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Universidade de Brasília – UNB

Instituto de Letras – IL
Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET
Disciplina: Metodologia de Ensino da Língua Japonesa
Prof. Dr. Yûki Mukai
Aluno: Matheus Henrique Amorim de Souza Matrícula: 16/0036577

Resenha: “Metodologia do ensino de línguas.”

LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H. I.; VANDRESEN,


P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed.
da UFSC, 1988. p. 211-236.

O autor inicia o artigo explicando que seu intuito com a pesquisa é forncecer um
panorama tanto diacrônico (contexto histórico sucessivo) quanto sincrônico (relação de
diferentes métodos numa mesma época) sobre os principais métodos de ensino de
línguas. Através desta revisão histórica, seu objetivo é pavimentar as fundações para
que o professor possa dar continuidade na sua jornada evolutiva, sem repetir o que já
se errou no passado.

Após esta breve introdução, nos é apresentado a primeira problemática, que


tange os campos da terminologia. No passado, o termo “método” era utilizado em
contextos e formas muito abrangentes. Devido a isso, achou-se conveniente subdivir
este termo em abordagem e método propriamente dito. O primeiro termo engloba
pressuposições teóricas no que tange a língua e a aprendizagem, enquanto o segundo
termo, de abrangência menos restrita, engloba as normas de aplicação das abordagens
as quais ele está inserido. Atualmente, as diferentes bases teóricas sobre o ensino de
línguas, sofreram alterações em sua terminologia com o intuito de facilitar as
definições de abordagem e método, devido a imprecisão do termo “método” em si.

Outros cuidado que o autor nos traz à visão, é para com a diferença entre os
termos aprendizagem (desenvolvimento consciente da língua) e aquisição
(desenvolvimento natural e espontâneo da língua) e, também, para com a diferença
entre os termos segunda língua (quando o aluno está totalmente imerso na língua

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estudada, fora de sala de aula, por exemplo morando no país onde se fala determinada
língua) e língua estrangeira (qundo a comunidade externa a sala de aula não utiliza a
língua estudada pelo o aluno no cotidiano). Por fim, Leffa nos mostra que quando um
educador, professor, teórico e etc, escreve e assina um artigo sobre ensino de línguas
ele passa a ser um metodólogo e deixa de exercer essas funções previamente
enumeradas.

À partir deste ponto do artigo, o autor descreve as diversas abordagens de ensino


elaboradas e desenvolvidadas ao longo do tempo, bem como elucida suas premissas,
bases teóricas, contextos histórico-sociais, críticas, vantagens e desvantagens.
Basicamente, são elas: Abordagem da gramática e da tradução (AGT); Abordagem
direta (AD); Abordagem para a leitura; Abordagem audiolingual; Sugestologia de
Lozanov; Aprendizagem por aconselhamento; Método silencioso de Gattegno; Método
de Asher (resposta física total); Abordagem natural; e Abordagem comunicativa.
Destas, é importante notar o peso e massificação da implemnetação de duas
abordagens específicas, a Abordagem audiolingual e a Abordagem comunicativa. A
primeira obteve bastante sucesso por conta dos métodos aplicados que estavam
inseridos em seus pressupostos teóricos. No contexto da época, ela foi amplamente
difundida em escolas de língua pelo mundo inteiro mas, não obstante, metodólogos
teceram críticas à ela. Já a segunda - após pensar-se que nada tão eficiente e concreto
quanto a abordagem audiolingual pudesse surgir - veio na tentativa de ser o próximo
grande passo evolutivo na implementação do “método perfeito”. Apesar disso,
metodólogos também encontraram inconcistências em sua aplicação prática e teceram,
também, suas críticas.

É ai em que o autor conclui, de maneira sincrônica, que a solução mais eficiente


para o professor da atualidade é a do “ecletismo inteligente”, que se baseia na
experiência e no contexto da sala de aula e nas realidades dos alunos. Logo, o
professor deve munir-se do conhecimento das abordagens e métodos elaborados e
desenvolvidos no passado para enriquecer seu leque de opções didáticas e favorecer
a tomada de decisições dentro da sala de aula. Tudo através da relação entre as
diferentes abordagens e metódos, que quando analisadas separadamente assumem
caráter monolítico e dogmático.

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