data. A determinação foi atendi-
da em 11 de dezembro de 1952, uma quinta-feira e, na página 5 conta a seguinte obser-
vação:
“ATENÇÃO
O presente pedido de emancipação de Volta Redonda rubricado sob a
rubrica de Jamil Wadih Rizkalla constante de 20 (vinte fls.) o memorial
propriamente dito e 229 (duzentos e vinte e nove) fls. com 6.019 (seis
mil e dezenove) assinaturas válidas.
Volta Redonda, 11 de agosto de 1952
Jamil Wadih Rizkalla.”

O Memorial, na Assembléia Legislativa, pode ser identificado como de autoria do


Deputado Paulo Monteiro Mendes, já que o seu nome consta em primeiro lugar. Todavia,
a verdadeira autoria de tal documento é do Centro Cívico Pró-Emancipação, cujo Presi-
dente - Dr. Jamil Wadih Rizkalla, acata as explicações dadas, de que o Deputado Paulo
Monteiro Mendes, entre a data e a assinatura do Dr. Jamil, (que era a primeira de uma
série), colocou a sua sob a alegação de que estava referendando o pedido, em razão de
sua qualificação legislativa.
O Memorial foi publicado no Diário Oficial da Assembléia Legislativa nº 1.202 de 11
de dezembro de 1952, quando a Comissão de Constituição, Interior e Justiça remetia o
processo nº 2.470/52 para que fosse cumprido o que determinava o Parágrafo 1º do
Artigo 11 da Lei 109 de 16 de fevereiro de 1948 (Lei Orgânica das Municipalidades).
A primeira publicação feita no Diário Oficial da Assembléia do referido Memorial foi
no dia 04 de dezembro de 1952, quinta-feira.

Alkindar Costa
165
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA RECEBE MEMORIAL HISTÓRICO

O Memorial remetido à consideração da Assembléia Legislativa, por muito tempo


constituiu-se em fato apenas comentado, sem um conhecimento do seu texto e das suas
alegações.
Foi com muito orgulho que recebi das mãos do próprio Dr. Jamil Wadih Rizkalla a
única cópia datilografada existente do histórico Memorial. O documento original constou
de 20 folhas, acompanhanda de mais 299, contendo 6019 assinaturas válidas, todas elas
rubricadas por Jamil Rizkalla.
É o documento que oferecemos ao estudo dos jovens de hoje:

“Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de


Janeiro.

DE CONFORMIDADE com os preceitos jurídicos que norteiam a espé-


cie, os signatários do presente memorial, eleitores inscritos pelo oitavo
Distrito de Barra Mansa - VOLTA REDONDA - bem assim, trazendo ain-
da o mesmo anseio da maioria do povo de Pinheiral, quarto distrito de
Piraí, vontade expressa já de maneira inequívoca pelo memorial enca-
minhado a essa Egrégia Casa, em 22 de outubro de 1951, pedem a V.
Excia., amparados pela Lei 1.286 de 30 de agosto de 1948, que seja ouvi-
do o plenário para que delibere sobre a necessidade imediata de man-
dar os eleitores de Volta Redonda e de Pinheiral a plebiscito, de modo
que possam exprimir, livremente, nas urnas, a vontade geral de eleva-
ção da Cidade do Aço a Município.
FORÇOSO é esclarecer que tal pedido que convenientemente estriba-
do de direito líquido e certo, não visa, em absoluto, criar ressentimen-
tos políticos ou pessoais.
OS ELEITORES abaixo, desejam expressar aos políticos e dirigentes
das células máter - Barra Mansa e Piraí - a admiração e o respeito de
que são merecedores, salientando neste ensejo que o desmembramento
pleiteado nada mais representa que a maioridade econômica, política e
administrativa da região de Volta Redonda e Pinheiral.
CONTINUARÃO os habitantes destas localidades a ter pela célula máter
o mesmo carinho e afeto que sempre demonstraram, procurando que a
história do novo Município seja o reflexo sadio das tradições de Barra
Mansa e Piraí.
A JUSTIFICATIVA desta pretensão quase se faz desnecessária.
NINGUÉM desconhece no cenário nacional, quando já se fez sentir para
lá das fronteiras do Brasil, a grandiosidade de Volta Redonda, a impor-
tância do 8º Distrito de Barra Mansa.
CONCORRENDO no mercado internacional Volta Redonda transfor-
mou-se em marco de emancipação econômica da nacionalidade; abas-

166 Volta Redonda Ontem e Hoje


tecendo o território brasileiro, é na atualidade o monumento vivo do
quanto poderemos realizar.
POR ESSES MOTIVOS ora sintetizados em ligeiras linhas, porém de-
masiadamente convincentes, é de inteira justiça a elevação de Volta
Redonda à municipalidade.

E, QUANDO TRAZEMOS à apreciação desta Casa do Povo, a vontade


dos eleitores de Volta Redonda e Pinheiral, expressa em letras de forma
e revestida dos requisitos que a justiça taxa de maneira clara, seria uma
ingratidão nossa se não abríssemos um parêntese para lembrar e ho-
menagear, entre outros nomes ouvidos, o do atual Presidente da As-
sembléia Fluminense, Deputado Vasconcellos Torres como intérprete
que visava este direito, na legislatura passada.
ALÉM DA JUSTIFICATIVA de ordem geral, robustecendo o presente
pedido, deixamos linhas abaixo, na frieza dos números estatísticos e
no montante representado em cifras arrecadadoras e inequívoca, elo-
qüência desta pretensão emancipalista. Iniciaremos com a E.F.C.B., cuja
Agência é a quarta daquela importante estrada em renda, só sendo so-
brepujada pelas três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizon-
te.
Em 1951 foi este o seu movimento:
Viajantes ............................................................. Cr$ 2.294.444,60
Importação ........................................................ Cr$ 81.189.170,00
Exportação ........................................................ Cr$ 25.079.670,90
TOTAL.............................................................. Cr$ 108.563.285,50

Não será temeridade afirmar que se a Central do Brasil pudesse forne-


cer maior número de carros, muito maior seria aquele movimento, pois
é de 250 o número de caminhões e carretas que diariamente saem de
Volta Redonda carregados.
Em todos os ramos de atividade nota-se a mesma pujança e progresso:
Associações Desportivas e Culturais são em número de 14: Umuarama;
Canto do Rio F.C.; Liga de Desportos de Volta Redonda; Rodoviário
Atlético Clube; Associação Atlética Comercial; Siderúrgico Atlético Club;
Santa Cruz F.C.; Associação dos Escoteiros de Volta Redonda; Santa
Cecília F.C.; Guarany F.C.; Ginásio Cultural Atlético Edmundo de Macedo
Soares; e Aero Clube de Volta Redonda, e um total de 4.853 associados.

Associações de Beneficência e obras pias:


Círculo Operário de Volta Redonda, Apostolado da Oração; Congrega-
ção Mariana; Liga Católica, Pia União das Filhas de Maria; Campanha
do Quilo; Sociedade das Senhoras; Loja Maçônica Independência e Luz
II; com um total de 3.518 associados.

Alkindar Costa
167
Profissionais Liberais:
Engenheiros 63; Médicos 29; Contadores 35; Farmacêuticos 18; Den-
tistas 19; Empreiteiros 39; Químicos 17; Advogados 12; Agrônomos 6;
Parteiras 12; Meteorologistas 2; Veterinários 4; Economista 1.

Veículos:
Carretas 8; Caminhões de carga 384; Automóveis de aluguel 58; idem,
particulares, 251; Camionetas de carga 74; idem, de lotação 22; Ambu-
lâncias 4; Jeeps 39; Bicicletas 6.321; Motocicletas 18; Carroças 62;
Charretes 19; Ônibus 78; Tratores 16.

Renda Estadual:
A Renda da Coletoria Estadual elevou-se a Cr$ 30.163.822,00 em 1951, o
que dispensa qualquer comentário.

Renda Municipal:
A arrecadação direta da Prefeitura, conforme certidão anexa, é de Cr$
10.571.890,20, no exercício de 1951, não estando computados nestas
cifras os 30% que o Estado dá referente à diferença entre a arrecadação
estadual e municipal, que foi de Cr$ 5.877.579,50, o que se somam para
a renda municipal a bela cifra de Cr$ 16.449.469,70.

Igrejas e Instituições Religiosas:


Paróquia de Santa Cecília, Igreja de Nossa Senhora Aparecida, Igreja de
Santo Antônio, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Igreja Metodista
de Volta Redonda, Igreja Presbiteriana, Centro Espírita Luz e Caridade,
Centro Espírita Jesus de Nazareth, Centro Espírita Nazareth, Centro
Espírita Estudantes da Verdade, Centro Espírita Niterói, Centro Esotérico
27 de Julho.

Educandários:
Grupo Escolar Trajano de Medeiros; Grupo Escolar Barão de Mauá;
Escola Isolada Sitio Conceição; Escola Isolada Fazenda Santa Cecília;
Escola Isolada Niterói; Escola Isolada Três Poços; Escola Subvenciona-
da Ten. Mello Moraes; Escola Municipal Fazenda do Retiro; Escola Mu-
nicipal Pinto da Serra; Ginásio Edmundo Macedo Soares e Silva; Esco-
la Técnica de Comércio de Volta Redonda; Colégio Batista Americano;
Escola Profissional da Companhia Siderúrgica Nacional; Escola de
Motoristas Volta Redonda; Escola de Motoristas Santa Cecília; Escola
Dom Bosco da Paróquia de Santa Cecília; Escola de Corte e Costura
São Paulo.

168 Volta Redonda Ontem e Hoje


Institutos de Previdência - Arrecadação em 1951:
I.A.P.I. ................................................................. Cr$ 20.956.378,90
I.A.P.C...................................................................... Cr$ 657.098,30
I.A.P.T.E.C. ........................................................... Cr$ 1.766.303,80
Total ................................................................... Cr$ 23.379.781,00

Comércio:
Açougues 18; Hotéis 3; Barbearias 56; Padarias 5; Bancos 6; Cafés e
Bares 156; Sapatarias 12; Armarinhos 98; Farmácias 19; Cinemas 4;
Barracas fixas para venda de legumes e frutas 65.

Indústrias:
Companhia Siderúrgica Nacional; Companhia Estanífera do Brasil (Fá-
brica de Estanho); Forjas Nacionais S/A (Fábrica de Tubos de Aço);
Companhia de Cimento Vale do Paraíba (Fábrica de Cimento); White
Martins S/A (Fábrica de Oxigênio); 06 (seis) Fábricas de Aguardente;
Manufatura de Cimento Armado (Fábrica de Artefatos de Cimento); A.
Barreiro (Fábrica de Tijolos de Telhas) e Fábrica de Panelas.

População:
Urbana ............................................................................. 30.853
Suburbana ....................................................................... 2.158
Rural ................................................................................ 3.836
TOTAL.............................................................................. 36.847

Produção:
Leite: 250.000 litros; Manteiga 10.652 quilos; Milho: 4.000 sacas; Arroz:
2.100 sacas; Feijão: 200 sacas; Bananas: 22.500 cachos; Cana-de-Açú-
car: 30 toneladas; Mandioca: 115 toneladas; Bovinos: 11.200; Cavalar:
550; Muar: 150; Caprinos: 500; Suínos: 2.200; Aves: 15.000; Proprieda-
des Agrícolas: 187; Pedra Bruta: 10.000 m3; Areia: 220.000 m3; Argila
Caolin: 167.000 m3; Oxigênio: 1.916.116 m3; Ladrilhos: 19.000; Tijolos:
9.997.180 unidades; Telhas: 5.100 unidades; Cimento: 9.500 sacos diári-
os.
CONCLUINDO, acreditamos que a Assembléia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro que, em ocasiões várias como as da criação dos Mu-
nicípios de Conceição de Macabu, Mendes e outros, deu mostras da
aplicação do direito líquido e certo de determinadas regiões fluminenses,
não irá, diante do exposto, deixar de atender ao apelo de Volta Redonda
e Pinheiral, concluindo, pelo acerto em mandar os seus eleitores ao
plebiscito tão desejado e garantido por lei.

Volta Redonda, 06 de julho de 1952.


JAMIL WADIH RIZKALLA”.

Alkindar Costa
169
O documento como se observa, foi remetido pelo Presidente do Centro Cívico Pró-
Emancipação - Dr. Jamil Wadih Rizkalla, seguindo-se o apoiamento de Wladyr de Castro
Ferraz; Orsina Prado de Castro; Jarbas Ribeiro da Silva; Milton Luiz Franco; Mário Ferreira
Netto; Moacyr Pires Lima; Dr. Manoel Tavares Allemand; Dr. João Paulo Pio de Abreu; Ely
Coutinho; Aristoclides Ribeiro; Artemiro de Araújo; Antônio C.; Sebastião Lima Koler; José
de Freitas; José Lino Solares Gomes; Hamilton Pinaud; João Gomes de Miranda; Norival
de Freitas; Ozório da Costa Pureza Filho; Antônio Francisco Muniz e outros.
Por outro lado, as tentativas de esfriamento do movimento continuavam, e já em 24
de junho de 1953, o Vereador por Barra Mansa - Antônio Gomes Carreira deu a sua
participação, com a apresentação de um Projeto criando uma sub-Prefeitura em Volta
Redonda.

O FALECIMENTO DE
LUCAS EVANGELISTA DE OLIVEIRA FRANCO

Lucas Evangelista de O Centro Cívico que enfrentava todas as


Oliveira Franco foi
considerado o grande
dificuldades possíveis e imagináveis, perdia em
lider da emancipação 06 de abril de 1953, por volta das 18 horas, a
de Volta Redonda, sua figura mais expressiva: falecia LUCAS
tendo seu nome
gravado em uma das
EVANGELISTA DE OLIVEIRA FRANCO.
principais avenidas da
cidade.
Lucas era filho de Joaquim da Silva Fran-
Reprodução
co e Elvira Coelho de Oliveira Franco e nasceu
Acervo Alkindar Costa em 14 de março de 1901, em Rio das Flores -
RJ. Era casado com D. Carmem Bitencourt
Sapede e pai de Vera Lúcia Sapede Franco.
Estatura elevada, cerca de 1,80m e possi-
velmente 90 quilos, tinha um aspecto atlético,
olhos azuis e penetrantes, cabelos baixos, no
corte, de cor castanho claro, bigodes finos. Em
razão de um desastre em sua mocidade, man-
cava da perna direita e era Escrivão da Coletoria
Estadual, morando nos fundos da mesma.
O falecimento foi um profundo golpe que o destino desferia sobre os planos
emancipacionistas de Volta Redonda.
Os integrantes do Centro Cívico foram, de um momento para o outro, abalados em
suas bases, e tornou-se indispensável a sua reorganização, o que foi feito em 08 de julho
de 1953.
O Dr. Jamil Wadih Rizkalla continuou na Presidência e, por sua sugestão, o nome
do Centro foi alterado para Centro Cívico Lucas Franco, funcionando até a emancipação
de Volta Redonda com o coroamento dos planos, um dia estabelecidos pelo gigante Lucas
Evangelista de Oliveira Franco, que partiu sem viver a alegria do sonho concretizado.

170 Volta Redonda Ontem e Hoje


A 2ª REFORMA CONSTITUCIONAL PARA
IMPEDIR A EMANCIPAÇÃO

Novamente encontramos em J.B. de Athayde, em “Volta Redonda e a Campanha


Emancipacionista” - Editora Fluminense - o melhor relato sobre uma nova reforma cons-
titucional tentada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em agosto e
setembro de 1953, com propósito de impedir a emancipação de Volta Redonda.
Os fatos são assim narrados nas páginas 36 e 38:
“Na sessão realizada em 27 de agosto de 1953, o Deputado Simão
Mansur, representante de São João da Barra, com o apoiamento de inú-
meros deputados, apresentava o famigerado Projeto de Reforma Cons-
titucional nº 10, o qual pode ser considerado como o mais hediondo
nos anais da Assembléia Legislativa Fluminense. Com ele, visava o as-
tuto deputado liquidar de uma vez por todas com os pruridos de eman-
cipação de Volta Redonda.

Na foto de 06/05/1951
a Divisão de
Engenharia da
Prefeitura Municipal
de Barra Mansa faz
a colocação de 400
metros de
escoamento,
acrescentados à rede
de esgoto geral, na
Avenida Amaral
Peixoto em Volta
Redonda. Era a
tentativa de destacar
que obras estavam
sendo realizadas no
8º Distrito.
Acervo de Alkindar Costa

Pelo seu projeto a emancipação dos distritos ficava na dependência da


“manifestação favorável das Câmaras Municipais das regiões a serem
desmembradas pelo voto de 2/3 dos seus Vereadores”. Se aprovado
fosse esse projeto de reforma da Constituição, jamais teríamos eman-
cipação, nem qualquer outro distrito da terra fluminense.
Contra a emenda - de pronto - insurgiram as duas maiores capacidades
da Assembléia naquela legislatura, os Deputados Macário Picanço e
Vasconcellos Torres. Na sessão realizada em 1º de setembro de 1953 - a
mesma em que o Deputado Lara Vilela atacou rudemente o Jornalista
J.B. de Athayde - os Deputados Macário Picanço e Vasconcellos Torres
não se intimidaram, como de costume, mas desta vez foram longe, de-
nunciaram a trama para a História. Arrancaram a máscara com que a

Alkindar Costa
171
Velha Casa durante muito tempo se ocultou. O Deputado Macário
Picanço, em seu discurso de combate à infeliz emenda, disse franca-
mente que fazer “uma reforma para impedir o desmembramento de
um município, por isso vou repetir - não é reforma. É golpe político”.
Não podia ser mais claro, como também o foi o Deputado Vasconcellos
Torres ao dizer que “não fizemos a Constituição para nós, nem emen-
das constitucionais são apresentadas para o interesse imediato daque-
las regiões que, com justiça, defendemos como mandatários do povo.
Por isso entendo que a Assembléia tem andado errada. A tese que, de
longa data, venho esposando, de que o papel desta Casa é meramente
homologatório, vem sendo robustecida pelos argumentos que tenho
colhido, vendo que a Constituição é pisoteada, é colocada em plano
secundário. Ou se cumpre o que a Lei diz claramente ou se usam essas
chicanas, impedindo que os distritos fluminenses se emancipem. “Fi-
nalmente, chega o grande dia da votação da emenda, em 10 de setem-
bro de 1953. O deputado Paulo Monteiro Mendes, já comungado dos
ideais emancipacionistas, fez um apelo ao Deputado Simão Mansur para
retirar seu Projeto de Emenda Constitucional nº 10. Entretanto era tar-
de demais. A sorte estava lançada, prestes a decidir-se. Nessa mesma
sessão é o projeto votado, para, no final, ser rejeitado pelo voto de 27
deputados, inclusive, o próprio Presidente da Assembléia. A favor da
emenda votaram apenas o autor - Deputado Simão Mansur - e seu cole-
ga o Deputado Hélvio Bacellar da Silva”.

MEMORIAL EMANCIPACIONISTA ENGAVETADO

Havia um memorial remetido à consideração da Assembléia Legislativa e com ele


as esperanças de uma população que defendia o direito de progredir.
A movimentação de políticos contrários aos propósitos emancipacionistas continu-
ava e já se apresentava com destaque no engavetamento do memorial na Comissão de
Constituição e Justiça. Lá permaneceu engavetado cerca de um ano, de onde só saiu
após a pressão muito grande dos interessados no movimento, em especial da Imprensa
que apoiava a tese de emancipação de Volta Redonda.
Chegando à Comissão Executiva em 11 de agosto de 1953, logo no dia seguinte
mereceu a intervenção do Deputado Vasconcellos Torres, requerendo que a mesa to-
masse as medidas de sua alçada. Apesar dos esforços, seis meses se passaram.

JAMIL RIZKALLA PONDERA JUNTO AO SECRETÁRIO DE


INTERIOR E JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Nos bastidores, sofrendo as maiores pressões, lutava o Centro Cívico Lucas Fran-
co, onde Jamil Rizkalla protestava até mesmo junto ao Secretário de Estado e Interior e
Justiça - Romeiro Netto - pelo andamento considerado vagaroso do memorial de Volta
Redonda.
172 Volta Redonda Ontem e Hoje
Colhemos um documento nas pesquisas realizadas, junto ao Dr. Jamil Rizkalla,
ilustre advogado, hoje na maioria das oportunidades esquecido e relegado até mesmo a
um ostracismo na galeria dos verdadeiros emancipadores, o telegrama recebido por ele,
que dizia:

“JAMIL RISCALLA (sic) - Presidente do Centro Cívico Barra Mansa - RJ


(anotação a lápis corrigindo para Volta Redonda).

REPILO SUA INJUSTA AUDACIOSA INSINUAÇÃO pt - PROCESSO


EMANCIPAÇÃO V. REDONDA NÃO PERMANECEU MAIS QUARENTA
OITO HORAS SECRETARIA SENDO ENCAMINHADO POR MIM SR.
GOVERNADOR A FIM REMETER A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA pt
ROMEIRO NETTO SECRETARIA DO INTERIOR E JUSTIÇA”

É o próprio Dr. Jamil Rizkalla, ainda trabalhando por Volta Redonda, e depois de
responder pela direção da Consultoria Jurídica da Câmara Municipal de Volta Redonda,
quem comenta ao lado da fotocópia presenteada:

“Alkindar,
Aqui está uma fotocópia interessante. É a resposta do ilustre Dr. Ro-
meiro Netto, então Secretário do Interior e Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, hoje falecido, ao telegrama que lhe passei na época de lutas
pela nossa emancipação. No meu telegrama que hoje reconheço ter
sido muito forte, mas que a luta por um ideal me levou assim a proce-
der, se não me falha a memória, dizia eu ao ilustre Secretário que, em
linhas gerais, um movimento nascido vitorioso não podia aceitar retar-
damento em sua justa pretensão, etc. Isto deu causa, também, a que o
processo não ficasse esquecido. Hoje, aos dezoito anos, a menina Volta
Redonda é o encanto de todo o Brasil.

JAMIL WADIH RIZKALLA - V.R. - 09/08/1972"

A MUDANÇA DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA MOVIMENTA DOCU-


MENTO

Considerando-se as atitudes tomadas discretamente pelo então Governador Ernani


do Amaral Peixoto e, ostensivamente, pela bancada do PSD, reforçada pelas representa-
ções do PTB e da UDN de Barra Mansa, a imprensa desfechou uma campanha para
movimentação do processo na qual se destacaram os jornais: “Reverbero Autonomista
Voltarredondense”, “A Província”, e a “Tribuna Comercial”, a luta grande e destemida dos
Deputados Macário Picanço, Vasconcellos Torres e Álvaro Berardinelli e do Centro Cívico

Alkindar Costa
173
Lucas Franco, presidido pelo Dr. Jamil Rizkalla, graças à alteração de orientação partidá-
ria, Amaral Peixoto passa a apoiar o movimento de emancipação, o mesmo acontecendo
com o PTB e a UDN, o Prefeito trabalhista João Chiesse Filho e o Deputado udenista
Paulo Monteiro Mendes.
Em 19 de janeiro de 1954, Macário Picanço, líder na Assembléia Legislativa do
movimento de Volta Redonda, apresentou indicação onde requereu ao Presidente da As-
sembléia que o Executivo se pronunciasse nos termos da legislação em vigor.
Em seu expediente, concluía o Deputado Macário Picanço:
“...essa representação, para tal fim, se acha no Gabinete de V. Excia.,
desde 11 de agosto de 1953.”

A AÇÃO DO DEPARTAMENTO DAS MUNICIPALIDADES

No Departamento das Municipalidades, e no Palácio do Ingá, tramitou rapidamente


o processo, sendo que no primeiro surgiu a designação do Contador PEDRO DA SILVA
PONTES e o Advogado GERALDO DE CARVALHO, para examinarem o processo e emitir
parecer.
Em 24 de fevereiro (quarta-feira) de 1954, a Comissão do Departamento das
Municipalidades, chefiada pelo respectivo Diretor, Dr. HENRIQUE BRITO DE MAGALHÃES,
chegou a Volta Redonda, sendo rápido o seu trabalho. Invejáveis condições para emanci-
pação foram constatadas e o parecer foi apresentado favoravelmente.

A foto de 24/02/1953,
registra a presença
da Comissão do
Departamento das
Municipalidades em
Volta Redonda, no
exame das condições
para a emancipação
do 8º Distrito de
Barra Mansa.
Acervo Alkindar Costa

174 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em 04 de março de 1954, a Comissão do Departamento das Municipalidades apre-
sentava o seguinte documento:
“Sr. Secretário,
Vimos apresentar a Vossa Excelência o resultado dos estudos procedi-
dos para a verificação das condições estipuladas pelo Art. nº 84 da Cons-
tituição do Estado e pelo Art. 11, nº 1 da Lei nº 109 de 16 de fevereiro de
1948 (Lei Orgânica das Municipalidades), no caso em tela de emancipa-
ção de Volta Redonda e Pinheiral, atualmente, 8º Distrito de Barra Man-
sa e 4º Distrito de Piraí, respectivamente.
............................................................
4 - Com referência ao Distrito de Volta Redonda verificamos ter sido a
sua arrecadação de impostos, face à execução orçamentária de 1953,
de Cr$ 379.993,00 - superando amplamente o exigido para a sua eman-
cipação.
5 - No que diz respeito à população, era a do Município de Barra Mansa,
consoante o censo de 1950, de 70.880 habitantes dos quais 35.964 resi-
dentes no Distrito de Volta Redonda e 34.916 no restante do Município.
6 - Diante desses resultados, Barra Mansa manterá, mesmo depois da
desanexação de Volta Redonda, as condições exigidas pelo Art. 2º da
Lei nº 109, de 16 de fevereiro de 1948, para continuar a ser Município,
pois que, sua capacidade financeira e sua população apresentarão nú-
mero muito acima dos mínimos estipulados; continuando Barra Mansa
a figurar entre as grandes comunas fluminenses, com arrecadação glo-
bal de Cr$ 15.000.000 (quinze milhões) aproximadamente, previsíveis
para o exercício de 1955.
............................................................
8 - Com a população já mencionada e ostentando bons edifícios, mag-
nífico e moderno hospital, excelente grupo escolar, templos religiosos,
praças de esportes, dois grandes hotéis, a Usina da Companhia Side-
rúrgica Nacional, serviços de água e luz, calçamentos, bairros
residenciais, com ótima construção, o território, onde será constituído
o novo Município, preenche amplamente os requisitos constantes do
Art. nº 2, da Lei 109 citada.
Certos de termos cumprido fielmente a missão que nos foi confiada,
temos a honra de apresentar a Vossa Excelência o relatório dos nossos
trabalhos.

Niterói, 04 de março de 1954.

aa) Henrique Brito de Magalhães (Pres.)


Geraldo de Carvalho
Pedro da Silva Pontes.”

Alkindar Costa
175
A CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS PARA REALIZAÇÃO
DO PLEBISCITO EM VOLTA REDONDA

E a história teve prosseguimento. Entendemos que as últimas lutas para a realiza-


ção do plebiscito, que culminaria com a emancipação, devam ser descritas pela pena
valorosa do nosso grande homenageado - J.B. de Athayde - na cronologia que organizou
e foi publicada no Boletim informativo da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril
de Volta Redonda, nº 02 de 16 de julho de 1970.

“EMANCIPAÇÃO DE VOLTA REDONDA”


Cronologia do final da grande batalha - travada na última semana de
março e na primeira de abril de 1954 - até a criação do Município. (Resu-
mida das atas da Assembléia; do arquivo de J.B. de Athayde e dos jor-
nais, inclusive o “Correio Fluminense”, Niterói).
29 DE MARÇO - Segunda-feira - O Deputado Vasconcellos Torres vai ao
Palácio do Ingá e solicita ao Governador Amaral Peixoto a assinatura
do ofício à Assembléia Legislativa, encaminhando as informações fa-
voráveis do Departamento das Municipalidades. Neste mesmo dia re-
quer urgência para a discussão do projeto, justificando-o ao requeri-
mento do parlamentar pessedista. Anunciada, a votação da urgência,
falam a favor os deputados Vasconcellos Torres, Paulo Monteiro Men-
des e Macário Picanço. Contra falaram os deputados Roberto da Silveira,
Adolfo de Oliveira e José Manhães. O Deputado Omar Vilela, vota con-
tra, declarando que viajaria para Barra Mansa e Volta Redonda, a fim de
consultar o seu Partido.
Pede verificação de votação o Deputado Getúlio Azevedo, prejudican-
do, assim, o andamento do processo. Pedia verificação, também, o
Deputado Almir Moura.
30 DE MARÇO - Terça-feira - Novos requerimentos de preferência e ur-
gência da autoria do Deputado Vasconcellos Torres.
É aprovada a preferência. Justifica a urgência o Deputado Vasconcellos
Torres. O Presidente da Assembléia considera aprovada a urgência, mas
o Deputado Magalhães Castro pede verificação de votação e prejudica
a matéria, sendo inflexível aos apelos dramáticos do autor do requeri-
mento.
31 DE MARÇO - Falece o Deputado Lara Vilela e a Assembléia suspen-
de a sessão em sua homenagem. O Deputado Lara Vilela era um dos
poucos entusiastas da causa da emancipação política e administrativa
de Volta Redonda.
1º DE ABRIL - Quinta-feira - No início da sessão o Deputado José Manhães
pede verificação do “quorum”, prejudicando assim os requerimentos
do Deputado Vasconcellos Torres, sobre a emancipação e que foram
renovados pacientemente pelo lutador da causa.

176 Volta Redonda Ontem e Hoje


03 DE ABRIL - Sábado - Partem para Volta Redonda, o Deputado
Vasconcellos Torres e o político Sávio Cotta de Almeida Gama. No Ci-
nema Avenida, na “Cidade do Aço”, localizado na Av. Amaral Peixoto, é
realizada uma reunião memorável, durante a qual fica assentada a visi-
ta dos voltarredondenses e pinheiralenses à Assembléia Legislativa
Fluminense, na próxima reunião. É redigida uma proclamação a ser
publicada na imprensa. O político Sávio Gama, líder do Movimento
Emancipacionista, arca com as despesas da viagem e publicidade. O
Centro Cívico, chefiado pelo Dr. Jamil Wadih Rizkalla, mobiliza todas as
forças e um grande movimento é feito, pleiteando a presença em mas-
sa dos habitantes do futuro município. Todos os partidos apoiaram a
idéia.
05 DE ABRIL - Segunda-feira - As galerias da Assembléia Legislativa
encheram-se de moradores de Volta Redonda e Pinheiral. Na hora do
expediente o Deputado Vasconcellos Torres faz calorosa saudação à
embaixada presente. Fala contra o requerimento, o Deputado Nelson
Martins. Falam a favor, os Deputados Macário Picanço, Paulo Monteiro
Mendes e Hipólito Porto. É aprovado o requerimento do Deputado
Vasconcellos Torres. Pede verificação de votação o Deputado Alberto
Torres, mas felizmente havia número em plenário.
06 DE ABRIL - Terça-feira - Na pauta, em primeiro lugar, o processo,
graças ao requerimento do Deputado Vasconcellos Torres, aprovado
na véspera. Questões de ordem relativas à licença de um Deputado,
Vasconcellos Torres envia um requerimento à Mesa, pedindo uma ses-
são especial para examinar somente a matéria referente à sessão eman-
cipação de Volta Redonda. É aprovado o requerimento. Na sessão no-
turna, o relator, Deputado Ribeiro de Castro, emite parecer em nome da
Comissão de Justiça, opinando contra a anexação de Pinheiral. Falam a
favor os Deputados Vasconcellos Torres, Macário Picanço, Oliveira
Rodrigues, Domingos Guimarães e Hipólito Porto. Esgota-se o prazo
da sessão, mas já havia requerimento do Deputado Vasconcellos Tor-
res pedindo a prorrogação da sessão, que foi aprovado. O Deputado
Benigno Fernandes pede verificação de votação. Existe um número
suficiente e, em seguida, é votado o parecer. Às onze horas da noite, a
Assembléia Legislativa Fluminense redime-se de seus inumeráveis er-
ros, atendendo ao povo de Volta Redonda. Concedia, afinal, o plebisci-
to. O Deputado Vasconcellos Torres é homenageado pelos habitantes
de Volta Redonda, presentes à histórica sessão. Confraternizam-se, num
grande abraço, os Deputados Paulo Monteiro Mendes, Omar Goulart
Vilela e Vasconcellos Torres.
07 DE ABRIL - Quarta-feira - Da tribuna da Assembléia, o Deputado
Vasconcellos Torres pede rápido envio do processo ao Poder Executi-
vo, no que foi prontamente atendido.”

Alkindar Costa
177
CÂMARA MUNICIPAL DE BARRA MANSA TENTA ANULAR ATO
DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA FLUMINENSE

Havia sido editado o Decreto nº 4.695, de 14 de abril de 1954, convocando o


eleitorado para o plebiscito em Volta Redonda, no dia 20 de junho.
Em 29 de abril, realiza-se uma reunião denominada “extraordinária” na Câmara
Municipal de Barra Mansa, cujo objetivo principal era o de desferir mais um golpe contra
os planos de emancipação do 8º Distrito.
Para recordar os fatos, apoiamo-nos na publicação de “A VOZ DO POVO”, edição
de 21 de dezembro de 1957, páginas 1 e 3, quando foi publicada reportagem com o título
- Trabalho de Sapa contra a nossa Integridade - fez transcrever a seguinte certidão:
“THAIS DA ROCHA LEAL, AUXILIAR DE SECRETARIA DA CÂMARA
MUNICIPAL DE BARRA MANSA, CERTIFICA que revendo o livro de Atas
nº 7, dele consta às folhas 114 (cento e quatorze) a 124 (cento e vinte e
quatro), o seguinte trecho da Ata de uma reunião Extraordinária da
Câmara Municipal de Barra Mansa, realizada em 29 (vinte e nove) de
abril de mil novecentos e cinqüenta e quatro: Do expediente constou
ainda três requerimentos de licença por trinta dias dos Vereadores
Clodoaldo da Rocha Pimentel, Edgar Ferreira Bastos e Bernardo
Bemfeito. O Vereador Heitor Leite Franco, com a palavra declarou que
estava de posse de um requerimento do Vereador José Cardoso
Guimarães Cotia que, como suplente, deveria ser convocado, solicitan-
do, também igual período de licença, por seu estado de saúde, a fim de
ser convocado o terceiro suplente.”

POSSE DE JAMIL RIZKALLA, ARISTOCLIDES RIBEIRO E NORIVAL DE


FREITAS - representantes de Volta Redonda -

A foto registra da
esquerda para a
direita, Norival de
Freitas, Mario Ferreira
Netto, Jamil Riskalla e
Aristoclides Ribeiro
Acervo Alkindar Costa

“O Sr. Presidente determinou a leitura do citado requerimento, após o


que o Vereador Heitor Leite Franco declarou se encontrarem presentes
o Suplente da UDN, Aristoclides Ribeiro e os do PSD, Dr. Jamil Rizkalla
e Norival de Freitas solicitando que lhes fosse dada posse dos respecti-
vos cargos. O Sr. Presidente, em atendimento à solicitação, nomeou
uma Comissão composta dos Vereadores Heitor Leite Franco e Mário

178 Ferreira Netto, para introduzi-los no recinto, tendo os Suplentes Jamil


Volta Redonda Ontem e Hoje
Rizkalla e Norival de Freitas feito juramento de praxe deixando de
fazê-lo o Suplente Aristoclides Ribeiro, por já ter exercido as funções.
O Sr. Presidente designou o Vereador Dary Ferreira Pinto de Oliveira
para saudar, em nome da Câmara, os Vereadores recém-empossados.
O Vereador Dary Ferreira Pinto de Oliveira iniciou o seu discurso com
palavras de agradecimento ao Presidente pela deferência de o ter
incumbido de saudar os novos Vereadores, pela investidura de suas
funções. Disse ainda que, ao fazê-lo, esperava que cada um soubesse
defender, acima de tudo, os interesses do povo de Barra Mansa, a
grandeza do Município, o seu progresso e a sua união.
O Vereador Jamil Rizkalla, com a palavra, declarou ser com profunda
emoção que assumia a Tribuna da Câmara para, em nome de seus
colegas, agradecer as palavras carinhosas e os conselhos do Vereador
que saudando-os por designação da presidência, tinha se desempenha-
do, tão brilhantemente de sua incumbência, tocando mesmo os
corações daqueles que ora assumiam as funções de Vereador, para o
cumprimento de seu dever.”

O REQUERIMENTO CONTRA A DECISÃO DA ASSEMBLÉIA


LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A seguir, o Sr. Presidente determinou a leitura do requerimento do Ve-


reador Ernesto Duarte da Silveira, nos seguintes termos: Excelentíssimo
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Barra Mansa. Os infra-assi-
nados, Vereadores à Câmara Municipal de Barra Mansa, vem expor e
finalmente requerer a Vossa Excelência, após ouvido o plenário, envie
em caráter de urgência a representação junto ao Sr. Dr. Procurador Geral
da República, contra a decisão da douta Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro, marcando por deliberação o plebiscito para
concretização do ato de emancipação do 8º Distrito (Volta Redonda)
deste Município, sem anuência desta Casa. Requerem mais os
Suplicantes seja designado o Vereador Ernesto Duarte da Silveira, para
dentro de 24 (vinte e quatro) horas após a aprovação, dar entrada na
Secretaria da Procuradoria Geral da República, da referida representa-
ção. Sala das sessões, 26 de abril de 1954.
as) Ernesto Duarte da Silveira, Edgar Ferreira Bastos, Antônio Gomes
Carreira, Raul de Barros, Clodoaldo da Rocha Pimentel, Dirceu Chiesse
Coutinho, Dary Ferreira Pinto de Oliveira, Joel Alves de Oliveira. O Sr.
Presidente despachou o requerimento à Comissão de Justiça e
declarou que iria suspender os trabalhos por quinze minutos, a fim de
que a referida Comissão emitisse parecer sobre o assunto. O Vereador
Victor Marcondes Sampaio declarou que a Comissão de Justiça se
achava incompleta, de vez que, de seus membros, apenas ele se encon-
trava presente, razão por que se tornava difícil ou mesmo impossível
ser relatada a matéria. O Sr. Presidente designou os Vereadores Jamil
Rizkalla e Wladyr de Castro Ferraz para integrarem a Comissão de Jus-
tiça, a fim de emitirem parecer ao requerimento, em virtude de ter sido
requerida urgência, suspendendo os trabalhos por quinze minutos.”
Alkindar Costa
179
PARECER DA COMISSÃO DE JUSTIÇA AO REQUERIMENTO DE
ERNESTO DUARTE DA SILVEIRA

“Reabertos os trabalhos, o Sr. Presidente procedeu à leitura do parecer


da Comissão de Justiça, assinado apenas pelos dois membros
designados, ou sejam o Dr. Jamil Rizkalla e Wladyr de Castro Ferraz,
nos seguintes termos: “Exmº Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Barra Mansa. Nós abaixo assinados, designados por V. Excia., para emitir
parecer no presente requerimento, estudando o assunto em tela,
chegamos à conclusão de que o mesmo não tem cabimento, por não se
encontrar enquadrado em nenhum dispositivo legal. Assim, somos de
parecer que o mesmo deva ser rejeitado como requerimento,
submetendo-se à Casa a deliberação do que se pede. É este o nosso
parecer, salvo melhor juízo. Barra Mansa, 29/04/54 as) Jamil Wadih
Rizkalla - Wladyr de Castro Ferraz.”

O PRONUNCIAMENTO DO VEREADOR VICTOR MARCONDES


SAMPAIO

“Com a palavra o Vereador Victor Marcondes Sampaio declarou:


“Razão tenho eu em solicitar o adiamento da discussão da matéria,
porque a mesma vem decidir o futuro de dois municípios - o de Barra
Mansa e o de Volta Redonda, se vier a se emancipar. Por julgá-lo de tão
grande importância não quis subscrever o requerimento e nem o
parecer sem antes consultar as Constituições Federal e Estadual e a Lei
Orgânica das Municipalidades, não desejando, portanto, dar um
parecer em cima da perna e por não querer arcar com as responsabili-
dades no desmembramento do Distrito de Volta Redonda, que é
orgulho de todo o Município e que se constitui no arrimo da família
barramansense. O parecer, embora não tenha sido consultada a lei,
contrariava plenamente os dizeres do requerimento, com a afirmativa
de que o mesmo não encontrava apoio na Constituição. Como membro
da Comissão de Justiça, em tal situação farei a única coisa que me
parece razoável: requeiro vista e adiamento da discussão da matéria a
fim de consultar a lei e me capacitar da procedência ou não do requeri-
mento do Vereador Victor Marcondes Sampaio, visto que dois constitu-
em maioria de três e o parecer estava assinado pelo relator e subscrito
por mais um membro da Comissão de Justiça. O Sr. Presidente,
entretanto, submeteu à votação o requerimento de adiamento que foi
rejeitado.”

A DEFESA DE ERNESTO DUARTE DA SILVEIRA

“Em discussão o requerimento do Vereador Ernesto Duarte da Silveira.


Com a palavra o autor, que assim iniciou: “Sejam minhas primeiras
palavras de respeito e consideração a esta seleta assistência que aqui
180 Volta Redonda Ontem e Hoje
compareceu, demonstrando com isto a sua capacidade e dedicação aos
interesses do Distrito de Volta Redonda, em contraposição à fibra do
povo barramansense, nada fez em defesa da integridade de seu territó-
rio e de seus interesses. Quando a douta Assembléia do Estado deu
imunidade aos senhores vereadores, ela venceu um dos maiores parla-
mentares daquela Casa, Macário Picanço. Hoje, Senhor Presidente,
Vossa Excelência designou dois Vereadores emancipacionistas para,
na certa, se pronunciarem a favor da emancipação e contra o requeri-
mento de onze Vereadores, pretendendo o pronunciamento de uma
matéria de grande relevância para o Município de Barra Mansa. Lamen-
to que matéria dessa natureza tenha sido estudada e obtenha parecer
favorável por um Vereador advogado que conhece jurisprudência
firmada por três Tribunais Federais, constituídos por juristas de nome-
ada.” Procedeu, a seguir, a leitura dos acórdãos referidos e afirmou que
o Sr. Presidente decidiu inconstitucionalmente, pois não é possível a
indicação de um novato em assuntos legislativos para compor a
comissão de Justiça da Casa, exatamente para se pronunciar em
matéria de interesse político direto do citado vereador. Citou o fato de
que o presidente do PSD, Sávio Cotta de Almeida Gama, no início da
atual administração, firmou acordo com o Sr. Prefeito Municipal, de cujo
acordo foi ele o intermediário, a fim de adiar a grande aspiração do
povo de Volta Redonda, que é a sua emancipação, na base de interes-
ses pessoais, para receber certa quantia que a justiça não lhe concedeu
direito, mas que recebeu em virtude desse acordo. Declarou mais, que
iria interpor recursos contra a decisão da Casa, afirmando que o
desmembramento de Volta Redonda fere a Constituição e que tomaria
as medidas necessárias, a fim de que tal estado de coisa não mais se
repita no Estado do Rio.”

A INTERFERÊNCIA DE WILSON DE PAIVA EM FAVOR DE VOLTA RE-


DONDA

“Com a palavra, o Vereador Wilson de Paiva combateu o requerimento,


dizendo que a emancipação é oriunda da vontade do Povo, à qual a
ninguém deve ser lícito contrariar. Procedeu à leitura do trecho do
acórdão do tribunal e declarou que, segundo ele, as Câmaras deveriam
ser ouvidas e, uma vez rejeitado o presente requerimento, já está
provado o assentimento desta Casa no caso da emancipação de Volta
Redonda.”

O DEBATE JAMIL VERSUS ERNESTO DUARTE E DIRCEU CHIESSE


COUTINHO

“Com a palavra o Vereador Jamil Rizkalla, iniciou dizendo: “Devo


esclarecer a esta Casa, ao Vereador Ernesto Duarte da Silveira e a esta
massa de Volta Redonda que aqui comparece para dar
apoio à ação e à atitude de seus representantes, que a Mesa não agiu

Alkindar Costa
181
inconstitucionalmente, porque o caso de Volta Redonda nada tem a ver
com os casos de Triunfo e Pinheiral, pois é legítimo o estabelecimento
pela Lei Orgânica das Municipalidades. O Vereador Ernesto Duarte da
Silveira defende um direito hipotético. O Vereador Enesto Duarte da
Silveira, com a palavra: “Estranho que o representante do PSD tenha
afirmado que eu defendo um direito hipotético.”
Foi aparteado pelo Vereador Dr. Jamil Rizkalla: “Atualmente, não
pertenço a nenhum partido político”. Continuou o Vereador Ernesto
Duarte da Silveira: “O que defendo é um direito constitucional”. A
seguir, usou a palavra o Vereador Dirceu Chiesse Coutinho, que protes-
tou contra a interferência indébita do Estado na autonomia do Municí-
pio, atendendo apenas aos interesses de certos Deputados. Lamentou
que alguns Vereadores que assinaram o requerimento tenham sido
acometidos, à última hora, de qualquer dor de barriga, que os obrigou a
se licenciarem das funções. “Ontem comentavam eles pelas ruas da
Cidade que absurda era a emancipação e defendiam os interesses de
Barra Mansa; hoje recusam-se a comparecer, a fim de votarem o
próprio requerimento que assinaram”. Foi longo em sua exposição o
Vereador Dirceu Chiesse Coutinho e finalizou fazendo um apelo ao
eleitorado de Volta Redonda, caso fosse concretizada a emancipação,
soubesse escolher seus representantes a fim de evitar o que estava
sucedendo naquele momento, quando vários Vereadores, temerosos
de enfrentarem a opinião pública, acovardados, preferiam licenciar-se
para que seus suplentes, mais corajosos, enfrentassem os debates que
estavam sendo realizados.”

ALPHEN DE OLIVEIRA FERREIRA DEFENDE A EMANCIPAÇÃO DE


VOLTA REDONDA

“O Sr. Presidente, Dr. Alphen de Oliveira Ferreira, passou a presidência


ao Vereador Victor Marcondes Sampaio, foi para o plenário, solicitou a
palavra e, de posse dela, assim se expressou: “Tenho sempre, nesta
Casa, isenção de ânimo, apesar do meu partido estar a favor da
emancipação. Sempre me manifestei contra a emancipação de Volta
Redonda porque acho que nem Barra Mansa nem Volta Redonda terão
vantagem, visto que hoje temos um município grande e respeitado, um
município em desenvolvimento constante, que poderá alcançar uma
posição de maior realce dentro do Estado, quer pela sua renda fabulo-
sa, quer pelo seu elevado número de eleitores. Mas creio que Volta Re-
donda tem até o direito de se emancipar, porque estão previstas na Lei
Orgânica das Municipalidades as condições necessárias para a eman-
cipação e ela já alcançou e até já ultrapassou as condições exigidas.
Quando o PSD pediu, fui contrário, mas a maioria achou que se deveria
autorizar. Hoje, julgo, mais do que nunca, merecida a emancipação
porque aqui está representada pelo Povo, que luta em defesa dos seus
interesses e, por isso, saberá continuar lutando pelo engrandecimento
do Município, enquanto que os barramansenses fugiram da luta e não
demonstraram nenhum interesse pela integridade do Município. As
182 Volta Redonda Ontem e Hoje
entidades de Classe, como a Associação Comercial e outras institui-
ções como o Rotary Clube, a Maçonaria, nunca deram um passo
sequer contra a emancipação, e um povo que não tem a coragem
devida para defender o que é seu, não deve lastimar o perdido.”
Terminada a sua oração retornou à direção dos trabalhos o Vereador
Dr. Alphen de Oliveira Ferreira. Fizeram, ainda, o uso da palavra os
Vereadores Dr. Jamil Rizkalla e Victor Marcondes Sampaio, para
esclarecerem certos pontos e, por isso, o Sr. Presidente encerrou a
discussão e colocou em votação, sendo rejeitado o requerimento de
autoria do Vereador Ernesto Duarte da Silveira, subscrito por mais nove
Vereadores.

OS VOTOS FAVORÁVEIS AO REQUERIMENTO

“Votaram a favor do requerimento os Vereadores Ernesto Duarte da


Silveira, Victor Marcondes Sampaio, Oswaldo Porto, Raul de Barros,
Dirceu Chiesse Coutinho e Dary Ferreira Pinto de Oliveira.”

OS VOTOS CONTRA OS REQUERIMENTOS DE ANULAÇÃO

“Votaram contra os mesmos os Vereadores Heitor Leite Franco,


Mário Ferreira Netto, Wilson de Paiva, Wladyr de Castro Ferraz, Dr. Jamil
Rizkalla, Norival de Freitas e Aristoclides Ribeiro.”

DESTAQUE DOS QUE SE OMITIRAM

“Deixaram de votar os Vereadores Dr. Joel Alves de Oliveira e


Antonio Gomes Carreira, que já se haviam retirado da reunião, quando
em votação o requerimento.”

WILSON DE PAIVA SOLICITA COMUNICAÇÃO DE DECISÃO À


ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

“O Vereador Wilson de Paiva deu entrada à Mesa de um requeri-


mento para que a Casa oficiasse à Assembléia do Estado ratificando a
vontade do Povo do 8º Distrito de Volta Redonda, manifestando através
do memorial apresentado àquela Assembléia, solicitando a emancipa-
ção de Volta Redonda. O referido requerimento foi subscrito pelos Ve-
readores: Wladyr de Castro Ferraz e Mário Ferreira Netto e o Sr. Presi-
dente deu ao mesmo o seguinte despacho: “À Comissão de Justiça
para opinar”. O Autor do requerimento tentou urgência para conseguir
a aprovação do requerimento. Não conseguindo, declarou que retiraria
o requerimento e que formularia outro, verbalmente, para que a Casa

Alkindar Costa
183
desse conhecimento à Assembléia do Estado, por ofício ou telegrama,
que o requerimento do Vereador Ernesto Duarte da Silveira propondo
recurso contra o ato que concedeu a emancipação de Volta Redonda foi
rejeitado pela maioria dos Vereadores presentes à reunião. O Sr.
Presidente manteve seu despacho, declarando que o mesmo nenhum
prejuízo traria ao Vereador Wilson de Paiva, visto que ele poderia obter
a certidão da ata, com a qual daria ciência à Assembléia.
Era o que continham ditas folhas. Por ser verdade, eu, Thaís da Rocha
Leal, Auxiliar de Secretaria datilografei e assino a presente, aos cinco
dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e cinqüenta e sete.
Thaís da Rocha Leal. Visto - João Baptista de Pinho Carvalho
Presidente.”

IMPRENSA NOTICIA PLEBISCITO EM VOLTA REDONDA

O Correio Fluminense (direção de Sylvio Fonseca), órgão de divulgação em


Niterói e que cobriu sempre, com destaque, as atividades que giravam em torno da eman-
cipação de Volta Redonda, colocou em relevo em sua edição de 18 de abril de 1954:

“MARCADO O PLEBISCITO DE VOLTA REDONDA -


O povo votará no próximo dia 20 de junho.
O Governador Amaral Peixoto vem de assinar o ato convocatório do
Plebiscito para a emancipação do Distrito de Volta Redonda, tendo já
marcado a data do dia 20 de junho para a sua realização.
Naquele dia os voltarredondenses comparecerão às sessões eleitorais,
depositando a célula com a palavra sim nas urnas que ali encontrarão.
Apurados os resultados, de novo, a Assembléia examinará a matéria,
aprovando, então, projeto de lei criando, definitivamente, o município.
Mais uma vez se movimentou o Deputado Vasconcellos Torres, não só
junto à Secretaria do Interior e Justiça, para onde o processo havia sido
encaminhado, por ordem do Governador, para as providências legais.”

O RESULTADO DO PLEBISCITO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA


E NO JORNAL “A TRIBUNA COMERCIAL”

A Tribuna Comercial, de Alcindo Alves dos Reis, cobriu a realização do plebis-


cito e fazia publicar o artigo - “POR VOLTA REDONDA, LUTAREI SEMPRE...”, informan-
do que o resultado foi de 2.809 votos favoráveis à emancipação e, apenas, 24 votos
contra. Somente votaram os residentes portadores de títulos eleitorais. Muitos outros não

184 votaram porque não estavam habilitados a satisfazer as exigências da Lei.


Volta Redonda Ontem e Hoje
O resultado da eleição foi participado pelo Deputado Vasconcellos Torres, na ses-
são realizada pela Assembléia Legislativa em 22 de junho de 1954. Imediatamente enca-
minhou à Comissão respectiva, o projeto de lei emancipando Volta Redonda.

NASCE A LEI 2.185 DE 17/07/1954 - SURGE VOLTA REDONDA


CIDADE

Ainda, com tramitação dificultada foi, finalmente, aprovado e convertido na LEI 2.185,
de 17 de julho de 1954, o projeto do Deputado Vasconcellos Torres. Nascia o Município de
Volta Redonda, cujo texto foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Eis o texto:

“DIÁRIO OFICIAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANO XXIV - NITERÓI


- Terça-feira, 20 de junho de 1954 - nº 6.898 - Governo do Estado, Lei nº
2.185, de 17 julho de 1954. A Assembléia Legislativa do Estado do Rio
de Janeiro, decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Artigo 1º - Fica criado
o Município de Volta Redonda, com sede na atual vila do mesmo nome
e constituído do atual território do Distrito de Volta Redonda, ora
desanexado do Município de Barra Mansa. Artigo 2º - Esta Lei entrará
em vigor em 1º de janeiro de 1955, tomadas, desde já, no entanto, as
medidas que forem necessárias à instalação do município em data pos-
terior àquela. Artigo 3º - Revogam-se as disposições em contrário. Pa-
lácio do Governador, em Niterói, 17 de julho de 1954.
a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO, Demerval Moraes, Romeiro Netto,
José de Moura e Silva, Adelmo de Mendonça e Silva, A.F.S. Leal Júnior,
Paulo Lyra, Manoel Pacheco de Carvalho Jannotti.”

A lei de emancipação de Volta Redonda não foi sancionada no dia 17 de julho, como
se comemora.
O projeto teve sua apreciação final pela Assembléia Legislativa às 00h15min do dia
18 de julho, sendo remetida no mesmo dia ao Governador para sanção, o que ocorreu em
19/07.
No ato interferiu o Prof. Jaime de Souza Martins que pediu e foi atendido, e o Gover-
nador mandou buscar outro texto na Assembléia Legislativa, assinando a Lei 2.185 com
data de 17 de julho de 1954, às 15h00min do dia 19.
Jaime, com o ato, procurava homenagear a Cidade de Sabará que foi criada em 17
de julho de 1711, onde foi criada a 1ª Grande Siderúrgica Particular e em Volta Redonda
situava-se a 1ª Grande Siderúrgica Oficial.
Jaime destacava que Itabirito, perto de Ouro Preto, era irmã de Resende, assim
como de Barra Mansa e bisavó de Volta Redonda.

Alkindar Costa
185
A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
ESTABELECIDA EM LEI

O Deputado Vasconcellos Torres continuou suas providências para a existência


legal e efetiva do Município de Volta Redonda. Foi, ainda, por sua iniciativa, redigido e
apresentado o projeto, posteriormente transformado na Lei nº 2.218 de 10 de agosto de
1954, estabelecendo data para a instalação do Município, surgido com a Lei nº 2.185.
Na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o Deputado Vasconcelos
Torres apresentou o projeto que recebeu o nº 380/54 (constituindo o processo 1.738/54)
estabelecendo a instalação da nova Cidade para o dia 31 de janeiro de 1955, com uma
Câmara Municipal, inicialmente constituída de 13 vereadores.
Em 07 de julho, o Deputado Walter Vieitas, em nome da Comissão de Interior e
Justiça, propôs e foi aprovado que a data de instalação fosse alterada para 06 de feverei-
ro, uma vez que em 31 de janeiro dar-se-ia a posse do Governador do Estado, o “que
seria evidentemente grave inconveniente”.
O Presidente Alcides Pereira remeteu ao Governador o texto aprovado que foi san-
cionado em 10 de agosto de 1954.
A Lei estabeleceu que em 06 de fevereiro de 1955, seria instalado o Município; fixou
o número de Vereadores da Câmara Municipal e definiu outras áreas de ação.
O texto da Lei nº 2.218 é o seguinte:

“LEI Nº 2.218, de 10 de agosto de 1954.


FIXA A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA. A Assem-
bléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Artigo 1º - O Município de Volta Redonda, criado na con-
formidade da Lei nº 2.185, de 17 de julho de 1954, será instalado a 06 de
fevereiro de 1955, constituindo-se a sua Câmara, inicialmente de 13 Ve-
readores. Parágrafo Único - O ato de instalação será presidido pelo Juiz
de Direito que exercer, na região as funções de Juiz Eleitoral. Artigo 2º -
Em dia que será designado pelo Tribunal Regional Eleitoral, proceder-
se-á a eleição do Prefeito e dos Vereadores do Município. Artigo 3º -
Dentro de 30 dias da posse, o Prefeito fará publicar e em seguida reme-
terá à Câmara, proposta de Orçamento para o exercício de 1955. Artigo
4º A legislação vigente no Município de Barra Mansa será aplicada ao
Município de Volta Redonda enquanto nele não se fizerem normas pró-
prias. Artigo 5º - O Departamento das Municipalidades prestará a assis-
tência necessária à organização dos serviços do Município a ser insta-
lado. Artigo 6º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário. Palácio do Governo, em Niterói,
10 de agosto de 1954.
a) ERNANI DO AMARAL PEIXOTO.”

186 Volta Redonda Ontem e Hoje


Na Câmara Municipal de Barra Mansa, o vereador Bernardo Bemfeito, em 24 de
agosto de 1954, apresentou projeto nos seguintes termos:
“Art. 1º - Fica denominado PRESIDENTE VARGAS o atual Município de Volta
Redonda, então considerado 8º Distrito do Município de Barra Mansa, ora
emancipado e oficialmente instalado a partir de 1º de fevereiro de 1955.
Art. 2º - O Poder Competente requererá perante o INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), bem como aos demais órgãos de
direito, o devido reconhecimento e medidas para a adoção legal da presente
deliberação .
Art. 3º - Cabe ao Legislativo Municipal, se necessário, requerer à Assem-
bléia Legislativa Fluminense.
Art. 4º - Esta Deliberação entrará em vigor na data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, 24 de agosto de 1954.


Vereador Bernardo Bemfeito.

AS ELEIÇÕES DE 03/10/1954 EM VOLTA REDONDA CIDADE

A determinação constante no Artigo 2º da Lei nº 2.218, de agosto de 1954, aliada ao


fixado pelo MM. Juiz Eleitoral de Barra Mansa - Dr. Oswaldo Rodrigues Lima, redundou na
realização de eleições para Prefeito e Vereadores do novo Município, em 03 de outubro de
1954.
Votaram 11.516 eleitores inscritos em Volta Redonda.
A vitória na área do Executivo Municipal, sorriu aos candidatos Sávio Cotta de Almeida
Gama (Prefeito) e Wilson de Paiva (Vice-Prefeito).
O Poder Legislativo registrou a participação de integrantes do PTB, PSD, UDN,
PSP, PSB, compondo a 1ª Câmara Municipal de Volta Redonda.
Transcrevemos o resultado oficial do pleito, por partido:

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - PTB


Dermeval Pereira da Silva ........................................................... 294 votos
Lúcio Andrade .............................................................................. 267 votos
Antonio Venturelli Netto ................................................................ 266 votos
Francisco Gomes do Nascimento ............................................... 246 votos
Orsina Prado de Castro ............................................................... 247 votos
SUPLENTES:
Wammyr de Carvalho .................................................................. 186 votos
João Damasceno Frota ............................................................... 167 votos.
Orlando Soares de Oliveira .......................................................... 166 votos

Alkindar Costa
187
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO - PSD
Norival de Freitas ......................................................................... 360 votos
José Marques Simões ................................................................. 293 votos
Guilherme Duque Kozlowsky ....................................................... 270 votos
César Cândido Lemos ................................................................. 189 votos
SUPLENTES:
Guilherme Barbosa Passos ......................................................... 182 votos
Mário Ferreira Netto ..................................................................... 182 votos
Assibilio Tenório da Silva .............................................................. 167 votos.

UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - UDN


Luiz Gonzaga de Souza Clímaco ................................................ 259 votos
Ely Coutinho ................................................................................. 198 votos
SUPLENTES:
Hermilton da Silveira Moura ......................................................... 173 votos
Vigilato Peixoto ............................................................................. 119 votos
Aristoclides Ribeiro ...................................................................... 71 votos.

PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA - PSP


Jamil Wadih Rizkalla .................................................................... 186 votos
SUPLENTES:
Sérvulo Rodrigues Fragoso ......................................................... 181 votos
Dercide Monteiro Guimarães ....................................................... 176 votos
Oswaldo Ceribella ........................................................................ 80 votos.

PARTIDO SOCIAL BRASILEIRO - PSB


Raymundo Bento de Aguiar ......................................................... 185 votos
SUPLENTES:
José Braz Vieira ........................................................................... 145 votos
João de Deus Teixeira Carvalho .................................................. 70 votos
David Alves .................................................................................. 60 votos.
A foto registra a
proclamação dos
eleitos em 30 /10/1954,
na Câmara Municipal
de Barra Mansa.
O vereador Norival de
Freitas, que havia
sido baleado e
encontrava-se
hospitalizado, foi
representado por seu
suplente Guilherme
Barbosa Passos, o
primeiro na esquerda
da foto.
Acervo Alkindar Costa

188 Volta Redonda Ontem e Hoje


A PROCLAMAÇÃO DOS ELEITOS EM VOLTA REDONDA

No dia 30 de outubro de 1954, foram proclamados os eleitos e diplomados, às 13


horas na Câmara Municipal de Barra Mansa, para Prefeito de Volta Redonda o Sr. Sávio
Cotta de Almeida Gama e para Vice-Prefeito o Sr. Wilson de Paiva.
A Constituição da Câmara de Vereadores, face às determinações do Artigo 1º da
Lei nº 2.218 de 10 agosto de 1954, foi esta:
“Antonio Venturelli Netto, Dermeval Pereira da Silva, Francisco Gomes do Nasci-
mento, Lúcio Andrade e Orsina Prado de Castro pelo PTB. César Cândido Lemos, Gui-
lherme Duque Kozlowsky, Norival de Freitas e José Marques Simões pelo PSD. Ely
Coutinho e Luiz Gonzaga de Souza Clímaco pela UDN. Jamil Wadih Rizkalla pelo PSP e
Raymundo Bento de Aguiar pelo PSB.”

NA SOLENIDADE DE DIPLOMAÇÃO, O AGRADECIMENTO ÀS


EQUIPES

Por ocasião da solenidade de diplomação dos eleitos, o Dr. Juiz Eleitoral fez desta-
que da equipe. E entre todos os relacionados desejamos fazer menção a duas equipes -
a que preparou as relações dos candidatos de Volta Redonda e Barra Mansa, registrados
pela 4ª Zona Eleitoral - Eleição de 3 de outubro de 1954, funcionários do Departamento
Administrativo (DPA) da CSN, Jorge Naves, Walter Naves, Carlos Henrique Neves, Paulo
Porto Magalhães, José Washington Garcia, e a dos funcionários da Rádio Sul Fluminense,
composta por Nery Miglioli, Luiz Fernando, Salvador Leite, Maurício Mello, Geraldo Feijó,
José Maria Caldeira, Joaquim Antônio Leite, Nélio Fernandes, Nardeli Rosa, Ubirajara Ramos
e Mauro Ferreira.
As seções Eleitorais que tiveram o maior número de eleitores foram destacadas do
seguinte modo:

1) Seção especial que funcionou no Bloco Comercial, ao lado do SESI, na Pra-


ça Pandiá Calógeras, em Volta Redonda, na qual votaram 383 eleitores, sob
a presidência do Major Nelson Kerensky Paes Barreto, servindo de mesários,
Alfredo de Oliveira Pereira e Joaquim Corrêa Dias e Secretários José Ribei-
ro da Costa e Astrogildo Ferreira de Castro.
2) Seção 90, que funcionou na Escola Profissional, sala 6, na Praça Pandiá
Calógeras, em Volta Redonda, na qual votaram 269 eleitores, sob a Presi-
dência de Sylvio Guimarães, servindo de mesário Jorge Oliveira Santos e
João Gomes de Miranda e secretários Renato Barbosa de Castro e Gustavo
Cunha Bastos.

Alkindar Costa
189
“NÃO DESEJO OCUPAR O QUE NÃO ME PERTENCE”

Esta manchete obriga-nos a retornar no tempo, fazendo uma parada na


solenidade de proclamação e diplomação dos eleitos em 30 de outubro
de 1954.
O pronunciamento mais importante, a declaração mais esperada e a
fixação de um ponto de vista e uma tomada de posição se deu na
honestidade, na linha de conduta firme e objetiva, nas providências sem
sofismas e sem rodeios e no trabalho sempre constante pela emanci-
pação de Volta Redonda, traços característicos do Dr. Jamil Wadih
Rizkalla.
É o Correio Fluminense de 30 de outubro de 1954, nº 3.303, que oferece
o relato fiel dos fatos que ocorreram naquela época, e onde se lê:

“Discursa na Solenidade de Diplomação o Dr. Jamil Rizkalla - O


Integérrimo Juiz Eleitoral de Barra Mansa convida elementos do PSP
de Volta Redonda, para nova contagem de votos - Quem pediu a
recontagem foi o Partido e não o candidato que estava ausente do
Município e alheio aos acontecimentos. Seu discurso na íntegra
causou espécie, a quantos não conheciam os motivos que determina-
ram o discurso pronunciado pelo Vereador Dr. Jamil Rizkalla, sábado
último, durante a solenidade de proclamação e diplomação dos candi-
datos eleitos no pleito de 03 de outubro.
S.S. (sic) visivelmente emocionado esclareceu sua verdadeira posição
na questão de recontagem dos votos requerida pelo seu partido que é o
PSP, resultando ficar em primeiro lugar dos mais votados para o
Legislativo de Volta Redonda. Os outros dois candidatos que estavam
com votação superior, protestaram e ameaçaram, sem, contudo,
apresentarem uma prova de que a recontagem dos votos tenha sido
incorreta. O Dr. Jamil Rizkalla, que adoecera cinco dias antes do pleito e
durante a apuração estava ausente do Município, retirado para conva-
lescer-se, esteve alheio às iniciativas do seu partido, só tomando
conhecimento de tudo, quando regressou, poucos dias depois da
apuração e antes da diplomação.
Assim, pois, seu discurso de diplomação que transcrevemos abaixo,
teve uma significação toda especial, colocando as coisas e os fatos nos
seus devidos lugares.
Eis o discurso:

“Trago-lhes em letra de forma a expressão do meu pensamento, com


evidente intuito de não ser traído pela emoção criada na contingência
desta diplomação, aplaudida por muitos e cercada por insinuações
maldosas de alguns. Lutei e continuarei lutando por toda a minha vida
em defesa da legalidade e dos princípios sadios da moral. Jamais
compactuei com atos que de leve pudessem desabonar minha vida -

190 Volta Redonda Ontem e Hoje


quer particular ou pública. Constitui para mim o presente ato, simples
obrigação de cortesia para com o Dr. Juiz Eleitoral e os dignos auxilia-
res da apuração, de vez que, como deve ser do conhecimento público,
o meu próprio partido na pessoa do seu ilustre delegado, Sr. João
Pereira de Queiróz, solicitou a recontagem dos votos, em longa
petição, fruto da capacidade jurídica sobejamente conhecida e
estimada. Desejo deixar bem claro ao generoso povo de Volta
Redonda, aos meus eleitores e amigos, em particular, que a recontagem
de votos é um direito que assiste a todo cidadão que se presuma
prejudicado. É, assim, na contingência atual, uma necessidade para
dirimir dúvidas e para mim, especialmente, um imperativo de ordem
moral. Os meus companheiros de chapa são também moços honestos
e dignos de ocupar a vereança, caso a Justiça Eleitoral concluir pela
procedência da reclamação. Derci de Monteiro Guimarães é meu
conhecido. Operário simples, bom e sem maldades. Sérvulo Fragoso é
senhor de requintada cultura, professor da Escola Profissional,
ocupando, por longos anos, cargo de Chefia da CSN, simples no trato e
benquisto por todos que têm a satisfação de com ele conviver.
Aqueles que me honraram com preferência na escolha deste modesto
nome, cujo objetivo tem sido sempre o de bem servir à causa pública,
não deverão se sentir melindrados, caso a Justiça Eleitoral concluir pela
escolha de qualquer dos nomes acima citados, pois saberão
corresponder, à vontade popular. NÃO DESEJO OCUPAR O QUE NÃO
ME PERTENÇA. Até o presente momento a Justiça Eleitoral entende
que devo estar entre os meus ilustres pares. Ao encerrar esta saudação
e este esclarecimento ao povo, quero agradecer ao Dr. Juiz Eleitoral, ao
Dr. Promotor, ao Dr. Pedro Chaves, ao Dr. Nunes e aos demais
componentes da Junta Apuradora pelo zelo com que se tiveram na alta
incumbência de fiscalizar e dirigir a apuração. Aos meus companheiros
ora eleitos, ao Prefeito e Vice-Prefeito, a certeza que terão em mim um
homem sempre disposto a trabalhar pela causa pública com a vontade
sadia de acertar sempre.”

ATA HISTÓRICA DA SESSÃO INAUGURAL DO QUADRO


TERRITORIAL DA REPÚBLICA

A solenidade de posse foi marcada para o dia 06 de fevereiro de 1955, ocasião em


que se registrou o lançamento de uma ata, das mais importantes e históricas, descoberta
posteriormente em dependência da “Coletoria Estadual de Volta Redonda”. Um livro com
apenas uma ata nos oferece estas informações:
“Ata da Sessão Solene Inaugural do Quadro Territorial da República,
realizada na Cidade de Volta Redonda. Estado do Rio de Janeiro. Aos
seis dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e cinqüenta e
cinco, no edifício do Paço Municipal, nesta cidade de Volta Redonda
Estado do Rio de Janeiro, sob a presidência do Excelentíssimo Senhor

Alkindar Costa
191
Diretor Oswaldo Rodrigues Lima, Juiz de Direito da Comarca de Barra
Mansa, na forma da lei, reuniram-se em Sessões Solene as autoridades
e pessoas gradas, abaixo assinadas, numerosa assistência popular para
o fim de se declarar efetivamente em vigor para todos os efeitos, a
partir desta data o novo Quadro Territorial da República fixado para o
Estado do Rio de Janeiro pela Lei 2.185 (dois mil cento e oitenta e
cinco), de 17 (dezessete) de julho de 1954 (mil novecentos e cinqüenta e
quatro), na conformidade das normas gerais fixadas pela Lei Orgânica
Nacional nº 311, de 2 de março de 1938 na parte referente à circunscri-
ção deste Município. Aberta a sessão e de pé toda a assistência foi
cantado o Hino Nacional seguindo-se uma vibrante salva de palmas. O
Senhor Presidente, ainda de pé a assistência, pronuncia então em voz
clara e pausada as seguintes palavras inaugurais”.

AS PALAVRAS INAUGURAIS NO ATO SOLENE

“...Na forma da lei e de acordo com o rito previsto tendo em mira a


salvaguarda jurídica dos interesses do povo, o resguardo da tradição
histórica da Nação e a solidariedade que deve unir todos os brasileiros
em torno dos ideais superiores de uma Pátria una e indivisível, bem
organizada para defender-se, culta e progressista para fazer a
felicidade de seus filhos, eu Oswaldo Rodrigues de Lima, Juiz de
Direito, em nome do Governador do Estado do Rio de Janeiro, declaro
confirmado, para todos os efeitos, no quadro territorial desta unidade
da Federação Brasileira, seguindo o disposto na Lei Orgânica Federal
nº 311, de 2 de março de 1938 e das Leis Estaduais nº 2185 e 2.218,
respectivamente de 17 de Julho e 10 de Agosto de 1954, a circunscri-
ção que tem por sede esta cidade, que ora recebe os foros de municí-
pio, constituída na história pátria, para conhecimento de todos os
brasileiros e perpétua lembrança das gerações vindouras. Honra ao
Brasil uno e indivisível! Paz ao Brasil rico e forte! Glória ao Brasil
desejo do bem e do progresso nos melhores sentimentos de solidarie-
dade humana! “Três prolongadas salvas de palmas aplaudiram e
festejaram o momento em que entrou em vigor o novo quadro territorial
da criação do município de Volta Redonda, exprimindo ao mesmo
tempo a solidariedade ao alto pensamento na fórmula ritual pronuncia-
da. Sentando-se a seguir, a mesa e toda a assistência, o senhor
presidente deu a palavra ao Doutor Manoel Gomes Filho, advogado,
que proferiu alocução alusiva aos fins, e ao sentido da solenidade,
sendo calorosamente aplaudido, pelos conceitos expendidos. O
Senhor Presidente a seguir agradece à assistência o seu compareci-
mento cujo alto significado cívico enaltece, declarando encerrada a
sessão e convidando os presentes a ouvirem a leitura desta ata, a qual
depois de lida foi assinada pelo Senhor Presidente e pelas demais
autoridades presentes e pessoas gradas que a tudo assistiram. Eu,
Miguel da Fonseca Rego coletor estadual, funcionando como Secretá-
rio “Ad hoc”, escrevi esta ata e a li ao término da seção solene cuja
realização aqui se registra. Cidade de Volta Redonda, seis de fevereiro

192 Volta Redonda Ontem e Hoje


de mil novecentos e cinqüenta e cinco” - “Em tempo - retifico a parte
que diz Paço Municipal em virtude de ter sido a solenidade realizada
no Recreio dos Trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional. Usou
da palavra, além do orador mencionado, o Exmº Sr. Bispo de Barra do
Piraí, D. José Coimbra. Eu, Miguel da Fonseca Rego, Secretário a
escrevi e assino, as) Oswaldo Rodrigues de Lima, Juiz de Direito de
Barra Mansa; D. José Coimbra, Bispo de Barra do Piraí; Ismael Coelho
de Souza, Presidente em exercício da CSN, Celso Peçanha, Deputado
Federal, Renato Frota Rodrigues Azevedo. Diretor Industrial da CSN;
Pe. Antônio Jankensk - A.V.D.; Remy Barbosa Viana, Promotor de
Justiça do Termo de Mendes; assinatura ilegível - Dr.Francisco
Rodrigues, Juiz de Direito de Barra Mansa (substituto); Leopoldo
Jerônimo Monteiro - Chefe do Departamento Legal da CSN; João
Batista de Oliveira, Inspetor de Trabalho; Sebastião de Paula Coutinho,
representante do comércio; Elcy Chaves Júnior, representante do
Prefeito de Barra Mansa; Paulo Monteiro Mendes, Diretor Secretário
da CSN; Sebastião Silva, Sub-Delegado da Polícia em exercício;
Capitão José F. Bruno, Comandante do BIB; Oswaldo Macedo
Machado; Sávio Cotta de Almeida Gama, Prefeito eleito de Volta
Redonda; Jayme de Souza Martins; assinatura ilegível; José Marques
Simões, Vereador; Guilherme Duque Kozlowsky; Heitor Leite Franco;
Jofre Catta Preta; Leonor Cabral Barreira Cravo; Júlia Cravo Jonnet;
Augusto Jonnet; Maria da Conceição Nolasco Pinto; Octaviano M. da
Silva; Sebastião Francisco Klein; Norival de Freitas - Vereador; José
Thomaz; Pimentel Barbosa - Assessor do DM; Manoel Passos -
Contador do DM; Yolando Ourique; José Sebastião Vicente; Raymundo
Bento Aguiar - Vereador; Angelo Fernandes; Ubaldo de Oliveira
Fonseca; Antônio Chermont de Miranda; Osmar da Costa Monteiro;
Cleonice Ribas Monteiro; Dermeval Pereira da Silva - Vereador; Orsina
Prado de Castro - Vereadora; Luiz Gonzaga de Souza Clímaco -
Vereador; Ely Coutinho; Antônio Venturelli Netto; Lúcio Andrade; Maria
Dolorosa de Carvalho Fonseca; João A. Ravache; Wilson de Paiva -
Vice-Prefeito; Carlos Cardoso Dantas; Maria Niobe Barreto Santos; -
Áurea de Almeida Dantas; Manoelino da Silva; Augusto da Silva
Marques; Allan Cruz; Dr. João Paulo Pio de Abreu.”

COMO SE PROCESSOU A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO


DE VOLTA REDONDA E A POSSE DOS ELEITOS

A partir das cinco horas da manhã do dia 06 de fevereiro de 1955, a Banda de


Música da CSN, executou o toque de alvorada, seguindo-se um desfile de veículos pelas
ruas da Cidade, acompanhado por grande número de populares e líderes municipais.
A missa campal oficiada pelo Bispo de Barra do Piraí, Dom José André Coimbra,
em homenagem à grande data, foi rezada na Praça Pandiá Calógeras, em altar prepara-
do pelo Companhia Siderúrgica Nacional.

Alkindar Costa
193
Em seguida, no auditório da Escola Técnica Pandiá Calógeras, foi realizada uma
reunião íntima onde usaram da palavra o Bispo D. José André Coimbra, Sávio Cotta de
Almeida Gama e Wilson de Paiva, respectivamente, Prefeito e Vice-Prefeito da Cidade do
Aço, Dr. Paulo Monteiro Mendes e Engº Renato Frota Rodrigues de Azevedo, Diretores na
CSN, Dr. Luiz Gonzaga de Souza Clímaco e Srª Orsina Prado de Castro, Vereadores
eleitos e Jorge Gustavo da Costa, representante da Fundação Getúlio Vargas. A solenida-
de foi, na íntegra, gravada pelo Rádio Continental do Rio de Janeiro.
Missa Campal na A solenidade de
instalação do municí-
pio de Volta Redonda, instalação do Município
em 02/02/1955, de Volta Redonda,
celebrada pelo Bispo aconteceu no Recreio
Dom José Coimbra, na
Praça Pandia do Trabalhador às
Calógeras 14:00 hs sendo presidi-
Acervo Alkindar Costa da pelo Dr. Oswaldo
Rodrigues Lima - MM
Juiz de Direito da
Comarca de Barra
Mansa. Da Mesa princi-
pal fizeram parte: Ismael
de Souza - Presidente
da CSN; o Dr. Paulo
Monteiro Mendes e Engº
Renato Frota Rodrigues de Azevedo - Diretores na CSN; Dr. Leopoldo Jerônimo Monteiro;
Dr. Remy Barbosa Vianna - Promotor Público da Cidade de Mendes; Dr. Francisco
Rodrigues - MM. Juiz Substituto da Comarca de Barra Mansa; Deputado Celso Peçanha;
Dom José André Coimbra - Bispo de Barra do Piraí; Srs. Sebastião de Paula Coutinho;
João Batista de Oliveira - Inspetor do Ministério do Trabalho; Padre Antônio Jankensk;
Miguel da Fonseca Rego; Eloy Chaves Filho, representante do Prefeito de Barra Mansa;
Sebastião Silva; Srª Orsina Prado de Castro - representante dos Vereadores de Volta
Redonda; Capitão José Fernando Bruno - Comandante da 1ª Cia. do 1º BIB, sediado em
Barra Mansa; Aydano de Castro; Sávio Cotta de Almeida Gama e Wilson de Paiva; Prefei-
to e Vice-Prefeito de Volta Redonda.
Registrada a presença da totalidade dos Vereadores, foi votada, em escrutínio
secreto, a Comissão Executiva da Câmara Municipal de Volta Redonda. Foram eleitos,
os Edis: César Lemos, Guilherme Duque Kozlowsky, Dermeval Pereira da Silva e Orsina
Prado de Castro, declarados respectivamente, Presidente, Vice-Presidente, 1º e 2º
Secretários.
Na mesma ocasião foi empossado o Prefeito eleito Sávio Cotta de Almeida Gama e
o Vice-Prefeito Wilson de Paiva.
Para atender ao protocolo, foi designada uma Comissão Especial de Recepção,
composta por Dermeval Pereira da Silva, Lúcio Andrade e Norival de Freitas - (para
recepção ao Prefeito) e José Marques Simões, Antônio Venturelli Netto e Jamil Wadih
Rizkalla - (para recepção ao Vice-Prefeito).
Na solenidade usaram da palavra o Dr. Manoel Gomes Filho, Dom José André
Coimbra, Vereadores César Cândido Lemos, Antônio Venturelli Netto, Dr. Luiz Gonzaga
de Souza Clímaco, Raymundo Bento de Aguiar, Dr. Jamil Wadih Rizkalla, Orsina Prado
de Castro, o Presidente da CSN, em exercício - Dr. Ismael de Souza, Deputado Federal -
Celso Peçanha, Dr. Remy Barbosa Vianna - Promotor de Justiça da Comarca de
194 Volta Redonda Ontem e Hoje
Mendes, Wilson de Paiva - Vice-Prefeito, encerrando-se os discursos com o pronuncia-
mento do Prefeito Sávio Cotta de Almeida Gama.
Pela primeira vez, foi cantado o Hino de Volta Redonda, de autoria de Sylvio Fernandes
de Oliveira e Adauto de Oliveira, por um Coral formado especialmente para tal fim, regido
por Sebastião Rufino Keller, com acompanhamento da Banda de Música Santa Cecília.
Existiu um pronunciamento ao qual se deve dar ênfase e destaque especial - o de
Jamil Rizkalla, o emancipador - que usando da palavra, colocou-se em sua antiga posi-
ção de Presidente do Centro Cívico que objetivava a emancipação político-administrativa
de Volta Redonda.
Em 06/02/1955, o
MM.Juiz de Barra
Mansa, Dr. Oswaldo
Rodrigues Lima,
preside a solenidade
de posse dos eleitos,
tendo à sua direita o
Bispo Dom José e à
sua esquerda o
emancipador Miguel da
Fonseca Rego.
Acervo Alkindar Costa

Em 06/02/1955,
discursa o prefeito
eleito, Sávio Gama,
tendo à sua frente
(com o microfone), o
emancipador Nery
Miglioli.
Acervo Alkindar Costa

Segundo reconstituições feitas, Jamil Rizkalla, prestou a maior das homenagens e


na força de um pensamento nunca minado pelos aplausos da vitória, declarou:

“Quero nesta oportunidade render homenagem ao verdadeiro


emancipador de Volta Redonda, - LUCAS EVANGELISTA DE OLIVEIRA
FRANCO, para quem a luta nunca foi um obstáculo e que hoje não par-
tilha da nossa alegria por ter sido chamado pelo Supremo Arquiteto do

Alkindar Costa
195
Universo. Solicito a cada um dos presentes para que abram caminho,
deixando vaga a entrada deste recinto. Na força do nosso pensamento
esperamos que todos sintam a entrada de Lucas Evangelista para que,
em nossa saudade e nas nossas recordações receba os aplausos que
são seus. É a realidade de um pensamento positivo da qual não pode-
mos fugir.”
E uma passagem foi, imediatamente, aberta no Recreio do Trabalhador. A grande
homenagem foi prestada ao eterno ausente da campanha vitoriosa da emancipação de
Volta Redonda.
Já à noite, na Praça Brasil o ponto final das comemorações deu-se com o recital da
Banda de Música da Academia Militar das Agulhas Negras, quando, mais uma vez, foi
executado entre outros números, o Hino da Cidade, de autoria de Sylvio Fernandes de
Oliveira (Letra) e Adauto de Oliveira (Música).
Registre-se, ainda, que na véspera, dia 05, no Aero Clube de Volta Redonda, reali-
zou-se o Baile da Alvorada.

HOMENAGEM DEFINITIVA A LUCAS EVANGELISTA

Uma das primeiras preocupações do Dr. Jamil Rizkalla, já investido no cargo de


Vereador à Câmara Municipal de Volta Redonda, foi marcar indelevelmente o nome de
Lucas Evangelista de Oliveira Franco na vida da Cidade, e cumprindo esta meta, apre-
sentou projeto que foi imediatamente aprovado por unanimidade, denominando de “Lucas
Evangelista de Oliveira Franco, a Avenida defronte do Templo Maçônico, no centro da
cidade”.
A Deliberação, denominada de Lei atualmente, foi assinada pelo Prefeito Sávio Cotta
de Almeida Gama, no dia 10 de março de 1955, e recebeu o número 0008/55.

O TRABALHO ÍNTEGRO DO PREFEITO JOÃO CHIESSE FILHO

Merece destaque, na luta pela emancipação de Volta Redonda, o nome de João


Chiesse Filho, então Prefeito de Barra Mansa. Não nos parece haver o mesmo se omitido
na defesa de Barra Mansa. Político militante, na época pelo PTB, tendo no então 8º Distri-
to de Volta Redonda uma força considerável de eleitores, não poderia também, se opor ao
desejo emancipacionista. Colocou-se, como homem político, na posição de autêntico
magistrado, permitindo a livre manifestação de ambos as partes em respeito, sobretudo
a dispositivos legais que levaram Volta Redonda à sua almejada emancipação. Certo é
que na posição em que se encontrava não lhe seria possível agradar a todos. Quando o
plebiscito aconteceu, sua atitude mereceu elogios pelo equilíbrio e bom senso.
Possuía o Dr. João Chiesse Filho, ex-prefeito de Barra Mansa, inúmeros amigos e

196 eleitores na Cidade do Aço. Faleceu na cidade de Barra Mansa, onde sempre residiu.

Volta Redonda Ontem e Hoje


SÁVIO E JAYME RELEMBRAM O MOVIMENTO EMANCIPADOR

No Jornal do Vale, nº 73 - Ano II - Edição de 16 de julho de 1983, na página 13, na


matéria sob o titulo “SÁVIO E JAYME RELEMBRARAM O MOVIMENTO EMANCIPADOR”,
existe o seguinte destaque:

“SUTILEZAS DA HISTÓRIA”

Há fatos obscuros no processo de emancipação de Volta Redonda. Des-


taque que os emancipacionista evitam comentar e, quando comentam,
o fazem de forma reticente, quase entre-dentes procurando escamote-
ar verdades que, certamente, precisam ser registradas com clareza,
porque fazem parte da história desta cidade.
Muito afável, inteligente e falante, Jayme de Souza Martins falou bem
mais que Sávio Gama, durante a entrevista que o ex-Prefeito e vulto da
emancipação concedeu ao JORNAL DO VALE, esta semana. Inteligen-
te, o professor lembrou, sem muito alarde, sutilezas do movimento pró-
emancipação:
“Nós estávamos aguardando a entrada do projeto na pauta da Assem-
bléia. As idas e vindas eram cansativas e infrutíferas. Até que Sávio foi
sensível ao apelo de um Deputado: passou-lhe um cheque e o projeto
foi lido e aprovado tão rapidamente, que nem mesmo nós, os interessa-
dos, percebemos. A emancipação, chegou ao nosso conhecimento no
outro dia, embora estivéssemos presentes à sessão da Assembléia.
Realmente, foi preciso “sensibilizar” alguns Vereadores da época. Eles
entraram em licença. Se não me engano, eram quatro os que foram
substituídos pelos suplentes. Naturalmente os quatro suplentes eram
do Distrito de Volta Redonda, interessados na vitória da emancipação,
e que conduziram o processo do plebiscito conforme nós desejávamos”.
Na verdade, a assinatura do decreto de nossa emancipação pelo Gover-
nador Ernani do Amaral Peixoto ocorreu no dia 19 de julho de 1954. Por
questão talvez de superstição preferimos o dia 17 de julho, já que coin-
cide com a fundação de Sabará (MG) um município que prosperou. Esse
também era o mesmo desejo em relação a Volta Redonda e, parece, a
escolha foi acertada”.

A informação publicada todavia não encerrou a curiosidade em torno do assunto,


visto que fatos importantes não foram esclarecidos.

Alkindar Costa
197
DOCUMENTO INÉDITO DE JAYME MARTINS DÁ PREÇO À
EMANCIPAÇÃO

Durante algum tempo procurei junto ao Professor Jayme de Souza Martins, infor-
mações que confirmassem o que já me havia sido contado por Miguel Fonseca Rêgo.
Jayme Martins fez uma palestra no Rotary Clube de Volta Redonda-Leste e ao con-
cluí-la apanhei os originais que foram usados.
O texto apresenta as seguintes considerações:

“Nunca antes tive oportunidade de escrever alguma coisa a propósito


de 17 de Julho de 1954.
Na verdade seria um longo dia.
Dentro da Assembléia Legislativa do Estado, a Comissão compacta de
representantes de Volta Redonda iria acompanhar a movimentação do
plenário, durante todo o decorrer dos trabalhos parlamentares.
O PROJETO estava na pauta Escrito e Inscrito, Afixado. E, à medida
que as horas passavam, só havia o receio de que ELE - o PROJETO -
fosse retirado. Mas nada. Hora e horas, nenhum Deputado falou nele.
Alguns legisladores talvez não tivessem ainda certeza do que ia aconte-
cer, outros mostravam-se enigmáticas como se esperassem um sinal
para que a coisa acontecesse. De qualquer forma, cochichava-se, ape-
nas, como num velório. Os jornalistas movimentavam-se, mas fugiam
ao assédio de qualquer um que falasse em Volta Redonda. Da mesma
forma, os funcionários assessores da Presidência e da própria Mesa
Diretora dos trabalhos legislativos. Ninguém do nosso grupo seria hoje
capaz de se lembrar dos outros inúmeros projetos que ocuparam o
expediente daquele dia. De vez em quando, mudava-se o Presidente da
Mesa. Quantas vezes, meu Deus, Ouvidos, Olhos, Respiração contida e
muito cigarro, só esperávamos que o PROJETO, o nosso PROJETO da
emancipação de Volta Redonda, fosse anunciado para sua última e de-
cisiva votação. E foi nesse clima meio dessorado, que se extinguiu o
horário original daquele dia de trabalho para os nossos Deputados Es-
taduais e da mais decepcionante angústia para os que, já vindos de
velhas campanhas, aguardavam impacientes a parada da vitória.
De repente, um lampejo eletrizante: haveria sessão noturna. À medida
que os Deputados deixavam o recinto para o jantar escapando pelas
portas dos fundos ou saindo diretamente para as galerias, em que nos
encontrávamos, pus-me a rodeá-los e a procurar descobrir-lhes as in-
tenções nos olhos. Pude mesmo perceber que, quando para fugir aos
nossos, os olhos dos outros vagueiam indefinidos e omissos, as pes-
soas aparecem-nos deformadas. O Domingos Guimarães, sempre tão
simpático, desbotava-se, o Dante Laginestra pletórico e transbordante,
encolhia-se. O Afonso Celso Ribeiro de Castro, sobretudo espigado,
enroscava-se. O Andrade Figueira ciciava. O Arinos de Matos esgueira-
va-se. O Gouvêa de Abreu pareceu-me a imagem do outro mundo. O
198 Volta Redonda Ontem e Hoje
Hipólito Porto, o Togo de Barros, o Oswaldo Fonseca e o Rubens Tinocco
formavam um coquetel indecifrável. Do Vasconcellos Torres nem o cha-
ruto conservava a figura e a cinza. O Arlindo Rodrigues não oferecia
nenhum obstáculo à luz, mostrava-se transparente. O Dr. Moacir Go-
mes de Azevedo lembrava um General a quem não se pediu permissão
para falar: uma parede. O Roger Malhardes, uma sombra. O Mário Gui-
marães um sorriso de Monalisa. Penso que o José Magalhães já havia
saído e o Pedro Gomes estava ubiquamente em toda parte. E... como
cochichava! Essas as personagens e os nomes que vêm à memória,
passados vinte e cinco anos.

No centro da foto, de
1956 (de branco) a
figura do Prof. Jaime
de Souza Martins,
tendo ao seu lado
esquerdo o prefeito
Sávio Gama,
seguindo-se da
jornalista Mara Santos,
e os veradores José
Marques Simões,
Lúcio Andrade e
Jamil Riskalla,
quando das
comemorações
natalinas
naquele ano.
Acervo Alkindar Costa

Lá pelas vinte horas, reabriu-se a sessão e retomaram-se os trabalhos


com o objetivo precípuo de se esgotar a pauta do dia. Era um nunca
acabar de projetos para aprovar ou rejeitar.
Entre as vinte e duas e vinte e três horas, entretanto, percebi que al-
guém puxava o Sávio pelo braço o conduzia para fora da Assembléia.
Como são mal iluminadas as fachadas de certos prédios públicos. Aque-
las colunas enormes, sobranceiras à escadaria de acesso, projetava
espaços sombrios onde dois homens podiam facilmente resguardar-
se de olhos indiscretos e, principalmente, de indiscretíssimos ouvidos.
Eu e o Miguel Rêgo saimos-lhes no encalço. Mas Sávio nos fez sinal
com a mão, por trás das costas, para que nos mantivéssemos à distân-
cia. Miguel retrocedeu. Fiquei sozinho, zangado, por ali, vendo carros
que passavam agasalhados pela pelúcia do orvalho. Ocorreu-me que,
em circunstâncias como aquela, de angústia e de indecisão, as crian-
ças costumam gritar pedindo socorro. Para mim, o homem que falava
com o Sávio era um encapuzado, como nos contos de mistérios.
Aliás, a Emancipação de Volta Redonda parece-me alheia de mistério e
daí a razão por que são tantas as versões de sua conquista e tão diver-
sificados os heróis dessa epopéia, dessa região municipalista.

Alkindar Costa
199
Naquele momento, porém, afligia-me o adiantamento da hora, a inter-
minável lengalenga dos senhores Deputados, lá dentro, aquelas duas
figuras cá fora, praticamente sós e ocultas pelo friozinho de julho, pelo
silêncio circundante, pela imobilidade do Sávio que parecia uma está-
tua esquecida no desvão do pórtico, pela gesticulação sopitada do
encapuzado, pela demora da entrevista inesperada.
Mas a quem pedir socorro? Voltar atrás e chamar o Miguel Rêgo ou a
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos: o Alan Cruz, o Walter Milen, o
Joaquim Heliodoro, o José Pereira que foram os verdadeiros arquite-
tos da estratégia para se chegar àquele momento em que tudo se pode-
ria perder? Lembre-se que colocar o Sávio à testa do movimento foi
idéia do Alan.
Felizmente, antes que me pudesse decidir, Sávio se mexeu, tirou algu-
ma coisa do bolso interno do paletó e alguma outra coisa do bolso tra-
seiro da calça, inclinou-se sobre o console formado pela base da colu-
na que os ocultava e pôs-se a escrever.
Este é o detalhe para o nosso 17 de julho. Sávio escrevendo. Não faltará
quem diga que, se não estiver mentindo, estarei pelo menos exageran-
do: todos sabem que Sávio não gosta de escrever. Ledo engano. Em
determinados momentos, só ele sabe e, para os problemas de Volta
Redonda, só ele pode escrever certos números, palavras, datas e no-
mes decisivos. Convençam-se disso.
Mas eu não vislumbrava, sequer, o que ele pudesse ter escrito. Um tele-
grama diante do irremediável? Nomes, endereços, telefones? Uma au-
torização para o encapuzado do outro lado da Guanabara? Sei lá...
Logo que os dois se separaram, aproximei-me. A minha vontade de
saber o que Sávio havia escrito e entregue ao encapuzado talvez não se
referisse propriamente ao conteúdo da mensagem, mas sim ao contro-
le que todo grupo exercia sobre o que cada um de seus membros fazia,
escrevia, transportava, inquiria ou representava. A inexperiência nessa
área custara à causa da Emancipação alguns anos de retardamento.
Em dado momento, nem a secretaria da Assembléia sabia onde se en-
contrava o processo inicial da pretensão voltarredondense. Foi exata-
mente aí, saindo da fase dramática, a Emancipação se colocou nova-
mente em marcha. Heitor Leite Franco foi o homem que descobriu o
processo, desenterrando-o das gavetas onde o ocultava Jaime Ponce
de Leon, Deputado por Três Rios, filho de Barra Mansa, que, julgando
prestar um bom serviço à sua terra natal, havia desse modo torpedea-
do as aspirações de Volta Redonda. Foi Walter Millen quem convenceu
Heitor Leite Franco a se transformar no paciente descobridor daquela
peça essencial.
Logo que o encapuzado se afastou, porém, aproximei-me do Sávio. Não
cheguei nem mesmo a perguntar-lhe nada. Fuzilou-me com aqueles
seus olhos claros que parecem tão afáveis, quando nos querem
sugestionar, e que, naquele momento, chispavam em todas as direções.
Com um gesto brusco de mão, fez-me sinal que entrássemos. Não vol-
tou a sentar-se onde estivera quase o dia inteiro. Procurou uma frisa

200 Volta Redonda Ontem e Hoje


mais distante, sentou-se e pôs-se a remoer não sabia eu que pensa-
mentos.
De minha parte, sentado e silencioso ao lado dele, pus-me a rememorar
os diversos lances dessa luta em que tenho sido mero espectador e
ocasional testemunha.
O movimento da Emancipação de Volta Redonda tem um pouco de tudo:
drama, romance e poesia, recordando até velhos slogans que haviam
precedido à Independência do Brasil. Em certo momento, Gonçalves
Ledo e Januário da Cunha Barbosa serviram de modelo, com seu jornal
de 1821. “Não desprezes a glória de ser o fundador de um império”,
diziam eles. Aqui, também, houve os perseguidores da glória. Lucas
Evangelista foi o primeiro que buscou uma razão concreta para inscre-
ver na bandeira da emancipação. E começou cativando uma classe que,
por sua própria posição, seria, naquela oportunidade, um dos melho-
res veículos de difusão da idéia: o comércio. Quando se diz Lucas
Evangelista pode dizer-se também Miguel Rêgo. Ambos se entendiam
perfeitamente. Miguel Rêgo morava em Barra Mansa e tinha lá muitas
ligações sociais e de família. Lucas Evangelista, benquisto em toda par-
te por sua nobreza de espírito, estava de todas as formas radicado em
Volta Redonda. Na verdade, porém, um soprava o fogo e o outro enchia
o balão. As homenagens que se prestam a Lucas dever-se-ão prestar
igualmente a Miguel. É de inteira justiça.
Os Estatutos da Associação Comercial de Barra Mansa, prescreviam
que só poderia ocupar a Presidência da Entidade o comerciante estabe-
lecido no primeiro distrito. Para pé de briga, isso era pouco, mas já era
alguma coisa. Os líderes barramansenses da classe não concordaram
com a reforma desses Estatutos, quando Volta Redonda já podia exibir
um volume de negócios que ombreava com o da sede do Município.
Lucas Evangelista procurou abrir brecha por aí. Era uma razão. Se o
nosso comércio não podia influir no primeiro distrito de maneira efici-
ente, não poderia nunca pressionar o poder público para ser atendido
naquelas reivindicações, tão essenciais, que condicionavam não só a
sobrevivência do que já existia, mas também viriam possibilitar a ex-
pansão dos negócios, com um melhor atendimento da população de
Volta Redonda, crescente à taxa de 12,5% ao ano.
Foi essa Média que deu o impulso inicial ao processo emancipatório.
Mesmo porque era preciso evitar que tivéssemos duas Voltas Redon-
das, uma no asfalto da Vila e a outra na lama das Avenidas Amaral Pei-
xoto e Paulo de Frontin, sem falar nos bairros que se iam povoando
desordenadamente.
E a verdade é que esse impulso inicial não se perderia. Primeiro, por-
que já sensibilizava boa parte da população, conseguira um abaixo-as-
sinado impressionante e, embora com pequeno número de Deputados,
formara na Assembléia Legislativa do Estado, um grupo responsável
de opinião que viria a ser a linha de resistência onde se esfumavam as
pretensões dos nossos adversários. Segundo, porque na retomada do
assunto, surgiria a liderança do Sindicato dos Metalúrgicos. Tomaram-
se nas mãos as razões de Lucas Evangelista. Fizeram-se perguntas in-

Alkindar Costa
201
trigantes. “Por que os líderes da Associação Comercial de Barra Mansa
se opunham a uma presidência que não fosse do primeiro distrito?
Porque se opuseram eles à reforma de seus estatutos, mesmo corren-
do o risco de prejudicar o Município com a perda de um de seus distri-
tos e uma das suas melhores fontes de renda?”
O Sindicato, em peso, se envolve na especulação de uma resposta que
satisfizesse, a começar pelos assistentes jurídicos, o Dr. Geraldo Ribei-
ro, o Dr. Jamil Rizkalla, o Dr. Gomes Filho, o Dr. Raimundo Nonato. Aos
poucos, formava-se a consciência de que:

1º Há, entre as duas cidades, uma profunda diferença de mentalidade


na condução de suas atividades típicas.
2º A estrutura cultural de Barra Mansa ainda se constitui de atividades
cerimoniais que só revelam a sua eficiência quando postas em prática
por pessoas de status definido para as funções que executam.
3º A estrutura cultural de Volta Redonda irá desenvolver-se dentro de
uma flacidez organizacional incompatível com a tradição que deve ser
mantida e dignificada para a sustentação dos status.
4º Volta Redonda é uma inovação abrindo novos espaços e buscando
justificar-se tão somente pela eficácia; qualquer ferramenta contém em
si mesma os efeitos que dela se espera, independente da pessoa que a
maneja.
5º Volta Redonda constitui-se como um rompimento da inibição
institucional, o que se provará pelas conseqüências dela redundantes e
progressivamente complemento do próprio desenvolvimento, alagan-
do os limites do possível.
6º Volta Redonda é uma etapa decisiva, no Brasil, para a conquista de
novos conhecimentos, de novas técnicas, de novos mercados, de no-
vas aspirações à abundância pelo desvendamento do poder de investi-
gação, de comunicação e de cooperação.

E mais, teria eu podido rememorar de grande síntese condicionadora


da Emancipação de Volta Redonda, já então transformada em estraté-
gia pela liderança do Sindicato, se, de repente, o que estava no meu
pensamento não se tivesse confundido com o que parecia ter ressoado
no recinto do plenário: - o nome de Volta Redonda. Não posso ter leva-
do mais de dois ou três segundos para rearmonizar a consciência, mas
o Presidente da Mesa, no momento Deputado Pedro Gomes, prosse-
guiu: - “Os Senhores Deputados que aprovam queiram permanecer
como estão. (Quase uma pausa). Aprovado. Está encerrada a sessão”.
Não sei bem que horas eram. Sei que passava muito da meia noite.
Sávio já está de pé.
- Que é que houve? Perguntei-lhe estupefato.
- Você não ouviu? Aprovado. Vamos embora.
202 Volta Redonda Ontem e Hoje
Houve sim, houve muito abraço. Os funcionários da Assembléia tam-
bém estavam cansados. Apagavam-se as luzes maiores, permaneciam
as vigias. As grandes portas se iam fechando. Estávamos na rua. Nin-
guém sentia mais o peso do corpo nem o castigo da vigília. Quem nos
visse na barca, atravessando a Guanabara teria a imagem concreta da
beatitude. Era um bando, agora reduzido, de beatificados. Cada um per-
dido no seu próprio êxtase.
Lembrei-me disso no ano passado, quando Volta Redonda completou
seus vinte e cinco anos, cinco lustros. E lembrei-me do que era um
lustro em Roma. Uma combinação do espiritual com o cotidiano. Um
festa de purificação, a pretexto de um recenseamento que se fazia de
cinco em cinco anos.
Naquele momento, todos nós nos sentíamos purificados e, por isso
mesmo, sentíamo-nos unificados, sem classe, pela liberação, diante de
um dos postulados da civilização industrial: “é alargando os limites do
possível que o homem abre espaços para o uso de sua liberdade e,
aspirando, deste modo, à liberdade, encontra-se na trilha da ciência e,
conseqüentemente, do desenvolvimento industrial”.
Daí, os cinco corolários em que se baseou toda perspectiva futura do
novo Município:

1º - Maior esforço individual pela liberdade no maior esforço do indiví-


duo em libertar-se da ignorância. Libertar-se da ignorância é libertar-se
da necessidade pelo acréscimo de poder de investigação, de comuni-
cação e de cooperação, além de ser a única via correta, através da qual
se fugirá com segurança, tanto do vazio moral quanto do vazio econô-
mico.
2º - Fugindo à ignorância, o homem conquista sua liberdade de pensa-
mento e de expressão, abrindo espaços ao seu crescente desenvolvi-
mento intelectual, científico e tecnológico, donde se deduz que nem os
indivíduos nem as comunidades conquistarão a sua liberdade, fugindo,
apenas, à coação. De fato, a simples fuga leva ao isolamento e o isola-
mento é o vazio.
3º - A simples luta pela libertação contra a tirania da autoridade não
gera liberdade mas um vazio de poder que imediatamente outra autori-
dade do mesmo tipo procurará substituir. O feito capital da civilização
ocidental tem consistido em evitar esse vazio do poder, na luta contra a
tirania, substituindo qualquer das formas em que ela se apresente por
um renovado sistema de vida.
4º - Esse renovado sistema de vida tem-se consagrado, substituindo-se
a autoridade de pessoas pela autoridade das leis, a vontade do príncipe
pela autenticação, adotando-se, portanto, um sistema de vida totalmente,
tecnológico e em total dependência dos itens, fonte inesgotável da so-
berania do povo.

Alkindar Costa
203
5º - A liberdade é, sobretudo, função de organização, uma esclarecida e
produtiva associação de trabalho baseada em autêntica apuração de
capacidades e vocações, com eliminação da preconceituosa autorida-
de de uns poucos que se acreditam, os únicos capazes de decidir dos
índices de sobrevivência da maioria.

É muito curto o tempo de travessia da baía, senão conversaríamos mais,


rememorando mais coisas”.

“AH! QUE FOI QUE O SÁVIO ESCREVEU?


SÓ FIQUEI SABENDO DOIS DIAS DEPOIS. ERAM DOIS BILHETES
(CHEQUES) IDÊNTICOS QUE APARECERAM ENDOSSADOS PELO
ENCAPUZADO NUMA DAS AGENCIAS, BANCÁRIAS DO RIO. IGUAL-
ZINHOS, NO SEU VALOR, AO PRIMEIRO EMPRÉSTIMO DA PREFEITU-
RA DE VOLTA REDONDA COM QUE SE COMPRARAM MESAS, DIVI-
SÓRIAS, MAQUINAS E PAPÉIS, ALÉM DE SE INSTALAR A NOSSA
PRIMEIRA CÂMARA DE VEREADORES”.

O texto redatilografado, foi corrigido pelo autor que acrescentou manualmente:

“Os dois cheques acima citados, perfaziam um total de Cr$ 400.000,00


(quatrocentos mil cruzeiros) que foi quanto custou o dia 17 de julho de
1954 ao emancipador Sávio Cotta de Almeida Gama.
........................................................................
Ass. Jayme de Souza Martins.”

Jayme de Souza Martins deixou ainda no verso das folhas datilografadas, com a
sua letra desenhada, as seguintes informações:

“Alkindar, meu velho.


Se você quer saber como foi mesmo, que se conseguiu a emancipação
de Volta Redonda, tome nota:
1 - Todo o movimento emancipatório, até 1952, era decepcionante e utó-
pico. O partido que estava no poder estadual, era o PSD (Almirante
Ernani do Amaral Peixoto). Sávio, desse Partido, havia sido derrotado
nas últimas eleições municipais pelo PTB (João Chiesse).
2 - O PDS de Barra Mansa era presidido pelo Sávio candidato derrotado
e partido derrotado. Ambos ressentidos com a derrota que se atribuía
ao descaso de Volta Redonda pelo candidato que, afinal, era seu resi-
dente, fazendeiro e o maior pagador de impostos de Volta Redonda,
depois da CSN.

204 Volta Redonda Ontem e Hoje


3 - Em princípio, Sávio era um ruralista, tentando se ajeitar com o pes-
soal de Quatis de quem sempre foi amigo. Embora também pretenden-
te do Diretório Distrital de Volta Redonda, Sávio não via com bom bons
olhos o movimento liberatório de Volta Redonda. Tudo saía de V. Re-
donda quer fossem manifestos, quer fossem telegramas ou simples
apelos tinham que passar pelo Diretório do PSD de Barra Mansa que,
sistematicamente, os inutilizava com um NÃO.
4 - O Sindicato dos Metalúrgicos só pensou em emancipação quando
sentiu a necessidade de uma Junta de Conciliação e Julgamento da
Justiça do Trabalho para Volta Redonda. Na Justiça Comum o Sindica-
to perdia todas as causas que patrocinava. É verdade que acabava ga-
nhando nos recursos para o Tribunal. Mas havia sido não só impaciên-
cia do reclamante pela necessidade do rito, mas ainda se ressentia pelo
custo do transporte precário então existente e pelo uso de hospeda-
gem, de diárias de funcionários e multiplicidade de advogados.
5 - Levaram-se alguns bons meses estudando esse emaranhado de fa-
tores. Com Getúlio no Poder Central, chegou-se mesmo a pensar que,
talvez, a melhor via para desembarcar o impasse fosse o PTB.
6 - Na dúvida, começaram-se a fazer sondagens. Pensou-se não só no
PTB mas até no PTN de Hugo Borghi.
7 - Pensando melhor, chegou-se à conclusão de que ninguém joga xa-
drez em tabuleiro vazio. Assim, no próprio Sindicato, criou-se uma quan-
tidade razoável de candidatos a cargos eletivos para as eleições de 1954,
como e, de fato, já nessas eleições, V. Redonda estivesse emancipada.
Assim, Alan fez-se candidato a Prefeito, uma vez que, nenhum dos po-
líticos da área se prestou para esse “faz de conta”.
O PSD foi um partido que nasceu em Minas Gerais, no prédio da antiga
Feira de Amostras. O PSD foi o maior partido dos mineiros. Sou um
dos fundadores do Partido, tendo assinado a ata de fundação logo após
o ex-Prefeito de Belo Horizonte, Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Alan é mineiro. Gomes Filho, advogado do Sindicato, era mineiro.
Raimundo Nonato, que veio um pouco mais tarde, era mineiro. Come-
çamos, então, a pensar mineiramente. E, conseqüentemente, a pensar
no estilo do PSD.
8 - Nós tínhamos um jornalzinho chamado DEFESA e eu fui encarrega-
do de dar um “pio” em relação ao Sávio. Não foi nenhum desaforo,
nenhum achincalhe, nenhuma grosseria. Foi só um “pio”. Ele mandou
o Delegado de Polícia de Barra Mansa me convidar para um encontro
no Rio. Fomos o Ganha Pouco, o Ataulfo Reis (Barra Mansa) e eu. Eu já
o conhecia de outro encontro, mas ele não se lembrava de mim, nem eu
jamais lhe fiz recordasse do nosso primeiro “papo”. Expus-lhe com
toda franqueza o que tínhamos na mão (candidato) e fiz-lhe sentir mui-
to sutilmente que ele era uma pedra no caminho da nossa emancipa-
ção. Disse-lhe mais que, apesar de ele haver tentado uma eleição, ja-
mais nós o teríamos como nosso candidato. Da parte dele, chegou a
ser feita a insinuação de que o Diretório Municipal (Barra Mansa) do
PSD não poria mais obstáculos à marcha da Emancipação.

Alkindar Costa
205
9 - De fato, Sávio chegou a reunir o Diretório de Barra Mansa para tratar
do assunto, não atingindo nenhum resultado positivo em relação aos
nossos objetivos.
10 - Entrementes, sentimos necessidade de conseguir mais um aliado.
Volta Redonda já possuía uma Delegacia de Polícia Especial, já possuía
uma Coletoria Estadual Especial, já possuía uma especial proteção do
Exército Nacional que, embora sediado em Barra Mansa, ali está para
Segurança da CSN. Expus isso ao Coronel Barcelos Feio, Secretário da
Segurança do Estado e Secretário do Diretório do PSD. Disse-lhe que
pertencia ao Partido, em Minas. Mas que nós (o pessoal do Sindicato e
eu) só ingressaríamos no PSD de V. Redonda se o Diretório Regional
nos considerasse dissidentes do Diretório de Barra Mansa e nós tivés-
semos liberdade de nos entendermos com o Regional sem a censura
do Municipal. O Coronel Feio ficou de me dar uma resposta na outra
semana.
11 - Fui ao Sávio e lhe contei o que estava ocorrendo. Ele olhou-se
enviesado e me perguntou: - E eu, como é fico? Eu lhe respondi - Se o
Regional topar, você deixa o Municipal ou deixa o Distrital. A escolha é
sua.
12 - Na outra semana, Sávio me chamou para almoçar e me disse que o
Coronel Feio havia discutido o caso com ele, afirmando que o Diretório
Regional via com bons olhos a nossa proposta, defendida com interes-
se pelo Deputado Vasconcellos Torres. Sávio afirmou, então, que já ha-
via convocado o Diretório Municipal para tratar do caso. Fiz-lhe ver que
o Diretório de Barra Mansa
estava completamente
afastado do caso e nada tinha
a resolver. Ele, sim, ele é que
devia tomar uma atitude; ou
lá ou cá. E ele me perguntou:
E como é que eu faço? Eu
respondi-lhe: Você vai
Jaime Martins
foi um entusiasta aproveitar a convocação e
da Emancipação. anunciar ou entregar a sua
Presenciou os
principais
renúncia.
acontecimentos do
movimento.
13 - Participei da reunião do
Acervo Alkindar Costa
Diretório de Barra Mansa
que, gentilmente, me
permitiu falar. Expus-lhe que
as mães choram mas os
filhos casam. E informei-os
de que era portador da
renúncia de Sávio à
Presidência do Diretório de
Barra Mansa, optando pela
Presidência do Diretório de
V. Redonda, no qual
entramos em bloco.

206 Volta Redonda Ontem e Hoje


Reprodução de parte
do documento
Original, redigido de
próprio punho pelo
Prof. Jaime Martins,
endereçado a Alkindar
Costa, numa
demonstração de sua
constante
preocupação com a
preservação da
história do município.

Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
207
14 - É claro que a candidatura do Alan só servia para negociações futu-
ras de que sempre estive informado. Mas o nosso caminho estava de-
simpedido. Trouxemos o Sávio para o nosso lado. Silenciamos os com-
panheiros do PSD de Barra Mansa. E andamos para a frente, sem mai-
ores tropeços. Todos os episódios posteriores nos foram favoráveis.
Outros detalhes são, até certo ponto, irrelevantes, mesmo quando can-
sativos e onerosos.
Está aí, amigo Alkindar, mais uma paginazinha da nossa História. E posso
terminar, como São João Evangelista: “Dou testemunho dessas coisas
e sou quem as escreve e pode acreditar que o meu testemunho é verda-
deiro.
Grato
Jayme Martins
Três da manhã de 21/10/1988".

O documento é inédito e confirma as informações verbais de Miguel da Fonseca


Rêgo e os comentários feitos através dos anos.
Assim aconteceu a emancipação de Volta Redonda.

JOSÉ BOTELHO DE ATHAYDE HISTORIADOR E EMAN_


CIPACIONISTA FALECE EM 1974

Em 07/09/1971,
na Câmara Municipal
de Volta Redonda,
José Botelho de Atayde
(o segundo na
esquerda da foto),
merecidamente, por
sua preocupação com
o município, recebe o
seu título de cidadão
Voltarredondense.
Acervo Alkindar Costa

208 Volta Redonda Ontem e Hoje


JOSÉ BOTELHO DE ATHAYDE, literariamente conhecido como J.B. de Athayde,
nasceu a 03 de fevereiro de 1916, em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro. Fez seus
estudos no Rio de Janeiro, onde cursou o Liceu de Artes e Ofícios. Dedicou-se aos estu-
dos históricos e genealógicos. Casou-se em 03 de fevereiro de 1945, em Barra do Piraí
com Geni Savino. Autor das seguintes obras: Volta Redonda - A cidade do Aço (Notas
Históricas) - 1954; Dr. Domiciano Leite Ribeiro (Visconde de Araxá) - 1954; A Igreja Matriz
de São Sebastião de Barra Mansa (1º Vol.) - 1960; Volta Redonda e a Campanha
Emancipacionista - 1962; Fagundes Varela e seus parentes de Barra Mansa - 1964; Volta
Redonda Através de 220 Anos de História - 1965; Famílias Fluminenses (1) - Machado
Botelho (De Cantagalo) - 1971; Famílias Fluminenses (II) - Dutra de Escobar (de Piraí) -
1971; Um Médico do Império (Dr. Lopo Diniz) - 1971; Barra Mansa e Seus Administrado-
res - 1971; Genealogia Fluminense; A Siderurgia no Brasil; A Maçonaria no Império; Anti-
galhas Barrenses; A Imprensa Fluminense; Barra Mansa - a Pittsburgh Fluminense; Cel.
Custódio Pereira Leite (Barão de Aiuruoca); As mais ilustres figuras da Maçonaria Brasi-
leira; Coletânea de Postais Fluminense; o Clube dos Funcionários da CSN; o Com. José
Pereira de Faro e sua participação da evolução Social, Política e Econômica de Barra do
Piraí; Templos Fluminenses; O Povoamento de Cantagalo pela gente de Guarapiranga e
suas vizinhanças; Santa Maria Madalena; São Sebastião do Alto. Fundador do Jornal “RE-
VERBERO AUTONOMISTA VOLTARREDONDENSE”, periódico que circulou a partir de
19 de junho de 1953, apoiando a emancipação de Volta Redonda. Com participação ativa
nos movimentos comunitários, J.B. de Athayde faleceu em 09 de novembro de 1974.

FALECE O EMANCIPACIONISTA ARISTOCLIDES RIBEIRO

Em 17 de janeiro de 1978, desapareceu o Líder Emancipacionista Aristoclides Ri-


beiro, Vereador em Barra Mansa nos anos 50, e que em 29 de abril de 1954, impediu
manobras contrárias à emancipação de Volta Redonda.

LÍDER EMANCIPACIONISTA MIGUEL REGO FALECE EM 1979

Um valoroso companheiro, líder emancipacionista, com grandes e relevantes servi-


ços prestados ao Município faleceu em 1979 - MIGUEL DA FONSECA REGO. Nascido
em 5 de março de 1916, em Araruama - RJ, teve participação destacada no movimento
de emancipação. Posteriormente mudou sua residência, deixando as fronteiras de Volta
Redonda. Aqui retornou inúmeras vezes até que, em 1979, foi convidado para receber
uma série de homenagens da Comunidade que comemorava o Jubileu de Prata da Cida-
de. Miguel Rêgo foi homenageado pela Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril
de Volta Redonda, pelo Poder Legislativo Municipal e pela Loja Maçônica Independência e
Luz II. Na Câmara de Vereadores fez o seu último pronunciamento público já que no dia
30 de julho de 1979 veio a falecer, exatamente 13 dias após sua visita à cidade que ajudou
a emancipar. Nas comemorações daquele 17 de julho de 1979, Miguel da Fonseca Rêgo
viu uma comunidade tributar-lhe homenagens, em reconhecimento a toda uma vida de
trabalho em favor da nossa emancipação. Entre outros pontos, foi fundador da Associa-
ção Atlética Comercial, União Hospitalar Gratuita e secretariou a reunião de instalação do
município de Volta Redonda, em 06/02/1955.

Alkindar Costa
209
Miguel da Fonseca
Rego, líder
emancipacionista, em
pronunciamento oficial
na reunião solene da
Câmara Municipal de
Volta Redonda em
17/07/1979.
Acervo Alkindar Costa

VASCONCELLOS TORRES, AUTOR DA LEI DE EMANCIPAÇÃO


DE VOLTA REDONDA, FALECE EM 1982

João Batista Vasconcellos Torres, natural de Campos-RJ, nasceu em 02 de maio


de 1920. Sua carreira política foi registrada nas fileiras do PSD, PTB, Arena, PP e final-
mente no PMDB. Deputado Estadual Constituinte (1946-1951). Deputado Estadual (1951-
1955 e 1955-1959). Deputado Federal (1959-1960 e 1960-1961) Senador da República
210 Volta Redonda Ontem e Hoje
(1963-1971 e 1971-1979). Advogado do Banco do Brasil. Professor de sociologia da Es-
cola do Estado Maior do Exército e da Fundação Getúlio Vargas. Presidente da Assem-
bléia Legislativa. Na Câmara foi vice-líder da maioria.
Autor da Lei de Emancipação de Volta Redonda, teve sempre uma preocupação
com o desenvolvimento da Cidade do Aço, sendo figura obrigatória em todas as come-
morações da Cidade.

Vasconcelos Torres,
autor da lei 2.185,
referente a emancipa-
ção de Volta Redonda.
A foto registra a
homenagem feita a
esse grande líder, na
reunião solene da
Câmara Municipal, em
17/07/1973, tendo ao
fundo o vereador Jorge
Pantaleão Alves.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
211
No dia 25 de setembro de 1982, quando aguardava em Petrópolis a caravana de
Miro Teixeira, Vasconcellos Torres, passou mal e pediu ao seu motorista, Juarez de Mello,
que o levasse para Niterói-RJ. No deslocamento foi registrada uma piora, obrigando a
intervenção da Polícia Rodoviária Federal, que levou o ex-senador para o pronto socorro
do Sase em Xerém, Caxias. Os esforços feitos não foram suficientes para evitar o seu
falecimento em conseqüência do enfarte pouco depois de chegar ao hospital.
O corpo do ex-senador foi velado no plenário da Câmara Municipal de Niterói, sendo
encomendado às 13:00 horas do dia 26/09/82 pelo Frei Beraldo, da Igreja Porciúncula de
Santana, de Niterói, sendo sepultado no jazigo perpétuo da família, no Cemitério de Maruí,
em Niterói, cinco dias após o falecimento de sua mãe Zélia Vasconcellos Torres, e com
62 anos de idade deixando a esposa Carlota Paz Vasconcellos Torres, e os filhos João
Batista (engenheiro) Angela Cristina (advogada), Clara Maria (socióloga) Antônio Rosalvo
Vasconcellos (político).

PAULO MONTEIRO MENDES FALECE EM ABRIL DE 1989

Paulo Monteiro
Mendes, Educador e Paulo Monteiro Mendes foi um
político atuante, teve dos primeiros a integrar a área de
ação destacada na luta
pela Emancipação do saúde da Companhia Siderúrgica
Município de Volta Nacional, sendo o Diretor Secretário
Redonda. da Empresa a partir de 21 de
Acervo Alkindar Costa
setembro de 1954 até o ano de 1961.
Político militante, teve participa-
ção destacada no movimento de
emancipação da Cidade, como
deputado estadual.
Faleceu em 15 de abril de 1989,
na Cidade do Rio de Janeiro, quando
não faltou a presença de “parentes e
de velhos companheiros da
Companhia Siderúrgica Nacional”.

212 Volta Redonda Ontem e Hoje


MANOEL TAVARES ALLEMAND FALECE EM 19 DE MAIO DE
1991

A história de Volta Redonda vai


ficando coisa do passado, em razão
do desaparecimento daqueles que a
fizeram nascer.
O Dr. Tavares, como
Em 19 de maio de 1991 outro era conhecido na
comunidade,
pioneiro desaparece: MANOEL especialmente no
TAVARES ALLEMAND, depois de campo médico, teve
mais de 46 anos de vivência na uma atividade destaca-
da na cidade de Volta
Cidade do Aço, onde ainda chegou Redonda, onde
nos primórdios de sua formação, participou, de maneira
positiva na luta pela
atuando como médico. Nasceu em sua emancipação.
Campos-RJ.
Acervo Alkindar Costa

O “Dr. Tavares” teve participa-


ção ativa na Sociedade dos Amigos
de Volta Redonda e no Centro
Cívico Pró-Emancipação.
O seu desaparecimento foi
motivo de grande tristeza para quantos
tiveram o privilégio de conhecê-lo e
privar de sua amizade.
Foi sepultado no Cemitério
Parque Portal da Saudade, o 1º
Cemitério Parque do Sul Fluminense,
localizado na Rodovia Tancredo
Neves, Km 1,5.

Alkindar Costa
213
O primeiro Convite
expedido após a
emancipação,
convidando Deputados
Estaduais para visitar
a nova cidade de
Volta Redonda.
Acervo Alkindar Costa

214 Volta Redonda Ontem e Hoje


A Câmara Municipal
de
Volta Redonda

Alkindar Costa
215
Inauguração da
Avenida Lucas
Evangelista de Oliveira
Franco, ao lado da
atual sede da
Prefeitura Municipal,
na Administração
Sávio Gama, na
esquerda da foto,
acompanhado por sua
esposa, ladeado por
Wilson de Paiva.

Na dreita da foto
Manoel Heronides de
Holanda, um dos
grandes batalhadores
para a criação do Lar
do Velhinhos em Volta
Redonda. Na sua
direita, em segundo
lugar, um dos grande
tribunos da cidade, Dr.
Manoel Gomes Filho.

A sequencia de fotos
registra a solenidade e
o momento em que
atletas da cidade
ateiam fogo a
cobertura da placa
deixando a mostra o
nome da avenida.
No centro da foto,
José Sayão Lobato e
sua esposa
“Tia Maninha”.
Acervo Alkindar Costa

216 Volta Redonda Ontem e Hoje


A DEFINIÇÃO OFICIAL

“A Câmara Municipal é o órgão do governo local. Constitui elemento


básico de conceito da autonomia dos Municípios, porque integra noção
de governo próprio característica política de autonomia assegurada a
eles pela Constituição Federal. Governo próprio significa governo or-
ganizado, segundo a vontade dos governantes, isto é, governo cuja for-
mação independe da interferência de fatores estranhos e externos a
comunidade a que se destinam.”
In “O Poder Legislativo dos Municípios” - José Afonso da Silva

A Câmara Municipal ou o Poder Legislativo Municipal como órgão do governo local


tem uma representação básica no que concerne a definição de autonomia das Comuni-
dades Brasileiras, uma vez que integra a noção de governo próprio , prevista e assegura-
da pela Constituição Federal. Ao governo organizado, cuja formação independe da “inter-
ferência de fatos estranhos e externos à comunidade a que se destina”, dá-se o nome de
GOVERNO PRÓPRIO.
Os órgãos representativos da soberania nacional , no regime de governo adotado
no Brasil, recebem a denominação de Poderes Constituídos, fazendo real as classifica-
ções de Legislativo, Executivo e Judiciário.

COMO SURGIU O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL

Foi em 1254, nas Cortes de Leiria, no reinado de Afonso III que surgiram os denomi-
nados “PROCURADORES” que falando em nome do Povo, procuravam soluções aos
difíceis caminhos da administração. Surgia a primeira imagem do vereador e a formação
das Câmaras Municipais.
Partindo das Ordenações AFONSINAS, que declaravam que as Câmaras Munici-
pais seriam compostas dos JUIZES PEDANEOS (seu presidente nato) e de vereadores
eleitos pelos HOMENS BONS da terra, chegamos ao início da vida municipal pelas Orde-
nações MANUELINAS, publicadas em 1514, quando D. Manuel concedeu às Câmaras o
direito de elegerem os juízes AVINDOURES ou CONSERTADORES DE DEMANDAS.
Em 1603 com a publicação das Ordenações FILIPINAS, criou-se de um modo geral, as
funções dos Municípios, estabelecendo-se um sistema de acordo com qual deviam ser
atendidas as eleições dos Oficiais das Câmaras.
O conceito dominante de “VEREAR” era fazer justiça, governar no respectivo Con-
selho, Cidade ou Vila; “VEREANÇA” era a Junta dos Oficiais das Câmaras para ordena-
rem o que era bem com o Conselho e Utilidade Pública. Hoje, segundo José Afonso Silva,
in “Manual do Vereador”, a palavra “VEREADOR vem do verbo VEREAR e que significa
“PESSOA QUE VEREIA” isto é, pessoa que tinha a incumbência de vigiar pela Comuni-
dade, bem estar e sossego dos Municípios. VEREAÇÃO era o lugar de verear, ou o con-
junto de vereadores no exercício de suas funções. A palavra permaneceu no Direito Bra-
sileiro com sentido bastante modificado, significando, modestamente, o membro da Câ-
mara Municipal, o “Legislativo Municipal”.

Alkindar Costa
217
Segundo Alexandre Herculano, in “História de Portugal”, volume 32 , “O vocábulo
HOMENS BONS ( boni-homínes), que, tratando das classes não nobres, é aplicado em
espécie a todos HERDADORES (indivíduos não nobres, que possuem hereditariamente
a propriedade livre), como a mais autorizada entre elas encontrar-se-á em certos monu-
mentos, principalmente em atos jurídicos, qualificando os indivíduos mais respeitáveis
das classes nobres e privilegiadas”.
Destaque-se que os “homens bons” e as pessoas do povo que podiam votar , eram
pelos corregedores ou juízes a quem incumbia presidir as eleições, qualificados em ca-
dernos, onde se escreviam os seus nomes com todas as individuações necessárias
para verificar-se a idoneidade, exigidas pelas leis, forais e costumes. Não eram qualifica-
dos os mecânicos operários, degredados , judeus e outros que pertenciam à classes dos
peões.
No Brasil, já elevado a categoria de reino, a importância das Câmaras ficou, conve-
nientemente, definida com o fato de ter sido o “F i c o” declarado em janeiro de 1892,
perante a Câmara do Rio de Janeiro, de quem partiu o manifesto nesse sentido. Após a
Independência, as Câmaras mantiveram sua importância, condicionada pelos novos ele-
mentos políticos em jogo. Com a Proclamação da República e a conseqüente sucessão
de leis, as Câmaras viram seus poderes serem diminuídos e cair a importância dada aos
Vereadores. Todavia, em um regime democrático, constitui a Câmara Municipal o primei-
ro degrau de uma escada, o mais difícil, o mais trabalhoso, onde seus ocupantes em
contato direto com o Povo, se transformam e se mesclam com os reais condutores das
aspirações populares.

O VEREADOR

Segundo os tratadistas os Vereadores são denominados “agentes políticos munici-


pais”, sujeitos a estatuto próprio, pelo que não se lhes aplicam as normas do Estatuto dos
Servidores Públicos locais. A condição jurídica dos Vereadores decorre de normas cons-
titucionais, eleitorais e da Lei Orgânica dos Municípios , ( “O Poder Legislativo dos Municí-
pios” - SERFHAU, José Afonso da Silva).
Os vereadores são eleitos para uma Legislatura, por sufrágio universal e direto e
voto secreto dos eleitores inscritos no respectivo Município. Deve-se ressaltar que tal
eleição rege-se pelo princípio da representação proporcional, onde as cadeiras existen-
tes na Câmara serão distribuídas na proporção dos votos dados a cada legenda partidá-
ria. A Câmara Municipal de Volta Redonda, segundo determinações constantes da LEI
ESTADUAL 1329 de 30 de junho de 1988, assinada pelo Governador Wellington Moreira
Franco teve seu efetivo fixado em 21 Vereadores, a partir de 12 de janeiro de 1989.

A CÂMARA MUNICIPAL DE VOLTA REDONDA

A existência da Câmara Municipal de Volta Redonda originou-se nas determinações


da Lei 2185 (autoria do Deputado Estadual Vasconcelos Torres) de 17 de julho de 1954 e
que criou o município, com terras desmembradas de Barra Mansa. Já a realização das

218 eleições municipais foi uma conseqüência das determinações constantes do artigo 22 da
Volta Redonda Ontem e Hoje
Lei 2218 de 10 de agosto de 1954, aliada ao fixado pelo Juiz Eleitoral de Barra Mansa, Dr.
Oswaldo Rodrigues Lima, fato que se consumou em 03 de outubro de 1954.
Para uma participação de representantes do PTB, PSB, UDN, PSP e PSB, votaram
11.516 eleitores inscritos no Município de Volta Redonda.

1ª LEGISLATURA
Orsína Prado de
Castro, foi a primeira
mulher a compor o
Legislativo
PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) voltarredondense.
Nasceu em 24/01/191
Dermeval Pereira da Silva, 294 votos; Lúcio em Barbacena - MG e
Andrade, 267 votos; Antônio Venturelli Netto, faleceu em 13/01/1999
266 votos; Francisco Gomes do Nascimen- em Volta Redonda, a
cidade que escolheu
to, 264 votos e Orsína Prado de Castro, 247 para viver.
votos. Acervo Alkindar Costa

SUPLENTES:

Wammyr de Carvalho, 186 votos; Orlando So-


ares de Oliveira, 166 votos e João
Damasceno Frota, 127 votos.

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD)


Norival de Freitas, 360 votos; José Marques Simões, 293 votos; Guilherme
Duque Kozlowsky, 276 votos e César Cândido Lemos, 189 votos.
SUPLENTES:

Guilherme Barbosa Passos, 182 votos; Mário Ferreira Netto, 182 votos e
Assíbllio Tenório da Silva, 167 votos.

UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN)


Luiz Gonzaga de Souza Clímaco, 259 votos e Ely Coutinho, 198 votos.
SUPLENTES:

Hermiton da Silveira Moura, 173 votos; Vigilato Peixoto, 119 votos e Aristoclides
Ribeiro, 71 votos.
PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA (PSP)
Jamil Wadih Rizkalla, 186 votos.
SUPLENTES:

Sérvulo Rodrigues Fragoso, 181 votos; Dercide Monteiro Guimarães, 176


votos e Oswaldo Ceribella, 80 votos.

Alkindar Costa
219
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)
Raymundo Bento Aguiar, 158 votos.
SUPLENTES:

José Braz Vieira, 145 votos; João de Deus Teixeira de Carvalho, 70 votos e
David Alves, 60 votos.
Suplente que assumiu na Legislatura
Wammyr de Carvalho, em razão do falecimento de Francisco Gomes do
Nascimento, em 22/04/1998.

2ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 03 de outubro de 1958. Na ocasião, 18.372 votos foram


apurados, sendo destes, 196 votos nulos. Em conseqüência foram declarados eleitos:

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB)


Dercide Monteiro Guimarães, 419 votos; Dermeval Pereira da Silva, 297 vo
tos e Silvestre Pereira Rosa, 278 votos.
SUPLENTES:

Guilherme Barbosa Passos, 262 votos e Orlando Soares de Oliveira, 184


votos.

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD)


Antônio Francisco da Silva, 259 votos; Norival de Freitas, 248 votos e Luiz
Gomes Vieira Júnior, 239 votos.
SUPLENTES:

Arthur Adacto Pereira de Mello, 235 votos e Jofre Catta Preta, 227 votos.

PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA (PSP)


José Marques Simões, 613 votos e Luiz Moreira Netto, 384 votos.
SUPLENTES:

Paulo Leopoldo Marçal, 231 votos e Geraldo Toniolo, 131 votos.


PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)
Natalino José Dias, 257 votos e Áurea Bastos Motta e Silva, 221 votos.
SUPLENTES

Djalma de Assis Mello, 162 votos e Carlos Jorge de Mello, 156 votos.

220 Volta Redonda Ontem e Hoje


UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN)
Luiz Gonzaga de Souza Clímaco, 350 votos e Ely Coutinho, 195 votos.
SUPLENTES:

Francisco Assis Maciel da Silveira, 187 votos e João Pereira de Queiroz, 141
votos.
Suplentes que assumiram na Legislatura
Djalma de Assis Mello, Francisco Assis Maciel da Silveira, Guilherme Barbo-
sa Passos e Paulo Leopoldo Marçal.

3ª LEGISLATURA

Plenário da Câmara
Municipal de Volta
Redonda em sua
primeira sede.
Reunião solene de
entrega de títulos de
cidadania. Na tribuna
o vereador Jamil
Rizkalla.
Acervo Alkindar Costa

Eleições realizadas em 7 de outubro de 1962. Na ocasião 28.898 eleitores compa-


receram às urnas. Feita a apuração regulamentar foram declarados eleitos:
PARTIDO SOCIAL PROGRESSISTA (PSP)
José Domingos de Macedo, 556 votos; Pedro Raymundo de Magalhães, 502
votos; João Alberto Chaves Ribeiro, 422 votos e Francisco Evangelista Del-
gado, 378 votos.
SUPLENTES:

Sérvulo Rodrigues Fragoso, 377 votos e Nestor Lima, 302 votos.

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD)


Geraldo Silva, 428 votos; Feliciano Eugênio Netto, 366 votos e Hélio Gonçal-
ves Corrêa, 364 votos.
SUPLENTES:

Alkindar Costa
Joaquim de Aquino Ramos, 339 votos e Antônio Venturelli Netto, 309 votos.
221
PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB)
Italo Granato, 297 votos; Manuel Rocha, 297 votos e Guilherme Barbosa
Passos, 286 votos.
SUPLENTES:

José Evaristo, 256 votos e Lucas Teixeira, 237 votos.

PARTIDO DEMOCRATA CRISTÃO (PDC)


Luiz da Fonseca Guimarães, 552 votos e Leonel Dacol, 436 votos.
SUPLENTES:

Tito de Paula, 280 votos e Paulo Souza Rezende, 260 votos.

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)


Naim Lopes de Menezes, 330 votos e Raymundo Pires Diogo, 312 votos.
SUPLENTES:

Orlando Alvisi, 191 votos e Gustavo Alves de Lima, 189 votos.

Guarda Costas (de


branco) toma conta do
vereador Raymundo
Diogo, na solenidade
de diplomação dos
vereadores eleitos, em
área restrita aos Edís
destacados.
Foto cedida por
José Domingos de Macedo

UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL (UDN)


Francisco Assis Maciel da Silveira, 276 votos e Leonardo Corrêa de Mello,
250 votos.
SUPLENTES:
João Alberto Ravache, 207 votos e Delario Gonçalves Gomes, 155 votos.

PARTIDO REPUBLICANO (PR)


Alípio Jacintho Pereira, 264 votos.
SUPLENTES:
Lourival de Oliveira Nogueira, 231 votos e Natalino José Dias.
Suplentes que assumiram na legislatura
Joaquim de Aquino Ramos, Lucas Teixeira, Natalino José Dias, Orlando Alvisi

222 e Tito de Paula.


Volta Redonda Ontem e Hoje
4ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1966. Considerados 30.038 votos para


os cálculos oficiais. Foram declarados eleitos:
ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA)
Pedro Raymundo de Magalhães, 1.128 votos; Iran Natividade Pinto, 969 vo-
tos; José Domingos de Macedo, 909 votos; José Augusto da Costa, 753
votos; Alípio Jacintho Pereira, 735 votos; Naim Lopes de Menezes, 722 votos
e Francisco Evangelista Delgado, 717 votos.
SUPLENTES:

Leonel Dacol , 705 votos; Joaquim de Aquino Ramos, 575 votos e Francisco
de Assis Maciel da Silveira, 525 votos.

MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB)


José Armando Bandeira de Moraes, 1.413 votos; Jorge Pantaleão Alves, 977
votos; Elío David de Almeida, 797 votos; Edson Machado Braga, 755 votos;
Lúcio Andrade, 747 votos; Oswaldo Ceribella, 721 votos; Domingos Maia,
701 votos; Joaquim Carlos da Silva Sobrinho, 674 votos; Fernando Mário
Netto, 638 votos e Adelmo Andrade Junqueira, 629 votos.

Em 24/08/1956, o
público que
compareceu à reunião
ordinária da Câmara
Municipal em sua
primeira sede na Rua
1º de Maio, no bairro
Aterrado. Quatro filas
de cadeiras eram
destinadas aos
munícipes.
Acervo Alkindar Costa

SUPLENTES:

José Ferreira de Oliveira, 548 votos; Jonas de Carvalho, 546 votos e Djalma
de Assis Mello, 542 votos.
Suplentes que assumiram na Legislatura
Djalma de Assis Mello, Jonas de Carvalho, José Ferreira de Oliveira e Leonel
Dacol.

Alkindar Costa
223
5ª LEGISLATURA

Plenário da Câmara
Municipal de Volta
Redonda em
23/01/1973.
Segunda sede do
Legislativo na Praça
Sávio Gama, no
segundo andar do
edifício da Prefeitura
Municipal.
Na direita da foto,
em primeiro plano, o
vereador Jonas de
Carvalho.
Acervo Alkindar Costa

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1970. Utilizados 43.930 votos para os


cálculos oficiais. Foram declarados eleitos:
ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA)
Luiz da Fonseca Guimarães, 1.486 votos; José Domingos de Macedo, 1.356
votos; Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal; 1.265 votos; José Augusto da Costa,
1.259 votos; Delário Gonçalves Gomes; 856 votos; Francisco Evangelista
Delgado, 836 votos; Naim Lopes de Menezes, 801 votos; Adilson Antônio
Vieira, 774 votos; Antônio Gustavo da Silva, 761 votos; Ary Medeiros da Sil-
va,742 votos; Braz de Oliveira Coura, 722 votos e Theodósio Alves da Silva,
670 votos.
SUPLENTES:

Odílio Pereira da Costa, 577 votos; Angela Maria Padilha Velasco, 574 votos
e Tito de Paula, 571 votos.

MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB)


Aristides Martins da Silva, 1.906 votos; Roberto Vilela, 1.093 votos; Luiz Moreira
Netto, 848 votos; Djalma de Assis Mello, 809 votos; Jonas de Carvalho, 792
votos; José Barroso Lopes, 782 votos e Djalma de Oliveira, 729 votos.
SUPLENTES.

Élio David de Almeida, 658 votos; Felipe da Costa Patriota, 652 votos e Walter
Hosken, 650 votos.

224 Volta Redonda Ontem e Hoje


6ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1972. Na ocasião, 53.157 eleitores par-


ticiparam do pleito, tendo sido tomado como base para cálculo do quociente eleitoral
51.968 votos. Em conseqüência foram declarados eleitos:
ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA)
Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal, 2.887 votos; Elias Cazoni, 1.478 votos; Jo-
aquim de Aquino Ramos, 1.377 votos; Ettore Dalboni da Cunha, 1.208 votos;
Sebastião Carlos Gama, 1.202 votos; Theodósio Alves da Silva, 1.020 votos;
Sillas Soares de Almeida, 1.017 votos; Luiz da Fonseca Guimarães, 992
votos; Delário Gonçalves Gomes, 908 votos; Angela Maria Padilha Velasco,
887 votos; Francisco Evangelista Delgado, 870 votos e Acácio da Rocha,
844 votos.
SUPLENTES:

Antônio Gustavo da Silva, 830 votos e Tito de Paula, 819 votos.


MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB)
Juvêncio Sant’Anna Netto, 978 votos; Firmino Gomes, 941 votos; Jorge
Pantaleão Alves, 989 votos; Aristides Martins da Silva, 822 votos; William de
Freitas, 777 votos; Emerson Nascimento da Silva Sepúlveda, 746 votos e
Luiz Moreira Netto, 724 votos.
SUPLENTES:

Djalma de Oliveira, 712 votos e Sebastião Francisco Rodrigues, 628 votos.


Suplente que assumiu na Legislatura
Antônio Gustavo da Silva.

7ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1976. Com um eleitorado fixado em


80.272 inscritos, somente 70.458 compareceram, deixando patente uma abstenção de
9.814 eleitores, ou seja 12,23%. Foram declarados eleitos:

ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA)


Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal 1.732 votos; Joaquim de Aquino Ramos,
1.339 votos; Sebastião Carlos Gama, 1.236 votos; Acácio da Rocha, 1.200
votos; Ettore Dalboni da Cunha 1.195 votos; Sillas Soares de Almeida, 1.105
votos; Elias Cazoni, 1.045 votos e Antônio Gustavo da Silva, 1.001 votos.
SUPLENTES.

Angela Maria Padilha Velasco, 787 votos e Iram Natividade Pinto, 860 votos.

Alkindar Costa
225
MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB)
William de Freitas, 1.771 votos; Aristides Martins da Silva, 1.645 votos;
Adherbal de Almeida Sant’Anna, 1.558 votos; Sebastião Francisco Rodrigues,
1.532 votos; Jorge Pantaleão Alves, 1.420 votos; Jiúlio Caruso, 1.172 votos;
Onício Zamboti, 1.145 votos; Jonas de Carvalho, 1.133 votos; Firmino Go-
mes, 1.042 votos; Djalma de Oliveira, 1.006 votos e Ilson Teodoro de Souza,
939 votos.
SUPLENTES:
Emerson Nascimento da Silva Sepúlveda, 935 votos e Hélio Ribeiro, 930
votos.

Inauguração da
terceira sede do
Legislativo Municipal
de Volta Redonda, em
04/09/1980, na avenida
Lucas Evangelista de
Oliveira Franco, 511,
no bairro Aterrado.
Acervo Alkindar Costa

8ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1982, com um eleitorado fixado em


108.091 inscritos. Somente 100.809 compareceram, deixando patente uma abstenção
de 7.282 eleitores, ou seja, 7%. Foram declarados eleitos:
PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL (PDS)
Ettore Dalboni da Cunha, 1.613 votos; Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal, 1.453
votos; Benedito Dias Fonseca, 1.196 votos; José Luiz de Sá, 1.178 votos;
José Domingos de Macedo, 1.169 votos; Glória Roussin Guedes Pinto, 1.112
votos e Iram Natividade Pinto, 1.056 votos.
SUPLENTES:
Joaquim de Aquino Ramos, 1.044 votos; Sillas Soares de Almeida, 874 vo-

226 tos e Angela Maria Padilha Velasco, 843 votos.


Volta Redonda Ontem e Hoje
PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT)
Marino Clinger Toledo Netto, 6.988 votos; Luiz Carlos Hallack Sarkis, 1.958
votos; Lecy Fernandes de Souza, 1.876 votos; Elias Neves de Almeida, 1.167
votos e Ettore Dalbone de Carvalho, 1.099 votos.
SUPLENTES:

Nélio Medina, 1.038 votos; Adolfo Furtado Gonçalves, 1.015 votos e Otávio
Periard Amaral, 978 votos.

PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (PMDB)


Júlio César Ferreira, 1.613 votos; Aristides Martins da Silva, 1.423 votos;
William de Freitas, 1.193 votos e Maxwel Pires da Rocha, 686 votos.
SUPLENTES:

Ary Medeiros da Silva, 671 votos; Sebastião Francisco Rodrigues, 654 votos
e Cláudio Nicolau Yabrudy, 641 votos.

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB)


Vander Lucas de Campos Avila, 549 votos e José Israel dos Anjos, 502 vo-
tos.
SUPLENTES:

Hélio Ribeiro, 444 votos; Onício Zamboti, 443votos e Everaldo Guimarães,


371 votos.

Vereadores da 4ª
Legislatura em foto
oficial com o Prefeito
Sávio Gama, em 1967.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
227
PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)
Edson Ricardo Sant’Anna, 944 votos.
SUPLENTES:

Elísa Maria Ferreira, 579 votos; Paulo Roberto Vilela Pereira e José Roberto
Nicolau, 407 votos.
Suplentes que assumiram na Legislatura
Angela Maria Padilha Velasco, Ary Medeiros da Silva, Joaquim de Aquino
Ramos, Nélio Medina, Sebastião Francisco Rodrigues e Sillas Soares de
Almeida.

O trabalho da Câmara
Municipal sempre
esteve voltado para o
atendimento do povo.
Na foto de 31 de março
de 1964, enquanto o
país se via mergulhado
numa revolução, o
Legislativo
voltarredondense
buscava açucar em
Campos -RJ, para
vender à população.
Foi a maior fila já
registrada em
movimentos dessa
natureza.
Acervo Alkindar Costa

9ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1988 , foram declarados eleitos:


PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT)
Amaurí Tadeu Tubbs de Souza, 1.057 votos; Isaque Fonseca, 932 votos;
Francisco Severino de Almeida,769 votos; Júlio Maria Tavares de Castro,
732 votos; Luiz Gonzaga de Oliveira Lima (Lula), 719 votos; José Israel dos
Anjos, 693 votos; Jorge de Oliveira (Zoinho), 681 votos.
SUPLENTES:

Nélio Medina, 650 votos; Joaquim Leonardo Guerim, 609 votos e Paulo Fran-

228 cisco da Silva, 574 votos.


Volta Redonda Ontem e Hoje
PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)
Vanderlei Barcelos de Souza, 1.292 votos; Reinaldo Hidalgo Ferreira, 727
votos e José Garcia, 556 votos.
SUPLENTES:

Aldilio Carvalho França, 546 votos; Cláudio Castro de Paula, 536 votos e
José Arnaldo Soares Monteiro, 509 votos.

PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL)


Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal, 683 votos; Luis Fernando Castro Santos,
653 votos e Everaldo Vieira Guimarães, 646 votos.
SUPLENTES:

Milton Carlos Moreira da Silva, 547 votos; Bernardo Paulino de Oliveira


Benfeito, 523 votos e Léa Corrêa dos Santos Tacon, 514 votos.

PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO (PTB)


Luiz Simões, 644 votos e Fuede Namen Cury, 628 votos.
SUPLENTES:
Angela Maria Padilha Velasco, 628 votos; Quirino Catta Preta, 463 votos e
Carmem Lúcia Costa de Carvalho, 447 votos.

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)


Paulo César Baltazar da Nóbrega, 1.370 votos e Elgem José Braga França,
641 votos.
SUPLENTES:

José Campos Rodrigues, 319 votos; Marcus Neves Meira, 263 votos e Elias
Cazoni, 256 votos.
PARTIDO LIBERTADOR (PL)
Mário Ribeiro de Souza Carneiro Neto, 769 votos e Edson Pedro da Cruz,
421 votos.
SUPLENTES:

Francisco Dias Caetano, 403 votos; Walmir Vitor de Souza, 391 votos e José
Geraldo Barbosa Chaves, 390 votos.

PARTIDO MUNICIPALISTA BRASILEIRO (PMB)


José Pedro de Oliveira Lemos, 404 votos.
SUPLENTES:

Maurício César Pinho, 376 votos; João Elias Auad, 323.

Alkindar Costa
229
PARTIDO DEMOCRÁTICO CRISTÃO ( PDC)
Lenine Sérgio Lima de Moura, 641 votos.
SUPLENTES:

Lecy Fernandes de Souza, 365 votos; Nilton de Aguiar, 307 votos e Cláudio
Valente Viana, 263 votos.
Suplentes que assumiram na legislatura
Aldílio Carvalho França e Milton Carlos Moreira da Silva.

10ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 03 de Outubro de 1992, com um comparecimento de 141.744


eleitores e com uma abstenção de 9,79%, equivalentes a 15.389 eleitores. Foram decla-
rados eleitos :
FRENTE SOCIAL TRABALHISTA ( PST-PFL-PDS e PES )
Luis Fernando Castro Santos (PFL), 1.648 votos; João Elias Auad (PST),
550 votos; Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal (PFL), 457 votos.
SUPLENTES:

José João do Nascimento (PST), 372 votos; Sebastião Ribeiro Leite (PST),
362 votos e Odonia Gomes (PST), 349 votos.

Plenário da Câmara
Municipal de Volta
Redonda em 1990.
A terceira sede do
Poder Legislativo da
Cidade do Aço é um
projeto de autoria do
arquiteto Antônio
Gustavo - o PG.
Acervo Alkindar Costa

230 Volta Redonda Ontem e Hoje


FRENTE DE AÇÃO COMUNITÁRIA ( PRP-PSC)
Marcelino de Moraes (PRP), 714 votos.
SUPLENTES:

Júlio Maria Tavares de Castro (PRP), 410 votos; André Silva Oliveira (André
Padeiro) (PRP), 257 votos e José Carlos da Silva (Zeca) (PRP), 233 votos.

FRENTE POPULAR ( PSB-PT- PV-PC do B e PC )


Maria das Dores Pereira Motta (Dodora) (PT), 906 votos; Mário Ribeiro de
Souza Carneiro Neto (PSB), 782 votos e Cláudio Castro de Paula (PT), 702
votos.
SUPLENTES:

Emanuel Paiva de Andrade (PT), 579 votos; Zaudino Tessaro (PT), 572 vo-
tos e Evaldo Pontes da Silva (PT), 530 votos.

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA ( PDT )


José Alexandre Alves (Macaia), 692 votos e Luis Gonzaga Lula de Oliveira
Lima (Lula), 591 votos.
SUPLENTES:

Roberto Dutra de Oliveira (Bob), 551 votos; Pedro Raymundo de Magalhães,


513 votos e Ilson Teodoro de Souza, 469 votos.

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO ( PTB )


Quirino Catta Preta, 532 votos.
SUPLENTES:

Hércules Machado Pereira, 435 votos; Carlos Alberto de Sant’Anna, 363 vo-
tos e Brito de Oliveira, 292 votos.

PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO ( PMDB )


Ney Alves do Valle, 582 votos.
SUPLENTES:

José Ivo de Souza, 505 votos; Waldir do Amaral Bedê, 430 votos e Guanayr
de Souza Horst, 331 votos.

PARTIDO DEMOCRATA CRISTÃO ( PDC )


José Augusto de Miranda, 1.149 votos e Wilsemar Máximo Curty (Simar),
777 votos.
SUPLENTES:

Lenine Sérgio Lima de Moura, 664 votos; Eliezer de Souza Cruz, 507 votos e

Alkindar Costa
Washington Tadeu Granato Costa, 395 votos.
231
PARTIDO LIBERAL (PL)
Walmir Vitor de Souza 871 votos e Edson Pedro de Cruz 731 votos;
SUPLENTES:

Francisco Dias Caetano, 721 votos; Ivan Gomes dos Santos, 583 votos e
Amaro Ronaldo Inácio Filho, 540 votos.

PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL (PMN)


Fuede Namen Cury, 1.299 votos e Paulo César Lima Conrado, 1.243 votos;
SUPLENTES:

Milton Carlos Moreira da Silva, 1.177 votos; Everaldo Vieira Guimarães, 972
votos e Adolfo Furtado Golçalves, 643 votos.

PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD)


Jorge de Oliveira (Zoinho), 1.323 votos;
SUPLENTES:

José Israel dos Anjos, 977 votos; Maria Zeli Abreu de Souza (ZEZA), 970
votos e Paulo Francisco da Silva, 552 votos.

PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB)


Genilson Pereira da Silva, 758 votos; Estefânio Alves, 733 votos e Carlos
Sérgio Fumian, 702 votos;
SUPLENTES:

William de Freitas, 692 votos; José Valdemir Távora (Zezinho da Távora),


535 votos e Sérgio Possidente Fagundes, 498 votos.

11ª LEGISLATURA

Eleições realizadas em 1996. Foram declarados eleitos:

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)


Edson Albertassi 2.207 votos, Maria Zeli Zeza Abreu de Souza 1.638 votos,
José Augusto de Miranda 1.527 votos
SUPLENTES

América Tereza do Nascimento da Silva 1.177 votos, Francisco Neto de Souza


892 votos, Eliezer de Souza Cruz 811 votos

232 Volta Redonda Ontem e Hoje


PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL)
Wilsemar Maximo Curty 1.977 votos, Celione da Cruz 1.461 votos
SUPLENTES

Pedro Raymundo de Magalhães 1.097 votos, Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal


1.031 votos, Francisco Dias Caetano 979 votos (Falecido em 07/11/96),
Odonia Gomes 599 votos

PARTIDO PROGRESSISTA SOCIAL (PPS)


Edmo Cardoso Barbosa 1.793 votos, José Ivo de Souza 1.085 votos
SUPLENTES

Silvia Maria Cunha dos Santos Amorim 878 votos, Maurício Batista 838
votos, Claro Mariano de Lima Filho 567 votos

PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB)


Carlos Sérgio Fumian 1.668 votos, Milton Carlos Moreira da Silva 1.434 vo-
tos, Jorge de Oliveira 1.426 votos, Genilson Pereira da Silva 911 votos
SUPLENTES

Estefânio Alves 889 votos, José Martins de Assis 870 votos, Cláudio Valente
Viana 853 votos

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALISTA (PDT)


Fuede Namen Cury 1.613 votos, Francisco Novaes Filho 1.209 votos
SUPLENTES

Carlos Roberto Paiva 1.077 votos, Roberto Dutra de Oliveira 975 votos, José
Alexandre Alves – Macaia 947 votos

PARTIDO SOCIALISTA LIBERAL(PSL)


Gothardo Lopes Neto 1.530 votos, Valnei Bitencourt Saturno 1.084 votos
SUPLENTES

Carmem Lúcia Costa de Carvalho 749 votos, Edson Carlos Quinto 729
votos, Wantuir Soares de Paula 702 votos

PARTIDO PROGRESSISTA BRASILEIRO(PPB)


Lenine Sérgio Lima de Moura 1.202 votos, José Luiz de Sá 874 votos
SUPLENTES

Edson Pedro da Cruz 833 votos, Maurício Menicucci Pizzolante 737 votos,
João Elias Auad 516 votos

Alkindar Costa
233
PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB)
Maurício Pessoa Garcia Junior 1.144 votos, Washington Tadeu Granato Costa
996 votos
SUPLENTES

Paulo Francisco da Silva 857 votos, Marcelo Henrique da Costa Mazoni


652 votos, Benedito de Oliveira Rodrigues 607 votos

PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)


Adão Pedro Alves 1.006 votos, Leonardo Nogueira Gomes 979 votos
SUPLENTES

Zeomar Tessaro 861 votos, José Maria da Silva 610 votos, Maria das Dores
Pereira Mota 599 votos

12º LEGISLATURA

Eleições realizadas em 01/10/2000, com comparecimento de 160.154 eleitores e


com uma abstenção de 11,57% equivalentes a 20.952 eleitores. Foram declarados elei-
tos:

PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)


Walmir Vitor de Souza 1.603 votos, Zeomar Tessaro 1.469 votos
SUPLENTES

Paulo Afonso Neto 1.415 votos, Adão Pedro Alves 1.355 votos, Carlos Antô-
nio Moreira de Barros 725 votos

PARTIDO DA FRENTE LIBERAL(PFL)


Mauricio Pessoa Garcia Júnior 2.137 votos, Celione da Cruz 903 votos
SUPLENTES

Nilton Alves de Faria 894 votos, Ademar Espósti 891 votos

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO(PSB)


José Martins de Assis 2.376 votos, América Teresa Nascimento da Silva
2.081 votos, Washington Alves Uchoa 1.569 votos, Marie Lucy W. Baltazar
da Nóbrega 1.522 votos, João Batista Penteado 1.380 votos
SUPLENTES

Ana Maria Valestain 1.316 votos, Sebastião Antônio da Silva 1.131 votos
234 Volta Redonda Ontem e Hoje
PARTIDO PROGRESSISTA BRASILEIRO (PPB)
Francisco Novaes Filho 2.378 votos
SUPLENTES

José Luis de Sá 1.010 votos, Benedito do Val 503 votos

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB)


Washington Tadeu Granato Costa 2.591 votos, Paulo Francisco da
Silva 1.307 votos
SUPLENTES

Carlos Alberto S’antana 1.242 votos, Marcelo Henrique da Costa Masoni


988 votos

PARTIDO SOCIALISTA LIBERAL (PSL)


Gothardo Lopes Netto 2.948 votos, Neuza Maria Ferreira Jordão 2.742 votos,
Maurício Batista 2.414 votos
SUPLENTES

Ivan Gomes dos Santos 1.698 votos, Valnei Bittencourt Saturno 1.244 votos

PARTIDO PROGRESSISTA SOCIAL (PPS)


João Thomaz Araújo F. da Costa 1.927 votos, Paulo César Lima Conrado
1.563 votos
SUPLENTES

Silvia MariaCunha dos Santos Amorim 1.554 votos, José Ivo de Souza
1.423 votos

PARTIDO DEMOCRATA TRABALHISTA (PDT)


Carlos Roberto Paiva 2.099 votos, Fuede Namen Cury 2.027 votos
SUPLENTES

Jorge de Oliveira (Zoinho) 1.498 votos, Roberto Dutra de Oliveira 1.421 votos

PARTIDO LIBERAL (PL)


Pedro Raymundo de Megalhães 1.498 votos, Edson Carlos Quinto 962
votos
SUPLENTES

Neivaldo Souza Vale 697 votos

Alkindar Costa
235
Reunião Solene de 17/07/1978. Na esquerda da foto, em primeiro plano, José Domingos de Macedo, Acácio da
Rocha e Elias Casoni, quando da entrega de títulos de cidadania voltarredondense.

Nos 25 anos de Volta Redonda, em 17/07/1979, reuniu-se parte da primeira Câmara, com os integrantes do
Legislativo em exercício. Na segunda fila, da esquerda para a direita, Antônio Ventureli Netto, Cesar Cândido
Lemos, Dermeval Pereira da Silva, Guilherme Duque Kozlowsky, Luiz Gonzaga de Souza Climaco, Jamil Wadih
Rizkalla, José Marques Simões, Lúcio Andrade e Orsina Prado de Castro, homenageados como vereadores da 1ª
Legislatura.
Na primeira fila, Acácio da Rocha, Sebastião Carlos Gama, Elias Cazoni, Ettori Dalboni da Cunha e Gibraltar
Pedro de Oliveira Vida, vereadores no exercício do mandato.

236 Acervo Alkindar Costa

Volta Redonda Ontem e Hoje


OS PRESIDENTES NA CÂMARA MUNICIPAL DE
VOLTA REDONDA

1ª LEGISLATURA (06/02/1955 A 31/01/1959)


1º Cesar Cândido Lemos .............................. 06/02/1955 a 02/03/1956
2º Jamíl Wadih Rizkalla .................................. 03/03/1956 a 11/03/1957
3º Antônio Venturelli Netto .............................. 12/O3/1957 a 02/03/1958
4º Norival de Freitas ....................................... 03/03/1958 a 31/01/1959

2ª LEGISLATURA (31/01/1959 A 31/01/1963)


1º Dermeval Pereira da Silva ......................... 31/01/1959 a 02/03/1960
2º Luíz Gonzaga de Souza Clímaco .............. 03/03/1960 a 02/03/1961
3º Natalino José Dias ..................................... 03/03/1961 a 07/03/1962
4º Dermeval Pereira da Silva ......................... 08/03/1962 a 31/01/1963

3ª LEGISLATURA (31/01/1963 A 31/01/1967)


1º Francisco Assis Maciel da Silveira ............ 31/01/1963 a 02/03/1964
2º João Alberto Chaves Ribeiro ..................... 03/03/1964 a 03/03/1965
3º Leonel Dacol .............................................. 04/03/1965 a 02/03/1966
4º José Domingos de Macedo ....................... 03/03/1966 a 31/01/1967

4ª LEGISLATURA (31/01/1967 A 31/01/1971)


1º Oswaldo Ceribella ..................................... 31/01/1967 a 29/02/1968
2º Fernando Mário Netto ................................ 01/03/1968 a 02/03/1969
3º Pedro Raymundo de Magalhães ............... 03/03/1969 a 02/03/1970
4º Iram Natividade Pinto ................................. 03/03/1970 a 31/01/1971

5ª LEGISLATURA (31/01/1971 A 31/01/1973) - DENOMINADO MANDATO TAMPÃO

1º Djalma de Assis Mello ............................... 31/01/1971 a 27/12/1971


Renunciou o Mandato de Presidente.

2º Naim Lopes de Menezes ........................... 20/04/1971 a 20/05/1971


Vice Presidente. Assumiu em razão do Licenciamento do titular para intervenção
cirúrgica no Hospital da CSN.

3º Braz de Oliveira Coura .............................. 27/12/1971 a 31/12/1971


Vereador mais idoso. Assumiu a direção da Câmara em razão da renúncia coletiva

Alkindar Costa
da Mesa Diretora.
237
4º José Domingos de Macedo ....................... 31/10/1971 a 24/04/72
Eleito para completar o mandato da presidência renunciante.

5º José Domingos de Macedo ....................... 25/04/1972 a 31/01/1973


Regularmente a eleição seria realizada em março de 1972.

6ª LEGISLATURA (31/01/1973 A 31/01/1977)


1º Luiz da Fonseca Guimarães ..................... 31/01/1973 a 02/03/1975
A lei n.º 7.330 de 07/12/1973 determinou mandato de dois anos para as Mesas
Diretoras, prorrogando o mandato das eleitas em janeiro de 1973.

2º Joaquim de Aquino Ramos........................ 03/03/197s a 31/01/1977

7ª LEGISLATURA (01/02/1977 A 31/12/1982)


A Legislatura, inicialmente prevista para quatro anos, foi prorrogada até 31
de janeiro de 1983, pela Emenda Constitucional n.º 14 de 09/09/l980, o que
motivou a Câmara para a eleição de uma nova Mesa Diretora em 05/03/1981
as 14,00 horas.
1º Jorge Pantaleão Alves ............................... 01/02/1977 a 28/02/1979
2º Jonas de Carvalho ..................................... 01/03/1979 a 04/03/1981
3º William de Freitas ...................................... 05/03/1981 a 31/12/1982
4º Silas Soares de Almeida ........................... 20/04/82 a 30/04/82
Vice Presidente. Assumiu em razão do titular ocupar o cargo de prefeito face a
exoneração de Aluízio de Campos Costa, do cargo.

Gibraltar Pedro de
Oliveira Vidal, eleito
em 15/11/1970
(5ª Legislatura),
permanceu no
Legislativo de Volta
Redonda sendo
reeleito sucessiva-
mente até 31/12/1996
(10ª Legislatura).
O fato é um recorde na
área política da
cidade, sendo
Gibraltar reconhecido
como o vereador que
cumpriu mais
mandatos - 24 anos
sucessivos de
atividade política,
sendo presidente da
Câmara Municipal por
dois períodos.
Acervo Alkindar Costa

238 Volta Redonda Ontem e Hoje


8ª LEGISLATURA (01/01/1983 A 31/12/1988)
Legislatura fixada em seis anos pela Emenda Constitucional n.º 22 de 29 de
Junho de 1982.
1º José Domingos de Macedo ....................... 01/01/1983 a 28/02/1985
2º Luiz Carlos Hallack Sarkis ......................... 01/03/1985 a 28/02/1987
3º Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal ................ 01/03/1987 a 31/12/1988
4º Lecy Fernandes de Souza ........................ 18/01/1988 a 17/02/1988
Vice Presidente. Assumiu em razão da Licença do titular.

9º LEGISLATURA (01/01/1989 A 31/12/1992)


1º Reinaldo Hidalgo Ferreira .......................... 01/01/1989 a 31/12/1990
2º José Israel dos Anjos ................................. 01/01/1991 a 31/12/1992

10ª LEGISLATURA (01/01/1993 A 31/12/1996)


1º Mário Ribeiro de Souza Carneiro Neto ...... 01/01/1993 a 31/12/1994
2º Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal ................ 01/01/1995 a 31/12/1996

11ª LEGISLATURA (01/01/1997 A 31/12/2000)


1º José Luiz de Sá ......................................... 01/01/1997 a 31/12/1998
2º Genilson Pereira da Silva .......................... 01/01/1999 a 31/12/2000

12ª LEGISLATURA (01/01/2001 A 31/12/2004)


1º Gothardo Lopes Netto ................................ 01/01/2001 a 31/12/2002
2º Maurício Pessoa Garcia Jr. ........................ A partir de 01/01/2003

Maurício Pessoa
Garcia Jr.,
Bacharéu em Direito
e Administrador de
Empresas, presidente
da Câmara Municipal
no Cinquentenário de
Volta Redonda.
Acervo Câmara Municipal

Alkindar Costa
239
SUPLENTES QUE ASSUMIRAM O MANDATO

A historia da Câmara Municipal de Volta Redonda registra a participação de Verea-


dores Titulares e Suplentes. No correr dos anos assumiram atividades legislativas os
Suplentes :

1ª LEGISLATURA (06/02/1955 a 31/01/1959)


Wammyr de Carvalho (PTB) .................................... 29/04/1959
em razão do suicídio do Vereador Francisco Gomes do Nascimento em 22/04/1958.

2ª LEGISLATURA (31/01/1959 a 31/01/1963)


Djalma de Assis Mello (PSB) .................................... 20/09/1960 a 20/11/1960
Francisco Assis Maciel da Silveira (UDN) ................ 24/01/ a 24/02/1961
....................................................................... 28/08/61 a 23/07/62
Guilherme Barbosa Passos (PTB) ........................... 07/11/1961 a 07/02/1962
....................................................................... 10/09/1962 a 07/10/1962
....................................................................... 11/12/1962 a 11/02/1963
Paulo Leopoldo Marçal (PSP) ................................... 22/05/1962 a 22/08/1962

3ª LEGISLATURA (31/01/1963 a 31/01/1967)


Joaquim de Aquíno Ramos ( PSD-ARENA )
............................................. 14/04/1964 a 30/01/1967
O vereador Feliciano em substituição ao Vereador Feliciano Eugênio Netto, que teve
Eugênio Netto foi o seu mandato cassado pela Câmara Municipal em 07/04/1964.
primeiro vereador
cassado pelo Lucas Teixeira (PTB) ........... 01/06/1965 a 01/07/1965
Legislativo Municipal
de Volta Redonda, sob Natalino José Dias (PR-ARENA)
a alegação de ligações
com ideologias ............................................. 14/05/1965 a 30/01/1967
comunistas.
Acervo Alkindar Costa Orlando Alvisi ( PSB-ARENA )
............................................. 20/12/1965 a 30/01/1967
em substituição ao Vereador Raimundo Pires Diogo , falecido
em 17 de dezembro de 1965.

Tito de Paula (PDC) ............. 30/07 a 03/08/1963


............................................. 02/12/1964 a 02/01/1965
............................................. 04/04/1965 a 01/05/1965.

240 Volta Redonda Ontem e Hoje


4ª LEGISLATURA (31/01/1967 a 31/01/1971)

Djalma de Assis Mello (MDB) ................................... 31/10/1968 a 02/03/1970


Jonas de Carvalho (MDB) ......................................... 21/05/1968 a 18/09/1968
....................................................................... 14/01/1969 a 14/05/1969
....................................................................... 21/07/1969 a 31/01/1971
quando passou a condição de efetivo , face a renuncia do Vereador Lúcio Andrade
em 04/07/1969.

José Ferreira de Oliveira - JUQUITA (MDB) .............. 16/04/1968 a 14/08/1969


....................................................................... 31/10/1968 a 12/02/1969
quando passou a condição de efetivo em razão da renúncia do Vereador Oswaldo
Ceribella em 12/12/1969.

Leonel Dacol (ARENA) ............................................. 19/07/1968 a 16/11/1968


....................................................................... 20/03/1969 a 24/11/1969
....................................................................... 23/03/1970 a 30/01/1971
já como efetivo, em substituição ao Vereador Alípio Jacíntho Pereira que renunciou
ao mandato em 19/03/1970.

6ª LEGISLATURA (31/01/1973 a 31/01/1977)

Djalma de Oliveira ( MDB ) em ................................. 13/02/1975


como efetivo em razão da renúncia do Vereador Juvêncio Sant’Anna Netto em
31/01/1975, eleito Deputado Estadual por Volta Redonda.

Antônio Gustavo da Silva ( ARENA ) ......................... 18/11/1976


como efetivo em razão do falecimento do Vereador Francisco Evangelista Delgado
em 12/11/1976.

8ª LEGISLATURA (01/01/1983 a 31/12/1988)


Ari Medeiros da Silva ( PMDB ) ................................. 22/05/1984
como efetivo em substituição ao Vereador Aristides Martins da Silva, assassinado
em 15/05/1984;

Joaquim de Aquino Ramos ( PDS ) .......................... 31/10/1985


como efetivo em substituição ao Vereador Ettore Dalboni da Cunha que renunciou
o mandato em 22/10/1985, por ter sido nomeado Juiz de Direita na Comarca de
Miraí-MG;

Nélio Medina (PDT) ................................................... 30/12/1985


como efetivo em substituição ao Vereador Marino Clínger Toledo Netto que renunciou
o mandato em 23/12/1985, por ter sido eleito Prefeito Municipal de Volta Redonda;

Alkindar Costa
241
Sebastião Francisco Rodrigues Parente (PMDB) .... 15/04/86
como efetivo em razão da assassinato do Vereador Ary Medeiros da Silva em 05/
04/1986.

Sillas Soares de Almeida ( PDS ) ............................. 30/10/1986


como efetivo em razão do falecimento da Vereadora Professora Glória Roussin
Guedes Pinto, em 23/10/1986.

Angela Maria Padilha Velasco (PDS) ........................ 04/02/1987


como efetiva em razão da renúncia de Vereador José Luiz de Sá em 19/01/1987,
por ter sido eleito Deputado Federal por Volta Redonda.

9ª LEGISLATURA (01/01/1989 a 31/12/1992)

Aldílio Carvalho França (PT) ..................................... 09/07/1990


como efetivo em 04/07/1990, em razão da cassação do mandato do Vereador
Wanderley Barcelos de Souza pela Câmara Municipal.

Milton Carlos Moreira da Silva ( PFL ) ....................... 22/06/1989 a 05/10/1989


em substituição ao Vereador Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal.

Nélio Medina (PDT) dia 13/06/1989,


em substituição ao Vereador Jorge de Oliveira

Cláudio Castro de Paula (PT) ................................... 14/04/1992


èm substituição ao vereador Audílio Carvalho França, falecido em 07/04/1992.

10ª LEGISLATURA (01/01/1993 a 31/12/1996)

IVO DE SOUZA, (PMDB) .......................................... a partir de 08/06/1993


como efetivo em razão do falecimento do Vereador Ney Alves do Vale em
07/06/1993.

11ª LEGISLATURA (01/01/1997 a 31/12/2000)

AMERICA TEREZA NASCIMENTO DA SILVA, .......... a partir de 10/02/1999


na vaga deixada pelo Vereador Edson Albertassi que renunciou em 31/01/1999,
em virtude de ter sido eleito Deputado Estadual, tomando posse em 01/02/1999.

242 Volta Redonda Ontem e Hoje


VEREADORES FALECIDOS

No exercício do mandato de Vereador:


Francisco Gomes do Nascimento ............................ 22/04/1958 - Suicídio.
Raimundo Pires Diogo .............................................. 17/12/1965
Francisco Evangelista Delgado ................................ 12/11/1976
Aristides Martins da Silva .......................................... 15/05/1984 - Assassinado.
Ary Medeiros da Silva ................................................ 05/04/1986 - Assassinado.
Glória Roussin Guedes Pinto .................................... 23/10/1986
Aldílio Carvalho França ............................................. 07/04/1992
Ney Alves do Valle ..................................................... 07/06/1993

Fora do exercício do mandato de Vereador:

Norival de Freitas ...................................................... 25/05/1963


Paulo Leopoldo Marçal .............................................. 19/07/1964 - Assassinado.
Luiz Gomes Vieira Junior .......................................... 18/12/1974
Leonardo Corrêa de Mello ......................................... 28/04/1976
Juvêncio Santanna Netto .......................................... 18/06/1976 - Assassinado.
Feliciano Eugênio Netto ............................................ 29/09/1976
Alípio Jacintho Pereira ............................................... 24/09/1980
Luiz da Fonseca Guimarães ..................................... 22/08/1981
Djalma de Assis Mello ............................................... 31/10/1981
Guilherme Barbosa Passos ...................................... 16/04/1983
Acácio da Rocha ....................................................... 28/09/1985
João Alvarenga.......................................................... 04/09/1987
Geraldo Silva ............................................................. 10/02/1988
Wammyr de Carvalho ............................................... 29/04/1988
César Cândido Lemos .............................................. 28/06/1989
Dermeval Pereira da Silva ........................................ 09/07/1989
Jiúlio Caruso ............................................................. 01/11/1989
José Barroso Lopes / Barrosinho ............................. 03/09/1990 - Atropelamento.
Sebastião Carlos Gama............................................ 06/01/1991
José Augusto da Costa ............................................. 14/01/1991

Alkindar Costa
243
Domingos Maia ......................................................... 24/08/1991
Silvestre Pereira Rosa .............................................. 30/11/1992
Orlando Alvisi ............................................................ 28/08/1993
Guilherme Duque Kozlowsky .................................... 01/05/1995
Braz de Oliveira Coura ............................................. 27/08/1995
Sebastião Francisco Rodrigues (Parente) ............... 12/04/1996
João Alberto Chaves Ribeiro ..................................... 01/05/1996
Naim Lopes de Menezes .......................................... 04/10/1996
Adherbal de Almeida Sant’Anna ................................ 23/02/1997
José Israel dos Anjos ................................................ 08/08/1997
Antônio Venturelli Netto ............................................. 20/11/1998
Luiz Gonzaga de Souza Clímaco ............................. 22/12/1998
Orsina Prado de Castro ............................................ 13/01/1999
Fernando Mário Netto ................................................ 02/09/1999
Oswaldo Ceribella ..................................................... 01/05/2000
Lecy Fernandes de Souza ........................................ 20/05/2000
Dercide Monteiro Guimarães .................................... 20/11/2000
Benedito Dias Fonseca ............................................ 01/06/2001
José Marques Simões .............................................. 07/06/2002
Francisco de Assis Maciel da Silveira ....................... 24/11/2002
Lúcio Andrade ........................................................... 21/03/2003
José Ferreira de Oliveira - JUQUITA ......................... 29/03/2003
Ely Coutinho .............................................................. 10/07/2003
Joaquim de Aquino Ramos ....................................... 22/07/2003 - Atropelamento.
Adelmo Andrade Junqueira ....................................... 06/02/2004
Quirino Catta Preta ................................................... 02/05/2004
Vander Lucas de Campos Ávila ................................ 14/06/2004

“O número dos dias do homem quando muito são cem anos;


estes são reputados como uma gota de água do mar; e assim com é um grão de areia,
do mesmo modo são poucos os anos no dia da eternidade.”

244 Bíblia - Eclesiastico, 18.8

Volta Redonda Ontem e Hoje


MARCAS NO LEGISLATIVO DE VOLTA REDONDA

Desde o primeiro momento de suas atividades, o Legislativo Municipal de Volta


Redonda registrou fatos e acontecimentos que passaram a fazer parte da história. Então
vejamos:

VEREADORES ELEITOS DEPUTADOS FEDERAIS

Eleições realizadas em 15 de novembro de 1982 fizeram do Vereador Jiúlio Caruso


(8ª Legislatura de 01/02/1977 a 31/12/1988) Deputado Federal por Volta Redonda.
José Luiz de Sá, Vereador na 8ª legislatura (02/02/83 a 31/12/88) foi eleito Deputado
Federal, tendo renunciado ao mandato de Vereador em 19/01/1987.
Marino Clinger Toledo Netto, Vereador na 8ª Legislatura de (01/01/1983 a 31/12/
1988) foi eleito Deputado Federal de 1991 a 1994.
Paulo Cesar Baltazar da Nóbrega na eleição realizada em 03/10/1992 foi eleito
Deputado Federal por Volta Redondatendo sido empossado em 01/01/0993. Vereador na
9ª Legislatura na legenda do PSB, foi na eleição de 11/11/1992 eleito para o cargo de
Prefeito Municipal de Volta Redonda tendo sido empossado em 01/01/1993 exercendo o
mandato até 31/12/1996.

VEREADORES ELEITOS DEPUTADOS ESTADUAIS

Raymundo Bento de Aguiar ao concluir o seu mandato de Vereador de (06/02/1955


a 31/01/1959) foi eleito e exerceu o mandato de Deputado Estadual.
João Alberto Chaves Ribeiro Vereador na 3ª Legislatura (31/01/63 a 31/01/1967)
concluído o seu mandato, foi eleito e exerceu representação na Assembléia Legislativa
como Deputado Estadual, face a eleições de 1966.
Pedro Magalhães, Vereador na 3ª e 4ª Legislaturas (31/01/1963 a 31/01/1971) foi
eleito em 15 de novembro de 1970, na legenda da ARENA Deputado Estadual. Voltou a
Assembléia Legislativa de 1975 a 1979 e de 08/12/1990 a 31/01/1991.
Eleições de 15/11/1974 fizeram do Vereador Juvêncio SantAnna Netto, integrante
na 6ª Legislatura (31/01/1973 a 31/01/1977), Deputado Estadual por Volta Redonda. Foi
assassinado no exercício do mandato em 18/06/1976.
Eleições realizadas em 03/10/1998 fez do Vereador Edson Albertassi Deputado
Estadual. Renunciou seu mandato em 31/01/1999, tendo sido empossado na Assembléia
Legislativa em 01/02/1999 sendo convocada a Suplente América Tereza Nascimento da
Silva empossada em 10/02/1999.

Alkindar Costa
245
VEREADORES ELEITOS PREFEITO DE VOLTA REDONDA

O vereador César Cândido Lemos (1ª Legislatura – 06/02/1955 a 31/01/1959) em


Eleições realizadas em 03/10/1958, foi declarado eleito e empossado Prefeito Municipal
de Volta Redonda.
O Vereador Marino Clinger Toledo Netto (8ª Legislatura de 01/01/1983 a 31/12/1988)
foi eleito Prefeito Municipal de Volta Redonda, tendo renunciado ao mandato na Câmara
Municipal em 23/12/1985)
O Vereador Paulo César Baltazar da Nóbrega (9ª Legislatura 01/01/1989 a 31/12/
1992) em eleições realizadas em 03/10/1992) foi declarado posteriormente eleito e
empossado como Prefeito Municipal de Volta Redonda.

VEREADORES NOMEADOS SECRETÁRIOS DE ESTADO

Pedro Magalhães Pedro Magalhães, Vereador na 3ª e 4ª legislaturas


registra em seu
currículum, o título de
(31/01/1963 a 31/001/1971) em 17 de abril de 1973 foi
“Comendador”. nomeado Secretário de Estado de Interior e Justiça e
Acervo Alkindar Costa empossado no dia 25 do mesmo mês.
Jiúlio Caruso Vereador na 7ª Legislatura (01/02/1977 a
31/12/1980) em 29 de agosto de 1983 foi nomeado Secretário
de Estado de Transportes no Estado do Rio de Janeiro sendo
empossado em 01de setembro. Em 08 de dezembro de 1984
quando viajava de Brasília para Volta Redonda, sofreu um
acidente de carro nas proximidades de Uberaba / MG. Passou
longo tempo sem qualquer condição de locomoção e em
01/11/1989 veio a falecer.

VEREADOR NOMEADO JUIZ DE DIREITO

O Vereador Ettore Dalboni da Cunha (6ª, 7ª e 8ª Legislaturas de 31/01/1973 a 31/12/


1988) foi nomeado Juiz de Direito da Comarca de Miraí/MG, tendo renunciado ao mandato
na Câmara Municipal em 22/10/1985.

REUNIÕES DA CÂMARA NOS BAIRROS

Projeto de autoria do Vereador Alípio Jacintho Pereira aprovado e transformado na


Resolução nº 939 estabeleceu a realização de reuniões nos bairros, atendidas pela Câmara
Municipal. A primeira reunião e única nos termos de Resolução, foi realizada no dia 29 de
agosto de 1965 (Domingo) às 09:30 horas, no Colégio Presidente Roosevelt, na rua 4, no

246 bairro Conforto, em Volta Redonda.


Volta Redonda Ontem e Hoje
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

Quando a Constituição Federal foi promulgada, o artigo 11, Parágrafo Único do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias estabeleceu:
Artigo 11 – Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes,
elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da
promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
Parágrafo Único – Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câ-
mara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respecti-
va, em dois turnos de discussão e votação, respeitando o disposto na
Constituição Federal e na Constituição Estadual.

Vereadores e
Comunidade
trabalham juntos na
elaboração do texto da
Lei Orgânica
Municipal em
10/01/1990.
Na Direita da foto o
vereador José Garcia.
Acervo Alkindar Costa

Em 05 de Outubro de 1989 foi editada a Constituição Estadual, tendo o artigo 21 e


Parágrafo Único do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, repetido as deter-
minações da Constituição Federal, sendo inclusive permitida a eleição de uma Mesa Di-
retora para cuidar exclusivamente dos trabalhos de elaboração da Lei Orgânica Munici-
pal.
Em 10 de Outubro de 1989, a Câmara Municipal de Volta Redonda editava a Reso-
lução n.º 1.139 que institui o Regimento Interno para elaboração da Lei Orgânica Munici-
pal de Volta Redonda.
Em 12 de Outubro de 1989 duas chapas foram registradas para formação da Mesa
Diretora. A primeira integrada por:

Presidente ...............................................Fuede Namem Cury


Vice-presidente .......................................Luiz Fernando Castro Santos
1º Secretário ...........................................Francisco Severino de Almeida
2º Secretário ...........................................Edson Pedro da Cruz

Alkindar Costa
247
A segunda chapa foi constituída por:
Presidente ...............................................Isaque Fonseca
Vice-presidente .......................................Paulo César Baltazar da Nóbrega
1º Secretário ...........................................Luiz Gonzaga de Oliveira Lima
2º Secretário ...........................................José Garcia

A chapa n.º 01 registrou na votação quinze apoiantes enquanto que a n.º 02 ficava
com seis votos.
Empossada a Mesa Diretoria Constituinte foi atendida a escolha do Relator, tendo
concorrido os edis Lenine Sérgio Lima de Moura e Vanderlei Barcelos de Souza. O pri-
meiro conseguiu 14 votos, enquanto que o segundo ficava com 7.
Os trabalhos de 16, 17 e 23 de Outubro foram consagrados à Constituição das
Comissões Temáticas que ficaram assim constituídas.:
01-Educação, Saúde e Direitos Humanos
Presidente ...............................................Everaldo Vieira Guimarães
Relator ....................................................Mário Ribeiro de Souza Carneiro Neto
Membro ...................................................Paulo Cézar Baltazar da Nóbrega

02 – Serviços Públicos, Habitação e Segurança


Presidente ...............................................Amauri Tadeu Tubbs de Souza
Relator ....................................................José Israel dos Anjos
Membro ...................................................Luiz Simões

03 – Planejamento, Obras e Meio-Ambiente


Presidente ...............................................Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal
Relator ....................................................Elgem José Braga França
Membro ...................................................Júlio Maria Tavares de Castro

04 – Legislativo, Executivo e Funcionalismo Público


Presidente ...............................................José Pedro de Oliveira Lemos
Relator ....................................................Luiz Fernando Castro Santos
Membro ...................................................Isaque Fonseca

05 – Comércio, Indústria, Agricultura e Defesa do Consumidor


Presidente ...............................................Vanderlei Barcelos de Souza
Relator ....................................................Jorge de Oliveira

248 Membro ...................................................José Israel dos Anjos


Volta Redonda Ontem e Hoje
06 – Assistência Social, Esporte, Cultura e Lazer
Presidente ...............................................Luiz Gonzaga de Oliveira Lima
Relator ....................................................Reinaldo Hidalgo Ferreira
Membro ...................................................Lenine Sérgio Lima de Moura

07 – Comissão de Tributos, Finanças e Orçamentos


Presidente ...............................................Edson Pedro da Cruz
Relator ....................................................Francisco Severino de Almeida
Membro ...................................................José Garcia

Em 17 de Outubro de 1989 o Ato n.º LO-001/89 designou os funcionários Alkindar


Cândido da Costa e Paulo Wedson Torres de Menezes para Coordenação Geral das
atividades da Câmara Municipal Constituinte, cabendo-lhes fazer funcionar os serviços
de Secretaria, apoiamento técnico das Comissões e do Plenário, comunicação social e
demais tarefas afins.
O Ato LO-06/90 de 10 de janeiro de 1990 designou Aurélio José Paiva, Paulo de
Carvalho Vieira e Sallim Wadih Jabbour para comporem a Assessoria de Comunicação e
Divulgação; O Ato n.º LO-07/90 designava Andiara Dias dos Santos e Emiliana Casagrande
para composição da Comissão de Redação e o Ato LO-08/90 constituía a Assessoria
Jurídica formada pelos Drs. Antar Ossian Manoel de Nader, Manoel Alexandrino do Nas-
cimento Filho e Nélio David de Almeida.
A Assessoria Técnica, com a atuação direta junto às Comissões Temáticas e na
preparação do próprio texto da Lei Orgânica Municipal, foi integrada por:
- Brasil Lul Diogo
- Claudia Virginia Cabral de Souza
- Gilvan Nascimento Marques
- João Batista de Oliveira
- João Streva Filho
- Jesse Jane Vieira de Souza
- Letícia Barroso Baptista
- Lincoln Botelho da Cunha
- Manoel Alexandrino do Nascimento Filho
- Maurício César Pinho
- Nélio David de Almeida
- Olga Maria Salgado Castro
- Paulo Roberto de Mello Groke
- Pedro Alcântara Tedesco
- Roberto Pimenta da Cruz
- Sallim Wadih Jabbour

Alkindar Costa
249
O Núcleo de Secretárias foi integrado por:
- Lisete Fernandes Groke
- Magali Neuman Lima Firme
- Magda Nara Lima Reis
- Maria Aparecida Cópio Esteves
- Mirian Nicolau Tolentino

A Emenda n.º 01 apresentada foi subscrita pela Associação de Biologia de Volta


Redonda, pleiteando a criação de uma Assessoria de Meio Ambiente na Câmara Munici-
pal de Volta Redonda.
Quando da conclusão do texto da Lei Orgânica Municipal, os senhores vereadores
registravam a seguinte estatística:

- Amauri Tadeu Tubbs de Souza ............................... 029 emendas


- Edson Pedro da Cruz ............................................. 068 emendas
- Elgem José Braga França ...................................... 057 emendas
- Everaldo Vieira Guimarães ..................................... 013 emendas
- Francisco Severino de Almeida .............................. 047 emendas
- Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal ............................. 005 emendas
- Isaque Fonseca ...................................................... 091 emendas
- Jorge de Oliveira ..................................................... 034 emendas
- José Garcia ............................................................ 028 emendas
- José Israel dos Anjos .............................................. 061 emendas
- José Pedro de Oliveira Lemos ............................... 079 emendas
- Júlio Maria Tavares de Castro ................................. 019 emendas
- Lenine Sérgio Lima de Moura ................................. 028 emendas
- Luis Fernando Castro Santos ................................. 005 emendas
- Luiz Gonzaga de Oliveira Lima ............................... 022 emendas
- Luiz Simões ............................................................ 020 emendas
- Mário Ribeiro de Souza Carneiro Neto ................... 094 emendas
- Paulo César Baltazar da Nóbrega .......................... 029 emendas
- Reinaldo Hidalgo Ferreira ....................................... 170 emendas
- Vanderlei Barcelos de Souza .................................. 111 emendas

O Sr. Vereador Fuede Namen Cury, Presidente, não apresentou emendas, por
impedimento legal.

250 Volta Redonda Ontem e Hoje


A participação popular se fez presente, sendo registrada a apresentação de uma
emenda pela Diocese de Barra do Piraí- Volta Redonda – Igreja Evangélica e 1 emenda
pelo SEPE-VR. Todavia, um grupo integrado e voltado à busca de dias melhores para
Volta Redonda, sob a coordenação de José Maria da Silva (Zezinho) se constituiu no
denominado “Comitê Constituinte Volta Redonda”, com a apresentação de 88 emendas,
todas encampadas pelos senhores vereadores.
Finalmente o esperado dia da promulgação da Lei Orgânica Municipal de Volta Re-
donda chegou. Foi em 05 de abril de 1990.
Às dezenove horas a Câmara se instalou solenemente, contando com a participa-
ção da Banda de Concerto da FEVRE, regida pelo Maestro Prof. Nicolau Martins de Oli-
veira e o Coral da Escola Municipal Bahia.
Na ocasião em nome do Comitê Constituinte usou da palavra a Senhora Maria de
Lourdes Lopes Fonseca, conclamando vereadores e Povo a uma luta constante em favor
de dias melhores para o Município, deixando evidente a responsabilidade de cada um.
O juramento oficial foi prestado pelo Vereador mais idoso, José Garcia, tendo os
demais feito o acompanhamento na promessa.
Precedendo ao ato de assinatura da Lei pelos Vereadores, a comunidade foi cha-
mada a participar e o fogo simbólico foi trazido ao Plenário pelos menores Leonardo,
Camila, Thays Mancini de Almeida. Braz de Oliveira Coura representou o funcionário pú-
blico aposentado, ex-Vereador e ex-Presidente do Legislativo, além de ter sido o chefe da
Estação que recebia os novos habitantes quando chegavam às terras de Volta Redonda.
A Professora Therezinha Duarte Coutinho representou, além da própria classe, a
mulher, a mãe, avó, babá, etc, sendo a representação completada com a participação de
Sérgio Alves Zacarias, em uma homenagem ao movimento negro. Depois, um a um, os
senhores vereadores assinaram o texto oficial. Estava promulgada a Lei Orgânica do
Município de Volta Redonda.
Um concurso havia sido estabelecido para utilização de um desenho para a capa
de Lei, tendo sido declarado em 4º lugar, André Luis de Oliveira Lemos; em 3º, Rildo
Bastos, em 2º, Anco Márcio Esteves de Barros e em 1º lugar, o arquiteto Pedro Alcântara
Tedesco.
A Guarda Municipal foi chamada a Plenário, conduzindo a Bandeira do Município,
ocasião em que foi tocado o Hino Oficial da Cidade do Aço.
A legislação promulgada foi considerada avançada e em direção ao futuro, consa-
grando 50 participações populares em seu texto.

INFORMAÇÕES E CERTIDÕES
Acesso às informações – Retirada de Processos Administrativos;
Condições e prazos.
Título I – Capítulo IV – Seção V – Artigo 21 e § §

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Exame de contas pelos cidadãos – procedimento
Título I – Capítulo V – Artigo 24 e § §

Alkindar Costa
251
COMISSÕES NA CÂMARA MUNICIPAL
Audiências públicas.
Título II – Capítulo I – Seção VIII – Artigo 39, § 2º II.

COMISSÕES NA CÂMARA MUNICIPAL


Recebimento de Reclamações/Representações/Queixas/Petições.
Título II – Capítulo I – Seção VIII – Artigo 39, § 2º IV.

COMISSÕES NA CÂMARA MUNICIPAL


Apresentação de conceitos ou opiniões sobre projetos em estudo.
Título II – Capítulo I – Seção VIII – Artigo 41.

EMENDAS À LEI ORGÂNICA MUNICIPAL


Iniciativa popular
Título II – Capítulo I – Seção X – Sub-seção II, Art. 51-III.

INICIATIVA DE LEI COMPLEMENTARES E ORDINÁRIAS


Iniciativa Popular
Título II – Capítulo I – Seção X – Sub-seção III, Art. 52.

INICIATIVA POPULAR
Exercício
Título II – Capítulo I – Seção X – Sub-seção III, Art. 54 e § §

PARTICIPAÇÃO POPULAR
Uso da palavra em 1ª Discussão de Projetos.
Título II – Capítulo I – Seção X – Sub-seção III, Artigo 64 e § §
PREFEITO – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Capítulo III – Seção IV – Artigo 74 – XXII.

CONSULTA POPULAR
Capítulo III – Seção VIII – Artigos 84 a 87

252 Volta Redonda Ontem e Hoje


CONSELHOS MUNICIPAIS
Participação Popular
Título III – Capítulo II – Seção III – Artigos 100 a 101

DIREITO DE PETIÇÃO E OBTENÇÃO DE CERTIDÕES


Título IV – Capítulo II – Sub-seção II – Artigo 152.

APRESENTAÇÃO DE DENÚNCIAS CONTRA SERVIDOR


Extravio e danos de bens municipais.
Título IV - Capítulo V – Seção II – Sub-seção II – Artigo 203

COOPERAÇÃO DE ENTIDADES REPRESENTATVIAS


Planejamento Municipal
Título V – Capítulo I – Seção II – Artigo 251 a 253

GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO POPULAR


Entidades representativas, na elaboração, implantação, acompanhamen-
to e avaliação do Plano Diretor.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 256 § 4º

PLANO DIRETOR – BANCO DE DADOS


A disposição dos cidadãos para consultas e pesquisas.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 256 § 6º

APRECIAÇÃO POPULAR – EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS E IN-


DUSTRIAIS
Entidades representativas em audiências públicas.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 263 § 2º

MUDANÇAS DA DESTINAÇÃO DE USO OU NO MODO DE OCUPAÇÃO


Áreas verdes, jardins e praças públicas.
Aprovação prévia das populações circunvizinhas ou diretamente
interessadas.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 264

Alkindar Costa
253
POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA – INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
COLETIVOS
Assentamento nas terras públicas não utilizadas e sub-utilizadas e as
discriminadas.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 265

TERRAS PÚBLICAS – DADOS CADASTRAIS IMOBILIÁRIOS


Informações à população
Título V – Capítulo II – Seção I - artigo 265 § 1º

ASSENTAMENTO EM TERRAS PÚBLICAS E OCUPADAS POR


POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA
Uso homem ou mulher independente de estado civil.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 265 § 2º

DELEGADOS DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DA COMUNIDADE


Elaboração do Plano Diretor
Conselho Comunitário de Desenvolvimento Urbano – Participação
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 266

ASSEMBLÉIAS DE BAIRROS – Audiências Públicas


Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano
Coleta de Subsídios
Elaboração do Plano Diretor
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 266 § 1º

CONCORDÂNCIA DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DA


COMUNIDADE
Afetação de projeto ou ação que prejudique a proteção ao Patrimônio
Urbano.
Título V – Capítulo II – Seção I - Artigo 270 e §

HABITAÇÃO POPULAR
Construção de casa própria e melhoria das condições de moradia po-
pulação carente.
Elaboração da Lei com participação das entidades representativas
Título V – Capítulo II – Seção II – Artigo 271
254 Volta Redonda Ontem e Hoje
REMOÇÃO EM ÁREAS OCUPADAS – POPULAÇÃO DE BAIXA
RENDA
Efetivação em razão de risco material e ou físico, ou sujeito a julgamen-
to pelo Poder Judiciário.
Laudo técnico e com a participação da comunidade afetada e das enti-
dades representativas na análise da decisão.
Título V – Capítulo II – Seção II – Artigos 271 e § único – IV e Artigo 272

COMUNIDADE REMOVIDA
Reassentamento em localidade próxima, livre de riscos e dotação de
infra-estrutura básica, pelo Poder Público, responsabilizando-se pelos
encargos decorrentes do remanejamento.
Título V – Capítulo II – Seção II – Artigo 272§ Único.

ÁREA OCUPADA POR POPULAÇÃO CARENTE


Compra e venda ou Direito Real de Uso – preço simbólico.
Título V – Capítulo II – Seção II – Artigo 273

OBRAS DE INFRA ESTRUTURA EM ÁREAS OCUPADAS POR


POPULAÇÃO CARENTE DE BAIXA RENDA
Profissionais autônomos – apresentação por Comissão ou Associação
de Moradores local, audiência pública.
Título V – Capítulo II – Seção II – Artigo 275

CONSELHO MUNICIPAL DE TRANSPORTES


Participação das Entidades Representativas dos Moradores
Título V – Capítulo II – Seção IV – Artigo 280

PROBLEMAS AMBIENTAIS – Hierarquização


Estabelecimento, divulgação e discussão com movimentos populares
Título V – Capítulo III – Artigo 303
PARTICIPAÇÃO DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS
Planejamento ambiental
Título V – Capítulo III – Artigo 304

Alkindar Costa
255
BANCO DE DADOS E INFORMAÇÕES SOBRE O AMBIENTE EM
TODOS OS ASPECTOS
À disposição dos cidadãos.
Título V – Capítulo III – Artigo 305

OBRAS OU ATIVIDADE INDUSTRIAL DEGRADADORAS DO MEIO AM-


BIENTE
Análise de entidades e movimentos sociais organizados da comunida-
de envolvida.
Título VI – Capítulo I – Artigo 319 I

POLÍTICA INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO


Participação dos setores produtivos, representações sindicais, empre-
sariais e de trabalhadores.
Título VI – Capítulo IV – Artigo 332

POLÍTICA AGRÍCOLA PARA O MUNICÍPIO – Plano de Implantação


Participação de Representantes da Comunidade
Título VI – Capítulo IV – Artigo 335

PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
Distribuição direta ao consumidor
Título VI – Capítulo IV – Artigo 342

CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE SUPRIMENTOS, ESTOCAGENS,


PREÇOS E QUALIDADE
Bens e Serviços de Consumo – participação das Associações, Sindica-
tos e Grupos da população.
Título VI – Capítulo V – Artigo 346 - § único - VII

CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA


Participação de representantes eleitos por movimentos culturais, re-
presentantes de classe eleitos pela categoria.
Título VII – Capítulo II – Artigo 359

256 Volta Redonda Ontem e Hoje


CONSELHO MUNICIPAL DE DESPORTOS
Participação das entidades representativas
Formulação e implantação da política de esporte e lazer
Título VII – Capítulo III – Artigo 362

CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL


Participação das entidades representativas da Comunidade
Formulação e implantação da política social
Título VI – Capítulo IV – Artigo 371

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


Audiências públicas
Título VIII – Capítulo I – Seção II – artigo 385

ATOS CONTRÁRIOS OU LESIVOS AO INTERESSE PÚBLICO


Declaração de Nulidade ou anulação – Parte legítima, qualquer cidadão
Título IX – Artigo 459

CONSELHOS MUNICIPAIS

Relação de Conselhos Instituídos no Município de Volta Redonda

01. Lei n.º 865 de 21/08/1967 – Cria o Conselho Municipal de Desenvolvimento


02. Lei n.º 866 de 23/08/1967 – Cria o Conselho de Serviço Social
03. Lei n.º 957 de 16/10/1968 – Cria o Conselho Municipal de Esportes - alterado
pela Lei Municipal 1.287
04. Lei n.º 1.072 de 01/09/1971 – Cria o Conselho Municipal de Cultura - reorga-
nizado pal Lei Municipal 2.037
05. Lei n.º 1.285 de 01/09/1975 – Cria o Conselho Municipal de Educação
06. Lei n.º 1.470 de 09/05/1978 – Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente (CONDEMA/VR) - Alterado pelas Leis Municipais 3.185 de 03/05/
1995 e 3.556 de 15/10/1999.
07. Lei n.º 1.724 de 22/03/1982 – Cria o Conselho Municipal de Proteção Ambiental
08. Lei n.º 1.835 de 22/8/1983 – Cria o Conselho Consultivo Municipal

Alkindar Costa
257
09. Lei n.º 1.859 de 16/03/1984 – Cria o Conselho Popular de Administração
Municipal
10. Lei n.º 1.992 de 10/04/1985 – Cria o Conselho Municipal de Trânsito
11. Lei n.º 2.002 de 22/05/1985 – Cria os Conselhos de Assuntos de Volta Re-
donda
12. Lei n.º 2.301 de 16/05/1988 – Cria o Conselho de Apoio aos Pequenos Pro-
dutores de Volta Redonda
13. Lei n.º 2.425 de 12/07/1989 – Cria o Conselho Tarifário Municipal

Conselhos Instituídos a partir da edição da Lei Orgânica de


Volta Redonda

01) Lei 2.603 de 01/02/1991 – Cria o Conselho Municipal de Defesa do Consumi-


dor
02) Lei 2.630 de 21/05/1991 – Cria o Conselho de Direitos Humanos
03) Lei 2.677 de 24/09/1991 – Cria o Conselho Municipal de Proteção e Defesa
da Criança e do Adolescente - Alterado pela Lei Municipal 3.596 de 05/09/
2000
04) Lei 2.893 de 11/06/1993 – Constitui o Conselho Comunitário de Defesa
Social
05) Lei 2.912 de 11/06/1993 – Cria o Conselho Municipal de Bem-Estar Social
06) Lei 2.929 de 22/07/1993 – Cria o Conselho Municipal de Transporte -
Disposiivos promulgados em 13/08/1993
07) Lei 2.936 de 23/08/1993 – Cria o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano - CMDU
08) Lei 2.958 de 17/10/1993 – Cria os Conselhos Comunitários das Unidades
Escolares
09) Lei 3.045 de 28/04/1994 – Cria o Conselho Municipal de Saúde - Alterada
pela Leis Municipais 3.115 de 05/12/1994 e 3.317 de 03/12/1996
10) Lei 3.608 de 21/06/1994 – Cria o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Rural - CMDR
11) Lei 3.123 de 19/12/1994 – Cria o Conselho Tutelar
12) Lei 3.268 de 24/04/1996 – Cria os Conselhos Tutelares dos Direitos da
Criança e Adolescente
13) Lei 3.315 de 19/11/1996 – Cria o Conselho da Alimentação Escolar - Revogada
pela Lei Municipal 3.591 de 22/08/2000
15) Lei 3.329 de 18/03/1997 – Cria o Conselho Municipal de Assistência e o
Fundo de Assistência Social

258 Volta Redonda Ontem e Hoje


16) Lei 3.337 de 01/07/1997 – Cria o Conselho Municipal de Acompanhamento e
Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fun-
damental e de Valorização do Magistério.
17) Lei 3.347 de 25/07/1997 – Cria o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa - Revogada pela Lei 3687 de 12/11/2001
18) Lei 3.542 de 29/01/1999 – Cria o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos
da Pessoa Portadora de Deficiência
19) Lei 3.592 de 22/08/2000 – Cria o Conselho Municipal de Alimentação Escolar
20) Lei 3.614 de 22/11/2000 – Cria o Conselho Municipal Anti-Drogas de Volta
Redonda
21) Lei 3.687 de 12/11/2001 – Cria o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa
22) Lei 3.688 de 12/11/2001 – Cria o Conselho Municipal de Turismo de Volta
Redonda
23) Lei 3.890 de 24/09/2003 – Institui o Conselho Municipal de Saúde de Volta
Redonda e dá outras providências

SEDES DA CÂMARA MUNICIPAL

1ª - A primeira sede da Câmara Municipal de Volta Redonda, foi localizada na Rua 1º


de Maio (acesso pela Paulo de Frontin /agência Unibanco), em um barracão adaptado
abrigando também a sede da Prefeitura Municipal, a partir de 06 de fevereiro de 1955 e até
27 de setembro de 1958;

A foto de 06/02/1995,
apresenta a 1ª Sede
da Prefeitura e
Câmara Municipal de
Volta Redonda, na rua
1º de Maio. Atrás do
muro, localizava-se a
Cerâmica A. Barreiros,
área onde hoje se
localiza o Banco do
Brasil, no bairro
Aterrado.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
259
2ª - Em 27 de setembro de 1958 na Presidência do Vereador Norival de Freitas, a
Câmara Municipal mudou sua sede da Rua 1º de Maio, para o Palácio 17 de Julho na
Praça Sávio Gama, funcionando juntamente com a Prefeitura Municipal, no Governo Sávio
Cotta de Almeida Gama;
3ª - O Vereador Jonas de Carvalho registra o privilégio de ter mudado a sede da
Câmara Municipal, para instalações próprias na Avenida Lucas Evangelista de Oliveira
Franco n.º 511, no bairro Aterrado, em 28 de agosto de 1980. A última reunião nas antigas
instalações foi realizada em 27 de agosto. Já no dia 02 de setembro de 1980 a Câmara
Municipal atendia sua primeira reunião na nova sede e no dia 04 do mesmo mês o Povo
era convidado para a primeira reunião solene. Os trabalhos de mudança foram comanda-
dos pelo 1º Secretário, Vereador Onício Zambotti, atendidos em tempo recorde, não pre-
judicando o calendário de reuniões do Poder Legislativo Municipal.

A foto de Paulo Dimas,


registra a reunião da
Câmara Municipal de
Volta Redonda em 13/
01/2003, no salão da
ACIAP/VR.
Note-se a falta de
isolamento no local,
permitindo uma
proximidade do povo e
seus representante, os
vereadores.
Acervo Diário do Vale

Em 2002, ficou definida a necessidade de recuperação na estrutura do Palácio


Vereador Francisco Evangelista Delgado, sede da Câmara Municipal de Volta Redonda,
obrigando uma mudança das áreas administrativas e políticas. As obras de recuperação
do Legislativo, foram inauguradas em 23/12/2002, na administração do então presidente,
Vereador Gothardo Lopes Netto.

260 Volta Redonda Ontem e Hoje


Prefeitura Municipal
de
Volta Redonda

Alkindar Costa
O Palácio 17 de Julho,
2ª sede do Legislativo
e Executivo Municipal
foi inaugurado
em 27/09/1958.
Foto Santos Ferreira

Acervo Alkindar Costa

262 Volta Redonda Ontem e Hoje


SÁVIO GAMA - O 1º PREFEITO

O prefeito Sávio
Gama, em foto oficial,
foi o responsável
pela implantação da
infra-estrutura do novo
município de Volta
Redonda.
Acervo Alkindar Costa

Em 06 de fevereiro de 1955 tomou posse, no cargo de Prefeito eleito de Volta Re-


donda, na legenda do PSD, o Engenheiro Sávio Cotta de Almeida Gama, nascido em 25
de março de 1907, no Rio de Janeiro. Filho de Oscar de Almeida Gama e Beatriz de
Almeida Gama. Seu Vice-Prefeito foi Wilson de Paiva, metalúrgico.
O mandato foi previsto até 31 de janeiro de 1959.

Alkindar Costa
263
Não dispondo de elementos para iniciar os trabalhos da administração, convocou
Sávio Gama um grupo de técnicos e com eles a partir de 06 de fevereiro de 1955 fez
funcionar a Prefeitura Municipal de Volta Redonda.
Dinâmico e profundo conhecedor das necessidades da comunidade, embora lutan-
do com as dificuldades, inerentes de um município que iniciava sua vida econômica e
política, se atirou com amor e tenacidade à reconstrução e mesmo à construção da cida-
de que se tornaria em breve tempo, o grande centro econômico do Brasil - VOLTA RE-
DONDA.
A Administração Municipal planifica o futuro, cria uma nova infra-estrutura para a
Cidade recém-criada a fim de que o progresso fosse cada vez mais veloz. Educação -
Saúde - Água - Esgotos - Formação de Mão-de-obra, Serviços Públicos - Urbanização -
Assistência Social, foram tópicos de um governo que se caracterizou pelo imediatismo.
Sávio Gama construiu o Palácio 17 de Julho, sede do Executivo e Legislativo. Durante
todo o governo não foi novidade o Prefeito executar, às suas expensas, obras, instala-
ções e tudo o mais de que carecia a Cidade. A folha do funcionalismo não retardava por
falta de dinheiro - Sávio Gama cobria o pagamento, reafirmando sempre que não podia
ficar em falta com o funcionário, seu colaborador mais direto.
A consolidação de Volta Redonda, como cidade, deu-se em função de um governo
que soube lutar, soube realizar, soube construir para as gerações do futuro todo um po-
tencial humano e administrativo. Existem aqueles que afirmam que, se não fosse Sávio
Gama, não haveria hoje a cidade de Volta Redonda. Indiscutivelmente, o Prefeito Sávio
Gama foi o pioneiro, o desbravador de uma terra nova que nascia para vencer.
Aliada ao trabalho de Sávio Gama, a Câmara Municipal, que o acompanhou naquela
trajetória, registrou, para a história do Município, um trabalho admirável e sendo a primeira
Câmara, sem qualquer outra experiência política e administrativa que desempenhou um
papel grandioso.

WILSON DE PAIVA ASSUMIU A DIREÇÃO DO EXECUTIVO


DURANTE A LICENÇA DE SÁVIO GAMA

Wilson de Paiva Em 1º de maio de 1958, Sávio Gama solicitou licen-


foi o primeiro ça por um prazo de até 90 dias para tratamento de saúde,
vice-prefeito da
Cidade de Volta dando condições para que Wilson de Paiva ocupasse o
Redonda cargo de Prefeito Municipal.
Acervo Alkindar Costa
O período de afastamento do Prefeito Sávio Gama
durou 60 dias, uma vez que em 1º de julho, retornava ao
Executivo Municipal.
Wilson era metalúrgico e nasceu em 09/06/1921 na
cidade de São João Del Rei em Minas Gerais. Filho de
Paiva e Aurora da Cota Paiva.

264 Volta Redonda Ontem e Hoje


O EDIFÍCIO SEDE DA PREFEITURA MUNICIPAL

No dia 2 de maio de 1957, as firmas vencedoras da concorrência pública para a


execução dos serviços de água, esgoto e instalações elétricas, bem como de construção
da estrutura de concreto armado do prédio da Prefeitura Municipal de Volta Redonda -
Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e Carvalho & Hosken - se reuniram no Gabinete
do Secretário de Finanças do Estado do Rio de Janeiro - Dr. Salo Brand, para a assinatu-
ra dos Contratos.
Presentes o Prefeito A foto de 02/05/1957,
registra o momento da
Sávio Gama, o Secretário de assinatura do contrato
Finanças - Dr. Salo Brand, o para a construção do
autor do projeto - Arquiteto edifício sede da
Prefeitura Municipal de
Miguel Barrozo do Amaral, Volta Redonda, no
sendo o cálculo do concreto gabinete do Secretário
armado de autoria do Engº de Finanças do Estado
do Rio de Janeiro, Dr.
Sylvio Mattos, então Chefe Salo Brand.
do Serviço de Engenharia da Acervo Alkindar Costa
Caixa Econômica Federal e
Celso Coelho de Souza
(Engenheiro - EBE) e Engº
Cássio Figueiredo Damázio
(também em nome da EBE)
e Ney Rodrigues Duarte Rosa (em nome de Carvalho Hosken).
O prédio destinado a acolher a Prefeitura e Câmara Municipal de Volta Redonda foi
concebido em quatro pisos e onde funcionaria, ainda, a Biblioteca Municipal, a Guarda
Municipal, o Departamento de Cultura, Salão para Conferência Públicas, e Salão para
Exposições. A denominação oficial do Palácio foi de autoria do Vereador José Marques
Simões, através da Resolução nº 10 de 11 de julho de 1955.

INAUGURAÇÃO DO PALÁCIO 17 DE JULHO

Em solenidade memorável, em 27 Em 27/09/1958, foi


inaugurada a 2ª sede
de setembro de 1958, foi inaugurado o da Prefeitura Municipal
Palácio 17 de julho, sede do Executivo e de Volta Redonda. Da
Legislativo Municipal de Volta Redonda, esquerda para a
direita, Jaime de
um prédio de três pavimentos, localiza- Souza Martins, Sávio
do entre as Avenidas Paulo de Frontin e Gama, Ely Coutinho,
Dom Aguinelo Rossi,
Lucas Evangelista. A bênção das Antônio Venturelli
instalações, foi atendido por D. Agnello Netto e Wilson de
Rossi, Bispo Diocesano de Barra do Paiva
Piraí. Na ocasião, Sávio Gama procedeu Acervo Alkindar Costa

ao descerramento da placa com os


seguintes dizeres: - “Ao povo, construtor da cidade, exemplo e orgulho do Brasil, home-
nagem da 1º Câmara de Vereadores e da administração Sávio Gama.”

Alkindar Costa
265
CÉSAR LEMOS VENCE PLEITO ELEITORAL

As eleições de 1958 marcaram a vitória do jornalista César Cândido Lemos nas


urnas, tendo como Vice-Prefeito o médico - Dr. Nelson dos Santos Gonçalves, e como
um registro de votos na ordem de 5.486 (Prefeito) e 5.715 (Vice-Prefeito). Seus opositores
foram: Dr. João Paulo de Abreu (Prefeito - 5.324 votos), - Dr. Manoel Tavares Allemand
(Vice-Prefeito - 4.208 votos); Wandir de Carvalho (Prefeito - 5.249 votos) - Rubem Macha-
do (Vice-Prefeito - 3.332 votos) e Jayme de Souza Martins (Prefeito - 1.481 votos), Oswaldo
Ceribella e Francisco
Felício Pinto de Lima
(Vice-Prefeitos, res-
Em 31/01/1959 pectivamente com
posse do Prefeito 2.032 e 1.168 votos).
Cesar Cândido Lemos
na esquerda da foto, Estava eleito o 2º Pre-
seguindo-se de feito de Volta Redonda.
Dermeval Pereira da Seu mandato foi pre-
Silva, presidente da
Câmara Municipal, visto para o período de
Abeylard Pereira 31 de janeiro de 1959
Gomes, Juiz eleitoral e
os vereadores Norival
a 31 de janeiro de
de Freitas e Silvestre 1963.
Pereira Rosa.
Acervo Alkindar Costa
Todavia, surpre-
sas estavam reserva-
das para aquele que,
no Legislativo, reve-
lou-se um excelente Presidente, um Vereador culto e responsável. A passagem dos anos
tem demonstrado que César Lemos foi levado à prática de atos que culminariam com o
seu afastamento da Prefeitura e, ainda, indiciado por situações das quais não tinha co-
nhecimento e que foram concretizadas por assessores seus, em uma flagrante traição
de uma confiança depositada.
César Lemos tentou todos os meios para salvar o seu governo, chegando mesmo
a firmar um acordo político com o PTB, em ato solene da Câmara Municipal do dia 08 de
agosto de 1959, às 19:00 horas, onde compareceram autoridades destacadas de Volta
Redonda e Barra Mansa.
As tentativas não ofereceram os frutos esperados e César Lemos reteve o cargo
de Prefeito, de 31 de janeiro de 1959 a 13 de março de 1961, quando pela Resolução nº
32, foi afastado, definitivamente, por decisão da Câmara.
César Lemos era jornalista e nasceu em 20/03/1914 na cidade de Laguna, em
Santa Catarina, sendo o filho de Domingos José lemos e Eloah de Assumpção Lemos

O CASO CÉSAR LEMOS - “IMPEACHMENT” E “ACORDÃO”

A situação que levou a Câmara a cassar o mandato do Prefeito César Lemos é


narrada na Revista dos Tribunais nº 302, da página 690 a 721. Trata-se da Representação
nº 6.328 de Volta Redonda.
266 Volta Redonda Ontem e Hoje
Como tudo começou e os pontos relevantes do problema são explicados na Nota
Oficial da Presidência da Câmara, em 15 de janeiro de 1960, nestes termos:
“A situação pouco esclarecida da atual administração municipal, atra-
sando sistematicamente a satisfação dos compromissos financeiros
da Prefeitura, levou os professores do Colégio Municipal Getúlio Vargas
e demais servidores do erário municipal a uma atitude que solicitava do
Prefeito César Lemos uma definição categórica na solução dos paga-
mentos devidos aos mesmos.
Nenhuma medida tranqüilizadora partiu do Prefeito, para convencer os
servidores que estavam em atraso de muitos meses de pagamento que
haveria por parte de Sua Excelência uma ação rápida para pôr em dia
os pagamentos devidos a aqueles que realmente haviam trabalhado.
Um movimento espontâneo de servidores, daqueles que na sua humil-
dade de trabalhadores braçais não tinham meios nem crédito para sa-
tisfazer as obrigações do lar, surgiu no dia 13 de dezembro de 1959 e
durou cerca de quinze dias.
Os necessitados receberam do povo a mais ampla solidariedade moral
e material. De outro lado, no dia 18 de dezembro de 1959, todas as clas-
ses sociais do Município, sindicatos, associações e entidades diversas,
subscreveram um manifesto dirigido ao Prefeito César Lemos e enca-
beçado pelo Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, sugerindo
ao Chefe do Executivo que se licenciasse por 90 (noventa) dias, se as-
sim o preferisse, o afastamento definitivo, através de renúncia ao cargo
de Prefeito Municipal.
No dia 22 de dezembro de 1959, por unanimidade dos treze Vereadores,
a Câmara Municipal votou a indicação nº 693 sob o título “SITUAÇÃO
CALAMITOSA NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA”, pedindo a CRIA-
ÇÃO de uma Comissão ampla, integrada por líderes de todos os parti-
dos e associações de classes, objetivando levantar elementos para pos-
sível medida contra o Prefeito. Enquanto medidas estavam sendo to-
madas pela Câmara, o Povo continuava pedindo em praça pública a
renúncia do Prefeito.
Em 28 de dezembro de 1959, por Resolução nº 21, criou-se definitiva-
mente a COMISSÃO DE VEREADORES, para iniciar o trabalho do qual,
em Boletim ao Povo de 11 de janeiro de 1960, dava notícia do cumpri-
mento das suas obrigações.
Em 28 de dezembro de 1959, pelo Ofício E-759/59 dirigido ao Dr. Alceu
Figueira Júnior, a Câmara Municipal remeteu a Sua Excelência o pedido
oficial que fora enviado ao Departamento das Municipalidades, solici-
tando a colocação com urgência de técnicos em contabilidade, em ad-
ministração, um advogado, e um engenheiro, para que em colaboração
com os nossos profissionais iniciassem o trabalho para verificação do
cumprimento da execução orçamentária referente ao exercício de 1959.
Convém salientar, que a presença de profissionais, do Departamento
das Municipalidades deve-se, exclusivamente, à iniciativa do Legislativo
Municipal, conforme ofício dirigido àquele Departamento. Em 30 de
dezembro de 1959, o Departamento enviou a esta Cidade o Contador

Alkindar Costa
267
Pedro da Silva Pontes, e posteriormente os Srs. Francisco R. da Silva -
Oficial Administrativo, e Édson Leite Torreão da Cunha - Contador e
que se acham trabalhando em regime de oito horas diárias, em compa-
nhia de membros da Comissão de Vereadores, também com a assis-
tência de um representante do Executivo, solicitado pela Câmara.
No dia 18 de dezembro de 1959 a Câmara enviou ao Dr. João Kubitschek
de Figueiredo DD. Presidente da CSN, um ofício no qual dava contas do
trabalho exaustivo dos Vereadores na assinatura do novo convênio de
tributação municipal com Companhia Siderúrgica Nacional. É necessá-
rio que o Povo saiba que se dependesse do Prefeito, teríamos um con-
vênio na mesma base de quatro (4) anos passados ou seja, Cr$
22.000.000,00 (vinte e dois milhões de cruzeiros) anuais, quando a Câ-
mara conseguiu convênio com bases mais vantajosas para o interesse
do Município, verificando-se um lucro para a Municipalidade superior a
VINTE MILHÕES DE CRUZEIROS durante a vigência do documento ci-
tado.
No dia 23 de dezembro de 1959, por deliberação da Câmara sob o nº
263, garantiu-se através de adiantamento de Cr$ 12.500.000,00 (doze
milhões e quinhentos mil cruzeiros) feito pela CSN à Municipalidade o
pagamento parcial dos servidores municipais, o que realmente foi feito
através da fiscalização da Câmara Municipal.
Na edição do JORNAL DE COMBATE de 06/01/60, o Prefeito disse: “A
greve dos servidores municipais foi um movimento de humildes e de-
dicados trabalhadores públicos que reclamavam apenas o que lhes era
devido”...Para esclarecimento da opinião pública, soubemos que o Pre-
feito está tentando enquadrar na Lei 1.802 de 05/01/1953, pequenos e
humildes servidores municipais, o que demonstra o paradoxo das suas
declarações acima, mormente quando tal medida pretende atingir ve-
lhos servidores municipais.
Aqui apresentamos em síntese os pontos básicos no desenvolvimento
da crise surgida na Prefeitura Municipal de Volta Redonda, de maneira
honesta, clara e irrefutável, para que o povo possa tomar conhecimen-
to exato da nossa posição como seus representantes, destruindo desta
forma publicações tendenciosas que invertiam a real situação político-
administrativa na Cidade do Aço, reafirmando nesta oportunidade que
continuaremos unidos trabalhando para a apuração da verdade, sem
receio de qualquer intimidação de ordem moral, física ou legal.
Estaremos preparados para apresentar ao POVO nosso julgador, os
resultados a que chegarmos.

Dermeval Pereira da Silva -


Presidente da Câmara Municipal de Volta Redonda - Em 15/01/1960.”

Como já focalizamos, nos acontecimentos que se sucederam, em 28 de março de


1960, César Lemos foi afastado definitivamente, por força de Resolução nº 32 de 13 de
março de 1961. O assunto estudado pelo Tribunal próprio constitui-se na primeira juris-

268 prudência firmada após a Lei 3.528/60.


Volta Redonda Ontem e Hoje
NELSON GONÇALVES ASSUME A DIREÇÃO DA PREFEITURA

A decisão da Câmara importou na


convocação do Vice-Prefeito, Dr. Nelson dos
Santos Gonçalves para assumir a direção
da Prefeitura de Volta Redonda, o que
Nelson Gonçalves,
ocorreu em 28 de março de 1960. vice-prefeito, com 33
anos, assumiu a
Uma das primeiras medidas de direção da Prefeitura
Nelson Gonçalves foi restabelecer o crédito Municipal de Volta
dos funcionários e da própria Prefeitura. Sua Redonda em 1960.
característica principal foi a de ouvir seus Acervo Alkindar Costa

colaboradores mais diretos, os funcionári-


os municipais, e com isto, atendeu ao
planejamento especial ao sistema de
saneamento, além de fixar inúmeras leis
sociais dos servidores municipais. Foi ele o
primeiro Prefeito a pagar, em todo o País a
“Gratificação Natalina” dos funcionários
da Municipalidade.
Em seu governo, graças à Deliberação número 366, de autoria do Vereador Silves-
tre Pereira Rosa, foi estabelecido “Cessar os efeitos, a partir de 31 de dezembro de 1961,
do Convênio entre a PMVR e a CSN”. O convênio, iniciado em 1955 pela Deliberação nº
91, sofreu alteração em 1957 - Deliberação nº 145 e em 1959, pela Deliberação nº 264.
Nélson Gonçalves era médico e nasceu em 05/11/1926 na cidade de Marília em SP,
sendo filho de Manuel dos Santos Gonçalves e Perpétua Gonçalves.

SÁVIO GAMA ELEITO DEPUTADO ESTADUAL

Após realizar uma grande administração à frente do Governo Municipal de Volta


Redonda, Sávio Gama candidatou-se a Deputado Estadual, sendo eleito com expressiva
margem de votos.
Com a mesma dignidade que o caracterizou, como Prefeito, exerceu integralmente
o mandato de Deputado Estadual.

DERMEVAL PEREIRA DA SILVA, PRESIDENTE DA CÂMARA


ASSUME A PREFEITURA

Em 10 de setembro de 1962, às 12 horas, o Vereador Dermeval Pereira da Silva,


Presidente do Legislativo Municipal, assumiu a direção da Prefeitura, face ao licenciamento
do Dr. Nelson Gonçalves (Ofício 705/62 de 07/09/1962).

Alkindar Costa
269
A desincompatibilização
seria de 07/09/1962 a 08/10/
Em 07/09/1962, no 1962 para concorrer a deputa-
Plenário da Câmara
Municipal de Volta ção estadual.
Redonda, o presidente
em exercício, Dermeval Pereira da Sil-
Dermeval Pereira da va, assumiu a Prefeitura com
Silva assumiu
o comando do
“slogan” - “UMA OBRA EM
Executivo, em virtude CADA DIA”. Usando material
do afastamento do humano oferecido pela própria
então prefeito Nelson
Gonçalves, que comunidade, Dermeval provou
concorria ao cargo de que um governo, quando inte-
Deputado Estadual. ressado no desenvolvimento,
Acervo Alkindar Costa pode registrar progresso e
obras em sua administração.
Considerando-se os poucos
recursos de então, Volta Re-
donda foi sacudida por realiza-
ções diversas. Obras peque-
nas, na verdade, foram atendidas, mas de real alcance social, destacando-se o
encascalhamento de ruas em diversos logradouros, normalização do fornecimento de
água, total integração do funcionalismo municipal e a construção do jardim na Praça
Sávio Gama, uma das áreas verdes da Cidade, nos dias atuais.
Posteriormente, Nelson Gonçalves retornou, para cumprir o seu mandato até o fi-
nal, na Prefeitura Municipal.
Dermerval era metalúrgico e nasceu em 06/11/1920 na cidade de Rio Preto – MG,
sendo filho de Francisco Pereira da Silva e Luiza Marciano de Carvalho.

JOÃO PIO CHEGA À PREFEITURA EM 31.01.1963

João Pio era médico e nasceu em 20/06/2010 na cidade de São Francisco do


Glória, em Carangola-MG. Seus pais foram José Pio de Abreu e Ana Carolina de Abreu.
Foi eleito na legenda do PDC-UDN com 13.641 votos. Seu vice-prefeiro recebeu 9.860 na
legenda PSP-PDC-UDN.
O Dr. João Paulo Pio de Abreu e Francisco Fontes Torres assumiram, em 31 de
janeiro de 1963, as posições de Prefeito e Vice-Prefeito da Cidade do Aço. Estava iniciado
um período de austeridade, e com a característica principal do Prefeito de visitar diaria-
mente as obras em andamento, durante os quatro anos de mandato. Sempre chegou
primeiro e sempre deu informação de todos os setores.
A sua primeira meta de trabalho se caraterizou por uma compreensão mútua entre
o Executivo e os servidores públicos. Com o seu poder de assimilar os problemas urgen-
tes da comunidade, dedicou-se de corpo e alma a evitar o flagelo à população da Cidade
- “ÁGUA”. Sem recursos, mas com o espírito voltado às necessidades urgentes da co-
munidade, iniciou os estudos e de imediato as obras de uma adutora que, ainda hoje,
atende à população.

270 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em seguida construiu um viaduto, denominado O Prefeito João Pio
assinando o contrato
Nossa Senhora das Graças, e deu condições para o com a CSN, para
surgimento da Fundação Falcão Neto, posteriormente trans- fornecimento de vigas
formada em Fundação Oswaldo Aranha. de Aço Corten,
destinadas ao viaduto
O Governo de João Pio foi de austeridade, e de portas Nossa Senhora das
Graças..
abertas, de objetivismo, não lhe faltando coragem para
Acervo Alkindar Costa
lutar, até mesmo nos momentos em que as águas do Rio
Paraíba invadiram a Cidade.
O Dr. João Paulo Pio de Abreu, como médico, iniciou
suas atividades em Volta Redonda em 27/05/1942 e termi-
nou em 03/06/1985 - 43 anos e 7 dias.

SÁVIO GAMA REASSUME A PREFEITURA DA CIDADE DO AÇO

O primeiro prefeito de Volta Redonda, retorna em 31/01/1967, tendo em Hélio Maurey


o seu Vice-Prefeito com uma explosiva marca de 20.158 votos, na legenda do MDB. Seu
opositor foi Francisco Fontes Torres, na legenda do ARENA, tendo como Vice o Dr. Ítalo
Granato, com 12.041 votos. A posse se deu em 31 de janeiro de 1967.
A Fundação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE/VR e das Fundações
Oswaldo Aranha (em que se transformou a “Falcão Netto”), Beatriz Gama e Fundação
Educacional de Volta Redonda - FEVRE, bem como a construção dos Colégios João XXIII
e Getúlio Vargas, e a sede da Delegacia de Polícia de Volta Redonda, foram obras que
marcaram o governo Sávio Gama.
Desenvolveu um esquema de
saneamento básico, além de conter as
águas do Rio Paraíba que invadiam a Um dos raros
cidade, e apoiou o crescimento da momentos em que
Sávio Gama aparece
Companhia de Habitação de Volta Redonda em público ao lado de
- COHAB/VR. Realizou o levantamento sua esposa Cecília.
A Foto foi produzida
aéreo-fotogramétrico do Município, com o
no dia 06/02/1955,
cadastramento de todas as construções quando da instalação
existentes até então. do município de
Volta Redonda
Em 06 de outubro de 1969, Sávio Acervo Alkindar Costa
Gama requereu à Câmara licença para tra-
tamento de Saúde, com autorização,
inclusive, para ausentar-se do Município por
até 90 dias, a partir de 16/10/1969. O pedido
foi atendido com votação da Resolução
167. Posteriormente, pelo Ofício 2.085/69-
GP, Sávio Gama requereu o cancelamento
da autorização, alegando que interesses
municipais se sobrepunham ao seu bem
estar físico. O Legislativo Municipal atendeu
com a fixação da Resolução nº 170 que
revogou a de nº 167.

Alkindar Costa
271
FRANCISCO TORRES E IRAM NATIVIDADE PINTO NA
PREFEITURA

Francisco Torres foi pecuarista e nasceu em 28/08/1919 em Volta Redonda – RJ.


Seus pais foram Crysostomo Torres Sobrinho e Emília Fontes Torres
Atendendo a um mandato fixado pelo Artigo 2º do Ato Institucional nº 11 e com prazo
de dois anos Francisco Fontes Torres assumiu a Chefia do Executivo em 31/01/1971,
tendo como Vice-Prefeito o Dr. Iram Natividade Pinto, após haver alcançado 21.364 votos.
Seu opositor foi Sebastião Barroso Machado, tendo como Vice Jorge Pantaleão Alves,
registrando um total de 17.562 votos.
Após cuidar do
melhoramento da
Francisco Torres foi
prefeito de Volta
maioria dos bairros da
Redonda assumindo o Cidade com a realização
mandato por 22 meses, de obras e medidas de
sendo substituido pelo
Vice-Prefeito, Iram saneamento, construiu
Natividade Pinto. praças de recreação e
Acervo Alkindar Costa ajardinamento. Sua
maior obra foi, indiscuti-
velmente, a Estação
Rodoviária que, por uma
fatalidade, não pôde
inaugurar em virtude de
seu falecimento em 21
de novembro de 1972.
Francisco Fontes
Torres e a população, em
geral, não sabiam que não veriam o final de seu mandato. Após ser hospitalizado com
urgência, vítima de um infarto, faleceu no dia 21 de novembro de 1972, às 13:50 hs no
hospital da CSN, o Prefeito que os funcionários e a população já haviam se acostumado
a encontrar nas repartições da Prefeitura, conversando com um e outro, tratando a todos
com intimidade e carinho, jamais usando a posição de autoridade maior do Município.
Volta Redonda no dia 22 de novembro de 1972 assistiu a um dos maiores deslocamentos
humanos na última homenagem prestada a “Chico Torres”. O povo se despedia de uma
figura estimada e admirada por todos aqueles que tiveram o prazer de com ele conviver e
trabalhar.
Com a morte de “Chico Torres”, Iram Natividade Pinto, Vice-Prefeito, entre surpreso
e estarrecido, atingido profundamente pela súbita perda do velho companheiro, assumiu
a direção do Executivo para complementação do mandato. Sua principal providência foi
dar acabamento à Estação Rodoviária, inaugurando-a com o nome de “Estação Rodovi-
ária Prefeito Francisco Torres”.
Iram, farmacêutico, nasceu em 20/07/1933, na cidade de Itaperuna – RJ, sendo
seus pais Oswaldo Natividade Pinto e Cália Pinto Natividade

272 Volta Redonda Ontem e Hoje


NELSON GONÇALVES RETORNA COM VOTAÇÃO EXPRESSI-
VA AO PALÁCIO 17 DE JULHO

31 de janeiro de 1973, marca a posse do Prefeito eleito, Dr. Nelson dos Santos
Gonçalves, tendo como vice-Prefeito José Augusto da Costa, obtendo 20.916 votos.
Seus opositores registraram: Iram Natividade Pinto e Wanildo de Carvalho
(ARENA) - 9.342 votos; Sebastião Barroso Machado e Fuede Namem Cury (MDB) - 8.757
votos; José Domingos de Macedo e Dr. Luiz Gonzaga de Souza Clímaco (ARENA) -
4.439 votos e Engº Roberto Vilela e Jonas de Carvalho (MDB) 2.000 votos.
Verdadeiro delírio verificou-se no Recreio do Trabalhador Getúlio Vargas, quando
Nelson Gonçalves, José Augusto da Costa, e o Vereador Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal
foram carregados pela multidão entusiasmada.
Nelson Gonçalves durante o mandato foi combatido por uns e defendido por outros.
Foi, algumas vezes, incompreendido, contribuindo para isto o seu afastamento daqueles
que o ajudaram a subir. Havia uma flagrante diferença entre o Nelson Gonçalves de 1960
e o de 1973. E seus colaboradores diretos - os funcionários municipais - não conseguiam
vê-lo, senão em reuniões festivas. Posteriormente, sentindo que alguns de seus asses-
sores transmitiam uma imagem distorcida do seu governo, Nelson Gonçalves tomou as
rédeas e partiu para a luta, já com o Município sob a vigência do Decreto Lei nº 1.273, que
declarava Volta Redonda de “Interesse da Segurança Nacional”. Não mediu esforços para
continuar no Governo, e obras de vulto de há muito reclamadas pela população, em sua
maioria concluídas no seu mandato, foram apresentadas. Entre elas, a construção da
Estrada do Aço com 12 Km de extensão, inteiramente pavimentada e que dá acesso a
Volta Redonda através do Km 95 da Via Dutra, encurtando em 12 Km a ligação do Muni-
cípio com a capital do Estado. Foi inaugurada, oficialmente, pelo Presidente da Repúbli-
ca, General Ernesto Geisel, no dia 1º de maio de 1976.
Todavia, em tudo aquilo que é realizado para beneficiar uma comunidade, existente
ou planejada, ficam os recalques. A obra, da mais alta importância, não foi por muito
tempo, devidamente ligada à Via Dutra, sendo claros os empecilhos de órgãos federais.
Se mereceu a obra o privilégio de ser inaugurada pelo Presidente da República, patente
ficou a sua necessidade.
O Viaduto Heitor Leite Franco, a Ponte Presidente Médici sobre o Rio Paraíba, nas
proximidades da Igreja de Santo Antônio, no Bairro Niterói, o Elevado Castelo Branco, na
Ponte Alta, o Pronto Socorro Municipal, são algumas das obras que marcaram a adminis-
tração Nelson dos Santos Gonçalves.

FALECE O PRIMEIRO VICE-PREFEITO DE VOLTA REDONDA

Em 09 de julho de 1975, faleceu o primeiro Vice-Prefeito de Volta Redonda, Wilson


de Paiva. Com uma vida política destacada na Cidade, Wilson de Paiva entristeceu pa-
rentes e amigos com o seu desaparecimento.

Alkindar Costa
273
VOLTA REDONDA - DE INTERESSE DA SEGURANÇA NACIONAL

O Decreto-Lei nº 1.273 de 29 de maio do ano de 1973 classificou Volta Redonda


entre os Municípios de “Interesse da Segurança Nacional”. O documento foi assinado
pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici e tem a seguinte Redação:

“DECRETO-LEI nº 1.273 - de 29 de maio de 1973. Declara de interesse


da Segurança Nacional, nos termos do artigo 15, § 1º, alínea “B” da
Constituição, o Município de Volta Redonda, do Estado do Rio de Janei-
ro, e dá outras providências.
O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 55, item I, da Constituição, decreta:
Artigo 1º - É declarado de Interesse de Segurança Nacional, para os
efeitos do Artigo 15, § 1º, Alínea “B” da Constituição, o Município de
Volta Redonda, do Estado do Rio de Janeiro. Artigo 2º - Ao Município
referido no Artigo anterior, aplica-se o disposto nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º
e seus parágrafos da Lei 5.449 de 4 de junho de 1968 com a Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 560 de 29 de abril de 1969.
Artigo 3º - Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
a) Emílio Garrastazu Médici - Presidente da República.”

ENGENHEIRO GEORGES LEONARDOS ASSUME A PREFEITU-


RA, NOMEADO PELO GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

Georges Leonardos nasceu em 31/12/1935 na cidade do Rio de Janeiro, sendo


seus pais Georges Leonardos e Elizabeth Thereza Leonardos.
No dia 1º de fevereiro de 1977, às 11 horas no Gabinete do Secretário de Justiça, foi
empossado o Engenheiro Georges Leonardos no cargo de Prefeito Municipal de Volta
Redonda, por nomeação do Governador do Estado do Rio de Janeiro, face às disposi-
ções do Decreto-Lei 1.273, de 29 de maio de 1973, que considerou o Município de “Inte-
resse da Segurança Nacional.”
O Decreto de 25 de janeiro de 1977, nomeando Georges Leonardos Prefeito de
Volta Redonda, foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, em 26 do
mesmo mês, nº 473 - Parte I, página 12.
Engenheiro metalúrgico, especializado em siderurgia, formou-se pela Escola Naci-
onal de Engenharia da Universidade do Brasil.

274 Volta Redonda Ontem e Hoje


“Master of Science” em Engenharia Metalúrgica, com graduação em 1965, conferida
pela Lehgih University Bethlenem, Pensilvânia, Estados Unidos, Ex-Presidente da empre-
sa COBRAPI - Companhia Brasileira de Projetos Industriais, além de uma série de outras
qualificações, Georges Leonardos procurou imprimir ao serviço público uma estrutura
empresarial.
Por ocasião das comemorações do aniversário de emancipação de Volta Redonda
(17/07/1978) da tribuna da Câmara, o Prefeito Georges Leonardos apresentou uma defi-
nição daquilo que entende como administração. Merece destaque o trecho a seguir:

“Para mim não existe


cidadania sem dignidade, Georges Leonardos,
não existe dignidade sem o primeiro Prefeito
nomeado na história
trabalho, não há trabalho da Cidade do Aço.
sem honra, honra sem Acervo Alkindar Costa
liberdade e liberdade sem
responsabilidade.
Esta é uma cidade onde
estas cinco palavras:
Dignidade, Trabalho,
Honradez, Liberdade e
Responsabilidade,
norteiam o seu progresso
e são constantes na vida
diária de cada concidadão.
Nelas se apóiam a minha
compreensão da palavra
política.
São características
iminentes da sua
militância e da atividade
administrativa. Não são
pontos de venda que se
manuseia de acordo com
a contingência do
mercado eleitoral e dos
interesses pessoais, nem mercadorias que possam ser barganhadas
nos balcões de favores nem sempre dignos.
E, dentro dessa filosofia é que administro. Inclemente com a desídia,
com inoperância, com a malversação dos bens públicos.
Assim, fiel aos meus princípios, pudemos, Executivo e Povo, realizar
obras modestas, mas de grande alcance social.”

Alkindar Costa
275
ALGUMAS REALIZAÇÕES DO GOVERNO GEORGES
LEONARDOS

• Escolas Municipais - 2ª Fase:


Luiz Cantanhede; Engº Sérgio Andrade Rocha; Jesus Menino; Jayme
Martins; Mato Grosso; Bahia; Siderlândia
• Fusão do Departamento de Educação com a Fundação Educacional de Vol-
ta Redonda/FEVRE, descentralização do ensino e a criação de 4 complexos
regionais.
• Ampliação e reforma em todas as Escolas Municipais, Centros Sociais e
Postos de Saúde.
• Novo Parque Municipal com 240.000 m2, contendo um lago de 8.000 m2,
pedalinhos, brinquedos infantis, quiosques e um mini-zoológico.
• Modernização de 80% da iluminação pública da cidade com vapor de mer-
cúrio.
• Iluminação da ponte de pedestres e viaduto Castelo Branco, no Bairro
Belmonte.
• Construção de 14 praças de bairros.
• Construção de 1300 unidades habitacionais.
• Rede de água para o Bairro Belmonte e Siderlândia.
• Estação Elevatória e abastecimento de água para o Bairro Açude.
• Construção de nova Estação de tratamento de água, com capacidade inicial
de 350 litros/segundo, podendo abastecer uma população de um milhão de
pessoas, resolvendo definitivamente, até o ano 2.000 o problema de forneci-
mento de água no Município.
• Implantação do programa “Menor Patrulheiro” que visa a educar o menor
abandonado, integrando-o na vida comunitária.
• Implantação do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Volta Re-
donda e colocando em execução, após sua reavaliação, o Plano Estrutural
de Desenvolvimento Integrado PEDI/VR.
• Construção das pontes “Engº Mário Hasec” e “Prefeito Francisco Torres,
sobre as ilhas São João e Pequena, que foram transformadas em áreas de
recreação e cultura. As pontes, que ficaram concluídas em março de 1979,
ligam os Bairros Santo Agostinho e Voldac.
• Viaduto sobre a Via Dutra (BR-116) no Km 95, dando acesso à Rodovia do
Aço - VRD-001.

O Prefeito Georges Leonardos exerceu seu mandato até o dia 20 de abril de 1979.
O Decreto de destituição foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro de 23
de abril de 1979.

276 Volta Redonda Ontem e Hoje


CORONEL ALUÍZIO DE CAMPOS COSTA O NOVO PREFEITO
NOMEADO

Em Decreto de 20 de abril de 1979, foi nomeado o novo Prefeito de Volta Redonda


- Cel. Aluízio de Campos Costa. O documento assinado pelo Governador Antônio de
Pádua Chagas Freitas, foi publicado no Diário Oficial do Rio de Janeiro em 23 de abril de
1979. A administração Aluízio de Campos Costa quando da apresentação de Relatório do
Exercício de 1981, apresentava os seguintes trabalhos de seu governo:
• EDUCAÇÃO - Construção de
escolas; prestação de 51.537
serviços de atendimento odon_
tológicos; realização de 31 cursos,
seminários e atividades correlatas,
beneficiando os professores do
Município, e dos Municípios vizi-
nhos; tais atividades alcançaram
cerca de 30% do Orçamento
Municipal.
Aluízio de Campos
• SANEAMENTO BÁSICO - Costa, o segundo
Construção de 67.534 metros de prefeito indicado para
comandar Volta
rede de esgoto, representando Redonda, tinha
acréscimo de mais de 50% da formação militar.
rede existente no início do Governo Acervo Alkindar Costa
(48.107 m em 1979/80 e mais
19.427 metros em 1981).
• Construção de 67.920 metros de
rede de água potável, repre_
sentando um acréscimo de 35% da
rede existente no início do mandato
(50.963 metros em 1979/80 e
16.597 metros em 1981).
• Construção de 19.220 metros de rede de águas pluviais; 58.300 metros de
meio-fio; recapeamento e Implantação de pavimentação, no total de 768.763
m 2.
• Construção e Implantação do primeiro Jardim Zoológico do interior do Esta-
do; construção de 8 praças com 10 quadras de esporte polivalente, 3 cam-
pos de futebol society e 2 campos de futebol; 5.000 metros aproximadamen-
te de ciclovias, e mais a Implantação de novas redes de iluminação pública e
Modernização de outras (vapor de sódio e de mercúrio), tornando a cidade
uma das mais bem iluminadas do país.

Surpreendendo a todos, o Governo do Estado em Decreto de 20 de abril de 1982,


demitiu o Prefeito nomeado Aluízio de Campos Costa de suas funções, documento este
publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, em 22 de abril de 1982, Parte I,
Página 18.

Alkindar Costa
277
VEREADOR WILLIAM DE FREITAS - PRESIDENTE DA CÂMARA
ASSUME A PREFEITURA

Willian de Freitas
recebe a Direção do
Executivo Municipal
em 23 de abril de
1982, exetamente 3
anos após a posse de
Aluízio Campos Costa.
Da esquerda para a
direita o radialista
Dario Azevedo, o
prefeito empossado
Willian de Freitas, o
radialista Dário de
Paula e o prefeito que
deixava o cargo,
Aluízio de Campos
Costa.
Acervo Alkindar Costa

O empresário William de Freitas nasceu em 13/05/1954, na cidade de Itabira-MG,


sendo filho de José Patrício de Freitas e Tertulina Lúcia de Freitas.
Em conseqüência da demissão do Prefeito Aluízio de Campos Costa, e em atendi-
mento ao disposto no Artigo 94 e 97 § 2º da Lei Orgânica das Municipalidades, o Presi-
dente da Câmara Municipal de Volta Redonda, Vereador pelo PMDB - William de Freitas,
em 23 de abril assumiu a direção do Executivo Municipal. A transmissão de cargo se deu
no Palácio 17 de Julho, às 17:15 horas, contando com a presença do Comandante do 22º
BIMTz - Cel. Antero Rodrigues; Dr. José Pimentel Marques - MM. Juiz de Direito da 1ª Vara
Cível da Comarca de Volta Redonda; Benedito Dias Fonseca - Presidente da ACIAP/VR;
Rabindranath Tagore - Delegado da Polícia Civil de Volta Redonda; Júlio Torres - Presi-
dente do PMDB de Volta Redonda, entre outras autoridades.
A primeira providência de William de Freitas foi reajustar os vencimentos do funcio-
nalismo municipal propiciando, principalmente aos funcionários da área de enfermagem
da PMVR a promoção há muito tempo esperada. Buscou, ainda, resolver um problema
social criado entre moradores no Bairro Santo Agostinho, desapropriando uma área de
terra naquele Bairro, que era desejo dos munícipes para solução de seu problema de

278 moradia. Assinou contrato para o asfaltamento da estrada que liga o Bairro Santa Rita do
Volta Redonda Ontem e Hoje
Zarur ao Centro da cidade. Procedeu a limpeza geral dos Bairros São Lucas e Morro Boa
Vista, além de dar impulso ao problema de limite entre Volta Redonda e Barra Mansa, e
atender a milhares de pessoas na sede da Prefeitura Municipal. Pagou em dobro as subven-
ções às entidades assistenciais do Município, e recebeu da Câmara Municipal total apoio,
quando remeteu Mensagem àquela Casa, obtendo sua aprovação em poucas horas do
mesmo dia em que foi apresentada, sendo sancionada sob aplausos, no recinto da pró-
pria Câmara durante reunião plenária, o que representou fato inédito.

BENEVENUTO DOS SANTOS NETTO PREFEITO DE VOLTA


REDONDA

Na evolução dos acontecimentos, o Governador Chagas Freitas indicou ao Sr. Pre-


sidente da República, o nome de Célio Pivello Siqueira, proprietário da Empresa Gráfica
Gazetilha, para Prefeito da Cidade, o que não foi considerado.
A Presidência da República, editou o Decreto-Lei nº 1.937 de 27 de abril de 1982,
acrescentando Parágrafos ao Artigo 1º do Decreto-Lei nº 1.886 de 09 de março de 1981,
que trata sobre os Prefeitos nomeados em Municípios declarados de interesse da Segu-
rança Nacional.
Na foto de 29/04/1982,
em Brasília, registra-
se a posse de
Benevenuto dos
Santos Netto, o último
Prefeito indicado para
a Prefeitura Municipal
de Volta Redonda,
quando ainda
reconhecida como
área de interesse da
Segurança Nacional.
Acervo Alkindar Costa

Em 27 de abril de 1982 a população de Volta Redonda, conheceu oficialmente, o


seu novo Prefeito, o Professor BENEVENUTO DOS SANTOS NETTO, com a edição do
seguinte documento:

“O Presidente da República, de acordo com o Artigo 1º, § 2º do Decreto-


Lei nº 1.866 de 09 de março de março de 1981, combinado com o Decre-
to nº 85.952 de 29 de abril de 1981, resolve:

Alkindar Costa
279
DESIGNAR

BENEVENUTO DOS SANTOS NETTO, Prefeito pró tempore, para res-


ponder pela Prefeitura Municipal de VOLTA REDONDA, no Estado do
Rio de Janeiro.

BRASÍLIA - DF, 27 de abril de 1982, 161º da independência e 94º da Repú-


blica

João Figueiredo
Ibrahim Abi-Ackel”
Em 29 de abril de 1982, no Livro de Posse do Gabinete do Senhor Ministro da Jus-
tiça, às folhas 17-V, consta o seguinte termo:

“BENEVENUTO DOS SANTOS NETO - Aos vinte e nove dias do mês de


abril de mil novecentos e oitenta e dois, perante o Doutor Ibrain (sic)
Abi-Ackel, Ministro de Estado da Justiça, compareceu o Doutor
Benevenuto dos Santos Neto e após prometer bem e fielmente cumprir
os seus deveres foi empossado, de acordo com o Artigo 1º, § 2º do
Decreto-Lei nº 1866, de 09 de março de 1981, combinado com o Decreto
nº 85.952 de 29 de abril de 1981, no cargo de Prefeito Pro-Tempore da
Prefeitura Municipal de Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro,
para qual foi designado pelo Decreto de 27 abril do corrente ano, publi-
cado no Diário Oficial de 28 do mesmo mês e ano.”

O Prefeito Benevenuto, ao concluir o seu mandato, em razão da realização de elei-


ções municipais, desenvolvendo o lema “Da Periferia para o Centro - Justiça Social”,
marcou as seguintes principais realizações:
• Reforma Administrativa implantada pela Lei Municipal nº 1.818;
• Novo Estatuto do Funcionalismo Municipal (Lei 1.931)
• Estatuto do Magistério (Lei 1.930)
• Instalação do SERVIR - Serviço de Informações Rápidas;
• Instituição da Medalha dos Emancipadores;
• Venda de casas aos Servidores (Leis 1.985 e 2.011);
• Instituição da Comissão de Negociações Salariais;
• Implantação da Empresa de Processamento de Dados (EPD);
• Nova sede para a Secretaria Municipal de Obras;
• Instalação da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo, na Ilha
São João;

280 Volta Redonda Ontem e Hoje


• Construção da Capela e sede administrativa do Cemitério Municipal Bom
Jardim;
• Inúmeras Concessões de Uso;
• 3 mil e 583 residências construídas (Conjunto Santa Cruz);
• Entrega de 1 mil e 650 títulos provisórios de reconhecimento de Posse;
• Entrega de 131 títulos definitivos;
• Ponte dos Metalúrgicos e Passarela da Integração;
• Construção dos Trevos da Colina, Voldac, Ponte Alta, 207, JK e Sete de
Setembro;
• Construção da Ponte Rodoviária Dr. Murilo Cezar dos Santos sobre o Rio
Paraíba, ligando as Avenidas Lucas Evangelista de Oliveira Franco e Almi-
rante Adalberto Nunes com 159 metros de comprimento e 15 metros de
largura;
• Passarela metálica sobre a Rodovia Sérgio Braga, com extensão total de
330 metros;
• Construção de passarela metálica ligando a rodovia BR-393 à Vila America-
na;
• Aquisição de equipamentos: monitor, eletro-cardiógrafo, oxigenador e
ressuscitador para socorro de emergência, gerador de energia e autoclave
(esterilizador) no Pronto Socorro Municipal;
• Três Gabinetes Odontológicos e uma ambulância;
• Assinatura de convênio com o INAMPS englobando postos médicos, gabine-
tes odontológicos, unidades móveis e o Centro Municipal do Deficiente;
• Ampliação da rede escolar;
• Melhoria no serviço de saúde;
• Pavimentações;
• Serviços de Infra-estrutura;
• Assistência ao educando;
• Controle e Prevenção de doenças;
• Iluminação pública;
• Apoio ao Desenvolvimento Cultural com a Implantação de um Centro de Ati-
vidades Culturais na Ilha São João;
• Mercados Volantes da COBAL.

Estas são algumas das obras da administração Benevenuto dos Santos Netto,
dedicada, ainda, ao esporte, deixando a construção do Ginásio Poliesportivo Gal. Euclydes
Figueiredo, na Ilha São João, com área de 2.833,09 m2 como um marco de orgulho da
população de Volta Redonda.

Alkindar Costa
281
FIM DO PREFEITO NOMEADO EM VOLTA REDONDA

Muito embora Lei específica tenha sido editada para declarar Volta Redonda de
“Interesse de Segurança Nacional” (Decreto-Lei nº 1273 de 29 de maio de 1973), o mes-
mo processo não foi atendido para extingui-la.
A Lei nº 7.136 de 27/10/1983 fixou normas dispondo “sobre a eleição para Prefeitos
e Vice-Prefeitos em Municípios “descaracterizados como de Interesse de Segurança
Nacional.
A Emenda Constitucional nº 25 de 15 de maio de 1985 alterou dispositivos da Cons-
tituição Federal e estabeleceu outras normas constitucionais de caráter transitório.

A foto de 07/09/1988
registra da esquerda
para a direira o
presidente da Câmara
Municipal Carlos
Hallack Sarkis, o Dr.
Euryclides de Jesus
Zerbini e o prefeito da
Cidade do Aço,
Dr. Marino Clinger
Toledo Netto.
Acervo Alkindar Costa

A Lei nº 7.332 de 01 de Julho de 1985 estabeleceu normas para a realização de


eleições em 1985.
O seu artigo 1º estabeleceu:

282 Volta Redonda Ontem e Hoje


“No dia 15 de Novembro de 1985 serão realizadas eleições para Prefeito
e Vice-Prefeito nos seguintes municípios:

I - Capitais de Estados e Territórios;


II - Estâncias Hidrominerais;
III - Considerados de Interesse da Segurança Nacional (nosso o grifo);
IV - nos Municípios de Territórios;
V - descaracterizados do interesse de Segurança Nacional a partir de 1º
de dezembro de 1984.”

Foi em razão do fixado no Inciso III que foram consideradas extintas as determina-
ções do efeito do Decreto Lei 1.273, pondo fim ao processo de “Prefeito Nomeado” para
o Município de Volta Redonda, com a determinação de eleições nos padrões tradicionais.
Volta Redonda que não havia sido descaracterizada do Interesse da Segurança
Nacional, por lei que assim estabelecesse teve o fim do período de “Prefeito nomeado”
alcançado pelo disposto no artigo 1º III da já citada Lei Federal nº 7.332 de 1º de Julho de
1985, publicada no Diário Oficial da União nº 123 - Ano CXXIII, de 2 de Julho de 1985.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS LEVAM CLINGER À PREFEITURA

Marino Clinger Toledo Netto, médico, nasceu em 16/10/1933 em Manhuaçu-MG sendo


filho de Mário Ferreira Netto e Beranisa Toledo Netto.
Findo o período de nomeações de Prefeitos e deixando o Município de Volta Redon-
da de ser considerado de Interesse da Segurança Nacional, como todas as demais cida-
des do País, foram realizadas as eleições municipais de 15 de novembro de 1985, quan-
do foi eleito Prefeito o Dr. Marino Clinger Toledo Netto, na legenda do PDT.
Concorreram no pleito, recebendo a demonstração de vontade popular, os seguin-
tes candidatos:
CANDIDATO/PARTIDO VOTOS

- Marino Clinger T. Netto - PDT ...................................................... 37.846 votos


- Nelson dos Santos Gonçalves - PFL-PTB-PND e PDC.............. 35.921 votos
- Edson Ricardo Sant’Anna - PT .................................................... 11.203 votos
- Ari Cabral - PMDB ......................................................................... 5.888 votos
- Aluízio de Campos Costa - PDS ................................................... 3.764 votos
- Silvestre Pereira Rosa - PSB ........................................................ 1.700 votos
- Élide Raphael de Carvalho - PCB ................................................. 1.061 votos

Foram apurados 1.344 votos em branco e 3.845 votos nulos, totalizando um


comparecimento 102.642 eleitores.

Alkindar Costa
283
Em 22 de novembro de 1985 o Juiz Eleitoral, Dr. José Pimentel Marques, no Ginásio
Poliesportivo da Ilha São João, às 18:00 horas atendeu a solenidade de proclamação dos
eleitos, ou seja, para Prefeito o Dr. Marino Clinger Toledo Netto e para Vice-Prefeito o
Economista Luiz Alberto Leite.
A solenidade de diplomação dos eleitos foi atendida em 29 de novembro de 1985,
ocasião em que usaram da palavra o Prefeito Benevenuto dos Santos Netto e o Dr. Marino
Clinger Toledo Netto, prefeito eleito.
No dia 01 de janeiro de 1986, às 17:00 horas, perante a Câmara Municipal de Volta
Redonda foi declarado empossado no cargo de Prefeito Municipal de Volta Redonda, o Dr.
Marino Clinger Toledo Netto, tendo como Vice-Prefeito Luiz Alberto Leite. O Prefeito “Marino
Clinger”, ao concluir o seu mandato, em razão da realização regular de eleições munici-
pais, demonstrava um saldo de obras:
ÁREA DA EDUCAÇÃO:
Construção, Ampliação e reformas em várias unidades educacionais,
melhoria das condições ambientais das Escolas nos aspectos de conserva-
ção e manutenção, treinamento técnico de Corpo Docente, Diretores e Equi-
pes Administrativas, favorecendo consideravelmente o rendimento no traba-
lho pedagógico das Escolas;
ÁREA DE SAÚDE:
Implantação das Ações Integrados da Saúde, conforme orientação do Go-
verno Federal e Estadual; Construção de novos Postos de Saúde de diferen-
tes tipos, conforme a complexidade dos serviços a serem oferecidos, como
também, ao número de habitantes das comunidades a serem atendidas:
Programa de Saúde da Mulher, Saúde da Criança, de Saúde Mental, de Con-
trole das doenças sexualmente transmissíveis, da AIDS, hipertensão arteri-
al, além de outros desenvolvidos em todos os níveis de atenção, abrangen-
do o maior número de atuação possível e necessária; mudanças no atendi-
mento do Pronto Socorro Municipal compreendendo medidas que incluem
reformas nas instalações, no Setor Administrativo, Aquisição de novos equi-
pamentos e instalação de Hemocentro;
ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL:
Desenvolvimento de Programas de Suplementação Alimentar (crianças e
gestantes), de Cursos Profissionalizantes, de Banco de Leite Materno, de
Horta Caseira, de Oficina Industrial de Costura, de Centro de Orientação ao
Migrante e de Balcão de Empregos; desenvolvimento dos Projetos: Meninos
da Vila (Horta comunitária, mensageiros, auxiliares de creches e atendimen-
to escolar com acompanhamento psicológico; desenvolvimentos dos proje-
tos: Irmãozinho e Recriança (atividades esportivas e cursos
profissionalizantes com complementação alimentar);
ÁREA DE CULTURA E TURISMO:
Desenvolvimento de projetos de várias modalidades visando o crescimento
artístico-cultural direcionados a todas as faixas etárias e sócio-culturais,
objetivando aprimorar o perfil cultural do Município; cadastramento de artis-
tas, cursos, Exposições, shows diversos, bem como atividades desenvolvi-
das nas próprias comunidades;

284 Volta Redonda Ontem e Hoje


ÁREA DE ESPORTE E LAZER :
Implantação de atividades esportivas e recreativas variadas nas entidades
de atendimento aos excepcionais, nos estabelecimentos de ensino (redes:
Municipal, Estadual e Particular), as Praças de Esportes nos bairros e no
Ginásio Poliesportivo e Parque Aquático da Ilha São João;
ÁREA DA HABITAÇÃO:
Desenvolvimento de trabalho visando favorecer condições sanitárias, de
acessos, de estabilidade física e de regularização fundiária nos Núcleos
Favelados Instalados em Volta Redonda; e a ação do Governo Municipal se
fez sentir, ainda, na área de Manutenção Urbana, Transporte Coletivo e Meio
Ambiente.
Na administração “Marino Clinger” foi criada a Secretaria Municipal de Serviços
Públicos e Meio Ambiente, tendo como conseqüência a formação do COMDEMA -
Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, com a participação significativa dos
segmentos da Comunidade Organizada para os assuntos de Meio Ambiente.
A Funerária Municipal Vereador Aristides Martins da Silva - Lei Municipal N º 2259,
de 07/12/1987, entrou em funcionamento a partir de 15 de setembro de 1987.

MANOBRA SALVA “CLINGER” DA CASSAÇÃO PELA CÂMARA


MUNICIPAL

O Jornal “A Folha da Cidade” em sua edição de 11 de novembro de 1986, estampou


em suas páginas denuncia que a administração Marino Clinger havia autorizado a utiliza-
ção de um gerador de energia elétrica da PMVR, para fins políticos eleitorais.
Em 26 de novembro de 1986 a Mesa Diretora da Câmara Municipal apresentou o
projeto de Resolução nº 74/86 fixando a Constituição de Comissão de Inquérito para ave-
riguação de denúncia.
A matéria lida na reunião de 27 do mesmo mês e ano, foi considerada objeto de
deliberação, sendo remetida à Comissão de Constituição Justiça e Redação e em razão
de requerimento subscrito por 17 vereadores, foi aprovada em 1ª e 2ª discussão e vota-
ção.
Em razão de emenda apresentada ao projeto, a Redação final foi aprovada na reu-
nião de 04-12-1986, sendo promulgada a Resolução nº 870 05-12-1986.
Foram indicados para compor a Comissão Especial de Inquérito os vereadores
José Domingos de Macedo (presidente) Edson Ricardo Sant’Anna (relator), Maxwell Pi-
res da Rocha (Secretário) e Elias Neves de Almeida e Lecy Fernandes de Souza (mem-
bros).
Em 15 de janeiro de 1987 foi apresentado o Relatório final que concluiu:
“pelos fatos comprovados...” que o Exmo. Sr. Prefeito Municipal Dr.
Marino Clinger Toledo Netto, estaria “incurso no artigo 1º itens I e II do
Decreto-Lei nº 201 de 24 de fevereiro de 1967, o artigo 213 da Constitui-
ção Estadual”, com previsão de julgamento pelo Poder Judiciário”.

Alkindar Costa
285
Em 17 de março de 1987, pelo Ofício D-192, o presidente Gibraltar Pedro de Olivei-
ra Vidal remeteu ao MM. Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Volta Redon-
da, as conclusões do inquérito realizado, objetivando a “apuração de responsabilidade
criminal” do Chefe do Executivo da Cidade do Aço. O Relatório final da Comissão
estabelecida em função da Resolução nº 870, foi publicado na edição de 21-04-1988 do
Jornal “A Voz da Cidade”.
Em 25 de abril de 1988, o Governo Marino Clinger voltou a ser abalado com a de-
núncia apresentada ao Poder Legislativo pelo Dr. Isaías Romero Bento, com fundamento
no § 1º, inciso III, do artigo 103 da Lei Orgânica dos Municípios, denúncia esta que passou
a constituir o processo nº 444/88 de 26-04-1988 do Poder Legislativo Municipal.
A denúncia lida em Plenário, na reunião de 26/04 foi declarada recebida nos termos
do Decreto-Lei 201, Artigo 5º e Lei Orgânica dos Municípios, artigo 103 e seguintes.
A votação atendida nominalmente, registrou os votos favoráveis ao recebimento da
denúncia, dos vereadores: Angela Maria Padilha Velasco, Benedito Dias Fonseca, Iram
Natividade Pinto, José Domingos de Macedo, Júlio Cezar Ferreira, Lecy Fernandes de
Souza, Luiz Carlos Hallack Sarkis, Maxwel Pires da Rocha, Sillas Soares de Almeida,
Vander Lucas de Campos Avila e William de Freitas. Contra o recebimento da denúncia,
votaram os vereadores; Edson Ricardo Sant’Anna, Elias Neves de Almeida, Etore Dalbone
de Carvalho, Joaquim de Aquino Ramos, José Israel dos Anjos e Nélio Medina. O verea-
dor Sebastião Francisco Rodrigues, por motivo de falecimento na família, não compare-
ceu aos trabalhos.
Foi aprovada a Resolução nº 935 declarando recebida a denúncia e concedendo ao
Presidente da Câmara poderes para indicar a Comissão Especial Processante.
Pelo Ato nº 2.037/88 de 27-04-88, o Presidente do Legislativo nomeou os vereado-
res Iram Natividade Pinto, José Domingos de Macedo e William de Freitas para formar a
Comissão, que funcionaria na Sala anexa à Consultoria Jurídica da Câmara Municipal,
dela tendo assessoramento.
O ato em questão foi publicado no jornal - “O SUL FLUMINENSE” de 07-05-1988.
Para secretariar a Comissão foi designada a funcionária Drª Léia Lelé e Costa, cujo
ato foi publicado no mesmo jornal e dia.Os trabalhos da Comissão foram instalados em
27-04-1988, às 13 horas, com a escolha do vereador Iram Natividade Pinto para Presi-
dente, vereador William de Freitas, Relator e José Domingos de Macedo, membro na
Comissão.
Em 28 de abril de 1988 foi o Prefeito Municipal notificado dos termos da denúncia e
a Constituição da Comissão, abrindo-lhe o prazo da lei para apresentação de “defesa
prévia”, no edifício sede da Câmara Municipal, sala 115, anexo à Consultoria Jurídica.
O Prefeito Municipal recebeu a notificação em 29/04, às 11 horas, tendo apresenta-
do sua defesa em 06/05/88.
O relatório prévio da Comissão Especial Processante foi apresentado em 11 de
maio de 1988 e acolhido na reunião de 17 do mesmo mês, em votação secreta, registran-
do 10 votos favoráveis e sete contrários. A apresentação do relatório foi formalizada pelo
processo nº 522/88 do Legislativo Municipal, tendo sido publicado no jornal “O SUL
FLUMINENSE”, edição de 03-06-88.
Em 23 de maio de 1988 o Prefeito Municipal constituiu seus bastantes procurado-
res os Doutores Sérgio Bermudes, Nilo Batista e Hudson Rodrigues de Oliveira, sendo os

286 dois primeiros com escritório no Rio de Janeiro e o terceiro em Volta Redonda.
Volta Redonda Ontem e Hoje
Atendendo a solicitação da Presidência da Comissão, pelo Ato nº 2.054 a direção
da Câmara colocou à sua disposição os servidores Agostinho Lopes Maia, Catarina Maria
dos Santos Ferreira e o Arquiteto Paschoal Pagano.
Paralelamente ao exame de documentos, a partir de 1º de Junho foi iniciada a inqui-
rição das testemunhas arroladas na peça inicial da denúncia.
Em 15 de Julho de 1988 o Prefeito Municipal apresentou à Comissão as “Razões
Finais” e que foi subscrita pelo seu procurador, Dr. Hudson Rodrigues de Oliveira.
A Comissão em 19 de Julho de 1988, pelo ofício 024/88-CEP apresentou à Presi-
dência da Câmara o seu parecer final e requereu a convocação extraordinária do Legislativo
para as Sessões de Julgamento.
O Relatório final analisou as denúncias.
a) Cessão de um gerador ao Sindicato dos Metalúrgicos, concluindo que o
denunciado praticou um ato contra a expressa disposição da Lei, além de
omitir-se e negligenciar na defesa dos bens do Município - incisos VII e VIII do
artigo 4º do Decreto-Lei nº 201.
b) Cessão de caminhões da Prefeitura à Empresa Corpus Engenharia,
concluindo que se omitiu o denunciado na defesa dos bens e interesses do
Município - inciso VIII do Artigo 4º do Decreto-Lei nº 201.
c) Doação de materiais a terceiros, concluindo em função de configuração
de Doação de materiais a terceiros sem autorização e sem uma razão jus-
tificável, configurando-se as infrações dos incisos VII e VIII do decreto Lei nº
201;
d) Aquisição de estrutura da FEM sem licitação e ordenamento de despe-
sa sem prévio empenho, concluindo que restou evidente descumprimento
às Leis e infração capitulada - no inciso o III do artigo 4º do Decreto - Lei 201;
e) Contrato celebrado com a Construtora Carvalho Azevedo concluindo
que aí houve prática de ato contra expressa disposição de Lei, configurando
infração do inciso VIII, do artigo 4º do Decreto-Lei 201;
f) Contratação de pessoal, concluindo que a prática de atos contra a expres-
sa disposição de lei e a negligência na defesa dos incisos VII e VIII do Artigo
4º do Decreto-Lei nº 201;
g) Quanto ao desrespeito às normas de licitação no chamado “Mutirão Re-
munerado”, concluindo que ficou bastante claro, até por confissão, que as
obras foram fracionadas para se fugir do procedimento licitatório, fato que
levou o denunciado a incidir nas infrações dos incisos VII e VIII do artigo 4º do
Decreto-Lei nº 201;
h) Na denúncia quanto ao ressarcimento de servidores da CSN, concluiu
que o descumprimento da Lei existiu e a justificativa de que o erro já vinha de
algum tempo, não ilidiu a infração.

O Legislativo foi convocado para reuniões extraordinárias, a partir das 11:00 horas,
nos dias 26, 27, 28 e 29 de Julho de 1988, sendo tal determinação publicada no Jornal “A
Voz da Cidade” de 21-07-1988 e Ato nº 2.037 de 27-04-88.

Alkindar Costa
287
Em 26 de Julho, a partir das 11:00 horas o Legislativo Municipal de Volta Redonda,
sob a presidência do Vereador Gibraltar Pedro de Oliveira Vidal, reuniu-se para aprecia-
ção do Parecer da Comissão Especial Processante, instituída através da Resolução nº
935 de 26 de abril de 1988.
No início dos trabalhos, a presença de 17 Vereadores, registrando-se a ausência
dos edis José Israel dos Anjos e Luiz Carlos Hallack Sarkis.O acesso às galerias ficou
limitado ao número de lugares, ou seja, 228 cadeiras, sendo os convites distribuídos
pelos próprios vereadores, sendo reservado igual número ao Prefeito Municipal.
Na Mesa Diretora dos trabalhos, o processo com 2.685 documentos passou a ser
lido, sob a vigilância do Procurador Geral da Prefeitura Municipal, defensor indicado do
Executivo, Dr. Hudson Rodrigues de Oliveira.
Peça por peça foi apresentada até às 14:30 horas, quando os trabalhos foram inter-
rompidos para uma rápida refeição, sendo reabertos às 16:00 horas.
Cada vereador foi autorizado a usar da palavra por 15 minutos, enquanto que ao
representante do Prefeito foi facultada a utilização de 2 horas, de conformidade com as
disposições legais.
A Câmara Municipal contava com um policiamento ostensivo realizado pela Polícia
Militar, convocada para tal fim.
O Vereador Luiz Carlos Hallack Sarkis compareceu aos trabalhos, enquanto que o
Vereador José Israel dos Anjos, muito embora circulasse por seu gabinete, só após às 18
horas foi que ingressou em Plenário.
No mesmo horário comparecia à Câmara o Secretário Municipal de Serviços Públi-
cos e Meio Ambiente, Carlos Roberto Paiva, ingressando em Plenário e localizando-se
próximo ao Vereador Dr. Etore Dalbone de Carvalho, procurando manter entendimentos
com o mesmo, no que foi advertido pela Presidência no sentido de se manter em sua
condição de Secretário Municipal e que a direção procurava evitar qualquer possibilidade
de coação junto aos senhores Vereadores, ficando-lhes facultado o direito de decidir livre-
mente.
Transcorrido algum tempo o Vereador Etore dirigiu-se ao sanitário, sendo acompa-
nhado pelo Secretário de Serviços Públicos.
Vereadores e funcionários acionados, passaram a exercer uma vigilância, diante de
uma possível tentativa de retirar o edil das dependências da Câmara.
Da sala da Direção Geral foi feito uma ligação telefônica para o Gabinete do Prefeito
Municipal, pelo Secretário Carlos Paiva.
Retornando o Vereador Etore aos seus trabalhos em Plenário, foram todos os edis
surpreendidos com o ingresso da esposa do legislador, senhora Terezinha Silva Dalbone
de Carvalho que se sentou ao lado do esposo, com ele mantendo entendimentos.
Os Vereadores curiosos com tal atuação observaram que o edil, diante das pala-
vras da esposa, acenava negativamente com a cabeça.
Logo depois a referida senhora desmanchou-se em lágrimas, sendo esclarecido
aos que procuravam saber o que estava acontecendo, que tal situação se devia ao fato
de que a mesma havia perdido sua irmã assassinada e que necessitava do marido e que
o mesmo deveria deixar a reunião para acompanhá-la.

288 Volta Redonda Ontem e Hoje


O fato foi levado à Vice-Presidente da Câmara, vereadora Lecy Fernandes e em
seguida comunicado ao Presidente Gibraltar Vidal, que não via outra solução senão a de
permitir que o Vereador Etore se ausentasse, sem ter a preocupação, diante da notícia
desastrosa, de colher antecipadamente o seu voto ou determinar que a Polícia Militar,
presente em toda a Câmara, o acompanhasse em um processo de assistência que o
Legislativo prestava.
E Etore Dalbone de Carvalho se retirou do Plenário, sendo acompanhado por al-
guns funcionários que declararam que em frente ao Palácio Vereador Francisco
Evangelista Delgado, sede do Legislativo Municipal, o aguardava um veículo oficial, che-
gando a ser afirmado que do CODIVAP.
A Presidência da Câmara, passado o momento de surpresa, determinou ao Procu-
rador do Legislativo, Dr. João Velloso Filho que se dirigisse à residência da cunhada do
Vereador e que teria sido assassinada, para que a assistência legislativa pudesse ser
prestada. No retorno, o enviado informou que tal senhora se encontrava dormindo em sua
residência, não sendo real a notícia de assassinato.

Última foto de Sávio


Cotta de Almeida Gama
(destaque), quando
da realização da
Assembléia Geral da
CSN no Rio de Janeiro
em abril de 1985.
Acervo Alkindar Costa

A realidade se fez presente em Plenário; o vereador Etore Dalbone de Carvalho,


espetacularmente, havia sido retirado do Plenário por sua esposa, desconhecendo-se
sobre a orientação de quem.
Os trabalhos tiveram prosseguimento com um quorum de 16 Vereadores e os
escrutinadores Sebastião Francisco Rodrigues, Maxwel Pires da Rocha e William de
Freitas, concluída a votação, anunciaram o resultado:

Alkindar Costa
289
Denúncia “A” ..................................... 10 votos SIM e 8 votos NÃO;
Denúncia “B” ..................................... 10 votos SIM e 8 votos NÃO;
Denúncia “C” ..................................... 12 votos SIM e 6 votos NÃO;
Denúncia “D” ...................................... 11 votos SIM e 7 votos NÃO;
Denúncia “E” ...................................... 11 votos SIM e 7 votos NÃO;
Denúncia “F” ...................................... 11 votos SIM e 7 votos NÃO;
Denúncia “G” ................................... 12 votos SIM e 6 votos NÃO;
Denúncia “H” ....................................... 12 votos SIM e 5 votos NÃO
................................................................................. com 1 voto Nulo.

O que caracterizou que nas denúncias “C”, “G” e “H”, o resultado demonstrou que
faltou um voto para o quorum de 2/3 fosse alcançado e que poderia ter sido o voto de
Etore Dalbone de Carvalho, o que representou a rejeição do pedido de cassação do man-
dato do Prefeito Marino Clinger. Em 11 de Outubro de 1988, pelos ofícios - D-692 a 694, a
Câmara Municipal comunicou ao MM. Dr. Juiz Eleitoral da 47ª e 90ª Zona Eleitoral e
membros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro que o processo de denúncia
contra o Prefeito Marino Clinger, foi arquivado por não ter obtido o quorum de 2/3.

SÁVIO GAMA - O PRIMEIRO PREFEITO DA CIDADE FALECEU


EM ABRIL DE 1985

Quando Volta Redonda foi instalada como Município em 06 de fevereiro de 1955,


tomou posse o seu 1º Prefeito - Sávio Cotta de Almeida Gama. As principais obras de
uma cidade em formação, inclusive a instalação do Poder Executivo e da Câmara de
Vereadores, se processaram, algumas vezes, até mesmo garantidas pelo desembolso
pessoal do seu dirigente. Sávio Gama foi o pioneiro; foi prefeito por duas vezes sempre
em razão do voto direto e secreto. Com a saúde já abalada, e após uma Assembléia
Geral na Companhia Siderúrgica Nacional, onde ocupava um cargo da Diretoria, Sávio
Gama faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 30 de abril de 1985.

NELSON DOS SANTOS GONÇALVES FALECEU EM SETEMBRO


DE 1986

Nascido em 05 de novembro de 1926, em Marília no Estado de São Paulo, o Dr.


Nelson dos Santos Gonçalves, ocupou a direção do Executivo Municipal de Volta Redon-
da por duas vezes. A primeira quando Vice-Prefeito, em virtude da cassação do mandato
do Prefeito César Cândido Lemos e, a segunda, após a vitória nas urnas, estabelecendo
as grandes obras na comunidade. Era filho de Manuel dos Santos Gonçalves e de Pérpetua
Gonçalves. Vivendo momentos de grande tensão, após uma campanha política estafante,
geradora de animosidades, como é comum na vida política, e durante as emoções e
comemorações do casamento de sua filha Terezinha, Nelson Gonçalves na noite de 13
de setembro de 1986, faleceu em razão de um colapso fulminante, que não permitiu
qualquer providência de socorro. A comunidade de Volta Redonda tributou ao Ex-Prefeito

290 as homenagens que são reservadas a um verdadeiro líder.


Volta Redonda Ontem e Hoje
JOSÉ JUAREZ ANTUNES - Prefeito de Volta Redonda

O pleito de 15 de novembro de 1988 foi marcado com uma grande participação de


candidatos ao domínio da Prefeitura Municipal.
Foram registradas e votadas as candidaturas de:

1- José Juarez Antunes - Prefeito


Wanildo de Carvalho - Vice-Prefeito
2- Nelson dos Santos Gonçalves Filho - Prefeito
Benedito Dias Fonseca - Vice-Prefeito
3- Edson Ricardo Sant’Anna - Prefeito
Débora Sales Baptista - Vice-Prefeito
4- Edmar Matos Lopes Silva - Prefeito
Ronaldo Alcedo Reis Alves - Vice-Prefeito
5- Antônio Francisco Neto - Prefeito
Paulo Camargo de Melo - Vice-Prefeito
6- Benevenuto dos Santos Neto - Prefeito
Francisco de Assis Maciel da Silveira - Vice-Prefeito
7- Pedro Raymundo Magalhães - Prefeito
Ney Antônio de Oliveira - Vice-Prefeito
8- Sabimar Masiero Alves - Prefeito
Gentil Costa de Oliveira - Vice-Prefeito

A classificação final deu a vitória a José Juarez Antunes, registrando 50.012 votos,
enquanto que o segundo candidato Nelson dos Santos Gonçalves Filho marcou 28.108
votos. O candidato eleito foi empossado no cargo de Prefeito Municipal no dia 01 de
janeiro de 1989, juntamente com os Vereadores eleitos, em solenidade presidida na
Câmara Municipal pelo Juiz Eleitoral Dr. Antônio Carlos dos Santos Bittencourt.
José Juarez Antunes era filho de José Antunes Filho e Guaraciba Jadim Antunes e
nasceu em 07/02/1935

A MORTE DO PREFEITO JUAREZ ANTUNES

21 de fevereiro de 1989. A Cidade de Volta Redonda desperta para mais um dia,


preocupada, como que sentindo alguma coisa no ar. De um momento para outro
começaram as notícias de que o Prefeito da Cidade, José Juarez Antunes, havia morrido
em um desastre de automóvel no caminho para Brasília.

Alkindar Costa
291
As primeiras reações foram de perplexidade e de surpresa e de busca de confirma-
ção do fato.
A realidade se apresentava à frente de todos - Juarez Antunes havia falecido em
desastre de automóvel (Parati AS-0717), por volta das 6:00 horas da manha, em Felizlândia,
no km 360 da BR 040/Rio-Brasília - lugarejo próximo a Três Marias (MG), quando o
Prefeito, em companhia de seu motorista Alberto Vicente da Cruz se dirigia a Brasília para
efetuar a devolução do apartamento funcional a que tinha direito quando deputado federal.
O relógio do carro acidentado parou às 7:30 horas.
Após o acidente, José Alberto Mendes, Prefeito de Felizlândia e sua esposa Valéria
Terezinha de Souza Mendes acompanharam pessoalmente o caso.

Uma multidão deu


o seu último adeus
ao prefeito José
Juarez Antunes
em 21/02/1989.
Acervo Sindicato dos
Metalúrgicos

As informações eram de que Juarez teve morte instantânea e seu rosto e crânio
deformados, enquanto que Alberto Vicente, por verdadeiro milagre, fora internado no
hospital da Cidade, com fratura em duas costelas e cortes no braço.
A Certidão de Óbito n.º 3.075 – Cartorio do Registro Civil da Comarca de Felixlândia-
MG, lavrada a fls. 52 V do Livro Talão C 05, registrava o falecimento as 07h20min, foi
subscrita pelo Dr. Fausto Arantes dos Reais, apresentando como causa uma Hemorra-
gia Externa – Traumatismo Craniano encefálico – Politraumatismo.
Enquanto aguardava a chegada de parentes, o corpo do prefeito foi velado no Clube
Municipal da Prefeitura de Felizlândia. Posteriormente foi trasladado para o Aeroporto
Santos Dumont, no Rio de Janeiro, chegando a Volta Redonda às 21:48 horas, na Praça
Sávio Gama. Atrás da Ambulância, o carro oficial do prefeito do Rio, Marcelo Alencar,
acompanhado de Leonel Brizola.
Uma guarda de honra integrada por 58 metalúrgicos da CSN, de braços dados,
formou um corredor no estacionamento à entrada do palanque. O caixão de Juarez Antunes
foi trazido por quatro operários, Brizola e pelo presidente regional do PDT, Doutel de Andrade.
A multidão cantava a música “Pra não dizer que não falei de flores” de Geraldo Vandré.
292 Volta Redonda Ontem e Hoje
Juarez Antunes havia sido eleito prefeito de Volta Redonda por 50.012 votos, em
eleições realizadas em 15/11/1988, em plena greve de metalúrgicos com a Companhia
Siderúrgica Nacional.
Um caminhão com som do Sindicato dos Metalúrgicos falava em “assassinato”,
enquanto que familiares de Juarez acusavam o Secretário de Governo, Colombo Vieira,
de tentar fazer política em cima do corpo do extinto. Eram as informações passadas ao
público pelo Jornal Opção, edição extra de 22/02/1989.
Quando da chegada do corpo do Prefeito à Cidade, já estavam em Volta Redonda
os deputados estaduais Carlos Corrêa (PDT), Alberto Brizola (PDT), Pereira Pinto (PDT)
e Fernando Lopes (PDT), o Deputado Federal Vivaldo Barbosa, o Prefeito de Resende,
Noel de Carvalho e vários sindicalistas.
O cortejo, que partiu do Aeroporto Santos Dumont às 21:00 horas, foi integrado por
sindicalistas e políticos do PDT, destacando-se as figuras de Leonel Brizola, Marcelo
Alencar, deputado federal Brandão Monteiro.
Em Volta Redonda, tão logo se confirmou o falecimento do Prefeito, o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos, Marcelo Felício, enviou à cidade de Felizlândia dois advoga-
dos e um médico. Enquanto o perito Francisco Sampaio Neto, observava que Alberto
Vicente deveria ter dormido ao volante, o Secretário de Segurança de Minas Gerais, Sidnei
Sasse da Silveira, ordenava uma nova perícia do local, com uma investigação profunda
que levasse em conta todas as hipóteses para o acidente. Além disso o caso saiu da
Delegacia de Felizlândia e passou para a Delegacia Regional de Sete Lagoas.
Em 22/02/1989, em Brasília, o Consultor Geral da República, Saulo Ramos e
juristas do Tribunal Superior Eleitoral garantiram que, com a morte de Juarez, o Vice-
Prefeito Wanildo de Carvalho seria o seu sucessor natural, não existindo qualquer apoio
legal à pretensão do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda de realizar um plebis-
cito na cidade para que a população falasse se aceitava ou não o novo Prefeito.
As 16:00 horas de 22/02/1989 foi celebrada uma missa em frente ao Palácio 17 de
Julho (sede da Prefeitura Municipal), pelo Bispo de Duque de Caxias, Dom Mauro Morelli
e os pastores Doriscélio Pinheiro da Igreja Batista; Otávio Periard, da Igreja Metodista e
Joaquim Brizola (pai do Deputado do Alberto Brizola) da Assembléia de Deus.
O cortejo fúnebre seguiu da Prefeitura até o Cemitério Bom Jardim, no bairro Retiro,
percorrendo a Praça Sávio Gama, Avenida Lucas Evangelista de Oliveira Franco, Viaduto
Nossa Senhora das Graças, Rua Gustavo Lira, Rua São João, Avenida Amaral Peixoto,
retornando ao Viaduto Nossa Senhora das Graças, Avenida Lucas Evangelista, Ponte
Murilo César dos Santos, Avenida Beira Rio (Adalberto de Barros Pereira Nunes), Vila
Mury, Avenida Sávio Gama e Av. Waldir Sobreira Pires, chegando ao Cemitério. O trânsito
foi dirigido por cerca de 300 motoqueiros da Cidade.
Entre os que participaram do sepultamento foram destacadas as presenças de
Leonel Brizola (PDT), Luiz Inácio da Silva (PT), Roberto Freire (PCB), Jair Meneguelli,
presidente da CUT, Luiz Antônio de Medeiros da CGT, Luiz Carlos Prestes, Vivaldo Barbo-
sa e Cibilis Viana, presidente nacional do PDT.
O caixão foi coberto por sindicalistas do PT, com uma bandeira da CUT. Imediata-
mente, o ex-governador Leonel Brizola cobriu a bandeira da central sindical com uma do
PDT, partido a que Juarez Antunes era filiado. O serviço de alto-falantes alternava o Hino
Nacional com o da Internacional Socialista.
O corpo de Juarez Antunes foi sepultado após às 21:00 horas.

Alkindar Costa
293
WANILDO DE CARVALHO ASSUME A PREFEITURA MUNICIPAL

No dia 21/02/1989, uma crise se formou no Palácio 17 de Julho (sede da Prefeitura


Municipal) quando a maioria dos integrantes do Secretariado do Prefeito Juarez Antunes,
com a participação de Vereadores e sindicalistas passaram a exigir a realização de ple-
biscito para que o Povo decidisse se aceitava Wanildo de Carvalho (Vice-Prefeito eleito)
para o cargo de Prefeito ou se seria realizada nova eleição.
No entanto, às 22:30 horas, no Palácio Vereador Francisco Evangelista Delgado,
sede da Câmara Municipal, no Gabinete do Presidente, com a presença de Leonel Brizola,

Wanildo de Carvalho,
assumindo a direção
da Prefeitura
Municipal, em
processo tumultuado,
deixou posteriormente
a sua marca
no Governo, com
obras há muito tempo
reclamadas pela
população.
Acervo Wanildo de Carvalho

deputado Noel de Carvalho, Cibilis Viana, Vivaldo Barbosa, Marcelo Alencar (prefeito do
Rio de Janeiro), o Chefe do Cerimonial, Alkindar Costa procedeu a leitura do Ato 2227 que
declarou extinto o mandato e vago o cargo do Prefeito de V.R. face ao falecimento do
titular.
Em seguida, Wanildo de Carvalho foi empossado Prefeito, face ao falecimento do
titular José Juarez Antunes, conforme atestado de óbito nº 3.075, passado nas notas do
Cartório do Registro Civil da Comarca de Felizlândia, Estado de Minas Gerais, lavrado às
fls. nº 52Vº, do Livro Talão C.05, atestado este devidamente subscrito pelo Doutor Fausto
Arantes dos Reis, em 21 de fevereiro de 1989.
Os órgãos de informação anunciavam que dos nove secretários, oito renunciaram.
Ao lado do Prefeito Wanildo de Carvalho apenas o Secretário Luiz Alberto Leite.

294 Volta Redonda Ontem e Hoje


Já em 23 de fevereiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda desfilava
pelas ruas, em cima de uma carreta, o carro acidentado, enquanto que o Presidente
Felício declarava continuar acreditando em atentado e que especialistas da Coordenação
dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ (Coppe) viriam à Cidade para
fazer uma nova perícia na Parati. E o tema “perícia” foi explorado a todo instante, muito
embora o veículo não estivesse mais sob a guarda das autoridades policiais, rodando de
lado a lado e tocado por todos quantos chegassem perto.
Em 24/02/1989 a casa do motorista que conduzia Juarez Antunes à Brasília, foi
apedrejada, sem identificação dos autores da façanha.
Em 26/02/1989 Leonel Brizola, na sede do PDT no Rio de Janeiro, às 19:30 horas,
realizou uma reunião com a finalidade de procurar pacificar o clima dominante em Volta
Redonda.
A edição do Jornal “Opção” nº 1.068, informou que o Secretário de Governo, Colombo
Vieira “agrediu com pontapés o pediatra Antônio Carlos Senra (pedetista que apoiou a
manutenção do mandato de Wanildo de Carvalho como Prefeito) e depois agrediu seu
próprio assessor, Luiz Fernando com um soco. O Procurador Geral da Prefeitura, João
Campanário, esmurrou um guarda municipal que dava segurança ao Secretário de Fi-
nanças, Luiz Alberto Leite, que estaria ameaçado de morte por sindicalistas do PDT que
brigavam, como ele, pelo poder na Prefeitura. “Ainda vai rolar mais sangue” sentenciou
um assessor da ala sindicalista do PDT”.
Quando da celebração da missa de sétimo dia pelo Bispo Dom Waldir Calheiros de
Novaes, o mesmo fez um apelo em favor do motorista Alberto da Cruz, que conduzia
Juarez quando do acidente: “Não é justo crucificar alguém em vida”.
Wanildo mesmo sob oposição manteve-se na Prefeitura Municipal no exercício do
cargo, mudando vagarosamente o Secretariado.
A edição nº 1.101, do Jornal “Opção”, anunciou em outubro de 1989 que o motorista
da Prefeitura, Alberto Vicente, foi condenado a um ano de prisão pela Justiça de Curvelo-
MG, não por assassinato premeditado, como chegaram a dizer militantes da ala sindical
do PDT em Volta Redonda, mas por homicídio culposo, ou seja, não intencional.
Como réu primário, o motorista não ficou preso, tendo que se apresentar apenas à
Justiça de Volta Redonda de dois em dois meses.
O inquérito policial apurou excesso de velocidade; que o motorista estava exausto
(havia viajado com Juarez ao Rio antes da viagem a Brasília) e que nenhum dos ocupan-
tes do veículo utilizava cinto de segurança.

OBRAS NO GOVERNO WANILDO DE CARVALHO

Em 1º de junho de 1990 foi inaugurado o “Memorial Zumbi”e, posteriormente, a


“Passarela dos Metalúrgicos “, o “Novo Zoológico”e em 21 de setembro de 1991 o “Museu
Monumento dos Ex-Combatentes”que contou com a presença do Gal. Plínio Pitaluga,
presidente do Conselho Nacional e Associação de Ex-Combatentes do Brasil.
Na ocasião, o Prefeito Wanildo de Carvalho recebeu o Diploma de Sócio-Benemé-
rito da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, Seção de Volta Redonda.

Alkindar Costa
295
A solenidade se revestiu de pompa ainda maior com a entrega da Medalha de Honra
Ex-Combatentes ao Arquiteto Wanildo de Carvalho e a Presidente de Honra da Associa-
ção, senhora Lecy Fernandes.
Entre as obras do prefeito Wanildo de Carvalho, registra-se ainda:
• Memorial Getúlio Vargas - Vila Santa Cecília - Atualmente funcionando
a Biblioteca Municipal
• Viaduto Nelson Golçalves - Santo Agostinho
• Viaduto João Ravache - Ao lado dos Correios
• Viaduto Sávio Gama - Amaral Peixoto
• Pavilhão de Exposições na Ilha São João
• Ponte Metálica no Bairro Casa de Pedra
• Posto de Saúde no Bairro Padre Josimo
• Creche na Vila Americana
• Casa da Mulher no Bairro Retiro
• Passarela dos Metalúrgicos - Vila - Ao lado do Escritório Central da CSN

CÂMARA REJEITA CASSAÇÃO DE WANILDO

Os Prefeitos de Volta Redonda, quase que em sua totalidade, contaram com a


atenção especial da Câmara Municipal nas tentativas do estabelecimento de processos,
objetivando uma cassação de mandato.
A Administração de Wanildo de Carvalho não constituiu exceção à regra. Sob os
mais diversos motivos, o Legislativo abriu comissões de inquérito, procurou formalizar
projetos que estabelecessem a cassação.
O Requerimento nº 43, de 22/03/1989, de autoria do Vereador José Garcia, redun-
dou na Resolução nº 1.077, de 19-05-1989, onde os Vereadores Everaldo Vieira Guima-
rães, Lenine Sérgio Lima de Moura, Luiz Gonzaga de Oliveira Lima, Mário Ribeiro de
Souza Carneiro Neto e Paulo César Baltazar da Nóbrega receberam a incumbência do
exame de irregularidades denunciadas na área da Saúde. O processo, relativo à Resolu-
ção 1077, não apresenta conclusões da Comissão.
O Requerimento nº 256, de 30/11/1989, de autoria do Vereador Isaque Fonseca,
representou a edição da Resolução 1.145, denunciando “contratações sem licitação,
decretos irregulares, servidores da PMVR a serviço particular dos Administradores da
PMVR e má utilização da verba pública”. A criação da Comissão de Inquérito se operou e
os membros destacados foram: Edson Pedro da Cruz, Everaldo Vieira Guimarães, Isaque
Fonseca, Luiz Gonzaga de Oliveira Lima e Vanderlei Barcelos de Souza.
O prazo de 60 dias fixado, foi prorrogado por mais 120 dias. Não se conhece
resultado dos trabalhos.
Em 03 de abril de 1990, o Vereador Isaque Fonseca formalizou a apresentação de
denúncia contra o Secretário Municipal de Saúde e o Sr. Prefeito Municipal, alegando

296 emprego irregular de verba pública.


Volta Redonda Ontem e Hoje
A Ata da 15ª Reunião Ordinária do 1º Período Ordinário, em 03-04-1990, na página
174, do livro 27, destaca que foi formada uma comissão, composta pelos Vereadores
Mário Ribeiro de Souza Carneiro Neto, Paulo Cesar Baltazar da Nóbrega e José Garcia,
para apurar a denúncia.
Em 17-4-1990, foi apresentado o projeto de Resolução nº 13/90, transformado na
Resolução nº 1.159 de 04-05-1990, considerando “revogada a decisão adotada pelo Ple-
nário” na reunião de 03-4 e estabelecendo a dissolução da Comissão Especial.
Anexo ao projeto, está o requerimento onde são apontadas as “incorreções legais e
técnicas”, firmadas pelos edis Amauri Tadeu Tubbs de Souza, Edson Pedro da Cruz,
Everaldo Vieira Guimarães, Elgem José Braga França, Francisco Severino de Almeida,
Fuede Namen Cury, Jorge de Oliveira, José Israel dos Anjos, José Pedro de Oliveira Le-
mos, Júlio Maria Tavares de Castro, Lenine Sérgio Lima de Moura, Luis Fernando Castro
Santos e Luiz Simões.
Consta do Parágrafo Único da Resolução, que seriam devolvidos “à Mesa Diretora
todos os papéis referentes ao assunto”, e que seriam arquivados. Todavia, a determina-
ção não foi atendida, sendo relatado que os documentos foram entregues ao Vereador
Isaque Fonseca e não fazem parte dos arquivos do Legislativo Municipal. Cabe registrar
que inúmeros documentos deixaram de fazer parte dos arquivos da Câmara, não sendo
possível avaliar, nos dias atuais, quantos deixaram de ter existência legal.
Em 16 setembro de 1991, Dr. Marcelino Conti de Souza apresentou denúncia con-
tra o Prefeito Wanildo de Carvalho, por infrações Político-Administrativas, passando a
constituir o processo nº 1.137, protocolado em 17-09, com 132 páginas.
O assunto foi lido na reunião de 19-09-91 e submetido à consideração do Plenário.
Foi considerado rejeitado por 13 votos a 07, sendo o seu arquivamento determinado na
mesma data.

FALECE EX-PRESIDENTE DA CÂMARA E PREFEITO DE VOLTA


REDONDA CÉSAR CÂNDIDO LEMOS.

Em 28 de junho de 1989 a cidade de Volta Redonda recebeu noticia do falecimento,


depois de um período de enfermidade, do jornalista César Cândido Lemos, vereador na
primeira Legislatura e o prefeito que sucedeu – Sávio Gama em 1959.

DERMERVAL, PREFEITO EM 1962, FALECE EM 09/07/1989

Em 09 de julho de 1989, faleceu DERMEVAL PEREIRA DA SILVA, Vereador na 1ª e


2ª legislatura e, ainda, Prefeito em 1962, substituindo Nelson Gonçalves, licenciado para
concorrer ao cargo de Deputado Estadual.
O Decreto de luto oficial foi baixado pelo Prefeito Wanildo de Carvalho em 10/07/
1989 sob o número 3.168.
O falecimento ocorreu na cidade de Barra Mansa, onde Dermeval residia e foi
sepultado.
Alkindar Costa
297
JOSÉ AUGUSTO, VICE-PREFEITO EM 1972, FALECE EM
14/01/1991

O Vice-Prefeito de Nelson Gonçalves, em 1972, José Augusto da Costa, falece em


14 de janeiro de 1991, na Cidade de Volta Redonda.
José Augusto da Costa era filho de Deoclesiano Guimarães da Costa e Maria
Nazareth de Oliveira Costa e nasceu em 07/06/1925, na Cidade de Rio Preto-MG.

JOÃO PIO - PREFEITO EM 1963, FALECE EM 25/11/91

Volta Redonda recebeu com tristeza a notícia - faleceu no Rio de Janeiro em 25/11/
91 o 6º prefeito da Cidade do Aço, Dr. João Paulo Pio de Abreu.
Filho de José Pio de Abreu e Ana Carolina de Abreu nasceu em 20 de junho de 1910
em São Francisco do Glória, Carangola - MG. Médico, eleito em 3 de outubro de 1962,
pela legenda PDC-UDN, com 13.641 votos, tendo como Vice-Prefeito Francisco Fontes
Torres (legenda PSP-PDC-UDN), que obteve 9.860 votos. Foi empossado em 31 de ja-
neiro de 1963 e exerceu o mandato até 31 de janeiro de 1967.
Volta Redonda se tornou mais pobre, com o desaparecimento de uma figura que se
caracterizou pela objetividade, sinceridade, e que em pleno período da Revolução de 1964,
surpreendeu civis e militares.
Visitado por um oficial que lhe transmitia uma
ordem, João Pio declarou:
“Só preciso de 30 minutos”.
O prefeito João Pio
recebe o Presidente O militar declarando-se surpreso pela
da República Castelo resposta recebeu o complemento:
Branco em 16/04/66
quando de sua visita “É o prazo que eu necessito para
ofical para a
colocação de Viga no
desocupar a minha gaveta. Eu sou o
Viaduto N.S. das prefeito e o sr. chega aqui e me dá uma
Graças e Inauguração ordem. Vou embora, entrego-lhe a chave
do Escritório Central
da CSN. e o sr. fica mandando na Prefeitura”.

A direita do Diga-se que uma resposta deste tipo, na


Presidente, o vereador época da Revolução, quem a fizesse precisava
José Domingos de conhecer-se muito bem. E João Pio sabia quem
Macedo.
era.
O Luto Oficial em Volta Redonda foi
Acervo Alkindar Costa
determinado pelo Prefeito Wanildo de Carvalho pelo
Decreto nº 3.776 de 26/11/91, estabelecendo que
em todas escolas municipais deveriam ser
prestadas homenagens a memória do ex-prefeito.

298 Volta Redonda Ontem e Hoje


PAULO CÉSAR BALTAZAR DA NÓBREGA ELEITO PREFEITO
MUNICIPAL

Volta Redonda chegou a mais um


processo eleitoral, objetivando eleger o seu
prefeito.
Na eleição de 03 de outubro de 1992, Paulo César Baltazar
da Nóbrega, eleito
foi eleito Prefeito Municipal, Paulo Cesar vereador,
Baltazar da Nóbrega. Filho de Manoel transformou-se
em Prefeito da Cidade
Nóbrega de Mello e Joselita Baltazar da do Aço, com 44.041
Nóbrega, nascido em 25 de novembro de votos, marcando
1949, na cidade de Vassouras - RJ. O sempre presença
por sua palavra fácil.
Prefeito Paulo César Balatazar da Nóbrega
Acervo Alkindar Costa
recebeu 31,07% dos votos válidos de um
pleito onde votaram 141.744 eleitores, em
438 seções, distribuídas em duas Zonas
Eleitorais (a 47ª e a 90ª), registrando-se uma
abstenção de 15.389 inscritos, o que
representou 9,79%.
A 47ª Zona Eleitoral funcionou no Clube
dos Funcionários da CSN, dividida em três
juntas apuradas. Ao Juiz Dr. Antônio Carlos
Bitencourt coube a responsabilidade da 47ª
Zona; ao Dr. Cláudio Dell’Orto a 258ª e ao
Dr. José Nilo Ferreira, a 259ª.
A 90ª Zona Eleitoral funcionou no Aero Clube de Volta Redonda, dividida em duas
Juntas Apuradoras, sendo a 90ª entregue ao Juiz Newton Campos de Medeiros e a 260ª
ao Juiz João André J. Porto. A Promotora Sueli Carreira da Silva, integrou o trabalho da
Justiça na 90ª Zona Eleitoral..
A votação para Prefeito registrou as seguintes marcas:
- Paulo César Baltazar da Nóbrega ............... 44.041 ou 31,07%
- Nelson dos Santos Gonçalves Filho ............ 34.544 ou 24,37%
- Marino Clinger Toledo Netto ......................... 18.006 ou 12,70%
- Jessé de Hollanda Cordeiro ........................ 17.615 ou 12,43%
- Antônio Carlos Senra ................................... 1.966 ou 1,39%
- Elias Cazoni ................................................ 1.886 ou 1,33%
- Wladir de Souza Telles ................................ 1.542 ou 1,09%
- Votos em branco ......................................... 14.596 ou 10,30%
- Votos nulos .................................................. 7.548 ou 5,32%

Como Secretário Geral no processo eleitoral, funcionou Edson Valério.


Alkindar Costa
299
ANTÔNIO FRANCISCO NETO CHEGA A PREFEITURA COM
82.898 VOTOS

Em 03 de outubro de 1996, foi realizada a eleição para a Prefeitura Municipal de


Volta Redonda. Para um contingente eleitoral de 172.885 inscritos, votaram 150.162 e se
abstiveram 22.723. Foram registrados 4.238 votos em branco e 11.830 votos nulos. O
candidato eleito foi Antônio Francisco Neto, com 82.898 votos, representando 55,21%.
O quadro final da eleição para Prefeito, ficou assim definido:

(PT-PSL-PSB-PSD)
Antonio Francisco Neto ............................................. 82.898 votos (55,21%)
Maria Aparecida Diogo Braga
(PPB-PTB-PSC-PPS-PFL-PRP-PSDB)
Nelson dos Santos Gonçalves .................................. 38.480 votos (25,63%)
Jessé de Hollanda Cordeiro
(PDT)
Marino Clinger Toledo Netto ...................................... 9.011 votos (6,00%)
Sergio Protásio Moraes Fernandes
(PSTU)
Tarcisio Xavier Pereira .............................................. 1.317 votos (0,88%)
Pedro Ney Maximiliano Alves
(PSDC-PV)
Etelvina Glória Silva Guedes ..................................... 1.012 votos ( 0,67%)
Mary Ângela Pereira Ballarini
(PMN/PRONA)
Antonio Carlos Cordeiro de Carvalho ........................ 772 votos ( 0,51%)
Fernando José de Carvalho Oliveira
(PT do B e PC do B)
Alexandre Márcio Stoduto ......................................... 604 votos ( 0,40%)
Cosme Vieira Filho

Antonio Francisco Neto é filho de Álimo Antonio Francisco e Munira Arbex, tendo
nascido em 29 de maio de 1956 na Cidade de Volta Redonda.
Anteriormente foi Deputado Estadual, eleito em 15/11/1986 e reeleito em 03/10/1990.
Autor de 96 leis e 24 projetos, que ficaram em tramitação. Exerceu o mandato até

300 31/12/2000.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Neto anunciou a
realização de 1.000 obras
em 02 anos, aumento da
pista de rolamento do
Viaduto Nª Sra. das Graças,
construção da Capela Fu- Antônio Francisco Neto,
nascido em Volta
nerária e revitalização Redonda, imprimiu uma
asfáltica das ruas de Volta nova imagem ao
Redonda e em especial da Município, fazendo
surgir obras em todos
Avenida dos Trabalhadores os pontos.
na Vila Sta. Cecília. A Cidade do Aço,
recebeu, inclusive,
A comunidade de sinalização adequada
nas ruas e praças,
Volta Redonda assistiu facilitando a vida dos
entre feliz surpresa, o de- voltarredondenses.
senvolvimento de um Acervo Alkindar Costa
esquema de trabalho, nun-
ca visto entre os Prefeitos
da Cidade do Aço, desde a
fundação da cidade.
O Prefeito Neto
passou a desenvolver um
programa de obras, no Cen-
tro da Cidade ou nos bairros
mais distantes, ligando as
áreas reconhecidas e as
chamadas “de posse”,
igualando a todos na ação
do Executivo Municipal.
As obras que começaram tímidas, passaram a se apresentar de grande vulto, fa-
zendo surgir um novo braço do Viaduto Nª. Sra. das Graças, mudando totalmente a liga-
ção entre a área comercial antiga e a Vila Santa Cecília. Bairros inteiros tiveram
recapeamento asfáltico. Surgiram viadutos, quadras de esportes, ginásios esportivos, e
muitas outras obras.
Em conseqüência, os órgão de pesquisa da opinião pública, anunciaram uma acei-
tação de Neto superior a 98%.
Volta Redonda passou apresentar um aspecto colorido, um município mais bonito,
recebendo indicação da cidade com melhor padrão de vida do Sul do Estado e a mais
Dinâmica.

EX-PREFEITO BALTAZAR É ELEITO DEPUTADO FEDERAL

O Prefeito Paulo César Baltazar da Nóbrega, eleito em 1992, teve seu nome sufragado
para Deputado Federal, nas eleições de outubro de 1998, com 99.633 votos em um
contingente eleitoral de 177.714 inscritos.

Alkindar Costa
301
FALECE O VICE-PREFEITO HÉLIO MAUREY

Em 21 de fevereiro de 1998, Volta Redonda tomou conhecimento do falecimento de


Hélio Maurey, vice-prefeito na segunda administração do Prefeito Sávio Gama, iniciada
em 31/01/1907.
Hélio foi funcionário na CSN e um dos destacados diretores no clube dos funcioná-
rios da CSN, onde chegou a classificação de “BENEMÉRITO”

PREFEITO ANTÔNIO FRANCISCO NETO É REELEITO

Antônio Francisco Neto foi reeleito para a prefeitura municipal em 01/10/2000 e


empossado em 01/01/2001, tendo com Vice-Prefeita, Suely das Graças Alves Pinto.
Historicamente, Antônio Neto, foi o primeiro prefeito da cidade do Aço, reeleito para
o assumir o cargo sucessivamente, tendo ainda como fato de constituir-se no primeiro
prefeito de Volta Redonda no novo século.
Concorreram ainda ao Cargo de Prefeio Municipal:

(PSB-PT-PAN-PDT-PSL-PL-PPS-PMN-PFL-PPB-
PTB-PST-PRP-PRTB-PCdoB-PTdoB e PV)
Antônio Francisco Neto ............................................. 115.204 votos (63,61%)
(PSDB e PSC)
Willian de Freitas ...................................................... 28.891 votos (15,95%)
(PSTU)
Tarcisio Xavier Pereira .............................................. 2.464 votos (1,36%)

A eleição registrou um contingente eleitoral de 181.106 eleitores, comparecendo


160.154, representando uma abstenção de 20.952 eleitores (11,57%) e 13.595 votos bran-
cos e nulos (7,51%).

PRINCIPAIS OBRAS DA ADMINISTRAÇÃO NETO

A Administração Neto caracterizou-se no cenário político da cidade por um período


de sucessivas obras, registrando recordes na comunidade voltarredondense. A marca
de 2000 obras foi atingida ainda na primeira administração.
O surto de obras, prosseguiu na segunda administração, constituindo-se em uma
posição jamais destacada em Volta Redonda. Historicamente e em proporções pode-se
vincular as administrações Sávio Gama e Antônio Francisco Neto, onde o primeiro teve
que dotar o município recém criado de obras de infra-estrutura bem como a instalação do

302 Volta Redonda Ontem e Hoje


Executivo, do Legislativo, além de cuidar da fixação do próprio Judiciário, levando-se em
conta, ainda, o baixo orçamento da Prefeitura Municipal na época.
Sávio Gama na sua primeira e segunda administração (não sucessivas), fez
construir a sede da prefeitura e Câmara Municipal, os Colégios Getúlio Vargas e João
XXIII, a delegacia de polícia, o que foi considerado então, um recorde para a época. O
Prefeito Neto, em duas administrações, além de dotar a cidade de sinalização de ruas,
próprios municipais, praças poliesportivas, fatos que parecem inexpressivos num primeiro
momento, mas que representam uma indicação e preferência da própria comunidade,
apontadas no orçamento participativo.
Entre as diversas obras realizadas, destacam-se:

Realização Valor da Obra (R$)


Hospital do Retiro .......................................... 2.200.000,00
Viaduto Álimo Antônio Francisco (207) .......... 1.350.000,00
Viaduto 17 de Julho ........................................ 1.200.000,00
Elevado Vila Americana (Complexo Rodoviario
Antônio Pedro Costa - Lei Municipal 3334 de 18/04/2001)
....................................................................... 6.000.000,00
Ginásios Poliesportivos (Açude, Santo Agostinho,
Vila Rica, São Geraldo, Siderópolis, Aterrado
Jardim Tiradentes, Volta Grande e Padre Josimo)
....................................................................... 2.000.000,00
Reforma Hospital São João Batista (UTI) ...... 1.500.000,00

Mercado Popular (Vila Sta Cecília) ................ 800.000,00


Cabines de Segurança (Rodovia dos Trabalhadores,
207, Dom Bosco e Jardim Belmonte)
....................................................................... 300.000,00
Duplicação SAAE/Belmonte (2.000 l/s) ......... 16.000.000,00
Tratamento de Esgoto ................................... 15.050.000,00
Revitalização do Parque Aquático ................. 600.000,00

A Administração de Antônio Francisco Neto, marcada por inaugurações, transformou-


se em uma referência permanente de trabalho de desenvolvimento.
Algumas inaugurações podem ser assim demonstradas:
- 17 de maio de 2001 - Mercado Popular, na Vila Santa Cecília, com 90
quiosques.
- 03 de Julho de 2001 – 2ª etapa de obras do Viaduto de ligação dos bairros
Vila Americana e Aero Clube, com a instalação de seis vigas metálicas de 12
toneladas e 32 metros de extensão cada uma.
- 16 de julho de 2001 - Mercadão na Avenida Paulo de Frontin;
- 03 de abril de 2003 - Sexta cabine de segurança no bairro Roma II.

Alkindar Costa
303
- 03 de maio de 2003 - Ginásio Municipal de Skate no Jardim Tiradentes
- 10 de maio de 2003 - Casa Escoteira na Avenida Savio Gama
- 25 de março de 2003 - o 4º Posto de Policiamento Comunitário de Volta
Redonda, no bairro Belmonte, juntamente com o Secretário Estadual de
Segurança, Josias Quintal.

Em 03 de abril de 2002 os Prefeitos Antônio Francisco Neto (Volta Redonda) e


Luiz Fernando de Souza - Pezão (Piraí), assinam convênio para construção do Aeroporto
Regional em área na divisa entre os dois Municípios.
Em 17 de março de 2003 voltam a assinar um protocolo de intenção sobre o projeto
de construção do Aeroporto Regional, desta vez com a presença do Secretario Estadual

de Transportes, Augusto José Arisson. A obra ficou prevista para a Serrinha de Arrozal,
na Divisa entre Volta Redonda e Piraí.
O Instituto Brasileiro de Opinião e Pesquisa - IBOPE., em pesquisa nos dias 10,11
e 12 de setembro de 2002, comprovou a popularidade do Prefeito Neto, com 96% de
aprovação popular.
Finalmente, podemos destacar a reformulação do Estádio Municipal, no bairro
Nossa Senhora das Graças, o Estádio Municipal General Sylvio Raulino de Oliveira, obra
que atingiu a cifra de R$ 16 milhões.
O Estádio Gen. Sylvio
Raulino de Oliveira
O Estádio da Cidadania,
é um dos mais
modernos,
tendo entre outros
anexos, Academia,
Universidade à
Distância e Centro
Cultural.

“Idealizado pelo jornalista Oscar Cardoso (falecido em 2003), o Estádio


Acervo PMVR
também chamado da Cidadania, é o primeiro de futebol no Brasil a
abrigar em seu interior, um complexo de esportes, lazer, saúde e

304 educação com acesso gratuito à população.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Nas dependências do Estádio funciona a maior universidade pública à
distância do Estado, equipada com auditório e laboratórios e dispondo
de cinco mil vagas com ensino gratuito. Previsto também para área,
uma academia de ginástica para a terceira idade, um centro de
recuperação para cardíacos, uma escola para portadores de
necessidades especiais (deficientes físicos e mentais) e salas para
terceira idade, com aulas de informática, artes e mundo contemporâneo.
O Estádio registra:
- 26 mil metros quadrados, dois quais 13,6 mil metros quadrados de área
construída (70% coberta), apresenta formas arquitetônicas futuristas;
- Capacidade para 21 mil torcedores sentados e 1000 em pé;
O Estádio Gen. Sílvio
- Nas dependências internas, ar condicionado, tipo “split” gramado irrigado Raulino de Oliveira
- O Estádio da
por sistema embutido e computadorizado, com acesso por três túneis, sendo Cidadania, é um dos
dois nas laterais para a entrada dos jogadores e, o central para o juiz, os mais modernos,
bandeirinhas, autoridades e pessoal da imprensa; tendo entre outros
anexos, Academia,
- Trinta câmeras com zoom de alto alcance, monitorando torcedores, dentro Universidade à
Distância e Centro
e fora do complexo; Cultural.

- Iluminação superior a do Maracanã, feita por 128 projetores circulares Acervo PMVR

importados, com lâmpadas multivapores metálicas;


- Painel eletrônico de 6 x 4 metros, totalmente full color que permite uma
excelente visualização dos efeitos e das imagens transmitidas antes e no
decorrer dos jogos. O placar da partida, a renda obtida pelo pagamento de
ingressos e o número de espectadores pagantes são divulgados no painel.
No painel também é possível transmitir fotos, propagandas e marcas dos
parceiros e patrocinadores, além de estudos dos clubes, nomes dos
jogadores e outras vinhetas criadas;
- Academia de ginástica para terceira idade e artes marciais;
- Dois elevadores panorâmicos, com capacidade para 15 pessoas;
- Vestiários (equipados com salas médicas e Raiox X), sendo dois para o
jogo preliminar e dois para o principal, com sanitários, duchas e banheiras
de hidro-massagem, aquecimento a gás, armários, áreas de descanso e
piso drenante .
- Salas construídas sob as arquibancadas, abrigando o Pólo de Ensino Superior
a Distância;
- Nove camarotes, 24 banheiros públicos, bares e lanchonetes;
- Sala para anti-doping.
- Oito cabines para rádio e três cabines para televisão com Internet de alta
velocidade, revestimento acústico e ar-condicionado;
- Um posto policial dá suporte a estrutura, além de disponibilização de
contingente policial para os dias de jogos;

A construção se compõe de 960 toneladas de aço estrutural, o equivalente a 6


prédios de 10 andares cada um; 2,6 mil metros cúbicos de concreto, que dariam para

Alkindar Costa
305
construir 300 casas populares de 45 metros quadrados cada uma; 90 mil litros de água
estão disponíveis em duas cisternas, sendo que 20% são reservadas para o sistema
contra incêndios; 24 catracas eletrônicas, configuradas via software, permitindo acesso
apenas a setores pré-estabelecidos e comunicação on line com a Administração do
Estádio; 42 cornetas de 90 graus, usadas no sistema de som com qualidade eletrônica.
Destaque-se que “até 1945, os campeonatos de futebol em Volta Redonda eram
organizados pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Somente naquele ano é que
foi fundada LDVR – Liga de Desportos de Volta Redonda (Deliberação nº 44 / 45, de 19-
07-1945). Na ocasião, Volta Redonda era, ainda, Distrito de Barra Mansa, vindo a se tornar
uma cidade em 1954. Por isso, Barra Mansa foi o único município do Brasil com duas
ligas de desporto.
Mas foi somente no final dos anos 40 que o Estádio Raulino de Oliveira foi construído.
O mentor da obra foi o General Sylvio Raulino, então presidente da CSN, que financiou a
obra. Em 1959, o General Raulino passou a administração do Estádio para o Guarani
Futebol Clube, através de comodato com duração de quatro anos. Em 1963 renovou-se o
comodato para mais quatro anos e em 1967 para mais 10 anos.
Na década de 60, o então presidente da CSN, Osvaldo Pinto da Veigam determinou
a implantação da iluminação no Estádio Sylvio Raulino, o jogo inaugural da iluminação foi
Guarani 0 x 0 Atlético MG. No anos de 1975, o único time profissional de futebol existente
na cidade de Volta Redonda era o Clube de Regatas do Flamengo de Volta Redonda,
mais conhecido como Flamenguinho . Com a idéia da criação de um time próprio da
Cidade, o Prefeito Nelson dos Santos Gonçalves, se viu obrigado a reformar o Estádio, a
fim de ampliar sua capacidade, já que o time teria importantes partidas com outras equipes
do Estado. Porém, o Prefeito ainda queria uma garantia de que efetivamente este time
seria criado. A partir daí, houve a união entre a Prefeitura Municipal de Volta Redonda, a
Companhia Siderúrgica Nacional e a Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF)
para a reforma do Estádio. Foram sete meses intensos de reforma. Paralelamente nascia
o Volta Redonda Futebol Clube (09-01-1976). Em 1976 o Prefeito Nelson dos Santos
Gonçalves, desapropriou o Estádio.
Vinte e cinco anos depois o Prefeito Antônio Francisco Neto acatou a proposta do
jornalista e seu assessor particular, Oscar Cardoso, e iniciou uma nova página na biografia
dos estádios de futebol no Brasil. Com recursos próprios do município, o Raulino de
Oliveira começou a perder suas velhas formas e ceder espaço para um novo templo do
futebol, onde o talento dos jogadores brasileiros se alia à proposta desafiadora de construir
um capítulo à parte na história da cidadania brasileira.
Três anos depois, surge o Estádio Sylvio Raulino de Oliveira - O Estádio da
Cidadania, o primeiro e único no Brasil a abrigar um complexo de cidadania em suas
dependências.
O novo Estádio foi inaugurado em 17 de abril de 2004, às 18:30 horas quando o
juiz Willian Marcelo de Souza Nery apitou, dando inicio a partida entre o Voltaço e o Botafogo.
(informações fornecidas pela PMVR)

306 Volta Redonda Ontem e Hoje


O Poder Judiciário
em
Volta Redonda

Alkindar Costa
Na cidade de Volta
Redonda, a merenda é
considerada de
primeira nas escolas
da rede municipal, a
primeira do Estado e
referência no país.
A Orquestra de
Cordas, Banda de
concertos da Fevre e
Coro Infanto-Juvenil,
são comandadas pelo
maestro Nicolau
Martins de Oliveira,
reunindo centenas de
alunos das escolas
municipais da cidade.
Fotos - Calino

Acervo PMVR

308 Volta Redonda Ontem e Hoje


JUDICIÁRIO DE VOLTA REDONDA - ANTECEDENTES E DESEN-
VOLVIMENTO

A criação da Comarca de Volta Redonda, desmembrada de Barra Mansa, efetivou-


se em razão da Lei Estadual nº 1.385 de 20 de abril de 1955, sancionada pelo Governador
Miguel Couto Filho. Sua instalação ocorreu em 21 de maio do mesmo ano, em solenidade
atendida às 10h00min, no auditório da Escola Técnica Pandiá Calógeras, contando com
a presença do Secretário do Interior e Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Romeiro
Netto e tendo como orador oficial, em nome dos advogados da Cidade do Aço, o Dr. Jamil
Wadih Rizkalla.
As primeiras
instalações ocupa-
das pelo Judiciário
foram as improvisa-
das no Grupo Es-
colar Trajano de
Medeiros, hoje Ins-
tituto de Educação
Manoel Marinho, na
Vila Santa Cecília.
Já em 27 de
março de 1956, o

Na primeira foto, de 21/


05/1955, a instalação
da Comarca de Volta
Redonda na escola
então Prefeito Sávio Técnica Pandiá
Cotta de Almeida Calógeras. Fala o
Secretário de Interior e
Gama, na mensagem Justiça, Dr. Romeiro
nº 24, remetia projeto Netto.
anexo onde deixava A segunda foto,
evidente a preocupa- registra a palavra do
ção em relação à Dr. Jamil Wadih
Rizkalla, orador oficial
construção do edifício que falou em nome dos
do Judiciário em Volta advogados da Cidade
Redonda, afirmando do Aço.

que “a presença do Acervo Alkindar Costa

Forum no corpo de
uma casa de instrução primária” era “sob todos os aspectos, condenável”.
A vontade legislativa foi expressa nas deliberações nºs 93 e 94, ambas de 1956 e
que tratavam da construção da sede do Poder Judiciário. Em 30 de julho de 1956, por
força da Deliberação nº 94 de 17 de abril de 1956, foi assinado um convênio entre o
Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pelo Governador Miguel Couto Filho e
o Município de Volta Redonda, na pessoa de seu prefeito, Sávio Cotta de Almeida Gama,
recebendo, ainda, as assinaturas de Salo Brand, Jofre Nunes Pereira, Cap. Murilo Amarante
Silva, Luiz Tabajara, José Carlos Porchat, Carlos de Mello Schimidt, Elza Villaça Baptista
Pereira.

Alkindar Costa
309
As obras esperadas e contratadas não se efetivaram e o prédio não foi construído.
Com a inauguração das novas instalações da Prefeitura Municipal e já na adminis-
tração do prefeito César Lemos, o terceiro pavimento do Palácio 17 de Julho, foi ocupado
pelo Poder Judiciário, em instalações improvisadas.
Em 10 de novembro de 1959, em conseqüência do Projeto de deliberação nº 53, de
autoria do vereador Silvestre Pereira Rosa, surgiu a Deliberação nº 243, estabelecendo
um novo convênio com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, tendo como principal
objetivo a construção do Forum.
Em 1960, tão logo foi investido de suas funções no Judiciário de Volta Redonda, o
Dr. Niltho Leite se lançou na busca de medidas que possibilitassem a construção do
Forum, recolhendo plantas de edifícios de diversas Comarcas especialmente as do Sul
do País.
Tentou o apoio dos advogados militantes na área de Volta Redonda, reunindo-se
inclusive, com os Doutores Pedro Monteiro Chaves, Jamil Wadih Rizkalla, Jemina Nobre
Ferro, João Veloso Filho e Manuel Gomes Filho.
Em 26 de agosto de 1964, quando o Dr. Niltho Leite deixava a Comarca de Volta
Redonda, promovido para a 3ª Vara Cível de Campos, fazia remeter ao Legislativo Muni-
cipal, em expediente nominal aos membros Vereadores, o seguinte documento:

“O que se realizou desde 6 de dezembro de 1960 até hoje em benefício


da Justiça foi, sem dúvida, com a colaboração de Vª. Sª. e seus dignos
pares.
Ao ser promovido para a 3ª Vara Cível de Campos, consigno aqui os
meus agradecimentos, ressaltando que deixamos a BIBLIOTECA DO
FORUM DE VOLTA REDONDA, com mais de 2.130 volumes jurídicos, e
as COLEÇÕES COMPLETAS de Leis do Brasil, Revista Forense e Re-
vista dos Tribunais, bem assim, reorganizamos o cartório eleitoral, e
elevamos de 20.927 para 34.530 os eleitores deste Município.
Ainda, apraz-me informar que não há nenhum processo em meu poder,
nem mesmo em cartório, dependendo da minha decisão.

Nossos agradecimentos.

Niltho Leite
Juiz de Direito”.
(nossos os grifos).

Em 1967, outro entusiasmado pela causa deixou sua marca na busca de um edifí-
cio que representasse com dignidade a grandeza do Poder Judiciário de Volta Redonda.
Foi o Dr. Ulysses Valladares Salgado. O Poder Judiciário, graças aos esforços do Prefeito
Sávio Gama, já funcionava em instalações improvisadas na Avenida Paulo de Frontin, um
pouco melhores que as anteriormente ocupadas.

310 Volta Redonda Ontem e Hoje


Por força da Lei Estadual nº 6.079, de 19 de junho de 1968, foi a Comarca de Volta
Redonda elevada à 3ª Entrância, sendo desmembrada em duas varas, sendo uma delas
a Vara Criminal.
A instalação ocorreu em 29 de novembro de 1968, às 14hs00min. Sávio Gama
continuava a busca de uma solução que representasse a existência de uma sede defini-
tiva ao Poder Judiciário e, em 24 de julho de 1969 pela Deliberação nº 983, conseqüente
do projeto anexo à mensagem nº 06/69 de sua autoria, fixava autorização para que o
Poder Executivo Municipal doasse ao Estado do Rio de Janeiro, uma área de terra com
3.250 m2, com frente para a Avenida Lucas Evangelista de Oliveira Franco, com 560 (hoje
Avenida Pedro Monteiro Chaves) e rua 535. O objetivo da doação já não era surpresa -
construção do edifício do Forum.
“No Governo Raimundo Padilha, o Deputado Pedro Magalhães foi nomeado Secre-
tário de Interior e Justiça do Estado do Rio de Janeiro”, quando então, nas notas do tabe-
lião Dauro Aragão, foi lavrada a escritura de doação do terreno, tendo S. Exa. compareci-
do, representando o Estado na lavratura do instrumento de doação.
Determinou o Secretário de Estado, Dr. Pedro Magalhães para que fossem destina-
dos recursos para a construção do Forum, verificando-se na ocasião, que essa constru-
ção não integrava programação por parte do Governo do Estado nem por parte do Tribu-
nal de Justiça.
As obras se iniciaram em abril de 1973 e em dezembro já estavam quase concluí-
das, restando o acabamento.
Afastando-se em maio de 1974, para se candidatar à deputação, deixou o Dr. Pedro
Magalhães consignada a verba no orçamento de 1975, para o acabamento das obras.
No dia 19 de fevereiro de 1974 foi instalada a Secretaria da Vara Criminal, sendo a
mesma entregue aos cuidados de Pedro Paulo Alves.
Em 12 de abril de 1973 já havia sido instalada a 2ª Vara Cível da Comarca, com a
presença do Desembargador Dr. Luiz Henrique Steele.
A 5ª Sub-seção da Ordem dos Advogados do Brasil, localizada em Volta Redonda,
já integrava o movimento, lutando em todos os sentidos na busca de soluções para con-
clusão das obras do Forum.
Contatos foram feitos com o Presidente do Tribunal de Justiça, Secretário de Interi-
or e Justiça e com o Governador eleito, Dr. Antônio de Pádua Chagas Freitas.
A 5ª Sub-seção da OAB-VR chegou até mesmo a constituir uma comissão especi-
al para acompanhar os trabalhos de construção do Forum, constituída pelos Advogados
Valdir de Oliveira, Juércio de Oliveira Neves, Edir Inácio da Silva, Étore Dalboni da Cunha,
José Ribeiro Costa, tendo como assessores o Deputado Pedro Raymundo de Maga-
lhães, Dr. Jonas de Carvalho e o Engenheiro Aroldo de Oliveira e Ítalo Granato.
Paralelamente aos trabalhos da 5ª Sub-seção da OAB-VR, trabalhava também a
Associação dos Advogados de Volta Redonda.
Ao assumir o Governo Municipal, por nomeação do Governador Faria Lima, o Pre-
feito Georges Leonardos manifestava, a todos os que o procuravam, a total impossibilida-
de de levar a cabo o convênio com o Estado, por ausência de recursos financeiros. A
Construtora Horizonte Ltda., de Antônio Barreiros, procurava receber o débito da
Municipalidade, fato que se completou somente em 25 de abril de 1979.

Alkindar Costa
311
Na administração do Prefeito Aluízio de Campos Costa os trabalhos passaram a ter
novo impulso, redundando na complementação das obras esperadas por longos anos.
Em 23/10/1978, às 15:00, foi instalada na rua Assis Chateaubriand, 18, no bairro
Aterrado, a 2ª Junta de Conciliação e Julgamento de Volta Redonda, criada pela Lei Federal
6.563 de 19/09/1976 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região), transferindo-se em 28/
08/1979, às 15:00 para novas instalações na Av. Paulo de Frontim, 386 - 2º Andar, no
mesmo bairro.
No dia 26 de abril de 1980, às 10hs00min, com a presença do Governador Antônio
de Pádua Chagas Freitas, foi declarado inaugurado o Prédio do Forum da Comarca de
Volta Redonda. Era Presidente do Tribunal de Justiça, Carlos Luiz Bandeira Stampa;
Secretário de Interior e Justiça, Erasmo Martins Pedro; Prefeito Municipal de Volta Redonda,
Aluízio de Campos Costa e Presidente da Câmara Municipal, o Dr. Jonas de Carvalho.
Pela Vara de Família e Menores respondia o Dr. Amir de Castro Garcia Duarte; pela
1ª Vara Cível, o Dr. José Pimentel Marques; pela 2ª Vara Cível e Diretor do Forum, o Dr.
Nilson de Castro Dião; pela Vara Criminal, o Dr. Ulysses Valladares Salgado e sendo Juiz
Regional o Dr. Antônio Felipe da Silva Neves.
Não havia ficado esquecida a Lei Municipal nº 1.360 que estabelecera convênio,
entre o Governo do Estado e o Município de Volta Redonda, para as conclusões das obras
e nem a Lei Municipal nº 1388 que havia homologado o Convênio firmado pelo Prefeito
Nelson dos Santos Gonçalves, por Volta Redonda, o Dr. Laudo de Almeida Camargo,
Secretário de Estado de Justiça, com a presença do Exmº Sr. Desembargador Luiz Antô-
nio de Andrade, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Na administração Edir Inácio da Silva a OAB-RJ 5ª subseção – Volta Redonda/RJ,
inaugurou em 07/11/1980 às 19h00min, a Sala dos Advogados, no Edifício do Fórum em
Volta Redonda.
Em 17 de julho de 1981, às 11hs00min , atendendo aos termos do parágrafo único
do artigo 1º do Provimento nº 33/81, do Exmº Sr. Dr. Olavo Tostes Filho, DD.
Desembargador Corregedor Geral da Justiça, foi instalada a Serventia privativa da 3ª e 4ª
Vara Cível, a Vara de Menores e a 2ª Vara Criminal.
O Ato contou com a presença do Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça, Antônio
Marins Peixoto, Dr. Antônio de Pádua Chagas Freitas, DD. Governador do Estado do Rio
de Janeiro e o Exmº Sr. Prefeito Municipal de Volta Redonda, Dr. Nelson dos Santos Gon-
çalves.
As 3ª e 4ª Varas Cíveis ao serem instaladas, foram entregues aos cuidados admi-
nistrativos de Francisco Alves Ourique.
Em 08 de novembro de 1984, na Administração João Velloso Filho, as 16h30min, a
OAB-RJ, 5ª subseção inaugurou a Galeria dos seus Ex-Presidentes.
Em 20 de Outubro de 1988 foi realizado, às 17hs00min, a solenidade de instalação
no Edifício do Forum do Juizado Especial de Pequenas Causas, entregue ao íntegro Juiz
Dr. Jorge Sidnei Barbosa Possidente.
A Constituição do Estado do Rio de Janeiro, promulgada em 05 de Outubro de
1989, no Artigo 13 do Ato das Disposições Transitórias fixou a elevação de Volta Redonda
à Comarca de Capital, juntamente com Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de
Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Campos, Barra Mansa, Cabo Frio, Petrópolis,
Teresópolis e Nova Friburgo.

312 Volta Redonda Ontem e Hoje


De acordo com o artigo 10 do Código de Organização Judiciária do Estado, as
comarcas foram classificadas em primeiro e segunda entrâncias, ficando a comarca da
Capital nomeada como a única de entrância especial.
Por ocasião da realização das eleições de 15 de novembro de 1989, Volta Redonda
foi escolhida como central de recepção, reunindo os Municípios de Barra Mansa, Barra do
Piraí, Angra dos Reis, Mendes, Resende, Itatiaia, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de
Frontin, Paracambi, Mangaratiba, Parati, Piraí, Rio Claro, Valença, Rio das Flores e Pati
do Alferes, segundo a orientação do Tribunal Regional Eleitoral.
O Dr. José Nilo Ferreira, ao responder pela Direção do Forum, conseguiu, com o
apoio de advogados, inúmeras melhorias para o Palácio da Justiça, evidenciando sempre
quando da presença de órgãos do Estado, a necessidade de que as instalações sejam
ampliadas, inclusive no que concerne a pessoal e aos próprios Juízes, Promotores e
Defensores, em razão do grande número de processos que são registrados na Comarca.
O Salão do Juri, em 27/08/1993, foi denominado Salão do Juri Desembargador José
Domingos Moledo Sartori.
Em 17 de maio de 1996, às 12h30min, na rua 25-A, sala 103, no Bairro Vila Santa
Cecília, foram inauguradas as instalações da Vara Federal única de Volta Redonda. Na
mesma data foi inaugurada a Sala dos Advogados.
No dia 30 de julho de 1997, foi inaugurado o 5º Núcleo de Corregedoria de Justiça,
na rua 33, nº 187, na Vila Santa Cecília. Na mesma data, houve a inauguração e instalação
dos Juizados Especiais, Cível e Criminal, na rua Cervantes, 132, no bairro aterrado. No
Fórum, foram instaladas a 3ª Vara de Famíla e a 5ª Vara Cível.
Em 25/07/1997, foi inaugurado pelo Presidente do Tribunal Regional da 1.ª Região,
Exmo. Sr. Juiz Luiz Carlos de Brito, o TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1.ª
Região, para onde foram transferidas as Juntas de Conciliação e Julgamento, passou a
funcionar na Rua General Newton Fontoura n.º 891, no bairro Nossa Senhora das
Graças, com a denominação de Fórum Juiz José da Cunha Filho.
Em 02 de fevereiro de 1998, o Presidente da Seccional da Ordem dos Advogados
do Brasil, Celso Augusto Fontenelle foi homenageado pela 5ª Subseção, com seu nome
colocado no Auditório da Ordem.
Em 16 de fevereiro de 1998, na sede da 5ª subseção foi instalado o Conselho
Subseccional.
No mesmo ano, na rua 25-A, nº 23, sala 103, foi inaugurada a 2ª Vara Federal.
Em 04 de maio de 1998, no Salão Nobre do Fórum de Niterói, foi sancionada pelo
governador Marcelo Allencar, a lei que alterou a categoria dos Juizes de 2ª Entrância para
Entrância Especial, da Comarca de Volta Redonda. A medida representou destacar os
juizes que ali fossem nomeados, terão como característica principal a experiência
jurídica, já que a Comarca representa o último passo para que os mesmos acessem
vagas no Tribunal de Justiça. Em 03/11/1998 foi instalada a 6ª Vara Cível.
A locação do imóvel (antiga sede da CBS), foi atendida no mês de janeiro de 1999,
no gabinete da Presidente do TRF 2ª Região, desembargadora Tânia Heine, juntamente
com o Diretor do Fórum Federal, Dr. André Kozlowsk, contando com a presença da
Diretora de Administração da CBS, Dra. Silvia Moreira de Rezende. Presenciaram o ato
os Desembargadores, Dr. Sérgio Feltrin e Benedito Gonçalves e da 5ª subseção da OAB
- Volta Redonda, Dr. Luiz Inácio Orlando Gomes Coelho e os Conselheiros Luiz Fernando
Marques, Rosa Maria S. Fonseca e Antonio Jose de Almeida Filho.
Alkindar Costa
313
Em 30 de março de 1999, foram instaladas as 3ª e 4ª Varas Federais de Volta
Redonda, em conseqüência das disposições da lei n.º 8.535 de 16/12/1992, na Rua 12,
no Bairro Santa Cecília. A Vara de Infância e da Juventude foi instalada em 18/09/2001, às
15 horas no Fórum de Volta Redonda.
Historicamente, destaque-se que o primeiro advogado particular a instalar escritó-
rio em Volta Redonda, ainda 8º Distrito de Barra Mansa, foi o Dr. Jamil Wadih Rizkalla,
inscrição OAB-RJ nº 933.
Seu escritório situou-se na Avenida Paulo de Frontin, sendo, posteriormente,
transferido para a Avenida Amaral Peixoto, no prédio onde funcionava o Cine Avenida
(hoje Loja Maxx), sala essa que também abrigou os trabalhos do Centro Cívico
Pró-Emancipação.
Em abril de 2004 a Justiça se apresentava em Volta Redonda, segundo
levantamento realizado pelo Advogado Paulo Wedson Torres de Menezes, com o seguinte
desmenbramento:

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL (Atualização até 13/04/2004)

1. Justiça Federal de Primeira Instância:


Rua José Fulgêncio de Carvalho Netto, n° 38, Bairro Aterrado
Atendimento ao público: das 12:00 às 17:00 horas, de Segunda a Sexta-Feira,
Jurisdição Volta Redonda, Barra Mansa e Pinheiral.
Na cidade do Aço e na Justiça Federal de 1ª Instância funcionam a 1ª Vara Federal,
2ª Vara Federal - JUIZADO ESPECIAL, 3ª Vara Federal e 4ª Vara Federal
Competência: Processam e julgam as causas em que são partes a União e os
entes de Direito Público Federal (CRFB, Art. 109).

2. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (Atualização até 13/04/2004)

Rua Dezesseis, nº 186, salas 14 e 16, Vila Santa Cecília


Competência: Representam o Ministério Público Federal - Procuradoria Geral da
República junto à Justiça Federal na região (Volta Redonda, Barra
Mansa, Pinheiral). Sua atuação está voltada para a busca da defesa
do patrimônio, serviços e interesses da União e dos interesses
difusos e individuais disponíveis em face da atuação da União, razão
pela qal as ações penais e cíveis do Ministério Público Federal, são
propostas na Justiça Federal (CRFB, Art. 127-129, Lei
Complementar 75 de 20/05/1993; Lei 8625 de 12/02/1993)

314 Volta Redonda Ontem e Hoje


3. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (Atualização até 13/04/2004)
Na rua Gen. Nilton Fontoura, nº 891 - Bairro N. S. das Graças
funcionam a 1ª e 2ª Vara do Trabalho, atendendo ao público: das
11,00 às 17,00 horas de Segunda a Sexta-Feira
Competência: Justiça do Trabalho (CFRB, Art. 114)

4. PODER JUDICIÁRIO ESTADUAL (Atualização até 13/04/2004)

4.1. FORUM DA COMARCA DE VOLTA REDONDA


Na rua Pedro Chaves, nº 195, Bairro Aterrado, funcionam 1ª, 2ª,
3ª, 4ª, 5ª e 6ª Vara Cível. Na área de Família, funcionam a 1ª, 2ª e
3ª Vara, a Vara da Infância e Juventude e a 1ª Vara Criminal-
Tribunal do Juri, com atendimento ao público: de 11:00 às 17:30
horas.

5. FORUM II - JUIZADOS ESPECIAIS (Atualização até 13/04/2004)

Foi inaugurado em 01/09/2000, funcionando até hoje na rua Otávio,


s/nº - Bairro Voldac, com Atendimento ao público: de 10:00 às 18:00
horas de Segunda a Sexta-Feira.
Registre-se o funcionamento regular do Juizado Especial Cível,
Juizado Especial Criminal e a 2ª e 3ª Vara Criminal.

6. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Atende na Av. Paulo de Frontim, nº 590, 10º andar, Edifício Plaza
Business Center, Bairro Aterrado - Atendimento: de Segunda às
Sextas- Feiras, de 09:00 às 18:00 hs
7º CRAAI - Centro Regional de Apoio Administrativo-Institucional -
Volta Redonda
Estão en funcionamento no local a 1º Promotoria de Justiça (lª,
2ª, 5ª e 6ª Varas Cíveis e Juizado Especial Cível), 2ª e 3ª
Promotoria de Justiça (3ª e 4ª Varas Cíveis), 1ª e 2ª Promotoria
de Família (1ª Vara de Família), 3ª Promotoria de Família (3ª
Vara de Família), Promotoria da Infância e Juventude, 1ª
Promotoria de Justiça (1ª Vara Criminal - Tribunal do Juri), 2ª
Promotoria de Justiça (2ª Vara Criminal e Juizado Especial
Criminal), 3ª Promotoria de Justiça (Juizado Especial Criminal
e Vara Criminal), Promotoria de Investigação Penal, 2ª
Promotoria de Tutela Coletiva
Competência: Atua junto ao Poder Judiciário Estadual e suas funções estão fixadas
no Art. 129 da CRFB.

Alkindar Costa
315
7. DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(Atualização até 13/04/2004)

Av. Paulo de Frontim, nº 300, Centro, com atendimento ao público:


Segunda-Feira - AGENDAMENTO 08:00 às 11:00hs e nas 3ª e 5ª -
Atendimento - de 8:00 as 13:00 Hs.
Funcionam anexo a Defensoria Pública o NÚCLEO CÍVEL E DE
FAMÍLIA, 1ª VARA CRIMINAL E JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, 2ª e 3ª
VARAS CRIMINAIS E JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, 1ª, 2ª, 3ª,
4ª, 5ª e 6ª VARAS CÍVEIS e a 1ª, 2ª e 3ª VARA DE FAMÍLIA
Competência: Atua junto ao Fórum da Comarca.
(CRFB, Art. 134, Lei Complementar 80 de 12/01/1994)

8. PROCURADORIA SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL


EM VOLTA REDONDA (Atualização até 13/04/2004)
Atendimento regular na Rua 16, nº73, 3º andar, Bairro Vila Santa
Cecília, tendo como Municípios Jurisdicionados: Barra do Piraí,
Barra Mansa, Engº Paulo de Frontim, Mendes, Miguel Pereira, Paty
do Alferes, Pinheiral, Piraí, Rio Claro, Rio das Flores, Valença,
Vassouras e Volta Redonda.
Competência: Cobrança Judicial da Dívida Ativa da União e sua Defesa em
processos de natureza fiscal

9. ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (Atualização até 13/04/2004)


PROCURADORIA SECCIONAL DA UNIÃO EM VOLTA REDONDA

Atende na Rua 25a, nº 23, Salas 201 a 206, Bairro Vila Santa Cecília,
tendo como Área de Atuação: Angra dos Reis, Barra Mansa,
Itatiaia, Mangaratiba, Paraty, Pinheiral, Porto Real, Quatis, Resende,
Rio Claro e Volta Redonda.
Competência: Promover a representação judicial da União perante a 1ª Instância
da Justiça Federal Comum, Especializada e Justiça Estadual e,
quando for o caso, no Tribunal Regional do Trabalho (CRFB, Art.
131 e 132, Lei Complementar 73 de 10/02/1993, Lei 9.028 de 12/
04/1995)
10. PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
5ª PROCURADORIA REGIONAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Funciona na Av. Paulo de Frontim, nº 590, 1501, Ed. Plaza Business


Center, Bairro Aterrado, com Atendimento: de Segunda às Sextas-
Feiras, de 11:00 às 17:00 hs. Área de Atuação: Barra Mansa,
Itatiaia, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro e Volta Redonda.
316 Volta Redonda Ontem e Hoje
Competência: É Advocacia do Estado. Atua como Órgão Central do Sistema
Jurídico do Estado, exercendo atividade de consultoria,
representando em juizo o Estado e seus entes da Administração
Pública direta e indireta. Fiscaliza os processos de inventário e
doação, com a finalidade de verificar o fiel e correto recolhimento
do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações. Promove a
Cobrança Judicial da Dívida Ativa Trbutária ou não do Estado, bem
como emite certidões negativas de Débito para com a Fazenda
Estadual.

JUÍZES DE DIREITO COM EXERCÍCIO NA COMARCA DE VOLTA


REDONDA
Abeylard Pereira Gomes
Alberto Pontes Garcia Jr.
Alexandre Custódio Pontual
Alexandre Herculano Pereira Varela
Alexandre José da Silva Barbosa
Alexandre Marques Rezende Junior
Alexandre Teixeira de Souza
Alírio Gonçalves Carvalho Filho
Amir de Castro Garcia Duarte
Ana Helena Mota Lima do Valle
Ana Luiza Coimbra Mayon Tovil
Ana Maria Pereira de Oliveira
André Gustavo Corrêa de Andrade
Angelo Joaquim Gomes Junior
Antonio Carlos dos Santos Bitencourt
Antônio César Rocha Antunes de Siqueira
Antônio Felipe da Silva Neves
Antônio Luiz Vieira Teixeira
Antônio da Rocha Lourenço Neto
Belmar Martins Costa
Carlos Fernando Potiguara Pereira
Celso Luiz de Matos Peres
Celso Sardinha
Celso Silva Filho
César Augusto Leite

Alkindar Costa
317
César Augusto Rodrigues Costa
Cherubin Helcias Schwartz
Cláudia Maria Gonçalves Vidal
Cláudio Luiz Braga Dell’Orto
Clarindo de Brito Nicolau
Denise Levy Tredler
Denise Roullin Farias
Denise Salume Amaral
Elisa Maria Torelly Santos Rocha
Fernando Antônio de Almeida
Fernando Luiz Costa Camarota
Florentina Teixeira Ferreira
Francisco das Chagas Ferreira Chaves
Francisco Ferraro
Francisco Ferreira Júnior
Francisco José Monteiro Junqueira
Francisco de Paula de Lima Costa
Genarino Carvalho Pignataro
Gerson Silveira Arraes
Gilson Vitral Vitorino
Gualberto Gonçalves de Miranda
Gustavo Bandeira da Rocha Oliveira
Hélcio Mário de Lima e Silva
Heleno Ribeiro Pereira Nunes
Hélio Albernaz Alves
Ivo Pereira Soares
João André Jardim de Lima Oliveira Porto
João Bosco Cascardo de Gouvêa
João Ribeiro Simões Junior
Jorge Sidnei Barbosa Possidente
José Domingos Moledo Sartori
José Maria Valladares
José Mário Pinheiro Pinto
José Nilo Ferreira
José Nilton

318 Volta Redonda Ontem e Hoje


José Pimentel Marques
José Roberto Emílio Louzada
José Roberto Portugal Compasso
Juarez Alves
Juarez Fernandes Folhes
Ledir Dias de Araújo
Leony Maria Pinto de Soledade Lima
Lindalva Soares Silva
Lúcia Regina Esteves de Magalhães
Luiz Carlos da Costa Carvalho Filho
Luiz Eduardo Cavalcente Canabarro
Luiz de Carvalho Rangel
Luiz Bastos Ahendes
Luiz Umpierre de Melo Serra
Magno Alves Assunção
Marcelo Almeida de Moraes Marinho
Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira
Marcelo Dias da Silva
Marcelo Mondego de Carvalho Lima
Marcelo Nobre de Almeida
Marcelo de Sá Batista
Márcia Vieira de Souza
Márcio Quintes Gonçalves
Marco Antônio Novaes de Abreu
Marco Aurélio Bellizze Oliveira
Marcos Bento de Souza
Marcos Borbas Caruggi
Maria Helena Peligrinetti Lourenço
Maria de Lourdes Valle
Mário Assis Gonçalves
Mário Cunha Olinto Filho
Marisa Balbi Rosonback
Mauro Baldi
Moises Cohen
Mônica de Freitas Lima Quinderé

Alkindar Costa
319
Nelson Antônio Celani Carvalhal
Nestor Luiz Bastos Ahrendes
Newton Campos de Medeiros
Nilson de Castro Dião
Niltho Leite
Orlindo Elias
Paulo de Almeida Pançardes
Paulo César Salomão
Paulo José Bastos Consenza
Pedro José Alexandre Arruda Pinto de França
Renato Ricardo Barbosa
Rivaldo Pereira Santos
Ricardo Alberto Ferreira
Roberto de Abreu e Silva
Ronaldo dos Santos Valladares
Sandra Santarem Cardineli
Sérgio Jerônimo Abreu da Silveira
Sérgio Lúcio de Oliveira e Cruz
Sérgio Roberto Emício Louzada
Sônia de Fátima Dias
Telmira de Barros Mondego
Telmo Pereira dos Reis
Theresa Araújo Esteves Fraga
Therezinha Maria de Sousa Souto
Ulysses Valladares Salgado
Valéria Dacheux Nascimento Radnik
Victor de Magalhães Cardoso Rangel Junior
Wilson Silva

PROMOTORES DE JUSTIÇA COM EXERCÍCIO NA COMARCA


DE VOLTA REDONDA

Adhemar Luiz Pereira


Adriana Araujo Porto

320 Ana Paula Ribeiro Rocha de Oliveira

Volta Redonda Ontem e Hoje


André Guilherme Tavares de Freitas
André Machado Ricci
Ângela Maria Silveira dos Santos
Antônio Carlos dos Santos Bitencourt
Antônio Munir Rafidi
Átíla Pereira de Souza
Augusta Vitória Piclum
Carla Carvalho Leite
Carlos Bernardo Alves Aarão Reis
Carlos Eduardo Bouçada Tassaras
Carlos Equi
Celso de Andrade Loureiro
Celso Quintela Aleixo
Cláudia Cristina Noguerira
Cláudia Pereira Caldas
Cláudio Luis Braga Dell’Orto
Cláudio Silva de Carvalho
Cristiane de Carvalho Vasconcelos
Cristiane Nascimento Ferreira
Cristina Maria Nogueira de Vasconcelos
David Francisco de Farias
Diamantino Ferreira
Dimitrius Viveiros Gonçalves
Eduardo Paes Fernandes
Elisa Maria Torelly Santos Rocha
Ellis Hermídio Figueira
Elizabete Maria Leiras Alverez
Eni Gonçalves de Oliveira Silva
Erica Rogar
Fátima Maria Ferreira Melo
Fernanda Caruso de Mattos
Fernando Carlassara de Oliveira
Fernanda Louise da Silva
Flávia da Matta Xavier Reis
Francisco de Assis Machado Cardoso

Alkindar Costa
321
Francisco Chagas Bruno
Gabriel Villela Junior
Gabriela Araújo T. Serra
Gabriela Maris P. do Couto
Gastão Menescal Carneiro
Gelcy Migon Pinto de Oliveira
Geraldo Couto
Geraldo Matos Maia
Gilmar Augusto Teixeira
Guilherme Vogel Prado
Isabela Pena Lucas
Ivan Anátocles da Silveira Ferreira
Izabella Figueira
Jandir César Sampaio
João Carlos Mendes de Abreu
Joaquim Armindo Thomas
Jonas Mendes Rodrigues
Jorge Narciso da Silva Filho
José Antônio Gonçalves
José Diniz Pinto Bravo
José Evany Gussen
José Maria Leoni Lopes de Oliveira
José Tovil
José Wilson Menegale
Laise Ellen Macedo
Lúcia Serrão
Luciana Barbosa Delgado
Luciana de Souza Carvalho
Luciana Sapha Silveira
Luciano Arbex Sarkis
Luiz Carlos Motta Machado
Luiz Otávio Figueira Lopes
Madalena Junqueira Ayres
Marcelo Daltro Leite
Marcelo de Lyra Filho

322 Volta Redonda Ontem e Hoje


Marcio Benisti
Marcus Vinícius da Costa
Maria do Carmo M. F. Alexandre
Maria Celeste de Brito Pereira
Maria da Conceição Nogueira da Silva
Maria Cristina da Sgrerther
Maria Elisabeth Cardoso A. da Costa
Maria Helena Ramos de Freitas
Maria da Glória Barboza Silva
Maria Helena G. Pinheiro
Mendelssonhn Erwin Kieling
Nilo Caio Lamarão Branta
Patrícia Hauer
Paulo Roberto Valim Gomes
Paulo Tarso Santiago Leite
Pedro Borges Mourão
Pedro Paulo Geraldo Pires de Mello
Pedro Rubim Borges Fortes
Priscila Naegele Vaz
Regina M. Tedesco
Remmy Barbosa Vianna
Renata França
Renato Monteiro Sardão
Renê de Souza Coelho
Ricardo Alcântara Augusto Pereira
Roberta Dias Laplace
Roberto Frederico Sanchez
Robson Renault Godinho
Rodrigo Octávio de Arvellos Espíndola
Rogério Carlos Scantamburlo
Romero Lacemant
Rosa Maria Xavier Gomes Carneiro
Rosane Orichio de Siqueira Mello
Rubens de Freitas Mattos
Sávio Renato B. S. Silva

Alkindar Costa
323
Sérgio Nogueira de Azeredo
Silvia Luiz Xavier Dell’Ome
Silvia Maria Castelo Branco S. Scaramuzzi
Sônia Eyleen de Oliveira Marenco
Sueli Carreira da Silva
Simone Gomes de Souza Feijó
Sueli Carreira da Silva
Virgilio Panagiotis Stauridis
Wânia Helena Valle Ayres

DEFENSORES PÚBLICOS COM EXERCÍCIO NA COMARCA DE


VOLTA REDONDA

Adilson da Costa Azevedo


Adriana Michelotti Konlen
Alexandre Couto Joppert
Alice Vinciprova dos Reis
Alfredo José de Macedo Godoy
Ana Cintia Lazary Serour
Ana Cristina Paes Leme dos Reis
Ana Paula Vieira Ferraz
Ângela Thereza Hausemann Moura Brito
Antônio Assunção
Antônio Portugal Corrêa
Arly Porto Barbosa
Candida Maria Mendes
Carlos Alberto de Figueiredo e Silva Júnior
Carlos Alfredo Flores da Cunha
Carlos Ferreira Antunes
Carlos Robson da Ponte
Celenir Rodrigues Estermínio Sagulo
Claudia Alverim Barrozo
Cláudia F. Bartholo Franco
Cristiano Mota Pereira

324 Cristina Sodré Chaves

Volta Redonda Ontem e Hoje


Cristina Cronenberger de Araújo Góes
Dayse Miriam Vieira Lontra
Dênis Oliveira Praça
Dulce Marta D. P. Nunes
Ednéio José Savary
Edson Laércio Condeixa da Costa
Elias Toledo de Oliveira
Fábio Veiga Mello
Fátima Maria Bessa Dias
Fernanda Fernandes Coelho
Georgia de Carvalho Lima
Geórgia Trota
Geórgia Vanconcelos da Cruz
Guaraci de Campos Vianna
Gustavo Allemand Fernandes da Costa
Gustavo Brasil da Penha
Helena Martins de Oliveira
Heraldo Assad Yunes
Hudson Rodrigues de Oliveira
Humberto Schot
Ilda Garcez de Castro Dória
Itamar Leal Gonçalves
Izabel Christina Monteiro de Barros
Ivany B. Mutschaewski
Janine Furtado Lavigne de Lemos
João Helvécio de Carvalho
João Pereira de Queiroz
Jorge Augusto Espósio de Miranda
Jorge Luiz La Cocq D’Oliveira
José França Santos
José Laenio Loche
José Mário Porto Marandino
José Pinto Carneiro
Karenina David Campos
Leandro Santiago Moretti

Alkindar Costa
325
Liliane Maria de O. Carvalho
Luciano Silva Barreto
Luiza Regina dos Reis Rocha
Luiz Alberto de Souza Lemos
Luiz Paulo Vieira de Carvalho
Marcelo Alonso Cebreiro
Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira
Marcelo Rebelo de Mendonça
Marcos Paulo Dutra Santos
Maria Alice Vieira da Rocha
Maria Amélia Sparano
Maria de Carmo Gonçalves
Maria de Lourdes Moraes Costa
Maria Elisabete Cardoso Antunes de Costa
Maria Ignez L. Baldez Kato
Mário Cunha Olinio Filho
Mônca Arrabida Tais de Oliveira
Mônica Almeida Mota
Mônica de F. Lima Quinderê
Nara de Amorim Pamplona
Nelson Joaquim Silva
Oziris da Anunciação Borges Medeiros
Patricia Cardoso
Patrícia Jomba Vilella Braga
Patrícia de Souza Figueiredo
Patrícia V. de Lima Costa Ferreira
Paulo Edmundo Lopes
Paulo de Oliveira Lanzellote Baldez
Paulo Roberto Corrêa
Pedro Simão Júnior
Regina Lúcia T. M. Carvalho
Regina Maria da Fonseca Passos Bittencourt
Renata C. S. Bifano
Renata Motta Gonzaga de Schveler
Renata Raemy Rangel

326 Volta Redonda Ontem e Hoje


Renata Travassos Medina
Roberta de Freitas Braga
Rodrigo Baptista Pacheco
Rogério de Paiva Navarro
Rosana Navega Chagas
Sérgio Paes Fraga
Sérgio Wjzenberg
Silas da Silva Neves
Silvio Roberto Mello Moraes
Simone Maria Soares Mendes
Stela Mari Vieira de Castro
Tânia Lara Monteiro Barroso
Themis Morais Esteves da Silva
Viridiano Andrade Ferreira
Walter Lisboa Vieira

JUÍZES DE PAZ COM EXERCÍCIO NA COMARCA DE VOLTA


REDONDA

A História registra nomeações dos seguintes Juizes de Paz:


Wammyr de Carvalho ............................................... 18-04-1963
Sebastião Silva ......................................................... 05-07-1963
Augusto de Souza Telles ........................................... 12-07-1967
José Paiva de Laffitte ................................................ 30-06-1970
Antônio de Pádua Cedrola ........................................ 09-12-1982
Manoelino da Silva .................................................... 19-03-1986
Juércio de Oliveira Neves ......................................... 19-03-1986
José Nereu Militão ..................................................... 19-03-1986

Alkindar Costa
327
Na primeira foto, de
1973, o registro do
“Palácio da Justiça” em
construção no bairro
Aterrado.

A segunda foto, de
1982, o registro do
Forum já atendendo a
comunidade
voltaredondense.
Acervo Alkindar Costa

328 Volta Redonda Ontem e Hoje


Volta Redonda
Informações Gerais

Alkindar Costa
Carros aguardavam a
abertura da passagem
de nível entre as
avenidas Getúlio
Vargas e Paulo de
Frontim, antes da
costrução do Viaduto
N.S. das Graças em
1963.
Acervo Alkindar Costa

Ciclistas e pedestres
também cruzavam a
passagem de nível . Na
foto de 1963, nota-se
ao fundo na esquerda
da foto o Hotel Vitória.
Hoje , no local das
Casas Cruz, localiza-
se o Edifício Redondo.
Acervo Alkindar Costa

330 Volta Redonda Ontem e Hoje


A histórica chaminé de
1903, era parte das
antigas instalações da
cosntruçao erguida
pelo Dr. José
Rodrigues Peixoto,
onde por muito tempo,
funcionou o Engenho
de Açucar e
Aguardente, laticínio,
funerária e Loja
Maçonica.
A construção foi
demolida para dar
passagem ao Viaduto
N.S.das Graças na
administração João
Paulo Pio de Abreu.
Acervo Alkindar Costa

A foto de 17 de Julho
de 1965, registra
autoridades junto a
placa que marcou a
principal obra do
prefeito João Pio, o
Viaduto N.S.das
Graças.

Sob a placa o prefeito


João Pio e Gen Alfredo
Américo da Silva,
presidente da CSN,
junto a uma crinça.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
331
Com recursos
exclusivos do
município, surgiu o
Viaduto N.S. das
Graças sob o leito da
estrada de ferro. A
foto de 1966 registra o
andamento das obras
e a instalação dos
pilares do viaduto.
Acervo Alkindar Costa

A foto de 1970, feita


de cima do Edifício
Pastor, mostra o
Viaduto em
funcionamento.
Acervo Alkindar Costa

332 Volta Redonda Ontem e Hoje


ESTRUTURA NATURAL

Muito tem sido escrito sobre Volta Redonda especialmente em relação à siderurgia,
ligação normal à Companhia Siderúrgica Nacional.
Nos outros campos de informações existem dificuldades marcantes no que diz
respeito ao conhecimento da formação da terra voltarredondense, a Litologia, Tectônica,
Hidrologia, Clima, Fenômenos Especiais e etc...
A Administração Nelson dos Santos Gonçalves ao contratar os estudos do Plano
Estrutural de Desenvolvimento Integrado - PEDI/VR, elaborado por H.J. Cole Associados
S.A., em janeiro de 1975, colocou à disposição da Comunidade dados da mais alta impor-
tância e que, por estarem incluídos em um trabalho técnico-administrativo, foram pouco
ou mal divulgados, não chegando a alcançar os estabelecimentos escolares da Cidade
do Aço.
No volume que trata da Fundamentação e Proposições, a partir das folhas 39, en-
contramos as seguintes informações:

ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS

Volta Redonda possui um área de 182,8 km2 (observa-se que o Município teve sua
superfície ampliada a partir dos 168 km2, não por expansão de seu território, mas como
resultado da correção do cálculo de áreas dos municípios brasileiros, levada a efeito pelo
IBGE) e um perímetro urbano de 54,33 km2; temperatura média anual de 21° C e uma
pluviosidade anual de 1.377 mm.
O Município está situado no sul do Estado do Rio de Janeiro, “no trecho inferior do
Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, entre as serras do Mar e Mantiqueira”, em uma região
favorecida pelo triângulo formado pelas cidades do Rio de Janeiro (distante 123 km), São
Paulo (311 km) e Belo Horizonte (420 km).
Geograficamente, possui nove décimos de área montanhosa, sendo no restante,
plano e situada às margens do Rio Paraíba do Sul que atravessa o município de Oeste
para Leste, formando a célebre curva, quase em círculo, que deu origem ao seu nome.
Situa-se entre os paralelos 22°31’23” de latitude sul e os meridianos, 44°06’15” de
longitude Oeste (segundo o meridiano de Greenwich). Fonte: Anuário Estatístico do RJ – 1997 – CIDE – Pg. 32
Sua altura sobre o nível do mar varia entre as cotas 390 m na margem do Rio
Paraíba e 707 m na porta nordeste do Município.
Na área municipal, as principais elevações são: Morro da TV - 512 metros e Morro
Boa Vista, com 435 metros.
O Município localiza-se na Zona Fisiográfica de Resende. É no volume Fundamen-
tação/Proposições do PEDI-VR, página 31, que se conhece o que representa a denomi-
nada “Zona Fisiográfica de Resende”, assim detalhada:
“Abrangendo 14 municípios, que representam 20,8% do território
fluminense, a décima zona fisiográfica do Estado do Rio de Janeiro, ou
Zona Fisiográfica de Resende, caracteriza-se por um vale de planalto,
Alkindar Costa
333
cujo principal é o rio Paraíba do Sul, e por um relevo onde predominam
baixas colinas em forma de meia-laranja.
Correspondendo sozinha a uma das três grandes regiões naturais do
Estado, ela é completamente pela orla marítima, de origem geológica
recente, e pelo maciço central altamente erodido, formado por terreno
de origem arqueana, onde as cidades serranas se localizam.
Embora estabelecido em função da estrutura natural do Estado do Rio,
o conceito de zona fisiográfica vem sendo usado para a análise do de-
senvolvimento micro-regional. Assim, sob o primeiro aspecto, a Zona
Fisiográfica de Resende corresponde a uma área de características físi-
cas e geológicas homogêneas; os municípios que a integram, no en-
tanto, apresentam diferentes níveis de desenvolvimento.
Sua bacia leiteira se destaca, não só pela importância no abastecimen-
to interno, como também pelo apoio ao abastecimento das duas metró-
poles nacionais, e grande parte do seu potencial de desenvolvimento é
representado pelo pólo Volta Redonda - Barra Mansa”.

O mapa do município,
apresenta seus limites
ainda sem a demarca-
ção de Pinheiral, visto
que na época de sua
criação, a localidade
ainda pertencia a Piraí.
Foi publicado pela
primeira vez, por J.B.
de Athayde.
Acervo Alkindar Costa

334 Volta Redonda Ontem e Hoje


FISIOGRAFIA (Descrição da Natureza e dos Fenômenos Naturais)

“O Município tem uma superfície de 182,8 Km2 segundo o IBGE, correspondendo a


mais de 0,40% da área estadual. Devido a esta reduzida extensão territorial (é um dos
seis menores municípios do Estado), suas condições naturais (físicas, climáticas e bioló-
gicas) não apresentam variações substanciais, correspondendo às do médio Vale do
Paraíba Fluminense.
O Vale do Paraíba apresenta remanescentes de superfície topográfica senil primiti-
va, mas rejuvenescida pela tectônica do terciário, que dividiu a massa montanhosa da
bacia em blocos dispostos em retículos falhados, com eixos orientados no sentido N 70°
E (direção da Serra do Mar e do Rio Paraíba) e, transversalmente, no sentido N 40° W
(como trecho do Paraíba entre Floriano e Barra Mansa e o trecho final do Ribeirão do
inferno ).” - Hoje teve sua denominação alterada para Ribeirão da Amizade.
A área do Município de Volta Redonda representa menos de três milésimos da ba-
cia hidráulica do Rio Paraíba e seu relevo (entre cotas máximas e mínimas) apresenta
uma inclinação transversal da drenagem menor que três graus de arco. A largura da
bacia, na transversal de Volta Redonda, é de aproximadamente 70 Km entre as duas
serras. O rumo geral do Paraíba é N 70° E, mantido para jusante por mais de 200 Km, por
força da forma geotectônica linear que o aprisiona. O vale, fisiograficamente, é um “riftvalley”
entre as Serras do Mar e da Mantiqueira. Seu curso classifica-se como “rift-strem”.
Em Volta Redonda, Resende e Pinheiral o rio se apresentava no pretérito como
“sag ponds”, isto é, com depressões estruturais inundadas, depois acervadas por sedi-
mentos oriundos das montanhas e da vegetação.
O Município apresenta clareiras topográficas de formação geológica em meio a
superfície tormentada, fisiograficamente expresso pelo que se denomina “mar de mor-
ros”. Cada morro é achatado no topo, como uma “meia-laranja” emborcada.
Nas áreas contíguas ao Município, para Leste, verifica-se a existência de importan-
tes clareiras pertencentes a Barra do Piraí.
O “graben” de Volta Redonda localiza-se sobre dois blocos tectônicos contíguos
em nível mais alto, um ao Sul, o da Cicuta, outro ao Norte, o do Inferno. A distância entre
eles, segundo o meridiano, é de 9 km transversais ao “graben”. Assim, é muito curta a
drenagem afluente do Paraíba utilizada para despejo dos esgotos sanitários de Volta Re-
donda.
A testada do Município para o Paraíba, que o atravessa pelo meio, alcança 10 km.
Do total da área municipal, 20 km2 correspondem à clareira justa fluvial, 15 km2 na mar-
gem direita e 5 km2, na esquerda. Nos restantes 150 km2 de superfície mamelonada, com
relevo máximo de 100m sobre o nível d’água, localizam-se algumas clareiras planas,
com pouco mais de um quilômetro de área total.
Toda a população de Volta Redonda ocupa a clareira justa fluvial e se estende na
faixa ao pé da meia-encosta meridional do vale. Parte da usina siderúrgica foi construída
sobre o “sag pond” próximo ao Paraíba.
Sabe-se que o “mar de morros” tem sempre caráter anti-urbano. Só se conserva
estável se o perfil natural do equilíbrio não for perturbado. Ferido, converte-se em caos
topográfico. Cortes ao pé do morro são fatais para o equilíbrio, determinando deslizamentos
do manto regolítico massificado. (nossos os grifos)

Alkindar Costa
335
Do lado sul, os assentamentos urbanos foram feitos sobre a encosta suave de
gnaisses alterando o vale. O plano das primeiras habitações, a serviço da Usina, foi de-
senvolvido ao longo dos sedimentos marginais do Córrego Brandão, prevendo, acertada-
mente, a ocupação dos cimos planos dos mamelões próximos destacando-se o do La-
ranjal e a “meia-laranja” do Hotel Bela Vista.
Existem muitos outros mamelões aproveitáveis no Município, mas seus recursos
geológicos são extremamente limitados, destacando-se apenas o Rio Paraíba, hoje mui-
to poluído, a argila cerâmica, pedra para agregados e pó de pedra.

Consta do Relatório Prochnik, de 1969, encomendado pela Prefeitura Municipal de


Volta Redonda, como se segue:

“A ÁREA DE ‘MAR DE MORROS’

Esta área do Município de Volta Redonda é típica do Médio Vale do


Paraíba. Caracteriza-se por elevações em forma de “meia-laranja” ali-
nhadas umas às outras, e constituindo níveis escalonados em direção
às serras do Mar e da Mantiqueira. Estes morros são dotados de altitu-
des variando de 50 a 200 metros, e possuindo declividades da ordem de
25 a 50%.
Proveniente de rocha granítico-gnáissica, esse relevo resulta de uma
ação erosiva em clima tropical, dando, por conseguinte, esses morros
arredondados.
Cobertos primitivamente por uma floresta tropical, essa região passou
durante o século XIX por uma fase de desmatamento, seguida de im-
plantação de uma atividade agrícola irracional, que resultou num pro-
cesso de erosão, pois o solo, submetido a uma decomposição química
sob a proteção do manto florestal, passou, com a sua exposição, a so-
frer um processo contínuo de erosão caracterizada por desmoronamen-
tos, deslizamentos, corridas de lama e escoamento superficial difuso,
agindo intensamente, sobretudo após as primeiras chuvas seja pela la-
vagem superficial do solo, seja pela lixiviação, os solos dessa área
latosólico alaranjado podzólico - apresentam-se pobres para fins agrí-
colas, possuindo um PH que varia entre 4,7 e 5,6, sendo utilizado pela
pecuária que se aproveita de pastagens espontâneas e invasoras.
Esta área de “mar de morros” está parcialmente incorporada, e em pro-
cesso de incorporação ao quadro urbano de Volta Redonda. Uma ocu-
pação urbana irracional nessas diversas áreas tende a acelerar os pro-
cessos erosivos, com graves conseqüências para a vida urbana.” (nos-
sos os grifos)

336 Volta Redonda Ontem e Hoje


“A ÁREA DA BAIXADA ALUVIAL

Em todos os aspectos, a área da baixada aluvial difere daquela de “mar


de morros”. Caracteriza-se por ser uma área aluvial, formada no
quaternário, plana e terraceada, resultante, ao menos, em parte, de um
alargamento de faixa marginal ao Paraíba. Acha-se embutida no con-
junto de morros que a circundam, sendo cortada pelo Rio Paraíba que
ali forma amplo meandro.
Ao contrário do que ocorre com a área de “mar de morros”, essa baixa-
da aluvial ocorre não só esporadicamente no Médio Vale do Paraíba,
mas também ocupa áreas expressivas, à exceção das existentes em
Volta Redonda.
Os processos geomorfológicos que aí ocorrem são marcados pela de-
posição, dando como conseqüência o aparecimento de solos aluviais,
férteis e altamente favoráveis às atividades agrícolas.
Mas o seu uso é diferente, e não poderia deixar de ser: a raridade desse
tipo de área, favorável a uma implantação urbano-industrial, destinaria
a essa área tal uso, seja onde a baixada é mais ampla (um alvéolo em
realidade), aí instalando-se a CSN e grande parte da cidade, seja na bai-
xada aluvial situada à jusante, onde se implantará o novo Distrito Indus-
trial.”

H.J. COLE Associados S.A., in PEDI/VR, volume FUNDAMENTAÇÃO/PROPOSI-


ÇÕES, folhas 40 e 41 complementa:

“Sob o manto regolítico existem rochas frescas e metamórficas,


gnaisses de vários tipos, rochas plutônicas que cortam os gnaisses,
granitos, diabásios e, eventualmente, sienitos nefelínicos e normais.
A rocha predominante no Município de Volta Redonda é um paraguaisse
mesocrático fitado. A composição química dessas rochas acusa 65%
de sílica, 15% de argila, 3% de sódio de ferro e percentuais menores de
óxidos alcalinos e alcalino-terrosos.
A ação do clima sobre o gnaisse forma um manto geral argilo-arenoso,
sarapintado de ocras coloridas (vermelho, amarelo e marrom). Estes
elementos minerais fornecem material para a constituição química do
manto.
Sob ponto de vista de aproveitamento urbano, o que importa é o manto
residual sobre o gnaisse (regolito). No Vale do Paraíba, a espessura do
manto varia de 0 a 12 metros, atingindo de 4 a 6 metros no topo das
“meia-laranjas”; essa espessura pode aumentar na periferia do topo,
reduzindo-se depois nos flancos para 4 ou 5 metros.
Entre o regolito e o gnaisse há um freático que descarrega no vale adja-
cente. Cortado o pé do regolito, o sistema fica suscetível a
deslizamentos. A superfície do corte da “meia-laranja”, se ocorrer
deslizamento, será perfilada em concha côncava para o céu.
Alkindar Costa
337
Na Rua Albo Chiesse, na cidade de Barra Mansa, há um exemplo típico
dessa deformação. Ali o deslizamento cisalhou-se transversalmente,
resultando em duas cortinas pendentes, e o fenômeno tende a se acen-
tuar com as chuvas.
A abertura da rodovia VR-01 (da Presidente Dutra para Volta Redonda)
pode provocar a abertura de novas conchas, além das existentes. Em
suma, as condições do manto facilitam a criação, como resultado de
arruamentos e terraplanagens descuidadas, do que se chama em
morfologia de “bad land scenery”, ou topografia caótica.”

TECTÔNICA (Parte da Geologia que estuda a estrutura da crosta terrestre resultantes de


esforços sobre ela exercidos)

Vejamos o estudo Tectônico, nas apreciações do mesmo técnico H.J. Cole:


“O traço mais importante da área, sob o ponto de vista de deformação
permanente, é o trecho para nordeste do Ribeirão do Inferno. Trata-se
de segmento de 15 Km de comprimento no rumo de N 70° E, a direção
tectônica do vale. O relevo entre o talvegue do ribeirão e as grimpas das
margens imediatas atinge freqüentemente 150 metros. Daí o nome In-
ferno, para significar “Canyon”. A situação parece desenhar beiço de
falha, separando dois blocos contíguos do sistema tectônico do vale. O
cisalhamento do ribeirão do Inferno prolonga-se para sudoeste, ainda
no Município de Volta Redonda, atingindo principalmente a margem
esquerda do Rio Paraíba, a noroeste da usina.
Menos marcante, mas bem visível, é um cisalhamento ao longo do
Cicuta, riacho tributário do Ribeirão Três Poços. Há alguns
cisalhamentos paralelos, assinalados pelos cimos de mamelões,
alongadamente dispostos segundo a direção privilegiada. O
cisalhamento do Cicuta acha-se presentemente para sudoeste do Mu-
nicípio de Barra Mansa.
Ao pé da falha do Cicuta para o lado norte, em meio ao “mar de mor-
ros”, algumas áreas planas ou suaves da topografia simulam soleiras
de subsistência. Esse tipo de estrutura é bem representado na esquer-
da do Ribeirão do Brandão, no Município de Barra Mansa, mas igual-
mente presente em Volta Redonda.
Soleiras de subsistência foram aproveitadas nos bairros Siderópolis e
Casa de Pedra. Elas se prolongam para sudoeste, formando um con-
junto de áreas planas agregadas superior a um quilômetro quadrado.
Ainda na bacia do Ribeirão do Brandão, para o sul, mas proximidades
da Rodovia Presidente Dutra, encontra-se algumas áreas planas nos
limites do Município de Volta Redonda que, agregadas, podem oferecer
cerca de um quilômetro de áreas para ocupação urbana, tendo em vista
a melhor qualidade do ar e maior distância da usina siderúrgica.
338 Volta Redonda Ontem e Hoje
A falha do Cicuta para o sul indica a presença de um bloco diferente
daquele que arremata o “graben” do Paraíba, por sua vez diverso do
que fica a noroeste do Ribeirão do Inferno.
Dessa maneira, parecem representados no Município pelo menos três
blocos contíguos, sendo que os dos extremos norte e sul de Volta Re-
donda acham-se tectônicamente mais altos; o mais baixo é, natural-
mente, aquele que acomoda o Paraíba do Sul. Só detalhado e demora-
do trabalho de campo é capaz de confirmar ou não tais indicações.
No fundo, as bacias de subsistência têm o mesmo sentido do “sag pond”
que acompanha o Paraíba, mas não houve água corrente para preenchê-
las com sedimentos. É curioso notar como pode uma tectônica em “fault
blocking” influenciar a formação de áreas planas para industrialização
e urbanização.”

CLIMA E FENÔMENOS ESPECIAIS

Informações detalhadas sobre “CLIMA E FENÔMENOS ESPECIAIS” são encontra-


das, ainda, no mesmo trabalho de H.J. Cole, in PEDI/VR - Volume FUNDAMENTAÇÃO/
PROPOSIÇÕES, folhas 43 e 44:

a) Clima
“De acordo com a classificação de Koppen, o Município de Volta Redonda
apresenta um clima mesotérmico (CWa), com inverno seco, verão quente e
chuvoso, e elevados índices de umidade. Embora o Município apresente ca-
racterísticas climáticas homogêneas em toda a sua extensão, o mesmo não
ocorre na região, onde o clima se ajusta às grandes variáveis do Estado do
Rio.
A Serra do Mar, que separa as extensas baixadas da região do planalto, é a
principal causa dessa diversificação representada, de modo geral, por três
grandes zonas climáticas; a baixada litorânea, com clima quente e úmido e
cuja principal característica é a temperatura média sempre superior a 18° C
no mês mais frio do ano; a zona serrana, caracterizada pelos altos índices
pluviométricos; a região do vale do Paraíba, com marcante estação seca,
que acarreta um aumento gradativo de temperatura e índices pluviométricos
em declínio.
De acordo com observações feitas pela estação meteorológica de Volta
Redonda em período decenais, com datas de referências nos anos de 1947,
1957 e 1967, a precipitação média para o total dos trinta anos considerados
foi de 1.537,77 mm, com a precipitação máxima em 24 horas, ocorrendo
nos meses de janeiro e fevereiro.
A pressão atmosférica teve suas máximas nos meses de junho e julho, com
uma média total anual de 971,4 Mb. A temperatura variou de 12° (média das
mínimas, nos meses de junho e julho) e 31° C (médias das máximas, em
janeiro e fevereiro).

Alkindar Costa
339
Quanto à umidade relativa do ar, é importante destacar que ao longo de 30
anos de observação ocorreu uma queda sensível nas máximas e nas míni-
mas, como atestam as médias anuais: 82% em 1947, 79% em 1957, e 75%
em 1967.
Sem dúvida, isto é um reflexo da perda de recobrimento arbóreo e da pobre-
za do revestimento vegetal, não só em Volta Redonda mas em todo o vale,
onde as superfícies em condições naturais correspondem a apenas 4% do
território total, quando o mínimo desejável em termos de clima, combate à
poluição, etc. é de 30%. No quadro climatológico geral é de grande importân-
cia para o Município o comportamento dos ventos, tendo em vista a contami-
nação atmosférica existente. A análise foi feita através do critério de freqüên-
cia.
Assim, a direção dos ventos dominantes à SE-NW, com ligeiras variações;
em decorrência, o “fall-out” das chaminés industriais de Volta Redonda ocor-
re na margem esquerda do rio, a sotavento da usina siderúrgica (CSN) e da
fábrica de cimento (Tupi).
O fenômeno da calmaria (ausência total de vento) se apresenta com maior
freqüência que qualquer outro, propiciando a queda de partículas
contaminantes quase verticalmente ao lugar de onde foram lançados; de-
pois de acumuladas a uma certa altura, qualquer vento, mesmo de pouca
intensidade, as espalha indistintamente na cidade.
Devido à localização do município entre as duas serras, é freqüente o apare-
cimento, principalmente no verão, de uma linha de instabilidade formada por
“cumulus nimbus”, que provocam variações constantes do vento entre as
16 e às 19 horas, com maior freqüência na direção norte-sul.
Trata-se de um fenômeno natural isolado que, embora sem alterar os critéri-
os adotados para a identificação dos ventos dominantes, tem a capacidade
de estender a poluição atmosférica a alguns bairros da zona sul da cidade,
entre a vila operária e o córrego Secades.
Em termos de freqüência, a resultante identificada como dominante (SE-
NW) tem uma componente principal (E-W) ao longo do vale, formada pela
mudança a cada 12 horas dos ventos mar-continente e vice-versa, que ante
as barreiras naturais (serra do Mar) toma aquele curso; duas componentes
secundárias (SE-NW e NE-SW), já dentro do vale, atingem valores expres-
sivos na análise trimestral realizada.

b) Fenômenos Especiais
O equilíbrio natural do município e precário e pode ser alterado a qualquer
momento, criando inúmeros problemas de caráter geo-técnico. Um simples
movimento de terra mal planejado pode trazer graves conseqüências à es-
trutura natural, em função da origem geológica da região e da formação qua-
se inconsistente da topografia local.
Não existem fenômenos meteorológicos consideráveis, mas tendo em vista
o precário equilíbrio verificado, o município está sujeito a possíveis inunda-
ções e a leves tremores de terra, estes resultantes de acomodações no
subsolo.
340 Volta Redonda Ontem e Hoje
Tectonicamente, o Médio Vale do Paraíba é constituído por alguns imensos
blocos individuais de muitos quilômetros cúbicos, provenientes de um
cisalhamento subvertical segundo planos paralelos às direções N 70° E e N
40° W. A primeira direção - a principal - aprisiona o rio Paraíba ao longo de
centenas de quilômetros. Cada bloco é submetido a tensões verticais pró-
prias, decorrentes de atrito entre blocos vizinhos. As tensões se acumulam
com o tempo, enquanto o atrito a elas resistir. Vencido o atrito, o bloco solta-
se subitamente, provocando movimento que varia de centímetros a metros
de extensão, conforme a profundidade (foto sísmico) em que ocorre.
A deformação pode não se revelar ortogonalmente na superfície topográfica
(epicentro), a não ser por vibrações ao longo dos traços do bloco na topogra-
fia, isto é, em linha paralela ao rio Paraíba e mais intensamente nos nós de
mudança da direção - caso de Barra Mansa e do bairro D. Bosco, em Volta
Redonda.
Esse sistema de tensões ativas atua hoje na Mantiqueira e na serra do Mar.
As duas cadeias já se elevaram em “horts”, enquanto o vale subsistiu em
“graben”. Ocorrem hoje reajustamentos posteriores à situação tectônica pre-
térita. As águas minerais de Caxambu, São Lourenço e Cambuquira pren-
dem-se a essa tectônica. As vibrações da ruptura das massas rochosas
aceleram-se com intensidade variável. A amplitude de vibrações nos tremo-
res de acomodação tectônica, como os que ocorrem no Médio Vale do
Paraíba, é de 1mm apenas e durante 2 a 3 segundos, sob aceleração de
20mm por segundo, em cada segundo de vibração. Não chegam a ter ex-
pressão na escala de Richter.
Uma massa d’água, como a retida em barragens, pode afetar um sistema
em equilíbrio instável de tensões e gerar vibrações súbitas mais intensas e
aceleradas por conjugação de esforços. No período histórico do Médio Vale
do Paraíba fluminense, de 1.704 até agora, nada de desastroso ocorreu, a
não ser o registro de tremores sensíveis, principalmente do lado setentrional
da Mantiqueira. O território de Volta Redonda encontra-se totalmente devas-
tado pelas plantações de café iniciadas em 1.830 e desaparecidas em 1.890,
após a perda total do poder de sustentação do solo. Entretanto, foram es-
quecidas alguns poucos e incompletos bancos genéticos nas cabeças dos
mamelões de mais difícil acesso.
Há em Volta Redonda ensaios bem sucedidos de reflorestamento com es-
pécies importadas (eucaliptos). Mas o município, na sua integridade, é um
exemplo perfeito de “cemitério ecológico”, significando, o termo, cabal extinção
da flora e da fauna originais”.

Hidrologia (Parte da História Natural que se ocupa das águas e das suas propriedades e
espécies)

Um detalhamento da hidrologia de Volta Redonda interliga-se com uma própria des-


crição do Rio Paraíba do Sul, responsável, inclusive, pela própria denominação de Volta
Redonda.

Alkindar Costa
341
“De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia, a bacia
do Rio Paraíba mede 62.500 quilômetros quadrados, dos quais 14.230
estão no território paulista; 21.200 constituem parte do sudoeste minei-
ro e o restante 27.070 quilômetros quadrados pertence ao Estado do
Rio de Janeiro. No seu interior estão inteiramente contidos, nada me-
nos do que 140 municípios, sendo 76 mineiros, 30 paulistas e 34
fluminenses, localizando-se, em algum deles, cidades de considerável
importância sócio-econômica como São José dos Campos, Taubaté,
Resende, Volta Redonda, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Juiz
de Fora e Campos”. (in Saneamento - Revista Técnica e informativa do
DNOS - Rio de Janeiro - 1977).
A bacia do
Paraíba do Sul apre-
Enchente no bairro senta-se numa forma
Acampamento alongada no sentido
Central em 1946
(desaparecido em
oeste-leste com o
razão da Expansão comprimento de cer-
da CSN) ca de três vezes mai-
Acervo Alkindar Costa or do que a largura,
ocupando a parte ori-
ental do Estado do
São Paulo, grande
trecho do Estado do
Rio de Janeiro e pene-
trando em seu curso
médio pelo Estado de
Minas Gerais.
No Estado do
Rio de Janeiro, sua
presença se faz em
2
uma área de 22.600 km corresponde a 50,33% do território fluminense, com uma vazão,
na foz, da ordem de 200 metros cúbicos por segundo.
No trecho de Barra Mansa-Volta Redonda, a sua altitude aproximada é de 370 metros,
atingindo a uma velocidade média de 0,40 metros por segundo, com largura e profundida-
de média de 150 metros e 1,40 metros, respectivamente.
A largura da bacia hidráulica do Paraíba, no transversal de Volta Redonda, é de
aproximadamente 70 quilômetros entre as duas serras.
Ainda nos limites da Cidade, há o Rio Santa Rita, formado pelos córregos dos Pei-
xes e de Santo Antônio, que é aproveitado para o suprimento d’água potável, e os córregos
Retiro, Coqueiros, Ano Bom (limite municipal com Barra Mansa) e Ribeirão do Inferno,
funcionando como limite municipal e formado por inúmeros córregos secundários, inclu-
sive provenientes do Município de Barra do Piraí, afluentes da margem esquerda do Paraíba
e os córregos Secades, Brandão, Ponte Alta, Água Limpa e Três Poços (divisa municipal
com Piraí e Barra do Piraí), afluentes da margem direita. É de mencionar ainda, o Rio
Santa Cecília, da vertente esquerda, correndo em terras mais altas que o Santa Rita.
O Rio Paraíba do Sul é formado pelos rios Paraitinga e Paraibuna que confluem na
região de Paraibuna (SP) acerca de 30 Km ao sul de Caçapava e a sua altitude é de 700

342 metros.
Volta Redonda Ontem e Hoje
Seus dois formadores nascem nas proximidades do limite SP-RJ, respectivamen-
te, na Serra da Bocaina e na Serra do Mar.
A parte do seu curso em território do Estado do Rio de Janeiro até Itaocara, corre
com características de rio do planalto, sendo que em alguns trechos do seu leito é cavado
no embasamento cristalino, como na região de Sapucaia.
Após a região de Itaocara, com características de rio de planície, corre mansamen-
te até a sua foz.
Neste trecho dá-se-lhe a denominação de Baixo Paraíba. Na região do delta encon-
tram-se algumas lagoas, porém, todas de pouca ou nenhuma expressão. Convém res-
saltar a lagoa Feia, não incluída na bacia, mas permite uma ligação interna que recebe a
denominação de canal Macaé-Campos.
Além dessas lagoas, pode-se mencionar as represas construídas na região de Piraí-
Barra do Piraí (uma no rio Paraíba, outra no rio Piraí).
Apresenta como principais afluentes, no Estado do Rio de Janeiro embora, tenham
nascentes e grande parte de sua bacia fora do Estado, na margem esquerda - Pomba e
Muriaé e, na margem direita - Piraí, Piabanha e Dois Rios.
A área da bacia do Paraíba do Sul se divide em Zona do Paraíba Meridional integra-
da por Barra Mansa, Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira,
Paraíba do Sul, Piraí, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Três Rios, Valença, Vassouras
e Volta Redonda. A Zona do Paraíba Setentrional se integra com Cambuci, Campos,
Cantagalo, Carmo, Itaocara, Miracema, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São João
da Barra, Sapucaia e Sumidouro.
É oportuno fazer-se destaque às quedas d’água da Ilha dos Pombos, Sapucaia e
Funil, no Rio Paraíba; Alberto Torres, no Rio Piabinha; Areias, no Rio Pacatinga; Cidade
do Rio Pomba, Maria de Barros, no Rio Piau e Rio Meia Pataca.
No Baixo Paraíba o clima predominante é o Aw da classificação de Kopen (quente e
úmido com chuvas de verão) com exceção da cabeceira do Muriaé e na Serra de Santo
Eduardo onde há um clima do tipo AW (temperado com verões quentes).
As temperaturas são bastante favoráveis, tendo como média das máximas 29° C e
médias mínimas 19° C.
No que concerne à vegetação, a área da bacia apresenta-se, originariamente, den-
samente coberta por uma floresta tropical Latifoleada em quase toda a extensão.
Apenas na faixa este da cidade de Campos, nota-se uma vegetação típica litorânea.
A atual cobertura de vegetação apresenta a predominância, quase absoluta, de
pastagens pobres, na qual se encontra a maior escala da variedade chamada “capim
gordura”.
No que se refere à poluição o Rio Paraíba, diante da proximidade da Serra das
Araras, atravessa a rodovia e entra em Barra Mansa. Começa aí a ser poluído em grande
escala, especialmente por esgotos “in natura”. Em Volta Redonda a situação se agrava.
O Paraíba já é um rio imundo, recebendo esgotos, descargas das indústrias químicas e
toda sorte de sujeira, inclusive restos de matadouros.
É o Paraíba chamado de Rio de Contrastes, compondo a beleza do vale. Inteira-
mente subjugado a um abandono quase total, vivendo sob a ameaça de desaparecer pela
poluição de suas águas.

Alkindar Costa
343
A tentativa de recuperação pelo D.N.O.S. já motivou retificação do seu leito entre
São José do Campos e Cruzeiro.
De qualquer forma, o Rio Paraíba do Sul é um rio que pede socorro.
Notícias são veiculadas com freqüência e, em especial, nos períodos eleitorais, que
medidas estão sendo adotadas para recuperação do Rio Paraíba. O que se vê e o que se
observa, é uma poluição crescente e desordenada.
Enquanto as medidas oficiais não chegam, tenta-se decorar a DECLARAÇÃO DOS
DIREITOS DO RIO PARAÍBA, publicada pela LIGHT e “O GLOBO”:

“É direito do rio seguir livremente seu curso, sem a interferência cons-


tante de agentes químicos e poluentes;
É direito do rio ceder seu leito para a navegação;
É direito do rio defender e participar da ecologia;
É direito do rio ajudar o ser humano na agricultura e no reflorestamen-
to, irrigando e dando vida;
É direito do rio participar do desenvolvimento econômico do País;
É direito do rio fornecer suas águas para o processo hídrico nacional;
É direito do rio fornecer energia à sociedade a que pertence;
É direito do rio transbordar quando seus direitos não são respeitados;
É direito do rio dar água para quem tem sede e peixe para quem tem
fome;
É direito do rio deixar com sede aqueles que jogam lixo em suas águas.
E é dever de todos os cidadãos defender estes direitos”.

No ano de 2001, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, aprovou o


projeto nº2.070 de autoria do Deputado Nelson Gonçalves, criando o Dia Estadual de
Defesa do Rio Paraíba do Sul, a ser comemorado em 22 de março, transformado na Lei
Estadual 3.764, de 07/01/2002.

DEMOGRAFIA (Estatística da População)

Dois anos antes do início das instalações da Companhia Siderúrgica Nacional, ou


seja, por ocasião do censo de 1940, a população do então 8º Distrito de Volta Redonda
registrava uma população de 2.782 habitantes. No censo de 1950 essa população se
elevava para 36.964, taxa esta perfeitamente justificável, face a construção e funciona-
mento da usina siderúrgica.
Comparado o período de 1950-1960, a taxa geométrica anual foi da ordem de 9,5%
de crescimento demográfico, correspondendo a mais do triplo da percentagem do cres-
cimento da população nacional.

344 Volta Redonda Ontem e Hoje


“Na década seguinte, 1960-1970, essa taxa caiu para 3,6%, refletindo o
declínio da imigração e a redução do poder de atração da mão-de-obra
exercido pela CSN.
Mesmo assim, a taxa constatada foi bastante significativa, se compara-
da a do Brasil no mesmo período.
A população, que em 1960 somava 88.740 habitantes, sendo 11.619 de
empregados da CSN; já em 1970 elevou-se para 125.295 habitantes,
desses, 14.510 empregados da CSN. Embora, a partir de 1960, Volta
Redonda tivesse verificado ampliação em eu parque industrial, já pos-
suía um contingente de população de tal ordem que não sofreria, de
maneira marcante, alterações no seu ritmo de crescimento
demográfico.” (in Diagnóstico Educacional da Rede Escolar Municipal de Volta Redonda -
PMVR - 1977 páginas 5 e 6).

Em 1980 a estatística anunciava uma população em Volta Redonda, na ordem de


183.641 habitantes; em 1990, 216.972. A partir de 1990, a população estimada foi assim
demonstrada:

ANO POPULAÇÃO

1990 ............................................................................................. 216.972


1991 ............................................................................................. 220.305
1992 ............................................................................................. 222.658
1993 ............................................................................................. 225.032
1994 ............................................................................................. 227.428
1995 ............................................................................................. 229.847
1996 ............................................................................................. 232.287
1997 ............................................................................................. 234.750
1998 ............................................................................................. 237.235
1999 ............................................................................................. 239.743

O resultado oficial do recenseamento de setembro de 2000 demonstrou que o


Múnicípio de Volta Redonda tinha uma população de 242.063 habitantes, sendo 116.740
homenes e 125.323 mulheres, distribuindo-se 241.996 na áreas urbana e 67 na área
rural. A esimativa de 01/07/2003 foi fixada em 248.760 habitantes.
A publicação “Pode Entrar em Volta Redonda - A casa é sua”, editada na adminis-
tração do prefeito Antônio Francisco Netto - 1999, informa uma densidade demográfica
na ordem de 1.270,7 hab/km2. Uma taxa de urbanização de 99,9% e uma taxa média de
crescimento anual de 1,06%.

Alkindar Costa
345
OS LIMITES DE VOLTA REDONDA x BARRA MANSA x PIRAÍ E
PINHEIRAL

As Leis 2.185 de 17 de julho de 1954 e 2.218, de 10 de agosto de 1954, estabelece-


ram, respectivamente, a criação do Município de Volta Redonda e a sua Instalação, sendo
o último fato consumado em 06 de fevereiro de 1955.
Impunha-se, em conseqüência, a definição do território da nova Cidade, fato que
levou o Deputado Vasconcellos Torres a apresentar na Assembléia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro, em 17 de março de 1955, o projeto nº 56, onde estabelecia:
“Art. 1º - O território do Município de Volta Redonda, criado pela lei nº 2.185,
de 17 de julho de 1954, é constituído pelo distrito do mesmo nome,
desmembrado do município de Barra Mansa é o fixado pelo Decreto-
Lei nº 1056, de 31 de dezembro de 1943, com ampliação determinada
pelo Decreto-Lei nº 1.242, de 9 de outubro de 1944.
Art. 2º - O Departamento Geográfico, da Secretaria de Viação e Obras Públi-
cas do Estado, levantará o mapa do mesmo município, demarcando os
limites inter-municipais, de acordo com os decretos leis citados no ar-
tigo anterior.
Art. 3º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.”

O projeto submetido à consideração da Comissão de Constituição Interior e Justi-


ça, por seu Presidente e relator, Deputado Hipólito Porto, mereceu as seguintes conside-
rações:
“Ao memorial encaminhado à Assembléia Legislativa, em 22 de outu-
bro de 1951, pleiteando a criação do Município de Volta Redonda, subs-
crito por 6.019 eleitores, foi dado o necessário andamento. Acha-se ele
rubricado por Jamil Wadih Rizkalla e está datado de 11 de agosto de
1952.
Nesse memorial, o seu autor fez a justificativa do pretendido, baseado
no dispositivo da Lei nº 1.286, de 30 de agosto de 1952, combinado com
o artigo 1º da Lei nº 109, de 16 de fevereiro de 1948.
Nele se fez uma exposição geral sobre a vida administrativa, política e
social do Distrito a ser emancipado, enumerando-se as associações
desportivas e culturais; o movimento da Estação da Estrada de Ferro
Central do Brasil; as associações de beneficência; a renda estadual, em
1951, que atingiu a importância de Cz$ 30.163.822,00; a renda municipal
que, de acordo com a certidão da Prefeitura de Barra Mansa, anexa ao
processo, alcançou, naquele ano, Cz$ 10.571.890,20 não computando
nestas cifras, os 30% que o Estado paga à Municipalidade, referentes à
diferença entre a arrecadação Estadual e Municipal (art. 80 da Consti-
tuição), que naquele ano, atingiu a importância de Cz$ 5.877.579,50; as
igrejas e as instituições religiosas; os educandários; o comércio; as
indústrias e a produção agrícola.

346 Volta Redonda Ontem e Hoje


Não há no processo nenhuma contestação por parte do Município de
Barra Mansa, quanto às referências e dados apresentados pelos pre-
tendentes da emancipação, a não ser um ofício do Vice-Presidente da
Câmara Municipal dizendo que a referida emancipação não consultava
“aos altos interesses do povo, se levada a efeito antes de 1953 (Diário
da Assembléia de 12/12/52, fls. 4)”. Conclui-se dos termos do ofício da-
quele edil de Barra Mansa que os “altos interesses do povo” contra a
emancipação prevaleceriam apenas até 1953, e foi atendido, a lei foi
sancionada em 17 de julho de 1954. Não há, pois, o que reclamar.
A Constituição Estadual, no seu Artigo 84 e a Lei nº 109, no seu artigo
2º, exige para a criação de novos municípios três elementos essenciais:

a) população mínima de 10.000 habitantes;


b) condições favoráveis ao desenvolvimento;
c) renda mínima, anual, de Cz$ 200.000,00 relativa a impostos
municipais.

Todos esses requisitos foram enumerados no processo.


Pela tese desenvolvida pelos opositores da emancipação, Volta
Redonda não poderia emancipar-se, por não preencher a exigência do
item “b” acima mencionado que é: “condições favoráveis de desenvol-
vimento”.
E o que se entende por condições favoráveis de desenvolvimento?
Entende-se, além da densidade demográfica capaz de satisfazer a for-
mação de um município, por uma movimento comercial intenso; en-
tende-se pela existência de uma indústria assaz desenvolvida; entende-
se pelas suas condições sociais movimentadas, já nas associações
desportivas, já nos clubes recreativos, já nos centros de beneficência e
assistência; entende-se pelo número de instituições educacionais; en-
tende-se, enfim, pela sua capacidade de produção agrícola e pela sua
área territorial capaz de permitir o seu desenvolvimento.
Ora, se tudo isso foi alegado, conforme se verifica do processo e não
houve nenhuma contestação em contrário a não ser o ofício do Vice-
Presidente da Câmara de Barra Mansa, já citado, tacitamente concor-
daram as autoridades municipais de Barra Mansa, quanto “às condi-
ções favoráveis de desenvolvimento” de Volta Redonda, alegadas no
memorial, o que vale dizer, deram seu beneplácito à emancipação do 8º
distrito do Município, nos termos em que foi solicitada.
Protestassem, à época, as autoridades municipais de Barra Mansa con-
tra a inclusão da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia
Estanífera do Brasil (Fábrica de Estanho), da Forjas Nacionais S.A. (Fá-
bricas de Tubos de Aço), da Companhia de Cimento Vale do Paraíba, de
White Martins S.A. (Fábrica de Oxigênio), das Fábricas de Aguardentes
(6), da Manufatura de Cimento Armado e das várias cerâmicas
existentes na área contestada, protestassem na época, repetimos, e Volta

Alkindar Costa
347
Redonda deixaria de preencher “as condições favoráveis de desenvol-
vimento” necessárias à sua emancipação.
Não estão estas indústrias localizadas em território de Barra Mansa. E
por que não protestaram, no tempo oportuno, contra a sua inclusão?
Negada a existência de grupos escolares, das escolas, dos ginásios, de
hospital e sociedades de beneficência, de desportos, clubes recreati-
vos e outras instituições na zona contestada, Volta Redonda não se
poderia enquadrar nos dispositivos legais que regem a criação dos
municípios.
Contestada a existência, no Distrito, de mais de 36.000 almas, e a arre-
cadação de impostos de mais de Cz$ 10.000.000,00 (dez milhões de cru-
zeiros) e não restaria a Volta Redonda nenhuma possibilidade de se
tornar independente de Barra Mansa.
Até a data da sanção, pelo Senhor Governador do Estado, da Lei nº
2.185, de 17 de julho de 1954, nenhum protesto, nenhum argumento em
contrário, nenhuma alegação por mais simples, foi levantada perante o
Legislativo, o Executivo ou o Judiciário do Estado, contra as conclu-
sões do relatório de 04 de março de 1954, apresentado pelo Departa-
mento das Municipalidades, sobre a matéria. E esse relatório reconhe-
ce e confirma todos os dados oferecidos pelos requerentes da emanci-
pação e constantes do processo. E, ainda, por que não protestaram as
autoridades de Barra Mansa contra a realização do plebiscito na área
contestada, uma vez que entendiam que os habitantes da mesma e res-
pectivos eleitores, pertenciam a Barra Mansa?
Se o tivessem feito tempestivamente, teriam evitado, talvez, a criação
do novo município e fornecido aos poderes competentes elementos
para, examinando-os serenamente, e com toda a atenção, resolverem
de conformidade com os ditames legais e de acordo com as razões
apresentadas, evitando, assim, as questões e dúvidas ora levantadas.
Se essas autoridades de Barra Mansa não reconheciam os limites esta-
belecidos pelo Decreto-Lei nº 1.242, de 1944, que só agora, depois de
um decênio, procuram alterá-los por uma deliberação municipal? (Diá-
rio das Municipalidades de 25 de fevereiro de 1955).
Se os limites eram realmente aqueles que ora sustentam, não haveria
necessidade de uma nova Deliberação sobre os limites.
Não houve, igualmente, providência alguma, pleiteada em tempo útil
junto ao Tribunal Regional Eleitoral, contra a realização das eleições de
03 de outubro último no Município de Volta Redonda, na qual votaram
eleitores da área contestada, como pertencente ao mesmo Município.
Somente após a realização do pleito impetraram ao Superior Tribunal
Eleitoral, mandato de segurança - Mário José Vieira e outros - pedindo a
anulação das eleições em Barra Mansa e Volta Redonda e ainda a medi-
da liminar de sustação da posse dos eleitos.
Em seu parecer o ilustre Procurador Geral da República que funciona
àquele Tribunal, Dr. Plínio de Freitas Travassos, diz o seguinte:

348 Volta Redonda Ontem e Hoje


“Pretendem os impetrantes, por meio de mandado de segurança, alte-
rar as divisas entre os municípios de Barra Mansa e Volta Redonda
estabelecidas no Decreto-Lei nº 1.242, de 09 de outubro de 1944, em o
qual se apoiou a decisão impugnada e expedida antes da vigência da
atual Constituição Federal.
Não demonstraram, porém, os impetrantes, a liquidez e certeza do seu
pretendido direito, nem a idoneidade, para a sua defesa, da segurança
impetrada. Somos, assim, porque se não conheça do pedido inicial, ou
se conhecido, pelo seu indeferimento”.
Não tiveram, portanto, êxito, as reclamações feitas perante a Justiça
Eleitoral. O parecer do Egrégio Procurador veio ao encontro do pleitea-
do pelos munícipes de Volta Redonda. Faz-nos lembrar o Padre Antô-
nio Vieira quando sabiamente escreveu: “quem quer mais do que lhe
convém perde o que quer e o que tem”.
As autoridades de Barra Mansa invocaram a seu favor o Decreto-Lei nº
1.056, de 31 de dezembro de 1943, e seu anexo nº 2. Ora, esse diploma
legal diz no seu artigo 1º: “a divisão territorial do Estado, que vigorará
de 1º de janeiro de 1944 a 31 de dezembro de 1948, é a fixada nesta Lei”,
restringindo, assim, a sua vigência ao referido qüinqüênio.
Embora no seu artigo 2º mencione que, dentro desse prazo não sofrerá
modificações, abre, porém, exceções quando diz verbis” - “não se en-
tendendo como tal, porém, os atos interpretativos de linhas divisórias
inter-municipais e inter-distritais que vierem a se tornar necessárias
para melhor e mais fiel caracterização dessas linhas”.
Após o Decreto-Lei nº 1.056, de 1943, aparece o Decreto-Lei nº 1.242, de
09 de outubro de 1944, que delimita as zonas urbanas e suburbanas dos
distritos e sub-distritos dos municípios, no qual se baseou a Justiça
Eleitoral para a sub-divisão da 2ª Zona Eleitoral do Estado; a Reforma
Judiciária do Estado que estabelece a jurisdição do 3º Ofício Privativo
do Registro de Imóveis de Volta Redonda; o Decreto-Lei 1.311, de 1944,
para estabelecer a jurisdição da Delegacia de Polícia de Volta Redonda;
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para o recenseamento
de 1950 e a própria Prefeitura Municipal de Barra Mansa, para atos ad-
ministrativos, entre os quais são de citar-se as certidões anexas ao pro-
cesso fornecidas pela Chefia da divisão de Obras da Prefeitura, reco-
nhecendo que os lotes da rua 263 do bairro São Lucas e lote 19, da rua
“D”, na Ponte Alta, pertencem a Volta Redonda.
Nessas condições, considerando que foram preenchidas as exigências
contidas no artigo 84, incisos nº I, II e III e parágrafos 1º e 2º da Constitui-
ção Estadual; considerando que não houve nenhum recurso apresen-
tado, em tempo útil, pelas autoridades municipais de Barra Mansa, con-
testando a documentação apresentada no processo de emancipação
de Volta Redonda; considerando que de acordo com o artigo 6º da Lei
nº 109, de 16 de fevereiro de 1948, compete à Assembléia Legislativa,
com a sanção do Governador, a criação, a fusão, a extinção e a organi-
zação dos municípios e dos seus distritos, a mudança das suas sedes e
a alteração dos limites municipais, bem como a desanexação do distri-

Alkindar Costa
349
to - considerando que a Lei de nº 2.185, de 17 de julho de 1954, ao criar
o Município de Volta Redonda, deixou de discriminar, como devia, os
respectivos limites; - considerando, finalmente, face às dúvidas levan-
tadas, ser necessária a expedição de lei interpretativa quanto aos limi-
tes do território do novo município - resolve esta Comissão oferecer ao
Projeto nº 56, de 1955, o seguinte substitutivo:

SUBSTITUTIVO AO PROJETO Nº 56/1955

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


RESOLVE:

Art. 1º - O território do Município de Volta Redonda, a que se refere o


art. 1º da Lei nº 2.185, de 17 de julho de 1954, é compreendido dentro
dos seguintes limites:

- com o Município de Barra Mansa - começa na nascente principal do


Ribeirão do Inferno e segue em reta até o marco existente na Serra do
Amparo. Daí, em retas sucessivas, definidas por marcos, vai até a mar-
gem esquerda do Rio Paraíba, num ponto a 300 (trezentos) metros aci-
ma da desembocadura do córrego do Ano Bom. Nesse ponto atravessa
o Rio Paraíba, alcançando a margem direita, num ponto que fica à mar-
gem esquerda do córrego Ponte Alta, a 600 (seiscentos) metros acima
do pontilhão da Estrada de Ferro Central do Brasil. Desse ponto flete
para esquerda e segue, por linhas retas paralelas ao perímetro urbano
descrito em anexo ao Decreto-Lei nº 1.242, de 09/10/44, e desse períme-
tro eqüidistantes de 300 (trezentos) metros, até alcançar a margem es-
querda do córrego do Brandão. Continua, por este, até a confluência do
córrego Serenon e sobe, por este, até a sua principal nascente. Daí, em
reta, alcança a principal nascente do ribeirão Três Poços, também cha-
mado “Brandão”, estabelecendo divisas com o Município de Piraí.
- Com o município de Piraí - parte da confluência do ribeirão dos Três
Poços, no Rio Paraíba; sobe pelo mesmo ribeirão, até a sua nascente
principal do córrego Serenon, afluente da margem direita do córrego
Brandão.
- Com o município de Barra do Piraí - parte da nascente principal do
ribeirão do Inferno, pelo qual desce até sua confluência, no Rio Paraíba,
e, por este, até a confluência do ribeirão dos Três Poços.
Art. 2º - A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário. Sala “Ruy Barbosa”,
em 29 de março de 1955”.

O texto sugerido pela Comissão foi emendado, apenas no artigo 2º com a inclusão

350 “...produzindo seus efeitos a partir de 17 de julho de 1954.”

Volta Redonda Ontem e Hoje


A determinação legal foi sancionada pelo Governador Miguel Couto Filho, em 05 de
abril de 1955 sob o nº 2.435. Tal Legislação foi alvo de impugnação pelo Município de
Barra Mansa, através do MANDADO DE SEGURANÇA Nº 6.206, autuado em 19 de abril
de 1955, quando prefeito o Dr. Leonísio Sócrates Baptista. A medida tem a data de 12 de
abril de 1955 e foi protocolada sob o nº 47.426, em 13 de abril do mesmo ano, no Tribunal
de Justiça contra o Governo do Estado e Assembléia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro.
Barra Mansa foi representada pelo Dr. Ivair Nogueira Itagiba e Volta Redonda pelo
Dr. Francisco Rodrigues, enquanto que as informações foram prestadas pela Assem-
bléia Legislativa, na pessoa de seu presidente, Deputado Togo de Barros e pelo Governa-
dor do Estado, Dr. Miguel Couto Filho.
Pelo Ministério Público funcionou como Procurador dos Feitos da Fazenda, o Dr.
René de Souza Pestre, contrário ao pretendido pelo Município de Barra Mansa. Em 23/06/
1955 oficiou em nome do Estado do Rio de Janeiro, o Procurador Geral do Estado, Dr.
Paulo Antunes de Oliveira.
Em 10 de agosto de 1955 o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro conhe-
ceu do mandato requerido, negando-lhe, por unanimidade, deferimento, tendo sido relator
o Desembargador Guaracy Souto Maior.
Em 10 de janeiro de 1956, o Município de Barra Mansa recorreu ao Supremo Tribu-
nal Federal (Feito nº 3.663).
O Dr. Plínio de Freitas Travassos, Procurador Geral da República, encaminhou ao
Supremo Tribunal Federal a representação que lhe foi feita pelo Prefeito e Vereadores à
Câmara Municipal de Barra Mansa, no Estado do Rio de Janeiro, contra o
desmembramento, pela Assembléia Legislativa do Estado, da parte do Município de Bar-
ra Mansa, respeitante ao seu 8º Distrito, para constituir o Município de Volta Redonda.
Em longo parecer, o Procurador Geral da República, depois de apreciar em todos
os detalhes a representação e de transcrever, em grande parte, as informações que lhe
foram prestados pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio, conclui pela sua improce-
dência, assim se manifestando:

“À vista, pois, do exposto o que se conclui é que o desmembramento


do distrito de Volta Redonda, pertencente ao Município de Barra Man-
sa, para constituir um novo Município com aquele nome não atentou
contra a autonomia municipal de Barra Mansa, de vez que foi observa-
do o que dispõe o 2º do art. 83 e o art. 84 da Constituição do dito Estado
(doc. nº 16, pág. 20, o § 3º do art. 1º e o art. 2º e seus parágrafos da Lei
Orgânica dos Municípios - N. 109, de 16/02/1948, doc. N. 17, págs. 37 e
38), entre os quais o respeitante à realização do plebiscito.
A concordância condicional da Câmara Municipal de Barra Mansa com
o desmembramento do distrito de Volta Redonda está comprovada por
documentos oficiais, tais como a certidão constante do doc. sob o nº 9
e os Diários da Assembléia Legislativa de 13/09/51 e 12/12/1952 (docs.
nºs 10 e 13 e a restrição oposta consistia apenas em não ser feito tal
desmembramento antes do ano de 1953, o que foi atendido, pois o
desmembramento só se fez pela Lei nº 2.185, de 17/07/1954, que, no art.
2º, estabeleceu que a sua vigência seria a partir de 1º de janeiro de 1955.

Alkindar Costa
351
Não há, pois, a alegada inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 2.185,
de 17/07/1954, observados como foram os dispositivos já citados da
Constituição Estadual e da Lei Orgânica das Municipalidades
respeitantes à criação de Municípios.
Assim, esta Procuradoria Geral submete à sábia apreciação e julgamento
deste Egrégio Tribunal, a inclusa representação, opinando pela sua im-
procedência.
Nestes termos, distribuída e devidamente processada esta petição com
os inclusos documentos, esta Procuradoria Geral, pede deferimento”.

Placa de divisa do
Município, colocado na
Administração do
Prefeito Sávio Gama
em 1958.
Acervo Alkindar Costa

Em 14 de julho de 1958, o Supremo Tribunal Federal deixou de conhecer do recur-


so, por unanimidade. De lá para cá, o caminho percorrido na busca de definição da área
determinada foi longo e repleto de contratempos.
A cidade se desenvolvia e a Administração Pública adotava as medidas indispensá-
veis à segurança desejada. Em 31 de maio de 1961, a Lei Municipal 348, assinada pelo
Prefeito Nelson dos Santos Gonçalves, fixava a Zona Urbana de Volta Redonda.
Em 20 de março de 1968 o Prefeito Sávio Cotta de Almeida Gama, de Volta Redon-
da, constituía comissão Mista integrada pelo Eng.º José Fernando Bruno, Arquiteto João
Alberto Ravache, Contador José Carlos da Silva Martins e o Topógrafo Daniel Augusto de
Souza, objetivando acompanhar o serviço de demarcação de limites, a ser feito em con-
junto com a Comissão constituída pelo Município de Barra Mansa, para o mesmo fim. Tal
comissão foi presidida pelo Eng.º José Fernando Bruno.

352 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em 03 de julho de 1968, o Prefeito de Barra Mansa, Marcelo Fonseca Drable, cons-
tituía Comissão Mista, com o mesmo fim, integrada pelos senhores vereadores, Dr. Fran-
cisco Moreira Maciel e Dr. Alphen de Oliveira Ferreira, Carlos Mathias Ferreira Rodrigues
Filho, representante da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Barra Mansa,
e Eng.º Odílio Cuiabano, representante do Lions Clube de Barra Mansa.
Em 06 de maio de 1970 a Lei Municipal, assinada pelo Prefeito Sávio Gama, altera-
va os limites da Zona Urbana da Cidade do Aço.
A Lei nº 1.100 de 01/02/1972, assinada pelo Prefeito Francisco Fontes Torres, auto-
rizou modificações na área urbana e criação de núcleos urbanos em zona rural. Tal legis-
lação sofreu alteração pela Lei de nº 1.106, de 20/03/1972.
Já em 31 de outubro de 1972, a Lei Municipal assinada pelo Prefeito Francisco
Fontes Torres, autorizou a integração de área rural à zona urbana.
Especificamente o problema limites voltou a novas considerações em 27 de se-
tembro de 1973, quando o Prefeito Nelson dos Santos Gonçalves por intermédio da Por-
taria nº 968/73-CP, constituiu comissão para promover estudos relacionados com os limi-
tes entre os Municípios de Volta Redonda e Barra Mansa.
Foram indicados os Eng.ºs José Fernando Bruno e Paulo César Alves Rocha e
João Batista Moreira Dias, Adilson Antônio Vieira e Itamar Nascimento Amorim.
Em 19 de junho de 1978, a Lei Complementar nº 10, introduziu modificações no
artigo 3º da de nº 01, de 17 de dezembro de 1975, fixando normas para correções em
situações pertinentes a limites.
No dia 31 de maio de 1979, pela Portaria nº 307/79-GP, assinada pelo Prefeito Aluízio
de Campos Costa, foi constituído Grupo de Trabalho para estudar os problemas relacio-
nados com as divisas de Volta Redonda e Barra Mansa, integrado pelo Eng.º Antônio de
Carvalho Faria, na qualidade de Presidente do Grupo; Arqt.º Paulo Gustavo Pereira Bas-
tos; Arqt.º Adilson Antônio Vieira; Adv.ºs Nilton Periard e Armando Artioli Filho.
Em 21 de setembro de 1979, a Portaria nº 479/79-GP, integrou ao Grupo de Traba-
lho mencionado, os vereadores Dr. Jorge Pantaleão Alves e Onício Zamboti, como repre-
sentantes do Poder Legislativo. O assunto ganhava relevo, levando o Governo do Estado
do Rio de Janeiro, na pessoa de A. de P. Chagas Freitas a assinar em 29 de fevereiro de
1980, o Decreto nº 3.071, instituindo comissão para identificação da linha divisória dos
Municípios de Barra Mansa e Volta Redonda, composta de Ivan Orlando Villari, da Secre-
taria de Estado de Justiça; Álvaro Luiz Regazoni Carelli Pereira, da Prefeitura Municipal
de Barra Mansa e Antônio de Carvalho Faria, de Prefeitura Municipal de Volta Redonda.
A Comissão presidida por Ivan Orlando Villar, valendo-se inclusive da Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através de sua diretoria de Geodésia e Car-
tografia, procurava a identificação do denominado córrego “Ano Bom”. Os trabalhos da
Comissão deveriam ser atendidos em 60 dias e, em 11 de abril de 1980, pelo Decreto nº
3.117, o prazo foi dilatado em mais 90 dias.
Em 15 de maio de 1984, em Decreto de nº 7.264 já assinado pelo Governador
Leonel Brizola, para os efeitos da Lei nº 2.435, de 05/04/1955, que estabeleceu o território
de Volta Redonda, foi identificado como Córrego “Ano Bom” aquele que tem a sua foz na
margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, a 300 metros da casa de nº 3.682 da Avenida
Presidente Kennedy (Av. Adalberto Barros Nunes), a jusante do rio, ou ainda, a 180 metros
do ponto da mesma margem fronteira à desembocadura do Córrego Ponte Alta, na outra
margem.

Alkindar Costa
353
O mesmo decreto instituiu uma
comissão formada sob a presidência
de Francisco dos Reis da Silva Filho,
da Secretaria de Estado de Justiça e
integrada por Armando Artioli Filho e
Álvaro Luiz Regazzoni Carelli Pereira,
respectivamente das Prefeituras Muni-
cipais de Volta Redonda e Barra Man-
sa.
Um melhor entendimento entre
os Municípios de Volta Redonda e Bar-
ra Mansa ficou evidenciado com a as-
O arquiteto Ronaldo sinatura, em 15/01/1985, do Protocolo
Alves, foi o grande
responsável para o
subscrito pelos Prefeitos Benevenuto
reconhecimento de dos Santos Netto (Volta Redonda) e
Roma I, Roma II, Parque Luiz Carlos Suckow Ferreira do Amaral
das Garças, São
Francisco, Rio das (Barra Mansa), visando a regularização
Flores e Condado do dos lançamentos tributários do Bairro
Ipê, como integrantes
da área do município de
Belmonte, margem esquerda do Rio
Volta Redonda, Muito Paraíba do Sul.
embora o assunto já
estivesse consagrado Em 30 de abril de 1985, novo
pela Lei estadual protocolo foi firmado para a
nº2435, jamais foi
observado pelos
regularização dos lançamentos
poderes púvblicos e tributários e prestação de serviços
historiadores. públicos nos bairros Ponte Alta, Vila
Elmira, Cajueiro e Paraíso de Baixo.
Finalmente, em 07 de outubro de 1986, o Governador Leonel Brizola editou o
Decreto nº 9.285 estabelecendo os pontos geográficos que melhor caracterizam os limites
territoriais entre os Municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, no tocante ao seu
perímetro urbano, determinando que os Municípios interessados deveriam demarcar os
“limites territoriais”, no campo, através de marcos topográficos, de acordo com as
coordenadas U.T.M. relacionadas no artigo 1º do citado Decreto 9.285.
Em razão de tal dispositivo legal, a partir do Córrego Ano Bom, o loteamento Jardim
Belmonte - 1, 2 e 3, Jardim Siderlândia e Loteamento Sítios e Chácaras “Morada do Sol”,
ficaram incluídos no território de Volta Redonda.
Na antiga COBRAPI, muito embora o portão de acesso estivesse em Volta Redonda,
a área real de utilização encontra-se situada no território de Barra Mansa.
Destaca-se que na Serra de Japuíra, nos pontos mais elevados, o serviço de
demarcação não foi revisto.
Do Bairro Santa Inês até o Córrego do Brandão, o limite segue a poligonal original
estabelecida na Lei nº 2.435, de 05 de abril de 1955.
A sede da Fazenda Santa Cecília, o Jardim Zoológico, o loteamento Morada do
Rosário, a área da Escola Técnica Pandiá Calógeras e do Corpo da CSN (treinamento)
até o Córrego do Brandão, estão incluídas em terras de Volta Redonda. Por outro lado a
Cicuta, na margem esquerda do Córrego do Brandão, ficou situada em terras de Barra
Mansa.

354 Volta Redonda Ontem e Hoje


LIMITES DE VOLTA REDONDA COM BARRA MANSA,
POR BAIRROS E RUAS

Para efeitos históricos destaca-se que os primeiros serviços de demarcação das


divisas de Volta Redonda e Barra Mansa, tão logo foi editada a Lei 2.435, em 1955, foram
operados por Adnaldo Medeiros, José Walter Porto Guerreiro, Francisco Chia do Amaral
e José da Silva Lino, todos funcionários da Prefeitura Municipal de Volta Redonda.
Graças aos serviço elaborado por Leda Maria Verdolin Certo Carvalho, na Secreta-
ria Municipal de Planejamento, os termos técnicos constantes do Decreto 9.285, de 07 de
outubro de 1986, podem ser assim demonstrados em linguagem comum:

LOTEAMENTO QUADRA LOTE / RUA V.R. B.M.

VILA ELMIRA
1 1 a 9 - Rua A - X
9 1 a 11 - Rua A - X
4 1 a 9 - Rua B (Osmarino Novaes) X -
4 10 a 13 - Rua C - X
4 14 a 17 - Tr. A - X
7 19 a 27 - Rua A - X

PONTE ALTA
- 29 a 30 - Rua B (Osmarino Novaes) X -
- 35 a 39 - Rua B (Osmarino Novaes) X -
- 31 - Rua C X -
- 32 a 41 - Rua C - X
- 13 a 15 - Rua Roterdã X -
- 10 a 12 - Rua Roterdã - X
- 16 a 18 - Rua B (Osmarino Novaes) X -
- 19 a 34 - Rua A - X

CAJUEIRO
W 1 a 7 - Rua Roterdã - X
W 8 a 9 - Rua Roterdã X -
W 10 a 22 - Rua Zurique X -
W 23 em diante - Rua Zurique - X
5 8 a 12 - Rua Zurique X -
5 1 a 7 - Rua Zurique - X
5 13 a 22 - Rua Oslo X -
5 23 - Rua Oslo - X
5 24 - Rua R-5 - X
T 40 a 77 - Rua Oslo X -
T 01 a 39 - Rua Oslo - X

PONTE ALTA
- 1,107 a 111 - Av. Europa X -
- 2 a 6 - Av. Europa - X
- 8 a 30 - Av. Europa X -

Alkindar Costa
355
LOTEAMENTO QUADRA LOTE / RUA V.R. B.M.

JARDIM P. ALTA
13 289 a 316 - Rua J X -
13 288, 287 - Rua J - X
- Praça (entre as Ruas I a G/J a D) - X
5 136 a 147 - Rua H X -
5 130 a 135 - Rua H - X
6 Todos os lotes X -
- Praça (entre I/H a D) X -
- 31 a 34 - Av. Europa - X

MINERLÂNDIA
- 171 a 191 - Rua Pequeri X -
- 192 - Rua Pequeri - X
- 218 a 238 - Rua Pequeri X -
- 239 a 242 - Rua Pequeri - X
- 205 a 217 - Rua Ouro Preto X -
- 193 a 204 - Rua Ouro Preto - X
- 267 a 275 - Rua Ouro Preto X -
- 276 a 290 - Rua Ouro Preto - X
- 36 a 45 - Rua Caxambu X -
- 264 a 266 - Rua Caxambu X -
- 262, 263 - Rua Caxambu - X
- Rua Juiz de Fora - X

SÃO CRISTÓVÃO
G 23 a 46 - Rua Campinas X -
G 19 a 22 - Rua Campinas - X
D 1 a 4 - Rua Iguape - X
D 5 a 9 - Rua Queluz X -
B 15 a 24 - Rua Iguape - X
B 1, 2 - R. Francisco E. Delgado - X
B 3, 4 - R. Francisco E. Delgado X -
B 5 a 14 - Rua Queluz X -

SANTA INÊS
1 23 a 28 - Rua Ary Barroso - X
1 13 a 22 - Rua Ary Barroso X -
1 33 a 35 - Rua Villa Lobos - X
1 36 a 43 - Rua Villa Lobos X -
5 1 a 7 - Rua Villa Lobos X -
5 8 a 11 - Rua Villa Lobos - X
5 17 a 19 - Rua Carlos Gomes X -
5 168, 17, 16 - R. Carlos Gomes - X
7 5 a 20 - Rua Carlos Gomes X -
7 21 a 31 - Rua Carlos Gomes - X
8 1 e 2 - Rua Catulo da Paixão X -
8 3 a 12 - Rua Catulo da Paixão - X

Volta Redonda limita-se ao Norte, Sul e Oeste com Barra Mansa e Leste com Barra
do Piraí, Piraí e Pinheiral.

356 Volta Redonda Ontem e Hoje


LIMITES VOLTA REDONDA x PIRAÍ X PINHEIRAL

Os limites entre Volta Redonda e Barra Mansa, determinados pela Lei Estadual
2.435 de 05.04.1955, sofreram objeções demonstradas no Mandado de Segurança nº
6.206, autuado em 19 de abril de 1955, pelo representante do Executivo Municipal de
Barra Mansa, Prefeito Dr. Leonísio Sócrates Baptista. Tal medida recebeu a data de 12 de
abril e o número de protocolo 47.426 em 13 de abril de 1955, no Tribunal de Justiça e
contra o Governo do Estado e a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
O assunto foi encerrado no Supremo Tribunal Federal, em 14 de julho de 1958.
Simplesmente os limites entre Volta Redonda e Barra Mansa sofreram correções e acor-
dos foram estabelecidos, sendo o último de 07 de outubro de 1986, no Governo de Leonel
Brizola. Desde a data da efetivação da Lei 2.435 (05 de abril de 1955), nenhuma Adminis-
tração do Município de Piraí manifestou qualquer contestação “OFICIAL” ao enfoque da
Lei, reconhecendo sempre que com o Município de Volta Redonda, o limite se faz “desde
a foz do Córrego Três Poços até a sua principal nascente (que fica atrás do bairro Vila
Rica e bem atrás da propriedade de Alan Cruz) e daí em RETA até a nascente do
SERENON, principal formador do Brandão (que fica na serra de Getulândia, já na divisa
com Rio Claro”. Texto do Arquiteto Ronaldo Alves, que, ainda considera:
“... ao se traçar essa linha reta entre nascentes, os bairros Roma I, Roma
II, Parque das Garças, São Francisco, Condado do Ipê e ainda Rio das
Flores ficam, claramente todos, dentro do território de Volta Redonda.
A linha reta passa cruzando a via Dutra, após o novo posto da Polícia
Rodoviária, já na descida da serrinha de Arrozal. De um lado da Dutra,
hoje, dali para baixo, é Piraí (direita) e do outro Pinheiral (esquerda),
que se torna independente em 1993.”
O território em questão estava sendo considerado como pertencente ao Município
de Piraí, muito embora na Cartografia oficial do IBGE, folha SF-23-Z-A-V-2 (edição de
1973) e na Cartografia oficial da Diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do Exército
(1981 e 1988), não se confirmasse a pretensão e nem mesmo a de Pinheiral (transforma-
do em cidade em 1993), denunciado pelo Arquiteto Ronaldo Alves no processo 1348/97,
em 08 de setembro de 1997, junto à Câmara Municipal de Volta Redonda, quando consi-
derou:
“O assunto é tão grave que já chegou a nosso conhecimento que a
Prefeitura de Pinheiral, recém criada, já estava cadastrando imóveis no
bairro Rio das Flores, instalações industriais e a própria Casa de Portu-
gal, pra cobrar impostos, tudo dentro do território de Volta Redonda.”
Ronaldo Alves considera, ainda, no documento remetido ao Legislativo
de Volta Redonda, “que a Rodovia VRD-001, constante no Plano Rodo-
viário Municipal de Volta Redonda, aprovada pelo DER-RJ em 1978, cujo
traçado liga, dentro do seu território, o trevo da Rodovia na Via Dutra
até Getulândia”, num trecho de 9,5 km, está sendo desfigurado por uma
estrada que consolida caminho natural entre fazendas, naquele local,
pela Prefeitura de Piraí, num traçado de cerca de 13 km, sem caracterís-
ticas de rodovia, com pista de 6 metros em muitos locais, agora com a
promessa do Governador em asfaltá-la. Tudo com a complacência e
omissão da Prefeitura de Volta Redonda, apesar de alertada por nós.”

Alkindar Costa
357
O mapa da Cidade
do Aço, mostra toda a
sua área territorial,
estabelecida pela Lei
Estadual 2.435, de
05/04/1955.
Aqui o destaque dos
limites, feito pelo
Arquiteto Ronaldo
Alves, localiza os
bairros reconhecidos
com pertencentes à
Volta Redonda
e não ao município
de Piraí.
Acervo Alkindar Costa

358 Volta Redonda Ontem e Hoje


Os fatos foram narrados pelo Arquiteto junto a Alkindar Costa, em documentos de
12 de outubro de 1997, o que redundou em expedientes remetidos pelo Historiador (GA-
3.1991,992 e 993) ao Presidente da Câmara Municipal de Volta Redonda, José Luiz de
Sá, Aurelino Barbosa, Prefeito Municipal de Pinheiral e Luiz Fernando, Prefeito Municipal
de Piraí, em 15 de outubro de 1997. Apenas a Presidência da Câmara Municipal de Volta
Redonda, pelo Ofício D-869/97, de 26.11.1997, informou o seu recebimento e que, em
razão do Requerimento nº 476/97, de autoria do Vereador Carlos Sérgio Fumian, foi insti-
tuída “Comissão Especial para esclarecimentos sobre o tema em questão”. Se referia o
Presidente ao Processo 1348/97, de autoria do Arquiteto Ronaldo Alves.
É o Arquiteto que informa em sua entrevista ao Jornal “Correio do Vale”, em 30 de
janeiro de 1999:
“Os limites entre Piraí e Volta Redonda são os mesmos de quando isso
aqui era Barra Mansa. Só que não é o Rio Brandão, como querem os
Prefeitos de Piraí e Pinheiral. Tenho plantas antigas de Barra Mansa,
elaboradas à época do primeiro centenário daquele Município, que já
apontavam o Ribeirão Três Poços (antigamente Ribeirão das Minho-
cas)” e águas acima deste, até encontrar o caminho que conduz à Fre-
guesia de Sant’ana do Piraí (picada dos índios), por este afora, até en-
contrar o Rio Piraí, águas acima deste, até o ponto em que atravessa a
estrada para São Paulo”, como limite ao Leste da Comarca de Barra
Mansa. Aliás, esta descrição dos limites de Barra Mansa faz parte da
Resolução da Assembléia Geral Legislativa do Império, sancionada pela
Regência em nome do Imperador Dom Pedro II, em 03 de outubro de
1832.”
O IBGE, por solicitação, fez encaminhar a Ronaldo Alcedo Reis Alves, o seguinte
documento, em 05 de janeiro de 1999:
“Ofício nº 001/DGC
Rio de janeiro, 05 de janeiro de 1999.

Prezado Senhor,
Em atenção a solicitação de Vossa Senhoria datada de 10 de setembro
de 1998, em que se refere a linha divisória entre os municípios de Volta
Redonda e Piraí e Volta redonda e Pinheiral, bem como a pertinência
administrativa de algumas localidades, cabe-nos informar o que segue:
A– Os limites entre os municípios de Volta Redonda com Piraí e Volta Re-
donda com Pinheiral são definidos, respectivamente, pelas leis nº 2435
de 05/04/55 (delimita a área de Volta Redonda) e nº 2408 de 13/06/95
(cria o Município de Pinheiral);
B– Essa linha de limite é definida por uma reta que liga a nascente do
Ribeirão Três Poços à nascente do córrego Serenon, conforme a legis-
lação acima citada;
C– Com o intuito de subsidiar resposta a presente solicitação, realizou-se
um levantamento de campo objetivando a identificação “in loco” dos
pontos mencionados em Lei, bem como a obtenção das coordenadas
UTM desses pontos, obtidas através de aparelho GPS.

Alkindar Costa
359
2. Dessas medições obteve as seguintes coordenadas:

I– Na estrada para Getulândia, na localidade conhecida com Cabeceira


do Brandão, nascente do córrego Serenon
E=593.857 e N=7.495.150
II – Na fazenda da CSN, nascente do Ribeirão Três Poços
E=595.857 e N=7.505.750
III – Na localidade (bairro) conhecida como São Francisco
E=595.100 e N=7.500.125
IV – Na Rodovia Presidente Dutra, próximo ao posto da Policia Rodoviária
(Ponto de Trijunção dos Municípios de Volta Redonda, Piraí e Pinhei-
ral)
E=595.857 e N=7.501.320
V– Na localidade Rio das Flores (próximo a Caixa d’água)
E=595.207 e N=7.501.562
VI – Na localidade Roma I (extremo Leste)
E=595.131 e N=7.500.888
VII – Na localidade Parque das Garças (extremo Leste)
E1=595.345e N1=7.500.810
E2=595.060 e N2=7.500.400
VIII – Na localidade Roma II (Extremo Leste)
E=594.878 e N=7.500.134

3. Com as referencias acima constatou-se que:


A– A linha divisa entre Volta Redonda e Piraí e Volta Redonda e Pinheira
esta corretamente representada na Carta Topográfica MI 2743/2 escala
1:50.00 – Volta redonda, editada pelo IBGE;
B– As localidades de Roma I, Roma II, Parque das Garças, Condado Ipê,
São Francisco e Rio das Flores estão situados no município de Volta
Redonda.
4. O presente documento foi elborado de comum acordo com a Funda-
ção CIDE (Centro de Informação e Dados do Rio de Janeiro, Órgão vin-
culado a Secretaria de Estado de planejamento e Controle)
5. As informações constantes do presente oficio, também fora encami-
nhadas às prefeituras de Volta Redonda, Piraí e Pinheiral e a Viação
Aagulhas Negras.
Atenciosamente

360 TRENTO NATALI FILHO - Diretor de Geociências”


Volta Redonda Ontem e Hoje
A exposição demonstra que a cidade de Volta Redonda, em razão das disposições
fixadas pela Lei Estadual 2.435 de 05/04/1955, nos limites com os Municípios de Barra
Mansa, Barra do Piraí, Piraí e Pinheiral, o seguinte desmembramento:
Leis e mapas conseqüentes da demarcação, não alterados em nenhum momento,
desde a sua sanção em 1955, demonstra hoje que Volta Redonda tem bairros que rece-
bem a denominação de ainda em seu domínio:
- ROMA I
- ROMA II
- PARQUE DAS GARÇAS
- CONDADO DO IPÊ
- SÃO FRANCISCO
- RIO DAS FLORES
Em consequência, o território de Volta Redonda ficou acrescido de mais 11 km2.
Sempre se ouviu dizer que o Prefeito Nelson Gonçalves havia invadido a Município de
Piraí, para a construção da “Estrada de Aço” e que as autoridades daquela comunidade,
haviam ficados quietas, porque a obra representava um melhoramento.
Destaque-se: A “Estrada do Aço” está inteiramente, dentro do territó-
rio de Volta Redonda.
Os entendimentos entre os municípios de Volta Redonda e Piraí, continuaram a ser
feitos, tendo com assunto principal, ROMA I, ROMA II, PARQUE DAS GARÇAS, SÃO
FRANCISCO, RIO DAS FLORES e CONDADO DO IPÊ. O destino de 5,8 mil morado-
res, passou a ser examinado, constatando-se, inclusive, uma divisão com alguns dese-
jando pertencer à Volta Redonda, enquanto que outros se declaravam ao lado de Piraí.
Depois de inúmeras reuniões, um encontro foi marcado entre os prefeitos Luiz
Fernando de Souza (Pezão) de Piraí e Antônio Francisco Netto, de Volta Redonda, para o
dia 17 de outubro de 2001, na sede da Prefeitura Municipal da Cidade do Aço. Do encontro
ficou deliberado que a partir de janeiro de 2002, as localidades en discussão, passariam
à jurisdição de Volta Redonda, especialmente em razão das conclusões do IBGE.
Uma comissão formada por representantes dos dois governos foi formada para dar
andamento ao processo de transferência dos bairros.
Em 07 de março de 2002, o prefeito Antônio Francisco Netto, fez publicar em “Volta
Redonda em Destaque”, órgão oficial do Município de Volta Redonda, o seguinte comuni-
cado:
“O Prefeito Municipal de Volta Redonda, comunica a todos os Órgãos
Públicos Municipais, Estaduais e Federais e demais entidades da soci-
edade de Volta Redonda, que os munícipes residentes nas localidades
de ROMA I, ROMA II, PARQUE DAS GARÇAS, SÃO FRANCISCO, RIO
DAS FLORES e CONDADO DO IPÊ, deverão ser atendidos e reconheci-
dos como cidadãos voltarredondenses, considerando que essas áreas
fazem parte do território deste município, conforma definido na lei 2.435,
de 05/04/1955 e ofício 005/DGC do IBGE, de 05/01/1999.
Volta Redonda, 27 de fevereiro de 2002
a) Antônio Francisco Netto - Prefeito Municipal “

Alkindar Costa
361
PINHEIRAL EMANCIPA-SE DE PIRAÍ

Em 13 de junho de 1995, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,


aprovou o Projeto de Lei nº2055/95, de autoria da Comissão de Assuntos Municipais e de
Desenvolvimento Regional, criando o Município de Piraí e que foi transformado na Lei
nº 2.408, de 13/06/1995, publicada no Diário Oficial RJ Nº 111, ano XXI, de 14 de junho de
1995 (quarta-feira) com a seguinte redação:
Lei 2.408 de 13 de junho de 1995, CRIA O MUNICÍPIO DE PINHEIRAL, A
SER DESMEMBRADO DO MUNICÍPIO DE PIRAÍ.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, faço saber que a
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - Fica Criado o município de PINHEIRAL, com seda na Vila de Pinheiral,
localizada no 4º Distrito, formado pelo território do 4º Distrito do Muni-
cípio de Piraí.
Art. 2º - O terrotório do município de PINHEIRAL, constituido do Distrito
acima citado, é compreendido dentro dos seguinte limites territoriais:

LIMITES INTERMUNICIPAIS
1 - Com o Município de Barra do Piraí.
Começa na confluência do Ribeirão dos Três Poços, no Rio Paraíba do
Sul, pelo qual desce até a cnfluência do Córrego Botafogo, subindo
por até a ponte sobre ele existente, na estrada de rodagem Vargem
Alegre-Pinheiral. Daí continua em reta até encontrar o limite com o
município de Piraí no Ribeirão João Congo.
2 - Com o Município de Piraí
Começa no Ribeirão João Congo, onde se encontra o limite municipal
com Barra do Piraí. Segue em linha reta até a ponte sobre o Córrego
Maria Preta, na RJ-141 (Piraí-Pinheiral), segue em outra linha reta até
encontrar o Córrego Três Saltos, segue por esta direção à sua nascen-
te principal até encontrar a Rodovia Presidente Dutra, segue por esta
até encontrar o limite municipal com Volta Redonda.
3 - Com o Município de Volta Redonda.
Começa na Rodovia Presidente Dutra, segue em linha reta até a princi-
pal nascente do Ribeirão dos Três Poços, desce por este até a sua
confluência no Rio Paraíba do Sul, limite com o município de Barra do
Piraí.
Art. 3º - A instalação do Município dar-se-á na forma prevista na Lei Comple-
mentar nº 59, de 22 de fevereiro de 1990.
Art. 4º - O Município de PINHEIRAL, enquanto não contar com legislação pró-
pria, reger-se-á pela do Município de PIRAÍ, obedecidas as disposições
da Lei Complementar Estadual nº 59 de 22 de Fevereiro de 1990.

362 Volta Redonda Ontem e Hoje


Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 13 de junho de 1955.
MARCELLO ALENCAR”

ASPECTOS ECONÔMICOS

“Localizada na Micro Região Homogênea do Vale do Paraíba Fluminense,


Volta Redonda, juntamente com Barra Mansa, de acordo com os critéri-
os adotados pelo IBGE, constituem um Polo de 2ª Ordem, sub-equipa-
do.
Esta classificação da rede urbana nacional estabelece uma divisão
territorial baseada, não nos limites políticos dos Estados e Municípios,
mas de acordo com as características geográficas e econômicas,
objetivando maior eficiência nas atividades de planejamento. Segundo
esta classificação, Volta Redonda e Barra Mansa constituem o centro
de uma região funcional cuja área (11.700 km2 corresponde a quase o
dobro da área metropolitana do Rio de Janeiro, polarizando, através de
seu equipamento, uma população de mais de 700.000 habitantes em 19
municípios de 3 Estados (Rio, São Paulo e Minas Gerais).
A importância relativa do Pólo liderado por Volta Redonda pode ser
avaliada pelos seguintes fatos:
- O Município de Volta Redonda sozinho lidera o setor secundário do
antigo Estado do Rio sendo que, nos últimos anos, o valor adicionado
do município vinha se destacando como o maior do antigo Estado.
- A rede comandada pelo Rio de Janeiro, ao contrário daquela liderada
por São Paulo, não apresenta uma hierarquização definida e equilibra-
da. Os centros urbanos, em geral, estabelecem relações diretas com a
metrópole e a exceção é o complexo Volta Redonda - Barra Mansa, que
desempenha um papel de importância regional, em termos de polariza-
ção, imediatamente abaixo da metrópole.
- Volta Redonda e Barra Mansa representam a maior concentração de
recursos humanos dentro do Médio Vale do Paraíba, com 45,40% da
população ativa empregada no setor secundário.
O inter-relacionamento das cidades que integram a micro região, em
especial Volta Redonda, Barra Mansa, Piraí e Barra do Piraí constituem
um núcleo com características geo-econômicas homogêneas, o que
pressupõe tendências de interligação física de áreas urbanas
(conurbação) a médio prazo.”
(FONTE: IPPU/PMVR)

Alkindar Costa
363
Volta Redonda tem um destaque no panorama industrial, dentro do aspecto econô-
mico da Cidade.
No período de 1970/1980 o crescimento foi de 34,06% negativo.

“O decréscimo da população rural no Município demonstra um declínio


e uma acentuada tendência ao aniquilamento, reforçada pela indução à
expansão urbana em áreas rurais, reduzindo ainda mais as áreas ade-
quadas à produção primária. Em 1970 a população rural do Município
era de 4.618 habitantes; já em 1980 tínhamos apenas 3.530 habitantes.”
(FONTE: IPPU/PMVR)

DISTRITO INDUSTRIAL

No Setor Secundário e em razão da edição da Lei Municipal nº 1.088 de 03 de


novembro de 1971, foi autorizada na Administração Francisco Fontes Torres a criação do
Distrito Industrial de Volta Redonda. A Legislação principal foi alterada posteriormente, em
razão dos termos das Leis Municipais nºs 1.820 e 1.999.
Em 05 de setembro de 1985, quatorze anos após ter sido criado, o Distrito Industrial
foi declarado implantado em Três Poços. A solenidade foi realizada na Associação Co-
mercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redonda, por iniciativa do Prefeito Benevenuto
dos Santos Netto.
O ato solene com a presença dos Secretários de Estado César Maia (Finanças),
Geraldo Di Biasi (Indústria e Comércio), Dr. André Martins de Andrade, em nome da CSN;
Arquiteto Sérgio Protásio Fernandez, representando o Governador do Estado do Rio de
Janeiro; Rafael Borges (BD-Rio) e o Vereador Luiz Carlos Hallack Sarkis, Presidente do
Legislativo da Cidade do Aço, juntamente com o Prefeito Benevenuto e o Presidente da
ACIAP-VR Antônio Cardoso. O Jornal de Volta Redonda, nº 30, de 27/02 a 06/03/1988, fez
o seguinte detalhamento em relação Distrito Industrial:
“Através do Ato Administrativo número 165, em 23 de abril de 1968, o
então prefeito de Volta Redonda Sávio de Almeida Gama nomeava co-
missão constituída pelos engenheiros Breno de Castro, José Fernando
Bruno e Alfredo de Faria, com a finalidade de promover a avaliação da
Fazenda Três Poços, com cerca de 100 alqueires de terras e localizada a
leste do centro da cidade, fazendo limite com o município de Piraí, no
Distrito de Pinheiral.
Na época, a Fazenda Três Poços pertencia à Associação Brasileira dos
Trapistas do Tremembé e, conforme se constatou em levantamento
executado, possuía uma área total de 4.421.340,00 metros quadrados,
distantes do perímetro urbano cerca de seis quilômetros.
E foi em novembro de 1971, através da deliberação número 1088, que o
Distrito Industrial de Volta Redonda - DI/VR foi criado. Porém, somente
em 1974, através do Decreto número 884/74, estabeleceu-se, inicialmen-
te, os critérios e condições pelos quais o DI/VR deveria ser implementado.

364 Volta Redonda Ontem e Hoje


Segundo relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Planejamen-
to, este Decreto não promoveu a efetivação do Distrito, “muito embora
houvesse criado algumas condições para que o processo fosse inicia-
do, porém não se sentiu a interferência do poder público, desde então,
o que sem dúvida, acarretou a não execução das obras de urbanização
fundamentais, e conseqüentemente, a plena estagnação do empreendi-
mento”.
Ao longo dos anos, diz o relatório, a ocupação da área da Fazenda Três
Poços se deu de maneira desordenada e à revelia de qualquer plano
oficial de utilização, chegando mesmo a condicionar a administração
pública, na criação da Lei Municipal nº 1892, de 03 de julho de 1984,
dando aos terrenos do DI/VR uma nova destinação.

A LEI E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

A Lei Municipal nº 1892, de 03 de julho de 1984, criada em função das


ocupações feitas por posseiros na Fazenda Três Poços, dividiu a referi-
da área em glebas separadas, destinadas ao Distrito Industrial de Volta
Redonda - DI/VR e a um programa habitacional agrícola e a equipamen-
tos de utilidade pública. Com isto, reduziu-se a menos de 1/9 as áreas
destinadas para fim industrial.
Em 13 de agosto de 1985 foi estabelecido o Decreto número 1997 regu-
lamentando a implantação do DI/VR, porém, já na administração Marino
Clinger, este decreto é revogado, modernizado e complementado por
outro, no caso, o 2348, de 16 de setembro de 1986. Segundo relatório da
Secretaria Municipal de Planejamento, a partir daí, o Distrito Industrial
de Volta Redonda “passa a ter a atenção prioritária e efetiva por parte
do governo municipal”.
As propostas apresentadas pelas empresas, referentes à utilização de
áreas de DI/VR, foram examinadas pela Comissão Especial de Seleção
do Distrito Industrial - CESD/VR, representada pelo Secretário Munici-
pal de Planejamento, por dois representantes da Câmara Municipal, dois
da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redonda -
ACIAP/VR, dois do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano - IPPU,
um da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN - e, finalmente, por um
da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN.
O escritório do Distrito Industrial de Volta Redonda - EDI/VR foi instala-
do na Rua Embaixador Assis Chateaubriand, 18, no bairro Aterrado,
onde foram recebidos os empresários e mantidos os entendimentos
necessários para resolução de suas intenções. Neste escritório foram
feitos, também, contatos empresariais para a instalação no Distrito.”

De toda área que se compunha, oficialmente, a Fazenda Três Poços (4.824.000,00


metros quadrados), foram destinados ao Distrito Industrial 961.263,52 metros quadra-
dos.

Alkindar Costa
365
“Esta gleba foi dividida em sete áreas industriais, pelo plano oficial, das quais cinco
foram objeto de concessão de uso a empresas”, e “duas remanescentes”, nas quais, a
administração municipal decidiu implementar, definitivamente, o DI/VR.
A área industrial remanescente, com 307.63,00 metros quadrados, foi parcelada
em nove módulos.
Já na outra área remanescente, foi objeto de estudos mais detalhados, com projeto
de urbanização completo, onde poderia ser encontrado o módulo industrial pronto para
nele se instalar.
O problema, no entanto não se configurou tão facilmente.
No local, cerca de 850 famílias através dos anos, ocuparam parte do local, dando
origem às localidades de Três Poços e Vila Rica, apresentando como conseqüência uma
redução da área originalmente desapropriada de 4.420.000 metros quadrados, a pouco
menos de um milhão de metros quadrados. A ação de grileiros na área industrial obrigou
a PMVR a tentar juridicamente reaver o patrimônio público.
Todavia, o Distrito Industrial já existia na área de Três Poços, dando maior desenvol-
vimento ao campo industrial da cidade.
Com o mesmo objetivo de desenvolvimento industrial, em fins de outubro de 1987,
em ato realizado no Palácio Guanabara, a Companhia Siderúrgica Nacional, através do
seu Presidente Juvenal Osório e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado
por Victório Cabral, Secretário de Indústria e Comércio, firmaram acordo de cooperação
visando à definição de uma política industrial para o Estado. De acordo com convênio, a
estatal participaria dos trabalhos de viabilização da instalação do pólo metal-mecânico,
criando oportunidade para a instalação de novas indústrias de expansão das já existen-
tes, no território fluminense.
Em razão da saturação do parque industrial metalúrgico e mecânico da região do
ABC paulista e ter a Usina Presidente Vargas atingindo o limite de produção, o Governa-
dor Moreira Franco, pretendeu negociar com Governo Federal a construção da Unidade II
da CSN, que tinha terreno próprio em Itaguaí, ao lado do Porto de Sepetiba, com ramal
ferroviário para recebimento de carvão e minério de ferro.
Por outro lado, a administração Marino Clinger Toledo Netto, pelo Decreto 2.539
considerou desapropriada a área de terra às margens da rodovia VRD-001 e próximo ao
bairro Casa de Pedra, com 53.655,90 metros quadrados, de propriedade da Companhia
Siderúrgica Nacional, para implantação do Pólo Industrial de Confecção de Volta Redon-
da “necessário à implementação da atividade econômica do Município e, em atendimento
às propriedades de estimulação de empregos, revitalização e apoio às ações empresari-
ais.” O Decreto é de 03 de julho de 1987.
No Setor Secundário, desde 1946 Volta Redonda “consolida-se como o maior cen-
tro siderúrgico”, liderando dentro do Estado do Rio de Janeiro, especialmente em razão
da presença da Companhia Siderúrgica Nacional, “força geradora de empregos” com
aproveitamento de 80% da população economicamente ativa.
Algumas centenas de estabelecimentos industriais, de grande, médio e pequeno
porte, estão instalados no Município.
No Setor Terciário, o comércio registra grande impulso com a presença de firmas
de renome nacional, podendo-se destacar Casas Sendas, Renner, Mollica, Arapuã, C&A,
Casa e Vídeo, Lojas Americanas, Mc Donalds, Bobs, Habibis e etc.

366 Volta Redonda Ontem e Hoje


A Lei 2.634, de
31/01/1991, extinguiu o
Distrito Industrial
de Três Poços.

A Administração
Municipal reconhecia a
impossibilidade de
desocupar a área, já
dominada pela ação
dos posseiros, que
alegando não poder
pagar aluguel,
passaram a construir,
até mesmo, mansões
em terrenos nobres.
Estava instalada a
“Indústria da Posse” em
Volta Redonda

Ainda no Setor Terciário, assumindo um papel mais dinâmico na economia


municipal, os dias atuais apresentam uma grande diversidade de ofertas, cuja
capacidade de atendimento vai do comércio vicinal ao regional, podendo concorrer com
preços e produtos através de empresas atacadistas, grandes magazines, lojas e
supermercados, impulsionados com a construção de grandes “shoppings”, em especial
na Vila Santa Cecília.

Alkindar Costa
367
A Administração Benevenuto dos Santos Netto, nos anos de 1984 e 1985, fez editar
as Leis Municipais 1.885 e 2.086, instituindo uma política municipal de desfavelamento e
atuação em área públicas ocupadas, leis estas que foram regulamentadas pelos Decre-
tos 2.112 e 2.429, este último da Administração Marino Clinger Toledo Netto.
O orçamento municipal para o exercício de 1988 registrou a execução de obras em
áreas denominadas faveladas, reconhecidas pela Administração Municipal como “núcle-
os”. Já em 1980, 98,10% da população de todo o Município, residia na área urbana, o que
é compreensível em razão de se tratar de uma Cidade sem distritos e com uma área
territorial pequena em relação aos demais territórios do Estado.
Neste campo constata-se uma migração em razão de áreas ocupadas, onde o
crescimento se processou de maneira desordenada, em um programa de invasão de
terras incentivado, programado e executado até mesmo com apoio das autoridades
legalmente investidas da Cidade do Aço.
Em sua maioria são pessoas estranhas ao próprio Município, comandadas por aque-
les que aplicam uma política desvinculada do próprio interesse local de irradicação dos
problemas sociais.
Tal fato agrava o setor primário, impedindo que áreas que poderiam ser ocupadas
com ordem e disciplina, continuassem abandonadas e sem cultura, enquanto que no
centro da Cidade, com a própria conivência até mesmo do Poder Público, eram levanta-
dos barracos em áreas inteiramente inconvenientes, e até mesmo sem condições de
implantação dos serviços públicos considerados indispensáveis para o surgimento de
áreas populacionais.
O Distrito Industrial foi declarado extinto pela Lei Municipal nº 2.634 de 31.05.1991,
estabelecendo a reorganização das glebas da Fazenda de Três Poços, destinando-as à
implantação de programas habitacionais.
Em outras palavras, significa que o “território” já estava invadido pelos denomina-
dos “posseiros”, ficando relegado a segundo plano todas as obras que já haviam sido
realizadas, procurando estabelecer-se uma área industrial alternativa, paralela a impor-
tância da própria Companhia Siderúrgica Nacional.

BAIRROS DE VOLTA REDONDA

Autoridades locais referendaram o “loteamento” das áreas livres de Volta Redonda,


permitindo-nos, hoje, a apresentação do seguinte quadro:
Nº Bairro Decreto Data
01 Açude ............................................................. Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
02 Aero Clube ..................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
03 Água Limpa .................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
04 Aterrado ......................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
05 Barreira Cravo ............................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
06 Bela Vista ....................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
07 Belo Horizonte ............................................... Decr. 1712/84 .... 04/04/1984
368 Volta Redonda Ontem e Hoje
Nº Bairro Decreto Data
08 Belmonte ....................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
09 Bom Jesus ..................................................... Decr. 929/68 ...... 18/06/1968
10 Brasilândia ..................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
11 249 ................................................................. Decr. 3810/03 .... 06/11/2003
12 Candelária ...................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
13 Casa de Pedra ............................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
14 Conforto ......................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
15 Dom Bosco .................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
16 Eucaliptal ....................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
17 Jardim Belmonte ............................................ L. M. 2698/91 ..... 31/10/1991
18 Jardim Amália ................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
19 Jardim Belvedere ........................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
20 Jardim Europa ............................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
21 Jardim Padre Josimo Tavares ....................... L. M. 2177/86 ..... 23/12/1986
22 Jardim Suíça .................................................. Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
23 Laranjal .......................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
24 Minerlândia ..................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
25 Monte Castelo ................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
26 Niterói ............................................................. Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
27 Nossa Senhora das Graças .......................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
28 Pinto da Serra ................................................ Decr. 2822/88 .... 06/09/1988
29 Ponte Alta ...................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
30 Retiro ............................................................. Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
31 Rústico .......................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
32 São Geraldo ................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
33 São Cristóvão ................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
34 São João ........................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
35 São João Batista ............................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
36 São Lucas...................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
37 São Luiz ......................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
38 Santa Cruz ..................................................... L. M. 2125/86 ..... 16/06/1986
39 SantaCruz II ................................................... L.M. 3477/98 ...... __/__/1998
40 Santa Inês ...................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
41 Santa Rita do Zarur ........................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979

Alkindar Costa
369
Nº Bairro Decreto Data
42 Santo Agostinho ............................................. Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
43 Sessenta ....................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
44 Siderlândia ..................................................... L. M. 2698/91 ..... 31/10/1991
45 Siderópolis ..................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
46 Três Poços .................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
47 Vila Americana ............................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
48 Vila Brasília .................................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
49 Vila Mury ........................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
50 Vila Rica (Três Poços) ................................... L. M. 2102/86 ..... 26/03/1986
51 Vila Santa Cecília ........................................... Decr. 1088/79 .... 05/02/1979
52 Voldac ............................................................ Decr. 1088/79 .... 05/02/1979

Uma indústria instalou-se na cidade de Volta Redonda - a da venda de posses, em


razão de um processo de invasão que contou, inclusive, com o apoio do próprio Poder
Público, pois muito embora avisados que o fato estava acontecendo, ouvia-se, sempre, a
resposta: “É uma área de posse. Não podemos fazer nada!” Hoje, os ali residentes,
exigem das administrações a fixação da infra-estrutura no local, ruas asfaltadas, luz,
água, esgoto e tudo o mais, sem qualquer retribuição ao Poder Público pelos serviços
realizados. A desculpa é que os títulos de propriedade ainda não foram liberados.
O primeiro Núcleo de posse ou favela, remonta o início da década de 50, recebendo
a denominação de “Morro dos Atrevidos”, hoje conhecido como Morro São Carlos. Novos
contingentes populacionais foram atraídos em decorrência do último estágio de
expansão da Companhia Siderúrgica Nacional nos anos 70, redundando numa ocupação
de forma desordenada na periferia urbana.
Já nos anos 80, proliferaram os “núcleos de posse”, em consequência da implanta-
ção de uma política populacionista, com a ocupaçãos dos topos dos morros, encostas de
rios, áreas ambientais e verdes de loteamentos, gerando problemas dos quais, as
administrações municipais,
passaram a se complicar
A clara definição da em razão da própria
exploração comercial concessão que fizeram. O
e financeira que
acontece normalmente resultado foi a efetivação,
em áreas de posse. principalmente pela
Nota-se na placa: Administração Neto, de
“VENDE-SE ESTA obras de urbanização e
CASA OU TROCA
POR CARRO.”
saneamento, atingindo em
Acervo Alkindar Costa
seu conjunto a neces_
sitados, como também,
àqueles que se escondiam
e formavam a famosa
indústria da venda de
posses em Volta Redonda.

370 Volta Redonda Ontem e Hoje


“A maioria dos Núcleos de posse, não possuem uma situação fundiária regulariza-
da, apresentando, no entanto, alguns dos principais serviços de infra-estrutura já instala-
dos. Na maioria das vezes, esses investimentos são provenientes de dotação orçamen-
tária do próprio município (devido a falta de recursos financeiros de outras instâncias de
governo), e não são suficientes para suprir toda a demanda”.
A publicação “Pode entrar em Volta Redonda – a casa é sua” editada na administra-
ção do Prefeito Antonio Francisco Netto (1999) no Campo do saneamento básico, infor-
ma em relação à Volta Redonda: 100% da água tratada no Município na área urbanizada;
90.000 residencias e Comércios atendidos com água tratada e coleta de esgotos; 99%
de coleta de esgoto na área urbanizada; 3 estações de tratamento de água; 3 estações
de tratamento de esgoto. Na energia elétrica 150 MVA de potencia instalada. Na área das
comunicações 40.805 telefones instalados; 17.500 terminais celulares e 1.763 telefones
públicos instalados.
Destacamos, ainda, serviços públicos e meio ambiente com 150t de coleta de lixo
domiciliar diária; 5 postos de entrega voluntária de material reciclável; 2.100 postos de
coleta de lixo (lixeirinhas); 30t/mês de coleta de lixo hospitalar; 5.500 km/mês de varrição;
175 limpeza e manutenção de praças; 6.00 t/mês de coleta de terra e entulho de obras;
15 áreas de preservação tombadas, somando 1.868.000 m2; 1 horto de produção de
mudas para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas; 500 plantio de arvores
por mês; 6.000 plantio de flores e forração por mês; 300 podas mensais de arvores e 80%
das ruas asfaltadas.

NÚCLEOS DE POSSE

O FURBAN/VR: Autarquia da PMVR cuida das áreas de posse na Cidade, que


apresenta seu e-mail : furban/vr@quick.com.br para contatos via internet e conta,
oficialmente, registrados como “Núcleos de Posse”, no Fundo Comunitário de Volta
Redonda:

Açúde
Açúde IV ....................................................................................... 1986
Campinho 1 ................................................................................. 1979
Campinho 2 ................................................................................. 1977
Rua G c/ Rua B............................................................................ 1982
Rua H ........................................................................................... 1983
Rua São Gonçalo ......................................................................... 1980
Rua Seis ...................................................................................... 1987
Servidão da Batalha ..................................................................... 1975
Vale da Alegria.............................................................................. 1988
Aero Clube
Av. Beira Rio I ............................................................................... 1986
Av. Beira Rio II .............................................................................. 1972
Av. Beira Rio III ............................................................................. 1970
Av. Beira Rio IV............................................................................. 1970

Alkindar Costa
371
Água Limpa
Coroados ..................................................................................... 1971
Jardim Monte Verde ..................................................................... 1978
Rua Angélica ................................................................................ 1994
Rua Caramurú ............................................................................. 1971
Rua Evaristo da Veiga/Antônio Tomás Gonzaga .......................... 1977
Rua Paraíba c/ Rua Araguaia ...................................................... 1971
Rua Rio Paraibuna ....................................................................... 1987
Servidão Emanuel c/ Rua Piabanha ............................................ 1993
Servidão Pedro Alexandre ............................................................ 1993
Túnel Vinte ................................................................................... 1987
Belmonte
Av. Almirante Adalberto Nunes ..................................................... 1972/85
Av. Belmonte (Servidão Pedro Alexandre) ................................... 1993
Av. dos Mineiros ........................................................................... 1973
Beco do Anderson ....................................................................... 1984
ETA - Belmonte ............................................................................
Rua Araruama.............................................................................. 1978
Rua Barão de Mauá ..................................................................... 1983
Rua Cantagalo ............................................................................. 1981
Rua Conceição de Macabú .......................................................... 1977
Rua Cordeiro I .............................................................................. 1978
Rua Cordeiro II ............................................................................. 1981
Rua Dois ...................................................................................... 1981
Rua Dois A ................................................................................... 1980
Rua E ........................................................................................... 1980
Rua G ........................................................................................... 1983
Rua H ........................................................................................... 1977
Rua J ............................................................................................ 1985
Rua L 1 ........................................................................................ 1994
Rua Nossa Senhora Aparecida ................................................... 1987
Rua Palmeiras ............................................................................. 1972
Rua Paracambi c/ Paraíba do Sul................................................ 1973
Rua Paraíba do Sul ...................................................................... 1989
Rua Teresópolis ........................................................................... 1979
Rua Três ...................................................................................... 1995
Rua Três A ................................................................................... 1991
Servidão D/Rua Barão de Mauá .................................................. 1975
Servidão da Resistência .............................................................. 1986
Servidão Esperança .................................................................... 1980
Travessa Nossa Senhora de Fátima ........................................... 1987
Belo Horizonte
Nostório ........................................................................................ 1983
Nova Esperança .......................................................................... 1987
Painel ........................................................................................... 1978
Rua 8 / Nostório ........................................................................... 1980
Varde Verde .................................................................................. 1980
372 Volta Redonda Ontem e Hoje
Brasilândia
Cailândia ...................................................................................... 1989
Nova Primavera ...........................................................................
Rua Roquete Pinto ....................................................................... 1990
Caieira
Av. da Imprensa ........................................................................... 1987
Conforto
Grota da Paz ................................................................................
São Carlos ................................................................................... 1952
Coqueiros
Rua Central .................................................................................. 1985
Dom Bosco
Av. Paraíba ................................................................................... 1980
Rua Hermes da Fonseca............................................................. 1991
Eucaliptal
Área da Mitra ................................................................................ 1990
Morada do Sol .............................................................................. 1987
Renascença ................................................................................ 1985
Rua Olavo Bilac ........................................................................... 1992
Minerlândia
Caxambú ..................................................................................... 1957
Monte Castelo
Tancredo Neves (VRD01) ............................................................ 1985
Padre Josimo
Padre Josimo ...............................................................................
Pinto da Serra
Av. Francisco Torres I ..................................................................
Josefa de Assis............................................................................ 1994
Ponte Alta
Antuérpia ...................................................................................... 1982
Candia .......................................................................................... 1982
Trevo da São Geraldo .................................................................. 1986
Zurique ......................................................................................... 1985
Retiro
Av. Ceará ..................................................................................... 1980
Av. do Açude ................................................................................ 1980
Alkindar Costa
373
Av. Euclides Figueiredo ................................................................ 1980
Av. Santa Isabel ............................................................................ 1982
Av. Santa Rita .............................................................................. 1960
Estrada Norte I ............................................................................. 1975
Estrada Norte II ............................................................................ 1980
Estrada Norte III c/ Rua 6 ............................................................. 1982
Estrada União .............................................................................. 1950
Grota do Germano ....................................................................... 1963
Helvécio Pimenta ......................................................................... 1970
Ipanema ....................................................................................... 1992
Jardim Cidade do Aço .................................................................. 1970
Maria Cecília ................................................................................ 1970
Mirante do Vale ............................................................................. 1991
Rua Algarves ............................................................................... 1970
Rua Eldorado ............................................................................... 1966
Rua Luanda ................................................................................. 1975
Rua Miguel Pereira ....................................................................... 1992
Rua Pitágoras .............................................................................. 1989
Rua São Judas Tadeu .................................................................. 1987
Rua Timor .................................................................................... 1975
Rua Topázio ................................................................................. 1970
Rua Transmontana ...................................................................... 1975
Santa Cruz
Santa Cruz I ................................................................................. 1988
Santa Cruz II ................................................................................ 1988
Santa Inês
Santa Inês .................................................................................... 1963
Sta. Rita Zarur
Barbacena ................................................................................... 1997
Stº Agostinho
Asa Negra .................................................................................... 1975
Av. Beira Rio ................................................................................ 1976
Caviana ........................................................................................ 1983
Caviana II ..................................................................................... 1994
Morro da Conquista ...................................................................... 1983
Morro da Paz ............................................................................... 1976
Motorista José de Araújo .............................................................. 1981
Rua A Lateral (faixa do DNER) .................................................... 1990
Rua Fernando (área da RFFSA) .................................................. 1987
Vila Boa Esperança ..................................................................... 1976
Vila Vicentinos .............................................................................. 1972
São Geraldo
Jd. Neuza Goulart Brizola ............................................................ 1991
Nova São Geraldo ........................................................................ 1956
374 Volta Redonda Ontem e Hoje
São Geraldo ................................................................................. 1987
Servidão Minas Gerais .................................................................
Trevo da São Geraldo .................................................................. 1986
São Lucas
Recanto Manoel Antônio .............................................................. 1966
São Bento .................................................................................... 1976
São Luiz
Av. Beira Rio ................................................................................ 1980
Nova São Luiz .............................................................................. 1988
Rua Guimarães Rosa .................................................................. 1993
São Sebastião.............................................................................. 1990
Três Poços
Três Poços .................................................................................. 1980
Vila Americana
Av. Beira Rio c/ Canadá ............................................................... 1985
Av. Beira Rio/Nestor Perlingeiro/Integração ................................. 1985
Buraco Quente (Princesa Isabel) ................................................ 1978
Estados Unidos I .......................................................................... 1971
Estados Unidos II ......................................................................... 1971
Recanto de Minas ........................................................................ 1980
Vila Brasília
Fazendinha .................................................................................. 1979
Geraldo Onório Barbosa .............................................................. 1978
Isaura Gomes .............................................................................. 1970
Lindaura Brandão ......................................................................... 1979
Mariana Torres ............................................................................. 1980
Rua 6-A ........................................................................................ 1981
Rua Coqueiros ............................................................................. 1978
Travessa II .................................................................................... 1978
Travessa Veneza ......................................................................... 1978
Verde Vale .................................................................................... 1987
Vila Mury
Av. Magnólia ................................................................................. 1981
Vila Rica
Parque Independência ................................................................. 1998
Parque Vitória .............................................................................. 1991
Pedreira ....................................................................................... 1974
Vila Rica ....................................................................................... 1975
Voldac
Av. Beira Rio / Voldac ................................................................... 1994

Alkindar Costa
375
ASPECTOS EDUCACIONAIS

Todos os governos de Volta Redonda têm dedicado atenção especial aos proble-
mas educacionais da Cidade, desde o Pré-Escolar até os níveis universitários, na área
municipal, estadual, federal ou particular.
A cidade possui uma clientela escolar composta por mais de 72.334 alunos, em
diferentes níveis de ensino, distribuídos em cerca de 158 estabelecimentos escolares e
sete faculdades.
No trabalho elaborado pelos professores Clécio Penedo, Sônia Maria Marinho
Camatta, Sônia Maria de Castro Pagano e Virgínia Helena da Silva - “BASES PARA O
PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO”, na retrospectiva das realizações do Governo Mu-
nicipal quanto ao “ensino médio”, hoje de 1º Grau (2ª fase) e 2º Grau, ficou evidenciado:

“O primeiro passo foi dado com a criação do Ginásio Municipal Getúlio


Vargas, pelo Decreto nº 10 de 06/02/1955, cujo funcionamento se reali-
zou no prédio de um Grupo Escolar da rede Estadual, no bairro Confor-
to, até o ano de 1971 e cuja manutenção se fazia de acordo com a Deli-
beração nº 85 de 30/11/1955.
A Deliberação nº 337 de 04/05/1961 autorizou a criação do curso Cientí-
fico, primeiro passo do Governo Municipal no ensino de 2º Grau.
Como o prédio do G.E. da Rede Estadual não era suficiente para aten-
der à demanda, transferiram-se algumas turmas para um prédio cedido
por uma organização sindical, no bairro Retiro. Nascia, assim, o Giná-
sio Municipal Getúlio Vargas II, que teve sua criação oficializada pelo
Decreto nº 259, de 15/12/1967 e cuja organização se fazia de acordo com
a Deliberação nº 95, de 17/04/1965.
A administração dos cursos acima citados fez-se diretamente pela
municipalidade, até que a Deliberação nº 919, de 29/04/1968 autoriza o
Poder Executivo a instituir a Fundação Educacional de Volta Redonda -
FEVRE, entidade autônoma, com personalidade jurídica de direito pri-
vado, o que se fez pelo Decreto nº 285/68, de 30/04/1968.
A FEVRE, com autonomia administrativa e financeira, foi criada a fim
de “instalar e manter estabelecimentos de ensino médio e vocacional,
tipificados ou pluricurriculares, promover, amparar e difundir estudos
e pesquisas de caráter educacional, cultural, artístico e científico.”
Na mesma data do Decreto da criação, a Prefeitura Municipal de Volta
Redonda fez à FEVRE a doação de terrenos para a construção de dois
colégios - o Colégio Municipal Getúlio Vargas e a Escola Normal do
Colégio Municipal Getúlio Vargas, denominada Escola Normal Alcina
de Macedo Soares e Silva - doando ainda as obras dos dois prédios, já
iniciadas, e os bens móveis de propriedade do Município, em utilização
nos Colégios Municipais de Ensino Médio.
Iniciou-se, em seguida, a construção do Colégio Municipal João XXIII,
no Bairro Retiro.
376 Volta Redonda Ontem e Hoje
Os primeiros Colégios da FEVRE foram construídos para funcionar
segundo a filosofia do GOT (Ginásio Orientado para o Trabalho). Suas
dependências incluem oficinas, laboratórios e salas ambientes para o
desenvolvimento de atividades profissionalizantes. O Ginasial
polivalente chegou a ser implantado.
Anos depois, foi construído o Centro de Ensino Integrado, na Vila Ame-
ricana, hoje Colégio Municipal José Botelho de Athayde.
Em 1973 o Governo Municipal autorizou o funcionamento de mais um
Colégio da FEVRE no prédio do Grupo Escolar Bahia, da rede Munici-
pal de ensino e, nesse mesmo ano, com verba destinada ao Departa-
mento de Educação da Prefeitura Municipal, foi construído o prédio do
novo Colégio, denominado posteriormente, Colégio Municipal Prefeito
Nelson Gonçalves.
Como a 06/03/1972 o Governo Municipal cedeu, em Comodato, à Fun-
dação Oswaldo Aranha, o prédio da Escola Normal Alcina de Macedo
Soares e Silva, para funcionamento da Escola Odontologia daquela
Fundação, a FEVRE conta hoje apenas com quatro Colégios de 5ª e 8ª
séries; um deles, além de ensino de 1º Grau de 5ª a 8ª, oferece também
ensino de 2º Grau.
Para que o Conselho Estadual de Educação autorizasse o funcionamento
dos dois Colégios da FEVRE de criação mais recente - o C.M.J.B.A. e o
C.M.P.N.G. - firmou-se um convênio entre a PMVR e a FEVRE, a 20 de
maio de 1973, sob a orientação do Departamento de Ensino Fundamen-
tal da Secretaria de Educação e Cultura e membros do Conselho Esta-
dual de Educação.
O Convênio teve por finalidade atender às exigências do Conselho Es-
tadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro e do Departamento de
Ensino Fundamental da SEC, os quais, cumprindo os dispositivos da
Lei nº 5.692/71, não autorizam o funcionamento de um novo estabeleci-
mento de ensino que ofereça apenas escolaridades de 5ª e 8ª séries do
1º Grau”. Pelo Convênio os dois Colégios da FEVRE passaram a funci-
onar em regime de entrosagem e intercomplementaridade com cinco
grupos escolares do Departamento de Educação da Prefeitura.
Os outros dois Colégios da FEVRE, criados antes da Lei nº 3.692/71,
funcionaram até dezembro de 1976, sem atender ao princípio da conti-
nuidade, oferecendo ensino a partir da 5ª série de 1º Grau.
Para que o princípio legal fosse atendido e a lacuna da continuidade
fosse preenchida, firmou-se em 28/01/1977 um Convênio, pelo qual os
colégios da FEVRE passaram a funcionar em regime de entrosagem e
intercomplementaridade com os grupos escolares da Prefeitura Muni-
cipal de Volta Redonda. Pelo Convênio, a partir de 1978, os alunos da
rede municipal que cursarem a 4ª série do 1º grau, se considerados
promovidos, estariam automaticamente matriculados na 5ª série dos
Colégios da FEVRE.
A experiência da FEVRE, quando comparada com a do ensino munici-
pal de administração direta, apresenta aspectos positivos que vale a
pena ressaltar:

Alkindar Costa
377
* diminuição do campo de atuação, possibilitando melhores resulta-
dos;
* descentralização administrativa, com a conseqüente agilização do pro-
cesso e eliminação dos entraves burocráticos que caracterizam a ad-
ministração pública direta;
* descentralização da gerência de recursos financeiros, etc...
Em relação à rede estadual foi dado um grande passo em 1975, pela
criação das CARE (COMISSÕES DE ASSISTÊNCIA À REDE ESCOLAR).
O projeto CARE, criado pela Resolução nº 27, de 02 de outubro de 1975,
pela Exm.ª Sr.ª Secretária de Estado de Educação e Cultura - Myrthes
de Lucas Wenzel, surgiu da associação de duas necessidades: a de re-
cuperar, a curto prazo, as unidades escolares do Estado e a da integração
da comunidade no esforço público”.
Entre muitos, um trabalho de pesquisa foi preparado por ASSAD AQUILES RIZKALLA
e PEDRO ALCÂNTARA TEDESCO (arquitetos) e pela socióloga OLGA MARIA SALGA-
DO ANDRADE DE CASTRO, de onde retiramos informações que reputamos do mais
alto valor.

“O censo ocorrido em 1940, dois anos antes do início da implantação


das instalações da CSN, apontava a população de Volta Redonda, então
8º distrito do Município de Barra Mansa, com 2.782 habitantes. Nessa
época encontramos referência de duas unidades escolares:
ESCOLA ARRAIAL DE SANTO ANTÔNIO, situada à margem esquerda
do Rio Paraíba do Sul, em Niterói e a outra GRUPO ESCOLAR SANTA
CECÍLIA na sede da mesma, à margem direita do mesmo Rio.
No plano de urbanização da Vila Operária implantada em torno do com-
plexo industrial foram previstos três estabelecimentos estaduais de
ensino:
01 - GRUPO ESCOLAR TRAJANO DE MEDEIROS - (hoje Instituto de
Educação Manoel Marinho) - situado na Vila Santa Cecília.
02 - GRUPO ESCOLAR BARÃO DE MAUÁ - situado no Jardim Paraíba.
03 - GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE ROOSEVELT - situado no Bairro
Conforto.
Estes colégios foram construídos no início dos anos 40.
Em 1950 constatou-se pelo censo demográfico que a população se ele-
vava para 35.964 habitantes.”
Em 1954, com a emancipação do Município a nova Administração recebeu um es-
paço urbano configurado de duas formas distintas: por um lado, um núcleo do oitavo
Distrito desordenado e caótico e outro planejado e ordenado da Usina e sua Vila Operária,
área estatal sobre a qual a Administração Pública não detinha nenhum poder.
“Nesse início, período de formação, uma igreja, um centro espírita,
enfim qualquer espaço disponível era ocupado pelas chamadas esco-
las isoladas”.

378 Volta Redonda Ontem e Hoje


Neste ponto o grupo registra o depoimento da Professora ELZA FIGUEIREDO
MURTA, primeira inspetora de Ensino da PMVR, esclarecendo:
“É nessa época que o Prefeito recém-eleito destina à educação 16% da
arrecadação do Município. Com estes recursos foram criadas escolas
municipais de ensino primário nos bairros: Niterói, Vila Mury, Retiro,
Jardim Paraíba, Santa Rita, São João, Jardim Normândia, Santo Agos-
tinho, Ruas 04, 249 e 207. Foram construídos Grupos Escolares que
absorvessem as criações das escolas isoladas: Grupo Escolar Sávio
Gama, no Retiro, perto da atual Escola Municipal Amazonas; Grupo
Escolar Miguel Couto Filho e o Grupo Jayme Martins em Santo Agosti-
nho”.

Já vimos nesta edição, duas escolas surgidas em 1874, sendo uma feminina e
outra, masculina.

O PLANO DE EDUCAÇÃO PRIMÁRIA - PLEP/VR

Sempre que se referir ao sistema educacional de Volta Redonda constituirá, um


imperativo, a citação do PLEP/VR, organização que deixou claro e sem contraditas, o
quanto pode ser feito quando se quer e quando se aplica, convenientemente, o desejo de
bem servir a uma Comunidade.
A publicação “BASES PARA O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO”, na Prefeitura
Municipal de Volta Redonda, Administração George Leonardo - 1977, esclarece melhor o
assunto, em suas páginas 4, 5 e 6, onde se lê:

“... a necessária expansão quantitativa e qualitativa da rede escolar pri-


mária era impedida pela insuficiência de recursos dos Poderes Públi-
cos, e a falta de vagas nas escolas marginalizava um número cada vez
maior de crianças. Nesse impasse surgiu o PLEP-VR, uma organização
resultante do esforço comum das empresas locais e dos Governo Fe-
deral, Estadual e Municipal, através de um convênio firmado a 1º de
maio de 1963. O objetivo comum que congregou os esforços comunitá-
rios, através da participação efetiva da iniciativa privada e do Poder
Público, foi a transformação de Volta Redonda numa cidade produtora
de elemento humano da melhor qualidade, pelo oferecimento de “es-
colaridade primária total da população de sete a quatorze anos e do
ensino, educação e reabilitação social e cultural dos adolescentes e
adultos analfabetos”. Dentro desse espírito, o PLEP-VR propôs-se a
difundir a “educação elementar integral, capaz de preparar e formar a
criança e o cidadão para uma perfeita integração no seu meio geográfi-
co, social e econômico”. Sua implantação efetivou-se sob os auspícios
do Ministério da Educação e Cultura e a interveniência do Conselho
Estadual de Educação, objetivando dar cumprimento às obrigações
decorrentes do item 3º do artigo 168 da Constituição Federal de 1946,
Alkindar Costa
379
nas disposições contidas nos artigos 31 e 32 da Lei nº 4.024, de 20/12/
1961 e das normas estaduais daí decorrentes. A contribuição financeira
da Companhia Siderúrgica Nacional e demais empresas contratantes,
as doações orçamentárias, as subvenções, os auxílios e juros dos de-
pósitos efetuados possibilitam a criação do Fundo Especial de Educa-
ção Primária e Elementar. Através da movimentação desse fundo cons-
truíram-se prédios e novas instalações de unidades escolares: realiza-
ram-se reformas, ampliações e adaptações na precária rede escolar
existente e montou-se um admirável esquema de conservação e manu-
tenção de prédios escolares, aquisição de equipamentos, material es-
colar e didático. Paralelamente a essas atividades, foi executado um
programa de assistência ao educando através do oferecimento de um
ambiente escolar favorável a sua formação integral, da instalação de
um perfeito serviço de merenda, em convênio com a CNAE, e da opor-
tunidade oferecida ao aluno para a aquisição de material escolar direta-
mente do MEC. Tais empreendimentos obedeceram a uma apurada pla-
nificação, sobretudo quanto à criação de novas unidades escolares,
evitando-se a proliferação espontânea de escolas em áreas de menor
densidade populacional, com prejuízo para as áreas mais carentes.
Obedecia-se a um “zoneamento geo-educacional para a avaliação sis-
temática da necessidade escolar de cada região, representativa do “dé-
ficit” escolar dos bairros e setores urbanos da Cidade”. Tal medida pos-
sibilitou uma distribuição homogênea das escolas por toda a área
territorial de Volta Redonda, respeitando-se os imperativos da densida-
de demográfica da população infantil. As atividades do PLEP-VR esten-
deram-se até 1972/1973, quando expirou o terceiro e último convênio.
As dificuldades de ordem legal surgidas impossibilitaram a renovação
ou o estabelecimento de um novo convênio, pondo fim a uma experiên-
cia inédita e bem sucedida, demonstração inequívoca do quanto pode
uma comunidade consciente de suas necessidades e de seus deveres”.

Em 16/08/77 completou-se a Reunião de Encerramento das atividades da Comis-


são Liqüidante do PLEP-VR, face ao edital de convocação datado de 08/08/77, sendo
apresentada a “PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAL”, referente ao valor pendente de regu-
larização em decorrência das “despesas inerentes e forçadas, sempre pendentes dos
processos de liquidação”.
Tal documento enfoca um valor total de Cr$ 30.518,92, correspondente a Cr$ 1.774,20
(Contribuições a receber - Conserbel Ltda.); Cr$ 1.000,00 (Caixa) e Cr$ 27.744,72 (Ban-
cos).
A prestação de contas foi firmada pelo engenheiro Arnaldo Corrêa (Presidente),
José de Souza Lima (1º Tesoureiro) e Dr. Luiz Gonzaga de Souza Clímaco (Secretário
Executivo).
Do Plano de Educação Primária de Volta Redonda - PLEP-VR, restou, apenas, a
integridade moral e a administração de um ex-vereador, presidente da Câmara, posterior-
mente Governador de Rotary, Cidadão Voltarredondense e figura de destaque da organi-
zação - Dr. Luiz Gonzaga de Souza Clímaco, que faleceu em 22/12/1998.

380 Volta Redonda Ontem e Hoje


A UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA E A FUNDAÇÃO
FALCÃO NETO

A idéia para a fundação de uma Faculdade de Medicina em Volta Redonda, com o


nome de “Faculdade de Medicina do Vale do Paraíba”, nasceu do Dr. Nalmir dos Santos
Prado, recebendo o apoio dos Drs. Francisco Assis Maciel da Silveira, João Paulo Pio de
Abreu, João Batista de Almeida, Edson Moreira, Lourival Nogueira, Olésio Galoti, Antônio
Francisco, Nelson Junqueira de Barros e Rosuel Zaidan, entre outros.
A primeira providência oficial para o estabelecimento de Faculdades em Volta Re-
donda foi tomada pelo vereador Ítalo Granato em projeto de deliberação formulado e apre-
sentado ao Legislativo da Cidade do Aço, em 19 de outubro de 1965. O projeto, apoiado
pelos Vereadores Leonardo Corrêa de Mello, Francisco Maciel da Silveira, Guilherme Bar-
bosa Passos, José Domingos de Macedo, Leonel Dacol, Naim Lopes de Menezes, Luiz
da Fonseca Guimarães, Manuel Rocha, João Alberto Chaves Ribeiro, Hélio Gonçalves
Corrêa e Francisco Evangelista Delgado, previa em seu artigo 1º a criação da Universida-
de do Vale do Paraíba. Todavia, o seu artigo 2º previa que a organização, construção,
manutenção e administração ficaria a cargo da Fundação Netto. Em razão desta distorção
foi o projeto vetado em 29/11/1965 pelo Prefeito João Paulo Pio de Abreu, sendo o seu
veto mantido pela Câmara. Em 23 de dezembro de 1965, o Prefeito João Pio remeteu à
Câmara a Mensagem nº 33 que foi, mais tarde, transformada em Deliberação nº 275, 30
de dezembro de 1965. Previa, então, o artigo 2º da Lei o estabelecimento de convênio
com a Fundação Falcão Netto e como unidades iniciais da Universidade do Vale do Paraíba,
facultava a criação das Faculdades de Odontologia, Farmácia, Filosofia, Ciências Econô-
micas e Arquitetura e a incorporação da Faculdade de Medicina do Vale do Paraíba.
A criação da Fundação Falcão Netto nasceu por proposta do Dr. Nelson Junqueira
de Barros, em reunião do Rotary Club de Volta Redonda e com previsão do estabeleci-
mento das Faculdades de Direito, Ciências Econômicas e Filosofia, sugerida pelo Pro-
fessor João Rodrigues.
Com o falecimento de Falcão Netto em desastre de automóvel, o movimento sofreu
uma paralisação. Posteriormente, com o objetivo da obtenção de fundos foi aberta subs-
crição pública, sendo o assunto cuidado por uma comissão da qual faziam parte o Dr.
Nalmir dos Santos, Dr. Manoel Tavares Allemand, Francisco Cruz Júnior, João Pessoa
Fagundes, Nicolau Yabrudi, João Rodrigues e outros.
Em 2 de fevereiro de 1966 a Fundação Falcão Netto e a Prefeitura Municipal firma-
ram convênio para a organização, construção e manutenção da Universidade do Vale do
Paraíba, face às disposições do Decreto nº 177, de 30/12/1965 e a Deliberação nº 725, de
30/12/1965.
Posteriormente, já na Administração Sávio Gama, face a problemas políticos então
dominantes, desapareceu, de um momento para outro, a Fundação Falcão Netto e a
própria Universidade do Vale do Paraíba, surgindo a Fundação Oswaldo Aranha.
O pioneirismo ficou, todavia, com a equipe liderada por Paulo Mendes, Manoel Tavares
Allemand, Professor João Rodrigues, vereador Ítalo Granato e o Prefeito João Paulo Pio
de Abreu. Foi da Fundação Netto que surgiu a hoje vitoriosa Fundação Oswaldo Aranha e
a mudança de designação deveu-se, exclusivamente, aos problemas políticos contorna-
dos e exercidos pelos dirigentes da época.

Alkindar Costa
381
REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

A rede escolar de Volta Redonda administrada pela Secretaria Municipal de Educa-


ção, pode ser, assim, demonstrada:

COLÉGIO MUNICIPAL
1 GETÚLIO VARGAS ............................................... Portaria 80 - DES/MEC de 23/01/1953 e
Portaria 284 MEC de 14/02/1957
2 JOÃO XXIII ............................................................ Parecer 708 - Conselho Estadual de
Educação / RJ (autoriza o funcionamento
do Colégio) de 06/05/1968
3 JOSÉ BOTELHO DE ATHAYDE ........................... Decisão 121 de 02/04/1973 do Conselho
Estadual de Educação / RJ (autoriza o
funcionamento do Colégio) e Deliberação
1286 de 27/08/1975 da CMVR -
Denominação
4 PROFª. DELCE HORTA DELGADO .................... Decreto Municipal 4838 de 20/05/1993
5 THEMIS DE ALMEIDA VIEIRA .............................. Parecer 372 - Conselho Estadual de
Educação / RJ (autoriza o funcionamento
do Colégio) de 26/02/1973 e Lei Municipal
1443 de 03/11/1977 - Denominação

CRECHE MUNICIPAL
6 ACALANTO .......................................................... Decreto Municipal 3503 19/10/1990
7 AMOR PERFEITO ............................................... Decreto Municipal 3495 19/10/1990
8 AYMAR MULLER TARANTO ............................... Decreto Municipal 8863 23/04/2001
9 AYRTON SENNA .................................................. Decreto Municipal 9930 23/06/2003
10 BARQUINHO DE PAPEL ...................................... Decreto Municipal 4776 19/04/1993
11 BOLINHAS DE CRISTAL ..................................... Decreto Municipal 3502 19/10/1990
12 DOCE MEL .......................................................... Decreto Municipal 3499 19/10/1990
13 ELZA BERTAZZO DE A. LIMA ............................. Decreto Municipal 9376 19/09/2002
14 FLORESCER ....................................................... Decreto Municipal 3480 26/09/1990
15 GIRASSOL ........................................................... Decreto Municipal 3496 19/10/1990
16 GOTINHAS DE AMOR ........................................ Decreto Municipal 3498 19/10/1990
17 HERBET DE SOUZA ........................................... Decreto Municipal 9930 23/06/2003
18 JOSÉ FERREIRA DOS SANTOS ........................ Decreto Municipal 9939 22/03/2004
19 MADRE TEREZA DE CALCUTÁ ......................... Decreto Municipal 9930 23/06/2003
382 Volta Redonda Ontem e Hoje
20 MAHATMA GANDHI ............................................. Decreto Municipal 9241 13/05/2002
21 MARIA CLARA MACHADO ................................... Decreto Municipal 9930 23/06/2003
22 MUNDO COLORIDO .......................................... Decreto Municipal 3501 19/10/1990
23 NOSSO ESPAÇO ................................................. Decreto Municipal 3504 19/10/1990
24 RAIOZINHO DE SOL ........................................... Decreto Municipal 3497 19/10/1990
25 TEMPO DE CRIANÇA .......................................... Decreto Municipal 3500 19/10/1990

ESCOLA MUNICIPAL
26 AMARAL PEIXOTO .............................................. Decreto Municipal 380 12/06/1969
27 AMAZONAS .......................................................... Decreto Municipal 372 12/06/1969
28 BAHIA .................................................................... Decreto Municipal 376 12/06/1969
29 CEARÁ .................................................................. Decreto Municipal 535 21/12/1971
30 CONDADO DO IPÊ .............................................. Decreto Municipal 9726 11/09/2003
31 DAMIÃO MEDEIROS ........................................... Decreto Municipal 385 12/06/1969
32 DR. JIÚLIO CARUSO ........................................... Decreto Municipal 6966 28/03/1996
33 DR. JOÃO PAULO PIO DE ABREU ..................... Decreto Municipal 6964 28/03/1996
34 ENGº SÉRGIO DE ANDRADE ROCHA ............... Decreto Municipal 937 29/04/1977
35 FERNANDO DE NORONHA ............................... Lei Municipal 1814 28/03/1983
36 GETÚLIO VARGAS .............................................. Decreto Municipal 386 12/06/1969
37 GOIÁS .................................................................. Decreto Municipal 378 12/06/1969
38 GRACIEMA COURA ............................................ Decreto Municipal 1743 21/06/1984
39 JAYME DE SOUZA MARTINS ............................. Decreto Municipal 383 12/06/1969
40 JESUS MENINO .................................................. Decreto Municipal 374 12/06/1969
41 JOÃO HAASIS ...................................................... Decreto Municipal 384 12/06/1969
42 JOÃO PAULO I ..................................................... Decreto Municipal 1065 14/11/1978
43 JOHN KENNEDY ................................................. Decreto Municipal 375 12/06/1969
44 JOSÉ FONTES TORRES ................................... Lei Municipal 1813 28/03/1983
45 LIONS CLUB ........................................................ Decreto Municipal 8569 18/02/2000
46 MAESTRO FRANKLIN DE CARVALHO JUNIOR Decreto Municipal 1611 10/06/1980
47 MARIA JOSÉ CAMPOS COSTA .......................... Decreto Municipal 1666 26/05/1981
48 MARIO VILLANI .................................................... Decreto Municipal 1891 29/06/1984
49 MATO GROSSO .................................................. Decreto Municipal 271 06/03/1968
50 MATO GROSSO DO SUL ................................... Decreto Municipal 1744 21/06/1984
51 MIGUEL COUTO FILHO .................................... Decreto Municipal 382 12/06/1969
52 NILTON PENA BOTHELHO ................................ Decreto Municipal 9673 31/07/2003

Alkindar Costa
383
53 OTHON REIS FERNANDES ............................... Decreto Municipal 4915 22/06/1993
54 PALMARES ........................................................... Decreto Municipal 2757 09/05/1988
55 PARÁ ..................................................................... Decreto Municipal 470 08/10/1970
56 PARAÍBA ............................................................... Decreto Municipal 272 06/03/1968
57 PARANÁ ................................................................ Decreto Municipal 371 12/06/1969
58 PAULO VI .............................................................. Decreto Municipal 1075 08/12/1978
59 PERNAMBUCO ................................................... Decreto Municipal 379 12/06/1969
60 PREF. JOSÉ JUAREZ ANTUNES ....................... Lei Municipal 2416 23/06/1989
61 PROFª. ANTONIETTA MOTTA BASTOS .......... Lei Municipal 3885 05/09/2003
62 PROFª. JURACY VARANDA DE A. GAMA ........... Lei Municipal 2763 20/07/1992
63 PROFª. MARIA ROSA RODRIGUES .................. Decreto Municipal 7742 10/06/1997
64 PROFº PAULO FREIRE ....................................... Decreto Municipal 8568 18/02/2000
65 PROFº. DOMINGOS MAIA .................................. Decreto Municipal 5260 21/01/1994
66 PROFº. LUIZ CANTANHEDE DE C. ALMEIDA ... Decreto Municipal 936 29/04/1977
67 PROFº. LUND FERNANDES VILLELA ................ Decreto Municipal 2752 28/04/1988
68 PROFº. MARIZINHA FÉLIX TEIXEIRA DE LIMA . Decreto Municipal 5259 21/01/1994
69 RORAIMA ............................................................. Decreto Municipal 536 21/12/1971
70 RUBENS MACHADO ........................................... Decreto Municipal 7680 10/04/1997
71 SÃO FRANCISCO DE ASSIS ............................... Decreto Municipal 377 12/06/1969
72 SERGIPE .............................................................. Decreto Municipal 373 12/06/1969
73 TOCANTINS ........................................................ Decreto Municipal 5524 09/06/1994
74 WALMIR DE FREITAS MONTEIRO .................... Decreto Municipal 7363 22/10/1996
75 WANDIR DE CARVALHO ..................................... Decreto Municipal 7680 10/04/1997

ESCOLA MUNICIPAL ESPECIALIZADA


76 DR. HILTON ROCHA ............................................ Decreto Municipal 5017 13/08/1993
DEFICIENTE VISUAL
77 PROFª DAYSE MANSUR DA COSTA LIMA ......... Decreto Municipal 5017 13/08/1993
DEFICIENTE MENTAL
78 PROFª MARLENE MENDES DE CASTRO ......... Decreto Municipal 5017 13/08/1993
DEFICIENTE AUDITIVO

JARDIM DE INFÂNCIA MUNICIPAL


79 ALBERT SABIN .................................................... Decreto Municipal 8864 23/04/2001
80 ALZIRA VARGAS .................................................. Decreto Municipal 381 12/06/1969
384 Volta Redonda Ontem e Hoje
81 BALÃOZINHO VERMELHO ................................. Decreto Municipal 1052 24/10/1978
82 BEM-ME-QUER ................................................... Decreto Municipal 1054 24/10/1978
83 BRANCA DE NEVE ............................................... Decreto Municipal 3940 07/04/1992
84 CINDERELA ......................................................... Decreto Municipal 1051 24/10/1978
85 CIRANDINHA ........................................................ Decreto Municipal 1056 24/10/1978
86 CORA CORALINA ................................................ Decreto Municipal 7226 02/08/1996
87 IRACEMA LEITE NADER ..................................... Decreto Municipal 9672 31/07/2003
88 MONTEIRO LOBATO ......................................... Decreto Municipal 6962 28/03/1996
89 OSCAR RODRIGUES CARDOSO ...................... - -
90 PINGUINHO DE GENTE ..................................... Decreto Municipal 1058 24/10/1978
91 PURURUCA ......................................................... Decreto Municipal 2494 21/04/1987
92 RECANTO INFANTIL .......................................... Decreto Municipal 1057 24/10/1978 O Centro de
Hidroterapia da
93 ZILDA ARNS ......................................................... Decreto Municipal 8032 20/03/1998 APADEFI, construído
em parceria pela
Fundação CSN e
Rotary International,
atende a portadores
de necessidades
especiais, com uma
infra-estrutura das
mais modernas em
todo o país

A Municipalidade ainda atende as Creches da APADEFI, APMI, Comunitária


Stª Cecília, Lar Maria Isabel Galvão (ABEVR) e Serviço de Obras Sociais de Volta Redonda
(SOS).
Fonte: Secretaria Municipal de Educação / PMVR - 2004

Alkindar Costa
385
REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

A rede escolar de Volta Redonda administrada pela Secretaria Estadual de Educa-


ção, pode ser, assim, demonstrada:

COLÉGIO ESTADUAL
1 BARÃO DE MAUÁ ................................................. Decreto 1.586 - D.O. 15/04/1943
2 PREF. FRANCISCO FONTES TORRES ............ Decreto 16.148 - D.O. 10/09/1973
3 RIO DE JANEIRO .................................................. Decreto 11.879 - D.O. 13/07/1965
4 RIO GRANDE DO SUL ......................................... Decreto 13.869 - D.O. 20/01/1969
5 SANTOS DUMONT ............................................. Decreto 11.339 - D.O. 04/09/1964

CIEP
6 DR. NELSON DOS SANTOS GONÇALVES ........ Decreto 9.045 - D.O. 08/07/1986
7 MARIA DE LOURDES GIOVANETTI .................... - -
8 PROFª. GLÓRIA ROUSSIN G. PINTO ................ Decreto 11.029 - D.O. 03/03/1988
9 TONINHO MARQUES ......................................... - -

ESCOLA ESTADUAL
10 ACÁCIA AMARELA ................................................ Decreto 1.737 - D.O. 06/03/1978
11 ACRE ..................................................................... Decreto 14.790 - D.O. 05/08/1970
12 CIESP (CENTRO INTEGRADO DIOGO LEVENHAGEM) .......... Decreto 15.379 - D.O. 20/09/1971
Lei Estadual 2.764 22/07/1997
13 BRASÍLIA ............................................................... Decreto 15.386 - D.O. 21/09/1971
14 ESPÍRITO SANTO ............................................... Decreto 11.880 - D.O. 14/07/1965
15 GUANABARA ......................................................... Decreto 12.663 - D.O. 26/10/1963
16 MARANHÃO .......................................................... Decreto 14.797 - D.O. 07/08/1970
17 MINAS GERAIS ..................................................... Decreto 11.949 - D.O. 17/08/1965
18 NITERÓI ............................................................... Decreto 15.921 - D.O. 27/11/1972
19 PAU D’ÁLHO (ISOLADA) ...................................... Decreto 9.729 - D.O. 06/03/1987
20 PEDRO RAYMUNDO DE MAGALHÃES .............. Decreto 16.667 - D.O. 08/02/1975
21 PIAUÍ ...................................................................... Decreto 9.048 - D.O. 07/07/1986
22 PRESIDENTE ROOSEVELT ................................ Criado pelo Decreto 4.821 de 04/09/1954 e
transformado em C.E. pelo Decreto 32.021
de 15/10/2002.
23 RIO GRANDE DO NORTE ................................... Decreto 13.869 - D.O. 20/01/1969
386 Volta Redonda Ontem e Hoje
24 RONDÔNIA ........................................................... Decreto 15.659 - D.O. 20/06/1972
25 ROTARY ................................................................ Decreto 7.057 - D.O. 14/07/1960
26 SÃO PAULO .......................................................... Decreto 12.570 - D.O. 16/09/1966
27 INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROF. MANUAL MARINHO
Decreto 12.567 - D.O. 09/09/1966
Transformado em Instituto de Educação
pelo Decreto 12.750 - D.O. de 20/03/1989
28 CES (CENTRO DE ENSINO SUPLETIVO PAULO FREIRE) ... -
FONTE: SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO - COORDENADORIA REGIONAL DO MÉDIO PARAÍBA II - VOLTA REDONDA - 2004

REDE PARTICULAR DE EDUCAÇÃO

O campo da Educação em Volta Redonda, tem destaque especial, verificando-se o


funcionamento de um grande número de escolas particulares, sendo que as últimas
informações oficiais revelam:

1 ACADEMIA DE APRENDIZAGEM E EVOLUÇÃO DA CRIANÇA - Parecer 19/97 CME/VR


2 CENTRO EDUCACIONAL CONSTRUINDO O ABC - Parecer 12/2000 CME/VR
3 CENTRO EDUCACIONAL GERAÇÃO FUTURA - Parecer 10/2003 CME/VR
4 CENTRO EDUCACIONAL INFANTIL "O FAVINHO DE MEL" - E 03/10700 - 749/2002
5 CENTRO EDUCACIONAL JARDIM AMÁLIA - Parecer 10/1994 e 12/1994
6 CENTRO EDUCACIONAL N.SENHORA DAS GRAÇAS (CENSGRA I e II) Parecer CEE - 441/1993
7 CENTRO EDUCACIONAL PEDACINHO DA GENTE -
8 CENTRO EDUCACIONAL PEDACINHO D0 CEU - Parecer 16/2003 CME/VR
9 CENTRO EDUCACIONAL PROFº JOÃO RODRIGUES - Parecer 360/2001 / 11/2002/ 248/2002
10 CENTRO EDUCACIONAL SÃO JUDAS TADEU - Parecer 04/2002 CME/VR
11 CENTRO EDUCACIONAL SÃO LUIZ
12 CENTRO EDUCACIONAL SÃO PEDRO - Parecer 31/1998 CME/VR
13 CENTRO EDUCACIONAL TIRADENTES - Parecer 425/1994 CME/VR
14 CENTRO EDUCACIONAL UNIVERSO DA CRIANÇA - Parecer 26/1998 CME/VR
15 COLÉGIO ACAE - Parecer CEE 218/1998
16 COLÉGIO CEM - COLÉGIO ESTRELA DO MAR - Portaria 41/1991 CME/RJ e 5619/1995
17 COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA FERP - Parecer 15/2002 CME/VR
18 COLÉGIO DE ENSINO POR MÓDULOS - CEMS (Filial) - Portaria COI/E 1710/2003
19 COLÉGIO DO INSTITUTO BATISTA AMERICANO - Parecer 01/2003 CME/VR
20 COLÉGIO FUTURO MILLENNIUM - Processo E03/10700005/2003

Alkindar Costa
387
21 COLÉGIO INTERATIVO - Portaria COI/E 1772/2004
22 COLÉGIO MACEDO SOARES - Resolução SEEC 257/1980
23 COLÉGIO NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - Resolução SEEC 279/1980
24 COLÉGIO NOVO - Resolução SEEC 1106
25 COLÉGIO PLURAL - Portaria COI/E 161635
26 COLÉGIO PROFESSOR PATITUCI - Portaria CDCR 3703
27 COOPERATIVA EDUCACIONAL JACOBINA - Parecer 160/1985 CEE/RJ
28 CRECHE ESCOLA LUA DE CRISTAL
29 ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA AQUARELA - Parecer 83/1987 CEE/RJ
30 ESCOLA E JARDIM UM SONHO DE CRIANÇA - Parecer 22/2003
31 ESCOLA INFANTIL ARCO IRIS - Parecer 82/1997 CEE/RJ - Portaria 5999/97 CDCR/C/RJ
32 ESCOLA INFANTIL CORTA E RECORTA - Centro Educacional Retiro - Parecer 22/1997 CME/VR
33 ESCOLA INFANTIL ESTRELINHA DE CRISTAL - E03/10703996/2000
34 ESCOLA SANTA TEREZINHA - Parecer 685/1984 CEE/RJ
35 ESCOLINHA CATAVENTO
36 GARRA VESTIBULARES ASSESSORIA EDUCACIONAL LTDA. - Portaria E/SAD/Aut. 041/2002
37 INSTITUTO PRESBITERIANO DE EDUCAÇÃO - Portaria E/COI 1771/2004
38 INSTITUTO DE CULTURA TÉCNICA - ICT - Parecer 1246/1975 CEE/RJ
39 INSTITUTO DE ENSINO "JOSÉ RODRIGUES DA SILVA" - Parecer 139/2001 CEE/RJ
40 INSTITUTO EDUCACIONAL RADEANE - Parecer 309/1993 CEE/RJ
41 JARDIM DE INFÂNCIA “SMURFS” - Parecer 08/1997 CME/VR
42 JARDIM DE INFÂNCIA MEU PEQUENO MAX
43 JARDIM DE INFÂNCIA RENASCER LTDA. - Portaria E/COI 426/1998
44 JARDIM ESCOLA ESPAÇO MÁGICO - Parecer 10/1997 CME/VR
45 JARDIM ESCOLA PONTO DE PARTIDA - E03/10700051/2001
46 LAR PESTALOZZI
47 MEU JARDIM - ESCOLA DE ARTE MATERNAL E JARDIM DE INFÂNCIA
(COLÉGIO SÃO MARCELO) - Portaria 28/1988 CME/VR
48 PROVEP - E03/10700174/2003
49 UNIDADE OPERACIONAL DE EDUCAÇÃO "ELÍSIO LUIZ" (SESI) - Parecer 09/2001 CME/VR
50 ETPC - Escola Técnica Pandiá Calógeras - Portaria E/COI 836/1999

FONTE: SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO - GERÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO E SCOLAR - VOLTA REDONDA - 2004

388 Volta Redonda Ontem e Hoje


Determinadas unidades escolares se destacaram no correr dos tempos,
justificando-se a apresentação de maiores informações sobre o seu surgimento.

COLÉGIO DO INSTITUTO BATISTA AMERICANO

Fundado pelo casal McNealy, em 15 de março de 1951. Mantido pela Igreja


Batista Central de Volta Redonda, teve como primeira diretora a Professora
Antonina Amorim. Em novembro de 1951 foi requerida a oficialização ao Mi-
nistério de Educação e Cultura, que em Portaria Ministerial nº 209/fev/1952,
autorizou o funcionamento dos cursos: Ginasial e Científico. No ano de 1954
é adquirida da Companhia Siderúrgica Nacional a Escola Técnica de Co-
mércio de Volta Redonda, que a partir daí passa a funcionar anexa ao colé-
gio. Em 1956 foi criada a Escola Normal pelo Decreto nº 5.273. Mantém os
cursos de Eletrônica, Informática, Patologia Clínica e Normal. Funciona do
Jardim ao 2º grau.

Colégio Batista
Americano em meados
de 1952. O sonho dos
missionários D.Geny e
Pastor Mc Nealy, já
começava a tomar
forma.
Acervo CIBA

COLÉGIO MACEDO SOARES

Fundado em 06/031946 pelo Clube dos Funcionários da CSN, sendo sua


primeira diretora a Professora Áurea Bastos Motta e Silva, iniciando suas
atividades na rua 9, Jardim Paraíba. Em 1948 foi transferido para o DED,
órgão que tomava conta das atividades educacionais para a nova sede, no
Grupo Trajano de Medeiros, passando de Ginásio a Colégio. Em 18 de julho
de 1952 a Diretoria da CSN determinou dotar o Colégio Macedo Soares de
prédio próprio que foi construído, paulatinamente, no encontro das ruas 60 e
21. No entanto o Macedo funcionou na Escola Profissional, a atual Escola
Pandiá Calógeras. Em 07 de setembro de 1954 foi comprado um lote de 17
instrumentos para a primeira fanfarra, compra esta realizada pelo Professor

Alkindar Costa
389
Carlos Alberto Imbruglia. Em 30 de novembro de 1955 a CSN entregava o
Macedo em Comodato à Ordem Agostiniana e aos 11 de dezembro imediato
era inaugurada, solenemente, em suas instalações completas, homenagem
ao ilustre brasileiro e patrono do Colégio, General Edmundo de Macedo
Soares e Silva.
Depois de vários anos em mãos dos padres Agostinianos Recoletos, em
conseqüência de dificuldades diversas a Ordem Agostiniana decidiu devol-
ver o Macedo à CSN, com data de 31 de dezembro de 1970, sendo entregue
a uma nova entidade mantenedora, a ORDEM DAS ESCOLAS PIAS; em
1988 passou aos Irmãos La Sallistas; em 1988 ainda, passou às Irmãs
Salesianas e em 1993 para a FUGEMSS, hoje, FUNDAÇÃO CSN.
Uma retrospectiva demonstra que o Colégio Macedo Soares, em 1948 rece-
beu autorização de primeiro ciclo por despacho ministerial, sendo o segun-
do ciclo confirmado em 1960. Foi reconhecido pelo MEC em 1970, pela Por-
taria 251 e em 1972 foi autorizado pelo C.E.E. a implantar a reforma nº 1º e
2º graus. Ainda no mesmo ano foi dotado do primeiro conjunto de laboratório
de línguas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1974 ocorreu a instalação de

Entrada principal
do Colégio Macedo
Soares, já com grades
de proteção guardando
a área de educação.
Acervo Alkindar Costa

serviços gráficos próprios e em 1975 a construção do prédio destinado ao


MACEDÃO VESTIBULARES. Em 1988 integrou-se a rede MV1, da Associa-
ção Educacional Padre Anchieta. Ministra ensinamentos do CA até o 2º ano
da 3ª série (preparação para o Vestibular)

390 Volta Redonda Ontem e Hoje


COLÉGIO NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Fundado em 9 de abril de 1955. Com 7 professores e 464 alunas, dirigidas


pela madre Sag Fernando. Mantido pela instituição religiosa “ESCRAVAS DO
DIVINO CORAÇÃO”, tem sua sede na rua 35-A nº 265.
Suas instalações atuais foram inauguradas pelo Presidente da República,
Juscelino Kubitscheck em 31/01/1958, sendo o projeto de autoria de Ricardo
Tommasi. A primeira missa realizada na Capela foi celebrada por Dom Agnelo
Rossi, em 24/04/1959. Mantém os Cursos de Hematologia, Patologia Clíni-
ca, Desenhista de Arquitetura e Secretariado.
O Colégio N. Sr.ª do Rosário funcionou, inicialmente, no prédio do antigo
Hospital de madeira (da CSN), no bairro Jardim Paraíba.
Colégio de tradição local, caracterizou-se com unidade escolar feminina,
passando à condição de misto a partir de 1986.
Mantém os cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio.

Sede do Colégio
N.S. do Rosário foi
concluída em 1957,
sendo inaugurada
pelo Presidente
da República
Juscelino Kubitscheck
em 31/01/1958..
Acervo Alkindar Costa

CENTRO EDUCACIONAL PROFº JOÃO RODRIGUES


Antigo Colégio Volta Redonda

O Centro Educacional Profº João Rodrigues surgiu com a primeira tentativa


de se dar expressão à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O
Professor João Rodrigues criou em Volta Redonda, uma sociedade civil de
caráter popular, cujos objetivos visavam à cooperação ampla da escola e da
sociedade. A nova entidade funcionou, por algum tempo, na sala 21 da Ave-
nida Amaral Peixoto nº 177, até mudar-se para prédio próprio no mesmo ano
de 1962, na Rua Dionéia Faria nº 209, bairro Aterrado. Em 1963, funciona no

Alkindar Costa
391
Colégio o Curso primário Completo e as 1ª e 2ª séries ginasiais, autorizadas
pela Resolução 19-B do DES. Em 1966 o Colégio criava a Escola Normal,
reconhecida pelo Parecer nº 25.886 do CEE e abria ao público a Biblioteca
Barão do Rio Branco. No mesmo ano entrou em funcionamento o Curso
Técnico de Química Industrial, servido por modernos laboratórios e reco-
nhecido pela Deliberação 13.526/66 do CEE. Em 1968 funciona o Curso
Técnico de Desenho Industrial, reconhecido pela Deliberação nº 31.257/67.
Em 1972, pela Resolução 43/72 do CEE foi reconhecido os cursos Técnico
em Edificações, Técnico em Metalurgia e Técnico em Petroquímica. O Co-
légio Volta Redonda tem, também, frente para a Avenida Lucas Evangelista
118/120, atende pelo telefone 3342-0060 e sua Caixa Postal é a de nº 400.
Possui, atualmente, setenta salas de aula, três laboratórios, duas salas apa-
relhadas para desenho, uma Biblioteca, um departamento de multimeios,
praça de esportes, aparelhagem de recreação e um horto florestal escolar,
piscina. O CREI é hoje o Centro Educacional Professor João Rodrigues.

No detalhe, as
primeiras instalações
do Colégio Volta
Redonda a partir de
1962, no bairro
Aterrado. Na foto maior,
o Edifício novo, com 4
pavimentos que foi
adicionado as
instalações do
Colégio.
Acervo CVR ESCOLA TÉCNICA PANDIÁ CALÓGERAS
Escola Profissional da CSN, inaugurada em 19 de abril de 1944, tendo surgi-
do da necessidade de mão-de-obra qualificada e especializada para a mon-
tagem e operação da Usina Presidente Vargas, funcionando, inicialmente
em 1943, em barracão improvisado no Bairro Jardim Paraíba, na margem
direita do Rio Brandão, sob a direção do Professor Manuel Faustino Vieira
Marinho e secretariado pelo Professor José Furtado de Araújo. Em 1944,
formava a 1ª turma de soldadores composta por 18 operários e em maio de
1945, outra, com sete encanadores.
Em 1947 foi transferida para prédio definitivo, na Rua 62 nº 90 (projetado por
Carlos Fest e Ricardo Tommasi, em 09/12/46). Em 1952, como resultante
do acordo celebrado com o SENAI, passou a ministrar Cursos de Aprendi-
zagem Industrial e, em 1955, autorizada pelo Decreto 37.466, de 10/06/1955,
os Cursos Industriais Básicos para em 1956, instalar Cursos Técnicos In-
392 Volta Redonda Ontem e Hoje
dustriais, reconhecidos pelo Decreto 38.776 de 27/02/1956, tendo se adap-
tado sucessivamente, à Lei 4.024, de 20/12/1961, à Portaria 26 BR, de 07/
03/1962 e demais normas fixadas pelo Ministério da Educação e Cultura e
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e à Lei 5.692, de 11/08/1971.
Foi em 23 de outubro de 1951 que o general Sylvio Raulino de Oliveira, pela
CSN, e o Engenheiro Euvaldo Lodi, pelo SENAI, assinaram o primeiro termo
de acordo CSN/SENAI e com isso passou a denominar-se “Escola Profissi-
onal 14.1 CSN/SENAI". Já em 1955, em 30 de março, outra mudança. Agora
o nome da escola passou a ser Escola Industrial Pandiá Calógeras
Os primeiros cursos técnicos foram de máquinas e motores, eletrotécnica e
metalurgia, e foram criados em 08 de fevereiro de 1956. E no dia 26 desse
mesmo mês, a escola passa a ser reconhecida com Escola Técnica Pandiá
Calógeras
Em 1986, ocorre a quebra de um grande tabu – o ingresso de meninas na
ETPC. Em 1994 – Certificado de Qualidade. Sempre foi esse o objetivo. E
graças aos esforços de alunos, professores e funcionários, tornou-se a 1ª
Escola Técnica da América Latina a ser certificada pela Norma ISO 9002.
Ministra os Cursos de Técnicos 9regular) com 03 anos mais estágio;
Eletromecânica; Eletrônica, Mecânica, Metalurgia, Informática, Telecomuni-
cações, Curso Técnico Especial (02 anos) com Eletromecânica, Telecomu-
nicações e Segurança do Trabalho. Seu telefone é 3343-4425

INSTITUTO DE CULTURA TÉCNICA

Foi fundado em 3 de setembro de 1972, pelo Professor Wladir de Souza


Telles, ex-técnico de Ensino da Cidade do Aço e professor em diversas Fa-
culdades e Colégios. Está localizado no Bairro Jardim Amália, numa área de
6.000 m2 com 2.500 m2 construídos e com capacidade para 3.500 alunos. O
Departamento de Educação Física foi fundado em 1º de janeiro de 1974,
mantendo escolinhas de natação, judô, capoeira e atletismo.

UNIDADE OPERACIONAL DE EDUCAÇÃO DO SESI

O Serviço Social da Indústria é uma entidade de direito privado, criado e


dirigido pela Confederação Nacional da Indústria com a finalidade de prestar
assistência e benefícios aos trabalhadores da indústria, bem como aos seus
dependentes. Sua Unidade Operacional de Educação foi criada em abril de
1975 e funciona em três turnos. Em agosto de 1976, foi criada a Fanfarra da
Escola. Deve-se registrar o Palácio dos Esportes, denominado Centro Es-
portivo Elvaldo Godi, inaugurado em 02/08/1977, com piscinas para adultos
e crianças, sauna masculina e feminina, fisioterapia, sala de recreação, es-
portes coletivos e ginástica olímpica. O Centro de Atividades Elísio Luiz, onde
funciona o SESI, na Av. Lucas Evangelista de Oliveira Franco nº 595, foi
inaugurado em 11 de março de 1975 pelo Diretor do Departamento Regional
do Rio de Janeiro, Dr. Jair Nogueira.

Alkindar Costa
393
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROFESSOR MANUEL MARINHO

Fundado em 08 de agosto de 1966 pelos professores Galba Saturnino da


Silveira, Tito de Paula, Maurílio da Silveira, Inácio Alves Nunes, José Vilela,
Carlos Jorge de Mello e entre outros ainda, Natalino José Dias, Alípio Jacintho
Pereira e o Deputado Paulo Monteiro Mendes.
A criação do Colégio Estadual de Volta Redonda se completou com a edição
do Decreto nº 12.567, de 09 de setembro de 1966, assinado pelo Governa-
dor do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Paulo Torres e homologado pelo Egré-
gio Conselho Estadual de Educação, em 20 de fevereiro de 1967, ano em
que passou a funcionar.
A sugestão para que o Colégio recebesse a denominação de “Professor
Manuel Marinho”, foi dada pelo professor Carlos Jorge de Mello ao então
Deputado Estadual Paulo Monteiro Mendes.
Manuel Faustino Vieira Marinho foi um amazonense de “fibra, professor
emérito, educador exponencial, orientador diligente e dedicado”, sendo
considerado “o precursor, o pioneiro do ensino profissionalizante em Volta
Redonda”, porquanto nos idos de maio de 1944, por solicitação da
Companhia Siderúrgica Nacional, organizou, implantou, dirigiu e fez funcionar,
com alguns alunos oriundos de escolas industriais do Rio de Janeiro e Niterói,
a Escola profissional da CSN, tendo em vista a qualificação de mão-de-obra
para aquela empresa. Hoje, a Escola Profissional da CSN é a Escola Técnica
Pandiá Calógeras.
Ainda em outubro de 1966, começou a luta pelo funcionamento do Colégio
no Grupo Escolar Trajano de Medeiros (fundação projetada e construída em
1942 visando a edificação do Hotel nº 1, o que não ocorreu; em 1943 a CSN
mudou a finalidade de obra de hotel para Grupo Escolar sendo o planeja-
mento de autoria do Arquiteto Renato Braga Pereira).
Eram quatro salas no andar térreo, funcionando a Direção e a Secretaria
sob a escada do primeiro andar. Aí não podemos esquecer o dinamismo da
professora Áurea Bastos Motta e Silva, primeira diretora do Colégio Estadual
Manuel Marinho, secretariada pela Professora Letícia Terezinha Paullo de
Barros, coadjuvada por Irlanda Teixeira Huguenin.
Iniciou com 8 turmas de 1º grau, num total de 400 alunos. Em 1973 foi criado
o 2º grau sob a direção do professor José Carlos da Silva, funcionando 4
turmas de 1º ano Básico e 32 turmas de 1º grau, num total de 1.819 alunos.
Em 1974, sob a direção da Professora Maria Ubiracy Carvalho Aramis de
Mattos, houve o acréscimo de 33 turmas, passando a ter 58 turmas de 1º
grau, 11 turmas de 2º grau, compreendendo 7 do Básico, 1 de Enfermagem,
1 de Formação de Professores, 1 de Desenhista de Estruturas e 1 de
Secretariado, num total de 69 turmas com 3.642 alunos.
Em 17 de março de 1989 foi transformado em Instituto de Educação
Professor Manuel Marinho, por força do Decreto nº 12.750 do Governo do
Estado do Rio de Janeiro.
Funciona na Rua 43 nº 52, Vila Santa Cecília, atendendo pelo telefone

394 3342-0948.
Volta Redonda Ontem e Hoje
ÁREA DAS FUNDAÇÕES

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA:


A Fundação Oswaldo Aranha, criada em 18 de outubro de 1967, nasceu na
década de 60, por idealismo de um grupo de profissionais que ansiavam
implantar o Ensino Superior em Volta Redonda.
É uma instituição de direito privado formada por 70 instituidores e beneméri-
tos e uma administração superior composta por três conselhos:
- Conselho Curado – Órgão Deliberativo
- Conselho Diretor – Órgão Executivo
- Conselho Fiscal – Órgão de Controle Interno
A Fundação Oswaldo Aranha é velada pela Curadoria de Fundações da Pro-
curadoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sob a égide da legis-
lação contida na Resolução 68/79, desse Órgão de Justiça
Mantedora do Centro de Ensino Superior de Volta Redonda – CESVRE, com
sete cursos autorizados e reconhecidos pelo Ministério da Educação atra-
vés de decretos específicos.
Assim, a Fundação Oswaldo Aranha tem como missão formar profissionais
de 3º graus, oferecendo um ensino de qualidade em sintonia com as exigên-
cias atuais do mercado de trabalho.
A Fundação Oswaldo Aranha é uma instituição sediada em Volta Redonda,
cidade que dista aproximadamente 132 km do Rio de Janeiro.
É entidade Mantenedora de Direito privado, de caráter educacional e cultural,
sem fins lucrativos, instituída por uma Assembléia Geral de Constituição,
em sessão solene, realizada no Edifício da Prefeitura Municipal de Volta
Redonda.
A sede administrativa denominada Accácio Figueira esta localizada na
Estrada Paulo Erlei Alves Abrantes, 1325 – Três Poços – Volta Redonda/RJ
– CEP 27251-970 – telefone (024) 3346-8400.
O Campus Universitário Olézio Galloti tem uma área total de 142.349,50 m2.

FOA – CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE VOLTA REDONDA – CESVRE

Centro de Ensino Superior de Volta Redonda foi criado pela Resolução nº 05/
94 de 12/08/93 do Conselho Curador da Fundação Oswaldo Aranha, tendo
seu Regimento Unificado aprovado pelo Conselho Federal de Educação/MEC
através do Parecer nº 867/93, homologado pelo Ministério da Educação e do
Desporto pela portaria nº 319 de 25 de fevereiro de 1994. o CESVRE integra
as atuais escolas mantidas pela FOA, e tem por objetivo preservar, elaborar,
desenvolver e transmitir o saber em suas várias formas do conhecimento
puro e aplicado

Alkindar Costa
395
Para consecução desse objetivo, desempenha de modo integrado, ativida-
des de ensino, pesquisa e extensão, com o máximo de aproveitamento dos
recursos humanos, materiais, financeiro e institucionais de que disponha ou
possa mobilizar.
Órgãos Suplementares do CESVRE:
1 – NUP – Núcleo de Pedagogia
2 – NUPEE – Núcleo de Pós-Graduação, especialização e Extensão
3 – CESEFOA – Centro de Seleção
4 – Biblioteca Central
5 – Centro Ambulatorial Prof. André Sarmento Bianco
6 – Clínica Odontológica Integrada Ferdinando Garcia Pereira
7 – Núcleo de atividade Desportivas e de Lazer
8 – Ciclo Clínico da Escola de Ciências Médica
(Anexo ao Hospital São João Batista)

ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO CESVRE

1 – Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEPE


Órgão normativo e deliberativo em matéria didático-pedagógica e disciplinar
de ensino superior

2 – Diretoria Geral
Órgão executivo superior que dirige, coordena, fiscaliza e supervisiona to-
das as suas atividades, contando com a seguinte estrutura executiva:
- Diretor Geral
- Diretor Acadêmico
- Secretária Geral
- Órgão de Deliberação e Administração Escolar

3 – Conselho Departamental
Órgão deliberativo de coordenação e assessoramento em assuntos didáti-
co-científica, disciplinar e pedagógico, no âmbito da instituição escolar.

4 – Diretoria
Órgão que executa, fiscaliza e superintende as atividades das Escolas
Estrada Paulo Erlei Alves Abrantes, 1325 – Três Poços – Volta Redonda/RJ
– CEP – 27251-970 - Tel.: (024) 3346-8400 - CESEFOA – (024) 3346-2018

396 Volta Redonda Ontem e Hoje


CURSO DE MEDICINA
Autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 62.751, de 22/05/1968 e re-
conhecida pelo Decreto Federal nº 72.938, de 17 de outubro de 1973.
Instalado no Campus Universitário Olézio Galloti, em Moderno prédio de 9.000
m2, com amplas salas de aulas e laboratórios de Anatomia, Histologia e
Embriologia, Bioquímica, Biofísica, Fisiologia, Farmacologia, Parasitologia,
Microbiologia e Técnica Operatória.
O Curso é constituído por um corpo docente de 106 professores, entre Dou-
tores, Mestres e Especialistas.
Dispõe de ambulatório medico onde atende gratuitamente a população ca-
rente do Município.
Mantem convenio com o Hospital São João Batista onde é realizado o ciclo
clinico e o internato, além de outras parcerias com Hospitais do Município.
Está localizado no Campus Universitário Olézio Galloti.
Estrada Paulo Erlei Alves Abrantes, 1325 – Três Poços – Volta Redonda/RJ
– CEP – 27251-970 - Tel.: (024) 3346-8400/3346-8223

CURSO DE ODONTOLOGIA
Autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 66.870 de 15/07/1970 e reco-
nhecida pelo Decreto Federal nº 73.952 de 17/04/1974.
Instalado em amplo edifício onde funciona o Ciclo Clinico e a Clinica Integra-
da. O Curso oferece atendimento à população carente do Município em to-
das as especialidades da Odontologia, em sua Clínica Integrada.
O Ciclo Básico funciona no Centro de Ciências Biomédicas, em modernos
laboratórios integrados e centros específicos ao ensino de Odontologia.
Seu corpo docente é constituído por 74 professores, entre Doutores, Mes-
tres e Especialistas.
Estrada Paulo Erlei Alves Abrantes, 1325 – Três Poços – Volta Redonda/RJ
– CEP – 27251-970

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


Autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 66.279, de 27 de fevereiro de
1970 e reconhecida pelo Decreto Federal nº 75.991 de 21 de julho de 1975.
Instalado em um amplo edifício no Campus Universitário Olezio Galotti, com
diversos laboratórios e salas de aulas, o curso oferece estágio supervsionado,
por meio de empresas e prefeituras da região, e dá toda orientação ao
desenvovimento do aluno, visando a sua inserção num mercado de trabalho
cada vez mais competitivo. Seu corpo docente é constituído por 41
professores, entre Doutores, Mestres e Especialistas.
O endereço do Campos Universitário Olézio Galotti é Estrada Paulo Erlei
Alves Abrantes, 1325 – Três Poços – Volta Redonda/RJ – CEP – 27251-970
- Tel.: (024) 3346-8400/3346-8225

Alkindar Costa
397
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSAMENTO DE DADOS
Autorizado a funcionar pelo Decreto de 17/01/1992, publicado no DOU de
20/01/92 – seção 1 página 711 e reconhecido pela Portaria n.º 1.007/96 de
04/10/1996.

CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO


Autorizado a funcionar em 06/08/98.
Instalado no Campus Universitário Olézio Galloti, conta com modernos labo-
ratórios de informática, equipados com computadores de ultima geração e
interligados entre si por uma moderna rede, projetada e instalada pela HP:
na operação da rede estão instalados os softwares, Windows-NT, UNIX,
Windows-95, Microsoft Office 7.0, Visual Basic, Auto Cad e outros, que são
componentes utilizados, que são componentes utilizados pelos alunos nas
salas de aula e nos trabalhos e projetos desenvolvidos durante o curso.
Seu corpo docente é constituído por 39 professores, entre Doutores, Mes-
tres e Especialistas. O Corpo docente do Curso da Ciência da Computação
é constituído por Doutores, Mestres e Especialistas. O corpo docente do
curso de Ciências da Computação é constituído por Doutores e Mestres
Seu endereço é Estrada Paulo Erlei Alves Abrantes, 1325 – Três Poços –
Volta Redonda/RJ – CEP – 27251-970 - Tel.: (024) 3346-8400/3346-8224

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


Autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 74.960 de 25/11/1974.
Instalado num edifício com amplas salas de aula, o Curso atende à comuni-
dade empresarial da região. Seus profissionais têm respondido às necessi-
dades do mercado de negócios. Possui laboratório contábil, onde o aluno
mantém contato com procedimentos práticos, laboratório de informática, além
de eventos, palestras e debates durante o curso.
O curso oferece estágio aos alunos mediante convênios com empresas e
órgãos como CII e Fundação Mudes. Seu corpo docente é constituído por
professore e especialistas.
Seu endereço é na Rua 28, nº 619 - Tangerinal – Volta redonda/RJ – CEP
27264-350 - Telefone (024) 3346-8400/3348-1314

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA


Autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 68.328 de 09/03/1971 e reco-
nhecida pelo Decreto Federal nº 74.186 de 18/06/1974.
Instalado em um moderno prédio com amplas salas de aulas teóricas e prá-
ticas (judô, ginástica, dança, musculação, biometria, etc.) Matem convênio
com a Fundação CSN, para utilização do complexo esportivo denominado
Recreio do Trabalhador, bem como oferece estágios aos alunos nas prefei-
turas e entidades filantrópicas da região.

398 Volta Redonda Ontem e Hoje


Seu corpo docente é constituído por professores, entre mestres e especia-
listas
Seu endereço é na Rua 28, nº 619 - Tangerinal – Volta redonda/RJ – CEP
27264-350 - Telefone (024) 3346-8400/3348-1314
Em outubro de 1995, a Fundação Oswaldo Aranha implantou o gerenciamento
pela Qualidade Total, que é uma forma de gerenciar os processos de uma
instituição.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE VOLTA REDONDA - FEVRE

Entidade autônoma, com personalidade jurídica do direito privado. Instituída


por força da Deliberação nº 919, de 29/04/1968, da Câmara Municipal de
Volta Redonda e do Decreto nº 285, de 30/04/1978, do Executivo Municipal,
com independência financeira e administrativa. Ministra ensino de 1º e 2º
graus, e funciona na Rua 154 nº 783 - Bairro Laranjal - Telefone 342-0969.
A Fundação Educacional de Volta Redonda mantém as seguintes unidades
de ensino:

COLÉGIO MUNICIPAL GETÚLIO VARGAS:


O Colégio foi criado em 1952 com a denominação de “Ginásio de Volta Re-
donda”, subordinado naquela época pela Campanha Nacional de
Educandários Gratuitos, entrando em funcionamento em 1953 no antigo Gru-
po Escolar Trajano de Medeiros, hoje Instituto de Educação Professor Manu-
el Marinho. Foi encampado pela PMVR pelo Dec. nº 10, de 06/02/1955, trans-
ferindo suas atividades para o Grupo Escolar Presidente Roosevelt, na Rua
4, Bairro Conforto, onde se manteve até 24/10/1970. A Deliberação nº 337,
de 04/05/1961, autorizou a criação do Curso Científico. Insuficiente para aten-
der à demanda, algumas turmas foram transferidas para a sede do Sindica-
tos dos Metalúrgicos, no bairro Retiro, fazendo nascer o Ginásio Municipal
Getúlio Vargas II, oficialmente estabelecido pelo Decreto 259 de 25/12/1967.
Posteriormente foi construída instalação própria na rua Guadalajara s/nº, bairro
Laranjal, onde permanece até os dias atuais. Habilitação em 2º grau e para
Técnico de Contabilidade, Edificações e Enfermagem. Tem uma área
construída de 7.000 m2 área para ampliação de 1750 m2 e área de recreação
de 1.240 m2, e conta com salas especiais para Laboratório de Biologia, Físi-
ca, Química, Fotografia, Oficina de Aparelhos Elétricos, Artes Industriais,
Educação para o Lar, Técnica Comercial, Oficina Geral de Trabalho, Escri-
tório Modelo, Sala de mecanização, Áudio Visual, Professores, Gabinete
Dentário, Médico, Sala de Educação Física e C.C. Escolar. Conta com uma
Biblioteca de 96 m2 e com mais de 3743 volumes catalogados. Foi em 1957
que começou a funcionar com o 2º ciclo e passou a denominar-se “Colégio
Municipal Getúlio Vargas” pela Portaria Ministerial nº 363. Atende pelo telefo-
ne 3342-0666.

Alkindar Costa
399
A sede do Colégio
Municipal Getúlio
Vargas foi erguida na
2ª Administração do
Prefeito Sávio Gama
em 1969, no
bairro Laranjal,
surpreendendo pela
imponência de sua
arquitetura.
Acervo Alkindar Costa

ESCOLA MUNICIPAL JOÃO XXIII:


Seu nome é uma homenagem ao mais importante líder da Igreja Católica no
século XX, o Cardeal Roncalli, feito Papa João XXIII. Iniciou suas atividades
por força do Decreto 259, de 15/12/1967, com o nome de Ginásio Municipal
Getúlio Vargas II. Posteriormente ocupou novas dependências construídas
na Administração Sávio Gama, cuja inauguração se verificou em 24/10/1970,
na Avenida Cafezal s/nº, bairro Retiro. Ministra ensino de 1º grau, em prédio
de três pavimentos e conta com Oficinas, Áudio Visual, Banco Escolar,
Empresa Comercial Escolar, Sala de Geografia, Laboratório, Auditório, Ga-
binete Odontológico e Médico, Secretaria, Sala de Educação Física. Possui
uma Biblioteca com área de 104,29 m2 e 2755 volumes catalogados.
O professor Jesus Moreira Maciel, conhecido educador na Cidade do Aço,
além de ter feito parte do primeiro Conselho Deliberativo da FEVRE, figura
como fundador, organizador e primeiro diretor do Colégio Municipal João XXIII.
Faleceu em 23.10.1997.
Ao lado do Professor Jayme de Souza Martins - o cérebro de tudo de bom
que se fez em Volta Redonda, no que se refere ao Setor Educacional - e
assessorado pela Professora Elza de Figueiredo Murta, também figura
exponencial no desenvolvimento Cultural da Cidade do Aço, o Professor Je-
sus se posicionou entre todos aqueles que efetivaram um trabalho constru-
tivo e eficiente, ocupando sem favor um ponto de destaque na história da
Cidade do Aço. Jayme Martins faleceu em 27-09-1989.
Cabe ressaltar, ainda, sem nenhum demérito aos demais Prefeito da nossa
Cidade, que Francisco Fontes Torres foi o Chefe do Executivo que mais
prestigiou com sua presença constante e irrestrita os Colégios da FEVRE,
mormente o João XXIII, considerado, segundo suas próprias palavras “a
menina dos seus olhos”!

ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ BOTELHO DE ATHAYDE:


(J. B. de Athayde). Inaugurada em 29 de janeiro de 1973, às 17:30 horas com
o nome de Centro de Ensino Integrado da Vila Americana. A autorização
para funcionamento foi concedida pela Decisão nº 121/73 do Parecer nº 368/
73 do C.E.E. Ministra ensino de 1º grau. Mantém convênio com os Grupos
400 Volta Redonda Ontem e Hoje
Escolares John Kennedy e Goiás. Possui uma área construída de 2.726.06
m2 e uma área de recreação de 678 m2 e funciona em prédio com dois
pavimentos. A área livre mais a praça de esportes é de 10.120,00 m2. Possui
Almoxarifado, Auditório, Áudio Visual, Cozinha, Gabinetes Odontológico e
Médico, Laboratório, Oficina de Artes Industriais, Sala de professores e Se-
cretaria. Tem uma biblioteca com área de 36,30 m2 e 1115 volumes catalo-
gados. Em 27 de agosto de 1975 por deliberação da Câmara de Vereadores,
de nº 1.286, sua denominação foi alterada para Colégio Municipal José Botelho
de Athayde, homenagem prestada ao historiador conhecido por J. B. de
Athayde, já falecido. Funciona na Avenida Beira Rio nº 1.186 - Vila America-
na. Telefone 3346-2012 rama 252 e 3342-4868.

Instalações da Escola
Municipal José Botelho
de Athayde em 1982.
Acervo EMJBA

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA THEMIS DE ALMEIDA VIEIRA:


Autorizada a funcionar pelo Parecer nº 372/73 do Conselho Estadual de
Educação. Fundada em 1º de março de 1973, com a denominação de Pre-
feito Nelson Gonçalves, na Rua Caxambu, 173, bairro Minerlândia, depen-
dências do Grupo Escolar Bahia. Ministra ensino de 1º grau, área
profissionalizante, possui sala de mecanografia, Centro Cívico Escolar
(C.C.E), Auditório, Gabinetes Odontológico e Médico, Secretaria. Conta com
área construída de 2.016 m2, área de recreação de 514 m2 e funciona em
três pavimentos. Possui uma Biblioteca com área de 42,90 m2 e 2000 volu-
mes catalogados. Em 3 de novembro de 1977, pela Lei Municipal nº 1.443,
da Câmara de Vereadores, recebeu a denominação oficial de Colégio Muni-
cipal Professora Themis de Almeida Vieira. Face à nova estrutura da FEVRE
foi alterado de Colégio para Escola. Funciona nos dias atuais em dependên-
cias próprias na Rua 2 s/nº - bairro Conforto - telefone 3342-2419.

Alkindar Costa
401
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL-FERP

Tem sua sede em Barra do Piraí, na Rodovia Benjamim Ielpo, antigo km 11,
onde funcionam as Faculdades de Engenharia, Arquitetura e Filosofia. A FERP,
em Nova Iguaçu é responsável pela Faculdade de Engenharia e em Volta
Redonda pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. A FERP foi fundada
em 22 de novembro 1967, mantendo em Volta Redonda:

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS:


Autorizada a funcionar pelo Decreto Federal 69.815, de 22/12/1971 e reco-
nhecida pelo Decreto Federal nº 81.282, de 31 de janeiro de 1978. Tem capa-
cidade para 1.800 alunos e usa também, dependências do Estadual Barão
de Mauá, na Rua 545 nº 25, no bairro Jardim Paraíba. Ministra os Cursos de
Ciências Biológicas, Estudos Sociais, Letras (Português-Inglês e Portugu-
ês-Literatura, História, Geografia), Matemática e Pedagogia. Funciona na Rua
Governador Luiz Monteiro nº 81, bairro Aterrado, telefone 3342-3530.

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DE VOLTA REDONDA


Reconhecida pelo decreto n.º 71.338/72 de 08/11/72. Está situada à rua Gov.
Luiz Monteiro, 81 – Aterrado – Volta Redonda/RJ

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-ESCOLA DE ENGENHARIA


INDUSTRIAL E METALÚRGICA

Instalada a 17 de julho de 1961 pelo Presidente da República, Jânio Qua-


dros, passando a funcionar em convênio entre a Escola Fluminense de En-
genharia e a Companhia Siderúrgica Nacional. Em 13 de março de 1968 a
Reitoria da Universidade Fluminense ao criar a Escola de Engenharia Indus-
trial e Metalúrgica de Volta Redonda, em substituição ao curso então existen-
te, integrou-se ao Centro Universitário de Tecnologia da Universidade Fede-
ral Fluminense. Funciona na Avenida dos Trabalhadores nº 420 - Vila, telefo-
ne 3342-2825.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA EM VOLTA REDONDA

A antiga SOBEU (Sociedade Barramansense de Ensino Universitário), cres-


ceu e se transformou no Centro Universitário de Barra Mansa – UBM. Com
funcionamento regular em Barra Mansa (Rua Vereador Pinho de Carvalho,
267 – Centro – Barra Mansa – Tel.: (024) 3325-0222 e Fax.: (024) 3323-3690)
e em Volta Redonda (Campus Cicuta – Rua 35 n.º 714, tel.: (024) 3348-1293
– Home Page: www.ubm.com.br e DDG 0800-250222). Registra: 5000 alu-
nos nos dois Campus, mais de 600 empregos diretos, provedor próprio na
Internet, 5 escritórios técnicos, 17 laboratórios, 13 cursos de Pós-Gradua-
402 Volta Redonda Ontem e Hoje
ção, 21 cursos de graduação, 33 habilitações, mais de 100 salas de aulas,
105 cursos e projetos de extensão, 300 professores, quadra poliesportiva,
sala de Lupas, Biblioteca Eletrônica, Juizado Especial Cível, Núcleo de Prá-
tica Jurídica, sala de Redação Jornalística, Curso de Mestrado em Direito e
Comunicação, Curso de Doutorado em Comunicação, Biblioteca com mais

Entrada do complexo
de ensino da UBM -
Campus Cicuta - 2004.
Foto Jader Costa

de 60 mil volumes, Núcleo de Comunicação Social, Coral, Auditório, Galeria


de Artes, Grupo de Teatro, Bosque Ecológico, Quinteto de metais, Museu de
Ciências, Núcleo de Pratica Desportiva, Núcleo de Processamento de da-
dos, Núcleo de Línguas Estrangeiras, Clínica de Psicologia, Clínica de Fisio-
terapia, Clínica de Fonoaudiologia, Núcleo de Enfermagem em Saúde.
Atendendo a uma demanda natural, tendo em vista o crescimento de nossa
região, foi inaugurado em 2000, o Campus Cicuta, o primeiro Campus Avan-
çado do Centro Universitário de Barra Mansa, instalado na Floresta da Cicuta,
numa área de 80.000 m2, mais 5.000 m2 de área construída, limítrofe ao
município de Volta Redonda e a apenas 5 minutos do seu centro. São insta-
lações amplas, confortáveis e cercadas de verde, livre da poluição sonora
do trânsito e do comércio. Enfim, um ambiente propício para o aprendizado.
O UBM Campus Cicuta, oferece os cursos de administração, Ciências Bio-
lógicas, Direito, Educação Artística, Enfermagem, Engenharia de Computa-
ção, Fisioterapia, Normal Superior e Nutrição. A qualidade de ensino, prima-
da pelo UBM, a excelente equipe de professores, mestres e doutores em
sua maioria e sua localização privilegiada, fazem com que o Campus Cicuta
seja hoje, a melhor alternativa em nível superior para a população de Volta
Redonda e Região, contando com vários laboratórios, uma ampla e completa
biblioteca, estacionamento e ar condicionado central.

Alkindar Costa
403
COLÉGIO NOVO

O Colégio Novo é mantido pelo Grupo Novo de Ensino Ltda. e esta instalado
na Avenida Almirante Adalberto Nunes (Avenida Beira Rio), número 660, Bairro
Niterói – Volta Redonda/RJ
A entidade mantenedora, Grupo Novo de Ensino Ltda., é uma sociedade civil
com finalidade educacional integrada por professores ligados às atividades
educacionais, registrada no Cartório da 1ª Circunscrição do RJ, da Comarca
de Volta Redona, Estado do Rio de Janeiro, nas folhas 14 do livro A-2, tendo
adotado esta razão social através da alteração contratual registrada na mes-
ma comarca, no cartório de títulos e documentos de Pessoa Jurídica no
livro 14, fls 44, número 969, em 04 de agosto de 1983.
A mantenedora do Colégio Novo foi fundada em 15/04/1981, sendo integrada
pelos professores: Brasil Lul Diogo, Carlos Alberto Cabral, Fernando Pimentel
de Barros, Galba Xavier de Souza, João de Albuquerque Pereira, João Mar-
ques da Fonseca Filho, José Eduardo de Resende Silva, José Luiz Monteiro
de Castro Filho, Paulo Moreira Bartholo Junior e Waldir Amaral Bedê.
O Colégio Novo foi lançado em Outubro de 1981 com um Pré vestibular
Intensivo no Teatrinho do GACEMSS. Iniciou suas atividades em 03/03/1992,
com os novos integrantes de mantenedora, professores Antônio Carlos
Santini e Edmundo Naves Morais. Além destes, são professores fundado-
res: Áureo Mendonça, Arivaldo Menezes, Andréa Mansur, Anabela de Araújo,
Ana Luiza de Araújo, Edgar Bed6e, Everaldo Guimarães, Geraldo Cardoso,
Heraldo de Souza, Leda Ribeiro e Rosemari Vilela.
Compõem o primeiro Corpo Técnico os professores: Domingos Maia – Dire-
tor; Mirian Lúcia Diogo – Secretaria; Maria de Lourdes Lampert – Orientadora;
Lúcia Boaventura – Tesoureiro; Maria Aparecida Damasceno – Contadora; e
Milton Silva – Bibliotecário.
A matrícula n.º 01 é de Carlos Eduardo Domingues e as alunas Aliria Duque,
Helen Leire e Valéria Diogo, foram os primeiros alunos a entrar no Colégio
Novo no 1º dia de aula. Em dezembro de 1997, faleceu a diretora professora
Maria de Lourdes Dias Lampert. Em 24/08/1991 faleceu o Professor Domin-
go Maia.
O Colégio Novo é uma escola do Vale do Paraíba (entre o Rio e São Paulo)
que adota Sistema Próprio de Ensino.

FACULDADE SUL FLUMINENSE

A Faculdade Sul Fluminense foi autorizada a funcionar pela Portaria Ministe-


rial nº 1540, de 29/09/2000, tendo em vista o parecer nº 770/2000 da Câmara
de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, conforme cons-
ta no Ministério de Educação, estabelecendo o funcionamento do curso de
Administração com habilitação em Marketing e Sistemas de Informações
Gerenciais.

404 Volta Redonda Ontem e Hoje


É mantida pelo Instituto de Cultura Técnica Sociedade Civil Ltda, na cidade
de Volta Redonda - RJ, de acordo com o Diario Oficial de 04/10/2000.
Foi a primeira Escola de Volta Redonda a evoluir para o terceiro grau, criada
e mantida por moradores do município. Obteve o conceito Global da avalia-
ção do MEC relativo ao Curso de Administração:
Corpo Docente - Conceito: A
Infra-estrutura Física e Recursos Materiais - Conceito: B
Infra-estrututa Tecnológica - Conceito: B
Suas atividades foram iniciadas no período de 05 à 09/2001 com palestras e
a primeira aula inaugural foi atendida no dia 12/02/2001.
Funciona na Rua Alberto Rodrigues, 39 - Jardim Amália - Volta Redonda-RJ

Sede da Faculdade Sul


Fluminense localizada
no bairro Jardim Amália,
mantida pelo Instituto de
Cultura Técnica - ICT
em 2004.
Foto Jader Costa

Alkindar Costa
405
INFORMAÇÃO OFICIAL DO PODER PÚBLICO

A publicação “Pode entrar em Volta redonda – a casa é sua” na Administração


Antônio Francisco Neto, informa na área da Educação: 2,0% de Evasão Escolar; 10% de
Repetência; 529 salas para o Ensino Fundamental; 77 salas para Pré-Escola; 46 salas
para Creche; 29 salas para o Ensino Especializado; 41 Turmas de Ensino Médio; 1.046
Turmas de Ensino Fundamental; 161 Turmas de Ensino Pré-Escolar; 46 turmas de cre-
che; 51 Turmas de Ensino Especializado; 97 professores de Ensino Médio; 1355 profes-
sores de Ensino Fundamental; 167 professores de Ensino Especializado e 82.000 refei-
ções por dia.

BIBLIOTECA MUNICIPAL RAUL DE LEONI

A rede escolar de Volta Redonda é auxiliada pelo funcionamento de um bom núme-


ro de bibliotecas, onde se destacam a da Companhia Siderúrgica Nacional, das Escolas
Municipais, do GACEMSS e outras de nível superior e particulares.
Exclusivamente jurídica, existe, a Biblioteca do Forum, herança deixada ao Municí-
pio pelo eminente juiz Dr. Niltho Leite, quando de sua passagem pela Cidade na qualidade
de Juiz de Direito. Seu nome foi dado à Biblioteca, em uma homenagem justa prestada
pelas autoridades judiciárias da Cidade.
A Biblioteca Municipal Raul de Leoni foi criada em 22 de setembro de 1955, pela
Deliberação nº 63, e é vinculada à Secretaria de Educação da PMVR, sua entidade
mantenedora. É registrada no Instituto Nacional do Livro desde 22 de junho de 1959, sob
o nº 8.499. Teve sua inauguração oficial em 9 de agosto de 1969 e usa a classificação
decimal de Dewey. Está localizada hoje na Praça Rotary, no Memorial Getúlio Vargas, em
área de 800 m2, havendo uma reserva de 400m2 para a instalação do Museu com acervo
Getúlio Vargas. Seu telefone é (024) 3346-2012 ramal 290.
Possui um acervo de 25.000 volumes
Seu Patrono – RAUL DE LEONI, pode ser assim apresentado:
“Poeta brasileiro de linha clássica, geralmente aceito como autor indepen-
dente, sem filiação a escola ou movimento literário, nasceu em Petrópolis-
RJ, em 30/10/1895 e faleceu em Itaipava-RJ, em 21/11/1926.
Fez os estudos primários e secundários no Rio e viajou pela Europa na ado-
lescência. De volta, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro
onde se bacharelou em 1916.
Ingressou na carreira diplomática em 1918 e foi designado para servir em
Cuba, mas interrompeu a viagem na Bahia.
De volta ao Rio, foi enviado para Montevidéu, onde ficou somente três me-
ses. Transferido para o Vaticano, preferiu abandonar a carreira e aceitou o
emprego de inspetor numa companhia de Seguros.
Em 1919 faz sua estréia em livro com a “Ode a um poeta morto”, homena-
gem póstuma a Olavo Bilac.
406 Volta Redonda Ontem e Hoje
Elegendo-se deputado à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janei-
ro, ainda mais uma vez não se distinguiu na política. Em 1922 pública “Luz
Mediterrânea” que lhe assegura posição singular na literatura brasileira.
Em 1923 contrai tuberculose e, licenciando-se do cargo de inspetor da Com-
panhia de Seguros, afasta-se do convívio social indo para Correias e depois
para Itaipava onde terminou seus dias. Considerado poeta de emoção filosó-
fica, os críticos têm ressaltado em sua poesia a pureza de ritmo, a elegante
simplicidade de expressão e o sóbrio metaforismo”.

Memorial Getúlio
Vargas, localizado na
Praça Rotary, na Vila
Santa Cecília, onde está
instalada a Biblioteca
Pública Municipal, Raul
de Leoni
Foto Calino

OS CENTROS CÍVICOS E AS ÁREAS DE CULTURA

A área de educação encontra apoio ainda, nos denominados Centros Cívicos,


destacando-se, entre eles:
• Centro Cívico Escolar Marcílio Dias – da Escola João XXIII;
• Centro Cívico Francisco Manuel da Silva – CSN – Recreio do Trabalhador
Getúlio Vargas;
• Centro Cívico Francisco Manuel Marinho – Rua 21 nº 402 – Vila;
• Centro Cívico Joaquim Osório Duque Estrada – do Colégio Municipal Getúlio
Vargas.
• Centro Cívico Vila Lobos – do Colégio Nª Sra. do Rosário

Alkindar Costa
407
A existência de centro cívico passou a ser normal nas unidades escolares.
Destaque-se na Cidade do Aço, o Centro Musical de Volta Redonda, onde a história
registra:
“Em 11 de novembro de 1958, na Rua 16 nº 57, residência de Luiz Mollica,
os senhores Ludovico Leonardo Mollica, Celso Fortes de Castro,
Franklin de Carvalho Júnior, José Wilson Menegale, Milton da Fonseca
Aresta, Francisco Cruz Júnior, José de Moura Villas Boas, Otávio Borges
de Almeida, Dr. Pedro Jaimovich, Paulo José Corrêa Teixeira de Carva-
lho, Luiz Mollica e José Carlos de Mello Falcão Netto, decidiram que o
Centro Musical de Volta Redonda seria fundado logo que estivesse
pronta a minuta dos Estatutos.
Concluídos os trabalhos da comissão formada, em 19 de novembro de
1958, foi fundado o Centro Musical de Volta Redonda, sendo eleita a
primeira diretoria, constituída por:

DIRETORIA
Presidente ................................... Ludovico Leonardo Mollica
Vice-Presidente ............................................. Pedro Jaimovich
1º Secretário ............................ Benevenuto dos Santos Netto
2º Secretário ................................... Milton da Fonseca Aresta
1º Tesoureiro ...................................... Celso Fortes de Castro
2º Tesoureiro ................................. Otávio Borges de Almeida
Diretor Técnico .......................... Franklin de Carvalho Júnior

CONSELHO FISCAL
(Efetivos) .............................................. José Wilson Menegale
......................................................................Sebastião Ferreira
.................................................. Sebastião Furtado de Oliveira
..................................................... Franklin de Carvalho Júnior
(Suplentes) ................................................ Humberto de Paiva
............................................................ Antônio Pedro da Costa
.......................................... Francisco Assis Maciel da Silveira

Suas atividades começaram e permaneceram por muito tempo, no


barraco nº 40, na Auto Estrada antiga sede da Banda de Música da CSN
(hoje já demolida). A primeira aula foi ministrada pelo maestro Franklin
de Carvalho Júnior, em 30 de novembro de 1958, com o comparecimen-
to de Graciema de Veiga Coura, Brígida Maria de Veiga Coura, Manoel
Andrade Côrrea, Josemar Linder, Maria Inês da Veiga Coura, Milton
Mendes Soares, Nicolau Martins de Oliveira, Nelson O. Ceribella, Roberto
de Mattos Alves, José Francisco, Nivaldo Baêta de Souza, Nilton
Soares, Teddy Colombiano Soares, Jair Soares dos Santos, Plácido
Carvalho de Oliveira, Nilton Gonçalves dos Santos, Gilson Carvalho de
Oliveira, Adilson de Oliveira, José Benedito de Oliveira, José Alves
Rodrigues, José Márcio B. Polycarpo, Emanoel Vieira Dalboni, José de
Oliveira Reis, Luizimar de Souza Bastos e Ivail.
408 Volta Redonda Ontem e Hoje
O documento inédito
apresentado, destaca a
relação de alunos na
primeira aula do Centro
Musical de Volta
Redonda, realizada em
30/11/1958 no barraco
nº40, na Auto Estrada
Antiga, sede da Banda
de Música da CSN, hoje
já demolida.

Alkindar Costa
409
Teoria musical e solfejo foram os assuntos. 10 de março de 1959 marca
o início das aulas de violino e em 21 de maio do mesmo ano chegava a
Volta Redonda o instrumental para uma Banda de Música de 32
elementos. Em 13 de dezembro de 1959, no Cine 9 de abril, deu-se a
primeira apresentação pública do Coral, sua orquestra e sua banda.”

Nos dias atuais, o Centro Musical é dirigido pelo Maestro Profº Nicolau Martins de
Oliveira. É considerado de utilidade pública pela Lei 278 de 20 de junho de 1960 e
Estadual pela Lei 4399 de 20 de julho de 1960. Sua Caixa Postal é 84.087.
Registra-se, também, na Cidade do Aço a Escola de Arte Espaço DOM, iniciada
em 1983 que teve como presidente a renomada educadora Professora Antonieta Fagundes
da Motta Bastos, dedicando-se às aulas de desenho, pintura e artesanato e ainda
Canto e impostação de Voz.
O Conservatório de Música Santa Cecília, foi inaugurado em 28 de outubro de 1976,
sob a direção da Professora Iára Silva de Rezende Simões e com a presença das
professoras Nilda Freitas, Sophia Vieira de Freitas e Amália Fernandes Conde, Diretoras
do Conservatório Brasileiro de Música, com a responsabilidade de ministrar aulas de
Iniciação Musical, Piano, Violão, Teclado, Órgão, Canto Coral, Impostação de Voz, Harmonia
Vocal e Harmonia Instrumental.

O ano de 1987 registrou um ponto de destaque em favor da Cidade de Volta


Redonda. O Professor Waldyr Amaral Bedê, Secretário Municipal de Educação, durante
a realização do II Forum Nacional da Entidade em Brasília-DF, nos dias 26 a 28 de
novembro, foi eleito presidente de UNDINE (União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação) com mais de 1.000 delegados e com mandato de um ano, mas que foi
exercido até julho de 1989.
O Núcleo de Educação de Volta Redonda, jurisdição estadual, funciona na Rua 4,
na Escola Estadual Presidente Roosevelt, no bairro Conforto. O Centro Estadual de
Professores - Secretaria Regional Sul Fluminense, funciona na Cidade do Aço, assim
como a Fundação Leão XIII.
Em 09 de março de 1985, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura,
foi inaugurado na Ilha São João, o CENTRO DE ATIVIDADES CULTURAIS, em uma área
de 3.000 m2, reservando espaço para todas as modalidades de arte e propiciando o
encontro e a troca de experiências entre grupos culturais.
Na Rua Governador Paulo A. Monteiro nº 251, bairro Aterrado, funciona o Centro
Padrão nº 4 do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC.
Em 16 de dezembro de 1987, o Governo do Estado do Rio de Janeiro editou a Lei
nº 1.259, com o seguinte texto legal:

“O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Faço saber que


a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1º - É denominado Dr. NELSON DOS SANTOS GONÇALVES, o
Centro Integrado de Educação Pública (CIEP), situado na Rua 1.043,
nº 205, Bairro Volta Grande, no Município de Volta Redonda-RJ.

410 Volta Redonda Ontem e Hoje


Artº 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1987
a) W. Moreira Franco”.

Em 17 de março de 1989, o Governo do Estado do Rio de Janeiro editou o Decreto


12.750, com o seguinte texto:

“O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO no uso de suas


atribuições legais, e tendo em vista o que consta do Processo nº E-03/
14.049/88.

DECRETA:
Artº 1º - Fica transformado em INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROFES-
SOR MANUEL MARINHO o Colégio Estadual Professor Manuel Mari-
nho, situado na Rua 43 nº 52, na Vila Santa Cecília, no Município de
Volta Redonda e criado pelo Decreto nº 12.567, de 9 de setembro de
1966, cabendo à Secretaria de Estado de Educação e Cultura adotar as
providências necessárias ao cumprimento deste Decreto.
Artº 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 17 de março de 1989

W. MOREIRA FRANCO
FÁTIMA CUNHA FERREIRA PINTO”.

Em 22 de março de 1989, o Governo do Estado do Rio de Janeiro editou o Decreto


nº 12.788, com o seguinte texto legal:

“O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO no uso de suas


atribuições legais, e tendo em vista o que conta do Processo nº E-03/
18.338/88.

D E C R E T A:
Art. 1º - Fica denominado CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO
PÚBLICA PROFESSORA GLÓRIA ROUSSIM GUEDES PINTO o
estabelecimento de ensino nº 295, situado na Av. Jaraguá s/nº, no bairro
do Retiro, no Município de Volta Redonda, e criado pelo Decreto
nº 11.029, de 3 de março de 1988, cabendo à Secretaria de Estado de
Educação e Cultura adotar as providências necessárias ao cumprimen-
to do decreto.

Alkindar Costa
411
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 22 de março de 1989.

W. MOREIRA FRANCO
FÁTIMA CUNHA FERREIRA PINTO”.

O MEMORIAL ZUMBI, localizado ao lado da Praça Rotary, na Vila Santa Cecília,


ponto de divulgação da Cltura Afro-Brasileira, apoiado pela Administração Pública Municipal,
contando com área própria para Biblioteca especializada, acervo cultural, e estrutura para
promoção de festivais, exposições, cursos e debates.
O samba também tem seu espaço em Volta Redonda, onde registra-se, entre outros,
a presença dos blocos carnavalescos, “Os Caretas”, “Quero Mais”, “Unidos de Santa
Cruz”, “Arco-Iris”, “Santa Rita”, “União de Todos”, reforçado pelos blocos afro, “Palmares”
e Ölorum Baba Mi” e mais as escolas de samba, “Cidade do Aço”, “Imperatriz do Castelo”
e “Acampamento”.

A IMPRENSA DE VOLTA REDONDA

Sempre que alguém se propõe a escrever a história de uma Cidade, os arquivos


dos órgãos de informações representam subsídios valiosos, na fixação de uma cronolo-
gia dos acontecimentos.
Em Volta Redonda não foi diferente e, nos trabalhos concluídos, existem inúmeras
referências a jornais que lutaram e defenderam a existência da Cidade do Aço emancipa-
da, formando na linha de frente em favor do desenvolvimento nacional.
Jornais, Revistas, Boletim e tudo o mais, constituem excelentes fontes de
informações. Em Volta Redonda, a imprensa distribuída na área escrita, falada e televisa-
da, assim se configura através dos anos:

IMPRENSA ESCRITA:

A AURORA ............................................. 31/07/1926 - Dirigido por A. Carva-


lho Aires, Manoel D’Avila da Costa
Aguiar e Joaquim Goulart.
A CAMINHO DA LUZ ............................... Informativo do Centro Espírita “A
Caminho da Luz” 1986 - Editora -
Heth Lustoza da Cunha Bastos.
A CHIBATA (Jornal) ................................. 1956 - Diretor Responsável:
412 Volta Redonda Ontem e Hoje
A CHIBATA (Jornal) ................................. 1956 - Diretor Responsável:
Ildefonso Jorge de Aquino e Silva.
A DENÚNCIA .......................................... 1990 - Diretor Responsável: Ulisses
Moreira do Carmo (SFAL)
A FOLHA DA CIDADE (Jornal) ............... 1985 - Editor Responsável: Luiz
Alfredo Vieira.
A IGREJA NO LAR .................................. Novembro de 1953 - Direção de
Pedro Osvaldo Geener - órgão
oficial das Paróquias de Santa
Cecília e Imaculada Conceição
(Conforto).
ALIMENTA ............................................... Orgão Bimensal - Alimenta Ind. Ltda.
Volta Redonda - 1988
A ONDA .................................................. 02/04/1953 - Primeira revista da
localidade. Cesar Cândido Lemos,
Geraldo Giffonni e Carlos Maia.
A RAZÃO ................................................ 1945 - fundado por J. B. de Athayde,
Norberto Fróes de Andrade,
Geraldo Sabino, Benevenuto dos
Santos Netto, Gláucio Monteiro
Monis. Muito embora registrado,
não foi editado.
A REVOLUÇÃO PELO VOTO ................ 1956 - Diretor Responsável: César
Cândido Lemos
A TRIBUNA DE VOLTA REDONDA ........ 02/10/1950 - Direção Bernardino
Irineu Flórido, Cesar Cândido
Lemos, Creso Paiva e J. Viana de
Barros.
A VERDADE ........................................... 1957- César Cândido Lemos.
Registrado em 25/07/1957.
A VOZ DA CIDADE ................................. Diretor Dr. João Baptista Pançardes
A VOZ DO BRASIL ................................. 07.09.1951 - Diretor Bernardino
Irineu Flórido, Silvio Fernandes de
Oliveira, Rivaldo Silva e João
Evangelista Cople 2ª Fase - 26/07/
53 dirigido por Manoel Botelho, José
Silva, Sandra Gomes e Doris
Coelho Santos
AÇÃO (Jornal) ........................................ 19/07/1983 - Diretor Responsável
Antônio Carlos de Santana Puelo,
registrado em 15/07/1983.
ALIANÇA ................................................. Órgão oficial da Associação Comer-
cial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta
Redonda - abril de 1975 coordena-

Alkindar Costa
ção de direção: Hercília Maria Naves.
413
ALMANACK ENCYCLOPÉDICO ............ 1901 - Editado por Manoel Ourique.
ANUÁRIO DE VOLTA REDONDA .......... Joaquim da Costa Reis
AQUI ....................................................... 1998 - Luiz Alfredo Vieira
BEVORELLI ............................................ Fundado por João Pessoa
Fagundes.
BOLETIM DA SUPERINTENDÊNCIA
DE SERVIÇOS SOCIAIS DA CSN ......... 15/09/1951 - Circulando até março
de 1953, Direção Engº Francisco
Neves Chaves.
BOLETIM DE SERVIÇO DA CSN .......... Abril de 1942.
BOLETIM DO AERO CLUBE ................. 1943 - Major José Varonil de
Albuquerque Lima.
BOLETIM DO SINDICATO DOS
ENGENHEIROS DE VR ......................... 1982. Maurício Lobo Abreu
BOLETIM INFORMATIVO ACIAP/VR ...... 1973 - (editado em formato de
Revista tendo como Redator J.B. de
Athayde).
BOLETIM INFORMATIVO PMVR ............ 1955.
CBS INFORMA - INFORMATIVO DA
CAIXA BENEFICENTE DOS
EMPREGADOS DA CSN ....................... 1984. Sônia Cristina de Faria Corrêa
CINEMINHA ............................................. 1965
CLÃ - REVISTA DO CLUBE DOS
FUNCIONÁRIOS DA CSN ...................... Diretor: José Guilherme da Rocha e
Redator J.B. de Athayde - 1956.
CORREIO DE VOLTA REDONDA ......... 15/01/1950. Carlos E. Bueno e
C.A.Espineli e que mais tarde pas-
sou para a direção do jornalista Júlio
Ribeiro. Circulou até 1952.
CORREIO DO VALE .............................. 1999. Newton Vieira Filho
CORREIO DO SUL ................................ 02/04/1952. Sob a Direção de Júlio
Ribeiro tendo como diretor Comer-
cial Zenílio Batista
CORREIO FLUMINENSE ....................... 1997. Eduardo Cesar R. Viana
CUCA LEGAL ......................................... Jornalista Responsável: Raimundo
Xavier Pires (1991)
DEBATE ................................................. 1982 - Jornal do Colégio Volta
Redonda. Diretor: Menderson
Siqueira - Editor: Jader Furtado da
Costa. Redator: Lécio Dornas.

414 Volta Redonda Ontem e Hoje


DEFESA ................................................. 01/01/1953 - Propriedade da Editora
Itatiaia S.A. Presidente: Alan Cruz.
Superintendente: Jayme de Souza
Martins. Tesoureiro: Joaquim
Heleodoro Pereira e Secretário:
Walter Milen da Silva.
DIÁRIO DE VOLTA REDONDA SC VR .. Editora Jornalista e Publicidade -
Registrado em 13/05/84
E.T.C. ...................................................... 1985 - publicação de RX Pires.
ELLO ...................................................... Órgão editado pelas Associações
Profissionais dos Economistas do
Estado do Rio de Janeiro - 1980.
ESPELHO DA CIDADE .......................... 1985 - Diretor Responsável:
Ubirajara Ramos.
FOLHA DO VALE .................................... Diretor Presidente: José Geraldo
Werneck 1990
GAZETA DE VOLTA REDONDA.. ........... 1953.
GAZETA DO AÇO ................................... Agostinho Pereira Reis Neto.
Registrado em 10/09/80
GAZETA DO SUL.................................... 17/17/1983 - Diretor Responsável:
Washington N. Alves.
GAZETILHA ............................................. 15/11/1957 - Fundado por Francis-
co Nogueira Mendonça. Registrado
em 18/05/56
GERAÇÃO .............................................. 1986 - Editor: Fábio Novais.
GUIA DE VOLTA REDONDA - 1968 ....... Especializado na indicação de ruas.
Criado pelo Dr. Guilherme Ellis.
HORA EXTRA ........................................ 1985 - Direção de Colombo Vieira de
Souza.
JORNAL COMBATE ............................... 1954 - Diretor Responsável: Moacir
Ferreira e Mara Santos. Registrado
em 06/09/1961
JORNAL CONTATO ............................... Junho de 1981 - Diretor: Gilson de
Souza Gama.
JORNAL DA CIDADE ............................. 20/07/1967 - Dauro Aragão e Jonas
de Carvalho - Diretor Responsável:
Ubirajara Ramos. Registrado em
21/06/1968
JORNAL DA COMUNICAÇÃO ................ Miguel Rodrigues. Registrado em
10/12/1980
JORNAL DA NOITE ................................ Junho de 1988 - Diretor: José
Marques.

Alkindar Costa
415
“Barra Mansa”, foi um
jornal editado em 08
de abril de 1900. A
raridade consta nos
arquivos de Alkindar
Costa. Note a Grafia
da palavra “ORGAM”
e “COMMÉRCIO”.

416 Volta Redonda Ontem e Hoje


JORNAL DA SEMANA ............................ 1983 - Diretor: Walter Naves.
JORNAL DO POVO ............................... 29/06/86 - Vereador Iram Natividade
Pinto.
JORNAL DO RETIRO ............................ 1982 - Diretor. Dário Azevedo.
JORNAL DO SUL ................................... 1975 - Diretor Comercial: José
Maria Vico Moraes. 1985 - Editor
Responsável: Walter Naves
JORNAL DO VALE ................................. 1971 - Raul Rodrigues e
Ubirajara Ramos - Diretor
Presidente: Célio Pivello Siqueira.
Registrado em 29/03/1985
JORNAL DE HOJE ................................. J.Reis - Diretor da Sucursal.
JORNAL PRIMEIRA PÁGINA .................. Diretor - Claro Mariano de Lima
Filho
LAZER PRA VIVER ................................. Diretor Exec.: Carlos Araújo - 1991
MOMENTO ............................................. 1984 - Diretor Responsável: Elson
Sepulveda.
NOVE DE ABRIL .................................... Outubro de 1975 - Assessoria de
Relações Públicas da CSN. Diretor
Responsável: Antônio Vital Corrêa.
O CIRCO ................................................ 1983 - Jornal Infantil. Diretor Geral:
José Flávio Sena.
O COMETA ............................................. 1900 - Editado pela tipografia de
Manoel Ourique.
O CONTÁBIL .......................................... Órgão do Sindicato dos Contabilis-
tas de V. Redonda - 1983.
O CORREIO DE VOLTA REDONDA ..... 15/01/1950 - de Júlio Ribeiro. Dire-
ção de Carlos E. Bueno e C.A.
Spinelli.
O CORREIO DO SUL ............................ 02/04/1952 - Direção de Júlio Ribei-
ro. Diretor Comercial: Zenílio Farias.
O CORUJÃO .......................................... Walter Naves
O DIÁRIO ................................................ 10/06/1970 - Direção de Waldemar
Duarte. Registrado em 10/02/71
O ESPELHO DO VALE .......................... -
O FAROL DA COLINA ............................ Órgão Informativo da Associação
Atlética Comercial - 1973.
O FATOR ................................................ 1973.
O FREGE ............................................... Jornal humorístico - 1942 fundado
por Rubens Sampaio, Davi Simões
Lobato e João Batista Goularte.

Alkindar Costa
417
O GACEMSS .......................................... 19/10/1947 - Órgão oficial do Grêmio
Artístico e Cultural Edmundo de
Macedo Soares e Silva - na
presidência do Capitão Edgard
Magalhães da Silva.
O GUARANI ............................................ 20/06/1949 - Órgão oficial da Esco-
la Técnica do Comércio de Volta
Redonda - Fundado por Paulo
D’Ávila de Malafaia, João Chiesse
Lima, Raimundo de Araújo Chaves,
Odeir Chiarelli, Edison Moreira,
Célio de Almeida, Leonor Ramos,
Laurete Geraidine, Jorge Sales Neto
e Francisco Gonçalves.
O INDEPENDENTE ................................ 1979 - Diretor Responsável:
Joaquim Bahia de Araújo. Registra-
do em 23/10/1979
O JORNAL DE VOLTA REDONDA ........ 1955 - Diretor. Antônio Chermont de
Miranda.
O LINGOTE ............................................ 25/03/1953 - Companhia Siderúrgi-
ca Nacional - Direção do Dr. Evaldo
Simas Pereira. Posteriormente,
transformado em Revista.
O SIDERÚRGICO .................................. 25/06/1942 - Fundado por Alcindo
Alves dos Reis e com a participação
de Mário Garcia Rosa, Sebastião
José Alves da Silva e João
Evangelista Cople.
O TOSTÃO ............................................. Cesar Cândido Lemos
O TRILHO ............................................... 17/05/1948 - Órgão oficial do Círcu-
lo Operário de Volta Redonda sob a
presidência de Antônio Chermont de
Miranda, tendo como redator o
poeta José Fernandes Lima.
O VALE DO PARAÍBA ............................. 27/01/1952 - de José Bassi. Diretor
Responsável: Silvio Fernandes de
Oliveira. Redator: J. B. de Athayde e
Secretário José de Souza Vivas.
O VOLTAÇO ........................................... Órgão informativo do Volta Redonda
Futebol Clube - 1985.
OPÇÃO .................................................. 1976 - Editora Jornalística Volta
Redonda Ltda. Diretor Presidente:
Luiz Alfredo Vieira.
PELO BEM COMUM ............................... 31/12/1952 - Órgão de tendência
católica dirigido pelo Eng.º Cláudio

418 Humberto Muniz Braga.


Volta Redonda Ontem e Hoje
PRESENÇA ............................................ 1971 - Fundado por Hélio Silveira.
Diretor Responsável: Joaquim
Costa Reis.
RAIO DE SOL ........................................ 09/06/1949 - Diretores Responsá-
veis: Ruth Abreu Ignez, Graciema
Coura, Cândida A. Pena publicação
do Grupo Escolar Trajano de
Medeiros.
REVERBERO AUTONOMISTA
VOLTARREDONDENSE ........................ 19/06/1953 - Fundado por J. B. de
Athayde, colocado à disposição do
Movimento de Emancipação de
Volta Redonda.
REVISTA “A ONDA” ................................ 02/04/1953 - Fundada por César
Cândido Lemos e ilustrada por
Geraldo Gifoni. Considerada por J.
B. de Athayde, a primeira da locali-
dade.
REVISTA CONTRASTE ......................... J. B. Araújo
REVISTA VIDA DO ARTISTA
BRASILEIRO .......................................... Setembro de 1957 - de Cesar
Cândido Lemos, Ossian de Oliveira
Dezerbelles, Professor Carlos Jorge
de Mello e José Armando Bandeira
de Moraes. Registrada em 01/02/
1958.
REVISTA DO ROTARY
CLUBE DE VOLTA REDONDA - LESTE - Editado pelo Prof. João Rodrigues
REVISTA FREVO ................................... Fundada em 1966 por José Arman-
do Bandeira de Moraes, o “Maestro
Caaraüra”.
SUL DO ESTADO .................................. Diretora: Heth Lustoza da Cunha
Bastos.
TEMPO ................................................... 1986 - Editor Responsável: Adilson
Cândido de Jesus.
TRIBUNA DE VOLTA REDONDA ........... -
TROMBADA ........................................... O Jornal da torcida do Voltaço.
Setembro de 1976 - Diretor-Redator-
Chefe: Elson Melo da Silveira.
ZERO HORA .......................................... 1956 - Empresa Jornalística e
Gráfica Vale do Paraíba Ltda. -
Fundado por Othon Reis Fernandes.
Diretor Responsável: Roberto de
Melo Parreira.

Alkindar Costa
419
Muito embora editados em outros municípios, circulam em Volta Redonda os
jornais SUL FLUMINENSE (B. Mansa), PRIMEIRA PÁGINA (B. Mansa), TRIBUNA DO CO-
MÉRCIO (Resende), REVISTA PANORAMA (B. Mansa), COPACENTRO (Rio de Janei-
ro), CORREIO DA BARRA (Barra do Piraí), O FLUMINENSE (Niterói), A LIRA (RESENDE),
REVISTA CINESCOPE - Indicador Profissional (B. Mansa), além dos principais jornais e
revistas do Rio e São Paulo.
Registra-se, ainda, a circulação em Volta redonda, dos seguintes informativos:
A VOZ DA CIDADE ................................. Fundado por João Pançardes
ALIANÇA EMPRESARIAL ....................... Órgão informático da Associação
Comercial de V.R, CDL - Clube dos
Diretores Lojistas, Sindicato do
Comércio Varejistas e Sindicato dos
Panificadores.
AQUI ....................................................... Editor Resposável Luiz Vieira
ASVRE JORNAL ..................................... Boletim informativo da Associação
dos Servidores Municipais de Volta
Redonda
CORREIO BRASIL LUSITANO ............... Informático da Casa de Portugal de
Volta Redonda
CORREIO DA BARRA ........................... Antônio Carlos Elias
CORREIO DO VALE .............................. Diretor Igor Freitas Nascimento
DIÁRIO DO VALE ................................... Aurélio Paiva
ELO ........................................................ Informativo da Fundação CSN
FATO POPULAR .................................... Glaucy Agapito
FOCO REGIONAL .................................. Fernando Pedrosa
FOLHA GOSPEL .................................... Pr. Wesley Baltazar da N. Pinheiro
FORÇA METALÚRGICA 9 NOVEMBRO Carlos Perrut
GUIA DO BAIRRO .................................. Publicação Visão Publicidade
INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS
APOSENTADOS E PENSIONISTAS
DE VOLTA REDONDA ........................... Helenice Netto
JORNAL DA MULHER ............................ Lilia Alves
MAIORIDADE ......................................... Da AAPVR
MUNICIPÁRIOS ...................................... Publicação do Sindicato dos Funci-
onários Públicos de Volta Redonda
O CORRETOR DE IMÓVEIS ................. Marinete Souza
O FATO ................................................... da Associação dos Engenheiros de
Volta redonda
O POPULAR .......................................... World Mídia de Itatiaia Ltda

420 Volta Redonda Ontem e Hoje


OPÇÃO .................................................. Luiz Alfredo Vieira
RADAR SUL ........................................... Patrícia Rocha
VOZ DO ADVOGADO ............................ Órgão de divulgação da OAB – 5ª
subseção – V. Redonda

A imprensa de Volta Redonda foi sacudida por uma terrível notícia em 07 de junho
de 2001: Foi assassinada com requintes de crueldade a jornalista Heth Lustoza da Cunha
Bastos, que dirigiu o “Jornal Sul do Estado”.

IMPRENSA FALADA
As emissoras de rádio registram sua participação no desenvolvimento da Cidade,
integrando a área da imprensa.

RÁDIO SIDERÚRGICA NACIONAL


Em 09 de abril de 1955, às 08:30 horas, “após haver o Gen. Edmundo de Macedo
Soares e Silva, Presidente da CSN, acionado a chave que a punha em funcionamento”,
entrou no ar a ZYP-26, Rádio Emissora de Volta Redonda, na freqüência de 1.560
quilociclos. Posteriormente seu prefixo foi alterado para ZYD-45 e ZYJ-494.
Ao ato de inauguração, compareceram, além de toda a diretoria da CSN, o Prefeito
da Cidade, Sávio Cotta de Almeida Gama e o Presidente da Associação Brasileira de
Rádio, Manoel Barcelos, entre outras autoridades.
As solenidades foram iniciadas em terreno ao lado da emissora e com a formação
de destacamento do 1º BIB, “sob o comando do Cap. José Fernando Bruno; da Polícia da
CSN, sob o comando do Guarda de Segurança Especial Domingos Magalhães; do Corpo
de Bombeiros, sob o comando do Ten. Antônio César da Rosa e a Banda de Música da
CSN sob a batuta do Maestro Franklin de Carvalho Júnior”.
Após o corte da fita verde-amarela que fechava o portal, as instalações recebe-
ram a bênção do Padre Oswaldo Grenner, Vigário da Paróquia Santa Cecília.
A “Rádio Siderúrgica” funcionou na Rua 100 nº 01 - Bairro Laranjal, com uma
potência inicial de 100 watts na antena, aumentada mais tarde - 1977 - para 1.000 watts.
Tinha uma área de 500 m2 e registrava 3 estúdios, 3 sono-técnicas, 1 sala de rádio-
jornalismo, 1 oficina de rádio-técnica, 2 salas de redação, 1 sala de discoteca, 2 auditórios
(sendo um na própria emissora e outro no Recreio do Trabalhador), refrigeração central e
grupo gerador de reserva. Funcionava de 04:45 às 02:00 horas, ininterruptamente, atingindo
uma área de 100 km, aproximadamente. Sua sintonia era de 1.500 Kilohertz. Para triste-
za da comunidade Voltarredondense, sua atividade foi encerrada em 30 de dezembro de
1980, e já havia trazido ao ar, já na sua inauguração, as vozes dos locutores José Nélio
Pereira de Andrade e Ubirajara Ramos.

Alkindar Costa
421
A direção da emissora esteve entregue à competência de Nazer Feres Themes.

Em 18 de agosto de 2002 o Jornal O DIA publica matéria sobre o título “HISTÓRIA


PRESERVADA, em reportagem assinada por Francisco Edson Alves, discorrendo sobre
o Tombamento do prédio e do acervo da Rádio Siderúrgica, onde considerou:
"Os amantes do rádio e da cultura estão em Volta Redonda,
comemorando. A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
promulgou no dia 12 a Lei 3913, que determina o tombamento do imóvel
da extinta Rádio Siderúrgica, construído no início da década de 50, no
bairro Laranjal, como patrimônio histórico e cultural do Estado. Pelo
projeto aprovado pelos deputados fluminenses, além da sede, todo o
acervo da rádio, incluindo documentos, discos, fotos, livros e mobiliário,
hoje pertencentes a Empresa Brasilieira de Radiodifusão (Radiobrás),
só poderão ser utilizados, para promoção de atividades exclusivamente
culturais.

Ronaldo Gori
(ao lado) e
Dario Azevedo
(abaixo),
em 1955 a frente dos
microfones da Rádio
Siderúrgica em
Volta Redonda.

Ubirajara Ramos, o
primeiro Locutor
Esportivo de Volta
Redonda, iniciou suas
atividades em
09/04/1955, na Rádio
Siderúrgica ZYP26,
irradiando Botafogo e
São Paulo no Estádio
Gen. Raulino de
Oliveira

Muitos fatos de relevância importância cultural para o Sul Fluminense


aconteceram naquele prédio, enriquecendo nossa cultura, nossas artes
e nossa memória. Por isso, o tombamento da rádio era tão esperado
pela comunidade”, justifica o deputado Nelson Gonçalves , autor do
projeto de tombamento do prédio histórico e do acervo da Rádio
Siderúrgica e cuja base eleitoral é em Volta Redonda e nas cidades

422 vizinhas.
Volta Redonda Ontem e Hoje
O tombamento aprovado pela Alerj impede qualquer descaracterização
do imóvel, construído numa área de 500 metros quadrados, com três
estúdios, três sonotécnicas, uma sala de jornalismo, uma oficina de
rádio-técnica, duas salas de redação, uma sala de discoteca e dois
auditórios.
Pioneira em Volta Redonda, a Rádio Siderúrgica fez ecoar vozes de
radialistas respeitados na região e no Estado, como Dário de Paula, Uiara
Araújo, Benedito Alves de Rezende, o famoso Tio Bené – já falecido –
Manoel Alves, Jurandir Mateus, José Madureira, Ubirajara Ramos, José
Nélio Pereira de Andrade, Élcio Venâncio, Enivaldo Pereira, entre outros.
Muitos deles continuaram suas carreiras com sucesso, mas não
esquecem da primeira escola. “A Rádio Siderúrgica foi o meu
aprendizado. Devo a ela toda minha carreira profissional”, afirma Dário
de Paula, 55 anos, que começou a trabalhar na emissora aos 10 anos de

Dário de Paula
começou na Rádio
Siderúrgica (predio ao
fundo) aos 10 anos e,
apesar de continuar
fazendo sucesso,não
esquece tudo o que
aprendeu lá.
Foto de Ernesto Carriço -
Reprodução - Acervo Jornal
O Dia.

idade, e hoje comanda o programa de maior audiência em Volta Redonda


pela manhã, numa emissora local. “Só tenho boas recordações” ,
lembra Dário, que participava das famosas rádio-novelas, uma febre na
década de 60. “Era tudo improvisado e divertido, como o barulho de
raios, trovões e até pontes caindo”, recorda-se o radialista.

RÁDIO NACIONAL DE VOLTA REDONDA FM

Em 15 de junho de 1982, com a presença do Ministro das Comunicações,


Haroldo Corrêa de Mattos, Drs. Lourival Massa da Costa, Laumar Melo
Vasconcellos e Fausto Weiller, Diretores da RADIOBRÁS; Sávio Cotta de
Almeida Gama, Diretor de Coordenação na CSN; Benedito Dias Fonseca,
Presidente da ACIAP-VR; Ludovico Leonardo Mollica; Diretor-Presidente do

Alkindar Costa
423
Grupo Mollica e o Prefeito Municipal Benevenuto dos Santos Netto, foi
inaugurada a RÁDIO NACIONAL DE VOLTA REDONDA FM, freqüência de
104,9 MHz funcionando nas antigas instalações da Rádio Siderúrgica.
A Gerência da nova emissora foi entregue à José Lopes, sendo seus
locutores ENIVAL PEREIRA, que veio da Rádio Ipanema - RJ e JURANDIR
MATEUS, também da mesma emissora e EDUARDO GONÇALVES, DÁRIO
DE PAULA, UIARA ARAÚJO e PAULO CESAR GOMES, ex-integrantes da
extinta Rádio Siderúrgica.
Posteriormente, passou a Rádio Nacional a transmitir, também em AM,
contando com o trabalho de FERNANDO PEDROSA, ODILON LEITE, ÉLCIO
VENÂNCIO, ELISEU VICENTE, MANOEL ALVES (locutor) e MANOEL
ANDRADE (operador), também ex-integrante da Rádio Siderúrgica.
O prefixo AM fixado foi ZYJ-494, potência de 1.500 e a FM ZYD-485, com
3.000.
A Rádio Nacional de Volta Redonda passou a ser gerenciada pela Drª Marita
Pereira Araújo, funcionando de 05:00 às 24:00 horas.
Por ocasião da inauguração da Rádio Nacional de Volta Redonda foi
registrada a presença do famoso locutor-animador de grandes programas
transmitidos pela Rádio Nacional PRE-8 do Rio de Janeiro. César de Alencar.
Todavia, o período de funcionamento, da Rádio Nacional em Volta Redonda,
chegou até 30 de agosto de 1988, quando os seus trabalhos foram
declarados encerrados.

RÁDIO STEREO SUL- AM/FM

Um grupo formado por Antônio da Costa Cardoso, Ludovico Leonardo Mollica


e Leonardo Mollica adquiriu o direito de funcionamento sobre a emissora que
passou a ser conhecida como STÉREO SUL, iniciando com as transmis-
sões em AM e FM, respectivamente em 05 e 12 de setembro de 1988.

RÁDIO CIDADE DO AÇO - FM

Em 15 de Junho de 1985, começou a funcionar em Volta Redonda, a Rádio


Cidade do Aço, uma empresa de Sistema Sul Fluminense de Comunicação,
Organização Feres Nader.
Com 10 watts na antena e sintonia de 103,3, funciona na Rua Dois nº 187, no
Bairro Conforto. A direção comercial está entregue à Ercy Theodoro e a
gerência à Onício Zamboti.
A emissora funciona de 06:00 às 02:00 horas, diariamente.

424 Volta Redonda Ontem e Hoje


RÁDIO 88 FM

Em 1994, surgia em um pequeno sobrado na Av. Almirante Adalberto Nunes,


a Rádio Energia Ltda, logo conhecida por sua audiência como Rádio 88FM.
Nove anos depois, a emissora dobrou sua potência e inaugurou seu novo
parque transmissor na cobertura do Dourados Shopping, no bairro Retiro.
Com uma programação Evangélica e descontraída, a 88Fm mistura todas
as tendências da Música Gospel, com programas consagrados pelo público.
A Rádio 88 é lider de audiência das 06 às 13 horas, segundo o Ibope. Valendo
lembrar que 10% dos ouvintes da Rádio não são evangélicos.

RADIOS COMUNITÁRIAS

Funcionam na Cidade do Aço, nos dias atuais, as chamadas “Rádios Comunitári-


as” em sua maioria, ainda, não regularizada. O quadro pode ser assim apresentado:
Ativa FM - 105,9 - Retiro
Betel FM - 104,9
Certa Sul FM - 90,7 - Retiro
Cidadania - 102,5 – Aristóteles (Toti) e Liio - Aterrado
Comunidade FM - 94,7
Criativa FM - 100,3 - Água Limpa
Cultura 100 Prefixo - 100.19 – Rogério - Colégio CEM - Limoeiro
FM 97,7 (Música)
FM Volta Redonda - 106,5 - Aterrado
Gospel FM - 105,3
Integração FM - 106,9 - Dom Bosco
Kerigma - 97,9
Mix FM - 95,3
Nova Dimensão - 92,9 - Vila Mury
Nova Unção Graça e Paz FM - Siderlândia
Regional FM - 107,9
Renascer FM - 92,1 - Stº Agostinho
Resgate FM - 93.5
Sinfonia FM - 99.7

Sintonia FM - 107.5
Stereo Vale FM - 106,1 (VR e BM)

Studio Black FM - 98,5 - Aterrado


Vida FM - 91,5

Vida e Paz - 90,1 - Açude

Alkindar Costa
425
RÁDIOS DE BARRA MANSA

Existe uma influência direta de emissoras de Barra Mansa na vida política, econô-
mica, social, esportiva e cultural da Cidade de Volta Redonda, altamente positiva ao cres-
cimento local.
Dada a proximidade entre as cidades de Volta Redonda e Barra Mansa, existe a
possibilidade de tal convivência, com troca de experiências, objetivando o bem comum.
O Sistema Sul Fluminense de Comunicação, englobando rádios e televisão,
“começou em 1972 quando um jovem grupo de empresários de Barra Mansa, tendo a
frente o advogado Feres Nader, adquiriu o controle acionário da Rádio Sul Fluminense/
AM. O arrojo, a vocação para o pioneirismo, a filosofia de reaplicar na própria região os
resultados das atividades empresariais e, ainda, a análise das boas perspectivas de
desenvolvimento do país diante das medidas anunciadas pelo governo brasileiro da época,
foram os argumentos utilizados por Feres Nader para investir na mídia eletrônica. Em
pouco tempo o Sistema Sul Fluminense de Comunicação tomou corpo transformando a
região sul fluminense, na década de 70, na capital da radiodifusão do interior do Brasil.”
Feres Nader fez prosperar a semente do Sistema Sul Fluminense de Comunicação
cuja existência está permanentemente marcada por empreendimentos pioneiros e pela
implantação dos alicerces que hoje consagram o sul fluminense como o mais importante
pólo de radiodifusão do interior do estado e um dos mais importantes do Brasil.
O controle acionário da TV Sul Fluminense foi transferido, em 09 de janeiro de 2004,
para o Grupo da Editora Três, que publica, entre outras revistas, a Istoé, sob o comando
do empresário Domingo Cecílio Alzugaray.
As emissoras de rádio que compõem o Sistema Ful Fluminense de Comunicação
são:
RÁDIO SUL FLUMINENSE/AM/1390KHZ
RÁDIO SUL FLUMINENSE / FM / 96.1MHZ
RÁDIO SOCIEDADE / FM / 104.1MHZ
RÁDIO CIDADE DO AÇO / FM / 103.3MHZ
RÁDIO CENTRO-SUL / FM / 105.5MHZ
RÁDIO CALIFÓRNIA/FM/99.3MHZ
RÁDIO SUL FLUMINENSE/AM

RÁDIO DO COMÉRCIO AM
A Rádio Comércio AM localizada no Centro de Barra Mansa, complementa o
processo de comunicação atuando no mercado há mais de 30 anos, atingindo com sua
programação grande parte de Estado do Rio de Janeiro.

426 Volta Redonda Ontem e Hoje


IMPRENSA TELEVISADA
ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Desde a implantação de duas estações de TV na cidade do Rio de Janeiro (TV-


Tupy e TV-Rio ),veio o Clube dos Funcionários da CSN se interessando pela solução do
problema de recepção dos sinais pela população da comunidade voltarredondense.
Os primeiros esforços datam de 1954, após a publicação do Decreto nº 31.835 de
21 de novembro de 1952, que regulamentou o serviço de radiotransmissão de televisão
no Brasil, e distribuiu pelas diversas regiões do País os canais de V.H.F.
Em razão de tal decreto coube à região de Volta Redonda e Barra Mansa o Canal 8.
O Clube procurou interessar a CSN no assunto, e a Empresa, mediante requeri-
mento dirigido ao Ministério da Viação e Obras Públicas, a quem estava subordinada, na
época, a Comissão Técnica de Rádio, obteve reserva do citado canal, para aqui instalar
uma estação de televisão com a potência de 1,0 Kw.
Havia a exigência para funcionamento normal, que tal estação deveria dar origem a
programas locais ou servir de retransmissora dos sinais de outra.
As estações localizadas no Rio foram procuradas por representantes do Clube dos
Funcionários da CSN, objetivando a retransmissão de seus programas. O resultado não
foi muito agradável, por parte da TV-Tupy que alegando estar em montagem, nas monta-
nhas de Itatiaia, um equipamento de sua propriedade e que deveria cobrir todo o Vale do
Paraíba, se declarou não interessada.
Havia o interesse na exploração do canal 8, em convênio com a CSN, fato que levou
a comprometer-se a por em funcionamento, em prazo muito curto, como solução de
emergência, uma estação satélite operando na faixa de U.H.F., até solução definitiva que
seria dada com a entrada em operação do canal 8.
A Philco demonstrava-se interessada em fornecer o equipamento para o canal 8,
por sua própria conta mediante garantia de venda a ser dada pela CSN, de cêrca de 2.000
aparelhos. Tal garantia nunca chegou a ser concretizada e o canal 8 não foi instalado,
dada a dificuldade de recepção das transmissões em UHF e à falta de receptores comer-
ciais devidamente adaptados.
Ludovico Leonardo Mollica, conhecido comercialmente em Volta Redonda, mante-
ve entendimentos com possíveis fornecedores de equipamentos que permitissem a
retransmissão de sinais de vídeo originários do Rio de Janeiro, e que já podiam ser adap-
tados, com boa qualidade, nos morros que circulam a cidade de Volta Redonda.
O Clube dos Funcionários se preocupava, também, em conseguir recursos para a
construção de sua sede social.
Nas dependências do Restaurante dos Engenheiros (RE), a partir de dezembro de
1958, foi organizada uma vitrine onde as firmas interessadas expunham os seus produ-
tos.
Organizou o Clube, um reembolsável onde as firmas que vendiam a crédito na
cidade, podiam colocar os seus produtos, conseguindo que os valores fossem desconta-
dos em folha de pagamento da CSN, em código do FUNCIONÁRIOS.
Em uma tarde, na sede provisória referida, Moacyr Thevenet Amaral, Guilherme
Anderson de Queiroz, José Guilherme Rocha e Jarbas Vany conversam, quando surgiu

Alkindar Costa
427
uma senhora que identificando-se como da Casa Neno, do Rio de Janeiro procurava por
José Guilherme, tentando estabelecer a venda de eletro domésticos dentro do programa
do reembolsável do Clube.
Tal senhora era considerada uma boa companheira de conversa e bebida, e o en-
contro se prolongou por longo tempo até que ela perguntou porque o Clube não cuidava
da venda de aparelhos de televisão, sendo informada que as condições na cidade eram
desfavoráveis.
Foi neste ponto que a novidade aparece sendo feita a seguinte proposta: “ vocês
vendem 500 aparelhos de televisão e eu garanto uma torre na cidade, acabando com as
situação desfavorável de transmissão “.
A proposta foi imediatamente aceita e já no dia seguinte o Clube recebia o docu-
mento oficial onde a Max Wolfson e Robertson Schimitz, respectivamente fabricante e
representantes dos televisores Emerson, se comprometiam a instalar em Volta Redonda
dois repetidores, uma para a TV-Tupy e outra para a TV-Rio, doando-os ao Clube dos
Funcionários e este, em troca se comprometeria a obter a permissão dos concessioná-
rios dos canais 2, 6, 13 do Rio de Janeiro para a retransmissão de seus programas, e
além disso, facilitaria através do desconto em folha a aquisição de televisores pelos com-
ponentes do quadro social do Clube.
Contando com a colaboração do Major Geraldo Magela Pires de Mello, então diretor
da CSN, o Clube manteve contato com o Embaixador Francisco Chateubriand Bandeira
de Melo, proprietário das Emissoras Associadas, através do ofício CSN/286/05.031 de
155.1958, e dele obteve autorização, primeiro verbal e posteriormente por escrito, para
retransmitir os programas da TV-Tupy.
Por intermédio do Prefeito de Volta Redonda – Sávio Cotta de Almeida Gama, que
apresentou representantes do Clube dos Funcionários da CSN ao Sr. João Batista do
Amaral – Presidente da TV-Rio, entendimentos foram iniciados, a exemplo do que havia
acontecido com a TV-Tupy.
No dia 15 de agosto de 1958 retornou a Volta Redonda, o Presidente da TV-Rio,
acompanhado de seu filho e Diretor da Emissora, de dois técnicos e do indispensável
equipamento para a medida da intensidade de campo. Após dois dias em que Newton
Coimbra de Bittencourt Cotrim, Guilherme Anderson de Queiroz e José Guilherme Ro-
cha, passaram escalando morros, foram confirmados os estudos já feitos pelo presiden-
te do Clube, destacando que não só a cota de 515 era a que apresentava o melhor sinal
como também o seu valor medido, ratificou o valor teórico e o ponto selecionado pelo
clube em 1952, estava absolutamente certo e em “ linha de vista” com Sumaré. Adquirido
o terreno, foi ainda o Clube que teve que providenciar a instalação de luz para que pudes-
sem operar os equipamentos.
A Emerson procedeu a montagem dos repetidores e em 29 de agosto de 1958 a
TV-Rio entrevistou o General Edmundo de Macedo Soares e Silva – Presidente da CSN,
o engº Newton Coimbra de Bittencourt Cotrim – Presidente do Clube dos Funcionários da
CSN e Sávio Cotta de Almeida Gama – Prefeito Municipal de Volta Redonda, sendo as
entrevistas acompanhadas pelos telespectadores da Cidade do Aço, através do Canal
70. Sempre que acontecia alguma coisa durante as transmissões, era solicitada a pre-
sença dos técnicos e haviam sempre, como natural, um intervalo de tempo entre a solici-
tação e o atendimento, e a população ficava nesse período sem televisão.
O Clube foi aos poucos assumindo os encargos, sem ter uma retribuição financei-

428 ra, fosse ela do comércio, da CSN ou de outras empresas da região. Mais tarde, com o

Volta Redonda Ontem e Hoje


advento de novas estações de TV no Rio de Janeiro, tornou-se necessária a aquisição de
novos amplificadores para os canais 9 e 2. Na ocasião verificou-se a colaboração
espontânea da Companhia Estanífera do Brasil S.A. na pessoa de Sérgio Pinho Braga e
de Forjas Nacionais S.ª, por intermédio do engº Arnaldo Corrêa.
O terreno que na época foi escolhido para a localização da torre de transmissão em
Volta Redonda, era compreendido por área de nº 34 e de outra pequena desmembrada
daquela de nº 32, componentes do loteamento denominado Rancho Alegre, sendo a pri-
meira de 10.370,00 m2 , e a segunda com 960,00 m2, de propriedade do Dr. João Paulo
Pio de Abreu e sua mulher Dª Dagmar Veiga Pio de Abreu e o preço fixado foi de Cr$
100.000,00 – Cem mil cruzeiros sendo a escritura lavrada no Cartório Allan Cruz, livro –
16, Fls. 146-V, em 19 de janeiro de 1959. A instalação do Canal 8 em Volta Redonda, cuja
reserva havia sido requerida pela CSN, caducou.
A TV-Rio vendo o desinteresse manifestado pela CSN, endereçou pedido ao Minis-
tério de Viação e de Obras Públicas, conseguindo para si o direito. O Canal 8 passou ao
domínio da Rádio Rio Ltda., (TV-Rio Canal 13 ).
Em setembro de 1963, o Clube dos Funcionários da CSN recebia documento da
Rádio Rio ltda., informando em atendimento a consulta feita pelo Clube, que havia a pos-
sibilidade de um estúdio de televisão em Volta Redonda, no prazo de 120 dias a partir da
data do recebimento da Importância de Cr$ 5.000.000.,00 pagos adiantadamente.
Em 04 de fevereiro de 1964, os entendimentos se renovam, tendo em destaque de
transmissão:
A) TV Volta Redonda;
B) TV Volta Redonda, em rede com a TV-Guaratinguetá, com o que teria asse-
gurada a audiência de todo o Vale Paraíba;
C) Formação de rede que abrangeria todo o Estado do Rio de Janeiro, acres-
centando a TV-Campos e a TV-Nova Friburgo;
D) Formação de rede com a TV-Juiz de Fora e a TV_Lafaiete a fim de alcançar
os núcleos da Companhia Siderúrgica Nacional no Estado de Minas Gerais;
E) Em casos excepcionais, quando se tratasse de um problema de interesse
nacional, poder-se-ia formar a rede de todos os sistemas da Rádio Rio ltda.
Inclusive TV-Rio, TV-Belo Horizonte e, em video-tape, a TV-Brasília.
O assunto foi remetido pelo Presidente do Clube, em 21 de fevereiro de 1964
(Oficio 241/05.031), ao Sr. Diretor Secretário da CSN – Wandir de Carvalho. Evidente
está que tudo ficou em planos, já que o referido Canal 8 nos dias atuais é utilizado por
Barra Mansa, na TV-Sul Fluminense.
O Conselho Nacional de Telecomunicações – CONTEL baixou em 1967 decreto
fixando que nenhuma entidade particular poderia explorar ou cuidar de torre de
retransmissão para televisão, e sim as Prefeituras Municipais.
Em 29 de agosto de 1967, o Clube mantinha contato com o Sr. Prefeito Municipal –
Sávio Cotta de Almeida Gama – ( Ofício 578/05.031 ) dando prosseguimento aos entendi-
mentos mantidos com o representante municipal, engº Breno de Castro, informando as
providências que dependiam da Prefeitura para a solução definitiva das retrasmissões de
televisão em Volta Redonda.
Em 14 de novembro de 1967, pela Mensagem nº 46, o Sr. Prefeito apresentava
projeto que estabelecia a “ ENCAMPAÇÃO DOS SERVIÇOS DE RETRANSMISSÃO DE
Alkindar Costa
429
SINAIS DE TV EM VOLTA REDONDA” e que se transformou na Deliberação nº 885 de 22
de novembro de 1967.
O requerido, conforme exposição do próprio Prefeito na citada Mensagem 46, teve
origem na proposição do vereador Jorge Pantaleão Alves. Em 17 de julho de 1968, a
Prefeitura Municipal inaugurava o sistema de retransmissão de sinais de TV, utilizando
aparelhos conversores, ficando assim distribuídos os canais, respectivamente: Canal 2
no Canal 65 do Conversor, 4=61; 6=67 e 13=80.
Em 10 de dezembro de 1968 a Assembléia Geral de Proprietários do Clube dos
Funcionários da CSN, autorizou a Diretoria a cuidar da venda definitiva da estação de
retransmissão de TV e respectivo terreno para o município de Volta Redonda, através do
poder constituído.
Estava assim, encerrada a participação do Clube dos Funcionários da CSN em,
mais uma luta comunitária, e em mais um serviço público prestado ao município de Volta
Redonda.
Em 02 de maio de 1974, em razão do projeto anexo a Mensagem nº 10, de abril do
mesmo ano, aprovado pela Câmara Municipal, foi sancionada a Lei Municipal nº 1246 que
criava o serviço de restransmissão de televisão, em atendimento ao disposto no Decreto
Federal 52.795 de 31 de outubro de 1963.
Finalmente, falar-se em televisão em Volta Redonda sem fazer um destaque, re-
presenta uma injustiça e uma historia contada com parcialidade.
Se por um lado existe a
participação efetiva do Clube dos
Funcionários, não se pode esquecer do
outro lado, onde se encontra a figura
pioneira de Evandro Bastos Motta e
Silva, que superando todas as
A torre de
retransmissão no
dificuldades existentes na fase de
Bairro Retiro implantação dos serviços, apresentou
Acervo Alkindar Costa sempre o melhor, levando-o a uma
permanência de vários anos como
principal responsável.
Uma figura tornou-se conhecida
na cidade, na torre de retransmissão
do Retiro, em razão de um atendimento
marcante junto à comunidade da Cida-
de do Aço. Trata-se de Jorge Antônio
da Costa “O VERMELHO” e que, fale-
cendo, foi homenageado pelo prefeito
Marino Clinger, que deu o seu nome a
torre em que trabalhava, pelo Decreto
2.369 de 01/10/1986.
Muito embora localizada na Cida-
de de Barra Mansa a TV SUL
FLUMINENSE, empresa do Sistema
Sul Fluminense de Comunicações, da
Organização Feres Nader, canal 8,

430 completa o sistema no campo

Volta Redonda Ontem e Hoje


destinado à Imprensa. Trata-se da emissora pioneira no Sul do Estado do Rio de Janeiro,
na retransmissão de sinais de TV, com programa próprio e da Rede Bandeirantes de
Televisão. Foi ao ar pela primeira vez no dia 25 de julho de 1978. É a emissora de sinal
aberto que destina maior espaço de tempo para a programação local, criando oportunidades
de trabalho para os profissionais da região. Há cerca de cinco anos, 1999, mais uma vez
como pioneira em relação às demais emissoras de televisão do interior do país, a TV SUL
FLUMINENSE passou a gerar através do satélite Brasil Sat III, disponibilizando os sinais
da sua programação em todo território nacional e também em outros países como
Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Venezuela.
A primeira transmissão de televisão, ao vivo, feita em Barra Mansa, foi o desfile
cívico na Avenida Joaquim Leite, comemorativo do aniversário da cidade em 3 de outubro
de 1982. E em Volta Redonda, o Show de Gonzaguinha, na Praça Brasil, comemorativo
do aniversário da cidade, em 17 de julho de 1983.

TV RIO SUL

A TV Rio Sul em 2002, anuncia uma atividade de 13 anos, acompanhando o cresci-


mento do Sul do Estado do Rio de Janeiro. O início de suas transmissões aconteceu em
01/12/1990, sábado, às 06:15:08h com a denominação de Televisão Vale do Paraíba.
O primeiro programa local foi o Flash Notícias, que entrava com uma vinheta e em
seguida as notícias locais, seguindo-se o RJTV 2ª Edição (notícias locais), Rio Sul Deba-
te, exibido aos sábados e Rio Sul Cidade (flash ao vivo com notícias locais), hoje denomi-
nado Rio Sul Revista.

Sede da TV Rio Sul em


Volta Redonda no
bairro Bela Vista.
Foto Digital: Jader Costa

Alkindar Costa
431
Sua primeira sede, na cidade de Resende-RJ, localizava-se na Rua Luiz Pistarini,
30, 4º andar, no bairrro Campos Elísios. A sede atual, localizada na rua Francisco Tavares
Resende, 466 no Jardim Brasília, também em Resende, foi inaugurada em 03/09/1999.
O início das atividades na Cidade do Aço, aconteceu em 1990, com o estabelecimento
de visitas de contatos comerciais, motivando o estabelecimento de um escritório de
negócios funcionando na rua 44. A sede própria só veio surgir em 1998 funcionando na
rua 17A, 370, no bairro Bela Vista, em uma área de 800 m2, com modernas instalações
que conta com um estúdio para a transmissão de programas na Cidade do Aço, com
destaque ao RJTV 1ª Edição (jornalismo local). A atuação do Carro Link, amplia a atuação
do estúdio do escritório regional, permitindo a cobertura de eventos regionais ao vivo, nas
áreas de Resende, Quatis, Itatiaia, Barra Mansa e Volta Redonda. A diretoria comercial da
emissora, desde sua fundação está ao comando de Robero Diniz, e seu Diretor presidente
é Arnaldo Cesar Coelho.
As transmissões da TV Rio Sul - afiliada da REDE GLOBO, atingem as cidades de
Sapucaia, Três Rios, Levi Gasparian, Paraíba do Sul, Rio das Flores, Valença, Paty do
Alferes, Miguel Pereira, Vassouras, Engº Paulo de Frontim, Barra do Piraí, Mendes,
Paracambi, Volta Redonda, Barra Mansa, Piraí, Rio Claro, Angra dos Reis, Parati, Resende,
Itatiaia, Porto Real e Quatis.

TV VOLTA REDONDA transmitida pela torre de televisão local.


A TVR - TV Volta Redonda, administrada pela Prefeitura Municipal, foi um sonho que
não teve prosseguimento regular, devido a diversas dificuldades técnicas. Dentre os
profissionais envolvidos, destaca-se a participação da jornalista Giovana Damasceno ...
As transmissões foram feitas da torre de Televisão no bairro Retiro até o ano de
2002, com sua programação complementada pela Televisão Cultura - SP. O assunto
não foi considerado encerrado pela Administração Pública Municipal, levando-se a crer
que técnicas mais avançadas permitirão que Volta Redonda tenha o seu canal de televisão
aberta, a exemplo de outros municípios do Estado do Rio de Janeiro. Em 2004 a torre de
televisão em Volta Redonda ainda retransmite o sinal da TV Cultura - SP.

TV POR ASSINATURA NET CHEGA EM VOLTA REDONDA.

Com implantação do serviço de TV por assinatura via cabos, a Televisão Cidade,


operando sob a bandeira NET atende em Volta Redonda cerca de 10.000 assinantes,
levando uma programação variada para suas casas, incluindo aí o CANAL LOCAL NET -
36, o primeiro Canal Local numa TV por Assinatura, com uma proposta inovadora, trazendo
para a cidade do Aço as possibilidades de geração de programas produzidos integralmente
em nossa cidade, por profissionais locais, desenvolvendo uma nova atividade comercial
na área televisiva e informação regionalizada.
Dentre os programas produzidos localmente para exibição no Canal 36, destacam-
se os programas produzidos pela MAC PRODUÇÕES: 36 Entrevista, apresentado por
Lolla Tardem; Aproveite o dia com Dilma Carvalho, apresentado pela artista plástica Dilma
Carvalho e Turismo Digital, apresentado por Gustavo França.

432 Volta Redonda Ontem e Hoje


REDE SINDICAL

O principal órgão de classe instalado na localidade de Volta Redonda, foi o Sindica-


to dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de
Barra Mansa, fundado em 02 de fevereiro de 1945. Sua primeira sede era um vistoso
prédio de 02 andares, com sacadas, com frente para a atual Avenida Amaral Peixoto,
centro do comércio local nos primórdios da cidade.
A rede sindical na cidade do Aço atende ao desenvolvimento implantado, respon-
dendo plenamente aos apelos dos trabalhadores.

SINDICATO DOS EMPREGADORES

• Sindicato de Administração de Imóveis


• Sindicato do Comércio Varejistas e Derivados de Petróleo do RJ
• Sindicato do Comércio Varejista de Volta Redonda
• Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de BM
• Sindicato dos Estabelecimentos Bancários do Sul Fluminense
• Sindicato das Indústrias da Construção e Mobiliário VR
• Sindicato das Indústrias Gráficas Volta Redonda
• Sindicato das Transportadoras de Valores na Região Sul Fluminense

SINDICATOS DOS EMPREGADOS

• Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do RJ/ES


• Sindicato dos Condutores Aut. Veic. Rodoviários VR/BM
• Sindicato dos Empregados Desenhistas
• Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de
Volta Redonda
• Sindicato dos Empregados em Est. de Serviços de Saúde do Sul Fluminense
• Sindicato dos Empregados em Hotéis, Bares e Restaurantes
• Sindicato dos Empregados Empresas Seguros e Vigilância
• Sindicato dos Empregados no Comércio de Volta Redonda
• Sindicato dos Funcionários Públicos de Volta Redonda
• Sindicato dos Professores de Volta Redonda
• Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil
• Sindicato dos Trabalhadores na Ind. Construção e Mobiliário B.M. e V.R.

Alkindar Costa
433
• Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de V. Redonda
• Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e
Material de Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí
• Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas RJ
• Sindicato dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários de BM

LIBERAIS

• Sindicato dos Contabilistas de Volta Redonda


• Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda
• Sindicato dos Médicos de Volta Redonda

ASSOCIAÇÕES DE MORADORES EM VOLTA REDONDA

O desenvolvimento comunitário passou a exigir que os habitantes da Cidade se


organizassem, objetivando disciplinar os recursos e as melhorias de cada área da popu-
lação, distribuída pelos bairros.
Surgiram, então, os Centros Pró-Melhoramentos que atuaram, até mesmo coerci-
tivamente junto ao Poder Público, logrando êxito nas medidas indispensáveis.
Com o passar dos tempos, a maioria dos Centros Pró-Melhoramentos foi diluída
entre falta de interesse e até mesmo brigas políticas, sendo poucas as comunidades que
conseguiram ultrapassar os obstáculos. Posteriormente, reformulada a idéia, surgiram
as Associações de Moradores, nova etapa na busca do progresso e das soluções dos
problemas que cada bairro da cidade estavam a registrar.
A proliferação das Associações de Moradores passou a exigir uma coordenação,
fazendo surgir um conselho, fruto do 1º Congresso Municipal, realizado aos 31 dias do
mês de março de 1984, 20 anos depois da Revolução, sob a coordenação de Jacy Coimbra
de Menezes, figura de destaque dos encontros comunitários e Secretário Geral do Con-
gresso.
Com eles estavam Mário da Silva Soares, Maurílio Altines de França e Lucas Dias
dos Santos. O Poder Político se fazia representar pelo Presidente da Câmara Municipal,
vereador José Domingos de Macedo; Dr. Roberto Victor Pires, Deputado Estadual e o
Prefeito Benevenuto dos Santos Netto.
A Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (FAMERJ)
se configurava nas pessoas de Mário Rodrigues da Silva e Antônio Ivo de Carvalho.
Cento e sete participantes estavam presentes, dos quais 87 foram delegados das
21 Associações de Moradores de Volta Redonda, compondo as comissões de Abasteci-
mento, Saúde, Saneamento Básico e Meio-Ambiente, Educação, Esporte e Lazer, Habi-
tação, Transporte Coletivo e Segurança e Comunicação Social.

434 Volta Redonda Ontem e Hoje


Os trabalhos foram presididos por Levi Moreira de Freitas, respondendo, também,
pela Presidência da Comissão Organizadora, formada, ainda, por Berlindo Francisco de
Mello (1º Secretário), Ronaldo dos Reis Ferraz (2º Secretário), Francisco Alencar (repre-
sentante da FAMERJ) e o Sr. Maurílio Altines de França (diretor do Conam).
Aos vinte e cinco dias do mês de agosto de 1985, foi eleita a primeira Diretoria do
CONAM-VR e que ficou assim constituída:

Presidente ................................................. Jorge Porto Carreiro Ramires - AMAVILA


1º Vice-Presidente .................................... Renato Teixeira Dias - AMAVIR
2º Vice-Presidente .................................... Manuel Antônio Amaral - AMTP
1º Secretário ............................................. Ronaldo dos Reis Ferraz - UNAFASI
2º Secretário ............................................. Álvaro Ferreira Neto - AMARE
1º Tesoureiro ............................................. Elizabeth Martins Aristeu - Vila Brasília
2º Tesoureiro ............................................. Mª Matilde Rodrigues Amaral Ferreira - AMTP
Diretor do Deptº de Esp./Lazer .................. Carlos Raymond Klinger - Açude II
Diretor de Imprensa e Divulgação ............. Sebastião José dos Santos - UNAREM
Diretor do Deptº Feminino ........................ Vera Regina do Carmo Mendonça - Vila Mury
Diretor do Deptº Jurídico ........................... Geraldo Carvalho Giffoni - AMAVILA
Diretor Vogal ............................................. Augusto José Ferreira - AMACC
.................................................................. Gilberto Dias Sá - Vila Brasília
.................................................................. Ilton Mateus do Carmo - AMANTOR
Conselho Fiscal ......................................... Márcio José da Silva
.................................................................. João Elvécio de Carvalho
.................................................................. Altair Barbert Cristino
Suplentes .................................................. Francisco de Paula Reis
.................................................................. Albileo Giovanetti

Nos dias atuais, Associações de Moradores exercem suas atividades pela Cidade
de Volta Redonda, assim distribuídas:

Setor 1

01. Associação de Moradores “Ilha Parque”


02. Associação de Moradores “Jd. Das Américas”
03. Associação de Moradores “Parque das Ilhas”
04. Associação de Moradores “Santo Agostinho”
05. Associação de Moradores “Vila Americana”.
06. Associação de Moradores “Volta Grande”.
07. Associação de Moradores “Volta Grande II”

Alkindar Costa
435
Setor 2
01. Associação de Moradores “Brasilândia”
02. Associação de Moradores “Caieira”
03. Associação de Moradores “Cailândia”
04. Associação de Moradores “Candelária”
05. Associação de Moradores “Dom Bosco”.
06. Associação de Moradores “Nova São Luiz”
07. Associação de Moradores “Pinto da Serra”
08. Associação de Moradores “São Luiz”
09. Associação de Moradores “São Sebastião”

Setor 3
01. Associação de Moradores “Água Limpa”
02. Associação de Moradores “Nova Primavera”
03. Associação de Moradores “Pedreira”
04. Associação de Moradores “Três Poços”
05. Associação de Moradores “Vila Rica 3” ..

Setor 4
01. Associação de Moradores “Casa de Pedra”
02. Associação de Moradores “Cidade Nova” .
03. Associação de Moradores “Jardim Belvedere”
04. Associação de Moradores “Jardim Esperança”
05. Associação de Moradores “Jardim Tiradentes”
06. Associação de Moradores “Jardim Vila Rica”
07. Associação de Moradores “Rio das Flores”
08. Associação de Moradores “Roma I”
09. Associação de Moradores “Roma II”
10. Associação de Moradores “Siderópolis”
11. Associação de Moradores “Vila Rica 4”
12. Associação de Moradores “Village Sul”
13. Associação de Moradores “Vista Verde”

436 Volta Redonda Ontem e Hoje


Setor 5
01. Associação de Moradores “Bela Vista”
02. Associação de Moradores “Jardim Amália”
03. Associação de Moradores “Jardim Normândia”
04. Associação de Moradores “Laranjal”
05. Associação de Moradores “Monte Castelo”
06. Associação de Moradores “São Geraldo”
07. Associação de Moradores “São João”
08. Associação de Moradores “Sessenta”
09. Associação de Moradores “Vila Sta. Cecília”

Setor 6
01. Associação de Moradores “207”
02. Associação de Moradores “Eucaliptal”
03. Associação de Moradores “Minerlândia”
04. Associação de Moradores “Santa Inês”
05. Associação de Moradores “São Carlos”
06. Associação de Moradores “São Cristóvão”
07. Associação de Moradores “São Lucas”

Setor 7
01. Associação de Moradores “Conforto”
02. Associação de Moradores “249”
03. Associação de Moradores “Jardim Europa”
04. Associação de Moradores “Jardim Ponte Alta”
05. Associação de Moradores “Jardim Suiça”
06. Associação de Moradores “Ponte Alta”
07. Associação de Moradores “Rústico”
08. Associação de Moradores “Siderville”

Setor 8
01. Associação de Moradores “Belo Horizonte”
02. Associação de Moradores “Coqueiros”
03. Associação de Moradores “Mariana Torres”
04. Associação de Moradores “Nova Esperança”

Alkindar Costa
437
05. Associação de Moradores “Verde Vale”
06. Associação de Moradores “Vila Brasília”

Setor 9
01. Associação de Moradores “Açude IV”
02. Associação de Moradores “Açude”
03. Associação de Moradores “Belmonte”
04. Associação de Moradores “Jardim Belmonte”
05. Associação de Moradores “Padre Jósimo Tavares”
06. Associação de Moradores “Siderlândia”
07. Associação de Moradores “Sta. Rita de Cássia”
08. Associação de Moradores “União Retiro”
Setor 10
01. Associação de Moradores “Eldorado”
02. Associação de Moradores “Jardim Cidade do Aço”
03. Associação de Moradores “Jardim Primavera”
04. Associação de Moradores “Retiro”
01. Associação de Moradores “Vila Mury”

Setor 11
01. Associação de Moradores “Aero Clube”
02. Associação de Moradores “Aterrado”
03. Associação de Moradores “Barreira Cravo”
04. Associação de Moradores “Jardim Paraíba”
05. Associação de Moradores “N. Sra. Das Graças”
06. Associação de Moradores “Niterói”
07. Associação de Moradores “Voldac”

Setor 12
01. Associação de Moradores “Santa Cruz”
02. Associação de Moradores “Santa Cruz II”
03. Associação de Moradores “Sta. Rita do Zarur”

Foi fundada e funciona na cidade a Federação das Associações de Moradores.

438 Volta Redonda Ontem e Hoje


OS PRIMÓRDIOS ESPORTIVOS

Não fosse o trabalho de pesquisa realizado pelo jornalista e historiador J.B. de


Athayde e o seu esforço constante, durante todo o tempo em que viveu, para recolher
dados e restabelecer fatos, muito difícil seria falar dos primeiros passos do esporte em
terras de Volta Redonda.
A melhor maneira de homenagear o inesquecível Athayde é reproduzir suas obser-
vações, constantes do livro “VOLTA REDONDA - CIDADE DO AÇO”, página 60, onde
destaca:
“As primeiras atividades desportivas em Volta Redonda remontam a
1926, quando Walter Thiers, Álvaro Goulart, Sebastião Guimarães e
Plácio Cunha Batista, entre outros, fundaram, a 30 de junho desse ano,
o Volta Redonda Foot Ball Clube. Todavia, só tomaria notável incremen-
to, depois de 1942. Nesta fase, animaram os esportes locais, entre ou-
tros, o Coronel Otávio da Costa Monteiro, Engº Alberto do Amaral
Ozório, José Balbino, Sargento Virgílio de Andrade, José Laporte, Bianor
Lafaiete, Moroti Pereira, Juvenil Silva, Hipólito Moreira, Hermiton da
Silveira Moura, Antônio Sabino Pinto, Esmero Augusto, Cap. Dante Vilela,
Engº Alberto Rondon, Creso Paiva, Adriano Serra, Herman Pfáu, Hélio
Álvares, Dorival Knippel (Yustrich), Sebastião Kohler e João Marques
da Fonseca. É por essa época que surge a A.S.E.A. (Associação Side-
rúrgica de Esportes e Atletismo) que deu lugar, em 1945, à atual Liga
Desportiva de Volta Redonda”.

A Associação Siderúrgica de Esportes e Atletismo representava o desenvolvimento


esportivo dentro da própria Usina, com a participação, entre outros, dos esquadrões do
Gasômetro, Alto Forno, Central de Ferro, Vila Operária e DAU-Transportes.
O Clube dos Funcionários da CSN, foi o primeiro Clube Social Esportivo a ser
criado em Volta Redonda (19.02.1942) seguindo-se a criação do Umuarama em 24.06.1942
e Aero Clube de Volta Redonda em 01.04.1943.
O Clube dos Funcionários da CSN se inscreveu na Liga de Desportos de Barra
Mansa, comprou uniforme e fazia uma seleção entre as equipes da localidade, tendo
como técnico Dorival Knippel, o conhecido Yustrich.
Os dirigentes de Clubes de Departamentos começaram a se insurgir contra a ASEA,
destacando-se entre os principais opositores, o Engº Rondon (presidente de um dos
Clubes da Usina), Hipólito Moreira e Hélio Maurey.
Em razão do movimento, um fato inédito foi registrado, visto que a Cidade de Barra
Mansa, passou a contar com duas ligas desportivas, uma na sede e outra no 8º distrito
(Volta Redonda).
Em 03 de maio de 1945, no Escritório DOM, reuniu-se o Conselho Deliberativo da
ASEA, com o fim específico de discutir o aprovar os Estatutos da LDVR que substituiria a
Associação.

Alkindar Costa
439
A FUNDAÇÃO DA LDVR

A Liga de Desportos de Volta Redonda - LDVR - foi criada pela Deliberação nº 44/
45, de 19.07.1945, do Conselho Nacional de Desportos, publicada no Diário Oficial de
31.07.1945 e que tem a seguinte redação:

“Declara a existência da Liga de Desportos de Volta Redonda como


entidade de direção desportiva da referida localidade.”

O CONSELHO NACIONAL DE DESPORTOS.


Considerando que é de sua competência promover medidas que tor-
nem os desportos cada vez mais um eficiente processo de educação
física e espiritual da juventude e uma alta expressão da cultura e da
energia nacionais, bem como incentiva, por todos os meios o desen-
volvimento do amadorismo, como prática de desportos educativa por
excelência (alínea a e b do art. 3º do Decreto-Lei nº 3.199, de 14 de abril
de 1941);
Considerando que a utilidade social dos desportos se exprime, de modo
preponderante, nos centros de mais intensa atividade de trabalho;
Considerando que o relevo dessa utilidade vem justificando sucessi-
vos atos, praticados no desempenho da função orientadora que a lei
lhe atribui, através dos quais já reconheceram como forma de destacar
o potencial dos centros desportivos, a densidade do movimento aplica-
do em benefício dos trabalhadores fabris (item XVII, do número 12, da
Deliberação nº 20, publicada no Diário Oficial de 7 de janeiro de 1944);
Considerando que esse critério seletivo decorre, também, do cumpri-
mento de ato expedido pela autoridade competente, que recomendou a
difusão e o incentivo dos desportos, entre os operários fabris, reunin-
do-os em associações e proporcionando-lhes, com auxílio dos empre-
gadores, a prática compatível dos desportos (número 48, da Portaria nº
254, de 1º de outubro de 1941, do Ministro da Educação e Saúde);
Considerando que, dentre os empreendimentos nacionais que têm
favorecido a concentração das forças do trabalho humano, o de Volta
Redonda é reconhecido, por lei, como o de maior vulto (Decreto-lei
nº 4.309, de 18 de maio de 1942);
Considerando que as atividades de trabalho de Volta Redonda
movimentam a cultura e realizam a subsistência de considerável
núcleo de brasileiros, por isso mesmo necessitados de permanente
exercício das energias morais e físicas, que os desportos alimentam;
Considerando que o desporto, sobretudo nos centros de trabalho,
constitui instrumentos de resistência à frouxidão moral e de retempero
que remove os males da fadiga e cultiva a riqueza humana do instinto,
do sentimento e do espírito;
Considerando que a disciplina econômica das realizações de Volta
Redonda justifica a correspondência de idêntica disciplina do movimen-
440 Volta Redonda Ontem e Hoje
to desportivo local, nutrido na prática de inúmeros desportos e na vida
de diferentes associações desportivas, já em funcionamento legal;
Considerando que Volta Redonda, conquanto não se constitua unidade
territorial do Estado do Rio do Rio de Janeiro, é uma unidade econômi-
ca de incontestável saliência e que vive, por isso mesmo, em regime
administrativo de exceção, com serviços públicos autônomos, entre
outros, de política, saúde, trabalho e fazenda;
Considerando que “não pode ser negada a eficiência desportiva de
Volta Redonda” e que a autonomia de seus desportos, dirigidos por
uma liga, constitui “grande passo do Estado do Rio, no terreno
desportivo”, consoante declarações do presidente da Federação
Fluminense de Desportos;
Considerando que a fundação e o reconhecimento de uma Liga de
Desportos constitui aspiração dos desportistas de Volta Redonda;
Considerando que se justifica tanto mais crescentemente o estímulo
ao movimento desportivo dos centros populacionais, quanto mais
resulte da necessidade de ser assegurada à prática do desporto como
forma de restituir às faculdades sensoriais e às energias físicas do
homem a riqueza consumida na realização do trabalho.

D E L I B E R A:

1 - É declarada a existência da Liga de Desporto de Volta Redonda


(L.D.V.R), como entidade de direção desportiva da referida localida-
de.
2 - A.L.D.V.R. filiar-se-á, diretamente, à Federação Fluminense de Des-
portos (F.F.D.) e, indiretamente, às confederações desportivas bra-
sileiras, entidades de direção nacional dos diferentes ramos de des-
portos.
3 - A L.D.V.R. vincular-se-á ao Conselho Nacional de Desportos em de-
corrência da filiação e subordinação referidas no número anterior.
4 - À L.D.V.R. são reconhecidas os direitos e deveres emanados da le-
gislação dos desportos, à qual dará aplicação obrigatória, com ca-
ráter permanente e de continuidade.
5 - A F.F.D. adotará as providências necessárias ao cumprimento desta
Deliberação e ao reconhecimento da L.D.V.R. como entidade de di-
reção local dos desportos de Volta Redonda, de acordo com suas
leis próprias, cumprindo-lhe aprovar o estatuto da mesma entida-
de, nos termos do artigo 26 do Decreto - lei nº 3.199, de 14 de abril
de 1941.

Sala de sessões, em 19 de julho de 1945.


Cumpra-se
João Lyra Filho”

Alkindar Costa
441
O primeiro Circuito
Automobilístico de
Volta Redonda em
11/11/1956. Provas
promovidas pelos
“Diários Associados”,
sob patrocínio do
Automóvel Clube do
Brasil e colaboração
da CSN.

Paulo Monteiro
Mendes dá a
bandeirada de início
de prova para as
30 voltas de um
percurso de 57 Km
na Vila Operária, hoje
Vila Santa Cecília.

Ao fundo a CSN e o
Gasômetro.

Acervo Alkindar Costa

O início do movimento esportivo da Cidade de Volta Redonda está marcado pela


participação do E.C. Acampamento, 19 de abril, Terraplanagem, Alegrete, Vila Operária,
Capichabas, Transporte F.C., Combinado Almoxarifado e outros.
Em 1953 a área desportiva da localidade (ainda distrito da Cidade de Barra Mansa),
era movimentada pelas agremiações A.A. Comercial, A.A. Esportiva da E. Profissional,
A.A. Volta Redonda, Aero Clube de Volta Redonda, Canto do Rio F.C., Círculo Operário
(depois Círculo dos Trabalhadores Cristãos de VR), Clube dos Funcionários da CSN,
Cruzeiro, DAL, DPP, Flamenguinho F.C, Guarani F.C. (fundado em 08.08.1944), Monte
Castelo F.C., Moto Clube de VR, Náutico, Rodoviário A.C., Santa Cecília F.C., Santa Cruz
F.C., Siderúrgico A.C., Sociedade Esportiva Retiro, Umuarama.
Em 12 de abril de 1953 foi inaugurado o Estádio Sylvio Raulino de Oliveira, às 15:00
horas, com a presença do homenageado que dava nome à praça de esportes e contando
com as representações do DAL, DIV, DPH, DSC, DPA, DPS, DPP, DCF, DCT, CSVR,
GMAR, DEP e NEU.
No início dos anos 50, entre as elevações do Hotel Bela Vista e da Igreja Santa
Cecília, na Vila Operária, a Campanhia Siderúrgica Nacional determinou a execução das
obras de construção do Recreio do Trabalhador e que, em planejamento do Engenheiro
A. França dos Anjos, estabelecia Ginásio Esportivo, Ginásio Escolar, Biblioteca, Estádio
de Futebol, quadras de basquetebol, voleybol e tênis, piscinas, pista atlética de corrida e
“play ground”.
Para o estádio foram previstas arquibancadas e concha acústica; piscinas com
arquibancadas e a capacidade do Ginásio Esportivo estabelecida para 4.000 pessoas, na
prática dos jogos de salão, como ping-pong, xadrez, gamão, dama, brilhar “snooker”,
etc...
Na Biblioteca foi previsto: salões de leitura e correspondência, música e teatro, sob

442 coordenação da Chefe do Departamento de Assistência Social, Dª Walda Paixão.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Em 1954, por ocasião das comemorações do 13º aniversário da Empresa e com a
realização do Torneio Triangular de Basquete foi declarado inaugurado o Ginásio do Re-
creio do Trabalhador, ocasião em que participaram equipes de Lafaiete, Rio e Volta Re-
donda.
Rio venceu Lafaiete e no jogo final com Volta Redonda foi registrado um escore de
53 x 28 em favor da anfitriã.
Historicamente registram-se as equipes formadas:
Volta Redonda - Libiano (16 pontos e cestinha da noite); Canuto (8); Goulart
(7); Ávila (6); Luizinho e Machado (5); Rubinho (4) e Moub (2).
Rio - Ivan (11 pontos); Austeclínio (6); Pedro (5); Ayrton (3); Waltair (2), Ser-
rano, Edson, Carlos Augusto e Ney (1).
Em janeiro de 1955 foi inaugurada a piscina Olímpica do Recreio do Trabalhador,
uma das principais áreas esportivas da Cidade, ato atendido pelo presidente da Empre-
sa, Gen. Edmundo de Macedo Soares e Silva.

OS PRESIDENTES DA LDVR

O desenvolvimento esportivo da Cidade, desde 1945, foi coordenado pela Liga de


Desportos de Volta Redonda - L.D.V.R. - que no decorrer dos anos, foi administrada por:

Cargo Nome Posse

1º Presidente ............................................. Engº Alberto Rondon 03/05/1945


Vice-Presidente ......................................... Sr. Antônio Chermont Miranda. 03/05/1945
Vice-Presidente ......................................... Tte. Arthur Adacto P. do Melo Neto 05/07/1945

2º Presidente ............................................. Sr. Antonio Chermont Miranda 21/08/1945


Vice-Presidente ......................................... Tte. Arthur Adacto P. de Melo Neto 21/08/1945

3º Presidente ............................................. Tte. Arthur Adacto P. de Melo Neto 22/11/1945


Vice-Presidente ......................................... Dr. Paulo Monteiro Mendes 22/11/1945

4º Presidente ............................................. Engº Alberto do Amaral Osório 05/02/1947


Vice-Presidente ......................................... Sr. Jorge Rodrigues Vasconcelos 05/02/1947

5º Presidente ............................................. Sr. Jorge Rodrigues Vasconcelos 09/07/1947


Vice-Presidente ......................................... Sr. Hipólyto Moreira Filho 16/07/1947

Alkindar Costa
443
Cargo Nome Posse

6º Presidente ............................................. Sr. Jorge Rodrigues Vasconcelos 04/02/1948


Vice-Presidente ......................................... Sr. José Alexandre Gurgel do Amaral. 04/02/1948

7º Presidente ............................................. Tte. Arthur Adacto P. de Melo Neto 25/02/1949


Vice-Presidente ......................................... Sr. Hipólyto Moreira Filho 25/02/1949

8º Presidente ............................................. Sr. Hélio Maurey 13/04/1949


Vice-Presidente ......................................... Sr. Hipólyto Moreira Filho 13/04/1949

9º Presidente ............................................. Major Armindo Ferreira Villaça 29/03/1950


Vice-Presidente ......................................... Sr. Hipólyto Moreira Filho 29/03/1950

10º Presidente ........................................... Engº Alberto do Amaral Osório 15/02/1951


Vice-Presidente ......................................... Dr. Osório Leme Monteiro 15/02/1950

11º Presidente ........................................... Engº Alberto do Amaral Osório 28/02/1952


Vice-Presidente ......................................... Dr. Osório Leme Monteiro 28/02/1952

12º Presidente ........................................... Engº Alberto do Amaral Osório 13/03/1953


Vice-Presidente ......................................... Dr. Luiz Nogueira Vaz 13/03/1953

13º Presidente ........................................... Cel. Francisco de Azevedo Carvalho 26/02/1954


Vice-Presidente ......................................... Albiléo Giovanetti 26/02/1954

14º Presidente ........................................... Dr. Ferdinando Garcia Pereira 17/02/1955


Vice-Presidente ......................................... Dr. Osório Leme Monteiro 17/02/1955

15º Presidente ........................................... Dr. Ferdinando Garcia Pereira 27/12/1956


Vice-Presidente ......................................... Dr. Osório Leme Monteiro 27/12/1956

16º Presidente ........................................... Sr. Benevenuto dos Santos Netto 23/12/1958


Vice-Presidente ......................................... Sr. Hugo Cleto Duarte 23/12/1958

17º Presidente ........................................... Sr. Benevenuto dos Santos Netto 20/12/1960


Vice-Presidente ......................................... Sr. Leonardo Mollica 20/12/1960

444 Volta Redonda Ontem e Hoje


Prova de Ciclismo na
Rua 33, na então Vila
Operária nos anos 50.
Na esquerda da foto
as instalações do
Centro de Puericultura
da CSN.
Note a quantidade de
árvores na avenida.
Acervo Alkindar Costa

Cargo Nome Posse

18º Presidente ........................................... Dr. Osório Leme Monteiro 27/12/1962


Vice-Presidente ......................................... Dr. Hamilton Periard 27/12/1962

19º Presidente ........................................... Dr. Ferdinando Garcia Pereira 22/12/1964


Vice-Presidente ......................................... Dr. Hamilton Periard 22/12/1964

20º Presidente ........................................... Cel. Celso Zobaran 10/03/1965


Vice-Presidente ......................................... Dr. Hamilton Periard 10/03/1965

21º Presidente ........................................... Accacio Gonçalves Filgueiras Filho 10/03/1967


Vice-Presidente ......................................... Dr. Luiz Gonzaga de Souza Clímaco 10/03/1967

22º Presidente ........................................... Gilson Carraro de Paula 10/03/1969


Vice-Presidente ......................................... Libiano Abbiati 10/03/1969

23º Presidente ........................................... Dr. Guanayr de Souza Horst 15/03/1971


Vice-Presidente ......................................... Dr. Osório Leme Monteiro 15/03/1971

24º Presidente ........................................... Getúlio Albuquerque Guimarães 20/03/1973


Vice-Presidente ......................................... Irlei Lobo 20/03/1973

25º Presidente ........................................... Getúlio Albuquerque Guimarães 15/03/1975


Vice-Presidente ......................................... Irlei Lobo 15/03/1975

Alkindar Costa
445
Cargo Nome Posse

26º Presidente ........................................... Irlei Lobo 20/03/1977


Vice-Presidente ......................................... Ivan Roberto Marques 20/03/1977

27º Presidente ........................................... Irlei Lobo 13/03/1980


Vice-Presidente ......................................... Antonio Dias de Castro 13/03/1980

28º Presidente ........................................... Getúlio Albuquerque Guimarães 16/03/1983


Vice-Presidente ......................................... Antonio Dias de Castro 16/03/1983

29º Presidente ........................................... Firmino Gomes 19/03/1986


Vice-Presidente ......................................... Getúlio Albuquerque Guimarães 19/03/1986

30º Presidente ........................................... Hernani da Silva Gouvêa 15/03/1989


Vice-Presidente ......................................... José Maria da Silva 15/03/1989

31º Presidente ........................................... Hernani da Silva Gouvêa 15/03/1991


Vice-Presidente ......................................... José Maria da Silva 15/03/1991

32º Presidente ........................................... Hernani da Silva Gouvêa 15/03/1993


Vice-Presidente ......................................... José Maria da Silva 15/03/1993

33º Presidente ........................................... Hernani da Silva Gouvêa 15/03/1995


Vice-Presidente ......................................... José Maria da Silva 15/03/1995

34º Presidente ........................................... Hernani da Silva Gouvêa 06/12/1997


Vice-Presidente ......................................... Valney Bittencourt Saturno 06/12/1997

35º Presidente ........................................... José Maria da Silva 30/03/2001


Vice-Presidente ......................................... Hernani da Silva Gouvêa 30/03/2001

36º Presidente ........................................... Ildeu Luiz Coelho Alves 31/03/2004


Vice-Presidente ......................................... Hernani da Silva Gouvêa 31/03/2004

Ferdinando Garcia Pereira, o 14º, 15º e 19º Presidente na LDVR faleceu em


07/10/2003 em São Paulo - SP.

446 Volta Redonda Ontem e Hoje


Nos dias atuais a L.D.V.R. conta com a filiação dos seguintes clubes:

Clube Data /Fundação

• Clube dos Funcionários da CSN .......................................................................... 19/02/1942


• Clube Umuarama ................................................................................................ 24/06/1942
• Aero Clube de Volta Redonda ............................................................................. 01/04/1 943
• Siderúrgico Atlético Clube .................................................................................. 04/08/1944
• Circulo dos Trabalhadores Cristãos de Volta Redonda ........................................ 02/06/1946.
• Avenida Atlético Clube ........................................................................................ 01/02/1948.
• Clube Náutico e Recreativo Sta. Cecilia ............................................................. 25/04/1948
• Sociedade Esportiva Retiro ................................................................................. 29/07/1949
• Monte Castelo F. Clube ....................................................................................... 05/05/1950
• Associação Atlética Comercial ............................................................................ 26/01/1951
• Associação Cultural e Esportiva Escola Técnica ................................................. 25/08/1952
• Clube de Malha Flamengo ................................................................................. 03/1 0/1952
• Industrial Esporte Clube ....................................................................................... 06/07/1952
• Moto Clube de Volta Redonda ............................................................................ 14/04/1953
• Esporte Clube 7 de Setembro ............................................................................. 07/09/1954
• Floresta Futebol Clube ........................................................................................ 07/09/1954
• Fluminense Malha Clube .................................................................................... 10/02/1954
• Clube Municipal de Volta Redonda .................................................................... 17/08/1955
• América Futebol Clube ........................................................................................ 12/01/1956

Comissão de
Arbitragem no
primeiro Campeonato
Fluminense de Judô,
realizado em Volta
Redonda de 30/01 a
06/02/1966 no Recreio
do Trabalhador.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
447
Clube Data /Fundação

• Bela Vista Atlético Clube ..................................................................................... 01/12/1956


• Associação dos Engenheiros de Volta Redonda ................................................. 17/09/1957
• União Esporte Clube ............................................................................................ 30/05/1957
• Centro Musical de Volta Redonda ...................................................................... 19/11/1958
• Santa Rita Futebol Clube .................................................................................... 03/06/1959
• São Luiz Futebol Clube ....................................................................................... 06/04/1962
• Arsenal Futebol Clube ......................................................................................... 20/08/1964
• Humaitá Futebol Clube ....................................................................................... 27/11/1964
• Judô Clube Cândido ............................................................................................ 14/04/1964
• Retiro Malha Clube ............................................................................................. 20/07/1964
• Clube Palmares ................................................................................................... 31/01/1965
• lpanema Tênis Clube .......................................................................................... 14/10/1967
• Transporte Futebol Clube .................................................................................... 16/12/1967
• Asa Negra Futebol Clube ..................................................................................... 13/11/1967
• Sociedade Esportiva Novo Mundo. ..................................................................... 01/01/1968
• Sociedade Recreativa Água Limpa ..................................................................... 26/10/1968
• Associação Recreativa Eucaliptal ........................................................................ 01/05/1969
• Americano Futebol Clube .................................................................................... 11/01/1970
• Palmeirinha Atlético Clube ................................................................................. 13/06/1970
• SAAE Esporte Clube ............................................................................................ 19/12/1970
• Vasco Malha Clube .............................................................................................. 02/02/1970
• Versátil Clube Siderópolis .................................................................................... 30/01/1970
• Clube Regatas Flamengo .................................................................................... 28/01/1971
• Nova Esperança Futebol Clube ........................................................................... 14/03/1971
• Siderlândia Esporte Clube .................................................................................. 25/07/1971
• Voldac Futebol Clube .......................................................................................... 02/05/1971
• Coroados Futebol Clube ...................................................................................... 16/07/1972
• Bloco Carnavalesco “Os Caretas” ......................................................................... 15/11/1974
• Nacional Futebol Clube ....................................................................................... 01/01/1974
• Vitor Contabilidade Futebol Clube ...................................................................... 01/01/1974
• Clube de Bocha de Volta Redonda ..................................................................... 12/08/1976
• Volta Redonda Futebol Clube ............................................................................. 08/02/1976
• Coqueiral Esporte Clube ...................................................................................... 01/03/1977
• Copa Sete Associação Atlética Paraíso ............................................................... 29/1111978
• Estrela Futebol clube ........................................................................................... 24/06/1978
• Laje o Laje Futebol Clube .................................................................................. 30/09/1978

448 Volta Redonda Ontem e Hoje


Clube Data /Fundação

• Chega Mais Real Clube ....................................................................................... 10/10/1979


• Sociedade Estrela Esporte Clube ........................................................................ 10/07/1979
• Associação Pró-Melhoramentos do Bairro Volta Grande ..................................... 08/05/1981
• Sociedade Esportiva Cobrado ............................................................................. 15/08/1981
• Associação dos Servidores de Volta Redonda (ASVRE) ...................................... 12/08/1982
• Associação Esportiva Ferroviária ......................................................................... 15/06/1983
• Caxias Futebol Clube .......................................................................................... 03/08/1985
• Dom Bosco Futebol Clube ................................................................................... 01/05/1985
• Grêmio Esportivo São Luiz Futebol Clube .......................................................... 17/04/1985
• Minas Futebol Clube ........................................................................................... 05/05/1 985
• Conquista Futebol Clube ..................................................................................... 15/01/1986
• Grêmio Recreativo Cult. Esportivo dos Funcionários da FEM ............................. 26/06/1986
• Juventus Futebol Clube ....................................................................................... 20/08/1986
• Associação Social Santos E. Clube Volta Redonda ............................................ 06/09/1988
• Guarani Futebol Clube ........................................................................................ 16/10/1988
• Juventus Futebol Clube ....................................................................................... 03/01/1988
• Novo Horizonte Futebol Clube ............................................................................ 10/03/1988
• Sociedade Esportiva Tiradentes .......................................................................... 21/04/1988
• Cidaço Futebol Clube .......................................................................................... 12/10/1989
• Grupo Jovem Futebol Clube ............................................................................... 02/04/1989
• Nova Geração Futebol Clube .............................................................................. 26/07/1989
• Santa Rosa Futebol Clube .................................................................................. 01/07/1989
• Santos Futebol Clube .......................................................................................... 01/07/1989
• Associação Esportiva Força Jovem Futebol Clube .............................................. 20/10/1990
• Progresso Futebol Clube ...................................................................................... 19/11/1991
• Sociedade Esportiva Misto Santo Agostinho ....................................................... 22/01/1993
• Araruama Esporte Clube ...................................................................................... 01/03/1996
• Clube de Regatas Nova Aliança .......................................................................... 02/10/1997
• lnteraço Futebol Clube ........................................................................................ 10/01/1998
• Clube Malha Vila Mury ........................................................................................ 23/08/1999
• Associação Esportiva Clube Lazer dos Trezentos ................................................ 25/01/2000
• Sociedade Esportiva Caieiras .............................................................................. 20/04/2000
• Rio Grande do nore F.C. ...................................................................................... 26/04/2000
• Acude II F.C. ........................................................................................................ 27/04/2000

Alkindar Costa
449
O VOLTA REDONDA FUTEBOL CLUBE

O Volta Redonda Foot Ball Clube, criado em 30 de junho de 1926, como já vimos,
passados muitos anos, em 09 de janeiro de 1976, em plena administração do Prefeito
Nelson Gonçalves, voltou a figurar no cenário esportivo da Cidade.
A inclusão de uma equipe de futebol de Volta Redonda no campeonato nacional
gerou, de imediato, uma corrida e alguns desentendimentos, destacando-se entre os
candidatos a Associação Atlética Comercial e C.R. Flamengo de Volta Redonda.
Dos esforços despendidos e da união, aliada ao bom senso de cada um, redundou
a criação do Volta Redonda Futebol Clube.
A publicação da Assessoria de Relações Públicas da CSN - NOVE DE ABRIL - em
sua edição nº 6, março de 1976, página 6, esclarece:

“O presidente da Federação Carioca tendo ao lado o presidente da Fe-


deração Fluminense, convocou os representantes do Flamenguinho,
Comercial e da Prefeitura Municipal para uma reunião. Neste encontro,
vários assuntos foram abordados e os dirigentes chegaram à conclu-
são de que se deveria buscar uma solução intermediária: formar um
time que não atendesse apenas a um grupo, mas que agradasse a to-
dos. Ficou então decidida a criação de um Conselho normativo, com-
posto por dois diretores de cada Clube e dois da PMVR. Este mesmo
Conselho elegeu uma diretoria executiva que dirigirá a equipe”.

A fundação ocorreu em 09/01/1976 e o Volta redonda Futebol Clube, em 14 de


março de 1976, entrou no Estádio Municipal Sylvio Raulino de Oliveira, inteiramente
remodelado, estreando no campeonato fluminense de futebol.
A equipe foi formada por Mauro, Waldir, Aloisio, Fernando, Fred, Zé Maria, Paulo,
Ademir, Jorge Cuíca, Acelino, Paulo César, Adelmo e Serginho.
E para o espanto de todos, uma equipe recém-formada levantou uma vitória sobre
o glorioso esquadrão do Botafogo, do Rio de Janeiro.
Abriu-se para o Município um nova etapa de esporte e lazer. Uniu-se toda a popula-
ção em defesa do seu time, o Volta Redonda Futebol Clube.
Em 25 de setembro de 1987, foi criada a Associação de Futebol dos Metalúrgicos
objetivando, entre outras metas, a realização do Campeonato da Amizade, unindo as
equipes Marca Passo, Halley, Suldec, Panelinha, Letra D, Futebol e Cerveja, Carvão A.C.,
Letraço F.C., Barril 2.000, Trovão Azul, A.A. Bandeirantes e A.A. Embalaço.
Relembra-se, em conseqüência, a Associação Siderúrgica de Esportes e Atletis-
mo que reunia esquadrões esportivos formados com empregados da CSN e que funcio-
nou até o surgimento da Liga de Desportos de Volta Redonda em 19/07/1945.
O Serviço Social da Indústria, Departamento Regional do Estado do Rio de Janeiro,
Administração do Interior, em 02 de agosto de 1977, às 11:00 horas, inaugurou na Avenida
Lucas Evangelista de Oliveira Franco nº 595, o Centro Esportivo Euvaldo Lodi, aparelha-
do inclusive com piscina.
450 Volta Redonda Ontem e Hoje
Nelson Gonçalves,
Prefeito de
Volta Redonda,
participando de
solenidade esportiva
no time do seu
coração - O Voltaço,
deixando evidente que
“o cargo não afasta o
homem do Povo”

Alkindar Costa
451
O Município ganha ainda destaque com suas praças de esportes, destacando-se a
do Recreio do Trabalhador “Getúlio Vargas”, seguindo-se em grau de importância, o
Estádio Municipal Sylvio Raulino de Oliveira.
A Associação Atlética Comercial apresenta um bom campo de futebol (sem
arquibancadas). A Prefeitura Municipal tem desenvolvido um trabalho de ampliação da
área esportiva, hoje coordenada pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Por toda a
cidade encontram-se campos de futebol, raias de malha, bocha, piscina (nos principais
clubes da Cidade), pistas para patinação, kartódromo.
Cabe, finalmente, abrir espaço para as atividades desenvolvidas pela Prefeitura
Municipal na Ilha São João e Pequena, no Rio Paraíba, onde se ergue um grande Pavilhão
para atividades culturais, esportivas e mesmo sociais.
No local, sob coordenação da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (no que diz
respeito ao Esporte) destaca-se o Centro de Desportos “General Euclydes de Figueiredo”
(regulamentado pelo Decreto nº 1491 e com determinações constantes na Lei Municipal
2.197).
Basquetebol e Futebol de Salão, Voleybol, Handebol, Natação são as principais
modalidades esportivas desenvolvidas.
A Secretaria Municipal de Esportes coordena, inclusive, o esporte nos diversos
bairros da Cidade.

Benevenuto dos
Santos Netto,
presidente da LDVR
(atrás do locutor),
acompanha a Equipe
de Voley na Rádio
Farroupilha/Porto
Alegre-RS em
fevereiro de 1957.
Acervo Alkindar Costa

452 Volta Redonda Ontem e Hoje


ASPECTOS DE SEGURANÇA DA CIDADE

Volta Redonda pode ser uma Cidade com um esquema de segurança que não
chega a ser considerado excelente, mas, apenas, satisfatório.
Houve época, no surgimento da Cidade e quando a Companhia Siderúrgica Nacio-
nal assumia grande parte das atividades da Comunidade, que um esquema de seguran-
ça era desenvolvido na área da Indústria, inclusive com um sistema de policiamento no-
turno, executado por guardas da equipe da própria CSN.

TIRO DE GUERRA Nº 01/004 - TG-01/004

O TG 01/004 foi fundado com a finalidade de resolver os problemas de prestação


de Serviço Militar dos empregados da Companhia Siderúrgica Nacional. Assim, através
de um convênio do Ministério do Exército com a C.S.N., foi criado em fevereiro de 1943 o
TG nº 56, hoje TG 01/004, situado na Rua 60 nº 699, em Volta Redonda, respondendo pelo
telefone 3342-2012 - Ramal 275.
Com o passar dos tempos os empregados da CSN ficaram com sua situação mi-
litar regularizada, servindo no TG, sendo que em alguns anos suas turmas chegaram a
ter quase mil soldados. O TG 01/004 está subordinado ao Comando da 1ª Região Militar,
através da Seção dos Tiros de Guerra.

CORPO DE BOMBEIRO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

“Criado em 02 de julho de 1856 pelo Decreto Imperial 1.775, assinado


por sua Majestade Imperador D. Pedro II, recebeu inicialmente o título
provisório de Bombeiros da Corte.
Em 1880 passou a ter organização militar, sendo concedidos postos e
insígnias da hierarquia militar aos seus componentes.
Com a mudança da Capital Federal para Brasília, em 1960, foi o Corpo
de Bombeiros transferido para o então Estado da Guanabara, ficando
subordinado ao seu Governo.”
Em fase da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e Guanabara, passou o Corpo de
Bombeiros a ser responsável por toda a área do nosso Estado.
Também como fato decorrente da fusão, houve a necessidade de serem criados
novos Quartéis para dar ao Povo a indispensável segurança e proteção.
Assim sendo, o Decreto-Lei nº 145, de 26 de junho de 1975, fixou em seu artigo 7º,
VII o Sétimo Grupo de Incêndio com sede em Volta Redonda, constituído pelo 1º Sub-
grupamento, com destacamento em Barra do Piraí, Resende, Três Rios e Volta Redonda;
2º Sub-grupamento em Barra Mansa; 3º Sub-grupamento em Angra dos Reis e destaca-
mento em Parati.

Alkindar Costa
453
Fixou ainda o Decreto-Lei nº 145 que em Volta Redonda ficaria o Comando de Bom-
beiros da Área Sudeste. Está localizado na Rua Governador Luiz Monteiro nº 346, Bairro
Aterrado.

DELEGACIA DE POLÍCIA DE VOLTA REDONDA

O Distrito Policial de Volta Redonda foi criado por deliberação de 23 de janeiro de


1891, constituído das fazendas da Dna. Isabel Maria da Silva do Dr. Theodoro Carlos
Bustamante, de Menezes & Irmãos, de Dna. Cecília de Morais Monteiro de Barros, dos
herdeiros de Manoel Vieira da Cunha Brandão, de José Caetano Alves de Oliveira, de
Dna. Lucinda de Oliveira Campos e Silva, dos Carvalhos e de José Carlos Vieira & Ir-
mãos, sendo a 1ª a 5ª, 9ª a 11ª tiradas da freguesia de S. Sebastião e a 6ª a 8ª da fregue-
sia de Amparo.
A Delegacia de Volta Redonda foi criada com a denominação de Delegacia Especi-
al pelo Decreto nº 1.311 de dezembro de 1944, com jurisdição no então 8º Distrito do
Município de Barra Mansa, instalando-se, inicialmente no Bairro de Niterói, sendo transferida,
posteriormente, para a Avenida Paulo de Frontin, em prédio ainda existente nos dias atu-
ais em frente à Rua Norival de Freitas.
Na Administração do Prefeito Sávio Gama teve suas instalações atuais construídas
e que se localizam na Avenida Lucas Evangelista de Oliveira Franco nº 1667, com a
denominação de 93ª D.P.
Em 04 de março de 2002 obras de recuperação e modificações foram iniciadas,
obrigando a transferência da parte burocrática para o antigo Prédio da Construtora Andrade
& Filho, próximo ao Corpo de Bombeiros, na Rua Bernardo Ferraz, no Bairro Aterrado.
A desativação do prédio da delegacia na Av.Lucas Evangelista, foi estabelecida para
a construção da Delegacia Legal no Município.

DELEGACIA ESPECIALIZADA AO ATENDIMENTO DA MULHER

Em dezembro de 2001 foi criada a Delegacia Especializada ao Atendimento da


Mulher - DEAM, funcionando na Rua General Newton Fontoura, 540 - Bairro N.S.das Graças,
com atendimento 24 horas, inclusive aos domingos e feriados.

CASA DE CUSTÓDIA

Construida no bairro Roma I, a Casa de Custódia ocupa um espaço de 4.000 metros


quadrados dentro de uma área cercada por muros altos, perfazendo 30.000 metros
quadrados e possuindo refeitório, biblioteca, quadra de esportes e cantina, com acesso
regular de linha de ônibus, consequente da parceria entre a PMVR e o Governo Municipal.
454 Volta Redonda Ontem e Hoje
Existe uma previsão da geração de 100 empregos diretos e o dobro de indiretos,
por meio de cooperativas formadas por moradores dos bairros Roma I e Roma II para a
produção de alimentação dos presos, lavagem de roupas e limpeza do prédio.
Foi inaugurada em 23 de março de 2004, às 14:30 horas, pela Governadora Rosinha
Garotinho, o prefeito Antônio Francisco Neto, contando com a presença do Secretário
Estadual de Segurança Pública, Antônny Garotinho.
A primeira transferência de presos que estavam nas delegacias de Volta Redonda e
Barra Mansa, ocorreu em 29 de março de 2003.

GUARDA MUNICIPAL - PMVR

A Guarda Municipal foi criada em 1955 e destina-se, exclusivamente, à preservação


do patrimônio municipal e somente em casos muito especiais e por solicitação, colabora
com área de segurança e policiamento.

O outdoor preparado
pela Administração
Municipal em
novembro de 2000,
fazia destaque ao
trabalho do
Grupamento feminino
na área de segurança
em Volta Redonda
Reprodução - PMVR

Na Administração Neto, a Guarda Municipal teve sua área de atuação ampliada,


colaborando no esquema de trânsito da cidade. Uma inovação foi implementada, permitindo
a entrada do contingente feminino na corporação. Em 20/10/2000, foram integradas à
Guarda Municipal, 16 mulheres e a diplomação ocorreu no auditório da PMVR, pelo Pre-
feito Antônio Francisco Netto. A atividade do pelotão feminino, foi iniciada em 23/10/2000.
Funciona na Av. Engenheiro Mário Luiz Hazek, 10 na Ilha São João, com atendimento
24 horas, inclusive aos domingos e feriados.

Alkindar Costa
455
DEFESA CIVIL

A Defesa Civil de Volta Redonda, funciona na Rua 40, número 13, na Vila Santa
Cecília. Suas atividades são feitas em 24 horas, de segunda à domingo, inclusive feriados,
atendendo as prerrogativas fixadas por Lei.

POLICIA MILITAR

A denominada “Polícia Militar” teve seu quartel funcionando na Rua Dr. Cícero
Martinelli nº 97, no Bairro Vila Americana.
Com a finalidade do policiamento ostensivo e preventivo, com área de ação em
Volta Redonda, Barra Mansa e Resende, foi inaugurada em 17 de Julho de 1974.
A denominação era de 2ª Companhia de 10 Batalhão de Polícia Militar do Estado do
Rio de Janeiro.
Transferido posteriormente para a Avenida Sávio Gama nº 230, no bairro Niterói,
passou a ocupar uma área de 2.419 m2.
Em razão da Resolução nº 0030 do Secretário de Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro, tendo em vista o disposto no artigo 47 do Decreto Lei nº 92, de maio de 1975, foi
criada a unidade da Sexta Companhia Independente de Polícia Militar, extinguindo-se no
território de Volta Redonda a denominação até então existente.
Inaugurada em 17 de julho de 1986, passou a contar com o comando de Major PM
JOMAR COSTA DIAS, realizando o policiamento ostensivo fardado nas áreas dos
Municípios de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende, objetivando assegurar o cumpri-
mento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos Poderes constituídos.
Em 2002 contava com um efetivo de 426 homens, entre oficiais e praças, nos
serviços de vigilância nas ruas da Cidade, inclusive motorizado de RP e Patamo, bem
como o serviço de trânsito a pé e motorizado.
O Comandante da Unidade, organizando-a de maneira a ter maior operacionalidade,
aumentou o seu efetivo, inclusive de viaturas. Colocou em funcionamento o 4º Pelotão de
Barra Mansa e o 5º Pelotão de Resende.
Em 17 de setembro de 1990 o Governador do Estado Wellington Moreira Franco,
editou o Decreto nº 15.458, onde determinou a criação, “sem aumento do efetivo e de
despesa, os 27º, 28º e 29º Batalhões de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro”.
A 6ª CIPM realizava, mensalmente, uma média de 620 ocorrências policiais e cerca
de 2.100 ocorrências de trânsito.
A medida foi adotada com base no Decreto-Lei nº 92, de 06/05/1975 e tendo em
vista o que consta no Processo nº E-25/00707/500-90.
O Decreto referido foi publicado no Diário Oficial RJ de 18/09/1990.
Graças aos esforços do Ten. Cel. PM RG-07.498, Jomar Costa Dias, que dirigia a
Cia. Independente de Polícia Militar em Volta Redonda, aqui foi instalado o 28º Batalhão, o

456 que acarretou profundas alterações no esquema de segurança do Município.

Volta Redonda Ontem e Hoje


Hoje, a unidade funciona em instalações próprias e modernas na entrada do Bairro
Voldac, na Av. N.S. do Amparo, graças à parceria firmada entre a Prefeitura Municipal, a
CSN e o Governo do Estado. A nova sede foi inaugurada em 10/12/1997, sendo então seu
comandante o Cel. PM Jorge Loreto Reimão. Seus telefones são: (24) 3346-3466 (PABX),
(21)2253-1177 (DISQUE DENÚNCIA) e atendendo diretamente o número especial 190,
para emergências. Funciona 24 horas, inclusive aos domingos e feriados.

OS CINEMAS DA CIDADE

Cine Avenida
De Camerano & Leal, foi inaugurado em 24 de outubro de 1948, localizado na Ave-
nida Amaral Peixoto com o filme “Romance no México”. Suas atividades foram encerra-
das em 30 de julho de 1977.

Cinema no Recreio do Trabalhador


O Clube dos Funcionários da CSN tem sua existência praticamente ligada ao de-
senvolvimento do cinema na Cidade do Aço.
Foi em 21 de julho de 1955 que o Departamento Cultural do Clube deu início às
sessões de cinema, que eram realizadas no Recreio do Trabalhador, todas as
quintas-feiras, incluindo filmes alugados da Embaixada Americana, gratuitos, instrutivos
e atraentes. Eram as laterais do Recreio do trabalhador franqueadas aos empregados da
CSN, contribuindo em tal iniciativa, para a recreação dos empregados da empresa.
No principio inúmeras dificuldades tiveram de ser contornadas: inexperiência dos
operadores, filmes de má qualidade, procedimento do público das laterais um tanto
ruidoso.
Todavia, o projeto foi sendo desenvolvido até que na Assembléia Geral
Extraordinária de 21 de setembro de 1955, José Guilherme da Rocha – Diretor Cultural,
fez uma exposição dos entendimentos havidos com o Diretor Secretário da CSN – Dr.
Paulo Monteiro Mendes – no sentido de ser explorado pelo Clube o Cine Santa Cecília,
uma vez que o dito cinema deveria ser dirigido por quem construísse e explorasse o
cinema definitivo da “ Cidade Santa Cecília”.Promoção do Departamento Cultural do
Clube dos Funcionários da CSN. Sessões iniciadas em 21 de julho de 1955, às quintas-
feiras, com filmes alugados, da Embaixada Americana, gratuitos, instrutivos e atraentes.

Cine Santa Cecília


A partir de 19 de dezembro de 1955 passou o Cine Santa Cecília a ser explorado
pelo Clube dos Funcionários da CSN, em razão do “Instrumento Particular de Comodato”,
assinado entre Adão Pereira de Freitas – Diretor Tesoureiro da CSN e o Engº Newton
Coimbra de Bittencourt Cotrim – Presidente do Clube, tendo como testemunhas José
Gomes de Magalhães e Humberto Alves de Carvalho.

Alkindar Costa
457
Determinava a Cláusula I, que o “Imóvel provisório”, construído em madeira, situa-
do de frente para a rua 33 e lado para a rua 40, seria cedido por empréstimo gratuito e a
título precário, pelo prazo de três anos prorrogáveis por igual tempo até a inauguração do
Cinema 9 de abril.
As instalações do cinema se encontravam em estado deplorável, o que redundou
na substituição total de cadeiras, pintura em geral, substituição do piso, reforma das ins-
talações sanitárias, aquisição de nova máquina de projeção, aparelho de som, ilumina-
ção, tela, etc...

A foto de 24/07/1946,
mostra o Cine Santa
Cecília, apelidado de
“Poeirinha”; era uma
construção rústica de
madeira, um cinema
simples, mas apesar
disso muito bem
frequentado.

O “Poeirinha”,
juntamente com o
Cine Avenida, na
Amaral Peixoto (hoje
instalações do banco
HSBC), eram os
pontos de diversão no
então 8º Distrito de
Barra Mansa - Volta
Redonda
Acervo CSN

No último domingo do mês de abril de 1956 o Cine Santa Cecília foi, oficialmente,
inaugurado pelo Engº Renato Frota Rodrigues de Azevedo. Instalado nos primórdios da
construção da CSN, durante o seu período de funcionamento recebeu os apelidos de
“Cine meio-metro” e “Poeirinha”. O Clube dos Funcionários conseguiu os melhores fil-
mes distribuídos pela Metro, RKO, United, Fox, Warner e Columbia para a projeção.
Em 16 de janeiro de 1961, o engº Geraldo Magella Pires de Melo, Diretor Tesoureiro
da CSN e o engº Newton Coimbra de Bittencourt Cotrim, Presidente do Clube dos Funci-
onários da CSN, assinaram um termo Aditivo de Comodato, prorrogando o prazo de
vigência do empréstimo do imóvel onde funcionava o Cine Santa Cecília, até 19 de
dezembro de 1961, “ podendo o contrato ser prorrogado por mais três anos,”.
Em 26 de setembro de 1969, novo termo aditivo foi assinado entre o engº Plínio
Reis de Cantanhede Almeida – Diretor Tesoureiro da CSN e Benevenuto dos Santos
Netto – modificando a Cláusula I do instrumento firmado em 30 de janeiro de 1956, com
as alterações subsequentes. Ficou então determinado que a sessão em comodato seria
por prazo indeterminado.

458 Volta Redonda Ontem e Hoje


Em 29 de abril de 1976, o 2º Ten PM Francisco Carlos Filho e o 2º Sargento PM
Clary Cupertino dos Santos, do 8º Pelotão do 1º Batalhão de Bombeiros da Polícia Militar
do Estado do Rio de Janeiro, atendendo a designação constante do Boletim do PEL nº
372 após examinar as dependências do cinema Santa Cecília ( e que antes de ser utiliza-
da como cinema, era usada como garagem pela CSN ), emitiu parecer especificando as
obras que teriam de ser realizadas no local e que representavam, praticamente, um novo
prédio. O laudo final em questão apresentou o seguinte destaque: “ GRANDE RISCO DE
INCÊNCIO E ACIDENTE”, e recebeu o nº 56/76 precipitando a ação de fechamento da-
quela sala de exibição.
E foi em razão de tais exigências, que as atividades do Cine Santa Cecília foram
encerradas em 30 de novembro de 1976.

Cine Nove de Abril


Do Clube dos Funcionários da CSN, foi inaugurado em 27 de fevereiro de 1959,
com sessão às 21 horas e o filme “Noites de Mardigrás”, com Pat Boone e Christine
Carrero. A renda de inauguração foi doada à Liga Barramansense contra a Tuberculose,
Santa Casa de Barra Mansa, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e
Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Volta Redonda.

A foto de 27/02/1959,
mostra a inauguração
do Cine 9 de Abril, na
Vila Santa Cecília. A
população passou a
contar com um cinema
que, no início de suas
atividades, exigia que
os homens usassem
paletó e gravata para
acesso.
Acervo Clube dos
Funcionários da CSN

Alkindar Costa
459
Cerca de 5.000 pessoas postaram-se nas proximidades do cinema para assistir a
entrada dos convidados de Volta Redonda, Barra Mansa, Resende , Barra do Pirai, Valença,
Vassouras, e Rio de Janeiro.
Para a manutenção da ordem na rua, foi enviado pela CSN, um contingente de
policiais sob a direção do guarda Manoel Heronides de Holanda, enquanto que o comandante
do 1º BIB destacou um pelotão de 23 praças, comandados pelo Ten. Ivan Alcântara Mota
e sargento José Augusto Sant’Anna e Antônio Marins de Castro.
As festividades foram abrilhantadas pela Banda de Música da CSN, dirigida pelo
Maestro Franklin de Carvalho Júnior.
O Clube fez distribuir aos presentes, um programa especial e os representantes da
Perfumaria Dana de São Paulo presentearam cada convidado com um cartão comemo-
rativo, acompanhado de pequeno frasco da “Colônia Extra Dry”.
O ato de inauguração às 20:00 horas e 30 minutos, foi dirigido pelo presidente da
Comissão de Construção – Engº Mauro Mariano da Silva, na sala de espera do Cinema,
com a entrega da chave ao Presidente do Clube.
O projeto de Ricardo Tommasi e Glauco do Couto Oliveira, representou um investi-
mento de aproximadamente 30 milhões de cruzeiros e deixou para a história o marco de
um cinema que exigia dos homens, paletó e gravata para o ingresso.
Somente 1 vez as projeções no Cine 9 de Abril foram paralizadas. Foi em 07 de
fevereiro de 1977, e durou alguns dias, em razão de processo movido pelo Clube dos
Funcionários da CSN contra a empresa CERCLA de Juiz de Fora - MG, sob a alegação
de falta de pagamento de uma dívida avaliada em mais de R$ 75.000,00, pelo aluguel de
espaço à empresa citada. Resolvido o impasse, o cinema passou a ser administrado
pelo próprio Clube dos Funcionários, com funcionamento regular.
Em 1985, a diretoria do Clube dos Funcionários, pela circular 01/85 deu conheci-
mento dos entendimentos que estavam sendo realizados de maneira a suprir o “déficit”
apurado em relação ao cinema, chegando a ser aventada várias hipóteses do destino de
uso da área, onde poderiam ser incluídas as atividades de: Centro Comercial, Centro de
Serviços, Shopping Center, Lojas de Departamentos, Lojas de móveis e decorações,
banco, supermercados, e outros.

Em 06 de novembro de 1985, o Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal de


Volta Redonda, Benevenuto dos Santos Netto, editou o decreto nº 2070,
fixando o tombamento para ficar sob a proteção especial do Poder
Público Municipal o edifício e instalações, menos máquinas e apare-
lhos de projeção cinematográficas do Cinema 9 de Abril, tendo em vista
o seu valor histórico e arquitetônico e o seu significado cultural para o
povo voltarredondense.
O tombamento em questão, objetivou, também, preservar o Cinema 9
de Abril, como sala de espetáculos.

A área própria do Governo do Estado do Rio de Janeiro, acompanhou a posição


adota pela Administração Municipal, tombando também o Cine 9 de abril, que passou a
ter duas ações de tombamento, uma municipal e outra estadual.

460 Volta Redonda Ontem e Hoje


Cine 17 de Julho

Em 1º de abril de 1968 a Diretoria do Clube dos Funcionários da CSN, assinava


contrato de arrendamento para instalação do Cine 17 de Julho, nome escolhido para
homenagear o dia da Emancipação Político-Administrativa do Município de Volta Redonda,
seguindo desta o mesmo princípio que norteou a escolha do Cinema 9 de Abril, em home-
nagem ao aniversário de fundação da CSN.
O contrato estabelecido foi de 12 anos e as obras de acabamento da construção do
Cine 17 de Julho, localizado na Avenida Paulo de Frontin nº 444, próximo a Prefeitura
Municipal, foram iniciadas em 23 de abril do mesmo ano de 1968, com prazo previsto de
120 dias.
A inauguração do Cinema 17 de Julho ocorreu em 17 de agosto de 1968, um sábado,
com a sessão inaugural realizada às 19 horas, contando a nova casa de espetáculos
com 982 poltronas estofadas de fino acabamento , equipamento de Som e Projeção da
Fabricação da indústria “ Cineton”.
O filme apresentado na estréia foi “ O Valente de Ouros , com George Hamilton –
Joseph Cotton – Marie Laforet – Maurice Evans – Carrol Baker, Zsa Zsa Gabor e Lilly
Palmer.

O 4º cinema da cidade,
O Cine 17 de julho,
localizado no aterrado,
de propriedade do
Clube dos
Funcionários,
funcionou até 1976,
quando foi desativado.
Em 2002, o prédio
sediou o
supermencado
MaxBox e
em 2004 um
Boliche

Reprodução
Clube dos Funcionários da CSN

Cine Alvorada
De J. Leal, foi inaugurado em 22 de dezembro de 1984 em instalações que foram
posteriormente utilizadas pela Loja de Departamentos Mollica e hoje pela Igreja Universal
no Bairro Retiro. Suas atividades foram encerradas em fevereiro de 1987.

Alkindar Costa
461
Cine GACEMSS I e II

O Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva foi fundado em 17


de novembro de 1945. No paríodo de 1981 à 1986, o cinema foi uma etapa do funcionamento
do Grêmio. Em 03 de abril de 1981, “Sindrome da China” foi um filme exibido ao seu
quadro social. Em 18/06/1987 já em condições de fazer funcionar o espaço destinado
para 02 cinemas, o Grêmio firmou contrato com a empresa cinematográfica SERCLA
Ltda, empresa de Juiz de Fora - MG. Operou-se então o funcionamento do GACEMSS I,
no período de 18/06/1987 até 31/08/1993. Inaugurado em 30/07/1987, às 20:00, o CINE
GACEMSS exibiu ofilme “O Predador”com Arnold Schwarzenegger, enquanto que o
GACEMSS II em funcionamento no mesmo dia, apresentava o filme “Crocodilho Dundee”,
com Paul Hogan.
A renda inicial foi doada à Associação de Proteção à Maternidade e Infância e à
Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Físicos - APADEFI. O Cine II foi abastecido
pela SERCLA até 31/08/1983 e depois pelo DARZE Empreendimentos e participações
Ltda, de 01/01/1994 até 31/12/1996.
Hoje funciona apenas o CINE GACEMSS I em instalações do Teatro GACEMSS na
Rua 14 na Vila Santa Cecília, movimentado pelo próprio Grêmio.

As instalações atuais
do Cine Teatro
Gacemess , permitem
tanto a realização de
espetáculos artísticos
e musicais como a
exibição de filmes.

Foto Digital: Jader Costa

Cine Shopping I, II e III


Com o funcionamento regular do Sider Shopping na rua 12, 300 no bairro Vila Santa
Cecília, três novos cinemas entraram em funcionamento filiado ao Grupo Luiz Severiano
Ribeiro. Uma reforma recente prevê as condições para o funcionamento de 4 amplas
salas de exibição nos 4º e 5º piso do Shopping.
462 Volta Redonda Ontem e Hoje
OS CLUBES SOCIAIS DE VOLTA REDONDA

Com a formação da Companhia Siderúrgica Nacional, a partir dos anos 40, o


desenvolvimento da localidade de Volta Redonda, passou a exigir locais especiais para
reuniões e entretenimento da sociedade que se formava.
Com a construção do Hotel Bela Vista, diversos bailes foram realizados no recem
inaugurado e muito bem decorado salão social do hotel. Foram diversos bailes carnava-
lescos, juninos, formaturas, seminários e encontros sociais.

Os famosos e
animados bailes
sociais e juninos,
realizados no salão
Nobre do Hotel Bela
Vista, reuniam a
comunidade de Volta
Redonda.
Acervo Alkindar Costa

Historicamente, a concentração soci-


al se dava na cidade de Barra Mansa, espe-
cialmente no Clube Municipal, que mais
tarde se tornaria a mola impulsionadora na
formação de novos clubes na localidade de
Volta Redonda.
Depois de uma frustração no carnaval de 1942, na cidade de Barra Mansa, devido a
um mal entendido, o Clube Municipal considerou que a vitória esportiva alcançada pelos
voltarredondenses, foi uma afronta ao Clube Municipal e a propria cidade de Barra Mansa.
Em consequência disso, impediu a entrada dos metalúrgicos na baile carnalalesco. Isso
motivou ao grupo fazer seu “baile particular” em plena rua, dançando e comemorando na
frente do Clube. Diversas pessoas aderiram ao baile e participaram do pacífico e movi-
mentado incidente. Retornando a Volta Redonda resolveram fundar um clube que aten-
desse aos seus anseios sociais. A idéia foi muito bem aceita por todos e em 18 de
fevereiro de 1942, surgiu o “Clube dos Funcionários da CSN”.

Alkindar Costa
463
A liderança de Demétrio Bouéri, Éver da Silva, Milton Guanabara, Augusto Dias
de Souza, Armando Bittencourt e Carlos Augusto de Campos, fez com que o grupo estu-
dasse a formação de um clube social, onde se reuniriam funcionários da CSN. Os planos
para a construção da sede própria do recem criado Clube dos Funcionários, estavam a
todo o vapor, tendo sido inaugurada somente em 28/04/1962. Ao longo dos anos, o Clube
dos Funcionários destacou-se no apoio às atividades sociais e educacionais do municí-
pio, dos quais podemos destacar:
• O primeiro a representar Volta Redonda com equipes de Futebol e Basque-
tebol, trazendo diversos troféus e medalhas para o município;
• O primeiro Clube a cuidar do aperfeiçoamento profissional, do ensino primá-
rio e da educação física através do Curso de Educação Física - Monitores
no antigo “Instituto Macedo Soares”, que foi transformado em princípios de
1946 para solucionar também o ensino ginasial, visto que na época as
crianças tinham que estudar em Barra Mansa.
• Responsável pela construção da torre de televisão e aquisição dos equipa-
mentos, tornando-se pioneiro também na recepção de sinais de TV em Volta
Redonda.
Em 01/04/1943, surgiu a idéia de construir o Aero Clube de Volta Redonda, por
iniciativa do Tenente Coronel Edmundo de Macedo Soares e Silva, Engenheiro Paulo Cesar
Gomes Martins, Capitão Edgard Magalhães da Silva, e Major José Varonil de Albuquerque
Lima, com apoio de Paulo Lobo Moura, José Verneck de Freitas, Gastão Nunes do Santos
Brum, Antônio Chermont de Miranda, Engenheiro Guilherme Leão de Moura, José Coelho
dos Santos, Paulo Aníbal Pereira e mais 220 serventuários da diversas categorias da
CSN.
O Clube Umuarama já funcionava desde 24/06/1942 , tendo sido o primeiro clube
social com sede na cidade do Aço em área cedida pela Companhia Siderúrgica Nacional.
Era comum, nos encontros sociais, separar-se as categorias de servidores, o que lhe
valeu, uma classificação de “Clube dos Engenheiros” e onde, nem todos, tinham acesso.
Um Clube especializado tem sua atividade registrada na Cidade de Volta Redonda.
Trata-se do Clube Foto Filatélico e Numismático que, como o próprio nome indica dedica-
se à fotografia, selos e moedas. Tem sua sede na Rua 21 nº 19, Vila Sta. Cecília. Foi
projetado por Ricardo Tommasi. A Cidade de Aço conta também, com o Clube Hípico Sul
Fluminense de Volta Redonda.
O Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva - GACEMSS,
fundado em 17/11/1945, trouxe à localidade os mais consagrados artistas nacionais e
internacionais, na efetivação de concertos, recitais, onde podem ser considerados desta-
ques:
“Em 1947 a Professora Taís Florinda Pinto, em benefício da campanha
de Proteção e Defesa Contra a Lepra; Concerto do pianista Paulo Burgo,
em benefício do Círculo Operário e recitais da violonista Ilza Dossow e
da Soprano Lírico Maria Sá Earp, em 1949; Concerto da pianista
Madalena Tagliaferro e recital de canto de Cristina Maristani, em 1950.
Ainda recitais da violoncelista Jacques Ripoche, do pianista Arnaldo
Estrela, do violonista Claude Paschoud, da harpista Léa Bach, do jovem
“virtuose” Alimonda, do pianista Oriano de Almeida e da talentosa Maria
Alcina Navarro, em 1952 e 1953.”

464 In Volta Redonda A Cidade do Aço - J.B. de Athayde

Volta Redonda Ontem e Hoje


Foi graças à ação do GACEMSS que o teatro ganhou destaque com a fundação
em 1947, do seu Departamento Teatral, onde se destacaram: Nelson Carneiro da Silva,
Amaral Matos, Oraíde Gomes da Silveira, Orlando Alvisi, Maria José Campos, Luis Silveira,
Rosa Áurea, Virginia Iara de Oliveira, Bernardo Paulino de Oliveira Benfeito, Oswaldo
Nascimento, Renato Machado Pereira e Eli Prado, entre muitos outros.
Hoje a sociedade voltarredondense se reune, com normalidade e a juventude
encontra o seu espaço em clubes sociais, onde se projetam, entre outros:
• AERO CLUBE DE VOLTA REDONDA
• ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA COMERCIAL
• CLUBE DE REGATAS FLAMENGO DE VOLTA REDONDA
• CLUBE DOS FUNCIONÁRIOS DA C.S.N.
• CLUBE LARANJAL
• CLUBE NÁUTICO E RECREATIVO SANTA CECÍLIA
• CLUBE UMUARAMA
• GACEMSS
• SAAE ESPORTE CLUBE, entre outros

Aspecto da decoração
de carnaval no Clube
dos Funcionários, sede
social Vila nos idos de
1966, apresentando a
decoração especial
para a NOITE DOS
FARAÓS, de autoria do
artista Eraldo Gomes da
Cruz.
Acervo Alkindar Costa

Alkindar Costa
465
ASPECTOS RELIGIOSOS

“A religião é uma das atividades mais universais, conhecidas pela hu-


manidade, sendo praticada por todas as culturas, desde o início dos
tempos. Contudo, não há uma definição de religião universalmente
aceita. A religiao parece ter surgido do desejo de encontrar um
significado e propósito definitivo para a vida, geralmente centrado na
crença em um ser (ou seres) sobrenatural. Na maioria das religiões, os
devotos tentam honrar e/ou influenciar seu Deus (ou deuses) através
de preces, sacrifícios ou comportamento correto.
A FÉ é a parte interna da religião, o que as pessoas acreditam, seus
sentimentos de temor e reverência, prece individual, etc.
O CULTO é tudo que está envolvido na devoção - Construções, ima-
gens, altares, rituais, canções sagradas, reuniões da comunidade e as-
sim por diante.
A COMUNIDADE é o aspecto social da religião. Os devotos numa igreja
ou templo específicos. A denominação ou ceita mais ampla, monges e
freiras, etc.
O CREDO envolve todas as crenças e idéias mantidas pela religião como
um todo, incluindo escrituras e idéias sobre Deus, anjos, o céu, o infer-
no e a salvação.
O CÓDIGO envolve o modo com que as pessoas se comportam, devido
a suas crenças religiosas e inclui éticas, tabús e idéias sobre o pecado e
a santidade.”
In Enciclpédia Compacta de Conhecimentos Gerais - Istó É Guinness - Editora Três - Pag. 22

A área religiosa de Volta Redonda é das mais destacadas, registrando os mais


diversos seguimentos daqueles que procuram uma Divindade para acreditar e elegem
um “Deus” que norteará seus caminhos, segundo o seu conceito de vida e atendendo às
determinações da própria consciência. O aspecto religioso da Cidade do Aço, estatistica-
mente, segundo o Censo de 2000, apresentou a população abaixo demonstrada:

RELIGIÃO 1980 2000


• Católicos ............................... 154.187 ............................. 143.704
• Evangélicos ............................. 15.645 ............................... 55.350
• Espíritas .................................... 5.466 ............................... 12.198
• Outras religiões ......................... 1.983 ........................................ -
• Umbanda e Candomblé .................... - ................................. 1.543
• Judaica .............................................. - ...................................... 59
• Religiões Orientais ............................ - .................................... 311
• Sem religião .............................. 5.693 ............................... 22.667
• Sem declaração ........................... 646 ................................. 1.307
466 Volta Redonda Ontem e Hoje
CULTO CATÓLICO

A Diocese de Barra do Piraí foi criada em 04/12/1922 pela Bula “Ad Supremum
Apostólicas Sedis” do Papa Pio XI, em território desmembrado integralmente da então
Diocese de Niterói.
Foi instalada em 26 de julho de 1923, sendo nomeado seu Administrador Apostóli-
co Monsenhor José Maria Parreira Lara, sucedido em maio de 1925 pelo Monsenhor Alfredo
da Silva Bastos.
Entre 1941 e 1942, “no Salão de Recreação dos Operários”, propriedade da CSN,
ao fundo dos alojamentos do Acampamento Central, “sempre aos domingos”, eram cele-
bradas as missas pelo Pe. Geraldo Fernandes - S.V.D., Coadjutor da Igreja Santa Cecília,
da Vila Operária, denominação da época, que também iniciava o seu movimento e cujo
vigário era o Pe. Alfredo Piquet da Sociedade do Verbo Divino.
A 26 de janeiro de 1955, por Decreto Concistorial, passou a denominar-se “DIOCESE
DE BARRA DO PIRAÍ-VOLTA REDONDA” e que compreende hoje os Municípios de Itatiaia,
Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Rio Claro, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do
Piraí, Piraí, Mendes e Paulo de Frontin.
O 1º Bispo foi D. Guilherme Müeller (1926-1935, quando veio a falecer); o 2º foi D.
José André Coimbra (1938-1955); o 3º, D. Agnelo Rossi (1956-1962) “que começou a
conversação com a CSN e a Nunsiatura Apostólica acerca da transferência da sede da
Diocese de Barra do Piraí para a recém criada cidade de Volta Redonda”; o 4º Bispo foi D.
Altivo Pacheco Ribeiro (1963-1966) “e que levou avante o projeto de transferência da
sede da Diocese, o que se tornou realidade a 26 de janeiro de 1965, por decreto da
Sagrada Congregação Consistorial. A partir daí, a Diocese passa a chamar-se “Diocese
de Barra do Piraí-Volta Redonda”. A Igreja N. Sra. das Graças, no Jardim Paraíba-Volta
Redonda, passa a ser a Co-Catedral da Diocese. E a residência episcopal se transfere
para Volta Redonda. D. Altivo passa a residir no “Bispado”, bairro Laranjal, sendo o prédio
e terreno doados pela CSN, além do lote na Vila Santa Cecília, destinado à futura Co-
Catedral e à Cúria Diocesana. O terreno destinado à construção da Catedral já foi utiliza-
do para os mais diversos fins, sendo hoje reservado para estacionamento, sem qualquer
providência efetiva para o erguimento da sonhada Catedral em Volta Redonda. D. Altivo
foi transferido para a Diocese de Arassuaí-MG; o 5º Bispo, D. Waldyr Calheiros de Novaes,
que nasceu em 29/07/1923, ordenado em 25/07/1948 e Sagrado Bispo em 01/05/1964;
assumiu a Diocese a partir de 08/12/1966; depois de 33 anos a frente da Diocesa, em 06
de dezembo de 1999, D.Waldir confirmou sua aposentadoria e apresentou seu substitu-
to, Dom João Maria Messi, com 65 anos, vindo de Irecê, no sertão da Bahia, para Volta
Redonda. Posse em 20-02-2000.
A Cúria Diocesana está localizada na Rua 25-A nº 44, Praça Brasil, Vila Santa Ce-
cília. A área da Diocese é de 4.768 km2, para uma população de 953.183 habitantes
(estimada em 1994), onde os católicos ultrapassam a 75%.
“Até a chegada de D. Waldyr, a Diocese de Barra do Piraí-Volta Redon-
da estava organizada em paróquias. A partir daí a diocese opta por or-
ganizar-se em rede de comunidades. Em 1968 foi decretada a cidade de
Volta Redonda como paróquia única, integrando as cinco paróquias e
suas respectivas capelas”.

Alkindar Costa
467
Está constituída de Vigários Gerais, Secretário, Contador, Arquivista, Secretariado
da Pastoral, Conselho Presbiteral e Consultores Diocesanos.
A Regional de Volta Redonda, desde 1º de janeiro de 1969 é paróquia única, da qual
o Vigário é o Coordenador da Pastoral do Regional, e os demais padres são coadjutores,
responsáveis pelas Comunidades Eclesiais, reunidas por setores.
A Companhia Siderúrgica Nacional construiu e entregou ao domínio da Diocese
prédio na Rua 156, nº 260, no bairro Laranjal o que passou a ser conhecido como o
“Palácio do Bispo” com utilização de reuniões e abrigo das autoridades católicas que
chegam ao Município de Volta Redonda.
A Capela dedicada a
Santo Antônio, foi
construída por volta de
1870, no estilo
tipicamente Português,
pelo Capitão José
Carlos Vieira Ferraz,
em terras ainda por ele
doadas ao referido
Santo. Coube a uma de
suas herdeiras, depois
de casada, efetivar a
doação, por escritura
lavrada em 16/09/1897,
em Barra Mansa, o
casal Pedro José
Teixeira e Belarmina
Ferraz Teixeira, doava
“meio alqueire
geométrico de terras”
para patrimônio da
Capela de Santo
Antônio de Volta
Redonda.
Reprodução.

A Igreja de Santo
Antônio no bairro de
Niterói, em 2004.
Foto Jader Costa

468 Volta Redonda Ontem e Hoje


A Paróquia de Volta Redonda assim se apresenta:

ÁREA LESTE
Secretaria: Rua México, 58 – Vila Americana – 27.290-010 – Volta Redonda/RJ
01. Cristo Libertador - Brasilândia
02. Imaculado Coração de Maria - Pedreira
03. Menino Jesus - Volta Grande
04. Nossa Senhora da Penha - Nova Primavera
05. Nossa Senhora das Graças - Jardim Paraíba
06. Nossa Senhora do Carmo - Cailândia
07. Sagrado Coração de Jesus - Vila Rica
08. Santa Mônica - Santo Agostinho
09. Santo Agostinho - Santo Agostinho
10. São Bernardo - Parque das Ilhas
11. São João Bosco - Dom Bosco
12. São Luiz Gonzaga - São Luiz
13. São Mateus - Caieiras
14. São Miguel Arcanjo e Santa Luzia - Vila Americana
15. São Sebastião - São Sebastião
16. Senhor Bom Jesus - Água Limpa

ÁREA NORTE
Secretaria: Rua Nossa Senhora de Fátima, 10 – Niterói – 27.283-150
Volta Redonda/RJ
01. Bom Jesus - Retiro D. Waldir Calheiro
de Novaes, o 5º Bispo
02. Beato José de Anchieta - Vila Mury da Diocese, atuou
de 08/12/1966 a
03. Cristo Rei – Voldac 20/12/1999,
tornando-se após
04. Dom Oscar Romero - Pe. Josimo II
essa data o 1º Bispo
05. Jesus de Nazaré – Belo Horizonte Emérito na Cidade
do Aço.
06. João XXIII – Siderlândia
07. Nossa Senhora Aparecida – Pinto da
Serra
08. Nossa Senhora Aparecida – Verde Vale
09. Nossa Senhora da União – Retiro
10. Nossa Senhora das Candéias –
Candelária

Alkindar Costa
469
11. Nossa Senhora das Graças – Mariana Torres
12. Nossa Senhora de Guadalupe – Santa Cruz II
13. Nossa Senhora de Loreto – Aero Clube
14. Nossa Senhora do Amparo – Fazendinha – Vila Brasilia
15. Pe. Josimo Tavares - Pe. Josimo
16. Santa Cruz – Santa Cruz
17. Santa Luzia – Caixa d’Água – Retiro
18. Santa Rita – Santa Rita do Zarur
19. Santa Terezinha – Coqueiros
20. Santo Antônio – Niterói
21. São Francisco de Assis – Retiro
22. São João Batista - Barreira Cravo
23. São José - Açude II
24. São José Operário - Vila Brasília
25. São Pedro – Belmonte
26. São Sebastião – Retiro
27. Sagrada Família - Jd. Village Primavera

SETOR CENTRO
01. Santa Cecília – Vila Sta. Cecília
02. N. Sra. Aparecida – S. João
03. São Geraldo – S. Geraldo
04. São José Operário – Monte Castelo

SETOR CONFORTO I
01. Nossa Senhora da Conceição - Conforto
02. Sagrado Coração de Jesus – Bairro S. Lucas (207)
03. Santa Cruz – Eucaliptal
04. Santa Rita de Cássia – Jardim Europa
05. Santa Tereza de Ávila – Rústico

SETOR CONFORTO III


01. Nossa Senhora de Lourdes – Ponte Alta
02. Cristo Rei – Minerlândia
03. Nossa Senhora da Penha – Conforto

470 Volta Redonda Ontem e Hoje


04. Nossa Senhora de Fátima – Eucaliptal
05. São Carlos Lwanga – Morro S. Carlos
06. São Lucas – São Lucas

SETOR SIDERÓPOLIS
01. Espírito Santo – Jd. Amália
02. Santa Edwiges – Cj. Habitacional Vila Rica
03. São João Evangelista – Loteamento Recanto da Lagoa – Jd. Belvedere
04. São José – Jd. Tiradentes
05. São Paulo Apóstolo – Siderópolis
06. São Sebastião – Sessenta

A Região Pastoral de Volta Redonda compreende, ainda, na área Leste,


representação católica na Morada do Vale, Cerâmica União, São Luiz da
Barra, Califórnia, Bairro de Fátima em Barra do Piraí; Santa Inês, Jd. Ponte
Alta, Morada da Granja, em Barra Mansa; Arrozal em Piraí; todo o Setor Con-
forto II, em Barra Mansa, e as Paróquias Nossa Senhora da Conceição em
Pinheiral e Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Barra Mansa e Barra do
Piraí.

CULTO PROTESTANTE OU EVANGÉLICO

O movimento evangélico em nossa região vem desde antes do Século XIX, quando
os primeiros colonos vieram para as fazendas de café e depois para a pecuária. Há
registros dos primeiros metodistas nesse período e de membros da Igreja Batista de Juiz
de Fora - MG que vieram para cá com a construção da Usina Presidente vargas em 1941,
assim como diversas outras denominações evangélicas.
Os trabalhos via de regra, começaram como pontos missionários na casa dos que
aqui vieram a trabalho, permitindo que a expansão do evangelho fosse mais intensa nesse
período. A necessidade de formar Igrejas para congregar esses fiéis fez com que
surgissem as primeiras igrejas aqui estabelecidas. A Igreja Metodista Central de Volta
Redonda, ganhou realidade em 14 de Julho de 1942 com 21 membros, sendo suas
atividades marcadas por 6 anos no bairro de niterói, primeiro na casa de Carlindo e Terezinha
Lima Aguiar e, depois num salão alugado perto da ponte. Em 1948 passou para o atual
templo localizado na Av. Pulo de Frontim, 286, em construção no estilo Neo-Clássico,
com suas colunas características.
A Igreja Batista de Volta Redonda, surgiu em 20 de Julho de 1942, sob a orientação
do pastor Elias Portes Filho.
Nos dias atuais o culto evangélico, sumariamente pode ser assim demonstrado:

Alkindar Costa
471
O primeiro templo
evangélico construído
em Volta Redonda,
numa vista de 1959.

No detalhe à esquerda,
o lançamento da pedra
fundamental do templo
em 1946.

No detalhe à direita,
parte da Congregação
da Igreja Metodista
Central em 1965.

IGREJAS METODISTAS

A Igreja Metodista do Brasil, dirigida pelo pastor Roberto Wisdon, desenvol-


veu-se a partir de 1947, com a ação dos pastores, João Augusto do Amaral,
Cesar Dacorso e Almir Pereira Bahia.

01. Igreja Metodista Central de V. Redonda – Aterrado


02. Igreja Metodista em Dom Bosco – Dom Bosco
03. Igreja Metodista na Minerlândia – Minerlândia
04. Igreja Metodista no Retiro – Retiro

472 Volta Redonda Ontem e Hoje


05. Igreja Metodista em Sta. Cruz – Santa Cruz
06. Igreja Metodista no Sto. Agostinho – Santo Agostinho
07. Igreja Metodista em Volta Grande – Santo Agostinho
08. Igreja Metodista Redentor – S. Geraldo
09. Igreja Metodista na Voldac – Voldac

IGREJA METODISTA WESLEYANA

01. Igreja Metodista Wesleyana – Divinéia II


02. Igreja Metodista Wesleyana – Jd. Belmonte
03. Igreja Metodista Wesleyana – Monte Castelo
04. Igreja Metodista Wesleyana – Retiro
05. Igreja Metodista Wesleyana Central – Aterrado
06. Igreja Metodista Wesleyana – São Lucas
07. Igreja Metodista Wesleyana – Santa Cruz

IGREJA PRESBITERIANA

01. Igreja Presbiteriana Central – Laranjal


02. Igreja Presbiteriana Betânia – Belo Horizonte
03. Igreja Presbiteriana Betel – Retiro
04. Igreja Presbiteriana Cristã Missionária – Vila Mury
05. 1ª Igreja Presbiteriana de V. Redonda – São Lucas
06. 2ª Igreja Presbiteriana de V. Redonda – Vila Mury
07. 3ª Igreja Presbiteriana de V. Redonda – Ponte Alta
08. 4ª Igreja Presbiteriana de V. Redonda – Belmonte
09. VII Igreja Presbiteriana de V. Redonda – Santo Agostinho

IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE

01. Igreja Presbiteriana Independente – Divinéia


02. I Igreja Presbiteriana Independente – Eucaliptal
03. II Igreja Presbiteriana Independente – Vila Americana
04. III Igreja Presbiteriana Independente – Minerlândia
05. Igreja Presb. Independente na Voldac – Voldac

Alkindar Costa
473
IGREJA BATISTA

01. Igreja Batista – Vila Mury


02. Igreja Batista – São Luiz
03. Igreja Batista – São João
04. Igreja Batista Belmonte – Belmonte
05. Igreja Batista Betel – S. Agostinho
06. Igreja Batista do Castelinho – Vila Americana
07. Igreja Batista Central – Vila Sta. Cecília
08. Igreja Batista do Conforto – Conforto
09. Igreja Batista Getsêmani – Açude
10. Igreja Batista da Liberdade – Aterrado
11. 1ª Igreja Batista Livre – Retiro
12. Igreja Batista Memorial – N. Sra. Das Grças
13. Igreja Batista do Sto. Agostinho – Santo Agostinho
14. Segunda Igreja Batista do Retiro – Retiro
15. Igreja Batista Missionária – Sta. Cruz

ASSEMBLÉIA DE DEUS

01. Catedral da Asembléia de Deus – Laranjal


02. Igreja Assembléia de Deus – Centro
03. Igreja Assembléia de Deus – Retiro
04. Igreja Assembléia de Deus – Água Limpa
05. Igreja Assembléia de Deus – Bairro Coqueiros
06. Igreja Assembléia de Deus – Belmonte
07. Igreja Assembléia de Deus – Mangueiras
08. Igreja Assembléia de Deus – Açude
09. Igreja Assembléia de Deus – Jd. Belmonte
10. Igreja Assembléia de Deus – Açude I
11. Igreja Assembléia de Deus – Açude II
12. Igreja Assembléia de Deus – Divinéia III
13. Igreja Assembléia de Deus – Retiro
14. Igreja Assembléia de Deus – Sto. Agostinho
15. Igreja Assembléia de Deus – Vila Mury
16. Igreja Assembléia de Deus – São Luiz

474 Volta Redonda Ontem e Hoje


IGREJA CONGREGACIONAL

01. Igreja Água da Vida – Monte Castelo


02. Igreja Evangélica Congregacional – Açude I
03. Igreja Evangélica Congregacional – Aterrado
04. Igreja Evangélica Congregacional – Retiro
05. Igreja Evangélica Congregacional – Sto. Agostinho
06. Igreja Evangélica Congregacional – São Luiz
07. Igreja Evangélica Congregacional – Vila Mury
08. 2ª Igreja Evangélica Congregacional – Sto. Agostinho

Destaque-se ainda a presença em Volta Redonda, das Igrejas:

IGREJA NAZARENO

IGREJA PROMESSAS DE JESUS

IGREJA VALE DAS BÊNÇÃOS

IGREJA O BRASIL PARA CRISTO

IGREJA COMUNIDADE EVANGÉLICA

IGREJA CRISTÃ MARANATA

IGREJA CRISTÃ MISSIONÁRIA

IGREJA DEUS É AMOR

IGREJA QUADRANGULAR

IGREJA CASA DE ORAÇÃO

IGREJA COMUNIDADES

IGREJA EVANGÉLICA PENTECOSTAL LIVRE

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Registre-se ainda, a colaboração prestada pela Associação Beneficente Evangéli-


ca - Av. Retiro nº 3.294 - Bairro Retiro. Fundada em 12 de agosto de 1963, a ABEVR,
atende a crianças, proporcionando-lhes um lar especial, onde recebem carinho, alimen-
tação, roupas e ensino regular.

Alkindar Costa
475
CULTO ESPÍRITA

Doutrina filosófica, moral e científica, que tem por princípio as relações do mundo
material com os espíritos ou seres do mundo invisível. Foi codificada por Léon-Hippolyte
Denizard Rivail, francês de Lião, mais conhecido pelo criptônimo bretão de Allan Kardec,
cuja atenção foi despertada pelos fenômenos mediúnicos de Hydesville, que tiveram co-
meço na residência da família Fox nos fins de dezembro de 1947. A codificação se pro-
cessou depois de várias esperiências de Allan Kardec com alguns médiuns.
In Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritísmo - João Teixeira de Paula - Banco
Cultural Brasileiro Ediora Ltda. Vol 1

01. Associação Espírita Discípulo de Allan Kardec


02. Associação Espírita Estudante da Verdade .
03. Associação Espírita Mensageiros do Amor .
04. Associação Espíritualista Amor Ao Próximo .
05. Centro Bom Jesus da Casa Branca .
06. Centro Espírita Cabana do Pai Tomaz .
07. Centro Espírita A Nossa Casa”.
08. Centro Espírita A Caminho Da Luz .
09. Centro Espírita André Luiz .
10. Centro Espírita Ao Encontro do Mestre .
11. Centro Espírita Bezerra de Menezes .
12. Centro Espírita Cirineus .
13. Centro Espírita Discípulos de Jesus .
14. Centro Espírita Grande Arquiteto do Universo .
15. Centro Espírita Imitação de Cristo .
16. Centro Espírita Irmã Clara .
17. Centro Espírita Jesus Nazareno .
18. Centro Espírita Leopoldo Machado .
19. Centro Espírita Luiz Gonzaga .
20. Centro Espírita Luzeiro do Mestre .
21. Centro Espírita Mensageiro do Amor Divino .
22. Centro Espírita Mensageiros da Umbanda.
23. Centro Espírita o Sal da Terra .
24. Centro Espírita Pena Branca .
25. Centro Espírita Riqueza do Saber .
26. Centro Espírita Santa Bárbara .

476 Volta Redonda Ontem e Hoje


27. Centro Espírita São Jorge Caminho da Luz e da Verdade .
28. Centro Espírita São Jorge.
29. Centro Espírita São Sebastião, Amor a Pai Joaquim de Aruanda
30. Centro Espírita Seara de Jesus .
31. Centro Espírita Semeadores do Bem.
32. Centro Espírita Uma Luz no Meu Caminho .
33. Centro Espírita União, Paz, Amor e Caridade.
34. Grupo Espírita Companheiro .
35. Grupo Espírita Dom Bosco .
36. Grupo Espírita Dr. Joseplu Gleber .
37. Grupo Espírita Francisco de Assis .
38. Grupo Espírita União Fraternidade Amor .
39. Grupo Fraterno de Umbanda .
40. Sociedade Espírita Leon Denis .
41. Sociedade Espírita N. Sra. da Conceição .
42. Sociedade Espírita São Francisco de Assis .
43. Sociedade Espírita São Sebastião .
44. Sociedade Umbandista Cabana do Pai Tomaz .
45. União Espírita de Advertência Fraternal .
46. União Municipal Espírita de Volta Redonda .

Em 1º de julho de 1977, o Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio


de Janeiro, houve por bem promulgar a Lei nº 142, de 28 de junho de 1977, que instituiu o
“DIA DA DOUTRINA ESPÍRITA”, cujo texto legal tem a seguinte redação:
“O Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,
nos termos do art. 45, §§ 2º e 5º, da Constituição Estadual.
PROMULGA
A Lei nº 142, de 28 de junho de 1977, oriunda do Projeto de Lei nº 619, de
1976:
Art. 1º - Fica instituído no Estado, o Dia da Doutrina Espírita que será
celebrado a 31 de março de cada ano.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 1º de julho de
1977.
a) - Claudio Moacir - Presidente”

Alkindar Costa
477
A foto de 1955, marca
o comparecimento aos
cofres municipais, do
primeiro contribuinte,
Jorge Galadinovic,
então proprietário de
uma bicicletaria na
Av. Paulo de Frontim.
A sua esquerda
o emancipador
Nery Miglioli.
Muito embora não
se tratasse de uma
unidade bancária,
note o aparato de
segurança nos
guichês de
recebimento, tal qual
era utilizado pelos
bancos comerciais.
Acervo Alkindar Costa

A REDE BANCÁRIA DE VOLTA REDONDA

Coube ao Banco Industrial Brasileiro S.A. abrir em 1942, o primeiro estabelecimen-


to bancário na localidade de Volta Redonda, com a inauguração na Avenida Paulo de
Frontim.
Sucederam-se daí por diante as inaugurações das filiais do Banco Comércio e
Indústria de Minas Gerais S.A., Banco Ribeiro Junqueira S.A. e em 1947, da Caixa
Econômica Federal do Estado do Rio de Janeiro.
A rede bancária de Volta Redonda pode ser considerada em relação à extensão
territorial do Município, como satisfatória.
Estão representadas na Cidade as seguintes agências:

• Banco Brasileiro de Descontos S.A. - BRADESCO


• Banco do Brasil S.A.
• Banco Santander / BANESPA S.A.
• Banco do Estado do Rio de Janeiro - BANERJ
• Banco HSBC
• Banco Itaú S.A.

478 Volta Redonda Ontem e Hoje


• Banco Mercantil do Brasil S.A.
• Banco ABN S.A. (Real)
• Banco Santander / Meridional S.A.
• Caixa Econômica Federal
• União de Bancos Brasileiros S.A. - UNIBANCO

Complementando a área financeira, registramos as seguintes financeiras:


• Central Brasileira de Cobranças - CEBRACO - Agência FININVEST
• Crédito Financiamento e Investimento S.A. - FINASA
• Crediaço Ltda.

A REDE HOTELEIRA DE VOLTA REDONDA

No ano de 1942 a Companhia Siderúrgica Nacional estabeleceu o projeto e funda-


ção construída de que deveria ser o Hotel nº 01, onde hoje se erguem as instalações do
Colégio Estadual Professor Manuel Marinho, transformado no Instituto de Educação Pro-
fessor Manuel Marinho, por força do Decreto nº 12.750 de 17 de março de 1989, assinado
pelo Governador Wellington Moreira Franco.

Hotel Bela Vista em


1942, com destaque
do ônibus coletivo
que atendia
ao hotel.
Acervo CSN

Alkindar Costa
479
No mesmo ano, projetado pelo arquiteto Wladimir Bernardes, em área de 27.471,00
m2, ergueu-se o Hotel padrão da cidade, denominado Hotel Bela Vista, de categoria inter-
nacional e de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional.
Planta, áreas, piso e roda-pés são estudos de Saturnino em 28-04-1942, enquanto
que a fachada principal posterior foi projetada por Ricardo Tommasi e as piscinas e ves-
tiários representam mais um trabalho de Glauco do Coutto Oliveira.
A denominada Vila Santa Cecília já contou com os serviços do Hotel Brasil, onde
funciona a Drogaria Moderna e Lojas Americanas.
A rede hoteleira de Volta Redonda, comparada à própria Cidade, apresenta-se po-
bre, possibilitando poucas opções.
- DEXTER HOTEL
- HOTEL AVENIDA
- HOTEL EMBAIXADOR CENTER
- HOTEL LUXOR – BELA VISTA
- HOTEL STRATUS
- PALACE HOTEL QUARTZO
- SÍDER PALACE HOTEL
- QUALITY HOTEL
- POUSADA CASAGRANDE

O MONUMENTO A GETÚLIO VARGAS NA PRAÇA BRASIL

Poucos sabem por que e como foi planejado o Monumento ao Presidente Getúlio
Vargas, erguido na Praça Brasil, em Volta Redonda.
Inúmeras pessoas foram movimentadas para que o planejamento chegasse ao
seu final. O denominado Monumento Presidente Vargas, sempre representou uma velha
aspiração dos trabalhadores da usina que, já em 03 de fevereiro de 1951, cuidavam de
recolocar o retrato do Pre-
sidente, na Estação da Es-
Getúlio Vargas ouve as trada de Ferro Central do
explicações do
Tenente Melo Morais,
Brasil.
sobre a construção do
monumento em sua
Em 1º de maio de
homenagem 1953, Dia do Trabalho,
Acervo Alkindar Costa quando de sua visita a Vol-
ta Redonda, então distrito
de Barra Mansa, Getúlio
Vargas autografou o proje-
to do escultor Leonardo
Lima, apresentado pela
Comissão Pró-Monumento
Presidente Vargas, em uma

480 Volta Redonda Ontem e Hoje


solenidade atendida no Getúlio Vargas no
atelier do escultor
Sindicato dos contempla o início do
Metalúrgicos, onde se ou- trabalho de
viu o pronunciamento do modelagem.

Presidente da Comissão, Acervo Alkindar Costa

Sr. Oscar Arthur de Mello


Morais, o conhecido Ten.
Mello Morais.
Na ocasião, a Co-
missão promotora, estava
assim constituída: Presi-
dente de Honra - Gal. Sylvio
Raulino de Oliveira, Presi-
dente da CSN; Dr. João
Chiesse Filho, Prefeito de
Barra Mansa e Walter
Muller da Silva, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. A Comissão Executiva regis-
trava as presenças de: Oscar Arthur de Mello Morais, Presidente; Othon Reis Fernandes,
Vice-Presidente; Sebastião José Alves da Silva, Tesoureiro; César Cândido Lemos, Se-
cretário Geral; Maurílio Barbosa de Souza, 1º Secretário; Geraldo Labarca, 2º Secretário e
Carlito Neto Coutinho - Procurador Geral.
A idéia da construção do monu-
mento recebeu apoio integral do Gal.
Edmundo de Macedo Soares e Silva, ten-
A notória semelhança
do o projeto original sido, inclusive, alte- física de Aristides
rado, já que Getúlio Vargas sugeriu a es- de Souza Moreira
(pai do empresário
tátua sentada e não de pé, como foi rea- Altamir Moreira) com
lizado. Cabe, ainda, ressaltar que o local o presidente Getulio
primitivo estabelecido para a construção Vargas, levou-o a
posar como modelo
do monumento, seria nos fundos do Es- para a preparação da
critório Central da CSN, sendo a altera- estátua, hoje
ção para a Praça Brasil, determinada pelo localizada na Praça
Brasil.
Gal. Edmundo de Macedo Soares e Sil-
Acervo Alkindar Costa
va.
A obra foi iniciada em 02 de feve-
reiro de 1954 com informação de que
estava sendo atendido um “Projeto de
Execução” de H. Leão Velloso.
O monumento foi inaugurado em 27
de janeiro de 1957, com a presença do
Presidente da República Juscelino
Kubitscheck, ocasião em que usou da pa-
lavra o Ten. Oscar Arthur de Mello Morais,
Presidente da Comissão Pró-Construção
do Monumento, seguindo-se os pronun-
ciamentos do Vereador Lúcio Andrade, a
menina Lindalva, o Vice-Governador do
Estado do Rio de Janeiro, Roberto Silveira

Alkindar Costa
481
e o Deputado Josué de Castro, encerrando-se com o discurso do Presidente da República
Juscelino Kubitscheck. As placas de inauguração registram data de 24 de janeiro de 1957.
Quem posou para que o artista modelasse a figura do Presidente? O próprio Presi-
dente? Não. O trabalho seria de todo impossível se houvesse a exigência para que o
Presidente da República tivesse de assim proceder.
Surgiu, então, a figura de um empresário da Cidade do Aço, muitas vezes confundi-
do nas ruas como sendo Getúlio Vargas. O mesmo corpo, a mesma fisionomia e, até de
alguma forma, quase que a mesma maneira de falar - Aristides de Souza Moreira, antigo
servidor da Companhia Siderúrgica Nacional que, em 1941, chegou para vencer em uma
região onde existia espaço para quem desejava trabalhar. Casado com Dona Dulce
Sobreira Moreira, comandava a A/S Moreira e Cia. Ltda. tendo residido na Rua 46 e na
Rua 27 nº 28, na Vila Operária.
Foi o Ten. Adauto, o responsável pela escolha de Aristides para posar em lugar de
Getúlio, tendo trazido a Volta Redonda os artistas que desenvolveram o projeto.
Tal era a semelhança de Aristides de Souza Moreira com Getúlio Vargas, que em
uma das visitas do Presidente a Volta Redonda, foi o mesmo apresentado com seu ir-
mão, tendo sido fotografado e a foto ficado em poder da Sra. Maria dos Anjos, seguidora
de Getúlio e já falecida.
Para os jovens que hoje residem em Volta Redonda, torna-se necessário unir a
figura de Aristides Moreira e alguém que aqui reside e aqui desenvolve suas atividades,
como empresário e como homem do povo. Ninguém melhor que Altamir de Souza Moreira
que na ORMEC honra e engrandece as suas tradições, defendendo o progresso de Volta
Redonda, filho do homem que serviu de modelo para que fosse feita a estátua de Getúlio
Vargas, na Praça Brasil.

BANCO DE PRESERVAÇÃO GENÉTICA E “CICUTA”

Volta Redonda também tornou-se conhecida por sua poluição.


O fato tem obrigado as autoridades a uma ação constante, não só para correção do
problema como também a fixação de um sistema de reflorestamento da área.
1985, na Administração do Prefeito Benevenuto dos Santos Netto, o assunto ga-
nhou proporções com a efetivação da Lei Municipal nº 2.016 e o Decreto Executivo nº
1.964 e o Decreto Federal nº 90.792.
O primeiro declarou criado o Banco de Preservação Genética da Natureza de Volta
Redonda, em 07 de junho de 1985, enquanto que o segundo regulamentou a aplicação da
Lei criada.
O terceiro dispõe “sobre a declaração de área de relevante interesse ecológico”,
com a denominação de ARIE FLORESTA DA CICUTA.
São documentos da mais alta relevância e que estão fixados nos seguintes termos:

482 Volta Redonda Ontem e Hoje


LEI MUNICIPAL Nº 2.016, de 07/06/1985:

“Artigo 1º - Fica o Chefe do Executivo autorizado a criar e instituir o


Programa denominado “Banco de Preservação Genética da Natureza
de Volta Redonda”, destinado à perpetuação e fomento do refloresta-
mento do Município com espécies naturais da região, tendo por em-
brião a Fazenda Modelo de Santa Cecília do Ingá.
Artigo 2º - O projeto ora autorizado será complementado com a
arborização das áreas urbanas do Município em toda a sua extensão e
incluirá os bens de uso especial.
Artigo 3º - Farão parte do programa ora instituído medidas paralelas de
incentivos à preservação ecológica de modo amplo e geral, coleta de
materiais com finalidades educativas e conservação do patrimônio ve-
getal existente e, especialmente, proteção das margens do Rio Paraíba
do Sul.
Artigo 4º - Na realização do presente projeto, fica o Prefeito autorizado a
buscar a cooperação de empresas do Município, em geral e, em especi-
al, da Companhia Siderúrgica Nacional, tendo em vista explicitamente
os efeitos criados pelo Decreto Federal nº 90.792/85, que tornou a Flo-
resta da Cicuta, área de relevante interesse ecológico.
Artigo 5º - Fica o Prefeito Municipal autorizado a celebrar com a Secre-
taria Especial do Meio Ambiente os convênios necessários para a im-
plantação do projeto ora instituído.
Artigo 6º - A presente lei será regulamentada no prazo de 30 (trinta) dias
a contar de sua publicação”.

O segundo, Decreto Executivo Municipal nº 1.964, de 05/07/1985 tem o seguinte


texto legal:
“O Prefeito Municipal de Volta Redonda, no uso de suas atribuições
legais e,
CONSIDERANDO que a Lei Municipal nº 2.016, de 07/06/85, autorizou a
criação e instituição do programa denominado “BANCO DE PRESER-
VAÇÃO GENÉTICA DA NATUREZA DE VOLTA REDONDA”, com vistas
à perpetuação e fomento do reflorestamento do Município com espéci-
es naturais da região;
CONSIDERANDO que o referido organismo terá como embrião a “Fa-
zenda Modelo Santa Cecília do Ingá”;
CONSIDERANDO que está prevista a arborização de áreas urbanas do
Município em toda a sua extensão;
CONSIDERANDO que medidas paralelas de incentivo à preservação
ecológica no Município se impõem;
CONSIDERANDO que é de todo necessária a coleta de materiais com
finalidades educativas e a conservação do patrimônio vegetal já exis-
tente, com ênfase para a proteção das margens do Rio Paraíba do Sul;

Alkindar Costa
483
CONSIDERANDO, finalmente, que se torna indispensável a coopera-
ção de outros organismos, empresas e entidades e, em especial, a Com-
panhia Siderúrgica Nacional.

DECRETA:

Artigo 1º - Fica criado o Programa denominado “Banco de Preservação


Genética da Natureza de Volta Redonda” com a finalidade precípua de
perpetuar e fomentar o reflorestamento do município em bases amplas
e sólidas.
Parágrafo único - o reflorestamento referido neste artigo far-se-á com
espécies naturais da região, tendo por embrião a Fazenda Modelo San-
ta Cecília do Ingá.
Artigo 2º - A instituição do programa preconizado será complementado
com a arborização das áreas urbanas do Município em toda a sua ex-
tensão, aí incluídos os bens de uso especial.
Parágrafo único - Integrar-se-ão ao programa ora instituído medidas
paralelas de incentivos:
- à preservação ecológica de modo amplo e geral;
- à coleta de materiais com finalidades educativas;
- à conservação do patrimônio vegetal já existente, e
- à defesa e proteção das margens do Rio Paraíba do Sul, no território
deste Município.
Artigo 3º - Para a consecução de objetivos imediatos e mediatos, as
atividades inerentes ao programa denominado “BANCO DE PRESER-
VAÇÃO GENÉTICA DA NATUREZA DE VOLTA REDONDA” se efetiva-
rão em local o mais próximo possível da Floresta da Cicuta, de forma
adequada, em razão da grande variedade de espécies naturais ali exis-
tentes.
Parágrafo único - Em conseqüência, a atribuição precípua do programa
consistirá em:
• um plano eficiente de coleta de sementes;
• a formação de um herbário e
• a produção de matrizes, ou seja, a criação de mudas para serem
enviveiradas.
Artigo 4º - Constituirão finalidades do programa “BANCO DE PRESER-
VAÇÃO GENÉTICA DA NATUREZA DE VOLTA REDONDA”;
a) a formação do BANCO em si, através da coleta de sementes, medi-
ante atuação sem solução de continuidade;
b) o levantamento e a catalogação técnica de espécies naturais em
face da formação do herbário;

484 Volta Redonda Ontem e Hoje


c) o encaminhamento paulatino de mudas e matrizes à Fazenda Santa
Cecília, provenientes da própria produção do “BANCO”, objetivando
a formação e conservação de viveiros;
d) o armazenamento e a distribuição de mudas e matrizes de forma
ordenada;
e) a arborização urbana, sob forma planejada, devidamente fiscaliza-
da;
f) a contenção de encostas, mediante plantio ordenado e o exercício
de uma correta ação fiscalizadora e preservadora;
g) o reflorestamento gradativo, sob planejamento prévio, das margens
do Rio Paraíba do Sul, no território do Município de Volta Redonda;
h) o reflorestamento de áreas que sejam ou venham a ser considera-
das de interesse ecológico, nos casos de desmatamento, incêndios
e outros fatos ou fatores adversos;
i) o exercício de outras atividades afins.

Parágrafo único - Em áreas especificadas são proibidos quaisquer usos


contrários aos objetivos do programa, especialmente:
a) desmatamento, extração arbitrária de mudas e madeiras e a retira-
da de quaisquer espécimes vegetais;
b) implantação e funcionamento de agentes poluidores ou nocivos à
natureza;
c) exercício de atividades outras, capazes de provocar erosão das ter-
ras ou de ameaça aos viveiros e às espécies da botânica regional.
Artigo 5º - O programa ora instituído, que funcionará de forma perma-
nente sob a denominação de “BANCO DE PRESERVAÇÃO GENÉTICA
DA NATUREZA DE VOLTA REDONDA”, terá a supervisão geral do Se-
cretário Municipal de Obras e Serviços Públicos.
§ 1º - Para esse fim, com autorização do Prefeito Municipal, será desig-
nado o pessoal técnico necessário ao desenvolvimento do programa,
mediante proposta do Titular da referida Secretaria.
§ 2º - Dentre o pessoal especializado será escolhido o dirigente do pro-
grama e responsável pela execução de todas as suas atribuições e ativi-
dades.
Artigo 6º - O programa denominado “BANCO DE PRESERVAÇÃO GE-
NÉTICA DA NATUREZA DE VOLTA REDONDA” terá uma regimento
Interno que, submetido ao Secretário Municipal de Obras e Serviços
Públicos, será aprovado pelo Prefeito Municipal, no prazo de 30 (trinta)
dias.
Artigo 7º - O Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, junta-
mente com o dirigente do “BANCO”, atuará no sentido imediato de
articulação necessária com entidades particulares e com órgãos fede-
rais, estaduais e municipais, ligados à área de atuação do programa,

Alkindar Costa
485
visando à compatibilidade de sua programação e ao seu correto desen-
volvimento.
Artigo 8º - Serão, também, estabelecidos convênios e contratos com
órgãos e entidades da Administração, em suas várias esferas de Go-
verno, observada a legislação exigível e aplicável.
Artigo 9º - O Prefeito Municipal receberá periodicamente relatórios, in-
formações e dados, de forma oficial, sobre as atividades e andamento
das realizações do programa.
Parágrafo único - Sob tais propósitos, o Prefeito Municipal, através da
Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, determinará provi-
dências para a consignação em orçamento de dotação necessária ao
desenvolvimento do programa ora instituído.
Artigo 10º - O Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos pode-
rá suplementar este Decreto, decidindo sobre os casos omissos, bai-
xando normas e instruções, sempre que necessário, para o bom anda-
mento das atividades que venham a ser programadas.
Artigo 11º - Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação
revogadas as disposições em contrário.”

O terceiro diploma legal, foi o Decreto Federal nº 90.792, de 09 de janeiro de 1985,


assinado pelo Presidente João Figueiredo, que teve por objetivo preservar a Floresta da
Cicuta, como área de relevante interesse ecológico.
O documento em questão fixa o objetivo, apresentação à delimitação geográfica,
considera as proibições, controles, punições, supervisão, tendo sido publicado no Diário
Oficial da União de 10 de janeiro de 1985 (uma quinta-feira) - Seção I - 696/697.
Tal documento, tem o seguinte texto oficial:

“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe con-


fere o artigo 81, item III, da Constituição Federal, e tendo em vista o
disposto no artigo 9º, item VI, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
nos Decretos nºs 88.351, de 01 de junho de 1983, 89.336, de 31 de janeiro
de 1984 e 89.532, de 06 de abril de 1984.

DECRETA:
Artº 1º - Sob a denominação de ARIE FLORESTA DA CICUTA, fica de-
clarada área de relevante interesse ecológico, a região localizada no Pla-
nalto da Bacia Média do Rio Paraíba do Sul, Município de Volta Redon-
da, no Estado do Rio de Janeiro, com as delimitações geográficas cons-
tantes do artigo 2º, deste Decreto, destinada a proteger e preservar as
espécies raras e diversificadas da biota local.
Artº 2º - A ARIE FLORESTA DA CICUTA tem as seguintes delimitações
geográficas: Limita-se ao norte com a Fazenda Santa Cecília, com 658,06
m (vértices 12 a 17); ao sul com terrenos de terceiros, com 1.360,34 m

486 (vértices 43 a 1); a leste com a Fazenda Santa Cecília, com 1.860,04 m

Volta Redonda Ontem e Hoje


(vértices 1 a 1a); a oeste com terreno de terceiros, com 1.414,69 m (vér-
tices 17 a 43). A área da gleba é 1.312.800,58 m2 (ou 131,28 ha ou 27,12
alqueires geométricos), sendo que a divisa demarcada compreende o
trecho entre os vértices 1 e 17, onde com exceção do vértice 2, foram
implantados marcos de concreto com seção transversal de 7 cm x 7
cm, cravados no solo com uns 20 cm aflorando da superfície. O trecho
entre os vértices 17 e 1, passando pelo vértice 43, pertence à divisa do
terreno primitivo da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN. A poligonal
da divisa tem início no vértice 1, coincidente com o marco 7 de cerca-
divisa sul do terreno primitivo da CSN, cravada quase no topo do mor-
ro conhecido outrora com “alto do Moinho Velho”, situado 450 m a les-
te da cachoeira do Rio Brandão e 210 m ao sul das linhas de alta tensão
de Furnas. Tal vértice tem as seguintes coordenadas retangulares, no
sistema CSN N= -4.758,84 m e E= +3.795,60 m; que correspondem, res-
pectivamente, às coordenadas geográficas Lat. S 22°33’21”,5 e Long. W
de Greenwich 44°05’00”,1. Do vértice 1, segue em linha reta para norte
até o vértice 2, passando pelo marco de alinhamento 1A e sob as linhas
de alta tensão de Furnas, à esquerda de duas de suas torres, que estão
situadas na garganta entre dois morros. O vértice 2 está materializado
por um marco-monumento do Exército Brasileiro e representado por
uma cápsula de bala de canhão cravada em uma base de concreto, a
344,49 m do vértice 1, na Lat. S 22°33’00”,3 e Long. W 44°05’13”,7. No
vértice 2 a divisa deflete para a esquerda e desce pela encosta do morro
até atingir o vértice 3, na margem direita do Rio Brandão, bem na dire-
ção da foz de um córrego temporário, na Lat. S 22°33’01”,5 e Long. W
44°05’19”,4; daí, segue pela margem direita do Rio até o vértice 7 (Lat. S
22°32’48”,4 e Long. W 44°05’18”,1), passando antes pelo vértices 4, 5 e
6, sendo que o vértice 4 está colocado bem em frente a foz do Córrego
da Água Fria. No vértice 7 a divisa deflete para a esquerda, atravessa o
Rio Brandão, passa pelo marco de alinhamento 7A e segue margeando
a estrada de terra que dá acesso à Floresta da Cicuta, passando pelos
vértices 8, 9, 10 e 11, até atingir o vértice 12 (Lat. S 22°32’34”,5 e Long. W
44°05’20”,3), situado na bifurcação da referida estrada com uma estra-
da secundária abandonada. O vértice 10 está situado na margem da
estrada de acesso ao curral da Fazenda Santa Cecília, no ponto de bi-
furcação da estrada de acesso à Floresta da Cicuta, perto de uma por-
teira, sendo que do vértice 10 ao 12 a divisa margeia também o Rio
Brandão, à sua esquerda, exatamente no trecho em curva levado pela
erosão. A extensão total da divisa no trecho entre os vértices 1 e 12 é de
1.860,04 m. No vértice 12 a divisa deflete para a esquerda, deixa a estra-
da de acesso e segue pela encosta de um morro plantado de eucaliptos,
até atingir novamente a mesma estrada no vértice 14, situado na mar-
gem da estrada; daí, continua pela mesma margem da estrada até o
vértice 16, situado numa parte plana, na Lat. 22°32’27”,3 e Long. W
44°05’38”; daí deflete para a esquerda, atravessa um pequeno vale e
sobe até o vértice 17 (na Lat. S 22°32’29”,9 e Long. W 44°05’39”,6), mate-
rializado por uma marco de pedra bruta da divisa primitiva do terreno
da CSN; percorrendo um total de 658,06 m entre os vértices 12 e 17. No
vértice 17 a divisa deflete para a esquerda e segue pela cerca existente,
beirando a Floresta da Cicuta, atravessa quatro córregos, que entram

Alkindar Costa
487
no polígono, atinge um valo e segue por ele até encontrar o vértice 43,
materializado por um marco de pedra bruta, situado na margem do valo,
na (Lat. S 22°33’16”,4 e Long. W 44°05’42”,2). A distância total da cerca-
divisa entre os vértices 17 e 43 é de 1.414,69 m. No vértice 43 a divisa
deflete para a esquerda, segue pela cerca existente, passa pelo marco 5
da divisa primitiva, atravessa um córrego, passa pelo marco 6 da divisa
primitiva, passa sob as linhas de alta tensão de Furnas e segue até atin-
gir o vértice 48, localizado no Alto da Cicuta e materializado por um
marco de pedra bruta, na Lat. S 22°33’26”,4 e Long. W 44°05’26”,0; daí,
desce floresta a dentro pela cerca, até chegar no vértice 61, na margem
esquerda do Rio Brandão, nas proximidades da cachoeira do mesmo
rio, na Lat. 22°33’24”,2 e Long. 44°05’14”,2; daí desce rio abaixo até o
vértice 62, situado na barra do Córrego da Cachoeirinha, na Lat. S
22°33’22”,8 e Long. W 44°05’13”,5; neste vértice, a divisa deixa o Rio
Brandão e sobe pelo eixo do Córrego Cachoeirinha até encontrar a cer-
ca da divisa primitiva no vértice 69, na margem do córrego; daí, segue
pela cerca até o morro conhecido outrora como “alto do Moinho Ve-
lho”, onde atinge novamente o vértice 1, ponto de partida desta descri-
ção, após percorrer a extensão de 1.360,34 m entre os vértices 43 e 1.
Art. 3º - A abertura de estrada na ARIE FLORESTA DA CICUTA depen-
derá de aprovação do Presidente da República.
Art. 4º - Caso seja constatado, na ARIE FLORESTA DA CICUTA, a exis-
tência de jazidas minerais de grande importância para a economia do
País, o Presidente da República poderá redelimitá-la, sem prejuízo de
sua extensão total, a fim de permitir a exploração de tais jazidas.
Art. 5º - A destruição da biota na ARIE FLORESTA DA CICUTA consti-
tuirá degradação da qualidade ambiental, punível na forma da Lei nº
6.938, de 31 de agosto de 1981, e dos Decretos nºs 88.351, de 01 de
junho de 1983, 89.336 de 31 de janeiro de 1984, e 89.532, de 06 de abril de
1984.
Art. 6º - A ARIE FLORESTA DA CICUTA será supervisionada, adminis-
trada e fiscalizada pela Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA,
do Ministério do Interior, que tomará as providências necessárias para
esse fim, conforme dispõe a legislação federal específica.
Parágrafo único - A administração e fiscalização da ARIE FLORESTA
DA CICUTA será exercida pela SEMA em articulação com a Companhia
Siderúrgica Nacional, proprietária das terras, com a Prefeitura Munici-
pal de Volta Redonda e com o Estado do Rio de Janeiro.
Art. 7º - A SEMA, expedirá as instruções normativas necessárias ao
cumprimento deste Decreto.
Art. 8º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 09 de janeiro de 1985; 164º da independência e 97º da Repúbli-
ca.”
JOÃO FIGUEIREDO
“Mário David Andreazza”
488 Volta Redonda Ontem e Hoje
Em 20 de janeiro de 1990 a edição nº 875 do Jornal do Vale registrou que o Execu-
tivo Municipal estava anunciando a construção de uma grande represa na Floresta da
Cicuta, gerando uma ofensiva contra o projeto pela Associação de Biologia, muito embo-
ra a obra ainda estivesse em fase de projeto pela firma paulista Hidroconsult.
A ofensiva originou-se em razão dos termos do Decreto Federal nº 90.792.
Foi feita a alegação de que a construção de uma represa e de um parque no interior
da Floresta da Cicuta causaria um impacto de grandes proporções no eco-sistema local.
O local em questão já foi declarado área de lazer em meados dos anos 70; na
década de 80, a floresta serviu de palco de manobras militares, realizadas por soldados
do 22º BIMTz.
A má utilização da Floresta pelo homem, contribuiu para a sua destruição bastante
destacada, quase perdendo por completo a sua identidade com uma das últimas flores-
tas da Mata Atlântica da região.
No local foram identificados cágado-de-hoge e bugioruivo, que já estão praticamen-
te extintos das florestas brasileiras, outras espécies em fase de extinção devem existir no
local.
Nos dias atuais, a “Cicuta” recebe a proteção da “Fundação CSN”.
Na área ambiental, a Lei Municipal 2.736 de 01/04/1 992, determinou o tombamento
por valor ecológico, da encosta da margem esquerda da Avenida Francisco Torres, até a
divisa do Bairro São Luiz, para que toda essa área ficasse preservada, no bairro Pinto da
Serra.
Pelo Decreto no. 3.126 de 05/05/1 989 foram declaradas Áreas de Proteção
Ambiental, Paisagistica e Ecológica, a mata existente nas terras do Sítio dos Carvalhos,
da Fundação Beatriz Gama e a Fazenda Santa Cecilia do lngá, de propriedade do Municí-
pio.
Com 211 hectares, a Fazenda Santa Cecília do lngá é a maior área verde do Muni-
cípio. Foi adquirida pela Prefeitura Municipal de Volta Redonda em 14/09/55, para o apro-
veitamento do seu potencial hidríco, pois passou a abastecer parte do então núcleo urba-
no. Para evitar a degradação ou desvio de sua finalidade, foi assinado um convênio com
o Ministério da Agricultura, em 1962, para criação do Parque Florestal Municipal, condição
que permaneceu até 1988, quando foi transformada em Área de Proteção Ambiental pela
Lei Orgânica Municipal.
Cerca de 90 hectares são cobertos com mata atlântica nativa e trechos refloresta-
dos. A manutenção legal desta reserva está em proteger a biodiversidade dos
ecossistemas dela inerentes e atuar como reguladora da qualidade do ar na região.
Em 1993, a COORDEMA implementou na reserva do lngá, o Horto Municipal para a
produção de mudas de espécies arbóreas apropriadas para a arborização urbana, reflo-
restamento, contenção de enconsta e recuperação de área degradada.
Hoje, o Horto Municipal de Volta Redonda é o maior do Sul do Estado, com produ-
ção de mais de 8 mil mudas por mês.
A produção é utilizada pela Prefeitura e distribuída através do Centro de Distribuição
Permanente, situado na COORDEMA, à população , associações, escolas e entidades
ecológicas e comunitárias.

Alkindar Costa
489
Para zelar pelo patrimônio ambiental de forma mais adequada, a Prefeitura criou o
Grupamento Ambiental da Guarda Municipal.
Treinados para a vigilância do patrimônio ambiental, os componentes desse
grupamento receberam conhecimentos sobre a legislação e noções de manejo e
desativação de armas de caça e pesca. Atualmente, trabalham na Fazenda Santa Cecilia
do lngá, no Zoológico Municipal, na ronda dos rios e das zonas de interesse ecológico.

BENS TOMBADOS NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA

Em 06 de novembro de 1985, o Prefeito Benevenuto dos Santos Netto, sancionou a


Lei Municipal n° 2.075, consequentemente do projeto capeado pela Mensagem n ° 52/85
do próprio Executivo Municipal.
Determina a lei em questão:
“Artigo 1:
O tombamento dos documentos, das obras e dos locais de valor
histórico ou artístico, bem como dos monumentos, das paisagens
naturais notáveis e das jazidas arqueológicas, será feito, no município
de Volta Redonda, com fundamento no artigo 180, na constituição de
1988 - Artigo 216 e 88 Parágrafo Único da Constituição do Brasil e de
conformidade com as disposições da presente lei e de seu regulamento.
Artigo 2:
O tombamento a que se refere o artigo anterior compreende todas as
obras humanas e recantos da natureza que constituam ou relembrem
fatos notáveis e edificantes do povo voltarredondense.
Artigo 3:
Os titulares das coisas vizinhas dos bens tombados serão notificados
do ato, após o registro no registro de imóveis, para o fim da garantirem
a plena visibilidade das coisas tomadas, pelo que fica proibida a
colocação de anúncios ou cartazes, sob pena de sua compulsória
retirada e bem assim a modificação do ambiente e da paisagem
adjacente, a alteração de estilos arquitetônicos e tudo o mais que
contraste ou afronte a harmonia do conjunto e contribua para tirar o
valor histórico ou a beleza original da obra protegida.”

O Decreto Executivo Municipal n° 2.111 de 19 de dezembro de 1985, regulamentou


a Lei Municipal na 2.075.
O Prefeito Benevenuto valeu-se das disposições da Lei Municipal para considerar
Tombado o Cinema Nove de Abril, na Vila Santa Cecília, por força do Decreto Municipal
nº 2.070 de 06 de Novembro de 1985. Segundo o texto do decreto, o objetivo foi que o
cinema deveria ser preservado como espaço cultural, e que para tanto imprescindível
seria conservá-Io com todas as atuais instalações, menos os equipamentos
cinematográficos, sujeitos a troca por outros mais modernos. Fixava, também, que:

490 Volta Redonda Ontem e Hoje


“o Cinema Nove de Abril não podia ser olhado simplesmente como
uma sala de projeções cinematográficas artísticas, mas como recinto
para espetáculos teatrais e outras manifestações artísticas, concluindo
em seus considerandos que o Cinema por sua grandiosidade, como
edifício e como auditório, é o mais importante de toda esta região do
Vale do Paraíba.”
Em razão das disposições oficiais, passaram a ser considerados tombados, ficando
sob a proteção especial do Poder Público Municipal:

POR LEI MUNICIPAL

Chaminé do antigo laticínio ( ao lado do Viaduto N.S. das Graças) como


Monumento Histórico - Lei Municipal n° 2.203 de 03-06-1987 de autoria do
vereador Iram Natividade Pinto.
Obras, Estátuas e Construções existentes na Praça Brasil (conhecido
como Monumento ao Getúlio). Lei Municipal nº 2.278 de 22/03/1988, de autoria
do vereador Luiz Carlos Hallack Sarkis. Interesse Cultural, Histórico e
Paisagístico.
Colégio Professor Manuel Marinho ( Instituto de Educação Professor
Manuel Marinho, na Vila Santa Cecília) - Lei Municipal n° 2.307 de 02/06/
1988, de autoria da Vereadora Lecy Fernandes de Souza.

Interesse Social e Histórico.


Centro de Puericultura do Hospital da CSN (Rua 33, na Vila Santa Cecília).
Lei Municipal nº 2.690 de 23/10/1991, de autoria do Vereador Gilbraltar Pedro
de Oliveira Vidal. Valor Arquitetônico.
Igreja Santo Antônio no Bairro de Niterói - Lei Municipal n° 2717 de
19/12/1991 de autoria do Vereador Luiz Gonzaga Lula de Oliveira Lima. Valor
Histórico.
Encosta da margem esquerda da Av. Francisco Torres até a divisa com
o bairro São Luiz. Lei Municipal nº 2.736 de 01/04/1992, de autoria do
Vereador Edson Pedro da Cruz. Preservação Ambiental.
Clube Foto-Filatélico e Numismático de Volta Redonda (Vila Santa
Cecília/Bela Vista) - Lei Municipal n° 2.780 de 22/09/1992, de autoria do
vereador Luiz Simões. Valor Histórico e Cultural.
Fazenda Santa Cecília (Vila Santa Cecília/Laranjal). Lei Municipal nº 2.808
de autoria do Vereador Francisco Severino de Almeida. Valor Arquitetônico
e histórico.
Colégio Estadual Barão de Mauá (Jardim Paraíba) - Lei Municipal n° 2.887
de 23/04/1993, de autoria do vereador Genilson Pereira da Silva. Valor
Arquitetônico e Histórico.

Alkindar Costa
491
Sede da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda
(Praça Pandiá Calógeras ). Lei Municipal n° 2.909 de 11/06/1993, de autoria
do Vereador Genilson Pereira da Silva. Valor Cultural.
Hotel Bela Vista ( bairro Bela Vista) - Lei Municipal n° 3.369 de 06/10/1997,
de autoria do vereador Milton Carlos Moreira da Silva. Valor Histórico,
Arquitetônico.

As belas formas do
Hotel Bela Vista
tornam-no um dos
belos cartões postais
da cidade, além de
destacar suas formas
que fizeram dele um
marco arquitetônico
em Volta Redonda.
Foto Digital: Jader Costa

Sede do Tiro de Guerra ( bairro Sessenta) - Lei Municipal n° 3.893 de


01/10/2003, de autoria do vereador Edson Carlos Quinto. Valor Histórico
e Cultural.

POR DECRETO EXECUTIVO MUNICIPAL

Cinema Nove de Abril ( na Vila Santa Cecília) . Decreto n° 2.070 de


06/11/1985. Também tombado por área do Governo do Estado do Rio de
Janeiro.
Chaminé do Antigo Laticínio (ao lado do Viaduto N. S. das Graças) decreto
n° 2.105 de 19/12/1985.
Igreja Santa Cecília (na Vila Santa Cecília) . Decreto n° 2.116 de
23/12/1985. Preservação de suas características arquitetónicas originais.
Projeto do Arquiteto Antônio Santos Pinto, construído pela CSN em 1943.
Sede da Fazenda Três Poços (no bairro do mesmo nome). Decreto nº
2.117 de 23/12/1985. Preservação das características originais da fachada.
492 Volta Redonda Ontem e Hoje
Sede da Fazenda Santa Cecília ( Vila Santa Cecília/Laranjal) Decreto n°
2.119 de 24/12/1985. Valor histórico e arquitetônico.
Memorial Zumbi dos Palmares ( Vila Santa Cecília). Decreto n° 4.317 de
29/12/1992. Valor Cultural. Projeto de Celso Dal Bello - 1989.
Monumento aos Ex-Combatentes ( bairro 60 ). Decreto n° 4.319 de
29/12/1992. Valor Histórico e Cultural.

Alterado pelo Governo


Neto, Monumento aos
Ex-Combatentes
ganhou nova fachada,
rampas de acesso e
uma fonte, mas
preservou os três
tubos de Aço Inox que
representam as Forças
Armadas.
Foto Digital: Jader Costa

Usina Presidente Vargas ( CSN-Vila Santa Cecília). Decreto n° 4.744 de


30/03/1993. Valor Histórico. Revogado pelo Decreto 5927, de 24/01/2003.

Verifica-se a existência da Lei Municipal n° 2.878 de 07/04/1993, de autoria do Vereador


José Augusto de Miranda, que estabelece o tombamento de “TODA E QUALQUER ÁREA
DE TERRA, DENTRO DO MUNICIPIO DE VOLTA REDONDA, DE PROPRIEDADE
DA COMPANHIA SIDERURGICA NACIONAL.”
De princípio discutia a validade das disposições da lei enfocada, visto que a
abrangência da deliberação, alcança espaços sem qualquer significação histórica, ou
que necessite ficar sob a proteção e guarda do Poder Público Municipal. O próprio
desenvolvimento da industria, redundando na fixação de novas edificações, estaria
alcançando áreas consideradas tombadas. Tal determinação não foi reexaminada pelo
Poder Público Municipal.
Um decreto Executivo Municipal, o de n° 4.744 de 30/03/1993, fixou o “Tombamento
da Usina Presidente Vargas”, de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional
(3,76 km2), espaço que se transforma, constantemente, face ao próprio processo de
crescimento da indústria.
Um ponto qualquer da industria considerado “Tombado” poderia produzir os
resultados esperados e até representar um processo histórico. Já “toda a Usina” deixava
evidente o cerceamento, SE A LEI FOSSE ATENDIDA, ao crescimento e desenvolvimento.
Revogado pelo Decreto nº 3.927 de 24/01/2003.

Alkindar Costa
493
Os legisladores da cidade cogitaram, também, o tombamento da primeira sede da
Prefeitura e Câmara Municipal de Volta Redonda, já desfigurada e em 2002 ocupada por
um estacionamento rotativo. O que até a presente data ainda não foi atendido.
A Administração Antônio Francisco Netto, pela primeira vez na história da Cidade
do Aço, reservou atenção especial ao chaminé ao lado do Viaduto N.S. das Graças,
recuperando-o integralmente. No local funcionou uma usina de aguardente, posteriormente
adquirida e transformada em laticínio pelo Cel. Aprígio Cravo. Cabe ressaltar que a
Chaminé em questão não é da “Olaria” (já demolida e que ficava na Avenida da Integração,
antiga A. Barreiros.
Na Praça Brasil, resguardada pela Lei Municipal n° 2278 de 22 de março de 1988, a
administração Wanildo da Carvalho fez incluir uma escultura do artista plástico Roberto
Moriconi, construída em aço corten com cinco metros de altura, denominada” O Casulo
do Dragão “. Recebeu para a sua efetivação a participação de Wanderley Dias de Moura,
Oswaldo Moreira, José da Silva Dias e Darci Verre, como marco das comemorações da
Cidade. Tal monumento foi transferido para o início da Avenida que liga Volta Redonda a
Rio São Paulo, na altura da sede da Associação Atlética Comercial.
Na Praça Brasil, também pela Administração Wanildo de Carvalho, foi em 27 de
outubro de 1989, instalado dois grandes murais de 36 metros quadrados cada um, de
autoria do artista plástico carioca Rubens Gerchman, denominados “Multidões”.
Os Murais foram confeccionados com vigas, vergalhões e chapas de aço que
apresentam um ligeiro movimento provocado pelo vento.
Suas duas multidões, olhando uma para a outra, na visão do artista, falam de um
trabalho que demorou seis meses e foi desenvolvido na Escola Técnica Padiá Calogeras,
da CSN, por uma equipe de 20 engenheiros químicos e metalúrgicos. Ditos murais foram,
posteriormente, transferidos para a llha São João, nas proximidades das instalações da
Secretaria Municipal de Cultura.
Existe na Cidade, também, o Memorial Nove de Novembro, localizado na Praça em
frente a entrada principal para a Companhia Siderúrgica Nacional, na Vila Santa Cecília,
de autoria de Oscar Niemeyer, monumento que foi atingido por uma explosão terrorista. O
monumento foi reerguido aos pedaços. Não se discute os aspectos sindicais e políticos
que envolvem o assunto. No entanto por se tratar de um “monumento”, deveria ser
reconstruído e conservado, especialmente por encontrar-se em pleno centro da Vila Santa
Cecília.
Uma escultura de Zumbi dos Palmares foi elaborada por Rogério Mason em 1989,
estando localizado no Memorial na Vila Santa Cecilia, projetado em 1989 pelo arquiteto
Celso Dalbelo.
Em frente as Lojas Americanas, na Vila Santa Cecília, está localizado um busto sem
placa, homenagem prestada ao Presidente da CSN em 1950/1954, cal. Sylvio Raulino de
Oliveira.
Dois marcos rotários estão contruídos na Cidade pelo R.C. Volta Redonda Leste, a
saber:
Rua 207 ( entrada da Cidade - chegada de São Paulo ) – inaugurado em
07-12-1980, na administração do Governador Wanildo de Carvalho.
Marco rotário na confluência do Viaduto Heitor Leite Franco e o Bairro
São Geraldo. Projeto do Governador Wanildo de Carvalho, construção e

494 doação de José Caetano dos Santos (Tebas).


Volta Redonda Ontem e Hoje
Na praça Sávio Gama, em frente ao Palácio 17 de julho, sede da Prefeitura Municipal
de Volta Redonda, foi mandado erguer pelo Prefeito João Paulo Pio de Abreu, um espiral,
simbolizando a centenário do lançamento dos. primeiros fundamentos que deram origem
ao povoado de Santo Antônio de Volta Redonda, na margem esquerda do Rio Parafba,
por iniciativa do Com Bernardo José Vieira Ferraz e outros fazendeiros da localidade.
1864 -1964.
Na mesma Praça se ergue o Monumento, inaugurado em 22 de abril de 2000, pelo
Prefeito Antônio Francisco Neto, em comemoração aos 500 anos do Brasil. Monumento
desenhado pelo chargista do Diario do Vale, Anderson de Souza. O projeto arquitetônico
é de autoria do arquiteto Roberto Pimenta. O idealizador da obra foi o assessor especial
do Prefeito Neto, Oscar Cardoso.
Na entrada do Viaduto N.S. das Graças, esquina com Avenida Amaral Peixoto, em
13 de junho de 1976, foi inaugurado o monumento à Bíblia .
Em 17 de julho de 1999, o Prefeito Antônio Francisco Neto inaugurou o Monumento
a Volta Redonda, especialmente construído para comemorar o 45° aniversário. Localizado
na entrada para a cidade ( Rio X São Paulo) pesa 5,7 toneladas. Estrutura metálica e
altura de 14 metros. Autoria do Arquiteto Roberto Pimenta da Cruz.
Um monumento Maçônico foi erguido próximo a Associação Atlética Comercial, no
canteiro ao lado da estrada que liga a saída da cidade a Via Dutra ( Rio x São Paulo ). É
uma obra da Loja Maçônica Independência e Luz II.
A legislação prevê a existência de 5 livros para o registro do tomamentos: O livro de
Tombo Arqueológico, paleontologia, tecnológico e Paisagístico; o Livro de Tombo Histórico;
o Livro de Tombo das Belas Artes; o Livro de Tombo das Artes Aplicadas e o Livro de
Tombo de Artes Populares. Por outro lado, necessário se toma uma fiscalização sobre os
bens já tombados, a luz da legislação em vigor, preservando-os de fato, o que representa
abolir-se letreiros, aparelhos de ar condicionado, mudança na estrutura, pinturas etc...
Não basta dizer que uma lei foi feita. É preciso aplicá-la para que não se percam pontos
importantes da nossa história, da nossa tradição.

A Fonte Luminosa na
Praça Brasil, continua
encantando visitantes
e com sua iluminação
especial traz a tona
gratos momentos.
Foto Digital: Jader Costa

Alkindar Costa
495
Após a revitalização, a
antiga Chaminé de
1903, que marca a
história industrial do
município, ganhou uma
iluminação especial e
um piso para receber
os visitantes.
Acervo PMVR.

496 Volta Redonda Ontem e Hoje


OS SIMBOLOS MUNICIPAIS

A Constituição Federal consagra como símbolos a Bandeira, o Hino, as Armas e o


Selo Nacional.
A Lei Orgânica do Município de Volta Redonda, em seu artigo 4º, considera símbo-
los da Cidade do Aço:
I- A Bandeira, constituída de listras brancas e amarelas, tendo no canto supe-
rior esquerdo, um retângulo negro sobre o qual aparecerá um feixe de raios
em cor amarela;
II - O Brasão, constituído de escudo português, corôa mural, dois cíclopes e
divisa com os dizeres “Flvmen Fvlmini Flexit”, conforme estabelecido em
Lei.
Por força da Lei Municipal 1.347, de 20/05/1976, foi instituído o Hino Oficial da Cida-
de de Volta Redonda.
Cada um dos ítens são assim apresentados:

A BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA

A bandeira do Município de Volta Redonda foi idealizada pelo Dr. Miguel Barroso do
Amaral. Acompanhando, essencialmente, o pensamento do poeta Guilherme de Almeida,
autor do brasão da Cidade do Aço, o ilustre projetista conseguiu relatar simples e clara-
mente, desde a origem, a história econômica do nosso Município.

Alkindar Costa
497
Assim, vemos a primeira riqueza da antiga Volta Redonda, simbolizada nas listas
brancas e amarelas, representativas do Rio Paraíba, - listas brancas - que proporciona-
vam toda a grandeza desse imenso vale, concretizando-se, mercê do trabalho de seus
habitantes, em riquezas crescente - oito listras amarelas.
Encontramos no retângulo negro, composto em um dos cantos superiores da ban-
deira, sobre a qual ressalta um feixe de raios amarelos, a imagem perfeita da nossa
economia atual, a dinamização da indústria pesada que faz de Volta Redonda um dos
mais importantes centros da América do Sul, hoje conhecido do mundo inteiro.
Com esta descrição entendemos que, os dois símbolos - brasão e bandeira - se
completam, caracterizando de forma marcante a destinação histórica do Município de
Volta Redonda.
A Bandeira Municipal foi instituída pela Deliberação nº 164, de 30-12-1957.

BRASÃO DE VOLTA REDONDA

O brasão de armas do Município de Volta Redonda foi elaborado pelo paulista, es-
critor e poeta, Guilherme de Almeida, da Academia Brasileira e Paulista de Letras, uma
das mais abalizadas autoridades no campo de heráldica.
Determina a Deliberação nº 141, de 2 de março de 1957, em seu artigo 2º:
“Este Escudo de Armas terá a forma abaixo discriminada: ESCUDO
português de sabre com um feixe de raios de ouro dentro de uma orla
de prata rompida no chefe. Coroa natural de ouro de quatro torres,
ameias e sua porta cada uma. Tenentes: dois cíclopes com seu malho
sobre bigorna por terraço, tudo ao natural. Divisa: FLUMEN FULMINI
FLEXIT de ouro em fitão de sinopla”.

498 Volta Redonda Ontem e Hoje


As partes do brasão assim são definidas:
“ESCUDO PORTUGUÊS” - com seu termo formado por um meio cir-
culo como os municipais de Portugal, porque esse, de singela feição
posto em uso, nos tempos de D. Manoel I, é o Escudo que convém “a
descendentes de português” e está “de acordo com o uso já consagra-
do no Brasil”.
“de sable” - Isto é, porque segundo Antônio Vilas Boas e Sampayo, é
este esmalte, na simbologia material, o que corresponde a terra: a que
fornece o minério, sangue e alimento da Cidade do Aço; e, na espiritual,
o que traduz, confirme os versos arcaicos da Cavalaria, de França (Sable
dict fermeté... et vigilance”), a firmeza e vigilância que o Brasil inspira a
sua máxima e substancial indústria.
com um feixe de raios” - Os raios que desferia Júpiter, no Étna, fundi-
dos por Vulcano: nobre imagem mitológica a evitar o indesejável lugar
comum das chaminés e rodas dentadas.
“de ouro” - E, postos, como estão, os raios de ouro no “centro” ou
“abismo”, do Escudo que representa o coração, querem eles dizer que
das forjas da Usina de Volta Redonda se irradia por todo o País o seu
sangue novo, feito de brilho, justiça, fé, força e constância.
“dentro de uma orla de prata rompida no chefe” - figuração adequada,
porque puramente heráldica, da curva quase fechada que faz o Rio
Paraíba no seio que assentou a CSN, a sua Usina; acidente geográfico
esse que deu nome ao local, que tornou o brasão “falante” por essa
“Volta Redonda” de peça.
“de quatro torres, três ameias e sua porta cada uma” - das quais torres
somente duas se vêm: uma completa ao centro, e meia de cada lado,
como o estabelecem as leis de perspectiva heráldica.
“Tenentes: dois Cíclopes com um malho” - homenagem ao operário de
Volta Redonda, pois que eram os cíclopes os “Obreiros de Vulcano”,
gigantes que forjavam os raios de Júpiter Tonante.
“sobre a bigorna por terraço” - diz-se “terraço” a base em que hão de
pousar os “tenentes” seres animados que suportam o escudo; e ne-
nhum se oferece mais digno e próprio para o brasão de armas da Cida-
de do Aço do que a figura de rijo sentido e severa beleza da bigorna.
“tudo ao natural” - o mesmo é dizer: representadas essas figuras e seus
atributos (Cíclopes, malhos e bigornas) nas suas cores reais.
“Divisa - FLUMEM FULMINI FLEXIT” - composta especialmente, e não
mera citação de autor clássico: latina, recorda a origem de nossa raça;
breve, sonora e com propositada alteração, sintaxe, busca exprimir o
espírito da mais concisa, harmoniosa e requintada das línguas; altiva
como convém aos motes heráldicos - significa que o rio (“flumem”),
ante o raio (“fulmini”) dobrou-se (“flexit”), contendo, assim os dois ele-
mentos (siderúrgica) e o geográfico (volta do rio) dando ademais, uma
poética interpretação de lenda de ouro em fitão de sinopla” - pois que
as letras das inscrições serão sempre de metal; e a evocar, afinal, na
composição auriverde, as cores gloriosas da Pátria.

Alkindar Costa
499
Com a descrição feita, entendemos que os dois símbolos, Bandeira e Brasão, se
completam, caracterizando de forma marcante a destinação histórica do Município de
Volta Redonda

HINO OFICIAL DE VOLTA REDONDA

O Capitão Franklin de Carvalho Júnior, em 23 de março de 1976 remeteu expedien-


te ao então Prefeito Municipal Dr. Nelson dos Santos Gonçalves, propondo a fixação do
Hino Oficial de Volta Redonda.
Como justificativa apresentou os seguintes argumentos.

“Em 1954, a emancipação política de Volta Redonda motivou o apareci-


mento de duas composições poético-musicais de caráter cívico.
A primeira, com letra de Carlos Rios e música de Carlos Jorge de Melo,
intitula-se “DOBRADO 17 DE JULHO”; a segunda, com letra de Sylvio
Fernandes e música de Adauto de Oliveira, recebeu o nome de “HINO
DA CIDADE DO AÇO”.
Em 18 de agosto de 1955 a Câmara Municipal nomeou uma comissão,
composta de cinco nomes, que deveria examinar o mérito das compo-
sições e emitir parecer.
Não conhecemos o motivo, mas é certo que a comissão não chegou a
reunir-se, o que não impediu, entretanto, que dois de seu membros se
manifestassem, por escrito e individualmente: o Jornalista J.B. de
Athayde, examinando ambos os textos, decidiu-se “sem o menor re-
ceio” pela letra intitulada “Cidade do Aço”; o autor desta justificativa,
aconselhou que as duas composições fossem aprovadas como can-
ções cívicas de Volta Redonda e sugeriu a divulgação de um concurso
para a escolha de um “Hino de Volta Redonda”, dentro do seguinte pla-
no:

1 - Concurso de composição poética;


2 - Concurso de composição musical que deveria ser inspirada na letra
escolhida.

Não se tornou conhecida a solução dada ao caso pelo Poder Legislativo.

ASPECTOS HISTÓRICOS

O “Hino Cidade do Aço” foi executado, em primeira audição instru-


mental, pela Banda de Música da Academia Militar das Agulhas Negras,
na noite de 6 de fevereiro de 1955, durante as festividades da Instalação

500 do Município de Volta Redonda. Mais tarde, ao ensejo das comemora-

Volta Redonda Ontem e Hoje


ções do segundo aniversário da Emancipação, a Banda da CSN, em
audição pública, executou ambas as composições, em homenagem a
Adauto de Oliveira e Carlos Jorge de Melo.
Daí por diante, o assunto, aparentemente, caiu no esquecimento. E quan-
do dizemos - aparentemente - é porque, depois de transportá-lo para
um tom no qual melhor se colocasse a extensão das vozes corais (com
anuência do autor da música, é claro) incluímos o “Hino Cidade do Aço”
na programação do 20º aniversário do Município e constatamos que
sentiram as professoras componentes do Orfeão Vila Lobos que o can-
taram naquela ocasião. É que a sua divulgação, em 1954/55, havia sido
feita na escola, o lugar certo.
Muitas das professoras eram meninas-alunas no ano da Emancipação,
daí o contentamento que a música lhes causou, após vinte anos.
A alegria e a vibração que os escolares de hoje sentiram ao entoá-lo no
dia 17 de julho, nos anos de 1974 e 1975 e a aceitação manifestada pelas
pessoas presentes àqueles atos cívicos, substituem, com vantagem, o
veredicto do Júri. Junte-se-lhes a decisão favorável do ilustre Jornalis-
ta J.B. de Athayde, em 2 de agosto de 1956 e o pronunciamento, tam-
bém favorável que estamos firmando neste documento, e teremos as
razões para que os Poderes Municipais - Legislativo e Executivo - pro-
cessem a oficialização do Hino que por sugestão nossa, os autores con-
cordaram que passasse a chamar-se oficialmente de “HINO DE VOLTA
REDONDA”.
Seria oportuno que, aprovada esta proposição, os ilustres Legisladores
fizessem constar do decreto a obrigatoriedade do ensino correto do
HINO DE VOLTA REDONDA, em toda a rede escolar dos 1º e 2º graus e,
bem assim, o canto do seu estribilho, após o canto do Hino Nacional,
na solenidade de hasteamento obrigatório da Bandeira Nacional, uma
vez por semana em cada escola.

estribilho do “HINO DE VOLTA REDONDA”

Volta Redonda é o Brasil,


Do Amazonas ao Prata,
Bis Crescendo em valores mil,
É tudo o que mais retrata
Um grito de heroicidade,
Um sonho feito verdade.”

Os argumentos foram considerados e a Câmara Municipal aprovou e Lei nº 1.347,


sancionada em 20 de maio de 1976, com o seguinte texto:

Alkindar Costa
501
“Artigo 1º - Fica instituído o hino oficial do Município de Volta Redonda,
sob a denominação de “HINO DE VOLTA REDONDA”, com música de
Adauto de Oliveira e letra de Sylvio Fernandes, cuja partitura musical e
texto respectivo passam a acompanhar a presente lei.
Artigo 2º - O ensino e canto do “HINO DE VOLTA REDONDA” serão
obrigatórios em toda a rede escolar do 1º e 2º graus do Município de
Volta Redonda, cabendo aos órgãos de ensino da Municipalidade a sua
permanente divulgação.
Artigo 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.”

Sylvio Fernandes de Oliveira, nasceu em Santos Dumont, antiga Palmira em Minas


Gerais, no dia 08 de novembro de 1925. Viveu na Cidade do Aço que elegeu como sua
terra durante meio século. Faleceu em Volta Redonda em 14 de fevereiro da 1998.

Partitura musical do
Hino oficial da Cidade
do Aço

No detalhe, Sylvio
Fernandes de Oliveira
e Adauto de Oliveira
compuseram
respectivamente a
letra e música do Hino
Oficial do Município
de Volta Redonda
Acervo Alkindar Costa

502 Volta Redonda Ontem e Hoje


O autor da música do Hino de Volta Redonda é Adauto de Oliveira, filho de
Sebastião de Oliveira e Ernestína Andrade Oliveira, nascido em 03 de dezembro de 1923
em São José de Tocantins, Minas Gerais. Veio para Volta Redonda em 1949, onde constituiu
familia, sendo casado com Clélia Odete Mendes Oliveira, pai de 4 filhos e avô de 8 netos,
todos nascidos na Cidade do Aço.
A letra por Sylvio Fernandes é a seguinte:

I
Vibra feliz, numa alegria imensa,
o coração de aço do Brasil,
sem que da luta o forte embate o vença
ou lhe enfraqueça o porte varonil.
Brasil, Brasil, Brasil,
tu estás aqui no bloco rijo de aço
crescendo na grandeza do compasso
do nosso coração primaveril.

II
Volta Redonda é o Brasil
do Amazonas ao Prata
crescendo em valores mil,
é tudo o que mais retrata
um grito de heroicidade,
um sonho feito verdade.

III
O lema do trabalho aqui se inflama
dentro dos fornos de matéria bruta
donde a riqueza em rios se derrama
para a grandeza de uma Pátria adulta.
Brasil, Brasil, Brasil,
Volta Redonda é o teu formoso grito,
forte, garboso, e sempre o mais viril,
que se eleva e destaca até o infinito.

Alkindar Costa
503
CLUBES DE SERVIÇO

Clube é sinônimo de associação, agremiação, grêmio, entidade, orga-


nização. O Clube de Serviço é, portanto, agremiação de homens e mu-
lheres dispostos a atender à comunidade onde vivem e trabalham, atra-
vés de sua profissão e de colaborações individuais ou coletivas, com
iniciativas próprias ou auxliando outras entidades, visando a melhoria
do meio ambiente, do bem-estar social, não somente no campo restrito
à localidade em que habitam, mas também de modo universal, consi-
derando a família humana como um todo e cada ser humano como um
irmão, todos merecedores de igual; respeito e consideração, sem pre-
conceitos de raça, cor, religião ou política.
In Cartilha Rotária - José Silvano Portes -Gráfica e Editora H.P.Mendes - Brasília - DF

Rotary Clubs

Rotary Club de Volta Redonda


Fundação - 27/09/1956 - Carta Constitutiva - 29/10/1956
Clube padrinho - R.C. de Barra Mansa
Reunião - 5ªs feiras - 20:00 horas, na Rua 33, Pizzaria Mattos

Rotary Club de Volta Redonda - Leste


Fundação - 13/04/1966 - Carta Constitutiva - 14/05/1966
Clube padrinho - R.C. de Volta Redonda
Reunião - 3ªs feiras - 20:00 horas, na Casa da Amizade

Rotary Club de Volta Redonda - Norte


Fundação - 27/04/1981 - Carta Constitutiva - 30/06/1981
Clube padrinho - R.C. de Volta Redonda - Leste
Reunião - 2ªs feiras - 20:00 horas, na Casa da Amizade

Rotary Club de Volta Redonda - Oeste


Fundação - 25/02/1993 - Carta Constitutiva - 17/04/1993
Clube padrinho - R.C. de Volta Redonda - Leste
Reunião - 5ªs feiras - 20:00 horas, na Casa da Amizade

504 Volta Redonda Ontem e Hoje


Rotary Club de Volta Redonda - Sul
Fundação - 27/07/1982 - Carta Constitutiva - 17/05/1983
Clube padrinho - R.C. de Volta Redonda - Leste
Reunião - 4ªs feiras - 20:00 horas, na Casa da Amizade

Sede da Casa da
Amizade de Volta
Redonda, onde se
reunem Rotary Clubes
da Cidade do Aço.
Foto Digital: Jader Costa

Lions Clubes

Lions Clube de Volta Redonda


Fundação - 10/10/1959 - Carta Constitutiva - 09/10/1960
Reunião - 4ªs feiras - 20:00 horas

Lions Clube de Volta Redonda - 17 de Julho


Fundação - 22/09/1980 - Carta Constitutiva - 12/03/1981
Reunião - 3ªs feiras - 20:00 horas

Lions Clube de Volta Redonda - Cidade do Aço


Fundação - 12/06/1985 - Carta Constitutiva - 09/08/1988
Reunião - 5ªs feiras - 20:00 horas

Alkindar Costa
505
Maçônaria

A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica,


filantrópica, progressIsta e evolucionista. Proclama a prevalência do
espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual
e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever,
da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante
da verdade.
Seus fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade
In Constituição do Grande Oriente do Brasil - Art. 1º

Loja Maçônica Independência e Luz II - Nº 1.261


Subordinada ao Grande Oriente do Brasil, sob os auspícios do
Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro
Fundação - 15 de outubro de 1948
Reunião - 6ª feiras - 20:00 horas

Sede da Loja Maçonica


Independência e Luz II
- Oriente de Volta
Redonda, na Av. Lucas
Evangelista de Oliveira
Franco 202 - Aterrado.
Foto Digital: Jader Costa

Loja Maçônica “Pioneiros do Terceiro Milênio” - Nº 2.826


Federada ao Grande Oriente do Brasil e Jurisdicionada ao Grande
Oriente do Estado do Rio de Janeiro
Fundação – 19/11/1996
Reunião - 5ª feiras - 20:00 horas

506 Volta Redonda Ontem e Hoje


Loja Maçônica “Bandeirantes do Século XXI” - Nº 3.328
Federada ao Grande Oriente do Brasil e Jurisdicionada ao Grande
Oriente do Estado do Rio de Janeiro
Fundação – 24/06/2000
Reunião - 2ª feiras - 20:00 horas

Loja Maçônica “Esfinge” - Nº 22


Sob os auspícios da Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro
Fundação - 07 de Junho de 1958
Reunião - 3ª feiras - 20:00 horas

Loja Maçônica Mista “Delta do Nilo”


Sob os auspícios de Ordem Maçônica Mista Internacional “La Droit
Humain”
Fundação - 22 de Dezembro de 1972
Reunião - 2ª e 4ª sábado de cada mês - 14:00 horas

Alkindar Costa
507
VOLTA REDONDA EM NÚMEROS

Área terrestre ................................................ 182,8 Km2


Altitude .......................................................... Varia de 390 m as margens do Rio
Paraíba, a 707 na ponta nordeste
do município
Coordenadas geográficas ............................ 22°31’23” - latitude Sul
........................................................................ 44°06’15” - longitude Oeste
Limites:
Norte, Noroeste e Oeste ................................. Barra Mansa
Sul, Sudeste e Leste ....................................... Piraí/Pinheiral
Sudeste ........................................................... Barra Mansa e Rio Claro
Noroeste ......................................................... Barra do Piraí

Distancias à partir de Volta Redonda:


(CAPITAIS)
Belo Horizonte........................................................................ 456 Km
Rio de Janeiro ........................................................................ 132 Km
São Paulo .............................................................................. 320 Km

(REGIÃO DO MÉDIO PARAÍBA)


Barra do Piraí ........................................................................... 39 Km
Barra Mansa ........................................................................... 04 Km
Piraí .......................................................................................... 32 Km
Resende .................................................................................. 36 Km
Rio Claro .................................................................................. 34 Km
Rio das Flores.......................................................................... 83 Km
Valença .................................................................................... 77 Km

(REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE)


Engº Paulo de Frontin .............................................................. 59 Km
Mendes .................................................................................... 53 Km
Miguel Pereira .......................................................................... 57 Km
Paraíba do Sul........................................................................ 129 Km
Sapucaia ................................................................................ 164 Km
Três Rios ............................................................................... 147 Km
Vassouras ................................................................................ 63 Km

(REGIÃO DA BAÍA DA GRANDE ILHA)


Angra dos Reis ...................................................................... 110 Km
Parati ...................................................................................... 166 Km

508 Volta Redonda Ontem e Hoje


Índice Ceral
ANTECEDENTES HISTÓRICOS

ERA UMA VEZ... O DESBRAVAMENTO .................................................................... 3


O PRIMEIRO HABITANTE .......................................................................................... 6
OS ÍNDIOS NA REGIÃO ............................................................................................ 6
AS TERRAS QUE FORMARAM VOLTA REDONDA ................................................. 9
SUBORDINAÇÃO DAS TERRAS ............................................................................ 11
A PONTE SOBRE O RIO PARAÍBA E O "PEDÁGIO" ............................................. 12
A INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO ............................................................................ 15
NAVEGAÇÃO NO RIO PARAÍBA .............................................................................. 18
LINHA DE BONDE DE TRAÇÃO ANIMAL ................................................................ 20
AGÊNCIA DE CORREIOS, E ESCOLAS ................................................................ 20
O DISTRITO DE PAZ ............................................................................................... 20
O DISTRITO POLICIAL ............................................................................................ 21
A CONSTRUÇÃO DO CEMITÉRIO ......................................................................... 21
OS PRIMÓRDIOS COMERCIAIS ............................................................................ 22
A PRIMEIRA ILUMINAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 23
A CAPTAÇÃO E CANALIZAÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL ............................................ 24
Índice
TELEFONES E ILUMINAÇÃO ELÉTRICA................................................................ 25
OS PRIMEIROS IMIGRANTES ................................................................................ 25
Alkindar Costa
1
SIDERURGIA E CSN
O DESCOBRIMENTO DOS MINÉRIOS .................................................................. 25
UM GRANDE ENGENHO NO MEIO DO SERTÃO BRAVIO .................................... 26
OS PRIMEIROS ALTOS FORNOS .......................................................................... 27
O DESENVOLVIMENTO DA SIDERURGIA ............................................................. 28
COMO SURGIU A COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL .................................. 29
A ESCOLHA DO LOCAL PARA IMPLANTAR A INDÚSTRIA .................................... 30
A COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO SIDERÚRGICO NACIONAL ...................... 31
A SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL NA FORMAÇÃO DA CSN ....................................... 36
APROVAÇÃO DOS ESTATUTOS DA CSN ............................................................. 37
A DESAPROPRIAÇÃO DAS FAZENDAS SANTA CECÍLIA E RETIRO ................. 37
QUEM FORAM OS DONOS DAS TERRAS DA FAZENDA SANTA CECÍLIA .......... 37
A ESCRITURA E O PAGAMENTO DA DESAPROPRIAÇÃO .................................. 39
A COMPOSIÇÃO DO ESCRITÓRIO TÉCNICO NA CONSTRUÇÃO DA VILA
OPERÁRIA E DA USINA .......................................................................................... 40
OS ORÇAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DA USINA EM
VOLTA REDONDA ................................................................................................... 42

Índice

2 Volta Redonda Ontem e Hoje


O DESENVOLVIMENTO DE VOLTA REDONDA VISTO PELO
JORNALISTA WALTER NAVES................................................................................ 44
MARCAS DA CSN .................................................................................................... 46
AS DIRETORIAS DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL .............................. 48
VOLTA REDONDA CRESCE EM TORNO DA C.S.N. ............................................. 64
CSN - MODERNIZAÇÃO E CRISE .......................................................................... 70
GREVES - A PRIMEIRA NA CSN ............................................................................. 78
CSN - A GREVE DOS 17 DIAS ............................................................................... 79
A OCUPAÇÃO PELO EXÉRCITO ........................................................................... 79
CSN - UMA GREVE COM TRÊS MORTES ............................................................. 94
A GREVE MAIS RÁPIDA DA HISTÓRIA DE VOLTA REDONDA .............................. 97
A MAIS LONGA GREVE NA HISTÓRIA DA CSN ..................................................... 98
MEMORIAL “9 DE NOVEMBRO" - CONSTRUÇÃO, EXPLOSÃO E
REERGUIMENTO .................................................................................................. 114
MILITAR APONTA CULPADOS .............................................................................. 118
TERRORISMO ESPALHA BOATOS EM VOLTA REDONDA ................................ 120
EXPLOSÃO NO ALTO FORNO 3 ALARMA VOLTA REDONDA ............................ 122
CSN - LUTAS e SABOTAGENS ............................................................................ 123
A PRIVATIZAÇÃO DA CSN ..................................................................................... 132
A CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS JUDICIAIS ...................................... 133
AS TENTATIVAS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO ........................................................ 134
JORNAL DO BRASIL NOTICIA O FIM DA PRIVATIZAÇÃO .................................... 136
10 ANOS DE PRIVATIZAÇÃO DA CSN .................................................................. 137
CSN ENTRA EM CENA EM WALL STREET ........................................................ 139
A REPERCUSSÃO EM VOLTA REDONDA ....................................................... 140
OS AVANÇOS DA CSN.......................................................................................... 140
CENTRAL TERMOELÉTRICA II - UMA NOVA ERA PARA A CSN ......................... 144
OS INVESTIMENTOS DA CSN EM VOLTA REDONDA ...................................... 145
CSN ARREMATA HEARTLAND STEEL INC. ......................................................... 149
A CSN CONTINUA ESCREVENDO HISTÓRIA ..................................................... 150
QUEM FOI EDMUNDO DE MACEDO SOARES E SILVA ...................................... 153
GUILHERME GUINLE, segundo José Honório Rodrigues ...................................... 154

Índice

Alkindar Costa
3
EMANCIPAÇÃO

O PRIMEIRO DESEJO DE LIBERDADE .............................................................. 159


O INÍCIO DA BUSCA DE EMANCIPAÇÃO ............................................................. 159
OS PRIMEIROS PROJETOS ................................................................................ 160
PINHEIRAL TENTA UNIR-SE A VOLTA REDONDA ............................................... 161
REFORMA CONSTITUCIONAL PARA IMPEDIR A EMANCIPAÇÃO ..................... 162
A SOCIEDADE DOS AMIGOS DE VOLTA REDONDA ......................................... 163
NASCE O CENTRO CÍVICO PRÓ-EMANCIPAÇÃO.............................................. 163
MEMORIAL PEDE REALIZAÇÃO DE PLEBISCITO .............................................. 165
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA RECEBE MEMORIAL HISTÓRICO .......................... 166
O FALECIMENTO DE LUCAS EVANGELISTA DE OLIVEIRA FRANCO ............... 170
A 2ª REFORMA CONSTITUCIONAL PARA IMPEDIR A EMANCIPAÇÃO ............. 171
MEMORIAL EMANCIPACIONISTA ENGAVETADO ................................................. 172
JAMIL RIZKALLA PONDERA JUNTO AO SECRETÁRIO DE
INTERIOR E JUSTIÇA ........................................................................................... 172
A MUDANÇA DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA MOVIMENTA DOCUMENTO ............. 173
A AÇÃO DO DEPARTAMENTO DAS MUNICIPALIDADES .................................... 174
A CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS PARA REALIZAÇÃO
Índice DO PLEBISCITO EM VOLTA REDONDA .............................................................. 176

4 Volta Redonda Ontem e Hoje


CÂMARA MUNICIPAL DE BARRA MANSA TENTA ANULAR ATO DA
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA FLUMINENSE ........................................................... 178
IMPRENSA NOTICIA PLEBISCITO EM VOLTA REDONDA .................................. 184
O RESULTADO DO PLEBISCITO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E NO
JORNAL “A TRIBUNA COMERCIAL” ..................................................................... 184
NASCE A LEI 2.185 DE 17/07/1954 - SURGE VOLTA REDONDA CIDADE ......... 185
A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
ESTABELECIDA EM LEI ........................................................................................ 186
AS ELEIÇÕES DE 03/10/1954 EM VOLTA REDONDA CIDADE ........................... 187
A PROCLAMAÇÃO DOS ELEITOS EM VOLTA REDONDA ................................. 189
NA SOLENIDADE DE DIPLOMAÇÃO, O AGRADECIMENTO ÀS EQUIPES ........ 189
ATA HISTÓRICA DA SESSÃO INAUGURAL DO QUADRO
TERRITORIAL DA REPÚBLICA............................................................................. 191
COMO SE PROCESSOU A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
VOLTA REDONDA E A POSSE DOS ELEITOS ................................................... 193
HOMENAGEM DEFINITIVA A LUCAS EVANGELISTA ............................................ 196
O TRABALHO ÍNTEGRO DO PREFEITO JOÃO CHIESSE FILHO ...................... 196
SÁVIO E JAYME RELEMBRAM O MOVIMENTO EMANCIPADOR ........................ 197
DOCUMENTO INÉDITO DE JAYME MARTINS DÁ PREÇO À EMANCIPAÇÃO .... 198
JOSÉ BOTELHO DE ATHAYDE HISTORIADOR E EMANCIPACIONISTA
FALECE EM 1974 ................................................................................................. 208
FALECE O EMANCIPACIONISTA ARISTOCLIDES RIBEIRO................................ 209
LÍDER EMANCIPACIONISTA MIGUEL REGO FALECE EM 1979 .......................... 209
VASCONCELLOS TORRES, AUTOR DA LEI DE EMANCIPAÇÃO
DE VOLTA REDONDA, FALECE EM 1982 ............................................................ 210
PAULO MONTEIRO MENDES FALECE EM ABRIL DE 1989 ................................ 212
MANOEL TAVARES ALLEMAND FALECE EM 19 DE MAIO DE 1991 ................... 213

Índice

Alkindar Costa
5
LEGISLATIVO MUNICIPAL

A DEFINIÇÃO OFICIAL .......................................................................................... 217


COMO SURGIU O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL ......................................... 217
O VEREADOR ....................................................................................................... 218
A CÂMARA MUNICIPAL DE VOLTA REDONDA - LEGISLATURAS .................. 218
1ª LEGISLATURA .......................................................................................... 219
2ª LEGISLATURA .......................................................................................... 220
3ª LEGISLATURA .......................................................................................... 221
4ª LEGISLATURA .......................................................................................... 223
5ª LEGISLATURA .......................................................................................... 224
6ª LEGISLATURA .......................................................................................... 225
7ª LEGISLATURA .......................................................................................... 225
8ª LEGISLATURA .......................................................................................... 226
9ª LEGISLATURA .......................................................................................... 228
10ª LEGISLATURA ........................................................................................ 230
11ª LEGISLATURA ........................................................................................ 232
12º LEGISLATURA ........................................................................................ 234
OS PRESIDENTES NA CÂMARA MUNICIPAL DE VOLTA REDONDA ............... 237
Índice
SUPLENTES QUE ASSUMIRAM O MANDATO ..................................................... 240

6 1ª LEGISLATURA (06/02/1955 a 31/01/1959) ............................................... 240


Volta Redonda Ontem e Hoje
2ª LEGISLATURA (31/01/1959 a 31/01/1963) ............................................... 240
3ª LEGISLATURA (31/01/1963 a 31/01/1967) ............................................... 240
4ª LEGISLATURA (31/01/1967 a 31/01/1971) ............................................... 241
6ª LEGISLATURA (31/01/1973 a 31/01/1977) ............................................... 241
8ª LEGISLATURA (01/01/1983 a 31/12/1988) ............................................... 241
9ª LEGISLATURA (01/01/1989 a 31/12/1992) ............................................... 242
10ª LEGISLATURA (01/01/1993 a 31/12/1996) ............................................. 242
11ª LEGISLATURA (01/01/1997 a 31/12/2000) ........................................... 242
VEREADORES FALECIDOS ................................................................................. 243
MARCAS NO LEGISLATIVO DE VOLTA REDONDA ............................................. 245
VEREADORES ELEITOS DEPUTADOS FEDERAIS .................................. 245
VEREADORES ELEITOS DEPUTADOS ESTADUAIS ................................ 245
VEREADORES ELEITOS PREFEITO DE VOLTA REDONDA .................... 246
VEREADORES NOMEADOS SECRETÁRIOS DE ESTADO ...................... 246
VEREADOR NOMEADO JUIZ DE DIREITO................................................. 246
REUNIÕES DA CÂMARA NOS BAIRROS ................................................... 246
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL .................................................................................. 247
CONSELHOS MUNICIPAIS .................................................................................... 257
SEDES DA CÂMARA MUNICIPAL .......................................................................... 259

Índice

Alkindar Costa
7
EXECUTIVO MUNICIPAL

SÁVIO GAMA - O 1º PREFEITO ............................................................................ 263


WILSON DE PAIVA ASSUMIU A DIREÇÃO DO EXECUTIVO
DURANTE A LICENÇA DE SÁVIO GAMA .............................................................. 264
O EDIFÍCIO SEDE DA PREFEITURA MUNICIPAL ................................................ 265
INAUGURAÇÃO DO PALÁCIO 17 DE JULHO ....................................................... 265
CÉSAR LEMOS VENCE PLEITO ELEITORAL ..................................................... 266
O CASO CÉSAR LEMOS - “IMPEACHMENT” E “ACORDÃO” ............................. 266
NELSON GONÇALVES ASSUME A DIREÇÃO DA PREFEITURA ........................ 269
SÁVIO GAMA ELEITO DEPUTADO ESTADUAL .................................................... 269
DERMEVAL PEREIRA DA SILVA, PRESIDENTE DA CÂMARA
ASSUME A PREFEITURA ...................................................................................... 269
JOÃO PIO CHEGA À PREFEITURA EM 31.01.1963 ............................................. 270
SÁVIO GAMA REASSUME A PREFEITURA DA CIDADE DO AÇO ...................... 271
FRANCISCO TORRES E IRAM NATIVIDADE PINTO NA PREFEITURA .............. 272
NELSON GONÇALVES RETORNA COM VOTAÇÃO EXPRESSIVA
AO PALÁCIO 17 DE JULHO .................................................................................. 273
Índice
FALECE O PRIMEIRO VICE-PREFEITO DE VOLTA REDONDA ......................... 273

8 VOLTA REDONDA - DE INTERESSE DA SEGURANÇA NACIONAL ................... 274

Volta Redonda Ontem e Hoje


ENGENHEIRO GEORGES LEONARDOS ASSUME A PREFEITURA,
NOMEADO PELO GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............ 274
ALGUMAS REALIZAÇÕES DO GOVERNO GEORGES LEONARDOS ............... 276
CORONEL ALUÍZIO DE CAMPOS COSTA O NOVO PREFEITO NOMEADO ..... 277
VEREADOR WILLIAM DE FREITAS - PRESIDENTE DA CÂMARA
ASSUME A PREFEITURA ...................................................................................... 278
BENEVENUTO DOS SANTOS NETTO PREFEITO DE VOLTA REDONDA ........ 279
FIM DO PREFEITO NOMEADO EM VOLTA REDONDA ....................................... 282
ELEIÇÕES MUNICIPAIS LEVAM CLINGER À PREFEITURA ................................. 283
MANOBRA SALVA “CLINGER” DA CASSAÇÃO PELA CÂMARA MUNICIPAL ....... 285
SÁVIO GAMA FALECE EM ABRIL DE 1985 .......................................................... 290
NELSON DOS SANTOS GONÇALVES FALECEU EM SETEMBRO DE 1986 ..... 290
JOSÉ JUAREZ ANTUNES - Prefeito de Volta Redonda ......................................... 291
A MORTE DO PREFEITO JUAREZ ANTUNES ..................................................... 291
WANILDO DE CARVALHO ASSUME A PREFEITURA MUNICIPAL ....................... 294
OBRAS NO GOVERNO WANILDO DE CARVALHO ............................................. 295
CÂMARA REJEITA CASSAÇÃO DE WANILDO ..................................................... 296
FALECE CÉSAR CÂNDIDO LEMOS. ................................................................... 297
DERMERVAL, PREFEITO EM 1962, FALECE EM 09/07/1989.............................. 297
JOSÉ AUGUSTO, VICE-PREFEITO EM 1972, FALECE EM 14/01/1991 ............. 298
JOÃO PIO - PREFEITO EM 1963, FALECE EM 25/11/91 ..................................... 298
Índice
PAULO CÉSAR BALTAZAR DA NÓBREGA ELEITO PREFEITO .......................... 299
ANTÔNIO FRANCISCO NETO CHEGA A PREFEITURA COM 82.898 VOTOS .. 300
Alkindar Costa
9
EX-PREFEITO BALTAZAR É ELEITO DEPUTADO FEDERAL ........................... 301
FALECE O VICE-PREFEITO HÉLIO MAUREY ...................................................... 302
PREFEITO ANTÔNIO FRANCISCO NETO É REELEITO .................................... 302
PRINCIPAIS OBRAS DA ADMINISTRAÇÃO NETO ............................................... 302

PODER JUDICIÁRIO
O PODER JUDICIÁRIO DE VOLTA REDONDA
ANTECEDENTES E DESENVOLVIMENTO ........................................................ 309
1. JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA: ...................................... 314
2. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ........................................................... 314
3. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO ................................................... 315
4. PODER JUDICIÁRIO ESTADUAL ............................................................ 315
5. FORUM II - JUIZADOS ESPECIAIS .......................................................... 315
6. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ................. 315
7. DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ................ 316
8. PROCURADORIA SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL ..................... 316
9. ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO ............................................................... 316
10.PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............ 316
JUÍZES DE DIREITO NA COMARCA DE VOLTA REDONDA................................ 317
PROMOTORES DE JUSTIÇA NA COMARCA DE VOLTA REDONDA ................. 320
DEFENSORES PÚBLICOS NA COMARCA DE VOLTA REDONDA .................... 324
JUÍZES DE PAZ NA COMARCA DE VOLTA REDONDA ........................................ 327

Índice

10 Volta Redonda Ontem e Hoje


EDUCAÇÃO E CULTURA
ASPECTOS EDUCACIONAIS ............................................................................... 376
O PLANO DE EDUCAÇÃO PRIMÁRIA - PLEP/VR ................................................ 379
A UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA E A FUNDAÇÃO FALCÃO NETO ..... 380
REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ...................................................................... 382
REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO ...................................................................... 386
REDE PARTICULAR DE EDUCAÇÃO .................................................................. 387
ÁREA DAS FUNDAÇÕES ...................................................................................... 395
BIBLIOTECA MUNICIPAL RAUL DE LEONI ........................................................... 406
OS CENTROS CÍVICOS E AS ÁREAS DE CULTURA .......................................... 407
O MONUMENTO A GETÚLIO VARGAS NA PRAÇA BRASIL ................................ 480
BANCO DE PRESERVAÇÃO GENÉTICA E “CICUTA” ......................................... 482
BENS TOMBADOS NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA ................................. 491
POR LEI MUNICIPAL .................................................................................... 492
POR DECRETO EXECUTIVO MUNICIPAL .................................................. 493
OS SIMBOLOS MUNICIPAIS .................................................................................. 497

Índice

Alkindar Costa
11
IMPRENSA
A IMPRENSA DE VOLTA REDONDA .................................................................... 412
IMPRENSA FALADA ............................................................................................... 421
RÁDIO SIDERÚRGICA NACIONAL ........................................................................ 421
IMPRENSA TELEVISADA ...................................................................................... 427
TV RIO SUL ........................................................................................................... 431

ESPORTE
OS PRIMÓRDIOS ESPORTIVOS ......................................................................... 439
A FUNDAÇÃO DA LDVR ........................................................................................ 440
OS PRESIDENTES DA LDVR ............................................................................... 443
O VOLTA REDONDA FUTEBOL CLUBE .............................................................. 450

SEGURANÇA
ASPECTOS DE SEGURANÇA DA CIDADE ......................................................... 453
TIRO DE GUERRA Nº 01/004 - TG-01/004............................................................ 453
CORPO DE BOMBEIRO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............................ 453
DELEGACIA DE POLÍCIA DE VOLTA REDONDA ................................................. 454
DELEGACIA ESPECIALIZADA AO ATENDIMENTO DA MULHER ......................... 454
CASA DE CUSTÓDIA ............................................................................................ 454
GUARDA MUNICIPAL - PMVR ................................................................................ 455
Índice DEFESA CIVIL ....................................................................................................... 456
POLICIA MILITAR ................................................................................................... 456
12 Volta Redonda Ontem e Hoje
ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO
ASPECTOS ECONÔMICOS ................................................................................. 363
DISTRITO INDUSTRIAL ......................................................................................... 364
A REDE BANCÁRIA DE VOLTA REDONDA .......................................................... 478
A REDE HOTELEIRA DE VOLTA REDONDA ....................................................... 479

A REDE SINDICAL ................................................................................................. 433

HABITAÇÃO
BAIRROS DE VOLTA REDONDA .......................................................................... 368
NÚCLEOS DE POSSE .......................................................................................... 371
ASSOCIAÇÕES DE MORADORES EM VOLTA REDONDA ................................ 434

RECREAÇÃO
OS CINEMAS DA CIDADE ..................................................................................... 457
OS CLUBES SOCIAIS DE VOLTA REDONDA ...................................................... 463

RELIGIÃO E SERVIÇO
ASPECTOS RELIGIOSOS .................................................................................... 466
CULTO CATÓLICO ....................................................................................... 467
CULTO EVANGÉLICO .................................................................................. 471
CULTO ESPÍRITA ......................................................................................... 476
CLUBES DE SERVIÇO ......................................................................................... 504
Rotary Clubs ................................................................................................. 504
Lions Clubes ................................................................................................. 505
MAÇONARIA .......................................................................................................... 506

ASPECTOS GERAIS
ESTRUTURA NATURAL ........................................................................................ 333
ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS ............................................................. 333
FISIOGRAFIA ......................................................................................................... 335
TECTÔNICA........................................................................................................... 338
Índice
CLIMA E FENÔMENOS ESPECIAIS ...................................................................... 339
HIDROLOGIA ......................................................................................................... 341

Alkindar Costa
13
DEMOGRAFIA ........................................................................................................ 344
OS LIMITES DE VOLTA REDONDA x BARRA MANSA x PIRAÍ E PINHEIRAL .... 346
LIMITES DE VOLTA REDONDA COM BARRA MANSA, BAIRROS E RUAS ........ 355
LIMITES VOLTA REDONDA x PIRAÍ X PINHEIRAL ................................................ 357
PINHEIRAL EMANCIPA-SE DE PIRAÍ .................................................................... 362
VOLTA REDONDA - INFORMAÇÕES GERAIS ..................................................... 509

Índice

14 Volta Redonda Ontem e Hoje


BIBLIOGRAFIA

A Igreja Matriz de São Sebastião de Barra Mansa (1859-1959) - J.B. de Athayde - 1960
Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - CIDE - SECPLAN - 1977-1987
Arigó - O Pássaro que vem de longe - Revista do Centro de Memória Sindical - 1989
Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Volta Redonda - relatório da Diretoria - 1965-1968
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - ADESG - Manual de Ciclos - V.R. - 1975
Bases para o Plano Municipal de Educação - PMVR - 1977
Batalhão do Aço - Revista do 22º BIMtz (Barra Mansa) - 1985-1986
Boletim Informativo da ACIAP-VR nºs 2, 3, 5 e 9
Censo Demográfico do Estado do Rio de Janeiro - IBGE - 1970, 1980 e 1991
Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional - Relatório - 1940/1941
Constituição da República Federativa do Brasil
Constituição do Grande Oriente do Brasil - GOB
Controle da Utilização dos Recursos Hídricos do Paraíba de Sul - Ministério do Interior - 1979
Diagnóstico Educacional da Rede Escolar Municipal de Volta Redonda - 1º Grau - IPPU/PMVR - 1977
Diário Oficial de União - 10/01/1985

Inauguração do
Monumento à Bíblia no
Viaduto N. S. das
Graças, em 13/06/
1976. Na foto a figura
do prefeito Nelson dos
Santos Gonçalves e a
esquerda Samuel
Antônio de Paula Reis,
lider evangélico e
comunitário, se
preparando para usar
da palavra.
Acervo Ezechias Tenório

Alkindar Costa - Bibliografia


B_1
A Avenida
Amaral Peixoto
em 1955, antes do
recuo das edificações
determinado pelo
Prefeito Sávio Gama
para a ampliação da
avenida, que era o
principal pontode
comércio da cidade
naquela época.
A foto mostra o local
onde hoje se localiza
o Bar Botafogo.
Acervo Alkindar Costa

Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritísmo - João Teixeira de Paula - Vol.1 - 1970


Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda - 1987
Estudo Regional da Bacia do Paraíba do Sul no Estado do Rio de Janeiro - CODERJ
Estudos para o Planejamento Municipal - Volta Redonda - FIDERJ - 1977
Governos da República - Gabinete Civil da Presidência da República - 1987
Guia da Cidade de Volta Redonda - Dr. Guilherme Ellis - 1974
História da Comunidade Eclesial de Nossa Senhora das Graças - Valentim Marques de Castro - 1981
História de Valença - Luiz Damasceno de Freitas - 1978
História Fluminense - Antônio Figueira de Almeida - 1930
Investir em Volta Redonda - Administração Antônio Francisco Neto - 1999
Isto É Guinness - Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais - 1993
Jornais: O Dia, O Globo, Jornal do Brasil, A Folha de Volta Redonda, Opção, Jornal do Vale e Diário do Vale
Jornal “Nove de Abril” nºs 3 e 6 - 1975/1976 - CSN - VR
Lei Orgânica do Município de Volta Redonda
Núcleo de Ação Comunitária - Ementário de Obras VR - 1974
O Café - Genealogia da Família Portugal - Luiz Ascendino Dantas - 1936
O Homem e a Serra - Alberto Ribeiro Lamego - IBGE - 1963
PEDI/VR - Plavo Estrutural de Desenvolvimento Integrado do Município de Volta Redonda
Pode Entrar em Volta Redonda - A Casa é Sua - Administração Antônio Francisco Neto - 1989

B_2 Volta Redonda Ontem e Hoje - Bibliografia


Política de Controle Ambiental da CSN - Engº Carlos Alberto de Oliveira Roxo - 1983
Relatório do Governo Georges Leonardos - PMVR - 1977
Revista “Saneamento” - DNOS - Rio de Janeiro - 1977
Revista Cidades e Municípios, 1984, 1987
Revista dos Tribunais Nº 302
Revista Municípios do Brasil - 1988
Revista Veja 16 e 30/11/1988 e 10/05/1989
Rio Paraíba na Economia Fluminense - Edgard Leite Teixeira - 1954
São João Marcos e Rio Claro - Suas Origens, Primeiros Povadores - Limites com São Paulo
Segurança e Desenvolvimento - Engº Plínio Cantanhede
Sem Fronteiras nº 171 - Agosto de 1979
Síntese da Documentação Histórico Administrativa e Geografia dos Estados do Brasil - IBGE - 1955
Sistema de Esgotos Sanitários - Relatório Técnico Preliminar - SAAE-VR
Temas Sociais de Uma Comunidade Industrial - Pedro Jaimovich - 1965
Valença e sua História - A fundação da Aldeia - Arnaldo Nunes - 1953
Vereadores e Prefeitos de Volta Redonda - Monografia - Alkindar Costa - 1981
Você é do Tamanho de Seus Sonhos - Cesar Souza - Editora Gente
Volta Rednda - O Processo Brasileiro de Mudanças - Adonias Filho - 1972
Volta Redonda - Cidade do Aço - Notas Históricas - J. B. de Athayde
Volta Redonda - Entre o Aço e as Armas - Sandra Mayrink Veiga e Isaque Fonseca - 1990
Volta Redonda - Gênese da Idéia, seu Desenvolvimento, Projeto, Execução e Custo - Cel. Edmundo de
Macedo Soares e Silva - Imprensa Nacional - 1945
Volta Redonda - Números e Dados - PMVR - 1985
Volta Redonda - Quem te Viu, Quem te Vê - Leonor Barreira Cravo
Volta Redonda - Seu Povo, sua História, seu espaço - Nelita Maria da Silva
Volta Redonda Através de 220 anos de História - J.B. de Athayde - 1965
Volta Redonda e a Campanha Emancipacionista - J.B. de Athayde

Pesquisas Diretas

Arquivos da Câmara Municipal de Barra Mansa


Arquivos da Câmara Municipal de Volta Redonda
Arquivos da Prefeitura Municipal de Volta Redonda
Cartório do Registro Civil, 2ª e 3ª Circunscrição - Volta Redonda
Cartório Eleitoral - 47º e 90º Zona Eleitora - Volta Redonda
Liga de Desportos de Volta Redonda

Alkindar Costa - Bibliografia


B_3
Secretaria das Faculdades:
Escola de Ciências Contábeis
Escola de Ciências Médicas
Escola de Educação Física de Volta Redonda
Escola de Odontologia
Faculdade de Engenhari Industrial Metalúrgica - UFF
Filosofia, Ciências e Letras
Secretaria dos Sindicato dos Professores de Volta Redonda
Sede Administrativa da Fundação Educacional de Volta Redonda - FEVRE
Sede Administrativa da Fundação Oswaldo Aranha
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda - SAAE/VR

Depoimentos Pessoais.

Igreja Santa Cecília,


instalada em Volta
Redonda para o culto
religioso, construída
pela CSN em 1943,
tornou-se um cartão
postal de nossa
cidade.
Bem tombado por
suas características
arquitetônicas
originais, pelo Decreto
2.116, de 23/12/1985.
Acervo Alkindar Costa

B_4 Volta Redonda Ontem e Hoje - Bibliografia

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