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301-9/2018 (APENSO)
ASSOCIAÇÃO MATO-GROSSENSE DOS MUNICÍPIOS
INTERESSADO :
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO
ASSUNTO : CONSULTA
RELATOR : CONSELHEIRA JAQUELINE MARIA JACOBSEN MARQUES
PARECER Nº : 29/2018
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b) Quesitos propostos pela AL-MT:
É o relatório.
Na ocasião, o entendimento esposado por este órgão técnico foi pelo arquiva-
mento dos processos, mediante julgamento singular do Conselheiro Relator, em razão de
não preencherem os requisitos de admissibilidade previstos nos incisos II e III do art. 232
da Resolução n° 14/2007 (Regimento Interno do TCE – RITCE).
2. DO MÉRITO
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Feita essas considerações iniciais, passa-se ao deslinde das questões suscitadas
em consulta, sendo esta elucidação organizada em tópicos para melhor encadeamento
das ideias a serem apresentadas no presente parecer.
Os recursos que compõem o Fundeb têm origem na própria arrecadação dos Es-
tados, do DF e dos Municípios. Após a sua total implementação, que ocorreu em 2009, o
Fundeb passou a ser composto por 20% de impostos e transferências constitucionais e de
uma parcela de complementação da União para os entes que não conseguirem alcançar o
valor mínimo anual por aluno fixado nacionalmente.1
1 Nos termos dos arts. 3º e 4º da Lei nº 11.494/07, o Fundeb é composto por 20% dos recursos do Fundo de
Participação dos Estados (FPE); do Fundo de Participação dos Municípios (FPM); do Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias e Serviços (ICMS); do Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às ex-
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Compete ao Poder Executivo Federal, por meio dos Ministérios da Educação e da
Fazenda, publicar anualmente, até o dia 31 de dezembro, para vigência no exercício sub-
sequente, as estimativas da receita total dos Fundos, do valor da complementação da
União, dos valores anuais por aluno no âmbito de cada Estado e do DF, e do valor anual
mínimo por aluno definido nacionalmente, de acordo com o art. 15 da Lei nº 11.494/07.
A Lei nº 11.494/07, no caput do seu art. 21, estabelece que os recursos dos Fun-
dos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Es-
tados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios no curso do exercício financeiro em que
lhes forem creditados, em ações consideradas como de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino (MDE).
A supracitada lei, no art. 22, caput, estabelece que seja utilizado anualmente, no
mínimo, 60% do montante de recursos dos Fundos para o pagamento da remuneração
dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública.
Essa parcela é denominada como Fundeb 60%.
É importante frisar, neste ponto, que é obrigatória a aplicação de, no mínimo, 60%
dos recursos do Fundeb na remuneração dos profissionais do magistério. O restante, cuja
soma não poderá ultrapassar 40% total dos recursos, deve ser direcionado para paga-
mento das demais despesas consideradas como MDE, nos termos do art. 70 da Lei nº
9.394, de 20 de novembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
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LDB).2 Essa parcela é conhecida como Fundeb 40%.
A regra da anualidade é excetuada apenas pelo comando do § 2º, art. 21, da Lei
nº 11.494/07, que permite a aplicação de uma parcela de até 5% do valor anual dos Fun-
dos no primeiro trimestre do ano seguinte, conforme se transcreve a seguir:
2 Nos termos do art. 70 da LDB, são consideradas despesas com MDE: I) remuneração e aperfeiçoamento
do pessoal docente e demais profissionais da educação; II) aquisição, manutenção, construção e conserva-
ção de instalações e equipamentos necessários ao ensino; III) uso e manutenção de bens e serviços vincu-
lados ao ensino; IV) levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimora-
mento da qualidade e à expansão do ensino; V) realização de atividades-meio necessárias ao funcionamen-
to dos sistemas de ensino; VI) concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas; VII)
amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
VIII) aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar.
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Educação. Superávit nos recursos do Fundeb 40%. Aplicação no
exercício subsequente. Parte Fundeb 60%. Utilização exclusiva
no exercício corrente.
1. Sendo apurado superávit financeiro de até 5% nos recursos rece-
bidos do Fundeb no exercício corrente, poderá ser aplicado no pri-
meiro trimestre do exercício subsequente, mediante abertura de cré-
ditos adicionais (art. 21, § 2º, Lei 11.494/2007). Tal previsão legal
aplica-se exclusivamente à parte disponível do Fundeb 40%.
2. A parte do Fundeb 60%, vinculada ao pagamento da remuneração
dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exer-
cício na rede pública, deve ser aplicada anualmente, sendo incabível,
neste caso, a possibilidade prevista no art. 21, § 2º, Lei 11.494/2007.
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Substituto João Ba-
tista Camargo. Parecer Prévio nº 81/2017-TP. Julgado em
28/11/2017. Publicado no DOC/ TCE-MT em 14/12/2017. Processo nº
7.816-6/2016). (Grifou-se)
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O Fundeb é um fundo especial, de natureza contábil, utilizado para a aplicação de
recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Todo fundo consiste na particula-
rização de recursos e na sua vinculação a uma finalidade específica com a atribuição de
responsabilidade pelo cumprimento de objetivos. A definição legal de fundo é encontrada
no art. 71 da Lei federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, que assim dispõe:
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)3, no seu artigo 8º, parágrafo único, esta-
belece que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão ser utiliza-
dos exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em exercício
diverso do que ocorrer o ingresso.
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos
em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o dis-
posto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelece-
rá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade es-
pecífica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de
sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso. (Grifou-se)
O controle orçamentário dos recursos vinculados deve ser realizado por meio de
código de fonte/destinação de recursos, que é um mecanismo integrador entre as receitas
e despesas. A jurisprudência desta Corte de Contas é no sentido de que os recursos vin-
culados, como no caso do Fundeb, devem ser controlados por fonte, por se tratar de um
mecanismo essencial para o controle e a transparência da aplicação dos recursos:
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mentação da União (código 31).4
No caso dos recursos do Fundeb, o Município deverá fazer a gestão dos recursos
em conta bancária única e específica para este fim. O controle da aplicação dos recursos
na parcela do Fundeb 60% (código 18) e do Fundeb 40% (código 19) deve ser realizado
contabilmente, conforme a jurisprudência desta Corte:
4Disponível em
http://www.tce.mt.gov.br/arquivos/downloads/00080426/Tabela%20de%20fonte%20e%20destina%C3%A7%
C3%A3o%20de%20recursos%202018%20%2818-12-2017%29.pdf .Acesso em: 2 abr 2018.
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Conforme analisado no tópico 2.4, os recursos do Fundeb são vinculados a ma-
nutenção e ao desenvolvimento da educação básica e a valorização dos trabalhadores
em educação e devem ser utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vincu-
lação, nos termos do art. 8º, parágrafo único, da LRF.
Ademais, o controle orçamentário dos recursos do Fundeb deve ser realizado por
código de fonte/destinação de recursos, por se tratar de um mecanismo essencial para o
controle e a transparência da aplicação dos recursos. Ressalta-se, ainda, que não há pre-
visão legal flexibilizando o controle por fontes/destinação em situações excepcionais.
Portanto, não há previsão legal para o Município utilizar recursos de outras fontes,
durante o exercício financeiro, para pagamentos de despesas do Fundeb e posteriormen-
te devolvê-los às respectivas fontes.
5 Essa jurisprudência é aplicável ao Fundeb porque as regras não alteradas pela legislação superveniente.
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A distribuição de eventual saldo na parcela do Fundeb 60% aos profissionais do
magistério pode ser realizada através de pagamento de abono salarial, instituído median-
te lei na qual se estabeleça o valor, a forma de pagamento e as demais regras para a sua
concessão. Neste sentido, é firme a jurisprudência dos Tribunais de Justiça dos Estados
da Paraíba (TJ-PB) e do Pernambuco (TJ-PE):
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ADMINISTRATIVO. SERVIDORA MUNICIPAL. PROFESSORA. RE-
ADAPTAÇÃO FUNCIONAL PARA A FUNÇÃO DE AUXILIAR ADMI-
NISTRATIVO. RATEIO DAS SOBRAS DO FUNDEB. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA LIMITADA PELO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMEN-
TO. RECURSO DE AGRAVO DESPROVIDO. DECISÃO UNÂNI-
ME.1. No que concerne à participação da agravante no rateio do
FUNDEB, a Lei 11.494/2007, regulamentadora do Fundo de Manu-
tenção e Desenvolvimento da Educação Básica de Valorização dos
Profissionais da Educação, dispõe, em seu art. 22, acerca da nature-
za do abono, o qual se constitui em uma forma de pagamento que
tem sido utilizada pelos Municípios, quando o total da remuneração
do conjunto dos profissionais do magistério da educação básica não
alcança o mínimo exigido de 60% do FUNDEB, nos termos do artigo
60, inciso XII, do ADCT da Constituição Federal. (...) 6. Outrossim, a
Constituição, ao estipular a utilização deste mínimo à remuneração
dos profissionais do magistério da educação básica, permitiu um pla-
nejamento anual adequado para sua aplicação, contudo, quando o
total da remuneração de tais profissionais não alcançar o mínimo
exigido, permite-se, em caráter provisório e excepcional, o pagamen-
to deste remanescente por meio do abono salarial.7. Assim, esse tipo
de pagamento deve ser efetuado em caráter provisório e excepcio-
nal, apenas nessas situações especiais e eventuais, não devendo
ser adotado em caráter permanente, como entendeu o Juízo de ori-
gem.8. Revela-se absolutamente inviável, no caso, condenar o ente
público a incorporar um benefício marcantemente condicional, sobre-
tudo à servidora que não ocupa a função do magistério da educação
básica, haja vista que, ainda que a agravante fosse enquadrada co-
mo profissional do magistério, o repasse dependeria de sobras orça-
mentárias, que, por sua própria natureza, podem, ou não, existir.
9. Recurso de Agravo desprovido.10. Decisão Unânime.
(Agravo 405610-40000283-70.2006.8.17.0840, Rel. Erik de Sousa
Dantas Simões, 1ª Câmara de Direito Público, julgado em
22/12/2015, DJe 22/01/2016) (Grifou-se)
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CONSULTA - RECURSOS DO FUNDEB - REMUNERAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO EM EFETIVO EXERCÍCIO -
BASE DE CÁLCULO PARA APURAÇÃO DOS 60% - O SALDO DE
RECURSOS DO FUNDEB TRANSFERIDOS PARA O EXERCÍCIO
SEGUINTE (§ 2º DO ART. 21 DA LEI N. 11.494/07) COMPÕE A BA-
SE DE INCIDÊNCIA, INTEGRANDO-SE AOS RECURSOS DO
EXERCÍCIO QUE O RECEBE - O SALDO REMANESCENTE DO
EXERCÍCIO ANTERIOR DEVERÁ SER UTILIZADO NO 1º TRIMES-
TRE DO EXERCÍCIO RECEPTOR, MEDIANTE ABERTURA DE
CRÉDITO ADICIONAL - DECISÃO UNÂNIME. O saldo dos recursos
do FUNDEB transferido para o exercício seguinte, nos termos do § 2°
do art. 21 da Lei n. 11.494/07, seja decorrente de verba não utilizada
ou do cancelamento de restos a pagar à conta do referido Fundo,
constitui superávit financeiro e incorpora a base de cálculo do FUN-
DEB do exercício subsequente, em face de sua natureza vinculativa,
compondo, portanto, o total da receita para efeito de cálculo dos 60%
afetos aos gastos com a remuneração dos profissionais do magisté-
rio em efetivo exercício, o qual deverá ser utilizado no 1º trimestre do
exercício receptor, mediante a abertura de crédito adicional.
(Consulta nº 838953. Rel. Cons. Cláudio Couto Terrão. Sessão do
dia: 21/11/12) (Grifou-se)
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Conclui-se, também, que o superávit financeiro apurado nas fontes do Fundeb se
integra ao orçamento do exercício subsequente, devendo compor, por consequência, a
base de cálculo dos percentuais mínimos de remuneração dos profissionais do magistério
da educação básica em efetivo exercício na rede pública e de demais despesas com ma-
nutenção e desenvolvimento do ensino do exercício que o recebe.
O art. 60, em seu inciso XII combinado com o inciso I, dos Atos de Disposições
Constitucionais Transitórias – ADCT e o art. 22 da Lei nº 11.494/2007 dispõem que o Mu-
nicípio destinará, no mínimo, 60% da receita do referido Fundo para o pagamento dos
profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício.
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Questão 4: Caso seja apurado saldo superior ao limite de 5% previsto no art.
21, § 2º, da Lei nº 11.494/07, o Município poderá remanejá-lo para fonte de recursos
ordinária e utilizá-lo no pagamento despesas normais da Administração?
Conforme analisado no tópico 2.4, o art. 8º, parágrafo único, da LRF, estabelece
que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusiva-
mente para atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em exercício diverso do que
ocorrer o ingresso.
Conclui-se que, caso o Município não atinja os limites legais mínimos da educa-
ção ou descumpra as regras de aplicação do Fundeb, exclusivamente em razão dos atra-
sos nos repasses do Estado, devidamente comprovado no caso concreto, é possível a
exclusão da responsabilidade do gestor municipal.
Assim sendo, a aplicação ou não de sanção por descumprimento dos limites le-
gais mínimos da educação ou das regras de aplicação do Fundeb, exclusivamente em
razão dos atrasos nos repasses do Estado, será avaliada no julgamento de cada caso
concreto.
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4. CONCLUSÃO
d) Não há previsão legal para o Município utilizar recursos de outras fontes, du-
rante o exercício financeiro, para pagamentos de despesas do Fundeb e pos-
teriormente devolvê-los às respectivas fontes.
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g) O superávit financeiro apurado nas fontes do Fundeb se integra ao orçamento
do exercício subsequente, devendo compor, por consequência, a base de cál-
culo dos percentuais mínimos de remuneração dos profissionais do magistério
da educação básica em efetivo exercício na rede pública e das demais despe-
sas com manutenção e desenvolvimento do ensino do exercício que o recebe.
5. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
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5. Ocorrendo, eventualmente, superávit financeiro nas fontes do
Fundeb, o saldo apurado na parcela do Fundeb 60% deve ser apli-
cado na remuneração de profissionais do magistério em efetivo exer-
cício; enquanto o saldo apurado na parte do Fundeb 40% deve ser
aplicado nas demais ações de manutenção e desenvolvimento do
ensino.
6. A distribuição do saldo apurado na fonte do Fundeb 60% aos pro-
fissionais do magistério pode ser realizada através de pagamento de
abono, instituído mediante lei na qual se estabeleça o valor, a forma
de pagamento e as demais regras para a sua concessão.
7. O superávit financeiro apurado nas fontes do Fundeb se integra ao
orçamento do exercício subsequente, devendo compor, por conse-
quência, a base de cálculo dos percentuais mínimos de remuneração
dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exer-
cício na rede pública e de demais despesas com manutenção e de-
senvolvimento do ensino do exercício que o recebe.
8. É vedada a transferência do superávit financeiro apurado nas fon-
tes do Fundeb para fonte de recursos ordinária visando o pagamento
de despesas normais da Administração.
9. A aplicação ou não de sanção por descumprimento dos limites le-
gais mínimos da educação ou das regras de aplicação do Fundeb,
exclusivamente em razão dos atrasos nos repasses do Estado, será
avaliada no julgamento de cada caso concreto.
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