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RESUMO:
Este trabalho relata um caso de adenocarcinoma de glândulas bronquiolar
em um gato macho, da raça Bengal, com quatro meses (04) de idade. O
diagnóstico foi realizado através dos achados macroscópicos e
histopatológicos caracterizados por proliferação nodular de células
neoplásicas, organizadas em estruturas acinar ou em ninhos, envolvidos
por um delicado estroma fibrovascular, lembrando a estrutura das
glândulas bronquiolares.
INTRODUÇÃO:
As neoplasias pulmonares primárias são incomuns na espécie canina, e de
ocorrência ainda menor nos felinos (Fox et al., 2004). Atualmente, nota-se
um aumento em sua incidência, possivelmente devido a fatores como a
maior longevidade dos animais, aumento da exposição à carcinógenos
ambientais, ou a disponibilidade de ferramentas diagnósticas mais
sensíveis (Risseto et al., 2008). Em gatos, tais neoplasias tem uma
prevalência baixa, em torno de 0,5% dos tumores diagnósticados,
entretanto os pulmões são os principais locais de metástases (Morris et
al., 2007). Clinicamente, estas neoplasias causam sinais clínicos discretos
como, secreção nasal mucopurulenta ou sanguinolenta, espirros, dispneia,
secreção ocular, mudança de comportamento e ataxia, e com a
disseminação do tumor os sinais ficam mais intensos, levando a morte
(Meuten, 2002). Em humanos, as neoplasias pulmonares são as mais
comuns, e também a principal causa de morte por neoplasias malignas,
sendo que sua ocorrência está intrinsecamente relacionada ao uso de
tabaco (Parkin et al., 2001). Este trabalho tem por objetivo relatar um
caso de adenocarcinoma de glândulas bronquiolar em um gato com
quatro meses (04) de idade.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Fragmentos de vísceras, coletados durante o procedimento de necropsia
foram encaminhados ao laboratório de histopatologia. De acordo com
histórico clínico, um gato de 4 meses de idade, macho, da raça Bengal,
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apresentou diarreia, tosse, dificuldade respiratória severa, estertores
pulmonares, respiração abdominal, dor, secreção nasal sanguinolenta,
aumento do volume abdominal e morte. De acordo com o veterinário, os
principais achados de necropsia estavam relacionados ao sistema
respiratório e hepático. Os pulmões apresentavam congestos e
edematosos com grande quantidade de secreção sanguinolenta na
traquéia. Múltiplos nódulos de coloração acinzentada, de diversos
tamanhos foram observados na periferia do pulmão, próximo a pleura
visceral. No fígado foram observada dilatação dos ductos biliares extra-
hepáticos próximos a vesícula biliar. Os fragmentos de vísceras foram
fixadas em formalina tamponada a 10% por 72 horas e posteriormente
cortados com tamanho de 1 cm2 por 0,5 cm de espessura, posteriormente,
desidratados, microtomizados em 5 µm de espessura e corados com
hematoxilina e eosina. No exame histopatológico dos pulmões, observou-
se múltiplos áreas de proliferação nodular de células neoplásicas,
organizadas em estruturas acinar ou em ninhos, envolvidos por um
delicado estroma fibrovascular, lembrando a estrutura das glândulas
bronquiolares. As células neoplásicas eram predominantemente
prismáticas a colunares alta, com moderado polimorfismo, núcleo pouco
corado e nucléolo central. O diagnóstico de adenocarcinoma de glândulas
bronquiais foi realizado através do histórico clínico e dos achados
macroscópicos e histológicos.
DISCUSSÃO:
Clinicamente, as neoplasias primárias de origem pulmonar são
assintomáticas, em aproximadamente 25% dos cães e o diagnóstico
somente é realizado em exames radiográficos de rotina ou na investigação
de outras enfermidades (Sales et al.,2005; Carothers e Alvarez, 2006).
Entretanto, neste caso os sinais clínicos tiveram aparecimento repentino e
grave, com um curso clínico de poucos dias e morte. Os Adenocarcinomas
pulmonares pode ser simples ou múltiplos e de vários tamanhos. De
acordo com os padrões macroscópicos e radiográficos os
adenocarcinomas podem ser classificados em cinco distintos padrões:
periférico, central ou endobronquial, difuso, pleural (Carcinoma
pseudomesotheliomatous) e localizado na porção apical do pulmão (Travis
et al., 2004). A partir das lesões macroscópicas observadas na periferia
dos pulmões e os achados histologicos, caracterizados por células
neoplásicas arranjadas em acinos na submucosa dos brônquios foi
diagnosticado como adenocarcinoma de glândulas bronquiais. Em felinos,
o adenocarcinoma de glândula bronquiolar são raros, além de ocorrer em
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animais jovens (Moulton, 1990). Não foi possível estabelecer a causa da
neoplasia, bem como se a origem foi embrionária.
CONCLUSÃO:
O prognóstico de neoplasias pulmonares é extremamente desfavóravel,
por ser um órgão vital e de caráter invasivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Health Organization Classification of Tumours. 2004.
RESUMO:
As neoplasias hepáticas primárias são infrequentes em cães sendo o
adenoma hepatocelular uma das neoplasias mais raras observadas neste
órgão. Considerando a baixa incidência desta neoplasia em cães, o
presente trabalho visa relatar um caso de adenoma hepatocelular em uma
cadela da raça Shar Pei, encaminhado ao laboratório de patologia animal
com diagnostico de massa intra-abdominal. O exame necroscópico
revelou massa de origem hepática ocupando aproximadamente 33% da
cavidade abdominal e uma segunda massa menor no lobo medial direito
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do fígado. O exame histopatológico revelou neoformação constituída por
hepatócitos morfologicamente isomórficos, formando densos
aglomerados trabeculares e alguns pequenos ninhos com perda do padrão
lobular do parênquima e tratos portais raros. Com base nos achados
macro e microscópicos estabeleceu-se o diagnóstico de adenoma
hepatocelular.
INTRODUÇÃO:
Os tumores hepáticos primários são raros em cães representando entre
0.6 e 1.3 % de todas as neoplasias que ocorrem nesta espécie (Buritica et
al., 2009). Estes podem ter origem epitelial nos hepatócitos e células dos
ductos biliares ou nas células mesenquimais de sustentação (Ledur et al.,
2014). Devido aos inúmeros processos que envolvem este órgão, diversas
anormalidades clínicas e laboratoriais podem ser associadas a patologias
hepáticas, tais como processos neoplásicos (Velasque, 2010). O
diagnóstico destes se dá através de exames bioquímicos, de imagem e
biópsia, no entanto, a confirmação ocorre geralmente na necropsia devido
aos sintomas inespecíficos (Ledur et al., 2014).
O adenoma hepatocelular (hepatoma) é um tumor raro em cães de
origem epitelial formado a partir de hepatócitos, em geral caracterizado
como uma massa esférica, única ou múltipla, não encapsuladas medindo
entre 2 e 8 cm de diâmetro (Meuten, 2002). É caracterizado
histologicamente por hepatócitos bem diferenciados, os quais formam
placas uniformes, que podem ter de duas a três células de espessura com
tratos portais raros ou ausentes (McGavin e Zachary, 2013).
Tendo em vista a crescente importância das neoplasias na medicina
veterinária, assim como a baixa ocorrência de neoplasias hepáticas
primarias em cães, o presente trabalho objetiva relatar um caso de
adenoma hepatocelular em um canino.
RELATO DO CASO:
O corpo de uma cadela da raça Shar Pei foi enviado ao laboratório de
patologia animal para realização de exame necroscópico com diagnóstico
de massa intra-abdominal. O exame necroscópico do animal revelou
massa de origem hepática, ocupando a maior parte do antímero
abdominal esquerdo, deslocando as demais vísceras. A massa apresentava
superfície irregular e áreas de aderência ao omento. O exame do fígado
revelou no lobo lateral esquerdo notável processo de neoformação, com
grande irregularidade devido múltiplas depressões e nodulações, algumas
fasciculares medindo 21 cm de comprimento por 16 cm em sua maior
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largura. Áreas nodulares mais claras foram observadas sobre a massa,
descrevendo ainda no bordo lateral do lobo neoplásico área cística
medindo 8,8 x 2,7 cm. Um segundo nódulo de coloração esbranquiçada,
mal delimitado, sobressaindo a superfície do órgão, de superfície irregular
e medindo 4,5 x 3,0 cm foi observado no lobo medial direito.
Histologicamente a amostra de fígado apresentou neoformação formada
por hepatócitos morfologicamente isomórficos, formando densos
aglomerados trabeculares e alguns pequenos ninhos, com presença de
vacúolos únicos, bem regulares no citoplasma de numerosos hepatócitos.
Observou-se ainda perda do padrão lobular do parênquima com tratos
portais raros e áreas com tecido conjuntivo bem desenvolvido
substituindo o tecido neoplásico. Com base nas alterações microscópicas
estabeleceu-se o diagnóstico de adenoma hepático.
DISCUSSÃO:
Paya (2010) em um estudo retrospectivo analisou a prevalência de
neoplasias hepáticas em cães na Colômbia em um período de 32 anos
totalizando 71 casos de neoplasias, sendo destas apenas 36,6% (26)
primarias de fígado, com um único caso de adenoma hepatocelular em um
São Bernardo, macho e idoso. MacGavin e Zachary (2013) atribuem como
um dos fatores para a baixa incidência desta neoplasia em cães a
dificuldade do diagnostico preciso devido as similaridades entre esta
neoplasia e a hiperplasia hepatocelular nodular sendo o principal
diferencial histológico entre estas enfermidades a perda da arquitetura
lobular com raros tratos portais observada no adenoma hepatocelular,
corroborando com o observado no presente caso.
Macroscopicamente os adenomas hepatocelulares são caracterizados
como massas esféricas não encapsuladas únicas ou múltiplas medindo
geralmente de 2 a 8 cm de diâmetro (Meuten, 2002), no entanto há relato
de que possa atingir até 15 cm de diâmetro (Kelly, 1993). No presente
caso identificou-se duas massas, a maior destas substituindo o lobo lateral
esquerdo medindo 21 cm de comprimento por 16 cm de largura não
havendo relatos na literatura de adenomas hepáticos em cães com tais
proporções.
CONCLUSÃO:
Com base no exame anatomopatológico estabeleceu-se o diagnostico de
um adenoma hepático de proporções atípicas constituindo este um
achado raro em cães.
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REFERÊNCIAS:
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vol.14, n.2, pp. 1756-1761. 2009.
KELLY, W.R. The liver and biliary system. In: JUBB, K.F.V.; KENNEDY,P.C.;
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McGAVIN, M. D.; ZACHARY, J. F. Bases da patologia em veterinária. 5ª ed.
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Colombia entre los años 1975 y 2007. 2010, Bogota, 68f. Monografia.
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Colombia.
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Monografia (Especialização em Clínica Médica de Pequenos Animais).
Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
VELASQUE, A. G. Colangiocarcinoma hepático em cães 2010. Porto
Alegre, 41f. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária).
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Uma cadela, 14 anos, sem raça definida, foi atendida sob queixa de
exoftalmia progressiva do bulbo ocular esquerdo. Na avaliação oftálmica,
constatou-se pressão intraocular normal, hiperemia conjuntival leve,
esclerose nuclear, ausência de edema corneal. Na ultrassonografia,
evidenciou-se massa ecogênica em região retrobulbar ventro-temporal,
sem alterações intraoculares. Optou-se então, pela exenteração.
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Macroscopicamente, a massa apresentava 3x2x1,3 cm, friável, coloração
amarelada, multilobulada. Microscopicamente, observou-se células
neoplásicas com núcleo hipercorado, oval, concêntrico e cromatina
puntiforme, nucléolo pequeno. Baixa taxa de mitose. Citoplasma
basofílico, abundante, arredondado e com bordos poucos definidos.
Pleomorfismo evidente. Notou-se também proliferação de células que se
organizam formando ductos entremeados por abundante estroma
conjuntivo. Observa-se ainda múltiplos acínos levemente distendidos e
preenchidos com material eosinofílico. Sendo o diagnóstico de adenoma
de suposta origem da glândula lacrimal.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
Headrick, J.F.; Bentley, E.; Dubielzig, R.R. Canine lobular orbital adenoma:
a report of 15 cases with distinctive features. Veterinary Ophthalmology,
v.7, p.47–51, 2004.
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Hirayama K, Kagawa Y, Tsuzuki K et al. A pleomorphic adenoma of the
lacrimal gland in a dog. Veterinary Pathology, v. 37, p. 353–356, 2000.
RESUMO:
A leptospirose é uma importante zoonose, sendo o cão uma das principais
fontes de transmissão dessa enfermidade para o homem. O objetivo desse
trabalho foi relatar alterações hematológicas e bioquímicas em cães
naturalmente infectados com Leptospira spp. Três cães foram
diagnosticados positivos através de sorologia para os sorovares
Icterohaemorrhagiae, Cynopteri e um deles com reação cruzada para
Icterohaemorrhagiae e Copenhageni. As alterações mais relevantes
encontradas foram a leucocitose por neutrofilia, anemia e
trombocitopenia, além de alterações bioquímicas hepáticas e renais. As
alterações encontradas em hemograma e bioquímica sérica não são
específicas para leptospirose, mas podem auxiliar o clínico na suspeita da
doença e no prognóstico do paciente.
INTRODUÇÃO:
Em áreas urbanas, os cães são uma importante fonte de transmissão da
leptospirose aos humanos (Batista et al., 2004). Além de atuarem como
sentinelas, os cães podem indicar contaminação ambiental por novos
sorovares de Leptospira (Ghneim et. al., 2007). O objetivo do presente
trabalho foi relatar alterações hematológicas e bioquímicas em cães soro
reagentes para Leptospira.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Três cães foram atendidos com suspeita de leptospirose durante o ano de
2014 em uma clínica veterinária particular na cidade de Curitiba, Paraná.
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Todos os cães são machos, sem raça definida, com idade entre 1 e 8 anos
e histórico de contato com roedores. No exame clínico os animais
apresentavam mucosas ictéricas, vômito, desidratação, prostração e
inapetência. Um dos animais apresentava hematoquesia e uma extensa
área de necrose na região anterior da língua. Foram coletadas amostras
de sangue e soro dos três animais para realização de hemograma e
bioquímico além da técnica de soroaglutinação microscópica (SAM) para
pesquisa de anticorpos contra Leptospira spp.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os três cães foram positivos para Leptospira na SAM, o animal 1
apresentou título de 1:200 para o sorovar Icterohaemorrhagiae, o animal
2 apresentou de 1:100 para Cynopteri; e na amostra do animal 3 ocorreu
reação cruzada com os sorovares Icterohaemorrhagiae e Copenhageni
com título de 1:400. Todos os animais apresentaram alterações
hematológicas e bioquímicas (Tabela 1), especialmente o quadro de
leucocitose com neutrofilia, indicativo de infecção aguda apresentado nos
três casos. Os animais 1 e 2 apresentaram anemia evidenciada pela
redução do número de eritrócitos e hematócrito, além disso o animal 2
apresentou trombocitopenia. Cães severamente acometidos por
leptospirose podem apresentar trombocitopenia devido à lesão vascular e
aumento no consumo de plaquetas nas hemorragias (Garcia-Navaro;
Pachaly, 1994). As alterações hematológicas comumente observadas na
leptospirose são leucocitose intensa, neutrofilia e graus variados de
anemia (Greene et al., 2006).
Em relação as alterações bioquímicas, observou-se grande aumento dos
níveis séricos da enzima fosfatase alcalina e ureia, sugerindo
comprometimento hepático e renal que é achado frequente nos casos de
leptospirose canina aguda (Freire et al., 2008; Lomar et al., 2000). Neste
estudo não foi observada alteração em creatinina em nenhum dos casos.
CONCLUSÃO:
As alterações hematológicas e bioquímicas encontradas em cães com
leptospirose não são específicas, mas são de grande importância para
auxiliar o clínico na suspeita da enfermidade, juntamente com histórico e
fatores de risco. Além disso, auxiliam na avaliação do estado do paciente,
na definição do prognóstico e na escolha do melhor tratamento.
REFERÊNCIAS:
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BATISTA, C. S. A.; AZEVEDO, S. S.; ALVES, C. J. et al. Soroprevalência de
leptospirose em cães errantes da cidade de Patos, Estado da Paraíba,
Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.41,
p.131-136, 2004.
FREIRE, I.M.A.; VARGES, R.; LILENBAUM, W. Alterações na bioquímica
hepática em cães com leptospirose aguda determinada por
amostras do sorogrupo Icterohaemorrhagiae. Ciência Rural, v.38, n.9,
p.2630-2632, 2008.
GARCIA-NAVARRO, C. E. K.; PACHALY, J. R. Manual de Hematologia
Veterinária. São Paulo: Livraria Voub, 1994. 169 p.
GREENE, C. E.; SYKES, J. E.; BROWN, C. A.; HARTMANN, K. Leptospirosis.
In: GRENNE, C. E. (Ed.) Infectious diseases the dog and cat. 3th ed. St.
Louis: Saunders Elsevier, 2006. p. 402-417.
GHNEIM, G. S.; VIERS, J. H.; CHOMEL, B. B. et al. Use of a case-control
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and demographic risk factors for canine leptospirosis. Veterinary
Research, v. 38, n. 1, p. 37-50, 2007.
LOMAR, A.V.; DIAMENT, D.; TORRES, J.R. Leptospirosis in Latin America.
Infectious Disease Clinicas of North America, v. 14, n. 1, p. 23-39, 2000.
MEYER, D.J.; HARVEY, J.W. Veterinary laboratory medicine:
interpretation & diagnosis, 2.ed. Philadelphia: Saunders, 2004.
MATERIAIS E MÉTODOS:
RESULTADOS:
O estudo da expressão relativa de Cdh1 entre o tecido tumoral (T) e o
normal (N), foi realizado para 24 casos. Os resultados foram
individualmente analisados quanto à eficiência da amplificação do gene
normalizador β-actina.
Das 24 amostras analisadas 2 (8,3%) apresentaram aumento da expressão
do Cdh1 nos tumores, quando comparado ao tecido normal.
22 (91,6%) das amostras apresentaram QR abaixo de 1, isto é, o Cdh1
esteve menos expresso no tumor do que no tecido normal.
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DISCUSSÃO E CONCLUSÕES FINAIS:
A redução da expressão gênica da E-caderina tem sido relatada como
fator importante na ocorrência de metástases em vários tipos de tumores,
tanto em cães como em humanos. Os resultados do presente estudo
evidenciaram que a redução da expressão gênica estava presente em
91,6% das amostras, corroborando para a importância desse gene no
câncer de mama.
A proteína E-caderina é responsável junção celular foram descritas como
potenciais marcadores e parecem ser as mais confiáveis indicadoras de
prognóstico nas neoplasias mamárias.
COMITÊ DE ÉTICA:
O presente projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de
Animais, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP –
Botucatu, sob protocolo nº 49/2011 – CEUA
REFERÊNCIAS:
RUTTEMAN, G.R.; WITHROW, S.J.; MACEWEN, E.G. Tumors of the
mammary gland. In: WITHROW, S.J.; MACEWEN, E.G. Small Animal Clinical
Oncology. 3.ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, p.455-477, 2001.
WITHROW, S.J.; VAIL, D.M. Tumors of the skin and subcutaneous tissues.
In: WITHROW, S.J.; MACEWEN, E.G. Small animal clinical oncology. 4.ed.
Philadelphia: Saunders Elsevier, p.512-534, 2007.
CASSALI GD. Estudo morfológico, imuno-histoquímico e citométrico de
tumores mamários da cadela – Aspectos comparativos com neoplasias da
mama humana. 2000. Tese (Doutorado em Ciência Animal) - Escola de
Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais.
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RESULTADOS:
A mediana de CK nos grupos controle, anemia leve, anemia moderada,
anemia grave e anemia muito grave foram respectivamente 96 UI/L, 172
UI/L, 146 UI/L, 198 UI/L e 215 UI/L, onde 31,7%, 33,33%, 34,78% e 45%
apresentaram valores superiores aos níveis de referência para a espécie
de 50 a 250 UI/L segundo Thrall et al. (2006). Já a CKMB a mediana em
UI/L apresentada respectivamente por cada grupo foi Gc=111,5,
G1=155,5, G2= 126,0, G3=172,0, G4= 179,0, sendo que 16,66%, 26,82%,
29,16%, 26,08% e 25% são as porcentagens de animais em cada grupo que
apresentaram resultados acima do valor de referência de 11 a 38,8 UI/L
segundo Thrall et al. (2006).
DISCUSSÃO:
A CK apresentou diferença significativa entre os grupos anêmicos e o
grupo controle demonstrando o aumento da atividade enzimática nos
quadros anêmicos, entretanto não possibilitou distinção entre os graus de
severidade da anemia. Mesmo assim, salienta-se que o grupo de anemia
muito grave apresentou valores muito superiores ao grupo controle com
um aumento de 123,96% dos níveis de CK. Fatores que podem interferir
nas atividades enzimáticas de CK e sua isoforma CKMB são presença de
hemoglobina podendo aumentar em 21% os resultados, lipemia que
aumenta em 15% a atividade de CK e presença de diversas substâncias
químicas presentes em alguns medicamentos como metotrexato
(THOMAS et al., 2005). Assim não descartamos essas influências nos
resultados apresentados como um ponto de restrição às interpretações. A
avaliação da CKMB no presente estudo não evidenciou diferenças
estatísticas nos diferentes grupos, ao contrário de Franco et al. (2009) que
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sugeriram que uma diminuição no fornecimento de oxigênio do miocárdio
é suficiente para induzir um aumento da atividade de CKMB sérica em
cães.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que apesar da significância estatística, a CK total sérica não
apresentou validade clínica uma vez que os seus valores mantiveram-se
dentro dos níveis de referência para a espécie.
REFERÊNCIAS:
ADAMS, J.E.I.; BODOR, G.S.; DÁ VILA-ROMAN, V.G.; DELMEZ, J.A.; APPLE,
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AKTAS, D. M.; AUGUSTE,D.; LEFEBVRE, H.P.; TOUTAIN, P.L.; BRAUM, J.P.
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FRANCO, L.G.; FIORAVANTI, M.C.S.; DAMASCENO, A.D.; BORGES, A.C.;
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THRALL, M.A.; BAKER, D.C.; CAMPEBELL, T.W.; DENICOLA, D.; FETTMAN,
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clínica veterinária. 1 ed., São Paulo: Roca, 2006. 582p.
CONCLUSÃO:
A severidade da anemia hemolítica imunomediada é relacionada à
velocidade de sua instalação, estado imunológico do paciente e presença
de patologias concomitantes. Os sinais clínicos estão relacionados com o
grau de anemia, assim como a características pertinentes ao tempo
decorrido para sua instalação e incluem: palidez de mucosas, febre,
letargia, intolerância ao exercício, taquicardia, icterícia e dispneia. O
diagnóstico de anemia hemolítica imunomediada é obtido através da
junção de achados laboratoriais específicos como aglutinação eritrocitária,
presença de células fantasma, esferocitose e achados inespecíficos como
anemia, leucocitose neutrofílica e trombocitopenia. A confecção e
interpretação correta dos exames laboratoriais solicitados são
imprescindíveis na orientação diagnóstica do paciente, ficando o clínico
muitas vezes sujeito à experiência do patologista clínico. Apesar da
remissão completa da sintomatologia clínicas os animais devem ser
monitorados constantemente devido ao risco de recidivas e,
principalmente devido a possibilidade real de ocorrer lesão renal causada
por dano direto da hemoglobina nos túbulos renais.
BIBLIOGRAFIAS:
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RESUMO:
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Este trabalho tem como objetivo relatar caso de anemia hemolítica
imunomediada (AHIM) secundária a piometra em cadela. Durante a
laparotomia exploratória foi constatado peritonite e ruptura uterina,
quatro dias após a intervenção cirúrgica foi observado sinais de hemólise
e a AHIM foi confirmada por teste de Coombs. Animal foi submetido a
tratamento com antibioticoterapia e corticoterapia imunossupressora e
respondeu bem.
INTRODUÇÃO:
A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é um dos distúrbios
hemolíticos mais comuns dos cães (Panek et al. 2015). É caracterizada
pela destruição de eritrócitos revestidos por imunoglobulinas,
componentes do sistema complemento, ou ambos. Portanto, ocorre
destruição direta ou fagocitose dessas células, que resulta na remoção das
mesmas da circulação sanguínea (Nassiri et al., 2005). A hemólise pode ser
intravascular e/ou extravascular. A intravascular consiste na destruição
dos eritrócitos por igM e/ou pelo sistema complemento no interior dos
vasos. Em contrapartida, a extravascular ocorre quando eritrócitos
revestidos de igG são fagocitados por macrófagos no baço (Horgan et al.,
2009).
Há duas formas da AHIM: primária e secundária. A primária (ou idiopática)
é a forma mais comum. São produzidos auto-anticorpos que combatem
antígenos de membrana dos eritrócitos. Por sua vez, a secundária pode
ser causada por infecções bacterianas, parasitárias, virais, rikettsia,
protozoários e neoplasias (Balch e Mackin, 2007). Essa forma ocorre
devido à resposta imunológica pela presença de antígenos estranhos que
associaram-se ou modificaram a membrana do eritrócito saudável, o que
induz a formação de anticorpos que combatem essas células alteradas
(Miller et al., 2004).
DESCRIÇÃO DO CASO:
Fêmea, Lhasa Apso, 6 anos, com hiporexia e êmese há dois dias. Segundo
tutores, há uma semana apresentou-se no cio. Em exame clínico, notou-se
se prostração, abdominalgia, ausência de secreção vaginal e desidratação
de 7%. Diante disso, suspeitou-se de piometra. Solicitou-se exames
complementares: ultrassonografia, hemograma e dosagem sérica de
creatinina e Alanina Amino Transferase (ALT).
As concentrações de creatinina e ALT, encontravam-se normais, bem
como o eritrograma. Contudo, o leucograma revelou severa leucopenia,
impossibilitando a contagem diferencial de leucócitos. Na ultrassonografia
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havia evidências de piometra/hemometra e efusão peritoneal por possível
ruptura uterina. Diante disso, optou-se pela laparotomia exploratória e
ovariohisterectomia (OSH).
Durante o procedimento cirúrgico observou-se hiperemia e petéquias nos
órgãos da cavidade abdominal, peritônio e omento, sugerindo peritonite,
além de líquido livre de característica purulenta oriundo de pequena
ruptura uterina. Após OSH foi realizado lavagem da cavidade abdominal
com solução fisiológica 0,9%.O animal permaneceu internado. Prescreveu-
se metronidazol, ceftriaxona, omeprazol, dipirona, tramadol e
ondansetrona.
Nos dois primeiros dias de pós operatório, observou-se melhora do
apetite e controle dos vômitos. Contudo, no terceiro dia o animal
prostrou-se e as mucosas tornaram-se ictéricas. Com isso, realizaram-se
exames que evidenciaram anemia arregenerativa normocítica
hipocrômica, trombocitopenia e leucograma apresentando neutrofilia,
eosinopenia, monocitopenia relativa e alterações no proteinograma,
fosfatase alcalina e bilirrubinas. Portanto, suspeitou-se de hemólise. Deste
modo, realizou-se teste de Coombs, em que obteve-se resultado positivo
e concluiu-se quadro de anemia hemolítica imunomediada.
À vista disso, administrou-se dexametasona IV, em dose única e manteve-
se o tratamento com ceftriaxona, metronidazol, omeprazol e dipirona.
Realizou-se terapia com prednisolona na dose de 2 mg/kg, BID e fez-se
hemogramas semanais para acompanhamento. Quatro dias após início do
uso da prednisolona, observou-se melhora clínica e da icterícia, porém
hemograma evidenciou piora da anemia e leucocitose. Optou-se por
trocar a ceftriaxona por amoxicilina com clavulanato de potássio por mais
15 dias e aumentou-se a dose da prednisolona para 4 mg/kg. Uma semana
após, o eritrograma apresentava-se normal e os leucócitos totais dentro
dos valores de referência, porém observou-se neutrofilia, eosinopenia e
monocitopenia relativa.
Manteve-se a corticoterapia com prednisolona por 30 dias. Completado
esse período repetiu-se o hemograma que constatou discreta neutrofilia e
monocitopenia relativa, enquanto todos os outros parâmetros
encontravam-se dentro da normalidade. Sendo assim, realizou-se o
desmame da corticoterapia. Por fim, o animal não apresentou nenhuma
alteração clínica.
DISCUSSÃO:
No relato, a AHIM foi secundária ao quadro de sepse devido a piometra.
Os sinais clínicos da AHIM descritos por Nassiri et al., (2005) são: anorexia,
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letargia, fraqueza, febre, icterícia, desconforto abdominal e mudança na
cor da urina, os quais foram observados no caso relatado. Os achados
laboratoriais característicos da AHIM geralmente são de anemia
regenerativa, porém há casos, como o descrito, que apresentam anemia
sem eritrorregeneração (Brandão et al., 2004). Outros achados
característicos n AHIM é leucocitose (Mcmanus e Craig, 2001),
trombocitopenia e bilirrubinemia (Horgan, et al. 2009), como relatado no
presente caso.
O diagnóstico da doença pode ser feito por meio da presença de
esferócitos, aglutinação de células vermelhas ou resultado positivo do
teste de Coombs, como no caso em questão (Balch e Mackin, 2007).
O tratamento inicial preconizado no relato foi baseado em
antibioticoterapia devido à sepse secundária a piometra. A amoxicilina
com clavulanato de potássio se mostrou eficaz em mais de 80% de cadelas
com piometra em trabalho realizado por Kalenski et al., (2012). A terapia
da AHIM descrita na literatura é imunossupressora, com prednisona,
dexametasona associado a drogas citotóxicas como azatioprina ou
ciclofosfamida (Grundy e Barton, 2001). Optou-se no caso descrito pelo
uso da prednisolona que se mostrou eficaz.
CONCLUSÃO:
A piometra é uma condição grave e rotineira na clínica e suas
complicações podem ser letais. O presente relato é um alerta para os
possíveis casos de AHIM secundária a piometra, além de ressaltar a
importância do diagnóstico precoce para instituir o tratamento eficaz.
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Crit Care (San Antonio), v. 25, n. 2, p. 273-7, Mar-Apr 2015.
RESUMO:
A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é uma doença de caráter
imunológico desencadeada por uma desordem do sistema imune, em que
esse passa a atacar as células do próprio organismo. Os sinais clínicos são
característicos e referentes à anemia. O tratamento deve ser instituído
logo que se chegue ao diagnóstico da doença e feito de forma agressiva. O
Cocker Spaniel é a raça mais predisposta à ocorrência desta enfermidade,
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porém, no presente estudo, o cão atendido foi um Labrador de três anos
de idade, cujo exame apresentou sinais condizentes com anemia
hemolítica imunomediada. O diagnóstico foi fechado com o teste de
aglutinação em salina, seguido por PCR positivo para Ehrlichiose como
causa base da doença, e por isso é fundamental que seja feito o
tratamento da causa primária juntamente com o tratamento
imunossupressor. O prognóstico foi reservado devido ao estado geral do
paciente.
INTRODUÇÃO:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIA:
RESUMO:
Anisocoria carcteriza-se pelo diâmetro assimétrico ou desigual das pupilas.
Esta condição pode ser causada por lesões das vias aferentes e eferentes
no sistema nervoso que respondem pelo controle do diâmetro pupilar.
Esta revisão descreve as vias neuroanatômicas dos reflexos pupilares e as
principais doenças neurológicas que podem originar anisocoria em cães e
gatos
INTRODUÇÃO:
DESENVOLVIMENTO:
CONCLUSÃO:
O conhecimento das vias neuroantômicas responsáveis pelo diâmetro
pupilar é fundamental para a interpretação dos sinais clínicos dos animais
com anisocoria, durante o exame neurológico, para a elaboração de
diagnóstico anatômico e de provável evolução das lesões no sistema
nervoso.
REFERENCIAS:
INTRODUÇÃO:
Artrites são afecções articulares inflamatórias separadas em diferentes
classificações, sendo infecciosas e não infecciosas, que por sua vez são
divididas em erosivas e não erosivas (Brenol et al., 2007). A artrite
reumatoide é um artropatia autoimune, não-infecciosa, caracterizada pela
destruição crônica, bilateralmente e erosiva das articulações (Brenol et al.,
2007). Os antígenos são imunoglobulinas alteradas do hospedeiro (IgG e
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IgM), conhecidas como fatores reumatoides. É uma condição incomum,
que ocorre em cerca de 2 para cada 25000 cães (Bennet, 2004), causando
lesões irreversíveis e muito dolorosas, afetando drasticamente a
qualidade de vida dos pacientes acometidos. Poucos pesquisadores
dedicam-se a este tema, o que distancia da cura desta doença (Goeldner
et al., 2011). Este trabalho tem como propósito apresentar um caso de
artrite reumatoide canina discutindo seus principais aspectos.
RELATO DE CASO:
Um cão, sem raça definida, fêmea, de 5 anos de idade, foi atendido em
um hospital veterinário com um histórico de deformidade no carpo com
evolução de 3 anos. Há um mês apresentava apatia, hiporexia,
emagrecimento progressivo, rigidez após repouso das articulações
referidas e grande dificuldade de locomoção. Alopecia em face medial de
região társica esquerda também foi relatada pelo responsável, devido a
lambedura constante deste local. No exame ortopédico foi observado
edema, efusão articular, crepitação e instabilidade em região de carpo
bilateralmente com severa deformidade valga. A radiografia da articulação
rádio-ulnar-carpiana revelou edema e espessamento de tecidos
periarticulares bilateralmente, subluxação dos ossos do carpo, áreas de
erosão subcondral de rádio, ulna e metacarpos com discreta reação
periosteal. Já na articulação társica esquerda, foi detectado edema e dor à
manipulação, sem alterações radiográficas significativas. O exame
ultrassonográfico abdominal, hemograma, exames bioquímicos (alanina
aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), creatinina e uréia) e
urinálise não revelaram alterações. Foi realizada artrocentese da
articulação cárpica direita, na qual o líquido sinovial apresentou-se turvo
com valores de proteína e neutrófilos acima do valor de referência, e
coloração eosinofílica ao fundo indicando presença de mucina. Foi
prescrito prednisolona (3 mg/kg/SID/30 dias), cloridrato de tramadol (3
mg/kg/TID/15 dias) e amitriptilina (2,14 mg/kg/BID por tempo
indeterminado). Após 30 dias de tratamento, o paciente apresentava-se
mais ativo e com redução do edema articular. Foi recomendada a redução
gradual da dose diária de prednisolona para 1,4 mg/kg. Após nove dias, o
paciente manteve-se estável e a dose da prednisolona foi mantida,
passando o intervalo de administração para 48 horas. Três meses após o
diagnóstico e início do tratamento, o paciente permaneceu estável e
ativo, com discreta progressão das alterações morfológicas da doença.
DISCUSSÃO:
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A artrite reumatoide pode acometer cães de qualquer raça, sendo mais
observada em adultos (Goeldner et al., 2011), conforme observado no
caso referido. A maioria dos cães afetados apresenta histórico de rigidez
após períodos de repouso, apatia, anorexia, febre, claudicação ou
dificuldade de locomoção (Goeldner et al., 2011). Normalmente a
destruição crônica e erosiva é bilateralmente simétrica (Renberg, 2005). O
paciente do presente relato apesentou todos os sinais clínicos descritos,
com exceção da febre. Conforme a doença progride, o exame clínico
revela crepitação, frouxidão, luxação e deformidade nas articulações
(Goeldner et al., 2011), assim como observado nas articulações de
membros torácicos do paciente, nas quais a doença se mostrou mais
avançada. As articulações do carpo deste paciente apresentavam
deformidades angulares óbvias, provocando a claudicação, sendo isso
relatado por diversos autores (Pedersen et al., 2005; Renberg, 2005). Os
sinais radiográficos concordam com a literatura (Brenol et al., 2007). Na
avaliação do líquido sinovial é esperada uma elevada contagem de
neutrófilos (Renberg, 2005), presença de precipitado de mucina, aspecto
turvo da amostra e ausência de microrganismos (Renberg, 2005), o que
indica uma sinovite inflamatória (Pedersen et al., 2005). No hemograma
podem ser detectadas alterações relacionadas ao processo inflamatório,
como leucocitose por neutrofilia (Pedersen et al., 2005), embora o
paciente não apresentasse estes achados hematológicos.
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) deve ser descartado (Renberg, 2005). O
paciente possuía apenas dois sinais que estão presentes no LES: poliartrite
e lesões cutâneas, no entanto as lesões cutâneas eram causadas por
lambedura, sugerindo dor devido ao comprometimento articular. A
urinálise da paciente não possuía alterações, descartando, a
glomerulonefrite, uma das complicações mais comuns do LES. Além disso,
a artrite por LES se apresenta não erosiva na radiografia (Colopy et al.,
2010). No paciente descrito, apesar de não ter sido possível dosar o fator
reumatoide, o diagnóstico foi baseado no histórico, sinais clínicos,
achados radiográficos, pela presença do precipitado de mucina no líquido
sinovial e pela exclusão de outras doenças que causam esse tipo alteração
articular. O tratamento da artrite reumatoide canina baseia-se na
imunossupressão. (Goeldner et al., 2005). O objetivo principal do
tratamento é a remissão dos sinais clínicos e retorno razoável da função
dos membros (Goeldner et al., 2005) objetivos alcançados no paciente
descrito. Como o uso de corticosteroides pode trazer muitos efeitos
colaterais a procura por novas drogas tem sido realizada. Dentre estas
drogas está a leflunomida, que tem se mostrado eficaz do tratamento
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desta afecção (Colopy et al., 2010). Campos et al. (2014) demonstraram
resultados satisfatórios com o emprego dessa droga. A monoterapia com
a prednisolona foi suficiente para recuperar a qualidade de vida da
paciente do presente relato, porém não foi possível avaliar seus efeitos
colaterais a longo prazo.
CONCLUSÃO:
A artrite reumatoide é uma doença incomum na medicina veterinária e de
difícil manejo, uma vez que seu tratamento, na maioria das vezes, é
baseado no uso de corticoides e estes possuem muitos efeitos colaterais.
Embora se consiga um razoável controle da dor e remissão dos sinais
clínicos com a imunossupressão, as lesões previamente instaladas
possuem caráter irreversível. O diagnóstico é feito pela dosagem do fator
reumatoide, porém o histórico, sinais clínicos e radiográficos são fortes
sinalizadores da doença.
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Cirurgia do CBCAV, p. 370-373, 2014.
RESUMO:
Avaliou-se perdas de peso na cocção, maciez, capacidade de retenção de
água e concentração de vitamina E da carne in natura de cordeiros Ile de
France alimentados com dietas contendo grãos de girassol associados à
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vitamina E, utilizando-se 32 cordeiros com peso corporal médio de 15 kg,
alojados em baias individuais e abatidos aos 32 kg de peso corporal. O
delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com
arranjo fatorial 2 x 2, sendo dois níveis para grãos de girassol (com e sem
grãos) e dois níveis de vitamina E (0 e 1000 mg/kg MS dieta). Para a
medida de força de cisalhamento e perdas de peso na cocção não houve
diferença (P>0,05) entre as dietas. Na capacidade de retenção de água,
houve diferença (P<0,05) entre os tratamentos com e sem grãos de
girassol e também entre os tratamentos com e sem vitamina E. As
interações entre os fatores vitamina E e grãos de girassol foram
significativas (P<0,05). A inclusão de vitamina E e grãos de girassol não
alterou a qualidade da carne, mas o maior teor de vitamina E foi
encontrado na carne dos animais que receberam vitamina E e grãos de
girassol.
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
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Foram utilizados 40 coelhos da raça Nova Zelândia, com idades entre
cinco e seis meses. Os animais foram divididos em quatro grupos iguais. O
grupo I (GI) recebeu apenas o compósito (HAP+FS). Os grupos II e III (GII e
GIII) receberam o compósito associado a 1% e 3% de AH,
respectivamente. Já o grupo controle (GIV) não recebeu nem o compósito
e nem o AH. Para realização do defeito ósseo experimental e implante dos
compósitos nos respectivos grupos, os animais foram anestesiados por
associação de tiletamina com zolazepam (30 mg/Kg, pela via
intramuscular) sendo a mantida a anestesia pela mistura de isoflurano
diluído em 100% de oxigênio. Para melhor analgesia trans-operatória, foi
realizado o bloqueio do plexo braquial com 1,5 mL de lidocaína a 2%. Em
seguida, uma falha óssea foi confeccionada na superfície cortical lateral do
olecrano com broca trefina de cinco mm. Então, nos grupos GI, GII e GIII, o
compósito foi implantado preenchendo todo o defeito. No grupo controle,
o defeito foi preenchido pelo coágulo. Para analgesia pós-operatória, os
animais receberam morfina (1 mg/Kg, via intramuscular) a cada oito horas
durante três dias. Imediatamente após a cirurgia, todos os animais foram
radiografados sendo que, aos sete e 30 dias pós-operatório, nos animais
de cada grupo foram realizadas radiografias nas posições mediolateral e
tangencial ao olecrano. As imagens obtidas foram analisadas no programa
ImageJ 1.47v, em que a razão dos graus de cinza entre a região do defeito
e do osso normal adjacente foi analisada. Para as análises tomográficas,
foram utilizadas quatro amostras de cada grupo, sendo duas amostras aos
sete dias e duas aos 30 dias de pós-operatório. Avaliou-se, de forma
qualitativa e macroscopicamente, características sugestivas de
crescimento ósseo, como irregularidade de borda do defeito realizado no
olecrano.
RESULTADO E DISCUSSÃO:
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Nas radiografias no pós-operatório imediato, nos três grupos tratados, foi
possível delimitar as bordas do defeito e notar uma radiopacidade
semelhante entre a região do defeito e o osso adjacente. Essa
radiopacidade pode ser explicada pela presença da HAP nos três
compósitos, já que possui elementos químicos de alto número atômico
em sua constituição, podendo ser observado na avaliação radiográfica
(Borges et al., 2000). No grupo controle, foi observada uma região de
menor radiopacidade quando comparada ao osso circunvizinho, devido ao
não tratamento do defeito ósseo. Nas radiografias referentes ao sétimo
dia pós-operatório foi observado, no grupo controle, que as bordas do
feito continuavam bem delimitadas, não sendo observada alteração na
radiopacidade (em relação a radiografia anterior) e nem presença de
reação periosteal. Nas radiografias referentes aos grupos tratados, foi
notado regiões de radiopacidade superior em relação ao osso adjacente,
também explicado pela composição da HAP sendo, portanto, considerado
normal. Nas radiografias do grupo controle referentes ao 30º dia de
análise, foi possível notar uma redução no tamanho do defeito, porém
ainda com radiopacidade inferior à do osso adjacente. Os animais
pertencentes aos grupos tratados apresentaram em suas radiografias uma
diminuição da radiopacidade na região do defeito, ainda que semelhante
ao osso adjacente em comparação às radiografias anteriores, sugerindo
proliferação de tecido conjuntivo e tecido ósseo ao redor do defeito e das
partículas de HAP o que faz com que a imagem se torne mais
radiotransparente, como descrito por Borges et al. (2000). Foi observado
também irregularidade nas bordas, sendo característica de neoformação
de tecido ósseo e osseointegração. Nas imagens tomográficas do grupo
controle foram observadas área enegrecidas não captadas pelo
tomógrafo, mas compatíveis com o defeito ósseo criado e não tratado.
Nos três grupos tratados, foi observado uma perda na regularidade da
borda do defeito, sugestivo de formação de tecido ósseo, sendo mais
evidente no GIII em comparação aos outros grupos.
CONCLUSÃO:
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A avaliação radiográfica e microtomográfica indicam que o compósito é
capaz de integrar-se ao osso, sendo que a associação a 3% de AH,
possivelmente, a mais eficiente no reparo de defeitos ósseos.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIA:
RESUMO:
Com o objetivo de avaliar a relação entre a renda familiar de tutores de
cães e gatos sobre a percepção de zoonoses, em Belém, Pará, foram
aplicados 289 questionários e formados cinco grupos em função da renda
familiar em salários mínimos (SM) - G1 (1 a 3 SM), G2 (3 a 6 SM), G3 (6 a 9
SM), G4 (9 a 12 SM) e G5 (mais de 12 SM). Houve diferença estatística
entre os grupos (P<0,05), onde o G2 e G4 foram os que mais souberam
conceituar a palavra Zoonose, com 69% (58/84) e 75% (9/12),
respectivamente. Quando os entrevistados foram questionados sobre a
ocorrência de zoonoses na família, o G5 foi o grupo que apresentou mais
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casos (21,4%), seguido do G1 (12,8%). Conclui-se que pessoas com renda
familiar acima de 12 salários mínimos precisam se conscientizar mais a
respeito da guarda responsável de animais de estimação, promovendo
vacinação e vermifugação regulares aos seus animais, a fim de evitar a
ocorrência de zoonoses.
INTRODUÇÃO:
Zoonose é qualquer doença e/ou infecção que é naturalmente
transmissível de animais vertebrados para o homem e a transmissão pode
ser dada de forma direta, através do contato físico da fonte primária de
infecção e o novo hospedeiro, e de forma indireta, através de um vetor ou
veículo. Assim, nessas circunstâncias, o ambiente apresenta um papel
fundamental (Zetun, 2009).
Muitas pessoas consideram os animais de estimação, especialmente cães
e gatos, como membros da família (Nunes et al, 2009). Portanto, o
constante contato entre os animais e os seres humanos torna a zoonose
uma constante preocupação do poder público e da sociedade. Estima-se
que cerca de 75% das doenças diagnosticadas em seres humanos, nos
últimos anos, têm sido causadas por patógenos originários de animais ou
de produtos de origem animal, por isso são um grande problema de saúde
pública (Ministério da Saúde, 2010).
A população canina e felina e suas conseqüentes zoonoses, atingem a
maioria dos municípios brasileiros, existindo estreita ligação desses
problemas com a situação sócio econômica dos proprietários desses
animais (Zetun, 2009). Assim, essa pesquisa objetivou avaliar a relação
entre a renda familiar de tutores de cães e gatos e a percepção sobre
zoonoses, em Belém, Pará.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram aplicados 289 questionários a tutores de cães e gatos, de diferentes
bairros de Belém, Pará e foram formados cinco grupos em função da
renda familiar em salários mínimos (SM), tais quais, G1, que foi formado
por tutores que têm renda familiar de um a três SM, G2, cujos integrantes
tinham renda familiar de três a seis SM, G3, que incluiu pessoas com
renda familiar de seis a nove SM, G4, que possuía indivíduos com renda de
nove a 12 SM e G5, cujos integrantes possuíam renda familiar acima de 12
SM. Dentre os entrevistados, 51,21% (148/289) constituíram o G1; 29,07%
(84/289), o G2; 10,73% (31/289) representavam o G3; 4,15% (12/289)
estavam no G4 e 4,84% (14/289) compunham o G5. As análises foram
realizadas utilizando o software IBM SPSS Statistics Data Editor, versão 19.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Houve diferença estatística entre os grupos (P<0,05), onde os grupos G2 e
G4 foram os que mais souberam conceituar a palavra zoonose, com 69%
(58/84) e 75% (9/12), respectivamente. 51,4% (76/148), 51,6% (16/31) e
57,1% (8/14) são os percentuais dos tutores dos grupos G1, G3 e G5,
respectivamente.
Foi observado nessa pesquisa que, embora muitos entrevistados
desconheçam o termo técnico, afirmaram que os seres humanos podem
adquirir enfermidades pelo contato com os animais de estimação. De
acordo com Lima et al. (2010), o conhecimento da possibilidade de
adquirir doenças leva à preocupação em evitá-las.
Quando os entrevistados foram questionados se já houve casos de
zoonoses na família, houve diferença estatística entre os grupos, sendo
que o G5 foi o que apresentou maiores ocorrências (21,4%), seguido do
grupo G1 (12,8%). As respostas dos outros grupos incluíram 6% do G2;
9,7% do G3 e 8,3% do G4.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que pessoas com renda familiar acima de 12 salários mínimos
precisam se conscientizar mais a respeito da guarda responsável de
animais de estimação, promovendo vacinação e vermifugação adequadas
e regulares aos seus animais, a fim de evitar a ocorrência de zoonoses.
REFERÊNCIAS:
LIMA, A. M. A.; ALVES, L. C.; FAUSTINO, M. A. G.; LIRA, N. M. Percepção
sobre o conhecimento e profilaxia das zoonoses e posse responsável em
paisde alunos do pré-escolar de escolas situadas na comunidade
localizada nobairro de Dois Irmãos na cidade do Recife (PE). Ciência &
Saúde Coletiva,15(Supl. 1):1457-1464, 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Situação epidemiológica das zoonoses de
interesse para a saúde pública. Boletim eletrônico Epidemiológico, Ano 10,
n. 2, 2010. Disponível em: www.saude.gov.br/svs Acesso em: 28/08/2015.
NUNES, E.R.C.; ALMEIDA, D.B.A.; GONÇALVES, M.A.; SILVA,
M.R.;MACÁRIO, V.; MEDEIROS JÚNIOR, A.G.; ROSA, M.G.S.; RODRIGUES,
A.E.N. Percepção dos idosos sobre o conhecimento e profilaxia de
zoonoses parasitárias.In: Anais da 9ª Jornada de Ensino, Pesquisa e
Extensão e 6ª Semana Nacionalde Ciência e Tecnologia; 2009, Recife.
Recife: JEPEX; 2009.
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). 10 factsonbreastfeeding.
WorldHealth Organization. 2012.
ZETUN, C.B.
Análise quali-quantitativa sobre a percepção da transmissão de
zoonoses em Vargem Grande, São Paulo (SP): a importância dos animais
de companhia, da alimentação e do ambiente. Dissertação (Mestrado em
Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
119 p., 2009.
RESUMO:
A forma multicêntrica do linfoma é a mais comumente encontrada na
espécie canina. Algumas complicações neurológicas podem anteceder o
diagnóstico clínico da neoplasia, ou acompanhar o desenvolvimento
tumoral, apresentando-se como lesões locais ou difusas e podendo
confundir o diagnóstico clínico. Foi atendida uma cadela com histórico de
apatia, inapetência e perda de peso com posterior atrofia severa de
músculos mastigatórios e ptose palpebral bilateral. Após ressonância
magnética e biópsia o diagnóstico foi de linfoma multicêntrico.
INTRODUÇÃO:
O linfoma é uma neoplasia linfoide que se origina de órgãos sólidos como
linfonodos, baço e fígado. Em cães o linfoma pode ser classificado,
segundo sua localização anatômica e critérios histológicos, em quatro
tipos, sendo a forma multicêntrica a mais comumente encontrada nesta
espécie, correspondendo a mais de 80% dos casos. O linfoma na forma
multicêntrica é caracterizado pela linfoadenopatia generalizada,
envolvimento hepático, esplênico ou de medula óssea ou uma
combinação destes (Nelson e Couto, 2006). Os sinais clínicos são
inespecíficos, tais como perda de peso, anorexia e letargia. Pode ocorrer o
desenvolvimento de lesões no sistema nervoso devido a efeitos indiretos
ou paraneoplásicos. Essas complicações neurológicas podem anteceder o
diagnóstico clínico da neoplasia, ou acompanhar o desenvolvimento
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tumoral, apresentando-se como lesões locais ou difusas, sendo as
principais manifestações fraqueza, intolerância a exercícios, hipotonia
muscular e atrofia muscular neurogênica (Bergman, 2013).
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Cadela Golden Retriever, seis anos de idade, pesando 46 kg, com histórico
de inapetência, perda de peso, e apatia. No hemograma foram
encontradas trombocitopenia e leucocitose. A suspeita foi de erlichiose,
sendo realizado o tratamento com doxiciclina e prednisona. Alguns dias
depois o animal retornou apresentando sinais neurológicos, com notável
atrofia de músculos mastigatórios (mm. masseter, temporal e pterigóides
medial e lateral) e ptose palpebral bilateral (Figura 1A). A suspeita então
foi de schwannoma, sendo instituído tratamento sintomático. Após dez
dias, o animal retornou com um grande aumento de volume de linfonodo
mandibular direito, foi realizada punção e o exame citológico foi sugestivo
de linfoma de grandes células. Através de ressonância magnética foram
observadas uma massa de 0,5 cm em nervo trigêmeo direito causando
leve compressão em tronco encefálico, e linfoadenomegalia de linfonodos
retrofaríngeos mediais e mandibulares direitos e esquerdos, medindo
cerca de 1,5 cm de espessura. Diante destes achados, o diagnóstico foi de
linfoma multicêntrico. A atrofia dos músculos mastigatórios foi compatível
com atrofia por denervação secundária a neoplasia do trigêmeo. Após
vinte dias, a cadela apresentou grande aumento em linfonodo mandibular
esquerdo (Figura 1B), do qual foi drenado conteúdo purulento. Apesar do
tratamento e aparente melhora por algumas semanas, a cadela retornou à
clínica dois meses depois do diagnóstico inicial de linfoma, apresentando
aumento de linfonodos mandibulares, anorexia e apatia e foi a óbito após
quatro dias.
DISCUSSÃO:
Geralmente cães com linfoma que apresentam comprometimento
periférico são avaliados pelos sinais clínicos secundários a uma síndrome
paraneoplásica, podendo-se citar as polineuropatias (Nelson e Couto,
2006). A cadela do presente relato apresentou atrofia de músculos
mastigatórios, assim como ptose palpebral bilateral, que ocorreram antes
do aumento aparente dos linfonodos palpáveis, confundindo e retardando
o diagnóstico de linfoma. O diagnóstico definitivo de neoplasia pode exigir
exames de imagem como a ressonância magnética (Taylor, 2010). Os
achados da biópsia associados à ressonância magnética possibilitaram o
diagnóstico de linfoma multicêntrico, sendo que a ressonância trouxe
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informações precisas do comprometimento do nervo trigêmeo e
linfonodos.
O linfoma é uma doença bastante grave que deve ser diagnosticada o
mais breve possível para que se estabeleça o tratamento adequado
objetivando a cura ou o aumento da qualidade e expectativa de vida do
animal. Infelizmente, o diagnóstico geralmente ocorre nos estágios mais
avançados da doença, o que agrava o prognóstico. O diagnóstico
diferencial é fundamental para exclusão de afecções com a mesma
apresentação clínica, possibilitando assim o tratamento precoce e
determinando de maneira mais consistente o prognóstico.
CONCLUSÃO:
O linfoma multicêntrico do presente relato causou atrofia de músculos
mastigatórios antes do aumento perceptível dos linfonodos palpáveis.
Esta apresentação da doença é incomum, devendo o clínico estar atento a
esta possibilidade.
REFERÊNCIAS:
BERGMAN, P.J. Paraneoplastics syndromes. In: WITHROW, S. J.;
CARDOSO, M. J. L., et al., Sinais clínicos do linfoma canino. Archives of
Veterinary Science, v 9, p 19- 24, 2004.
COUTO, C.G. ONCOLOGIA. IN: NELSON, R.W., COUTO, C.G. (Ed) Medicina
Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2006.
p.1059 -1117.
TAYLOR S. M. Doenças dos Nervos Periféricos e da Junção Neuromuscular.
Medicina Interna de Pequenos Animais. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p. 1094-1109.
1
Universidade Federal de Minas Gerais, 31270-901, Belo Horizonte
2
Fundação Ezequiel Dias, 30510-010, Belo Horizonte, Brasil
3
Universidade de São Paulo, 14049900 - Ribeirão Preto, Brasil
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RESUMO:
INTRODUÇÃO:
Este trabalho teve como objetivo a avaliação, por meio de estudos in vivo,
da farmacocinética e da toxicidade de implantes intraoculares
constituídos por uma matriz polimérica contendo o fármaco ácido
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rosmarínico para o tratamento de doenças oculares causadoras de
neovascularização, visando a disponibilização do fármaco no local, de
forma efetiva e segura.
MATERIAL E MÉTODOS:
Os implantes de ácido polilático-co-glicólico (PLGA) contendo 25% de RA
obtidos por moldagem a quente foram previamente desenvolvidos e
caracterizados. Nos estudos de liberação in vivo foram utilizados 24
coelhos albinos da raça Nova Zelândia. O experimento foi realizado em
conformidade com as normas da ARVO. Os protocolos foram submetidos
à aprovação pelo comitê de ética da FUNED. O olho direito de cada animal
recebeu o implante em estudo. O olho esquerdo dos animais foi utilizado
como controle.
A avaliação da toxicidade será realizada por meio de ensaios clínicos,
eletroretinográficos e histopatológico dos olhos dos animais, de acordo
com o procedimento descrito por Fialho (2006).
A avaliação clínica incluiu exames de inspeção ocular e oftalmoscopia
binocular indireta antes da cirurgia e semanalmente após a implantação
dos sistemas. A pressão intra-ocular (PIO) de ambos os olhos de cada
coelho foi mensurada. O eletrorretinigrama (ERG) foi utilizado para a
avaliação funcional da retina de coelhos. O ERG foi realizado um dia antes,
e 15 dias após os procedimentos respeitando as normas preconizadas pelo
ISCEV. Após 6 semanas da cirurgia, os animais foram sacrificados e os
olhos imediatamente enucleados e preparados para avaliação
histopatológica por microscopia de luz e eletrônica. O humor vítreo foi
retirado e utilizado para quantificação do RA liberado na cavidade vítrea
utilizando o método cromatográfico desenvolvido previamente.
RESULTADOS:
Durante o experimento, todos os animais apresentaram exames clínicos
normais, sem sinais de toxicidade. Após a análise de amostras de humor
vítreo, o RA pode ser detectado até a 5° semana do estudo, enquanto que
a maior concentração do fármaco foi observada na primeira semana (23,5
µg/mL). O AR foi detectado no humor aquoso até a segunda semana,
enquanto que a maior concentração do fármaco foi observada na primeira
semana (0,290 µg/mL). No eletrorretinograma dos animais, as ondas a e b
permaneceram inalteradas após a implantação dos sistemas, indicando
que não houve alteração na função retiniana dos animais.
CONCLUSÃO:
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Os implantes não apresentaram nenhuma toxicidade, após avaliação
clínica e eletrorretinografia, indicando que este pode ser um sistema
seguro para a aplicação ocular. Os sistemas biodegradáveis promoveram a
liberação de AR durante cerca de 2 semanas, o que sugere uma possível
aplicação no tratamento de doenças proliferativas da retina.
AGRADECIMENTOS:
CAPES, CNPq, FAPEMIG
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Inibidores da angiogênese para o tratamento da degeneração
macular relacionada à idade. Boletim Brasileiro de Avaliação de
Tecnologias em Saúde, p. 1-13, 2008.
RESUMO:
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O objetivo do presente estudo foi realizar um estudo retrospectivo dos
tumores esplênicos em cães. Foram avaliados os prontuários de 32 cães
atendidos entre 2013 e 2015, submetidos a esplenectomia. Cães idosos,
sem raça definida, foram os mais afetados. As afecções neoplásicas
representaram 59,3% dos casos, sendo o hemagiossarcoma o tumor de
maior prevalência. Os sinais clínicos mais comuns foram apatia, hiporexia
e fraqueza. Os resultados demonstraram que cães com anemia e
hemoperitôneo apresentam maior probabilidade de apresentar neoplasia
esplênica maligna.
INTRODUÇÃO:
Neoplasias esplênicas são comumente diagnosticadas em cães, podendo
ser benignas ou malignas, primárias ou metastáticas. Como o baço é
formado por uma grande variedade de células, neoplasmas esplênicos
primários podem ter diversas origens, incluindo células endoteliais,
musculares, linfoides, nervosas e fibroblásticas (Bandinelli et al., 2011).
Hemorragia por ruptura tumoral, coagulação intravascular disseminada,
arritmias e disseminação tumoral representam as principais complicações
associadas a neoplasias esplênicas malignas (Warzee, 2012). Exames
complementares como hemograma, bioquímica sérica, ultrassonografia
abdominal, radiografia torácica e avaliação histopatológica devem ser
realizados para o diagnóstico da neoplasia, pesquisa de metástases e
avaliação clínica do paciente (Neer, 1996). A esplenectomia representa o
tratamento de eleição para as neoplasias esplênicas, entretanto, terapias
adjuvantes podem ser necessárias de acordo com o comportamento
biológico do tumor (Rodaski e Piekarz 2009).
METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo retrospectivo dos prontuários médicos de cães
submetidos a esplenectomia no período de 2013 a 2015. Informações a
respeito da idade, raça, sexo e sinais clínicos manifestados pelos
pacientes, resultado do hemograma prévio a esplenectomia, diagnóstico
histopatológico dos tumores e índice de óbito pós-operatório foram
registradas.
RESULTADOS:
32 pacientes com idade entre dois e 16 anos (média de 10 anos) foram
submetidos a esplenectomia devido a presença de nódulos esplênicos,
com tamanho variando de 0,5 a 15cm, detectados em avaliação
ultrassonográfica abdominal. 53,1% dos pacientes eram machos e 46.9%
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fêmeas. Cães sem raça definida (8/32) e das raças Lhasa Apso (3/32),
Dogue Alemão (2/32), Fila Brasileiro (2/32), Cocker Spaniel (2/32), Shih
Tzu (2/32) e Golden Retriever (2/32) foram os mais acometidos. Apatia,
anorexia, fraqueza e dor abdominal foram os sinais clínicos mais
relatados. Entretanto, em alguns animais, os tumores foram
diagnosticados acidentalmente durante avaliação clínica de rotina.
Observou-se hemoperitôneo devido a ruptura tumoral em 12 dos 32 cães
com tumores esplênicos (37,5%). 34,3% dos pacientes apresentavam
anemia, 28% leucocitose por neutrofilia, 3,1% trombocitopenia e 3,1%
trombocitose. Na avaliação histopatológica foi constatado que 59,3%
(19/32) dos tumores eram de origem neoplásica e 40,7% (13/32) de
origem não neoplásica. Dentre as neoplasias, 73,7% eram malignas, sendo
o hemangiossarcoma o tumor de maior prevalência (9/19). Os demais
tumores malignos foram diagnosticados como linfoma (2/19), sarcoma
histiocítico (1/19), sarcoma indiferenciado (1/19) e carcinoma metastático
(1/19). Dentre as neoplasias benignas, foram identificados três casos de
hemangioma e dois de mielolipoma. As afecções esplênicas não
neoplásicas incluíram hiperplasia nodular (7/13), hematoma (3/13),
congestão esplênica (2/15) e hematopoese extramedular (1/13). Nenhum
dos 32 animais avaliados evoluiu a óbito no período peri-operatório.
DISCUSSÃO:
Diferentes alterações podem comprometer o baço, incluindo distúrbios de
crescimento, processos inflamatórios, anormalidades circulatórias
(hematoma, congestão, trombose e infarto) e neoplasias. Todos estes
processos, sozinhos ou combinados, podem resultar em aumento
esplênico uniforme ou nodular (Valli 2007). A esplenectomia é indicada
em casos de ruptura, torção ou neoplasia esplênica (Warzee, 2012). As
neoplasias representam as alterações esplênicas mais comuns, sendo o
hemangiossarcoma o tumor de maior prevalência, conforme observado
no presente estudo (Christensen et al., 2009). Em alguns casos, o
hemangiossarcoma pode ser indistinguível macroscopicamente do
hematoma e do hemangioma, sendo necessária avaliação histopatológica
para confirmação diagnóstica (Bandinelli et al., 2011). A hiperplasia
nodular representa a afecção não neoplásica de maior incidência em cães,
sendo um importante diagnóstico diferencial do linfoma esplênico (Valli,
2007; Christensen, et al., 2009). Tumores esplênicos podem apresentar
crescimento silencioso, fazendo com que os pacientes sejam
assintomáticos nos estágios iniciais da neoplasia. O crescimento tumoral
tende a provocar sinais clínicos inespecíficos, como apatia, hiporexia e
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distensão abdominal, conforme observado no presente estudo. O exame
físico pode revelar palidez de mucosas, dor e aumento de volume palpável
em abdômen. A ruptura tumoral é acompanhada por fraqueza, dispneia,
síncope e morte súbita (Warzee, 2012). No presente estudo foi constatada
elevada incidência de hemoperitôrio decorrente de ruptura tumoral,
sendo oito casos associados a hemangiossarcoma, dois hemangiomas e
dois hematomas. Diversos fatores podem justificar a ocorrência de anemia
em cães com neoplasia esplênica, incluindo hemorragia, anemia de
doença crônica, anemia hemolítica microangiopática e anemia por
sequestro esplênico. Um aumento significativo dos leucócitos é
comumente encontrado em cães com torção esplênica e
hemangiossarcoma (Christensen et al., 2009). Pacientes com anemia
severa devem ser submetidos a transfusão sanguínea e monitoração
hemodinâmica no período peri-operatório (Warzee, 2012).
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos permitem concluir que os distúrbios esplênicos não
neoplásicos não provocam alterações hematológicas significativas e
manifestam-se preferencialmente como lesões nodulares menores que
3cm. As afecções neoplásicas ocorrem preferencialmente em cães idosos,
apresentam diâmetro variável e induzem alterações hematológicas na
maioria dos animais. A ruptura tumoral é frequente em cães com
hemagiossarcoma esplênico.
REFERÊNCIAS:
1. BANDINELLI, M.B.; PAVARINI, S.P.; OLIVEIRA, E.C. et al. Estudo
retrospectivo de lesões em baços de cães esplenectomizados: 179 casos.
Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n.8, p. 697-701, 2011.
2. CHRISTENSEN, N.; CANFIELD, P.; MARTIN, P. et al. Cytopathological and
histopathological diagnosis of canine splenic disorders. Australian
Veterinay Journal, n. 87, v. 5, p. 175-181, 2009.
3. NEER, T.M. Clinical Approach to splenomegaly in dogs and cats.
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.
18, n. 1, p. 35-46, 1996.
4. RODASKI, S.; PIEKARZ C.H. Diagnóstico e estadiamento clínico. In: DALECK,
C.R.; DE NARDI, A.B.; RODASKI, S. Oncologia em Cães e Gatos. 11ª ed.
Roca, São Paulo, 2009.
5. VALLI, V.E.O. Hematopoietic system, p.107-324. In: MAXIE, M.G.; JUBB, P.
Pathology of Domestic Animals. 5 ed. Saunders Elsevier, Philadelphia,
2007, p. 107-324.
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6. WARZEE, C.C. Hemolymphatic system. In: KUDNIG, S. T.; SEGUIN, B.
Veterinary Surgical Oncology. Willey-Blackwell, 2012, p. 604.
INTRODUÇÃO:
As lesões musculares de origem traumática estão entre as mais
comumente tratadas pelas ciências da reabilitação. Isso faz aumentar a
importância de se descobrirem novas e eficientes terapias
antiinflamatórias e de reparação tecidual. Destacam-se nesse sentido o
emprego de substâncias naturais com finalidade terapêutica, dentre elas
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as pesquisas que exploraram os efeitos do óleorresina (OR) de copaíba
(Montes et al., 2009).
O ultrassom (US) terapêutico é uma das terapias físicas mais utilizadas na
Fisioterapia como recurso eletrotermoterapêutico para aceleração do
processo de cicatrização tecidual (Engemann, 2010).
Com esta pesquisa foi realizada a avaliação da capacidade terapêutica da
utilização do OR de C.duckei em sua formulação em gel, através da sua
administração por fonoforese no tratamento do processo inflamatório
agudo de uma lesão muscular de origem traumática.
MATERIAL E MÉTODOS:
Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa experimental. Para
esta pesquisas foram utilizados ratos da espécie Rattus norvegicus albinus
e linhagem Wistar, 40 machos adultos, sadios, com idade superior a 90
dias e peso entre 300 e 350 gramas. Os animais foram divididos
aleatoriamente em grupos compostos por cinco animais cada (n=5).
Os grupos de tratamento utilizados foram: Controle, Ultrassom, Uso
tópico e Fonoforese, duplicado de acordo com o momento de eutanásia,
48h e no 7º dia após a lesão muscular. O OR de C.duckei foi testado em
formulação em gel 10%. Sendo este proveniente da Floresta Nacional do
Tapajós (FLONA), coletado no período chuvoso. Inicialmente uma lesão
muscular foi induzida através de um mecanismo tipo queda livre com um
cilindro de 267g de massa. O tratamento iniciou 24h após a ocorrência da
lesão muscular.
Os parâmetros físicos do ultrassom utilizados, tanto na aplicação
convencional como no método de fonoforese foram: frequência de 1
MHz, com área de irradiação efetiva (ERA) de 1 cm²; modo de corrente
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pulsado (100Hz – 20%); intensidade média de 0,6 W/cm²; tempo de
aplicação de 1 mim/cm2 no dorso do membro posterior direito.
Após 6 dias de tratamento os animais sofreram eutanásia e foram
coletadas amostras do músculo gastrocnêmio, fixadas em paraformol a
4%, e em seguida enviadas ao processamento histológico para confecção
de lâminas histológicas. A análise histopatológica foi realizada de forma
cega e com a utilização de microscopia óptica de forma quantitativa. As
variáveis de interesse foram: células com núcleos centralizados; fibrose;
edema; necrose e células do infiltrado inflamatório.
Os dados relativos a estas análises foram armazenados e tabulados em
planilhas do software Excell 2007 e posteriormente receberam o
tratamento estatístico pelo software BioEstat 5.3. Para este estudo
experimental foi admitido o nível mínimo de significância de 0,05.
RESULTADOS:
Quanto à fibrose, no momento 48h após a lesão o grupo com menor área
de fibrose foi o grupo controle e no momento 7º dia foi o grupo US. Em
relação à variável edema, no momento 48h o grupo que apresentou a
menor área de edema foi à fonoforese e no momento 7º dia foi o uso
tópico. Em relação à formação de necrose, no momento 48h a menor área
de necrose foi observada no grupo fonoforese e no 7º dia foi no grupo
tópico. Quanto à intensidade do infiltrado inflamatório no momento 48h o
grupo controle apresentou os menores resultados e no momento 7º dia
foi à terapia por uso tópico. Conforme o esperado, no momento 48h
nenhum dos grupos de terapias apresentaram núcleos
centralizados/campo, já no 7º dia o grupo US apresentou o maior número
de células com núcleo centralizado/campo.
DISCUSSÃO:
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Não foram encontrados na literatura estudos que tenham testado a
atividade antiinflamatória e de cicatrização muscular do OR de C.duckei
através da técnica de fonoforese. No entanto, existem algumas pesquisas
que já puderam comprovar os efeitos terapêuticos positivos de outras
plantas medicinais através da técnica de fonoforese. Como exemplo,
podemos citar os trabalhos realizados com arnica, andiroba, calêndula,
aloe vera e até mesmo outras espécies de copaíba, como a C.reticulata e
C.langsdorff (Brito et al., 2006; Ricoldy et al., 2010; Alfredo et al., 2009;
Maia Filho et al., 2010). E trabalhos que avaliaram a aplicação por
fonoforese de fármacos como hidrocortizona, diclofenaco dietilamônio e
dimetilsulfóxido (DMSO) (Koeke et al., 2005; Silveira et al., 2010). No
entanto, através de metodologias de aplicação e análise diferentes, apesar
de semelhantes.
CONCLUSÃO:
O gel por via tópica foi o que apresentou melhores resultados, seguido
pelo tratamento por fonoforese, com exceção da variável “núcleos
centralizados”, onde os melhores resultados foram encontrados no grupo
US.
O projeto de pesquisa foi aprovado pela CEUA/UFOPA, parecer No 09007-
2013. Cadastrado/aprovado no SISBIO/ICMBio, autorização No 44266-2.
REFERÊNCIAS:
ALFREDO, P.P.; ANARUMA, C.A; PIÃO, A.C.S. et al. Effects of
phonophoresis with Arnica montana onto acute inflammatory process
in rat skeletal muscles: An experimental study. Ultrasonics 49, 466–471,
2009.
BRITO, M.V.H.; FIGUEIREDO, R.C.; TAVARES, M.L.C. et al. Efeito dos óleos
de andiroba e copaíba na miosite induzida em ratos. Revista Paraense de
Medicina. v.20 (2) abril - junho 2006.
ENGEMANN, J. Efeitos do ultra-som pulsado associado à gel DMSO sobre
a via pró-inflamatória em modelo animal de lesão muscular. 2010.
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Criciúma. TCC (Curso de Fisioterapia) - Universidade do Extremo Sul
Catarinense.
KOEKE, P.U.; PARIZOTTO, N.A.; CARRINHO, P.M. et al. Comparative study
of the efficacy of the topical application of hydrocortisone, therapeutic
ultrasound and phonophoresis on the tissue repair process in rat tendons.
Ultrasound in Med. & Biol., Vol. 31, No. 3, pp. 345–350, 2005.
MAIA FILHO, A.L.M.; VILLAVERDE, A.B.; MUNIN, E. et al. Comparative
study of the topical application of aloe vera gel, therapeutic ultrasound
and phonophoresis on the tissue repair in collagenase-induced rat
tendinitis. Ultrasound in Med. & Biol., Vol. 36, No. 10, pp. 1682e1690,
2010.
MONTES, L. V. et al. Evidências para o uso da óleo-resina de copaíba na
cicatrização de ferida – uma revisão sistemática. Revista Natureza on line
7 (2): 61- 67. [on line]. Publicado pela ESFA, 2009.
RICOLDY, D.S.; BOTURA, A.C.A.; ODA, J.Y. et al., Efeito do ultrassom
associado ao gel de calêndula sobre a atividade reparadora em lesões
musculares experimentais. Acta Scientiarum. Health Sciences. v. 32, n. 2,
p. 135-140, 2010.
SILVEIRA, P.C.L.; VICTOR,E.G.; SCHEFER,D. et al. Effects of therapeutic
pulsed ultrasound and dimethylsulfoxide (DMSO) phonophoresis on
parameters of oxidative stress in traumatized muscle. Ultrasound in Med.
& Biol., Vol. 36, No. 1, pp. 44–50, 2010.
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a susceptibilidade aos
antimicrobianos de bactérias isoladas de abscessos em cães e gatos. Os
agentes infecciosos isolados foram: Staphylococcus spp. (32%),
Staphylococcus aureus (20%), Escherichia coli (14%), Pseudomonas
aeruginosa (8%), Klebsiella pneumoniae (6%), Streptococcus spp. (14%),
Nocardia asteroides (4%) e Nocardia brasiliensis (2%). Norfloxacina,
Amoxicilina com clavulanato, Amicacina, Gentamicina e Cefalotina foram
os antimicrobianos mais eficientes contra as bactérias, já Ampicilina,
Penicilina e Tetraciclina não apresentaram eficiência. Pode-se concluir que
Staphylococcus spp. foi o agente microbiano mais prevalente em isolados
de abscessos em cães e gatos e os antimicrobianos utilizados com maior
frequência apresentaram maior resistência aos agentes microbianos.
INTRODUÇÃO:
Abscessos são inflamações purulentas limitadas por uma cápsula fibrosa,
decorrente da destruição de neutrófilos na tentativa de digestão das
bactérias ou de algum corpo estranho (Miyazawa et al., 2005). Nos cães e
gatos, ocorrem geralmente em decorrência de infecções, traumas,
mordeduras e unhadas ou por meio de injeções mal aplicadas. São
caracterizados por edema, do qual pode drenar secreção purulenta
(Medleau e Hnilica, 2009). As principais bactérias isoladas de abscessos
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em animais são Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Seu tratamento
é constituído pela drenagem do abscesso, lavando-se com solução
antisséptica, associado à administração sistêmica de antimicrobiano,
geralmente utiliza-se Ampicilina, Amoxicilina com clavulanato,
Clindamicina e Penicilina G (Foster, 2006). O objetivo do presente trabalho
foi avaliar a susceptibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas de
abscessos em cães e gatos.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram isolados 50 microrganismos provenientes de 48 amostras coletadas
de abscessos em cães (26) e gatos (22) atendidos na Clínica Médica de
Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande, campus de Patos/Paraíba. As amostras foram
processadas no Laboratório de Microbiologia da mesma instituição.
Inicialmente estas foram semeadas em ágar sangue de ovino desfibrinado
a 5%, ágar MacConkey e BHI (Brain Heart Infusion), posteriormente, foram
incubadas em aerobiose a 37ºC por 24-72 horas. Após o isolamento, as
bactérias foram identificadas microscopicamente pela Técnica de
coloração de Gram, e posteriormente através de provas bioquímicas
específicas. Em seguida, foram submetidas ao teste de disco difusão pelo
método de Kirby-Bauer, em ágar Muller Hinton, utilizando 15
antimicrobianos: Oxacilina, Tetraciclina, Ampicilina, Norfloxacina,
Kanamicina, Amoxacilina + Clavulanato, Penicilina, Cefalexina,
Enrofloxacina, Amicacina, Gentamicina, Ceftiofur, Imipinem, Neomicina e
Polimixina.
RESULTADOS:
Os agentes infecciosos isolados foram: Staphylococcus spp. (32%),
Staphylococcus aureus (20%), Escherichia coli (14%), Pseudomonas
aeruginosa (8%), Klebsiella pneumoniae (6%), Streptococcus spp. (14%),
Nocardia asteroides (4%) e Nocardia brasiliensis (2%).
Os agentes microbianos tanto gram-positivos como gram-negativos
obtiveram maior sensibilidade a Norfloxacina, Amoxicilina com
clavulanato, Amicacina, Gentamicina e Cefalotina, entretanto
apresentaram resistência a Ampicilina, Penicilina e Tetraciclina.
DISCUSSÃO:
O percentual de isolamento encontrado no presente estudo corrobora
com estudo executado por Werckenthin et al. (2001), que relata a
prevalência de Staphylococcus spp. em infecções supurativas em animais,
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a qual, vem aumentando em todo mundo, bem como sua resistência a
antimicrobianos, possivelmente devido ao uso indiscriminado de
antibióticos em animais e humanos.
Resultados semelhantes foram observados por Hoekstra e Paulton (2002),
que investigaram a resistência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus.
intermedius isolados de diversas afecções em cães, constatando que a
Cefalotina foi mais eficiente contra os isolados de abscessos. Por outro
lado, a Cloxacilina, Amoxicilina com clavulanato e Cloranfenicol foram
pouco eficazes contra as bactérias, confrontando o presente estudo, que
verificou eficiência na Amoxicilina com clavulanato frente aos agentes
microbianos, possivelmente devido a diferença no padrão de resistência
desses microrganismos.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o Staphylococcus spp. foi o agente microbiano mais
prevalente em isolados de abscessos em cães e gatos. Todos os agentes
microbianos demonstraram maior sensibilidade a Norfloxacina,
Amoxicilina com clavulanato, e Cefalotina.
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a susceptibilidade aos
antimicrobianos de bactérias isoladas de abscessos em cães e gatos. Os
agentes infecciosos isolados foram: Staphylococcus spp. (32%),
Staphylococcus aureus (20%), Escherichia coli (14%), Pseudomonas
aeruginosa (8%), Klebsiella pneumoniae (6%), Streptococcus spp. (14%),
Nocardia asteroides (4%) e Nocardia brasiliensis (2%). Norfloxacina,
Amoxicilina com clavulanato, Amicacina, Gentamicina e Cefalotina foram
os antimicrobianos mais eficientes contra as bactérias, já Ampicilina,
Penicilina e Tetraciclina não apresentaram eficiência. Pode-se concluir que
Staphylococcus spp. foi o agente microbiano mais prevalente em isolados
de abscessos em cães e gatos e os antimicrobianos utilizados com maior
frequência apresentaram maior resistência aos agentes microbianos.
INTRODUÇÃO:
Abscessos são inflamações purulentas limitadas por uma cápsula fibrosa,
decorrente da destruição de neutrófilos na tentativa de digestão das
bactérias ou de algum corpo estranho (Miyazawa et al., 2005). Nos cães e
gatos, ocorrem geralmente em decorrência de infecções, traumas,
mordeduras e unhadas ou por meio de injeções mal aplicadas. São
caracterizados por edema, do qual pode drenar secreção purulenta
(Medleau e Hnilica, 2009). As principais bactérias isoladas de abscessos
em animais são Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Seu tratamento
é constituído pela drenagem do abscesso, lavando-se com solução
antisséptica, associado à administração sistêmica de antimicrobiano,
geralmente utiliza-se Ampicilina, Amoxicilina com clavulanato,
Clindamicina e Penicilina G (Foster, 2006). O objetivo do presente trabalho
foi avaliar a susceptibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas de
abscessos em cães e gatos.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram isolados 50 microrganismos provenientes de 48 amostras coletadas
de abscessos em cães (26) e gatos (22) atendidos na Clínica Médica de
Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
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Campina Grande, campus de Patos/Paraíba. As amostras foram
processadas no Laboratório de Microbiologia da mesma instituição.
Inicialmente estas foram semeadas em ágar sangue de ovino desfibrinado
a 5%, ágar MacConkey e BHI (Brain Heart Infusion), posteriormente, foram
incubadas em aerobiose a 37ºC por 24-72 horas. Após o isolamento, as
bactérias foram identificadas microscopicamente pela Técnica de
coloração de Gram, e posteriormente através de provas bioquímicas
específicas. Em seguida, foram submetidas ao teste de disco difusão pelo
método de Kirby-Bauer, em ágar Muller Hinton, utilizando 15
antimicrobianos: Oxacilina, Tetraciclina, Ampicilina, Norfloxacina,
Kanamicina, Amoxacilina + Clavulanato, Penicilina, Cefalexina,
Enrofloxacina, Amicacina, Gentamicina, Ceftiofur, Imipinem, Neomicina e
Polimixina.
RESULTADOS:
Os agentes infecciosos isolados foram: Staphylococcus spp. (32%),
Staphylococcus aureus (20%), Escherichia coli (14%), Pseudomonas
aeruginosa (8%), Klebsiella pneumoniae (6%), Streptococcus spp. (14%),
Nocardia asteroides (4%) e Nocardia brasiliensis (2%).
Os agentes microbianos tanto gram-positivos como gram-negativos
obtiveram maior sensibilidade a Norfloxacina, Amoxicilina com
clavulanato, Amicacina, Gentamicina e Cefalotina, entretanto
apresentaram resistência a Ampicilina, Penicilina e Tetraciclina.
DISCUSSÃO:
O percentual de isolamento encontrado no presente estudo corrobora
com estudo executado por Werckenthin et al. (2001), que relata a
prevalência de Staphylococcus spp. em infecções supurativas em animais,
a qual, vem aumentando em todo mundo, bem como sua resistência a
antimicrobianos, possivelmente devido ao uso indiscriminado de
antibióticos em animais e humanos.
Resultados semelhantes foram observados por Hoekstra e Paulton (2002),
que investigaram a resistência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus.
intermedius isolados de diversas afecções em cães, constatando que a
Cefalotina foi mais eficiente contra os isolados de abscessos. Por outro
lado, a Cloxacilina, Amoxicilina com clavulanato e Cloranfenicol foram
pouco eficazes contra as bactérias, confrontando o presente estudo, que
verificou eficiência na Amoxicilina com clavulanato frente aos agentes
microbianos, possivelmente devido a diferença no padrão de resistência
desses microrganismos.
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CONCLUSÃO:
Conclui-se que o Staphylococcus spp. foi o agente microbiano mais
prevalente em isolados de abscessos em cães e gatos. Todos os agentes
microbianos demonstraram maior sensibilidade a Norfloxacina,
Amoxicilina com clavulanato, e Cefalotina.
REFERÊNCIAS:
FOSTER, A. P. Pele. In: CHANDLER, E. A.; GASKELL, C. J.; GASKELL, R. M.
Clínica e terapêutica em felinos. 3 ed. São Paulo: Roca, 2006, p. 59-102.
HOEKSTRA, K.A.; PAULTON, R.J.L. Clinical prevalence and antimicrobial
susceptibility of Staphylococcus aureus and Staph. intermedius in dogs.
Journal of Applied Microbiology. n. 93, p. 406-413, 2002.
MEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de pequenos animais: atlas
colorido e guia terapêutico. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009, p 48-49.
MIYAZAWA, C. R.; ANGÉLICO, G. T.; VASCONCELOS, M. I. C. O uso da
homeopatia no tratamento de abscesso retrofarígeo. Revista Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 2, n. 5, 2005.
WERCKENTHIN, C.; CARDOSO, M.; MARTEL, J-L; SCHWARZ, S.
Antimicrobial resistance in staphylococci from animals with particular
reference to bovine Staphylococcus aureus, porcine Staphylococcus hyicus,
and canine Staphylococcus intermedius. Veterinary Research, v. 32, p.
341-362, 2001.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
INTRODUÇÃO:
OBJETIVO:
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O presente trabalho teve como objetivo em avaliar a palatabilidade de
duas rações idênticas para gatos na sua formulação e composição
bromatológica, porém com duas formas diferentes de utilização de
palatabilizantes, uma através de aspersão em pó e outra oleosa, através
do protocolo de palatabilidade.
MATERIAL E MÉTODO:
RESULTADO E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
RESUMO:
Uma vez que o efeito imunomodulador dos ácidos graxos omega-3 é
importante em algumas situações clínicas, no presente estudo foi avaliado
o perfil hematológico de gatos domésticos que receberam as dietas
suplementadas com diferentes níveis (de 0 a 0,9%) de ácido
docosahexaenóico (DHA) e submetidos a castração. O consumo de dietas
com DHA aumentou as plaquetas após a castração.
INTRODUÇÃO:
Os ácidos graxos polinsaturados (AGP) são substâncias funcionais, dos
quais incluem os Ômegas-3, cujos principais representantes são o ácido
docosahexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentanóico (EPA). Componentes
da membrana celular, especialmente de plaquetas, eritrócitos, neutrófilos,
monócitos e hepatócitos, conferem fluidez e viscosidade específica ao
sangue, permitindo a difusão de várias substâncias importantes para o
metabolismo celular e imunológico, participando de reações
inflamatórias, distúrbios metabólicos, processos trombóticos e doenças
neoplásicas, além de estarem diretamente relacionados à resistência
imunológica (HIRAYAMA et al, 1998).
Objetivou-se avaliar o efeito da suplementação do ácido
docosahexaenoico no perfil hematológico de gatos domésticos
submetidos à castração.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram utilizados 40 gatos, divididos em cinco (5) grupos de oito (8), que
receberam cinco dietas com diferentes concentrações de ômega-6 totais e
ômega-3 totais.
Após a fase de adaptação uma amostra de sangue foi obtida,
representando o momento inicial do estudo (M0). Decorridos 60 dias
consumindo as respectivas dietas, os animais foram submetidos à cirurgia
de castração onde foram colhidas mais duas amostras de sangue, nos
seguintes momentos: pré-operatório (M1) e pós-operatório (M2).
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RESULTADOS:
De acordo com a Tabela 1 pode-se observar que os animais apresentaram
valores médios significativamente maiores de hemácias, hemoglobina e
hematócrito na fase inicial do experimento enquanto que a concentração
média de proteína plasmática total aumentou significativamente no pós-
operatório.
O número total de plaquetas foi mais elevado no grupo alimentado com
dieta contendo 1,20% de ômega-3 e no momento que precedeu a
castração. A concentração média de plaquetas aumentou
progressivamente entre os grupos a medida que a concentração de DHA
fornecida na dieta era maior, promovendo assim, um crescimento linear
do número total de plaquetas na circulação sanguínea.
A variável leucócitos não apresentou diferença estatística entre os grupos
nem entre momentos.
DISCUSSÃO:
A diminuição das concentrações de hemácias, hemoglobina e hematócrito
observadas neste estudo relacionam-se, muito provavelmente, à perda de
sangue provoca pelo procedimento cirúrgico.
No presente trabalho, o aumento do número de plaquetas no sangue
proporcional ao aumento da concentração de DHA na dieta dos animais
pode ser explicado pelas funções desse ácido graxo. Segundo Park e
colaboradores (2011), o ácido docosahexaenoico leva à produção de
precursores de mediadores inflamatórios como os tromboxanos. Os
tromboxanos são responsáveis por ativar a biossíntese de plaquetas bem
como induzir a agregação plaquetária irreversível (DUNCAN & PRASSE,
1986)
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados encontrados neste trabalho conclui-se que a
suplementação de DHA na dieta de felinos promove a síntese e agregação
plaquetária diante de um insulto tecidual, confirmando sua propriedade
imunomoduladora inflamatória e na coagulação.
REFERÊNCIAS:
DUNCAN J.R. & PRASSES K.W. Veterinary Laboratory Medicina Clinical
Pathology. 4 ed. The Lowa State Univ. Press. Ames. USA. 243p. 1986.
HIRAYAMA, K. B.; SPERIDIÃO. G. L.; NETO, U. F.; Ácidos Graxo
Poliinsaturados de cadeia longa, 1998. Acesso 20/02/2015. Disponível em
http://www.e-gastroped.com.br/sep06/acidosgraxos.htm.
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PARK, H.J.; PARK, J.S.; HAYEK, M.G.; REINHART, G.A.; CHEW, B.P. Fish and
flaxseed oils suprimes the inflammation and immunity in cats. Veterinary
Immunology and Immunopathology. 2011, 141, p.301-306.
RESUMO:
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram utilizados 40 coelhos da raça Nova Zelândia, com idades entre
cinco e seis meses. Os animais foram divididos em quatro grupos iguais. O
grupo I (GI) recebeu apenas o compósito (HAP+FS). Os grupos II e III (GII e
GIII) receberam o compósito associado a 1% e 3% de AH,
respectivamente. Já o grupo controle (GIV) não recebeu nem o compósito
e nem o AH. Para realização do defeito ósseo experimental e implante dos
compósitos nos respectivos grupos, os animais foram anestesiados por
associação de tiletamina com zolazepam (30 mg/Kg, pela via
intramuscular) sendo a mantida a anestesia pela mistura de isoflurano
diluído em 100% de oxigênio. Para melhor analgesia trans-operatória, foi
realizado o bloqueio do plexo braquial com 1,5 mL de lidocaína a 2%. Em
seguida, uma falha óssea foi confeccionada na superfície cortical lateral do
olecrano com broca trefina de cinco mm. Então, nos grupos GI, GII e GIII, o
compósito foi implantado preenchendo todo o defeito. No grupo controle,
o defeito foi preenchido pelo coágulo. Para analgesia pós-operatória, os
animais receberam morfina (1 mg/Kg, via intramuscular) a cada oito horas
durante três dias. Para avaliação histológica e histomorfométrica, os
animais sofreram eutanásia aos sete e 30 dias pós-implante. As amostras
foram fixadas em formol 10% e descalcificadas em solução de ácido
fórmico e citrato de sódio. Após o processamento, foram coradas por
hematoxilina e eosina. Os tecidos e células presentes em toda a amostra
foram caracterizados de forma descritiva, com ênfase na reação tecidual
ao biomaterial. Quando presente, infiltrado inflamatório foi caracterizado.
A proporção entre a área na lâmina histológica ocupada pelo biomaterial,
tecido conjuntivo e tecido ósseo foi mensurada por planimetria por
contagem de pontos. A quantidade de osso e de biomaterial obtidos na
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análise histomorfométrica foram avaliados por ANOVA para dois fatores,
considerando o tratamento e o momento da coleta como variáveis
independentes, seguido pelo teste de Holm-Sidak em caso de p<0,005.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No sétimo dia pós-implante, amostras referentes ao grupo controle
observou-se a formação de trabéculas ósseas novas organizadas com a
medula óssea, presença de osteoblastos nas bordas e uma intensa
densidade de osteócitos no interior do tecido, além de tecido conjuntivo
vascularizado, caracterizando um processo ativo de remodelação óssea. O
mesmo foi observado nas amostras dos grupos tratados. Aos 30 dia pós-
implante, no grupo controle ainda era possível observar atividade de
remodelação óssea com trabéculas recém-formadas, osteoblastos e alta
densidade de osteócitos. Houve uma diminuição na quantidade de tecido
conjuntivo quando comparada as amostras do sétimo dia. Nas amostras
do grupo tratado apenas com HAP+FS observou-se a presença de tecido
ósseo trabecular mais organizado, em comparação as amostras de sete
dias. Observou-se ainda presença de trabéculas mais espessas e em
menor número e poucos osteoblastos ativos. Não foram observadas
trabéculas no interior do compósito e nem interação direta entre o
compósito e tecido ósseo imaturo (a interface era preenchida por tecido
conjuntivo denso). As amostras referentes aos animais tratados com
compósito associado ao AH apresentaram tecidos ósseos trabeculares
mais maduros, espessos e organizados, embora em processo de
remodelação óssea. Também foi possível observar osteoblastos ativos nas
bordas das trabéculas recém-formadas próximas ao implante, sendo
sugestivo de osseointegração. Houve diminuição significativa da
quantidade de osso entre o sétimo e o 30º dia no GI e aumento no GIII,
sendo portanto, observado um aumento significativo na quantidade de
osso produzido com a adição de acréscimo de AH. Tais resultados indicam
que o AH oferece um grande potencial em melhorar as propriedades de
osseoformação, sendo que esse fato ocorre, provavelmente, via
sinalização para liberação de fatores de crescimento, manutenção da
homeostase da matriz extracelular e, dessa forma, um aumento na taxa
de regeneração tecidual (Park et al., 2011).
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CONCLUSÃO:
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
No presente estudo foram avaliados por exame histopatológico, 36 olhos
de animais portadores de leishmaniose visceral assintomáticos ao exame
clínico oftalmológico. Foram observados infiltrado inflamatório na
conjuntiva (3 olhos), no corpo ciliar (3 olhos) e na esclera (1 olho),
demonstrando alterações oculares sub-clínicas.
INTRODUÇÃO:
A leishmaniose visceral canina (LVC) é causada pelo parasita Leishmania
infantum (L. chagasi), capaz de acometer os humanos, canídeos e alguns
animais silvestres (Brito et al., 2004, Faria et al., 2015). A infecção
normalmente provoca uma doença sistêmica com sintomatologia variada,
envolvendo, dentre outros órgãos, os olhos e seus anexos (Peña et al.,
2000, Fulgêncio et al., 2006). No entanto, a maioria dos cães infectados
são assintomáticos (Dantas-Torres et al., 2006). O objetivo deste trabalho
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foi detectar lesões histopatológicas oculares presentes em cães infectados
naturalmente por LVC, cujo exame clínico oftálmico não apresentava
alterações.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram utilizados dezoito cães machos destinados a eutanásia em Belo
Horizonte (MG), portadores de LVC e assintomáticos à avaliação
oftalmológica, realizada por meio de ectoscopia com auxílio da lanterna,
oftalmoscópio direto e da lâmpada de fenda. Após a realização da
eutanásia, os olhos foram imediatamente retirados e imersos no fixador,
processados cortes histológicos, corados na solução de hematoxilina e
eosina e examinados em microscópio óptico.
RESULTADOS:
Em três olhos (8,3%) houve a presença de um infiltrado inflamatório
histiocitário multifocal acoalescente, caracterizando conjuntivite, sendo
que apenas um animal (5,5%) apresentou esta alteração bilateral. Outros
três olhos (8,3%) apresentaram infiltrado inflamatório linfo-histio-
plasmocitário difuso moderado em todo o corpo ciliar, típico de ciclite e,
em um olho (2,7%), observou-se infiltrado inflamatório linfo-histio-
plasmocitário multifocal acoalescente moderado na região da esclera,
caracterizando esclerite.
DISCUSSÃO:
As lesões oculares clinicamente identificáveis em cães portadores de LVC
são frequentes (Peña et al., 2000, Brito et al., 2004). Os resultados aqui
apresentados demonstram que as alterações oculares são frequentes
mesmo em cães portadores assintomáticos de LVC. O achado
histopatológico mais frequente é a presença de infiltrado inflamatório nas
diferentes estruturas oculares, o que é similar ao encontrado em cães
clinicamente com lesões oculares (Peña et al., 2008). Devido ao fato da
avaliação histopatológica ter sido realizada nos cães que não possuíam
lesões macroscópicas, as alterações encontradas neste trabalho estão em
menor frequência em relação a outros estudos em que avaliaram animais
portadores de LVC que já possuíam lesões oculares (Molleda et al.,1993,
Peña et al., 2008).
CONCLUSÃO:
O acometimento ocular tem elevada prevalência nos cães infectados pela
LCV, mesmo naqueles assintomáticos ao exame clínico oftalmológico.
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Aprovação pelo Comitê de Ética: Protocolo CEUA/UFMG nº. 266/2014
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p.32-39, 2008.
RESUMO:
Este trabalho avaliou radiograficamente a indução da osteoporose em
coelhas adultas, associando ovariectomia a administração de
glicocorticoide por 4 semanas. A densidade radiográfica dos olécranos dos
coelhos não apresentou diminuição após a ovariectomia, porém chegou a
13,4% nas duas semanas subsequentes após o fim da aplicação do
glicocorticoide. Assim, conclui-se que a ovariectomia associada à
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administração de glicocorticoide induz perda óssea em coelhas adultas,
que pode ser verificada pela densidade radiográfica.
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RELATO DE CASO:
Foi encaminhado ao setor de diagnóstico por imagem do Hospital
Veterinário um cão, sem raça definida, fêmea com 10 meses de idade.
Durante a anamnese foi relatado que há 4 meses o paciente apresenta
episódios de claudicação intermitente no membro pélvico direito. Na
realização do exame ortopédico pode-se observar acentuada atrofia
muscular unilateral da musculatura glútea e da coxa com a presença de
dor à palpação da articulação coxofemoral direita. Foram solicitados
exames radiográficos e ultrassonográficos da articulação coxofemoral. No
estudo radiográfico, foram feitas projeções mediolateral e ventrodorsal,
observando-se deformidade, remodelamento e redução da radiopacidade
da cabeça femoral direita compatíveis com necrose asséptica de cabeça
do fêmur. Ademais, a cavidade acetabular apresentava-se achatada e
irregular. O exame ultrassonográfico da articulação coxofemoral direita foi
realizado com transdutor linear de 12MHz e revelou irregularidade da
superfície articular da cabeça do fêmur, espessamento da cápsula articular
e acúmulo de efusão articular A ultrassonografia da articulação
coxofemoral esquerda não apresentou alterações.
Avaliação ultrassonográfica das articulações coxofemorais de cão com
necrose asséptica da cabeça do fêmur unilateral. A) Articulação
coxofemoral direita, nota- se contornos irregulares da superfície articular
da cabeça femoral (seta fina), espessamento de cápsula articular (seta
tracejada) e acúmulo de efusão articular (seta larga) evidenciada pela
presença de material anecóico distendendo a cápsula articular. B)
Articulação coxofemoral esquerda sem alterações. Nota-se a superfície
articular da cabeça femoral formada por linha regular hiperecóica,
convexa e borda acetabular congruente a cabeça femoral (seta fina).
Observa-se acúmulo fisiológico de líquido sinovial (seta fina) bem como
cápsula articular sem alterações (seta tracejada).
DISCUSSÃO:
A ultrassonografia intra-articular está cada vez mais difundida no
diagnóstico precoce de lesões ósseas e doença articular. Permite a
observação de irregularidades na superfície articular e do osso subcondral,
é considerada uma técnica mais sensível que a radiografia na detecção de
lesões ósseas precoces (Wakefield et al., 2000). Os achados
ultrassonográficos em uma articulação podem influenciar o tratamento e,
consequentemente, o prognóstico de pacientes com doença articular de
início recente (Wakefield et al., 2000). A cabeça femoral normal pode ser
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visibilizada ultrassonograficamente como uma interface hiperecóica
convexa regular e com sombreamento acústico (Kramer e D’anjou, 2011)
como notada na articulação esquerda do paciente avaliado. Em casos de
necrose asséptica da cabeça e colo do fêmur estas estruturas tornam-se
irregulares e líticas, com falhas nas margens ósseas. A cápsula articular
apresenta-se espessada com evidente efusão articular, alterações não
possíveis de observação à avaliação radiográfica mas rapidamente
diagnosticadas à ultrassonografia (Kramer e D’anjou, 2011). Embora a
radiografia simples ainda seja o método inicial mais utilizado para o
estudo por imagem do sistema osteoarticular, recentemente outros
métodos como a ultrassonografia são cada vez mais utilizados para o
estudo complementar desse sistema. Este método, é rapidamente
executado, de baixo custo, amplamente disponível e com grande
aplicação, não apenas no estudo das anomalias de tecidos moles, mas
também de superfícies ósseas e articulares (Domingues et al., 2001)
fornecendo informações adicionais, como no caso relatado.
CONCLUSÃO:
O exame ultrassonográfico da articulação coxofemoral de cão portador de
necrose asséptica de cabeça de fêmur permitiu a detecção de
irregularidades da superfície articular, espessamento capsular e acúmulo
de líquido sinovial, complementando as informações da avaliação
radiográfica.
REFERÊNCIAS:
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v.43, n.12, p.2762-70, 2000.
RESUMO:
O botulismo é uma doença neuroparalítica aguda grave, causada por
neurotoxinas produzidas pelo Clostridium botulinum. O objetivo deste
trabalho é relatar quatro casos de botulismo em cães na região de Cuiabá,
Mato Grosso. O principal sinal clínico apresentado pelos quatro cães foi
tetraparesia flácida, de início agudo. O diagnóstico foi firmado com a
detecção de neurotoxina botulínica pela prova biológica com inoculação
em camundongos. O tratamento instituído em todos os casos foi terapia
de suporte. O prognóstico foi favorável obtendo-se alta em média em 12
dias
INTRODUÇÃO:
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O botulismo é uma intoxicação alimentar causada por neurotoxinas
produzidas pelo Clostridium botulinum, um bacilo gram positivo e
anaeróbico (Quinn, et al., 2005).
Existem sete tipos de toxinas, sendo que a tipo C é predominante em cães
(Bruchim et al., 2006). A absorção da toxina ocorre pela mucosa intestinal
e através da corrente sanguínea atinge as junções neuromusculares, onde
inibem a liberação da acetilcolina (ACh) (Kalluri et al., 2003).
Os sinais clínicos do botulismo, que se desenvolvem de 12 a 24 horas após
a ingestão da toxina (Quinn et al., 2005) e caracteriza-se por
neuroparalisia flácida grave. O diagnóstico é baseado na clínica e/ou no
histórico, prova biológica, imunoensaio enzimático (ELISA) e
eletroquimioluminiscência (Dutra et al., 2005; Lindstrom; Korkeala, 2006;
Uriarte et al., 2010).
Este trabalho tem por objetivo relatar quatro casos de botulismo em cães
atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato
Grosso, em Cuiabá enfocando aspectos epidemiológicos, clínicos,
laboratoriais e tratamento.
RELATO DE CASOS:
No setor de Clínica Médica do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Mato Grosso (HOVET-UFMT), Cuiabá, Mato Grosso foram
atendidos quatro cães com suspeita clínica de botulismo.
Caso 1: Macho, um ano, Sem Raça Definida, com histórico de
desaparecimento por dois dias, tetraparesia e movimento de cauda
normal, vocalização, dispnéia e disfagia. Residia em zona
Caso 2: Fêmea, um ano, Sem Raça Definida, tetraparesia com
movimento de cauda normal, dispnéia e midríase há um dia. Residia em
ambiente urbano com livre acesso a rua.
Caso 3: Macho, três anos, Sem Raça Definida, tetraparesia,
movimento de cauda normal, regurgitação presente, diarreia, apatia,
anorexia, hipodipsia, e midríase. Vivia em zona urbana com livre acesso a
rua e a zona rural, além de possuir hábito de caça.
Caso 4: Fêmea, cinco anos, Sem Raça Definida, apresentando
apatia, posteriormente tetraparesia e anorexia. Residia em ambiente rural
sem restrição de espaço físico.
Todos os cães foram submetidos à realização de hemograma
completo e exames bioquímicos para avaliar função renal e hepática e
internação.
Para a confirmação do diagnóstico de botulismo foram realizados
ensaios biológicos através da inoculação de 0,5 ml de soro por via
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intraperitoneal em camundongos, conforme descrito por Dutra et al.
(2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A principal apresentação clínica observada em todos os animais foi
tetraparesia flácida de início agudo, conforme relatado por Monego et al.
(2006) e Moura et al. (2014). Três animais apresentavam movimento de
cauda normal, dois com midríase associada à diminuição nos reflexos de
nervos cranianos e dois cães com dispnéia (Nascente et al., 2005). Os
sinais de paresia ascendente de neurônio motor inferior associado a sinais
parassimpáticos, como nesses casos sugerem o diagnóstico de botulismo
(Uriarte et al., 2010).
Os parâmetros hematológicos e bioquímicos não são afetados em casos
de botulismo (Moura et al., 2014). Nestes relatos, alterações
hematológicas podem ser justificadas pelas manifestações clínicas
secundárias apresentadas, como observado em um cão diagnosticado
com pneumonia.
O soro de animais doentes pode ser injetado em camundongos saudáveis,
que geralmente ficarão doentes em 24-48 horas (Lindstrom e Korkeala,
2006), como foi seguido e observado no estudo utilizando o soro dos
animais doentes.
Todos os animais do estudo passaram por tratamento de suporte
associado a antibioticoterapia de amplo espectro(Monego et al., 2006),
sendo em dois deles utilizado enrofloxacina, no entanto o uso de
sulfadoxina associada ao trimetropim e doxiciclina também apresentaram
bons resultados.
CONCLUSÃO:
A terapia de suporte, com cuidados de enfermagem e manejo dietético
são pontos fundamentais na recuperação dos cães com botulismo.
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RESUMO:
INTRODUÇÃO:
A criação de cães de raça tem se tornado uma atividade econômica cada
vez mais rentável no Brasil, visando à produção de animais de alto valor
zootécnico adequados aos padrões inerentes a raça (Fukushima, 2008).
Inúmeras pesquisas têm sido desenvolvidas para o aprimoramento das
biotecnologias associadas à reprodução (De Pauw et al., 2003), com o
objetivo geral, de conservar e maximizar o uso de material genético de
reprodutores, bem como, otimizar o aproveitamento dos estros férteis
das fêmeas (Fukushima, 2008).
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar as características
seminais de cães da raça Golden Retriever, criados no município de
Londrina-Pr.
MATERIAL E MÉTODOS:
O presente estudo foi realizado em maio de 2014. Treze cães da raça
Golden Retriever, em idade adulta, hígidos, com bom estado corporal,
foram submetidos ao exame andrológico, seguindo os padrões
recomendados pelo Cbra (2013).
Para obtenção dos ejaculados, foi utilizado o método descrito por Linde-
Forsberg (1991), por meio de manipulação digital, sem a presença de
fêmea em estro, com o animal em estação.
Após a finalização do exame andrológico, os cães foram classificados em
aptos ou satisfatórios, inaptos ou insatisfatórios temporariamente.
Foi realizada a análise descritiva de todas as características estudadas.
RESULTADOS:
Dos cães avaliados e classificados, 84,61% (n = 11) foram considerados
aptos e 15,36% (n = 02) considerados inaptos temporariamente à
reprodução.
A idade e o peso médio observado nos cães aptos a reprodução foi de
33,82 ± 20,91 meses; 36,46 ± 6,65 Kg, respectivamente. O valor médio
observado para diâmetro testicular foi de 16,45 ± 0,57 cm. A média
observada para vigor e motilidade espermática foi de 4,0 ± 0,77; e 82,73 ±
6,47 %, respectivamente. Quanto às características morfológicas, foi
observada média de 7,90 ± 3,48; 2,73 ± 2,80; 10,64 ± 4,53 %, para os
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defeitos maiores, defeitos menores e defeitos espermáticos totais,
respectivamente.
Para os dois cães classificados como inaptos temporariamente à
reprodução, foi sugerido uma posterior recoleta. O valor observado para a
idade e peso médio foi de 38,0 ± 2,83 meses; 35,70 ± 3,82 Kg,
respectivamente. O valor médio observado para diâmetro testicular foi de
17,0 ± 1,41 cm. A média observada para vigor e motilidade espermática
foi de 2,5 ± 0,71; 47,50 ± 24,75 %, respectivamente. Quanto às
características morfológicas, foi observada média de 18,0 ± 5,66; 8,50 ±
4,95; 26,50 ± 0,71 %, para os defeitos maiores, defeitos menores e
defeitos espermáticos totais, respectivamente.
DISCUSSÃO:
Apesar dos resultados obtidos, não foi possível realizar comparações com
outros autores, haja vista, a escassez de trabalhos sobre a raça. No caso
da raça Golden Retriever, foi encontrado um único trabalho, porém, a
respeito de avaliação andrológica de cães com distrofia muscular (Luppi,
2006).
Portanto, os processos reprodutivos dos cães ainda carecem de estudos, e
as informações existentes, vêm sendo aplicadas como conhecimento
básico. Segundo Luppi (2006), o manejo reprodutivo é um quesito
fundamental para qualquer criação e merece atenção redobrada quando
se trata de modelos experimentais.
No caso dos cães que foram considerados inaptos temporariamente à
reprodução, talvez o estresse sofrido pela mudança de ambiente e/ ou o
não condicionamento da coleta de sêmen, tenha influenciado nos
resultados.
Para Maia (2002), fatores relacionados ao próprio animal, como raça,
idade, peso corporal e as características testiculares, assim como,
variações climáticas e a nutrição podem influenciar as características
reprodutivas.
CONCLUSÃO:
O exame andrológico apresentou grande contribuição para a
padronização dos parâmetros seminais e para a seleção de reprodutores
da raça Golden Retriever, aptos à reprodução.
REFERÊNCIAS:
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RESUMO:
Neoplasias neuroepiteliais primárias não embrionárias são as que se
originam de astrócitos, oligodendrócitos, de epêndima ou de plexo
coroide. Os meios ante-mortem para identificação dessas neoplasias são
limitados em medicina veterinária, portanto a análise macroscópica e
principalmente histológica são importantes para conclusão diagnóstica.
Desse modo, esse estudo visa apresentar uma breve revisão a respeito da
caracterização morfológica dos principais tumores neuroepiteliais não
embrionários em caninos.
INTRODUÇÃO
Neoplasias intracranianas representam cerca de 3% de todas as neoplasias
observadas em cães (Snyder et al., 2006). Os astrocitomas,
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oligodendrogliomas, ependimomas e tumores de plexo coroide consistem
nos principais neoplasmas neuroepiteliais primários relatados na espécie
canina, sendo os mais frequentes depois dos meningiomas
(Jesus, 2011).
A prevalência das neoplasias cerebrais em cães é maior em adultos a
idosos, com média de aparecimento aos 9 anos de idade
(Snyder et al., 2006). Em relação à predisposição racial, podem ocorrer
em qualquer raça, porém os oligodendriomas e astrocitomas são mais
observados em braquiocefálicos (Koester e Higgins, 2002).
A tomografia computadorizada e ressonância magnética constituem
ferramentas importantes no diagnóstico ante-mortem de neoplasias
intracranianas, porém, seu uso é limitado em medicina veterinária, sendo
o exame morfológico importante para conclusão diagnóstica
(Jesus, 2011). Desse modo, apresentamos uma breve revisão a respeito da
caracterização macroscópica e histopatológica das principais neoplasias
intracranianas neuroepiteliais não embrionárias em cães.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
Segundo a classificação baseada no The WHO International “Histological
Classification of tumors of the Nervous System of Domestic Animals”
(Koester et al. 1999), os tumores astrocíticos se subdividem em: (1)
astrocitoma difuso (baixo grau), (2) astrocitoma anaplásico (médio grau) e
(3) glioblastoma multiforme (alto grau). Pelo mesmo sistema de
classificação, os oligodendrogliomas e ependimomas classificam-se em
simples e anaplásicos, ao passo que, os tumores de plexo coroide
apresentam-se como papiloma ou carcinoma.
De maneira geral, os tumores astrocíticos são encontrados mais
comumente nos lobos piriformes e diencéfalo em cães (Jesus, 2011). Os
astrocitomas difusos, geralmente, são bem delimitados, assemelham-se
ao tecido normal, tem coloração cinza-esbranquiçada e consistência firme
(Zachary, 2013). Os astrocitomas anaplásicos e os gliobastomas fusiformes
tendem a ser avermelhados, frequentemente contém áreas de necrose
com hemorragia e edema, cavitação e consistência macia (Koester e
Higgins, 2002).
Microscopicamente, astrocitomas difusos apresentam população celular
frouxamente disposta, que conforme a classificação em Koester et al.
(1999) subdividem-se em três tipos: (1) Fibrilar, composta por células
alongadas com núcleos atípicos e hipercromáticos; (2) Gemitoscítica,
formada por células globoides grandes e irregulares com núcleo
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excêntrico e abundante citoplasma eosinofílico; (3) Pilocítica, composta
por astrócitos neoplásicos com discretos processos filamentosos.
O astrocitoma anaplásico e glioma multiforme são caracterizados pelo
elevado pleomorfismo celular, que incluem células gigantes e
hipercromáticas, além de marcada atipia nuclear e mitoses frequentes
(Zachary, 2013). O glioma multiforme diferencia-se pela necrose com
aspecto de pseudopaliçada, ou seja, áreas multifocais de necrose e
hemorragia rodeadas por pequenas células tumorais fusiformes. A
proliferação microvascular rodeando as áreas necróticas é outra marca
histológica desse subtipo (Koester e Higgins, 2002).
Oligodendrogliomas são observados na substância branca do sistema
nervoso central (Jesus, 2011). Geralmente, possuem margens pouco
definidas, com área central necrótica cística, avermelhada, macia a
gelatinosa, associado com hemorragia (Snyder et al., 2006). A similaridade
ao tecido normal circunjacente é uma característica de melhor
prognóstico (Koester e Higgins, 2002). Microscopicamente, são
compostos por células densamente arranjadas em fileiras ou semicírculos,
as quais contêm núcleo central e hipercrômico com raras mistoses e
citoplasma pálido, formando um halo perinuclear
(Jesus, 2011). Degeneração mucoide, edema e cavitação podem ocorrer
(Zachary, 2013).
Ependimomas e tumores de plexo coroide localizam-se no sistema
ventricular, sobretudo, nos ventrículos laterais e quarto ventrículo (Snyder
et al., 2006). Ependimomas apresentam, em sua maioria, superfície de
corte lisa, coloração cinza-esbranquiçada, tamanho maior que 2 cm, e são
bem delimitados (Jesus, 2011). Tumores de plexo coroide apresentam
forma granular ou em couve-flor, coloração acinzentada a avermelhada,
boa delimitação e tamanhos variados (Zachary, 2013).
No exame histopatológico, ependimomas possuem alta celularidade e
vascularização. As células apresentam núcleo redondo a oval
hipercrômico, citoplasma escasso e são organizadas em camadas ou
faixas, por vezes com formação pseudorosetas ao redor de vasos (Koester
e Higgins, 2002). Hemorragias, degenerações mucinosa e cística e
proliferação capilar podem ocorrer, sendo a taxa de mitose variável
(Zachary, 2013).
Tumores de plexo coroide caracterizam-se pela presença de estroma
conjuntivo vascular arboriforme, envolvido por camada celular epitelial
cuboide colunar, altamente vascularizado (Zachary, 2013). As células
epiteliais assemelham-se às normais do plexo coroide e não há figuras de
mitose. Na forma de carcinoma, as células são maiores e monomórficas,
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podendo se observar mitoses, proliferação vascular e metástases no
espaço subaracnóide (Koester e Higgins, 2002).
CONCLUSÃO :
A realização do estudo morfológico das neoplasias intracranianas em
medicina veterinária ocorre, geralmente, como exame post-mortem no
animal. Entretanto, essa prática ainda se constitui como uma ferramenta
importante de diagnóstico, uma vez que fornece informações que
contribuem para uma melhor abordagem in vivo de cães portadores,
podendo ser utilizadas como referência para futura avaliação médica e
terapêutica.
REFERENCIAS
JESUS, S. O. T. S .Estudo de gliomas cerebrais no cão, padrões
imagiológicos, mutações de p53, expressão dos receptores do factor de
crescimento epidérmico (egfr), e marcadores imunohistoquímicos. 2011.
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Departamento da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade
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33. CARCINOMA CERUMINOSO NA ESPÉCIE CANINA
RESUMO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
DISCUSSÃO:
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Apesar dos principais tumores malignos do canal auditivo de cães
corresponderem ao CGC e ao carcinoma de células escamosas, podem
ocorrer inúmeros outros processos neoplásicos como mastocitoma,
melanoma, fibrossarcoma, condrossarcoma, carcinoma de células basais e
carcinoma sebáceo (Fan e De Lorimier, 2004; Gotthelf, 2007). No trabalho
em evidência tornou-se essencial a distinção com as outras entidades.
Embora o CGC apresente uma tendência a ser infiltrativo (Harvey et al.,
2004), no presente caso comportou-se de forma oclusiva, devido à
elevada progressão e diagnóstico tardio. Como o exame citológico
conferiu apenas uma suspeição, justificou-se a biópsia excisional e
histopatologia para obter um diagnóstico conclusivo. De um modo geral,
recomenda-se a excisão cirúrgica radical, com ablação total do canal
auricular e osteotomia lateral da bula timpânica, devido às propriedades
de invasão dos tecidos locais que o CGC conduz (Fan e de Lorimier, 2004).
No relato em questão, a não evidência de metástases, fundamentou a
adoção de uma terapia conservadora. A recorrência local do tumor,
quando se adota um tratamento mais discreto, pode chegar a 75% (Fan e
De Lorimier, 2004). Por este motivo, o acompanhamento da cadela em
discussão foi fundamental para se identificar precocemente uma possível
recidiva e admissão de terapia mais drástica se necessária.
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
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Chegou ao consultório um canino, fêmea, aproximadamente 3 anos, 10
kg, SRD, pelagem branca com algumas manchas marrons e recém resgato
da rua. Apresentava vários papilomas com tamanho variando entre 0,5 a 1
cm, coloração rosácea, sem ulcerações, localizados na rima labial, gengiva
e língua. No tratamento inicial, usou-se Thuya 12 CH (VO) e a a
suplementação de complexo de vitaminas e aminoácidos. Foram
solicitados hemograma e histopatológico das verrugas. Resultado do
hemograma apresentou leucocitose, posteriormente a pesquisa de
hemoparasita da ponta da orelha positiva para babesiose. Tratando-se
com doxiclina (50 mg/BID/VO/21 dias), havendo recuperação DESTE
quadro clinico do canino.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
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Deve-se considerar a individualidade do paciente na escolha do
tratamento, ressaltando a importância da realização do diagnostico
diferencial e de acompanhá-lo com exames complementares devido aos
efeitos colaterais que este pode vir a apresentar devido ao tratamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RESUMO:
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As cardiomiopatias são classificadas em quatro subtipos: cardiomiopatia
dilatada (CMD), cardiomiopatia hipertrófica (CMH), cardiomiopatia
restritiva (CMR) e cardiomiopatia arritmogênica ventricular direita (CAVD).
No entanto, em alguns casos, não são evidenciadas o conjunto de
características que permita enquadrá-los nessa classificação. Nesse
sentido, o paciente recebe o diagnóstico de cardiomiopatia não-
classificada. No presente relato de caso serão descritos os sinais clínicos,
bem como as alterações no exame físico e exames complementares que
permitiram diagnosticar a cardiomiopatia não-classificada em um gato
doméstico.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
O diagnóstico das cardiomiopatias em geral pode ser realizado pelos
achados clínicos, valendo-se, principalmente, da auscultação cardíaca e
respiratória e dos sinais comuns de insuficiência cardíaca, quando houver.
Ademais, são primordiais os exames complementares, incluindo a
ecocardiografia, a eletrocardiografia e a radiografia torácica. Valendo-se
disso, o presente relato de caso tem como objetivo descrever os sinais
clínicos desta cardiomiopatia e auxiliar no diagnóstico desta afecção em
gatos.
Para tal, foi selecionado um gato, sem raça definida, de 2,8kg, 5 anos de
idade, que apresentou ao exame físico arritmia irregularmente irregular,
dispnéia, prostração e pressão arterial sistólica (PAS) de 80 mmHg. O
paciente obtinha histórico de prostração, inapetência e emagrecimento
progressivo com 15 dias de evolução mais evidente. O diagnóstico foi
estabelecido a partir dos sinais clínicos, exame físico, eletrocardiográfico
(ECG) e, principalmente, ecocardiográfico (ECO). Procedeu-se a análise da
ficha clínica, com observação da história pregressa.
DISCUSSÃO:
O ECG evidenciou ausência de onda P durante todo traçado, com
frequência elevada e ritmo irregular, compatível com fibrilação atrial.
Ademais, havia aumento da duração de complexo QRS (0,047s), sugerindo
sobrecarga em ventrículo esquerdo, e aumento de onda T, caracterizando
distúrbio inespecífico de repolarização ventricular. A fibrilação atrial pode
decorrer de quaisquer cardiopatias que danifiquem o sistema de
condução elétrica do coração (RETTORE, 2002). Gatos com cardiomiopatia
não classificada apresentam alterações eletrocardiográficas inespecíficas,
sobretudo em relação à sobrecarga atrioventricular (FERASIN et al., 2003).
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O ECO indicou alterações que confirmaram o diagnóstico da
cardiomiopatia não classificada. As dimensões do ventrículo esquerdo
foram obtidas no estudo em modo M, em eixo curto, obtido pela janela
paraesternal direita. Havia discreta dilatação da cavidade ventricular
esquerda, tanto em sístole quanto em diástole (9,3 mm e 15,4 mm,
respectivamente), sem hipertrofia de septo e de parede ventricular,
mantendo a normalidade das frações de ejeção (74%) e encurtamento
(39%). O tamanho do átrio esquerdo foi expresso pela relação entre as
dimensões da cavidade atrial e da raiz aórtica, sendo demonstrado
aumento importante de átrio esquerdo (AE/Ao = 1,7). A avaliação do fluxo
de sangue nas valvas atrioventriculares e semilunares foi determinada
pelo estudo de Doppler espectral e colorido. As velocidades e gradientes
de pressão dos fluxos transvalvares estavam dentro da normalidade e não
havia sinais de refluxo sanguíneo.
A despeito das anormalidades ecocardiográficas evidenciadas, os
resultados não permitiram enquadrar a doença cardíaca apresentada pelo
animal em nenhuma classificação de cardiomiopatia. Apesar de ter sido
constatado discreto aumento de câmara ventricular esquerda, a função
miocárdica sistólica aparentemente encontrava-se preservada, a julgar
pela fração de encurtamento não diminuída, como em animais com CMD
(FUENTES, 1992). Além disso, não havia hipertrofia concêntrica de
ventrículo esquerdo nem de septo ventricular como em animais com CMH
(RETTORE, 2002). A dilatação atrial presente no animal em questão pode
ser secundária à disfunção diastólica, mas a comprovação só seria possível
empregando-se estudo ecocardiográfico com Doppler tecidual (FERASIN et
al., 2003).
Para o tratamento da fibrilação atrial, institui-se a administração de
digoxina a 0,007 mg/kg, em dias alternados, por via oral. Decorridas 24h
da primeira administração, a PAS do animal já havia se normalizado (120
mmHg) e a frequência cardíaca havia reduzido.
CONCLUSÃO:
Por meio dos resultados obtidos pelo exame ecocardiográfico, pode-se
diagnosticar a cardiomiopatia não classificada nesse paciente. As
alterações miocárdicas acabam por gerar uma alteração no sistema de
condução elétrico no coração, causando fibrilação atrial, a qual prejudica
o débito cardíaco que, por sua vez, pode explicar a hipotensão
apresentada pelo paciente. Com a terapia, conseguiu-se amenizar os
efeitos da fibrilação atrial e, destarte, normalizou-se a pressão arterial
sistólica do paciente.
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REFERÊNCIAS:
RETTORE, A. C. D. G., Cardiomiopatias felinas. Curso de pós-graduação
“latu sensu”, p.74. Belo Horizonte, 2002.
FERASIN, L. et al. Feline idiopathic cardiomyopathy: a retrospective study
of 106 cats (1994–2001). Journal of Feline Medicine & Surgery, v. 5, n. 3,
p. 151-159, 2003.
FUENTES V.L. Feline heart disease: an update. Journal of Small Animal
Practice 33, 130–137,1992.
RESUMO:
Feo-hifomicose é um termo usado para descrever um grupo heterogêneo
de doenças fúngicas, de caráter oportunista, causado por fungos
filamentosos da família Dematiaceae. Os fungos causadores são saprófitas
do solo e matéria orgânica em decomposição, de distribuição cosmopolita
e mais comum em climas quentes e úmidos (UCHÔA et al., 2012;
POUTAHIDIS et al., 2009). A etiologia é composta por grande variedade de
fungos, dentre os quais o Cladosporium cladosporioides (FERREIRO et al.,
2007; JAND e GUPTA, 1989). Relata-se um caso de cão mestiço adulto que
foi apresentado à consulta por apresentar convulsões associadas a
nódulos cutâneos. À despeito da intervenção terapêutica adotada, o
paciente veio à obito. O diagnóstico definitivo realizado através da técnica
de PCR (Polimerase Chain Reaction) identificou o agente Cladosporium
cladosporioides. Enfatiza-se a necessidade de investigação sistemática dos
pacientes que apresentam nódulos cutâneos, com vistas ao rápido
diagnóstico e instituição de terapêutica adequada.
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DESCRIÇÃO DO RELATO:
Um cão mestiço, com seis anos de idade, foi levado para atendimento
clinico, apresentando quadro de convulsões associadas a duas lesões
dermatológicas de aspecto nodular, com aproximadamente dois
centímetros de diâmetro, não ulceradas, em região torácica lateral
esquerda e face caudal da coxa direita. Ao exame físico, o paciente estava
alerta, em bom estado nutricional, clinicamente hidratado e os sinais
vitais dentro de parâmetros normais. Foram realizados exames
complementares como hemograma, dosagens bioquímicas de uréia e
creatinina, atividades enzimáticas de alanina aminotransferase e fosfatase
alcalina, radiografia do tórax para investigação de metástase pulmonar,
citologia aspirativa (CAAF) dos nódulos e sorologias para erliquiose,
toxoplasmose e cinomose. O hemograma inicial evidenciou anemia
normocítica normocrômica moderada, leve leucopenia devido à
neutropenia e trombocitopenia. Os hemogramas subsequentes
continuaram apresentando anemia arregenerativa, mas os valores de
leucócitos e plaquetas retornaram ao normal. Também observou-se
moderado aumento de ALT, enquanto os valores de uréia, creatinina e
fosfatase alcalina foram compatíveis com os valores de referência. Dentre
as sorologias observou-se resultado positivo apenas para toxoplasmose. A
citologia (CAAF) dos nódulos apresentou resultado compatível com
inflamação granulomatosa associada com hifas fúngicas. Após
apresentação inicial do paciente, optou-se por iniciar o tratamento com
doxiciclina na dose de 10 mg/kg a cada 24 horas durante 21 dias, para fins
de combate à infecção por hematozoário, associada ao fenobarbital (3
mg/kg) a cada 12 horas. Em função da anemia, o paciente foi submetido à
transfusão de sangue compatível. Adicionalmente, após 7 dias foi
realizada exérese dos nódulos cutâneos. Após 20 dias de tratamento
houve a interrupção do quadro convulsivo, mas piora do estado geral do
paciente, o qual passou a apresentar tetraparesia, embora mantivesse
apetite, sede, micção e defecação normais. Iniciou-se administração oral
de Itraconazol na dose de 10 mg/kg/SID e substituiu-se o antibiótico inicial
para associação de trimetoprim/sulfametoxazol (30 mg/kg) a cada 12
horas, reduzindo-se a dose do fenobarbital (2 mg/kg). À despeito do
tratamento, o paciente apresentou agravamento do quadro, com
aparecimento de novos nódulos cutâneos e dispnéia, vindo à óbito em
domicílio do proprietário no intervalo de 60 dias. Optou-se por necropsia
e análise histopatológica das lesões, bem como a realização da técnica de
PCR para identificação do patógeno. Durante a necropsia foram
observados múltiplos nódulos subcutâneos de diferentes tamanhos,
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dispersos por todo o corpo. Coloração prata metanamina de Grocott
dessas áreas evidenciou múltiplos agregados de estruturas compatíveis
com hifas e leveduras, livres e no interior de macrófagos. A técnica de PCR
obteve como resultado a presença de Cladosporium cladosporioides.
DISCUSSÃO:
A feo-hifomicose sistêmica é descrita como rara em carnívoros e
geralmente tem evolução lenta (UCHÔA, 2012). Entretanto, nesse
paciente a evolução foi nitidamente rápida, abrangendo um período total
de 90 dias entre o aparecimento dos primeiros nódulos subcutâneos e o
óbito do paciente. A infecção é mais frequente em indivíduos com
doenças simultâneas e imunossupressão (MARIN et al., 2006; GIRI et al.,
2011) e, no caso apresentado, o resultado positivo para toxoplasmose
associado ao diagnóstico de feo-hifomicose sugeriu um quadro de
imunossupressão. De acordo com a anamnese do paciente, a origem pode
ter sido a utilização oral anterior de corticosteróides, com o objetivo de
combater uma dermatite alérgica. Poutahidis et al. (2009) descreveram
caso de encefalite e nefrite por Cladosporium cladosporioides em cão
Pastor Alemão, mas não foram encontrados nódulos fúngicos no sistema
nervoso central desse cão. Sendo assim, o diagnóstico de toxoplasmose
poderia justificar a ocorrência de convulsões. De acordo com Herráez et
al. (2001), repetidas lesões cutâneas anteriores à micose podem ser a
porta de entrada do agente, o que vêm de encontro ao histórico de
dermatite crônica do paciente. Nas apresentações cutâneas da doença o
tratamento de eleição é a remoção cirúrgica, mas a administração do
antifúngico Itraconazol também demostrou resultados positivos (JAND e
GUPTA, 1989). A exérese dos nódulos associada ao tratamento com
Itraconazol não resultaram na cura ou melhora clínica do paciente em
questão.
CONCLUSÃO:
Relatou-se caso de micose subcutânea incomum em animais e seres
humanos, com o objetivo de enfatizar-se a necessidade de investigação
sistemática dos pacientes que apresentam nódulos cutâneos, com vistas
ao rápido diagnóstico e instituição de terapêutica adequada.
REFERÊNCIAS:
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FERREIRO, L. et al. Feo-hifomicoses: infecções micóticas emergentes. Acta
Scientiae Veterinariae, v. 35, n. 2, p. 239-241, 2007.
GIRI, D. K.; SIMS, W.P.; SURA, R. et al. Cerebral and renal
phaeohyphomycosis in a dog infected with bipolaris species. Veterinary
Pathology, v. 48, n. 3, p. 754-757, 2011.
RESUMO:
A Insuficiência renal crônica é uma patologia que pode levar a disfunção
renal. Os animais em crise são abordados com fluidoterapia intravenosa,
com isso, acesso venoso com cateteres é indicado. Esse relato descreve a
colocação de um cateter totalmente implantável em um cão insuficiente
renal crônico com a função de auxilia-lo em sua rotina. A colocação do
cateter demonstrou-se simples e rápida e não foram observadas
complicações significativas relacionadas à sua manutenção.
INTRODUÇÃO:
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A insuficiência renal crônica pode levar a incapacidade de concentrar
urina (Adams, 2003). Pacientes em crise precisam de correções hídricas e
eletrolíticas com fluidoterapia intravenosa (Meneses et al., 2002). Em
Medicina Veterinária, o acesso vascular é importante e pode ser
contemplado por via periférica ou central (Beal e Hughe, 2000).
O cateter venoso central totalmente implantável em cães é incipiente,
pode ser introduzido pelo acesso jugular, ou ainda pela veia omobraquial
(Radlinsky e Koenig, 2008) podendo ter o auxilio da fluoroscopia,
eletrocardiografia ou ser guiado por ultrassom para o seu correto
posicionamento, o qual pode ser avaliado por exame radiográfico ou
ultrassonográfico (Claude et al., 2010).
MATERIAL E MÉTODOS
Um cão macho, sem raça definida, com 15 anos e 10 kg, portador de
insuficiência renal crônica foi trazido ao hospital veterinário para
implantação de um cateter venoso central de modelo totalmente
implantável (CVC-TI). A implantação teve por finalidade auxiliar no suporte
do animal em momentos de crise, avaliações laboratoriais rotineiras e
administrações medicamentosas. Após avaliação clínica completa e
laboratorial, o animal recebeu medicação pré-anestésica com zolazepan e
tiletamina (3mg/kg; intramuscular), ambas associadas à meperidina
(5mg/kg; intramuscular), recebendo ainda ampicilina sódica (20mg/kg;
intravenoso) para profilaxia antimicrobiana. A Indução foi realizada com
Propofol (5mg/kg; intravenoso) e a manutenção Isoflurano, vaporizado
em oxigênio a 100%. O animal foi posicionado em decúbito lateral
esquerdo e a região cervical ventrolateral direita foi assepticamente
preparada. A inserção do cateter foi realizada por via percutânea, sendo o
comprimento adequado, medido prévia e externamente da região a ser
puncionada até a escápula. A veia jugular foi puncionada e o orifício
dilatado, introduzindo-se o cateter dentro do dilatador, o qual foi
posteriormente removido. Sobre o terço médio dorsal na face
ventrolateral do pescoço foi realizada uma incisão de pele e o plano
subcutâneo foi dissecado para acomodar o port. Entre o trajeto da punção
e o local de implantação do port, confeccionou-se um túnel subcutâneo
para passagem do cateter, sendo o mesmo fixado com fio náilon
monofilamento 2-0 em pontos isolados simples. A redução do espaço
morto anatômico no plano subcutâneo foi realizada com fio de
poliglecaprone 25 nº 2-0 em padrão isolado simples enquanto para
dermorrafia utilizou-se fio de náilon 2-0 em mesmo padrão de sutura.
Após o procedimento o animal foi encaminhado para avaliação
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radiográfica, recebendo alta na sequência com retorno previsto para
retirada de pontos em 10 dias. No pós-operatório imediato o animal
recebeu dipirona sódica (25mg/kg, três vezes ao dia, via oral) por 4 dias
consecutivos além de recomendações básicas para limpeza da ferida com
solução fisiológica e repouso. Os pontos foram removidos 10 dias após o
procedimento com a ferida e o cateter estando em perfeitas condições.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pacientes portadores de afecções crônicas necessitam rotineiramente de
intervenção medicamentosa e realização de exames laboratoriais, o que
torna inteiramente necessárias as punções venosas, justificando a
necessidade do procedimento no animal do caso relatado. Com o uso do
CVC-TI, ocorre um maior conforto ao paciente, além de evitar a
fragilização e o enrijecimento vascular (Vasques et al., 2008), sinais estes
já presentes parcialmente no animal antes do implante. O CVC-TI, nesse
cão, foi implantado de forma percutânea pela venopunção jugular direita
com posterior progressão às cegas até o ponto desejado, mantendo o
mesmo em posição adequada e pérvio. Complicações relacionadas ao uso
do cateter ainda não foram observadas no animal, entretanto, questiona-
se ainda o tempo adequado de permanência do CVC-TI. Esse período
ainda não é bem esclarecido na medicina veterinária, contudo, o paciente
já está com mais de 180 dias de implantação sem a manifestação de
problemas. Os cateteres podem apresentar complicações (Vasques et al.,
2008), onde estudos demonstram uma taxa de remoção de 28% por causa
da infecção (Mcnelis et al., 2002), tornando indispensável o uso técnica
estéril associada à profilaxia antimicrobiana, como realizado no presente
caso, além de monitoração constante a procura de complicações. Para
prevenir obstruções é preciso lavar o sistema com solução salina seguida
de heparinização (Arch, 2007), este manejo vem sendo realizado apenas
quando se faz utilização do cateter, ou seja, não realizando a limpeza e
heparinização constante. Até o momento, o cateter apresenta-se viável e
pérvio, demonstrando essa ser uma conduta adequada para o manejo do
dispositivo.
CONCLUSÃO:
A colocação do cateter demonstrou-se simples e rápida. As punções
venosas diretas foram foi reduzidas melhorando consideravelmente o
conforto do animal. Os protocolos para a manutenção da viabilidade do
port-o-cath demonstraram-se satisfatórios.
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REFERÊNCIAS:
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10/09/2015
RESUMO:
Foram utilizados ovários de 200 fêmeas fixados e processados por técnica
histológica de rotina. O cisto da rete ovarii foi identificado em 14% das
cadelas e 7% das gatas. Cadelas pluríparas e acima de três e menores ou
iguais a seis anos e ambas as espécies que usaram contraceptivos foram
mais afetadas. Microscopicamente, os cistos ocupavam a região medular,
sendo únicos ou múltiplos e grandes ou pequenos, revestidos por epitélio
variado. Conclui-se que o cisto da rete ovarii possui baixa ocorrência,
estando mais presente em animais que utilizam contraceptivos e cadelas
pluríparas na faixa etária acima de três e menor ou igual a seis anos.
INTRODUÇÃO:
Os cistos da rete ovarii representam uma patologia pouco conhecida em
cadelas e gatas, sendo originados a partir do acúmulo de secreção no
plexo ovariano, resultando em dilatações císticas uni ou bilaterais que
podem comprimir o córtex ovariano, representando uma enfermidade
silenciosa por ser assintomática, além de causar subfertilidade ou
infertilidade no animal (Nascimento e Santos, 2003).
Histologicamente podem ser constituídos por camada única ou múltipla
de revestimento epitelial cuboidal, colunar ou ciliado e sua parede não
contém músculo liso. Os exames de raio-x e ultrassom podem detectar
cistos com tamanho significativo, mas não são capazes de diferenciar os
variados tipos císticos, sendo utilizado o exame histológico para tal
finalidade (Akihara et al., 2007).
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram utilizados ovários de 200 fêmeas procedentes de programa de
castração eletiva em animais com aparente estado de saúde. Os dados
obtidos com os proprietários permitiram a classificação dos animais
segundo a espécie (canina e felina), faixa etária (> 6 meses a ≤ 3 anos e > 3
anos a ≤ 6 anos), número de partos (nulíparas e pluríparas) e uso de
contraceptivos (sim e não).
Os ovários foram coletados no bloco cirúrgico e a bolsa ovariana (cadelas)
foi removida para maior eficácia da fixação do material em solução de
formaldeído a 10% tamponado, por período de 48 horas. Posteriormente,
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amostras foram colhidas e processadas por técnica histológica de rotina,
com as lâminas coradas pela Hematoxilina e Eosina (HE) e analisadas em
microscópio óptico. Os dados obtidos foram analisados por teste qui-
quadrado com 5% de significância, utilizando statistical analysis system,
SAS (SAS, 1995).
RESULTADOS:
O cisto da rete ovarii foi identificado em 14% (14/100) das cadelas e 7%
(7/100) das gatas, não havendo diferença estatística significativa
interespécie, apesar das cadelas exibirem o dobro da ocorrência em gatas.
Em relação à faixa etária, cadelas com faixa etária acima de três e
menores ou iguais a seis anos foram mais afetadas. Nas gatas não foi
observada essa variação. As cadelas pluríparas e ambas as espécies que
utilizaram contraceptivos apresentaram diferença estatística significativa
para a ocorrência dos cistos da rete ovarii .
DISCUSSÃO:
A porcentagem observada nas cadelas do presente estudo está próxima
ao observado por Venegas (2007) que reportou 10% (5/50) de ocorrência.
Em gatas, não há trabalhos que indiquem a incidência dos cistos, sendo
este o primeiro trabalho sobre essa análise.
A diferença estatística observada na faixa etária das cadelas difere dos
achados de Venegas (2007), onde essa espécie não apresentou
prevalência em relação à idade. A influência do hormônio, observada no
estudo, está de acordo com Sauramo (1954), que relata uma atividade
regulada por hormônios. Contudo, Venegas (2007) relata a não influência
hormonal no desenvolvimento dos cistos da rete ovarii.
Como no presente estudo, Keller, Griffith e Lang (1987) também
identificaram variações no epitélio de revestimento.
CONCLUSÃO:
O cisto da rete ovarii possui baixa ocorrência em cadelas e gatas, estando
mais presente em animais que utilizam contraceptivos e cadelas
119
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pluríparas na faixa etária acima de três e menor ou igual a seis anos. Esses
cistos ocupam a região medular e podem sem únicos ou múltiplos,
grandes ou pequenos e com revestimento epitelial variado.
REFERÊNCIAS:
VENEGAS, G.T.S. Estudio histopatológico en ovarios, útero y vagina de
perras. 2004. Valdivia, 67f. Tese de Conclusão de Curso – Faculdad de
Ciencias Veterinarias, Universidad Austral de Chile.
KELLER, L.S.F.; GRIFFITH, J.W.; LANG, C.M. Reproductive failure associated
with cystic rete ovarii in Guinea Pigs. Veterinary Pathology, v.24, p.335-
339, 1987.
SAURAMO, H. Development, occurrence, function and pathology of the
rete ovarii. Acta Obstetricia et Gynecologica, v.33, p.29-46, 1954.
Statistical Analysis System. SAS user’s guide: statistics. 1995. 943p.
NASCIMENTO, E.F.; SANTOS, R.L. Patologia da reprodução dos animais
domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 137 p.
AKIHARA, Y.; SHIMOYAMA, Y.; KAWASAKO, K. et al. Immunohistochemical
evaluation of canine ovarian cysts. The Journal of Veterinary Medical
Science, v.69, n.10, p.1033-1037, 2007.
INTRODUÇÃO:
O termo "senil" foi escolhido para descrever o envelhecimento e o animal
idoso. Diferentes estudos têm sugerido idades específicas para que os
animais possam ser considerados geriátricos, variando de acordo com o
tamanho, raça e espécie.A média de idade para que o animal seja
considerado idoso, varia de sete a oito anos (Epstein Et Al, 2005).Embora
o processo de envelhecimento seja diferente para cada animal, algumas
enfermidades são mais comuns nesta fase atingindo a grande maioria
deles.A carcinogênese é um processo que envolve múltiplos fatores e
tempo, sendo assim favorecida pelo envelhecimento do animal.
Odiagnóstico da neoplasia pode ser crítico se o animal apresentar outra
morbidade preocupante, como insuficiência renal (Villalobos, 2010).
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram consultados 41 prontuários no período de janeiro a julho de 2015.
Foram inclusos no estudo, cães a partir de oito anos de
idade,independente de raça, porte e sexo, com diagnóstico de neoplasia
maligna. Desses prontuários, foram investigadas as comorbidades
presentes concomitantemente à neoplasia. Os dados foram agrupados em
planilhas no Excel/Windows e, ao final do estudo, estatística descritiva foi
aplicada para expor os dados referentes às frequências das principais
neoplasias e das principais morbidades, de acordo com cada tipo tumoral.
RESULTADOS:
Desses 41 prontuários, foram identificados 27 fêmeas e 14 machos, com
idade variando entre 8 e12 anos. Quanto às raças, os sem raça definida
(36%) apresentaram maior frequência, seguidos por Labrador (12%),
American Pitbull (12%), Poodle (12%), Cocker Spaniel (5%) e
Rottweiler(5%). Dentre as neoplasias, observaram-se 41%
decarcinomas,17% declipomase 10%de mastocitomas.As enfermidades de
maior frequência foram asdermatopatias(36%), cardiomiopatias(9%),
doença periodontal (9%), alterações oftálmicas(5%) e doença renal
crônica (3%).
DISCUSSÃO:
Nossos resultados evidenciaram que as afecçõesdermatológicas foramas
mais frequentes, assim como observado por Epstein et al.(2005), seguidas
por transtornos cardiovasculares, também descritos por
Kvart & Haggstrom(2000) e Sisson et al. (2000). As doenças periodontais
121
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acometem cães geriátricos (DeBowes, 2000) erepresentaram uma
proporção significativa dos pacientes com câncer. De acordo com
Salisbury(1995), as alterações oftálmicas são uma das comorbidades mais
frequentes,porém nesta pesquisa, demonstrou baixa frequência. Apesar
das doenças renais neste estudo terem apresentado menor proporção,
outros autores também relatam sua ocorrência (Polzin et al., 2000; Ling,
2000, Lekcharoensuk et al., 2000 e Lekcharoensuk et al., 2001).Epstein et
al. 2005, observaram que entre as neoplasias mais comuns em paciente
idosos, é possível citar o carcinoma de células escamosas, melanoma,
fibrossarcoma da cavidade oral, osteosarcoma, fibrosarcoma,
mastocitoma, hemangiopericitoma, adenocarcinoma mamário, linfomae
carcinoma uretral, equiparando-se a algumas neoplasias verificadas nesta
pesquisa.
CONCLUSÃO:
A presença decomorbidades concomitantemente às neoplasias adiciona
maior complexidade ao estado clínico do cão geriátrico e essas devem ser
adequadamente diagnosticadas, a fim de se empregar a melhor terapia
para cada paciente.
REFERÊNCIAS:
Epstein M, Kuehn NF, Landsberg G, Lascelles BD, Marks SL, Schaedler JM,
Tuzio H. AAHA Senior Care Guidelines for Dogs and Cats. J
AmAnimHospAssoc 2005; 41:81-91.
Villalobos A. Oncologia em cães e gatos geriátricos: honrando o vinculo
homem-animal. 1ªed. São Paulo: Roca, 2010:430.
Kvart C, Haggstrom J. Acquired valvular heart disease. In: Ettinger SJ,
Feldman EC. Eds. Textbook of veterinary internal medicine. 5th ed.
Philadelphia: WB Saunders, 2000: 787-800.
Sisson DD, Thomas WP, Keene BW. Primary myocardial disease in the dog.
In: Ettinger SJ, Feldman EC, eds. Textbook of veterinary internal medicine.
5th ed. Philadelphia: WB Saunders, 2000: 874-875.
DeBowes L. Dentistry: peridontal aspects. In: Ettinger SJ, Feldman EC, eds.
Textbook of Veterinary Internal Medicine. 5th ed. Philadelphia: WB
Saunders, 2000:1127-1134. 33.
Salisbury MA. Keratoconjunctivitissicca. In: Banagura JD, ed. Kirk’s Current
Veterinary Therapy XII Small Animal Practice. Philadelphia: WB Saunders,
1995: 1231-1234.
122
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Polzin DJ, Osborne CA, Lulich JP. Chronic renal failure. In: Ettinger SJ,
Feldman EC, eds. Textbook of Veterinary Internal Medicine. 5th ed.
Philadelphia: WB Saunders, 2000:1634-1662.
Ling GV. Bacterial infections of the urinary tract. In: Ettinger SJ, Feldman
EC, eds. Textbook of Veterinary Internal Medicine. 5th ed. Philadelphia:
WB Saunders, 2000:1679-1686.
Lekcharoensuk C, Osborne CA, Lulich JP. Epidemiologic study of risk
factors for lower urinary tract diseases in cats. J Am Vet Med Assoc
2001;218:1429-1435.
Lekcharoensuk C, Osborne CA, Lulich JP. Patient and environmental
factors associated with calcium oxalate urolithiasis in dogs. J
AmVetMedAssoc2000;217:515-519.
INTRODUÇÃO:
123
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Dentro da rotina clínica existem diversas alterações importantes
envolvendo o aumento ou diminuição da glicose, dentre as mais
importantes está o Diabetes mellitus e a hipoglicemia. O método utilizado
reconhecido como padrão para a dosagem da glicemia é o realizado por
meio de aparelhos bioquímicos convencionais, utilizando principalmente
métodos colorimétricos. Entretanto, principalmente em consultórios ou
ambulatórios, o uso de glicosímetros portáteis está muito difundido, por
serem rápidos e de fácil manuseio (Tauk et al., 2015). Este estudo teve
como objetivo comparar os valores de glicemia obtidos por meio de dois
glicosímetros portáteis comerciais (Accu-Check Performa, Roche e
Contour TS, Bayer), com o método colorimétrico padrão pela dosagem
bioquímica convencional. Além disso pretendeu comparar os valores de
glicemia obtidos de amostras colhidas de diferentes vasos sanguíneos,
como a jugular, cefálica e safena e também obtido da região do pavilhão
auricular, sendo este último analisado apenas com o uso dos
glicosímetros.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram colhidas amostras de 30 cães hígidos, sendo 19 fêmeas e 11
machos, das mais diferentes raças, com peso entre 7.2 a 40 kg e idade de
8 meses a 14 anos, em jejum de no mínimo oito horas. Foram obtidos
aproximadamente 4 mL de sangue de cada vaso sanguíneo, ou seja, da
jugular, cefálica e safena, em tubos contendo fluoreto de sódio e, com a
mesma amostra de sangue remanescente na seringa (sangue total), foram
realizadas imediatamente as mensurações nos glicosímetros portáteis
calibrados, em um único momento de avaliação. As amostras colhidas do
pavilhão auricular, aproximadamente duas gotas, foram obtidas com o
auxílio de lancetas. As amostras foram centrifugadas para a obtenção de
amostras de plasma fluoretado. As mensurações de glicose pelo método
bioquímico convencional foram realizadas pelo método colorimétrico com
o uso de kit comercial, com o auxílio de analisador bioquímico semi-
automático (Termo Plate –TP Analyzer).
DISCUSSÃO:
Os valores médios de glicemia registrados com os glicosímetros portáteis
foram estatisticamente diferentes dos obtidos pelo método bioquímico
convencional, adotado como referência, em todos os locais de coleta,
apresentando valores abaixo dos valores de referência. As dosagens
colorimétricas da glicemia medidas a partir da veia jugular foram maiores
que as da veia cefálica que, por sua vez, foram maiores que as da safena.
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Os resultados oriundos do aparelho da marca Accu-Check tiveram maior
proximidade aos obtidos pelo método bioquímico (𝐶𝑉 ̅̅̅̅ ~86%). A
diferença encontrada entre métodos pode se dever à interferência
particular destes com o hematócrito, à quantidade de amostra e ao tempo
de espera até deposição do sangue na tira teste, além da qualidade e
acondicionamento destas tiras (Domori et al., 2014).
CONCLUSÃO:
A partir deste estudo, pode-se concluir que os resultados de glicemia
obtidos pela mensuração em glicosímetros portáteis se aproximam dos
obtidos pelo método bioquímico convencional, porém com resultados
subestimados, o que pode restringir o seu uso, sobretudo quando há a
possibilidade de interpretações errôneas com consequentes diagnósticos
falhos, interferindo assim na avaliação do paciente.
REFERÊNCIAS:
TAUK, B. S.; DROBATZ, K. J.; WALLACE, K. A. et al. Correlation between
glucose concentrations in serum, plasma, and whole blood measured by a
point-of-care glucometer and serum glucose concentration measured by
an automated biochemical analyzer for canine and feline blood samples.
Journal of the American Veterinary Medical Association, v.246, n.12,
p.1327-1333, 2015.
RESUMO:
A dipirona é um analgésico e antipirético derivado da pirazolona, utilizado
na clínica humana desde 1922, porém em medicina veterinária há poucos
estudos publicados. Portanto, este estudo teve como objetivo comparar o
efeito analgésico da associação de dipirona e meloxicam com meloxicam
isolado no pós operatório de orquiectomia.Foram utilizados 20 cães
distribuídos em dois grupos: Controle e Dipirona, com 10 animais cada.
Os analgésicos foram administrados ao final do procedimento cirúrgico e a
avaliação analgésica foi realizada por uma hora após a administração dos
fármacos, através das quatro escalas de dor validadas (escala analógica
visual, escala proposta por Lascelles, escala de Guelph e escala de
Glasgow). Não houve diferença entre os tratamentos nas escalas de
125
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avaliação de dor. Com base nos dados obtidos, pôde-se concluir que a
associação de dipirona com meloxicam não apresentou efeito analgésico
superior ao meloxicam isolado.
INTRODUÇÃO:
A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)
como sendo “uma experiência emocional e sensorial desagradável
associada com uma lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos
de tal lesão”. A sensação dolorosa tem papel fisiológico e funciona como
um sinal de alerta para percepção de algo que está ameaçando a
integridade física do organismo, portanto, técnicas e fármacos para
controle da dor estão sendo cada vez mais estudados. A dipirona é um
fármaco analgésico e antipirético amplamente empregado em medicina
humana, embora pouco se saiba sobre o seu mecanismo de ação, está
relacionada a inibição da enzima COX3 (IMAGAWWA V.H). Contudo,
estudos clínicos na Medicina Veterinária são escassos. Desta forma, este
trabalho teve como objetivo comparar o efeito analgésico da associação
de dipirona-meloxicam com meloxicam isolado no controle da dor pós-
operatória.
MATERIAL E MÉTODOS :
Participaram deste estudo 20 cães de diferentes raças e pesos,
classificados como ASA I, para a realização de orquiectomia. Os animais
foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos: Controle e
Dipirona. Os cães do grupo dipirona receberam dipirona (25 mg/kg IV),
associada ao meloxicam (0,2 mg/kg SC); e os animais do grupo Controle
receberam solução fisiológica, no mesmo volume que a dipirona IV,
associado ao meloxicam, na dose de 0,2 mg/kg SC. Todos os animais
foram pré-medicados com uma associação de acepromazina e
meperidina, pela via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com
propofol. e os animais foram mantidos sob anestesia geral através do
isoflurano e bloqueio regional através de epidural com lidocaína e
morfina. O procedimento cirúrgico de orquiectomia foi realizado pelo
mesmo cirurgião, utilizando a técnica clássica. Ao final do procedimento
anestésico, os animais receberam os analgésicos de acordo com os grupos
pertencentes. A avaliação analgésica foi realizada uma hora após a
administração dos fármacos e foram utilizadas quatro escalas de dor
validadas em estudos anteriores: a escala analógica visual (EAV), a escala
proposta por Lascelles, a escala de Guelph e a escala de Glasgow. Os
resultados foram analisados estatisticamente através do teste de t de
Student não-pareado, com nível de significância de 5%.
126
DISCUSSÃO :
A associação de dipirona-meloxicam não promoveu um controle mais
efetivo da dor pós-operatória quando comparada ao meloxicam sozinho.
Em estudo conduzido por Zanuzzo et al (2015), a dipirona produziu
analgesia superior ao meloxicam em pós-operatório de
ovariosalpingohisterectomia em cadelas, fato demonstrado por menor
requerimento de analgesia resgate quando comparado ao grupo
meloxicam. Contudo, os escores de dor foram semelhantes e não foi
observado analgesia superior com a administração de dipirona e
meloxicam associados. Em outro estudo, Teixeira et al (2013) avaliaram o
efeito do tramadol associado a dipirona no pós-operatório de
mastectomia em cadelas e a associação não demostrou efeito superior ao
emprego detramadol sozinho. Portanto, apesar da dipirona ser um
fármaco analgésico eficaz, sua associação com meloxicam não resultou em
melhor analgesia, possivelmente o protocolo anestésico balanceado
empregado, com administração de opióide prévio ao estímulo cirúrgico e
com o emprego de anestésico local e opióide pela via epidural
promoveram menor requerimento analgésico pós-operatório, e o
meloxicam sozinho foi suficiente para promover analgesia satisfatória.
CONCLUSÃO:
A associação de dipirona com meloxicam não apresentou efeito analgésico
superior ao meloxicam isolado no pós-operatório de orquiectomia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
IMAGAWWA V.H. Avaliação da eficácia analgésica de três doses
diferentes da dipirona sódica em cadelas submetidas á
ovariosalpingohisterectomia. FM; São Paulo, 2006.
ZANUZZO, F.S.; TEIXEIRA-NETO, F. J.; TEIXEIRA, L. R.; DINIZ, M. S.; SOUZA,
V. L.; THOMAZINI, C. M.; STEAGALL, P. V. Analgesic and antihyperalgesic
effects of dipyrone, meloxicam or a dipyrone-meloxicam combination in
bitches undergoing ovariohysterectomy.Veterinary Journal, n. 205 (1), p.
33-37, 2015
TEIXEIRA, R. C.; MONTEIRO, E. R.; CAMPAGNOL, D.; COELHO, K.; BRESSAN,
T. F.; MONTEIRO, B. S. effects of tramadol alone, in combination with
meloxicam or dipyrone, on postoperative pain and the analgesic
requirement in dogs undergoing unilateral mastectomy with or without
ovariohysterctomy. Veterinary Anesthesia and Analgesia, n. 40 (6), p. 641-
649, 2013
127
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
Segundo Kerr (2003), o volume de 2,5mL de amostra deve ser considerado
como mínimo, embora admita ser possível realizar hemograma completo
com tubos pediátricos pequenos (de 1,0 e 0,5 mL). Estes, porém, deveriam
ser reservados somente para animais muito pequenos ou em situações de
hipovolemia e choque, já que os resultados seriam menos precisos do que
os obtidos com os tubos-padrão. Isto ocorreria devido ao efeito
cumulativo e magnificado de erros pequenos de homogeneização durante
os procedimentos laboratoriais. Ainda, o prejuízo na mecânica de
hipovolemia e choque, já que os resultados seriam menos precisos do que
os obtidos com os tubos-padrão. Isto ocorreria devido ao efeito
cumulativo e magnificado de erros pequenos de homogeneização durante
os procedimentos laboratoriais. Ainda, o prejuízo na mecânica de
homogeneização em tubos menores faria com que o sangue tivesse maior
probabilidade de coagular, fato este não encontrado no presente estudo.
Pelos resultados aqui obtidos, os clínicos de pequenos animais podem
optar por amostras de volume menor ao preconizado pelo fabricante do
contador avaliado.
129
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
Alimentar, banhar, levar o animal ao médico veterinário, descartar as
fezes em local adequado, são atitudes de guarda responsável, porém, nem
todos sabem do que se trata e como realizá-la na prática. Assim, a
presente pesquisa objetivou analisar o conhecimento da população de
Mossoró-RN sobre guarda-responsável. Para atender os objetivos foi
realizada a aplicação de 1.572 questionários junto à população maior de
18 anos. Obteve-se que 24,81% da população respondeu saber o que é
guarda-responsável, contra 75,19% que responderam não saber.
Concluindo-se que a maioria da população, não sabe o que é guarda-
responsável, sendo necessárias informação e conscientização das pessoas
sobre a importância da promoção do bem-estar animal e social por meio
da guarda-responsável.
INTRODUÇÃO:
130
METODOLOGIA:
A pesquisa de natureza quali-quantitativa desenvolveu-se no Município de
Mossoró-RN, constando da aplicação de 1572 questionários a pessoas que
tivessem ou não animais. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – CEP/UERN,
processo nº 40506515.4.0000.5294, aprovado com número de parecer
1.020.216; com data de relatoria de 07 de abril de 2015. A análise dos
resultados foi feita através do teste exato de Fisher e o teste de Qui-
Quadrado com nível de 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi questionada se a população sabia o que era guarda responsável,
24,81% disseram saber, contra 75,19% que não sabiam. De acordo com
Lima e luna (2012) a convivência homem-animal traz benefícios
recíprocos, todavia, é preciso a guarda responsável pois o
desconhecimento dos fundamentos sobre a guarda responsável do animal,
associados ao baixo grau de escolaridade e pouco conhecimento acerca
das legislações protetivas, leva ao crescimento populacional dos animais
domésticos, afetando o bem-estar da coletividade e elevando a
transmissão de zoonoses. Dessa forma, é importante discutir essa
informação junto à comunidade acadêmica, Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, e sociedade civil, pois só assim é possível desenvolver novas
estratégias, a fim de proporcionar qualidade de vida aos animais e
131
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. Legislação Penal Especial. v. 4. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
LIMA, A. F. M.; LUNA, S. P. L. Algumas causas e consequências da
superpopulação canina e felina: acaso ou descaso? Revista de Educação
Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal
of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP, São Paulo, v. 10, n.
1, p. 32-38, 2012.
GARCIA, R. C. M. Estudo da dinâmica populacional canina e felina e
avaliação de ações para o equilíbrio dessas populações em área da
132
RESUMO:
O tórax paradoxal ocorre quando segmentos costais interpostos perdem
continuidade com o restante do tórax, geralmente devido a fraturas, o
que faz com que na inspiração o segmento lesionado se mova para dentro
e na expiração para fora. As costelas fraturadas podem perfurar órgãos
nobres sendo importante sua rápida correção. Este trabalho tem como
objetivo relatar o quadro de tórax paradoxal em um cão com fratura
costal e sua correção por meio de sutura de estabilização costal. O animal
recuperou-se rápida e adequadamente, demonstrando a eficiência da
técnica para estabilização.
INTRODUÇÃO:
O traumatismo torácico é uma afecção comum em pequenos animais
(Crower Jr et al., 2005). O tórax instável é confirmado pela avaliação
clínica, onde há uma depressão torácica no momento em que ocorre a
inspiração e uma expansão do tórax no momento oposto (Aguiar, 2001).
As formas de estabilizar a parede torácica variam desde a colocação de
anteparos externos à parede aplicados de forma transcutânea como pela
redução das fraturas costais pela aplicação de implantes (Slatter, 2007).
Este trabalho tem o objetivo relatar um caso de tórax paradoxal em cão
136
MATERIAL E MÉTODOS:
Um cão sem raça definida, 6 anos e 15 kg veio ao hospital veterinário
devido a um trauma. No exame físico, tinha instabilidade da parede
torácica direita, mais evidente na região entre 4ª e 5ª costelas, distrição
respiratória e áreas com hematomas. Foi estabilizado com oxigenoterapia
e encaminhado para o exame radiográfico onde confirmou as fraturas
completas da 4ª e 5ª costelas direitas. Foi encaminhado para cirurgia
sendo pré-medicado com metadona (0,5 mg/kg IM), induzido com
propofol (4mg\kg IV) e cetamina (1mg/kg IV) e mantido no isoflurano em
ventilação manual. Fez adoção de um bloqueio anestésico local intercostal
com bupivacaina (2mg/kg). A toracotomia intercostal se deu entre as duas
costelas fraturas. A incisão foi expandida 3 cm distais aos corpos
vertebrais até próximo ao esterno. Com um afastador fez a exposição da
cavidade torácica para sua avaliação. As reduções das fraturas foram
feitas por uma hemicerclagem com nylon 2,0. O fio foi cruzado
seguidamente sobre a linha de fratura formando uma sapatilha romana,
outra hemicerclagem foi elaborada na extremidade distal da costela para
finalizar. A musculatura foi reduzida com nylon 2,0 em padrão contínuo
simples, o subcutâneo com nylon 3.0 em padrão zig-zag e a dermorrafia
com nylon 4,0 em padrão isolado simples. Realizou-se a toracostomia com
um dreno torácico ativo, sendo mantido por 3 dias consecutivos para
remover o ar, restabelecer a pressão negativa e promover a drenagem de
líquidos na cavidade.
Recebeu no pós-operatório tramadol (6 mg/kg, TID, SC, 5 dias), dipirona
(25 mg/kg, TID, SC, 5 dias) e meloxican (0,1 mg/kg, SID, SC, 4 dias). No
terceiro dia de pós-operatório retirou-se o dreno. Após 5 dias o paciente
teve alta com retorno em 10 dias para retirada dos pontos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre as técnicas de estabilização do tórax paradoxal a hemicerclagem
foi escolhida pela sua facilidade de realização e disponibilidade, uma vez
que o diâmetro do corpo costal era bastante delgado. Antes da cirurgia o
cão foi avaliado de forma geral, pois alguns traumas podem passar
despercebidos (Nunes, 2009). Durante a avaliação constatou-se um leve
grau de distrição respiratória o que permitiu a realização do exame
radiográfico. Esse é considerado essencial, pois permite observar não
137
CONCLUSÃO:
A técnica utilizada para a redução do trauma costal mostrou-se efetiva,
permitindo a estabilização das fraturas costais simples e auxiliando na
estabilização da parede torácica. A técnica mostrou-se exequível em
fraturas de arcos costais de diâmetro reduzido, além de ser procedimento
simples e de baixo custo.
REFERÊNCIAS:
CROWER JR, D.T. et al. Trauma torácico. In: RABELO, R.C.; CROWER JR,
D.T. Fundamentos de terapia intensiva veterinária em pequenos animais
conduta no paciente crítico. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária,
2005. Cap.18, p.173-183.
AGUIAR, E. S. V. et al. Manual prático de emergência em pequenos
animais: aspectos básicos. Porto Alegre: 2001. p. 106.
138
RESUMO:
O presente trabalho teve como objetivo correlacionar os resultados de
exames de urina e urocultura no diagnóstico de infecção do trato urinário
(ITU). Foram utilizados 52 amostras de urina de cães, em um intervalo de
12 meses. Observou-se uma correlação significativa moderada entre a
quantificação de bacteriúria com o crescimento na urocultura. Não houve
correlação significativa com a densidade e a presença de bactéria nos
diagnósticos.
INTRODUÇÃO:
As infecções do trato urinário (ITU) causadas por bactérias, são causas
comuns de doenças em animais de estimação, sendo frequentes em cães
(BARSANTI, 2006). Geralmente são causadas por bactérias provenientes
da microbiota intestinal, que ascendem pelo trato urinário inferior
(Johnson et al. 2003). Eventualmente, fungos e leveduras também podem
causar ITUs (BRITO et al., 2009).
O diagnóstico de ITU pode ser feito pela associação dos sinais clínicos e da
urinálise (GRATORIA et al., 2006). Os sinais clinicos mais comum são:
disúria, polaquiúria, estrangúria, hematúria e incontinência urinária.
Achados no sedimento como piúria, bacteriúria e hematúria são
indicativos de ITU. A identificação de bactérias na urina, apesar de ser
sugestiva, não é sinônimo de infecção, sendo a urocultura necessária para
o diagnóstico definitivo (OSBORNE, 1999).
A interpretação dos exames deve ser feita sempre considerando o método
de coleta (FEITOSA, 2008). A cistocentese é o método de escolha, pois
fornece amostras livres de contaminantes vaginais e prepuciais (LITTMAN,
2011). Além da esterilidade do material, a avaliação da amostra é
fundamental para um diagnostico fidedigno. Algumas alterações podem
levar a uma falsa interpretação, e consequentemente um laudo final
incorreto e falha no diagnóstico (HENRY, 2008). Por exemplo, nas
infecções urinárias, a presença de bactérias é maior, podendo ocorrer
formação de massas alongadas que se assemelham a cilindros (GARCIA-
NAVARRO, 1996).
A urina normal frequentemente possui características bacteriostática e,
algumas vezes, bactericida, dependendo da sua composição. As altas
concentrações de substâncias como a ureia, os ácidos orgânicos,
carboidratos de baixo peso molecular e as mucoproteínas previnem as
infecções bacterianas. Variações de pH (ácido) e de densidade específica
140
MATERIAL E MÉTODOS:
Foi realizada análise retrospectiva do exame de urina e urocultura de 52
cães, fêmeas e machos, em um intervalo de 12 meses. Todas as amostras
foram obtidas por cistocentese. Na urinálise foi realizada avaliação
microscopica do sedimento urinário, obtendo-se a contagem de bactérias
por método semi quantitativo. A densidade foi determinada por
refratometria, considerando isostenúria (1,015-1,045), hipostenúria (<
1,015) e hiperestenúria (> 1,045). A Urocultura baseou-se na avaliação
qualitativa da urina, com objetivo de isolar e identificar bactérias
presentes na amostra. Para análise estatística foi utilizado o procedimento
de correlação generalizada através do modelo GENMOD – SAS software e
análise descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Utilizando correlações entre densidade urinária com a urocultura ou com
presença de bacteriúria, não houve significância, demonstrando valores
negativos (-0.31). Bailiff et al., (2006) relatou a falta de associação entre
diminuição da densidade urinária e resultado positivo de cultura de urina,
porém uma correlação positiva entre os achados sedimentoscópicos
(piúria, bacteriúria e hematúria) e cultura de urina positiva. De forma
semelhante, no presente trabalho, foi identificado uma correlação
significativa moderada (53%) entre a quantificação da bacteriúria e a
urocultura, mostrando que quanto maior a presença de bacteriúria, maior
as chances de crescimento na cultura.
A maioria das amostras, 86,5%, apresentou bactérias no sedimento
analisado, e 46% tiveram crescimento de colônias na urocultura, porém
somente 44,2% das amostras foram positivas em ambos os resultados,
concordando com Osborne (1999) que afirma que outras estruturas
podem ser confundidas com bactérias, indicando portanto, a necessidade
da urocultura para confirmação da ITU. Já Vasconcelos (2012), relatou
uma relação significativa entre a presença de sedimento na urinálise e a
confirmação de ITU.
141
CONCLUSÃO:
A utilização dos dois métodos laboratoriais demostraram-se válidas para o
diagnóstico de ITU em cães. Na amostra avaliada, a densidade urinária não
interferiu nos diagnósticos laboratoriais. A correlação significativa
moderada entre o exame de urina e a urocultura (53%) indica que apenas
o exame de urina não é suficiente para confirmar a ITU.
REFERÊNCIAS:
BARSANTI J.A. Genitourinary infections. In: Greene C.E., Infectious
Diseases of the Dog and Cat. 2 ed. W.B. Sauders, Philadelphia, p.626-646,
2006.
BAILIFF, N. L.; NELSON, R. W.; FELDMAN,E. C. et al. Frequency and risk
factors for urinary tract infection in cats with diabetes mellitus. Journal of
Veterinary Internal Medicine, v.20, p.850-855, 2006.
CARVALHO V.M., SPINOLA T., TAVOLARI F., IRINO K., OLIVEIRA R.M. &
RAMOS M.C.C. Urinary tract infection (UTI) in dogs and cats: etiology and
antimicrobial resistance. Pesquisa Veterinária Brasileira v.34, n.1, p. 62-
70, 2014.
FEITOSA, F.L.F. Semiologia Veterinária. A arte do diagnóstico. São Paulo:
Rocca, 2008.
GARCIA-NAVARRO, C. E. K. Manual de urinálise veterinária. São Paulo:
Livraria Varela, p. 95, 1996..
GRATORIA, I.S., SIANI, N.S., RAI, T.S. AND DWIVEDI, P.N. Comparison of
three techniques for the diagnosis of urinary tract infections in dogs with
urolithiasis. Journal Small Animale Pract. N.47, p. 727–732, 2006.
142
3
Docente do Curso de Medicina Veterinária, Líder do Grupo de Pesquisa
em Patologia Estrutural e Funcional Veterinária (cadastrado no CNPq) e
Coordenador do Laboratório de Medicina Veterinária Preventiva do
Complexo Veterinário da Universidade Cruzeiro do Sul.
*E-mail: hbentubo@yahoo.com.br
*E-mail: hbentubo@yahoo.com.br
144
RESUMO:
RELATO DE CASO:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
M. gypseum constitui um agente geofílico pouco comum na
dermatofitose, mas que pode, eventualmente, produzir casos de infecção
superficial em felinos. Devido às variações individuais quanto às lesões
que podem ser observadas em decorrência da interação hospedeiro-
parasita é importante que esses casos sejam relatados, caracterizando
melhor os agentes envolvidos nessas doenças e a clínica dos respectivos
pacientes acometidos.
146
REFERÊNCIAS:
Costa, E. O.; Diniz, L.S.M.; Benites, N.R.; Coutinho, S.D.; V.M. Carvalho,
Dutra, L.F.; Serra, E.G. Surtos interespecíficos de dermatomicoses por
Microsporum canis e Microsporum gypseum. Saúde Pública. v. 28, p.337-
340, 1994.
RESUMO:
A peritonite infecciosa felina (PIF) é dividida nas formas efusiva e não
efusiva. Alguns animais têm sinais de ambas, correspondendo o tipo
misto. Relataram-se os achados patológicos de um caso de PIF mista. Um
felino foi encaminhado para necropsia. O material foi inspecionado e
147
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Um gato, um ano, Persa, foi encaminhado para necropsia. O material
obtido foi analisado macroscopicamente e enviado para histopatologia.
Na cavidade torácica detectou-se efusão viscosa de cor amarelo palha.
Havia aderência entre as pleuras parietal, visceral e pericárdio. Os lobos
pulmonares eram hiperêmicos. No abdômen percebeu-se fluido similar ao
intratorácico, deposição de fibrina e granulomas hepáticos e renais. O
encéfalo demonstrou dilatação vascular e acúmulo fibrinoso. A
histopatologia revelou pleurite e peritonite fibrinosa, pneumonia
intersticial, hepatite e nefrite piogranulomatosa multifocal crônica, além
de meningite linfoplasmocitária. Tal padrão foi compatível com PIF e ao
associar com a macroscopia, concluiu-se a apresentação concomitante da
forma efusiva e não efusiva da doença (ou seja, o tipo misto).
DISCUSSÃO:
Na PIF, devido à inespecificidade clínica e laboratorial, além da falta de
testes in vivo confiáveis, o diagnóstico definitivo ante-mortem é
desafiador (Reche-Júnior e Arena, 2015), justificando assim para o gato
em questão a importância da necropsia para a confirmação da doença. Na
forma efusiva, as lesões estão predominantes no abdômen, cobrindo a
superfície serosa visceral. Observam-se vasculite e polisserosites
fibrinosas, com efusões (Pedersen, 2009), conforme detectado no animal
em discussão. Já na forma não efusiva, as lesões possuem aspecto de
148
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
149
INTRODUÇÃO:
CHV-1) foi descrito pela primeira vez em meados da
O herpesvírus canino tipo 1 (
OBJETIVO:
150
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram usados 200 cães de canis comerciais, dos quais foram coletadas
amostras sanguíneas para a extração do DNA e detecção do CVH-1. O DNA
foi extraído utilizando o Kit comercial Wizard® Genomic Purification Kit’
(Promega, Madison, WI, USA), seguindo o protocolo do fabricante. Após
isso as amostras de DNA foram submetidas a teste molecular de reação
em cadeia da polimerase em tempo real (Polymerase Chain Reaction Real
Time – RT-qPCR) para detecção do agente. Na reação de qPCR de
amplificação foram utilizados os oligonucleotídeos para timidina quinase
CHV3 (CGTGGTGAATTAAGCCTAA) e CHV4 (ATGCTATTGGGTGTCTATC),
Para preparar a reação de qPCR usou-se 10 µL de Gotaq qPCR Master Mix
(2x) (Promega, Madison, WI, USA), 0,27µM de ROX CXR (30µM), 0,3 µM de
cada oligonucleotídeo a 10 ρmol/µL, 2,5% de DMSO (99,8%) e 3µL de DNA
template num volume final de reação de 20 µL. Como controle negativo
da reação usou-se água livre de nucleases em substituição ao DNA. As
reações foram realizadas no termociclador 7300 Real Time PCR System
(Applied Biosystem®), a captação e detecção da fluorescência da reação
foram analisadas através do programa do Sequence Detection Software
7300 versão 1.2.3. (Applied Biosystem®). As condições de reação para
amplificação do fragmento do gene para timidina quinase do CHV-1 foram
de 95ºC de desnaturação inicial por 2 minutos, seguidos de 40 ciclos de
desnaturação a 95ºC por 30 segundos, anelamento a 57ºC por 30
segundos e extensão a 72ºC por 30 segundos.
RESULTADOS:
Embora os canis avaliados nesse estudo sejam comprometidos com
abortos e morte de filhotes neonatos, nenhuma das amostras utilizadas
foi positiva para o CHV-1, sendo que a causa dessas pode estar ligada a
presença de outros patógenos (Neospora caninum, Leptospira spp,
Toxoplasma gondii, Ehrlichia canis e Brucella canis).
DISCUSSÃO:
Os cães desse estudo eram submetidos constantemente a estresses,
imunossuprimidos ou gestação, que são causas de reativação desse vírus.
As altas temperaturas dessa região impedem a replicação desse vírus, que
tem preferência por temperaturas menores que 37. Essa hipótese tem
151
REFERÊNCIAS:
DAHLBOM, M.; JOHNSSON, M.; MYLLYS, V.; TAPONEN, J.; ANDERSSON, M.
Seroprevalence of canine herpesvirus-1 and Brucella canis in finnish
breeding kennels with and without reproductive problems. Reproduction
in Domestic Animals, v. 44, p. 128-131, 2009.
DECARO, N.; MARTELLA, V.; BUONAVOGLIA, C. Canine adenoviruses and
herpesvirus. Veterinary Clinics Small Animal Practice, v. 38, p. 799-814,
2008.
KIM, O. Optimization of in situ hybridization assay using non-radioactive
DNA probes for the detection of canine herpesvirus (CHV) in paraffin-
embedded sections. Journal of Veterinary Science, v. 5, n. 1, p. 71-73,
2004.
LEDBETTER, E. C.; KIM, S. G.; DUBOVI, E. J.; BICALHO, R. C. Experimental
reactivation of latent canine herpesvirus-1 and induction of recurrent
ocular disease in adult dogs. Veterinary Microbiology, v. 138, n. 1-2, p. 98-
105, 2009.
NÖTHLING, J. O.; HÜSSY, D.; STECKLER, D.; ACKERMANN, M.
Seroprevalence of canine herpesvirus in breeding kennels in the Gauteng
province of South Africa. Theriogenology, v. 69, n. 3, p. 276-282, 2008.
RONSSE, V.; VERSTEGEN, J.; THIRY, E.; ONCLIN, K.; AEBERLÉ, C.; BRUNET,
S.; POULET, H. Canine herpesvirus-1 (CHV-1): clinical, serological and
virological patterns in breeding colonies. Theriogenology, v. 64, n.1, p. 61-
74, 2005.
Esse estudo foi aprovado pelo CEUA: 09/12/2010, protocolo n 036/10 e
Suporte financeiro da FAPESP - Processo no 13/06993-1.
b
Laboratório de Análises Clínicas, Fac. Veterinária, UFPel
c
Laboratório Regional de Diagnósticos, Fac. Veterinária, UFPel
RESUMO:
Este estudo objetiva determinar a ocorrência de Anaplasma platys em
cães atendidos na área de abrangência do Hospital Veterinário da
UFPel, Pelotas-RS. Através de esfregaços de papas de leucócitos
investigou-se a presença de mórulas nas plaquetas. Amostras de sangue
de 89 cães foram submetidas à nested-PCR para A. platys seguido de
seqüenciamento do DNA para confirmar a identidade do agente. Do
total, 1.1% foram positivas para Anaplasma spp através dos esfregaços de
papa de leucócitos e 7.9% por nPCR.
INTRODUÇÃO:
Anaplasma platys pertence a família Anaplasmataceae (Gaunt et al.,
2010), infecta plaquetas de cães, sendo responsável pela enfermidade
denominada Trombocitopenia Cíclica Canina (TCC). A doença provoca
queda brusca da contagem de plaquetas logo após a infecção, com
posterior diminuição da bacteriemia e retorno dos valores plaquetários
ao normal. Na fase crônica há redução do número das plaquetas
infectadas e da trombocitopenia. No Brasil, estes hemoparasitas são
transmitidos os cães pelos carrapatos ixodídeos Rhipicephalus
sanguineus (Machado et al., 2010).
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram analisadas 89 amostras sanguíneas de cães coletadas através de
venipunção cefálica ou jugular. Foi adotado como critério de inclusão
para o estudo, cães com suspeita de hemoparasitose e histórico de
presença ou exposição prévia a carrapatos ixodídeos. A presença de
mórulas características de Anaplasma spp em plaquetas foram
investigadas em papa de leucócitos obtidos através de buffy coat. A
extração de DNA de sangue total foi realizada com o QIAamp DNA
Blood Mini Kit (Qiagen®, Valencia, Califórnia, EUA) de acordo com
recomendações do fabricante. Os oligonucleotídeos iniciadores e as
seqüências térmicas utilizadas foram baseados na amplificação de uma
porção do gene 16S rRNA. Para o seqüenciamento dos produtos
amplificados utilizou-se o ABI PRISM 3700 DNA Analyzer (Applied
Biosystems). As seqüências obtidas foram analisadas pelo programa
BLAST e comparadas com seqüências similares em banco de dados
153
RESULTADOS:
Nos esfregaços de papa de leucócito foram observadas mórulas
características de Anaplasma spp em 1.1% das amostras analisadas.
Resultados do PCR mostraram positividade de 7,9% para Anaplasma spp
com um produto de 546 pb pela nested-PCR. Os amplímeros obtidos
para Anaplasma spp revelaram 99-100% de identidade com seqüências
de A. platys previamente publicadas no GenBank encontradas em cães
na Croácia (JQ396431.1).
DISCUSSÃO:
A baixa prevalência de mórulas encontradas no estudo comparada aos
resultados do n-PCR demonstram que a presença deste agente pode
estar subestimada na região estudada. Além disso, os resultados
obtidos através deste método diagnóstico mostra a baixa sensibilidade
deste teste previamente relatada por Machado et al. (2010) e Otranto et
al. (2010). Segundo Elias (1992), o teste é de fácil execução, baixo custo
e resultados rápidos, porém mostra baixa sensibilidade e relativa baixa
especificidade, pois permite a detecção de inclusões relacionadas a
diferentes hemoparasitas. No entanto, PCR proporciona a detecção do
agente em todas as fases da infecção e independente do grau de
parasitemia (Sousa et al., 2010), inclusive quando em baixas
concentrações na circulação sanguínea (Ueno et al., 2009). A
amplificação do material genético dos hemoparasitos em estudo desde
a fase aguda, até a fase subclínica e crônica da doença justifica a alta
especificidade deste método diagnóstico (Meneses et al., 2008, Sousa
et al., 2010). A prevalência encontrada em nosso estudo, embora bem
inferior aos resultados de Lasta et al (2013) demonstra a circulação
deste agente na região de Pelotas e atenta para a importância dos
testes moleculares.
CONCLUSÃO:
O diagnóstico de infecções por Anaplasma platys em cães na região em
estudo pode ser subestimado quando realizado somente pela análise de
esfregaços de papa de leucócitos. A detecção molecular deste agente
demonstrou a importância do método na conduta diagnóstica da
Trombocitopenia Cíclica Canina.
REFERÊNCIAS:
154
RESUMO:
O hiperadrenocorticismo adrenal-dependente ocorre em apenas 15% dos
casos. Os exames laboratoriais apresentam alterações geradas pelo
excesso de cortisol. A ocorrência de diabetes secundária ao
hipercortisolismo é uma observação frequente. O presente trabalho tem o
objetivo de relatar o caso de um canino, shihtzu, sete anos, com quadro
de hiperadrenocorticismo adrenal-dependente e diabetes mellito
secundária.
INTRODUÇÃO:
O hiperadrenocorticismo (HAC) ou doença de Cushing é uma
endocrinopatia comum em cães idosos e é o resultado da exposição
crônica ao excesso de glicocorticoides (Feldman, 2004; Nelson, 2010;
Alenza, 2011; Koistra, 2011).
Os sinais clínicos mais comumente observados em cães com HAC são:
poliúria, polidipsia, polifagia, ofegos, alterações dermatológicas,
hepatomegalia, aumento de volume abdominal e fraqueza (Galac et al,
2010; Nelson, 2010). O excesso de cortisol no organismo pode resultar no
desenvolvimento de diabetes mellito (Feldman, 2004; Nelson, 2010).
Devido a variedade de sintomatologia e a importância da doença, este
trabalho tem o objetivo de relatar o caso de um cão com diabetes mellito
secundária a HAC adrenal-dependente e os sinais clínicos associados.
RELATO DE CASO:
Foi atendido um canino, Shihtzu, macho, com sete anos devido à queixa
de dermatopatia. Ao exame clínico foram constatadas áreas de rarefação
pilosa, descamação, pústulas, hiperqueratose, secreção sebácea e
colaretes epidérmicos. Realizado o teste KOH 20%, o qual resultou
negativo. Prescrito tratamento tópico e antibioticoterapia via oral.
Paciente retornou com apatia, mucosas hipocoradas, hipotermia e
sensibilidade abdominal. Proprietário relatou polidipsia e poliúria há três
dias. Animal foi internado.
Ao hemograma constatou-se leucocitose por linfocitose, a análise
bioquímica revelou aumento das enzimas hepáticas, hiperglicemia e a β-
cetona estava dentro dos valores de referência. Foi coletada urina por
sondagem antes de iniciar a fluidoterapia. A urinálise revelou baixa
densidade urinária, glicosúria e piúria.
Paciente apresentou dispneia grave e cianose, seguida de hemoptise e
parada cardiorrespiratória, vindo a óbito no mesmo dia.
156
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
RESUMO:
Diabetes mellitus é considerada a segunda doença endócrina mais comum
nos cães, ocorrendo na maioria das vezes em cães de meia idade a idosos,
sendo rara em filhotes. Este trabalho relata o caso de diabetes mellitus
juvenil em cão que foi diagnosticado aos 4 meses de idade após
apresentar sintomas clínicos característicos da doença.
INTRODUÇÃO:
Diabetes mellitus (DM) é o conjunto de distúrbios metabólicos
caracterizados pela hiperglicemia persistente devido deficiência absoluta
ou relativa de insulina (Jouvion, 2006). Ocorre, na maioria das vezes em
cães de meia idade a idosos e cães de raças pequenas, mas todas as raças
podem ser afetadas (Feldman, 2004; Jouvion, 2006; Engelking, 2010). As
fêmeas intactas e castradas são afetadas duas a quatro vezes mais que os
machos (Feldman, 2004; Engelking, 2010).
A DM juvenil é raramente diagnosticada em cães e representa menos de
1% dos casos de diabetes mellitus canino. Além disso, entre os raros casos
de DM juvenil canino que têm sido investigados histologicamente, a
insulite , que é considerada a marca patológica da agressão autoimune de
159
MATERIAL E MÉTODOS:
Canino, fêmea, inteira, 4 meses, sem raça definida (SRD), com 500
gramas, foi atendido, em agosto de 2014, com histórico de poliúria,
polidpsia, polifagia e retardo do crescimento. A pressão arterial sistêmica
nesta consulta estava normal. Glicemia ambulatorial medida através de
glicosímetro estava 389ng/dL neste primeiro encontro. Suspeitou-se de
DM e exames laboratoriais e de imagem foram solicitados.
RESULTADOS:
Os exames laboratorias (tabela 1) revelaram linfopenia, eosinopenia,
hipertrigliceridemia, glicosúria e hiperglicemia persistente. Na
ultrassonografia abdominal não foram encontras alterações dignas de
nota. Testes endócrinos foram realizados e nenhuma doença hormonal foi
encontrada (Tabelas 2 e 3). Diante do diagnóstico de DM iniciou-se o
tratamento com insulina NPH (100UI/mL) na dose inicial de 0,5UI/cão/bid
juntamente com uma dieta apropriada para diabéticos. O
acompanhemento foi feito atraves de mensurações da glicemia através do
glicosímetro realizadas pela prorietária em domícilio e também através da
evolução clínica. A medida em que as curvas glicêmicas continuavam
demonstrando altos valores de glicemia juntamente com pouca melhora
clínica a dose da insulina foi aumentada gradativamente, até chegar na
dose total de 2UI/cão/bid, ocasião em o animal já pesava 1,200kg (figuras
1). Nesta ocasião (outubro de 2014) a cadela desenvolveu piometra e foi
submetida a uma ovariohisterectomia. Mesmo após a cirurgia citada não
havia melhora clínica do quadro de diabetes, optou-se então pela troca da
insulina NPH pela uma insulina de uso veterinário de ação intermediária
(40UI/mL) na dose de 2UI/cão/bid, só então a cadela apresentou melhora
clínica significativa e curva glicêmica satisfatória com valores de glicemia
variando entre 100 e 200ng/dL.
160
DISCUSSÃO:
Relatamos o caso de Diabetes mellitus juvenil em um cão, fêmea, SRD, de
pequeno porte, inteira no momento do diagnóstico, 4 meses de idade.
Esses dados estão de acordo com o assinalamento descrito por Feldman
(2004), Jouvion (2006) e Engelking (2010). O cão deste relato apresentava
retardo do crescimento, citado como sinal clínico comum na DM juvenil
pelo autor Kang (2008). Segundo o mesmo autor (2008) a catarata é uma
complicação rara em cães com DM juvenil e este cão não apresentou
catarata até o presente momento.
CONCLUSÃO:
A diabetes mellitus juvenil relatada neste caso mostrou que não havia
distúrbio hormonal como doença de base, além disso, o proprietário não
concordou com exame histopatológico e imunohistoquímico do pâncreas
para a investigação de sua etiologia.
REFERÊNCIAS:
FELDMAN, E.C; NELSON, R.W. Canine Hyperadrenocorticism (Cushing’s
syndrome). In: FELDMAN, E.C; NELSON, R.W. Canine and feline
endocrinology and reproduction. 3 ed., St. Louis: Elsevier, 2004, p.252-
357.
JOUVION, G. et al. Lymphocytic Insulitis in a Juvenile Dog with Diabetes
Mellitus. Endocrine Pathology, vol. 17, no. 3, 283–290, Fall 2006.
KANG, J.H, et al. Juvenile Diabetes Mellitus Accompanied by Exocrine
Pancreatic Insufficiency in a Dog. College of Veterinary Medicine,
Chungbuk National University, Cheongju, Chungbuk 361–763, Republic of
Korea, 2008.
RESUMO:
O Dioctophyma renale é o maior nematoide conhecido podendo medir até
100 cm. Este parasita causa severa doença renal em cães, além de ser
agente de uma importante zoonose devido à gravidade do seu quadro
clínico. No presente estudo foi relatada a localização não renal desse
parasito causando a enfermidade denominada dioctofimose extra-renal. O
exemplar foi encontrado em tecido subcutâneo na região inguinal de um
cão atendido na cidade de Iguape localizada no litoral sul do estado de São
Paulo.
INTRODUÇÃO:
O D. renale é o maior nematoide conhecido, podendo medir até 100 cm
de comprimento e 1 cm de diâmetro, da ordem Enoplida, família
Dioctophymatidae (Merch & Tracy, 2001). A parasitose é encontrada
principalmente em animais que se alimentam de carne de peixe cru,
devido ao ciclo desse parasito possuir peixes e anfíbios como hospedeiros
intermediários. Normalmente o diagnóstico de dioctofimose é acidental,
achado durante necropsia, procedimento cirúrgico ou exame
ultrassonográfico (Monteiro, 2010).
DESCRIÇÃO DO CASO:
Uma cadela, SRD com 1 ano e 6 meses de idade, pesando 4 kg foi atendida
em uma clínica veterinária particular no município de Iguape, São Paulo. O
animal apresentava nódulo na região inguinal medindo 8,0 x 6,0 cm. Foi
realizada a incisão cirúrgica do nódulo e observada à presença de um
parasito nematódeo em tecido subcutâneo. O nematódeo foi enviado ao
Laboratório de Doenças Parasitárias para identificação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O parasito foi identificado como pertencente da espécie Dioctophyma
renale (Figura 1) por apresentar características morfológicas condizentes
com a espécie como cor vermelha, diâmetro de 1 cm e comprimento de
67 cm, apresentava ovos bioperculados de casca grossa e vulva próxima a
extremidade anterior do corpo (Monteiro, 2010). Diversos estudos já
relataram a infecção extra-renal de D. renale, como Sousa et al. (2011)
que relataram a presença do parasito em glândula mamária. Lemos et al.
(2010) observaram infecção por este parasito em pulmão, fígado e
cavidade abdominal. Diferindo do presente trabalho que identificou D.
renale localizado na região inguinal direita.
162
CONCLUSÃO:
A identificação deste parasito possui elevada importância epidemiológica
devido a sua característica zoonótica, além de causar um quadro grave
tanto em humanos como nos cães, seu hospedeiro definitivo. O relato da
ocorrência deste nematódeo possibilitou identificar a presença do
parasito em local ectópico. Medidas como não fornecer peixe cru e evitar
o contato com sapos e rãs são formas adequadas de prevenir essa doença.
REFERÊNCIAS:
LEMOS, L.S.; SANTOS, A.S.O.; RODRIGUES; A.B.F. Extra-Renal Lesion
Caused by Dioctophyma renale Eggs in an Erratic Cycle in a Dog.
Interntional Journal Morphology, v.28 , n.4 , p. 1031-1034, 2010.
MERCH, L.D.; TRACY, S.T. Prevalence of gigant kidney worm (Dioctophyma
renale) in wild Mink (Mustela vison) in Minnesota. American Midland
Naturalist, v.145, n.1, p.206-209, 2001.
MONTEIRO, S.G. Ordem Enoplida, In: MONTEIRO, S.G. Parasitologia na
Medicina Veterinária. 1.ed. São Paulo: Roca, 2010, Cap.22, p.223-228.
SOUSA, A.A.R.; SOUSA, A.A.S.; COELHO, M.C.O.C. et al. Dioctofimose em
cães. Acta Scientiae Veterinariae, v.39 , n.3 , p. 1-4, 2011.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
Para a determinação da presença de sepse nas pacientes, empregaram-se
os critérios de acordo com RABELO, 2012. Dois grupos foram formados,
sendo um grupo controle (grupo I – 10 animais saudáveis) e um grupo
sepse (grupo II – 12 animais com sepse). Foi utilizado um aparelho de
ecoDopplercardiografia (MyLab 40, Esaote®) com transdutores de
varredura setorial eletrônica multifrequencial de 4-10 MHz para obtenção
das imagens ecocardiográficas. Para obtenção do parâmetro Strain (St)
longitudinal do ventrículo esquerdo (VE) foi utilizado o método FTI-2D. Em
relação a análise estatística, após o teste de normalidade dos resíduos
(Kolmogorov-Smirnov) e homocedasticidade das variâncias (Levene), a
análise de variância (ANAVA) dos dados de avaliação cardíaca foi realizada.
Quando significativos a ANAVA, os dados foram submetidos ao teste
Tukey ou teste F. Diferenças foram consideradas estatisticamente
significativas quando P < 0,05.
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Orde SR, Pulido JN, Masaki M, Gilespie S, Spoon JN, Kane GC, Oh JK.
Outcome prediction in sepsis: speckle tracking echocardiography based
assessment of myocardial function. Critical Care 2014, 18(4):R149.
INTRODUÇÃO:
Objetivo de conhecer a distribuição de Megninia ginglymura (Mégnin)
(Analgidae) no corpo de galinhas poedeiras comerciais (Gallus gallus
domesticus L.). Três sistemas avaliados: automatizado (A1,2,3);
semiautomatizado (S1,2); caipira (C). Dez aves/galinheiro foram avaliadas
retirando uma pena de cada região: asa, cloaca, dorso, pescoço e ventre.
Coletados 28.404 espécimes de M. ginglymura, sendo S1 (32,6%), S2
(32,2%) e C (20,7%) mais infestados. Menores populações em A2 (7,8%), A3
(5,8%) e A1 (0,9%). As médias de ácaros/pena no automatizado foram
semelhantes (A1: 0,24; A2: 1,9 e A3: 1,8). Em S1, S2 e C houve diferença
significativa. Em S1 e S2 maiores infestações no dorso (S1: 14,4 e S2 12,5
ácaros/pena), cloaca (S1: 11,1 e S2: 9,3), pescoço (S1: 10,3 e S2: 7,7) e
ventre (S1: 10,1 e S2: 8,1) e menores na asa (S1: 5,1 e S2 : 3,8). Em C,
maiores concentrações no dorso (9,5 ácaros/pena), ventre (7,5) e pescoço
(6,2). Cloaca (5,4 ácaros/pena) e asa (2,09) apresentaram menores
infestações.
Devido à crescente demanda por produtos avícolas, as aves de postura
são criadas em regime intensivo que além de prejudicar o bem-estar das
aves, aumenta o risco de epidemias. Dentre elas, as ectoparasitoses
podem levar a baixa produtividade e diminuição da qualidade do produto.
166
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
167
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
O sêmen diluído foi refrigerado à 4°C por 1h. Após, as amostras foram
rediluídas(1:1) com meio de congelamento estabilizado à 4°C, contendo
no grupo controle (T1) 10% de GL; (T2) 10% de GL e 0,25% de SDS; (T3) 6%
de MF; e (T4) 6% de MF e 0,25% de SDS. Após estabilização por 15 min à
4°C, o sêmen foi envasado em palhetas de 0,25 mL, que foram mantidas à
6 cm do vapor de nitrogênio por 10 min Em seguida, as amostras foram
submersas em nitrogênio líquido (Futino et al., 2010). O descongelamento
foi realizado em banho maria à 37°C por 30 s.
DISCUSSÃO:
169
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
ARRIOLA J.; FOOTE R.H. Glycerol ation and thawing effects on bull
spermatozoa frozen in detergent-treated egg yolk and whole egg
extenders. Journal of Dairy Science, v.70, p.1664-1670, 1987.
170
BIANCHI, I.; CALDERAM, K.; MASCHIO È.F. et al. Evaluation of amides and
centrifugation temperature in boar semen cryopreservation.
Theriogenology, v.69, p.632-638, 2008.
MOUSSA, M.; MARTINET, V.; TRIMÈCHE, A., et al. Low density lipoproteins
extracted from hen egg yolk by an easy method: cryoprotective effect on
frozen–thawed bull semen. Theriogenology, v.57, p.1695–1706, 2002.
PEÑA, A.I.; BARRIO, F.; QUINTELA L.A. et al. Effects of Sodium Dodecyl
Sulphate on post-taw dog semen quality during in vitro Incubation at 39°C
and 22°C. Reproduction in Domestic Animals, v.33, p.393-398, 1998.
TSUTSUI, T., HASE, M., HORI, T. et al. Effects of Orvus ES Paste on canine
spermatozoal longevity after freezing and thawing. Theriogenology, v.62,
p.533-535, 2000.
RESUMO:
171
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
DISCUSSÃO:
172
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
Entre os ácaros que mais acometem os cães, estão o Sarcoptes scabiei var
canis, Otodectes cynotis e Demodex canis (Rocha et al., 2008). Já a
pediculose pode ser causada por piolhos mastigadores, como o
Trichodectes canis e o Heterodoxus spiniger, ou sugadores, como o
Linognathus setosus, por exemplo. Em geral, os animais mais acometidos
por piolhos são os mais jovens e senis (Taylor et al., 2010).
174
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÕES:
REFERÊNCIAS:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
A infecção por Brucella abortus em cães é esporádica e tem grande
importância para saúde pública. Reporta-se um caso de epididimite e
dermatite escrotal granulomatosa por B. abortus em um cão, chow-chow,
macho, 19 meses de idade. Esse canino apresentava aumento acentuado
do volume escrotal e foi submetido à orquiectomia terapêutica. O
material excisado foi encaminhado para análise histopatológica de rotina,
coloração de Ziehl Neelsen e exame de PCR. O diagnóstico morfológico
associado à caracterização molecular permitiu a associação da causa do
quadro clínico desse cão à infecção por B. Abortus.
INTRODUÇÃO:
A brucelose canina é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica,
caráter zoonótico e distribuição mundial. É comumente associada à
bactéria gram negativa Brucella canis e, esporadicamente, à B. abortus, B.
suis e B. melitensis (Silveira et.al, 2015). A prevalência de infecção por
Brucella abortus em cães é maior quando há contato direto com animais
de interesse pecuário, especialmente ruminantes
(Moraes et.al, 2002).
A principal fonte de infecção é a ingestão de leite, fezes ou restos
placentários de ruminantes infectados, porém contaminações por vias
oronasal, conjuntival, venérea ou por fômites são relatadas
(Moraes et.al, 2002). Os sinais clínicos consistem, nas fêmeas, em
infertilidade e abortos no terço final da gestação e nos machos, em
orquite, epididimite e atrofia testicular (Moraes et.al, 2002).
182
RELATO DE CASO:
DISCUSSÃO:
O exame histológico permite diferenciar as lesões neoplásicas,
degenerativas e inflamatórias e devem ser de eleição em casos de
aumento de volume de órgãos genitais. Nas doenças infecciosas, os
principais agentes isolados, em epididimites crônicas, são Brucella spp.,
Actinobacillus seminis, Corynebacterium pseudotuberculosis, Mycoplasma
bovigenitaliumn e Pseudomonas spp.(Sant’ana et.al, 2008).
O aumento do volume escrotal e genital é explicado pela reação
inflamatória com formação de tecido fibroso e de granulomas
espermáticos, formando uma massa de aspecto nodular.
A degeneração testicular, está associada a inflamação no tecido adjacente
e frequentemente devido a pressão retrógrada
(Zachary e McGavin, 2013).
Dessa forma, também levando em conta o potencial zoonótico, a infecção
por Brucella ssp. deve ser considerada em cães com histórico de aumento
de volume escrotal, especialmente quando sua consistência é mais firme
(Zachary e McGavin, 2013).
A caracterização etiológica depende da demonstração do agente no sítio
de lesão, através de testes específicos (Sant’ana et.al, 2008). Para
detecção de Brucella spp., a prática de PCR constitui uma técnica eficiente
devido a alta sensibilidade mesmo à pequenas quantidades de DNA na
amostra clínica e a alta especificidade.
A técnica de Ziehl-Neelsen auxilia para o encaminhamento diferencial de
reação granulomatosa por outros microrganismos BAAR, principalmente
do gênero Mycobacterium (Siqueira et.al, 1984).
CONCLUSÃO:
Com base nos achados morfológicos e moleculares, conclui-se que o caso
relatado refere-se a uma epididimite e dermatite escrotal granulomatosa
causada por Brucella abortus em cão.
REFERENCIAS:
184
DISCUSSÃO:
A sintomatologia clínica da erliquiose felina na maioria dos casos é
inespecífica e pode ter sido causada por outra doença concomitante,
porém os sinais clínicos observados neste caso são semelhantes aos
descritos por Alsmony (1998) e Nelson e Couto (2010).
As alterações observadas no hemograma sugerem anemia normocítica
normocrômica regenerativa e trombocitopenia. O leucograma apresentou
contagem leucocitária de 15200/mm³, sendo 10488/mm³ de neutrófilos
segmentados e 2128/mm³ de bastonetes demonstrando um desvio para
esquerda degenerativo. No entanto, existem relatos em alguns gatos com
leucopenia, leucocitose por neutrofilia, linfocitose, monocitose e
trombocitopenia (Nelson e Couto, 2010).
Ao realizar a pesquisa de hemoparasitas constatou-se a presença
corpúsculos intracitoplasmáticos sugestivos de Ehrlichia sp. em monócitos
Comparando os valores dos parâmetros bioquímicos encontrados para o
animal do presente relato com os de referência citados por Kaneko et al.
(2008), observou- se que os valores de ureia, creatinina, FA e ALT
mantiveram-se próximos e/ou dentro dos limites fisiológicos para a
espécie, enquanto AST, GGT, CK, colesterol e triglicérides apresentaram
valores acima dos citados pelos pesquisadores confrontados. As proteínas
totais e globulinas apresentaram valores superiores, já a albumina
manteve-se diminuída de acordo com os valores de referência utilizados.
CONCLUSÃO:
Apesar dos gatos serem menos predispostos às infestações por carrapatos
do que os cães, isso não os exclui de contraírem infecções parasitárias
transmitidas por esses artrópodes. Os sinais clínicos observados, as
alterações hematológicas e bioquímicas e a presença de corpúsculos de
inclusão em leucócitos foram de grande valia para a apuração do
diagnóstico a realização do tratamento, sugerindo infecção por Ehrlichia
sp.
REFERÊNCIAS:
186
RESUMO:
Um desafio para o tratamento de doenças bacterianas constitui-se na
possibilidade de ocorrência de resistência por parte de alguns
microorganismos contra várias classes de antibióticos utilizados na rotina
hospitalar. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi relatar o caso
de uma E. coli com elevado perfil de resistência aos antimicrobianos
isolada da urina proveniente de um cão com cistite.
INTRODUÇÃO:
Um desafio para o tratamento de doenças bacterianas constitui-se no
desenvolvimento de resistência contra varias classes de antibióticos
utilizados na rotina hospitalar (Wright, 2010).
As infecções bacterianas do trato urinário (ITU´s) são frequentes em
animais, sendo o patógeno mais comumente diagnosticado a Escherichia
coli (Carraro-Eduardo e Gava, 2012).
187
RELATO DE CASO:
Um cão da raça Dálmata, com dois anos, atendido no Hospital Veterinário
da Universidade Federal de Uberlândia, o qual apresentava histórico de
disúria, na anamnese foi observado um aumento de volume na bexiga, a
suspeita clínica era ITU ou obstrução, para tanto foram solicitados além do
Hemograma, Bioquímica, Creatinina, os exames de Cultura e Teste de
Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA). O animal foi a óbito antes da
conclusão do TSA.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Todos os testes utilizados, para identificação do agente infeccioso e suas
análises, foram feitos de acordo com o protocolo proposto pelo Manual
de Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica para o Controle de
Infecção Relacionada à assistência à Saúde (Anvisa,2010). O teste de
sensibilidade a antimicrobianos (TSA) foi realizado com difusão em disco
de Kirby e Bauer (1996), onde foram testados 12 antimicrobianos
potencialmente prescritos.
RESULTADOS:
No ágar McConkey e no ágar sangue, as colônias se mostraram sugestivas
para E.coli, apresentando se com uma coloração rosa, no primeiro e com
coloração acinzentadas e mais ressecadas no segundo ágar. Os resultados
das provas bioquímicas foram:
Motilidade-positivo; Produção de H2S-positivo; Indol-positivo; Ureia de
Christensen-negativo; Citrato de Simons-negativo; Lisina-positivo;
Fermentação da lactose-positivo; Glicose-positivo; Produção de gás-
positivo; Fenilalanina-negativo.
188
DISCUSSÃO:
Baseado nos resultados encontrados, a E.coli foi o agente causador da ITU, o
que corrobora com Carvalho (2014), o qual encontrou entre a E.coli, presente
em 53% das amostras de urina de cães e 70% das amostras de gato com ITU.
Seguin (2003) em um estudo retrospectivo com 100 cães com ITU verificou 441
isolados de bactérias, sendo que 47.4% eram de E.Coli, mostrando a
importância desse agente nestas infecções.
Quando avaliado o perfil de suscetibilidade desta bactéria com os
antimicrobianos usados, ela se mostrou sensível somente ao Ceftiofur e uma
resistência intermediária ao Tobramicina, sendo resistente aos outros dez
antimicrobianos testados, resultado preocupante, pois mostra alta resistência
bacteriana, dificultando o tratamento do animal.
As drogas consideradas de primeira escolha para o tratamento de ITUs nos
cães, são a sulfa+trimetoprim, amoxicilina, cefalexina (BarsantI, 2006) e
tetraciclina (Thompson et al., 2011), as quais apresentaram resistência neste
trabalho, segundo Santos (2004), o uso indiscriminado de antibióticos,
aumenta a pressão seletiva das bactérias facilitando a aquisição de
mecanismos de resistência.
A enrofloxacina é indicada, quando já existe um quadro estabelecido de
resistência às drogas de primeira escolha, porém ela também apresentou
resistência neste trabalho, ressaltando a importância da resistência às
fluorquinolonas tanto em cepas animais quanto nas de origem humana
(Andrade et al., 2006; Barsanti, 2006).
CONCLUSÃO:
A multirresistência verificada deste cão com cistite dificultou a intervenção
terapêutica, visto que a E.coli estava com sensibilidade apenas para ceftiofur e
sensibilidade intermediária para tobramicina. O óbito do cão poderia ter sido
evitado com uma conduta terapêutica adequada e embasada no TSA.
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, S.S.; SADER, H.S.; JONES, R.N. et al. Increased resistance to first-line
agents among bacterial pathogens isolated from urinary tract infections in Latin
America: time for local guidelines? Memórias do Instituto Oswaldo Cruz,
v.101, n.7, p.741-748, 2006.
BALL, K.R.; RUBIN, J.E.; CHIRINO-TREJO, M. et al. Antimicrobial resistance and
prevalence of canine uropathogens at the Western College of Veterinary
Medicine Veterinary Teaching Hospital, The Canadian Veterinary Journal, v.49,
n.10, p.985-90, 2014.
189
BARSANTI, J.A. 2006. Genitourinary infections, p.626-646. In: Greene C.E. (Ed.),
Infectious Diseases of the Dog and Cat. 2nd ed. W.B. Sauders, Philadelphia.
p.1387.
CARRARO-EDUARDO, J.C.; GAVA, I. A. O uso de vacinas na profilaxia das
infecções do trato urinário, Jornal Brasileiro de Nefrologia, vol.34, n.2, 2012.
CARVALHO, V.M.; et.al.Infecções do trato urinário (ITU) de cães e gatos:
etiologia e resistência aos antimicrobianos, Pesquisa Veterinária
Brasileira, v.34, n.1, 2014.
GIBSON, J.S.; MORTON, J.M.; COBBOLD, R.N.; SIDJABAT. et al. Multidrug-
resistant E. coliand enterobacter extraintestinal infection in 37 dogs.
Journal of Veterinary Internal Medicine, v.22, n.4, p.844-850, 2008.
MOURA, L. B.; FERNANDES, M. G. A Incidência de Infecções Urinárias Causadas
por E. Coli, Olhar Científico – Faculdades Associadas de Ariquemes, v. 01, n.2,
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SEGUIN, M.A.; VADEN, S.L.; ALTIER, C.et al. Persistent urinary tract infections
and reinfections in 100 dogs (1989-1999). Journal of Veterinary Internal
Medicine, v17, n.5, p.622-631, 2003.
THOMSON, M.F.; LISTER, A.L.; PLATELL, J.L.; TROTT, D.J. Canine bacterial urinary
tract infection: New developments in old pathogens. Veterinary Journal,
n.190, p.22-27, 2011.
WRIGHT, G. D. Antibiotic resistance in the environment: a link to the clinic,
Microbiology, v. 13, p. 589–594, 2010.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foi realizada citologia por meio de swab das lesões ulcerativas de um felino,
corada com panótico e cultura para comprovar o dimorfismo fúngico. A partir
desses exames foi confirmado o diagnóstico de esporotricose felina.
RELATO DE CASO:
Foi atendido um felino fêmea sem raça definida de três anos, inteira, semi-
domiciliada, com histórico de feridas cutâneas há vinte dias. No exame físico
constatou-se que a paciente apresentava lesões ulcerativas na face, orelhas e
nos membros. No exame citológico do swab das lesões visualizaram-se
leveduras de Sporothrix schenckii. O material foi encaminhado para a cultura
fúngica, onde foi colocado por três dias a uma temperatura de 25°C e depois
colocada a temperatura de 37°C, demonstrando o dimorfismo fúngico e
confirmando o diagnóstico. O tratamento preconizado foi itraconazol sistêmico
5mg/Kg e limpeza das feridas com aplicação de pomada de cetoconazol uma
vez ao dia. No retorno o proprietário relatou que não conseguiu administrar a
medicação diariamente, e observou-se piora das lesões e dispneia inspiratória.
RESULTADO:
O diagnóstico definitivo foi realizado por meio de cultura fúngica. Devido a
piora no quadro clínico optou-se pela eutanásia.
191
DISCUSSÃO:
A paciente apresentava lesões ulcerativas generalizada, caracterizando a forma
cutâneo disseminada, sendo que estava forma acontece em menos de 1% dos
pacientes (BRUM, 2007). No exame direto visualizaram-se as leveduras
Sporothrix schenckii, porém o diagnóstico definitivo foi realizado por meio de
cultura fúngica conforme descrito por Barros (2010). O tratamento foi realizado
com itraconazol, fármaco considerado de escolha para felinos (MEDLEAU e
HNILICA, 2003; SCHUBACH et al., 2012). No retorno, após 21 dias, o
proprietário relatou que não realizou a medicação diariamente e foi observado
piora no quadro clínico da paciente que apresentava mais lesões de pele,
dispneia, caquexia e desidratação. O tratamento da esporotricose deve ser
mantido por no mínimo um mês após a cura clínica a fim de evitar recidivas e
resistência fúngica (MEDLEAU e HNILICA, 2003). Devido à dificuldade na
administração do remédio e a piora clínica o proprietário solicitou a eutanásia
da paciente.
CONCLUSÃO:
O tratamento da esporotricose representa um desafio para veterinários e
proprietários devido dificuldade em administrar a medicação oral para gatos e
o tempo prolongado de tratamento, sendo necessário conscientizar os
proprietários que o prognóstico é de reservado a bom, dependendo da sua
colaboração e grau de evolução da doença.
REFERÊNCIAS:
BARROS, M.B.L; SCHUBACH, T.M.P.; COLL, J.O.; GREMIÃO, I.D.; WANKE, B.;
SHUBACH, A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Revista
Panamericana de Salud Pública. Washington, v. 27, n. 6, 2010.
BEZERRA, L.M.L; SCHUBACH, A.; COSTA, R.O. Sporothtix schenckii and
sporotrichosis. Academia Brasileira de Ciências; 78(2) 293-308, 2006.
BRUM, L. C; CONCEIÇÃO, L. G; RIBEIRO, V. M; JUNIOR, V. H. Principais
dermatofitoses zoonóticas de cães e gatos. Revista Clínica Veterinária. n. 69, p.
38 –40, 2007.
MEDLEAU,L; HNILICA, K. A. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido
e guia terapêutico.1° ed. Roca. São Paulo, p. 51- 52, 2003.
RESENDE, P.P; FRANCO, A.V. Esporotricose cutâneo-linfática. Cardeno Brasileiro
de Medicina, Rio de Janeiro, v.14, n.4, 2001.
SCHUBACH, T.M.P, MENEZES, R.C., WANKE, B. Sporotrichosis – in Infectious
Diseases of the Dog and Cat. 4th ed Elsevier. St Louis, Missouri, p 645-650,
2012.
192
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
194
Do total de 513 olhos com catarata, 40% (203 cães) eram cataratas maduras;
28% (143 cães) eram imaturas; 20% (101 cães) eram incipientes; 11% (55 cães)
eram hipermaduras e 2% (11 cães) eram cataratas em reabsorção. A fácil
detecção da catarata nos estágios de catarata imatura e madura, somado ao
fato dos proprietários só observarem a perda visual do animal quando a
catarata já atingiu de 40% a 50% do cristalino em ambos os olhos (Gelatt,
1999), explica a maior prevalência destes dois grupos. Ao contrário das
cataratas imaturas e maduras, cataratas incipientes necessitam de maior
atenção para serem observadas. Além disto, os animais não demonstram perda
visual, o que torna as cataratas incipientes normalmente negligenciadas pelos
proprietários, corresponde ao grupo de menor incidência. No presente estudo,
dos 101 olhos com catarata incipiente, somente 30 animais possuíam apenas a
catarata incipiente (6%), os outros 71 olhos (14%) eram de animais com
cataratas com estágio de maturação avançado ou com outra oftalmopatia que
levou os proprietários a buscar atendimento especializado. A procura por
médicos veterinários para o diagnóstico e o tratamento da catarata tem
crescido consideravelmente, porém, a dificuldade dos proprietários de
identificar a afecção dificulta o tratamento, já que quanto mais avançado o
nível de maturação da catarata, faz se necessário maior tempo de ultrassom
para quebrar a lente. Além do interesse para a realização da facoemulsificação,
a avaliação precoce do estágio de catarata é importante para impedir
complicações futuras. Muitos estudos demonstram o desenvolvimento de
uveítes em pacientes portadores de catarata, principalmente naqueles com
estágio de maturação avançados ou com cataratas formadas há bastante
tempo (Leasure, 2001). As oftalmopatias também são decorrentes de doenças
sistêmicas, incluindo principalmente a diabetes melito (Slatter, 2005).
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que a maior prevalência
encontrada nos cães atendidos foi de catarata madura.
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
Recentemente tem se dado maior atenção as afecções orais dos cães. Por esse
motivo, profissionais e acadêmicos buscam aprender mais sobre esta área,
fazendo com que o banco de dentes seja fundamental no fornecimento de
material com origem comprovada e segurança. Isso possibilita o estudo e
pesquisa na área de odontologia veterinária. O objetivo do presente trabalho
foi gerar um banco de dentes caninos com material de origem comprovada
disponível para pesquisa e atividades pedagógicas. A construção do banco de
dentes canino (BDC) foi possível através de doação feita por uma clínica
especializada em odontologia veterinária. A doação foi realizada junto com um
termo de consentimento livre e esclarecido, assinado pelo veterinário
responsável e pelo proprietário do animal, comprovando a origem do material.
Atualmente o banco de dentes conta com 268 dentes devidamente limpos e
separados.
INTRODUÇÃO:
A preocupação com a saúde bucal dos animais vem sendo explorada desde a
metade do século XIX, inicialmente restrito aos equinos que eram importante
meio de transporte (San Román, 1999). As principais doenças que acometem
os dentes de cães e gatos são: persistência dos dentes decíduos, fraturas
dentárias, hipoplasia e hipocalcificação do esmalte, alterações ortodônticas e
periodontite (Costa et al, 2013). Anormalidades, afecções ou injúrias na boca
podem gerar incômodo e dor (Venturini, 2006).
196
MATERIAL E MÉTODOS:
O material foi obtido em uma clinica especializada em Odontologia Veterinária,
a médica veterinária responsável assinou um termo de doação dos dentes para
o Departamento de Anatomia.
Os dentes foram armazenados em recipientes plásticos com peróxido de
hidrogênio 10 volumes e recolhidos pelos pesquisadores. A limpeza foi
realizada com escova dentária, gaze e cureta seguida pela desinfecção com
hipoclorito de sódio. Após a secagem com papel toalha, foram separados de
acordo com suas características morfológicas externas e o histórico clínico do
animal doador e classificado em incisivos, caninos, pré-molares e molares.
Posteriormente, foram armazenados em caixas plásticas.
RESULTADOS:
Atualmente, o Banco de Dentes conta com 109 incisivos, 22 caninos, 92 pré-
molares e 45 molares. Quarenta dentes foram doados para uma pesquisa que
avaliou a eficácia da instrumentação rotatória, da qual quatro alunas do
programa de iniciação científica fizeram parte. E rendeu uma apresentação e
publicação de resumo em um congresso nacional.
DISCUSSÃO:
Segundo Moreira et al (2009) a implantação de um Banco de Dentes é
fundamental em uma instituição de ensino e pesquisa na área de odontologia,
visto que eleva a qualidade do aprendizado, proporciona segurança física e
legal aos indivíduos e amplia as possibilidades de avanço na área tecnológica.
Isso foi constatado visto que o material fornecido pelo banco de dentes caninos
do presente estudo foi utilizado para projeto cientifico.
197
CONCLUSÃO:
Foi construído o banco de dentes de cães com material seguro e de origem
comprovada, atualmente conta com 268 dentes. O projeto será mantido e
expandido visando disponibilizar maior número de amostras.
REFERÊNCIAS:
1. COSTA S., PAIS B., ALMEIDA D., SIMÕES J., MEGA A. C., VALA H. Patologias da
cavidade oral em canídeos e felídeos. 3º congresso internacional de
enfermagem veterinária – elvas, 25, 26 e 27 de outubro de 2013.
2. MOREIRA L., GENARI B., STELLO R., COLLARES F. M., SAMUEL S. M. W. Banco de
Dentes Humanos para o Ensino e Pesquisa em Odontologia. Rev. Fac. Odontol.
Porto Alegre, v. 50, n. 1, p. 34-37, jan./abr., 2009.
3. NASSIF, A. C. S et al. Organização e Funcionalidade do Banco de Dentes
Humanos da FOUSP. In: IMPARATO, J. C. P. et al. Banco de Dentes Humanos.
Curitiba: Maio, 2003b. Cap. 4, p. 51-82.
4. SAN ROMÁN, F. Atlas de Odontologia de Pequenos Animais. São Paulo:
Manole. 1999, 284p.
5. VENTURINI, M. A. F. A. Estudo retrospectivo de 3055 animais atendidos no
ODONTOVET (Centro Odontológico Veterinário) durante 44 meses. Dissertação
de Mestrado em Cirurgia Veterinária. Faculdade de medicina veterinária e
zootecnia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2006.
aline.cardosopereira@hotmail.com
198
amoxicilina com clavulanato por via oral, sendo este último utilizado nos casos
de perfuração corneal. No pós-operatório também foi prescrito cloridrato de
tramadol, e todos utilizaram o colar elisabetano como forma de prevenção a
automutilação. Todos os procedimentos foram realizados por um único
cirurgião. Após preparação rotineira para cirurgia oftálmica segundo Slatter
(2005), foi realizada a divulsão de um flap conjuntival livre (G1) ou pediculado
(G2) com tamanho similar ao defeito corneal, e o mesmo foi suturado aos
bordos da lesão, utilizando padrão simples interrompido não penetrante total,
a uma equidistância aproximada de 1,0 mm com mononylon 8-0. Todos os
pacientes foram acompanhados por 60 dias e, neste período foi avaliado a
ocorrência de deiscência de pontos e deiscência do enxerto. Para comparação
destas duas variáveis entre os grupos, foi utilizado o teste exato de Fisher. Não
houve diferença significativa entre os grupos para a ocorrência de deiscência
dos pontos (p=1,000) e houve diferença significativa para deiscência do enxerto
(p=0,0063). Quanta à última, houve um maior número da ocorrência no G1.
Visto os resultados obtidos, o enxerto conjuntival pediculado ( figura 1)teve
maior vantagem quando comparado ao livre (figura 2), devido ao seu suporte
trófico autônomo, o que deve ser considerado pelo cirurgião quanto à escolha
da técnica para tratamento de úlceras profundas, descemetoceles e
perfurações corneais. Salienta-se que os leucomas cicatriciais gerados por
ambas as técnicas são similares e que, as mesmas, podem ser atenuadas por
meio de ceratectomias superficiais e recobrimento com terceira pálpebra, em
períodos tardios em que não hajam mais, riscos de perfuração.
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
CARVALHO, M.G.; LIGNANI, C.; OLIVEIRA, J.M.C.; CARVALHO, I.P. Estudo dos
efeitos do anticoagulante EDTA sobre as células sanguíneas em diversos
intervalos de tempo. Revista brasileira de análises clínicas, v.25, n.4, p.101-5,
1993.
COWEL, R.L.; TYLER, R.D.; MEINKOTH, J.H. Diagnostic cytology and hematology
of the dog and cat, 2 ed. Philadephia: Mosby, 1999.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
Para definir quais as afecções da terceira pálpebra que têm maior prevalência
em cães e gatos, foram verificadas todas as fichas de atendimentos do Serviço
de Oftalmologia da UFRGS, no período de abril de 2007 a março de 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
Portanto, com este estudo, aferimos que a afecção com maior prevalência em
cães é o prolapso da glândula da terceira pálpebra. No entanto, as
anormalidades na terceira pálpebra são vistas raramente em felinos.
REFERÊNCIAS:
204
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
A prevalência de neoplasias em animais de estimação tem aumentado
consideravelmente, representando, na atualidade, a principal causa de morte
em cães e gatos (DALECK et al., 2008; WITHROW et al., 2013). No Brasil, existe
205
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As raças mais afetadas foram cães sem raça definida (SRD), seguidos por cães
das raças Poodle, Pit Bull e Rottweiler (Tabela 1). A maior prevalência em cães
SRD pode estar relacionada ao fato de esses constituírem a grande maioria dos
animais atendidos pelo hospital veterinário no qual o estudo foi realizado. Das
251 neoplasias, 141 foram malignas (56,18%) e 110, benignas (43,82%), sendo
109 de origem epitelial (43,43%), 99 de origem mesenquimal (39,44%) e 43 de
células redondas (17,13%). Os tumores mamários representaram 60,5% de
todas as neoplasias epiteliais, no entanto, 74,24% deles foram malignos,
percentual mais elevado que o descrito na literatura (De NARDI et al., 2002;
SANTOS et al., 2013; WITHROW et al., 2013). A alta incidência de tumores
mamários está relacionada ao desconhecimento da população acerca dos
benefícios da castração precoce, bem como pela ignorância dos proprietários
em relação aos efeitos da terapia hormonal e sobre as possíveis medidas
profiláticas que poderiam ser adotadas (De NARDI et al., 2002; SANTOS et al.,
2013).
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
WITHROW, S.J.; VAIL, D.M.; PAGE, R.L. Withrow and MacEwen’s small animal
clinical oncology. St. Louis: Saunders Elsevier, 2013. 768p.
RESUMO:
Proteus sp. são enterobactérias encontradas no ambiente e na água,
associadas a diversas infecções oportunistas em animais de companhia,
particularmente otite e infecções do trato urinário. Foi realizado o estudo
retrospectivo de 267 afecções clínicas em cães causadas por Proteus mirabilis
ou Proteus vulgaris. As manifestações clínicas mais frequentes foram otite
208
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
209
DISCUSSÃO:
CONCLUSÕES:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
QUINN P.J., MARKEY, B.K., LEONARD, F.C. et al. Veterinary microbiology and
microbial disease. UK: Wiley-Blackwell, 2011. 912p.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
A pele é constituída de epiderme, derme, anexos e subcutâneo (Van Dijk et al.,
2008), sendo organizada em uma estrutura complexa, susceptível a uma
grande variedade de neoplasias primarias e secundarias (Morris e Dobson,
2007), podendo estas serem classificadas como: epiteliais, mesenquimais e
melanocíticas (Van Dijk et al., 2008).
Os casos de neoplasias cutâneas são rotineiramente diagnosticados na clínica
de pequenos animais, compondo o grupo de maior incidência de neoplasias em
cães (Morris e Dobson, 2007).
Tendo em vista a crescente importância das neoplasias cutâneas na medicina
veterinária, assim como a diversidade de neoplasias as quais este tecido é
susceptível, o presente trabalho objetivou levantar dados a respeito da
ocorrência de neoplasias cutâneas em cães na região metropolitana de Belém.
MATERIAL E MÉTODOS:
Realizou-se a análise retrospectiva dos casos de biopsia cutânea diagnosticadas
como neoplasias em um laboratório de patologia animal localizado na região
metropolitana de Belém-PA no período de janeiro de 2013 a dezembro de
2014, avaliando-se o tipo histológico do tumor, comportamento, raça, sexo e
idade. A divisão etária foi realizada de acordo com a metodologia adotada por
Goldston e Hoskins, 1999.
216
RESULTADOS:
Totalizou-se 51 casos de neoplasias cutâneas, sendo 27,4% de origem epitelial,
66,7% mesenquimal, 3,9% melanocítica e 2% mista. O caráter maligno foi
observado em 58,82% dos casos.
Os neoplasmas de origem epitelial (14) apresentaram comportamento benigno
em 35,8% dos casos, sendo 60% destes caracterizados histologicamente como
adenoma sebáceo, 20% epitelioma e 20% tricoepitelioma. 64,2% das neoplasias
epiteliais apresentaram comportamento maligno e foram caracterizadas como
carcinoma basocelular em 44,4% dos casos, adenocarcinoma de glândulas
sebáceas 22%, carcinoma espinocelular 22,2% e carcinoma papilífero 11,1%.
Das neoplasias mesenquimais (34), as benignas representaram 47,1% dos
casos, sendo estas classificadas em 56,9% dos casos como lipoma, 31,25%
hemangioma e 12% histiocitoma.Quanto às malignas (52,9%), 72% destas
foram mastocitoma, 22,2% fibrossarcoma e 5,5% hemangiossarcoma. O
mastocitoma representou o tipo histológico de maior ocorrência, diagnosticado
em 25,5% do total de casos analisados.
Um único caso foi identificado como neoplasia de origem mista, constituindo
carcinossarcoma. A origem melanocítica foi observada em dois casos de
melanoma.
Dentre os animais estudados (49), 55,10% foram considerados sem raça
definida (SRD), 14,28% Poodle, 8,16% Cocker Spaniel e Pitt Bull , 4,08%
Rottweiler e Shar Pei, 2% Fila Brasileiro, Shih tzu e Teckel.
Do total de animais (49), 34,7% eram machos e 65,3% fêmeas. Quanto a idade,
5 indivíduos não apresentavam esta informação em seus registros, os demais
foram classificados, 61,36% como adultos, 36,36% como idosos e 2,3% como
filhotes.
DISCUSSÃO:
A prevalência de mastocitomas entre os tumores já foi relatada por diversos
autores como Bellei et al. (2006) e Meirelles et al. (2010). Bellei et al. (2006)
avaliou 917 casos de neoplasias cutâneas em Santa Catarina e identificou
prevalência de comportamento celular benigno em 62,6% dos casos,
divergindo do observado no presente estudo. Uma discreta prevalência de
neoplasias mesenquimais foi descrita por Meirelles et al. (2010) em um estudo
retrospectivo no Rio Grande do Sul.
A prevalência de neoplasias cutâneas em cães mais velhos tem sido atribuída
ao envelhecimento do sistema imunológico (Weller, 2004) e a prolongada
exposição da pele a agentes cancerígenos do ambiente (Bellei et. al,2006). A
predominância em cães sem raça definida pode ser explicada pelo contingente
217
populacional com relação aos animais de raça, corroborando com Ballei et al.
(2006).
CONCLUSÃO:
Há prevalência de neoplasias cutâneas de origem mesenquimal, sendo o
comportamento celular mais frequente o maligno. O mastocitoma constituiu o
principal tipo histológico diagnosticado. As neoplasias foram mais
diagnosticadas em animais SRD, fêmeas e adultos.
REFERÊNCIAS:
BELLEI et. al. Prevalência de neoplasias cutâneas diagnosticadas em caninos no
estado de Santa Catarina, no período entre 1998 a 2002. Revista de Ciências
Agroveterinárias, Lages, v.5, n.1, p. 73-79, 2006.
CONCEIÇÃO, L.G.; LOURES, F.H.; CLEMENTE, J.T. Biópsia e histopatologia da
pele: um valioso recurso diagnóstico na dermatologia - revisão - parte 1.
Clínica Veterinária, ano 9, p.36-44, 2004.
GOLDSTON, R.T & HOSKI S, J.D. 1999. Geriatria e Gerontologia em Cães e
Gatos. Roca, São Paulo, 551p.
MEIRELLES A.E.W.B.; OLIVEIRA, E.C.; RODRIGUES, B. A. et al. Prevalência de
neoplasmas cutâneos em cães da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS:
1.017 casos (2002-2007). Pesq. Vet. Bras. 30(11):968-973, novembro 2010.
MORRIS, J.; DOBSOM, J. Oncologia em Pequenos Animais, São Paulo: Roca,
2007. 300p.
MURPHY S. Skin neoplasia in small animals. Common canine tomours. In Pract.
28: 398-402. 2006.
VAN DIJK. J.E; GRUYS, E. MOUWEL J.M.V.M. Atlas colorido de patologia
veterinária: reações morfológicas gerais dos órgãos e tecidos/ editado por J.E.
van Dijk, E. Gruys e J. M. V. M. Mouwen: tradução Fabiana Buassaly.- 2 ed.- Rio
de janeiro; Elsevier; 2008.
WELLER, R. Epidemiologia, etiologia e saúde pública. In: Segredos em
Oncologia Veterinária. Rosenthal, R.C. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. cap.1,
p.17-20.
2
FCAV – UNESP, Campus de Jaboticabal.
RESUMO:
Este estudo objetivou angariar dados para avaliação do tempo de sobrevida em
pacientes diagnosticados com osteossarcoma apendicular. Foram incluídos 57
animais, dos quais os submetidos ao tratamento cirúrgico associado à
quimioterapia tiveram maior sobrevida, estendendo-se em média por 333 dias.
Os animais tratados apenas com intervenção cirúrgica tiveram sobrevida de
144 dias, resultado semelhante aos encontrados na literatura.
INTRODUÇÃO:
O Osteossarcoma (OSA) corresponde a aproximadamente 85% das neoplasias
ósseas em cães, acometendo principalmente raças grandes e gigantes de meia
idade a idosos, com média de 7 – 8 anos. Apresenta predisposição para os
membros torácicos, cerca de duas vezes mais acometidos, sendo os sítios mais
comuns o rádio e ulna distal e o úmero proximal, por receberem maior carga
de peso, próximo às fises. Nos membros pélvicos os principais sítios são fêmur
distal, tíbia distal e proximal (Ehrhartetal, 2013).
Trata-se de uma neoplasia intensamente metastática, sendo a via mais comum
a hematógena, os sítios mais acometidos são os pulmões, seguidos por ossos
distantes e linfonodos.
O tratamento baseado na amputação do membro afetado proporciona uma
sobrevida curta que se estende em média por 5 meses. Quando associada à
quimioterapia, aumenta-se a sobrevida em aproximadamente 1 ano
(Boermanet al., 2012).
O objetivo deste trabalho é realizar um levantamento da sobrevida média de
cães acometidos com OSA, submetidos a diferentes tratamentos.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Foram avaliados os prontuários de pacientes atendidos com diagnóstico
histopatológico, citológico ou radiográfico de OSA, no período de fevereiro
2009 a agosto de 2014. Dos 91 casos registrados, 57 pacientes atendiam as
exigências para adentrar no estudo. Os dados analisados foram – idade, peso,
sexo, raça, forma de diagnóstico, Fosfatase Alcalina Sérica (FA), osso
acometido, presença de metástase pulmonar no momento do diagnóstico,
tratamento e tempo médio de sobrevida.
RESULTADOS:
Dos 57 animais avaliados, 34 eram fêmeas e 23 machos com média de idade foi
8,4 anos. O peso médio foi de 38,6kg, e apenas 8 animais (14%) pesavam
menos de 25kg. O Rottweiller foi a raça mais acometida, seguida pelos SRD. O
219
sem sucesso. Ao exame clínico, foi observado desvio lateral do bulbo do olho
esquerdo, presença de secreção mucóide com diminuição quantitativa da
lágrima ao teste de Schirmer (4mm/minuto), hiperemia conjuntival e protrusão
da terceira pálpebra. O teste de tingimento com fluoresceína foi negativo. A
ecografia ocular revelou estrutura anecoica promovendo deslocando o bulbo
do olho. Procedeu-se, então, a punção líquida guiada, cujo material colhido, de
coloração sanguinolenta, apresentava viscosidade compatível com saliva. O
material foi enviado para cultura e análise citológica, cujos resultados
revelaram a presença de polimorfonucleares e material proteináceo e
crescimento bactérias saprófitas comuns à região anatômica. A análise
hematológica revelou trombocitopenia (60000/ μ) e bioquímica sérica estava
normal. Indicou-se a realização de sialoadenectomia zigomática. No trans-
operatório, observou-se a região periglandular inflamada. No pós-operatório
imediado pôde-se observar o reposicionamento adequado do bulbo do olho na
órbita e a remissão do desconforto apresentado anteriormente. Adotou-se
como cuidados pós-operatórios, a higienização da ferida cirúrgica e pomada
oftálmica à base de acetato de retinol (10.000 UI/g), aminoácidos (25 mg/g),
metionina (5 mg/g) e cloranfenicol (5 mg/g). O proprietário optou por não dar
continuidade ao tratamento, face a dificuldade de deslocamento, pois o
mesmo residia em outra cidade. Estima-se que houve resolução do caso, pois
acreditamos que o proprietário teria retornado ao Serviço, em função do
histórico anterior de insucesso, após dois procedimentos cirúrgicos. Salienta-se
a importância do diagnóstico preciso que impeçam a condução clínico-cirúrgica
equivocada nestes casos. O desconhecimento de afecções elencadas entre as
causas que levem alterações nas regiões retrobulbar, infra-orbitária e intra-
oral, resultam na demora na instituição de tratamentos efetivos com prejuízos
aos pacientes, sem contar com os aspectos bioéticos. A sialocele da glândula
zigomática é uma afecção pouco frenquente na clínica de animais de
companhia que requer diagnóstico e tratamento adequados com a finalidade
de promover conforto ao paciente e evitar danos às estruturas envolvidas, que
possam alterar a função do bulbo do olho.
REFERÊNCIAS:
ATKINS, R. R.; HETCH, S.; WESERMEYER, H. D.; MCLEAN, N. J. Vet. Med. Today:
What is your diagnosis? Journal of American Veterinary Association. Vol 237,
No 12, December 15, 2010.
CANNON, M. S.; PAGLIA, D.; ZWINGERBERGER, A. L.; BOROFFKA, S. A. E. B.;
HOLLINGSWORTH, S.R.; WISNER, E. R. Clinical and diagnostic imaging findings in
dogs with zygomatic sialadenitis: 11 cases (1990-2009). Journal of American
Veterinary Association. Vol 239, No 9, November 1, 2011.
223
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
O câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em cadelas não castradas
e dentre os fatores envolvidos em sua patogênese está a exposição ao
estrógeno (Sorenmo et al., 2011). Embora na mulher o receptor de estrógeno-α
(ERα) seja um dos marcadores moleculares para o câncer de mama, na cadela,
ainda há divergências quanto à expressão do gene receptor de estrógeno
(ESR1) e sua relevância no prognóstico para a neoplasia (Matos e Santos, 2015).
Este trabalho tem por objetivo avaliar a expressão do gene ESR1 em diferentes
tipos histológicos em cadelas utilizando a técnica de PCR em tempo real (qPCR).
224
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
225
KLOPFLEISCH, R.; KLOSE, P.; GRUBER, A.D. The combined expression pattern of
BMP2, LTBP4 and DERL1 discriminates malignant from benign canine mammary
tumors. Veterinary Pathology, v. 47, p.446–454, 2010.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
226
RELATO DE CASO:
Atendeu-se uma fêmea canina de 10 anos apresentando aumento de volume
ocular esquerdo e tumores mamários múltiplos, preconizando-se mastectomia.
Foram realizados exames hematológicos, urinálise e estudo citológico dos
tumores. Além disso, o estudo ultrassonográfico abdominal indicou a presença
de D. renale no rim direito e um tumor irrigado em abdome médio/cranial. A
paciente permaneceu internada e realizou-se exérese de um
hemangiossarcoma, hemangioma e tricoepitelioma na mesma peça. Após um
mês realizou laparotomia exploratória, na qual observou-se a impossibilidade
de remoção das massas intracavitárias, por envolver veia cava, decidiu-se
realizar a nefrectomia direita para remoção de parasitas de D. renale. Devido a
evoução do caso clínico para metástases generalizadas, com perda progressiva
da qualidade de vida, realizou-se a eutanasiada. Na necropsia e no estudo
tecidual foi evidenciada metástase em baço, pulmões, linfonodos
mediastinicos, encéfalo, olho esquerdo, pele e o rim esquerdo remanescente.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
O hemangiossarcoma é uma neoplasia maligna e metástases são comuns,
acometimento renal associado a dioctofimose, que pode ser um achado clínico,
torna o prognóstico desfavorável, visto a falência renal.
REFERENCIAS:
CARVALHO. C. F., Sistema Urinário, rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. In:
CARVALHO. C. F. Ultra-sonografia em pequenos animais.São Paulo. Roca, 2004.
Cap. 10, p.111.
RESUMO:
O desenvolvimento de neoplasia no tecido mamário de cadelas e gatas é uma
ocorrência comum na clínica dos animais de companhia. Uma cadela, sem raça
definida, de onze anos, apresentava aumento de volume nas mamas e foi
submetida a procedimento cirúrgico para retirada das mesmas. Foi realizado
biópsia com o material retirado cirurgicamente. Após análise macroscópica e
microscópica pôde-se chegar aos diagnósticos de Fibroadenocarcinoma grau III,
carcinossarcoma grau I e lipoma.
INTRODUÇÃO:
Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo o crescimento excede e não é
coordenado com o do tecido normal, persistindo mesmo depois de cessado o
estímulo que o provocou. A desobediência aos mecanismos normais
controladores da proliferação celular dá à neoplasia sua principal característica
clínica de ser autônoma e agir como um parasita no organismo, competindo
com as células normais por energia e substratos nutricionais e crescendo
indefinidamente (Werner, 2011).
O desenvolvimento de neoplasia no tecido mamário de cadelas e gatas é uma
ocorrência comum na clínica dos animais de companhia, geralmente são
observadas em fêmeas idosas, sendo a maioria previamente submetidas a
castração química através do uso de progestágenos (Fossum, 2008). Os
neoplasmas são classificados de acordo com sua origem e caraterísticas de
benignidade ou malignidade (Jones et al., 2000). Objetivou-se relatar um caso
de múltiplas neoplasias em uma cadela à qual foi submetida a procedimento
cirúrgico para retirada dos neoplasmas.
RELATO DO CASO:
Uma cadela, sem raça definida, de onze anos, passou por atendimento
veterinário. Durante o exame clínico observou-se aumento de volume em
mamas e presença de nódulos. Após a realização de exames complementares o
animal foi encaminhado ao setor cirúrgico onde foi feito a retirada de todas as
mamas afetadas, as quais foram encaminhadas ao Laboratório de Patologia
para realização de biópsia. Dentre as amostras retiradas, dois fragmentos eram
pequenos de consistência elástica com coloração branco amarelada e bordos
irregulares, um nódulo pequeno com bordos irregulares de coloração
amarelada com centro calcificado e consistência firme, e tecido mamário com
nódulo de aspecto de gordura, consistência flutuante e coloração amarelada.
Na microscopia foi possível observar que os primeiros fragmentos
apresentavam-se como neoformações compostas por ductos celulares com
atipia e pleomorfismo, além de estroma bem desenvolvido com células
229
DISCUSSÃO:
Neste relato de caso foi possível diagnosticar três neoplasias de caráter
histológicos diferentes, o lipoma, fibroadenocarcinoma e carcinossarcoma. O
primeiro tem origem mesenquimal e um caráter benigno, o segundo possui
origem epitelial e o último apresenta uma origem mista, ou seja, tanto epitelial
quanto mesenquimal, ambos com caráter maligno (Fossum, 2008).
No estudo realizado por Daleck et al. (2008) foi possível observar que os
animais de raça não apresentaram predisposição a neoplasias mamárias,
diferente dos animais sem raça definida que apresentam a maior frequência de
animais acometidos por tumores mamários, como a cadela do presente estudo
que é sem raça definida e apresentou múltiplas patologias mamárias.
A cadela do presente relato apresentava uma idade elevada o que a tornou
susceptível as neoplasias encontradas nela, o que condiz com a descrição de
Fonseca (2010) em que as cadelas de meia-idade a velhas são as mais
susceptíveis à ocorrência de tumores mamários.
Clinicamente os tumores mamários são descritos como nódulos solitários ou
múltiplos no interior da glândula mamária, podendo estar associados ao
mamilo (Ettinger e Feldman, 2004). Como foi observado no exame clínico da
cadela de estudo.
Segundo Tanaka (2003), o estadiamento clínico é classificado em: Grau I (tumor
bem diferenciado sem nenhuma invasão vascular ou linfática), Grau II
(diferenciação moderada sem nenhuma invasão) e Grau III (tumor pobremente
diferenciado com ou sem invasão). Como ocorre com as neoplasias do presente
estudo em que o fibroadecarcinoma grau III apresenta-se pouco diferenciado e
com pleomorfismo, diferente do carcinossarcoma grau I que é bem
diferenciado apresentando um padrão carcinomatoso formando ilhas.
CONCLUSÃO:
A análise clínica, juntamente, com o resultado da biópsia do animal determinou
um diagnóstico morfológico de fibroadenocarcinoma grau III, carcinossarcoma
grau I e lipoma.
230
REFERENCIAS:
DALECK, C. R.; FRANCESCHINI, P. H.; ALESSI, A. C. Et al. Aspectos clínicos e
cirúrgicos do tumor mamário canino. Ciência Rural, Santa Maria, v. 28, n. 1, p.
95-100, 1998.
ETTINGER, S.J., FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária:
Doenças do Cão e do Gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
577p.
FONSECA, C. S. Sarcomas primários em cadeias mamárias de cadela – relato
de caso. 2010. Rio de Janeiro, 39f. Monografia de pós – graduação. Curso de
pós-graduação "lato sensu" em Clínica Cirúrgica em Pequenos Animais,
Universidade Castelo Branco, rio de janeiro, 2010.
FOSSUM, T. W. Cirurgia do trato genital feminino. In: Cirurgia de pequenos
animais. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 729-732.
JONES, T. C.; HUNT, R. D.; KING, N. W. Distúrbios do crescimento: aplasia até
neoplasia. In: Patologia veterinária. 6ed. São Paulo: Manole, 2000. p.87-118.
TANAKA, N. Tumor de mama: Qual a melhor conduta? Boletim Informativo.
Ano Vll, n.29, p.6-8, jan/mar 2003.
WERNER, P. R. Patologia Geral Veterinária aplicada. São Paulo: Roca, 2010.
p.525.
RESUMO:
O leiomioma é a mais comum neoplasia benigna de trato reprodutivo, ocorre
com maior frequência em cadelas de meia idade ou idosas. Foi atendida uma
cadela da raça Pastor Alemão, oito anos, apresentando histórico de uma massa
localizada na região da vulva. No exame físico foi constatada a presença de
tumor em região vaginal. Foi recomendado ao tutor a cirurgia de
ovariosalpingohisterectomia (OSH) e biópsia do tumor. O diagnóstico final foi
de fibroleiomioma inflamado, sem malignidade. Foi realizada a retirada do
tumor presente em vulva e a paciente teve boa recuperação pós-operatória
sem complicações.
231
INTRODUÇÃO:
As neoplasias de trato reprodutivo mais comumente observadas em cadelas
são de origem mesenquimal (Kennedy, 1998). Dentro da categoria dessas
neoplasias, a mais comum relatada em Medicina Veterinária é o leiomioma
(Moulton, 1990).
O leiomioma é formado por células da musculatura lisa e o fibroma por tecido
conjuntivo. Contudo, alguns patologistas afirmam que o fibroleiomioma pode
ocorrer quando há proliferação de tecido conjuntivo em meio ao tecido
muscular liso da neoplasia (Cooper, 2002).
O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de fibroleiomioma em uma
cadela, demonstrando a avaliação clínica seguida de resolução cirúrgica.
RELATO DE CASO:
Uma cadela da raça Pastor Alemão, oito anos de idade, foi atendida com
histórico de uma massa localizada na região da vulva, com evolução de dois
dias. No exame físico foi constatada a presença de tumor em região vaginal,
medindo aproximadamente 6 cm, não aderido e não ulcerado, onde a principal
suspeita clínica foi de prolapso uterino. Foi recomendado ao tutor a cirurgia de
OSH e biópsia do tumor.
Após a cirurgia, o fragmento retirado para biópsia foi encaminhado ao
laboratório para realização do exame histopatológico, sendo o diagnóstico final
de fibroleiomioma inflamado, que não evidenciou sinais de malignidade. Assim,
foi realizada a segunda intervenção cirúrgica para retirada do tumor presente
em vulva, não necessitando de margem cirúrgica. A paciente teve boa
recuperação pós-operatória e manteve-se sem complicações.
DISCUSSÃO:
Os tumores da vagina e da vulva compreendem as neoplasias mais frequentes
do trato reprodutivo das cadelas, representando um total de 2% a 3% das
neoplasias caninas, sendo os leiomiomas e os fibromas reportados como os
mais frequentes (Teixeira et al., 2006). Os cães da raça Pastor Alemão
apresentam uma síndrome caracterizada por múltiplos leiomiomas uterinos,
porém não há relato de predisposição racial. No caso relatado, a cadela
apresentou apenas um foco de fibroleiomioma, não condizendo com a
informação da literatura. A maioria dos animais acometidos é de meia idade ou
mais velhos (Fossum, 2015).
Segundo Fossum (2015), muitos tumores uterinos não provocam sinais clínicos,
a menos que sejam grandes e comprimam o trato gastrointestinal ou urinário.
O melhor método para diagnóstico é a avaliação histopatológica, o mesmo
232
CONCLUSÃO:
Mesmo não existindo relatos de predisposição racial, as
cadelas dessa raça apresentam múltiplos leiomiomas uterinos. A OSH
acompanhada da retirada cirúrgica da massa tumoral se mostrou eficaz no
tratamento, não apresentando índice de recidiva, quando realizada no
momento ideal. Para o diagnóstico, o melhor método é a avaliação
histopatológica, pois muitos tumores uterinos não provocam sinais clínicos. O
prognóstico é favorável, pois a excisão é curativa.
REFERÊNCIAS:
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TEIXEIRA, L.B.C.; FRANCO, P.A.; AMORIM, R.L.; AMS TALDEN, E.M.I.
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retrospective study. Journal of American Veterinary Association. v. 183, n. 6,
p. 690-692, 1983.
234
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DISCUSSÃO:
A maioria das fraturas em cães afetam o corpo da mandíbula, sendo a área dos
pré-molares e molares a mais acometida, confirmado pela pesquisa estatística
realizada por Kitshoff et al(2013). A realização da mandibulectomia para
tratamento de fraturas, segundo Harasen (2008) apesar de ser radical é a
solução mais adequada em casos de ausência de consolidação óssea após
tentativa prévia de fixação não satisfatória, porém Carvalho et al (2015)
relataram que pode ser uma única escolha em casos de extensa reabsorção
óssea no local da fratura, esse estudo realizou mandibulectomia bilateral em 4
pacientes e mandibulectomia unilateral em 2 pacientes, por falta de massa
óssea na linha de fratura, conforme relatado no presente trabalho, em que
optou-se também por esse método de tratamento, pela intensa reabsorção
óssea no local da fratura. Estudos atuais confirmam que para escolher o
tratamento ideal é necessário avaliar a localização da fratura, presença de
dentes e osso para suporte da fixação. Conclusão: Este trabalho ressalta a
importância da prevenção da doença periodontal para evitar consequências
graves, como a fratura mandibular, demonstrando que a reabsorção óssea na
doença periodontal pode interferir negativamente no processo de
consolidação óssea no local da fratura. Conclui-se que existem vários métodos
de fixação para fratura mandibular, porém a decisão dever ser a partir de
radiografias e avaliação do local da fratura. A mandibulectomia parcial
236
CARVALHO, C.M.; RAHAL, S.C.; DOS REIS, M. L.; et al. Mandibulectomy for
treatment of fractures associated with severe periodontal disease. Can Vet J.
v.56, n.3, p.292-4, 2015.
RESUMO:
A eletrocardiografia ambulatorial, vem se mostrando como uma ferramenta
eficaz na Medicina Veterinária para detectar lesões cardíacas precoces, como
presença de arritmias e alterações no balanço autonômico do órgão. O estudo
em questão visa analisar a atividade do coração durante um dia nos animais
acometidos pela Ehrlichiose Monocítica na fase crônica, doença
comprovadamente causadora de lesões cardíacas. Foram utilizados 11 animais,
que foram submetidos à mensuração de pressão arterial, eletrocardiograma
convencional e ambulatorial e exames hematológicos e bioquímicos. 3 dos 11
animais apresentaram mais do que 25 eventos ectópicos isolados(27%) durante
237
INTRODUÇÃO:
A ehrlichiose monocítica canina é uma doença presente no mundo todo que
causa prejuízos consideráveis à saúde dos cães e pode levar a morte se não
tratada corretamente¹. Sabendo da importância dessa enfermidade na clínica
de pequenos animais, principalmente pela fase crônica causar sério risco de
vida para os cães1-2, o presente estudo tem como objetivo a avaliação
eletrocardiográfica ambulatorial, pelo método Holter, do comportamento do
coração (frequência de arritmias, atividade elétrica do órgão e o balanço
autonômico do mesmo por meio da variabilidade da frequência cardíaca) nessa
fase da doença.
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
O ritmo predominante de 54% dos animais ao exame eletrocardiográfico
convencional foi o de taquicardia sinusal, com dois animais(18%) apresentando
eventos ectópicos durante cinco minutos de gravação. Ao exame de Holter,
todos os animais do estudo apresentaram alguma arritmia, como extrassístoles
atriais, ventriculares, batimentos de escape ventricular e presença de bloqueio
atrioventricular de segundo grau, Mobitz tipo II. No entanto somente três dos
11 (27%), apresentaram mais que 25 eventos, sendo que um deles apresentou
203 batimentos ventriculares prematuros e 291 batimentos supraventriculares
prematuros e 12 episódios de taquicardia supraventricular, outro apresentou
7578 extrassístoles ventriculares isoladas. Nenhum animal apresentou pausas
sinusais com dois ou mais segundos. Os valores de variabilidade de frequência
238
DISCUSSÃO:
A Ehrlichiose Monocítica Canina é uma doença infecciosa comprovadamente
causadora de miocardite no coração e que o grau das lesões é proporcional às
alterações hematológicas no cão1-2. No entanto, até o presente momento,
pouco se sabe sobre o grau e importância dessas alterações em animais
estritamente na fase crônica dessa enfermidade¹. Sabe-se também que a
miocardite é um potencial fator arritmogênico e de aumento da atividade
simpática do coração3-4, pela própria dilatação excêntrica que pode causar no
coração4, portanto, imagina-se que os achados encontrados sejam indicativos
de lesão importante no coração desses cães pela ehrliquiose crônica.
CONCLUSÃO:
A Ehrliquiose Monocitica Canina na fase crônica possui um fator arritmogênico
importante e provoca intensa ativação de mecanismo compensatório pela alta
estimulação simpática no órgão.
AGRADECIMENTOS:
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo(FAPESP), pelo apoio
financeiro.
NOTA: Projeto aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais – CEUA – da
FMVZ – Unesp Botucatu protocolo número 83/2014
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
¹EVERMANN, J. F.; SELLON R.K.; SYKES, J.E. Viral, Rickettsial, and Chlamydial
Diseases. In: Greene – Infectious Diseases of the dog and cat. 4ª ed – Elsevier
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Veterinary Internal Medicine, v. 22, p.1136-1143, 2008.
³MARÃES, V.R.F.S. Frequência cardíaca e sua variabilidade: análises e
aplicações. Revista Andalluza de Medicina Del Deporte, v. 3, n. 1, p. 33-42,
2010.
4
MASON,J.W. Myocarditis and dilated cardiomyopathy: An inflamatory link.
Cardiovascular Research, v. 60, p. 5-10, 2003
239
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos 772 animais, 172 (22,27%) foram considerados positivos, sendo que
destes, 12 (6,97%) apresentaram co-infecção. Estes valores estão abaixo dos
índices observados por Salgado et al. (2006) e Mundin et al. (2008), que
relataram ocorrência de 62,28% e 33,96%, respectivamente.
A segunda maior freqüência foi de Babesia sp. com 3,48% (6/172), seguido por
Dirofilaria com 1,16% (2/172) e Hepatozoon com 0,58% (1/172), conforme
mostra a Tabela 1. Para Babesia sp, o resultado foi inferior ao encontrado por
Salgado et al (2006) (10,78%), porém próximo ao de Diniz (2006) (2%).
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O glaucoma primário afeta ambos os olhos e é uma das causas mais comuns de
cegueira. Pode ser primário, secundário ou congênito e deve ser diagnosticado
de forma precoce, preferencialmente antes da elevação da pressão intra-
ocular. O objetivo deste trabalho é relatar a ocorrência de glaucoma bilateral
primário em um cão.
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO CASO:
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
STROHMAIER, K.; SNYDER, E.; DUBINER, H. et al. The efficacy and safety of the
dorzolamide-timolol combination versus the concomitant administration of its
components. Ophthalmology, v.105, p.1936-1944, 1998.
WILLIS, A.; DIEHL, K.A.; ROBBIN, T.E. Advances in topical glaucoma therapy. Vet.
Ophthalmol., v.5, p.9-17, 2002.
244
YAPHÉ, W.L. Small animal medicine II – course outline: Lecture 9 – red eye –
glaucoma, 2004.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
A língua é uma estrutura revestida por epitélio estratificado e é
funcionalmente ligada ao esôfago via epiglote, sendo necessária para
apreensão, mastigação e deglutição do alimento e água. É um órgão altamente
vascularizado e sensível, contendo uma variedade de glândulas serosas e
mucosas, e células (McGavin e Zachary, 2009). As afecções cirúrgicas da
cavidade oral e da orofaringe são comuns em cães e gatos. Elas incluem
anormalidades congênitas, traumáticas, corpos estranhos, neoplasias, doenças
das glândulas salivares, parasitas e odontopatias (Bruchim et al, 2005). Os
sinais clínicos observados nesses pacientes incluem sialorreia, disfagia,
anorexia, hemorragia oral e halitose, ou podem permanecer assintomáticos
(Quessada et al, 2007).
Contudo, as neoplasias da língua são raras, e quando ocorrem são geralmente
de origem epitelial (McGavin e Zachary, 2009). O tumor mais comum na língua
245
RELATO DO CASO:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
1- BRUCHIM, Y.; RANEN, E.; SARAGUSTY, J. et al. Severe tongue necrosis
associated with pine processionary moth (Thaumetopoea wilkinsoni) ingestion
in three dogs. Toxicon, v.45, p.443-447, 2005.
2- CARPENTER, L.G. Squamous cell carcinoma on the tongue in 10 dogs. Journal of
the American Animal Hospital Association, v.29, p.17-24, 1993.
3- HARVEY, C.E. Cavidade oral; língua, lábios, bochechas, faringe e glândulas
salivares. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 2. ed. São
Paulo: Manole, 1998. p. 624-645.
4- HEDLUND, C. S. Cirurgia do sistema digestório. In: FOSSUM, T. W. Cirurgia de
pequenos animais. São Paulo: Roca, 2002. p. 222-405.
5- McGAVIN, M.D.; ZACHARY, J.F. Bases da Patologia e Veterinária. 4.Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009, p.1476.
6- QUESSADA, A. M.; LIMA, W. C.; VALE, E. F. et al. Amputação traumática da
língua em cão. Relato de Caso. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia,
v.10, n.1, p.69-71, 2007.
7- WITHROW, S.J. Cancer of gastrointestinal tract. In: WITHROW, S.J.; MACEWEN,
E.G. Small animal clinical oncology. 3.ed. Philadelphia: Saunders, 2001, cap.18,
p.305-318.
247
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
Os cães e gatos (Pets) são as espécies animais que estão mais em contato com
o homem. São mantidos nas residências ou em seu ambiente, sendo o maior
contingente de novos agregados aos grupos comunitários (Vieira et al., 2006).
A guarda responsável de animais de estimação é uma das práticas para
promoção do bem-estar animal, sendo de fundamental importância (Silvano et
al., 2010).
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
BIONDO, A. W.; CUNHA GR; SILVA MAG; et al. Carrocinha não resolve. Revista
do Conselho Regional de Medicina Veterinária Paraná, Curitiba, n. 25, p. 20-21,
2007.
SILVANO, D.; BENDAS, A.J.R.; MIRANDA, M.G.N. et al. Divulgação dos princípios
da guarda responsável: uma vertente possível no trabalho de pesquisa a
campo. Revista Eletrônica Novo Enfoque, v. 9, n. 9, p. 64- 86, 2010.
4
Docente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de
Tocantins – Campus Araguaina
5
Doutoranda na Universidade Estadual Paulista – Campus Botucatu/SP
RESUMO:
O hemangiossarcoma é uma neoplasia maligna de origem endotelial, que
acomete mais frequentemente os cães. É uma afecção altamente agressiva,
podendo ocasionar metástases. O baço é o local mais afetado, seguido pelo
fígado e coração (átrio direito) podendo acometer outras regiões. Cães de meia
idade e as raças de grande porte são mais susceptíveis. Os sinais clínicos irão
depender da localização da neoplasia. O diagnóstico é realizado através da
história clínica e exames complementares. O tratamento de escolha é a
remoção cirúrgica com ampla margem de segurança, seguido de quimioterapia
dependendo do caso. O prognóstico é de reservado a ruim. O presente
trabalho tem como objetivo relatar um caso em um canino diagnosticado com
hemangiossarcoma cavitário, bem como, esclarecer suas características,
diagnóstico e opções de tratamento.
INTRODUÇÃO:
Conhecido por ser uma neoplasia maligna de células endoteliais, que tem a sua
origem nos vasos sanguíneos, o hemangiossarcoma (HSA) ocorre com maior
frequência em cães do que qualquer outra espécie (Helfand, 2008). O
comportamento desta neoplasia geralmente é altamente agressivo, tanto com
relação às metástases como com relação à infiltração (Freire, 2009).
A etiologia do hemangiossarcoma permanece incompletamente compreendida
(Helfand, 2008). Segundo Fossum (2008) a excisão cirúrgica é usualmente
indicada.
RELATO DE CASO:
Foi atendido um animal da espécie canina, fêmea, com 8 anos de idade, 44 kg,
sem raça definida, com histórico de aumento de volume abdominal, com
evolução há um mês. Ao exame físico notou-se aumento de volume em região
mesogástrica de consistência firme ocupando toda cavidade abdominal. Além
de intensa distensão abdominal, presença de líquido livre e linfonodos
poplíteos aumentados, os demais parâmetros estavam dentro da normalidade
para a espécie.
O animal foi encaminhado para ultrassonografia (US) abdominal onde sugeriu-
se neoplasia em cavidade abdominal, a princípio acreditou-se que a neoplasia
teria origem esplênica. O laudo refere presença de líquido livre em cavidade e
massa esplênica de aproximadamente 17 cm acometendo desde as regiões
252
DISCUSSÃO:
O HSA é uma neoplasia maligna que pode atingir um único órgão, desenvolver
metástases regionais ou distantes, ou ainda, apresentar-se sob a forma
multicêntrica, atingindo principalmente o baço, ou ainda o átrio direito, tecido
subcutâneo e fígado (Schultheiss, 2004; Berselli, 2011). O presente estudo nos
mostrou uma certa atipia devido a apresentação desta neoplasia, onde esta, se
encontrava na cavidade abdominal apenas aderida ao omento, sem
253
CONCLUSÃO:
O caso relatado se trata de uma neoplasia com alto grau de malignidade
apresentando localização atípica em cavidade abdominal sem
comprometimento de órgãos abdominais, podendo possuir origem mesotelial.
REFERÊNCIAS:
BERSELLI, M. Estudo da incidência, identificação e parâmetros prognósticos
dos Hemangiomas e Hemangiossarcomas em animais de companhia. 2011.
Pelotas, 56f. Dissertação: (Mestrado em
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FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, p. 506 a
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FREIRE, G. P. Z. Hemangiossarcoma Canino – Revisão de Literatura. 2009. 33f.
Dissertação (Especialização) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
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SCHULTHEISS, P. C.; A retrospective study of visceral and nonvisceral
hemangiosarcoma and hemangiomas in domestic animals. J. Vet Diagn. Invest
16:522–526, 2004.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
RELATO DE CASO:
Foi atendida uma cadela da raça dogue alemão, 12 anos de idade com queixa
de hiporexia, apatia e hematúria. O animal tinha histórico de
hemangiossarcoma cutâneo e esplênico, pelo qual havia sido tratado com
doxorrubicina, 30 mg/m² a cada três semanas, por cinco aplicações, além da
esplenectomia. À ultrassonografia, observou-se espessamento da vesícula
urinária, sugerindo presença de uma massa, suspeitando-se de uma metástase.
Optou-se por laparatomia exploratória, onde foi constatado que se tratava de
uma cistite. No entanto, ao inspecionar os rins, apresentavam-se hemorrágicos,
firmes à palpação e com conformação anormal. Suspeitou-se que se tratava de
uma metástase renal e não vesical. O proprietário optou pela eutanásia. Ambos
255
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O presente trabalho teve como objetivo revisar aspectos epidemiológicos e
histológicos em cães com hemangiossarcoma cutâneo. Foram avaliados 3.833
registros de neoplasias em cães no período de janeiro de 2003 a outubro de
256
INTRODUÇÃO:
Hemangiossarcomas são neoplasias malignas que se originam do endotélio
vascular sanguíneo (Goldschmidt; Hendrick 2002), as quais afetam
principalmente cães velhos com idade média de 10 anos. As raças de pelame
curto são mais acometidas como whippets, pit bulls, boxers, greyhound e
dálmatas (Smith, 2003).
MATERIAL E MÉTODOS:
Foi realizada a busca por casos de hemangiossarcoma cutâneo canino em livros
de registros do Laboratório de Patologia Animal no período de janeiro de 2003
a outubro de 2013. Nos casos confirmados nos exames histopatológicos e
necroscópicos, foi avaliada a idade, a raça, o sexo, a localização anatômica, se a
neoplasia era múltipla ou isolada. As características histológicas avaliadas
foram o número de mitoses e a localização da lesão no tecido. Posteriormente,
buscaram-se nos registros clínicos informações referentes ao tempo para
avaliação de recidivas, presença de novos nódulos e sobrevida referente ao
diagnóstico até o óbito ou até dezembro de 2013.
RESULTADOS:
A ocorrência de hemangiossarcomas cutâneos em relação ao número total de
cães com neoplasias foi de 1,72% (66/3.833) neste período. A faixa etária mais
acometida foi de 6 a 10 anos (47,54%), sendo a idade média 8,2 anos. Não foi
verificada predisposição sexual e cães sem raça definida (45,45%), Pit Bull
(22,73%) e Boxer (9,09%) foram os mais acometidos. Os tumores eram
solitários em 64,41% dos casos e múltiplos em 35,69%, sendo que as
localizações anatômicas mais frequentes foram região abdominal (62,96%) e
em membros (20,98%). Maior número de animais apresentou o neoplasma
confinado à derme (71,43%), com tempo de evolução entre sete e 18 meses
(36,36%). A maioria dos cães (81,25%) possuíam número de mitose por campo
de maior aumento menor que dois e a maior parte destes (57,69%) teve
257
DISCUSSÃO:
Neste estudo, a ocorrência de hemangiossarcomas cutâneos (1,72%) foi
semelhante à descrita em outros relatos (Schultheiss, 2004; Souza et al., 2006).
A idade média foi próxima à descrita na literatura (Scott, Miller, Griffin, 2001),
sendo que 70% dos animais apresentavam mais de seis anos. Em relação à
predisposição racial, constatamos que as raças pit bull e boxer foram as que
apresentaram maior ocorrência, similar a outros estudos (Smith, 2003; Scott,
Miller, Griffin, 2001). Provavelmente a maior ocorrência nessas raças está
relacionada aos pelos curtos e áreas de pele glabras, reforçando a exposição à
radiação solar como fator predisponente (Hargis et al., 1992).
Regiões anatômicas mais afetadas pelo hemangiossarcoma cutâneos são
membros (20 a 35,8%), tórax (14,6%) e abdômen (14,2%) (Hargis et al., 1992,
Schultheiss, 2004). O que difere parcialmente do nosso trabalho, a qual a
região abdominal foi a mais afetada (62,96%).
A ocorrência de novos nódulos também foi observada em outros relatos (Ward
et al., 1994), o que pode estar relacionado à continuidade da exposição solar
em áreas de pele glabra. A ocorrência de recidivas foi maior do que em outros
estudos que relataram frequência de 13,09% (Hargis et al.,1992) e de 5,93%
(Schultheiss, 2004). Provavelmente, margens cirúrgicas comprometidas e
considerando o potencial invasivo da neoplasia possa ter contribuído para o
maior percentual de recidivas.
Semelhante a nossa pesquisa, o predomínio da neoplasia na região dérmica foi
observada em outro estudo com ocorrência entre 30 a 77% (Ward et al., 1994).
O fato da maioria dos cães (81,25%) possuíam número de mitose por campo de
maior aumento menor que dois e a maior parte destes (57,69%) tiveram
sobrevida maior que 18 meses, demonstra a importância da avaliação
histopatológica para o prognóstico. O tempo de evolução mais comumente
observado entre 7 a 18 meses, em 36,36% dos cães, foi superior ao encontrado
na literatura que variou de 3 semanas a 6 meses (Schultheiss, 2004).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a avaliação de aspectos epidemiológicos e histológicos em
determinados períodos de tempo tornam se um importante instrumento para
verificar possíveis alterações na ocorrência de neoplasias.
REFERÊNCIAS:
258
GOLDSCHMIDT, M. H.; HENDRICK, M. J. Tumors of the skin and soft tissues. In:
MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Ames: Iowa State, 2002.
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SCHULTHEISS, P.C. [2004] A retrospective study of visceral and nonvisceral
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of veterinary internal medicine / American College of Veterinary Internal
Medicine, v.8, 1994.
RESUMO:
Hemangiossarcoma (HSA) é uma neoplasia altamente maligna de origem
endotelial vascular que ocorre mais frequentemente em cães do que em outras
espécies e é caracterizada pela alta taxa de mortalidade. Relata-se o caso de
um canino, boxer, macho com 10 anos de idade com histórico de aumento de
volume na região nasal e de seios paranasais frontal há 10 dias, epistaxe há 8
259
INTRODUÇÃO:
Hemangiossarcoma (HSA) é uma neoplasia maligna, sendo o segundo tipo
histológico mais comum em cães. Origina-se nas células endoteliais dos vasos
sanguíneos, acometendo qualquer tecido vascularizado (Gubermann et al.,
2014). O HSA é mais visto em animais de meia idade a velhos. Pastores
Alemães, Labradores e Golden Retrievers são as raças mais acometidas (Silva et
al., 2010).
Localização primária mais comum do HSA corresponde ao baço, átrio direito,
tecido subcutâneo e fígado. Outros sítios primários, como músculo, osso,
cavidade oral e nasal, intestinos, peritônio e retroperitônio, aorta, pulmão,
trato genitourinário e conjuntiva representam apenas 1% das demais
localizações (Gardner et al., 2015). Tumores da cavidade nasal e seios
paranasais compreendem 59% a 82% dos tumores do aparelho respiratório
canino (Messias, 2008).
Segundo Fujita et al. (2008) o HSA intranasal é um tumor raro, detectada em
apenas sete (2,5%) de 285 casos após o diagnóstico pela necropsia e biópsia
cirúrgica.
RELATO DE CASO:
Um cão, boxer, macho com 10 anos de idade foi atendido com histórico de
aumento de volume na região de seios paranasais frontal há 10 dias, epistaxe
há 8 dias, anorexia há 2 dias.
Ao exame clínico o paciente apresentava-se letárgico, moderada desidratação,
mucosas róseas, tempo de preenchimento capilar (TPC) de 2 segundos,
temperatura retal de 38ºC, dispneia, ausculta cardíaca dentro dos padrões de
normalidade. Amostras de sangue foram coletadas para realização de
hemograma e análise bioquímica (creatinina e alanina aminotransferase),
revelaram anemia normocítica hipocrômica, leucocitose por neutrofilia e
linfopenia, com os demais resultados dentro dos valores de referência para a
espécie.
Foi realizado exame de citologia local e o material foi processado com
coloração de giemsa e analisado sob microscopia óptica, nos aumentos de 10,
40 e 100×. Observaram-se células fusiformes, anisocitose e pleomorfismo
acentuado, raras figuras de mitose, sugerindo-se neoplasia mesenquimal de
origem vascular.
260
DISCUSSÃO:
O HSA nasal acomete cães machos com mais de 10 anos de idade (Auler, 2010),
compatível com o presente relato.
Segundo Silva et al (2010), estão descritos sinais clínicos inespecíficos de dor,
anorexia, apatia e edema no local até morte súbita secundária à
hemorragia/choque vasculogênico. O animal relatado apresentava letargia,
anorexia e aumento de volume em região nasal e seios paranasais frontal.
De acordo com Auler (2010) os cães dolicocefálicos são os mais afetados. Cães
braquicefálicos possuem menos chances de desenvolver neoplasia intranasal.
O caso relatado evidenciou um paciente braquicefálico acometido pela
enfermidade.
Macroscopicamente o HSA possui coloração do cinza pálido ao vermelho
escuro, são gelatinosos ou moles, frequentemente contendo áreas
sanguinolentas ou necróticas na superfície de corte (Silva et al., 2010). No caso
relatado a neoformação apresentava-se como descrita na literatura.
Microscopicamente, as características descritas por Paredes et al (2011) foram
encontradas neste relato, com proliferação de células neoplásicas fusiformes
com núcleos ovais, formando várias estruturas vasculares contendo sangue
sugestivo de neoplasia mesenquimal maligna (hemngiossarcoma).
CONCLUSÃO:
O HSA nasal é uma enfermidade incomum nos cães, identifica-se mais em
idosos, facilmente confundida com outras enfermidades que produzam sinais
clínicos inespecíficos. O conhecimento acerca da apresentação clínica e lesões
macroscópicas e microscópicas foram determinantes para o diagnóstico nesse
caso.
REFERÊNCIAS:
261
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
NOTA:
REFERÊNCIAS:
KANEKO, J.J. Carbohydrate metabolism and its disease. In: Kaneko JJ, Harvey
JW, Bruss ML. Clinical Biochemistry of Domestic Animals. San Diego:Mosby
Elsevier, 2008, p.62-70.
NATHAN, D.M.; KUENEN, J.; BORG, R.; ZHENG, H.; SCHOENFELD, D.; HEINE, R.J.
Translating the A1C assay into estimated average glucose values. Diabetes
Care. V.31, p.1473-1478, 2008.
JENSEN, A.L, AAES, H. Reference interval and critical diference for canine serum
fructosamine concentration. Veterinary Research Communication. v.16, p.317-
325, 1992.
RESUMO:
A hérnia diafragmática peritônio-pericárdica é um defeito congênito comum
em cães e gatos. Alguns animais acometidos podem ficar assintomáticos e o
diagnóstico é feito de modo acidental. O presente trabalho relata o caso de um
264
INTRODUÇÃO:
A hérnia diafragmática peritônio-pericárdica (HDPP) é o defeito congênito do
diafragma mais comum em cães e gatos (Wallace, 1992). Ela ocorre a partir de
um desenvolvimento embrionário anormal que permite uma comunicação
persistente entre as cavidades pericárdica e peritoneal na linha média ventral.
Os sinais clínicos podem estar associados ao sistema gastrointestinal ou
respiratório (Ware, 2010). Entretanto, alguns animais podem permanecer sem
apresentarem sinais clínicos por anos (Hess, 2008).
Os achados radiográficos incluem um aumento da silhueta cardíaca,
deslocamento dorsal da traqueia, entre outros (Rishniw, 2012). A correção
cirúrgica é recomendada em pacientes com sinais clínicos (Hess, 2008),
procura-se evitar essa correção em animais idosos, nos quais os órgãos estão
cronicamente aderidos e podem sofrer trauma durante a tentativa de
reposicionamento (Ware, 2010). O objetivo desse trabalho é relatar o caso de
um felino da raça persa que apresentava hérnia peritônio-pericárdica de forma
assintomática. O felino apresentou dispneia e sinais de hepatotoxicidade após
tratamento com itraconazol.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Atendeu-se em novembro de 2012, um felino, fêmea, de 12 anos de idade, da
raça persa com queixa, segundo o tutor, de alopecia no pescoço e região
temporal. Solicitou-se exame micológico dos pelos da região. Pelo exame pode-
se concluir que se tratava de uma dermatofitose. Receitou-se então,
itraconazol na dose de 10 mg/kg uma vez ao dia, juntamente com um protetor
hepático.
O animal retornou ao atendimento quinze dias após o inicio do tratamento,
apresentado icterícia, anorexia e vômito. O uso do itraconazol foi cessado.
Após alguns dias internado, o animal começou a apresentar grande
desconforto respiratório. Solicitou-se então uma radiografia torácica e
ecografia.
RESULTADOS:
A imagem radiográfica do animal revelou um aumento da silhueta cardíaca,
além de um deslocamento dorsal da traqueia. A ecografia demonstrou
envolvimento de fígado e baço na cavidade torácica. Submeteu-se o animal a
uma herniorrafia. Na cirurgia, fígado e baço estavam fortemente aderidos na
265
DISCUSSÃO:
O itraconazol geralmente é bem tolerado pelos gatos, porém algumas vezes
podem surgir sinais de hepatotoxicidade como anorexia, vômito e aumento das
enzimas hepáticas (Grace, 2011). A hérnia peritônio-pericárdica muitas vezes é
um achado acidental (Rishniw, 2012). Segundo um estudo, quando a hérnia é
diagnosticada desse modo, apenas uma pequena porcentagem de animais irá
desenvolver sinais clínicos posteriores (Reimer et al., 2004). No caso
apresentado, acredita-se que a hepatite medicamentosa tenha sido
responsável pelo surgimento dos sinais clínicos como a dispneia, pois causou
uma inflamação hepática diminuindo assim a área de expansão pulmonar.
Além disso, o encarceramento do fígado na HDPP pode ter contribuído para as
lesões hepáticas, já que a constrição do fígado leva a uma congestão vascular e
linfática (Less et al., 2000), isso também pode ter contribuído para a maior
sensibilidade ao dano hepático causado pelo itraconazol.
CONCLUSÃO:
Através dos dados da radiografia e ecografia fica evidente tratar-se de uma
hérnia peritônio-pericárdica. Apesar de segundo a literatura, a herniorrafia não
ser recomendada em animais idosos com esse tipo de hérnia, o animal
apresentou uma descompensação respiratória devido a uma hepatite tóxica,
necessitando de cirurgia de urgência.
REFERÊNCIAS:
GRACE SF. Blastomycosis. In:Norsworthy GD, Grace SF, Crystal MA, Tilley LP.
The feline patient. 4th ed. Ames, Iowa; 2011. p.47.
HESS MO. Incidental finding of a peritoneopericardial hernia in a cat. Veterinary
medicine. 2008. Disponível em: URL:
http://veterinarymedicine.dvm360.com/vetmed/Medicine/ArticleStandard/Art
icle/detail/557948 [2013 mar.20]
LESS RD, BRIGHT JM, ORTON EC. Intrapericardial cyst causing cardiac
tamponade in a cat. Journal of the American Animal Hospital Association 2000;
36:115–119.
REIMER S, KYLES A, FILIPOWICZ D, GREGORY CR. Long-term outcome of cats
treated conservatively or surgically for peritoneopericardial diaphragmatic
hernia: 66 cases (1987-2002). Journal of the American Veterinary Medical
Association 2004; 224(5):728-32.
266
RISHNIW M. Cardiovascular diseases. In: Little S. The cat clinical medicine and
management. China: Elsevier Saunders; 2012. p.324.
WALLACE J, MULLEN HS, LESSER MB. A technique for surgical correction of
peritoneal pericardial diaphragmatic hernia in dogs and cats. Journal of the
American Animal Hospital Association 1992; 28:503–510.
WARE WA. Doenças pericárdicas e tumores cardíacos. In: Nelson RW, Couto
CG. Medicina interna de pequenos animais. 4ª ed. Rio de janeiro: Elsevier;
2010. p.155- 156.
RESUMO:
Os cistos aracnóides ocorrem pelo acúmulo de líquor na membrana aracnóide
e podem dificultar o fluxo de líquor nos ventrículos, levando ao quadro
denominado hidrocefalia. Objetiva-se nesse trabalho o relato de cisto
aracnóide localizado na cisterna quadrigeminal da fossa caudal associada a
hidrocefalia em Yorkshire.
INTRODUÇÃO:
A hidrocefalia é um distúrbio com diferentes mecanismos patofisiológicos:
aumento da produção, deficiência da absorção ou obstrução do fluxo normal
do líquor, sendo o último a forma mais comum (Thomas, 2010). Os cistos
aracnóides são compartimentos envoltos por membrana aracnóide, congênitos
ou adquiridos, repletos de líquor (Garg et al., 2014).
A associação entre os cistos aracnóides e a hidrocefalia é pouco explorada.
Entretanto, sabe-se que cistos localizados na cisterna quadrigeminal da fossa
caudal podem causar obstrução do fluxo de líquor através do aqueduto de
Sylvius (Martinez-Lage et al., 2011).
DESCRIÇÃO DO CASO:
Foi atendido um cão Yorkshire, macho, 10 anos com 2,1 Kg. Relatou-se que
desde filhote apresentava falta de interação com humanos, animais e objetos
inanimados (brinquedos). Além disso, notava-se atividades repetitivas, como
andar em círculos, compulsão em beber água, movimentos laterais da cabeça,
sono excessivo e dificuldade de alimentação. Na atual idade, o animal
267
DISCUSSÃO:
A incidência de cistos quadrigeminais é maior em animais de pequeno porte
(Dewey et al., 2009). Os sinais clínicos descritos característicos de cistos
quadrigeminais são de convulsões (Duque et al., 2005) agressividade (Gallicchio
e Notari, 2010), letargia, ataxia, falha na resposta do teste de ameaça,
hiperreflexia, anisocoria e, como no presente relato, demência e andar em
círculos (Reed, Cho e Paulsen, 2009).
Os achados da tomografia computadorizada do crânio do paciente, estão de
acordo com os casos relatados em trabalho realizado na área de diagnóstico
por imagem em exames de tomografia computadorizada e ressonância
magnética e as alterações visibilizadas foram semelhantes às descritas no caso
em questão (Vernau et al., 1997).
Os tratamentos dos cistos quadrigeminais sugeridos por Duque et. al. (2005)
são medicamentoso ou cirúrgico. Segundo autor, o tratamento com
prednisolona atenuou os sinais clínicos de paciente, assim como no presente
caso. Em casos de hidrocefalia, sugere-se a cirurgia de desvio
ventriculoperitoneal (Biel et al., 2013), como no caso descrito.
CONCLUSÃO:
O cisto quadrigeminal é de rara ocorrência em cães. Com isso, os relatos de
casos são relevantes para o levantamento estatístico da doença, bem como
auxilia na elucidação do profissional clínico sobre os sinais clínicos, meios de
diagnóstico e terapêutica.
REFERÊNCIAS:
BIEL, M. et al. Outcome of ventriculoperitoneal shunt implantation for
treatment of congenital internal hydrocephalus in dogs and cats: 36 cases
(2001-2009). J Am Vet Med Assoc, v. 242, n. 7, p. 948-58, Apr 1 2013.
268
RESUMO:
O hiperadrenocorticismo adrenal-dependente corresponde a 15% dos casos de
hiperadrenocorticismo em cães e uma de suas principais complicações é a
diabetes mellitus. Neste trabalho, relatamos o caso de um cão diagnosticado
com diabetes mellitus antes que o hiperadrenocorticismo adrenal-dependente
fosse descoberto. O segundo diagnóstico veio após investigação da causa de
resistência insulínica durante a insulinoterapia.
INTRODUÇÃO:
O hiperadrenocorticismo adrenal-dependente (HAD) afeta cães de meia-idade
a idosos de todas as raças e dois terços dos cães com tumores adrenais (TA) são
fêmeas (Nelson, 2006). Cerca de metade dos TA é benigna (Nelson, 2006;
Peterson, 2007). Aspectos que sugerem malinigdade são tamanho da massa,
invasão para tecidos adjacentes e vasos sanguíneos e metástases (Galvão &
Chew, 2011). Adenomas corticais são mais de duas vezes mais comuns do que
feocromocitomas ou carcinomas corticais (Galvão & Chew, 2011). Alguns cães
269
MATERIAL E MÉTODOS:
Canino, fêmea, castrada, 12 anos, da raça fox paulistinha, foi atendido, em
julho de 2015, com histórico de poliúria, polidpsia, polifagia e perda de peso.
Ao exame físico observou-se aumento do volume abdominal. A pressão arterial
sistêmica nesta consulta estava normal. Neste momento suspeitou-se de DM e
exames laboratoriais e de imagem foram solicitados.
RESULTADOS:
Foram encontrados alterações em bioquímicas e lipidograma, a densidade
urinária (DU) estava em seu limite superior. Além disso, observou-se
hiperglicemia persistente com glicosúria. Ultrassonografia (US) revelou
hepatomegalia, adrenal esquerda normal (direita não visualizada). Iniciou-se o
tratamento da diabetes com Insulina NPH na dose inicial de 0,5 UI/kg/bid.
Houve discreta melhora clínica, porém curvas glicêmicas incosistentes e com
valores de glicemias ainda altos indicavam um fator de resisitencia insulínica a
ser investigado. Uma tomografia computadorizada (TC) foi realizada e
encontrou-se uma massa medindo cerca de 3,8 x 3,0 x 5,0 cm sugestiva de
neoplasia em adrenal direita com invasão de veia cava caudal que já estava
com 2cm de diâmetro (figura 1), impossibilitando o tratamento cirurgico. A TC
também visualizou nódulos hepáticos de até 1,2cm. Nesta ocasião foi realizada
a mensuração de cortisol e aldosterona pós ACTH (tabela 2), confirmando o
HAD. Institui-se então o tratamento com mitotano na dose inicial de
25mg/kg/bid. Até o momento da conclusão deste trabalho o animal
encontrava-se ainda na fase de indução do tratamento com mitotano e
fazendo uso de 1,5 UI/kg de insulina, bid.
DISCUSSÃO:
Relatamos o caso de HAD canino, fêmea, 12 anos, dados que vão de encontro
com o assinalamento de idade e sexo citado por Feldman (2004) e Nelson
(2006). Galvão & Chew (2011) relatam que adenomas adrenais são mais
comuns que carcinomas adrenocorticais e feocromocitomas, porém, não há
sinais clínicos de feocromocitoma no caso relatado. Além disso, o tumor
adrenal já invade veia cava caudal e nódulos hepáticos foram encontrados,
fatores que podem estar relacionados aos aspectos de malinigdade citados. A
270
concomitância de HAD e DM, nos faz pensar na resistência insulínica citada por
Feldman & Nelson (2004). Os mesmos autores citam que a dose de insulina
pode ser diminuída ou até suprimida após tratamento do HAD com mitotano,
mas até o momento isto não ocorreu no caso relatado.
CONCLUSÃO:
O tumor adrenal do caso citado parece ser maligno e não houve suspeita de
feocromocitoma, porém apenas o exame histopatológico pode confirmar estes
dados. O fato dos achados clínicos, laboratoriais e de ultrassonografia serem
similares em ambas doenças fez que com a diabetes mellitus fosse diagnóstica
antes do HAD. A resistência à insulina exógena, curvas glicêmicas
inconsistentes e pouca melhora clínica do DM canino leva à suspeita doença
concomitante, entre elas, o hiperdrenocorticismo. A DU perto do limite
superior (devido glicosúria) mascarou a DU baixa geralmente encontrada no
hiperadrenocorticismo.
REFERÊNCIAS:
FELDMAN, E.C; NELSON, R.W. Canine Hyperadrenocorticism (Cushing’s
syndrome). In: FELDMAN, E.C; NELSON, R.W. Canine and feline endocrinology
and reproduction. 3 ed., St. Louis: Elsevier, 2004, p.252-357.
GALVAO, J.F.B; CHEW, D.J. Metabolic Complications of endocrine surgery in
compaion animals. Veterinary Clinic Small Animal 41, 2011.
NELSON, R. W. Distúrbios da Glândula Adrenal. In: NELSON, R.W; COUTO, C.G.
Manual de Medicina Interna de Pequenos Animais. 2ª ed.. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. p.572-594
PETERSON, M.E. Diagnosis of Hyperadrenocorticism in Dogs. Clinical
techiniques in small animal practice, 2007.
3.Docente (a) (as) pela Faculdade Dr. Francisco Maeda, FAFRAM, Ituverava, SP.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
RELATO DO CASO:
Uma fêmea canina errante, de aproximadamente 1,5 ano de idade, 7 kg, foi
atendida com sinais de hipoplasia de esmalte dentário e deformidade angular
de 90° dos membros torácicos na região do carpo, impossibilidade extensora,
atrofia dos músculos flexores do carpo, ausência de dor, crepitação articular à
palpação, acentuada tensão do tendão flexor carpal, quando forçada a
272
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O presente relato descreve um caso em cão errante adulto, cuja etiologia pode
ser justificada pela subnutrição (Auer, 2006). Os achados físicos permitiram
fechar o diagnóstico, visto que os exames laboratoriais e radiográficos não
apresentaram alterações dignas de nota, pois conforme citam os autores Slatter
(2003), tal afecção envolve somente tecidos moles, no entanto, eventualmente,
pode-se esperar doença articular degenerativa. Os primeiros resultados de
melhora foram observados aos 15 dias, corroborando com os relatos de
Kemper et al. (2011), mas a angulação articular persistiu. Desta forma, para
auxiliar na recuperação do tônus muscular e da função mecânica do membro, a
tala foi reduzida de modo que as falanges do animal permanecessem expostas
e possibilitassem o total apoio dos coxins ao solo. Nenhum relato desta
natureza foi descrito na literatura pela redução do comprimento da tala e,
embora tenha apresentado bons resultados, um dos membros apresentou
dermatite como complicação do uso prolongado da bandagem, por este
motivo, a opção em manter a bandagem unilateral com troca alternada em
cada membro foi instituída, com resultado satisfatório visto que a melhora foi
seria progressiva pelo uso normal dos membros e melhor qualidade de vida do
paciente. Assim, vale salientar que o tratamento conservativo com uso de
bandagens pode ser considerado eficaz, mas pode requerer longo período de
recuperação, o que também pode ser necessário nos casos cirúrgicos quando a
fisioterapia é requerida (Slatter, 2003).
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
273
6- SLATTER, D. Textbook of Small Animal Surgery. 3. ed. Saint Louis, EUA: Elsevier
Science, 2003.
RESUMO:
Um cão, de sete anos de idade com queixa de disfagia foi atendido na Clínica
Veterinária, com indicativos de insuficiência renal. No exame radiográfico da
face foi constatada diminuição generalizada de radiopacidade óssea e
rarefação de osso alveolar, sinais compatíveis com osteodistrofia renal.
274
INTRODUÇÃO:
RELATO DE CASO:
Um cão, macho SRD, sete anos, 10 kg, foi atendido com queixa de disfagia e
segundo o proprietário, permanecia sempre com a boca entre aberta. No dia
apresentava-se apático e com mucosas hipocoradas. Após realização de exame
de sangue, constatou-se anemia e leucopenia, além de altos valores de
creatinina sérica (10 mg/dL). O exame de urinálise constatou densidade de
1.016 g/dL, pH alcalino, proteinúria e glicosúria. No raio X de face foi observado
osteopenia e rarefação dos ossos do crânio e osso alveolar e perda do padrão
trabecular. Os dentes apresentavam-se destacados evidenciando a acentuada
osteopenia, além de mineralização distrófica das cartilagens laríngeas. Devido
ao quadro de apatia e convulsão, realizou-se diálise peritoneal, e a análise do
líquido peritoneal revelou 6,4 g/dL de creatinina. Porém, devido a não melhora
clínica optou-se pela eutanásia do animal.
275
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
277
RESULTADOS:
No período de 2005 a 2015 foram atendidos 2995 gatos no HVU sendo 4 desses
animais diagnosticados com HMF o que representa 0,13% de todos os gatos
atendidos nesse período. Todos os animais com HMF eram fêmeas, não
castradas, com idade entre 7 e 24 meses, sendo 3 mestiços e 1 siamês. Três
animais haviam recebido medicação anticoncepcional dias antes do
aparecimento da hiperplasia. Nenhuma das gatas com HMF estava gestante ou
com pseudociese. Todos os animais com HMF apresentavam aumento rápido e
progressivo de todas as mamas da cadeia bilateralmente . Observou-se edema
e ulceração nas mamas em três casos de HMF e infecção secundária em apenas
um dos animais com ulceração.
O diagnóstico foi obtido pelo histórico do paciente associado aos sinais clínicos,
sendo confirmado pelo exame histopatológico em apenas um dos casos que
necessitou de mastectomia para o tratamento. O primeiro caso foi o único
paciente que não recebeu anticoncepcional, foi tratado pela realização de OSH
pelo flanco e respondeu ao tratamento. O segundo paciente foi tratado de
forma inespecífica com corticoide (prednisona), diurético (furosemida),
antibiótico sistêmico (cefalexina) e tópico (rifamicina) e apresentou discreta
melhora com pouca redução do volume das mamas. A terceira gata veio
apenas na primeira consulta, não foi tratada e não se sabe como a patologia
evoluiu. O quarto paciente foi tratado inicialmente pela realização de OSH pelo
flanco, mas o volume das mamas continuou a aumentar mesmo após o
tratamento. As mamas sofreram ulceração e contaminação secundária
fazendo-se necessário o tratamento com antibiótico (enrofloxacina) e anti-
inflamatório (prednisolona). Não foi observada melhora clínica após o
tratamento com antibiótico e anti-inflamatório sendo então realizada
mastectomia radical bilateral. Após a mastectomia o paciente apresentou
significativa melhora, recuperando-se completamente aos 15 dias de pós-
operatório.
278
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
279
LORETTI, A. P.; ILHA, M. R. S.; BREITSAMETER, I.; et al. Clinical and pathological
study of feline mammary fibroadenomatous change associated with depot
medroxyprogesterone acetate therapy. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, v.56, p.270- 274, 2004.
RESUMO :
A cicatrização é um processo complexo que ocorre no intuito de restaurar as
estruturas celulares e camadas teciduais e de preservar suas funções. Estudos
estão sendo realizados a fim de encontrar um tratamento que possa
aperfeiçoar o tempo de cicatrização. A homeopatia surge como uma indicação
que pode garantir a eficácia e o baixo custo. Vários medicamentos
homeopáticos podem ser utilizados no tratamento de feridas. Trabalhos com
Arnicamontana, Calendulaofficinalis e Delphiniumstaphysagria demonstraram
o efeito positivo da utilização da homeopatia na cicatrização de feridas. Os
medicamentos homeopáticos se mostraram eficientes por promoverem um
melhor tempo de cicatrização, maior facilidade de aplicação terapêutica,
aceitabilidade pelo paciente e baixo custo.
INTRODUÇÃO:
A cicatrização é um processo que envolve fenômenos fisiológicos e bioquímicos
no intuito de restaurar as estruturas celulares e camadas teciduais e de
preservar suas funções. Ocorre uma sequência de eventos envolvendo as
células de constituição do tecido e a matriz extracelular. Porém, alguns fatores
e doenças podem interferir negativamente nesse processo, retardando-o
(Gantwerkeret al., 2012).
Vários estudos estão sendo realizados na busca por um tratamento que possa
otimizar o tempo de cicatrização. A maioria dos fármacos utilizados atualmente
280
DESENVOLVIMENTO:
A homeopatia foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII. Passou
a ser utilizada no mundo inteiro rapidamente devido ao seu sucesso na cura de
grandes epidemias. As diluições homeopáticas de Arnica têm sido utilizadas por
muitos anos no auxilio da recuperação pós-operatória por atuar em processos
inflamatórios. Muitos ensaios clínicos foram realizados demonstrando que a
intervenção pré e pós-operatória pode ajudar na recuperação. Estudos
demonstraram o efeito positivo da utilização de medicamentos homeopáticos
na cicatrização de feridas. Alecu et al. (2007) compararam a eficácia da
Arnicamontana com a Delphiniumstaphysagria nas dinamizações 7cH e 30cH
na cicatrização de feridas cirúrgicas em ratos Wistar e observaram semelhança
entre os grupos, ambos promoveram um efeito significativo no tempo
necessário para a cicatrização.
Campos et al. (2000) avaliaram a utilização da Calendula officinalis 12cH via
oral e via tópica em feridas traumáticas infectadas na pele de cães e gatos. Nas
avaliações clínicas da ferida, independentemente da extensão, profundidade e
tempo da lesão, todas as feridas tiveram resposta efetiva ao tratamento com a
Calêndula. Nas avaliações in vitro, observou-se que a inibição do crescimento
de Streptococcus sp., Pseudomonas sp., Hafniaalvei, Corynebacterium sp.,
Serrafialiquefaciens, Staphylococcus sp. e Proteus sp. Os autores concluíram
que a Calendulaofficinalis pode ser utilizada no tratamento de feridas
infectadas.
Pinto (2000) avaliou o uso de Calendulaofficinalis 6cH, Arnicamontana 3cH e
Silicea 30cH no protocolo pós-operatório de mastectomia total em cadelas e
gatas. Observou-se que os medicamentos mostraram-se eficazes em relação à
recuperação cicatricial da ferida cirúrgica, além de serem medicamentos de
fácil aceitação pelos pacientes, de fácil administração e de baixo custo de
aquisição.
Sousa et al. (2009) avaliaram a eficácia da Delphinumstaphysagria 6cH e 30cH
administrada por via oral em ratos Wistar antes e após a realização de feridas
experimentais no dorso dos animais. Foi observado o processo de reparo
cicatricial após três, sete, 14 e 21 dias por análise macroscópica e
histomorfológica e os autores concluíram que os homeoterápicos podem
melhorar o processo de cicatrização por segunda intenção.
Coelho et al. (1998) concluíram que a Delphinumstaphysagria cH6 promove um
tempo cicatricial semelhante ao obtido com a utilização de penicilina
281
CONCLUSÃO:
Apesar da ampla utilização na prática clínica, existem poucos estudos que
comprovam a eficácia da utilização da homeopatia na cicatrização de feridas.
Nas matérias médicas homeopáticas são citados outros medicamentos que
também possuem ação cicatrizante, porém ainda não há comprovação
científica da eficácia desses medicamentos. São necessárias mais pesquisas que
avaliem a sua ação, pois se comprovada a sua eficácia podem representar um
avanço no tratamento de feridas, representando também um tratamento de
baixo custo.
REFERÊNCIAS:
ALECU, A.; ALECU, M.; MARCUS, G. et al. Effect of the homeopathic remedies
Arnica montana and Staphisagria on the time of healing of surgical wounds.
Cultura Homeopática, v.20, n.1, p.19-21, 2007.
CAMPOS, M.C.P.; COELHO, M.C.O.C.; SILVA, L.B.G. et al.Tratamento de feridas
infectadas utilizando Calendula officinalis. Homeopatia Brasileira, v.6, n.1,
p.22-28, 2000.
COELHO, M.C.O.C.; ALMEIDA, E.L.; TENÓRIO, A.P. et al. Processo Cicatricial
utilizando Staphisagria e Penicilina após Rumenotomia Experimental em
Caprinos. Homeopatia Brasileira, v.4, n.1, p.500-4,1998.
DIAS, T.A. Gel de Quitosana à 2% na cicatrização de feridas cutâneas em ratas
diabéticas. 2012. Goiânia. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) -
Universidade Federal de Goiás.
FRANCO, D.E.; PINTO, L.F. Estudo comparativo entre homeoterapia e
antibioticoterapia no tratamento de feridas cirúrgicas em medicina veterinária.
Homeopatia Brasileira, v.6, n.2,p.73-76, 2000.
GANTWERKER, E.A.; HOM, D.B. Skin: Histology and Physiology of Wound
Healing. Clininic Plastic Surgical, v.39, n.1, p.85-97, 2012.
PINTO, L.F. Protocolo pós-operatório homeopático em mastectomia radical de
cadelas e gatas. Homeopatia Brasileira, v.6, n.1,p.18-21, 2000.
282
INTRODUÇÃO:
Os fármacos de eleição para o tratamento de Babesia, Cytauxzoon e
Trypanosoma são os derivados das diamidinas aromáticas, e incluem
phenamidine, pentamidina, diminazeno, amicarbalide e imidocarbe. Após a
administração, atingem altas concentrações em órgãos parenquimatosos,
como o fígado e cérebro, e são lentamente metabolizados ou excretados de
forma inalterada. Dentre os sinais clínicos resultante da intoxicação por
diminazeno, alguns são neurológicos, a exemplo de opistótono, paralisia
espástica , movimentos de pedalagem, nistagmo, alterações de consciência
com possibilidade de evolução para coma e morte. No entanto, outros sinais
como sialorreia, náuseas, vômitos, diarréia, taquipnéia, dispnéia, micção
freqüente, espasmos musculares, crises convulsivas e tremores foram
relatados em gatos e camelos. Ainda há relato de malácia hemorrágica extensa
envolvendo o mesencéfalo e diencéfalo em cães. A ocorrência de vacuolização
283
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Uma cadela de seis anos de idade, da raça Pastor alemão foi atendida no
Serviço de Pronto-Socorro de um Hospital Veterinário Escola Público com
queixa de convulsões, não responsividade ao meio ambiente, taquipnéia e
decúbito lateral. Durante a anamnese proprietário relatou que há 10 horas
havia aplicado por engano 3 ml de diaceturato de diminazeno, por via
intramuscular. Após 30 minutos apresentou ataxia, salivação e confusão
mental, com piora progressiva do quadro clínico. No exame físico detectou-se
coma, reflexo de ameaça ausente bilateralmente, midríase não responsiva,
postura de decerebração e febre. A principal suspeita foi de intoxicação pelo
diaceturato de diminazeno devido ao histórico. Os exames laboratoriais
solicitados foram hemograma, bioquímicos séricos, urinálise e gasometria
arterial. Iniciou-se fluidoterapia de choque com solução de NaCl 0,9%,
oxigênioterapia, dexametasona via intravenosa na dose de 0,15 mg/kg a cada 8
horas e diazepam via intravenosa na dose de 0,5 mg/kg conforme necessário,
porém, não houve resposta e o animal progrediu para parada
cardiorespiratória e óbito. Na necropsia foram detectadas áreas hemorrágicas
no cérebro (telencéfalo e bilateralmente no hipotálamo) e cerebelo. Na
avaliação histológica se observaram lesões multifocais em telencéfalo com
características de infarto hemorrágico havendo rompimento de endotélio
vascular na substância cinzenta, com infiltrado linfoplasmocitário moderado,
edema e malácia. Além disso, no cerebelo se observou rompimento do
endotélio vascular em substância branca, com infiltrado inflamatório
neutrofílico moderado, multifocal.
DISCUSSÃO:
De acordo com a anmnese o início dos sintomas foram agudos com progressão
rápida e consequente óbito. Alterações neurológicas agudas usualmente estão
relacionadas a três grandes grupos de doenças, que são as intoxicações, os
traumatismos e os acidentes vasculares cerebrais (Platt e Garosi, 2012). A dose
nesse caso foi acima do recomendado, entretanto, não foi tão elevada quando
comparada as doses experimentais utilizadas em trabalhos científicos, fator
que deve servir de alerta quanto ao uso do diaceturato de diminazeno em cães.
284
Nesse relato de caso há uma situação peculiar, uma vez que foram identifcadas
duas causas de manifestação aguda de doença neurológica, que foi a
intoxicação pelo diminazeno e a ocorrência de acidentes vasculares cerebais
múltiplos, como reflexo da toxicidade do produto sobre o encéfalo. Intoxicação
por diminazene diaceturato pode causar lesões cerebrais em animais
domésticos e é um efeito dose-dependente (Lewis et al, 2011;. Aburu et al,
1984; Homeida et al, 1981; Naude et al, 1970; Losos e Crockett, 1969). Nesse
caso, o cão começou a apresentar sinais neurológicos compatíveis com os
descritos na literatura, ou seja, anisocoria, estupor, bradicardia, convulsões,
que foram devastadoras e culminaram com a morte do animal. Assim sendo,
ressalta-se que o diaceturato de diminazeno é um produto com grande
potencial para intoxicação levando a acidente vascular cerebral em cães, e
usualmente morte, sendo um fármaco que necessita de extrema cautela no
uso clínico.
CONCLUSÃO:
Infarto cerebral múltiplo com sinais neurológicos graves e potencialmente
óbito, pode ser ocasionado pela administração de diaceturato de diminazeno
em cães, mesmo em casos nos quais a dose não é extremamente elevada.
Portanto, esse produto deve ser utilizado com cautela em se tratando da
referida espécie.
REFERÊNCIAS:
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vol. 91, p. 355–360, 1981. LOSOS, G. J.;
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due to commonly used babecides. Onderstepoort Journal of Veterinary
Research, vol. 37, p. 173 – 184, 1970.
285
RESUMO:
Com o objetivo de avaliar a influência da faixa etária de tutores de cães e gatos
sobre a percepção da guarda responsável, foram aplicados 289 questionários e
formados cinco grupos em função da faixa etária -G1 (18 a 30 anos); G2 (31 a
40anos);G3 (41 a 50 anos), G4 (51 a 60 anos) e G5 (acima de 60 anos). O G5 foi
o grupo que mais foi capaz (P<0,05) de conceituar a palavra “Guarda
responsável” (72,7%), que visita o veterinário regularmente (81,8%), que vacina
seus animais anualmente (100%) e que mais vermifuga seus animais (100%). O
G3, G4 e G5 são os que têm maior percentual de animais castrados, de 29,4%,
26,2% e 27,3%, respectivamente. Pessoas com mais de 60 anos, são as que
mais proporcionam bem-estar aos seus animais de estimação.
INTRODUÇÃO:
A guarda responsável de animais de estimação (Pets) é uma das práticas para
promoção do bem-estar animal, sendo de fundamental importância (Silvano et
al., 2010). Assim, conforme os dispositivos legais vigentes, os tutores têm como
responsabilidade providenciar assistência médico veterinária, controlar a
reprodução, garantir higiene ambiental e individual, disponibilizar abrigos
seguros, administrar imunógenos e outros medicamentos para prevenir
doenças e de riscos de agravos (Vieira et al., 2006).
Entretanto, a faixa etária do tutor pode influenciar nessas atitudes
responsáveis, tendo em vista que pessoas idosas tendem a cuidar melhor dos
seus animais de estimação, pois os animais que proviam segurança na
juventude, assumem maior importância na velhice como auxílio aos mais
velhos na adaptação à sua mudança de “status”.A relação homem-animal é,
talvez, mais forte e mais profunda na velhice do que em outra idade(Suthers-
McCabe, 2001).Assim, a presente pesquisa objetivou avaliar a influência da
faixa etária de tutores sobre aguarda responsável de animais de cães e gatos,
em Belém, Pará.
286
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram aplicados 289 questionários a tutores de cães e gatos, de diferentes
bairros de Belém, Pará. Foram formados cinco grupos em função da faixa
etária, tais quais, G1, que foi formado por pessoas com idade entre18 a 30
anos; G2, que incluiu tutores de 31 a 40 anos de idade, G3, que era formado
por pessoas de 41 a 50 anos,G4, que incluiu pessoas de 51 a 60 anos e G5, que
era constituído por indivíduos acima de 60 anos de idade.Dentre os
entrevistados, 38,75% (112/289) constituíram o G1; 25,26% (73/289), o G2;
17,65% (51/289) representavam o G3; 14,53% (42/289) estavam no G4 e 3,81%
(11/289) constituíram o G5. As análises foram realizadas utilizando o software
IBM SPSS Statistics Data Editor, versão 19.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O conhecimento do termo “Guarda responsável” é importante para que haja
responsabilidade dos tutores, com o bem-estar de seus animais de estimação.
Além disso, medidas adequadas de manejo precisam ser adotadas, para
minimizar o risco de acidentes automobilísticos, ataques as pessoas por
animais semi-domiciliados e de adquirir zoonoses (Souza et al, 2001).Muitas
vezes, os entrevistados não conheciam o termo formal, mas adotam medidas
adequadas, como levar seus animais de estimação para serem vacinados em
clínicas e campanhas.Contudo, observou-se que houve diferença significativa
entre os grupos, onde o maior percentual de tutores(P<0,05) que foi capaz de
conceituar a palavra “Guarda responsável”, foi do grupo G5, com 72,7% (8/11),
quando comparado aos grupos G1, com 42% (47/112); G2, com 24,4% (20/73),
G3, com 37,3% (19/51) eG4, com 45,2% (19/40).
Com relação às visitas ao veterinário regularmente, houve diferença estatística
entre os grupos (P<0,05), onde o G5 obteve o maior valor (81,8%), quando
comparado com os grupos G1 (47,3%), G2 (53,4%), G3 (58,8%) e G4 (61,9%).
Grande parte dos integrantes de todos os grupos afirmaram que vacinam seus
animais anualmente (G1: 95,5%, G2: 95,9%, G3: 92,2%, G4: 97,6% e G5: 100%).
O G5 contém os tutores que mais vermifugam (P<0,05) seus animais (100%),
quando comparados ao G1 (87,5%), G2 (79,5%), G3 (88,2%) e ao G4 (85,3%). O
G3, G4 e G5são os que têm maior (P<0,05) percentual de animais castrados, de
29,4%, 26,2% e 27,3%, respectivamente, quando comparados aos grupos G1
(19,6%) e G2 (19,2%). Os integrantes de todos os grupos alimentam seus
animais com ração de forma semelhante (G1: 75%, G2: 71,2%, G3: 80,4%, G4:
76,2%, e G5: 72,7%).
CONCLUSÃO:
287
A faixa etária do tutor influencia na qualidade de vida dos animais, sendo que
pessoas com mais de 60 anos, são as que mais proporcionam bem-estar aos
seus animais de estimação.
REFERÊNCIAS:
SILVANO, D.; BENDAS, A.J.R.; MIRANDA, M.G.N. et al. Divulgação dos princípios
da guarda responsável: uma vertente possível no trabalho de pesquisa a
campo. Revista Eletrônica Novo Enfoque, v. 9, n. 9, p. 64- 86, 2010.
RESUMO:
O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de variabilidade interobservador em
relação aos parâmetros ecocardiográficos obtidos por meio da técnica feature
tracking imaging bidimensional (FTI-2D). Realizou-se a determinação da
variabilidade interobservador para os parâmetros Strain (St) e Strain Rate (StR)
radial e longitudinal. Para tal, um segundo examinador realizou a medida dos
dados de 29 animais, assim como o primeiro examinador. O grau de
variabilidade foi definido baseado no coeficiente de variação (CV).
288
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Bansal M, Cho GY, Chan J, Leano R, Haluska BA, Marwick TH. Feasibility and
accuracy of different techniques of two-dimensional speckle based strain and
validation with harmonic phase magnetic resonance imaging. Journal of
American Society of Echocardiography 2008, 21(12):1318-1325.
Orde SR, Pulido JN, Masaki M, Gilespie S, Spoon JN, Kane GC, Oh JK. Outcome
prediction in sepsis: speckle tracking echocardiography based assessment of
myocardial function. Critical Care 2014, 18(4):R149.
RESUMO:
Objetivou-se avaliar a influência dos pigmentos biliares urinários sob os níveis
séricos de ALT, PAL e GGT em amostras de cães obtidas na rotina do
laboratório clínico veterinário. Apesar de não ter ocorrido diferença estatística
significativa (p>0,05) na comparação entre os grupos analisados, os níveis
séricos de GGT se apresentaram mais elevados na presença de pigmentos
biliares urinários. Conclui-se que o aumento sérico da enzima GGT acompanha
o aparecimento de pigmentos biliares na urina.
INTRODUÇÃO:
Os sinais clínicos de insuficiência hepática são variados, dentre esses, existe a
presença de pigmentos bilares na urina, cuja origem éprincipalmente da
degradação dos eritrócitos (Cornelius, 1996).
As provas bioquímicas representam um valioso apoio ao diagnóstico clínico das
enfermidades do fígado (Souza et al.,2004), porém os resultados e a
interpretação dependem da natureza da lesão, duração e intensidade da
doença (Radostits et al., 2002).
Assim, objetivou-se avaliar a influência dos pigmentos biliares urinários sob os
níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (PAL) e
gama glutamiltransferase (GGT) em amostras de cães obtidas na rotina do
laboratório clínico veterinário.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram analisadas 88 amostras de soro e de urina de cães de ambos os sexos
obtidas na rotina do laboratório clínico veterinário. Na urinálise foi realizado o
método químico (ácido nitro-nitroso) para detecção dos pigmentos biliares, os
quais foram divididos em dois grupos: I (pos ++) e II (pos +++). E foram
determinados os valores das enzimas hepáticas (ALT, PAL e GGT) no soro
sanguíneo em analisador automático multicanal Chemwell®, utilizando kits
291
RESULTADOS:
Dos 88 animais testados, 46 foram positivos para pigmentos biliares (pos ++) e
42 para (pos +++). Verificou que no grupo I (19.56%), (28.26%) e (80.44%) dos
animais apresentaram níveis séricos aumentados para ALT, PAL, GGT,
respectivamente, sendo os demais considerados normais para a espécie
canina. Em contrapartida, no grupo II, observou-se na mesma ordem acima que
(28.57%), (33.33%) e (80.95%) dos animais apresentaram níveis aumentados
para as enzimas hepáticas. Não houve diferença estatística (p>0,05) entre os
grupos I e II quando comparou-se as proporções de animais com níveis normais
e aumentados para as enzimas ALT, PAL e GGT.
DISCUSSÃO:
Aenzima alanina aminotransferase (ALT) encontra-se aumentada no sangue
quando há um aumento da permeabilidade da membrana dos hepatócitos,
enquanto que as enzimas fosfatase alcalina (PAL) e gama glutamiltransferase
(GGT) estão mais relacionadas com o diagnóstico de colestase (Thrall et al.,
2007).
Devido a sua importância no diagnóstico da colestase e no aparecimento de
pigmentos na urina (Dial, 1995) a GGT foi a enzima que teve maior
porcentagem de animais com níveis aumentados.
As reações fortemente positivas para a pesquisa de pigmentos biliares e
urobilinogênio urinários indicam quase sempre um comprometimento hepático
mais grave (Germano e Hagiwara, 1975).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o aumento sérico da enzima GGT acompanha o aparecimento
de pigmentos biliares na urina.
REFERÊNCIAS:
CORNELIUS, L.M. Enfermidades Hepáticas. In: LORENZ, M.D.; CORNELIUS, L.M.;
FERGUSON, D.C. Terapêutica Clínica em Pequenos Animais. Rio de Janeiro:
Interlivros, 1996. 465p.
DIAL, S.M. Clinicpathologic evaluation of the liver. Veterinary Clinics of North
America: Small Animal Practice, v. 25, n. 1, p. 257-273, 1995.
292
RESUMO:
A insuficiência renal aguda é a principal complicação da piometra canina e
ocorre secundária a glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos,
associado à infecção por E. coli, bactéria mais comumente isolada. Estudos
nacionais geralmente encontram diversidade etiológica e aproximadamente
20% de bactérias Gram positivas. O objetivo deste estudo foi avaliar se
bactérias Gram positivas poderiam desenvolver insuficiência renal em cadelas
com piometra. Foram coletadas amostras para cultura microbiológica de
conteúdo uterino e sangue para dosagem plasmática de creatinina de 23
cadelas com diagnóstico de piometra confirmado durante o tratamento
cirúrgico, dentre estes, quinze (65,21%) foram positivos na cultura, sendo
isoladas cinco (21,73%) bactérias Gram positivas e dez (43,47%) Gram
negativas. Dos pacientes estudados quatro apresentaram creatinina acima dos
valores de referência. Destes, três (75%) foram diagnosticados na cultura como
Gram positivas. Conclui-se que cadelas com piometra por bactérias Gram
293
INTRODUÇÃO:
A piometra canina é uma enfermidade da cadela adulta caracterizada pela
inflamação do útero com acúmulo de exsudato séptico, que ocorre na fase
lútea do ciclo estral e que pode desencadear alterações multissistêmicas
estando associada à infecção bacteriana proveniente da microbiota vaginal
(Nelson, Couto, 2001; Smith, 2006; Pretzer, 2008). Segundo Nelson e Couto
(2001) e Grooters (1994), estas ascendem pela cérvix para dentro do útero
durante o estro, sendo a Escherichia coli o agente predominante nesta afecção
(Fossum et al., 2005). A piometra canina por E. coli comumente cursa com
insuficiência renal aguda (IRA) secundária a glomerulonefrite por deposição de
imunocomplexos (componentes da parede celular de bactérias Gram negativas
+ imunoglobulinas) na membrana basal do glomérulo (Johnson et al., 2001). A
IRA é a principal complicação desta enfermidade e está diretamente ligado a
longos períodos de internamento e ao óbito em cadelas com piometra (Sant’
Anna et al., 2014). Estudos sobre a etiologia bacteriana geralmente encontram
diversidade etiológica e aproximadamente 20% de bactérias Gram positivas
(Weiss et al., 2004; Sant’ Anna et al., 2014). Entretanto, a fisiopatogenia dos
danos teciduais nesses casos não tem sido estudada. Neste contexto, o
objetivo desse estudo foi avaliar se bactéria Gram positivas poderiam
desenvolver insuficiência renal em cadelas com piometra.
MATERIAIS E MÉTODOS:
O material foi coletado de 23 cadelas que foram atendidas no Hospital
Veterinário com diagnóstico de piometra. Esse trabalho tramitou no comitê de
ética animal e todos os procedimentos foram aprovados pelo mesmo. Os
animais passaram por coleta de sangue pré-operatória para dosagem
plasmática de creatinina e após a remoção do útero, durante o tratamento
cirúrgico, esse foi aspirado de forma asséptica e o conteúdo foi encaminhado
para o laboratório de microbiologia para cultura bacteriana. Os resultados
obtidos foram analisados de forma descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre os 23 animais estudados, quinze (65.21%) foram positivos na cultura. A
prevalência das bactérias encontradas foi semelhante a outros estudos
nacionais (Weiss et al., 2004; Coggan, 2005). A Escherichia coli foi a mais
prevalente com quatro casos (17.38%), seguida por Enterococcus sp. dois
(8.69%), Klebisiella pneumonae dois (8.69%), Streptococcus sp. dois (8.69%),
294
CONCLUSÃO:
Ficou concluído que cadelas com piometra por bactérias Gram positivas podem
desenvolver injúria renal e consequentemente insuficiência. Sendo importante
a realização de estudos focados na fisiopatogenia da injúria renal em cadelas
com piometra por bactérias Gram positivas, uma vez que, sem o conhecimento
desta fisiopatogenia é impossível estudar formas de tratamento adequadas.
REFERÊNCIAS:
FOSSUM, T. W.; HEDLUND, C. S.; HULSE, D. A.; JOHNSON, A. L.; SEIM III, H. B.;
WILLARD, M. D.; CARROL, G. L.; Cirurgia de pequenos animais; Roca; 2ª ed.; São
Paulo; p. 638 - 642; 2005.
295
Grooters A.M. 1994. Diseases of the ovaries and uterus. In: Birchard S. J.,
Sherding R. G. Saunders Manual of small Animal Practice. [S.I.]: W. B. Saunders
Company,. 1467 p.
RESUMO:
Relata-se intoxicação por ingestão recorrente de Dieffenbachia picta Schott
(comigo-ninguém-pode) em um cão, o qual apresentou episódios de vômito e
melena. Durante 48 horas de internamento o mesmo apresentou oligúria,
inapetência, dispneia, ronco, convulsão e mioclonias, além da observação de
outros sintomas clássicos de intoxicação por essa planta chegando a óbito. A
ingestão recorrente de Dieffenbachia picta Schott, independente de
quantidade, deve ser levada em consideração, tornando-se essencial o
acompanhamento do histórico clínico.
INTRODUÇÃO:
Devido a grande prevalência em acidentes, a Dieffenbachia picta Schott,
conhecida popularmente por comigo-ninguém-pode ou aninga-do-pará (Silva;
Takemura, 2006), se destaca entre as 16 plantas que mais causam intoxicação
no Brasil (Sinitox, 2012). Em 2007, o Centro de Informação Toxicológica do Rio
Grande do Sul, registrou 11 casos de intoxicação por D. picta Schott, dentre os
quais 9 (81%) acometeram cães e 2 (18%) gatos (Brasil, 2009).
As plantas do gênero Dieffenbachia apresentam diversos princípios ativos na
sua constituição, entre eles, os cristais de oxalato de cálcio solúveis e
insolúveis. Os cristais de oxalato de cálcio solúveis tendem a provocar injúria
renal e hipocalcemia, enquanto que os insolúveis causam efeitos locais, em
especial no trato gastrintestinal, devido impedir a formação do ácido oxálico, o
qual funciona prevenindo hemorragias (Lazzeri, 1977; Silva; Takemura, 2006).
Saponinas presentes na planta são princípios ativos tóxicos que causam
dermatite, sinais digestivos, entre outros, tais como anorexia, sialorréia,
dispneia e convulsão (Amstutz, 2008), além de atuarem a nível hepático,
podendo causar alterações funcionais (Melo et al., 2008).
RELATO DE CASO:
Foi atendido em uma clínica veterinária na cidade de Belém, Estado do Pará,
um canino fêmea, sem raça definida e com 11 anos de idade. O responsável
relatou que o animal, após ingestão da planta comigo-ninguém-pode passou o
dia triste, não quis comer, bebeu muita água, começou a apresentar vômito e
eliminação de sangue e coágulos cruóricos por via retal. Foi relatado também
que sempre houve interesse por parte do animal em comer o vegetal e que
frequentemente ingeria pequenas partes do mesmo.
Ao exame físico verificou-se animal agitado, apresentando mucosa oral e face
ventral do abdome hiperêmicas, temperatura retal de 38,8oC, taquipnéia,
taquicardia e dor abdominal à palpação. Exames laboratoriais revelaram
alterações como leucopenia (3.590 U/mm3), trombocitopenia (47.000 U/mm3),
297
elevação de uréia (101 mg/dL), creatinina (5,11 mg/dL), ALT (1.103 U/L) e AST
(115 U/L).
O diagnóstico de intoxicação recorrente por D. picta Schott baseou-se nas
informações cedidas pelo proprietário, nos sinais clínicos entéricos
apresentados e, em parte, nos resultados dos exames laboratoriais.
Proprietário não autorizou exame necroscópico.
Nas primeiras 24 horas de internamento, além dos sinais clínicos supracitados,
o animal apresentou ainda, erupções cutâneas na região ventral do abdome,
oligúria, inapetência, dispneia e edema de laringe, com consequente
diminuição da luz do órgão e ronco. Após 48 horas de tratamento sintomático,
verificou-se regressão do quadro hemorrágico, ictérica, e o animal começou a
apresentar episódios convulsivos e mioclonias que persistiram por
aproximadamente 5 horas, seguidas do óbito.
DISCUSSÃO:
Os sinais comumente observados na cavidade oral como irritação e salivação
abundante, não foram referidos na anamnese. A ingestão hídrica pode estar
relacionada ao alívio da dor provocada pelos cristais de oxalato de cálcio
presente nas folhas da planta, conforme descreveram Cumpston et al. (2003) e
Wilkerson et al. (2005).
A diminuição da luz traqueal e a melena decorreram, respectivamente, da ação
física dos cristais sobre as células, que promovem a liberação de histamina
(Górniak, 2008), e da ação dos cristais na forma insolúvel (Lazzeri, 1977; Silva;
Takemura, 2006). As lesões cutâneas observadas foram semelhantes às
referidas por Górniak (2008) em cães após ingestão de D. picta Schott.
A elevação de AST, provavelmente, foi causada pelas lesões celulares, devida a
penetração dos cristais de oxalato de cálcio e, as lesões celulares no trato
gastrintestinal (Cumpston et al., 2003). Enquanto que, a lesão renal, segundo
descrito por Davalos et al. (2010), ocorre devido ao estresse oxidativo em
função da citotoxicidade do oxalato de cálcio.
As saponinas presentes na planta são princípios ativos tóxicos que causam
entre outros sintomas, convulsões (Amstutz, 2008), podendo justificar a crise
convulsiva e as mioclonias, que podem também ser decorrente do quadro de
azotemia instalado (Vanholder et al., 2003).
Diversos autores relataram que o principal sintoma e causa de morte por
intoxicação pela D. picta Schott é o edema de glote seguida por asfixia
(Cumpston et al., 2003; Górniak, 2008).
CONCLUSÃO:
298
REFERÊNCIAS:
AMSTUTZ, H.E. Manual Merck de veterinária. 9 ed. São Paulo: Roca, 2008
BRASIL. Centro de Informações Toxicológicas - Rio Grande do Sul. 2009.
Acesso em: 13 ago 2013. Disponível em: < http://www.cit.rs.gov.br/>
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299
RESUMO:
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença de caráter crônico
podendo não se tornar clinicamente aparente. Os aspectos clínicos podem não
serem específicos e, alguns cães infectados não mostrar nenhum dos sinais
característicos deixando duvidoso o diagnóstico. A finalidade desta pesquisa foi
avaliar a prevalência dos sinais clínicos nos cães naturalmente infectados pelo
Leishmania sp. Investigou-se 420 cães domiciliados no município de Imperatriz,
Maranhão, em relação aos clínicos pautados à LVC. Desses animais, 189 cães
foram positivos pelo teste sorológico de ELISA. Na avaliação do exame clínico
apresentaram dois a três sinais em 37 a 70% evidenciados. Alopecia e
onicogrifose foram os mais observados em cães com a infecção. A prevalência
dos sororreagentes foi de 46,6%, principalmente na faixa etária compreendida
entre dois a quatro anos. O município apresenta alta prevalência, sendo área
considerada endêmica e a avaliação dos sinais clínicos foi importante para
confirmação do diagnóstico da LVC.
INTRODUÇÃO:
Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma enfermidade sistêmica de curso
lento e crônico com cura parasitológica improvável (Ribeiro, 2005) podendo
levar o animal a óbito em poucas semanas (Feitosa, 2000). Os cães podem
sofrer de doença grave caracterizada pela evolução crônica dos sinais
viscerocutâneos, que ocorre em menos de 50% dos animais infetados (Silva,
2005). No cão a situação é sistêmica e crônica podendo levar o animal ao óbito
em poucas semanas (Almeida et al., 2005). A suposição clínica da infecção é
facilmente confirmada quando o animal expõe vários sinais, mas quando há
envolvimento de apenas um sistema ou quando ocorrem lesões atípicas ou
incomuns, o diagnóstico torna-se bastante difícil (Aguiar, 2007). Dentre os
achados de exame físico, merecem destaque a linfoadenomegalia, caquexia,
hipertermia, esplenomegalia, uveíte e conjuntivite (Salzo, 2008). Nesta
300
MATERIAL E MÉTODOS:
A área de estudo foi o município de Imperatriz (Latitude de 5º 31’35’’ Sul e
Longitude de 47º 29’30’’ Oeste), região Sudoeste do estado do Maranhão, que
se encontra a 640 km da capital, São Luís. Atualmente a população canina do
município, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é de
aproximadamente 15.700 cães. Foram realizados exames clínicos em 420 cães
domiciliados, de ambos os sexos, raças e idades variadas, sororreagentes ao
teste ELISA, considerando à conveniência não probabilística. O exame físico
constou principalmente da inspeção da pele e fâneros, além da palpação
abdominal e dos gânglios linfáticos, onde se observa a existência ou não de
sinais sugestivos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC). Realizou-se análise
estatística descritiva por meio de distribuições absolutas e relativas, a decisão
dos testes estatísticos, nível de significância de 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados mostraram que 46,66% (196/420) dos animais estudados foram
reagentes ao teste de ELISA. Amóra et al. (2006) relatou 45% em regiões
endêmicas no RN e Monteiro et al. (2014) obteve a prevalência de 5% da
infecção em Montes Claros, Almeida et al. (2010) em Cuiabá encontrou 37,3%
de prevalência, porém Cortada et al. (2004) em Mato Grosso registraram 75,3%
e Albuquerque (2005) constatou anticorpos circulantes em 88,23% com
suspeita clínica em Recife. Os resultados do presente estudo confirmam a
suspeita sobre a ocorrência de leishmaniose visceral no município de
Imperatriz, com um número significante de animais positivos. Diante deste
fato, é prudente considerar que a leishmaniose canina seja uma doença de
natureza local e que os fatores de risco possam variar de uma região para
outra.
Em relação aos sinais clínicos dos animais estudados se observou 37 a 70% de
dois a três sinais clínicos, como alopecia e onicogrifose (45%), caquexia e emaciação (42%), apatia
(40%), ceratoconjuntivite (35%), úlcera cutânea (31%), linfadenopatia, dilatação abdominal e diarreia (25%)
restante dos cães (57%) apresentavam-se
foram os sinais clínicos mais presentes e o
assintomáticos no momento do exame clínico. A úlcera de pele caracterizada por lesão de
bordas salientes com localização, principalmente na orelha (30%) e focinho (20,14%) foi evidenciada
independente da presença de alopecia. Lesões
cutâneas com descamação no espelho nasal
(23%), na cauda (15%), e nas articulações (10%). Conjuntivite esteve presente em 35% dos
animais, entretanto, sem serem visualizadas outras oftalmopatias. A linfadenopatia (25%), epistaxe (13%),
distensão abdominal (17,0%), dificuldade de locomoção (15%) e edema nas patas (12%), também
301
CONCLUSÃO:
O município apresenta alta prevalência de cães sororreagentes, principalmente
na faixa etária compreendida entre dois a quatro anos. A distribuição da LVC
canina no município de Imperatriz, Maranhão adverte sobre o risco da doença
e comprova a importância que os inquéritos epidemiológicos podem ter na
adoção de medidas eficazes de prevenção.
REFERÊNCIAS:
AGUIAR, P. H. P. et al. Quadro clínico de cães infectados naturalmente por
Leishmania chagasi em uma área endêmica do estado da Bahia, Brasil. Rev.
Bras.Saúde Prod. An. 8 (4): 283-294, 2007.
ALVES, L.C.; FAUSTINO, M.A.G. Leishmaniose visceral canina Manual da
Schering-Plough, São Paulo, 2005. 14 p.
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Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 127, p. 227-232, 2005.
ALMEIDA, A. B. P. F. et al. Prevalência e epidemiologia da leishmaniose visceral
em cães e humanos, na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Ciência Rural, v.
40, n. 7, p. 1610-1615, 2010.
AMÓRA, S. S. A. et al. Fatores relacionados com a positividade de cães para
leishmaniose visceral em área endêmica do Estado do Rio Grande do Norte,
Brasil. Ciência Rural. v. 36, n. 6, p. 1854-1859. 2006.
BORGES, L. F. N. M. et al. Prevalência e distribuição especial da leishmaniose
visceral em cães do município de Juatuba, Minas Gerais, Brasil. Ciência Rural.
Santa Maria, v. 44, n. 2, p. 352-357, 2014.
302
RESUMO:
Leucemia é neoplasia maligna que se origina das células precursoras
hematopoiéticas na medula óssea e seu diagnóstico baseia-se nos achados
clínicos, laboratoriais, de imagem e exame citológico da medula óssea. Relata-
se o caso de um canino com leucemia linfocítica crônica (LLC) diagnosticada por
meio de exames complementares e análise citológica da medula óssea.
INTRODUÇÃO:
A LLC é rara sendo descrita mais frequentemente em animais velhos e
caracterizada por linfocitose severa envolvendo linfócitos pequenos e médios
de aparência normal. Esta neoplasia maligna se origina das células precursoras
hematopoiéticas na medula óssea (NELSON; COUTO, 2010) e pode ser
classificada de acordo com a linhagem celular que a origina em mielóide ou
303
linfóide (NELSON; COUTO, 2010; SHIMOMURA et al, 2006). Ainda pode ser
classificada de acordo com o curso clínico e características citológicas, em
agudas ou crônicas. As agudas possuem curso biológico agressivo e
caracterizam-se pela presença de células imaturas na medula óssea ou sangue;
já as crônicas apresentam curso prolongado sendo o tipo celular predominante
bem diferenciado (NELSON; COUTO, 2010). Ao exame hematológico, a
anormalidade mais comumente observada em cães é a linfocitose (NELSON;
COUTO, 2010), sendo observados linfócitos de tamanho pequeno a médio com
morfologia normal (ETTINGER, FELDMAN; 2004). Entretanto, o diagnóstico
definitivo é realizado por meio de análise citológica da medula óssea
(OLIVEIRA, 2011).
DESCRIÇÃO DO CASO:
Foi atendida uma fêmea canina sem raça definida de sete anos de idade que
apresentava sinais clínicos de inapetência, emagrecimento progressivo e
fraqueza há dois meses, com piora no último mês. Na ocasião foram realizados
hemograma e exames bioquímicos, sendo que ao hemograma verificou-se
linfocitose (103.360 células/mm³) e anemia. Ao exame físico o animal
apresentava aumento de volume abdominal e foi submetido a exame
ultrassonográfico que revelou hepatomegalia e presença de líquido ascítico.
Diante de novo hemograma verificou-se hipoproteineima, linfocitose (255.200
células/mm³) e agravamento da anemia, sendo solicitado o exame citológico da
medula óssea. Para tal, sob sedação, foi realizada punção da medula óssea na
região da asa do ílio com agulha 40x12, acoplada a seringa de 20ml contendo
anticoagulante EDTA. Foram confeccionados esfregaços sanguíneos
posteriormente corados por Giemsa. Ao microscópio observou-se celularidade
aumentada e diminuição das séries megacariocítica, mielóide e eritróide. A
série linfóide apresentou aumento acentuado, sendo observados
principalmente linfócitos pequenos e médios e alguns plasmócitos.
RESULTADOS:
Os exames de triagem (hemograma e ultrassonografia) foram essenciais para
levantar a suspeita clínica de LLC, sendo o diagnóstico realizado pelo exame
citológico da medula óssea.
DISCUSSÃO:
A LLC é rara em cães, sendo descrita mais frequentemente em animais acima
de sete anos (ALENCAR et al., 2008), idade do paciente em questão ao
momento do diagnóstico.
304
A leucemia pode ser classificada como crônica, sendo este tipo um dos mais
comumente diagnosticados em cães (NELSON; COUTO, 2010). Os sinais incluem
letargia, vômito, anorexia, diarreia e vômito intermitente; ao exame físico
observam-se discreta linfadenopatia generalizada, hepatomegalia, pirexia,
perda de peso e esplenomegalia (NELSON; COUTO, 2010). Foram observados
no caso em questão letargia, vômitos esporádicos, palidez de mucosa, anemia,
perda de peso, hipertermia, assim como hepatomegalia, corroborando com os
autores, de que sinais inespecíficos geralmente estão presentes e podem
dificultar o diagnóstico.
A linfocitose é considerada achado patognomônico para a patologia (NELSON;
COUTO, 2010), sendo verificada no caso relatado em dois hemogramas com
intervalo de 15 dias, levando a suspeita de leucemia. Linfocitose pode ocorrer
em LLC assim como linfossarcoma, sendo a distribuição anatômica o diferencial
entre as neoplasias (ALENCAR et al., 2008). A LLC tem distribuição difusa com
envolvimento do sangue, medula óssea, ou ambos; já o linfossarcoma tende a
ser mais localizado aos tecidos e pode ou não progredir para o envolvimento
do sangue (ALENCAR et al., 2008). Na paciente em questão não foram
observadas alterações de linfonodos ou baço, que poderiam indicar
linfossarcoma. Entretanto, foi realizada análise citológica da medula óssea para
confirmar o diagnóstico de leucemia, assim como classificar a mesma.
Segundo Oliveira (2011), a medula pode ser coletada no úmero proximal, fossa
trocantérica do fêmur, esterno, ou crista ilíaca, sendo o último local escolhido
pela facilidade de realização e familiaridade com a técnica. À microscopia
observou-se aumento acentuado das células linfoides e, principalmente,
linfócitos pequenos e médios. Estas características vão ao encontro das citadas
por Helfand e Modiano (2000) com relação à citologia do aspirado da medula
óssea nos casos de LCC, o que permitiu a realização do diagnóstico final.
O prognóstico dos acometidos geralmente é bom, sendo que muitos dos
pacientes sobrevivem por anos somente com tratamento sintomático ou
quimioterapia leve (ALENCAR et al., 2008). Neste caso, entretanto, houve
evolução da doença com progressiva perda de peso, anemia, pneumonia e
ascite, mesmo com a utilização de tratamento sintomático, que constou de
antibiótico e suplemento vitamínico. Desta maneira, foi indicado o tratamento
quimioterápico, mas devido ao custo e opção do proprietário, não foi realizado.
CONCLUSÃO:
A leucemia linfocítica crônica é neoplasia rara em cães geralmente associada a
sinais clínicos inespecíficos. Embora a linfocitose seja o principal indicativo da
doença, deve-se realizar a avaliação citológica da medula óssea, exame de
escolha para o diagnóstico definitivo desta neoplasia.
305
REFERÊNCIAS:
ALENCAR, N. X. et al. Leucemia linfocítica crônica em cão: relato de caso.
Revista brasileira de Ciência Veterinária, v. 15, n. 3, p. 126-128, 2008.
ETTINGER, J. S.; FELDMAN, E. C.. Tratado de medicina interna veterinária:
doenças dos cães e gatos. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
HELFAND, S.C.; MODIANO, J.F. Chronic lymphocytic leukemia, In: FELDMAN, B.
F.; ZINKL, J. G.; JAIN, N. C. Shalm’s Veterinary Hematology. Philadelphia:
Lippincott Williams & Wilkins. 2000.
NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais, 4ª ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2010.
NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
RESUMO:
O linfoma é uma das neoplasias mais diagnosticadas em pequenos animais,
sendo o linfoma cutâneo a neoplasia com menor sobrevida ao animal, pois
pouco responde ao tratamento instituído. Foi atendida uma cadela da raça
Golden Retriever, 22.6 Kg, 4 anos, fêmea, inteira, com claudicação e edema em
membro torácico direito, múltiplos nódulos cutâneos e língua apresentando
áreas de irregularidades. A citologia aspirativa concluiu linfoma cutâneo. Não
foi realizada a diferenciação em linfoma epiteliotrópico ou não epiteliotrópico,
pois, o animal veio a óbito após o retorno e não foi realizada necropsia.
INTRODUÇÃO:
Linfoma ou linfossarcoma é uma neoplasia linfoide de órgãos linfo-
hematopoiéticos sólidos (FIGHERA et al., 2006). Este possui uma divisão
306
RELATO DE CASO:
Foi atendida uma cadela da raça Golden Retriever, quatro anos de idade, 22.6
Kg, com claudicação há três dias em membro torácico direito. Na anamnese foi
relatada a presença de múltiplos nódulos corporais que estavam sendo
tratados por outro médico veterinário como neoplasia cutânea benigna,
prescrevendo antibioticoterapia por 50 dias.
No exame físico foi observada presença de múltiplos nódulos cutâneos, firmes,
diâmetros entre 0,5 e 1 cm; nódulos em região de língua de aproximadamente
0,5 cm de diâmetro, aderidos, com raras ulcerações e edema em membro
torácico direito e aumento de linfonodos poplíteos.
DISCUSSÃO:
Linfoma cutâneo canino é considerado uma neoplasia com prognóstico ruim,
de baixa resposta ao tratamento instituído e com recidivas tumorais em curto
período de tempo (DUARTE, 2013). Esse comportamento está associado a
307
CONCLUSÃO:
Este relato visa alertar sobre a possibilidade de diagnóstico de linfoma cutâneo
com envolvimento da cavidade oral em animais com nodulações,
irregularidades e ulcerações orais; apesar de sua baixa incidência.
REFERÊNCIAS:
COUTO, G. C. Oncology. In: NELSON, R. W.; COUTO, G. C. Small Animal Internal
Medicine. 4. ed. Missouri. Elsevier Saunders, 2009, Cap. 11, p. 1143 – 1203.
DUARTE, A. R. Resposta do Linfoma Cutâneo Canino à Lomustina – Achados
Clínicos, Imunohistoquímicos e Expressão do MDR – 1. 2013. Botucatu, 93f.
Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Curso de Pós-Graduação em
Medicina Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
– UNESP Campus de Botucatu.
FIGHERA, R. A.; SOUZA, T. M.; RODRIGUES, A. et al. Aspectos Clínicopatológicos
de 43 Casos de Linfoma Subcutâneo em Cães. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
MEDICINA VETERINÁRIA, XXXIII., 2006. Santa Maria. Anais, 2006. P. 139 – 146.
MORENO, K.; FREDERICO, A. P.; BRACARENSE, R. L. [2007]. Estudo
Retrospectivo de Linfoma Canino no Período de 1990 a 2004 na Região Norte
308
RESUMO:
O linfoma espinhal é o tumor que mais comumente afeta a medula espinhal de
gatos domésticos, sendo mais comum em jovens quando associado à infecção
pelo vírus da leucemia felina (FeLV). Os sinais podem ser
309
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO CASO:
Um felino macho, sem raça definida, com 6 meses de idade e 2 kg foi atendido
com relato de paresia progressiva dos membros pélvicos, sem histórico de
traumatismo. No exame clínico, apresentava reflexo patelar diminuído
bilateralmente, dor profunda presente bilateralmente nos membros pélvicos,
bexiga repleta e fezes no reto. A pesquisa de antígeno para FeLV foi positiva. O
mielograma e mielografia foram compatíveis com leucemia linfoblástica aguda
e compressão medular lombar a partir da quinta vértebra lombar,
respectivamente. Após quatro dias do diagnóstico, foi iniciado o tratamento
com quimioterapia e depois de seis dias foi realizada a eutanásia, pois o
paciente permanecia sem evolução clínica, apresentando ausência de dor
profunda nos membros pélvicos e perda de propriocepção nos torácicos. Na
necropsia, observou-se, além de aumento moderado de volume do fígado e
linfonodos do hilo hepático, áreas difusas branco-acinzentadas entremeando a
musculatura na região lombar direita, adjacente as vértebras lombares L5 e L6.
Ao exame microscópico, essas áreas correspondiam proliferação multifocal a
coalescente de grandes linfócitos neoplásicos, com citoplasma eosinofílico
escasso, núcleos grandes e arredondados, com cromatina densa e nucléolos
indistintos. Na medula espinhal havia infiltração tumoral submeningeana, mais
acentuada na região lombar. Em outros segmentos da medula (intumescência
310
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
MOORE, A.S.; OGILVIE, G.K. Lymphoma. In:____. Feline Oncology. Section VI:
Management of Specific Diseases. Veterinary Learning Systems, 2001. Cap. 36.,
p.191-219.
SPODNICK, G.J.; BERG, J., MOORE, F.M.; COTTER, S.M. Spinal lymphoma in cats:
21 cases (1976-1989). Journal of the American Veterinary Medical Association,
v.200(3), p.373-376. 1992
RESUMO:
O estresse oxidativo causa peroxidação lipídica e formação de substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), processo que está comprovadamente
associado à progressão de neoplasias malignas em seres humanos. Em cães, tal
associação permanece ainda obscura, com estudos escassos e de resultados
conflitantes. Nesse contexto, buscou-se nesta investigação avaliar a
concentração plasmática de TBARS em fêmeas hígidas e portadoras de
carcinomas mamários. Foi observado que as cadelas diagnosticadas com
carcinoma mamário tiveram níveis plasmáticos de TBARS significativamente
maiores (média de 7,99 ± 1,43 mol/mL, p < 0,05) em relação às fêmeas
consideradas hígidas (média de 6,14 ± 0,23 mol/mL), sugerindo associação
entre câncer e maior ocorrência de estresse oxidativo.
312
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
313
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
314
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
As lobectomias parciais constituem sempre um grande desafio operatório,
especialmente quando são executadas nos lobos hepáticos direito. Este relato
refere-se à realização de uma lobectomia no lobo medial esquerdo de uma
cadela da raça samoieda, de 9 anos, que apresentava massa tumoral hepática
visualizada por meio de exame ultrassonográfico. Este caso apresentou como
fator complicador um defeito anatômico, a fusão dos lobos hepáticos mediais
direito e esquerdo, que levou a necessidade da separação cirúrgica. O uso de
pinças vasculares mostrou-se adequado para a realização deste procedimento,
evitando danos ao parênquima hepático remanescente e hemorragias. O
tumor tratava-se de um adenoma, neoplasia benigna pouco frequente em cães,
dentre os quais os idosos são os mais acometidos. O paciente foi acompanhado
por 90 dias e não apresentou complicações pós-operatória. Devido o sucesso
pós-cirúrgico demonstrado, a ressecção da massa tumoral foi o tratamento de
eleição.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Cadela da raça Samoieda, 9 anos, 28 Kg, apresentava vômitos recorrentes.
Após ultrassonografia abdominal foi identificada uma massa tumoral hepática.
O animal foi encaminhado para retirada de massa tumoral. Como medicação
pré-anestésica foi utilizado clorpromazina (1 mg.kg-1), indução anestésica com
propofol (5 mg.Kg-1) e ao longo de todo procedimento foi mantido em
anestesia inalatória com isoflurano. Após celiotomia foi observado extensa
massa tumoral no lobo medial esquerdo com inúmeras aderências, além de
fusão dos lobos medial direito e esquerdo. Optou-se por fazer a hepatectomia
do lobo medial esquerdo. Após a identificação do hilo hepático, realizou-se a
oclusão vascular com pinças Satinsky e de aorta, seguindo com secção do lobo
e posterior suturas múltiplas envolvendo a sua base. A celiorrafia foi realizada
como de rotina. O animal manteve-se internado durante 3 dias, sendo
administrado ceftriaxona (25 mg.Kg-1) a cada 12 horas, meloxicam a cada 24
horas (0,1 mg.Kg-1) e tramadol (4 mg.Kg-1) a cada 12 horas. O diagnóstico
histopatológico revelou tratar-se de um adenoma hepático. No pós-operatório,
o animal foi acompanhado não ocorrendo recidivas do quadro clínico.
316
DISCUSSÃO:
O adenoma hepático é uma neoplasia benigna de pouca frequência em cães,
acomete idosos, sem predileção por raça ou sexo e sem sinais clínicos
característicos (Liptak, 2007). As características morfológicas da massa tumoral
encontrada condizem com a literatura, massa solitária, restritas a um lobo,
esférica, não encapsulada com padrão uniforme de crescimento limitado ao
órgão (Morris e Dobson, 2001; Charles et al., 2006). A hepactectomia foi
preterida para o tratamento desta neoplasia, devido a ineficácia de protocolos
quimioterápicos no tratamento de tumores hepáticos primários em cães
(Balkman, 2009) e por ser uma massa tumoral extensa. O tratamento cirúrgico
não apresentou complicações e foi de fácil execução, devido ao lobo hepático
medial esquerdo ter sua separação mais próxima ao hilo hepático, facilitando
sua remoção (Vasconcellos, 2013).
CONCLUSÃO:
O adenoma hepático apresenta maior incidência em cães idosos. Devido o seu
tamanho, podendo comprimir estruturas adjacentes, a importância de ser
realizado o diagnóstico diferencial com outras neoplasias hepáticas e o sucesso
pós-cirúrgico demonstrado, a ressecção da massa tumoral é o tratamento de
eleição para esta afecção.
REFERÊNCIAS:
BALKMAN, C. Hepatobiliary Neoplasia in Dogs and Cats. Veterinary Clinics of
North America: Small Animal Practice, Philadélphia, v.39, n.3, p. 617-625,
2009.
CHARLES, J.A.; CULLEN, J.M.; VAN DEN INGH, T.S.G.A.M. et al. Morphological
classification of neoplastic disorders of the canine and feline liver. In: WSAVA
Standards for clinical and histological diagnosis of canine and feline liver
diseases, Philadelphia: Saunders, p. 117-124, 2006.
LIPTAK, J.M. Hepatobiliary tumors. In: WITHROW, S.J.; VAIL, D.M. Withrow and
MacEwen’s Small animal clinical oncology. 4. ed. Philadelphia: Saunders, p.
483-491, 2007.
MORRIS, J.; DOBSON, J. Small animal oncology. London: Blackwell Science,
2001.
VASCONCELLOS, M. Aspectos cirúrgicos no tratamento de tumores
hepatobiliares caninos: uma revisão. Pubvet (Londrina), v. 7, p. 20, 2013.
317
RESUMO:
Este trabalho tem como objetivo descrever um caso de luxação talocalcaneal
de um gato doméstico, macho, sem raça definida e com dois anos de idade. Ao
exame físico, o felino apresentava movimentação excessiva na articulação
tarsal direita, dor na manipulação da região e aumento de volume. No exame
radiográfico foi verificado deslocamento dorsal do talo, confirmando a luxação
dorsal talocalcaneal. O animal foi submetido ao procedimento cirúrgico e
acompanhamento pós-operatório.
INTRODUÇÃO:
A luxação da cabeça do talo é uma lesão pouco frequente e ocorre devido a
trauma (Guillard, 2003), podendo ser secundária à hiperextensão ou
compressão axial, permitindo que a base do talo deslize ao longo do tarso
central em direção dorsal (Dyce, 1994). Essa alteração causa claudicação grave
em decorrência do colapso medial do tarso durante o apoio de peso e deve ser
diagnosticada precocemente para realização de tratamento satisfatório
(Hamish e Denny, 2006). Poucos casos foram relatados em felinos, tendo as
instabilidades dorsais como mais frequentes (Muir, 1999). O presente relato
tem por objetivo descrever um caso de luxação dorsal talocalcaneal em um
gato doméstico.
DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO:
Um felino macho, sem raça definida, com dois anos de idade e histórico de
trauma alguns dias antes da consulta foi atendido no Hospital de Clínicas
Veterinárias. Ao exame físico, apresentava claudicação do membro pélvico
direito, dificuldade de locomoção, dor na flexão e extensão da articulação
tibiotársica e aumento de volume na região. O paciente foi encaminhado para
exame radiográfico da articulação tibiotársica nas projeções mediolateral e
dorso-plantar que identificou. Ao exame radiográfico, foram verificadas
alterações que sugeriram o diagnóstico de luxação dorsal talocalcaneal (Fig. 1).
A intervenção cirúrgica para correção da luxação foi optada. Após jejum de
doze horas, o paciente foi submetido à indução anestésica com propofol
(4mg/kg) e manutenção com isoflurano. O acesso cirúrgico realizado foi dorsal
318
aos talos. Após a divulsão dos tecidos moles, a cabeça do talus foi localizada e
manualmente reduzida. Em seguida, um parafuso cortical de 2,7 mm foi
inserido de forma compressiva (lag) fixando a cabeça do talus ao calcâneo. A
sutura do tecido subcutâneo e da pele foi realizada com fio náilon 4-0, por
meio de pontos simples isolados. No pós-operatório, um novo exame
radiográfico da articulação acometida evidenciou adequada redução da luxação
do talus e correta inserção do parafuso (Fig. 2). Após 10 dias da realização da
cirurgia, foram retirados os pontos e observado que o paciente apresentava
boa deambulação sem instabilidade articular.
DISCUSSÃO:
A luxação talocalcaneal ocorre quando os ligamentos talocalcâneos se
rompem. A forma mais observada em gatos é a luxação dorsal da base do talo
(Montavon e Voss, 2009). Os sinais clínicos dessa luxação incluem edema,
instabilidade e deformidade na região proximodorsal do tarso, além de
claudicação (Piermattei e Flo, 1999). No caso relatado, o paciente apresentou
histórico de claudicação associado a um trauma. Radiografias são necessárias
para confirmar o diagnóstico (Piermattei e Flo, 1999). Neste caso, o primeiro
exame radiográfico revelou deslocamento dorsal do talo, sem evidência de
fratura. Não existem estruturas ligamentares que se conectam diretamente às
superfícies externas do talus e calcâneo, o que predispõe à ocorrência da
luxação (Campbell et al., 1976). Métodos de tratar luxações talocalcaneais têm
incluído prática conservadora e correção cirúrgica. Em geral, a estabilização
cirúrgica da articulação reduz a chance de cronificação e desenvolvimento de
doença articular degenerativa (Gorse et al., 1990). No presente caso, foi optado
por intervenção cirúrgica por se tratar de um trauma recente e o paciente ser
jovem, aumentando as chances do sucesso pós-operatório. No ato cirúrgico, foi
realizada fixação interna com parafuso cortical de forma lag, resultando em
satisfatória estabilização entre a cabeça do talus e o calcâneo. No pós-
operatório, constatou-se, radiograficamente, a coaptação da cabeça do talus,
confirmando a efetividade da técnica adotada.
CONCLUSÃO:
Destaca-se a importância fundamental da realização do diagnóstico precoce no
que se refere ao sucesso pós-operatório. Essa luxação da base do talo é
bastante debilitante se não for tratada, pois o eixo de suporte de peso do talus
é perdido. As luxações talocalcaneais podem ser tratadas por prática
conservadora ou correção cirúrgica, sendo a última mais satisfatória.
REFERÊNCIAS:
319
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Montavon PM, Voss K. Feline Orthopedic Surgery and Musculoskeletal
Disease. 1 ed. Philadelphia: Saunders Ltda, 2009.
Piermattei DL, Flo GL. Manual de ortopedia e tratamento das fraturas dos
pequenos animais. 3 ed. Trad. de Dra. Mônica C. Lange. São Paulo: Manole
Ltda, 1999.
Campbell JR, Bnnet D, Lee R. Intertarsal and tarsometatarsal subluxation in the
dog. Journal of Small Animal Practice. 1976; 17:427-442.
Gorse MJ, Purinton PT, Penwick RC, Aron DN, Roberts RE. Talocalcaneal
luxation: An anatomic and clinical study. Veterinary Surgery. 1990; 19:429-34.
RESUMO:
O lipossarcoma é um tumor maligno originado nos lipoblastos de cães. O
tratamento desta neoplasia inclui excisão cirúrgica ampla e quimioterapia
adjuvante, sendo a doxorrubicina o fármaco mais utilizado. O teratoma é
considerado um tumor benigno composto por células germinativas, cuja
excisão cirúrgica é o tratamento de escolha. O presente trabalho tem como
objetivo descrever o manejo clínico-cirúrgico de uma cadela com lipossarcoma
em omento e teratoma em ovário simultaneamente.
INTRODUÇÃO:
Lipossarcoma é um tumor maligno, incomum, originado nos lipoblastos de cães
predominantemente adultos. Sua etiologia é desconhecida, no entanto, sabe-
se que podem aparecer espontaneamente e não é derivado do seu homólogo
benigno, portanto não é uma transformação maligna dos lipomas (Masserdotti
320
RELATO DE CASO:
Uma cadela, de onze anos de idade, pesando 27 Kg, não castrada, sem raça
definida, foi atendida devido histórico de aumento de volume abdominal com
sete dias de evolução. Ao exame clínico os parâmetros encontravam-se dentro
da normalidade. Foram realizados exames hematológicos, como hemograma e
bioquímica sérica, porém não foram observadas alterações dignas de nota. A
radiografia de tórax em 3 projeções não demonstrou evidência de metástase
pulmonar. A ultrassonografia abdominal revelou presença de líquido livre e
estrutura heterogênea, com áreas hipoecoicas e hiperecóica entremeadas, em
região epi e mesogástrica, principalmente direita.
A paciente foi encaminhada para laparotomia exploratória onde foi constatada
presença de tumor arredondado, firme, medindo 15 cm de diâmetro em ovário
direito. Procedeu-se a ovariohisterectomia para possibilitar a ressecção
completa do tumor. Adicionalmente, durante inspeção da cavidade abdominal,
notou-se presença de múltiplos nódulos firmes, arredondados, esbranquiçados,
medindo 0,2 cm de diâmetro disseminados por todo omento. Amostras do
tumor no ovário e dos nódulos em omento foram enviadas para exame
histopatológico que revelou lipossarcoma em omento e teratoma em ovário.
Devido ao comportamento benigno do teratoma e maligno do lipossarcoma, o
tratamento medicamentoso foi direcionado ao diagnóstico de lipossarcoma.
Instituiu-se protocolo quimioterápico com doxorrubicina (30mg/m2), por via
intravenosa, associada com ciclofosfamida (200mg/m2), por via oral, ambas a
cada 21 dias. Foram realizadas, no total, três sessões de quimioterapia.
Durante este período, a paciente era submetida à abdominocentese
quinzenalmente, devido ao acúmulo de líquido na cavidade. Contudo, após a
terceira sessão, optou-se pela eutanásia da paciente devido à progressão
tumoral e perda de qualidade de vida.
Conduziu-se exame de necropsia onde se observou presença de massa branca
amarelada, de consistência firme, adjacente ao estômago, medindo
aproximadamente 15 cm de diâmetro, envolvendo terço médio de baço, com
pontos de aderência ao mesentério, sem infiltração em outros órgãos. O
321
DISCUSSÃO:
Previamente ao diagnóstico definitivo, priorizou-se o manejo clínico-cirúrgico
do teratoma ovariano, devido a sua dimensão à palpação abdominal e ao
exame ultrassonográfico. Durante a laparotomia, devido ao grande número de
lesões no omento, suspeitou-se de neoplasia ovariana metastática. Porém,
após o exame histopatológico foi possível concluir que o tumor ovariano e os
nódulos em omento se tratavam de neoplasias diferentes. O teratoma foi
removido cirurgicamente por ovariohisterectomia, que é considerada terapia
curativa para o tratamento dessa neoplasia (Blaszak et al., 2009). Apesar da
excisão cirúrgica ampla ser considerada a terapia de eleição para lipossarcomas
(Baez et al., 2004), este procedimento não foi realizado, já que o tumor estava
disseminado por todo omento.
A quimioterapia com doxorrubicina e ciclofosfamida foi instituída para com o
objetivo de impedir a progressão do tumor. A quimioterapia antineoplásica
pode ser considerada como adjuvante ao tratamento cirúrgico de neoplasias
maligna de origem mesenquimal, já que o índice de recidiva de lipossarcomas
em cães é considerado alto (Baez et al., 2004). A doxorubicina é o
quimioterapico mais frequentemente utilizado (Chang & Liao, 2008). Os
principais sítios de metástase de lipossarcoma em cães incluem pulmões,
fígado, baço e ossos (Piseddu et al., 2011), porém, neste caso, metástase foi
identificada apenas em diafragma.
A paciente apresentou três meses de sobrevida, semelhante ao descrito por
Baez et al. (2004), que observou que cães com lipossarcoma submetidos
apenas à biópsia incisional apresentam tempo de sobrevida inferior relação
àqueles submetidos à ressecção cirúrgica ampla.
CONCLUSÃO:
O manejo clínico-cirúrgico de um cão com duas neoplasias simultaneamente
pode se tornar complexo, considerando-se os comportamentos diferentes de
cada tumor e suas indicações terapêuticas. Adicionalmente, neste caso, a
impossibilidade de ressecção completa do lipossarcoma comprometeu o tempo
de sobrevida da paciente.
REFERÊNCIAS:
BAEZ, J. L.; HENDRICK, M. J.; SHOFER F. S. et al. Liposarcomas in dogs: 56 cases
(1989-2000). J Am Vet Med Assoc 224:887–891, 2004.
322
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
324
Um gato, oito anos, Sem Raça Definida, possuía nodulações na pele. Submeteu-
se o paciente ao exame físico. Foi realizada citologia das lesões. Executou-se
hemograma completo, bioquímica sérica, teste imunoenzimático para
retroviroses, radiografia torácica, ultrassonografia abdominal e biopsia
incisional da dermatose, seguida de histopatologia. Prescreveu-se lomustina
(38mg/m2, a cada seis semanas). Os parâmetros vitais eram normais. Existiam
nódulos disseminados epidermodermais e subcutâneos. Não havia distúrbios
em outras regiões. A citologia sugeriu mastocitoma. A hematologia e
bioquímica estavam inalteradas. A pesquisa viral foi negativa. A imaginologia
não detectou alterações. A histopatologia diagnosticou mastocitoma
mastocítico difuso. Os dados clínico-laboratoriais classificaram o gato no
estágio III da oncopatia. Não houve retorno após a prescrição.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
325
REFERÊNCIAS:
AUGUST, J.R. Medicina interna de felinos. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
884 p.
GROSS, T.L.; IHRKE, P.J.; WALDER, E.J. et al. Doenças de pele do cão e do gato -
diagnóstico clínico e histopatológico. 2.ed. São Paulo: Roca, 2009. 889 p.
MILLER, W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller & Kirk’s – Small animal
dermatology. 7.ed. St. Louis: Elsevier, 2013. 938 p.
WITHROW, S.J.; VAIL, D.M.; PAGE, R.L. Withrow & MacEwen’s – Small animal
clinical oncology. 5.ed. St Louis: Elsevier, 2013. 750 p.
326
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO CASO:
327
Um canino, macho, da raça Poodle, de sete anos de idade que apresentava alta
quantidade de tártaro, aumento de volume na porção caudal do lado direito do
palato duro, mais sequestro ósseo talvez por osteomielite na mandíbula e
sínfise totalmente separada. Foi realizado exame citológico através da citologia
aspirativa por agulha fina (CAAF) sugerindo diagnóstico de carcinoma
epidermóide. O animal foi eutanasiado e encaminhado para necropsia.
Macroscopicamente havia uma massa no palato duro, de aspecto multinodular,
friável, parcialmente ulcerada que infiltrava os tecidos adjacentes e dentes pré-
molares. Na análise histopatológica havia proliferação de melanócitos
anaplásicos de formato fusiforme formando estruturas em paliçadas contendo
pouca melanina intracitoplasmática, e áreas multifocais de necrose.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O melanoma é um tipo de neoplasia comum no cão, podendo ter apresentação
cutânea e intraocular, porém pode ser encontrado em qualquer localização
anatômica em que haja acúmulo de melanócitos É classificado como maligno
de acordo com suas características histológicas. Objetiva-se, no presente
trabalho, relatar um caso de melanoma intraocular, com diagnóstico
ultrassonográfico e histopatológico, o qual foi submetido ao procedimento de
exenteração.
INTRODUÇÃO:
Melanomas são neoplasias cutâneas primárias, mas podem ser encontrados
em qualquer localização anatômica em que haja acúmulo de melanócitos
(Santos et al., 2005). Neoplasmas de origem melanocítica representam a mais
comum neoplasia ocular primária em cães e, nesta espécie, são mais
frequentes que em qualquer outra (Canpolat et al., 2007; Cavalcante, 2006;
Kleiner et al., 2003 ). Nos melanomas oculares há quatro localizações possíveis:
conjuntiva, limbo (tecidos epibulbares), úvea anterior e coroide (Baptista,
2003). A úvea anterior (íris e corpo ciliar) são os locais mais acometidos, já a
coroide é raramente atingida (Baptista, 2003; Canpolat et al., 2007; Cavalcante,
2006; Dubielzig, 2002; Simon, 2008).
329
DESCRIÇÃO DO CASO:
Um cão da raça Shih Tzu, sete anos de idade, durante avaliação oftálmica
apresentava vasos episclerais evidentes e cegueira do olho direito, com
histórico de seis meses de evolução. No exame oftálmico, observou-se a
presença de enoftalmia, panuveíte, associado com secreção mucosa. Foi
realizada ultrassonografia do olho direito onde foi diagnosticada neoplasia
intraocular. Optou-se pela exentereção ocular devido à lesão ocular e para se
obter uma melhor margem cirúrgica. Ao exame histopatológico do globo
ocular excisado, confirmou-se ocorrência de melanoma com origem em corpo
ciliar.
DISCUSSÃO:
Segundo Kleiner et al. (2003) os sinais clínicos são variáveis e muitas vezes
estes cães são tratados como portadores de uveíte anterior e/ou posterior,
sendo o diagnóstico muitas vezes tardio. No presente relato, o cão foi tratado
durante seis meses para uveíte e demonstra-se que a ultrassonografia ocular
foi imprescindível para o diagnóstico e instituição do tratamento adequado.
De acordo com a sua localização, os tumores melanocíticos apresentam
características e prognósticos diferentes (Baptista, 2003). Kleiner et al. (2003)
referiram que os melanomas que afetam o corpo ciliar e a coroide possuem um
grande potencial de malignidade, por serem altamente invasivos, pois, nas
neoplasias oculares em geral, as metástases são raras. Há autores que relatam
que em melanomas intra-oculares a taxa de mortalidade é baixa (Cavalcante,
330
2006). O cão do presente relato continua bem clinicamente, sem recidivas, com
sobrevida de 375 dias até o presente momento.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a localização e diagnóstico precoce de melanomas intraoculares
são importantes para a determinação do prognóstico destacando-se a
ultrassonografia como método diagnóstico. O prognostico para este neoplasma
será favorável à vida do paciente quando o diagnóstico e tratamento
adequados forem instituídos.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, C. S. N. F. Cão e gato caracterização ecográfica em modo brilho e
modo amplitude de melanomas epibulbares e da uvea anterior. 2003. 107 f.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar,
Universidade do Porto, Porto, 2003. Disponível em: <http: //repositório-
aberto.up.pt/bitstream/10216/9567/3/5270_TM_01_P.pdf . Acesso em: 26
out. 2011.
BISTNER, S.I. Olho e órbita. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos
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CANPOLAT, I.; YAMAN, I.; GUNAY, C. A case of primary intraocular malignant
iris melanoma in an Akkaraman sheep. Revue Médecine Vétérinaire, v. 158, n.
4, p. 171- 173, 2007.
CAVALCANTE, J. A. Avaliação da incidência do melanoma em um estudo
retrospectivo de 37 cães (Canis familiaris) com neoplasias, atendidos na clínica
Escola de Medicina Veterinária da Universidade Castelo Branco e na clínica
veterinária Ossian. 2006. 69 f. TCC – Escola de Medicina Veterinária,
Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<http://WWW.qualittas.com.br/documentos/avaliação%20da%20incidencia%2
0do%20melanoma%20-%20jose%20cavalcante.pdf> Acesso em: 26 out. 2011.
RESUMO:
Melanomas são neoplasias tipicamente malignas comuns em cavidade oral de
cães. Alguns fatores fazem com que ocorra uma diferenciação divergente nas
células neoplásicas, o que altera a apresentação clássica do melanoma e,
consequentemente, dificulta o diagnóstico definitivo. Esse trabalho relata o
caso de um cão com uma massa neoplásica localizada entre os dentes incisivos
superiores. O neoplasma foi removido e o material analisado histologicamente.
Esse processo foi realizado cinco vezes, já que ocorreram recidivas pouco
tempo depois da remoção cirúrgica. Após 11 meses da primeira biópsia o
animal veio a óbito e a necropsia foi realizada. Observou-se múltiplas massas
no pulmão e pleura parietal, indicando metástase pulmonar. A cada biópsia o
padrão histológico foi diferente, o que levou ao diagnóstico presuntivo de
melanoma amelanótico com diferenciação osteocartilaginosa.
INTRODUÇÃO:
Neoplasmas melanocíticos são as mais frequentes neoplasias diagnosticadas
em cavidade oral de cães, com um pico de incidência entre nove e treze anos
de idade. Geralmente são malignos com crescimento rápido, localmente
invasivos, metastáticos e, frequentemente, ocorrem recidivas após a excisão
cirúrgica (Bergman, 2007; Spangler e Kass, 2006).
Em alguns casos, o diagnóstico definitivo é dificultado em função da
diferenciação divergente dos melanomas, caracterizada pelo desenvolvimento
de tecidos amelanóticos e pleomorfismo celular (Banerjee e Eyden, 2008). Este
trabalho relata um caso de melanoma maligno amelanótico com diferenciação
osteocartilaginosa na cavidade oral com metástase pulmonar em um cão.
DESCRIÇÃO DO CASO:
Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Católica Dom Bosco
(UCDB) um cão da raça Pastor Alemão, macho, 10 anos, apresentando
hemorragia em cavidade oral. Ao exame clínico observou-se uma massa firme
de coloração avermelhada e superfície lisa, medindo um centímetro, localizada
332
DISCUSSÃO:
A diferenciação osteocartilaginosa em melanoma maligno é um fenômeno raro
detectado principalmente nas mucosas e região subungueal (Banerjee et al.,
1998; Cachia e Kedziora, 1999; Banerjee e Eyden, 2008). Como visto no caso
descrito, o diagnóstico é dificultado quando processo de diferenciação origina
populações celulares inesperadas.
Alguns autores associam esse fenômeno à mutações nas células tronco da
camada basal da epiderme, acarretando, além da atividade proliferativa
descontrolada, novas diferenciações (Grichnik et al., 2006; Banerjee e Eyden,
2008). Ainda, tem sido relatado que fatores do ambiente tecidual ligam-se a
receptores da superfície celular, induzindo eventos moleculares que conduzem
à transcrição do gene e formação de novas proteínas e organelas, resultando
em novos fenótipos, processo esse que tem sido definido como neo-
diferenciação (Fidler e Hart, 1982; Pytel et al., 2005;).
333
CONCLUSÃO:
O diagnóstico de melanoma na cavidade oral torna-se extremamente difícil
quando a apresentação clínica e histopatológica diferem dos casos clássicos de
melanoma. Assim, para que um diagnóstico definitivo seja estabelecido de
forma clara e precisa, o uso de técnicas auxiliares de diagnóstico, como a
imunohistoquímica, se tornam imprescindíveis.
REFERÊNCIAS:
BANERJEE, S. S.; COYNE, J. D., MENASCE, L. P. et al. Diagnostic lessons of
mucosal melanoma with osteocartilaginous differentiation. Histopathology, 33,
255–260, 1998.
BERGMAN, P. J. Canine oral melanoma. Clin Tech Small Anim Pract, v. 22, n. 2,
p. 55–60, 2007.
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO CASO:
335
DISCUSSÃO:
336
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
MOTTA, L.; MANDARA, M.T.; SKERRITT, G.C. Canine and feline intracranial
meningiomas: an update review. The Veterinary Journal, v.192, p.153-165.
2012.
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
DANESHIAN, M.; AKBARSHA, M.A.; BLAAUBOER, B.; CALONI, F.; COSSON, P.;
CURREN, R.; GOLDBERG, A.; GRUBER, F.; OHL, F.; PFALLER, W.; VALK, J.;
VINARDELL, P.; ZURLO, J.; HARTUNG, T.; LEIST, M. A framework program for the
teaching of alternative methods (Replacement, Reduction, Refinement) to
animal experimentation. ALTEX: Alternatives to Animal Experimentation, v.28,
n.4, p.341-352, 2011.
RESUMO:
Mixossarcoma é uma neoplasia maligna que se origina de fibroblastos
proliferativos ou células mesenquimais pluripotentes. São raros e acometem
cães de meia idade, localizando-se principalmente em membros e tronco. O
comportamento biológico é caracterizado por invasão local e alta recorrência
após ressecção cirúrgica. Metástases são raras. Este trabalho relata o caso de
um cão diagnosticado com mixossarcoma em pavilhão auricular. Foi realizada
biopsia aspirativa por agulha fina, revelando quadro sugestivo de
341
DESCRIÇÃO:
Cão, fêmea, Rottweiler, com 10 anos de idade, extradomiciliar,
ovariohisterectomizada, apresentando aumento de volume em pavilhão
auricular esquerdo com evolução de 2 meses. Ao exame clínico observou-se
um tumor protuberante, irregular, de consistência firme, encapsulado, aderido,
com aproximadamente 3 cm de diâmetro, em região de face interna de
pavilhão auricular esquerdo. Os demais parâmetros fisiológicos encontravam-
se dentro da normalidade.
Os exames de ultrassonografia, radiografia, bioquímica sérica e hemograma
não revelaram alterações. Foi realizado o exame citopatológico do tumor
através de punção aspirativa por agulha fina. Observou-se células estreladas,
fusiformes, por vezes binucleadas, com nucléolos evidente e múltiplos em
matriz eosinofílica, compatível com neoplasia de origem mesenquimal,
sugerindo mixossarcoma.
Após a técnica asséptica, foi realizado a exérese tumoral na sua base. Optou-se
pela realização de criocirurgia no leito da ferida cirúrgica com ponteira plana de
contato, com a finalidade de aumentar a margem cirúrgica profunda. Foram
realizados três ciclos de congelamento em tempo cirúrgico único, deixando a
ferida cicatrizar por segunda intenção. A amostra foi encaminhada para exame
histopatológico, que revelou padrão tecidual condizente com os achados
citológicos, células estreladas e fusiformes com binucleação, nucléolos
evidentes e por vezes múltiplos, em matriz mucinóide, diagnosticando
definitivamente mixossarcoma.
O paciente foi acompanhado por 5 meses e na quinta semana pós-operatória
observou-se a epitelização completa da ferida, sem sinais macroscópicos de
recidiva.
DISCUSSÃO:
Sarcomas são neoplasias mesenquimais que se originam de tecido conectivo
fibroso (Gross et al., 2005; Liptak e Forrest, 2007).
O mixossarcoma é raro em cães (Gross et al., 2005; Liptak e Forrest, 2007;
Pulley e Stannard, 1990). Já foi descrito como 0,5% dos tumores cutâneos em
cães (Souza et al. 2006) e 2,3% dos casos de sarcomas de tecidos moles de cães
e gatos (Silveira et al. 2012).
342
CONCLUSÃO:
O mixossarcoma é uma neoplasia de baixa incidência e sua maior complicação
é a recorrência local. Entende-se que a discussão de casos de tumores é
importante por aprimorar o diagnóstico e a terapêutica.
Este relato sugere como alternativa a utilização da crioterapia como meio de
combater a recidiva, porém, há necessidade de mais estudos para a
comprovação da eficácia desta técnica.
REFERÊNCIAS:
EHRHART, N. Soft-Tissue Sarcomas in Dogs: A Review Journal of the American
Animal Hospital Association. v. 41, n. 4,p. 241-246, 2005.
GRAADT VAN ROGGEN, J.F.; HOGENDOORN, P.C.; FLETCHER, C.D. Myxoid
Tumours of Soft Tissue. Histopathology, v.35, n.4, 291–312, 1999.
GROSS, T.L.; IHRKE, P.J.; WALDER, E.J.; AFFOLTER, V.K.; SKIN Diseases of the
Dog and Cat: Clinical and Histopathologic Diagnosis. 2.ed. Iowa: Blackwell
Science, 2005, 932 p.
343
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Small Animal Clinical Oncology. 4. ed. Missouri: Saunders, 2007, Cap 12, p. 193
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LIPTAK, J.M.; FORREST, L.J. Soft Tissue Sarcoma, In: WITHROW, S.J.; VAIL,D.M.
Small Animal Clinical Oncology. 4. ed. Missouri: Saunders, 2007, Cap 20, p. 425
- 434
PULLEY, T.L.; STANNARD, A.A. Tumors of the skin and soft tissue. In:
MOULTON,J.E. Tumors in Domestic Animals. 3.ed. California: University of
California Press, 1990, Cap. 2, p.33-34.
RASKIN, R.E. Pele e tecido subcutâneo. In: RASKIN, R.E; MEYER, D.J. Atlas de
Citologia de Cães e Gatos. 1.ed. São Paulo: Roca, 2003, Cap. 3, p. 59-60.
SILVEIRA, M.F.; GAMBA, C.O., GUIM, T.N. et al. Características epidemiológicas
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Revista acadêmica : ciências agrárias e ambientais, v. 10, n.4, p. 361-365,
out./dez. 2012
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Citológico e Hematologia de Cães e Gatos. 3. ed. São Paulo: MedVet, 2009,
Cap. 5, p. 106-108
RESUMO:
Urólitos ou cálculos urinários são concentrações formadas em qualquer parte
do sistema urinário pela supersaturação de substancias na urina. Objetivou-se,
com este trabalho, relatar um caso de nefrolitíase bilateral em um canino da
raça Pit bull, de 9 anos de idade. O animal foi atendido apresentando apatia,
dor abdominal e hematúria. Nos exames ultrassonográfico e radiográfico foi
possível diagnosticar a presença de urólitos de 9 cm e 7 cm, em rim direito e
esquerdo, respetivamente. Foi realizada nefrotomia bilateral para a remoção
344
INTRODUÇÃO:
Urólitos ou cálculos urinários são concentrações formadas em qualquer parte
do sistema urinário pela supersaturação de um ou maus substancias da urina
(Lulich et al, 2004; Newman et al, 2009). São denominados, de acordo com sua
localização, em nefrólitos (rins), ureterólitos (ureteres), urocistólitos (bexiga) e
uretrólitos (uretra). A maioria dos urólitos em cães ((95%) são encontrados na
vesícula urinária ou na uretra, assim somente 5% são localizados nos rins ou
nos ureteres (Silva Filho et al., 2013). As raças de pequeno porte, como,
Yorkishire, Schanauzer e Poodle, são as mais predispostas (Ariza, 2012).
Quadros de hematúria, polaciúria e disúria são frequentes, devido à inflamação
resultante da presença do cálculo no trato urinário (Quitzan et al., 2000). O
diagnóstico da urolitíase baseia-se na anamnese, no exame físico e em exames
complementares tais como radiografias, ultrassonografia abdominal e exames
laboratoriais (Silva Filho et al., 2013). O tratamento clinico consistem em
subsaturar a urina, modificar a dieta e tentar aumentar o volume urinário
(Lulich et al., 2004). A cirurgia é indicada em caso onde os cálculos são grandes,
onde não foi possível a dissolução médica, e/ou principalmente em casos de
obstrução do fluxo urinário (Silva Filho et al., 2013).
RELATO DO CASO:
Um canino, macho, da raça Pit bull, com 9 anos de idade, foi atendido
apresentando apatia e hematúria. Ao exame físico o animal apresentou como
única alteração, dor abdominal. Hemograma e bioquímica sérica foram
realizados, sendo observado creatina elevada (4,0). Também foram solicitados
exames ultrassonográficos e radiográficos, sendo diagnosticado nefrólito em
rim direito (9 cm) e em rim esquerdo (7cm) (Figura 1). O paciente foi
estabilizado, a dor abdominal controlada, sendo então realizada a nefrotomia
bilateral para remoção dos cálculos.
Dez dias após o procedimento cirúrgico o animal retornou para retirada dos
pontos, mostrando-se em boas condições de recuperação. O animal foi
acompanhado durante 60 dias, sendo realizados novos exames laboratoriais. O
último exame bioquímico renal revelou creatinina de 1,5, que se manteve
estável até a alta do paciente.
DISCUSSÃO:
345
CONCLUSÃO:
A nefrolitíase é considerada uma afecção de baixa incidência na clínica de
pequenos animais, sendo raramente diagnosticados nefrólitos de grandes
dimensões. Mesmo diante do tamanho dos urólitos e da sua disposição
bilateral, a nefrotomia mostrou excelentes resultados, possibilitando uma
recuperação satisfatória do paciente, que recebeu alta após 60 dias de
acompanhamento.
REFERÊNCIAS:
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(Pós-graduação em Ciência Animal) – Escola de Veterinária e Zootecnia,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2012.
LULICH, J. O.; OSBORNE, C.A.; BARTGES, J. W.; LEKCHAROENSUK,
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FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 2004, v.2, p.1841-1877.
NEWMAN S. J., CONFER, A. W. & PANCIERA R. J. 2007. Sistema Urinário. In:
McGavin M.D. & Zachary J. F. Bases da Patologia Veterinária. St Louis 4th ed.
Mosby-Elsevier, 2009, p. 613-691.
QUITZAN, J. G. et al. Análise qualitativa de cálculos relacionada com idade,
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Veterinary Research and Animal Science, v. 41, p. 1880-1890, 2004.
SILVA FILHO, E. F. et al. Urolitíase canina. Enciclopédia Biosfera, Centro
Cientifico Conhecer. Goiânia, v. 9, n. 17, p. 2517, 2013.
RESUMO:
O luteoma é uma neoplasia benigna rara, situada no tecido periférico ovariano,
derivada das células glandulares intersticiais. O presente trabalho relata o caso
de uma cadela submetida à cirurgia de ovariossalpingohisterectomia em função
de desordens comportamentais que se intensificavam durante o estro. O luteo
ma presente, diagnosticado pela histopatologia, é uma enfermidade pouco con
hecida em cães e pouco explorada pela literatura. O relato foi motivado pela es
cassez de dados relacionando tal tumor a distúrbios comportamentais.
INTRODUÇÃO:
As neoplasias de células esteróides, anteriormente denominados tumores de c
élulas lipídicas, são infrequentes e classificadas em três grupos de acordo com s
ua origem embriológica, sendo o luteoma proveniente do estroma dos cordões
sexuais (Filho e Silva, 2001). A nomenclatura baseia-se no fato de 25% de tais t
umores possuírem escassa ou nenhuma quantidade de lipídios, além do fato de
tais tumores serem capazes de secretar hormônios esteroidais ocasionando os
sinais clínicos característicos (Hernandez et al., 2012).
A raridade de relatos relacionados a neoplasias ovarianas caninas dificulta a det
erminação da taxa de incidência (Omori et al., 2015), porém são considerados i
nfrequentes por totalizar menos de 1,2% e 3,6% de todas as neoplasias destas
espécies (White e Brearley, 2011).O luteoma ou tumor das células intersticiais,
objeto do estudo, é uma neoplasia rara derivada das chamadas células glandula
res intersticiais, geralmente unilateral e benigno (Diez-bru et al.,1998 appud Tri
ndade, 2012). Muitos tumores neste grupo têm a capacidade de produzir horm
ônios esteroides (estrogênio e progesterona) que pode resultar em efeitos virili
zantes no animal. Eles representam os tumores de ovário mais frequentes toda
s as espécies domésticas estudadas, exceto cadelas, em que os tumores papilar
es são igualmente frequentes. Luteomas, tecomas, e os tumores de células da g
ranulosa e de Sertoli são geralmente benignos. Silva e Guerra (2009) afirmam q
ue luteomas podem ser grandes, geralmente de cor amarela ou marrom e consi
stem microscopicamente em uma população uniforme de células luteinizantes
semelhantes às células do corpo lúteo. Existem duas variações de luteoma em
animais domésticos: o tumor de células lipídicas e o tumor de Leydig.
347
RELATO DE CASO:
Uma cadela da raça Pastor alemão foi levada ao Hospital Veterinário, queixand
o-se o tutor que o paciente apresentava ansiedade e hiperagitação, principalm
ente durante o estro. Tal alteração comportamental influenciava no aporte nut
ricional e na quantidade e qualidade do sono devido a frequente distração com
outras atividades. O paciente apresentava ainda curtos períodos de agressivida
de não constatados quando o animal não está no cio. O tutor relatou ainda que
a hiperatividade reduzia somente entre 20-30 dias após o estro. O exame físico
não revelou nenhuma alteração digna de nota, assim como os exames laborato
riais pré-operatórios. Sendo a cirurgia realizada em caráter preventivo para pre
nhez indesejada e neoplasia mamária. Uma anormalidade anatômica em ovário
direito motivou o encaminhamento do material para exame histopatológico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Ao realizar os exames histopatológicos foi descrito a observação de células com
abundante citoplasma eosinofílico, uniformes, redondas com núcleos regulares
e nucléolos proeminentes. Pleomorfismo nuclear leve e figuras de mitose ocasi
onais além de uma rica vascularização e presença de lipídeos. Tal observação c
onfirma o que Silva e Guerra (2009) descrevem sobre luteoma sendo: células u
niformes em tamanho e forma, são poligonais, com grânulos e muitos vacúolos
cheios de lipídios.
Ao contrário de todos os outros tipos de células esteroidais, o luteoma do estro
ma está associado ao hiperestrogenismo conforme informações de Silva e Guer
ra (2009). Ainda, de acordo com Askarin (2012), o luteoma, produz progestero
na e a ocorrência deste tipo de tumor pode ter relação com a mudança compor
tamental. Além disso Silva (2009), afirma que as neoplasias ovarianas possuem
funcionalidade, ou seja, são ativos em termos hormonais, desta forma, compor
tamentos e sinais clínicos podem ser atribuídos a isto. O que direciona a uma p
ossível causa da alteração de comportamento apresentado pela paciente, uma
vez que, de acordo com Perini et. al. (2009), as descargas hormonais descompe
nsadas podem ocasionar alterações fisiológicas e possível desordem comporta
mental no animal.
A cadela apresentou boa recuperação pós-cirúrgica. Houve retorno para acomp
anhamento comportamental seis meses após a data da cirurgia e o proprietário
relatou que a cadela apresentava-se calma, comia normalmente sem interrupç
ões e não mais apresentou comportamento hiperagitado, nem tampouco quad
ros de interrupção do sono ou ansiedade.
CONCLUSÃO:
348
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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and biliary cyst adenoma in an aged rabbit (Oryctolagus cuniculus): case report
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Veterinary Association.
RESUMO:
Tumores cutâneos e subcutâneos agrupam as neoplasias mais observadas em
cães, contabilizando aproximadamente um terço de todas as neoplasias
caninas. O presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de
neoplasias dermatológicas em cães diagnosticados pelo Laboratório de
Patologia Veterinária. Para tanto, foi realizado levantamento de todos os
registros de neoplasias cutâneas, entre os anos de 2001 a 2012, de amostras
histopatológicas de pele de cães enviadas ao Departamento de Patologia
Veterinária, totalizando 202 casos. Dentre as neoplasias malignas, o
hemangiossarcoma foi a mais frequente (n=29), em relação às neoplasias
classificadas como benignas, o hemangioma teve uma maior incidência (n=12).
INTRODUÇÃO:
Tumores cutâneos e subcutâneos são os tipos mais frequentes de neoplasias
em cães, contabilizando aproximadamente um terço de todas as neoplasias
caninas. Índices estimativos de tumores cutâneos e subcutâneos vêm sendo
reportados com frequência de aproximadamente 450 por 100.000 cães (Vail &
Withrow, 2007). Embora haja grande variabilidade entre os diferentes estudos
sobre o assunto, em geral cerca de 55% dos tumores cutâneos caninos são de
origem mesenquimal, 40% epitelial e 5% melanocítico (Miller et al., 2013). O
presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de neoplasias
dermatológicas da região nordeste do Estado de São Paulo, diagnosticadas pelo
Departamento de Patologia Veterinária em período de 12 anos. Material e
métodos: Foi realizado levantamento de 202 amostras histopatológicas de pele
de cães enviadas ao Laboratório de Patologia Veterinária entre os anos de 2001
a 2012, colhendo-se todas as informações relevantes apresentadas nas fichas
de diagnóstico. Em posse destas informações, valores foram tabulados e
calcularam-se as médias para cada parâmetro avaliado.
RESULTADOS:
No período avaliado, foram submetidas 225 amostras de pele para exame
dermato-histopatológico, pertencentes a 176 animais (63 machos e 118
fêmeas) com idade média de 8,8 anos. Das amostras, 23 foram provenientes de
lesões inflamatórias e 202 de processos neoplásicos, dos quais 67,3% (n=136)
eram amostras de neoplasias classificadas como malignas e 32,7% (n=66)
benignas. Neoplasias de origem epitelial representaram 43,06% do total de
neoplasias, já neoplasias de origem mesenquimal tiveram representatividade
de 36,13% e tumores de células redondas 18,31%. Dentre as neoplasias
malignas, o hemangiossarcoma foi o mais frequente (n=29), seguido pelo
mastocitoma (n=26) e carcinoma espinocelular (n=24). Em relação às
350
DISCUSSÃO:
Vail & Withrow (2007) estimam que a prevalência de neoplasias malignas
primárias cutâneas e subcutâneas em cães está entre 20 e 40%, sendo que
destes, a maior incidência é de mastocitoma e carcinoma espinocelular. No
presente trabalho, foram encontradas 67,3% de neoplasias cutâneas malignas
e 32,7% benignas. Esta diferença pode ser explicada pois os casos que chegam
aos laboratórios de patologia são aqueles em que há necessidade e interesse
clínico no diagnóstico, supondo-se que muitos casos de neoplasias benignas
não sejam submetidos ao exame histopatológico. Diferentemente da descrição
de Gross et al. (2005), que descrevem incidência menor que 1% de
hemangiossarcomas cutâneos caninos, esta neoplasia apresentou alta
incidência nos dados obtidos, entretanto, houve concordância sobre os três
tipos de neoplasias malignas de maior incidência (hemangiossarcoma,
mastocitoma e carcinoma espinocelular). Lipoma e adenoma sebáceo
ocuparam a segunda maior incidência de neoplasias benignas, corroborando os
dados encontrados por Vail & Withrow (2007).
CONCLUSÃO:
Hemangiomas e hemangiossarcomas foram as neoplasias de maior prevalência
entre os tumores cutâneos e subcutâneos avaliados neste trabalho. Entre as
neoplasias malignas o mastocitoma obteve a segunda maior incidência, seguido
pelo carcinoma espinocelular. Adenoma sebáceo e lipoma são as neoplasias
benignas que mais apareceram depois do hemangioma.
REFERÊNCIAS:
MILLER, W. H., et al. Neoplastic and non-neoplastic tumors. In:____. Small
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Withrow and MacEwans. Small Animal Clinical Oncology. 4 ed. St. Louis:
Saunders Elsevier, 2007. Cap. 18., p. 375 – 397.
351
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
352
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
353
CONCLUSÃO:
354
REFERÊNCIAS:
FARIA, J.L., DAGNONE, A.S., MUNHOZ, T.D. et al. Ehrlichia canis morulae and
DNA detection in whole blood and spleen aspiration samples. Revista Brasileira
de Parasitologia Veterinária, v.19, n.2, p. 98-102, 2010.
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Parasitologia Veterinária, v. 22, n. 4, p. 525-531, 2013.
355
RESUMO:
Relata-se dois casos de lagochilascariose em felinos domésticos na cidade de
Campina Grande do Sul - Paraná. Trata-se de uma zoonose causada por
nematóides do gênero Lagochilascaris e sua ocorrência é restrita ao continente
americano.
INTRODUÇÃO:
A lagochilascariose é uma doença emergente limitada ao continente americano
(Roig et al, 2010), sendo Lagochilascaris minor o parasita relatado em ratos,
felinos e humanos (Freitas et al, 2009, Spadafora-Ferreira et al, 2010 e Barbosa
et al, 2005) e também em animais silvestres (Prudente et al, 2008). São
nematóides da família Ascarididae, gênero Lagochilascaris (Dell´Porto et al,
1988), o ciclo é heteroxênico.
O objetivo do presente trabalho é relatar a ocorrência de Lagochilascaris spp
em felinos infectados naturalmente.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Os casos foram relatados em Campina Grande do Sul, região metropolitana de
Curitiba, sendo dois gatos domésticos, um macho de três anos de idade e uma
fêmea, recém-parida, com um ano de idade, ambos mestiços criados em
liberdade na mesma propriedade rural.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Segundo o responsável pelos animais, inicialmente o gato apresentou-se
apático; uma semana após foi observado discreto emagrecimento e a cabeça
pendida para o lado direito. No dia 14 o animal mostrou-se muito magro, com
desequilíbrio e incoordenação motora. No dia 21 o animal andava somente em
círculos para o lado esquerdo, caía facilmente, o quadro clínico é compatível
com o relatado por Prudente et al (2008). O animal posicionou-se em decúbito
356
animal foi encontrado morto. Não foi possível realizar a necropsia desta gata,
porém descartou-se a possibilidade de intoxicação.
De acordo com as observações quanto ao ciclo evolutivo feitas por Campos et
al. (1992), e Dell´Porto et al (1988), foram dissecandos seis ratos (Rattus spp),
mortos através do controle de roedores instituído no local. Não foram
observadas estruturas que pudessem ser associadas a larvas encistadas de
terceiro estágio, em tecidos como musculatura esquelética e tecido
subcutâneo. Porém, como a amostra foi reduzida não descarta-se a
possibilidade de que os ratos da propriedade estejam envolvidos no ciclo.
CONCLUSÃO:
A identificação e o acompanhamento de felinos domésticos que possuem sinais
semelhantes aos dos casos descritos se faz necessária, uma vez que a doença
tem um caráter sanitário relevante por se tratar de uma zoonose que pode ser
fatal para os indivíduos afetados. Salienta-se adicionalmente que este é o
primeiro relato de ocorrência de Lagochilascaris spp no estado do Paraná.
REFERÊNCIAS:
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domesticus) como possível reservatório de Lagochilascaris minor Leiper (1909).
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FREITAS JAG; PRUDENTE MFS; CARVALHAES, MS. Experimental
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Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 42 (4): 381-385. 2009.
PRUDENTE, MFS; LIMA KC; CARVALHAES MS. Perfil hematológico, bioquímico
sérico e sorológico de Felis domesticus com lagochilascariose experimental.
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ROIG, ORJL; FORTEZA, JLROC; GRANATO, L; et al. Otomastoidititis with right
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Otorrinolaringologia. 76 (3): 407. 2010.
SPADAFORA-FERREIRA M; FERNANDES LC; PFRIMER IAH; et al. Lagochilascaris
minor: Susceptibility and resistance to experimental infection in mice is
358
RESUMO:
Este estudo tem como objetivo demonstrar a ocorrência de OCP após a
facoemulsificação. Participaram do estudo 26 cães. As lentes intraoculares não
foram colocadas em 76,92% dos cães e no pós-operatório ocorreu OCP em
26,92% dos pacientes. Os animais que receberam o implante foram 23,08% e
somente em 16,67% deles foi identificado a OCP na ultima avaliação. Assim
concluímos que todos os procedimentos trans operatórios e medicamentos pós
operatórios são importantes para diminuição da OCP.
INTRODUÇÃO:
Uma das principais causas de cegueira em todo mundo é causada pela catarata
que é uma opacidade da lente e/ou de sua cápsula, sendo a técnica por
facoemulsificação a mais eficiente para sua resolução (Davidson e Nelms, 2007)
e ainda assim nem sempre é garantido um sucesso no tratamento (Sigle e
Nasisse, 2006), constituindo a opacificação da capsula posterior (OCP) a mais
frequente das complicações pós-operatórias em cães (Sigle e Nasisse, 2006;
Klein et al., 2011; Ofri, 2013). Assim este estudo, objetiva demonstrar a
complicação pós-operatória mais frequente após a facoemulsicação.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Foram avaliados os cães submetidos à facoemulsificação, no período de março
de 2013 a março de 2014, quanto ao sexo, raça, idade, estádio da catarata e
quanto à formação de OCP um ano após a cirurgia, não sendo incluídos cães
com luxação/sub-luxação da lente, diminuição ou ausência de função retiniana
e diabéticos.
Todos os procedimentos cirúrgicos foram executados pelo mesmo cirurgião. A
técnica cirúrgica adotada para remoção da catarata foi a de facoemulsificação
bimanual, com utilização de azul de trypan, viscoelástico (hialuronato de sódio
1,6% e 3%), solução salina balanceada e lentes intraoculares de 41D 30V
Acrivet® com tamanhos de 12 a 14mm se possível sua implantação.
359
RESULTADOS:
Participaram do estudo 26 cães, dos quais 16 fêmeas e 10 machos com idade
média de 7,7 anos. Das raças eram lhasa apso 6 (23,08%), pinscher 2 (7,69%),
poodle 12 (46,15%), pug 2 (7,69%), schnauzer 1 (3,85%), shihtzu 1 (3,85%) e
yorkshire 2 (7,69%).
Dos estádios das cataratas operadas 13 (50%) imaturas, 8 (30,77%) maturas, 5
(19,23%) hipermaturas. Quanto aos implantes de lente intraocular, em 20
(76,92%) cães não foram implantadas lentes e no pós-operatório ocorreu OCP
em 7 (26,92%) pacientes, os animais que receberam o implante foram 6
(23,08%) e somente em 1 (16,67%) deles foi identificado a OCP na ultima
avaliação.
DISCUSSÃO:
A OCP ocorre pela regeneração das células do epitélio do cristalino através da
COX-2 que expressa citocinas e fatores de crescimento, que iniciam um
processo de transição epitélio mesenquimal por 14 dias após a cirurgia,
resultando em migração para a cápsula posterior e originando a opacificação
da cápsula (Davidson et al., 2000; Wilgus et al., 2003; Wormstone et al., 2009;
Ofri, 2013).
Para a diminuição da migração dessas células alguns fatores trans-operatórios
como a capsulorhexis, hidrodissecção, fluido de irrigação, substâncias
viscoelásticas, polimento da cápsula e o material da lente em conjunto com seu
design são muito importantes (Pandey et al., 2002; Ofri, 2013). Assim podemos
confirmar que realmente esses procedimentos levam a uma diminuição
significativa da OCP, pois nos cães onde foi possível a colocação de lente
somente em um ocorreu, por estar presente uma grande opacificação do
equador do cristalino, mas a progressão foi muito lenta quando comparada aos
que não foi utilizada a lente.
Além desses procedimentos que levam à diminuição da OCP, a terapia com
drogas seletivas para COX-2, no pós-cirurgia leva a significativa redução da
opacificação capsular (Brookshire et al., 2015), mas não somente drogas
seletivas podem diminuir a opacificação, como vimos, nos pacientes tratados
com dexametasona e nepafenaco, onde foi implantada a lente corretamente
após 1 ano ainda não haviam se evidenciado sinais de opacificação.
360
CONCLUSÃO:
Assim concluímos que tanto os procedimentos trans operatórios são
importantes para diminuição da OCP, quanto os medicamentos pós-
operatórios, utilizados para diminuição da indução da migração celular para
cápsula posterior.
REFERÊNCIAS:
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1
Centro de Ciências Agroveterinárias - Universidade do Estado de Santa Catarina
(CAV – UDESC)
RESUMO:
O osteossarcoma é a neoplasia primária mais comum em cães. A maioria dos
tumores é maligna, o que caracteriza seu alto poder metastático. Conforme o
tumor vai crescendo, o periósteo vai se alongando causando dor intensa no
paciente. Este relato tem como objetivo descrever o procedimento clínico pré-
cirúrgico em um paciente com osteossarcoma.
SUELEN DAL POZZO¹, CRISTIANE VARGAS¹, MARILIA GABRIELA LUCIANI1, GIOVANA
BIEZUS1, JULIANA REGINA DE SOUZA¹
¹ University of the State of Santa Catarina - Agroveterinárias Science Center.
INTRODUÇÃO:
O osteossarcoma é a neoplasia óssea primária mais comum em cães (COUTO,
2006). Corresponde a aproximadamente 85% das malignidades esqueléticas e
75% de todos os tumores ósseos em cães, possuindo alto índice metastático.
Desses 85%, 15% atingem esqueleto axial (SCHULZ, 2008). Não possui uma causa
totalmente esclarecida (COUTO, 2006).
RELATO DE CASO:
Foi atendido um canino, fêmea, 10 anos, Labrador, 39Kg, que apresentava o
histórico de Síndrome da Cauda Equina e nos últimos dias vinha apresentando
ataxia de membros torácicos e intensa dor em região cervical. O paciente foi
submetido a tratamento de analgesia com opióide e encaminhado ao exame
radiográfico, aonde não apresentou nenhuma alteração. O paciente permaneceu
internado com quadro álgico intenso. Foi dado continuidade ao tratamento com
analgésico opióide em associação com antiinflamatório não-esteroidal e protetor
gástrico.
Devido ao quadro clínico, o paciente foi encaminhado para realização de
mielografia, a qual não apresentou resultado conclusivo. O cão apresentou
reações adversas ao contraste, observando-se inclusive alterações de psiquismo
como agressividade e latidos aleatórios ao ambiente. Quadro álgico permanecia
muito intenso. Diante desse quadro, foram então prescritos corticoterapia por 3
dias e antibioticoterapia.
Decidiu-se por fim, realizar novo exame de mielografia, o qual acusou bloqueio de
fluxo do contraste em região C6-C7. Consequentemente, animal foi submetido a
procedimento cirúrgico para descompressão da região e coleta de material. Ao
final do procedimento paciente veio a óbito. Amostras coletadas durante o
procedimento cirúrgico foram enviadas para análise histopatológica que foi
conclusiva de osteossarcoma.
362
DISCUSSÃO:
Embora a maioria das neoplasias primárias em cães seja osteossarcoma, a biópsia
é mandatória para um diagnóstico definitivo, tendo em vista que, mesmo
radiograficamente, o osteossarcoma é semelhante a outras enfermidades
(JOHNSON, WATSON, 2004). Nesse caso, o material coletado no transcirúrgico,
enviado ao exame histopatológico, foi conclusivo ao diagnóstico. Pool (1990)
afirma que quando a lesão cresce, o periósteo vai sendo alongado, tornando a
região afetada cada vez mais dolorosa, o que colabora com o quadro álgico
refratário a medicações que o paciente apresentou.
CONCLUSÃO:
O osteossarcoma é a neoplasia óssea maligna mais comum em cães, podendo
causar a morte do paciente devido a infiltração local ou metástases (COUTO,
2006). Afeta principalmente o esqueleto apendicular (POOL, 1990), enquanto que
o osteossarcoma de coluna vertebral, crânio e pelve são mais raros (JOHNSON,
WATSON, 2004).
REFERÊNCIAS:
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de Pequenos Animais. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Cap 35, p 1333- 1356.
INTRODUÇÃO:
A cicatrização é um evento fisiológico complexo que envolve a interação de
vários tipos celulares, citocinas, fatores de crescimento, mediadores, matriz
extracelular. Entretanto, fatores locais, extrínsecos e intrínsecos, podem
influenciar negativamente o reparo cicatricial, constituindo um desafio a ser
superado. Sabendo-se que são altos os custos oriundos com o tratamento de
feridas complicadas, que é relevante o número de animais atendidos com
lesões na pele e nos tecidos adjacentes e que a abordagem terapêutica
tradicional tem obtido sucesso limitado, tem-se sugerido benéfico o emprego
de tratamentos adjuvantes no processo de cicatrização de feridas, visto que
proporcionam redução nas despesas e no tempo de reparação tecidual (Li et
al., 2007; Pavletic, 2010; Goldberg e Diegelmann, 2012; Mills, 2012).
A oxigênioterapia hiperbárica (OTHB) é uma terapia complementar que nos
últimos 40 anos tem sido empregada no tratamento de várias afecções. Na
medicina veterinária a OTHB encontra-se em pleno desenvolvimento e as
pesquisas realizadas revelaram que seu emprego otimizou a cicatrização por
meio da estimulação da angiogênese, da proliferação celular, da deposição de
colágeno e da formação do tecido de granulação (Fernandes, 2009; Goldstein,
2013).
DESENVOLVIMENTO:
O oxigênio desempenha um papel chave na cicatrização de feridas e para que
haja a correta restauração da função e integridade dos tecidos é fundamental o
seu adequado fornecimento. Portanto, a vasoconstrição, hipotensão e
congestão venosa periférica retardam ou impedem a reparação da ferida
(Sheikh et al, 2005; Kuffler, 2011). Diante disso, pesquisas realizadas em
animais com feridas têm mostrado relação benéfica entre o emprego da OTHB
e a otimização do reparo tecidual.
A OTHB é um tratamento complementar, seguro e com poucos efeitos
adversos, que consiste na administração de oxigênio a 100%, via sistema
respiratório, em meio hiperbárico. Essa elevação na pressão é obtida dentro de
uma câmara estanque que permite a pressurização e consequentemente, a
elevação gradual da fração de oxigênio inspirado (Fio2) à medida que a pressão
atmosférica aumenta. O crescimento da concentração de moléculas de
oxigênio nos alvéolos acarreta o acréscimo da pressão parcial de oxigênio
alveolar (PAO2), amplia a quantidade de oxigênio disponível para difusão nos
364
CONCLUSÃO:
A OTHB proporciona ao paciente melhoria na qualidade de vida, considerável
redução no tempo e nos gastos com medicamentos e curativos diários. No
entanto, o principal obstáculo para a prescrição dessa técnica à animais é a
dificuldade de aquisição das câmaras hiperbáricas pelos hospitais veterinários
devido ao custo elevado do equipamento.
REFERÊNCIAS:
365
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
367
OBJETIVOS:
MATERIAIS E MÉTODOS:
DISCUSSÃO:
Os resultados mostram que fêmeas foram mais afetadas por neoplasias, dados
que vão de encontro à literatura veterinária e humana. As neoplasias epiteliais
e malignas foram mais frequentes que as de origem mesenquimais, assim
como relatado por INCA, Goldschmidt, et al. (1992), Pool, et al. (2002) e
Khanna et al. (2006).
Dos animais que não obtiveram diagnóstico histopatológico, 256 (79%) não
foram tratados, logo não se sabe sua sobrevida ou remissão da doença; 28 (9%)
tiveram protocolo cirúrgico; 23 (7%) tiveram tratamento quimioterápico; e 16
(5%) tiveram terapia combinada, totalizando 67 animais que realizaram algum
tipo de protocolo. Destes, 14 (21%) abandonaram tratamento; 25 (37%)
tiveram alta; 7 (10%) foi a óbito; 3 (5%) tiveram recidiva; e 18 (27%) ainda em
tratamento.
CONCLUSÃO:
369
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
American Cancer Society. Global Cancer Facts & Figures. Atlanta: American
Cancer Society; 2011.
Goldschmidt, M. H.; Shofer, F.S. Skin tumors of the dog and cat. 1. ed. Oxford:
Pergamon Press, P231051, 1992.
Khanna, C.; Toh, K.L.; Vail, D.; London, K.; Bergman, P.; Barber, L.; Breen, M.;
Kitchell, B.; McNeil, E.; Modiano, J.F.; Niemi, S.; Comstock, K.E.; Ostrander, E.;
Westmoreland, S.; Withrow, S."The dog as a cancer model." Nat Biotechnol.
24(9):1065-1066, 2006.
Poll, R.R; Thompson, K.G. Tumors of bones, In: Tumors in domestic animals, 1th
ed., p. 245-318. State press, Iwoa, EUA, 2002.
RESUMO:
O propofol é um anestésico intravenosoindicado para indução e manutenção
anestésicade cães e gatos. Portanto, objetivou-serelataros parâmetros clínicos
e ecocardiográficos de um cão submetido à infusão contínua de propofol
veterinário, com as variáveis aferidas nos períodos pré, trans e pós-anestésico.
370
INTRODUÇÃO:
O propofol é um anestésico intravenoso de rápida ação, com efeitos
cardiovasculares dose-dependente e indicações para indução e manutenção
anestésica de cães e gatos(Corrêa et al., 2013). Dessa forma, buscou-se relatar
os parâmetros clínicos e ecocardiográficos de um cão submetido à infusão
contínua de propofol veterinário, em virtude de biopsias dermatológicas.
RELATO DE CASO:
Um canino, fêmea, 15kg, 5 anos de idade, foi submetido à infusão contínua de
propofol para a realização de biopsias dermatológicas, com realização de
avaliação pré-anestésica e cardiológica prévia (Tabela 1).Com o cão apto e com
jejum hídrico-alimentar de 8 horas, foi administrado 4mg/kg/IM de tramadol e
15 minutos após, realizou-se a cateterização da veia cefálica, iniciou-se a
fluidoterapia a base de Ringes com Lactato (5ml/kg/hora) composterior
indução anestésica utiizando-se o propofol veterinário (1ml/kg/IV) até a perda
dos reflexos palpebrais e laringotraqueal. Em seguida, procedeu-se a intubação
orotraqueal, com a manutenção do oxigênio a 100% no fluxo de 2L/min
utilizando um circuito semi-fechado. Iniciou-se então a infusão contínua de
propofol utiizando uma bomba de infusão de seringa (50ml) na velocidade de
0,04 ml/kg/min para a manutenção do plano anestésico. Durante o período
trans-anestésico foram mensurados aos 15 (T15) e 45 (T45) minutos, os
parâmetros da frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR), temperatura retal
(TR) e periférica (TP), Delta T° (subtração da TR da TP), pressão arterial sistólica
(PAS), médica (PAM) e diastólica (PAD) por oscilometria, oximetria de pulso
(O2%), pressãofinal expirada de CO2 (PECO2) e lactato sérico, bem como
realização do registro contínuo de seis derivações eletrocardiográficas
computadorizado (ECGPCVET- TEB®) e das variáves ecocardiográficas utilizando
o Modo-M, visando o cálculo da fração de ejeção (FEJ%) e do encurtamento
(FEC%) do miocárdio (tabela 1).Ao término do procedimento cirurgico-
anestésico, o animal ficou monitorado até sua extubação e retorno a posição
quadrupedal (pós-anestésico), com nova aferição dos parâmetros clínicos e
realização de novo eletrocardiograma e ecocardiografia Modo-M.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
371
CONCLUSÃO:
Os dados obtidos demonstraram queanestesia sob infusão contínua de
propofol veterinário não promoveu alterações significativas nos parâmetros
clínicos, mas com redução na função sistólica miocárdica.
REFERÊNCIAS
BOON, J. A. Veterinary Echocardiography, 2nd Edition. Baltinore: Willians &
Wilkins, 2011, 632p.
CONCEIÇÃO, E. D. V.; NISHIMORI, C. T.; MORAES, P. C. et al.Parâmetros
eletrocardiográficos e cardiovasculares em cães anestesiados pelo isofluorano
372
RESUMO:
Na rotina de trabalho do Médico Veterinário existe uma alta casuística de
afecções do pênis em cães. A penectomia é recomendada como tratamento em
muitos casos, como exemplo em neoplasias difusas e lesões pós-traumatismos.
Dependendo do grau de comprometimento do pênis, é indicada a penectomia
total ou parcial. Neste trabalho relatamos o caso de um cão que passou por
penectomia parcial após ter uma deformação na glande peniana e estenose
uretral devido à presença de miíases e após a cirurgia obteve uma recuperação
excelente, não apresentando nenhum sinal de anormalidade na micção.
INTRODUÇÃO:
As afecções do pênis em cães são frequentes na rotina de trabalho do médico
veterinário, principalmente as adquiridas (Volpato et al., 2010). Em muitos
casos a penectomia é indicada, como por exemplo, em neoplasias difusas no
373
RELATO DE CASO:
Foi atendido um cão, macho, SRD e com sete anos de idade. O proprietário
relatou que o paciente apresentava disúria e estrangúria e que há cerca de seis
meses antes da consulta teve miíases no pênis após um trauma. O paciente foi
medicado durante o ocorrido e obteve melhora, não sendo observada
nenhuma alteração na micção.
No exame físico não foi possível sondar o paciente, pois não foi encontrado o
orifício uretral devido à deformação na glande causada pelas larvas. Foi
indicada a penectomia parcial.
Para a cirurgia o paciente foi posicionado em decúbito dorsal e foi realizada a
antissepsia. Após nova tentativa frustrada de passar a sonda uretral, o pênis foi
exposto e foi realizada uma incisão de 2 cm. abaixo da glande peniana,
incisando a túnica albugínea e o tecido cavernoso. Foi transeccionado o osso
peniano com a ajuda da Cizalha o mais caudal possível. Neste momento foi
possível encontrar a uretra e passar a sonda uretral. Transeccionou-se a uretra
cranialmente a transecção peniana, e realizou-se duas incisões na uretra em
forma de “pétalas”, foi feita uma sutura hemostática no corpo cavernoso do
pênis em padrão Wolff utilizando fio Vicryl 3-0, posteriormente foi realizada a
sutura das pétalas uretrais na porção final do pênis utilizando fio Vicryl 3-0 em
padrão simples separado. Foi feita a ressecção do prepúcio, para encurtá-lo de
forma que permitisse a extrusão do pênis. Além disso, fixou-se a sonda uretral
utilizando ponto separado simples. A recuperação do paciente foi boa, não
apresentando nenhum sinal de anormalidade na micção.
374
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O paciente relatado teve um traumatismo ao pular uma cerca para encontrar
uma fêmea no cio. De acordo com Fossum (2008) esse tipo de trauma é
comum, principalmente em cães inteiros e jovens.
Faria et al. (1983) afirmam que o tratamento depende da extensão da lesão e
como no paciente em questão a deformação havia sido somente na parte
caudal do pênis foi recomendada a penectomia parcial.
Fossum (2008) recomenda que antes de se iniciar a penectomia parcial é
importante reduzir a carga microbiológica local, bem como colocar um cateter
uretral a fim de facilitar a orientação, o que não foi possível neste caso pois não
foi encontrado o orifício uretral.
CONCLUSÕES:
As afecções penianas em cães são frequentes, sendo a penectomia muito
indicada como tratamento. Por isso é importante realizar anamnese detalhada
e uma técnica cirúrgica bem feita no intuito de promover uma rápida
recuperação do paciente e sem nenhuma recorrência, tal como no caso aqui
reportado.
REFERÊNCIAS:
FARIA, M.A.R.; PIPPI, N.L.; RAISER, A.G. et al. Amputação total da genitália
externa do cão. Revista Centro de Ciências Rurais, v. 13, n. 4, p.301-306, 1983.
FOSSUM, T.W. Cirurgia de pequenos animais. 3.ed. Rio de janeiro: Ed. Elsevier
Ltda., 2008. 1314p.
SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 3.ed. São Paulo:
Manole, 2007. 2714p.
VOLPATO, R.; RAMOS, R.S.; MAGALHÃES, L.C.O. et al. Afecções do pênis e
prepúcio dos cães - Revisão de literatura. Veterinária e Zootecnia, v. 17, n. 3,
p.312-323, 2010.
375
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi observado que 23,8% dos felinos positivos não apresentaram alteração
hematológica, questionando se estes poderiam ser considerados reservatório
acidental desta patologia, o que torna a E. platys oportunista.
CONCLUSÃO:
Concluiu-se que felinos são naturalmente infectados por E. platys, e que nem
sempre esta hemoparasitose cursa com alterações hematológicas claras, sendo
necessário um maior preparo do clínico veterinário no diagnóstico desta
doença.
REFERÊNCIAS:
ALMOSNY, N. R. P. Hemoparasitoses em pequenos animais domésticos e
como zoonose. 1ª ed. Rio de Janeiro: L. F. Livros: 2002. 135 p. P. 13-56; 2002.
CORREA, E. S.; PALUDO, G. R.; SCALON, M. C.; MACHADO, J. A.; LIMA, A. C. Q.;
PINTO, A. T. B.; THIEBAUT, J. T. L.; ALBERNAZ, A. P. Investigação molecular de
380
MATERIAIS E MÉTODOS:
Amostras de pelame de 58 felinos de raças variadas e classificados, conforme o
comprimento da pelagem foram colhidas para a realização desse trabalho. As
raças de pelo longo contempladas foram: Maine Coon (N=20), Persa (N=10)
e Exótico (N=3); enquanto que as de pelo curto foram: Britsh (N=16) e Bengal
(N=9). Nenhum dos animais apresentava qualquer lesão suspeita de
dermatofitose no momento da coleta. Todos os animais eram provenientes
de gatis comerciais localizados na cidade de São Paulo. O critério de seleção
utilizado é que o gatil criasse apenas um dos tipos de pelagem considerados na
pesquisa. Cada amostra foi colhida através da fricção de quadrados de carpete
de 5x5 centímetros de lado, lavados e esterilizados, sobre o dorso dos
animais. O material foi encaminhado ao Laboratório para que fosse processado
por meio de cultivo em placas de Petri contendo meio de ágar Mycosel
e incubado em estufa a 25ºC durante até 21 dias (com leituras a cada três dias).
Após esse período as colônias suspeitas foram isoladas em tubos contendo o
mesmo meio e identificadas por suas características morfológicas macro e
microscópicas.
RESULTADOS:
Dentre os animais que tiveram seu pelame estudado, um (1,72%), espécime
macho, da raça Persa foi positivo para o dermatófito Microsporum canis. Além
deste, também foram identificados os seguintes contaminantes: Acremonium
sp. (n=5); Aspergillus sp. (n=13); Cladophialophora sp. (n=6); M.canis, (n=1);
Penicillium sp. (n=3); Rhodotorula sp. (n=5); Scopulariopsis sp. (n=1); Fonsecaea
sp. (n=1); Trichosporon sp. (n=9); Staphylococcus (n=12); Candida (n=3);
382
DISCUSSÃO:
As dermatofitoses são micoses superficiais de caráter zoonótico e de grande
incidência tanto na população animal como humana. Há vários anos que se
sabe que o gato doméstico, especialmente aquele que tem acesso ao ambiente
extra-domiciliar, pode portar assintomaticamente fungos dermatófitos. Tendo
em vista o grande paradigma da prevalência dos fungos dermatófitos em
felinos de pelagem longa, o objetivo dessa investigação foi pesquisar e
comparar o número de animais de pelos curtos e longos quanto a frequência
de isolamento desses importantes agentes. A diminuta casuística encontrada
nesse estudo pode decorrer do fato de as coletas terem sido realizadas em
gatis em que se aplica boa conduta sanitário ambiental, diminuindo assim a
carga microbiana e, consequentemente, a disseminação dos fungos. Vale
ressaltar que o acesso dos felinos à rua era restrito e, que todo animal novo era
submetido à testes clínico-laboratoriais preventivos. Além disso, fatores de
estresse eram minimizados pela separação dos animais por idade e sexo,
associada a uma alimentação balanceada com oferta de rações
Premium e/ou Super Premium. A busca por situações mais diversificadas ou
mesmo outras populações podem contribuir com resultados diferentes e
significativos. Assim, novos trabalhos com um número maior de espécimes de
cada raça, e até mesmo outras raças poderá revelar diferentes perfis para a
ecologia dos fungos dermatófitos.
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos nesse trabalho vão de encontro àqueles já publicados
que apostam na hipótese de que exista alguma predisposição genética de
machos da raça Persa em serem colonizados por fungos dermatófitos.
REFERÊNCIAS:
Carvalho, A. M. T. M. Dermatofitose por Microsporum canis, Instituto Qualittas
de Pós-Graduação, Brasília-DF, p.23-33, 2010.
Patel, A.; Forsythe, P. Dermatologia em pequenos animais, Rio de Janeiro-RJ,
Editora Elsevier Ltda, p.169-175, 2010.
Trabulsi, L. R.; Alterthum, F. Microbiologia, São Paulo-SP, Editora Atheneu, 5ª
Edição, p.263-265, 2008.
383
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
384
O exame físico constatou: animal alerta, sobrepeso (ECC 6/9), desidratação 6%,
mucosas hipocoradas, linfonodo poplíteo reativo e os demais parâmetros vitais
dentro da normalidade.
DISCUSSÃO:
O tratamento hospitalar foi com fluidoterapia por via subcutânea. Foi prescrito
o anti-helmíntico praziquantel, dose 30mg/kg, por via oral, a cada 24 horas,
durante cinco dias, que é mais eficaz (Basu e Charles, 2014), o hepatoprotetor
silimarina, dose 20mg/kg, via oral, a cada 24 horas e a ração da linha
veterinária para doença renal felina.
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAIS E MÉTODOS:
388
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
389
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Li T, Liu JJ, Du WH, et al. 2D speckle tracking imaging to assess sepsis induced
early systolic myocardial dysfunction and its underlying mechanisms. European
Review for Medical and Pharmacological Science 2014, 18(20):3105-3114.
Rabelo, RC. Sepse, sepse grave e choque séptico. In: RABELO, R. Emergências
de Pequenos Animais: Condutas Clínicas e Cirúrgicas no paciente Grave. 1 ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p.322-340.
RESUMO:
O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de endoparasitas em
cães errantes do município de Campo Largo, Paraná. Amostras fecais de 54
animais foram colhidas e enviadas para análise. O diagnóstico baseou-se na
associação de técnicas qualitativas e quantitativa das fezes colhidas. Quarenta e
seis cães (85,2%) apresentavam endoparasitas. A frequência de parasitos foi
heterogênea, com predomínio de agentes zoonóticos em 89/107 (83,1%)
observações. Cães errantes são potenciais transmissores de agentes zoonóticos, e
a implantação de ações mitigatórias de controle faz-se de capital importância
para a saúde pública.
390
INTRODUÇÃO:
Na saúde pública, o estudo da epidemiologia das doenças parasitárias nos animais
domésticos é de fundamental importância, visto que, são zoonoses em sua
grande maioria. Um ponto importante no controle dessas verminoses são os cães
errantes, pois apresentam grande importância na manutenção e disseminação
dessas parasitoses.
Os parasitos intestinais estão entre os agentes patogênicos mais comumente
encontrados em animais de companhia e constituem uma das principais causas
de transtornos intestinais em cães (Blagburn et al., 1996). Helmintos, como
Toxocara sp. e Ancylostoma sp., devido ao seu potencial zoonótico são
considerados um problema de saúde pública (Santarém et al., 2004).
MATERIAL E MÉTODOS:
Amostras fecais de 54 animais, sem distinção racial, foram colhidas de cães
errantes recolhidos por uma sociedade protetora dos animais, provenientes do
município de Campo Largo, Paraná, entre os meses de Junho a Outubro de 2014.
As fezes eram colhidas, armazenadas em potes plásticos herméticos individuais, e
mantidas refrigeradas em caixas isotérmicas. Posteriormente, eram enviadas para
análise, e processadas num prazo máximo de 24 horas pós-coleta.
O diagnóstico baseou-se na associação de duas técnicas tradicionais qualitativas e
uma quantitativa. As técnicas qualitativas, realizadas através dos métodos de
Hoffmann, Pons e Janer (Hoffmann et al., 1934), além do procedimento descrito
por Faust e Cols (1939). Para quantificação da carga parasitária por animal,
realizou-se a técnica de Gordon e Whitlock (1939). Realizou-se a análise
macroscópica das fezes para avaliar o grau de consistência das mesmas,
diferenciadas entre firme, pastosa, e diarreica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Do total de amostras avaliadas, 46/54 (85,2%) apresentaram algum grau de
parasitismo, sendo 13/46 (28,2%) representadas por uma infecção parasitária
singular, e 33/46 (71,8%) pela associação entre dois ou mais agentes
parasitários. Em contra partida, 8/54 (14,8%) das amostras avaliadas não
apresentaram parasitismo. A relação entre machos e fêmeas no presente estudo
foi de 26/54 (48%) e 28/54 (52%), respectivamente. Quanto à faixa etária dos
animais avaliados, 18/54 (33,4%) eram filhotes, e 36/54 (66,6%) adultos.
O índice relacionado ao número de animais parasitados (85,2%) foi
significativamente superior quando comparado a trabalhos realizados por Leite et
al. (2007) no estado do Paraná, que encontrou um índice de 117/387 (30,2%)
animais parasitados, aquém do encontrado no presente estudo. Tesseroli et al.
391
CONCLUSÃO:
O elevado índice de cães errantes infectados com parasitos gastrointestinais
sinaliza o risco acentuado da transmissão de agentes zoonóticos para a
população. É de capital importância a implantação de ações mitigatórias para o
controle dos índices de parasitos na população canina e humana.
Aprovação por Comitê de Ética: O presente trabalho foi conduzido sob a
aprovação do Comitê de Ética em Uso de Animais (CEUA) da Faculdade Evangélica
do Paraná (FEPAR), protocolado com o número 3870/2014.
REFERÊNCIAS:
392
BLAGBURN, B.L. et al. Prevalence of canine parasites based on fecal flotation. The
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.18, n.5,
p.483-509, 1996.
FAUST, E. C.; SAWITZ, W.; TOBIE, J. ODOM, V. et al. Comparative efficiency of
various technics for the diagnosis of protozoa and helminth in faeces.
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HOFFMANN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. Sedimentation concentration method
in schistosomiasis, Puerto Rico. Journal of Public Health, v. 9, p. 283-298, 1934.
GORDON, H. M.; WHITLOCK, H. N. A new technique for counting nematode egg in
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n. 1, p. 50-52, 1939.
LEITE, L. C.; CÍRIO, S. M.; NAVARRO-SILVA, M. A. et al. Ocorrência de
Endoparasitas em amostras de fezes de cães (Canis familiaris) da Região
Metropolitana de Curitiba, Paraná – Brasil. Estudos de Biologia, Curitiba, PR, v. 29,
n. 68/69, p. 319-326, jul./dez. 2007.
LEITE, L. C. Ocorrência de ovos de endoparasitas em amostras de fezes de cães
(Canis familiaris, Linnaeus, 1758) coletadas em vias públicas da cidade de
Guarapuava – Paraná – Brasil. Ambiência Guarapuava (PR), v.9 n.3 p. 619 - 626
Set./Dez. 2013.
OLIVEIRA, V. S.F.; MELO, D. P. G.; FERNANDES, P. R. Ocorrência de helmintos
gastrintestinais em cães errantes na cidade de Goiânia – Goiás. Revista de
Patologia Tropical, vol. 38 (4): 279-283. out-dez 2009.
SANTARÉM, V. A.; GIUFFRIDA, R.; ZANIN, G. A. Larva migrans cutânea: ocorrência
de casos humanos e identificação de larvas de Ancylostoma spp em parque
público do município de Taciba. Revista Brasileira de Medicina Tropical, v.37, n.2,
p.179-181, 2004.
TESSEROLI, G. L.; FAYZANO, L.; AGOTTANI, J. V. B. Ocorrência de parasitas
gastrintestinais em fezes de cães e gatos, Curitiba-PR. Revista Acadêmica,
Curitiba, v.3, n.4, p. 31-34, out/dez. 2005.
RESUMO:
393
INTRODUÇÃO:
A infecção canina por parasitos da família Trypanosomatidae é pouco relatada
no Brasil. As duas principais espécies capazes de infectar os cães, Trypanosoma
cruzi e o Trypanosoma evansi, também infectam humanos, tornando a
tripanossomíase canina uma zoonose (Desquesnes et al., 2013).
A soropositividade canina nacional para T. cruzi varia de 0,3% a 22,7% (Silva,
2002; Souza et al., 2009; Mendes et al., 2013), sendo o T. evansi ainda mais
raro.
Os autores deste trabalho têm o objetivo de relatar um caso de
Tripanossomíase canina em Aracaju-SE.
MATERIAL E MÉTODO:
O relato apresentado é de uma cadela da Raça Cane Corso, tigrada, 6 meses de
idade, criada no bairro Aruanda em Aracaju-SE, Brasil. O tutor informou que a
cadela estava com diminuição de apetite, apatia, pelos opacos e caindo há 10
dias. O canino estava com vacinação e vermifugação em dia, alimentava-se
exclusivamente de ração comercial superpremium, e possuía histórico de
presença de carrapatos. No exame físico foram observadas mucosas oculares
levemente hipocoradas, linfonodos submandibulares e poplíteos aumentados,
pelagem epilando fácil e o restante dos parâmetros normais.
FIGURA 1: Cadela da Raça Cane Corso, tigrada, 6 meses de idade. Fonte:
Arquivo Pessoal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Todos os exames solicitados estavam normais, somente o hemograma revelou
uma leve anemia normocítica normocrômica. A avaliação do esfregaço
sanguíneo revelou a presença de formas tripomastigotas. Esse estágio
394
CONCLUSÕES:
O diagnóstico parasitológico do Trypanosoma no esfregaço de sangue é eficaz
na fase aguda. O parasita está presente no bairro Aruanda, município de
Aracaju-SE. O aceturato de diminazeno, 3,5 mg/kg por via subcutâneo em duas
doses com intervalo de 7 dias é eficaz no tratamento da sintomatologia na fase
aguda da doença.
REFERÊNCIAS:
DESQUESNES, M.; DARGANTES, A.; LAI, D. H. et al. Trypanosoma evansi and
surra: a review and perspectives on transmission, epidemiology and control,
impact, and zoonotic aspects. BioMed Research International. v. 2013, ID.
321237, 20 p., 2013.
MENDES, R. S.; SANTANA, V. L.; JANSEN, A. N. et al. Aspectos epidemiológicos
da Doença de Chagas canina no semiárido Paraibano. Pesquisa Veterinária
Brasileira, Patos, Paraíba, v. 33, n. 12, p. 1459-1465, dez. 2013.
395
INTRODUÇÃO:
A fragmentação do processo coronóide medial da ulna (FPCM) é causa
frequente de displasia de cotovelo em cães de grande porte (Lavrijsen et al
2012). A avaliação radiográfica é ferramenta comum no diagnóstico de
alterações no processo coronóide medial da ulna (PCMU) não devido à sua
sensibilidade, mas à disponibilidade do método (Haudiquet et al 2002). Embora
a tomografia computadorizada e a artroscopia sejam consideradas mais
396
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram utilizados seis cães hígidos com mais de 18 meses de idade e peso
mínimo de 25kg, com concordância dos proprietários. Foram realizadas
projeções radiográficas craniocaudal (CrCa), ML em extensão, ML em flexão
(consideradas projeções convencionais na avaliação da região anatômica) e ML
em supinação máxima em ambos os cotovelos. Foi utilizado o aparelho de
Raios-X Philips modelo KL.74.20/40 e regime de entre 12 e 15 mAs e 42 à 50
Kvp, de acordo com o peso do animal. As radiografias foram avaliadas
cegamente pelo mesmo avaliador, que preencheu questionário padronizado
visando comparar a facilidade de definição e avaliação do PCMU. Ao final, o
avaliador escolheu uma dentre as projeções considerada a melhor para a
identificação do processo anatômico. Os resultados foram avaliados pelo Teste
das Proporções (95% de significância).
RESULTADOS:
O PCMU foi visibilizado em toda sua amplitude em 11 das 12 articulações na
projeção ML em supinação máxima (Figura 1A); em sete articulações na
projeção ML em extensão (Figura 1B); em duas, na projeção ML flexionada e
em uma articulação na projeção CrCa. Houve diferença (p=0,04) entre as
projeções em que o PCMU foi visibilizado com maior frequência, ou seja, ML
em supinação máxima e ML em extensão. As demais projeções, devido à baixa
frequência de visibilização da estrutura, foram consideradas irrelevantes na
avaliação radiográfica desse processo anatômico.
DISCUSSÃO:
Segundo Van Bruggen et al (2010) avaliação radiográfica não é considerada
confiável em se tratando do PCMU.Outras técnicas, como cintilografia e
artroscopia, são consideradas mais sensíveis. Berzon e Quick (2006) afirmam
que a visibilização radiográfica do PCMU é difícil devido à sobreposição da
cabeça do rádio. No entanto, nenhum desses trabalhos utilizou projeções
radiográficas supinadas. A projeção ML em supinação máxima parece melhorar
a visibilização do PCMU, de acordo com os resultados aqui apresentados.
397
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a projeção ML supinada permitiu melhor visibilização do PCMU
em relação às outras projeções nos cães avaliados.
REFERÊNCIAS:
BERZON, J. L.; QUICK C. B. Fragmented coronoid process: anatomical, clinical
and radiographic considerations with case analyses. Journal of the American
Animal Hospital Association n.16, p. 241,251
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dogs. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 51, n. 3, p. 344-348, 2010.
RESUMO:
Os Mutirões de Esterilização Cirúrgica fazem parte do Projeto de Extensão:
Manejo Populacional de Cães e Gatos. Foram atendidos felinos de
Organizações Não Governamentais (ONGs) e de cuidadores particulares,
totalizando 54 cirurgias. Esta atividade permitiu aos acadêmicos, mesmo em
tempo de paralisação, o aprendizado e treinamento prático das cirurgias de
esterilização de fêmeas e machos da espécie felina, não interrompendo
também o atendimento aos animais recolhidos nas ruas e de cuidadores
carentes.
INTRODUÇÃO:
O abandono de animais se tornou um problema de saúde pública, tornando
necessário o controle da natalidade e o auxílio nas adoções responsáveis. Desse
modo, a esterilização cirúrgica é um procedimento justificável, definitivo e
humanitário, que além de contribuir com o bem-estar animal, facilita o
processo de adoção. Existem três métodos de ovariossalpingohisterectomia
(OSH), no entanto, o método tradicional de celiotomia na linha média ventral é
um dos mais utilizados. Já para a orquiectomia, a técnica mais recomendada é
a técnica com abertura da túnica vaginal. Neste contexto, nem mesmo a
paralisação acadêmica impediu a realização de mais um Mutirão de
Esterilização Cirúrgica em felinos com o objetivo de reduzir o número de
animais abandonados e incentivar a adoção e guarda responsável.
MATERIAl E MÉTODOS:
RESULTADOS:
Foram atendidos 40 felinos recolhidos por ONGs e 14 felinos de cuidadores
particulares, sendo realizadas 31 OSH e 23 orquiectomias, perfazendo um total
de 54 cirurgias feitas pelos estudantes de graduação, sob supervisão dos
professores.
DISCUSSÃO:
Conforme a WSPA (2002) o método de esterilização cirúrgica desenvolvido no
mutirão é considerado um método humanitário e definitivo para se manejar a
reprodução desenfreada de animais, principalmente dos abandonados. As
técnicas cirúrgicas de OSH e orquiectomia utilizadas estão de acordo com Howe
(2006) e MacPhail (2014), respectivamente. Apesar das dificuldades
decorrentes da paralisação acadêmica, com a enorme dedicação dos
integrantes, foi possível a realização deste evento Quanto aos acadêmicos
houve transmissão de aprendizado diferenciado e treinamento interdisciplinar
prático aos alunos, além do exercício de cidadania com assistência e orientação
à comunidade, reforçando o papel social da universidade.
CONCLUSÃO:
A parceria com ONGs gerou a vantagem de esterilização facilitar o processo de
adoção dos animais, contribuindo com o bem-estar animal, incentivando a
guarda responsável. Ao mesmo tempo permitiu a continuidade do aprendizado
e treinamento em Técnica Cirúrgica, Clínica Cirúrgica de Animais de
Companhia, Teriogenologia de Animais de Companhia e Anestesiologia
Veterinária.
REFERÊNCIAS:
HOWE, L.M. Surgical methods of contraception and sterilization.
Theriogenology, v.66, 2006.
MACPHAIL, C.M. Cirurgia dos Sistemas Reprodutivos e Genital. In: FOSSUM,
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World Society for the Protection of Animal - WSPA, Um roteiro para auxiliar no
ensino de bem-estar animal em faculdades de Medicina Veterinária, London,
England Seção 2, Módulo 26, 2002.
RESUMO:
Foi atendido no Hospital Veterinário, um cão, macho, da raça Schnauzer,
criptorquida com massa em canal inguinal direito. Durante o procedimento
cirúrgico para a retirada da massa, foi encontrada uma formação tubular a qual
fazia a ligação entre essa massa e o testículo esquerdo. A análise
histopatológica concluiu que a formação tubular se tratava de tubas uterinas, a
massa era o testículo direito com seminoma e sertolioma, e no testículo
esquerdo havia atrofia testicular. A avaliação citogenética revelou
cromossomos normais, do sexo masculino, 78, XY concluindo que se tratava de
um pseudo-hermafrodita masculino.
São classificados como pseudo-hermafroditas indivíduos que possuem gônadas
de um sexo acompanhadas por uma genitália externa e características
secundárias do sexo oposto; já o hermafroditismo verdadeiro é caracterizado
pela presença de tecidos ovariano e testicular no mesmo indivíduo (Burke,
1986). Atualmente há duas formas conhecidas de pseudo-hermafroditismo
masculino: falha no processo de masculinização andrógeno-dependente em
que os animais possuem testículos bilaterais, geralmente criptorquídicos,
genitália externa feminina e nenhuma evidência de genitália interna derivada
dos ductos de Müller (Meyers-Wallen, 2001); e a síndrome da persistência dos
ductos de Müller (SPDM), por mutações no gene da substância inibidora de
Müller (SIM),ou no gene do receptor de SIM (Meyers-Wallen et al., 1989; Josso
et al., 2005)
Nos seres humanos, sabe-se que a SIM é produzido pelas células de Sertoli do
testículo fetal e responsáveis pela regressão de ductos Müllerianas em fetos
masculinos (Josso et al., 2005).
Foi atendido no Hospital Veterinário um cão da raça Schnauzer, com nove anos
de idade e adquirido pelo proprietário como sendo macho. A queixa principal
era o aumento de volume em região inguinal direita. Durante o exame físico
observou-se que na bolsa escrotal havia apenas o testículo esquerdo o qual
estava com diminuição de tamanho. Em palpação da região inguinal direita
observou-se um aumento de volume, com consistência firme, nodular, não
402
aderido com dimensões de 5 x 4,2 x 2,5 cm. Nessa mesma região foi observada,
em exame ultrassonográfico uma massa (possível testículo direito) multi-
cavitária.
Foi realizada a orquiectomia do testículo esquerdo e a retirada do testículo
direito em região inguinal direita. Durante o procedimento cirúrgico observou-
se que havia uma estrutura tubular aderida à vesícula urinária e que ligava os
testículos direito e esquerdo. Essa estrutura também foi enviada para análise
histopatológica juntamente com os testículos. Após o procedimento cirúrgico
foi coletado sangue do animal para a realização da cariotipagem.
Macroscopicamente, o testículo direito (4,0 x 3,5 x 2,5 cm) possuía consistência
firme ao corte e coloração heterogênea rósea. Não foi visualizado o ducto
deferente, e no lugar do mesmo havia uma estrutura tubular que estabelecia
uma ligação entre os testículos. No exame microscópico do testículo direito foi
observada duas populações de células neoplásicas compatíveis com seminoma
e sertolioma. O testículo esquerdo media 2,8 x 1,5 x 0,5 cm. No exame
microscópico observou-se atrofia testicular difusa acentuada.
Não foi observado tecido ovariano. Histologicamente a estrutura tubular
retirada do animal era semelhante a tubas uterinas. A avaliação citogenética
revelou cromossomos normais, do sexo masculino, 78, XY.
No presente caso o animal foi classificado como pseudo-hermafrodita
masculino por possuir gônadas do sexo masculino, tubas uterinas e cariótipo de
78 XY. Em seres humanos com SPMD, os indivíduos têm um cariótipo normal
do sexo masculino e testículos bilaterais (Josso et al., 2005), além disso, os
ductos do sistema Mülleriano se desenvolvem em tubas de Falópio, útero e
vagina anterior (Meyers-Wallen et al., 1989), o que corrobora com nossos
achados em que o animal possuía apenas cornos uterinos sem outras
características externas femininas e cariótipo normal.
A taxa de animais com pseudo-hermafrodita devido a SPDM ainda não é bem
reconhecida. Há relatos de casos de SPDM familiares em Schnauzer
Miniaturasnos Estados Unidos (Meyers-Wallen et al. 1989) e no Japão (Matsuu
et al., 2009).
Sertoliomas em cães pseudo-hermafroditas, da raça Mini Schnauzer, já foram
citadas por alguns autores (Norradin; Baum, 1970; Matsuu et al., 2009). A
presença de dois tumores foi observada em um cão pseudo-hermafrodita que
possuía tumor de células de Leydig no testículo direito e tumor de células de
Sertoli em testículo esquerdo (Bigliardi et al., 2011). Citações de cães pseudo-
hermafroditas, com tumores de células de Sertoli e seminoma unilateral não
foram encontradas como em nosso relato. Outra característica observada foi o
criptorquidismo, o qual é um achado comum também relatado em homens
403
com SPDM e que apresentam tubas de Falópio, útero, vagina anterior e são
fenotipicamente normais (Brook, 1981)
Conclui-se que o presente estudo contribui para divulgação de um relato de
pseudo-hermafrodita masculino com neoplasias concomitantes, entretanto são
necessários mais estudos.
REFERÊNCIAS:
BIGLIARDI, E.; PARMA, P.; PERESSOTTI, P.; et al. Clinical , genetic , and
pathological features of male pseudohermaphroditism in dog. Reproductive
Biology and Endocrinology, v. 12, n. 9, p. 1–7, 2011.
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diagnosis and treatment. Philadelphia Lea & Febiger, p. 248-252, 1986.
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MEYERS-WALLEN, V. N. Inherited Abnormalities of Sexual Development in Dogs
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Advances in Small Animal Reproduction, 2001
MEYERS-WALLEN, V. N.; DONAHOE, P. K.; UENO, S.; MANGANARO, T. F.;
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NORRADIN, R. W.; BAUM, A. C. A male pseudohermaphrodite dog with a Sertoli
’ s Cell Tumor, mucometra, and vaginal glands. Journal of American Veterinary
Medical Association, v. 156, n. 2, p. 204–207, 1970.
404
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
As neoplasias orais nos cães têm grande importância por representarem 5,4%
dos tumores malignos desses animais. Algumas lesões não neoplásicas são
consideradas no diagnóstico diferencial (Roza, 2004). Dentre essas se cita a
queilite angular, uma inflamação dos ângulos da boca. Em certos indivíduos o
processo é intenso e granulomatoso, semelhante à macroscopia dos tumores
bucais (Cadastro et al., 2008). Assim, relatou-se um caso de cronicidade da
queilite angular na espécie canina, com morfologia nodular.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
405
Uma cadela, três anos, Beagle, possuía lesão bucal há vários meses. Submeteu-
se a paciente ao exame físico. Optou-se por biopsia excisional, seguida de
histopatologia. A fêmea demonstrou normalidade dos parâmetros vitais. Havia
um nódulo, entre o ângulo da extremidade rostral da mandíbula e da face
interna labial adjacente. A neoformação era macia, séssil, irregular e ulcerada.
Não ocorriam proliferações nas demais estruturas orais ou em outros sítios
anatômicos aparentes. A histopatologia detectou infiltrado inflamatório
neutrofílico e linfo-histiocitário, macrófagos epitelióides, células gigantes
multinucleadas, focos de necrose e fibroplasia. Não foram visualizadas atipias
significativas ou mitoses sugestivas de neoplasia. O padrão foi compatível com
queilite piogranulomatosa nodular. A paciente não teve recidiva.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
406
REFERÊNCIAS:
ROZA, M.R. Odontologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: L.F. livros, 2004.
361 p.
WERNER, P.R. Patologia geral veterinária aplicada. São Paulo: Roca, 2011. 371
p.
RESUMO:
Quimiodectomas são neoplasias que se originam dos tecidos
quimiorreceptores, podendo aparecer a partir do corpo aórtico da base
cardíaca ou a partir do corpo carotídeo. Em cães é mais comum em raças
braquicefálicas e o animal acometido apresenta sinais de insuficiência cardíaca
congestiva e comumente efusão pericárdica. O diagnóstico é realizado por
observação dos sinais clínicos e exames complementares. Relata-se caso de
quimiodectoma em cães da raça Fila Brasileiro e Pit Bull, de ambos os sexos.
Em ambos os casos se observou na necropsia a presença de massas na região
da base cardíaca e confirmado no exame histopatológico como
quimiodectoma.
INTRODUÇÃO:
407
RELATO DE CASOS:
Canino, da raça Fila Brasileiro, 11 anos de idade, foi atendido no setor de
Clínica Médica do Hospital Veterinário (HOVET) da Universidade Federal de
Mato Grosso (UFMT), apresentando queixa principal de anorexia, dificuldade
respiratória, perda de peso progressivo, fraqueza e atrofia muscular, ascite,
edema em membros e leve crepitação pulmonar. Pelo estado clínico
apresentado instituiu-se terapia de surpote ( fluidoterapia e oxigenioterapia ).
O canino apresentava sinais de tosse, dificuldade respiratória e perda de peso
há mais de seis meses. Exames complementares como hemograma completo,
ultrassonografia, radiografia e ecocardiográfico não puderam ser realizados à
tempo em virtude do horário e consequentemente fechamento dos setores. O
paciente veio a óbito um dia após o atendimento, sendo encaminhado à
necropsia e realizado análise histopatológica.
Canino, da raça Pit Bull, com seis anos de idade, apresentando tosse. Ao
exame clínico, foi detectada taquipnéia, pressão arterial de 23/13mmHg,
discreta hipofonese cardíaca e crepitação pulmonar. A radiografia foi lsugestiva
de cardiomegalia acentuada, efusão pericárdica ou neoplasia, além de edema
pulmonar. Ao exame ecocardiográfico evidenciou-se a presença de uma massa
tumoral heterogênea de 8x6cm sugerindo neoplasia de base cardíaca. Devido a
inviabilidade cirúrgica pela extensão da formação tumoral se estabeleceu
tratamento paliativo que objetivou minimizar os distúrbios
cardiorrespiratórios. Após cinco meses o animal veio a óbito e foi realizada a
necropsia e exame histopatológico para confirmação diagnóstica.
408
DISCUSSÃO:
O presente relato contrasta com as informações da literatura que refere uma
predisposição de cães braquicefálicos no desenvolvimento dessa neoplasia,
uma vez que foi encontrado em um cão da raça Pit Bull e outro da raça Fila
Brasileiro, e por serem os dois animais de idade adulta senil (Moura et al.,
2006).
O histórico de tosse e dificuldade respiratória, como observado em ambos os
casos, são comumente encontrados em animais com quimiodectoma, de forma
crônica, como visto por Meuten (2002) e Cavalcanti et al.(2006).
O exame radiográfico no segundo caso revelou aumento global da silhueta
cardíaca que pode ser explicado pelo quimiodectoma ou pela endocardiose,
conforme descrito por Salomão et al. (2012) e edema pulmonar também
descrito por Andrade et al. (2013) e Araújo et al. (2011).Por sua vez, o exame
ecodopplercardiográfico foi fundamental para se estabelecer o diagnóstico e
para se aferir a repercussão hemodinâmica do tumor, mesmo não sendo capaz
de indicar a etiologia tumoral (Abduch, 2009).
Com a morte súbita do animal cinco meses após, é possível que a massa tenha
evoluído durante este período até obstruir as câmaras cardíacas e levar ao
colapso cardíaco (Moura et al., 2006).
O diagnóstico definitivo foi feito de acordo com o descrito pela literatura,
através do exame histopatológico o qual observou-se em ambos os casos
células neoplásicas alinhas ao longo e ao redor de capilares, separadas umas
das outras, de formato poliédrico, citoplasma eosinofílico claro.
CONCLUSÃO:
Concluímos neste relato que o quimiodectoma, apesar de rara, pode acometer
cães de outras raças, não somente em braquicefálicos e o clínico deve ficar
atento a possibilidade dessa afecção em cães adultos a senis apresentando
sinais cardiorrespiratórios.
REFERÊNCIAS:
ABDUCH, M.C.D. Ecocardiografia. In: Carvalho, C.F. Ultrassonografia Doppler
em Pequenos Animais. São Paulo: Roca; p. 201-268, 2009.
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Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 58, p. 1043-1047, 2006.
409
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MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4th. Iowa: Iowa State Press, 2002.
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SALOMÃO, M. C. et al. Tumor de arco aórtico em cão (Canis familiaris) – relato
de caso. Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 19, n. 1, supl 11, p. 107-109,
2012.
410
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODO:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RODASKI, S.; WERNER, J. Neoplasias de pele. In: DALECK, C.R.; DE NARDI, A.B.;
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D.M. Withrow and MacEwen's small animal clinical oncology. 4.ed. Saint Louis:
Saunders, 2007. Cap.22, sec. D, p.525-539.
RESUMO:
Os gatos domésticos (Felis catus) foram domesticados a aproximadamente
3600 anos, a partir de então os felinos vêm ganhando mais espaço entre os
pets. Embora a maior razão para a adoção de gatos seja pela companhia,
proprietários relataram considerar características fenotípicas externas, com
isso os proprietários acabam considerando características físicas na escolha do
seu animal de estimação, como cor do pelo, tamanho e porte. Assim o objetivo
do trabalho foi avaliar a relação do fenótipo de gatos com o comportamento. A
pesquisa foi realizada com a aplicação de 200 questionários, tendo como pré-
requisitos possuir pelo menos um gato e ser maior de 18 anos. Uma das
questões levantadas foi à relação do gato cinza com seu proprietário. Quando
questionados sobre a obediência de seus animais o gato cinza foi considerado o
mais obediente com 92,30%. Dessa forma foi possível concluir que o fenótipo
dos felinos domésticos demonstrou ter relação direta com o comportamento.
INTRODUÇÃO:
Os gatos domésticos (Felis catus) são considerados os primeiros animais de
estimação, domesticados há cerca de 3600 anos, pelos egípcios, todos os
felinos domésticos atuais são descendentes do Felis silvestris. No decorrer dos
anos os felinos vêm ganhando maior espaço entre os animais domésticos por
se adaptarem facilmente a ambientes fechados (JONGMAN, 2007). Embora a
maior razão para a adoção de gatos seja pela companhia, proprietários
relataram considerar características fenotípicas externas, com isso os
proprietários acabam considerando características físicas na escolha do seu
animal de estimação, como cor do pelo, tamanho e porte. (GOURKOW, 2001).
Segundo Delgado et al. (2012) a coloração do pelo pode influenciar
diretamente no temperamento dos animais, de tal forma que é considerado
um dos principais fatores para escolha do mesmo. Assim o objetivo da pesquisa
foi avaliar a relação do fenótipo de gatos com o seu comportamento.
416
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada através da aplicação de 200 questionários. Os pré-
requisitos para participar da pesquisa foram possuir pelo menos um gato e ser
maior de 18 anos. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa – CEP – e aceito em 12/12/2014. Os animais foram classificados
quanto à cor da pelagem, idade, idade de adoção, sexo (macho/fêmea),
gonadectomização (sim/não), se foi ou não vítima de abandono, convivência
com outros animais na mesma casa (número e espécies), presença de crianças
em casa, vacinação, histórico de doenças e acesso à rua. As colorações obtidas
foram separadas em três categorias: preto, tigrado, cinza.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram realizados 200 questionários com proprietários de animais. Destes, 23
(11,5%) possuíam a cor preta; 30 (15%) possuíam a cor tigrada 13 (6,5%)
possuíam a cor cinza; 134 (67%) possuíam outras cores (Figura 1). A relação do
gato preto com seu proprietário foi levantada na pesquisa, quando
questionado sobre a obediência de seus animais o preto foi considerado o
menos obediente com apenas 43,48%, já o gato cinza foi considerado o mais
obediente com 92,30%, seguido pelo gato de cor tigrado com 63,33%.
Estudo realizado por Delgado et al. (2010) considerou os pretos mais tímidos
que gatos de outras colorações, assim a falta de obediência observada pode ser
consequência da timidez. No quesito subir no colo e ser afagado o tigrado foi
considerado o mais propenso com 56,67%. De acordo com Devitt (2010),
classificou os tigrados como “amigáveis”, pois gatos dessa coloração
demonstraram exibir comportamento mais desinibido, seguido pelo cinza com
53,85% e o preto com 43,38%. Segundo Ramos (2009), 87% dos gatos gostaram
de ser acariciados por seus donos, diferindo da presente pesquisa onde foi
encontrado um dado diferente, já que uma parcela menor de gatos apresentou
esse comportamento.
Quanto à curiosidade de animais novos na casa, estudos mostraram que o gato
preto se mostrou o mais ativo em farejar novos animais na casa, 65,2% dos
proprietários afirmaram reconhecer esse comportamento nos seus animais. O
gato tigrado ficou em segundo lugar em relação a esse comportamento com
56,67% e o cinza com 38,46%. Ao serem questionados sobre o comportamento
do gato cinza, este foi o que demonstrou menor propensão, com 30,77% de
proprietários relatando esse estimulo, já o gato preto foi o que mais
demonstrou a atividade de caça no dia-a-dia, com 47,83%, e o gato tigrado
ficou com 46,67% de relatos descrevendo o comportamento de caça, dado
muito próximo ao preto.
417
CONCLUSÃO:
De acordo com os dados apresentados o fenótipo dos felinos domésticos
demonstrou ter relação direta no comportamento destes, como a atividade de
caça, farejar animais ou pessoas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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418
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
419
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
420
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
NUNES, E.R.C.; ALMEIDA, D.B.A.; GONÇALVES, M.A.; et al. Percepção dos idosos
sobre o conhecimento e profilaxia de zoonoses parasitárias.In: Anais da 9ª
Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão e 6ª Semana Nacionalde Ciência e
Tecnologia; 2009, Recife. Recife: JEPEX; 2009.
RESUMO:
Devido à dificuldade existente de um diagnóstico preciso da condição corporal
em cães, o objetivo do trabalho foi verificar a existência de correlação entre o
Escore de condição corporal com a camada de tecido adiposo subcutâneo em
cães. Foram avaliados 80 cães através do Escore de condição corporal e
medida ultrassonográfica realizada no espaço entre a sétima vértebra lombar e
a primeira sacral. Entretanto não houve relação significativa entre as variáveis.
Com isso sugere-se a individualização de perfis raciais na tentativa de formar
padrões de tecido adiposo subcutâneo capaz de predizerem o ECC do animal
avaliado. Outros fatores que contribuem para o acúmulo de tecido adiposo
subcutâneo em cães devem ser avaliados entrando na análise final.
INTRODUÇÃO:
422
MATERIAL E MÉTODOS:
Foram avaliados 80 cães hígidos de portes e raças diversas. O escore foi
estabelecido por três observadores independentes. A partir das classificações
obtidas, foi utilizada a moda entre elas. A avaliação ultrassonográfica foi
realizada no espaço entre a sétima vértebra lombar e a primeira sacral, com o
animal em decúbito esternal ou quadrupedal. As medidas foram realizadas por
dois observadores, os quais realizaram três medidas, sendo elas: medial, lateral
esquerda e lateral direita. Para verificar a relação entre os diferentes métodos
de diagnóstico, foi elaborada uma matriz de correlação entre eles, por meio do
teste de Correlação de Pearson e Spearman, este quando os dados não
seguiam a distribuição normal após aplicação do teste de Kolmogorov-smirnov.
Os cães foram divididos em porte pequeno (até 15kg), médio(15 a 25kg) e
grande (>25kg).
RESULTADOS:
Não houve correlação significativa entre ECC e camada de tecido adiposo
subcutâneo medido por ultrassom em nenhum dos portes (porte pequeno p =
0,293; médio p = 0,199 e grande p = 0,111).
DISCUSSÃO:
O método ultrassonográfico não apresentou significância como esperado,
como também demonstrado em outros trabalhos (Morooka et al., 2001;
Wilkinson e Mcewan, 1991). Tal fato pode se justificar pela diversidade de
portes e raças apresentadas no presente estudo que, mesmo dividido em
portes, apresentam uma variação de peso e estatura consideráveis. Sugere-se a
realização de estudos individualizando padrões raciais e, assim, buscando-se
validação do método para cada raça.
CONCLUSÕES:
A mensuração de tecido adiposo subcutâneo em cães não obteve correlação
significativa com o ECC em cães. Com isso sugere-se a individualização de perfis
raciais na tentativa de formar padrões de tecido adiposo subcutâneo capaz de
predizerem o ECC do animal avaliado. Outros fatores que contribuem para o
423
REFERÊNCIAS:
LAFLAMME, D. P. Development and validation of a body condition score
system for dogs: a clinical tool. Canine Practice, Santa Barbara, v. 22, n. 3, p.
10-15, 1997.
MONDINI, L.; MONTEIRO, C. A. Relevância epidemiológica da desnutrição e da
obesidade em distintas classes sociais: métodos de estudo e aplicação à
população brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 1, n. 1,
p. 28-39, 1998.
MOROOKA T.; NIIYAMA M.; UCHIDA E.; et al.; Measurement of the back fat
layer in beagles for estimation of obesity using two-dimensional
ultrasonography. Journal of Small Animal Practice, Oxford, v. 42, n. 2, p. 56-59,
2001.
WILKINSON, M. J. A.; MCEWAN, N. A. Use of ultrasound in the measurement of
subcutaneous fat and prediction of total body fat in dogs. Journal of Nutrition,
Philadelphia, v. 121, n. 11, p. 47-50, 1991.
RESUMO:
O objetivo do trabalho foi verificar a relação entre a condição corporal, aferida
por três diferentes métodos com castração, sexo, idade e alimentação. Foi feita
a aferição da condição corporal de 80 cães hígidos por meio da aplicação de
três técnicas de aferição da condição corporal. Também foram coletados dados
como idade, sexo, status reprodutivo, peso e alimentação. Observou-se relação
entre maiores índices de obesidade e sobrepeso em fêmeas, cães castrados,
424
INTRODUÇÃO:
As principais disfunções nutricionais observadas na prática clínica, tanto em
seres humanos como em animais de estimação, são a desnutrição e a
obesidade. As referidas condições clínicas causam alterações relevantes na
fisiologia do organismo (Mondini e Monteiro, 1998) e merecem ser objeto de
estudo por parte da medicina veterinária. O objetivo do trabalho foi verificar a
relação entre a condição corporal, aferida por três diferentes métodos com
castração, sexo, idade e alimentação.
MATERIAL E MÉTODOS:
A coleta de dados foi estruturada a partir da avaliação física de 80 cães hígidos,
de porte e raças variadas. Foi feita a aferição da condição corporal desses
animais por meio da aplicação de três técnicas, sendo elas: Escore de condição
corporal (Laflamme, 1997); Índice de massa corporal canina (Muller, 2008), e
medidas morfométricas (Burkholder, 2000). Também foram coletados dados
como idade, sexo, status reprodutivo, peso, alimentação e padrão racial. Foram
aplicados testes t de Student, Mann-Withney ou Kruskal-Wallis, estes últimos
quando os dados não seguiam a distribuição normal após aplicação do teste de
Kolmogorov-Smirnov.
RESULTADOS:
O método de medidas morfométricas demonstrou relação significativa com
sexo e idade. As fêmeas apresentaram maiores % de gordura corporal GC (Md
= 17,85; DI = 8,435) que machos (Md = 12,61; DI = 13,5106). A idade também
foi uma variável que apresentou associação significativa com %GC realizada por
meio das medidas morfométricas: quanto maior a idade, maior %GC. Porém a
relação é considerada regular (r = 354).
As variáveis que apresentaram relação significativa com o IMCC foram idade e
alimentação. Quanto à idade, houve uma tendência de que, com o aumento
maior o IMCC. No entanto, a relação é considerada fraca. Em relação à
alimentação, animais cujos proprietários relataram oferecer ração básica
apresentaram maior IMCC (Md = 15,2926; DI = 2,618623) em relação aos que
relataram oferecer ração super prêmio (Md = 12,524127; DI = 12,524127).
Foi observado que houve relação significativa entre ECC com castração e idade.
Os animais castrados obtiveram Md = 6 (DI = 2) de ECC; já os cães não
castrados apresentaram Md = 5 (DI = 2). No que se refere à idade, quanto
425
DISCUSSÃO:
Em fêmeas, a obesidade é mais comum que em machos, principalmente
quando jovens. No presente estudo as fêmeas obtiveram maior %GC total que
os machos (Md=5,24%). Em cães com mais de 12 anos de idade, a incidência é
de aproximadamente 40% para ambos os sexos. As taxas aumentam em cães
castrados devido à redução da taxa metabólica (GOSSELIN et al., 2007).
O fator idade teve relação significativa com a condição corporal por todos os
testes. Trata-se de um resultado esperado, pois é sabido que tanto em seres
humanos como em cães, a necessidade energética é diminuída com o avançar
da idade, devido à diminuição na taxa metabólica basal, impulsionada por
mudanças na composição corporal; com isso, há perda da massa corporal
magra, concomitante ao aumento da massa gorda (DIEZ; NGUYEN, 2006).
Quanto à castração, foi encontrada relação significativa com o método de ECC.
Animais castrados apresentavam maior tendência ao sobrepeso e à obesidade,
apresentando mediana de um ponto a mais no ECC. Este fato também já era
esperado, pois se sabe que a esterilização é um importante fator de risco para
a obesidade em cães (DÍEZ; NGUYEN,2006). A castração e a ausência dos
hormônios sexuais, por sua vez, levam ao aumento do apetite e à diminuição
da massa magra e do gasto metabólico (DIEZ; NGUYEN, 2006; GERMAN, 2006).
Quanto à alimentação, foi observada relação significativa pelo IMCC. Os cães
cujos proprietários ofereciam ração básica tiveram tendência a apresentar
maior IMCC, com mediana de 2,77 pontos a mais dos que ingeriam ração super
prêmio. Tal resultado pode ser explicado pela baixa qualidade da gordura
dessas rações (CARCIOFI, 2008), elevando a palatabilidade das rações, portanto
aumentando o consumo.
CONCLUSÃO:
Conforme esperado, houve relação entre castração, fêmeas, avanço da idade e
alimentos básicos em relação ao alimento tipo super prêmio com sobrepeso e
obesidade pelos diferentes métodos.
Aprovação pelo comitê de ética da UFLA, protocolo 065/14
REFERÊNCIAS:
BURKHOLDER, W. J. Use of body condition scores in clinical assessment of the
provision of optimal nutrition. Journal of the American Veterinary Medical
Association, Chicago, v. 217, n. 5, p. 650-654, 2000.
426
sendo mais comum em animais ativos e com esqueleto imaturo (Von Pfeil et
al., 2012). Não há relatos sobre a absorção completa da tuberosidade da tíbia
após fratura por avulsão.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Foi atendido um cão SRD de 15kg, 1 ano e 3 meses de idade, apresentando
claudicação no membro pélvico esquerdo, com histórico de atropelamento há
4 meses. No exame físico o animal apresentou dor e falta de estabilidade no
apoio do membro, com teste de gaveta e deslocamento cranial da tíbia
negativos. As projeções radiográficas mediolateral e craniocaudal do membro
pélvico esquerdo evidenciaram ausência da tuberosidade da tíbia (Fig. 1). A
radiografia do membro contralateral não mostrou alterações. Optou-se pelo
acompanhamento clínico, uma vez que a tuberosidade da tíbia havia sido
completamente absorvida, impossibilitando a redução cirúrgica da fratura.
DISCUSSÃO:
A ausência da tuberosidade da tíbia, a não definição do ligamento patelar, e os
sinais de fragmentos ósseos são indicativos de fratura por avulsão da
tuberosidade tibial em linha fisária, associada à sua absorção completa. Os
sinais radiográficos de mineralização da linha fisária em cães podem ser
observados entre 10 a 12 meses de idade (Von Pfeil et al., 2009), portanto
antes disto o animal ainda está suscetível às fraturas na linha de crescimento.
Por se tratar de um caso crônico, optou-se pelo tratamento conservativo
devido ao retardo no diagnóstico da fratura, na qual a tuberosidade da tíbia já
havia sido completamente absorvida e a redução cirúrgica não foi viável.
CONCLUSÃO:
A fratura na linha de crescimento da tuberosidade tibial, de caráter crônico e
não tratada, evoluiu para absorção completa do fragmento ósseo.
REFERÊNCIAS:
NEHRBASS, D.; ARENS, D.; ZEITER, S. Spontaneous bilateral avulsion fracture of
the tuberositas tibiae in a New Zealand White Rabbit – A counterpart to
Osgood-Schlatter disease in humans? Experimental and Toxicologic Pathology,
v.67, p.223-227, 2015.
VON PFEIL, D. J. F.; DECAMP, C. E.; DIEGEL, K. L.; et al. Does Osgood-Schlatter
Disease exist in the dog? Veterinary and Comparative Orthopaedics and
Traumatology, v.22, p.257–263, 2009.
VON PFEIL, D. J. F.; DECAMP, C. E.; RITTER, M.; et al. Minimally displaced tibial
tuberosity avulsion fracture in nine skeletally immature large breed dogs.
428
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
430
Foi atendido um cão Pastor Alemão de 2 anos e 6 meses de idade para coleta e
avaliação de sêmen. Ao exame físico e andrológico o animal não apresentou
alterações. Para coleta do sêmen foi utilizada estimulação manual do pênis e as
três fases do ejaculado foram fracionadas. A segunda fase, rica em
espermatozoides, apresentou volume de 1,2 mL, coloração branca e aspecto
leitoso. Ao microscópio, observou-se motilidade de 80%, vigor 4 e
concentração/mL de 150x106 espermatozoides, estando de acordo com os
parâmetros espermáticos normais para a espécie canina (CBRA, 2013). Após
seis meses o animal retornou para nova coleta pois estava recebendo
tratamento semanal para sarna demodécica com doramectina (0,6mg/kg SC),
há 7 semanas. À palpação dos testículos constatou-se consistência flácida,
sugerindo degeneração. A amostra de sêmen apresentou-se aquosa. Na análise
microscópica observou-se um quadro de azoospermia, ausência total de
espermatozoides na amostra. Foram feitas quatro coletas, com intervalos
semanais, para confirmar o diagnóstico. Foi estabelecida então a relação entre
a degeneração testicular e o uso prolongado da doramectina, já que o animal
não apresentou outra enfermidade nem foi submetido a outro tratamento
exógeno que justificaria o quadro de infertilidade adquirida.
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
Referências
431
PIMPÃO, C.T.; ROCHA, R.M.V.M.; SCHAEFER, R.; WOUK, A.F.P.F.; CIRIO, S.M.;
BENATO, E.M.; GURGEL, L.G.A.; FRONCZAK, M.A. Avaliação dos efeitos
toxicológicos da ivermectina em cães. Archives of Veterinary Science, v.3, n.4,
p.19-24, 2005.
RESUMO:
Foi atendido um cão idoso com histórico de ascite, tosse esporádica e cansaço
fácil. Em exame físico detectou-se sopro sistólico em foco de mitral e em foco
tricúspide. Ao exame de ecodopplecardiograma foram visualizadas alterações
como insuficiência da valva mitral importante, insuficiência da valva tricúspide
importante e aumento biatrial, além de uma pressão pulmonar de 86 mmHg.
Iniciou-se então tratamento à domicílio levando a considerável melhora do
paciente.
INTRODUÇÃO:
A doença valvar degenerativa é a cardiopatia adquirida mais comum em cães,
representando 11% das enfermidades que acometem cães, e dentre essas 40%
são casos de donça valvar crônica (Fox et al., 1998). É uma alteração frequente
em animais idosos e com o espessamento dos folhetos valvares ocorre a
insuficiência valvar (Nelson et al., 2006). Certas raças de pequeno e médio
porte, como o Poodle, apresentam uma tendência a degeneração do colágeno,
sendo uma das possíveis causas (Soares et al., 2001).
DESCRIÇÃO DO RELATO:
432
DISCUSSÃO:
A hipertensão pulmonar ocorre como uma doença primária ou secundária da
vasculatura pulmonar (Edwards, 1977). Pode ocorrer secundária a pressão
atrial esquerda anormalmente elevada, um aumento do fluxo sanguíneo
pulmonar, ou aumento da resistencia vascular pulmonar (Rich, 1997). A
inflamação vascular pulmonar crônica e fibrose do pulmão também contribuem
para a disfunção vascular. (Winter,1959; McManus,1984). Caracteriza-se por
pressão sistólica acima de 25 mmHg (Rich, 1997). Os sinais clínicos são
intolerância ao exercicio, tosse, dispnéia, síncope, sopro sistólico ou mais
raramente diastólico e ascite (Johnson, 1999). Ecocardiograma com Doppler
fornece a estimativa da pressão arterial pulmonar, quando a insuficiência
tricúspide ou insuficiência pulmonar está presente (Berger, 1985). O
tratamento varia de acordo com os sinais clínicos apresentados pelo paciente.
São utilizados fármacos como diuréticos, vasodilatadores, inibidores de
fosfodiesterase, inibidores de enzima conversora de angiotensina,
bloqueadores de canais de cálcio, assim como a oxigenoterapia (Atkinson et al.,
2009).
A degeneração valvar é uma doença que atinge as válvulas atrioventriculares,
causando seu espessamento e consequentemente impedindo seu perfeito
funcionamento (Belerenian, 2003). Atinge em 60% dos casos unicamente a
valva mitral, em 30% as duas valvas atrioventriculares e em 10% dos casos
apenas a tricúspide (Belerenian, 2003; Perin, 2007; Tilley, 2004). O
ecodopplercardiograma dá a possibilidade de avaliar as câmaras cardíacas e
suas relações, além de analisar as válvulas e o fluxo sanguíneo. É considerado
padrão ouro para endocardiose (Soares, 2004). Por se tratar de uma doença
progressiva que não possui cura, o tratamento clínico visa a melhora dos sinais
clínicos provocados pela insuficiência cardíaca, sendo, portanto, paliativo
(Olivaes, 2010).
CONCLUSÃO:
433
REFERÊNCIAS:
BELERENIAN,G.C., MUCHA, C.J., CAMACHO, A. A. Afecções Cardiovasculares em
Pequenos Animais. 1. ed. São Paulo: Interbook, 2003. p. 146 – 151.
PERIN , Carla, Bariani, Mario Henrique, Franco, Débora Fernandes Endocardiose
da Valva Mitral em Cães Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária -
ISSN 1679-7353, ano iv, número, 08, janeiro de 2007
TILLEY, L. P., SMITH JR, F. W. K. Consulta veterinária em 5 minutos. 2. ed. São
Paulo: Manole, 2004. p. 476 – 477
SOARES, E.C.; LARSSON, M.H.M.A. e PINTO, C. F. Aspectos radiográficos da
doença valvar crônica Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.1, p.119-124, jan-fev,
2004 ISSN 0103- 8478
OLIVAES, C. G. Estudos anatômico e clínico da técnica de anuloplastia valvar
mitral por plicatura externa em cães. Dissertação de Mestrado em Cirurgia e
Anestesiologia Veterinária – Universidade de Franca, 54f. Franca.2010.
Edwards WD, Edwards JE. Clinical primary pulmonary hypertension: Three
pathologic types. Circulation 1977;56:884–888.
Rich S, Braunwald E, Grossman W. Pulmonary hypertension. In: Braunwald E,
ed. Heart Disease. A Textbook of Cardiovascular Medicine, 5th ed. Philadelphia,
PA: WB Saunders; 1997:780–806.
Winter H. The pathology of canine dirofilariasis. Am J Vet Res 1959;20:366–371.
McManus EC, Pulliam JD. Histopathologic features of canine heartworm
microfilarial infection after treatment with ivermectin. Am J Vet Res
1984;45:91–97.
Berger M, Haimowitz A, Van Tosh A, et al. Quantitative assessment of
pulmonary hypertension in patients with tricuspid regurgitation using
continuous wave Doppler ultrasound. J Am Coll Cardiol 1985;6:359–365.
Johnson L, Boon J, Orton CE. Clinical characteristics of 53 dogs with Doppler-
derived evidence of pulmonary hypertension: 1992–1996. J Vet Intern Med
1999;13:440–447.
ATKINSON, K. J.; FINE, D. M.; THOMBS, L. A.; GORELICK, J. J.; DURHAM, H. E.
Evaluation of pimobendan and N-terminal probrain natriuretic peptide in the
treatment of pulmonary hypertension secondary to degenerative mitral valve
disease in dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 23, n. 6, p. 1190-
1196, nov./dec. 2009.
434
INTRODUÇÃO:
Amputações são cirurgias dolorosas, com classificação de grau de dor severo.
Dentre as complicações está a dor neuropática, provocada por leões do tecido
nervoso, como as lesões traumáticas provocadas durante a amputação. Na
maioria dos casos os pacientes são apresentados refratários ao tratamento
com opióide, sendo necessários tratamentos com outras classes
medicamentosas (THURMON, 2013).
Junto a isso temos os anestésicos locais são substâncias capazes de bloquear
reversivelmente impulsos nervosos, sensitivos ou motores. Desta forma
impedem a propagação dos impulsos dolorosos, impedindo a sensibilização
central da dor (GAYNOR, 2009), em decorrência do bloqueio dos canais de
sódio nas membranas das células nervosas. As sensações desaparecem na
seguinte ordem: frio, calor, tato e pressão profunda e retornam na ordem
oposta (THURMON, 2013).
435
RELATO DE CASO:
O presente relato aborda uma cadela, cinco anos, sem raça definida, 29 kg;
com histórico de atropelamento, luxação, cirurgia de artrodese do cotovelo,
complicação pós-operatório e em consequência disso, a paciente foi
encaminhada para amputação (escapulectomia) do membro torácico direito.
No dia do procedimento o animal estava em alerta, sem dor a palpação do
membro acometido, frequência cardíaca de 84bpm, frequência respiratória de
20mpm, temperatura retal de 38,1ºC.
Inicialmente a medicação pré-anestésica, constituída da associação de
acepromazina e cloridrato de meperidina, 0,03 e 5 mg/Kg pela via
intramuscular profunda. Anestesia geral induzida com a associação de fentanila
5µg/Kg, cetamina 1mg/Kg, lidocaína 1,5mg/Kg e propofol 2mg/Kg, IV nessa
sequencia. A anestesia geral foi mantida com isofluorano à concentração
alveolar mínima de 1, com vaporizador tipo kettle. A analgesia trasoperatória
deu-se através da infusão contínua, por via intravenosa, da associação de
fentanil 10µg/Kg/h, cetamina 0,6mg/Kg/h e lidocaína 3mg/Kg/h.
Após dissecação e visualização do plexo braquial, momentos antes de ser
seccionado administrou-se uma associação de lidocaína e bupivacaína, 3 e 1
mg/Kg respectivamente, perineural, realizados pelo próprio cirurgião de forma
estéril.
Durante todo o procedimento cirúrgico a paciente apresentou valores de
frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial e oximetria dentro dos
parâmetros fisiológicos.
Antes do término da cirurgia, uma sonda uretral número 6, foi festonada por
toda a extensão da ferida cirúrgica, tomando-se cuidado para que uma festona
permanecesse exatamente sobre o plexo braquial seccionado, esta sonda foi
conectada à uma bomba de pressão negativa. A fixação da sonda foi realizada
por uma sutura festonada com fio não absorvível 2-0. A bomba, de 60 mL de
capacidade e taxa de infusão de 1mL/hora, foi preenchida com bupivacaína
0,5%. A taxa de infusão foi de 5mg de bupivacaína por hora e 120mg por dia,
correlacionado ao seu peso de 29 Kg, recebia aproximadamente 4 mg de
bupivacaína por dia. Ainda à esta taxa de infusão e a bomba tendo seu
reservatório com capacidade de 60 mL, a infusão total levou dois dias e meio.
Foi aplicado uma bandagem com atadura creponada, para proteção da bomba
e da sonda.
No pós operatório a paciente recebeu: meloxicam 0,1 mg/Kg S.I.D.; dipirona
25mg/Kg T.I.D.; tramadol 5mg/Kg T.I.D; durante 07 dias. Para avaliação da dor
foi utilizado a escala de Glasgow, aplicada a cada 4horas no paciente, escores
maiores que 6 seriam avaliados como dor, e então realizado resgate analgésico.
Sendo essas avaliações realizadas no período que a paciente permanecia
436
DISCUSSÃO:
Pela permanência do animal na UHAC, foram possíveis a obtenção de 6 valores
para a escala de Glasgow, cujos resultados foram: 4,4,5,3,2,3. Não
apresentando escores que indicassem dor no paciente. Não foram observadas
demais alterações no paciente.
Durante o pós-operatório foi realizado a troca da bandagem a cada 12horas,
avaliações da ferida cirúrgica e quanto ao nível de dor. Em nenhum momento
apresentou sinais de dor, mesmo durante a troca do curativo e higiene da
ferida cirúrgica que foi realizada com solução de Ringer Lactato, e solução a
base de Clorexidine 2%. Não apresentou episódios eméticos, apresentou
normodipsia, normúria, normofagia e normoquezia. Apresentou equilíbrio em
três patas já no primeiro dia de pós operatório. Conforme pode ser verificado
em vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3DDkGjWLzCE.
Neste caso como não houve, ou houve mínima, sensibilização central dolosa.
Devido à utilização de protocolo eficiente transoperatório somado aos
anestésicos locais antes de ressecção do plexo e infusão continua de
bupivacaína diretamente sobre o plexo e por toda extensão da ferida cirúrgica,
não foram necessários analgésicos mais potentes no pós-operatório. A
bomba e a sonda foram retiradas ao término da infusão pela melhora do
paciente, caso o mesmo ainda se apresentasse debilitado seria reposto o
volume de bupivacaína da bomba, e continuaria até a melhora clínica do
paciente.
O protocolo utilizado composto por FLK transoperatório e infusão contínua de
bupivacaína associada à dipirona, tramadol e meloxicam, mostrou-se eficaz e
sem efeitos colaterais indesejáveis; não se chegou próximo a dose máxima de
bupivacaína que em cães não deve ultrapassar 4mg/Kg (FANTONI, 2011).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o protocolo utilizado composto por FLK transoperatório e
infusão contínua de bupivacaína associada à dipirona, tramadol e meloxicam,
mostrou-se eficaz e sem efeitos colaterais indesejáveis. A analgesia com o uso
da bomba elastomérica é de fácil realização; e por ser um procedimento pouco
relatado, acreditamos que pode ser colocado na rotina da clínica de animais de
companhia, pois propiciou ao paciente deste relato rápida recuperação
REFERÊNCIAS:
437
RESUMO:
Este trabalho objetiva relatar um caso de granuloma eosinofilico diagnosticado
na face de um cão da raça Rotweiller, fêmea com idade de 8 meses. Foi
realizada coleta citológica (imprint) da lesão para avaliação microscópica a qual
revelou presença de grande de eosinófilos, neutrófilos, linfócitos reativos e
células epiteliais sugerindo o diagnóstico de granuloma eosinofilico.
1 INTRODUÇÃO:
Granuloma eosinofilico é uma doença inflamatória cutânea e/ou da mucosa
oral, normalmente relacionada com parasitismo, doenças fungicas,
hipersensibilidade primária (picada de pulga, alimento, atopia) sendo comum
em gatos e considerada rara em cães. É caracterizado por infiltrado celular
denso de eosinófilos, porem neutrófilos, macrófagos possam estar presentes.
Apresenta se como uma elevação firme, rosada e escamosa, aparecendo sobre
a pele intacta e com um grau de alopecia variável, geralmente não causando
prurido. Nos cães é descrita nos pavilhões auriculares, cavidade oral e nos
coxins podais também são mencionadas (ROSENKRANTZ, 1998). Relata-se
haver uma predisposição genética principalmente nas raças Husky Siberiano e
Cavalier King Charles Spaniel (GROSS et al., 2009). A patologia é observada mais
usualmente em animais jovens e do sexo masculino (MILLER et al., 2013).
1
Bolsista PROBIC/FAPERGS - 2015015/2016. Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade
de Cruz Alta. Email: jamylehasan@hotmail.com
2
Professoras do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. pwolkmer@unicruz.edu.br
3
Médica Veterinária, graduada pela Universidade de Cruz Alta.
4 Acadêmica do curso de Agronomia e funcionaria do Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade de Cruz
Alta.
438
METODOLOGIA:
Foi atendido um cão da raça Rotweiller, fêmea com idade de 8 meses
apresentando a aproximadamente uma semana lesões nasais de coloração
avermelhada e com pequenos nódulos cutâneos (Figura 1). Durante o exame
clinico não foram observadas outras alterações. Diante das alterações
apresentadas foi realizada coleta citológica (imprint) da lesão para avaliação
microscópica do padrão celular. Na citologia foi revelado presença de grande
de eosinófilos, neutrófilos, linfócitos reativos e células epiteliais sugerindo o
diagnóstico de granuloma eosinofilico (Figura 1). Foi instituído o tratamento
com corticoide oral (prednisona) na dose 20mg/kg/ sete dias a cada 12h, sete
dias a cada 24h e 7 dias a cada 72h
Embora nos felinos seja uma desordem frequente, o granuloma eosinofílico em
cães é uma patologia incomum. A lesão macroscópica do paciente apresenta-se
como uma elevação firme, rosada e escamosa. Leve grau de alopecia e prurido.
Essa reação ocorre devido a atração de eosinófilos e mastócitos as quais
sofrem degranulação ao menor estímulo de pressão ou traumatismo, sendo
responsáveis pela necrose do colágeno em conjunto com mediadores pró-
inflamatórios, liberam enzimas proteolíticas, produzindo-se uma reação
inflamatória que estruturalmente denomina-se de granuloma (MEDLEAU;
HNILICA, 2003).
O diagnóstico foi baseado na anamnese, no exame clínico e citológico. A
citologia representa uma ferramenta importante para auxiliar no diagnóstico,
ao mostrarem predominância de eosinófilos nas lesões, embora neutrófilos e
microorganismos possam também ser observados em casos de infecção
secundária (MEDLEAU; HNILICA, 2003). Porem, não foi possível ressalta-se a
importância da pesquisa a causa da lesão, principalmente buscando causas
alérgicas e eliminação do agente como, por exemplo, controle da infestação de
pulgas, dieta de eliminação e ambiente livre de mosquitos. A investigação da
causa do problema, em função da busca do tratamento apropriado é essencial,
439
para que não ocorram recidivas. Neste caso, o tratamento mostrou-se eficaz,
ocorrendo reversão completa dos sinais clínicos (Figura 2).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O complexo granuloma eosinofílico em caninos é um grande desafio para os
médicos veterinários, pois mesmo com os avanços no diagnóstico das
dermatopatias essa síndrome continua sendo pouco conhecida e, além disso, a
diversidade de fatores associados à etiologia da doença predispõe a falha
terapêutica.
REFERÊNCIAS:
BARBOSA, A. S.; DEL NERO, B.; AMBROSIO, C. E. Terapia homeopática em
dermatopatias de gatos – revisão de literatura. Acta Veterinaria Brasilica, v. 7,
n. 1, p. 29-37, 2013.
BUCKLEY, L.; NUTTALL, T. Feline eosinophilic granuloma complex – some clinical
carification. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 14, n. 1, p. 471- 481,
2012.
MASON, K.; BURTON, G. Complejo granuloma eosinofilico. In: GUAGUÈRE, E. &
PRÉLAUD, P. Guia Práctica de Dermatología Felina. Merial, 1999, p.12.1-12.9.
MEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de pequenos animais: Atlas Colorido
e Guia Terapêutico. In: __ Miscelânea de enfermidades cutâneas em gatos. São
Paulo: Roca, 2009, Cap. 15, p.249-262.
ROSENKRANTZ, W. S. Dermatite Miliar e Complexo do Granuloma Eosinofílico.
In: BIRCHARD, S. J. & SHERDING, R. G. Manual Saunders-Clínica de Pequenos
Animais. São Paulo: Roca, 1998. p.387-390
440
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
RELATO DE CASO:
441
RESULTADOS e DISCUSSÃO:
442
CONCLUSÃO:
443
REFERÊNCIAS:
Alves C.J.; Andrade J.S.L.; Vasconcellos A.S.; Morals Z.M. Azevedo S.S., Santos
F.A. [2000]. Avaliação dos níveis de aglutininas antileptospira em cães no
município de Patos PB, Brasil. RevBrasCiêncVet, v.7, n.1, 2000. Disponível em:
<http://www.uff.br>/Acesso em: 18/08/2015;
Greene, C. E.; Sykes, J. E.; Brown, C. A.; Hartmann, K. Infectious diseases the
dog and cat. In: GRENNE, C. E.Leptospirosis. 3th ed. St. Louis: Saunders Elsevier,
2006. p. 402-417;
MILLÁN, J.; CANDELA, M.G.; LÓPEZ-BAO, J.V. et al. Leptospirosis in wild and
domestic carnivores in natural areas in Andalusia, Spain.Vector-Borne and
Zoonotic Diseases, v.9, n.5, p.549-554, 2009;
RESUMO:
A hemimelia ou agenesia radial é uma patologia caracterizada por ausência ou grave hipoplasia
do rádio uni ou bi-lateral, causando ao animal claudicação, limitações de locomoção,
deformidade angular do membro afetado. Neste trabalho relatam-se a ocorrência de dois casos
de agenesia bilateral de rádio em felinos sem parentesco, atendidos no serviço de clínica
ambulatorial.
INTRODUÇÃO:
A hemimeliaradial (AH) é uma patologia rara do sistema locomotor, caracterizada por ausência
completa ou hipoplasia severa do rádio, de ocorrência unilateral ou bilateral, classificada dentro
das hemimelias longitudinais, relatadas em humanos (Jezyk, 1985). Os cães, galinhas, ratos,
cabras e gatos são acometidos, entretanto os felinos são os mais afetados (Murciana, Agut et al.,
1999; Mendes, Rausch et al., 2002), sendo o rádio mais diagnosticado em casos de hemimelia
(Mendes, Rauschet al., 2002). Clinicamente, os animais acometidos pela patologia manifestam
claudicação e limitações do membro acometido causadas pela ulna vara e lesões articulares
associadas (Murciana, Agut et al., 1999). A etiologia destas da má formação óssea é incerta, e
tem se relacionados a fatores genéticos, ambientais ou a combinação de ambos (ALAM et al.,
2006;Pimentel, Lisboa et al., 2007), bem como a fatores físicos durante o parto, como
deficiência intra-uterina de cobre, manganês, zinco e compressão fetal (Scott e Mclaughlin,
2007).
RELATO DE CASO:
445
Foram atendidos no ambulatório, dois felinos, sem raça definida, um macho com idade de nove
(09) meses e uma fêmea com três (03) meses. O proprietário do macho relatou que desde a
adoção, aproximadamente 30 dias de idade, o animal apresentava claudicação, encurtamento
e ulna vara dos membros torácicos, locomovia-se em pequenos saltos impulsionados pelos
membros posteriores e apoiava os membros torácicos na região lateral do membro, tocando a
face lateral da articulação carpo-ulnar e intercarpiana no solo. A fêmea apresentava claudicação
e dificuldade de locomoção, ulna vara bilateral e locomovia-se arrastando e apoiando a face
articular lateral de ambas as articulações intercarpianas. Segundo o proprietário a curvatura
estava se acentuando com o passar do tempo. Realizou-se exame clínico, radiológico com
acompanhamento dos casos. Nos pacientes havia instabilidade bilateral das articulações carpo-
ulnares com ulna vara. O macho apresentava ângulo de 63° na articulação carpo-ulnar e a
fêmea ângulo de 45°, compatíveis com a avaliação radiográfica. Havia redução da amplitude de
movimento nas articulações úmero-ulnares e carpo-ulnares de forma bilateral, sem sinais de
dor, além da ausência do primeiro dedo nos quatro membros anteriores avaliados. No macho
havia crepitação na articulação úmero-ulnar. Radiograficamente constatou-se ausência bilateral
total dos rádios nos antebraços e aumento do diâmetro da ulna evidente na diáfise distal em
ambos os animais. Os dois felinos não possuíam o osso carpo radial, carpo acessório e 1°
carpiano. No macho havia luxação úmero-ulnar bilateral e na fêmea sub-luxação úmero-ulnar
bilateral.
DISCUSSÃO:
A AR é uma patologia pouco frequente e pode acometer felinos uni ou bilateral. Nestes casos,
assim como nos casos relatados por Pimentel, Lisboa et al. (2007) e Mendes, Rausch et al.
(2002), a doença foi de ocorrência bilateral,comum nesta espécie e em ambos os sexos. Assim
como outros autores (Murciana, Agut et al., 1999; Mendes, Rausch et al., 2002; Pimentel, Lisboa
et al., 2007) observou-se procura pelo atendimento veterinário em idades variadas, apesar de
se considerar o atendimento aos nove meses tardio para esse tipo patologia. Na forma
bilateral,a doença causa restrição de locomoção grave e deformidade variável dos membros
torácicos também descritos por Murciana, Agut et al. (1999); Pimentel, Lisboa et al. (2007).
Clinicamente a deformidade leva a instabilidade e incongruências úmero-ulnares e carpo-
ulnares, semelhante ao relato de Pimentel, Lisboa et al. (2007), e confirmado
radiograficamente. O agravamento das deformidades angulares com o avançar da idade e
ganho de massa corporal, possivelmente está associado a quadros de luxação da articulação
úmero-ulnar e carpo-ulnar como ocorreram no macho. Lesões semelhantes são relatadas por
Jezyk (1985); Scott e Mclaughlin (2007). No caso da fêmea, o controle ambiental e menor massa
corporal não permitiram a ocorrência de luxação úmero-ulnar dos membros nem sinais lesões
radiográficas de osteoartrose. De acordo com o proprietário da gata, nenhum dos irmãos da
ninhada manifestou a doença, diferente do relatado por Mendes, Rausch et al. (2002)e
Murciana, Agut et al. (1999) onde a doença ocorreu em vários animais da mesma ninhada. Em
relação ao gato macho, não foi possível verificar se a causa foi genética, por desconhecimento
446
do proprietário do histórico familiar. A ausência do osso carpo radial, carpo acessório e primeiro
osso carpiano são achados também descritos por Murciana, Agut et al. (1999) e possivelmente
contribuem para manter o desvio angular. Não se observaram lesões cutâneas nas áreas
utilizadas para apoio do peso nos membros anteriores, achado semelhante publicado por
Mendes, Rausch et al. (2002). As lesões cutâneas não ocorreram em virtude dos pacientes
ficarem em pisos de revestimento cerâmico liso, logo com baixo coeficiente de atrito.
CONCLUSÃO:
A AR é uma patologia que acomete felinos e outras espécies, acarretando incapacidade parcial
de locomoção devido a desvios angulares nos membros anteriores, sendo as ocorrências
bilaterais,nos casosmais graves. Quando não tratadas podem se agravar com a idade, evoluindo
para casos de osteoartrose e luxações articulares, especialmente em animais com sobrepeso.
Orquiectomia ou ovariohisterectomia são recomendadas com vistas a evitar propagaçãoda
doença na população.
REFERÊNCIAS:
JEZYK, P. F. Constitutional Disorders of the Skeleton in Dogs and Cats. Textbook of Small Animal
Orthopaedics. NEWTON, C. D. e NUNAMAKER, D. M. Ithaca: International Veterinary
Information Service 1985.
MENDES, T. C.; RAUSCH, S. F.; CARAPETO, L. P. Hemimelia em felinos - Relato de três casos. XXIX
Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária - CONBRAVET 2002. Gramado - RS. Resumo.
MURCIANA, J. et al. Agenesia de radio en una gata. Clinica Veterinaria de Pequeños Animales,
v. 19, n. 1, p. 47-50, 1999.
PIMENTEL, A. S. et al. Agenesia bilateral de rádio em gato (Felis cati) - Relato de caso. Revista
Universidade Rural - Série Ciências da Vida, v. 27, p. 209-210, 2007.
SCOTT, H. W.; MCLAUGHLIN, R. Feline orthopedic. Barcelona: Manson Publishing, 2007.
Disponível em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=No2sFOQ-
FsgC&oi=fnd&pg=PA3&ots=NXok7kbgb9&sig=_3uWrm67q9ZY8JB7_72W6ijMgLA>. Acesso
em: 27/01/2012.
ALAM, M. R. HEO, S. Y.; LEE, H. B.; KIM, J. H.; PARK, Y. J.; LEE, K. C.; CHOI, I. H.; KIM, N. S. Preaxial
longitudinal intercalary radial hemimelia in a dog: a case report. Veterinarni Medicine, Jeonju,
Republic of Korea, v. 3, n. 51, p. 118-123, 2006.
447
RESUMO:
Este trabalho teve como objetivo verificar com o auxílio de uma câmera
infravermelha o superaquecimento após a aplicação de ultrassom terapêutico
1 e 3 MHz, com intensidade de 1W/cm² em modo contínuo durante 5 minutos
em úberes bovinos ex vivo . Não foi encontrada temperatura média acima de
45ºC em nenhum dos casos.
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
448
O quarto selecionado foi levado ao banho Maria por 15 minutos para atingir a
temperatura média normal do corpo animal vivo entre 38° e 39°C (Abreu et al.,
2011). Posteriormente, a peça foi acomodada em uma superfície termicamente
isolada para aplicação do ultrassom terapêutico, com intensidade de 1W/cm2,
frequência de 1MHz e modo contínuo por 5 minutos, permanecendo o
transdutor estático. A aplicação contou com o auxílio de gel ultrassônico entre
o transdutor e a pele, para um casamento de impedância acústica.
Uma câmera infravermelha modelo Flir Systems AB (Flyr ®) foi utilizada para a
obtenção de imagens térmicas antes, durante e após a aplicação, a 32,5cm da
superfície do úbere. As imagens foram transferidas para um microcomputador
e analisadas com o auxílio do software Flir Tools, que permite calibrar a faixa
de temperatura e visualizar os valores máximo, mínimo e a média de uma área
selecionada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
A frequência de 3MHz aqueceu mais que 1MHz porém não foi capaz de causar
lesão tecidual por aquecimento acima de 45ºC. Desta forma, viabilizando a
aplicação do ultrassom terapêutico com resultados positivos no tratamento de
doenças mamárias. Mais estudos precisam ser realizados para se verificar a
profundidade do aquecimento em corte transversal.
REFERÊNCIAS:
KONIG, H. E.; LIEBICH, H.-G. Anatomia dos Animais Domésticos. 4a. ed. 2011.
LOBATO, Z. et al. Surto de varíola bovina causada pelo vírus Vaccinia na região
da Zona da Mata Mineira. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v. 57, n. 4, p. 423–429, 2005.
LOW, J.; REED, A. Eletroterapia Explicada Princípios e Prática. 3. ed. São Paulo:
2001.
RESUMO:
O objetivo desse trabalho foi determinar o perfil de resistência aos
antimicrobianos de bactérias isoladas de amostras obtidas de cães e gatos
atendidos em Hospital Veterinário, utilizando-se o método de disco-difusão e
cálculo de múltipla resistência antimicrobiana (MRA). Detectou-se múltipla
resistência antimicrobiana em 72,55% (37/51) das cepas analisadas. Com média
de MRA de 0,51. Destacam-se os percentuais (> 50%) de resistência aos
antimicrobianos Enrofloxacina, Ciprofloxacina, Norfloxacina, Amoxilicilina,
Ampicilina e Azitromicina. Observou-se maior sensibilidade aos
antimicrobianos bactericidas Amoxicilina com Clavulanato, Cefalexina e
Ceftriaxona. O alto índice de múltipla resistência observada comprova a
necessidade do uso racional de antimicrobianos aliados aos testes de
sensibilidade visando à resposta terapêutica e a redução do desenvolvimento
de resistência bacteriana.
INTRODUÇÃO:
Os antimicrobianos são amplamente utilizados na rotina das clínicas
veterinárias, sendo o uso indiscriminado um dos principais fatores relacionados
ao desenvolvimento da resistência bacteriana (Mota, 2005). A medicina
veterinária tem papel importante no controle da resistência cruzada aos
antimicrobianos de uso veterinário e humano (Sfaciotte, 2014). Com isso,
objetivou-se determinar o perfil de resistência aos antimicrobianos de
bactérias isoladas de amostras obtidas de cães e gatos atendidos em Hospital
Veterinário.
451
MATERIAL E MÉTODOS:
As amostras (n=69) constituídas de secreção conjuntival, vaginal, nasal,
peniana, gengival, uterina, feridas, ouvido e urina eram provenientes de cães e
gatos atendidos entre janeiro a julho de 2015, na rotina do Hospital
Veterinário.
Os isolados bacterianos foram identificados por observação das características
culturais, morfológicas, tintoriais e bioquímicas, conforme Anvisa (2013), e
submetidos a teste de sensibilidade antimicrobiana por teste Disco-Difusão
(CLSI, 2008). Foi calculado o índice de múltipla resistência antimicrobiana
(MAR) dos micro-organismos (MAR > 0,2 = multirresistência)
(Krumperman,1983).
RESULTADOS:
Houve isolamento bacteriano em 76,81% (n=53/69) das amostras, dentre estas
41,51% (n=22/53) bactérias Gram-negativas e 58,49% (n=31/53) bactérias
Gram-positivas. A bactéria isolada com maior prevalência foi do gênero
Staphylococcus 56,60% (n=30/53), seguido de Escherichia coli
18,87%(n=10/53), Proteus 5,66% (n=03/53),Serratia 5,66% (n=03/53),
Enterobacter 3,77% (n=02/53), Citrobacter 3,77% (n=02/53), Klebsiella 1,89%
(n=01/53), Pantoea aglomerans 1,89% (n=1/53) e Streptococcus 1,89%
(n=01/53).
Foi realizado Teste de sensibilidade aos antimicrobianos em 51 bactérias
isoladas, sendo detectada MRA em 72,55% (n=37/51) das cepas analisadas.
Com média de MRA de 0,51.
DISCUSSÃO:
A prevalência de MRA observada nas amostras estudadas salienta a
preocupação com o uso coerente de antimicrobianos na clínica veterinária.
Destacam-se os percentuais (> 50%) de resistência aos antimicrobianos da
classe das Fluorquinolonas (Enrofloxacina, Ciprofloxacina e Norfloxacina) que
conforme Spinosa et al. (2014) vem sendo amplamente utilizadas em Medicina
veterinária justificada a frequência relativamente pequena de resistência.
Observou-se percentual maior de sensibilidade aos antimicrobianos
bactericidas (Amoxicilina com Clavulanato, Cefalexina e Ceftriaxona), justificada
pelo amplo espectro de ação e com efetividade sobre micro-organismos que
teoricamente podem conter mecanismos enzimáticos de resistência (Spinosa et
al., 2014).
CONCLUSÃO:
452
RESUMO:
A alimentação natural é uma opção de nutrição para cães, gera dúvidas sobre
sua eficácia quando comparada à ração comercial, principalmente com relação
às necessidades diárias de nutrientes adequados ao cão. Pensando nisso,
preparamos uma farinha a partir de ingredientes de uma receita de
alimentação natural, traçamos o perfil bromatológico e comparamos com o
perfil nutricional descrito em uma embalagem de ração comercial. Foram
obtidas quantidades similares de matéria seca, matéria mineral, umidade,
extrato etéreo e fibra bruta. Já na proteína foram obtidos valores maiores na
alimentação natural. Tanto na análise bromatológica como o descrito na
embalagem estão de acordo com o exigido pela legislação e com o
requerimento nutricional de um animal adulto, diferindo apenas os
ingredientes, a alimentação natural não contém sintéticos, corantes ou
aditivos. Com a viabilidade de transformar essa farinha em peletes, obteríamos
uma ração seca completamente natural.
INTRODUÇÃO:
MÉTODOS:
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
CONCLUSÃO:
Concluímos pelas análises que a alimentação natural é uma boa forma de nutrir
o cão e que para a produção de uma ração seca a partir desta, será necessário
seguir com as pesquisas, utilizando novos ingredientes e testando a aceitação
dos cães.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
455
ANGÉLICO, Sylvia. Alimentação Natural Cozida para Cães. 2015. Disponível em:
<http://www.cachorroverde.com.br/index.php/caes/dieta-cozida-para-caes/>.
Acesso em: 23/04/2015.
AGRADECIMENTOS:
RESUMO:
Feridas cutâneas de grande extensão e que apresentam grande perda de
viabilidade do tecido podem demorar muito tempo para reepitelizarem por
segunda intenção. Esses casos são os mais indicados para a utilização de
456
INTRODUÇÃO:
As lesões traumáticas são frequentes na medicina veterinária e normalmente
requerem o emprego de técnicas reconstrutivas, dentre elas destacam-se os
retalhos de pele. Classificados em retalho do plexo subdérmico, o qual é
alimentado pelos ramos terminais das artérias cutâneas diretas, associadas à
camada do músculo cutâneo, e retalho de padrão axial que incorpora uma
artéria e uma veia cutânea direta (Slatter, 2007). Um dos retalhos de padrão
axial é o retalho da artéria caudal lateral, a qual surge na borda caudal do
músculo coccígeo, passando caudodorsalmente entre o músculo glúteo
superficial e a cauda. Alguns de seus ramos se anastomosam com a artéria
caudal mediana, a qual percorre caudalmente na fáscia caudal profunda, dorsal
aos processos transversos das vértebras caudais (Sisson et al., 1986). Em um
estudo experimental com retalhos caudais realizado com 10 cães, notou-se
78% de sobrevida do retalho para fechamento de feridas caudodorsais do
tronco (Siamak et al., 2005).
RELATO DE CASO:
Foi atendido em um Hospital Veterinário Universitário, na cidade de Curitiba-
PR, um felino, sem raça definida, fêmea, de cinco meses de idade com histórico
de laceração cutânea em região perianal glútea esquerda. Ao exame físico o
paciente apresentava todos os sinais vitais dentro dos valores de normalidade.
À palpação retal, notou-se uma pequena laceração na parede lateral esquerda
do reto.
457
DISCUSSÃO:
Para a realização do retalho deve-se realizar uma incisão na linha média dorsal,
ao longo do comprimento da cauda, para cobrir defeitos dorsocaudais,
conforme laceração apresentada neste relato; ou uma incisão na linha média
ventral, para cobrir defeitos proximais ao membro pélvico e períneo (Castro et
al., 2015). O comprimento máximo estimado do retalho é o terço proximal da
cauda (Pavletic, 2007), mensuração esta respeitada no presente trabalho.
Uma vez que a pele da cauda tenha sido liberada, realiza-se a amputação da
cauda entre segundo ou terceiro espaço intervertebral caudal. O retalho é
transposto no defeito e os tecidos subcutâneos e pele são apostos em padrões
interrompidos, utilizando respectivamente fio absorvível de monofilamento e
fio inabsorvível (Castro et al., 2015), conforme realizado neste relato.
Conforme relatam Bohling et al. (2006), a cicatrização de feridas de gatos é
bem mais lenta, quando comparada aos cães, portanto os autores deste relato
optaram pela retirada dos pontos no décimo nono dia pós-operatório, quando
demonstrou completa cicatrização da ferida cirúrgica.
CONCLUSÃO:
458
Conclui-se que o retalho de padrão axial das artérias caudais laterais é eficaz
para a síntese de defeitos cutâneos em região tronco caudo-dorsal de felinos.
REFERÊNCIAS:
BOHLING, M.W.; HENDERSON, R. A. Differences in Cutaneous wound healing
between dogs and cats. Veterinary Clinics Small Animal Practice, 36(4):687-92.
2006.
CASTRO, J.L.C.; HUPPES, R.R.H.; DENARDI, A.B.; PAZZINI, J.M. Princípios e
técnicas de cirurgias reconstrutivas da pele de cães e gatos (Atlas colorido).
Curitiba: Medvep, 2015.
PAVLETIC, M.M. Enxertos Pediculados. In: SLATTER, D. Manual de Cirurgia de
Pequenos Animais. 3. ed. São Paulo: Manole, 2007.
SIAMAK, S.; RAHIM, H.; MEHDI, N. Axial Pattern Flap Based on the Lateral
Caudal Arteries of the Tail in the Dog: An Experimental Study. Veterinary
Surgery. Vol. 34, Issue 5, pages 509–513, 2005.
SISSON, S.; GROSSMAN, J.D. Anatomia dos animais domésticos. 5ª ed, v.2, Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986.
459
Canino, da raça Blue Hiller, macho, oito anos e castrado, foi atendido com
queixa de tosse e secreção nasal purulenta há 30 dias. O exame clínico
evidenciou parâmetros vitais normais, hemograma, bioquímica sérica e
radiografia torácica sem qualquer alteração. Foi então, prescrito amoxicilina
com clavulanato por sete dias e solicitado retorno para exames
complementares. Após 60 dias, o paciente retornou com epistaxe. Foi
anestesiado para radiografia dos seios nasais e citologia esfoliativa com swab
nasal profundo, no qual, foi evidenciada diminuição da radiopacidade dos seios
nasais e perda de definição das conchas etmoidais (rinite destrutiva) e processo
inflamatório crônico. Permanecendo com tratamento antibacteriano. Após 30
dias o paciente ainda apresentava epistaxe. Foi então realizado coleta de
secreção nasal profunda com swab estéril para micologia. Após 10 dias o
resultado foi positivo para Aspergillus sp.
Foi prescrito itraconazol 10mg/Kg SID por 90 dias e realizado uma única infusão
nasal de clotrimazol 1% em ambas as cavidades nasais durante 90 minutos.
Esse procedimento foi realizado com o paciente sob anestesia geral, indução
com propofol e manutenção com isoflurano. O paciente foi colocado em
decúbito dorsal, a nasofaringe foi cateterizada e ocluída com um cateter de
foley número 12 para evitar aspiração da solução. Uma sonda uretral número 8
foi introduzida em cada cavidade nasal e acopladas em equipo ligado ao frasco
da solução de clotrimazol. Antes da infusão as duas narinas foram ocluídas com
sonda de foley número 8. Após a infusão e durante o tratamento oral com
itraconazol o paciente ficou livre dos sintomas, mas após 60 dias do término da
medicação oral, voltou a apresentar secreção nasal purulenta que respondeu
bem a antibioticoterapia. Entretanto, outras recidivas de secreção nasal
purulenta sem a presença de epistaxe ocorreram e foram tratadas com
antibióticos baseando-se em exames de cultura e antibiograma da secreção
nasal.
DISCUSSÃO:
A infusão de clotrimazol a 1% foi eficaz nesse caso, porém, não é
constantemente utilizado, apesar de descrito na literatura como sendo a
melhor opção de tratamento (Burbidge, 1997; Mathews, 1998). A principal
complicação foi a rinite bacteriana crônica após o tratamento antifúngico. Isso,
provavelmente devido à demora no diagnóstico definitivo e pela aspergilose
nasal cursar com processo destrutivo, o que favorece a infecção bacteriana
secundária da microbiota nasal (Couto, 2001; Sanches, 2007).
CONCLUSÃO:
461
RESUMO:
Os nutrientes são conduzidos através de uma extensa e complexa rede vascular
até o fígado, considerado órgão central do metabolismo devido as reações de
biotransformação que intermedia. O desvio portohepático acarreta em uma
deficiência no aporte desses nutrientes, que ao atingirem a circulação sistêmica
previamente à metabolização hepática podem ocasionar quadros de
intoxicação, principalmente por hiperamonemia. O objetivo do atual estudo é
relatar um caso de shunt portocaval extra-hepático. Um canino com queixa de
andar compulsivo em círculos foi diagnosticado com shunt através da
ultrassonografia, de forma que a terapêutica conservadora baseada no manejo
462
INTRODUÇÃO:
RELATO DE CASO:
Foi atendido, no dia 15/07/2015 um cão da raça Pug, com 4 meses de idade em
uma clínica veterinária na cidade de Toledo-Pr. Na anamnese o tutor relatou
que 30 dias antes da consulta o animal apresentou vômitos e hiporexia por 5
dias consecutivos, ocorrendo melhora clínica sem intervenção terapêutica e
que há 10 dias o paciente havia iniciado um quadro de andar compulsivo
esporádico de caráter progressivo, relatou ainda que a sintomatologia era mais
evidente após as refeições e não presenciou nenhum quadro convulsivo. Outro
veterinário havia instituído corticoterapia no paciente sem sucesso. O exame
463
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
1. BAAD,S.; AUPPERLE, H.; GREVEL, V.; SCHOON, H.A. Histopathological and
Immunohistochemical Investigations of Hepatic Lesions Associated with
Congenital Postossystemic Shunt in Dogs. J. Comp. Path., vol. 134, p. 80-90,
2006.
2. BARTGES, J.W.; WILLIS, A.M.; POLZIN, D.J. Hypertension and renal disease.
Veterinary Clinics of North America: Small animal practice, v.26, n.6, p.1331-
1345, november, 1996.
3. BASS, N.M.; MULLER, K.D.; SANYAL, A.; SIGAL, S.; SHEIKH, M.Y.; BEAVERS, K.;
FREDERICK, T.; TEPERMAN, L.; HILLEBRAND, D.; HUANG, S.; MERCHANT, K.;
464
RESUMO:
A Síndrome de Ehlers-Danlos é uma desordem congênita rara, ocasionada por
distúrbios do colágeno que resultam em fragilidade e hiperextensibilidade
dérmica, hérnias e hiperflexibilidade articular. O objetivo é descrever o caso de
um cão, maltês, filhote, com histórico de lacerações ao mínimo trauma e
hematomas. O paciente também foi acometido por hérnia inguinal , a qual foi
reparada cirurgicamente por duas vezes. No exame histopatológico da pele,
observou-se diminuição do número de fibras colágenas, desordem na estrutura
e raros feixes de fibras com acentuada fragmentação. Os achados
histopatológicos e clínicos foram compatíveis com a Síndrome de Ehlers-
Danlos.
INTRODUÇÃO:
A Síndrome de Ehlers-Danlos, bem documentada em medicina humana,
também chamada astenia cutânea, compreende um grupo heterogêneos de
doenças, que são caracterizadas pela fragilidade do tecido conjuntivo e por
manifestações cutâneas, em ligamentos, articulações, vasos sanguíneos e
órgãos internos, devido a desordem nas fibras de colágeno (Malfait & Paepe,
2014).
Na medicina veterinária, doenças do tecido conjuntivo semelhantes à Sindrome
de Ehlhers-Danlos têm sido reportadas em várias espécies como vacas leiteiras,
cavalos, gatos, coelhos e ovelhas. Em cães, colagenopatias foram descritas nas
raças Boxer, Beagle, Corgie, São Bernardo e Dachshund (Paciello et al., 2003).
O presente relato de caso descreve a ocorrência da Síndrome de Ehlers-Danlos
em cão da raça maltês, associada à hérnia inguinal.
RELATO DE CASO:
466
Um cão da raça maltês com quatro meses de idade, macho, com peso de 3,0
kg, foi atendido com histórico de lesões e hematomas. Na avaliação física, foi
observado hematoma generalizado em membro torácico esquerdo e tórax,
lesão lacerada em membro torácico direito. Outras alterações foram
observadas no paciente, como luxação de patela bilateral, hérnia umbilical,
hiperflexibilidade articular em todos os dígitos, além de hiperextensibilidade da
pele. Os demais parâmetros avaliados foram: freqüência cardíaca 124 bpm,
freqüência respiratória 36 mpm, temperatura retal 38,2oC, tempo de
preenchimento capilar 2 segundos, mucosas normocoradas, sendo todos os
parâmetros dentro da normalidade para a espécie e idade do paciente.
Foi colhido sangue por punção jugular para hemograma e exames bioquímicos,
que não resultaram em alterações. Houve o aparecimento repentino de hérnia
inguinal, que foi corrigida por herniorrafia com acesso paramediano. No pós
operatório foi administrado cloridrato de tramadol (2mg/Kg), meloxicam (0,1
mg/Kg), dipirona sódica (25mg/Kg), durante cinco dias, e cefalexina (25mg/Kg)
durante 14 dias.
Após 36 dias da primeira herniorrafia, o paciente foi acometido por outra
hérnia inguinal, contralateral a anterior. Foi submetido à cirurgia para
herniorrafia no dia seguinte, com acesso paramediano. Durante o
procedimento cirúrgico, colheu-se um fragmento de biopsia cutâneo que foi
fixado em formol 10% para envio ao laboratório. Os achados histopatológicos
foram epiderme com adelgaçamento leve e ortoqueratose em trançado de
cesto. A derme estava adelgaçada, exibia edema profuso e infiltrado
inflamatório perivascular. As fibras de colágeno distribuíam-se de maneira
pouco organizada, espessadas, encurtadas e anfifílicas. Decorridos quarenta
dias, o paciente foi submetido a duas cirurgias para herniorrafias perineais.
Atualmente apresenta lacerações cutâneas freqüentes, luxações em
articulações coxo-femorais e patelares bilaterais. Desenvolveu-se dentro do
padrão racial, é ativo e não demonstra sinais de dor. Como manejo foi
instituído o uso de roupa para proteção dos membros e tórax, restrição de
espaço e piso macio para evitar contusões.
DISCUSSÃO:
Por ser uma alteração genética rara, encontram-se poucos relatos na medicina
veterinária sobre a Síndrome de Ehlers-Danlos. Vale ressaltar que as
necessidades especiais (reparos cirúrgicos, curativos, manejo adequado) são
cuidados constantes, pois se trata de uma síndrome que não tem cura. O
padrão histopatológico unido ao histórico clínico foi compatível com a
Síndrome de Ehlers-Danlos (astenia cutânea). Os achados estão de acordo com
467
o relatado na literatura para cães com a síndrome Medlau & Hnilica (2003),
Barrera et al. (2004), Andrade et al.(2008).
O animal relatado, além de sinais cutâneos, foi acometido por hérnia inguinal
bilateral e perineal. Sinais clínicos que corroboram com Menezes et al.(2007) e
Kanayama et al. (2013). Ambos os autores descreveram fragmentação e
desorganização das fibras colágenas associado ao acometimento de hérnias
perineais.
Verin et al. (2015) referiram o comprometimento dos vasos em cão com morte
súbita, após ruptura da artéria subclávia. Os hematomas apresentados pelo
animal do presente relato podem ter sido conseqüência da Síndrome de Ehlers-
Danlos, uma vez que a fragilidade vascular é resultante do distúrbio de
colágeno na parede dos vasos (Malfait & Paepe, 2014).
A hipermobilidade articular do paciente relato foi justificada pela deficiência de
colágeno, importante componente da matriz óssea, ligamentos, tendões,
fáscias e cápsulas articulares e cartilagens (Kerr, 2000). As alterações
evidenciadas nas fibras colágenas seriam responsáveis pela redução da tensão
do tecido conjuntivo, seja ele cutâneo, articular ou vascular (Nomura et al.,
2003).
CONCLUSÕES:
A Síndrome de Ehlers-Danlos é um distúrbio congênito raro. Os achados
clínicos e histopatológicos confirmaram a Síndrome de Ehlers-Danlos no cão.
Embora esta enfermidade não tenha cura, o correto manejo ambiental e
cuidados com o paciente pode assegurar boa qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, S.F.; TOSTES, R.A.; SANCHES, O.; et al. Astenia cutânea em gato
(relato de caso). Ciência Animal Brasileira, v.9, n.2, p. 524-528, 2008.
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468
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with fatal spontaneous vascular rupture in a dog. Journal of Comparative
Pathology, v. 152, p.211-216, 2015.
RESUMO:
A síndrome de Evans é uma doença em que o paciente apresenta
simultaneamente anemia hemolítica e trombocitopenia imunomediadas. A
sintomatologia é semelhante à da anemia e da trombocitopenia, o que pode
acarretar em erros diagnósticos por falta de conhecimento da doença. Tendo
em vista que é um assunto pouco abordado em medicina veterinária, este
trabalho teve por objetivo realizar uma breve revisão sobre síndrome de Evans
em cães.
INTRODUÇÃO:
A presença concomitante de anemia hemolítica e trombocitopenia
imunomediadas é definida pelo termo Síndrome de Evans (Harvey, 2001). É
uma doença que afeta animais na faixa de 2 a 12 anos, mais comum em
fêmeas, sendo Cocker Spainel e Schnauzer Miniatura as raças mais
predispostas (Scott-Moncrieff, 2001). Objetivou-se com esta revisão sobre
síndrome de Evans, salientar a importância de seu estudo contribuindo assim
para que sejam minimizados os erros de interpretação de exames e
diagnósticos.
DESENVOLVIMENTO:
469
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A síndrome de Evans é uma doença imunomediada de prognóstico reservado, e
causas pouco conhecidas, geralmente de ordem idiopática. É um assunto
pouco abordado na área veterinária, o que ocasiona erros. Possui diagnóstico
rápido e prático, associando informações clínicas aos dados laboratoriais. Uma
das medidas terapêuticas a serem adotadas consiste na administração de
imunossupressores.
REFERÊNCIAS:
BALCH, A.; MACKIN, A. Canine immune-mediated hemolytic anemia:
pathophysiology, clinical signs, and diagnosis. Compendium on
Continuing Education for the Practising Veterinarian, v.4, p.217-25, 2007.
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1999). Journal of the American Veterinary Medical Association, v.216, n.9, p.
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THRALL, M.A.; WEISER G.; ALISSON R.W. et al. Veterinary hematology and
clinical chemistry. In: Thrall M.A. 2.ed. John Wiley & Sons, 2012, Cap 8, p 90-94.
RESUMO:
As síndromes mielodisplásicas (SMD) são um grupo de doenças hematológicas
clonais adquiridas, descritas em cães, gatos, cavalos e humanos, que se
originam a partir de mutações genéticas adquiridas em células-tronco
hematopoiéticas. Este trabalho visa esclarecer os sinais clínicos, exames
auxiliares para o diagnóstico e tratamento da SMD. O presente estudo relata
um cão que apresentou ao exame hematológico anemia não-regenerativa
grave, azotemia e alteração hepática. No exame de mieolograma, foi
observado alterações na morfologia dos eritrócitos (diseritropoese), com
células eritróides megaloblásticas, fragmentação do núcleo da célula eritróide e
assincronia de maturação nuclear e citoplasmática, sendo diagnosticado com
SMD por anemia refrataria (AR).
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Para a realização deste estudo, foi selecionado um cão, fêmea, Golden
Retriever, de 11 anos, diagnosticado com síndrome mielodisplásica com
anemia não regenerativa persistente e maturação anormal das células
eritróides na medula óssea. O paciente obtinha histórico de êmese, apatia e
melena, apresentando ao exame físico taquipneia, taquicardia e mucosas
pálidas. Solicitou-se hemograma, contagem de reticulócitos, exames
bioquímicos de avaliação hepática, renal, proteína total, albumina, globulina e
ferro. O paciente foi submetido ao exame de mielograma devido a persistência
do quadro anêmico. Após um período de quase um mês na tentativa de
tratamento clínico e cirúrgico sem resposta, o animal veio a óbito.
DISCUSSÃO:
O primeiro hemograma constatou anemia severa normocítica normocrômica e
sem regeneração. Na série eritróide verificou-se níveis abaixo dos valores de
referência em todas as amostras analisadas. O paciente foi também submetido
a um protocolo terapêutico para anemia-hemolítica-autoimune, com
prednisona (3mg/kg/BID).
Na medula óssea constatou-se presença de alterações na morfologia dos
eritrócitos (diseritropoese), com células eritróides megaloblásticas,
fragmentação do núcleo da célula eritróide, metarubrócito macrocítico e com
citoplasma hemoglobinizado, ausência de eritrócitos policromatófilos,
assincronia de maturação nuclear e citoplasmática, metarubrócito binucleado e
com citoplasma hemoglobinizado, com muito citoplasma em relação ao núcleo.
473
CONCLUSÃO:
A síndrome mielodisplásica é de difícil diagnóstico, sua etiologia muitas vezes
não é descoberta, o acompanhamento clínico-laboratorial é necessário para o
diagnóstico das SMD, com avaliação de hemograma (com contagem de
reticulócitos) e avaliação da medula óssea em citologia (mielograma), são de
fundamental importância para chegar ao diagnóstico definitivo. Poucos relatos
são retratados em medicina veterinária, sendo necessários mais estudos para
que seja cada vez mais difundida como diagnóstico diferencial das citopenias
sanguíneas.
REFERÊNCIAS:
BLUE, J.T. Myelodysplasia: Differentiating Neoplastic from Nonneoplastic
Syndromes of Ineffective Hematopoiesis in Dogs. Toxicologic Pathology, vol. 31
(Suppl.), 2003.
MCMANUS, M. P. Classification of myeloid neoplasms: a comparative review.
Veterinary Clinical Pathology. vol. 34, n. 3, 2005.
STOKOL, T. et. al. Idiopathic pure red cell aplasia and nonregenerative immune-
mediated anemia in dogs: 43 cases (1988 – 1999). J Am Vet Med Assoc, 216:
1429 – 1436, 2000.
THRALL, M.A.; WIESER, G.; JAIN, N. Avaliação laboratorial da medula óssea. In:
THRALL, M.A. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 1.ed. São Paulo:
Roca, Cap. 13, p. 141-169, 2007.
475
Foram utilizados 13 coelhos da raça Nova Zelândia pesando em média 1,693 kg.
Os animais foram submetidos a procedimento cirúrgico para realização defeito
ósseo na tróclea de ambos os membros.
As imagens termográficas foram obtidas antes do procedimento (T0), após o
procedimento (T1) e 7 dias após o procedimento (T2), no momento de cada
foto foi realizado exame clínico do ferimento cirúrgico.
Os valores de temperatura (°C) obtidos transformados em médias e
submetidos a análise de variância com o auxílio do software BioEstat 5.3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os valores obtidos diferiram estatisticamente (p<0,01) com 35.4; 29.8 e 39.3
para T0, T1 e T2 respectivamente.
As variações de temperatura entre os momentos T0, T1 e T2 observados na
termografia mostram as alterações circulatórias e sua relação com as emissões
infravermelhas (Roberto & Souza 2014).
Após o procedimento cirúrgico (T1) houve diminuição da perfusão sanguínea
devido a hemorragia causada pela própria natureza do procedimento, a
diminuição da perfusão levou a uma consequente diminuição de temperatura.
O momento T2 foi marcado por um aumento de temperatura superior a todos
os outros momentos, isso devido ao aumento da circulação sanguínea mediado
por sinalizadores como histamina e prostaglandina, que atuam principalmente
na primeira fase do processo inflamatório.
As alterações na temperatura observadas com o auxílio da termografia foram
acompanhadas por avaliação clínica, onde foram observados outros sinais de
inflamação, como rubor, aumento de volume e dor (Tazima et al., 2008).
O diferencial e potencial da termografia em identificar processos inflamatórios
se baseia justamente na sua capacidade de mapear as emissões infravermelhas
das dinâmicas circulatórias, principalmente pelo fato do calor ser o primeiro
sinal inflamatório, surgindo antes mesmo de qualquer outro sinal clínico
(Gavrila 1999; Roberto & Souza 2014).
CONCLUSÃO:
A termografia se mostrou eficaz em complementar o diagnóstico de processos
inflamatórios, sendo recomendado sua utilização.
REFERÊNCIAS:
479
1
Médico Veterinário Residente em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais –
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia / Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul; Campo Grande – MS, Brasil. Email: mvt.leandro@gmail.com
2
Médico Veterinário em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais – FAMEZ/UFMS
Email: Paulo.jardim@ufms.br
3
Médico Veterinário Residente em Diagnóstico por Imagem – FAMEZ/UFMS.
Email: munirazambuja@terra.com.br
4
Docente de Cirurgia e Anestesiologia de Pequenos Animais – FAMEZ/UFMS
Email: eric.s.rondon@ufms.br
5
Docente de Clínica Médica e Terapêutica de Pequenos Animais –
FAMEZ/UFMS. Email: mariana.palumbo@ufms.br
RESUMO:
A discopatia toracolombar é uma doença habitual na área de neurologia de
pequenos animais que afeta predominantemente cães de raças
condrodistróficas. A alteração é provocada pela degeneração do disco
intervertebral, podendo ocorrer a extrusão ou a protusão, que causa
compressão de cordão espinhal e aprisionamento de raízes nervosas. Os sinais
clínicos são determinados por fatores anatômicos e cronológicos, relacionados
aos efeitos da alteração discal voltada para o tecido nervoso adjacente. A
acupuntura pode ser utilizada em afecções do disco intervertebral com o
intuito de controlar a dor, normalizar as funções motoras e sensoriais e as
480
INTRODUÇÃO:
A doença do disco intervertebral é a síndrome neurológica de ocorrência mais
frequente em cães, especialmente prevalente nos animais de raças
condrodistróficas, provocado pela degeneração do disco intervertebral e a
protusão ou extrusão no interior do canal vertebral, podendo levara um
comprometimento direto da medula espinhal (STILL, 1989; SCOTT & MCKEE,
1999; GARIBALDI, 2003; MIYAZAWA, 2005;TOOMBS e WATERS, 2007;SEIM III,
2008; BRISSON, 2010;BERGKNUTet al, 2013).Os corpos vertebrais de C2-S1 e todas
as vértebras coccígeas são interconectadas pelo disco intervertebral formado
por núcleo pulposo central, anel fibroso, zona de transição e cartilagem [Figura
01](BRISSON, 2010; DYCE et al, 2010; BERGKNUTet al, 2013).
METODOLOGIA:
Foi atendido no Hospital Veterinário FAMEZ, Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, um canino da raça daschund, macho de nove anos de idade,
apresentando dor em região toracolombar há uma semana e emagrecimento
progressivo. Ao exame físico o animal apresentou intensa
sensibilidadedolorosa à palpação da região de T13 a L3. Nos membros
posteriores, foi notada apresentava discreta ataxia proprioceptiva, reflexos
espinhais aumentados e diminuição das reações posturais, como saltitar
lateral, posicionamento tátil e visual. As sensibilidades superficial e profunda
estavam inalteradas nos quatro membros. Não foram observadas alterações
em nervos cranianos, no nível de consciência e nos reflexos e reações posturais
dos membros anteriores.
Foi realizado exame radiográfico complementar da região toraco-lombar, que
evidenciou diminuição dos espaços intervertebrais entre [L1-L2] (Figura 2).
Como tratamento até o determinado momento, foram prescritos cinco dias de
meloxicam (0,1mg/kg por via oral) e realizadas duas sessões de acupuntura
com estimulação dos pontos (VG24,Bx21, Bx22, Bx23, Bx24, Bx40, Bx60, E36,
R3, Bai Hui, Yin Tang). Foi recomendado repouso de 30 dias e orientado para
restrição de exercícios físicos. O animal apresentou melhora no caminhar e
diminuição da dor na região afetada 10 dias após início do tratamento,
colaborando com a qualidade de vida do paciente.
DISCUSSÃO:
As lesões toracolombares representam 84 a 86% dos problemas de discos
intervertebrais em cães, ocorrendo comumente entre T11-T12 e L1-L2,
acometendo principalmente cães de raças condrodistróficas e apresentando
sinais clínicos neurológicos variados dependendo do grau de compressão
medular (SCOTT & MCKEE, 1999; WHEELER & SHARP, 2005; TOOMBS &
WATERS, 2007; SEIM III, 2008; BRISSON, 2010), corroborando com o animal
previamente relatado.
482
CONCLUSÕES:
Este relato permite concluir que o uso da acupuntura associada a
antiinflamatório não-esteroidal e repouso foram eficazes para aliviar a dor e
483
REFERÊNCIAS:
BERGKNUT, N.; SMOLDERS, L.A.; GRINWIS, G.C.M.; HAGMAN, R.; LAGERSTEDT,
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Animal Practice. 40,417-422, 1999.
484
RELATO DE CASO:
Cão da raça Teckel, macho, seis anos, 10,6 Kg, apresentou ao exame
neurológico, estado mental normal, ataxia proprioceptiva em membros
pelvicos, reflexo (r) patelar aumentado bilateral, r.flexor presente nos 4
membros, r. perineal presente e dor a palpação em região toracolombar e
retenção urinária. No exame radiográfico sedado, observou-se opacificação de
forâmen intervertebral em T13- L1, e calcificações de discos intervertebrais em
T12-13, T13-L1, L1-2, L2-3 e L3-4 e discretos osteófitos ventrais ao longo da
coluna toracolombar. O tratamento instaurado foi o conservativo, com
restrição total de espaço por 30 dias e movimentação. Administrado
prednisona 2mg/kg na seguinte forma: BID por dois dias, após SID durante 3
dias e a cada 48 horas por 4 dias, Etna® (2,5 mg/kg SID) e cloridrato de
tramadol (3 mg/kg TID), ambos até novas recomendações. Após 15 dias do
início do tratamento, houve evolução do quadro para grau V. Devido à
impossibilidade do proprietário em realizar a cirurgia, o paciente seguiu em
tratamento conservativo até a possibilidade de intervenção cirúrgica. O
tratamento que se seguiu apenas foi Etna®, fisioterapia e acupuntura, porém
sem mudança no quadro neurológico. Realizada tomografia computadorizada
em região de coluna toracolombar, que confirmou estenose de
aproximadamente 90% do canal medular ventro lateral esquerdo. A
hemilaminectomia foi realizada 52 dias após diagnóstico inicial permanecendo
sob cuidados intensivos por 48 horas, pelo risco de mielomalácia pós-
operatória. Administrado cloridrato de tramadol, 3mg/kg TID por 5 dias,
meloxicam 0,1 mg/kg SID por 5 dias, cefalexina 30mg/kg BID por 10 dias, Etna®
1 comprimido, SID por 120 dias. Não foi observada nenhuma complicação pós
operatória. Sete dias após a cirurgia, paciente já não apresentava mais sinais de
dor em coluna toracolombar e apatia. Em 15 dias, houve melhora do tônus
muscular. Em 30 dias, os membros pélvicos começaram a apresentar sinas de
resposta a estímulo, com início de movimentação inconsciente (resposta
medular). Em 90 dias, animal desenvolveu o “andar medular”. Após 9 meses,
animal não reabilitou a propriocepção, dor superficial e profunda, mas
recuperou controle parcial da micção. Consegue andar com um pouco de
dificuldade e ter certa autonomia sem depender integralmente da cadeira de
rodas.
DISCUSSÃO:
486
CONCLUSÃO:
A descompressão cirúrgica apresenta bons resultados, constituindo sempre
uma opção de tratamento. Apesar da literatura não o indicar em lesões com
mais de 48 horas, pode haver sucesso nesse tipo de terapia principalmente na
recuperação das funções fisiológicas, justificando sua indicação para lesões
mais graves, mesmo sem percepção de dor profunda por mais tempo. Todo
paciente (exceto em casos de restrições financeiras ou alterações graves na
saúde geral do paciente) deve ser considerado apto à intervenção.
RESUMO:
O melanoma se origina da mutação dos melanócitos, células produtoras de
melanina na epiderme. As neoplasias malignas dos melanócitos são as mais
comuns neoplasias orais dos cães e geralmente tem prognóstico mais grave
que quando na pele. Os animais acometidos frequentemente demonstram
massa visível, sangramento oral, halitose, disfagia, dor. Este trabalho relata o
tratamento de melanoma oral com Viscum album e látex de Janaúba em
solução aquosa.
INTRODUÇÃO:
Os avanços da medicina veterinária corroboram com maior longevidade dos
animais, propiciando aumento das enfermidades da senescência; sendo
neoplasias as principais causas de morte. Neoplasias são coleções de alterações
gênicas, bioquímico-metabólicas, que geram crescimento celular profundo e
atípico (KUMAR, 2010). Dentre os tumores de cavidade oral, melanoma é
considerado a mais comum neoplasia em cães com mucosa pigmentada, entre
9-12 anos, normalmente maligno (MORRIS, 2008). Desordem neoplásica cujo
comportamento variando de benigno ao maligno pelo pleomorfismo celular
(MONTANHA, 2013). Macroscopicamente é massa séssil, com superfície
íntegra ou ulcerada, levemente firme e preta ao corte, as vezes
despigmentadas (MEUTEN, 2002). Nódulos orais pequenos passam
despercebidos e são achados acidentalmente durante avaliação, diferindo dos
maiores onde a lesão interfere na qualidade de vida. Frequentemente observa-
se envolvimento ósseo periférico, metástase regional ou distante, via linfática
ou hematógena (NORTH, 2009).
RELATO DE CASO:
488
Uma cadela sem raça definida, 12 anos e 10Kg foi atendida com queixa de
crescimento de massa volumosa e hemorrágica na gengiva. Ao exame clínico
observou-se desidratação subclínica, periodontopatia, massa irregular com
±8cm de diâmetro em mucosa envolvendo incisivos e caninos inferiores,
sangramento oral, halitose, disfagia, dispnéia, dor e linfadenopatia cervical.
Realizou-se exodontia de canino e pré-molares inferiores direitos.
Adicionalmente, quatro fragmentos (2x1x1mm e 6x3x2mm) foram colhidos e
encaminhados à análise histopatológica. Ao corte eram levemente firmes,
acinzentados. Microscopicamente observou-se proliferação de células
arredondadas a alongadas, acentuado pleomorfismo, citoplasma pouco
delimitado eosinofílico com pigmento castanho escurecido, núcleo amplo, oval.
Após o diagnóstico iniciou-se tratamento com firocoxibe (5mg/Kg/VO sid/20
dias), tramadol (1mg/Kg/VO tid/5 dias), amoxicilina (20mg/Kg tid/10 dias),
Viscum album 6CH (4 glóbulos qid/30 dias) e solução aquosa de látex de
janaúba
489
DISCUSSÃO:
A paciente apresentava massa volumosa séssil, avermelhada e ulcerada,
corroborando com as descrições clássicas de melanoma oral (MCGAVIN,
2013).
O diagnóstico baseia-se primordialmente na avaliação cito e
histopatológica do nódulo (CARVALHO, 2004). A citologia demonstra
células cuja morfologia varia desde poligonal até estrelada, acentuado
pleomorfismo. Histologicamente nota-se proliferação neoplásica
organizada em feixes e ninhos de células arredondadas a fusiformes e
estreladas pleomórficas. Na paciente ainda haviam melanófagos entre as
células neoplásicas.
Tratamento preconizado é exérese nodular, associada à osteotomia,
radioterapia e/ou quimioterapia. A eficiência destes tratamentos é
pequena, a sobrevida por mais de um ano de (10%), recidivam em seguida
(JONES et al., 1997). Após a exodontia, ocorreu aumento considerável da
massa tumoral dificultando muito a mastigação.
Atualmente, pesquisas derivam para métodos alternativos (homeopatia e
fitoterapia) de tratamentos para melanoma oral. Benites (2008), relata
tratamento homeoterápico de melanoma oral e cervical recidivante após
cirurgia em cão, evoluindo para redução completa dos tumores em 40
dias, concluindo que tratamentos propostos por Hahnemann (1980)
podem evoluir para cura. Apesar do tratamento indicado à paciente ter
sido excisão cirúrgica, optou-se pelo tratamento homeopático com Viscum
álbum e solução aquosa de látex de Janaúba.
CONCLUSÃO:
Diante do que expomos pode-se concluir que a medicação com Viscum
album e solução aquosa de látex de janaúba (Himatanthus drasticus),
produziu resultado positivo promovendo redução da massa tumoral.
Trabalhos com cultura celular neoplásicas poderão elucidar efeitos da
utilização destas substâncias como agentes quimioterápicos.
REFERENCIAS:
BENITES, N. R.; MELVILLE, P. A. Homeopathic treatment of malignant
melanoma in a dog. International Journal of High Dilution Research, v. 2,
n. 5, p. 66-70, 2008.
CARVALHO, C. A.; et al. Melanoma hereditário: prevalência de fatores de
risco em um grupo de pacientes no Sul do Brasil. Anais Brasileiros de
Dermatologia, v. 79, n. 1, p. 53-60, 2004.
490
RESUMO:
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de osteomielite pós-
traumática crônica em um cão, sem raça definida e com 12 anos de idade.
O paciente foi submetido a três intervenções cirúrgicas na tentativa de
estabilizar a fratura, além de antibioticoterapia prolongada. Após 14
semanas de tratamento, a infecção havia cessado e a fratura estava
satisfatoriamente consolidada.
INTRODUÇÃO:
A osteomielite é definida como uma inflamação do osso, córtex e
periósteo e é causada por microorganismos que podem ser veiculados por
corpos estranhos penetrantes em fraturas abertas, por meio de cirurgias,
491
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Um canino macho, sem raça definida, com 12 anos de idade e pesando 19
kg foi atendido no Hospital de Clínicas Veterinárias. O paciente havia sido
submetido a osteossíntese de tíbia direita com fixador esquelético externo
(FEE). À inspeção clínica, verificou-se ferida cirúrgica aberta com exposição
óssea e inflamação intensa, além de falha no FEE que não mantinha a
osteossíntese estável. Ao exame radiográfico, foram verificadas alterações
que sugeriram o diagnóstico de osteomielite crônica. Desta forma, foi
optado por nova intervenção cirúrgica, na qual foi implantado um fixador
esquelético externo circular (FEEC) e retirado um fragmento ósseo, o qual
foi enviado para cultura e antibiograma. Até os resultados, foi
administrado amoxicilina mais ácido clavulânico 22mg/kg/BID,
metronidazol 30mg/kg/BID e omeprazol 1mg/kg/BID, além de analgesia.
Na cultura houve o desenvolvimento de Enterococcus sp. e Pseudomonas
aeruginosa. Diante disso, foi iniciada terapia antimicrobiana baseada no
teste de sensibilidade bacteriana, alterando o tratamento para doxiciclina
10mg/kg/BID. Após, aproximadamente, 3 semanas de tratamento
antimicrobiano, o trato drenante não cessou plenamente. Portanto,
realizou-se um novo procedimento cirúrgico, no qual o FEEC foi removido
e uma placa metálica LC-DCP composta de 8 orifícios foi implantada,
colocando-se 6 parafusos proximais à linha de fratura e dois distais.
Terminado o período de recuperação, radiograficamente os implantes
metálicos estavam adequadamente inseridos e foi verificada mínima
presença de linha de fratura em terço distal da tíbia (75% de consolidação)
Ao final de 14 semanas de tratamento, não foram observadas disfunções
ou complicações.
DISCUSSÃO:
Em casos de osteomielite crônica, os animais podem apresentar trato
drenante contínuo ou intermitente, fistulação, dor local, fibrose, atrofia
muscular e linfadenopatia (Hamish e Denny, 2006). No caso relatado, o
cão foi trazido ao hospital por apresentar ferida aberta com exposição
óssea, presença de tecido necrosado, secreção purulenta e inflamação
intensa, junto ao FEE..Foi observado claudicação do membro pélvico e dor
492
CONCLUSÃO:
A antibioticoterapia associada à escolha adequada de implantes metálicos
e a minimização das lesões adicionais ósseas ou dos tecidos moles,
mostram ser eficazes para a resolução da osteomielite pós-traumática
crônica.
REFERÊNCIAS:
Parker RB. Treatment of Post-traumatic Osteomyelitis. Veterinary Clinics
of North Am Small Animal Pract. 1987; 17(4): 841-856.
Budsberg SC. Osteomyelitis. In: Johnson, Houlton JEF, Vannini R, editors.
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AO Publishing; 2005.
Hamish R, Denny Steven J. Cirurgia Ortopédica em cães e gatos. 4 ed.
Trad. De João Guilherme P. Filho. São Paulo: Roca, 2006.
Braden T, Motosky U. The sensitivity and specificity of radiology and
histopathology in the diagnosis of post-traumatic osteomyelitis.
Veterinary Company of Orthophedic and Traumatology. 1989; 3: 98-103.
493
RESUMO:
A aspergilose sinonasal é caracterizada pela infecção da cavidade nasal e
do sino frontal por grandes colônias de hifas fúngicas. Seu diagnóstico
geralmente é tardio o que dificulta o tratamento. Foi atendido um
paciente da espécie canina com histórico de aspergilose sinonasal e
epistaxe bilateral. Após o insucesso com a terapia antifúngica oral, optou-
se pela realização da trepanação combinada com lavagem tópica com
clotrimazol. Devido ao diagnóstico tardio o tratamento não foi eficaz,
demonstrando a importância do diagnóstico precoce.
INTRODUÇÃO:
A aspergilose nasal é uma doença relativamente comum em cães onde há
a infecção por Aspergillus spp. (Benitah, 2006). É a segunda causa mais
comum de descarga nasal crônica em cães, após a neoplasia nasal. A
aspergilose sinonasal geralmente permanece confinada a cavidade nasal
ou aos seios paranasais, onde causa marcante destruição dos turbinados.
(Harkin, 2003). Quanto mais rápido for o diagnóstico e o início do
tratamento, melhores os resultados e a resolução da infecção (Garcia et.
al., 2001). O presente relato de caso apresenta um caso de aspergilose
sinonasal em que foi realizada a trepanação associada a lavagem com
clotrimazol.
494
RELATO DE CASO:
Foi atendido um cão de 4 anos, macho, sem raça definida (SRD), porte
médio, não castrado, com histórico de perda de peso, apatia, dispneia
inspiratória, espirros e epistaxe na narina esquerda com evolução
progressiva há nove meses, sendo que há um mês o sangramento estava
ocorrendo em ambas as narinas. Rinoscopia prévia detectou rinite atrófica
sugestiva de infecção fúngica, porém a cultura para fungos foi negativa. O
paciente já havia recebido antibiótico sistêmico e atualmente fazia uso do
itraconazol há 40 dias. No exame físico o paciente apresentava intensa
dispneia inspiratória, ofegância, epistaxe bilateral, sensibilidade na região
das narinas, despigmentação e ulceração do espelho nasal. Hemograma e
análises de creatinina e alanina aminotransferase não apresentaram
alterações. Recomendou-se manter itraconazol (8,3 mg/kg/VO/SID) e
associar com amoxicilina + ácido clavulânico (20 mg/kg/VO/BID). Após 10
dias houve melhora significativa dos sinais clínicos. No entanto com a
suspensão do antibiótico os espirros e a dispneia voltaram. Foi prescrito
prednisona (0,5 mg/kg/VO/BID) por 20 dias com redução gradual da dose.
Em virtude da resposta insatisfatória ao tratamento, o paciente foi
submetido a trepanação combinada com lavagem com clotrimazol 1%, 50
ml em cada narina, durante uma hora. Também foi utilizada uma pomada
a base de clotrimazol nos seios nasais. No pós-operatório foi realizado
bandagem compreensiva para minimizar o enfisema subcutâneo. Foi
mantida terapia antibiótica e introduzido fluconazol (5 mg/kg) uma vez
por semana, durante 8 semanas em substituição ao itraconazol. Os sinais
clínicos persistiram de forma mais discreta, porém após 2 meses da
trepanação, o paciente estava apático, com retorno do quadro de dispneia
intensa e com indisposição para realizar pequenos esforços físicos. Foi
indicado nova lavagem com clotrimazol 1%, porém devido a redução da
qualidade da vida do cão e do prognóstico reservado, o responsável optou
pela eutanásia.
DISCUSSÃO:
Cães com qualquer idade podem apresentar aspergilose nasal (Hawkins,
2014), porém a literatura relata maior predisposição em cães com um a
sete anos, cães do sexo masculino e raças dolicocefálicas (MacPhail, 2013;
Rodrigues et. al., 2011), corroborando com o caso do presente relato.
Os sinais clássicos são intensa descarga nasal mucopurulenta ou
serosanguinolenta. A secreção nasal é inicialmente unilateral, mas pode
progredir para bilateral devido à destruição do septo nasal. Espirros,
ulceração e despigmentação das narinas, desconforto facial e osteomielite
495
CONCLUSÃO:
A aspergilose sinonasal é um doença crônica que destroi gravemente os
seios nasais. Geralmente seu diagnóstico é tardio e há refratariedade à
terapia antifúngica sistêmica, devendo a trepanação ser considerada como
uma opção de ampliar as chances de cura dos pacientes.
REFERÊNCIAS:
1. BENITAH, N. Canine nasal aspergillosis. Clinical techniques in Small
Animal Practice, v. 21, n. 2, p. 82-88, 2006.
2. GARCIA M.E.; CACABALLERO, J.; CRUZADO, M. et. al. The value of the
determination of anti-Aspergillus IgG in the serodiagnosis of canine
aspergillosis: comparision with galactomannan detection. Journal of
Veterinay Medicine Series B, v. 48, n.10, p. 743-750, 2001.
3. HARKIN, K.R. Aspergillosis an overview in dogs and cats. Veterinary
Medicine, v.98, n.7, p. 602-618, 2003.
4. HAWKINS, E.C. Manifestações clínicas das doenças nasais. In: NELSON,
R.W.; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 5 ed., Rio de
Janeiro: Elsevier, 2014, p. 217-233.
5. MACPHAIL, C.M. Surgery of the Upper Respiratory System. In: FOSSUM,
T.W. Small Animal Surgery, 4 ed., Missouri: Elsevier, 2013, cap. 29, p. 954-
957.
6. QUINN, P.J.; MARKEY, B.K.; CARTER M.E. et. al. Microbiologia veterinária
e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artmed, p. 229-232. 2005.
7. RODRIGUES, R.; FERREIRO, L.; SPANAMBERG A. et al. Canine sinonasal
aspergillosis. Acta Science Veterinary, v.39, n.4, p. 1-6, 2011.
8. STAMM, A. Cirurgia micro-endoscópica dos conceitos
básicos. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 68, n. 3, p. 299-302,
2002.
9. Zonderland J.L.; STORK C.K.; SAUNDERS J.H. et. Al. Intranasal infusion of
enilconazole for treatment of sinonasal aspergillosis in dogs. Journal of
the American Veterinary Medical Association, v. 22, n.10, p. 1421-1428,
2002.
497
1
Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba/SP
2
Doutoranda na Universidade Estadual Paulista – Campus Botucatu/SP
3
Docente do Curso de Medicina Veterinário da FAEF – Garça/SP
4
Aprimorandas do Hospital Veterinário da FAEF – Garça/SP
RESUMO:
O tricoblastoma é uma rara neoplasia benigna com componentes
epiteliais e mesenquimais com origem no bulbo germinativo do pelo e de
seu mesenquima. Representa aproximadamente 2 a 2,6% das neoplasias
cutâneas em cães. Possui diferentes classificações histopatológicas, entre
elas, o tricoblastoma com diferenciação da bainha externa da raiz, que se
mostra uma rara variante deste grupo neoplásico. Usualmente se
apresenta como nódulos circunscritos na região dorsal do tronco de 1 a 3
cm de diâmetro, não ulcerados e pigmentados. Relata-se aqui um caso de
um canino de 5 meses de idade diagnosticado com tricoblastoma com
diferenciação da BER com metástase em linfonodo satélite.
INTRODUÇÃO:
Os tricoblastomas, antigamente conhecidos como tumores de células
basais, são um grupo de neoplasias derivadas do folículo piloso (Gross et
al., 2009). É uma neoplasia benigna rara com componentes epiteliais e
mesenquimais com origem no bulbo germinativo primário do pelo e de
seu mesenquima (Kumar et al., 2015). O folículo piloso se divide
transversalmente em três porções: uma porção mais externa
(infundíbulo), composta principalmente pelo epitélio da bainha externa da
raiz; uma porção média (istmo), composta por queratinócitos; e uma
porção interna, composta pelo epitélio da bainha interna da raiz (Gross et
al., 2009).
Os tricoblastomas representam aproximadamente 2 a 2.6% das neoplasias
cutâneas em cães (Emanuelli & Bohn, 2014). Usualmente afeta animais
entre 6 a 9 anos de idade; apresenta-se nas regiões da cabeça, pescoço e
498
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Um cão, macho, São Bernardo, de 5 meses de idade, apresentou um
nódulo cutâneo em região dorsal de escápula esquerda com histórico de
evolução de 2 semanas. O nódulo alopécico possuía coloração enegrecida,
encontrava-se ulcerado, com consistência firme, medindo
aproximadamente 10 x 3,5 cm de diâmetro, com presença de secreção
muco-sanguinolenta. O cão apresentava-se bem clinicamente e com boa
condição corporal. Procedeu-se a citologia aspirativa por agulha fina que
resultou em neoplasia melanocítica. O animal foi estadiado clinicamente
não apresentando detectáveis metástases à distância.
Preconizou-se, como tratamento, a excisão da neoplasia com margem
cirúrgica tridimensional de 3 cm. Durante a divulsão romba para excisão
do nódulo foram encontrados os linfonodos cervicais que apresentavam
intensa linfoadenomegalia sendo também realizada linfoadenectomia
destes. Até o presente momento não houve recidiva da neoplasia ou
detecção de metástase à distância com sobrevida de 545 dias.
DISCUSSÃO:
O tricoblastoma com diferenciação da bainha externa da raiz (BER) se
mostra uma rara variante dos tricoblastomas em cães, que se assemelha
com a entidade descrita por Goldschmidt e Shofer (1992) como carcinoma
basoescamoso (Gross et al., 2009). Afetam principalmente a região dorsal
do tronco, se apresentando como nódulos circunscritos de 1 a 3 cm de
diâmetro, não ulcerados e pigmentados (Gross et al., 2009).
Apresentações de maior diâmetro são raras e não há predileção por raça e
sexo (Gross et al., 2009). Chama a atenção no caso relatado a idade do
animal de apenas cinco meses de idade, não havendo na literatura relatos
de tricoblastomas em animais jovens.
Os principais diagnósticos diferenciais são carcinoma de células basais,
tricolemoma, tricoepitelioma, pilomatricoma e adenoma apócrino
ductuolar (Gross et al., 2009). A histopatologia diferencia entre os diversos
tipos de tricoblastomas: do tipo fita, do tipo trabecular, de células
alongadas, de células granulosas e com diferenciação da BER (Gross et al.,
2009). O tricoblastoma com diferenciação da BER demonstra sinais
marcantes da BER que não se assemelham nem com o bulbo e nem como
tricolema ístmico (Gross et al., 2009). Em humanos painéis de imuno-
499
CONCLUSÃO:
A escassa literatura sobre o tricoblastoma com diferenciação da BER faz
com que este relato se torne de extrema importância em dermatologia e
oncologia veterinária. Ressalta-se o comportamento da neoplasia,
supostamente benigna, assim como sua apresentação em um canino de
apenas 5 meses de idade com metástase em linfonodo regional.
REFERÊNCIAS:
CAMPOS, A.G.; COGLIATI, B.; GUERRA, J.M. et al. Multiple trichoblastomas
in a dog. Vet Dermatol. v.25, p.48–e19, 2014.
EMANUELLI, M.P. & BOHN, A.A. What is your diagnosis? Dermal mass in a
dog. Vet Clin Pathol. v.43(2), p. 285–286, 2014.
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pele do cão e do gato. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009. p.588-624.
KUMAR, Y. S.; CHANDRA, B. K. S.; GIRISH, S. et al. A rare case of melanotic
malignant trichoblastoma. J Canc Res Therap. v.11(2), p. 496-497, 2015.
MEMIJE, M.E.V.; LUNA, E.M.; ALMEIDA, O.P. et al. Immunohistochemistry
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Int J Trichol. v.6(2), p.40-44, 2014.
PICARD, A.; TSILIKA, K.; CARDOT-LECCIA, N. et al. Trichoblastoma with
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Dermatol. v.71, p.63-4, 2014.
PULEY, L.T. & STANNARD, A.A. Tumors of the skin and soft tissues. In:
MOULTON, J.E. Tumors in domestic animals. 3. ed. Berkeley: University of
California, 1990. p. 23-87.
500
SEILER, R.J. Granular basal cell tumor in the skin of three dogs. Vet Pathol.
v.18, p.23-29, 1981.
SHARIF, M. & REINACHER, M. Clear Cell Trichoblastomas in Two Dogs. J.
Vet. Med. A. v.53, p. 352–354, 2006.
RESUMO:
O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso de tripanossomíase
por Trypanosoma evansi na espécie canina. Um cão no município de Nova
Canaã do Norte/MT foi atendido em uma clínica veterinária apresentando
sinais clínicos de febre, emagrecimento, inapetência, mucosas pouco
rosadas, dificuldade visual, linfonodos aumentados e edema de pálpebra,
face e membros. O hemograma revelou anemia, trombocitopenia e
leucopenia por neutropenia. A análise bioquímica não revelou lesão
hepática e renal. Na pesquisa de hematozoários foram identificadas
formas flageladas no esfregaço sanguíneo. Parâmetros morfométricos
utilizados revelaram a infecção como sendo por T. evansi. O animal foi
tratado com diaceturato de dimenazene, se recuperando da infecção, mas
com perda da acuidade visual.
CONCLUSÕES:
A divulgação desse caso serve de alerta aos proprietários e médicos
veterinários para a presença da doença na região. A busca de novas
informações é necessária para que se faça uma prevenção e controle
adequados.
REFERÊNCIAS:
AQUINO, L. P. C. T.; MACHADO, R. Z.; ALESSI, A. C. et al. Hematological,
biochemical and anatomopathological aspects of the experimental
infection with Trypanosoma evansi in dogs. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, v.54, n.1, p.8-18, 2002.
AQUINO, L. P. C. T. Importância da infecção por Trypanosoma evansi em
cães no Brasil. Ensaios e Ciência, v.5, n.5, p.61-68, 2007.
BRANDÃO, L. P.; LARSSON, M.; BIRGEL, E. H. et al. Infecção natural pelo
Trypanosoma evansi em cão – Relato de caso. Clínica Veterinária, n.36,
p.23-26, 2002.
COLPO, C. B.; MONTEIRO S. G.; STAINKI, D.R. et al. Infecção natural por
Trypanosoma evansi em cães. Ciência Rural, v.35, n.3, p.717-719, 2005.
DE LA RUE, M. L.; SILVA, R. A. S.; DE CARLI, G. A. Coagulopathy in dogs
infected with Trypanosoma (Trypanozoon) evansi (Steel, 1885) Balbiani,
1888. Parasitología al día, v.21, n.3-4, p.92-96, 1997.
FELDMAN, B. F.; ZINKL, J. G.; JAIN, N. C. Schalm´s veterinary hematology.
5ed. Baltimore : Lippincott Williams & Wilkins, 2000. 787p.
503
RESUMO:
Felino, macho, SRD, 12 anos, com histórico de cardiomiopatia hipetrófica
(CMH) apesentou paralisia dos membros pélvicos e resposta dolorosa à
palpação. Após três horas os membros encontravam-se hipotérmicos e
cianóticos. Foi realizando um exame ultrassonográfico que demonstrou
diminuição do fluxo sanguíneo na aorta abdominal e após 24 horas o
animal veio a óbito. A necropsia revelou a presença de dois trombos no
lúmen da aorta abdominal em região caudal e na bifurcação para as
ilíacas, confirmando a suspeita de tromboembolismo.
INTRODUÇÃO:
Entende-se por trombo como a formação de um coágulo dentro do
coração ou de vasos sanguíneos. Quando o trombo emboliza em uma
artéria periférica, ocorre o tromboembolismo arterial (TEA) (FUENTES,
2012).
O tromboembolismo aórtico é uma síndrome que ocorre em felinos,
estando geralmente associada a uma cardiomiopatia, o que facilita a
formação do trombo dentro do ventrículo esquerdo. Este trombo segue
504
MATERIAL E MÉTODOS:
Felino macho, SRD, castrado, 12 anos, com doença renal crônica e
cardiomiopatia hipertrófica diagnosticada através de ecocardiograma após
quadro de efusão pleural.
Apresentou paralisia aguda dos membros pélvicos e resposta dolorosa à
palpação dos mesmos, através do exame clínico foi observada diminuição
dos pulsos arteriais femorais e após três horas os membros encontravam-
se cianóticos e hipotérmicos. Foi requisitado exame ultrassonográfico e
após 24 horas o animal veio a óbito, sendo então realizada a necropsia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os gatos em sua maioria, são apresentados com paraparesia lateralizante,
devida a um êmbolo em sela na trifurcação aórtica distal. A oclusão aguda
causa dor, palidez das extremidades afetadas, parestesia, paralisia, leitos
ungueais cianóticos, ausência dos pulsos arteriais femorais e extremidades
frias (FOX, 1992)
Foi instituído tratamento com morfina 1mg/kg intravenoso (IV), dipirona
25 mg/kg IV e heparina sódica 250 unidades/kg subcutâneo. Para Ware
(2010) o tratamento visa evitar a formação de novos trombos
O ultrassom realizado durante o quadro demonstrou diminuição do fluxo
sanguíneo na aorta abdominal em região caudal.
O exame necroscópico evidenciou palidez na musculatura pélvica e
demonstrou a presença de áreas de conteúdo enegrecido no lúmen da
aorta abdominal em região caudal e na bifurcação da mesma para as
ilíacas. Ao realizar uma arteriotomia através de uma incisão longitudinal
foi possível observar a presença de dois trombos nas regiões descritas
acima. De acordo com Fox (1992) o chamado “êmbolo em sela” ou
embolização aórtica distal ocorre em mais de 90% dos gatos com
tromboembolismo arterial.
Apenas 37% dos gatos sobrevivem após um episódio de TEA (SMITH, et.
al., 2003; HAMEL-JOLETTE, 2009) e 25 a 45% dos sobreviventes
505
CONCLUSÃO:
O diagnóstico primário de CMH permite estabelecer uma correlação com
possíveis quadros de tromboembolismo favorecendo a identificação
precoce dos mesmos e o início breve do tratamento, no entanto, o
prognóstico é considerado reservado e com altas chances de recidiva.
REFERÊNCIAS:
FOX, R. P. Moléstias do Miocárdio. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.
Tratado de Medicina Interna Veterinária: doenças do cão e do gato. 3ª.
ed. São Paulo: Manole, 1992, p. 1153-1189.
FUENTES, V. L. Arterial thromboembolism: risks, realities and a rational
first-line approach. Journal of Feline Medicine and Surgery, London, 2012.
v.4, n.7, p. 459-470.
HAMEL-JOLETTE, A.; DUNN, M.; BÉDARD, C. Plateletworks: a screening
assay for clopidogrel therapy monitoring in healthy cats. Canadian Journal
of Veterinary Research, 2009. v. 73, n. 1. p. 73-76.
SMITH, S. A.; TOBIAS, A. H.; JACOB, K. A. et al. Arterial thromboembolism
in cats: acute crisis in 127 cases (1992–2001) and longterm management
with low-dose aspirin in 24 cases. Journal of Veterinary Internal
Medicine, Philadelphia, 2003. v.17, n.1, p. 73-83.
506
RESUMO:
INTRODUÇÃO:
DESCRIÇÃO DO RELATO:
507
Uma cadela da raça Lhasa Apso, 7 anos, foi atendida com histórico de
anorexia, apatia, êmese, fezes amolecidas e polidipsia a 3 dias. Ao exame
físico o animal apresentou dor à palpação abdominal. Ultrassonografia
abdominal revelou nefrólitos em rins e urólito de 0,7 cm no terço proximal
de ureter esquerdo, causando dilatação ureteral significativa. Exames de
sangue demonstraram leucocitose e anemia. A urinálise revelou urina de
aspecto turvo, densidade reduzida, traços de proteína, sangue, ph ácido,
células de transição, leucócitos e bactérias.
DISCUSSÃO:
508
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
RESUMO:
O traumatismo de trato urinário inferior é principalmente resultante de
acidente veicular ou cateterização uretral, podendo resultar em obstrução
ou ruptura de uretra. Caso haja ruptura uretral, a urina pode ficar retida
na cavidade abdominal, no canal pélvico ou nos tecidos subcutâneos.
Objetivou-se descrever um caso de ruptura uretral em um felino com a
posterior formação de um urinoma. O paciente atendido apresentava
histórico de atropelamento e atendimento prévio em serviço veterinário
particular, onde se realizou a cateterização uretral. Após a retirada da
sonda, houve a formação de fístula em região perineal esquerda. O animal
foi submetido à laparotomia exploratória, sendo encontrado um cisto
pararenal esquerdo, o qual foi drenado e curetado. O extravasamento e
acúmulo de urina em região retroperitoneal podem induzir a
encapsulação do conteúdo, denominado urinoma, como no paciente
descrito.
INTRODUÇÃO:
Em felinos, traumas no trato urinário inferior são comuns, seja por ruptura
ou variados graus de obstrução. Caso haja a ruptura da uretra, a urina
pode ficar retida na cavidade abdominal, no canal pélvico ou nos tecidos
subcutâneos (Meeson e Corr, 2011). As causas são variadas, podendo ser
511
DESCRIÇÃO DO CASO:
Realizou-se o atendimento de um felino, macho, SRD, pesando 2,9kg com
histórico de atropelamento havia 17 dias. O animal fora atendido por
serviço veterinário externo, onde foi realizada a cateterização uretral com
sonda semi-rígida, permanecendo sondado durante cinco dias após o
trauma. Dois dias após da retirada da sonda uretral, observou-se
tumefação em região perineal, com posterior formação de fístula e
drenagem de secreção sanguinolenta e urina. O exame físico apresentou-
se normal e à palpação abdominal era possível identificar a bexiga urinária
repleta.
O animal foi encaminhado ao Hospital Veterinário 21 dias após o trauma
inicial. Durante o atendimento, o animal foi sedado para a cateterização
uretral, porém o procedimento não foi realizado devido à impossibilidade
de progressão da sonda.
Suspeitando-se de ruptura uretral pré-púbica, o animal foi submetido à
laparotomia exploratória a fim de identificar o segmento uretral rompido,
realizando após a uretrostomia pré-púbica para correção do mesmo.
Durante o procedimento foi identificado um cisto pararenal na região
abdominal cranial esquerda. Realizou-se a divulsão da região e
subsequente e ancoragem no polo caudal. Após constatar a
impossibilidade de exérese do cisto, optou-se pela drenagem e
curetagem, e copiosa lavagem da cavidade abdominal com solução
fisiológica aquecida.
DISCUSSÃO:
A ruptura do trato urinário pode ocorrer por variadas causas, incluindo
mordedura, obstrução por cálculos, projétil balístico, trauma veicular ou a
cateterização uretral, sendo os dois últimos de maior ocorrência em gatos
machos (Fossum, 2008; Owen et al., 2009), o que resulta em
extravasamento de urina em cavidade abdominal (Stafford e Bartges,
2013). Quanto ao animal atendido neste relato, devido ao histórico de
atropelamento e a formação de fístula perineal após a retirada da sonda
512
CONCLUSÃO:
Acometendo geralmente felinos machos, o urinoma pode ser uma das
consequências da ruptura uretral, podendo resultar em acúmulo de urina
em região retroperitoneal, com posterior reação tecidual. Deve-se,
portanto, incluir tal afecção dentro dos diagnósticos diferenciais nos
atendimentos de felinos com suspeita de ruptura uretral.
REFERÊNCIAS:
FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais, ed.3, Rio de Janeiro:
Elsevier, 2008.
MEESON, R.; CORR, S. Management of pelvic trauma: Neurological
damage, urinary tract disruption and pelvic fractures. Journal of Feline
Medicine and Surgery, v.13, n.5, p.347-361, May 2011. Disponível em:
<http://jfm.sagepub.com/content/13/5/347.long>. Acesso em:
24/07/2015.
MOORES, A. P.; BELL, A. M. D.; COSTELLO, M. Urinoma (para-ureteral
pseudocyst) as a consequance of trauma in a cat. Journal of Small
513
RESUMO:
Shunts porto-sistêmicos extra-hepáticos são comunicações únicas ou
múltiplas entre a veia porta e a circulação sistêmica. Esta patologia é
diagnosticada com maior frequência em cães de raça pequena, sendo a
raça pug predisponente. O tratamento cirúrgico pode ser realizado a partir
da colocação de um constritor ameroide em torno da comunicação
anômala, que tem a vantagem de promover a oclusão gradual, impedindo
o desenvolvimento de hipertensão portal. Este trabalho relata um caso de
correção cirúrgica de shunt porto-cava diagnosticado por meio de
ultrassonografia doppler em uma cadela da raça pug de 6 meses. O
tratamento cirúrgico consistiu na colocação de um constritor ameroide de
5 milímetros, sendo que ao longo de três meses monitoração foi
observada oclusão total do shunt por meio da ultrassonografia doppler. O
procedimento cirúrgico foi realizado em curto tempo, apresentando um
bom prognóstico.
514
DESCRIÇÃO DO RELATO:
Cadela da raça pug, 6 meses de idade, 4,150 Kg, com histórico de crises
convulsivas frequentes, foi diagnosticada com shunt porto-sistêmico por
meio de ultrassonografia doppler e encaminhada para realização da
correção cirúrgica. Como tratamento clínico prévio foram administrados
metronidazol (15 mg.Kg-1) a cada 12 horas e lactulose (0,5 mL.Kg-1) a cada
8 horas. Foram utilizados meperidina (2 mg.Kg-1) e clorpromazina (1
mg.Kg-1) como medicação pré-anestésica, propofol (5 mg.Kg-1) como
indução anestésica e o animal foi mantido em anestesia inalatória com
isoflurano. O shunt único, extra-hepático do tipo porto-cava, foi
identificado após celiotomia e dissecação romba do local. A correção foi
realizada com a colocação de um constritor ameróide de 5 milímetros. A
celiorrafia foi realizada como de rotina. O animal recebeu
acompanhamento clínico ultrassonográfico ao longo de 3 meses, sendo
observada oclusão total do shunt e sem apresentar recidiva do quadro
clínico.
DISCUSSÃO:
Os shunts porto-sistêmicos são comunicações únicas ou múltiplas diretas
entre o vaso portal e a circulação sistêmica. Os shunts extra-hepáticos são
diagnosticados com maior frequência em cães de raças pequenas, dentre
as quais a raça pug é predisponente (Case et al., 2012). A cirurgia é o
tratamento preterido, devido a maior chance de sobrevivência quando
comparada ao tratamento médico (Greenhalgh et al., 2010). O constritor
ameroide proporciona atenuação gradual do shunt ao longo de 2 semanas
ou mais, impedindo o desenvolvimento de hipertensão portal (Besancon
et al., 2004). Hunt et al. (2014) constataram que diâmetros superiores a 5
milímetros podem gerar oclusão incompleta, perpetuando a
sintomatologia clínica. O seu uso tem apresentado bons resultados,
prolongando a sobrevida pós-operatória (Falls et al., 2012).
CONCLUSÃO:
O tratamento cirúrgico de shunt extra-hepático porto cava a partir da
colocação de constritor ameroide foi realizado em curto tempo, não
havendo complicações no trans e pós-operatório e apresentou um bom
prognóstico.
REFERÊNCIAS:
515
RESUMO:
O ducto arterioso persistente (PDA) é a anomalia vascular congênita mais
frequente nos cães. Este trabalho descreve três casos de PDA em cadelas,
com idade variando entre cinco e quatorze meses, raças de pequeno
porte, com mesmo histórico de desenvolvimento retardado, apatia,
intolerância a exercício e cianose. A auscultação torácica revelou presença
de sopro cardíaco em todos os casos. A confirmação do diagnóstico de
PDA da esquerda para a direita foi realizada através da ecocardiografia
transtoracica. A resolução do PDA foi alcançada por toracotomia no quinto
espaço intercostal e ligadura, nos dois polos do ducto persistente,
utilizando endoclip.
DESCRIÇÃO DO RELATO:
516
Três cadelas, com idade variando entre cinco e quatorze meses, todas de
pequeno porte, foram atendidas apresentando histórico de
desenvolvimento retardado, apatia, intolerância a exercício e dispneia.
Exame físico detalhado foi realizado e a auscultação torácica revelou
presença de sopro contínuo com característico ruído de maquinaria sobre
a base esquerda do coração, sugerindo persistência de ducto arterioso. Os
animais foram encaminhados para realização de ecocardiografia
transtoracica e a identificação do PDA com desvio esquerdo-direito
permitiu a confirmação do diagnóstico em todos os casos.
O tratamento cirúrgico foi realizado com acompanhamento anestésico
criterioso seguindo protocolo adequado, de acordo com a condição clínica
de cada animal, sendo todos mantidos em plano anestésico com anestesia
inalatória controlada utilizando Isoflurano.
A abordagem cirúrgica consistiu de uma toracotomia lateral esquerda a
nível do 5º espaço intercostal. Após separação dos arcos costais,
utilizando-se um afastador de Finochietto, divulsão cautelosa foi realizada.
Identificada a anomalia, foram posicionadas duas pinças hemostáticas,
uma em cada extremidade do ducto, visando verificar se a oclusão do
mesmo causaria arritmia cardíaca, quadro de cianose ou descompensação
da pressão arterial, característicos em casos de compensação sistêmica a
partir da inversão do fluxo sanguíneo no ducto. Nenhum dos animais
apresentou descompensação com o teste das pinças e os procedimentos
de oclusão foram realizados através da colocação do endoclip,
substituindo a técnica de ligadura com fio polipropileno 4-0 ou seda 1-0.
Finalizada a oclusão do ducto, colocou-se dreno torácico temporário de
modo a restabelecer pressão negativa intratorácica após toracorrafia.
O pós-operatório de dois animais progrediu de forma satisfatória. Um dos
animais, logo após a recuperação anestésica, apresentou quadro de
descompensação cardíaca severa. Tentativa de remoção do endoclip foi
realizada com insucesso e animal veio a óbito.
DISCUSSÃO:
O ducto arterioso é a comunicação entre a artérias pulmonar e aorta que,
na vida fetal, tinha função de evitar que todo sangue caminhasse para o
pulmão até então afuncional. Após o nascimento, o ducto tende a se
fechar, porém, em alguns casos isso não ocorre, levando a ocorrência do
ducto arterioso persistente e o fluxo da esquerda para a direita se
mantém.
517
CONCLUSÃO:
No presente estudo, o tratamento cirúrgico do PDA apresentou-se como
curativo. A correção cirúrgica deve ocorrer logo após a confirmação do
diagnóstico, verificando – se primariamente o estado geral do paciente. O
teste das pinças deve ser realizado independente do resultado da
ecocardiografia, para que não haja compensação através do shunt direita-
esquerda, que veta a possibilidade de correção cirúrgica
REFERÊNCIAS:
BUREAL S., MONNET E., ORTON E.C., Evaluation of surgical and prognostic
indicators for surgical treatment of left-to-right patente ductus arteriosus
in dos: 52 cases (1995-2003). J Am Vet Med Assoc. 227:1794, 2005.
FOSSUM T. W. et al., Cirurgia de pequenos animais In: ____.Cirurgia do
sistema cardiovascular. 4.ed. Mosby Elsevier, 2014. Cap.28., p.871 – 876.
STOPIGLIA, A.J. et al. Persistência do ducto arterioso em cães: revisão.
Rev. Educ. Contin. CRMV-SP, São Paulo, v. 7, n. 1/3, p. 23-33, 2004.
4
Professor de técnica cirúrgica da PUC Paraná
5
Médico Veterinário, Mestrando em Cirurgia Veterinária da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade
Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Jaboticabal -SP;
RESUMO:
Foi atendido no Hospital Veterinário, no setor da clinica
cirúrgica, um canino, Shitzu, macho, 9 anos, pesando 8 kg,
com hérnia perineal, o qual foi encaminhado para cirurgia. A
técnica cirúrgica consistiu na confecção do retalho do
semitendinoso para a correção de hérnia perineal,
apresentou deiscência de sutura sem recidiva. No
pós operatório recomendou-se limpeza da ferida cirúrgica,
protetor gástrico, antimicrobiana, analgesia e
antiinflamatória. A reconstrução de hérnia perineal
empregando a transposição do músculo semitendinoso é uma
boa opção de correção cirúrgica. A correção de hérnia
perineal com retalho do músculo semitendinoso é uma
alternativa nos casos herniorrafia perineal quando outras
técnicas não são possíveis de serem realizadas.
INTRODUÇÃO:
Foi atendido no Hospital Veterinário, no setor da clinica
cirúrgica, um canino, Shitzu, macho, 9 anos, pesando 8 kg,
com hérnia perineal. Realizou – se exames hematológicos,
bioquímicos, e eletrocardiograma, os quais não apresentavam
alterações dignas de nota. Sendo assim, encaminhou – se o
paciente para cirurgia. A técnica cirúrgica consistiu na
confecção do retalho do semitendinoso para a correção de
hérnia perineal. Realizou –se a incisão cutânea no local da
hérnia, após abertura do saco herniário, os conteúdos
pélvicos foram identificados e recolocado na posição original.
O músculo semitendinoso esquerdo foi localizado, dissecado
das estruturas adjacentes e seu pedículo proximalvascular
(artéria glútea caudal e veia glútea caudal) e nervoso,foram
identificado e preservados. Promoveu-se ligadura da artéria
femoral caudal distal, e após, o músculo semitendinoso foi
seccionado em sua porção distal na altura do linfonodo
poplíteo esquerdo, para ser transferido à região perineal. Ato
contínuo, rotacionou-seo em direção ao defeito, e em
519
RESULTADOS:
Apresentou deiscência de sutura, porém cicatrizou por
aproximação primária tardia. Assim não teve recidiva.
DISCUSSÃO:
A reconstrução de hérnia perineal empregando a
transposição do músculo semitendinoso é uma boa opção de
correção cirúrgica, embora neste caso tenha ocorrido
deiscência de sutura, o paciente não apresentou recidiva da
neoplasia, sendo assim, o presente relato vai de encontro
com a literatura, visto que pode-se empregar diversas
modalidades cirúrgicas como forma de tratamento, como
intervenções cirúrgicas únicas, até as combinadas, realizadas
em um ou mais tempos cirúrgicos, associando modalidades
como herniorrafia clássica (2010), transposições musculares
(Sarrau, et al 2011), implantes sintéticos (Vnuk et al., 2006),
telas biológicas (Semiglia et al. 2011) e pexias de órgãos
abdominais (D’assis et al., 2010).
520
CONCLUSÃO:
A correção de hérnia perineal com retalho do músculo
semitendinoso é uma alternativa nos casos herniorrafia
perineal quando outras técnicas não são possíveis de serem
realizadas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Dörner J, Dupré, G. Two-step protocol for surgical treatment
of complicated or bilateral perineal hernia in dogs. In:
Laparotomy followed by herniorrhaphy (2010), v. 20, n. 2,
EJCAP, p. 186 – 192.
Mortari, AC et al. (2005). Electromyographical,
ultrasonographical and morphological modifications in
semitendinous muscle after transposition as ventral perineal
muscle flap. Journal of veterinary medicine, 52: 359–365.
Sarrau S (2011). Troiscas de herniepérinéalerécidivantetraités
par transposition du muscle semi-tendineux. In: Pratique
MédicaleetChirurgicale de l’Animal de Compagnie , 46:107–
113.
521
INTRODUÇÃO:
MATERIAL E MÉTODOS:
RESULTADOS:
DISCUSSÃO:
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS:
GANDINI, A; JAGGY, A; CHALLANDE-KATHMANN, I. et al. Cerebrum. In:
JAGGY, A. (Org.). Small Animal Neurology An Illustrated Text. Hannover:
Schlütersche Verlagsgesellschaft mbH & Co. KG, Hans-Böckler-Allee, 2010,
Cap.18, p.427-466.
LIMA J.E.; TAKAYANAGUI O.M.; GARCIA L.V. et al. Use of neuron-specific
enolase for assessing the severity and outcome in patients with
neurological disorders. Brazilian Journal of Medical and biological
Research, v.37, n.1, p. 19-26, 2004.
USUI A.; KATO K.; MURASE M. et al. Neural tissue-related proteins (NSE,
G0a, 28-kDa calbindin-D, S100b and CK-BB) in serum and cerebrospinal
524