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de Sinais
LIBRAS
Rio de Janeiro
UVA
2016
Luzia Cristina Nogueira de Araújo
Língua Brasileira
de Sinais
LIBRAS
Rio de Janeiro
UVA
2016
Copyright © UVA 2016
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio
sem a prévia autorização desta instituição.
ISBN: 978-85-69287-12-4
Autoria do Conteúdo
Luzia Cristina Nogueira de Araújo
Design Instrucional
Sylvia Regina Silva Fernandes
Projeto Gráfico
UVA
Diagramação
Isabelle Martins
Ilustrações
Pedro Rodrigues
Revisão
Maria Lucia Daflon
Lydianna Lima
3,5 MB
ISBN 978-85-69287-12-4
Disponível também impresso.
Apresentação...............................................................................................................7
Sobre a autora..............................................................................................................9
Considerações finais....................................................129
7
APRESENTAÇÃO
HOMEM MULHER
8
SOBRE A AUTORA
Luzia Cristina Nogueira de Araújo é pedagoga, especialista em Psico-
pedagogia e mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio
de Janeiro – UERJ. Tem ainda as seguintes especializações: Docência do
Ensino Superior, pela Universidade Cândido Mendes – UCAM; LIBRAS,
Educação Especial e Inclusiva e Letras e Literatura pelas Faculdades
Integradas de Jacarepaguá – FIJ; Aperfeiçoamento em Planejamento de
Ensino, Educação Infantil e Educação Especial. É também graduada em
Letras, com doutorado em Ciência da Educação pela Universidade Sal-
gado de Oliveira – Universo, e pesquisadora da Secretaria de Estado da
Educação – SEE/RJ e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
cacionais Anísio Teixeira – Inep/MEC. É membro do Grupo de Direitos
Humanos da Universidade Veiga de Almeida - UVA e coordenadora do
projeto “Pedagogia no contexto da inclusão”, do curso de Pedagogia.
Tem experiência na área de formação de professores em turmas de
graduação e pós-graduação como docente e coordenadora pedagógica
e enfatiza em suas pesquisas e áreas de atuação os seguintes temas:
formação de professores, políticas públicas educacionais, alfabetiza-
ção e letramento, educação especial inclusiva, interdisciplinaridade e
didática e práticas de ensino.
10
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Surdez: aspectos básicos 11
CAPÍTULO 1
LIBRAS: ASPECTOS HISTÓRICOS,
CULTURAIS E LEGAIS
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12 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
No caracol, as
As ondas sonoras penetram células nervosas
no ouvido externo Ouvido originam sinais
O tímpano interno elétricos
vibra
Martelo Cóclea ou
caracol
Bigorna
Ouvido
médio
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Surdez: aspectos básicos 13
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14 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Surdez: aspectos básicos 15
≤ 25 dB = Audição normal.
26 - 40 dB = Perda auditiva de grau leve.
41 - 55 dB = Perda auditiva de grau moderado.
56 - 70 dB = Perda auditiva de grau moderadamente severo.
71 - 90 dB = Perda auditiva de grau severo.
≥ 91 dB = Perda auditiva de grau profundo.
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16 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Surdez: aspectos básicos 17
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18 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Cultura, identidade e surdez 19
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20 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Cultura, identidade e surdez 21
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22 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Cultura, identidade e surdez 23
Jacob
Konrah Thomas
Juan Pablo Rodrigues
Amman Braidwood
Bonet Pereire
(1669-1724) (1715-1806)
(1573–1633) (1715 – 1780)
Médico e Professor
Padre espanhol Educador
educador suíço escocês
francês
Utilizava o al- Educava os sur- “Os sinais eram Para ele, falar
fabeto manual dos por meio utilizados para significava ser
(datilologia) dos movimen- instruções, um sujeito
para ensinar a tos dos lábios, explicações pensante.
leitura e a lín- enquanto lexicais, con- Dessa forma,
gua de sinais e, falava. Depois, versações com seu objetivo
posteriormen- induzia-os a os alunos, até era ensinar o
te, a gramática. imitar esses eles terem a surdo a falar.
Defendia a movimentos, capacidade de
oralização, mas até fazê-los poder se comu-
não dispen- repetir distin- nicar oralmente
sou o auxílio tamente as ou pela escrita
da língua de letras, sílabas [...].” (PEREIRE
sinais em seu e palavras. apud MOURA,
trabalho. 2000, p. 19)
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24 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Cultura, identidade e surdez 25
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26 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
Cultura, identidade e surdez 27
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28 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
Cultura, identidade e surdez 29
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30 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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Cultura, identidade e surdez 31
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32 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
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A inclusão dos surdos e a legislação 33
..........................................................................................................
34 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
A inclusão dos surdos e a legislação 35
..........................................................................................................
36 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
A inclusão dos surdos e a legislação 37
..........................................................................................................
38 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
39
REFERÊNCIAS
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40 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
41
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42 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
43
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44 LIBRAS: aspectos históricos, culturais e legais
.........................................................................................................
Parâmetros da LIBRAS 45
CAPÍTULO 2
LIBRAS E SUAS ESTRUTURAS
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46 LIBRAS e suas estruturas
PARÂMETROS DA LIBRAS
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Parâmetros da LIBRAS 47
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48 LIBRAS e suas estruturas
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Parâmetros da LIBRAS 49
APRENDER SÁBADO
Exemplo de locação
Cabeça
Mão
Tronco
Braço
Espaço
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50 LIBRAS e suas estruturas
Com movimento
Sem movimento
AJOELHAR EM PÉ SENTAR
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Parâmetros da LIBRAS 51
Por exemplo:
TRABALHAR TRABALHAR
TRABALHAR
MUITO CONTINUADAMENTE
Tipos de movimentos
Para representar graficamente a realização dos sinais com
movimentação, foi elaborada, pela Secretaria de Educação
Especial, do Ministério da Educação, a tabela abaixo:
Movimento
Movimentos único retilíneo
longos com vibração
repetidos. das pontas
dos dedos.
Movimentos Movimentos
curtos curtos
repetidos. repetidos.
Movimentos Movimento
circulares único semi-
repetidos. circular.
Movimentos
repetidos
Movimento
para cima e
único longo.
para baixo,
tocando-se.
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52 LIBRAS e suas estruturas
Movimento
Vibração
único circular
dos dedos.
curto.
Movimentos
médios se- Movimento em
micirculares zigue-zague.
repetidos.
Semicirculares Circulares
repetitivos repetitivos
IMPORTANTE APRENDER
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Parâmetros da LIBRAS 53
LIBRAS COMUNICAR
SURDO
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54 LIBRAS e suas estruturas
Exemplo:
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Parâmetros da LIBRAS 55
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56 LIBRAS e suas estruturas
DATILOLOGIA E NÚMEROS
Brasil
A B C Ç D
E F G H I
J K L M N
.........................................................................................................
Datilologia e números 57
O P Q R S
T U V W X
Y Z
EUA
A B C D E
F G H I J
K L M N O
..........................................................................................................
58 LIBRAS e suas estruturas
P Q R S T
U V W X Y
Portugal
A B C D E
F G H I J
K L M N O
.........................................................................................................
Datilologia e números 59
P Q R S T
U V W X Y
Espanha
A B C CH D
E F G H I
J K L LL M
..........................................................................................................
60 LIBRAS e suas estruturas
N Ñ O P Q
R RR S T U
V W X Y Z
França
A B C D E
F G H I J
K L M N O
.........................................................................................................
Datilologia e números 61
P Q R S T
U V W X Y
M-A-R-I-A
..........................................................................................................
62 LIBRAS e suas estruturas
P-E-D-R-O
C-A-R-L-O-S
R-O-D-R-I-G-O
A-D-R-I-A-N-A
L-U-Z-I-A
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Datilologia e números 63
Números em LIBRAS
São representados de formas diferentes quando utilizados
como CARDINAIS, ORDINAIS e QUANTITATIVOS.
1 2 3 4 5
6 7 8 9 0
Exemplos:
Número da casa: 10
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64 LIBRAS e suas estruturas
Número do sapato: 42
Obs.: Nas dezenas iguais (11, 22, 33, 44, 55, 66, 77, 88 e
99), a configuração permanece igual, no entanto, a mão é
direcionada para a frente, com movimentos para a direita
e para a esquerda.
.........................................................................................................
Datilologia e números 65
1 2 3 4
Exemplos:
UMA bola
DOIS pássaros
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66 LIBRAS e suas estruturas
TRÊS cadeiras
QUATRO cachorros
.........................................................................................................
Datilologia e números 67
0º 1º 2º 3º
4º 5º 6º 7º
8º 9º
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68 LIBRAS e suas estruturas
ESTRUTURAÇÃO DE SENTENÇAS EM
LIBRAS
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Estruturação de sentenças em LIBRAS 69
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70 LIBRAS e suas estruturas
Afirmativa Negativa
Interrogativa Exclamativa
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Estruturação de sentenças em LIBRAS 71
TER/NÃO-TER GOSTAR/NÃO-GOSTAR
CASAD@ EU NÃO
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72 LIBRAS e suas estruturas
NÃO COMER
NÃO PODER
.........................................................................................................
Estruturação de sentenças em LIBRAS 73
..........................................................................................................
74 LIBRAS e suas estruturas
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Estruturação de sentenças em LIBRAS 75
Sintático. Movimento.
Semântico. Orientação.
Textual/discursivo. Expressões.
..........................................................................................................
76 LIBRAS e suas estruturas
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77
REFERÊNCIAS
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78 LIBRAS e suas estruturas
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Verbos e pronomes 79
CAPÍTULO 3
ASPECTOS GRAMATICAIS
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80 Aspectos gramaticais
VERBOS E PRONOMES
VERBO: SIGNIFICADO
Verbo “é uma palavra com origem no termo em latim ver-
bum, que significa ‘palavra’. Na gramática da língua portu-
guesa, designa a classe de palavras que indicam ação, uma
situação ou mudança de estado” (SIGNIFICADOS, 2015).
Os verbos podem ser flexionados em pessoa (pessoa do
discurso), modo (a forma como se declara algo), número
(singular ou plural), tempo (momento da realização ou não
do fato) e voz (ativa: sujeito pratica a ação; passiva: sujeito
sofre a ação; reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação).
PRONOME: SIGNIFICADO
Pronome “é a classe de palavras que substitui o substanti-
vo (nome). Tem a finalidade de indicar a pessoa do discur-
so ou situar no tempo e espaço, sem utilizar o seu nome”
(SIGNIFICADOS, 2015). Os pronomes podem variar em gê-
nero, número e pessoa.
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Verbos e pronomes 81
Quanto à ESTRUTURA:
Na língua portuguesa, existem verbos que são estrutu-
ralmente formados a partir do radical, do tema e das
desinências.
Ex.: entenderei:
entend + e + rei
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82 Aspectos gramaticais
Presente Ativa
(indicativo); (sujeito pra-
Indicativo (o
pretérito tica a ação).
fato é real).
(pretérito
Eu, tu, ele/ perfeito, preté- Passiva
Subjuntivo (o
Singular ela, nós, rito imperfeito, (sujeito so-
fato expressa
ou plural. vós, eles/ pretérito mais- fre a ação).
dúvidas).
elas. -que-perfeito);
futuro (futuro Reflexiva
Imperativo
do presente, (sujeito pra-
(ordem).
futuro do tica e sofre
pretérito). a ação).
Quanto à CLASSIFICAÇÃO:
Os verbos na língua portuguesa são classificados quanto à:
CONJUGAÇÃO
• Primeira, com terminação em ar. Ex.: cantar.
• Segunda, com terminação em er. Ex.: vender.
• Terceira, com terminação em ir. Ex.: dirigir.
SEMÂNTICA
• Transitivos: requerem complemento. Ex.: Quem
faz, faz alguma coisa.
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Verbos e pronomes 83
MORFOLOGIA
• Regulares: que não apresentam alterações no
radical, e as terminações seguem o modelo de sua
conjugação. Ex.: eu canto; tu cantas; ele canta; nós
cantamos; vós cantais; eles cantam.
Verbos na LIBRAS
Quanto à ESTRUTURA:
Diferentemente dos verbos da língua portuguesa, os verbos
em LIBRAS apresentam a flexão a partir de mecanismos
discursivos, contextuais e espaciais. A marca do tempo,
em geral, é representada pelos sinais, que vêm seguidos
de uma marca de passado, futuro ou presente, ou pelas
noções temporais, tais como ontem, anteontem, amanhã,
manhã, noite, tarde.
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84 Aspectos gramaticais
Passado
Presente
Futuro
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Verbos e pronomes 85
Ontem Anteontem
Quanto à CLASSIFICAÇÃO:
Os verbos em LIBRAS podem ter as seguintes classificações:
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86 Aspectos gramaticais
Exemplos:
CHEGAR COLOCAR IR
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Verbos e pronomes 87
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88 Aspectos gramaticais
Pronome em LIBRAS
Como anteriormente já enfatizado, os pronomes servem para
indicar a pessoa do discurso ou situar tempo e espaço, sem
utilizar o seu nome. No entanto, em LIBRAS, encontramos
algumas diferenças em relação à representação do sistema
pronominal da língua portuguesa, como veremos abaixo:
Pronome em LIBRAS
Demons-
Pessoais Possessivos Interrogativos Indefinidos
trativos
Primeira Olhar e ME@, TE@, QUE, QUEM, NINGUÉM
pessoa: apontar para SE@, NOSSO. ONDE, (usado
(singular, o lugar, que QUANDO, somente
dual, trial, pode estar per- Obs.: Esses POR QUE/ para pes-
quatrial e to ou distante. pronomes PORQUE (a soa), NADA
plural): não têm expressão do (usado para
EU, NÓS-2, EST@, ESS@, marca de rosto diferencia pessoas
NÓS-3, AQUEL@, LÁ, gênero o contexto, e coisas),
NÓS-4, AQUI. e estão determinando NENHUM,
NÓS-GRU- relacionados se a frase é CADA UM,
PO, NÓS- Obs.: Não às pessoas interrogativa ALGUM,
-TOD@. há marca de do discurso ou explicativa). TODO.
gênero. (mão em
Segunda formato de P Obs. Todos
pessoa: direcionada os sinais têm
VOCÊ, à pessoa do uma expressão
VOCÊ-2, discurso). facial interro-
VOCÊ-3, gativa feita si-
VOCÊ-4, multaneamen-
VOCÊ-GRU- te com eles.
PO, VOCÊ-
-TOD@.
Terceira
pessoa:
EL@, EL@-
2, EL@-3,
EL@-4,
EL@-
-GRUPO,
EL@-TOD@.
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Adjetivos e advérbios 89
ADJETIVOS E ADVÉRVIOS
(físico)
DURO MOLE FORTE
FRACO
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90 Aspectos gramaticais
Advérbio de modo
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Adjetivos e advérbios 91
Intensificador
BONIT@ CANSAD@
BONIT@ MUITO CANSAD@ MUITO
Alguns exemplos:
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92 Aspectos gramaticais
LONGE DISTÂNCIA
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Adjetivos e advérbios 93
LONGE MUITO-LONGE
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94 Aspectos gramaticais
MORFOLOGIA, SINTAXE E
CLASSIFICADORES
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Morfologia, sintaxe e classificadores 95
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96 Aspectos gramaticais
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Morfologia, sintaxe e classificadores 97
CAIR CAIR
COISA-PLANA COISA-FINA-E-LONGA
ANDAR ANDAR/MOVER
PESSOA PESSOA
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98 Aspectos gramaticais
Representação
CM
Descrição de uso
B braço
Pernas, com foco nos pés.
estendido
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Morfologia, sintaxe e classificadores 99
R Pernas cruzadas.
U palma para
Pessoa, corpo (tam-
dentro ou
bém alguns animais).
menos visível
V-curvo
... Carros, pequenos animais.
ou V
V palma
Pessoa (pernas abertas).
para dentro
5 Mãos.
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100 Aspectos gramaticais
Tipos de classificadores
1) Classificadores descritivos
As descrições visuais podem ser captadas de acordo com
as imagens dos objetos animados ou inanimados. Piz-
zio et al. (2009) destacam que podemos observar aspec-
tos como som, tamanho, textura, paladar, tato, cheiro,
“olhar”, sentimentos ou formas visuais, bem como a lo-
calização e a ação incorporada ao classificador. Os clas-
sificadores descritivos podem ter até três dimensões: (i)
dimensional (dá dimensões determinadas e adequadas de
acordo com o que está sendo visualizado); (ii) bidimensio-
nal (dá o dobro das dimensões determinadas, adequando-
-as ao que está sendo visualizado); (iii) tridimensional (dá
as três dimensões do que está sendo visualizado, dando a
sensação de penetração do relevo visual). Na descrição vi-
sual, para referir forma, tamanho, textura, paladar, chei-
ro, sentimentos, “olhar” ou desenhos de forma assimétri-
ca ou simétrica, utiliza-se, dependendo da situação, uma
ou duas mãos. Ex.: A FORMA E O PALADAR DO ABACAXI
(PIZZIO et al., 2009).
2) Classificadores especificadores
Descreve visualmente a forma, o tamanho, a textura, o pa-
ladar, o cheiro, os sentimentos, o “olhar” e os “sons” do
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Morfologia, sintaxe e classificadores 101
3) Classificadores de plural
A configuração de mão substitui o objeto em si, repetindo
o sinal várias vezes. Ex.: para se referir a um conjunto de
cadeiras lado a lado, faz-se o sinal de cadeira repetidas ve-
zes, como se estivessem uma ao lado da outra. Observa-se
que a repetição acompanha o posicionamento de como se
encontra o objeto, ou seja, se as cadeiras estiverem posi-
cionadas em círculo, a repetição será de forma circular.
Pessoas em fila
EM-FILA PESSOAS
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102 Aspectos gramaticais
4) Classificadores instrumentais
É a incorporação do instrumento, descrevendo a ação ge-
rada por ele. Ex.: USAR A FURADEIRA; ESCOVAR DENTES
(PIZZIO et al., 2009).
5) Classificadores de corpo
Pizzio et al. (2009) ressaltam que esse classificador des-
creve como uma ação acontece na realidade por meio da
expressão corporal de seres animados. Ex.: O ANDAR DO
CACHORRO; O ANDAR DO ELEFANTE.
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Morfologia, sintaxe e classificadores 103
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104 Aspectos gramaticais
REFERÊNCIAS
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105
..........................................................................................................
106
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LIBRAS e contextos sociais 107
CAPÍTULO 4
PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS
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108 Práticas socioculturais
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LIBRAS e contextos sociais 109
Contexto educacional
ESCOLA
BILÍNGUE
PARA
SURDOS
No âmbito educacional, ressaltamos a LDBEN, a qual es-
tabelece que as escolas cumpram o processo de inclusão
de todas as pessoas com deficiência em escolas públicas
em turmas regulares. Nesse contexto, todos os níveis edu-
cacionais devem possibilitar um espaço verdadeiramente
democrático, baseado na educação inclusiva, ou seja, de-
vem garantir uma permanência que se distinga pela inclu-
são, e não pela mera inserção física, assegurando condi-
ções de acesso e permanência, bem como de viabilidade
de práticas pedagógicas que atendam aos alunos em suas
diversidades.
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110 Práticas socioculturais
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LIBRAS e contextos sociais 111
Em consequência,
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112 Práticas socioculturais
Contexto social
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=surdos+conversando&espv=>.
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LIBRAS e contextos sociais 113
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114 Práticas socioculturais
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Diálogo e conversação 115
DIÁLOGO E CONVERSAÇÃO
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116 Práticas socioculturais
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Diálogo e conversação 117
Nos adjetivos:
BONITINH@ BONIT@
Nas sentenças:
Português
Vem sentir o calor dos lábios meus à procura dos seus.
(Verso da música Carinhoso de Pixinguinha)
LIBRAS
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118 Práticas socioculturais
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Especificidades linguísticas da LIBRAS 119
ESPECIFICIDADES LINGUÍSTICAS DA
LIBRAS
A língua de sinais é
baseada nas experiências
Experiência A língua portuguesa cons-
visuais das comunidades
linguística titui-se baseada nos sons.
surdas mediante intera-
ções culturais surdas.
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120 Práticas socioculturais
Léxico reproduzido
Unidade mínima sem sig-
por meio de sinais
FONEMA (som) nificado de uma língua e a
baseado nas interações
sua organização interna.
sociais do indivíduo.
Realizado de forma
icônica (datilogizado); al-
Combinações de letra-som fabeto manual elaborado
(oralizado), possibili- a partir das configurações
Alfabeto
tando o entendimento das mãos; auxilia no
de qualquer léxico. processo de transcrição
da língua de sinais para
a língua portuguesa.
Utiliza a estrutura
tópico-comentário,
realizada por meio de
Construção Limita-se à transcrição de
repetições sistemáticas,
de um texto acordo com as regras.
e referências anafóricas,
por meio de pontos
estabelecidos no espaço.
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Especificidades linguísticas da LIBRAS 121
Flexão de número a
partir do acréscimo de Identificado pela repe-
Plural
“s” nos substantivos, tição de itens lexicais.
artigos, pronomes.
Vocabulário
Família
VOVÔ VOVÓ
TITIO TITIA
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122 Práticas socioculturais
PAPAI MAMÃE
Adjetivos/antônimos
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Especificidades linguísticas da LIBRAS 123
DURO MOLE
(físico)
FORTE FRACO
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124 Práticas socioculturais
Verbos
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Especificidades linguísticas da LIBRAS 125
ARRUMAR
ATRASAR BEIJAR NA BOCA BEIJAR NA FACE
(preparar)
CASAR CHEGAR
Outros
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126 Práticas socioculturais
.........................................................................................................
127
REFERÊNCIAS
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128 Práticas socioculturais
.........................................................................................................
129
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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130