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Exame Psiquiátrico
- Funções psicopatológicas:
Orientação: a capacidade do indivíduo de se situar no tempo, espaço ou situação e reconhecer sua própria pessoa.
Orientação temporal: dia de hoje
Orientação espacial: capacidade de saber o local em que se encontra, etc.
Orientação autopsíquica: dados do paciente, o que faz ali, etc. Devem ser conferidos com um familiar
confiável.
Orientação alopsíquica: capacidade de identificar seus familiares, amigos, pessoal que o atende, etc.
Estar apenas orientado quanto ao tempo e ao espaço não dá garantias de orientação total, numa questão
psicótica, por exemplo, a orientação autopsíquica ou alopsíquica podem estar comprometidas.
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Olfativas: comum em epilepsias, quadro neurológicos, sentir cheiros que não existem, ou achar que
alguém percebe o próprio cheiro.
Somáticas: experiências sensoriais irreais envolvendo o corpo ou órgãos (sentir o fígado apodrecido, por
exemplo).
Extracampina: o objeto percebido encontra-se fora do campo perceptivo. Por exemplo ouvir o que falam
a 1km de distância. Ocorre com frequência na esquizofrenia.
Sinestesia: um estímulo sensorial em uma modalidade é percebido como uma sensação em outra
modalidade. Por exemplo, ouvir cores, ver sons, etc.
Entre outras alucinações incluem-se: déjà vu, jamais vu, despersonalização, desrealização,
A alucinação negativa é a ausência de registro sensorial de determinado objeto presente no campo
sensorial do paciente. Por exemplo não ver uma pessoa que está diante dos seus olhos.
A alucinação verdadeira apresenta todas as características de uma imagem perceptiva real, sendo essa
produzida pelo próprio paciente. Possui um alto poder de convencimento, por ser aceito pelo juízo de
que existe.
As alucinoses, assim como nas alucinações verdadeiras, são percebidas no espaço objetivo externo.
Porém, se diferenciam das verdadeiras por serem adequadamente criticadas pelo individuo como um
fenômeno patológico.
Memória: a capacidade de registrar, fixar ou reter, evocar e reconhecer objetos, pessoas e experiências passadas
ou estímulos sensoriais.
A memória de curto prazo possui uma capacidade de armazenamento limitada e dura de segundos a minutos.
A memória de longo prazo representa o armazenamento permanente de informações.
Paramnésia é conhecida como a alucinação de memória, a recordação de algo que de fato não ocorre, embora
para o paciente tenha ocorrido. Comum em idosos, no delirium.
A fabulação é um tipo especial de paramnésia que ocorrem em quadros amnésticos de origem orgânica, como
no transtorno amnéstico, na demência e no delirium.
Alterações da memória:
Amnésia: incapacidade parcial ou total de evocar experiências passadas
Amnésia anterógrada: o paciente esquece tudo o que ocorreu após um fato ou acidente importante.
Ex: traumatismo craniano.
Amnésia retrógrada: o paciente esquece situações ocorridas anteriormente a um trauma, doença ou
fato importante.
Amnésia lacunar: o paciente esquece fatos ocorridos entre datas. Ex: não se lembra do ano de 2003,
em que ocorreu sua separação.
Amnésia remota: esquecimento de fatos ocorridos no passado, desde os primeiros anos de vida.
Memória imediata: o que ocorreu nos últimos 5 minutos.
Memória recente: engloba os últimos dias e horas.
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Pensamento: conjunto de funções integrativas, capazes de associar conhecimentos novos e antigos, integrar
estímulos externos e internos, analisar, abstrair, julgar, concluir, sintetizar e criar. É avaliado em forma, curso e
conteúdo.
A distorção do pensamento é a principal característica da psicose.
A esquizofrenia, por exemplo, é um tipo de psicose, crônica, progressiva e incurável.
Obs: o tratamento para esquizofrenia normalmente é de bom proveito; as internações foram praticamente
extintas. Desde que sejam garantidos ao indivíduo esquizofrênico bom tratamento, vigia constante (CAPS,
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por exemplo), e antipsicóticos, o paciente é estabilizado, apesar de não deixar de ser esquizofrênico. O risco
para ele e para a sociedade é bastante reduzido, sendo possível a convivência e a reinserção social.
Aspectos do pensamento:
Forma (produção): o normal é que a produção do pensamento, seja lógica, clara e fácil de seguir e
entender.
Curso: caracteriza-se pela quantidade de ideias que vêm ao pensamento, podendo ser abundante ou
escassa.
Conteúdo: são as ideias propriamente ditas, e sua conexão ou não com a realidade, refletindo ou não
aspectos reais do mundo externo ou interno.
Alterações do pensamento:
Produção: ilógica (irreal, difícil ou impossível de seguir a linha de raciocínio, desagregado); mágica
(misticismo, poderes, influência a distância). Característico do esquizofrênico.
Curso: acelerado, com fuga de ideias (associação de palavras de maneira inapropriada, por exemplo
branco-preto caixão); perda de associações (paciente se perde no meio do discurso, sem saber o que
estava falando).
Conteúdo: delírio ou ideia delirante (ideia falsa ou crença irreal com impossibilidade de conteúdo, certeza
extraordinária, e impossibilidade de remover essa certeza pela lógica); ideias supervalorizadas (crença
exagerada, implicância gratuita, desconfiança exacerbada).
Temas do delírio: perseguição, prejuízo, influência, grandeza, ciúmes, erotomaníaco, somático, culpa,
negação, místico, fantástico.
Juízo crítico: a capacidade de medir as consequências dos seus atos. (em alguns casos é visto como uma
função psicopatológica própria).
Linguagem: a maneira como a pessoa se comunica, verbal ou não verbalmente, envolvendo gestos, olhar,
expressão facial ou por escrito.
Pedolalia: o paciente fala com uma voz infantilizada.
Solilóquio: Refere-se ao comportamento de falar sozinho. Também pode ser indicação de alucinação auditiva.
Exemplos de alterações da linguagem: disartria, bradilalia, taquilalia, ecolalia, afasia, logorreia, mutismo,
vulgaridade, coprolalia, disgrafia, alterações da mímica facial, neologismos.
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Os atos impulsivos auto e heteroagressivos, a frangofilia e a piromania são considerados atos impulsivos; não
existe uma análise para o comportamento; vai direto da intenção para a execução.
Pragmatismo é a capacidade de colocar em prática o que se deseja ou foi planejado.
Só pode se alterar quantitativamente e para menos: hipopragmatismo ou apragmatismo.
A prospecção é o planejamento para o futuro. O exame é feito perguntando-se diretamente ao paciente o
que ele planeja fazer, por exemplo, quando tiver alta hospitalar, ou num futuro distante. Podem ser
adequados e exequíveis ou inadequados e inexequíveis (não compatíveis com a realidade do paciente).
O exame psiquiátrico, portanto, depende de diversos fatores, de junções de diagnósticos, dos sinais e sintomas
(primeiramente sindrômicos e depois nosológicos), e portanto, deve ser feito com calma e cuidado. Não existe
nada patognomônico para se basear.