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(ORGANIZADORES)
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PESSOAS E
Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão
ORGANIZAÇÕES
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Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Editora CRV
Revisão: Os Autores
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
visã R
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P568
19-55650
CDD: 658.3
ito
CDU: 005.95
par
2019
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
Volume 1 191
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Victor Cláudio Paradela
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Débora Vargas Ferreira Costa
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Neste capítulo vamos estudar uma atividade que possui grande impor-
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a
tância para as organizações: a gestão do desempenho de seus funcionários.
Essa atividade, quando bem realizada, proporciona aos gestores não apenas
informações sobre a adequação do desempenho que vem sendo mantido pelos
do
funcionários, como também sinaliza o quão adequadas têm sido as práticas
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de gestão com pessoas. Os resultados alcançados possibilitam o desenvolvi-
mento de ações que contribuam para o aprimoramento profissional de cada
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trabalhador e para o aperfeiçoamento do modelo de gestão adotado.
Infelizmente, porém, muitas organizações ainda não possuem modelos
adequados para o desenvolvimento dessa atividade. A maioria, aliás, não
desenvolve qualquer esforço nesse sentido. Outras, por sua vez, aplicam
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plicam esse problema seja a dificuldade que muitos parecem sentir em avaliar
outras pessoas. Sendo a avaliação uma etapa fundamental para a gestão do
desempenho, todo o processo acaba por ser comprometido.
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bol a cada partida? Quando vai a um médico, não avalia a forma como ele o
atendeu? Essa é uma atividade natural do ser humano, que também pode ser
exercida nas organizações de trabalho, onde constantemente avaliamos nossos
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processos avaliativos.
Quando não ficam claros os objetivos que estão sendo perseguidos com
tal processo; quando se cultiva uma cultura de medo, relacionado a punições
que podem ocorrer ao baixo desempenho; quando a organização possui uma
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com pessoas capaz de proporcionar a característica fundamental da gestão do
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desempenho que é, como se vê, mais do que a simples avaliação.
Essa diferenciação, por sinal, deve ficar bem clara desde já. Como você
verá, nosso foco é na gestão do desempenho e não apenas na avaliação, que
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é uma de suas partes. Em algumas seções, enfocaremos aspectos específicos
a
da avaliação. Mas o processo como um todo é gestão do desempenho, que
representa uma ferramenta mais completa.
do
Neste capítulo, buscaremos um melhor entendimento das diversas questões
resultados obtidos.
Em seguida, estão destacadas diversas medidas que podem ser adotadas
sã tor
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No final, fazemos uma síntese do capítulo, destacando os principais
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pontos abordados em cada seção.
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a
A gestão do desempenho representa um conjunto de técnicas direcionadas
do
para a obtenção e análise de informações que possam caracterizar a qualidade
da contribuição que cada funcionário tem oferecido à organização, completada
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pela adoção de medidas que favoreçam seu constante aprimoramento. Esse
é o conceito que adotaremos no presente capítulo.
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Não se trata apenas, portanto, de avaliar o desempenho. Devem ser iden-
tificadas as causas dos eventuais problemas e deficiências, determinando-se
meios eficazes para superá-las. Da mesma forma, devem ser estudados os
pontos fortes verificados, de modo a que os mesmos possam ser maximizados
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fatores circunstanciais, que possam ser objeto de melhorias e sim de
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um perfil pessoal e profissional que não se adequa satisfatoriamente
ao exigido pelas funções desempenhadas. Em alguns casos, a trans-
ferência para outro setor ou a mudança de cargo resolve o problema.
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Em outros, porém, faz-se necessária a busca da recolocação em outra
a
organização. A segunda possibilidade ocorre, principalmente, quando
a inadequação verificada não diz respeito às exigências do cargo e
do
sim da organização, estando relacionada a fatores como a cultura
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seletivos adotados pela organização. Quando se verifica que uma
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parte significativa dos funcionários revela-se inadaptada e pouco
produtiva, um dos possíveis motivos para tal desajuste é a falta
de critérios consistentes na seleção de tais funcionários. É claro
R
que nenhum método de recrutamento e seleção é imune a falhas.
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Há sempre uma significativa margem de erro quando julgamos
que uma pessoa revela-se adequada para ocupar um determinado
do
cargo. Quando, porém, grande parte das pessoas julgadas aptas nos
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devem ser possuídos pelos ocupantes de cada cargo. Sendo essa uma
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de gestão adotado pela organização. A forma como os processos
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produtivos são estruturados, o estilo de liderança predominante, o
sistema de comunicação interna, dentre outros fatores, são exem-
plos de elementos referentes ao modelo de gestão que podem gerar
R
descontentamento nos funcionários, dificultando seu desempenho.
a
Como vemos, diversas são as possibilidades de melhoria que podem
do
ser proporcionadas pelos sistemas de gestão do desempenho. Muito além
Medidas objetivas
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do trabalhador daqueles ocasionados por deficiências da estrutura,
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das máquinas, dos sistemas de informação e outros que independem
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do empregado. Além disso, nem sempre é possível separar-se a pro-
dução individual de cada trabalhador, uma vez que muitos produtos
e serviços são fruto de esforços coletivos.
R
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O receio e despreparo em trabalhar com aspectos subjetivos, somado à
atração que nossa sociedade tem por dados quantitativos, costuma induzir à
do
busca de referenciais objetivos. As medidas objetivas vão, portanto, ao encontro
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dessas características. Embora possam ser utilizadas de forma complementar
a outros métodos, não devem, no entanto ser adotadas como única ou mesmo
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como principal fonte de referência, dadas as limitações aqui impostas.
Escalas gráficas
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rev
CRIATIVIDADE: 1 5
| |
Não é criativo. Limita- É Bastante criativo. Procu
ver
CRIATIVIDADE: 1 2 3 4 5
| | | | |
Não é criativo. Limita- É Bastante criativo. Procu
se a cumprir as deter- ra sempre descobrir novas
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minações recebidas. formas de trabalhar
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c) Escalas Gráficas Descontínuas – Neste modelo, são definidas pre-
viamente as opções que poderão ser assinaladas pelo avaliador, conforme
R
a
exemplo a seguir:
do
procurando sempre
É bastante criativo,
É pouco criativo,
de trabalhar
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problemas
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recebidas
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ara
Das três opções, a que nos parece mais adequada é a última, porque
reduz a possibilidade de haver divergências de interpretação do significado
de cada grau que pode ser atribuído pelos avaliadores e facilita a tabulação
dos resultados.
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Escolha forçada
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Frases descritivas
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Similar ao método da escolha forçada, diferencia-se deste pelo fato de
não trabalhar com blocos de frases e sim com sentenças isoladas, que devem
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receber marcação positiva ou negativa.
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Nesse caso, ao invés de uma múltipla escolha, o avaliador tem que
posicionar-se sobre cada sentença em separado. Como vantagens desse mé-
do
todo temos a maior atenção que exigirá do respondente e a possibilidade
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de que sejam feitas, posteriormente, análises cruzadas dos respostas dadas,
verificando-se se houve coerência entre elas.
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Incidentes críticos
Avaliar uma pessoa com base apenas em suas manifestações extremas pode
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Autoavaliação
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Observação direta
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Neste método, os avaliadores observam a forma como os avaliados
estão trabalhando, comparando-a com os padrões desejáveis. É bastante uti-
lizado na avaliação de cargos que envolvem atendimento ao público. Podem
ser contratadas pessoas de fora da organização para se fazerem passar por
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a
clientes e oferecer, posteriormente, um feedback sobre a qualidade do aten-
dimento recebido.
do
A observação direta tem como principais limitações o constrangimento
que pode gerar quando o funcionário tem ciência de que está sendo monito-
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lidade. Dentre tais distorções, destacam-se as seguintes:
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• Leniência – Lenir significa abrandar. Portanto, leniência é a tendência
que algumas pessoas possuem de abrandar o julgamento que fazem
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dos avaliados, atitude popularmente conhecida como “colocar panos
a
quentes nos problemas”. Vários fatores podem induzir os avaliadores
a incorrerem nesse problema. Há pessoas que evitam assumir críticas
do
aos outros, seja por insegurança ou comodismo, seja por questões
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acabar sendo mal avaliado em quesitos nos quais ele não tenha
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problemas. Por outro lado, aqueles que são vistos como bons em-
pregados podem acabar recebendo nota alta em todos os quesitos,
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em si mesmo (REIS, 2000). Se, por exemplo, o avaliador se consi-
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dera uma pessoa muito organizada e disciplinada, tende a valorizar
bastante essas características nas pessoas por ele avaliadas, sendo
mais favorável àquelas que também revelam-se fortes nesses aspec-
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tos e desfavorável às que não os manifestam de forma significativa.
a
• Estímulo à competição interna – a maioria das organizações possui
modelos de gestão de inspiração mecanicista, nos quais um dos
do
valores centrais é a constante busca da observância dos padrões
mais uma questão de atitude do que de técnica. Quando se cria uma cultura
favorável ao recebimento de críticas e à busca do autodesenvolvimento, os
membros da organização buscarão, naturalmente, participar de forma positiva
PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
Volume 1 203
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Sabemos que em gestão com pessoas não devem ser buscadas “receitas
de bolo”, ou seja, fórmulas prontas que possam ser aplicadas em qualquer
situação. É necessário que cada organização construa uma metodologia adap-
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a
tada às suas características e necessidades. Podemos, no entanto, relacionar
algumas características que se revelam importantes de serem consideradas,
do
conforme a seguir destacado:
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• Definir claramente o que se pretende avaliar – como vimos em se-
ções anteriores, há uma série de objetivos que podem ser alcançados
são
por meio dos sistemas de gestão de desempenho. Cada organização
poderá priorizar alguns desses objetivos, desconsiderando ou atri-
buindo menor importância a outros. Tal decisão depende de diversos
fatores, como a cultura corporativa ou as necessidades decorrentes
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contribui, também, para o agravamento das resistências que costu-
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mam surgir por parte dos avaliados, que ficarão temerosos do que
lhes pode acontecer, uma vez que assuntos tratados em sigilo tendem
a ser encarados como potencialmente perigosos ou desagradáveis.
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a
• Manter sigilo sobre informações de terceiros – a transparência
desejável ao processo avaliativo não deve implicar no acesso ir-
do
restrito de todos os envolvidos às diversas informações geradas.
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• Adotar a avaliação em “mão-dupla” – por que a avaliação de de-
sempenho é vista unicamente como instrumento para os gerentes
julgarem os seus liderados? É muito importante que os trabalhadores
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também tenham a oportunidade de avaliarem seus supervisores.
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Embora a adoção deste tipo de “avaliação em mão- dupla” possa
causar reações não muito favoráveis no início (gerentes inseguros
do
e liderados com medo de expressar suas opiniões), os resultados
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• Prever diálogos entre avaliadores e avaliados no decorrer do período
de avaliação – os ciclos avaliativos dos processos de avaliação de
desempenho têm, normalmente, duração de um ano, ao final do
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qual são coletadas as informações que caracterizarão o desempenho
a
observado em cada pessoa. O ideal é que sejam previstos diálogos
entre avaliadores e avaliados no decorrer desse período, facilitando,
do
assim, a correção dos eventuais problemas detectados a tempo de
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Apresentadas as principais medidas que podem contribuir para o apri-
moramento do processo avaliativo vamos, na próxima seção, estudar uma
das formas mais modernas e eficazes para a estruturação de tais programas:
a avaliação 360 graus.
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Avaliação 360 graus
do
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A avaliação 360 graus é uma modalidade em que cada avaliado recebe
feedback de seus supervisores, liderados, colegas de setor, clientes internos e
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outros públicos que sejam considerados relevantes. Trata-se, portanto, de uma
significativa ampliação no número de avaliadores tradicionalmente adotado.
A rede de pessoas que participam da avaliação de cada funcionário
deve incluir os indivíduos com os quais ele mantém uma constante interação
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rev
aos resultados que podem ser alcançados. Como ocorre com tantas outras
boas ideias administrativas, quando a avaliação 360 graus é vista como uma
panaceia (remédio para todos os males) ou é adotada por simples modismo,
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acaba por gerar frustração no lugar dos resultados esperados (REIS, 2000).
É preciso que se considere que, a despeito de tratar-se de uma
ver
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cultura encontrada nas organizações em questão.
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É uma pena, no entanto, que esse tipo de resistência ocorra. Estudos
realizados em companhias que adotam há mais de uma década esse tipo
de avaliação revelaram que os funcionários costumam ter uma percepção
R
muito acurada do seu gerente. Mostraram, também, que os impactos gerados
a
na organização eram predominantemente positivos, proporcionando uma
significativa contribuição para o desenvolvimento do corpo gerencial. Quando
do
os gerentes comparavam os resultados das avaliações feitas por seus liderados
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avaliação, não tendo acesso, no entanto, aos relatórios individuais
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dos avaliadores.
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– com a ampliação do número de avaliadores, aumenta proporcio-
a
nalmente a quantidade de dados que precisarão ser manipulados.
É necessário, portanto, que se tenha capacidade para a efetivação de
do
uma correta tabulação, sem o que não será possível o bom aproveita-
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liação, como a 360 graus, é o desenvolvimento profissional, proporcionado
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pela mudança comportamental estimulada. Devemos nos lembrar, porém,
que esse tipo de mudança costuma ser limitada pelo contexto organizacional
e pelas características individuais.
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É preciso que se considere, também, que o recebimento de feedback de
a
múltiplos avaliadores é uma experiência que tende a ser acompanhada de
intensa mobilização emocional. Com isso, muitas pessoas podem não estar
do
preparadas para recebê-los e utilizá-los de forma produtiva com a mesma
forma isolada. Por trás das convicções que mantemos sobre as medidas que
julgamos mais adequadas no nosso dia a dia profissional estão paradigmas
que, mesmo sem perceber, foram por nós adotados como referência (FER-
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Por isso, antes de julgar uma pessoa que não manifesta uma característica
considerada desejável no seu dia a dia profissional, devemos nos perguntar
se o modelo de gestão da organização onde ela trabalha não a estimula a agir
exatamente como tem agido.
Outro aspecto que deve ser considerado á a cultura organizacional. Uma
cultura pode ser definida como um conjunto de pressupostos básicos que
um determinado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a
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lidar com os problemas de adaptação externa e de integração interna, e que
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funcionou bem o bastante para serem considerados válidos e ensinados aos
novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação
a esses problemas (SCHEIN, 2001).
R
A cultura influencia o desempenho de maneira similar ao modelo de
a
gestão adotado. A ocorrência de um baixo desempenho por parte dos funcio-
nários pode ser uma consequência não de incapacidade ou desinteresse e sim
do
da adesão a uma cultura inadequada.
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se revelem opostos a ela. Há casos, porém, que mostra-se necessária uma mu-
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O estilo de liderança predominante é mais um fator com influência
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significativa no desempenho. A autocracia, praticada em grande parte das
organizações, induz à passividade e desestimula a reflexão crítica sobre os
problemas que afetam o trabalho. Com isso, o desempenho tende a ser pre-
R
judicado, em especial em organizações cuja natureza das tarefas requer um
a
maior comprometimento e mobilização dos funcionários. A adoção de modelos
participativos, em contraposição, tende a favorecer a elevação do desempenho.
do
O ambiente imediato no qual a organização está inserida, constituído
ficação profissional muito superior àquele exigido pelo cargo que ocupa. Em
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distorções. O estresse, uma das principais consequências dessa disfunção,
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compromete a criatividade e o relacionamento interpessoal, levando, assim, à
perda gradual da qualidade nas tarefas desempenhadas, a despeito da grande
energia a elas direcionada.
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Como vemos, antes de julgar como incompetentes ou descompromissados
a
os funcionários que apresentam baixo desempenho, devemos investigar os
motivos que os levaram a perder a capacidade produtiva nos níveis desejáveis.
do
A gestão do desempenho precisa, portanto, agir não apenas sobre o indivíduo,
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não a única. Para que o processo seja completo e conduzido de forma eficaz,
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em mão-dupla”, incluindo também os liderados, a autoavaliação ou,
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ainda, a avaliação 360 graus, a mais ampla de todas. Recomendamos
que seja adotado o maior número de avaliadores possível, pois com
isso tenderá a haver menos distorções no processo avaliativo.
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a
3. Seleção dos indicadores – a organização deve escolher que indica-
dores utilizará para proceder a avaliação de desempenho, dentre as
do
diversas opções existentes. Essa escolha deve guardar coerência com
r
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nesse treinamento destacam-se: promover uma clara ligação entre
uto
a estratégia e os objetivos corporativos com os objetivos da gestão
do desempenho; explicar detalhadamente a técnica a ser utilizada
e contribuir para a manutenção de um clima de tranquilidade na
R
organização (BERGAMINI; BERALDO, 1998).
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7. Esclarecimento dos parâmetros – cada gerente deve reunir-se com
do
seus liderados para esclarecê-los a respeito dos parâmetros que
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na gestão do desempenho.
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12. Feedback e esclarecimentos – cada pessoa deve receber uma cópia
do resultado de sua avaliação. O ideal é que os gerentes procedam a
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entrega desse documento em entrevista pessoal com cada liderado,
a
na qual poderão ser esclarecidas as dúvidas que venham a ser susci-
tadas e recolhidas sugestões para o aprimoramento do desempenho.
do
revelada pela avaliação e a indicação das medidas que deverão ser tomadas
para o aprimoramento dos funcionários. A execução criteriosa de cada uma
das ações aqui relacionadas facilitará o alcance dos objetivos pretendidos
ver
pela organização.
Na próxima seção, apresentamos uma teoria que pode trazer uma re-
levante contribuição para o entendimento das diferenças de percepção que
ocorrem no momento da avaliação. Como veremos, a personalidade de cada
PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
Volume 1 217
A Janela de Johari
Essa teoria foi criado pelos psicólogos Joseph Luft e Harry Ingham,
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sendo, portanto, o título que recebeu uma junção do nome de seus propo-
V
nentes. Trata-se de um modelo que revela a complexidade encontrada na
uto
personalidade e no comportamento de cada indivíduo, destacando que a forma
como nos percebemos não é igual à como somos percebidos pelas pessoas
que convivem conosco.
R
a
Tendo em vista que a gestão do desempenho envolve avaliações subjeti-
vas, é útil conhecer e aplicar teorias como essa que facilitam o entendimento
do
das diferenças de percepção.
O oferecimento de feedback é, conforme destacado na seção anterior, uma
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importante etapa do processo avaliativo. Esse procedimento também pode se
beneficiar do entendimento proporcionado pela Janela, como veremos a seguir.
são
A Janela é construída promovendo-se o cruzamento entre as dimensões
conhecidas e desconhecidas por nós mesmos com aquelas conhecidas ou
desconhecidas pelas outras pessoas, são constituídas quatro distintas áreas
de percepção que recebem os nomes de: aberta, cega, oculta e desconhecida,
i
CONHECIDA DESCONHECIDA
ara
CONHECIDA
Área Área
i
PELOS OUTROS
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aberta cega
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comportamento. Quanto maior for a abertura que a pessoa demonstra para
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receber feedback e sua extroversão, maior será essa área. A ampliação da área
uto
aberta favorece o aprimoramento pessoal, pois sendo as características nela
contidas de pleno conhecimento do indivíduo e das demais pessoas, podem
mais facilmente ser aceitas ou modificadas, se for o caso.
R
a
A área cega contém os aspectos percebidos pelas demais pessoas e
ignorados pelo indivíduo. Quando seu tamanho revela-se grande, ou seja,
do
estão nela inseridas muitas características de personalidade, manifesta-se
uma maior tendência à ocorrência de conflitos e desajustamentos. Isso ocorre,
r
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área as quais, embora não sejam conscientemente conhecidas, influenciam
uto
diretamente o nosso comportamento, estando dispostas no nosso subconsciente
ou mesmo no inconsciente.
É importante que tenhamos consciência de que podemos alterar a forma
visã R
como apresentamos as características de nossa personalidade nos diferentes
oa
quadrantes da Janela de Johari. Uma das medidas básicas nesse sentido é a
promoção de processos de autoexposição, através dos quais a pessoa revela
às demais informações sobre si mesma, transferindo, assim, informações da
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área oculta para a área aberta. Outra importante questão é a abertura ao fee-
dback, a disposição para receber críticas sem tornar-se reativo a elas. Essas
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ela própria, embora estejam evidentes para os outros. Essa estratégia costuma
minimizar a tendência natural do indivíduo a adotar uma postura defensiva
frente às críticas. Evita, também, que se estabeleça uma infrutífera discussão
entre as duas pessoas envolvidas (a que dá e a que recebe feedback) sobre
d
quem tem ou não razão, quando alguém não se percebe da forma como está
são
sendo criticado.
E
Para concluir
ver
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Devemos, também, estar atentos em relação a uma série de obstáculos
uto
que precisam ser superados para que tenhamos um sistema eficaz de gestão
do desempenho. Tais problemas incluem desde a resistência que muitas pes-
soas manifestam a avaliar ou ser avaliadas até a falta de iniciativas concretas
R
para reverter os problemas detectados na avaliação, passando pela adoção
a
de metodologias inadequadas e a manifestação de conhecidas distorções nos
processos avaliativos, dentre outros.
do
Existe uma série de medidas e cuidados que, uma vez adotados, podem
a chamada área cega, na qual estão as qualidade e defeitos que são ignorados
por nós mesmos, mas percebidos por aqueles conosco convivem. O estudo
da Janela nos proporciona, também, uma clara visão sobre a importância da
disponibilidade para dar feedback e da abertura para recebê-lo.
PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
Volume 1 221
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para a implantação de um bom modelo de gestão de desempenho nas organi-
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zações em que trabalha ou vier a trabalhar.
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REFERÊNCIAS
BERGAMINI, Cecília Whitaker; BERALDO, Deobel Garcia Ramos. Ava-
liação de desempenho humano na empresa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
r
CORRÊA, Carlos José e FRANÇA, Célio Francisco. Modelos de gestão. Rio
V
de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2005.
uto
FRITZEN, Silvino José. Janela de Johari. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
R
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LUCENA, Maria Diva da Salete. Avaliação de desempenho. São Paulo:
Atlas, 1992.
do
REIS, Germano Glufke. Avaliação 360 graus: um instrumento de desenvol-