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Marcelo Antonio Theodoro

Coordenador
Daiane Sabbag David França
Organizadora

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Direitos
Fundamentais R
o
aC
e Constituição
Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão

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Avanços, Retrocessos e Perspectivas
itor
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Volume 4

Aguinaldo Locatelli - Ana Carolina Benzi Bastos


Ana Carolina Dal Ponte Aidar - César Danilo Ribeiro de Novais
par

Daiane Sabbag David França - Diego José Leal de Proença


Gonzalo Hancco Suyo - Graciela Flávia Hack
Ed

Guilherme Matheus da Silva - Henrique de Carvalho Pugliesi


João Paulo Alves Lacerda - Lais Miranda Lima
Luís Aparecido Bortolussi Júnior - Marcelo Antonio Theodoro
ão

Murilo Rodolfo Rodrigues dos Santos - Óscar Rogelio Aguirre


Otavio Luiz Garcia Salles de Carvalho - Paulo César Nunes da Silva
s

Paulo Renato Pascotto - Paulo Roberto Jorge do Prado


Walisson Gonçalves Cunha - Yam Evangelista Chaga
ver

Yasmin Shiguematsu Varjão Figueira


Autores
ver
Ed
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par aC
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Editora CRV - versão para revisão do autor - Proibida a impressão
Marcelo Antonio Theodoro
(Coordenador)
Daiane Sabbag David França
(Organizadora)

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DIREITOS FUNDAMENTAIS
E CONSTITUIÇÃO: avanços,
itor

retrocessos e perspectivas
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Volume 4
par
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Editora CRV
Curitiba – Brasil
2022
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Imagem da capa: Drazen Zigic/freepik.com (como modificação)
Revisão: Os Autores

or
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aut
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE

R
Bibliotecária responsável: Luzenira Alves dos Santos CRB9/1506

o
D597
aC
Direitos Fundamentais e Constituição: avanços, retrocessos e perspectivas / Marcelo Antonio
Theodoro (coordenador), Daiane Sabbag David França (organizadora) – Curitiba : CRV, 2022
272 p. (Coleção: Direitos Fundamentais e Constituição, v. 4).

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Bibliografia
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ISBN Coleção Digital 978-65-5578-991-1
ISBN Coleção Físico 978-65-5868-009-3
ISBN Volume Digital 978-65-251-3600-4
ISBN Volume Físico 978-65-251-3603-5
itor
a re

1. Direito 2. Direitos Fundamentais 3. Democracia 4. Hermenêutica 5. Política 6.


Constitucionalismo Feminista I. Theodoro, Marcelo Antonio (coord.) II. França, Daiane Sabbag
David, org. III. Título IV. Série.

CDD 341.27 CDU 342.7


par

Índice para catálogo sistemático


1. Direitos fundamentais – 341.27
Ed
ão

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2022
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 – E-mail: sac@editoracrv.com.br
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Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Alexandre Sanson (Justiça Federal – São Paulo/SP)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Aloisio Krohling (FDV)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA) André Pires Gontijo (UniCEUB)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ)

or
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Celso Ferreira da Cruz Victoriano (TJ-MT)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) César Augusto de Castro Fiuza (Ferreira, Kumaira

od V
Carmen Tereza Velanga (UNIR) e Fiuza Advogados Associados/UFMG)

aut
Celso Conti (UFSCar) Christine Oliveira Peter da Silva (STF)
Cesar Gerónimo Tello (Univer. Nacional Claudine Rodembusch Rocha (FEEVALE)
Três de Febrero – Argentina) Cristiane Miziara Mussi (UFRRJ)

R
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG) Daniel Amin Ferraz (Amin, Ferraz, Coelho
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL) Advogados/ Universidad de Valencia, UV, Espanha)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB) Daury Cesar Fabriz (UFES)

o
Élsio José Corá (UFFS) Edson Vieira da Silva Filho (FDSM)
aC
Fernando Antônio Gonçalves Alcoforado (IPB) Evandro Marcelo dos Santos
Francisco Carlos Duarte (PUC-PR) (Faculdade Três Pontas/MG)
Gloria Fariñas León (Universidade Gláucia Aparecida da Silva Faria Lamblém (UEMS)
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de La Havana – Cuba) Janaína Machado Sturza (UNIJUÍ)


Guillermo Arias Beatón (Universidade João Bosco Coelho Pasin (UPM)
visã
de La Havana – Cuba) Joséli Fiorin Gomes (UFSM)
Jailson Alves dos Santos (UFRJ) Manoel Valente Figueiredo Neto (Registro
João Adalberto Campato Junior (UNESP) Imobiliário de Caxias do Sul, RS/UCS)
Josania Portela (UFPI) Marcio Renan Hamel (UPF)
itor

Leonel Severo Rocha (UNISINOS) Rafael Lamera Giesta Cabral (UFERSA)


Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO) Renato Zerbini Ribeiro Leão (UNICEUB)
a re

Lourdes Helena da Silva (UFV) Ricarlos Almagro Vitoriano Cunha (UFRJ)


Luciano Rodrigues Costa (UFV) Thiago Allisson Cardoso de Jesus (CEUMA)
Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US) Valéria Furlan (FDSBC)
Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar) Vallisney de Souza Oliveira (Justiça
Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNOESC) Federal – Brasília/DF)
par

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA) Vinicius Klein (UFPR)


Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)
Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)
Ed

Rodrigo Pratte-Santos (UFES)


Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)
Simone Rodrigues Pinto (UNB)
ão

Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)


Sydione Santos (UEPG)
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)
Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)
s
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO�������������������������������������������������������������������������������������������� 9

or
Daiane Sabbag David França
Marcelo Antonio Theodoro

od V
aut
A ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO: do Estado
Liberal ao Estado Social���������������������������������������������������������������������������������� 11

R
Graciela Flávia Hack
Lais Miranda Lima

o
A DERROCADA DO PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO
aC
BRASILEIRO COM O ESTABELECIMENTO DO SISTEMA DAS
EMENDAS DE RELATOR, NOMINADO “ORÇAMENTO SECRETO”������� 35
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Luís Aparecido Bortolussi Júnior


Murilo Rodolfo Rodrigues dos Santos
visã
NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO NO
CONTEXTO DO NEOCONSTITUCIONALISMO���������������������������������������� 65
Ana Carolina Benzi Bastos
itor
a re

CONSTITUCIONALISMO ABUSIVO E A EROSÃO DEMOCRÁTICA������� 89


Henrique de Carvalho Pugliesi
Paulo César Nunes da Silva
Paulo Roberto Jorge do Prado
par

O TOTALITARISMO SOB A PERSPECTIVA DE HANNAH ARENDT


E SUAS IMPLICAÇÕES AO PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA
Ed

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA�����������������������������������������������������������111


Guilherme Matheus da Silva
ão

DIGNIDAD HUMANA EN LA CONSTITUCIÓN VENEZOLANA: valor


fundamental, uso e instrumentalización por el Tribunal Supremo de Justicia���127
Óscar Rogelio Aguirre
s
ver

A CORTE INTERAMERICANA (RE)DISCUTE GÊNERO: análise


do caso Márcia Barbosa versus Brasil sob o prisma da hermenêutica
constitucional feminina���������������������������������������������������������������������������������� 153
Diego José Leal de Proença
Otavio Luiz Garcia Salles de Carvalho
Yasmin Shiguematsu Varjão Figueira
HERMENÊUTICA JURÍDICA CONSTITUCIONAL FEMINISTA NO
JULGAMENTO DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL 779 PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL�������������� 181
Ana Carolina Dal Ponte Aidar
César Danilo Ribeiro de Novais

or
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO: discricionariedade na

od V
perspectiva de Ronald Dworkin e de Robert Alexy��������������������������������������� 197

aut
Daiane Sabbag David França
Walisson Gonçalves Cunha

R
A HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL À LUZ DA TEORIA DO AGIR
COMUNICATIVO EM HABERMAS������������������������������������������������������������ 217

o
Aguinaldo Locatelli
João Paulo Alves Lacerda
aC
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL COMO PROBLEMA

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POLÍTICO: quem interpreta a constituição? (Legitimidade)������������������������� 237
visã
Paulo Renato Pascotto
Yam Evangelista Chaga

LA LIBERTAD DE EXPRESIÓN EN EL SISTEMA


itor

INTERAMERICANO DE DERECHOS HUMANOS����������������������������������� 247


a re

Marcelo Antonio Theodoro


Gonzalo Hancco Suyo

ÍNDICE REMISSIVO����������������������������������������������������������������������������������� 267


par
Ed
s ão
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APRESENTAÇÃO
Daiane Sabbag David França e
Marcelo Antonio Theodoro

or
A
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presente obra resulta das pesquisas desenvolvidas nos anos de 2021

aut
e 2022 pelos respeitáveis mestrandos do Programa de Pós-Gradua-
ção em Direito (PPGD) da Universidade Federal de Mato Grosso

R
na disciplina: Teoria da Constituição, Hermenêutica Constitucional e Direi-
tos Fundamentais.
Sob o norte do professor Marcelo Antonio Theodoro, os autores foram

o
guiados a explorar um dos temas disponibilizados, que por sua vez, em síntese,
aC
representam a evolução do constitucionalismo e suas nuances, perpassam
pela dignidade da pessoa humana frente ao totalitarismo e desigualdades
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em razão do gênero, e, por fim, pela hermenêutica indispensável no trato da


visã
interpretação constitucional.
A divisão dos capítulos segue o fluxo dos temas abordados para melhor
compreensão, embora não observe um rigor metodológico absoluto. Neste
quarto volume – que, tal qual os volumes anteriores, compreende uma cole-
itor

tânea de obras de iniciação científica –, a temática que o une e dá coerência


a re

reuniu artigos organizados de forma a conduzir o leitor a se colocar a pensar


a disciplina, sob a ótica de cada autor.
Agradecemos a todos os autores que participaram da presente coletânea,
bem como aos que contribuíram para o seu desenvolvimento. Por fim, agra-
par

decemos à Coordenação do PPGD da UFMT na pessoa do seu Coordenador


Professor Marcelo Theodoro, à Faculdade de Direito na pessoa do seu diretor
Ed

Professor Carlos Eduardo Silva e Souza e à Universidade Federal de Mato


Grosso e seu Reitor, Professor Evandro Soares da Silva.
ão

Cuiabá-MT, setembro de 2022.


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DIGNIDAD HUMANA EN LA
CONSTITUCIÓN VENEZOLANA: valor
fundamental, uso e instrumentalización

or
por el Tribunal Supremo de Justicia

od V
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Óscar Rogelio Aguirre299

1 Introducción

R
o
A
aC
mediados del año 2019 se reportó la desaparición del exmilitar Rafael
Acosta Arévalo. Tras unos días, las autoridades venezolanas hicieron
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pública la noticia de su detención. Dos días después, el 28 de junio,


visã
fue presentado en un tribunal penal en la ciudad de Caracas, donde llegó
agonizando, lleno de heridas. Ese día Rafael murió frente al juez. Se pre-
sume, entre todas las versiones existentes, que fue sometido a tratos crueles,
inhumanos y degradantes por los cuerpos de seguridad, sin recibir ningún
itor

tipo de asistencia médica 300. A la fecha de escritura del presente artículo, se


a re

desconoce a ciencia cierta quién ordenó su tortura.


A pesar de ello, la dignidad humana se encuentra consagrada como prin-
cipio en el ordenamiento jurídico venezolano. Es una institución adoptada por
el Derecho que ha logrado repercusión internacional. Su positivización llegó
par

al punto de que países con divergencias políticas y religiosas la incluyeron en


términos similares dentro de sus constituciones, como la República Islámica
Ed

de Irán301 y Alemania302. Aún así, el significado del principio, y en especial, su


aplicación por los tribunales no es un tema pacífico. Esta dificultad deviene
de las distintas inclinaciones que se le atribuyen al término, las cuales varían
ão

299 Maestrando en Derecho en la Universidade Federal de Mato Grosso. Cursa la especialización en Cultura
s

de Paz y Derecho Internacional Humanitario en la Universidad Católica del Táchira, y obtuvo su título en
ver

Derecho en la misma casa de estudios. Bolsista Capes. Endereço eletrônico: oscaguma@gmail.com


300 INTERNATIONAL AMNESTY. Dying before a judge: the arbitrary detention, enforced disappearence, torture
and death of Rafael Acosta Arévalo in Venezuela. London, 2020.
301 Article 2. The Islamic Republic is a system based on belief in: [...] 6. exalted dignity and value of man, and
his freedom coupled with responsibility before God. IRAN [Constitution (1979)]. Iran (Republic Islamic of)’s
Constitution of 1979 with Amendments through 1989. Disponible en: https://www.constituteproject.org/
constitution/Iran_1989.pdf?lang=en. Acceso en: 7 de en. 2022.
302 Artículo 1. La dignidad humana es intangible. Respetarla y protegerla es obligación de todo poder público.
ALEMANIA [Ley Fundamental (1949)]. Ley Fundamental de la República Federal de Alemania. Traducción
de Ricardo García Macho e Karl-Peter Sommerman. Deutscher Bundestag, 2019.
128

en cada caso y, en última instancia, dependen del intérprete. Por tanto, el prin-
cipio de dignidad puede comprender, desde el estatus de la especie humana
en el mundo, pasando por la autonomía y arribando en el reconocimiento de
la vulnerabilidad.
En Venezuela, el principio de la dignidad humana ha tomado un rumbo

or
diferente. Si bien ha existido casi desde el inicio de su historia constitucional,

od V
la aplicación por el Tribunal Supremo de Justicia ha sido errática: desde la

aut
misma concepción de la dignidad como principio o como derecho, hasta su
aplicación como instrumento en la crisis política venezolana. A primera vista,

R
la dignidad humana se convierte en un argumento maleable para favorecer
decisiones, sean estas justas o no. En ese sentido, la presente investigación
se aboca a realizar una panorámica sobre el principio de dignidad humana,

o
desde un punto de vista filosófico y jurídico, con énfasis en el nuevo consti-
aC
tucionalismo venezolano.

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2 Tres momentos de la dignidad
visã
El concepto de dignidad humana, como es entendido hoy, no existía en la
antigüedad. Son pocos o nulos los registros que designen el valor de la persona
como un ente abstracto. Según Comparato, en algunas comunidades tradicio-
itor

nales no existía, siquiera, un equivalente a la palabra persona para designar a


a re

los forasteros, solo reconociendo la valía del sujeto conocido o autóctono303.


Los otros, los forasteros, no eran considerados parte de la especie. Se puede
decir que muchas comunidades antiguas “ignoraron la dignidad humana de
hombres concretos o de grupos humanos”304.
par

Con el tiempo, fueron desarrollándose líneas de pensamiento sobre lo que


reconocemos como dignidad. La construcción de la dignidad humana como
Ed

concepto filosófico -y jurídico- podría sintetizarse en tres momentos o vías,


que convergen en el reconocimiento de un valor diferenciado del ser humano,
aunque desde perspectivas diferentes305. Estos momentos se pueden dividir
ão

en: a) la posición del individuo en la sociedad, b) la posición del ser humano


en el mundo, c) el reconocimiento del otro como valor de la humanidad.
s
ver

303 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 28.
304 SPAEMANN Robert. Sobre el concepto de dignidad humana. Persona y Derecho, v. 19, sep. 1988. p. 30.
305 Aun así, Atienza apunta que la noción de dignidad humana es una idea abstracta, y en ella circulan distintas
angustias de la humanidad, pues se trata de descubrir el valor de sí mismo, su propio concepto. Esta idea,
por lo tanto, afecta la manera en que se entiende el Derecho y la sociedad misma. Su carácter axiomático y
emotivo hace que su definición sea, muchas veces, errática. ATIENZA, Cristina Monereo. Vulnerabilidad y
solidaridad: una concreción de la dignidad. Anuario de filosofía del Derecho, v. XXXIV, p. 375-402, 2018.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 129

2.1 Dignitas306

No es sino en Roma que se acuña el término dignitas. La dignidad en la


antigua Roma evoca un doble significado, uno que indicaba la compostura
honorable de quién ocupaba un cargo social alto, como el de Cónsul; y otro

or
relativo a “la posición especial del hombre en el cosmos”307. La primera

od V
acepción trata de un estatus social y surge con el fin de distinguir a individuos

aut
ejemplares308. La segunda es conocida por el uso que Cicerón le dio en su
obra De Officiis, siendo el primero en utilizarla para expresar un valor que se

R
extiende universalmente a todos los hombres. Este valor nace de la naturaleza
racional de la humanidad, lo que permite que solo el hombre pueda escoger
su destino y no sucumbir en las pasiones corporales309. La dignitas, se con-

o
vierte en un estatus que comparte la especie humana y que posee por sobre
aC
las otras criaturas de la tierra, tratándose de una de las primeras concepciones
universalistas de la dignidad, de la cual ya no se retornaría.
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2.2 Autonomía
visã
Lo universal se convierte luego en humanismo310. La dignidad se conecta
directamente con el libre albedrío, la capacidad de realizar escogencias
itor
a re

306 No obstante, existen registros anteriores a la dignitas, relacionada a una idea cercana al valor del ser
humano. En oriente, el confusionismo situó al hombre como un ser con posibilidades de actuar en base
a la razón, regalo del cielo y así, obtener bienes superiores. También, en Antígona, tras la prohibición de
la sepultura del cuerpo de Polinies, se muestra un trato diferenciado al cadáver humano, reconociendo
su dignidad. Véase: VITERI CUSTODIO, Daniela Damaris. La naturaleza jurídica de la dignidad humana:
par

un análisis comparado de la jurisprudencia del tribunal constitucional español y el tribunal constitucional


federal alemán. Estudios de Derecho, v. 53, n. 153. p. 113-145, enero-junio 2012. También: DANIELS, Ali.
Ed

Aproximación al concepto de dignidad humana. Revista de Derecho Público, n. 161/162. p. 77-97, 2020.
307 BECCHI, Paolo. El principio de la dignidad humana. México, DF: Fontamara, 2012. p. 11.
308 Esta visión de la dignidad -si bien no representa a la dignidad humana que es fundamento de los derechos
humanos- sigue siendo utilizada hasta nuestros días. Cuando se habla de la dignidad del cargo de juez, o
ão

de reunión de dignatarios -presidentes- se está hablando de la dignitas tradicional. Y posee la particularidad


de ser la primera expresión de dignidad que toma el Derecho en sociedades organizadas jerárquicamente.
WALDRON, Jeremy. Democratizar la dignidad: Estudios sobre la dignidad humana y derechos. Traducción
s

de Vicente F. Benítez R., Javier Gallego Saade y Leonardo García Jaramillo. Bogotá: Universidad Externado
ver

de Colombia, 2019.
309 ROSEN, Michael. Dignity: it’s history and meaning. Cambridge: Oxford University Press, 2012.
310 Por otro lado, existe también una vertiente cristiana de la dignidad humana. Dicha vertiente también bebió
del universalismo, pues incluía a todos los seres humanos y no a cierto tipo de individuos. Sin embargo, se
trataba de una dignidad heterónoma. El valor del individuo surgía por ser Imago Dei, y no por sí mismo. No
fue sino tiempo después con Santo Tomás de Aquino y con Giovani Pico della Mirandolla que se reconocería
el valor intrínseco del ser humano, según el primero, por ser la creación más perfecta de Dios; por otro
lado, es la facultad humana de autoconstruirse lo que le hace digno. Esta es, sin duda, de gran importancia
para el desarrollo una dignidad basada en la autonomía. Véase: ROSEN, Michael. Dignity: it’s history and
meaning. Ibid.; SALDAÑA, Javier. La dignidad de la persona humana. Fundamento del derecho a no ser
130

propias. De esta idea, el ser humano comienza a convertirse en dueño de sí


mismo y, como en el caso de della Mirandolla, la lectura de los textos clásicos
y religiosos se interpretan con un lente enfocado en el individuo. La libertad,
por tanto, se convierte en el nuevo paradigma311. De ese modo, Kant catego-
rizó al ser humano como un fin en sí mismo, pues actúa en base a su propia

or
ley moral. La humanidad, que incluye desde los otros hasta el mismo sujeto

od V
que actúa, no puede ser utilizada “solamente como un medio”312, por lo que

aut
repudia cualquier clase de cosificación sobre el sujeto313.
Según Waldron, la visión kantiana de la dignidad no se trata de una defi-

R
nición directa del ser humano, sino la posibilidad, derivada de la naturaleza
racional del ser humano. Es decir, somos dignos porque somos racionales,
y al ser racionales, podemos pensar moralmente, discernir entre lo que es

o
correcto como especie humana. De ese modo, no se requiere de una voluntad
aC
ajena, sino que al ser autónomos, nuestra voluntad – sin importar nuestro
origen, tan solo por el simple hecho de existir como humanos en este mundo

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– tiene valor314.
visã
2.3 Vulnerabilidad y otredad

Sin embargo, la práctica de esa voluntad autónoma, en especial durante


itor

la revolución industrial y los años venideros, no fue perfecta. Hubo, según


a re

Atienza, un desfase al momento de aplicar las ideas universalistas. El proyecto


de modernidad -basado en la razón- cayó en un sistema que permitió la explo-
tación de otros, valiéndose por una manifestación de voluntad abstracta. “El
hombre no es antes que nada animale rationale, y ni siquiera animale morale,
par

sino animal con necesidades”315; el individuo no es totalmente autónomo,


no siempre puede decidir por su cuenta, sino que existen condiciones que
Ed

le permiten un mayor o menor ejercicio de su libertad. No es, en definitiva,


abstracto, sino concreto316. En este caso, el ser humano no se define por su
capacidad de escoger, sino por su vulnerabilidad, o sea, por una condición
ão

discriminado injustamente. In: TORRE MARTÍNEZ, Carlos de la. Derecho a la no discriminación. Ciudad
de México: Universidad Autónoma de México, 2006. p. 57-80; MIRANDOLLA, Giovanni Pico della. Discurso
s

sobre la dignidad del hombre. Traducción Adolfo Ruiz Díaz. México: UNAM, 2004.
ATIENZA, Cristina Monereo. Vulnerabilidad y solidaridad: una concreción de la dignidad. Op. cit.
ver

311
312 KANT, Immanuel. Fundamentación de la metafísica de las costumbres. Traducción Manuel García
Morente. Publicación digital. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 1999. Disponible en: https://
www.cervantesvirtual.com/obra/fundamentacion-de-la-metafisica-de-las-costumbres--0/.. Acceso en: 5 de
dic. 2021. s/p.
313 SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal
de 1988. 9 edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011.
314 ROSEN, Michael. Dignity: it’s history and meaning. Op. cit.
315 BECCHI, Paolo. El principio de la dignidad humana. Op. cit. p. 35-36.
316 DOUZINAS, Costas. The end of Human Rights. Portland: Hart Publishing, 2000.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 131

natural de desprotección ante el mundo, la cual varía dependiendo del con-


texto y las circunstancias de la vida317. De ese modo, una dignidad basada en
la vulnerabilidad implica actuar en base al axioma de: “el hombre postrado
sólo tiene derechos y yo sólo tengo deberes”318.
La necesidad de proteger al otro, de reconocerlo como parte del grupo,

or
es también un sustento de la dignidad humana. Entender la vulnerabilidad

od V
que cada ser humano posee es un paso para, a su vez, entender la autonomía

aut
natural del individuo. Existe un diálogo entre ambos conceptos, el cual se
resume en la satisfacción de unas condiciones mínimas para cada individuo.

R
Las necesidades satisfechas, a su vez, permitirían que el sujeto pueda tomar
sus propias decisiones319.

o
aC
3 La dignidad humana y la ciencia del derecho
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visã
3.1 La dignidad humana y su aparición en el derecho

No fue sino a mediados del siglo XX, al culminar la Segunda Guerra


Mundial, que la dignidad humana se erigió como estandarte del Derecho
itor

Internacional. Si bien ya existían tradiciones con miles de años de reflexión,


a re

hubo poco énfasis en un análisis de la dignidad en la ciencia del Derecho. Ni


siquiera fue evocada en las primeras normas sobre los derechos del hombre,
que se enfocan en la protección de la propiedad. Según Habermas, tuvo que
ocurrir una tragedia mundial como el Holocausto para que el Derecho per-
par

mitiera una posición moral, con el fin de evitar que tales hechos volvieran
a ocurrir320.
Ed

Eso no significa que no existiera un vínculo entre el Derecho y la dig-


nidad humana. Los derechos humanos son resultado de una construcción
histórica, edificada por la lucha contra la arbitrariedad y condiciones de vida
ão

degradantes. Tales condiciones, pueden ser entendidas como vulneraciones a


la dignidad humana. La abolición de la esclavitud y la tortura, los límites de la
jornada laboral, la tributación excesiva o el salario digno se establecieron en
s
ver

317 MELKEVIK, Bjarne. Vulnerabilidade, direito e autonomia: um ensaio sobre o sujeito de direito. Rev. Fac.
Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 71. p. 641-673, jul./dez. 2017.
318 PELLUCHON, Corine. La ética de la vulnerabilidad. In: PELLUCHON, Corine. La autonomía quebrada:
bioética y filosofía. Traducción de Alejandra Marín Pineda. Bogotá: Universidad El Bosque, 2011. p. 229-2780.
319 ATIENZA, Cristina Monereo. Vulnerabilidad y solidaridad: una concreción de la dignidad. Op. cit.
320 No obstante, existen algunos antecedentes de la dignidad en el Derecho. Habermas expone la justificación
de la abolición de la pena de muerte en la Constitución Alemana de 1849, que menciona el valor de la
dignidad humana. HABERMAS, Jürgen. El concepto de dignidad humana y la utopía realista de los derechos
humanos. Diánoia, n. 64, p. 3-25, mayo 2010.
132

el derecho luego de que la sociedad comprendiera su carácter vulnerador. De


lo cual cabe interpretar que la dignidad humana está relacionada íntimamente
con el desarrollo de los derechos humanos321.
La Carta de las Naciones Unidas, adoptada el 26 de junio de 1945,
establece en su preámbulo que los pueblos de las Naciones Unidas resuelven

or
“preservar a las generaciones venideras del flagelo de la guerra que [...] ha

od V
infligido a la Humanidad sufrimientos indecibles, a reafirmar la fe en los

aut
derechos fundamentales del hombre, en la dignidad y el valor de la persona
humana”322. De este acuerdo resulta la construcción de un sistema que propi-

R
ciaría la cooperación humana, por lo que el naciente Derecho Internacional
de los Derechos Humanos se erigió como base de esta nueva concepción de
orden internacional. A esta afirmación se añaden las cinco menciones de la

o
dignidad humana en la Declaración Universal de Derechos Humanos323. Es
aC
importante resaltar que en ninguna de ellas se establece una definición, con el
fin de no asociar el texto con una tradición específica. En cambio, la dignidad

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se constituyó como un principio general para facilitar la creación de acuerdos
visã
entre Estados con ideologías opuestas324.
Partiendo de esa perspectiva, utilizar a la dignidad como principio abs-
tracto fue un logro. Permitió que se adoptaran diversas convenciones con
la finalidad de proteger la dignidad humana, ya no de la especie completa,
itor

sino de vulneraciones específicas – como la trata de personas- o de grupos


a re

vulnerables concretos – refugiados o niños –, por lo que se convirtió en un


principio operativo del Derecho Internacional325. Esto permitió humanizar e
principio y considerar a la persona humana no como un objeto de protección,
sino como un sujeto reconocido en esta rama del Derecho326.
par

321 Ibid.
Ed

322 NACIONES UNIDAS. Carta de las Naciones Unidas. 1945. Preámbulo.


323 Textualmente, dos en el preámbulo: “Considerando que la libertad, la justicia y la paz en el mundo tienen
por base el reconocimiento de la dignidad intrínseca y de los derechos iguales e inalienables de todos los
miembros de la familia humana;” y “Considerando que los pueblos de las Naciones Unidas han reafirmado
ão

en la Carta su fe en los derechos fundamentales del hombre, en la dignidad y el valor de la persona humana
y en la igualdad de derechos de hombres y mujeres, y se han declarado resueltos a promover el progreso
social y a elevar el nivel de vida dentro de un concepto más amplio de la libertad”. El artículo 1: “Todos los
s

seres humanos nacen libres e iguales en dignidad” El artículo 22 “Toda persona, como miembro de la socie-
ver

dad, tiene derecho a [...] la satisfacción de los derechos económicos, sociales y culturales, indispensables
a su dignidad”; por último, el artículo 23.3: “3. Toda persona que trabaja tiene derecho a una remuneración
equitativa y satisfactoria, que le asegure, así como a su familia, una existencia conforme a la dignidad
humana”. Cursivas nuestras. Ibid.
324 LE MOLI, Ginevra. The Principle of Human Dignity in International Law. In: ADENAS, Mads; FITZMAURICE,
Malgosia; Tanzi, Atilla; Wouters, Jan (ed.). General Principles and the Conherence of International Law.
Leiden; Boston: Brill/Nijhoff, 2019. p. 352-368.
325 Ibid.
326 VITERI CUSTODIO, Daniela Damaris. La naturaleza jurídica de la dignidad humana: un análisis compa-
rado de la jurisprudencia del tribunal constitucional español y el tribunal constitucional federal alemán. Op.Cit.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 133

3.2 Dignidad humana y constitucionalismo

La dignidad humana, al ingresar al Derecho, se enfrentó a algunas dificul-


tades teóricas. Al ser un concepto traído de la filosofía moral, no se adaptaba
con facilidad al pensamiento jurídico tradicional. El concepto filosófico de

or
dignidad se caracteriza por su amplitud, ambigüedad y abstracción, a diferen-

od V
cia de los métodos clásicos de interpretación jurídica. El no poder determinar

aut
qué significaba específicamente la dignidad humana obstaculizo su concreti-
zación como derecho. Así, al incluirse en los ordenamientos jurídicos, la dig-

R
nidad tomó un doble sentido: uno de ámbito interno, relacionado con el valor
intrínseco del individuo, el cual nunca puede ser violado; y el otro, externo,
que representa las aspiraciones políticas de la colectividad, los derechos, y

o
el respeto de los terceros; dimensión de la dignidad que sí puede ser violada,
aC
y es adoptada por la ciencia jurídica327.
En el Derecho Constitucional, la dignidad humana, a primera vista, esta-
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blece límites a la actividad estatal, así como a los individuos. A diferencia del
visã
imperativo categórico -que formula un modo de actuar en base a la moral–, las
normas constitucionales limitan el comportamiento de otros individuos, de lo
contrario, el Estado debe intervenir328. No obstante, con la constitucionaliza-
ción de los ordenamientos jurídicos, la dignidad humana se consagra en las
itor

cartas magnas como centro axiológico. Este fenómeno surgió por el cambio
a re

de paradigma del constitucionalismo postmoderno, pues el texto constitucio-


nal dejó de definirse como una carta que únicamente regula la estructura del
Estado, y se desarrollaron constituciones en sentido material329, es decir, que
incluyen elementos ajenos al formalismo estatal330.
par

Este cambio de paradigma, denominado neoconstitucionalismo, inicia


con las nuevas constituciones del siglo XX, especialmente con aquellas que
Ed

surgieron después de la Segunda Guerra Mundial. Se desarrollaron institu-


ciones como la fuerza normativa de la Constitución, la expansión de la juris-
dicción constitucional y – más relevante al objeto de este artículo – nuevas
ão

formas de interpretación. Las normas jurídicas dejaron de entenderse solo


como reglas que se aplican por el método de la subsunción, pues no todos
s
ver

327 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional contemporâneo:
a construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
328 SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human Dignity in National Constitutions: Functions, Promises and
Dangers. The American Journal of Comparative Law, v. 62, n. 2. p. 461-490, verano de 2014.
329 El cambio de paradigma permitió que a la constitución le sea atribuido un estatus de norma jurídica, así como
una fuerza que vincula y atrae a las demás normas del ordenamiento jurídico. BARROSO, Luís Roberto.
Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil).
Revista de Direito Administrativo, v. 240. p. 1-42, 2005.
330 VITERI CUSTODIO, Daniela Damaris. La naturaleza jurídica de la dignidad humana: un análisis comparado
de la jurisprudencia del tribunal constitucional español y el tribunal constitucional federal alemán. Op. cit.
134

los problemas podían resolverse con el Derecho; por tanto, la Constitución


guía a través de principios, la interpretación de cláusulas abiertas, las cuales
permiten imbuir conceptos morales en el Derecho, sin dejar de lado las normas
establecidas por el órgano legislativo331.
Durante esa corriente jurídica se consagró el principio de dignidad dentro

or
de los cuerpos normativos constitucionales de países muy distintos, encon-

od V
trándose usualmente bajo títulos de principios fundamentales del Estado, lo

aut
que permite que los catálogos de derechos fundamentales se interpreten en
consonancia con la dignidad humana332. La utilización de métodos más flexi-

R
bles para la aplicación del derecho viene de la mano con la consagración de
normas con distinta carga interpretativa a las reglas333: los principios. Dworkin
define el vocablo principio como “un estándar que ha de ser observado [...]

o
porque es una exigencia de la justicia, la equidad o alguna otra dimensión
aC
de la moralidad”334, la cual posee “una dimensión de peso o importancia”335.
La distinción entre reglas y principios también es elevada por Alexy al

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estudiar la colisión entre estos tipos de normas. Según el autor alemán, la
visã
diferencia radica en elementos cualitativos, siendo los principios mandatos
de optimización al ordenar “que algo sea realizado en la mayor medida
posible, dentro de las posibilidades jurídicas y reales existentes”336, por lo
que su aplicación puede ser gradual. Las reglas son aplicadas de manera
itor

determinante, pues debe “hacerse exactamente lo que ella exige, ni más ni


a re

menos”337. La relevancia de esta afirmación se observa en casos de conflictos


de principios, pues al poseer un peso, pueden ponderarse ambos principios y
aplicar proporcionalmente el que resulte más importante en el caso concreto.
par

3.2.1 Contenido del principio de dignidad humana: los tres momentos


en el Derecho
Ed

La consagración de la dignidad humana en el Derecho ha sido a partir


de cláusulas generales y abstractas que no la definen directamente. Si bien
ão

331 BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do


s

direito constitucional no Brasil). Op.Cit.


ver

332 VITERI CUSTODIO, Daniela Damaris. La naturaleza jurídica de la dignidad humana: un análisis comparado
de la jurisprudencia del tribunal constitucional español y el tribunal constitucional federal alemán. Op. cit.
333 Las reglas son normas jurídicas que se aplican de manera disyuntiva, es decir, todo o nada, por lo que
la validez de una regla se da a través de la subsunción. DWORKIN, Ronald. Los derechos en serio.
2. ed. Barcelona, España: Ariel, 1989. p. 74
334 Ibid. p. 72.
335 Ibid. p. 79.
336 ALEXY, Robert. Teoría de los Derechos Fundamentales. 2. reimp. Traducion Ernesto Garzón Valdés.
Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2001. p. 86.
337 Ibid. p. 87.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 135

el reconocimiento al valor intrínseco del individuo es parte fundamental de


la dignidad humana – lo que se deriva en el respeto a la persona por parte de
terceros, incluyendo el Estado –, hay algunas características adicionales que
pueden derivarse del contenido esencial del principio de dignidad humana.
Retomando los tres momentos de la dignidad humana. La noción del

or
valor del ser humano es la base misma del principio, incluso, la dignidad

od V
entendida hoy en día aún bebe un poco de la dignitas universalista romana.

aut
La autonomía de cada individuo, partiendo del paradigma kantiano, se repre-
senta en la protección a la libertad, el desenvolvimiento de la personalidad,

R
la posibilidad de que el individuo pueda actuar tomándose como un fin en sí
mismo, sin poder renunciar voluntariamente a esa condición. Por otro lado,

o
el valor comunitario de la dignidad nace con el fracaso de un modelo abso-
lutamente liberal, por tanto surgen normas de orden público que limitan la
aC
actuación de los particulares, protegiendo a categorías específicas de personas
de otros más capaces, sea por razones económicas, etarias o por violencia
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estructural contra minorías de género o étnicas, por dar un ejemplo338.


visã
Al integrar este principio y sus contenidos mínimos en las constituciones
posmodernas, la dignidad humana adquirió una importancia que, como expresa
el artículo 1 de la Ley Fundamental alemana, le otorga carácter absoluto stricto
itor

sensu, es decir “que no se presta a ser sometido a limitación alguna ni a ser


objeto de análisis de proporcionalidad”339. Sin embargo, en la misma doctrina
a re

alemana surge una controversia sobre si la dignidad humana es absoluta o


relativa. Retomando a Alexy, los principios jurídicos se aplican de manera
gradual, por tanto, no pueden ser absolutos stricto sensu, al siempre poder
estar sometidos a la ponderación. De esa manera, el artículo 1 de la Ley Fun-
par

damental alemana, según Alexy, es considerado principio y regla a la vez,


pudiendo ser ponderada con otros principios constitucionales – a pesar de que
Ed

tenga mayor peso que otros principios –, pero aplicado directamente cuando
se verifique una violación a la dignidad humana340.
ão

3.2.2 Funciones de la dignidad humana en el Derecho Constitucional


s

La importancia de la dignidad humana como valor constitucional uni-


ver

fica dentro de un ordenamiento jurídico a las normas de derechos humanos,


por lo que resalta sobre otros principios. Dependiendo de su ubicación en

338 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional contemporâneo:
A construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. Op.Cit.
339 BOROWSKI, Martin. Derechos absolutos y proporcionalidad. Revista Derecho del Estado, n. 48, p. 314,
enero-abril, 2021.
340 ALEXY, Robert. Teoría de los Derechos Fundamentales. Op. cit.
136

el articulado constitucional, el principio de dignidad humana posee una u


otra función341. Se pueden encontrar, al menos, tres funciones de la digni-
dad humana en las constituciones: ser la base del ordenamiento jurídico,
ser una fuente de derechos y tener un papel interpretativo de los dere-
chos fundamentales.

or
od V
3.2.2.1 Base del ordenamiento jurídico

aut
Al desarrollarse como el centro del constitucionalismo postmoderno, la

R
dignidad humana se convierte en el fundamento del orden jurídico. Tal es el
caso, por ejemplo, de la Ley Federal alemana, al punto de manifestar que el
principio de dignidad humana es el que mejor expresa el ámbito material del

o
texto constitucional. Es en este tipo de normas, ubicadas en títulos generales
aC
de la Constitución o en preámbulos, que la dignidad funciona como un valor
general y expresa su función legitimadora del sistema jurídico nacional, esta-

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bleciéndose como parámetro de actuación estatal342.
visã
Con este principio, la existencia del Estado se justifica a partir de dos
ideas: la democracia y los derechos humanos; conceptos que se nutren en la
teoría y la práctica, pues la existencia de los derechos humanos – y por tanto,
la consideración jurídica de la dignidad – deviene de un acuerdo común entre
itor

los pueblos en el reconocimiento del valor del individuo. Son los Estados
a re

autoritarios o totalitarios quienes no reconocen el estatus de agente de las


personas, así como la autonomía y la voluntad popular. No obstante, existen
países como Francia, el Reino Unido y los Estados Unidos, que no poseen
en sus cuerpos normativos una mención directa de la dignidad humana, aun
par

así “uma ordem jurídica não perderia a legitimidade se não reconhecesse a


vigência do princípio da dignidade desde que o respeito à pessoa fosse asse-
Ed

gurado por meios alternativos”343.

3.2.2.2 Fuente de derechos


ão

Por ser el centro del catálogo de derechos fundamentales, la dignidad


humana contiene en sí las disposiciones que representan los derechos de los
s
ver

341 SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human Dignity in national Constitutions: Functions, Promises
and Dangers. Op.Cit.
342 BARAK, Aharon. The role of human dignity as a constitutional value. In: BARAK, Aharon. Human Dignity: The
constitutional value and the constitutional right. Cambridge: Cambridge University Press, 2015. p. 103-113.
343 SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana: Conteúdo, trajetórias e metodologia. Op. cit. p. 79.
Shultztiner hace mención de una ambigüedad en las constituciones del mundo. Resulta que los países que
tienen menos posibilidades de hacer efectivas sus disposiciones relacionadas con la dignidad, poseen un
catálogo de derechos y de usos de la dignidad. SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human Dignity in
National Constitutions: Functions, Promises and Dangers. Op.Cit.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 137

individuos. Es posible que en caso de que en un país no se encuentren positi-


vados algunos derechos fundamentales, se puedan derivar del principio de la
dignidad humana. Esta función tiene especial importancia, pues impide que la
persona se vea desamparada ante las lagunas constitucionales. Esta función de
“derecho madre”, como la presenta Sarmento tiene particular importancia en el

or
derecho israelí, al carecer de normas específicas de derechos fundamentales344.

od V
La dignidad como fuente de derechos opera a través de la jurisdicción

aut
constitucional. El juez debe analizar los hechos y, a su vez, comprender el
significado del principio en el caso concreto, para así poder determinar cuál

R
aspecto de la dignidad, protegido por el ordenamiento jurídico, ha sido vio-
lentado y debe ser restituido. Tal es el caso, por ejemplo, de una decisión del
Supremo Tribunal Federal de Brasil, que reconoció el derecho de la persona

o
de conocer su origen345.
aC
3.2.2.3 Papel Interpretativo y la colisión de derechos
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visã
Otra función importante del principio de dignidad humana es el carácter
hermenéutico de la Constitución. Al representar un valor constitucional de
importancia, otorga significado al ordenamiento jurídico. No solo influye
itor

en la interpretación de las demás normas del mismo rango, sino que por la
a re

supremacía constitucional puede abarcar normas inferiores, pudiendo desa-


plicarlas en caso de colisión normativa346. El principio va a guiar al juez en
la interpretación de los derechos ya existentes, pues puede ampliar el ámbito
de aplicación de facultades como la libertad, la igualdad, el voto o la vida –
por mencionar algunos –, de la misma manera que puede limitar otros dere-
par

chos, como la autonomía de la voluntad. Asimismo, su función hermenéutica


Ed

puede resolver problemas de antinomias y lagunas normativas, existiendo la


posibilidad de declarar nula aquella norma que vaya en contra de la dignidad
humana, incluyendo normas de Derecho Privado347.
ão

3.2.3 El peligro del principio de la dignidad humana


s
ver

El hecho de que un principio tan vinculante – por su fuerza normativa


constitucional y su relevancia moral – como la dignidad humana, se encuentre

344 SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana: Conteúdo, trajetórias e metodologia. Op. cit.
345 Ibid.
346 BARAK, Aharon. The role of human dignity as a constitutional value. In: BARAK, Aharon. Human Dignity:
The constitutional value and the constitutional right. Op. cit.
347 SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana: Conteúdo, trajetórias e metodologia. Op. cit.
138

en la punta de la pirámide de los ordenamientos jurídicos actuales, no sig-


nifica que pase desapercibido a las críticas. Su amplitud conceptual348, y en
especial, su valor comunitario y limitador de derechos fundamentales no ha
sido visto con buenos ojos por la doctrina, en especial por su uso en países
cuya democracia es cuestionable. De ese modo, el ejercicio de la jurisdicción

or
constitucional puede ocasionar una dificultad contra mayoritaria e ir en contra

od V
de los principios democráticos349.

aut
Otra de las críticas, relacionada con la plasticidad y amplitud del prin-
cipio, es la inseguridad jurídica350. Al existir argumentos contrapuestos que

R
puedan estar relacionados con la dignidad – como el caso de la prohibición
de sustancias psicoactivas y la descriminalización –, complica la previsi-

o
bilidad del ordenamiento jurídico, permitiendo cambios radicales en este.
El rol de la dignidad en las constituciones es temido, por su capacidad de
aC
transformación del ordenamiento jurídico. Aun así, se debe apuntar a la
finalidad que tienen estos conceptos en el Derecho: la de atraer al orde-

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namiento jurídico las construcciones sociales y morales de la actualidad,
visã
permitiendo que los sistemas jurídicos se mantengan vigentes socialmente
y sea más sencillo adaptar las normas a la realidad. Para ello, es necesario
fomentar el debate público, estudiar e intentar actualizar el concepto. De
itor

ese modo podría evitarse la mala utilización de un principio fundamental


de nuestro tiempo351.
a re
par

348 SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human Dignity in National Constitutions: Functions, Promises
Ed

and Dangers. Op. cit.


349 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional contemporâneo:
A construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. Op.Cit. Además, sobre la dificultad
contramayoritaria y los regímenes autoritarios, véase BREWER-CARÍAS, Allan. El juez constitucional al
ão

servicio del autoritarismo y la ilegítima mutación de la Constitución: el caso de la Sala Constitucional del
Tribunal Supremo de Justicia de Venezuela (1999-2009). Revista General de Derecho Administrativo, n. 21,
jun. 2009. Disponible en: http://allanbrewercarias.com/wp-content/uploads/2009/07/607.-599.-JUSTICIA-
s

-CONSTITUCIONAL-Y-DEMOLICI%C3%93N-DEL-ESTADO-DE-DERECHO.-Seminario-EGE-marzo-2009.
ver

doc.pdf. Acceso en: 20 de mar. de 2022.


350 Sobre este tema, Carvalho expone la peligrosidad, desde un punto de vista jusfilosófico, de la elasticidad del
concepto de dignidad humana, pues se convierte en un principio sometido a la apreciación de su portador,
en una decisión individual. En el caso del ejercicio individual, la dignidad determinada por su poseedor. En el
caso del Tribunal, es el órgano quién decide. Depende en ese caso concreto la definición del juzgador, la cual
puede poseer un rango de relatividad, por tanto, ser un peligro. CARVALHO, Felipe Rodolfo de. Dignidade
da pessoa humana e ordem jurídica do desejo. In: Outramente: o direito interpretado pelo rostro do Outro.
Belo Horizonte. D’Plácido, 2021.
351 BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional contemporâneo:
A construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. Op. cit.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 139

4 Dignidad Humana en la Constitución Venezolana: valor


fundamental y uso por el Tribunal Supremo de Justicia (TSJ)

4.1 La adopción de la dignidad en los textos constitucionales

or
venezolanos anteriores a 1999

od V
La primera mención del vocablo “dignidad” en el constitucionalismo

aut
venezolano aparece en la primera carta magna del país: la Constitución Federal
de 1811. Si bien no forma parte del articulado, en la alocución final se eleva

R
el valor y gracia de los hombres que lucharon en la guerra de independencia,
pues “son dignos de ella [la Constitución] quienes han sabido devorarse y

o
sabrán sancionarla con la dignidad de los hombres libres”352. Esta visión de
la dignidad – relativa a la dignitas del honor y compostura social, en este
aC
caso por las hazañas de los próceres – si bien es relevante, no lo es más que
la sección segunda del capítulo octavo que consagra cuarenta artículos bajo
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el título de “Los derechos del hombre en la sociedad”353. En estos artículos


visã
se encuentran algunos contenidos de la dignidad humana, como el derecho a
la libertad, la prohibición de la tortura, e incluso, facilidades para el ingreso
de extranjero a los territorios nacionales.
La Constitución de 1830354 repite en términos generales la mención a la
itor

dignidad humana, pero la determinación de derechos tan amplios no existiría


a re

nuevamente sino hasta la Constitución de 1925, limitándose a la protección


del venezolano, sin incluir a extranjeros355. Es hasta la Constitución del 23
de enero de 1961, con la mención directa de la dignidad en su preámbulo,
que da inicio el período democrático venezolano, al establecer como razón
par

del Estado venezolano “amparar la dignidad humana”356 y “sustentar el orden


democrático como único e irrenunciable medio de asegurar los derechos y la
Ed
ão

352 VENEZUELA. [Constitución (1811). Constitución Federal de 1811: (21 de diciembre de 1811). Alicante:
Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2014, s/p. Disponible en: https://www.cervantesvirtual.com/nd/
s

ark:/59851/bmcxd2t1. Acceso en: 10 de en. 2022.


ver

353 Ibid. s/p.


354 VENEZUELA. [Constitución (1830)]. Constitución del Estado de Venezuela: 24 de septiembre de 1830.
Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2014. Disponible en: https://www.cervantesvirtual.com/nd/
ark:/59851/bmcsr0s4. Acceso en: 10 de en. de 2022.
355 VENEZUELA. [Constitución (1925)]. Constitución de los Estados Unidos de Venezuela. Disponible en:
https://derechodelacultura.org/wp-content/uploads/2015/02/3_1_1_ven_cn_1925.pdf. Acceso en: 15 de
en. de 2022.
356 VENEZUELA. [Constitución (1961)] Constitución de la República de Venezuela de 1961. Disponible en:
http://americo.usal.es/oir/legislatina/normasyreglamentos/constituciones/Venezuela1961.pdf. Acceso en: 15
de dec. de 2021.
140

dignidad de los ciudadanos, y favorecer pacíficamente su extensión a todos


los pueblos de la tierra”357.
Esta expresión bebe directamente de la Carta de las Naciones Unidas y la
Declaración Universal de Derechos Humanos, y se complementa con un catá-
logo de derechos amplio, incluyendo la consagración de una cláusula abierta

or
en la interpretación de los derechos humanos en el artículo 50 del mencionado

od V
texto constitucional. Por tanto, considera al ser humano como “centro de la

aut
organización política y el aseguramiento de sus derechos y dignidad, como
meta de la misma”358, obteniendo el carácter de norma programática que indica

R
la orientación de los actos del Estado, lo que le da un peso relevante como
principio jurídico, sin ser considerado un derecho subjetivo359.

o
4.2 Dignidad y la constitución de 1999
aC
En la Constitución de la República Bolivariana de Venezuela de 1999,

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la mención a la dignidad humana deja de incluirse en el preámbulo y pasa
visã
al cuerpo articulado del texto constitucional. Así, el artículo 3 consagra los
fines del Estado, entre los cuales se encuentra “el desarrollo de la persona y
el respeto de su dignidad”360. Del mismo modo que la Constitución de 1961,
este artículo presenta a la dignidad como un fin, es decir, como una meta que
itor

guía la actuación del Estado venezolano. Domínguez Guillén explica que, en


a re

el Derecho venezolano, al menos de esta norma, se desprende el principio de


dignidad humana como base de los derechos fundamentales, de cuyo contenido
se pueden desprender otros derechos, verificando su función como fuente361.
Además de estar incluida bajo el título primero, sobre los principios
par

fundamentales, se pueden contar otros once artículos que hacen mención


expresa a la dignidad humana o a la vida digna, y adoptan un carácter ope-
Ed

rativo, exaltando el valor de ciertos derechos fundamentales. Por ejemplo,


el artículo 46 consagra el derecho a la integridad física, psíquica y moral y
en su numeral 2 dispone que “Toda persona privada de libertad será tratada
ão

con el respeto debido a la dignidad inherente al ser humano”362, preservando


el valor intrínseco de la persona. En el mismo tenor, los artículos 47 y 55
s
ver

357 Ibid.
358 BREWER-CARÍAS, Allan R. Instituciones del Estado Democrático de Derecho Constitución de 1961:
Tratado de Derecho Constitucional. Caracas: Editorial Jurídica Venezolana, 2015. t. IV.
359 ORTIZ-ORTIZ, Rafael. Investigación especulativa sobre el fundamento de la dignidad humana. Revista de
la Facultad de Ciencias Jurídicas y Políticas, Caracas, n. 97. p. 178-261, 1995.
360 VENEZUELA. [Constitución (1999)]. Constitución de la República Bolivariana de Venezuela – 1999.
Caracas: Ediciones de la Asamblea Nacional, 2009. Art. 3.
361 DOMÍNGUEZ GUILLÉN, María Candelaria. La dignidad: Principio y soporte de la persona humana. Revista
Tachirense de Derecho, San Cristóbal, Táchira, n. 30, p. 77-104, mayo de 2019.
362 VENEZUELA. [Constitución (1999)]. Constitución de la República Bolivariana de Venezuela. Op. cit. Art. 46.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 141

mencionan, respectivamente, el respeto a la dignidad humana al consagrar


el derecho de la inviolabilidad del domicilio363; el derecho a la protección
del Estado, con su correlativo deber de respeto al valor del ser humano y los
derechos fundamentales364, similar al artículo 332 que ordena la creación de
los cuerpos de seguridad ciudadana quienes poseen la misma obligación365.

or
Los siete artículos restantes encajan en la protección al valor comunitario,

od V
influenciados por la carga social de la Constitución venezolana. Shultztiner

aut
reconoce la función de la dignidad humana en el establecimiento constitucio-
nal de un “salario suficiente que le permita vivir con dignidad y cubrir para

R
sí y su familia las necesidades básicas materiales, sociales e intelectuales”366,
complementando la protección a los trabajadores367. Es parecido al artículo
299 al proponer el régimen socioeconómico de Venezuela que, imbuido de

o
principios de carácter social, e incluso, ambiental, tiene como fin “asegurar
aC
el desarrollo humano integral y una existencia digna”368. La preservación de
los derechos laborales también se puede analizar en el artículo 87, que bajo
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los mismos términos de existencia digna y decorosa, consagra la tutela cons-


visã
titucional del derecho al trabajo369 – y también el deber de trabajar370 –. Así
como la protección específica de los trabajadores culturales371.
Por último, el valor comunitario protegido por el principio de dignidad
humana también se expresa en la Constitución venezolana al garantizar el
itor

derecho a otra categoría de sujetos vulnerables. El artículo 80 consagra la


a re

dignidad humana de los ancianos y ancianas, enfatizada con la protección


de los derechos a la seguridad social y al trabajo372. También, el reconoci-
miento de la dignidad de las personas con discapacidad, promoviendo su
integración en la sociedad y el trabajo, e incluso, el derecho de las personas
par

sordas o mudas “a expresarse y comunicarse a través de la lengua de señas


Ed

363 Ibid. Art. 47.


364 Ibid. Art. 55.
365 Ibid. Art. 332.
ão

366 Ibid. Art. 91.


367 SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human Dignity in National Constitutions: Functions, Promises
and Dangers. Op. cit.
s

368 VENEZUELA. [Constitución (1999)]. Constitución de la República Bolivariana de Venezuela. Op.


ver

Cit. Art. 299.


369 Ibid. Art. 87.
370 Algunas constituciones, como la de Kuwait y Tanzania también relacionan la dignidad humana para definir el
deber de trabajar. Es una particularidad de pocas constituciones relacionar este principio con obligaciones
del individuo y no como una defensa contra el Estado. SHULTZTINER, Doron; CARMI, Guy, E. Human
Dignity in National Constitutions: Functions, Promises and Dangers. Op. cit.
371 “El Estado garantizará a los trabajadores y trabajadoras culturales su incorporación al sistema de seguridad
social que les permita una vida digna” VENEZUELA. [Constitución (1999)]. Constitución de la República
Bolivariana de Venezuela. Op. cit. Art. 100.
372 Ibid. Art. 80.
142

venezolana”373, estipulado en el artículo 81. Una limitación a la libertad


contractual se encuentra en el artículo 117, una norma que consagra los
derechos del consumidor e implica la prohibición de publicidad engañosa,
“un trato equitativo y digno”374.

or
4.3 Usos de la dignidad humana por el tribunal supremo de justicia

od V
aut
4.3.1 Paradigmas de la dignidad humana en los tribunales venezolanos:
derecho o principio, valor intrínseco del individuo, valor comunitario y

R
abandono a la autonomía

o
El máximo intérprete de la Constitución venezolana, la Sala Constitu-
cional del TSJ, ha proferido diversas sentencias utilizando el principio de
aC
dignidad humana como argumento principal. Sin embargo, la interpretación
de la Sala no ha sido pacífica, pues lo que se entiende como una violación

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de dignidad humana, o incluso, su función y posición en el ordenamiento
visã
jurídico varía dependiendo del caso. Este inconveniente hermenéutico surge
desde la misma concepción de la dignidad humana, pues ha sido considerada
como un derecho intrínseco a la persona, el cual debe ser protegido por el
Estado a través de su promoción y no interrupción, siendo un derecho que
itor

se relaciona directamente con otras garantías constitucionales375; asimismo,


a re

en otra sentencia se menciona a la dignidad humana como un “principio


estructural del Estado Social de Derecho”376, el cual se fundamenta en la mera
existencia del ser humano, atribuyéndole una serie de derechos y garantías
exigibles destinadas a asegurar una vida en condiciones aceptables para el
par

desarrollo humano.
Es conocido a partir de la sentencia 1939 del 18 de diciembre de 2008
Ed

de Sala Constitucional que el Estado venezolano mantiene una preferencia


por el desarrollo de los derechos sociales, en contraposición de las libertades
individuales377, de ese modo, la protección al valor comunitario de la dignidad
ão

humana es resaltado en sus decisiones. Por otro lado, debido a la posición


ideológica asentada por el tribunal, la decisión más resaltante que utiliza
la autonomía como contenido de la dignidad humana es el voto salvado de
s
ver

373 Ibid. Art. 81.


374 Ibid. Art. 117.
375 VENEZUELA. TSJ, Sala Constitucional. Sentencia nº 0382. Caso Ley Orgánica para la Atención y
Desarrollo Integral de las Personas Mayores, de 13 ago. 2021.
376 VENEZUELA, TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 855, exp. 05-1326. Caso Juan Ramón Flores
Martínez, de 5 de mayo de 2006.
377 VENEZUELA, TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 1939, exp. 08-1572. Caso Abogados Gustavo Álvarez
Arias, Zulia Coromoto Maldonado y Asdrúbal Blanco. 18 de dic. de 2008.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 143

la magistrada Lourdes Benicia Suárez Anderson, al considerar que la pena


accesoria de sujeción a la vigilancia de la autoridad establecida en el numeral
primero del artículo 10 y el artículo 22 del Código Penal venezolano378.
En dicho voto se critica el poder del Estado de vigilar a un ciudadano, lo
cual es una forma de humillación, pues infantiliza al sujeto e impide el libre

or
desarrollo de su vida. Esa situación ocasiona que la persona no sea tratada

od V
como un fin en sí mismo, en otras palabras: se está vulnerando su dignidad

aut
humana. A pesar de no ser planteado en esos términos, la magistrada intenta
realizar un ejercicio de ponderación entre el principio de dignidad humana

R
y el principio de reinserción social establecido en la parte in fine del artículo
272 de la Constitución de 1999, por el cual es fundamentada la sentencia
definitiva. Sin embargo, se discute sí realmente la vigilancia estatal es parte de

o
un proceso de reinserción o de etiquetamiento del exdelincuente, resultando
aC
en la vulneración a su dignidad379.
En contraposición, el Caso Peñuela Lovera Rosal vs. El Heraldo parte
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desde un paradigma diferente. Allí la Sala discutió si la difusión de porno-


visã
grafía en medios de fácil acceso para cualquier tipo de público – incluyendo
infantil – convierte a la mujer en un simple objeto del deseo, resultando en
una violación a la dignidad de las mujeres, pues estas prácticas forman parte
de una violencia patriarcal sobre el cuerpo femenino, por tanto, vulnera el
itor

derecho a la dignidad humana. La Sala resuelve la colisión entre el derecho


a re

a la libertad de expresión y el derecho a la dignidad humana partiendo de las


limitaciones constitucionales del primero, a diferencia de un aparente carácter
absoluto del derecho a la dignidad humana, pues es de aplicación preferente
“a cualquier otro derecho de rango constitucional”380, resultando en un uso
par

relativo al valor comunitario de la dignidad humana.


Continuando con la protección de la mujer, en otra decisión la Sala Cons-
Ed

titucional declara la inconstitucionalidad del delito de adulterio contemplado


en los artículos 394 y 395 del Código Penal venezolano381, por considerarlos
contrarios al “derecho a la dignidad humana”382. Ambos artículos tipifican
ão

378 VENEZUELA. Código Penal. Gaceta Oficial de la República Bolivariana de Venezuela, n° 5.768 Extraor-
s

dinario, Caracas, 13 abr. 2005.


ver

379 VENEZUELA. TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 918, exp. 16-0541. Caso Luis Enrique Nava. Voto
salvado de la magistrada Lourdes Benicia Suárez Anderson, de 1º nov. 2016.
380 En la motivación de la sentencia, la Sala cita los alegatos del Ministerio Público, en especial el carácter
absoluto del derecho a la dignidad humana. Posteriormente, si bien no lo vuelve a mencionar, decidir en
base a la primacía de un derecho sobre los demás es un reconocimiento implícito de su carácter absoluto.
VENEZUELA, TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 884, exp. 14-1196. Caso Peñuela Lovera Rosal vs.
El Heraldo, de 3 de nov. de 2017.
381 VENEZUELA. Código Penal. Op. cit.
382 Estos artículos devienen de una tradición anterior a la Constitución de 1999. La primera mención al tipo
penal de adulterio aparece en el Código Penal de 1863, incluido bajo el título de delitos contra la honestidad.
144

la infidelidad de los cónyuges en términos diferentes, estableciendo mayor


pena y facilidad para la comisión del delito en el caso de “la mujer adúl-
tera”, formando parte de una notoria inequidad de género y de tradiciones
patriarcales al considerar a la mujer como un objeto de la relación conyugal.
En esa línea, otra decisión de la Sala Constitucional exhorta a los jueces a

or
desligarse de paradigmas machistas al momento de interpretar el derecho, en

od V
especial, este tipo de normas que impiden el efectivo ejercicio de al derecho

aut
a la igualdad y no discriminación de las mujeres383.
El reconocimiento del valor comunitario de la dignidad humana también

R
fue llevado al Tribunal Supremo de Justicia a partir de la defensa del derecho
fundamental a la vivienda y el principio de dignidad humana. Así, satisfacción
básica del ser humano de habitar en un espacio digno que permita el desarrollo

o
integral del individuo es una “condición especial para que puedan realizarse
aC
otros derechos”384, siendo fundamental para el ejercicio de los demás derechos
económicos, sociales y culturales. La importancia de este derecho radica en

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que permite reconocer el valor intrínseco de cada individuo y se extiende,
visã
por ejemplo, a la prohibición del desahucio arbitrario.

4.3.2 Instrumentalización política de la dignidad humana:


Inconstitucionalidad del proyecto de amnistía en Venezuela
itor
a re

Además del carácter social de la dignidad humana, la Sala Constitucio-


nal del TSJ ha utilizado como fundamento jurídico al principio de dignidad
humana para la resolución de conflictos entre entes estatales. Ese fue el caso
del control previo de constitucionalidad sobre la Ley de Amnistía y Recon-
par

ciliación Nacional del 29 de marzo de 2016, que contemplaba el perdón de


delitos o intentos de persecución penal por razones políticas desde el año 1999
Ed

hasta la supuesta publicación en Gaceta Oficial, periodo que comprendería


una serie de conflictos políticos, persecuciones contra grupos de oposición
al régimen político venezolano385.
ão

El día de su sanción, el presidente de la República solicitó a la Sala


Constitucional un pronunciamiento sobre la presunta inconstitucionalidad
de la Ley de Amnistía, pues bajo su criterio, el perdón de tales delitos de
s
ver

VENEZUELA. TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 738, exp. 15-0424. Caso Enid Beatriz Méndez Ríos,
11 de ago. de 2016.
383 VENEZUELA, TSJ. Sala Constitucional. Sentencia n° 486, exp. 09-0870. Caso Emérito Playonero Caicedo,
de 24 de mayo de 2010.
384 VENEZUELA, TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 835, exp. 07-177. Caso Alianza Nacional de Usuarios
y Consumidores Anauco, de 16 de jun. de 2009.
385 En su artículo 7 contempla más de 30 numerales que describen varios de los enfrentamientos políticos y
manifestaciones que tuvieron repercusión política desde el año 1999 hasta el 2014. VENEZUELA. Proyecto
de Ley de Amnistía y Reconciliación Nacional. Caracas, 29 de marzo de 2016.
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 145

naturaleza política constituía una vulneración del ordenamiento jurídico, la


paz y el derecho a la verdad que poseen las víctimas. La Sala Constitucional,
al declarar la inconstitucionalidad de la Ley expone que durante ese periodo se
cometieron delitos graves, los cuales no pueden ser amnistiados. A su criterio,
la Asamblea Nacional no respetó los límites existentes en el ordenamiento

or
jurídico venezolano al decretar la amnistía, pues supuestamente no contempló

od V
las obligaciones del Estado y el principio de dignidad humana, el cual debe

aut
dirigir toda actividad estatal386.
Si bien en su decisión, la Sala argumenta que el principio de dignidad

R
humana no debe usarse arbitrariamente, este es uno de los casos que sirven
de ejemplo para expresar los peligros de la elasticidad de los principios. La
Ley de Amnistía fue creada dentro de los límites constitucionales sobre la

o
materia, especialmente el no perdonar delitos de lesa humanidad, genocidio
aC
o violaciones de derechos humanos. La serie de delitos descritos se limitaban
a actividades comunes en protestas políticas, no llegan al punto de constituir
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actos que degraden al ser humano. En ese sentido, el principio de dignidad


visã
humana fue utilizado para limitar las competencias constitucionales de la
Asamblea Nacional e impedir un proceso de paz y transición a un régimen
democrático más transparente387.
itor

5 Reflexiones finales
a re

El principio de dignidad humana es complejo. Si bien no existe una


definición precisa que abarque todas las posiciones, la mayoría se centra en
el reconocimiento del valor intrínseco del ser humano, sea desde una visión
par

de la especie humana como ser superior; como el valor del individuo por
su capacidad de decidir moralmente o, la vulnerabilidad que hermana a los
Ed

sujetos desde sus necesidades.


En el Derecho su adopción es reciente. A pesar de estar vinculada con-
ceptualmente con el desarrollo de los derechos del hombre, no fue positivi-
ão

zada sino a partir después de la Segunda Guerra Mundial con la Carta de las
Naciones Unidas y diversos cuerpos normativos internacionales vinculados
con los derechos humanos. Asimismo, en el Derecho Constitucional surgió
s

un cambio de paradigma, el neoconstitucionalismo, que permitió la entrada


ver

de valores morales al derecho a partir de la incorporación de principios que

386 VENEZUELA. TSJ, Sala Constitucional. Sentencia n° 264, exp. 16-0343. Caso Nicolás Maduro Moros y
Asamblea Nacional, de 11 de abr. de 2016.
387 Para profundizar sobre este caso, véase: BREWER-CARÍAS, Allan R. La anulación de la Ley de Amnistía
por la Sala Constitucional: o la ejecución de la sentencia de muerte dictada contra Asamblea Nacional.
Disponible en: https://allanbrewercarias.com/wp-content/uploads/2016/04/132.-BREWER.-Anulaci%C3%B-
3n-Ley-de-Amnist%C3%ADa-2016.pdf. Acceso en: 10 de mar. de 2022.
146

modifican la interpretación y aplicación del Derecho. Este nuevo tipo de


normas se aplican de manera gradual, y no a partir de la subsunción, como
tradicionalmente se ha establecido con las reglas.
La inclusión del principio de dignidad humana en las constituciones
nacionales tiene distintas funciones, entre las que se pueden encontrar (a)

or
Su uso para definir la base del ordenamiento jurídico, (b) como una fuente

od V
de derechos fundamentales no establecidos en la normativa nacional y (c)

aut
como paradigma para la interpretación del resto del ordenamiento jurídico,
incluyendo la resolución de conflictos normativos. Los efectos de la consti-

R
tucionalización de la dignidad humana implican una protección más amplia
que abarca el mencionado valor intrínseco, la autonomía y la preservación
del valor comunitario al establecer límites al ejercicio de la voluntad; siendo

o
aplicada directamente por los tribunales con el riesgo de arbitrariedades del
aC
sistema judicial.
En Venezuela existen algunos antecedentes del concepto de dignidad

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humana en su primera Constitución, al consagrar una amplia protección a
visã
la persona humana. Sin embargo, no es sino hasta 1961 que se encuentra
expresamente establecido el principio de dignidad humana como una norma
programática. En la Constitución de la República Bolivariana de Venezuela
de 1999 se extiende la incorporación del principio de dignidad humana a una
itor

decena de artículos, de carácter programático e incluso operativo, exaltando


a re

el valor y reconocimiento de poblaciones vulnerables históricamente.


A pesar de ello, la aplicación de la dignidad humana por la Sala Cons-
titucional del Tribunal Supremo de Justicia Venezolano varía. En algunas
decisiones es considerada como un principio, en otras, como un derecho
par

subjetivo, contrariando al texto Constitucional. Ha sido utilizada para eliminar


normas legales, así como para desaplicar otros principios constitucionales
Ed

como la libertad de expresión. Por el enfatizado carácter social del Estado


venezolano, la Sala Constitucional ha dictado sentencias que reafirman el
valor comunitario del principio de dignidad humana sobre el paradigma de la
ão

autonomía. No obstante, este uso ha desembocado en la instrumentalización


de la dignidad, como en la anulación de la Ley de Amnistía de 2016, siendo un
ejemplo directo de su instrumentalización para justificar posiciones arbitrarias,
s

siendo entonces, la dignidad un medio para la consecución de fines partidistas.


ver
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUIÇÃO: avanços, retrocessos e perspectivas 147

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