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DIREITO CIVIL

PONTO 1: Teoria do fato jurídico:


DIREITO
- Plano da validade – continuação.
CIVIL
- Plano da eficácia.

1) TEORIA DO FATO JURÍDICO:

Plano da validade – continuação:


Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Os elementos gerais da existência de ato ou negócio jurídico:


- Agente ou sujeito: capaz ou legitimado.
- Objeto: lícito e possível/ determinado ou determinável.
- Forma: livre/salvo determinação legal.
- Vontade ou consentimento: livre e sem vícios.
É o elemento por excelência do ato ou negócio jurídico, através da vontade que
serão caracterizados.

Essa vontade dever ser livre, sem vícios.

O nosso direito cataloga cinco situações me que o consentimento não é perfeito,


com alguns defeitos que são: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão.

►Erro ou ignorância: previsto no CC a partir do art. 1381.


É a falsa percepção da realidade.
Para ser vício de vontade terá que ter algumas características para permitir a anulação
do negocio ou ato jurídico:
- o erro deve ser escusável (perdoável): a pessoa atuou com as cautelas devidas para a
negociação.

1Do Erro ou Ignorância


Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
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- erro essencial (incidir sobre um elemento essencial): um elemento sob o qual a


parte não tem conhecimento, e se tivesse, não firmaria o negocio jurídico.

Nota-se que, desde que entrou em vigor o CDC, a discussão jurídica de erro tornou-
se pequena, havendo uma objetivação das relações negociais.

O erro pode ser quanto ao objeto do contrato, quanto a pessoa, quanto ao tipo do
negócio jurídico, quanto aos motivos e o erro de direito.

- Erro quanto ao objeto: erro quanto a coisa que serve de conteúdo do contrato.
Pode ser:
- Erro em substância – erro na essência em si. A parte acredita e tem motivos para
isso de características que ele não possui.
- Erro in corpore – erro na coisa. Ex: pessoa que compra terreno ao lado do irmão e
acabo apontando no mapa da empresa outro terreno.

- Erro com relação à pessoa: questão mais importante quanto direito de família, mas
também ocorre nas relações negociais.

- Erro em relação ao tipo do negócio jurídico: ocorre quando alguém quer firmar um
negócio jurídico e acaba firmando outro negocio jurídico.

– Erro quanto aos motivos: de regra os motivos são irrelevantes para formação do negócio
jurídico.
Art. 140, CC – o motivo quando colocado como razão determinante passa a
vincular.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.

- Erro de direito: no nosso sistema não há como aceitar esse erro, pois, em regra, a lei é de
conhecimento de todos.
Art. 139, CC – até podemos ter a anulação, desde que não sirva para a parte se desonerar.
Art. 139. O erro é substancial quando:
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio
jurídico.
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- Erro de cálculo: não é considerado como verdadeiro erro, podendo ser corrigido a qualquer
tempo, ressalvado as regras sobre a estabilidade das relações jurídicas.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.

► Dolo:
É o induzimento em erro. É a versão civil do estelionato no direito penal, ou seja,
“alguém pe enganado e acaba manifestando sua vontade com base numa situação irreal”.

Em termos doutrinários, o dolo é dividido em:


- dolus bonus: dolo não negativo, incapaz de induzir alguém em erro.
Ou seja, é a conversa de vendedor.
A doutrina reduzir esse dolus a elementos subjetivos, não podendo ter
questões objetivas.

- dolus malus: dolo negativo que cuida o Código civil. Induzir a parte em
erro para tirar proveito da situação.
Pode ser sobre um elemento essencial ou secundário. Incide-se
sobre um elemento essencial, há um dolo principal, gera anulação, mais
perdas e danos. O dolo secundário ou acidental incide sobre um
elemento não essencial, busca-se perdas e danos. Arts. 145 e 1462, do
CC.

O dolo pode ser por ação (regra) ou por omissão (art. 1473, CC).

O dolo tem que ter intenção de ter proveito e induzir a parte em erro, com exceção
no direito do consumidor, no qual importa só o resultado (dolo objetivo).

2Do Dolo
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,
embora por outro modo.

3 Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra
parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
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► Coação:
Trata-se de um vicio do consentimento. Quando alguém é forçado a manifestar a
vontade, sendo que não quer manifestar.

O Código Civil entende ser caso de anulação.

É uma pressão psicológica ou vis compulsiva criada contra vitima, forçando a


manifestar uma vontade não verdadeira.

A coação tem aspectos subjetivos, devendo ser analisada a condições me que ocorre,
verificar as condições pessoas do paciente que sofre coação, e verificar se era possível ou não
uma conduta diferente daquela.

►Lesão e estado de perigo:


A lesão e o estado de perigo são frutos do principio da eticidade, veio no novo
Código Civil esse dois vícios.

Nasceram com a intenção de regular a situação do hospital obrigar aos parentes do


paciente firmarem um contrato com o Hospital em condições muito desfavoráveis para
obterem o atendimento da pessoa.

O estado de perigo ficou para situações mais específicas e a lesão para situações mais
abrangentes, sendo residual.

Arts. 156 e 157, CC:


Do Estado de Perigo
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as
circunstâncias.

Da Lesão
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
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A lesão não tem tanta rigidez, porque não há risco de vida e nem saúde, mas há um
risco eminente ou parte firma uma negociação em condições manifestamente desfavoráveis,
podendo ser prejudicado economicamente nesse contrato.

Nos dois casos pode-se evitar a anulação fazendo um acerto econômico daquele
contrato - art. 157, §2º, CC:
Art. 157, 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.

Entende-se que este artigo aplica-se ao estado de perigo (artigo 156, CC ) também.

Também temos os vícios sociais no Código Civil: a fraude a credores (art. 158, CC) e
a simulação (art. 167, CC).

► Fraude a credores (art. 1584, CC):


Tem origem no sistema Romano, no qual a responsabilidade do ser humano era
pessoal e não patrimonial, gerando excessos nesse tipo de garantia. Passou a se buscar outro
critério que foi a garantia patrimonial (art. 5915, CPC).

Para o credor este sistema foi mais frágil, precisando de uma proteção quando essa
garantia patrimonial não fosse respeitada ou usada indevidamente pelo devedor.

Quando devedor, conscientemente de sua situação financeira, tem como garantia o


seu patrimônio e se desfaz com a intenção de prejudicar os seus credores ou ficar mais
insolvente ainda, tem-se a fraude aos credores.

O instrumento para salvar o credor da fraude foi criado pelo jurisconsulto Paulo, por
isso chamada de ação pauliana.

4 Da Fraude Contra Credores


Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

5 Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições
estabelecidas em lei.
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Há dois requisitos para que ocorra a fraude a credores e permita que o credor vá a
juízo e buscando desfavor determinada negociação:
- Eventus domini : (dano) o prejuízo patrimonial ao credor.
- Consilium fraudes: (fraude) pode ser a intenção efetiva de fraudar ou apenas a situação em que
um terceiro adere a intenção devedor de fraudar os seus credores.

Assim, o Código Civil contempla:


A fraude a credores objetiva: ocorre nos atos gratuitos, nas negociações gratuitas.
Nesse caso basta a prova do dano para se ter a anulação do negocio jurídico e a volta
daquele bem ao patrimônio do devedor.
Ex: pais com dívidas e para salvar o seu patrimônio fazem doações aos filhos menores, com
usufruto. Basta provar o dano sofrido, não é necessário provar a intenção, há uma presunção
absoluta.

Os atos onerosos geram uma presunção de boa-fé dos negociantes. Caso um credor
quiser desfazer o ato, deverá provar a fraude do terceiro, a intenção do terceiro de fraudar ou,
pelo menos, a intenção do vendedor.

Na prática a fraude a credores foi substituída pela fraude a execução, pela sua
dificuldade de ser demonstrada.

No plano processual essa fraude será levada a juízo com ação pauliana, ação
revocatória, ação por fraude a credores ou ação anulatória. Com o prazo decadencial de 4
anos. Só pode propor essa ação, de regra, o credor quirografário.

► Simulação (art. 167, CC)

Simular significa falsear a verdade.

Na doutrina identificamos duas formas:


- simulação absoluta: quando as pessoas firmam um contrato apenas por aparência, mas no
plano dos fatos não ocorreu.
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- simulação relativa: é aquela que existe um negócio real, só que imagem externada é diferente
da real.

Ambas geram a nulidade do negócio jurídico (único vício que gera nulidade).

Quando temos uma simulação relativa, temos o negócio jurídico escondido que é
chamado de dissimulado e o negócio externado chamado de simulado. – art. 167, CC.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e
na forma.

Exceção a regra de que o nulo não se convalida, pois nulo será o negócio jurídico
simulado, sendo dado como válido o negócio dissimulado.

Há outra exceção que podemos aproveitar um negócio jurídico nulo, como no art.
170, CC – cuida da teoria da conversão substancial do negócio jurídico nulo.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

É permitido aproveitar vontade das partes para permitir que se aceite um negocio
jurídico menos formal que venha em seu proveito.

Ex: compra e venda feita por instrumento particular com valor elevado. Há um vício
de forma que acarreta nulidade.

Neste caso, é possível aproveitar esse negocio jurídico como uma promessa de
compra e venda na qual pode ser feita por instrumento particular, pois estava de boa-fé, sendo
que sua vontade não estava viciada.

Obs: reserva mental representa uma forma jurídica que não foi externada, sendo irrelevante
devido a insegurança jurídica. O que não ocorre no negócio jurídico, pois sem forma é nulo.
Art. 1106, CC.

6 Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou,
salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
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- Plano da Eficácia:
- Modalidades dos negócios Jurídicos:
- Prescrição/decadência.

▪ Modalidades do Negócio Jurídico:

As modalidades são situações em que as partes irão moldar no tempo os efeitos dos
atos ou negócios jurídicos. Temos três figuras: a condição, o termo e o encargo (a partir do art.
121, CC).

► Condição: elemento que se acresce ao negócio jurídico pela vontade das partes. Moldando
no tempo os efeitos desse negócio jurídico.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Neste artigo, temos três elementos:


- volitiva (a condição ser fruto de vontade das partes);
- futuridade (refere-se a algo futuro);
- incerteza (acontecimento incerto).

Há duas espécies:
- Condição suspensiva ou inicial: é a cláusula que as partes voluntariamente inserem no
contrato vinculando o início dos seus efeitos a um evento futuro e incerto.
Ex: as partes fazem um comodato para começar ter efeito quando e se o beneficiário for
transferido para trabalhar em Porto Alegre. Nesse caso, existe apenas uma expectativa de
direito.

- Condição resolutiva ou final: quando ela ocorre extingue-se os efeitos do contrato.


Ex: partes firmam o contrato de comodato com imóvel de Porto Alegre, com uma condição
resolutiva. Se o beneficiário for transferido para trabalhar em outra cidade, extingue-se o
comodato.
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De regra, a condição é inserida pela vontade das partes, sendo sua forma livre, dentro
dos limites normais do direito.
Art. 122, CC. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons
costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem
ao puro arbítrio de uma das partes.

Condições perplexas ou contraditórias – condições que provam o negocio jurídico de seu


efeito principal.
Ex: condição do inquilino não utilizar o imóvel, não faz sentido, sendo contra a essência do
contrato.

Condição postetativa: que representa uma criação de um poder de uma parte sobre a outra.
Podem ser: simplesmente ou puramente postetativa.
- Simplesmente postetativa: lícita. Apenas um exercício de um poder.
Ex: faço comodato em favor de alguém, com uma condição, sendo obrigado a
devolver quando eu solicitar.
Não se trata de uma condição arbitrária, pois o comodato é um contrato
gratuito, tendo a liberalidade sobre o contrato.

- Puramente postetativa: tida como condição arbitraria, ferindo o bom senso


jurídico.
Ex: condição que permita ao contratante cumprir ou não o contrato, a seu
critério.

►Termo: é aquela cláusula pela qual nós vinculam os efeitos do negócio jurídico a evento
futuro e certo. Geralmente a uma data, um prazo.

Se aceita em nosso sistema o termo incerto que seria um evento certo que não se
sabe o momento que irá ocorrer – o evento morte.

►Encargo ou modo: é a cláusula que acrescenta uma liberalidade/comportamento a ser


cumprido pelo beneficiário.
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Ex: doação com encargo ou modal – doação de uma casa com o encargo de o donatário cuidar
do doador. Caso haja aceitação, só terá efeito prático enquanto cumprir o encargo, caso
contrário irá se tornar ineficaz a doação.

▪ Prescrição e decadência:
São consequências do tempo na esfera das relações jurídicas.

O Código Civil atual, no art. 189, conceitua prescrição, o qual extingue a pretensão.
No código passado havia três idéias sobre prescrição: extinguia o direito, pretensão e a ação.

A prescrição não extingue o direito, nem a ação (direito público subjetivo). Então, a
prescrição extingue a pretensão que é a exigibilidade que acompanha determinados direitos
subjetivos de prestação (dar, entregar, fazer, não-fazer, restituir).

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a
que aludem os arts. 205 e 206.

A decadência extingue o próprio direito pela inação da parte (a parte não age no
prazo que deveria agir).
Ex: vício redibitório, no código há um prazo para parte reclamar a sua ocorrência, caso não
reclame, decai o direito, deixando de existir.

Sabe-se quando é prescrição e decadência através de alguns critérios:

1) Tipo de direito envolvido:


– Quando há direito subjetivos de prestação (de exigir que a outra parte pague um valor,
entregue mercadoria) trata-se de prescrição.

- A decadência envolve situações que envolvem direito postetativo/formativo que é a


prerrogativa de interferir na esfera alheia, devendo a outra parte se sujeitar a intervenção.

Quem exerce determinado direito postetativo pode ter consequências econômicas,


mas a lei/contrato dar esse poder.
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Em alguns casos, o direito cria essa faculdade sem que haja um prazo para ser
colocado em pratica. Por exemplo: poder postetativo do empregador de demitir o empregado.

Mas há casos em que a lei cria um direito postetativo e dá um prazo para ser
colocado em prática. Por exemplo: o adquirente de um bem constatando um vício (que era
oculto), tem o direito postetativo de redibir. Porém, temos um prazo decadencial.

2) Critério processual:
Critério muito antigo, por isso, leva em consideração apenas três tipos tradicionais de
tutela jurídica: tutela declaratória, constitutiva e condenatória.

Sempre que estamos buscando uma condenação por meio de uma ação judicial
sempre estamos frente a um caso passível de prescrição. Ex: buscar em juízo condenação por
ato ilícito, tenho uma tutela condenatória, com prazo de 3 anos.

Já a decadência está vinculada a demanda de caráter constitutivo, positivo ou


negativo, quando há prazo para essa ação. Ex: ação para anular um negócio jurídico por erro,
tem caráter constitutivo negativo, com prazo de 4 anos.

Quando há ação de caráter declaratório ou constitutivo sem prazo não há nem


prescrição e nem decadência. Ex: ação de investigação de paternidade. Já se é agregada a essa
ação um pedido de petição de herança (essa última terá prazo prescricional).

3) Critério do Código Civil:


Todos os prazos de prescrição se concentram em dois artigos do Código (arts. 205 e
2067, CC). Todos os demais prazos do Código são prazos de decadência.

7 Dos Prazos da Prescrição


Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da
hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta
pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
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Observações quanto à prescrição:


- Atualmente, a prescrição deve ser reconhecida de ofício pelo Juiz.
- A prescrição pode ser alega e reconhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição ordinário em
processo de conhecimento.
Não pode ser alegada em sede de recurso especial ou extraordinária, nem os
Ministros STJ e STF reconhecerem de ofício, devido a existência do requisito constitucional
do prequestionamento.
- A prescrição sempre advém de lei, jamais poderá ser fixada pelas partes.

Observações quanto à decadência:


- pode ser advinda da lei ou do contrato - decadência legal ou convencional.
De regra a decadência é legal. Neste caso o Juiz deve conhecê-la de oficio a qualquer
tempo e grau de jurisdição ordinário.
Quando a decadência é contratual não pode ser reconhecida de ofício. Cabe a parte
alegá-la, em qualquer tempo ou grau de jurisdição.

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e
honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado
da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de
encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com
capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a
distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido
praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o
prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
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- previsão nos Arts 210 e 211 , CC.
- A decadência pode ser interrompida nos casos em que a lei autorizar. Ex: CDC, art. 26 –
vício do produto ou serviço.

8 Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não
pode suprir a alegação.

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