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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
od V
Bibliotecária responsável: Luzenira Alves dos Santos CRB9/1506
aut
P974
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Psicologia, história cultural e governamentalidades: racismo, etnicidade, gênero, sexualidades e corpos
/ Flávia Cristina Silveira Lemos, Dolores Galindo, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, Aluísio Ferreira de Lima,
João Paulo Pereira Barros, Áurea Gianna Azevedo Nobre, Maria Luiza Lemos Azevedo, Antônio Soares
o
Júnior, José Augusto Lopes da Silva, Alanna Caroline Gadelha Alves, Helena Carollyne da Silva Souza,
Anderson Reis de Oliveira, Melina Navegantes Alves, Ataualpa Maciel Sampaio, Marcelo Moraes Moreira,
aC
Oberdan da Silva Medeiros, Larissa Azevedo Mendes, Patrícia do Socorro Magalhães Franco do Espírito
Santo (organizadores) – Curitiba : CRV, 2020.
788 p. (Coleção: Transversalidade e Criação - Ética, Estética e Política. v. 11)
1. Psicologia 2. Psicologia social 3. Psicologia política 4 Ciências sociais I. Lemos, Flávia C. S. org. II.
a re
Galindo, Dolores. org. III. Bicalho, Pedro P. G. de. org. IV. Lima, Aluísio F. de. org. V. Barros, João P. P. org. VI.
Nobre, Áurea G. A. org. VII. Azevedo, Maria L. L. org. VIII. Júnior, Antônio S. org. IX. Silva, José A. L. da. org.
X. Alves, Alanna C. G. org. XI. Souza, Helena C. da S. org. XII. Oliveira, Anderson R. de. org. XIII. Alves, Melina
N. org. XIV. Sampaio, Ataualpa M. org. XV. Moreira, Marcelo M. org. XVI. Medeiros, Oberdan da S. org. XVII.
Mendes, Larissa A. org. XVIII. Santo, Patrícia do S. M. F. do E. org. XIX. Título XX. Série
316.4
304.8
Ed
2020
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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SUBJETIVIDADES ATINGIDAS
EM BARCARENA E OS GRANDES
PROJETOS DO CAPITAL NA AMAZÔNIA
or
od V
Robert Damasceno Rodrigues
aut
Leandro Passarinho Reis Junior
R
Introdução
o
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Este ensaio faz parte da pesquisa de mestrado em andamento intitulada
Subjetividades Atingidas: os atingidos em Barcarena e os grandes projetos
do capital na Amazônia, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em
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nos anos 1970, quando são lançadas as premissas para a construção de uma
psicologia social com bases materialistas-históricas e voltada para as realida-
s
des próprias de cada país no contexto da América Latina (LANE, 1989a) – ele
ver
or
social” (p. 254).
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É dessa concepção, de modo geral, que procuramos nos aproximar nesta
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pesquisa. Elegendo a categoria modo de vida (MARX; ENGELS, 2007) como
unidade analítica, buscamos investigar a produção das subjetividades dos atin-
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gidos em Barcarena a partir das transformações provocadas em seus modos
de vida pelos grandes projetos. Este objetivo conduz-nos, portanto, à tentativa
o
de colocar o nosso estudo à serviço da luta pela mudança nas condições mate-
riais e subjetivas que produzem as subjetividades atingidas como correlato de
aC
or
mento, ao afirmar que, em base dialética, a unidade dos contrários é o que
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permite integrar o dilema subjetividade-objetividade no conhecimento do
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ser humano. Para a autora, “a subjetividade se objetiva nas ações do homem
sobre o seu meio, assim como este meio e o que constitui objetivamente se
R
torna subjetivo no psiquismo humano” (p. 149).
Neste sentido e, tendo em vista a apreensão de alguns elementos funda-
o
mentais da totalidade imanente às subjetividades atingidas, partimos destas
para alcançar determinados aspectos mais gerais do capitalismo em sua atual
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Segundo os autores, “Esse modo de produção não deve ser considerado mera-
mente sob o aspecto de ser a reprodução da existência física dos indivíduos”
(p. 87), quer dizer, também corresponde à reprodução de suas ideias, de sua
s
vida subjetiva. Eles continuam: “Ele é, muito mais, uma forma determinada
ver
or
Para empreender esta análise, realizamos entrevistas semiestruturadas
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com atingidos em Barcarena – para este texto utilizaremos partes de três
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entrevistas realizadas entre o final de 2020 e início de 2021, identificadas
por pseudônimos que simbolizam os grandes rios da Amazônia: Tocantins,
Xigu e Amazonas – cotejando com a revisão de literatura sobre a formação
R
socioeconômica do município e da Amazônia, ao lado da teoria marxista
que nos auxilia, tanto na perspectiva da psicologia social crítica, quanto das
o
compreensões mais gerais sobre o modo capitalista de produção. Destacamos
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plo: a Hidrelétrica de Tucuruí, ela foi construída justamente pra... pra dar
apoio pra esses projetos aqui né, da Albrás-Alunorte. A grande menina
dos olhos da hidrelétrica era esse projeto aqui, que é o maior consumidor
s
de energia. Então quando você perde lá o... aquela... uma grande parte
ver
do que foi inundado lá da... da hidrelétrica, que tem área muito grande
que foi inundada, aí lá você perde vegetação, você perde lá a fauna, aí
você... pra cá pra baixo você perde a produção do peixe, né? Mapará e
outras espécies. Isso vai influenciar aqui em Barcarena também, porque
esse pescado que é produzido pra essa região de lá ele também vinha pra
PSICOLOGIA, HISTÓRIA CULTURAL E GOVERNAMENTALIDADES:
racismo, etnicidade, gênero, sexualidades e corpos v. 11 701
ser... abastecer o município aqui, por isso o preço vai elevar, as pessoas
deixam de se alimentar, e você aqui... em Barcarena hoje sendo atingido,
por exemplo: quando transborda né, as bacias, essas bacias elas são ainda
é… resultado desse... dessa barragem lá né, da Hidrelétrica de Tucuruí. Aí
a gente tá sendo impactado todinho essa região do baixo Tocantins aqui.
A gente somos atingidos sim por esses projetos, que não é só Albrás e
Alunorte, né? São as hidrelétricas, agora as ferrovias, as hidrovias, esse
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projeto agora que tem da... dessa empresa aí da termelétrica; tudo vem
em detrimento dessa questão desses projetos, que é o grande idealizador
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desse consumo todo, é esse projetão aí né, o projeto chamado Grande
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Carajás, que ainda fazia parte desse projeto, que não é um projetinho, né?
Se você for analisar, ele vem embutido de muitas outras e outras e outras.
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É agronegócio, é a parte da mineração e é o capitalismo mesmo né, o
capitalismo se determinando, auto-determinando o quê que vai fazer... o
que vai... por onde vai ganhar e quem vai perder; e quem vai perder... e
o
quem vai perder somos nós né... já perdemos. (Tocantins)
aC
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Becker (1997) por exemplo, defini os grandes projetos como uma forma
ver
or
produção de commodities (minerais, florestais, energéticas e do agronegócio);
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2) tem suas dinâmicas frequentemente acompanhadas de crimes relacionados à
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terra, como a grilagem, deslocamentos forçados de famílias de seus territórios,
violência e assassinato de lideranças locais, além da inviabilização de formas
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tradicionais de produção e trabalho pela contaminação do solo, de rios, etc;
3) contém componentes de alto risco e imprevisibilidade, com tecnologias e
o
gestão que tem que se demonstrado inconsistentes, inseguras e ineficazes; 4)
produzem, por tanto, alto grau de externalidades que se traduzem em danos
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or
trabalhadora amazônida altamente explorada, ameaçada e violentada, fruto
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de promessas e mentiras, intensos processos migratórios, crimes ambientais
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e violações de direitos.
É a partir da materialidade histórica dos grandes projetos na Amazônia,
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em sua totalidade e suas contradições, portanto, que podemos compreender a
produção das subjetividades atingidas em Barcarena na perspectiva da psico-
o
logia social crítica. Consideramos, deste modo, o desenvolvimento do modo
capitalista de produção na Amazônia, desde a sua pré-história, até a fase dos
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era terra do alumínio, que tinha alumínio em Barcarena, né? Que vinha
se fazer pesquisa pra explorar esse alumínio porque Barcarena era a terra
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o que de fato esses projetos vinham pra cá pra Barcarena. A gente sabia
ver
através da igreja, né, do padre que dizia assim: “Olha, daqui há 30 anos
vocês não vão poder usar esse rio”. E hoje a gente tá vendo que isso foi
de fato, foi verdade, né? Que as águas, a gente não sabe a quantidade de
materiais químicos que tem aí nesses rios; a gente só sabe que... que tem
consequências disso (Tocantins).
704
or
assim: “Daqui mais uns tempo vocês vão ver, isso tudo tá cheio de casa,
cheio de empresa que tão vindo de fora”. Olha aqui gente, 77! Como é
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que ele sabia disso? Até hoje eu me pergunto, como é que ele sabia disso.
aut
Ele não sabia ler, não sabia escrever, como ele sabia disso? (Amazonas).
R
Encontramos aqui uma dimensão histórica fundamental das subjetivida-
des atingidas em Barcarena: o início da implantação dos grandes projetos. A
o
referência dos atingidos é aos anos 1970 e 1980, período marcado pela ditadura
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empresarial militar no Brasil, onde a exploração, o saque e a destruição da
um conjunto de mudanças nos modos de vida dos atingidos. Quer dizer, não
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a transferência de capitais de monopólios internacionais para a Amazônia; a
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posição dependente e subordinada da burguesia nacional e do governo brasi-
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leiro; o saque e devastação das riquezas naturais; e a exportação de matérias
primas e lucros para o exterior.
O que determina o grande projeto, nesta concepção, não é sua dimensão
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de tamanho, sua estrutura ou o empreendimento, mas antes o movimento de
capital que ele engendra. Suas fontes de financiamento, sejam elas públicas,
o
privadas ou mistas, têm sua origem no mercado financeiro; este, investe na
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anos 1960, não mediu esforços para facilitar “a expansão capitalista na região,
a re
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e exploradas pela sua subsidiária no Brasil, a Mineração Rio do Norte, em
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associação com a estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e várias outras
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empresas nacionais e estrangeiras. Outra importante descoberta deste período
foram as reservas de ferro da Serra dos Carajás que, segundo Becker (1997),
desembocaram no primeiro grande programa integrado para a exploração
R
mineral da Amazônia a partir de 1980, diferindo-se das iniciativas isoladas
da década anterior.
o
As 18 bilhões de toneladas de ferro de alta qualidade da mina de Cara-
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daqui há 30 anos vocês não vão poder usar esse rio!” (Tocantins). Ou então,
o avô de uma de nossas entrevistadas prever, categoricamente: “Daqui mais
uns tempo vocês vão ver, isso tudo tá cheio de casa, cheio de empresa que
tão vindo de fora” (Amazonas). Tanto o clérigo quanto o leigo, apesar de não
viverem a experiência dos grandes projetos, apesar de Barcarena não ter, no
seu território e nesta época (década de 1970) os grandes projetos instalados,
são atingidos; são atingidos porque tiveram os seus modos de vida modificados
or
pela totalidade dos grandes projetos na Amazônia e a estratégia que os orienta;
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são atingidos porque tiveram os seus modos de vida modificados e, dessa
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forma, já não vivem como antes, pois vivem na iminência de outras grandes
mudanças em seus modos de vida e nos das gerações futuras; são atingidos
e, portanto, expressam subjetivamente, em suas subjetividades atingidas, a
R
materialidade histórica dessas mudanças.
o
Os grandes projetos e as subjetividades atingidas em Barcarena
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como mudanças nos modos de vida dos atingidos. Esta é uma parte determi-
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A implantação dos grandes projetos, eles eram propagado de que era pro
desenvolvimento, né? Que ia gerar emprego, que ia melhorar a vida das
pessoas, que as pessoas iam ter emprego, iam ter vidas melhores, mas
ão
não foi isso, né? Quando nós tivemos a implantação do projeto foram:
comunidade do Burajuba, comunidade do Laranjal, comunidade do Japiim,
comunidade do Tauá, comunidade da Cabeceira Grande. Elas foram pra-
s
or
muitos deles era roça; não tinha nem sequer qualificação, como eu falei
antes né, pra desenvolver um outro trabalho, né. (Xingu)
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aut
A questão dos grandes projetos né, que a gente vem sofrendo há muitos
anos né, há anos. Houve primeiro, como eu sempre falo, que primeiro... o
R
primeiro grande crime foi a retirada do povo, né? Dos meus parentes, dos
meus antes queridos que saíram da nossa... da nossa região né, do distrito
de Murucupi, dos anos 80 pra cá. Então esse... desde lá vem esse... os
o
grandes projetos eles vêm e eles vêm tomando posse de tudo, de terras,
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se levanta sobre as suas cabeças, vindo de longe, mas que logo toma forma
concreta e lhes assalta um dos seus bens mais preciosos: o seu território, e
junto com ele leva a sua cultura, sua identidade, suas relações familiares, de
afeto, trabalho e lazer. A fala dos atingidos deixa explícito: o primeiro grande
crime praticado pelos grandes projetos em Barcarena foi a retirada das famílias
par
das suas terras tradicionais; das terras onde a sua ancestralidade foi cons-
Ed
truída, onde viram seus parentes nascer e morrer, onde pescavam, caçavam,
plantavam e colhiam. Depreende-se já, a partir daí, o poder avassalador dos
grandes projetos como produtores de profundas mudanças nos modos de vida
ão
projetos em Barcarena.
No contexto da expansão capitalista, foram os interesses de grupos econô-
micos internacionais que levaram Barcarena a sediar os grandes projetos. Ime-
diatamente, como primeiro ato de seus gestores, as comunidades tradicionais
são identificadas como um empecilho para a concretização desses interesses,
PSICOLOGIA, HISTÓRIA CULTURAL E GOVERNAMENTALIDADES:
racismo, etnicidade, gênero, sexualidades e corpos v. 11 709
devendo ser removidas para dar lugar aos empreendimentos. Segundo Aceve-
do-Marin & Maia (2018), ao Estado brasileiro coube, portanto, a tarefa de efe-
tivar essa remoção com suas agências de desenvolvimento que “com políticas
de expropriação “arrumaram” o território a ser explorado pelo mercado inter-
nacional, deslocando os sitiantes, através da Companhia de Desenvolvimento
Industrial do Estado do Pará – CDI e da Companhia de Desenvolvimento de
Barcarena – CODEBAR” (p. 52). Desde então, ao longo dos anos, milhares
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de famílias foram retiradas de suas terras. Hoje são cerca de 10 mil pessoas
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atingidas pelos grandes projetos vítimas ou ameaçadas de deslocamentos
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compulsórios de seus territórios (BARCARENA LIVRE, 2016), muitas das
quais foram deslocadas sucessivas vezes tornando-se migrantes dentro do
seu próprio território, vagando entre diferentes comunidades de acordo com
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os novos deslocamentos porque passavam (FIALHO, 1999; HAZEU, 2015).
Todo este processo levou a produção de novas territorialidades no muni-
o
cípio de Barcarena (CARMO, CASTRO; PATRÍCIO, 2015), reconfigurando
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bra, com tristeza, dos seus parentes, seus entes queridos que foram expulsos
do seu território. Os nossos entrevistados, tanto aqueles que passaram pela
experiência da desapropriação, como no caso do Tocantins, que relata: “Foi
aí inclusive que nós saímos de lá da cabeceira. Nós moramos na Ilha das
par
onças, nós moramos... viemos morar aqui nesse Arrozal. Aqui nesse Arrozal
nós moramos em três terrenos, com esse aqui”. Ou aqueles que, como Xingu,
Ed
continuaram em seu território de origem: “Eu nunca... tipo assim, nunca morei
noutro lugar. Nunca, nunca, nunca... nunca morei em outro lugar. E minha
mãe e meu pai, tudo moravam aqui, meus avós… e eu nasci... eu nasci ali, do
ão
lado da Trambioca. Só fiz atravessar pra cá”. Porém, tanto aqueles que foram
deslocados, venderam ou perderam as suas terras, como os que permaneceram
em suas localidades, ambos são atingidos e, de suas falas, depreendemos a
s
subjetividades atingidas.
Então, tipo assim, como não se sentir atingido, né? Outra coisa: a nossa
comunidade aqui, a gente considera lá da entrada. Não sei se você já andou
pra cá. Não? Pra varar na Fazendinha, pelo ri. Não! Lá da entrada, até aqui
710
or
a maioria é gente de fora. Então já tem boca de fumo, nossa, crime dentro
do ramal. Tudo isso já ocorreu (Xingu).
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Os atingidos não se referem apenas a si, individualmente, mas a uma
coletividade – às comunidades, ao povo, ao conjunto dos atingidos – que
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tiveram os seus modos de vida modificados pelos grandes projetos. São os
processos individuais e coletivos que se expressam subjetivamente nas sub-
o
jetividades atingidas. O indivíduo é atingido porque a sua comunidade é
atingida, porque seus ancestrais, seus entes-queridos foram atingidos, porque
aC
Conclusão
que para nós ainda é impreciso, repleto de dúvidas e incertezas. O que nos
moveu, fundamentalmente, foi a necessidade de ampliar o debate para outros
s
pois o movimento provocado pelo método nos leva sempre a encontrar novas
contradições e a extrair novas sínteses.
Para nós, a psicologia social crítica é uma arma que nos possibilita rein-
ventar, tanto a psicologia, como a vida na atualidade, buscando soluções
coletivas que contribuam para a verdadeira emancipação humana através da
PSICOLOGIA, HISTÓRIA CULTURAL E GOVERNAMENTALIDADES:
racismo, etnicidade, gênero, sexualidades e corpos v. 11 711
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Como o transcurso de um grande rio, que produz inúmeros afluentes e
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estes, por sua vez, novos cursos d’água, nossa pesquisa desemboca em diver-
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sos estuários, dadas, principalmente, a diversidade e quantidade das alterações
provocadas nos modos de vida dos atingidos pelos grandes projetos e, que
certamente, necessitarão de outros trabalhos para serem investigadas. Espe-
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ramos, contudo, que na impossibilidade de grandes certezas, como o destino
final das águas de um rio, uma seja verdadeiramente aceita: que empurremos,
o
na medida de nossas forças, o oceano da luta de massas.
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visã
itor
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par
Ed
s ão
ver
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REFERÊNCIAS
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modelo de desenvolvimento imposto em Barcarena, Pará. Cadernos Pagu,
Campinas, n. 52, e185205, 2018.
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1, p. 01-13, 2020.
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BARCARENA LIVRE. Barcarena Livre Informa 1: “37 anos de desastres
R
socioambientais em Barcarena”. Belém: IBASE/UFPA/ICSA/NAEA, 2016.
Disponível em: https://ibase.br/pt/wp-content/uploads/dlm_uploads/2018/02/
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od V
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R
Rubens Enderle. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2017. p. 15-38.
o
HARVEY, David. O Novo Imperialismo. Tradução: Adail Sobral e Maria Stela
Gonçalves. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
aC
Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão
p. 216-263.
p. 10-19.
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714
LIMA, Aluísio Ferreira de.; LARA JUNIOR, Nadir. Apresentação. Sobre a(s)
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Ferreira de.; LARA JUNIOR, Nadir. (org.). Metodologias de pesquisa em
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Enderle, Nélio Schneider, Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boi-
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SILVEIRA, Maria Lídia Souza da. Algumas notas sobre a temática da sub-
jetividade no âmbito do marxismo. Revista Outubro, n. 7, p. 103-113, 2002.
par