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AO JUÍZO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PALMAS

Processo nº ...

Nome do apelante, nacionalidade, profissão, estado civil, inscrito no CPF nº ..., residente e
domiciliado no endereço ..., neste ato por seu procurador ao final identificado, com endereço
profissional descrito no instrumento de procuração, vem perante Vossa Excelência interpor
recurso de APELAÇÃO, nos termo do art.1009 do CPC, contra a sentença proferida por este
juízo no nos autos da ação em que move contra PARAÍSO ELETRODOMÉSTICOS LTDA,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., com sede no endereço ..., e contra
ULTRA TV S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., com sede no
endereço ..., pelas razões de direito a seguir expostas.

Por oportuno, requer a intimação dos apelados para apresentar contrarrazões e, apresentadas
ou não, o encaminhamento das razões recursais ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do
Tocantins.

Termos em que pede deferimento.

Cidade, data.

Nome do Advogado(a) OAB nº ...

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS


Apelante: XXXXXXXXXXX

Apelado: XXXXXXXXXX

Apelado: XXXXXXXXXXXX

Processo de origem nº ...

Vara de origem: 4ª Vara Cível da Comarca de Palmas

I – DA SÍNTESE DA LIDE

Nome do apelante, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-comprado, adquiriu, em


20/10/2018, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED de
60’ (sessenta polegadas), acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00
(cinco mil reais). Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou
superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando
danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. Não
obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2018, tanto o fabricante (UltraTV
S.A.), quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Paraíso dos Eletrodomésticos
Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução. Diante disso, em
10/03/2019, Bruno Barbosa propôs ação perante 4ª Vara Cível da Comarca de Palmas em face
tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo: (i) a substituição
do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; (ii) indenização de
aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos
danificados; e (iii) indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido
solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem
usar a TV. O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguida, em
contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo,
com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso,
reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do
produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais
de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação.
O art. 18 do Código de Defesa do Consumidor, aduz que os fornecedores de bens duráveis,
respondem solidariamente pelos vícios do produto adquirido, assim, configurando a
legitimidade para a atuação da empresa Paraíso dos Eletrodomésticos Ltda, no polo passivo da
ação.

O apelante apresentou reclamação sob o ocorrido, tanto junto ao fabricante (UltraTV S.A.),
quanto ao comerciante de quem o produto fora adquirido (Paraíso dos Eletrodomésticos
Ltda.), dentro do prazo de noventa dias, que é determinado pelo Art. 26, inciso II, sendo
efetuada 05 dias após a ocorrência, reclamação essa, a qual, ambos não se manifestaram, o
que obsta a decadência, nos termos do §2º, inciso I, do art. 26 do CDC, desse modo,
afastando-se a alegação de que houve a decadência do direito do autor, nos termos do que
expressa o Código de Defesa do Consumidor.

II – DA ADMISSBILIDADE DO RECURSO

A decisão foi proferida através de sentença e dado ao inconformismo fundado do autor, cabe a
ele interpor o pedido de reexame da decisão, através do recurso da apelação, conforme art.
1009, do CPC, prevê;

Conforme o texto processual civil pátrio, o prazo para interposição do recurso de apelação é
de 15 dias, conforme dispõe os art. 1003, §5º do CPC, haja vista a intimação da parte autora
da sentença à data de (dia) de (mês) de (ano), o presente recurso encontra-se tempestivo.

O preparo foi realizado, conforme comprovantes em anexo.

III – DAS RAZÕES DO RECURSO

1 - A arguição de ilegitimidade da Loja Paraíso Eletrônicos Ltda, vai de encontro com a


responsabilidade objetiva, fundada no art. 18 do CDC, conforme entendimento reiterado dos
Tribunais:

TJ-MG - Apelação Civel AC 10183110170648001 MG (TJ-MG) Jurisprudencia .


Data de publicação: 06/12/2019

EMENTA: APELAÇÕES CIVES - AÇÃO INDENIZATÓRIA - PRESTAÇÃO DE


SERVIÇO - FORNECIMENTO DE CONCRETO - RELAÇÃO DE CONSUMO -
APLICAÇÃO DO CDC RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
FORNECEDOR - ONUS DA PROVA - PROVAS MINIMAS DOS FATOS
CONSTITUTIVOS DO DIREITO DO AUTOR - PRESENÇA - INVERSÃO DO
ONUS DA PROVA DEFERIDA - AUSENCIA DE PROVAS DA PRESTAÇÃO
DO SERVIÇO SEM DEFEITOS - ART. 14 §3º DO CDC - PROCEDENCIA DA
PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS MANUTENÇÃO -
DANOS MORAIS - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - INOCORRENCIA.
-O fornecedor produtos e serviços responde objetivamente pelos danos
decorrentes da falha no serviço, devendo ressarcir o ofendido - A inversão do
ônus da prova quando isenta o consumidor de provar, minimamente, os fatos
constitutivos de seu direito - Todavia uma vez apresentada provas mínimas pelo
consumidor, referentes a alegada falha na prestação dos serviços e invertido o ônus
da prova em desfavor do fornecedor, incumbia a este comprovar a inexistência do
defeito. Nos termos do art 14, § 3º. Inc. I. do CDC - Inexistindo comprovação de que
o serviço fora prestado a contento, acertada a sentença que condena a fornecedora a
indenizar os danos materiais suportados pelos consumidores - descumprimento
contratual por si só, no suficiente a ensejar a ocorrência de danos morais porquanto,
não obstante tal situação traga aborrecimento e indignação ao consumidor não é
capaz de atingir valores fundamentais do ser humano, tratando-se em verdade, de
situação rotineira a que se está sujeito na vida em sociedade.

Há o entendimento de que o fornecedor deve responder solidariamente, pelos defeitos do


produto adquirido pelo apelante, fundada na responsabilidade objetiva, que é entendimento
reiterado de Tribunais e da doutrina.

2 - E ainda, haja visto que os mesmos não se manifestaram, quanto a reclamação do apelante
que foi realizada em conformidade ao que determina o Art. 26, inciso II do CDC:

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca
em:

...

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

Sendo que, o mesmo, fez uma reclamação com as duas empresas rés na ação, o autor NÃO
decaiu do direito dos pedidos de indenização, já que a reclamação com as rés não foi
respondida por ambas, conforme previsto no Art. 26, §2º, inciso I do CDC, que prevê a
interrupção da decadência no caso de reclamação respondida.
2.2. E ainda, trata-se de pedido de reparação/indenização decorrente do fato da explosão da
fonte de energia do equipamento (TV), ter provocado danos irreparáveis a todos os aparelhos
eletrônicos que estavam conectados a ele, direito esse de indenização que possui o prazo
prescricional de 5 (cinco) anos, conforme o art. 27 do CDC.

IV– DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

1 – o recebimento e provimento do recurso, analisados as razões e os fundamentos


apresentados;

2- Reitero o pedido de substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em


perfeito estado; (ii) indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente
ao valor dos demais aparelhos danificados; e (iii) indenização por danos morais, em virtude de
a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, em desfavor da parte apelada;

3 – a condenação da parte apelada ao pagamento dos honorários de sucumbência, com o


provimento do recurso.

Termos em que pede deferimento.

Cidade, data.

Nome do Advogado(a) OAB nº ...

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