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DESEMPENHO
HUMANO
Introdução
As empresas sempre apresentaram interesse no desempenho dos
seus trabalhadores, porém, assim como a área de gestão de pessoas e
o próprio entendimento sobre o papel dos sujeitos nas organizações
modificaram-se com o passar do tempo, as finalidades desse gerencia-
mento também mudaram. Se, anteriormente, tínhamos um enfoque
no desempenho que visava muito mais o controle e a fiscalização das
atividades a serem executadas pelos funcionários, hoje em dia, temos
uma ênfase muito maior nas questões formativas, as quais visam desen-
volver as competências dos colaboradores. Para que isso ocorra, a gestão
de pessoas é responsável por aliar tais competências às tendências do
mercado e aos objetivos estratégicos da organização, o que envolve,
necessariamente, ações voltadas à aprendizagem organizacional. Da
mesma forma, se os trabalhadores eram vistos como meros executores
de ordens movidos apenas por interesses econômicos antes, atualmente,
entende-se que as pessoas responsabilizam-se pelo seu crescimento
profissional e preocupam-se com as suas competências e a construção
das suas carreiras.
Neste capítulo, você estudará sobre o conceito de desempenho e a
sua evolução ao longo da história da gestão de pessoas, reconhecendo
elementos importantes para a mudança das suas ênfases. Você também
2 Gestão do desempenho: aspectos introdutórios
Homo economicus;
Ênfase nas tarefas proposta por Frederick W. Taylor (1856–1915) e
Henry Ford (1863–1947);
Relações humanas;
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Essa visão de Taylor, a qual também foi adotada por Ford posterior-
mente, ficou conhecida como taylorismo e, mais tarde, fordismo. De
acordo com esse ponto de vista restritivo, o trabalhador era interpretado
como alguém a ser impelido e supervisionado de modo constante para
que apresentasse o desempenho esperado pelos seus superiores. Ambos
os teóricos fundadores dessa perspectiva associavam o ser humano ao
conceito de homo economicus, segundo o qual o indivíduo seria motivado
apenas pelas quantias em dinheiro que ele poderia adquirir como fruto
do seu trabalho.
4 Gestão do desempenho: aspectos introdutórios
Em outras palavras, cabe aos líderes empresariais alinhar as metas das suas
unidades de negócio com os objetivos estratégicos da organização, os quais
visam resultados a serem atingidos pela corporação a médio e a longo prazos.
Convém esclarecer que, de acordo com Griffin e Moorhead (2006, p. 158):
Suponhamos que o gerente de uma empresa que presta serviços de suporte tecno-
lógico realiza algumas das suas operações organizacionais em regime presencial e
outras via telemarketing. Por ocasião de uma pandemia que acometeu o seu país, os
funcionários foram proibidos de abordar os clientes da corporação presencialmente,
de modo que passaram a atendê-los somente em regime remoto. Essa mudança de
cenário obrigou o gerente a implementar um plano de desenvolvimento de compe-
tências para que os colaboradores da organização aprendessem a atender os clientes
pela interface digital, tendo como agravante a realização desse atendimento via home
office. Houve, ainda, a necessidade de contratar novos colaboradores, os quais já foram
selecionados para as respectivas vagas por possuírem as habilidades necessárias ao
uso de aplicativos digitais na rotina de trabalho em home office.
Embora uma entrevista de feedback por parte dos gestores possa originar-
-se de uma avaliação do desempenho dos trabalhadores já realizada, ela deve
descrever os fatos, uma vez que “[...] quando não há julgamento, apenas o
relato de um evento, reduz-se a necessidade de reagir defensivamente e assim
o indivíduo pode ouvir e sentir-se à vontade para utilizar aquele dado como
julgar conveniente” (MOSCOVICI, 1997, p. 53). Assim, os líderes devem ater-
-se às habilidades e aos conhecimentos evidenciados ou necessários, evitando
julgamentos sobre o comportamento dos receptores. A objetividade deve fazer
parte do feedback, pois quanto mais específico ele for, maior será a sua chance
de cumprir com os objetivos voltados ao desenvolvimento dos colaboradores.
A objetividade relaciona-se à adequação das necessidades e das motivações
dos envolvidos no processo de feedback e deve considerar tanto o comuni-
cador quanto o receptor. Moscovici (1997, p. 53) acrescenta que o feedback
“[...] pode ser altamente destrutivo quando satisfaz somente às necessidades
do comunicador sem levar em conta as necessidades do receptor”. O mesmo
pode suceder quando o feedback não ocorre de forma dirigida, sendo que um
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feedback dirigido é aquele que, ao destacar aspectos que devem ser modificados
no comportamento de uma pessoa ou de um grupo, explicita quais caminhos
podem ser seguidos para a condição apresentada seja revertida. Dessa maneira,
os líderes devem manter um canal de comunicação aberto para que os sujeitos
que se encontram sob a sua lideranças possam solicitar feedbacks quando
sentirem necessidade. A característica de ser oportuno refere-se à orientação
de que o feedback seja realizado mediatamente após a verificação de algum
fato que o exija sempre que possível, tendo em vista a adequação às questões
impostas pelo contexto.
Ao concluir a realização de um feedback, a liderança deve assegurar-se de
que o mesmo foi plenamente compreendido pelos colaboradores da empresa,
analisando se a comunicação foi precisa ou não. Para isso, existem algumas
técnicas que podem ser adotadas pelos líderes, conforme explica Moscovici
(1997, p. 54):
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