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E-Book-Gestão de Departamento Pessoal
E-Book-Gestão de Departamento Pessoal
DEPARTAMENTO
PESSOAL
GRADUAÇÃO
Unicesumar
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a)! É com muita satisfação que preparamos este livro
especialmente para você. Que nós possamos aprender juntos como fazer uma Gestão
do Departamento de Pessoal da empresa onde você atua ou atuará em um futuro pró-
ximo.
O material está dividido em cinco unidades. Na Unidade I, “Processo de Admissão”, abor-
daremos, por meio de uma visão prática e ao mesmo tempo elucidativa, um dos pro-
cessos de maior importância para a Gestão do Departamento de Pessoal, a admissão.
Você, aluno(a), deve estar se perguntando “Por quê?”. Explicamos: a admissão é a porta
de entrada do empregado na empresa e, caso o processo de admissão apresente falhas,
poderá ocasionar futuros problemas de ordem trabalhista para a empresa, os quais ve-
remos no presente livro.
A Unidade II irá fornecer a você, aluno(a), conhecimentos referentes à remuneração e
aos aspectos legais da jornada de trabalho. Tais assuntos são diariamente discutidos em
qualquer departamento de Recursos Humanos por se tratarem de temas estratégicos
para a Gestão Empresarial.
Na Unidade III, trataremos dos descontos que podem alterar o salário do empregado,
como o INSS, que é uma contribuição que o empregado, ao se aposentar, receberá de
volta. Também trataremos dos descontos de Imposto de Renda, faltas, vale transporte e
liberalidades entre o empregado e o empregador.
Por meio da Unidade IV, intitulada “Cálculos Avançados”, iremos perceber que, além do
conhecimento teórico a respeito das rotinas, devemos também nos preocupar com ex-
perimentação do profissional, levando em consideração a realização dos cálculos.
Por fim, prezado(a) aluno(a), a Unidade V aborda o assunto que está nas manchetes e
nas rodas de conversa dos Departamentos de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas
no ano de 2016, o eSocial. Esse tema é um divisor de águas para as empresas, pois as
informações da folha de pagamento passarão a estar, integralmente, no ambiente da
Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB).
Pois bem, caro(a) aluno(a), este livro foi desenvolvido para que você obtenha um olhar
sistêmico sobre os principais assuntos relacionados à Gestão do Departamento de
Pessoal de forma simples, objetiva e com elementos e rotinas da prática profissional. E
também para que possamos auxiliá-lo(a) nas dúvidas frequentes e prepará-lo(a) para as
mudanças que ocorrerão no futuro próximo.
Desejamos a você um ótimo e proveitoso estudo!
UNIDADE I
15 Introdução
16 Vínculo Empregatício
21 Procedimento de Admissão
28 Jornada de Trabalho
52 Considerações Finais
59 Referências
62 Gabarito
UNIDADE II
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
65 Introdução
66 Entendendo Salário
74 Adicionais de Remuneração
89 Cargo de Confiança
91 Férias
98 Considerações Finais
105 Referências
107 Gabarito
UNIDADE III
CONHECENDO OS DESCONTOS
111 Introdução
127 Referências
128 Gabarito
UNIDADE IV
CÁLCULOS AVANÇADOS
131 Introdução
160 Referências
161 Gabarito
UNIDADE V
165 Introdução
180 Referências
181 Gabarito
182 CONCLUSÃO
183 ANOTAÇÕES
I
PROCESSOS OPERACIONAIS
UNIDADE
DE DEPARTAMENTO
PESSOAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar os elementos que caracterizam o Vínculo Empregatício.
■■ Conceituar as Rotinas do Processo de Admissão.
■■ Apresentar os principais elementos que compõem o Contrato de
Trabalho.
■■ Compreender as regras para cada tipo de Jornada de Trabalho
■■ Contextualizar a importância do Processo de Admissão e Registro do
Empregado na Gestão do Departamento de Pessoal.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Vínculo Empregatício
■■ Procedimento de admissão
■■ Jornada de Trabalho
■■ Férias e seus procedimentos operacionais
■■ Poder disciplinar (Diretivo)
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a)! Trataremos, nesta unidade, de uma das
principais dúvidas e falhas na gestão de departamento pessoal: a base conceitual.
É importante frisar que essa base conceitual nos fará compreender, mais adiante,
os processos da gestão de departamento pessoal, ou seja, entender o que é uma
relação de trabalho, como ela funciona, quais são os requisitos para se conside-
rar essa relação, entre outros.
Ao falarmos dessa base conceitual, explicitamos e esclarecemos, em um pri-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Para iniciarmos nossas discussões, é importante que tenhamos uma visão muito
clara sobre relação de trabalho, pois ela não se configura pelo simples fato de
existir um relacionamento entre duas pessoas (físicas ou jurídicas), em que um
manda e o outro obedece, ou que um realize o pagamento pelo serviço de outrem,
mas existem critérios imperiosos que devem estar presentes nessa relação.
Como podemos definir, então, uma relação de trabalho que seja considerada
legal para o Direito Trabalhista? Para que uma relação de trabalho seja ampa-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rada pelo Direito Trabalhista, essa relação deve apresentar indícios daquilo que
chamamos de Vínculo Empregatício, o qual mostra que ocorreu, durante a pres-
tação de serviços, cinco elementos fundamentais, sendo eles:
Veja que apresentamos cinco requisitos básicos para que seja configurada a situ-
ação de Vínculo Empregatício. Porém, não há necessidade da presença dos cinco
requisitos para que sejam considerados indícios de Vínculo Empregatício. Até
porque, com a introdução do trabalho intermitente por meio da Lei 13467/2017,
o critério de continuidade ficará obsoleto, especificamente nesse caso. Segundo
a Doutrina, o Vínculo Empregatício pode, então, ser conceituado como “[...] a
relação jurídica de natureza contratual tendo como sujeitos o empregado e o
empregador e como objeto o trabalho subordinado, continuado e assalariado”
(NASCIMENTO, 2004, p. 500).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Veja que, perante as definições dos personagens pela CLT, é essencial que haja
os requisitos apresentados anteriormente para que se considere a relação labo-
ral para o Direito do Trabalho.
Vínculo Empregatício
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONTRATO DE TRABALHO
A CLT define como Contrato de Trabalho, no art. 442, “[...] o acordo tácito ou
expresso, que corresponde à relação de emprego” (BRASIL, 1943).
Sobre esse contexto, podemos extrair que o Contrato de Trabalho é o
documento que expressa a relação ou vínculo existente entre o Empregado e
Empregador, por escrito (expresso) ou verbalmente (tácito).
Seguindo esse entendimento, é importante frisar que a Legislação Trabalhista
classifica o Contrato de Trabalho por Prazo Indeterminado (Regra Geral) e Prazo
Determinado (Exceção).
Prezado(a) aluno(a), como o próprio nome já diz, o Contrato de Trabalho
por Prazo Indeterminado não possui prazo de encerramento. Já o Contrato de
Trabalho por Prazo Determinado é possível de acontecer somente de acordo
com as hipóteses do art. 443, §2º da CLT, vejamos:
a) De serviço cuja Natureza ou Transitoriedade Justifique a Predeter-
minação do Prazo.
b) De Atividades Empresariais de Caráter Transitório.
c) De contrato de Experiência. (BRASIL, 1943).
Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, que tem como conceito o art.
2º da Lei 6.019/74, recentemente alterado pela 13.429/17: “Art. 2º - Trabalho
temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empre-
sa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa to-
madora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória
de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços” (BRASIL,
1974).
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6019.htm>.
Fonte: os autores.
Vínculo Empregatício
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
01/07/2017 30/07/2017 31/07/2017 28/09/2017
Fonte: os autores.
PROCEDIMENTO DE ADMISSÃO
Uma vez que o Exame Pré-Admissional aponte como APTO o empregado, este
poderá assumir as atividades para qual foi contratado e deverá apresentar os seguin-
tes documentos obrigatórios exigidos para a realização do processo de Admissão:
■■ Foto 3x4.
■■ Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
■■ Número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social - PIS.
■■ Certidão de Nascimento ou Casamento.
Procedimento de Admissão
■■ Título de Eleitor.
■■ Carteira de Reservista ou Prova de Alistamento Militar (Sexo Masculino).
■■ Número da Carteira de Identidade (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF).
■■ Comprovante de Residência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Caderneta de Vacinação para dependente com até 6 anos de idade.
■■ Comprovante de Matrícula e Frequência Escolar para dependente a par-
tir dos 7 anos de idade, para os fins de pagamento do salário-família.
A partir do momento que a empresa estiver com os documentos acima descritos,
estará apta a efetuar o Registro do Empregado, que corresponde a um segundo
momento da Rotina de Admissão.
Não obstante ao que acabamos de estudar, é importante destacar que existem
alguns documentos que não podem ser exigidos do empregado recém-contra-
tado, vejamos:
■■ Certidão Negativa de Reclamatória Trabalhista (Portaria 41, MTE).
■■ Teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esteriliza-
ção ou a estado de gravidez (Portaria 41, MTE).
■■ Exigir experiência superior a 06 meses na função (Art. 442, CLT).
Outros documentos que não estão listados na Portaria nº 41 do Ministério do
Trabalho e Emprego e na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), porém podem
ser considerados discriminatórios e obstativos para contratação são:
■■ Certidão de Antecedentes Criminais.
■■ Certidão Negativa Restritiva de Crédito.
■■ Qualquer documento que limita o acesso ao emprego por motivo de sexo,
origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade.
Caro(a) aluno(a), de acordo com o que foi abordado nos parágrafos anteriores,
ressalto a importância de implementar um Check List dos principais documen-
tos a serem apresentados pelo empregado recém-contratado, evitando, assim,
possíveis transtornos na Gestão do Departamento de Pessoal.
Dessa forma, transcorrida a primeira etapa do processo de admissão, parti-
mos, agora, para o processo de Registro do empregado recém-contratado.
O Processo de Registro deve ser realizado com devida cautela, pois, nesse
momento, caso o Departamento de Pessoal não observe as exigências legais oriun-
das, pode acarretar riscos judiciais e administrativos para a empresa.
Sendo assim, o primeiro passo para o Processo de Registro do Empregado
é observar os prazos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
vejamos:
Procedimento de Admissão
Observado os prazos legais, devemos nos atentar aos documentos que são obri-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gatórios no Registro do Empregado:
Ficha de Registro: O ato do Registro do Empregado, originará o documento
denominado Ficha de Registro, no qual constará todas as informações referen-
tes ao Vínculo Empregatício entre o Empregado e Empregador.
Com base no art. 2º da Portaria nº 41 do Ministério do Trabalho e Emprego,
a Ficha de Registro, obrigatoriamente, deverá constar as seguintes informações:
■■ Nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e
naturalidade.
■■ Número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
■■ Número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social - PIS
- ou no Programa de Formação do Patrimônio do Serviço Público - PASEP.
■■ Data de admissão.
■■ Cargo e função.
■■ Remuneração.
■■ Jornada de Trabalho.
■■ Férias.
■■ Acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver.
Apenas faço uma observação a você, aluno(a), ou seja, não oriento realizar
anotações de acidente de trabalho e doenças profissionais na Ficha de Registro
do Empregado, mesmo com previsão legal, uma vez que pode em uma eventual
fiscalização ou processo judicial, ser considerado ato discriminatório.
Por outro lado, as Contribuições Sindicais descontadas durante o mês de
Março do empregado (caso este opte pela contribuição, de acordo com a Lei n.º
13.467/2017), cujo valor se refere a 01 (um) dia de trabalho, devem proceder
anotação junto à Ficha de Registro.
Contrato de Trabalho: mesmo não sendo um documento obrigatório para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Procedimento de Admissão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ 2ª Situação: a emissão do Termo de Compromisso e Utilização do Vale
Transporte torna-se obrigatório por parte do Empregador, uma vez que,
em eventual Reclamatória Trabalhista, é o Empregador quem deve com-
provar a necessidade de utilização do Vale Transporte pelo Empregado,
em face do cancelamento da Orientação Jurisprudencial nº 215 da Seção
de Dissídios Individuais (SDI) do TST (Tribunal Superior do Trabalho),
no qual previa, antes do cancelamento da Orientação, que o Empregado
tinha de comprovar a necessidade de receber o Vale Transporte.
■■ 3ª Situação: uma vez que o empregado destina seu vale transporte de
forma indevida ou ainda presta informação falsa ao empregador para
obter vantagens no recebimento do Vale Transporte, o Decreto-lei 95.247
(BRASIL, 1987) entende que esta prática constitui Falta Grave, sujeito a
Demissão por Justa Causa.
Fonte: os autores.
Procedimento de Admissão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o consentimento deste (grifo nosso), em estabelecimento de crédito
próximo ao local de trabalho, ou em cheque emitido diretamente pelo
empregador em favor do empregado, salvo se o trabalhador for analfa-
beto, quando o pagamento somente poderá ser efetuado em dinheiro
(BRASIL, 1984 apud CASSAR, 2011, p. 932 [negrito nosso]).
Caro(a) aluno(a), perceba que citamos, ao longo deste material, diversos docu-
mentos obrigatórios e outros necessários para a Gestão do Departamento de
Pessoal na realização do Processo de Registro do Empregado, pois sem esses
documentos, sérios passivos trabalhistas, no âmbito judicial ou no âmbito admi-
nistrativo, serão causados para o Empregador ou para o próprio Empregado.
JORNADA DE TRABALHO
Minutos Residuais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Jornada de Trabalho
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTERVALO PARA DESCANSO E REFEIÇÃO
Jornada de Trabalho
HORÁRIO DE JORNADA DE
DIAS DA SEMANA INTERVALO
TRABALHO TRABALHO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
08h00min às 12h00min às
Segunda-Feira 08 horas diárias
18h00min 13h00min
08h00min às 12h00min às
Terça-Feira 08 horas diárias
18h00min 13h00min
08h00min às 12h00min às
Quarta-Feira 08 horas diárias
18h00min 13h00min
08h00min às 12h00min às
Quinta-feira 08 horas diárias
18h00min 13h00min
08h00min às 12h00min às
Sexta-Feira 08 horas diárias
18h00min 13h00min
08h00min às
Sábado - 04 horas diárias
12h00min
Total da Jornada de Trabalho Semanal 44 horas semanais
Fonte: os autores.
HORÁRIO DE JORNADA DE
DIAS DA SEMANA INTERVALO
TRABALHO TRABALHO
08h00min às 12h00min às
Segunda-Feira 06 horas diárias
14h15min 12h15min
08h00min às 12h00min às
Terça-Feira 06 horas diárias
14h15min 12h15min
08h00min às 12h00min às
Quarta-Feira 06 horas diárias
14h15min 12h15min
08h00min às 12h00min às
Quinta-feira 06 horas diárias
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
14h15min 12h15min
08h00min às 12h00min às
Sexta-Feira 06 horas diárias
14h15min 12h15min
08h00min às 12h00min às
Sábado 06 horas diárias
14h15min 12h15min
Total da Jornada de Trabalho Semanal 36 horas semanais
Total de Jornada de Trabalho Mensal 180 horas mensais
Fonte: os autores.
HORÁRIO DE JORNADA DE
DIAS DA SEMANA INTERVALO
TRABALHO TRABALHO
08h00min às
Segunda-Feira - 04 horas diárias
12h00min
08h00min às
Terça-Feira - 04 horas diárias
12h00min
08h00min às
Quarta-Feira - 04 horas diárias
12h00min
08h00min às
Quinta-feira - 04 horas diárias
12h00min
08h00min às
Sexta-Feira - 04 horas diárias
12h00min
08h00min às
Sábado - 04 horas diárias
12h00min
Total da Jornada de Trabalho Semanal 24 horas semanais
Total de Jornada de Trabalho Mensal 120 horas mensais
Fonte: os autores.
Jornada de Trabalho
Por outro lado, não podemos esquecer que a legislação trabalhista impõe uma
jornada especial para algumas profissões regulamentadas, por exemplo:
Quadro 7 - Jornada Semanal da Jornada de 120 horas mensais
Por fim, não podemos esquecer que a legislação trabalhista autoriza as empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sas estabelecerem jornada de compensação. Isso mesmo, jornada pela qual o
excesso de horas de um dia é compensado pela correspondente diminuição em
outro dia, observando as regras do art. 59 da CLT.
Segundo a Súmula 85 do Tribunal Superior do Trabalho (BRASIL, 2016a), é
válido o acordo individual para compensação de horas, salvo se houver norma
ou convenção coletiva de trabalho em sentido contrário. Nesse sentido, podemos
estabelecer uma jornada de compensação durante a semana para não trabalhar
aos sábados, por exemplo. Vejamos:
Quadro 8 - Jornada Semanal da Jornada de 120 horas mensais
HORÁRIO DE JORNADA DE
DIAS DA SEMANA INTERVALO
TRABALHO TRABALHO
08h00min às 12h00min às
Segunda-Feira 08h48min diárias
18h00min 13h12min
08h00min às 12h00min às
Terça-Feira 08h48min diárias
18h00min 13h12min
08h00min às 12h00min às
Quarta-Feira 08h48min diárias
18h00min 13h12min
08h00min às 12h00min às
Quinta-feira 08h48min diárias
18h00min 13h12min
08h00min às 12h00min às
Sexta-Feira 08h48min diárias
18h00min 13h12min
Sábado Compensado Compensado -
Total da Jornada de Trabalho Semanal 44 horas semanais
Total de Jornada de Trabalho Mensal 120 horas mensais
Fonte: os autores.
Jornada Extraordinária
Jornada de Trabalho
Controle de Jornada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ser anotado e não o horário das 8h00, assim como se chegar às 8h03. Enfim, o
que me refiro, nesse sentido, é que a probabilidade de ser realidade um empre-
gado chegar todos os dias, durante meses ou anos, às 8h00 em ponto e sair às
12h00 em ponto é mínima. Por isso, esse tipo de anotação vem sendo desclassi-
ficado por parte do judiciário.
Quadro 10 - Apontamento das horas de trabalho
19/06/2006
5:30 17:18 11:28 11:28 4:08 - 1:00 -
Seg
20/06/2006 5:30 11:14 5:44 17:12 - - - -
Totais 86:21 - 21:57 - 8:00 1:22
Fonte: os autores.
Veja que, no exemplo anterior, o registro foi realizado de forma correta, incluindo
os dias que o empregado chegou alguns minutos atrasado e a reposição desses
minutos, pois é quase impossível existir uma realidade em que o empregado ini-
cia e termina sua jornada nos horários “redondos”, por isso devemos nos atentar
a esse detalhe muito importante. Já o registro eletrônico é baseado na Portaria
1510/2009 do Ministério do trabalho e do Emprego e, por força de lei, deve, obriga-
toriamente, anotar o horário correto, além de emitir o comprovante ao empregado.
Com isso, ao conhecermos esses detalhes do registro de ponto, já podemos com-
preender que esse é um documento essencial,
que deverá ser arquivado no arquivo pessoal
do empregado, a organização não tem neces-
sidade de realizar o arquivo diário, porém
deve manter em seu arquivo os registros
mensais do empregado, sendo ele em forma
de cartão ponto, livro ponto ou ponto ele-
trônico. Independente do tipo de registro
realizado pelo empregado, o registro mensal
deve ser arquivado pelo empregador e deve
estar assinado pelo empregado como ciência e Figura 2 - Cartão ponto
compromisso com a legalidade das anotações. Fonte: Topdata ([2018], on-line)¹.
Jornada de Trabalho
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - Relatório cartão ponto
Fonte: OoCities ([2018], on-line)².
Conforme determina a CLT, no art. 129, “Todo empregado terá direito anualmente
ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (BRASIL, 1943),
ou seja, caro(a) aluno(a), depois de transcorrido 12 meses de serviço prestado
pelo empregado, o empregado terá direito a 30 dias de descanso, sem qualquer
desconto do seu salário, esse período é considerado Férias.
Nesse sentido, vale ressaltar que para uma Gestão eficiente no controle das
férias dos empregados, junto a uma organização, torna-se fundamental conhe-
cer o que vem a ser Período Aquisitivo e Período Concessivo.
O período aquisitivo de férias compreende os doze meses trabalhados
pelo empregado, a contar da sua admissão, para que adquira o direito ao gozo
de férias, enquanto que o período concessivo de férias é o prazo de doze meses
subsequentes ao término do período aquisitivo, em que o empregador deverá
conceder as férias ao empregado (Vianna, 2014).
Vamos entender melhor em que consiste o Período Aquisitivo e o Período
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
derão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um (CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2017).
Somente nos casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em dois perío-
dos, os quais não poderão ser menor do que 10 dias (§ 1º, art. 134 CLT). Todavia,
a lei não deixa claro o que vem a ser “casos excepcionais”. Ao buscar o conceito
na doutrina, Valentim Carrion, afirma que
a concessão de férias é ato exclusivo do empregador; independe de pe-
dido ou concordância do empregado. Devem ser concedidas nos 12
meses que se seguem a sua aquisição, em um só período, salvo casos
excepcionais; ante o silêncio da lei deve-se adotar o critério de necessi-
dade imperiosa (art. 61, força maior, serviços inadiáveis ou de inexecu-
ção com prejuízo) (CARRION, 2005, p. 154).
Com isso, caro(a) aluno(a), podemos interpretar que a empresa poderá conceder
férias ao seu empregado de forma fracionada quando houver uma necessidade
imperiosa, ou seja, força maior, serviços inadiáveis ou de inexecução com pre-
juízo. Além disso, cumpre registrar que os empregados menores de 18 anos e
maiores de 50 anos não podem ter seus períodos de férias fracionados, com base
no §2º, art. 134 CLT.
Para realizar a contagem dos dias que o empregado terá direito ao período de
férias integrais ou proporcionais, deve ser considerado o quadro a seguir.
8/12 20 dias
9/12 22,5 dias
10/12 25 dias
11/12 27,5 dias
12/12 30 dias
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.
■■ Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho
ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos
(BRASIL, 1943).
Todavia, o controle não pode ser realizado no interior dos vestiários da empresa,
caso contrário, estaria infringindo direitos fundamentais do empregado, con-
sagrados no art. 5º da Constituição Federal de 1988.
A última característica do Poder Diretivo do Empregador é o Poder
Disciplinar, que se trata do poder de aplicar sanções aos empregados que pra-
ticarem atos faltosos. A própria legislação trabalhista impõe as condições da
aplicação do Poder Disciplinar com base no art. 482 da CLT, na qual determina
de forma categórica as faltas graves que constituem motivos para rescisão por
justa causa (BRASIL, 1943).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diante destas três características do Poder Diretivo, o empregador se
torna suscetível a infringência e descumprimento dos direitos fundamentais
do empregado quando esses poderes ultrapassam o limite da razoabilidade, os
limites impostos pela própria lei, pela ética e bons costumes, gerando a obri-
gação de indenizar o empregado lesado.
Para finalizar, conforme os ensinamentos de Silva (2006, p. 277),
há que se ter em mente que o trabalhador não pode ser simplesmente
um número, um elo de uma fria corrente que o ata ao lucro do empre-
endimento, um objeto mercável. O homem necessita do trabalho para
sua sobrevivência, mas em nome dessa sobrevivência não pode sujei-
tar-se à indignidade da escravidão, pelo trabalho ou por relações de
trabalho, ao interagir com o seu empregador ou tomador de serviços.
O trabalho digno, decente, que não valoriza a máquina mais do que ao
homem, deve ser a tônica de uma sociedade mais justa, com menos
desigualdades.
RESCISÃO INDIRETA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Correr perigo manifesto de mal considerável.
d) Não cumprir o empregador as obrigações do contrato.
e) Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de
sua família, ato lesivo da honra e boa fama.
f) O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem.
g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários (BRASIL, 1943).
Além disso, cumpre enaltecer de forma clara e evidente que o pedido de Rescisão
Indireta quem decreta é o Poder Judiciário Trabalhista, bem como existe a possi-
bilidade do empregado permanecer no emprego até a decisão final do processo,
caso o empregado tenha praticado os motivos descritos nos itens “d” e “g” do
parágrafo anterior.
Além disso, existem mais duas hipóteses que caracterizam a Rescisão Indireta
do Contrato e que não constam no art. 483 da CLT. Uma delas é a suspensão
superior por 30 dias - Art. 474 da CLT. Segundo Vianna (2014, p. 782), “a sus-
pensão do empregado por período superior a 30 dias, ainda que por motivo
justo, importa na Rescisão Indireta do contrato de trabalho, salvo se para fins
de inquérito para apuração de falta grave”.
A segunda hipótese que enseja a Rescisão Indireta é a alteração de função dos
empregados menores de idade para execução de atividades nocivas (art. 407
CLT). Nesse caso específico, configura-se a Rescisão Indireta quando a empresa
notificada para regularizar a situação do trabalho do menor de idade não o faz.
A culpa recíproca, por sua vez, caracteriza quando as duas partes da relação, o
Empregado e Empregador, praticam atos simultâneos para motivar a rescisão
do contrato de trabalho.
Segundo Sérgio Pinto Martins,
diz respeito à culpa recíproca a hipótese de justo motivo para a cessação
do contrato de trabalho. Existem duas faltas graves: uma do empregado
e outra do empregador. A falta do empregado estaria capitulada no art.
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A rescisão de contrato por justa causa é um dos motivos que mais gera discus-
são no Judiciário Trabalhista e ocorre quando o empregado comete falta grave,
tipificada no art. 482 da CLT. Nesse sentido, considera-se falta grave quando há
a) Ato de improbidade.
b) Incontinência de conduta ou mau procedimento.
c) Negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a
qual trabalha o empregado ou for prejudicial o serviço.
d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não
tenha havido suspensão da execução da pena.
e) Desídia no desempenho das respectivas funções.
f) Embriaguez habitual ou em serviço.
g) Violação de segredo da empresa.
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Observe que não basta apenas a prática dos atos acima citados, devem estar pre-
sentes, entre a prática e a rescisão os requisitos de gravidade, a atualidade e a
imediação.
No que diz respeito à gravidade, devemos considerá-la como a aplicação
do Poder Diretivo que o Empregador tem sobre o Empregado, ou seja, diante
da prática da falta grave por parte do Empregado, o Empregador deve analisar
e aplicar as sanções que correspondem proporcionalmente com a gravidade da
falta. “Assim, uma falta leve, requer punição leve, uma falta grave, requer uma
punição grave”. (VIANNA, 2014, p. 771).
Sendo assim, dependendo da falta grave que o empregado pratica, pode ou
não caracterizar a demissão direta por justa causa e a aplicação de alguma medida
socioeducativa como advertência e suspensão. Portanto, caso haja a reincidência
da prática de falta grave, considerada de caráter leve por parte do empregado,
isso poderá gerar demissão por justa causa.
Por outro lado, o segundo requisito mencionado anteriormente, “a atualidade
tem como entendimento de que a aplicação do poder diretivo do empregador
em face da falta grave praticada pelo empregado deve ser de imediato, pois caso
não ocorra, pode gerar a perdão tácito” (OLIVEIRA, 2013, p. 620).
Por fim, o último requisito é a Imediação, ou seja, torna-se necessário que a
punição por parte do empregador tenha relação ou vinculação direta com a falta
grave. Nesse caso, em uma eventual Reclamatória Trabalhista, caso seja identi-
ficado pelo Juiz do Trabalho que não existe essa relação de punição com a falta
grave, a demissão por Justa Causa pode ser revertida para Sem Justa Causa, não
cabendo ao Judiciário “arrumar” o erro da empresa.
AVISO PRÉVIO
Utilizando-se desses conceitos, é importante deixar claro para você aluno(a), que
o aviso prévio somente é aplicado para os casos de demissão por parte do empre-
gador, nos contratos de trabalho de prazo INDETERMINADO.
Quando o empregador comunica ao empregado sua demissão por meio
do aviso, cabe ao funcionário decidir a forma que irá cumprir o aviso prévio,
optando em reduzir a jornada em 02 (duas) horas diárias (segundo o art. 488
da CLT) ou deixar de comparecer ao serviço nos últimos 07 (sete) dias corridos
do término do aviso prévio trabalhado.
No caso do empregador não conceder aviso prévio ao empregado, dá a este
o direito de receber o salário correspondente ao período do cumprimento do
aviso prévio, de forma indenizada, uma vez que se torna nulo o aviso prévio
cumprido integralmente na residência do empregado.
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Acima de 7 até 8 anos 51
Acima de 8 até 9 anos 54
Acima de 9 até 10 anos 57
Acima de 10 até 11 anos 60
Acima de 11 até 12 anos 63
Acima de 12 até 13 anos 66
Acima de 13 até 14 anos 69
Acima de 14 até 15 anos 72
Acima de 15 até 16 anos 75
Acima de 16 até 17 anos 78
Acima de 17 até 18 anos 81
Acima de 18 até 19 anos 84
Acima de 19 até 20 anos 87
A partir de 20 anos 90
Fonte: os autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Durante o estudo, caro(a) aluno(a), você pôde constatar e, desse modo,
aplicar, na prática da Gestão do Departamento de Pessoal, os documentos obri-
gatórios que você exigirá do Empregado para o seu devido registro, destacando
a importância do Exame Médico Admissional. Também foi possível verificar que
o processo admissional possui diversos prazos que o Departamento de Pessoal
deve cumprir rigorosamente, como o tempo de registro e a devolução da CTPS
que é de 48 (quarenta e oito) horas.
Ainda percebemos que no processo de admissão e registro do empregado,
“dado o primeiro passo, não tem como voltar para trás”, pois todo processo pos-
sui uma ordem cronológica que, caso seja falho, diversos riscos são gerados para
a empresa. Tomamos como exemplo a Ficha de Registro, que deve seguir uma
linha sequencial e cronológica, por meio da qual não existe a possibilidade de
efetuar um registro retroativo.
Por fim, espero que você tenha compreendido os conceitos, rotinas e prá-
ticas do Processo de Admissão e Registro, pois na próxima unidade, estaremos
com os estudos focados nos proventos do empregado. Nos encontramos na pró-
xima unidade. Até lá!
Material Complementar
Um Senhor Estagiário
Ano: 2015
Sinopse: Jules Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem-sucedido
site de venda de roupas que, apesar de ter apenas 18 meses, já tem mais de
duas centenas de funcionários. Ela leva uma vida bastante atarefada, devido
às exigências do cargo e ao fato de gostar de manter contato com o público.
Quando sua empresa inicia um projeto de contratar idosos como estagiários,
em uma tentativa de colocá-los de volta à ativa, cabe a ela trabalhar com o viúvo
Ben Whittaker (Robert De Niro). Aos 70 anos, Ben leva uma vida monótona e vê
o estágio como uma oportunidade de se reinventar. Por mais que enfrente o
inevitável choque de gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho e se
aproxima cada vez mais de Jules, que passa a vê-lo como um amigo.
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REFERÊNCIAS ON-LINE
1. Alternativa C.
2. Alternativa D.
3. Alternativa A.
4. Alternativa E.
COMPREENDENDO OS
II
UNIDADE
PROVENTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar Salário e compreender a diferença entre Salários e
Remuneração.
■■ Compreender os diferentes adicionais de Remuneração existentes
na Legislação Trabalhista e sua aplicabilidade na Gestão do
Departamento de Pessoal.
■■ Conceituar as definições em torno dos cargos de confiança.
■■ Conhecer os cálculos de férias.
■■ Entender as regras a respeito da gratificação natalina.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Entendendo Salário
■■ Adicionais de Remuneração
■■ Cargos de confiança
■■ Férias
■■ Gratificação Natalina (13º Salário)
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Na Unidade I, você pôde conhecer como é formado o vín-
culo empregatício, processo que gera direitos e obrigações por parte do empregado
e empregador, bem como os procedimentos referentes à admissão e aos cuida-
dos que a Gestão do Departamento de Pessoal deve ter na emissão e manutenção
dos documentos obrigatórios para registro. Agora, na Unidade II, abordaremos
as atribuições referentes aos proventos.
É importante salientar, caro(a) aluno(a), que esse tema é de suma impor-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
ENTENDENDO SALÁRIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conforme foi visto na Unidade I, um dos elementos que caracterizam a figura
do empregado na relação trabalhista é a Onerosidade, ou seja, a contraprestação
por parte do empregador pelo serviço realizado pelo empregado ou, em outras
palavras, o pagamento de salário.
Sob a visão da norma trabalhista, podemos citar o art. 457 da CLT:
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para to-
dos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como
também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias
para viagens e abonos pagos pelo empregador. (BRASIL, 1943)
Por sua vez, Amauri Mascaro Nascimento (2006, p. 351) conceitua salário como
o conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador ao em-
pregado, não só como contraprestação do trabalho, mas também pelos
períodos em que estiver à disposição daquele aguardando ordens, pelos
descansos remunerados, pelas interrupções do contrato de trabalho ou
por força da lei.
Nesse sentido, podemos concluir, com base no texto legal, que além do salário,
fazem parte integrante as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diá-
rias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Diante desse contexto, o que
é a Remuneração, citada pela legislação?
Explicamos, caro(a) aluno(a). Quando estamos falando de Remuneração,
considera-se a soma de tudo o que é pago ao empregado além do salário.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Diante desse conceito, podemos citar alguns exemplos: as horas extras, adicional
noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, premiações,
gratificações, bonificações, benefícios, ajuda de custo, entre outros, isto é, trata-
-se do valor bruto da folha de pagamento do empregado.
Fazendo referência a esse objeto, Martins (2009, p. 12) afirma que
Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo
empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilida-
des, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do
contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades básicas e
de sua família.
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Salário Mínimo: é fixado por lei e possui abrangência em todo o território nacio-
nal, com previsão de correções anuais pelo Governo Federal.
Salário Mínimo Regional: é fixado por Lei Estadual para aquelas categorias que
não possuam piso salarial definido em Lei Federal, Convenção ou Acordo Coleti-
vo de Trabalho.
Salário Normativo: o piso salarial é determinado pelo sindicato da categoria do
empregado ou atividade econômica da empresa, previsto em Convenção Coletiva,
Acordo Coletivo ou Dissídio (Piso Salarial do Sindicato da Categoria Econômica).
Salário Profissional: salário exclusivo para categoria de profissionais liberais,
instituído por legislações que regulamentam essas profissões, por exemplo, mé-
dicos (Lei nº. 3.999/61), engenheiros (Lei nº. 4.950A/66), técnicos em radiologia
(Decreto nº. 92.790/86, regulamentou a Lei nº. 7.394/85), entre outros.
Fonte: os autores.
Entendendo Salário
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nota-se que para cada situação temos um tipo de salário a ser aplicado junto
ao contrato de trabalho. Contudo, devemos evitar o pagamento do Salário
Complessivo na Gestão do Departamento de Pessoal.
Segundo o conceito trazido pela Súmula 91 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), “nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou per-
centagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do
trabalhador” (BRASIL, 2016).
Resumindo, é o pagamento da remuneração do empregado, sem que haja a
especificação de cada verba discriminada junto ao seu holerite, não permitindo
a conferência exata do pagamento que está sendo efetuado.
Exemplo:
FORMA
FORMA ERRADA
CORRETA (COMPLES-
SIVA)
Salário.............................R$ 1.000,00
Horas Extras.....................R$ 350,00 Salário.............................R$ 1.637,40
DSR sobre Horas Extras..R$ 87,50
Prêmio................................R$ 200,00
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Diante disso, podemos afirmar que você percebeu que existem grandes dife-
renças entre salário e remuneração e que pôde, ainda, estudar diversos tipos de
salários que podem interferir diretamente no Contrato de Trabalho do empre-
gado. Com base nessas informações, podemos avançar os estudos, destacando
a importância de estabelecer outras duas regras quando o assunto é salário, as
quais interferem diretamente na Gestão do Departamento de Pessoal, referi-
mo-nos à Equiparação Salarial e ao Salário Utilidade ou In Natura. Vamos lá!
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EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Entendendo Salário
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■■ Idêntica função: não confunda função com cargo, porque podem exis-
tir empregados no mesmo cargo com funções distintas. Por exemplo: a
empresa possui dois Assistentes Administrativos (mesmo cargo), porém um
atua no setor financeiro e outro no setor de compras (funções diferentes).
■■ Prestado ao mesmo Empregador: o conceito de empregador remete ao
conceito do art. 2º da CLT, já visto na Unidade I.
■■ Na mesma localidade: O art. 461 da CLT, ao mencionar na mesma loca-
lidade, refere-se no mesmo município. A empresa pode ter diversas filiais
localizados em municípios diferentes, acarretando realidades salariais
diferentes.
■■ Trabalho de Igual Valor: esse trabalho de igual valor, citado na norma
trabalhista, remete ao conceito de três outros requisitos (art. 461, § 1º.),
vejamos:
• Igual Produtividade (requisito que justifica o pagamento de valores
de comissões diferentes para Vendedores da mesma empresa).
• Mesma Perfeição Técnica.
• Pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a dois
anos.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Por outro lado, diz o art. 461, § 2º da CLT (BRASIL, 1943), que caso a empresa
tenha organizado o quadro de pessoal junto ao Plano de Carreira, os requisitos
expostos nos parágrafos anteriores não se aplicam, valendo a regra de que promo-
ções deverão obedecer aos critérios de meritocracia e antiguidade de forma alternada.
Nessa esteira, vale ressaltar que o Poder Judiciário atualmente só reconhece a
validade do Plano de Carreira ou Plano de Cargos e Salários, se assim preferir, desde
que a empresa homologue junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, com base
na inteligência da Súmula 06 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Vejamos:
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT - I - Para os fins previs-
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Entendendo Salário
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
utilidades, vejamos:
• Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empre-
gados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço.
• Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,
compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade,
anuidade, livros e material didático.
• Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno,
em percurso servido ou não por transporte público.
• Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada direta-
mente ou mediante seguro-saúde.
• Seguros de vida e de acidentes pessoais.
• Previdência privada.
• O valor correspondente ao vale-cultura (BRASIL, 1943).
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Entendendo Salário
referente à alimentação e 25% (vinte e cinco por cento) referente ao auxílio mora-
dia, evitando a caracterização do salário in natura, salvo condição ou norma mais
favorável aplicada no caso concreto (Acordo ou Convenção Coletiva).
Caro(a) aluno(a), o tema salário é revestido de diversos conceitos, critérios
e proteções que são fundamentais para a Gestão do Departamento de Pessoal,
sem os quais poderá acarretar diversos passivos judiciais, previdenciários e
administrativos.
Além desses conceitos, é importante salientar que, na Gestão do Departamento
de Pessoal, é imprescindível o conhecimento sobre a utilização dos Adicionais de
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Remuneração, assunto que trataremos no tópico seguinte da presente unidade.
ADICIONAIS DE REMUNERAÇÃO
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
que está exposto a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
pela Norma Regulamentadora de nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com a NR 15 (BRASIL, 1978a) do Ministério do Trabalho e
Emprego, entende-se por Limite de Tolerância a concentração ou intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.
Ultrapassado esse limite, a empresa coloca em risco a saúde do seu empregado e,
por esse exclusivo motivo, gera o direito ao recebimento do respectivo adicional.
O recebimento do adicional de insalubridade terá como base o salário mínimo
nacional, equivalente a:
■■ 40% (quarenta por cento) para insalubridade de grau máximo.
■■ 20% (vinte por cento) para insalubridade de grau médio.
■■ 10% (dez por cento) para insalubridade de grau mínimo.
Adicionais de Remuneração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 2 - Nível de Ruídos e Máxima Exposição
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Além disso, destaco que, atualmente, as empresas que possuem locais de trabalho
insalubres, se necessitarem prorrogar a jornada de trabalho (horas extras), deverão
requerer antecipadamente a autorização junto ao Ministério do Trabalho e Emprego,
e isso não deverá ultrapassar o prazo máximo de 05 anos, sob pena de incorrer
em multa administrativa, de acordo com a Portaria 702/2015 (BRASIL, 2015).
Adicionais de Remuneração
Por outro lado, também vale citar que caso a empresa consiga eliminar ou neu-
tralizar o agente nocivo, previsto na NR 15 do MTE, por meio de medidas que
conversem o local de trabalho ou com uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção
Individual) ou por reclassificação ou descaracterização do risco do ambiente de
trabalho, a empresa poderá deixar de pagar o respectivo adicional de insalubri-
dade, conforme entendimentos do art. 191 da CLT.
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de tolerância.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao traba-
lhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de
tolerância (BRASIL, 1943).
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Vale ressaltar que, na legislação trabalhista, por meio da Lei 12.997/2014, foi acres-
centado como perigosas as atividades em motocicletas, ou seja, os empregados
que utilizam para o trabalho a motocicleta fará jus ao adicional de periculosi-
dade correspondente a 30% (trinta por cento) do salário base (BRASIL, 2014).
Adicionais de Remuneração
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
corra de real necessidade de serviço (BRASIL, 1943).
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO
Perceba que, enquanto perdurar a situação que não tenha caráter meramente
eventual, o empregado fará jus ao salário contratual do substituído. Nesse caso,
para entender o termo (não tenha caráter meramente eventual), Vólia Bomfim
Cassar (2012, p. 931) esclarece que substituição provisória “É aquela que acon-
tece por evento previsível de acontecimento aproximado e com frequência. As
férias se caracterizam em evento previsível e frequente entre os empregados”.
Adicionais de Remuneração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores.
Ainda vale mencionar que caso o cargo ocupado passe a ficar vago, o empregado não
tem direito ao salário do empregado antecessor, podendo o empregador estabelecer
salário diferente ao funcionário que passou a ocupar a função de forma definitiva.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
2º Aplicar o percentual de 50% sobre o valor hora valor hora x (%) horas extras
R$ 4,55 x 50% = R$ 2.28 = R$ 2,28 + R$ 4,55 = 6,83
PASSO (Valor Hora acrescido do % de Horas Extras).
Adicionais de Remuneração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
E como fazemos essa conta? O reflexo do DSR é muito simples, porém traba-
lhoso, pois você deverá estar atento(a) ao mês corrente da prestação de serviço,
visto que a fórmula de cálculo para o DSR é proporcional aos dias trabalhados
e não trabalhados. Para este cálculo leva-se em consideração, caro(a) aluno:
Mês com 30 dias (exemplo):
■■ Dias Úteis: 25 dias.
■■ Domingos e Feriados: 5 dias.
Fórmula:
■■ DSR = (valor da hora extra dias úteis) x domingos e feriados.
■■ DSR = (R$ 13,66 25) x 5 = R$ 2,73 (reflexo do DSR sobre a hora extra).
JORNADA NOTURNA
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
De acordo com a CLT, o art. 73, § 2º (BRASIL, 1943) estabelece que os trabalhos
executados entre 22h00min às 05h00min do dia seguinte será considerado traba-
lho noturno para as atividades urbanas, enquanto para as atividades rurais, temos:
Quadro 6 - Jornadas Noturnas
Adicionais de Remuneração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Jornada Noturna = 8/1,1428571.
■■ Jornada Noturna = 7 (07:00 horas).
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
Adicionais de Remuneração
Nesse caso, as horas extras realizadas dentro desse período serão considera-
das horas extras noturnas, razão pela qual o valor da hora será acrescida do
percentual da hora extra (50%, no mínimo), mais 20% do adicional noturno.
Para entender melhor esta matemática, vamos analisar juntos o exemplo de
cálculo abaixo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Percentual do Adicional de horas extras: 50%.
Percentual do Adicional Noturno: 20%.
Horas Extras Noturnas Realizadas: 20 horas.
Descanso Semanal Remunerado: 25 dias úteis / 5 domingos e feriados.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
CARGO DE CONFIANÇA
Cargo de Confiança
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com a publicação da Lei 13467/2017 a incorporação da gratificação por car-
go de confiança e sua manutenção fica invalidada:
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem jus-
to motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do
pagamento da gratificação correspondente, que não será incor-
porada, independentemente do tempo de exercício da respectiva
função” (BRASIL, 2017).
Fonte: os autores.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
FÉRIAS
Férias
EXEMPLO
Férias: R$ 1.500
1/3 Constitucional de Férias: R$ 500,00 (R$ 1.500,00 ÷ 3)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ABONO PECUNIÁRIO DE FÉRIAS
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
O 13º Salário ou Gratificação Natalina pode ser pago em 02 (duas) parcelas, veja o
destaque para a palavra “pode”, visto que não há obrigatoriedade legal para o des-
membramento desta gratificação, conforme podemos ver no Decreto 57.155/65,
Art. 1º “O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei nº 4.090, de 13 de
julho de 1962, com as alterações constantes da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965,
será efetuado pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano” (BRASIL,
1965). E sua continuação no Art. 3º: Entre os meses de fevereiro e novembro de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cada ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação (BRASIL,
1965), ou seja, o pagamento antes do mês de Dezembro corresponde na verdade
a um “adiantamento”. A primeira parcela deve ser paga entre os meses de feve-
reiro a novembro de cada ano e a segunda até o dia 20 de dezembro.
Em relação à primeira parcela, ela deve ser paga até 30 de novembro de cada
ano, da seguinte forma:
Para empregados admitidos até 17 de janeiro, o valor corresponde a metade
do salário do mês anterior (Outubro). Exemplo:
EXEMPLO
Salário de Outubro: R$ 1.000,00
1ª Parcela do 13º Salário - R$ 500,00 + Depósito do FGTS, não devendo
haver nenhum tipo de desconto.
Aos empregados admitidos a partir de 17 de janeiro, o valor a ser pago da 1ª par-
cela do 13º salário deverá ser apurado por mês de serviço ou fração igual ou supe-
rior a 15 dias, contados da data de admissão até o mês do pagamento. Exemplo:
Empregado admitido em 22 de julho de 2018.
Salário: R$ 1.200,00 mensais.
R$ 1.200,00 ÷ 12 = R$ 100,00 (Valor de 1/12 avos)
R$ 100,00 x 4 (4 pois o período de trabalho por parte do empregado com-
preende Agosto, Setembro, Outubro e Novembro. No caso, Julho não entra no
cômputo do cálculo, pelo fato de que o empregado não trabalhou igual ou
mais de 15 dias) = R$ 400,00
R$ 400,00 x 50% = R$ 200,00 (Valor da Primeira Parcela do 13º Salário).
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
A segunda parcela do 13º salário deverá ser paga até o dia 20 de dezembro de
cada ano, tendo como base de cálculo a remuneração do mês do pagamento,
respeitando a proporcionalidade dos meses trabalhados para empregados admi-
tidos após 17 de janeiro.
No caso do pagamento da segunda parcela do 13º Salário, o valor será a remu-
neração (salário acrescido das médias das vantagens e adicionais percebidos
de forma habitual durante o período de apuração) e servirá de base para des-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Porém, se por acaso o empregado não tiver completado a ano todo, como deve-
mos fazer? Nesse caso, calcula-se proporcionalmente ao direito adquirido, ou
seja, se o funcionário laborou durante 8 meses e a média dessas horas extras deu
o valor de R$ 275,00, então, depois de somar salário mais médias de horas, divi-
dimos o valor base de 13º salário por 12 meses e multiplicamos pela quantidade
de direito do empregado. Sendo:
■■ R$ 1.500,00 + R$ 275,00 = R$ 1.775,00 (valor base do 13º salário).
Proporcionalizando no direito do funcionário, temos: 1.775,00/12 = 147,92
x 8 (direito pela quantidade de meses trabalhados) = 1.183,33 (valor de direito
do 13º salário), se formos efetuar o pagamento em duas parcelas, temos
1.183,33/2 = 591,67.
Gratificação Natalina (13º Salário)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção de avos no pagamento do 13º Salário.
Sendo assim, o empregado que possui quantidade de faltas injustificadas
durante o mês que resultar em menos de 15 (quinze) dias trabalhados, perderá
a fração de 1/12 avos para o cômputo do cálculo das parcelas do 13º salário.
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade da presente obra e nela
tivemos a oportunidade de discutir os conceitos, assim como apresentar, a você,
os proventos referentes ao contrato de trabalho, fixamos a diferença do que vem
a ser “salário” e “remuneração” e os diversos tipos de salários que temos hoje
na prática, tais como: salário regional, salário normativo, salário complessivo,
entre outros. Estudamos, ainda, algumas regras de proteção de salário, como a
Equiparação Salarial prevista no art. 461 da CLT, imprescindível para a Gestão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do Departamento de Pessoal.
Outrossim, você, aluno(a), teve a sorte de compreender de forma detalhada
os principais adicionais que compõem a remuneração do empregado, bem como
sua particularidade e regras impostas pela legislação trabalhista. Além disso, tive-
mos a sorte de abordar uma das rotinas que causa maior dificuldade na Gestão
do Departamento de Pessoal, que é a Jornada de Trabalho e seu controle.
Podemos enaltecer que para a Gestão do Departamento de Pessoal se torna
indispensável conhecer as diretrizes da norma trabalhista para a tomada de deci-
são quanto ao pagamento ou não dos adicionais de remuneração, bem como
se manter atento ao Controle de Jornada do empregado, devido à razão de que
a jornada é um dos principais itens na fiscalização por parte dos Auditores do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por estar devidamente documenta-
dos pelo cartão ponto.
Por outro lado, tivemos o momento de apresentar um pouco da prática na
Gestão do Departamento de Pessoal quando tratamos das formas de cálculo dos
adicionais de hora extra e adicional noturno. Foi possível verificar as diversas
formas e métodos de cálculo, por meio do poder da Matemática.
Esperamos, sinceramente que todas as nossas discussões tenham desper-
tado em você um estado de alerta e que estejam lhe auxiliando na compreensão
do funcionamento de um departamento pessoal. Então, se já falamos dos pro-
ventos, abordaremos os descontos na próxima unidade.
Esperamos você lá!
COMPREENDENDO OS PROVENTOS
2. Conforme determina o Art. 461 da CLT que trata do tema de Equiparação Sala-
rial, podemos afirmar:
I. Considera-se trabalho de igual valor aquele que for feito com igual produti-
vidade, mesma perfeição técnica, cuja diferença de tempo de serviço entre
as pessoas não é superior a cinco anos.
II. Uma vez homologado o Plano de Carreira, junto ao Sindicato da Categoria,
a empresa deverá obedecer aos critérios de Meritocracia e Antiguidade.
III. O trabalhador readaptado à nova função, por motivo de deficiência física
ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social, não ser-
virá de paradigma para fins de equiparação salarial.
IV. Para que seja caracterizada Equiparação Salarial, faz-se necessário que o
empregado exerça a mesma função com o Paradigma, que o trabalho seja
de igual valor, na mesma localidade e para o mesmo empregador.
V. Para que o empregado tenha direito a Equiparação Salarial, faz-se neces-
sário que exerça a mesma função com diferença do tempo de contrato de
trabalho não superior a 03 anos.
Assinale a alternativa com as afirmações corretas.
a) I e II estão corretas.
b) II, III e V estão corretas.
c) III e IV estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão incorretas.
e) Nenhuma das alternativas.
Como leitura complementar apresento a você aluno(a) um artigo publicado que acende
um dos principais debates que vem ocorrendo nos últimos anos, a redução da jornada
de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. Você acredita que a redução da jornada
de trabalho trará benefícios tanto ao empregado quanto ao empregador? Acompanhe
o artigo e tire suas conclusões.
A principal pauta de reivindicações das centrais sindicais para este ano é a aprovação da
Proposta de Emenda à Constituição 231/95, que tramita na Câmara dos Deputados há
19 anos. A proposta prevê a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas
semanais, além de aumentar o adicional sobre hora extra de 50% para 75%. O projeto
deve ser analisado com cautela. Embora tenha como objetivo melhorar a qualidade de
vida dos assalariados, poderá acarretar grandes transtornos para o país e, no limite, para
os próprios trabalhadores.
A corrente que defende a aprovação da PEC argumenta que a redução irá trazer diver-
sos benefícios aos trabalhadores, tais como aumento do tempo livre, possibilidade de
aprimoramento profissional e satisfação pessoal, entre outros. Os defensores também
argumentam que os empregadores serão igualmente beneficiados, já que terão funcio-
nários mais dispostos e motivados, o que resultará no aumento da capacidade de pro-
dução e em uma redução do absenteísmo, sem contar na possibilidade de se criar novos
empregos. Entretanto, o histórico trabalhista do Brasil não nos leva a acreditar nessa
corrente. O mais provável é que a redução da jornada de trabalho acarrete em aumento
das horas extras ou no aumento significativo de contratações informais.
As alterações contidas na PEC podem ocasionar diversos problemas para as empresas,
que terão altos custos para adaptar suas atividades às exigências da nova legislação.
Uma das soluções será a criação de novos turnos de trabalho e a contratação de novos
funcionários, o que certamente trará aumento dos custos. Afinal, esses gastos não en-
volvem apenas o pagamento do salário, mas também impostos e tributos gerados em
cada contratação -custos esses que novamente deverão ser repassados ao consumidor.
A redução de jornada envolve uma situação social que dificilmente será alterada no
país. Para muitas empresas que terão dificuldades em se adaptar, será mais vantajoso,
por exemplo, efetuar o pagamento de hora extra, distorcendo a ideia original da PEC,
que é a de garantir melhora na qualidade de vida do empregado.
Há mais um agravante. A aprovação da PEC pode gerar uma retração dos investimentos
externos no país. O Brasil já tem a má fama de ser um país protecionista em relação
à classe trabalhadora, visto que nosso ordenamento jurídico visa proteger a parte hi-
possuficiente nas relações de trabalho, se tornando mais um direito adquirido contra o
empregador, que não receberá nenhum incentivo fiscal para minimizar os efeitos dessas
alterações.
Aluno(a), no link a seguir, você encontra um pouco sobre a diferença salarial entre homens e mulheres
no Brasil: <http://www.bbc.co.uk/news/special/2015/newsspec_12522/content/portuguese/index.
inc?responsive=true>.
1. Alternativa B.
2. Alternativa C.
3. Alternativa A.
4. Alternativa D.
CONHECENDO OS
III
UNIDADE
DESCONTOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender os descontos e cálculos referentes à contribuição do
INSS.
■■ Conhecer as particularidades do IRRF.
■■ Entender a contribuição das partes na concessão do vale transporte.
■■ Verificar os descontos ocasionados pelas faltas.
■■ Identificar os possíveis acordos feitos entre empregado e
empregador.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Contribuições ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social)
■■ Desconto do IRRF
■■ Vale Transporte
■■ Faltas e reflexos gerados
■■ Liberalidades de acordos entre as partes
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a), que bom revê-lo(a) nesta unidade de nosso material.
Espero que até aqui você tenha adquirido alguns conhecimentos novos, além de
relembrar outros que já possuía. Devo mencionar que se chegou até este momento,
é porque tem realmente um comprometimento com seu desenvolvimento e fico
muito feliz em poder participar deste processo de aprendizagem em sua vida pro-
fissional. Nesta unidade, abordaremos, então, os descontos relativos aos cálculos
trabalhistas, que são pontos críticos dentro das organizações, pois interferem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lei ou contrato coletivo (Convenção ou Acordo Coletivo) (BRASIL, 1943).
Bom, ao compreender o sentido dessas leis, portanto, faz-se basilar que nos
responsabilizamos pelo cálculo correto dos descontos legais. Nesse intento, os
descontos decorrentes de lei, como os descontos de INSS e IRRF (Imposto de
Renda Retido na Fonte) seguem padrões estabelecidos, os quais são atualizadas
anualmente e que você, aluno(a), pode encontrar no site da Previdência Social
Para auxiliá-lo(a), apresento a seguir a tabela atualizada de descontos do INSS:
Tabela 1 - Valores de contribuição para o INSS
Veja que os descontos serão realizados a partir de uma métrica estipulada pela
Previdência Social e serão destacados em três níveis (faixas) diferenciados con-
forme o total de remuneração do indivíduo.
Para fixar melhor o entendimento acerca da utilização da Tabela de INSS,
vamos aos exemplos de cálculo:
Proventos Descontos
Salário…………………..R$ 2.450,00 INSS………………………..R$ 220,50
CONHECENDO OS DESCONTOS
Por meio do exemplo, nota-se, caro(a) estudante, que em razão da faixa salarial
no valor de R$ 2.450,00, o percentual utilizado da Tabela de INSS foi de 9%, ou
seja, R$ 2.450,00 x 9% - R$ 220,50.
Proventos Descontos
Salário…………………..R$ 1.450,00 INSS………………………..R$ 116,00
Proventos Descontos
Salário_________________R$ 950,00 INSS………………………..R$ 88,00
Ajuda___________________R$ 50,00
Gorjetas_________________R$ 50,00
Premiação_______________R$ 50,00
Muito cuidado com o uso da tabela do INSS, uma vez que existe um limite para
o desconto. Atualmente, se o valor da remuneração mensal for superior a R$
5.645,80, o desconto que o empregado terá da sua remuneração, com relação ao
INSS, será de R$ 621,04, ou seja (R$ 5.645,80 x 11%). Nesse sentido, existe um
teto de desconto do INSS, vejamos no próximo exemplo:
Exemplo 4 - Cálculo Desconto INSS
Proventos Descontos
Salário______________R$ 5.950,00 INSS………………………..R$ 621,04
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESCONTO DO IRRF (IMPOSTO DE RENDA RETIDO
NA FONTE)
PARCELA A
VALIDADE BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%)
DEDUZIR DO IR (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
Vigência a
partir de De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
01.04.2015
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove centavos)
Fonte: Guia Trabalhista ([2018], on-line).
CONHECENDO OS DESCONTOS
Veja que a tabela de IRRF não apresenta uma atualização desde 2015, o que
ocasiona uma defasagem econômica aos trabalhadores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2ª Etapa: aplicar a Base de Cálculo do IRRF sobre a Tabela de Desconto. Vejamos:
Base de Cálculo para IRRF R$ 3.047,72
Alíquota do IRRF (15%) - Ver Tabela R$ 457,16
Dedução do IRRF (Alíquota 15%) (R$ 457,16 - R$ 354,80) = R$ 102,36
Desconto do IRRF sobre o Salário R$ 102,36
Para realizar os cálculos aqui desdobrados, deve-se considerar a soma dos pro-
ventos (remuneração) do empregado que possui natureza salarial.
VALE TRANSPORTE
CONHECENDO OS DESCONTOS
que necessite de duas conduções diárias (ida e volta) e que o valor da pas-
sagem seja de R$ 3,40. Sendo assim, duas passagens diárias seriam iguais ao
valor de R$ 6,80. Se multiplicarmos por 22 dias (trabalho de segunda a sexta-
-feira), então, teremos R$ 149,60 (valor total de custo das passagens). Porém,
só pode ser descontado 6% do salário-base do trabalhador (excluídos quais-
quer adicionais), sendo assim, o valor de desconto desse trabalhador será de
R$ 72,00. O restante de R$ 77,60 deve ser absorvido pelo empregador. Porém,
se este mesmo trabalhador tivesse o salário-base de R$ 3.000,00, todo o cus-
teio das passagens poderia ser descontado dele, pois o limite de desconto seria
de R$ 180,00, o que fica acima do valor real das passagens.
Aqui é primoroso fazermos uma pequena explanação sobre dois pontos.
Primeiro, os valores de passagens devem ser calculados sobre os dias de traba-
lho efetivo e não sobre todos os dias do mês. Se o trabalhador utilizar cartão
magnético e ainda possuir saldo para pagamento das passagens, o empregador
pode creditar apenas as passagens faltantes, não sendo necessário o valor de
todas as passagens (e seguindo o mesmo critério de custeamento já explanado).
Segundo ponto importante é que o trabalhador deve utilizar o vale-trans-
porte para uso exclusivo do trabalho. Caso seja comprovada a utilização para
outros fins, o empregado pode ser punido, de acordo com o art. 482, com a
justa causa por improbidade – o que se refere a qualquer ação ou omissão deso-
nesta do empregado (BRASIL, 1943). É imperiosa, conforme explicitamos na
Unidade I deste material, a existência do termo de utilização de vale-trans-
porte assinado pelo empregado.
Vale Transporte
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de pessoal é a falta injustificada, lembrando que o art. 473, da CLT, orienta-nos
que as faltas podem ser justificadas nos seguintes casos, listados abaixo.
Com prazo previsto pela legislação: I) até 2 (dois) dias consecutivos em caso
de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, decla-
rada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência
econômica; II) até 3 (três) dias consecutivos em virtude de casamento; III) por
5 (cinco) dias em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana
( licença-paternidade); IV) pelo período de 120 (cento e vinte) dias de licença-
-maternidade ou aborto não criminoso; V) pelo período de 15 (quinze) dias no
caso de afastamento por motivo de doença ou acidente de trabalho, mediante
atestado médico e observada a legislação previdenciária; VI) por 1 (um) dia, em
cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devi-
damente comprovada; VII) até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de
se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva (BRASIL, 1943).
Pelo prazo que se fizer necessário: I) no período de tempo em que tiver de
cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei nº
4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar); II) quando for arrolado ou
convocado para depor na Justiça ou pelo tempo necessário quando tiver que com-
parecer em juízo; III) faltas ao trabalho justificadas a critério do empregador; IV)
paralisação do serviço nos dias que, por conveniência do empregador, não tenha
havido trabalho; V) período de afastamento do serviço em razão de inquérito judi-
cial para apuração de falta grave, julgado improcedente; VI) durante a suspensão
preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva,
quando for impronunciado ou absolvido; VII) comparecimento como jurado no
CONHECENDO OS DESCONTOS
Tribunal do Júri; VIII) nos dias em que foi convocado para serviço eleitoral; IX)
nos dias em que foi dispensado devido à nomeação para compor as mesas recepto-
ras ou juntas eleitorais nas eleições ou requisitado para auxiliar seus trabalhos (Lei
nº 9.504/97); X) os dias de greve, desde que haja decisão da Justiça do Trabalho,
dispondo que, durante a paralisação das atividades, ficam mantidos os direitos tra-
balhistas (Lei nº 7.783/89); XI) os dias em que estiver comprovadamente realizando
provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
XII) as horas em que o empregado faltar ao serviço para comparecimento neces-
sário como parte na Justiça do Trabalho (Enunciado TST nº 155); XIII) período de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gado, trago um exemplo a seguir, vejamos:
Empregado mensalista com jornada diária de 8 (seis) horas de segunda à
sexta e 04 (quatro) horas no sábado, recebe salário mensal de R$ 1.000,00, falta
um dia ao trabalho (8h) durante a semana. Como a jornada é de 8h diárias, a
jornada mensal desse empregado é de 220 horas (8h dia x 5 semanas).
CÁLCULO DO DESCONTO DA FALTA CÁLCULO DO DESCONTO DO DSR
Faltas = Salário / Jornada x nº horas falta DSR = Salário / Jornada x nº horas DSR
Faltas = R$ 1.000,00 / 220,00 x 8h DSR = R$ 1.000,00 / 220,00 x 8h
Faltas = R$ 36,32 DSR = R$ 36,32
Total Desconto (Falta + Perda do DSR) = (36,32 + 36,32) = R$ 72,64
CONHECENDO OS DESCONTOS
Outro modelo comum de descontos possíveis aos empregados gira em torno das
liberalidades que o empregado e empregador mantiverem combinado entre si.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pela Receita Federal do Brasil(RFB) e que, portanto, cabe ao departamento de pes-
soal estar sempre atento e atualizado quanto a isto. Também a tabela do Imposto
de Renda é publicada pela Receita Federal, mas esta, porém, continua congelada
desde 2015, causando, assim, uma perda de poder de compra aos trabalhadores.
Ao abordar as questões pertinentes ao vale transporte, conseguimos evi-
denciar o quão importante é, para a empresa, que o departamento pessoal faça
um acompanhamento deste benefício, pois ele deve ser exclusivamente utilizado
para a locomoção até o trabalho.
As faltas injustificadas e devidos reflexos são outro ponto de muita discus-
são. O trabalhador, além de ter descontado de seu salário o valor referente ao
dia, também é descontado o DSR. E ainda pode haver reflexo nas férias e 13º
salário, dependendo da quantidade de faltas do trabalhador.
Para finalizarmos o material, conversamos sobre as liberalidades, ou seja,
aqueles descontos que podem ocorrer do empregado pelo cumprimento de nor-
mas da organização ou, ainda, pelo próprio acordo entre as duas partes.
Espero que esta unidade tenha contribuído imensamente para os seus estu-
dos e que ela possa servir como alicerce para as duas últimas unidades contidas
neste livro, as quais se referem às Práticas de Cálculos do Departamento de
Pessoal e à grande mudança que esperamos com a implantação do eSocial por
parte da Receita Federal.
CONHECENDO OS DESCONTOS
1. Alternativa C.
2. Alternativa C.
3. Alternativa B.
4. Alternativa E.
5. Alternativa B.
IV
UNIDADE
CÁLCULOS AVANÇADOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Demonstrar os cálculos referentes aos salários.
■■ Apresentar os cálculos referentes à Férias de funcionários.
■■ Indicar os cálculos referentes à gratificação natalina (13º salário).
■■ Conhecer os cálculos de fechamento da folha mensal de
pagamentos.
■■ Indicar os cálculos rescisórios.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Cálculo de salário
■■ Cálculo avançado de férias
■■ Cálculo de gratificação natalina (13º salário)
■■ Fechamento de folha de pagamento
■■ Cálculos rescisórios
INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a). Chegar até este momento foi um grande passo rumo
ao seu desenvolvimento, parabéns! E já que estamos aqui, acredito que seu desejo
agora é partir para os cálculos mais avançados, proporcionado a você uma expe-
riência mais prática do assunto em questão. Por isso, a partir desse ponto, iremos
trabalhar somente os cálculos, obviamente levando em consideração toda a baga-
gem teórica adquirida até aqui.
Então, vamos lá! Nesse momento, ao iniciar a Unidade IV, iremos perceber
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que não basta ter o conhecimento teórico das principais rotinas, mas também
se torna fundamental e necessário o profissional ter a experimentação de tudo
aquilo que frisamos até esse momento. Exatamente pensando nessa didática que,
nesta unidade, trataremos dos cálculos em si.
A proposta é que, com esses ensinamentos, você, caro(a) aluno(a), consiga
identificar a melhor maneira de construir e analisar a folha de pagamento em
seu trabalho, detectando, assim, possíveis falhas e melhorias a serem realizadas.
Além disso, caro(a) estudante, teremos a oportunidade de estudar as principais
obrigações acessórias decorrentes das rotinas do Departamento de Pessoal, tais
como: conceito, objetivos, prazos e forma de controle. É importante destacar
que as obrigações acessórias são instituídas por lei, tornando-se procedimen-
tos obrigatórios a serem adotados pelas organizações, sob pena de multa dos
órgãos controladores.
Este é o momento de colocarmos em prática os conhecimentos teóricos
por meio de cálculos precisos que, com certeza, estarão presentes na sua rotina
profissional.
Diante dessa introdução, vamos ao estudo e ampliação dos nossos conhe-
cimentos. Ótima leitura!
Introdução
CÁLCULO DE SALÁRIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conforme vimos anteriormente, a folha de pagamento é um cálculo mensal que
deverá ser realizado com muita frequência e que demanda muito tempo e con-
centração, pois qualquer erro ocasiona uma série de novos erros em toda a cadeia
derivada da folha. Por exemplo: qualquer erro em uma remuneração, ocasio-
nará erro na apuração do valor líquido, assim como nos tributos, impostos etc.,
por isso devemos estar bem atentos. Para isso, façamos um pequeno exercício
de cálculo de folha de pagamento.
Primeiramente, trabalharemos de maneira mais simplificada e, depois, ao
irmos construindo de forma prática nosso conhecimento, poderemos trazer
informações mais complexas.
Vejamos a seguinte situação: Paulo trabalha na empresa Feliz S/A e, no mês
de julho/18, ele perceberá a seguinte situação em seu pagamento:
■■ Salário bruto = R$ 2.600,00
■■ Dependente de IR = 1
■■ Hora Extra 50% = 50 horas no mês
■■ DSR = 25 dias úteis e 5 dias não úteis
CÁLCULOS AVANÇADOS
Cálculo do INSS:
Salário bruto + Valor das horas extras + DSR.
2.600,00 + 886,50 + 177,30 = R$ 3.663,80
Aplica-se o valor da remuneração total na tabela do INSS atualizada:
3.663,80 x 11% = R$ 403,00
Cálculo de Salário
A tabela do IRRF não é atualizada desde 2015, o que causa uma defasagem
de poder de compra aos trabalhadores, de acordo com o Sindicato Nacio-
nal dos Auditores Fiscais da Receita Nacional (Sindifisco Nacional), a defasa-
gem acumulada da tabela do Imposto de Renda entre 1996 e 2017 chega a
88,4%, se a correção pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) tivesse sido aplicada todos os anos.
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora que você já chegou até aqui, vamos exercitar!
Vejamos outra situação: Felizberto trabalha na empresa Pés Confortáveis
Calçados, na função de encarregado operacional, recebendo um salário de R$
2.500,00/mensal e gratificação por função de 30%. Levando em consideração
esses dados e que Felizberto possui 2 (dois) dependentes em julho/2018, vamos
realizar os cálculos.
■■ Salário bruto = R$ 2.500,00
■■ Dependente de IR = 2
■■ Hora Extra = 0
■■ Gratificação de Função: 30%
Cálculo de Gratificação
Salário Bruto * Percentual de Gratificação de Função.
2.500,00 x 30% = 750,00
Cálculo do INSS
Salário Bruto + Gratificação de Função
2.500,00 + 750,00 = 3.250,00
CÁLCULOS AVANÇADOS
Cálculo de Salário
Então, teríamos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Comprovante de pagamento II
Fonte: o autor.
CÁLCULOS AVANÇADOS
seu direito às férias) e a atualização desses valores em valores reais atuais. Com
todas essas informações em mãos finalmente, vamos aos cálculos.
Nesse sentido, utilizaremos o seguinte exemplo:
■■ João das Couves
■■ Adm: 01/07/16
■■ PA: 01/07/16 à 30/06/17
■■ PC: 01/07/17 à 30/06/18 – Férias serão gozadas a partir de 01/06/2018
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Salário-base: R$ 1.237,56
■■ Insalubridade 20% = R$ 190,80
■■ Média de HE atualizada pelo IPCA: R$ 322,16
■■ Dependentes: 0
Figura 3 - Recibo de férias Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: o autor.
Foi incorporado ao texto da CLT, Art. 134 (BRASIL, 1943), por meio Reforma
Trabalhista (Lei 13.467/17), o seguinte dizer: “Desde que haja concordância
do empregado, as Férias poderão ser usufruídas em até três períodos” (BRA-
SIL, 2017). Você acha que isso gera mais custo ou economia para a organi-
zação?
CÁLCULOS AVANÇADOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CÁLCULOS AVANÇADOS
Ressalto neste momento, como pode ser visto na figura anterior que é importante
que as informações constantes no recibo sejam completas, ou seja, deve cons-
tar o valor total da remuneração mensal e também que o valor que está sendo
pago efetivamente é menor, pois está sendo pagos direitos menores que o total,
visto que na aquisição de férias houve impacto por conta de faltas injustificadas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5 - Calendário exemplo hipotético
Fonte: o autor.
CÁLCULOS AVANÇADOS
Vejamos:
■■ Salário de Outubro: 1.500,00
■■ 1.500,00 (salário) / 11 (mês de pagamento) * 10 (direito adquirido de
fevereiro até novembro)
■■ Valor total do 13º salário é de 1.363,64.
Como neste caso específico estaria sendo pago somente o adiantamento (1ª par-
cela) do 13º salário, divide-se o valor em dois, o que resulta em R$ 681,82, então:
■■ 1ª Parcela do 13º Salário - R$ 681,82 + Depósito do FGTS, não devendo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1.500,00 / 12 * 11 = 1.375,00
Cálculo de INSS
Apesar de, neste momento, o empregado não receber o valor de 1375,00, ainda
assim devemos realizar o desconto de INSS sobre o valor total do cálculo, visto
que não realizamos tal desconto no adiantamento. Então:
Como o valor não extrapola o valor limite de isenção do IRRF (1.903,98) não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
precisamos realizar o cálculo de IRRF. Temos, desse modo, o holerite como
segue abaixo:
CÁLCULOS AVANÇADOS
Também se faz necessário que possamos conhecer um pouco de como são reali-
zados os cálculos dos tributos, apesar de, atualmente, existirem softwares que já
realizam tais cálculos, é necessário que saibamos como eles se processam, pois,
assim, poderemos interferir e adequar se necessário. Para isso, vamos nos atentar
aos cálculos de IRRF, INSS e FGTS, todos resultantes dos cálculos trabalhistas
que já aprendemos anteriormente.
O FGTS é um valor pré-fixado por lei e que equivale a 8% da remuneração
total do funcionário. Portanto, para calcularmos o valor total de FGTS, que a
empresa deverá pagar mediante boleto, basta somarmos todas as remunerações
dos empregados e aplicarmos o percentual.
Se uma soma das remunerações dos empregados (incluindo folha de paga-
mento, férias, rescisões etc.) tenha resultado em um valor de R$ 100.000,00, o valor
de FGTS a ser calculado e pago pela empresa é: 100.000,00 x 8% = R$ 8.000,00.
Lembrando que o FGTS é um tributo custeado totalmente pela empresa.
Sendo assim, não há previsibilidade de nenhum desconto ao funcionário.
Já para calcularmos o valor de DARF, pagamento sobre o IRRF descontado
dos funcionários que a empresa deverá realizar, é obrigatório que se some os
valores de IRRF de todos os funcionários (separando por natureza de proven-
tos) e fazer a arrecadação nos bancos comerciais.
Portanto, se:
■■ IRRF de João é R$ 145,36,
■■ IRRF de Manuel é R$ 235,65 e
■■ IRRF de Rosangela é R$ 174,10,
■■ o DARF que a empresa deverá fazer a arrecadação é no valor de R$ 555,11.
Lembrando que esses valores são operacionalmente pagos pela empresa, porém
esta já efetuou o desconto prévio dos funcionários, ou seja, em nenhum momento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o empregador custeia IRRF.
Já o INSS é um pouco mais complicado, o recolhimento previdenciário das
empresas em geral corresponde à aplicação das seguintes alíquotas, sobre o total
das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês,
aos segurados empregados:
■■ 20% referente ao INSS Patronal para as empresas NÃO optantes pelo
Simples Nacional.
■■ 1%, 2% ou 3% referente a Risco de Acidente do trabalho (RAT) e contribui-
ção adicional, se for o caso, variando conforme o grau de risco, acrescido
do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) que multiplica o RAT em 0,5 à
2, portanto, o RAT poderá ser de 0,5% até 6%.
■■ Geralmente 5,80% de contribuição variável de Outras Entidades (Terceiros,
destinada às Associações Nacionais, como SESC, SESI, SENAT etc), nas
quais o INSS se incumbe de arrecadar e repassar.
■■ E ainda os descontos realizados sobre os empregados do empregador.
CÁLCULOS AVANÇADOS
CÁLCULOS RESCISÓRIOS
Cálculos Rescisórios
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1900,00 + 190,00 = 2090,00
Total de Proventos:
Saldo de Salário: 1.532,68
Férias Vencidas: 2.090,00
Férias Proporc.: 696,68
Adic. de Férias: 928,89
13º Salário: 2.090,00
TOTAL: 7.338,25
CÁLCULOS AVANÇADOS
Total de Descontos:
137,94 – INSS salário
188,10 – INSS 13º Salário
174,10 – IR S/ Férias
500,14 - TOTAL
Cálculos Rescisórios
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CÁLCULOS AVANÇADOS
ANEXOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Horas Extras
Não Sim Sim
Aviso Prévio
Indenizado (Lei 7713/88, art. (Decreto (IN SIT 25/2001,
6, V) 6727/2009) art. 12, XIX)
Cálculos Rescisórios
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Décimo Tercei- Não Não Sim
ro Salário – 1a (IN SRF 15/2001, (Decreto 3048/99, (IN SIT 25/2001,
parcela art. 7, § 2º) art. 214, par. 6) art. 12, XIV)
Sim
Décimo Terceiro
Salário – 2a parce- (Lei 7713/88, art. Sim Sim
la ou por rescisão 3 e 7, Lei 7959/89,
(Decreto 3048/99, (IN SIT 25/2001,
do contrato de art. 5, II e IN SRF
art. 214, par. 6) art. 12, XIV)
trabalho 15/2001, art. 7,
§ 7º)
Sim
Sim
(Lei 8212/91, art. Sim
Férias Gozadas e (Lei 7713/88,
Adicional 1/3 28, I e Decreto (IN SIT 25/2001,
art. 3 e 7, IN SRF
3048/99 art. 214, art. 12, I e IX)
15/2001, art. 11)
par. 4)
Não
Não
Férias dobradas – (Lei 8212/91, art. Não
parcela paga em (Parecer PGFN
28, par. 9, “d” e (IN SIT 25/2001 art.
dobro 1.905/2004 e ADI
Decreto 3048/99, 13, IV)
RFB 28/2009)
par. 9, IV)
Férias Indenizadas
+ 1/3 por oca- Não
Não Não
sião de rescisão, (Solução Diver-
aposentadoria ou (Lei 8212/91, art (IN SIT 25/2001,
gência SRFB
exoneração (Ver 28, par. 9, “d”) art. 13, V)
1/2009)
Nota²).
Sim Sim Sim
Gorjetas / Gratifi-
cações (Lei 7713/88, art. (Lei 8212/91, art. (IN SIT 25/2001,
3 e 7) 28, I) art. 12, XIII)
CÁLCULOS AVANÇADOS
Cálculos Rescisórios
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nal, possa aparecer questões que devam ser analisadas mais profundamente.
Durante a leitura, você pôde notar que a necessidade do profissional de
Departamento de Pessoal ter o conhecimento de inúmeros assuntos fazem parte
de sua rotina profissional, inclusive procedimentos que apenas são vistos na prá-
tica trabalhista. Você pôde perceber, ainda, que qualquer tomada de decisão junto
ao Departamento de Pessoal pode acarretar sérios problemas de ordem traba-
lhista, administrativa e financeira para a empresa.
Procurei demonstrar, de forma clara e objetiva, todos os tipos de cálculos,
como são realizados e todas as suas influências, tanto para a organização como
para o funcionário. Foi apresentado, ainda, todas as incidências de impostos em
cada tipo de verba.
O desenvolvimento desse material foi imensamente gratificante pra mim.
Desse modo, espero que este material seja gratificante para você. Desejo do
fundo do meu coração que possa lhe auxiliar em seu desenvolvimento e finalizo
esta conclusão com uma reflexão de George Bernard Shaw, que sempre carrego
comigo, que diz o seguinte: “É impossível progredir sem mudança, e aqueles que
não mudam suas mentes, não podem mudar nada”.
Um grande abraço e sucesso em seu trabalho!
CÁLCULOS AVANÇADOS
Ao mesmo tempo, o planejamento na seara trabalhista, feito por profissionais da área ju-
rídica, auxilia o gestor a decidir sobre qual é o melhor momento para se fazer um acordo
judicial ou não, alertando-o sobre qual a melhor postura a tomar em tais situações, ou,
ainda, perceber os eventuais riscos que está assumindo.
Por fim, em resumo, salienta-se que as ações trabalhistas podem nascer de pequenos
descuidos diários na gestão e organização da empresa, sendo que os mesmos podem
gerar sérios e graves prejuízos financeiros, principalmente por não saber aplicar a legis-
lação trabalhista de forma correta.
Fonte: Zibetti (2011, on-line).
O link a seguir trata-se de um vídeo que mostra um pouco da prática do Departamento de Pessoal,
da admissão à demissão. Acesse em: <https://www.youtube.com/watch?v=2FKoGd8yoTE>.
A DIRF deve ser entregue por meio do programa disponibilizado no link: <http://idg.receita.fazenda.
gov.br/interface/cidadao/irpf/2018/download>.
Material Complementar
1. Alternativa E.
2. Alternativa D.
3. Alternativa B.
V
E-SOCIAL: A GRANDE
UNIDADE
MUDANÇA NA GESTÃO DO
DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar e apresentar os objetivos do eSocial.
■■ Identificar quais são os Eventos exigidos pelo eSocial.
■■ Apresentar os impactos do eSocial na Gestão do Departamento de
Pessoal.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceito e Objetivos do eSocial
■■ Eventos do eSocial
■■ O impacto do eSocial na Gestão do Departamento de Pessoal
INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a)! Enfim chegamos à última Unidade e isso significa que
você tem aproveitado nossas discussões até o momento. Espero que esteja uti-
lizando seus estudos para buscar novos conhecimentos e, assim, alcançar vôos
mais altos em sua carreira profissional. Até a Unidade IV discutimos os assuntos
primordiais para a Gestão do Departamento de Pessoal: o processo de admis-
são, adicionais de remuneração, jornada de trabalho, férias, 13º salário, rescisão
do contrato de trabalho e a própria prática da Gestão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diante de todas essas questões, um assunto que tira o sono dos profissionais
do Departamento de Pessoal é o eSocial. Nesta unidade iremos abordar o pro-
jeto que ainda está em fase de testes, para posterior implantação por parte do
Governo Federal. Trata-se de um sistema de coleta de informações da folha de
pagamento de todas as empresas e que tem como objetivo centralizar as informa-
ções e, dessa forma, utilizá-las de forma efetiva em face da proteção do trabalho.
Iniciaremos o estudo de imersão dos principais elementos que cercam o eSo-
cial, desde o seu conceito até a mudança cultural que haverá junto às rotinas do
Departamento de Pessoal, ocasionando mudanças dos processos e procedimen-
tos que eram realizados há muito tempo.
Também, iremos abordar nesta unidade, os eventos que devem ser transmiti-
dos pela empresa com a implantação do eSocial e a importância do cumprimento
dos prazos que passarão a ser variáveis, de acordo com a rotina a ser realizada.
Além disso, cumpre enaltecer que diversas declarações, formulários, termos e
documentos relativos à relação do trabalho serão substituídas pelo eSocial.
Portanto, convidamos você a se aprofundar neste assunto que mudará toda a
visão de Gestão do Departamento de Pessoal; que todo esse conteúdo possa ser
útil e aplicável a sua carreira acadêmica e profissional. Bons estudos!
Introdução
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO E OBJETIVOS DO eSOCIAL
EVENTOS DO ESOCIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nado junto ao ambiente do eSocial e disponibilizado aos órgãos signatários do projeto.
O item Eventos Iniciais é o primeiro grupo de eventos a ser enviados ao Ambiente
do eSocial, é ele que identifica o empregador/contribuinte, contendo informações
de sua estrutura fiscal e administrativa. Também, faz parte dos Eventos Iniciais o
Cadastramento Inicial contendo todas as informações dos empregados ativos e
afastados.
Todas as informações enviadas por meio dos Eventos Iniciais servirão de base
para a formação do “Registro de Eventos Trabalhistas”, o qual será utilizado poste-
riormente para validação dos eventos da folha de pagamento ou qualquer outro tipo
de movimentação que possa ocorrer durante a vigência do contrato de trabalho do
empregado.
Antes do envio dos Eventos Iniciais, a empresa deverá conferir as informações
cadastrais dos trabalhadores junto ao Cadastro Nacional de Informações Sociais
(CNIS), caso contrário, o eSocial irá bloquear os dados inconsistentes na identifica-
ção dos empregados.
O Quadro 1 apresenta os itens necessários que serão enviados por meio dos
Eventos Iniciais e de Tabelas.
Quadro 01 - Tabela de Eventos Iniciais e de Tabelas
Os Eventos Não Periódicos são aqueles que não têm data pré-definida para
ocorrer, pois dependem do acontecimento, como a admissão do empregado,
alteração de salário, mudança de horários, entre outros.
O prazo de envio dos Eventos Não Periódicos está vinculado a sua efetiva
ocorrência; por exemplo, no caso de admissão, o empregador deverá enviar o
evento identificado S-2200 (Admissão) até o final do dia imediatamente ante-
rior ao início da prestação do serviço, conforme o exemplo abaixo.
DATA DA ADMISSÃO PRAZO DO ENVIO EVENTO S-2200
15/07/2016 14/07/2016
Eventos do Esocial
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
S-2210 Comunicação de Acidente de Trabalho OC OC
ou S-2300
S-2220 Monitoramento da Saúde do Trabalhador OC S-2100 ou S-2200 OC
S-2100
S-2230 Afastamento Temporário OC OC
S-2200 ou S-2300
Condições Ambientais do Trabalho S-2100 ou S-2200
S-2210 OC OC
Fatores de Risco ou S-2300 e S-1060
Insalubridade, Periculosidade e S-2100 ou S-2200
S-2241 OC OC
Aposentadoria Especial ou S-2300 e S-1060
S-2250 Aviso Prévio OC S2200 ou S-2300 OC
S-2298 Reintegração OC S-2299 O
S-2299 Desligamento OC S-2100 ou S-2200 OC
S-1000
S-2300 Trabalhador sem Vínculo - Inicial OC O
Tabelas
Trabalhador sem Vínculo - Alteração
S-2305 OC S-2300 O
Contratual
S-2399 Trabalhador sem Vínculo - Término OC S-2300 O
S-3000 Exclusão de Eventos OC Evento a excluir O
Solicitação de Totalização de Eventos, S-1000, S-1200 e
S-4000 OC O
Bases e Contribuições S-1005
Totalização da Contribuição Previdenci-
S-5001 (*) S-4000 (*)
ária por Trabalhador
S-5002 Totalização do IRRF por Trabalhador (*) S-4000 (*)
Totalização da Contribuição Previdenci-
S-5011 (*) S-4000 (*)
ária por Empregador
S-5012 Totalização do IRRF por Empregador (*) S-4000 (*)
Fonte: Adaptado do Manual de Orientação do Esocial, Versão 2.1.2
EVENTOS PERIÓDICOS
S-1200 Remuneração do Trabalhador OC S-2100 OC
S-2100
S-1202 Remuneração do Trabalhador RPPS OC S-2200 O
S-2300
S-1000
S-1210 Pagamentos de Rendimentos de Trabalho OC O
Tabelas
S-1220 Pagamentos a Beneficiários Não Identificados OC S-1000 O
S-1000
S-1250 Aquisição de Produto Rural OC O
Tabelas
S-1000
S-1260 Comercialização da Produção Rural Pessoa Física OC O
Tabelas
Contratação de Trabalhadores Avulsos Não S-1000
S-1270 OC O
Portuários Tabelas
Informações Complementares aos Eventos S-1000
S-1280 OC O
Periódicos Tabelas
S-1298 Reabertura dos Eventos Periódicos OC S-1299 O
Eventos do Esocial
EVENTOS PERIÓDICOS
S-1200
S-1210
S-1250
S-1299 Fechamento dos Eventos Periódicos O OC
S-1260
S-1270
S-1280
S-1300 Contribuição Sindical Patronal OC S-1000 O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Adaptado do Manual de Orientação do Esocial, Versão 2.1.2
EXEMPLO 01
Ao enviar as informações de remuneração dos trabalhadores (folha de paga-
mento), as rubricas da folha devem constar da tabela de rubricas.
EXEMPLO 02
Ao transmitir o arquivo com informações de alteração de dados cadastrais de
um determinado empregado, este deve constar no RET (Registro de Eventos
Trabalhistas) como empregado ativo. Para constar no RET, há necessidade que
o evento de Admissão ou de Cadastro Inicial de Vínculo tenha sido transmitido.
Para conhecer melhor todas as tabelas dos Eventos que irão compor a Ges-
tão do eSocial, juntamente com os eventos que serão utilizados, conceito,
prazos, dentre outras informações, vale a pena conferir a última versão do
Manual de Orientação do eSocial, versão 2.2. Confira! Acesse o link disponí-
vel em: <http://www.esocial.gov.br/Leiautes.aspx>.
Fonte: o autor.
Você deve ter notado que a implantação do eSocial trará mudanças significativas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
morte, o aviso deve ocorrer de imediato.
■■ Aviso Prévio: O evento do aviso prévio deverá ser transmitido até 10 dias pos-
terior a sua comunicação, não havendo necessidade de transmissão no caso de
aviso prévio indenizado - esta informação constará no evento de Desligamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido(a) aluno(a), terminamos mais uma unidade do nosso livro. Nela, trata-
mos do eSocial, assunto que ainda promoverá muita discussão daqui para frente,
pois os órgãos responsáveis por ele ainda têm muito trabalho a fazer antes de o
programa ser implantado junto às empresas.
Durante o estudo, você pôde perceber que o eSocial será um divisor de
águas entre o antigo e o novo modelo de Gestão do Departamento de Pessoal,
ocasionando profundas mudanças nas rotinas trabalhistas que são executadas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
1. O que é eSocial?
Livre - Wild
Ano: 2014
Sinopse: após a morte de sua mãe, um divórcio e uma fase de autodestruição
repleta de heroína, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) decide mudar e investir
em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto, ela se aventura em uma
trilha de 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico.
Material Complementar
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://esocial.gov.br/CronogramaAgo2016.aspx>. Acesso em: 24 jun 2016.
2
Em: <http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=524>. Acesso em: 06
de Mai 2016.
1. O que é eSocial?
Resposta: O eSocial é um projeto do Governo Federal que tem por objetivo de-
senvolver um sistema de coleta das informações descritas no seu objeto. Tais
informações serão armazenadas no Ambiente Nacional do eSocial, e, ao mesmo
tempo, possibilita aos órgãos participantes do projeto, sua efetiva utilização para
fins trabalhistas, previdenciários, fiscais e de apuração de tributos e do FGTS.
2. Qual é o objetivo do Governo com a implantação do eSocial?
São objetivos do eSocial:
• Viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores.
• Simplificar o cumprimento de obrigações.
• Aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciá-
rias e fiscais.
3. Como serão classificadas as informações constantes do eSocial?
Conforme informação constante da versão 2.0 Manual de Orientação do eSocial
publicada no site www.esocial.gov.br, da Previdência Social e do Trabalho e Em-
prego. As informações do eSocial podem ser classificadas em Eventos Iniciais,
Eventos de Tabela, eventos não periódicos, eventos periódicos.
4. As empresas terão de transcrever os dados anteriores à implantação para o novo
sistema?
Não. A Receita Federal do Brasil juntamente com os demais Ministérios partici-
pantes do sistema do eSocial deixaram claro que o sistema abrangerá os eventos
ocorridos, especificamente, desde a competência de Janeiro de 2014. Contudo,
conforme o leiaute divulgado por meio do Manual de Orientação do eSocial, ver-
são 2.1, para cada vínculo trabalhista existente na empresa na data de implan-
tação do eSocial deverá ser gerado um arquivo correspondente, contendo as
informações cadastrais e contratuais atualizadas até a data de envio do arquivo.
5. O eSocial será implantado para todas as empresas em um único mês?
Não. A implantação será gradativa, haverá um processo escalonado, os prazos
de entrega dos eventos e o cronograma da obrigatoriedade serão objetos de
Resolução do Comitê Diretivo, e serão publicada brevemente no Diário Oficial
da União.
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final do nosso material, porém seu estudo não
pode parar, sobretudo quando falamos de Gestão de Departamento de Pessoal, na
qual as mudanças são constantes. Agora que você já possui o conhecimento sobre
Gestão do Departamento de Pessoal, torna-se claro e evidente a importância desse
assunto para a Gestão Empresarial, área em que qualquer decisão equivocada pode
causar danos imensuráveis e irreversíveis.
Gostaria que você, aluno(a), soubesse do esforço e dedicação que tive ao pesquisar
e ao trabalhar neste livro os assuntos e temáticas que causam mais divergências na
Gestão do Departamento de Pessoal, de forma simples e didática, para que o seu
estudo fosse prazeroso e proveitoso ao máximo.
Tivemos a oportunidade de estudar, na Unidade I, o início da Gestão do Departa-
mento de Pessoal, o Processo de Admissão. Nessa unidade, passeamos por diversos
assuntos ligados ao processo de admissão. Iniciamos com o conceitos de vínculo
empregatício e outras formas de relação de trabalho e finalizamos com as práticas
de Registro e Contrato de Trabalho, pontos fundamentais para qualquer gestão.
Nas Unidades II e III, você certamente obteve o conhecimento geral sobre os proces-
sos de gerenciamento de um Departamento de Pessoal, pois tratamos diretamente
sobre assuntos como remuneração, jornada de trabalho, férias, 13º salários e Resci-
são do Contrato de Trabalho.
Na Unidade IV, tivemos a alegria de estudar alguns cálculos fundamentais para a
Gestão do Departamento de Pessoal, os quais farão diferença na sua carreira pro-
fissional.
Para finalizarmos, na Unidade V, reservamos o que há de mais atualizado na Gestão
do Departamento de Pessoal referente ao projeto eSocial, um tema que ainda será
muito discutido, pois os órgãos responsáveis por ele ainda têm muito trabalho a
fazer antes de o programa ser implantado junto às empresas.
Um grande abraço e até a próxima!