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ELOÁ CRISTINA DA SILVA PEREIRA – 600746580

JURISPRUDENCIA – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS


- TJMG
Número do 1.0000.20.499063-4/001 Númeração 4990642-
Relator: Des.(a) Dárcio Lopardi Mendes
Relator do Acordão: Des.(a) Dárcio Lopardi Mendes
Data do Julgamento: 21/07/2021
Data da Publicação: 27/07/2021

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, examinou o agravo de


instrumento impetrado através de ação popular que requer a
anulação do ato de permuta de um terreno, no qual havia sido
autorizado através da Lei Municipal. O agravo de instrumento que
foi interposto por André Luiz Coelho Mello, que busca modificar a
decisão de 1º instancia, na qual a juíza de 3º Vara Cível da
Comarca de Governador Valadares, atribuiu a Rosemary Mafra
Nunes Leite a liminar que pedia a suspensão dos efeitos do Projeto
da Lei 006/2020, que autorizou a permuta justificando ser de
interesse público a construção de um terminal Rodoviário na cidade.
Porem essa permuta lesaria o erário municipal, considerando que
não havia equivalência a eles. A procuradoria geral declarou a
intempestividade da Ação Popular, mas não se pode falar em
intempestividade pois a ação foi apresentada dentro do prazo.
Não se pode falar em falta de interesse recursal, uma vez que a
ação foi proposta contra quem praticou o ato impugnado, a parte
passiva legitima que é o prefeito municipal, presente desde então
os pressupostos de admissibilidade.
Este recurso tem por finalidade reformar decisão liminar, onde foi
reconhecido perigo de lesão ao patrimônio público, que caracteriza
um dos elementos fundantes para propositura da Ação Popular.
Uma vez constatado o risco de lesão ao patrimônio público, a ação
popular é remédio constitucional, desde que respeitada as
disposições previstas em Lei e na própria Constituição, estão
preenchidos os requisitos de legitimidade e validade da ação.
Diante do exposto o Tribunal de Justiça de Minas Gerai, negou
provimento ao recurso.

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz (a) de Direito da ___ Vara Cível
da Fazenda Pública da Comarca de Maribel.

GABRIEL OLIVEIRA DA SILVA, brasileiro, eleitor (título eleitoral em anexo),


casado, empresário, carteira de identidade nº 2855748963, CPF 15863278964,
residente e domiciliado na cidade de Maribel, na Rua Mariano Procópio, nº 102,
bairro Gloria, vem por seu advogado, à presença de V.Exa. com base no artigo
5º inciso LXXTII da Constituição de 1988 e na Lei Federal 4717/65, propor a
presente

AÇÃO POPULAR

Em face do MUNICIPIO DE MARIBEL pessoa jurídica de Direito Público


interno, representado pelo prefeito municipal e que poderá ser citado na rua
Bernadinho, centro, nº 11; MARCIO CASTRO VIEIRA, brasileiro, casado,
prefeito municipal de Maribel, carteira de identidade nº 12589643, CPF
13496278463, residente e domiciliado nesta cidade, na Rua Cascatinha, nº145,
bairro Cascatinha e contra a empresa PERSONALIZADOSTH, pessoa jurídica
de direito privado, portadora do CNPJ 40.432.544/0001-47, sediada nesta
cidade na Rua Soniel, nº 123, bairro Centro, pelos fundamentos seguintes:

1) DOS FATOS

O autor, cidadão residente nessa cidade, tomou conhecimento de que o


Prefeito Municipal de Maribel, firmou contrato com empresa de publicidade
para montar e instalar ‘’ outdoors’’ junto à ponte reformada da cidade.

Após protocolar requerimento junto à repartição competente da prefeitura, o


autor obteve cópia do referido instrumento (doc. anexo) e constatou que o
mesmo foi firmado sem a realização de previa licitação.
Em conversas com funcionários da prefeitura o requerente descobriu que os
outdoors contratados seriam utilizados na festa de inauguração da ponte
reformada da cidade e que nos cartazes estariam escritos ‘’ Obrigado Prefeito
por mais essa obra! ’’
Em razão disso, diligenciou junto ao pátio de obras de empresas de publicidade
e tirou várias fotos desses outdoors (anexas), confirmando as alegações dos
funcionários municipais.

2) DO DIREITO

A ação popular é meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão


para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos
ao patrimônio público, à moralidade pública e outros bens jurídicos indicados
no texto constitucional.

No caso em apreço, os atos ora impugnados praticados pelo prefeito e pela


empresa de publicidade violaram uma série de dispositivos legais, bem como
princípios norteadores da atividade administrativa.

Com efeitos conforme se verifica da prova documental anexada aos presentes


autos, o contrato de prestação de serviço de publicidade foi firmado sem a
realização de previa, violando pois o disposto nos artigos 37º, inciso XXI da
Constituição de 1988 e 2º da Lei 8 666/93.

Não bastasse tal fato a publicidade contratada, face à mensagem em que


veiculada nos outdoors tem o nítido objetivo de realizar promoção pessoal do
prefeito municipal de Maribel, malferindo os princípios da impessoalidade e
moralidade e afrontando o artigo 37º, §1º da Constituição.

Além de ilegais, os atos praticados pelos réus são extremamente lesivos ao


patrimônio público, bem como à moralidade pública. De fato, a promoção
pessoal realizada pelo prefeito municipal está sendo pega com dinheiro público
e os benefícios por ele auferidos importam em prejuízos ao restante da
coletividade.
Além também dos prejuízos econômicos, a moralidade pública encontra-se
seriamente abalada bem como o direito subjetivo dos cidadãos de Maribel de
possuírem um governo honesto.

Logo, comprovada a pratica de atos ilegais e lesivos à coletividade de Maribel


toma-se imprescindível a intervenção do Poder Judiciário para proceder a
anulação desses atos e condenação dos responsáveis pelas perdas e danos
sofridas pelo Município.

3) DO PEDIDO DE LIMINAR

A prova produzida na petição inicial, bem como os argumentos nela contidos


demostram a plausibilidade do direito invocado, visto que a autoridade pública
ré violou uma série de normas legais e princípios reguladores da
administração.

Apesar de já ter ocorrido lesão ao patrimônio público pelo pagamento do valor


do contrato, a exposição dos outdoors resultará em dano irreparável à
moralidade pública desse bem jurídico protegido pela Constituição.

Portanto o deferimento de uma liminar nos termos do artigo 5º § 4º da Lei


4717/65, determinando-se que o Prefeito se abstenha de montar os cartazes
ao lado da ponte que será inaugurada.

4) CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer:

1) Seja deferida medida liminar ora requerida, determinando-se que o


prefeito municipal de Maribel se abstenha de instalar os outdoors
adquiridos da parte ré determinando-se ainda e caso da instalação já ter
sido realizada a sua imediata remoção.
2) Seja ordenada a citação dos réus para, querendo apresentar
contestação no prazo legal, sob pena de revelia.

3) A intimação do ilustre representante do Ministério Público, nos termos do


artigo 6º, § 4º da LEI 4 717/65, para acompanhar todos os atos e termos
da presente ação.

4) Sejam, ao final, julgados procedentes os pedidos formulados na petição


inicial, decretando –se a nulidade do contrato administrativo de
prestação de serviços de publicidade firmado entre o Município e a
terceira ré, bem como do ato do prefeito municipal que determinou a
instalação dos outdoors e a condenação do prefeito junto a empresa a
ressarcir ao município todos os prejuízos advindo dos atos praticados.

5) A condenação dos responsáveis e beneficiários nas custas processuais


e honorários advocatícios;

6) Para provas o alegado, requerer a produção de todos os meios de prova


em Direito admitidas, principalmente a documental pericial, testemunhal
e o depoimento pessoal dos réus, pena de confissão.

Da-se à causa o valor de 45.000,00

Maribel, 02 de Setembro de 2021

Eloá Cristina
OAB/ RJ 12.345

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