Livro Brasil 2035

Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão
ver
Ed
s ão itor
par aC
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Organizadores
visã R
ANTÔNIO LUÍS AULICINO
od V
o
ADALBERTO AMÉRICO FISCHMANN
O PAÍS QUE QUEREMOS

aut
or
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Ed
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o aut
or
Antônio Luís Aulicino
Adalberto Américo Fischmann
(Organizadores)
or
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aut
R
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aC
DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035:

visã
o país que queremos
itor
a re
Elaborado sob a coordenação do Núcleo de

Apoio à Pesquisa do Planejamento de Longo
par
Prazo (NAP-PLP), da FEA-USP,

Ed
com a participação de diversos

representantes da sociedade brasileira
ão
s
ver
Editora CRV
Curitiba – Brasil
2020
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Editora CRV
Revisão: Os Autores
or
od V
aut
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
D478
R
o
aC
Desenvolvimento Brasil 2035: o país que queremos / Antônio Luís Aulicino; Adalberto
Américo Fischmann (organizadores) – Curitiba : CRV, 2020.
598 p.

Bibliografia
visã
ISBN
DOI
1. Brasil – construção 2. Planejamento – longo prazo 3. Sociedade brasileira – apropriação

itor
4. Ações para construir um Brasil que queremos I. Aulicino, Antônio Luís org. II. Fischmann,
Adalberto Américo. org. III. Título IV. Série.
a re
CDU 81 CDD 370

Índice para catálogo sistemático
1. Educação 370
par
Ed
ESTA OBRA TAMBÉM ENCONTRA-SE DISPONÍVEL EM FORMATO DIGITAL.

CONHEÇA E BAIXE NOSSO APLICATIVO!
s ão
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2020
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Angelo Aparecido Priori (UEM)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Arnaldo Oliveira Souza Júnior (UFPI)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Carlos Ugo Santander Joo (UFG)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Dagmar Manieri (UFT)
or
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) Edison Bariani (FCLAR)
Carmen Tereza Velanga (UNIR) Elizeu de Miranda Corrêa (PUC/SP)
od V
Celso Conti (UFSCar) Fauston Negreiros (UFPI)
aut
Cesar Gerónimo Tello (Univer. Nacional Fernando Antonio Gonçalves Alcoforado
Três de Febrero – Argentina) (Universitat de Barcelona, UB, Espanha)
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG) Giovani José da Silva (UNIFAP)
R
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL) José de Ribamar Sousa Pereira (Exército
Élsio José Corá (UFFS) Brasileiro/Ministério da Defesa)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB) Kelly Cristina de Souza Prudencio (UFPR)
o
Fernando Antônio Gonçalves Alcoforado (IPB) Liv Rebecca Sovik (UFRJ)
aC
Francisco Carlos Duarte (PUC-PR) Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)
Gloria Fariñas León (Universidade Marcos Aurelio Guedes de Oliveira (UFPE)
de La Havana – Cuba) Maria Schirley Luft (UFRR)
Guillermo Arias Beatón (Universidade Mauro Guilherme Pinheiro Koury (UFPB)

de La Havana – Cuba) Ricardo Ferreira Freitas (UERJ)
visã
Jailson Alves dos Santos (UFRJ) Renato Jose Pinto Ortiz (UNICAMP)
João Adalberto Campato Junior (UNESP) Rubens Elias da Silva (UFOPA)
Josania Portela (UFPI) Sergio Augusto Soares Mattos (UFRB)
Leonel Severo Rocha (UNISINOS) Silvia Maria Favero Arend (UDESC)
itor
Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO) Sonia Maria Ferreira Koehler (UNISAL)

Lourdes Helena da Silva (UFV) Suyanne Tolentino de Souza (PUC-PR)
a re
Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)

Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNOESC)
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA)
Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar)
Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)
par
Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)

Rodrigo Pratte-Santos (UFES)
Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)
Ed
Simone Rodrigues Pinto (UNB)

Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)
Sydione Santos (UEPG)
ão
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)

Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)
s
Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.

ver
ver
Ed
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od V
o aut
or
SUMÁRIO
PRÉFACE�� 13
or
Philippe Durance
od V
PREFÁCIO�� 15
aut
Philippe Durance
R
PARTE I
o
OBJETIVO, CENÁRIO GLOBAL ESCOLHIDO E AÇÕES PARA O
BRASIL QUE QUEREMOS �� 19
aC
PARTE 2
visã
GOVERNANÇA E GESTÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 2: Governança e Gestão �� 39

itor
a re
SOCIEDADE BRASILEIRA �� 43

Neuseli Martins Costa
PODER EXECUTIVO �� 51

Ana Maria Antunes
par
VALORIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO

Ed
E TERRITORIAL �� 59
Enir Sebastião Mendes
ão
PODER LEGISLATIVO �� 69

Ana Maria Antunes
s
ver
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO �� 75

Maria Inês Costa Restier
REFORMA POLÍTICA, COM SISTEMA POLÍTICO REPRESENTATIVO,

RESPONSIVO E DEMOCRACIA PLENA E MADURA �� 83
Rubens Carvalho Pereira
MINISTÉRIO PÚBLICO �� 93
Ana Maria Antunes
MÍDIA DEMOCRÁTICA E QUALIFICADA �� 101

Isaac Trabuco Soares Silva
or
MUDANÇA DA ESTRUTURA DO ESTADO �� 111
od V
Eduardo Rodrigues Schneider
aut
PODER JUDICIÁRIO �� 121
R
Roberto Goldstajn
PARTE 3
o
EDUCAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DA CULTURA,
aC
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE EM SEGURANÇA

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 3 �� 131
visã
DISSEMINAÇÃO DA CULTURA DE CORRUPÇÃO NO BRASIL �� 133
Sheila Serafim da Silva
Roberto Goldstajn
itor
MAIORIA DA POPULAÇÃO TERÁ ENSINO SUPERIOR NO BRASIL �� 141

a re
Clarice Miyaco Okano Kobayashi

Sumaya Suely Andre Carnevalli Neves
SEGURANÇA – VÁRIOS ASPECTOS �� 153

par
Ana Victoria Vieira Martins Monteiro

João Aparecido Trevisam Neto
Ed
BAIXA EFETIVIDADE DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO �� 165

Francisco Queiroz da Silva
ão
INVERSÃO DA PIRÂMIDE INTELECTUAL DO BRASIL �� 175

s
ver
VINCULAR A SUSTENTABILIDADE ÀS DEMAIS ÁREAS �� 183

USO SUSTENTÁVEL DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL �� 195

PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL (CULTURA) �� 205

PARTE 4
VIVÊNCIA E RESPONSABILIDADE COLETIVA
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 4: Vivência e

Responsabilidade Coletiva �� 217
or
od V
ENGAJAMENTO POLÍTICO E INTERESSE PELO BEM PÚBLICO �� 221
aut
Ana Maria Antunes
COLETIVIDADE E BEM COMUM �� 231
R
Ana Maria Antunes
o
PARTICIPAÇÃO SOCIAL ENGAJADA LOCALMENTE �� 241
Lucinei Paes de Lima
aC
PROGRAMAS SOCIAIS COMO CONTRAPARTIDA
DE DESENVOLVIMENTO �� 253

visã
Terezinha Joyce Fernandes Franca
Renata Martins Sampaio
itor
SOCIEDADE MENOS DESIGUAL �� 265

a re
SUPERPOPULAÇÃO NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS �� 275

Fernando Mario Rodrigues Marques
par
REDIMENSIONAR E ORGANIZAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE �� 285

Ed
Ana Maria Antunes
REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL �� 293

ão
Maria Luiza Marques de Abrantes

Sumaya Suely André Carnevalli Neves
s
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO �� 303

ver

PARTE 5
ECONOMIA, POLÍTICA E INFRAESTRUTURA
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 5: Economia,

Política e Infraestrutura �� 315
or
od V
ESTABILIDADE POLÍTICA E ECONÔMICA �� 319
aut
R
INFRAESTRUTURA DEFICITÁRIA �� 327
o
José Augusto Vieira Costa
aC
POLÍTICA INDUSTRIAL �� 339

Antônio Jacó da Silva
visã
EMPRESAS �� 347
itor
a re
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) �� 357

Daniel Brasiliense e Prado
Hércules Antonio do Prado
Roberto Goldstajn
par
SISTEMA DE INFORMAÇÃO TERRITORIAL ACESSÍVEL �� 367

Ed
DEFESA NACIONAL E BASE INDUSTRIAL DE DEFESA �� 377

ão
APOIO E INSTITUIÇÕES VOLTADAS AO EMPREENDEDORISMO �� 389

s

ver
DIVERSIFICAÇÃO DA PAUTA DE EXPORTAÇÃO E

DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DOS
SETORES PRODUTIVOS�� 399
Christian Roncatti Bittencourt
Matheus Spada Zati
DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA E COMPETITIVIDADE DE
SETORES DE ALTO VALOR AGREGADO �� 409
PARTE 6
or
od V
DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS E MÉTODOS UTILIZADOS
aut
NA ELABORAÇÃO DO PROCESSO PROSPECTIVO
DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035, RESPECTIVOS RESULTADOS
E CONSIDERAÇÕES FINAIS �� 421
R
o
ANEXOS
aC
ANEXO A
ORIENTAÇÃO DA ELABORAÇÃO DAS OFICINAS PARA

visã
VARREDURA DO AMBIENTE �� 573
ANEXO B
ORIENTAÇÕES PARA AS OFICINAS FORAM AS MESMAS, PARA
itor
DEFINIÇÃO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS DAS PARTES 2, 3, 4 E 5 �� 579

a re
ANEXO C
ELABORAÇÃO DO PROJECT CANVAS PARA A AÇÃO �� 581
par
ANEXO D
IMAGEM DO PROJETO RESOLUÇÃO 06/2017 – RIBEIRÃO
Ed
BRANCO -SP E O PROJECT CANVAS DA ESCOLA LEGISLATIVA �� 583
ABREVIAÇÕES E SIGLAS�� 587

ão
SOBRE OS AUTORES �� 593

s
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
PRÉFACE
Philippe Durance1
or
Le recours à la prospective dans et par les territoires répond à plusieurs
od V
défis pour les acteurs territoriaux. Tous d’abord, elle constitue un instrument
aut
privilégié pour aider à la compréhension des dynamiques territoriales, dans
un contexte toujours plus marqué par la nécessité de coopérer. Ensuite, elle
R
permet d’inoculer une culture de l’anticipation et du débat collectif, sur les
enjeux à venir et les choix qui en résultent pour le présent, qui constitue un
o
passage obligé pour anticiper les changements structurels et les mutations
profondes des territoires. Elle représente également une maïeutique puis-
aC
sante pour engager les acteurs locaux sur la voie de stratégies volontaristes et
proactives, assises sur une convergence du possible et du souhaitable et dont
les éléments sont, in fine, transposés en actions de développement. Enfin, un

visã
travail prospectif favorise la mise en lumière de données ignorées ou négli-
gées et la prise de recul sur des questions souvent prises en compte par les
politiques dans l’urgence.
itor
Sous le double effet d’une concurrence accrue entre territoires et d’une

montée en puissance de la société civile et de ses exigences, les acteurs des
a re
territoires ont besoin d’anticiper autrement l’avenir pour prendre des déci-
sions les plus pertinentes possibles au plan économique, les plus socialement
acceptables, et les plus respectueuses de l’environnement.
Cette nécessité suppose une approche prospective, – i.e. globale, anti-
par
cipatrice et systémique – pour chercher à comprendre les changements, en

cours et à venir, du contexte dans lequel évoluent les territoires. Cette réflexion
Ed
prospective exploratoire débouche ensuite sur l’expression d’enjeux majeurs

auxquels répondent des objectifs stratégiques pour y faire face et des pistes
d’actions visant à les atteindre.
ão
Dans le cadre des projets de territoire, la démarche prospective porte les

désirs et les attentes des citoyens; aussi, dans une démarche de prospective, il
s
paraît inconcevable de faire l’impasse sur la mise en place d’un cadre orga-
ver
nisé d’échanges avec les forces vives d’un territoire. Ce cadre s’appuie sur
des mécanismes d’animation, de concertation qui impliquent le plus grand
nombre d’acteurs. Cette implication vise à améliorer et, enjeu central de
toute démarche prospective, à légitimer la qualité de la décision. Elle permet
1 Professeur du Conservatoire national des Arts & Métiers (CNAM), titulaire de la chaire de Prospective et
Développement durable. Docteur en sciences de gestion, habilité à diriger des recherches, il est également
chercheur au Laboratoire interdisciplinaire de recherche en sciences de l’action (LIRSA).
14
également de favoriser l’acculturation par la complémentarité et la fertilisation

croisée des apports et des compétences des partenaires impliqués.
Plus généralement, l’expérience collective permet au collectif de passer
du simple bon sens, fruit des constats du passé, à la définition d’un au sens
commun, i.e. la direction donnée vers l’avenir, grâce à une trajectoire d’ap-
prentissage qui nourrit la vie publique.
Ainsi, toute démarche de prospective stratégique territoriale s’appuie sur
or
des processus collectifs mobilisant un éventail très large d’acteurs locaux et
od V
globaux. Elle implique de ce fait des formes plus interactives d’apprentissage
aut
– pédagogie du changement, appropriation, apprentissage organisationnel,
etc. – et de participation, et soulève parallèlement la problématique de la
structuration de cette réflexion collective à l’aide de méthodes formalisées.
R
La prospective stratégique constitue de la sorte une démarche privilégiée
pour tout territoire attentif à son développement à venir, en dotant les orga-
o
nisations et les institutions qui y vivent d’une vision au service de l’action
aC

stratégique et donc d’un projet partagé.
Initiée par quelques citoyens éclairés, la démarche «Développement
Brésil 2035» est remarquable et exemplaire: elle satisfait aux exigences de
rigueur intellectuelle, d’imagination
visã
et de participation. Elle répond à une volonté forte de changement. Il
s’agit d’une démarche proactive qui vise à anticiper les changements redoutés
et cherche à provoquer les changements souhaités. Elle contribue pleinement
itor
à l’apprentissage organisationnel par la création, la distribution et le partage

a re
de connaissances entre les acteurs territoriaux.

L’utilisation de la méthode prospective a permis d’identifier 37 variables-
clés pour l’avenir du Brésil. A partir de ces variables, plusieurs scénarios ont
été construits, dont un scénario souhaité et un scénario redouté. Face à ces
par
scénarios, des plans d’action ont été définis, à la fois pour lutter contre les
effets du scénario redouté et pour conduire au scénario souhaité. La volonté
Ed
de mettre en œuvre ces plans d’action a commencé avec les premières actions
qui viseront à la formation des citoyens.
s ão
ver
PREFÁCIO1
Philippe Durance2
or
O uso do processo prospectivo pelo território reúne vários desafios para
od V
os agentes sociais territoriais. Em primeiro lugar, é um instrumento privi-
aut
legiado para ajudar a compreender as dinâmicas territoriais, num contexto
cada vez mais marcado pela necessidade de cooperar. Em seguida, permite
R
disseminar uma cultura de antecipação e debate coletivo sobre os desafios
futuros e as escolhas resultantes para o presente, que é um passo necessário
o
para antecipar mudanças estruturais e profundas nos territórios. Ele também
representa uma “maiêutica” poderosa para envolver os agentes sociais locais
aC
no sentido de estratégias específicas e proativas, com base na convergência
entre o possível e o desejável e cujos elementos são finalmente convertidos
em ações de desenvolvimento. Finalmente, um trabalho prospectivo promove

visã
o destaque de dados ignorados ou negligenciados e faz revisões das questões,
muitas vezes, consideradas por políticos como urgentes.
Sob o duplo efeito de um aumento da concorrência entre os territórios e
de um aumento do poder da sociedade e as suas exigências, os diversos agentes
itor
sociais e atores do território precisam antecipar de outra forma o futuro, para

a re
tomar decisões as mais pertinentes possíveis no plano econômico, as mais

aceitáveis socialmente e as mais respeitosas em relação ao meio ambiente.
Isso requer uma abordagem prospectiva – isto é, global, proativa, sis-
têmica – que procure entender as mudanças, atuais e futuras, no contexto no
par
qual evoluem os territórios. Esta reflexão prospectiva exploratória conduz à

expressão dos desafios essenciais os quais atendem aos objetivos estratégicos
Ed
a serem atingidos e ao plano de ação para alcançá-los.

No âmbito de projetos territoriais, a abordagem prospectiva considera os
desejos e as expectativas dos cidadãos; também, numa abordagem prospectiva,
ão
parece inconcebível ignorar o estabelecimento de uma estrutura organizada

de intercâmbio com as forças vitais de um território. Esta estrutura baseia-
s
-se nos mecanismos de animação, de concertação que envolvem o maior

número de agentes sociais. Este envolvimento destina-se a melhorar e, desafio
ver
central de qualquer abordagem prospectiva, legitimar a qualidade da deci-

são. A prospectiva permite, igualmente, favorecer a aculturação por meio da
1 Tradução para o português

2 Professor, Dr. do Conservatoire national des Arts & Métiers (CNAM), titular da Cadeira de Prospectiva e
Desenvolvimento Sustentável. Possui doutorado em ciências da administração e é pesquisador do Laboratoire
interdisciplinaire de recherche en sciences de l’action (LIRSA).
16
complementaridade e fertilização cruzada das contribuições e competências

dos parceiros envolvidos.
De maneira mais geral, a experiência coletiva permite que o coletivo
passe do simples bom senso, fruto do passado, para a definição de um senso
comum, isto é, a direção dada para o futuro, graças a uma trajetória de apren-
dizagem que alimenta a vida pública.
Assim, qualquer abordagem de prospectiva estratégica territorial apoia-se
or
sobre processos coletivos, mobilizando uma ampla gama de agentes sociais e
od V
atores locais e globais. Ela implica, assim, formas mais interativas de apren-
aut
dizagem – pedagogia da mudança, apropriação, aprendizagem organizacional
etc. – e de participação, e ao mesmo tempo levanta o problema de estruturar
essa reflexão coletiva usando métodos formais.
R
A prospectiva estratégica constitui, dessa forma, uma excelente aborda-
gem para qualquer território que esteja atento ao seu desenvolvimento futuro,
o
proporcionando às organizações e instituições que ali vivem uma visão a
aC

serviço da ação estratégica e, portanto, de um projeto compartilhado.
Iniciado por alguns cidadãos esclarecidos, o projeto Desenvolvimento
Brasil 2035 é notável e exemplar: ele atende aos requisitos de rigor intelec-
tual, imaginação e participação. E responde a um forte desejo de mudança
visã
e é um projeto proativo, que visa antecipar as mudanças temidas e procura
realçar as mudanças desejadas. Contribui plenamente para a aprendizagem
organizacional, criando, distribuindo e compartilhando conhecimento entre
itor
os agentes sociais e os atores territoriais.

a re
A utilização do processo prospectivo identificou 37 variáveis-chave para

o futuro do Brasil. A partir dessas variáveis, vários cenários foram construídos,
incluindo um cenário desejado e um cenário temido. Diante desses cená-
rios, foram definidos planos de ação, tanto para reduzir os efeitos do cenário
par
temido quanto para construir o cenário desejado. A vontade de implementar

esses planos de ação começou com as primeiras ações que visam à formação
Ed
de cidadãos.
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE I
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
OBJETIVO, CENÁRIO GLOBAL
ESCOLHIDO E AÇÕES PARA O
BRASIL QUE QUEREMOS
or
od V
aut
R
1. Introdução
o
aC
Este livro foi organizado para apresentar e oferecer a toda a sociedade
acesso ao projeto processo prospectivo Desenvolvimento Brasil 2035. A
partir do seu objetivo, do cenário global escolhido, desejável e realizável,
e das ações necessárias para a construção do Brasil que queremos, esta obra
visã
inicia-se, nesta Parte 1, com as etapas da abordagem utilizada para a constru-
ção da visão estratégica desse futuro desejável para o Brasil e também com
os resultados do projeto,
itor
As muitas atividades desenvolvidas sobre as variáveis-chave identificadas

– organizadas em temas nas partes 2, 3, 4 e 5 – foram elaboradas por diversos
a re
agentes sociais (stakeholders), representantes da sociedade brasileira, e ofere-

cem material para entendimento e aprofundamento do assunto. A descrição
das etapas e das técnicas e métodos utilizados para elaboração do processo
prospectivo está presente ao final do livro, na Parte 6.
par
Objetivo
Ed
Mobilizar a sociedade para que sejam conquistados e conservados os

direitos fundamentais de uma nação:
ão
• democracia;
• paz social;
s
• soberania;
ver
• integração nacional;
• integridade territorial;
• desenvolvimento sustentável.
E atingidos os atributos de uma nação solidária:
• transparência;
• respeito;
20
• espírito crítico;
• ética.
Para atingir o objetivo definido e os atributos apresentados, a pers-

pectiva é do seguinte cenário global, dentre os possíveis e realizáveis, para
o Desenvolvimento Brasil 2035:
or
• Sociedade consciente da sustentabilidade, mobilizada, autônoma e
od V
participativa, focada no bem-estar coletivo, com princípios morais
aut
e éticos sólidos que abarquem as diversidades culturais e regionais.
• Poder Executivo eleito pela vontade popular com compromisso de
garantir o cumprimento do programa de Estado construído e apro-
•
priado pela sociedade.
R
Haverá grande dificuldade de mobilização da sociedade, p o r é m ,
o
haverá um início de planejamento em diversos territórios com
aC

apropriação e com representantes dos s e u s diversos tipos de
agentes sociais.
• Legisladores eleitos de acordo com um programa direcionador das
ações legislativas, capaz de representar de fato a sociedade em sua
visã
diversidade. Criação de mecanismos de fortalecimento da partici-
pação da sociedade nos projetos de lei.
• O Estado passa a criar mecanismos de transparência e acesso às infor-
itor
mações orçamentárias, assim como os meios que viabilizem a

a re
participação da sociedade na priorização e destinação do orça-

mento público, com acompanhamento de sua execução, trazendo
maior eficiência do gasto público.
• Estabelecimento de reforma que mude a estrutura do Estado, visando
par
ao bem-estar da população em geral. Amadurecimento político e

conscientização das necessidades das pessoas, mobilização da
Ed
sociedade, mas com mudanças lentas.

• O Ministério Público aperfeiçoa-se em Política e Estratégia, apro-
xima-se da polícia para perícia e investigação e fiscaliza a aplica-
ão
ção das Leis. Os representantes da Sociedade integram a estrutura,

desenvolve-se sistema interdepartamental e melhora a avaliação
do pessoal por sistema de competência.
s
• Sociedade e s t á engajada em torno de projeto sustentável, garan-

ver
tindo a diversidade de conteúdo, qualidade e consumo crítico

(P&D) e fóruns de participação ativa nas mídias.
• Maior participação da sociedade decorrente do aperfeiçoamento
dos mecanismos de representação de um Governo republicano, com
DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035: o país que queremos 21
eletividade, temporalidade e cobrança das responsabilidades e dos

programas dos eleitos (PLP).
• Maioria da população com acesso à Justiça; julgamentos mais
imparciais; aumento de decisões em tempo razoável, por meio de
centros de conciliação. Começa a haver um esboço de Planejamento
de Longo Prazo; Planejamento de Longo Prazo alinhado com os de
médio e curto prazo.
or
• Haverá maior interesse Político no combate à corrupção. Repressão
od V
por meio da criação de leis mais severas; investimento na educação
aut
ética do cidadão desde a escola; maior investimento em mecanismos
de controle e fiscalização. Ministério Público, Polícia e Judiciário
mais atuantes na aplicação das leis e no combate à corrupção; acesso
• R
livre às informações no formato que permita transparência efetiva.
Com participação da sociedade, há mudança radical na forma de
o
aprendizado, com muita autonomia e acesso a conteúdos e expe-
aC
riências de forma menos burocratizada e mais prática, criativa e

inovadora. Há desenvolvimento de várias formas de obter um grau
acadêmico, muito diferentes das atuais, com prazos mais curtos e
métodos produtivos, eficientes e eficazes.
visã
• O Estado e a sociedade assumindo um comportamento ativo
capaz de articular e enfrentar as deficiências estruturais (polícia,
Judiciário, Ministério Público, sistema prisional...) por meio de
itor
ações coletivas. Ambos mobilizados para romper comportamentos

a re
e paradigmas que desqualifiquem a cidadania. Predomínio de com-

portamento cidadão, com a atenção voltada para outros aspectos da
segurança, tais como: educação, alimentação, criança e adolescente
e outros aspectos.
par
• Mobilização da sociedade em defesa de uma educação com

qualidade e participação da comunidade para a atual e as futuras
Ed
gerações em todos os níveis de ensino com eficiência nos investi-

mentos, qualidade na forma e medição de resultados alcançados.
• Haverá investimento público com efetividade e políticas públicas de
ão
Educação aliadas à apropriação pela sociedade. Alteração da pirâmide

educacional decorrente do crescente desenvolvimento intelectual
e da formação de cidadão, diminuindo as desigualdades territoriais.
s
• Abundância de capitais focados exclusivamente em projetos susten-

ver
táveis e ambientes de criação com apropriação da sociedade. Os

projetos, devem ser econômica, social e ambientalmente viáveis,
com capacidade de execução e gestão, sendo alicerce da estra-
tégia nacional, resultando em um ciclo virtuoso de desenvolvimento.
22
• A sociedade e o Estado brasileiro amadurecem sua percepção sobre

a importância do patrimônio ambiental brasileiro, que, a partir dessa
nova visão, é colocado como um dos eixos do projeto de desenvol-
vimento sustentável e soberano para o Brasil do século XXI.
• É criada a cultura de catalogar e documentar o patrimônio em suas
diversas regiões e formas de manifestações. Promove-se o desen-
volvimento local, considerando o patrimônio material e cultural
or
como recurso econômico e de desenvolvimento sustentável e
od V
efetiva participação da comunidade.
aut
• Maior engajamento político e representatividade de todos os seto-
res da sociedade nas decisões sobre o uso dos bens públicos, com
foco no seu valor para o coletivo e no seu uso de forma ética.
• R
Introdução dessa temática em todos os níveis da educação formal.
As necessidades econômicas, políticas e sociais dos indivíduos e
o
grupos são priorizadas em todos os planos e níveis de decisão de
aC
Estados e Sociedade, buscando o bem-estar coletivo e individual.

• Fortalecimento da participação popular através de articulações
impulsionadas pelas associações de classe, comunitárias, pastorais
e ações com base em Planejamento de Longo Prazo e fortalecimento
visã
da participação de todos os segmentos sociais, através da utilização
das redes como instrumento de conscientização e democratização.
• Participação da sociedade e organizações nas decisões políticas.
itor
Programas sociais com evolução e adequação constante às neces-

a re
sidades da sociedade promovendo inclusão econômica, humana,

cultural e ambientalmente adequada. Atendimento das necessidades
básicas e estruturais da sociedade.
• Melhoria na qualidade da educação como alicerce para o desen-
volvimento sustentável e melhor distribuição de renda. A socie-
par
dade passa a exigir infraestrutura e serviços que proporcionem

Ed
qualidade de vida.
• Crescimento e desenvolvimento organizados e sustentáveis dos
centros urbanos. Deslocamentos da população dos grandes centros
ão
urbanos em busca de melhor qualidade de vida para todos.

• Reformulação do acesso à saúde e das suas ações, implantando-
-se um sistema efetivo com recursos e pessoas compatíveis com a
s
demanda, sem politização.

ver
• Reforma adequada e transparente da Previdência Social com a parti-

cipação da sociedade. Recuperação da credibilidade e viabilidade
do sistema previdenciário.
• Sociedade participativa; manutenção da proteção social em que
Estado e família oferecem estrutura para acolhimento do idoso.
• Maior apropriação pela sociedade das decisões políticas e econômicas.

• Há investimento e apoio, com transparência, planejamento efetivo
e envolvimento da sociedade, minimizando as diferenças regionais.
• A Política Macroeconômica e a Industrial têm diretrizes consonan-
tes, alinhadas com a estratégia de desenvolvimento Nacional com
governança dos principais atores do país: sociedade, instâncias de
governo, institutos de inovação, academia, parques tecnológi-
or
cos e iniciativa privada, aproveitando a diversidade de recursos e
od V
outras oportunidades.
aut
• Adaptação das Organizações aos novos tempos de forma gradativa
e estruturada, com adoção mais rápida e mais consciente. Amplia-
ção do nível educacional e estabelecimento das demandas com
R
desenvolvimento de competências técnicas de forma regionalizada,
estabelecendo os pontos fortes de cada região de forma equilibrada.
o
Aparecimento de movimentos de ruptura contra os modelos antigos.
aC
• A partir da apropriação da sociedade, ocorrerá a reforma do
Sistema Tributário Nacional. Isso gerará maior transparência do

montante arrecadado e sua utilização, permitindo a compreensão
dos benefícios gerados e o incentivo à redução da sonegação.
visã
• Haverá investimentos suportando uma ampla política de divulgação
da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde), conforme
legislação em vigor. O interessado terá facilidade na obtenção de
itor
dados a exemplo de: hidrografia, pedologia, recuperação e con-

a re
trole de processos erosivos, riscos geológicos e informações de

geosserviços. Adicionalmente, haverá efetiva implantação da Política
Nacional do Ordenamento Territorial (PNOT).
• O Brasil retoma lentamente seu desenvolvimento sustentável a partir
da maior aproximação entre as Forças Armadas e a sociedade e da
par
reestruturação do sistema político. A sociedade percebe o risco de

Ed
não possuir um aparato de defesa que produza uma capacidade

crível de dissuasão estratégica. Assim, o investimento em defesa
alcança padrões da Otan, permitindo encomendas consistentes à
ão
Base de Indústria de Defesa (BID).

• Haverá capital e apoio de forma planejada e estruturada, com o
fomento do empreendedorismo e da inovação criativa, ocasionando
s
a redução das diferenças regionais.

ver
• Uma política nacional participativa em favor do dinamismo da

indústria nacional, sobretudo quanto a bens e serviços, com gestão
efetiva de câmbio e taxa de juros, com fortalecimento e ordena-
mento produtivo regional; acesso a novos mercados e ampliação
do potencial criativo técnico e tecnológico da sociedade.
24
• A Sociedade está integrada no SNCTI, o IPTF é igual a 1, e novos

Parques Tecnológicos nas regiões onde há baixo IDHM. A sociedade
cria formas para que o Brasil, em 2035, seja competitivo em alguns
setorescom alto valor agregado.
Nossas Responsabilidades – Sociedade Brasileira, Poder
or
Legislativo, Poder Executivo e Ministério Público
od V
aut
Compromissos / Ações Estratégicas
R
Para que o objetivo do Desenvolvimento Brasil 2035 – o país que
queremos – seja alcançado, foram definidas as ações necessárias para uma
o
macroestratégia, em cuja formulação considera-se estratégia como o conjunto
aC

de meios para atingir os fins, no qual são considerados seus componentes e
a participação das pessoas envolvidas.
Neste caso, o conjunto de meios será a formação cidadã da sociedade
visã
brasileira, que deverá utilizar recursos andragógicos e pedagógicos para pro-
porcionar a sensibilização e a conscientização dos brasileiros. Estando a socie-
dade sensibilizada e conscientizada, ocorrerá a sua mobilização. Em 2018,
verificou-se um leve desenvolvimento na participação política, mas a sociedade
itor
ainda está imatura e dividida na aceitação de resultados, quando deveria haver

a re
uma união para construção do Brasil que queremos.

A macroestratégia foi formulada depois de um amadurecimento dos
participantes na análise e definição das ações para que o cenário global do
Desenvolvimento Brasil 2035 seja construído. Diante dessa análise estraté-
par
gica, a macroestratégia formulada foi:

Ed
“Por meio da formação cidadã, a sociedade brasileira será sensibilizada

e conscientizada, para, em seguida, ser mobilizada a desempenhar seu
papel no desenvolvimento sustentável do Brasil”
ão
As ações estratégicas definidas estão relacionadas, a seguir, por respon-

sabilidade dos principais atores identificados: Sociedade, Poder Legislativo,
s
Poder Executivo e Ministério Público. Para cada um dos atores, seguem-se

ver
as ações necessárias, para que o cenário global desejável, “o país que que-
remos”, seja construído. Nesse processo, para cada um dos atores, foram
definidas ações para que a sociedade brasileira seja primeiramente
sensibilizada e conscientizada. Para que, depois, possa mobilizar-se a fim
de efetivar as ações para o real desenvolvimento do Brasil.
A execução dessas ações exige uma abordagem mais efetiva e integrada,

tanto nas políticas locais e municipais, quanto nas estaduais e federais.
Sociedade Brasileira – Compromissos / Ações Estratégicas
Nossas responsabilidades
or
od V
A sociedadebrasileira tem um papel essencial em assegurar o desenvolvi-
aut
mento sustentável do Brasil, além de, ao mesmo tempo, responder aos desafios
de cooperação entre os diversos tipos de agentes sociais (stakeholders) e
superar as barreiras ideológicas, d e discriminação, culturais e outras, que
R
dificultam a construção coletiva da visão estratégica do futuro do desenvol-
vimento sustentável do Brasil.
o
Simultaneamente, deve envidar esforços para melhorar o bem-estar das
aC
pessoas Nesse intuito, uma parcela da sociedade brasileira, mais sensibilizada

e conscientizada, deverá realizar ações de modo que a sociedade, como um
todo, também se sensibilize e conscientize desse compromisso, para depois,
em conjunto, mobilizar-se para efetivar as ações para o real desenvolvi-
visã
mento do Brasil:
Para atingir o objetivo de desenvolver o bem-estar da sociedade
brasileira, por meio de sensibilização / conscientização e mobilização,
itor
são necessários compromissos vinculados a ações.

a re
1) Os compromissos, inicialmente, deverão proporcionar as seguintes

ações para sensibilização e conscientização da sociedade:
par
• avaliar e desenvolver a Formação Cidadã para a Apropriação pela socie-

dade dos rumos do Brasil;
Ed
• criar grupos de socialização nos bairros e comunidades;

• criar associações de bairros que discutam políticas e incentivem a identifi-
cação de líderes para desenvolver a apropriação dos bairros;
ão
• incentivar a transparência e a liberdade das mídias com universalização

de acesso;
• evitar a criação de ações que dificultem a atuação do Ministério Público,
s
para que ele possa atender ao art. 127 da Constituição da República Fede-
ver
rativa do Brasil, de 1988: “O Ministério Público é instituição permanente,

essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis” (BRASIL, 1988);
• reforçar a criação da mídia construtiva;
26
• apoiar a liberdade da mídia de forma geral para que essa transforma-

ção ocorra;
• estabelecer o Sistema de Informação Geográfica para obter as infor-
mações territoriais e contribuir para o desenvolvimento do território onde
habita;
• sensibilizar e conscientizar as famílias sobre a importância da educação
para seus descendentes;
or
• promover Fóruns Regionais com feedback local;
od V
• promover e fortalecer o empreendedorismo nos territórios;
aut
• criar e desenvolver os centros urbanos a partir de distritos e municípios;
• universalizar o acesso a saúde, educação, transporte e cultura;
R
• avaliar o funcionamento e a eficácia das estruturas de segurança;
• desenvolver um processo de formação de gestores públicos para que
o
possam entender os anseios da sociedade e, por meio de uma gestão
consciente, torná-los realidade;
aC

• exigir a capacitação e o reconhecimento do efetivo policial;
• implantar sistema de segurança comunitária para vários aspectos;
• identificar e aprender a usar redes sociais e agentes sociais regionais
visã
locais;
• proporcionar integração Empresa/Escola com investimento em projetos;
• efetivar o aperfeiçoamento da legislação educacional para um melhor
itor
desenvolvimento educacional;
a re
• aumentar a parcela da educação pré-escolar e fundamental no orçamento

da educação;
• desenvolver uma política de esporte atrelada à educação básica;
• valorizar os territórios e a educação como parte do enfoque em desenvol-
vimento local;
par
• atrair doutores e PhDs em inovação e pesquisa;

• criar mecanismo para ampliar a quantidade de patentes nacionais;
Ed
• aumentar investimentos nas áreas tecnológicas;

• definir critérios transparentes para criação e manutenção de partidos.
ão
2) A partir da sensibilização e conscientização da sociedade, as ações, a

seguir, deverão ser executadas para proporcionar a ela mobilização:
s
ver
• avaliar e aprimorar programas sociais direcionados à redução da misé-

ria absoluta;
• reforçar o sistema de inteligência nacional;
• reestruturar a forma de atuação do Ministério Público a partir do planeja-

mento de longo prazo com participação da Sociedade para que haja um
apoio legal;
• atuar na educação em todos os níveis;
• punir exemplarmente corruptos e corruptores;
• estabelecer o ordenamento territorial base para políticas públicas;
• criar ambiente de reflexão e mobilização para entender a melhor estru-
or
tura para o Estado Brasileiro;
od V
• manter o Ministério Público independente;
aut
• estimular a sociedade para participar da elaboração da legislação e
da apropriação dos programas de Estado;
R
• efetivar a revisão da lei para aquisição de bens e serviços pelos órgãos públi-
cos de acordo com as melhores práticas;
o
• implementar Controladoria com participação da sociedade; mudar a estru-
tura de eleição;
aC
• considerar sempre a visão geopolítica nas ações territoriais;

• educar para investir em Ciência, Tecnologia e Inovação em vez de inves-
tir, somente, em incorporação e construção civil;
visã
• aceitar apenas candidaturas vinculadas aos Programas. Requerer a perda
de mandato se não se mantiverem vínculos;
• estabelecer as prioridades e as necessidades da sociedade considerando
itor
o desenvolvimento sustentável;
a re
• planejar e instalar empresas/indústrias nas cidades menores/do interior;

• propor elaboração da Constituição Federal de acordo com seus novos
anseios, bem como as Constituições dos estados membros e as Leis Orgâ-
nicas dos Municípios;
• criar condições para ordenar o território;
par
• propor a reforma política com foco na Melhoria da Representação

da Sociedade;
Ed
• criar e monitorar mecanismos de participação da sociedade nos plane-

jamentos de longo, médio e curto prazos;
ão
• aplicar a governança, acompanhar e controlar a execução do planejamento

e orçamento em todos os níveis;
• propor a transformação da Estrutura de Estado a partir da reflexão e mobi-
s
lização da sociedade;
ver
• monitorar/avaliar as mudanças realizadas (eleições), levando em conta

as promessas efetuadas nas campanhas eleitorais.
28
Poder Legislativo – Compromissos / Ações Estratégicas
O Poder Legislativo, seja ele municipal, estadual ou federal, como

representante efetivo da sociedade, deve envidar todos os esforços, em con-
or
sonância com o Poder Executivo, para que a sociedade possa ter suas neces-
od V
sidades / desejos sobre o desenvolvimento territorial coletivos atendidos e
aut
para que seja possível desenvolver seu bem-estar.
1) Inicialmente, se compromete a executar as ações que deverão propor-
R
cionar a sensibilização e conscientização da sociedade para o desen-
volvimento do território brasileiro:
o
aC

• dar todo suporte legal para Avaliar e Desenvolver a F ormação Cidadã
para a Apropriação pela Sociedade dos rumos do Brasil;
• reforçar a criação da mídia construtiva;
visã
• evitar criação de ações que dificultem a atuação do Ministério Público;
• avaliar o funcionamento e a eficácia das estruturas de segurança;
• exigir a capacitação e o reconhecimento do efetivo policial;
itor
• criar e desenvolver centros urbanos a partir de distritos e municípios;

a re
• implantar sistema de segurança comunitária para vários aspectos que

envolvem a vida da população;
• universalizar acesso a saúde, educação, transporte e cultura;
• desenvolver um processo de formação de gestores públicos para que
par
possam entender os anseios da sociedade e, por meio de uma gestão

consciente, torná-los realidade;
Ed

ão
da educação;
s

ver
vimento local;
• criar mecanismo para ampliar a quantidade de patentes nacionais;
2) A partir da sensibilização e conscientização da sociedade, comprome-

te-se a executar as ações que deverão contribuir com a mobilização
e a apropriação da sociedade para o desenvolvimento do territó-
rio brasileiro:

or
ria absoluta;
od V
• efetivar a revisão da lei para aquisição de bens e serviços pelos órgãos
aut
públicos de acordo com as melhores práticas;
• reestruturar a forma de atuação do Ministério Público a partir do plane-
•
• R
jamento de longo prazo com participação da Sociedade;
atuar na Educação em todos os níveis;
estimular a sociedade para participar da elaboração da legislação e da
o
apropriação dos programas de Estado;
aC

• manter Ministério Público independente;
visã
• implementar Controladoria com participação da sociedade;
• mudar a estrutura de eleição, conforme desejo da sociedade;
• aceitar candidaturas apenas vinculadas a Programas. Requerer a perda
de mandato se não se mantiverem vínculos;
itor
• estabelecer as prioridades e as necessidades da sociedade considerando

a re
• planejar e instalar empresas/indústrias nas cidades menores / do interior;
• propor elaboração da Constituição Federal de acordo com seus novos
anseios, bem como as Constituições dos estados membros e as Leis
par
Orgânicas dos Municípios;

• propor a reforma Política com foco na Melhoria da Representação
Ed
da Sociedade;
jamentos de longo, médio e curto prazo.
s ão
ver
30
Poder Executivo – Compromissos / Ações Estratégicas
Eleito pela sociedade, o Poder Executivo – municipal, estadual e federal –

precisa comprometer-se com as ações elencadas a seguir para que proporcione
or
à sociedade, em consonância com o Poder Legislativo, a gestão territorial.
od V
aut
1) Inicialmente, executar as ações que deverão proporcionar a sensi-
bilização e conscientização da sociedade para o desenvolvimento do
território brasileiro:
R
• coibir a manipulação de mercado;
o
• evitar criação de ações que dificultem a atuação do Ministério Público;
aC

• avaliar o funcionamento e eficácia das estruturas de segurança;
• capacitar e reconhecer o efetivo policial;
visã
• criar e desenvolver os centros urbanos a partir de distritos e municípios;
• implantar sistema de segurança comunitária para vários aspectos;
itor
a re

da educação;
par
vimento local;
• atrair doutores e PhDs em inovação e pesquisa;
Ed
• aumentar investimentos nas áreas tecnológicas;

• criar mecanismo para ampliar a quantidade de patentes nacionais.
ão
2) A partir da sensibilização e conscientização da sociedade, comprome-

te-se a executar as ações que deverão contribuir com a mobilização
s
e a apropriação da sociedade para o desenvolvimento do territó-

ver
rio brasileiro:

ria absoluta;
• educar para investir em Ciência, Tecnologia e Inovação em vez de investir,

somente, em incorporação e construção civil;
• estimular a sociedade para participar da elaboração da legislação e da
apropriação dos programas de Estado;
or
od V
mento de longo prazo com participação da Sociedade;
aut
• manter o Ministério Público independente;
•
R
propor a reforma política com foco na Melhoria da Representação da Socie-
dade;
o
• criar e monitorar mecanismos de participação da sociedade nos planeja-
mentos de longo, médio e curto prazos;
aC

e orçamento em todos os níveis.
visã
Ministério Público – Compromissos / Ações Estratégicas
itor
a re
O Ministério Público, de acordo com o art. 127 da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988, anteriormente citado, deve contribuir,
em consonância com a sociedade e a partir das ações a seguir relacionadas,
para o desenvolvimento do território brasileiro.
par
1) Inicialmente, compromete-se a acompanhar, orientar e fiscalizar o

Ed
cumprimento das ações para a sensibilização e conscientização da

sociedade para o desenvolvimento do território brasileiro:
ão
• coibir a manipulação de mercado;

• criar espaço na Mídia para divulgar ações do Ministério Público;
s

ver
2) A partir da sensibilização e conscientização da sociedade, compro-

mete-se a acompanhar, orientar e fiscalizar o cumprimento das ações
32
definidas, anteriormente, para mobilização e apropriação da sociedade

para o desenvolvimento do território brasileiro:

ria absoluta;
or
mento de longo prazo com participação da Sociedade;
od V
• estimular a sociedade para participar da elaboração da legislação e
aut
da apropriação dos programas de Estado;
R
jamentos de longo, médio e curto prazos;
o
aC
• aceitar apenas candidaturas vinculadas a Programas. Requerer a perda de

mandato se não se mantiverem vínculos;
• estabelecer as prioridades e as necessidades da sociedade, considerando
visã
e orçamento em todos os níveis
itor
Elaboração do Project Canvas da ação: “Avaliar e

a re
Desenvolver a Formação Cidadã para a Apropriação

pela Sociedade dos rumos do Brasil”
Para cada ação definida, é importante a elaboração de um projeto, neste
par
caso, iniciou-se pela ação mais importante: “Avaliar e Desenvolver a Formação

Cidadã para a Apropriação pela Sociedade dos rumos do Brasil”.
Ed
Em alguns casos, foi utilizada a abordagem Project Canvas, elaborada

para esta ação de maneira coletiva, q u e teve seu início no município de
Ribeirão Branco-SP. Além dessa atividade local, iniciou-se a construção de
ão
uma rede para propagar a necessidade da Formação Cidadã pelo Brasil (para
mais detalhes, ver, no Anexo C, o Project Canvas elaborado para esta ação).
A implementação e execução desta ação teve seu início no final de 2017,
s
em Ribeirão Branco, município com o mais baixo IDH do estado de São

ver
Paulo: 0,639. Ele foi escolhido porque tinha elaborado o processo prospec-
tivo no período de setembro de 2010 a junho de 2012, e uma das ações
estratégicas definidas foi: “O Curso Formação Cidadã deverá buscar recursos
(nacionais e internacionais) para formação política da população. Prefeitura
e Itacer (Associação Civil, que na época representava a sociedade de

Ribeirão Branco, SP)”.
Contribuição para o município de Ribeirão Branco-

SP criar a Escola Legislativa com o objetivo da
Formação Cidadã do município e seu território
or
Neste item, como comentado anteriormente, para mobilizar a sociedade
od V
brasileira, há necessidade de executar a ação “Avaliar e Desenvolver Forma-
aut
ção Cidadã para a Apropriação pela Sociedade”, conforme definido e relatado
na Parte 1, deste livro. Essa ação veio ao encontro daquelas que o município
R
de Ribeirão Branco-SP está executando, após finalizar seu processo pros-
pectivo, em 1º. de junho de 2012, com a elaboração da Carta Compromisso
assinada pelos representantes da sociedade dessa cidade, em que consta a visão
o
estratégica do futuro desejável e realizável, dentre os possíveis.
aC
O objetivo desta visão estratégica é: “Desenvolver de Forma Sustentável

o Município de Ribeirão Branco-SP” para 2030”; seu slogan: “Nosso Futuro
Comum – Ribeirão Branco 2030”.
visã
Um dos temas foi o Sistema Político, que agrupou as variáveis
motrizes: Prefeitura Municipal de Ribeirão Branco, Falta de Visão Política da
Sociedade e Câmara Municipal de Ribeirão Branco. A combinação de hipóteses
definidas gerou o cenário parcial desejável e realizável escolhido para este tema:
itor
a re
Existência de: Escola de Governo visando ao aperfeiçoamento profissio-

nal dos Servidores e Dirigentes municipais de forma que estes produzam
um trabalho eficaz e eficiente no desenvolvimento de políticas com
enfoque na cidadania plena, e Sistema de Informação de Gestão (SIG).
As organizações da sociedade, primordial as escolas, articuladas para
par
desenvolver através de uma pedagogia crítica programas de formação polí-

tica (filosofia e política), que despertem o interesse da cidadania ativa;
Ed
Maior consciência da população ao fazer suas escolhas, que votem,

participem e fiscalizem o eleito em seu trabalho na Casa de Leis.
ão
Demora um tempo para que se concretizem as ações, num planejamento

de longo prazo, por meio do processo prospectivo, num país como o Brasil,
s
cuja sociedade não está habituada, de forma coletiva, planejar e implementar

ver
as ações necessárias para seu desenvolvimento.

Uma das pessoas que faziam parte da governança da elaboração do pro-
cesso prospectivo para o Desenvolvimento Sustentável de Ribeirão Bran-
co-SP, naquele momento era o presidente da Câmara de Vereadores, José
Vicente Felizardo da Silva, um agricultor familiar.
34
No dia 8 de agosto de 2017, foi elaborado o Projeto de Resolu-

ção 006/2017, que “Dispõe sobre a criação da Escola Legislativa no âmbito
da Câmara de Ribeirão Branco e dá outras providências”. A finalidade dessa
Escola é a formação cidadã.
Para que fosse planejada e as ações implementadas, foi elaborado o
Project Canvas com representantes da sociedade, principalmente, jovens.
Parte da imagem do Projeto Resolução 06/2017 e o Project Canvas da
or
Escola Legislativa estão no Anexo D.
od V
Nos processos prospectivos realizados, verifica-se a necessidade de a
aut
sociedade brasileira ter uma formação cidadã, com o objetivo do Bem Comum
e o bem-estar coletivo e individual.
Por essa razão, a ação definida como prioritária no Desenvolvimento
R
Brasil 2035, que se repetiu em diversas variáveis motrizes para atingir a
hipótese escolhida como desejável e realizável, foi: “Avaliar e Desenvolver a
o
Formação Cidadã para a Apropriação pela Sociedade dos rumos do Brasil”.
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIA
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. DOU, Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 29 mar. 2018.
or
od V
aut
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE 2
visã R
od V
o
aut
GOVERNANÇA E GESTÃO
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
CONTEXTUALIZAÇÃO DA
PARTE 2: Governança e Gestão
or
Este tema agrupou as seguintes variáveis do processo prospectivo Desen-
volvimento Brasil 2035 que contribuem para a governança e a gestão de um
od V
território, neste caso de um país:
aut
1. Sociedade Brasileira;
R
2. Poder Executivo;
3. Valorização do Planejamento de Longo Prazo e Territorial;
o
4. Poder Legislativo;
5.
aC
Planejamento e Orçamento Participativo;
6. Reforma Política, com Sistema Político Representativo, Responsivo
e Democracia Plena e Madura;
7. Ministério Público;
visã
8. Mídia;
9. Mudança da Estrutura do Estado;
10. Poder Judiciário.
itor
A combinação das hipóteses dessas variáveis pode definir o rumo do

a re
país. Como apresentado na Parte 1, foi escolhida a combinação que propicia

construir o “Brasil que queremos”, cujas ações definidas pretendem atingir,
em 2035, o objetivo de mobilização da sociedade brasileira.
Esta classificação das variáveis foi obtida por meio da Análise de Impacto
par
Cruzado, que determinou as seguintes variáveis mais motrizes: 1. Sociedade

Brasileira; 2. Poder Executivo; 3. Valorização do Planejamento de Longo
Ed
Prazo e Territorial; 4. Poder Legislativo; 5. Planejamento e Orçamento Partici-

pativo; 6. Reforma Política, com Sistema Político Representativo, Responsivo
e Democracia Plena e Madura; e 7. Ministério Público.
ão
A variável mais motriz de todas as 37 foi Sociedade Brasileira, cuja

forma de identificação está na Parte 6: Descrição das Técnicas e Métodos para
s
Elaboração do Processo Prospectivo do Desenvolvimento Brasil 2035 e nas

ver
Considerações Finais, em que serão explicadas as diversas etapas do processo

prospectivo, as respectivas atividades e os resultados obtidos.
Na literatura, verifica-se que a palavra governança vem do grego “kuber-
nan”, que significa governar no sentido de atingir os objetivos, isto é, “segurar
o leme, conduzir o navio na direção desejada” (MABY, 2008).
O World Bank (2007), na avaliação de Programas de Parceria Global
e Regional, assim define governança e gestão. A governança diz respeito
40
às estruturas, às funções, aos processos e às culturas organizacionais, para

assegurar que os objetivos sejam atingidos de maneira eficaz e transparente.
Ainda reforça que a boa governança adiciona valor ao melhorar o desempenho,
por meio de uma gestão mais eficiente que busque os melhores resultados e
impactos do desenvolvimento. Ela deve garantir a implementação ética e efi-
caz de suas funções principais. Por seu lado, a gestão diz respeito à operação
diária e deve estar dentro do contexto das estratégias, políticas, processos e
or
procedimentos estabelecidos. O Word Bank resume essa distinção da seguinte
od V
forma: enquanto a governança está preocupada com “a coisa certa a fazer”,
aut
a gestão está preocupada em “fazer as coisas certas”.
Em razão desses conceitos, esta Parte 2: Governança e Gestão agrupou
as variáveis relacionadas.
R
A Sociedade Brasileira, como principal variável motriz, deverá ter a res-
ponsabilidade de preparar o Brasil para o desenvolvimento sustentável. Para
o
que isso ocorra, há necessidade de integração e interação entre os diversos
aC

stakeholders, que devem aprender a trabalhar em conjunto e com diferentes
pensamentos, ideologias, crenças, culturas e valores. O plano e as ações para
atingir o objetivo definido deverão estar acima dos interesses individuais e
de grupos específicos.
visã
Para que a governança do país seja efetiva, há necessidade de a Sociedade
Brasileira sentir-se responsável pelo país. Para que isso ocorra, ela deverá
desenvolver a formação cidadã da população, a fim de que as crianças cresçam
itor
com valores coletivos, do bem comum e do bem-estar, adquiram a responsa-

a re
bilidade pelos rumos do país e não deixem que pequenos grupos específicos
assumam o Brasil e prejudiquem o bem-estar coletivo.
A segunda variável motriz, neste tema, deveria ser o Poder Legislativo,
representante legal da sociedade, mas é a quarta. Essa representação deveria
par
começar a ocorrer nos bairros, distritos, municípios, agrupamentos de muni-

cípios, estados, regiões e, finalmente, no país. Deve-se esperar que, após a
Ed
mobilização da sociedade brasileira, o Poder Legislativo assuma a sua posição.

O Poder Executivo veio em segundo lugar, pois materializa, em maior
grandeza, a situação atual de protagonismo do Estado sobre a sociedade e,
ão
ainda, em razão da influência da situação atual, em que vigora o presidencia-

lismo de coalizão.
Em terceiro, vem a variável Valorização do Planejamento de Longo
s
Prazo e Territorial, a qual não se tem o hábito de elaborar com a apropriação

ver
da Sociedade, já que ela não assumiu a sua posição de protagonista.

Antes de discorrer sobre planejamento, é importante lembrar a definição
de governança de Charreaux (1997, p. 2): “[...] é o conjunto de mecanismos
organizacionais que têm o efeito de delimitar os poderes e influenciar as
decisões dos líderes, em outras palavras, que ‘administram’ suas condutas e

definem seu espaço discricionário”. E acrescentar que, para Pesqueux (2002),
gerir é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços das
pessoas e de utilizar todos os recursos disponíveis para alcançar os objeti-
vos fixados.
Portanto, o primeiro ato do gestor é planejar, o que, no Brasil, não
ocorre. E, quando ocorre, não se consegue que as ações sejam executadas.
or
Em um fórum de debates, foi dito que “o governante não planeja para não
od V
ser cobrado”. Porém, se houvesse uma sociedade participativa com apropria-
aut
ção, essa frase jamais seria citada. Uma vez que a sociedade é protagonista
no planejamento, ao gestor público caberá a execução do plano elaborado
primordialmente por ela.
R
Nesse contexto, a quinta variável é Planejamento e Orçamento Partici-
pativo, muito importante em nível de município. No caso do Planejamento
o
de Longo Prazo (PLP), é importante sua aparição na terceira variável, porque
aC
dará orientação para a construção da visão estratégica do futuro do território,

para mais de dez anos, e para as ações necessárias para a construção do PLP.
Essa elaboração deverá ser alinhada ao Plano Plurianual, para quatro anos,
que deverá orientar o curto prazo pela Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e
visã
pela Lei de Orçamento Anual (LOA), sem esquecer a gestão diária, o dia a dia.
Para que tudo que foi explanado ocorra e se mantenha por um longo
período, há necessidade de que a sexta variável, a Reforma Política, com
itor
Sistema Político Representativo, Responsivo e Democracia Plena e Madura,

a re
seja implementada. Isso somente poderá ocorrer se a Sociedade Brasileira for

mobilizada, mas antes ela precisa ser sensibilizada e conscientizada de sua
responsabilidade para com o Brasil.
Para que isso seja possível, é necessário que o Ministério Público, a
par
sétima variável motriz desta Parte 2, tenha consciência de suas responsabilida-

des, de acordo com o art. 127 da Constituição (BRASIL, 1988): “O Ministério
Ed
Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis”. Além dos princípios salienta-
ão
dos pelo parágrafo 1º: “São princípios institucionais do Ministério Público a

unidade, a indivisibilidade e a independência funcional” (BRASIL, 1988).
As demais variáveis – 8. Mídia, 9. Mudança da Estrutura do Estado e 10.
s
Poder Judiciário – são importantes, mas há necessidade urgente de que as sete

ver
primeiras sejam atendidas, para que depois, com a sociedade consciente de

suas responsabilidades com o país, possam ser definidas as ações que atendam
às hipóteses dessas variáveis, que vão propiciar o “Brasil que queremos”.
42
REFERÊNCIAS
Brasil. DOU, Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 24 fev. 2018.
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mica, 1997.
od V
aut
MABY, J. Gouvernance et territoires. Actes du séminaire GOUVERNANCE
DES TERROIRS DU VIN, octobre 2008, UMR ADES Bordeaux, 16 p.
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Disponível em: <http://docplayer.fr/46138183-Gouvernance-et-territoire.
htm>. Acesso em: 20 maio 2018.
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aC
PESQUEUX, Y. Organisations: modèles et représentations. Paris: Presses

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WORLD BANK. Sourcebook for evaluating global and regional part-

visã
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OECD/DAC Network on Development Evaluation, 2007. Disponível em:
<http://www.oecd.org/development/evaluation/dcdndep/37981082.pdf>.
itor
Acesso em: 20 maio 2018.

a re
par
Ed
s ão
ver
SOCIEDADE BRASILEIRA
or
od V
1. Descrição da variável
aut
Múltiplas são as definições para a palavra sociedade, nas várias áreas do
R
conhecimento, como por exemplo, para a antropologia – ciência que estuda
o homem em seu processo de evolução a partir de seu comportamento social
o
– segundo o etnólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro (2002, p. 207),
“a sociedade é uma condição universal da vida humana”.
aC
Para a Sociologia, ciência que visa compreender através da interpretação,
a ação social, na concepção de Weber (2010) sociedade tem várias definições,
sendo que, um denominador comum entre elas, é a ideia de que sociedade é

visã
um sistema organizado e cujos elementos estão interligados e interagem entre
si. A palavra societas originária do latim, deriva da palavra socius (compa-
nheiro) e tem por significado, entre outros, “relação, afinidade, semelhança”
(FARIA, 1962, p. 927).
itor
Partindo dessa premissa, pode-se deduzir que os seres humanos são seres
a re
sociais, precisam dessa relação coletiva, com o outro para explorar, desen-
volver e aprofundar suas características pessoais, e para que essa convivência
seja profícua, foram criadas regras de relacionamento e comportamento pelo
próprio meio social, acordos mútuos de convivência que são desenvolvidos
par
com base nos valores éticos e morais do grupo. Segundo Emily Durkheim
(1983), considerado um dos fundadores da sociologia contemporânea, as
Ed
representações sociais são sempre coletivas e oriundas das relações entre

os grupos.
Viver em sociedade significa ter como parâmetro o bem-estar coletivo,
ão
o respeito às diversidades e individualidades, a compreensão de que o mundo

que vivemos é resultado de nossas ações enquanto grupo, segundo afirma
s
Dallari (1985). Portanto quanto mais consciente, participativa, independente,

ver
mobilizada e igualitária for a sociedade, maiores as possibilidades de que ela

seja produtiva, equilibrada, sustentável e promotora do bem comum, apesar
de todas as diferenças.
44
2. Evoluções passadas
Segundo Blainey (2007), a base da organização social foram as chamadas

“sociedades simples”, pois não tinham uma hierarquia organizacional ela-
borada, nem eram estratificadas socialmente. Eram as sociedades primitivas
formadas por tribos nômades de coletores, caçadores e pescadores. Essas
sociedades tinham como características em comum o fato de serem práticas,
or
voltadas para as ações diretamente; eficientes, pois em função de sua sim-
od V
plicidade eram muito ágeis nas suas decisões; a base de comunicação entre
aut
os indivíduos era oral e visual, não havia nenhuma forma de escrita, e por
esse motivo a visão deles era periférica, pois se baseava nos sentidos e não
na literatura.
R
Nas sociedades primitivas o processo produtivo era orientado pelas
relações sociais, as atividades de sobrevivência eram realizadas sempre em
o
grupo, assim como, havia divisões de tarefas e de responsabilidades para
aC

todo o grupo, e todas as ações eram organizadas em razão do bem-comum. A
conduta moral e ética era regida pela religião e pela moral do grupo. Nesse
caso, importante lembrar que as religiões das sociedades primitivas eram
politeístas e veneravam as manifestações da natureza como o sol, a lua, a
visã
chuva, as árvores, sem uma conotação humana.
No caso do Brasil, a formação da sociedade brasileira começa a partir da
chegada dos portugueses no século XVI. Para Sodré (1973), como havia povos
itor
nativos na região quando os portugueses aqui chegaram, houve um processo

a re
de miscigenação, a princípio entre eles e os indígenas; posteriormente com os

africanos, que para cá vieram como escravos; e mais recentemente no século
XX, com outros europeus – italianos, alemães, espanhóis, poloneses – e com os
japoneses. Na sua maioria esses imigrantes vieram para cá fugindo das guerras
par
na Europa e Ásia, de perseguições políticas e em busca de melhor qualidade

de vida. Eles vislumbraram no Brasil uma possiblidade de se estabelecerem
Ed
definitivamente, de progresso econômico e de crescimento junto com o país.
3. Variáveis que provocaram evoluções

ão
Com o advento da agricultura, cerca de 5000 a. C., houve um processo

de sedentarização do homem primitivo, e uma vez que eles estavam fixos em
s
uma região e convivendo todos juntos, começaram a surgir nesse período as

ver
primeiras formas de organização social, que tinham como pressuposto uma

hierarquia e instâncias de poder definidas pelo próprio grupo.
Blainey (2007) observa que as sociedades primitivas respeitavam os mais
velhos e se aconselhavam com eles. Já a liderança do grupo normalmente
era delegada aquele que demonstrasse maior força e maior sabedoria, pois
eles precisavam de proteção e de um exemplo a ser seguido, principalmente
pelos mais jovens.
Surge nesse período o conceito de propriedade privada, conceito esse
apresentado por John Locke (2002), pois agora a atividade de plantio era
desenvolvida pelos grupos caracterizados como família, e as famílias de
acordo com sua organização, tinham sua própria estrutura interna. A atividade
or
agrícola também está relacionada com qualidade de área produtiva, sendo
od V
assim aqueles que estivessem em áreas melhor irrigadas, e portanto, mais
aut
férteis, teriam maior produtividade.
A partir dessas condições que surgiram com o desenvolvimento da ativi-
dade agrícola, os membros da comunidade que possuíam um pouco mais de
R
conhecimento começaram a se impor aos outros e dessa forma angariavam
benefícios em troca de informações, assim como tiravam vantagens também
o
daqueles que a eles se subordinavam.
aC
Esse é o processo que dá origem a estratificação social característica da

Antiguidade e que se estendeu por praticamente toda a Idade Moderna. Nesse
período temos as grandes navegações lideradas por Portugal e Espanha, que
tem como objetivo além da chegada às Índias, a colonização de terras distan-
visã
tes, como foi o caso do Brasil. Essa estrutura social estratificada, se mantem
até o final do século XVII, quando do advento das Revoluções Burguesas na
Inglaterra e da ascensão econômica e política da burguesia, e da substituição
itor
do sistema mercantilista pelo capitalismo, como explica Braudel (1987).

a re
A sociedade brasileira foi fortemente influenciada pela mentalidade colo-

nialista trazida a princípio pelos portugueses, que era baseada na exploração
dos recursos naturais, escravização dos habitantes locais e domínio de uma
nação sobre outra. Houve no final do século XV uma verdadeira corrida entre as
par
principais nações europeias por terras do além-mar que pudessem ter riquezas a
serem exploradas e produtos de alto valor a serem comercializados na Europa.
Ed
No Período Colonial, como ressalta Fernando Novais (1975), a socie-

dade brasileira era formada por alguns poucos proprietários de terra, todos
eles beneficiados pelo rei de Portugal com títulos de nobreza e propriedades,
ão
que deveriam ser administradas por eles, mas cujo lucro deveria ser todo
remetido ao Rei. Havia também um pequeno grupo de comerciantes locais,
alguns indígenas aculturados e um grande número de africanos que vieram
s
para cá como escravos para trabalhar no plantio da cana-de-açúcar, principal

ver
produto de exportação do Brasil no período.

Essa elite formada pelos proprietários de terra no período colonial, ainda
se mantém no Brasil através das grandes empresas agroexportadoras. No final
do século XIX surge uma nova elite agrícola no Brasil, essa oriunda do Oeste
46
Paulista e cuja base econômica não estava somente na produção agrícola,

mas no beneficiamento e na exportação do café, na época produto de grande
consumo pelas elites europeias. Essa mesma elite, de posse de muitos recursos
para serem investidos, toma a frente do processo de industrialização no Brasil.
Nesse momento algumas possibilidades de mobilidade social surgem,
através do desenvolvimento das atividades industriais. Muitos imigrantes vêm
para o Brasil, principalmente italianos e alemães, fugidos das guerras pela
or
unificação dos dois países e também pelo início da Primeira Guerra Mundial
od V
em 1914. Esses imigrantes tinham conhecimento de novas tecnologias, tanto
aut
no setor agrícola como também no setor industrial e colaboraram muito para
o crescimento dessas atividades no país.
O Brasil passa a ter no início do século XX a formação de uma classe média
R
com grande importância econômica, formada por profissionais liberais, como
engenheiros e médicos, assim como trabalhadores braçais que vinham para tra-
o
balhar na lavoura e nas fábricas. Esses trabalhadores, principalmente os de baixa
aC
renda introduziram no Brasil a organização dos sindicatos trabalhistas e foram

responsáveis pela primeira grande Greve que ocorreu em São Paulo em 1917 e
que paralisou totalmente todos os serviços de transportes e o comércio.
Pelo fato do Brasil ter sido durante séculos uma colônia de exploração e
visã
ter como base da economia, até o final do século XIX, a mão-de-obra escrava,
a sociedade brasileira acabou por manter como características a submissão e
a dominação. Isto ocorre tanto pelo poder da força física, quanto pelo poder
itor
econômico, o que levou boa parte da sociedade a se tornar alienada em relação

a re
aos temas de interesse público, às ações do Estado e de seus representantes

legais, como nos aponta Furtado (1987).
O histórico colonial escravagista, aliado à ditadura militar que se man-
teve no poder por cerca de 20 anos – período em que não havia eleições, os
meios de comunicação eram duramente censurados, a educação era totalmente
par
controlada pelos que estavam no poder e somente o que era de interesse deles
Ed
era divulgado – fez com que a sociedade brasileira se tornasse omissa em

várias questões de seu interesse como a manutenção dos seus direitos civis e
trabalhistas, e de certa forma, se acomodasse às condições de sua existência.
ão
Essa situação começa a mudar por volta dos anos 80, período de aber-
tura política, anistia a presos políticos, greves dos metalúrgicos do ABC e
movimento de grande apelo popular, pelas eleições diretas. Pela primeira vez
s
depois de 20 anos, apesar do medo, a população tomou as ruas para gritar

ver
por Diretas-Já, o fim da ditadura militar e o início do processo eleitoral deu

origem a uma nova organização política e social no Brasil. Contudo, a estru-
tura econômica permanecia a mesma: desigualdade social e concentração
de renda, com os meios de produção e a propriedade de terras nas mãos de
poucos. Como afirma o sociólogo e historiador Raymundo Faoro (2012).
4. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções
As sociedades atuais são extremamente complexas, marcadas pela diver-

sidade em todos os sentidos – gênero, étnicos, religiosos. Essa complexidade
tornou a sociedade contemporânea mais lenta e ineficiente em relação às
sociedades primitivas que resolviam seus problemas com relativa facilidade
e rapidez. A conduta que antes era determinada pela moral do grupo e pela
or
religião, agora é determinada pelas leis, que por sua vez são escritas e defi-
od V
nidas por um grupo muito restrito e privilegiado de cidadãos, que ocupam
aut
as estruturas dos poderes Legislativo e Judiciário em todas as instâncias de
poder – municipal, estadual e Federal.
R
As formas de comunicação foram totalmente alteradas e passaram da
escrita linear para as arquiteturas digitais, extremamente complexas e abran-
o
gentes. O advento da internet propiciou que os conceitos de tempo e espaço
aC
como os conhecíamos até então fossem reavaliados e a produção de conheci-
mento passou a ser feita de forma coletiva e muito mais democrática. Por ser
uma forma de comunicação que depende de tecnologia, ainda não é acessível a
todas as pessoas, mas se compararmos o avanço das redes digitais em relação
visã
ao livro e aos jornais impressos, os primeiros conseguiram uma penetração e
uma difusão muito maior em pouquíssimo tempo.
Por sua vez, as relações de produção e consumo no Brasil não se altera-
itor
ram muito. Ainda predomina o grande latifúndio e a agricultura de exportação,

a re
principalmente de alimentos, e na indústria predomina a produção de bens de

consumo direto. Não houve grandes avanços nem investimentos no desenvol-
vimento de novas tecnologias por parte do Poder Público e, portanto, somos
dependentes tecnologicamente de países mais desenvolvidos.
par
No que tange à questão da cidadania e na maior participação da sociedade

na vida econômica e política do Brasil, ainda há muito o que ser feito, como
Ed
sinaliza o cientista político e historiador José Murilo de Carvalho (2015) o

exercício de alguns direitos não garante a conquista de outros, assim como
o voto não garante um governo eficiente, ou seja, só a participação popular
ão
não é garantia de resolução dos problemas socio, políticos, econômicos e

culturais do país.
s
5. Tendências futuras das variáveis provocadoras

ver
Caso nada seja feito para que essas condições atuais se alterem a ten-
dência é de ocorra:
48
• Maior segregação social em função da maior concentração de poder

e renda nas mãos de poucos: essa é uma tendência que pode se
manter ainda por muitos anos na sociedade brasileira, pois a ques-
tão da desigualdade social é muito grave em nosso país, e o que se
observa em relação aos grandes grupos econômicos é que esses estão
se fundindo e dando origem a grandes conglomerados de capital
internacional e domínio de grupos de investidores;
or
• Aumento da rigidez e da violência dos mecanismos de controle:
od V
tendência que pode ocorrer em função do aumento da violência,
aut
relacionada também à desigualdade e à injustiça social, além da
precariedade em que vive boa parte da população brasileira;
• Predomínio de um sistema social punitivo e não regenerador: à
R
medida que a sociedade se torna mais violenta, para salvaguardar a
ordem dominante, o sistema jurídico não busca regenerar o agressor,
o
mas o pune de forma que as chances dele cometer o mesmo crime
aC

e até se tornar mais violento na prisão são enormes;
• Supremacia do individual sobre o coletivo: em uma sociedade que
não preze o bem comum a injustiça e a desigualdade imperam e
dessa forma sempre será uma sociedade desequilibrada e disfun-
visã
cional, além de violenta.
6. Rupturas futuras das variáveis provocadoras

itor
a re
A ruptura traz uma nova forma de pensar, organizar e compreender a

sociedade. Algumas rupturas possíveis seriam:
• Autogestão coletiva: é uma proposta de organização social muito

par
arrojada, pois ela prescinde de governos, é autônoma e se baseia

na compreensão, no diálogo e no compartilhamento das ideias. As
Ed
tarefas são divididas de acordo com as competências dos membros

do grupo e a ética é a base da estrutura organizacional;
• Processo produtivo comunitário com base na cooperação: nesse
ão
processo produtivo não existe a propriedade privada dos meios de

produção, toda a estrutura é coletiva e compartilhada;
• Supremacia do coletivo sobre o individual: partindo do princípio
s
de que todos os meios de produção e propriedade são coletivos e

ver
divididos de forma justa e igualitária, fica claro que essa é uma

sociedade regida pelo princípio coletivo, em que o individual fica
em segundo plano e o foco de todos é o bem comum;
• Sociedade regida pelos princípios de compartilhamento, solida-

riedade, cooperação voluntária, autodisciplina, respeito mútuo e
responsabilidade coletiva: são os princípios éticos de uma sociedade
colaborativa na nova economia de base sustentável, que equilibra
os aspectos sociais, ambientais, econômicos e culturais.
7. Definição de hipóteses
or
od V
• Hipótese 1: Sociedade de hiperconsumo, cada vez mais individua-
aut
lista, pouco compartilhamento de princípios morais e éticos com
acentuada diferença de inserção dos grupos sociais e de qualidade
R
de vida da população.
Obs.: Essa sociedade é praticamente a sociedade em que vivemos
atualmente, a maioria da população voltada para o consumo de
o
forma inconsciente, levada pelas propagandas pelo marketing e
aC
pela ilusão da aceitação social. A falta de princípios morais e éticos

é um gravíssimo problema para as sociedades contemporâneas em
que tudo é permitido para a satisfação dos desejos e necessidades
visã
sem a percepção de que há limites e que devemos respeitar a todos.
• Hipótese 2: Sociedade desenvolvendo a consciência da sustenta-

bilidade e com maior participação nos processos de decisões dos
itor
seus representantes em todas as esferas de poder.

a re
Obs.: Essa hipótese é desejável e possível. Através de uma estrutura

educacional de qualidade para todos, com disciplinas que tratem
de temas como o bem comum, a ética nas relações, cidadania e
política, sustentabilidade, é possível se formar uma sociedade mais
par
consciente, que tenha uma visão voltada para o bem comum, a

preservação do planeta como alternativa de sobrevivência e, mais
Ed
ativa politicamente.
• Hipótese 3: Sociedade consciente da sustentabilidade, mobilizada,

ão
autônoma e participativa, focada no bem-estar coletivo, com prin-

cípios morais e éticos sólidos abarcando as diversidades culturais
e regionais.
s
Obs.: Assim como na hipótese anterior, para que tenhamos uma

ver
sociedade consciente, é preciso educação de qualidade para todos,

em todos os níveis de aprendizado. A sociedade só será mobilizada
se ela se apropriar de todo o processo e entender que ela é a gera-
dora de todas as ações e, portanto, ela as deva monitorar e avaliar.
50
REFERÊNCIAS
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damento, 2007.
BRAUDEL, F. A Dinâmica do Capitalismo. Rio de Janeiro: Editora Rocco
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Claret, 2002.
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XVI-XVIII. São Paulo: Editora Brasiliense, 1975.
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ver
liense, 1973.
WEBER, M. Conceitos Sociológicos Fundamentais. Covilhã: LusoSofia

Press, 2010.
PODER EXECUTIVO
Ana Maria Antunes
or
od V
1. Descrição da Variável
aut
No Brasil, o Poder Executivo é um dos Três Poderes do Estado conforme
R
consta no artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, inde-
pendentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”
o
(BRASIL, 1988).
Nos termos do artigo 78 da Constituição Federal sua função é “manter,
aC
defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”
(BRASIL, 1988).
visã
De acordo com o artigo 76 do Texto Magno, o Poder Executivo é exer-
cido pelo Presidente da República com o auxílio dos Ministros de Estado. O
mesmo raciocínio é aplicado nas esferas estaduais, na figura dos Governado-
res, e municipais, representadas pelos Prefeitos, ressalvada a necessidade de
itor
observar matéria de competência de cada ente federado. Insta destacar que o

a re
Chefe do Executivo no Brasil acumula também a função de Chefe de Estado.

No Brasil, o Poder Executivo é formado por órgãos da administração
direta, como os ministérios e, indireta, como as empresas públicas e demais
autarquias (MEDEIROS, 2013).
par
2. Evoluções Passadas
Ed
A origem do Poder Executivo, no Brasil, remonta a chegada da Famí-

lia Imperial em 1808. Até então, todas as formas de administração públicas
ão
existentes, como as Capitanias Hereditárias e os Governos Gerais, estavam

sob ordens da Metrópole e visavam, tão somente, garantir a integridade e a
s
exploração do território para o rei de Portugal. Até o período precedente a

ver
chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, as alternativas de organização

político-administrativa eram descentralizadas, com certa autonomia para as
regiões economicamente mais importantes, o que de certa forma colaborou
para a criação do modelo municipal atual que iniciou durante o “ciclo do ouro”
com o surgimento dos “capitães-mores das minas”, a “junta de arrecadação
da fazenda real”, as “intendências do ouro” ou “dos diamantes” e as “casas
de fundição”.
52
Em 1815, ao se tornar Reino Unido a Portugal e Algarves, o Brasil deixou

de ser uma colônia e se tornou sede do governo português. Alguns anos depois,
em 1822 o Brasil conquistou sua independência política de Portugal e se consti-
tuiu como uma nação soberana, adotando o regime monárquico constitucional.
A primeira Constituição brasileira, a do Império, outorgada por D. Pedro
I em 1824 tinha características liberais como a criação dos quatro poderes –
Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador – que deveriam em conjunto
or
governar a nação. Porém, o Poder Moderador, de uso exclusivo do Imperador,
od V
tinha poder para anular qualquer decisão dos outros três poderes, isto fazia
aut
com que essa constituição fosse considerada autoritária, uma vez que a última
palavra sempre seria do Imperador. Durante o Segundo Reinado (1840-1889),
D Pedro II ao criar o cargo de Presidente do Conselho de Ministros em 1847,
R
transfere o Poder Executivo, antes sob sua responsabilidade, para o chanceler
escolhido por ele e passa a exercer somente o Poder Moderador
o
A 1ª Constituição da República de 1891 teve como função estabelecer os
aC

princípios do regime republicano, ou seja, da representatividade, e do sistema
presidencialista. Entre suas principais alterações podemos citar o fim do Poder
Moderador, a separação entre Igreja e Estado, a criação de um Estado Laico e
a concessão de autonomia aos estados que compunham a federação do Brasil.
visã
A Constituição de 1934 manteve o regime representativo, democrático e
liberal, assim como o sistema presidencialista. Foi considerada progressista
pois, entre outras coisas, instituiu o voto feminino e o voto secreto. Em relação
itor
ao trabalho, houve grandes avanços como: a criação da Justiça do Trabalho,

a re
a proibição do trabalho infantil, a jornada de trabalho de oito horas, repouso

semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização para trabalhadores demi-
tidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência remunerada
a trabalhadoras grávidas, proibição da diferença de salário para um mesmo
par
trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil.

Essa constituição teve vida curta, pois em 1937, com a instituição do
Ed
Estado Novo pelo então presidente Getúlio Vargas, suspendeu vários direitos
concedidos pela constituição de 34, como o voto direto para representantes do
Legislativo e do Executivo. Essa, veio fortalecer o Poder Executivo.
ão
A Carta de 1967, promulgada durante o governo militar, limitou os pode-

res dos Estados, modificou o sistema tributário e criou os decretos-leis, as leis
delegadas e a eleição indireta para presidente e vice-presidente da República.
s
Destaca-se na evolução do Poder Executivo o Ato Institucional nº 5, de 13

ver
de dezembro de 1968, concedendo amplos poderes ao Presidente da Repú-

blica, entre eles, emendar a Constituição, exercer as atribuições previstas nas
Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas dos Municípios, entre outras
medidas autoritárias.
A Constituição de 1988 considerada uma constituição democrática, res-

tabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República, gover-
nadores de estados e prefeitos municipais, ampliou a cidadania ao estabelecer
o direito de voto para os analfabetos e o voto facultativo para os jovens de 16
a 18 anos de idade, estabeleceu o pluripartidarismo, e entre outras ações colo-
cou fim a censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes,
teatro, extinguiu o decreto-lei e criou o instituto da medida provisória.
or
od V
3. Variáveis que provocaram as evoluções
aut
Algumas variáveis influenciaram a evolução do Poder Executivo brasi-
• R
leiro. Poderia citar entre elas:
A instituição da República como forma de governo, em que o chefe
o
do Executivo era escolhido pelo voto, em alguns casos por um
aC
Colégio Eleitoral, em outros por voto direto;

• O predomínio do modelo Patrimonialista, herança da Coloniza-
ção Ibérica, que privilegia algumas classes sociais em detrimento
de outras;
visã
• Os períodos ditatoriais pelos quais passou o Brasil durante a Repú-
blica (Estado Novo e Governo Militar) que se caracterizaram pelo
autoritarismo e fortalecimento do Executivo que tinha sob seu con-
itor
trole os outros poderes.

a re
A situação atual no que se refere ao Poder Executivo, é que esse tem

par
como principal função executar as ações que são definidas pelo Poder Legis-
lativo, e, portanto, devem trabalhar em conjunto.
Ed
O Estado, aparentemente neutro, mas ainda sob influências colonialistas

trata os cidadãos de forma diferenciada. Não cumpre o que rege o art. 5º da
Constituição Federal onde especifica que todos são iguais perante a lei, sem
ão
distinção de qualquer natureza e concede privilégios aos políticos e a uma

minoria da população brasileira. Identifica-se nas esferas do Executivo os
abusos e a blindagem em torno destes representantes por conta dos privilégios
s
já citados.
ver
Há corrupção no Poder Executivo com origens históricas que remontam

ao passado colonial e patrimonialista. A herança do Patrimonialismo colonial
permanece, pois, uma pequena classe detém o poder e o controle da burocracia
e dos bens do Estado.
54
Problemas de governança impregnada de corrupção, impunidade, gas-

tos públicos e pouca transparência em órgãos públicos, sejam eles nacional,
estadual ou municipal, vem a público diariamente, acrescentando a isto a
evidência clara de incapacidade dos gestores.
or
Como tendências futuras, poderíamos vislumbrar que:
od V
aut
• os três poderes permanecerão carecendo de harmonia e equilíbrio;
• o Poder Judiciário sairá fortalecido em relação aos outros poderes,
uma vez que as leis garantem a ele uma certa proteção pelo fato de os
• R
cargos serem vitalícios e não elegíveis diretamente pela população;
o poder político e econômico permanecerá nas mãos de uma pequena
o
classe política;
aC

• os privilégios políticos existentes no Poder Executivo se manterão,
sem perspectivas de mudança;
• o Poder Executivo, na esfera federal, continuará exercendo controle
econômico sobre os Estados;
visã
• cogita-se a possibilidade da mudança de sistema de governo para
o parlamentarismo como forma de fortalecer o Poder Legislativo
em detrimento do Executivo.
itor
a re
Os dias atuais demonstram um crescente engajamento da sociedade bra-

sileira levando a significativas rupturas em relação ao Poder Executivo, seja
par
na esfera federal, estadual ou municipal como:

Ed
• haverá maior fiscalização e limites sobre o Poder Executivo por

parte da sociedade;
• a classe política perderá os privilégios políticos, entre eles o Foro
ão
Privilegiado e a Aposentadoria Especial.

• seguindo estas perspectivas surgirão novos partidos políticos com
novos programas de governo;
s
• haverá limites de poder e critérios mais rígidos também para nomea-

ver
ção de pessoas para cargos públicos;

• os ocupantes dos cargos do Executivo – presidentes, governadores
e prefeitos – poderão ter direito somente a uma reeleição.
7. Definição das Hipóteses
• Hipótese 1: Representantes do Executivo com práticas patrimonia-

listas, favorecendo grupos específicos, garantindo privilégios e não
comprometidos em trabalhar para a sociedade.
Obs.: Nessa hipótese a estrutura de poder que temos atualmente se
mantem e de certa forma se intensifica, pois uma vez que o poder
or
fica restrito nas mãos de poucos e com privilégios econômicos e
od V
políticos, o que afasta a sociedade da participação política e prati-
aut
camente torna inviável a construção de uma nação que seja baseada
na ética, respeito a diversidade, transparência e liberdade.
•
R
Hipótese 2: Reestruturação do Poder Executivo, visando o equilí-
brio e harmonia entre os Poderes.
o
Obs.: Atualmente o Poder Executivo goza de alguns privilégios
aC
como a escolha dos membros do Poder Judiciário, ou a aprovação

de decretos-leis sem anuência do Poder Legislativo, que causam
um desequilíbrio entre os poderes. Nessa hipótese a proposta é que
o trabalho entre eles seja desenvolvido em igualdade de condições,
visã
sem privilégios para um ou outro poder e visando o bem comum.
• Hipótese 3: Poder Executivo eleito pela vontade popular com com-

itor
promisso de garantir o cumprimento do programa de Estado cons-

a re
truído e apropriado pela sociedade.

Obs.: Essa hipótese prevê a participação popular como força motriz
do Poder Executivo, nesse caso ele tem como função principal
garantir que o que a sociedade deseja será realizado, em harmonia
par
com os poderes Legislativo e Judiciário.

Ed
s ão
ver
56
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R
o
aC
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ver
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Ed
s ão itor
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visã R
od V
o aut
or
VALORIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO
DE LONGO PRAZO E TERRITORIAL
or
od V
aut
R
O planejamento governamental de longo prazo trata da evolução, no
o
decurso de extenso horizonte de tempo, de vários aspectos centrais da economia,
aC
da sustentabilidade e da organização tanto da sociedade quanto do seu território.
Na prática do planejamento de longo prazo como importante ferramenta
de gestão do Estado resulta imprescindível levar em consideração a sua inte-

gração ao planejamento do território. Portanto, deve-se considerar o orde-
visã
namento territorial como base de planejamento integrado do espaço com
sua diversidade de elementos naturais e antrópicos e cuja definição espacial
das políticas econômica, social, cultural e ecológica da sociedade configu-
itor
ram o território. Segundo Pares e Valle (2006), o território permite definir o

conjunto de iniciativas que conduz o país ao desenvolvimento sustentável
a re
ao considerar o meio natural, que arbitra o limite e as oportunidades para o

crescimento econômico. A ordenação territorial busca orientar a organização
física do espaço, a escolha entre alternativas possíveis de uso e ocupação do
solo com a finalidade de equilibrar o desenvolvimento regional com a função
par
socioambiental das propriedades e atividades produtivas.

Além de considerar o território no planejamento governamental de longo
Ed
prazo, o processo institucional participativo confere mais legitimidade às polí-

ticas planejadas. A participação social coloca em discussão decisões políticas
de interesse da sociedade. Milani (2008) considera essa participação como uma
ão
reforma democrática do Estado e de sua administração pública com base na

necessidade de estimular a participação igualitária dos diversos atores sociais
na definição das condições de sua organização e associação.
s
ver
As primeiras experiências de planejamento econômico no Brasil são
da década de 1940. O primeiro movimento em direção a um planejamento
econômico no país aconteceu em 1948, no governo Eurico Gaspar Dutra,
e foi denominado Plano Salte: Saúde, Alimentação, Transporte e Energia
(ALMEIDA, 2006).
60
Em 1952, no governo Getúlio Vargas, foi criado o Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDE), de grande importância para o processo de pla-
nejamento, e em 1956, o Conselho de Desenvolvimento para Coordenação
Econômico-Financeira.
Em 1956, no governo Juscelino Kubitscheck, foi lançado o Plano
de Metas, que representou o primeiro plano para o desenvolvimento glo-
bal do país a tentar submeter-se à supervisão sistemática do poder público
or
(ALMEIDA, 2006).
od V
A experiência brasileira de planejamento avança durante o período mili-
aut
tar, de 1964 a 1984, e adquire formalização e institucionalidade com a criação
do Ministério do Planejamento e apoio técnico-operacional com o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea (ALMEIDA, 2006).
R
Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu o atual sistema de pla-
nejamento e orçamento, no qual o plano plurianual das políticas públicas
o
articula-se com a realização dos orçamentos anuais e com os instrumentos
aC

de controle social (BRASIL, 1988). O novo sistema de planejamento público
criado estabeleceu os principais instrumentos do sistema de planejamento
e orçamento da administração pública: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Orçamentos Anuais (LOA). As
visã
mudanças normativas introduzidas em 1998 propiciaram a integração entre o
planejamento e o orçamento e alteraram os conceitos e a metodologia para a
elaboração do planejamento e orçamento público. Foi implantado um sistema
itor
de avaliação e monitoramento contínuo.

a re
A modernização e o revigoramento dos sistemas de planejamento, orça-

mento e gestão, segundo Francisco, Faria e Costa (2006), exigem da admi-
nistração pública federal uma reorganização de suas estruturas e capacitação
para as novas funções, uma vez que o art. 174 da Constituição de 1988 não
par
está sendo cumprido.

No Brasil, o planejamento usual é o de curto ou médio prazo voltado à
Ed
manutenção dos equilíbrios macroeconômicos, para evitar a inflação e estabi-

lizar a contabilidade fiscal. São ainda incipientes as propostas programáticas
para um plano de governo com visão de nação mais em longo prazo. Um hori-
ão
zonte de décadas forneceria a base para políticas que necessitam maior prazo
para maturação, como grandes obras de infraestrutura e mudanças estruturais
em favor da inovação produtiva.
s
Em 1996, a título experimental, a extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos

ver
(SAE), da Presidência da República, elaborou a construção de cenários futuros

para o Brasil até o ano 2020, com um corte intermediário em 2005. Os três cenários
elaborados foram exploratórios e tiveram os seguintes nomes: Abatiapé, Baboré
e Caatê, além do cenário desejado, denominado Diadorim (SORJ, 1999).
Outra tentativa de planejamento de longo prazo foi o Brasil 3 Tem-

pos, 2007, 2015 e 2022 (2004). O projeto na sua fase inicial, na definição do
escopo, estabelece as bases de um trabalho conjunto do Estado e da sociedade,
no sentido de lograr um processo de cooperação – organizado como projeto
nacional – sob a forma de um conjunto de metas e objetivos consolidados para
construir cenários por meio do processo prospectivo pactuado nacionalmente.
Porém, ele foi somente de apoio à decisão, conforme Bootz e Monti (2008),
or
modificado por Aulicino e Petroni (2015).
od V
Ao se analisarem as tentativas de planejamento de longo prazo no Brasil,
aut
percebe-se que nenhuma delas teve alto grau de participação dos diversos tipos
de agentes sociais que representam a sociedade com a finalidade de utilizar
a tipologia de mobilização ou condução à mudança.
R
Em razão dessa falta de planejamento de longo prazo, verifica-se a difi-
culdade de elaborar o ordenamento territorial brasileiro, cujo problema de
o
regularização fundiária permanece não resolvido e dificulta a elaboração de
aC
políticas públicas municipais, regionais, estaduais e federais.

visã
Ao considerar-se a retrospectiva desde o período da colonização, enten-
de-se, segundo Havighurst e Moreira (1969), por que os colonos portugueses
viviam como aristocratas e, se pudessem, adquiririam terras, escravos, ou
itor
peões, ou ainda, retrocediam para uma economia de subsistência que não

a re
exigia educação. Como consequência, o desenvolvimento brasileiro ficou

estagnado nos três primeiros séculos de sua colonização, caracterizados
por exploração.
Em razão dessa colonização, não houve a regularização fundiária em
par
todo o território brasileiro e enfraqueceu-se a participação da sociedade na

elaboração de planejamento de longo, médio e curto prazo e nas políticas
Ed
públicas. Portanto, a cultura de planejamento coletivo não foi desenvolvida

(MIRANDA, 2011).
Por consequência, não houve ordenamento do território, o que resultou
ão
num crescimento desordenado em todo o Brasil. Em 2006, foi elaborada a

Política Nacional de Ordenamento Territorial – PNOT (BRASIL, 2006), mas
não foi implementada em razão de a tipologia escolhida ter sido de apoio à
s
decisão, de a troca de governo ser de quatro em quatro anos e de não haver

ver
a apropriação da sociedade.
Na história brasileira, a sociedade não teve participação efetiva no sis-
tema político, e os políticos mantiveram esse distanciamento entre Estado
e Sociedade, com prevalência do primeiro sobre a segunda. Essa situação
62
reflete-se, com intensidade, na organização e no desenvolvimento do território,

por conseguinte do país e de toda sua subdivisão territorial. Por essa razão, no
Brasil, a governança é efetuada pelo binômio eleitos e funcionários públicos
graduados, segundo Rey-Valette et al. (2011).
A sociedade somente participa por meio das chamadas Audiências Públi-
cas, ou, mais recentemente, por Fóruns ou Conselhos, nos quais quem define
o que deve ser realizado é o binômio citado. Apesar de o país pertencer à
or
sociedade, ela não define o que é melhor para ela.
od V
No que concerne ao planejamento governamental, as variáveis que tive-
aut
ram alguma influência modificadora na sua valorização, ocorreram a partir
da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), por meio de instrumentos que
estabeleceram alguns princípios norteadores de planejamento e orçamento:
PPA, LDO e LOA.
R
O PPA é o instrumento para planejar as ações do governo de caráter mais
o
estratégico, político e para o prazo de quatro anos, a ser considerado pelos
aC

administradores públicos.
A LDO é elaborada no primeiro semestre de cada ano com o objetivo
de estabelecer as regras gerais para o orçamento do ano seguinte, as metas e
prioridades da administração pública.
visã
A LOA é feita no segundo semestre de cada ano, fixa as despesas e
estima as receitas para o controle e a elaboração dos orçamentos e balanços,
de acordo com o PPA e a LDO.
itor
Nesse contexto, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar

a re
nº 101, de 2000 (BRASIL, 2000), tem no planejamento uma de suas carac-

terísticas importantes ao estabelecer um sistema de planejamento, execução
orçamentária e disciplina fiscal de médio prazo.
par

Ed
No que concerne ao planejamento, há uma preocupação, somente, com

o curto prazo, por questões governamentais não de Estado, mas porque o
mandato do governo é de quatro anos.
ão
O Plano Plurianual (PPA) de 2016-2019 não teve alterações metodológi-

cas quanto à sua estrutura e conceitos em relação ao elaborado anteriormente
e as suas mudanças, concentraram-se em dois pontos (BRASIL, 2015).
s
O primeiro foi reforçar o caráter estratégico do Plano, com uma Visão

ver
de Futuro e um conjunto de Eixos e Diretrizes Estratégicas. O debate para a

elaboração do PPA foi iniciado a partir de Diretrizes Estratégicas definidas
previamente à elaboração dos Programas, tanto no âmbito interno do governo
quanto externo, com a sociedade. Essa informação merece análise, porque a
sociedade não está habituada a participar com apropriação do planejamento

do território onde habita – o seu bairro, distrito ou município. Sendo assim,
como poderia opinar sobre o país se ela nem sequer é ouvida em seu terri-
tório? Como esse diálogo pode ter havido, se o Plano Plurianual 2016-2019
(BRASIL, 2015), no início, informa que não houve mudanças na sua meto-
dologia? Para a sociedade participar com apropriação, a metodologia deve-
ria ser alterada a fim de que houvesse a introdução de técnicas e métodos
or
andragógicos que propiciassem a participação efetiva da sociedade. Esse
od V
documento diz que se buscou evidenciar o projeto estratégico de governo,
aut
que orienta a construção dos Programas Temáticos, expressando os cursos
de ação propostos para o alcance dos resultados esperados para o PPA, mas,
se não há um planejamento de longo prazo, isto é, acima de dez anos, como
R
isso pode ter sido efetivado? Ele informa a Dimensão Estratégica e orienta as
escolhas políticas, que foram materializadas em Objetivos e Metas, ou seja,
o
verifica-se que é um plano de governo, não de Estado.
aC
O segundo ponto teve como foco qualificar o conteúdo dos Programas

Temáticos, que passam a expressar com maior clareza as escolhas estratégicas
para cada área por meio de seus Objetivos e respectivas Metas, que por sua
vez destacam de forma concisa as entregas mais relevantes e estruturantes
visã
para a implementação das políticas públicas (BRASIL, 2015).
Verifica-se que não houve rupturas, as variáveis provocadoras da evo-
lução permanecem na mesma situação e algumas numa situação pior, como
itor
mostra a falta efetiva da participação da sociedade.

a re
A impressão que se tem da situação atual do Brasil é que as tendências

par
futuras das variáveis provocadores não vão melhorar, ao contrário, devem

piorar. Isto irá ocorrer se não houver uma ruptura da situação dos sistemas
Ed
atuais, seja político, para a governança do país, seja de ordem educacional,

principalmente, na formação dos valores, tanto da criança e do jovem quanto
do adulto. Essa ruptura deverá proporcionar, no futuro, a formação de uma
ão
sociedade mais cidadã e preocupada com o coletivo, isto é, com o bem estar
seu e o da sociedade em que vive.
Se não houver essas rupturas, as tendências futuras principais deverão
s
ser as seguintes:
ver
• cultura de não planejar com apropriação da sociedade;

• não haverá o ordenamento territorial;
• não haverá regularização fundiária;
64
• a sociedade continuará ausente e apática;

• sistema político não representativo e distante da sociedade;
• continuidade da não transparência, isto é, as informações do governo
são de difícil acesso ou não disponíveis, os cidadãos não podem
criticar a gestão nem as práticas das políticas públicas, como acom-
panhar e propor soluções para o bem-estar da sociedade;
• não haverá planejamento territorial;
or
• a qualidade de ensino continuará baixa, em razão da falta de efeti-
od V
vidade do investimento efetuado.
aut
R
Para tornar o Brasil um país desenvolvido, serão necessárias várias ações
de ruptura, a começar pela elaboração de um planejamento de longo prazo
o
com a apropriação da sociedade brasileira.
aC

Esse planejamento deve ter como objetivo a sensibilização e a cons-
cientização da sociedade, para que ela seja mobilizada para executar as ações
necessárias para desenvolver o país e tornar-se uma sociedade cidadã.
visã
As outras rupturas, a partir desta, devem ser:
• elevar a qualidade da educação, envolvendo a família e as instituições

de ensino para desenvolver a cultura do planejamento territorial;
itor
• desenvolver a cultura de planejar de forma coletiva, tornando a

a re
sociedade mais solidária;

• realizar o ordenamento territorial;
• construir um sistema político com apropriação da sociedade;
• desenvolver a transparência geral.
par
7. Resumo da definição de hipóteses

Ed
• Hipótese 1: Continuará sem um planejamento coletivo, sem apro-

priação da sociedade e um distanciamento cada vez maior do sistema
ão
político, gerando uma situação do país pior que a atual.

• Hipótese 2: Haverá grande dificuldade de mobilização da sociedade,
porém haverá um início de planejamento em diversos territórios
s
com apropriação e com representantes dos seus diversos tipos de

ver
agentes sociais dos territórios.

• Hipótese 3: A sociedade em 2035 estará mobilizada e consciente de
que o Brasil é sua responsabilidade, planejando em conjunto para
o país tornar-se desenvolvido.
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ver
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od V
o aut
or
PODER LEGISLATIVO
Ana Maria Antunes
or
od V
aut
Conforme Norberto Bobbio (1998, apud Medeiros, 2015) o Parlamento
R
tem como objetivo a representatividade, e esta deve atender a vontade da
população. O objetivo principal do Poder Legislativo, deve ser este.
o
De acordo com Taglialegna (2008), em 1689, John Locke publicou Two
aC
Treatises of Government, definindo Poder Legislativo como sendo “aquele
que tem o direito de determinar o modo como se deve empregar a força da
República para preservar a sociedade e seus membros.” Locke entende que

o Poder Legislativo é “o poder supremo da sociedade” e vai mais longe em
visã
suas convicções, entendendo que deveria haver uma subordinação dos outros
poderes ao Legislativo. Em termos de Constituição Federal brasileira, não
atenderia aos princípios de harmonia e equilíbrio entre esses.
itor
É incumbência, por Lei, do Legislativo aprovar os projetos de lei pro-

a re
venientes do Poder Executivo, elaborar Leis que atendam os interesses da

população, bem como, fiscalizar o emprego dos recursos públicos.
O Poder Legislativo, no que diz respeito a sua organização no país, está
representado nos municípios com as Câmaras de Vereadores; nos Estados com
par
as Assembleias Legislativas e na esfera nacional com o Congresso Nacional,

composto pela Câmara dos Deputados e o Senado.
Ed
Segundo Limongi (2006) no Brasil não há uma rígida separação entre

os três Poderes, pois ele considera que o Presidente da República também
legisla quando expede os Decretos Leis.
ão
s
Como surge o Poder Legislativo? Sua origem remonta ao final da Idade

ver
Média, quando então, tinha-se governos absolutistas, nas mãos de reis. Porém,
chegou um tempo em que estes soberanos utilizavam seus poderes de forma
indiscriminada, causando a indignação de classes como a dos comerciantes e
aristocratas, o que os levou a realizarem reuniões para discutir a forma como o
povo vinha sendo tratado, e estas reuniões transformaram-se em assembleias.
Assim, tem início o Poder Legislativo (MEDEIROS, 2015).
70
Foi com a Constituição Imperial de 1824 que os primeiros orçamen-

tos das despesas do Império foram exigidos, sendo que o Executivo deveria
elaborar, enviar à Assembleia Geral, na época, já composta por Câmara de
Deputados e Senado para serem aprovados. O art. 172 especifica que os
orçamentos anuais deveriam ser encaminhados pelo Ministro da Fazenda.
Em 1827 a primeira lei orçamentária foi formulada, porém sua aplicação
or
tornou-se difícil devido as muitas dificuldades encontradas, segundo Gontijo
(2004), sua fiscalização foi definida de forma vaga: “...participação da Câmara
od V
no exame da administração passada, e reforma dos abusos nela introduzidos.”
aut
Pela Constituição de 1891, os orçamentos passaram a ser incumbência do
Congresso Nacional. A Constituição em seu art. 39, cria o Tribunal de Contas
R
com o intuito de haver um maior controle dos gastos. Com a transformação das
províncias em Estados, estes passaram a contar com suas Constituições próprias,
o
com autonomia, o mesmo acontecendo com os municípios (GONTIJO, 2004).
aC
O Congresso Nacional aprovou em 1922, através do Decreto 4536/1922

o Código de Contabilidade da União, atribuindo ao Legislativo a elaboração
da lei orçamentária.
Em 1930 com a Revolução e com a Constituição Federal de 1934, a
visã
autonomia concedida aos Estados, cessou, uma vez que tudo passou a ser
centralizado pelo Governo Federal, tornando-se competência do Presidente
da República, sendo que havia a participação dos dois poderes quanto a
itor
elaborar as leis. Já, com a Constituição Federal de 1937, durante o Estado

a re
Novo, o Presidente elaborava e decretava o cumprimento do orçamento.

(GONTIJO, 2004)
A Constituição de 1946 deu margem aos Legisladores elaborarem muitas
emendas em relação aos orçamentos, de forma que com o Regime Militar
par
instalado em 1964, essas emendas passaram a sofrer limites, conforme espe-

cifica o art. 33, de acordo com Gontijo (2004).
Ed
A Constituição de 1967, restringe em seu art. 67, o legislativo quanto

a criação de emendas, sendo que passam a exercer o poder meramente de
homologar o projeto do Executivo. Por fim, a Constituição Federal de 1988,
ão
trouxe modificações que vieram contemplar o Legislativo com poderes, então,

restritos, estruturando e uniformizando a “unidade orçamentária de todos os
s
órgãos públicos.” (GONTIJO, 2004).

O Poder Legislativo, seja na esfera federal, estadual ou municipal tem a
ver
função de legislar e de fiscalizar as ações do Executivo. Os componentes do

Legislativo são eleitos por voto direto, pelo mandato de quatro anos, podendo
ser reeleito, sendo que os senadores o mandato é de oito anos, (LENZA, 2010,
p. 119 apud FONSECA, 2010).
O Poder Legislativo brasileiro em sua evolução histórica, passa por várias

transformações, sendo que durante este processo foi exercido pelo Poder
Executivo. O que pela Constituição Federal de 1988, lhe restitui as prerro-
gativas, quando em seu art. 1º, parágrafo único, é clara ao especificar que
Todo o poder emana do povo, porém, através de seus representantes eleitos.
Portanto, o Legislativo deve representar os interesses da sociedade e fazer
or
cumprir as Leis, observando a diversidade e as desigualdades sociais exis-
tentes no país, dando oportunidade de participação da sociedade nos projetos
od V
de Lei (BRASIL, 1988).
aut
R
A evolução do Poder Legislativo no Brasil, no decorrer dos anos, passou
o
por várias situações. Entre tantas, destaca-se a Proclamação da República a
aC
qual representou uma mudança na forma de Governo, passando de monarquia
a República. Com isto, o Poder Moderador foi extinto, pois era atribuição
do Imperador.
Outro fator relevante foi a Constituição Federal de 1891 com a divisão
visã
dos Poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário. O voto masculino tor-
nou-se universal, podendo ser exercido por maiores de 21 anos; sendo que,
mulheres, padres, mendigos, soldados e analfabetos ainda não podiam exercer
itor
seu direito de cidadãos, pois, socialmente, não eram tidos como cidadãos
a re
(FONSECA, 2010).
Já, a Constituição de 1934, trouxe a instituição do voto secreto e do voto
feminino. O voto passou a ser obrigatório e a idade para exercer o direito do
voto passou a ser de 18 anos. O trabalho foi regulamentado, sendo que foi
par
estabelecida a jornada de oito horas com repouso semanal obrigatório. As

férias passaram a ser remuneradas; empregados demitidos sem justa causa
Ed
passaram a ser indenizados, entre outras melhorias (FONSECA, 2010).

A convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, por José Sarney
em 1985, vem a por fim no recesso do Congresso Nacional, que perdurava
ão
desde 1968. Esta foi instalada em 01 fevereiro de 1987, culminando com a

CF de 1988, vigente até os dias de hoje.
s
4. Situação Atual das variáveis provocadoras das evoluções

ver
Nos dias de hoje, mantém-se a organização política baseada em três

poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Sendo que o Poder
Legislativo é o responsável pela elaboração das Leis.
72
Permanece a manutenção de privilégios políticos no Legislativo, o qual

não representa, efetivamente, o interesse público.
Os Três Poderes vivem em permanente conflito, não havendo a harmonia
a qual rege a Constituição. A corrupção acontece entre os membros do Legis-
lativo, sejam eles federal, estaduais ou municipais; com origens históricas que
remontam ao passado colonial e patrimonialista.
or
O art. 5º da Constituição Federal não é cumprido, uma vez que a classe
política goza de privilégios, juntamente com uma minoria da população bra-
od V
sileira (BRASIL, 1988).
aut
O patrimonialismo, de origem colonial, permanece nos dias atuais, pois
a classe social privilegiada detém o poder político e econômico, bem como
R
o controle da burocracia e dos bens do Estado.
Temos um Poder Legislativo com seus representantes visando mais o
o
seu próprio bem-estar do que o da maioria dos cidadãos, ou seja, legislam em
aC
causa própria. Há uma baixa participação política na criação de Leis; poucas

oportunidades de participação são oferecidas à sociedade.
A classe política do Legislativo continua detentora de foro privilegiado e
com número elevado de Deputados e Senadores; sendo que há um “inchaço”
visã
no Legislativo, o qual se tornou um “cabide de empregos”

itor
a re
As variáveis provocadoras das evoluções tendem futuramente a manter

a desarmonia e disputa de sobreposição de poder entre Legislativo, Executivo
e Judiciário.
É viável que haja um fortalecimento do Poder Judiciário em relação aos
par
demais poderes. Que as ideologias totalitárias continuarão a marcar presença

no Legislativo, persistindo, também, as influências do patrimonialismo carac-
Ed
terísticas do período colonial da história do Brasil.

O Poder tende a permanecer nas mãos de uma pequena classe política
elitizada e os privilégios no Legislativo permanecerão. Este, continuará legis-
ão
lando sem levar em conta os anseios da sociedade, mas em benefício próprio.

O inchaço da estrutura estatal com elevado número de parlamentares
tende a permanecer, sendo que permanecem, também, os salários e mordo-
s
mias exorbitantes.
ver
Espera-se uma renovação parlamentar tanto na Câmara como no Senado

para os próximos anos.
Apresentam-se como possíveis rupturas, em relação a situação atual, a

renovação total na Câmara e Senado, bem como a inelegibilidade dos políticos
citados ou condenados por corrupção.
Vislumbra-se, também, a possibilidade da perda do foro privilegiado e
de outros privilégios dos senhores parlamentares do Legislativo, como auxílio
or
moradia, auxilio viagem e aposentadoria especial e uma redução no número
od V
de Senadores e Deputados.
aut
A Sociedade brasileira, não só estará representada pelos componentes
do Legislativo que elegeram, mas, num futuro muito próximo, será chamada
R
a participar ativamente da elaboração dos projetos de leis, contemplando,
desta forma, a heterogeneidade de pensamento e interesses do povo brasileiro.
o
aC
• Hipótese 1: Os representantes do legislativo mantêm o modelo

patrimonialista, privilegiam grupos específicos e não formam cate-
visã
gorias de representantes da sociedade e sua diversidade;
• Hipótese 2: Os representantes eleitos realizam revisão dos privi-
légios, restringindo o foro privilegiado ao exercício do mandato
itor
e redução do número de senadores e deputados e suas estruturas,

a re
representando a sociedade;
• Hipótese 3: Legisladores eleitos de acordo com o programa dire-
cionador das ações legislativas, capazes de representar, de fato, a
sociedade em sua diversidade. Criação de mecanismos de fortale-
par
cimento da participação da sociedade nos projetos de lei.

Ed
s ão
ver
74
REFERÊNCIAS
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Brasília: Senado Federal, 1988. 432 p. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 9 mar. 2017.
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tigos.com/artigos/a-constituicao-de-1934/53136>. Acesso em: 9 mar. 2017.
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R
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tivo-Executivo na condução das políticas públicas. 2008. 61f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialização) – Direito Legislativo, Universidade
do Legislativo Brasileiro, Brasília, 2008. Disponível em: <https://www2.
senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/162772/Gustavo%20Taglialegna%20
par
02022009%20final.pdf?sequence=7>. Acesso em: 2 jul. 2018.

Ed
s ão
ver
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
PARTICIPATIVO
or
od V
aut
R
A Constituição de 1988, em seu artigo 29, inciso XII, obrigou os muni-
cípios brasileiros a adotarem como princípio na elaboração das leis orgânicas
o
a “cooperação das associações representativas no planejamento municipal”
aC
(BRASIL, 1988).
Além disso, como aponta o jornalista Elder Nogueira (2018), o Esta-
tuto da Cidade (Lei 10.257/01), em seu artigo 44, determina que a gestão

visã
orçamentária participativa é condição obrigatória para que a Câmara Muni-
cipal aprove o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária Anual. O Estatuto da Cidade ainda especifica que a gestão
orçamentária participativa deve incluir a realização de debates, audiências
itor
e consultas públicas.
a re
Para entendermos melhor como funciona essa participação popular,

vamos voltar a 1989, um ano após a promulgação da nova Constituição Federal
Brasileira, onde a Prefeitura de Porto Alegre (RS) instituiu o primeiro Orça-
mento Participativo, que foi um programa inspirado em ideias semelhantes de
par
outros municípios brasileiros. A ideia se mantém até hoje na capital gaúcha,

mesmo após a administração de diferentes partidos.
Ed
Outras cidades brasileiras também o adotaram, como São Paulo, Belo

Horizonte, Vitória, Santo André (SP) e dezenas de municípios menores em
São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, e
ão
ganhando o mundo, foi adotado por exemplo em Paris, Barcelona, Toronto,

Bruxelas e Montevidéu.
s
Segundo José Ossian Lima (2010), adotado inicialmente de modo volun-

ver
tário, o Orçamento Participativo, mesmo ainda com um baixo índice de acei-

tação no conjunto dos municípios brasileiros, se legitimou pelas experiências
exitosas em grande parte das cidades em que foi utilizado. Esta foi uma das
motivações para que, na regulamentação dos arts. 182 e 183, por meio do
Estatuto da Cidade, cuja proposta teve uma demorada tramitação no Congresso
Nacional, houvesse uma grande articulação, sobretudo dos movimentos em
defesa da reforma urbana, no sentido de que nele constasse um capítulo (o 4º)
76
sobre a gestão democrática da cidade. Foi um espaço para a consagração do

Orçamento Participativo em nível municipal como obrigação legal, a partir,
primeiramente, dos princípios formadores da democracia participativa exis-
tentes na CF/88, entre os quais os citados arts. 182 e 183. Essa obrigatoriedade
viria posteriormente a ser reafirmada em outros documentos legais.
De acordo com o pesquisador Felix Sánchez (2002), o que caracteriza
o perfil e a natureza do Orçamento Participativo, seria a concretização de
or
seus princípios, ou seja, no Brasil existe a obrigatoriedade pelo Decreto Lei
od V
no.200/67 de se organizar e planejar o orçamento a partir do atendimento das
aut
necessidades mais prioritárias da população.
Conforme Alice Emmanuele Teixeira Peixoto (2016), não existe uma
R
receita universal para o funcionamento do Orçamento Participativo. Cada
situação local será diferente da outra, mas geralmente o ciclo de discussão,
o
negociação e elaboração do orçamento participativo leva um ano e é composto
dos seguintes estágios:
aC

• Assembleias Locais e Setoriais que ocorrem com a presença do
prefeito e delegados locais e setoriais;
visã
• Reuniões locais e setoriais entre os delegados locais e as comunidades;
• Câmara Municipal instala oficialmente o Comitê do Orça-
mento Participativo;
itor
• Desenho da matriz Orçamentária que cria o Plano de investimento;

• Avaliação do Processo
a re
Portanto, nos estágios acima, o governo faz consultas aos cidadãos atra-
vés de assembleias abertas, que devem ser convocadas publicamente, onde
os participantes inscritos argumentam sobre suas demandas prioritárias e
par
sugestões do que incluir na Lei Orçamentária Anual, além de onde será apli-
cado e quando.
Ed
O processo de implantação e realização do Orçamento Participativo

para sua efetividade necessita de mecanismos de transparência e acesso às
ão
informações orçamentárias bem como sua destinação, acompanhamento da

sociedade de sua execução e eficiência.
Quanto ao planejamento participativo ele é o desdobramento das ações
s
após a aprovação do orçamento. Ele tem origem na Teoria Z, teoria admi-

ver
nistrativa que teve início no fim da Segunda Guerra Mundial no Japão e que
tinha como objetivo principal aumentar a produtividade das empresas. Essa
teoria tem por princípio levar em consideração a opinião de toda a equipe nas
tomadas de decisão, substituindo a estrutura hierárquica vertical de decisões,
pela ação conjunta (OUCHI, 1983).
A evolução conceitual do orçamento público participativo acompanha

o desenvolvimento e o progresso realizados no mundo, com o objetivo de
possibilitar uma melhor distribuição de renda, aprendizado do processo de
planejamento e execução de orçamento e melhor controle dos gastos realiza-
dos. Tal fundamento está calcado na eficiência do processo democrático de
or
governo aliado a uma intensa participação popular.
od V
Para o filósofo político italiano Norberto Bobbio (2009), em seu livro
aut
não existe democracia representativa se o poder é escamoteado dos manda-
tários e se os cidadãos desconhecem as regras do jogo democrático. Ainda
segundo Bobbio, o processo democrático deve ser reinventado de acordo com
R
as transformações que ocorrem na sociedade.
A experiência da Cidade de Porto Alegre iniciada em 1989, demonstra
o
que é possível constituirmos uma gestão alicerçada nos princípios da demo-
aC
cracia participativa. O importante é que o povo se aproprie dos espaços e
conquiste políticas públicas condizentes com suas necessidades e vontades,

não esquecendo de que deve ser um ato legítimo e contínuo.
Para Renato Peixoto Dagnino (2002) o impacto da sociedade civil sobre
visã
o desempenho do Estado é uma tarefa que precisa contemplar aquilo que as
articula e as separa, inclusive aquilo que une e opõe as diferentes forças que
as integram, os conjuntos de interesses expressos em escolhas políticas. Tal
itor
colocação, reforça a necessidade de se construir “projetos políticos” eficien-

a re
tes e/ou estruturados, o que não faz parte de forma massiva de nosso perfil
educacional, o que de certa forma justifica hoje essa nossa deficiência em ter
iniciativas e tomadas de decisão compartilhadas.
O Planejamento Participativo que teve início em meados do século XX,
tinha como princípio a ideia de que se todos os envolvidos participassem do
par
processo de decisão e da definição das ações, isso tornaria os processos mais

Ed
viáveis, uma vez que a base é o consenso entre todos os envolvidos. Para
Zuliani (1988) outros elementos importantes presentes nesse processo são:
a tomada de decisão coletiva, ou seja, todos os envolvidos participam das
ão
decisões; a responsabilidade pelas ações é igualmente coletiva e o interesse

holístico, isto é, a visão sobre o processo é sistêmica, considera vários ele-
mentos e fatores como as questões culturais, éticas e morais.
s
ver
3. Variáveis que provocam as evoluções
O Orçamento Participativo é fruto de um esforço coletivo, como

demonstram as experiências de seu funcionamento em diversos municípios
brasileiros e no estado do Rio Grande do Sul, estado em que o orçamento
78
participativo foi implantado pela primeira vez na cidade de Porto Alegre,

como experiência de participação popular em 1989 durante administração
do Partido dos Trabalhadores (PT).
Para que o Orçamento Participativo se efetive algumas condições são
necessárias como destacam Avritzer e Navarro (2003). Entre elas o compro-
misso político com o programa, ou seja, a transparência e disponibilidade das
informações por parte das autoridades para que a sociedade possa efetivamente
or
participar da gestão pública. Importante salientar que esse compromisso deve
od V
ser tanto por parte dos governantes como por parte da sociedade.
aut
Outra condição fundamental é o respeito ao limite da capacidade finan-
ceira do local e sua governança, ou seja, a criação de indicadores e de um
processo de monitoramento que permita uma avaliação transparente, constante
R
e com participação popular o que torna a gestão pública mais efetiva e voltada
para as necessidades das comunidades locais.
o
Nesse ponto, o planejamento participativo tem vital importância pois
aC

possibilita a governabilidade do sistema. Como afirma Matus (1993) sobre a
gestão pública, a capacidade de governar refere-se à junção de vários elemen-
tos como métodos, técnicas e habilidades que possibilitem a realização e con-
dução do processo social aos objetivos estabelecidos pelos atores envolvidos.
visã
A participação cada vez maior da sociedade, ocupando seus espaços de
direito, permite uma gestão cada vez mais eficiente e direcionada a atender
as expectativas da maioria da população.
itor
a re
4. Situação atual das variáveis provocadoras
A implantação do processo de Orçamento Participativo é oriundo da ins-

talação de governos democráticos e através da criação de mecanismos como
par
os Conselhos municipais, as Audiências Públicas, os Comitês de trabalho

das comunidades. Mas para que o processo se desenvolva é fundamental a
Ed
participação da sociedade.
Segundo pesquisa realizada pelo Fórum Nacional de Participação Popu-
lar em 2001, (AVRITZER, NAVARRO, 2003) quase 40 % dos municípios
ão
apontaram a falta de participação popular como causa principal da dificuldade

e até mesmo da inviabilidade de implantação do Orçamento Participativo.
As políticas de participação popular devem ser permanentes e permear
s
as decisões e práticas da gestão pública. O Orçamento Participativo é um

ver
mecanismo de controle social que permite que a sociedade se manifeste, opine

e até mesmo altere políticas públicas inadequadas a realidade que vivem.
O caminho para a cidadania passa obrigatoriamente pela mobilização
social, e essa por sua vez passa pela compreensão, capacidade de análise e
entendimento do contexto em que vivemos. Sendo assim, é possível deduzir

que o processo educacional está intimamente ligado ao desenvolvimento e
da prática da cidadania.
Sem a conscientização da importância da participação de todos em uma
democracia, a implantação do Orçamento Participativo fica comprometida.
Isso demanda maior empenho na educação básica, propiciando conhecimento,
clareza de ideias, hábitos de compartilhamento de experiências, do poder de
or
persuasão, fortalecendo a cidadania e aprendendo a controlar os recursos e
od V
gastos públicos A realidade atual é incentivar, orientar e fomentar cada vez
aut
mais pessoas a fazer parte do processo decisório nas políticas públicas do País.
Essa cidadania é necessária também para o planejamento participativo,
uma vez que esse é a concretização das ações consideradas necessárias para
R
a realização do que foi estabelecido no Orçamento Participativo. Uma das
iniciativas mais bem-sucedidas de Planejamento Participativo é a construção
o
coletiva dos Planos Diretores Municipais.
aC
Como destaca Antonello (2013) eles possibilitaram a participação da

sociedade em todo o seu processo de discussão, formação e redação e implan-
tação. Apesar desse exemplo de sucesso, ainda são poucas as iniciativas de
planejamento participativo no Brasil, por vários motivos, entre eles a falta de
visã
transparência das autoridades, a falta de interesse de boa parte da sociedade
e a dificuldade em se equalizar as necessidades da população às condições
técnicas e financeiras dos governos para atender às mesmas.
itor
a re
5. Tendências Futuras das Variáveis Provocadoras
Das variáveis mais relevantes para o êxito de um orçamento participativo,

partindo da premissa de que uma educação de qualidade esteja sendo forne-
par
cida a todo indivíduo, uma delas é o compromisso político com o programa

conciliado com a população, respeitando o limite da capacidade financeira da
Ed
administração local, observando o espaço de tempo entre colocar em prática

o que foi decidido e sua posterior avaliação dos resultados obtidos.
Outra é observar as dificuldades iniciais dos programas implementados
ão
para que não se tenha que aguardar anos até que se consiga produzir resultados
considerados favoráveis para geração do desenvolvimento.
Não podemos e não devemos nos esquecer da realimentação das informa-
s
ções no sentido de se garantir a melhoria contínua das ações implementadas

ver
visando a transparência e responsabilidade das decisões tomadas, das medidas

públicas e despesas realizadas.
O que se observa como tendência, tanto para o orçamento como para o
planejamento participativo, é o crescimento da participação e do engajamento
80
da sociedade, à medida que essas ações sejam divulgadas e as pessoas perce-

bam que suas sugestões são acatadas, ou seja, que não é apenas uma iniciativa
política, mas uma nova forma de gestão pública.
6. Rupturas Futuras das Variáveis Provocadoras
Em se tratando de orçamento participativo, deve-se observar que o pro-
or
cesso de sensibilização e conscientização devem ser permanentes e devem
od V
ocorrer em todos os níveis sociais e educacionais. É necessário que a socie-
aut
dade entenda a importância de estar bem informados sobre o que acontece na
gestão pública e de que forma são decididas as prioridades de investimentos
e alocação de recursos.
R
Importante também que a sociedade assuma sua condição de participante
e não só espectadora do processo político. Através da prática do orçamento
o
participativo, a sociedade local fica mais informada sobre as reais dificuldades
aC

da gestão pública e das necessidades de vários segmentos sociais, o que é
primordial para o desenvolvimento local. Portanto, o processo de formação
da cidadania reside no novo comportamento político-social que os cidadãos
visã
estabelecerem para nortear os rumos futuros, ou seja, a valorização do cidadão
mostra um novo caminho para a realização da gestão pública.
Uma ruptura possível no Planejamento Participativo é a governança
das ações ficarem sob responsabilidade de comitês populares, pois apesar da
itor
participação popular nas decisões, há pouca participação nas práticas.

a re
• Hipótese 1: O Estado passa a criar mecanismos de transparência

par
e acesso às informações orçamentárias, assim como os meios que

viabilizem a participação da sociedade na priorização e destinação
Ed
do orçamento público com acompanhamento de sua execução, tra-

zendo maior eficiência ao gasto público.
• Hipótese 2: O Estado cria mecanismos de transparência pouco efi-
ão
cazes e a participação da sociedade permanece incipiente, ocorrendo

alguns avanços, no controle do orçamento e consequente melhoria
na destinação e qualidade do gasto.
s
• Hipótese 3: Planejamento e orçamento pensados e executados pelos

ver
órgãos públicos, com participação da sociedade por meio de audiên-

cias públicas, viabilizando uma participação pouco mais que formal
na elaboração orçamentária, bem como na sua execução.
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drina: UEL, 2013
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or
od V
aut
R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
REFORMA POLÍTICA, COM SISTEMA
POLÍTICO REPRESENTATIVO,
RESPONSIVO E DEMOCRACIA
or
PLENA E MADURA
od V
aut
R
o
aC
Segundo afirma Aristóteles, filósofo grego que viveu no século IV a.c,
em sua obra A Política o homem é por natureza um animal político e as ins-
tituições nasceram da necessidade de garantir a felicidade de seus cidadãos.

visã
Para ele, “o homem é por natureza um animal político e a formação da cidade
ou estado é produto da necessidade do homem de se associar para superar as
adversidades” (ARISTÓTELES, 2009). Política é, em linhas gerais, a arte
de governar ou administrar o lar, a empresa, o clube, a cidade, o estado ou o
itor
país e que envolve escalas de poder.

a re
Importante definir alguns conceitos básicos para que possamos introduzir

o tema Reforma Política como por exemplo o conceito de Estado, Governo e
Nação. O Estado é constituído pelo povo e pelo governo. Esse, por sua vez,
é caracterizado por um grupo de pessoas que administra um país, estado,
par
município ou região. E a nação é formada pelo povo que habita um mesmo

território e compartilha de manifestações culturais e características comuns
Ed
como a existência de um idioma dominante. Nação difere de Estado, uma vez

que o povo possui o mesmo idioma, usos, costumes, religião etc., ou seja, um
Estado pode conter várias nações (Brasil abriga diversas nações indígenas).
ão
Governo significa um grupo de pessoas que administra e governa um país,

estado ou província, O Estado é permanente, o Governo é provisório
Atualmente o Brasil é uma democracia, que se caracteriza por ser uma
s
forma de governo em que o poder é exercido pelo povo, em sua maioria,

ver
através do voto secreto e livre, que elege seus representantes junto ao Poder
Executivo e Legislativo. E para assegurar a ordem no país, existe a Carta
Magna ou Constituição que é o referencial dos direitos e deveres de todos os
cidadãos do país.
A democracia plena e madura se efetiva quando o governo é exercido pelo
povo e o sistema é constituído pela interconectividade dos diversos setores da
84
sociedade, seja o sistema eleitoral, direitos de participação política, direitos

e liberdades civis, independência dos poderes e poder efetivo para governar
Para que tenhamos um sistema político representativo, responsivo e uma
democracia plena e madura é necessário que cada vez mais a sociedade seja
participante do processo político, consciente das necessidades dos cidadãos,
mobilizada para a transformação, amadurecida politicamente e que se pra-
tique uma política de Estado no país e não uma política de governo como
or
ocorre atualmente.
od V
aut
R
Na maioria dos países democráticos o Estado está dividido em três esfe-
ras: federal, estadual e municipal. No sentido de facilitar a administração o
poder está dividido em três: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, visando
o
a manutenção do equilíbrio do poder.
aC

Quanto aos regimes de governo os mais comuns são, atualmente, a
Monarquia parlamentarista ou constitucional no qual o rei, cuja representação
é vitalícia e cujo poder é hereditário, está submetido as decisões do Parlamento
visã
e à Constituição. Os monarcas representam o Estado, protegendo a Consti-
tuição e defendendo o povo; o governo efetivamente é responsabilidade do
Premiê ou Primeiro Ministro em conjunto com o Parlamento.
No regime republicano, na maioria dos países, o governante é eleito
itor
por voto popular e é definido para ele um período de mandato que varia de 4
a re
a 6 anos. A república pode ser presidencialista, e o representante acumula

as funções de Chefe de Estado e de Governo, ou parlamentarista, em que o
presidente é o Chefe de Estado e o Chefe de Governo é o Primeiro Ministro
que governa junto com o Parlamento.
par
Quanto à administração o Brasil segue o modelo tripartite dividido

da seguinte forma: Poder Legislativo: cria as leis que regulam a vida em
Ed
sociedade, tem poder de veto sobre algumas decisões do poder Executivo. É

representado pelo Congresso Nacional, formado pelo Senado e pela Câmara
dos Deputados. Na esfera estadual é representado pela Assembleia Legisla-
ão
tiva formada pelos deputados estaduais e na esfera municipal pela Câmara

de Vereadores.
Já o Poder Executivo é responsável por executar as leis e administrar os
s
negócios públicos, envia ao Legislativo seus projetos de lei, pode vetar toda
ver
ou parte de uma norma aprovada pelo Legislativo, tem que cumprir o que
manda o Poder Judiciário. No Brasil, esse poder é representado pelo Presidente
da República na esfera federal, pelos governadores na esfera estadual e pelos
prefeitos n esfera municipal.
O Poder Judiciário é o que administra a justiça mediante aplicação das

leis. Pode também declarar a inconstitucionalidade das leis que foram apro-
vadas pelo poder Legislativo e/ou pelo Poder Executivo. No Brasil, na esfera
federal, esse poder é representado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
que os juízes são indicados pelo Presidente da República e sabatinados pelo
Senado para serem aprovados, Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal
Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tri-
or
bunal Militar (STM). Na esfera estadual, há os diversos Tribunais de Justiça.
od V
Os três poderes, devem ser harmônicos e independentes entre si, conforme
aut
Artigo 2 da Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
O Brasil em sua história teve um grande período, mais de 300 anos, em
que foi, economicamente e politicamente, dependente de Portugal, era uma
R
colônia de exploração dos séculos XVI ao século XIX. No início do século
XIX (1815), o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e
o
Algarves e sete anos depois se tornou independente politicamente. Adotou
aC
na época o regime de Monarquia Constitucional e assim permaneceu por

quase 70 anos.
No final do século XIX por pressões políticas e econômicas das elites
agrárias paulistas, a República foi proclamada. Mas não éramos uma demo-
visã
cracia, uma vez que os primeiros presidentes foram indicados e empossados
pelas elites dominantes. Posteriormente quando os presidentes passaram a
ser eleitos pelo voto, no início do século XX, esse voto era restrito ainda a
itor
grupo de cidadãos privilegiados que elegiam seus pares como representantes,

a re
favorecendo apenas parte da população.

A constituição de 1934, promulgada no governo de Getúlio Vargas foi o
início da ampliação dos direitos de voto a mais cidadãos, inclusive foi imple-
mentado o voto feminino e secreto para todos. Porém em 1937 com a criação
par
do Estado Novo pelo presidente Getúlio Vargas, o país viveu um estado de

Exceção em que os direitos políticos foram suspensos, o presidente se manteve
Ed
no poder sem eleição, foi instituída a pena de morte para crimes políticos e
todos os meios de comunicação eram controlados pelo Estado. Apesar de
existir uma constituição nesse período vivemos um governo ditatorial.
ão
Após a saída de Getúlio Vargas do poder em 1945, a democracia voltou

ao país mas por pouco tempo, pois em 1964 o exército assumiu o Poder no
país e suspendeu o Congresso Nacional e concentrou o poder do país nas
s
mãos de uma Junta Militar que acumulava os poderes Legislativo e Executivo.

ver
Os militares permaneceram no poder por 20 anos e em 1985 foi eleito

por Colégio Eleitoral o primeiro presidente civil Tancredo Neves que faleceu
antes de tomar posse e quem governou em seu lugar foi seu vice José Sarney.
Durante seu governo foi elaborada a Constituição de 1988 que ampliou a
86
participação popular na política permitindo o voto de analfabetos e jovens a

partir dos 16 anos. Essa constituição também garantiu uma série de direitos
e deveres para toda a população.
3. Variáveis que provocaram as Evoluções
A difusão dos ideais iluministas de Liberdade, Igualdade e Fraternidade,
or
assim como a independência dos Estados Unidos em relação à sua metrópole,
od V
a Inglaterra em 1776, contribuíram para a ruptura política entre Brasil e Por-
aut
tugal. Vários movimentos com a participação popular foram organizados no
país, sendo que os de maior destaque foram a Inconfidência Mineira (1789)
e a Conjuração Baiana (1798).
R
Em 1822 D. Pedro I, príncipe regente de Portugal, declarou a indepen-
dência do Brasil e em novembro de 1823, convocou uma constituinte para
o
redigir a primeira constituição brasileira. Contudo a constituinte formada por
aC

ele pretendia limitar os poderes do imperador, esse então a destituiu e junta-
mente com um grupo de políticos escolhidos por ele, redigiu e promulgou a
primeira constituição brasileira em 1824.
visã
A primeira Constituição Brasileira tinha como principais características: a
existência de quatro poderes, Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador,
sendo esse último de uso exclusivo do Imperador e com poderes para anular
as decisões dos outros três poderes, portanto, em função do Poder Modera-
itor
dor o Imperador podia impor sua vontade. O voto era censitário com base na
a re
renda, isso significava que só os ricos podiam votar e a Igreja Católica era
subordinada ao Imperador (BRASIL, 1824).
Com a Proclamação da República no final do século XIX, e a nova cons-
tituição de 1891, o Poder Moderador foi extinto, foi instituído o Estado laico
par
com a separação entre Igreja e Estado, e o voto deixou de ser censitário para
ser universal masculino, porém com exceções: mulheres, mendigos, padres,
Ed
soldados, analfabetos e menores de 21 anos (BRASIL, 1891).

A terceira constituição brasileira foi promulgada em 1934 e introduziu o
voto secreto e o voto feminino, estabeleceu a criação da Justiça do Trabalho
ão
e definiu alguns direitos trabalhistas como a jornada de 8 horas diárias, o

repouso semanal e as férias remuneradas (BRASIL, 1934).
Essa constituição foi a de menor duração, pois em 1935 Getúlio Vargas
s
após o advento da Intentona Comunista, liderada por Luis Carlos Prestes,

ver
suspendeu todas as garantias individuais através da declaração de Estado de

Sítio, e posteriormente outorgou uma nova constituição em 1937. A nova
constituição aboliu os partidos políticos, os estados da federação passaram
a ser governados por interventores escolhidos pelo presidente da República,
extinguiu o Poder Legislativo em todas as esferas de poder, estabeleceu a pena

de morte para crimes políticos, restringiu a liberdade da imprensa, recrudesceu
a censura principalmente nos meios de comunicação, suspendeu as eleições
e manteve Vargas no poder (BRASIL, 1937).
Com o fim do governo Vargas em 1945, foi eleito o General Eurico Gas-
par Dutra que reuniu uma Assembleia Constituinte e promulgou uma nova
constituição em 1946. Essa constituição restabelecia a existência do Poder
or
Legislativo, pôs fim à censura aos meios de comunicação, extinguiu a pena
od V
de morte. Conciliava resquícios do autoritarismo anterior presente na primeira
aut
fase da República com favorecimento das elites, com medidas liberais que
favoreciam os trabalhadores (BRASIL, 1946).
No começo da década de 60 o Brasil atravessou um período de muitos
R
conflitos internos, resultantes entre outros motivos, da renúncia do presidente
eleito Jânio Quadros e do governo considerado populista de seu sucessor João
o
Goulart. Tal situação de instabilidade levou os militares a assumirem o poder
aC
em 1964 e após três anos, em 1967 foi outorgada uma nova constituição. Nessa
constituição a eleição para presidente era indireta, através de um Colégio Elei-
toral; o Poder Executivo tinha poderes de cassação e suspensão de direitos;
acabou com o multipartidarismo e instituiu o bipartidarismo; determinava
visã
eleições indiretas para governadores e prefeitos e instituiu a pena de morte
para crimes contra a segurança nacional (BRASIL, 1967).
Foram criados os Atos Institucionais que davam plenos poderes ao Exe-
itor
cutivo e em 1968 esse decretou o fechamento do Congresso, a censura prévia

a re
aos meios de comunicação, a intervenção militar em estados e municípios e

suspendeu todos os direitos civis e políticos dos cidadãos que cometessem
crimes contra a Segurança Nacional (BRASIL, 1969).
par

das evoluções – precisa ser escrita
Ed
Desde 1988, após o fim do governo militar e a eleição indireta de um pre-

sidente civil em 1985, temos uma nova constituição conhecida como “Cons-
ão
tituição Cidadã” considerada assim porque tem vários elementos inclusivos

como o direito de voto para analfabetos, voto para jovens a partir de 16 anos,
eleições diretas para todos os cargos políticos em todas as esferas de poder, fim
s
da censura aos meios de comunicação, anistia aos presos políticos, garantia dos
ver
direitos de crianças e adolescentes, proibição da tortura, igualdade de gênero

e fomento do trabalho feminino, demarcação de terras indígenas e combate
ao racismo tornando esse crime inafiançável.
88
Essa constituição nos últimos anos sofreu algumas alterações através

do mecanismo conhecido como PEC- Proposta de Emenda Constitucional.
Sendo que essa pode ser apresentada pelo Presidente da República, pela repre-
sentação de no mínimo um terço dos membros do Senado Federal ou da
Câmara dos Deputados, e por mais da metade das Assembleias Legislativas
dos estados da federação. Para ser votada uma PEC precisa ser aprovada pela
CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Caso seja aprovada
or
pela CCJ, ela deverá ser encaminhada para o Congresso Nacional onde será
od V
analisada, debatida e votada, sem possibilidade de veto pelo Presidente da
aut
República (BRASIL, 1988).
• R
amadurecimento político e conscientização das necessidades das
o
pessoas, mobilização da sociedade, objetivando mudanças que
aC

garantam mais segurança para todos. A democracia brasileira ainda
não é totalmente madura, pelo fato de que muitos brasileiros des-
conhecem a história política do país. À medida que as pessoas se
visã
interessam mais pela política e buscam mais informações sobre
seus representantes e sobre os processos políticos, ela se organiza
e se mobiliza com o intuito de garantir mais segurança e melhores
condições para todos;
itor
• maior ação da sociedade para renovação considerável nas Câmaras

a re
de Vereadores, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional.

Existe atualmente um consenso de que a maioria dos políticos eleitos
se envolveram em escândalos de corrupção e, portanto, são coni-
ventes com um sistema pernicioso que prejudica todo país. Portanto
par
para as próximas eleições, existe a possibilidade de uma renovação

total dos órgãos representativos do Legislativo;
Ed
• apoio mais efetivo da sociedade às ações do Ministério Público, Pro-

curadoria Geral da República e Polícia Federal, visando uma “lim-
peza moral”. A sociedade mais consciente e participativa, mobiliza
ão
mais os órgãos que existem para defender os direitos dos cidadãos,

como o Ministério Público, e exigir conduta correta e obediência
às leis por parte dos representantes e das instituições;
s
• pressão popular para realização de Plebiscito ou Assembleia Nacio-

ver
nal Constituinte. A sociedade apresenta através de manifestações

populares a vontade de participar mais ativamente da vida política
do país. Uma das formas possíveis para isso é através de consultas
feitas por plebiscito;
• reformas trabalhista, tributária, política e previdenciária. A socie-

dade aparenta descontentamento com as atuais legislações traba-
lhistas, tributárias, políticas e previdenciárias, e alguns ajustes se
fazem necessários uma vez que parte dessa legislação está defasada
e não atende as necessidades da sociedade nos dias de hoje.
or
od V
• a sociedade deve pleitear políticas de Estado, para que as pessoas
aut
não fiquem reféns das políticas de governo, em função, da alter-
nância dos governos no poder. Atualmente as decisões nas esferas
R
federais, estaduais e municipais são tomadas dependendo do par-
tido político e dos representantes que estão nos cargos. Não existe
uma política de Estado que se mantenha independente de quem
o
ocupa os cargos públicos e que beneficie a maioria da sociedade a
aC
longo prazo;
• sociedade desenvolver a consciência de que o país é seu e decidindo,
portanto, o que é melhor para ele, buscando políticas públicas que
visã
beneficiem as pessoas. A sociedade mais consciente e mobilizada
entende que o tudo o que é público pertence a todos e deve ser
administrado para o bem de todos;
• sociedade decidi sobre mudança da estrutura do Estado. A sociedade
itor
determina através da participação da maioria como o Estado deve

a re
se organizar e ser gerido para ser mais eficiente e prestar serviços

de qualidade a todos os cidadãos.
par
• Hipótese 1: Manutenção da situação atual, nada muda e a sociedade

Ed
continua refém das medidas do governo, sem políticas de Estado.

Obs.: Caso a sociedade não se mobilize ela continuará tendo suas
reivindicações não atendidas, em sua maioria.
ão
• Hipótese 2: Estabelecimento de reforma que mude a estrutura do

Estado, visando ao bem-estar da população em geral. Amadure-
cimento político, conscientização das necessidades das pessoas e
s
mobilização da sociedade, com transformação progressiva.

ver
Obs.: Com a conscientização e a mobilização da sociedade é possí-

vel a construção de um país mais justo, democrático e equilibrado,
voltado para atender a necessidade de todos os cidadãos, sem qual-
quer distinção.
90
• Hipótese 3: Definição de modelo de Estado e construção de sistema

de governo que atenda aos anseios da sociedade. A sociedade desen-
volve a consciência de que o país é seu e decide o que é melhor,
buscando sistema político representativo que a beneficie.
Obs.: A sociedade busca uma forma de participar mais efetiva-
mente da condução do país, e dessa forma constrói coletivamente
um modelo de Estado que atenda melhor as necessidades de todos
or
os cidadãos.
od V
aut
R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. A Política, Tradução Nestor Silveira Chaves. 2. ed. São
Paulo: Edipro, 2009. p. 284.
BRASIL. Constituição. Constituição da República dos Estados Unidos
or
do Brasil de 1891. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/Constituicao91.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
od V
aut
______. Constituição. Constituição da República dos Estados Unidos do
Brasil de 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Cons-
R
tituicao/Constituicao34.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
o
______. Constituição. Constituição da República dos Estados Unidos do
aC
Brasil de 1946. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Cons-
tituicao/Constituicao46.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
______. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil

visã
de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao67.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
itor
_______. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil

a re
de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/

Constituicao88.htm>. Acesso em: 24 fev. 2018.
______. Constituição. Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1937.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Consti-
par
tuicao37.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.

Ed
______. Emenda Constitucional Nº 1, de 17 de outubro de 1969. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_ante-
rior1988/emc01-69.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
ão
______. Constituição. Constituição Política do Império do Brazil, 1824.

s
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Consti-

ver
tuicao24.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.

ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
MINISTÉRIO PÚBLICO
Ana Maria Antunes
or
od V
aut
Atualmente, as orientações para o Ministério Público são pela Constitui-
R
ção Federal de 1988, que no seu art. 127, (BRASIL, 1988), define o Ministério
Público como uma: “instituição permanente, essencial à função jurisdicional
o
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.”
aC
Segundo seu planejamento estratégico para o decênio 2011-2020, publi-
cado na Portaria PGR/MPF nº 687 o Ministério Público tem como missão:
“Promover a realização da Justiça, a bem da sociedade e em defesa do Estado

visã
Democrático de Direito.” (MINISTÉRIO PÚBLICO, 2011).
O Ministério Público brasileiro é composto pelos Ministérios Públicos
nos Estados e pelo Ministério Público da União, que, por sua vez, possui
quatro ramos: o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do
itor
Trabalho (MPT), Ministério Público Militar (MPM) e o Ministério Público

a re
do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O Ministério Público tem autonomia na estrutura do Estado e não pode
ser extinto ou ter atribuições repassadas a outra instituição. Os membros
(procuradores e promotores) possuem as chamadas autonomia institucional
par
e independência funcional, ou seja, têm liberdade para atuar segundo suas

convicções, com base na lei.
Ed
ão
Sabe-se que o Ministério Público no Brasil, tem suas origens no direito

português, não poderia ser diferente, uma vez que o Brasil colonizado por
s
portugueses, herdou conhecimentos trazidos de Portugal pelos colonizadores,

ver
perdurando durante o Brasil Colônia, Império e início da República.

As Ordenações, denominadas Manuelinas, em 1521, foram as primeiras
a fazer uso do termo “promotor de justiça” na legislação portuguesa, sendo
que as Ordenações conhecidas como Filipinas, em 1603, regulamentaram a
atuação do Promotor de Justiça na Casa de Suplicação. Estas Casas existiam
em Lisboa, eram o supremo tribunal na época, e foram implantadas no Brasil
com o mesmo nome no ano de 1808 (POLI, 2010).
94
Entre os anos de 1609 a 1626, estabeleceu-se a primeira corte de apela-

ção no Brasil, com a denominada “Relação da Bahia” e a segunda foi criada
no Rio de Janeiro em 13 outubro de 1751, era presidida pelo Governador da
capitania do Rio de Janeiro. Foi com o Tribunal da Relação da Bahia que
surge a figura do Promotor de Justiça no Brasil (POLI, 2010)
No período que antecede o exposto acima, quem exercia as funções
semelhantes às de promotor era chamado de provedor (SILVA, 2011)
or
Os artigos 54 e 55 do Regimento Interno do Tribunal, referia-se ao Pro-
od V
curador da Coroa, o qual deveria exercer as funções de Promotor de Justiça,
aut
sendo que deveria ter pleno conhecimento de todos os interesses da coroa,
desta forma, podendo requerer tudo que fosse a bem da justiça (SILVA, 2011).
No art. 36 do Código de Processo Penal, os promotores deveriam, de
R
preferência, serem “instruídos nas Leis”, eram nomeados pelo Governo na
Corte e nas províncias pelos respectivos Presidentes.
o
A Independência do Brasil, de Portugal em 1822, gera uma instabilidade
aC

política e institucional no país, tornando a organização de um Ministério
Público profícuo, levando-se em consideração que não havia estrutura ade-
quada e os interesses oligárquicos sobrepunham-se aos interesses democráticos
aos direitos fundamentais.
visã
A Constituição do Império de 1824, vem definir em termos o Ministério
Público, pois em relação aos crimes, só poderia acusar caso, estes, não dis-
sessem respeito à Câmara dos Deputados, o art. 48 (SILVA, 2011).
itor
A Lei de 29 de novembro de 1832 promulgou o Código de Processo

a re
Criminal de primeira instância, o qual vem regulamentar a Administração da

Justiça Civil, o que, já por razões políticas, antecedeu ao direito civil. Pelo
Código Penal do Império em seu art. 36, os promotores não eram bacharéis em
Direito; suas funções era denunciar crimes públicos e policiais. Podiam pedir
par
a prisão de criminosos, executar sentenças e mandados judiciais (POLI, 2010).

Em 1838, os Promotores foram instituídos como “fiscais das leis” e
Ed
os curadores foram reconhecidos como se advogados fossem pelo Governo,

o que delineava de certa forma as características para o Ministério Público
(POLI, 2010).
ão
A Lei nº 261, de 13 de dezembro de 1841, em seu capítulo III, Art.

22, (BRASIL, 1841), referia-se aos Promotores Públicos, os quais seriam
incumbência do Imperador nomeá-los e demiti-los, poder este, também dos
s
Presidentes das Províncias, sendo que, para exercerem o cargo de promotor

ver
deveriam ser idôneos e de preferência serem Bacharéis.

Com a leitura do dispositivo fica clara a inexistência de independência e
estabilidade da Instituição que se coloca a serviço do Poder Executivo. Reve-
lando, assim, ainda, o caráter precário de estruturação do Ministério Público.
O Decreto nº 848 de 11 de setembro de 1890, instituiu e normalizou a

Justiça Federal, desta forma estruturando o Ministério Público quanto a suas
atribuições no território brasileiro, sendo que diversos textos do legislativo
foram codificados em Códigos Civis e Penais, a partir de 1917 (POLI, 2010).
3. Variáveis que provocaram as evoluções atuais
or
O Ministério Público como instituição organizada foi advento da Repú-
od V
blica por meio do Decreto n. 848 de 1890. Tal diploma legal criou o cargo de
aut
Procurador da República e determinou a existência de um em cada seção da
Justiça Federal (art. 23). O referido Decreto determinou expressamente que
R
a Instituição agisse diante da Justiça como: “Advogado da Lei, o fiscal de
sua execução, o procurador dos interesses gerais, o promotor da ação pública
contra todas as violações do direito”.
o
Em 1988 com a Constituição Federal, a instituição teve novo perfil, com
aC
natureza jurídica de função de poder, mas não é legalmente um Poder Estatal.

Em 2004 foi proposta, na Reforma do Judiciário, a unificação da nomenclatura
dos cargos do Ministério Público, onde seria apenas “Promotor” e acrescido
visã
da ramificação, ou seja, Promotor Estadual, Federal, Trabalhista ou Militar,
o objetivo era até mesmo facilitar o acesso da população, que atualmente tem
dificuldade de compreender a estrutura, pois há muitas carreiras diferentes
com o nome de “Procurador” (MELO, 2006).
itor
O Ministério Público possui autonomia administrativa, financeira e

a re
orçamentária e também tem atuação na defesa dos interesses sociais. Possui

iniciativa privativa da ação penal pública. Sua divisão se faz em federal e
estadual, existindo ramos na União. (MELO, 2006).
par

Ed
A questão da ciência Política não é estudada de forma sistêmica no setor

jurídico, de modo geral, apenas repetem, conceitos. As Escolas Superiores do
Ministério Público nos Estados, possuem cursos que não promovem o conhe-
ão
cimento político nem o administrativo que auxiliariam no aperfeiçoamento

da formação de seus agentes.
Há falta de cultura administrativa no Ministério Público Federal. A sua
s
divisão em federal e estadual, com ramos na União, aumenta os custos e

ver
a complexidade em razão de conflitos e atribuições. Devido a fragilidade

determinada pelas disputas internas e pelo fato de ainda não ser deliberativo
e resolutivo, acaba estimulando ataques por parte de outras carreiras jurídicas.
O fato do chefe do Ministério Público Federal ser exclusivamente da carreira
96
dos Procuradores da República provoca tensões internas com as demais car-

reiras do Ministério Público.
Enumera-se como tendências futuras das variáveis provocadoras, a neces-

sária redução da burocracia processual, bem como o fortalecimento da Escola
or
de Formação do MPF.
od V
Entende-se que o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça Federal
aut
devem trabalhar em conjunto, firmando-se como principais ferramentas para
garantir o interesse público contra a corrupção que assola o país.
R
Com o planejamento para o decênio 2011-2020 proposto pelo Ministério
Público Federal, considera-se tendências a realização do processo de gestão
do conhecimento; a potencialização efetiva em prol dos interesses públicos; a
o
interlocução institucional; o fortalecimento da assessoria de pesquisa e análise;
aC

a posse de um sistema pericial flexível; a promoção do portal da transparência;
o estabelecimento da política de segurança institucional; a estimulação das
salas do cidadão; a transformação do sistema fracionado em um sistema único;
visã
o desenvolvimento da capacitação; a instalação do processo civil eletrônico; o
fortalecimento da escola de formação do Ministério Público; a transformação
da administração de cargos para o de competências.
O fenômeno da Operação Lava-Jato, marco da justiça no Brasil, provocou
itor
discussão sobre a Constituição Federal, relativa à reclusão de acusados em

a re
segunda instância, antes, só após transitado em julgado. Esse fato poderá inibir
a prática de delitos, principalmente nas altas esferas político-administrativas.

par
O Ministério Público será unificado, havendo alteração no Sistema atual

Ed
de Cargos, para o Sistema de Competências. O sistema de informações geren-

ciais e os processos internos serão informatizados. Com a implementação de
um Departamento Especializado em Informações, Procedimentos Jurídicos
ão
e Administrativos, Eletrônicos, Interdepartamental e Transdepartamental,

associado à unificação do Ministério Público.
O conhecimento político na esfera do Ministério Público será objeto de
s
estudo, sendo que haverá o fomento de um Instituto de Estudos em Política

ver
e Estratégia específico para o MP.

Promover-se-á a participação da Sociedade e da Mídia na Estrutura das
Salas de Atendimento ao Cidadão.
Criar-se-á um Departamento Institucional de Segurança, Perícia e Inves-

tigação que aproxime o Ministério Público da polícia, bem como um Depar-
tamento de Fiscalização da Aplicação das Leis.
• Hipótese 1: O MP continua na mesma situação aperfeiçoando por
or
meio da aprendizagem sua forma de atuação.
od V
• Hipótese 2: O MP deixa de ser uma instituição permanente, não
aut
sendo mais essencial à função jurisdicional do Estado.
• Hipótese 3: O MP se aperfeiçoa em política e estratégia, se apro-
R
xima da polícia para perícia e investigação. Fiscaliza a aplicação das
Leis, os representantes da Sociedade integram a estrutura, desen-
volve sistema interdepartamental e melhora a avaliação do pessoal
o
por sistema de competência.
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
98
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil
constituicao.htm>. Acesso em: 10 jun. 2018.
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o
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par
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Ed
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ão
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funções comissionadas no âmbito do Ministério Público da União, e a cria-
s
ção e transformação de procuradorias da república em municípios no âmbito

ver
do Ministério Público Federal, e a criação de ofícios no âmbito do Ministério

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visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
MÍDIA DEMOCRÁTICA E QUALIFICADA
or
od V
aut
A variável Mídia Democrática e Qualificada é resultado do agrupamento
R
de três outras identificadas durante o Processo Prospectivo Desenvolvimento
Brasil 2035. A seguir estão as descrições dos temas-chave que integram
o
esse agrupamento.
aC
1.1 Mídia
Neste documento, mídia é definida como o conjunto das empresas de comu-

visã
nicação de massa, inseridas no contexto da indústria cultural, que se destacam
por ser, muitas vezes, a única fonte de informação e entretenimento disponível
para a maioria dos indivíduos. Seu poder de influência e mobilização foi tema de
estudos e pesquisas nas pesquisas das escolas de Frankfurt e Chicago, durante a
itor
primeira metade do século XX. As teorias desenvolvidas nesse período inseriram

a re
no debate termos como “indústria cultural” e “mídia de massa” e, basicamente,

criticavam a comunicação massificada em um esquema que descreve uma hie-
rarquia bem marcada: no topo, grandes emissores poderosos que influenciam
uma massa receptora completamente passiva (MATELLART, 1999). O debate
par
evoluiu a partir dessas teorias e tornou-se complexo, com destaque para o sur-
gimento de análises sobre o papel dos receptores como agentes mediadores,
Ed
criadores e/ou influenciadores (HALL, 1973; MARTÍN-BARBERO, 1987).

Surge também a figura da mídia alternativa, que se apresenta como um contra-
ponto à mídia controlada por grandes corporações.
ão
1.2 Mídia democrática

s
Nos últimos anos, os meios de comunicação tradicionais, como rádio TV

ver
e imprensa, estão concentrados nas mãos de poucos conglomerados globais,

colocando todo o seu poder de influência dos mesmos sob os interesses desses
grupos. O papel da sociedade nas decisões e escolhas do que é veiculado parece
ser restrito, já que, sendo em grande parte conglomerados privados, não estão
necessariamente abertos a eleições ou participação popular, como no caso de ins-
tituições de Estados democráticos. Por outro lado, a chamada mídia alternativa
102
defende os interesses de grupos sociais de modo geral não representados pela

mídia hegemônica. Utilizando veículos de alcance menor como jornais locais,
rádios comunitárias e páginas na Internet em plataformas de outras corporações
(ex.: grupos do Facebook), ela consegue dar representatividade a minorias como
indígenas, comunidade LGBT e imigrantes, o que ressalta seu caráter demo-
crático. Contudo ainda se volta mais a questionar do que transformar o status
quo (SANDOVAL, 2010). Muitos especialistas argumentam que não é a mídia
or
a entidade capaz de fazer surgir espaços democráticos na sociedade (BRIGGS;
od V
BURKE, 2005). Democratizar a mídia é um projeto que precisa ser capitaneado
aut
pela sociedade civil para, no longo prazo, produzir resultados efetivos.
1.3 Qualidade em Mídia
R
A noção de qualidade em conteúdos veiculados pela mídia depende da cul-
o
tura e do enfoque de cada grupo social Culturas diferentes vão avaliar de formas
aC

distintas o mesmo conteúdo. Assim, uma música considerada como de alto valor
por um grupo pode ser vista como desqualificada por outro. Nesse sentido, a
melhor forma para assegurar que a mídia tenha qualidade seria garantir diversidade
de conteúdo para refletir os diferentes públicos consumidores (MACHADO, 1995)
visã
e oferecer ferramentas para grupos da sociedade opinarem sobre os conteúdos
veiculados e, em alguns casos, regulá-los, o que fortaleceria o protagonismo da
sociedade. Um exemplo já em prática são as ferramentas oferecidas nas redes
itor
sociais para o usuário denunciar conteúdos que considera ofensivos.

a re
Com o desenvolvimento das máquinas a vapor, eletricidade e outras

par
tecnologias, a Revolução Industrial, a partir do século XVIII, transforma

profundamente as sociedades e a mídia atingem pela primeira vez o caráter
Ed
de “mídia de massa”. O termo foi cunhado nesse período pois, com o desen-
volvimento de prensas mais rápidas e das ferrovias, os jornais passaram a ser
impressos mais rapidamente e distribuídos por áreas maiores. O The Times de
ão
Londres começa a circular em 1785. No Brasil, a mídia impressa desenvolve-

-se somente após a chegada da família real portuguesa, em 1808.
A partir do século XIX, a Revolução Industrial avança e suas tecnologias
s
permitem que as cidades, em comparação com o campo, se tornem o cen-

ver
tro da sociedade. Lâmpadas iluminam as ruas, telefones conectam as casas,

cinemas exibem suas cenas mágicas e começam a surgir os elementos que
fundamentariam a publicidade moderna. Nesse período no Brasil, é fundada
a Biblioteca Nacional e começa a funcionar a Imprensa. A independência
em relação a Portugal, em 1822, é uma emancipação apenas política, uma

vez que o país, se mantém dependente, cultural e economicamente, não só
de Portugal, como também de outros países com os quais passa a negociar,
como a Inglaterra e a França.
No século XX, a evolução das tecnologias faz surgirem o telégrafo, o
rádio, a TV e o vídeo. Com o uso de satélites somado a todas essas invenções,
a distribuição torna-se global e em tempo real (ao vivo). A noção de “mídia
or
de massa” passa a ser mais frequente em teorias científicas das escolas de
od V
Chicago e Frankfurt, a qual aponta que a indústria cultural utiliza as mídias
aut
para manipular o público e anular seu pensamento crítico com o intuito de
potencializar suas mensagens.
Nesse período, o Brasil está amplamente sintonizado, primeiro no rádio
R
e depois na TV. Quase 100% da população possui acesso à TV e as emissões
atingem quase todo o território nacional. Com esse vasto público à disposi-
o
ção, a publicidade brasileira evolui e é reconhecida no cenário internacional,
aC
estando entre as quatro mais premiadas no Festival de Cannes em 2000. O

mercado nacional da propaganda atinge receitas bilionárias e torna-se um dos
grandes motores da produção cultural no país.
Na virada para o século XXI, com o advento da tecnologia de digitalização
visã
de conteúdo, os meios de comunicação ficam cada vez mais baratos e disponí-
veis em todas as partes do mundo. Na Internet, a mídia de massa mais popular
no mundo atualmente (WE ARE SOCIAL, 2018), informação e entretenimento
itor
são fácil e rapidamente acessíveis através de buscadores. A tecnologia também

a re
estimula a fragmentação das identidades (BAUMAN, 2006) e permite a reali-

zação de atividades sincrônicas (JENKYS, 2009): o indivíduo hoje acessa um
site, ouve um concerto, faz download de um game e interage nas redes sociais
ao mesmo tempo. Nos últimos anos, a Internet popularizou-se no Brasil e,
par
praticamente, tomou o lugar da TV como mídia preferida, sobretudo devido às

redes sociais como o Facebook e Instagram, em que se trocam mensagens de
Ed
texto, imagens e vídeos. O Brasil é o segundo colocado no ranking mundial em

tempo diário de navegação via celular (WE ARE SOCIAL, 2018).
ão

s
3.1 Popularização da Internet

ver
Nascida nos meios militares pós-Segunda Guerra, a Internet começa

a popularizar-se em ambientes domésticos nos Estados Unidos a partir dos
anos 90. Seu crescimento e sua popularização, no mundo é exponencial.
104
Em 2006, a revista Times elegeu You (você) como personalidade do ano, numa
referência ao sucesso do Youtube e da produção de conteúdo pelos próprios
usuários da Internet. Este novo paradigma contrapõe-se à noção, cada vez
mais questionada, das antigas teorias da comunicação de que a audiência é
uma massa passiva e homogênea.
Cada vez mais globalizado, o Brasil sente os efeitos deste deslocamento
do foco do produtor de conteúdo para o usuário. A Internet ultrapassa a televi-
or
são como mídia preferida e transforma o mercado e a estética da mídia no país.
od V
As emissoras de rádio e TV, jornais impressos e editoras, agora considerados
aut
como mídias tradicionais, procuram adaptar-se a esse novo comportamento
da audiência e migram suas atividades cada vez mais para a Internet. Nos
tópicos a seguir, alguns exemplos.
3.1.1 Rede Globo R

o
aC

Maior grupo de comunicação do país e um dos grandes formadores da
opinião pública e influenciadores do cenário político (agenda setting), não
compartilha seus conteúdos com a Netflix nem enfatiza sua presença no Face-
book. Sua estratégia é atrair a audiência para o próprio ecossistema, composto
visã
principalmente por estes elementos:
• Globo.com: conteúdos online, muitos dos quais derivados da pro-

itor
gramação veiculada em rádio, TV e mídia impressa;

a re
• G1: Portal de notícias, um dos endereços mais acessados no Brasil;

• Globo Play: Plataforma de streaming de vídeo com a programação
da Globo no canal aberto, ao vivo (live) e gravada (on demand).
par
3.1.2 Folha / UOL

Ed
Proprietário do maior jornal impresso em circulação no Brasil e pioneiro

em marcar presença na Internet, o Grupo Folha instituiu ainda nos anos 90 o
portal Universo Online (UOL), hoje um dos dez endereços mais acessados
ão
no país (ALEXA, 2018). Recentemente o jornal Folha de S.Paulo, do Grupo

Folha, decidiu que não vai mais postar seus conteúdos no Facebook, após ter
alcançado as primeiras posições em número de compartilhamentos na rede
s
social. O motivo foi a mudança do algoritmo do Facebook, que privilegia con-

ver
teúdos de pessoas em detrimento de conteúdos empresariais (CAULYT, 2018).

3.2 Personalização dos conteúdos
A audiência acostumada com os serviços on demand e feed de notícias

das redes sociais busca conteúdos cada vez mais adaptados a seus gostos e
rotinas. E as empresas estão buscando satisfazer essa busca.
Figura 1 – Evolução das tecnologias de vídeo demonstram a
or
crescente personalização da programação e conteúdo
od V
aut
Evolução do vídeo: acelerando
Linear (ao vivo) Sob demanda Semi ao vivo Ao vivo real
TV 1926
Sintonize ou perca
R
Ne�lix 1999
Assista
como/quando quiser
Snapchat 2013
Sintonize em 24h
ou perca
Facebook Live 2016
Sintonize e assista
como/quando
o
Audiência massiva quiser
concorrente Audiência massiva Audiência
aC
fragmentada principalmente Audiência massiva,
Rumor em tempo pessoal mas ainda pessoal

real Rumor a qualquer
momento Rumor a qualquer Rumor em tempo
momento real + a qualquer
momento
visã
Fonte: Meeker (2016)�

itor
a re
3.3 Conglomerados de mídia
Forte tendência no capitalismo contemporâneo, as fusões e a formação de

grandes conglomerados empresariais também são observadas no mercado de
par
mídia. Esses conglomerados são criticados por, supostamente, oferecerem riscos

à democracia (CHOMSKY, 2002), já que o controle de diversos veículos está
Ed
sob o comando de um mesmo grupo, com sua ideologia, intenções e objetivos,

que não refletem necessariamente os desejos da população como um todo.
Num ranking elaborado pela ZenithOptimedia (2017), consultoria especia-
ão
lizada em análise de mercado global de mídias, estão as 30 maiores empresas

do mundo no setor. A consultoria considera receita de mídia como “toda receita
derivada de negócios que dão suporte para publicidade”. O Grupo Globo, que
s
cresceu 15% em receita de 2014 para 2015, saltando da 20ª para a 17ª posição,
ver
é o único grupo brasileiro entre os Top 30 do mundo. A Zenith Media acredita

que novos grupos de mercados emergentes irão figurar a lista no futuro.
106
3.4 Publicidade
A publicidade continua sendo a principal fonte de receita para as empre-

sas de mídia. Google e Facebook, por exemplo, oferecem serviço de veicula-
ção de anúncios até para pessoas físicas.
A agência de publicidade Dentsu Aegis Network (2018) levanta os gastos
com publicidade por mídia ao redor do mundo. Entre as tendências identifica-
or
das pela agência, destacam-se: a) TV deixa a liderança dos investimentos em
od V
publicidade para os meios digitais (celulares e computadores) em 2018, mas
aut
ainda mantém uma posição de destaque, sobretudo devido a grandes eventos
como Copa do Mundo, Olimpíadas, Superbowl etc.; b) jornais e revistas
R
impressos continuam perdendo investimentos de publicidade.
Figura 2 – Share por mídias dos gastos globais com publicidade
o
aC
2016a 2017f 2018f

Television 38.3 (38.4) 36.7 (37.1) 35.5 (35.9)
Newspapers 10.4 (10.5) 9.1 (9.2) 8.1 (8.2)
Magazines 6.3 (6.3) 5.7 (5.9) 5.1 (5.6)
visã
Radio 6.5 (6.5) 6.3 (6.3) 6.1 (6.1)
Cinema 0.6 (0.6) 0.6 (0.6) 0.6 (0.6)
Outdoor 6.3 (6.2) 6.3 (6.2) 6.2 (6.1)
itor
Digital 31.8 (31.5) 35.4 (34.8) 38.3 (37.6)

a re
Figures in brackets show our previous forecasts from June 2017
Fonte: Dentsu Aegis Network (2018)�

par

Ed
A Internet continua em franca expansão em mercados emergentes, como

Índia, Tailândia e África do Sul, e consolida-se na forma de Internet das Coisas
ão
(Intternet of Things – IoT) em mercados onde a Internet já está quase univer-

salizada, como Japão e Coreia do Sul. Há um debate crescente, mas longe de
atingir um consenso, sobre privacidade e neutralidade nas redes (BRIGGS;
s
BURKE, 2005, p. 2005). Governos de todos os espectros políticos (totalitários,

ver
democráticos, teocráticos etc.) utilizam serviços na Internet para monitorar

cidadãos e empresas sob pretexto de segurança nacional.
Ao mesmo tempo, redes sociais aparecem como eixo de revoltas e protes-
tos em sociedades das mais diversas, do Occupy Wall Street, em Nova York,
à Primavera Árabe, no Oriente Médio. Pairam, no entanto, incertezas sobre a

espontaneidade desses movimentos. Em tempos de notícias falsas espalhadas
nas redes sociais para manipular o debate político, há quem se pergunte: quem
está por trás da organização/motivação desses protestos?
A mídia tradicional (rádio, TV, impressos etc.) continua convergindo
entre si com suporte da Internet para adaptar-se ao comportamento dos con-
sumidores no século XXI. Fica cada vez mais indistinto saber se se está
or
assistindo à TV, navegando na web, lendo um livro, jogando um game etc.
od V
(JENKYS, 2009).
aut
R
Parcerias entre governos e conglomerados de Internet podem aparecer
o
com mais frequência. O Facebook, por exemplo, está trabalhando, em parce-
ria com governos, em um plano para conectar o mundo ainda offline. Mark
aC
Zuckerberg chegou a reunir-se com o primeiro-ministro da Índia em outubro

de 2015. Hoje, a Microsoft e o Google já desenvolvem projetos educacionais
em Escolas Técnicas do Centro Paula Souza do governo de São Paulo. Essa
visã
aproximação, quando “sadia”, pode tanto ampliar quanto mitigar os conflitos
sociais observados atualmente. Amplia à medida em que conecta e estimula
vozes em torno de uma mesma causa. Mitiga ao oferecer infraestrutura e
itor
oportunidades para a redução da desigualdade social.

Realidade virtual (virtual reality – VR), realidade aumentada (augmented
a re
reality – AR) e outras tecnologias de imersão em ambientes virtuais crescerão

exponencialmente. Lentes de contato que apresentam informações a objetos
e paisagens que se observam já estão em desenvolvimento. Tecnologias de
video mapping e holografia se tornarão mais sofisticadas, realistas e populares
par
num futuro próximo. A abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020,

promete ser um grande sinalizador do que se pode esperar das transmissões
Ed
de grandes espetáculos.
A segurança nas redes continuará sob stress. Violação de privacidade,
ão
ciberataques e ciberterrorismo podem tornar-se mais frequentes.

A indústria da tecnologia e da mídia no Brasil não apresenta grandes
diferenciais em relação à mundial, e o país deve seguir, basicamente, como
s
consumidor voraz de Internet e produtor criativo de conteúdo. Continua rece-

ver
bendo prêmios em Cannes, exportando novelas e séries, mas sem grandes

impactos no Produto Interno Bruto (PIB). Apesar do volume de negócios e
da criatividade dos conteúdos, não há serviços globais, como Facebook, nem
tecnologias avançadas, como o protocolo 5G, desenvolvidos no país.
108
A marcha rumo à universalização da Internet pode ser interrompida

por conflitos globais, principalmente falta de recursos, guerras civis e desas-
tres ambientais.
A aglutinação das empresas em conglomerados de mídias pode começar
a fragmentar-se devido à popularização de iniciativas mais baratas, privativas
or
e livres. As pessoas podem desejar usufruir de uma “mídia neutra” e isso pode
od V
favorecer o surgimento de ecossistemas proprietários, talvez hackeados das
aut
grandes corporações, para comunidades específicas.
O Brasil investe em educação e inovação e entra para o mercado de pes-
R
quisa e desenvolvimento global. Continua produzindo conteúdos premiados,
mas agora começa a desenvolver serviços e mídias próprios, usados global-
o
mente. Uma parcela considerável do PIB vem das receitas com tecnologia da
aC
informação e conhecimento, games e mídia de difusão.

7. Definição das hipóteses
visã
• Hipótese 1: Brasil se mantém como mercado consumidor, com
sociedade refém dos interesses da publicidade e da mídia.
• Hipótese 2: Iniciativas isoladas de gestão de diversidade de con-
itor
teúdo, qualidade e consumo (P&D), e participação da sociedade nas

a re
decisões da mídia, com baixa eficácia, sem respaldo legal.

• Hipótese 3: Sociedade engajada em torno de projeto sustentável,
garantindo a diversidade de conteúdo, qualidade e consumo crítico
(P&D) e fóruns de participação ativa nas mídias.
par
Ed
s ão
ver
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R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
MUDANÇA DA ESTRUTURA
DO ESTADO
or
od V
aut
R
Há várias definições, modificadas historicamente, para Estado. Para
Ercole (1926, p. 65), trata-se da “entidade coletiva, soberana, resultante do
o
ordenamento jurídico de um povo em determinado território, sob um poder
aC
comum que permanece idêntico a si mesmo através da sucessão e mudança
dos indivíduos, dos órgãos e das formas constitucionais”.
No Estado Brasileiro, de acordo com a Constituição Federal (BRA-

SIL, 1988), os Poderes da União são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
visã
todos autônomos, ou seja, livres para tomar as próprias decisões, desde que
respeitem a Carta Magna.
itor
a re
Segundo Raimundo Faoro (1979 apud RODRÍGUEZ, 2017), o Estado

português teria desde seus primórdios (Revolução de Avis, em 1385) se con-
solidado como um Estado de características patrimoniais em decorrência
par
da fraqueza do sistema feudal lusitano, particularmente após a revolução

supramencionada, quando parte da antiga nobreza foi expulsa e em seu lugar
Ed
ascendeu a baixa nobreza. Isso permitiu ao Rei Dom João I e a seus suces-
sores governarem com pouca oposição, gerindo o Estado como propriedade
particular, aspecto remanescente da cultura política mulçumana presente na
ão
Península Ibérica após séculos de presença árabe (HERCULANO, 1914;

RODRÍGUEZ, 2017).
Além das heranças ibéricas, as origens da organização política do Estado
s
brasileiro remontam ao Período Colonial com a instituição das Capitanias

ver
Hereditárias, em 1534, e do Governo Geral do Brasil, em 1548. Devido à

grande extensão territorial da colônia, havia dificuldade de controle e comu-
nicação, o que motivou a criação de administrações locais, que retomaram
a tradição lusitana das vilas no decorrer do Período Colonial, porém num
ambiente muito diferente daquele da Metrópole. Enquanto, em Portugal, a
autoridade proveniente das câmaras dos vereadores eleitos era confrontada
112
por muitas outras bem mais fortes e privilegiadas, como o rei, os nobres e a
Igreja; no Brasil, o poder das câmaras era o único na maior parte do território
(CALDEIRA, 2017), o que, de uma certa forma, contribuiu para moldar a
organização político-administrativa hoje existente no Brasil.
Com a chegada da família imperial portuguesa ao Brasil, em 1808, e
o término do Período Napoleônico, em 1815, o Brasil teve o seu status ele-
vado da categoria de colônia para reino unido, como forma de demonstrar a
or
força de Portugal perante os representantes da nova Ordem Mundial reunida
od V
no Congresso de Viena. Assim, pode-se considerar o dia 16 de dezembro
aut
de 1815 como a data de nascimento do Estado brasileiro (DALLARI, 1977).
No entanto, esses acontecimentos da política internacional permitiram o recru-
R
descimento do Absolutismo em prejuízo do Iluminismo.
Esse movimento culminou com a independência do Brasil, em 1822, sob
o
a liderança de Dom Pedro I, mas em um ambiente de tensão entre tendências
absolutistas e iluministas, haja vista as Revoluções Pernambucanas de 1817
aC

e 1825. A respeito dessa disputa, que se materializava entre o imperador e
o Parlamento, José Bonifácio, o Patriarca da Independência, propunha uma
forma de acomodação. O imperador cederia parte do poder ao Parlamento em
visã
prol da construção de instituições liberais; enquanto o Parlamento preservaria
parte do poder do imperador, em face da necessidade de estabilidade que o
símbolo imperial poderia prover. Afinal, a jovem nação tinha interesses muito
itor
difusos em decorrência da diversidade de suas origens, fato agravado pela

a re
imensidão de sua base territorial (CALDEIRA, 2017).

A união não prevaleceu e, após a independência, o Império brasileiro ten-
tou, sem sucesso, implementar um Estado unitário e centralizado por meio da
promulgação da Constituição de 1824. No entanto, o imperador não conseguiu
harmonizar seus interesses com um parlamento cada vez mais afirmativo e
par
acabou tendo de abdicar, em 1831, em favor do seu filho de 5 anos de idade.

Em 1834, as tendências centralizadoras e autoritárias foram parcial-
Ed
mente revistas com a devolução de parte da autonomia às Províncias com a

condição de aceitarem indicação de livre escolha de seus respectivos gover-
ão
nadores por parte do Governo Central, bem como com a criação da Guarda
Nacional e consequente redução do efetivo do Exército (DALLARI, 1977;
CALDEIRA, 2017).
s
No entanto, por diversas razões, esse sopro descentralizador levou à

ver
eclosão de duas revoltas já no ano de 1835: a Cabanagem, na Província do

Pará, e a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Logo ficou claro que
nem as forças centralizadoras, nem as liberais tinham poder para se impor
uma à outra. Assim, a fim de restaurar a ordem e manter a coesão nacional,
foi necessário antecipar a maioridade do príncipe D. Pedro.
Tais fatos mostraram a clarividência de José Bonifácio, pois, cerca de 20

anos depois de suas propostas, buscou-se uma harmonização entre a vertente
dinástica, com certa vocação absolutista, representada pelo jovem príncipe, e
o Parlamento, de inspiração mais iluminista, mas que no fundo representava
os interesses patrimonialistas das oligarquias regionais. Dessa solução de
compromisso, foi possível manter a coesão, afastando as forças centrífugas
da fragmentação, e prosseguir na construção do Estado Nacional no Brasil.
or
Para avançar no processo de consolidação, D. Pedro II utilizou, basica-
od V
mente, dois instrumentos de poder à disposição, a fim de cooptar as lideran-
aut
ças patrimonialistas regionais: as cartas patentes da Guarda Nacional e os
títulos nobiliárquicos. Ao agir dessa forma, conseguiu um longo período de
R
estabilidade política, mas o preço foi o reforço da cultura patrimonialista de
origem lusitana presente em parte da sociedade brasileira (VIANNA, 1982).
o
Cabe destacar que sociedades acostumadas à submissão patrimonialista se
tornam por natureza insolidárias e acomodadas, pois toda a iniciativa política
aC
concentra-se em uma pessoa ou grupo. No caso do Brasil, essa iniciativa per-

tencia ao imperador e seus conselheiros mais próximos (RODRÍGUEZ, 2017).
No entanto, os focos autonomistas provenientes da secular tradição
visã
das câmaras de vereadores permaneciam latentes. Essa luta pela autonomia
incentivou a criação de um movimento republicano, que culminou com a
proclamação da República em 1889, devidamente respaldada pela Consti-
itor
tuição de 1891. Ao recepcionar o Federalismo e a autonomia municipal, a

a re
Constituição transformou o Brasil num Estado Federal (DALLARI, 1977).

Com essa descentralização política em benefício de uma sociedade ima-
tura e fragmentada, o Brasil começou o século XX sob a égide da República
Federal. Entretanto, o que realmente ocorreu foi uma privatização do poder
pelas oligarquias estaduais. Essa situação provocou forte reação de parcela
par
da oficialidade do Exército, particularmente das patentes mais baixas, resul-

tando no que ficou conhecido como Movimento Tenentista na década de 1920
Ed
(RODRÍGUEZ, 2017).
Entre 1930 e 1945, o Sistema Constitucional Brasileiro passou por uma
ão
série de mudanças, inclusive, com período ditatorial, sem, no entanto, alterar

a essência do modelo patrimonialista, que apenas assume um caráter mais
centralizado e estamental.
s
A década de 1940 trouxe ao Brasil, além do retorno da democracia com

ver
as novidades do voto feminino e do voto secreto, a aceleração dos processos

de urbanização e industrialização, que proporcionaram modificações radicais
na aparência da sociedade. No entanto, a centralização política do período
anterior permanecia em parte, pois o papel do Estado só cresceu na Cons-
tituição de 1946, mais minuciosa se comparada à de 1891, particularmente
114
no que se referia às novas incumbências do Estado para com a sociedade:

foram quatro novos títulos acrescentados em relação à primeira Constituição
republicana (CALDEIRA, 2017).
Assim, apesar dos avanços já mencionados em direção à modernidade,
na essência, a sociedade brasileira permanecia presa à cultura patrimonialista:
agora, um patrimonialismo estatizado e referendado pelas novas atribuições
dadas pelo texto constitucional.
or
O período compreendido entre 1964 e 1985, conhecido como governos
od V
militares, ficou caracterizado pela grande centralização política e econômica.
aut
No campo político, os eleitores deixaram de escolher livremente os gover-
nadores estaduais, os prefeitos das capitais e das cidades mais importan-
R
tes (áreas de segurança nacional), entre outras medidas discricionárias. Na
vertente econômica, foram dois os aspectos principais. Um enorme avanço
da estatização, em 1964 eram 90 estatais federais, que se transformaram
o
em 440 empresas públicas no fim do período mencionado (CALDEIRA, 2017;
aC

RODRÍGUEZ, 2017). O outro aspecto que dá a dimensão da centralização eco-
nômica foi o acelerado crescimento da carga tributária, que, no final da década
de 1970, alcançou 25% do produto interno bruto (PIB). Desses 25%, 19%
visã
correspondiam ao governo federal, ficando 5% para os estados membros e
apenas 1% para os municípios (CALDEIRA, 2017).
Finalmente, chegou-se ao atual modelo trazido pela Constituição de 1988,
que ainda carece de um Federalismo efetivo, bem como não garante a função
itor
primordial do Estado: a busca e a manutenção do bem comum.

a re
• A Constituição Federal de 1988

par
No período que antecedeu a Constituição de 1988, percebia-se uma desar-

Ed
monia entre a sociedade e o Estado, resultado, principalmente, da ação de duas

dinâmicas de longo curso: o patrimonialismo e a progressiva concentração do
poder no âmbito do Estado. Assim, foi necessária a convocação de um poder
ão
constituinte, a fim de repactuar a sociedade com o Estado. Dessa forma, os

constituintes de 1988, sob a liderança do deputado Ulisses Guimarães, vis-
lumbraram a essência da repactuação na atribuição de direitos ao cidadão, a
s
fim de protegê-lo do poder excessivo do Estado.

ver
A maior parte desses direitos encontra-se descrita no Título II – Dos

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Apesar de a palavra “deveres”
aparecer no título, ela é praticamente ausente no texto dos artigos que o com-
põem. Apenas ao longo dos três primeiros artigos do Título, encontram-se
discriminados 78 direitos fundamentais, 10 direitos sociais e 34 direitos traba-

lhistas. Os exemplos de desequilíbrio entre direitos para o cidadão e obrigações
tutelares para o Estado prosseguem pelo texto constitucional, conferindo à Lei
Magna uma característica assimétrica, indutora de desequilíbrios de diversas
naturezas (BRASIL, 1988; CALDEIRA, 2017).
Assim, no afã de proteger a sociedade contra o Estado, o constituinte
favoreceu a tutela deste sobre aquela, com consequências danosas para a
or
cidadania, pois reforçou o papel passivo de uma sociedade que já era carente
od V
de afirmação e proatividade.
aut
• A característica patrimonial do Estado brasileiro
R
Verifica-se a essência da vertente patrimonial do Estado quando se
observa que o aparelho estatal passa a operar em benefício de uma minoria.
o
Assim, o Estado deixa de objetivar o bem-estar da maioria da sociedade,
aC
ocorrendo a corrupção da noção de Estado como espaço de prevalência do

interesse público (RODRÍGUEZ, 2017). No Brasil, isso acontece com rela-
tiva facilidade, entre outros motivos, conforme Oliveira Vianna (1982, apud
visã
RODRÍGUEZ, 2017), não teria se consolidado no País a noção de “bem
público”, na maioria das vezes, prevalecem os interesses particulares, fami-
liares ou corporativos.
itor
• O choque entre tendências centralizadoras e descentralizadoras na estru-

a re
tura do Estado brasileiro
Nos quase quinhentos anos analisados no item dois deste trabalho, verifi-
ca-se a contínua tensão entre as tendências centralizadoras e descentralizado-
par
ras, com prevalência da primeira na maior parte do período. A imensidão do

território brasileiro sempre foi um entrave para a melhor organização de sua
Ed
estrutura, a fim de atender às demandas feitas pela sociedade desde o período

colonial. O formato centralizador adotado pela Coroa Portuguesa inviabilizou
o desenvolvimento sustentável, pois favorecia os interesses individuais em
ão
detrimento do interesse coletivo.

s
• O sistema presidencialista de governo

ver
A partir do início da República, o Estado brasileiro adotou sistema presi-

dencialista de governo. Nesse sistema o chefe do poder executivo acumula as
funções de chefe de governo e chefe de estado. Essa acumulação de poderes
favoreceu a tendência centralizadora mencionada anteriormente.
116
• A Constituição Federal de 1988: ao completar 30 anos de vigência,

a Constituição já foi emendada cerca de cem vezes, o que carac-
teriza uma relativa dificuldade do texto constitucional em ajustar-
-se à realidade do País. Um dos seus problemas básicos foi que a
Constituição estabeleceu uma série de direitos, sem preocupar-se,
or
na mesma magnitude, com as necessárias fontes de financiamento.
od V
• A característica patrimonial do Estado brasileiro: apesar dos avanços
aut
ocorridos no sentido de aumentar o controle da sociedade sobre o
aparato estatal, caracterizados, entre outras medidas, pelas privati-
zações de empresas estatais – redução de 440, em 1985, para 136,
R
em 2006 – e pela Lei de Responsabilidade Fiscal, recentemente, o
período de governos de natureza mais populista parece ter defla-
o
grado novo ciclo patrimonialista (CALDEIRA, 2017; RODRÍ-
aC

GUEZ, 2017).
• O choque entre tendências centralizadoras e descentralizadoras na
estrutura do Estado brasileiro: embora a Constituição de 1988 tenha
objetivado a descentralização de atribuições da União em direção
visã
aos estados membros e aos municípios, não ocorreu a consequente
repactuação das receitas. Dessa forma, apesar da grande reforma
patrimonial já mencionada, a carga tributária continuou crescendo
itor
e atingiu 35,6% do PIB em 2002 (CALDEIRA, 2017, p. 592),

a re
mantendo-se nesse patamar desde então. Tal situação, agravou-se

recentemente com o crescimento dos déficits primários. Vale lem-
brar que grande parte do aumento da arrecadação ocorreu na esfera
federal, descaracterizando a intenção do constituinte direcionada
par
à descentralização.
• O sistema presidencialista de governo: o texto constitucional
Ed
de 1988 tem forte inspiração parlamentarista. No entanto, o sistema

de governo que acabou prevalecendo na Constituição foi o presi-
dencialismo. Tal situação criou uma armadilha institucional, uma
ão
vez que todos os presidentes pós-1988 tiveram de obter apoio de 2/3

do Congresso Nacional, a fim de realizar reformas constitucionais
para manter a governabilidade. Disso resultou o desenvolvimento de
s
formas de cooptação do Legislativo pelo Executivo, que receberam

ver
a alcunha de “presidencialismo de coalizão”. As consequências

deletérias do protagonismo do Executivo sobre o Legislativo são
agravadas por outros aspectos institucionais, tais como:
1) inexistem mecanismos de controle eficazes sobre a responsabili-

dade de atribuições dos agentes políticos eleitos e/ou nomeados
assim como alianças partidárias irrestritas de acordo com o interesse
do momento;
2) os critérios de escolha dos ministros de Estado não levam em con-
sideração apenas critérios técnicos, permitindo indicações políticas
com o intuito de atender a interesses partidários e suas alianças,
or
inclusive, para composição de cargos estratégicos em áreas afins
od V
à sua gestão;
aut
3) destaca-se, por oportuno, que os ministros do Supremo Tribunal
Federal são indicados pelo chefe do Poder Executivo e submetidos
à aprovação de um Legislativo já previamente cooptado, o que tem
R
provocado o aumento da politização da cúpula do Poder Judiciário.
o
5. Tendência futura das variáveis provocadoras
aC
• A Constituição Federal de 1988: os futuros presidentes terão neces-

sidade de continuar patrocinando reformas do texto constitucional,
visã
a fim manter a governabilidade.
• A característica patrimonial do Estado brasileiro: o amadurecimento
político da sociedade brasileira tem sido lento. Dessa forma, é lícito
supor que o Estado continuará a exercer acentuada tutela sobre
itor
expressivo segmento da sociedade no curto e médio prazo, impe-

a re
dindo a rápida reversão da tendência patrimonialista. Assim, grande

parte da cúpula dos Poderes Executivo e Legislativo continuará bus-
cando atender a interesses próprios e de seu círculo próximo, inclu-
sive, com “loteamento de cargos” junto à Administração Pública.
par
• O choque entre tendências centralizadoras e descentralizadoras na

estrutura do Estado brasileiro: somente uma profunda reforma tri-
Ed
butária com consequente repactuação entre os entes federativos

permitiria um avanço da descentralização prevista no texto constitu-
cional. Infelizmente, essa não parece ser a tendência mais provável.
ão
• O sistema presidencialista de governo: o horizonte do Estado brasi-

leiro não é dos mais animadores, posto que inexistem mecanismos
de cobranças e punições eficazes sobre os agentes políticos, que
s
não observem as boas práticas de governança em detrimento dos

ver
interesses e das necessidades da sociedade brasileira. Dessa forma,

continuarão possíveis as liberações de verbas públicas por parte do
Poder Executivo, a fim de atrair aliados políticos para apoiarem suas
iniciativas em trâmite no Poder Legislativo.
118
A necessidade de aperfeiçoamento da responsabilização acerca dos atos

praticados pelos agentes políticos será fundamental para melhor atendimento
dos interesses e das necessidades da sociedade brasileira.
Outro ponto importante é a distinção entre os ocupantes dos cargos
de chefe de Estado e de chefe de governo como forma de evitar conflitos
or
de interesses na gestão de projetos voltados ao desenvolvimento do Brasil,
od V
inclusive, com o estímulo de maior participação da sociedade nos assuntos
aut
de seu interesse.
Haverá a possibilidade de fiscalização dos compromissos de mandatos
assumidos pelos agentes políticos e aplicação de sanções em caso de descum-
primentos injustificados.
R
Outros pontos importantes são a restrição à existência de coalizões,
o
inclusive temporárias, para atender a interesses próprios em detrimento das
aC

necessidades da sociedade, e a convocação de Assembleia Constituinte, a fim
de, entre outros pontos, alterar o sistema de governo.
7. Definição das hipóteses

visã
• Hipótese 1: Governo republicano, com eletividade e temporalidade

estabelecidas, com baixa efetividade de cobrança das responsabi-
itor
lidades dos eleitos, manutenção do sistema presidencialista com

a re
coalizão, atendendo a interesses de grupos específicos.

• Hipótese 2: Maior participação da sociedade decorrente do aper-
feiçoamento dos mecanismos de representação de um governo
republicano, com eletividade, temporalidade e cobrança das res-
par
ponsabilidades e dos programas dos eleitos (PLP).

• Hipótese 3: Convocação de Assembleia Constituinte, formando um
Ed
sistema de governo, com eletividade, temporalidade e responsabi-

lidades estabelecidas.
s ão
ver
REFERÊNCIAS
de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 24 fev. 2018.
or
CALDEIRA, J. História da riqueza no Brasil. Rio de Janeiro: Estação Bra-
od V
sil, 2017.
aut
DALLARI, D. de A. Constituição e evolução do Estado brasileiro. Revista
R
da Faculdade de Direito da Universidade São Paulo, v. 72, n. 1, p. 325-
334, 1977. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view-
o
File/66800/69410>. Acesso em: 15 mar. 2018.
aC
ERCOLE, F. La politica di Machiavelli. Roma: Anonina Romana, 1926.
FAORO, R. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.

visã
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HERCULANO, A. História de Portugal desde o começo da Monarquia até

itor
o fim do reinado de Afonso III. Lisboa: Aillaud & Bertrand, 1914.

a re
RODRÍGUEZ, R. V. Patrimonialismo e a realidade latino-americana. 2.

ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2017.
VIANNA, F. J. de O. Populações meridionais do Brasil e instituições polí-

par
ticas brasileiras. Brasília: Câmara dos Deputados, 1982.

Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
PODER JUDICIÁRIO
Roberto Goldstajn
or
od V
aut
No Brasil, o Poder Judiciário é um dos Três Poderes do Estado que tem
R
como função a administração da Justiça na Sociedade.
De acordo com o artigo 92, da Constituição Federal, o Poder Judiciário
o
possui três instâncias e é composto por diversos órgãos, a saber: Supremo
Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho,
aC
Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais Eleitorais,
Tribunais Militares e Tribunais Estaduais, (BRASIL, 1988).
Esses órgãos são responsáveis pelas soluções de conflitos em causas

visã
civis, penais, eleitorais, trabalhistas, federais e militares.
Destaca-se, por oportuno, que a solução de conflitos se dá por meio da
abertura de um processo perante a 1ª instância por iniciativa de uma das partes
com a decisão dada por sentença com possibilidade revisão pelos tribunais
itor
superiores, em alguns casos de forma obrigatória.

a re
par
2.1 Período Colonial (1500 a 1822)

Ed
A semente do Poder Judiciário Brasileiro foi plantada em 1530 com a

chegada de Martim Afonso de Souza ao Brasil Colônia que detinha amplos
poderes, inclusive judiciais e policiais.
ão
Esse formato logo se mostrou ineficaz e o Governador-Geral no Brasil

Tomé de Souza estruturou um novo formato de administração da justiça atra-
s
vés da criação da Ouvidoria Geral comandada inicialmente pelo Desembar-

ver
gador Pero Borges que viabilizou a instalação de Ouvidorias nas Comarcas.

Até o final do período colonial, o Poder Judiciário passou por inúmeros
processos de aperfeiçoamento com o intuído de garantir um maior equilíbrio
e eficiência na Justiça Brasileira, vez que a influência da Coroa Portuguesa
sempre predominou em detrimento dos interesses dos Donatários.
Ao término do Período Colonial, o Poder Judiciário Brasileiro já era
composto por três instancias judiciais, tal como muito bem descrito pelo Ilustre
122
Jurista Ives Gandra da Silva Martins Filho em artigo denominado “A Evolu-

ção Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira” (MARTINS FILHO,1999).
2.2 Período Imperial (1822 a 1889)
O Poder Judiciário Brasileiro ganhou extrema relevância no início do

período imperial ao ser elevado para um dos poderes do Estado, ensejando,
or
assim, a criação do Supremo Tribunal de Justiça com função revisora dos
od V
julgamentos ocorridos nas instâncias inferiores sem qualquer envolvimento
aut
na uniformização da interpretação da lei.
Durante o período imperial, o Poder Judiciário iniciou uma série de
R
inovações, dentre as quais, a criação do Tribunal de Júri e o Tribunal do
Comércio por conta das promulgações, respectivamente, dos Códigos Cri-
minal e Comercial.
o
Frise-se, também, a universalização do Poder Judiciário na fase imperial
aC

com o incremento de diversas modalidades de juízes.
2.3 Período Republicano (1889 até os dias de hoje)

visã
A partir da promulgação da Constituição de 1891, o Poder Judiciário

passou a adotar controle judicial de constitucionalidade das leis, mantendo
as demais inovações ocorridas a época do Império. Nesse mesmo momento,
itor
o Supremo Tribunal de Justiça passa a ser chamado de Supremo Tribunal

a re
Federal e que passou também a ter a função uniformizadora de jurisprudência

somente a partir de 1926.
Já o período conhecido como República Velha trouxe grandes novidades
no campo do Poder Judiciário com criação da Justiça Eleitoral e da Justiça
par
do Trabalho assim como a imposição de regras mais rígidas em relação ao

controle de constitucionalidade.
Ed
Muitas dessas conquistas foram suprimidas durante o Estado Novo, em

especial, a Justiça Eleitoral e a Justiça Federal, além da possibilidade do
Chefe do Poder Executivo repelir declarações de inconstitucionalidade que
ão
contrariassem temas de interesse nacional.

Felizmente, a Constituição de 1946 trouxe de volta os avanços conquis-
s
tados pelo Poder Judiciário antes da instituição do Estado Novo, reforçando

ver
o papel da Justiça Federal que permaneceram vigentes até a promulgação da

Constituição Federal de 1988.
Finalmente, a Constituição Federal de 1988 conferiu ao Supremo Tribu-
nal Federal o papel de guardião constitucional e criou o Superior Tribunal de
Justiça com a função de uniformizar jurisprudência em torno da legislação
federal, mantendo no mesmo patamar o Tribunal Superior do Trabalho, Supe-

rior Tribunal Eleitoral e Superior Tribunal Militar.
Da mesma forma, criou os Tribunais Regionais Federais e manteve os
demais Tribunais de segunda instancia ativos para julgamentos de matérias
de suas respectivas competências.
Dentro do espírito de garantir maior acessibilidade do Poder Judiciá-
rio, a Sociedade, a grande inovação no Texto Constitucional vigente foi à
or
instituição dos Juizados Especais de Pequenas Causas em matérias comuns,
od V
federais e penais.
aut
Mesmo assim, o Poder Judiciário continua aquém as necessidades da
Sociedade para dirimir conflitos de forma ágil e justa em virtude da existência
de inúmeras instancias e diversos requisitos para subida dos recursos.
R
3. Variáveis que Provocaram as Evoluções
o
aC
O Poder Judiciário Brasileiro passou por inúmeras alterações desde o

período colonial que sofria forte influência da Coroa Portuguesa em detrimento
dos interesses dos Donatários.
Mesmo com a criação da Ouvidoria Geral e demais inovações na fase
visã
colonial, o Poder Judiciário ainda carecia de independência necessária para
dirimir conflitos existentes dentro da Sociedade Brasileira de forma ágil e justa.
A partir do período imperial, o Poder Judiciário iniciou um grande pro-
itor
gresso para atender os anseios da Sociedade e uma maior especialização de

a re
seus magistrados, o que foi sacramentado a partir da República.

Esse progresso foi apenas retrocedido durante o Estado Novo (1937-
1945) que detinha poder para interferir junto ao Poder Judiciário em temas
contrários ao interesse nacional, (MARTINS FILHO,1999).
par
Após a queda do Estado Novo, o Poder Judiciário retomou a sua evolução

sem qualquer restrição mesmo dentro do período de regime militar iniciado
Ed
em 1964 e findo em 1985, (MARTINS FILHO, 1999).

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, (BRASIL, 1988),
o Poder Judiciário ganhou contorno de aparente justiça por conta da sua estru-
ão
turação e constantes aperfeiçoamentos sem, no entanto, conseguir afastar a

pressão do Poder Executivo para ver atendido os seus interesses.
s
4. Situação Atual das Variáveis Provocadoras

ver
A Constituição Federal de 1988 trouxe maior acessibilidade da Sociedade

ao Poder Judiciário Brasileiro, em especial, por conta da criação dos Juizados
Especiais de Pequenas Causas e uma maior consciência de seus direitos em
diversos ramos do direito, (BRASIL, 1988).
124
Esse Grande crescimento foi sentido nas Justiças Civil, Eleitoral Federal,
Militar e Trabalhista que encontram se bastante sobrecarregadas com a alta
demanda da Sociedade.
Por conta disso, o Poder Judiciário iniciou um processo de automação
dos processos judiciais para facilitar os trabalhos e diminuir a dependên-
cia dos processos físicos, migrando-os gradativamente para o formato
eletrônico enquanto que, parte dos novos processos já encontram se nesse
or
novo cenário.
od V
Essa explosão pelo reconhecimento do direito da Sociedade também
aut
provocou um considerável aumento de Instituições de Ensino aptas para pre-
pararem operadores do direito nas esferas privada e pública, o que levou uma
oferta de profissionais maior do que aquela demandada pelo Poder Judiciário.
R
Mesmo assim, grande parte da Sociedade Brasileira ainda não tem con-
dições de acessar o Poder Judiciário nem tampouco profissionais que possam
o
esclarecer os seus direitos.
aC

Em muitos casos, a parte litigante com maior poder aquisitivo e conhe-
cimento acaba se beneficiando da fragilidade econômica e intelectual da
parte contrária.
Com isso, o Estado tem envidado esforços para atender satisfatoriamente
visã
o aumento da demanda da Sociedade por um Poder Judiciário ágil, acessível
e justo para todos.
itor

a re
O cenário para o futuro do Poder Judiciário se encontra bastante nebu-

loso em função do alto volume de processos judiciais físicos e eletrônicos
impedindo um julgamento ágil e justo, prejudicando o seu papel de agente
par
pacificador necessário para o equilíbrio econômico, político e social do Brasil.

Referida tendência impede uma maior segurança para o progresso do Bra-
Ed
sil em função da dificuldade da uniformização do entendimento do Poder Judi-

ciário sobre diversas leis mesmo com o processo de automação em andamento.
Outra questão que surge como prejudicial a evolução do Poder Judiciário
ão
é o alto volume de leis existentes e sucessivas alterações.

Ressalte-se, por oportuno, que a possibilidade de Estados e Municípios
legislarem sobre matérias de sua competência também é um fator importante
s
para aumento da litigiosidade.

ver
Isso porque inexiste um entendimento uniforme sobre cada tema nem

tampouco visão sobre os prejuízos causados a Sociedade por conta da varie-
dade de leis existentes em cada ente federativo e a respectiva interpretação
ainda que a Constituição Federal outorgue competência nesse sentido.
Ora, a falta de diálogo entre os integrantes da federação impede uma

melhor organização e reflete de forma negativa no Poder Judiciário.
Vale também destacar que parcela significativa da Sociedade Brasileira
não se socorre do Poder Judiciário para resguardar os seus direitos, bem como,
sequer consegue acessar profissionais para esclarecer suas dúvidas em relação
ao suposto direito violado.
Logo, o Poder Judiciário terá muito trabalho pela frente cumprir com
or
seu papel perante a Sociedade.
od V
aut
R
A ausência de um Poder Judiciário ágil, acessível e justo inibe o progresso
do Brasil, razão pela qual é imprescindível a abertura de um diálogo entre
todos os Atores Sociais para o seu aperfeiçoamento. Frise-se, por oportuno,
o
que boa parte da Sociedade não acessa o Poder Judiciário por conta da sua
aC
fragilidade financeira e intelectual, inclusive, em relação a contratação de

profissionais capacitados para representá-la.
Dentre as necessidades mais emergenciais é incentivar a adoção de meios
visã
alternativos de solução de conflitos de forma acessível, ágil e justa para todas
as partes envolvidas 9 acordos extrajudiciais.
Também importante a adoção de mecanismos de monitoramento de com-
portamento de empresas que respeitem os direitos de seus clientes, fornecedo-
itor
res e trabalhadores assim como cumpram as obrigações impostas pelos Órgãos

a re
Governamentais. Dito comportamento certamente implicará em redução de

litigiosidade e contribuirá para um Poder Judiciário mais ágil, acessível e justo.
Do contrário, as empresas que não atenderam as boas práticas de gover-
nança corporativas deverão ser penalizadas para ressarcir os prejuízos causa-
par
dos ao Poder Judiciário, além dos seus Atores Sociais.

Ademais, os Entes Federados deverão envidar esforços para uniformiza-
Ed
ção da redação de suas legislações sobre temas idênticos que lhe competem
como forma de evitar espaço para discussões restritas a cada Estado e Municí-
pio. Ou seja, a uniformidade da boa técnica legislativa evitará uma sobrecarga
ão
de demandas judiciais de natureza similar, com particularidades distintas.

Por outro lado, o Poder Judiciário deverá estimular que todos os órgãos
utilizem o mesmo sistema para facilitar o acesso de todos, bem como, deverá
s
investir em tecnologias que permitam isso.

ver
Finalmente, o Poder Judiciário deverá elaborar um Planejamento de

Longo Prazo alinhado Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e
Lei Orçamentária Anual para cumprir com seu papel perante a Sociedade de
forma ágil, acessível e justa.
126
• Hipótese 1: Parcela significativa da população sem acesso à Justiça,

com julgamentos parciais, atendendo a interesses de grupos. Moro-
sidade, ineficiência e sem Planejamento de Longo Prazo.
• Hipótese 2: Maioria da população com acesso à Justiça; Julgamento
mais imparciais, aumento de decisões em tempo razoável, por meio
or
de centros de conciliação. Começa a ter um esboço de Planejamento
od V
de Longo Prazo.
aut
• Hipótese 3: Pleno acesso à justiça com imparcialidade, transpa-
rência e publicidade. Soluções em tempo razoável e Cultura de
conciliação; Qualidade e eficiência em todo território nacional. Pla-
R
nejamento de Longo Prazo alinhado com o de médio e curto prazo.
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIAS
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senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.
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or
MARTINS FILHO, I. G. da S. Evolução histórica da estrutura judiciária
od V
brasileira. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, Porto Alegre, RS,
aut
v. 65, n. 1, p. 85-114, out./dez. 1999. Disponível em: <https://hdl.handle.
net/20.500.12178/86092>. Acesso em: 3 mar. 2018
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE 3
visã R
od V
o
aut
or
AMBIENTE EM SEGURANÇA
DA CULTURA, RESPEITO AO MEIO
EDUCAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 3
Educação para Desenvolvimento da Cultura,
or
Respeito ao Meio Ambiente em Segurança
od V
aut
Este tema agrupou as variáveis do processo prospectivo Desenvolvi-
mento Brasil 2035 que contribuem para a construção da educação para desen-
R
volvimento da cultura, respeito ao meio ambiente em segurança. As variáveis
apresentadas neste tema são:
o
1. Disseminação da Cultura da Corrupção no Brasil;
aC
2. Maioria da População terá Ensino Superior;
3. Segurança – Vários Aspectos;
4. Baixa Efetividade nos Investimentos em Educação;

5. Inversão da Pirâmide Intelectual no Brasil;
visã
6. Vincular a Sustentabilidade às demais Áreas;
7. Uso Sustentável do Patrimônio Ambiental;
8. Patrimônio Cultural Material e Imaterial.
itor
a re
A combinação das hipóteses dessas variáveis pode ajudar a construir

um país melhor a partir de uma educação de qualidade, acessível em seus
diversos níveis para todos, um comportamento ético e respeitoso que inclui
o uso sustentável dos patrimônios ambiental e (i)material, a diversidade cul-
par
tural e territorial de modo que se promova a segurança em vários aspectos

para a sociedade.
Ed
A classificação das 37 variáveis foi obtida por meio da Análise de Impacto

Cruzado, que classificou as mais motrizes da Parte 3 em ordem decrescente:
2ª Disseminação da Cultura da Corrupção no Brasil; 5ª Maioria da População
ão
terá Ensino Superior, 7ª Segurança – Vários Aspectos, 9ª Baixa Efetividade

nos Investimentos em Educação, 11ª Inversão da Pirâmide Intelectual do
Brasil, 28ª Vincular a Sustentabilidade às demais Áreas, 34ª Uso Sustentável
s
do Patrimônio Ambiental e 37ª Patrimônio Cultural Material e Imaterial.

ver
Na Parte 1, está apresentada a combinação de hipóteses das variáveis

escolhidas para este tema, consideradas desejáveis e possíveis para construir
o “Brasil que queremos”. As ações definidas a partir da combinação dessas
hipóteses estão direcionadas para atingir a mobilização da sociedade até o
ano de 2035.
Para maior detalhamento das técnicas e métodos utilizados na elaboração
do Processo Prospectivo do Desenvolvimento Brasil 2035, deve-se consultar
132
a Parte 6 e Considerações Finais deste livro, em que são explicadas as diver-

sas etapas do processo, as atividades desenvolvidas em cada uma delas e os
resultados alcançados com a participação da sociedade.
Esta Parte 3 – Educação para Desenvolvimento da Cultura, Respeito
ao Meio Ambiente em Segurança – reúne oito variáveis que merecem aten-
ção para o desenvolvimento de um país melhor visando ao ano de 2035.
A primeira variável – Disseminação da Cultura da Corrupção no Brasil
or
– resgata a origem da história da corrupção no país, mostrando indícios de
od V
que ela está enraizada na sociedade atual e acarreta prejuízos historicamente
aut
irrecuperáveis para a sociedade brasileira em todas as esferas.
A segunda variável – Maioria da População terá Ensino Superior – des-
taca a importância da educação no desenvolvimento de um país e evidencia
R
a desigualdade da população brasileira refletida nos números da educação
superior, reforçando o valor da educação para todos para a construção de um
o
país melhor.
aC

A terceira variável – Segurança – Vários Aspectos – discute a segurança
sob diferentes ângulos, sua evolução até os dias de hoje com foco na cidadania
e destaque para a segurança pública.
A quarta variável – Baixa Efetividade nos Investimentos em Educação –
visã
apresenta o histórico da educação brasileira com foco na educação nos níveis
fundamental e médio, destacando sua importância para o desenvolvimento
do cidadão e, por conseguinte, da sociedade brasileira.
itor
A quinta variável – Inversão da Pirâmide Intelectual do Brasil – resgata,

a re
em números, o histórico da educação no país e reforça os entraves da acessi-

bilidade, da qualidade e das desigualdades territoriais refletidos na educação.
A sexta variável – Vincular a Sustentabilidade às demais Áreas – aborda
a importância do uso sustentável dos recursos naturais, evidenciando as conse-
par
quências da ação humana no uso inconsciente e irresponsável desses recursos,

bem como a necessidade de revisão nas políticas públicas e a adoção de um
Ed
comportamento responsável do cidadão para um país melhor.

A sétima variável – Uso Sustentável do Patrimônio Ambiental – discute
a importância da preservação, valorização e uso sustentável do patrimônio
ão
ambiental para um país melhor em 2035.

A oitava variável – Patrimônio Cultural Material e Imaterial – resgata um
importante legado da sociedade brasileira, que são seus patrimônios material
s
e imaterial, e revela o quanto são esquecidos por grande parte da sociedade

ver
brasileira, reforçando o destaque que lhe deve ser dado para a construção de
um país melhor.
DISSEMINAÇÃO DA CULTURA
DE CORRUPÇÃO NO BRASIL
or
Roberto Goldstajn
od V
aut
R
Michaelis (2015) define corrupção como a degradação dos valores morais
o
ou dos costumes; o ato ou efeito de subornar alguém para vantagens pessoais
aC
ou de terceiros; a ação ilícita de servidores públicos para obtenção de infor-
mações sigilosas, a fim de conseguir benefícios para si ou para terceiros. O
desvirtuamento dos hábitos e dos costumes de um indivíduo, tornando-os

imorais e ilícitos, de modo que o bem comum seja lesionado a favor de van-
visã
tagens pessoais configura corrupção. Apesar de notória no âmbito político, a
corrupção pode ser encontrada no comportamento de qualquer cidadão, uma
vez que interesses individuais são colocados à frente do coletivo. A corrupção
itor
não é um problema emblemático do Brasil, mas está presente em todos os

a re
países. Contudo, o que desperta a atenção no Brasil são as magnitudes em que

ela ocorre, considerando-se o que se tem conhecimento, pois nem todos os
atos de corrupção ou resultados deste são descobertos ou tornam-se públicos.
A Transparência Internacional publicou o índice de percepção da cor-
rupção dos países no ano de 2017 (WEF, 2017), elaborado a partir da opi-
par
nião de empresários, jornalistas e organizações cívicas de 180 países sobre

Ed
a corrupção do setor público. Entre os aspectos analisados, consideraram-se

tecnologias de apoio à transparência, conscientização pública e educação,
fluxos financeiros ilícitos, o estado de direito e sua aplicação, integridade
ão
empresarial, transparência e governo aberto e ação coletiva. Segundo o Fórum

Econômico Mundial (WEF, 2017), o Brasil encontra-se na 96ª posição, pior em
relação ao ano anterior, com 37 pontos de 100 (menos corrupto). O relatório
s
da Transparência Internacional avalia que a queda do país no ranking pode

ver
ser explicada pelos escândalos recém-descobertos na Operação Lava Jato e

outros fatos indiretamente interligados a ela.
Apesar da corrupção não existir apenas no âmbito político, foi a partir
da esfera política que foram descobertos os maiores casos de corrupção no
país, apesar dos salários dos políticos brasileiros estarem entre os maiores de
todos os setores do serviço público e dos servidores públicos serem beneficia-
dos pela estabilidade e diversos benefícios que asseguram o desempenho de
134
suas funções livres das pressões dos grupos políticos. A sociedade brasileira
deve dar a devida atenção ao problema, pois este incorre em prejuízos sociais
e atrasa o desenvolvimento econômico e social do país, comprometendo a
educação, a saúde, a infraestrutura, a habitação e a vida humana.
Cabe esclarecer que o corruptor é o indivíduo que propõe a ação ilegal,
enquanto o corrompido é aquele que a aceita. Já o conivente é o indivíduo
que conhece o ato de corrupção e pode ser punido segundo o Artigo 180 da
or
Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988), enquanto
od V
o irresponsável é aquele que executa ações ilegais sem saber que estas são
aut
ilegais. Diversos atos podem ser caracterizados como corrupção, entre eles,
a fraude nas licitações ou nas eleições; a inserção de dados falsos em siste-
mas de informações; crimes de responsabilidade cometidos por políticos; a
R
prevaricação; a improbidade administrativa; o emprego irregular do dinheiro
público; a facilitação de contrabando; o peculato; a condescendência crimi-
o
nosa; a corrupção ativa em transações comerciais internacionais; o tráfico de
aC

influência; a corrupção ativa ou passiva. No Brasil, de alguma forma, estes atos
ou efeitos da corrupção sempre estarão associados à Administração Pública,
pois a corrupção privada não está tipificada no Código Penal Brasileiro, dife-
rente de muitos outros países, apesar de haver casos de corrupção organizada
visã
em empresas privadas.
itor
a re
Diversos veículos de comunicação no Brasil e no mundo vêm noticiando

a corrupção no país como enraizada, desde a colonização, como se pode
averiguar nos relatos do Movimento Contra Corrupção. Desde a colonização
portuguesa, podem-se notar relatos de corrupção, não sendo esta algo recente.
par
A Coroa Portuguesa em função da dificuldade de encontrar pessoas dispostas

a viver no Brasil durante o período colonial se utilizou de um mecanismo
Ed
bastante usual nos dias de hoje, nesse caso, a concessão de cargos. Com isso,
muitos portugueses se aventuraram para explorar a riqueza existente no Brasil
sem qualquer controle de seus métodos por parte da Coroa que apenas exigia
ão
a sua parte. Até o final do período colonial brasileiro, o sistema de governo,

baseado em um tipo de comportamento e em práticas ilícitas e imorais, era
tolerado e, em alguns casos, incentivado em benefício próprio, familiares e
s
amigos sem qualquer interferência ou vigilância por parte da Coroa Portu-

ver
guesa (BIASON, 2018).

Mesmo com a proclamação da independência do Brasil em 1822, a elite
colonial se manteve no poder e as práticas descritas, as quais caracterizam
a corrupção, continuavam enraizadas na Sociedade. Essa sensação de plena
impunidade reinou até meados de 1880 quando parte da sociedade brasileira

começou a questionar abusos praticados pelos seus governantes e a própria
imprensa começou a denunciar tais práticas. Ora, o cenário de inquietude
em relação à corrupção sistêmica ainda perdurou durante todo o período
da República Velha de 1889 a 1930 (COSTA, 2008). A partir de 1930, a
corrupção passou a ser atrelada aos indivíduos ao invés do sistema, cuja
mudança de percepção culminou com a queda de Getúlio Vargas em 1945.
or
Ainda assim práticas corruptoras e a sensação de impunidade permeavam na
od V
Sociedade Brasileira.
aut
Há alguns casos nos dias atuais, principalmente, na política brasileira que
revelam a gravidade do caso e que este não é um problema novo. Muitos casos
amplamente divulgados e debatidos publicamente podem ilustrar a situação,
R
como o caso dos Anões do Orçamento (Praça, 2011) que desviou cerca de 800
milhões de reais; o caso da Navalha na carne, 1,06 bilhão; o caso Juiz Nico-
o
lau e TRT SP, 2 bilhões, o caso Jorgina de Freitas, 2 bilhões, o caso Fundos
aC
de Pensão, 3 bilhões, o caso Banco Marka, 3,7 bilhões, o caso Vampiros da

saúde, 4,08 bilhões, o caso Zelotes, 19 bilhões, o caso Banestado, 30 bilhões,
e a Operação Lava Jato, 48 bilhões – o maior caso de corrupção da história
brasileira. Casos como estes vêm sendo descobertos na política e fora dela,
visã
envolvendo diversas instituições públicas e privadas.
Estimulados e acostumados com a elite no poder e pela ausência de
punição, a corrupção desde o período colonial se faz presente e cada vez
itor
mais persistente no país. A concessão de cargos públicos em troca de inte-

a re
resses privados como prestígio social e outras recompensas já fazia parte do

Brasil-Colônia. De outro modo, clientelismo e patrimonialismo continuam
presentes no sistema atual.
par

Ed
A centralização do poder nas mãos de poucos e a sensação de impuni-

dade dos agentes corrompedores e corrompidos é um dos entraves para o
progresso da Sociedade Brasileira desde o período colonial e perdura até os
ão
dias de hoje. Durante o Império, a independência do Brasil em nada mudou

a situação da corrupção persistindo esse modelo até o momento em que a
imprensa passou a denunciar a existência de práticas abusivas por parte das
s
pessoas que detinham amplo poder econômico e dos órgãos governamentais.

ver
Mais adiante a Sociedade passou atrelar a corrupção ao indivíduo, porém,

o sistema ainda carecia de regras que inibissem tais comportamentos noci-
vos ao progresso do Brasil. Os primeiros sinais de tentativa de combate a
corrupção mais efetivo surgiram a época da ditadura militar (1964 -1985),
136
mais especificamente, no Governo do Marechal Castelo Branco que criou a

Comissão Geral de Investigações para averiguação de supostos abusos come-
tidos por agentes governamentais. Referida iniciativa restou infrutífera, o que
ensejou a sua extinção em 1978.
Com a volta da democracia em 1985, alguns marcos legais devem ser
lembrados no que diz respeito a corrupção, a punição, controle, fiscalização,
mobilização social e consciência política como a Lei de Licitações nº 8666/93
or
(BRASIL, 1993); a Lei da Transparência – Lei Complementar nº 131/09
od V
(BRASIL, 2009); a Lei da Ficha Limpa – Lei Complementar nº 135/10 (BRA-
aut
SIL, 2010); a Lei de Acesso à Informação nº 12.527/11 (BRASIL, 2011); a
Lei Anticorrupção nº 12846/2013 (BRASIL, 2013).
Apesar do notável avanço, o sentimento de impunidade ainda é sentido
R
por toda a Sociedade Brasileira em virtude da inexistência de sanções efeti-
vas aos agentes envolvidos em corrupção. No campo privado, as empresas
o
reforçam suas políticas de controles internos sobre os atores sociais com o
aC

intuito de coibir práticas lesivas aos seus interesses.
Finalmente vale destacar o papel de vigilância da Sociedade e sua pressão
nas redes sociais acerca de práticas indevidas. A partir disso, podem-se citar
algumas variáveis que contribuíram para o combate à corrupção no Brasil, tais
visã
como, a mobilização social, alterações nas Leis em prol do combate à corrup-
ção, mecanismos de fiscalização e controle, deficiência estrutural da Justiça
criminal brasileira e o projeto de Lei no Novo Código Penal (BRASIL, 2012)
itor
sobre a tipificação da corrupção privada. Por outro lado, a repressão e a edu-

a re
cação moral, cada vez mais escassa na Sociedade, podem ter contribuído para
o aumento da corrupção pública e privada no Brasil.
4. Situação Atual das Variáveis Provocadoras

par
A Sociedade Brasileira vive os reflexos causados pela corrupção que

Ed
culminaram no desvio de recursos destinados para investimentos em edu-

cação, infraestrutura, saúde, segurança, dentre outros. Com isso, cada vez
mais surgem movimentos e negócios sociais focados em sensibilizar e mobi-
ão
lizar a Sociedade no combate às práticas lesivas para pressionar os Poderes

Executivos, Judiciário e Legislativo na tomada de decisões que privilegiem
os interesses da Nação Brasileira. Fica claro que o combate à corrupção na
s
esfera pública passa por uma fase de amadurecimento bastante intenso por
ver
conta dessa pressão da Sociedade. Enquanto isso, a iniciativa privada tam-

bém reforça a adoção de programas de integridade mirando repelir práticas
abusivas em detrimento dos interesses da Sociedade.
Carece, ainda, a existência de sólidas políticas públicas para dissemi-

nação de boas práticas contra a corrupção, bem como, aplicação de sanções
efetivas aos agentes corrompedores e corrompidos e mecanismos de controle
e fiscalização. Não se pode dizer que o engajamento social contribuiu para o
combate à corrupção, mas é fato que os temas desses movimentos e negócios,
cada vez mais expressivos, trouxeram o tema à reflexão mais profunda.
or
od V
aut
A corrupção tem muitos desdobramentos que se traduz em desordem
em um país sem progresso. A tendência futura para esta variável passa pelo
R
avanço da ciência e da tecnologia cuja expectativa é que seja incorporada nos
mecanismos de controle e fiscalização do governo e das empresas, em prol
da ética e da transparência efetiva. Nunca é demais relembrar que as conse-
o
quências da corrupção pública afetam diretamente a sociedade por conta da
aC
redução de investimentos em educação, saúde e infraestrutura. Espera-se,

principalmente, em virtude da repercussão do Caso Lava Jato que a popula-
ção seja mais participativa e engajada nas causas da sociedade com o intuído
visã
de garantir o progresso do país e, em especial, as suas necessidades básicas.

itor
Entre as alterações capazes de transformar o caminho que está sendo

a re
trilhado, está uma maior educação moral para as pessoas, que pode contribuir
para a redução ou eliminação da cultura de corrupção no futuro, bem como leis
mais severas, punições mais idôneas e mecanismos de controle e fiscalização
mais eficientes. Importante ainda considerar a formação e o estabelecimento
par
de um quadro político com pessoas e instituições comprometidas com o com-

bate à corrupção.
Ed
A adoção de mecanismos de monitoramento integrado de comporta-

mento de empresas que respeitem os direitos da Sociedade também é impor-
tante, assim como, que estas empresas cumpram as obrigações impostas pela
ão
legislação e pelos Órgãos Governamentais. Dito comportamento certamente

implicará em benefícios para todos. Do contrário, as empresas que não aten-
derem as boas práticas de governança corporativas deverão ser penalizadas
s
para ressarcir os prejuízos causados a Sociedade.

ver
Finalmente, os agentes privados e públicos devem ser pessoalmente

responsabilizados pelos danos causados, além da aplicação de penas previstas
na esfera criminal.
138
7. Hipóteses da Variável
• Hipótese 1: Haverá maior interesse Político no combate à corrupção.

Repressão por meio da criação de Leis mais severas; investimento
na educação ética do cidadão desde a escola; maior investimento
em mecanismos de controle e fiscalização. O Ministério Público,
Polícia e Judiciário mais atuantes na aplicação das Leis e no combate
or
a corrupção e o acesso livre às informações no formato que permita
od V
transparência efetiva.
aut
• Hipótese 2: Não haverá interesse político no combate à corrup-
ção. Avanços lentos nas Leis Anticorrupção; manutenção das leis,
medidas provisórias e adendos contratuais para favorecimento de
R
grupos e/ou indivíduos e políticos. Pouco investimento na educa-
ção ética do cidadão e mecanismos de controle e fiscalização com
o
poucos avanços.
aC

• Hipótese 3: Nenhum investimento público no combate à corrupção.
Alterações nas Leis Anticorrupção favorecendo políticos e grupos
e/ou indivíduos; nenhum incentivo à educação ética do cidadão;
deterioração dos mecanismos de controle e fiscalização e dissemi-
visã
nação da corrupção.
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
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Folha Política.org (mídia eletrônica), 2018. Disponível em: <http://www.
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or
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil.
od V
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aut
BRASIL. Lei Complementar nº 131/09, de 27 de maio de 2009 (Lei da Trans-
R
parência) – Acrescenta dispositivos à Lei Complementar nº 101, de 04 de
maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
o
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar
aC
a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Fede-

ral e dos Municípios. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 28 de maio de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
visã
br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp131.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
______. Lei Complementar nº 135/10, de 4 de junho de 2010 (Lei da Ficha

itor
Limpa) – Altera a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que

a re
estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos

de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências,
para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade
administrativa e a moralidade no exercício do mandato. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 jun. 2010. Disponível em:
par
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/lcp/Lcp135.htm>. Acesso em: 7

Ed
ago. 2018.
______. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei das Licitações) – Regu-

ão
lamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 de jun.
s
de 1993. Disponível em: <http://www.mma.gov.br>. Acesso em: 7 ago. 2018.

ver
______. Lei nº 12.527/11, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-

mação) – Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o,
no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal;
altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5
140
de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá

outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Bra-
sília, DF, 18 de novembro de 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 (Lei Anticorrupção) – Dis-

põe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
or
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá
od V
outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
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Brasília, DF, 02 de agosto de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.
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COSTA, F. L. Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de administração pública;

visã
200 anos de reformas. Revista de Administração Pública (RAP), Rio de
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MICHAELIS DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTU-

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Ed
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ão
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em: 7 ago. 2018.
s
ver
MAIORIA DA POPULAÇÃO TERÁ
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
or
od V
aut
R
Ao finalizar o ensino secundário, liceu, escolas técnicas de segundo
o
grau e outros, há o ensino superior, também chamado de educação superior
aC
ou ensino terciário, que pode ser realizado em universidades, faculdades,
institutos politécnicos, escolas superiores ou outras instituições que conferem
graus acadêmicos ou diplomas profissionais.

Esta variável descreve que haverá ensino terciário disponível, acessível
visã
para toda a sociedade. Dessa forma, a maioria da população terá ensino supe-
rior. A seguir, detalham-se as modalidades e os tipos de instituições de ensino
para compreensão da abrangência dos atores e protagonistas.
itor
As modalidades de ensino superior podem compreender os cursos

a re
sequenciais, que oferecem certificado de conclusão de acordo com o Ministério

de Educação (MEC); graduação, que confere diplomas para estudantes que
tenham curso profissional de nível superior ou equivalente, que concluíram o
ensino médio e foram classificados em processo seletivo, e pode conferir os
graus de bacharel, licenciado ou tecnológo; pós-graduação com estas especia-
par
lizações: pós-graduação lato sensu (especializações e MBAs), stricto sensu

Ed
(mestrados e doutorados) ou extensão universitária (CURY, 2005).

As instituições de ensino superior (IES) podem ser públicas ou privadas.
As públicas são criadas e mantidas na esfera federal, estadual ou municipal.
ão
As IES privadas podem ser criadas e mantidas por pessoas jurídicas de direito
privado, com ou sem fins lucrativos.
O ingresso em todas elas se dá por critérios seletivos. A graduação e a
s
pós-graduação stricto sensu são gratuitas nas instituições públicas de acordo

ver
com a Constituição, ao passo que a pós-gradução lato sensu é cobrada por

várias instituições.
Alunos que trabalham têm possibilidade de frequentar cursos de gradua-
ção oferecidos em período noturno, mas não existem muitas ofertas de vagas
em instituições públicas. Nos últimos anos, porém, registrou-se incremento de
vagas em período noturno nessas instituições, pois o Plano Nacional de Educa-
ção (PNE), instituído pela Lei nº 10.172/ 2001 (BRASIL, 2001), ressaltava que
142
era importante a expansão dessas vagas pela disponibilidade de espaço para

esse fim, o que aumentou o percentual de vagas de 58% em 1998 para 62%
(Brasil, 2001). Apesar de a medida aumentar a disponibilidade de vagas, há
nas IES públicas uma questão alarmante: enquanto nos países da OCDE, o
número de ingressantes aproxima-se daquele de concluintes, no Brasil, o de
concluintes fica em torno da metade do de ingressantes, pois existe, ao longo
do curso, um grande volume de desistências (SANTOS, 2016).
or
Os Institutos Federais destinam-se à formação técnica e capacitam os alu-
od V
nos em diversas áreas, oferecendo ensino médio integrado ao ensino técnico,
aut
cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, licenciaturas e pós-graduação.
Em 29 de dezembro de 2008, foram instituídos, ao lado da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os Institutos Federais de Educa-
R
ção, Ciência e Tecnologia (Ifet) pela lei 11892 (SILVA NETO; PASSOS, 2013).
As IES privadas dividem-se nas categorias: com fins lucrativos, sem fins
o
lucrativos, beneficentes ou especiais. Nelas existe a figura da Mantenedora
aC

– pessoa física ou jurídica de direito privado que a administra, representa e
fornece os recursos necessários para seu funcionamento, de acordo com o
artigo 242 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). As instituições privadas
sem finalidade de lucro podem ser comunitárias, confessionais ou filantrópicas
visã
(TANEGUTI, 2013).
itor
a re
O ensino da educação terciária ou superior teve início em 1808, quando

a corte portuguesa chegou ao Brasil, e subordinava-se ao governo central. Na
fase da República, a Constituição de 1891 outorgava ao Congresso Nacional a
competência de legislar sobre o ensino superior na capital do país e facultava
par
aos estados ampla autonomia em relação aos ensinos secundário e supe-

rior (CAVALCANTE, 2000). Desde o início também, o Estado controlava a
Ed
escolha dos dirigentes das instituições de ensino, manifestando-se sobre ela

(BORTOLANZA, 2017).
Desde a criação dos cursos eminentemente profissionalizantes com obje-
ão
tivo de atender às necessidades imediatas, tais como Medicina, Engenharia,

Academia Militar, Academia de Belas-Artes e cursos jurídicos, persiste, até
hoje, a estrutura do ensino superior brasileiro. Além disso, houve um cres-
s
cimento acelerado com a institucionalização das universidades por via legal

ver
sem haver uma real estrutura universitária, gerando, por consequência, o

questionamento da qualidade x quantidade. (CAVALCANTE, 2000).
Após 1930, inicia-se a transformação no ensino superior, e até 1960
tem-se a denominação de universidade como um agrupamento de faculdades
(ROMUALDO, 2012). Após 1960 até os dias atuais, entre o período do regime
militar, o período do “milagre brasileiro” e o início da expansão econômica, a
educação superior brasileira é predominantemente privada. Segundo Caval-
cante (2000), no ensino superior, em 1960, 62% estavam matriculados em
instituições públicas; em 1980, essa taxa baixou para 37%; e em 1999, ficou
em 39%; e, de acordo com IBGE (2011), 26,8% estão em escola pública.
Assim, a evolução da universidade no Brasil ocorreu no contexto do cen-
or
tralismo político do regime imperial, do controle do Estado na educação e da
od V
criação de muitas escolas terciárias no setor privado. Segundo a Pesquisa Nacio-
aut
nal por Amostra de Domicílio – PNAD (IBGE, 2011), no Brasil de 73,20% do
ensino superior está concentrado na rede de escolas privadas (Tabela 1).
R
Tabela 1 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
o
CICLO DE CENTRO-
REDE BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL
aC
ENSINO OESTE
Pública 73,50% 79,10% 69,70% 74,50% 76,60% 69,20%

Pré-escola
Particular 26,50% 20,90% 30,30% 24,60% 23,40% 30,80%
visã
Ensino Pública 87,00% 92,60% 86,20% 85,20% 90,70% 85,40%
Fundamental Particular 13,00% 7,40% 13,80% 14,80% 9,30% 14,60%
Pública 87,20% 93,10% 88,70% 85,10% 86,40% 86,70%

Ensino médio
itor
Particular 12,80% 6,90% 11,30% 14,90% 13,60% 13,30%
Pública 26,80% 32,80% 36,00% 36,00% 26,80% 25,70%

a re
Ensino
superior Particular 73,20% 67,20% 64,00% 64,00% 73,20% 74,30%
Pública 78,10% 85,80% 80,80% 74,50% 78,30% 74,60%

TOTAL
Particular 21,60% 14,20% 19,20% 24,60% 21,70% 25,40%
par
Fonte: IBGE (2011).

Ed
Analisando-se a evolução histórica, em 2016, na rede de educação supe-

rior brasileira, 87,7% constituem-se de instituições privadas (IBGE, 2016),
embora o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
ão
de 1966, das Nações Unidas, estabeleça que “a educação superior deverá tor-
nar-se de acesso igualitário para todos, com base na capacidade, por todos os
meios apropriados e, em particular, pela introdução progressiva da educação
s
gratuita” (BRASIL, 1991).

ver
Em muitos países desenvolvidos, parcela considerável da população

(em alguns casos até 50%) cursa o ensino superior após estar no mercado
de trabalho. Estudos e pesquisas mostram que há correlação entre anos de
estudo e remuneração, ou seja, a educação superior é muito importante para o
desenvolvimento da economia. De acordo com Shimeles (2016), a economia
144
global está se tornando, de forma crescente, liderada pelo conhecimento. Por-

tanto, diz ele, investir em educação vocacional e superior é importante para os
países em desenvolvimento continuarem competitivos, além disso, expandir
o conhecimento da força laborial deve reduzir a desigualdade econômica.
Para atender à demanda de mão de obra, em vários países, criou-se um
subsistema de ensino superior de caráter mais prático e vocacional, que ofe-
rece, normalmente, cursos de menor duração destinados a formar profissionais
or
de nível superior que possam entrar mais rapidamente no mercado de trabalho.
od V
Em 2010, a taxa líquida (porcentagem de estudantes da faixa de 18-24
aut
anos sobre o total de jovens com esta idade) alcançada no Brasil estava na
faixa de 14% (CAMARGO, 2014), longe da meta estabelecida de 33%. O
crescimento que ocorreu foi devido aos fortes incentivos dados pelo governo
R
no período, que culminou com a crise de 2015/16 quando, provavelmente, a
curva tenha parado de crescer. O Brasil, em tese, teria a meta de atingir 50%
o
da população com ensino superior, mas dificilmente teria força econômica
aC

para superar países bem mais desenvolvidos. Assim, a meta para o período
de 2011 a 2020 é, novamente, de 33% de escolarização líquida, mas difícil
de ser alcançada, segundo Camargo (2014).
visã
Disponibilidade de recursos, financiamento e bolsas pelo setor público,

itor
pois o Estado brasileiro mantém projetos com objetivo de facilitar o acesso

a re
de alunos e professores à educação terciária (BRASIL, 2009), tais como o

Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior (Fies), que tem o
objetivo de financiar a graduação; o Programa Institucional de Bolsas de Ini-
ciação à Docência (Pibid), que tem o objetivo de oferecer bolsas para alunos
par
que façam estágios para iniciação à docência; o Programa Universidade para

Todos (ProUNI), que tem a finalidade de conceder bolsas de estudos integrais e
Ed
parciais, em instituição privadas, que recebem isenção de tributos; o Programa

de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
(Reuni), que busca ampliar o acesso e a permanência na educação superior;
ão
o Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino (Promisaes), que fomenta a

cooperação técnico-científica e cultural entre o Brasil e outros países de edu-
cação e cultura.
s
Investimento privado em instituições mercantis causou aumento signi-

ver
ficativo de vagas. A reforma universitária de 1968, norma vigente até 1996

pela Lei nº 9.131/1995 (BRASIL, 1995), e a Lei das Diretrizes e Base –
LDB (BRASIL, 1995) estabelecem que as universidades privadas deveriam
constituir-se sob a forma de fundações ou associações. Com a edição da
Medida Provisória (MP) nº 1.477-39 (BRASIL, 1997a) e do Decreto nº 2.306

(BRASIL, 1997b), foi aprovado explicitamente que o setor privado educa-
cional poderia organizar-se com finalidade de lucro (NUNES, CARVALHO
e ALBRECHT, 2009). Em 2007, de um total de 3,6 milhões de matrículas
em instituições privadas, 1,2 milhão estavam naquelas com fins lucrativos
(NUNES, CARVALHO e ALBRECHT, 2009). Em 2011, mais de 88% são
instituições privadas (Gráfico 1).
or
od V
Gráfico 1 – Número de Instituições de Ensino
aut
Superior por categoria administrativa
Número de Ins�tuições de Ensino Superior por categoria administra�va

2.500
R
o
2.081
2.000
aC
1.500
1.000
visã
500 284
103 110 71
-
itor
subtotal federal estadual municipal subtotal

a re
Pública Privada
Fonte: Taneguti (2013, p. 35)

par
Há fomento em todo o ecossistema de educação de ensino superior:

disponibilidade de tecnologia para ensino, disponibilidade de bolsas pelas
Ed
empresas na forma de benefícios para funcionários, crescimento da economia

e oferta de empregos com exigências no processo de seleção de conhecimentos
e formação superior, além do ensino médio.
ão

s
As IES no Brasil preocupam-se fortemente em buscar programas que

ver
facilitem o acesso ao ensino superior por meio de financiamento, bolsas e

similares, pois mais de 70% das vagas estão em instituições privadas, onde
há um currículo totalmente profissionalizante, o que vem provocando, pois
na atual sociedade do conhecimento a ênfase do mercado é para formação de
profissionais polivalentes (NÚÑEZ NOVO, 2017).
146
Independentemente dos modelos das IES, no cenário brasileiro, desta-

ca-se que ainda a educação superior continua sendo voltada para a minoria.
Censo de 2000 indicava que menos de 5% da população teve acesso ao ensino
superior (TANEGUTI, 2013).
Com a criação e implantação de todos os programas para facilitar o
ingresso em IES, a média do país subiu de 8,8% para 13,6%. O projeto de lei
do novo Plano Nacional de Educação para 2011-2020 propõe a meta de elevar
or
a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos cursando ensino supe-
od V
rior. Outro grande desafio é o tamanho continental do país, onde há enormes
aut
diferenças entre as diversas regiões.
O crescimento é importante, mas há outro problema que é o da qualidade
do ensino. Que profissionais se está formando? De acordo com os dados do
R
Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa), em 2016, menos
de 10% dos alunos brasileiros teriam condições de ingressar em um curso
o
superior em países europeus e menos de 1% de concorrer às universidades
aC

norte-americanas de elite (OLIVEIRA, 2017).
Observa-se que os jovens que ingressam nas IES chegam com um nível
de aprendizagem inadequado, ou seja, já há um problema de qualidade, resul-
tante da baixa qualidade no ensino fundamental e médio. Em contrapartida,
visã
de acordo com Carvalho (2013), o que se viu foi o crescimento das IES obje-
tivando a lucratividade e a adoção de estratégias de crescimento financeiro,
além de vários fundos de investimentos internacionais adquirindo muitas
itor
instituições de ensino.
a re
Carvalho (2013) analisa que, mesmo sem imunidade fiscal, as Instituições

com fins lucrativos foram beneficiadas com o programa ProUNI, pois a adesão
voluntária possibilitou a isenção de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
(IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição
par
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição para o

Programa de Integração Social (PIS).
Ed
Na situação atual, para a variável que se analisa – a maioria da popu-

lação terá ensino superior no Brasil – deverão ser considerados três fatores
importantes – o da adequação do modelo de ensino superior que prepare os
ão
ingressantes de acordo com a nova era do conhecimento, com currículos e

professores preparados; o da qualidade desde a base, iniciada no fundamental,
para o ensino médio e para o ensino superior; e o da cobertura, consideran-
s
do-se o tamanho do Brasil, com sua diversidade social, cultural e estrutural

ver
–, realidade ignorada nas leis e emendas aprovadas pelo Legislativo e nas

decisões do Ministério de Educação (MEC).
Considerando-se as variáveis que provocaram a evolução e a situação

atual, é preciso destacar:
• crise econômica, que desestimula o investimento na educação pri-

vada, reduzindo a oferta, e afeta a ampliação do abandono do curso
or
pelos alunos;
od V
• crise e problemas na gestão governamental quanto às contas públi-
aut
cas, que fazem com que o governo reduza orçamentos e financia-
mentos para educação;
• falta de empregos, que reduz a capacidade de pagamento do aluno
R
em escola privada, o que retroalimenta as ocorrências acima.
o
Verificando-se a ocorrência dessas tendências, esta variável não atingirá
aC
aquilo a que se propõe – “maioria da população terá ensino superior no
Brasil”. Ao contrário, nesta situação, ao se observarem e analisarem as leis e

emendas de leis propostas e aprovadas, percebe-se que os investimentos não
são feitos com visão global, mas setorizada e atendem a objetivos de grupos
visã
específicos. Pela tendência, a mercantilização das IES provocará uma queda
ainda maior de qualidade.
itor

a re
Considerando-se a mesma velocidade de crescimento da última década

(5%), seriam necessários 70 anos para atingir a meta de 50%, índice dos
países desenvolvidos. Porém, se considerar-se que, nos próximos dez anos,
par
o desenvolvimento tecnológico impactará fortemente a educação no sentido

de disponibilizar acesso à informação, aos cursos a distância ou a outras for-
Ed
mas de aprendizado, poderá haver um aumento de produtividade médio, no

período, de 100% e redução para a metade da meta de 50%, ou seja, 35 anos.
Para haver mudanças nas tendências, serão necessárias rupturas, não
ão
só nas IES, mas em toda a cadeia da educação, iniciando-se na pré-escola:
• movimentos da sociedade de forma intensa e participativa, a come-

s
çar pelos municípios, para mudar a estrutura educacional na base

ver
e caminhar progressivamente no ensino fundamental, médio e

superior, já dentro dos novos modelos educacionais aderentes às
demandas da era do conhecimento;
148
• uso da tecnologia e de novas formas de aquisição de conhecimento,

reeducando toda a estrutura, a começar dos educadores atuais, dos
currículos e das formas de aquisição de conhecimento;
• desenvolvimento, na sociedade, de formas para expandir e acelerar
a aquisição de conhecimento por meio de práticas e de processos
cooperativos, cocriativos, participativos e colaborativos, com apro-
priação de todos os participantes.
or
od V
aut
• Hipótese 1: Sem capital e meta para crescimento da capacidade ins-
R
talada ou melhoria de produtividade a população com nível superior
estacionará na faixa de 15 a 20% e maioria da população não terá
o
educação superior no Brasil.
aC

• Hipótese 2: Haverá capital para expandir a rede pública e privada,
financiamento e bolsas subsídios, aumentando a produtividade com
melhores metodologias e tecnologias voltadas para o aprendizado.
A população com curso superior crescerá entre 1 a 2% ao ano para
visã
atingir a meta em 30 a 40 anos.
• Hipótese 3: Com participação da sociedade, há mudança radical na
forma de aprendizado, com muita autonomia e acesso a conteúdos e
itor
experiências de forma menos burocratizada e mais prática, criativa

a re
e inovadora. Há desenvolvimento de várias formas de obter um grau

acadêmico muito diferentes das atuais com prazos mais curtos e
métodos produtivos, eficientes e eficazes.
par
Ed
s ão
ver
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s
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
SEGURANÇA – VÁRIOS ASPECTOS
or
od V
aut
R
Segurança é um conceito que permeia a humanidade desde seus primórdios
e está presente em todos os aspectos da vida de cada indivíduo, desde a segurança
o
pessoal e material, até a alimentação e o ar que se respira. Segundo o jurista e
aC
sociólogo português Luis Salgado de Matos (2010), esta palavra, na origem latina,
traz o significado de “sem preocupação”, está ligada à ideia de “ocupar-se de si
mesmo”, remetendo à ausência de risco, previsibilidade e certeza em relação ao

futuro, pois os riscos são responsáveis pela ausência de segurança.
visã
Abordar este tema sob vários aspectos envolve o tratamento digno da
pessoa, os direitos e deveres fundamentais dos indivíduos na sociedade. Por-
tanto a dignidade humana, que torna cada pessoa merecedora de respeito e
itor
consideração por parte do Estado e da comunidade, como característica intrín-

a re
seca e distintiva, conforme Sarlet (2011), implica um complexo de direitos e

deveres fundamentais, capazes de “garantir condições existenciais mínimas
para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e
corresponsável nos destinos da própria existência [...]” (SARLET, 2011, p. 73).
par
Assim, a variável segurança, abordada sob vários aspectos, envolve a

cidadania, que é a prática dos direitos e deveres de cada indivíduo (pessoa) em
Ed
relação às outras pessoas e ao Estado, ou seja, o conjunto de direitos, meios,

recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente
da vida e do governo de seu povo.
ão
Na abordagem desta variável e para o entendimento de Políticas Públicas

de Segurança Pública, o conceito de transversalidade é fundamental, tendo
como foco o cidadão, no exercício de seus direitos e deveres, com os neces-
s
sários meios e recursos ligados a questões de educação, saúde, segurança

ver
pública, esporte, serviço social, infraestrutura, finanças, cultura e lazer. Assim,

para sua efetividade nos vários aspectos da variável segurança, é importante
o envolvimento de estruturas sociais, tais como conselhos de direitos, uni-
versidades, organizações não governamentais (ONGs), sindicatos, empresa-
riado, Conselho Tutelar, Ministério Público, Judiciário, bem como os diversos
componentes do Poder Executivo, responsáveis diretos pela execução das
políticas públicas pertinentes.
154
Segundo o artigo 144 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), a segu-

rança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal; polícia rodoviária
federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos
de bombeiros militares, quanto a guardas municipais, esse serviço de segu-
rança pública tem sua estruturação sob responsabilidade municipal. A partir
or
do apresentado na Constituição, torna-se necessário o entendimento do que
od V
vem a ser ordem pública, que, na definição da Escola Superior de Guerra
aut
(ESG), é “a situação de tranquilidade e normalidade cuja preservação cabe
ao Estado, às Instituições e aos membros da Sociedade, consoante as normas
jurídicas legalmente estabelecidas” (ESG, 2009a, p. 62).
R
No Brasil, são considerados quatro níveis de segurança; as seguranças 1)
individual, 2) comunitária, 3) nacional e 4) coletiva. A segurança pública é
o
formada pela segurança individual e comunitária. A segurança individual “é
aC

a garantia dos direitos como de liberdade, de propriedade, de locomoção,
de proteção contra o crime, assim como o encaminhamento da solução
de seus problemas básicos, como saúde, educação, justiça e subsistência”
(ESG, 2009a, p. 60), e a segurança comunitária “consiste na garantia de níveis
visã
de estabilidade às relações políticas, econômicas e sociais que preservem e
regulem a propriedade, o capital e o trabalho para plena utilização nos inte-
resses individual e social [...] visa, portanto, garantir a convivência civilizada
itor
ente indivíduos e grupos” (ESG, 2009b, p. 61).

a re
Na amplitude do conceito de segurança desta variável, são pertinentes

a este capítulo as formas como a cidadania é exercida, a atuação do Estado,
das organizações da sociedade e suas inter-relações e evolução.
As métricas que podem ser utilizadas na avaliação de Segurança e da
par
evolução de ações voltadas a esta variável são bastante diversificadas, desde

o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), até os índices específicos rela-
Ed
cionados a problemas básicos, como educação, insegurança alimentar e nutri-

cional, violência e criminalidade.
ão
O conceito de segurança utilizado neste estudo é recente e tornou-se mais

s
amplo com a complexidade da vida em sociedade. A estrutura de segurança no

ver
Brasil originou-se como estrutura policial, com a ideia de proteção policial;

mesmo antes da vinda da família real ao Brasil, havia o que os historiadores
consideram a mais antiga força militar de patrulhamento. Ela surgiu em Minas
Gerais em 1775, originalmente como Regimento Regular de Cavalaria de
Minas, criado na antiga Vila Velha (atual Ouro Preto). A então “PM”, Polícia
Militar de Minas Gerais – paga pelos cofres públicos –, era responsável pela
manutenção da ordem pública, na época, ameaçada pela descoberta de riquezas
no estado, especialmente o ouro (SILVA, 2011).
A história da criação das polícias militares brasileiras tem sua origem
nas Forças Policiais, organizadas quando o Brasil era Império. A corpora-
ção mais antiga é a do Rio de Janeiro, a Guarda Real de Polícia, criada
or
por decreto em 13 de maio de 1809 por Dom João 6º, rei de Portugal, um
od V
ano após sua corte ter sido transferida de Lisboa para o Rio, por causa das
aut
guerras na Europa, lideradas por Napoleão. Com esse decreto, foi assinado
o nascimento da primeira Polícia Militar no Brasil, a do estado da Guana-
bara (SOUZA, 2012 apud DANTAS, 2012). Essa guarda era subordinada ao
R
governador das Armas da Corte, que era o comandante de força militar, que,
por sua vez, era subordinado ao intendente-geral de Polícia, segundo Souza
o
(2012 apud DANTAS, 2012), a criação da polícia militar já foi estabelecida
aC
com um viés de controle social, com certo afastamento da sociedade, em
função da proximidade com o governo.

Em 1830, Dom Pedro 1º abdica do cargo e, sendo Dom Pedro 2º ainda
menor de idade, o Império passou a ser então dirigido por regentes, que não
visã
foram muito bem aceitos pelo povo, que questionava a legitimidade desse
governo. Movimentos revolucionários que se colocaram contra esses regentes,
como a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, a Balaiada, no Maranhão,
itor
e a Sabinada, na Bahia, foram considerados “perigosos” para a estabilidade

a re
do Império e para a manutenção da ordem pública.

Em decorrência dessa situação, o então ministro da Justiça, padre Antônio
Diogo Feijó, sugeriu a criação no Rio de Janeiro (capital do Império) de um
Corpo de Guardas Municipais Permanentes. Aceita, a ideia resultou na criação,
por meio de um decreto regencial, do Corpo de Guardas do Rio de Janeiro,
par
em 10 de outubro de 1831, que também permitia que as outras províncias

Ed
brasileiras criassem suas guardas, ou seja, suas próprias polícias. Com isso,
vários estados aderiram à iniciativa (SOUZA, 2012 apud DANTAS, 2012).
Foi a partir da Constituição Federal de 1946, que as Corporações dos
ão
Estados (as antigas guardas) passaram a ser denominadas Polícia Militar (PM),
com exceção do Rio Grande do Sul, que preferiu manter, em sua força policial,
o nome de Brigada Militar, situação que perdura até hoje (SOUZA, 2012 apud
s
DANTAS, 2012). Ora, se, teoricamente, vem ganhando força a concepção

ver
de que a função da polícia moderna é atender a sociedade, o início da polícia

militar no Brasil caminhou em outra direção, afetando a formação, a estrutu-
ração e o entendimento do trabalho a ser desenvolvido.
No aspecto policial da segurança, a PM é um órgão regido pelos princípios
militares e os policiais militares são considerados pela Constituição Brasileira
156
como força auxiliar e reserva do Exército. De acordo com o artigo 144 da

Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), são denominadas polícias
militares no Brasil as forças de segurança pública das unidades federativas
que têm como função primordial a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública nos estados brasileiros e no Distrito Federal. As Polícias Militares são
subordinadas aos governadores dos estados, e cada governador tem o poder
de indicar e escolher quem será o comandante da PM (o Comandante-geral),
or
escolhido dentre os oficiais que têm o posto de coronel.
od V
Quanto aos outros aspectos de segurança, questões ligadas à saúde his-
aut
toricamente ficaram focadas, principalmente, em situações relacionadas a
questões sanitárias e suas consequências nos centros urbanos. Quanto à ques-
tão da segurança alimentar, uma estruturação na sociedade acerca de formas
R
mais efetivas de tratar o tema só começou a ser mais bem delineada com a
atuação de organismos internacionais, após o final da Primeira Guerra Mundial
o
(MALUF; MENEZES, 2017).
aC

Não apenas a segurança alimentar, mas também aspectos ligados à saúde
e outros relacionados ao acesso a condições de vida digna1 passaram a ser foco
de debate, contribuindo para a formulação de propostas por parte de organi-
zações internacionais. Dessa forma, as políticas públicas foram influenciadas
visã
por esse debate quando consideradas importantes por parte do Estado e das
parcelas da sociedade capazes de mobilizar ações. Com o avanço da informá-
tica e da comunicação digital, surgiu uma nova dimensão da segurança que
itor
permeia todos os níveis de segurança, do individual ao coletivo, bem como

a re
ultrapassa transversalmente todos os temas. Trata-se da segurança cibernética.

par
A origem predominantemente militar das instituições da segurança

pública acarretou o surgimento, mais recente, de instituições de natureza
Ed
mais civil na divisão entre as instituições do ciclo completo de polícia. Tal fato
acarreta por si só dificuldades de integração e perda de eficiência em ambas
as vertentes. Além desse aspecto, o texto constitucional atribui aos estados
ão
membros os maiores encargos na segurança pública, sem se preocupar em criar

mecanismos de articulação tanto vertical, entre os entes federativos, quanto
horizontal, entre os estados membros e o Distrito Federal.
s
Tal fato é agravado pela cultura patrimonialista presente nas várias esferas
ver
de ação política. Nesse enfoque, também se coloca a questão das abordagens
1 Fatores considerados neste texto quando se fala em de condições de vida digna: educação, moradia, sanea-
mento, trabalho, lazer e tantas outras condições de dignidade humana que o desenvolvimento da sociedade
pode proporcionar aos seus cidadãos.
e políticas distintas entre os estados da Federação, incluindo a consistência

de base de dados em situações de enfrentamento de problemas com estruturas
nacionais e transnacionais, como o crime organizado, que atua nas mais diver-
sas áreas. Esse aspecto é agravado pela relativa desarticulação das estruturas
de inteligência dos estados membros com o nível federal.
Em uma perspectiva ampla, a hipossuficiência da visão constitucional da
Segurança Pública resulta em escolas e universidades que reproduzem con-
or
ceitos de Política Pública de Segurança que não se relacionam a questões de
od V
educação e dos diversos aspectos sociais, em outras palavras, não envolvem
aut
parte da infraestrutura social no conceito de Política Pública de Segurança.
Dessa forma, até movimentos sociais são entendidos muitas vezes como
questão de polícia, e não como oportunidade de atuação conjunta entre eles,
R
os movimentos sociais, e as políticas de segurança pública, como demanda
importante de segurança pública.
o
Alguns aspectos da sociedade contemporânea passaram também a marcar,
aC
e mesmo alterar, as concepções de segurança, como mudanças de padrões

sociais, concentração de riqueza e mudança na participação da parcela da
população em situação de maior pobreza, alteração de valores centrais, como
o entendimento sobre compromisso social, a relação que a sociedade vem
visã
estabelecendo entre o que é individual e o que é coletivo. Somem-se a esse
contexto situações marcantes e bastante divulgadas de ausência de sanção e
ineficácia do Poder Judiciário e ao anonimato, possibilitado pelo uso de novas
itor
tecnologias e das redes sociais.

a re
Sob esse mesmo olhar, a rápida universalização de conhecimentos diver-

sos e mesmo antagônicos, aliada a um novo ritmo de vida que afeta boa parte
da população, cria também outros problemas, como a ameaça à construção
democrática (participação voluntária e escolhas/ética) (ESG, 2009b). A sen-
par
sação de aumento de risco e do crescimento da violência trouxe não só uma

lógica de aumento da necessidade de polícia, mas também uma sobrecarga,
Ed
pressionando esse sistema. Uma das consequências foi a confusão entre o

conceito de segurança, que é amplo, e segurança policial.
A ausência de organização intersetorial no Estado e na sociedade reforçou
ão
o atual entendimento de segurança pública, focado em aspecto específico,

conforme as questões se apresentam com maior premência na sociedade.
As estruturas organizadas do Ministério Público e do sistema judiciário, que
s
devem atender a população de forma imparcial e independente, necessitam

ver
também ser acessíveis e inspirar confiança para estabelecimento de equilíbrio

e paz social. Na evolução e efetividade, essas estruturas, porém, não conse-
guiram resolver a situação de grande contingente de presos provisórios, com
percentual elevado de negros e população com menor grau de escolaridade
158
nesta situação (GALLI, 2016). As dificuldades nessas estruturas estão intrin-

secamente ligadas à questão do acesso à segurança, na forma ampla de sua
concepção, para toda a população.
De outro lado, como evolução positiva no enfrentamento de aspectos
importantes da segurança, a atenção à violência de gênero e à visão da vida
humana como um bem, assim como à dignidade humana, tem se estabelecido
como valor que ganha espaço, visibilidade, passando a fazer parte da agenda
or
da sociedade, e mobiliza parcela crescente da população.
od V
aut
R
No aspecto da segurança ligado a questões policiais, a preparação do
corpo policial ocorre em uma estrutura vertical hierarquizada, que passou ao
longo do tempo pelo aumento do grau de especialização e é preparada para
o
defender o Estado. As divisões e especializações da Polícia Militar, com o
aC

aumento da população e, principalmente, com o aumento da criminalidade,
acompanharam as mudanças e adaptaram-se a elas: criaram-se novas divi-
sões e, especialmente, as polícias especializadas. Assim nasceram, em todo
visã
o Brasil, as polícias de elite, como o Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais), o COE (Comando de Operações Especiais), o Gate (Grupo de
Ações Táticas Especiais) e outras, que hoje existem nos comandos da PM
em todo o país (DANTAS, 2012).
itor
O ciclo completo de trabalho da polícia é formado pela Polícia Civil,

a re
investigativa, que utiliza bases jurídicas, abastece processos; e a Polícia Mili-

tar, responsável pelo policiamento ostensivo. Nessa situação, no entanto, a
atuação da segurança policial é prejudicada pela falta de sistema coeso que
integre os trabalhos das Polícias Civil e Militar nos estados membros. Outro
par
fator que afeta a atuação da segurança policial é a falta de articulação entre

os estados e as estruturas federais de segurança pública – Polícia Federal e
Ed
Polícia Rodoviária Federal –; e as municipais – as guardas municipais (onde

elas existem). Tal situação é agravada pela falta de estrutura e capilaridade
do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Iniciativas recentes – como
ão
a Política Nacional de Inteligência (PNI), criada pelo Decreto 8.793, de 29

de junho de 2016 (BRASIL, 2016), e a Estratégia Nacional de Inteligência
(Enint), aprovada pelo Decreto, de 15 de dezembro de 2017 (BRASIL, 2017)
s
– visam amenizar esses problemas.

ver
É importante observar o peso que a segurança policial ganhou ao longo

dos anos, frente a outros aspectos da segurança pública. Em todo o Brasil, há
cerca de 420 mil policiais militares, segundo dados da Diretoria de Pesquisas,
Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações
Básicas Estaduais, do IBGE (2014). São Paulo, o estado mais populoso da

Federação, concentra o maior número de policiais militares em serviço, são
cerca de 110 mil no estado (efetivo de julho de 2008, incluindo o Corpo de
Bombeiros). Dados apontam, no entanto, que há mais vigilantes privados em
atividade do que policiais militares: eles superam em cerca de 5% o total de
policiais militares de todos os estados brasileiros.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2016),
or
existem no país 519.014 vigilantes, ou seja, apenas 33.385 a menos que o
od V
total de 552.399 policiais civis e militares. Esse “exército” da segurança
aut
privada também supera, em 35%, o efetivo total das Forças Armadas, que
é de 320.400 homens. Com 139.800 homens, o estado com maior número
de vigilantes privados é São Paulo, que também concentra o maior número
R
de policiais militares. De acordo com relatório da Polícia Federal, o Rio de
Janeiro é o segundo colocado, com 45.600 homens atuando na segurança
o
privada (BRASIL, 2016a).
aC
Em relação aos outros aspectos de segurança, todos relacionados à qua-

lidade de vida da população, entre os diversos tipos de atores e estruturas,
convém destacar o avanço ocorrido com o incremento de sistemas de redes
de desenvolvimento local sustentável, entendidas pelo pesquisador Francisco
visã
Whitaker (2002 apud ZAVALA, 2006, p. 1) como “estruturas em que seus
integrantes se conectam horizontalmente a todos os demais, diretamente ou
por meio dos que os cercam. Nesse modelo, não há um chefe, senão uma
itor
vontade coletiva de realizar um determinado objetivo”.

a re
Quanto à sua organização, as redes podem ser centralizadas, o que implica

controle e hierarquia; ou descentralizadas, compostas por várias subcélulas que
filtram as informações com a finalidade de monitorar as relações dos grupos e
a distribuição das informações, o que evita a existência de um centro e de uma
par
única rota de comunicação. Nesses sistemas todos os atores se comunicam.

Assim, há estruturas de instâncias e níveis diferenciados de organização, for-
Ed
talecidas ou não no relacionamento com a comunidade, tratando dos diversos

aspectos ligados à segurança da população e dos indivíduos na sociedade.
ão
No que tange aos aspectos da estrutura policial, a tendência é de manu-

s
tenção de estruturas não integradas e pouco articuladas na maioria dos estados

ver
brasileiros, apesar das discussões sobre as deficiências atuais.

A hipossuficiência da visão constitucional sobre segurança pública capaz
de abarcar a diversidade de aspectos previstos em ações práticas de polí-
tica pública de segurança está muito associada à ausência de organização
160
intersetorial no Estado e na sociedade, resultando também na tendência de

manutenção dessas variáveis.
Quanto aos aspectos da sociedade contemporânea, a tendência é o agra-
vamento da situação, com perda de valores centrais, descompromisso social,
ausência de sanção (ineficácia do Poder Judiciário), perda de eficiência do
núcleo da cultura, aumento da concentração de riqueza e de parcela da popula-
ção em situação de pobreza, com o controle da sociedade por minorias econô-
or
micas, políticas ou setoriais e perda da pouca articulação das estruturas sociais.
od V
A atenção à violência de gênero e à visão da vida humana como um bem,
aut
resgatando a importância da dignidade humana, apesar dos avanços, não tem
se apresentado com a força capaz de alterar a situação atual; portanto, apon-
ta-se a persistência do tratamento desigual da dignidade humana.
R
Apesar de progressos, a estrutura tanto do Ministério Público, quanto
do sistema Judiciário, tende a apresentar ações isoladas, sem repercussão
o
ampla em todas as áreas, níveis e territórios, resultando na permanência de
aC

tratamentos desiguais dos indivíduos ou grupos (questões raciais, de gênero,
de classe social, poder político, poder econômico etc.).
Mesmo com iniciativas de aumento de responsabilidades e atividades
de âmbito nacional (Fundo Nacional de Segurança Pública, Cadastro Único
visã
de Veículos e Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras – Sisfron),
a organização da segurança pública predominantemente estadual enfrenta
organizações que não reconhecem fronteiras.
itor
a re
O uso disseminado da mediação transformativa2, com estruturação e

fortalecimento de valores éticos no núcleo da cultura nacional, e a organiza-
par
ção intersetorial no Estado e na sociedade são instrumentos importantes de

ruptura, se aliados à transversalidade no tratamento dos problemas por parte
Ed
dos governos e da sociedade organizada. Assim, os diversos níveis e aspectos

relacionados à segurança pública seriam capazes de promover uma segurança
ampla em vários aspectos para toda a população.
ão
Em uma construção social em que as crianças sejam uma responsabi-

lidade de todos, conforme ilustra a Figura 1, dialeticamente, tal ruptura tem
como consequência o tratamento igualitário das pessoas com busca da cida-
s
dania plena (direitos e deveres), ao mesmo tempo que prescinde dele.

ver
2 Para Yazbek, 2007, Mediação Transformativa e a Justiça Restaurativa devem ser entendidas “como práticas
conversacionais interessadas numa visão relacional da sociedade. Questionam as estruturas e as ações de
nossas instituições sociais definidas por uma visão individualista que privilegia os direitos dos indivíduos e
fomenta a competição individual. Considerando a interconexão humana, têm como proposta promover a melhoria
na qualidade das relações e o desenvolvimento de um sujeito-cidadão de uma sociedade democrática”.
Ainda, a preparação dos policiais, com formação continuada, segue a

concepção de função da polícia voltada a atender a sociedade, com o conceito
amplo de segurança pública.
Figura 1 – Aspectos de segurança: cidadania desde a concepção
or
Pré-natal e gravidez
od V
devidamente
acompanhada
aut
Formação para
o trabalho e a Vacinação com
convivência acompanhamento
social
R do pediatra
o
aC
Criança
Segundo grau: cidadã

Acompanhamento
trabalho conjunto X
do agente de saúde da
Família, Escola, Adulto
família no
Comunidade
visã
desenvolvimento
infan�l
itor
Trabalho com o Projeto pedagógico

envolvimento da família
a re
com formação para

e do centro de saúde a cidadania desde
no ensino Educação Infan�l
fundamental (Creche e EMEI)
par
Fonte: Trevisam (2009)

Ed
A necessidade de maior coordenação e integração entre os diversos entes

federativos depende de efetivação de medidas que aumentem a sinergia entre
as organizações e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
ão
pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição (BRASIL, 1988), e

mesmo da instituição de um Sistema Único de Segurança Pública (SUSP),
que disponha de um conceito amplo de segurança cidadã.
s
ver
• Hipótese 1: Tanto o Estado quanto a sociedade atuarão de forma

pontual nas questões de segurança pública, abarcando alguns aspec-
162
tos mais prementes ligados à violência, educação e alimentação,

mas sem articular as estruturas sociais e mantendo paradigmas que
desqualificam a cidadania.
• Hipótese 2: O Estado e a sociedade assumindo um comportamento
ativo capaz de articular e enfrentar as deficiências estruturais (polí-
cia, Judiciário, MP, sistema prisional...) por meio de ações coletivas.
Ambos mobilizados para romper comportamentos e paradigmas que
or
desqualifiquem a cidadania. Predomínio de comportamento cidadão,
od V
com a atenção voltada para outros aspectos da segurança, tais como:
aut
educação, alimentação, criança e adolescente e outros aspectos.
• Hipótese 3: Caos, sem autoridades nem sociedade assumindo
plenamente suas responsabilidades pela segurança pública e, por
R
consequência, desagregação do tecido social e a ausência de cida-
dania. Reflexos no aumento da violência e desorganização social,
o
banalizando a vida e a dignidade humana. Tudo repercutindo na
aC

segurança alimentar, saúde, criança e adolescente e outros aspectos.
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
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nhecimento-e-chave-para-redes- sociais/>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BAIXA EFETIVIDADE DO
INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO
or
od V
aut
R
Investimento é um tipo de gasto cuja principal característica é atribuir
benefícios em períodos futuros. Gasto com Educação é um investimento, pois
o
espera-se benefícios futuros com esse tipo de gasto.
aC
Rua (2012, p. 115) define eficácia como a análise da contribuição de
um evento para o cumprimento dos objetivos almejados ou do projeto ou da
organização, relacionada a um resultado imediato, relativamente esperado.

Efeitos secundários, imprevistos ou colaterais, estariam relacionados à efe-
visã
tividade. É o que ocorre com a Educação no Brasil, portanto trata-se de uma
Baixa Efetividade do Investimento, causada por efeitos secundários.
A Baixa Efetividade do Investimento em Educação é um dos principais
itor
motivos que atrasa o desenvolvimento de uma nação. Ros (JOMO; REI-

a re
NERT, 2005, p. 144) afirma que os países que fizeram investimentos subs-
tanciais em educação, experimentaram um rápido crescimento econômico.
Os indicadores de crescimento de uma economia – como o Produto
Interno Bruto (PIB) – reagem de forma diferente a resultados de investimentos
par
em capital humano. O conceito de capital humano sofreu modificações ao

longo do tempo. Conforme Paiva (2001), o maior capital humano é o intelecto.
Ed
De acordo com Birdsall, Ross e Sabot (1995 apud JOMO; REI-

NERT, 2005, p. 144) em 1970, os investimentos públicos com o ensino fun-
damental por criança na Coreia e no México eram muito próximos, situação
ão
bem diferente da década de 90, quando o México apresentava 25% deste tipo
de gasto em relação à Coreia. Um dos fatores que explicam este fenômeno, é
o fato de que o PIB da Coréia cresceu a taxas anuais de 9,6%, em comparação
s
com o México que teve um crescimento de 3,5% ao ano, o que significa que,
ver
com o mesmo percentual do PIB investido em Educação, os recursos que a

Coréia foi capaz de investir neste setor cresceram a uma taxa muito superior.
A metodologia de Bils e Klenow (2000 apud FERREIRA; VELOSO, 2012)
foi a ferramenta para a análise da situação do Brasil. Esta metodologia contém
a fórmula que calcula o produto por trabalhador através dos seguintes fatores:
capital físico por trabalhador (máquinas, equipamentos e construção), capital
humano por trabalhador e a produtividade total dos fatores – PTF. A PTF é
166
uma medida da eficiência agregada da economia, que inclui a tecnologia e a

eficiência da alocação dos fatores de produção. Nessa fórmula, de apuração do
produto por trabalhador de Bils e Klenow, o capital humano por trabalhador é
influenciado pela escolaridade média da mão de obra, porém sem considerar
a qualidade da educação.
or
od V
Ferreira e Veloso (2012) concluíram que o padrão de desenvolvimento
aut
brasileiro até os anos 80, atribuiu pouca importância para o capital humano
e para a educação.
R
Entre 1950 e 1980, de todos os países da América Latina e Caribe, o
Brasil classificou-se entre os piores países na importância dada ao capital
humano e à educação. O maior avanço foi registrado na taxa de matrícula
o
bruta do ensino fundamental, que é a razão entre o número total de alunos
aC

matriculados em um determinado nível de ensino (independentemente da
idade) e a população que se encontra na faixa etária prevista para cursar esse
nível. Essa taxa aumentou de 45% em 1950 para 96% em 1980.
visã
Em 1950, o gasto público em educação era de somente 1,4% do PIB
e o gasto público por aluno do ensino fundamental era somente de 10% da
renda per capita. Ao longo do tempo este valor aumentou, mas correspondia
a somente 2,4% do PIB em 1980.
itor
Além de explicar a pequena contribuição do capital humano para o cres-

a re
cimento da renda e produtividade da economia até 1980, a pouca ênfase à

educação teve implicações em várias dimensões da vida no país. A indústria
por exemplo, necessitava de mão-de-obra qualificada e a maioria da população
não tinha condições de atender a essa demanda.
par
Maduro Júnior (2007) avaliou o custo do atraso educacional brasileiro.

Gastos sistematicamente maiores em educação a partir de 1933 permitiriam
Ed
matrículas adicionais no ensino público e a maior escolaridade da popula-

ção aumentaria a produtividade do trabalho. A sua conclusão foi que o PIB
em 2004, por exemplo, poderia ter sido até 27% maior do que o observado. O
ão
impacto sobre os agregados macroeconômicos da universalização dos ensinos

primário e secundário já nos anos 50 e 60, que requeria investimentos supe-
riores a 10% do PIB de 1958 a 1962, poderia elevar o PIB a um valor 26%
s
maior em 2004, caso tal política pública houvesse sido implementada.

ver
Analisando-se a Tabela 1 abaixo, que trata das despesas com educação em

relação ao PIB total e os custos por aluno em relação ao PIB per capita, pode-
mos identificar uma quantidade enorme de informações importantes sobre os
recursos direcionados para a educação no Brasil entre os anos de 1971 e 2004.
Tabela 1 – Gasto por nível de ensino e por aluno

custo custo
ens. fundamental
custo por
% PIB desp. no
% PIB desp. no
% PIB desp. no
por aluno por aluno
em educação
ens. superior
% PIB desp.
aluno – médio
ens. médio
– fundamental – superior
Ano prop. prop. prop.
PIB PIB PIB
valor valor valor
per per per
or
capita capita capita
1971 1,93 0,27 0,68 2,88 826 0,12 2.754 0,41 20.381 3,07
od V
1972 2,05 0,30 0,76 3,11 917 0,13 2.830 0,39 20.790 2,88
aut
1973 1,83 0,29 0,68 2,79 916 0,11 2.813 0,35 18.316 2,29
1974 1,73 0,58 0,64 2,65 908 0,11 2.623 0,31 16.395 1,95
1975 1,71 0,27 0,64 2,62 927 0,11 2.348 0,27 14.390 1,67
1976
1977
1,68
1,66
0,26
0,24
0,64
0,64
R 2,58
2,54
1.006
989
0,11
0,10
2.169
1.983
0,23
0,21
16.150
16.809
1,75
1,78
o
1978 1,63 0,23 0,65 2,51 976 0,10 1.913 0,20 16.033 1,66
aC
1979 1,61 0,22 0,65 2,47 1.009 0,10 1.833 0,18 16.813 1,67
1980 1,58 0,20 0,65 2,44 1.074 0,10 1.767 0,16 17.310 1,57
1981 1,71 0,22 0,67 2,60 1.101 0,11 1.714 0,17 15.977 1,55
1982 1,73 0,25 0,72 2,70 1.068 0,11 1.881 0,18 20.207 1,99
visã
1983 1,77 0,23 0,69 2,69 1.021 0,11 1.578 0,16 14.620 1,52
1984 1,63 0,20 0,61 2,43 966 0,10 1.333 0,13 13.763 1,38
1985 1,93 0,27 0,67 2,88 1.235 0,12 1.904 0,18 16.874 1,61
1986 2,50 0,30 0,71 3,51 1.669 0,15 2.505 0,20 18.388 1,67
itor
1987 2,55 0,31 0,84 3,71 1.707 0,15 2.303 0,21 22.400 2,00
a re
1988 2,68 0,32 0,99 3,99 1.779 0,16 2.167 0,20 26.298 2,40
1989 2,63 0,31 0,93 3,87 1.742 0,16 2.070 0,19 25.714 2,31
1990 2,54 0,31 0,92 3,77 1.573 0,15 1.838 0,18 24.268 2,33
1991 2,55 0,33 0,92 3,80 1.555 0,15 1.891 0,18 23.369 2,25
par
1992 2,56 0,35 0,91 3,83 1.486 0,15 1.808 0,18 21.511 2,12
1993 2,57 0,38 0,91 3,85 1.528 0,15 1.881 0,18 22.464 2,15
Ed
1994 2,57 0,40 0,91 3,88 1.586 0,15 1.950 0,18 22.347 2,06
1995 2,60 0,41 0,88 3,90 1.596 0,14 1.741 0,16 22.358 2,01
1996 2,62 0,43 0,76 3,81 1.610 0,14 1.723 0,15 18.623 1,66
ão
1997 2,30 0,47 0,98 3,76 1.410 0,12 1.723 0,15 24.203 2,12
1998 2,78 0,52 0,95 4,24 1.602 0,14 1.688 0,15 22.017 1,96
1999 2,77 0,53 1,01 4,30 1.583 0,14 1.506 0,14 22.806 2,05
s
2000 2,44 0,56 1,00 4,00 1.470 0,13 1.544 0,14 24.011 2,10
ver
2001 2,49 0,65 0,86 4,00 1.536 0,13 1.765 0,15 18.253 1,60
2002 2,48 0,75 0,97 4,20 1.579 0,14 2.022 0,18 18.755 1,63
2003 2,56 0,67 0,78 4,00 1.688 0,15 1.727 0,15 14.088 1,23
2004 2,59 0,54 0,86 4,00 1.840 0,15 1.460 0,12 15.970 1,33
Obs.: os vaolers são em R$ de 2006

Fonte: Maduro Júnior (2007).
168
Identifica-se que houve um crescimento significativo dos gastos totais

com educação em relação ao PIB total (coluna: % PIB gastos em educação),
enquanto o gasto por aluno em relação ao PIB per capita, que no quadro acima
é segmentado em ensino fundamental, médio e superior, demonstra, entre
outras informações, que historicamente os valores destinados aos ensinos fun-
damental e médio são baixos quando comparados com os valores destinados
ao ensino superior e todos os valores se reduziram no transcorrer dos anos.
or
Analisando-se o quadro acima sob a ótica das porcentagens do gasto
od V
total por aluno em relação ao PIB per capita, constata-se uma redução dos
aut
percentuais nos ensinos médios e superiores entre os primeiros e os últimos
anos citados, enquanto o percentual por aluno do ensino fundamental cresceu
a partir de 1986.
R
Apesar do crescimento percentual dos investimentos em educação em
relação ao PIB total (2,88% em 1971 e 4,00% em 2004), houve uma redução
o
no percentual acumulado (fundamental + médio + superior) dos gastos por
aC

aluno em relação ao PIB per capita (3,60% em 1971 e 1,60% em 2004). Um
dos fatores que pode ter gerado essa redução do investimento em educação per
capita, pode ter sido o crescimento da população, pois os recursos, apesar de
maiores em relação ao PIB total, não se mantiveram e diminuíram em relação
visã
ao PIB per capita. Os recursos destinados à educação não corresponderam
ao crescimento populacional.
itor

a re
Entre as variáveis que provocaram as evoluções, está a base da concepção

das políticas públicas. Estes determinam o direcionamento dos recursos para
as necessidades da gestão do Estado, Governo e População. A educação tem
par
importância permanente e continua nos orçamentos governamentais, porém

nem sempre os recursos conseguiram atender as demandas da população em
Ed
relação à disponibilidade e qualidade.

A Produtividade Total dos Fatores é um dos componentes da fórmula
de cálculo da eficiência agregada da economia em conjunto com o fator de
ão
capital humano do trabalhador.

O fator de capital humano é utilizado pela metodologia de Bils e Kle-
now (2000 apud FERREIRA; VELOSO, 2012), em conjunto com outros
s
fatores acima descritos, para calcular a eficiência agregada da economia. A

ver
escolaridade média da mão de obra é considerada nesse fator. Maduro Júnior

(2007) demonstrou que o baixo investimento em educação inibiu um possível
crescimento do PIB brasileiro no passado.
A evolução do PIB total e PIB per capita é uma forma de análise

comparativa dos investimentos em educação. A participação percentual dos
recursos destinados à educação em relação ao PIB total e ao PIB per capita
é importante, pois muitas vezes políticas setoriais são organizadas de acordo
com o desempenho da economia, o comportamento do PIB influencia na
destinação de recursos para a área da educação
A aproximação do Brasil com a Organização para a Cooperação e Desen-
or
volvimento Econômico – OCDE permitiu outra forma de avaliação da evo-
od V
lução na qualidade e efetividade da educação. Através da comparação das
aut
políticas públicas, investimentos, técnicas educacionais e resultados efetivos
do Brasil em relação aos demais países através da organização intergoverna-
mental denominada OCDE podemos compreender e comparar a efetividade
dos investimentos.
R
o
aC
As políticas públicas inadequadas às necessidades da área da educação

geram baixa efetividade dos investimentos em uma situação de baixa produ-
visã
tividade total dos fatores de produção, com baixo crescimento do fator capital
humano, que depende da escolaridade média da mão-de-obra e retorno da
escolaridade no mercado de trabalho.
A evolução do PIB total e PIB per capita pode apresentar/significar
itor
correspondência no investimento em educação. Quanto maior o PIB, maior

a re
poderia ser a destinação de recursos para a educação. O Brasil esteve em

recessão econômica recentemente, prejudicando o crescimento dos investi-
mentos em educação, mas caso ocorresse a correspondência, poderíamos estar
em patamar mais elevado. O PIB caiu 3,55% em 2015 em relação a 2014,
par
caiu 3,46% em 2016 em relação a 2015 e, de acordo com a prévia do Banco

Central do Brasil em fevereiro 2018, o PIB de 2017 começou a recuperar-se
Ed
e cresceu aproximadamente 1,00% em relação a 2016.

Quanto a aproximação do Brasil com a OCDE, esta organização intergo-
vernamental sediada em Paris se dedica à pesquisa e estudos para o aperfeiçoa-
ão
mento das políticas públicas nas mais diversas áreas e à troca de experiências
entre países membros e parceiros. O Brasil desenvolve processo de cooperação
com a OCDE desde meados dos anos 90 e decidiu negociar um Acordo Marco
s
de Cooperação com a OCDE para aprofundar e sistematizar o relacionamento

ver
com esta organização e assim, estabelecer uma base jurídica única para as
contribuições financeiras aportadas pelo Brasil em contrapartida de sua par-
ticipação nas suas várias instâncias. Esta aproximação é parte da estratégia
do governo brasileiro de recriar as bases para um crescimento sustentável da
170
economia, com inclusão social e preservação do meio ambiente. O “Educa-

tion at a Glance: OECD Indicators” (OCDE, 2015) é a principal fonte de
informações relevantes e precisas sobre o estado da educação ao redor do
mundo, oferecendo dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho
de sistemas educacionais de 34 países membros da OCDE, assim como de
alguns países parceiros e do G20. Segundo o “Education at a Glance: OECD
Indicators” (OCDE, 2015), o Brasil destina 17.2% dos seus gastos públicos
or
à educação, do nível de educação básica à educação superior.
od V
aut
Figura 1 – Gasto público total do ensino fundamental à educação
superior como percentual do gasto público total (2005, 2008, 2012)
% do gasto
público
24
total
2012
R 2005 2008
o
22
20
aC

18
16
14
12
visã
10
8
6
4
2
itor
0
Estônia
a re
Bélgica
Eslováquia
República Tcheca
França
Luxemburgo
Espanha
Hungria
Itália
México
Nova Zelândia
Brasil
Chile
Suíça
Coreia do Sul
Irlanda
Noruega
Islândia
Austrália
Israel
Canadá
Suécia
Finlândia
Holanda
Polônia
Eslovênia
Alemanha
Portugal
Áustria
Japão
Reino Unido
Estados Unidos
Média OCDE
par
Fonte: OCDE (2015)�
O investimento público aumentou em todos os níveis educacionais no Bra-

Ed
sil entre 2005 e 2012 e o gasto público anual por aluno de instituições públicas
cresceu 110% na educação básica, mas diminuiu 7% na educação superior.
ão
Estes números contrastantes refletem uma redução de 13% das matrículas na

educação primária e um aumento de 60% na educação superior. Combinados, o
gasto público anual por aluno da educação básica a superior é de 3.441 dólares
s
americanos, isto é, 5.876 dólares a menos que a média de acordo com a OECD
ver
(2015). Instituições de ensino no Brasil destinam uma parcela relativamente

baixa do gasto total com pagamento de pessoal, o que pode refletir altas taxas
de aluno por professor e baixos salários iniciais. As instituições de educação
básica no Brasil também destinam um percentual abaixo da média para os seus
gastos com remuneração de pessoal. Para os anos iniciais do ensino fundamental,
cerca de 73% das despesas correntes são destinadas à remuneração de pessoal,

bem abaixo da média OCDE de 79% e um padrão semelhante se repete nos
anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
Com esta situação, se reflete o fato de o Brasil ter relativamente mais
estudantes por professor em todos os níveis educacionais. São 21 alunos por
professor nos anos iniciais do ensino fundamental, 17 nos anos finais do ensino
fundamental e ensino médio, e 27 em educação superior, todos os índices no
or
Brasil são consideravelmente acima das respectivas médias de acordo com
od V
a OCDE (2015).
aut
R
No tocante as políticas públicas, a tendência é de reforma do ensino,
congelamento dos gastos públicos e continuidade de políticas públicas sem
o
resultado nos índices de melhoria da educação.
aC
Quanto a PTF deve ser corresponsável pela desaceleração da economia

brasileira e a baixa efetividade da educação também contribuiria para a desa-
celeração da economia, gerando desaceleração do PIB e, consequentemente,
visã
impedindo uma maior qualidade do investimento em educação.
A evolução do PIB total e PIB per capita tem previsão para 2018 de
crescimento na ordem de 2,69% (Relatório Focus-BCB, janeiro/2018), por-
tanto caso seja mantido o percentual histórico de investimento em educação,
itor
o crescimento do PIB poderá resultar num aumento do valor nominal do

a re
investimento em educação.
A aproximação do Brasil com a OCDE aponta tendência de continuidade
de cooperação entre o Brasil e a OCDE, permitindo compreender e balizar os
investimentos em educação no país.
par

Ed
Uma valorização, remuneração adequada e formação continuada dos

profissionais da área de educação aliado a maior eficiência em investimento
ão
em infraestrutura em todos os níveis de ensino poderia resultar em maior

grau de efetividade nos investimentos em educação. Mas esta efetividade
pode ser alcançada com a avaliação dos resultados efetivos pela sociedade
s
em consonância com o Ministério Público.

ver
O aperfeiçoamento da legislação educacional: Ensino Fundamental I

e II em conjunto com a mobilização da sociedade pela cultura da valoriza-
ção da educação, aperfeiçoamento da legislação, participação da família e
172
desenvolvimento de comunidades ativas podem ser traduzidas também em

maior efetividade, como apoio para qualidade dos resultados.
O PIB precisa continuar crescendo a partir de 2018. Nesse sentido a
Sociedade deve agir de maneira que cobre dos governos medidas que reequi-
librem suas contas públicas sem necessariamente diminuir os investimentos
em educação, pois como foi mostrado, é uma peça chave para o desenvolvi-
mento sustentável.
or
Outra ruptura seria um aumento do investimento em educação, mesmo
od V
independente do percentual de crescimento do PIB, e acima deste.
aut
A manutenção da aproximação do Brasil com a OCDE e do “Education
at a Glance: OECD Indicators” pode orientar no direcionamento das políticas
públicas para a educação, auxiliando os governos a compreender as práticas
R
e orientações na busca por melhoria na aplicação dos recursos destinados
à educação.
o
aC

7. Definição de Hipóteses
• Hipótese 1: O congelamento dos recursos para a educação deve ser

visã
revisto. Caso isso não ocorra, teremos consequências graves para
o desenvolvimento.
• Hipótese 2: Aumento do investimento em educação. Um maior
investimento associado à políticas públicas assertivas provocará
itor
as condições necessárias para o desenvolvimento social e econô-

a re
mico do país.
• Hipótese 3: Mobilização da sociedade em defesa de uma educa-
ção com qualidade e participação da comunidade para a geração
atual e as futuras gerações em todos os níveis de ensino com
par
eficiência nos investimentos, qualidade na forma e medição de

resultados alcançados.
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIAS
BRASIL. Banco Central do Brasil. Focus – Relatório de Mercado. Brasí-
lia, 2018. 4 p. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/
R20180105.pdf>. Acesso em 9 jan. 2018.
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pós-guerra. In: VELOSO, F. et al. (Orgs.). Desenvolvimento Econômico –
od V
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JOMO S.; REINERT, K. As origens do desenvolvimento econômico – Como
R
as escolas do pensamento econômico abordaram o desenvolvimento. São
Paulo: Globus Editora, 2005.
o
aC
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em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/110/2284.
visã
pdf?sequence=1>. Acesso em: 19 dez. 2016.
OCDE. Education at a glance 2015: OECD Indicators. Brasil – Country

itor
Note. Tradução para a Língua Portuguesa. OCDE 2015. 10 p. Disponível em:

a re
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guese.pdf>. Acesso em 19 dez. 2016.
PAIVA, Vanilde. Sobre o conceito de “capital humano”. Cadernos de Pes-

quisa, Rio de Janeiro, n. 113, p. 185-191, jul. 2001. Disponível em: <http://
par
publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/607/623>. Acesso em:

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Ed
ROS, Jaime. Os pioneiros da Economia do Desenvolvimento e a Teoria

Moderna do Crescimento. In: JOMO S.; REINERT, K. As origens do desen-
ão
volvimento econômico – Como as escolas do pensamento econômico abor-

daram o desenvolvimento. São Paulo: Globus Editora, 2005.
s
ver
RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. 2. ed. reimp. Departamento de

Ciências da Administração da UFSC. Florianópolis. 2012. Disponível em:
<https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/145407/1/PNAP%20-%20
Modulo%20Basico%20-%20GPM%20-%20Politicas%20Publicas.pdf>.
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
INVERSÃO DA PIRÂMIDE
INTELECTUAL DO BRASIL
or
od V
aut
R
A variável Inversão da Pirâmide Intelectual do Brasil (IPIB) traz à discus-
são a necessidade de promover uma educação que seja capaz de atingir o maior
o
número de pessoas com condição intelectual adequada, o que inclui, entre
aC
outros desafios, universalizar a educação e erradicar o analfabetismo. O Brasil
é o terceiro país que mais investiu em educação no ano de 2015, de acordo com
o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

visã
– OCDE (2016). Apesar disso, o país ocupa a 60ª posição em educação entre
os setenta e seis países avaliados no Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA), no mesmo ano. Em 2016, as pessoas que estavam em um
curso superior no Brasil representavam a minoria da população brasileira,
itor
sendo possível afirmar que a maioria, representada pela “base da pirâmide

a re
intelectual do Brasil” tem baixo nível escolaridade. A variável Inversão da

Pirâmide Intelectual do Brasil sugere que a “base da pirâmide”, que é repre-
sentada pela maioria da população, necessita ter maior nível de escolaridade
e educação, se quisermos provocar grandes transformações no país.
par
Desde a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), a edu-

cação brasileira, que era exclusiva da classe dominante no período colonial,
Ed
em tese, se democratizou, porém na prática não responde a tais condições.

O art. 205º da CRFB (BRASIL, 1988), declara que a educação é um direito
ão
de todos e um dever do Estado, devendo ser promovida e incentivada em

conjunto com a sociedade, tendo em vista o desenvolvimento da pessoa, o
preparo do exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Entretanto,
s
os números da educação brasileira indicam que nem todos tem acesso à educa-
ver
ção básica e, quiçá, uma educação de qualidade. A educação brasileira reflete

ao longo de sua história a desigualdade social no país. As insuficiências da
prática educacional se estendem a estrutura de classes sociais prejudicando
os menos favorecidos. Houve tempos em que o Brasil carecia de um sistema
educacional, hoje, carece de um sistema que seja capaz de atender a todas as
176
classes sociais. A educação está entre os maiores desafios do Brasil, sendo

ainda, atribuída a ela, a responsabilidade por vários outros problemas.
Em 2014, havia cerca de 13,2 milhões de brasileiros na faixa etária dos 15
anos ou mais que se autodeclararam analfabetos, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015). Desses, 0,9% estavam
na faixa etária de 15 a 19 anos, sendo o nordeste a região, historicamente,
or
mais afetada pelo analfabetismo com uma taxa de 26,6%, seguida do norte
(9,5%), centro-oeste (6,5%), sudeste (4,8%) e sul (4,6%). No nível supe-
od V
rior, o número de brasileiros com diploma universitário era de apenas 7,9%,
aut
em 2010, conforme os dados do Censo Demográfico (2010) realizado pela
mesma Instituição.
R
O estudo realizado por Milá (2015), referente ao período de 1993 a 2013,
revelou que o Brasil está entre os países com maior desigualdade na distribui-
o
ção de renda no mundo, sendo que 1% mais rico do país possui 27% de toda
aC
a renda. Em outro estudo realizado por Souza e Medeiros (2015), referente ao

período de 1928 a 2012, conclui que a queda da desigualdade no país deu-se
na base, ou seja, para os mais pobres, decorrente de uma política empenhada
em distribuição de renda, mas sem ajuste tributário para as classes mais favo-
visã
recidas. Umas das consequências desse cenário se manifesta na educação, em
especial na educação infantil e de base. Em virtude de um sistema público não
igualitário e de baixa qualidade, a condição econômica e social são fatores
itor
decisivos para definir o acesso à educação e com qualidade.

a re
À medida que o nível de educação é um critério essencial para definir

o nível de renda de uma pessoa, torna-se vicioso o ciclo da desigualdade
na distribuição de renda no país. Assim, tem-se nessa variável Inversão
da Pirâmide Intelectual do Brasil a importância de se refletir acerca da
par
universalização e democratização da educação brasileira, não só em termos

quantitativos, mas qualitativos. Deve-se assegurar uma educação de qualidade
Ed
em todos os níveis, principalmente na educação básica para que se torne um

direito acessível de fato à base da pirâmide social que ainda representa a
maioria da população brasileira.
ão
A educação brasileira estrutura-se em níveis educacionais, segundo a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394 de 1996, dividindo-se em
s
educação básica e educação superior. O primeiro compõe os níveis educação

infantil, ensino fundamental e ensino médio e, o segundo, constitui-se do nível
ver
de graduação. Em termos de modalidades, a educação brasileira constitui-se

de educação especial, educação de jovens e adultos (EJA), educação indígena,
educação profissional e educação a distância.
O início da educação brasileira é indissociável do ensino dos jesuítas nos

anos 1549. O ensino público oficial foi instituído em 1772 (ARAÚJO, 2017).
Em 1808, a Família Real instaurou academias militares e escolas de medicina
no Brasil, porém a educação ainda era restrita à classe elitista. Desde então,
alguns fatos marcaram a educação brasileira (Figura 1).
or
od V
Figura 1 – Fatos importantes da história da educação brasileira
aut
2013
1993 2003 2005 Avaliação
Conferência 1995 Bolsa Família Reestruturação Censitária
CRFB 1988
Direito Social
Mundial Educação Nova
R
para Todos/ metodologia
Plano 2003-2013 do Saeb
1997
PCN
condicionado à
frequência
escolar
da Saeb do ensino
(Prova Brasil)/ fundamental
criação da UAB (ANA)
o
aC
1990 1994 1996 1998 2004 2006 2014
1ª Avaliação Conferência LDB Criação Criação da FunDEF Plano Nacional

do SAEB Nacional do SECADI de Educação
Educação para Todos ENEM (PNE) 2014-2024
Fonte: Elaboração própria.

visã
No atual sistema educacional brasileiro, nota-se um declínio conside-

rável da taxa de analfabetismo, uma das principais metas do PNE, além de
itor
um aumento do número de estudantes matriculados em todos os níveis de

a re
educação e oferta de cursos, apesar de que o mesmo não pode ser dito diante
dos indicadores de qualidade da educação brasileira.
No Brasil, as taxas de analfabetismo são altas, quando comparadas com
outros países (SOUZA, 1999). A evolução da média de anos de estudo no
país permite observar a evolução da democratização da educação brasileira.
par
A escolaridade média das pessoas com 25 anos ou mais no país passou de 6,6
em 2004 para 7,7 anos de estudo em 2013.
Ed
As taxas de analfabetismo no Brasil ainda estão centralizadas nas regiões

norte e nordeste. Apesar de alguns avanços, o país continua com enormes desa-
ão
fios pela frente na educação. De acordo com a Pesquisa Nacional de Domicí-

lios (PNAD), realizada pelo IBGE (2014), referente à força de trabalho dos
últimos três meses do ano de 2014, apenas 16% dos trabalhadores possuíam
s
ensino superior completo, enquanto 3 em cada 10 trabalhadores no país não

ver
haviam concluído a educação básica no nível fundamental. De acordo com a

mesma pesquisa, a maior concentração de trabalhadores sem nenhum nível
de instrução está na região Nordeste (9,9%), seguida da região norte (7,5%)
e da mesma forma, concentra-se nessas regiões os trabalhadores com ensino
fundamental incompleto com taxas de 30,8% e 30,3%, respectivamente. As
178
regiões Sudeste e Sul, possuem as maiores taxas de pessoal com educação

superior, sendo as taxas de 19,5% e 16,1%, respectivamente.
O analfabetismo funcional está associado a dificuldade de compreensão
de textos, mesmo que o indivíduo seja tecnicamente alfabetizado. Nesse grupo,
inclui-se o indivíduo incapaz de compreender textos simples e incapaz de
realizar operações matemáticas mais elaboradas. Contudo, o analfabetismo
funcional passou de 18,1% em 2013 para 17,6% em 2014, conforme dados
or
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
od V
Esses resultados indicam que o país já avançou, mas ainda possui desa-
aut
fios. Alguns resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro
e a Organização Não-Social Ação Educativa, responsáveis pelo Indicador de
Analfabetismo Funcional – INAF (LIMA; CATELLI JR., 2018) no período
R
de 2011 a 2012, no país são sintetizados na sequência:
o
• A concentração de analfabetos funcionais persiste entre as pessoas
aC

mais velhas.
• Apenas 46% dos analfabetos estavam trabalhando, enquanto 71%
dos proficientes estavam trabalhando.
• Dos indivíduos que se autodeclararam brancos, apenas 3% não pos-
visã
sui escolarização em nenhum nível, enquanto 25% destes que se
autodeclararam brancos atinge o nível superior. Já em relação aos
que se autodeclararam pretos, apenas 8% possui nível de escolari-
itor
zação e 12% alcançaram o nível superior.

a re

par
Apesar das dificuldades, não se pode negar a partir do histórico apre-

sentado no tópico anterior que o Brasil obteve avanços em termos quanti-
Ed
tativos na educação brasileira. Pode-se dizer que a principal pauta atual é

a universalização da educação infantil e da educação básica, a erradicação
do analfabetismo entre os mais velhos e a ampliação do acesso à educação
ão
superior. Os avanços da educação brasileira nos últimos anos estão associados

a iniciativas e políticas públicas. Pode-se destacar nesse quesito:
Na educação básica, podem ter provocado as evoluções:
s
ver
• Política pública de transferência de renda vinculada à frequên-

cia escolar: a vinculação de uma ampla política de transferência de
renda associada à frequência escolar no ensino fundamental a partir
do Programa Bolsa Família do Macroprograma Brasil Fome zero.
Isso pode ter contribuído para a redução da evasão escolar nesse

nível de educação das crianças beneficiárias do programa;
• Política de intersetorialidade na educação integral: é um enfoque
recente da administração pública brasileira que busca o diálogo
com diferentes atores da sociedade para a oferta da educação básica
integral nas escolas. Observa-se que houve algumas iniciativas de
políticas públicas de estados e municípios para a oferta de educação
or
integral nas escolas com o Programa Mais Educação;
od V
• Política nacional de educação especial na perspectiva da edu-
aut
cação inclusiva: é uma ação política, cultural, social e pedagógica,
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem
juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discrimi-
• R
nação (Portaria nº 555 de 2007 do MEC).
Política pública de educação de jovens e adultos: O antigo suple-
o
tivo passou a se chamar Educação de Jovens e Adultos (EJA) e
aC
ganhou mais visibilidade por meio do Programa Nacional de Inte-

gração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade
de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Esses programas cer-
tamente contribuíram para a redução das taxas de analfabetismo das
visã
pessoas com 15 anos ou idade superior, principalmente nas regiões
Nordeste e Norte.
• Política de ampliação da educação profissional e tecnológica:
itor
a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnolo-

a re
gia podem ser consideradas uma revolução na educação básica de

nível médio no país. As estatísticas apresentadas indicam que houve
aumento considerável do número de estudantes matriculados nessa
modalidade de educação. Além da visibilidade que ganharam outros
par
programas como o Escola de Fábrica, educação em ambiente de

trabalho, e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem)
Ed
e o Sistema Escola Aberta do Brasil (Rede e-Tec), que deu apoio

financeiro às Instituições parceiras. Esses programas contribuíram
para a ampliação de vagas na educação profissional e tecnológica
ão
concomitante e subsequente ao ensino médio.
Na educação superior, podem ter provocado as evoluções:

s
ver
• Mudanças no padrão de avaliação das Universidades a partir do

Ministério da Educação/CAPES: Acerca do aperfeiçoamento do
corpo docente, as avaliações do Ministério da Educação passaram
a cobrar a titulação e o regime de trabalho dos docentes, o que pode
180
ter incentivado a busca por maiores níveis de titulação e dedicação

em regime integral.
• Reconhecimento legal da educação a distância (EaD) e políticas
de ampliação por meio da EaD: No quesito ampliação do número
de matrículas e estudantes matriculados, houve o reconhecimento
da educação a distância como modalidade educacional a partir do
Decreto nº 5.622 de 2005 (BRASIL, 2005), posteriormente, revo-
or
gado pelo Decreto de Lei nº 9057, de 25 de maio de 2017 (BRA-
od V
SIL, 2017). Isso contribuiu para a ampliação da oferta da educação
aut
superior nos níveis de especialização e graduação na modalidade
semipresencial, principalmente nas Instituições Federais de Ensino
Superior no país. Esse foi um importante avanço na democratização
R
da educação superior, ao passo que ampliou o número de vagas da
educação superior em 60 mil.
o
• Política de interiorização das Universidades públicas: Sobre
aC
o aumento do número de municípios que passou a ofertar educa-

ção superior, pode estar atrelado a uma política de interiorização
das universidades.
• Política de acesso ao ensino superior por meio do Programa
visã
Universidade para Todos (ProUni): O ProUni é o maior programa
de bolsas da história do país com 300 mil bolsas já implementadas
(MEC). É também uma política de ampliação do acesso dos jovens
itor
com renda inferior às Universidades.

a re
O Brasil é um dos países que mais investe monetariamente em edu-

cação, contudo, deve-se direcionar uma preocupação para a qualidade da
educação oferecida.
par
4. Situação Atual das Variáveis Provocadoras das Evoluções

Ed
Na educação básica, observa-se uma evolução do número de estudantes

em escola integral em todo o país. De acordo com o Ministério da Educação
ão
(BRASIL, 2015), há pelo menos 3,4 milhões de estudantes matriculados em

escolas de tempo integral no Brasil. Desse total, 3,1 milhões estão matricu-
lados no ensino fundamental e outros 303 mil estão matriculados no ensino
s
médio, em um total de 61 mil escolas. Segundo a duração do turno de esco-

ver
larização no Brasil no período de 2008 a 2014, houve aumento no número de

estudantes matriculados no tempo integral, tanto no nível público (de 722.830
para 4.371.298) quanto privado (de 44.662 para 105.815), segundo dados do
MEC/Inep/DEED. Considera-se educação integral quando a soma do tempo
de permanência do estudante na escola é igual ou superior a sete horas.
Houve variação positiva de 65,1% no número de crianças matriculadas

em creches no período de 2008 a 2014 e no número de adolescentes matricula-
dos no ensino profissional concomitante e subsequente com variação positiva
de 72,8%. Na educação de jovens e adultos (EJA), de acordo com os dados
da mesma pesquisa, houve um decréscimo de 30,7% no ensino fundamental e
de 20,7% no ensino médio. Enquanto na educação especial, houve um decrés-
cimo de 41,2% de estudantes matriculados em escolas especiais exclusivas e
or
de um aumento de 86% de estudantes incluídos em classes comuns.
Na educação superior, a principal evolução foi o aumento do número
od V
de estudantes matriculados. De acordo com o Censo da Educação Superior
aut
(INEP, 2014), havia 7,8 milhões de estudantes matriculados em cursos de
graduação no país no ano de 2014, o que representa um aumento de 6,8%
R
em relação ao ano anterior. As redes federais de educação superior são as
principais responsáveis por esse aumento, com crescimento de 3,7%.
o
Outro ponto que merece destaque é o aumento do número de municí-
aC
pios que passaram a ofertar educação superior no nível de graduação da rede
federal, incluindo cursos presenciais e a distância. Este número passou de 282

municípios em 2003 para 792 em 2014 (INEP, 2014).
A educação a distância possuía em 2014 1,4 milhão de estudantes matricu-
visã
lados nos cursos de graduação, o que representava uma participação de 17,1%
das matrículas da educação superior. O número de vagas oferecidas no mesmo
ano nessa modalidade na educação superior foi de 3.042.977 contra 5.038.392
itor
na modalidade presencial, o que inclui as esferas pública e privada.

Na rede pública houve um aumento no número de docentes em tempo
a re
integral que passou de 74% em 2003 para 82,9% em 2014. Na titulação, o

quadro de docentes com doutorado foi de 55,8%, enquanto com mestrado
foi de 28,8%. Na rede privada, pela primeira vez, o número de docentes em
função parcial superou os horistas, conforme dados da mesma pesquisa.
par
Não se pode negar um esforço da esfera pública para a erradicação da

analfabetização e universalização do ensino em todos os níveis no país nas
Ed
últimas décadas. É notória a ampliação do número de matrículas nas creches,

na educação profissional e tecnológica e na educação superior. Assim como, a
reformulação e ampliação dos programas educacionais, sendo eles: de inclusão
ão
especial, educação de jovens e adultos, em termos quantitativos, podendo-se

dizer que houve considerável ampliação no número de matrículas.
s

ver
As tendências futuras das variáveis provocadoras da educação no Brasil

permeiam as metas do Plano Nacional de Educação 2014-2024; a contenção
dos gastos públicos e a retração dos investimentos públicos em diversas áreas,
entre eles, a educação.
182
Com a aprovação do PNE 2014-2024, o Brasil definiu novas metas para

a educação. Em síntese, essas metas visam erradicar o analfabetismo, superar
as desigualdades sociais e a discriminação, universalizar a educação infantil
desde a pré-escola ao ensino médio, ampliar a oferta de educação integral,
melhorar a qualidade da educação e a formação profissional para o traba-
lho, melhorar a qualificação dos profissionais da educação e alcançar maior
investimento público em educação proporcional ao Produto Interno Bruto
or
(PIB) até 2024. Contudo, o país encontra-se em estado crítico do ponto de
od V
vista econômico, financeiro e político, em virtude da crise recente. Por este
aut
mesmo motivo, pode ser que os investimentos públicos sejam retraídos ou
postergados prejudicando até mesmo a implementação do PNE 2014-2024.
R
o
Tem-se como principal ruptura futura das variáveis provocadoras da
aC

inversão da base da pirâmide da educação brasileira, o investimento direcio-
nado à qualidade, principalmente, na educação de base.
7. Hipóteses da Variável
visã
• Hipótese 1: Sem investimento, aumento defasagem educação X

desenvolvimento, resultando em educação sem consistência e con-
itor
sequentemente afilando a base da pirâmide intelectual (status quo).

a re
Importância em desigualdades territoriais.

• Hipótese 2: Haverá investimento público e políticas de educação,
maior inclusão escolar, sem preocupação com a qualidade (expan-
são quantitativa).
par
• Hipótese 3: Haverá Investimento Público com efetividade e Polí-

ticas Públicas de Educação aliadas a apropriação pela sociedade.
Ed
Alteração da pirâmide, decorrente do crescente desenvolvimento

intelectual e na formação de cidadão, diminuindo as desigualda-
des territoriais.
s ão
ver
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od V
aut
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o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
R
diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Fede-
rativa do Brasil, de 20 de dezembro de 2005, Brasília, DF. Revogado pelo
o
Decreto nº 9.057, de 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
aC
vil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm>. Acessado em: 7 ago. 2018.
______. Decreto de Lei nº 9.057, de 25 de maio de 2017 – Regulamenta o art.

80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
visã
bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Bra-
sil, de 25 de maio de 2017, Brasília, DF, 2017. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm#art24>.
itor

a re
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Lei nº 9.394/96,

de 20 de dezembro de 1996.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1988. Inclusão de ciências no

par
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Ed
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______. Coordenação de Trabalho e Rendimento. PNAD 2014. Pesquisa

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s
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ver
184
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od V
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R
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o
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aC

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECO-
NÔMICO – CDE. PISA 2015 Results: Excellence and Equity in Education.
Volume I. Paris: OECD Publishing, 2016.
visã
PORTARIA nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue

ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Política Nacional de
itor
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF,

a re
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par
Ed
s ão
ver
VINCULAR A SUSTENTABILIDADE
ÀS DEMAIS ÁREAS
or
od V
aut
R
Sustentabilidade é um conceito que nasceu em meados da década de 70
do século XX, em função da preocupação dos países com uma possível crise
o
energética e a possibilidade de esgotamento de algumas fontes de origem
aC
fóssil não renovável como o petróleo. Em 1978, 176 países a pedido da ONU
(Organização das Nações Unidas) se reuniram em Estocolmo na Suécia para
discutir a necessidade de uso racional de recursos naturais e da preservação

do meio ambiente, e desde então, é encontrado nos mais diversos contextos
visã
e com os mais diferentes propósitos.
Sustentar significa dar base para algo, garantir que aquilo que vai se
desenvolver terá estrutura para tal. Esse é o princípio da sustentabilidade, dar
itor
sustento, garantir a permanência do que foi conquistado até então e permitir

a re
que as futuras gerações não sofram com a perda de nenhum recurso natu-
ral. Pensando em aliar a ideia de conservação à de crescimento foi criado o
conceito de desenvolvimento sustentável, grafado no relatório redigido pela
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela
par
ONU (Organização das Nações Unidas) para estudar o assunto. Nesse rela-
tório, organizado pela primeira ministra da Noruega Gro Brundtland (1991),
Ed
se definiu desenvolvimento sustentável como um processo de mudança que

vislumbra as necessidades atuais e futuras.
Essa definição procura integrar aspectos econômicos, com a preservação
ão
dos recursos naturais e o aspecto social e humano. Essa percepção de que

sustentabilidade é um conceito que permeia várias áreas das atividades huma-
nas, deu origem ao que conhecemos como “Tripé da Sustentabilidade” ou o
s
Triple Bottom Line, expressão criada por John Elkington (1994). Atualmente
ver
esse conceito foi ampliado e valores como ética, transparência e aspectos

culturais foram incluídos.
Como explica Ferreira (2005, p. 319) pode ser considerada sociedade sus-
tentável aquela que “preserva os recursos naturais e cujo progresso é medido
pela qualidade de vida”. Mais do que uma palavra, sustentabilidade é um
conceito, complexo e transversal que integra aspectos ambientais, econô-
micos, sociais e culturais, em suma, uma nova forma de pensar as relações
186
entre homem, natureza e tecnologia, e que se vincula à todas as áreas de

atuação humana.
Ao longo do século XX, as questões ambientais ganharam destaque e a
percepção de que essas questões eram questões humanas, levou o mercado
a considerar as ações que fossem relativas à sustentabilidade por parte das
empresas como um valor de mercado e diferencial competitivo, tanto para os
acionistas como para os consumidores. Segundo Leite (2013) o processo de
or
globalização acelerou a inclusão das questões ambientais e sociais nos planeja-
od V
mentos estratégicos das empresas nos últimos anos. Empresas sustentáveis são
aut
mais eficientes, pois buscam otimizar o uso de recursos, evitar qualquer tipo
de desperdício e primam pela qualidade de vida de funcionários e de toda sua
cadeia de valor que inclui fornecedores e consumidores, e para atingir esses
R
objetivos o investimento em tecnologia e inovação tem sido cada vez maiores.
Apesar da importância da inserção da sustentabilidade nos negócios,
o
como uma nova forma de desenvolvimento da atividade humana em todas
aC

as suas áreas de atuação – produção, comércio e serviços – ainda há pouco
incentivo para projetos nessa área no Brasil. Observamos nos últimos anos,
um crescimento de oportunidades para projetos de energia renovável por
exemplo, mas é um processo lento, pois envolve questões legais complexas.
visã
Já por parte da iniciativa privada, o investimento tem sido crescente, tanto
pela necessidade relativa a escassez de alguns recursos naturais como princi-
palmente pelo processo de conscientização de que o equilíbrio e a otimização
itor
dos processos produtivos é fundamental para a continuidade e perenidade de

a re
alguns negócios. Muito há que se desenvolver ainda no sentido de inserção

do conceito em todas as atividades, mas está cada vez mais claro que essa é
uma ação necessária e que integra não só o aspecto de planejamento como
também da execução que envolve a toda a cadeia de valor.
par
Ed
Considerando o Triple Bottom Line, ou seja, as dimensões ambientais,

sociais e econômicas como referência, “uma sociedade sustentável é aquela
ão
que além de preservar os recursos naturais, proporciona desenvolvimento

através da equidade social e do senso de responsabilidade comum” afir-
mam Carvalho e Viana (1998). Para os autores, o equilíbrio social é de
s
certa forma, uma medida da eficiência econômica. Completando o tripé, a

ver
sustentabilidade ambiental seria alavancada pela substituição de recursos

esgotáveis por renováveis, pelo consumo responsável, pelo uso de tecno-
logias limpas e mecanismos administrativos de controle e monitoramento
mais eficientes.
Esses princípios devem ser aplicados a qualquer área de atuação, uma

vez que eles garantem o desenvolvimento das atividades otimizando todo o
processo, desde sua origem, do processo de extração e produção da matéria-
-prima, passando pelo design do produto, pelo uso e consumo, até o descarte
e destinação final correta dos resíduos oriundos por todo esse processo.
Percebe-se assim que o conceito de sustentabilidade permeia todas as
áreas de ação humana, em integração com a natureza e fazendo uso da tecno-
or
logia para poder dar voz aos atores não humanos que compões esse tripé. Sua
od V
efetivação só se dará através de um processo de conscientização, apropriação e
aut
trabalho conjunto, através de ações por parte de todos, sociedade, instituições
públicas e privadas, organizações sociais e religiosas, ou seja, de todos que
habitam o planeta, como afirmam Assad e Almeida (2004).
R
o
aC
• Exploração controlada dos recursos vegetais de florestas e matas;

• Preservação de áreas verdes de importância vital para o equilí-
brio ecológico;
visã
• Exploração dos recursos minerais como carvão, petróleo e outros
minérios de forma controlada e planejada;
• Uso de fontes de energia limpas e renováveis como a solar e a
eólica e diminuição do consumo de combustíveis fósseis;
itor
• Criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos que destina

a re
adequadamente os resíduos produzidos no país;

• Campanhas nacionais de conscientização sobre o descarte correto
de resíduos e da importância do consumo consciente e da reci-
clagem, inclusive com a possibilidade de gerar renda, melhorar
par
a qualidade de vida das pessoas e preservar o ambiente;

• Gestão sustentável nas empresas em busca da eficiência e melhor
Ed
aproveitamento dos recursos utilizados como água, energia e

matérias-primas;
• Aumento da produção e consumo de alimentos orgânicos, com
ão
campanhas e ações de incentivo;

• Adoção de medidas que visem o consumo consciente de recursos
comuns como a água e energia.
s
• Campanhas de conscientização sobre poluição e contaminação

ver
dos recursos hídricos e políticas de preservação e produção

de água.
188
Sobre o termo sustentabilidade, Leite (2013) afirma que no meio empre-

sarial ele foi incorporado no vocabulário das empresas, porém ainda não em
suas estratégias, pois o que se observa de fato são ações totalmente insusten-
táveis. Um exemplo dessa “insustentabilidade” é o aumento do desmatamento
na Amazônia, nos últimos anos, seja para o desenvolvimento de atividades
or
do agronegócio, como para a exploração da madeira, prestes a atingir seu
od V
limite irreversível, como afirmam os pesquisadores Lovejoy e Nobre (2018).
aut
A escassez dos recursos esgotáveis como o carvão e o petróleo, cria
demanda para o desenvolvimento de novas tecnologias para melhor utilização
de fontes renováveis de energia como a solar e a eólica. Segundo relatório da
R
Agência Internacional de Energia (AIE), entre 2011 e 2035, a matriz energética
global mudará muito, com aumento do uso de fontes renováveis de energia e
o
redução de fontes não renováveis, como destaca matéria no Estadão (2014).
aC

O Brasil se destaca dentre os outros países por possuir quase que metade de
sua energia produzida por fontes renováveis. Segundo a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE 2016), mais de 40% da energia produzida no Brasil advém
de fontes renováveis.
visã
Em relação a questão da conscientização e das ações referentes a gestão
de resíduos, que envolve o consumo consciente e o descarte correto dos resí-
duos orgânicos e recicláveis, o país avançou com a Política Nacional de Resí-
itor
duos Sólidos (Lei nº 12.305/10) que responsabiliza empresas e consumidores,

a re
e estabelece normas e regras para a logística reversa e o descarte adequado

dos resíduos, assim como chama a atenção para a questão do desperdício.
Sobre o consumo consciente, existe uma campanha das instituições públi-
cas e da mídia, para que as pessoas adotem um estilo de vida mais saudável,
par
incentivando o consumo de produtos de origem orgânica, produzidos de forma

natural, sem produtos químicos. Uma mudança de paradigma desta natureza
Ed
pode ter um grande reflexo social, uma vez que a maioria dos produtos orgâ-
nicos é oriundo da agricultura familiar, o que garante fonte de renda para essas
famílias e incentiva a permanência dos jovens no campo.
ão
Uma grande preocupação mundial é a possível escassez de recursos

hídricos. Muito está sendo investido em pesquisas e ações de redução de con-
sumo e reaproveitamento desse recurso tão precioso. No Brasil, o Ministério
s
do Meio Ambiente criou em 1997 o Plano Nacional de Recursos Hídricos

ver
(PNRH), estabelecido pela Lei nº 9.433/97, e aprovado em 2006, um con-

junto de diretrizes, metas e programas construído com ampla mobilização e
participação social, que orienta a gestão das águas no Brasil
Sobre a relação das empresas com a sustentabilidade, afirma Leite (2013)

ela vem mudando, a partir do momento em que as empresas perceberam que
ser sustentável pode ser muito lucrativo, não somente em bens tangíveis,
como também nos intangíveis. Nos últimos anos, tem-se notado um crescente
interesse pela sustentabilidade na área corporativa. Isso se deve em parte pelo
or
posicionamento da sociedade em relação ao uso indiscriminado de recursos
od V
esgotáveis fundamentais, como a água por exemplo.
aut
As organizações são cada vez mais cobradas em relação às suas res-
ponsabilidades nesse sentido, tanto pela sociedade como por seus clientes
e acionistas salienta Sgasrbi (2008). Nota-se um interesse crescente pelas
R
questões relativas à utilização dos recursos naturais, assim como às formas
de produção, como parte das ações de consumo consciente e consequência
o
do engajamento da sociedade nas questões ambientais.
aC
O mesmo acontece em relação à Responsabilidade Social, tema dos mais

importantes quando se trata de imagem. Leite (2013) afirma que o investi-
mento das grandes marcas tem aumentado nos últimos anos, isso se deve
provavelmente pela conscientização cada vez maior do mercado consumidor.
visã

itor
Segundo o consultor Daniel Ibri (2015), a sustentabilidade ganhou desta-

a re
que nas últimas décadas. Tal destaque se deve há vários motivos, entre eles a
percepção dos executivos de grandes empresas de que uma gestão sustentável,
torna e empresa mais eficiente, reduz custos, otimiza processos, gera lucros
e até novas oportunidades de negócio.
par
Uma ruptura que poderia ser considerada em relação a esse tema, seria
as empresas considerarem os princípios da sustentabilidade como base de
Ed
seus negócios, trabalhando com ética, transparência, visando o bem comum e

trabalhando em conjunto com a sociedade pela preservação do meio ambiente.
Para algumas atividades como a mineração e a extração de petróleo, é
ão
muito difícil implementar a sustentabilidade como base dos negócios, uma

vez que essas atividades são insustentáveis por princípio, uma vez que os
impactos provocados por elas são profundos e de longo prazo. Investimentos
s
maciços em pesquisas tem sido feito para minimizar o uso de recursos naturais
ver
como a água nos processos de extração e processamento dos minérios, como

o desenvolvido pela Alcoa S/A, assim como as empresas têm investido tam-
bém na mitigação dos impactos ambientais, sociais e culturais causados pela
190
implantação das mesmas. Um exemplo disso é a criação da Reserva Legado

das Águas no interior de São Paulo pela empresa Votorantim S/A.
Por sua vez o mercado está criando uma mentalidade de reuso de mate-
riais. A reciclagem de eletrônicos tem se ampliado, e muitos equipamentos
estão sendo reciclados e consumidos. Está se substituindo aos poucos a men-
talidade de descarte, desenvolvida pelo processo de obsolescência progra-
mada, pela de reaproveitamento. Nos últimos anos muitas empresas surgiram
or
no mercado com esse foco, venda de produtos já usados, mas em prefeitas
od V
condições, que tem como atrativo uma considerável redução de preço em
aut
relação ao produto novo. Esse mesmo princípio tem sido aplicado ao setor
têxtil também, com várias iniciativas de reaproveitamento e criação de novos
produtos a partir do descarte de produção e consumo, como é o caso do Ins-
tituto C&A e seu projeto.
R
A princípio parece difícil se obter lucro através de uma gestão de base
o
sustentável, pois tal proposta requer investimentos que em sua maioria, terão
aC

retorno à médio e longo prazo, mas principalmente exige uma mudança de
mentalidade, de paradigmas, como optar por um estilo de vida diferente do
que temos hoje, focado no consumo consciente, na preservação e conservação
dos recursos, na solidariedade, ética e respeito humanos.
visã
Apesar das dificuldades nesse processo de mudança de paradigma, alguns
empresários provaram ser possível se obter lucro e agir de forma sustentável e
socialmente responsável. Um exemplo concreto foi a criação do microcrédito
itor
pelo bengalês Muhammad Yunus, Nobel da Paz em 2006 por essa iniciativa.
a re
Sua proposta de negócio parte do princípio da confiança e da reciprocidade,

conceitos atípicos para uma economia de base capitalista, mas Yunus provou
que isso é possível e mais ainda, que pode ser um negócio rentável.
A sustentabilidade vem aos poucos, conquistando espaço nos planeja-
par
mentos estratégicos das empresas, uma vez que estas começaram a perceber
o quanto são dependentes dos recursos naturais, e que para a própria sobrevi-
Ed
vência do negócio, é importante pensar na preservação e conservação desses

recursos. Além disso, a sustentabilidade tem gerado novos mercados como os
de venda de crédito de carbono e de investimento com os greenbounds -títulos
ão
utilizados para viabilizar projetos que apresentem impacto ambiental positivo.

Para que o conceito de sustentabilidade seja fortalecido, é de fundamental
importância que todos se engajem nessa causa, não somente o mundo cor-
s
porativo, mas a sociedade como um todo, afinal todos estão envolvidos no

ver
processo e podem colaborar de alguma forma, com novas atitudes perante o

consumo e uso dos recursos naturais, através da pesquisa sobre a origem dos
produtos que são consumidos, da verificação da idoneidade, postura ética e
transparente das empresas fornecedoras de produtos e serviços, substituir a
mentalidade capitalista básica de consumo, por outra que tenha como foco
principal o bem comum e o ganho de bens intangíveis como o bem-estar.
• Hipótese 1: Não haverá fomento de projetos sustentáveis no Brasil.

Haverá poucos projetos novos que atendam à sustentabilidade.
or
• Hipótese 2: Abundância de capitais focados exclusivamente em
od V
projetos sustentáveis e ambiente de criação com apropriação da
aut
sociedade. Os projetos devem ser economicamente, socialmente
e ambientalmente viáveis, com capacidade de execução e gestão,
• R
sendo alicerce da estratégia nacional, resultando em um ciclo vir-
tuoso de desenvolvimento.
Hipótese 3: Há investimento e fomento ao desenvolvimento cria-
o
tivo, inovador e empreendedor, mas é feito de forma desestruturada,
aC
com interesses próprios (ou de determinado grupo em detrimento

de um bem maior). Haverá desperdício, sem métricas e sem gestão
de resultados, com burocracia.
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
192
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a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
USO SUSTENTÁVEL DO
PATRIMÔNIO AMBIENTAL
or
od V
aut
1.Descrição da Variável
R
A palavra patrimônio, de modo geral, está vinculada a ideia de valor,
não somente ao valor monetário, financeiro, mas também a valores culturais,
o
históricos e de preservação da memória de um povo ou nação. O patrimônio
aC
seja ele cultural e/ou natural, para ser assim considerado, deve ser de inte-
resse público e ter significado local, nacional e/ou mundial. A Convenção
sobre a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural realizada pela

UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
visã
a Cultura), na cidade de Paris em 1972, assim definiu patrimônio cultural e
patrimônio natural:
itor
Art. 1º Para fins da presente Convenção serão considerados “património

a re
cultural”: os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura

monumentais, elementos de estruturas de carácter arqueológico, inscrições,
grutas e grupos de elementos com valor universal excepcional do ponto
de vista da história, da arte ou da ciência; os conjuntos: grupos de cons-
truções isoladas ou reunidos que, em virtude da sua arquitetura, unidade
par
ou integração na paisagem têm valor universal excepcional do ponto de

vista da história, da arte ou da ciência; os sítios: obras do homem, ou obras
Ed
conjugadas do homem e da natureza, e as zonas, incluindo os locais de

interesse arqueológico, com um valor universal excepcional do ponto de
vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.
ão
Art. 2º Para fins da presente Convenção serão considerados como patri-

mónio natural: os monumentos naturais constituídos por formações físicas
e biológicas ou por grupos de tais formações com valor universal excep-
s
cional do ponto de vista estético ou científico; as formações geológicas e

ver
fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituem habitat de

espécies animais e vegetais ameaçadas, com valor universal excepcional
do ponto de vista da ciência ou da conservação; os locais de interesse
naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com valor universal
excepcional do ponto de vista a ciência, conservação ou beleza natural
(IPHAN, 2008, p. 59-60).
196
Posteriormente, na década de 90 do século XX, surgiu o conceito de

Patrimônio Ambiental, que funde os conceitos de patrimônio cultural e natural,
e que pode ser definido como o conjunto de bens materiais e imateriais que
ganha significado a partir das relações com os habitantes, a história e a cultura
local. É também o registro da história geológica, biológica, de ocupação do ter-
ritório e dos impactos humanos, e tem como objetivo a preservação da cultura
e da natureza de forma integrada, como indicam Zanirato e Ribeiro (2006).
or
O Patrimônio Ambiental em seu aspecto natural apresenta caracterís-
od V
ticas singulares e diversas como se observa nos biomas como as florestas
aut
tropicais, o cerrado, a caatinga, o pantanal. Nesses ambientes conserva-se a
história geológica, biológica e com o processo de ocupação humana, tem-se
os impactos resultantes da interação do homem com os ambientes. Como bem
R
define o geógrafo Milton Santos (2002, p. 103) “a paisagem é o conjunto de
formas que, um dado momento, exprimem as heranças que representam as
o
sucessivas relações localizadas entre homem e natureza”. Do ponto de vista
aC

cultural, refere-se às tradições e saberes dos povos locais e de seu processo
de interação com a natureza.
Por se tratar de uma riqueza do país, o patrimônio ambiental é tema
de interesse da Sociedade e do Poder Público, que devem reconhecer sua
visã
importância nacional e conjuntamente, organizar e institucionalizar a sua
preservação e uso de forma sustentável, para que ele se conserve por várias
gerações. Em um país como o Brasil, riquíssimo em recursos naturais e com
itor
uma herança multicultural, é importante manter a soberania nacional sobre o

a re
patrimônio cultural e natural do país, e fazer a partir da consciência e reco-

nhecimento da relevância desse patrimônio, um projeto de desenvolvimento
sustentável para toda a nação.
par
Ed
O conceito de Patrimônio Ambiental até meados da década de 70 fazia

referência direta ao patrimônio natural, ou seja, o termo “ambiental” referia-se
a flora e fauna basicamente. A partir da reunião do Clube de Roma em 1968, e
ão
da publicação do livro Limites do Crescimento com a colaboração de pesqui-

sadores e cientistas da Europa e da América liderados por Dennis L Meadows
(1978), fica clara a constatação de que os recursos naturais são finitos e, para
s
se fazer uso deles por mais tempo, é necessário tornar esse uso sustentável,
ver
ou seja, equilibrado.
Percebendo a importância dessa questão, a ONU – Organização das
Nações Unidas – havia reunido em 1972 na cidade de Estocolmo, represen-
tantes de 113 países e mais de 400 instituições da sociedade civil para debater
e buscar soluções para o uso sustentável dos recursos naturais e evitar uma
possível escassez, previsível em função da progressiva exploração dos mesmos
pelos processos de industrialização. Esse encontro foi denominado Conferên-
cia da ONU sobre Meio Ambiente Humano, ampliando dessa forma a ideia de
que ambiente era um termo usado somente para locais naturais, mas passava
a partir daí a considerar o fator humano como pertencente a esse conceito.
A partir do final dos anos 70 do século XX, esse conceito foi ampliado
or
em função do desenvolvimento das cidades, pelo fato de que a maioria da
od V
população mundial passou a habitar em cidades propiciando o surgimento de
aut
megalópoles como São Paulo, Nova York, Tóquio, com grande concentração
de pessoas no espaço urbano, o que deu origem ao conceito de Patrimônio
Ambiental Urbano. Para Meneses (1978), tudo ao nosso redor caracteriza
R
ambiente, mas é importante ressaltar que esse conceito se dá principalmente
no processo de interação entre o homem e o espaço, seja ele urbano ou rural,
o
o local de trabalho ou a região que habita, sua casa ou o planeta, ou seja,
aC
patrimônio é um valor cultural criado pela sociedade.

No Brasil, a preocupação dos governos com a questão ambiental e prin-
cipalmente a ocupação urbana, começou a partir do II PND (Plano Nacional
de Desenvolvimento) de 1974, (BRASIL, 1974), cujas diretrizes incluem a
visã
ordenação do crescimento urbano, controle da poluição e de aproveitamento
dos recursos hídricos. Até então, ainda não se tinha uma noção precisa dos
efeitos drásticos da poluição do ar e das águas resultantes de processos produ-
itor
tivos, para o planeta e seus habitantes, e mais ainda, para as futuras gerações.
a re
No início da década de 80 do século XX, mudanças climáticas começa-

ram a ser observadas por pesquisadores. Um dos primeiros cientistas a alertar
o mundo sobre esse fenômeno James Hansen (2013) ressaltou a importância
de uma ação conjunta na busca de alternativas para paralisar o processo de
par
aquecimento global.
Com base nessas observações, em 1992 a pedido da ONU, 176 países se
Ed
reuniram na cidade do Rio de Janeiro para debater e buscar soluções para as

mudanças climáticas e a ameaça à diversidade biológica que ocorre no planeta,
em função de vários fatores, a maioria deles de responsabilidade humana como
ão
a exploração desordenada dos recursos naturais, grande desequilíbrio entre as

populações rurais e urbanas, geração de gases de efeito estufa, principalmente
por queima de combustível fóssil, entre outras.
s
A reunião, conhecida como Rio 92, deixou claro que a maioria dos países
ver
ainda não haviam aderido ao conceito de desenvolvimento sustentável apre-

sentado no relatório Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório
Brundtland (1991), em referência a Gro Brundtland – ex-primeira ministra da
Noruega – que coordenou o trabalho que define o desenvolvimento sustentável
198
como o que procura satisfazer as necessidades da geração atual sem compro-

meter as gerações futuras.
É consenso entre os países preocupados com a questão ambiental, de que

existe um protagonismo do Brasil no que se refere a Patrimônio Natural, pois
or
temos a maior floresta tropical, a maior bacia hidrográfica, o maior rio em
od V
extensão e volume de água, a maior diversidade vegetal e animal do planeta.
aut
Sendo assim, os países têm interesse em tudo o que ocorre em nosso território
e que afeta nossos biomas.
R
Com base nesse protagonismo e na preocupação de todos com o ter-
ritório e o patrimônio nacionais, em 1981 foi criada a Política Nacional do
Meio Ambiente através da Lei nº 6.938/81, que busca organizar a forma de
o
exploração, utilização, conservação e preservação dos recursos naturais dentro
aC

dos princípios definidos pelo Relatório Brundtland (1991), como pode ser
observado no artigo 4º, como segue:
Art 4º – A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

visã
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à
itor
qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União,

a re
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e
de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orien-
tadas para o uso racional de recursos ambientais;
par
V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação

de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência
Ed
pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do

equilíbrio ecológico;
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à
ão
sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a

manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/
s
ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização

ver
de recursos ambientais com fins econômicos (BRASIL, 1981, p. 2).
A Política Nacional do Meio Ambiente, serviu de base para o artigo 225

da Constituição de 1988 que define a responsabilidade pela preservação como
sendo não só do Poder Público, mas também da sociedade.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equili-

brado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988, p. 170).
A constituição de várias Organizações Não Governamentais no final da

década de 70, como o Greenpeace, a WWF (World Wild Life Foundation),
or
a SOS Mata Atlântica no Brasil, preocupadas com a preservação do meio
ambiente, principalmente em proteger a biodiversidade e algumas espécies
od V
animais ameaçadas de extinção, deu uma maior visibilidade as questões rela-
aut
tivas a preservação do Patrimônio Ambiental e provocou o debate sobre a
responsabilidade da sociedade no sentido de colaborar e, exigir por parte do
R
Poder Público, ações que garantissem o cumprimento das leis e a manutenção
do patrimônio.
o
A mídia tem um papel importantíssimo nesse período também, ao pro-
aC
duzir vários programas com a temática ambiental, informar a sociedade sobre
a necessidade de uma ação agora para garantir a qualidade do meio ambiente

para as futuras gerações e principalmente, conscientizar a sociedade sobre
várias questões que até então nunca haviam sido abordadas nem apresenta-
visã
das ao grande público, como a conservação e uso racional da água, consumo
consciente e reciclagem de resíduos entre outros temas vinculados a ques-
tão ambiental.
itor
a re
Nos últimos 15 anos, a grande preocupação da maioria dos países em

relação ao Patrimônio Ambiental reside nas mudanças climáticas e no aqueci-
mento global. Desde a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desen-
par
volvimento Sustentável – realizada na cidade do Rio de Janeiro em 2012, as

Ed
nações e a sociedade vêm se mobilizando no intuito de impedir a elevação

da temperatura da Terra, assim como em usar a tecnologia para a geração
de produtos que sejam biodegradáveis, enfatizar a importância do consumo
ão
consciente para diminuir a geração de resíduos, problema gravíssimo em

todo o planeta, e principalmente trazer protagonismo para a sociedade civil.
De nada adianta existirem leis sobre a regulamentação do uso do Patrimônio
s
Ambiental, se as pessoas não estiverem conscientes das consequências gra-

ver
víssimas oriundas do mau uso e da deterioração do mesmo.

O esforço no sentido de trazer a sociedade para o debate e principalmente
para as ações foi reforçada na COP 21 – 21ª Conferência das Partes – cujo
objetivo foi buscar alcançar um novo acordo internacional sobre o clima,
aplicável a todos os países, com o objetivo de manter o aquecimento global
200
abaixo dos 2°C. Esse evento teve a participação de 196 países e foi aberto
para toda a sociedade, não só aos grupos organizados, mas a todo cidadão
preocupado com a questão ambiental.
Em dezembro de 2012 foi aprovada no Brasil a Lei 12.651/12, Lei de
Proteção da Vegetação Nativa (BRASIL, 2012), popularmente conhecido como
Novo Código Florestal, que causou muita polêmica e conflitos entre ambien-
talistas e ruralistas. Apesar de todas as discussões, o Código é muito claro no
or
sentido de buscar o desenvolvimento e o crescimento econômico sem prejudicar
od V
o meio ambiente e preservá-lo para as futuras gerações. Segundo análise de
aut
Sparovek et al. (2011), vários são os aspectos negativos e os positivos da nova
Lei, que busca atender melhor os anseios e as necessidades do país atualmente.
As Organizações Não Governamentais ampliaram suas ações e alinhadas
R
aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU em setem-
bro de 2015, buscam não somente a preservação do patrimônio ambiental, mas a
o
melhoria de qualidade de vida das pessoas, através da melhoria da saúde e edu-
aC

cação. Dessa forma, possibilitam a percepção de que o homem é parte integrante
da natureza, e não um ser a parte dela, mas por não se perceber assim, se tornou
ao longo do tempo, seu maior depredador, e justamente por isso, é fundamental
que todos – Sociedade e Poder Público – mudem a atitude em relação ao meio
visã
ambiente o mais rápido possível, para que seja possível garantir o Patrimônio
Ambiental e vida de qualidade para as atuais e as futuras gerações.
Em relação às mídias, no caso das mídias tradicionais como a impressa,
itor
televisiva e radiofônica, a ação de conscientização diminuiu nos últimos anos.

a re
Em contrapartida, houve uma maior disseminação do tema através das mídias

digitais, com uma maior diversidade de vozes, como é o caso de algumas
tribos africanas e dos indígenas brasileiros que acessam a internet em suas
aldeias têm blogs e sites, e buscam através da rede, apoio para sua luta de
par
preservação das terras, e por meio das mídias digitais alcançam repercussão
e falam com suas próprias vozes, sem interlocutores.
Ed

ão
Caso a sociedade não assuma o seu protagonismo e a busca do cres-

cimento econômico continue ocorrendo de forma irresponsável, o que se
apresenta como tendências futuras são:
s
ver
• Uso indiscriminado do patrimônio ambiental sem o controle e

fiscalização adequados: nesse caso o que ocorre é que interesses
particulares suplantam o interesse coletivo e o patrimônio acaba
sendo destruído;
• Privatização de bens naturais coletivos: o patrimônio ambiental

coletivo passa a ser usado para beneficiar pequenos grupos econo-
micamente privilegiados;
• Perda de soberania do patrimônio ambiental nacional: intervenção
internacional em território brasileiro – através de concessões, acor-
dos ou até mesmo compra de áreas verdes e de áreas de subsolo
rico em minerais – por grupos de investidores internacionais, com
or
interesse de exploração comercial;
od V
• Perda da força de ONGs que lutam pela conservação e preserva-
aut
ção do patrimônio ambiental em detrimento do capital: atualmente
muitas ONGs, nacionais e internacionais realizam trabalhos para
a conscientização, e preservação de fauna e flora, assim como de
R
costumes e tradições em várias regiões do Brasil como o Norte,
Centro-oeste e Nordeste, onde as populações são mais carentes e
o
precisam de mais apoio estrutural e financeiro. Com a compra de
aC
vários desses territórios pela iniciativa privada e grandes grupos

internacionais, o poder de atuação delas fica muito comprometido;
• Diminuição da participação da sociedade em relação às decisões
sobre o uso dos
visã
• Patrimônio Ambiental Nacional: a sociedade se exime da tarefa
de cuidar do patrimônio e delega totalmente essa função ao
Poder Público;
itor
• Fragilidade na aplicação das sanções a crimes ambientais: essa é

a re
a situação que temos atualmente e se assim e mantiver permitirá

perdas irrecuperáveis para o meio ambiente e para a sociedade ao
longo dos anos;
• Processo de conscientização da sociedade através de projetos de
par
Educação Ambiental: existe um grande esforço por parte dos órgãos

governamentais e das organizações da sociedade civil, ligados dire-
Ed
tamente à questão da preservação do patrimônio ambiental e de

melhoria de qualidade de vida, para propiciar à sociedade cursos e
vivências gratuitas sobre o tema, e assim sensibilizar, conscientizar
ão
e engajar a sociedade na defesa do Patrimônio Ambiental.
6. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras

s
ver
Algumas rupturas que podem alterar as tendências identificadas para que

as ações em relação a preservação do patrimônio ambiental se tornem mais
efetivas, são por exemplo:
202
• Ter uma Política Nacional que envolva diretamente a sociedade

através de créditos e benefícios fiscais para ações efetivas de uso
sustentável do patrimônio: a proposta dessa ação é envolver mais a
sociedade nas questões referentes a conservação e preservação do
Patrimônio Nacional, e principalmente, criar um vínculo e a com-
preensão de que este é um bem coletivo, cujo cuidado é também de
responsabilidade coletiva;
or
• Fortalecer as comunidades tradicionais existentes em áreas de pre-
od V
servação para que elas tenham sua cultura e sabedoria preservadas
aut
e atuantes na defesa do Patrimônio Nacional: as comunidades locais
são as maiores interessadas na preservação de saberes tradicionais,
pois essa é uma maneira de se evitar o êxodo dos mais jovens para
• R
outras regiões, em busca de oportunidades de trabalho e de estudo;
Transparência de informações sobre o modo de produção das empre-
o
sas que usam diretamente os recursos naturais como mineradoras,
aC

indústrias e o comércio em geral, e suas políticas em relação a
preservação do Patrimônio Ambiental: as atividades industriais e
extrativistas impactam profundamente as regiões onde se instalam,
de forma positiva, assim como negativa também. Sendo assim, o
visã
conhecimento do processo de produção delas e de suas ações relati-
vas à sustentabilidade, permite que a sociedade possa se manifestar
e abre um espaço de diálogo entre ela e as instituições, fundamental
itor
para o processo de preservação.

a re
7. Descrição das Hipóteses
• Hipótese 1: Não comprometimento do Poder Público e nem da

par
sociedade em relação a preservação e uso sustentável do Patrimônio

Ambiental. Uso indiscriminado dos recursos naturais sem qualquer
Ed
controle e fiscalização.
• Hipótese 2: Ocorre melhoria na percepção por parte da sociedade
e do Estado da preservação do Patrimônio Ambiental. Entretanto,
ão
não ocorre o despertar de como integrar o patrimônio ambiental ao

projeto de desenvolvimento sustentável e soberano para o Brasil
do século XXI.
s
• Hipótese 3: A sociedade e o estado brasileiro amadurecem sua

ver
percepção sobre a importância do Patrimônio Ambiental brasileiro.

A partir dessa nova percepção, o patrimônio ambiental é colocado
como um dos eixos do projeto de desenvolvimento sustentável e
soberano para o Brasil do século XXI.
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or
od V
aut
R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
PATRIMÔNIO MATERIAL E
IMATERIAL (CULTURA)
or
od V
aut
R
A palavra patrimônio apresenta várias definições, nas mais diversas áreas
do conhecimento como o direito, a sociologia, a antropologia e a história, entre
o
outras. Na área do direito, patrimônio é definido como um complexo de bens,
aC
direitos e obrigações de uma pessoa, seja ela física ou jurídica suscetível de
avaliação econômica, ou seja, diretamente relacionada ao conceito de valor,
seja ele, econômico e/ou sentimental, como afirma Marion (2015).

Para a sociologia, a história e a antropologia, patrimônio é o resultado
visã
da produção cultural de uma ou mais sociedades que se manifesta de forma
material e imaterial, sendo que como patrimônio material compreende-se
todo o conjunto de monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham
itor
um excepcional e universal valor histórico, estético, arqueológico, científico,

a re
etnológico ou antropológico como afirmam Zanirato e Ribeiro (2006). São

exemplos de patrimônio material de interesse mundial no Brasil, entre outros,
o Centro Histórico de Olinda em Pernambuco, as Missões Jesuíticas Guarani
São Miguel das Missões no Rio Grande de Sul, o Centro Histórico de Salvador
par
na Bahia, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Minas Gerais,

o Plano Piloto de Brasília no Distrito Federal, o Parque Nacional Serra da
Ed
Capivara no Piauí.
O patrimônio imaterial por sua vez, segundo definição da UNESCO
– Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
ão
– (2006) compreende as expressões de vida, tradições e conhecimentos que

comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de
seus ancestrais e passam a seus descendentes. Como exemplo de patrimônio
s
imaterial poderíamos citar o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, as Expres-

ver
sões Orais e Gráficas dos Wajapis, o Frevo no carnaval de Recife, o Círio

de Nazaré na cidade de Belém no Pará e a Roda de Capoeira. O patrimônio
material e imaterial de um povo resulta no seu patrimônio cultural, que é de
fundamental importância para a memória, a criatividade, a identidade e a
riqueza das nações.
No Brasil existe um grande distanciamento da sociedade em relação a
conservação e preservação do patrimônio cultural. Alguns órgãos públicos,
206
como o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), fazem

o trabalho de documentar, catalogar e organizar esse patrimônio, mas a socie-
dade fica à margem de toda essa ação, e acaba por não se apropriar do que é
seu, e do que pode ser um grande incentivo para o desenvolvimento local. E
segundo Machado e Braga (2010) uma política de preservação sólida requer
um projeto comum, socialmente construído.
or
od V
aut
O Brasil é um país privilegiado em manifestações culturais, pois temos
povos de várias etnias, convivendo ao longo de séculos em nosso território,
R
com muitas assimilações e sincretismo. Nossos povos nativos tem um conhe-
cimento e uma sabedoria ímpar sobre a flora e a fauna nativa, assim como
os colonizadores europeus trouxeram muitos elementos culturais dos mais
o
diversos países como Portugal, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, conhe-
aC

cimentos sobre técnicas de cultivo da terra, arquitetura, engenharia, atividades
manuais como carpintaria e ourivesaria, atividades culturais propriamente
ditas como a música, a pintura e a escultura.
visã
Nosso território foi invadido por vários povos europeus entre os séculos
XV e XVIII e todos eles nos legaram algumas características de suas culturas.
Temos por exemplo os azulejos franceses no Maranhão e no Rio de Janeiro;
os holandeses, por sua vez nos legaram as pontes, as obras de engenharia nos
itor
engenhos de açúcar e o processo de urbanização da cidade de Recife; dos

a re
portugueses recebemos toda a influência da arte barroca na região das Minas

Gerais e na Região Nordeste, além da língua e da religião católica.
Além dos europeus, tivemos também muita influência dos povos afri-
canos nesse período, pois todo o trabalho no plantio da cana-de-açúcar e nos
par
engenhos, assim como nas áreas de mineração, e os trabalhos domésticos,

eram feitos pelos africanos trazidos para cá em regime de escravidão. Deles
Ed
herdamos o sincretismo religioso, algumas danças e ritmos e lutas como a

capoeira, e na culinária alguns temperos e alimentos que hoje se destacam
como típicos do Brasil, é o caso da feijoada e do acarajé baiano. Dessa mis-
ão
cigenação é que se origina o povo brasileiro segundo o antropólogo Darcy

Ribeiro (2006).
Até o início do século XIX, as manifestações culturais e festividades
s
eram em sua maioria vinculadas a datas de caráter religioso e de participa-

ver
ção popular, como salienta Wernec Sodré (2003). A partir de 1808 com a
vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, essa condição se alterou.
Era importante para o Rei D. João VI ter na Colônia manifestações artísticas
que lembrassem sua vida na Europa, e ele trouxe como membros de sua corte
vários artistas, a maioria franceses, o que influenciou nossa cultura até meados
do século XX. Essa influência é perceptível na arquitetura da época no Rio
de Janeiro, a fundação de escolas de arte, grupos de teatro, músicos e litera-
tos. Nesse período foi fundada a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e as
primeiras escolas de ensino laico e de ensino superior. A colônia começava a
ter a possibilidade de criar arte e cultura e não mais apenas reproduzi-la com
base nos modelos europeus.
or
No início do século XX esse processo de miscigenação das influências
od V
culturais de indígenas, europeus de várias nacionalidades e africanos, que
aut
ocorreu desde o início da colonização, se tornou perceptível com a organização
da Semana de Arte Moderna na cidade de São Paulo em 1922. O movimento
modernista tinha como proposta fundir todos esses elementos culturais e dar
R
o primeiro passo para o reconhecimento e a valorização de uma cultura nacio-
nal. Essas manifestações artísticas ocorreram na pintura, escultura, literatura,
o
teatro e música, e traziam influências de todos os povos que nos influenciaram.
aC
Os artistas brasileiros que aqui não foram muito bem compreendidos

na época, tiveram grande reconhecimento no exterior. O reconhecimento
internacional da qualidade dos artistas brasileiros levou o presidente Getúlio
Vargas, cujo governo tinha grande cunho nacionalista, a investir na divulgação
visã
dos mesmos e na criação de uma cultura nacional oficial, a partir da qual ele
pretendia criar uma identidade nacional, base para fortalecer a unidade no
país, algo importante em um país com dimensões continentais como o Bra-
itor
sil e, destacar a soberania da nação.. Nesse período algumas manifestações

a re
populares ganham caráter oficial e se caracterizam como símbolos da cultura

nacional, é o caso do samba e do carnaval.
Na segunda metade do século XX, a arquitetura brasileira se destacou
com a construção da cidade de Brasília, atual sede do governo brasileiro.
par
Um projeto arrojado, em uma região até então inóspita e de difícil acesso,

cuja proposta era a construção de uma cidade de estrutura horizontal, total-
Ed
mente planejada, em que os espaços de trabalho e moradia estivessem bem

caracterizados, e ao mesmo tempo, pudessem criar a possibilidade de convi-
vência em coletividade. Com obras emblemáticas como as “conchas” onde
ão
estão instalados o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, a Catedral, o

Palácio do Planalto e o Palácio do Itamaraty, consideradas obras arquitetô-
nicas de relevância internacional, foi inscrita pela UNESCO em 1987 como
s
Patrimônio Mundial com a maior área tombada do mundo, cerca de 112 km²
ver
(IPHAN, 2008, p. 37).

Outro destaque nesse período foi o surgimento da Bossa Nova, gênero
musical que trazia uma nova forma de compor e interpretar as músicas,
com influência do jazz, blues, samba e até mesmo do choro e que se tornou
208
internacionalmente conhecido através de autores como Tom Jobim e João

Gilberto.
Todas essas manifestações formam o Patrimônio Cultural Brasileiro,
definido assim pela historiadora e antropóloga cultural Natália Brayner (2012,
p. 14) como “conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e produtos
que remetem à história, à memória e à identidade de um povo”.
or
od V
aut
Em 1937, no governo de Getúlio Vargas, foi criado o IPHAN – Ins-
tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – como uma primeira
R
iniciativa de conservação e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. É
responsabilidade do IPHAN proteger e promover os bens culturais do País,
conservar e monitorar os bens culturais inscritos como Patrimônio Mundial
o
e de Cultura Imaterial, e dessa forma assegurar o usufruto pelas gerações
aC

presentes e futuras.
A criação da Convenção do Patrimônio Mundial pela UNESCO – Orga-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – ocorreu
visã
em 1972 e define o que é considerado patrimônio cultural.
Art.1.º Para fins da presente Convenção serão considerados como patri-

mônio cultural:
itor
Os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura monu-

a re
mentais, elementos de estruturas de carácter arqueológico, inscrições,

grutas e grupos de elementos com valor universal excepcional do ponto
de vista da história, da arte ou da ciência;
Os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidos que, em virtude
da sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem têm valor universal
par
excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência;

Os sítios: obras do homem, ou obras conjugadas do homem e da natureza,
Ed
e as zonas, incluindo os locais de interesse arqueológico, com um valor

universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico
ou antropológico.
ão
(IPHAN, 2008, p. 59-60).
A partir dessa Convenção, os países se tornam responsáveis pela preser-

s
vação e conservação do patrimônio e como pode se observar essa convenção

ver
trata apenas de bens materiais. Somente em 2003 na cidade de Paris, foi

criada a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial e
essa convenção definiu o que se entende como cultura imaterial:
Art. 2. Entende-se por Patrimônio Cultural Imaterial as práticas, represen-

tações, expressões, conhecimentos e competências – bem como os instru-
mentos, objetos, artefatos e espaços culturais que lhes estão associados
– que as comunidades, grupos e, eventualmente, indivíduos reconhecem
como fazendo parte do seu patrimônio cultural Este património cultural
imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado
pelas comunidades e grupos em função do seu meio envolvente, da sua
or
interação com a natureza e da sua história, e confere-lhes um sentido de
identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito
od V
da diversidade cultural e a criatividade humana (IPHAN, 2008, p. 60).
aut
No Brasil o conceito de patrimônio cultural com a abrangência que esta-
R
belece a Convenção de Paris de 2003 já existia em nossa Constituição de 1988,
como se observa no artigo 216:
o
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
aC
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portado-

res de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
visã
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços desti-
itor
nados às manifestações artístico-culturais;

a re
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico (BRASIL, 1988, p. 164).
Ressalta-se no parágrafo 1º do artigo 216 a relevância da participação da

sociedade brasileira para a proteção, preservação e conservação do patrimônio
par
cultural nacional:
Ed
Parágrafo 1º – O Poder Público, com a colaboração da comunidade, pro-

moverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven-
tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
ão
formas de acautelamento e preservação (BRASIL, 1988 p. 164).
Em 2012, através da Emenda Constitucional nº 71 foi criado o Sistema

s
Nacional de Cultura que busca ampliar o conceito de manifestações culturais,

ver
assim como pretende cooptar a sociedade como gestora e promotora de ações

junto com o Poder Público.
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de cola-

boração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de
210
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas

e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo
por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico
com pleno exercício dos direitos culturais (BRASIL, 1988, p. 165).
O que se observa é que ao longo do tempo, os conceitos de Cultura Mate-

rial e Imaterial se tornaram mais abrangentes e complexos, o que reflete as
or
sociedades contemporâneas, cada vez mais complexas, múltiplas, diversas e
od V
conectadas, principalmente através da internet e das redes digitais. A comuni-
aut
cação mais ampla, proporcionada pela internet, tornou as trocas e aprendizados
entre os vários povos e suas manifestações culturais mais fluídas e constantes.
E também uma forma de preservação, uma vez que vários vídeos foram pro-
R
duzidos e postados em canais como You Tube, onde tais manifestações estão
documentadas e podem ser vistas por todos.
o
aC

No Brasil, como aponta a pesquisadora Rita de Cássia Cruz (2012),

visã
grande parte do Patrimônio Material como construções e alguns sítios urba-
nos, estão constantemente ameaçados não só pelas péssimas condições de
conservação, seja por falta de verba disponível ou por falta de interesse tanto
do Poder Público como da sociedade, mas também pela especulação imobi-
itor
liária. Em relação ao Patrimônio Imaterial, muitas das tradições, costumes e

a re
saberes tradicionais, em sua maioria, transmitidos oralmente e preservados

principalmente nas regiões rurais, estão se perdendo, pois ocorre um grande
êxodo por parte das novas gerações, em busca de melhores oportunidades de
trabalho e de estudo, e dessa forma não há quem dê continuidade e garanta a
par
manutenção e transmissão dessa cultura.

Para Clancini (2003) existe uma estreita relação entre cultura e desen-
Ed
volvimento. A perda e/ou desvalorização dessa cultura implica diretamente

nas condições de desenvolvimento de um país, nesse caso a cultura é ele-
ão
mento fundamental a todo projeto de nação, seja como representação da

cidadania, como articulador de identidade ou ainda como gerador de riqueza
para o país.
s
ver
Considerando-se a atual conjuntura política, social e econômica obser-

vam-se algumas tendências como:
• A diminuição de recursos financeiros e humanos para preservação e

conservação do Patrimônio Material: uma vez que o país atravessa
grave crise econômica e o orçamento público deve ser reestrutu-
rado, alguns serviços básicos como saúde, educação e transporte
se tornam prioritários;
• A dependência de capital e interesse externo para manutenção do
Patrimônio Cultural Nacional: como o país não tem condições para
or
preservar na integridade todo o seu patrimônio cultural, alguns paí-
od V
ses oferecem ajuda para a manutenção dos mesmos, o que torna o
aut
país dependente dessa verba;
• A independência dos Municípios e Estados em relação ao Governo
Federal, no que se refere a alocação dos recursos para a conserva-
R
ção e preservação do patrimônio: arte da arrecadação de impostos
municipais e estaduais, deveriam ser utilizadas para a conservação
o
e preservação do patrimônio, uma vez que esse é um bem coletivo;
aC
• Extinção de algumas manifestações de cultura imaterial por falta

de registro e pelo êxodo rural: atualmente muitos jovens deixam
suas regiões de origem em busca de formação superior e/ou técnica,
também em busca de oportunidades de trabalho. Esse êxodo faz
visã
com que as gerações mais antigas não tenham para quem passar
sua sabedoria e tradições;
• Ausência de disciplinas curriculares e de cursos técnicos para o
itor
desenvolvimento de capacidades profissionais para manutenção,

a re
restauração e estudos na identificação de obras que representam o

patrimônio material e imaterial: a sociedade em sua maioria não
tem consciência da importância da conservação e preservação do
patrimônio cultural, não tem a visão deste como sendo um “bem
par
coletivo” e, raras são as iniciativas de levar esse tema para as escolas

e comunidades;
Ed
• A falta de informação, conhecimento, desrespeito e destruição da

cultura nacional, pela população e governos, que tomam como
parâmetro as culturas de outras nações (processo de aculturação):
ão
o processo de aculturação faz referência a influência das culturas

europeias e norte-americanas em nossos hábitos, costumes, valores
e manifestações culturais como música e dança.
s
ver
A ruptura busca uma alternativa inovadora para as variáveis. No caso do

Patrimônio Material e Imaterial essas seriam algumas possibilidades:
212
• Ações de preservação atreladas ao processo educacional em todos

os níveis – Ensino
• Infantil, Fundamental I e II, Ensino Médio e Graduação: conduzir o
processo de conscientização da sociedade através da educação formal;
• Valorização dos saberes tradicionais por todos os segmentos da
sociedade e pelas instituições públicas: incentivar a manutenção
dos saberes tradicionais, e proporcionar condições para que os
or
jovens tenham trabalho e estudo em seus locais de origem para
od V
que eles não abandonem suas cidades e assim deem continuidade
aut
a esse conhecimento;
• Introdução no currículo do Ensino Fundamental I e II, de discipli-
nas que propiciem a formação da cidadania e o fortalecimento da
R
identidade nacional e culto às tradições: fortalecer através da educa-
ção o caráter cidadão da conservação e preservação do patrimônio
o
cultural nacional;
aC

• Acesso e uso coletivo dos bens a serem preservados pela popu-
lação: o patrimônio cultural é um bem coletivo e como tal deve
ser acessível a toda sociedade, envolvimento maior da sociedade
no processo de preservação e conservação do Patrimônio Cultural
visã
através de consultas e audiências públicas: convidar a sociedade a
participar das discussões sobre o patrimônio cultural, e dar poder
de voto para que a sociedade possa decidir a melhor forma de uso,
itor
conservação e preservação do patrimônio;

a re
• Uso da tecnologia como instrumento de preservação: através da

tecnologia é possível se fazer registros audiovisuais, das várias
manifestações artísticas e culturais das diversas regiões do Brasil.
Também é possível divulgar através da internet para toda popu-
par
lação reforçando o sentimento de apropriação desse patrimônio

pela sociedade;
Ed
• Respeito às manifestações culturais de ordem material e imaterial

das nações indígenas, dos afrodescendentes e de todas as minorias
sociais: propiciar a divulgação de manifestações culturais de toda
ão
a sociedade e impedir dessa forma, o predomínio de um tipo de

cultura sobre outro;
• Destinação de recursos através de verba cultural do Estado e de
s
fundos provenientes de arrecadações das manifestações artísticas,

ver
para a manutenção e preservação do patrimônio, com menor depen-

dência de recursos financeiros externos: buscar através dessa ação
prover com recursos financeiros os vários grupos culturais de todo
o país, de forma descentralizada;
• Uso da manutenção e proteção do patrimônio para proporcionar

desenvolvimento econômico como turismo cultural e ecológico:
por ser um bem coletivo, o uso desse como propulsor do desen-
volvimento local é bem-vindo, e permite a possibilidade de uma
gestão também coletiva.
or
od V
• Hipótese 1: O Patrimônio Cultural Nacional permanece espaço
aut
cativo de grupos de interesse e suas respectivas visões corporati-
vas. Assim a cultura não consegue avançar para a centralidade da
• R
agenda política. A sociedade brasileira permanece à margem dessa
discussão e carente de um de seus principais vetores de identidade.
Hipótese 2: Destinar recursos da verba cultural do Estado e de
o
fundos provenientes de manifestações artísticas, reduzindo a depen-
aC
dência de verbas externas para a manutenção, preservação e docu-

mentação do patrimônio, promovendo a gestão descentralizada e
apropriação da população local.
visã
• Hipótese 3. Criar a cultura de catalogar e documentar o patrimônio
em suas diversas regiões e formas de manifestações. Promover o
desenvolvimento local, considerando o patrimônio material e cul-
tural como recurso econômico e de desenvolvimento sustentável
itor
com a efetiva participação da comunidade.

a re
par
Ed
s ão
ver
214
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natureza como um bem não renovável. Revista Brasileira de História, São
ver
Paulo, v. 26, n. 51, p. 251-262, jan./ jun. 2006.

ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE 4
R
COLETIVA
visã
od V
o
aut
VIVÊNCIA E RESPONSABILIDADE or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 4:
Vivência e Responsabilidade Coletiva
or
Este tema agrupou as variáveis do processo prospectivo Desenvolvi-
mento Brasil 2035 que contribuem para a vivência e a responsabilidade cole-
od V
tiva de um território, neste caso de um país. Essas variáveis são as seguintes:
aut
1. Maior Engajamento Político e Interesse pelo Bem Público;
R
2. Coletividade e Bem Comum;
3. Participação Social Engajada localmente;
o
4. Programas Sociais como Contrapartida de Desenvolvimento;
5.
aC
Sociedade menos Desigual;
6. Superpopulação nas Grandes Cidades Brasileiras;
7. Redimensionar e Organizar os Serviços de Saúde;
8. Reforma da Previdência Social;

visã
9. Envelhecimento da População.
A combinação das hipóteses dessas variáveis pode ajudar a construir

itor
uma nova cultura em que haja equilíbrio entre as necessidades econômicas,

políticas e sociais com desenvolvimento e crescimento organizado e susten-
a re
tável e priorização do bem-estar coletivo. Como apresentado na Parte 1, esco-

lheu-se a combinação que propicia construir o “Brasil que queremos”, cujas
ações definidas para possibilitar maior engajamento da sociedade pretendem
atingir, em 2035. o objetivo de mobilização da sociedade brasileira, quesito
par
fundamental para a transformação que se quer.

A classificação das variáveis foi obtida por meio da Análise de Impacto
Ed
Cruzado, que determinou estas variáveis mais motrizes: 1. Maior Engajamento

Político e Interesse pelo Bem Público; 2. Coletividade e Bem Comum; 3.
Participação Social Engajada Localmente; 4. Programas Sociais como Con-
ão
trapartida de Desenvolvimento; 5. Sociedade menos Desigual e 6. Superpo-

pulação nas Grandes Cidades Brasileiras.
s
Dentro das 37 variáveis mais motrizes, essas ocupam a 3ª., 4ª., 10ª., 14ª., 15ª.
ver
e 16ª. posições, respectivamente, identificação que está na Parte 6 – Descrição

das Técnicas e Métodos para Elaboração do Processo Prospectivo do Desen-
volvimento Brasil 2035 – e nas Considerações Finais, em que são explicadas
as diversas etapas do processo prospectivo, as respectivas atividades e os
resultados obtidos.
Para conceituar a Parte 4 – Vivência e Responsabilidade Coletiva –,
pode-se reconhecer que a identidade de um indivíduo é formada ao longo da
218
sua existência e muda a partir da vivência, das referências e influências às

quais este indivíduo é submetido (DINIZ, 2015) e é ampliada com o compar-
tilhamento de ideias, possível com o contato do indivíduo com seus pares.
A teoria histórico-cultural do psiquismo, elaborada por Vygostsky (1991),
caracteriza aspectos do comportamento importantes para os processos de
interação existentes entre as atividades humanas (JOENK, 2002). As pes-
quisas realizadas por Vygotsky (1991) levaram a compreender que todo o
or
desenvolvimento de uma criança passa por outra pessoa e vem do objeto para
od V
a pessoa e, desta, para a criança. A estrutura humana complexa é o resultado
aut
de um processo de desenvolvimento da história do indivíduo e da história
social (VYGOTSKY, 1991).
Segundo Aurivan (2008), o brasileiro vive em uma sociedade em que há
R
séculos as pessoas buscam levar vantagem em tudo, tendo isso como sinônimo
de esperteza e de inteligência, quando, na verdade, trata-se de uma atitude
o
oportunista, que se aproveita de outra pessoa ou de situações para obter bene-
aC

fícios individuais ou para um grupo de indivíduos em detrimento de outros,
ou seja, pensa-se no indivíduo e não no coletivo. O autor considera que falta
a adoção consciente da responsabilidade coletiva, pois cada um não consegue
entender que sua ação influencia ou fere o outro. Falta a consciência cívica
visã
de que se vive em sociedade. Com o desenvolvimento desta consciência,
pode-se, então, construir uma sociedade mais humana e honesta, em que as
próximas gerações poderão ser mais felizes sem levar vantagem, sem ter de
itor
pisar ou enganar outros indivíduos (AURIVAN, 2008).

a re
Há uma grande abrangência e implicações nessas reflexões consideran-

do-se a complexidade e diversidade da sociedade brasileira influenciando
diretamente a nossa cultura.
O tema desta Parte 4 – Vivência e Responsabilidade Coletiva – inclui
par
nove variáveis cujos cenários possíveis e realizáveis orientam as ações, seja

nos primeiros anos dos indivíduos, quando a família e as escolas são extrema-
Ed
mente importantes na formação da responsabilidade coletiva, seja na formação

do jovem, ao conviver na escola ou na família, seja na idade adulta, na vida
profissional, na política, na responsabilidade assumida ao constituir novas
ão
famílias, seja na participação do meio social. Em outras palavras, as vivências

ou processos sociais são internalizados e apropriados pelo indivíduo por meio
de funções mentais e suas ações (JOENK, 2002).
s
O processo prospectivo utiliza as práticas da formação-ação para a cons-

ver
cientização por meio da apropriação (AULICINO, 2016), resgatando a apren-

dizagem pela vivência, pela construção das ações e pela sua implantação de
forma coletiva, com participação de toda a sociedade.
Desta forma, as variáveis 1. Maior Engajamento Político e Interesse

pelo Bem Público, 2. Coletividade e Bem Comum e 3. Participação Social
Engajada Localmente endereçam os cenários possíveis e desejáveis, desen-
volvendo maior engajamento, participação, colaboração, representatividade
de todos os setores, cidadania, valores coletivos e éticos, bem-estar coletivo
e individual, temáticas que estarão em todos os níveis da educação formal.
As duas variáveis seguintes – 4. Programas Sociais como Contrapartida
or
de Desenvolvimento e 5. Sociedade menos Desigual – encaminham a parti-
od V
cipação da sociedade de forma efetiva nas decisões políticas, promovendo a
aut
sustentabilidade, ou seja, a inclusão econômica, social e ambiental, e cons-
truindo o alicerce para redução da desigualdade. O Brasil aparece entre os dez
mais desiguais do mundo, em um total de 144 países (PIRES, 2017).
R
A variável 6 – Superpopulação nas Cidades Brasileiras – endereça o
crescimento e o desenvolvimento organizado e sustentável dos centros urbanos
o
objetivando melhor qualidade de vida para todos, com uma sociedade menos
aC
desigual. Um dos grandes problemas que existem nos municípios é que a

maioria dos gestores faz a administração considerando apenas quatro anos,
duração de um mandato, e não há continuidade dos projetos de longo prazo,
apenas atuações de curto prazo. Também não consideram as nove dimensões
visã
para o desenvolvimento territorial, que são interligadas: social, ambiental,
econômica, demográfica, cultural, política, legal, segurança/defesa e tecnolo-
gia (AULICINO, 2016). Sem esta visão de todas as dimensões, as ações que
itor
regem o crescimento das cidades brasileiras são de caráter de curto prazo e o

a re
cenário urbano real é de exclusão social, exploração e ocupação descontrolada

do território (SILVA; WERLE, 2007), ampliando a desigualdade.
As variáveis 7. Redimensionar e Organizar os Serviços de Saúde; 8.
Reforma da Previdência Social e 9. Envelhecimento da População represen-
par
tam também aspectos importantes de cidadania na vivência e responsabili-

dade coletiva.
Ed
Com a implantação das ações que sensibilizam, conscientizam e mobili-

zam a sociedade, será possível realizar as mudanças que precisam ocorrer no
Brasil na linha do desenvolvimento sustentável e que atendam às hipóteses
ão
dessas variáveis que vão propiciar o “Brasil que queremos”.

s
ver
220
REFERÊNCIAS
AULICINO, A L. Formação-ação processo prospectivo regional e cons-
trução de cenários. 21 jul. 2016. 93 slides. Disponível em: <http://www.
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php/linhas/article/download/1276/1087>. Acesso em: 3 jun. 2018.
visã
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par
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tins Fontes, 1991. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/
default/files/vygotsky-a-formac3a7c3a3o-social-da- mente.pdf>. Acesso em:
ão
10 jun. 2018.
s
ver
ENGAJAMENTO POLÍTICO E
INTERESSE PELO BEM PÚBLICO
or
Ana Maria Antunes
od V
aut
R
Engajamento remete ao termo francês engager, que significa “assumir
um compromisso”. Ao se falar em engajamento, estamos tratando de envol-
o
vimento do indivíduo, seja com uma causa, com uma instituição, com o seu
aC
país, portanto, efetivamente, remete ao exercício de cidadania (ROSA, 2015).
Segundo a Constituição Brasileira de 1988 no Título I que trata dos
Princípios Fundamentais, a cidadania é um deles como mencionado no Art.1º,

juntamente com a soberania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais
visã
do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político.
O conceito de cidadania a partir da obra do sociólogo britânico T. H.
Marshall, Citizenship and Social Class, publicada em 1950 e usada como
itor
referência ainda hoje, foi subdividido em civil, política e social. A cidadania

a re
civil, para ele, é composta dos direitos necessários à liberdade individual como
o direito de ir e vir e da liberdade de pensamento e expressão. Já a cidadania
política se dá através do direito de participação do indivíduo no exercício do
poder político, seja através do voto como eleitor ou como candidato a car-
par
gos públicos. Por fim, a cidadania social se refere a tudo o que diz respeito
a qualidade de vida do indivíduo em uma sociedade, desde seu bem-estar
Ed
econômico até a segurança e o direito de participar da vida pública em seu

país (RODRIGUES, 2015).
Do ponto de vista da participação do indivíduo na vida pública, impor-
ão
tante salientar que este deve, entre outras coisas, zelar pelo bem público,
seja ele tangível como é o caso dos monumentos pertencentes ao Patrimônio
Histórico, ou ao meio ambiente parte do Patrimônio Ambiental; ou intangível
s
como é o caso das manifestações culturais como festas populares ou alguns

ver
rituais indígenas e africanos. Em uma definição jurídica, bem público defi-

ne-se como tudo o que pertence às pessoas jurídicas de Direito Público, ou
seja, União, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas.
Estes, são classificados em bens públicos federais, estaduais e municipais,
praças e áreas dominiais. Sua divisão encontra-se no Código Civil, 2002
(FARINELLI, 2007).
222
Pode-se dizer que há uma estreita relação entre Bem Público e Engaja-
mento, pois um cidadão engajado politicamente reconhece a importância da
conservação do bem público para o uso coletivo, e, portanto, respeita e auxilia
na preservação desses. No Brasil existem inúmeras iniciativas de políticas
públicas formuladas pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo, através
das demandas da sociedade em prol do bem comum como o Programa Água
or
Doce (Recursos Hídricos) – PAD – ação do governo Federal; Programa:
Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) e o Bolsa Verde; Programa Nacional
od V
do Meio Ambiente (PNMA); Academia de Saúde; Farmácia Popular; Minis-
aut
tério do Meio Ambiente (MMA) – Programas de combate à desertificação;
educação ambiental; zoneamento ecológico econômico; Cadastro Ambiental
Rural (CAR).
R
o
aC

Fatos como a Declaração dos Direitos Humanos, a Independência dos
Estados Unidos da América do Norte e a Revolução Francesa, foram rele-
vantes no que diz respeito a engajamento social e político de muitos países,
visã
inclusive o Brasil. A França influenciou na formação da cidadania brasileira,
bem como propagou os ideais iluministas, dentre os fatos históricos desenca-
deados, pode-se fazer referência à Inconfidência Mineira (FALCON, 1989).
itor
Quando os cidadãos têm seus direitos civis, políticos e sociais respeitados

a re
e exercidos, estão fazendo uso de sua cidadania. A liberação do direito ao

voto feminino, voto dos analfabetos, a própria incorporação dos imigrantes
estabeleceu maior acesso ao exercício da cidadania plena. O direito ao voto
no Brasil já esteve vinculado à propriedade de bens, a titularidade de cargos,
par
entre outros, retardando o crescimento relativo ao engajamento político no

Brasil (PINSKY, 2003).
Ed
Conforme Saes (2001), a instauração da cidadania civil e política no

Brasil principiaram quando se instalou o governo republicano em 1889. O
período entre 1891 a 1988, com as diversas alternâncias na história política
ão
brasileira, entre governos democráticos e ditatoriais, o país passou por avanços

e recuos quanto ao exercício da cidadania plena, pois os direitos civis, sociais
e políticos sofreram muitas alterações. Nesse período fatos importantes pro-
s
moveram mudanças significativas, como a Abolição da Escravatura em 1888

ver
e a Proclamação da Constituição Republicana em 1891.

Quanto ao aspecto cidadania, promotora de engajamento social, político
e econômico, Saes (2001), enumera alguns no plano político, como:
• Interdição do voto do analfabeto, desde a lei imperial de 1881, até

a Constituição Federal de 1988;
• A ausência do voto feminino, do voto secreto e de uma justiça
eleitoral de cunho burocrático e profissional, até o Código Eleitoral
de 1932 e a Constituição Federal de 1934;
• A limitação prática do exercício do direito de voto durante toda a
Primeira República e as práticas coronelistas;
or
• O crescimento constante, desde a redemocratização do regime
od V
político em 1945, do clientelismo urbano, como instrumento de
aut
deformação das vontades no plano eleitoral;
• A supressão total, no caso do estado Novo ou quase total, no caso
do regime militar (1964-1985) dos direitos políticos;
•
R
A cultura Ibérica herdada, ideal de comunidade paternalista (dis-
tribuição de favores);
o
• A sociedade (escravocrata) que negava liberdade civil aos escravos
aC
e aos homens livres pobres.
A questão referente ao interesse do cidadão pelo Bem Público remete

à consciência de engajamento social; ao cuidado destinado pelos gestores
visã
pelo comum a todos, os bens de uso coletivo. Neste sentido o Tribunal de
Contas brasileiro exerceu e exerce grande papel quando o assunto é patrimô-
nio público.
itor
A Revista Âmbito Jurídico retrata a história e importância do Tribunal de

a re
Contas na proteção do patrimônio público brasileiro, e de acordo com Miranda

(1970, p.248) a Constituição de 1934 atribui julgar as contas dos responsáveis
por dinheiros e bens públicos, acentuando ação do poder judiciário.
De forma evolutiva, a Constituição de 1937 manteve as questões de ges-
par
tão das contas, a de 1946 manteve todas as competências e acresceu a função

do Tribunal de contas, na de 1967 houve um enfraquecimento do Tribunal de
Ed
Contas e na Constituição de 1988 houve um fortalecimento da instituição do

Tribunal de Contas consolidando-se por meio do importante papel de proteção
do patrimônio público (SANTANA, MELO, 2013).
ão
3. Variáveis provocadoras das evoluções

s
O engajamento político, no Brasil, vem amadurecendo ao longo do tempo

ver
com as diversas formas de governo pelas quais o País passou desde a sua
colonização. Muitos fatores contribuíram para essa evolução, alguns com mais
ênfase como foi o Processo de instauração da República apoiado pela abolição
da escravatura no final do século XIX; a organização do sistema partidário
224
ao longo de todo o século XX; as constituições liberais como a de 1934 e a

de 1988 (BANDEIRA, 2005).
As influências determinantes na história oriental e ocidental que marca-
ram a política através dos séculos e consequentemente a evolução quanto ao
engajamento dos cidadãos brasileiros. Nossa herança política que remonta
ao Estado Romano o qual instituiu as bases do governo republicano; à Idade
Média com o sistema feudal onde a relação entre realeza e nobreza era extre-
or
mamente próxima e ao Estado Moderno europeu, período de aliança entre os
od V
reis e a burguesia recém emergente (GODINHO, 2015).
aut
As constituições de 1934 e de 1988 são consideradas as constituições
mais liberais e com grandes avanços sociais; contribuíram na caminhada em
direção a um maior engajamento político. A introdução do voto feminino
R
aprovado no código eleitoral pelo Decreto n º 21.076 de 24.02.1932, e a
Constituição de 1946 tornando o voto das mulheres obrigatório. Em 1934 o
o
voto dos analfabetos, cujo direito já existia desde a Emenda Constitucional 25
aC

de maio de 1985, porém em caráter facultativo, o qual passa a ser garantido
na CF de 1988 (ALBUQUERQUE, 2010).
Outro fator importante, no processo de evolução em prol de maior enga-
jamento político, foi a instauração do pluripartidarismo pela CF de 1988, o
visã
que proporcionou, de certa forma, uma participação organizada da sociedade
na política brasileira. Mas alguns membros de partidos políticos não contri-
buem, efetivamente, para a construção de um país melhor para todos; não
itor
representam os anseios da sociedade.

a re
Como o engajamento político no Brasil caminha a passos lentos devido

aos vários períodos de governos centralizadores de poder pelos quais o país
passou, prejudicou de alguma forma a formação desta consciência com relação
ao patrimônio público, a importância de sua preservação e o interesse maior
par
pelos acontecimentos relativos ao bem comum e a soberania nacional. Isto se

reflete na preservação do meio ambiente e na constante depredação de bens
Ed
comuns pelos cidadãos.

ão
Temos uma República que, por vezes, toma decisões que privilegiam
segmentos com interesses específicos. O que se observa é a necessidade de
s
muito a se fazer pelos menos favorecidos, mas que essa urgência não se reflete
ver
nas aprovações de leis e na busca pela eficiência dos serviços públicos.

Embora exista o direito de voto, a sociedade não se vê representada
por seus eleitos na maioria dos casos, seja no Poder Legislativo ou no Poder
Executivo. O voto, apesar de secreto e livre, pode ser manipulado por falsas
informações ou sugestionado por trocas de favores.
O descaso com o Bem Público em todas as áreas cresce, principalmente,
na área da saúde, educação e segurança da população, muito em função do
fato da sociedade não estar consciente de que o bem público é de todos, e,
portanto, deve ser preservado por todos.
Dinheiro público envolvido em escândalos de corrupção; obras públicas
or
inacabadas; roubos, propinas, levam os brasileiros a uma enorme decepção
od V
com os governantes em todas as esferas, o que gera descrédito total em relação
aut
à política e a seus representantes, os quais deveriam zelar pela coletividade.
A questão cultural no Brasil, que levaria a um maior engajamento em
torno não só da política, mas também em relação ao Bem Público, passa longe
R
da maioria da população, como por exemplo o acesso a teatro, cinema e livros
a preços muitas vezes, pouco acessíveis à população.
o
Tem-se, no Brasil, o ensino fundamental e médio com um dos piores
aC
índices de toda a América Latina (MORENO, 2016). Os cursos universitários

concorrem, também, com currículos e metodologias defasadas, não acom-
panhando as reais necessidades da sociedade e do aluno. Profissionais saem
despreparados das universidades, o que se reflete no ensino com resultados
visã
não muito favoráveis na área da saúde principalmente.
A saúde pública é um problema gigante no Brasil, a qualificação dos
profissionais deixa a desejar; muitos dos egressos dos cursos de Medicina
itor
saem mal preparados para o manejo profissional e o lidar com a vida humana.
a re
Conclui-se que o aspecto político requer maior engajamento, vem pro-

gredindo de forma lenta, uma herança de períodos ditatoriais pelos quais o
país passou. Acrescido pelo fortalecimento dos escândalos políticos e mau
gerenciamento do bem público, o que tornou os representantes das diversas
par
esferas governamentais, vistos com maus olhos e total descrédito. Há, com
certeza, grande retrocesso no interesse pela política; falta confiança nos ges-
Ed
tores das instituições governamentais e na lisura do processo político, gerando

um fraco engajamento político e social.
ão
5. Tendências futuras das variáveis provocadoras das evoluções
O que se observa, caso a sociedade não se mobilize, seja através de mani-

s
festações como passeatas, protestos, entre outros, externando seus anseios e

ver
descontentamentos em relação não só à corrupção ativa e passiva, mas em

relação a todos os segmentos necessários ao Bem Comum, e não se efetiva-
rem punições severas é que continuará havendo desvio do dinheiro público
e enriquecimento ilícito de alguns segmentos específicos.
226
Quanto à educação, caso não haja um envolvimento maior da sociedade,

uma reestruturação que acompanhe o desenvolvimento tecnológico, a exem-
plo de países desenvolvidos, essa permanecerá com baixíssimos índices de
qualidade e investimentos (MORENO, 2016).
As redes sociais propiciam, hoje, um espaço para debate, considerado
democrático, pois a princípio, qualquer pessoa pode criar seu blog ou site e
expor suas opiniões, sem controle de grandes grupos de comunicação como
or
jornais e revistas, mas ainda assim, sabemos que existem sistemas de controle
od V
por parte das redes sociais, somado a isto temos a disseminação de falsas
aut
notícias, Fake News, as quais geram conflitos e confundem as opiniões por
interesses de determinados grupos.
Quanto ao voto, uma das poucas formas efetivas de participação popular,
R
ainda continua sendo uma moeda de troca, utilizada pelas elites, representa-
das por grandes empreiteiras, muitas vezes, beneficiadas por políticos, cujo
o
intuito é a perpetuação no poder. A camada da sociedade menos informada
aC

é facilmente iludida, principalmente em véspera de eleições, por candidatos
a cargos eletivos, com propagandas enganosas e com a concessão de certos
benefícios acaba por ceder seus votos sem, efetivamente, estar ciente de futu-
ramente ser representada por estas pessoas. O que se observa é que as táticas
visã
de manipulação se modificaram, porém, os objetivos permanecem os mesmos,
a manutenção de poder nas mãos de poucos.
itor

a re
Com um maior engajamento político da sociedade, haverá um maior

interesse e participação na vida pública, o que, provavelmente, permitirá o
surgimento de novos líderes, representantes de vários setores da sociedade,
par
ocorrendo um rompimento quanto às formas corruptas de governar e legislar,

pois esses deverão estar preparados para gerir com eficiência os bens públicos.
Ed
As leis para candidatos a cargos públicos deverão se tornar mais rígidas e as

campanhas políticas não serão subsidiadas por interesse de grupos específicos,
mas financiadas pelos próprios candidatos e o voto deixará de ser obrigatório
ão
e será exercido democraticamente, de fato.

O ensino brasileiro estará nas mãos dos profissionais da área; terá um
olhar à distância, vislumbrando o futuro e o desenvolvimento do país, pautado
s
na qualidade e privilegiará o pensar. Primará pela consciência, levando o colo-

ver
car-se no lugar do outro, fortalecendo o engajamento em relação ao coletivo.

A escola tornar-se-á um espaço político-pedagógico de fato, com interação
professor, aluno, escola, família, sociedade, pois ali iniciará a consciência
política que leva ao pensar coletivo e o Bem Público será preservado. Quanto
mais bem informada e com poder de análise, a sociedade deixará de ser massa
de manobra e recuperar-se-á o senso político e a credibilidade nos gestores da
coisa pública. Desta forma, também, os cidadãos tornar-se-ão mais responsá-
veis perante os Bens Públicos, preservando a história do patrimônio público.
As manifestações populares organizadas serão frequentes e as redes
sociais servirão para o desenvolvimento das mobilizações, assim como da
própria conscientização e articulação da sociedade, de forma democrática.
or
od V
aut
• Hipótese 1: Maior engajamento político e representatividade de
R
todos os setores da sociedade nas decisões sobre o uso dos bens
públicos, com foco no seu valor para o coletivo e seu uso de forma
ética. Introdução dessa temática em todos os níveis da educação
o
formal.
aC
• Hipótese 2: Maior participação de todos os setores da sociedade

nas discussões sobre o uso dos bens públicos; manutenção de uma
educação deficitária no aspecto de conscientização da cidadania e
visã
dos direitos e deveres de todos;
• Hipótese 3: Manutenção da corrupção com métodos mais aprimo-
rados; redes sociais com discussões sem construção efetiva de arti-
culação e engajamento; formas modernas de controle e submissão
itor
de grande parte da população à estrutura política predominante em

a re
detrimento dos bens públicos.

par
Ed
s ão
ver
228
REFERÊNCIAS
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itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
COLETIVIDADE E BEM COMUM
Ana Maria Antunes
or
od V
aut
De acordo com Cancian (2007), o conjunto de crenças e sentimentos de
R
membros de uma mesma sociedade, constitui o que ele denomina de cons-
ciência coletiva. Isto leva à formação de vida própria desta sociedade.
o
Bem Comum é uma expressão cujo significado remete a benefícios em
prol da sociedade, presente na filosofia, teologia, direito, política e demais
aC
áreas (MEUS DICIONÁRIOS, 2017).
Segundo Bobbio (2000), o termo “política”, derivado do adjetivo de
pólis (politikós), do grego, significando tudo aquilo que se refere à cidade e,

visã
portanto, ao cidadão, ao civil, ao público e também ao sociável e ao social. O
conceito recebeu influência da grande obra de Aristóteles intitulada Política,
considerada o primeiro tratado sobre a natureza, sobre as funções, as divisões
do Estado, e sobre as várias formas de governo, predominantemente sobre o
itor
significado de arte ou ciência do governo, isto é, de reflexão, não importando

a re
se com intenções meramente descritivas ou prescritivas.

No século XVII, Althusius (2003) definiu política como: “sendo a arte
de reunir os homens para estabelecer vida social comum, cultivá-la e conser-
vá-la”. Por isso, é chamada de “simbiótica”. O tema da política é, portanto, a
par
associação, na qual os simbióticos (aqueles que vivem juntos), por intermédio

de pacto explícito ou tácito, se obrigam entre si à comunicação mútua daquilo
Ed
que é necessário e útil para o estudo harmônico da vida social.

Antes de Aristóteles, Platão já tratava a ética como indispensável à exis-
tência de harmonia entre os habitantes de uma mesma coletividade, ou como
ão
dizia, da polis (RAMOS, 2012).

De acordo com Ramos (2012) a ética nasceu na Grécia, em uma mescla
s
entre o mítico e o religioso, cujo objetivo era a criação de regras de com-

ver
portamento para que os indivíduos pudessem viver em grupos na sociedade.

Ao se criarem leis e regras em uma comunidade, os cidadãos estão pen-
sando ou devem pensar na convivência, no coletivo, no Bem Comum para
todos. Os indivíduos de certa comunidade, ou mesmo grupo, seguem padrões
determinados pela sociedade em que se inserem, levados por vários motivos,
entre eles a necessidade de convivência e de certo modo, segurança e amparo.
232
No séc. XVI, a obra de Maquiavel, o Príncipe, retoma a noção de

Bem Comum.
Segundo Martins Filho (2000), o Bem Comum seria garantido pelos “Cida-
dãos que estejam dispostos a sacrificar parte de sua liberdade, se esse sacrifício
se converter em benefício da comunidade na qual estão inseridos”. Maquiavel
desenvolve, também, a noção de virtude, de cidadãos virtuosos, segundo ele,
aqueles que têm a qualidade de promover o bem comum, exercendo a cidadania,
or
seja por ações militares ou políticas. (MARTINS FILHO, 2000).
od V
Conforme Martins Filho (2000), os governantes ou os administradores
aut
públicos devem promover o bem comum. Suas ações devem ser pautadas no
interesse público. Martins Filho (2000) ressalta o que Alceu Amoroso Lima
escreveu em 1963: a alma do bem comum é a Solidariedade. E a solidariedade
R
é o próprio princípio constitutivo de uma sociedade realmente humana, e não
apenas aristocrática, burguesa ou proletária.
o
Logo, para que o Bem Comum se efetive em relação a todos que vivem
aC

em coletividade, há a necessidade de regras de convivência e o Estado deve ser
o fomentador e garantir as condições para que isto se concretize, protegendo
os direitos individuais dos cidadãos e consolidando de forma harmoniosa a
vida em sociedade.
visã
itor
A história da humanidade inicia-se com o aparecimento do homem e,

a re
desta forma, da sociedade humana. Segundo (DIAKOV; KOVALEV, 1981),

há cerca de um milhão de anos, no início do Quaternário, surge o rebanho
dos homens primitivos, os quais teriam se originado de uma raça de símios,
conforme o homem fóssil (Cáucaso).
par
Para Engels (2012), o trabalho criou o homem e teria transformado o

símio em Homem, quando iniciaram a fabricação de suas ferramentas as
Ed
quais eram desenvolvidas em grupos, formando as coletividades. Engels

(2012) explica essa transformação em sua obra “O Papel do Trabalho na
Transformação do Símio em Homem”. Atribui esta transformação ao trabalho
ão
desenvolvido por eles, e este teria começado com a fabricação de ferramentas

(DIAKOV; KOVALEV, 1981, p. 37).
Conforme Harari (2016) há 70 mil anos, durante a Revolução Cognitiva,
s
“o sapiens conseguiu usar o cérebro para criar relações sociais promissoras,

ver
fazer com que grandes grupos cooperassem em benefício de um bem comum”.

Conforme Lopes (2010), Aristóteles entendia que a primeira sociedade
ou coletividade a formar-se foi a família e a considerava como única e natural;
com a formação destes grupos teria surgido a coletividade.
Ainda em relação à vida em coletividade, pode-se mencionar Cícero o

qual é de opinião de que a espécie humana não nasceu para viver isolada,
mesmo que possuíssem abundância de bens, procuravam um apoio comum
(LOPES, 2010).
Para Thomas Hobbes, o “Homem é o lobo do Homem” e, devido a
esta ideia de um homem de natureza violento, solitário e desonesto, houve a
necessidade de organizar a sociedade e para isto teria que se criar um contrato
or
social, o qual eliminaria a guerra de todos contra todos e o Estado teria o poder
od V
de reprimir qualquer ato violento dos homens (RAMOS, 2012).
aut
O exercício da cidadania, das ações coletivas, na Grécia antiga, buscava
o bem comum em relação à segurança e à justiça. Aristóteles, em seu livro
Política I, referia-se à participação de todos na comunidade política, (polis),
R
como forma de atingir o Bem Comum.
Deve-se mencionar a Revolução Industrial, segunda metade do séc.
o
XVIII, quanto à conscientização de classe, bem como a Revolução Francesa
aC
e os ideais considerados na revolução de massas, o começo da emancipação

das classes sociais e o nascimento da consciência de que o poder emana do
povo (GAIZO, 2015).
Já o século XX, centrado no individualismo e na sociedade de consumo,
visã
teria afastado as pessoas da preocupação com a coletividade, principalmente
a Ocidental capitalista.
Sintetizam-se, em parágrafos a seguir, alguns aspectos de como vem
itor
sendo tratada a questão referente ao Bem Comum no Brasil, pelo Estado, nas
a re
Constituições brasileiras:
A Constituição Política do Império do Brasil (BRASIL, 1824), quanto aos
Direitos Sociais e Políticos dos cidadãos em seu Art. 179, parágrafo 31 vem
garantir os socorros públicos e no parágrafo 32 institui a instrução primária
par
gratuita para todos. No entanto, esta Constituição não dedicou um espaço

relevante aos direitos fundamentais, ou seja, para o Bem Comum dos cidadãos
Ed
e referente aos Direitos Humanos e conservou o sistema escravocrata até o

final do Império em 1888.
Quanto à proteção dos direitos fundamentais, Groff (2008) é de opi-
ão
nião que a Constituição de 1824 não criou instrumentos apropriados para a

defesa destes.
Com o final do Império em 1888, uma nova Constituição é promulgada
s
em 24.02.1891, determinando que: Todos são iguais perante a Lei; uma Lei
ver
que vale para todos (BRASIL, 1891).

Em 1934, o Brasil passa a ter uma nova Constituição, também promul-
gada, a qual teve forte conotação social e uma forte legislação trabalhista
(BRASIL, 1934). Foi criada a Justiça do Trabalho (art. 122) e previdenciária.
234
Esta Constituição criou, também, a assistência judiciária para os necessitados.

A Constituição era uma Carta que inovou o constitucionalismo brasileiro e
era muito avançada para a época. Ela trazia como valor maior o Bem Comum
(BONAVIDES; ANDRADE, 1991, p. 9 Apud GROFF, 2008, p. 113).
Na Constituição de 1934 foi criado o primeiro instrumento de defesa
de cidadania, a Ação Popular. Esta Carta teve curta duração, dando lugar
à Constituição de 1937, considerada um retrocesso em relação aos direitos
or
fundamentais (GROFF, 2008).
od V
Silva (2000, p. 169 apud GROFF, 2008, p. 1160), afirma que a Constituição
aut
de 1937 foi ditatória [...] com integral desrespeito aos direitos do homem [...].
Em 1946, o Brasil passa a ter uma nova Constituição, a qual veio resta-
belecer os direitos fundamentais da Constituição de 1934 e com ela, a insti-
R
tuição do salário mínimo, entre outros que vieram em prol do Bem de todos
(BRASIL, 1934).
o
Em 1967, nova Constituição sob o regime militar, restringiu muito os
aC

direitos fundamentais dos cidadãos. Houve muitos retrocessos, porém, instituiu
o direito ao salário-família para os dependentes dos trabalhadores; aposentado-
ria da mulher aos 30 anos com salário integral; aposentadoria dos professores,
mulher aos 25 anos e dos homens aos 30 anos com salário integral.
visã
A Constituição Federal de 1988, no art.5º (BRASIL, 1988), reforça a
igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garan-
tindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
itor
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

a re
(BARRETO, 2010).
O art. 4º, inciso VIII dispõe sobre a igualdade de raças; o art. 5, inciso
XXXVIII trata da igualdade jurisdicional para todos os brasileiros; artigo 7º,
inciso XXXII trata da igualdade trabalhista, princípios estes fundamentais,
par
entre outros para o bem da coletividade (BARRETO, 2010).

A Constituição Federal do Brasil de 1988, hoje vigente, traz em seu
Ed
Art. 1º, como Estado Democrático de Direito, cinco fundamentos, entre eles
assegura como comum a todos os brasileiros, “III – a dignidade da pessoa
Humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”.
ão
A denominada Constituição Cidadã caracteriza-se por priorizar os Direi-

tos Fundamentais, traz os denominados direitos de terceira geração, uma
inovação em relação às outras. Estes são os direitos de solidariedade ou fra-
s
ternidade, os quais englobam o direito a um Meio Ambiente equilibrado, a

ver
uma qualidade de vida saudável, ao progresso e a paz. Estes direitos não se

encontram sistematizados, mas ao longo da Constituição. É no art. 225 que
encontramos fundamentado o direito ao Meio Ambiente e no art. 5º aparecem
os direitos dos consumidores.
Os governantes, segundo Souza (2015) devem guardar dois olhares, um

para cima, em direção ao interesse geral (Bem comum), outro abaixo, vol-
tado aos interesses particulares. Segundo ele, Platão advertiu que o Bem de
todos (ou Interesse público ou Bem geral) conflita com os Bens particulares:
enquanto estes separam os homens, aquele os aproxima; e que todos ganham
quando o primeiro é assegurado (Leis, IX).
Refere-se ao fato de que na convivência o homem beneficia-se, seja em
or
conhecimentos, experiências, as quais vai acumulando de geração em gera-
od V
ção; desta forma desenvolve suas capacidades intelectuais, morais e técnicas
aut
(RANELETTI, 2010 apud LOPES, 2010).
R
Quando o assunto é referente à evolução da existência do Homem e sua
o
vida em coletividade reporta-se ao aparecimento, deste, na terra e como con-
aC
sequência a sua organização em sociedade. Com relação ao exposto, chega-se

ao rebanho denominado Primitivo o qual historicamente teria surgido na Idade
do Bronze, onde os primeiros homens já viviam divididos em classes, as quais
visã
sucederam os clãs (DIAKOV; KOVALEV, 1981).
Foi com a fabricação de seus instrumentos que os homens fósseis demons-
traram raciocínio e para isto reuniam-se em coletividade. Com o aparecimento
do homo sapiens, desenvolveram-se as técnicas e a economia coletiva, e surge
itor
uma nova organização social, o clã primitivo (DIAKOV; KOVALEV, 1981).

a re
Menciona-se, também, a Revolução Industrial a qual representou um

marco na divisão de trabalho; influenciou a crescente demanda pela busca
de especializações no Brasil, especificamente, com a proliferação de cursos
neste sentido, o que vem a tornar cada vez mais individualistas os cidadãos
par
em suas ações em detrimento do interesse coletivo e do bem-estar de todos.

Já, quanto à sociedade brasileira, esta teve como base em sua formação o
Ed
escravismo. Durante sua colonização pelos portugueses, o sistema colonial era

mercantilista escravista composto pelos colonizadores, aristocratas ou empresá-
rios mercantilistas. Desta forma, destaca-se a formação da sociedade brasileira
ão
com base na aristocracia burguesa, representada pelos aristocratas e os escravos.

Este processo histórico pelo qual passou a evolução brasileira deixou
marcas de desigualdades acentuadas, desde a exterminação dos povos indí-
s
genas e a escravidão dos negros pelos colonizadores. Desigualdades estas,

ver
que ainda prevalecem e estão registradas nas comunidades quilombolas e nas

aldeias indígenas.
Destaca-se a Constituição Federal de 1934 e os direitos sociais e a Constitui-
ção Federal de 1988 com os direitos fundamentais de 2ª geração (BRASIL, 1988).
236
O Estado brasileiro em sua Constituição Federal art. 206 (BRASIL, 1988)

tem o dever de promover o acesso à educação de todos os cidadãos (Bem
Comum), porém, as escolas públicas brasileiras ressentem-se de melhores
estruturas, os profissionais são mal remunerados e o ensino é deficiente no
país, o que atestam as pesquisas na área.
Vale lembrar o avanço da tecnologia em todas as áreas, acentuadas nos
meios de comunicação e transporte as quais diminuíram as distâncias e tendem
or
a avançar cada vez mais na sociedade atual, mas beneficiando sobremaneira
od V
os países desenvolvidos os quais vem acumulando maior poderio social, eco-
aut
nômico e político.

R
Em relação às variáveis provocadoras das evoluções, tem-se a sociedade,
o
ainda, dividida em classes sociais. O Direito Romano como a base jurídica
aC

de toda a organização social.
As classes sociais brasileiras são reflexos de um patrimonialismo e de
uma aristocracia colonizadora ainda influenciadora de uma nítida divisão
visã
entre os que mais podem e os que marcham trabalhando sem vislumbrar
uma melhoria a ser alcançada em prol da coletividade, a qual se encontra
nitidamente demarcada pelo separatismo e a exclusão. Exemplos disto são
educação, moradia e saúde.
itor
Com relação ao exposto no parágrafo anterior, tem-se a exclusão social

a re
dos menos favorecidos financeira e socialmente com tendência a continuar;

concorre para isto a pouca valorização do ensino no país; o acesso de uma
minoria ao ensino de qualidade; sendo que as escolas públicas, as quais
recebem a maioria da população brasileira estão mal estruturadas física e
par
pedagogicamente.
O interesse do Estado pela formação cultural, ética e social dos menos
Ed
favorecidos está retratado no aumento vertiginoso da violência e criminalidade

que atinge o país.
O Estado brasileiro, na sua representatividade através de suas instituições,
ão
sua classe política, acentuadamente corrupta, tende a continuar passivamente

na mesma situação. O movimento de classe, com origens históricas acen-
tuadas, a partir da Revolução Industrial vem crescendo em conscientização.
s
Porém, o Bem Comum, no sentido total da palavra, na sociedade atual,

ver
ainda se ressente de maior conscientização por parte dos indivíduos e por

parte das instituições governamentais. A globalização diminuiu as fronteiras
da informação, porém, as nações mais poderosas continuam ditando suas
fronteiras, exercendo domínio, principalmente, na economia mundial.
Com relação aos Julgadores e Legisladores, eles agem de acordo com

interesses particulares e próprios, em detrimento do que seja o Bem coletivo.
5. Tendências Futuras das Variáveis

Provocadoras das Evoluções
O princípio da igualdade e da cidadania parece continuar atingindo
or
somente a classe dominante. Os movimentos sociais, ora crescentes, pare-
od V
cem estar perdendo a voz pouco a pouco, diante de uma realidade que não se
aut
modifica, pois, as elites politicamente dominantes prevalecem, com um olhar
muito lento, movendo-se em direção ao trabalho pelo bem-estar de todos.
R
A troca de favores, o “jeitinho” brasileiro enraizou-se no Estado, pare-
cendo permanecer ainda por longos anos. A Justiça brasileira continua a julgar,
o
tanto quanto os legisladores, seguindo “duramente” interesses próprios, sem
preocupação com o Bem Comum.
aC
Percebe-se que o interesse e a ganância pelo poder e riqueza de grupos

políticos e econômicos permanecerão, sem perspectivas de que o foco na
coletividade terá um novo olhar.
visã
6. Rupturas Futuras das Variáveis Provocadoras das Evoluções
No futuro, não só os cidadãos brasileiros comuns, mas, principalmente,

itor
aqueles que ocupam cargos elevados dentro da sociedade brasileira, que estão
a re
a serviço da coletividade, visarão o Bem-Comum. As relações sociais serão

intensificadas, sendo que os Homens estarão, cada vez mais, imbuídos do
sentimento de busca em prol do bem comum para todos.
A Justiça brasileira estará a serviço da Lei que contemplará uma vida
par
social melhor para todos. Os julgadores aplicarão Leis que serão do Interesse
Público e não apenas de um grupo.
Ed
Se os próximos administradores da coisa pública estabelecerem metas

humanísticas e programas sociais relevantes em prol do desenvolvimento das
comunidades haverá uma ruptura, considerando as tendências atuais.
ão
Os Legisladores brasileiros criarão leis inspirados na Justiça Social, no

Bem Comum; essas serão justas e firmes para que o cidadão usufrua de maior
s
segurança jurídica.
Surgirão novos governantes, os quais olharão em direção ao Bem
ver
Comum. O aspecto religioso sofrerá uma transformação, pois que os indiví-

duos necessitam de uma nova forma de sentir e praticar o Bem-Comum. As
religiões devem servir para promover o bem-estar psicológico dos indivíduos
e não servirem como instrumento de dominação.
238
Entende-se de importância para a vida em coletividade na atualidade e no

futuro o fim das fronteiras rígidas entre os países, de forma que a globalização
atinja a todos e as pessoas se tornem “cidadãos do mundo”.
Deve haver também, uma mudança em relação à moeda, de forma a
facilitar a estabilidade econômica.
Uma mudança no sistema político atual brasileiro se faz urgente e a socie-
dade deve exercer maior fiscalização sobre os órgãos e instituições públicas
or
rompendo com as situações atuais.
od V
Os governantes devem ter maior responsabilidade sobre seus atos polí-
aut
ticos em relação à sociedade e serão punidos severamente quando ferirem
a Lei. Os legisladores deixarão de ser pessoas omissas em relação às suas
responsabilidades com a sociedade.
R
7. Resumo da Definição de Hipóteses
o
aC

• Hipótese 1: Não há esforço direcionado ao bem comum, com
retrocesso nas tendências atuais de globalização, fechamento dos
mercados dos países desenvolvidos, aumento da concentração de
visã
renda, fortalecimento da hierarquização da sociedade e redução dos
direitos individuais e sociais;
• Hipótese 2: Continuidade dos conflitos entre os diversos atores
econômicos, sociais e políticos, gerando modestas conquistas para
itor
sociedade;
a re
• Hipótese 3: As necessidades econômicas, políticas e sociais dos

indivíduos e grupos são priorizadas em todos os planos e níveis de
decisão de Estados, Sociedades, buscando o bem-estar coletivo e
individual.
par
Ed
s ão
ver
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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
ENGAJADA LOCALMENTE
or
od V
aut
R
Participação social engajada localmente refere-se à conscientização dos
cidadãos, que os leva a envolver-se nas decisões políticas, educacionais, cultu-
o
rais, ambientais, políticas públicas e demais decisões que envolvam o projeto
aC
de uma nação sustentável para esta e para as futuras gerações, com o fortale-
cimento das organizações sociais locais e com foco na participação social da
população como um todo (ABERS; VON BÜLOW, 2011; AVRITZER, 2010).

Os seres humanos buscam formas de convívio, com uma causa comum,
visã
elo que une grupos para o alcance de um fim, respeitando seus valores indi-
viduais e sua cultura, para atingir o bem comum e novas formas de bem viver
(ARON, 1995). Para tanto, é necessário o engajamento de determinado grupo
itor
a fim de que seus objetivos sejam atingidos.

a re
O engajamento está ligado à realização de ações com proposta efetiva de

mudança e continuidade, empenho no serviço a uma causa ou ideal, envolvi-
mento em questões políticas, sociais e outras. Engajar-se é estar envolvido com
princípios e valores do indivíduo quanto à sua formação, origem, ambiente e
par
interesses e à forma como todo esse histórico traz identificação com o projeto
e a causa e o faz relacionar-se com o coletivo.
Ed
O engajamento, por sua vez, parte do mesmo princípio de sensibilização

e conscientização de questões de interesse coletivo, mas busca a compreensão
dos fatos a partir de uma visão coletiva deles, e a definição de ações para a
ão
mudança efetiva, cujos resultados podem vir a ser observados no longo prazo.
Quando o indivíduo se engaja, ocorre o comprometimento com um pro-
jeto, a realização de ações de uma proposta efetiva de mudança e continuidade.
s
A conquista da cidadania pelo indivíduo concretiza-se com o gozo dos direitos

ver
civis e políticos, assim, ele passa à condição plena de cidadão.

O conceito de cidadania, ditado pela história e não pela lógica, é dividido
em três partes: elemento civil, com direitos necessários à liberdade indivi-
dual; elemento politico, que pressupõe o direito de participar do exercício do
poder politico; e o elemento social, que vai do direito mínimo ao bem-estar
econômico e à segurança, com uma vida de ser civilizado de acordo com os
padrões da sociedade (MARSHALL, 1965).
242
Desde a chegada dos portugueses no século XVI, o território brasileiro

foi palco das mais diversas lutas e resistência contra a dominação europeia, a
começar pelos habitantes nativos, os indígenas, que estavam em permanente
embate pelas terras ocupadas, tanto com portugueses como com espanhóis,
franceses, holandeses e ingleses.
or
Até a fundação da cidade de São Paulo em 1554, esses embates eram
od V
esparsos e ocorriam na região litorânea, mas a chegada dos portugueses ao
aut
planalto paulista, com a clara intenção de aqui permanecerem, deu origem
ao primeiro movimento local organizado, conhecido como Confederação dos
R
Tamoios, em que grupos indígenas da região sudeste se uniram para organizar
a resistência ao domínio português. Outras regiões do Brasil, foram cenário de
o
combates e manifestações com reivindicações locais. Denominados Movimen-
tos Nativistas, ocorreram no Maranhão, com a Revolta de Beckman, em 1694;
aC

em São Paulo, com a Guerra dos Emboabas, em 1708, em Pernambuco, com
a Guerra dos Mascates, em 1710; em Minas Gerais, com a Revolta de Filipe
dos Santos, em 1720. A característica dominante de todas elas eram o fato de
visã
fazerem reivindicações para solução de problemas locais (DANTAS, 2011).
No século XVII, o Brasil foi palco de movimentos emancipacionistas,
como a Inconfidência Mineira, em 1789, e a Conjuração Baiana, em 1798,
itor
em que a reivindicação de autonomia política era fruto da mobilização de

representantes da sociedade brasileira que se sentiam explorados e excluídos
a re
do poder político e econômico em função da condição do Brasil de ser colônia

de Portugal (TAVARES, 1994).
No início do século XX, há movimentos urbanos importantes, como a
Revolta da Vacina no Rio de Janeiro, em 1906, e a Greve Geral dos Traba-
par
lhadores em 1917, na cidade de São Paulo (BIONDI, 2009).

Na luta pela democratização no país, houve a luta pelo direito do voto
Ed
feminino, que tem início em 1910, com a criação do Partido Republicano

Feminino pela professora Deolinda Daltro, que, em 1917, lidera uma pas-
ão
seata que exigia a extensão do voto às mulheres. Celina Guimarães Viana,

aproveitando a Lei n◦ 660, de outubro de 1927, que estabelecia as regras
do alistamento e da participação nas eleições, ingressa na lista de eleitores,
s
votando nas eleições de 5 de abril de 1928. No dia 24 de fevereiro de 1932, no

ver
Código Eleitoral Provisório, Decreto-lei n◦ 21076, o voto feminino no Brasil

foi assegurado, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres ao
voto e, na Constituição de 1934, as restrições ao voto feminino foram elimi-
nadas do Código Eleitoral (BRASIL, 1934).
Em outro momento da história, eclodiram manifestações locais importan-

tes na luta contra o governo ditatorial imposto a partir de 1964. Elas ocorreram
tanto na esfera urbana como na rural. Movimentos locais, como as Ligas
Camponesas e os Centros Populares de Cultura (CPC) tiveram uma impor-
tância vital como disseminadores de ideias e firmaram-se como espaços de
discussão e debate sobre a realidade brasileira que contavam com a adesão, a
mobilização e o engajamento popular local com a causa (MARTINS, 2015).
or
Havia, por parte dos manifestantes, um comprometimento com o movi-
od V
mento que iria até as últimas consequências, pois entendiam que a luta era por
aut
uma causa justa – a cessão e a preservação de direitos humanos básicos, como
saúde, moradia, condições de trabalho e remuneração adequados, para propor-
cionar bem-estar aos trabalhadores e às populações carentes dessas cidades.
R
Ainda na luta contra a privação de seus direitos, destaca-se o movimento
Mulheres Contra a Censura. No dia 12 de fevereiro de 1968, na Cinelândia,
o
no Rio de Janeiro, artistas e intelectuais promoveram um protesto a favor
aC
da liberdade de expressão. Luta com mobilização popular que se estendeu

durante todo o regime ditatorial e levou milhares de pessoas aos cerca de 30
comícios organizados em 1983 e 1984. No dia 25 de janeiro de 1984, o centro
de São Paulo foi palco de um dos momentos mais importantes da história do
visã
Brasil. Cerca de 300 mil pessoas assistiram, na Praça da Sé, ao comício que
massificou a campanha pelas Diretas Já. O ato, que reuniu personalidades
políticas, artistas e lideranças sindicais, foi o grito do povo clamando pelo
itor
direito de votar, em todos os níveis, para escolha de seus representantes. A

a re
emenda das eleições diretas para presidente foi colocada para votação em 25
de abril de 1984, sem aprovação para frustração dos brasileiros. Tancredo
Neves foi eleito presidente em 1985 por eleições indiretas. A Constituição
de 1988 determinou as eleições diretas e, em 1989, foi eleito Fernando Collor
par
de Mello com o voto da maioria dos brasileiros (NERY, 2014).

Atores da sociedade civil por todo o território nacional, psicólogos, peda-
Ed
gogos, educadores, assistentes sociais, movimentos religiosos, juristas, entre

outros agentes ligados à infância, traziam ao debate público novas questões
que colocavam em xeque a lógica repressora e punitiva do Código de Menores,
ão
segundo Pansardi (2015).

Em 5 de outubro de 1985 – quando 20 mil meninos e meninas saíram
em passeata e, em torno do Congresso Nacional, fizeram a Ciranda da Cons-
s
tituinte (PANSARDI, 2015) – foi aprovada a emenda à Constituição que deu

ver
origem aos artigos 227 e 228.

Nos anos de 1970, teve início a mobilização indígena pela garantia de
seus direitos, como a demarcação das terras indígenas e outros, fortalecendo-se
por meio de organizações não governamentais (ONGs), criando organizações
244
e associações indígenas, realizando assembleias, encontros e reuniões, que

culminaram na criação, em 1980, da União das Nações Indígenas (Unind),
hoje União das Nações Indígenas (UNI). Dessa forma de organização, surge
o movimento indígena de âmbito nacional – em busca de soluções coletivas
para a defesa de territórios, o respeito à diversidade linguística e cultural, o
direito à assistência médica adequada e a processos educacionais específicos
e diferenciados, além de direito ao voto nas eleições do país. Com a Constitui-
or
ção de 1988, esses direitos passaram a serem reconhecidos (BRASIL, 1988).
od V
Resultado da organização e mobilização de aposentados, pensionistas e
aut
idosos, vinculados à Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas
(Cobap), o Estatuto do Idoso é instituído pela Lei 10.741, de 1º de outubro
de 2003. Sua principal virtude foi assegurar a dignidade do idoso, visto que
R
este era um valor que não estava ética e moralmente difundido nos costumes
brasileiros. O Estatuto passou a garantir que os direitos previstos de forma
o
protetiva fossem efetivados por políticas públicas (RAMIDOFF, 2014).
aC

Em 7 de agosto de 2006, foi regulamentada uma lei que reposicionou a
forma como o Estado tratava a violência contra as mulheres (BRASIL, 2006).
A lei ganhou nome próprio –Lei Maria da Penha – em referência a Maria
da Penha Maia Fernandes, que, em 1983, havia sido vítima de uma dupla
visã
tentativa de homicídio dentro da própria casa por parte do seu marido. Nessa
época, a legislação brasileira definia a chefia masculina na sociedade conjugal
e contava apenas com algumas iniciativas não governamentais de apoio às
itor
mulheres em situação de violência. Para auxiliar, apoiar e conscientizar as

a re
mulheres em situação de violência, em 2009, um grupo de voluntárias, com

representantes de todo o país, criou a rede social ‘leimariadapenha.com.br’.
Por fim, a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), denominada Cons-
tituição Cidadã, contemplou boa parte das reivindicações da população e
par
levou o país a um maior nível de democratização com a implantação do voto

direto em todas as esferas de representação, federal, estadual e municipal;
Ed
manteve o voto do analfabeto, conquistado pela Emenda Constitucional 25,

de 1985; e introduziu o voto facultativo para os brasileiros entre 16 e 17 anos
e a partir dos 70.
ão
Diante disso, ao discutir-se sobre engajamento da sociedade, é possível

ater-se a alguns elementos indispensáveis e fundamentais nos processos estu-
dados, como a sensibilização, a mobilização e a busca pela conscientização
s
da sociedade. Esses elementos devem orientar qualquer ação que tenha como
ver
objetivo a justiça social.

Considera-se que os acontecimentos históricos relatados ilustram formas
de engajamento social e levam à reflexão uma vez que, ao longo do tempo,
a população buscou participar da decisão sobre os rumos de sua vida, cons-
truindo caminhos para atingir os seus objetivos e transformar a sociedade.
• Processo de industrialização e vinda de imigrantes europeus no

início do século XX: com o processo de industrialização no país e a
necessidade de mão de obra, o governo fez campanhas de incentivo
à imigração, trazendo novas culturas e hábitos ao país.
• Organização dos trabalhadores em sindicatos e associações: com a
or
vinda de imigrantes já adaptados a condições melhores de trabalho,
od V
iniciou-se a organização de associações e sindicatos que buscavam
aut
alcançar suas reivindicações.
• Movimentos estudantis: a mobilização estudantil tem registro em
nossa história desde 1710, quando estudantes de conventos religio-
R
sos lutaram para expulsar invasores franceses dos colégios e das
moradias que os abrigavam no Rio de Janeiro, e no decorrer de nossa
o
história os jovens, em todos os contextos de luta pelo desenvolvi-
aC
mento do país, mantiveram sua participação pela redemocratização,
pelas políticas públicas, pelas condições educacionais.

• Iniciativas de conscientização popular (ONGs, Pastorais): as ONGs
surgem no Brasil nos anos de 1950, ligadas ao trabalho de educação
visã
de base, normalmente vinculadas à Igreja, segundo Bittar (2007).
Foram crescendo nas décadas de 70 e 80, no contexto da ditadura
militar, com o objetivo principal de defender direitos humanos e
itor
políticos e lutar pela democracia. Na década de 90, houve maior

a re
período de expansão e as ONGs passaram, em grande parte, a

exercer papel, que deveria ser do Estado, de assistência, educação
e formação.
• Maior acesso e democratização da informação: no Brasil, poucos
grupos político-econômicos detêm o controle dos meios de comuni-
par
cação, o que contribui para a manipulação da opinião pública, faci-

Ed
litando a manutenção do poder. Em agosto de 2004, foi criado um

fórum de discussões sobre o Direito à Comunicação na Sociedade
da Informação – Comunication Right in the Information Society
ão
(CRIS – Brasil, sigla faz referência à campanha internacional). Esse

fórum é dedicado a discutir a estruturação de um sistema público de
comunicação, que inclui a criação de um fundo público para meios
s
comunitários; a democratização do acesso aos meios de produção

ver
no campo da comunicação; a atuação com relação ao controle e

acompanhamento de políticas e regulação; a diversidade cultural;
a propriedade intelectual e os direitos de autoria; a apropriação
social das Tecnologias de Informação e Comunicação, o que inclui
a convergência tecnológica (O’SIOCHRÚ, 2005).
246
A industrialização, os movimentos dos trabalhadores, dos sindicatos e

das associações de classe culminaram no desenvolvimento da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Recentemente, a Reforma Trabalhista, com a Lei
nº 13.467 de 13 de julho de 2017, que altera a CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (BRASIL, 2018), possibilita a precarização
or
nas condições de trabalho e a eliminação das organizações de trabalhadores,
od V
pois subtrai direitos trabalhistas conquistados ao longo de anos de luta de orga-
aut
nizações e negociações por meio de acordos coletivos e tira dos trabalhadores,
por perda de vínculos às entidades de classe, o respaldo dessas organizações,
R
associações representativas e sindicatos. Mas, há também opiniões diversas
sobre essas mudanças que estão ocorrendo na CLT, pois, observando os dias
o
de hoje, há um reconhecimento de que deveria haver renovação.
aC
A Constituição Federal de 1988 contemplou as reivindicações dos diver-

sos setores da sociedade, com a manutenção de direitos conquistados, assim
como a inclusão de outros novos, embora muitos, até os dias atuais, não
estejam implementados em sua totalidade, e outros permaneçam sem regula-
visã
mentação por legislação própria, levando os cidadãos a não ter plenos direitos
sobre eles (BRASIL, 1988).
O Marco Regulatório (Lei 13.019/ 2014) explicita a valorização das
itor
organizações da Sociedade Civil, a transparência e controle do uso do dinheiro

a re
público e a eficiência nos projetos, de acordo com o Marco Regulatório das

Organizações da Sociedade Civil – MROSC (2014). Segundo dados do IBGE
(2010), havia 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrati-
vos (Fasfil), atuando em uma diversidade muito grande de áreas.
par
O surgimento das mídias digitais, o avanço das tecnologias e o acesso

facilitado a elas com a inclusão digital, bandeira levantada por instituições
Ed
governamentais e não governamentais, segundo Nittis (2015), geram não só

ferramentas que podem ser utilizadas como meios de comunicação e infor-
mação, como também conteúdo de interesse comum com custos menores,
ão
capazes de abranger maior quantidade de usuários. Já existe a proposição de

definir comunicação como um direito humano (SILVA, 2017).
s

ver
Vários pontos indicam que, se tudo continuar como está, a tendência é

que não haverá participação social engajada, pois há:
• sobreposição de interesses individuais aos coletivos: na sociedade

ocidental, o capitalismo global, forma dominante e determinante
de produção, estimula o individualismo, a constante concorrência
pelas conquistas individuais. É a propriedade privada concentrada
nas mãos de uma classe que defende o que é melhor para si, para
realizar todos os seus desejos individuais, excluindo do processo
produtivo e de desenvolvimento toda a maiorida da população, que
or
corresponde à classe trabalhadora;
od V
• falta de politização: com ensino de baixa qualificação e formação
aut
precária desde o ensino fundamental ao ensino médio, a expansão
do ensino superior, focada em atender à demanda por este nível de
educação, sem o compromisso com alto nível de formação e qua-
R
lificação, tornou os jovens pouco politizados. Assim, eles deixam
de ser protagonistas na participação ativa das lutas políticas do país
o
e são levados pela massificação de informações direcionadas aos
aC
interesses de grupos específicos;

• segmentação cada vez maior na participação dos movimentos nas
comunidades: levando-se em consideração a dimensão do país e
a diversidade cultural, cada vez mais há movimentos muito mais
visã
ligados a questões locais, com pouca projeção no cenário nacional.
Cresce a quantidade de organizações e associações cujo tema é o
engajamento da população;
itor
• desarticulação por falta de um processo participativo e de planeja-

a re
mento de ações no longo prazo: permanece a prática de desconti-

nuidade na execução e conclusão dos projetos com a mudança do
Executivo em todos os âmbitos, municipal, estadual ou nacional.
par

Ed
Serão necessárias ações que provoquem rupturas para contrapor-se às

tendências citadas:
ão
• engajamento social como parte de debates sobre cidadania nas

escolas e comunidades: aumenta a quantidade de organizações e
associações cujo objetivo é fortalecer o engajamento da população
s
em todos os setores da sociedade;

ver
• criação de mecanismos de participação popular de incentivo ao

engajamento, por meio de ações efetivas: expande-se o número de
organizações que hoje atuam nas comunidades levando educação
política e de cidadania e conscientizando os cidadãos de seus direitos
248
e deveres para alcançar o bem comum. Há implantação e libera-

ção de acesso a cursos de formação que abranjam todo o território
nacional, respeitando a realidade local dos indivíduos;
• fortalecimento do engajamento pelo uso das redes sociais e das
mídias digitais como ferramenta de disseminação de conhecimento
e discussão para propiciar ampliação da participação social.
or
od V
aut
• Hipótese 1: Engajamento às iniciativas do poder público, visando
a interesses particulares e de grupos específicos da sociedade. Par-
• R
ticipação popular por meio de plebiscitos e voto em representantes,
sem poder de decisão nas ações.
Hipótese 2: Engajamento da sociedade desenvolvido através da
o
introdução desse tema como parte do currículo escolar no nível Fun-
aC

damental I e II e Ensino Médio. Criação de mecanismos políticos e
sociais que propiciem a participação de todos os segmentos da socie-
dade na tomada de decisão acerca de questões de interesse coletivo.
visã
• Hipótese 3: Fortalecimento da participação popular através de arti-
culações impulsionada pelas associações de classe, comunitárias,
pastorais e ações com base em Planejamento de Longo Prazo e
fortalecimento da participação de todos os segmentos sociais, atra-
itor
vés da utilização das redes como instrumento de conscientização

a re
e democratização.
par
Ed
s ão
ver
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ver
250
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Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
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itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
PROGRAMAS SOCIAIS
COMO CONTRAPARTIDA DE
DESENVOLVIMENTO
or
od V
aut
R
o
aC
Os programas sociais são iniciativas destinadas a melhorar as condições
de vida de uma população. Entende-se que sejam orientados para a toda a
sociedade ou, pelo menos, para um setor importante que tem certas neces-
visã
sidades ainda por preencher. Podem ser considerados uma parte operacional
das políticas sociais de um Estado, sendo, na sua maioria implementados
por este, que tem a responsabilidade de atender as demandas, interesses e
itor
necessidades da sociedade. É frequente que a sociedade civil impulsione os

a re
seus próprios programas sociais através de organizações não governamentais

e diversos tipos de associações.
A elaboração dos programas sociais se dá com base em um complexo
sistema de decisões e ações tomadas por autoridade legítima e de acordo com
o marco legal. Exigem conhecimento dos instrumentos jurídicos, sociais e
par
administrativos e domínio da área de atuação com impactos diretos e indi-

Ed
retos para distribuição de benefícios e/ou serviços.

A participação da sociedade no debate, desde a criação de um programa
até a avaliação e alterações, quando necessárias, depende além de sensibi-
ão
lização e mobilização, que a participação esteja prevista no programa. O

planejamento deve sempre contemplar as diversas dimensões que podem
ser afetadas pelo programa proposto, pois em alguns casos pode ocorrer
s
desestruturação de elementos culturais da sociedade, se este aspecto não

ver
for cuidadosamente analisado na implementação do programa.

Os programas sociais são desenhados no âmbito das políticas públicas,
ou seja, estão no campo da gestão do que é coletivo, e no seu conjunto,
devem considerar a eficiência, a eficácia e a efetividade dos resultados
obtidos (MARINHO; FAÇANHA, 2001).
254
Há um campo técnico específico de conhecimento para a gestão de

cada política pública, no entanto estas dependem de uma agenda pública
formada, do conceito de cidadania, de democracia e suas premissas. É
necessário conhecimento de pressupostos teóricos, legislações específi-
cas, formas de organização, história e estágio de desenvolvimento em que
se encontra a área ou setor alvo de impacto direto e indireto da política
or
em questão, seguindo uma sequência que se retroalimenta, conforme ilus-
trado na Figura 1. É também indispensável o planejamento, o diagnóstico
od V
e a apuração de indicadores setoriais, bem como as interfaces com outras
aut
políticas (VECCHIA, 2011).
Os programas sociais devem ser concebidos em uma perspectiva de
R
desenvolvimento. Para Boschi e Gaitán (2008) o conceito de desenvol-
vimento é visto como polissêmico, podendo estar relacionado tanto aos
o
aspectos qualitativos do processo de acumulação de capital e crescimento
aC
econômico quanto à proteção social e sustentabilidade e tem suas raízes nas

discussões sobre o papel do Estado para a sua promoção. Cepêda (2012) e
Fonseca (2015), que expõem as controvérsias em torno dos termos cresci-
mento e desenvolvimento, mostram que o primeiro termo está restrito ao
visã
crescimento da produção e da produtividade e o segundo incorpora suas
repercussões na melhoria dos indicadores sociais e seus impactos. O con-
teúdo social e a ideia de segurança a partir da proteção do tecido social
itor
(contemplando saúde, educação, cidadania e outras variáveis) são conside-

a re
rados em Sachs (1993) que inclui com mesmo peso as questões ecológicas
vinculadas à conservação e preservação do meio ambiente, seus ecossis-
temas e biodiversidade, assim como as dimensões espaciais, o que o leva
aos contornos do desenvolvimento sustentável. A gestão, a elaboração e a
par
execução de projetos enraizados nos territórios e na ampla disseminação de

métodos que permitam a coordenação e aprendizagem dos diversos atores
Ed
que formam as sociedades, também constituem elos importantes na pro-

moção do desenvolvimento no longo prazo. Conforme Rey-Valette et al.
(2011), a governança participativa e o engajamento da população levam à
ão
descentralização, formação da inteligência territorial e recomposição das

estruturas funcionais, fortalecendo a participação dos cidadãos nas políticas
s
públicas, tanto fomentadas pelo Estado quanto por associações, organizações

e outras formas de atuação social.
ver
Figura 1 – Ciclo de políticas públicas.
Definição de Agenda
Percepção e definição de
problemas, “agenda se�ng”
Prospec�va
Formulação
or
Problemas Sociais Iden�ficação de alterna�vas
e avaliação das opções, decisão
od V
Novas/recorrentes; e elaboração de programas.
aut
nacionais/internacionais
Com par�cipação da sociedade
Antecipatório
R
o
Avaliação
Implementação
aC
Resultados, impactos,
Plano de ações,
eventual correção da ação,
monitoramento.
término ou reinício do cliclo.
visã
Fonte: Paulo Januzzi (2014), com adequações da equipe.
O monitoramento das políticas públicas com avaliações por meio de

indicadores permite aprofundamento e contextualização das investigações para
itor
uma avaliação da eficiência, eficácia e efetividade, resultando na capacidade

a re
de aferir as já estabelecidas e servir de parâmetro na proposição de avaliações.

Várias políticas, programas e projetos não são concebidos com a defi-
nição de indicadores ex-ante e os registros administrativos nem sempre con-
seguem atender as necessidades de dados apontadas acima. Essas lacunas
par
dificultam o trabalho e o avaliador precisa supri-las com a procura de mais

informações. Portanto é fundamental que os programas apresentem os ins-
Ed
trumentos, métodos e ferramentas capazes de garantir o monitoramento e a

avaliação continuada que propiciem as readequações necessárias.
Nesse sentido, entende-se por política pública toda ação de intervenção
ão
do Estado no ordenamento da sociedade, por meio de instrumentos jurídicos

sociais e administrativos, realizada a partir dos tributos pagos pela socie-
dade, aplicados na regulação de comportamentos e conflitos, organização
s
da burocracia e dos mercados e prestação de serviços à população. Já os

ver
programas sociais, são colocados como sistemas complexos de tomadas de

decisão: definição da agenda, formulação, implementação e avaliação do
programa e o futuro destes. O desenvolvimento alinha-se à transformação
e expansão da produção com proteção social ampla na liberdade de escolha
256
e preocupação ambiental em perspectiva no longo prazo, na dinâmica ter-

ritorial, na participação do Estado e com um processo de aprendizado e
participação dos cidadãos visando a governança dos territórios.
O início dos programas sociais de combate à miséria pode ser identifi-
or
cado na Inglaterra, no fim do século XVIII, com a “lei dos pobres”, definindo
od V
uma ajuda às famílias mais necessitadas, proporcional ao número de filhos.
aut
Os programas sociais ganharam evidência no início do século passado
devido às constituições sociais de Otto Von Bismark (Alemanha) e do México
R
em 1917. Foram as primeiras cartas magnas a preverem direitos sociais, direi-
tos protegidos e abrangidos por um Estado provedor. Em todo o mundo a
assistência e segurança social, com regulação do trabalho, foram influenciados
o
por esses países, onde nasceram as legislações de direitos humanos e proteção
aC

do homem e do cidadão.
Os programas sociais, também chamados de “programas sociais compen-
satórios”, são mais que seculares, se incluídas a histórica caridade pública e
visã
privada, segundo Coggiola (2011) e “sua dimensão, funções e financiamento
atuais, no entanto, são diferenciadas em relação a períodos históricos prece-
dentes” sendo próximos das teorias em defesa da “renda mínima universal”.
Estas teorias também defendidas por economistas como Amartya K. Sen,
itor
Prêmio Nobel em 1998, responsável pelos programas de combate à fome da

a re
ONU e por Philippe Van Parijs, um dos fundadores da Basic Income Earth
Network (Rede Mundial da Renda Básica), no Brasil, foram disseminadas
pelo professor Eduardo M. Suplicy.
A “compensação social” associou-se à “transferência de renda”, como
par
um tributo, segundo Coggiola (2011), que destaca dados apresentados em

relatório de programa da ONU para o Desenvolvimento que apontou pouco
Ed
mais de 250 pessoas, cada uma com ativos maiores do que US$ 1 bilhão,
sendo detentoras de maior renda que 40% da humanidade (e vivendo abaixo
da linha da pobreza 2,5 bilhões de pessoas) somado a informação apresen-
ão
tada que as três pessoas mais ricas, juntas tinham ativos superiores ao PIB
dos 48 países mais pobres. O impacto destes dados fortaleceu a evolução do
tratamento dos programas sociais.
s
Historicamente, situações de crise e de falta de alimentos, em diversas

ver
regiões, como os bolsões de miséria e de fome originados na crise econô-

mica de 1930, resultaram na criação de organizações internacionais como a
Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945, a Organização Mundial
do Comércio (OMC) em 19951 e a Organização das Nações Unidas para Ali-

mentação e Agricultura (FAO) em 1945, que se dedicaram a formulação de
planos de combate à pobreza e a fome a partir de 19432, em meio a II Guerra
Mundial (COGGIOLA, 2011).
O desenvolvimento de códigos de trabalho, sistemas de aposentadoria
de repartição e de segurança social, a vigorar em vários países, assegurou à
massa de trabalhadores no mundo condições básicas de vida, durante o for-
or
talecimento do capital transnacional.
od V
No Brasil, o convívio do setor industrial moderno com a economia agrá-
aut
rio-exportadora e a necessidade de regulação dos trabalhos nas indústrias e
em outros setores modernos da economia, bem como da burocracia do Estado,
trouxeram fatores e aspectos determinantes para o surgimento do Estado de
R
Bem-Estar Social. Na década de 1920 surgem as primeiras políticas para
este fim, com função de controle dos movimentos dos trabalhadores. No seu
o
conjunto, são políticas fragmentadas e emergencialistas.
aC
Na década seguinte, são reguladas as condições de trabalho, de venda

da força de trabalho e centralizadas as ações estatais para a consolidação do
Estado de Bem-Estar Social. São criados os meios para produzir políticas
sociais através da implementação dos Institutos de Aposentadorias e Pen-
visã
sões (IAP), da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), da regulação da
economia e estratégias de desenvolvimento via políticas nacionais. A relação
estruturada entre Estado e classe trabalhadora trouxe o que Santos (1979; op.
itor
cit. in RODRIGUES, 2010) denomina de “cidadania regulada”.

a re
Entre 1945-1973, o país passa por três diferentes fases de desenvolvi-

mento (PLEIN, 2016), mantendo nos programas sociais problemas relacio-
nados à ineficiência, à ineficácia, ao custo, às avaliações e à distância entre as
realidades dos formuladores e dos beneficiários dos programas. Questões desta
par
natureza se mantem também na década de 1980 com o Estado centralizado.

A Constituição Federal de 1988 foi responsável pela universalização
Ed
e garantia dos direitos sociais, descentralização do poder do Estado e foco

em transferência de renda. Assim, na década de 1990 houve inovações nas
políticas públicas e, a partir dos anos 2000, o avanço de práticas de política
ão
pública como porta de saída, ou seja, de efetiva inclusão de toda a população

na sociedade.
s
ver
1 Foi antecedida pelo GATT, Acordo sobre Tarifas e Comércio, criado em 1948.
2 Conferências com primeiras propostas de nações unidas.
258
O papel do Estado é fundamental para a definição dos programas sociais.

Houve momentos em que o Estado assumiu um comportamento interven-
cionista, em maior ou menor grau, estando distante de atender as demandas
sociais que pudessem resultar em contrapartida de desenvolvimento, assim
como, situações em que a população, de forma organizada, pôde interferir na
or
definição das ações de programas sociais que foram desenvolvidos.
od V
As condições oferecidas à população, com relação à qualidade, acesso
aut
e efetividade nas áreas de educação, saúde e alimentação, pilares básicos de
qualidade de vida na sociedade, são determinantes no estabelecimento da
demanda de programas sociais.
R
A responsabilidade do Estado sobre o seu território e sua população são
o
afetadas pela forma em que esta responsabilidade é vista no mundo. Não ape-
aC
nas os aspectos sociais sobre a população, mas ao planeta em que habitamos,

o que também é gerido sobre acordos internacionais.
A postura do Estado, que também se reflete nos programas sociais, está
atrelada ao conceito de desenvolvimento adotado. Foi a reação dos grupos
visã
organizados frente às ações decorrentes desse conceito que levou a evoluções
nos programas sociais.
A Constituição Federal (CF) de 1988 foi um marco para a descentraliza-
itor
ção política e de transformação das concepções formadoras dos processos de

a re
elaboração de programas sociais. A experimentação de formulação e execução

dos programas sociais permitiu o amadurecimento das propostas ao longo
do tempo, propiciando a melhoria da capacidade de trabalho na formulação,
implementação, monitoramento e avaliação destes.
par
A resistência no mundo sobre situações limites – as realidades de renda,

condições e qualidade de trabalho e de vida, além de situações dramáticas,
Ed
em vários lugares do planeta levam à definição e aplicação de normas,

barreiras não tarifárias e boicotes que podem afetar na construção de pro-
gramas sociais.
ão

s
A atual situação das variáveis provocadoras é resultado da atuação de

ver
agentes sociais e políticos, envolvendo entre outros, Estado, gestores, cidadãos

organizados, ou não, em movimentos sociais.
Alguns exemplos de programas atuais no Brasil são: CAD Único –
Cadastro Único das Famílias; Bolsa Família; Jovem Aprendiz; Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec; Educa mais

Brasil; Mais Educação; Programa de Financiamento Estudantil – FIES; Sis-
tema de Seleção Unificada do Ensino Profissional e Tecnológico – SISUTEC;
Programa Universidade para Todos – PROUNI; Ciência Sem Fronteira; Saúde
não tem preço; Mais médicos; Crack é possível vencer; Viver sem limites
(pessoas com deficiência); Empregador Web (seguro desemprego); Programa
or
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador (PIS, PASEP); MEI – Microem-
preendedor individual; Financiamento do BNDES para Abertura de Empresa;
od V
Pronaf – Financiamento Agrícola; Minha Casa Minha Vida; Luz Para Todos;
aut
Aceleração do Crescimento e Criança Feliz.
O entendimento atual das políticas sociais implica vislumbrar a organi-
R
zação da diversidade e complexidade abarcando temas transversais, mesmo
quando a proposta é focada em setor específico. Na formulação de programas
o
sociais mais complexos predomina a inter-setorialidade e a transversalidade
aC
conforme indica a Figura 2.
Figura 2 – Políticas Sociais e Transversalidade

visã
Polí�cas Polí�cas
Setoriais Transversais
Previdência Social
itor
Proteção Social Saúde Igualdade

a re
(Seguridade Social)
Assistência Social e Gênero
Polí�ca Cultura Igualdade

Social Trabalho e renda Étnico/Racial
par
Promoção Social Educação

Lazer e Esporte
Ed
Juventude
Alimentação
Segurança Alimentar Idoso
ão
Habitação e Urbanismo
s
Segurança
ver
Saneamento Básico
Fonte: Cruz e Salgado (2011).

260
A atual crise mundial atinge, além das relações econômicas de conflito,

os valores sociais, humanos e responsabilidade social. Muitos países, com
riqueza acumulada, recusam-se a pagar a conta de dificuldades como pobreza,
fome, falta de condições de habitação e guerra, em que se encontram popu-
lações de várias origens.
or
No Brasil, convivem paralelamente uma base legal bem construída e
od V
uma estrutura democrática pouco sólida, resultando em situações e problemas
aut
que envolvem valores sociais, humanos e de responsabilidade social, que em
várias circunstâncias ocorrem também no quadro mundial que se agravam
em momentos de crise. Nesta situação, a tendência é de desestruturação de
R
programas sociais voltados à sustentabilidade.
Tanto no Brasil, como no mundo, a tendência é de manutenção dos ques-
o
tionamentos por parte da população, especialmente dos segmentos mais orga-
aC

nizados ou dos que tem sofrido de forma mais drástica os revezes da situação
atual, frente à atuação do capital, na busca de um desenvolvimento sustentável.
A tendência atual é de diminuição de programas sociais e de redução da
busca pela sustentabilidade, apesar do embate colocado tanto para o mundo
visã
como para o Brasil.

itor
a re
As rupturas das variáveis provocadoras podem ocorrer a partir de uma

participação efetiva da população, que passe a se organizar e inserir seus
anseios na pauta política, social e ambiental a partir de seu ambiente de mora-
dia, de estudo e de trabalho.
par
Espera-se que a efetivação desses processos participativos seja capaz de

integrar a população com as estruturas sociais e políticas existentes.
Ed
A organização de sistemas de gestão e acompanhamento dos programas

sociais transparentes e com a participação planejada de cada agente e popula-
ção atendida, deve resultar na eficiência, eficácia e efetividade dos programas
ão
e ainda aprimorar a definição das ações e do orçamento, que deve ser realista.
A disseminação de metodologia de tratamento dos conflitos de interesses
com base em negociação, impedindo o exercício de poder entre os diferentes
s
grupos envolvidos deverão garantir a disposição e empenho dos agentes para

ver
uma participação ampla.

• Hipótese 1: Diminuição ou extinção dos programas sociais volta-

dos ao desenvolvimento. Estruturas voltadas ao assistencialismo
mantendo parte da população vulnerável e dependente da atuação
do Estado.
• Hipótese 2: Não haverá mudança nas políticas atuais. Os programas
or
sociais assistencialistas serão mantidos e apenas parte da população
od V
atendida consegue fortalecer-se contribuindo para o desenvolvi-
aut
mento. Poucos investimentos serão direcionados aos programas
sociais voltados para o desenvolvimento do país.
• Hipótese 3: Participação da sociedade e organizações nas decisões
R
políticas. Programas sociais com evolução e adequação constante
às necessidades da sociedade promovendo inclusão econômica,
o
humana, cultural e ambientalmente adequada. Atendimento das
aC
necessidades básicas e estruturais da sociedade.

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
262
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or
od V
aut
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
SOCIEDADE MENOS DESIGUAL
or
od V
aut
O processo de formação das sociedades desde os primórdios das civiliza-
R
ções esteve vinculado a sobrevivência. Segundo Blainey (2007), se pensarmos
no homem pré-histórico essa percepção se dá de imediato, pois em pratica-
o
mente todas as manifestações culturais e registros históricos desse período
se observa o homem vivendo em bandos, em coletividade
aC
Desde o início da formação das primeiras civilizações, surge a constatação
da existência de uma hierarquia social, o que deu origem a uma distribuição de
renda diferenciada entre as pessoas e como observa Rousseau (2008), resultou

visã
no processo de desigualdade social que observamos hoje. Embora com padrões
muito diferentes, a questão da distribuição de renda se mantém como caracterís-
tica das desigualdades sociais, e observa-se que um número muito reduzido de
pessoas, detêm recursos que equivalem ao de milhares de pessoas de baixa renda.
itor
Essa desigualdade que a princípio é econômica gera um círculo vicioso

a re
nas sociedades capitalistas como a brasileira, pois, uma vez que o cidadão não
tem uma renda adequada para subsidiar suas necessidades básicas de sobre-
vivência, a falta de condições financeiras leva à falta de acesso à educação
de qualidade, política fiscal injusta, baixos salários, dificuldade de acesso a
par
serviços básicos como saúde e transporte, de qualidade. E toda essa carência,

que se tornou sistêmica, traz como consequência a pobreza, miséria, desnutri-
Ed
ção, desemprego, favelização, marginalização, violência, falta de saneamento

e de condições de saúde adequadas para a maioria das pessoas, como afirma
o antropólogo Darcy Ribeiro (1995).
ão
O princípio de uma sociedade menos desigual é o de uma sociedade mais

justa, que propicie igualdade de condições para que todos tenham a chance
s
de alcançar seus objetivos. Não se trata aqui de garantir que esses objetivos
ver
sejam alcançados, pois nesse sentido cada indivíduo é responsável por si, mas
de não criar situações de favorecimento para alguns em detrimento de outros.
Não se trata também de igualdade social no sentido em que todos devam ter
tudo, mas de equidade, ou seja, de que todos tenham o básico necessário para
seu crescimento físico, intelectual e social. E de que a sociedade esteja cada
vez mais consciente e mobilizada para exigir do Poder Público melhoria na
qualidade dos serviços prestados.
266
Para que possamos entender esse processo de diferenciação social é

preciso retornarmos aos primórdios das civilizações, Blainey (2007) assim
explica esse processo. A princípio as sociedades primitivas eram nômades,
viviam da caça e da pesca, e em função dessas atividades, principalmente da
caça, viviam em bandos coletivamente. Em algum momento nesse processo
or
algumas pessoas acabaram por se destacar e assumir uma certa liderança
od V
perante o bando, assim como os animais nesse momento da evolução havia
aut
o predomínio da força física, portanto a liderança pertencia ao mais forte.
Com o advento da produção agrícola, por volta de 9000 a.C., as socieda-
des passaram a ser sedentárias, pois essa atividade impunha ao homem estar
R
fixo em um determinado lugar para cuidar de suas plantações. Eles ainda
mantinham as atividades de caça e pesca, porém a agricultura definitivamente
o
fixa o homem à terra.
aC

A atividade de caça já fazia uso de tecnologia que estava presente nos
instrumentos usados para caçar, assim como exigia estratégia e planejamento
do grupo para a caça ser bem-sucedida. Contudo, quando a caça se tornava
escassa, o bando se deslocava para outro local e as mesmas atividades se
visã
repetiam. Com a agricultura essa lógica é alterada, pois a atividade agrícola
exige uma série de conhecimentos relativos não só a observação da natureza,
como técnicas de plantio, colheita e armazenamento, assim como tempo e
itor
cuidados diários com a plantação.

a re
Nesse momento, a liderança passa do mais forte para o mais sábio, ou

seja, aquele que tivesse a capacidade de produzir instrumentos agrícolas mais
eficientes, assim como tivesse o poder de observação mais aguçado para ter
uma produção maior, se destacava socialmente. E nesse momento temos a
par
primeira situação social de distribuição de renda desigual, pois antes quando

o bando caçava, o resultado da caça era dividido entre todos, já na produção
Ed
agrícola cada qual ficava com o que havia produzido e aqueles que se desta-
cavam gozavam de uma situação privilegiada em relação aos outros.
Essa sociedade que começa a se caracterizar como uma sociedade de
ão
privilégios e de diferenças, se sofistica com a estruturação das grandes civi-

lizações como a Egípcia e a Chinesa, que remontam a 5000 a. C, e que se
caracterizam por serem sociedades totalmente estratificadas, sem qualquer
s
tipo de mobilidade social, e de caráter teocrático, em que seus líderes eram

ver
considerados verdadeiros deuses, detentores de poderes que iam além da

capacidade de um ser humano.
Essa estrutura de organização social, segundo Huizinga (2010) se man-
teve até o final do século XVII, momento em que surge uma classe que se
destaca pelo domínio econômico – a burguesia – e que através de alianças com

os reis consegue ter poder político. Surgem então as sociedades modernas,
que têm como característica a mobilidade e o domínio do poder econômico
sobre qualquer outro. Os novos líderes são os detentores e controladores da
atividade comercial e financeira, assim como dos meios de produção, o que
ocorrerá com o advento da Revolução Industrial no século XVIII e que se
mantêm até os dias atuais.
or
od V
aut
Uma das variáveis que mais se destaca nesse processo é o surgimento
R
do conceito de propriedade privada, que surge na obra de Locke (2002), que
em um primeiro momento estava vinculado aos proprietários de terra, e que
a partir da industrialização, passa a ser também dos proprietários de meios
o
de produção e detentores de tecnologia.
aC
O processo de industrialização permitiu, em função da produção em série

e em escala, um acúmulo maior de riqueza. Houve uma otimização que mul-
tiplicou a produção, e reduziu o uso de mão-de-obra humana, uma vez que o
visã
avanço da tecnologia permitia mais e mais a substituição de vários trabalhos
manuais por máquinas e, portanto, um aumento efetivo da produtividade.
A industrialização deu origem a um processo de urbanização mais acele-
rado e provocou o deslocamento das pessoas do campo para as cidades. Esse
itor
deslocamento e a enorme oferta de mão-de-obra gerou uma situação de abuso

a re
por parte dos detentores do capital e dos meios de produção que ofereciam
salários muito baixos e condições insalubres de trabalho, assim como nenhuma
garantia para os trabalhadores.
Além das condições inadequadas e ruins de trabalho, esses operários não
par
tinham onde morar e acabaram por se estruturar precariamente em moradias

coletivas, cujas condições de saneamento e de saúde eram muito precárias,
Ed
não muito distantes do que observamos hoje em dia nas favelas e em alguns
lugares das periferias dos grandes centros urbanos, que também são na maioria
das vezes os principais centros econômicos da região onde estão.
ão
Essa situação de carência e precariedade tem como consequência a

criação de um círculo vicioso, que de certa forma impede a ruptura dessa
estrutura de organização social. Esse círculo tem como dinâmica a carência
s
financeira da família, a grande oferta de mão-de-obra disponível, o que gera

ver
salários baixos e subempregos. Os salários baixos e o alto custo de vida nos

centros urbanos, obriga todos os familiares a trabalharem para conseguir um
mínimo de sustento, e acaba por afastar as pessoas do estudo. Sem estudo
essas pessoas não conseguem se capacitar para conseguir empregos melhores
268
e ficam à mercê dos controladores do mercado, sejam eles grandes indústrias,

empresas do comércio varejista e instituições financeiras, entre outras ativi-
dades. Segundo Florestan Fernandes (1972, p.159) esse mecanismo cria um
“círculo vicioso” que acaba por prejudicar o desenvolvimento do país, tanto
no aspecto econômico como no social.
Por essa perspectiva, a relação de desigualdade só tende a aumentar, pois
cada vez mais os indivíduos que têm maiores oportunidades de estudo e pre-
or
paro, conseguem melhores empregos e condições de trabalho e são melhores
od V
remunerados. Sendo assim, aqueles que estão numa posição que poderíamos
aut
chamar de desvantagem social, se afastam cada vez mais desse ideal, com
algumas exceções.
Quanto mais tecnologia for agregada as profissões, maior preparo será
R
exigido dos profissionais. O acesso aos melhores aprendizados, na maioria das
vezes é mais fácil para as classes mais privilegiadas economicamente, o que
o
propicia um hiato cada vez maior entre as classes mais abastadas e as mais
aC
desfavorecidas. E ainda temos os considerados miseráveis sociais, que estão

abaixo da linha da pobreza e que não estão nessa classificação. No Brasil,
para se ter uma ideia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE,2016) eles representam cerca de 25% da população total,
visã
ou seja, mais de 50 milhões de brasileiros são considerados miseráveis.

itor
a re
A desigualdade no Brasil é muito profunda, sendo que ela não se dá

somente na questão econômica, mas também na relação entre gêneros – femi-
ninos, masculinos e transgêneros. Está presente também em relação às etnias –
brancos, negros, mulatos, amarelos. Já no grau de escolaridade, o Brasil ainda
par
tem grande número de analfabetos, cerca de 10% da população sem contar

com os denominados “analfabetos funcionais”, que são aquelas pessoas que
Ed
sabem escrever e ler somente o próprio nome e algumas informações pessoais.

Temos também uma desigualdade em relação às oportunidades. Existe
uma discussão muito acalorada sobre a meritocracia que defende a proposta
ão
que a pessoa só deve e pode ascender social, econômica e intelectualmente

se ela se esforçar para isso, como salienta Langoni (2005).
A questão é que várias são as pessoas que se esforçam e não conseguem,
s
não por falta de mérito, mas sim de condições mínimas para alcançar seus
ver
objetivos. Com raras exceções, algumas minorias, como as mulheres por

exemplo, não se veem representadas no topo da pirâmide social ou exer-
cendo cargos de alto escalão em empresas do setor privado e, também no
setor público. Isto porque essas minorias não conseguiram chegar a qualquer
escalão e estão formando a base da pirâmide social e econômica.
Em nosso atual modelo econômico capitalista, segundo o historiador

Eric Hobsbawn (2011), impera uma ética burguesa de foco no indivíduo,
a ideia de que o indivíduo se faz por seu próprio esforço e determinação, e
de que o homem impera sobre todos os outros elementos que compõem o
planeta. Esse conceito está sendo revisto pelos princípios da nova economia
colaborativa que parte do pressuposto que nada, absolutamente nada se faz
sozinho. Precisamos sempre de alguém em vários momentos de nossas vidas
or
tanto para o nosso crescimento, aprendizado e até mesmo sobrevivência. E
od V
assim sempre foi desde o começo das civilizações.
aut
Existe uma clara percepção para aqueles que estão observando mais
detalhadamente o processo de crescimento característico do sistema capitalista,
que esse, assim como está estruturado hoje, levará em breve o planeta a um
R
esgotamento em relação aos seus recursos naturais.
Quanto às pessoas, vivemos atualmente um colapso social devido à
o
exploração e a falta de planejamento referente ao capital humano, situação
aC
essa que se estabeleceu em meados do século XVIII, em função da transfor-

mação no modo de produção oriunda do processo de industrialização, e que
se mantém até os dias atuais. Esse colapso social que aprofunda ainda mais a
desigualdade na sociedade brasileira tem como consequências o crescimento
visã
enorme da violência e da marginalização, pois muitos daqueles que se veem
impedidos de conquistar o que querem, por não terem oportunidades disponí-
veis, preferem alcançar seus objetivos de forma ilícita e pelo uso da violência.
itor
a re
5. Tendências Futuras das variáveis provocadoras
Se essa estrutura política, econômica e social atualmente dominante na

sociedade brasileira se mantiver teremos como tendências futuras:
par
• desqualificação cada vez maior dos trabalhadores e dos serviços

Ed
prestados: a falta de acesso a uma educação e de qualidade levará

a sociedade a ter dificuldades para formar bons profissionais em
praticamente todas as atividades.
ão
• concentração de poder político e econômico cada vez mais nas

mãos de poucos representantes da sociedade, com pouquíssima
diversidade: a concentração de renda cada vez maior em um
s
número de pessoas cada vez menor, fortalece a desigualdade e

ver
de certa forma fortalece a falta de oportunidades para os mais

desfavorecidos economicamente.
• aumento da pobreza, miséria, marginalização e violência: a falta de
condições mínimas de subsistência, leva as pessoas a sucumbirem as
270
muitas ofertas de trabalho ilícito, o que aumenta a marginalização,

também a violência.
• êxodo escolar cada vez maior e qualidade do ensino em total
decadência: a necessidade de prover a casa muitas vezes faz com
que as crianças tenham que trabalhar muito cedo, e por esse motivo,
elas abandonam a escola ainda muito cedo. Por sua vez a qualidade
do ensino público está decaindo ano a ano, o que também desmotiva
or
a criança e o jovem a ficar na escola.
od V
• extinção de recursos naturais fundamentais como fontes de água
aut
doce e alguns rios: a má utilização dos recursos naturais caso se
mantenha, nos levará a um quadro de grande escassez, de bens
fundamentais como a água por exemplo, que notadamente é um
R
recurso extremamente valioso e cujo domínio por parte de alguns
pouco grupos, tenderá a aumentar ainda mais a desigualdade social,
o
e esse é apenas um dos exemplos.
aC

• processo crescente de marginalização e favelização: esse verdadeiro
abismo social provocado pela desigualdade não é o único, mas é
um dos fatores mais contundentes no que se refere ao processo de
marginalização e favelização da maioria da população nas cidades,
visã
em relação ao aumento da violência e do poder do cartel do tráfico
existente em todas as regiões do país.
itor

a re
Rupturas possíveis caso observemos o que está acontecendo à nossa

volta e tomemos atitudes imediatas para conter o que temos como tendência.
São elas:
par
• a criação de um novo sistema econômico com base no cooperati-

Ed
vismo, em que todos participem do processo de execução, desde a

idealização até o planejamento, estruturação e gestão das atividades
econômicas principais, como agricultura de larga escala, industria-
ão
lização, mineração, comércio e serviços;

• predomínio da propriedade coletiva, em que as estruturas serão
coletivas e com base no princípio do cooperativismo, todo o lucro
s
assim como os prejuízos são divididos entre todos de acordo com o

ver
que for determinado pelo grupo participante: as decisões em relação

a tudo o que seja de interesse coletivo, são do grupo e acatadas por
todos uma vez que todos são cooperados.
• serão estruturados sistemas de remuneração mais justos e definidos

pelos próprios trabalhadores ou cooperados: os valores de remune-
ração serão acordados entre todos os cooperados;
• total reestruturação do sistema educacional e de saúde públicos,
em parceria com a sociedade, as autoridades, instituições públicas,
privadas e do Terceiro Setor, feita através da consulta pública e com
orçamentos avaliados, aprovados e monitorados por comissões multi
or
representativas: nesse caso a sociedade toda se mobiliza para um
od V
objetivo comum que é a melhoria dos serviços públicos oferecidos.
aut
• fim dos serviços privados em Saúde e Educação, pelo fato de que os
sistemas de Saúde e Ensino Público serão de ótima qualidade, aten-
dendo a todos de forma igualitária: a sociedade consciente e mobi-
R
lizada exige que os serviços prestados pelo Poder Público sejam de
qualidade e atendam a todos. À medida que a sociedade participa
o
da elaboração, gestão e avaliação desses serviços públicos ela esta-
aC
belece os parâmetros de qualidade para atender a toda população.
visã
• Hipótese 1: Maior concentração de renda e benefícios para as clas-
ses privilegiadas, atendimento mínimo às necessidades da sociedade
e diminuta participação social na gestão dos recursos públicos.
itor
Obs.: Esse cenário contempla o que temos no momento na sociedade

a re
brasileira, ou seja, uma desigualdade profunda e múltipla, em vários

níveis, que resulta em um processo cada vez maior de afastamento
entre as classes sociais, precariedade de condições de vida das clas-
ses mais desfavorecidas economicamente e a total desinformação,
par
apatia e inércia em relação à administração dos bens públicos por

parte da população, em todos os níveis sociais.
Ed
• Hipótese 2: Diminuição da diferença de renda e direcionamento

efetivo de verbas para serviços públicos de melhor qualidade.
Obs.: Cenário desejável e possível uma vez que a criação de uma
ão
política de remuneração mais justa traria consequências muito posi-

tivas para a sociedade como um todo, desde o aumento de consumo
e geração de mais empregos, até a diminuição da violência e conse-
s
quente diminuição dos gastos públicos com segurança, e também,

ver
com a saúde pública, pois a maioria dos casos de violência ocorre

na periferia e os feridos são, na maioria das vezes, socorridos em
hospitais públicos.
272
• Hipótese 3: Melhoria na qualidade da educação como alicerce para

o desenvolvimento sustentável e melhor distribuição de renda. A
sociedade passa a exigir infraestrutura e serviços que proporcionem
qualidade de vida.
Obs.: Um ensino fundamental de qualidade, pautado pelo desen-
volvimento do cidadão crítico, engajado e participante, que se veja
como propulsor da mudança que ache necessária é primordial para
or
o avanço da sociedade contemporânea e seu processo de conscien-
od V
tização em relação à importância de sua apropriação e ação no que
aut
se refere aos assuntos de interesse público. Um cidadão consciente
faz bom uso dos serviços públicos disponíveis e sabe a forma mais
correta de colaborar para que esses atendam cada vez mais e melhor
R
as necessidades de todos.
o
aC

visã
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a re
visã R
od V
o aut
or
SUPERPOPULAÇÃO NAS GRANDES
CIDADES BRASILEIRAS
or
od V
aut
R
Há superpopulação de determinada espécie quando o número de indiví-
o
duos aumenta de forma descontrolada. Tal situação provoca um desequilíbrio
aC
no ecossistema que pode prejudicar a sobrevivência de outras espécies ou
causar danos para a própria espécie (FARIA, 2010). Em um ambiente equili-
brado, o crescimento de uma espécie pode ser controlado pela existência de

outras que irão disputar alimento e espaço físico. No caso da superpopulação,
visã
os mais fortes sobreviverão pela competição entre seres da mesma espécie,
cujos indivíduos poderão competir até por parceiros para reprodução, segundo
Faria (2010).
itor
A superpopulação pode resultar de aumento de nascimentos, declínio

a re
nas taxas de mortalidade, aumento da migração ou, até mesmo, de um bioma

insustentável e esgotamento de recursos naturais. É possível que uma região
pouco povoada possa ter superpopulação se a localidade tem capacidade
escassa ou inexistente de sustentar a vida.
A cidade nasce da aldeia, com alguns diferenciais importantes, pois se
par
forma quando há prestação de serviços que não são mais executados por
Ed
pessoas que cultivam a terra e se transforma em um local aparelhado: esta-

belece-se a sede de uma autoridade local e as mudanças se compõem do
crescimento das atividades, da diversidade de serviços, da atração de pessoas
ão
circunvizinhas, do surgimento de uma classe dominante, com maior poderio,

e que influencia toda a sociedade (BENÉVOLO, 1993).
Dessa forma, a superpopulação nas grandes cidades, em nível global,
s
desenvolve-se com o crescimento desordenado, que causa profundas mudanças

ver
na sociedade e nos indivíduos (BARROS, 2017).
A Revolução Industrial inglesa foi precedida por uma revolução agrária,

ou seja, a migração dos indivíduos do campo para as cidades. O processo
iniciou-se entre finais do século XVII e início do século XVIII, na Inglaterra
276
e Holanda, com uma intensa atividade comercial. A Revolução Industrial

desencadeou profundas alterações nos processos produtivos. Desse processo,
surge a mecanização e o ciclo se repete: o trabalho na fábrica é organizado
em um sistema de produção em série; o operário realiza tarefas simples, de
acordo com o comando da máquina; a introdução de novas máquinas reduz
as necessidades de mão de obra, provocando desemprego; o desemprego faz
com que ocorra a redução dos salários; há novas formas de desenvolvimento
or
industrial e novos crescimentos urbanos (CHAVES, 2014).
od V
Este é um ciclo autoalimentado por problemas locais, quando há migra-
aut
ção para as cidades, onde há demanda/fomento de uso de mão de obra; nelas,
por um lado, há aumento de empresas (locais de execução de trabalho), maior
competição, automação de processos produtivos, mas por, outro, cresce o
R
desemprego devido à falta de preparo e de antecipação às mudanças, além
de problemas sociais (SANTOS, 2013). Surge então a superpopulação, acima
o
do que suporta o ecossistema.
aC
Olhando-se para o passado, a espécie humana desenvolveu o que é cha-

mado de cultura intrínseca ao seu meio: sobrevivência, conquistas e poder.
Ela é a consequência dessa evolução, do bem-estar conquistado, resultante
dos modelos sociais e econômicos. A evolução se dá devido à natureza bio-
visã
cultural do homem, ou seja, suas ações são biológicas ou culturais. Cultura
é tudo que não é biológico: modos de sentir, pensar e agir (MOTA, 2009) e
envolve hábitos tanto na alimentação, quanto no modo de vestir, nos valores,
itor
nas crenças, na forma de ser. Segundo o autor, considerando-se seu compor-

a re
tamento, o homem é predador, ataca outros para a própria subsistência e sua

diferenciação mais significativa é a linguagem, característica que o distingue
dos demais seres existentes.
A escrita, outro diferencial determinante, permite a multiplicação do
conhecimento no tempo e no espaço. Em meados do século XV, Gutenberg
par
desenvolveu a prensa móvel, e, em 1500, mais de 200 cidades europeias já

Ed
dispunham de tal tecnologia, que marcou importante mudança de paradigma

para a humanidade.
De acordo com Mota (2009), a linguagem (oral e escrita) pode ser usada
ão
como instrumento de manipulação, assim, a propaganda e a publicidade são

instrumentos para ganho de poder, seja para o bem, seja para o mal. À medida
que se amplia a velocidade de acesso à informação, mais crucial se torna o
s
problema de saber se a qualidade dessa informação é boa ou ruim, ou pior, se

ver
a própria informação é verdadeira ou falsa. Dessa forma, existe a necessidade

de se criarem mecanismos de validação dessa informação para tomada de
decisão. Segundo Mota (2009), manipular é uma característica do ser humano,
e a conscientização das pessoas se torna vital para que cada indivíduo tenha
condições conscientes para tomada de decisão.
A evolução da sociedade também se dá a partir de fatores econômicos.

Motivado pelo social e pelas conquistas e, como consequência, pelos resulta-
dos dos ganhos econômicos, o crescimento dos grandes núcleos populacionais
é desordenado e desestruturado, altamente influenciado pela natureza humana.
O problema da superpopulação é mundial, pois é causado pelo comportamento
social e econômico do ser humano e pelo poder com as conquistas seja em
países desenvolvidos, seja naqueles em desenvolvimento, como o Brasil, seja
or
em subdesenvolvidos.
od V
A ideia da fazenda vertical foi engendrada pelo professor de microbiologia
aut
Dickson Despommier, da Universidade de Colúmbia (EUA), em 1999. Segundo
ele, a população está aumentando mais do que a capacidade atual de produção
de alimentos, o que pode gerar fome para três bilhões de pessoas até 2060
R
(DESPOMMIER, 2012). Daí surge necessidade de novas estratégias no forne-
cimento de alimentos dentro das megalópoles. Há vários projetos de fazendas
o
verticais (SMITH, 2015) com implantação mundial em grandes cidades.
aC
Das primeiras tentativas de se criarem sistemas de escrita, por volta
de 4000 a.C., à invenção da prensa móvel, em 1440 d.C. por Gutenberg,

demorou mais de cinco mil anos. Mas apenas cem para ela atingir mais de 200
cidades europeias, em que se instalaram 226 prensas pelo processo de automa-
visã
tização. Nos dias de hoje, essa velocidade de expansão é muito maior: projetos
e inovações podem tornar-se realidade em pouco mais de uma década pela
velocidade da telecomunicação, pelo processo contributivo para criar e testar
itor
modelos, e sua adoção, na prática, pode levar menos de um biênio. Tudo isto
a re
em nível mundial e não apenas local.

A superpopulação nas cidades brasileiras decorre de diversos fatores, mas,
principalmente, de questões sociais e econômicas, devido à migração da área
rural para a urbana e à migração de outros centros urbanos menores para grandes
cidades. Na maioria das vezes, o objetivo da migração é buscar melhores oportu-
par
nidades de trabalho e/ou de aprendizagem. Dentre os problemas socioambientais

no processo de migração, destaca-se a favelização – ocupação desordenada e
Ed
em maior quantidade do que os recursos disponíveis (FARIA, 2010).

O censo IBGE (2010) mostra que os aglomerados subnormais, as cha-
madas favelas, são um fenômeno metropolitano, na sua maioria. Segundo os
ão
dados, 88,2% desses domicílios estão em regiões com mais de um milhão

de pessoas, e 43,7%, quase a metade, concentram-se em São Paulo, Rio de
s
Janeiro e Belém em assentamentos irregulares (WERNECK; LEAL, 2011).

ver
Dessa forma, constatam-se as seguintes características, principalmente,

nas grandes cidades brasileiras: a ocupação é feita sem um plano territorial,
com crescimento desordenado e falta de infraestrutura básica (saneamento,
água e coleta de lixo); há ineficiência na gestão, pois a maioria dos gestores
públicos são puramente políticos e não administradores; quando há verbas,
278
muitas vezes, não há vontade de fazer ou se gastam mal os recursos existen-

tes, favorecendo grupos e não a sociedade, com desvios de recursos. A falta
de emprego, aumento da criminalidade, dentre outros fatores, amplificam a
situação caótica desse crescimento urbano desordenado; muitas vezes, porém,
esses logradouros não estão superpopulosos, mas mal planejados e geridos
(BAENINGER, 2010).
Uma cidade pode começar a organizar-se, com plano territorial consis-
or
tente, ocupação ordenada, implantação de infraestrutura adequada, passa a
od V
atrair muitas pessoas para a região e, por não haver dimensionamento e con-
aut
trole ordenado do processo de migração, não consegue absorver esse fluxo
adicional. Nasce, então, uma população marginal (núcleos de comunidades)
mal instalada e desequilibra-se todo o ecossistema. Ou o contrário: um núcleo
R
começa a desenvolver-se e, por falta de continuidade e manutenção, decresce e
surge a população marginal, o que acarreta, por exemplo, aumento da violência,
o
abandono dos centros educacionais. É onde sobrevive o poder do mais forte.
aC

As variáveis provocadoras das evoluções são: sobrevivência, cultural,

visã
social e poder, economia (renda), política e tecnológica (PEIXE, 2013).
• Sobrevivência: problemas decorrentes da seca, falta de infraestrutura

itor
no campo ou nas pequenas cidades e das condições mínimas de

a re
sobrevivência direcionam o homem a procurar opções nas cidades

com mais recursos.
• Cultural: a questão do acesso ao desenvolvimento, à possibilidade
de estar mais próximo das ofertas em relação à melhoria da condição
humana, direciona a busca por um centro urbano. Outro fator é a
par
família: trabalhar e poder proporcionar aos filhos condições melhores.

Ed
• Social e poder: o homem, como ser social, procura viver em grupos

ou comunidades. À medida que são atendidos os seus anseios bási-
cos (compartilhamento e comunicação) e outros, como acesso ao
ão
consumo, entretenimento e lazer, o homem se sente mais adaptado

ao convívio social facilitado nas cidades ou agrupamentos comu-
nitários. O poder está diretamente ligado ao ego do indivíduo e ao
s
apego às conquistas sejam elas materiais ou de bem-estar pessoal.

ver
Dessa forma, o poder pode ser exercido e praticado em comunidades

onde vivem mais indivíduos.
• Economia (renda): a ascensão econômica está diretamente correlacio-
nada com o crescimento do poder. Há mais oportunidades em grandes
centros urbanos: manutenção e sustentação da busca das melhores

condições de vida e usufruto dos benefícios que são oferecidos.
• Política: a questão do crescimento político não é satisfeita em locais
onde o indivíduo não consegue compartilhar ideias e implantar pro-
jetos sem ter grandes plateias. O modelo político existente leva o
homem a usar os grandes centros urbanos para benefícios pessoais
e corporativistas e/ou grupos de interesses.
or
• Tecnológica: a Revolução Industrial foi um importante marco para
od V
ocorrer a migração do rural para o urbano. A humanidade está agora
aut
na Era Digital, que, por atuar diretamente na velocidade da comu-
nicação, utilizar a sinergia mundial e local, ampliar o comparti-
lhamento de ideias, aumenta exponencialmente a possibilidade de
R
ocorrência de ruptura e altera o perfil de adensamento populacional.
o
aC
As cinco primeiras variáveis são milenares e a sexta, considerando-se,

especificamente, os avanços tecnológicos digitais, é centenária. Elas deverão
visã
continuar existindo. Os grandes exemplos do crescimento desordenado das
grandes cidades se concentram, principalmente, em países em desenvolvi-
mento que compõem os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul – e em regiões subdesenvolvidas.
itor
Para as grandes cidades dos países desenvolvidos e algumas dos países

a re
em desenvolvimento, há um movimento mundial de evolução para cidades

inteligentes, ou seja, transformação do ambiente para que atenda às novas
necessidades e se adapte às características da cultura criada pelas novas gera-
ções. Estas cidades são pioneiras no movimento de desenvolvimento e pla-
par
nejamento urbano totalmente integrado, autossustentável e com aumento da

qualidade de vida (CUNHA et al., 2016).
Ed
Excluindo-se a questão dos avanços tecnológicos, todas as variáveis são

culturais, milenares e deverão continuar impulsionando o crescimento dos cen-
tros urbanos. O quarto movimento com os princípios e as práticas do lado direito
ão
da teoria U, que é o da cocriação e do engajamento (SCHARMER, 2009), em

conjunto com a evolução tecnológica e empreendedores inovadores, pode ser,
potencialmente, gerador das mudanças dessas tendências a serem adotadas
s
rapidamente pelo cidadão, pelas empresas, pelas comunidades e pelas cidades.

ver
A variável tecnologia é a que indica a tendência de realizar uma impor-

tante revolução, superior à Revolução Industrial, pois vai facilitar, principal-
mente, a comunicação plena entre todos. Sua rápida adoção é facilitada pela
velocidade da distribuição da informação.
280
5. Tendências futuras das variáveis provocadoras das evoluções
Os avanços tecnológicos podem alterar a forma da ocorrência das outras

cinco variáveis milenares, direcionando mudanças na questão do adensamento
populacional das grandes cidades.
O ponto a considerar é a pirâmide populacional brasileira. A pirâmide
etária ou demográfica consiste em um histograma que mostra a distribuição
or
de diferentes grupos etários numa população, típica de um país ou região
od V
(POPULAÇÃO, 2010). Informações do Ipea (2012) estimam que 91% da
aut
população brasileira, em 2030, estará em centros urbanos e a tendência indica
que haverá elevação de urbanização, desenvolvimento tecnológico, econômico
e humano do Brasil. Segundo dados do Censo demográfico (IBGE, 2010),
R
o Brasil já tinha mais de 85% da população vivendo em cidades com mais
de 20 mil habitantes.
o
Do ponto de vista de gestão das políticas públicas municipais, o conheci-
aC

mento demográfico e os indicadores sociais permitirão compreender a situa-
ção e as demandas da população residente nos centros urbanos resultantes
da pirâmide populacional brasileira de forma a direcionar os recursos mais
adequados e necessários (BAENINGER, 2010). Com o advento da tecnolo-
visã
gia, as pessoas não necessariamente terão de estar perto para se sentir perto.
Isso pode mudar a simples reunião, que já é possível acontecer remotamente;
as transações econômicas, que podem ser totalmente virtuais; a indústria do
itor
turismo, pois será possível, por meio da realidade virtual aumentada, viajar e
a re
conhecer novos lugares, sem ter de viajar fisicamente, ou desfrutar de entre-

tenimento sem sair do seu lugar de moradia; a saúde, pois será possível, com
diagnósticos remotos, realizar procedimento médico sem ter de estar no hos-
pital, por exemplo; o impacto da expansão da tecnologia com o blockchain1
par
pois a tendência indica que esta nova tecnologia, juntamente com a Internet
of Things (IoT), deve causar uma grande revolução no campo econômico,
Ed
afetando não só esta área, mas intensamente a comportamental, a cultural e

a social.
Essas mudanças serão capazes de transformar profundamente a relação
ão
de consumo e o processo de interação entre indivíduos (P2P – peer-to-peer)2,
1 Blockchain – conhecido como “o protocolo da confiança” – é uma tecnologia que visa à descentralização como
s
medida de segurança. São bases de registros e dados distribuídos e compartilhados que têm a função de
ver
criar um índice global para todas as transações que ocorrem em determinado mercado. O blockchain é uma
tecnologia que permite, através de técnicas criptográficas, agilização de transações complexas (ABINC, 2018).
2 Peer-to-peer – P2P (do inglês peer-to-peer, que significa par-a-par) – é um formato de rede de computa-
dores cuja principal característica é a descentralização das funções convencionais de rede, em que
o computador de cada usuário conectado acaba por realizar funções de servidor e de cliente ao mesmo
tempo. Seu principal objetivo é a transmissão de arquivos e seu surgimento possibilitou o compartilhamento
em massa de músicas e filmes (CIRIACO, 2008).
entre empresas (B2B – business to business) e entre empresas e consumido-

res (B2B2C – business to business to consumer) e muitas outras derivadas
dessas evoluções.
À medida que a nova geração escolher estar no seu local preferido e viver
todo o resto remotamente, fortalecendo a qualidade de vida, tal comporta-
mento ocasionará mudanças radicais nessas seis variáveis. Outras variáveis
poderão surgir, mas essas transformações serão rapidamente disseminadas
or
pelos céleres meios de comunicação.
od V
aut
R
A otimização do uso dos recursos e a evolução da tecnologia devem per-
mitir desenvolvimentos que rompam com os modelos antigos e tradicionais
e evoluam em direção à melhoria do uso dos espaços habitacionais, fazendo
o
com que a superpopulação dos centros urbanos seja mais sustentável de forma
aC
a viver melhor, pois faz parte da natureza humana essa busca pelo bem-estar.
A substituição dos trabalhos simples pela robotização irá causar profunda
mudança na forma de ser, de viver e na cultura das pessoas: para adequar-se
visã
a essas mudanças serão necessários processos de ruptura.
O homem estará vivendo em uma época cuja característica é realizar
pequenas e rápidas mudanças incrementais, mas que, após um período não
muito longo, pela dinâmica da velocidade do mercado, pode transformar-se
itor
em uma ruptura, vista e vivenciada pela própria geração.

a re
• Hipótese 1: Em função da deficiência da infraestrutura de defesa

par
civil, as cidades estão mais expostas às consequências de uma catás-

trofe, tais como epidemias e guerras químicas, entre outras.
Ed
Obs.: Situação descontrolada (guerras químicas, causas ecológicas

provocadas pelas ações do homem ou epidemia global) e surgimento
de uma grande catástrofe que pode iniciar-se em um grande cen-
ão
tro urbano em nível mundial. No Brasil, nos seus grandes centros

urbanos, haverá destruição em massa e, provavelmente, poucos
sobreviverão; haverá sobrevivência do indivíduo e seus grupos lide-
s
rados pela força, condição política e sobrevivência dos mais fortes.

ver
• Hipótese 2: Sacrifício da qualidade de vida da população devido

ao crescimento desordenado e desestruturado dos centros urbanos,
ampliando construções em locais de risco sem gestão nem plane-
jamento, seguindo a lógica da especulação imobiliária.
282
Obs.: Esse cenário é a continuação do crescimento desordenado de

grandes centros urbanos. As forças de determinados grupos sobre-
põem-se às forças sociais de crescimento: ampliação expressiva
da criminalidade, medo generalizado nas comunidades, ampliação
do processo de sobrevivência (pirâmide das necessidades básicas
de Maslow). Nesse cenário, haverá mudanças mais lentas: centros
urbanos não serão gerenciáveis, indivíduos poderão desaparecer e
or
alguns sobreviverão pelo processo de seleção natural das espécies.
od V
• Hipótese 3: Crescimento e desenvolvimento organizados e sustentá-
aut
veis dos centros urbanos. Deslocamentos da população dos grandes
centros urbanos em busca de melhor qualidade de vida para todos.
Obs.: Continua o crescimento dos grandes centros urbanos, mas
R
soluções de convivência e consciência social devem predominar.
Os itens “inovação” e “tecnologia” serão os pontos-chave com sur-
o
gimento de novos modelos e formas de “viver” com prioridade para
aC

a qualidade de vida, causando profundas rupturas com o modo de
vida atual. Direcionamentos da ocupação e da convivência social
serão focados na melhoria do bem- estar individual e coletivo;
haverá um balanço entre disponibilidade de trabalho para todos
visã
com menor tempo no serviço. Surgem novas profissões e alternati-
vas de emprego e, como consequência dessa evolução, haverá uma
redução expressiva da desigualdade na sociedade. Para este cenário,
itor
serão necessárias mudanças profundas na cultura, no crescimento

a re
do senso coletivo e na ação consciente da sociedade.

• Hipótese 4: Crescimento moderadamente ordenado e estruturado,
preponderando a especulação imobiliária.
Obs.: Neste cenário, considera-se uma evolução intermediária entre
par
os cenários 2 e 3, ou seja, o desenvolvimento e a apropriação ocorre-

rão mais lentamente por parte da sociedade. Ajudada pela evolução
Ed
da tecnologia e pela velocidade da informação, a procura por locais

que direcionem para o bem-estar coletivo conduzirá este processo
evolutivo. Como característica do ser humano, evoluir por com-
ão
paração é um processo de desenvolvimento em que se modifica e

fortalece o estabelecimento de uma nova cultura.
s
ver
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WERNECK, F.; LEAL, L. N. Favelas concentram 6% da população brasileira,

com 11 mi de habitantes. O Estado de S.Paulo, 21 dez. 2011. Disponível em:
ão
<https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,favelas-concentram-6-da-popu-
lacao-brasileira-com-11-mi-de-habitantes,813838>. Acesso em: 10 jun. 2018.
s
ver
REDIMENSIONAR E ORGANIZAR
OS SERVIÇOS DE SAÚDE
or
Ana Maria Antunes
od V
aut
R
Segundo a Constituição Brasileira, saúde é um direito de todos e dever
do Estado, contudo o que presenciamos é um grande desequilíbrio em relação
o
aos serviços oferecidos, seja em quantidade como em qualidade, além da falta
aC
de equidade de tratamento entre as diferentes classes sociais. Quem possui
mais recursos tem privilégios e mais direitos, o que contraria a Constituição.
A atenção primária de saúde é um reflexo, uma consequência das con-

dições econômicas, das características socioculturais e políticas do país e
visã
das comunidades. A conquista da saúde no século XXI possui características
que dependem promoção dos direitos fundamentais dos seres humanos e dos
objetivos fundamentais das nações, ou seja, zelar pelo bem-estar, no mais
itor
amplo sentido, de seus cidadãos. Para que se obtenha qualidade dos serviços de
a re
saúde no país, há necessidade de intervenções e mudanças em muitos setores

sociais, políticos, econômicos e culturais, além do setor saúde.
Um país, o qual busca o seu desenvolvimento de forma integral, deve
priorizar a qualidade de vida de seus cidadãos, promovendo ações efetivas
par
no campo da saúde da sua população. Esta deve participar ativamente dos

planejamentos de criação de ações relacionadas a essa área.
Ed
ão
No século XX, deu-se a maior evolução na prevenção e profilaxia das

doenças crônico-degenerativas e infectocontagiosas, com utilização crescente
de vacinas para inúmeras doenças; início dos programas de saúde pública cura-
s
tiva e preventiva, com a proliferação de hospitais e fundação da Organização

ver
Mundial da Saúde; técnicas mais apuradas de diagnóstico, com equipamentos

de imagens e exames laboratoriais sofisticados, conhecimento da genética e
física nuclear.
Porém, o ar químico, a poluição das águas por lixos industriais e radioa-
tivos, o aumento crescente de doenças mentais, o uso em demasia de drogas
estupefacientes, os acidentes externos e a violência emergindo de forma ace-
lerada, trouxeram novos e grandes desafios à saúde pública.
286
De acordo com a Declaração da Alma-Ata (1978), para chegar a um

patamar considerável na saúde é necessária a ingerência de setores como
o econômico e o social. Também, enfatiza que elevado o padrão da saúde,
provendo uma melhor qualidade de vida de um povo, é um caminho para o
crescimento da paz mundial. A participação ativa dos cidadãos nos planeja-
mentos referentes à saúde é destacada na Declaração. A priorização da saúde
por uma sociedade está ligada, segundo a Alma-Ata, às condições sociais,
or
econômicas e culturais de um país.
od V
Em relação à Alma-Ata (CARLOS NETO; DENDASCK; OLI-
aut
VEIRA, 2016), enfoca a importância da elaboração desta Declaração a qual
veio enfatizar e colocar a saúde como “eixo fundamental”, no que considera
uma utopia, a qual deveria ser atingida até o ano de 2000, o que se denominou
R
“Saúde para Todos.” Resta perguntar, se os objetivos foram atingidos.
Entre outras metas, ficaram estabelecidas também na Declaração de
o
Alma-Ata (1978), que a promoção da saúde: (1) depende da integração entre
aC

as diversas áreas psicossociais qual seja da educação sobre os problemas da
saúde, dos métodos de prevenções, dos alimentos, da nutrição, da água, do
saneamento. Inclui a assistência para a mãe e para a criança, da imunização,
do tratamento apropriado e inclui também a disponibilidade de medicamentos
visã
essenciais; (2) inclui a participação de todos os setores com integração nacio-
nal e comunitário abrangendo também os setores agropecuários, a indústria,
a alimentação, a habitação e outros, de forma coordenada; (3) demanda e
itor
desenvolve a auto-responsabilidade com a participação da sociedade no pla-

a re
nejamento, na estruturação, na operacionalização, acompanhamento e controle

da atenção à saúde (CARLOS NETO; DENDASCK; OLIVEIRA, 2016).
Já, em 2005, outro passo foi dado em direção à melhora da saúde mundial
dos povos com a Who World Health Organization (WHO, 2005) a chamada
par
CARTA DE BANGKOK em 2005 que refletem a visão coletiva de um grupo

internacional de especialistas na Sexta Conferência Global de promoção da
Ed
Saúde, onde outros quesitos foram apontados e reconhecidos como essenciais.

Segundo Lopes et al. (2010) a declaração de Bangkok considera a saúde como
um direito fundamental, a promoção da saúde como processo que possibilita
ão
as pessoas melhorarem o controle da saúde por meio da mobilização indivi-

dual e coletiva, destacando a participação da sociedade como fundamental.
Segundo os autores, um dos pontos apontados é a estratégia para pro-
s
mover a saúde no mundo globalizado sendo um progresso na direção de um

ver
mundo mais saudável, ampliação da participação e da sustentabilidade e o

marco foi o de estabelecer compromissos como ponto central a agenda global
de desenvolvimento, uma agenda de todos os governos, foco nas comunidades
e sociedade civil e exigências incorporadas à boa prática corporativa.
Segundo Berridge (2000), mesmo após a definição do conceito da saúde

pela Organização Mundial da Saúde (1948) que diz que “saúde é um estado
de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de
doenças”, ainda é bastante utilizada à antiga noção de cuidar da saúde de
maneira formal e curativa, pois muitos ainda entendem como promoção da
saúde o tratamento de uma doença.
or
3. Variáveis que provocaram as evoluções.
od V
aut
Dentre as variáveis que provocaram as evoluções temos o ar químico,
a poluição da água por lixos industriais e radioativos, a crescente incidência
R
de doenças mentais, o aumento do consumo de drogas, o terrorismo, a guerra
irregular e a violência urbana e rural, bem como o aumento da expectativa de
vida da população que acarreta tratamentos com custo médio mais elevado.
o
No Brasil, como tudo é superlativo, enfrentamos carga tripla de doen-
aC
ças transmissíveis, não transmissíveis, sócio comportamentais, muitas vezes

associados, sem acompanhamento e sem prevenção. Somam-se a isto os
erros cometidos no que tange a estratégias tomadas, visando à promoção da
visã
saúde pública.
Com o passar dos anos, eventos importantes ocorreram em busca da
promoção da saúde pública, como os abaixo relacionados:
itor
• o Decreto 4.682 de 24/01/1923 – Lei Eloy Chaves (BRASIL, 1923)

a re
– marco inicial da Seguridade e Previdência Social no Brasil. Porém,

garantia apenas assistência à saúde para os trabalhadores contri-
buintes.
• a Constituição de 1934 (BRASIL, 1934) mantém a proteção à saúde,
par
mas ainda muito associada ao direito do trabalhador. Àquela época

não se pensava a saúde como um valor de todos os brasileiros.
Ed
• a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) – art. 6º. Especifica

os direitos sociais à educação, à saúde, à alimentação, à previdência
social entre outros.
ão
• a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) no Título VIII – Da

ordem social, Capítulo II – Da Seguridade Social, Seção II – Da
Saúde, que vai desde o art. 196 ao art. 200, que a saúde é direito
s
de todos e dever de estado, garantido mediante políticas sociais

ver
e econômicas.
288
A Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu artigo 196 refere-se

ao dever do Estado em promover saúde de qualidade, digna a todos os brasi-
leiros, porém, infelizmente, o Sistema de Saúde brasileiro apresenta grandes
deficiências, não atendendo a reais necessidades dos menos privilegiados
(BRASIL, 1988).
or
A criação do Sistema Único de Saúde, conforme o Art. 198 da Consti-
od V
tuição Federal (BRASIL, 1988) estabelece que “as ações e serviços públicos”
aut
de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as diretrizes da (1) Descentralização,
com direção única em cada esfera de governo; (2) Atendimento integral, com
R
prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assisten-
ciais; (3) Participação da comunidade.
o
O Art. 199 da Constituição (BRASIL, 1988) assegura a assistência à
aC

saúde e livre à iniciativa privada:
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar

do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
visã
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven-
itor
ções às instituições privadas com fins lucrativos.

a re
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais

estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos
em lei.
§ 4 º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remo-
ção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
par
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão

de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização
Ed
(BRASIL, 1988).
De acordo com Carlos Neto (2016), após dois anos da promulgação da

ão
Constituição (BRASIL, 1988), foi introduzida a lei da criação do Sistema

Único de Saúde (SUS) em 19 de novembro de 1990, a Lei de número 8.080.
Esta lei define as condições da promoção, proteção e recuperação da saúde, a
s
sua organização e seu funcionamento, no artigo 1º e no artigo 2º. Estabelece

ver
a saúde como direito fundamental de todos os indivíduos. Segundo o autor,

deve então o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício:
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e exe-

cução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que

assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1990).
Ainda pela Lei nº 8080 (BRASIL, 2013) o Brasil adere ao conceito de

saúde da Organização Mundial da Saúde em busca do completo bem-estar,
físico, mental e social, conforme art. 3º estabelecendo que:
or
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do
od V
País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
aut
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho,
a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
R
bens e serviços essenciais (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013).
o
Contudo, a espera atual por uma consulta, realização de exames ou proce-
dimentos diagnósticos e cirúrgicos é inaceitável no sistema público de saúde. A
aC
população não participa da tomada de decisão nas políticas públicas na área da

saúde, sendo que as decisões são de gabinete, desenvolvidas por tecnocratas,
nem sempre com espírito público voltado ao bem comum.
visã
A existência de um cadastro nacional individualizado da saúde, integrado
a todos os estados da federação proporcionaria maior acesso às informações,
o que facilitaria a tomada de decisão pelos gestores, além de permitir maior
acesso da sociedade ao sistema.
itor
Conclui-se que a atual Constituição foi fundamental para o reconheci-

a re
mento do direito à saúde como um direito social, garantido a toda popula-

ção. Mesmo considerando-se as conhecidas mazelas inerentes ao processo,
sem dúvida, houve melhora na saúde pública, sendo, entretanto necessário,
esforço conjunto dos governos e sociedade para promover o aprimoramento
par
do sistema.
Ed
Como tendências para o futuro vê-se que:

ão
• Continuará havendo deficiência da qualidade e da abrangência nos

s
serviços de saúde porque o custeio não será garantido. O “Império

da Saúde”, baseado em Hospitais, continuará esvaziando os recursos;
ver
• Não haverá serviço público eficiente nem Saúde Pública com qua-
lidade e equidade, devido à globalização embasada em princípios
neoliberais de mercado livre na saúde, com terceirização dos ser-
viços públicos e concentração de riqueza nas mãos de poucos que
290
exploram o trabalho dos profissionais da área e os recursos advindos

dos materiais de consumo e medicamentos;
• Mesmo com uma Constituição favorável aos anseios da população,
as ações de saúde não conseguirão promover a saúde conforme o
desejado. O sistema não será simplificado e com isso o objetivo
ficará maculado. Perdurará por longo tempo o dilema entre o saber
e a prática militante;
or
• Não haverá um sistema de informações cadastrais e gerenciais de
od V
âmbito nacional, individual e integrado;
aut
• Espera-se uma intervenção do Ministério Público na saúde, promo-
vendo a moralização do serviço público.
R
o
• Serão realizadas abordagens políticas integradas e regionalizadas,
aC

necessárias para lidar com as desigualdades. Neste sentido, a rede
pública e a particular serão disponibilizadas para a população; com
diferenças de acomodação nas internações, mas com direito integral
visã
na equidade dos serviços. Os hospitais privados, portanto, disponi-
bilizarão um número de leitos determinados para o sistema público
de saúde e realizarão com equidade o tratamento;
• Criar e regulamentar uma legislação que, permita acesso ao sistema
itor
pelos usuários, ampliando a rede básica, credenciando consultórios,

a re
evitando a construção e manutenção de espaços físicos, custeio de

toda a infraestrutura de pessoal e material para simples consultas;
• Uma eficiente legislação promoverá uma mudança drástica no pla-
nejamento da saúde básica, ampliando o acesso à primeira consulta
par
e ao retorno;
• A população deverá receber informações básicas quanto aos critérios
Ed
de acesso aos serviços, evitando o gargalo desnecessário nos pron-

to-socorro, bem como nos atendimentos básicos e especializados;
• Uma vez reformulada, a legislação deverá punir, rigorosamente,
ão
os infratores dos serviços públicos em saúde bem como deverá

construir um plano de carreira na área da saúde;
• Será organizado um cadastro, a nível nacional, individualizado e
s
integrado de informações de saúde;

ver
• O Estado responsável maior pelo sistema de saúde deverá tentar

melhorar a gestão do sistema, estimulando todos os participantes a
transformarem uma gestão baseada em resultados financeiros, numa
competição por valor ao paciente, baseada numa visão de soma posi-

tiva onde todos possam sair ganhando (PORTER; TEISBER, 2007).
• Hipótese 1: Reformulação do acesso e das ações de saúde, implan-

tando um sistema efetivo com recursos e pessoas compatíveis com
or
a demanda, sem politização.
od V
• Hipótese 2: O sistema continuará inalterado, dificultando cada vez
aut
mais o acesso à saúde pública, mesmo com aumento de recursos,
continuando precário, sem igualdade no atendimento.
•
R
Hipótese 3: Desestruturação do sistema de saúde em um contexto
de corrupção e desvio de recursos reduzindo o potencial assistencial
e preventivo da saúde.
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
292
REFERÊNCIAS
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Mundo. 2012. 5 p. Artigo, Contexto Social e profissional de Enfermagem,
Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, 2012. Disponível em: <http://
www.ebah.com.br/content/ABAAAA-HEAA/historia-saudepublica-no-mun-
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od V
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aut
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Lei 8080. Brasília, p. 3-7, set. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.
visã
gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em: 3 abr. 2018.
CARLOS NETO, D.; DENDASCK, C. A Evolução Histórica da Saúde Pública.

itor
Revista Cientifica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Disponível em:

a re
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volucao-historica-da-saude-publica.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2018.
DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA. Alma-Ata: [s.n.], 1978. IN: Conferência

Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, URSS, 6-12 set 1978. Dis-
par
ponível em: <http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/07/Decla-

ra%C3%A7%C3%A3o-Alma-Ata.pdf>. Acesso em: 9 set. 2018.
Ed
PORTER, M. E.; TEISBERG, E. O, Repensando a saúde. Estratégia para

melhorar a qualidade e reduzir os custos. Tradução de Cristina Bazan. Porto
ão
Alegre: Bookman, 2007.
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. As cartas da Promoção da

s
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 56 p. Acesso em: 30 jun. 2018.

ver
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for Health Promotion in a Globalized World, Disponível em: <http://www.
who.int/healthpromotion/conferences/6gchp/bangkok_charter/en/>. Acesso
em: 30 jun. 2018.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
or
od V
aut
R
A população de idosos segue um caminho ascendente e irreversível,
acompanhada de uma crescente longevidade, de forma que, até 2050, vai
o
levar o Brasil a ter uma das maiores populações do mundo. É, portanto, um
compromisso da sociedade e do governo o prévio planejamento às adequa-
aC
ções da Previdência quanto ao novo formato demográfico e econômico que
se avista. De acordo com Barros e Foguel (2000, p. 720), “a solução para o
problema depende mais do aperfeiçoamento das políticas públicas do que da

visã
elevação de gastos”.
A Previdência Social está estruturada em três regimes distintos e indepen-
dentes: Regime Geral de Previdência Social, Regime Próprio dos Servidores
Públicos e Regime de Previdência Complementar.
itor
Os brasileiros estão vivendo mais, a quantidade de jovens que sustenta

a re
o regime diminui e a informalidade aumenta. É necessária a reforma da Pre-

vidência, entretanto, para o sucesso na sua implantação, deverá ser feito um
trabalho muito intenso de conscientização da população. Dificilmente as bar-
reiras serão quebradas sem um bom processo de divulgação de informações
par
claras, que tente ao máximo abster-se de vieses ideológicos. Afinal, a Previ-

dência Social é um bem público à disposição da sociedade e que necessita da
Ed
colaboração da coletividade para seu bom equilíbrio, assegurando-o de forma

duradoura para os aposentados de hoje e os de amanhã (CORDEIRO, 2006).
ão
A Previdência Social no Brasil teve início em 1888 com o Decreto

s
nº 9.912-A, de 26 de março de 1888, que regulamentou o direito à aposenta-

ver
doria dos empregados dos Correios. Essa resolução fixava os requisitos para
aposentadoria em 30 anos de efetivo serviço e idade mínima de 60 anos. A
partir dessa iniciativa, cada categoria de trabalhadores se organizou e criou
as próprias Caixas e Institutos de Aposentadorias e Pensões.
294
• Implantação ou formação, publicada em 24 de janeiro de 1923, a

Lei Eloy Chaves, primeiro sistema de seguros sociais, contemplava
riscos de invalidez, velhice e morte, assistência hospitalar e aposen-
tadoria ordinária (tempo de serviço e idade) (CORDEIRO, 2006).
• Unificação: a Lei orgânica da Previdência Social (LOPS) nº 3.807,
de 26 de agosto de 1960, segundo a Constituição da República Fede-
rativa do Brasil de 1988 (Redação dada pela Emenda Constitucional
or
nº 20, de 1998), unifica a legislação ao sistema previdenciário e
od V
consolida com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS);
aut
a Previdência Social no Brasil é contributiva de filiação obrigatória,
de forma a preservar o equilíbrio financeiro e atuarial. Tem ainda
como objetivo assegurar aos beneficiários meios indispensáveis de
R
manutenção, dando cobertura dos eventos de doença, invalidez,
idade avançada, proteção à maternidade, salário-família e auxílio
o
reclusão para dependentes dos segurados de baixa renda e pensão
aC

por morte do segurado.
• Restruturação: da formação do Sistema Nacional de Previdência e
Assistência Social (Sinpas), em 1977, até a promulgação da Cons-
tituição da República Federativa do Brasil, em 1988, ocorreram
visã
mudanças nos princípios e valores no âmbito da proteção social no
Brasil. O sistema passou a ser regido pelo princípio da universali-
dade da cobertura e do atendimento. Os direitos previdenciários, que
itor
até então eram exclusividade de trabalhadores, agora estendem-se

a re
para quem deles necessitar, ou seja, toda sociedade pode usufruir

(CORDEIRO, 2006).
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil (BRA-

par
SIL, 1988):
Ed
• o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), pelo artigo 201, da

Constituição de 1988, tem caráter contributivo e estabelece filiação
obrigatória para trabalhadores regidos pela CLT;
ão
• o Regime Próprio dos Servidores Públicos (RPPS) estabelece filia-

ção obrigatória para titulares de cargos efetivos da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
s
é um regime de previdência de caráter contributivo e solidário (Lei

ver
nº 9.717/1998 – Lei Geral da Previdência Pública e Emenda Cons-

titucional nº 20/1998);
• para as Forças Armadas, o artigo art. 142, § 3º, inciso X, da Cons-
tituição, é específico para o Sistema de Proteção Social das Forças
Armadas (SPSM), que não é um sistema previdenciário. Ele é regido
pela Lei de Remuneração dos Militares (Medida Provisória 2.215-

10, de 2001) e suas pensões são estabelecidas no Estatuto dos Mili-
tares (Lei 6.880, de 1980, e Lei de Pensões – Lei 3.765, de 1960).
Apesar de participar com 7,5% para a Previdência, não existe apo-
sentadoria para as Forças Armadas. Na interrupção da atividade, o
indivíduo é considerado reservista, podendo ser convocado em caso
de guerra ou necessidade urgente;
or
• o Regime de Previdência Complementar, com filiação facultativa,
od V
é organizado de forma autônoma em relação aos regimes públicos,
aut
com base na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado (art. 202, CF/88);
• a cobertura do Sistema Previdenciário em vigor considera que,
R
diante do processo de envelhecimento da população brasileira, mais
acelerado a partir de 2030, já se apresenta consolidada a responsabi-
o
lidade da sociedade quanto à importância da ampliação da previdên-
aC
cia como meio de garantia de direitos com alcance à proteção social.

Segundo Ferreira (2003, p. 16), “Andrade (2001) e Ornélas e Vieira
(1999) reconhecem que o mais importante componente da crise
estrutural do sistema previdenciário foi o conjunto de transforma-
visã
ções na estrutura populacional e na dinâmica demográfica, aumen-
tando o número de beneficiários e diminuindo a base contributiva”.
itor
No Quadro 1, apresenta-se a cobertura, válida atualmente, do sistema

a re
previdenciário, que merece atenção, tendo em vista a transformação demo-

gráfica que se anuncia.
Quadro 1 – Cobertura do Sistema Previdenciário

par
Evento Beneficiado Carência

35 anos de contribuição
Ed
Todo segurado que completar período

Tempo de contribuição para homens e 30 anos de
mínimo de contribuição
contribuição para mulheres
Todo segurado que ficar incapacitado Mínimo de 12 anos de
ão
Invalidez para o trabalho, desde que seja contribuição (alguns casos

incapacidade permanente sem carência)
Trabalhadores avulsos, cooperados,
s
empregados (exceto empregados

domésticos, que têm carência de dez 15 anos de contribução,
ver
Especial
meses) que tenham trabalhado em 100% do benefício
condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física
continua...
296
continuação
Evento Beneficiado Carência

Toda segurada gestante, por 120 dias,
e toda mãe adotante (se adotar mais
de uma criança, o salário é só para
Salário-maternidade Sem carência
a de menor idade), mesmo se a mãe
gestante recebeu, a mãe adotante
também recebe
or
Empregados na ativa e aposentados
de baixa renda (igual ou menor do que
od V
Salário-família R$ 1.025,81), para manutenção dos Sem carência
filhos até 14 anos ou, se for inválido,
aut
sem limite de idade
Pago aos dependentes em caso de o
Pensão por morte e
auxílio-reclusão
R
segurado ter morte natural ou acidente
de trabalho; mais de um dependente, o
benefício é dividido
Sem carência
o
Fonte: Adaptado de Carvalho e Garcia (2003).
aC

visã
A Previdência Social é uma política de Estado e visa, por meio de renda,
proteger os direitos fundamentais do trabalhador e de sua família quando
em situação de vulnerabilidade, principalmente na população idosa. Na
itor
Tabela 1, exibe-se o balanço da Previdência Social – 2006/2014, apresen-

a re
tado pelo pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)

Hélio Zylberstajn.
Tabela 1 – Balanço da Previdência Social – 2006/2014

par
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

RGPS (INSS)
Ed
Beneficiários (milhões) 24.2 25.2 26.1 27.0 28.1 29.1 29.9 31.0 32.0
Receita (R$ milhões) 140.2 153.0 167.0 182.0 212.0 245.9 275.8 307.1 337.5
Gasto (R$ bilhões) 188.1 202.0 204.2 224.9 254.9 281.4 316.6 357.0 394.2
ão
Resultado (R$ bilhões) -47.9 -49 -37.2 -42.9 -42.9 -35.5 -40.8 -49.9 -56.7
Benefício mensal médio 598 617 602 641 698 744 815 885 947
s
RPPS (Funcionários Públicos)

Beneficiários (milhões) 3.1 3.2 3.2 3.4 3.4 3.4 3.4 3.4
ver
Receita (R$ milhões) 52.8 56.5 63.1 71.4 77.3 83.8 94.5 106.1
Gasto (R$ bilhões) 108.0 121.0 132.8 149.6 163.7 179.8 198.1 214.9
Resultado (R$ bilhões) -55.1 -64.5 -69.7 -78.1 -86.4 -96.0 -103.7 -108.7
Benefício mensal médio 2661 2914 3225 3425 3745 4046 4491 4802
continua...
continuação
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total
Beneficiários (milhões) 28.3 29.3 30.2 31.5 32.5 33.3 34.4 35.5
Receita (R$ milhões) 205.8 223.5 245.1 283.4 323.2 359.6 401.6 443.6
Gasto (R$ bilhões) 310.0 325.2 357.7 404.5 445.1 496.4 555.1 609.1
Resultado (R$ bilhões) -104.1 -101.7 -112.6 -121.9 -121.9 -136.8 -153.6 -165.4
or
Benefício mensal médio 842 854 912 989 1055 1147 1241 1321
Fonte: Zylbertajn (2016).
od V
aut
Essa tabela enseja uma reflexão sobre o quanto esse aumento quantitativo
deve ser considerado no âmbito de atuação previdenciária, não somente no
R
aspecto econômico-demográfico, mas também em todas as possíveis mudan-
ças estruturais necessárias para sua adequação em todas as esferas. Embora
o
o Brasil venha investindo na área social, o maior desafio ainda é diminuir
a pobreza reduzindo as desigualdades. Esse é o contexto da economia que
aC
pressiona o orçamento financeiro da Previdência.

Na análise da variável da Previdência Social, foram identificadas estas
variáveis que provocaram evolução: situação econômica do Brasil, popula-
visã
ção não contributiva, alto nível de informalidade do trabalho e do emprego,
envelhecimento da população, aposentadoria por tempo de contribuição e
regras do sistema.
itor

a re
a) Situação econômica do Brasil: o dinamismo econômico reflete

no volume de contribuição social. A contenção de despesa que o
governo estabeleceu com o corte de gastos públicos, a restrição
par
do crédito e a alta das taxas de juros leva a uma retração econô-

mica. Essa desaceleração econômica, de acordo com IBGE (2017),
Ed
traduzida nos indicadores, PIB que caiu 3,8% em 2015 e 3,6%

em 2016 e taxa de desemprego de 5,5% em 2014 para 12% em 2016,
envolvem também o orçamento previdenciário, considerado um
ão
dos causadores do déficit econômico. Os fatores econômicos são a

base do orçamento da Previdência, e seus desequilíbrios constantes
s
comprometem o sistema previdenciário.

ver
b) População não contributiva: o Estado oferece aos empregadores

imunidade tributária das contribuições previdenciárias de entidades
beneficentes e de assistência social com atuação na saúde, educa-
ção e assistência social. O incentivo é condicionado a requisitos
previstos em lei e amparado constitucionalmente. A desoneração
298
da contribuição social tem impacto na Previdência. Embora com

declínio de 2015 para 2016, a parcela que deixa de compor o saldo
é significativa. Também, de acordo com Filgueiras e Krein (2016),
os recursos que deixam de ser arrecadados pela Previdência Social
anualmente são bilionários, favorecendo sua insustentabilidade
devido a empregadores inadimplentes com a Previdência somados
aos empregados domésticos sem carteira assinada.
or
c) Alto nível de informalidade do trabalho e do emprego: o mercado
od V
informal, com tendência a remunerar com salários fixos reduzidos,
aut
pretensamente compensados com gratificações, bônus e outros,
não reverte em contribuição tanto por parte do empregado quanto
do empregador.
R
d) Envelhecimento da população: de acordo com Zylberstajn (2016),
na projeção da Fipe, em 2016, 12% da população tinha 60 anos
o
ou mais. A previsão é que, em três décadas, a proporção de ido-
aC
sos triplique.

e) Aposentadoria por tempo de contribuição: é a que oferece maior
quantidade de benefícios e por período de tempo que tende a crescer
com a transição demográfica e a perspectiva de longevidade.
visã
f) Regras do sistema: as regras atuais permitem alguns tratamentos
diferenciados a segmentos especiais da sociedade, o que reduz
substancialmente as contribuições previdenciárias. As entidades
itor
beneficentes de assistência social são favorecidas com imunidade

a re
constitucional para deixarem de recolher as contribuições patronais.

Empregadores rurais, clubes de futebol profissional e as micros e
pequenas empresas beneficiam-se de contribuições substitutivas
sobre faturamento que incorrem em alíquotas melhores do que
aquelas inclusas em folha. Empregadores domésticos gozam de
par
contribuições patronais menores do que as empresas em geral.

Ed
O agricultor, na disposição constitucional, figura como segurado

especial, o que lhe garante direito aos benefícios de aposentadoria
mediante as contribuições presumidas de um pequeno percentual
ão
da comercialização de sua produção rural (MARTINS, 2008).

s
ver
Segundo Van der Heijden (2004 apud BRASIL, 2015, p. 9), referindo-se
ao planejamento de cenários e à formulação de estratégias, “os cenários são
usados como meio de definir a estratégia em relação a uma série de mode-
los futuros do mundo, plausíveis, mas estruturalmente muito diferentes”. A
sustentabilidade da Previdência Social requer compromisso e inovação com

voz ativa da sociedade sensibilizada e mobilizada.
Com a desaceleração do crescimento econômico, cabe o argumento do
impacto que a transição demográfica vai trazer à economia, tendo em vista
que, para o governo, a Previdência Social é considerada deficitária. Diante
dessa situação, emergiu a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287,
de 7 de dezembro de 2016.
or
Essa PEC altera concessão de benefícios, pensões, converge as regras
od V
do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) com regimes próprios de
aut
previdência social dos servidores públicos (RPPS), altera a taxa de 20% da
desvinculação de receitas da União (DRU) para 30%, altera benefícios e acaba
com as diferenças entre homens e mulheres, rurais e urbanos, professores e
R
demais trabalhadores, RGPS e RPPS. Mas a proposta não foi aprovada, por-
tanto, de acordo com a tendência, as seis variáveis que provocaram evoluções
o
continuarão deficitárias.
aC

visã
Para ocorrerem as mudanças necessárias, é preciso rupturas que ajudem
nesse direcionamento, tais como:
• diminuição do perfil assistencialista da Previdência Social, procu-

itor
rando-se minimizar o caráter distribuidor do regime;

a re
• inclusão do trabalho informal e desenvolvimento de forma contri-

butiva, com engajamento;
• atuação da sociedade na fiscalização, de forma consciente;
• uso das contribuições/arrecadações de cada previdência para a sua
par
destinação, de forma transparente e com equilíbrio financeiro.

Ed
ão
• Hipótese 1: Aumento de benefícios sem contrapartida de receitas

com agravamento do desequilíbrio estrutural da Previdência Social,
mantendo-se a diferença entre os servidores públicos e os demais.
s
Obs: Neste cenário são mantidas, ou até mesmo mais favorecidas,

ver
as regras atuais e amplia-se o número de benefícios com o aumento

da população idosa e a longevidade projetada. Não há perspectivas
de novos entrantes devido à falta de confiança na gestão e sustenta-
bilidade do sistema previdenciário, falta de perspectiva de usufruir
300
da proteção social na velhice, na invalidez e de outros benefícios,

aumentando a sonegação e renúncias à contribuição social. Com
isso, amplia-se ainda mais o déficit do orçamento previdenciário,
o que favorece o crescimento do trabalho informal. A previdência
sem condições de estender ou até mesmo manter os benefícios,
culminando com encolhimento nos benefícios ofertados, corren-
do-se o risco da retomada do aumento da desigualdade e do nível
or
de pobreza no Brasil.
od V
• Hipótese 2: Reformas parciais e paliativas com insatisfação dos
aut
beneficiários e adiamento da solução do desequilíbrio estrutural da
Previdência Social.
Obs: Não são resolvidos os problemas das situações de imbrica-
R
mento entre contribuições e benefícios. Com ações paliativas, os
benefícios são mantidos nos níveis atuais ou crescem discretamente.
o
O fato de a sociedade não se engajar nas decisões, quanto às ações
aC

necessárias para o sucesso do sistema previdenciário como um todo,
não estabelece uma gestão participativa, sendo possível prever a
retomada do déficit orçamentário e a insatisfação dos contribuintes.
• Hipótese 3: Reforma adequada e transparente da Previdência Social
visã
com a participação da sociedade. Recuperação da credibilidade e
viabilidade do sistema previdenciário.
Obs: Sociedade e governo discutem e decidem em conjunto a
itor
reforma do sistema previdenciário. Há apropriação da sociedade,

a re
o que favorece o planejamento e a implementação de decisões para

alavancar custeios, reduzir despesas presentes e futuras, reavaliar as
renúncias previdenciárias que estejam inconsistentes e restabelecer
a sustentabilidade do sistema previdenciário.
par
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIAS
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od V
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aut
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visã
Janeiro, v. 19, n. 3, p. 725-733, 2003.
CORDEIRO, G. O regime geral de previdência social: diagnósticos

itor
estruturais críticos e proposta de reformas. 2006. Dissertação (Mestrado) –

a re
Escola Brasileira de Administração Pública, Fundação Getulio Vargas, Rio

de Janeiro, 2006. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/
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par
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Ed
Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2003. Disponível em: <http://

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-17092003135019/publico/
carlos.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.
ão
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s
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ver
artigo 3, maio 2016. Disponível em: <http://plataformapoliticasocial.com.br/

reforma-da-previdencia-para-quem/>. Acesso em: 7 jul. 2018
302
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TICA. PIB recua 3,6% em 2016 e fecha ano em R$ 6,3 trilhões. Agência de
Notícias, 7 mar. 2017. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.
br/2013-agencia-de-noticias/releases/9439-pib-recua-3-6-em-2016-e-fecha-
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or
od V
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aut
São Paulo: Fipe, set. 2016. slide 14. Disponível em: <http://www.ciee.org.br/
portal/apoio/eventos_opdig/documentos/15443_175-forum-realidade-brasi-
leira_helio-zylberstajn.pptx>. Acesso em: 7 jul. 2018.
R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
or
od V
aut
R
A longevidade – aspiração inerente a todo ser humano – é considerada
como uma das maiores conquistas de um povo em seu processo de humani-
zação. Entretanto, para alcançar-se um envelhecimento saudável, são neces-
o
sários meios que envolvem questões sociais, econômicas e previdenciárias,
aC
entre outras.
O envelhecimento da população brasileira é um dos grandes desafios a
serem enfrentados, pois estima-se que, no ano de 2025, o País tenha 30 milhões
visã
de pessoas com mais de 60 anos (aproximadamente 15% da população) e será
o sexto em número de idosos IBGE (2010).
• Envelhecimento da população: foram consideradas as idades estabe-

itor
lecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto

a re
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A OMS, o IBGE, a

legislação penal e a Previdência Social brasileira adotaram o marco
etário como definidor na conceituação de idoso.
• Para a OMS, nos países desenvolvidos, pessoas idosas são aquelas
par
com no mínimo 65 anos de idade e, nos países em desenvolvimento,

o limite etário é de 60 anos. Para o IBGE, a classificação é acima
Ed
de 65 anos; mas, para indicadores socioeconômicos da população,

é adotado o estabelecido pela OMS, ou seja, pessoas com 60 anos
ou mais (SARAIVA, 2016).
ão
• De acordo com Papaléo Netto (2002), pode-se considerar o enve-

lhecimento como um processo, a velhice como uma etapa da vida e
o idoso como o resultado e sujeito dos anteriores. Segundo Buarque
s
(2011), alguns pesquisadores apontam a necessidade de atenção à

ver
idade na esfera de problemas ambientais, sobretudo de sustentabili-

dade, como o principal desafio para a demografia global. De acordo
com o pesquisador José Alberto Magno de Carvalho (apud BUAR-
QUE, 2011, “muitos se preocupam com o excesso de população
no mundo atual, mas está na hora de começarmos a nos preocupar
com a escassez de pessoas. Há um aumento grande na proporção
de idosos no mundo”.
304
• Aposentadoria: é quando o trabalhador se afasta após ter atingido

idade estabelecida por lei e completar o tempo de serviço (também
estabelecido por lei), ou por motivo de doença. O trabalhador tem
direito a receber uma pensão na inatividade (BRASIL, 2014).
• São características da aposentadoria no Brasil: 1) instrumental:
trata-se da forma pela qual as sociedades regulam a sucessão em
diferentes espaços, como mercado de trabalho e família, além de
or
satisfazer a inclinação das pessoas de se retirarem das atividades
od V
econômicas (MOUNTIAN, 2015 apud EKERDT, 2010); 2) indivi-
aut
dual: representa uma fase de transição entre o mundo do trabalho e
outra etapa da vida a ser construída, que envolve uma redefinição
dos papéis sociais, com possíveis efeitos sobre a saúde das pessoas
R
(MOUNTIAN, 2015 apud COE; ZAMARRO, 2011); 3) institu-
cional: elemento fundante do Estado de Bem-Estar Social, provê
o
seguro contra riscos relacionados a velhice, doença e acidente de
aC

trabalho (MOUNTIAN, 2015 apud LLOYD-SHERLOCK, 2010).
visã
O envelhecimento no Brasil deve ser analisado sob vários aspectos, desde

a qualidade de vida e saúde da população idosa à legislação e políticas públicas
itor
que amparam essa população.

a re
• Envelhecimento populacional no Brasil: as políticas promovidas

pelo Estado de Bem-Estar Social no pós-guerra levaram à melhoria
considerável das condições de vida e de trabalho, contribuindo para
par
o aumento progressivo da expectativa de vida das populações. Ao

mesmo tempo, verificou-se nesse período a progressiva queda da
Ed
taxa de natalidade, associada a fenômenos como a universalização

da educação, a intensificação da participação feminina no mercado
de trabalho e a difusão do planejamento familiar. Esses fatores pro-
ão
movem o incremento da proporção de pessoas com 60 anos ou mais:

é o chamado envelhecimento populacional.
• Legislação e Políticas Públicas de Amparo ao Idoso: identificam-se
s
marcos legais nacionais que favoreceram o percurso de amadureci-

ver
mento sobre a questão do envelhecimento: a Constituição Federal

de 1988 e a Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1994, pela
Lei 8.842, que criou normas para os direitos sociais dos idosos,
garantindo autonomia, integração e participação efetiva como ins-
trumento de cidadania.
A discussão para a conquista o Estatuto do Idoso teve início em 1983,

ganhou força política e consolidou-se. Em 1997, dentro da Política Nacional do
Idoso, foi apresentado pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.561/97,
com a aprovação do Estatuto do Idoso. As instituições governamentais brasi-
leiras, organismos da sociedade civil e movimentos sociais conquistaram leis,
decretos, propostas e medidas que estabelecem direitos para a pessoa idosa,
referenciados pelas diretrizes internacionais que constam do Plano de Ação
or
Internacional para o Envelhecimento. Contabilizam-se conquistas importantes,
od V
como a criação do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI, 2002).
aut
O Estatuto do Idoso foi aprovado por unanimidade pelo Plenário da
Câmara dos Deputados, em 21 de agosto, de 2003. Em 1º de outubro de 2003,
R
no Dia Internacional do Idoso, foi sancionada pelo Presidente da República
a Lei 10.741/2003, que implementa o Estatuto do Idoso. Outras conquistas
o
foram o Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa
Idosa em 2004, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa em 2006, e o
aC
II Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa

em 2007. Há várias atuações do CNDI (2017). Moreira, Damasceno, Vieira
et al. (2016) concluem, no entanto, que apesar dos muitos instrumentos legais
visã
para o enfretamento da violência contra o idoso, eles não são suficientes
para mudar a situação. É necessário não só ter melhor formação dos profis-
sionais que lidam com a população idosa, mas também um plano estraté-
itor
gico de prevenção ao enfrentamento da violência e de garantia da dignidade

a re
desse segmento.
Envelhecimento demográfico brasileiro: a estrutura populacional do

par
Brasil modificou-se em função da distribuição etária da população, sendo a

fecundidade, a mortalidade e o aumento da esperança média de vida os fatores
Ed
determinantes para essa alteração.

No final dos anos 40, a esperança média de vida era de 40 anos e,
ão
em 2000, passa para 68 (CECHIN, 2002). A continuidade dessa tendência,

no caso brasileiro, tem como consequência uma inversão da pirâmide das
idades. Além do ponto de vista demográfico, faz-se premente, na economia,
s
o peso da aposentadoria com o aumento da longevidade (PENA, 2018).

ver
No Gráfico 1, apresentam-se grupos etários na composição por idade

(0 a 14 anos, 15-64 anos e 65 anos ou mais), entre 1950 e 2050. Perce-
be-se que a população idosa passou de 3% em 1950 para 22,8% em 2050
e houve queda expressiva na população de crianças e jovens entre 0-14
anos de idade.
306
Gráfico 1 – Grupos etários, composição por idade
100
0 - 14 anos
75
15 - 64 anos
or
50 62,9
68,4 65 anos e mais
od V
65,5
55,5 55,8
aut
25
0
1950 1975
R
2000 2025 2050
o
Fonte: United Nations (2015).
aC

De acordo com a OMS (2005), em 2025 o Brasil será o sexto país em
quantidade de idosos. Segundo o IBGE (2010), no País, a esperança média
de vida das mulheres ao nascer, em 2010, era 7,5 anos superior em relação à
visã
dos homens, porque a queda da mortalidade por doenças infectocontagiosas
e durante os partos aumentou sua longevidade.
Quanto à queda na taxa de natalidade, o índice de fecundidade nacio-
itor
nal declinou de 5,8 filhos por mulher nos anos 60 para 2,8 nos anos 90 e,
a re
de acordo IBGE (2010), os níveis atuais estariam em 1,9 filhos por mulher.
Atualmente 70 países estão com média menor que 2,2 filhos por mulher
OMS (2005).
par

Ed
Uma característica da maioria das sociedades é as pessoas idosas serem

em geral mais pobres do que os adultos mais jovens da mesma população,
principalmente as mulheres idosas. O sistema econômico brasileiro não cres-
ão
ceu o suficiente para acompanhar as necessidades sociais do envelhecimento

da população, repercutindo negativamente na população mais pobre e idosa.
Com a universalização dos benefícios da seguridade social, ocorrida
s
na década passada, boa parcela das famílias com idosos acrescentou esse
ver
importante componente de sustentação de suas rendas, complementarmente

aos rendimentos provenientes do trabalho e da produção. Muitas famílias,
frente ao desemprego dos filhos, passaram a contar com a aposentadoria dos
idosos como fonte de sustento e sobrevivência (IBGE, 2002).
O fenômeno do envelhecimento populacional constitui um processo novo

e acelerado. Ao mesmo tempo em que cresce a insegurança dos jovens quanto
ao futuro no mercado de trabalho, também há um sentimento de insegurança
entre as pessoas que ultrapassaram a idade produtiva.
Os maiores desafios do envelhecimento populacional são decorrentes da
existência de problemas básicos que persistem, como saúde, taxas altas de
mortalidade infantil, mercado de trabalho, educação, habitação, alimentação,
or
desigualdade social, pobreza e tantos outros.
od V
O envelhecimento populacional é uma variável de grande relevância,
aut
uma vez que afeta significativamente dimensões do contexto de um país.
Condiderando-se a prospecção dessa nova realidade no país, faz-se necessário
desenvolver e sustentar mecanismos eficientes de proteção social para essa
R
população. No Brasil, o principal instrumento de proteção social é a Previ-
dência Social e o Sistema Único de Saúde (SUS), que não consegue atender
o
a população idosa com qualidade.
aC
No assunto Saúde, o Brasil está longe dos parâmetros dos países desen-
volvidos e ainda tem de enfrentar doenças próprias do envelhecimento, que
aumentam a procura desses idosos por serviços de saúde.
Entre vários fatores que influenciam a qualidade de vida da população,
visã
está o acesso aos serviços públicos essenciais. Ao relacionar-se a saúde com
a situação dos aposentados idosos, percebe-se a necessidade de investimentos
em política social focada na saúde de forma preventiva, pois o envelheci-
itor
mento da população influencia as políticas sociossanitárias e, em países em

a re
desenvolvimento, há que se pensar neste equilíbrio dos aspectos da saúde

e a otimização dos custos nos vários setores da sociedade (FERNANDES;
SOARES, 2012, p. 7).
No mercado de trabalho, a falta de educação de forma qualificada com-
par
promete a empregabilidade. Os menos favorecidos ficam sujeitos a empregos

precários, com baixa contribuição para a Previdência ao longo da vida pro-
Ed
dutiva, o que compromete a proteção na velhice.

Deve-se ter em vista ações para valorizar o conhecimento dos trabalha-
dores mais velhos e promover o acesso à educação e formação/aprendizagem
ão
ao longo da vida, concretizando, em termos estratégicos, o aumento das habi-

litações e qualificações dos trabalhadores para o mercado de trabalho, onde as
competências são valorizadas. O indicador que relaciona a empregabilidade
s
com a educação comprova a importância em promover acesso do idoso à

ver
educação e formação.
O Brasil desenvolveu um mercado de trabalho caracterizado por baixos
salários, elevada rotatividade da mão de obra facilmente substituível e por
um ambiente que fomenta o mercado de trabalho informal. Dessa forma,
308
existe a necessidade de estender o tempo em atividade e melhorar a qualifi-

cação do trabalhador para combater sua saída precoce e a facilidade de sua
substituição por jovens, com custos mais baixos. Com isso, evita-se também
a antecipação à inatividade. O indicador que relaciona o aposentado com
empregabilidade comprova necessidade de investimentos na melhoria da
qualificação dos trabalhadores.
or
od V
aut
A população idosa está ascendente assim como a expectativa de vida.
• Aumento do período de aposentadoria: de acordo com o IBGE
R
(2010), de 1960 a 2010, houve um aumento considerável da expec-
tativa de vida: de 54,5 anos para 73,9, com previsão, para 2060,
o
para 81,2 anos. Em 1960, o período de duração no pagamento de
aC

benefícios era de 16 anos e, em 2010, chega a 22.
• Redução da quantidade de contribuintes: a população economica-
mente ativa, na faixa de 15 a 64 anos, em 2015, era de 69,1% e,
para 2050, deve cair para 62,2. Em contrapartida, a dos inativos
visã
economicamente, acima de 64 anos, subirá de 7,8% em 2015 para
uma previsão de 22,8% em 2050.
• Mudanças no perfil da assistência social/ benefícios previdenciários:
itor
a quantidade de contribuintes diminui significativamente, enquanto

a re
a de aposentados cresce cada vez mais. Este é um indicativo da

importância de repactuação para concessão e garantia de benefí-
cios previdenciários.
• Benefício desvinculado do salário mínimo: com a provável repac-
par
tuação também surge a necessidade de um estudo de quanto indexar

os benefícios, não somente com salário mínimo, pois esse modelo
Ed
não é sustentável.
• Déficit do orçamento previdenciário: o envelhecimento populacional
é um fenômeno mundial. Para o déficit orçamentário, devem ser
ão
considerados também a realidade socioeconômica e o equilíbrio

financeiro no âmbito previdenciário. A tendência indica que os ser-
viços de atendimento aos idosos devem piorar.
s
ver
Com a aceitação do fato de que há um crescimento da população idosa, é

preciso a conscientização e responsabilidade da sociedade, não somente para
melhorar a qualidade de vida futura, mas também para sustentar as transfor-
mações crescentes em curso.
or
• Na busca da inovação, o conceito de idoso deve ser revisto e repen-
od V
sado pela sociedade. A reformulação na imagem do idoso deve
aut
estimular a valorização pessoal, a autoestima, a vida social e o
estilo de vida.
• Com o idoso mais ativo, com qualidade de vida e um mercado de
R
trabalho adequado, abre-se uma vertente importante na transforma-
ção crescente do envelhecimento da população.
o
• Investimento em saúde preventiva, mobilidade, lazer e segurança
aC
torna o idoso mais independente, ativo e com qualidade de vida,

necessitando menos dos recursos da seguridade social.
• Desenvolver rupturas para um orçamento público deficitário. É
necessário ter uma sociedade participativa e consciente na implan-
visã
tação de programas sociais balanceados.
• Sociedade atuando junto com Estado, sensibilizada e mobilizada
no planejamento, gestão e monitoração das ações necessárias para
itor
ajustes que a transição demográfica requer.

a re
• É necessária a apropriação pela sociedade, para efetiva atuação

com a finalidade de criar condições de rever o quadro atual, de tal
forma que se encontrem medidas adequadas para solução da situação
existente, revendo direitos e deveres, adequando a legislação e as
par
políticas, mesmo sabendo que os benefícios não serão imediatos.

Ed
ão
• Hipótese 1: Política social ineficiente e incompatível com o enve-

lhecimento da população.
Obs: As políticas da Previdência Social são mantidas, o que denota
s
uma situação de dependência do idoso que pode gerar para a segu-

ver
ridade social maior dispêndio de investimentos e a economia da

saúde será atingida, pois o Estado será chamado a cuidar do idoso.
• Hipótese 2: Sociedade não participativa e algumas conquistas de
acolhimento do idoso.
310
Obs: Com o grande contingente de idosos, a Seguridade Social

não consegue ampliar a garantia de proteção e de atendimento das
necessidades consideradas essenciais a todos os cidadãos. As pen-
sões e o acesso ficam comprometidos se as ações forem paliativas,
não garantindo a toda a população condição de requerê-las. O obje-
tivo é garantir a coesão e a homogeneidade social, privilegiando o
princípio da igualdade, o que, sem a participação da sociedade na
or
oferta e gestão dos serviços públicos, é inatingível.
od V
• Hipótese 3: Sociedade participativa; manutenção da proteção social
aut
em que o Estado e a família oferecem estrutura para acolhimento
do idoso.
Obs: A administração dos programas sociais é organizada e mantém
R
certa autonomia com relação ao Estado. Neste cenário, o Congresso,
responsável pela criação e aprovação de leis, está sensibilizado e
o
consciente. Portanto, aprova medidas corretas, aperfeiçoa a legisla-
aC

ção após discussão e debates com a sociedade de forma transparente.
visã
itor
a re
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s ão
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ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE 5
visã R
od V
o
INFRAESTRUTURA
ECONOMIA, POLÍTICA E
aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 5:
Economia, Política e Infraestrutura
or
As variáveis descritas neste tema, por ordem de motricidade, são:
od V
1. Estabilidade Política e Econômica;
aut
2. Infraestrutura Deficitária;
3. Política Industrial;
R
4. Empresas;
5. Sistema Tributário Nacional;
o
6. Sistema de Informação Territorial Acessível;
7.
aC
Defesa Nacional e Base Industrial de Defesa;
8. Apoio e Instituições voltadas ao Empreendedorismo;
9. Diversificação da Pauta de Exportação e Desenvolvimento dos
Setores Produtivos;
visã
10. Dependência Tecnológica e Competitividade de Setores de Alto
Valor Agregado.
itor
Essas variáveis demonstram a necessidade de uma nova percepção e com-

preensão das diretrizes políticas para um desenvolvimento econômico equili-
a re
brado, gestão de grandes obras e investimento em infraestrutura de qualidade,

como forma de apoiar e incrementar as atividades industriais e comerciais.
A variável detentora de maior motricidade é a Estabilidade Política e
Econômica, um resultado esperado, tendo em vista que, se o país se encontra
par
instável politicamente, é provável que tenha dificuldades para conseguir equi-

líbrio econômico e planejar no longo prazo. A descontinuidade na conclusão
Ed
de projetos por razões políticas acarreta um efeito nefasto sobre o desenvol-

vimento e a estabilidade econômica do país, ou seja, “as políticas têm que ser
de Estado e não de governo” (VILELA, 2017 apud PRADO, 2017).
ão
Nesse sentido, o desenvolvimento econômico, alicerçado no aumento e

melhoria produtividade de bens e serviços, está intrinsecamente relacionado
s
à gestão política, uma vez que as decisões referentes às diretrizes econômicas

ver
e investimentos do país dependem, em grande parte, da atuação da adminis-

tração pública.
Um dos temas cruciais para o desenvolvimento econômico é o inves-
timento em infraestrutura, fortemente influenciado pela política. É fato que
o Brasil perdeu produtividade e competitividade no mercado externo nas
últimas duas décadas em função de uma infraestrutura deficitária, bem como
da ausência de investimento em tecnologia (OCDE, 2018, p. 16, 48, 77). Por
316
essa razão, a segunda variável com maior motricidade, é exatamente a Infraes-

trutura Deficitária, pois existe a compreensão de que, para o desenvolvimento
da economia e consequente desenvolvimento do país, é fundamental que se
tenha uma infraestrutura adequada, em todos os sentidos.
Na sequência, o destaque é para a Política Industrial, entendida como as
decisões estratégicas tomadas pelos dirigentes políticos, empresários e repre-
sentações de classe como as federações e os centros de indústria. A definição
or
de uma política industrial de bases sólidas e de visão no longo prazo permite
od V
maior competividade em relação à concorrência, mas demanda investimentos
aut
em tecnologia e inovação.
Relacionada com a política industrial, tem-se a variável Empresas, quarta
variável motriz deste tema. Nas últimas décadas, o processo de globalização
R
e a ampliação da disputa pelos mercados fizeram com que empresas, em todo
o mundo, passassem a investir cada vez mais em tecnologias avançadas e
o
produtos e/ou serviços inovadores. No século XXI, os conceitos de economia
aC

compartilhada e colaborativa demonstram a preocupação das empresas em
relação â preservação dos recursos, materiais e humanos, até mesmo por uma
questão de sobrevivência (OCDE, 2018, p. 54, 127,128).
O Sistema Tributário Nacional (STN) é outra variável relevante, pois,
visã
em teoria, o Estado sobrevive da arrecadação e do uso adequado da verba
pública, oriunda das pessoas físicas e jurídicas do país.
Considerando-se a importância da infraestrutura para o desenvolvimento
itor
econômico do país, duas variáveis se destacaram: Sistema de Informação

a re
Territorial Acessível (SITA) e Defesa Nacional e base Industrial de Defesa

(BID). O SITA é primordial para que decisões estratégicas sejam tomadas,
seja para a instalação de uma empresa ou de uma grande obra de interesse
público, como a construção de uma hidrelétrica, ou a preservação de áreas
par
florestais, ou o ordenamento territorial de que o Brasil tanto necessita.

Quanto à defesa nacional, ela é crucial para a manutenção da soberania
Ed
do país. Além disso, as Forças Armadas são grandes centros de pesquisas

tecnológicas, que buscam inovar e desenvolver novas técnicas para garantir
a segurança e a integridade de todos.
ão
Quando se aborda a questão do desenvolvimento econômico, outra variá-

vel de fundamental importância é o Apoio e Instituições voltadas à Iniciativa,
Inovação e Empreendedorismo, que tem como foco a gestão de recursos vol-
s
tados para a inovação e o empreendedorismo, definidos como um conjunto

ver
de suporte financeiro, administrativo e de infraestrutura que tem por objetivo

fomentar, incentivar e sustentar a criação e a implantação de novas visões,
novos modelos e/ou novos negócios.
Atualmente, na exportação, o setor com maior destaque é o da agrope-

cuária, o que reforça nossa vocação de exportadores de gêneros de primeira
necessidade, a qual se destaca desde os primórdios da colonização portuguesa
e coloca o Brasil em uma posição de Dependência Tecnológica e Competivi-
dade de Setores de Alto Valor Agregado, última variável deste tema.
A busca por novos negócios leva à necessidade de Diversificação da Pauta
de Exportação. Atualmente, na exportação, os setores com maior destaque são
or
mineração e agropecuária. Em razão da riqueza natural e da diversidade de
od V
minerais, desde a colonização, com a extração de ouro e pedras preciosas, a
aut
mineração destaca-se. Hoje, além desses minerais, há ferro, alumina e bauxita,
nióbio, e outros tantos. A agropecuária reforça nossa vocação de exportadores
de gêneros de primeira necessidade, que vem desde os tempos da colonização
R
portuguesa e coloca o Brasil em uma posição de Dependência Tecnológica,
última variável deste tema. A Dependência Tecnológica e Competividade de
o
Setores de alto Valor Agregado deixa o País, de certa forma, vulnerável em
aC
relação às nações desenvolvidas, mas, ao mesmo tempo, incentiva a busca

de novos caminhos com base em pesquisa e inovação, com a perspectiva de
o Brasil tornar-se um país exportador também de tecnologia em breve tempo.
Contemplam-se, assim, com essas variáveis, temas de vital importância
visã
para o desenvolvimento econômico do país, de forma ordenada e sólida,
tendo por objetivo mobilizar a sociedade para a democracia, a soberania, a
paz social, a integração nacional, a integridade territorial e o desenvolvimento
itor
sustentável, com os atributos de uma nação solidária com base em princípios

a re
como transparência, ética, respeito e espírito crítico.

par
Ed
s ão
ver
318
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VIMENTO ECONÔMICO. Relatórios econômicos OCDE: Brasil 2018.
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R
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aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ESTABILIDADE POLÍTICA
E ECONÔMICA
or
od V
aut
R
Estabilidade é a qualidade de algo que se mantêm estável, o que
o
significa algo seguro, sólido, imutável, consistente e durável. Essa defi-
aC
nição de estabilidade apresenta o entendimento genérico do tema, porém
em política, segundo o historiador e filósofo político italiano Norberto
Bobbio (1998, p. 395)”estabilidade não é, enfim, nem imobilismo nem

visã
estaticidade, já que um sistema mantém-se estável precisamente porque
é capaz de se adaptar aos desafios que vêm do ambiente”.
Ao abordarmos esse conceito em relação à política o que se espera é a
capacidade das instituições mais importantes em uma República – o Poder
itor
Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário – de trabalharem em

a re
conjunto, para evitar o surgimento de crises econômicas, políticas e/ou

sociais, manter a ordem e propiciar segurança a todos os cidadãos.
Em relação a economia, a palavra estabilidade significa a manutenção
do equilíbrio das atividades produtivas, da renda nacional, do emprego
par
e dos preços, como define o economista Paulo Sandroni (1999, p. 220),

estabilidade é a “situação da economia de um país caracterizada pela
Ed
ausência relativa de flutuações cíclicas”. Esse equilíbrio ocorre no plano

governamental através de políticas fiscais, salariais, monetárias e de con-
trole de preços.
ão
Instituições políticas estão intrinsecamente relacionadas com as ati-

vidades econômicas dominantes, elas precisam do apoio econômico para
s
sua manutenção e vice-versa. O que se observa é que, para a existência da

ver
estabilidade política e econômica em um país, é necessário que os proces-

sos de atuação nas mais diversas alçadas de poder sejam totalmente trans-
parentes, com a maior participação e apropriação por parte da sociedade
dos mesmos, uma sociedade com equidade, menos desigualdade social,
políticas econômicas mais eficientes e duradouras.
320
O Brasil em sua história teve três tipos de regimes políticos, por trezentos
e quinze anos desde que os portugueses chegaram no continente americano
em 1500, foi colônia de Portugal, e como tal toda a produção e extração de
riquezas do país nesse período eram totalmente destinados à metrópole. O Bra-
sil foi uma colônia de exploração e como tal, tinha uma estrutura econômica
or
baseada a princípio no extrativismo vegetal com o pau-brasil, depois mineral
od V
com o ouro e as pedras preciosas da região das Minas Gerais e por fim o desen-
aut
volvimento da produção açucareira na região Nordeste, com base no latifún-
dio, monocultor, mão-de-obra escrava e voltado ao mercado externo. Assim
se manteve até meados do século XIX. Como afirma Caio Prado Jr. (2008, p.
R
31) “No seu conjunto, e vista no plano mundial e internacional, a colonização
dos trópicos toma a forma toma o aspecto de uma vasta empresa comercial”.
o
Nesse período, a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808,
aC

traz grandes avanços para a colônia, seja no aspecto cultural, como no polí-
tico e no econômico, como salienta Gomes (2008). No aspecto cultural, por
passarmos a ser a sede do governo português, a Colônia foi adaptada, na
medida do possível, ao modo de vida da Corte. Estruturas como redes de
visã
saneamento, distribuição de água, construção de palácios e residências de
luxo foram construídas para atender a nobreza portuguesa que acompanhou
o rei na vinda para o Brasil, assim como a criação de bancos, bibliotecas,
itor
faculdades e teatros, que dão ao Brasil nesse período um status de Metrópole.

a re
Junto com a Corte Portuguesa chegou ao Brasil o que seria o maior

produto de exportação do país – o café. Este, produzido no Vale do Paraíba,
deslocou o eixo econômico da Colônia que até então estava na região Nor-
deste para a região Sudeste, que tem um grande desenvolvimento econômico
par
a partir desse período, destaca Caio Prado Jr. (2008).

Após a chegada da Família Real Portuguesa, o Brasil se manteve como
Ed
colônia por mais sete anos, pois em 1815 pressionado pela emergente burgue-
sia portuguesa a voltar para Portugal, o rei D. João VI decidiu elevar o Brasil
a Reino Unido a Portugal e Algarves e assim a sede do governo português
ão
passou a ser o Brasil. Contudo, a pressão das elites portuguesas para a volta
do rei ao território europeu foi muito intensa, como afirma Andrade (1983),
e o rei decidiu voltar. Porém deixou como governante no Brasil seu filho D.
s
Pedro que sete anos depois, em 1822 proclamou a independência política do

ver
Brasil, e adotou como regime de governo a monarquia constitucional.

O governo imperial, que teve duração de sessenta e sete anos, foi um
período instável de muitos conflitos internos e externos, principalmente após
a abdicação do imperador D. Pedro I em 1831. Nesse período, como afirma
Holanda (1976), houve uma grave crise interna entre os partidos políticos
que se revezaram no poder durante o período regencial que durou até 1840,
ano em que o imperador D. Pedro II atingiu a maioridade e assumiu o poder
político do país.
Durante o governo de D. Pedro II, a economia se estabilizou com a pro-
dução de café, principalmente do Oeste Paulista e a política interna atingiu
certa estabilidade salienta Calmon (1975). A maioria dos conflitos internos
or
que surgiram durante o Período Regencial, como a Cabanagem no Pará e a
od V
Balaiada no Maranhão foram contidos. Havia porém, um grande descontenta-
aut
mento por parte da elite cafeeira paulista em não poder participar das decisões
políticas do país, o que levou esse grupo a organizar o Partido Republicano
em 1870 e dezenove anos depois, proclamar a República.
R
O período republicano foi marcado em seu início por governos mili-
tares e pelo revezamento no poder das oligarquias cafeeiras de São Paulo e
o
pecuaristas de Minas Gerais. Esse também foi um período de grande desen-
aC
volvimento da indústria nacional e da vinda de muitos imigrantes europeus

como italianos, espanhóis e alemães por causa da I Guerra Mundial, destaca
Prado Jr. (2008). Esses imigrantes se tornaram a principal mão-de-obra da
indústria emergente no Brasil.
visã
Na década de 50 o Brasil foi palco de um grande desenvolvimento indus-
trial com a instalação de várias montadoras de veículos no país, como destaca
Miranda (2002). Também houve um grande desenvolvimento na região central
itor
do país com a construção da nova capital, Brasília no estado de Goiás. Poli-

a re
ticamente o país tinha partidos políticos que representavam a sociedade no

período e gozava de certa estabilidade com eleições democráticas e diretas.
Essa situação foi alterada em 1964, ano em que os militares assumiram o
governo do país, os direitos políticos foram suspensos e os cargos do executivo
par
e do legislativo, assim como do judiciário eram escolhidos por um grupo de

pessoas que faziam parte do governo. Segundo Veloso, Villela e Giambiagi
Ed
(2008), foi um período de construção de grandes obras públicas e de infraes-

trutura como a hidrelétrica de Itaipu, porém de grande instabilidade interna
com movimentos de oposição ao governo militar em todo o território nacional.
ão
Em 1985 teve início o período político conhecido como Nova República

com a eleição, ainda indireta, de um civil para o governo do país. Esse foi um
momento importante para a estabilidade política do país com a formação da
s
assembleia Nacional Constituinte, responsável pela autoria da nova consti-

ver
tuição democrática e social de 1988.

Embora o país caminhasse para uma estabilidade política, economicamente
o país estava descontrolado com uma inflação altíssima, dívidas altíssimas com
o FMI (Fundo Monetário Internacional). Para controlar a inflação e equilibrar
322
a economia houve troca da moeda de Cruzeiro para Cruzado e Cruzado Novo,

controle de preços pelo governo, mas nenhuma dessas ações foram suficientes
para tornar a economia do país mais estável, como afirma Pereira (1989).
Essa instabilidade econômica se manteve por mais 10 anos até o lan-
çamento do Plano Real no governo Itamar Franco e que teve continuidade
no governo seguinte de Fernando Henrique Cardoso. Nesse período a dívida
externa foi controlada e a economia brasileira se tornou mais competitiva
or
em relação ao mercado externo por conta do processo de globalização, mas
od V
nossos maiores produtos de exportação ainda advinham do agronegócio, ou
aut
seja, produção agrícola e pecuária, como observa Fiuza (2006).

R
Algumas variáveis podem ser citadas como responsáveis por provocar
o
evolução como no caso da economia foi o fim da política protecionista, prin-
aC

cipalmente durante o período republicano. Com a abertura dos mercados e o
processo de globalização as empresas brasileiras foram obrigadas a investir
em pesquisa, desenvolver tecnologias próprias e manter um processo contínuo
visã
de inovação, para conseguir espaço no mercado internacional e no nacional,
uma vez que a entrada de muitos produtos importados por preços acessíveis,
apresentou uma grande concorrência aos produtos nacionais.
Como já citado anteriormente, os investimentos em tecnologia propicia-
itor
ram que alguns produtos nacionais atingissem um grau de qualidade similar

a re
aos produtos importados. Inclusive em alguns casos exportamos tecnologia

como é o caso do plástico obtido através do bagaço da cana e a própria pro-
dução de etanol como opção de combustível mais limpo e sustentável.
Do ponto de vista político, o processo de redemocratização do Brasil
par
após 1985 permitiu a maior participação da sociedade na política através do

voto direto e irrestrito, sendo que pela constituição de 1988 todos os cida-
Ed
dãos, inclusive os analfabetos e os jovens a partir dos 16 anos, passaram a

ter direitos políticos.
Nas últimas décadas houve também uma recuperação do poder de compra
ão
das classes C, D e E e a criação de novos mercados com todo o processo de

digitalização e dos mercados virtuais, o que trouxe um período de crescimento
econômico para o país e a redução dos níveis de pobreza e de miséria absoluta.
s
ver
Atualmente o país passa por um momento de instabilidade política muito

grande em função do impeachment da presidente eleita Dilma Roussef e dos
processos de investigação sobre corrupção no governo por parte da Polícia

Federal. Após o impeachment, o Vice-presidente Michel Temer teve como
grande desafio, restabelecer a confiança dos investidores e consumidores, para
promover ganho de produtividade e crescimento econômico.
Os desafios são o de melhoria da qualidade da educação em todos os
níveis, a manutenção dos estudantes na escola no período fundamental, melho-
rar as relações de trabalho e modernizar a legislação trabalhista de 1943, visto
or
que se tornou fonte de incertezas que prejudicam a eficiência e a produtividade,
od V
acalmar os investidores e propiciar condições para o crescimento das empresas
aut
internamente, evitando a evasão de divisas para outros países.
R
Existe uma tendência considerando a ineficiência do Estado em admi-
o
nistrar os bens públicos, de privatização de serviços até então prestados pelo
aC
governo, em áreas de grande importância como a saúde e a educação.

Outra tendência muito presente nos últimos anos no Brasil é a evasão de
talentos. Muitos de nossos pesquisadores e cientistas buscam melhores condi-
visã
ções para o desenvolvimento de seus trabalhos e infelizmente, só as encontram
em outros países, onde, na maioria das vezes tem seu valor reconhecido.
Em função da grande instabilidade política nos últimos 5 anos existe
uma forte tendência na manutenção e no comprometimento com o processo
itor
democrático, pois somente através da participação da sociedade conseguire-

a re
mos a estabilidade política desejada.

Caso a crise econômica e a instabilidade política se mantenham a ten-
dência é a queda do poder aquisitivo das classes C, D e E, o que acarretaria
uma grande diminuição no consumo e o aumento dos níveis de pobreza em
par
todo o país.
Ed
Algumas rupturas poderiam ser prospectadas como por exemplo:

ão
• uma maior participação da sociedade na administração dos bens

públicos, o que acarretaria uma maior responsabilidade por parte
s
da sociedade em preservá-los e melhor utilizá-los;

ver
• poder político tripartite igualitário (sociedade, empresas e poder

público), hoje o que se observa é que existe uma hierarquia de
poder que submete a sociedade as determinações de outras forças
econômicas dominantes como o Estado e as empresas;
324
• investimento significativo em pesquisa tecnológica seria uma grande

ruptura, pois atualmente importamos tecnologia de ponta e expor-
tamos nossos talentos;
• valorização e manutenção dos talentos é de vital importância para
o desenvolvimento socioeconômico do país;
• distribuição de renda mais equilibrada é uma ruptura fundamental
para que possamos ter um país mais desenvolvido, principalmente
or
no aspecto social;
od V
• teto dos gastos públicos implementados com a participação da socie-
aut
dade e total transparência nos processos de gestão dos bens públicos;
• maior intervenção social na economia e na política. Diminuição
da pobreza e desigualdades sociais com políticas de econômicas
• R
eficientes e estáveis;
reforma fiscal com objetivo de buscar uma adequação da arreca-
o
dação e dos gastos em relação a todos os trabalhadores de forma
aC

indistinta, e com prestação de serviços de qualidade;
• participação direta da sociedade nas decisões políticas através de
plebiscitos, referendos e projetos de lei, nas audiências e consultas
públicas inclusive sobre alocação de verbas e utilização do dinheiro
visã
público oriundo da arrecadação de impostos;
itor
a re
Analisando as tendências e rupturas é possível definir algumas hipóte-

ses possíveis.
• Hipótese 1: Ausência de transparência nos processos, acarretando

par
a falta de estabilidade econômica e política.

• Hipótese 2: Baixa participação social na economia e na política.
Ed
Desemprego ampliando as desigualdades sociais, com políticas

econômicas ineficientes e instáveis.
• Hipótese 3: Maior apropriação, pela sociedade, das decisões polí-
ão
ticas e econômicas.
• Hipótese 4: Haverá novos arranjos (inovação, parceria, modelos
etc.), que irão permitir novas formas para desenvolvimento da eco-
s
nomia e implantação de Política de Estado, para atingir estabilidade

ver
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s
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
INFRAESTRUTURA DEFICITÁRIA
or
od V
aut
R
O conceito de infraestrutura pode ser interpretado de formas diversas, de
acordo com a instituição que o define. Para o Banco Nacional de Desenvolvi-
o
mento Econômico e Social (BNDES), a infraestrutura engloba os setores de
aC
energia elétrica, telecomunicações, saneamento e logística rodovias, ferrovias
e portos), como aponta estudo de Puga et al. (2011).
Para a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), o

visã
termo é abrangente e inclui a prestação de serviços públicos de abastecimento
de água, energia elétrica, gás natural, coleta de resíduos, tecnologia de infor-
mação e comunicação, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, drenagem e
itor
irrigação, como destaca Sanchez (2009).

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divide a infraestru-
a re
tura em duas linhas: a infraestrutura social e urbana, com foco prioritário no

suporte aos cidadãos e seus domicílios, constituído por habitação, saneamento
e transporte urbano; e a infraestrutura econômica, cuja função é dar apoio às
atividades do setor produtivo (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, energia
par
e telecomunicações). Em seguida, serão contextualizados e discutidos esses

Ed
componentes da infraestrutura.
No transporte, segundo Pereira e Lendzion (2013), há cinco tipos bási-
cos de modais de transporte de cargas: rodoviário, ferroviário, aquaviário
ão
(modo marítimo e hidroviário), aeroviário e dutoviário. Mais recentemente,

foi incluído o transporte de informação (infoviário). A infraestrutura brasileira
implantada não consegue atender às demandas e não é competitiva, quando
s
comparada à de outros países (SCHWAB, 2014, 2016).

ver
O setor de comunicação envolve todas as formas de comunicação a dis-

tância ou local (redes locais). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em sua Pesquisa Anual de Serviços – PAS (IBGE, 2015), classifica
os serviços de informação como: serviços de telecomunicações, serviços de
informática, serviços audiovisuais e outros (edição, impressão, agência de
notícias e jornalismo). Nos dias atuais, após o processo de ampliação de
328
fornecedores, iniciou-se um processo de consolidação e há um oligopólio

de empresas na oferta de serviços de telecomunicações, o que afeta a livre
concorrência (BNDES, 2014).
Saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem,
que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, men-
tal e social, conceito definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em
or
outras palavras, é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promo-
od V
ver a saúde, melhorar a qualidade de vida da população, a produtividade do
aut
indivíduo e facilitar a atividade econômica. Estudos do Instituto Trata Brasil
(2013) mostram os problemas enfrentados no saneamento, principalmente
R
perdas na rede de distribuição de água, que chegam a ser superiores a 30%,
e baixo porcentual de tratamento no esgoto coletado, impactos que afetam
o
sobremaneira a saúde da população mais carente.
aC
A matriz energética divide-se em primária, que engloba todas as fontes

de energia disponíveis na natureza antes de ser convertida ou transformada
(petróleo, gás natural, carvão, urânio, biomassa, eólica, solar etc.), e elétrica,
que abarca as fontes de energia geradoras de eletricidade (petróleo, gás natu-
visã
ral, biomassa, nuclear, eólica e solar). Devido à alta dependência da matriz
energética brasileira da hidreletricidade, o país é fortemente afetado durante
períodos de seca, quando não há reposição da água nas usinas hidrelétricas,
itor
causando falta de energia e aumento de custos (GLOBO, 2013).

a re
A infraestrutura, delineada por grupo de interesses específicos, torna-se

deficitária como consequência de programas isolados, com planejamento e
visão setorial, pouca visão global dos impactos diretos (expansão, utilização,
escoamento, desenvolvimento local, regional e global) e dos impactos indi-
par
retos (social, econômico e ambiental).

Ed
O Brasil vive, desde o Império (1822-1889), ciclos alternados do modelo

ão
estatal/privado na construção de sua infraestrutura, criando uma dependência,

ora dos interesses do Estado, ora da lógica do capital privado. Na Figura 1,
apresenta-se uma visão da evolução da infraestrutura no Brasil. Observa-se
s
que a infraestrutura sempre foi criada como consequência da demanda explo-

ver
ratória planejada para suprir a necessidade setorizada e imediata e não com

uma visão global e integrada.
Figura 1 – Evolução da infraestrutura no Brasil

Agropecuá-
Brasil: Pau-brasil Ouro, café Café, gado Café, gado Café, gado Agro, ria
Agro, Agropecuá-
Colônia, e açúcar e gado e açúcar e açúcar e açúcar Brasília, (>) e
Indústria ria e
Império e Indústria Indústria Tecnologia
e Serviços
República XVI XVII XVIII XIX XVIII XIX XIX XX 1900-1940 (<)
1940-1980 1980-2000 >2010
2000-2010
Transporte: Vela, fluvial Muar, fluvial Muar e Estradas e
or
natural e caminhos PE e BA MG e RJ Fluvial SP Fluvial SP
Saneamento: desenvolvimento lento – vinculado ao crescimento dos
od V
Saneamento Estabelecimento de metas
centros urbanos
aut
Ferrovia Fase I, II e III: privadas – RJ Fase IV e V: Controle Estatal Fase VI: Priva�zação
Rodovias DNER- Indústria >60% Transporte

Caminhos Muar
Aéreo
R Automobilís�ca
Desenvolvimento transporte aéreo

Rodoviário
Priva�zações e consolidação
o
Energia Criação de usinas Priva�zação e regulamentação do setor
aC
Telex/ Telefone (voz)/ TV/ Internet/

Telecomunicação, satélites, wifi, infovias Telefone Dados e Imagens/ Esta�zação/
(voz) Priva�zações
visã
Fonte: Adaptação de IBGE (2015) e Ipea (2010).
O desenvolvimento do transporte teve grande influência na história do

Brasil, como destaca Austregésilo (1950), por viabilizar a comunicação com
itor
o interior e a movimentação dos cultivos ou extração das regiões, seja pela

a re
malha ferroviária, seja pela rodoviária, que é o principal modal do transporte

de cargas. Segundo Branco (2015), a malha aquaviária tem, pela costa, 8.500
km de extensão e, pela rede de cursos d’água, liga os vários territórios entre
si e com os países vizinhos. Quanto à aeroviária, a extensão do país e a pre-
par
cariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comer-

cial tivesse uma grande expansão, mas tem passado por várias crises, como
Ed
ressaltam Liasch e França (2002).

A malha dutoviária tem 22.000 quilômetros, o que é pouco se for levada
em consideração a produção massiva nos setores do petróleo e da mineração,
ão
como aponta José (2010). Os projetos de transporte multimodal, iniciados em

começos do século XX, utilizando transporte rodoviário, ferroviário e aqua-
viário, não tiveram continuidade porque a indústria automobilística, com seus
s
produtos, geração de emprego e de consume, impulsou a malha rodoviária

ver
(FARIAS, 2015).
Na comunicação, os últimos 20 anos foram caracterizados pela crescente
liberalização do comércio, dos fluxos financeiros internacionais e dos inves-
timentos em países em desenvolvimento (IPEA, 2010), que trazem reflexos
330
não apenas na dimensão econômica, mas também nos valores culturais, na

política e nos modelos organizacionais das empresas, como aponta estudo
da Cepal (2002).
No saneamento, após várias tentativas de gestão privada, de governo e de
órgãos de financiamento, em 1971, foi criado o Plano Nacional de Saneamento
(Planasa), que durou formalmente até 1992. As 27 Companhias Estaduais de
Saneamento Básico (Cesbs) são responsáveis pelo abastecimento de água de
or
aproximadamente 70% dos municípios brasileiros, o que representa 75% da
od V
população urbana do Brasil. No entanto, respondem pelo esgotamento sanitá-
aut
rio de aproximadamente 14% dos estados que concentram 51% da população
urbana do país.
Na energia, a partir dos anos 1970, verificou-se uma grande diversifica-
R
ção de fontes, pois o parque energético, que era à base de petróleo e carvão,
adicionou outras fontes como energia hidráulica, cana-de-açúcar e gás natu-
o
ral. Na matriz energética brasileira, a energia hidrelétrica representa 63%,
aC

gerando 70% de toda a energia consumida. Por isso, qualquer problema
advindo da seca nos reservatórios das hidrelétricas no Sudeste faz com que
as usinas térmicas atinjam o pico. Em 2014, aconteceu um “apagão”, que
afetou toda a população e a economia do país.
visã
Relatório do World Economic Forum (SCHWAB, 2014) indica uma
melhoria na infraestrutura, identificada principalmente nas obras para a rea-
lização da Copa e da Olimpíada, mas a realidade, após esses eventos, afirma
itor
Konchinski (2016), mostra que os investimentos e as melhorias não ocorreram,

a re
principalmente, devido a corrupção, projetos inacabados e falta de manuten-

ção nas obras existentes. Estudo de Arbache e Aragão (2014) aponta que a
economia brasileira está novamente se especializando em commodities, em
bens intensivos e recursos naturais e sugere que esse movimento parece ser
par
estrutural e não conjuntural.

A participação da indústria manufatureira no Produto Interno Bruto (PIB)
Ed
vem encolhendo e representa 9%: em 2004, esse percentual era de 17,88%

(CRUZ, 2015). A densidade industrial, que já vinha crescendo a taxas modes-
tas, passou a declinar desde 2011. De acordo com Schwab (2014), o movi-
ão
mento sugere que a economia brasileira está passando por um processo de

regressão para atividades primárias, o que é uma anomalia, do ponto de vista
da história econômica.
s
Segundo o relatório, dentre os 16 fatores que inibem o desenvolvimento

ver
apresentado por Schwab (2014), a oferta inadequada de infraestrutura é o que

apresenta o maior percentual inibidor para desenvolvimento e crescimento
do país, chegando a quase 20%.
A infraestrutura econômica brasileira, que inclui transporte, comunica-

ção, energia e saneamento, apresenta diferentes variáveis em sua evolução.
O transporte é o modal utilizado que constitui parte substancial do custo
logístico, influenciando na competitividade dos produtos. Vieira (2002) des-
taca que a logística equivale a cerca de 60% do custo total de um produto,
or
sendo a distribuição física (transporte) responsável por 51% e os 9% restan-
od V
tes referem-se aos custos de gestão de estoques e administração do fluxo de
aut
informações. Segundo Nastari (2013), na comparação com outros países, o
Brasil apresenta um custo bem superior, mas infraestrutura bastante deficitária.
Na comunicação, após as privatizações, surgiram diversas novas empre-
R
sas operadoras de rede para prestação de serviços de telecomunicações. A
consolidação ocorrida na primeira década de 2000 resultou em quatro grupos
o
econômicos que respondiam por quase todo o mercado brasileiro de serviços
aC
de telefonia. O processo, que visava aumentar a competição, resultou, no

entanto, em reconcentração das empresas prestadoras de serviços de teleco-
municações. O setor era, em 2014, um oligopólio nacional de três grandes
grupos (BNDES, 2014), com ofertas integradas.
visã
O saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e defi-
nido pela Lei nº 11445/2007 (BRASIL, 2007) como o conjunto dos serviços,
infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgo-
itor
tamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos

a re
sólidos e de águas pluviais. Em 1995, a lei federal nº 8987 (BRASIL, 1995)

regulamentou a Constituição, dispondo sobre concessão pública e obrigando
os municípios a tomarem as providências necessárias para adequar seus con-
tratos de concessão.
par
A energia é produzida em usinas nucleares, termelétricas, plataformas

de petróleo, hidrelétricas, usinas de álcool, parques eólicos etc. Para Ventura
Ed
(2009), o Brasil possui fontes energéticas primárias com disponibilidade supe-

rior às demandas previstas, no horizonte 2030.
ão
O país perdeu seis posições em 2016 no ranking mundial de competiti-

s
vidade e atingiu a pior posição em 20 anos. Em quatro anos, o país caiu 33

ver
posições na lista do Fórum Econômico Mundial. Segundo Alvarenga (2016),

o Brasil ocupa a 81ª colocação, a pior posição já atingida no ranking de
competitividade elaborado desde 1997 pelo Fórum Econômico Mundial. “O
Brasil tem marco regulatório atrasado, infraestrutura deficiente e qualidade
332
humana deficiente, resultando em perda de produtividade”, afirma o pesqui-

sador Carlos Arruda em seu relatório para o Fórum Econômico Mundial.
Em 2007, a posição do Brasil, no contexto mundial era a 72ª; em 2012,
melhora para a 48ª; mas depois passa a cair para a 75ª, em 2015 e, em 2016,
para 81ª (SCHWAB, 2016). O fator de maior contribuição para essa queda é
a infraestrutura deficitária (SCHWAB, 2016).
or
od V
aut
Para o McKinsey Global Institute (2013), uma infraestrutura de alta qua-
lidade conecta de forma eficiente as empresas a seus clientes e fornecedores,
R
assim como permite o uso de tecnologias de produção mais modernas. Por
outro lado, deficiências em infraestrutura criam barreiras para oportunidades
produtivas e aumentam os custos para toda a economia, desde microempreen-
o
dimentos até grandes corporações multinacionais.
aC

De acordo com Farias (2015), conforme o Ministério dos Transportes,
os principais modais, até 2025, serão o ferroviário (35%), rodoviário (30%)
e hidroviário (29%). O que mais crescerá será o hidroviário, que em 1997
visã
era de 11,7% e em 2025 será de 29%. Caso ocorra esta mudança de perfil, o
Brasil será mais competitivo, mas a história tem mostrado que esses plane-
jamentos de médio e longo prazo são alterados, portanto há a tendência de
piora em competitividade.
itor
O planejamento setorial da comunicação não pode ocorrer de modo

a re
segmentado e estanque, sem que se considerem as relações entre os diferentes

serviços, cada vez mais relevantes por conta da convergência entre platafor-
mas e tecnologias que possibilitam a prestação de um mesmo serviço por
diferentes arranjos.
par
No contexto atual do saneamento, os níveis efetivos estão muito abaixo

das metas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Cerca de
Ed
metade da população brasileira (55,2%) tem acesso ao serviço de coleta de

esgoto, mas apenas 42,7% dele esgoto é tratado. O abastecimento de água pos-
sui indicadores menos insatisfatórios: 83,3% da população possui atendimento
ão
com rede de água. No entanto, situação igualmente grave, no Brasil, as perdas

de água, somadas as físicas e comerciais, são gigantescas. Além de insufi-
ciente, a infraestrutura de água no Brasil é altamente ineficiente. Segundo os
s
últimos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)

ver
de 2015, que são os mais recentes e foram divulgados em janeiro deste ano,
o índice nacional de perda de água na distribuição é de 36,7%, como ressalta
Velasco (2017) e a média de perdas na distribuição no país chegou a 37%. Se
não houver um plano efetivo, essa tendência deve persistir.
As tendências indicam uma mudança na matriz energética mundial,

segundo Barbosa (2016), “em 20 anos, as energias renováveis ultrapassarão
o carvão e o gás natural na geração global de energia, pavimentando o caminho
para uma nova era de geração mais limpa e de menor impacto ambiental”. Há
uma diversificação da composição da matriz energética, mas a passos lentos.
or
od V
Para que os investimentos em infraestrutura ocorram de forma efetiva, é
aut
necessário visão do todo, em termos de infraestrutura, incluindo a econômica,
a social e a urbana; equipes técnicas, multidisciplinares, engajadas e competen-
R
tes para estabelecer o objetivo, as metas e os processos de acompanhamento;
participação dos diversos setores da economia para desenvolvimento local e
regional; engajamento e participação da sociedade; escolha, fundamentada
o
em debate sem fundo ideológico, entre participação do Estado ou de empresa
aC
privada nos investimentos necessários.

Dessa forma, é possível romper com os modelos antigos, inovar e criar
novos procedimentos para o desenvolvimento da infraestrutura geral, buscando
visã
redução de custos, otimização de processos, utilização de várias métricas
correlacionadas e criação de sinergia entre os diferentes setores da economia
com o objetivo de ganhar escala com fortalecimento da educação, da saúde
e do meio ambiente.
itor
a re
• Hipótese 1: Há pouco investimento e de forma desestruturada, com

interesses setoriais e com margem à corrupção.
par
Obs.: Há investimento, mas é feito de forma desestruturada, com

interesses próprios ou de determinado grupo em detrimento de um
Ed
bem maior. Neste cenário, sem métricas e sem gestão de resul-

tados, haverá desperdício com burocracia. Dessa forma, aumen-
tará ainda mais a desigualdade do país com consequências diretas,
ão
principalmente, na criminalidade agravando a insegurança geral

da sociedade.
• Hipótese 2: Redução de investimento, distanciando a competitivi-
s
dade do Brasil no mercado internacional.

ver
Obs.: Se não houver investimento nem gestão, a distância em relação

a outros países será muito maior e haverá uma espiral negativa de
crescimento. Isso poderá também incentivar o aumento da explo-
ração pelos mais espertos, que querem ganhar vantagens. Neste
334
cenário, poderão surgir iniciativas criativas e positivas para resolver

os desafios de outra forma, com participação intensa da sociedade,
mas ocorrendo de forma mais lenta. Esta reversão de tendência só
será possível com rupturas.
• Hipótese 3: Há investimento e apoio, com transparência, planeja-
mento efetivo e envolvimento da sociedade, minimizando as dife-
renças regionais.
or
Obs.: Neste cenário, o fomento para a criação do círculo virtuoso
od V
fará com que os projetos de melhoria da infraestrutura atendam
aut
localmente, no território, sem perder o foco do país, como um todo.
Deverá haver rupturas e mudanças profundas com participação
da sociedade.
R
o
aC

visã
itor
a re
par
Ed
s ão
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visã
VIEIRA, G. B. B. Transporte internacional de cargas. 2. ed. São Paulo:
Aduaneiras, 2002.
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
POLÍTICA INDUSTRIAL
or
od V
aut
R
Os países desenvolvidos possuem claras políticas industriais como ele-
mento estratégico de desenvolvimento econômico e social, sendo o enfoque
o
social muito importante nesse contexto, pois, historicamente, a industrializa-
ção promove ganhos crescentes de renda e bem-estar da sociedade. Uma das
aC
questões que suscitaram reflexão nesta variável foi a real necessidade de o
Brasil ter uma Política Industrial, e a resposta é indubitavelmente sim, caso
o Brasil almeje ser um país desenvolvido.

visã
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial –
IEDI (2011), Política Industrial é um conjunto de instrumentos e ações de
governo que incentivam o desenvolvimento estratégico da indústria, que visa
à evolução de um país, ao bem-estar social e deve estar alinhada à política
itor
macroeconômica e às estratégias de desenvolvimento nacional.

a re
O Brasil teve um processo de industrialização tardio, somente em 1808

par
o país obteve a permissão para a instalação de fábricas. No entanto, isso não

significou um atraso definitivo para o país, afinal, até o fim do século XVII,
Ed
o sistema mercantilista ainda regia a economia mundial e o Brasil tinha um

bom desempenho na economia internacional por fornecer produtos de alto
valor para sua metrópole, sendo possível compará-lo aos Estados Unidos da
ão
América em alguns aspectos, inclusive no número de habitantes: em 1790,

os Estados Unidos tinham cerca de 4 milhões de pessoas; o Brasil, em 1800,
s
cerca de 3,5 milhões (ALVES, 2013).

ver
Entretanto, a trajetória de ambos os países tomou rumos bastante diver-

sos a partir do século XIX. Enquanto o Brasil continuou amarrado a ideias
mercantilistas e fisiocratas, os Estados Unidos, sem abandonar a agricultura,
apostaram no capitalismo e na livre iniciativa, que estimularam o desenvol-
vimento industrial. Assim, a renda per capita de ambas as nações, em 1820,
segundo o economista britânico Angus Maddison (1995), era de U$ 670.00
no Brasil e de U$ 1,300.00 nos Estados Unidos.
340
Atravessando o século XIX subjugado ainda pela influência mercantilista,

com breve interregno das iniciativas de industrialização brasileira promovidas
por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, o Brasil alcançou U$704
dólares anuais em 1890, com aproximadamente 14 milhões de habitantes.
Enquanto isso, os Estados Unidos chegaram a U$ 4,000.00 em 1900, para
uma população, em 1890, de 63 milhões de habitantes, ou seja, um produto
interno bruto mais de 20 vezes maior (CALDEIRA, 2017, p. 296).
or
O economista Thomas Piketty (2014), ao analisar os efeitos da Revolu-
od V
ção Industrial em seu livro O capital do século XXI, compara o crescimento
aut
da produção mundial por habitante entre dois períodos: de 1700 a 1820 e
entre 1820 e 1913. Os resultados são avassaladores. Enquanto no primeiro
R
período a produção por habitante avançava à taxa de 0,1% ao ano, no segundo
evoluiu para 0,9% ao ano (PIKETTY, 2014, p. 78). Isso ajuda a explicar parte
o
do atraso brasileiro durante o século XIX.
Com a proclamação da República em 1889, o governo provisório começa
aC

a colocar o Brasil em sintonia com ideias sociais e econômicas mais adequadas
ao capitalismo. Em 17 de janeiro de 1890, foram editados quatro decretos de
autoria do Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, e aprovados pelo presidente
visã
Deodoro da Fonseca (CALDEIRA, 2017, p. 311).
O acerto dessas medidas, ainda que não fossem apenas e diretamente
relacionadas com o setor industrial, nem tampouco pudessem ser tomadas
itor
como uma política industrial, criaram um ambiente de negócios favorável ao

a re
desenvolvimento industrial. Tal crescimento pode ser avaliado pelo aumento

do número de empreendimentos industriais registrados pelos censos indus-
triais de 1907, 1912 e 1920: respectivamente, 3.250, 9.400 e 13.300. No
entanto, somente a partir de 1930 o Brasil começa a idealizar e executar pla-
nos estruturados para desenvolver a industrialização do país. A seguir, serão
par
apresentadas algumas conquistas das políticas industriais adotadas desde 1930

até 2014, período que compreende desde o governo de Getúlio Vargas até o
Ed
de Dilma Rousseff.
ão
a) Governo Vargas (1930/1954)
Pode-se dizer que, nesse período, o Brasil passou por uma revolução
s
industrial. Segundo Skidmore (1988), foram desenvolvidas muitas iniciati-

ver
vas que visavam substituir a importação de bens, e a política industrial da

época abrangeu investimento em infraestrutura, educação, banco de fomento
e desenvolvimento de indústria de base.
Nesse periodo, foram criadas algumas das indústrias de base mais impor-
tantes do cenário brasileiro, como EMBRAER, EMBRATEL e centros de
pesquisas e educação como CTA, ITA, EMBRAPA, INATEL, CPQD e

grandes empresas de capital nacional.
b) Governo Juscelino Kubitschek (1956/1961)
O governo do presidente Juscelino Kubitschek elaborou o Plano de

Metas, que visava acelerar o país 50 anos em 5 de governo. O plano, que
or
focou fortemente o desenvolvimento da indústria e infraestrutura, tinha 31
od V
objetivos para serem cumpridos durante o mandato, referentes aos setores de
aut
energia e transporte, indústrias de base e alimentos, educação e cultura. Foi
responsável, também, por criar a cadeia automobilística e a indústria de ele-
R
trodomésticos no país, além de aumentar a disponibilidade de infraestrutura
e insumos, tais como energia, transportes e siderurgia.
o
c) Governos militares (1964 a 1985)
aC
Durante os governos militares foram implementadas políticas industriais

por meio dos Planos Nacionais de Desenvolvimento I e II. Nesse período, o
visã
Brasil cresceu muito em termos industriais e econômicos. Os planos contem-
plaram o desenvolvimento na área de ciência e tecnologia, complexos indus-
triais e infraestrutura. Deles surgiram empresas como a Empresa Brasileira de
Aeronáutica (Embraer), a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embra-
itor
tel), centros de pesquisas e educação, como o Centro Técnico de Aeronáutica

a re
(CTA), o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Nacional de Telecomunica-
ções (Inatel), o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD), além de importantes empresas de capital nacional.
par
d) Governos dos presidentes Fernando Collor de Mello, Itamar Franco

Ed
e Fernando Henrique Cardoso (1990/2002)
Após 20 anos de governos militares, foi eleito indiretamente, pelo Colé-

ão
gio Eleitoral, o primeiro presidente civil, Tancredo Neves, que faleceu antes
de poder assumir o governo. Seu vice, José Sarney, assumiu e iniciou uma
s
fase de redemocratização no Brasil, que foi corroborada com a promulgação

ver
da nova Constituição de 1988, que determinava, dentre outras mudanças,

eleições diretas para os representantes do Poder Legislativo e do Poder Exe-
cutivo, em todas as esferas.
Durante esse período, não houve uma política industrial explícita, sendo
esses governos caracterizados pela reforma patrimonial do Estado e, pelo
342
menos o governo Collor, pela abertura da economia nacional. No final desse

período, foram criados fundos setoriais para dar suporte ao processo de
desenvolvimento de alguns setores da indústria, o que se tornou uma política
de Estado.
e) Governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010)
or
No período dos mandatos do presidente Lula, foram elaboradas duas
od V
políticas industriais:
aut
• a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE):
foi idealizada tendo o processo de inovação como base para o desen-
R
volvimento da indústria, instituição do Conselho Nacional de Desen-
volvimento Industrial (CNDI) e criação da Agência Brasileira de
o
Desenvolvimento Industrial (ABDI);
aC

• a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP): buscou consolidar
o desenvolvimento econômico e apoiar a integração Brasil-África
e Mercosul, destacam-se a Lei da Inovação e a Lei do Bem, que se
visã
tornaram políticas de Estado.
f) Governos da presidente Dilma Rousseff (2011/2015)

itor
Nos mandatos da presidente Dilma, foi desenvolvida a política industrial

a re
Plano Brasil Maior. Desse período destaca-se a criação da Empresa Brasileira

de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e dos programas educacionais
Ciências sem Fronteiras e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico
e Emprego (Pronatec).
par

Ed
A efetividade de uma Política Industrial depende de governança forte,

de diretrizes claras e de sintonia com as seguintes variáveis:
ão
• política macroeconômica: os maiores avanços da indústria ocorre-

s
ram nos períodos em que a macroeconomia mantinha uma conso-

ver
nância mínima com a Política Industrial;

• financiamento e programas de fomento: os programas do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foram
fundamentais para o desenvolvimento da infraestrutura e da indús-
tria no Brasil. Por outro lado, a dependência de capital estrangeiro,
associado ao aumento da taxa de juros, provocou décadas de estag-

nação no desenvolvimento do Brasil;
• infraestrutura: a infraestrutura física deficitária e concentrada no
Sudeste e Sul do Brasil acabou gerando concentrações de indústrias
em certas regiões e dificuldades para escoar a produção, além de
provocar desigualdades regionais;
• integração com Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I):
or
política de pesquisa, desenvolvimento e inovação integrada com
od V
universidades e parques tecnológicos. A experiência mostra que os
aut
melhores resultados de uma Política Industrial estão associados a
fortes incentivos à pesquisa e à inovação, como a Embrapa, o CTA/
R
ITA e a Inatel-Vale da Eletrônica.
o
aC
Atualmente, o Brasil não tem uma Política Industrial definida nem existe
governança estruturada e suficiente para definir e garantir um eixo evolutivo
para o segmento industrial, o que certamente prejudica o desenvolvimento
visã
do país, como afirma o diplomata brasileiro Samuel Pinheiros Guimarães
Neto (2012).
Existem inúmeras iniciativas dos países desenvolvidos que visam moder-
itor
nizar toda cadeia industrial por meio da inovação e aplicação de novas tec-
nologias, tais como robótica avançada, impressão 3D, internet industrial,
a re
realidade aumentada, big data e um sem-número de termos que aparecem

diariamente, todos voltados para a redefinição do processo industrial e de
toda a cadeia de fornecimento de insumos. O uso dessas tecnologias recebeu
o título de Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial.
par
Segundo Arbix (2016), esse quadro e a fundamentação da Industria 4.0

geraram algumas iniciativas isoladas no segmento industrial brasileiro, que
Ed
promovem a inovação. Hoje há um esforço do Serviço Nacional de Aprendi-

zagem Industrial (Senai) para melhorar a produtividade industrial das peque-
ão
nas empresas e alguns centros de pesquisas, conveniados com a Embrapii,

buscam desenvolver inovações no setor. Um esforço louvável, mas aquém
das necessidades de um país continental.
s
As variáveis macroeconomia, financiamento e fomento, infraestrutura

ver
e integração com PD&I não estão atreladas às políticas públicas para o cres-
cimento da indústria. Portanto, as variáveis provocadoras das evoluções da
Política Industrial seguem dissociadas de uma diretriz compartilhada ou, ainda,
dissociadas de uma visão estratégia do Brasil que queremos.
344
A falta de governança forte e a inexistência de planejamento estratégico

para o país geram as seguintes tendências das variáveis provocadoras:
• política macroeconômica: a tendência é a total desvinculação entre

as políticas macroeconômica e industrial;
or
• financiamento e programas de fomento: os programas de financia-
od V
mento por meio do BNDES terão maior morosidade no processo de
aut
investimento em setores estratégicos de infraestrutura, e a Finan-
ciadora de Estudos e Projetos (Finep) terá poucos recursos para
investir em inovação;
•
R
infraestrutura: a infraestrutura continuará sendo um gargalo para
o Brasil; por outro lado, pode ser alvo de projetos da iniciativa
o
público-privada no médio prazo;
aC

• integração de PD&I com universidades e parques tecnológicos: a
integração entre os principais atores geradores de conhecimento e
a indústria continuará de forma lenta e burocrática e não sairá dos
grandes centros do Brasil.
visã

itor
Sonhar é a possibilidade de planejar e construir uma realidade possível.

a re
Para tanto, é preciso romper a tendência que se observa e, nesse contexto,

estas são as possíveis rupturas das variáveis provocadoras:
• política macroeconômica: a política macroeconômica e a industrial

par
encontrarão um sincronismo de ações com uma governança única;

• financiamento e programas de fomento: haverá programas de finan-
Ed
ciamento mais seletivos para os projetos de targeting industrial

e tecnológico;
• infraestrutura: os programas público-privados devem avançar e
ão
cobrir as deficiências de infraestrutura dos maiores centros do Brasil;

• integração de PD&I com universidades e parques tecnológicos:
haverá uma coordenação estruturada entre os atores e um processo
s
de criação de parques tecnológicos em locais com menor Índice de

ver
Desenvolvimento Humano (IDH), considerando as potencialidades

regionais e garantindo o desenvolvimento do país como um todo.
Foram elaboradas três hipóteses plausíveis para a variável Política Indus-

trial, considerando-se as tendências e rupturas para as variáveis provocadoras.
• Hipótese 1: Não haverá estratégia de desenvolvimento industrial,

o que levará o país à desindustrialização precoce.
or
Obs.: O termo precoce, neste caso, está relacionado à teoria de que
od V
os países desenvolvidos alcançariam uma maturidade tecnológica
aut
e passariam o processo de fabricação para países em desenvolvi-
mento, gerando o processo de desindustrialização. Porém, alguns
países podem passar pela desindustrialização sem ter alcançado
•
essa maturidade.
R
Hipótese 2: A Política Industrial seguirá o ritmo e os mecanismos
o
atuais e haverá pouca evolução no cenário industrial, com desna-
aC
cionalização das suas indústrias.

Obs.: O Brasil se tornará somente uma grande montadora de pro-
dutos e todos no processo de desenvolvimento e inovação ficarão
nas matrizes das empresas multinacionais. Cenário similar ao que
visã
já ocorre com a indústria eletrônica.
• Hipótese 3: A Política Macroeconômica e a Industrial terão dire-
trizes consonantes, alinhadas com a estratégia de desenvolvimento
itor
nacional, com governança dos principais atores do país: sociedade,

a re
instâncias de governo, institutos de inovação, academia, parques

tecnológicos e iniciativa privada, aproveitando a diversidade de
recursos e oportunidades.
par
Ed
s ão
ver
346
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Ed
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São Paulo: Paz e Terra, 1988.
s ão
ver
EMPRESAS
or
od V
aut
R
Para definir a variável “empresa”, o melhor é ir às raízes da palavra. De
acordo com Soto (2010), as expressões espanhola e portuguesa empresa, bem
o
como as acepções francesa e inglesa entrepreneur, procedem do verbo latino
in prehendo-endi-ensum, que significa ver, perceber, dar-se conta de capturar;
aC
e a expressão latina in prehensa traz a ideia de ação, no sentido de tomar,
agarrar. Dessa forma, no direito, a atividade empresarial ou empresa é uma
atividade econômico-social, integrada por elementos humanos, materiais e

visã
técnicos, que tem o objetivo de obter utilidades por meio da sua participação
no mercado de bens e serviços, ou seja, um empreendimento.
itor
a re
Segundo Machado (2011), a evolução da empresa dá-se a partir da prática

da troca como uma iniciativa transacional, que podia dar-se por um produto
ou objeto que, pela diferenciação, segundo o autor, adquiria valor represen-
tado por um ganho: seja um alimento, um novo padrão estético, uma nova
par
ferramenta ou outras características percebidas pelo adquirente na transação.

Ed
Da intensificação dessas atividades de intercâmbio, surgem especializações

para a geração do excedente a ser trocado, associado à capacidade produtiva,
que assegura a subsistência de quem produz e da organização que se apro-
ão
pria do fruto desse trabalho. Assim, o tipo de associação permeia a evolução

econômica, social e política da atividade empreendedora.
Em outras palavras, com a evolução, as empresas e os empreendimentos
s
desenvolvem-se e crescem. Machado (2011) ressalta que, enquanto países da

ver
Europa e os Estados Unidos tinham seus desenvolvimentos consolidados por

meio de criações de várias empresas em diferentes setores – investimentos
em pesquisa, desenvolvimento de novas tecnologias e outros investimentos
em infraestrutura –, no Brasil, houve quatro fases características, de acordo
com as mudanças e transformações político-administrativas:
348
• 1ª. Fase (1500-1808): desenvolvimento de empreendimentos basea-

dos na agricultura de subsistência e de exploração dos recursos
naturais desde o extrativismo do pau-brasil, mineração de metais
preciosos e, na agricultura, o cultivo de cana-de-açúcar e café, a
partir de 1729. Sem desenvolvimento das atividades industriais, os
empreendimentos eram primários, serviam para atender às demandas
locais e os recursos naturais eram transportados para fora do país;
or
• 2ª. Fase (1808-1930): após a chegada da família real portuguesa,
od V
ocorre a abertura do mercado brasileiro. A industrialização começa
aut
quando os cafeicultores investem parte dos lucros obtidos com a
exportação do café nas fábricas de tecidos, calçados e outros pro-
R
dutos. A mão de obra utilizada era, na sua maioria, formada por
imigrantes italianos. No período do Império, destaca-se a atua-
o
ção do empresário Irineu Evangelista de Souza (BARÃO DE
MAUÁ, 1813-1889) com sua contribuição para o desenvolvimento
aC

econômico por meio de verdadeiros empreendimentos e estímulo à
atividade empreendedora, como destaca Caldeira (1995). Evange-
lista de Souza foi banqueiro, industrial, comerciante, fazendeiro e
visã
político, com seu nome associado à construção da primeira ferrovia
no país;
• 3ª. Fase (1930-1956): após a 1ª Guerra Mundial, as empresas, por
itor
serem subsidiárias, faziam apenas a montagem de produtos a partir

a re
de peças produzidas e importadas, por isso, não produziram desen-

volvimento do nível educacional, pois a manufatura foi implantada
a partir de projetos existentes, desenvolvidos nas matrizes. Nesse
período, crescem as empresas multinacionais.
• 4ª Fase (1956-atual): ao final da 2ª Guerra Mundial, o Brasil dis-
par
punha de grandes reservas monetárias devido à exportação, com

um crescimento de 8,9% de 1946 a 1978. A administração segue o
Ed
modelo das empresas multinacionais estabelecidas no Brasil.

ão
Segundo Alcadipani e Caldas (2012), o modelo de gestão das escolas

de administração brasileiras tem influência das multinacionais (automatizar,
mecanizar e montar com processos copiados das empresas matrizes, mas
s
tropicalizados) e dos modelos de gestão americanizados.

ver
Os empreendedores e administradores das pequenas e médias empre-

sas (PMEs) tiveram sua formação baseada no modelo das décadas 50-70 e
adotaram essas práticas administrativas. Segundo Wood (1992), os empreen-
dimentos nascem mais estruturados com características culturais e heranças
históricas, a saber:
• distância do poder: liderança menos democrática, sem participação

(patrão, senhor de engenho), evolui para grupos hierárquicos, depar-
tamentalização (conselhos, presidentes, diretores, superintendentes
e outros) nas estruturas das empresas;
• prevenção a incertezas: alto nível de preocupação com o futuro, mais
stress, fortemente ligado à estrutura burocrática, manutenção das
or
tradições, gestão por normas e leis. O excesso de burocracia con-
vive com o “jeitinho brasileiro”, contrabalançando, ambiguamente,
od V
relações pessoais estruturais e sistema legal e formal, moldado no
aut
direito individual. Segundo o autor, “outro traço sob prisma histórico
é a pouca propensão à mudança e a falta de espírito empreendedor”
•
(WOOD, 1992);
R
individualismo x coletivismo: no Brasil, o grau de coletivismo é
o
caracterizado por maior dependência moral dos empregados em
aC
relação à empresa, maior preocupação com a regularidade e a con-
formidade, por parte dos dirigentes, e pouco estímulo a iniciati-

vas inovadoras.
visã
Quando se analisam as PMEs, percebe-se que mais de 90% dos empreen-
dimentos se situam no segmento de comércio e serviços (ALBUQUER-
QUE, 2016); mais de 66% dos empreendimentos são Microempreendedor
itor
Individual (MEI); as empresas são simples, sem alta tecnologia e de baixa

a re
complexidade; e, na expressiva maioria, os empreendimentos não se destacam

por inovação, nascem por subsistência ou por substituição ao desemprego.
A partir de 1990, com o movimento de abertura da economia, há o
aumento de investidores estrangeiros no mercado de capitais brasileiro, bem
par
como a presença de empresas brasileiras no mercado externo, nas bolsas de

valores estrangeiras, principalmente a New York Stock Exchange, com o obje-
Ed
tivo de atrair capital. Com a estabilidade financeira e a abertura do mercado,

muitos grupos de investimentos vêm para o Brasil, há também o surgimento
de investidores “anjos” e de “incubadoras de negócios”1, destaca L’Hotellier
ão
(2017). Nota-se também, a partir do desenvolvimento das start-ups, maior

profissionalização nessas novas empresas.
s
ver
1 Incubadoras de Negócios – uma incubadora de negócios ou de empresas, ou apenas incubadora, é um

projeto ou uma empresa que tem como objetivo a criação ou o desenvolvimento de pequenas empresas ou
microempresas, apoiando-as nas primeiras etapas de suas vidas (MOTA, 2014).
350
Analisando-se a evolução, percebem-se as variáveis que afetam a atuação,

a abrangência e o crescimento sustentável das empresas: o sistema tributário,
fiscal, encargos trabalhistas, produtividade e qualidade. Verificam-se três
principais forças provocadoras:
or
• Poder Legislativo, com suas formulações e aprovações de leis e
od V
emendas constitucionais, e Poder Executivo e seus ministérios com
aut
direcionamento de investimentos e projetos que atendem a determi-
nadas classes. A maioria das mais de 600 emendas constitucionais
R
aprovadas na CLT, nesse período, sob a capa “proteção do trabalha-
dor”, atende, com cunho político, interesses de determinados grupos
o
específicos que defendem causas de tais setores;
• Os modelos da gestão adotados nas organizações vêm das Institui-
aC

ções de Ensino e são baseadas nos modelos americanos dos anos 60,
seguindo os “modismos” internacionais de avaliação, de medição, de
processos e adoção de sistemas para controle, com grande necessi-
visã
dade de customizações para adequar-se às leis brasileiras (WOOD;
CALDAS, 2007). As empresas, com a cultura da classe empresarial,
ficam à espera de que o governo resolva seus problemas (proteção
itor
fiscal, benefícios tributários, refinanciamento da dívida tributária

etc.) e não fortalecem o espírito do empreendedorismo, da inova-
a re
ção e da transformação criativa. Ibelli (2016) relata que a figura do

empreendedor, no Brasil, não é aquela pessoa criativa, proativa e,
sim, pessoas que buscam sobreviver, como demonstra pesquisa rea-
lizada com mais de 500 empreendedores em vários estados. Segundo
par
a autora, aproximadamente 75% dos empreendedores pesquisados

abrem sua empresa com o que recebem com a multa de rescisão.
Ed
• A associações e os sindicatos patronais, que “defendem interesses

das empresas”, e as associações de classes para “defender a classe
ão
trabalhadora”, trata-se de uma estrutura que se formou no início do

século XX. Aires e Vessen (2014) destacam que os sindicatos têm
origem nas associações formadas por trabalhadores nos primórdios
s
da Revolução Industrial e reúnem hoje mais de 10 mil sindicatos de

ver
trabalhadores. As alterações em pontos da Consolidação das Leis

Trabalhistas (CLT) enfraquecem a representatividade dos sindi-
catos, que, apesar de tudo, ainda continuam atuantes e lutam pela
manutenção das arrecadações de receitas e de poder de negociação.
Sem credibilidade, sem controle e com o jeitinho brasileiro, cada pro-

tagonista, de forma generalizada, adota o que lhe é mais conveniente. Desde
as instituições governamentais, as associações e as próprias empresas, cada
um defende o “seu interesse específico” ou da “classe” que representa. As
empresas brasileiras, por não terem planejamento nem uma gestão consistente,
or
acabaram por desenvolver uma “cultura do improviso”, de levar vantagem
od V
independentemente da questão ética, de sonegar impostos à espera da rene-
aut
gociação, do parcelamento ou do perdão da dívida.
Em outras palavras, se de um lado há as associações, as empresas, as
R
cobranças, os não pagamentos e a corrupção; de outro, existe uma sociedade
que não participa, não fiscaliza, não opina, não faz valer os seus direitos. As
o
empresas não cumprem com as suas obrigações, à espera de que o governo o
aC
faça, ou de outros interessados, que se apropriam e influenciam as emendas
constitucionais e o direcionamento de investimentos por meio do Poder Legis-

lativo e do Executivo, com interesses específicos. Tudo isso faz com que o
verdadeiro empreendedorismo – com gestão, planejamento e inovação – não
visã
se desenvolva, acentuando a redução de investimento no Brasil e a migração
para outros países do BRICS, afirmam Oliveira e Wolf (2016).
itor

a re
Essa contextualização ajuda a analisar a situação histórica e evolutiva

do Brasil, em que se destacam as seguintes tendências: continuidade da baixa
credibilidade no sistema político nos três poderes Executivo, Legislativo e
par
Judiciário; sazonalidade em ampliação e redução de níveis altos de desem-

prego por meio de criação de incentivos localizados, sem visão global e altos
Ed
índices de encerramento de empresas; redução da arrecadação tanto devido

ao encerramento de negócios quanto ao aumento de sonegação; falência dos
órgãos e serviços governamentais com baixa qualidade, sem infraestrutura,
ão
sem sustentação financeira, sem investimentos e baixa condição de reagir posi-

tivamente, principalmente, devido à baixa qualidade das gestões da maioria
dessas instituições; órgãos governamentais com um corpo técnico de quali-
s
dade, mas com lideranças equivocadas, que adotam posição de indiferença,

ver
com poucos agindo para mudar; aumento da criminalidade, em decorrência

desse conjunto de tendências.
352
Vivemos épocas difíceis, caracterizadas pelas tendências anteriormente

mencionadas, mas pode haver rupturas. Observa-se que existem forças glo-
bais impulsionando mudanças que não sustentarão os modelos antigos de
tarifação sem criação de valor, a falsa proteção aos interesses da sociedade e
a excessiva burocratização.
or
Devido à globalização e ao acesso a informações qualificadas, com aqui-
od V
sição de novos conhecimentos e suas transformações, essas variáveis que
aut
influenciaram no passado vão perder força e mudanças podem ocorrer mais
rapidamente. O cenário é típico para desencadear intensos movimentos de
mudanças sociais e causar rupturas.
R
Segundo Wood (1992), o caos é praticamente uma metáfora útil para a
compreensão dos processos de criação de novos empreendimentos. O autor
o
disseca esses processos, concluindo que são marcados por turbulências e insta-
aC

bilidades, e aconselha que os estudantes de administração sejam acostumados
a equações não lineares para desenvolver a intuição e fazer um contraponto
ao pensamento reducionista, linear e incremental que permeia a maioria dos
cursos de negócios.
visã
As empresas devem sofrer alterações profundas tanto global quanto
localmente. De acordo com Christensen et al. (2007), essas organizações
devem encontrar o trabalho correto para o produto e resolver seus dilemas
itor
para crescimento. As escolas precisam mudar. Para Thomas Peters, escritor e

a re
economista americano especializado em práticas de gestão de negócios, boa

parte da formação e do treinamento dos profissionais está equivocada, pois
se dá prioridade para habilidades que serão muito provavelmente substituídas
por inteligência artificial, quando na verdade deveriam focar em atividades
par
criativas (VALENTE, 2017).

A procura por modelos coparticipativos e de cocriação tem crescido e
Ed
parcerias entre o fornecedor e o consumidor podem permitir o surgimento de

empresas totalmente diferente das atuais, destaca Costa (2013). Devido à glo-
balização, acredita-se que as mudanças devam ocorrer de forma incremental,
ão
mas rapidamente. As formas de comunicação com acesso às informações de

pesquisas e ao desenvolvimento global e a rápida interação entre os empreen-
dedores facilitam a troca e a aquisição de conhecimento. As grandes empresas
s
que querem ser duradouras, não planejam só obter resultado financeiro, como
ver
ressalta Kanter (2011): elas não norteiam sua estratégia somente no propósito
de ganhar dinheiro, mas também buscam o desenvolvimento e a satisfação
pessoal e desenvolvem projetos para a comunidade.
Há uma aceleração no aparecimento de situações totalmente novas e os

modelos das organizações e instituições estão se alterando profundamente.
Muitas empresas que existem hoje vão desaparecer e outras devem surgir
adaptadas aos novos cenários e serão diferentes. Incubadoras de negócios e
start-ups podem ser beneficiadas porque são reconhecidas pela sua criativi-
dade. Há condições de criar e desenvolver negócios inovadores desde que haja
ambiente propício, mas é necessário ocorrer rupturas na cultura das empresas
or
brasileiras e dos empreendedores. Nesse sentido, percebe-se que:
od V
• as leis devem ajustar-se a esse novo cenário com desenvolvimento
aut
do formato de fomento de incubadoras de negócios e start-ups com
visão mais globalizada;
• o Ministério Público deve ampliar sua atuação a partir do momento
R
em que há uma sociedade empresarial mais ativa e consciente;
• maior e melhor nível educacional em todos os níveis pode levar ao
o
surgimento de um novo instrumento da sociedade (além da atuação
aC
dos poderes Judiciário, Legislativo, Executivo e Ministério Público),

que virá atuar fortemente no fomento da livre negociação e dos
modelos de mediação para casos conflitantes (arbitragem);
• associações e órgãos de classe que representam os trabalhadores e
visã
empresas deverão alterar-se e agregar valor pelos serviços prestados,
de forma diferenciada.
itor
a re
• Hipótese 1: A crise que estamos vivendo deve piorar devido à

manutenção de uma cultura empresarial dependente do Estado (mais
fechamento de empresas, inadimplência, redução de arrecadação,
par
mais greves, ampliação de uso de tecnologia automatizada com

redução de vagas, fuga das empresas multinacionais do Brasil etc.).
Ed
Obs.: Neste cenário, não haverá mais contratação de trabalho por

empresas, aumentando a informalidade, em que o contratante de
serviço ou produto trata diretamente com o contratado (desregulação
ão
da CLT, redução de influências de sindicatos, falência total do INSS

e redução drástica do FGTS, entre outros), agravando a crise atual.
• Hipótese 2: Mudanças lentas: as corporações vão continuar domi-
s
nando (sindicatos, greves, benefícios conquistados por segmentos

ver
específicos, ineficiência nos processos etc.). A evolução das empre-

sas ocorrerá lentamente.
Obs.: Este cenário será a continuidade do que se vive hoje. As
mudanças ocorrerão de forma lenta e gradual. Haverá acentuação
354
das desigualdades (quem politizar conseguirá mais benefício),

crescimento da burocracia, ampliação do poder de influenciadores
sem agregação de valor, aumento da criminalidade, continuidade
de gestão de curto prazo e acentuada migração das empresas para
outros países.
• Hipótese 3: Adaptação das Organizações aos novos tempos de
forma gradativa e estruturada, com adoção mais rápida e mais
or
consciente. Ampliação do nível educacional e estabelecimento das
od V
demandas com desenvolvimento de competências técnicas de forma
aut
regionalizada, estabelecendo os pontos fortes de cada região de
forma equilibrada. Aparecimento de movimentos de ruptura contra
os modelos antigos.
R
Obs.: Neste cenário, haverá o aproveitamento da capacidade criativa
do brasileiro a partir de mudanças com ruptura da cultura empresa-
o
rial. A partir do desenvolvimento local, poderá haver implementa-
aC

ções efetivas (testes, erros e acertos) criando-se um ciclo virtuoso
de crescimento. Desenvolvimento da cultura de responsabilidade
social, redução de desperdício, ampliação do reúso, gestão, ado-
ção de métricas e monitoramento dos resultados, com redução
visã
da burocracia.
• Hipótese 4: Exploração das organizações internacionais e dos inte-
resses de grupos específicos, causando redução das empresas de
itor
capital estritamente nacional.

a re
Obs.: Haverá domínio de capital estrangeiro responsável pelos

empreendimentos brasileiros. Haverá continuação da migração da
riqueza para outros países e domínio de empresas multinacionais.
par
Ed
s ão
ver
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Ed
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p. 66-78, 2007.
s ão
ver
SISTEMA TRIBUTÁRIO
NACIONAL (STN)
or
Hércules Antonio do Prado
od V
Roberto Goldstajn
aut
R
o
O Estado tem como responsabilidade:
aC
[...] garantir os direitos individuais e coletivos; ordenar as relações de
trabalho e emprego; organizar o espaço territorial terrestre, aéreo e marí-

timo; dar base de sustentação para as transações financeiras, patrimoniais,
visã
comerciais e para as relações internacionais; e garantir a defesa externa e
a segurança interna (BRASIL, 2009).
De tal sorte, a manutenção da estrutura necessária para alcance dos obje-

itor
tivos determinados pela Constituição Federal é financiada, dentre outras fontes

a re
de receitas, por “meio de cobrança de tributos e contribuições de patrimônio

dos particulares” (BRASIL, 2009), cujo poder é conferido a União, Estados,
Municípios e Distrito Federal de forma autônoma.
O conjunto de normativos legais, constitucionais e regulamentações
par
ordinárias relativas aos tributos devidos pelos entes econômicos de um Estado

compõem o chamado Sistema Constitucional Tributário (SCT). Dele emanam
Ed
as condições em que os tributos são gerados, a sua razão de existir (o espírito

do tributo), a forma de cobrança e a sua destinação enquanto recurso público.
O Sistema Tributário Nacional (STN) representa, no Brasil, a ordena-
ão
ção do SCT. De modo geral, o espírito que rege esta norma legal pode ser
expresso como “de quem mais pode a quem mais precisa”. Entretanto, devem
ser lembradas as conhecidas distorções deste direcionador, como a complexa
s
legislação que disciplina os tributos incidentes sobre o consumo (IPI, ICMS,

ver
ISS, PIS, Cofins, dentre outros), a inócua taxação sobre doações e heranças,
e a existência de brechas na legislação que privilegiam os grandes devedores.
Em virtude da organização política federativa brasileira, o STN sofre influxo
das esferas federal, estadual e municipal, porquanto, em nossa federação, a
competência tributária é concorrente. Nesse sentido, o reflexo político sobre as
repartições das receitas tributárias é um sério entrave às reformas necessárias.
358
É fato reconhecido que o atual SCT não atende a dois importan-

tes preceitos constitucionais: os artigos 3º e 170 da Constituição Federal
(BRASIL, 1988), que estabelecem como objetivo o progresso do País pelo
incremento das atividades econômicas.
Um fato notável é a 16ª colocação do Brasil entre os países com maior
carga tributária, conjugada à sua 30ª posição em termos de carga tributária per
capita, como aponta Varsano (1996). Isso indica uma rarefação dos tributos
or
por habitante, o que pode explicar em parte a má qualidade e a pouca oferta
od V
de serviços públicos. A título de comparação, o Reino Unido consta na 15ª
aut
posição no ranking da carga tributária total e na mesma posição (15ª) no da
carga tributária per capita.
Considerando que as normatizações tributárias variam no decorrer do
R
tempo, sofrendo modificações a depender de questões sociais e políticas,
compreende-se que o STN não é um sistema estável, sendo este o ponto de
o
partida do presente estudo.
aC

Nesse contexto, interessa saber que condicionantes podem levar a um
Sistema Tributário Nacional que contribua para a construção da visão de futuro
desejada para um país inclusivo, justo e solidário em 2100.
visã
Entre o Brasil Colônia e a Independência, os tributos sempre foram exi-

itor
gidos sobre pau-brasil, açúcar, propriedades, terras, minérios, dentre outros,

a re
tal como se depreende do trabalho desenvolvido pela Escola de Administração

Fazendária, que detalhou com propriedade o histórico tributário brasileiro
desde a sua origem (BRASIL, 2009).
A arrecadação tributária, da Independência até a Constituição de 1934,
par
era constituída basicamente de impostos de importação e renda das alfândegas.

A partir de então e com o declínio do comércio internacional devido à
Ed
Primeira Guerra, o Estado buscou a tributação interna, instituindo tributos

estaduais e municipais, que incidiam sobre consumo e rendimentos. Com o
advento da Constituição Federal de 1946, segundo Varsano (1996), novas
ão
formas de tributação municipais foram instituídas.

O Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966), que trouxe maior orga-
nização do Sistema Tributário Nacional, permanece em vigor até hoje, regu-
s
lando a matéria tributária em conjunto com a Constituição Federal de 1988

ver
(BRASIL, 1988).
Desde a sua primeira forma, ainda nos tempos do Brasil Colônia, o

STN tem sofrido diversos ajustes, mormente, em decorrência de novos pactos
sociais e aumento de despesas para mantença da máquina estatal.
Um impacto relevante na carga tributária atual consiste nos tributos
originados da aplicação da Legislação do Trabalho. Durante os governos de
or
Getúlio Vargas, foi implantada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
od V
(BRASIL, 1943), dispositivo legal que normatiza as relações de trabalho, con-
aut
siderado um marco para as classes sociais. A CLT trouxe junto a organização
das representações trabalhistas sob o guarda-chuva do Estado, por meio das
confederações, federações e sindicatos classistas, abrangendo trabalhadores
R
e empresários sob a mesma estrutura.
Nos anos de 1956 a 1961, a economia brasileira foi palco de significati-
o
vas mudanças sob a batuta de Juscelino Kubitschek de Oliveira, que operou
aC
transformações significativas no parque industrial nacional, promovendo a

criação de diversas indústrias e, consequentemente, o aumento de despesas
públicas sem elevação da carga tributária.
Na sequência, a Ditadura Militar empreendeu uma ampla reforma tribu-
visã
tária com o fito de acelerar o progresso do Brasil, socorrendo-se, para isso,
da majoração da carga tributária mediante a Emenda Constitucional nº 18/65
(BRASIL, 1965), disciplinada pela Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacio-
itor
nal) (BRASIL, 1966).

a re
Após o período do Regime Militar, o País sofreu um processo de rede-

mocratização que culminou numa nova Constituição Federal e na eleição
de Fernando Collor de Mello como presidente do Brasil. Esse fato histó-
rico marca o début da sociedade brasileira na retomada do seu protagonismo
par
como ator relevante na condução dos rumos do País. Isto se mostra tão forte
e presente que, menos de dois anos depois, Collor sofre impeachment por
Ed
pressão popular.
Durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula
da Silva e Dilma Rousseff, as normas tributárias foram alteradas diversas
ão
vezes com o intuito de incrementar a arrecadação tributária mediante criação

de novos tributos, majoração de alíquotas/bases de cálculos de tributos já
existentes e aperfeiçoamento da fiscalização.
s
Nesse meio tempo, uma grande mudança na forma de arrecadar e gerir

ver
os tributos adveio da Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída pela Lei Com-

plementar nº 101/00 (BRASIL, 2000), que estabeleceu normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade de gestão fiscal.
360
A toda essa realidade, o Estado somou o aumento da pressão arrecadatória

e fiscalizatória com o aperfeiçoamento de mecanismos de controle, cobranças
administrativas e judiciais e aumento no rigor para expedição de certidões de
regularidade fiscal.
Tornou-se senso comum que o modelo atual do STN freia o progresso
nacional em virtude da sua complexidade e do seu alto peso nas atividades
econômicas geradoras de riquezas.
or
Pelo exposto, é possível considerar as principais variáveis causadoras
od V
de evoluções no STN como pertencentes a duas categorias:
aut
• Estado: por exemplo, com aumento de pressão arrecadatória e fis-
calizatória sobre o contribuinte, com o intuito de aumentar a com-
• R
petitividade, reduzir a informalidade e gerar riqueza;
Parlamento: por exemplo, com constantes mudanças na legislação
o
com o intuito de garantir a manutenção das despesas públicas.
aC

A situação atual das variáveis provocadoras das evoluções do Sistema

visã
Tributário Nacional tende a ser mutável de acordo com as variações políticas,
sociais e econômicas, porquanto os atores sociais de fato acarretam mudanças
no regime de tributação.
itor
O Estado vem empreendendo esforços para aprimorar controles sobre

a re
seus ativos tributários, o que poderá acarretar um fluxo de arrecadação mais

favorável ao Tesouro sem qualquer perspectiva de diminuição de sua carga
e sua complexidade.
Na vertente Parlamento, há um alinhamento majoritário com as propo-
par
sições governamentais, tendendo à prevalência destas.

Atualmente, uma das situações que poderiam, em tese, aumentar a arre-
Ed
cadação e a distribuição indireta de renda seria o Imposto Sobre Grandes

Fortunas – IGF, que nunca foi criado. Em um primeiro momento, a instituição
deste imposto traria aumento de arrecadação, propiciando o investimento em
ão
setores públicos, como educação e saúde, basilares no crescimento de uma

sociedade justa e solidária. Entretanto, a partir da observação da experiência
de outras nações, a instituição desse tributo possivelmente geraria efeitos
s
contrários ao inicialmente pretendido.

ver
A natureza do capital é líquida e volátil, não há como segurá-lo com

amarras fictícias. Portanto, pretender tributar o capital, ainda mais o con-
siderado como grande fortuna, leva a uma consequência certa, que é a sua
fuga. Experiências como a da França ensinam que essa medida acaba por ser
inócua, não gerando resultados positivos.
Outra variável provocadora de mudanças é a própria sociedade, que
conduz mudanças a partir de movimentação popular e articulação política.
Ocorre que, como se pode observar na atual conjuntura política e em virtude
da desconexão entre a sociedade e a classe política, a pressão popular não
representa um vetor forte de mudança.
or
Dito de outra forma, havendo conexão entre eleitores e representantes,
od V
em um sistema de efetiva representação popular, a voz do eleitor conta muito
aut
para os seus representantes. Todavia, na estrutura atual política, percebe-se
uma ausência ou crise de representatividade, de modo que a pressão popular
acaba por ser pouco efetiva.
R
A falta de representatividade acaba por aumentar a incerteza no panorama
político, sendo de fácil constatação a existência de representantes promovendo
o
alterações legislativas sem considerar os interesses dos seus representados.
aC

visã
A variável Sistema Tributário Nacional, uma vez provocada por eventos
econômicos, políticos e sociais, tende a alterar-se, sofrendo uma mutação para
melhor adequação à dinâmica econômica, política e social. Nesse sentido, o
Sistema Tributário Nacional é provocado no decorrer do tempo por elemen-
itor
tos exógenos, os quais levam à sua alteração, e pelo clamor social por maior
a re
rapidez e eficácia na tributação, tendendo a um sistema menos complexo e

que favoreça as transações comerciais.
Diversos componentes impactarão de forma positiva ou negativa a com-
posição da carga tributária. Por exemplo, a variedade de tributos sujeitos às
par
regras de não cumulatividade e distintas para aproveitamento de créditos,

como Cofins, PIS, IPI e ICMS, gera uma carga de trabalho gigantesca para as
Ed
áreas contábil, fiscal e jurídica das empresas geradoras de empregos e riqueza,

o que já tem demandado estudos para unificação desses tributos sob o manto
de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) nacional.
ão
A falta de uniformidade nas regras estaduais e municipais decorrente da

autonomia de cada ente federado para legislar sobre tributos de sua compe-
tência, desde que respeitados os ditames constitucionais, o Código Tributário
s
Nacional e as Leis Complementares, tem gerado dificuldades ao desenvolvi-

ver
mento da atividade econômica em regiões distintas.

Nesse contexto, parece haver uma tendência a mudanças no Sistema
Tributário Nacional, que pode ser a simplificação tributária por meio de um
362
sistema único e integrado de tributos, o qual teria seu fato gerador nas três
esferas federativas, porém com uma integração entre elas.
Cumpre destacar, também, o aperfeiçoamento nos mecanismos fisca-
lizatório e de controle com foco no aumento arrecadatório e os sucessivos
programas de parcelamentos incentivados que privilegiam os contribuintes
inadimplentes em detrimento daqueles que buscam manter suas contas em dia.
or
od V
aut
A ruptura futura da variável provocadora rompe com a prognose atual
de um evento dinâmico futuro e ponderável, que leve à mudança da variável
R
Sistema Tributário Nacional. No contexto participativo moderno, uma variá-
vel provocadora seriam os atores sociais clamando por novas alterações na
variável Sistema Tributário Nacional.
o
Tal ponto de ruptura futuro, nesse contexto social, seriam justamente as
aC

pressões dos diversos setores econômicos, sociais e políticos, em busca do
rompimento da variável em estudo.
Ao sofrer essa ruptura, a variável modifica-se, em relação ao elemento
visã
provocador, em direção a novas formas de pensar o elemento objetivo tributa-
ção. Tal ruptura agiria sobre a tendência futura da variável Sistema Tributário
Nacional de permanecer no sentido da atual tributação.
De toda sorte, com a representatividade política atual, a tendência é esta
itor
variável permanecer inalterada. Todavia, a dinâmica resultante da interação

a re
entre Estado e Parlamento poderá determinar o alcance da ruptura da inércia

tendencial que envolve a variável Sistema Tributário Nacional.
Com o rompimento dessa tendência, é possível antever ações de Estado
e Parlamento para tornar a legislação mais clara. Diante da confusão estabe-
par
lecida pelos normativos, quem consegue maior eficiência na defesa de seus

direitos são os mais informados. A causa é a confusão Executivo/Legislativo
Ed
e a consequência é a primazia daqueles que possuem maior grau intelectual

no âmbito tributário.
Combatendo a causa, deve-se tornar a legislação tributária mais clara
ão
e estimular o conhecimento e o debate. Ou seja, é interessante que todos os

players entrem nesse debate para democratizar o diálogo. O caminho é a sim-
plificação, sem penalizar os que mais detêm conhecimento, mas chamando
s
ao debate um maior número de agentes.

ver
Também existe a oportunidade de inovação com estímulos adequados

ao bom contribuinte através da implementação do “bônus de adimplemento
fiscal”, assim como se deve desestimular a instituição de sucessivos progra-
mas de regularização de passivos tributários, que somente estimulam o mau
pagador, induzindo-o a rolar a dívida à espera de nova oportunidade para

regularização de passivos tributários, em detrimento do bom pagador. Além
do que, a atividade da Procuradoria da Fazenda fica penalizada, pois move-
-se uma execução fiscal, buscam-se bens, para, depois de anos de batalha, o
contribuinte aderir ao novo programa de regularização de passivos tributários,
jogando fora todo o esforço da própria Procuradoria.
Um IVA nacional pode ser um fator de eficiência, no entanto impede
or
que os estados tenham mais liberdade de barganhar com empresas, limi-
od V
tando o exercício de indução da atividade econômica pelos estados. Sobre
aut
a questão dos incentivos fiscais para obter desenvolvimento regional, deve-
-se observar que a própria instalação da atividade empresarial já estimula
o desenvolvimento.
R
Entendendo como ruptura a descontinuação do que vinha sendo reali-
zado até então, no que diz respeito ao Estado, a complexidade e diversidade
o
de normas tributárias é agravada pela ambiguidade dos textos, que provoca
aC
dúvidas na aplicação, inclusive de quem trata com elas diretamente por parte
do Estado (veja-se a necessidade de notas esclarecedoras do conteúdo legal
logo após a publicação de leis de parcelamento especial). A falta de certeza
torna imprevisível o campo de negócios, aumentando os custos de transação
visã
entre particulares e reduzindo produção, emprego e consumo.
Imprescindível o Estado estabelecer critérios claros e bem definidos de
tributação, gerando um tratamento tributário equilibrado e igualitário. Mas,
itor
para isso, as diretrizes relacionadas a tributação, propriedade e regras de

a re
transação devem ser claras e não ambíguas.

Esse processo deve vir acompanhado de maior eficiência e transparência
na gestão de despesas e receitas públicas para viabilizar um sistema tributário
mais equilibrado, bem como de aumento no rigor de aplicação de sanções aos
par
agentes públicos por desvio de conduta.

Ed
6.1 Detalhamento das variáveis
As variáveis provocadoras de mudança, englobadas nas categorias Estado

ão
e Parlamento, não são totalmente independentes; antes, compõem um cenário

em que são orquestrados diversos interesses.
No que tange ao Estado, as variáveis mais evidentes são sua capacidade
s
de regular a ação econômica e as regras que a regem. O STN é uma dessas

ver
regras e, em uma reforma, pode ser afetado positivamente pela simplificação

tributária, por exemplo.
Na vertente Parlamento, sua atuação se dá na formulação e aprovação de
leis, o que, no contexto da Reforma Tributária, pode ser expresso na instituição
364
de maior justiça tributária e na remoção de um sem-número de leis específicas

que só facilitam a vida dos que podem pagar as já mencionadas bancas de
advogados, que lhes garantam os benefícios de brechas na legislação.
A variável Sistema Tributário Nacional encontra-se detalhadamente
delineada na Constituição Federal (BRASIL, 1988), no Código Tributário
Nacional (BRASIL, 1966) e nas diversas legislações estaduais, municipais e
do Distrito Federal. Isso a torna uma variável complexa em si, pois é dotada
or
de ramificações por todos os entes federativos e fundada na repartição cons-
od V
titucional de competências, assim como no teor dos artigos 145 e seguintes
aut
da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que trazem minúcias acerca de
seu funcionamento.
Sob esse ponto de vista, a variável traz detalhamentos no campo estadual,
R
quando se trata de tributação local (p. ex., ITCMD, IPVA e ICMS), no espectro
municipal (p. ex., ISS, IPTU e ITBI), com reforço exaustivo nos artigos 155
o
e 156 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
aC

Devido aos diversos detalhamentos em normativos próprios de cada ente
federativo, esta variável compõe um mosaico legislativo único.
visã
• Hipótese 1: Não ocorre a reforma tributária, o STN permanece

como está. Nesta hipótese, permanece o desequilíbrio financeiro,
itor
com o Estado mostrando-se incapaz de implantar um ordenamento

a re
tributário justo.
• Hipótese 2: Aumenta o montante de tributos pagos. A gestão pública
deteriora-se e aprofunda-se o desequilíbrio financeiro, gerando
demanda por novas receitas. O Estado mostra-se incapaz de implan-
par
tar um ordenamento tributário justo.

• Hipótese 3: Não ocorre a reforma do STN. Os gastos diminuem de
Ed
forma significativa como resultado de uma gestão mais eficiente,

com melhoria nas estruturas do Estado em seus diversos níveis e
cria-se ainda espaço para redução da carga tributária. Aperfeiçoa-
ão
mento de mecanismos de controle e fiscalização.

• Hipótese 4: A partir da apropriação da sociedade, ocorrerá a reforma
do STN. Isso gerará maior transparência do montante arrecadado e
s
sua utilização, permitindo a compreensão dos benefícios gerados e

ver
o incentivo à redução da sonegação.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.
htm>. Acesso em: 1º jul. de 2018.
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de dezembro de 1965. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/
od V
emecon/1960-1969/emendaconstitucional-18-1-dezembro-1965-363966-pu-
aut
blicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 1º jul. 2018.
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______. Código Tributário Nacional. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Código Tributário Nacional. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/
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legin/fed/lei/1960-1969/lei-5172-25-outubro-1966-358971-norma-pl.html>.
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<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/Constituição-1988-5-outu-
visã
bro-1988-322142-norma-pl.html>. Acesso em: 1º jul. 2018.
______. Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei Complementar nº 101, de 4

itor
de maior de 2000. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/

a re
leicom/2000/leicomplementar-101-4-maio-2000-351480-norma-pl.html>.
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grama Nacional de Educação Fiscal – PNEF. Função social dos tributos /
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nível em: <http://www.educacaofiscal.sp.gov.br/contents/Caderno%203.pdf>.
Ed
VARSANO, R. A evolução do sistema tributário brasileiro ao longo do

ão
século: anotações e reflexões para futuras reformas. Rio de Janeiro: Ipea, 1996.
s
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
TERRITORIAL ACESSÍVEL
or
od V
aut
1. Introdução
R
No atual estado tecnológico de vivemos é imprescindível a implantação
de um sistema de informação territorial acessível as diversas camadas da
o
sociedade (profissionais das diversas áreas do conhecimento, gestores dos três
aC
poderes, organizações não-governamentais, cooperativas, dentre outros), que
são os usuários mais frequentes dessa funcionalidade que tendo acessibilidade
de um banco de dados bem estruturado, contendo informações geográficas

georreferenciadas, confiável e com uma plataforma amigável de busca na Web,
visã
permite que todos os usuários acessem as informações com grande facilidade
e rapidez para elaboração de planos, programas e projetos de maneira ágil
com aplicação de boas práticas e consequentemente para o desenvolvimento
itor
do país de forma transparente.

a re
Um sistema de informação territorial acessível disponibiliza dentre outros

par
produtos dados cadastrais e mapas diversos estruturados em banco de dados

geográficos que facilita que usuários comuns tenham rápido acesso a dados
Ed
dos diversos ramos das Ciências da Terra e Humanas, a exemplo de dados

ambientais e demográficos (BRASIL, 2016. Decreto n. 8789)
Esse sistema, para captar, organizar e disponibilizar as informações per-
ão
tinentes ao território, necessita de investimentos em tecnologia e mapeamento

frequente, constante treinamento e capacitação de pessoal para o desenvolvi-
mento de produtos e processos, compartilhamento das informações e criação
s
de sistemas de informação de fácil acesso e inteligíveis aos cidadãos, e se

ver
necessário, cursos de formação aos cidadãos para facilitar o acesso e otimizar

o conteúdo das informações fornecidas.
368
Uma pioneira iniciativa brasileira em relação a um sistema de informação

geográfica ocorreu no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe por
meio do software livre o Spring.
O Spring (1986) é um SIG – Sistema de Informações Geográfica – com
funções de processamento de imagens, análise espacial, modelagem numérica
or
de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. É um projeto do Inpe / DPI
od V
(Divisão de Processamento de Imagens) com a participação da Embrapa –
aut
Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola e CNPTIA – Centro Nacional de
Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura; IBM Brasil e o Centro
Latino-Americano de Soluções para Ensino Superior e Pesquisa; Tecgraf
R
– PUC Rio – Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio e
Petrobras / CENPES – Centro de Pesquisas “Leopoldo Miguez”.
o
O projeto contou com substancial apoio financeiro do Conselho Nacional
aC

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através dos programas
RHAE Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas e ProTeM-CC
Programa Temático Multi-institucional em Ciência da Computação (projeto
Geotec – Geotecnologias, Educação e Contemporaneidade).
visã
Objetivos do projeto Spring:
• Construir um sistema de informações geográficas para aplicações

itor
em Agricultura, Floresta, Gestão Ambiental, Geografia, Geologia,

a re
Planejamento Urbano e Regional;

• Tornar amplamente acessível para a comunidade brasileira um SIG
de rápido aprendizado;
• Fornecer um ambiente unificado de Geoprocessamento e Sensoria-
par
mento Remoto para aplicações urbanas e ambientais; e

• Ser um mecanismo de difusão do conhecimento desenvolvido pelo
Ed
Inpe e seus parceiros, sob forma de novos algoritmos e metodologias.

ão
Apesar de ser um aplicativo livre o Spring não tem uma plataforma

s
amigável por ser um software completo com grau de dificuldade de opera-

ver
cionalização e que ao longo dos anos foi sendo aperfeiçoado. Era necessário
ter um bom conhecimento em informática para operá-lo.
O I3Geo – Interface Integrada para Internet de Ferramentas de Geopro-
cessamento foi desenvolvido por Moretti (2006) inicialmente nas instalações
do Ministério do Meio Ambiente 1996, atualmente é mantido principalmente
pelo Ministério da Saúde. Utiliza como plataforma de funcionamento nave-

gadores para internet, como o Internet Explorer e o Firefox. Com o objetivo
de difundir o uso do geoprocessamento como instrumento técnico-científico
e implementar uma interface genérica para acesso aos dados geográficos exis-
tentes em instituições públicas, privadas ou não governamentais, o I3Geo
está licenciado sob GPL-GNU General Public License e pode ser utilizado e
incorporado por qualquer instituição interessada sem custos.
or
O i3Geo é um software para internet baseado em um conjunto de outros
od V
softwares livres, principalmente o Mapserver. O foco principal é a disponibi-
aut
lização de dados geográficos e ferramentas de navegação, geração de análises,
compartilhamento e geração de mapas sob demanda. Tem como principal
característica uma interface bastante amigável.
R
Conforme Medeiros (2006), além dessas iniciativas brasileiras softwares
de SIG com código aberto e/ou de uso gratuito, estão acessíveis a usuários
o
das diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, pode-se citar gvSIG,
aC
Kosmo GIS, Quantum GIS (atualmente QGIS), TerraView, GRASS, uDig

dentre outros.
Destaca-se também o SIG Desktop do Ministério da Defesa (Fun-
cate, 2014), o qual é um SIG para ambiente desktop que realiza importação e
visã
exportação de dados matriciais (formatos como TIFF e Geo TIFF) e vetoriais
(formatos como Shape-File), consultas por atributos e consultas espaciais
(dados vetoriais), visualização em 2D e 3D, tratamento/manipulação e impres-
itor
são em modo avançado de dados matriciais e vetoriais.

a re
O sistema suporta a Estrutura de Dados Geoespaciais Vetoriais para a

Mapoteca Nacional Digital -MND, funciona em Windows e Linux, é um
software de código aberto e de distribuição livre do executável, é totalmente
em português e personalizado para o usuário.
par
Na linha de desenvolvimento do governo federal foi desenvolvido o Ipea-

Geo, Software de Análise Estatística Espacial do Ipea (BRASIL, IPEA, 2014).
Ed
Este é um software gratuito, com funcionalidades estatísticas e de georrefe-

renciamento. Além de possuir diversas ferramentas econométricas, também
permite a aplicação de análises que utilizam estatística espacial.
ão
O software disponibiliza bases de dados como, por exemplo, censos e

IDH que o usuário pode adaptar às regiões do território nacional. Criado pela
Assessoria de Métodos Quantitativos do Ipea – ASMEQ, o IpeaGEO sintetiza
s
e facilita o estudo e aplicação de técnicas econométricas espaciais. Ideal para

ver
estudantes, professores, acadêmicos e empresas que trabalham com estatística,

econometria e georreferenciamento.
370
O principal avanço em relação a um Sistema de Informação Territorial

Acessível foi a implantação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais –
Inde, instituída pelo Decreto Nº 6.666 de 27/11/2008 com a seguinte definição:
[...] conjunto integrado de tecnologias; políticas; mecanismos e procedi-
or
mentos de coordenação e monitoramento; padrões e acordos, necessário
od V
para facilitar e ordenar a geração, o armazenamento, o acesso, o com-
partilhamento, a disseminação e o uso dos dados geoespaciais de origem
aut
federal, estadual, distrital e municipal. (BRASIL, 2008).1
R
A Inde nasce com o propósito de catalogar, integrar e harmonizar dados
geoespaciais existentes nas instituições do governo brasileiro, produtoras
o
e mantenedoras desse tipo de dado, de maneira que possam ser facilmente
aC
localizados, explorados e acessados para os mais diversos usos, por qualquer

cliente que tenha acesso à Internet. Os dados geoespaciais serão catalogados
através dos seus respectivos metadados, publicados pelos produtores/mante-
nedores desses dados.
visã
A disponibilização de dados, metadados e informações geoespaciais (IG)
através de serviços na Internet, denominados Geo Serviços Web, é viabilizada
pela utilização de protocolos internacionais, públicos, que permitem o acesso
itor
à Informação Geográfica de forma simples, ágil, completa e integrada, sem

a re
necessidade de conhecimento especializado. O acesso aos Geo Serviços da

Inde se realiza através deste portal, denominado SIG Brasil.
A Inde tem como principais objetivos:
• promover o adequado ordenamento na geração, armazenamento,

par
acesso, compartilhamento, disseminação e uso dos dados geoes-

paciais;
Ed
• promover a utilização, na produção dos dados geoespaciais pelos

órgãos públicos das esferas federal, estadual, distrital e municipal,
dos padrões e normas homologados pela Comissão Nacional de
ão
Cartografia – Concar; e
• evitar a duplicidade de ações e o desperdício de recursos na obtenção
s
de dados geoespaciais, por meio da divulgação da documentação

ver
(metadados) dos dados disponíveis nas entidades e nos órgãos públi-

cos das esferas federal, estadual, distrital e municipal.
1 Disponível em: <http://www.inde.gov.br/a-inde/apresentacao.html>.

Pelo modelo atual, definido no Decreto 8.789/2016 (BRASIL,

DOU, 2016), dispõe sobre o compartilhamento de bases de dados na admi-
nistração pública federal, o órgão interessado em acessar dados de outro órgão
preenche uma Solicitação de Acesso a Bases de Dados e encaminha para a
Secretaria de Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento – STI/
MP. Esta negociará com o órgão responsável a Permissão de Acesso a Bases
de Dados. Uma vez concedida, essa permissão tem validade permanente e não
or
precisa ser renovada. Após a cessão da permissão, são negociadas questões
od V
técnicas e de custeio.
aut
Se houver uma empresa de Tecnologia da Informação – TI, pode ser
necessário um contrato de serviços com essa empresa. Se os dados estiverem
diretamente com o órgão, este e o solicitante devem avaliar soluções opera-
R
cionais para cessão de acesso.
É possível que os dados desejados sejam dados públicos e estejam
o
disponíveis no Portal Brasileiro de Dados Abertos (Dados.gov.br), ou
aC
em outro repositório de dados abertos. Neste caso não há necessidade de

solicitar permissão.
Caso os dados disponíveis no repositório não atendam a necessidade,
devido a seu formato ou periodicidade, é necessário contatar o gestor do dado
visã
para negociar outra forma de acesso aos dados. No entanto, se houver mudança
no conjunto de informações (inclusão de novas informações) ou mudança na
granularidade, isso será um novo conjunto de dados e poderá não ser público.
itor
Não sendo mais público, precisa de uma permissão de acesso.

a re
A formação, capacitação e treinamento de recursos humanos é necessária

par
com objetivo de desenvolver e prover conhecimentos, habilidades, compor-

tamentos e atitudes para atender a requisitos específicos dos diversos com-
Ed
ponentes e dimensões da Inde.

No contexto desta, entende-se capacitação como o desenvolvimento
dos saberes teóricos que permitem orientar a ação, facilitar a construção de
ão
representações operatórias e tornar possível a formulação de hipóteses. Ao

capacitar e treinar pessoas tem-se como objetivos principais:
s
• prepará-las para execução imediata de tarefas;

ver
• proporcionar oportunidades para contínuo desenvolvimento pes-

soal; e
• mudar atitudes dessas pessoas para aumentar a motivação e torná-las
mais receptivas a uma nova situação.
372
As diretrizes e as possibilidades do encaminhamento de formação, capa-

citação e treinamento seguem base legal estabelecida por decreto. Segundo
o Decreto no 6.666, de 27 de novembro de 2008, o compartilhamento e a
disseminação dos dados geoespaciais e seus metadados é obrigatório para
todos os órgãos e entidades do Poder Executivo federal e voluntário para os
órgãos e entidades dos Poderes Executivos estadual, distrital e municipal.
Esse dispositivo amplia o escopo dos públicos-alvo, na medida em que os
or
Estados, Distrito Federal e Municípios alinham suas políticas públicas com
od V
as nacionais.
aut
R
Se não houver o compartilhamento e a disseminação dos dados geoespa-
ciais e seus metadados pelos órgãos e entidades do poder executivo federal e
o
voluntário para os órgãos e entidades dos Poderes Executivos estadual, distrital
aC

e municipal, como também caso haja interrupção do processo de capacitação
de recursos humanos, não haverá adesão/apropriação dos produtos de infor-
mação territorial georreferenciada para a comunidade em geral.
visã
Para que haja um efetivo Sistema de Informação Territorial Acessível
é necessário ter em mente que as variáveis envolvidas neste tema, requerem
ações a serem implantadas como a exemplo da Inde.
O fortalecimento da Inde depende de atuação na elaboração de instru-
itor
mentos para a gestão em seus diferentes aspectos, incluindo acordos de adesão

a re
e compartilhamento de dados, bem como promoção das temáticas envolvi-

das no processo para elaboração de uma proposta de Política de Informa-
ção Geoespacial.
Quanto a Normas e Padrões, inventariar normas, especificações e padrões
par
relacionados com a Inde. Esse inventário segue a categorização: dados de

referência, dados temáticos, metadados, tecnologia, políticas de acesso e uso.
Ed
Além disso, articular os comitês e GTs na aplicação das referidas normas,

especificações e padrões.
No caso dos dados e metadados, atuação no inventário e diagnóstico
ão
de dados e metadados geoespaciais, associando à legislação existente, bem

como realização do levantamento das questões e recomendações inerentes
à produção e integração de dados, de direitos autorais, restrições de disse-
s
minação e uso, entre outras, para subsidiar a elaboração de uma Política de

ver
Informação Geoespacial.
Para tecnologia, estabeleceram o objetivo de garantir a evolução do Catá-
logo Nacional de Metadados Geoespaciais, de sistematizar as especificações
de implantação dos “nós” da rede e dos serviços do Diretório Brasileiro de
Dados Geoespaciais (DBDG), rede distribuída de nós, bem como as diretrizes

para a atualização do Portal da Inde – SIG Brasil –, e para o funcionamento
do DBDG.
A capacitação e treinamento requer trabalhar na elaboração dos conteúdos
programáticos e implantação dos módulos do programa de capacitação e trei-
namento, abrangendo as temáticas da Inde de acordo com as especificidades
dos diversos públicos-alvo: área da educação – formação e ensino, produtores
or
e usuários de informações geoespaciais.
od V
Para a difusão e divulgação, elaborar e executar o programa de difusão
aut
e comunicação da INDE, para promover adesões, organizar a divulgação
pública nos meios e veículos de comunicação e em eventos.
R
o
A não realização de investimentos em pessoal técnico na área de Tecno-
aC
logia da Informação e Comunicação – TIC para contínuo desenvolvimentos

de produtos e processos na área de TIC comprometerá a disponibilidade de
manutenção de um Sistema de Informação Territorial Acessível.
visã
Se não houver o compartilhamento, a disseminação dos dados de
maneira que possam ser facilmente localizados, explorados e acessados
para os mais diversos uso conforme o Decreto nº 6.666 de 27/11/2008 não
haverá adesão e apropriação pelos usuários comuns das informações territo-
itor
riais georreferenciadas.
a re
Havendo ampla política de divulgação da Infraestrutura Nacio-

nal de Dados Espaciais – Inde e do modelo atual, para Dados Abertos
(Decreto 8.789/2016), regulamentado na Portaria nº 58/2016, o órgão inte-
ressado terá grande facilidade na obtenção de dados a exemplo do conheci-
par
mento de regiões hidrográficas, taxonomia de solos, dados planimétricos,

recuperação e controle de processos erosivos de bacias hidrográficas, dentre
Ed
outras informações, bem como geoserviços Web (especialização dos serviços

Web voltados para o intercâmbio de dados geográficos).
ão
• Hipótese 1: Não haverá investimentos em pessoal para contínuo

desenvolvimento de produtos e processos na área de TIC
comprometendo a manutenção da Inde e da Política Nacional de
s
Ordenamento do Território (Inde) e da PNOT

ver
Obs.: PNOT é uma proposta estratégica para o território associada

a um projeto de nação, o qual tem como diretrizes básicas, propor-
cionar uma melhor distribuição da população no território, propiciar
uma melhor distribuição das atividades econômicas no território,
gerar uma maior racionalidade econômica no uso e ocupação do
374
território buscando exploração das potencialidades e maior produ-

tividade, melhorar a qualidade ambiental e melhorar a qualidade de
vida (maior acesso à terra, ao trabalho, aos serviços públicos etc.).
• Hipótese 2: Haverá investimentos em tecnologia da informação
territorial. Contudo, não haverá o compartilhamento e a dissemina-
ção dos dados de maneira que possam ser facilmente localizados,
explorados e acessados para os mais diversos usos conforme a Inde.
or
Consequentemente, não haverá adesão e apropriação pelos usuários
od V
comuns das informações territoriais georreferenciadas prejudicando
aut
a evolução da PNOT.
• Hipótese 3: Haverá investimentos suportando uma ampla polí-
tica de divulgação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais
R
(Inde), conforme legislação em vigor. O interessado terá facili-
dade na obtenção de dados a exemplo de: hidrografia, pedologia,
o
recuperação e controle de processos erosivos, riscos geológicos e
aC

informações de geoserviços. Adicionalmente, haverá uma efetiva
implantação da PNOT.
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n. 6666, de 27 de mar. 2008. Casa Civil. Assuntos Jurídi-
cos. Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE. Disponível em:
<http://www.inde.gov.br/a-inde/apresentacao.html>. Acesso em: 3 fev. 2018.
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lhamento de bases de dados na administração pública federal. Diário Oficial,
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15 fev. 2018.
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45546192-e711-497a-8323-07244ee574ce&groupId=24915>. Acesso em:
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Seção 1. Brasília, n. 248, p. 313-314, dez. 2016. Disponível em: <http://

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Exército Brasileiro/ Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT).
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MORETTI, E. I3GEO. Interface Integrada de Ferramentas de Geoprocessa-

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ver
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ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
DEFESA NACIONAL E BASE
INDUSTRIAL DE DEFESA
or
od V
aut
R
A Constituição Federal (CF), no seu art. 142, estabelece que as Forças
Armadas (FA), constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
o
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na
aC
hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da Repú-
blica, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

visã
A Política Nacional de Defesa (PND) define Defesa Nacional (DN) como
o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase no campo militar, para
a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças
preponderantemente externas, potenciais ou manifestas.
itor
Segundo o Ministério da Defesa, a Base Industrial de Defesa (BID) é

a re
entendida como “o conjunto das empresas estatais ou privadas que participam

de uma ou mais etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição
e manutenção de produtos estratégicos de defesa – bens e serviços que, por
suas peculiaridades, possam contribuir para a consecução de objetivos rela-
par
cionados à segurança ou à defesa do país” (BRASIL, 2019).

Como no Brasil existe um distanciamento da sociedade em relação ao
Ed
tema defesa nacional, uma das consequências é a insuficiência de investimento

nessa área.
ão
s
As instituições constitutivas da estrutura da Defesa Nacional possuem

ver
matéria-prima histórica suficiente, como assinala Duroselle (2000, p. 24), pois

“o que conta não são apenas os acontecimentos atuais, mas também a evolução”.
A história da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro começam,
oficialmente, com a independência, em 1822, e o consequente surgimento
do Estado brasileiro. No entanto, mobilizações para guerra existem desde a
colonização do Brasil, principalmente, porque o Império português, segundo
378
Caldeira (2017), pouco investiu na defesa da sua colônia, principalmente até

a descoberta do ouro em Minas Gerais.
Durante o Segundo Reinado, o Brasil utilizou suas Forças Armadas, a
fim de definir e consolidar suas fronteiras no Prata. Houve emprego de for-
ças militares no Uruguai, em 1851; na Argentina, em 1852; novamente no
Uruguai, em 1864; e no Paraguai, entre 1866 e 1874 (SCHNEIDER, 2009, p.
or
22). Além disso, na época imperial, o governo exercia uma efetiva supervisão
das Forças Armadas, como destaca Carvalho (2005).
od V
O Exército participou da derrubada do Império em 1889, entre outros
aut
motivos, pela forte influência do Positivismo, que enfatizava a ciência, a
autoridade, a ordem e o progresso. Com tais características, essa corrente
R
político-filosófica sensibilizou os ouvidos dos oficiais das Forças Armadas,
particularmente os mais jovens, que haviam ingressado após a Guerra do
o
Paraguai. Para isso, contribuiu o tipo de formação acadêmica da oficialidade,
aC
tanto de características humanistas, quanto científicas, que, segundo McCann

(2009 p. 41), “visava mais à construção do Brasil do que à sua defesa”.
No processo de evolução da organização da Defesa Nacional, é possível
destacar alguns eventos. Na I Conferência Internacional Americana, em 1890,
visã
o Brasil comprometeu-se com a busca do arbitramento para solução de con-
trovérsias e anuiu ao banimento da guerra de conquista, como destacam Cervo
e Bueno (2002).
itor
Rui Barbosa teve forte influência sobre a Constituição de 1891, pois foi o
a re
revisor do projeto da Comissão dos Cinco; afinal, além de ter sido o principal
redator do texto constitucional, foi o seu mais eficiente intérprete e legislador.
Rui não só inseriu aspectos pacifistas no texto constitucional, como também
ajudou a conformar uma mentalidade.
par
Ao apoiarem a República, os militares buscavam romper com a tradição

agrária e com o atraso e objetivavam conduzir o País ao progresso. Entretanto,
Ed
esse ideário não correspondia aos interesses da elite agrária, por isso o avanço
rumo ao futuro industrial ocorreu lentamente.
Para o general Cardoso de Aguiar, Ministro da Guerra em 1919, “a defesa
ão
não era só uma questão de armas; requeria o desenvolvimento industrial”,

como destaca McCann (2009, p. 274).
s
Dessa forma, seria necessário aguardar um mediador político que agluti-

nasse as aspirações modernizantes dos militares dentro de um novo projeto polí-
ver
tico. Essa situação materializou-se com a Revolução de 1930. A chegada ao poder

de Getúlio Vargas significou que a única oligarquia estadual de origem positivista
tinha assumido o poder central. Segundo Skidmore (1988, p. 70), “o único grupo
importante que amparou maciçamente a industrialização foi constituído pelos

militares superiores, que desejavam urgentemente uma indústria siderúrgica”.
Do exposto, percebe-se que a visão da necessidade do desenvolvimento
nacional foi o denominador comum que aproximou políticos e militares a par-
tir da década de 1930. “Essas duas ideias força – desenvolvimento e nacional
– foram intrinsecamente reunidas e deram origem ao que se convencionou
or
chamar de modelo nacional desenvolvimentista”, afirma Schneider (2009, p.
30). Dessa forma, ao longo do século XX, o Estado brasileiro foi protagonista
od V
como organizador da Nação, construtor de uma economia industrial, investidor
aut
na infraestrutura e criador de instituições estruturantes. Ou seja, o Nacional
Desenvolvimentismo foi o projeto nacional brasileiro, pois buscou, simulta-
R
neamente, construir um Estado Nacional moderno e uma sociedade industrial.
Assim, há duas tenazes que conformam a moldura do pensamento de
o
defesa no Brasil. O pacifismo, a negação da ameaça de guerra, levou a socie-
aC
dade e, consequentemente, os operadores da política ao pouco interesse pelos
assuntos de defesa. Por outro lado, em grande parte do estamento militar,

existe a convicção de que a defesa é variável dependente do desenvolvi-
mento nacional.
visã

itor
Daquele passado mais distante, nos últimos 30 anos, a Defesa Nacional e

a re
a Base Industrial de Defesa (BID), sem deixarem de ser balizadas pelas duas
tenazes retrocitadas, passaram a ser submetidas mais diretamente a novas e
dinâmicas variáveis, mencionadas a seguir, que, como se verá adiante, con-
formam o presente e influenciarão o futuro:
par
• Política/Estratégia Nacional de Defesa (END);

• perda do Projeto Nacional;
Ed
• desnacionalização da base produtiva;

• mudança de posição da Amazônia no século XXI;
• capacidade de dissuasão;
ão
• situação orçamentária;
• baixo apelo político-eleitoral da defesa nacional;
• envolvimento das Forças Armadas em operações de garantia da lei e
s
da ordem.
ver
380
• Política/Estratégia Nacional de Defesa (END): estabelecida pelo Decreto

nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, a END pode ser considerada um
marco no tratamento da defesa nacional, pois, resgatando teses dos militares
da década de 1930, estabelece que ela mesma é inseparável da estratégia
nacional de desenvolvimento e reinsere as Forças Armadas dentro de um
or
projeto de desenvolvimento nacional. De acordo com Rocha (2011, p.
od V
44), “o documento favorece a realização de sinergias em ações de vários
aut
setores da economia e da sociedade brasileira”.
• Perda do Projeto Nacional: para Rebelo e Fernandes (2003), o Brasil de
R
hoje, em parte, é resultado de uma visão e decisões tomadas na década
de 1920 e seus desdobramentos a partir da Revolução de 1930. Esse modelo
o
exauriu-se. Um componente central da crise brasileira, mas pouco men-
aC
cionado, é a perda da capacidade de interpretar corretamente o Brasil e o

mundo e, consequentemente, de formular um novo projeto nacional, pois
apenas as forças de mercado não darão conta disso. Hoje, a END carece
da parceria com uma política de desenvolvimento sustentável (econômico,
visã
social e ambiental), porque, num contexto internacional globalizado e com-
petitivo, não ter política é tornar-se, conscientemente ou não, caudatário
da política dos outros. Assim, fortalecer a defesa nacional significa, entre
itor
outras coisas, elaborar um Projeto Nacional.

a re
• Desnacionalização da base produtiva: Rebelo e Fernandes (2003) obser-

vam que cada vez há menos empresas de capital nacional e mais filiais
de empresas estrangeiras instaladas no Brasil, particularmente, no setor
industrial. Tal situação limita a capacidade do Brasil de implementar polí-
par
ticas públicas, inclusive na área da defesa nacional, impactando direta e

negativamente a BID. Assim, a partir da elaboração da END em 2008, o
Ed
País tem adotado políticas com a finalidade de reverter essa tendência.

Nesse sentido, pode-se destacar a Lei nº 12.598, de 2012, que estabelece
a Política Nacional de Indústria de Defesa (PNID) e cria a Secretaria de
ão
Produtos de Defesa no Ministério da Defesa. No Gráfico 1, apresenta-se o

índice de participação do valor adicionado pela indústria no PIB, em que
se observa um decréscimo no período de 1983 a 2013.
s
ver
Gráfico 1 – Índice de participação do valor adicionado pela indústria no PIB
Par�cipação do valor adcionado Indústria no PIB (preços básicos): 1947-2013

Em % do PIB
30
or
25
od V
20
aut
15
10
R
o
5
aC
0
1947
1953
1959
1965
1971
1977
1983
1989
1995
2001
2007
2013
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do Ipeadata (2018).
visã
• Mudança de posição da Amazônia no século XXI: segundo Rebelo e Fer-

nandes (2003), a Amazônia abriga 60% do estoque genético do planeta.
itor
Outra razão que avulta a importância da Amazônia é o controle das fontes

a re
de água doce, recurso escasso e não facilmente substituível.

• Capacidade de dissuasão: como destaca a Política de Defesa Nacional, “a
vertente preventiva da Defesa Nacional reside [...] em postura estratégica
baseada na existência de capacidade militar com credibilidade, apta a gerar
efeito dissuasório” (POLÍTICA DE DEFESA NACIONAL, 2005 apud
par
SCHNEIDER, 2009, p. 95).

Ed
• Situação orçamentária: o orçamento de defesa estabilizou-se em torno

de 1,3% do PIB, abaixo dos 2% estabelecidos como meta entre os países
membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e inferior
ão
aos principais países dos BRICS (Rússia, 4,6%; Índia, 2,3%; China, 1,9%;
África do Sul, 1,2%), conforme cálculos do autor a partir de dados dispo-
nibilizados pelo International Institute for Strategic Studies – IISS (2017)
s
e pelo Stockholm International Peace Research Institute – SIPRI (2016).

ver
• Baixo apelo político-eleitoral da defesa nacional: essa tendência é susten-

tada por várias razões, algumas delas estruturais e de longa data e bem
esmiuçadas na Parte 4 deste trabalho. Outras são de dinâmica mais atual,
como aquela resultante de um sistema político-partidário que foca exces-
382
sivamente nos resultados de curto prazo, renunciando àqueles temas que

trazem poucos retornos eleitorais. Apesar disso, no que concerne à popu-
lação brasileira em geral, as Forças Armadas são detentoras de elevado
índice de confiança, como demonstrado no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Índice de confiança nas instituições
or
80 Igrejas
od V
70 Forças Armadas
aut
60 Meios de Comunicação
50
R Organização da
Sociedade Civil
o
40 Polícias
aC
Judiciário

30
20 Governo Federal
visã
10 Congresso Nacional
0 Par�dos Polí�cos
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
itor
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do Ibope (2017).

a re
• Envolvimento das Forças Armadas em operações de garantia da lei

e da ordem: a crescente sensação de insegurança, materializada no
Gráfico 3, aliada ao baixo apelo e interesse pelo tema defesa nacio-
par
nal, assegura o ambiente para a manutenção do envolvimento das

Forças Armada nas missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Ed
A Constituição de 1988, em seu artigo 142, estabelece que as For-

ças Armadas possam ser empregadas para garantir a lei e a ordem
(GLO). Além disso, Leis Complementares (LC), que regulamentam
ão
a Constituição, como a LC nº 117, de 2004, e a LC nº 136, de 2010,

foram gradualmente abrindo espaço para que governos estaduais
solicitem o emprego das Forças Armadas em seus estados, sob auto-
s
rização do presidente da República. Além desses casos, o próprio

ver
presidente decide o emprego por iniciativa própria, normalmente na

segurança de grandes eventos, ou a pedido de outros poderes, como
o Judiciário, que tem solicitado o concurso das FA para a segurança
dos pleitos eleitorais.
Os exemplos são vários, desde 1992, quando as Forças Armadas assu-

miram a segurança da Conferência ECO 92, mas com mais intensidade
após 2004. Podem ser citados, também, os seguintes empregos de tropas
federais em GLO: durante greves de policiais militares em Minas Gerais,
Tocantins, Pernambuco, Bahia, entre outros estados; operações em apoio
à Polícia Federal, ao Ibama e ao Incra, em diversas situações; ocupação de
favelas em busca de armas roubadas no Rio de Janeiro (2006); ocupações
or
de áreas no município do Rio de Janeiro, como a do Morro da Providência
od V
(2008); do Complexo do Alemão (2010-2011); dos morros da Mangueira,
aut
Rocinha e Vidigal, Caju, Lins, Maré para a instalação de Unidades de Polícia
Pacificadora (UPP) também no Rio de Janeiro (2011-2014); além de atuação
em grandes eventos, como Pan- Americano, Jogos Mundiais Militares, Con-
R
ferência Rio +20, Jornada Mundial da Juventude, Copas das Confederações
e do Mundo de Futebol e as Olimpíadas e, praticamente, em todas eleições
o
gerais no período em pauta (IPEA; ASSECOR, 2017).
aC
Gráfico 3 – Índice de percepção de ameaça pela população brasileira
Em %
visã
60
40
20
itor
0
a re
Crime
organizado Desastre
Ambiental/ Guerra
Pot/Estr Guerra
Clima com Epidemias
Viz Terrorismo
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do Ipea (2011).

par
Ed
• Política/Estratégia Nacional de Defesa: a LC nº 136, de 2010, estabeleceu o

ão
ciclo quadrienal de revisão da PND, da END e do Livro Branco de Defesa

Nacional (LBDN); entretanto, apesar dos elevados índices de aprovação
s
das FA, os assuntos atinentes à DN continuam não sensibilizando o sistema

ver
partidário, focado excessivamente nos temas de curto prazo.

• Perda do Projeto Nacional: mantido o arcabouço político-institucional do
País, é pouco provável que sejam envidados esforços no sentido da for-
mulação de um projeto nacional.
384
• Desnacionalização da base produtiva: a continuação da globalização não

favorecerá a reversão do processo.
• A mudança de posição da Amazônia no século XXI: a mudança do clima
global está acelerando as crises hídricas em diversas regiões, aumentando
a chance de enormes deslocamentos populacionais e de conflitos.
• Capacidade de dissuasão: a capacidade de dissuasão convencional deverá
or
crescer em pequena escala a partir da conclusão dos projetos estraté-
gicos FX2, Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub),
od V
ASTROS 2020 e Cibernético, com efeitos na BID.
aut
• Situação Orçamentária: a Emenda Constitucional 95/2016, que limita por 20
anos o aumento dos gastos públicos, dificilmente permitirá aumento no
R
orçamento de Defesa, dificultando a busca dos 2% do PIB.
• Baixo apelo político-eleitoral da defesa nacional: a crescente instabilidade
o
política, somada à instabilidade federativa decorrente da situação falimen-
aC
tar de alguns estados membros, realça a importância das Forças Armadas

como fator de estabilidade institucional.
• O envolvimento das Forças Armadas em operações de garantia da lei e da
ordem: a recente decretação da intervenção federal na segurança pública
visã
do estado do Rio de Janeiro por meio do Decreto Presidencial n. 9.288,
de 16 de fevereiro de 2018, aprovado por ampla maioria em ambas acasas
do Congresso Nacional, corrobora a consolidação dessa tendência.
itor
a re
• Ruptura da estabilização dos gastos mundiais em defesa: segundo o Year

Book/2016, do SIPRI, os gastos mundiais em defesa estavam, desde o ano
par
de 2010, estabilizados num patamar levemente superior a 1,5 trilhão de

dólares americanos. A eleição de Donald Trump para a presidência dos
Ed
EUA parecia indicar um aumento do isolacionismo norte-americano, mas

o efeito foi contrário, devido à exacerbação de potenciais disputas/conflitos
em diversas partes do mundo, como Mar do Sul da China, Coreia do Norte,
ão
Síria, Iêmen e Irã, entre outros. Além disso, o presidente norte-americano

intensificou a pressão sobre tradicionais aliados, particularmente Alemanha
e Japão, para o aumento dos gastos com defesa, que tinham caído para
s
aproximadamente 1,1% do PIB, mas, gradativamente, deverão retornar ao

ver
padrão de 2%. Afora isso, Donald Trump aumentou em 10% o orçamento

de Defesa dos EUA, no que foi seguido pela China (cerca de 7%). Tudo
isso insinua a ruptura da tendência de estabilização nos gastos globais com
defesa, abrindo oportunidades para a BID nacional.
• Reestruturação do Planejamento de Longo Prazo no Brasil: atualmente,

tramita no Congresso Nacional uma proposta de Emenda Constitucional
que altera o art. 165 da CF e estabelece o planejamento estratégico de longo
prazo como norteador das despesas e investimentos previstos no orçamento
da União. Tal medida, em sinergia com aquela que estabelece um teto para
o crescimento dos gastos, pode permitir que o Estado brasileiro retome a
or
capacidade de planejamento de longo prazo. Isso pode resultar na melhora
do gasto orçamentário e das políticas públicas, permitindo a formulação de
od V
um projeto nacional e impactando positivamente o desenvolvimento eco-
aut
nômico, do qual a Defesa Nacional pode ser um dos eixos dinamizadores.
A Lei Complementar 136/2010 estabeleceu a atualização quadrienal
R
dos principais documentos balizadores da Defesa Nacional. Trata-se de uma
ótima oportunidade de começar a reduzir o alheamento da sociedade brasileira
o
e, consequentemente, de seus representantes políticos, em relação à defesa
nacional. Isso será conseguido envolvendo no processo de revisão daqueles
aC
documentos, além dos especialistas do Estado e da Academia, o maior número

possível de agentes sociais. Dessa forma, a PND e a END, bem como os
outros documentos orientadores da Defesa Nacional, serão apropriados pela
visã
sociedade, tornando-se o Estado seu mero executor.
itor
• Hipótese 1: O Brasil consegue retomar o desenvolvimento susten-

a re
tável, permitindo eventualmente elevar o investimento em defesa

para padrões da Otan. No entanto, por falta de apoio da sociedade,
uma capacidade crível de dissuasão estratégica não é atingida. Além
disso, as vendas externas e as encomendas internas à BID são inter-
par
mitentes, dificultando a sua consolidação.

• Hipótese 2: O Brasil não consegue retomar taxas consistentes de
Ed
desenvolvimento, não criando condições para elevar o gasto de defesa

conforme padrões da Otan, inviabilizando o fortalecimento da BID e
tornando-se incapaz de criar um sistema de defesa nacional crível; o
ão
país permanece refém de um aparato de defesa multilateral que não

garante seus interesses estratégicos. Não há integração com a sociedade;
• Hipótese 3: O Brasil retoma lentamente seu desenvolvimento sus-
s
tentável a partir da maior aproximação entre as Forças Armadas e

ver
a sociedade e da reestruturação do sistema político. A sociedade

percebe o risco de não possuir um aparato de defesa que produza
uma capacidade crível de dissuasão estratégica. Assim, o investi-
mento em defesa alcança padrões da Otan, permitindo encomendas
consistentes à BID.
386
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TITUTE. Year book 2016. Stockholm: Sipri, 2016
itor
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930

a re
– 1964). São Paulo: Paz e Terra, 1988.

par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
APOIO E INSTITUIÇÕES VOLTADAS
AO EMPREENDEDORISMO
or
od V
aut
R
Inicialmente, é necessário conceituar inovação e empreendedorismo.
o
A palavra “inovação”, que significa novidade, é derivada do termo latino
aC
innovatio e refere-se a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco
se parece com padrões anteriores, como destaca Roggero (2011). Segundo a
consultoria ABGI (2017), para que haja uma inovação, é necessário que ela
cause impacto significativo na estrutura de preços, na participação de mer-
visã
cado, na receita da empresa, na sociedade etc. Empreendedorismo, por sua
vez, é o ato de realizar um empreendimento. O empreendedor é uma pessoa
que imagina, desenvolve e realiza a visão. As pessoas podem empreender
itor
sem necessariamente inovar, mas, para Martins (2015), grande parcela dos
a re
empreendedores busca colocar em prática uma ideia nova.

A variável pode então ser definida como um conjunto de suporte finan-
ceiro, administrativo e de infraestrutura que fomente, incentive e sustente a
criação, a modelagem e a implantação de novas visões, novos modelos ou
novos negócios. Com o entendimento dessas características e atividades,
par
torna-se possível analisar os tipos de apoio e instituições que ajudam nos

Ed
projetos voltados à inovação e ao empreendedorismo.
ão
A história da inovação originou-se na própria busca do ser humano pela

sobrevivência. Segundo Carlomagno (2014), uma inovação pode resultar no
s
movimento da economia que sai de um estado de equilíbrio e acelera expo-

ver
nencialmente e, do ponto de vista econômico, altera consideravelmente as

condições prévias de equilíbrio. Essas ideias influenciaram a evolução em
quatro grandes eras da história da inovação: a do gênio inventor; a dos centros
390
de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); a do capital de risco e startups1 e a

da inovação corporativa.
No Brasil, há um número expressivo de entidades, empresas, organiza-
ções e estruturas que fomentam o empreendedorismo e a inovação. Trata-se
de entidades, associações, agências e universidades que têm como associa-
dos empresas, investidores, reguladores e órgãos de financiamento do setor
público. Seguem algumas que se destacam.
or
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae)
od V
ocupa um papel importante na disseminação do empreendedorismo, provendo
aut
suporte para grande quantidade de pequenas empresas no Brasil e atua como
um serviço social autônomo, sem fins lucrativos, que foca no fortalecimento
do empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da eco-
R
nomia por meio de parcerias com os setores público e privado, programas
de capacitação, acesso ao crédito e à inovação, estímulo ao associativismo,
o
feiras e rodadas de negócios (SEBRAE, 2012).
aC

Há também as agências de linhas de fomento ao empreendedorismo
e à inovação com vários órgãos federais, estaduais e iniciativas munici-
pais públicos, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
visã
Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que podem ser uma
opção de acesso a capital para empreendimentos, como aponta Malheiros
itor
(2014), além de linhas de fomento internacional como o Banco Interamericano

a re
de Desenvolvimento (BID).
Além desses órgãos, há várias instituições, associações e organizações
não governamentais (ONGs) que desenvolvem programas para incentivo ao
empreendedorismo. Da mesma forma, devido aos movimentos globais, muitas
par
empresas internacionais e nacionais têm se destacado com investimento em star-

tups, também chamadas de early stage, como Microsoft, Google, Itaú, Bradesco,
Ed
Vivo, TIM e outras. Elas atraem empresas jovens com projetos de fomento ao
empreendedorismo e disponibilizam plataforma, infraestrutura e gestão.
ão
Nos últimos 30 anos, com a abertura do mercado brasileiro e com os

s
processos de globalização e rápida comunicação, vários fatores provocaram

ver
as evoluções:
1 Startup: No segmento de empresas de pequeno porte há uma modalidade de empresas emergentes definidas
como empresas iniciantes (FERNANDES, 2015). Uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo
de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. (GITAHY, 2016).
• capital de risco – Private Equity (PE) e Venture Capital (VC): o

surgimento e crescimento de capitais de risco privados para inves-
timento, no Brasil, ainda é recente. No Gráfico 1, apresenta-se um
histórico desse processo, que teve um crescimento maior devido
à estabilidade da moeda (Plano Real), pós-governo militar e pós-
-abertura de mercado.
or
Gráfico 1 – Dados Endeavor – Investimentos de Private Equity (PE) e Venture
od V
Capital (VC) no Brasil – Ticket médio por investimento em milhões de dólares
aut
Retomada de estabilidade
160
Private Equity
Venture Capital
R Plano Real,
inves�mento estrangeiro
econômica, maturidade
da indústria
Crises internacionais,
desvalorização do
12
o
Real, estouro da
140 bolha da Internet
aC
10
120 Instabilidade econômica,

inflação alta, inexistência 8
100 de mercado de capitais
80 6
Inves�mento médio PE: US$ 60M
visã
60
4
40 Inves�mento médio VC: US$ 2.2M
2
20
itor
0 0
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
a re
Fonte: Bassani (2015).
O fortalecimento dessas iniciativas está muito mais ligado às empresas

par
internacionais VC e PE, investidores Anjos, parcerias com universidades,

centros de pesquisas e iniciativas de fomento de incentivo ao empreendedo-
Ed
rismo local;
• capital internacional no Brasil: a concorrência global tem feito com

ão
que as empresas internacionais criem centros de inovação e captu-

rem bons projetos, mundialmente. Trabalhar em rede, compartilhar
experiência e maximizar os resultados dos testes de implementação
s
de determinado projeto viabiliza e fortalece essa sinergia global de

ver
forma integrada;
• programas do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações) e fomento ao desenvolvimento do empreendedo-
rismo incentivam o processo de incubação, um dos mais eficazes
mecanismos de formação de empresas. Estatísticas norte-america-
392
nas e europeias confirmam que a taxa de mortalidade de empresas

que passam por incubação é de 20%, enquanto entre as demais
empresas vai a 70% (ANPROTEC, 2012). Com o surgimento e o
crescimento de incubadoras de negócios privados com investido-
res de capital de risco, núcleos em várias universidades e centros
de pesquisas, o MCTIC criou e divulgou vários programas como
o Start-up Brasil 2.0. Além dos programas do governo federal, há
or
nos estados várias iniciativas com incentivos ao desenvolvimento
od V
para atendimento das necessidades locais;
aut
• movimentos globais de sustentabilidade é um assunto atual em todos
os países. A preocupação com projetos sustentáveis tem catalisado-
res importantes que impulsionam desenvolvimentos inovadores. Há
R
vários empreendimentos criativos e inovadores na otimização do
uso dos recursos. De forma significativa, a desintermediação e o uso
o
compartilhado dos recursos estão direcionando muitas iniciativas
aC

de inovações;
• instituições não governamentais e escolas técnicas profissionali-
zantes: o Sebrae, por meio dos seus programas, treinamentos, ser-
viços de consultoria e cobertura nacional, tem exercido um papel
visã
importante no desenvolvimento de micro e pequenas empresas. Há
também as escolas técnicas como o Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional da Indústria (Sesi) e a
itor
Faculdade de Tecnologia (Fatec), assim como outros centros técni-

a re
cos e de pesquisa que fortalecem as escolas técnicas profissionali-

zantes. Essas entidades promovem muitas parcerias internacionais e
fomentam a multiplicação de profissionais com bons conhecimentos
técnicos, importantes para este cenário.
par

Ed
Devido à globalização e ao acesso a informações qualificadas que dina-

mizam a aquisição de novos conhecimentos e suas transformações, o fomento
ão
de capital para inovação e empreendedorismo cada vez mais influencia e

provoca rápidas evoluções.
O Brasil, pelas suas dimensões continentais e pela herança histórica,
s
é alvo de exploração e não de construção sustentável. Notícias divulgadas

ver
na mídia informam que há 12% de desempregados, mas existe uma grande

quantidade de vagas não preenchidas por falta de qualificação: na Bahia,
por exemplo, de 30 mil vagas de trabalho disponíveis, apenas 14 mil foram
preenchidas (RIBEIRO, 2016).
No Brasil, entre 1960 e 2010, por diversos fatores – que vão desde o
militarismo, diversos planos econômicos, vinculação dos programas educa-
cionais aos ciclos políticos, corrupção etc. –, não se desenvolveram parcerias
duradouras entre universidade- empresa-governo, diferentemente da realidade
de países desenvolvidos. A abordagem da “hélice tríplice”, apresentada por
Etzkowitz e Zhou (2017), reflete a realidade dessas nações, onde a inovação
é associada com setores baseados em atividades de P&D.
or
De acordo com estudo do Banco Mundial (2008), que analisa a compe-
od V
titividade, o Brasil não pode ignorar a economia do conhecimento. O estudo
aut
enfatiza que nosso país fez progressos significativos, mas seus competidores
dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) avançaram mais
rapidamente. Um dos pontos importantes é que as empresas precisam ter um
R
crescimento baseado em inovação. Para isso ocorrer, os sistemas educacio-
nais precisam ter melhoria significativa a fim de que forneçam mão de obra
o
competente para entrar no mercado de trabalho, movimentos que
aC
China e Índia realizaram e continuam realizando. O índice PTF (Produti-

vidade Total dos Fatores) do Brasil tem decaído, apresentando curva negativa
de crescimento, segundo a OCDE (2015) que mostra que o país está perdendo
espaço, enquanto outros estão crescem de forma mais consistente.
visã

itor
Um ponto que chama atenção é o fato de o Brasil destacar-se em ini-

a re
ciativas de empreendedorismo, mas não em inovação. Em 2014, foi um dos

países citados com o maior número de empreendedores, lembrando que o
conceito de empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões (FILION, 1999). Mas, o empreendedor brasileiro, na sua maioria, não
par
implanta a visão. Segundo Godinho (2016), a expressiva maioria empreende

para substituir a falta de emprego, menos de 1% dos empreendedores bra-
Ed
sileiros podem ser classificados como inovadores. No total estimado de 52

milhões, predominam as atividades de baixo valor agregado e inovação. O
cenário de baixa qualificação da mão de obra vai continuar existindo e mais
ão
profissionais poderão tentar iniciar um empreendimento, mas irão desistir por

não se tratar de um empreendimento sustentável.
Esse tipo de empreendedorismo não causa inovação, pois procura o
s
caminho da sobrevivência. Não há sonho, não há ambição e não há visão

ver
da realização; o indivíduo limita-se a copiar o modelo de outra empresa ou

decide adquirir uma unidade operacional de uma franquia. Sobreviver implica
fazer o que seja mais simples para ganhar o dia a dia. Caso não seja possí-
vel, desiste-se e sai-se à procura de alternativas de subsistência. Empreender
394
por sobrevivência não indica que há inovação e, sim, que se está na escala
básica de Maslow2, a da sobrevivência. Algumas iniciativas dão certo, mas
por puro acaso.
Alguns se destacam pela inovação, como David Neeleman, ex-CEO da
JetBlue, que em 2008 fundou a Azul no Brasil; ou Philipp Povel, sócio-funda-
dor da MyBrands, que morou na Alemanha e, na sua volta ao Brasil, fundou
junto com dois alemães e um francês a Dafiti.
or
Porém, outros – pela dinâmica de mercado, pela globalização, pela
od V
facilidade de adaptação do brasileiro e pela dificuldade operacional no Bra-
aut
sil, tais como a falta de infraestrutura, tecnologia, burocracia, etc. – estão
empreendendo em outros países, como destaca a DS Japan Consulting (2012):
R
Bernardo Porto, sócio-fundador da DeskMetrics, mora atualmente no Chile;
Reinaldo Normand, um dos fundadores do Zeebo, mora nos EUA e fundou
o
a 2Mundos; Ron Czerny, que reside nos EUA, tem uma companhia que foi a
pioneira em conteúdo para celulares, a PlayPhone; Adriano Blanaru é cofun-
aC

dador e CEO da Clipik, em San Francisco; Paulo Lerner é fundador de três
startups, incluindo a Rewinery, em San Francisco. Ou seja, há migrações e
perdas de bons profissionais brasileiros que passam a atuar em outros países.
visã

itor
Uma das características do brasileiro é a criatividade, capacidade desen-

volvida pela “habilidade” de “dar um jeitinho”, que é parte da nossa cultura.
a re
Com capacidade financeira e ambiente propício para modelagem, testes e

implantação com métricas, pode ser desenvolvido, por aqui, um celeiro de
empreendedores capazes de inovar. Ao acompanhar-se o crescimento de
ações como eventos, concursos, hackathons, fundos de investimentos, já se
par
observam diversas iniciativas tomando forma com a participação de vários

órgãos de fomento e outras voltadas ao empreendedorismo. No futuro, será
Ed
possível ver empreendedores brasileiros destacando-se no Brasil. Em 2018,

já surgiram várias empresas brasileiras classificadas como unicórnios, que
ão
são start-ups com crescimento exponencial (CARRILO, 2018).

À medida que surgirem novos modelos de negócios, haverá impactos
muito maiores dessas variáveis provocadoras das evoluções, e poderão surgir
s
outras que irão causar novas mudanças no nosso ecossistema.

ver
Devido ao acesso rápido às informações e aos processos colaborativos,

característicos da globalização, acredita-se, a partir da análise das tendências,
2 Abraham Harold Maslow (1908-1970), psicólogo americano conhecido pela proposta de hierarquia de
necessidades que leva o seu nome.
que as mudanças que devem ocorrer sejam mais incrementais. Os modelos de

empresas estão mudando, portanto, as demandas de tipo de suporte e apoio
devem alterar-se também, mas de forma incremental e não disruptiva. Ao
longo dos próximos 20 anos, muitos dos formatos de investimento existentes
estarão modificados, pois há uma aceleração no aparecimento de situações
novas, que podem alterar drasticamente os modelos de fomento.
Assiste-se a avanços digitais profundos: a inovação vinda desses novos
or
desenvolvimentos permite que os usuários façam coisas que não podiam
od V
fazer antes e impacta com uma nova forma de fazer negócio que tem ou
aut
terá influência sobre os modelos existentes.
Os modelos atuais das VCs e PEs podem ter de transformar-se porque as
R
organizações empresariais estão sofrendo alterações profundas. Modelos de
investimento da sociedade ou de grupos sociais (crowdfunding3) ou criação
o
de forma cooperativa chamada de cocriação4 (do inglês crowdsourcing5)
poderão fomentar o crescimento e a aceleração de novos negócios, de forma
aC
totalmente diferente do que existe, cujo foco é predominantemente direcio-

nado para resultados econômicos. O engajamento da própria sociedade deve
impulsionar o desenvolvimento de novos empreendimentos que sejam de
visã
interesse da sociedade de forma sustentável.
A inovação e a quebra de paradigmas poderão ser parte do dia a dia.
E a dependência financeira (investimento) ou de competência poderá ser
itor
resolvida por compartilhamento e/ou cooperação com ampliação da ado-

a re
ção de crowdfunding e crowdsourcing. O principal agente impulsionador

desse movimento é a facilidade da comunicação e, se for bem utilizado, o
“jeitinho brasileiro”, aliado à criatividade com orientação, gestão e desen-
volvimento do valor coletivo, pode ser impulsionador de rupturas. Como o
conhecimento passa a estar ao alcance de todos e o compartilhamento dessas
par
informações pode ser o motor desta nova era, é possível desenvolver a era
do conhecimento aplicado e do compartilhamento dos recursos, reduzindo
Ed
as diferenças regionais e locais.

s ão
3 Crowdfunding – traduzido do inglês como financiamento colaborativo, consiste na obtenção de capital para iniciativas
ver
de interesse coletivo por meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento (O’SULLIVAN, 2006).
4 Cocriação – é uma forma de inovação que acontece quando colaboradores, fornecedores e clientes se
associam em torno do desenvolvimento de um negócio ou projeto agregando valor, compartilhando conteúdo,
conhecimentos e experiências (MAEDA, 2015).
5 Crowdsourcing – contribuição colaborativa ou colaboração coletiva (crowd= multidão e
outsourcing=terceirização). Processo de obtenção de serviços, ideias ou conteúdo mediante a solicitação
de contribuição de um grande grupo de pessoas, especialmente, em comunidade on-line.
396
Considerando o Brasil com suas regiões, peculiaridades, seus pontos

fortes, sua cultura e singularidades (características intrínsecas do local), elen-
cam-se, a seguir, os possíveis cenários.
• Hipótese 1: Não haverá capital nem apoio, ocasionando fuga de
empreendedores (financeiros e intelectuais) à procura de países que
or
facilitem e incentivem o desenvolvimento.
od V
Obs.: Se não houver capital para fomento do empreendedorismo e
aut
inovação no Brasil, haverá fuga mais intensa dos indivíduos para
outros países, principalmente, daqueles cujos empreendimentos se
destacam pela inovação.
R
• Hipótese 2: Haverá capital e apoio, mas o interesse de grupos espe-
cíficos ocasionará aumento das desigualdades.
o
Obs.: Há investimento e fomento ao desenvolvimento criativo,
aC

inovador e para empreender, mas é feito de forma desestruturada,
com interesses próprios (ou de determinado grupo em detrimento
de um bem maior), há desperdício, burocracia e falta de métricas e
de gestão de resultados.
visã
• Hipótese 3: Haverá capital e apoio de forma planejada e estrutu-
rada, com fomento do empreendedorismo e da inovação criativa,
ocasionando a redução das diferenças regionais.
itor
Obs.: O fomento à atração de capitais de forma estruturada e parti-

a re
cipativa irá impulsionar a educação e a pesquisa. O aproveitamento

da capacidade criativa do brasileiro poderá ser beneficiado com
implementações efetivas (testes, erros e acertos), criando um ciclo
virtuoso de desenvolvimento.
par
• Hipótese 4: Falta de sustentabilidade: investimentos apenas na

dimensão financeira.
Ed
Obs.: Neste cenário, ignoram-se as outras dimensões sociais e

ambientais. Dessa forma, inovação e empreendedorismo desen-
volvidos considerando-se somente a dimensão financeira tendem a
ão
ser apenas de exploração, sem medir as consequências, muitas vezes

danosas, para a continuidade e o futuro desses desenvolvimentos,
além de não criar bem-estar coletivo.
s
ver
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a re
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s
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Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Direcionamento%20Estrategico%202022.
pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018
DIVERSIFICAÇÃO DA
PAUTA DE EXPORTAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO
or
DOS SETORES PRODUTIVOS
od V
aut
Matheus Spada Zati
R
o
aC
A economia brasileira tem um produto interno bruto (PIB) que gira acima
de 1 trilhão de dólar há muitos anos, mas o papel das exportações no PIB, além
visã
de, historicamente, ser baseada em commodities, não tem tido uma estabilidade
muito grande, como indica a Figura 1 abaixo. As commodities são produtos
que funcionam como matéria-prima, produzidos em escala e que podem ser
esticados sem perda de qualidade, como petróleo, boi gordo, café, soja e ouro.
itor
a re
Figura 1 – Série histórica do PIB brasileiro,

Exportações em US$ e porcentagem (%).
Série Histórica PIB Brasileiro (Banco Mundial)

3,00 18,00%
par
16,00%
2,50
Ed
14,00%
2,00 12,00%
US$ Trilhões
10,00%
1,50
ão
8,00%
1,00 6,00%
4,00%
s
0,50
2,00%
ver
0,00 0,00%
GDP (current US$) Exports of goods and services (current US$) % Export of GDP
Fonte: Banco Mundial (2018)

400
O modelo de commodities tem seu valor relativo, pois é necessário para

que a economia global gire, mas, por outro lado, é de baixo valor agregado,
sujeito às flutuações internacionais tanto de preços como de demanda.
Em 2015, o Brasil ocupava a 9ª maior economia do mundo e estava
entre os 15 maiores exportadores mundiais, mas como a Figura 2 mostra as
exportações além do já mencionado acima, tem menor influência no PIB que
or
outras economias.
od V
Figura 2 – Influência das Exportações brasileiras no PIB x Chile e China
aut
Exportações
47,7% Básicos
9ª Economia R 39,9% Manufaturados

15,1% Semi-manufaturados
o
do Globo
(2015)
aC

Brasil
Entre os 15
visã
maiores
exportadores
México
13% do
itor
PIBref. 35% PIB

a re
Exportações Exportações
China
22% PIB
Exportações
par
Ed
Fonte: Banco Mundial (2018) e MDIC (2015).
Algumas questões políticas e econômicas tendem a nortear o desenvol-

ão
vimento do setor de exportações do Brasil. Podemos enumerar as seguintes:
• Tamanho do mercado interno: fazem com que empresas locais não

s
se preocupem com a procura do mercado externo;

ver
• O alto custo com logística e tributos internos.

Isso chama a atenção da baixa atuação do setor de serviços nas exporta-
ções brasileiras, já que, no mercado interno, ele chega a representar aproxi-
madamente 70% do PIB (MDIC, 2015).
A discussão sobre as possíveis mudanças nas características das expor-

tações brasileiras passa necessariamente pela formação da produção e da
cadeia produtiva nacional, e esse não é um debate novo. Da colonização de
exploração à cultura da exploração é o que rege a economia brasileira até
depois da declaração de independência e da formação da república. Essa
or
exploração não ocorreu somente por Portugal, mas pelos interesses econô-
od V
micos das sociedades globais.
aut
A Figura 3, abaixo, mostra um resumo temporal simplificado onde pode-
mos perceber a transição do País de uma ordem colonial para uma econo-
mia nacional.
R
o
Figura 3 – Linha do tempo de transições econômicas no Brasil
aC
Monoculturas Industrialização em debate
1500 1600 1700 1800 1888 1900 1995

visã
itor
Fim da
Extração escravidão Indústria Plano
Açúcar Mineração Café
Pau-Brasil tardia Real
a re
e República
Fonte: Autores.
Segundo Caio Prado, esse caráter de exploração mercantil tem seu iní-
cio facilitado com o pau-brasil, com a curta duração das extrações, e sua
par
alta rentabilidade.
Ed
Nos mesmos moldes, com a escassez do pau-brasil, a monocultura per-

dura como modelo até os primórdios da república, pouco investimento, alta
rotatividade, alto volume e para saciar as necessidades economias do mer-
ão
cado externo.

s
ver
Dentro de qualquer senário evolutivo, existem condições e fatores que

afetam a maneira linear com que todo e qualquer processo tendem, inicial-
mente, caminhar. Levando-se em consideração as características do passado
402
econômico brasileiro, como elabora Marcelo Curado (2013), podemos também

elencar algumas das principais variáveis que afetaram essa evolução:
3.1 Monoculturas, Extrativismo e o Mercantilismo;
Enquanto na Europa o mercantilismo aflorou, desenvolveu e morreu,

no Brasil colonial era parte de uma de suas grandes características, o Pacto
or
Colonial. Como tal, marcou a formação do modus operandi da economia
od V
brasileira desde o período colonial, e a marcou com características que
aut
até hoje persistem, (a) o monopólio e papel predominante do Estado e (b)
o protecionismo.
R
3.2 Proclamação da República – questões gerais sobre as vocações
o
econômicas do país;
aC

Com a Proclamação da República, o País passou a ter novas neces-
sidades e anseios oriundos da recém-instituída liberdade e a ambição de
bens e riquezas. A passagem para uma economia assalariada mostrou a
visã
grande necessidade de um sistema financeiro (maior quantidade de moeda
em circulação e empréstimos para financiar os incrementos nas lavouras de
café) mais atuante e, consequentemente, também fomentou a diversificação
itor
das atividades.
a re
3.3 Industrialização tardia e Desenvolvimentismo:
Todo esse conjunto de fatores e situações fizeram com que o mercado

interno brasileiro demorasse a florescer e a demanda interna por mais, e por
par
variedades ficou retraída, retardando, naturalmente, a industrialização no País.

O Desenvolvimentismo teve suas raízes também no Mercantilismo, onde as
Ed
ideias motrizes eram: (a) a industrialização é a maneira mais rápida para a

superação da pobreza e do subdesenvolvimento; (b) um país não consegue
ão
industrializar-se somente com os ímpetos do mercado livre, sendo necessária

a intervenção do Estado; (c) o estado deve fazer o planejamento necessário
para definir a expansão desejada, nos setores desejados e com os instrumentos
s
desejados; (d) e, finalmente, a participação do Estado na economia é benéfica

ver
na medida em que os recursos privados forem insuficientes.

3.4 Plano Real e a demanda China.
A inflação brasileira sempre teve influência brutal na economia, car-

regando seu peso desde a época colonial, e só veio a ser estabilizada com
o Plano Real. A baixa da inflação e seu controle até que eficaz, possibilitou
aberturas e visões de longo prazo, para que algum tipo de planejamento
fosse viabilizado.
or
Com a adesão chinesa às regras da OMC em 2001 e seu crescente
od V
desenvolvimento econômico, a China se tornou um parceiro importante na
aut
estratégia de comércio exterior brasileira, como indica a Figura 4.
R
Figura 4 – Participação dos países nas exportações totais do Brasil (2002 a 2012)
Par�cipação dos países/grupos nas exportações totais do Brasil (2002-2012)
o
(Em %)
aC
30
25
20
visã
15
10
itor
a re
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
América do Sul Estados Unidos China União Europeia
par
Fonte: Pereira (2013).

Ed
Sendo ainda um país predominantemente exportador de commodities

como elaboram em seu estudo Pires e Santos (2013), essa relação comer-
cial tem grande força e mantém a economia brasileira. A rápida ascensão
ão
da China no mercado global, como o maior exportador em 2009, afetou

a participação do Brasil no mercado de exportação global, inclusive pela
s
dependência dessa relação bilateral.

ver
Com a queda dos preços das commodities, Figura 5, e possíveis novos

acordos regionais, o debate sobre o possível isolamento brasileiro na eco-
nomia mundial ganhou força e consequentemente a revisão da pauta de
exportação, focando na abertura de novos mercados, na estabilização de
404
mercados existentes, mas aumentando a participação e na recuperação de

posições previamente vantajosas.
Figura 5 – Índice de preços das commodities
390 160
or
140
340
od V
120
aut
290
100
240 80
190
R 60
o
40
aC

140
20
90 0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Jan.-Abr.
visã
2015
Índice de preços das commodities Termos de troca

itor
Fonte: Pereira (2015).

a re
Conseguimos distinguir as variáveis provocadoras em dois grupos distin-

par
tos (1) as mais antigas, (3.1), (3.2) e (3.3); (2) as mais modernas (3.4). Pode-se
perceber, até os dias de hoje, as influências diretas das variáveis provocadoras
Ed
mais antigas, pois são partes intrínsecas da cultura econômica brasileira.

As variáveis mais modernas implicaram e ampliaram as discussões sobre
(1) a estabilidade econômica, consequentemente a abertura comercial e a
ão
ampliação da competição no mercado local; (2) as profundas transformações

tecnológicas no cotidiano e na maneira de se fazer negócios e (3) o processo
de globalização.
s
Todos e cada um desses itens afetam isoladamente e em conjunto a

ver
produção e as exportações brasileiras.

5. Tendências Futuras das variáveis provocadoras
Para avaliarmos as tendências futuras, examinamos o Plano Nacional de

Exportação (PNE) através no Portal do MDIC (MDIC, 2015), e do artigo de
Lia Pereira – O Plano Nacional de Exportações 2015-2018 (PEREIRA,2015),
como também o Portal SISCOMEX. Sua elaboração é a avaliação do Governo
sobre a necessidade de se renovar a participação da produção brasileira nas
or
exportações. Passa a ser elemento estratégico e permanente da agenda de
od V
competitividade e de crescimento econômico do País.
aut
Os cinco pilares de atuação do PNE são:
• Promoção Comercial: Apoio às vendas de bens e serviços brasilei-
R
ros no exterior com foco na abertura, consolidação, manutenção e
recuperação de mercados tradicionais e emergentes;
o
• Acesso a Novos Mercados: Visa ampliar o acesso brasileiro aos mer-
aC
cados de nossos parceiros comerciais em todo o mundo, a partir de

interesses ativos do País, através de iniciativas de: (a) negociações
comerciais; (b) acordos de investimentos; (c) apoio a internacio-
nalização das empresas; (d) superação de barreiras às exportações
visã
brasileiras, etc...;
• Facilitação de Comércio: Consolidar, simplificar, racionalizar e
aperfeiçoar a legislação e os processos administrativos e aduanei-
itor
ros de comércio exterior. Implementação de um portal único de

a re
comércio exterior. Acordos de facilitação de comércio no âmbito

da OMC e transparência e acesso às normas de comércio exterior;
• Aplicação de Benefícios Tributários: Simplificar, racionalizar e
aprimorar o sistema tributário relacionado ao comércio exterior,
par
inclusive por meio da desoneração de tributos e da redução da

acumulação de créditos tributários, para estimular a produção e as
Ed
exportações, principalmente as de maior valor agregado;

• Financiamento e Garantia às Exportações: Financiar às exportações
com custos competitivos em relação aos praticados no mercado
ão
internacional, aprimorar e ampliar as coberturas ofertadas pelo sis-

tema de garantia à exportação.
s
O PNE, aliado às iniciativas governamentais de ampliação de investi-

ver
mentos em infraestrutura, focada no modelo de concessões, entende-se que

a estimulação ao crescimento econômico trará mais valor agregado, diversi-
ficação e dinamização ao parque produtivo brasileiro.
O fortalecimento do papel exportador desse parque produtivo pode
ser vislumbrado, pelo tamanho do mercado externo identificado no PNE,
406
priorizando 32 países, contemplando todos os continentes, onde esses países

colaboraram com 71% das exportações brasileiras em 2014 (MDIC, 2015).
A regra básica da economia é que a demanda é igual a oferta. Temos

aqui uma premissa que apesar de simples e bem antiga, definida como básica
or
em qualquer teoria econômica, pode ter um efeito devastador se ignorada e
od V
não observada.
aut
Temos um mercado global cheio de necessidades não atendidas, recur-
sos e trabalhadores subutilizados. A ruptura inicial, aparentemente, deve se
R
dar na maneira de se enxergar o universo existente de possibilidades para
que criemos condições mínimas para o atendimento dessas necessidades e
recursos subutilizados.
o
A interconectividade das pessoas pode e deve levar a maior participação
aC

e apropriação, promovendo a prosperidade de maneira mais ampla e global.
O poder da economia de mercado é enorme, mas não têm caráter moral ine-
rente, ficando assim dependente exclusivamente do caráter moral das pessoas
visã
envolvidas nessas práticas.
Com isso em mente, a ruptura das variáveis será possível uma vez que o
bem coletivo esteja à frente do bem individual e os mercados interno e externo
sejam vistos como contribuição para a sociedade.
itor
Levando em consideração a estratégia de crescimento proposta pelo

a re
PNE 2018 e o perfil da estrutura produtiva Brasileira, fica então claro que
a inserção qualificada nas cadeias globais de maior valor agregado, é uma
importante parte do processo de ruptura para que o Brasil chegue a 2035 com
uma perspectiva bem melhor para a sociedade.
par
Ed
• Hipótese 1: Manutenção de um modelo agroexportador, com base

em commodities e produtos manufaturados de baixo valor agre-
ão
gado. Agenda econômica de austeridade, sem investimento para o

dinamismo do parque produtivo brasileiro aliado a gestão pública
não efetiva.
s
Obs.: Essa hipótese representa uma manutenção do status quo,

ver
sendo uma visão pessimista da expectativa da variável.

• Hipótese 2: Mesmo com uma economia baseada em produtos de
baixo valor agregado, o cenário internacional pode produzir aumento
de demanda de setores produtivos exportadores.
Obs.: Essa hipótese representa uma estagnação da situação das

exportações, apesar de uma possível melhora na economia e na
demanda por produtos brasileiros.
• Hipótese 3: Uma política nacional participativa em favor do dina-
mismo da indústria nacional, sobretudo quanto a bens e serviços,
com gestão efetiva de câmbio e taxa de juros, com fortalecimento e
ordenamento produtivo regional; acesso a novos mercados e amplia-
or
ção do potencial criativo técnico e tecnológico da sociedade.
od V
Obs.: Essa hipótese representa uma ruptura na direção das expor-
aut
tações Brasileiras, e levaria a uma melhora na situação do País no
prazo analisado.
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
408
REFERÊNCIAS
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em: <http://databank.worldbank.org/data/reports.aspx?source=2&series=NY.
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visã
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a re
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liense, 2012.
par
SISCOMEX. Sistema Integrado de Comércio Exterior. Portal Único. Dispo-

nível em <http://portal.siscomex.gov.br/informativos/noticias/exportacao>.
Ed

s ão
ver
DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA E
COMPETITIVIDADE DE SETORES
DE ALTO VALOR AGREGADO
or
od V
aut
R
o
Para diminuir sua dependência tecnológica e ser competitivo, um país,
aC
segundo Martin (2001), tem necessidade de quatro principais forças motrizes,
que vêm mudando a economia global nas últimas décadas e influenciando a
economia de qualquer país, resumidas em 4 Cs: Competition, Constraints,

Competencies, Complexity.
visã
• Aumento de competitividade (Competition): a Política Nacional de
Ciência e Tecnologia deve proporcionar equilíbrio entre competiti-
itor
vidade e desemprego, desigualdade e coesão social, meio ambiente,

sustentabilidade e novos riscos – questões associadas à introdução
a re
de novas tecnologias. Isso requer novas ferramentas políticas, tais

como o processo prospectivo (foresight) tecnológico.
• Aumento de restrições (Constraints) nos gastos públicos: essas
restrições resultarão numa demanda maior de transparência, con-
par
siderando-se o valor do dinheiro em todas as áreas do governo. No

caso de Ciência e Tecnologia, requerem novas políticas que pos-
Ed
sam justificar o financiamento do governo e definir as prioridades

para o país. A prospectiva oferece a possibilidade de identificar
essas prioridades.
ão
• Aumento da importância da competência (Competencies) científica

e tecnológica: novas tecnologias demandam novas habilidades e
s
tornam obsoletas as antigas. Portanto, há necessidade de contínuo

ver
aprendizado, tanto no plano individual quanto no organizacional.

• Aumento da complexidade (Complexity): o resultado da crescente
interação entre sistemas de formas diferentes é:
– uma melhor compreensão dos sistemas complexos;
– políticas, respostas e sistemas flexíveis;
410
– ferramentas políticas que possibilitem associação de diferentes

parceiros e suas necessidades, valores e outros aspectos que se fize-
rem necessários;
– aumento e mais redes (network) efetivas, associações e colabo-
rações; e
– clara divisão de responsabilidades entre os diversos níveis do
governo, seja nacional, regional ou global, e as respectivas políticas.
or
od V
Para elaborar um planejamento de Ciência, Tecnologia e Inovação, utili-
aut
za-se o processo prospectivo tecnológico (technological foresight), que, para
Martin (1995), é o processo que tenta, sistematicamente, olhar no futuro de
longo prazo para a ciência, a tecnologia, a economia, o meio ambiente e a
R
sociedade, com o objetivo de identificar as tecnologias genéricas emergentes
e as áreas de pesquisas estratégicas com o potencial de produzir os maiores
o
benefícios econômicos e sociais. Diferentemente de prever o futuro, essa
aC

definição, por meio do processo sistemático, procura identificar tecnologias
e áreas de pesquisas estratégicas.
visã
O Brasil começou a preocupar-se com planejamento de Ciência & Tecno-

logia (C&T) em termos nacionais a partir de 1973, mas até setembro de 2000
itor
não havia efetuado um estudo de futuro – foresight nacional, conforme Auli-

a re
cino e Kruglianska (2008). Houve vários deles, mas somente setoriais e, mais
especificamente, em empresas públicas. Daqueles que começaram na década
de 70 do século XX, quatro foram considerados relevantes, mas tratava-se de
estudos de futuro regionais ou locais.
par
Esses casos não esgotam os estudos de futuro – foresight efetuados no

país. Em 1996, o estudo de futuro experimental realizado pela extinta Secre-
Ed
taria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência da República, construiu

cenários futuros para o Brasil até o ano 2020, com um corte intermediário
em 2005. No entanto, essas experiências não foram suficientes para consolidar
ão
os processos prospectivos – foresight do Brasil.

O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) criou o Centro de Gestão
e Estudos Estratégicos (CGEE), para dar suporte à formulação de políti-
s
cas públicas, por meio de estudos de futuro e atividades prospectivas, como

ver
aprovado na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em

setembro de 2001. O CGEE, órgão que atualmente elabora estudos de futuro,
realizou estudos prospectivos brasileiros sobre diversos temas, (AULICINO E
KRUGLIANSKA, 2008), e presta serviço ao Núcleo de Assuntos Estratégicos
(NAE), que tem por objetivo processar informações qualificadas, de modo

a preparar a tomada de decisão pela Presidência da República. Faz parte de
suas atribuições articular a inteligência nacional para o tratamento de temas
estratégicos e desenvolver atividades de informação, de prospectiva, de análise
e de simulação. Dessa forma, consolida-se o conjunto institucional de suporte
ao Foresight Tecnológico comandado pelo MCT e pelo Conselho Nacional
de Ciência e Tecnologia (CCT).
or
Na mesma época, ocorreram ao mesmo tempo dois estudos de futuro:
od V
o Prospectar, coordenado pelo MCT, e o Programa Brasileiro de Prospectiva
aut
Tecnológica Industrial, coordenado pela Superintendêcia de Tecnologia da
Informação (STI) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC), patrocinado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvol-
R
vimento Industrial – Onudi (Unido – United Nations Industrial Development
Organization, em inglês).
o
O Prospectar teve oito temas, mas não foi possível uma finalização. Para
aC
cada tema foi designado uma ou um grupo de instituições, que apresentaram

relatórios contendo resultados da aplicação da técnica Delphi.
No Programa Brasileiro de Prospectiva Tecnológica Industrial foram
estudadas quatro cadeias produtivas, escolhidas pelos Fóruns de Competi-
visã
tividade, que são coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento da Pro-
dução (SDP). Dos quatros estudos, três estudos de futuro concluídos foram
publicados (MDIC, 2004).
itor
Depois desses estudos, destaca-se no plano nacional o estudo prospectivo

a re
setorial de óleo e gás, que teve início em 2001 e término em 2003. Denomi-
nado Projeto Tendências, tinha como objetivo a construção de uma agenda
de prioridades em P&D que contribuísse para o aumento da competitivi-
dade e para o desenvolvimento sustentável do setor de óleo e gás (O&G) no
par
plano nacional e regional, conforme Projeto Tendências (2003). Esse estudo

teve 16 publicações.
Ed
O estudo do futuro mais recente é o Brasil 3 Tempos, 2007, 2015 e 2022

(2004), projeto que estabelece as bases de um trabalho conjunto do Estado
e da sociedade, no sentido de lograr-se um processo de cooperação – orga-
ão
nizado como projeto nacional – sob a forma de um conjunto de metas e

objetivos consolidados com o cenário prospectivo pactuado nacionalmente.
A partir daí, foram realizados estudos de futuro por centros universitários
s
de renome e capacitados para as análises em seus diversos campos (BRA-

ver
SIL 3 TEMPOS, 2004). Ao se analisarem os relatórios produzidos por esses

centros, verifica-se que os processos prospectivos – foresight, no Brasil, são
conservadores e dependem somente de especialistas. Os representantes da
sociedade não participaram e não opinaram, até o momento. Dessa forma, o
412
objetivo desse projeto não será atingido, como o dos outros estudos de futuro
realizados. Isso porque são elaborados de maneira tradicional, preservando as
opiniões dos especialistas, não são interativos nem participativos.
Ao analisarem os estudos de futuro – foresight brasileiros realizados no
plano nacional, Aulicino e Kruglianska (2008) corroboram essa situação: não
foram utilizados métodos e técnicas interativos e participativos de debate,
de análise e de estudos exploratórios, envolvendo uma ampla variedade de
or
stakeholders. Dessa forma, não se contemplaram aspectos considerados impor-
od V
tantes dos processos prospectivos – foresight, segundo Martin (2001), tais
aut
como sistematização dos estudos, aumento do conhecimento proporcional
à dimensão do Brasil, formação de redes (network), participação ativa dos
stakeholders nas diversas fases dos estudos, resultados apoiando a formulação
R
de políticas públicas e também não houve a avaliação dos estudos realizados.
o
aC

No processo prospectivo, uma das oficinas desenvolvidas com a socie-
dade é denominada: freios e inércia. Ela permite identificar obstáculos, gar-
visã
galos, estrangulamentos e inércias de qualquer natureza (regulamentação,
econômica, social, cultural, tecnológica, meio ambiente, demográfica, política
e outras), de qualquer ordem (externa, interna) e seu ambiente hoje e no futuro,
conforme Godet (2001).
itor
No Gráfico 1, faz-se referência aos estudos de Rodriguez, Dahlman e

a re
Salmi (2008) sobre a contabilidade do crescimento, que mostram que a relação

do índice Produtividade Total dos Fatores (PTF) do Brasil, comparado com
o dos Estados Unidos caiu de maneira significativa.
par
Gráfico 1 – Comparação do PTF Brasil em relação ao dos Estados Unidos

Comparação do índice PTF do Brasil em relação aos Estados Unidos
Ed
1,16
1,08 1,07
1,02
ão
1,00
0,92
0,84
s
0,80
0,76
ver
0,73
0,68
1975 1980 1995 2000
Ano
Estados Unidos Brasil
Fonte: Rodriguez, Dahlman e Salmi (2008).

Em uma macroanálise, pode ser verificado o índice de Produtividade

Total dos Fatores (PTF) que realça um dos freios possíveis e talvez o mais
forte, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Modelo conceitual dos componentes do crescimento
CRESCIMENTO
or
od V
PTF (Inovação)
aut
Produ�vidade Total dos Fatores
• Aquisição de conhecimento
global
R
• Criação de conhecimento por
esforço próprio (sem ou com
P&D)
o
Capital �sico Capital Intelectual
• Difusão e uso do conhecimento
aC
Ajustado por: existente no país •
Educação
• U�lização da
capacidade • Habilidades
• Depreciação do • Treinamento
Clima de Inves�mento
capital
visã
(o ambiente para negócios)
• Condições macroeconômicas
• Estado de Direito
• Polí�ca de Compe��vidade
itor
• Governabilidade
a re
• Segurança
Mercado de Mercado de
Capital Trabalho
Fonte: Rodriguez, Dahlman e Salmi (2008)�

par
O relatório elaborado por Rodriguez, Dahlman e Salmi (2008), do

Ed
Banco Mundial, baseia-se no modelo conceitual da Figura 1, que aborda

três áreas principais para aumentar a competitividade e a aceleração do
crescimento brasileiro. Em primeiro lugar, o Brasil precisa partir de seu
ão
ambiente macroeconômico estável e desenvolver as reformas que melhorarão

o clima de investimento. Em segundo lugar, o aumento da produtividade
s
exige um esforço concentrado para expandir o índice de Produtividade Total

ver
dos Fatores (PTF) por meio de crescimento baseado em inovação. Terceiro,

uma série de “microrreformas” são necessárias, das quais, duas são urgen-
tes: reforçar os incentivos para as empresas inovarem e atualizar o sistema
de educação, com o objetivo de melhorar a competência daqueles que se
iniciam no mercado de trabalho.
414
O conceito de inovação deve ser destacado nesse contexto. Segundo

Myers e Marquis (1969), a inovação tecnológica é uma atividade complexa,
que inicia com a concepção de uma nova ideia, passa pela solução de um
problema e vai até a real utilização de um novo item de valor econômico e/
ou social
Em resumo, o relatório de Rodriguez, Dahlman e Salmi (2008) explicita
que, se não houver melhora na competência humana brasileira – conheci-
or
mento, habilidade e atitude –, o Brasil não conseguirá desenvolver-se na
od V
velocidade que necessita.
aut
R
A situação dessas variáveis continua a mesma: não participação efetiva da
sociedade e a abertura do Sistema Nacional de CTI, adaptando-se às condições
o
internacionais, em que a sociedade tem participação nos processos, alterando
aC

a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro 2016 (BRASIL, 2016).
A evolução do Índice de Produtividade Total dos Fatores deverá continuar
caindo, se não houver uma mudança drástica nas Condições Macroeconômi-
visã
cas, no Estado de Direito, na Política de Competitividade, na Governabilidade
e na Segurança.
Ocorreram algumas variáveis de ruptura, tais como:
itor
• o desenvolvimento de tecnologias para Agropecuária da Empresa

a re
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);

• no setor da aeronáutica, o desenvolvimento da Embraer;
• desenvolvimento de exploração de petróleo em águas profundas;
• desenvolvimento do Programa Nacional do Álcool (PNA);
par
• o desenvolvimento do Vale da Eletrônica, no município de Santa

Rita do Sapucaí – MG;
Ed
• tentativa de influenciar o setor de petróleo com a tecnologia de

exploração de petróleo no pré-sal;
• tentativa de ser autônomo na construção de navios petrolíferos.
ão

s
No que se refere às tendências futuras, devem ser destacadas as seguintes:

ver
• continuará a tendência ao desenvolvimento nos setores extrativistas,

agropecuária e mineração;
• o Índice de Produtividade Total dos Fatores continuará caindo;
• a sociedade continuará sendo excluída do Sistema Nacional de CTI;

• o Brasil terá dificuldade de desenvolver um Planejamento de Longo
Prazo para a CTI;
• a dependência tecnológica continuará, sem ainda haver uma visão
clara de quando o Brasil será independente.
or
od V
É possível destacar as seguintes rupturas necessárias para o desenvolvi-
aut
mento tecnológico no Brasil e a redução da dependência tecnológica:
• a participação com APROPRIAÇÃO da sociedade no Sistema
Nacional de CTI. Para isso, há necessidade de realizar sensibiliza-
R
ção e conscientização da sociedade, para mobilizá-la e conduzi-la
à mudança;
o
• os pesquisadores estarem mais próximos da sociedade e as pesquisas
aC
serem inter e transdisciplinares, com a finalidade de maximizar o

conhecimento sobre as novas tecnologias;
• o desenvolvimento de Parques Tecnológicos em territórios pobres,
que propiciem acesso à sociedade para desenvolver a cultura de
visã
CTI territorial;
• mais iniciativas privadas no território brasileiro idênticas às do Vale
da Eletrônica, no município de Santa Rita do Sapucaí – MG.
itor
a re
7. Resumo da definição de hipóteses
• Hipótese 1: Continuará um sistema nacional de CTI fechado, socie-

dade excluída, em que o IPTF continuará caindo; não haverá novos
par
parques tecnológicos. O país não conseguirá se desenvolver em CTI.

• Hipótese 2: Dificuldades: de mobilização da sociedade para SNCTI;
Ed
da inter e transdisciplinaridade; de Parques Tecnológicos em terri-

tórios de baixo IDHM. Porém, o IPTF melhora, tendo disseminado
no Brasil o empreendedorismo.
ão
• Hipótese 3: Sociedade está integrada no SNCTI, o IPTF igual a 1,

e novos Parques Tecnológicos de baixo IDHM. A sociedade cria
formas para que o Brasil em 2035 seja competitivo nos setores com
s
alto valor agregado.

ver
• Hipótese 4: Sociedade está integrada no SNCTI, o IPTF igual a 1,

e novos Parques Tecnológicos de baixo IDHM. A sociedade cria
formas para que o Brasil em 2035 seja competitivo em alguns seto-
res com alto valor agregado.
416
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aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
PARTE 6
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS
E MÉTODOS UTILIZADOS
NA ELABORAÇÃO DO
or
PROCESSO PROSPECTIVO
od V
DESENVOLVIMENTO BRASIL
aut
2035, RESPECTIVOS RESULTADOS
R
E CONSIDERAÇÕES FINAIS
o
aC Antônio Luís Aulicino
O planejamento de longo prazo do projeto Desenvolvimento Bra-

visã
sil 2035 foi elaborado por meio do processo prospectivo. Decidiu-se cha-
má-lo de exercício em função da grande dificuldade de obter a participação
de diversos tipos de agentes sociais e de diferentes regiões do Brasil que
itor
representassem a sociedade brasileira, principalmente, em razão da diver-

a re
sidade cultural e regional existente no país.

Porém, os resultados mostram o caminho que o Brasil deverá seguir
para transformar-se num país desenvolvido, conforme mostrado na Parte 1.
Neste capítulo, serão apresentadas todas as principais atividades do
par
processo prospectivo para a elaboração do projeto Desenvolvimento Bra-

sil 2035.
Ed
As etapas desse processo estão apresentadas de forma resumida na

Figura 1.
s ão
ver
422
Figura 1 – Etapas e atividades para elaboração do Processo

Prospectivo Desenvolvimento Brasil 2035
Avaliação dos Criação da
Resultados e Impactos Governança
Definir os Projetos Definições: obje�vo,

para executar as horizonte, prazos
Seminário de Ações/Polí�cas e �pologia Seminário de
or
Prospec�va III Prospec�va I
25 novembro 2017 20 abril 2016
Definir as Ações: Varredura do
od V
O quê? Quando? Ambiente
Quem? Como? Iden�ficação
aut
das variáveis
Análise
Construção Estrutural - o jogo
de Cenários
R O
PAÍS QUE QUEREMOS
dos atores
Treinamento e
engajamento
o
do �me
Definições das Análise estrutural
Seminário de Prospec�va II
aC
hipóteses das tendências e
7, 8 e 9 junho de 2017

variáveis rupturas
visã
Este capítulo terá a seguinte estrutura:
1. Formação da Governança;
2. Varredura do ambiente para identificar as variáveis-chave;
itor
3. Identificação e consolidação das variáveis-chave por dimensão;

a re
4. Análise Estrutural – o jogo dos atores;

5. Análise Estrutural – descrição das variáveis – tendências e rupturas;
6. Atividades paralelas que ocorreram durante a etapa Análise Estrutural;
7. Apresentação da descrição e discussão da definição das hipóteses
par
das variáveis-chave;
8. Avaliação e observações sobre o processo prospectivo Desenvol-
Ed
vimento Brasil 2035, pelo Prof. Philippe Durance;

9. Análise de impacto cruzado, a matriz de impacto cruzado, a iden-
tificação das variáveis motrizes e suas inter-relações de influência;
ão
10. Análise morfológica e distreibuição das variáveis motrizes por tema

e construção dos cenários parciais;
11. Construção dos cenários globais, dentre os possíveis, o desejável e
s
realizável e o cenário que confronta e contrasta;

ver
12. Elaboração do plano de ações estratégicas, por meio do roadma-

pping e as ações que mitigam o cenário global não desejável;
13. Formulação da macroestratégia;
14. Considerações finais.
1. Formação da governança
A formação da governança deste projeto teve início em fevereiro de 2016,

quando houve a proposição de efetuar o exercício Desenvolvimento Bra-
sil 2035 e foi escolhida a tipologia de mobilização para elaboração do processo
prospectivo para construção da visão estratégica dessa atividade.
Definiu-se que a participação na governança seria de pessoas com expe-
or
riência no processo prospectivo, que representassem diversos tipos de agentes
od V
sociais da sociedade brasileira, não importando a região do Brasil que habita-
aut
vam, e que disponibilizassem de algum tempo para contribuir na construção
desta visão estratégica do futuro do País.
R
Para iniciar o projeto, foi marcada a primeira reunião para 24 de março
de 2016, a qual teve participantes presenciais e por videoconferência e cuja
o
pauta foi rever os conceitos do processo prospectivo e esclarecer as etapas
aC
que seriam executadas. Nessa reunião, houve representação diversificada de
agentes sociais.
A primeira atividade dessa governança foi a elaboração do Seminário de
Prospectiva, realizado no dia 20 de abril de 2016, para a varredura do ambiente
visã
com o objetivo de identificar as variáveis-chave. Ver o programa no Quadro 1.
A fim de preparar o seminário, foi marcada uma reunião, no dia 11 de
abril de 2016, para orientação das atividades: execução de quatro oficinas
itor
diferentes, que ocorreriam ao mesmo tempo, e depois uma plenária, na qual

a re
cada grupo apresentaria os resultados de sua oficina.

Foram escolhidos os animadores das oficinas, de preferência as pessoas
que já haviam participado de algum processo prospectivo e gostariam, de
forma voluntária, de animar uma das quatro oficinas.
par
A diretoria da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e

Atuária (FEA), da USP, disponibilizou gratuitamente o anfiteatro do prédio
Ed
da FEA-5 para realização do seminário, início oficial do processo prospectivo

e denominado “Rampa de Lançamento” do projeto Desenvolvimento Bra-
sil 2035. Ele teve como objetivo realizar a varredura do ambiente para iden-
ão
tificar as variáveis-chave e, ao mesmo tempo, proporcionar a formação-ação

dos participantes para o desenvolvimento da reflexão individual e coletiva,
num processo em que os participantes respeitam a manifestação individual e
s
depois a consolidam, escolhendo o que é melhor para todos.

ver
O projeto teve a coordenação técnica do Núcleo de Apoio à Pesquisa do

Planejamento de Longo Prazo (NAP-PLP), da FEA -USP.
424
Quadro 1 – Programa Seminário Prospectivo 20/04/2016 – tipo

Oficina de Formação-ação em Prospectiva
09h00 – 09h15 Recepção e registro no Seminário
Abertura: Apresentação geral da dinâmica de trabalho e dos objetivos da oficina
Prof. Dr. Adalberto Américo Fischmann
Painel 1: Apresentação Projeto Brasil 2035 Plataforma
Brasil 2100 – Construindo hoje o país de amanhã
or
Dra. Elaine Coutinho Marcial
09h15 – 09h45 Apresentar o projeto Brasil 2035 – Ipea ou outro órgão coordenador
od V
Das 09h00 às
aut
Painel 2: Introdução à Prospectiva Territorial – Prof. Dr. Antônio Luís Aulicino
11h30
• Abordar e aplicar a metodologia da Prospectiva Territorial.
• Apresentação da metodologia de Prospectiva Territorial, que trata da
09h45 às
11h00
R
aplicação de processos sistemáticos e participativos de levantamento
de informações relativas ao futuro e de construções de visões longo
prazo para apoiar as decisões e formular políticas atuais e mobilizar
o
ações comuns.
• Apresentação e Dinâmica das Oficinas e do Acordo de Convivência
aC
11h00 às Distribuição dos participantes por Tipo de Oficina

11h30 – máximo 10 pessoas por oficina
11h30 às 12h30 Almoço
Dinâmicas em pequenos Grupos de
12h30 às 17h15
visã
Formação-ação em Prospectiva
Da antecipação 1ª. parte
2ª. parte
para a ação com 12h30 às
14h45 às 17h15
APROPRIAÇÃO 14h30
itor
Oficina 1: Caça Ideias

Das ideias identificadas às ações
às Ideias (*) identificadas
a re
Antecipar os
Oficina 2: Das
fatores de Identificação das consequências
Mudanças às Intervalo
Mudanças e e proposição de ações
Ações (*) 14h30
Rupturas
às
Oficina 3: De Identificação 14h45
par
Freios e Inércias de Freios e Identificação das exigências e proposição de ações

às Ações (*) Inércias
Ed
Construção
Oficina 4:
de Árvores de
Construção
Competências Árvore de Competências do futuro
das Árvores de
do passado e
ão
Competências (**)
do presente
17h15 às 17h30 Intervalo

s
Sessão Plenária – final da tarde – 17h30 às 18h30

ver
– Coordenação: NAP-PLP, da FEA-USP

Síntese e
Considerações
Finais Síntese do dia de trabalho, os grupos compartilham
suas reflexões e comparam os resultados.
Recomendações e definição em comum dos próximos passos a serem executados.
(*) Conforme Godet (2001) e (**) Segundo Giget (1989).

No Gráfico 1, apresenta-se a diversidade de participação dos diversos

agentes sociais que representam a sociedade brasileira. Num primeiro
momento, eles só foram identificados pelo nome, para que não houvesse
nenhum tipo de barreira entre os participantes, seja por ideologia, valo-
res, ou profissional, ou quaisquer outras identificações que pudessem
causar barreiras para o desenvolvimento das oficinas e do próprio pro-
or
cesso prospectivo.
Os tipos de agentes sociais que participaram da abertura dos trabalhos
od V
estão representados no Gráfico 1, representando 53 pessoas.
aut
Gráfico 1 – Representação da frequência dos diversos tipos de agentes sociais
R
que participaram do Seminário Prospectiva Desenvolvimento Brasil 2035
Tipos de Agentes Sociais Par�cipantes do Seminário
o
aC
Funcionário
Público Sindicalista
Empresário
Professor ensino superior 4%
4%
4%
visã
Militar – A�va e Reserva
6% 19%
Funcionários de
itor
Economia Mista 6%
a re
Pesquisador –
Cidadãos que 9% 17% diversas áreas
prestam Serviços
de Cidadania
par
15%
Ed
17%
Associados de ONGs
ão
Áreas Estudantes
Fonte: Lista de presença do Seminário.

s
ver
2. Varredura do ambiente e identificação das variáveis-chave
O objetivo das oficinas realizadas no Seminário de Prospectiva foi ini-

ciar o processo de reflexão prospectiva territorial para o Desenvolvimento
426
Brasil 2035, que considerou os ambientes interno e externo, no horizonte do

ano 2035.
As oficinas de prospectiva constituem um exemplo de verdadeira for-
mação-ação, na medida em que propiciam aos participantes as condições
indispensáveis para uma participação ativa na reflexão prospectiva do Brasil.
Os participantes familiarizaram-se com os métodos e as ferramentas da
prospectiva estratégica para identificar e hierarquizar em comum acordo os
or
principais desafios do futuro do Desenvolvimento Brasil 2035 e reconhecer
od V
pistas para a ação.
aut
O carácter modular dessas oficinas bem como a facilidade de sua rea-
lização prática permitem-lhes adaptar-se a todas as situações. Devido à sua
simplicidade e rapidez de execução, elas aproximam-se de técnicas como a
R
Quick Environmental Scanning Technique – QUEST (NANUS, 1982).
As oficinas devem ser compostas por oito a dez pessoas, quando possível,
o
que se reúnem em várias atividades, de duas a quatro horas. Quaisquer que
aC

sejam os temas abordados, essas oficinas são organizadas em torno de dois
grandes princípios:
1. permitir uma grande liberdade de expressão a todos os interlocutores

visã
(tempo de reflexão individual em silêncio, recolhimento de todos
os fatores por escrito);
2. canalizar a produção dos participantes (nomeadamente por meio de
itor
gestão rigorosa do tempo e, sobretudo, por meio do recurso sistemá-

a re
tico de técnicas como a classificação das ideias, a hierarquização etc.
As oficinas constituem um preâmbulo precioso, senão indispensável, a

qualquer reflexão prospectiva. A sua execução é simples e a sua metodolo-
par
gia facilmente apropriável. Elas devem, em primeiro lugar, servir de rampa

de lançamento para o processo prospectivo. Ao final delas, os participantes
Ed
adquirem melhor conhecimento dos problemas a estudar e ficam em posi-

ção de definir em conjunto um tema e um método de trabalho adaptado às
limitações de tempo e de meios e aos objetivos pretendidos (o método só
ão
fica completamente validado após algumas semanas de consolidação). É no

decurso das sessões de síntese, organizadas no final dessas oficinas, que os
diferentes grupos partilham as suas reflexões e as comparam.
s
No Gráfico 1, evidenciou-se que, apesar da quantidade baixa de partici-

ver
pantes, houve um equilíbrio entre os diversos tipos de agentes sociais, o qual

proporcionou um resultado harmônico na varredura do ambiente do Desen-
volvimento Brasil 2035, propiciando a identificação das variáveis-chave que
delimitaram o escopo do projeto.
Deve ser lembrado que o objetivo das oficinas não é só a varredura do

ambiente (environmental scanning), mas a reflexão conjunta, com respeito
aos pensamentos individuais e registro de todos os fatores identificados indi-
vidualmente, o que proporcionará o sentimento de contribuição e o começo
do comprometimento com o processo.
Para elaboração das oficinas, houve uma apresentação que ressaltou a
necessidade de algumas reflexões. Foram citadas as cinco atitudes diante do
or
futuro, segundo Godet (2001), elencadas a seguir.
od V
aut
• Ser inativo: esperar, ser contemplativo e seguir sem destino,
com passividade.
• Ser ativo: agir conforme as regras do jogo.
•
• R
Ser reativo: reagir por estímulos exteriores e adaptar-se às situações.
Ser “pré-ativo”: preparar-se para as mudanças previsíveis;
o
• Ser proativo: antecipar as mudanças, provocar.
aC
As duas últimas atitudes, “pré-ativo” e proativo, são condizentes com o

processo prospectivo na preparação das ações de formulação e avaliação das
estratégias. Ser “pré-ativo” significa preparar-se para as mudanças previsíveis.
visã
Ser proativo é provocar as mudanças desejáveis, isto é, ser um empreendedor.
Esta última atitude deve ser a característica do processo prospectivo.
Os participantes dessas oficinas, no início, foram orientados pelo anima-
itor
dor da oficina a fazer uma reflexão individual, conforme Godet (2001), res-
a re
pondendo para si, diante do sistema, no caso Desenvolvimento Brasil 2035,

as seguintes questões:
• Quem sou eu? Identificação individual da pessoa no contexto

par
do sistema;
• O que pode acontecer no futuro? Reflexão exploratória sobre o
Ed
futuro do sistema;
• O que eu posso fazer? Em relação ao futuro do sistema, também
uma reflexão exploratória;
ão
• O que eu vou fazer? Decisão quanto à estratégia a ser escolhida

para o sistema;
• Como eu vou fazer? Para atingir o futuro do sistema, os meios
s
escolhidos para chegar a esse futuro;

ver
• Finalmente, depois, dessa reflexão para responder às perguntas ante-

riores, questionar a si mesmo, de novo: Quem eu sou?
Além disso, a postura dos participantes no processo prospectivo deve

assegurar o rigor da sua elaboração por meio de cinco condições e ferramentas,
428
conforme Godet e Durance (2011): pertinência, coerência, verossimilhança,

importância e transparência.
Outra contribuição para este momento inicial do processo prospectivo
pode ser encontrada na Teoria U, de C. Otto Scharmer (2010), que identifica
três princípios que são a base para a teoria U: mente aberta, coração aberto
e vontade aberta:
or
• Mente aberta: baseia-se na capacidade de acessar nossa inteligência
od V
intelectual, que permite ver com novos olhos, lidar com os números
aut
e fatos objetivos à nossa volta. O autor cita um ditado para ilustrar
esse princípio: “A mente trabalha como um paraquedas, só funciona
quando é aberta”;
•
R
Coração aberto: relaciona-se à capacidade de acessar a inteligência
emocional, de compartilhar o sentimento com os outros, de ajus-
o
tar-se a diferentes contextos e colocar-se no lugar da outra pessoa;
aC

• Vontade aberta: relaciona-se à capacidade de acessar o verdadeiro
objetivo e o verdadeiro eu. Essa inteligência é a chamada inteli-
gência espiritual.
visã
Estes três instrumentos, que devem ser utilizados tanto pelo indivíduo
quanto na discussão coletiva, têm, segundo Scharmer (2010), inimigos cor-
respondentes, que o indivíduo deve enfrentar e lidar com sabedoria com essas
itor
vozes interiores de resistência, que são:

a re
• Voz do Julgamento (VOJ): bloqueia a passagem para a mente aberta.

O sucesso está em desligar a VOJ, caso contrário não haverá pro-
gresso para acessar a verdadeira criatividade e presença existente
par
em nosso interior;
• Voz do Cinismo (VOC): bloqueia a passagem para coração aberto,
Ed
gerando todos os tipos de atos emocionais de distanciamento, porque

o indivíduo deve colocar-se na posição de vulnerabilidade, o que o
distanciamento normalmente impede. Deve-se agir com prudência,
ão
porque, às vezes, a VOC pode estar correta. Porém, se se deseja

atingir o eu verdadeiro, então a VOC é disfuncional, porque bloqueia
o progresso nessa jornada;
s
• Voz do Medo (VOM): bloqueia a passagem para a vontade aberta.

ver
Ela impede de deixar ir o velho “eu” e deixa vir o novo “eu”.

Segundo Scharmer (2010), pode-se dar passos para outro mundo
que apenas começa a formar-se quando o medo de caminhar para
o desconhecido é superado.
A preparação, tanto sob o ponto de vista de Godet (2001) quanto de

Scharmer (2010), tem como objetivo fazer com que as pessoas estejam livres
para poder contribuir ao máximo durante o processo prospectivo. Dessa forma,
cada indivíduo participante poderá contribuir ao máximo em prol do objetivo
maior de atender o coletivo, o todo, em qualquer dos sistemas: organização,
região – território, ou tema.
Para que essas oficinas atinjam o objetivo, é necessário atender a algumas
or
orientações, como as descritas a seguir.
od V
aut
1. Estrutura física e materiais necessários para cada oficina:
• no caso do projeto Desenvolvimento Brasil 2035, o local foi o
Auditório da FEA-5. Cada oficina ocorreu num dos cantos desse
R
auditório, teve no máximo 12 pessoas, o que atendeu aos objetivos
de integração, interação, aprender a ouvir e respeitar a opinião do
o
outro, varrer o ambiente referente a determinada oficina e aprender
aC
a abrir a mente, o coração e a vontade para contribuir e colaborar,

além de ser um exemplo de verdadeira formação-ação, na medida
em que propiciou aos participantes as condições indispensáveis
para uma participação ativa na reflexão prospectiva desse projeto;
visã
• flip-chart, com folhas. As paredes do Auditório da FEA-5 propicia-
ram a fixação das folhas de flip-chart para haver uma participação
mais ativa, e os participantes de cada oficina tiveram melhor visão
itor
dos resultados da oficina de que participaram. Esta é uma sugestão

a re
genérica, que dependerá das condições do local e dos recursos dis-

poníveis;
• post-it, se possível, com as medidas 10 cm x 14 cm, para escrever
os fatores; caso seja difícil de encontrar, cortar folhas A4 ao meio,
par
na medida de 10,50cm x 14,85cm, se possível 250, por oficina, e

utilizar fita-crepe para fixação no flip-chart/parede;
Ed
• fita-crepe, para fixar as folhas de flip-chart na parede;

• pincéis atômicos coloridos para escrever tanto nos post-it quanto
no flip-chart, por oficina;
ão
• data show e tela de projeção para as reuniões plenárias, antes e

depois dos trabalhos em oficinas.
s
2. Orientações fornecidas para os facilitadores (ou animador):

ver
• orientar e esclarecer as atividades a serem desenvolvidas ao longo

do dia;
• solicitar que o grupo selecione uma pessoa responsável pelo registro
das informações do grupo;
430
• elaborar o acordo de convivência (complementar junto com os par-

ticipantes);
• o facilitador não desenha nem escreve nas fichas (post-it) dos par-
ticipantes;
• nunca induzir ou dizer, mas ajudar o participante para que as ativi-
dades sejam realizadas. No caso dos sistemas de território – região,
organização e território ou algum tema que tenha necessidade da
or
participação de líderes de comunidade, em que haja algum partici-
od V
pante que não saiba ler e/ou escrever, o animador deve sugerir que
aut
ele desenhe algo que represente o seu fator, ou, então, busque algo
material que represente seu fator, para que seja registrado na oficina;
• exigir o cumprimento dos acordos de convivência;
•
• R
não deixar que um elemento do grupo tome conta;
responsabilizar-se por todo o material do grupo (recolher ao final do
o
dia), pela identificação dos participantes dos grupos e identificar as
aC

informações corretamente. Guardar toda memória da oficina seja os
post-it dispostos nos flip-chats, seja o que foi escrito nos flip-chart,
essa memória contribuirá para que o relatório das oficinas registre
o que realmente ocorreu.
visã
3. Sugestão para o Acordo de Convivência durante as Oficinas

itor
O acordo de convivência é uma forma de evitar que algum dos partici-

a re
pantes tome conta do processo ou perturbe a ordem, e a oficina não atinja os

objetivos propostos, além de propiciar uma disciplina no processo de reali-
zação da oficina. Às sugestões a seguir, o grupo poderá acrescentar outras ou
melhorar as listadas:
par
• participar de todo o processo da oficina; se não pode, não participe;

Ed
• cumprir o horário;
• respeitar a fala dos outros, não interromper as falas dos outros par-
ticipantes;
ão
• tirar as dúvidas individualmente;

• não haver conversas paralelas;
• outras que forem necessárias para o desenvolvimento da oficina.
s
ver
4. Recomendações para escrever nas fichas ou nos post-it ou flip-chart

As recomendações a seguir são importantes porque orientaram os partici-

pantes na forma de escrever de maneira que todos os participantes, na oficina e
depois na plenária, possam entender o que foi escrito e o significado do fator.
Como se deve escrever Por quê?

Facilita a estruturação dos fatores e
1 Escrever um fator por post-it ou ficha
a compreensão pelos participantes
or
2 Não mais que três linhas nas fichas
Facilita a leitura pelos participantes
od V
3 Escrever em letra de forma
aut
4 Escrever de forma clara, concisa e objetiva Não necessita de explicações
5 Não utilizar termos ambíguos ou genéricos Evita más interpretações
7 R
Utilizar cores diversas de canetas para
expressar usos diferentes durante o processo
O visual é mais bem
compreendido e claro.
Facilitar a elaboração dos relatórios
o
Essas oficinas, cujas orientações e fatores-chave estão no Anexo A, ocor-
aC
reram ao mesmo tempo.
Após a finalização de cada oficina, foi realizada a reunião plenária, em

que cada relator apresentou os resultados dos participantes de sua oficina.
A consolidação desta atividade foi efetuada por meio do relatório que
visã
registrou o desenvolvimento e os resultados das oficinas. Os resumos dos
resultados das quatro oficinas são descritos a seguir.
itor
Oficina: Caça às Ideias

a re
Na Tabela 1, apresentam-se as ideias identificadas e hierarquizadas pelos

participantes da oficina e os consensos dominantes.
Tabela 1 – Ideias identificadas e hierarquizadas

par
Hierar-
Ed
Ordem Ideia
quização
1ª. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil 11

ão
Segurança e Defesa (Amazônia, narcotráfico, crime organizado,

2ª. 10
Constituição Brasileira)
3ª. Redimensionar e organizar os serviços de saúde 10

s
4ª Mudança da estrutura do Estado 10

ver
Base industrial de defesa capaz de atender às principais necessidades

5ª. 10
das Forças Armadas
Maior comprometimento de recursos estratégicos sob a égide de
6ª. 8
investidores estrangeiros e capital privado
continua...
432
continuação
Hierar-
Ordem Ideia
quização
Melhoria do desenvolvimento social em áreas de menor poder
7ª. aquisitivo com investimento intensivo em saúde, educação e atividades 8
esportivas
8ª. Investimento de 2% a 3% do PIB em CT&I 8
or
Desenvolvimento de tecnologia e reforço da capacidade de atuação
9ª. das Forças Armadas na proteção da Amazônia Azul, bem como de 7
od V
suas instalações críticas e áreas estratégicas para o país
aut
10ª. Vincular a sustentabilidade às demais áreas 7
11ª.
R
Terrorismo interno – conceito legal
Sistema educacional que atenda à totalidade da população com

7
o
12ª. 6
eficiência e eficácia
aC
Melhora a saúde com melhores hospitais e com valorização e

13ª. 6
respeito aos profissionais
14ª. Promover os institutos e mecanismos de segurança e defesa 6

visã
Impulsionar o desenvolvimento de C&T com participação privada nos
15ª. 6
financiamentos
Implementação das matérias de programação, inteligência emocional
16ª. 6
e design desde a educação básica
itor
a re
17ª. Excluir as ONGs internacionais e nacionais espúrias 6
18ª. Maioria educação híbrida – aprendizagem vivência virtual 6
Pensar o devenir (futuro) a partir das realidades regionais (distrito,

19ª. 5
região, metrópoles, etc.)
par
20ª. Globalização da economia brasileira (inserção) 5

Ed
21ª. Cocriação e colaboração nas empresas e educação 4

ão
22ª. Alterar o senso comum através da educação 4
23ª. Melhora a educação valorizando e respeitando o professor 4

s
ver
Disciplinas relacionadas ao empreendedorismo e à política em todas

24ª.
as fases da educação 4
25ª. Incentivo à aprendizagem e às atividades até o final da vida 4
continua...
continuação
Hierar-
Ordem Ideia
quização
26ª. Continuação e piora dos cenários atuais 3
27ª. Infraestruturas críticas 3
Segurança pública: valorização dos policiais e melhorando o salário
or
28ª.
dos mesmos 3
od V
Mudanças climáticas (aquecimento global, elevação dos oceanos,
29ª.
obediência aos padrões, desmatamento)
aut
2
30ª. Energia renovável 1
31ª.
R
Otimização da mobilidade urbana, aumento da malha ferroviária, etc. 1
o
32ª. Revisão do acesso aos cargos públicos nas três esferas
aC
33ª. Melhor aproveitamento do alistamento militar para ambos
Criar políticas que permitam ações estratégicas de manutenção

visã
34ª. e exploração dos recursos naturais que atendam aos Objetivos
Nacionais, p. ex.: nióbio
35ª. Influência externa: EUA, China, Rússia

itor
36ª. Política de preservação e utilização racional dos recursos naturais

a re
Sustentabilidade: plantio de árvores para melhorar a qualidade do

37ª.
ar que respiramos
38ª. Revisão das reservas indígenas / florestais / quilombolas

par
As principais ideias identificadas e os consensos dominantes identifica-

Ed
dos estão posicionados sobre um plano cujos eixos medem sua importância
(ordenada) e seu impacto (abcissa) negativo/freio ou positivo/motor sobre o
Desenvolvimento Brasil 2035.
ão
O posicionamento desses fatores no Plano: importância x impactos, apre-

sentados a seguir na Figura 2, devem ser lidos de maneira sistêmica (posição
s
relativa de cada ideia identificada em relação às outras). Neste exercício, as

ver
ideias foram classificadas, na sua maioria, como positivas/motoras para o

Desenvolvimento Brasil 2035, seu ambiente hoje e no futuro.
434
Figura 2 – Plano: Importância x Impacto das principais ideias identificadas
Fatores que vão

Importância das contribuir
ideias iden�ficadas para o
Desenvolvimento
Brasil 2035 Base industrial de Inversão da pirâmide intelectual
defesa capaz de do Brasil (11)
atender às Segurança e Defesa
principais Redimensionar
or
Fatores que freiam o Mudança da
necessidades das estrutura do e organizar os
(Amazônia, narcotráfico,
Desenvolvimento Brasil 2035 crime organizado,
Forças Armadas Estado (10) serviços de Cons�tuição Brasileira) (10)
Forte (10) saúde (10)
od V
Maior comprome�mento Melhoria do desenvolvimento social
Inves�mento de de recursos estratégicos em áreas de menor poder aquisi�vo
aut
2% a 3% do PIB sob a égide de inves�dores com inves�mento intensivo em saúde,
em CT&I (8) estrangeiros e capital educação e a�vidades espor�vas (8)
privado (8)
Terrorismo interno – Vincular a Desenvolvimento de tecnologia e reforço da capacidade de atuação das
conceito legal (7) sustentabilidade às Forças Armadas na proteção da Amazônia Azul, bem como de suas
Excluir as
ONGs
internacionais
R demais áreas (7) instalações crí�cas e áreas estratégicas para o país (7)
Maioria
educação
Sistema
educacional
híbrida – que atenda à
Melhora a
saúde com
melhores
Promover os
ins�tutos e
mecanismos
Impulsionar o
desenvolvimento
de C & T com
Implementação das
matérias de
programação,
o
aprendi-za- totalidade da hospitais e com de segurança e par�cipação inteligência
e nacionais gem população com a valorização e o
defesa (6) privada nos emocional e design
espúrias (6) vivência eficiência e respeito aos financiamentos (6) desde a educação
aC
virtual (6) eficácia; (6) profissionais (6) básica (6)

Globalização da economia Pensar o devenir (futuro) a par�r
Fraco brasileira (inserção) (5) das realidades regionais (distrito,
região, metrópoles, etc.) (5)
Melhora a Disciplinas Incen�vo à
Alterar o
Cocriação e senso educação relacionadas ao aprendiza-
colaboração valorizando e empreendedoris- gem e às
visã
comum
nas empresas através da respeitando o mo e polí�ca em a�vidades
e educação (4) educação (4) professor (4) todas as fases da até o final da
educação (4) vida (4)
Excluir as ONGs Infraestruturas Segurança pública: valorização
internacionais crí�cas (3) dos policiais e melhorando o
salário dos mesmos (3)
e nacionais
itor
espúrias (6) Mudanças climá�cas (aquecimento

global, elevação dos oceanos, obediência
aos padrões, desmatamento) (2)
a re
O�mização da mobilidade: urbana,

aumento da malha ferroviária, etc. (1) Energia renovável (1)
Nega�vo / Freio Posi�vo / motor

Impacto sobre o Desenvolvimento BRASIL 2035
par
2.1 Análise do conteúdo das principais ideias identificadas

Ed
Procedimento utilizado
ão
• Avaliação da credibilidade das principais ideias recebidas anterior-

mente identificadas.
• Para que as ideias identificadas sejam consideradas, ao menos par-
s
cialmente, a seguinte questão deve ser respondida pelos partici-

ver
pantes: “Quais argumentos justificam a ideia?” Para responder esta

questão, o grupo de trabalho identificou os argumentos, a favor
ou contra que fundamentam ou não fundamentam cada uma das
principais ideias.
1ª Ideia: Inversão da pirâmide intelectual do Brasil (11)

Argumento a favor (fundamentado) Argumento contra (não fundamentado)
• Promover ensino capaz de atingir maior número de

• Não alcançar a qualidade de ensino necessária
pessoas com condição intelectual adequada
Síntese e lições aprendidas

Promover políticas de inclusão social de acordo com vontade e competência
or
od V
2ª Ideia: Segurança e defesa (Amazônia, narcotráfico,
aut
crime organizado, Constituição Brasileira) (10)
Defesa
R
• Promoção e ampliação da Estratégia Nacional de • Não haver capacidade de defesa dos interesses
estratégicos do país
o
Criação de Parques Tecnológicos de indústria de defesa
aC
3ª Ideia: Redimensionar e organizar os serviços de saúde (10)

visã
• Redimensionar e organizar o sistema de saúde • Desvio de má gestão

itor
Reorganizar o sistema de saúde

a re
4ª Ideia: Mudança da estrutura do Estado (10)

• Ter um representante de Estado e um represen-
• Ter resistência interna
tante de governo
par

Promover a reforma política
Ed
5ª Ideia: Base industrial de defesa capaz de atender às principais necessidades das

Forças Armadas (10)
ão

s
• Ter poder de dissuasão frente agressões externas. • Risco de reação internacional

ver

Criação de Parques Tecnológicos de indústria de defesa
436
2.2 Definição das ações para pôr em prática as principais ideias
Os participantes do grupo decidiram elaborar uma frase síntese para

expressar as ações para as principais ideias:
“Ter um modelo educacional que estimule habilidades psicossociais,

emocionais e técnicas desde o ensino básico, público e privado, capaz
or
de promover o desenvolvimento de uma economia cocriativa, circular e
de alto valor agregado”.
od V
aut
Oficina: Das mudanças … às ações
R
As mudanças identificadas pelos participantes da oficina, hierarquizadas
e os consensos dominantes estão apresentados na Tabela 2.
o
aC
Tabela 2 – Hierarquização das mudanças identificadas

Hierar-
Ordem Mudança
quização
visã
Envelhecimento da população e mudanças nas regras de
1ª. 20
aposentadoria
2ª. A violência chega a níveis sem precedentes 13
3ª. Valorização do planejamento governamental de longo prazo 12

itor
4ª. Haverá uma mídia pública de qualidade 12

a re
5ª. Mudança modais transporte 11

6ª. Maioria da população terá ensino superior 9
7ª. Programas sociais com contrapartida de desenvolvimento 8
par
8ª. Desenvolvimento internet própria 8

9ª. CLT: do protecionismo ao desenvolvimento profissional 8
Ed
10ª. Adicionar duas pernas ao tripé econômico 8

11ª. Diminuição de desemprego 7
ão
12ª. A segurança pública melhora 7

13ª. Superpopulação nas grandes cidades brasileiras 6
14ª. Perda de valores e cultura local 6
s
ver
15ª. Aumento de refugiados 6
16ª. A má distribuição de renda ao paroxismo 6
17ª. Melhoria condições meio ambiente rumo à COP21 5
18ª. Piora o déficit fiscal (Contas Públicas) 4
continua...
continuação
Hierar-
Ordem Mudança
quização
19ª. Chega de produzir lixo, Brasil 4
Aumenta a integração do Brasil com os demais países da América

20ª. 4
do Sul
21ª. Aprimoramento sistema politico mais transparente e regulação 4
or
22ª. A educação básica será oferecida a toda a população com qualidade 4
od V
23ª. Revisão das Agências Reguladoras 3
aut
24ª. O investimento em P&D aumenta 3
25ª. Economia compartilhada 3
26ª.
R
Perfil demográfico com menos jovens e mais idosos
Fechamento de bibliotecas (infantis, escolares, públicas, de
2
o
27ª. instituições 2
governamentais)
aC
28ª. Um avanço na educação -

29ª. Transporte coletivo em SP irá melhorar -
30ª. Regiões isoladas com governo próprio -
visã
31ª. Redução do número de partidos e máquina do Estado -
32ª. Precariedade e insuficiência de creches públicas -
33ª. Políticas voltadas para o lazer de crianças e adolescentes -
itor
34ª. O nível de conscientização e intelectual

a re
35ª. Interiorização do país -

36ª. Falta de formação para novas economias -
37ª. Educação cívica nas escolas com qualidade -
par
38ª. As classes abastadas tentam proteger em enclaves fortificados -

39ª. A população carcerária se multiplica exacerbadamente -
Ed
40ª. A pena de morte é aprovada -

ão
2.2.1 Avaliação do grau de preparação atual dos atores do

desenvolvimento em face das principais mudanças
s
As principais mudanças identificadas foram posicionadas sobre um

ver
plano cujos eixos medem sua importância (ordenada) e o grau de prepara-

ção atual dos atores do Desenvolvimento Brasil 2035 (abcissa), conforme
a Figura 3.
438
Figura 3 – Plano: Importância das mudanças x grau de preparação dos atores
Mudanças,
Importância principais desafios
das mudanças do futuro Necessidade de
das idéias mobilização dos
Envelhecimento da
população e mudanças nas atores de
regras de aposentadorias desenvolvimento
(20)
or
A violência chega a níveis
od V
sem precedentes (13)
Forte
Haverá uma
Valorização do planejamento
aut
mídia pública de
governamental de longo
qualidade (12)
prazo (12)
Mudança modais
transporte (11)
Maioria da
população terá
ensino superior (9)
R
o
Programas sociais Desenvolvimento CLT: do protecionismo Adicionar duas
aC
com contrapar�da internet própria (8) ao desenvolvimento pernas ao tripé
de desenvolvimento profissional (8) econômico (8)

(8)
Diminuição de A segurança
desemprego pública melhora (7)
(7)
Superpopulação Perda de Aumento de
nas grandes A má distribuição
cidades brasileiras valores e refugiados (6) de renda ao
(6) cultura local (6) paroxismo (6)
visã
Melhoria condições meio
ambiente rumo à COP21 (5) Aprimoramento A educação básica Aumenta a
Chega de sistema polí�co será oferecida a
Piora o déficit integração do Brasil
produzir lixo mais transparente toda população com
fiscal (Contas com os demais países
Brasil (4) e regulação (4) qualidade (4)
Públicas) (4) da América do Sul (4)
regulação (4)
Revisão das Agências O inves�mento em Economia
itor
Reguladoras (3) P&D aumenta (3) compar�lhada (3)
Perfil demográfico Fechamento de bibliotecas

a re
com menos jovens e (infan�s, escolares, públicas, de

Fraco mais idosos (2) ins�tuições governamentais) (2)
Fraco Forte
Grau de preparação atual dos atores no desenvolvimento Brasil 2035
par
Obs.: Durante a análise, os participantes deste grupo decidiram que a

Ed
mudança “Perfil demográfico com menos jovens e mais idosos” (2) deveria
ser agrupada com “Envelhecimento da população e mudanças nas regras de
aposentadoria” (20), ressaltando que a hierarquização dos fatores não muda.
ão
2.3 Identificação das consequências e proposição de ações

s
Foram identificadas as consequências das principais mudanças e formu-

ver
ladas as questões para o futuro do Desenvolvimento Brasil 2035.

1ª Mudança Crítica: Envelhecimento da população e mudanças nas regras de

aposentadoria (22 (22)
Consequência Aposentar-se mais velho com pequeno usufruto
Questão Como será a realocação de recursos?
2ª Mudança Crítica: A violência chega a níveis sem precedentes (13)
or
1 – Esgotamento do sistema prisional
2 – População acuada
od V
Consequências
3 – Famílias desamparadas
aut
Questão Como resolver as questões da origem do problema?
R
3ª Mudança Crítica: Valorização do Planejamento Governamental de Longo Prazo (12)
o
Consequência Gestão pública participativa com apropriação
aC
1 – Como garantir que o planejamento transcenda os mandatos

Questões políticos?
2 – Como envolver a sociedade?

visã
4ª Mudança Crítica: Haverá uma mídia pública de qualidade (12)
Consequência Sociedade mais bem informada e melhora cultural
Questão Como atrair a população para a mídia pública?
itor
a re
5ª Mudança Crítica: Mudança modais transporte (12)

Otimização da mobilidade com redução de custo, contribuindo para a
Consequência
sustentabilidade
Questão Qual é o investimento necessário?
par
2.4 Ações referentes às mudanças

Ed
Essas ações devem abranger todas as mudanças, suas consequências e

questões formuladas:
ão
a) mobilizar e capacitar as lideranças locais para a apropriação do

planejamento local, havendo consolidações regionais;
s
b) formação de lideranças políticas desde o Ensino Fundamental I;

ver
c) elaboração de agendas de ações territoriais.

440
Oficina: De freios e inércias … às ações
Os freios e inércias identificados, hierarquizados, e os consensos domi-

nantes pelos participantes da oficina são apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Relação dos fatores freios e inércias hierarquizados
or
Hierar-
Número Freios/Inércias
quização
od V
aut
1º. Baixo investimento em educação 28
2º.
3º. Política Industrial

R
Infraestrutura deficitária (logística, Telecom –TICs, Energia) 13
11
o
Formulação, monitoramento e implementação mais eficiente de
aC
4º. 9

políticas públicas
5º. Gestão ineficiente do Estado – Pacto Federativo 7

visã
6º. Dependência tecnológica 7
7º. Corrupção generalizada 7

itor
Inércia histórica – obstáculo social – obstáculo cultural – gargalo

8º. 6
educacional – Atitude
a re
9º. Falta de participação cidadã 6
10º. Baixo nível educacional da população – competências futuras 4

par
11º. Legislação 4
Prioridade excessiva ao ensino de 3º Grau em detrimento do

Ed
12º. 4
ensino básico
Desenho institucional de baixo rendimento, provocando dificuldade

13º. 4
na obtenção de consensos e insegurança jurídica
ão
Sistema tributário – Ex.: diferenças de alíquotas entre os 27

14º. 4
estados
s
Insuficiência de mecanismos/recursos para financiamento de

15º. 3
ver
longo prazo a custos compatíveis
16º. Burocracia 3
Instabilidade regulatória/política – incerteza no que diz respeito
17º. 3
aos contratos estabelecidos;
continua...
continuação
Hierar-
Número Freios/Inércias
quização
18º. Investimento (estatal/privado) em infraestrutura social e econômica 3

Baixa capacidade industrial nacional – desindustrialização. Ex.:
19º.
Ind. Defesa fraca
3
or
Carência de investimento em P&D e qualificação da mão de
20º. obra com repercussões diretas na competitividade da economia 1
od V
brasileira
aut
21º. Gestores públicos sem formação específica -
22º.
R
Falta de gestão hídrica -
o
Sistema eficaz de CT&I com impacto no setor produtivo e de
23º.
defesa
-
aC
24º. Falta de prioridade ao ensino de ciências e matemática -

Falta/deficiência na formulação de política industrial e na
25º.
consecução dos projetos estabelecidos -
visã
26º. Falta de cultura de planejamento -
2.4.1 Avaliação do grau de preparação atual dos atores do

itor
desenvolvimento em face das principais mudanças

a re
Os freios e as inércias identificados foram posicionados sobre um plano

cujos eixos medem sua importância (ordenada), obtida na hierarquização dos
fatores, e o grau de preparação atual dos atores do desenvolvimento (abscissa)
par
sobre o Desenvolvimento Brasil 2035.

Porém, pelo que pôde ser interpretado, como sempre ocorre no Brasil e
Ed
nos seus territórios, os freios/inércias foram concentrados em fraco grau de

preparação atual dos atores do Desenvolvimento Brasil 2035, conforme a
Figura 4.
ão
s
ver
442
Figura 4 – Plano: Importância dos freios e inércias

X grau de preparação dos atores
Freios e inércias,
principais desafios
do futuro
Forte
Baixo inves�mento
or
em educação (28)
od V
aut
Infraestrutura deficitária
(logís�ca, Telecom –TICs,
Energia) (13)
Polí�ca Industrial (11)
R
I mpor tânci a dos fr eios e inércias
Formulação, monitoramento e
implementação mais eficiente
de polí�cas públicas (9)
o
Gestão ineficiente do Estado
aC
– Pacto Federa�vo (7) Dependência Corrupção
tecnológica (7)

generalizada (7)
Inércia histórica – obstáculo Falta de

social – obstáculo cultural – par�cipação
gargalo educacional – A�tude (6) cidadã (6)
visã
Baixo nível Legislação Prioridade Desenho ins�tucional
educacional da (4) excessiva ao de baixo rendimento,
população – ensino de 3º. Grau provocando dificuldade
competências Sistema em detrimento do na obtenção de
futuras (4) tributário – Ex.: ensino básico (4) consensos e
diferenças de
insegurança jurídica (4)
alíquotas entre
itor
os 27 estados (4)
a re
Insuficiência de Instabilidade Inves�mento

mecanismos / regulatória / polí�ca – (estatal / privado)
recursos para incerteza no que diz em infraestrutura
financiamento de respeito aos contratos social e
longo prazo a custos estabelecidos (3) econômica (3)
compa�veis (3)
Fraco
Baixa capacidade industrial Burocracia

nacional – desindustrialização – (3)
ex.: Ind. Defesa fraca (3)
par
Carência de inves�mento em P&D e qualificação

da mão-de-obra com repercussões diretas na
Ed
compe��vidade da economia brasileira (1)
Fraco Forte
Grau de preparação atual dos atores de desenvolvimento BRASIL 2035
s ão
ver
Identificação das exigências prévias e as condições

de sucesso para o Desenvolvimento Brasil 2035
Nesta etapa foram identificadas as exigências prévias e as condições de
or
sucesso dos principais freios/inércias para o Desenvolvimento Brasil 2035,
od V
em seu ambiente hoje e no futuro.
aut
Foram considerados somente cinco fatores, em vez de sete. Dentre aque-
les que tiveram pontuação 7, foi escolhido o freio “Gestão ineficiente do
Estado – Pacto Federativo”.
R
o
1º. Freio e Inércia: Baixo investimento em educação (28)
aC
Exigências prévias • Decisão política, participação social e gestão de processos e recursos
• Comprometimento dos agentes públicos e participação efetiva da

Condições de sucesso
sociedade na cobrança dos resultados
visã
2º. Freio e Inércia: Infraestrutura deficitária (logística, Telecom –TICs, Energia) (13)
• Bons e estáveis marcos regulatórios, planejamento de longo prazo e
Exigências prévias
qualificação dos atores
itor
Condições de sucesso • Financiamento de longo prazo com coparticipação privada

a re
3º. Freio e Inércia: Política Industrial (11)

• Elaboração de uma matriz, indicando os maiores efeitos, por indicador
de CT&I, emprego e renda
• Redução do custo Brasil (reforma tributária, maior eficiência logística,
par
Condições de sucesso financiamento) e aperfeiçoamento do sistema PD&I, integrando a socie-

dade civil com a cadeia produtiva
Ed
4º. Freio e Inércia: Formulação, monitoramento e implementação mais eficiente de

políticas públicas (9)
ão
• Criação de um sistema para integração das políticas públicas, a partir

do monitoramento e da avaliação dos políticos
Condições de sucesso • Definição de metas e prazos e acompanhamento

s
ver
5º. Freio e Inércia: Gestão ineficiente do Estado – Pacto Federativo (7)
Exigência prévia • Reforma administrativa efetiva
Condição de sucesso • Profissionalização, transparência e desburocratização

444
Não foram propostas ações concretas que devessem abranger todos

os freios e inércias, as exigências prévias e as condições de sucesso para
o Desenvolvimento Brasil 2035.
Oficina: Árvore de competência do

passado, do presente e do futuro
or
od V
Resultados da Oficina “Árvore de competências do passado
aut
e do presente”
R
O Quadro 2, a seguir, foi preenchido pelos participantes, primeiramente,
a árvore de competência do passado e, posteriormente, a árvore de compe-
o
tência do presente, com os diversos fatores, identificando se é ponto fraco e/
ou ponto forte em relação aos fatores da árvore de competência do passado.
aC

O importante desta oficina foi o resgate do passado e a realidade do presente,
considerando-se nesta reflexão os grandes aspectos.
Na Figura 5, ilustra-se a Árvore de Competência do Passado, Presente
visã
e Futuro.
Figura 5 – Árvore de Competência do Passado, Presente e Futuro

itor
Ramos/Frutos:
a re
• Linhas de produtos
e/ou Serviços
• Mercados
Tronco:
• Execução futuro
par
• Organização
Ed
Raiz:
• Vocação, passado presente futuro
• Competência,
• Conhecimento
ão
O passado é único, a sua análise é para entender as O futuro é incerto, sua análise ajuda a identificar
operações constantes e permanentes do Desenvolvimen- riscos e oportunidades que surgem para o Desenvol-
to BRASIL 2035, para conhecer melhor a capacidade vimento Brasil 2035 definir as questões e desafios a
que tinha de evoluir e enraizar o projeto Desenvolvi- enfrentar, a fim de determinar o seu futuro desejado e
s
mento Brasil 2035, na sua realidade histórica. integração no projeto Desenvolvimento Brasil 2035.
ver
Fonte: Giget (1989).

Quadro 2 – Fatores da Árvore de Competência do Passado e do Presente e Pontos Fracos e Fortes
Elementos Árvore de Competência Fatores do Presente em relação ao Passado
de Represen-
tação da PASSADO PRESENTE Pontos Fracos Pontos Fortes
Árvore
1. Grande desigualdade social 1. Instabilidade política

2. Elevada incerteza e desconfiança do governo –
2. Valorização das empresas nacionais
crise moral
ver
Ed
3. Globalização 3. Crise de representabilidade
s 4. Preocupação do consumidor com os produtos em
4. Reformas do Estado
ão relação ao uso e à origem
5. Preocupação com ações sustentáveis e
itor
5. Produtos com pouca tecnologia
colaborativas
• Conscientização Política
par
6. Descomprometimento 6. Agropecuária fortalecida • Redução de
7. Subserviência 7. Exportação de commodities participação de • Crescimento de formas não
aC
produtos de alto tradicionais de economia
8. Fortalecimento da indústria 8. Variedade e crescimento do setor de serviços
a re
valor agregado nas (Transitions)
RAMOS 9. Organização de participação social exportações
9. Redução do valor agregado a produtos
R
DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035: o país que queremos
institucionalizada • Maior acesso à educação

visã
10. Aumento da importância do setor 10. Lento desenvolvimento da tecnologia – pouca • Instabilidade política principalmente ao ensino
de serviços inovação superior
od V
11. Relativa estabilidade econômica e
financeira
o
11. Estagnação do mercado consumidor interno
12. Aumento dos investimentos

12. Restrição ao crédito
estrangeiros no país
aut
13. Grandes eventos internacionais (copa de futebol,
or
Olimpíadas)
14. Crescimento do cinema e da publicidade
15. Processo de conscientização e mobilização
política e social
445
continua...
continuação
446
de Represen-
Árvore
1. Fortalecimento das instituições 1. Difusão das manifestações populares e do debate

financeiras político
2. Abertura comercial 2. Polarização social
3. Regulamentações estatutárias ( Lei
3. Melhorias de indicadores sociais
de Responsabilidade Social)
4. Plano real e crescimento econômico 4. Redes sociais
ver
Ed
5. Privatizações 5. Programas e politicas públicas sociais
s 6. Terceirização de mão de obra
ão 6. Econômica criativa e solidária
7. Dominação e segregação social 7. Mobilização da participação social
8. Abertura comercial e câmbio • Descentralização de
itor
8. Ação coletiva • Fortalecimento do terceiro
valorizado responsabilidades
setor
par
9. Organização pouco evoluída e baixa públicas com centra-
9. Acesso a informação democratizada lização do orçamento
TRONCO cooperação • Desenvolvimento de vários
aC
10. Crédito escasso 10. Processos mais bem estruturados programas sociais
a re
• Falta de planeja-
11. Falta de planejamento de médio e mento no longo
11. Empresas e comunidades mais organizadas
longo prazo
visã R prazo
12. Empreendedorismo
13. Violência e drogas
od V
14. Corrupção e perda de valores
o
15. Fortalecimento do terceiro setor
16. Políticas anticíclicas esgotadas
aut
17. Sobrecargas das administrações municipais
or
18. Ausência de reformas relevantes como a fiscal e
a político partidária
19. Fortalecimento do poder Judiciário
continua...

continuação
de Represen-
Árvore
1. Aceitação 1. Descrença no sistema político brasileiro
2. Crise fiscal 2. Pessimismo generalizado
3. Cultura Nacional 3. Intolerância da sociedade

ver
Ed
s 4. Pensamento focado no curto prazo
ão 4. Crise política e econômica
5. Crise inflacionária 5. Possibilidades de crescimento

itor
• Regulamentação de políti-
6. Acesso a bens importados 6. Compartilhamento e senso de pertencimento
par
cas públicas
7. Brasil agrário mais tecnológico 7. Maior qualificação – acesso à graduação

• Acesso à informação
aC
• Descompasso entre
a re
RAIZ 8. Dependência econômica de países sistema político e
8. Evolução de indicadores sociais • Transparência
do 1º mundo sociedade
R
visã
9. Sistema político em reorganização 9. Lideranças sociais enfraquecidas • Mobilização Social
10. Aparente estabilização do regime

od V
10. Final do bônus demográfico
democrático
o
11. Déficit e dificuldade de investimento em
11. Mão de obra pouco qualificada
infraestrutura
aut
12. Lideranças sociais em destaque 12. Recursos para desenvolvimento social
or
13. Bônus demográfico (país mais
jovem)
14. Esperança no futuro

447
448
Construção da Árvore de Competência do Futuro
Construir a árvore do futuro, considerando oportunidades e ameaças do

ambiente, e construir, para o do Desenvolvimento Brasil 2035, uma árvore de
competência do futuro, sabendo que a análise prospectiva permite considerar
que o futuro possui incertezas e está aberto para muitos futuros possíveis
Objetivo da oficina: imaginar um futuro desejável / realizável diante das
or
ameaças e oportunidades do ambiente e construir para o Desenvolvimento
od V
Brasil 2035 uma árvore de competência do futuro, sabendo-se que a Análise
aut
Prospectiva permite considerar que o futuro apresenta incertezas e está aberto
para muitos futuros possíveis.
Em seguida, foi elaborada pelos participantes a árvore de competência
R
do futuro, com os diversos fatores (Quadro 3). Depois, identificaram-se os
aspectos referentes a oportunidades e ameaças da árvore do futuro em relação
o
à árvore do presente. O importante desta oficina foi obter o que os participan-
aC

tes desejam para o futuro do Desenvolvimento do Brasil 2035 em relação
à situação presente.
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
Quadro 3 – Fatores da Árvore de Competência do Presente e do Futuro e Oportunidades e Ameaças
Elementos de Árvore de Competência Fatores do Futuro em relação ao Presente
Represen-tação
da Árvore PRESENTE FUTURO Ameaças Oportunidades
1. Estabilidade Política e
1. Instabilidade política
Econômica
2. Elevada incerteza e descon-
Ed
2. Uso sustentável do Patrimô- • Estabilidade Política e
fiança do governo – crise
ver
• Desestabilidade política e
nio cultural e ambiental Econômica
s moral
ão econômica
• Uso sustentável do Patrimônio
3. Crise de representatividade 3. Democracia plena e madura • Uso predatório do patrimônio
cultural e ambiental
itor
4. Preocupação do consumidor • Democracia plena e madura
par
com os produtos em relação 4. Sociedade menos desigual • Sentimento de não participação
ao uso e à origem popular na política (falta de
• Sociedade menos desigual
aC
representatividade efetiva)
a re
5. Preocupação com ações sus- 5. Foco em coletividade e bem • Foco em coletividade e bem
RAMOS
• Desigualdade social extrema
tentáveis e colaborativas comum
R
comum
visã
6. Desenvolvimento de econo- • Foco no individual ou classista
• Desenvolvimento de econo-
6. Agropecuária fortalecida mias locais com valorização mias locais com valorização
od V
das competências criativas • Controle da economia centrado
das competências criativas
o nas mãos de poucas e grandes
7. Estabilidade Política e corporações
7. Exportação de commodities • Diversificação da pauta de
Econômica
exportação e da inserção
aut
• Pauta de exportação focada no
8. Variedade e crescimento do internacional dos setores
agronegócio
or
econômicos
setor de serviços
9. Redução do valor agregado a

produtos
449
continua...
continuação
Elementos de
450
Árvore de Competência Fatores do Futuro em relação ao Presente
Represen-tação
10. Lento desenvolvimento da
tecnologia – pouca inovação
11. Estagnação do mercado
consumidor interno
12. Restrição ao crédito
RAMOS 13. Grandes eventos

internacionais (copa de
Ed
futebol, Olimpíadas)
ver
s 14. Crescimento do cinema e da
publicidade
ão
15. Processo de conscientização
itor
e mobilização política e social
par
1. Difusão das manifestações
aC
1. Foco no individual ou classista • Mídia monopolizada por corpora- • Mídia democratizada
a re
populares e do debate político
ções privadas
2. Controle da economia • Orçamento participativo e
2. Polarização social centrada nas mãos de poucas
visã R • Não participação das comunida- governos distritais
e grandes corporações des na aprovação dos orçamen-
tos públicos • Emprego de maior qualificação
3. Melhorias de indicadores 3. Pauta de exportação focada
od V
TRONCO • Falta de investimentos em pes- • Investimentos e apoio a insti-
sociais no agronegócio
o quisa e inovação tecnológica tuições voltadas a inovação,
4. Redes sociais tecnologia e empreendedorismo
• Supremacia do Poder Judi-
aut
ciário em relação aos poderes • Equilíbrio entre os três poderes
5. Programas e políticas públicas (Executivo, Legislativo e
representativos (Executivo e
or
sociais Legislativo) Judiciário)
continua...

continuação
Elementos de Árvore de Competência Fatores do Futuro em relação ao Presente
Represen-tação
6. Economia criativa e solidária
7. Mobilização da participação
social
8. Ação coletiva
9. Acesso a informação
Ed
democratizada
ver
s 10. Processos mais bem
ão
estruturados
11. Empresas e comunidades
itor
mais organizadas
par
12. Empreendedorismo
aC
TRONCO 13. Violência e drogas
a re
14. Corrupção e perda de valores
R
15. Fortalecimento do terceiro

visã
setor
16. Políticas anticíclicas
od V
esgotadas
o
17. Sobrecargas das
administrações municipais
aut
18. Ausência de reformas
or
relevantes como a fiscal e a
político-partidária
19. Fortalecimento do poder
Judiciário
451
continua...
continuação
Elementos de
452
Árvore de Competência Fatores do Futuro em relação ao Presente
Represen-tação
1. Descrença no sistema político 1. Desestabilidade política e

brasileiro econômica
2. Uso predatório do patrimônio
2. Pessimismo generalizado
3. Sentimento de não
participação popular na política
Ed
3. Intolerância da sociedade
(falta de representatividade
ver
s efetiva) • Polarização política • Maior engajamento político e
interesse pelos bens públicos
ão
4. Crise política e econômica 4. Desigualdade social extrema
• Falta de consciência do conceito
5. Possibilidades de crescimento de bem público • Entendimento que uma socie-
itor
dade mais igualitária é benéfica
6. Compartilhamento e senso de
par
• Desigualdade social a todos
RAIZ pertencimento
• Visão individualista dos segmen-
aC
7. Maior qualificação – acesso à • Desejo generalizado pelo
a re
graduação tos sociais e dos indivíduos compartilhamento
8. Evolução de indicadores
sociais
visã R • Sistema político não responsivo • Sistema político representativo
e não representativo e responsivo
9. Lideranças sociais
od V
enfraquecidas
10. Final do bônus demográfico
o
11. Déficit e dificuldade de
aut
investimento em infraestrutura
12. Recursos para
or
desenvolvimento social

3. Identificação e consolidação das

variáveis-chave por dimensão
Figura 6 – Etapas e atividades para elaboração do processo prospectivo, com

ênfase na atividade varredura do ambiente e identificação das variáveis-chave
or
od V
aut
Prospec�va III
25 novembro 2017
Definir as Ações:
O quê? Quando?
R Varredura do
Ambiente
Prospec�va I
20 abril 2016
o
das variáveis
aC
Análise
de Cenários dos atores
PAÍS QUE QUEREMOS
Treinamento e
visã
engajamento
do �me
Seminário de Prospec�va II hipóteses das tendências e
7, 8 e 9 junho de 2017 variáveis rupturas
itor
a re
A partir dos resultados obtidos na varredura do ambiente efetuada por

meio da realização das quatro oficinas, foi elaborada uma síntese (Figura 7)
par
que retrata a consolidação e a identificação das possíveis variáveis-chave.

Nesta primeira análise, foram identificadas 44 variáveis-chave, que,
Ed
numa etapa posterior, foram desmembradas ou não, ou agrupadas, ou identifica-

das com outras variáveis-chave, quando aprofundadas, ou quando, na identifi-
cação das variáveis provocadoras de tendências ou de rupturas, demonstraram
ão
sua importância e influência muito forte no futuro sobre as demais variáveis

para o Desenvolvimento do Brasil 2035. Deve-se ressaltar que algumas
variáveis-chave tiveram seu nome alterado para estar mais de acordo com a
s
realidade identificada no seu aprofundamento.

ver
Neste processo para desenvolver a apropriação dos participantes sobre

o sistema em análise, foi realizada na varredura do ambiente por meio das
oficinas, conforme já explicado, que identificou as variáveis que abrangem o
chamado espaço morfológico, neste caso o Desenvolvimento Brasil 2035.
Figura 7 – Síntese dos resultados das oficinas do Desenvolvimento Brasil 2035
454
Infraestrutura Social
• Infraestrutura deficitária • Redimensionar e organizar os serviços de
• Mudança modal transporte saúde
• Violência chega a níveis sem precedente
Polí�ca • Haverá uma mídia de qualidade
• Polí�ca industrial Cultura •Envelhecimento da população e mudança nas
• Formulação monitoramento e implementação • Corrupção disseminada regras dos aposentados
mais eficiente de polí�cas públicas (Cultura) • Programas sociais com contrapar�da de
• Vincular a sustentabilidade às demais áreas • Patrimônio Material e desenvolvimento
• Democracia plena e madura Imaterial (Cultura) • Sociedade menos desigual
• Estabilidade polí�ca e econômica ?? • Foco em cole�vidade e bem comum
• Mídia democra�zada
Ed
• Polí�ca econômica favorável ao crescimento
• Ter orçamento e planejamento par�cipa�vo – • Par�cipação social engajada localmente
ver
comunidade decide: o quê, como, quando fazer Projeto •Reforma da Previdência
conjunto das variáveis-chave.
s
• Reforma polí�ca – Sistema polí�co representa�vo Desenvolvimento • Maior engajamento polí�co e interesse pelos
e responsivo bens públicos
ão
• Apoio e ins�tuições voltadas a inicia�va, inovação Brasil 2035 • Entendimento de que uma sociedade mais
e empreendedorismo igualitária é benéfica a todos
itor
Meio ambiente
par
Educação
Uso sustentável dos • Inversão da pirâmide intelectual do Brasil
Econômica patrimônios ambientais
• Diversificação da pauta de exportação e da • Baixo inves�mento em educação
aC
inserção internacional dos setores • Maioria da população terá ensino
a re
• Compe��vidade de setores de alto valor Gestão superior
agregado • Gestão ineficiente do Estado – Pacto Federa�vo
• Desenvolvimento das economias locais,
APLs com valorização das competências
• Valorização do Planejamento Governamental de
Longo Prazo
visã R Segurança e Defesa
• Segurança e Defesa (Vários aspectos)
cria�vas • Mudança da estrutura do Estado • Base industrial capaz de atender às
• Reforma Fiscal • Maior comprome�mento de recursos estratégi- principais necessidades das Forças
cos sob a égide de inves�dores estrangeiros e Armadas
od V
Tecnologia capital privado
• Dependência tecnológica • Governos distritais, subordinado ao orçamento
o Demografia
• Sistema de informação par�cipa�vo
• Equilíbrio entre os três poderes Superpopulação nas
territorial acessível grandes cidades brasileiras
aut
or
identificação dos atores dominantes e implicados, que depois integraram o
A partir da identificação dessas variáveis, inicia-se o processo de
do espaço morfológico e a gestão do aprofundamento das variáveis, e con-
As variáveis foram agrupadas por dimensão para facilitar o entendimento
tribuir na distribuição dos participantes em grupos, para efetuar esse trabalho.

4. Análise Estrutural – o jogo dos atores
Figura 8 – Etapas e atividades para elaboração do Processo

Prospectivo, com ênfase na atividade Jogo dos Atores

Resultados e Impactos
or
Governança
od V
aut
Varredura do
O quê? Quando?
Quem? Como?
R Ambiente
Iden�ficação
das variáveis
o
Análise
aC

PAÍS QUE QUEREMOS
Treinamento e
engajamento
do �me
visã
itor
a re
A partir da identificação das variáveis, iniciou-se a Análise Estrutural,

que consiste em identificar as variáveis do ambiente externo ao sistema, por
sua ação direta e também por intermédio de combinações de influências indi-
retas – em geral negligenciadas, mas de grande poder de influência sobre o
sistema, neste caso do Desenvolvimento Brasil, ou seja, sobre o ambiente
par
próximo –, e em identificar as inter-relações e a relevância dessas variáveis

para explicar o sistema (GODET, 2001).
Ed
Sobre a Análise Estrutural, é necessário explicar sua origem e alguns

conceitos, em razão da sua importância no processo prospectivo, que definirá
das variáveis que deram o contorno, neste caso as delimitações do sistema
ão
em análise, do Desenvolvimento Brasil 2035.

Para Godet (2001), o Seminário Prospectiva, que efetua a varredura do
s
ambiente, é a rampa de lançamento do processo prospectivo, que também

ver
pode-se dizer é o preâmbulo da Análise Estrutural, que teve sua origem nos
trabalhos de Jay Wright Forrester. Segundo Plassard (2004), ela consiste em
construir um sistema de equações que representa o comportamento de um
sistema complexo.
456
A análise estrutural foi utilizada para atender a um pedido do Clube de

Roma, sobre o futuro global de crescimento e de recursos naturais. Escrito por
Donella Meadows, Dennis Meadows, Jorgen Randers e William Behrens, do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), o livro The Limits to Growth
foi apelidado de Relatório Meadows, em razão de os dois primeiros autores
terem o mesmo sobrenome. A natureza sistêmica desta técnica é que o torna
interessante. Esta análise difere dos sistemas de equações, que levam a uma
or
solução, na medida em que integra o tempo e descreve o desenvolvimento de
od V
um número de variáveis estratégicas de acordo com as restrições do sistema.
aut
O modelo foi considerado em torno de cinco variáveis-chave: população,
indústria, agricultura, recursos e poluição. A variável central é população,
que varia em função das demais. O livro apresenta a evolução das variáveis
R
para vários cenários de referência.
Existem outras definições de análise estrutural. Segundo Hatem (1993),
o
trata-se de uma técnica de análise de sistema que verifica o sistema, em análise,
aC
por meio de três etapas: a) identifica as componentes do sistema e as relações

existentes entre elas, b) examina o funcionamento do sistema e c) delineia a
evolução do sistema.
A riqueza da análise estrutural, conforme Plassard (2004), juntamente,
visã
com as suas limitações, reside na escolha de variáveis. O método requer a
identificação de uma série de variáveis, para estabelecer entre elas relações
diretas e indiretas, criptografadas ou não.
itor
Para Godet (1994), o objetivo da análise estrutural é destacar a estrutura

a re
das relações entre as variáveis qualitativas, quantificáveis ou não, porque elas

caracterizam o sistema sob estudo, definindo-lhe as delimitações. A análise
estrutural permite descrever um sistema usando uma matriz que interliga
todos os seus componentes. Este método permite a análise dessas relações e
a identificação das principais variáveis.
par
Nesse contexto, procurou-se identificar os atores para posteriormente

integrá-los ao conjunto das variáveis que compuseram o espaço morfológico
Ed
do Desenvolvimento Brasil 2035, que delimitará o escopo do projeto.

Antes de apresentar a atividade de identificação dos atores, é importante
destacar alguns conceitos:
ão
• Atores: são entidades (pessoas, ser, indivíduo, sociedade, governo,

associação) que representam importante papel no sistema por inter-
s
médio de variáveis que caracterizam seus projetos e que eles con-

ver
trolam mais ou menos. Um ator tem uma identidade, um projeto e

os meios próprios para atingi-los. Para poder ser integrado à aná-
lise, um ator deve ser considerado um grupo social ou econômico,
que disponha de meios de ação, organizados numa estratégia para
atingir os objetivos e metas fixadas. Por exemplo: o público e os

consumidores não são atores, mas um grupo de consumidores o são.
• O que está em jogo: é uma passagem obrigatória para os atores,
com resultados incertos e múltiplos. Há, desse modo, possibilidade
de perda ou de ganho para cada ator envolvido no que está em jogo.
• Campo de batalha: uma situação em jogo pode corresponder a
vários campos de batalha (frentes ou terrenos), em função das estra-
or
tégias dos atores envolvidos.
od V
aut
Deve-se destacar que alguns agentes sociais (stakeholders) podem ser
atores, são aqueles com poder de interferir no processo ou no sistema em
questão, o Desenvolvimento Brasil 2035.
R
A primeira atividade foi listar as variáveis identificadas na varredura do
ambiente, aquelas que foram listadas na Figura 7, e hierarquizá-las, conforme
o
Tabela 4.
aC
Tabela 4 – Lista das variáveis hierarquizadas

Hierar-
Ordem Mudança
quização
visã
1ª. Reforma política – Sistema político representativo e responsivo 26
2ª. Segurança e Defesa (Vários aspectos) 18
3ª. Corrupção disseminada (cultura) 15
itor
4ª. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil 14

a re
5ª. Dependência tecnológica 14

6ª. Infraestrutura deficitária 14
7ª. Superpopulação nas grandes cidades brasileiras 14
8ª. Haverá uma mídia de qualidade 13
par
Desenvolvimento das economias locais, APLs com valorização das

9ª. 13
competências criativas
Ed
10ª. Baixo investimento em educação 11

11ª. Democracia plena e madura 10
12ª. Valorização do Planejamento Governamental de Longo Prazo 10
ão
13ª. Apoio e instituições voltadas a iniciativa, inovação e empreendedorismo 8

14ª. Violência chega a níveis sem precedentes 8
15ª. Política industrial 7
s
16ª. Sociedade menos desigual 7

ver
17ª. Reforma fiscal 6

Formulação, monitoramento e implementação mais eficiente de políticas
18ª. 5
públicas
19ª. Política econômica favorável ao crescimento 5
continua...
458
continuação
Hierar-
Ordem Mudança
quização
20ª. Redimensionar e organizar os serviços de saúde 5
21ª. Reforma da Previdência 5
22ª. Equilíbrio entre os três poderes 5
23ª. Estabilidade política e econômica 4
or
24ª. Sistema de informação territorial acessível 4
25ª. Mudança da estrutura do Estado 4
od V
26ª. Envelhecimento da população e mudança nas regras dos aposentados 4
aut
27ª. Programas sociais com contrapartida de desenvolvimento 4
28ª. Foco em coletividade e bem comum 4
29ª.
30ª.
R
Participação social engajada localmente
Entendimento de que uma sociedade mais igualitária é benéfica a todos
4
4
o
31ª. Vincular a sustentabilidade às demais áreas 3
aC
32ª. Competitividade de setores de alto valor agregado 3

33ª. Mudança modal transporte 3
34ª. Gestão ineficiente do Estado – Pacto Federativo 3
35ª. Maior engajamento político e interesse pelos bens públicos 3
visã
Ter orçamento e planejamento participativo – comunidade decide: o quê,
36ª.
como, quando fazer 2
37ª. Uso sustentável do patrimônio ambiental (meio ambiente) 2
itor
38ª. Patrimônio Material e Imaterial (cultura) 2

a re
Diversificação da pauta de exportação e da inserção internacional dos

39ª. 0
setores
Maior comprometimento de recursos estratégicos sob a égide de
40ª. 0
investidores estrangeiros e capital privado
41ª. Governos distritais, subordinado ao orçamento participativo 0
par
42ª. Mídia democratizada 0

43ª. Maioria da população terá ensino superior 0
Ed
Base industrial capaz de atender às principais necessidades das Forças

44ª. 0
Armadas
ão
Inicialmente, era para escolher as cinco principais variáveis, mas, como

havia um empate de 14 pontos entre quatro variáveis, decidiu-se incluir todas;
por consequência e por se considerarem importantes as duas variáveis seguin-
s
tes, elas também foram incluídas, totalizando nove variáveis.

ver
Deve-se ressaltar que a decisão dos participantes foi preponderante, desde

que não prejudicasse a técnica aplicada e contribuísse para a suaevolução.
Isso propiciou aumento da motivação dos participantes, que foram se sentindo
mais integrados ao processo e gerou apropriação. Outra aprendizagem foi
que as principais variáveis propiciaram a identificação dos principais atores
do processo prospectivo. A avaliação do grau de preparação atual dos atores

do Desenvolvimento Brasil 2035 em face das principais variáveis está apre-
sentada na Figura 9.
Figura 9 – Plano: Importância das variáveis x Grau de preparação dos Atores
or
Principais desafios
do futuro
od V
aut
Importância das
variáveis
Reforma polí�ca –
Sistema polí�co
R
o
representa�vo e Necessidade de mobilização dos
responsivo (26) atores de desenvolvimento
Forte
aC
Segurança e Defesa
(Vários aspectos) (18)
Corrupção disseminada
(cultura) (15)
visã
Inversão da pirâmide Dependência
intelectual do Brasil (14) tecnológica (14)
Superpopulação nas Infraestrutura

grandes cidades brasileiras deficitária (14)
(14)
itor
Haverá uma mídia Desenvolvimento das

de qualidade (13) economias locais, APLs com
a re
valorização das competências

cria�vas (13)
Fraco
par
Ed
Fraco Forte
Grau de preparação atual dos atores em Relação ao Desenvolvimento Brasil 2035
ão
Verificou-se que o grau de preparação dos atores é fraca para a maioria

das variáveis, sendo um dos principais desafios para o futuro. Ressalta-se que,
na variável “Corrupção Disseminada (cultura)”, há atores bem preparados,
s
como foi comentado pelos participantes, porém verifica-se que há necessidade

ver
de mobilização de outros atores do desenvolvimento para mitigar as ações

dessa variável no futuro.
460
4.1 Identificação dos atores por variável
A partir das variáveis-chave, foram identificados os atores envolvidos nas

situações que estão em jogo no Desenvolvimento Brasil 2035, os objetivos
e o horizonte definido, seu ambiente hoje e no futuro.
Para definir a quantidade de atores, é necessário refletir sobre o nível de
detalhe que se deseja atingir no Desenvolvimento Brasil 2035 em análise,
or
segundo Bassaler (2004), considerando os objetivos a serem atingidos com
od V
essa análise e o tempo disponível para essa reflexão. O importante é identificar
aut
os atores que realmente desempenham um papel importante na situação atual,
conforme o Quadro 4.
R
Quadro 4 – Variáveis e respectivos atores
o
Variáveis críticas Atores
aC

Mídia
Sociedade
Reforma política – Sistema político
1ª. OAB
representativo e responsivo
visã
Congresso
Empresas
Poder Executivo
Forças Armadas
itor
2ª. Segurança e Defesa (vários aspectos) Academia

a re
Poder Judiciário
Sociedade
Sociedade
Poder Judiciário
3ª. Corrupção disseminada (cultura)
par
Ministério da Educação
OAB
Ed
IES
MCTIC
Confederações
ão
4ª. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil

Empresas
Forcas Aramadas
s
Poder Executivo
ver
Academia
Sociedade
5ª. Dependência tecnológica
Poder Legislativo
Sistema S (Senai, SECS, Sesi, Senac, etc.)
continua...
continuação
Variáveis críticas Atores
Congresso
6ª. Infraestrutura deficitária Empresas
Investidores estrangeiros
Movimentos sociais
Superpopulação nas grandes Distritos ou comunidades
or
7ª.
cidades brasileiras Prefeituras
od V
Secretarias de Planejamento
aut
Empresas de TI
Órgãos reguladores
8ª. Haverá uma mídia de qualidade
R ABI
Poder Judiciário
o
Fiesp
CNI
aC
Desenvolvimento das economias
9ª. locais, APLs com valorização Associações Comerciais

das competências criativas Corecon
IES
visã
Ao se analisarem os atores, considerando as variáveis principais, nota-
-se uma repetição, ou que alguns dos atores abrangem outros. Diante dessa
análise, elaborou-se uma lista única dos atores, conforme o Quadro 5. Além
itor
disso, durante essa análise, verificou-se que atores importantes não haviam
a re
sido listados, como Ministério Público e Sindicato dos Trabalhadores, que

foram incluídos. Nessa atividadade, é necessário listar os atores considera-
dos importantes, mesmo que a quantidade aumente, porque o processo de
identificação dos atores dominantes e implicados identificará aqueles que são
realmente importantes para o sistema.
par
Ed
Quadro 5 – Lista única de atores

Nomes Longos Nomes Curtos
ão
1 Mídia MIDIA
2 Sociedade SOCBRAS
3 Poder Legislativo PODLEGISLA

s
ver
4 Empresas EMPRESAS
5 Poder Executivo PODEXECUTI
6 Forças Armadas FORARMA
7 Comunidade acadêmica COMACADE

continua...
462
continuação
Nomes Longos Nomes Curtos
8 Poder Judiciário PODJUDICIA
9 Ministério da Educação MINEDUCA
Ministério de Ciência, Tecnologia,

10 MCTCOMUNI
Inovações e Comunicações
or
11 Confederações CONFEDERA
12 Investidores estrangeiros INVESTRANG
od V
aut
13 Movimentos sociais MOVISOCIAL
15 Distritos ou comunidades DISTRICOMU
16
17
Prefeituras
Ministério Público
R PREFEITU
MINPUBLICO
o
18 Órgãos reguladores ORREGULA
aC

19 Sindicato dos trabalhadores SINDITRAB
Após essa análise, os participantes procuraram detalhar cada ator nos

visã
seguintes itens: a descrição do ator, a finalidade, a missão, os objetivos estra-
tégicos e operacionais, os projetos e, se possível, as estratégias, os pontos
fortes e fracos. Além disso, listaram a possível bibliografia de onde foram
obtidas essas informações.
itor
a re
4.2 Identificação dos desafios, dos campos de batalha e dos

objetivos associados
Na reflexão sobre os atores, torna-se importante a identificação dos seus

par
desafios, em razão das questões de incerteza e da possibilidade de perda ou

ganho para cada um deles diante do desafio, isto é, do que está em jogo no
Ed
Desenvolvimento Brasil 2035, em análise.

Um desafio pode identificar vários campos de batalha (onde cada ator
atua), que devem ser analisados em função das particularidades das estratégias
ão
dos atores envolvidos no Desenvolvimento Brasil 2035. A identificação dos

objetivos de atuação dos atores se faz a partir de cada campo de batalha, que
s
deve ser expresso por um verbo de ação.

Entendendo o que significa desafio, campo de batalha e objetivos associa-
ver
dos à atuação dos atores, conforme Bassaler (2004), elabora-se um quadro, em

que se considera, inicialmente, a reflexão individual e, depois, a coletiva. No
Quadro 6, a seguir, apresentam-se os resultados consolidados desta reflexão
para que os objetivos fossem definidos.
Quadro 6 – Identificação dos objetivos a partir dos campos de batalha e estes, a partir dos desafios
Desafios Campos de Batalhas ou Situações em Jogo Objetivos Associados à Atuação dos Atores
• Conquistar o Parlamentarismo
• Mudança da Estrutura do Estado • Educação do povo sobre valores e mecanismos da democracia
• Falta de consciência do povo sobre o poder • Definir processos e modos de ação
que dele emana • Atingir credibilidade do Poder Público
• Conciliar interesses • Definir metodologia de trabalho conjunta
• Combater a “cultura” da corrupção • Estabelecer metas e obedecer a prazos
• Três poderes
Ed
• Processar informações • Aplicar documentos e normas
• Interface entre o povo e seus representantes
ver
• Equidade entre os atores • Instituir símbolo positivo e desejável de cidadania
s
• Engajamento da sociedade
• Fóruns públicos
• Sanear os processos de redução das desigualdades e melho-
• Espaços públicos
ão
• Apropriação pelos indivíduos do papel por um ria dos serviços
• Sociedade
Brasil melhor • Estimular a participação efetiva da sociedade
itor
• Governo local
• Incentivo à pesquisa científica e tecnológica • Oferecer recompensas e reconhecimento para ações
• Mídias e divulgação
par
• Desenvolvimento socioeconômico pró-sociedade
• Academia (todos os níveis)
• Sedimentação da “cultura” de defesa • Atingir menor desigualdade socioeconômica
• Relação capital x trabalho
• Aumentar o nível educacional da população
aC
• Manter o Brasil uma só sociedade aberta, plural, mais segura
• Opinião pública
a re
brasileira e democrática
• Poder público em conjunto com iniciativa privada
• Maior transparência nas contas públicas • Fiscalizar com mais eficiência
R
utilizando pesquisas
• Elaborar plano de políticas públicas integra- • Acabar com a expressão “país em desenvolvimento” e torná-la
visã
• Esferas governamentais e Ministério Público
das, evitando superposição “país desenvolvido”
• Maior protagonismo político no exterior
• Colaboração entre os atores • Atingir maior participação no PIB mundial
od V
• Núcleo familiar em interação com a sociedade
• Defesa do território e patrimônio nacional • Sensibilizar os atores sobre acordos e benefícios para todos
• Maior integração regional e mundial
• Ciberespaço
o • Ter recursos humanos e materiais para Forças Armadas
• Legislativo e executivo como influenciadores
• Aumentar a consciência cidadã do brasileiro (FFAA).
• Interesse social e coletivo x interesse individual e
• Reduzir a violência social • Fortalecer a economia brasileira
aut
privado
• Priorização e viabilização dos projetos • Ter um ensino público baseado nas escolas militares
• Mercado consumidor
or
• Ter acesso irrestrito à informação • Escalonar projetos com propósitos comuns
• Reduzir níveis de desigualdade geradores de • Atingir autossuficiência em ciência e tecnologia
desinteresse da população • Promover uma educação para cidadania
• Obter um balanço aceitável entre consumo e • Acionar Ministério Público
uso dos recursos • Usar recursos naturais de forma consciente (repensar
consumismo)
463
464
Após a identificação de 25 objetivos associados aos atores, os partici-

pantes verificaram a possibilidade de agrupá-los, procurando uma redação
que expressasse cada um deles (Quadro 7).
Quadro 7 – Agrupamento dos objetivos associados à atuação dos atores

Objetivos que representam o
Objetivos associados à
or
agrupamento dos Abreviação do
atuação dos atores
objetivos associados à objetivo Nome curto
identificados
od V
aut
• Promover uma educação para cidadania
• Educação do povo sobre valores e meca- • Promover educação de quali-

nismos da democracia
• Ter um ensino público baseado nas escolas
militares
R dade que fortaleça a cidadania
em ambiente democrático
CIDANIA
o
• Definir processos e modos de ação
aC
• Conceber a visão estratégica

• Definir metodologia de trabalho conjunta para o país formular políticas e VISESTRATE
definir ações
• Aplicar documentos e normas
• Estabelecer metas e obedecer a prazos

visã
• Escalonar projetos com propósitos comuns • Gerir projetos considerando
GERIRPROJE
práticas sustentáveis
• Usar recursos naturais de forma consciente
(repensar consumismo)
itor
• Acabar com a expressão “país em desen-

a re
volvimento” e torná-la “país desenvolvido”
• Atingir maior participação no PIB mundial
• Atingir menor desigualdade

• Promover o desenvolvimento
socioeconômica
sustentável melhorando a distri- DESEVSUSTE
par
• Sanear os processos de redução das desi-

buição de renda
gualdades e melhoria dos serviços
Ed
• Fortalecer a economia brasileira
• Atingir autossuficiência em ciência e

tecnologia
ão
• Estimular a participação efetiva da

sociedade
• Sensibilizar os atores sobre acordos e
s
benefícios para todos • Incentivar a participação efetiva

• Manter o Brasil uma só sociedade aberta, da sociedade de forma aberta,
ver
APROPRIACA
plural, mais segura e democrática plural e democrática, com
• Oferecer recompensas e reconhecimento segurança
para ações pró-sociedade
• Instituir símbolo positivo e desejável de
cidadania
continua...
continuação
Objetivos que representam o
Objetivos associados à
agrupamento dos Abreviação do
objetivos associados à objetivo Nome curto
identificados
• Fiscalizar com mais eficiência
• Aprimorar os sistemas de
• Acionar Ministério Público fiscalização e controle da gestão CONTROLPUB
or
pública
• Atingir credibilidade do Poder Público
od V
• Ter recursos humanos e materiais para as • Ter recursos humanos e materiais
SOBERANIA
FFAA para as FFAA
aut
• Conquistar o Parlamentarismo • Reformular o Sistema Político SISPOLITIC
R
Na análise dos atores, deve-se lembrar o exposto no Quadro 8, a seguir.
o
Quadro 8 – Mapeamento dos agentes sociais e dos atores
aC
Poder Legitimidade Urgência
Não agirão enquanto não

Adormecidos
adquirirem outro atributo
visã
Tendo urgência, serão
Reivindicadores incômodos e algumas
Latentes vezes barulhentos
itor
São organizações
filantrópicas que não
a re
Discretos possuem poder e

urgência, mas que
devem ter uma atenção
Serão coercivos,
Perigosos violentos e perigosos
par
para todos os envolvidos

Formam a coligação
Ed
dominante, cujos
Com Dominantes
interesses e expectativas
expectativa
marcam a diferença
ão
Dependem de outros
para assegurar que
Dependentes
seus interesses
s
sejam defendidos
ver
Necessitam de maior
atenção, fazem parte da
Definitivos Definitivos
coligação dominante e
são os mais importantes
Fonte: Mitchell, Agle e Wood (1997); Roque (2008).

466
4.3 Análise Estrutural dos atores e objetivos MACTOR
A partir dessas informações, foi utilizado o software MACTOR, do

LIPSOR – CNAM, em que os atores e os objetivos identificados foram
registrados, gerando registros de dados e os respectivos nomes mnemônicos
ou curtos.
A partir dessas informações, foram construídas as matrizes ATOR x
or
ATOR e ATORES x OBJETIVOS, iniciando-se a análise dos atores, por meio
od V
do software MACTOR, do LIPSOR – CNAM.
aut
4.3.1 Matriz de Influências Diretas (MID)
R
Inicialmente, foram cadastrados os atores com as respectivas informações
o
e os objetivos. Depois foi criada a Matriz de Influências Direta (MID) ATOR x
ATOR a partir da tabela de estratégias dos atores, que descreve as influências
aC

diretas que os atores têm sobre cada um dos outros atores de acordo os pesos
a seguir descritos.
Influências são classificadas de 0 a 4, de acordo com a importância do
visã
risco possível do ator:
4 – quando o ator Ai pode contestar ou pode confirmar a existência

itor
do ator Aj;
a re
3 – quando o ator Ai pode contestar ou pode confirmar as missões

do ator j;
2 – quando o ator Ai pode contestar ou pode confirmar os projetos
do ator Aj;
1 – quando o ator Ai pode contestar ou pode confirmar os processos
par
operacionais do ator Aj;

Ed
0 – quando o ator Ai não tem qualquer influência sobre o ator Aj.
A matriz com os respectivos pesos indicados pelos participantes e con-

ão
solidados por meio de escolha do peso em cada célula que representasse a

moda está apresentada na Figura 10.
s
ver
Figura 10 – Matriz de Influências Direta (MID) ATOR x ATOR MDI
PODLEGISLA
PODEXECUTI
INVESTRANG
CONFEDERA
MOVISOCIAL
MINPUBLICO
DISTRICOMU
MCTCOMUNI
PODJUDICIA
COMACADE
ORREGULA
EMPRESAS
SINDITRAB
MINEDUCA
FORARMA
SOCBRAS
PREFEITU
MIDIA
MDI
EMPRESAS 0 2 0 3 2 2 2 2 2 2 1 2 3 4 1 2 3 2
or
ORREGULA 3 0 0 2 2 2 0 0 2 2 2 2 0 4 1 2 2 1
od V
FORARMA 2 1 0 2 1 2 1 2 1 1 1 2 0 1 1 2 0 0
aut
SOCBRAS 4 3 2 0 3 3 3 3 3 1 1 1 1 2 3 2 2 0
MIDIA 3 2 1 4 0 2 2 3 3 2 2 2 2 3 3 2 2 2
PREFEITU 2 1 1 2 2 0 1 2 2 1 1 1 1 3 2 4 1 0
MINPUBLICO
PODEXECUTI
2
4
2
4
2
3
R
3
3
2
2
2
3
0
1
2
0
2
2
1
1
1
3
1
4
1
2
1
3
1
2
2
3
1
2
1
1
o
PODLEGISLA 3 3 2 3 2 2 2 2 0 1 2 2 1 3 2 2 2 2
aC
COMACADE 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 3 3 1 1 2 1 1 0
MINEDUCA 2 1 0 2 1 2 0 1 1 3 0 2 1 1 1 1 0 0
MCTCOMUNI 2 1 1 2 2 1 1 1 1 2 2 0 1 3 1 1 0 0
CONFEDERA 3 2 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 2 1 1 2 0
visã
INVESTRANG 3 2 1 2 3 2 0 2 2 2 1 2 1 0 1 1 0 1
MOVISOCIAL 2 1 1 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1 1 0 2 3 1
DISTRICOMU 2 1 1 2 1 2 1 1 2 1 1 1 0 1 2 0 2 0
itor
SINDITRAB 2 1 0 2 2 2 1 2 2 1 1 1 2 2 3 2 0 1
a re
PODJUDICIA 2 2 0 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 0
Fonte: Godet (2001), consolidação dos dados dos participantes e

utilização do software livre MACTOR, da LIPSOR – CNAM.
par
4.3.2 Matriz de posições valorizadas

Ed
A matriz de posições valorizadas ATOR X OBJETIVO, denomi-

nada 2MAO, fornece informações sobre a posição do ator em cada objetivo
(pró, contra, neutro ou indiferente) e a hierarquia dos seus objetivos.
ão
O sinal (+ ou -) indica se o ator é susceptível de atingir o objetivo ou

não. Zero é indiferente.
s
4 – O objetivo Oj desafia (arrisca, compromete, põe em risco) a

ver
existência do ator Ai – é indispensável para ele existir;

3 – O objetivo Oj desafia (arrisca, compromete, põe em risco) a
missão do ator Ai – é indispensável para essa missão;
2 – O objetivo Oj desafia (arrisca, compromete, põe em risco) o sucesso
dos projetos do ator Ai – é indispensável para o sucesso desses projetos;
468
1 – O objetivo Oj desafia (arrisca, compromete, põe em risco), no

limite de tempo e espaço, a operação do processo usado pelo ator
Ai – é indispensável a esse processo.
Figura 11 – Matriz de posições valorizadas ATOR x OBJETIVO
APROPRIACA
DESEVSUSTE
GERIRPROJE
CONTROLPU
VISESTRATE
SOBERANIA
CIDADANIA
SISPOLITIC
or
2MAO
od V
aut
EMPRESAS 2 3 3 -2 2 3 1 1
ORREGULA 2 3 3 2 2 3 3 1
FORARMA
SOCBRAS
3
4
R 4
3
3
3
2
3
2
3
1
4
3
3
4
2
o
MIDIA 3 2 2 -2 2 2 1 2
PREFEITU 3 2 2 2 2 2 3 2
aC

MINPUBLICO 4 3 3 3 3 2 2 2
PODEXECUTI 3 3 2 2 3 3 3 3
PODLEGISLA 3 3 2 2 2 3 3 3
visã
COMACADE 4 3 2 3 3 2 2 1
MINEDUCA 4 3 3 2 2 2 2 3
MCTCOMUNI 3 3 3 2 2 2 2 1
CONFEDERA 2 2 2 2 2 2 2 2
itor
INVESTRANG 2 2 3 2 3 3 1 2
a re
MOVISOCIAL 4 2 2 3 4 2 2 2
DISTRICOMU 4 2 3 3 1 1 1 0
SINDITRAB 2 1 2 2 3 3 2 2
PODJUDICIA 2 3 2 2 1 0 2 1
par

Ed
4.3.3 Resultados dos estudos – influências diretas e indiretas

ão
4.3.3.1 Matriz de Influências Diretas e Indiretas (MIDI)

s
ver
A matriz MIDI determina as inflências diretas ou indiretas de ordem 2

entre os atores. A utilidade desta matriz é sua visão mais completa dos jogos
de competitividade (um ator pode reduzir o número de escolhas de outro
influenciando-o por meio de um ator intermediário). A operação de “soma”
usada para calcular que a MIDI não produz (nesta nova matriz) a mesma
escala de intensidade adotada para avaliar influências diretas em MID. Apesar

disso, valores em MIDI são um bom indicador da importância das influências
diretas e indiretas que os atores têm uns sobre os outros. Dois indicadores são
calculados a partir da MIDI:
• o grau de influência direta e indireta de cada ator (Ii, pela soma

das linhas);
or
• o grau de dependência direta e indireta de cada ator (Di, pela soma
od V
das colunas).
aut
Os valores representam influências diretas e indiretas entre atores, quanto
maior o valor, mais influência o ator tem sobre o outro.
R
Figura 12 – Matriz de Influências Diretas e Indiretas entre os atores
o
aC
PODLEGISLA
CONFEDERA
MOVISOCIAL
INVESTRANG
MINPUBLICO
PODEXECUTI
DISTRICOMU
MCTCOMUNI
PODJUDICIA
COMACADE
ORREGULA
EMPRESAS
SINDITRAB
MINEDUCA
FORARMA
SOCBRAS
PREFEITU
MIDIA
MDII
II
visã
EMPRESAS 32 26 14 29 29 28 19 25 28 20 22 23 19 29 27 26 23 12 399
ORREGULA 25 18 10 24 22 22 15 20 21 19 18 20 16 24 20 20 17 10 323
FORARMA 20 17 12 20 19 19 13 17 19 16 16 17 14 19 18 19 15 9 287
SOCBRAS 34 26 15 33 27 30 18 27 29 19 21 24 18 31 25 29 22 12 407
itor
MIDIA 38 29 15 36 31 32 20 28 31 22 24 26 19 32 28 29 25 12 446
a re
PREFEITU 25 22 13 24 24 24 17 22 24 18 19 21 16 23 22 25 19 12 346
MINPUBLICO 27 24 14 27 25 27 19 24 26 19 21 23 17 24 24 26 20 12 380
PODEXECUTI 36 27 14 32 29 31 19 26 28 23 23 27 19 34 25 29 23 12 431
PODLEGISLA 36 27 14 34 31 32 20 28 30 22 22 25 19 30 26 29 23 12 430
COMACADE 18 15 10 18 17 17 12 15 16 17 18 18 13 17 16 16 13 9 258
par
MINEDUCA 17 15 10 17 17 16 13 15 16 16 16 17 12 17 16 16 13 8 251
MCTCOMUNI 21 19 11 20 20 20 15 18 19 19 18 20 14 20 18 18 15 10 295
Ed
CONFEDERA 19 17 10 19 18 18 12 16 18 17 15 17 15 19 15 17 15 10 272
INVESTRANG 25 21 12 25 24 22 17 21 23 19 21 22 16 25 22 22 19 10 341
MOVISOCIAL 25 22 13 25 24 25 18 23 25 18 20 21 18 24 25 25 21 12 359
ão
DISTRICOMU 21 18 12 21 21 21 15 20 21 16 16 17 15 20 20 21 16 11 301
SINDITRAB 26 23 13 25 24 25 17 23 25 18 19 21 18 25 24 27 22 12 361
PODJUDICIA 28 24 14 28 27 28 18 25 28 19 20 22 18 25 24 27 22 12 397
s
DI 441 372 214 424 398 413 278 367 397 320 333 361 281 412 370 397 321 185 628
ver

utilização do software livre MACTOR da LIPSOR – CNAM.
470
4.3.3.2 Mapa de influências e dependências entre atores
O mapa de influências e dependências entre atores é uma representação

gráfica das posições dos atores com relação às influências e dependências
(direta ou indireta: Di e Ii) entre si.
As posições são calculadas automaticamente pelo software MACTOR.
Na Figura 13, apresentam-se a posição de cada ator, o que cada quadrante
or
significa e a explicação dos eixos de controle e de implicação:
od V
aut
• eixo de implicação: um ator pouco influente e pouco dependente,
fora do jogo; e o oposto, muito influente e dependente, mas está
envolvido nas redes de influência e dispõe de meios de ação;
•
R
eixo de controle: permite distinguir os atores dominantes dos atores
mais sensíveis (ou dominados).
o
aC
Figura 13 – Mapa de Influências e Dependências entre os atores

•
Mídia
Poder Execu�vo • • Poder Legisla�vo

visã
Atores
dominantes
Sociedade Brasileira •
Eixo de
• Poder Judiciário Eixo de implicação
Empresas •
itor
Controle
Atores de ligação
a re
• Ministério Público
ou de passagem
influências
Sindicato dos Trabalhadores • • Movimentos Sociais
Inves�dores Estrangeiros •
Prefeitura •
par
Atores
autônomos Orgão Regulador • Atores
Ed
dominados
Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação Distritos e Comunidades •
• Forças Armadas
ão
• Confederações
Comunidade Acadêmica •
s
Ministério da Educação
•
dependências
ver

De acordo com o mapa, no eixo de controle, os atores dominantes são

Poder Judiciário (PODJUDICIA) e Ministério Público (MINPUBLICO); no
eixo de implicação, os atores muito influentes e dependentes são Poder Execu-

tivo (PODEXECUTI), Mídia (MIDIA), Poder Legislativo (PODELEGISLA),
Sociedade Brasileira (SOCBRAS) e Empresas (EMPRESA).
Esses sete atores integraram as variáveis-chave, que eram 44, totali-
zando 51.
Na análise estrutural de atores, há muito mais informações, que os inte-
ressados poderão encontrar na literatura já citada. Para este projeto e livro,
or
as informações utilizadas são suficientes.
od V
Deve-se destacar que a integração dos atores dominadores e implicados
aut
ao conjunto das variáveis-chave proporciona identificar a sua ação sobre elas
e vice-versa. O processo apresentado identifica os atores importantes que
devem fazer parte do processo prospectivo Desenvolvimento Brasil 2035.
5. Análise Estrutural – descrição dasR

o
variáveis: tendências e rupturas
aC
Figura 14 – Etapas e atividades para elaboração do processo

visã
prospectivo, com ênfase na atividade Análise Estrutural –
Descrição das variáveis – Tendências e rupturas
Resultados e Impactos
itor
Governança
a re

par

das variáveis
Ed
Análise
PAÍS QUE QUEREMOS
Treinamento e
ão
engajamento
do �me
s
ver
Após finalizar a Análise Estrutural dos atores, totalizaram-se 51 variáveis-

-chave, isto é, a soma das 44 variáveis-chave identificadas depois da varredura
do ambiente mais os sete atores dominantes e implicados identificados.
472
Diante dessa quantidade de variáveis-chave, fez-se uma revisão para

verificar se havia possibilidade de agrupá-las sem perda do espaço morfoló-
gico identificado anteriormente, isto é, a delimitação do Desenvolvimento
Brasil 2035.
Após essa análise, a quantidade de variáveis-chave reduziu-se para 37:
1. Política industrial;
or
2. Vincular a sustentabilidade às demais áreas;
od V
3. Estabilidade política e econômica;
aut
4. Reforma política + Sistema político representativo e responsivo
com Democracia plena e madura;
5.
6.
R
Apoio e instituições voltadas à iniciativa, inovação e empreendedorismo;
Uso sustentável do patrimônio ambiental;
o
7. Corrupção disseminada (Cultura);
aC
8. Patrimônio Material e Imaterial (Cultura);

9. Diversificação da pauta de exportação e da inserção internacional
dos setores produtivos + Maior comprometimento de recursos estra-
tégicos sob a égide de investidores estrangeiros e capital privado;
visã
10. Reforma Fiscal alterou-se para Sistema Tributário Nacional;
11. Infraestrutura e mudança modal transporte;
12. Dependência Tecnológica e Competitividade de setores de alto
itor
valor agregado;
a re
13. Sistema de informação territorial acessível;

14. Gestão ineficiente do Estado Pacto Federativo, Mudança da estrutura
do Estado; e Equilíbrio entre os 3 poderes;
15. Valorização do Planejamento Governamental de Longo Prazo – For-
par
mulação, implantação e monitoramento mais eficiente de Políticas

Públicas – Política econômica favorável ao crescimento – Desen-
Ed
volvimento Territorial Brasileiro, APLs (clusters);

16. Governos distritais, subordinado ao orçamento participativo + Ter
orçamento e planejamento participativo – comunidade decide: o
ão
quê, como, quando fazer;

17. Redimensionar e organizar os serviços de saúde;
18. Envelhecimento da população e mudança nas regras dos aposentados;
s
19. Programas sociais com contrapartida de desenvolvimento;

ver
20. Sociedade menos desigual+ Entendimento de que uma sociedade

mais igualitária é benéfica a todos = Sociedade com equidade;
21. Foco em coletividade e bem comum;
22. Participação social engajada localmente;
23. Reforma da Previdência;

24. Engajamento político e interesse pelos bens públicos;
25. Superpopulação nas grandes cidades brasileiras;
26. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil;
27. Baixo investimento em educação;
28. Maioria da população terá ensino superior;
or
29. Segurança – vários aspectos incorporam Violência chega a níveis
sem precedentes;
od V
30. Defesa com Base industrial capaz de atender às principais necessi-
aut
dades das Forças Armadas;
31. Sociedade Brasileira;
32.
33.
R
Poder Judiciário;
Poder Legislativo;
o
34. Poder Executivo;
aC
35. Empresas;
36. Mídia, Mídia Democrática e Mídia de Qualidade;

37. Ministério Público.
visã
Essas 37 variáveis-chave consolidadas tiveram seus títulos revistos e
aprovados, em plenária, pelos participantes do processo prospectivo, e foram
divididas por temas ou dimensões.
itor
Depois de agrupadas por dimensão (Figura 15), as variáveis-chave foram

a re
descritas e aprofundadas conforme a seguinte estrutura (GODET, 2001):
• Nome ou título da variável e a expressão mnemônica, ou nome

curto da variável;
• Descrição da variável;
par
• Evoluções passadas;
Ed
• Variáveis que provocaram as evoluções;

• Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções;
• Tendências futuras das variáveis provocadoras;
ão
• Rupturas futuras das variáveis provocadoras;

• Definição de hipóteses;
• Referência bibliográfica.
s
ver
Esta sequência de itens para aprofundar cada variável foi muito impor-
tante, porque nessa análise evolutiva da variável-chave identificaram-se natu-
ralmente as possíveis hipóteses.
474
• Descrição da variável
A descrição serve para proporcionar o conhecimento resumido sobre a

variável e a reflexão para obter as demais informações.
A descrição da variável-chave deve esclarecer do que ela trata e, de
acordo com a necessidade e possibilidade, solicitar apoio de especialistas sobre
o assunto que está sendo analisado. É preciso lembrar que, além de conter os
or
conceitos científicos, deve ser descrita de forma clara e compreensível, a fim
od V
de que o compartilhamento seja entendido por todos e não só por especia-
aut
listas. Dessa forma, haverá uma homogeneização do conhecimento de cada
variável para atender ao objetivo de sensibilizar e conscientizar a sociedade
R
para que ela se mobilize. Nesse momento, os especialistas sobre o assunto
e/ou tema devem ser consultados, para contribuir no aprofundamento das
o
variáveis e auxiliar na descoberta das variáveis provocadoras identificadas
no detalhamento / aprofundamento.
aC

Na descrição da variável, deve ser realizada uma reflexão para identificar
as evoluções (história da variável). Quando não se consegue ver as evoluções
é porque há necessidade de maior aprofundamento. Neste item, pode haver
visã
a necessidade de se obterem dados quantitativos, indicadores, por exemplo,
que identifiquem as possíveis tendências e/ ou rupturas.
• Variáveis que provocaram as evoluções

itor
a re
A partir da descrição aprofundada da variável, é possível identificar o

que provocou essas evoluções.
• Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções

par
Verifica-se a situação atual das diversas variáveis que provocaram ou

Ed
contribuíram para a evolução da variável, identificando o que contribuiu, ou

não, para sua modificação no decorrer do tempo.
ão
• Tendências futuras das variáveis provocadoras
A tendência poderá manter a situação ou uma evolução, seja ela para pior
s
ou melhor. Então, deve-se identificar qual é essa tendência e, se possível, as

ver
razões dessa situação e os indicadores dessa tendência.
• Rupturas futuras das variáveis provocadoras

Ao aprofundar-se a variável, sera possível verificar a necessidade de

realizar ações diferentes daquelas que vêm sendo executadas, o que é deno-
minado de ruptura, e, se possível, identificar as rupturas futuras necessárias
para que a variável-chave contribua para a construção do futuro, dentre o
possível, o desejável e o realizável. A ruptura é uma mudança de orientação,
às vezes brutal/radical, muitas vezes irreversível. A ruptura é uma forma de
fazer diferente, é uma inovação.
or
od V
• Definição de hipóteses
aut
Trata-se de identificar e definir no decorrer do detalhamento da variável
R
quais são as possíveis hipóteses, isto é, o que pode ocorrer com a variável no
horizonte estipulado, considerando o objetivo definido. É preciso lembrar que,
no mínimo, devem ser definidas duas hipóteses e, se possível, não ultrapassar
o
cinco. Pode-se definir uma hipótese de ruptura, uma de tendência e outra que
aC
misture ruptura e tendência, ou outras que forem necessárias para a reflexão.

A combinação dessas hipóteses constrói os cenários possíveis.
visã
• Referência bibliográfica
Toda literatura utilizada para a descrição, o detalhamento, a verificação

da evolução / história da variável.O aprofundamento das variáveis-chave é
itor
uma etapa importante da Análise Estrutural, porque, além da sua identificação

a re
como componente do sistema, contribui para examinar esse sistema mais

profundamente e auxilia na delineação, neste caso, do Desenvolvimento
Brasil 2035, conforme Hatem (1993).
A varredura do ambiente é importante para identificar essas variáveis.
par
Por esse motivo, torna-se relevante a diversidade da participação de diversos

tipos de agentes sociais no processo para que seja possível a identificação
Ed
dessas variáveis sob o ponto de vista, sob diversas óticas da sociedade.

Para melhor entender o sistema Desenvolvimento Brasil 2035, as variá-
veis-chave foram agrupadas por dimensões de acordo com as possíveis rela-
ão
ções existentes entre elas.

O aprofundamento das 37 variáveis, de maneira resumida e por tema,
s
está nas partes 2, 3, 4 e 5 deste livro.

ver
Na Figura 15, apresenta-se esse agrupamento por dimensões, que são

subsistemas para caracterizar melhor o sistema e a relação entre as variáveis
identificadas. Quando se faz o aprofundamento, essa forma de análise estru-
tural permite identificar outras variáveis, principalmente, as provocadoras de
evolução e, se for o caso, torná-las uma variável-chave desse sistema.
Figura 15 – Consolidação das variáveis-chave do Desenvolvimento Brasil 2035 separadas por dimensão
476
Política Educação
• Polí�ca industrial • Inversão da pirâmide intelectual do Social
• Vincular a sustentabilidade às Brasil • Redimensionar e organizar os serviços de
demais áreas • Baixo inves�mento em educação (*) saúde
• Estabilidade polí�ca e econômica • Maioria da população terá ensino • Envelhecimento da população
• Reforma polí�ca superior no Brasil • Programa sociais como contrapar�da de
• Apoio e ins�tuições voltadas ao desenvolvimento
Ed
empreendedorismo • Sociedade menos desigual
ver
• Cole�vidade e bem comum
s • Par�cipação social engajada localmente
• Reforma da Previdência Social
ão
Tecnologia
• Engajamento polí�co e interesse pelo bem
• Dependência Tecnológica e Compe��vidade
itor
público
de setores de alto valor agregado
• Superpopulação – Cidades brasileiras
• Sistema de informação territorial acessível
par
aacessível
aC
Cultura e Meio ambiente
a re
Gestão • Uso sustentável do patrimônio ambiental
• SOCIEDADE BRASILEIRA
visã R • Disseminação da Cultura da Corrupção no
Brasil
• Mudança da Estrutura do Estado
Economia • Patrimônio Material e Imaterial (cultura)
• Valorização do Planejamento de Longo Prazo e
• Diversificação da pauta de
od V
Territorial
exportação e desenvolvimento
• Planejamento e orçamento par�cipa�vo
dos setores produ�vos
o
• PODER EXECUTIVO Segurança e Defesa
• Sistema Tributário Nacional
• PODER JUDICIÁRIO • Segurança – Vários aspectos
• Infraestrutura deficitária
• PODER LEGISLATIVO • Defesa Nacional e Base Industrial
aut
• EMPRESAS
• MINISTÉRIO PÚBLICO de Defesa
or
• MÍDIA

6. Atividades paralelas que ocorreram

durante a etapa Análise Estrutural
Ao mesmo tempo, em que os grupos aprofundavam e descreviam as

variáveis, ocorreram as seguintes atividades:
• Foram ministrados dois cursos de Processo Prospectivo e Construção de
Cenários, em julho de 2016 e dezembro de 2016, para homogeneizar os
or
conhecimentos. Em razão da criação da Governança para realizar o pro-
od V
cesso prospectivo, notou-se entre os participantes uma heterogeneidade
aut
de conhecimentos sobre planejamento de longo prazo e especificamente
sobre processo prospectivo.
R
• Foram preparadas 25 pessoas, que representavam diversos tipos de agentes
sociais, classes sociais e ideologias. Essa foi uma maneira de desenvolver a
aprendizagem do trabalho coletivo, no qual identificou-se que a sociedade
o
brasileira não está habituada a trabalhar conjuntamente, sobretudo quando
aC
existe diversidade de opiniões, crenças, culturas, e outras características

de grupos específicos.
• Os participantes da Governança do Processo Prospectivo fizeram visitas a
visã
territórios, obtendo experiências na elaboração do planejamento de longo
prazo, por meio do processo prospectivo. Essas visitas proporcionaram aos
participantes ver de perto os problemas reais de diversos tipos de territórios.
– A primeira visita, nos dias 11 e 12 de novembro de 2016, foi ao muní-
itor
cipio de Ribeirão Branco, localizado na região sudoeste paulista, com

a re
uma área de 697.813 km2. Sua população passou de 21.231 habitantes,

em 2000, para 17.430 habitantes estimados em 2017, conforme IBGE
(2018). Seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)
é de 0,639, o mais baixo do estado de São Paulo. Ribeirão Branco faz
par
fronteira com os municípios de Apiaí, Itapeva, Nova Campina e Guapiara.

Esse território, cuja vocação são as atividades de agropecuária, mineração
Ed
e silvicutura, encontra-se próximo ao maior contínuo da Mata Atlântica,

tendo a possibilidade de desenvolver o turismo.
O processo prospectivo foi elaborado entre setembro de 2010 e junho
ão
de 2012:
• o problema desse território: “As pessoas entre 20 e 40 anos saem
do município e da região sudoeste em busca de oportunidades”;
s
• o objetivo do processo prospectivo: “Desenvolver de forma sus-

ver
tentável o município de Ribeirão Branco”;

• o slogan definido: “Nosso Futuro Comum – Ribeirão
Branco 2030”.
O município se encontra na fase de execução das ações estratégicas.
478
Deve-se salientar, que há dificuldade de execução das ações em razão

da cultura da sociedade brasileira, que espera alguém fazer por ela o
que é de responsabilidade dela. Infelizmente, a sociedade brasileira
não assumiu que a responsabilidade de desenvolvimento do território é
exclusivamente dela e não de uma única pessoa.
Para que isso ocorra, torna-se necessário que haja processos de plane-
jamento de longo prazo com a apropriação da sociedade, para que ela
or
aprenda a planejar de forma coletiva e executar as ações em conjunto.
od V
– A segunda visita, no dia 4 de fevereiro de 2017, foi ao Distrito da
aut
Brasilândia, do munícipio de São Paulo, do estado de São Paulo. Esse
distrito tem uma área de 21 km2 e, segundo o censo de 2010, tem 264.918
habitantes; considerando-se a quantidade de habitantes oficial, a densi-
R
dade demográfica é de 12.615 hab/km2.
O processo prospectivo foi iniciado em junho de 2015, porém não foi
o
possível dar continuidade em razão de problemas político-partidários
aC

das principais lideranças, sendo interrompido em março de 2016:
• problema desse território: a falta de planejamento na ocupação e
de um plano de longo prazo participativo geraram o crescimento
desordenado, do qual os moradores se omitiram em participar e
visã
houve discriminação do poder público e moradores;
• o objetivo do processo prospectivo: “Desenvolver de forma
sustentável o Distrito da Brasilândia”;
itor
• o slogan definido: “Brasilândia já temos, vamos planejá-la

a re
para o que queremos – 2040”.

– A terceira visita, no dia 12 de abril de 2017, foi às instalações da
Embrapa Monitoramento por Satélite, em Campinas, estado de São
Paulo. Objetivo da visita era proporcionar aos participantes do processo
par
prospectivo uma visão da importância do Banco de Dados Geográfico

para um planejamento territorial e o seu ordenamento. O Brasil não
Ed
tem ordenamento territorial, tampouco seus estados e municípios. O

chefe-geral da Embrapa Territorial, Dr. Evaristo Eduardo de Miranda,
fez a apresentação: “Atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil e
ão
uma visão geral”.
Os cursos e as visitas possibilitaram aos participantes da Governança do

s
Processo Prospectivo Desenvolvimento Brasil 2035 estarem mais próximos

ver
de realidades diferentes e conhecerem o Brasil mais próximo de sua realidade.

Infelizmente, a sociedade brasileira não está habituada a participar com apro-
priação de projetos que contribuam para o seu desenvolvimento, conforme
se verifica ao ler as 37 variáveis descritas nas partes 2, 3, 4, e 5 deste livro.
Para que houvesse maior participação da sociedade, foram realizados

seminários e transmissões das reuniões em que ocorreram as discussões sobre
o conteúdo das variáveis-chave, de modo a aprofundar e ajudar a apropriação
do conhecimento sobre a realidade brasileira.
7. Apresentação da descrição e discussão da

definição das hipóteses das variáveis-chave
or
od V
aut
Figura 16 – Etapas e atividades para elaboração do processo
prospectivo, com ênfase na atividade Apresentação da descrição
e discussão da definição das hipóteses das variáveis-chave
Avaliação dos
Resultados e Impactos R Criação da
o
Governança
aC
Definir os Projetos
Definições: obje�vo,
Varredura do
visã
das variáveis
Análise
itor

a re
PAÍS QUE QUEREMOS

Treinamento e
engajamento
do �me
par
Ed
Para entendimento da situação atual do país, apresentação e incorporação

das contribuições, com a finalidade de gerar a apropriação pela sociedade
ão
das 37 variáveis-chave identificadas e suas hipóteses, nos dias 7, 8 e 9 de

junho de 2017, foi realizado o Seminário de Prospectiva no Anfiteatro da
FEA-USP, prédio FEA-5.
s
Esse seminário é uma atividade para finalizar a descrição e definição das

ver
hipóteses das variáveis-chave identificadas, dentro da etapa Análise Estrutural.

Esta atividade deve ser realizada em plenária, com a finalidade, já mencionada
anteriormente, de compartilhar e receber contribuições de representantes da
480
sociedade. Dessa forma, gera a apropriação dos participantes e valida a des-

crição e definição de hipóteses das variáveis-chave.
O Seminário de Prospectiva apresentou as 37 variáveis-chave de forma
resumida e as respectivas hipóteses definidas, para compartilhar com os diver-
sos representantes da sociedade que participaram do evento. Essa é uma forma
de propiciar, pelo aprofundamento das variáveis-chave, a apropriação aos
representantes da sociedade. Além disso, foi o momento em que esses repre-
or
sentantes puderam contribuir tanto na melhoria da descrição dessas variáveis
od V
quanto na definição das hipóteses.
aut
O significado de apropriação, no processo prospectivo, é:
• aquisição de conhecimento;
• motivação de ver juntos;
R
• desenvolvimento do comprometimento, com o objetivo de cons-
truir a visão estratégica do futuro desejável, possível e realizável
o
e de mitigar ações do futuro não desejável, neste caso, do Projeto
aC

Desenvolvimento Brasil 2035, cujo objetivo é:
Mobilizar a sociedade para conquistar e conservar os objetivos
fundamentais de uma nação:
visã
-- democracia;
-- paz social;
-- soberania;
itor
-- integração nacional;
a re
-- integridade territorial;
-- desenvolvimento sustentável.
E ter os atributos de uma nação solidária:
-- transparência;
-- respeito;
par
-- espírito crítico;
-- ética.
Ed
Deve-se ressaltar que, para mobilizar, há necessidade de sensibilizar e

conscientizar a sociedade brasileira. Sensibilizar é levar as pessoas a senti-
ão
rem como o processo prospectivo pode construir o futuro do Brasil e como o

brasileiro pode contribuir nessa construção; e conscientizar é proporcionar ao
brasileiro tomar consciência da importância de sua apropriação do processo
s
prospectivo e das ações para construir o futuro do Brasil.

ver
Conforme Bootz e Monti (2008), a tipologia escolhida para este processo

prospectivo, Desenvolvimento Brasil 2035, foi a mobilização, em razão da
qual foi definido seu objetivo.
As diversas atividades executadas, desde o Seminário de Prospectiva

realizado no dia 20 de abril de 2016 até o Seminário, em 7, 8 e 9 de junho
de 2017, foram de formação-ação, integração, interação entre os diversos
tipos de agentes sociais, engajamento e execução.
Os relatórios das atividades realizadas podem ser obtidos no link: <http://
www.idsust.com.br/cases3.php>.
or
Este Seminário de Prospectiva é uma atividade dentro da etapa Análise
Estrutural, conforme explicado anteriormente, em que foram apresentadas
od V
e compartilhadas as 37 variáveis-chave, resultado das 51 identificadas no
aut
Seminário de Prospectiva realizado no dia 20 de abril de 2016. Se conside-
rar-se a abordagem francesa atual, do CNAM, esta seria a última atividade
R
da etapa Análise Estrutural, antes de passar para a de Análise Morfológica.
Se considerar-se a abordagem francesa, de Michel Godet (2001), esta ativi-
o
dade antecede a Análise de Impacto Cruzado das variáveis-chave, utilizando
aC
a Matriz de Impacto Cruzado – Multiplicação Aplicada a uma Classificação
(MICMAC), que identifica as variáveis-chave motrizes, para iniciar a etapa

Análise Morfológica.
Além das explicações sobre as etapas e as respectivas atividades, deve-se
visã
ressaltar que este Seminário foi aberto para participação de todo tipo de agente
social, que representasse a sociedade brasileira.
Deve ser ressaltado que a diversidade de tipos de agentes sociais contribui
itor
para se estar mais próximo da realidade do território. Se o processo prospec-

a re
tivo definir somente alguns tipos de agentes sociais, tais como especialistas,
empresários e representantes do Estado e de governo, significa que estará um
pouco distante da realidade do território. Esta situação, restringe a participação
de outros tipos de agentes sociais, que teriam melhores condições de contribuir
par
para a realidade do território.

No Brasil, sabe-se que há uma dificuldade de desenvolver trabalhos
Ed
de forma coletiva, com a participação e a apropriação dos diversos tipos de

representantes de agentes sociais (stakeholders), pois sua colonização foi,
principalmente, por exploração.
ão
Ao se analisarem os participantes de cada Seminário deste projeto, pode-

-se comparar a diversidade dos tipos de agentes sociais que deles participaram.
s
No Seminário de Prospectiva, realizado no dia 20 de abril de 2016, os

participantes estão distribuídos nos tipos de agentes sociais representados no
ver
Gráfico 1.
Do Seminário de Prospectiva, realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho
de 2017, participaram 88 pessoas, distribuídas nos tipos de agentes sociais
apresentados no Gráfico 2.
482
Gráfico 2 – Distribuição dos diversos tipos de agentes sociais que

participaram do Seminário de Prospectiva do Desenvolvimento
Brasil 2035, nos dias 7, 8 e 9 de junho de 2017

1%
Funcionário Público
1%
or
1% Militar – A�va ou Reserva
Cidadãos que prestam
od V
serviço de cidadania Empresário
aut
5%
Consultoria
R 15%
o
Associados de ONGs o e/ 25%
aC
ou Movimentos

visã
14% 38%
Pesquisadores diversas Diversos
itor
áreas e estudantes
a re
Fonte: Lista de Presença do Seminário.

par
Deve-se ressaltar que a diversidade de participação dos diversos tipos

de agentes sociais nas atividades do Processo Prospectivo é expressa pelas
Ed
legendas dos setores circulares destacadas nos Gráficos 1 e 2.

Ao se compararem os dois gráficos, verifica-se que houve não só uma
modificação na distribuição dos diversos tipos de agentes sociais, como tam-
ão
bém dificuldade de identificar o tipo, em razão de alguns participantes não

terem se identificado. Quando ocorreu, esta situação foi denominada “Cida-
dãos que prestam serviços de cidadania”.
s
Nesta análise, verifica-se que não houve identificação de sindicalistas e

ver
de estudantes na relação dos agentes sociais do Gráfico 2. “Estudantes” foi

agrupado com “Pesquisadores de diversas áreas” por não terem especificado
a atividade, mas, somente, a instituição de ensino superior ou de pesquisa.
No Gráfico 2, surge o agente social que se identificou como “Consulto-
ria”, enquanto, no Gráfico 1, a identificação havia sido “Empresário”.
A conclusão desta análise mostrou a necessidade de aumentar a diversi-

ficação dos tipos de agentes sociais na participação do Processo Prospectivo.
Quando há uma diversidade maior, a contribuição se aproxima mais da rea-
lidade do território. Essa diversidade auxilia também na identificação tanto
de problemas quanto de soluções.
Quando há pouca diversidade nos tipos de agentes sociais, as atividades
do processo prospectivo ficam pobres e representam muito pouco a realidade
or
do território. Nessa situação, praticamente, a tipologia que ressalta foi de
apoio à decisão. Dificilmente será de mobilização ou de condução à mudança
od V
da sociedade.
aut
8. Avaliação e observações sobre o processo prospectivo
R
Desenvolvimento Brasil 2035, pelo Prof. Philippe Durance
o
15/10/2019 E-mail de Universidade de São Paulo - remarquessurles variables
aC
Antônio Luís Aulicino <ala@usp.br>

visã
remarquessurles variables
1 mensagem
De: Philippe Durance <philippe.durance@me.com> 13 de jun. de 2017 às 10:27

itor
Para: Antônio Luís Aulicino <ala@usp.br>

a re
Cher Antonio Luis,

Comme convenu, voici quelques remarques sur le travail des variables :
- le temps de la rétrospective est trop long. Il faudrait se limiter à une temporalité symétrique à celle de la prospective,
soit 20 ans : comment la variable a évolué depuis 1995 ?
- une fois cette rétrospective réalisée, il est possible d’établir la première hypothèse prospective, à savoir l’hypothèse
par
tendancielle : que se passe-t-il pour la variable si RIEN ne change ?

- une fois l’hypothèse tendancielle établie, il est possible de construire deux ou trois hypothèses contrastées à partir de
Ed
signaux faibles, de ruptures possibles ou d’incertitudes majeures : comment l’hypothèse pourrait dévier de son
cheminement tendanciel sous l’influence d’un signal faible, d’une rupture ou d’une incertitude ?
- certaines variables pourraient être regroupées en une seule : le système politique, par exemple, pour reprendre les
ão
variables sur les 3 pouvoirs

- il faut privilégier le travail collectif sur les fiches variables : avoir plusieurs rédacteurs plutôt qu’un seul, pour permettre
une lecture multiple et plurielle de la réalité
s
- les hypothèses des variables doivent être débattues en collectif,

ver
- avant de faire des scénarios globaux, il est nécessaire de faire des scénarios partiels, par domaine (ou dimension), qui
doivent également être débattus collectivement.
Je reste à votre disposition pour répondre à vos éventuelles questions.
Bien à vous,
Philippe
484
Tradução
Assunto: Observações sobre as variáveis.
“Caro Antônio Luís,

Conforme acordado, aqui estão algumas observações sobre o trabalho
das variáveis:
or
• o período de tempo da retrospectiva foi muito longo. Deve ser limitado
od V
a uma temporalidade simétrica à do prospectivo, ou 20 anos: como a
aut
variável evoluiu desde 1995?
• uma vez que esta retrospectiva é feita, é possível estabelecer a primeira
R
hipótese prospectiva, ou seja, a hipótese tendencial: o que acontece
com a variável se NADA mudar?
o
• uma vez que a hipótese de tendência é estabelecida, é possível construir
duas ou três hipóteses contrastantes a partir de sinais fracos, de rup-
aC

turas possíveis ou de incertezas importantes: como a hipótese poderia
se desviar de seu caminho de tendência sob a influência de um sinal
fraco, ruptura ou incerteza?
• algumas variáveis poderiam ser agrupadas em uma única, tal como
visã
sistema político, por exemplo, para retomar as variáveis sobre os 3
poderes
• é necessário privilegiar o trabalho coletivo sobre a descrição das variá-
itor
veis: ter vários redatores em vez de um único para permitir uma leitura
múltipla e com diversos pontos de vistas da realidade
a re
• as hipóteses das variáveis devem ser discutidas em coletivo,

• antes de construir cenários globais, é necessário elaborar os cená-
rios parciais, por tema (ou dimensão), que também devem ser discu-
tidos coletivamente.
par
Eu permaneço à sua disposição para responder qualquer dúvida que

Ed
você possa ter”.
8.1 Considerações sobre as observações do Prof. Philippe Durance

ão
As observações do Prof. Philippe Durance foram pertinentes e muito

importantes para a elaboração do processo prospectivo, por representarem
s
uma avaliação dos possíveis impactos e resultados de uma aprendizagem

ver
coletiva do processo, como uma das suas etapas.

A partir dessa avaliação, chegou-se às seguintes considerações:
• há algumas observações que devem ser consideradas no que se

refere à realidade brasileira e ao planejamento de longo prazo, tal
como o período de tempo para análise retrospectiva, que neste caso

deveria ser de 20 anos, semelhante ao período considerado para o
horizonte futuro (cerca de 20 anos), conforme orientação do Prof.
Durance.
Porém, no Brasil não há o hábito de planejar o longo prazo com a
participação de representantes dos diversos tipos de agentes sociais
e com a colaboração coletiva. Esta é praticamente a primeira vez
or
que é propiciado aos representantes da sociedade brasileira par-
od V
ticiparem de processo prospectivo nacional. A razão é simples: a
aut
situação atual do Brasil é reflexo de ações executadas no Período
Colonial, na Monarquia e no início da República. O país não está
acostumado a pensar e agir de forma coletiva, por ser uma sociedade
R
muito individualista, principalmente, em razão do modelo de sua
colonização, o exploratório. Esse tipo de colonização impõe à popu-
o
lação uma dependência do Estado, quando deveria ser o contrário.
aC
Numa democracia, o Estado está subordinado à sociedade, como
ocorre em países desenvolvidos onde a sociedade planeja de forma

coletiva com apropriação. No Brasil a sociedade está acostumada a
que governo e Estado tomem as decisões por ela; por esse motivo
visã
surgiu na varredura do ambiente a variável Mudança de Estado, para
que seja efetuada uma análise mais profunda a fim de verificar a
possibilidade de o Estado representar a sociedade por meio de um
itor
novo Sistema Político;

a re
• as variáveis Sociedade, Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder

Judiciário, Ministério Público, Mídia e Empresas, foram identi-
ficadas como atores dominantes ou implicados. Os atores Sindi-
cato dos Trabalhadores e Movimentos Sociais foram incluídos no
ator Sociedade;
par
• de acordo com a abordagem do Futuribles, esses atores podem ser

considerados variáveis porque, ao se analisarem os atores e as variá-
Ed
veis juntos, pode-se verificar como os atores influenciarão ou não

as variáveis consideradas motrizes e vice-versa. Por essa razão, as
variáveis Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário não
ão
foram agrupadas, como sugestão do Prof. Durance;

• deve-se ressaltar que o processo prospectivo Desenvolvimento
s
Brasil 2035 foi conduzido por pessoas da sociedade, voluntárias,

ver
com poucos especialistas e poucos representantes do Estado. Não

houve possibilidade de várias pessoas para descrever e aprofundar
as variáveis, que tratavam de diversos assuntos nacionais. Algumas
variáveis tiveram mais de uma pessoa para descrevê-las, outras, na
sua maioria, somente uma pessoa. Esta é a situação brasileira, na
486
qual ainda é difícil o trabalho coletivo, porque não há o hábito do

trabalho conjunto e porque as pessoas voluntárias tiveram de arcar
com suas despesas para participar do processo. Caso, a decisão fosse
para que cada variável tivesse um grupo de pessoas para descrê-la,
levaria muito mais tempo para finalizar a descrição delas;
• quanto às hipóteses, foram revistas durante o Seminário, registradas
as contribuições e posteriormente discutidas. Portanto, as hipóteses
or
de cada uma das variáveis relacionadas neste relatório foram revi-
od V
sadas de forma coletiva e contêm todas as contribuições;
aut
• as variáveis foram distribuídas por temas, que agruparam as diversas
dimensões ou eixos estratégicos. Foram construídos os cenários
parciais por tema e, posteriormente, construídos os cenários globais.
R
A contribuição do Prof. Durance, para o Seminário, foi importante, pois
o
propiciou a consolidação do conhecimento da elaboração do processo pros-
aC
pectivo com a apropriação dos participantes.

9. Análise de Impacto Cruzado, a Matriz de
Impacto Cruzado, identificação das variáveis
visã
motrizes e suas inter-relações de influência

itor
Figura 17 – Etapas e atividades para elaboração do processo prospectivo, com

a re
ênfase na atividade Análise de Impacto Cruzado e a Matriz de Impacto Cruzado

par

Ed

das variáveis
ão
Análise
de Cenários
s
dos atores
ver
PAÍS QUE QUEREMOS

Treinamento e
engajamento
do �me
O objetivo da Análise do Impacto Cruzado por meio da utilização da

Matriz de Impacto Cruzado é ressaltar as variáveis com maior força motriz,
mais influentes, e as mais dependentes, e construir uma tipologia de variáveis
classificadas como diretas e indiretas (GODET, 2001).
O exame simples da matriz de análise estrutural (M) permite:
• assinalar as variáveis que têm maior número de ligações diretas
or
com o sistema;
od V
• descobrir as variáveis escondidas, isto é, aquelas que, levando-se
aut
em conta as ligações indiretas e feedback do sistema, aparecem
como muito importantes.
R
As variáveis são classificadas segundo a motricidade e a dependência.
A comparação dessas diferentes classificações – direta e indireta – pode ser
o
associada ao tempo, segundo Godet (2001):
aC
• classificação direta: é aquela que resulta de relações de curto

e médio prazo, que correspondem ao horizonte de menos que
um decênio;
visã
• classificação indireta: integra os efeitos em cadeia que consideram
necessariamente o tempo e o horizonte mais longo que o médio e
longo prazo – 10 a 15 anos.
itor
a re
Esta atividade em alguns territórios pode ser eliminada, como na

França, por exemplo. Porém, no Brasil, ainda não temos condições de eliminá-
-la para identificar as variáveis-chave que são motrizes, motoras ou influentes.
Além disso, esse exercício de identificação das variáveis motoras
propicia identificar as prioridades, principalmente, quando o território possui
par
vários problemas graves, com urgência de serem resolvidos e a tendência é

cada vez ficar pior, se não houver ações que propiciem sua solução. Portanto, o
Ed
exercício auxilia a identificar quais são as variáveis prioritárias que orientarão

a construção dos cenários e a ordem de execução das ações que construirão
o país que queremos.
ão
Nesse sentido, as variáveis selecionadas nesta atividade devem ser

submetidas à investigação morfológica. Essas variáveis possuem maior
s
motricidade e menor dependência, as mais independentes, denominadas

ver
explicativas, e algumas variáveis de ligação, que propiciem a inovação, são

ao mesmo tempo muito independentes e dependentes.
As variáveis identificadas e aprofundadas proporcionaram a o s par-
ticipantes um entendimento do espaço morfológico do Desenvolvimento
Brasil 2035, para realizar a Análise de Impacto Cruzado.
488
No Quadro 9, relembram-se as 37 variáveis aprofundadas que integraram

esta análise.
Quadro 9 – Relação das Variáveis – Nome Longo e Nome Curto

VARIÁVEIS-CHAVE
Nome Longo Nome Curto
or
1 Participação Social Engajada Localmente PSEL
2 Coletividade e Bem Comum CBC
od V
3 Engajamento Político e Interesse Pelo Bem Público EPIPBP
aut
4 Sociedade menos desigual SOCMDES
5 Programas sociais como contrapartida de desenvolvimento PROGSCDES
6
7
Envelhecimento da população
Reforma da Previdência Social
R EnPo
RefPreSoc
o
8 Redimensionar e organizar os serviços de saúde OSS
9 Superpopulação nas grandes cidades brasileiras SGCB
aC

10 Baixa efetividade do investimento em educação BINVEDUC
11 Inversão da pirâmide intelectual do Brasil IPIB
12 Maioria da população terá ensino superior no Brasil EducaSup
visã
13 Vincular a sustentabilidade às demais áreas Sustentate
14 Uso sustentável do patrimônio ambiental USUSPATAMB
15 Patrimônio Cultural Material e Imaterial PACMATI
itor
16 Segurança – Vários aspectos SEGVA

17 Disseminação da cultura da corrupção no Brasil CUCO
a re
18 Sociedade Brasileira SOCIBRAS

Reforma Política, com Sistema Político Representativo, Responsivo e
19 REFPOL
Democracia Plena e Madura
20 Mudança da Estrutura do Estado MUDEST
par
21 Poder Executivo PE
22 Poder Judiciário PJUD
Ed
23 Poder Legislativo PL
24 Ministério Público MINPUB
25 Valorização do Planejamento de Longo Prazo e Territorial VPLPTB
ão
26 Planejamento e Orçamento Participativo PLAORPAR

27 Mídia MidDemoQua
28 Sistema de Informação Territorial Acessível SINTAC
s
29 Estabilidade política e econômica ESTAPOLECO

ver
30 Política industrial Polind

31 Empresas EMP
32 Apoio e instituições voltadas ao empreendedorismo INSTINOVEM
33 Dependência Tecnológica e Competitividade de setores de alto valor agregado DTCPSAVA
continua...
continuação
VARIÁVEIS-CHAVE
34 Sistema Tributário Nacional (STN) STN
35 Infraestrutura Deficitária INFRADEFIC
36 Defesa Nacional e Base Industrial de Defesa DEFNAC
Diversificação da pauta de exportação e desenvolvimento dos setores
37 DIVEXPOR
or
produtivos
od V
A Matriz de Influências Diretas (MID) descreve as relações de influên-
aut
cias diretas entre as variáveis, definindo o sistema (Figura 18).
Figura 18 – Matriz das Influências Diretas (MID)
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
As influências são pontuadas de 0 a 3:

0 – não influência
1 – influência fraca
2 – influência média
3 – forte influência

utilização do software livre MICMAC, da LIPSOR – CNAM�
490
Para criar a Matriz de Influência Direta (MID), foi efetuada a análise de

maneira individual: cada variável é analisada pelo grau de influência que
exerce sobre a outra, individualmente. Portanto, para preencher a MID, foram
analisadas 1.369 relações, o produto de 37 x 37, isto é, verificou-se o grau de
influência que cada variável exerceu sobre cada uma das outras 36 variáveis,
excluindo-se ela mesma. Esse grau de influência varia de 0 a 3.
A partir dessa análise e do grau definido para cada uma das relações,
or
pôde-se identificar, por ordem decrescente, as variáveis mais influentes, de
od V
maneira direta, conforme a Tabela 5.
aut
Tabela 5 – Classificação das variáveis por grau de influência, informação da MID
Variáveis
R
Classificadas pelo Total das respectivas linhas
ORDENADA
Indica
ABSCISSA
Indica
o
Das mais influente para menos influente Motricidade
Nº Dependência
/ Influência
aC

Total das Total das
linhas colunas
1 Sociedade Brasileira SOCIBRAS 108 107
Disseminação da cultura da
visã
2 CUCO 102 85
corrupção no Brasil
Engajamento Político e
3 EPIPBP 94 73
Interesse pelo Bem Público
itor
4 Coletividade e Bem Comum CBC 93 96

Valorização do Planejamento
a re
5 EducaSup 93 100
de Longo Prazo e Territorial
6 Poder Executivo PE 92 76
Maioria da população terá
7 SEGVA 91 35
ensino superior no Brasil
par
8 Segurança – Vários aspectos VPLPTB 90 86

Baixa efetividade do
9 BINVEDUC 89 58
Ed
investimento em educação
10 Estabilidade política e econômica PSEL 89 85
Participação Social
11 IPIB 88 83
ão
Engajada Localmente
12 Poder Legislativo ESTAPOLECO 87 79
13 Inversão da pirâmide intelectual do Brasil PL 84 40
s
14 Sociedade menos desigual PROGSCDES 79 99

ver
Programa social como contrapartida

15 SOCMDES 79 67
de desenvolvimento
Superpopulação nas grandes
16 SGCB 78 26
cidades brasileiras
17 Planejamento e Orçamento Participativo PLAORPAR 70 96
continua...
continuação
ORDENADA ABSCISSA
Variáveis
Classificadas pelo Total das respectivas linhas Indica
Indica
Das mais influente para menos influente Motricidade
Nº Dependência
/ Influência
Total das Total das
linhas colunas
18 Ministério Público REFPOL 67 54
or
Reforma Política, com Sistema
19 Político Representativo, Responsivo MINPUB 65 61
od V
e Democracia Plena e Madura
aut
20 Mídia MidDemoQua 59 42
21 Política industrial MUDEST 56 73
22
23
Infraestrutura Deficitária
Mudança da Estrutura do Estado
R OSS
PJUD
55
53
92
62
o
Redimensionar e organizar
24 INFRADEFIC 52 43
os serviços de saúde
aC
25 Empresas Polind 52 86
Vincular a sustentabilidade
26 EMP 50 86
às demais áreas
visã
Sistema de Informação
27 RefPreSoc 50 62
Territorial Acessível
28 Poder Judiciário Sustentate 47 47
Apoio e instituições voltadas
itor
29 STN 47 68
ao empreendedorismo
a re
Defesa Nacional e Base

30 SINTAC 46 55
Industrial de Defesa
31 Sistema Tributário Nacional (STN) DEFNAC 44 55
32 Reforma da Previdência Social INSTINOVEM 43 47
33 Uso sustentável do patrimônio ambiental EnPo 43 60
par
Dependência Tecnológica e
34 Competitividade de setores USUSPATAMB 41 66
Ed
de alto valor agregado

35 Envelhecimento da população DIVEXPOR 39 32
Diversificação da pauta de exportação e
ão
36 DTCPSAVA 39 53
desenvolvimento dos setores produtivos
37 Patrimônio Cultural Material e Imaterial PACMATI 32 51
s
Fonte: Matriz de Influência Direta (MID).

ver
Com os dados da Tabela 5, referentes a ordenada e abscissa, colocados

na Figura 19, identificam-se as variáveis motrizes, isto é, as mais influentes
de maneira direta.
492
Figura 19 – Plano da Influências e Dependências Diretas dos dados da Tabela 5

influência
•
Variáveis de SOCIBRAS
Entrada I II •CUCO
(explica�vas). Variáveis de
Têm caráter Ligação
prioritário na EPIPBP• CBC (instáveis). Têm
• •VPLPTB
•EducaSup PE• SEGVA relevância por
or
construção de PSEL ••
•BINVEDUC • ESTAPOLECO intermediarem
cenários.
Explicam a PL• as influências
•IPIB
od V
evolução do dos fatores
Sistema •SGCB • PROGSCDES SOCMDES • motrizes nos
aut
tanto como resultados ou
Motor quanto PLAORPAR efeitos finais.
como Freio. • Por natureza são
•MINPUB instáveis.
VI
Variáveis
Excluídas
III
•MidDemoQua
R •REFPOL
Polind• INFRADEFIC
•
o
(autônomas). OSS• MUDEST• •Sustentate Variáveis de
Não devem ser SINTAC• •EMP Resultado.
aC
priorizadas por PJUD• •DEFNAC •INSTINOVEM Influenciáveis

não possuírem RefPresSoc• STN• •USUSPATAMB indiretamente.
efeito sinérgico •
•EnPo DIVEXPOR• DTCPSAVA
importante.
PACMATI
• dependência
visã
Fonte: Godet (2001) e Consolidação dos dados dos participantes e a
utilização do software livre MICMAC da LIPSOR – CNAM.
itor
a re
9.1 Influências indiretas
9.1.1 Matriz de Influências Indiretas (MII)

par
A Matriz de Influências Indiretas (MII) corresponde à Matriz da

Influência Direta (MID) multiplicada por ela mesma, por interações suces-
Ed
sivas. A partir desta matriz (MII), uma nova classificação de variáveis é

obtida, que serão as variáveis mais motrizes, importantes, utilizadas para a
construção de cenários. Com efeito, são detectadas as variáveis escondidas,
ão
por meio de um programa de multiplicação da matriz aplicado a uma classi-

ficação indireta, o qual permite estudar a difusão dos impactos por caminhos
s
e obter loops de feedbacks. Por consequência, obtém-se a priorização (hie-

ver
rarquização) das variáveis, por ordem de influência, levando-se em conta o

número de caminhos e loops de comprimento que partem de cada variável e,
por fim, por ordem de dependência, levando-se em conta o número de caminhos
e loops de comprimento que chegam a cada variável. A classificação chega
à estabilidade, em geral, a partir da multiplicação de ordem 3, 4 ou 5. Neste

projeto a multiplicação foi de ordem 4, para atingir o ano de 2035.
A partir da Matriz de Influência Indireta (MII), é possível identificar por
meio de ordem decrescente as variáveis mais influentes, de maneira indireta,
conforme a Tabela 6. As 19 primeiras variáveis desta tabela são as motrizes,
conforme demonstrado na Figura 20.
or
Tabela 6 – Classificação das variáveis por grau de influência, informação da MII
od V
Variáveis ORDENADA ABSCISSA
aut
Classificadas pelo Total das Indica
respectivas linhas Indica
Nº Motricidade
das mais influente para as menos influentes Dependência
1
Nome Longo
Sociedade Brasileira R Nome Curto
SOCIBRAS
/ Influência
Total das linhas
2.439.191.000,00
Total das colunas
2.423.591.000,00
o
Disseminação da Cultura
aC
2 CUCO 2.320.776.000,00 1.950.700.000,00
da Corrupção no Brasil
Engajamento Político e
3 EPIPBP 2.198.297.000,00 1.715.980.000,00
Interesse Pelo Bem Público
4 Coletividade e Bem Comum CBC 2.170.235.000,00 2.180.660.000,00
visã
Maioria da população terá
5 EducaSup 2.163.795.000,00 865.970.900,00
ensino superior no Brasil
6 Poder Executivo PE 2.151.284.000,00 1.810.964.000,00
itor
7 Segurança – Vários aspectos SEGVA 2.142.112.000,00 1.969.944.000,00

a re
Valorização do Planejamento
8 VPLPTB 2.102.753.000,00 2.297.408.000,00
de Longo Prazo e Territorial
Baixa efetividade do
9 BINVEDUC 2.089.839.000,00 1.438.699.000,00
investimento em educação
Participação Social
10 PSEL 2.078.583.000,00 1.916.114.000,00
par
Engajada Localmente
Inversão da pirâmide
11 IPIB 2.045.446.000,00 960.905.300,00
Ed
intelectual do Brasil
Estabilidade política
12 ESTAPOLECO 2.042.880.000,00 1.983.550.000,00
e econômica
ão
13 Poder Legislativo PL 2.034.141.000,00 1.824.255.000,00

Programa social como
14 contrapartida de PROGSCDES 1.978.707.000,00 1.606.818.000,00
desenvolvimento
s
15 Sociedade menos desigual SOCMDES 1.944.229.000,00 2.255.138.000,00

ver
Superpopulação nas
16 SGCB 1.848.757.000,00 613.784.600,00
grandes cidades brasileiras
Planejamento e
17 PLAORPAR 1.760.957.000,00 2.206.618.000,00
Orçamento Participativo
continua...
494
continuação
Variáveis ORDENADA ABSCISSA

Classificadas pelo Total das Indica
respectivas linhas Indica
Nº Motricidade
das mais influente para as menos influentes Dependência
/ Influência
Nome Longo Nome Curto Total das linhas Total das colunas
Reforma Política,
com Sistema Político
18 REFPOL 1.648.390.000,00 1.455.622.000,00
or
Representativo, Responsivo e
Democracia Plena e Madura
od V
19 Ministério Público MINPUB 1.620.258.000,00 1.324.375.000,00
aut
20 Mídia MidDemoQua 1.468.545.000,00 1.009.020.000,00
Mudança da Estrutura
21 MUDEST 1.432.746.000,00 1.471.657.000,00
22
do Estado
Redimensionar e organizar
os serviços de saúde R
OSS 1.359.309.000,00 1.071.249.000,00
o
23 Poder Judiciário PJUD 1.254.064.000,00 1.134.338.000,00
aC

24 Infraestrutura Deficitária INFRADEFIC 1.245.485.000,00 2.172.757.000,00
25 Política industrial Polind 1.243.863.000,00 1.780.500.000,00
26 Empresas EMP 1.178.938.000,00 1.987.823.000,00
visã
Reforma da
27 RefPreSoc 1.171.362.000,00 1.180.463.000,00
Previdência Social
Vincular a sustentabilidade
28 Sustentate 1.103.865.000,00 2.036.031.000,00
às demais áreas
itor
Sistema Tributário
29 STN 1.091.768.000,00 1.477.504.000,00
a re
Nacional (STN)
Sistema de Informação
30 SINTAC 1.090.577.000,00 1.573.394.000,00
Territorial Acessível
Defesa Nacional e Base
31 DEFNAC 1.062.891.000,00 1.432.480.000,00
Industrial de Defesa
par
Apoio e instituições voltadas

32 INSTINOVEM 1.046.626.000,00 1.651.301.000,00
ao empreendedorismo
Ed
Envelhecimento
33 EnPo 1.021.594.000,00 796.890.700,00
da população
Uso sustentável do
34 USUSPATAMB 948.424.600,00 1.435.070.000,00
ão
patrimônio ambiental
Diversificação da pauta de
35 exportação e desenvolvimento DIVEXPOR 939.168.600,00 1.340.715.000,00
dos setores produtivos
s
Dependência Tecnológica e
ver
36 Competitividade de setores DTCPSAVA 895.381.400,00 1.580.220.000,00

de alto valor agregado
Patrimônio Cultural
37 PACMATI 783.159.600,00 1.185.887.000,00
Material e Imaterial
Fonte: Matriz de Influência Indireta (MII).

A partir dos dados da Tabela 6, referentes a ordenada e abscissa, colocados

na Figura 20, identificam-se as variáveis motrizes, isto é, as mais influentes
de maneira indireta.
Figura 20 – Plano da Influências e Dependências Indiretas dos dados da Tabela 6
influência
or
•
SOCIBRAS
od V
Variáveis de
Entrada I II •CUCO
aut
(explica�-vas). Variáveis de
Têm caráter EPIPBP• CBC Ligação
•
prioritário na
•EducaSup PE• •SEGVA (instáveis). Têm
BINVEDUC• PSEL VPLPTB•
construção de •IPIB • relevância por
cenários.
Explicam a
evolução do •SGCB
R PROGSCDES• PL•
•
ESTAPOLECO
SOCMDES•
intermedia-rem
as influências
dos fatores
motrizes nos
o
Sistema PLAORPAR
• resultados ou
tanto como
Motor quanto efeitos finais.
aC
•REFPOL
MINPUB• Por natureza são
como Freio.
VI instáveis.
III •MidDemoQua
•MUDEST
Variáveis
OSS•
Excluídas
(autônomas). PJUD• INFRADEFIC•
visã
Polind• Variáveis de
Não devem RefPresSoc• •EMP
STN Resultado.
ser priorizadas • •SINTAC •Sustentate
DEFNAC• Influenciáveis
por não •INSTINOVEM
EnPo• indiretamente.
possuírem DIVEXPOR
efeito • •
USUSPATAMB •
DTCPSAVA
itor
sinérgico
PACMATI dependência
importante. •
a re

utilização do software livre MICMAC da LIPSOR – CNAM.
par
9.2 Inter-relação entre as variáveis considerando-se as

influências indiretas
Ed
A partir da Matriz de Influências Indiretas MII, verifica-se como será

em 2035 a inter-relação entre as variáveis. Nota-se que a variável mais
ão
motriz, Sociedade Brasileira, possui uma relação muito forte com algu-
mas variáveis.
s
ver
496
Figura 21 – Inter-relação entre as variáveis
or
od V
aut
R
o
aC

visã

utilização do software livre MICMAC da LIPSOR – CNAM�
itor
a re
9.3 Seleção das variáveis motrizes para a construção de cenários
Pela abordagem de Michel Godet (2001), as variáveis motrizes, com mais

influência e que fazem parte dos quadrantes I e II do Plano de influências /
par
dependências indiretas, seriam as 19 primeiras variáveis classificadas por

sua influência (ver Tabela 6 e Figura 20), são as motrizes para construção da
Ed
visão estratégica do futuro do Desenvolvimento Brasil 2035, porque são as

mais influentes:
ão
1. Sociedade Brasileira (SOCIBRAS);

2. Disseminação da Cultura da Corrupção no Brasil (CUCO);
3. Engajamento Político e interesse pelo Bem Público (EPIPBP);
s
4. Coletividade e Bem Comum (CBC);

ver
5. Maioria da população terá ensino superior no Brasil (EducaSup);

6. Poder Executivo (PE);
7. Segurança – Vários aspectos (SEGVA);
8. Valorização do Planejamento de Longo Prazo e Territorial

(VPLPTB);
9. Baixo investimento em educação (BINVEDUC);
10. Participação Social engajada localmente (PSEL);
11. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil (IPIB);
12. Estabilidade política e econômica (ESTAPOLECO);
13. Poder Legislativo (PL);
or
14. Programas sociais como contrapartida de desenvolvimento
od V
(PROGSCDES);
aut
15. Sociedade menos desigual (SOCMDES);
16. Superpopulação nas grandes cidades brasileiras (SGCB);
17. Planejamento e Orçamento Participativo (PLAORPAR);
R
18. Reforma Política, com Sistema Político representativo, responsivo
e Democracia plena e madura (REFPOL);
o
19. Ministério Público (MINPUB).
aC
Portanto, para construção dos cenários, foi utilizada a abordagem de

Godet (2001), que considera as variáveis motrizes nos temas considerados.
O MICMAC serviu para classificar as variáveis por motricidade e as
visã
respectivas hipóteses dentro dos temas para construção dos cenários parciais
e, posteriormente, os globais.
A definição das ações e/ou políticas públicas foi efetuada para as
itor
variáveis motrizes, considerando-se que as variáveis não motrizes são

a re
dependentes, porque estão ou no quadrante das variáveis excluídas, ou no

quadrante das variáveis de resultados. Portanto, ao se definirem as ações para
as 19 variáveis motrizes, conforme relação, elas serão priorizadas e deverão
atender ao objetivo definido para a elaboração deste processo prospectivo.
par
Deve ser ressaltado que as 37 variáveis são importantes para o Desenvolvi-

mento Brasil 2035, porém aquelas que foram classificadas com menos motri-
Ed
cidade e no quadrante III devem ter sido resolvidas em razão da importância

no contexto econômico, social, político, legal, segurança, ou há necessidade
de uma preparação da sociedade brasileira para que seus representantes no
ão
Poder Legislativo e Poder Legislativo possam contribuir no desenvolvimento

do Brasil como representantes efetivos da sociedade.
Assim, todas as 37 variáveis foram consideradas, mas as ações foram
s
definidas para as 19 variáveis mais motrizes em razão da força motora que

ver
elas vão proporcionar para que a sociedade seja mobilizada para a construção
do “Brasil que queremos”.
498
10. Análise Morfológica e distribuição das variáveis

motrizes por tema e construção dos cenários parciais
Figura 22 – Etapas e atividades para elaboração do processo prospectivo,

com ênfase na atividade Análise Morfológica e construção dos cenários
or
od V
aut
25 novembro 2017
O quê? Quando?
Quem? Como?
R Varredura do
Ambiente
Iden�ficação
20 abril 2016
o
das variáveis
aC

Análise
PAÍS QUE QUEREMOS
Treinamento e
engajamento
visã
do �me
itor
a re
Em um sistema complexo, com muitas variáveis, torna-se necessário

introduzir uma atividade intermediária: neste caso, dividiu-se o conjunto das
variáveis em subconjuntos de variáveis em torno de um mesmo tema e em cada
par
tema. Em cada tema, as variáveis foram classificadas por grau de influência,

da maior para a menor, isto é, da mais motriz para a menos motriz.
Ed
A distribuição das 37 variáveis por tema foi para construir os cenários

parciais, para posterior construção dos cenários globais.
Deve-se destacar que foi realizado um exercício de não considerar a
ão
Análise de Impacto Cruzado, utilizando a Matriz de Impacto Cruzado. A distri-

buição de temas foi a mesma que consta na Figura 23, porém os temas tiveram
prioridades diferentes. Os participantes consideraram o Tema 3 atual como
s
prioritário, isto é, Tema 1, considerando as mesmas variáveis; e o Tema 1 atual,

ver
no lugar do Tema 3, que continha as mesmas variáveis. Depois da utilização

do software livre MICMAC, de Godet (2001), e de considerar-se a análise
indireta, verificou-se que a sociedade brasileira era a variável mais influente
de todas, apesar de ser a mais dependente, a que necessita de inovação, isto é,
de pensar algo diferente da situação atual, que é tornar a sociedade protago-

nista, mais madura, mais consciente e responsável pelo seu país. Como está
no Tema 1 atual, é considerada a mais prioritária, isto é, a mais importante.
Então, a partir desses temas e de sua importância, de acordo com o grau
de influência das variáveis, foram construídos os cenários parciais.
Na Figura 23, apresenta-se o esquema de integração e interação entre
os temas e as variáveis-chave. Dessa forma e a partir dessa análise, foram
or
construídos os cenários parciais.
od V
aut
10.1 Análise Morfológica
O termo morfologia vem do grego clássico “morphê”, que significa o
R
estudo de formas. A literatura cita o escritor alemão Johann Wolfgang von
Goethe, de Frankfurt, como o primeiro a utilizar a morfologia como um
o
método explícito científico, para denotar os princípios de formação e trans-
aC
formação de corpos orgânicos (STACH, 2010).

A morfologia de Goethe é baseada na suposição de que todo ser real
ou metafísico constitui um sistema por sua forma. A forma é, portanto, a
fonte da essência interior e da coerência global de qualquer evento cósmico
visã
isolado. O reconhecimento desse fato leva à ideia doutrinária da forma como
um princípio ontológico da natureza, isto é, como um princípio estrutural do
espaço (STACH, 2010).
itor
Segundo Godet (2001), a análise morfológica foi desenvolvida pelo reno-

a re
mado suíço Fritz Zwicky, que trabalhava nos observatórios Mount Wilson
e Mount Palomar, na Califórnia, quando realizava seu trabalho de pesquisa,
em 1942, sobre o desenvolvimento de foguetes na Aerojet Engineering Cor-
poration, em Azusa, Califórnia. Godet (2001), em 1985, revitalizou sua uti-
par
lização no processo prospectivo.

A Análise Morfológica é uma expressão muito erudita para uma técnica
Ed
simples, muitas vezes esquecida ou negligenciada, e deve ser lembrada, por-

que pode ser muito útil para estimular a imaginação. Neste processo, ela foi
utilizada para construção de cenários
ão
Para aqueles leitores que têm interesse na literatura de Análise Morfoló-

gica, há a Sociedade de Morfologia Sueca (Swedish Morphological Society)1,
para a qual Tom Ritchey escreveu vários artigos sobre a sua utilização.
s
A técnica de análise morfológica constitui uma generalização das árvores

ver
de relevância e procedência da teoria de grafos (BUCHOT, 1985).
1 Disponível em: <http://www.swemorph.com>.

500
Na elaboração do processo prospectivo territorial, que é um sistema

complexo com muitas variáveis, recomenda-se ter uma fase intermediária
depois da descrição das variáveis e a identificação das variáveis motrizes.
Nessa fase intermediária, divide-se o conjunto de variáveis motrizes
(influentes) em subconjuntos de variáveis em torno de um mesmo tema ou
de um mesmo grupo de atores, isso significa separar e agrupar as variáveis
motrizes por temas em que as variáveis deverão estar ordenadas por motri-
or
cidade decrescente, considerando-se da mais motora para a menos motora.
od V
A partir do agrupamento das variáveis por temas, deverão ser construídos
aut
os cenários parciais ou microcenários para depois construir os cenários globais.
Para construção de cenários parciais por meio da Análise Morfológica,
foi considerado que cada variável-chave tem no mínimo duas hipóteses. Por-
R
tanto, ao realizar a Análise Morfológica, que deverá ser por tema, e neste
as variáveis devem estar por ordem decrescente de motricidade, devem ser
o
destacadas as regras relacionadas a seguir, para a construção dos cenários
aC

parciais (GODET, 2001; JOUVENEL, 1993):
•• um cenário pode utilizar somente uma hipótese por variável-chave;

•• uma mesma hipótese pode ser utilizada em diferentes cenários;
visã
•• cada um dos cenários deve ter coerência e conter os mesmos ingre-
dientes e, por conseguinte, incluir uma hipótese de cada variável;
•• os cenários devem ser contrastantes e confrontantes;
itor
•• há necessidade de saber, precisamente, qual encadeamento de hipó-

a re
teses estrutura cada um dos cenários, para isso, é preciso identificar

as variáveis mais motrizes. Esse encadeamento deve ser efetuado
de forma individualizada, graficamente, codificando o quadro mor-
fológico por cores, setas coloridas etc.;
•• algumas vezes, ao se analisarem as hipóteses propostas para uma
par
variável, verifica-se que não cobrem todas as possibilidades e faltou

Ed
uma, que pode ser útil na construção do cenário. Essa hipótese deve
ser acrescentada e registrada na ficha da variável;
•• outras vezes, verificam-se hipóteses não utilizadas no cenário.
ão
Então, deve-se realizar uma análise dessas hipóteses e verificar

se há possibilidade de construir um cenário interessante com ela;
•• recomenda-se que o Comitê Local Técnico Prospectivo tenha mais
s
de um redator e o texto referente ao cenário seja validado pelos

ver
participantes, em reunião plenária;

•• os redatores, quando possível, devem ter uma mínima base cientí-
fica para contribuir na descrição dos cenários. Algumas orientações
para a descrição:
–– deve ser fiel à estrutura do cenário estabelecido;

–– necessita levar em consideração o conjunto de variáveis envolvidas;
–– deve mencionar, para cada evolução, quais são os motores (atores
e fatores);
–– se possível, que seja atrativa e bem escrita;
–– deve ser validada pelos integrantes do Comitê Local Técnico Pros-
pectivo e por uma reunião plenária; inicialmente, enviar por e-mail
or
para os participantes da reunião plenária e depois à reunião presen-
od V
cial para validar todas as descrições.
aut
10.2 Distribuição das variáveis motrizes por tema
R
A distribuição das 37 variáveis por tema proporciona a construção dos
cenários parciais, para posterior construção dos cenários globais (Figura 23).
o
A partir dos subconjuntos de variáveis foram construídos cenários par-
aC
ciais por meio da combinação das hipóteses de cada variável.

Neste caso, houve duas fases: uma intermediária, que constrói cenários
parciais; e outra, que trata os cenários parciais como hipóteses, cujo encadea-
mento constrói os cenários globais. Nessas duas fases, é utilizada a Análise
visã
Morfológica, conforme explicação no próximo item.
Então, a partir desses temas, a sua importância foi considerada de acordo
com o grau de influência das variáveis por motricidade, isto é, o tema mais
itor
importante é aquele que possui a variável mais motriz.

a re
Na Figura 23, apresenta-se o esquema de integração e interação entre os

temas e as variáveis-chave ordenadas por sua motricidade. Dessa forma e a
partir dessa análise e reflexão, foram construídos os cenários parciais por tema.
Para cada tema, após identificação dos cenários parciais possíveis, foram
par
escolhidos os cenários parciais, que fazem parte da construção dos cená-

rios globais.
Ed
s ão
ver
Figura 23 – Distribuição das Variáveis por Tema e por Grau de Influência
502
TEMA 3
TEMA 1
Vivência e Responsabilidade Coletiva
Governança e Gestão
1. Engajamento político e interesse pelo bem
1. SOCIEDADE BRASILEIRA (1ª.)
público (3ª.)
2. PODER EXECUTIVO (6ª.)
2. Coletividade e bem comum (4ª.)
3. Valorização do Planejamento de Longo Prazo
3. Participação social engajada localmente
e Territorial (8ª.)
(10ª.)
4. PODER LEGISLATIVO (13ª.)
4. Programas sociais como contrapartida de
5. Planejamento e orçamento participativo (17ª.)
desenvolvimento (14ª.)
6. Reforma Política, com Sistema Político
5. Sociedade menos desigual (15ª.)
Ed
Representativo, Responsivo e Democracia
6. Superpopulação nas grandes cidades
Plena e Madura (18ª)
ver
brasileiras (16ª.)
7. MINISTÉRIO PÚBLICO (19ª.)
s
8. Mudança da Estrutura do Estado (21ª.)
7. Envelhecimento da população (33ª.)
8. Reforma da Previdência Social (27ª.)
9. PODER JUDICIÁRIO (23ª.)
ão
9. Redimensionar e organizar os serviços de saúde
10. MÍDIA (20ª.)
(22ª.)
itor
par
TEMA 2 TEMA 4
aC
Educação para desenvolvimento da cultura, Economia, Política e Infraestrutura
a re
respeito ao meio ambiente com segurança 1. Estabilidade política e econômica (12ª.)
1. Disseminação da Cultura da Corrupção no 2. Infraestrutura deficitária (24ª.)
2.
Brasil (2ª.)
Maioria da população terá ensino superior no
visã R 3. Política industrial (25ª.)
4. EMPRESAS (26ª.)
Brasil (5ª.) 5. Sistema Tributário Nacional (STN) (29ª.)
3. Segurança – Vários aspectos (7ª.) 6. Sistema de informação territorial acessível
4. Baixa efetividade do investimento em
od V
(30ª.)
educação (9ª.)
5. Inversão da pirâmide intelectual do Brasil
o 7. Defesa Nacional e Base de Defesa (31ª.)
8. Apoio e instituições voltadas ao
(11ª.) empreendedorismo (32ª.)
6. Vincular a sustentabilidade às demais áreas 9. Diversificação da pauta de exportação e
(28ª.)
aut
desenvolvimento dos setores produtivos (35ª.)
7. Uso sustentável do patrimônio ambiental (34ª.) 10. Dependência Tecnológica e Competitividade de
8. Patrimônio Cultural Material e Imaterial (37ª.)
or
setores de alto valor agregado (36ª.)

10. 3 Construção dos cenários parciais
A partir destes temas, conforme Figura 23, e da sua importância de

acordo com o grau de influência das variáveis principais, foram construídos
os Cenários Parciais.
Para cada tema, após identificação dos cenários parciais possíveis, foram
escolhidos os cenários parciais por tema com a nomenclatura: Cenário Parcial
or
Desejável e Realizável; Cenário Parcial Intermediário e Realizável; Cenário
Parcial Desejável e Factível e Cenário Parcial Não Desejável.
od V
Os cenários parciais escolhidos contribuem para a construção dos cená-
aut
rios globais.
i.
R
Descrição dos cenários parciais do Tema 1 Governança e Gestão
(referente à Parte 2 deste livro)
o
Os cenários parciais do Tema 1 foram construídos a partir das hipóteses
aC
revistas, após o Seminário de Prospectiva realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho

de 2017, por meio da Análise Morfológica.
visã
Cenário Parcial
Desejável e
Factível do Tema 1
Cenário Parcial (1.3; 2.3; 3.2; Cenário Parcial
itor
Cenário Parcial
Desejável e 4.3; 5.1; 6.2; 7.3; Desejável e Factível
Não Desejável
Realizável do 8.3, 9.2 e 10.2) do Tema 1
a re
do Tema 1
Tema 1 Cenário Parcial (1.3; 2.3; 3.2;
(1.1; 2.1; 3.1;
(1.3; 2.3; 3.3; Intermediário 4.3; 5.1; 6.2; 7.3;
4.1; 5.3; 6.1; 7.2;
4.3; 5.1; 6.3; 7.3; e Realizável 8.3, 9.2 e 10.2)
8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.2 e 10.3) do Tema 1
(1.2; 2.2; 3.2;
par
4.2; 5.2; 6.2; 7.1;

8.2; 9.3 e 10.2)
Ed
• 1.1 Sociedade de
• 1.3 Sociedade • 1.3 Sociedade
• 1.2 Sociedade hiperconsumo,
consciente da sus- consciente da
desenvolvendo cada vez mais in-
tentabilidade, mo- sustentabilidade,
a consciência da dividualista, pouco
ão
bilizada, autônoma mobilizada, au-

sustentabilidade compartilhamento
e participativa, tônoma e partici-
e com maior de princípios
focada no bem-es- pativa, focada no
participação nos morais e éticos
tar coletivo, com bem-estar coletivo,
processos de com acentuada
s
princípios morais e com princípios

decisões dos seus diferença de
éticos sólidos abar- morais e éticos só-
ver
representantes inserção dos gru-

cando as diversi- lidos abarcando as
em todas as esfe- pos sociais e de
dades culturais e diversidades cultu-
ras de poder; qualidade de vida
regionais; rais e regionais;
da população;
continua...
504
continuação
Cenário Parcial
Desejável e
Factível do Tema 1
Cenário Parcial
Não Desejável
do Tema 1
(1.1; 2.1; 3.1;
(1.3; 2.3; 3.3; Intermediário 4.3; 5.1; 6.2; 7.3;
4.1; 5.3; 6.1; 7.2;
or
4.3; 5.1; 6.3; 7.3; e Realizável 8.3, 9.2 e 10.2)
8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.2 e 10.3) do Tema 1
od V
(1.2; 2.2; 3.2;
4.2; 5.2; 6.2; 7.1;
aut
8.2; 9.3 e 10.2)
• 2.1 Representantes
• 2.3 Poder Executivo • 2.3 Poder Executivo
eleito pela vontade
popular com com-
R
• 2.2 Restruturação
do Executivo com
práticas patrimonia-
listas, favorecendo
eleito pela vontade
popular com com-
o
promisso de garantir do Poder Executivo, promisso de garantir
grupos específi-
o cumprimento do visando ao equilí- o cumprimento
cos, garantindo
aC
programa de brio e à harmonia do programa de

privilégios e não
Estado construído entre os Poderes; Estado construído
comprometidos em
e apropriado pela e apropriado pela
trabalhar para a
sociedade; sociedade;
sociedade;
visã
• 3.2 Haverá grande • 3.2 Haverá grande
• 3.1 Continuará
dificuldade de dificuldade de
• 3.3 A sociedade em sem um planeja-
mobilização da mobilização da
2035 estará mobili- mento coletivo,
sociedade, porém sociedade, porém
zada e consciente sem apropriação
haverá um início de haverá um início de
itor
de que o Brasil é da sociedade e

planejamento em planejamento em
sua responsabili- um distanciamento
a re
diversos territórios diversos territórios

dade, planejando cada vez maior do
com apropriação e com apropriação e
em conjunto para sistema político, ge-
com representantes com representantes
o país se tornar rando uma situação
dos seus diversos dos seus diversos
desenvolvido; do país pior que a
tipos de agentes tipos de agentes
atual;
sociais; sociais;
par
• 4.3 Legisladores • 4.3 Legisladores

• 4.2 Os representan-
eleitos de acordo eleitos de acordo
Ed
tes eleitos realizam • 4.1 Os represen-

com programa dire- com programa dire-
revisão de privilé- tantes do legislativo
cionador das ações cionador das ações
gios, restringindo mantêm o modelo
legislativas, capaz legislativas, capaz
o foro privilegiado patrimonialista,
de representar de de representar de
ão
ao exercício do privilegiam grupos

fato a sociedade fato a sociedade
mandato e redução específicos e não
em sua diversidade. em sua diversidade.
do número de sena- formam categorias
Criação de meca- Criação de meca-
dores e deputados de representantes
nismos de fortaleci- nismos de fortaleci-
s
e suas estruturas da sociedade e sua

mento da participa- mento da participa-
ver
representando a diversidade;
ção da sociedade ção da sociedade
sociedade;
nos projetos de lei; nos projetos de lei;
continua...
continuação
Cenário Parcial
Desejável e
Factível do Tema 1
Cenário Parcial
Não Desejável
do Tema 1
(1.1; 2.1; 3.1;
(1.3; 2.3; 3.3; Intermediário 4.3; 5.1; 6.2; 7.3;
4.1; 5.3; 6.1; 7.2;
or
4.3; 5.1; 6.3; 7.3; e Realizável 8.3, 9.2 e 10.2)
8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.2 e 10.3) do Tema 1
od V
(1.2; 2.2; 3.2;
4.2; 5.2; 6.2; 7.1;
aut
8.2; 9.3 e 10.2)
• 5.1 O Estado passa

R
a criar mecanismos • 5.2 O Estado cria
• 5.3 Planejamento e
• 5.1 O Estado passa
criar mecanismos
o
orçamento pensa-
de transparência e mecanismos de de transparência e
dos e executados
aC
acesso às informa- transparência acesso às informa-
pelos órgãos
ções orçamentárias, pouco eficazes e ções orçamentárias,

públicos, com
assim como os a participação da assim como os
participação da
meios que viabilizem sociedade perma- meios que viabili-
sociedade por meio
a participação da so- nece incipiente, zem a participação
de audiências pú-
visã
ciedade na prioriza- ocorrendo alguns da sociedade na
blicas, viabilizando
ção e destinação do avanços no controle priorização e desti-
uma participação
orçamento público, do orçamento e nação do orçamento
pouco mais que
com acompanha- consequente me- público, com acom-
formal na elabora-
mento de sua execu- lhoria na destinação panhamento de sua
itor
ção orçamentária,
ção, trazendo maior e qualidade do execução, trazendo
bem como na sua
a re
eficiência do gasto gasto; maior eficiência do

execução;
público; gasto público;
• 6.3 Definição de • 6.2 Estabeleci- • 6.2 Estabelecimento

par
modelo de Estado mento de reforma de reforma que

e construção de que mude a estru- mude a estrutura
Ed
sistema de governo tura do Estado, vido Estado, visando

• 6.1 Manutenção da
que atenda aos an- sando ao bem-estar ao bem-estar da
situação atual, nada
seios da Sociedade. da população em população em geral.
muda e a sociedade
A Sociedade desen- geral. Amadure- Amadurecimento
ão
continua refém das

volve a consciência cimento político e político e cons-
medidas do go-
de que o país é seu conscientização das cientização das
verno, sem políticas
e decide o que é necessidades das necessidades das
de Estado;
melhor, buscando pessoas, mobiliza- pessoas, mobiliza-
s
sistema político ção da sociedade, ção da sociedade,

ver
representativo que a mas com mudanças mas com mudanças

beneficie; lentas; lentas;
continua...
506
continuação
Cenário Parcial
Desejável e
Factível do Tema 1
Cenário Parcial
Não Desejável
do Tema 1
(1.1; 2.1; 3.1;
(1.3; 2.3; 3.3; Intermediário 4.3; 5.1; 6.2; 7.3;
4.1; 5.3; 6.1; 7.2;
or
4.3; 5.1; 6.3; 7.3; e Realizável 8.3, 9.2 e 10.2)
8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.2 e 10.3) do Tema 1
od V
(1.2; 2.2; 3.2;
4.2; 5.2; 6.2; 7.1;
aut
8.2; 9.3 e 10.2)
• 7.3 O MP aper-
feiçoa-se em
R • 7.3 O MP aperfei-
çoa-se em Política
o
Política e Estraté- e Estratégia, apro-
gia, aproxima-se xima-se da polícia
aC

da polícia para para perícia e
• 7.1 O MP conti-
perícia e investi- investigação e
nua na mesma • 7.2 O MP deixa
gação e fiscaliza fiscaliza a aplica-
situação (BRA- de ser uma ins-
a aplicação das ção das Leis. Os
SIL, Constituição, tituição perma-
Leis. Os represen- representantes da
visã
1988), aperfei- nente, não sendo
tantes da Socie- Sociedade inte-
çoando por meio mais essencial à
dade integram a gram a estrutura,
da aprendizagem função jurisdicio-
estrutura, desen- desenvolve-se
sua forma de nal do Estado;
volve-se sistema sistema interde-
atuação;
itor
interdepartamental partamental e
e melhora a ava- melhora a avalia-
a re
liação do pessoal ção do pessoal

por sistema de por sistema de
competência; competência;
par
• 8.2 Iniciativas iso-

Ed
• 8.3 Sociedade • 8.3 Sociedade en-

ladas de gestão
engajada em torno gajada em torno
de diversidade
de projeto susten- • 8.1 Brasil se de projeto susten-
de conteúdo,
tável, garantindo mantém como tável, garantindo
ão
qualidade e
a diversidade de mercado con- a diversidade de
consumo (P&D),
conteúdo, quali- sumidor com conteúdo, quali-
e participação
dade e consumo sociedade refém dade e consumo
da sociedade
crítico (P&D) e da publicidade e crítico (P&D) e
s
nas decisões da
fóruns de partici- da mídia; fóruns de partici-
ver
mídia, com baixa

pação ativa nas pação ativa nas
eficácia, sem
mídias; mídias;
respaldo legal;
continua...
continuação
Cenário Parcial
Desejável e
Factível do Tema 1
Cenário Parcial
Não Desejável
do Tema 1
(1.1; 2.1; 3.1;
(1.3; 2.3; 3.3; Intermediário 4.3; 5.1; 6.2; 7.3;
4.1; 5.3; 6.1; 7.2;
or
4.3; 5.1; 6.3; 7.3; e Realizável 8.3, 9.2 e 10.2)
8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.2 e 10.3) do Tema 1
od V
(1.2; 2.2; 3.2;
4.2; 5.2; 6.2; 7.1;
aut
8.2; 9.3 e 10.2)
• 9.2 Maior par-

ticipação da
sociedade R • 9.1 Governo
republicano, com
eletividade e
• 9.2 Maior
participação
da sociedade
o
temporalidade es-
decorrente do • 9.3 Convocação decorrente do
tabelecidas, com
aC
aperfeiçoamento de Assembleia aperfeiçoamento
baixa efetividade
dos mecanismos Constituinte wfor- dos mecanismos

de cobrança das
de representação mando um Sis- de representação
responsabilida-
de um Governo tema de Governo, de um Governo
des dos eleitos,
republicano, com eletividade, republicano,
manutenção do
visã
com eletividade, temporalidade e com eletividade,
sistema presi-
temporalidade responsabilidades temporalidade
dencialista com
e cobrança das estabelecidas; e cobrança das
coalizão, aten-
responsabilidades responsabilidades
dendo a interes-
e dos programas e dos programas
itor
ses de grupos
dos eleitos (PLP); dos eleitos (PLP);
específicos;
a re
• 10.2 Maioria da
população com
• 10.3 Pleno acesso
acesso à Jus-
à justiça com • 10.2 Maioria da
tiça; julgamentos
par
imparcialidade e população com • 10.1 Parcela

mais imparciais,
transparência e acesso à Justiça; significativa da
aumento de de-
publicidade; So- julgamentos população sem
Ed
cisões em tempo
luções em tempo mais imparciais, acesso à Justiça,
razoável, por
razoável e Cultura aumento de de- com julgamentos
meio de centros
de conciliação; cisões em tempo parciais, aten-
de conciliação;
Qualidade e razoável, por dendo a interes-
ão
Começa a haver
eficiência em todo meio de centros ses de grupos.
um esboço de
território nacional; de conciliação; Morosidade,
Planejamento
Planejamento Começa a haver ineficiência e sem
de Longo Prazo;
s
de Longo Prazo um esboço de Planejamento de

Planejamento
alinhado com os Planejamento de Longo Prazo.
ver
de Longo Prazo
de médio e curto Longo Prazo.
alinhado com os
prazo;
de médio e curto
prazo.
Construção dos Cenários Parciais do TEMA 1 (referente à Parte 2 deste livro): Governança e Gestão
508
TEMA 1
VARIÁVEIS HIPÓTESES
H1 H2 H3
1. Sociedade de hiperconsumo, cada

2. Sociedade desenvolvendo a cons- 3. Sociedade consciente da sustentabilidade,
vez mais individualista, pouco compar-
1 ciência da sustentabilidade e com maior mobilizada, autônoma e participativa, focada
tilhamento de princípios morais e éticos
Sociedade participação nos processos de decisões no bem-estar coletivo, com princípios morais e
com acentuada diferença de inserção dos
Brasileira dos seus representantes em todas as éticos sólidos abarcando as diversidades cul-
grupos sociais e de qualidade de vida da
esferas de poder. turais e regionais.
Ed
população.
ver
s
1. Representantes do Executivo com prá-
3. Poder Executivo eleito pela vontade popular
ão
ticas patrimonialistas, favorecendo gru- 2. Restruturação do Poder Executivo,
2 com compromisso de garantir o cumprimento
pos específicos, garantindo privilégios e visando o equilíbrio e harmonia entre
itor
Poder Executivo do programa de Estado construído e apropriado
não comprometidos em trabalhar para a os Poderes.
par
pela sociedade.
sociedade.
a re aC
2. Haverá grande dificuldade de mo-
3 1.Continuará sem um planejamento cole-
bilização da sociedade, porém haverá 3. A sociedade em 2035 estará mobilizada e
Valorização do
Planejamento
tivo, sem apropriação da sociedade e um
distanciamento cada vez maior do sistema
visã R
um início de planejamento em diversos consciente de que o Brasil é sua responsabili-
territórios com apropriação e com repre- dade, planejando em conjunto para o país se
de Longo Prazo político, gerando uma situação do país pior
sentantes dos diversos tipos de agentes tornar desenvolvido.
od V
e Territorial que a atual.
sociais dos territórios.
o
2. Os representantes eleitos realizam 3. Legisladores eleitos de acordo com programa
1. Os representantes do legislativo man-
revisão de privilégios, restringindo o foro direcionador das ações legislativas, capaz de
têm o modelo patrimonialista, privilegiam
aut
4 privilegiado ao exercício do mandato e representar de fato a sociedade em sua diversi-
grupos específicos e não formam catego-
Poder Legislativo redução do número de senadores e
or
dade. Criação de mecanismos de fortalecimento
rias de representantes da sociedade e sua
deputados e suas estruturas, represen- da participação da sociedade nos projetos de
diversidade.
tando a sociedade. lei..
continua...

continuação
TEMA 1
H1 H2 H3
1. O Estado passa criar mecanismos de

transparência e acesso às informações 2. O Estado cria mecanismos de trans- 3.Planejamento e orçamento pensados e execu-
5 orçamentárias, assim como os meios que parência pouco eficazes e a participa- tados pelos órgãos públicos, com participação
Planejamento viabilizem a participação da sociedade na ção da sociedade permanece incipiente, da sociedade por meio de audiências pública,
e Orçamento priorização e destinação do orçamento ocorrendo alguns avanços, no controle viabilizando uma participação pouco mais que
Ed
Participativo
ver
s público, com acompanhamento de sua do orçamento e consequente melhoria formal na elaboração orçamentária, bem como
execução, trazendo maior eficiência do na destinação e qualidade do gasto. da sua execução.
gasto público.
ão itor
6
2. Estabelecimento de reforma que
par
Reforma Política, 3. Definição de modelo de Estado e construção
mude a estrutura do Estado, visando
com Sistema 1. Manutenção da situação atual, nada de sistema de governo que atenda aos anseios
ao bem-estar da população em geral.
aC
Político Repre- muda e a sociedade continua refém das da Sociedade. A Sociedade desenvolve a cons-
a re
Amadurecimento político e conscienti-
sentativo, medidas do governo, sem políticas de ciência de que o país é seu e decide o que é
zação das necessidades das pessoas,
Responsivo Estado.
R melhor, buscando sistema político representa-
mobilização da sociedade, com trans-

e Democracia tivo que a beneficie.
visã
formação progressiva.
Plena e Madura
od V
o 3. O MP se aperfeiçoa em Política e Estratégia,
se aproxima da polícia para perícia e investiga-
1. O MP continua na mesma situação
2. O MP deixa de ser uma instituição ção. Fiscaliza a aplicação das Leis, os repre-
aut
7 (BRASIL, Constituição, 1988), aperfei-
permanente, não sendo mais essencial sentantes da Sociedade integram a estrutura,
Ministério Público çoando por meio da aprendizagem sua
or
à função jurisdicional do Estado. desenvolve sistema interdepartamental e me-
forma de atuação.
lhora a avaliação do pessoal por sistema de
competência.
509
continua...
continuação
TEMA 1
510
H1 H2 H3
2. Iniciativas isoladas de gestão de

3. Sociedade engajada em torno de projeto sus-
1. Brasil se mantém como mercado con- diversidade de conteúdo, qualidade e
8 tentável, garantindo diversidade de conteúdo,
sumidor, com sociedade refém da publici- consumo (P&D), e participação da so-
Mídia qualidade e consumo crítico (P&D) e fóruns de
dade e mídia. ciedade nas decisões da mídia, com
participação ativa nas mídias.
baixa eficácia, sem respaldo legal.
ver
Ed
s ão
2. Maior participação da sociedade
1. Governo republicano, com eletividade
itor
decorrente do aperfeiçoamento dos
e temporalidade estabelecidas, com baixa 3. Convocação de Assembleia Constituinte,
9 mecanismos de representação de um
par
efetividade de cobrança das responsabili- formando um Sistema de Governo, com ele-
Mudança da Es- Governo republicano, com eletividade,
dades dos eleitos, manutenção do sistema tividade, temporalidade e responsabilidades
trutura do Estado temporalidade e cobrança das respon-
aC
Presidencialista com coalisão, atendendo estabelecidas.
a re
sabilidades e dos programas dos eleitos
interesses de grupos específicos.
(PLP).
visã R
od V
2. Maioria da população com acesso à 3. Pleno acesso à justiça com imparcialidade
1. Parcela significativa da população sem
acesso à Justiça, com julgamentos par-
o
Justiça; Julgamento mais imparciais, au- e transparência e publicidade; Soluções em
10 mento de decisões em tempo razoável, tempo razoável e Cultura de conciliação; Qua-
ciais, atendendo a interesses de grupos.
Poder Judiciário por meio de centros de conciliação; Co- lidade e eficiência em todo território nacional;
Morosidade, ineficiência e sem Planeja-
aut
meça a ter um esboço de Planejamento Planejamento de Longo Prazo alinhado com o
mento de Longo Prazo.
or
de Longo Prazo. de médio e curto prazo.

10.3.2 Descrição dos Cenários Parciais do Tema 2: Educação para

desenvolvimento da cultura, respeito ao meio ambiente em segurança
(referente à Parte 3 deste livro)
Os cenários parciais do Tema 2 foram construídos, por meio da Aná-

lise Morfológica, a partir das hipóteses revistas após o Seminário de Pros-
or
pectiva realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho de 2017.
od V
Cenário Parcial In-
aut
Cenário Parcial Desejável Cenário Parcial Não
termediário e Rea-
e Realizável do Tema 2 Desejável do Tema 2
lizável do Tema 2
(1.1; 2.3; 3.2; 4.3; 5.3; (1.3; 2.1; 3.3; 4.1;
6.2; 7.3 e 8.3)
R (1.2; 2.2; 3.1; 4.3;

5.2; 6.3; 7.2; 8.2)
5.1; 6.1; 7.1 e 8.1)
o
• 1.2 Não haverá interesse
• 1.1 Haverá maior interesse
aC
político no combate à
Político no combate à corrupção.

corrupção. Avanços lentos • 1.3 Nenhum investimento pú-
Repressão por meio da criação de
nas Leis Anticorrupção; blico no combate à corrupção.
leis mais severas; investimento na
manutenção das leis, Alterações nas Leis Anticor-
educação ética do cidadão desde
medidas provisórias e rupção favorecendo políticos
visã
a escola; maior investimento em
adendos contratuais para e grupos e/ou indivíduos;
mecanismos de controle e fiscali-
favorecimento de grupos e/ nenhum incentivo à educação
zação; Ministério Público, Polícia
ou indivíduos e políticos. ética do cidadão; deterioração
e Judiciário mais atuantes na
Pouco investimento na dos mecanismos de controle
aplicação das leis e no combate
itor
educação ética do cidadão e fiscalização e disseminação

à corrupção; acesso livre às infor-
e mecanismos de controle da corrupção.
a re
mações no formato que permita

e fiscalização com poucos
transparência efetiva.
avanços.
par
• 2.3 Com participação da • 2.2 Haverá capital para

sociedade, há mudança radical expandir a rede pública
• 2.1 Sem capital nem meta
Ed
na forma de aprendizado, com e privada, financiamento,

para crescimento da capaci-
muita autonomia e acesso aos bolsas e subsídios, aumen-
dade instalada ou melhoria de
conteúdos e experiências de tando a produtividade com
produtividade, a população
forma menos burocratizada e mais melhores metodologias e
com nível superior estacio-
ão
prática, criativa e inovadora. Há tecnologias voltadas para o

nará na faixa de 15 a 20%
desenvolvimento de várias formas aprendizado. A população
e maioria da população não
de obter um grau acadêmico muito com curso superior cres-
terá educação superior no
diferente das atuais, com prazos cerá entre 1 a 2% ao ano
Brasil;
s
mais curtos e métodos produtivos, para atingir a meta em 30

ver
eficientes e eficazes; a 40 anos;
continua...
512
continuação

termediário e Rea-
lizável do Tema 2
(1.1; 2.3; 3.2; 4.3; 5.3; (1.3; 2.1; 3.3; 4.1;
(1.2; 2.2; 3.1; 4.3;
6.2; 7.3 e 8.3) 5.1; 6.1; 7.1 e 8.1)
5.2; 6.3; 7.2; 8.2)
• 3.2 O Estado e a sociedade • 3.3 Caos, sem autoridades

assumindo um comportamento nem sociedade assumindo
• 3.1 Tanto o Estado quanto
or
ativo capaz de articular e enfrentar plenamente suas respon-
a sociedade atuarão de
as deficiências estruturais (polícia, sabilidades pela segurança
forma pontual nas questões
od V
judiciário, MP, sistema prisional...) pública e, por consequência,
de segurança pública,
por meio de ações coletivas. desagregação do tecido social
aut
abarcando alguns aspectos
Ambos mobilizados para romper e ausência de cidadania. Re-
mais prementes ligados
comportamentos e paradigmas que flexos no aumento da violência
a violência, educação e
desqualifiquem a cidadania. Predo- e desorganização social, ba-
mínio de comportamento cidadão,
com a atenção voltada para outros
Ralimentação, mas sem arti-
cular as estruturas sociais e
mantendo paradigmas que
nalizando a vida e a dignidade
humana. Tudo repercutindo na
o
aspectos da segurança, tais como segurança alimentar, saúde,
desqualificam a cidadania;
educação, alimentação, criança e criança e adolescente e outros
aC
adolescente e outros aspectos; aspectos;

• 4.3 Mobilização da socie- • 6.3 Há investimento e fomento
• 4.3 Mobilização da sociedade em dade em defesa de uma ao desenvolvimento criativo,
defesa de uma educação com quali- educação com qualidade e inovador e empreendedor, mas
visã
dade e participação da comunidade participação da comunidade é feito de forma desestrutu-
para a atual e as futuras gerações para a atual e as futuras rada, com interesses próprios
em todos os níveis de ensino gerações em todos os níveis (ou de determinado grupo
com eficiência nos investimentos, de ensino com eficiência em detrimento de um bem
qualidade na forma e medição de nos investimentos, quali- maior). Haverá desperdício,
itor
resultados alcançados; dade na forma e medição de sem métricas e sem gestão de

a re
resultados alcançados; resultados, com burocracia;
• 7.2 Ocorre melhoria na percep-

• 5.3 Haverá Investimento Público ção por parte da sociedade e
com efetividade e Políticas Públicas • 5.2 Haverá investimento do Estado sobre a preservação
de Educação aliadas à apropria- público e das políticas de do patrimônio ambiental. Entre-
par
ção pela sociedade. Alteração da educação, maior inclusão tanto, não ocorre o despertar
pirâmide decorrente do crescente escolar, sem preocupação de como integrar o patrimô-
desenvolvimento intelectual e da com a qualidade (expansão nio ambiental ao Projeto de
Ed
formação de cidadão, diminuindo as quantitativa); desenvolvimento sustentável

desigualdades territoriais; e soberano para o Brasil do
século XXI;
ão
• 8.2 Destinar recursos da • 4.1 O congelamento dos recur-

• 6.2 Abundância de capitais focados
verba cultural do Estado e sos para a educação deve ser
exclusivamente em projetos
de fundos provenientes de revisto. Caso isso não ocorra,
sustentáveis e ambiente de criação
manifestações artísticas, teremos consequências graves
s
com apropriação da sociedade.

reduzindo a dependência para o desenvolvimento;
Os projetos devem ser econômica,
ver
de verbas externas para a

social e ambientalmente viáveis,
manutenção, preservação,
com capacidade de execução e
documentação do patrimô-
gestão, sendo alicerce da estratégia
nio, promovendo à gestão
nacional, resultando em um ciclo
descentralizada e apropria-
virtuoso de desenvolvimento;
ção da população local.
continua...
continuação

termediário e Rea-
lizável do Tema 2
(1.1; 2.3; 3.2; 4.3; 5.3; (1.3; 2.1; 3.3; 4.1;
(1.2; 2.2; 3.1; 4.3;
6.2; 7.3 e 8.3) 5.1; 6.1; 7.1 e 8.1)
5.2; 6.3; 7.2; 8.2)
• 7.3 A sociedade e o Estado brasi-

• 5.1 Sem investimento, aumento
or
leiro amadurecem sua percepção
da defasagem educação X
sobre a importância do patrimônio
desenvolvimento, resultando
ambiental brasileiro. A partir dessa
od V
em educação sem consistência
nova percepção, o patrimônio
aut
e consequentemente afilando
ambiental é colocado como um
a base da pirâmide intelectual
dos eixos do projeto de desenvolvi-
(status quo). Importância em
mento sustentável e soberano para
o Brasil do século XXI;
R
• 8.3 É criada a cultura de catalogar
desigualdades territoriais;
o
e documentar o patrimônio em
aC
suas diversas regiões eformas de • 6.1 Não haverá fomento
manifestação. Promove-se o desen- de projetos sustentáveis

volvimento local, considerando o no Brasil. Haverá poucos
patrimônio material e cultural como projetos novos que atendam à
recurso econômico e de desen- sustentabilidade;
visã
volvimento sustentável e efetiva
participação da comunidade.
• 7.1 Não comprometimento

itor
do Poder Público nem da

Sociedade em relação à pre-
a re
servação e ao uso sustentável

do Patrimônio Ambiental. Uso
indiscriminado dos recursos
naturais sem controle nem
fiscalização;
par
• 8.1 O patrimônio cultural

nacional permanece espaço
Ed
cativo de grupos de interesse

e suas respectivas visões
corporativas. Assim, a cultura
não consegue avançar para
ão
a centralidade da agenda
política. A sociedade brasileira
permanece à margem dessa
s
discussão e carente de um
de seus principais vetores de
ver
identidade.
Construção dos Cenários Parciais do TEMA 2 (referente à Parte 3 deste livro): Educação
514
para desenvolvimento da cultura, respeito ao meio ambiente em segurança

TEMA 2 (referente à Parte 3 deste livro): Educação para desenvolvimento da cultura, respeito ao meio ambiente em segurança
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3
1.1. Haverá maior interesse Político no

combate à corrupção. Repressão por
1.2. Não haverá interesse político no combate à
meio da criação de leis mais severas; in- 1.3. Nenhum investimento público no
corrupção. Avanços lentos nas Leis Anticorrup-
1 vestimento na educação ética do cidadão combate à corrupção. Alterações nas Leis
Ed
ção; manutenção das leis, medidas provisórias
Disseminação desde a escola; maior investimento em Anticorrupção favorecendo políticos e gru-
ver
e adendos contratuais para favorecimento de
s
da Cultura da mecanismos de controle e fiscalização;
grupos e/ou indivíduos e políticos. Pouco inves-
pos e/ou indivíduos; nenhum incentivo à
Corrupção Ministério Público, Polícia e Judiciário educação ética do cidadão; deterioração
ão
timento na educação ética do cidadão e meca-
no Brasil mais atuantes na aplicação das leis e no dos mecanismos de controle e fiscalização
nismos de controle e fiscalização com poucos
itor
combate à corrupção; acesso livre às in- e disseminação da corrupção.
avanços.
formações no formato que permita trans-
par
parência efetiva
a re aC
3. Com participação da sociedade, há
visã R
2. Haverá capital para expandir a rede pública
mudança radical na forma de aprendi-
1. Sem capital e meta para crescimento zado, com muita autonomia e acesso a
2 e privada, financiamento e bolsas subsídios,
da capacidade instalada ou melhoria de conteúdos e experiências de forma me-
od V
Maioria da aumentando a produtividade com melhores
produtividade a população com nível su- nos burocratizada e mais prática, criativa
população terá
perior estacionará na faixa de 15 a 20% e
o
metodologias e tecnologias voltadas para o
e inovadora. Há desenvolvimento de vá-
ensino supe- aprendizado. A população com curso superior
maioria da população não terá educação rias formas de obter um grau acadêmico
rior no Brasil crescerá entre 1 a 2% ao ano para atingir a meta
superior no Brasil. muito diferente das atuais com prazos mais
aut
em 30 a 40 anos.
curtos e métodos produtivos, eficientes e
or
eficazes.
continua...

continuação
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3
2. O Estado e a sociedade assumindo um com- 3. Caos, sem autoridades nem sociedade
portamento ativo capaz de articular e enfrentar assumindo plenamente suas responsa-
1. Tanto o Estado quanto a sociedade
as deficiências estruturais (polícia, judiciário, MP, bilidades pela segurança pública e, por
atuarão de forma pontual nas questões de
3 sistema prisional...) por meio de ações coletivas. consequência, desagregação do tecido
segurança pública, abarcando alguns as-
Segurança Ambos mobilizados para romper comportamen- social e a ausência de cidadania. Reflexos
Ed
pectos mais prementes ligados à violência,
– Vários tos e paradigmas que desqualifiquem a cida- no aumento da violência e desorganização
ver
educação e alimentação, mas sem articu-
aspectos dania. Predomínio de comportamento cidadão, social, banalizando a vida e a dignidade
s lar as estruturas sociais e mantendo pa-
com a atenção voltada para outros aspectos da humana. Tudo repercutindo na segurança
radigmas que desqualificam a cidadania.
ão
segurança, tais como: educação, alimentação, alimentar, saúde, criança e adolescente e
criança e adolescente e outros aspectos. outros aspectos.
itor
par
3. Mobilização da sociedade em defesa de
4 2. Aumento do investimento em educação. Um uma educação com qualidade e participa-
1. O congelamento dos recursos para a
aC
Baixa efe- maior investimento associado à políticas públi- ção da comunidade para a geração atual e
a re
educação deve ser revisto. Caso isso não
tividade do cas assertivas provocará as condições necessá- as futuras gerações em todos os níveis de
ocorra, teremos consequências graves
R
investimento rias para o desenvolvimento social e econômico ensino com eficiência nos investimentos,
para o desenvolvimento.
visã
em educação do país. qualidade na forma e medição de resulta-
dos alcançados
od V
o 3. Haverá investimento público com efeti-
1. Sem investimento, aumento da defa-
vidade e Políticas Públicas de Educação
5 sagem educação X desenvolvimento, re-
2. Haverá investimento público e políticas de aliadas à apropriação pela sociedade. Alte-
aut
Inversão da pi- sultando em educação sem consistência
educação, maior inclusão escolar, sem preocu- ração da pirâmide decorrente do crescente
râmide intelec- e consequentemente afilando a base da
or
pação com a qualidade (expansão quantitativa). desenvolvimento intelectual e na formação
tual do Brasil pirâmide intelectual (status quo). Importân-
de cidadão, diminuindo as desigualdades
cia nas desigualdades territoriais.
territoriais.
continua...
515
continuação
516
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3
2. Abundância de capitais focados exclusiva- 3. Há investimento e fomento ao

mente em projetos sustentáveis e ambiente de desenvolvimento criativo, inovador e
6
criação com apropriação da sociedade. Os pro- empreendedor, mas é feito de forma
Vincular a 1. Não haverá fomento de projetos susten-
jetos devem ser economicamente, socialmente desestruturada, com interesses próprios
sustenta- táveis no Brasil. Haverá poucos projetos
e ambientalmente viáveis, com capacidade de (ou de determinado grupo em detrimento
bilidade às novos que atendam à sustentabilidade.
execução e gestão, sendo alicerce da estraté- de um bem maior). Haverá desperdício,
demais áreas
Ed
gia nacional, resultando em um ciclo virtuoso de sem métricas e sem gestão de resultados,
ver
desenvolvimento. com burocracia.
s ão
3. A sociedade e o estado brasileiro ama-
2. Ocorre melhoria na percepção por parte da
itor
1. Não comprometimento do Poder Público durecem sua percepção sobre a importân-
7 sociedade e do estado da preservação do patri-
e nem da Sociedade em relação a pre- cia do patrimônio ambiental brasileiro. A
par
Uso sustentá- mônio ambiental. Entretanto, não ocorre o des-
servação e uso sustentável do Patrimônio partir dessa nova percepção, o patrimônio
vel do patrimô- pertar de como integrar o patrimônio ambiental
Ambiental. Uso indiscriminado dos recur- ambiental é colocado como um dos eixos
aC
nio ambiental ao Projeto de desenvolvimento sustentável e
a re
sos naturais sem controle e fiscalização. do projeto de desenvolvimento sustentável
soberano para o Brasil do século XXI.
e soberano para o Brasil do século XXI.
visã R
1. O patrimônio cultural nacional perma-
2. Destinar recursos da verba cultural do es- 3. Criar a cultura de catalogar e documen-
od V
nece espaço cativo de grupos de interesse
tado e de fundos provenientes de manifestações tar o patrimônio em suas diversas regiões
8 e suas respectivas visões corporativas.
o
artísticas, reduzindo a dependência de verbas e formas de manifestações. Promover o
Patrimônio Assim a cultura não consegue avançar
externas para a manutenção, preservação, desenvolvimento local, considerando o pa-
Cultural Mate- para a centralidade da agenda política. A
aut
documentação do patrimônio, promovendo a trimônio material e cultural como recurso
rial e Imaterial sociedade brasileira permanece à margem
gestão descentralizada e apropriação da popu- econômico e de desenvolvimento susten-
or
dessa discussão e carente de um de seus
lação local. tável e efetiva participação da comunidade.
principais vetores de identidade.

10.3.3 Descrição dos cenários parciais do Tema 3: Vivência e

Responsabilidade Coletiva (referente à Parte 4 deste livro)
Os cenários parciais do Tema 3 foram construídos, por meio da Análise

Morfológica, a partir das hipóteses revistas, após o Seminário de Prospectiva
realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho de 2017.
or
Cenário Parcial Desejável Cenário Parcial Intermediário Cenário Parcial Não
od V
e Realizável do Tema 3 e Realizável do Tema 3 Desejável do Tema 3
aut
(1.1; 2.3; 3.3; 4.3; 5.3; (1.2; 2.2; 3.2; 4.2; 5.2; (1.3; 2.1; 3.1; 4.1; 5.1;
6.3; 7.1; 8.3 e 9.3) 6.4; 7.2; 8.2 e 9.2) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
• 1.3 Manutenção da corrupção
• 1.1 Maior engajamento político • 1.2 Maior participação de
com métodos mais aprimorados;
e representatividade de todos
os setores da sociedade nas
decisões sobre o uso dos bens
R todos os setores da socie-
dade de forma consultiva nas
discussões sobre o uso dos
redes sociais com discussões
sem construção efetiva de
articulação e engajamento;
o
públicos, com foco no seu valor bens públicos; manutenção de
formas modernas de controle e
para o coletivo e no seu uso de uma educação deficitária no
submissão de grande parte da
aC
forma ética. Introdução dessa aspecto de conscientização
população à estrutura política

temática em todos os níveis da da cidadania e dos direitos e
predominante em detrimento dos
educação formal; deveres de todos;
bens públicos;
• 2.1 Não há esforços direcionados
ao bem comum com retrocesso
visã
• 2.3 As necessidades econômicas,
• 2.2 Continuidade dos conflitos nas tendências atuais de globali-
políticas e sociais dos indivíduos e
entre os diversos atores zação, fechamento dos mercados
grupos são priorizadas em todos
econômicos, sociais e políticos, dos países desenvolvidos, au-
os planos e níveis de decisão de
gerando modestas conquistas mento da concentração de renda,
Estados e Sociedade, buscando o
itor
para a sociedade; fortalecimento da hierarquização

bem-estar coletivo e individual;
da sociedade e redução dos direi-
a re
tos individuais e sociais;

• 3.3 Fortalecimento da participação • 3.2 Engajamento da sociedade
popular através de articulações desenvolvido através de intro-
impulsionada pelas associa- dução desse tema como parte
ções de classe, comunitárias, do currículo escolar no nível
• 3.1 Engajamento às iniciativas
pastorais e ações com base em Fundamental I e II e Ensino
par
do poder público, visando a

Planejamento de Longo Prazo e Médio. Criação de mecanismos
interesses particulares e de grupos
fortalecimento da participação de políticos e sociais que propi-
Ed
específicos da sociedade.
todos os segmentos sociais, atra- ciem a participação de todos
vés da utilização das redes como os segmentos da sociedade na
instrumento de conscientização e tomada de decisão de questões
democratização; de interesse coletivo;
ão
• 4.2 Não haverá mudança nas

• 4.3 Participação da sociedade
políticas atuais. Os programas
e organizações nas decisões
sociais assistencialistas serão
políticas. Programas sociais com
s
mantidos e apenas parte da

evolução e adequação constante • Participação popular manifestada
população atendida consegue
ver
às necessidades da sociedade, através de plebiscitos e voto em

fortalecer-se contribuindo para
promovendo inclusão econômica, representantes, sem poder de
o desenvolvimento. Poucos
humana, cultural e ambientalmente decisão nas ações;
investimentos serão direcio-
adequada. Atendimento das
nados aos programas sociais
necessidades básicas e estruturais
voltados para o desenvolvi-
da sociedade;
mento do país;
continua...
518
continuação
Cenário Parcial Desejável Cenário Parcial Intermediário Cenário Parcial Não
e Realizável do Tema 3 e Realizável do Tema 3 Desejável do Tema 3
(1.1; 2.3; 3.3; 4.3; 5.3; (1.2; 2.2; 3.2; 4.2; 5.2; (1.3; 2.1; 3.1; 4.1; 5.1;
6.3; 7.1; 8.3 e 9.3) 6.4; 7.2; 8.2 e 9.2) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
• 5.3 Melhoria na qualidade da
• 4.1 Diminuição ou extinção dos
educação como alicerce para o
• 5.2 Diminuição da diferença de programas sociais voltados ao
desenvolvimento sustentável e
renda e direcionamento efetivo desenvolvimento. Estruturas volta-
melhor distribuição de renda. A so-
de verbas para serviços públi- das ao assistencialismo mantendo
or
ciedade passa a exigir infraestru-
cos de melhor qualidade; parte da população vulnerável e
tura e serviços que proporcionem
dependente da atuação do Estado;
od V
qualidade de vida;
• 6.3 Crescimento e desenvolvi- • 5.1 Maior concentração de renda
aut
mento organizados e sustentáveis • 6.4 Crescimento moderada- e benefícios para as classes
dos centros urbanos. Deslocamen- mente ordenado e estruturado, privilegiadas, atendimento mínimo
tos da população dos grandes cen- preponderando a especulação às necessidades da sociedade e
tros urbanos em busca de melhor
qualidade de vida para todos.
R
imobiliária diminuta participação na gestão
dos recursos públicos;
• 6.2 Sacrifício da qualidade de
o
• 7.2 O sistema continuará vida da população devido ao
• 7.1 Reformulação do acesso e das
aC
inalterado, dificultando cada vez crescimento desordenado e

ações de saúde, implantando-se
mais o acesso à saúde pública, desestruturado dos centros urba-
um sistema efetivo com recursos
mesmo com aumento de recur- nos, ampliando construções em
e pessoas compatíveis com a
sos, que continuará precário, locais de riscos sem gestão nem
demanda, sem politização;
sem igualdade no atendimento; planejamento, seguindo a lógica
visã
da especulação imobiliária.
• 8.2 Reformas parciais e paliati- • 7.3 Desestruturação do sistema
• 8.3 Reforma adequada e transpa- vas com insatisfação dos bene- de saúde em um contexto de
rente da Previdência Social com a ficiários e adiamento da solução corrupção e desvio de recursos,
itor
participado desequilíbrio estrutural da reduzindo o potencial assistencial

Previdência Social; e preventivo da saúde;
a re
• 8.1 Aumento de benefícios sem

contrapartida de receitas com
• ção da sociedade. Recuperação • 9.2 Sociedade não participa-
agravamento do desequilíbrio
da credibilidade e viabilidade do tiva e algumas conquistas de
estrutural da Previdência Social,
sistema previdenciário; acolhimento ao idoso.
mantendo-se a diferença entre os
servidores públicos e os demais;
par
• 9.3 Sociedade participativa; manu-

• 9.1 Política social ineficiente in-
tenção da proteção social em que
compatível com o envelhecimento
Ed
Estado de família oferecem estru-

da população.
tura para acolhimento do idoso.
s ão
ver
Construção dos Cenários Parciais do TEMA 3 (referente à Parte 4 deste livro): Vivência e Responsabilidade Coletiva
TEMA 3 (referente à Parte 4 deste livro): Vivência e Responsabilidade Coletiva
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
1. Maior engajamento político e 3. Manutenção da corrupção com

representatividade de todos os 2. Maior participação de todos os se- métodos mais aprimorados; re-
Ed
setores da sociedade nas deci- tores da sociedade de forma consul- des sociais com discussões sem
ver
1
s
Engajamento
sões sobre o uso dos bens públi- tiva nas discussões sobre o uso dos construção efetiva de articulação
cos, com foco no seu valor para bens públicos; manutenção de uma e engajamento; formas modernas
ão
político e interesse
o coletivo e seu uso de forma educação deficitária no aspecto de de controle e submissão de grande
pelo bem público
itor
ética. Introdução dessa temática conscientização da cidadania e dos parte da população à estrutura po-
em todos os níveis da educação direitos e deveres de todos. lítica predominante em detrimento
par
formal. dos bens públicos.
a re aC
R
visã
1. Não há esforços direcionados
ao bem comum com retrocesso
od V
3. As necessidades econômicas,
nas tendências atuais de globa-
2 lização, fechamento dos merca-
o
2. Continuidade dos conflitos entre os políticas e sociais dos indivíduos
diversos atores econômicos, sociais e e grupos são priorizadas em todos
Coletividade e dos dos países desenvolvidos,
políticos, gerando modestas conquis- os planos e níveis de decisão de
bem comum aumento da concentração de
aut
tas para sociedade. Estados e Sociedade, buscando o
renda, fortalecimento da hierar-
or
bem-estar coletivo e individual.
quização da sociedade e redução
dos direitos individuais e sociais.
519
continua...
continuação

520
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
3. Fortalecimento da participação
2. Engajamento da sociedade desen-
1. Engajamento às iniciativas do popular através de articulações im-
volvido através de introdução desse
poder público, visando interesses pulsionada pelas associações de
tema como parte do Currículo escolar
3 particulares e de grupos específi- classe, comunitárias, pastorais e
no nível Fundamental I e II e Ensino
Participação cos da sociedade. ações com base em Planejamento
Médio. Criação de mecanismos polí-
social engajada Participação popular manifestada de Longo Prazo e fortalecimento da
ticos e sociais que propiciem a par-
localmente através de plebiscitos e voto em participação de todos os segmentos
Ed
ticipação de todos os segmentos da
representantes, sem poder de sociais, através da utilização das re-
ver
sociedade na tomada de decisão de
s decisão nas ações.
questões de interesse coletivo.
des como instrumento de conscien-
tização e democratização.
ão
2. Não haverá mudança nas polí- 3. Participação da sociedade e or-
itor
1. Diminuição ou extinção dos ticas atuais. Os programas sociais ganizações nas decisões políticas.
4 programas sociais voltados ao assistencialistas serão mantidos e Programas sociais com evolução e
par
Programas desenvolvimento. Estruturas vol- apenas parte da população atendida adequação constante às necessi-
sociais como tadas ao assistencialismo man- consegue fortalecer-se contribuindo dades da sociedade, promovendo
a re aC
contrapartida de tendo parte da população vulne- para o desenvolvimento. Poucos in- inclusão econômica, humana, cul-
desenvolvimento rável e dependente da atuação vestimentos serão direcionados aos tural e ambientalmente adequada.
do Estado.
R
programas sociais voltados para o
visã
Atendimento das necessidades
desenvolvimento do país. básicas e estruturais da sociedade.
od V
1. Maior concentração de renda o 3. Melhoria na qualidade da educa-
e benefícios para as classes pri- 2. Diminuição da diferença de renda ção como alicerce para o desenvol-
5
vilegiadas, atendimento mínimo e direcionamento efetivo de verbas vimento sustentável e melhor distri-
Sociedade
às necessidades da sociedade e para serviços públicos de melhor buição de renda. A sociedade passa
menos desigual
aut
diminuta participação na gestão qualidade. a exigir infraestrutura e serviços que
dos recursos públicos. proporcionem qualidade de vida.
or
continua...

continuação
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
2. Sacrifício da qualidade de vida da

1. Em função da deficiência da 3. Crescimento e desenvolvimento 4. Crescimento mo-
população devido ao crescimento de-
6 infraestrutura de defesa civil, as organizados e sustentáveis dos deradamente orde-
sordenado e desestruturado dos cen-
Superpopula- cidades estão mais expostas centros urbanos. Deslocamentos nado e estruturado
tros urbanos, ampliando construções
çãonas grandes às consequências de uma cada população dos grandes centros preponderando
Ed
em locais de risco sem gestão nem
cidades brasileiras tástrofe, tais como epidemias, urbanos em busca de melhor quali- à especulação
ver
planejamento, seguindo a lógica da
guerras químicas, entre outras. dade de vida para todos. imobiliária
s ão itor especulação imobiliária.
1. Reformulação do acesso e das 2. O sistema continuará inalterado, di- 3. Desestruturação do sistema de

7
ações de saúde, implantando um ficultando cada vez mais o acesso à saúde em um contexto de corrup-
par
Redimensionar
sistema efetivo com recursos e saúde pública, mesmo com aumento ção e desvio de recursos reduzindo
e organizar os
pessoas compatíveis com a de- de recursos, continuando precário, o potencial assistencial e preventivo
aC
serviços de saúde
a re
manda, sem politização. sem igualdade no atendimento. da saúde.
R
1. Aumento de benefícios sem

visã
3. Reforma adequada e transpa-
contrapartida de receitas com 2. Reformas parciais e paliativas com
8 rente da Previdência Social com a
agravamento do desequilíbrio insatisfação dos beneficiários e adia-
od V
Reforma da participação da sociedade. Recupe-
estrutural da Previdência Social, mento da solução do desequilíbrio
Previdência Social
o ração da credibilidade e viabilidade
mantendo-se a diferença entre os estrutural da Previdência Social.
do sistema previdenciário.
servidores públicos e os demais.
aut
9 3. Sociedade participativa; manu-
or
1. Política social ineficiente in- 2. Sociedade não participativa e al-
Envelhecimento tenção da proteção social em que
compatível com o envelheci- gumas conquistas de acolhimento ao
da população Estado e família oferecem estrutura
mento da população. idoso.
para acolhimento do idoso.
521
522
10.3.4 Descrição dos cenários parciais do Tema 4: Economia, Política e

Infraestrutura (referente à Parte 5 deste livro)
Os cenários parciais do Tema 4 foram construídos a partir das hipóteses

revistas, após o Seminário de Prospectiva realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho
de 2017, por meio da Análise Morfológica.
or
Cenário Parcial
Cenário Parcial Cenário Parcial
od V
Desejável e Cenário Parcial Não
Intermediário e Desejável e
Realizável do Desejável do Tema 4
aut
Realizável do Tema 4 Factível do Tema 4
Tema 4 (1.1; 2.1; 3.1;
(1.4; 2.3; 3.2; 4.2; (1.3; 2.3; 3.3;
(1.3; 2.3; 3.3; 4.1; 5.2; 6.1; 7.2;
5.3; 6.2; 7.1; 8.2 4.3; 5.4; 6.3; 7.3;
4.3; 5.4; 6.3; 7.3; 8.1, 9.1 e 10.1)
8.3, 9.3 e 10.3)
R
e 9.2 e 10.2)
• 1.4 Haverá novos ar-

8.3, 9.3 e 10.4)
o
ranjos (inovação, par-
cerias, modelos, etc.) • 1.1 Ausência de trans-
aC
• 1.3 Maior apropria- • 1.3 Maior apropria-

que irão permitir novas parência nos proces-
ção pela sociedade ção pela sociedade
formas para desenvol- sos, acarretando a
das decisões políti- das decisões políti-
vimento da Economia falta de estabilidade
cas e econômicas; cas e econômicas;
e Implantação de Po- econômica e política;
lítica de Estado para
visã
atingir estabilidade;
• 2.3 Há investimento • 2.3 Há investimento
• 2.3 Há investimento e
e apoio, com trans- e apoio, com trans-
apoio, com transpa- • 2.1 Há pouco investi-
parência, plane- parência, plane-
itor
rência, planejamento mento e de forma de-

jamento efetivo e jamento efetivo e
efetivo e envolvimento sestruturada com inte-
a re
envolvimento da envolvimento da
da sociedade, minimi- resses setoriais e com
sociedade, minimi- sociedade, minimi-
zando as diferenças margem à corrupção;
zando as diferenças zando as diferenças
regionais;
regionais; regionais;
• 3.3 A Política Ma- • 3.3 A Política Ma-
croeconômica e a croeconômica e a
par
Industrial terão dire- Industrial terão dire-

trizes consonantes trizes consonantes
Ed
alinhadas com a alinhadas com a

estratégia de desen- estratégia de desen-
• 3.2 A Política indus-
volvimento Nacional volvimento Nacional
trial seguirá o ritmo • 3.1 Não haverá es-
com governança com governança
e os mecanismos tratégia de desenvol-
ão
dos principais atores dos principais atores

atuais e haverá pouca vimento Industrial, o
do país: sociedade, do país: sociedade,
evolução no cenário que levará o país a
instâncias de go- instâncias de go-
industrial com desna- uma desindustrializa-
verno, institutos de verno, institutos de
s
cionalização das suas ção precoce;

inovação, academia, inovação, academia,
indústrias;
ver
parques tecnológi- parques tecnológi-

cos e iniciativa pri- cos e iniciativa pri-
vada, aproveitando vada, aproveitando
a diversidade de a diversidade de
recursos e outras recursos e outras
oportunidades; oportunidades;
continua...
continuação
Cenário Parcial
Tema 4 (1.1; 2.1; 3.1;
(1.4; 2.3; 3.2; 4.2; (1.3; 2.3; 3.3;
(1.3; 2.3; 3.3; 4.1; 5.2; 6.1; 7.2;
5.3; 6.2; 7.1; 8.2 4.3; 5.4; 6.3; 7.3;
4.3; 5.4; 6.3; 7.3; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 9.2 e 10.2) 8.3, 9.3 e 10.4)
8.3, 9.3 e 10.3)
or
• 4.3 Adaptação das • 4.3 Adaptação das
Organizações aos Organizações aos
od V
novos tempos de novos tempos de
aut
forma gradativa • 4.1 A crise que es- forma gradativa
e estruturada, tamos vivendo deve e estruturada,
com adoção mais piorar devido à ma- com adoção mais
rápida e mais
consciente. Am-
pliação do nível
R
• 4.2 Mudanças len-
tas: as corporações
vão continuar domi-
nutenção de uma
cultura empresarial
dependente do es-
rápida e mais
consciente. Am-
pliação do nível
o
educacional e es- nando (sindicatos, tado (mais fecha- educacional e es-
aC
tabelecimento das greves, benefícios mento das empre- tabelecimento das
demandas com conquistados por sas, inadimplência, demandas com

desenvolvimento segmentos espe- redução de arreca- desenvolvimento
de competências cíficos, ineficiência dação, mais gre- de competências
técnicas de forma nos processos etc.). ves, ampliação de técnicas de forma
visã
regionalizada, es- A evolução das em- uso de tecnologia regionalizada, es-
tabelecendo os presas ocorrerá automatizada com tabelecendo os
pontos fortes de lentamente; redução de vagas, pontos fortes de
cada região de fuga das empresas cada região de
forma equilibrada. multinacionais do forma equilibrada.
itor
Aparecimento de Brasil etc.); Aparecimento de

a re
movimentos de movimentos de
ruptura contra os ruptura contra os
modelos antigos; modelos antigos;
par
• 5.3 Não ocorre a re-

• 5.4 A partir da forma do STN. Os • 5.4 A partir da
• 5 . 2 A u m e n t a o
apropriação da gastos diminuem apropriação da
Ed
montante de tribu-
sociedade, ocor- de forma significa- sociedade, ocor-
tos pagos. A gestão
rerá a reforma do tiva como resultados rerá a reforma do
pública deteriora-se
STN. Isso gerará de uma gestão mais STN. Isso gerará
e aprofunda-se o
maior transparên- eficiente, com me- maior transparên-
ão
desequilíbrio finan-
cia do montante lhoria nas estruturas cia do montante
ceiro, gerando de-
arrecadado e sua do Estado em seus arrecadado e sua
manda por novas
utilização, permi- diversos níveis e utilização, permi-
receitas. O Estado
s
tindo a compreen- cria-se espaço para tindo a compreen-

mostra-se incapaz
são dos benefícios redução da carga são dos benefícios
ver
de implantar um
gerados e o incen- tributária. Aperfei- gerados e o incen-
ordenamento tribu-
tivo à redução da çoamento de meca- tivo à redução da
tário justo;
sonegação; nismos de controle sonegação;
e fiscalização;
continua...
524
continuação
Cenário Parcial
Tema 4 (1.1; 2.1; 3.1;
(1.4; 2.3; 3.2; 4.2; (1.3; 2.3; 3.3;
(1.3; 2.3; 3.3; 4.1; 5.2; 6.1; 7.2;
5.3; 6.2; 7.1; 8.2 4.3; 5.4; 6.3; 7.3;
4.3; 5.4; 6.3; 7.3; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 9.2 e 10.2) 8.3, 9.3 e 10.4)
8.3, 9.3 e 10.3)
• 6.3 Haverá investi- • 6.3 Haverá investi-
or
• 6.2 Haverá investi-
mentos suportando mentos suportando
mentos em tecno-
uma ampla política uma ampla política
od V
logia da informação
de divulgação da de divulgação da
territorial. Contudo,
aut
Infraestrutura Na- Infraestrutura Na-
não haverá o com-
cional de Dados cional de Dados
partilhamento e a dis-
Espaciais (Inde), Espaciais (Inde),
seminação dos dados • 6.1. Não haverá in-
conforme legislação
em vigor. O interes-
sado terá facilidade
R
de maneira que pos-
sam ser facilmente lo-
calizados, explorados
vestimentos em pes-
soal para contínuo
desenvolvimento de
conforme legislação
em vigor. O interes-
sado terá facilidade
o
na obtenção de da- na obtenção de da-
e acessados para os produtos e proces-
dos a exemplo de: dos a exemplo de:
aC
mais diversos usos sos na área de TIC,
hidrografia, pedolo- hidrografia, pedolo-

conforme o Inde. comprometendo a
gia, recuperação e gia, recuperação e
Consequentemente, manutenção do Inde
controle de proces- controle de proces-
não haverá adesão e da PNOT;
sos erosivos, riscos sos erosivos, riscos
nem apropriação pe-
geológicos e infor- geológicos e infor-
visã
los usuários comuns
mações de geos- mações de geos-
das informações ter-
serviços. Adicional- serviços. Adicional-
ritoriais georreferen-
mente, haverá uma mente, haverá uma
ciadas, prejudicando
efetiva implantação efetiva implantação
a evolução da PNOT;
itor
da PNOT; da PNOT;
a re
• 7.3 O Brasil retoma • 7.3 O Brasil retoma

lentamente seu • 7.2 O Brasil não con- lentamente seu
desenvolvimento • 7.1 O Brasil conse- segue retomar taxas desenvolvimento
sustentável e, a gue retomar o de- consistentes de de- sustentável e, a
partir da maior senvolvimento sus- senvolvimento, não partir de maior
aproximação entre tentável, permitindo criando condições aproximação entre
par
as Forças Armadas eventualmente elevar para elevar o gasto as Forças Armadas

e a sociedade e da o investimento em de defesa conforme e a sociedade e da
Ed
reestruturação do defesa para padrões padrões da Otan, reestruturação do

sistema político. A da Otan. No entanto, inviabilizando o for- sistema político. A
sociedade percebe por falta de apoio talecimento da BID, sociedade percebe
o risco de não pos- na sociedade, uma tornando-se incapaz o risco de não pos-
ão
suir um aparato de capacidade crível de de criar um sistema suir um aparato de

defesa que produza dissuasão estratégica de defesa nacional defesa que produza
uma capacidade não é atingida. Além crível; o país perma- uma capacidade
crível de dissuasão disso, as vendas nece refém de um crível de dissuasão
s
estratégica. Assim, externas e as enco- aparato de defesa estratégica. Assim,

ver
o investimento em mendas internas à multilateral que não o investimento em

defesa alcança BID são intermiten- garante seus interes- defesa alcança
padrões da Otan, tes, dificultando a sua ses estratégicos. Não padrões da Otan,
permitindo enco- consolidação; há integração junto à permitindo enco-
mendas consisten- sociedade; mendas consisten-
tes à BID; tes à BID;
continua...
continuação
Cenário Parcial
Tema 4 (1.1; 2.1; 3.1;
(1.4; 2.3; 3.2; 4.2; (1.3; 2.3; 3.3;
(1.3; 2.3; 3.3; 4.1; 5.2; 6.1; 7.2;
5.3; 6.2; 7.1; 8.2 4.3; 5.4; 6.3; 7.3;
4.3; 5.4; 6.3; 7.3; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 9.2 e 10.2) 8.3, 9.3 e 10.4)
8.3, 9.3 e 10.3)
• 8.3 Haverá capital • 8.3 Haverá capital
or
e apoio de forma • 8.1 Não haverá e apoio de forma
planejada e es- capital nem apoio, planejada e es-
od V
• 8.2 Haverá capital
truturada, com o ocasionando, fuga truturada, com o
e apoio, mas inte-
aut
fomento do em- de empreendedores fomento do em-
resse de grupos
preendedorismo (financeiros e inte- preendedorismo
específicos ocasio-
e da inovação lectuais) à procura e da inovação
nará aumento das
criativa, ocasio-
nando a redução
das diferenças
R
desigualdades;
de países que faci-
litem e incentivem
o desenvolvimento;
criativa, ocasio-
nando a redução
das diferenças
o
regionais; regionais;
aC
• 9.3 Uma política • 9.3 Uma política
nacional partici- nacional partici-

pativa em favor pativa em favor
• 9.1 Manutenção de
do dinamismo da do dinamismo da
um modelo agroex-
indústria nacio- indústria nacio-
visã
• 9.2 Mesmo com portador, com base
nal, sobretudo nal, sobretudo
uma economia ba- em commodities e
quanto a bens quanto a bens
seada em produtos produtos manufa-
e serviços, com e serviços, com
de baixo valor agre- turados de baixo
gestão efetiva de gestão efetiva de
gado, o cenário valor agregado.
itor
câmbio e taxa de câmbio e taxa de

internacional pode Agenda econômica
juros, com fortale- juros, com fortale-
a re
produzir aumento de austeridade, sem

cimento e ordena- cimento e ordena-
de demanda de investimento para o
mento produtivo mento produtivo
setores produtivos dinamismo do par-
regional; acesso a regional; acesso a
exportadores. que produtivo brasi-
novos mercados e novos mercados e
leiro aliado a gestão
ampliação do po- ampliação do po-
pública não efetiva;
tencial criativo téc- tencial criativo téc-
par
nico e tecnológico nico e tecnológico

da sociedade. da sociedade;
Ed
• 10.4 Sociedade
• 10.3 Sociedade • 10.2 Dificuldades:
está integrada
está integrada no de mobilização da • 10.1 Continuará um
no SNCTI, o
SNCTI, o IPTF sociedade para sistema nacional de
ão
IPTF igual a 1, e
igual a 1, e novos SNCTI; da inter e CTI fechado, socie-
novos Parques
Parques Tecno- transdisciplinaridade excluída, em
Tecnológicos de
lógicos de baixo dade; de Parques que o IPTF conti-
baixo IDHM. A
s
IDHM. A socie- Tecnológicos em nuará caindo; não

sociedade cria
dade cria formas territórios de baixo haverá novos Par-
ver
formas para que

para que o Bra- IDHM. Porém, o ques Tecnológicos.
o Brasil em 2035
sil em 2035 seja IPTF melhora, O país não conse-
seja competitivo
competitivo nos tendo dissemi- guirá se desenvol-
em alguns seto-
setores com alto nado no Brasil o ver em CTI.
res com alto valor
valor agregado. empreendedorismo.
agregado.
Construção dos Cenários Parciais do TEMA 4 (referente à Parte 5 deste livro): Economia, Política e Infraestrutura
526
TEMA 4 (referente à Parte 5 deste livro): Economia, Política e Infraestrutura

HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
4. Haverá novos arran-

jos (inovação, parcerias,
2. Baixa participação social na
1 1. Ausência de transparên- modelos, etc.) que irão
economia e na política. Desem-
Estabilidade cia nos processos, acarre- 3. Maior apropriação pela sociedade das permitir novas formas
prego, ampliando a desigualdades
política e tando a falta de estabilidade decisões políticas e econômicas. para desenvolvimento da
Ed
sociais com políticas de econômi-
econômica econômica e política. Economia e Implantação
ver
cas ineficientes e instáveis.
s de Política de Estado para
atingir estabilidade.
ão itor
1. Há pouco investimento de 3. Há investimento e apoio, com trans-
par
2 2. Redução de investimento, dis-
forma desestruturada com parência, planejamento efetivo e envol-
Infraestrutura tanciando a competitividade do
interesses setoriais e com vimento da sociedade, minimizando as
aC
Deficitária Brasil no mercado internacional.
a re
margem à corrupção. diferenças regionais.
visã R
3. A Política Macroeconômica e a Indus-
trial terão diretrizes consonantes alinha-
od V
2. A Política industrial seguirá o das com a estratégia de desenvolvimento
1. Não haverá estratégia de
3
desenvolvimento Industrial
o
ritmo e mecanismos atuais e ha- Nacional com governança dos principais
Política verá pouca evolução no cenário atores do pais: sociedade, instâncias de
o que levará o pais a uma
industrial industrial com desnacionalização governo, institutos de inovação, academia,
desindustrialização precoce.
aut
das suas indústrias. parques tecnológicos e iniciativa privada,
aproveitando a diversidade de recursos e
or
outras oportunidades..
continua...

continuação
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
1. A crise que estamos vi-

vendo deve piorar devido à 3. Adaptação das Organizações aos no-
manutenção de uma cultura vos tempos de forma gradativa e estru-
empresarial dependente do 2. Mudanças lentas: as corpora- turada, com adoção mais rápida e mais 4. Exploração das orga-
Ed
estado (mais fechamento ções vão continuar dominando consciente. Ampliação do nível educa- nizações internacionais e
ver
das empresas, inadimplên- (sindicatos, greves, benefícios cional e estabelecimento das demandas dos interesses de grupos
4
s cia, redução de arrecada- conquistados por segmentos es- com desenvolvimento de competências específicos, causando
Empresas
ão
ção, mais greves, amplia- pecíficos, ineficiência nos proces- técnicas de forma regionalizada, estabe- redução das empresas
ção de uso de tecnologia sos, etc.). A evolução das empre- lecendo os pontos fortes de cada região de capital estritamente
itor
automatizada com redução sas ocorrerá lentamente. de forma equilibrada. Aparecimento de nacional.
par
de vagas, fuga das empre- movimentos de ruptura contra os mode-
sas multinacionais do Brasil, los antigos.
aC
etc.).
a re
R
visã
4. A partir da apropriação
1. Não ocorre a reforma tri- 3. Não ocorre a reforma do STN. Os gas-
od V
2. Aumenta o montante de tributos da sociedade, ocorrerá a
butária, o STN permanece tos diminuem de forma significativa como
5 como está. Nesta hipótese,
pagos. A gestão pública deteriora-
o
resultados de uma gestão mais eficiente,
reforma do STN. Isso ge-
-se e aprofunda-se o desequilíbrio rará maior transparência
Sistema permanece o desequilíbrio com melhoria nas estruturas do Estado
financeiro, gerando demanda por do montante arrecadado e
Tributário Na- financeiro, com o Estado em seus diversos níveis e cria-se espaço
aut
novas receitas. O Estado mostra- sua utilização, permitindo
cional (STN) mostrando-se incapaz de para redução da carga tributária. Aperfei-
-se incapaz de implantar um orde- a compreensão dos bene-
or
implantar um ordenamento çoamento de mecanismos de controle e
namento tributário justo. fícios gerados e o incentivo
tributário justo. fiscalização.
à redução da sonegação.
continua...
527
continuação

528
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
2. Haverá investimentos em tec-
nologia da informação territorial.
3. Haverá investimentos suportando uma
Contudo, não haverá o compar-
ampla política de divulgação da Infraes-
1. Não haverá investimentos tilhamento e a disseminação dos
trutura Nacional de Dados Espaciais
6 em pessoal para contínuo dados de maneira que possam
(Inde), conforme legislação em vigor. O
Sistema de desenvolvimento de pro- ser facilmente localizados, explo-
interessado terá facilidade na obtenção de
Informação dutos e processos na área rados e acessados para os mais
dados a exemplo de: hidrografia, pedolo-
Ed
Territorial de TIC comprometendo a diversos usos conforme o Inde.
gia, recuperação e controle de processos
ver
Acessível manutenção do Inde e da Consequentemente, não haverá
s PNOT. adesão e apropriação pelos usuá-
erosivos, riscos geológicos e informações
de geosserviços. Adicionalmente, haverá
ão
rios comuns das informações ter-
uma efetiva implantação da PNOT.
ritoriais georreferenciadas, preju-
itor
dicando a evolução da PNOT.
par
1. O Brasil consegue re-
tomar o desenvolvimento 2. O Brasil não consegue retomar
aC
sustentável, permitindo taxas consistentes de desenvol-
a re
3. O Brasil retoma lentamente seu desen-
eventualmente elevar o vimento, não criando condições
volvimento sustentável e, a partir da maior
7
investimento em defesa
para padrões da Otan. No
para elevar o gasto de defesa
conforme padrões da Otan, invia-
visã R
aproximação entre as Forças Armadas e a
sociedade e da reestruturação do sistema
Defesa Na- entanto, por falta de apoio bilizando o fortalecimento da BID
político. A sociedade percebe o risco de
cional e Base na sociedade, uma capa- e tornando-se incapaz de criar um
od V
não possuir um aparato de defesa que
Industrial cidade crível de dissuasão sistema de defesa nacional crível;
de Defesa estratégica não é atingida. o país permanece refém de um
o
produza uma capacidade crível de dis-
suasão estratégica. Assim, o investimento
Além disso, as vendas ex- aparato de defesa multilateral
em defesa alcança padrões da Otan, per-
ternas e as encomendas que não garante seus interesses
aut
mitindo encomendas consistentes à BID.
internas à BID são intermi- estratégicos. Não há integração
or
tentes, dificultando a sua junto à sociedade.
consolidação.
continua...

continuação
HIPÓTESES
VARIÁVEIS
H1 H2 H3 H4
1. Não haverá capital nem
8
apoio, ocasionando. fuga 3. Haverá capital e apoio de forma pla- 4. Falta de sustentabi-
Apoio e 2. Haverá capital e apoio, mas
de empreendedores (fi- nejada e estruturada, com o fomento do lidade: investimentos
instituições interesse de grupos específi-
nanceiros e intelectuais) empreendedorismo e da inovação criativa, apenas na dimen-
voltadas ao cos ocasionará aumento das
à procura de países que ocasionando a redução das diferenças são financeira.
empreen- desigualdades.
Ed
facilitem e incentivem o regionais.
dedorismo
ver
desenvolvimento.
s 1. Manutenção de um mo-
3. Uma política nacional participativa em
ão
9 delo agroexportador, com
favor do dinamismo da indústria nacional,
Diversificação base em commodities e 2. Mesmo com uma economia
itor
sobretudo quanto a bens e serviços, com
da pauta de produtos manufaturados baseada em produtos de baixo
gestão efetiva de câmbio e taxa de juros,
par
exportação de baixo valor agregado. valor agregado, o cenário interna-
com fortalecimento e ordenamento produ-
e desen- Agenda econômica de aus- cional pode produzir aumento de
tivo regional; acesso a novos mercados e
aC
volvimento teridade, sem investimento demanda de setores produtivos
a re
ampliação do potencial criativo técnico e
dos setores para o dinamismo do parque exportadores.
tecnológico da sociedade.
produtivos produtivo brasileiro aliado a
R
gestão pública não efetiva.

visã
4. Sociedade está inte-
10 1. Continuará um sistema
od V
2. Dificuldades: de mobilização da grada no SNCTI, o IPTF
Dependência nacional de CTI fechado, 3. Sociedade está integrada no SNCTI, o
Tecnológica sociedade excluída, onde
sociedade para SNCTI; da inter
o
IPTF igual a 1, e novos Parques Tecno-
igual a 1, e novos Parques
e transdisciplinaridade; de Par- Tecnológicos de baixo
e Competi- o IPTF continuará caindo; lógicos de baixo IDHM. A sociedade cria
ques Tecnológicos em territórios IDHM. A sociedade cria
tividade de não haverá novos Parques formas para que o Brasil em 2035 seja
aut
de baixo IDHM. Porém, o IPTF formas para que o Brasil
setores de Tecnológicos. O país não competitivo nos setores com alto valor
melhora, tendo disseminado no em 2035 seja competitivo
or
alto valor conseguirá se desenvolver agregado.
Brasil o empreendedorismo. em alguns setores com
agregado em CT.I
alto valor agregado.
529
530
11. Construção dos cenários globais dentre os possíveis, o

desejável e realizável e o cenário que os confronta e contrasta
A partir dos cenários parciais, por tema, foram construídos os cenários

globais, considerando-se o desejável, factível / realizável, e o cenário que os
contrasta e confronta, que é o cenário não desejável.
As variáveis foram ordenadas pelo grau de influência sobre as demais,
or
isto é, pela motricidade. São 19 as variáveis mais influentes, motrizes.
od V
aut
11.1 Cenários globais, a combinação dos cenários parciais
R
Descrição dos Cenários Globais
o
Cenário Global Desejável Factível / Realizável Cenário Global Não Desejável
aC
PAÍS QUE QUEREMOS PAÍS QUE NÃO QUEREMOS

• Cenário Parcial Tema 1 (1.3; 2.3; 3.2; 4.3; 5.1; 6.2; 7.3; • Cenário Parcial Tema 1 (1.1; 2.1; 3.1; 4.1; 5.3;
8.3, 9.2 e 10.2) 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
• Cenário Parcial Tema 2 (1.1; 2.3; 3.2; 4.3; 5.3; 6.2; 7.3 • Cenário Parcial Tema 2 (1.3; 2.1; 3.3; 4.1; 5.1;
e 8.3) 6.1; 7.1 e 8.1)
visã
8.3 e 9.3) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
8.3, 9.3 e 10.4) Desejável / Factível 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
itor
• 1.3 Sociedade consciente da sustentabilidade, mobi-

• 1.1 Sociedade de hiperconsumo, cada vez
lizada, autônoma e participativa, focada no bem-estar
a re
mais individualista, pouco compartilhamento

coletivo, com princípios morais e éticos sólidos abarcando
de princípios morais e éticos com acentuada
as diversidades culturais e regionais;
diferença de inserção dos grupos sociais e de
• 2.3 Poder Executivo eleito pela vontade popular com qualidade de vida da população;
compromisso de garantir o cumprimento do programa
• 2.1 Representantes do Executivo com práticas
de Estado construído e apropriado pela sociedade;
patrimonialistas, favorecendo grupos específi-
• 3.2 Haverá grande dificuldade de mobilização da socie-
par
cos, garantindo privilégios e não comprometi-

dade, porém haverá um início de planejamento em diver- dos em trabalhar para a sociedade;
sos territórios com apropriação e com representantes dos
• 3.1 Continuará sem um planejamento coletivo,
Ed
diversos tipos de agentes sociais dos territórios;

sem apropriação da sociedade e um distan-
• 4.3 Legisladores eleitos de acordo com programa dire- ciamento cada vez maior do sistema político,
cionador das ações legislativas, capaz de representar de gerando uma situação do país pior que a atual;
fato a sociedade em sua diversidade. Criação de meca-
• 4.1 Representantes do Legislativo mantêm
ão
nismos de fortalecimento da participação da sociedade

o modelo patrimonialista, privilegiam grupos
nos projetos de lei;
específicos e não formam categorias de re-
• 5.1 O Estado passa criar mecanismos de transparência presentantes da sociedade e sua diversidade;
e acesso às informações orçamentárias, assim como
• 5.3 Planejamento e orçamento pensados e
s
os meios que viabilizem a participação da sociedade

executados pelos órgãos públicos, com parti-
na priorização e destinação do orçamento público, com
ver
cipação da sociedade por meio de audiências

acompanhamento de sua execução, trazendo maior efi-
públicas, viabilizando uma participação pouco
ciência do gasto público;
mais que formal na elaboração orçamentária,
• 6.2 Estabelecimento de reforma que mude a estrutura do bem como da sua execução;
Estado, visando ao bem-estar da população em geral.
• 6.1 Manutenção da situação atual, nada muda
Amadurecimento político e conscientização das neces-
e a sociedade continua refém das medidas do
sidades das pessoas, mobilização da sociedade, mas
governo, sem políticas de Estado;
com mudanças lentas;
continua...
continuação

8.3, 9.2 e 10.2) 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 8.3) 6.1; 7.1 e 8.1)
8.3 e 9.3) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
or
od V
• 7.3 O MP aperfeiçoa-se em Política e Estratégia, apro-
aut
xima-se da polícia para perícia e investigação e fiscaliza
a aplicação das Leis. Os representantes da Sociedade • 7.2 O MP deixa de ser uma instituição per-
integram a estrutura, desenvolve-se sistema interdepar- manente, não sendo mais essencial à função
de competência;
R
tamental e melhora a avaliação do pessoal por sistema
• 8.3 Sociedade engajada em torno de projeto sustentá-

jurisdicional do Estado;
• 8.1 Brasil se mantém como mercado consu-
midor com sociedade refém da publicidade e
o
vel garantindo a diversidade de conteúdo, qualidade e da mídia;
consumo crítico (P&D) e fóruns de participação ativa • 9.1 Governo republicano, com eletividade e
aC
nas mídias;
temporalidade estabelecidas, com baixa efeti-

• 9.2 Maior participação da sociedade decorrente do aper- vidade de cobrança das responsabilidades dos
feiçoamento dos mecanismos de representação de um eleitos, manutenção do sistema Presidencia-
Governo republicano, com eletividade, temporalidade e lista com coalizão, atendendo a interesses de
cobrança das responsabilidades e dos programas dos grupos específicos;
visã
eleitos (PLP); • 10.1 Parcela significativa da população sem
• 10.2 Maioria da população com acesso à Justiça; julga- acesso à Justiça, com julgamentos parciais,
mentos mais imparciais; aumento de decisões em tempo atendendo a interesses de grupos. Morosi-
razoável, por meio de centros de conciliação. Começa dade, ineficiência e sem Planejamento de
a haver um esboço de Planejamento de Longo Prazo; Longo Prazo.
itor
Planejamento de Longo Prazo alinhado com os de médio

e curto prazo;
a re
• 1.1 Haverá maior interesse Político no combate à corrup- • 1.3. Nenhum investimento público no combate
ção. Repressão por meio da criação de leis mais severas; à corrupção. Alterações nas Leis Anticorrupção
investimento na educação ética do cidadão desde a es- favorecendo políticos e grupos e/ou indivíduos;
cola; maior investimento em mecanismos de controle e nenhum incentivo à educação ética do cidadão;
fiscalização; Ministério Público, Polícia e Judiciário mais deterioração dos mecanismos de controle e fis-
atuantes na aplicação das leis e no combate à corrup- calização e disseminação da corrupção.
par
ção; acesso livre às informações no formato que permita • 2.1 Sem capital nem meta para crescimento
transparência efetiva. da capacidade instalada ou melhoria de pro-
Ed
dutividade, a população com nível superior

• 2.3 Com participação da sociedade, há mudança ra-
estacionará na faixa de 15 a 20% e maioria da
dical na forma de aprendizado, com muita autonomia
população não terá educação superior no Brasil;
e acesso a conteúdos e experiências de forma menos
burocratizada e mais prática, criativa e inovadora. Há • 3.3 Caos, sem autoridades nem sociedade as-
ão
desenvolvimento de várias formas de obter um grau sumindo plenamente suas responsabilidades

acadêmico muito diferentes das atuais com prazos mais pela segurança pública e, por consequência,
curtos e métodos produtivos, eficientes e eficazes; desagregação do tecido social e ausência de
• 3.2 O Estado e a sociedade assumindo um comporta- cidadania. Reflexos no aumento da violência
s
mento ativo capaz de articular e enfrentar as deficiências e desorganização social, banalizando a vida
e a dignidade humana. Tudo repercutindo na
ver
estruturais (polícia, Judiciário, MP, sistema prisional...)

por meio de ações coletivas. Ambos mobilizados para segurança alimentar, saúde, criança e adoles-
romper comportamentos e paradigmas que desqualifi- cente e outros aspectos;
quem a cidadania. Predomínio de comportamento ci- • 4.1 O congelamento dos recursos para a
dadão, com a atenção voltada para outros aspectos da educação deve ser revisto. Caso isso não
segurança, tais como: educação, alimentação, criança ocorra, teremos consequências graves para
e adolescente e outros aspectos; o desenvolvimento;
continua...
532
continuação

8.3, 9.2 e 10.2) 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 8.3) 6.1; 7.1 e 8.1)
8.3 e 9.3) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
or
od V
• 4.3 Mobilização da sociedade em defesa de uma educa-
aut
ção com qualidade e participação da comunidade para a
atual e as futuras gerações em todos os níveis de ensino
com eficiência nos investimentos, qualidade na forma e
medição de resultados alcançados;
R
• 5.3 Haverá Investimento Público com efetividade e Políti-
cas Públicas de Educação aliadas à apropriação pela so-
• 5.1 Sem investimento, aumento da defasagem
educação X desenvolvimento, resultando em
educação sem consistência e consequente-
mente afilando a base da pirâmide intelectual
o
ciedade. Alteração da pirâmide decorrente do crescente (status quo). Importância em desigualdades
desenvolvimento intelectual e da formação de cidadão,
aC
territoriais;
diminuindo as desigualdades territoriais;

• 6.1 Não haverá fomento de projetos sustentá-
• 6.2 Abundância de capitais focados exclusivamente em
veis no Brasil. Haverá poucos projetos novos
projetos sustentáveis e ambientes de criação com apro-
que atendam à sustentabilidade;
priação da sociedade. Os projetos devem ser econômi-
cos, sociais e ambientais, viáveis com capacidade de • 7.1 Não comprometimento do Poder Público
visã
execução e gestão, sendo alicerce da estratégia nacio- nem da Sociedade em relação à preservação
nal, resultando em um ciclo virtuoso de desenvolvimento; e ao uso sustentável do Patrimônio Ambiental.
• 7.3 A sociedade e o Estado brasileiro amadurecem sua Uso indiscriminado dos recursos naturais sem
percepção sobre a importância do patrimônio ambiental controle nem fiscalização;
• 8.1 O patrimônio cultural nacional permanece
itor
brasileiro. A partir dessa nova percepção, o patrimônio

ambiental é colocado como um dos eixos do projeto de espaço cativo de grupos de interesse e suas
a re
desenvolvimento sustentável e soberano para o Brasil respectivas visões corporativas. Assim, a cul-
do século XXI; tura não consegue avançar para a centralidade
da agenda política. A sociedade brasileira per-
• 8.3 É criada a cultura de catalogar e documentar o patri- manece à margem dessa discussão e carente
mônio em suas diversas regiões e formas de manifesta- de um de seus principais vetores de identidade.
ção. Promover o desenvolvimento local, considerando o
patrimônio material e cultural como recurso econômico
par
e de desenvolvimento sustentável e efetiva participação

da comunidade.
Ed
• 1.1 Maior engajamento político e representatividade de

todos os setores da sociedade nas decisões sobre o uso • 1.3 Manutenção da corrupção com métodos
dos bens públicos, com foco no seu valor para o coletivo mais aprimorados; redes sociais com discus-
e seu uso de forma ética. Introdução dessa temática em sões sem construção efetiva de articulação e
todos os níveis da educação formal.
ão
engajamento; formas modernas de controle e

• 2.3 As necessidades econômicas, políticas e sociais dos submissão de grande parte da população à es-
indivíduos e grupos são priorizadas em todos os planos trutura política predominante em detrimento
e níveis de decisão de Estados e Sociedade, buscando dos bens públicos;
s
o bem-estar coletivo e individual; • 2.1 Não há esforços direcionados ao bem co-

• 3.3 Fortalecimento da participação popular através de mum com retrocesso nas tendências atuais de
ver
articulações impulsionadas pelas associações de classe, globalização, fechamento dos mercados dos
comunitárias, pastorais e ações com base em Planeja- países desenvolvidos, aumento da concentra-
mento de Longo Prazo e fortalecimento da participação ção de renda, fortalecimento da hierarquização
de todos os segmentos sociais, através da utilização da sociedade e redução dos direitos individuais
das redes como instrumento de conscientização e e sociais;
democratização;
continua...
continuação

8.3, 9.2 e 10.2) 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 8.3) 6.1; 7.1 e 8.1)
8.3 e 9.3) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
or
od V
aut
• 3.1 Engajamento às iniciativas do poder
público, visando a interesses particulares
• 4.3 Participação da sociedade e organizações nas deci- e de grupos específicos da sociedade. Par-
R
sões políticas. Programas sociais com evolução e adequa-
ção constante às necessidades da sociedade, promovendo
inclusão econômica, humana, cultural e ambientalmente
ticipação popular manifestada por meio de
plebiscitos e voto em representantes, sem
poder de decisão nas ações;
o
adequada. Atendimento das necessidades básicas e es- • 4.1 Diminuição ou extinção dos programas
truturais da sociedade sociais voltados ao desenvolvimento. Estru-
aC
• 5.3 Melhoria na qualidade da educação como alicerce para turas voltadas ao assistencialismo mantendo
o desenvolvimento sustentável e melhor distribuição de parte da população vulnerável e dependente
renda. A sociedade passa a exigir infraestrutura e serviços da atuação do Estado;
que proporcionem qualidade de vida; • 5.1 Maior concentração de renda e benefí-
visã
• 6.3 Crescimento e desenvolvimento organizados e susten- cios para as classes privilegiadas, atendi-
táveis dos centros urbanos. Deslocamentos da população mento mínimo às necessidades da socie-
dos grandes centros urbanos em busca de melhor qualidade e diminuta participação na gestão dos
dade de vida para todos. recursos públicos;
itor
• 7.1 Reformulação do acesso e das ações de saúde, im- • 6.2 Sacrifício da qualidade de vida da popu-
plantando-se um sistema efetivo com recursos e pessoas lação devido ao crescimento desordenado
a re
compatíveis com a demanda, sem politização; e desestruturado dos centros urbanos, am-
pliando construções em locais de riscos sem
• 8.3 Reforma adequada e transparente da Previdência
gestão nem planejamento, seguindo a lógica
Social com a participação da sociedade. Recuperação
da especulação imobiliária.
da credibilidade e viabilidade do sistema previdenciário;
• 7.3 Desestruturação do sistema de saúde
• 9.3 Sociedade participativa; manutenção da proteção
par
em um contexto de corrupção e desvio de

social em que Estado e família oferecem estrutura para
recursos reduzindo o potencial assistencial
acolhimento do idoso.
e preventivo da saúde;
Ed
• 1.3 Maior apropriação pela sociedade das decisões polí-

• 8.1 Aumento de benefícios sem contrapar-
ticas e econômicas;
tida de receitas com agravamento do de-
• 2.3 Há investimento e apoio, com transparência, planeja- sequilíbrio estrutural da Previdência Social,
mento efetivo e envolvimento da sociedade, minimizando mantendo-se a diferença entre os servidores
ão
as diferenças regionais; públicos e os demais;

• 3.3 A Política Macroeconômica e a Industrial terão diretri- • 9.1 Política social ineficiente, incompatível
zes consonantes alinhadas com a estratégia de desenvol- com o envelhecimento da população.
s
vimento Nacional com governança dos principais atores

• 1.1 Ausência de transparência nos proces-
ver
do país: sociedade, instâncias de governo, institutos de

sos, acarretando a falta de estabilidade eco-
inovação, academia, parques tecnológicos e iniciativa
nômica e política;
privada, aproveitando a diversidade de recursos e outras
oportunidades; • 2.1 Há pouco investimento, de forma deses-
truturada, com interesses setoriais e com
margem à corrupção;
continua...
534
continuação

8.3, 9.2 e 10.2) 6.1; 7.2; 8.1, 9.1 e 10.1)
e 8.3) 6.1; 7.1 e 8.1)
8.3 e 9.3) 6.2; 7.3; 8.1 e 9.1)
or
od V
• 3.1 Não haverá estratégia de desenvolvimento
aut
Industrial, o que levará o país a uma desindus-
• 4.3 Adaptação das Organizações aos novos tempos de trialização precoce;
forma gradativa e estruturada, com adoção mais rápida e • 4.1 A crise que estamos vivendo deve piorar de-
R
mais consciente. Ampliação do nível educacional e estabe-
lecimento das demandas com desenvolvimento de compe-
tências técnicas de forma regionalizada, estabelecendo os
vido à manutenção de uma cultura empresarial
dependente do estado (mais fechamento de em-
presas, inadimplência, redução de arrecadação,
o
pontos fortes de cada região de forma equilibrada. Apareci- mais greves, ampliação de uso de tecnologia
mento de movimentos de ruptura contra os modelos antigos;
aC
automatizada com redução de vagas, fuga das

• 5.4 A partir da apropriação da sociedade, ocorrerá a reforma empresas multinacionais do Brasil, etc.);
do STN. Isso gerará maior transparência do montante ar- • 5.2 Aumenta o montante de tributos pagos. A
recadado e sua utilização, permitindo a compreensão dos gestão pública deteriora-se e aprofunda-se o
benefícios gerados e o incentivo à redução da sonegação; desequilíbrio financeiro, gerando demanda por
visã
• 6.3 Haverá investimentos suportando uma ampla política de novas receitas. O Estado mostra-se incapaz de
divulgação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais implantar um ordenamento tributário justo;
(Inde), conforme legislação em vigor. O interessado terá • 6.1 Não haverá investimentos em pessoal para
facilidade na obtenção de dados a exemplo de: hidrografia, contínuo desenvolvimento de produtos e proces-
pedologia, recuperação e controle de processos erosivos, sos na área de TIC comprometendo a manuten-
itor
riscos geológicos e informações de geosserviços. Adicional- ção do Inde e da PNOT;

a re
mente, haverá uma efetiva implantação da PNOT;

• 7.2 O Brasil não consegue retomar taxas con-
• 7.3 O Brasil retoma lentamente seu desenvolvimento sus- sistentes de desenvolvimento, não criando con-
tentável, a partir da maior aproximação entre as Forças dições para elevar o gasto de defesa conforme
Armadas e a sociedade e da reestruturação do sistema padrões da Otan, inviabilizando o fortalecimento
político. A sociedade percebe o risco de não possuir um da BID e tornando-se incapaz de criar um sistema
aparato de defesa que produza uma capacidade crível de de defesa nacional crível; o país permanece re-
par
dissuasão estratégica. Assim, o investimento em defesa fém de um aparato de defesa multilateral que
alcança padrões da Otan, permitindo encomendas consis- não garante seus interesses estratégicos. Não
tentes à BID; há integração junto à sociedade;
Ed
• 8.3 Haverá capital e apoio de forma planejada e estrutu- • 8.1 Não haverá capital nem apoio, ocasionando,
rada, com o fomento do empreendedorismo e da inovação fuga de empreendedores (financeiros e intelec-
criativa, ocasionando a redução das diferenças regionais; tuais) à procura de países que facilitem e incen-
tivem o desenvolvimento;
ão
• 9.3 Uma política nacional participativa em favor do dina-

mismo da indústria nacional, sobretudo quanto a bens e • 9.1 Manutenção de um modelo agroexportador,
serviços, com gestão efetiva de câmbio e taxa de juros, com com base em commodities e produtos manufa-
fortalecimento e ordenamento produtivo regional; acesso a turados de baixo valor agregado. Agenda eco-
s
novos mercados e ampliação do potencial criativo técnico nômica de austeridade, sem investimento para o
e tecnológico da sociedade; dinamismo do parque produtivo brasileiro aliado
ver
• 10.4 Sociedade está integrada no SNCTI, o IPTF igual a 1, à gestão pública não efetiva;
e novos Parques Tecnológicos de baixo IDHM. A sociedade • 10.1 Continuará um sistema nacional de CTI
cria formas para que o Brasil em 2035 seja competitivo em fechado, sociedade excluída, em que o IPTF
alguns setores com alto valor agregado. continuará caindo; não haverá novos Parques
Tecnológicos. O país não conseguirá desenvol-
ver-se em CTI.
12. Elaboração do plano de ações estratégicas, por

meio do roadmapping (mapa da rota) e as ações
que mitigam o cenário global não desejável
Figura 24 – Etapas e atividades para elaboração do processo prospectivo,

com ênfase na atividade Elaboração do Plano de Ações Estratégicas
or
Avaliação dos
od V
Criação da
aut
Seminário de
Prospec�va III
25 novembro 2017
R
Ações/Polí�cas e �pologia Seminário de
Prospec�va I
20 abril 2016
o
Iden�ficação
aC
Quem? Como?
das variáveis
Análise
visã
PAÍS QUE QUEREMOS
Treinamento e
engajamento
do �me
7, 8 e 9 junho de 2017
itor
variáveis rupturas
a re
A elaboração do Plano de Ações Estratégicas e/ou Políticas Públicas

par
é importante para que, a partir da situação atual, se inicie a construção do

cenário global desejável e realizável. A Figura 25 pode explicar melhor como
Ed
construir a visão estratégica do futuro do Brasil. A forma é semelhante à de

uma ponte entre a situação atual e o cenário desejável e realizável, a qual é
construída por meio das ações e políticas públicas.
s ão
ver
536
Figura 25 – Ações para construção da visão estratégica do futuro

do “Brasil que queremos” a partir da situação atual
Construção do
Brasil que nós
Variáveis-chave licas Queremos
Motrizes a s Púb a do
�c tégic
Polí s
/ou ão Estra eremo
or
a s e s u
i c V i Q
Situação Atual tég a ós
stra ão d e n
es E onstruç rasil qu
od V
çõ
A aC oB
par uturo d
aut
F
R
o
aC

Na Figura 25, apresenta-se que a maneira de construir o cenário global
desejável e realizável do Brasil é por meio de ações estratégicas e políticas
públicas, a partir do presente, de hoje, caso contrário será um trabalho que
ficará na prateleira como tantos outros.
visã
Na verdade, as ações estratégicas e/ou políticas públicas são a ponte que
deve ser construída para que, em 2035, o objetivo definido seja atingido. Para
isso, é útil relembrar o objetivo:
itor
Mobilizar a sociedade para conquistar e conservar os objetivos funda-

a re
mentais de uma nação:

• democracia;
• paz social;
• soberania;
par
• integração nacional;
• integridade territorial;
Ed
• desenvolvimento sustentável.
E ter os atributos de uma nação solidária:

ão
• transparência;
• respeito;
s
• espírito crítico;
ver
• ética.
Para que a sociedade seja mobilizada e o objetivo atingido, será necessário

definir e executar ações que propiciem preparar a sociedade para a mobilização.
Porém, para que o objetivo seja alcançado, há necessidade de executar ações
que possam sensibilizar e conscientizar a sociedade brasileira. Dessa forma,

ela estará mobilizada e comprometida para planejar em 2035 um Brasil com
possibilidade de torna-se desenvolvido. Caso contrário, será difícil o Brasil sair
da inércia atual, porque dependerá muito da maturidade da sociedade brasileira,
que necessita aprender a planejar e executar as ações de forma coletiva, que
estejam acima dos objetivos individuais e de grupos específicos. Assim, será
possível desenvolver o Brasil para atender ao bem-estar de sua população.
or
As ações foram definidas para as 19 variáveis mais motrizes, com a
od V
finalidade de tornar possível o objetivo definido.
aut
Ao mesmo tempo em que foi construído o cenário global desejável e
realizável, foi construído o cenário global não desejável. Dessa maneira, ao
se definirem as ações para ocorrer o Cenário Global desejável e realizável,
R
também foram definidas as ações que poderiam contribuir para o cenário
global não desejável.
o
A definição dessas ações propiciou o desenvolvimento de uma inteli-
aC
gência coletiva para encontrar as ações que mitigassem ações não desejáveis.
Essas ações compõem o plano de ação para a construção da visão estratégica

do futuro do “Brasil que queremos”. Dessa maneira, pode-se minimizar a
execução das ações não desejáveis por algum ator.
visã
Portanto, as ações definidas para as 19 variáveis motrizes já compreendem
as ações que mitigarão as ações para construir o cenário global não desejável.
No dia 25 de novembro de 2017, foi realizado o terceiro Seminário de
itor
Prospectiva, que teve como finalidade compartilhar não só o cenário global

a re
dentre os cenários possíveis, o desejável e realizável, como também o cenário

que o confronta e contrasta, isto é, o cenário global não desejável, conforme
foi explicado anteriormente.
Além disso, esse Seminário propiciou a contribuição dos participantes na
definição de ações para construir o cenário global do “Brasil que queremos”
par
em quatro oficinas simultâneas, separadas por tema.

Para essa construção, é muito importante que haja diversidade de tipos
Ed
de agentes sociais, porque eles estão mais próximos da realidade do território,

neste caso o Brasil.
ão
No Brasil, sabe-se que há uma dificuldade de desenvolver trabalhos

de forma coletiva, com a participação e a apropriação dos diversos tipos de
representantes dos agentes sociais (stakeholders). O motivo dessa realidade
s
já foi explicado anteriormente.

ver
Ao se analisarem os participantes de cada Seminário, desde o início do

projeto, pode-se comparar a diversidade ou não dos tipos de agentes sociais.
Do Seminário de Prospectiva realizado no dia 20 de abril de 2016, par-
ticiparam 53 pessoas, distribuídas nos tipos de agentes sociais representados
no Gráfico 1.
538
Do Seminário de Prospectiva realizado nos dias 7, 8 e 9 de junho de 2017,

participaram 88 pessoas, distribuídas nos tipos de agentes sociais represen-
tados no Gráfico 2.
Deste Seminário de Prospectiva, realizado no dia 25 de novembro
de 2017, participaram 47 pessoas, distribuídas nos tipos de agentes sociais
representados no Gráfico 3, a seguir.
or
Gráfico 3 – Distribuição dos diversos tipos de agentes sociais
od V
que participaram do Seminário de Prospectiva Desenvolvimento
Brasil 2035, no dia 25 de novembro de 2017
aut
Reserva
R
Militar – Estudante ONG
o
Execu�vo 2% 2% Consultoria
2%
aC

4%
Empresário
4% 21%
Mov. Social
visã
6%
Funcionário
itor
Público 9%
17%
Cidadãos –
a re
serviço de
cidadania
9%
Pesquisador
11% 13%
par
Ed
Professor
Associação
Fonte: Lista de presença do Seminário.

ão
A diversidade de participação dos diferentes tipos de agentes sociais

nas atividades do processo prospectivo é expressa pelas legendas dos setores
s
circulares destacadas nos gráficos 1, 2 e 3.

ver
Ao se compararem os três gráficos, verifica-se que houve não só uma

modificação na distribuição dos diversos tipos de agentes sociais, como tam-
bém dificuldade de identificar o tipo de agente de alguns dos participantes
nos dois primeiros seminários. Quando essa situação ocorreu, denominou-se
“Cidadãos – serviço de cidadania”. Neste último seminário a identificação
foi melhor e tornou-se possível abrir alguns tipos de agentes sociais, como a)
ONGs e Movimentos Sociais; e b) Professores, Pesquisadores e Estudantes.
A conclusão desta análise continua a mesma: permanece a necessidade
de aumentar a diversificação dos tipos de agentes sociais na participação
do processo prospectivo. Verifica-se que a contribuição se aproxima mais
da realidade do território, quando há uma diversidade maior, a qual auxilia
também na identificação tanto de problemas quanto de soluções. Neste último
or
Seminário, a diversificação foi de grande importância, em razão das definições
od V
das ações para construir o cenário global do “Brasil que queremos”.
aut
A representação foi muito boa, mas a quantidade de participantes não repre-
senta a realidade brasileira, porque o país tem uma grande extensão territorial,
que ocasiona o desenvolvimento de culturas diferentes, como valores, crenças e
R
outros fatores culturais. Porém, aqueles que participaram possuíam algo comum,
apesar da diversidade, que é o interesse pelo BEM COMUM da sociedade.
o
Essas ações estão consolidadas e explicadas na Parte 1 deste livro. A
aC
orientação das oficinas que ocorreram no dia 25 de novembro para definir as

ações estão no Anexo B.
Cabe destacar que as ações foram separadas em ações para a sensibili-
zação e conscientização da sociedade e ações para mobilização da sociedade.
visã
Esse processo será realizado por território de acordo com sua necessidade
de sensibilização e conscientização, para depois se executarem as ações de
mobilização. Por essa razão, as ações de sensibilização e conscientização serão
itor
executadas em primeiro lugar, preparando a sociedade para a mobilização,

a re
conforme mostra a Figura 26.
Figura 26 – Ações de sensibilização e conscientização para realizar

a mobilização para construção da visão estratégica do futuro
do “Brasil que queremos”, a partir da situação atual
par
Ed
Construção do
Brasil que nós
Variáveis-chave Queremos
ução
Motrizes nstr
ão
C o
ra o mos
s pa ca d
a tégica tratégi s Quere
Situação Atual str
es E isão
s
E e nó
u
Açõ da V Brasil q
s
d o
ro
Futu
ver
Ações de
Ações de Mobilização
Sensibilização
e Conscien�zação
540
12.1 Definição das ações e a inter-relação entre elas e as variáveis

motrizes (motoras)
Partiu-se da ordem de motricidade das variáveis-chave, isto é, da variá-

vel-chave com maior influência sobre as demais para a variável-chave com
menor influência sobre as demais. Essa ordem das variáveis e as respectivas
hipóteses escolhidas e combinadas por meio da análise morfológica propicia-
or
ram definir as ações estratégicas. A execução dessas ações, a partir do presente,
od V
possibilita construir a visão estratégica do futuro do “Brasil que queremos”,
aut
apresentada anteriormente, e atingir o objetivo definido.
As ações consideradas de execução prioritária são aquelas de sensibiliza-
R
ção e conscientização, que obedecem à ordem de motricidade das variáveis-
chave e às respectivas hipóteses.
o
Para ilustrar o resultado obtido, neste trabalho utilizou-se o esquema da
aC
planilha de Albright (2008), expresso no Quadro 10, que resulta na Figura 27,

obtida por meio de macros do programa Excel, elaborada por Albright (2008).
O Quadro 10 foi adaptado para o livro, mas contém todas as informações
necessárias para preencher a planilha de Albright (2008).
visã
No Quadro 10, são definidas as ações (o que fazer? – What?), os ato-
res (quem fará? – Who?), quando se inicia e termina cada ação, estimativa,
(quando começará? e quando concluirá? – When?). O como (How?) será
itor
realizado e quanto custará (How much?) deverão ser obtidos na elaboração

a re
de um Project Canvas, que conterá mais informações solicitadas pelo Canvas.

Ainda no Quadro 10, a coluna FINALIDADE – que não faz parte das
exigências da planilha de Albright (2008) – foi acrescida para este projeto, a
fim de identificar as ações para realizar a sensibilização e a conscientização
par
e as ações para a mobilização.

Após o preenchimento do Quadro 10, sem considerar a coluna FINA-
Ed
LIDADE, solicita-se a opção “ROADMAP” (mapa das rotas), que gerará

automaticamente a Figura 27, que identifica o ator responsável por cada ação,
seja por meio de cores diferentes, seja pela opção “padrão”, como foi efetuado
ão
neste livro.
Na Figura 27, também se apresentam as interligações das ações, em razão
da dependência da execução; o resultado considera a ação mais importante:
s
“Avaliar e desenvolver Formação Cidadã para a apropriação pela Sociedade”.

ver
No projeto Desenvolvimento Brasil 2035, a identificação das variá-

veis-chave motrizes representa a situação atual, cujos detalhes estão em suas
descrições, nas partes 2, 3, 4 e 5 deste livro.
A disposição do Quadro 10 orientou a definição das ações, tendo a des-

crição da variável-chave motriz como a situação atual, as quais atendam à
respectiva hipótese, propiciando a construção da visão estratégica do futuro
do Brasil.
Na segunda coluna, está a variável-chave motriz; na terceira, as ações
estratégicas definidas para atender à hipótese escolhida da respectiva variável;
or
na quarta, a FINALIDADE, que foi acrescentada por este projeto, conforme
explicado anteriormente. Na quinta coluna, são definidos os diversos atores
od V
responsáveis (um ou mais) pela execução da ação definida.
aut
Na sexta coluna, retrata-se a situação da ação por ator responsável: se tem
um plano para sua execução, denomina-se planejada; se não tem um plano e
R
há necessidade da sua elaboração, denomina-se não planejada; caso já tenha
um plano e está em execução, denomina-se existente.
o
Na sétima coluna, está a redação da hipótese escolhida para a cons-
aC
trução da visão estratégica do futuro do “Brasil que queremos”, que deverá
ser atingida ao longo dos futuros anos. A oitava contém a variável-chave e

a ação que necessita ser executada primeiro que a ação definida na terceira
coluna, ou concomitantemente a ela, isto é, esta coluna mostra a ordem de
visã
prioridade de execução das ações. Como se pode verificar, a ação prioritária
para construir o futuro do “Brasil que queremos” é: “Avaliar e desenvolver
Formação Cidadã para a Apropriação pela Sociedade”.
itor
Portanto, as ações estratégicas definidas devem proporcionar a viabili-

a re
dade de as hipóteses serem atingidas, as quais proporcionarão a construção

da visão estratégica do futuro do “Brasil que queremos”.
Ressalte-se que todas as 37 variáveis-chave identificadas são importantes
e merecem atenção. Porém, algumas delas, as consideradas menos motrizes,
par
já deveriam ter tido a atenção para propiciar melhores condições de vida para
a sociedade brasileira, porque os ministérios responsáveis, o Poder Executivo
Ed
e o Poder Legislativo deveriam ter definido meios, políticas públicas e ações

para solucionar os problemas e atender às hipóteses que propiciariam melhores
condições de vida para a sociedade brasileira.
s ão
ver
Quadro 10 – Relação dos Compromissos / Ações Estratégicas para construir a
542
Visão Estratégica do Futuro do Brasil que Nós queremos

Variável-chave e respectiva
Hipóteses que definiram a
Variáveis-chave RESPON- ação que necessita ser exe-
Ação AÇÕES ESTRATÉGICAS FINALIDADE Status visão estratégica do futuro
motrizes SÁVEL cutada primeiro ou concomi-
do Brasil que queremos
tantemente à ação definida
Avaliar e desenvolver For-
Depende somente da elaboração
Sociedade mação Cidadã para a Apro- Sensibilização e
Sociedade Existente do Project CANVAS e iniciar sua
Brasileira (1a) priação pela Sociedade dos Conscientização
execução
rumos do Brasil
1ª.
Ed
Dar todo suporte legal para
A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
ver
Avaliar e desenvolver For-
Sociedade Sensibilização e valiar e desenvolver Formação
s
Brasileira (1a)
mação Cidadã para a Apro-
Conscientização
Legislativo Planejada
Cidadã para a Apropriação pela
priação pela Sociedade dos
ão
Sociedade dos rumos do Brasil
rumos do Brasil
itor
1.3 Sociedade consciente
Sociedade Reforçar a criação da mídia Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
par
Sociedade da sustentabilidade, mobili-
Brasileira (1a) construtiva Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
zada, autônoma e participa-
2ª. Sociedade dos rumos do Brasil
aC
tiva, focada no bem-estar
a re
coletivo, com princípios A|Sociedade Brasileira (1a)|Re-
Sociedade Reforçar a criação da mídia Sensibilização e Não
Legislativo morais e éticos sólidos forçar a criação da mídia
Brasileira (1a) construtiva Conscientização
visã R
Planejada
abarcando as diversidades construtiva
culturais e regionais.
Sociedade Promover Fóruns Regionais Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
od V
3ª. Sociedade
Brasileira (1a) com feedback local Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
o Sociedade dos rumos do Brasil
Sociedade Atuar na Educação em todos Não valiar e desenvolver Formação
aut
Mobilização Sociedade
Brasileira (1a) os níveis Planejada Cidadã para a Apropriação pela
4ª.
or
Sociedade Atuar na Educação em todos Não A|Sociedade Brasileira (1a)|Atuar
Mobilização Legislativo
Brasileira (1a) os níveis Planejado na Educação em todos os níveis
continua...

continuação
Desenvolver um processo de
Disseminação formação de gestores públicos A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
da Cultura da para que possam entender os Sensibilização e valiar e desenvolver Formação
Sociedade Planejada
Corrupção no anseios da sociedade e, por Conscientização Cidadã para a Apropriação pela
Brasil (2a) meio de uma gestão cons- Sociedade dos rumos do Brasil
ciente, torná-los realidade
ver
Ed
5ª. A|Disseminação da Cultura da
Desenvolver um processo
s 1.1 Haverá maior interesse Corrupção no Brasil(2a)| Desen-
de formação de gestores Político no combate à cor-
Disseminação volver um processo de formação
ão
públicos para que possam rupção. Repressão por
da Cultura da Sensibilização e de gestores públicos para que
entender os anseios da so- Legislativo Planejada meio da criação de Leis
itor
Corrupção no Conscientização possam entender os anseios da
ciedade e, por meio de uma mais severas; investi-
Brasil (2a) sociedade e, por meio de uma
par
gestão consciente, torná-los mento na educação ética gestão consciente, torná-los
realidade do cidadão desde a escola; realidade
aC
maior investimento em
a re
mecanismos de controle A| Disseminação da Cultura da
e fiscalização; Ministério Corrupção no Brasil (2a)| Desen-
Efetivar a revisão da lei para
R
Disseminação Público, Polícia e Judiciário volver um processo de formação

aquisição de bens e servi-
visã
da Cultura da Não mais atuantes na aplicação de gestores públicos para que
ços pelos órgãos públicos Mobilização Legislativo
Corrupção no Planejada das leis e no combate à possam entender os anseios da
de acordo com as melhores
od V
Brasil (2a) corrupção; acesso livre às sociedade e, por meio de uma
práticas
o informações no formato gestão consciente, torná-los
que permita transparência realidade
6ª.
efetiva. A| Disseminação da Cultura da
aut
Corrupção no Brasil (2a)| Desen-
Efetivar a revisão da lei para
Disseminação volver um processo de formação
or
aquisição de bens e servi-
da Cultura da Não de gestores públicos para que
ços pelos órgãos públicos Mobilização Sociedade
Corrupção no Planejada possam entender os anseios da
de acordo com as melhores
Brasil (2a) sociedade e, por meio de uma
práticas
gestão consciente, torná-los
realidade
543
continua...
continuação
544
Engajamento A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Propor a reforma Política com
político e inte- Não valiar e desenvolver Formação
foco na Melhoria na Repre- Mobilização Sociedade
resse pelo bem Planejada Cidadã para a Apropriação pela
sentação da Sociedade
público (3a) Sociedade dos rumos do Brasil
7ª. foco na Melhoria na Repre- Mobilização Legislativo
sentação da Sociedade
Ed
ver
Engajamento
s
político e inte-
Não 1.1 Maior engajamento po-
foco na Melhoria na Repre- Mobilização Executivo foco na Melhoria na Represen-
ão
resse pelo bem Planejada lítico e representatividade
sentação da Sociedade tação da Sociedade
público (3a) de todos os setores da
itor
sociedade nas decisões
Implementar Controlado- sobre o uso dos bens pú-
par
ria com participação da Mobilização Sociedade blicos, com foco no seu
sociedade valor para o coletivo e no
aC
a re
seu uso de forma ética.
Engajamento Introdução dessa temática A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Implementar Controlado-
político e inte-
resse pelo bem
ria com participação da Mobilização Legislativo
visã R
Não
Planejada
em todos os níveis da edu-
cação formal.
valiar e desenvolver Formação
sociedade
8ª.
od V
político e inte-
ria com participação da Mobilização
Ministério
o
Não valiar e desenvolver Formação
resse pelo bem Público Planejada Cidadã para a Apropriação pela
sociedade
aut
or
ria com participação da Mobilização Executivo
sociedade
continua...

continuação
Coletivi- Promover e fortalecer o
Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
dade e bem empreendedorismo nos Sociedade
Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
comum (4a) territórios
Ed
9ª. dade e bem empreendedorismo nos Legislativo
ver
territórios
scomum (4a)
ão Sociedade dos rumos do Brasil
A|Coletividade e bem comum
Sensibilização e Não (4a)|Avaliar e aprimorar progra-
2.3 As necessidades
itor
dade e bem empreendedorismo nos Executivo
Conscientização Planejada mas sociais direcionados à redu-
comum (4a) territórios econômicas, políticas e
par
ção da miséria absoluta
sociais dos indivíduos e
Coletivi- Avaliar e aprimorar progra- grupos são priorizadas em A|Coletividade e bem comum
Não
aC
dade e bem mas sociais direcionados à Mobilização Sociedade todos os planos e níveis de (4a)|Promover e fortalecer o em-
a re
Planejada
comum (4a) redução da miséria absoluta decisão de Estados e So- preendedorismo nos territórios
R ciedade, buscando o bem-
Coletivi- Avaliar e aprimorar progra- A|Coletividade e bem comum

Não -estar coletivo e individual.
visã
dade e bem mas sociais direcionados à Mobilização Legislativo (4a)|Promover e fortalecer o em-
Planejada
comum (4a) redução da miséria absoluta preendedorismo nos territórios
od V
10ª. A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Coletivi- Avaliar e aprimorar progra-
dade e bem mas sociais direcionados à Mobilização Executivo
o
Planejada Cidadã para a Apropriação pela
comum (4a) redução da miséria absoluta
aut
Coletivi- Avaliar e aprimorar progra-
Ministério Não valiar e desenvolver Formação
or
dade e bem mas sociais direcionados à Mobilização
Público Planejada Cidadã para a Apropriação pela
comum (4a) redução da miséria absoluta
continua...
545
continuação
546
Maioria da A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Proporcionar Integração
população terá Sensibilização e valiar e desenvolver Formação
11ª. Empresa/Escola com inves- Sociedade Existente
ensino superior Conscientização 2.3 Com participação da Cidadã para a Apropriação pela
timento em projetos
no Brasil (5a) sociedade, há mudança Sociedade dos rumos do Brasil
radical na forma de apren- A|Maioria da população terá
Maioria da Efetivar o aperfeiçoamento da dizado, com muita autono- ensino superior no Brasil (5a)|
população terá legislação educacional para Sensibilização e Não mia e acesso a conteúdos e
Legislativo Proporcionar Integração Em-
ensino superior um melhor desenvolvimento Conscientização Planejada
Ed
experiências de forma me- presa/Escola com investimento
no Brasil (5a) educacional nos burocratizada e mais
ver
em projetos
s prática, criativa e inova-
A|Maioria da população terá
Maioria da Efetivar o aperfeiçoamento da dora. Há desenvolvimento
ão
de várias formas de obter ensino superior no Brasil (5a)|
12ª. população terá legislação educacional para Sensibilização e Não
Executivo um grau acadêmico muito Proporcionar Integração Em-
itor
ensino superior um melhor desenvolvimento Conscientização Planejada
diferentes das atuais, com presa/Escola com investimento
no Brasil (5a) educacional
par
prazos mais curtos e méto- em projetos
Maioria da Efetivar o aperfeiçoamento da dos produtivos, eficientes A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
aC
população terá legislação educacional para Sensibilização e Não e eficazes. valiar e desenvolver Formação
a re
Sociedade
ensino superior um melhor desenvolvimento Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
no Brasil (5a) educacional Sociedade dos rumos do Brasil
visã R A|Maioria da população terá en-
Apoiar a liberdade da mídia sino superior no Brasil (5a)| Efeti-
Poder Exe- Sensibilização e Não
13ª. de forma geral para que essa Sociedade var o aperfeiçoamento da legisla-
od V
cutivo (6a) Conscientização Planejada 2.3 Poder Executivo eleito
transformação ocorra ção educacional para um melhor
o pela vontade popular com
desenvolvimento educacional
compromisso de garantir o
cumprimento do programa A|Maioria da população terá en-
Estimular a sociedade para de Estado construído e sino superior no Brasil (5a)| Efeti-
aut
Poder Exe- participar da elaboração da Não apropriado pela sociedade.
14ª. Mobilização Sociedade var o aperfeiçoamento da legisla-
cutivo (6a) legislação e da apropriação Planejada
or
ção educacional para um melhor
dos programas de Estado
desenvolvimento educacional
continua...

continuação
Estimular a sociedade para A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Poder Exe- participar da elaboração da Ministério Não valiar e desenvolver Formação
Mobilização
cutivo (6a) legislação e da apropriação Público Planejada Cidadã para a Apropriação pela
dos programas de Estado Sociedade dos rumos do Brasil
A|Poder Executivo (6a)|Estimu-
Estimular a sociedade para
Ed
lar a sociedade para participar
Poder Exe- participar da elaboração da Não
ver
Mobilização Legislativo da elaboração da legislação e
14ª. legislação e da apropriação Planejada
scutivo (6a)
da apropriação dos programas
de Estado
ão
A|Poder Executivo (6a)|Estimu-
itor
Estimular a sociedade para
lar a sociedade para participar
Poder Exe- participar da elaboração da Não
par
Mobilização Executivo 2.3 Poder Executivo eleito da elaboração da legislação e
cutivo (6a) legislação e da apropriação Planejada
pela vontade popular com da apropriação dos programas
de Estado
aC
compromisso de garantir o
a re
cumprimento do programa A|Poder Executivo (6a)|Estimu-
de Estado construído e lar a sociedade para participar
R
Poder Exe- Não apropriado pela sociedade.

Mudar a estrutura de eleição Mobilização Sociedade da elaboração da legislação e
visã
cutivo (6a) Planejada
da apropriação dos programas
15ª. de Estado
od V
Poder Exe-
Mudar a estrutura de elei-
o
ção, conforme desejo da Mobilização Legislativo
cutivo (6a) Planejada Cidadã para a Apropriação pela
sociedade
aut
Monitorar/ Avaliar as mudan-
or
ças realizadas (eleições),
Poder Exe- Não valiar e desenvolver Formação
16ª. levando em conta as pro- Mobilização Sociedade
cutivo (6a) Planejada Cidadã para a Apropriação pela
messas efetuadas nas cam-
panhas eleitorais
continua...
547
continuação
548
Segurança Avaliar o funcionamento e
– Vários a eficácia das estruturas de Legislativo
aspectos (7a) segurança
A|Segurança – Vários aspectos
Segurança Avaliar o funcionamento e 3.3 O Estado e a socie-
Sensibilização e Não (7a)|Avaliar o funcionamento
17ª. – Vários eficácia das estruturas de Executivo dade assumindo um com-
Conscientização Planejada e a eficácia das estruturas de
Ed
portamento ativo capaz segurança
ver
de articular e enfrentar as
s Segurança Avaliar o funcionamento e deficiências estruturais
Sensibilização e Não (polícia, Judiciário, MP, valiar e desenvolver Formação
– Vários a eficácia das estruturas de Sociedade
ão
Conscientização Planejada sistema prisional ...) por Cidadã para a Apropriação pela
itor
meio de ações coletivas.
Ambos mobilizados para A|Segurança – Vários aspectos
par
Segurança
Exigir a capacitação e o reco- Sensibilização e Não romper comportamentos e (7a)|Avaliar o funcionamento
– Vários Legislativo
nhecimento do efetivo policial Conscientização Planejado paradigmas que desquali- e a eficácia das estruturas de
aspectos (7a)
aC
fiquem a cidadania. Predo- segurança
a re
mínio de comportamento
Segurança A|Segurança – Vários aspectos
Capacitar e reconhecer o efe- Sensibilização e Não
18ª. – Vários
aspectos (7a)
tivo policial Conscientização
Executivo
visã R
Planejada
cidadão, com a atenção
voltada para outros as-
(7a)|Exigir a capacitação e o re-
conhecimento do efetivo policial
pectos da segurança, tais
como: educação, alimenta- A|Segurança – Vários aspectos
Segurança
od V
Exigir a capacitação e o reco- Sensibilização e Não ção, criança e adolescente (7a)|Avaliar o funcionamento
– Vários Sociedade
aspectos (7a)
nhecimento do efetivo policial Conscientização
o
Planejada e outros aspectos. e a eficácia das estruturas de
segurança
Implantar sistema de segu- A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
aut
Segurança
rança comunitária para vários Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
19ª. – Vários Legislativo
aspectos que envolvem a vida Conscientização Planejada
or Cidadã para a Apropriação pela
aspectos (7a) 1
da população Sociedade dos rumos do Brasil
continua...

continuação
Segurança Implantar sistema de segu- 3.3 O Estado e a socie-
– Vários rança comunitária para vários Executivo dade assumindo um com-
aspectos (7a) 1 aspectos portamento ativo capaz Sociedade dos rumos do Brasil
19ª. de articular e enfrentar as
A|Segurança – Vários aspectos
Segurança Implantar sistema de segu- deficiências estruturais
Ed
Sensibilização e Não (7a) 1|Implantar sistema de se-
– Vários rança comunitária para vários Sociedade (polícia, Judiciário, MP,
ver
Conscientização Planejada gurança comunitária para vários
aspectos sistema prisional ...) por
s
aspectos (7a) 1
ão meio de ações coletivas.
aspectos
Ambos mobilizados para A|Segurança – Vários aspectos
Segurança
Reforçar o sistema de inteli- Não romper comportamentos e (7a) 1|Implantar sistema de se-
itor
– Vários Mobilização Legislativo
gência nacional Planejada paradigmas que desquali- gurança comunitária para vários
aspectos (7a) 1
par
fiquem a cidadania. Predo- aspectos
mínio de comportamento
Segurança cidadão, com a atenção
aC
20ª. Reforçar o sistema de inteli- Não valiar e desenvolver Formação
a re
– Vários Mobilização Executivo voltada para outros as-
gência nacional Planejada Cidadã para a Apropriação pela
aspectos (7a) 1 pectos da segurança, tais
R
como: educação, alimenta-

visã
Segurança ção, criança e adolescente A|Segurança – Vários aspectos
Reforçar o sistema de inteli- Não
– Vários Mobilização Sociedade e outros aspectos. (7a) 1|Reforçar o sistema de in-
gência nacional Planejada
aspectos (7a) 1 teligência nacional
od V
o 3.2 Haverá grande dificul-
dade de mobilização da
sociedade, porém haverá
Valorização do
aut
Identificar e usar redes so- um início de planejamento A|Segurança – Vários aspectos
Planejamento Sensibilização e Não
21ª. ciais e agentes sociais regio- Sociedade em diversos territórios (7a) 1|Reforçar o sistema de in-
de Longo Prazo Conscientização Planejada
or
nais locais com apropriação e com teligência nacional
e Territorial (8a)
representantes dos seus
diversos tipos de agentes
sociais dos territórios.
continua...
549
continuação
550
Valorização do A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Planejamento Estabelecer o Sistema de In- Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
22ª. Sociedade
de Longo Prazo formação Geográfico Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
e Territorial (8a) Sociedade dos rumos do Brasil
Valorização do A|Valorização do Planejamento
Considerar sempre vi-
Planejamento Não de Longo Prazo e Territorial
23ª. são geopolítica nas ações Mobilização Sociedade
de Longo Prazo Planejada (8a)|Estabelecer o Sistema de
territoriais
Ed
e Territorial (8a) Informação Geográfico
ver
A|Valorização do Planejamento
s
Valorização do de Longo Prazo e Territorial
3.2 Haverá grande dificul-
ão
Planejamento Criar condições para ordenar Não dade de mobilização da (8a)|Criar e monitorar meca-
24ª. Mobilização Sociedade
de Longo Prazo o território Planejada sociedade, porém haverá nismos de participação da so-
itor
e Territorial (8a) um início de planejamento ciedade nos planejamentos de
par
em diversos territórios longo, médio e curto prazos
Valorização do Criar e monitorar mecanismos com apropriação e com A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
aC
Planejamento de participação da sociedade Não representantes dos seus valiar e desenvolver Formação
a re
Mobilização Sociedade diversos tipos de agentes
de Longo Prazo nos planejamentos de longo, Planejada Cidadã para a Apropriação pela
e Territorial (8a) médio e curto prazos sociais dos territórios. Sociedade dos rumos do Brasil
Valorização do Criar e monitorar mecanismos
visã R A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Planejamento de participação da sociedade Não valiar e desenvolver Formação
Mobilização Executivo
25ª. de Longo Prazo nos planejamentos de longo, Planejada Cidadã para a Apropriação pela
od V
e Territorial (8a) médio e curto prazos Sociedade dos rumos do Brasil
o
A|Baixa efetividade do investi-
Valorização do Criar e monitorar mecanismos
mento em educação (9a)|Sensi-
Planejamento de participação da sociedade Não
Mobilização Legislativo bilizar e Conscientizar as famílias
aut
de Longo Prazo nos planejamentos de longo, Planejada
da importância sobre a educação
e Territorial (8a) médio e curto prazos
or
para seus descendentes
continua...

continuação
A|Valorização do Planejamento
Valorização do Criar e monitorar mecanismos de Longo Prazo e Territorial
Planejamento de participação da sociedade Ministério Não (8a)|Criar e monitorar meca-
25ª. Mobilização
de Longo Prazo nos planejamentos de longo, Público Planejada nismos de participação da so-
e Territorial (8a) médio e curto prazos ciedade nos planejamentos de
longo, médio e curto prazos
ver
Ed
Baixa efeti- Sensibilizar e conscientizar A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
s
vidade do in- as famílias sobre a importân- Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
26ª. Sociedade
vestimento em cia da educação para seus Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
ão
educação (9a) descendentes Sociedade dos rumos do Brasil
itor
Baixa efeti-
par
Aumentar a parcela da educa- mento em educação (9a)|Au-
vidade do in- Sensibilização e Não
ção pré-escolar e fundamen- Sociedade 4.3 Mobilização da socie- mentar a parcela da educação
vestimento em Conscientização Planejada
tal no orçamento da educação dade em defesa de uma pré-escolar e fundamental no
aC
educação (9a)
a re
educação com qualidade orçamento da educação
e participação da comuni-
R
Baixa efeti- dade para a atual e as fu-

Aumentar a parcela da educa- mento em educação (9a)|Au-
visã
27ª. vidade do in- Sensibilização e Não turas gerações em todos
ção pré-escolar e fundamen- Legislativo mentar a parcela da educação
vestimento em Conscientização Planejada os níveis de ensino com
tal no orçamento da educação pré-escolar e fundamental no
od V
educação (9a) eficiência nos investimen-
orçamento da educação
Baixa efeti-
o tos, qualidade na forma
e medição de resultados
Aumentar a parcela da educa-
vidade do in- Sensibilização e Não alcançados. valiar e desenvolver Formação
ção pré-escolar e fundamen- Executivo
vestimento em Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
aut
tal no orçamento da educação
educação (9a) Sociedade dos rumos do Brasil
or
Baixa efeti- A|Baixa efetividade do investi-
Desenvolver uma política de
vidade do in- Sensibilização e Não mento em educação (9a)|Desen-
28ª. esporte atrelada à educação Sociedade
vestimento em Conscientização Planejada volver uma política de esporte
básica
educação (9a) atrelada à educação básica
continua...
551
continuação
552
Baixa efeti- 4.3 Mobilização da socie- A|Baixa efetividade do investi-

Desenvolver uma política de
vidade do in- Sensibilização e Não dade em defesa de uma mento em educação (9a)|Desen-
esporte atrelada à educação Legislativo
vestimento em Conscientização Planejada educação com qualidade volver uma política de esporte
básica
educação (9a) e participação da comuni- atrelada à educação básica
dade para a atual e as fu-
28ª. turas gerações em todos
os níveis de ensino com
Ed
Baixa efeti- A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Desenvolver uma política de eficiência nos investimen-
vidade do in- Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
ver
esporte atrelada à educação Executivo tos, qualidade na forma
s
vestimento em
básica
Conscientização Planejada
e medição de resultados
educação (9a) Sociedade dos rumos do Brasil
ão
alcançados.
itor
par
3.3 Fortalecimento da par-
ticipação popular através
aC
de articulações impulsio-
a re
nadas pelas associações
de classe, comunitárias,
Participação
visã R pastorais e ações com A|Inversão da pirâmide intelec-
social engajada Criar grupos de socialização Sensibilização e Não base em Planejamento de tual do Brasil (11a)|Universali-
29ª. Sociedade
localmente nos bairros e comunidades Conscientização Planejada Longo Prazo e fortaleci- zar acesso a saúde, educação,
od V
(10a) mento da participação de transporte e cultura
o todos os segmentos so-
ciais, através da utilização
das redes como instru-
aut
mento de conscientização
e democratização.
or
continua...

continuação
Inversão da A|Participação social engajada
Universalizar acesso a
pirâmide Sensibilização e Não localmente (10a)|Criar grupos
saúde, educação, transporte Sociedade
intelectual do Conscientização Planejada de socialização nos bairros e
e cultura
Brasil (11a) comunidades
Inversão da A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Ed
pirâmide Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
saúde, educação, transporte Legislativo
ver
intelectual do Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
e cultura
s Brasil (11a)
ão Sociedade dos rumos do Brasil
30ª. A|Inversão da pirâmide intelec-
Inversão da
Universalizar acesso a tual do Brasil (11a)|Valorizar os
5.3 Haverá Investimento
itor
pirâmide Sensibilização e Não
saúde, educação, transporte Executivo territórios e a educação como
intelectual do Conscientização Planejada Público com efetividade
par
e cultura parte do enfoque em desenvol-
Brasil (11a) e Políticas Públicas de
vimento local
Educação aliadas à apro-
aC
Inversão da priação pela sociedade. A|Inversão da pirâmide intelec-
a re
pirâmide Sensibilização e Ministério Não Alteração da pirâmide de- tual do Brasil (11a)|Universali-
saúde, educação, transporte
Conscientização Público Planejada zar acesso a saúde, educação,
intelectual do
R corrente do crescente de-
e cultura
Brasil (11a) senvolvimento intelectual transporte e cultura
visã
e da formação de cidadão,
Inversão da Valorizar os territórios e a A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
diminuindo as desigualda-
pirâmide educação como parte do en- Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
od V
Sociedade des territoriais.
intelectual do foque em desenvolvimento Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
Brasil (11a) local
aut
31ª. Legislativo
or
Brasil (11a) local Sociedade dos rumos do Brasil
Executivo
Brasil (11a) local Sociedade dos rumos do Brasil
553
continua...
continuação
554
A|Inversão da pirâmide intelec-
Inversão da
tual do Brasil (11a)|Valorizar os
pirâmide Aumentar investimentos nas Sensibilização e Não
Sociedade territórios e a educação como
intelectual do áreas tecnológicas Conscientização Planejada
parte do enfoque em desenvol-
Brasil (11a) 1
32ª. vimento local
Inversão da A|Inversão da pirâmide intelec-
pirâmide Aumentar investimentos nas Sensibilização e Não tual do Brasil (11a) 1|Aumen-
Executivo
Ed
intelectual do áreas tecnológicas Conscientização Planejada tar investimentos nas áreas
ver
Brasil (11a) 1 tecnológicas
s Inversão da A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Criar mecanismo para ampliar 5.3 Haverá Investimento
ão
pirâmide Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
a quantidade de patentes Sociedade Público com efetividade
intelectual do Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
e Políticas Públicas de
itor
nacionais
Brasil (11a) 1 Sociedade dos rumos do Brasil
Educação aliadas à apro-
par
Inversão da priação pela sociedade. A|Inversão da pirâmide intelec-
Criar mecanismo para ampliar
pirâmide Sensibilização e Não Alteração da pirâmide de- tual do Brasil (11a) 1|Criar meca-
33ª. a quantidade de patentes Legislativo
aC
intelectual do Conscientização Planejada corrente do crescente de- nismo para ampliar a quantidade
a re
nacionais
Brasil (11a) 1 senvolvimento intelectual de patentes nacionais
e da formação de cidadão,
Inversão da
pirâmide
Criar mecanismo para ampliar
Sensibilização e
visã R
Não
diminuindo as desigualda-
A|Inversão da pirâmide intelec-
tual do Brasil (11a) 1|Criar meca-
a quantidade de patentes Executivo des territoriais.
intelectual do Conscientização Planejada nismo para ampliar a quantidade
nacionais
Brasil (11a) 1 de patentes nacionais
od V
Inversão da
o A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
pirâmide Atrair doutores e PhDs em Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
Sociedade
intelectual do inovação e pesquisa Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
aut
Brasil (11a) 1
34ª.
Inversão da A|Inversão da pirâmide inte-
or
pirâmide Atrair doutores e PhDs em Sensibilização e Não lectual do Brasil (11a) 1|Atrair
Executivo
intelectual do inovação e pesquisa Conscientização Planejada doutores e PhDs em inovação
Brasil (11a) 1 e pesquisa
continua...
continuação
A|Inversão da pirâmide inte-
Estabilidade
Coibir a manipulação de Sensibilização e Não lectual do Brasil (11a) 1|Atrair
política e eco- Executivo
mercado Conscientização Planejada doutores e PhDs em inovação
nômica (12a)
e pesquisa
35ª.
A|Inversão da pirâmide inte-
Estabilidade
Ed
Coibir a manipulação de Sensibilização e Ministério Não lectual do Brasil (11a) 1|Atrair
política e eco-
ver
mercado Conscientização Público Planejada doutores e PhDs em inovação
s
nômica (12a)
ão e pesquisa
Educar para investir em 1.3 Maior apropriação pela
Ciência, Tecnologia e Ino- sociedade das decisões A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
itor
Estabilidade
vação em vez de investir, Não políticas e econômicas. valiar e desenvolver Formação
política e eco- Mobilização Sociedade
par
somente, em incorporação e Planejada Cidadã para a Apropriação pela
nômica (12a)
construção civil Sociedade dos rumos do Brasil
aC
36ª.
a re
Educar para investir em
Ciência, Tecnologia e Ino-
R
Estabilidade A|Estabilidade política e econô-

vação em vez de investir, Não
visã
política e eco- Mobilização Executivo mica (12a)|Coibir a manipulação
somente, em incorporação e Planejada
nômica (12a) de mercado
construção civil
od V
o 4.3 Legisladores eleitos
de acordo com programa
direcionador das ações
aut
Criar associações de bairros
legislativas, capaz de re-
que discutam políticas e in- A|Estabilidade política e econô-
or
Poder Legis- Sensibilização e Não presentar de fato a socie-
37ª. centivem a identificação de Sociedade mica (12a)|Coibir a manipulação
lativo (13a) Conscientização Planejada dade em sua diversidade.
líderes para desenvolver a de mercado
Criação de mecanismos
apropriação dos bairros
de fortalecimento da parti-
cipação da sociedade nos
projetos de lei.
555
continua...
continuação
556
Incentivar a transparência e
Poder Legis- Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
38ª. a liberdade das mídias com Sociedade
lativo (13a) Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
universalização de acesso
A|Poder Legislativo (13a)|Incen-
Definir critérios transparentes
Poder Legis- Sensibilização e Não tivar a transparência e liberdade
para criação e manutenção Sociedade
lativo (13a) Conscientização Planejada das mídias com universalização
de partidos
Ed
de acesso
ver
39ª.
sPoder Legis-
Definir critérios transparentes
para criação e manutenção Legislativo 4.3 Legisladores eleitos
ão
lativo (13a) Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
de partidos de acordo com programa
direcionador das ações
itor
Definir critérios transparentes legislativas, capaz de re- A|Poder Legislativo (13a)|Definir
Poder Legis- Sensibilização e Ministério Não
par
para criação e manutenção presentar de fato a socie- critérios transparentes para cria-
lativo (13a) Conscientização Público Planejada
de partidos dade em sua diversidade. ção e manutenção de partidos
aC
Criação de mecanismos
Aceitar candidaturas apenas
a re
de fortalecimento da parti- A|Poder Legislativo (13a)|Definir
Poder Legis- vinculadas a Programas. Re- Não
Mobilização Sociedade cipação da sociedade nos critérios transparentes para cria-
lativo (13a) querer perda de mandato se
não se mantiverem vínculos
visã R
Planejada
projetos de lei. ção e manutenção de partidos
Aceitar apenas candidaturas A|Sociedade Brasileira (1a)|A-

od V
Poder Legis- vinculadas a Programas. Re- Não valiar e desenvolver Formação
Mobilização Legislativo
40ª. lativo (13a) querer perda de mandato se
o
não se mantiverem vínculos Sociedade dos rumos do Brasil
A|Poder Legislativo (13a)| Aceitar
Aceitar apenas candidaturas
aut
apenas candidaturas vinculadas
Poder Legis- vinculadas a Programas. Re- Ministério Não
Mobilização a Programas. Requerer perda de
or
lativo (13a) querer perda de mandato se Público Planejada
mandato se não se mantiverem
não se mantiverem vínculos
vínculos
continua...

continuação
Programas
Estabelecer as prioridades A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
sociais como
e as necessidades da socie- Não valiar e desenvolver Formação
contrapartida Mobilização Sociedade
dade considerando o desen- Planejada Cidadã para a Apropriação pela
de desenvol-
volvimento sustentável Sociedade dos rumos do Brasil
Ed
vimento (14a)
ver
s
4.3 Participação da socie-
ão
dade e organizações nas
decisões políticas. Progra- A|Programas sociais como con-
itor
Programas
Estabelecer as prioridades mas sociais com evolução trapartida de desenvolvimento
sociais como
par
e as necessidades da socie- Não e adequação constante às (14a)|Estabelecer as prioridades
contrapartida Mobilização Legislativo
dade considerando o desen- Planejada necessidades da socie- e as necessidades da sociedade
41ª. de desenvol-
volvimento sustentável dade, promovendo inclu- considerando o desenvolvimento
aC
vimento (14a)
a re
são econômica, humana, sustentável
cultural e ambientalmente
R
adequada. Atendimento
visã
das necessidades básicas
e estruturais da sociedade.
od V
A|Programas sociais como con-
Programas
sociais como
Estabelecer as prioridades
o trapartida de desenvolvimento
e as necessidades da socie- Ministério Não (14a)|Estabelecer as prioridades
contrapartida Mobilização
dade considerando o desen- Público Planejada e as necessidades da sociedade
de desenvol-
volvimento sustentável considerando o desenvolvimento
aut
vimento (14a)
sustentável
or
continua...
557
continuação
558
Sociedade
Punir exemplarmente corrup- Não valiar e desenvolver Formação
menos desi- Mobilização Sociedade
tos e corruptores Planejada Cidadã para a Apropriação pela
gual (15a) 5.3 Melhoria na qualidade
da educação como alicerce
Sociedade para o desenvolvimento A|Sociedade menos desigual
Punir exemplarmente corrup- Não
menos desi- Mobilização Legislativo sustentável e melhor dis- (15a)|Punir exemplarmente cor-
tos e corruptores Planejada
42ª. gual (15a) tribuição de renda. A so- ruptos e corruptores
Ed
Sociedade ciedade passa a exigir in- A|Sociedade menos desigual
ver
Punir exemplarmente corrup- Não fraestrutura e serviços que
menos desi- Mobilização Executivo (15a)|Punir exemplarmente cor-
s gual (15a)
tos e corruptores
ão Planejada proporcionem qualidade de ruptos e corruptores
vida.
Sociedade A|Sociedade menos desigual
Punir exemplarmente corrup- Ministério Não
menos desi- Mobilização (15a)|Punir exemplarmente cor-
itor
tos e corruptores Público Planejada
gual (15a) ruptos e corruptores
par
Superpopu-
lação nas Criar e desenvolver os cen-
aC
grandes tros urbanos a partir de distri- Sociedade
a re
cidades bra- tos e municípios
sileiras (16a)
visã R 6.3 Crescimento e desen-
volvimento organizados e
Superpopu-
sustentáveis dos centros A| Superpopulação nas grandes
Sensibilização e Não urbanos. Deslocamentos cidades brasileiras (16a)|Criar e
od V
43ª. grandes tros urbanos a partir de distri- Legislativo
Conscientização Planejada da população dos grandes desenvolver os centros urbanos
o centros urbanos em busca a partir de distritos e municípios
sileiras (16a)
de melhor qualidade de
Superpopu- vida para todos.
A| Superpopulação nas grandes
aut
Sensibilização e Não cidades brasileiras (16a)|Criar e
grandes tros urbanos a partir de distri- Executivo
or
Conscientização Planejada desenvolver os centros urbanos
a partir de distritos e municípios
sileiras (16a)
continua...

continuação
Superpopu-
lação nas Planejar e instalar empresas/
grandes indústrias nas cidades meno- Mobilização Sociedade
cidades bra- res/do interior
sileiras (16a)
Ed
Superpopu-
ver
Não cidades brasileiras (16a)|Plane-
s grandes indústrias nas cidades meno- Mobilização Legislativo
Planejada jar e instalar empresas/indústrias
ão
nas cidades menores/do interior
sileiras (16a) 6.3 Crescimento e desen-
44ª.
itor
Superpopu-
par
Não urbanos. Deslocamentos cidades brasileiras (16a)|Plane-
grandes indústrias nas cidades meno- Mobilização Executivo
Planejada da população dos grandes jar e instalar empresas/indústrias
aC
centros urbanos em busca nas cidades menores/do interior
a re
sileiras (16a)
de melhor qualidade de
Superpopu-
R vida para todos.

visã
Ministério Não cidades brasileiras (16a)|Plane-
grandes indústrias nas cidades meno- Mobilização
Público Planejada jar e instalar empresas/indústrias
nas cidades menores/do interior
od V
sileiras (16a)
Superpopu-
o
lação nas Estabelecer o ordenamento
45ª. grandes territorial base para políticas Mobilização Sociedade
aut
cidades bra- públicas
or
sileiras (16a)
continua...
559
continuação
560
Superpopu-
grandes territorial base para políticas Mobilização Legislativo
cidades bra- públicas
sileiras (16a) 6.3 Crescimento e desen-
Superpopu-
Não urbanos. Deslocamentos cidades brasileiras (16a)|Esta-
Ed
45ª. grandes territorial base para políticas Mobilização Executivo
Planejada da população dos grandes belecer o ordenamento territorial
ver
cidades brasi- públicas
centros urbanos em busca base para politicas públicas
s
leiras (16a) 1
ão de melhor qualidade de
Superpopu- vida para todos.
itor
Ministério Não cidades brasileiras (16a)|Esta-
grandes territorial base para políticas Mobilização
Público Planejada belecer o ordenamento territorial
par
cidades brasi- públicas
base para politicas públicas
leiras (16a) 1
aC
Aplicar a governança, acom- A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
a re
Planejamento e
panhar e controlar a execu- Não valiar e desenvolver Formação
Orçamento Par- Mobilização Sociedade 5.1 O Estado passa criar
ção do planejamento e orça- Planejada Cidadã para a Apropriação pela
ticipativo (17a)
mento em todos os níveis
visã R mecanismos de transpa-
rência e acesso às informa-
ções orçamentárias, assim A|Planejamento e Orçamento
Aplicar a governança, acom-
Planejamento e como os meios que viabili- Participativo (17a)|Aplicar a go-
od V
panhar e controlar a execu- Não
Orçamento Par- Mobilização Legislativo zem a participação da so- vernança, acompanhar e contro-
46ª.
ticipativo (17a)
ção do planejamento e orça-
o
Planejada
ciedade na priorização e lar a execução do planejamento
destinação do orçamento e orçamento em todos os níveis
público, com acompanha-
A|Planejamento e Orçamento
aut
Aplicar a governança, acom- mento de sua execução,
Planejamento e Participativo (17a)|Aplicar a go-
panhar e controlar a execu- Não
or
trazendo maior eficiência
Orçamento Par- Mobilização Executivo vernança, acompanhar e contro-
ção do planejamento e orça- Planejada do gasto público.
ticipativo (17a) lar a execução do planejamento
continua...

continuação
A|Planejamento e Orçamento
Aplicar a governança, acom-
Planejamento e Participativo (17a)|Aplicar a go-
panhar e controlar a execu- Ministério Não
46ª. Orçamento Par- Mobilização vernança, acompanhar e contro-
ção do planejamento e orça- Público Planejada
ticipativo (17a) lar a execução do planejamento
Ed
Reforma Polí-
ver
tica, com Sis-
s
tema Político Criar ambiente de reflexão e A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Representativo, mobilização para entender a Não valiar e desenvolver Formação
ão
47ª. Mobilização Sociedade
Responsivo melhor estrutura para o Es- Planejada Cidadã para a Apropriação pela
itor
e Democra- tado Brasileiro Sociedade dos rumos do Brasil
cia Plena e
par
Madura (18a)
6.2 Estabelecimento de
Reforma Polí- reforma que mude a estru-
aC
A|Reforma Política, com Sistema
a re
tica, com Sis- tura do Estado, visando ao
Político Representativo, Res-
tema Político Propor a transformação da bem-estar da população
R ponsivo e Democracia Plena e
Representativo, Estrutura de Estado a partir Não em geral. Amadurecimento

48ª. Mobilização Sociedade Madura (18a)|Criar ambiente de
visã
Responsivo da reflexão e mobilização da Planejada político e conscientização
reflexão e mobilização para en-
e Democra- sociedade das necessidades das pes-
tender a melhor estrutura para o
od V
cia Plena e soas, mobilização da socie-
Estado Brasileiro
Madura (18a)
o dade, mas com mudanças
lentas.
Reforma Polí-
tica, com Sis- Propor elaboração da Cons-
aut
tema Político tituição Federal de acordo
ponsivo e Democracia Plena e
Representativo, com seus novos anseios, bem Não
or
49ª. Mobilização Sociedade Madura (18a)| Propor a transfor-
Responsivo como as Constituições dos Planejada
mação da Estrutura de Estado a
e Democra- estados membros e as Leis
partir da reflexão e mobilização
cia Plena e Orgânicas dos Municípios
da sociedade
Madura (18a)
continua...
561
continuação
562
Reforma
Política, com
Elaborar Constituição Federal,
Sistema Político A|Sociedade Brasileira (1a)|Avaliar
as Constituições dos Estados
Representativo, Não e desenvolver Formação Cidadã
49ª. membros e as Leis Orgânicas Mobilização Legislativo
Responsivo Planejada para a Apropriação pela Socie-
dos Municípios coparticipação
e Democra- dade dos rumos do Brasil
da Sociedade
cia Plena e
Madura (18a)
Ed
A|Ministério Público (19a)|Rees-
ver
s Ministério Criar espaço na Mídia para Sensibilização e Ministério Não
truturar a forma de atuação do
50ª. MP a partir do planejamento de
Público (19a) divulgar ações do MP Conscientização Público Planejada
ão
longo prazo com participação da
Sociedade
itor
par
7.3 O MP aperfeiçoa-se em Político Representativo, Respon-
Evitar criação de ações que
Política e Estratégia, aproxi- sivo e Democracia Plena e Ma-
dificultem a atuação do MP,
aC
ma-se da polícia para perícia dura (18a)| Propor elaboração da
Ministério para que ele possa atender Sensibilização e Não
a re
Sociedade e investigação e fiscaliza a Constituição Federal de acordo
Público (19a) 1 ao art. 127 da Constituição da Conscientização Planejada
aplicação de Leis. Os re- com seus novos anseios, bem
República Federativa do Brasil,
de 1988
visã R presentantes da Sociedade como as Constituições dos esta-
integram a estrutura, desen- dos membros e as Leis Orgânicas
volve-se sistema interdepar- dos Municípios
51ª.
od V
tamental e melhora a avalia-
o ção do pessoal por sistema
de competência.
ponsivo e Democracia Plena e
Madura (18a)|Prpor a elaboração
Ministério Evitar criação de ações que Sensibilização e Não
aut
Legislativo Constituição Federal de acordo
Público (19a) 1 dificultem a atuação do MP Conscientização Planejada
com seus novos anseios, bem
or
como as Constituições dos esta-
dos membros e as Leis Orgânicas
dos Municípios.
continua...

continuação
Ministério Evitar criação de ações que Sensibilização e Não valiar e desenvolver Formação
51ª. Executivo
Público (19a) 1 dificultem a atuação do MP Conscientização Planejada Cidadã para a Apropriação pela
Reestruturar a forma de atua- A|Ministério Público (19a)|Rees-
Ed
ção do MP a partir do plane- truturar a forma de atuação do
Ministério Não
jamento de longo prazo com Mobilização Sociedade MP a partir do planejamento de
ver
Público (19a) Planejada
s participação da Sociedade
para que haja um apoio legal
ão longo prazo com participação da
Sociedade
Reestruturar a forma de atua-
A|Ministério Público (19a)|Criar
Ministério ção do MP a partir do plane- Não
itor
Mobilização Legislativo 7.3 O MP aperfeiçoa-se em espaço na Mídia para divulgar
Público (19a) jamento de longo prazo com Planejada Política e Estratégia, apro- ações do MP
par
participação da Sociedade xima-se da polícia para
52ª.
perícia e investigação e A|Ministério Público (19a)|Rees-
Reestruturar a forma de atua-
aC
fiscaliza a aplicação de truturar a forma de atuação do
a re
Ministério ção do MP a partir do plane- Não Leis. Os representantes
Mobilização Executivo MP a partir do planejamento de
Público (19a) jamento de longo prazo com Planejada da Sociedade integram a longo prazo com participação da
R
participação da Sociedade estrutura, desenvolve-se Sociedade

visã
sistema interdepartamen-
Reestruturar a forma de atua- tal e melhora a avaliação A|Sociedade Brasileira (1a)|A-
Ministério ção do MP a partir do plane- Ministério Não do pessoal por sistema de valiar e desenvolver Formação
od V
Mobilização
Público (19a) jamento de longo prazo com Público Planejada competência. Cidadã para a Apropriação pela
participação da Sociedade
Ministério Não A|Ministério Público (19a)
Manter MP independente Mobilização Sociedade
Público (19a) 1 Planejada 1|Manter MP independente
aut
or
Ministério Não valiar e desenvolver Formação
Manter MP independente Mobilização Legislativo
53ª. Público (19a) 1 Planejada Cidadã para a Apropriação pela
A|Ministério Público (19a)
Ministério Não
Manter MP independente Mobilização Executivo 1|Evitar criação de ações que
Público (19a) 1 Planejada
dificultem a atuação do MP
563
Figura 27 – Imagem do Roadmapping das ações estratégicas para as variáveis motrizes do Projeto Desenvolvimento Brasil 2035
564
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
Fonte: Adaptado de ©2008-2012 Albright Strategy Group, LLC

13. Formulação da macroestratégia
Após a análise tanto da combinação das hipóteses escolhidas para inte-

grar o cenário global desejável e realizável quanto das ações definidas para
que houvesse possibilidade de as hipóteses serem alcançadas e se tornarem
realidade, tendo-se como critério a ação mais prioritária para atingir o objetivo
fixado, concluiu-se que a formulação da macroestratégia deve ser:
or
“Avaliar e desenvolver a Formação Cidadã para a Apropriação pela
od V
Sociedade dos rumos do Brasil, em que ela, a sociedade brasileira, será
aut
sensibilizada e conscientizada, para que possa ser mobilizada e desempe-
nhar seu papel de protagonista no desenvolvimento sustentável do Brasil”.
Esta macroestratégia mostra a preponderância da Formação Cidadã para
R
que a Sociedade Brasileira desenvolva não só a aprendizagem da importân-
cia do trabalho coletivo, mas também de sua primazia como protagonista do
o
Desenvolvimento do Brasil.
aC
15. Considerações finais

visã
Este processo prospectivo territorial vem confirmar a necessidade de
participação com apropriação dos diversos tipos de representantes de agentes
sociais do território. Uma forma de mostrar essa diversidade é por meio de
setores circulares, conforme registrado nas diversas atividades plenárias, de
itor
acordo com os gráficos 1, 2 e 3. Essa diversidade de participação, além de

a re
enriquecer o processo prospectivo, contribui para encontrar soluções e gerar

comprometimento coletivo com a implementação das ações.
A diversidade de tipos de agentes sociais propicia identificar fatores /
variáveis que necessitam de maior atenção para que o Brasil possa desenvol-
par
ver-se, caso contrário, esse processo será difícil.

Outro aspecto importante a ser destacado é a tipologia escolhida e
Ed
utilizada de acordo com o grau de participação de agentes sociais: se essa

participação for forte, a tipologia deverá ser de Mobilização ou de Condu-
ção à Mudança, conforme Bootz e Monti (2008). Neste caso, optou-se pela
ão
Mobilização, porém, há necessidade de antes sensibilizar e conscientizar a

sociedade brasileira.
Deve-se destacar a participação das pessoas na governança do processo
s
prospectivo, que não foi limitada a determinada quantidade, todas as pessoas

ver
que tivessem disponibilidade de tempo para participar de forma voluntária e

atendessem ao acordo de convivência seriam bem-vindas. Isso significa que
este foi um projeto desenvolvido por pessoas voluntárias.
566
Outro importante destaque foi a participação com apropriação das pessoas

que contribuíram para a elaboração do processo prospectivo. Isso foi possível
com a utilização de dinâmicas que propiciaram a apropriação e criaram uma
integração entre os participantes que os motivou a integrar-se e contribuir para
o processo. Deve-se destacar que, na definição do logo, houve a participação
das pessoas que integraram o processo.
Na elaboração deste processo prospectivo, o grande desafio foi a descri-
or
ção das variáveis, porque a maioria dos participantes não tinha o hábito de
od V
escrever, principalmente, artigos científicos, que obedecem a normas espe-
aut
cíficas. Como esse trabalho foi voluntário, a participação de especialistas foi
mínima. O trabalho de descrição das variáveis foi mais orgânico do que cien-
tífico, mas não perdeu sua qualidade e está muito mais próximo da realidade
R
do que uma visão com base em modelos que podem encontrar dificuldade de
serem implementados por não estarem próximos da realidade ou, ainda, neste
o
caso, as pessoas não estarem preparadas.
aC

Diante dessa realidade, nota-se que a variável mais motriz foi a Sociedade
Brasileira, que mostrou que nossa sociedade não está habituada ao trabalho
coletivo, pois está habituada ao individualismo e à famosa atitude de “levar
vantagem” em tudo de forma individual. Daí verifica-se que a segunda variável
visã
motriz foi a Cultura da Corrupção. Tendo como fundamento a cultura de levar
vantagem, o pensamento individual e muito raramente o coletivo. A Tabela 6
e a Figura 21 mostram essa identificação da importância dessas variáveis no
itor
desenvolvimento do país.
a re
Percebem-se essas atitudes até num estacionamento, se alguém chegou

primeiro, mas demorar na manobra do veículo, outro pega sua vaga. Há outras
atitudes que demonstram a falta de coletividade, num condomínio, por exem-
plo, poucos participam do processo de gestão, mas ficam na posição cômoda
par
de criticar quem faz algo.

Essas duas variáveis, apesar de terem grande influência sobre as demais,
Ed
têm uma grande influência entre si. Por esse motivo, a ação “Avaliar e desen-
volver a Formação Cidadã para a Apropriação pela Sociedade dos rumos
do Brasil” apareceu em diversas variáveis, caso se deseje tornar realidade a
ão
hipótese definida como parte do “Brasil que queremos”.

Isso mostra que deverá haver um trabalho muito intenso dos integrantes
da sociedade que tiveram essa percepção. Será importante desenvolver uma
s
cultura de valores em prol do trabalho coletivo, caso contrário será muito

ver
difícil construir uma visão estratégica do futuro do Brasil para tornar-se

desenvolvido e que vise ao Bem Comum para a coletividade e ao bem-estar
do indivíduo.
Em terceiro lugar, aparece a variável “Engajamento político e interesse

pelo bem público”, cujas ações definidas dependem do sucesso da primeira
ação de avaliar e desenvolver a Formação Cidadã, porque são ações para
mobilização da sociedade, como “Reforma Política com foco na Melhoria da
Representação da Sociedade” e “Implementar Controladoria com participação
da sociedade”. As ações de mobilização são importantes depois que a forma-
ção cidadã da sociedade estiver consolidada e poderão atender à hipótese que
or
ajudará a construir o “Brasil que queremos”: “Maior engajamento político e
od V
representatividade de todos os setores da sociedade nas decisões sobre o uso
aut
dos bens públicos, com foco no seu valor para o coletivo e seu uso de forma
ética. Introdução dessa temática em todos os níveis da educação formal”.
A sequência da motricidade das variáveis e o encadeamento das respec-
R
tivas hipóteses que propiciaram a construção da visão estratégica do futuro
do “Brasil que queremos”, deverá exigir uma mudança de atitude de nossa
o
sociedade, cujos valores deverão ser canalizados para o Bem Comum e como
aC
consequência promover as rupturas necessárias, isto é, pensar fora caixa, de

forma diferente, inovar, para que o Brasil possa se desenvolver e tonar-se a
nação que tanto desejamos.
Portanto, após a leitura e análise da PARTE 1, é possível constatar a
visã
combinação de hipóteses que, encadeadas, construíram a visão estratégica do
futuro do “Brasil que queremos” com a definição das ações que devem ser
implementadas para que o objetivo definido seja alcançado em 2035. Caso
itor
contrário, haverá dificuldades para planejar a construção da visão estratégica

a re
do Brasil para tornar-se um país desenvolvido em 2100.

Dessa forma, torna-se importante a sociedade brasileira estar mobilizada
e, para isso, é necessário sensibilizá-la e conscientizá-la de que necessita
assumir o protagonismo do desenvolvimento do país, que na estrutura de
par
governança do país ela esteja realmente representada. Essa situação deverá

ser bem diferente da situação atual.
Ed
Para que as ações possam ser implementadas, é necessário o desenvol-

vimento de uma rede com a finalidade de disseminar a Formação Cidadã,
principalmente, no seio da família e, ao mesmo tempo, na educação formal,
ão
nas escolas.
s
ver
568
REFERÊNCIAS
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html>. Acesso em: 20 out. 2017.
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appliqué de la méthode MACTOR. Cahier du Lipsor, Paris, nº 17, mai 2004.
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par
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s
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Planning, v. 15, n. 2, 1982.
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od V
o terceiro setor. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO
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futuro emergente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
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aC
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visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
R
ANEXOS
visã
od V
o aut
or
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ANEXO A
ORIENTAÇÃO DA ELABORAÇÃO
DAS OFICINAS PARA
or
VARREDURA DO AMBIENTE
od V
aut
Oficina I (1ª. parte)
R
de "ideias identificadas" ou “caça às ideias”
Algumas ideias identificadas, fundamentadas ou não, são geralmente admitidas sem que seja necessário argumentar ou justificá-las.
• Exemplos: “Efeito Estufa”; “Uso ou não uso de agrotóxico”; “Desenvolvimento Sustentável é um problema do governo”, “Nas regiões da
o
Amazônia só há desmatamento”.
 Listar as ideias identificadas e os consensos dominantes que circulam no âmbito (exemplo:) do Desenvolvimento Brasil 2035, seu ambiente
hoje e no futuro.
•
aC
Durante 15 a 20 minutos, cada participante estabelece em silêncio e por escrito a lista de ideias.
• Todas essas ideias são em seguida recolhidas e organizadas por meio de várias rodadas entre os participantes. O grupo obterá,
assim, as ideias.
 Hierarquizar essas ideias em função da importância de seu impacto sobre os comportamentos e estratégias futuras dos atores
Votação baseada no critério de importância

• Número total de fatores dividido por 2, que resultará na quantidade pontos a ser distribuída pela quantidade de fatores escolhida por
participante. Para encontrar a quantidade de fatores, o resultado obtido na divisão por 2 deverá ser dividido por 3, o resultado é a
visã
quantidade de fatores a ser escolhida por participante. Portanto, a quantidade de pontos deverá ser distribuída pela quantidade de
fatores, obedecendo ao critério abaixo.
• O número de pontos a ser atribuído a um item deverá situar-se entre l e 4:
1 - impacto fraco ou limitado
2 - impacto sensível
3 - impacto forte
4 - impacto crítico
itor
 Identificar as consequências dessas ideias

As principais ideias identificadas e consensos dominantes identificados na etapa 2 estão posicionados sobre um plano cujos eixos
a re
medem sua importância (ordenada) e seu impacto (abcissa) (negativo/freio ou positivo/motor) sobre o Desenvolvimento Brasil 2035.
O posicionamento desses fatores no Plano: importância x impactos, apresentado a seguir, deve se lido de maneira sistêmica
(posição relativa de cada ideia identificada em relação às outras).
Importância
Importância das das
idéias identificadas
idéias identificadas
Forte
Forte
par
Fraco
Fraco
Negativo/ Freio
Negativo / Freio Positivo//m
Positivo otor
motor
Ed
Impacto
Impacto sobreooBRASIL
sobre BRASILee ooDesenvolvimentoSustentáv
Desenvolvimento el
Sustentável
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Oficina I (2ª. parte)
das "ideias identificadas" ... às Ações
 Analisar o conteúdo das principais ideias identificadas
• Nesta etapa é avaliada a credibilidade das principais ideias anteriormente identificadas.
ão
• Essas ideias identificadas podem ser consideradas, ao menos parcialmente, como fundamentadas? Para responder a esta questão,
é necessário identificar os argumentos que fundamentam ou não fundamentam cada uma das principais ideias identificadas:
• Durante 15 a 20 minutos, cada participante responde à pergunta em silêncio e identifica os argumentos que fundamentam
ou não fundamentam cada uma das principais ideias identificadas.
•
s
O grupo de trabalho, em conjunto, identifica os argumentos que fundamentam ou não fundamentam cada uma das principais
ideias identificadas. Elabora a síntese e as lições aprendidas, assim como as ações para pôr em prática.
1ª. Ideia (em grupo)
ver
Argumento a favor Argumento contra

• •
• •
Síntese e Lições Aprendidas:
Ações para pôr em prática
 Tirar as lições desta análise e propor de 5 a 10 ações concretas para as ideias principais.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
GODET, M. Manuel de prospective stratégique, tome 2: L’art et la méthode. Paris: Dunod, 2001.
GODET, M.; BASSALER, N.; MONTI, R.; RICHOU, S. Trames des Ateliers de Prospective. Conservatoire National des Arts et Métiers – LIPSOR.
Disponível em: http://www.laprospective.fr/dyn/francais/conferences/pdf/5atelier.pdf. Acesso em: 09 nov.2009.
BASSALER, N. Oficinas, Exercício de aplicação parcial da prospectiva: Desenvolvimento do Estado de Goiás para 2030. Faculdades Alfa, Goiânia, nov.
2009. Disponível em : http://www.idsust.com.br/emailmkt/4_1_OFICINAS_02_01_2010.pdf. Acessado em: 10/01/2010.
574
Oficina II (1ª. parte) Das Mudanças ... às Ações

Antecipar os Fatores de Mudanças e/ou Rupturas
 Listar os fatores de mudanças de qualquer natureza (regulamentação, econômica, social, cultural, tecnológica, meio ambiente, demográfica,
política e outras), de qualquer ordem (externa, interna), pressentidas, almejadas ou temidas (exemplo:) para o Desenvolvimento Brasil
2035, seu ambiente hoje e no futuro.
• Durante 15 aq 20 minutos, cada participante estabelece em silêncio e por escrito a lista de mudanças e/ou rupturas
tecnológicas, econômicas, políticas, culturais, sociais, organizacionais, regulamentações, etc., que vão marcar o futuro do
Desenvolvimento Brasil 2035, seu ambiente hoje e no futuro (mudanças pressentidas, desejáveis e temidas por cada um).
• Todos esses fatores são em seguida recolhidos e organizados por meio de várias rodadas entre os participantes. O grupo
or
obterá, assim, os fatores de mudanças prováveis de impactar o Desenvolvimento Brasil 2035, seu ambiente hoje e no futuro.
 Hierarquizar essas mudanças em função da importância de seu impacto sobre futuro do Desenvolvimento Brasil 2035.
od V
participante. Para encontrar a quantidade de fatores, o resultado obtido na divisão por 2 deverá ser dividido por 3, o resultado é a
aut
• O número de pontos a ser atribuído a um item deverá situar-se entre l e 4:
3 - impacto forte
R
 Avaliar o grau de preparação atual dos atores do desenvolvimento em face das principais mudanças.
• As principais mudanças identificadas na etapa anterior (2) são posicionadas sobre um plano, cujos eixos medem sua importância
o
(ordenada) e o grau de preparação atual dos atores de desenvolvimento (abcissa). O posicionamento desses fatores no Plano:
Importância x Grau de Preparação, apresentado a seguir, deve ser lido de maneira sistêmica (posição relativa de cada mudança
aC
em relação às outras).

• Identificar os atores do desenvolvimento, quando for possível.
Importânciadasdas
Importância
mudanças
mudanças
Forte
Forte
visã
Fraco
Fraco
Fraco
Fraco Forte
Forte
itor
Grau de preparação
Grau atual
de preparação atualdos
dos atores
atores dodo desenvolvimento
desenvolvimento
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
a re
Oficina II (2ª. parte) Das Mudanças ... às Ações

Identificação das Consequências e Proposição de Ações
 Identificar as consequências das principais mudanças e formular as questões principais para o desenvolvimento futuro do
Desenvolvimento Brasil 2035.
• Durante 15 a 20 minutos, cada participante analisa as consequências para cada mudança ou ruptura considerada importante e
identifica as respectivas questões em silêncio.
1ª. mudança crítica (individual)
Consequências 1ª.
par
(individual): 2ª. ....

Questões (individual): 1ª.
2ª.
Ed
• O grupo de trabalho, em conjunto, identifica as consequências e as respectivas questões para cada uma das principais mudanças
e rupturas identificadas.
1ª. mudança crítica (em grupo)
Consequências (em 1ª.
grupo) : 2ª.
ão
.....
Questões (em grupo): 1ª.
2ª.
s
 Propor de 5 a 10 ações concretas para as principais mudanças críticas.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ver
GODET, M.; BASSALER, N.; MONTI, R.; RICHOU, S. Trames des Ateliers de Prospective. Conservatoire National des Arts et Métiers – LIPSOR.
Disponível em: http://www.laprospective.fr/dyn/francais/conferences/pdf/5atelier.pdf. Acessado em: 09/11/2009.
BASSALER, N. Oficinas, Exercício de aplicação parcial da prospectiva: Desenvolvimento do Estado de Goiás para 2030. Faculdades Alfa, Goiânia, nov.
2009. Disponível em: http://www.idsust.com.br/emailmkt/4_1_OFICINAS_02_01_2010.pdf. Acesso em: 10 jan. 2010.
Oficina III (1ª.Parte) De Freios e Inércias ... às Ações

Identificação de "freios e inércias"
 Listar os freios, obstáculos, gargalos, estrangulamentos e inércias de qualquer natureza (regulamentação, econômica, social, cultural,
tecnológica, meio ambiente, demográfica, política e outras), de qualquer ordem (externa, interna) para o Brasil e o Desenvolvimento
Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro.
• Durante 15 a 20 minutos, cada participante estabelece em silêncio e por escrito a lista de freios, obstáculos, gargalos,
estrangulamentos e inércias de qualquer natureza (regulamentação, tecnológicas, econômicas, políticas, culturais, sociais,
organizacionais, etc.) de qualquer ordem (externa, interna), para o Brasil e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e no
futuro.
• Todos esses fatores são em seguida recolhidos e organizados por meio de várias rodadas entre os participantes. O grupo obterá,
assim, os freios e inércias prováveis de impactar o Brasil e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro.
or
 Hierarquizar estes freios e inércias em função da importância de seu impacto sobre futuro do Brasil e o Desenvolvimento Sustentável.
od V
participante. Para encontrar a quantidade de fatores, o resultado obtido na divisão por 2, deverá ser dividido por 3, o resultado é a
aut
• O número de pontos a serem atribuído a um item deverá situar-se entre l e 4:
3 - impacto forte
R
 Avaliar o grau de preparação atual dos atores do desenvolvimento em face das principais mudanças
o
• Os principais freios e inércias identificados na etapa anterior (2) são posicionados sobre um plano, cujos eixos medem sua
importância (ordenada) e o grau de preparação atual dos atores de desenvolvimento (abcissa). O posicionamento desses fatores no
Plano: Importância X Grau de Preparação, apresentado a seguir, deve ser lido de maneira sistêmica (posição relativa de cada freio
aC
ou inércia em relação às outras).
• Identificar os atores do desenvolvimento, quando

q for possível.
p
Importância dos Freios e inércias,
freios e inércias principais desafios
Forte do futuro
visã
Fraco
Fraco Forte
itor
Grau de preparação atual dos atores do desenvolvimento

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
a re
Oficina III (2ª. Parte) De Freios e Inércias ... às Ações

Identificação das Exigências e Proposição de Ações
 Identificar as exigências prévias e condições de sucesso para o desenvolvimento futuro do Brasil e o Desenvolvimento
Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro.Durante 15 a 20 minutos, cada participante analisa as exigências prévias e as
condições de sucesso para cada freio e inércia considerados importantes.
1º. Freio e inércia
Exigências prévias: 1ª.
2ª.
.....
par
Condições de sucesso: 1ª.

2ª
…
Ed
• O grupo de trabalho, em conjunto, identifica as exigências prévias e as respectivas condições de sucesso para cada um dos principais freios
e inércias identificados.
1º. Freio e inércia
Exigências prévias: 1ª.
2ª.
.....
ão
Condições de sucesso: 1ª.

2ª.
…
 Propor de 5 a 10 ações concretas para os principais freios e inércias.--------------------------------------------------------------------------------------------

s
-----------------------------------------------------------------------
ver
GODET, M.; BASSALER, N.; MONTI, R.; RICHOU, S. Trames des Ateliers de Prospective. Conservatoire National des Arts et Métiers – LIPSOR. Disponível
em: http://www.laprospective.fr/dyn/francais/conferences/pdf/5atelier.pdf. Acesso em: 09 nov. 2009.
BASSALER, N. Oficinas, Exercício de aplicação parcial da prospectiva: Desenvolvimento do Estado de Goiás para 2030. Faculdades Alfa, Goiânia, nov. 2009.
Disponível em : http://www.idsust.com.br/emailmkt/4_1_OFICINAS_02_01_2010.pdf. Acessado em: 10/01/2010.
576
 Construir a árvore do passado (10 a 20 anos), em seguida construir a árvore do presente, considerando:
• As raízes:
(valores, competências e pessoas, recursos financeiros, recursos tecnológicos, comerciais, produtivos e outros .... adaptados ao Brasil e o
Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro.
• O tronco:
(processo, organização e outros ... adaptados ao Brasil e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro.
• Os ramos:
(linhas de produto – mercado, serviço – mercado e outros ... adaptados ao Brasil e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e
no futuro.
or
od V
aut
Frutos:
•
•
Linhas de produtos
e/ou Serviços
Mercados
R
o
Tronco:
aC
• Execução Futuro

• Organização ?
Raiz:
• Vocação,
• Competência,
• Passado Presente Futuro
visã
Conhecimento
O futuro é incerto, sua análise ajuda a

O passado é único, a sua análise é para entender iden�ficar riscos e oportunidades que surgem
as operações constantes e permanentes do Brasil para o Brasil e o Desenvolvimento Sustentável,
e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente seu ambiente hoje e no futuro definir as
hoje e no futuro, para conhecer melhor a questões e desafios a enfrentar, a fim de
itor
capacidade que �nha de evoluir e enraizar o determinar o seu futuro desejado e integração
projeto do Brasil e o Desenvolvimento no projeto Brasil e o Desenvolvimento
a re
Sustentável, na sua realidade histórica Sustentável. Marc GIGET (1989)2
do Brasil e o Desenvolvimento
Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro
 Preencher a tabela abaixo, primeiro, individualmente, e em seguida por meio das várias rodadas sucessivas.
par
Identificar os Pontos Fracos e

Elementos da Árvore Passado Presente Fortes do Presente em relação ao
Passado
Ramos
Ed
(produtos, serviços – mercados)

Tronco
(processos, organização, parcerias)
Raízes
(competências, pessoas e recursos)
ão
1
GODET, M. Manuel de prospective stratégique, tome 2: L’art et la méthode. Paris: Dunot, 2001.
2
GIGET, M. Arbres technologiques et arbres de compétences. Deux concepts à finalité distinte. Futuribles, nº 137, novembre 1989.
s
ver
 Construir a árvore do futuro (10 a 20 anos ou mais), levando em consideração as mudanças crí�cas iden�ficadas.
Iden�ficar os elementos da árvore impactados (a�vos e vulneráveis)
do Brasil e o Desenvolvimento Sustentável, seu ambiente hoje e no futuro,
do Brasil e o Desenvolvimento Sustentável
or
od V
 Preencher o quadro abaixo, primeiro, individualmente e, em seguida, por meio das várias rodadas sucessivas.
Elementos da Árvore Futuro Iden�ficar as Oportunidades e Ameaças
aut
do Futuro em relação ao Presente
Ramos
(produtos, serviços – mercados)
Tronco
(processos, organização, parcerias)
Raízes
(competências, pessoas e recursos)
R
o
aC
1 GIGET, M. Arbres technologiques et arbres de compétences. Deux concepts à finalité dis�nte. Futuribles, nº 137, novembre 1989.
GODET, M. Manuel de prospec�ve stratégique, tome 2: L’art et la méthode. Paris: Dunot, 2001.
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ANEXO B
ORIENTAÇÕES PARA AS OFICINAS
FORAM AS MESMAS, PARA DEFINIÇÃO
or
DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS
od V
aut
DAS PARTES 2, 3, 4 E 5
R
2 – GOVERNANÇA E GESTÃO
o
aC
3 – EDUCAÇÃO PARA
DESENVOLVIMENTO DA
visã
CULTURA, RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE EM SEGURANÇA
itor
a re
4 – VIVÊNCIA E RESPONSABILIDADE
COLETIVA
par
5 – ECONOMIA, POLÍTICA E
Ed
INFRAESTRUTURA
ão
s
ver
580
Oficina:
Definição das Ações para possibilitar atingir as hipóteses que fazem parte da construção do Brasil que queremos
Objetivo: Definir as ações que possibilitarão a construção do cenário global do Brasil que queremos, e analisar as ações a serem definidas para o Brasil
que NÃO queremos, com a finalidade de, após definir as ações de mitigação, possibilitar a construção do cenário do Brasil que queremos
1. Análise das ações definidas para verificar se os participantes estão de acordo ou se há necessidade de definir outras ações
1.1 Durante 10 a 15 minutos, cada participante, de cada tema, analisa em silêncio as ações definidas para as respectivas hipóteses dos fatores-chave para
atingirem o Brasil que queremos. Caso o participante ache necessário definir alguma ação para completar as ações que vão tornar realidade o
Brasil que queremos, ele deverá escrever no post-it.
or
Depois do tempo esgotado, essas ações são recolhidas e organizadas por meio de várias rodadas entre os participantes. Éncerra-se essa atividade
quando não houver mais ações a serem definidas. Lembrar, que cada participante que escreveu uma ação vai à frente, diz seu nome e lê somente
o que escreveu, não deve utilizar mais tempo, conforme acordo de convivência.
od V
Em conjunto e com respeito entre os participantes, deve-se analisar as ações definidas e verificar se, realmente, respondem a questão: “O que é
necessário para que a hipótese definida se torne realidade?”.
aut
Se as ações definidas responderem a questão, significa que se esgotaram as possíveis definições de ações para a hipótese em questão. Portanto,
está encerrada esta atividade, que se refere às ações já definidas.
1,2 O mesmo procedimento foi utilizado para as ações definidas para as respectivas hipóteses dos fatores-chave atingirem o Brasil que NÃO queremos.
Este é um processo difícil, porque sempre se quer atingir o que é “bom”, não o que é “ruim”. Esta reflexão se torna importante para, após, verificar-se
R
que ações devem ser definidas, no cenário do Brasil que queremos, para mitigar essas ações que não queremos.
Caso o participante ache necessário definir alguma ação, escreve no post-it. Depois do tempo finalizado, essas ações são recolhidas e organizadas
por meio de várias rodadas entre os participantes.
o
1.3 Após a definição das ações para ocorrer a hipótese do fator-chave para o Brasil que NÃO queremos, volta-se a analisar as ações do Brasil que
queremos para verificar se há ou não necessidade de definir alguma ação, ou ações, para mitigar as ações definidas para o Brasil que NÃO
queremos. Conforme a necessidade, procedeu-se da mesma forma, os participantes escreveram no post-it e utilizaram procedimento similar ao
aC
anteriormente explicado.

2. Início do processo para definição das ações para atingir as hipóteses do cenário do Brasil que queremos (esse procedimento deve seguir a mesma
sequência)
2.1. Ler as hipóteses que necessidam das ações para serem atingidas, formulando a pergunta: “O que é necessário para que a hipótese definida
se torne realidade?”. Durante cinco minutos, cada participante, de cada tema, analisa as possíveis ações que respondem a pergunta para a
hipótese em questão.
visã
Cada participante escreveu no post-it a ação ou ações, em silêncio, sem discutir com o colega ao lado. Essas ações devem propiciar que a hipótese
seja atingida e vão tornar realidade o Brasil que queremos.
Depois do tempo esgotado, essas ações são recolhidas e organizadas por meio de várias rodadas entre os participantes. É encerrada esta atividade
quando não houver mais ações a serem definidas. Lembrar que cada participante que escreveu uma ação vai à frente, diz seu nome e lê somente
2.2. O mesmo procedimento foi utilizado para as ações definidas para a respectiva hipótese do fator-chave atingir o Brasil que NÃO queremos. Este
itor
é um processo difícil, como já discutido anteriormente.

Durante cinco minutos, cada participante, de cada tema, analisa as possíveis ações que respondem a pergunta para a hipótese em questão.
a re
Cada participante escreveu no post-it a ação ou ações, em silêncio, sem discutir com o colega ao lado. Essas ações devem propiciar que a hipótese
seja atingida e vão tornar realidade o Brasil que NÃO queremos.
Depois do tempo esgotado, essas ações são recolhidas e organizadas por meio de várias rodadas entre os participantes. É encerrada essa atividade
quando não houver mais ações a serem definidas. Lembrar que cada participante que escreveu uma ação vai à frente, diz seu nome e lê somente
2.3. Após a definição das ações para ocorrer a hipótese do fator-chave para o Brasil que NÃO queremos, volta-se a analisar as ações do Brasil que
queremos e verificar se há ou não necessidade de definir alguma ação ou ações para mitigar as ações definidas para o Brasil que NÃO queremos.
Conforme a necessidade, procedeu-se da mesma forma, os participantes escreveram no post-it e utilizaram procedimento similar ao anteriormente
par
explicado.
3. Os procedimentos do item 2 devem ser repetidos para as hipóteses dos fatores-chave seguintes, enquanto houver tempo
Ed
4. Não houve tempo para finalizar as ações para todas as hipóteses dos fatores-chave, seja do cenário do Brasil que queremos, seja do cenário
do Brasil que NÃO queremos.
A seguir serão apresentados os resultados de cada oficina, em planilha do software Roadmapping, de Albright Strategy Group (2012), por tema.
Cada tema contém as ações para o cenário Brasil que queremos e as ações para o cenário do Brasil que NÃO queremos.
s ão
ver
ANEXO C
ELABORAÇÃO DO PROJECT CANVAS1 PARA A AÇÃO
or
od V
“Avaliar e desenvolver a formação cidadã para apropriação pela sociedade dos rumos do Brasil”
aut
PROJECT CANVAS: Avaliar e desenvolver a Formação Cidadã 2018
R
JUSTIFICATIVAS PRODUTO STAKEHOLDERS – Fatores Externos PREMISSAS RISCOS
o
• Família informada e consciente.
aC
• Delegacias de ensino estaduais e municipais.
• Promover o desenvolvimento no território com • Desenvolvimento da organização em rede.
• Líderes locais e regionais. • Descontinuidade da governança.
apropriação da sociedade • Formar lideranças cidadãs. • Conscientização da família.
• Financiadores. • Ser identificado como projeto político.

• Conscientizar a sociedade dos seus direitos e • Formar gestores públicos e privados. • Divulgação e comunicação.
• Poderes locais e regionais – Institucionais e • Desvio de finalidade.
deveres. • Formar multiplicadores. • Ser apartidário.
constituídos. • Não ter recursos.
visã
• Formar líderes no exercícido da cidadania. • Formar cidadão- mirim. • Aproximar-se do público-alvo.
• Organizações do 1o., 2o. e 3o. setor. • Não ter adesão e participação.
• Engajar os jovens nas questões sociais. • Formar cidadão jovem. • Atores locais serem sensibilizados.
• NAP – PLP, da FEA-USP USP. • Regulação limitadora e restritiva.
• Necessidade da formação cidadã. na sociedade. • Formar cidadão adulto.
• Meios de comunicação.
• Igrejas.
itor
OBJETIVOS REQUISITOS EQUIPE Grupo de ENTREGAS LINHA DO TEMPO
a re
• Vereador-mirim.
• Promover o bem-estar coletivo. • Pessoas com capacidade de planejar e gerir. • Ter a criação de um organismo e o jovem como
• Promover competências (conhecimento, habilidade, • Profissionais capacitados para fazer projetos • Membros do NAP PLP, da FEA USP.
agentes trasnformadores
atitude) para mobilização e ação da sociedade. PPP para a Escola. • Pessoas voluntárias.
• Cidadãos capacitados para ação política. • Ter a Associação em Operação.
• Formar gestores conscientes com efetividade. • Demanda local sem perder de vista a questão • Projetos locais: constituição de equipe de gover-
• Cidadãos mais autônomos em relação ao Estado.
• Formar jovens mais conscientes, participativos, com global. nança constituída por representantes locais
• Lideranças coletivas capacitadas para trabalhar
par
apropriação. • Adquirir conhecimentos de abordagens do
mantendo a sociedade mobilizada.
desenvolvimento do bem-estar.
BENEFICIOS (Futuro) RESTRIÇÕES CUSTOS
• Tranparência de todo o processo.
Ed
• Sociedade consciente, moblizada, autônoma e • Infraestrutura física e recursos. • Falta de confiança e crença no resultado.
participativa, focada no bem-estar coletivo com • Estrutura para captação de recursos. • Falta de recursos.
• Equipe multidisciplinar. • Necessita efetuar o orçamento.
princípios sistentáveis e éticos sólidos abarcando • Falta de pessoas qualificadas.
ão
as diversidades culturais, regionais e territoriais. • Equipe qualificada e comprometida.
• Culturais, comodismo sem incentivo.
s
ver
1 MENEZES, L. C. de M. Gestão de Projetos. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2009

ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ANEXO D
IMAGEM DO PROJETO RESOLUÇÃO
06/2017 – RIBEIRÃO BRANCO1 -SP
or
E O PROJECT CANVAS2 DA
od V
aut
ESCOLA LEGISLATIVA
R
o
aC
visã
itor
a re
par
Ed
s ão
ver
1 Ribeirão Branco SP – Projeto de Resolução 06/2017 da Poder Legislativo do Município de Ribeirão

Branco. Disponível em: <https://www.camararb.sp.gov.br/camara/proposicao/Projeto-de-Resolu-
cao/2017/1/0/455#lista_texto_proposicao>. Acesso em: 30 jul. 2019.
2 Project CANVAS- MENEZES, L. C. de M. Gestão de Projetos. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2009.
584
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035, O PAÍS QUE QUEREMOS 585
PROJECT CANVAS: ESCOLA LEGISTALATIVA DE RIBEIRÃO BRANCO-SP – Ribeirão Branco, 12 de janeiro de 2018
JUSTIFICATIVAS PRODUTO STAKEHOLDERS – Fatores Externos PREMISSAS RISCOS
• Falta de ações necessárias
para sensibilizar, conscientizar e
• Integração e aproximação entre o Legislativo e a
mobilizar
comunidade
• Falta de participação e estímulo
• Cursos que atendam à demanda local • Comunidade e associações diversas Universida-
• Não ter recursos no médio e longo
• Qualificação do eleitorado e dos candidatos e gestores des, ONGs, sindicatos, associações, movimen- • Comprometimento direto dos
prazo
• Socialização das ideias tos sociais atores
• Governantes futuros não abraçarem
• Encontro do conhecimento e do querer. • Associação de Moradores, empresas parceiras, • Conscientização da família
• Desenvolver visão crítica a causa, ou não darem a devida
• Oficinas de sensibilização. diretores de ensino • Conselho com ampla
• Os jovens não se envolvem em questões sociais atenção
• Aproximação da escola – poder legislativo e comunidade • Participação das igrejas, pois têm grande relação representatividade
• Exigem os direitos – esquecem-se dos deveres • Uso pessoal ou distorção do
• Produção de conhecimento sobre o Poder Legislativo (for- com a sociedade • Diversidade
objetivo,
mação política e de educação para a cidadania) • Poder Executivo • Não ser partidário
• desmotivação
• Mais agentes de desenvolvimento • Rede municipal de ensino, estadual e associa- • Aproximar-se do público-alvo
• Rede de ensino não fazer adesão
• Abertura que vai ser apresentada para aperfeiçoamento e ções, comunidades • Divulgação, rádio comunitária
• Falta de comprometimento e
o conhecimento. • Meios de comunicação, como rádio.
comodismo
• Qualificação profissional
• Falta de divulgação – falta de sensi-
bilização, não haverá mobilização
OBJETIVOS (SMART) REQUISITOS LINHA DO TEMPO
EQUIPE GRUPO DE ENTREGAS
• Incentivar o protagonismo juvenil
• Fortalecer a cidadania e modificar o pensamento, • Conselho Deliberativo: composto pela sociedade
• Gestores conscientes e eficientes • Demanda local sem perder de vista a questão global (a ser criado)
• Difundir/Inserir uma nova cultura político-administrativa • Projeto criação de novas salas de aula e nova disciplina • Presidente do Grêmio da EE Luiz
cidadã para alunos e também fornecimento de materiais • Jose, aluna Laura (1o. E médio) • Vereador-mirim (5º ao 9º)
• Escolas estaduais, municipais, grêmios estu- • Vereador Jovem • Vereador-mirim 30/04 (eleição
• Promover o conhecimento • Equipe qualificada e comprometida com o objetivo a ser
dantis, sindicatos, igrejas • Mulheres promotoras sociais – posse)
• Formação politica e cidadã alcançado
• Representante das mulheres (MPS) • Conselho até 30/05
• Criação de novos geradores para uma boa política • Planejamento das ações
• Membros do Conselho Tutelar e Conselho da • Trabalho coletivo • Vereador Jovem P.L. 30/08
no País. • Não perder o foco, revisitar o planejamento sempre
Criança e do Adolescente (indicação) • Projetos de alternativas de renda • Mulheres promotoras sociais P.L.
• Formar jovens mais conscientes e participativos • Instrumento permanente de construção de projetos novos
• Garantir paridade para homens e mulheres 30/08
dentro da sociedade • União dos envolvidos em torno dos objetivos
• Formar cidadão com conhecimento crítico e demo- • Estrutura fisíca profissional adequada para consecução • Equipe com CD, Ministério Publico de Contas • Formação de formadores (forma-
crático e com boas tomadas de decisão. de seus objetivos • Equipe Interna: ção constante)
• Propiciar momentos de debates e discussão entre • Dr Gabriel
jovens • Jairo (chefe)
• Meire (coordenadora)
BENEFICIOS (Futuro) RESTRIÇÕES CUSTOS
• Desenvolvimento da sociedade como um todo

• Comunidade agente de sua história e desenvolvimento
• Cidadão ciente dos direitos e deveres para uma política
democrática
• Cidadãos coscientes com autonomia para contribuir
para o desenvolvimento
• Formação de uma sociedade mais consciente e
• Falta de recurso financeiro
participativa
• Cultural, Comodismo, sem incentivo
• Ensinar, capacitar • 60 horas/mês da coordenação
• Falta de pessoal capacitado
• Aluno capacitado
• Adequação projeto à resolução – Ministério Público.
• Adulto consciente
• Cidadão proativo
• Sociedade sólida
• Formação
• Buscar conhecimento
• Jovens mais capacitados para um País melhor com
consciência, sobre seu futuro e sociedade..
ver
Ed
s ão itor
par aC
a re
visã R
od V
o aut
or
ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ABC – Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul
ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
or
a.C. – Antes de Cristo
od V
Arena – Aliança Renovadora Nacional
aut
Arpa – Áreas Protegidas da Amazônia
B2B – Business to Business
R
B2B2C – Business to Business to Consumer
BCB – Banco Central do Brasil
BID – Base Industrial de Defesa
o
BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
aC
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Bope – Batalhão de Operações Policiais Especiais
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

visã
CAD Único – Cadastro Único das Famílias
CAR – Cadastro Ambiental Rural
CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Cesb – Companhia Estadual de Saneamento Básico
itor
CF – Constituição Federal
a re
CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CNDI – Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial
CNDI – Conselho Nacional dos Direitos do Idoso
par
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CNPTIA – Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para
Ed
Agricultura Cobap – Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas

COE – Comando de Operações Especiais
Cofins – Contribuição sobre Financiamento da Seguridade Social
ão
Concar – Comissão Nacional de Cartografia

COP 21 – 21ª Conferência das Partes
s
CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil

ver
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CSN – Companhia Siderúrgica Nacional
DBDG – Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais
d.C. – Depois de Cristo
DEED – Diretoria de Estudos Educacionais
DL – Decreto-lei
DPI – Divisão de Processamento de Imagens
588
EC – Emenda Constitucional
EJA – Educação de Jovens e Adultos
EM – Ensino Médio
Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
END – Estratégia Nacional de Defesa
Enint – Estratégia Nacional de Inteligência
ESG – Escola Superior de Guerra
or
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
od V
Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
aut
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
R
Fies – Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior
Finep – Financiadora de Estudos e Projetos
o
FMI – Fundo Monetário Internacional
FNM – Fábrica Nacional de Motores
aC

Gate – Grupo de Ações Táticas Especiais
Geotec – Geotecnologias, Educação e Contemporaneidade
GLO – Garantia da Lei e da Ordem
visã
i3Geo – Interface Integrada para Internet de Ferramentas de Geoprocessamento
IAP – Institutos de Aposentadorias e Pensões
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
itor
Renováveis
a re
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transportes Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
par
Ifet – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

IG – Informações Geoespaciais
Ed
IGF – Imposto Sobre Grandes Fortunas

Inaf – Indicador de Analfabetismo Funcional
ão
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

Inde – Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais
Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
s
Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

ver
INPS – Instituto Nacional de Previdência Social

IoT – Internet of Things
IPC – Instituto de Previdência dos Congressistas
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU – Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana
IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
ISS – Imposto sobre Serviços
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação
or
IVA – Imposto sobre Valor Agregado
od V
LDB – Diretrizes e Bases da Educação
aut
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei de Orçamentos Anuais
R
LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social
MCTIC –Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
o
MDB – Movimento Democrático Brasileiro
MDIC – Ministério da Indústria Comércio Exterior e Serviços
aC
MEC – Ministério de Educação

MEI – Microempreendedor Individual
MND – Mapoteca Nacional Digital MP –Medida Provisória
visã
MP – Ministério Público
MPDF – Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
MPF – Ministério Público Federal
itor
MPM – Ministério Público Militar

a re
MPT – Ministério Público do Trabalho

MTPS – Ministério do Trabalho e Previdência Social
O&G – Óleo e Gás
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OMC – Organização Mundial do Comércio
par
ONG – Organização Não Governamental

ONU – Organização das Nações Unidas
Ed
Onudi – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte
ão
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

P2P – peer-to-peer
PAD – Programa Água Doce
s
PAS – Pesquisa Anual de Serviços

ver
PD&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PDP – Plano Desenvolvimento Produtivo
PE – Private Equity
PEC – Proposta de Emenda Constitucional
PIB – Produto Interno Bruto
590
Pibid – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

PIS – Programa de Integração Social
Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
PITCE – Política Industrial, Tecnológica e Comercio Exterior
Planasa – Plano Nacional de Saneamento
Plansab – Plano Nacional de Saneamento Básico
PM – Polícia Militar
or
PMEs – Pequenas e Médias Empresas
od V
PNA – Programa Nacional do Álcool
aut
PNAD – Pesquisa Nacional de Domicílios
PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
R
PND – Política Nacional de Defesa
PNE – Plano Nacional de Educação
o
PNE – Plano Nacional de Educação
PNE – Plano Nacional de Exportação
aC

PNI – Política Nacional de Inteligência
PNID – Política Nacional de Indústria de Defesa
PNMA – Programa Nacional do Meio Ambiente Academia de Saúde
visã
Farmácia Popular
PNOT – Política Nacional de Ordenamento Territorial
PNRH – Plano Nacional de Recursos Hídricos
itor
PPA – Plano Plurianual

a re
Proeja – Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à

Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
Projovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens
Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
par
Protem-CC – Programa Temático Multi-institucional em Ciência da

Computação
Ed
Prouni – Programa Universidade para Todos

PTF – Produtividade Total dos Fatores
ão
Reuni – Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das

Universidades Federais
Promisaes – Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino
s
RGPS – Regime Geral da Previdência Social

ver
RHAE – Recursos Humanos em Áreas Estratégicas

RPPS – Regime Próprio dos Servidores Públicos
SAE – Secretaria de Assuntos Estratégicos
Salte – Saúde, Alimentação, Transporte e Energia
SCT – Sistema Constitucional Tributário
SDP – Secretaria de Desenvolvimento da Produção

Sebrae – Serviços Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
SIG – Sistema de Informações Geográfica
SIG – Sistema Integrado Gerencial
SIPRI – Stockholm International Peace Research Institute
Sisbin – Sistema Brasileiro de Inteligência
Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras
or
Sisutec – Sistema de Seleção Unificada do Ensino Profissional e
od V
Tecnológico
aut
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SPSM – Sistema de Proteção Social das Forças Armadas
R
STF – Supremo Tribunal Federal
STI/MP – Secretaria de Tecnologia da Informação do Ministério do
o
Planejamento
STJ – Superior Tribunal de Justiça
aC
STM – Superior Tribunal Militar

STN – Sistema Tributário Nacional
Susp – Sistema Único de Segurança Pública
visã
Tecgraf - PUC Rio – Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica da
PUC-Rio
Cenpes – Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello
itor
TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação

a re
TRT – Tribunal Regional do Trabalho

TSE – Tribunal Superior Eleitoral
TST – Tribunal Superior do Trabalho
Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
par
UNI – União da Nações Indígenas

Ed
UOL – Universo Online

VC – Venture Capital
WEF – World Economic Forum
ão
WWF – World Wild Life Foundation

s
ver
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Ed
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a re
visã R
od V
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or
SOBRE OS AUTORES
or
Professor Titular da FEA-USP Coordenador-geral do NAP-PLP-FEA-USP
od V
Pós-doutoramento na Mancherster Business School – Inglaterra
aut
Fullbright Scholar-in-Residence da Missouri Southern State University – EUA
Diretor da FEA-USP (2014-2018) e Controlador-geral da USP (2018-2020).
R
Ana Maria Antunes
Professora de Português e Literatura; Especialização em Literatura Brasileira
o
e Portuguesa; Mestranda em Políticas e Administração da Educação.
aC
Ana Victória Vieira Martins Monteiro
Mestre em Geografia (Unesp); Pesquisador científico (IEA). Experiência de

pesquisa em desenvolvimento e agricultura. Tem interesse em metodologias
visã
participativas, políticas públicas, agricultura familiar e questões socioeconô-
micas e ambientais.
itor

a re
Profissional da área de tecnologia da informação, experiência em projetos

de transformação digital. Formado em Matemática pela Fundação Santo
André e em Administração e Marketing pela Fundação Escola de Negócios
Álvares Penteado.
par

Especialista em processos prospectivos estratégicos e regionais, mestre, doutor
Ed
e pós-doutorando pela FEA-USP e Coordenador de Projetos do NAP-PLP, da

FEA-USP. Foi presidente da Diretoria da Eternit. presidente de Conselho de
ão
Administração da Wagner. Diretor de várias organizações.

s
Mestre em Tecnologias de Espaçonaves e Comunicação por Satélites pela

ver
University College London, tem mais de 25 anos de experiência no mercado

internacional de alta tecnologia. Tem dedicado os últimos quatro anos a ener-
gias renováveis, sustentabilidade e ao terceiro setor.

Engenheira elétrica, EPUSP; MBA, BSP; experiência em grandes e médias
empresas nacionais e internacionais; atualmente é membro de board de
594
empresas, diretora de Negócios da CK Counseling & Knowledge, fundadora

e diretora do Instituto Prospectiva – Inspro e membro do CRA-SP.

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2007). Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Tem experiência na
área de Direito, com ênfase em Direito Público (Tributário).
or
od V
aut
Oficial general da reserva do Exército, foi assessor da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência, compôs as missões da ONU no Haiti e Angola,
foi membro da Cooperação Militar Brasileira no Paraguai e instrutor da Escola
R
de Comando e Estado-Maior do Exército.
o
aC
Geólogo.

Atividades atuais: Avaliação e formulação de políticas públicas.

visã
Pós-Doutorado (FEA/USP), Doutorado em Energia (IEE/USP), Mestrado em
Administração de Empresas (COPPEAD/UFRJ) e Graduação em Adminis-
tração de Empresas (EBAPE/FGV). Professor de Contabilidade, Finanças e
itor
Empreendedorismo em cursos de Pós-Graduação.

a re

Professor de Física efetivo formado pelo IFUSP. Trabalhou no IPT. Graduando
em Administração (Unifesp). Pós-Graduação em Tópicos de Estatística (IME-
USP) e Pós-graduando em Gestão da Educação Pública (Unifesp). Membro
par
do GEPC do CRA-SP. Membro fundador do Inspro.

Ed
Hercules Antonio do Prado

É docente do Mestrado em Gestão, Tecnologia e Inovação da Universidade
ão
Católica de Brasília, atua nas áreas de Sistemas Baseados em Conhecimento,

Aprendizagem Organizacional e Planejamento Estratégico. Sua formação, da
graduação ao doutorado, é na área de Informática.
s
ver

Pós-graduado em mídia pela ECA-USP, com mais de dez anos de experiência
em comunicação e engajamento com pessoas via internet, rádio, TV e mídias
sociais. Pesquisador nas áreas de tecnologia e desenvolvimento humano.
Cofundador da escola de inglês Colab English.

Conselheiro do CMDCA São Paulo-SP, foi Conselheiro Condeca-SP. Espe-
cialista em criança e adolescente. Participou de projetos sociais. Contribuiu
no Projeto Conexão de Saberes-Mineração (UFMG). Pedagogo, experiente
em movimentos sociais e em andragogia.
or
Geólogo. Mestrado em geoquímica. Doutorado em Geologia Estrutural. Foi
od V
professor da UFRR. Atualmente é Analista de Infraestrutura do Ministério
aut
da Economia.
R
Socióloga, mestra em Geografia Humana pela USP. Trabalhou como agricul-
tora familiar, foi sindicalista e dirigente executiva da Central Única dos Tra-
o
balhadores (CUT-SP), também foi secretária de Administração da Prefeitura
aC
de Ribeirão Branco-SP.

Administradora de Empresas, registrada no CRA-SP sob nº. 116061. Diretora
visã
da MICR-Consultoria e Treinamento Empresarial Ltda. Conselheira consultiva
e fiscal da ABRH-SP.
itor

a re
Psicóloga, mestre em Administração e Valores Humanos, especialista em Ges-

tão de Pessoas, docente universitária, coordenadora do Programa de Desen-
volvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS) no estado de São Paulo,
consultora sistêmica pessoal e organizacional.
par
Matheus Spada Zati

Ed
Mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo.

Nascido em 1988, criado na periferia de São Paulo. Pesquisador do Patrimô-
nio Cultural e da Etnologia Indígena. Consultor na 5050com, com foco em
ão
Patrimônio Cultural, Pesquisa Socioambiental e Design.

s
Especialista em Redes Digitais, Terceiro Setor e Sustentabilidade pela ECA

ver
– USP, Mestre em Educação, Artes e História da Cultura pelo Mackenzie,

formação em Lideranças para a Nova Economia pela Sorbonne Paris e con-
sultora pedagógica da Unesco.
596

Doutora em Política Científica e Tecnológica, pesquisador científico do Insti-
tuto de Economia Agrícola (IEA), docente do Programa de Pós-graduação do
Instituto Biológico (IB). Interesse em gestão de C, T&I, avaliação tecnológica
e de políticas públicas, sistemas agroindustriais.
Roberto Goldstajn
or
Advogado atuante no segmento jurídico empresarial há mais de 20 anos em
od V
empresas multinacionais e nacionais. Experiência na formulação de estraté-
aut
gias e criação de práticas de engajamento junto aos diversos atores sociais.
R
Engenheiro químico (USP, Lorena-SP), Tecnólogo em Comunicação Insti-
tucional (Faculdade Sumaré), especialização em Processo Prospectivo, em
o
Política, Estratégia e Defesa (ADESG-ESG) e em Metodologia de Ensino
aC
Superior. É executivo nas áreas comercial e de relacionamento.

Doutoranda em Administração na Universidade de São Paulo. Mestre e gra-
visã
duada em Administração pela UFF e especialista em Educação e Tecnologias
pela UFSCar. Professora e pesquisadora na área de educação em negócios/
executiva, educação online e híbrida e métodos ativos.
itor
a re

Participação no projeto Desenvolvimento Brasil 2035, integrante do Grupo
de Excelência em Convergência Tecnológica no Conselho Regional de Admi-
nistração de São Paulo (CRA-SP). Fundadora e dirigente do Instituto Pros-
pectiva Inspro.
par
Ed

Mestre em Ciências – Economia Aplicada pela ESALQ/USP, economista,
pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola. Atua em política
ão
agrícola, desenvolvimento e financiamento rural, sistemas integrados de pro-

dução (ILPF).
s
ver
ver
Ed
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SOBRE O LIVRO
Tiragem: 1000
Formato: 16 x 23 cm
Mancha: 12,3 X 19,3 cm
Tipologia: Times New Roman 11,5/12/16/18
Arial 7,5/8/9
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal Supremo 250 g (capa)

Livro Brasil 2035

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Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão

O PAÍS QUE QUEREMOS

DESENVOLVIMENTO BRASIL 2035:

Elaborado sob a coordenação do Núcleo de

Prazo (NAP-PLP), da FEA-USP,

com a participação de diversos

Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão

1. Brasil – construção 2. Planejamento – longo prazo 3. Sociedade brasileira – apropriação

CDU 81 CDD 370

ESTA OBRA TAMBÉM ENCONTRA-SE DISPONÍVEL EM FORMATO DIGITAL.

Guillermo Arias Beatón (Universidade Mauro Guilherme Pinheiro Koury (UFPB)

Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO) Sonia Maria Ferreira Koehler (UNISAL)

Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)

Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)

Simone Rodrigues Pinto (UNB)

Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)

Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 2: Governança e Gestão ������������������� 39

SOCIEDADE BRASILEIRA ������������������������������������������������������������������������� 43

PODER EXECUTIVO ���������������������������������������������������������������������������������� 51

VALORIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO

PODER LEGISLATIVO �������������������������������������������������������������������������������� 69

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO ������������������������������ 75

REFORMA POLÍTICA, COM SISTEMA POLÍTICO REPRESENTATIVO,

MÍDIA DEMOCRÁTICA E QUALIFICADA ������������������������������������������������ 101

Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão

MAIORIA DA POPULAÇÃO TERÁ ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ������ 141

Clarice Miyaco Okano Kobayashi

SEGURANÇA – VÁRIOS ASPECTOS ����������������������������������������������������� 153

Ana Victoria Vieira Martins Monteiro

BAIXA EFETIVIDADE DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO �������������� 165

INVERSÃO DA PIRÂMIDE INTELECTUAL DO BRASIL ������������������������ 175

VINCULAR A SUSTENTABILIDADE ÀS DEMAIS ÁREAS �������������������� 183

USO SUSTENTÁVEL DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL ��������������������������� 195

PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL (CULTURA) ���������������������������� 205

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 4: Vivência e

COLETIVIDADE E BEM COMUM ������������������������������������������������������������ 231

DE DESENVOLVIMENTO ������������������������������������������������������������������������� 253

SOCIEDADE MENOS DESIGUAL ����������������������������������������������������������� 265

Neuseli Martins Costa

SUPERPOPULAÇÃO NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS �������� 275

REDIMENSIONAR E ORGANIZAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE ���������� 285

Ana Maria Antunes

REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL �������������������������������������������������� 293

Maria Luiza Marques de Abrantes

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO ��������������������������������������������������� 303

Maria Luiza Marques de Abrantes

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 5: Economia,

Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) ��������������������������������������������� 357

SISTEMA DE INFORMAÇÃO TERRITORIAL ACESSÍVEL ������������������� 367

DEFESA NACIONAL E BASE INDUSTRIAL DE DEFESA ��������������������� 377

APOIO E INSTITUIÇÕES VOLTADAS AO EMPREENDEDORISMO ��� 389

Fernando Mario Rodrigues Marques

DIVERSIFICAÇÃO DA PAUTA DE EXPORTAÇÃO E

ORIENTAÇÃO DA ELABORAÇÃO DAS OFICINAS PARA

DEFINIÇÃO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS DAS PARTES 2, 3, 4 E 5 ������ 579

BRANCO -SP E O PROJECT CANVAS DA ESCOLA LEGISLATIVA ��������� 583

ABREVIAÇÕES E SIGLAS������������������������������������������������������������������������ 587

SOBRE OS AUTORES ������������������������������������������������������������������������������ 593

les éléments sont, in fine, transposés en actions de développement. Enfin, un

Sous le double effet d’une concurrence accrue entre territoires et d’une

cipatrice et systémique – pour chercher à comprendre les changements, en

prospective exploratoire débouche ensuite sur l’expression d’enjeux majeurs

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PARTE 2: Governança e Gestão �� 39

SOCIEDADE BRASILEIRA �� 43

PODER EXECUTIVO �� 51

PODER LEGISLATIVO �� 69

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO �� 75

MÍDIA DEMOCRÁTICA E QUALIFICADA �� 101

MAIORIA DA POPULAÇÃO TERÁ ENSINO SUPERIOR NO BRASIL �� 141

SEGURANÇA – VÁRIOS ASPECTOS �� 153

BAIXA EFETIVIDADE DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO �� 165

INVERSÃO DA PIRÂMIDE INTELECTUAL DO BRASIL �� 175

VINCULAR A SUSTENTABILIDADE ÀS DEMAIS ÁREAS �� 183

USO SUSTENTÁVEL DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL �� 195

PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL (CULTURA) �� 205

COLETIVIDADE E BEM COMUM �� 231

DE DESENVOLVIMENTO �� 253

SOCIEDADE MENOS DESIGUAL �� 265

SUPERPOPULAÇÃO NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS �� 275

REDIMENSIONAR E ORGANIZAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE �� 285

REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL �� 293

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO �� 303

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) �� 357

SISTEMA DE INFORMAÇÃO TERRITORIAL ACESSÍVEL �� 367

DEFESA NACIONAL E BASE INDUSTRIAL DE DEFESA �� 377

APOIO E INSTITUIÇÕES VOLTADAS AO EMPREENDEDORISMO �� 389

DEFINIÇÃO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS DAS PARTES 2, 3, 4 E 5 �� 579

BRANCO -SP E O PROJECT CANVAS DA ESCOLA LEGISLATIVA �� 583

ABREVIAÇÕES E SIGLAS�� 587

SOBRE OS AUTORES �� 593