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1ano-Cap. 6
1ano-Cap. 6
Livro- Texto 2
1. Introdução
O primeiro objeto impresso foi o livro, mas a escrita, antes da imprensa, se desenvolveu
em suportes diferentes: primeiro, nas tabuletas de argila ou pedra; depois, no chamado
volumen, que era um rolo de papiros (folhas para escrita feitas de uma planta); mais tarde,
foi no pergaminho (folha feita de pele de cabra principalmente). Com o pergaminho, surgiu
o códex (ou códice), que era uma compilação de páginas, não mais um rolo, como era o
papiro. Esse novo formato foi criado pelos gregos, para apresentar por escrito as leis, e foi
aperfeiçoado pelos romanos nos primeiros anos da Era Cristã.
2. Breve histórico dos meios impressos
Se o jornal for comparado, como um todo, com uma revista, poderá ser considerado um
gênero, por oposição a ela. Mas se for pensado em si mesmo, levando-se em conta as
espécies de textos que aparecem nele, como a reportagem, o editorial, a crônica, a
publicidade, as fotografias ou as charges, o jornal é um suporte. Nesse sentido, a revista
também é um suporte, pois veicula distintos gêneros (que, em muitos casos, são os
mesmos que aparecem nos jornais). Apesar das semelhanças dos gêneros veiculados,
ninguém confunde um jornal com uma revista. Além de cada meio ter um “visual”
diferente, ou seja, um formato distinto, eles apresentam outras diferenças. Uma revista
normalmente tem uma qualidade de impressão superior à de um jornal. Sob tal
perspectiva, a definição de uma imagem, por exemplo, é melhor em uma revista do que em
um jornal; um dos motivos para isso é que, hoje, o papel usado neste é de qualidade
inferior ao utilizado naquela.
Esse dado nos leva a outras diferenças entre os dois veículos: o preço de uma revista é
superior ao de um jornal, e o jornal, com um papel de pior qualidade, estraga mais
facilmente do que a revista.
O que nos conduz a outra conclusão: é comum guardarmos por mais tempo revistas do
que jornais. Não é à toa que o jornal, depois de lido, tradicionalmente ganha funções bem
diferentes, como embrulhar peixe, secar sapatos ou limpar vidros.
Uma diferença que se pode observar entre os dois suportes, para além das distinções de
formato e aspecto gráfico, é a periodicidade de cada um dos veículos: um jornal é, em geral,
diário; uma revista, normalmente, é semanal, quinzenal ou mensal.
A diferença mais importante a ser abordada aqui está nos assuntos de cada suporte: a
temática de um jornal é, em geral, mais abrangente e mais voltada para os fatos do
cotidiano, enquanto a revista é, em muitos casos, especializada em um tema determinado
ou dedicada a um público bastante específico (revista de moda, de música, etc.). Dessa
forma, com menos tempo investido em cada assunto, em notícia ou reportagem, o jornal
tende a apresentá-los de forma mais superficial, ao passo que a revista tende a mostrar
mais profundidade.
Podemos, então, concluir que o jornal é um importante meio a que devemos recorrer
para acompanhar os principais fatos de nosso tempo. Quem não lê jornal pode passar a
imagem de ser (ou de fato ser) uma pessoa desinformada, alienada, “por fora” do que está
acontecendo.
Isso não quer dizer que as revistas não sejam importantes. O fato é que elas cumprem
em geral outro papel: por serem segmentadas, isto é, voltadas para determinados públicos
(ou segmentos da sociedade ) , são adequadas a quem está interessado em um assunto
específico. Uma revista de esporte ou turismo, por exemplo, é mais aprofundada nessas
áreas do que a parte do jornal dedicada a esses temas, e uma revista-jornal pode trabalhar
melhor as notícias gerais (investigar, analisar, etc.) antes de publicá-las. Para quem não
quer ou
não precisa aprofundar-se em algum assunto, isto é, para quem não quer informações
muito detalhadas nem maior variedade dentro de cada tema, basta ler o que está no jornal.
Além dos profissionais que constam no expediente, há ainda muitos outros, cujos
nomes e funções vão aparecendo ao longo das páginas, como é o caso dos fotógrafos e
repórteres, presentes em todos os Cadernos. Há também os chargistas e cartunistas, que
produzem charges e tirinhas, os colunistas, que escrevem textos francamente opinativos,
os meteorologistas, responsáveis pela previsão do tempo, os astrólogos, que redigem os
horóscopos, entre outros profissionais.
Como podemos notar, o jornal, como produto acabado que nos chega às mãos para
leitura cotidiana, é fruto do trabalho de um grande número de profissionais.
Editorial
Artigo de opinião
Reportagem
Entrevista
Esse é um gênero que aparece tanto em revista quanto em jornais e tem uma
característica marcante em relação aos outros: a presença de dois enunciadores em uma
relação dialógica explícita. Em outros termos, a entrevista é um gênero que resulta da
combinação de perguntas e respostas. É, portanto, um texto construído conjuntamente
pelo entrevistador e pelo entrevistado. O tema e o grau de formalidade variam, dependendo
do papel social do entrevistado (político, médico, artista, entre outros).
5. A estrutura do jornal
Os Cadernos
Mesmo quem não lê jornal assiduamente sabe que nele há Cadernos fixos e Cadernos
variáveis, chamados normalmente de suplementos. Os primeiros são aqueles que
aparecem todos os dias; os últimos, normalmente uma vez por semana.
CADERNOS FIXOS
Para conhecer bem um jornal, o primeiro passo é saber como ele é organizado, ou seja,
como os assuntos são distribuídos nos Cadernos. Geralmente, os jornais apresentam
diariamente os tipos de Cadernos listados a seguir.
Caderno de política
Caderno financeiro
CADERNOS VARIÁVEIS
Além dos Cadernos que costumam ser diários, há também os variáveis, isto é, os que
nem sempre são publicados em todos os dias da semana. São conhecidos como
suplementos. Seguem exemplos de alguns desses Cadernos.
Caderno científico
Contém notícias da área científica e médica, mas de forma compreensível para o leitor
comum. Costuma ter mais fotos e infográficos do que outros Cadernos, para ajudar a
esclarecer temas mais complexos
Caderno esportivo
Caderno de veículos
Caderno de informática
Apresenta matérias, notícias e dicas relacionadas à saúde física e mental para o leitor
comum.
Caderno de gastronomia
Caderno de turismo
Caderno infantil
A primeira coisa que se vê no jornal é o que está estampado na capa. O primeiro contato
com o jornal se dá por meio da capa, também chamada de primeira página
Cabeçalho
Manchete
É uma espécie de título do jornal. Aparece com letras maiores e com grande destaque
na primeira página, geralmente no alto. Costuma ser direta e explícita, o que, aliado a seu
aspecto visual, atrai o primeiro olhar do leitor. Junto a ela costuma vir um pequeno texto
que resume a notícia em foco e é desenvolvido em várias reportagens daquela edição.
Chamadas
São pequenos títulos ou resumos de matérias publicados na capa, mas com menos
destaque do que a manchete. O objetivo também é atrair o leitor para a matéria completa,
que está em um dos Cadernos.
Fotos e legendas
As fotos fazem parte do grupo de recursos visuais explorados pelos jornais (como os
gráficos, as tabelas, os desenhos) e têm a finalidade imediata de ilustrar os temas centrais.
Para esclarecer as imagens, que em geral admitem mais de uma leitura, utiliza-se no
jornalismo o gênero de texto legenda. Ela facilita a compreensão ou a interpretação das
fotos, aparecendo junto a elas, em letras pequenas. Na primeira página, costumam-se usar
imagens provocativas, bem-humoradas ou chocantes.
De fato, o jornal impresso difere bastante do jornal digital, que parece, aos olhos de
muitos, mais sedutor do que o jornal impresso, uma vez que dá acesso a vídeos, áudios e
links, ao passo que no meio impresso os leitores ficam limitados ao texto e às imagens. Há
também outras vantagens: no jornal digital, as publicações são mais ágeis, quase
simultâneas aos fatos noticiados. Além disso, não há gastos com transporte e gráfica,
enquanto no jornalismo em meio impresso precisa-se de mais tempo e dinheiro para
produzir o material, publicá-lo e distribuí-lo. Os defensores do meio digital argumentam
ainda que a baixa qualidade do papel prejudica a qualidade das fotos e o armazenamento
de informações selecionadas pelo leitor: o jornal, após certo tempo guardado, amarela e se
desfaz.