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II Salão de Extensão
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ISSN 2318-8014
1 INTRODUÇÃO
(RUWER; ROSSI; SIMON, 2005). Segundo Faria et al. (2003), essas modificações levam a
déficits de equilíbrio e alterações na marcha, ocasionando perda de função que ocasionam
graves transtornos na realização das atividades diárias.
Com isso, é importante o controle postural para realização das atividades diárias, no
qual esses indivíduos vão necessitar. No decorrer dessas atividades ocorrem diversas
oscilações voluntárias ou involuntárias que vão exigir uma adaptação do controle motor. O
controle postural exige uma habilidade e sustentação gravitacional para situações estáticas e
dinâmicas. Esse processo abrange de forma eficaz os sistemas vestibular, visual e
somatosensorial (MELO et al., 2009; MACIEL E GUERRA, 2005).
O equilíbrio envolve a recepção e a integração de estímulos sensoriais, o planejamento
e a execução de movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte,
sendo realizado pelo sistema de controle postural, que integra informações do sistema
vestibular, dos receptores visuais e do sistema somatosensorial (KARUKA; SILVA E
NAVEGA, 2011).
O estudo do equilíbrio corporal e da postura corporal proporciona aspectos que estão
englobados no sistema chamado de controle postural. Dentro deste sistema existem dois
parâmetros a serem considerados, um envolvendo a orientação postural, ou seja, a
manutenção da posição dos segmentos corporais em relação aos próprios segmentos e ao meio
ambiente, e o outro, o equilíbrio postural, representado por relações entre as forças que agem
sobre o corpo na busca de um equilíbrio corporal durante as ações motoras (HORAK E
MACPHERSON, 1996).
Segundo Figueiredo, Lima e Guerra (2007), o equilíbrio corporal é definido como a
manutenção de uma postura particular do corpo com um mínimo de oscilação (equilíbrio
estático) ou a manutenção da postura durante o desempenho de uma habilidade motora que
tenda a perturbar a orientação do corpo (equilíbrio dinâmico).
O controle do equilíbrio requer a manutenção do centro de gravidade sobre a base de
sustentação durante situações estáticas e dinâmicas. Cabe ao corpo responder às variações do
centro de gravidade, quer de forma voluntária ou involuntária (DAUBNEY E CULHAM,
1999; GUCCIONE, 2002; SÁNCHES et al., 2001).
Acredita-se que o envelhecimento seja um processo dinâmico e progressivo,
caracterizado por alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que
podem determinar maior vulnerabilidade e, como consequência, há uma diminuição da
3 METODOLOGIA
(90°). Nessa posição, o comprimento do membro superior direito do paciente foi registrado na
régua. Após esse procedimento pediu-se ao paciente que fizesse a tentativa de alcançar algum
objeto à frente, sem dar passos ou efetuar qualquer estratégia compensatória. O resultado do
teste foi representado pela média após três tentativas da diferença entre a medida na posição
final e a inicial registrada na régua. Deslocamentos menores do que 15 cm indicariam
fragilidade do paciente e risco de quedas (DUNCAN et al., 1990, BERG et al., 1992).
A mobilidade funcional também foi avaliada através do Teste Time Up and Go (TUG),
(Podsiadlo; Richardson, 1991). Solicitou-se ao paciente levantar-se de uma cadeira (a partir
da posição encostada), deambular uma distância de 3m, virar-se, retornar no mesmo percurso
e assentar-se na cadeira novamente (com as costas apoiadas no encosto). O idoso foi instruído
a executar a tarefa de forma segura e o mais rapidamente possível e o seu desempenho foi
analisado em cada uma dessas tarefas através da contagem do tempo necessário para realizá-
las. Os indivíduos adultos independentes e sem alterações no equilíbrio, realizam o teste em
10 segundos ou menos; os que são dependentes em transferências básicas realizam o teste em
20 segundos ou menos e os que necessitam mais de 20 segundos para realizar o teste são
dependentes em muitas atividades da vida diária e na mobilidade, esse último valor indica a
necessidade de intervenção adequada (MATSUMURA; AMBROSE, 2006; FIGUEREDO;
LIMA; GUERRA, 2007).
A fotogrametria computadorizada, desenvolveu-se pela aplicação dos princípios
fotogramétricos das imagens e vídeos fotográficos obtidas dos movimentos corporais
(BARAÚNA et al., 2006). Os indivíduos utilizaram um capacete com um triângulo
posicionado com seu vértice para cima. Aonde foram filmados os primeiros 30 segundos da
posição, no plano sagital, com o indivíduo de olhos fechados. Com a utilização de um fio de
prumo posicionado ao lado do indivíduo foi calculado a maior oscilação postural que ocorreu.
As imagens foram calculadas pelo software Autocad 6, aonde foi utilizado para captação das
imagens a filmadora de marca Sony CyberShot DSC-S90 4.1 Megapixels fixada sobre um
tripé a 1,30 cm de altura do chão e a 02 metros do paciente. Os registros fotográficos foram
realizados antes e depois da intervenção do fisioterapeuta.
Após estas avaliações, foi realizado o protocolo de intervenção com o FNP. As
técnicas do método FNP utilizadas e aplicadas na pesquisa foram combinação de isotônicas e
reversão de estabilizadores, com o objetivo de promover a irradiação de força principalmente
para membros inferiores. Durante a aplicação da técnica de combinação de isotônicas, o
terapeuta realiza uma resistência ao movimento ativo do paciente (contração concêntrica) por
Sexo
Masculino 5 (25%)
Feminino 15 (75%)
Idade
Entre 60 e 69 anos 12 (60%)
Entre 70 e 79 anos 6 (30%)
Acima de 80 anos 2 (10%)
Estado civil
Casado 17 (85%)
Viúvo 3 (15%)
Escolaridade
Primário incompleto 2 (10%)
Primário Completo 5 (25%)
Ginásio incompleto 7 (35%)
Secundário incompleto 2 (10%)
Secundário Completo 4 (20%)
Atividade de trabalho
Não trabalha 10 (50%)
Trabalho voluntário 3 (15%)
Trabalho Remunerado 7 (35%)
Quedas
Não teve quedas 18 (90%)
Sim, nos últimos 3 meses 2 (10%)
Fraturas
Não teve quedas 20 (100%)
n (20)
Variável
Pré Intervenção Pós Intervenção p
Alcance Funcional 29,72cm 32,87cm 0,002
TUG 7,85seg 6,9seg 0,000
Fotogrametria (Graus) 15,2° 11,15° 0,000
Alcance Funcional: medidas em centímetros; TUG: medidas em segundos, Fotogrametria: medidas em
graus.
Segundo Lima-Costa, Peixoto e Giatti (2004) o Brasil vive uma situação de mudanças.
Do ponto de vista demográfico, onde ocorre uma superposição de uma população jovem, com
dimensão relevante e uma população envelhecida e expressiva.
Segundo Siqueira et al. (2007), a expectativa de vida da população vem aumentando e
se tornando uma realidade entre os diversos grupos populacionais. Esta realidade vem de
encontro com a transformação no perfil demográfico e de morbimortalidade, resultando em
um envelhecimento da população e consequentemente um aumento proporcional das doenças
crônico-degenerativas.
Com isso Gonçalves, Ricci e Coimbra (2009) as alterações do processo de
envelhecimento afetam os componentes do controle postural, dificultando e diferenciando os
efeitos da idade daqueles causados pelas doenças e estilo de vida. Entretanto, independente da
causa, o acúmulo de alterações no equilíbrio corporal diminui a capacidade compensatória do
indivíduo, aumentando sua instabilidade e, consequentemente, seu risco de cair.
Além disso, as quedas com a população idosa, estão intensamente relacionadas com a
marcha e a postura. Com o envelhecimento, podem acontecer distúrbios no controle motor e
na marcha, ocorrendo maiores chances de perturbações auto induzidas. Também pode-se
afirmar que os risco de quedas aumentam nos indivíduos idosos em comparação a uma
população jovem, pois sabe-se que, com o aumento da idade, há uma redução na quantidade e
qualidade das informações enviadas ao sistema nervoso central onde a falta de um controle
postural eficiente diminuiu seu equilíbrio, tornando-o mais suscetível a quedas, mesmo em
situações pequenas de desestabilização. Outro fator que pode contribuir para o risco de quedas
é a redução da força muscular (DIAS et al., 2010).
Um estudo realizado por Menezes e Bachion, (2008) com 95 idosos, demonstrou uma
predisposição a quedas, onde foram avaliados através de um questionário contendo dados
clínicos, avaliação da capacidade básica e uma avaliação de equilíbrio e marcha sendo que os
resultados mostram que 58,9% apresentam hipertensão arterial, 81,1% tem déficit visual e
com alterações de equilíbrio e marcha. No estudo de Maciel e Guerra (2005), observou-se que
em uma amostra de 310 idosos, com média de idade de 73,7 anos e encontraram-se alterações
em 46,1% como déficit de equilíbrio, alterações significativas em déficit visual, auditivo e
cognitivo.
Segundo Aikawa, Braccialli e Padula (2006) em um estudo com idosos utilizando dois
grupos, sendo o primeiro com idades de 60 a 70 anos e o segundo com idades de 71 a 80 anos,
obteve uma associação entre as adaptações e oscilações posturais e resultando, por fim, em
média total no teste de alcance funcional e uma diminuição do tempo total do teste de TUG. A
fisioterapia traz consigo muitas opções para o tratamento do déficit de equilíbrio e prevenção
de quedas da população idosa, sendo, portanto, o FNP um dos métodos possíveis para este
objetivo, onde o fortalecimento muscular é a base deste método.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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