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Pré Cálculo
Pré Cálculo
O conjunto ¢ = {..., –4, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, ...} é chamado conjunto dos números inteiros e
é denotado por ¢. Esse conjunto é a extensão do conjunto dos números naturais, acrescentando
os elementos negativos e o zero.
O conjunto dos números racionais é denotado por ¤. Um número racional é qualquer número da
forma a , em que a, b ∈ ¢ e b ≠ 0, ou seja,
b
a
= a, b ∈ , b ≠ 0 .
b
a
Note que ¢ ⊂ ¤, pois todo número inteiro a podemos escrever da forma .
1
1.4 Conjunto dos Números Irracionais
O conjunto dos números irracionais é denotado por I, e é formado pelos números reais que não
a
podem ser expressos da forma , em que a, b ∈ ¢ e b ≠ 0.
b
Exemplo: Provar que 2 ∉ .
a a
Solução: Suponha que 2 ∈ ¤, sendo assim, 2 = , em que é irredutível. Logo,
b b
a
2=
b
2
2 a
( 2) =
b
2
a
2= 2
b
2 2
2b = a
2
Temos assim que a2 é par, o que implica que a é par, ou seja, podemos escrever a = 2m, m ∈ ¢.
Deste modo,
2b2 = a2
2b2 = (2m)2
2b2 = 4m2
b2 = 2m2
Portanto, temos que b2 é par, logo b é par, ou seja, podemos escrever b = 2n, n ∈ ¢. Contudo,
a 2m m
= = .
b 2n n
O conjunto dos números reais, denotado por ¡, dado por ¡ = ¤ ∪ I, é munido de duas operações,
adição (+) e multiplicação (?) e pela relação de ordem (#). Sejam a, b, c ∈ ¡. As operações
de adição, multiplicação e a relação de ordem possuem as seguintes propriedades:
2 Polinômios
Um polinômio na incógnita x é uma expressão dada da seguinte forma:
p(x) = a0 + a1x + a2 x2 + ... + an – 1x n – 1 + anx n,
em que n ∈ ¥ e a0, a2, ..., an – 1, an são coeficientes reais, com an ≠ 0. O grau do polinômio é n,
que é o maior expoente de x. Cada termo da forma ai x i é chamado de monômio.
Para somar polinômios devemos somar os termos semelhantes, ou seja, os termos que possuem
as mesmas potências de x. Sendo assim, dados p(x) = a0 + a1x + a2 x 2 + ... + xn x n e g(x) = b0 +
b1x + b2x2 + ... + bm x m, e considerando m > n, temos que:
p(x) + q(x) = (a0 + a1x + a2x2 + ... + xn x n) + (b0 + b1x + b2x2 + ... + bmxm) =
(a0 + b0) + (a1 + b1) x + (a2 + b2) x2 + ... + (an + bn) x n + bn + 1 x n + 1 + … + bm x m.
Note que o grau da soma fica sendo o mesmo do polinômio de maior grau.
Para multiplicar polinômios devemos multiplicar cada monômio de um polinômio com os ter-
mos do outro polinômio, ou seja, dados p(x) = a0 + a1x + a2x2 + ... + xn x n e g(x) = b0 + b1x + b2 x 2 +
... + bm x m, temos que:
p(x)g(x) = (a0 + a1x + a2x2 + ... + xn x n)(b0 + b1x + b2x2 + ... + bm x m) =
(a0b0) + (a0b1 + a1b0)x + (a0b2 + a1b1 + a2b2)x2 + ... + (anbm)x n + m.
Note que o grau do produto é a soma dos graus dos dois polinômios.
Sejam os polinômios p(x) e g(x), em que o grau de p(x) é maior ou igual ao grau de g(x), existe
um único par de polinômios r(x) e q(x) que satisfaz,
p(x) = q(x)g(x) + r(x)
em que q(x) é o quociente e r(x) é o resto, tal que o grau de r(x) é menor do que o grau de g(x).
O algoritmo de Briot-Ruffini é utilizado para dividir um polinômio p(x) = a0 + a1x + a2x2 + ... +
x nx n por um polinômio da forma g(x) = x + b ou g(x) = x – b, que consiste em efetuar a divisão
fazendo cálculos apenas com os coeficientes.
Para usar este algoritmo precisamos encontrar a raiz de g(x) e identificar os coeficientes de
p(x). Sendo assim, considerando g(x) = x + b, temos que sua raiz é x – b = 0 ⇒ x = b, e os coefi-
cientes de p(x) são: an, an – 1, an – 2, ..., a2, a1, a0. A montagem do algoritmo é da seguinte forma:
b an an − 1 an 2 ... a2 a1 a0
an a1 b + an − 1 (a1 b + an 1 )b + an − 2 r
3 Fatoração
A fatoração é o processo de se transformar uma soma de duas ou mais parcelas em um produto
de dois ou mais fatores. É bastante utilizada na simplificação de expressões, na resolução de
equações, entre outras aplicações.
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Uma das formas mais simples de fatoração consiste em colocar, quando possível, o fator
comum nas parcelas em evidência.
Exemplo: a + ab = a(1 + b).
Exemplo: a2b + ab2 = ab(a + b).
Outra forma é o agrupamento, que consiste em reagrupar os termos, de modo que se possa
colocar um fator em evidência.
Exemplo: ac + ad + bc + bd = a(c + d) + b(c + d) = (a + b)(c + d).
Produtos notáveis são produtos entre números, polinômios ou expressões algébricas, que podem
ser resolvidos por meio de padrões. Dados a e b considere os seguintes produtos:
1) Quadrado da soma: (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
2) Quadrado da diferença: (a – b)2 = a2 – 2ab + b2
3) Produto da soma pela diferença: (a + b)(a – b) = a2 – b2
4) Cubo da soma: (a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3
5) Cubo da diferença: (a – b)3 = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3
4 Equações
Uma equação é uma relação de igualdade entre duas expressões, envolvendo uma ou mais in-
cógnitas. O objetivo é resolver a equação, ou seja, queremos encontrar os valores das incógnitas
que fazem com que a equação seja válida, esses valores são chamados de raízes ou soluções da
equação.
b b b 2 − 4ac b
x+ − =
± −
4a 2a 2a 2a
b b 2 − 4ac
x=
− ±
2a 2a
2
b ± b − 4ac
x=
2a
Portanto, as raízes da equação ax2 + bx + c = 0, com a ≠ 0, são dadas por
b± b2 − 4ac
x=
2a
conhecida popularmente como a fórmula de Bhaskara. Denotamos por D = b2 – 4ac o discrimi-
nante da equação. Quando D > 0, a equação possui duas raízes reais distintas, agora se D = 0 a
equação só possui uma raiz real, mas se D < 0 a equação não possui raízes reais.
5 Desigualdade
Uma desigualdade é uma relação de ordem entre elementos de um conjunto. Dizemos que a
é menor que b, que representamos por a < b, se existe um c tal que b = a + c. Dizemos que a é maior
que b, que representamos por a > b, quando b < a. Também podemos dizer que a é menor que
ou igual a b, que representamos por a # b, ou que a é maior que ou igual a b, que representamos
por a $ b.
Propriedades: Sejam a, b, c e d elementos do conjunto.
• Se a # b, então b $ a.
• Se a # b e b # c, então a # c.
• Se a # b, então a + c # b + c.
• Se c $ 0 e a # b, então ac # bc.
• Se c # 0 e a # b, então ac $ bc.
• Se a # b e c # d, então a + c # b + d.
• |a + b| # | a | + | b | (Desigualdade triangular).
5.1 Intervalos
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Intervalo Ilimitado: Dado a ∈ ¡, definimos
Observação: Do mesmo modo podemos representar de maneira adequada os intervalos nos ou-
tros conjuntos numéricos.
Exemplo:
a) {1, 2, 3, 4, 5} = {x ∈ | 1 # x # 5}.
b) {–2, –1, 0, 1, 2, 3, 4} = {x ∈ | –2 # x < 5}.
c) ]1, 7] = {x ∈ | 1 < x # 7}.
5.2 Inequação
Solução:
7 − 3x < 10
7 − 3x − 7 < 10 − 7
−3 x < 3
−3 x 3
<
3 3
−x < 3
− x(−1) > 3(−1)
x > −3
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Resolvendo (1)
2x – 1 # x+1
2x – 1 – x # x+1–x
x–1 # 1
x–1+1 # 1+1
x # 2
Logo, S1 = {x ∈ | x # 2} é o conjunto solução.
Resolvendo (2)
x+1 # 3x – 1
x – 1 – 3x # 3x + 1 – 3x
–2x – 1 # 1
–2x – 1 + 1 # 1+1
–2x # 2
–2x(–1) $ 2(–1)
2x $ –2
2x $ 2
2 2
x $ 1
Logo, S2 = {x ∈ | x $ 1} é o conjunto solução. Agora que obtivemos a solução de 2x – 1 # x +
1 e x + 1 # 3x – 1, temos que o problema inicial requer que as duas inequações sejam satisfeitas
simultaneamente, ou seja,
S = S1 ∩ S2 = {x ∈ | x # 2} ∩ {x ∈ | x $ 1} ⇒ S = {x ∈ | 1 # x # 2}
5 ± 52 − 4 ⋅ 1 ⋅ 6 5±1
x
= x
⇒= x1 2 e x=
⇒= 2 3.
2 ⋅1 2
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Para facilitar o raciocínio vamos utilizar a seguinte tabela:
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reta real nos seguintes intervalos: ] – ∞, –4[, ] –4, 5[ e ]5, ∞[, e analisar o sinal do polinômio em
cada um deles. Para facilitar o raciocínio vamos utilizar a seguinte tabela:
6 Funções
Uma função f é uma aplicação que associa a cada elemento x de um conjunto A, um único ele-
mento f (x) de um conjunto de B. O conjunto A é chamado de domínio de f, denotado por Df, que
é o conjunto de todos os valores de x para os quais f está bem definida. Já o conjunto B é chama-
do contradomínio de f, que pode ser qualquer conjunto que contenha, dentre outros elementos,
os valores de f(x). Temos também a imagem de f e indica-se por Im f, que é o conjunto de todos os
valores de f(x) obtidos a partir de x ∈ A. É possível representar graficamente a função f, ou seja,
o gráfico de f é o conjunto dos pares ordenados (x, f (x)), tal que x ∈ A.
Uma função de uma variável real a valores reais é dada por f : A → B, em que A e B são sub-
conjuntos de ¡. Além disso, é comum denotarmos uma função desse tipo simplesmente por y =
f (x), x ∈ A.
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f
• Quociente de f e g: a função dada por:
g
f f ( x)
( x) =
g g ( x)
Além destas operações, definimos também a composição de duas funções da seguinte forma:
dadas as funções f e g tais que Im f ⊂ Dg, a função composta de g e f, g f, é dada por:
(g f )(x) = g ( f (x))
para x ∈ Df.
Função Afim
Uma função f : ¡ → ¡ é chamada de função afim se puder ser escrita da forma f(x) = ax + b, em
que a, b são constantes. O gráfico desta função passa pelo ponto (0, b) e é paralela à reta y = ax.
Além disso, a função é crescente quando a > 0 e decrescente quando a < 0.
Função Modular
A função modular é uma função definida por partes, representada por f(x) = | x |, dada por
x, se x ≥ 0;
f ( x) =
− x, se x < 0.
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
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Função Quadrática
Uma função f : ¡ → ¡ dada por f (x) = ax2 + bx + c, em que a, b, c são coeficientes e a ≠ 0,
denomina-se função quadrática.
O gráfico da função quadrática é uma parábola, e sua posição no plano cartesiano depende
diretamente dos coeficientes a, b, c. O coeficiente a determina se a concavidade da parábola está
para cima ou para baixo, ou seja, se a > 0, a parábola é côncava para cima, agora se a < 0, a pará-
bola é côncava para baixo. O coeficiente c determina o ponto em que a parábola intercepta o eixo
y, que é o ponto (0, c). O coeficiente b se refere à inclinação da parábola após passar pelo eixo y.
As raízes x1 e x2 da função são determinadas resolvendo a equação ax2 + bx + c = 0, ou seja,
f (x) = 0, que determina os pontos em que a parábola intercepta o eixo x, sendo eles (x1, 0) e (x2, 0).
O vértice da parábola é o ponto de máximo ou mínimo dependendo da concavidade, denotado
por V = (xv, yv). Como o gráfico de f (x) = ax2 + bx + c é simétrico, temos que para determinar xv
basta fazer a média aritmética das raízes da função, ou seja,
b2 − 4ac
−b + −b − b2 − 4ac
+
x1 + x2 2a 2a = −b .
= xv =
2 2 2a
Agora, para determinar yv, basta substituir xv na função, ou seja,
2
−b −b b2 b2 −b 2 + 4ac D
yv =f ( xv ) =a + b +c= − +c= =− .
2a 2a 4a 2a 4a 4a
−b D
Portanto, V = ,− .
2 a 4 a
Exemplo: Considere a função f (x) = x2 + 1, determine o domínio, a imagem de f e construa o
gráfico.
Solução: A expressão x2 + 1 pode ser calculada para qualquer valor de x ∈ ¡. Sendo assim,
Df = ¡.
Por outro lado, temos que x2 > 0 para todo z ∈ ¡, logo, x2 + 1 $ 1. Portanto,
Im f = { y ∈ y > 1}.
3
x f(x)
−3 10 2
−2 5
1
−1 2
0 1
1 2 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
2 5 −1
3 10 −2
−3
−4
Fig_02